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1 Ciclo No Fundo Portugal É Mar Nada escapa ao mar em Portugal. Da geologia ao clima, do passado ao futuro, dos sonhos aos medos, o mar é afinal o quê? Ele é o fundo, os peixes, a vida, as ondas, os vulcões, a solidão e o espaço imenso. Ele é também o covil de abjeções inconfessáveis e de maravilhas ondulantes; de mistérios e abusos, descobertas e ganâncias, e de todos os possíveis para além dos impossíveis. Ele é o mais frágil, imenso e desconhecido dos comuns da humanidade. Nada em Portugal escapa ao mar. Distantes mas fascinados pelo mar, desejosos e ressentidos dele ao mesmo tempo, agora vamos passar a tê-lo em nós de outro modo, mais vasto e mais exigente. Esta programação fala-nos disso. Dessa mudança e das exigências que ela faz a uma cidadania culta e ativa para o mar. Ela é um apelo aos arredios terrestres deste país, que terão de cuidar dele, de se continuar com ele, de se descobrir nele. Esta programação é um convite ao mar, lançado aos públicos de todas as infâncias que queiram mergulhar nestas propostas artísticas, mas também científicas e ambientais. Um convite por onde se gere entusiasmo e curiosidade, cultura marítima de agora e do futuro, e um novo empenho ativo e emotivo sobre o mar maior que irá ser. Esta programação gira em torno da exposição No Fundo Portugal é Mar. Com base em imagens cedidas pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), captadas por um ROV, um robô telecomandado que desce a seis mil metros de profundidade, deslocamo-nos entre a revelação dos fundos marinhos, as paisagens sonoras onde terra e mar, através dos faróis, experimentam a sua comunicação e o imenso paradoxo do lixo plástico que o mar nos devolve. Os sentidos desta exposição desdobram-se em oficinas exploratórias, nas quais queremos passar do assistir ao fazer, ou seja, conhecer melhor e crescer com isso. São seis oficinas, que passam pela escrita criativa, pelo confronto com monstros imaginários e reais, pelas formas líquidas das esculturas marinhas, pela simetria abissal entre o mar e o cosmos até ao confronto fascinante e fatal com a imensidão dos plásticos que lançamos nos oceanos e que tomam agora conta dele e do nosso próprio corpo, condenando-nos a todos ao destino do esqueleto da baleia Balaena Plasticus, integrada no projeto Plasticus Maritimus. No Jardim das Oliveiras decorrerão três concertos, sessões com contadores de histórias e longas conversas marinhas entre tão improváveis interlocutores quanto variada é a fauna humana que entre nós vive o mar. Por fim, dois espetáculos desafiam-nos em sentidos diametralmente opostos nas nossas mais fundas convicções e nos nossos mais fundos sentimentos sobre o mar: Marinho experimenta tudo aquilo que em nós vive e evita, procura e foge na relação com o mar, explorando as ambiguidades através dos caminhos onde elas se vivem, nos nossos sentidos, na voz e na escuta, na luz e na sombra. O segundo espetáculo, um dos mais transversais clássicos sobre o mar, A Menina do Mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen, a partir da música de Bernardo Sassetti, lembra-nos que a beleza e o amor, a terra e o mar vivem na cidade dos homens, na sua história, nas forças políticas que se afrontam, e que o futuro é uma escolha que está para ser feita, tal como um rumo, um horizonte, uma nave largada no mar. O Ciclo No Fundo Portugal é Mar resulta de uma Parceria entre a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) e o Centro Cultural de Belém (CCB Fábrica das Artes). https://www.emepc.pt/pt/ https://www.ccb.pt/Default/pt/CCBProgramacao

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Ciclo No Fundo Portugal É Mar Nada escapa ao mar em Portugal. Da geologia ao clima, do passado ao futuro, dos sonhos aos medos, o mar é afinal o quê? Ele é o fundo, os peixes, a vida, as ondas, os vulcões, a solidão e o espaço imenso. Ele é também o covil de abjeções inconfessáveis e de maravilhas ondulantes; de mistérios e abusos, descobertas e ganâncias, e de todos os possíveis para além dos impossíveis. Ele é o mais frágil, imenso e desconhecido dos comuns da humanidade. Nada em Portugal escapa ao mar. Distantes mas fascinados pelo mar, desejosos e ressentidos dele ao mesmo tempo, agora vamos passar a tê-lo em nós de outro modo, mais vasto e mais exigente. Esta programação fala-nos disso. Dessa mudança e das exigências que ela faz a uma cidadania culta e ativa para o mar. Ela é um apelo aos arredios terrestres deste país, que terão de cuidar dele, de se continuar com ele, de se descobrir nele. Esta programação é um convite ao mar, lançado aos públicos de todas as infâncias que queiram mergulhar nestas propostas artísticas, mas também científicas e ambientais. Um convite por onde se gere entusiasmo e curiosidade, cultura marítima de agora e do futuro, e um novo empenho ativo e emotivo sobre o mar maior que irá ser. Esta programação gira em torno da exposição No Fundo Portugal é Mar. Com base em imagens cedidas pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), captadas por um ROV, um robô telecomandado que desce a seis mil metros de profundidade, deslocamo-nos entre a revelação dos fundos marinhos, as paisagens sonoras onde terra e mar, através dos faróis, experimentam a sua comunicação e o imenso paradoxo do lixo plástico que o mar nos devolve. Os sentidos desta exposição desdobram-se em oficinas exploratórias, nas quais queremos passar do assistir ao fazer, ou seja, conhecer melhor e crescer com isso. São seis oficinas, que passam pela escrita criativa, pelo confronto com monstros imaginários e reais, pelas formas líquidas das esculturas marinhas, pela simetria abissal entre o mar e o cosmos até ao confronto fascinante e fatal com a imensidão dos plásticos que lançamos nos oceanos e que tomam agora conta dele e do nosso próprio corpo, condenando-nos a todos ao destino do esqueleto da baleia Balaena Plasticus, integrada no projeto Plasticus Maritimus. No Jardim das Oliveiras decorrerão três concertos, sessões com contadores de histórias e longas conversas marinhas entre tão improváveis interlocutores quanto variada é a fauna humana que entre nós vive o mar. Por fim, dois espetáculos desafiam-nos em sentidos diametralmente opostos nas nossas mais fundas convicções e nos nossos mais fundos sentimentos sobre o mar: Marinho experimenta tudo aquilo que em nós vive e evita, procura e foge na relação com o mar, explorando as ambiguidades através dos caminhos onde elas se vivem, nos nossos sentidos, na voz e na escuta, na luz e na sombra. O segundo espetáculo, um dos mais transversais clássicos sobre o mar, A Menina do Mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen, a partir da música de Bernardo Sassetti, lembra-nos que a beleza e o amor, a terra e o mar vivem na cidade dos homens, na sua história, nas forças políticas que se afrontam, e que o futuro é uma escolha que está para ser feita, tal como um rumo, um horizonte, uma nave largada no mar. O Ciclo No Fundo Portugal é Mar resulta de uma Parceria entre a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) e o Centro Cultural de Belém (CCB – Fábrica das Artes). https://www.emepc.pt/pt/ https://www.ccb.pt/Default/pt/CCBProgramacao

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8 maio a 31 julho | Jardim das Oliveiras – Espaço Fábrica das Artes NO FUNDO PORTUGAL É MAR | EXPOSIÇÃO A exposição No Fundo Portugal é Mar agrega três propostas artísticas: TerraMar, uma instalação vídeo de Graça Castanheira, criada com base em materiais cedidos pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), captados por um ROV, um robô telecomandado que desce a seis mil metros de profundidade, revelando-nos os fundos marinhos. Esta instalação propõe fazer-nos viver abaixo da linha de água. As Portas do Mar, uma instalação de faróis, que nos trazem o universo sonoro do mar, dos portos e das praias, e nos revelam os códigos sonoro-luminosos dos faróis portugueses. Balaena Plasticus é uma instalação da autoria de Ana Pêgo e Luís Quinta, que alerta sobre a poluição e os desequilíbrios ambientais; consiste no esqueleto de uma baleia de barbas criada com lixo plástico que o mar nos devolve e que grita a urgência de reaprendermos muitos gestos.

- TERRAMAR | INSTALAÇÃO | 10:00 às 13:00 e 14:30 às 18:00 GRAÇA CASTANHEIRA Público-alvo todos Muito embora seja popular a expressão «ponta do icebergue» para indiretamente referir a parte que não é visível, o certo é que sabemos pouco sobre as realidades submergidas do território. O que esta instalação se propõe fazer é imergir, viver abaixo da linha de água durante o tempo em que é percorrida por quem a visita. À entrada, num corredor estreito, um sistema de ventoinhas salpica o visitante com água do mar, provocando ventos de falésia. Na sala maior as paredes são o fundo do mar em grandes telas. Veem-se algas ondulantes sem cessar, cardumes de peixes síncronos, cores irradiantes. Na sala mais pequena expõem-se quadros imanentes emoldurados. São videopinturas em movimento de instantes visualmente poéticos que acontecem longe do nosso olhar mas que nos pertencem por inteiro. Um movimento exploratório por território marítimo português. Imagens utilizadas na exposição cedidas pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), recolhidas no âmbito das campanhas oceanográficas PEPC e M@rBis - AS PORTAS DO MAR | INSTALAÇÃO | 8:00 às 20:00 RUI REBELO Rui Rebelo conceção e coordenação Marco Fonseca e Teresa Varela cenografia Público-avo Para todos Há já milhares de anos que as luzes e os sons dos faróis têm guiado marinheiros de todo o mundo, servindo de sinal de esperança para os que regressam a casa e de aviso contra os perigos rochosos que se escondem abaixo da superfície. Durante três meses, a essência destas construções tão emblemáticas estará presente no Jardim das Oliveiras, através de quatro esculturas sonorizadas inspiradas nos faróis de Portugal, que não são réplicas mas sim um apanhado das características comuns e da sua identidade portuguesa.

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- BALAENA PLASTICUS | INSTALAÇÃO | 8:00 às 20:00 ANA PÊGO E LUÍS QUINTA Ana Pêgo e Luís Quinta conceção e realização Apoio Câmara Municipal de Almada (2014) Público-alvo todos A baleia é o maior animal do planeta. O plástico é um dos maiores problemas do planeta. A baleia faz grandes migrações em busca de alimento e para se reproduzir. O plástico, com ajuda do vento e das correntes, faz grandes migrações pelos rios, mares e oceanos. Nos oceanos, o plástico pode aprisionar, asfixiar, sufocar, intoxicar… O esqueleto da baleia construído com plástico encontrado na praia representa a trágica consequência do “plástico marinho”. Resultante do projeto Plasticus Maritimus, de Ana Pêgo e Luís Quinta, Balaena Plasticus é uma instalação que representa o esqueleto de uma baleia de barbas, com cerca de 10 metros de comprimento, concebida integralmente com objetos de plástico branco encontrados na praia.

OFICINAS: 9 a 13, 16 a 18, 20 de maio | Espaço Fábrica das Artes | 11:00 (dias 9, 10 e 11), 14:00 (dias 16, 17 e 18 – escolas), 11:30 (dias 12 e 20 – famílias), 15:30 (dia 13 – adultos) NO FUNDO, AS PALAVRAS VÊM DO MAR | OFICINA DE ESCRITA CRIATIVA JUDITE CANHA FERNANDES Público-alvo M/10 / 2.º, 3.º ciclos e Secundário / Adultos Duração 2 h Ver o mar num sonho significa a transição entre o subconsciente e o consciente. Como todos os sonhos com água simbolizam também as emoções. Nesta oficina, vamos à procura dessa relação com as palavras marítimas, certos de que num país noventa e sete por cento de mar muitas palavras serão encontradas ora boiando ora afundadas nas luzes translúcidas da costa. Sonhos de água, histórias da nossa vida com o mar, outras que nos contou alguém ao fim de tarde numa praia, ou outras. Histórias, vamos fazer histórias azuis. 19 maio | Espaço Fábrica das Artes | 14:00 NO FUNDO, AS PALAVRAS VÊM DO MAR – FORMAÇÃO | FORMAÇÃO DE ESCRITA CRIATIVA – ENTRE A ARTE E A EDUCAÇÃO JUDITE CANHA FERNANDES Público-alvo adultos Duração 3h30 Nesta formação trabalharemos metodologias de construção de histórias a partir da nossa relação com o mar e com os azuis. Procurar-se-ão mecanismos desencadeadores de liberdade

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no uso das palavras e modos alternativos de alicerçar e estimular narrativas, utilizando memórias, sensações difusas e confusas, sons, coisas de que gostamos ou que odiamos, e tudo o que houver à mão para criar e partilhar. Sempre com o som do oceano ao fundo. 15 a 20, 22 a 27 maio | Espaço Fábrica das Artes | 10:30 (dias 15, 16, 17, 18), 14:00 (escolas, dias 22, 23, 24 e 25), 11:30 (19 e 26), 15:30 (famílias, dias 20 e 27) QUIMERA – MONSTROS DE JÚLIO VERNE E OUTROS MAIS CONTEMPORÂNEOS | OFICINA DE ARTES PLÁSTICAS ADRIANA PARDAL

«Dentro de cada um há o seu escuro e nesse escuro só mora quem lá inventamos.» Mia Couto

Público-alvo 6 aos 10 anos / 1.º, 2º. e 3.º ciclos Duração 2h «A 31° 15' de latitude norte e a 136° 42' de longitude leste (…) a noite aproximava-se. (…) Grandes nuvens envolviam o disco da Lua, então em quarto crescente. O mar ondulava calmo sob a quilha do navio. De repente, no meio do silêncio geral, ouviu-se uma voz (…): – Alerta! Vejo o monstro! Dirige-se para nós.» Transportados pelas imagens e pelas histórias do mar, a 20 mil léguas submarinas, lançamo-nos à descoberta de monstros, singulares e insólitos. Aliás, quando se trata de monstros, a imaginação não tem limites… 29, 30 maio, 1, 2, 5 a 9 junho | Espaço Fábrica das Artes | 14:00 (dias 29, 30 maio e 1 junho), 10:30 (dias 5, 6, 7 e 8 junho) CRIADORES AQUÁTICOS | OFICINA DE ESCULTURAS MARINHAS PAULA PALHOTA Público-alvo M/6 anos / 1º e 2º Ciclos Duração 120 minutos Vamos fazer uma escultura aquática. Quase todas as culturas mostram que na raiz da experiência humana está a crença de que o nosso mundo tem um princípio organizador. No desenrolar da história de um mito, da sua simbologia e das experiências aquáticas que iremos fazer ao longo desta oficina, tentaremos descobrir as diversas forças que participam na criação e construir duas esculturas: uma individual e outra coletiva. Vamos em busca do contraste, das qualidades opostas: céu e terra, preto e branco, denso e subtil, dia e noite, quente e frio. Vamos brincar com a água e com outros materiais. Observar alguns fenómenos: densidade, capilaridade, difusão de líquidos, inversões óticas e cromatografia. Um encontro com a alegria da curiosidade! 29, 30 maio, 1 a 3, 5 a 8 junho | Espaço Fábrica das Artes | 10:30 (dias 29 e 30 maio e 1 junho); 14:00 (escolas – dias 5, 6, 7 e 8 junho); 11:30 (dias 2 e 3 junho) VOSTOK & CALYPSO | OFICINA DE DANÇA PIETRO ROMANI

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Público-alvo M/5 , 1.º ciclo Duração 2h O céu noturno é uma janela aberta para o universo, pela qual olhamos à procura de respostas. O fundo do mar é uma imensidão misteriosa que exploramos pouco a pouco, é um espelho do espaço infinito. Desde que começámos a olhar para cima, desenhámos mapas nas estrelas, batizámos constelações com nomes de criaturas mitológicas e de animais do mar e da terra. Mundos dentro do mundo, do infinitamente grande ao infinitamente pequeno, tudo feito da mesma matéria vinda das estrelas – mesmo a água salgada do fundo do mar. É curioso que os oceanos tenham mais leões, cavalos e elefantes do que a savana e as estepes, e que as estrelas do mar sejam filhas das estrelas do céu. Nesta oficina de dança, vamos criar animais marinhos, reais e mitológicos, com os nossos corpos e levar as nossas criações a fazer parte do mundo marinho da exposição No fundo Portugal é mar. 9 a 11, 15 a 18 junho | Espaço Fábrica das Artes | 14:30 PLASTICUS MARITIMUS – REALIDADE AUMENTADA | OFICINA DE BIOLOGIA, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ARTES PLÁSTICAS ANA PÊGO Público-alvo escolas (1.º e 2.º ciclos) Duração 2h A biodiversidade marinha é, atualmente, acompanhada pela infinidade de formas, cores e dimensões de uma nova espécie… Plasticus maritimus! Esta espécie invadiu subtilmente as nossa vidas e está a criar grandes problemas nos oceanos. Consegue disfarçar-se de tal maneira que ninguém a vê. As outras espécies marinhas ingerem-na a pensar que é alimento ou ficam presas porque não conseguem vê-la. Plasticus maritimus aparece em quase todas as praias do mundo, mas quase ninguém se apercebe. Ou porque já se estar habituado à sua presença, ou porque consegue apresentar-se em tamanhos tão pequenos que ninguém dá por ela. Mas nós vamos torná-la visível. Selecionando alguns exemplares desta espécie encontrados nas praias das redondezas, vamos criar imagens mágicas de seres marinhos e fazê-los crescer recorrendo a um retroprojetor. 12, 13 e 19 junho | Espaço Fábrica das Artes | 15:30 (dia 12); 11:30 (dias 13 e 19) PLASTICUS MARITIMUS – REALIDADE AUMENTADA E ANIMADA | OFICINA DE BIOLOGIA, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ARTES PLÁSTICAS ANA PÊGO Público-alvo M/7 Duração 2h Nos últimos anos, sem que ninguém se apercebesse, a espécie Plasticus maritimus invadiu as nossas vidas e agora está em todo o lado. Mas não se pense que chega a um sítio e fica quieta. Não. Ela não para. Esta irrequieta, de uma forma absolutamente impressionante, consegue dar a volta ao mundo sem que ninguém se aperceba que foi ou que chegou. Ora vai mais depressa ora mais devagar. A voar, a correr ou a nadar. Atravessa continentes e oceanos, para ir aparecer nas ilhas mais remotas que se possa imaginar ou nas zonas mais profundas do oceano.

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Com exemplares desta espécie e a ajuda de um retroprojetor, vamos criar um minifilme de animação. 12, 14 a 24 junho | Espaço Fábrica das Artes | 10:00 (escolas - dias 12, 14, 15, 18 a 22) e 11:00 (famílias – dias 16, 17, 23 e 24) FILHO DE PEIXE SABE... PINTAR | OFICINA / INSTALAÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS PARA BEBÉS E PAIS MARGARIDA BOTELHO Margarida Botelho Criação e dinamização Público-alvo 9 meses aos 3 anos Duração 50 min Uma sala transformada num aquário de papel é ao mesmo tempo um lugar para nadar e pintar, para sentir e transformar, para rir e crescer! Iremos explorar pontos, linhas e manchas, ao ritmo das correntes marítimas e dos ventos atlânticos. As escamas dos peixes, as algas e os tentáculos das anémonas vão pigmentar uma paleta viva de cores naturais. Pintaremos sem químicos ou aditivos, para que a experiência possa ser sinestésica. As mãos e os pés serão pincéis-barbatana e o corpo carimbo-girino. Mergulhar… pintar… amar… mar. Aviso: Obrigatório trazer roupa velha. São utilizadas tintas com pigmentos naturais feitos de beterraba, couve-roxa, uva, mirtilo, noz e açafrão. Não saem da roupa.

ESPETÁCULOS: 8 A 11 MARÇO | MARINHO - UM ARTISTA, SETE PROGRAMADORES, COM MARGARIDA MESTRE

Margarida Mestre é a artista convidada para dar corpo e voz a uma nova criação, coproduzida ao longo de quase dois anos. Este convite assenta numa premissa elementar: criar, para todos os públicos de sete instituições, uma só obra que será apresentada a nível nacional e em diferentes etapas do seu desenvolvimento conceptual, partilhando com o público janelas de observação do processo criativo e interrogando conceitos de obra finalizada, conceções de apresentação pública, de criação partilhada e da programação-como-um-processo. O mote para o debate e para a criação é dado por Pedro Prista, orador convidado desta edição do ciclo. Uma parceria CCB/Fábrica das Artes, Culturgest, Teatro Viriato, Teatro São Luiz | São Luiz Mais Novos, Teatro Municipal do Porto/Paralelo, Centro Cultural de Ovar, Cine-Teatro Louletano 25 novembro de 2017 Culturgest, Lisboa: Sessão pública com Pedro Prista. Num seminário inaugural do ciclo Um artista, Sete Programadores, Pedro Prista desvenda as motivações, interesses e ressonâncias encontradas no tema proposto para a nova criação de Margarida Mestre: o mar.

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fevereiro de 2018 Cineteatro Louletano, Loulé março de 2018 CCB, Lisboa maio de 2018 Centro Cultural de Ovar, Ovar novembro de 2018 TMP, Auditório do Campo Alegre, Porto Teatro Municipal do Porto (inserido no Paralelo – Programa de Aproximação às Artes Performativas) janeiro de 2019 Culturgest, Lisboa março de 2019 Teatro São Luiz| São Luiz Mais Novos, Lisboa maio de 2019 Teatro Viriato, Viseu 8 a 11 março | Sala de Ensaio | 11:00 (dias 8 e 9), 15:30 (dia 10) e 11:30 (dia 11) MARINHO - UM ARTISTA, SETE PROGRAMADORES | ESPETÁCULO

Margarida Mestre Conceção artística Henrique Fernandes Música Maria João Castelo Design de Cena Produção Materiais Diversos Público-alvo 6 a 10 anos

Duração 45 minutos

O que é que acontece na realidade e no nosso imaginário quando nos relacionamos com essa imensidão líquida que é o mar, que tanto tem cá fora como lá dentro, que tanto provoca atração como medo, que tanta História nos fez, tantas histórias nos dá e tantas nos faz fazer? Como iremos mergulhar nessa matéria infinita e trazê-la para terra em forma de língua, em forma de experiência, em forma de visão…? 8 março | Espaço Fábrica das Artes | 14:30 REMOINHO | OFICINA DE EXPERIMENTAÇÃO SENSORIAL E ESCRITA Público-alvo 3 a 5 anos

Duração 45 min Oficina de experimentação sensorial dos materiais que estão presentes no espetáculo Marinho, numa visita guiada através de sensações físicas, visuais e sonoras. O corpo todo em ação de tocar, mexer, cheirar, sentir, pensar e falar.

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9 março | Espaço Fábrica das Artes | 14:30 IMERSÃO | OFICINA DE EXPERIMENTAÇÃO SENSORIAL E ESCRITA Público-alvo universidades seniores

Duração 1 h 30 m Oficina de experimentação e de reconhecimento de matérias que fazem parte do espetáculo Marinho; imersão no universo sonoro e literário; manipulação do material plástico e visual; escrita de microtextos inspirados na experiência sensorial.

10 março | Espaço Fábrica das Artes | 10:30 AGITAÇÃO | FORMAÇÃO – ENTRE A ARTE E A EDUCAÇÃO Público-alvo adultos

Duração 2 h Identificação dos elementos que compõem o espetáculo Marinho e sua organização no tempo e no espaço; matérias, som, palavra, água, vidro, vento, areia; pensar matérias e construir dramaturgias; desmultiplicar temas e fervilhar de ideias... 11 março | Espaço Fábrica das Artes | 14:30 (Conferência), 15:30 (Mesa Redonda) SEDIMENTAÇÃO | MINI-CONFERÊNCIA Conferência com Raquel Gaspar (bióloga) Mesa Redonda com Margarida Mestre Pedro Prista (antropólogo) Raquel Gaspar (bióloga) Programadores do projeto Um Artista, Sete Programadores Público-alvo Adultos Um local de conversa e discussão em redor do tema do mar. Como é que este tema / matéria / realidade se transforma através do pensamento e da ação em objeto artístico? Que experiências, ideias e pressupostos foram estes que nos fizeram chegar aqui, com esta representação de tal imensidão...?

19, 20, 22 a 27 maio | Pequeno Auditório | 15:30 (dias 19 e 26), 11:30 (dias 20 e 27), 11:00 (de 22 a 25) A MENINA DO MAR, DE SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN A PARTIR DA MÚSICA DE BERNARDO SASSETTI CARLA GALVÃO E FILIPE RAPOSO

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Público-alvo M/6 Duração 50 min Carla Galvão dramaturgia e interpretação Filipe Raposo transcrição musical e criação Paula Diogo direção de projeto Beatriz Bagulho ilustrações Valise d’ Images vídeo mapping Marta Carreiras figurinos e espaço cénico Produção Violeta Mandillo Assistência de produção Mafalda Rôla Coprodução CCB – Fábrica das Artes e São Luiz Teatro Municipal «Era uma vez uma casa branca nas dunas, voltada para o mar.» Desta vez a história da Menina do Mar é contada como quem entra numa casa que é muito importante para todos nós. A nossa casa. Uma casa que guarda muitas memórias; memórias de muitos tempos, memórias lá de atrás, outras de agora para olharmos para dentro delas mais à frente. Encontramos na casa um pianista Filipe, uma atriz Carla, uma ilustradora Beatriz e uma Mala de Imagem que fazem deste espetáculo uma mistura de música, teatro e cinema de animação. Nesta casa encontramos também queridos amigos: Sophia e Bernardo. Logos: EMEPC e São Luiz

NO JARDIM DAS OLIVEIRAS: 10 maio a 26 julho | Espaço Fábrica das Artes| 18:00 CONVERSAS COM MAR – MINIPALESTRAS Público-alvo adultos Duração 1 h (30 min de comunicações e 30 min de conversa com o público) Em dez quintas-feiras dos meses de maio, junho e julho marcamos encontro no Jardim das Oliveiras para assistir às Conversas com Mar, minipalestras oferecidas por duplas, prováveis e improváveis. Um mundo de histórias sobre o Mar:

«A paixão pelo mar faz com que todos os dias trabalhe com amor ao ofício. Por mais dura que seja esta vida, foi a que escolhi e que me faz sentir uma

mulher realizada. Amo a minha profissão e a proximidade com o mar... O Mar português oferece-nos todos os dias o melhor peixe do mundo!»

Açucena Veloso (peixeira) Calendário 17 Maio – Pedro Madureira (geólogo responsável PEPC) e Luís Sebastião (tecnólogo submarino)

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24 Maio – Nuno Vasco Rodrigues (mergulhador) e Hélio Paulino (pescador) 7 Junho – Patricia Borges (chef de cozinha) e Açucena Veloso (peixeira) 14 Junho – Francisco Lufinha (velejador de kitesurf) e Jorge Freire (arqueólogo subaquático) 21 Junho – Maria Ana Martins (jurista) e a anunciar 28 Junho – Raquel Gaspar (bióloga) e Pedro Salgado (desenhador) 5 Julho – Raquel Costa (geóloga) e Teresa Firmino (jornalista) 12 Julho – Andreia Afonso (ROV) e António Calado (ROV) 19 Julho – Mónica Albuquerque (bióloga) e Ana Pêgo (educadora ambiental) 26 Julho – Joaquim Boiça (historiador de faróis) e João Catarino (surfista) Espetáculos: 30 junho | Jardim das Oliveiras | 17:00 CANÇÕES DA TERRA E DO MAR | CONCERTO NO JARDIM RITA MARIA E FILIPE RAPOSO Rita Maria voz e composição Filipe Raposo piano e composição Público-alvo todos Duração 60 min Entre a Terra e o Mar, sem idade, emerge o Canto: constrói-se a Existência. Neste gesto de comunhão, Filipe Raposo e Rita Maria recolhem da tradição o embalo das canções da orla, num canto-barco. É sobre esta existência litoral, símbolo-signo da personalidade geográfica que somos, que se tece e desvela o manto das Canções de Terra e Mar. «talvez esteja perdido como um náufrago na areia talvez me reste a canção e o vento que desenleia Entre o deserto e o deserto Entre o deserto e o deserto.» António Ramos Rosa, A Nuvem sobre a Página 7 e 8 julho | Jardim das Oliveiras | 11:30 e 17:00 ESTÓRIAS AO FUNDO DO MAR | CONTOS NO JARDIM (Micro sessões surpresa adicionais ao longo do dia) ANA SOFIA PAIVA E SOFIA MAUL Público-alvo todos Duração 50 minutos Um mergulho ao fundo mais fundo, com Tejo ao fundo, guiado por duas mulheres-barco ancoradas no imaginário do grande azul, pai-mãe do mundo. Escafandristas de contos tradicionais e de autor, as mulheres-barco dão fala a polvos e caramujos, sereias e alguns marujos, musas, medusas, alheias e lusas. Narrativas de maré. Ilha. Sal. Estórias de coral. Oceanos e muita saudade. As mil e uma profundezas da verdade.

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14 e 15 julho | Jardim das Oliveiras | 17:00 CONCERTO COM FARÓIS | CONCERTO NO JARDIM RUI REBELO E CARLA GALVÃO Rui Rebelo recolha, arranjos, instrumentos e voz Carla Galvão cantora e atriz Público-alvo todos Duração 45 min Concerto para faróis sonoros, instrumentos musicais e voz, onde todos os sons servem para fazer música. Para este acontecimento musical foi feita uma recolha de sons alusivos ao mar (praias, portos, barcos, faróis, gaivotas, etc.) que se irão juntar aos sons, tocados ao vivo, de cordas, sopros, percussões e vozes. Nesta combinação sonora, a que se soma o som ambiente do Jardim da Oliveiras, um músico e uma atriz vão cantar canções e contar histórias que estão mergulhadas na temática marítima. 21 e 22 julho | Jardim das Oliveiras | 17:00 BEMÓIS E OUTROS BICHAROCOS: HISTÓRIAS PARA METER MEDO AOS MEDOS | CONCERTO NARRADO NO JARDIM TERESA GENTIL Teresa Gentil música Judite Canha Fernandes histórias Teresa Gentil piano Teresa Gentil marimba Teresa Gentil narração Rita Matias voz a definir Saxofone barítono a definir Didgeridoo a definir a definir Sapateado a definir Andrea Inocêncio imagem Público-alvo todos Duração 40 min Histórias para meter medo aos medos são histórias marítimas feitas para serem música. Elias, um chicharro, Mentiroso, um sapato, Sofia, uma aranha, e Lhasa, uma baleia que não para de andar, falam com os medos de frente, ou melhor, frente ao oceano. Já viram alguma onda ter medo de alguma coisa? Não, pois não? É com essa tão delicada humanidade em vista que se contam, tocam e cantam estas histórias azuis. Elias, o sonhador marimba, piano e narração A ilha que nunca parava de andar saxofone barítono, piano e narração O mentiroso voz, piano, sapateado e narração 2 a 6, 9 a 13 julho | Espaço Fábrica das Artes | 10:00 às 17:00 (acolhimento a partir das 9:30) FÉRIAS NO NAUTILUS | ARTES NAS FÉRIAS DO VERÃO ANTONELLA GILARDI

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Antonella Gilardi contadora de histórias e criação livreira Judite Canha Fernandes escrita criativa Paula Palhota artes plásticas Pietro Romani dança Ana Pêgo artes plásticas e educação ambiental Público-alvo 6 aos 10 anos O primeiro mergulho é para agitar as águas. O segundo, mais fundo, é para descobrir outro mundo. Depois, procurando nos abismos silenciosos, o eco de sons e seres maravilhosos. Vidas submersas, num mundo sem fim, nas profundezas deste mundo, de mim e te ti. Um mergulho na música, nas histórias, nas cores e noutros materiais "líquidos". Será assim que nestas férias vamos viver o Mar. Vem mergulhar!