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Cidades da Fé 1 Cidades da fé Março 2011 | nº 13 ARTE E RELIGIOSIDADE A vida e a obra de Oscar Niemeyer TURISMO RELIGIOSO Conferência da CNBB em Aparecida Santuários do Brasil Emoção e fé na Paixão de Cristo em Nova Jerusalém Foto: Rebeca Morais

Cidades da fé

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ARTE E RELIGIOSIDADE História redescoberta SANTUÁRIOS DO BRASIL om Jesus da Lapa

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ARTE E RELIGIOSIDADEA vida e a obra de Oscar Niemeyer

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Santuários do BrasilEmoção e fé na Paixão de Cristo em Nova Jerusalém

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O crescimento do turismo religioso no país é um dado concreto que, a cada dia, se mostra mais relevan-te no cenário nacional. Segundo o Ministério do Turismo, anualmente acontecem 8,1 milhões de viagens domésticas movidas pela fé, núme-ro que representa em torno de 3,6% de todas as viagens realizadas den-tro do país, que, hoje, totalizam cer-ca de 225 milhões. Ainda segundo o ministério, o país possui 88 destinos do segmento. E o Circuito Religioso do Vale do Paraíba é um deles. Nes-ta edição da Cidades da Fé, conver-samos com o Ministro do Turismo, Pedro Novais, sobre o assunto e também sobre o impacto da Copa do Mundo no Turismo Religioso. Na seção Arte e Religiosidade, nin-guém menos que Oscar Niemeyer, o gênio das curvas e das formas, apaixonado por futebol, realizador de belos projetos, inclusive igrejas, e que sonha em criar um moderno estádio para seu esporte favorito. Com a chegada da Semana Santa, visitamos Nova Jerusalém, em Per-nambuco, onde acontece o maior espetáculo teatral ao ar livre do mundo, a Paixão de Cristo. Conhe-cemos também um pouco mais so-bre as origens de alguns pratos sím-bolos da Páscoa. Conferimos ainda a preparação do Santuário Nacional para a realização da 49ª Conferên-cia Geral dos Bispos do Brasil, que acontece pela primeira vez em Apa-recida, no mês de maio. A Cidades da Fé traz isso e muito mais. Deus abençoe a todos e boa leitura.

EXPEDIENTE

Cidades da Fé - Março 2011Editor: Danilo RosasAdministração/Comercial: Renata Rosas.Operações Comerciais: Daniele AlessandraProjeto Gráfi co: Studio DR Propaganda & MarketingDesign Gráfi co: Beatriz Mathídios, Camila Moura.Textos e Revisão: Julio Maziero e Tamiko SimonColaboradores: Canção Nova, Santuário Nacional de Aparecida, Fundação Oscar Niemeyer, Mauro Gomes, Ministério do Turismo e Sebrae - SP.Foto capa: Rebeca MoraisFotos: Fundação Oscar Niemeyer, Rebeca Morais, Julio Maziero, João Tavares, Sxc.hu, Juliana Zucolloto, Renato Araújo - Agência Br, Ministério do Turismo, Luciana Mendes e Arte fotos Canção Nova.Vendas: Ana Claudia Luciano, Adriana Senne, e Milena de Paula.

Para anunciar ligue (12) 3133-2449. Impressão: ResoluçãoA Revista Cidades da Fé é uma publicação trimestral da Expedições Editora, Rua Monsenhor Filippo, 367, Guaratinguetá/SP - CEP: 12.501-410 - tel. (12) 3133-2449, e-mail: [email protected]. A Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos ar-tigos assinados.

04 Santuários do BrasilGrandes emoções no maior dos teatros

Entrevista Pedro Novais. O Ministro do Turismo06

Arte e Religosidade Oscar Niemeyer: O gênio das curvas, linhas e formas

Gastronomia A simbologia cristã na mesa de Páscoa

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O Santuário Nacional Aparecida recebe a maior conferência de bispos12

Turismo Religioso Em maio, a maior conferência da CNBB11

Eu FuiSeguindo os passos de Jesus21

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Canção NovaCanção Nova FM, agora no iPhone e iPodTouch14

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Santuários do Brasil

Grandes emoções no maior dos teatrosNova Jerusalém

A maior História de todos os tempos já foi representada em praticamente todas as formas de arte, cinema, dança, pintu-ra, teatro, música, entre muitas outras, mas poucas se comparam em grandio-sidade, tradição e emoção com a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, que acon-tece todos os anos em Pernambuco.

O espetáculo, que reúne mais de 80 mil pessoas nos nove dias do evento, é o maior teatro ao ar livre do mundo e é considerado Patrimônio Cultural Material e Imaterial do Estado. Realizado há 44 anos dentro das monumentais muralhas da Nova Jerusalém, cidade-teatro com 100 mil metros quadrados, localizada a 180 quilômetros do Recife, o evento já tem definidas as datas de sua edição 2011: a encenação acontecerá entre os dias 15 e 23 de abril.

Em 2010, a apresentação comoveu, todos os dias, plateias de mais de oito mil pessoas e alcançou a marca invejá-

vel de ter reunido, desde a sua criação, um público de mais de três milhões de pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo.

Uma das características marcantes do espetáculo é a participação de artis-tas da TV, cinema, música e teatro, nos papéis principais, além de cerca de 60 atores renomados da região nordeste, contracenando com mais de 500 figu-rantes. Neste ano, a Paixão de Cristo terá Thiago Lacerda como Jesus, a can-tora Fafá de Belém como Maria, Vanes-sa Lóes no papel de Madalena e Sidney Sampaio como Pôncio Pilatos. Os artis-tas já gravaram, em janeiro, no Recife, o áudio da dublagem para a peça teatral.

História – A encenação da Paixão de Cristo tem suas raízes nas apresenta-ções realizadas nas ruas da vila de Fa-zenda Nova, no município do Brejo da Madre de Deus, onde hoje se localiza a cidade-teatro. Entre os anos de 1951

e 1962, Epaminondas Mendonça, líder político local, após ler que os morado-res da cidade alemã de Oberammergau encenavam a Paixão de Cristo, decidiu adotar a ideia e realizar no município um evento semelhante para atrair turis-tas e movimentar o comércio durante a Semana Santa. As primeiras edições do evento foram realizadas com a participa-ção de familiares e amigos do idealiza-dor, mas, ao longo dos anos, passou a atrair artistas e técnicos teatrais do Reci-fe, o que passou a dar maior visibilidade ao espetáculo.

Os planos para a construção de um teatro que fosse uma réplica em menor escala da cidade de Jerusalém surgiram a partir de 1956, com Plínio Pacheco, mas só se concretizaram em 1968. A área do total da cidade-teatro corres-ponde a um terço da área murada de Jerusalém, onde Jesus viveu seus últi-mos dias. Cercada por uma muralha de

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pedras de 3.500 metros de comprimen-to e quatro de altura, com 70 torres de sete metros cada uma, a cidade-teatro possui, em seu interior, nove palcos-pla-teias que reproduzem cenários naturais e ruas, além do Palácio de Herodes, do Fórum de Pilatos, do Templo de Jerusa-lém e do Cenáculo. Toda esta estrutura foi realizada por arquitetos e cenógrafos da região nordeste.

O realismo da encenação, que dura mais de duas horas, tem na interpreta-ção dos atores e na riqueza de detalhes na cenografia, vestuário, trilha sonora e efeitos especiais, elementos emocionais únicos, que cativam os espectadores e os transportam para a Palestina da épo-ca de Jesus, transformando-os em co-adjuvantes desta grande história de fé, amor e esperança.

Preparativos - Com a proximidade da Semana Santa, a Sociedade Teatral de Fazenda Nova, responsável pelo evento, garante os preparativos para a

Paixão de Cristo 2011. Para este ano, todo o sistema de som será reinstalado, novos efeitos especiais serão utilizados, haverá renovação das 800 peças do fi-gurino, dos adereços e também avanço na iluminação. Uma equipe composta de técnicos das diversas áreas já tra-balha duro para deixar tudo preparado para a grande festa.

A exemplo da edição 2010, a apre-sentação deste ano terá seu espetáculo de estreia dedicado especialmente às pessoas idosas e com dificuldade de locomoção. Também serão disponibili-zadas cadeiras de rodas para aqueles que necessitarem desse tipo de apoio. O valor dos ingressos é de R$ 50, R$ 60 e R$ 80, de acordo com os dias de apre-sentação. Idosos e estudantes pagam meia-entrada Os espetáculos começam sempre às 18h. Informações: telefone (81) 3732-1129; Fax (81) 3732-1180; site: www.novajerusalem.com.br; e-mail: [email protected].

• Na temporada de 2010, o público alcançou o recorde de 80 mil pessoas, de 22 estados brasileiros e de 12 países.

• 13 catracas eletrônicas para o acesso;

• 800 peças de figurino;

• 154 mil watts de som;

• 860 refletores geram 1,29 milhão de watts de potência;

• A cidade-teatro tem 100 mil metros quadrados de área;

• 24 mil refeições para todos os envolvidos;

• 400 profissionais de técnica e de organização;

• 550 atores e figurantes;

• Público total de mais de 3 milhões de pessoas;

• 43 anos de temporadas ininterruptas;

Foto: sxc.hu

Fonte: STFN - Sociedade Teatral de Fazenda Nova

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Entrevista

Pedro NovaisO Ministro do Turismo fala sobre o crescimento e os desafios do setor

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Nascido em Coelho Neto, no Ma-ranhão, o Ministro do turismo, Pedro Novais tem 80 anos de idade e é advo-gado, formado pela Universidade Fe-deral do Espírito Santo, com estágios nas áreas de Direito Tributário, em Londres, e de Planejamento e Admi-nistração Tributária, em Washington, nos Estados Unidos. Novais é audi-tor fi scal aposentado e foi Secretário de Fazenda do Estado do Maranhão por duas oportunidades. Foi deputa-do estadual pela antiga Arena e em outubro de 2010 foi elei-to, pela sétima vez, para Câmara Federal. Durante os mandatos como depu-tado federal, foi titular e suplente da Comissão de Finanças e Tributação e suplente das Comissões de Constituição e Justiça e Relações Exteriores. Por 13 vezes, integrou a Comissão Mista de Orça-mento como titular.

O senhor recém assu-miu o Ministério do Turismo e já tem pela frente um grande evento, que promete agitar todo o país, que é a Copa do Mundo de 2014. Quais são suas expectativas e preocupa-ções com relação a isso?

Trata-se, sem dúvidas, de um gran-de desafi o para qualquer governante brasileiro fazer parte de um processo tão importante para a nação, como sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, em tão curto intervalo de tempo. No meu caso, sinto também uma grande honra, pela indicação do meu partido, o PMDB, e pela confi an-ça que a presidente Dilma Rousseff depositou em mim ao me nomear Mi-

nistro do Turismo. Visando preparar o Brasil para receber a Copa e as Olim-píadas, no âmbito do Ministério do Turismo, o Governo Federal trabalha com foco em quatro eixos. O primei-ro é a qualifi cação de mão-de-obra. Precisamos preparar os profi ssionais que estarão em contato direto com os turistas brasileiros e estrangeiros. Estamos fazendo isso pelo programa “Bem Receber Copa”. Serão inves-tidos R$ 404 milhões para qualifi car 306 mil profi ssionais das cidades-se-

de, promoção e marketing, ampliação e adequação do parque hoteleiro e infraestrutura turística.

O Turismo Religioso é um dos segmentos que mais apresenta crescimento no país. Qual a sua visão, como ministro, desta mo-dalidade turística no Brasil e quais serão as prioridades para o setor?

Segundo a pesquisa de “Dimensio-namento e Caracterização do Turismo Doméstico” realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) para o Ministério do Turismo, em 2007, anualmente são feitas 8,1 milhões de viagens domésticas movi-

das pela fé. Esse número representa 3,6% de todas as viagens realizadas dentro do país, que são aproxima-damente 225 milhões. Como nessa conta não estão incluídas as viagens feitas dentro do próprio estado, acre-ditamos que o número seja, na ver-dade, bem maior. O Ministério do Tu-rismo reconhece o potencial enorme que este segmento representa para o desenvolvimento do setor. Tanto que já fi zemos um levantamento junto aos estados para identifi car quantos são

e onde estão os roteiros com potencial para ser es-truturados como produtos turísticos. Segundo esse levantamento, existem 88 roteiros de turismo religio-so, em todas as regiões. A partir deste levantamen-to, podemos traçar ações específi cas para cada um deles, por meio da elabo-ração e implementação de planos que organizem a atividade turística, garan-tindo o desenvolvimento

sustentável dos destinos que fazem parte de roteiros religiosos.

Sabemos que a Copa do Mundo terá um impacto muito grande em toda a atividade turística do Brasil. De que maneira o evento impacta-rá, em particular, o segmento do turismo religioso no país?

Cerca de 20 dos 65 destinos indu-tores de desenvolvimento têm poten-cial para o segmento. Sabemos que os torcedores que virão para a Copa do Mundo não fi carão restritos ape-nas às cidades-sede. No intervalo entre um jogo de interesse e outro, os turistas circulam (em média, num

Aparecida é um dos maiores destinos de turismo religioso

em termos de fl uxo

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raio de até 300 quilômetros). Essa é a oportunidade para conhecerem outros destinos e se sentirem moti-vados a voltar ao Brasil, em outras ocasiões. O desafi o é fazer com que os destinos mostrem seus atrativos e estimulem o retorno.

Quais são as principais estraté-gias do Ministério do Turismo para preparar um país, com dimensões continentais como o Brasil e que possui uma grande diversidade de produtos turísticos, para um even-to de destaque internacional como a Copa do Mundo e que trará turis-tas de vários países do mundo?

O Ministério do Turismo começou a se preparar para a Copa desde que o Brasil foi eleito país-sede da edição de 2014. O nosso plano de trabalho prevê quatro eixos de atuação: promoção nacional e fortalecimento da imagem do país, em parceria com a Embratur; ações para a qualifi cação profi ssional do recep-tivo turístico, o que inclui treinamento de trabalhadores da cadeia produtiva, empresários e gestores públicos; articu-lação de linhas de crédito para reforma e ampliação da capacidade do parque hoteleiro instalado; e investimentos em infraestrutura dos destinos turísticos, o que inclui obras de acesso, sinalização e estruturação de atra-tivos em todo o país.

Roteiros brasilei-ros foram recente-mente incluídos na Opera Romana Pe-regrinações, agên-cia ofi cial do Vati-cano. O mundo está fi nalmente desco-brindo o potencial do Brasil neste segmento? Qual a importância deste reconhecimento?

Em janeiro de 2010, a empresa ma-nifestou seu interesse em operar o turismo religioso no Brasil. O fato de o Brasil ser o maior país católico do mundo foi um dos motivos que cha-maram a atenção da operadora. Mas o turismo religioso não se restringe à religião católica. O Ministério do Tu-rismo trabalha o Turismo Religioso de forma ampla e laica.

O Ministério do Turismo está sele-cionando cinco destinos turístico-re-ligiosos do país. Qual a importância desta organização e que benefícios ela trará para a atividade?

O Projeto “Turismo Religioso - Di-versidades do Brasil” tem o objetivo de preparar cinco destinos de Turis-mo Religioso no Brasil, que se en-contrem em estágio de desenvolvi-

mento mais avançado, para atender a demanda nacional e internacional. Estes destinos, que serão selecio-nados por meio de Chamada Públi-ca e representados por entidades relacionadas ao Turismo Religioso, executarão de forma participati-va um Plano de Ação local, assim como ações efetivas que garantam os resultados mercadológicos, tais como a criação de roteiros, planos

de promoção e comercialização e fortalecimento de redes. O intuito é que, além disso, as experiências realizadas nesses locais sejam re-plicadas e sirvam de exemplo para outros destinos de turismo religioso. (A chamada pública ainda não foi re-alizada. O projeto está no Siconv).

O Circuito Turístico Religioso do Vale do Paraíba, que compreende os municípios de Aparecida, Gua-ratinguetá, Ca-choeira Paulista e Lorena, recebe mais de 10,5 mi-lhões de visitantes anualmente. Qual é, em sua visão, a importância deste roteiro para o de-senvolvimento do turismo no Brasil?

Aparecida é um dos maiores destinos de turismo religioso em termos de fluxo turísti-co, e tem a seu favor a proximidade com Rio de Janeiro e São Paulo. O roteiro é bastante procurado pelas Classes C e D, que estão ingres-sando nesse mercado. Este é um roteiro que pode enquadrar-se num mercado atrativo, porém precisa superar alguns desafios na questão de infraestrutura.

O Ministério do Turismo se prepara para a Copa desde que o Brasil foi eleito país-sede da

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ImprensaMais informações:

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na copa de 2014

49ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil

SEBRAE-SPA realização de uma Copa do Mundo

provoca efeitos, resultados e legados indiscutíveis no país que a sedia. Elei-to para sediar a realização da Copa do Mundo de 2014, durante os meses de junho e julho, o Brasil deverá ser igual-mente beneficiado. O país já se prepara para recebê-la e para isso vários proje-tos e volumes de investimentos significa-tivos serão aplicados. Esses investimen-tos poderão alavancar muitos negócios, sobretudo para MPEs (micro e peque-nas empresas), em especial àquelas presentes nas cidades-sede dos jogos e em seu entorno: Manaus, Natal, For-taleza, Recife, Salvador, Brasília, Cuia-bá, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

Com a perspectiva de identificar e dis-seminar as novas oportunidades de ne-gócios decorrentes do evento da Copa do Mundo de 2014, as MPEs paulistas do setor de serviços (turismo, cultura e artesanato) e, sobretudo, aquelas participantes dos Circuitos Turísticos (CTs) apoiados pelo Sebrae-SP, terão a oportunidade de receber uma série de conhecimentos técnicos e inovadores.

De acordo com o propósito do Sebrae-SP em considerar o projeto “Sebrae na Copa 2014: Oportunidades para as MPEs no Estado de São Paulo” como uma ação de suporte aos projetos dos CTs, adotou-se a atuação para a COPA 2014 o objetivo de identificar, dissemi-nar e fomentar as oportunidades de negócios a partir do evento mobilizador Copa do Mundo de 2014, considerando a missão de contribuir para a compe-titividade e o desenvolvimento susten-tável das Micro e Pequenas Empresas, proporcionando benefícios antes, du-rante e pós-evento.

O público-alvo a ser atendido pelo projeto “Sebrae na Copa 2014: Opor-tunidades para as MPEs no Estado de São Paulo” são as micro e pequenas empresas (MPEs) e os empreende-dores individuais (EIs) paulistas, com potencial para integrar os Circuitos Turísticos apoiados pelo Sebrae-SP e já organizados territorialmente, e que sejam segmentadas, necessariamen-te, de acordo com as seguintes ativi-dades econômicas: Atrativos turísticos naturais e/ou culturais; Hospedagem; Alimentação fora do lar; Agenciamen-

to de turismo receptivo; Artesanato; Produção cultural; Comércio varejista diferenciado.

Conforme a metodologia adotada para elaboração de projetos, os resul-tados definidos para o projeto são:- Oportunidades de novos produtos e serviços relacionados à Copa do Mun-do 2014 junto aos segmentos de público alvo dos Circuitos Turísticos;- Aumentar a competitividade nos Circui-tos Turísticos por meio das estratégias de Inteligência Competitiva;- Elaborar plano de marketing único com foco em Promoção e Comerciali-zação de Circuitos Turísticos;- Implementar representação comercial nos Circuitos Turísticos;- Publicar novas edições e novos catálo-gos de negócios dos Circuitos Turísticos;- Disseminar as oportunidades de ne-gócios do evento Copa 2014 nas regi-ões atendidas;- Produzir, materializar e disseminar co-nhecimentos técnicos e conceituais.

foto: sxc.hu

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Turismo Religioso

49ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil

Em 2011, a Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, realizada pela CNBB, aconte-cerá pela primeira vez na cidade de Aparecida – SP, no mês de maio. As edições anteriores do evento aconteciam na Casa de Retiros Vila Kostka, em Itaici, na cidade paulista de Indaiatuba.

A 49ª edição do encontro acontecerá entre os dias 04 e 13 de maio no município do Vale do Paraíba, que recebe anualmente mais de 10 milhões de visitantes.

O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, maior centro de peregrinação Ma-riana do mundo, já se prepara para receber Arcebispos, Bispos, secretários dos regionais da CNBB, organismos da CNBB e convidados para o encontro. (Leia texto nesta edição).

A Assembleia é considerada o órgão supremo da CNBB (Conferência Nacional dos Bis-pos do Brasil) e acontece normalmente uma vez ao ano ou, em casos extraordinários, para fins determinados, quando sua convocação for requerida.

De acordo com o Estatuto Canônico da CNBB, em seu artigo 27, a Assembleia “é a ex-pressão e a realização maiores do afeto colegial, da comunhão e co-responsabilidade dos Pastores da Igreja no Brasil”.

As Assembleias tratam de assuntos pastorais, espirituais, temporais e problemas emer-genciais da sociedade, sempre do ponto de vista da evangelização. Participam destes en-contros todos os membros da CNBB, que são convocados, além de convidados especiais, como bispos eméritos e bispos não membros da entidade. São cerca de 500 pessoas, entre elas, 60 bispos, padres e equipes de organização.

Cartilha - A CNBB lançou o subsídio de oração “Rezemos com os Bispos do Brasil Reu-nidos em Aparecida”, com o objetivo de aproximar o evento dos fiéis. Além de oração, o subsídio propõe reflexões sobre temas ligados à Igreja no Brasil. São eles:04/05 - Deus Pai nos Reúne;05/05 - Em Nome de Jesus;06/05 - Na Força do Espírito;07/05 - A Alegria de ser Discípulo;08/05 - Formação Iniciação Cristã e Formação Permanente;09/05 - Missão – Envio – Missão Continental;10/05 - Missão na Atual Realidade – Mudança de Época - Mergulho no Mundo das Pessoas;11/05 - Sob a Proteção da Mãe Aparecida;12/05 - Acolhendo as decisões da Assembleia.

A cartilha já foi enviada a todas as dioceses do Brasil, pode ser baixada gratuitamente no site da CNBB (www.cnbb.org.br).

A Assembleia poderá ser acompanhada pelo site www.cnbb.org.br; pelas TVs católicas; pelas rádios das Dioceses e Paróquias; e pelo noticiário geral. Horário das Missas pela televisão: 7:30h, entre os dias 4 e 13 de maio; e no domingo, dia 8 de maio, às 12h.

Fonte: www.cnbb.org.br

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O Santuário Nacional

A partir de maio deste ano mais um evento histórico e de grande impor-tância para a Igreja Católica passa a acontecer no Santuário Nacional, lo-calizado na cidade de Aparecida.

As assembleias da CNBB (Confe-rência Nacional dos Bispos do Bra-sil), maior conferência episcopal do mundo, se transferem definitivamente para o Santuário Nacional. A decisão foi tomada no dia 29 de maio de 2009, durante a 47ª Assembleia dos bispos. Em 2010, a reunião aconteceu em Brasília, devido ao Congresso Euca-rístico celebrado na capital federal.

Realizada há 33 anos na Casa de Re-tiros Vila Kostka, dos padres jesuítas, em Itaici, Indaiatuba-SP, a Assembleia da CNBB exige grande infraestrutura, começando pela hospedagem.

A discussão quanto ao local das as-sembleias já durava alguns anos. Fo-ram apresentados três projetos. Um da Arquidiocese de Brasília, outro da própria Casa de Retiros Vila Kostka e o projeto de Aparecida. A maioria dos bispos, no entanto, votou pela saída de Itaici, optando que o evento passasse a se realizar no Santuário Nacional.

Desde então, a reitoria e a admi-nistração do Santuário Nacional se empenham ainda mais no projeto de recepção da Assembleia. A Casa da Mãe Aparecida se dedica a ampliar sua estrutura de acolhimento para re-ceber esse grande encontro dos se-nhores Bispos da Igreja Católica.

Cidade do Romeiro - Para receber os bispos que participam da Confe-rência, além da construção do Cen-

tro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, localizado próximo ao Cen-tro de Apoio ao Romeiro, o Santuário está investindo no projeto batizado de “Cidade do Romeiro”, na área onde se localizava o antigo Magic Park.

O espaço contará, além de hotéis para hospedagem dos bispos, com um centro de convenções, capelas e grandes jardins para orações e medi-tações, que, posteriormente, será dis-ponibilizado para grupos de estudos e reflexões.

Segundo o ecônomo do Santuário Nacional, padre Luiz Cláudio Alves de Macedo, as obras já foram inicia-das. São hotéis, auditórios e salas de reuniões para mais de 900 pes-soas. A Cidade do Romeiro tem pre-visão de finalização das obras para

Assembleias da CNBB se transferem definitivamente para o Santuário Nacional

Aparecida recebe maiorconferência de bispos do mundo

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setembro de 2012. Até a conclusão do projeto, as as-

sembleias de 2011 e 2012 terão estruturas provisórias e os hotéis existentes na cidade hospedarão os prelados. Os trabalhos das Assem-bleias serão realizados no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho e as ce-lebrações na Basílica.

“Para 2013 alteram-se os cenários de hospedagem e, assim, sucessi-vamente, até que o complexo esteja concluído. O importante é que esta-mos somando forças com a cidade, indo ao encontro de uma necessida-de de Aparecida, cuja vocação é aco-lher o peregrino”, explica padre Luiz.

O reitor do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, Padre Dar-ci Nicioli, disse que é grande a respon-sabilidade do Santuário em acolher a Assembléia dos Bispos do Brasil.

“A cidade também será beneficia-da. Aparecida se consolida, mais do que já é, como cidade que acolhe o Brasil. No caso específico do Santu-ário, vamos dar continuidade ao nos-so trabalho, que não é outro se não o do acolhimento”, disse o reitor.

A escolha – Um dos motivos que inspirou os Bispos do Brasil a opta-rem por Aparecida foi a experiência vivida durante a V Conferência Epis-

A Assembleia anual da CNBB atrairá mais uma vez a mídia nacional para Aparecida, propiciando que o povo brasileiro católico e não católico, volte seus olhos para o Santuário Nacional de Aparecida.

“Outros eventos virão, não somente da Igreja. Aparecida e seu Santuário ganharão em visibilidade e compe-tência”, concluiu o padre reitor.

Participam da Assembléia aproxi-madamente 60 bispos, mais padres e equipes de organização, um total de quase 500 pessoas.

Texto e fotos: Assessoria de imprensa Santuário Nacional de Aparecida

copal Latino Americana e Caribenha, realizada em Aparecida em 2007, com a presença do papa Bento XVI. A proximidade entre o povo católico e seus Pastores impressionou a to-dos e influenciou a decisão da CNBB quando escolheram Aparecida.

O reitor do Santuário Nacional en-fatiza que outros fatores também contribuíram, como a proximidade dos meios de comunicação católicos, como a Rede Aparecida e Canção Nova, além da localização do muni-cípio em relativa proximidade aos ae-roportos do Galeão e de Guarulhos.

Padre Darci lembra que outras Con-ferências Episcopais também se reúnem em Santuários, como em Lourdes, na França; Fátima, em Portugal; e Ches-tokova, na Polônia.

“Acolhemos a CNBB com carinho e responsabilidade. É um grande desafio! Estaremos servindo a Igreja do Brasil”, afirmou Nicioli.

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14 Cidades da Fé

Canção Nova

Canção Nova FMÉ a primeira rádio católica no Brasil que pode ser acessada por iPhone e iPodTouch

Os usuários do iPhone e iPodTouch têm mais uma maneira de acompanhar a programação da rádio católica Can-ção Nova. Por meio de um aplicativo gratuito desenvolvido pelo setor de Tecnologia da Informação da Canção Nova, a FM Canção Nova se tornou a primeira rádio católica no país que po-derá ser ouvida em qualquer lugar do mundo, por esses dois aparelhos.

Já disponível na AppStore da Apple, o aplicativo foi liberado em 20 de ja-neiro e já foi acessado por pessoas de diversos países, como Estados Unidos, China, Austrália, França, Rússia, Tailândia, Japão, Israel, Itá-lia, além do Brasil.

“O objetivo é permitir que qualquer pessoa que busque Deus possa ouvir, via stream, a programação da Rádio Canção Nova FM, que hoje é sintoni-zada apenas no Vale do Paraíba - SP, onde está localizada a sede da Can-ção Nova e ampliar a forma de propa-gação do Evangelho. A Canção Nova proporciona que a evangelização chegue à mão das pessoas”, explica a missionária e superintendente da Rádio Canção Nova, Cristiane Viana.

A responsável pelo setor de estraté-

gias da Tecnologia da Informação da Canção Nova, Luciana Silva, considera que através das mais modernas tecnologias, a Canção Nova está realizando a sua missão de levar a evangelização a todas as pesso-as, independente de raça, cultura ou nação. “A Rádio Canção Nova FM é uma rádio jovem, com vários estilos musicais e hoje, através da tecnolo-gia mobile, pode estar em sua mão para ouvir em qualquer hora ou lu-gar”, acrescenta.

Entre as vantagens do aplicativo es-tão: acessar toda a programação via celular, ouvir as músicas do top 10 da semana do programa diário “Fim de Tarde”, receber todas as novidades e promoções divulgadas no Twitter da Rádio e o guia da programação, com data e horário de todas as atrações da emissora. Além disso, é possível pro-gramar o celular para que o usuário seja avisado 10 minutos antes do início do seu programa favorito. O acesso é super simples, basta baixar o aplicati-vo e tocar em play e já está conectado.

Rádio Canção Nova - O primeiro programa na Rádio Canção Nova, “Alô, bom dia!”, foi ao ar no dia 25 de maio de 1980 apresentado pelo Padre Jonas Abib e atingia apenas a cidade de Cachoeira Paulista e algumas ci-dades do Vale do Paraíba. Hoje, 30 anos após, a Rádio CN atinge todo Brasil e outros países vizinhos com uma programação 100% a serviço da evangelização, 24 horas no ar.

O meio de comunicação é integran-te da RCR (Rede Católica de Rádio), sendo uma das emissoras geradoras de programação. É também integrante da Unda Brasil (União das Emissoras Católicas) e do SINRED, órgão que re-úne as emissoras educativas do país.

Texto: Assessoria de Imprensa Canção NovaFotos: Arte Fotos CN

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O Brasil, terra de gênios das artes, celebra a centenária trajetória de um de seus mais ousados mestres, e que ainda continua na ativa, traba-lhando como nunca aos 103 anos de

idade: Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares.

Quando se fala em Oscar Nie-meyer três palavras vêm em nossas mentes: curvas, linhas e formas.

Poucos arquitetos conseguiram uní-las de maneira tão orgânica e, ao mesmo tempo, tão inventiva, como Niemeyer. A ponto de suas obras serem, de fato, a sua assinatura. Quando nos deparamos com um trabalho seu, além da surpresa ini-cial, temos também a certeza ime-diata de conhecer sua autoria.

Como nas formas arrojadas do Edifício Copan, no centro de São Paulo, cujas curvas e linhas reme-tem à bandeira do estado paulista; do Museu de Arte Moderna de Nite-

Arte e Religiosidade

1940 1951

1947Conjunto da Pampulha, Belo Horizonte

Congresso Nacional, Brasília1958

Conjunto Copan, São PauloSede da ONU, Nova Iorque

O gênio das curvas, linhas e formas

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rói, que faz lembrar um grande disco voador; da Catedral de Brasília, que se eleva aos céus como mãos pos-tas em oração; e do Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba, cujo anexo parece um grande olho a observar a capital paranaense.

Vida - Nascido em 15 de dezem-bro de 1907, na casa do avô pater-no, no bairro La-ranjeiras, zona sul carioca, Niemeyer teve como uma de suas primeiras pai-xões o futebol. Sua infância foi mar-cada por peladas entre amigos em um sobe e desce constante pelas ladeiras do bairro. E, ao que parece, o pequeno Oscar também possuía talento no trato com a bola, a ponto de, em 1925, aos 17 anos, ter joga-do no time juvenil do Fluminense na preliminar de um Fla-Flu. Mas, apesar até de ter sido convidado para jogar no Flamengo, o futebol para ele era apenas um la-zer. Seus olhos miravam em direção a um futuro que gravaria seu nome na história do país.

No sobrado de dois andares, per-tencente aos avós, Ribeiro de Almei-da e Mariquinhas, Niemeyer morava com os pais, Oscar Niemeyer Soa-res e Delfi na Ribeiro de Almeida, e

com os cinco irmãos Lília, Carlos Au-gusto, Leonor, Judite e Paulo. Após um período de boemia carioca, que lhe rendeu o gosto pelo cavaqui-nho, com o qual animava as noites ao lado dos amigos, Niemeyer en-controu outra de suas paixões, sua esposa Annita, com quem se casou aos 21 anos de idade. Com as res-

ponsabilidades do casamento, Oscar começou a trabalhar na tipografi a de seu pai. Em 1929, se matriculou na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde se formou, em 1934, como engenheiro arquiteto.

Comunista por idealismo, desde 1945, e admirador de Luís Carlos Prestes, Niemeyer afi rma não temer a morte, mas sofre com as saudades dos familiares e amigos que parti-

ram, entre eles, a primeira esposa Annita, falecida em 2004. Niemeyer completou 100 anos em 2007 e re-cebeu homenagens por todo o país. Desde 2006, o arquiteto é casado com Vera Lúcia G. Niemeyer.

Obra – O ano de 1932 marcou o início de sua vida profi ssional, ao ingressar no escritório dos arquite-

tos Lucio Costa e Carlos Leão. O futuro esta-va agora diante dele. E Niemeyer não desapontou, com grandes e belos projetos se sucedendo, como o Grande Hotel Ouro Preto, de 1938; o Con-junto da Pam-pulha, em Belo Horizonte, de 1940; a sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, projeto elaborado em 1947 por uma comissão de dez

arquitetos, mas que teve aprovada a solução apresentada por Niemeyer; o Parque do Ibirapuera e o Conjun-to Copan, em São Paulo, criados em 1951; o Museu de Arte Moderna em Caracas, Venezuela, de 1954.

A partir de 1956, o arquiteto come-ça a trabalhar no projeto pelo qual fi cou mundialmente conhecido, a nova capital do país, Brasília. Com a construção da cidade, o cerrado bra-

Museu Pelé, Santos.

Museu Arte Contemporânea, Niterói

Memorial da América Latina, São Paulo

Palácio do Itamaraty, Brasília1962 1991

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sileiro viu crescer em seu solo obras de impressionante beleza, inventi-vidade e leveza. Da rusticidade do Catetinho, Residência Provisória do Presidente da República, de 1956, passando pelas linhas elegantes do Palácio da Alvorada, de 1957, até as formas inovadoras do Congres-so Nacional, do Supremo Tribunal Federal, do Palácio do Planalto e do Teatro Nacional de Brasília, to-dos projetados em 1958, forjou-se uma das capitais mais modernas do mundo, único bem do século XX considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

Beleza - Se a Capital Federal im-pressionou pelo conjunto, as obras de Niemeyer continuaram a impres-sionar pela beleza. Como o Cen-tro Cívico de Argel, na Argélia, de 1968; o Memorial JK, em Brasília, de 1980; a Passarela do Samba, co-nhecida como Sambódromo, no Rio de Janeiro, de 1983; o Memorial da América Latina, em São Paulo,de 1987; entre muitos outros projetos para vários países.

Embora evite demonstrar prefe-rência por quaisquer de suas obras, Niemeyer, no entanto, demonstra particular orgulho pelo seu trabalho no conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte, que representa um marco inicial de sua liberdade arquitetôni-ca; o Congresso Nacional; a sede do Partido Comunista Francês; a Universidade de Constantine, na Argélia; o Centro Administrativo do governo mineiro; e o Centro Cultu-ral Internacional, em Avilés, na Es-panha. Entre suas frustrações está a não realização de uma mesquita, projetada por ele, para a cidade de Argel, capital da Argélia, um projeto

inovador que previa, inclusive, sua construção sobre o mar.

O arquiteto centenário ainda tem um sonho não realizado: a construção de um moderno estádio de futebol. Na época da construção do Maracanã, seu projeto, que previa arquibancadas em apenas um dos lados do estádio, onde o sol não atrapalhasse o es-pectador, não foi escolhido no con-curso. Surgiram rumores sobre um possível projeto seu para o novo estádio da Fonte Nova, em Salva-dor, para a Copa do Mundo de 2014.

Enquanto isso, o arquiteto mostrou mais uma vez a

sua maestria na criação do Museu Pelé, a ser construído em Santos, com tudo sobre a vida e carreira do Rei do Futebol. É o gênio da bola desfilando no palco do gênio das curvas, das linhas e das formas.

Museu Nacional Honestino Guimarães, Brasília

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Museu Oscar Niemeyer, Curitiba“

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Gastronomia

Vida novamesa fartaQuando se fala em Páscoa, a primeira

imagem que vem à cabeça são coelhos e ovos. Mas, a simbologia cristã da data excede em muito todas as demais defi-nições. Ela simboliza o renascimento, a renovação da vida, conquistada pelo sacrifício de Jesus. Muitos dos pratos tí-picos e símbolos tradicionais da Páscoa, no entanto, têm outras origens.

Desde os primórdios da História, a Páscoa, do hebreu “peschad”, do gre-go “paskha” e do latim “pache”, signifi-ca passagem. Nos rituais primitivos, a Páscoa celebrava o final do inverno e a chegada da primavera.

Mais tarde, já nos tempos medievais, os cultos pagãos a Ostera, deusa da fertilidade e do renascimento nas mito-logias anglo-saxã, nórdica e germânica, aconteciam também neste mesmo perí-odo. A divindade, também chamada de Ostara, Esther e Easter (Páscoa em in-glês), equivale a Perséfone, na mitologia grega e a Ceres na romana. Ela é repre-sentada por uma mulher segurando um ovo, o símbolo da vida, e observando, aos seus pés, um coelho, o símbolo da fertilidade. Todo este cenário primaveril remete a um desabrochar da vida, com flores, pássaros, sol e muito verde.

A Páscoa é também uma marcante festa do calendário judaico, celebrada por oito

dias para comemorar o êxodo dos israe-litas do Egito, uma passagem para uma nova vida, livre da escravidão. No mundo cristão, a Semana Santa é a mais impor-tante das celebrações, pois remete ao período que compreende desde a última ceia de Cristo com os apóstolos e que tem seu ápice com a paixão, morte e ressur-reição de Jesus, no domingo de Páscoa. É a consumação do plano de Salvação idealizado por Deus. No cristianismo, esta data foi definida no Concílio de Nicéa, em 325 d.C., para acontecer sempre no do-mingo da primeira lua cheia da primavera (outono no hemisfério sul), que ocorre no período entre 22 de março e 24 de abril.

Ovos e peixes – As delícias consumi-das durante a Páscoa, nos dias de hoje, diferem muito daquelas provadas pelos hebreus, que se alimentavam de assados, ervas amargas e pães asmos (sem fer-mento), para relembrar a saída do Egito. Entre os alimentos apreciados hoje, dois se tornaram símbolos da Páscoa e têm ori-gem nas tradições antigas, o ovo e o peixe.

O ovo de chocolate nasceu no século XX, oriundo do costume de presentear com ovos pintados, comum entre egíp-cios, persas e muitos outros povos. O ovo, como símbolo de uma vida vindou-ra, ganhou, no sabor do chocolate, um atrativo a mais para ser presenteado. Já

o consumo do peixe durante a Páscoa remete diretamente às inúmeras citações bíblicas, desde o apóstolo Pedro, que era pescador, aos milagres de Jesus Cristo na pesca maravilhosa e na multiplicação dos pães e dos peixes.

O peixe também se tornou um símbolo para os primeiros cristãos. No grego, a palavra peixe é ICHTHYS, cujas letras formam um acrônimo com a frase gre-ga Iesoûs Christòs Theoû Hyiòs Soter (Jesus Cristo Filho de Deus Salvador). Para fugir das perseguições dos solda-dos romanos, a igreja primitiva adotou o peixe como uma espécie de senha. Para o cristão de então identificar seu irmão de fé, ele desenhava um arco na areia e o outro desenhava outro arco no sentido contrário, formando o dese-nho de um peixe. Com o passar dos anos foi adotado como um dos símbo-los da cristandade.

O costume de abdicar da carne em fa-vor do peixe, na Sexta-Feira Santa, foi instituído pelo papa Pio XII, a partir de 1951, para relembrar a crucificação de Jesus e celebrar a fé em seu retorno.

Na Páscoa, seja com ovos, peixes ou qualquer outro alimento, o importante é acreditar na renovação da vida, por meio de uma promessa feita há mais de dois mil anos.

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Visitar a Terra Santa foi sempre um de nossos maiores sonhos. E esta oportuni-dade aconteceu em 1992, quando estávamos em Portugal. Ao desembarcarmos em Tel-Aviv, não podíamos acreditar que estávamos onde Jesus Cristo havia nas-cido e passado muitos anos de sua vida terrena. Foi um momento emocionante para nós e de profunda refl exão.

Nossa peregrinação começou pelas cidades e pontos turísticos que marcaram muito da vida de Jesus. Um destes locais foi Belém, em um memorial onde uma estrela de prata indica o possível local do nascimento de Cristo. Na Igreja da Gruta da Natividade foi erguido um altar comemorativo do nascimento de Jesus.

Outro ponto histórico que visitamos foi a Igreja de Monte Sião, onde está locali-zado o Cenáculo, local da última ceia de Jesus com seus apóstolos. No Monte das Oliveiras pudemos sentir todo o sofrimento de Cristo ao orar antes de sua morte. Um local especial que conhecemos foi a Igreja do Pater Nostrus, onde um grande quadro traz a oração do Pai Nosso. Ali, sentimos profundamente a nossa obriga-ção de viver aquela oração, perdoando aqueles que nos ofendem.

No Muro das Lamentações, último remanescente do Templo de Salomão, judeus e pessoas de todo o mundo fazem as suas orações. Diz a lenda que os pedidos colo-cados nas frestas das pedras são todos atendidos. Eu e Beatriz deixamos os nossos.

O momento mais marcante do passeio, onde nossas emoções fi caram à fl or da pele foi a Via Dolorosa. Percorremos, passo a passo, este caminho de dor, por onde Jesus Cristo passou carregando a cruz em direção ao Calvário. Ali medita-mos profundamente sobre o sofrimento de Jesus antes de morrer crucifi cado para a nossa salvação.

Seguimos adiante e visitamos o Santo Sepulcro, onde Jesus teria sido sepulta-do. Estivemos também em Jericó, a cidade mais antiga do mundo, onde vimos o Cicômoro, a árvore onde Zaqueu subiu para ver Jesus. Em Nazaré, visitamos a Igreja da Anunciação e o local onde fi cava a carpintaria de José. Fomos também para Caná, da Galileia, onde Jesus realizou seu primeiro milagre, transformando a água em vinho. Do Rio Jordão, onde Jesus foi batizado, trouxemos duas garra-fi nhas da água para o Brasil. Atravessamos o Mar da Galileia e estivemos em Ta-gbha local da multiplicação dos pães e dos peixes e ali vimos a pedra onde Jesus disse a Pedro: “Tu és a pedra sobre a qual edifi carei a minha Igreja”.

E assim terminou nossa tão esperada visita a Israel, a Terra Santa. Foi uma ex-periência maravilhosa, uma emoção muito forte e momentos de grande refl exão. Embora saibamos que alguns locais visitados podem ou não ter sido aqueles que de fato aparecem na história de Jesus, a nossa fé fez-nos acreditar que realmente foi ali que Jesus Cristo nasceu, viveu, morreu e ressuscitou.

José Carlos G. Bartelega e Beatriz Helena Caltabiano Bartelega

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Papa João Paulo IIserá beatificado em 1º de maio

Em dia

Campanha da Fraternidade lançada em fevereiro na

Arquidiocese de AparecidaA abertura ofi cial e o lançamento da Campanha da Fraternidade

2011 na Arquidiocese de Aparecida aconteceu no dia 23 de feverei-ro, no Colégio do Carmo, em Guaratinguetá. O evento teve como palestrante, Priscila Siqueira, da Diocese de Caraguatatuba, na sub região de Aparecida. A Campanha da Fraternidade 2011, que tem como tema “Fraternidade e a vida no planeta” e o lema “A criação geme em dores de parto”, teve início na quarta-feira de Cinzas, 9 de março de 2011, e se estenderá por toda a Quaresma.

O papa João Paulo II, morto em 2005, será beatifi cado em 1º de maio de 2011, infor-mou o Vaticano. A beatifi cação é o primeiro passo para a canonização na Igreja Católica. O papa Bento XVI promulgou o decreto reconhecendo o milagre pela intercessão do polo-nês Karol Josef Wojtyla. Uma freira francesa, Marie Simon-Pierre, 47, teria sido curada do Mal de Parkinson, dois meses depois da morte de João Paulo II, ao rezar por sua interces-são. Médicos apontados pela Igreja afi rmaram que não há explicação da medicina para a cura da freira e o milagre foi aceito pelo Vaticano. Depois da cerimônia de beatifi cação, quando João Paulo II receberá o título de abençoado, a Igreja Católica terá que provar um segundo milagre para que ele se torne santo. (Fonte: Arquidiocese de Aparecida).

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Em dia

Comissão Nacional da Pastoral Familiar lança “Hora da Família” 2011

A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB e a Comissão Nacional da Pastoral Familiar lan-çaram o subsídio “Hora da Família” 2011. O tema deste ano é: “Família, Pessoa e Sociedade”. O subsídio apresenta refl exão sobre temas familiares para a Semana Nacional da Família, que este ano será de 14 a 20 de agosto. A Semana Nacional da Família é um evento anual que faz parte do calendário de praticamente todas as paróquias do Brasil e teve o início em 1992. O subsídio começou a ser editado desde a vinda do papa João Paulo II ao Brasil, em 1994 e passou a ser publicada anualmente. Atualmente está em sua 15ª edição com uma tiragem de 210.000 mil exemplares. (Fonte:

Arquidiocese de Aparecida).

O Seminário Missionário Bom Jesus, em Aparecida, onde se hospedaram os papas Bento XVI em 2007 e João Paulo II, em 1980, está aberto a visitação. Os visitantes poderão conhecer as instalações do prédio centenário, que abriga o seminário de formação dos seminaristas arquidiocesanos e a Cúria Metropolitana. Quem visita as instalações poderá conhecer a chamada “Ala Pontifícia”, onde fi caram hospedados João Paulo II e Bento XVI. Em 2011, está prevista a inauguração de uma pousada. Horários de visitação: segundas, quartas, quintas e sextas, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h. Nas terças-feiras o local passa por manutenção. Sábados, domingos e feriados das 8h às 12h e das 14h às 17h.

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Estante

LIVRO: Atletas de Cristo

Alex Dias Ribeiro

Um livro de histórias, alegres, tristes, dramáti-cas, incríveis, mas acima de tudo, histórias reais em seus personagens e situações. Os Atletas de Cristo são um verdadeiro fenômeno no esporte brasileiro. Estão presentes em todas as modalida-des, exibindo garra, coragem e fé. Não presumem ser melhores que seus colegas, são apenas bons desportistas que se entregaram ao compromisso da vida cristã. Reconhecem que Deus não garante a vitória no esporte, mas sabem que ele garante o troféu da vida eterna para quem aceitar Jesus como Salvador. 138 páginas.

Luiz Claudio Lacerda & Rogerio Randolph

Este livro é parte de uma série que apresenta imagens originais de paisagens brasilei-ras, sempre utilizando um recurso especial: a fotografia em 360 graus, que reproduz em um fotograma tudo aquilo que seria possível observar em um giro completo sobre o próprio eixo. Os fotógrafos Luiz Claudio Lacerda e Rogério Randolph homenageiam e reverenciam Oscar Niemeyer neste primeiro livro a se utilizar de fotografias com abran-gência de 360° para expor suas obras-referência. 250 páginas. Editora 360 Graus.

LIVROOSCAR NIEMEYER 360º - MINHAS OBRAS FAVORITAS

LIVRO: As ConferênciasEpiscopais - América

Latina e Caribe

Frei Nilo Agostini. OFM

O objetivo deste livro é fazer a memória do de-safio ético-profético que perpassa a caminhada da Igreja latino-americana e caribenha, sobre-tudo presente nos grandes documentos das Conferências Episcopais. O autor procura ainda captar o desafio ético e identificar as interpela-ções proféticas de uma Igreja que busca ser fiel ao compromisso evangélico que “deve ser como o de Cristo”, buscando “ter os olhos em Cristo, quando se pergunta qual há de ser a sua ação evangelizadora”. 96 páginas. Editora Santuário.

Karen Armstrong

Jerusalém, cidade real, assume contornos e signi-fi cados próprios aos olhos de cada uma das três principais religiões do Ocidente: o islamismo, o judaísmo e o cristianismo. É sob o prisma desta “geografi a sagrada” refl etida de volta no mundo secular que os estudiosos tentam compreender seu sentido mais profundo. Em um livro que abar-ca desde os primeiros vestígios de povoamento na região até os nossos dias, a autora narra toda a história de ocupações e intolerância - mas muitas vezes também de convivência pacífi ca - que forjou o destino da cidade santa, e revela como a aura mítica que adquire para judeus, cristãos e muçul-manos desafi a a busca de uma solução meramen-te racional para os confl itos que até hoje marcam a região. 416 páginas. Editora Cia das Letras.

LIVRO: Jerusalém umaCidade Três Religiões

Luiz Claudio Lacerda & Rogerio Randolph

Este livro é parte de uma série que apresenta imagens originais de paisagens brasilei-ras, sempre utilizando um recurso especial: a fotografia em 360 graus, que reproduz em um fotograma tudo aquilo que seria possível observar em um giro completo sobre o próprio eixo. Os fotógrafos Luiz Claudio Lacerda e Rogério Randolph homenageiam e reverenciam Oscar Niemeyer neste primeiro livro a se utilizar de fotografias com abran-gência de 360° para expor suas obras-referência. 250 páginas. Editora 360 Graus.

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LIVRO: As ConferênciasEpiscopais - América LIVRO: Atletas de Cristo

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