45
Ciência Política e Teoria Geral do Estado Ciência Política= Poder Politico Teoria Geral do Estado = Estado “Todo Estado tem um poder humano (povo) e um poder territorial (espaço)” >> Paulo Bernardes ( Ciência Política ) afirma que por haver equivalência de áreas e de objeto , seria “ a mesma matéria apenas com nomes distintos, ao tratar da Ciência Política e da TGE. Porque /Pra que estudar TGE: 1) Conhecimento das Instituições; 2) Conhecimento da forma, dos métodos e das soluções dos problemas sociais; 3) Influência na elaboração do Direito. Objeto de estudo da TGE = Estado Métodos de estudo da TGE No início aspecto sociológico (origem e evolução), jurídico (organização e personificação), e filosófico (fundamentos e fins). Hoje = Tridimensionalismo. Objeto de estudo da Ciência Política= Exercício, distribuição e organização do poder na sociedade. O Estado é o principal palco onde se exerce o poder. Aristóteles- visão clássica da política (“pólis”- “politikos”), Homem = animal político. Max Weber- Política= Conjunto de esforços feitos com vistas de participar do poder ou influenciar a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um Estado. Política no sec. XX= aumento da capacidade de intervenção do homem possibilitado pelas novas tecnologias e necessidade de ampliação dos processos de decisão que ocorrem nos diversos âmbitos do poder em especial no Estado Política no sec. XXI= política avança para todos os aspectos da vida humana –Terrorismo, aquecimento global, redução da biodiversidade, inversão social dos imigrantes, qualidade de vida dos idosos, inclusão social, problemas ambientais ou culturais hoje

Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

Ciência Política e Teoria Geral do Estado

Ciência Política= Poder Politico

Teoria Geral do Estado = Estado

“Todo Estado tem um poder humano (povo) e um poder territorial (espaço)”

>> Paulo Bernardes ( Ciência Política ) afirma que por haver equivalência de áreas e de objeto , seria “ a mesma matéria apenas com nomes distintos, ao tratar da Ciência Política e da TGE.

Porque /Pra que estudar TGE:

1) Conhecimento das Instituições;2) Conhecimento da forma, dos métodos e das soluções dos problemas sociais;3) Influência na elaboração do Direito.

Objeto de estudo da TGE = Estado

Métodos de estudo da TGE

No início aspecto sociológico (origem e evolução), jurídico (organização e personificação), e filosófico (fundamentos e fins).

Hoje = Tridimensionalismo.

Objeto de estudo da Ciência Política= Exercício, distribuição e organização do poder na sociedade. O Estado é o principal palco onde se exerce o poder. Aristóteles- visão clássica da política (“pólis”- “politikos”), Homem = animal político.

Max Weber- Política= Conjunto de esforços feitos com vistas de participar do poder ou influenciar a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um Estado.

Política no sec. XX= aumento da capacidade de intervenção do homem possibilitado pelas novas tecnologias e necessidade de ampliação dos processos de decisão que ocorrem nos diversos âmbitos do poder em especial no Estado

Política no sec. XXI= política avança para todos os aspectos da vida humana –Terrorismo, aquecimento global, redução da biodiversidade, inversão social dos imigrantes, qualidade de vida dos idosos, inclusão social, problemas ambientais ou culturais hoje estão essencialmente políticos, pois dependem de decisões tomadas dentro dos Estados ou em fóruns internacionais

Política no sec. XXI= O analfabeto político (Bertold Brecht).

Principais pensadores da política=

Platão (A república)- Ideia (dever ser, ideia de mundo imaginário) Aristóteles (Política) – Noção (ser, realidade, mundo real). Nicolau Maquiavel – Realismo Político (O Príncipe) (conjuntos de estratégias que as pessoas tomam

para buscar e permanecer no poder).

Page 2: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

Tomas Hobbes – (Leviatã) – Estado de natureza violento. John Locke (Primeiro e Segundo Tratados sobre o Direito Civil) – Noção consentida dos governados

e o respeito ao direito natural do ser humano á vida, á liberdade e a prosperidade (ou seja, pra que haja um governo é necessário primeiramente que os governados reconheçam esse governo).

Karl Max- determinismo econômico = as relações de produção determinam o modo como a sociedade se organiza para utilizar as forças produtivas e são criadas estruturas políticas baseadas em classes sociais que servirão de instrumento de dominação uma pela outra

Constituições escritas = Codificação de normas fundamentais ao Estado

Objeto do Direito Constitucional – Estudo das normas fundamentais de determinado Estado

Sociedade e Poder

-Poder é diferente de soberania

-Poder= relação de superioridade (submissão) capacidade de afetar o comportamento dos outros

Aristóteles (Política) – 3 Tipos de podes identificados com base nos diferentes sujeitos que são seus beneficiários

1) Paterno- no interesse dos filhos2) Despótico- No interesse do senhor de escravos3) Político- NO interesse de quem governa e de quem é governado

Noberto Bobbio – 3 Tipos de poder social, econômico, ideológico e político. Todos esses tipos de poder têm como instituir e manter uma sociedade de desiguais (ricos e pobres, sapientes e ignorantes, fortes e fracos)

1) Econômico- Baseado na posse de certos bens necessários e escassos para mudar o comportamento de quem não os detém

2) Ideológico- Baseado na influência que as ideias de alguns exercem sobre o comportamento de outras pessoas. Ex: sacerdotes, cientistas, intelectuais.

3) Político- Baseado na posse de instrumentos pelos quais se usa a coerção que é o induzir ou pressionar alguém a fazer algo pela força, intimidação ou ameaça.

(ou seja, de acordo com a teoria de Noberto Bodobio, os três tipos de poder social fazem com que a sociedade fique sempre dividida e desigual).

- Giovanni Sartori- Todo processo político é um processo de poder

Potestas – “força e dominação, poder de coagir”.Actoritas – “autoridade, poder de persuasão, prestígio, deferência que desperta e recebe apoio espontâneo”.

Page 3: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

Democracia deveria basear-se na autoridade como forma de poder

-Poder é tão “Natural” como a própria sociedade, mesmo as sociedades mais rudimentares já se apresentavam organizadas e com uma forma de poder político permanente.

- Necessidade do poder, promoção da ordem, promoção da defesa e do bem público. Direção e autoridade são benefícios na guerra para defesa externa e na paz para resolver conflitos internos

-Poder e sociedade – Nenhum grupo se mantém e se articula sem um poder que o estruture o mantenha coeso, exercendo sua direção e gerando o grupo em ordem para atingir seus objetivos

-Poder político e o uso da força – o uso da força é característica do poder político, mas não é suficiente para que ele exista. O que caracteriza o poder político é a exclusividade do uso da força em relação á outros grupos que agem no conteúdo social.

-Legitimidade do poder = decorre da autorização dada por normas gerais que estabelecem quem em uma sociedade tem o direito de comandar e de ter seus comandos obedecidos

Legalidade é diferente de Legitimidade

Legalidade = conformidade no ordenamento de normas (ou seja, leis legais).Legitimidade = autorização dada por um sistema de valores que leva a um consentimento dos comandados (ou seja, reconhecimento das leis).

-Relação estreita entre sociedade e poder

Teoria a cerca do surgimento da sociedade

1) Teoria da sociedade natural , fruto da própria natureza humana , do impulso associativo do homem . Principalmente naturalista

1- A) Aristóteles- O homem é um animal político. Os animais se agrupam por instinto, o homem pelo sentimento de bem e mal, justo e injusto.

B) Cícero- disposição do homem á vida associativa na busca do apoio comum (necessidade de apoio mútuo)

C) São Tomás de Aquino –Vida solitário é exceção- ex:

Exclusão Natural = Santos Eremitas que viviam em comunhão com a própria natureza Corrupção Natural= anomalias mentais Má sorte= Acidente ou naufrágio, ou perder-se em um floresta

Page 4: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

D) Oreste Romelekk= só na consciência e com a cooperação de seu semelhantes o homem pode beneficiar-se das energias, do conhecimento, da produção e da experiências dos outros acumulados por gerações obtendo assim os meios necessários para atingir os fins de sua existência, desenvolvendo todo seu potencial de aperfeiçoamento nos campos intelectual moral ou técnico.

( A teoria da sociedade natural sempre aponta para o surgimento da sociedade por razões filosóficas e frisando principalmente na necessidade humana de convivência com o próximo)

2) Teoria da sociedade contratual- Fruto de um ato de escolha manifestada por meio de um contrato hipotético acelerado entre os homens , Não se trata , aqui , de impulso associativo ,mas de vontade humana que deixa e favorece a vida social.

A) Tomas Hobbes (Leviatã) “estado de natureza humana = desordem decorrente da ausência de repressão das ações humanas pela voz da razão, ou por instituições políticas eficazes. “Guerra de todos contra todos “ , “o homem é lobo do homem”. O contrato seria uma transferência mútua de direitos que estabeleceria a vida em sociedade , mas esta , para se preservar depende da existência de um poder visível, um grande homem robusto a artificial, consitituido pelo homem natural, para sua proteção e defesa .”Mesmo um mau governo é melhor do que o estado de natureza”

(ou seja, é necessário um poder maior ‘Estado’composto pelo próprio homem para que sirva de controle ás ações do homem , sendo que esse por sua natureza é um animal de natureza violenta

B) Montesquieu- ( Do espírito das leis )= “estado de natureza”= Sentimento de fraqueza e medo pelo homem , que se sente inferior aos demais e não atacava aos outros . Sentimento de força da início ao estado de guerra, daí a necessidade do governo do Estado

(ou seja , em uma sociedade que os homens se acham mais fracos que os outros , a partis do momento que um homem reconhece sua força esse Estado entra em estado de guerra , surgindo aí a necessidade do governo do Estado)

C) Jean Jaques Rosseau-( O contrato social) quando o homem já não consegue viver sozinho , por sua própria força consciente de sua liberdade e da força como instrumentos fundamentais de sua conservação, combina-os, associando-se a outros homens para defender-se e proteger a pessoa e os bens de cada associado. Correção da “igualdade natural” para que os homens , desiguais em força ou engenho, se tornem iguais por convenção e de direito . (Ideia fundamental da democracia)

(ou seja há a necessidade do homem de se aliar a outros para se proteger e proteger também a seus BENS)

-Atualmente as duas são consideradas válidas e se complementariam

O estado de guerra de Tomas Hobbes é precedido pela teoria no Montesquieu

Sociedade = Conjunto de formas peculiares de organização social, que se distingue pelos fins, pela amplitude e pelo grau de intensidade dos vínculos que enlaçam os indivíduos componentes do grupo espacial( O Estado por exemplo )

Page 5: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

Comunidade = Grupo social de existência mais ou menos permanente, formado por afinidades psicológicas, ou espirituais entre seus membros.

(São grupos menores de indivíduos , os vínculos que ligam os membros de uma comunidade são afinidade, exemplo: família, Igreja e até mesmo uma torcida de futebol. São vínculos frágeis. Pois podem facilmente se romperem )

Sociedade é diferente de Comunidade

Sociedade Formada com a finalidade de perseguir um objetivo comum a seus membros.

As relações ente seus membros são regidas por vínculos jurídicos.

( ou seja, existem leis pra organizar a sociedade)

As manifestações de seus membros ocorrem de modo juridicamente ordenado

( as normas estabelecem como devem se comportar cada membro) Existe um poder central de comando, estabelecido pela ordem jurídica.

( E a autoridade a quem e atribuído um poder e o reconhecimento e a possibilidade de se acatar uma ordem )

Comunidade

Tem por finalidade a própria preservação. As relações entre seus membros não são regidas por normas jurídicas.

( o comportamento é regido por sentimento e não por norma jurídica. )

Os comportamentos do conjunto de seus membros guiam-se pelos sentimento comum entre eles. Inexiste poder central de comando, havendo somente em alguns casos, centros de influência sobre

os demais membros.

( Existe no máximo um sentimento influente )

Sociedade == Grupo humano com os seguintes elementos

1) Finalidade ou valor social:Deterministas negam a existência de uma finalidade social. Não há um objetivo à atingir, mas uma sucessão natural de fatos que o homem não pode impedir.

( Dizem que o que quer que o homem consiga é fruto de uma serie de acontecimento que o homem não pode controlar)

Page 6: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

Finalistas : Afirmam a existência de uma finalidade social, livremente escolhida pelo homem. È o bem comum, que é a criação de condições que permitam a cada homem e a cada grupo social a obtenção de seus respectivos fins particulares.

( O bem comum é a criação das condições necessárias , econômicas , educação, lazer ,politica .... adequadas pra que cada um de nós da sociedade consiga alcançasr o objetivos que cada um tem pra si )

2) Manifestações de conjunto ordenados de nada adianta ter uma finalidade se os membros da sociedade não atuem em conjunto, harmonicamente, em busca daquele fim. Essas manifestações em conjunto devem atender a 3 requisitos

( Ou seja, o esforço que se toma pra alcançar determinado fin.)a) Reiteração: Só a ação conjunta continuamente reiteradas dará continuidade ao todo social de

alcançar seus efeitos.

( È a repetição dos esforços, necessários que se toma pra chegar á determinado lugar, reiteradamente sem parar a fim de atingir os objetivo e o mais rápido possível .Ex do barquinho que pra se chegar ao porto do bem comum é necessários que se reme repetidamente)

b) Ordem : é preciso que a ação seja reiterada e ordenadamente praticada para que a sociedade possa atuar em função do bem comum. Essa ordem é regida pelo Princípio da Imputação, que aplica áqueles que não a obedecem determinadas sanções.

( É o que vai otimizar a busca pelo bem comum , pode ser tanto uma ordem social como uma ordem jurídica e é regida pelo Princípio da Imputação, que diz que aquele que descumpre as normas que vão ordenar nosso comportamento fica sujeito as ordens do principio da imputação que determina como um ser humano vai agir

Principio da Imputação determina qual penalidade será dada a quem descumprir as normas de uma sociedade.)

c) Adequação : as ações de cada indivíduo, cada grupo humano e cada sociedade devem ter em conta as exigências e possibilidades da realidade social, para qe as ações realizadas não utilizem de modo diferente ou errôneo os recursos sociais disponíveis e possam levar á consecução do bem comum

( Praticar os atos de acordo com o que temos disponíveis, por exemplo se não temos “remos” disponíveis vamos fazer por exemplo um rodízio no qual todos terão a oportunidade de remar.)

3) Poder Social: o anarquismo nega a necessidade e a própria legitimidade do poder, já que a sociedade se uniria a partir de um sentimento de solidariedade e cooperação mútua e que uma ordem mantida sob coação seria desprovida de valor. Entretanto a grande maioria dos autores entendem que o poder é necessário em uma sociedade, que historicamente ele sempre existiu e que para que se preserve a unidade do todo e se assegure a predominância da preocupação pelo bem comum, é necessário um elemento de coerção, para impedir o desvio da ação social.

( os anarquistas defendem que em uma sociedade não é necessário ter um poder pra reger uma sociedade , deveriam ter apenas cooperação e solidariedade . Porém, a forma mais aceita é que é necessário sim um poder pra manter um poder que controle a sociedade a fim de manter a integridade e o bem comum da sociedade e afirmam também que esse poder sempre existiu. Desde os tempos das cavernas existis uma pesso que tinha uma liderança maior.. E para organizar é necessário ter um elemento de coerção.)

_ Espécies de Sociedade. a) Sociedade de fins particulares : são constituída por um ato consciente e voluntário de seus

membros e suas atividades visam, direta e imediatamente a consecução de seus objetivos. Também estes a finalidade desse tipo de sociedade , são voluntariamente escolhidos pelos membros.

Page 7: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

( Exemplo uma empresa. Sociedade de fins particulares daqueles que são chamados de sócios, que buscam uma finalidade que é o lucro )

b) Sociedade de fins gerais : (Sociedades políticas ): tem objetivo indeterminado e genérico, tendo por finalidade criar condições para que seus membros alcancem seus objetivos particulares. Aqui, a participação quase sempre independe de um ato de vontade

( Estado por exemplo. Que cria normas para se atingir o bem comum. O Estado é uma sociedade de fins gerais e a participação nessa sociedade geralmente é involuntária , por exemplo uma pessoa não tem como escolher nascer em um Estado especifíco)- Estado=Sociedade política= Sociedade de fins Gerais

- Estado e necessidade do poder político: Duas correntes

1) Necessidade Para que a sociedade atinja seu fim, é necessário um aparato coercivo que a organize.( ou seja , uma sociedade qualquer que seja necessita de um poder pra atingir seu bem comum)

a) Legalidade Observância das leis, tanto pelo cidadão, como pela autoridade investida no poder com a opinião pública e os princípios que regem a ordem jurídica( Ou seja, as normas de qualquer sociedade deve m ser elaboradas de acordo com as leis)

b) LegitimidadeConsonância do poder com a opinião pública e os princípios que regem a ordem jurídica

( É o reconhecimento de quem é governado sobre quem governa )

Poder de fato Fundado apenas na força ou nos meios violentos impostos á sociedade . (coerção apenas)

( É a coerção, potestas, força bruta. APENAS coerção) Poder de direito

Fundamenta-se na competência ( autorização legal de poder) e na autoridade ( legitimidade pelo consentimento dos governados )

( É o poder com coerção, também , mas não apenas. A partir do momento que um determinado poder é legal e legitimo ele pode utilizar de coerção pra seguir determinada norma. Porém não usa apenas de coerção.)

2) DesnecessidadeA ideia de uma sociedade sem poder caracteriza o anarquismo, que prega que o governo formal é totalmente desnecessário, violento e nocivo, tendo em vista que toda a população pode, voluntariamente, se organizar e sobreviver em paz e harmonia (anarquismo politico ). Liberdade do homem de todas as formas de opressão ( politica, religiosa, econômica) e o Estado seria o instrumento máximo dessa opressão.

Page 8: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

( Segundo os anarquistas o Estado é um instrumento de opressão, e sendo assim totalmente desnecessário.)- Os anarquistas imaginavam uma sociedade sem Estado nem Direito, fundada na espontânea e voluntaria cooperação dos indivíduos associados, livres em relação uns aos outros e iguais entre si.- Na antiguidade, pregava-se que a virtude seria o bem que permitiria ao homem livrar-se das influências externas e usufruíam da liberdade autêntica

( Essa harmonia decorreria justamente do sentimento de igualdade entre os homens. Na antiguidade acreditava-se que a virtude seria o que poderia regulamentar a sociedade, pois agindo com virtude, não haveria necessidade de punições, restrições nem nada .

- O cristianismo afirmava igualdade essencial entre os homens na busca de uma fraternidade universal na qual o homem poderia, legitimamente, comandar os outros.( É aquele sentimento de igualdade, onde todos se respeitam onde não há necessidade de comando)

- Agostinho pregou o anarquismo cristão, afirmando que deus concedeu aos homens que dominavam os animais irracionais e não outros homens.( Segundo ele de acordo com o cristianismo o homem não tem o direito de comandar outros homens)- Estado Moderno- Marx e Engels e sua teoria de que o Estado nasceu da divisão da sociedade em classes contrapostas em razão da divisão do trabalho. Quando ocorreu a revolução proletária, e algum tempo depois, chega-se ao comunismo, em que não haverá necessidade de Direito nem de Estado.( Ou seja, comunismo e socialismo, onde não há divisão nem de classe social nem de trabalho.)-Norberto Bobbio. “Mais do que em convicções religiosas ou pretensas teorias científicas, fundam-se numa concepção otimista do homem, diametralmente oposta á que invoca o Estado forte para dominar a besta selvagem”.( Ele faz uma menção á Leviatã, por exemplo quem defende o anarquismo é muito otimista com relação a posição de Leviatã,)

Para a teoria marxista, a sociedade na qual a burguesia e o proletariado são classes sociais revolucionárias a antagonistas, o Direito e o Estado serviriam como instrumento de dominação. A partir do momento em que ocorresse a ditadura do proletariado, os meios de produção seriam expropriados da burguesia pelos proletários, passando-se do Estado Capitalista para o Estado Socialista; da propriedade privada para a propriedade publica ou coletiva, com igual distribuição dos meios de produção e dos bens para todos os indivíduos. Nos Estado Socialista, o Estado ainda seria necessário, a fim de coordenar a socialização dos meios de produção e proteger os interesses dos trabalhadores contra o retorno do Capitalismo. O Socialismo seria uma parte do caminho que levaria ao Comunismo, cuja utopia é o estabelecimento de uma sociedade sem oprimidos e opressores, sem classes sociais e sem Estado. No comunismo, todas as decisões politicas seriam tomadas pela democracia operaria. Não há na história registro de sociedade que haja conseguido alcançar o Comunismo, e também nunca se registrou a ausência do Estado.

( Para a teoria marxista, a sociedade fica dividida entre quem tem os meios de produção e quem tem a mão de obra. Onde quem tinha os meios de produção oprimia a quem tem apenas as mãos de obra. Essa é uma divisão de trabalho que dá forma a uma sociedade tipicamente capitalista. Essa sociedade é nociva e precisa ser superada. Sendo assim surge a ideia de um estado socialista onde quem tem os meios de produção vão perder esses meios de produção para o Estado. Feito isso o Estado passa a possuir todos os meios de produção e nesses Estado socialista esse Estado vai dividir

Page 9: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

igualmente esses meios para todos. Então quando todos tivessem suas devidas partes, surge então o comunismo.

Para o anarquismo então a função do Estado termina aí, pois todos tinham as mesmas coisas, eram iguais então portanto não haveria mais a necessidade de um Estado pra organizar a sociedade. O Estado então nesse caso foi necessário somente para coordenar a distribuição igual dos bens. O socialismo serai a ponte entre o capitalismo e o comunismo.)

Para o teoria funcionalista, a sociedade integra-se por grupos independentes e ajustados; as unidades, das quais as famílias e as aldeias são exemplos. A sociedade e formada por vários subgrupos, que se regem pelos seguintes pontos básicos :

a) Há universalmente, distinção entre tarefas e posições;b) Essas tarefas ou posições têm significado desigual, ou seja, a participação de cada um , no

desempenho de seu papel ou de sua função, com pretensão de integrar o todo não é equivalente.

c) Há disponibilidade desigual de pessoas para ocupar essas posições, em talento e preparo, por exemplo;

d) Logo, recompensas desiguais devem ser utilizadas para assegurar que as posições mais importantes sejam conscientemente preenchidas pelas pessoas mais qualificadas;

Assim a teoria funcionalista elabora uma interpretação da desigualdade, com vistas a preservar a estabilidade social. Com efeito, utilizando do tema hobbesiano de ordem e superação do estado de anomia, visa a elevar a esfera politica á condição de estabilidade da esfera social. Cada grupo que compõe a sociedade e responsável por determinadas funções que, trabalhando em conjunto, pretendem promover a estabilidade social.

(Para a teoria funcionalista, cada uma das unidades que compõem a sociedade , cada uma iria exercer sua função, isso torna obvio a não participação de todas as pessoas em todas as unidades. Por exemplo uma pessoa pra integrar a unidade de juiz por exemplo deve preencher certos requisitos, e essa disponibilidade de pessoas vai ser menor do que uma pessoa pra integrar uma unidade de estudantes por exemplo.

Tendo essa situação de requisitos a preencher, funções, e quantidade de disponibilidade. Surge então a desigualdade, onde os requisitos pra integrar correspondem a uma recompensa também desigual.Isso é importante também para uma diversificação social politica.)

Para a teoria sistêmica de representação do Estado, existiria entre a sociedade e o Estado uma relação demanda- resposta. Assim a função das instituições politicas seria converter as demandas provenientes do ambiente social em respostas, que são dadas sob a forma de decisões politicas vinculatórias para toda a sociedade. Por exemplo, a demanda social da construção de moradia popular, porque as pessoas da sociedade precisam de moradia. Diante dessa demanda, e construído um conjunto habitacional em resposta àquela demanda. Mas se o conjunto habitacional for construído em local distante do centro de atividades profissionais, pode surgir nova demanda, até então noa manifestada, como a necessidade de transporte e educação. Assim as respostas ás demandas sociais retroagem, dialeticamente, sobre o ambiente social. No qual poderão surgir novas demandas em processo contínuo de mudanças.

Essa teoria, que embasou o paradigma do Estado Social de Direito. Desgastou-se , pois o arcabouço politico, socioeconômico e jurídico e do constitucionalismo social esta em crise por ser incompetente para responder satisfatoriamente as demandas-respostas e reivindicações da sociedade. Essa crise abriu espaço para a construção do Estado Democrático de Direito.

Page 10: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

( Para a teoria sistêmica, existe a sociedade e existe um estado enquanto administrador. Dessa sociedade surgem demandas, como moradia por exemplo. Sendo assim o Estado age a fim de suprir essa demanda. Porém essa demanda gera novas demandas como transporte moradia e educação por exemplo. Gera uma cadeia de novas demandas.

O problema é que as demandas e necessidades da população não vão parar de surgir, e os recursos do Estado são finitos. O estado não terá todos os recuros pra atender todas as demandas sociais.

1.3 Origem e Formação do Estado - Posições acerca do momento de surgimento do Estado, segundo Dallari.

a) Estado e sociedade sempre existiram,

( desde a existência do homem já existe Estado)

b) Durante certo período, os homens viveram sem Estado, mas este, por diversas razões, foi sendo constituído para atender as necessidades e conveniências do grupo social,

( de acordo com essa posição, durante algum tempo não houve Estado, o homem viveu na forma de um agrupamento, o que não era ainda um Estado. O estado so passou a existir com o aumento da complexidade desse agrupamento .)

c) Estado é uma sociedade política dotada de características bem definidas, de modo que o conceito de Estado não seria um conceito válido para todos os tempos, mas após o surgimento da ideia e pratica da soberania.

( O estado tem características próprias, ou melhor não seria considerado Estado aquele agrupamento que surgiu antes de se começar a falar em soberania.)-Estado moderno e passagem dos meios reais de autoridade e administração, do domínio privado para a propriedade publica.

( antes o poder ara um atributo do governante apenas. Com e Estado moderno esse poder sai das mãos do governante e passa as mãos do povo. Ocorre então uma despersonalização do poder.)

- Características do Estado Moderno 1) Aparato administrativo : promove a prestação de serviços públicos, implicando a organização das finanças e a divisão do trabalho mediante a instituição da burocracia.

(a burocracia e uma instituição necessária para ordenar a prestação de serviços pelo Estado.)

Burocracia= Hierarquia de autoridades, ordenada regularmente, segundo competências bem definidas e funcionários especializados economicamente dependentes do Estado, que realizam suas atividades de modo permanente.

( A burocracia é formada por funcionários públicos organizados por hierarquias, onde cada um de seus órgão se organizam para desempenhar suas funções para a prestação de serviços pelo Estado de modo permanente.

A prestação de serviços públicos deve ser permanente, por isso a inconstitucionalidade de greves dos servidores públicos)

2) Monopólio legítimo a continuidade do Estado exige um sistema coercivo bem regulamentado para submeter o Exército e a burocracia.

Page 11: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

( Ou seja, a capacidade de impor a força, conduta ou abstenção. Ou melhor o estado tem a legitimidade , é o único que ode usar de coerção para ser efetivo. O Estado passa a ter esse monopólio para viabilizar sua continuidade, para por exemplo organizar um exército e a burocracia por exemplo.)

Conceito de Estado

André Houriou : Estado é um grupo humano, fixo em um território determinado,, no qual existe uma ordem social e jurídica orientada para o bem comum, estabelecida e mantida por uma autoridade dotada de poderes coercivos.

Humano, território, finalidade, soberania. São os quatro elementos que formam o Estado.

Alexandre Gropalli: Estado é uma pessoa jurídica, soberana, constituída de um povo organizado sobre um território, sob o comando de um poder supremo, para fins de defesa, ordem, bem-estar e progresso social.

Também se encontram os quatro elementos. Evolução da concepção de Estado

“polis” grega- vínculo= identidade de modos de comportamento politico, econômico, religioso e cultural.

As pessoas na polis eram pessoas que se mantinham vinculadas naquela polis eram pessoas que mantinham essa afinidade comportamental . Ainda não tinha importância o elemento territorial.

“civitas” romana- vínculo= adesão e acordo com o direito. Marco Túlio Cícero definiu a “civitas” como a aglomeração humana que se baseia no consentimento da lei e na utilidade comum.

Ainda não há um elemento territorial

Época Medieval e Renascimento: na sociedade medieval europeia, o Estado era uma organização católica romana, na qual cada reino ou poder terreno ocupa o lugar que a lei natural e a lei divina lhes destinaram (teocentrismo). Clero e nobreza são estratos sociais dominantes, e o rei exercia o poder dentro dos limites impostos pela natureza e pode Deus, representado pelo Papa. Surgimento de burguesia e o Renascimento (antropocentrismo) favorecem o principio de individualismo diante do coletivismo.

Havia uma estrutura social muito simples, clero, nobreza, Papa, Rei e o povo. Com o passar do tempo surge a burguesia, e passa a ter o poder econômico. O Rei tendo então o seu financiamento dado pela burguesia que tinha o poder e não mais do Clero e da Nobreza. O Rei então passa a tomar decisões favoráveis para a Burguesia e não mais para o Clero e a Nobreza como antes. Essa não intervenção do Estado levaria ao crescimento da desigualdade o que favorecia a burguesia. Portanto após ter esse poder econômico a burguesia passa a ter também o poder politico.

O Renascimento traz uma nova concepção contraria ao teocentrismo. O antropocentrismo, onde o homem seria o centro das coisas.

Estado Moderno : surgiu quando o poder se despersonaliza, no Renascentismo. O surgimento do Estado obedece a progressiva complexidade da estrutura social, e tem como característica distinta um sistema centralizado de exercício de poder num determinado território. É uma organização territorial centralizada e aqui emerge a soberania, já que resulta da submissão de diversos atores de cada territorial e do reconhecimento dos limites de casa território entre os diferentes Estados . Tratado de Westfália (1648)

Page 12: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

( Ou melhor, o individuo passa a ganhar força e passa a entender que tem direitos que devem ser respeitados e garantidos pelo Estado. Temos aqui uma separação entre o individuo e o Estado.

Sociedade fica mais complexa, nesse momento o território surge como um elemento que vincula as pessoas a uma poder. E surge a soberania, os que defendem a posição de surgimento do Estado como o surgimento da soberania . O território passa a ser um limite ao qual todos os Estados sejam soberanos dentro daquele território e nenhum outro Estado pode invadir ou interferir o território de outros Estado .

O Tratado diz que se por ventura algum Estado interferir, a primeira forma de solução será administrativa, diplomática, em ultima hipótese a declaração de guerra.

Despersonalização do poder: do individuo á institucionalizaçãoÈ a passagem do poder do individuo para a instituição

Institucionalização do poder : diferenciação entre poder e governante, a ainda a formação do Estado enquanto entidade a qual se agrega o poder despersonalizado.

Decorre da despersonalização do poder e o poder se liga ao Estado. Surge o duplo aspecto. - Duplo aspecto: 1) Estabelece a distinção ente o poder e indivíduos que exercem suas funções enquanto governantes; 2)afirma o Estado como uma entidade á qual se atribui o poder na sociedade politica.

UNIDADE II

Elementos do Estado

2.1) Elemento humano

_ Os elementos humano e territorial são a base natural do Estado.

População é diferente de Povo

População: conjunto de pessoas que habitam um espaço geográfico, ou todas as pessoas presentes no território do Estado num esta regulada determinado momento, inclusive estrangeiros e apátridas- mera expressão numérica.

Entram todas, absolutamente todas as pessoas que estejam presentes em um território em determinado momento, é um conceito numérico. O apátrida é aquele que não se vincula por uma relação de nacionalidade com nenhum Estado.

Povo: conjunto de pessoas cuja conduta esta regulada por uma ordem jurídica nacional. São as pessoas submetidas ao poder do Estado e ligadas a ele por um vinculo de cidadania. Excluem-se estrangeiros e apátridas.

São pessoas que estão em determinado território ligadas por uma cidadania e submetidas á uma ordem jurídica, por exemplo nos que somos brasileiros, nascemos no Brasil portanto somos submetidos á ordem jurídica brasileira. Já um argentino por exemplo, quando vem ao Brasil não faz parte do conceito de povo, pois ele apesar de estar no Brasil e estar submetido á ordem jurídica brasileira, ele não se liga ao por uma ligação de cidadania.

Page 13: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

Estado é diferente de Nação

Estado: atende as necessidades de ordem e segurança. Pertencer a um Estado é ocultar e se submeter a uma autoridade e a um sistema de normas. É um conceito jurídico.

O estado vem atender a uma necessidade humana, que é de ordem e segurança, portanto para satisfazer essas necessidade fazemos partes de um Estado. É como se fosse uma sociedade onde existe a necessidade de uma ordem jurídica.

Nação: atende as necessidades de pertencer a uma comunidade ampla para afirmação da identidade. Pertencer a uma nação é auto identificar-se com uma cultura, uma forma de vida, com seus costumes e hábitos singulares. É um conceito moral.

É uma necessidade de um sentimento de auto identificação a fim de fazer parte de um grupo, é um conceito mais moral. A nação é como se fosse uma comunidade porem uma comunidade mais ampla que abrange outras comunidades.

Para Reinaldo Dias, nacionalidade é o vinculo jurídico-político que mantem cada individuo com um Estado determinado. Estabelece os direitos políticos do individuo.

Pra ter direito politico é preciso ser cidadão, pra ser cidadão é preciso ter uma nacionalidade.

Classificações de Nacionalidade1) Originária ou primária vincula-se á origem ou nascimento do individuo, por meio de um dos

seguintes critérios.

a) “jus sanguinis” : atribui-se a mesma nacionalidade dos ascendentes aos excedentes, independente do seu local de nascimento.

A nacionalidade dos filhos é automaticamente dos pais, independente de onde que eles tenham nascido.

b) “jus soli” : atribui-se ao individuo a nacionalidade do local onde ele nasce, independentemente da nacionalidade de seus ascendentes. Obs: critério misto evita casos de apatria

A criança vai ter a nacionalidade do local onde ela nasce. Por exemplo, um filho de pessoas italianas que nasce no Brasil, como o Brasil adota o critério territorial “jus soli” que determina que nascendo no Brasil independente de ser filho de quem fosse é brasileiro, e a Itália adota o critério de consanguinidade que determina quem sendo filho de italiano pode nascerem qualquer local do mundo é italiano, essa pessoa vai ser poli pátria, terá as duas nacionalidades.

Mas se um filho de brasileiro nasce na Italia ele é apátrida, pois o Brasil adota o critério de jus soli, sendo que a criança não nasceu no Brasil , e a Itália adota o de jus sanguinis, sendo que a criança não é flha de brasileiros.

Page 14: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

Nesse caso deve-se observar a Constituição de cada país, no caso do Brasil, para evitar a apatria o Brasil adota esse critério misto, porem a rigor é o territorial, ou jus soli.

Se um embaixador não estiver a serviço de seu Estado de Origem ele não fica imune.

2) Derivada ou secundária : adquirida por uma manifestação de vontade do individuo, após seu nascimento, geralmente por meio dos pedidos de naturalização.

Geralmente esses indivíduos tem outra naturalidade e pedem a naturalização de outro pais, através de uma manifestação de vontade. Porém apesar de preencher todos os requisitos legais o Estado não é obrigado a naturalizar todos os indivíduos.

Um brasileiro natural é o brasileiro que nasceu aqui, já um brasileiro naturalizado é aquele que pediu a naturalidade.

Nacionalidade é diferente de cidadania

Nacionalidade:Refere-se ao fato de alguém fazer parte da comunidade nacional. A condição de nacional contrapõe-se á condição de estrangeiro.

Ou seja, quem não é estrangeiro é nacional.

CidadaniaRefere-se á condição de membro ativo do Estado, caracterizada pela titularidade dos direitos políticos. É a participação ativa nas tomadas de decisões politicas que determina a condição de cidadão. Característica fundamental é o direito de sufrágio.

Para ser cidadão é preciso antes ser cidadão nato ou naturalizado, sem a nacionalidade a cidadania não pode ser exercida, podendo votar e podendo ser votado. Direito de sufrágio nada mais pe que direito de votar, participando assim das decisões politicas .Todo cidadão é nacional, mas nem todo nacional é cidadão, por exemplo, uma criança de 3 anos nascida no Brasil é nacional mas não é cidadã, pois não participa das decisões politicas.

2.2) Elemento territorial

Existe divergência doutrinária acerca da necessidade de um território para configuração do Estado. Mas a imensa maioria dos doutrinadores entende que o território deve ser considerado elemento indispensável do Estado. Assim, tal como o elmento humano, o território á a base material do Estado, é a base geográfica do poder estatal.

Após o Tratado de Westfire, o território ganhou a importância de elemento essencial para caracterizar o Estado.

O Estado Moderno é rigorosamente territorial e na atual concepção do Estado, prevalece o entendimento de que Estado sem território não é Estado, podendo, entretanto, ser uma nação.

Um Estado tem que ter território pra ser Estado.

O território do Estado é sua base física, ´o limite físico de onde seu ordenamento jurídico é valido. É a extensão da soberania estatal.

Page 15: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

O Estado mantém com seu território um relação de império, ou seja, seu poder é exercido sobre pessoas que estejam em seu território e em relação aos fato ocorridos nele.

Dentro de seu Estado o poder politico é soberano é dentro desse espaço politico não pode sofrer nenhum concorrência.

Podem ser identificados pelo menos duas propriedade de território.

1) É elemento essencial do Estado, parte constitutiva e causa de sua impenetrabilidade subjetiva.

È justamente a qualidade de ser soberano dentro de seu espaço.

2) É o elemento espacial do poder de império do Estado

Poder de Imperio é o poder que o Estado exerce sobre todas as pessoas e fatos que estejam em seu território.

É um espaço tridimensional, pois envolve não apenas a superfície terrestre mas também o mar territorial e o espaço aéreo. Constitui-se de diversas partes: terrestre, marítima, subsolo, aéreo, das aguas, plataforma continental, praias, zona marítima e zona econômica exclusiva.

Limite territorial é diferente de fronteira

Limite Territorial:

Linha que separa dois Estados. Pode ser:

a) Natural: Acidentes geográficos como: montanhas, rios e lagos.

b) Artificial: Fixado por meio de tratado

Fronteira:

Área ao redor do limite território

É a área ao redor do limite territorial,

O Estado exerce sua soberania sobre todas as pessoas que se encontram em seu território, quer estejam em caráter permanente, como habitantes( nacionais ou estrangeiros), ou em caráter provisório (turistas, por exemplo) e ainda sobre as ciosas e consequências jurídicas dos fatos que ocorrem em território

Ainda que os estrangeiros que morem no Brasil não tenham nacionalidade nem cidadania, eles estão sob o domínio da soberania do Estado.

Mas existem exceções ao poder de império do Estado. Extraterritorialidade :

Ranelletti: Uma coisa que se encontra em um território de um Estado e de direito considerada como se estivesse situada em outro Estado. Ex: Navios de guerra, ainda que em aguas territoriais de um pais, ainda

Page 16: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

são considerados como parte do território nacional, navios e aeronaves de um país, em alto-mar ou no espaço aéreo livre, são partes de seus territórios e sujeitos ás leis de seu pais.

Um navio, onde quer que ele esteja, ele estará sob o domínio da soberania do pais de origem, portanto o que acontecer aquilo, é de responsabilidade do Brasil. São considerados extensões territoriais do pais sendo de guerra. Já as aeronaves e navios civis, que estão em alto mar também são consideradas extensões territoriais do seu pais de origem, porem se um navio, ou aeronave, civil, estando em navegando ou sobrevoando um território de outro pais ele fica sujeito a jurisdição daquele estado.

Imunidade dos agentes diplomáticos: em termos de reciprocidade, acham-se isentos do poder de império do Estado onde estejam oficiando

Os diplomatas, trabalhando em outros países, ficam isentos á soberania do pais, e ficam sob o domínio do país de origem.

2.3) Soberania

> Historicamente, faz referencia a independência do poder do Estado, e exprime o mais alto poder estatal, qualidade do poder supremo estatal.

Apresente-se sob duas formas distintas

a) Interna: poder de império do Estado sobre a população. No seu território. É o predomínio ou da vontade estatal sob a vontade das entidades publicas, ou privadas e, principalmente, dos indivíduos, enquanto membros do Estado e situados em seu território.

É o poder que o Estado exerce sobre todos em seu território e a prevalência desse poder sobre o interessa privado. Vide a explicação sobre desapropriação.

b) Externa: independência do poder do Estado perante outros Estados.É o poder do Estado que deve ser respeitado pelos outros Estados.

A soberania só poder sofrer as restrições que decorrem dos imperativos de convivência pacifica dos Estados no plano de direito público internacional

A soberania em seus aspecto externo deve ser respeitada para que os Estados possam conviver pacificamente

Ideias implícitas do conceito de soberania:

Supremacia jurídica: prevalência da ordem jurídica do próprio Estado

Significa que dentro do espaço de um Estado somente a ordem do Estado deve valer, por isso ele é soberano.

Autonomia do poder: monopólio, por parte do Estado, de todo o poder e força que gera coerção, dentro dos limites de sua competência, e com a qual se afirma a soberania política do Estado como poder irresistível.

O Estado de forma monopolizada vai usar da coerção para que os indivíduos dentro do seu território obedeçam as suas regras. Não há como afastar, escapar do poder do Estado dentro dele.

Page 17: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

Características da soberania:

Unidade: Não se admite num mesmo Estado, a convivência de duas soberanias

Significa que a soberania estatal ela e única, ela não sofre concorrência dentro do Estado. Os Estado são independentes e soberanos dentro do seu espaço territorial.

Indivisibilidade: não se pode dividir ou fracionar a soberania estatal, a qual se aplica á universalidade dos fatos ocorridos do Estado.

Significa que a soberania do estado não pode ser fracionada, e se aplica universalmente a todas as pessoas que estão em seu território.

Inalienabilidade: impossibilidade de transferência de soberania do Estado.

O Estado não pode dispor da sua soberania, pe do Estado, pe dele. Ele não pode ceder sua soberania a qualquer outro órgão.

Imprescritibilidade: não se limita pelo tempo, não tem prazo certo de duração.

A soberania não acaba com um determinado período de tempo, ela é imprescritível.

Finalidade e funções do Estado:

A finalidade como elemento estatal.

Divergência doutrinaria acerca de ser ou não a finalidade do Estado um elemento essencial deste.

Dallari: O Estado, como sociedade politica, tem um fim geral, constituindo-se em meio para que os indivíduos e as demais sociedades passam atingir seus respectivos fins particulares. E o que qualifica a finalidade do Estado é que este busca o bem comum de um certo povo, situado em determinado território. Assim, o desenvolvimento integral da personalidade dos integrantes desse povo é que deve ser seu objetivo, o que determina um concepção particular de bem comum para cada Estado, em função das particularidades de cada povo.

O que qualifica o Estado, e buscar o bem comum o seu povo que esta no seu território. O bem comum, segundo Dallari pode variar de acordo com um Estado ou outro, dependendo de cada circunstâncias históricas, filosóficas etc.

Reinaldo Dias: afirma a existência de dois fins do Estado, um objetivo e um subjetivo.

a) Fim Objetivo: bem comum, é o fim próprio de todo o Estado.

b) Fim Subjetivo: próprios de casa Estado, são os variáveis conteúdos do bem comum. São os fins atribuídos aos diferentes Estados pelas doutrinas politicas que constituiem suas respectiva sustentabilidade filosófica.

Para que o Estado possa alcançar seus fins, necessita de um aparato administrativo bem organizado e, para tanto, fala-se em separação das funções estatais em executiva, legislativa e judicial, as quais trabalham em colaboração, mas também em um sistema de controle mutuo, a fim de se evitar a concentração do poder em um único órgão. Eis as atividades típicas de cada uma das três funções:

Page 18: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

Pra organizar o aparato administrativo do Estado é necessário se dividir o Estado em funções.

1) Função Legislativa: sancionar (autorizar que uma lei entre em vigor) e promulgar (tornar publica a lei, divulga-la) as normas que regerão o Estado e, dentro dele, a conduta de sua população. Normas que o próprio legislativo cria.

Crias as leis que vao reger o Estado.

2) Função Executiva: administrar a burocracia do Estado, e executar as leis existentes nele.

3) Função Judicial: julgar os conflitos de interesses havidos no interior do Estado.

UNIDADE 3

Evolução do Estado

Os diversos tipos de Estado

Forma de Estado é Diferente De forma de Governo

Forma de Estado: Indica a forma como se relacionam os 3 elementos tradicionais do Estado

É a forma como se organizam o povo, dentro de um território sob uma soberania.

Forma de Governo: Indica o modo como se estrutura, se organiza e se exerce o poder político na sociedade.

Como esse poder politico é organizado, distribuído e exercido na sociedade.

Quanto á composição em si do Estado, até pode ser classificado em :

1) Perfeito: reúne os 3 elementos constitutivos tradicionais, cada um na sua integridade. É característica do Estado perfeito a plena personalidade jurídica publico internacional.

Cada um dos elementos do Estado sendo identificado de forma plena. E é aquele que vai exercer a plena personalidade jurídica. Tem autonomia para assinar tratados.

2) Imperfeito: embora possua os 3 elementos constitutivos tradicionais, sofre restrições geralmente na soberania. Não há falar em Estado na exta acepção de termo enquanto houver sujeição á influência de uma potência estrangeira: Não sendo soberano, não é pessoa jurídica de direito internacional publico e não é Estado perfeito. Ex: Estados Vassalos, na Idade Média, Estados Protegidos ou Protetorados, criados após a Guerra Mundial

Page 19: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

É aquele que apesar de ter seu povo, seu território e sua soberania ele não exerce muito bem sua soberania, estando então sujeito a intervenção de outro estado. Não pode soberanamente assinar tratados nem enviar seus representante salvo sob intervenção de seu tutelar.

Gropalli, seguindo a doutrina tradicional, sintetiza as varias formas de Estado em duas fundamentais.

1) Estado simples ou unitário: apresenta uma organização política singular, com um governo único de plena jurisdição nacional, sem divisões internas que não sejam meramente administrativas. É o tipo normal, o Estado padrão. Ex: França, Portugal, Bélgica, Peru, etc. Pode ser:

É o poder na mão de uma só pessoa ou grupo, sem divisões administrativas.

a) Centralizado: estrutura simples em que há uma só ordem jurídica, politica e administrativa. Kildau Gonçalves afirma que o Estado unitário centralizado é impossível de ocorrer no mundo contemporâneo, que, em virtude da complexidade da própria sociedade politica, reclama um mínimo de descentralização.

Ou seja, é impossível um Estado centralizado sem a mínima divisão nem que seja administrativa devido aos problemas ocorridos nos dias de hoje.

b) Descentralizado: (Estado Regional) existe uma descentralização que poder ser tanto administrativa, que pode ser tanto administrativa como politica. Tem se regiões que se aproximam dos estados membros d uma federação, mas que não se confundem com eles por não desordem de poder constituinte decorrente.

São regiões que ate se parecem com os Estados membros, porém não são e não possuem poder constituinte decorrente. Esse poder é a autorização dada pela Constituição Federal, pra elaborar uma Constituição Estadual que sendo aprovada pela União já pode ser aprovada e posta em pratica. Essas regiões ate podem elaborar seus estatutos politico- administrativos, porem precisam receber a aprovação da União para ser posta em prática.

Ou seja , NO Brasil por exemplo, cada Estado tem autonomia e autorização, de acordo com A Constituição Federal para criar suas próprias Constituições e , se dentro dos limites e conceitos estabelecidos pela CF essas Constituições Estaduais já passam a valer, Nessas regiões que não são Estados, eles até podem criar suas Constituições porem para fazer valer precisam de autorização da Constituição Federal.

Estado composto ou complexo

É a união de dois ou mais Estados, apresentando duas esferas distintas de poder governamental e obedecendo a um regime jurídico especial, variável em cada caso, sempre com predominância do governo da União como sujeito de direito internacional.

Podem ser:

a) Compostos por coordenação: São aqueles em que a subordinação é mínima. São eles

Page 20: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

1) Estado Federal ou Federação formado pela união de vários Estados, que perdem sua soberania em favor da União Federal ou Governo Federal. Internamente é uma pluralidade de Estado, mas externamente projeta-se como uma unidade. A personalidade internacional é da Federação. Ex: Brasil e EUA

Temos Estados que abrem mão da sua soberania para atribuir a sua soberania a Uniao, ser representado pela União e internacionalmente é representado pela União.

Estado Federal é diferente de Estado Regional

Cada Estado federado elabora “livremente” sua Constituição

As regiões autônomas elaboram seu estatuto politico administrativo, mas este deve ser aprovado pelo órgão central do poder politico

2) Os Estados federados participam por meio de seus representantes, da elaboração e revisão da Constituição Federal. Nos Estados Regionais não se há previsão da criação dessa participação

3) Há uma segunda Câmara Parlamentar, cuja composição é definida em função dos Estados Federados. Nos Estados Regionais não há previsão dessa Câmara Parlamentar.

Esse esquema é aquela explicação anterior, da elaboração das Constituições. Estatais.

Composição bicameral: Duas câmaras, é característica então do Estado uma composição bicameral do Estado.

a.2) Confederação de Estados: Vinculação entre Estados criada por pacto internacional, com intenção de perpetuidade e de assegurar a defesa comum. Não existem atualmente. Os Estados confederados eram todos soberanos. Ex: Confederação Helvética (1291 a 1848 quando se tornou a atual Suíça.). Confederação América (1781 a 1789, quando se tornou os atuais EUA.)

Enquanto na Federação os Estados Federados perdem sua soberania para atribuí-la a União eles não podem mais sair dali, o Contrario acontecia na Confederações onde qualquer momento eles poderia sair. Dando assim uma Instabilidade á Confederação, pois os Estados se reúnem em busca de garantir a defesa do grupo, porem não perdem sua soberania. Esse sistema não existe mais.

a.3) União de Estados: Dois ou mais Estados que possuam o mesmo soberano ou chefe de Estado. A soberania dos Estados continua intacta, podendo, por acordo mútuo, tais Estados usufruírem dos mesmo órgãos diplomáticos. Há 3 espécies de união:

Acontece quando dois ou mais Estados ficam submetidos á ordem de um único governante.

Page 21: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

a 3.1) União Pessoal: Resulta um acaso, é acidental e temporária, sendo que a linha de sucessão não pe alterada posteriormente. Trata-se portanto, da união temporária, e acidental de dois ou mais Estados sob a autoridade de um soberano comum. Ex: Portugal e Espanha no reinado de Felipe II (União Ibérica, que durou 60 anos até 1640, iniciada após a morte de D. Sebastião, rei de Portugal, quando então Felipe II, rei da Espanha, alcança o trono).

Acontece por acaso, acidentalmente temporariamente.

a.3.2) União Real: Resulta de um ato jurídico- aqui, as coroas e as leis de sucessão se fundem. Trata-se da união de Estados com território e próprios, sob a autoridade de um soberano comum, mas cuja investida é desejada e respaldada em ato jurídico inteiro ou internacional. Ex: Brasil e Portugal em 1822, a atualmente a Inglaterra e os demais Estados do Reino Unido.

Acontece por vontade própria dos Estados envolvidos que vão, por meio de um ato jurídico, firmar um Tratado por meio do qual fica estabelecido que ambos os Estados vão ficar submetidos ao poder de um único comandante.

a.3.3)União Incorporada: quando dois ou mais Estados soberano se unem para formar, outro Estado. Ex: Zanzilar + Tanganica= República Unida da Tanzânia.

a.4) Commonwealth : Formação de territórios autônomos, mas “dependentes” do Reino Unido. Promove a integração entre as ex-colônias britânicas (com exceção de Moçambique, que é ex-colônia portuguesa). Não possui personalidade internacional e seus membros são plenamente soberanos. Atualmente, conta com mais de 50 países, dentre os quais Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido e Canadá, cujo chefe de Estado é a Rainha Elisabeth II.

Manter Unidos em razão da Historia e escolher como chefe de Estado a Rainha da Inglaterra

É a reunião de nações britânica.

2.b) Estados compostos por subordinação: São aqueles que se subordinam a outro, de modo a haver influência na soberania de um deles.

Enquanto nos Estados por coordenação a subordinação é mínima aqui há uma subordinação.

b.1) Estados Protegidos ou Protetorados: em virtude de tratado e por tempo indeterminado, colocavam-se sob a proteção e direção de outro ou outros Estados, ao ceder parte de sua soberania. Ex: Depois da 1° Guerra, a Liga das Nações, autorizou que a atual Namíbia( Sudoeste Africano) fosse protegida da África do Sul, e esse protetorado durou até 1966, quando a Assembleia Geral da ONU cassou o mandato da África do Sul sobre o território da Namíbia. Porto Rico_ EUA, Guiana Francesa_ França..

É quando um estado se junta a outro por meio de tratado a fim de ser protegido.

b.2) Estados Vassalos: gozavam de autonomia na direção de seus negócios internos, mas dependiam de outro Estado nos negócios externos. O Estado dependente era o Vassalo, e o outro, o Suserano. Apesar de

Page 22: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

dominado, o Vassalo mantinha alguma autonomia, mas pagava tributos e fornecia tropas em troca da proteção do Suserano: Ex: Ducado de Borgonha, em relação ao Reino da França, antes de sua anexação.

Havia na verdade uma espécie de troca onde o Vassalo pagava tributos, e era mantido sob a ordem do Suserano.

b.3) Estados Clientes: confiavam a outro Estado a defesa de seus negócios e interesses, renunciando de sua soberania interna. Ex: Haiti, Panamá e Cuba, que na primeira metado do século XX, submeteram-se ao comando dos EUA, transferindo a este a administração de serviços públicos essenciais, como alfândega e exército.

Renuncia a sua soberania interna para atribuir a sua soberania a outro Estado,

Alguns autores entendem que o Reino Unido não seria uma união Real, mas Incorporada.

b.4) Estados satélites: seguiam a mesma lógica dos Estados clientes, mas subordinaram-se á órbita soviética, após a 2° Guerra, por meio o Pacto de Varsóvia e do COMECOM. Foram os Estados socialistas que precisavam da proteção da URSS para preservar sua soberania no contexto internacional. EX: Bulgária, Hungria, Polônia e Romênia.

È o mesmo caso dos estados cliente, onde um estado abre mão de sua soberania em troca da ajuda de outro Estado. Porém nesse caso, aconteceu em um momento particular da História.

b.5) Estados exíguos: não possuem meios de exercer plenamente sua soberania, por terem pequenos território e população, carecendo, portanto, da proteção de outro Estado soberano. Ex: Mônaco em relação á França, e San Marino em relação a Itália.

São Estados com extensão de uma cidade que recebem auxílio de outro Estado, sofrendo assim interferência em sua soberania.

b.6) Estados associados: resultam de um processo de descolonização, em que certos Estados pequenos e subdesenvolvidos atingiram a independência sem terem meios de mantê-la. Ex: Porto Rico em relação aos EUA, que intervém politica e economicamente naquele Estado.

São Estados que ganharam sua independência.

Estado Federal:

Caracteriza-se pelo fato de, sobre o mesmo território e sob as mesmas pessoas, se exercer, harmônica e simultaneamente, a ação pública de duas esferas distintas de poder: O federal e estadual.

NO plano internacional, o Estado federal se projeta como uma unidade, não como pluralidade.

Page 23: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

A forma federativa consiste essencialmente na descentralização politica: os estados federados elegem seus próprios governantes e elaboram as leis relativa ao peculiar interesse, agindo com autonomia predefinida no pacto federativo.

Da origem a uma descentralização politica que da origem a duas formas de governo. A forma federativa do estado permite que cada estado crie suas leis de acordo com suas particularidades dentro dos limites da CF.

A diferença entre estado simples e composto

A diferente entre simples centralizado e descentralizado

Composto por coordenação e subordinação

Diferença entre regional e federal

Diferença entre confederação e união de Estados.

>

Características essenciais:

Distribuição do poder de governo em dois planos harmônicos. O governo federal exerce todos os poderes que expressamente lhe foram reservados pela Constituição Federal, poderes esses que dizem respeito ás relações internacionais da União ou aos interesses comuns das unidades federadas. Os Estados- membros exercem todos os poderes que lhe foram expressa ou implicitamente reservados á União e que não lhes forem vedados pela Constituição Federal.

A constituição fala das competências de poderes da União e dos Estados - membros.

Competência residual é tudo que o Estado –membro pode fazer tudo aquilo que não é de competência da União e que não é proibido pela Constituição.

Sistema judiciarista, consiste na maior amplitude de competência do Poder judiciário tendo este, na sua cúpula, uma Corte Suprema, que é órgão de equilíbrio federativo e de segurança de ordem constitucional.

Composição bicameral do Poder Legislativo, realizando-se a representação nacional na Cãmara dos Deputados e a representação dos Estados membros no Senado.

Brasil: Estado Federal desde a Constituição de 1891

3.2) Política, Estado e Direito

No tocante á relação entre Direito e Estado, tem-se que este deve buscar o máximo possível de juridicidade, reduzindo-se a margem de arbítrio e discricionariedade e assegurando-se a existência de limites jurídicos á ação do Estado.

O Estado é necessariamente dinâmico, e toda a sua atividade está ligada a justificativas e objetivos, em função dos quais se estabelecem os meios necessários a sua obtenção.

Page 24: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

O Estado é uma sociedade politica voltada para fins políticos, e a eficácia dos meios é considerada, mas juntamente com a preocupação de legitimidade e legalidade.

O caráter da a função do Estado, portanto lhe da á função de coordenar os grupos e os indivíduos em vista dos fins a serem atingidos, impondo a escolha dos meios adequados . Mas para a consecução desse objetivo devem ser levadas em conta pelo poder politico os seguintes dualismos:

O Estado deve coordenar todos seus meios para atingir seus objetivos.

1) Necessidade e possibilidade: não basta identificar quais são as necessidades preponderantes do povo, as qual irão orientar a atuação do Estado. É preciso que elas sejam atendidas em conformidade com as possibilidades é que deverá estabelecer a organização, assim como as etapas e serem atingidas até a consecução dos mais objetivos do Estado.

É a relação das necessidades tendo em vista as possibilidades, e a prioridade. Pois as necessidades são infinitas, porem as possibilidades, são escassas.

2) Indivíduos e coletividade: reconhecendo o individuo como o valor mais alto, em função do qual existe o próprio Estado, pode parecer natural dar a preferencias as necessidade individuais. Entretanto, o individuo não existe isolado e a coletividade é a mesma dos indivíduos. Assim, não há que se anular o individuo dando-se prima sistemática á coletividade, mas também não se deve priorizar automaticamente o individual. Num Estado democrático como o nosso, deve-se tentar buscar o equilíbrio entre o individual e o coletivo quando se busca a efetivação da vontade da maioria, protegidas entretanto as minorias.

O Estado é utilizado para satisfazer os interesses do individuo, porem não é um individuo especifico, e sim a coletividade como um todo.

3) Liberdade e autoridade: Na escolta dos meios de satisfação das necessidades, será preciso, não raro, impor limitações á liberdade individual a fim de aumentar a eficácia dos meios disponíveis. Ademais, para que a dinâmica social se oriente so sentido de um fim determinado, será preciso coordenar a atuação dos indivíduos e dos grupos sociais, sendo indispensável o estabelecimento e a preservação de uma ordem, o que implica a possibilidade de utilizar da força.

A autoridade á necessária para manter a sociedade reunida em um conjunto, porem deve-se limitar á não restringir a liberdade. São limitações exigidas em uma sociedade para manter a convivência harmônica.

3.3) Estado Constitucional O Estado Constitucional não e aquele que necessariamente possui uma Constituição, mas o que é nele haja regras que evitem a concentração de poder.

É o Estado enquadrado num sistema normativo fundamental. Surge paralelamente ao Estado Democrático. Tem suas origens no desmoronamento do sistema politico medieval, passando por uma fase de evolução

que iria culminar no século XVÇÇL, quando os documentos legislativos ao quais se deu o nome de Constituição

Pode-se dizer que o Constitucionalismo começou a nascer em 1215, quando barões da Inglaterra obrigaram o Rei João Sem Terra a assinar a Magna Carta, jurando obedecê-la e aceitando a limitação de seus poderes. Passados alguns séculos, na Inglaterra do século XVII, a Revolução Inglesa consagra a supremacia do Parlamento como órgão legislativo, surgindo com a ideia de que o Estado deve ter “um governo de leis de homens”. Por fim, no século XVIII, vários fatores conjugaram-se para determinar o aparecimento das Constituições e lhes infundir suas características fundamentais. Fatores: afirmação da superioridade do indivíduos e seus direitos naturais inalienáveis; luta contra o absolutismo e crença nas virtudes da razão ( racionalidade do poder).

Na França, A constituição teve mais universalidade, e de lá se expandiu para outras partes do mundo. Não obstante a primeira Constituição escrita tenha sido a do Estado da Virgínia (1776) e a primeira posta em prática tenha sido a dos EUA (1797), foi a da França (1791) que teve maior repercussão.

Page 25: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

O Constitucionalismo teve caráter revolucionário e por isso deve-se a preferência ás Constituições escritas, que definiam melhor as novas condições politicas, ao mesmo tempo que tornavam mais difícil qualquer retrocesso.

O Constitucionalismo foi revolucionário porque desconcentrou o poder nas mãos do monarca. O monarca agora passa a dividir o poder.

A constituição é o instrumento fundamental para o controle do poder politico e define também a forma como este se distribui e é exercido na sociedade.

Desdobramento do conceito de Constituição: Constituição em sentido material ou substancial: é o conjunto de normas jurídicas fundamentais, escritas

ou não, que constituem o referencial de um ordenamento jurídico. São as normas consagradas que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos fundamentais. Ex: normas que tratam da forma do Estado (Federal), forma de governo (República), regime de governo (Presidencialismo), divisão das funções do poder (Legislativo, Executivo, e Judiciário); organização, funcionalismo e órgãos governamentais, normas que definem a forma de exercício e aquisição do poder, normas que declaram os direitos fundamentais da pessoa e os princípios da ordem econômica e social.

A constituição em sentido material é o conjunto de normas que vão dizer sobre a distribuição e o exercício de um poder dentro de uma sociedade. Dentre essas normas tem que as que falam da forma de Estado, da forma de governo, do regime de governo, da divisão das funções do poder dentre outras.

O Estado só poder restringir a liberdade do individuo no que é minimamente necessário para promover um convívio adequado em uma sociedade.

Os Direitos fundamentais são limitações ao poder do Estado.

Constituição em sentido formal: conjunto de normas escritas hierarquicamente superior ao conjunto de leis comuns e que têm aparência constitucional por estarem inseridas nas Constituições, mas que não se referem aos elementos básicos ou institucionais da organização política. Versam assuntos que poderiam ser tema de legislação ordinária, mas o constituinte optou por lança-la na Constituição. Ex: art.242, SS 2° da CR/88: “O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.”

As normas constitucionais são as que detêm o máximo de eficácia, não sendo admissível a existência, no mesmo Estado, de normas que com ela concorram em eficácia ou lhes sejam superiores.

O titular do poder constituinte é o povo, pois são neles que se encontram os valores fundamentais que informam os comportamentos sociais. Em consequência, as constituições não formam um sistema estático e irremovível de normas. Ao contrário, é um sistema dinâmico, em constante movimento, como é a própria vida social, política e econômica do Estado.

Estado Constitucional oferece garantias do império das leis e de vário direitos e liberdades civis e politicas e é governado por autoridades que devem necessariamente incluir assembleias representativas eleitas por sufrágio universal e por maiorias numéricas entre todos os cidadãos, em eleições realizadas a intervalos regulares entre candidatos e/ou organizações que compõem entre si.

O Estado Constitucional não é definido pela existência de uma Constituição, pois é possível não haver uma Constituição formal, mas o Estado ser Constitucional, posto que submetido a um conjunto de leis e convenções. Assim, para um Estado ser considerado Constitucional, não é necessário que tenha uma Constituição formal, mas que existam instituições politicas que distribuam o pode politico entre seus detentores e possibilitem o controle dos que exerçam o poder pelos destinatários do poder.

Por outro lado, existem países que têm constituições formais, mas que não distribuem o poder e nem estabelecam o efetivo controle dos detentores pelos destinatários do poder.

Objetivo primário de uma Constituição:Criação de instituições para limitar e controlar o poder politico. Cada Constituição apresenta uma dupla significação ideológica:

1) Libertar os destinatários do poder do controlados social absoluto de seus dominadores.2) Atribuir àqueles destinatários do poder uma legitima participação no processo do poder que devem ser

respeitados pelos detentores do poder politico.

Page 26: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

O Estado Constitucional é uma etapa da evolução do Constitucionalismo, uma etapa em que o poder do monarca se contrapões á soberania popular personificada pelas assembleias ou parlamentos. Esse processo culmina no Estado democrático, no momento em que o povo se torna o único detentor do poder supremo ou constituinte. Mas será século XVIII que surgirão as Constituições modernas às quais se pretende detar de estabilidade com um conteúdo explicito de organização do poder e reconhecimento dos direitos.

Primeiras declarações e seus conteúdos A partir da Declaração francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e da Declaração da

Independência norte-americana (1776), pode-se afirmar que os direitos do homem correspondem aos direitos naturais, derivados da própria natureza do ser humano: liberdade, propriedade e segurança.

São os direitos que todas as pessoas que já nascem com eles. Já os direitos do cidadão derivam na criação da sociedade politica por meio do pacto social. São as liberdade

de participação e têm razão de ser enquanto existirem e se respeitarem os direitos do homem, de modo que a sociedade em sua organização e alteração está subordinada ao respeito e conservação dos direitos naturais.São direitos que só surgiram com o surgimento da sociedade politica.

Nas declarações de direito citadas, há 3 grandes princípios.

1) Princípio da liberdade: primeiro e fundamental dos direitos do homem, permite a este fazer tudo que não seja proibido por lei. A partir desta liberdade, derivam-se outros direitos contidos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: direito á segurança, liberdade de opinião, liberdade de manifestação etc.

É fazer tudo o que não prejudique o outro e que a lei não proíba.2) Principio da legalidade: supõe que, com expressão da vontade geral a lei é o único instrumento válido para

limitar a liberdade humana a de estabelecer a convivência pacífica e a ordem publica.Nós podemos fazer tudo o que não é proibido, já o Estado pode fazer tudo o que a lei deixa ou permite.A nossa liberdade só pode ser restringida por uma lei.

3) Principio da Igualdade: não se origina de um direito natural, mas da ideia de isonomia, Estabelece que a lei desse se igual para todos, que deve haver livre acesso de qualquer cidadão ao exercício de cargos públicos e que se deve estabelecer a igualdade de todos os pagamentos de tributos.

Não se origina de um direito natural.

O principio da isonomia é a ponderação em casos de desigualdade a fim de proporcionar as situações

3.4) Teoria da Separação dos Poderes

Proposta por Montesquieu em sua obra “O Espírito das leis”; foi concebida para assegurar a liberdade dos indivíduos e enfraquecer o Estado. Isso faz sentido, na medida em que, quando na mesma pessoa ou num pequeno grupo o poder legislativo esta reunido ao executivo, maiores são as chances de se instaurar um governo ditatorial.

Segundo Montesquieu, o poder deveria estar dividido a fim de se garantir o enfraquecimento do poder do Estado.

Essa ideia já foi ventilada por Aristóteles em sua obra “A Política”, considerando injusto e perigoso atribuir-se a um só individuo todo o poder, e fazendo ainda uma ligeira referencia ao problema da eficiência, ao mencionar a impossibilidade pratica de um só homem prever tudo o que nem a lei pode especificar.

Separação dos poderes “versus” Distribuição de Funções

A teoria proposta por Montesquieu conjuga um legislativo, um judiciário e um executivo harmônico e independentes ente si, exercendo funções intrinsecamente, mesmo quando confiados á um só órgão, apesar de o normal ser a existência de um órgão para cada função. Para Montesquieu, eram as seguintes as funções de cada poder:

Page 27: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

Embora a expressão diga separação dos poderes, na verdade o que acontece é uma separação das funções do poder político do Estado, pois na verdade a soberania do Estado é única, indivisível, inalienável e imprescritível.

Legislativo: faz leis para sempre ou para determinadas épocas, e aperfeiçoa ou ab-roga as leis que já foram feitas.

Cria leis com a intenção de serem pra sempre e aperfeiçoa as leis já existente, Executivo: o príncipe ocupa-se da paz e da guerra, envia e recebe embaixadores, estabelece a segurança

e previne invasões.Basicamente defesa externa, organização interna e organização do Estado.

Judiciário: dá ao príncipe ou magistrado a faculdade de punir os crimes e julgar os dissídios da ordem social.

Pra ele o judiciário dá ao magistrado o poder de julgar os conflitos da sociedade.

O sistema da separação dos poderes, consagrado nas Constituições de quase todo o mundo, foi associado á ideia de Estado Democrático e deu origem á uma constituição doutrinária chamada “sistema de freios e contrapesos” visando a que um poder seja o freio dos outros.

O sistema de freios e contrapesos, é possibilitar que um poder, ao mesmo tempo que é freado pelos outros dois, sirva de freios para os outros dois também.

Por exemplo, o veto no Executivo é uma desaprovação de uma Lei que é levada para a aprovação do chefe do Executivo criada pelo Legislativo, de certa forma então o veto é uma intervenção nas funções do Legislativo. O Executivo também interfere no Judiciário, ele é quem nomeia a cúpula do Judiciario. Outro exemplo de intervenção é o indulto concebido pelo Legislativo á presos para que possam passar o Natal em casa.

O Legislativo interfere no Executivo no impeachment, onde o Legislativo instaura uma CPI, investiga possíveis desvios e se for o caso retira o chefe do Executivo de seu posto.A lei de organização judiciária que é criada pelo Legislativo, vai organizar todo o funcionamento do Judiciário, o que também é uma interferência do Legislativo no Judiciário.

O judiciário interfere no Legislativo quando analisa a constitucionalidade das leis criadas.O judiciário também interfere no Executivo no sentido da ilegalidade de medidas.

A separação dos poderes foi concebida em um momento histórico em que se pretendia a limitação dos poderes do Estado e a redução ao mínimo de sua atuação. Mas a sociedade teve exigências novas que atingiram o Estado, que passou a precisar ampliar sua esfera de ação. Isso impôs uma legislação mais numerosa e mais técnica, incompatível com o modelo da tradicional separação dos Poderes. O Legislativo não tem condições de fixar regras gerais sem saber de que meios dispõe para atuar e o executivo, por sua vez não pode ficar á mercê de um processo de elaboração legislativa, nem sempre adequadas, para só então responder ás exigências sociais, muitas vezes graves e urgentes.

Assim, as próprias exigências de efetiva atuação democrática do Estado requerem deste maior dinamismo e presença constante na vida social.

Unidade IV Estado e Governo4.1 Estado e Democracia

A ideia moderna de Estado Democrático teve suas raízes no século XVIII, com a afirmação de certos valores fundamentais da pessoa, e com a exigência de organização e funcionamento do Estado tendo em vista a proteção daqueles valores.

A ideia moderna de Estado é de que o homem tem o direito a liberdade, propriedade e segurança, sendo assim há um ponto de partida que inspira os Estado até hoje.

Page 28: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

A base do conceito de Estado Democrático é a noção de “governo do povo”, revelada pela própria etimologia do termo “democracia” (do grego “demos”: povo + “kratos”: poder).

A ideia moderna de democracia é aquela que se encontrava na Grécia antiga, mas existe fundamental divergência quanto á noção do povo que deveria governar. A regra era restrição e tal ideia restrita de povo não poderia estar presente na concepção de democracia do séc. XVIII, quando a burguesia, economicamente poderosa estava as vésperas de suplantar a monarquia e a nobreza no domínio do poder politico.O Estado Democrático moderno surgiu das lutas contra o absolutismo, especialmente pela afirmação dos direitos naturais do homem. Três grandes momentos político-sociais transpuseram do plano teórico pra o prático os princípios que iriam conduzir ao Estado Democrático. São:

1) O 1° movimento foi a Revolução Inglesa, fortemente influenciada por John Locke e que teve sua expressão mais significativa no “Bill of Rights”, de 1689, de projeto de leis aprovadas pelo Parlamento inglês que determinou dentre outras coisas, a liberdade, a vida, a propriedade privada, assegurando o poder da burguesia na Inglaterra, e afirmou a supremacia do Parlamento. Dois pontos devem ser apontados a intenção de estabelecer limites ao poder absoluto do monarca e a influência do Protestantismo, ambos contribuíram para a afirmação dos direitos naturais dos indivíduos, nascidos e iguais, justificando-se portanto, o governo da maioria, que deveria exercer o poder legislativo assegurando a liberdade dos cidadãos.

Justificava a maioria, sem esquecer as minorias.

2) O 2° foi a Revolução Americana cujos princípios foram expressos na Declaração de Independência das treze colônias americanas em 1776. As ideias de Locke, expostas ainda no final do século XVII, ganharam maior amplitude nas colônias da América durante o século seguinte, em especial porque atendiam aos anseios da liberdade das colônias. Segundo a orientação da Declaração de Independência é que se organizavam, primeiramente as antigas colônias e, mais tarde os EUA, procurando-se garantir sempre a supremacia da vontade do povo, a liberdade de associação e a possibilidade de manter um controle permanente sobre o governo. Ex: Com base na afirmativa da igualdade dos direitos afirmou-se como um dogma, a supremacia da vontade da maioria.

Falou da supremacia da vontade do povo.

3) O 3° foi a Revolução Francesa, que teve sobre as demais a virtude de universalizar seus princípios, que foram expressos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. As condições políticas na França eram diferentes das que existiam da América, e dessa resultou que, como na França a Igreja o Estado eram inimigos, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão tomasse um cunho mais universal, sem limitações impostas pelas lutas religiosas locais. Declara-se então que os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. Como finalidade da sociedade política, aponta-se a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem e a resistência á opressão. Nenhuma limitação pode ser imposta ao homem, a não ser por meio da lei, que é a expresso da vontade geral. É todos os cidadãos têm o direito de concorrer pessoalmente ou por meio de seus representantes para formação dessa vontade geral.

Os princípios que passaram a nortear o Estado, como exigência da democracia, a partir desses movimentos e ideais, apresentam três pontos fundamentais.

1) Supremacia da vontade popular, que colocou a problema da participação popular no governo, suscitando acesas controvérsias e dando margem as mais variadas experiências, quanto á extensão do direito de sufrágio e aos sistemas eleitorais a partidários.

E a vontade popular acima de todas as vontades.

2) Preservação da liberdade, entendida como o poder de fazer tudo o que não prejudique o próximo e como o poder de dispor de sua pessoa e bens, sem qualquer interferência do Estado.A liberdade é o primeiro direito natural do homem e deve ser restringida somente no mínimo necessário a viabilizar a convivência pacifica.

Page 29: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

3) Igualdade de direitos, entendida como a proibição de distinções do gozo de direitos econômicos ou de distinções entre classes sociais.

É a igualdade perante a lei, uma inspiração da época da Revolução Francesa e que vem sendo refletida ate hoje e implica em no fazer distinções perante a lei. Não decorre de um direito natural, e um direito por convenção.

Essa igualdade relacionada com a ideia de isonomia, onde os desiguais são tratados de formas desiguais, tendo em vista que, onde a lei coloca distinções essas distinções são validas, pois a lei e a vontade geral das pessoas. Sendo assim nenhum operador de direito pode fazer distinções que a lei não faça.

As transformações do Estado, desde o século XIX, seriam determinadas pela busca da realização desses preceitos, e a preocupação primordial passou a ser a participação do povo na organização do Estado, na formação e na atuação do governo, por se considerar implícito que o povo, expressando livremente sua vontade, saberá resguardar a liberdade e igualdade.

Todas as transformações que o Estado vem passando desde a Revolução tem o objetivo de garantir a participação popular, onde em um Estado democrático é primordial a participação popular nas decisões politicas.

4.2 Tipos de Democracia

- Sendo o Estado Democrático aquele em que o próprio povo governa, emerge a questão dos meios para que o povo externe sua vontade.

1) Democracia direta: Forma de organização na qual os cidadãos podem participar diretamente no processo de tomadas de decisões

É a forma de democracia exercida na Grécia Antiga. Hoje em dia não pode ser mais exercida devido a complexidade da estrutura social, noção atual de cidadão.

2) Democracia Indireta ou Representativa: o povo não decide diretamente sobre politicas publicas, mas por meio de representantes eleitos por ele.

Foi a forma encontrada pra solucionar o problema da democracia direta, onde as pessoas são representadas por pessoas eleitas através de procedimentos regulamentados.

3) Democracia semidireta ou participativa: conjuga representação politica e representação esporádica da intervenção direta dos governados em certas deliberações dos governantes. São 3 principios instrumentos da democracia semidireta.

Há os representantes do povo, porem em alguns momentos o povo é chamado a participar diretamente da tomada de decisões políticas.

a) “Referendum”: consulta formulada aos eleitos acerca de uma decisão já formadaÉ uma consulta que Estado faz depois de tomar uma decisão. Ratifica a decisão, um exemplo foi a venda de armas e munições, onde o Estatuto do Desarmamento define que não serão vendidas armas de fogo no Brasil, porem na própria lei já determinada a realização de um referendo pra analisar a aprovação da população, nesse caso a decisão da população foi a favor, caso fosse contrario a decisão do Estado seria mudada.

b) Plebiscito: consulta previa ao eleitorado acerca da decisão que se pretende tomar.É uma consulta previa sobre a posição do eleitorado a respeito da decisão. Um exemplo foi a Constituição que antes de se tomar a decisão foi feita uma consulta a respeito da vontade do povo a respeito da forma de governo a ser escolhida. Sendo assim a decisão e tomada após a consulta.

c) Iniciativa Popular: procedimento democrático que faculta ao povo a inciativa de uma proposta tendente á elaboração de uma lei de interesse público.

É uma iniciativa da população a fim de garantir que o Estado aprove uma lei que seja apresentada pelo próprio povo. Um Exemplo foi o ficha limpa. Existem requisitos para se aprovar uma Iniciativa Popular.

Page 30: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

A democracia indireta ou representativa é o sistema comum nos Estados modernos e contemporâneos. O art. 1° da CR/88 registra, no Brasil, o principio democrático, de que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos u diretamente, nos termos desta Constituição.” Na teoria exercemos a democracia indireta porem com aspectos da semidireta.

4.3 Representação Politica

A necessidade de governar por meio de representantes deixa para o povo o problema da escolha desses representantes.

Já na Atenas do século V, começaram a se delinear, nas assembleias dos cidadãos grupos de interesses e pontos de vista divergentes só se pode falar de um período de maturação, já que somente no século XIX, a partir de 1850, surgiram os partidos políticos como conhecemos, como a união voluntária de cidadãos com afinidades e ideológicas e politicas, organizada, visando á disputa do poder politico.Ao longo dos tempos, os partidos políticos se multiplicaram, apresentando as mais diversas características. Mas considerando alguns aspectos fundamentais, é possível fazer a seguinte classificação quanto á organização interna.

a) Partidos de quadros: preocupam-se mais com a qualidade do que com a quantidade de membros, dos quais espera alguma contribuição.

Procuram candidatos que vão chamar atenção a fim de se garantir muitos votos.

b) Partidos de massas: buscam o maior numero possível de adeptos sem qualquer discriminação.Tem muitos candidatos que se identificam com todos, é também uma forma de se garantir muitos votos.

Quanto á organização externa, de acordo com o numero de partidos existentes no Estado:

a) Sistema de partido único: Só há um partido no Estado, que permanece no poder.b) Sistema bipartidário: há dois grandes partidos que se alternam no poder.c) Sistema pluripartidário: há vários partidos com possibilidade de alcançar o poder politico.

Ao longo dos tempos, os partidos políticos impuseram-se como o veiculo natural da representação politica.

4.4 Sufrágio

No Estado Democrático, assegura-se ao povo o autogoverno. Mas pela impossibilidade pratica de se confiar ao povo o exercício direto dos atos de governo é indispensável proceder-se a escolha dos que vão praticar tais atos em nome do povo.

Sufrágio é o direito de votar, já o voto é a materialização desse direito.

O Sufrágio pode ser:a) Universal: quando o direito de votar é concedido, indistintamente, a todos os nacionais.b) Restrito ou qualitativo: quando o direito de voto é concedido em razão da presença de determinadas condições

especiais apresentadas pelos nacionais. Pode ser:b.1) Censitário, determinado por condição econômica.b.2) Capacitário, determinada característica especial como a instrução

Diz-se que não há sufrágio completamente universal. Mesmo o Brasil que o adota, exige o cumprimento de algumas condições, chamadas de capacidade eleitoral, tais como ser maior de 18 anos, possuir titulo de eleitor, ter nacionalidade brasileira e estar em pleno gozo de seus direitos civis e políticos.Considerando que o direito de votar e um dos pontos fundamentais da democracia representativa, é necessário:

Por exemplo, um preso presume-se que essa pessoa precise se reabilitar e esse tempo de reabilitação dessa pessoa não está em condições de votar. Além disso no que diz respeito aos direito civis, uma pessoa que é tutorada por exemplo não tem capacidade para reger seus atos da vida cotidiana também não tem capacidade de votar.

Page 31: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

1) Que o eleitor aja livremente no momento de votar, não podendo haver qualquer fator de coação, direta ou indireta, visando a vontade do eleitor, para que esta seja autentica.

2) Que o eleitor tenha consciência da significação de seu ato e que exerça com responsabilidade.

Para tanto, torna-se indispensável que tenha noções fundamentais da organização estatal e das competências que atribuem aos eleitos cabendo ao Estado proporcionar a educação politica de seu eleitorado.

4.3 Sistemas eleitorais

Sistema de representação majoritária: só o grupo majoritário de eleitores elege representantes.

Maioria absoluta e maioria relativa: a maioria obtida quase sempre está longe de representar a maior parte dos cidadãos. Para tentar resolver esse problema e alcançar a maioria absoluta, criou-se o sistema do turno duplo.

Sistema de representação proporcional: tentando solucionar o problema da representação das minorias, estabelece-se uma proporção entre o numero de votos realizados pelos partidos e o numero de cargos que ele obtém. Por meio dessa proporção pode acontecer. O partido reserva suas cadeiras nos cargos públicos de acordo com a quantidade de voto recebidos por ele.

Sistema de distritos eleitorais: para que haja maior obediência ao principio da proporcionalidade, seriam criados distritos eleitorais com aproximadamente a mesma população. Cada distrito elegeria um deputado do seu distrito.

No Brasil, a Constituição determina que os mandatários do povo para os cargos do Executivo (Presidentes, Governadores e Prefeitos) sejam eleitos por meio do sistema majoritário. As eleições para Senado também são majoritárias, já para as vagas de Deputado Estadual Deputado Federal, e Vereadores a Constituição adotou o sistema proporcional.

4.6 Formas de governo e sistemas de governo.Forma de governo é a estrutura fundamental dos órgãos de governo, e a maneira como eles se relacionam. A classificação mais antiga é a de Aristóteles, baseada no numero de governantes e na preponderância do interesse geral ou particular.

PURAS IMPURAS Realeza a monarquia Tirania

Aristocracia Oligarquia

Democracia ou República Demagogia

As formas de governo puras e impuras levam em conta a preponderância do interesse geral ou particular. As formas puras são as de interesse geral, e as de forma impura interesse do governante.A aristocracia, são um poucos melhores com interesse geral, já a oligarquia, são somente os pouco, com interesse particular.A demagogia seria quase uma anarquia, onde as pessoas tentariam se governar mas não conseguiriam.

Maquiavel sustentou a ideia de ciclos de governo.Anarquia------------monarquia-----------tirania-----------aristocracia-----------oligarquia--------democracia-----anarquia ...

No inicio era a anarquia, porem para tentar organizar a sociedade uma pessoa se destaca e surge a monarquia, com o tempo isso se corrompe, formando a tirania, nisso surgem alguns bons intencionados, surgindo a aristocracia, esse se corrompem, formando a oligarquia, ai o povo toma o poder formando a democracia, após isso o povo não consegue se governar e volta a anarquia.

Montesquieu: apontou aos seguintes tipos de governo:

a) Republicano: o povo, como um todo ou somente uma parcela dele, possui o poder soberano.

Page 32: Ciência Política e Teoria Geral do Estado- Matéria

b) Monárquico: um só governo, de acordo com leis fixas e estabelecidas.c) Despótico: uma só pessoa governa, mas sem obedecer as leis e regras, de acordo com suas vontades a

caprichos.A diferença do monárquico e o despótico é que o monárquico obedece as leis já o despótico é de acordo com os interesses particulares.

Atualmente, monarquia e república são as formas fundamentais de governo.

a) Monarquia: Com o advento do Estado moderno, veio a necessidade de governos fortes, o que favoreceu o surgimento da monarquia absoluta. Mas aos poucos, vai crescendo a resistência ao absolutismo, e a partir do século XVIII, surgem as monarquias constitucionais. O rei continua governando, mas está sujeito a limitações jurídicas, estabelecidas na Constituição. Depois surge outra limitação ao poder do monarca, como a adoção do parlamentarismo pelo Estado monárquico. Nesses casos, o monarca não mais governa, mantendo-se apenas como Chefe de Estado, com atribuições de representação deste. Princípios característicos: Vitalicidade, hereditariedade e irresponsabilidade (não da satisfação do que faz no governo).

b) República: opõe-se á monarquia e tem sentido muito próximo, do significado de democracia, já que indica a possibilidade de participação do povo no governo. O desenvolvimento da ideia republicana surgiu por meio das lutas contra a monarquia absoluta e pela afirmação da soberania popular, especialmente a partir do século XVIII. Características fundamentais temporariedade, eletividade e responsabilidade.

O sistema de governo é a maneira pela qual o poder politico é dividido e exercido não âmbito de um Estado e varia de acordo com o grau de separação dos poderes: se há separação estrita entre o Legislativo e o Executivo, tem-se o Presidencialismo, se há uma relação estrita de dependência do Executivo em relação ao Legislativo, tem-se o Parlamentarismo.

a) Parlamentarismo: produto de uma longa evolução histórica, não foi previsto por qualquer teórico, nem se constituído em objeto de um movimento politico determinado. Suas características foram se definindo aos poucos, durante muitos séculos, desde que se iniciou o processo de delimitação do poder da monarquia até que se chegasse, no final do século XIX, á forma precisa e bem tematizada que a doutrina batizou de parlamentarismo.Parlamentarismo é um sistema de governo no qual o Chefe de Estado não é eleito pelo povo, não podendo exercer livremente os poderes que lhe são atribuidos pela Constituição (só os exerce a pedido do governo).

O grande modelo de parlamentarismo é o inglês, e a partir dele o parlamentarismo tem sofrido, ao longo dos tempo, algumas variações. O parlamentarismo inglês é formado pela Câmara Alta denominada Casa ou Câmara dos Lordes (equivale ao Senado) e pela Câmara dos Comuns (equivale á câmara dos deputados e tem poderes maiores que a Câmara dos Lordes). Desde que surgiram os partidos políticos, no século XIX, o líder do partido com maioria na Câmara dos Comuns é o Primeiro Ministro.

b) Presidencialismo: assim como o parlamentarismo, não foi produto de uma criação teórica, não havendo qualquer obra, autor que tivesse traçado previamente suas características e preconizado sua implantação. Entretanto, não resultou de um longo e gradual processo de elaboração, mas a reação norte-americana no século XVIII, as suas traumáticas experiência com as monarquias. Com efeito, o presidencialismo surgiu nos EUA como resultado da aplicação das ideias democráticas concentrados na liberdade e na igualdade no indivíduos e na soberania popular, conjugada as espirito pragmático norte-americano. A péssima lembrança que tinha da atuação monarca enquanto estiveram submetidos á coroa inglesa, mas a influencia dos autores que se opunham ao absolutismo, especialmente de Montesquieu, determinou a criação de um sistema que, consagrando a soberania, adotava ao mesmo tempo em mecanismo de governo que impedia a concentração do poder.

O presidencialismo é um sistema de governo no qual o presidente da república é chefe de governo e chefe de Estado. Como chefe de Estado, é ele quem escolhe os chefes dos grandes departamentos ou ministérios. Juridicamente, o presidencialismo se caracteriza pela separação dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo.