CIÊNCIA POLÍTICA CONCEITOS BÁSICOS

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  • 8/4/2019 CINCIA POLTICA CONCEITOS BSICOS

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    CINCIA POLTICA CONCEITOSBSICOS

    Poder: O conceito de poder varia notempo e em funo da corrente depensamento abraada pelos diferentesautores. A fim de exemplificar acomplexidade de que se reveste oconceito, so referidos, a seguir, alguns

    posicionamentos que inspiraram todauma srie de teorias em cinciapoltica.

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    Nicos Poulantzas: a partir de Marx e Lnin, e dateoria da luta de classes, chama de poder acapacidade de uma classe social de realizar os

    seus interesses objetivos especficos. umadefinio corrente entre os adeptos da teoriapoltica marxista.

    Para Lasswell, poder o fato de participar datomada das decises. Essa viso do poder temsido corrente para todas as teorias de decision-making process, e criticada pelo fato de

    apresentar-se como uma concepo muitovoluntarista do processo de tomada dedecises.

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    Max Weber conceituou poder como sendo aprobabilidade de um certo comando com um

    contedo especfico ser obedecido por um grupo

    determinado. A concepo weberiana de poderparte da viso de uma sociedade-sujeito, resultadodos comportamentos normativos dos agentessociais. Do conceito de Weber sobre o poder

    emergem as concepes de probabilidade e decomando especfico.

    Talcot Parsons, partindo da concepo

    funcionalista e integracionista do sistema social,definiu o poder como a capacidade de exercercertas funes em proveito do sistema social

    considerado no seu conjunto.

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    CONCEITO DE POLTICAA palavrapoltica originria do gregoplis

    (politiks), e se refere ao que urbano, civil,pblico, enfim, ao que da cidade (da plis).

    uma forma de atividade humanarelacionada ao exerccio do poder. No dizerde Julien Freund, a atividade social que se

    prope a garantir pela fora, fundadageralmente no direito, a segurana externa ea concrdia interna de uma unidade poltica

    particular.... Essa possibilidade de fazer usoda fora distingue o poder poltico das outrasformas de poder.

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    CINCIA POLTICA

    Cincia Poltica. Segundo Norberto Bobbio,entende-se por cincia poltica qualquerestudo dos fenmenos e das estruturas

    polticas, conduzido sistematicamente e comrigor, apoiado num amplo e cuidadoso exame

    dos fatos expostos com argumentos

    racionais. Nesta acepo, o termo cincia

    poltica utilizado dentro do significadotradicional como oposto opinio.

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    Gaetano Mosca a definiu como o estudo da formao eorganizao do poder. Ele entendia que a cinciapoltica desenvolveu-se muito, a partir do sculo XIX,como resultado da evoluo das cincias histricas.Em conseqncia, o mtodo da cincia poltica era ode recolher o maior nmero possvel de fatoshistricos, a partir do estudo das vrias civilizaes. Ocientista poltico, para Mosca, deveria conhecer muitobem a histria de toda a humanidade. Sobre o objetivoda cincia poltica, Mosca afirmou que era estudar astendncias que determinam o ordenamento dospoderes polticos, examinar as leis reguladoras da

    organizao social, descobrir e conhecer as leisreguladoras da natureza social do homem e doordenamento poltico das diversas sociedadeshumanas. Quanto ao problema central a serinvestigado pela cincia poltica, Mosca colocava o

    problema do poder.

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    ESTADO Estado. A definio de Bluntschli, segundo a qual

    Estado a nao politicamente organizada, tornou-se trivial. Para compreender essa assertiva, porm, preciso discernir entre Estado, pas, povo e nao.Porpas entende-se o territrio que abriga umacoletividade. A populao, elemento humano doEstado constitui opovo. Mas, como ensina DarcyAzambuja, em seu conhecido livro Teoria Geral doEstado, no sempre que o povo constitui uma

    nao. Esta s aparece quando um grupo deindivduos, tendo a mesma origem ou religio, ou osmesmos interesses econmicos e morais, masprincipalmente um passado comum de tradies,unem-se em torno de ideais e aspiraes comuns.

  • 8/4/2019 CINCIA POLTICA CONCEITOS BSICOS

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    Os judeus, mesmo quando inexistia o Estado deIsrael, nunca deixaram de constituir uma nao,embora fisicamente dispersos, espalhados pormuitos pases. um dos mais palpveis exemplos

    de que a nao pode sobreviver mesmo sem oEstado. A Iugoslvia, ao contrrio, mostrou ser umEstado dividido em raas, religies e interessesdivergentes. Com a morte de Tito, e em face dastransformaes ocorridas no Leste europeu,

    desde o fim do socialismo real, essas naesdespontaram, e ainda hoje lutam para obter, cadauma, o seu prprio Estado.

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    GOVERNO Conjunto de pessoas que governam o

    Estado. Historicamente, o governo existiuantes do Estado. J na Antigidade, assim

    como na Idade Mdia, possvel encontrarum governo das cidades-Estado e dosimprios feudais como formas pr-estatais deorganizao poltica. O Estado, propriamentedito, tem sua origem na Idade Moderna. Nainterpretao que fez Darcy Azambuja dolivro La Dmocratie, de Rodolphe Laun, osgovernos podem ser classificados quanto origem, quanto organizao e quanto ao

    exerccio do poder.

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    O quadro abaixo d uma viso sinttica dessainterpretao.

    Quanto origem: governos democrticos ou

    populares - governos de dominao -governos de fato Quanto organizao: hereditariedade -

    governos de direito - Eleio

    Quanto ao exerccio: absolutos econstitucionais

  • 8/4/2019 CINCIA POLTICA CONCEITOS BSICOS

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    SOBERANIA Poder de supremacia que o Estado tem sobreos indivduos e os grupos que forma sua

    populao, e de independncia com relao aosdemais Estados. Sem soberania inexisteEstado. Para alguns autores, a soberania noseria propriamente um poder, mas umaqualidade superior do poder do Estado.Normalmente, a soberania entendida comotendo um carter interno e outro externo. A

    soberania externa tem a ver com aindependncia e as relaes de igualdade entreos Estados. A interna com o poder denormatizar as relaes que se estabelecementre os indivduos e grupos que habitam ointerior do Estado.

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    Das doutrinas sobre a soberania, destacam-se asteocrticas e as democrticas. Segundo a teoriado Direito divino sobrenatural, Deus a origem do

    poder, e por sua vontade que existe umahierarquia separando governantes e governados.Referendada historicamente pela Igreja CatlicaApostlica Romana, ao longo da Idade Mdia, estateoria enfatizava o fato de que, sendo indicados

    pelo prprio Deus para exercer o poder aqui naTerra, os reis exerciam o poder por delegao doscus, e prestavam contas de seus atosdiretamente a Deus.

    Na Idade Moderna surgiram as doutrinasdemocrticas, que conferem ao povo ou nao opoder soberano. Estas teorias tornaram-seconhecidas a partir das obras de Thomas Hobbes(1588-1679), John Locke (1632-1704) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).

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    Para Thomas Hobbes, a humanidade, antes de criar avida em sociedade, vivia em anarquia e violncia, nochamado estado de natureza, no qual inexistia

    qualquer hierarquia entre os indivduos. Essa vidasolitria, srdida e brutal terminou quando ahumanidade criou, por meio de um contrato, asociedade poltica. A soberania, que estava dispersa,residindo em cada indivduo, passou a ser exercida

    pela autoridade criada em razo daquele contratopoltico. Hobbes entendia que o contrato que criou oEstado no poder ser jamais revogado, sob pena de ahumanidade retroceder ao estado de natureza. OEstado, tal como o representou Hobbes, um monstro

    alado Leviat que abriga e prende para sempre ohomem. Na interpretao de Darcy Azambuja,Hobbes partiu da doutrina da igualdade dos homens eterminou preconizando o absolutismo do poder e,nesse sentido, suas idias se acham no extremo da

    concepo da soberania, que ele considera ilimitada,

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    O ponto de partida de John Locke difere do deHobbes. No estado de natureza no teria havidocaos, mas ordem e razo. Ele concorda com

    Hobbes que um contrato entre os indivduos crioua sociedade poltica, mas o Estado surgiu paraassegurar a lei natural, bem como para manter aharmonia entre os homens. Neste sentido, dizLocke, inexiste qualquer cesso dos direitos

    naturais ao Estado. Por isso, este deve serexercido pela maioria, bem como respeitar osnaturais direitos vida, liberdade, propriedade.

    Foi Locke quem primeiro mencionou os PoderesExecutivo, Legislativo e Judicirio como trsfunes essenciais do Estado. Em termos depreferncia, Locke defendia a democracia comoforma de governo, aceitando como boa amonarquia na qual a o Poder Legislativo, rgosupremo do Estado, fosse independente do rei.

  • 8/4/2019 CINCIA POLTICA CONCEITOS BSICOS

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    JEAN JACQUES ROUSSEAU

    Tambm partiu do princpio de que houve um estado denatureza. Este, porm, no era nem o caos de Hobbes enem apenas ordeiro e racional, como queria Locke. Maisdo que isso, no estado de natureza os homens eramlivres e felizes. Foi o progresso da civilizao, com a

    diviso do trabalho e da propriedade que criaram ricos epobres, poderosos e fracos. Assim, a sociedade polticasurgiu como um mal necessrio, para manter a ordem eevitar o recrudescimento das desigualdades. Ao criar oEstado, mediante um contrato social, o indivduo cedeu

    parte de seus direitos naturais para que fosse criadauma entidade superior a todos, detentora de umavontade geral. na formao do pensamento democrticoe individualista. Rousseau deu o fermento ideolgico dafase radical da Revoluo Francesa.

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    Ao participar das decises tomadas pelo Estado,

    porm, o indivduo recupera a parcela desoberania que transferiu por fora do contratosocial que formou a sociedade poltica.

    Para Rousseau, o titular do poder de Estado opovo.

    As teorias de Hobbes, Locke e Rousseauexerceram grande influncia, no s em suas.Hobbes inspirou o poder absoluto dos reis. Locketeve suas idias aplicadas nas declaraes deindependncia e nas Constituies dos EstadosAmericanos, bem como na formao dopensamento democrtico e individualista.Rousseau deu o fermento ideolgico da faseradical da Revoluo Francesa.

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    FINALIDADE DO ESTADO Finalidade do Estado.As discusses a

    respeito do Estado incluem o debate sobre seele um fim em si mesmo, ou o fim do

    homem e da sociedade, ou um meio paraque o homem alcance a felicidade. DarcyAzambuja concorda com Ataliba Nogueira, aodizer que o Estado um dos meios pelosquais o homem realiza o seuaperfeioamento fsico, moral e intelectual, eisso que justifica a existncia do Estado.

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    No plano jurdico, o fim do Estado apromoo do bem pblico, entendendo-sepor esta expresso os meios e elementos

    indispensveis a que a populao possasatisfazer suas legtimas necessidades.

    Dentre as doutrinas que tratam da finalidadedo Estado, a abstencionista, tambm

    conhecida como do laissez-faire, ligada corrente de pensamento econmico dosfisiocratas, reserva ao Estado a funo nicade manter a ordem (interna e externa),

    deixando praticamente tudo livre iniciativa.Nesse Estado de tipo gendarme, poucasdevem ser as leis e normasregulamentadoras, e livre o direito de

    propriedade.

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    A doutrina socialista, ao contrrio, quer o Estado como nos como representante da coletividade, mas atuante emtodos os ramos de atividade. Os mais radicais consideramque o Estado deve deter a propriedade de tudo o que

    interessa ao conjunto da populao, distribuindo a cadaum segundo critrios fixados a partir do Estado. O objetivo o fim da propriedade privada e, no limite, do prprioEstado.

    Uma terceira doutrina, que poder-se-ia denominarecltica,

    busca um meio termo entre o laissez-faire e o socialismo.O lema dos eclticos, segundo G. Sortais, seria: ao invsde fazer tudo, como defendem os socialistas, ou de fazer omnimo, como pregam os abstencionistas, melhor ajudara fazer. Os eclticos querem o Estado realizando

    competncias de carter supletivo, s fazendo aquilo queos indivduos no podem fazer. A corrente ecltica admitea parceria entre o Estado e os particulares, em reas comoo ensino e a assistncia social. Dessas idias, e da crticaao Estado forte dos socialistas e ao Estado mnimo dolaissez-faire, emerge a proposta do Estado regulador efiscalizador.

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    OS PODERES DO POVO Os Poderes do Estado. A Histria nos ensina que,

    nas sociedades primitivas, o poder de Estadoconcentrava-se em uma pessoa ou em um grupo.As atividades eram exercidas por intermdio de

    um s rgo supremo, que cuidava da defesaexterna, da ordem interna, do controle dos bens eservios de carter coletivo, inclusive das funesreligiosas. A extenso territorial e a diversificaocrescente das atividades, dentre outros fatores,

    exigiu uma desconcentrao do poder, cujoexerccio comeou a ser dividido entre vriaspessoas.

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    Desde a antigidade, a funo de julgar foi sendo delegadaa funcionrios do rei. Ao longo da Idade Mdia, outrasfunes foram se especializando, e rgos especiais

    surgiram para desempenhar essas funes. O caso daInglaterra exemplar. A funo legislativa, por um processode negociao e lutas, passou das mos do rei para umarepresentao autnoma dos cidados: o Parlamento.

    Aristteles, discorrendo sobre a organizao do Estado,

    ressaltou trs funes principais: a deliberante, exercidapela assemblia dos cidados, que ele reputava como overdadeiro poder soberano; a da magistratura, exercida porcidados designados pela assemblia para realizardeterminadas tarefas; e a judiciria.

    O tema passou despercebido por outros escritores, at que,no sculo XVIII, Locke o retomou, fornecendo os elementosde que se serviria Montesquieu, mais tarde, para elaborarsua famosa teoria que dividiu os Poderes em Legislativo,Executivo e Judicirio.

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  • 8/4/2019 CINCIA POLTICA CONCEITOS BSICOS

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    O modelo surgiu na Inglaterra, depois de umalonga evoluo histrica. No Brasil, foi adotado noII Reinado, com D. Pedro II, e entre 1961 e 1963,

    com Joo Goulart, no curto interregno que vai darenncia de Jnio Quadros s vsperas do golpemilitar de 1964. No parlamento, o Chefe do Estado o rei ou o presidente da Repblica, enquanto queo Chefe do Governo o Primeiro-Ministro. Nem a

    legislao, nem a doutrina, do conta das formasque o parlamentarismo assumiu na prtica, nosdiferentes pases. O parlamentarismo adotado naInglaterra, na Frana, em Portugal, diferem muitoquando analisados comparativamente.

    O presidencialismo, ou governo presidencial,surgiu nos Estados Unidos, em 1787. A teoriaestabelece que presidencialista o regime em queo Executivo predomina sobre o Legislativo, lhe completamente autnomo.

  • 8/4/2019 CINCIA POLTICA CONCEITOS BSICOS

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    O PENSAMENTO POLTICODE KANT

    Em sua obra, Kant emprega os conceitos deliberdade que haviam j aparecido emMontesquieu e em Rousseau. Ao dizer queliberdade o direito de fazer tudo o que as leis

    permitem, Montesquieu evocou o ponto de vistaque mais tarde denominou-se de liberal (videintroduo, acima), enquanto que Rousseau foium dos idelogos da doutrina democrtica. NoContrato Social, obra que o consagrou, Rousseau

    afirmou que liberdade a obedincia lei quenos prescrevemos, querendo significar que, nombito do Estado, os cidados, coletivamente,devem formular as leis.

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    Kant, ao utilizar a palavra liberdade, deixa de distinguirclaramente qual dos dois sentidos do termo est querendoempregar. Norberto Bobbio defende a tese de que Kant,deixando crer, por meio de uma definio explcita, que

    emprega o termo no sentido de Rousseau (liberdade comoautonomia, autodeterminao coletiva), no esclarece que aliberdade que invoca e eleva posio de fim da convivnciapoltica a outra liberdade como ausncia de impedimento, aliberdade individual.

    A considerar-se o ideal rousseauniano, o pensamento polticode Kant pouco democrtico. Veja-se, a propsito, a seguintepassagem, extrada dos seus Escritos Polticos e de Filosofia daHistria e do Direito: [o contrato originrio...] ...uma idiasimples da razo, mas que tem sua dvida sua realidade

    (prtica), a qual consiste em obrigar todo legislador a fazer leiscomo se devessem refletir a vontade comum de todo um povoe, em considerar cada sdito, enquanto cidado, como setivesse dado seu consentimento a tal vontade. Logo, no Estadoprescrito por Kant, a vontade coletiva no , necessariamente,um fato institucional, mas uma fico ideal.

  • 8/4/2019 CINCIA POLTICA CONCEITOS BSICOS

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    Em termos de classificao das formas de governoem boas ou ms, Kant chama de despotismo a mforma, e de repblica a boa. Repblica, na

    linguagem kantiana, sinnimo de governo nodesptico, podendo ser tanto uma repblica quantouma monarquia. Para Kant, os reis tm o dever degovernar de modo republicano, quer dizer, omonarca deve tratar o povo segundo princpios

    conformes com o esprito das leis de liberdade (isto ,leis que um povo de razo madura prescreveria),ainda que no lhe pea literalmente sua aprovao.

    Kant no poderia ser considerado um democrata. Porsuas idias, ele pode ser considerado, no mximo, um

    liberal moderado. Basta referir que, em sua opinio, odireito de votar e ser votado no deveria ser estendidoa todos, mas to-somente aos que houvessemconquistado j sua independncia econmica. Assim,seu sistema eleitoral exclua da cidadania os

    trabalhadores.

  • 8/4/2019 CINCIA POLTICA CONCEITOS BSICOS

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    O pensamento kantiano trouxe tona a teoria doantagonismo. O progresso da humanidade, paraKant, consistia no desenvolvimento dasfaculdades naturais dos indivduos. A naturezapromove esse desenvolvimento ao gerar no serhumano sentimentos de vaidade, inveja,emulao, poder.

    Essas inclinaes naturais so incompatveis coma convivncia em sociedade, da originando-se umantagonismo que jamais termina, porque se ohomem quer a concrdia, a natureza prefere adiscrdia, porque sabe o que melhor para a

    espcie, e o melhor o conflito. Em concluso, Kant inspirou a doutrina liberal.

    Sua filosofia concebia a histria como sendo ahistria do progresso do direito como garantia damxima liberdade individual.