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CIÊNCIA POLÍTICA UNIDADE 4. Temas centrais da teoria política clássica: constituição e manutenção da ordem política; contrato social; repartição de poderes; representação; formas e sistemas de governo. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

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CIÊNCIA POLÍTICA UNIDADE 4. Temas centrais da teoria

política clássica: constituição e

manutenção da ordem política; contrato

social; repartição de poderes;

representação; formas e sistemas de

governo.

Prof.a Dr.a Maria das Graças Rua

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Nicolau Maquiavel (1469-1527), Florença, Itália.

1-Contexto:

1.1 - Cristandade em decadência: conflitos entre o poder divino

(Igreja) e o poder temporal (Estado)

1.2-Renascimento redescoberta e revalorização das

referências culturais da antigüidade clássica, trazendo

mudanças em direção a um ideal humanista e naturalista.

1.3 - Processo de ascensão do capitalismo: mercantilismo

1.4 - Surgimento do Estado Nacional: senhores locais são

absorvidos pelo fortalecimento das monarquias e pela crescente

centralização das instituições políticas (cortes de justiça,

burocracias e exércitos)

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2- Concepção de Homem em Maquiavel

2.1 - Racionalidade instrumental: busca o êxito, sem se importar

com valores éticos: Move-se pelo cálculo de custo/benefício: busca

vantagens e para isso pode ser vil. Mas teme o castigo

2.2 - Natureza humana: homem possui capacidades: força, astúcia

e coragem, que são elementos da virtú (não é virtude cívica nem

cristã)

2.2.1 - não incorpora a idéia da sociabilidade natural dos antigos

2.2.2 - O homem não muda: não incorpora o dogma do pecado

original: natureza decaída que pode se regenerar pela salvação

divina

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3 - Concepção de História em Maquiavel

3.1 - perspectiva cíclica, pessimista, de inspiração platônica: tudo

se corrompe, se degenera, se sucede e se repete fatalmente

3.1.2 - isto só pode ser corrigido por acidente externo (fortuna) ou

por sabedoria intrínseca (virtú)

3.2 - Não manifesta perspectiva teleológica

3.2.1 - A política não admite a teleologia cristã: o caminho da

salvação, a construção do reino de Deus entre os homens

3.2.2 - Também não pensa a história sob a perspectiva dos

modernos: não menciona a idéia do progresso

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4 - Concepção de Política em Maquiavel 4.1 - Política: pela primeira vez é mostrada como esfera autônoma da vida social 4.1.1 - não é pensada a partir da ética nem da religião: rompe com os antigos e com os cristãos 4.1.2 - não é pensada no contexto da filosofia: passa a ser campo de estudo independente 4.2 - Vida Política: tem regras e dinâmica independentes de considerações privadas, morais, filosóficas ou religiosas 4.2.1 - política: é a atividade constitutiva da existência coletiva: tem prioridade sobre todas as demais esferas; é a esfera do poder por excelência 4.2.2- política é a forma de conciliar a natureza humana com a marcha inevitável da história: envolve fortuna e virtú

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4.3 - Fortuna: contingência própria das coisas políticas: não é

manifestação de Deus ou Providência Divina. Para Maquiavel há no

mundo, a todo momento, igual massa de forças contraditórias: do

seu jogo resultam os eventos. Isto é a fortuna: o acaso.

4.4 - Virtú: qualidades como a força de caráter, a coragem militar, a

habilidade no cálculo, a astúcia, a inflexibilidade no trato dos

adversários. É o poder de desafiar e mudar a fortuna: papel do

homem na história

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5 - Concepção de Estado em Maquiavel

5.1 - Não define Estado: infere-se que percebe o Estado como

poder central soberano que se exerce com exclusividade e

plenitude sobre as questões internas e externas de uma

coletividade

5.2 - Estado: regulariza as relações entre os homens: utiliza-os no

que eles têm de bom e os contém no que eles têm de mal

5.3 - Estado: está além do bem e do mal: o Estado é. E sua única

finalidade é a sua própria grandeza e prosperidade

5.3.1 - daí a idéia de "razão de Estado": motivos mais elevados que

se sobrepõem a quaisquer outras considerações, inclusive à

própria lei

5.3.2 - tanto na política interna quanto nas relações externas, o

Estado é o fim: e os fins justificam os meios

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6 - "O Príncipe": não se destina a defender governos legais ou

constitucionais.

A sua questão é: Como constituir e manter a Itália como um

Estado livre, coeso e duradouro? Ou: Como adquirir e manter

principados?

6.1- A tirania não é um princípio, mas uma resposta prática a um

problema prático. Por isso, em "O Príncipe" não há considerações

de direito, mas apenas de poder: são estratégias para lidar com

criações de força.

6.2-A primeira obrigação do príncipe é defender o Estado e manter

a sua unidade quem quer a paz deve se preparar para a guerra.

DIFERENTE dos “Discursos sobre as primeiras décadas de Tito

Lívio”, onde tratou das instituições da República Romana.

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6.2 - Teoria de relações públicas: cuidados com a imagem pública

do governante

6.3 - Teoria da cultura política: religião nacional, costumes e ethos

social como instrumentos de fortalecimento do poder do

governante

6.4 - Teoria da administração pública: probidade administrativa,

limites à tributação e respeito à propriedade privada

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Questão 22 (ESAF\Gestor\2005) Q.62- Maquiavel inicia “O Príncipe” com a seguinte afirmação: “Todos os Estados, todos os governos que tiveram e têm autoridade sobre os homens foram e são ou repúblicas ou principados. Os principados são: ou hereditários, quando seu sangue senhorial é nobre há já longo tempo, ou novos. Os novos podem ser totalmente novos, como foi Milão com Francisco Sforza, ou o são como membros acrescidos ao Estado hereditário do príncipe que os adquire, como é o reino de Nápoles em relação ao rei da Espanha.” Indique qual das afirmações abaixo está correta. a) O Termo “Estado” foi criado por Maquiavel. b) O Estado surgiu com as repúblicas ou principados da Itália. c) A originalidade de Maquiavel consiste em estabelecer prescrições sobre como o detentor do poder deve exercer o poder. d) O que se inicia com o uso que dá Maquiavel ao termo Estado é a reflexão sobre as formações políticas surgidas da decomposição da sociedade medieval. e) Maquiavel demonstrou, em Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio, que o Estado surgiu em Roma ao tratar da História de Roma.

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Questão 29 (ESAF\Gestor\2002) Q. 43- Todas as frases abaixo são partes integrantes e

consistentes do pensamento de Maquiavel, exceto:

a) A segurança do Estado é uma necessidade de tal importância que, diante dela, quaisquer

meios de ação tornam-se legítimos, mesmo aqueles que impliquem a violação de normas

jurídicas, morais, políticas ou econômicas, que seriam imperativas caso essa necessidade não

estivesse em risco.

b) Dentre os principados os hereditários são aqueles em que a estirpe do senhor teve domínio

por muito tempo; os outros são novos. Nesses últimos, o príncipe deve conquistar sua

legitimidade, fazendo-se amado; jamais deve tornar-se temido, pois o medo alimenta a revolta

dos súditos.

c) A audácia, que permite ao príncipe afrontar a fortuna, é o meio pelo qual muitas vezes se

conquista aquilo que não se obteria pelos procedimentos ordinários.

d) A primeira obrigação de um príncipe é preparar-se para a guerra. Porém, há duas maneiras

de combater: uma, segundo as leis; a outra, pela força.

e) Um príncipe, especialmente quando novo, nem sempre pode de boa mente observar todas

aquelas condições pelas quais se é considerado homem de bem, pois muitas vezes, para

manter os seus Estados é forçado a agir contra a sua palavra, contra a caridade ou contra a

humanidade.

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Questão 35 (ESAF\STN\2002) Q. 44- Pensador que primeiro reconhece a política como esfera

de atividade própria, Maquiavel representa um marco no pensamento político. Acerca das

proposições desse autor, marque a opção correta.

a) A Virtù equivale à Fortuna: é a capacidade de escapar ao caos, elevar-se acima do tempo e

construir a ordem política.

b) Ao separar política e religião, Maquiavel descarta o mito de que a história humana é regida

pela Providência Divina.

c) Ao definir “Razão de Estado”, Maquiavel a contrapõe à razão privada, ou seja, distingue a

esfera pública, a política e a economia, dos interesses particulares.

d) Para Maquiavel a natureza humana e a política estão em constante transformação, daí a

necessidade da figura do Príncipe como elemento de estabilidade.

e) A origem do Estado e a legitimidade do Príncipe resultam do pavor dos homens à

insegurança da ordem feudal.

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a) Sugerir a ideia de um Príncipe moderno, ciente

de seus poderes e de sua soberania.

b) A separação entre política e moral.

c) A ideia de soberania limitada, absoluta e

arbitrária.

d) A separação entre Igreja e mercado.

e) A ideia de interesse estatal.

Questão 39 (ESAF\Gestor\2000) Q. 21- Uma das principais

contribuições de Maquiavel ao pensamento político foi:

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O CONTRATO SOCIALContexto ILUMINISMO 1-Iniciado na Inglaterra no fim do século XVII e atingiu o

apogeu no continente no século XVIII 2. Concepções centrais do Iluminismoorigens: 2.1 - Racionalismo Cartesiano (Descartes) 2.1.1 - Primazia da razão: é o único guia infalível da sabedoria 2.1.2 - razão: torna o homem livre frente à natureza: permite ao homem controlar o mundo físico 2.1.3 - permite ao homem decidir seu destino: homem passa a ser o agente decisivo: é quem “faz” a história 2.1.4 - razão: é o que torna possível o progresso: evolução em direção a um mundo cada vez melhor

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2.2 - Empiricismo: rejeita a proposição cartesiana das ideias inatas 2.2.1 - conhecimento: inicia-se com a experiência sensorial (matéria prima bruta): percepções simples 2.2.2 - ideias complexas: razão humana elabora as percepções sensoriais e as torna logicamente significativas 2.3-Física Newtoniana:Lei da Gravitação Universal os fatos naturais explicam-se por leis físicas e não pela intervenção divina 2.3.1 - universo é governado por regularidades a natureza possui uma ordem, não é caótica: homem pode fazer previsões 2.3.2 - leis naturais o homem pode conhecer e usar a seu favor: desenvolvimento da ciência: natureza desencantada

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2.4 - Concepção de Homem herdada do Renascimento e

aperfeiçoada

2.4.1 - Não existe pecado original: homem não é

naturalmente mau nem depravado

2.4.2 - instintos naturais e razão tornam a natureza

humana potencialmente perfeita

2.4.3 - a completa perfeição do homem e da sociedade

pode ser conquistada se forem seguidas as diretrizes da

razão

2.4.4 - individualismo: cada ser humano é uma unidade

dotada de valor próprio e tem o direito de realizar o seu

potencial de infinita perfeição

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2.5 - Sociedade: ordem artificial que se opõe à natureza

2.5.1 - pode ser corrigida em seus desvios se a sua

estrutura natural for recuperada

2.5.2 - correção da ordem existente: perspectiva

essencial, compatível com a noção de capacidade

humana de progresso

2.5.3 - fim do fatalismo (tanto religioso como materialista):

nem o homem tem que se sujeitar às consequências do

pecado e ao castigo divino, nem tem que se escravizar à

natureza

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2.5.4 - eliminação das convenções sociais, crendices

religiosas, instituições governamentais e econômicas

que violam a natureza perfeita do homem

2.6 - "utopias": desenvolvem-se construções teóricas de

sociedades imaginárias onde seriam superadas as

distorções da sociedade real: Voltaire: "O Eldorado“;

Thomas Morus: “Utopia”; Rousseau: “Contrato Social”

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AUTORES CONTRATUALISTAS THOMAS HOBBES: 1588-1679

Leviathan (1651)

Século XVII na Europa continentalauge do

do absolutismo monárquico, tendo seu expoente máximo na

França: Luis XIV, o Rei-Sol.

Início da Guerra dos Trinta Anos,visão pessimista da

natureza humana.

Disputas entre o o Rei Carlos I e o Parlamento dão início

à guerra civil na Inglaterra, encerrada com a execução do Rei

em 1649.

Começo do expansionismo colonialista ultramarino

inglês Marinha Inglesa se consolida como a maior do mundo.

Formam-se as bases do capitalismo industrial na Inglaterra.

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AUTORES CONTRATUALISTAS

JOHN LOCKE: 1632-1704- Segundo Tratado sobre o

Governo Civil (1690)

Inglaterra, 1688 Revolução Gloriosa fortalecimento do

Parlamento e da Carta Magna

Duas oposições ao absolutismo

1- oposição protestante (burguesa) o pacto resulta da

vontade do povo: esta é a fonte da autoridade

2- oposição aristocrática perda de poder dos nobres

decadência social e econômica

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AUTORES CONTRATUALISTAS CHARLES DE MONTESQUIEU (1689-1755) O Espírito das Leis (1748)

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712-1778, Genebra.)

Origem social de classe média, conviveu com artesãos.

Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da

Desigualdade Entre os Homens (1754) O Contrato Social

(1762). O ano de sua morte (1778) foi o ano da Revolução

Francesa, fim do “Antigo Regime”

IMMANUEL KANT (1724-1804) Crítica da Razão Pura (1781)

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1. CONTRATUALISMO: conjunto de teorias que situam a origem da ordem política e a base do poder político na ideia de um contrato ou pacto - expresso ou tácito - entre indivíduos. 1.1 - contrato: é qualquer relação entre sujeitos que se impõem direitos e deveres: envolve sujeitos e conteúdos 1.1.1 - contratoinstitui a autoridade, estabelece e garante o direito, viabiliza a existência coletiva é condição formal para a existência jurídica do Estado 1.2 - Ideia central do contratualismo: a ordem e o poder se baseiam no consenso racional entre homens livres

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1.3 - Elementos essenciais das teorias do contrato:

1.3.1 - suposição de uma condição anterior à ordem

política: estado de natureza

1.3.2 - suposição da existência de direitos naturais:

direitos externos ao indivíduo, decorrentes da sua

condição de ser humano e que não são garantidos por

uma instância superior

1.3.3 - suposição de um consenso entre os indivíduos,

em torno da desejabilidade da sociedade política,

exclusivamente considerada, deixando inalterada a

estrutura social

1.3.4 - suposição de que a ordem política resulta de um

ato racional e voluntário de homens livres

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO A origem da sociedade política e do poder político (ESTADO) encontra-se num acordo tácito ou explícito entre a maioria (ou a totalidade) dos indivíduos. O pacto ou contrato só pode ocorrer entre homens racionais e livres. Porque representa uma escolha livre, o pacto os obriga (impõe deveres). O pacto ou contrato assinala o fim do Estado de natureza ou Estado Natural e o início da sociedade política, ordem política, comunidade política ou Estado.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO O contratualismo não possui unidade ontológica: 1a.QUESTÃO Como se caracteriza a natureza do homem? HOBBES o homem é maximizador, predador, amoral. LOCKEMaximizador, mas não predador. Possui moralidade básica: razão certa. Mas alguns não se contentam em viver segundo a razão certa. ROUSSEAU NO DISCURSOSelvagem errante, primitivo, pré-racional, regido por impulsos de sobrevivência (amour de soi) e pela compaixão. ROUSSEAU NO CONTRATO SOCIALJá é o homem degenerado pela vida em sociedade: racional, maximizador, predador. Regido pela vaidade (amour propre) e ganância.

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Cont. 1a.QUESTÃO Como se caracteriza a natureza do homem? MONTESQUIEUIsolado, consciente da sua fragilidade frente às forças da natureza. Não belicoso. Regido por impulsos(leis naturais): o desejo da paz: segurança; necessidades de sobrevivência:alimento, abrigo, etc.; sexualidade; sociabilidade. KANTRacional, dotado de moralidade intrínseca. “Sociabilidade anti-social” propensão a viver com os outros, acompanhada de um antagonismo, resultante da inclinação de cada indivíduo a seguir apenas a sua vontade e agir da forma que julgar mais benéfica para si, ainda que prejudicial aos outros.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO QUESTÃO A natureza humana é imutável ou admite mudança? ROUSSEAU: Impulso ao auto-aperfeiçoamento Natureza mutável, para o bem ou para o mal. Vida em sociedade evolui por curso errado desenvolve-se a racionalidade, torna-se maximizador e predador, como em Hobbes. MONTESQUIEU: Ao passar a viver em sociedade, percebe-se fortalecido pela união com os outros e torna-se conflituoso, predador. É racional, mas capaz de violar os códigos que ele próprio estabelece. HOBBES, LOCKE, KANT: a natureza humana não muda: é sempre a mesma, seja no Estado de Natureza ou na sociedade política.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO 2ª.QUESTÃO: o Estado de Natureza é pacífico ou belicoso?

HOBBES: O homem é o lobo do homemo Estado de

Natureza é belicoso, hostil, ameaçador. Total

liberdade e total terrorEstado de Guerra: Luta de

todos contra todos

ROUSSEAU: Estágio primitivo da evolução do

homem. Total liberdade e satisfação das

necessidades de sobrevivência, sem conflito nem

com os outros homens, nem com os demais seres

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO 2ª.QUESTÃO: o Estado de Natureza é pacífico ou belicoso? LOCKE: é um estado de liberdade e paz, mas instávelfalta lei consentida, juiz reconhecido e poder de coerção. Não é Estado de Guerra, mas pode se tornar como tal. KANTna ausência da lei, é um estado de total liberdade, violência

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO 3ª.QUESTÃO: O Estado de Natureza é considerado uma realidade histórica ou uma hipótese abstrata sobre como seria a vida coletiva caso não existisse o Estado? ROUSSEAU e MONTESQUIEUEstágio primitivo da evolução do homem. HOBBES, LOCKE e KANTÉ uma hipótese lógica, não um fato histórico.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO

4a. QUESTÃO: O que é o Estado de Guerra?

ROUSSEAU, MONTESQUIEU e KANT Estado de insegurança devido ao conflito entre todos, resultante da vida em comum. HOBBESViolência iminente, mesmo que não haja estado de batalha. LOCKEÉ o uso da força ou a intenção declarada de usá-la contra outrem.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO 5a. QUESTÃO: Em que situações pode ocorrer o Estado de Guerra? ROUSSEAU, MONTESQUIEU e KANTQuando o homem passa a viver em sociedade, sem leis nem autoridade para administrar os conflitos. HOBBES No estado de natureza. e entre Estados soberanos no contexto internacional, que vivem em perpétuo estado de natureza. LOCKENo estado de natureza; na sociedade política entre o rei e os súditos; no contexto internacional

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO Como todo contrato é uma troca, os homens renunciam a uma parte dos seus

direitos (liberdade irrestrita, uso da força) ou à faculdade de exercê-los em

troca de uma situação melhor.

6ª.QUESTÃO: Qual a origem desses direitos? São direitos naturais resultam da sua condição humana e da razão humana (não podem ser concedidos por ninguém) 7a. QUESTÃO: Em que consistem os direitos naturais? O que são eles? HOBBESDireito à vida e ao uso privado da força para manter-se vivo LOCKEDireito à vida, à liberdade e aos bens ROUSSEAU, MONTESQUIEU e KANTDireito à liberdade

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO 8a.QUESTÃO: Em que consiste o pacto? O que significa? HOBBES, MONTESQUIEU E ROUSSEAU NO DISCURSO renúncia ao direito de uso privado da força para resolver conflitos ou para se defender dos ataques de outrem. LOCKERenúncia à faculdade de exercer o direito de usar privadamente a força. ROUSSEAU NO CONTRATO SOCIALRenúncia à prevalência do interesse particular sobre o interesse coletivo. KANTDever moral(imperativo categórico) de transferir para a sociedade o poder de usar a coerção para estabelecer a justiça. Estabelecimento do Direito.

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SINTESE DO CONTRATUALISMO 9a. QUESTÃO: Como se caracteriza a adesão ao pacto? HOBBES Unanimidade ROUSSEAU NO CONTRATO SOCIAL E KANT Acordo moral por unanimidade ROUSSEAU NO DISCURSOImposição dos ricos e poderosos a todos os demais LOCKE e MONTESQUIEU Adesão da maioria

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O contrato social supõe pelos menos duas etapas: Pacto de uniãoos indivíduos decidem de comum acordo viver juntos: família, grupo, tribo, comunidade social (sociedade civil, não é sociedade política) Pacto de associaçãofunda o ESTADOos indivíduos escolhem obedecer a leis gerais e a um poder comum. Fazem isso renunciando a alguns direitos naturais em troca de um tipo de benefício. Em alguns casos esse pacto também é chamado de “Pacto de Submissão”para se referir ao acordo de obediência às leis.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO 10a. QUESTÃO Que tipo de pacto se estabelece entre os homens? HOBBESPacto de associação (não separa Estado e governo) KANTPacto de associação (não menciona governo) ROUSSEAU NO DISCURSOPacto de união (família, tribo) e Pacto de associação (Estado) ROUSSEAU NO CONTRATOPacto de associação (para autogoverno) LOCKEPacto de associação (Estado) e Pacto de subordinação (obediência a um governo) MONTESQUIEUPacto de União (família, tribo); de Associação, para formar Estado. Pacto de Subordinação, porque separa os poderes e o governante deve ser legítimo. O despotismo não é um pacto.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO 11a. QUESTÃO: Como se caracteriza a sociedade política originada do pacto? HOBBES Estado absoluto. Não é possível voltar ao estado de natureza.

LOCKEComunidade política: a lei obrigada a todos. O

Rei deve obedecer à Constituição. Não há retorno ao

estado de natureza.

ROUSSEAU NO DISCURSOEstado Absoluto: leis que

privilegiam os ricos e poderosos. Pode mudar,mas não

retornar ao estado de natureza.

ROUSSEAU NO CONTRATOCorpo Moral Coletivo,

expresso na Vontade Geral. Deixa de ser Vontade Geral se

admitir vontades particulares.

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CONT.

MONTESQUIEUSociedade Política é aquela

regida por leis, mas as leis podem variar. Cada

sociedade desenvolverá seus códigos legais

segundo o seu Espírito Geral (a natureza das

coisas).

KANTformalmente constituída em Estado de

Direito: a totalidade de indivíduos sob uma

condição civil e legal em relação com os membros

desta totalidade.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO

12a.QUESTÃO: O que é a liberdade? Quais os seus

limites?

HOBBESTotal, no estado de natureza. Limitada no Estado

Absoluto, que só é limitado pela própria lei da natureza.

ROUSSEAU NO DISCURSONo estado de natureza, é liberdade

total, controlada pela compaixão. Na sociedade política é submissão

ao Rei absoluto.

LOCKEo Estado de natureza é um estado de liberdade perfeita,

não é libertinagem: é “poder fazer o que se deve querer”. Na

sociedade política a liberdade deve deve ser igual ou maior que no

estado de natureza.

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CONT. MONTESQUIEUO estado de natureza é um estado de

liberdade total. A sociedade política deveria garantir a

liberdade dentro da lei, mas a lei pode ser

abusiva(despotismo).

KANTÉ o primeiro e único direito natural, todos os

demais derivam da liberdade. A sociedade política deve se

garantir a cada um a máxima liberdade compatível com a

igual liberdade de todos.

ROUSSEAU NO CONTRATOLiberdade total, porque

todos se governam a si mesmos e porque não é possível

alguém escravizar a si mesmo.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO 13a.QUESTÃO: O que é a igualdade? HOBBESTodos são iguais no estado de natureza. Pelo pacto a igualdade natural se transforma em igualdade políticatodos são iguais perante a lei, EXCETO o Leviathan.

LOCKEOs homens são iguais na sua vida, na

liberdade e nos bens no estado de natureza. Na

comunidade política tornam-se todos iguais perante a

lei, INCLUSIVE o Rei.

MONTESQUIEUa igualdade natural que se transforma

em desigualdade social. Defesa do governo

constitucional, império da lei: igualdade de todos

perante a lei, INCLUSIVE o Rei.

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CONT. KANTOs homens são naturalmente iguais na liberdade e na razão. Na sociedade política se tornam todos iguais perante a lei. ROUSSEAU NO DISCURSOa igualdade natural se transforma em desigualdade social e política pelo “pacto iníquo”. ROUSSEAU NO CONTRATOIgualdade moral e política de todos sob a Vontade Geral.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO 14a. QUESTÃO: Até onde deve ir a obediência? Existe direito de rebelião? HOBBESA obediência é total, até o limite da sobrevivência, quando passa a vigir o direito de natureza. LOCKE A obediência é devida à lei e ao Rei legítimo. O abuso do poder pelo Rei justifica o direito rebelião (que também é um dever). MONTESQUIEU Todos devem obediência à lei, mas não ao poder despótico. São necessários controles ao poder para evitar o despotismo. KANTDeve-se total obediência à lei, pois somente ela define o que é justo. Não admite o direito de rebelião.

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CONT. ROUSSEAU NO DISCURSOAo buscarem a liberdade os homens encontraram a escravidão: obediência total no Estado absoluto. ROUSSEAU NO CONTRATOObediência total à Vontade Geral porque é impossível a qualquer pessoa desobedecer a si mesmo.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO 15a. QUESTÃO: Existe algum limite ou controle ao poder do Estado ou do governo? HOBBES Estado e governo se confundem e não obedecem a nenhum controle.O soberano somente é limitado pela Lei da Natureza. ROUSSEAU NO DISCURSO Não existe limite ou controle ao poder absoluto. LOCKE“Checks and Balances” Regra da Maioria; Consentimento continuado; Separação dos Poderes com supremacia do Legislativo; direito de rebelião; prerrogativa do Rei; Sistema representativo.

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CONT. MONTESQUIEUTripartição dos Poderes, Governo constitucional, Bicameralismo, corpos intermediários, costumes. KANTTripartição dos Poderes, governo constitucional. Uma vez constituído o poder soberano em sua tríplice forma, este deve ser irrepreensível, irresistível e sem apelação. ROUSSEAU NO CONTRATODemocracia Direta. O governo é somente administração.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO 16a.QUESTÃOComo se caracteriza a propriedade privada? HOBBESNão existe no estado de natureza, somente na sociedade política: o Rei aloca conforme o interesse público. LOCKEa propriedade resulta do trabalho e é um direito natural. Na sociedade política a propriedade deve ser suficiente para todos e não ser desperdiçada. A moeda permite acumular sem desperdiçar. O Estado não pode violar a propriedade dos súditos. KANTUm direito natural decorrente da liberdade, não dependendo a existência deste direito da sua afirmação pelo Estado, sendo apenas garantido por este quando do estabelecimento do contrato social.

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CONT. ROUSSEAU NO DISCURSO No estado de natureza não

existe propriedade, só subsistência. Na vida coletiva, a

propriedade se constitui pelo trabalho, e é diferenciada

porque os homens tem diferentes capacidades. Mas é

do sentimento de posse que surgem as desigualdades.

No Estado Absolutista a propriedade serve aos ricos e

poderosos.

ROUSSEAU NO CONTRATONa ordem constituída pelo

contrato social existe propriedade, desde que

compatível com a Vontade Geral.

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SÍNTESE DO CONTRATUALISMO Ponto comum: não há uma tendência natural para a vida em sociedade, mas apenas a necessidade dessa vida, decorrente da impossibilidade de cada um realizar sozinho os seus próprios interesses(KANTsociabilidade anti-social) Ponto comumo contrato assegura a emancipação política do homem, mas não muda a sociabilidade natural, nem a estrutura social (família e propriedade privada) •No contexto da troca, o que os homens ganham com o pacto ou contrato? segurança, liberdade, igualdade, etc os autores não são unânimes. •O contratualismo não possui unidade teleológica. •Somente em Rousseau está presente a idéia de uma sociedade ideal a ser constituída com o novo pacto que institui a Vontade Geral.

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1- (ESAF\Gestor\2008) Q. 53- Um dos objetos de grande atenção do pensamento e da teoria política moderna é a constituição da ordem política. Sobre essa temática, uma das tradições de reflexão mais destacadas sustenta que a ordem tem origem contratual. Todos os elementos abaixo são comuns a todos os pensadores da matriz contratualista da ordem política, EXCETO:

a) o estado de natureza.

b) a existência de direitos previamente à ordem política.

c) um pacto de subordinação.

d) um pacto de associação.

e) a presença de sujeitos capazes de fazer escolhas racionais.

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2- (ESAF\Gestor\2003) Q. 41- Uma das mais consolidadas

matrizes de análise da constituição da ordem política é a

teoria contratualista. Examine as assertivas abaixo sobre o

contratualismo e indique a única INCORRETA.

a) Como regra, o contrato ou pacto social é um

instrumento de emancipação política do indivíduo, que

altera essencialmente a estrutura social, além de

estabelecer uma clara distinção entre o governo e a

sociedade civil.

b) O Estado nascido de um contrato não acrescenta nada à

racionalidade e à sociabilidade da sociedade civil, sendo

um instrumento coativo cuja função é executar o direito

que a sociedade estabeleceu.

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c) A maioria dos contratualistas concebe, entre o

estado natural puro e o estado político, um estado

social, onde os homens convivem livremente segundo

a razão.

d) A maioria dos contratualistas entende a

constituição da ordem a partir de dois tipos de

contrato: o pacto de associação, que institui a

comunidade política; e o pacto de submissão, que

instaura o monopólio do uso da força.

e) Enquanto relação entre as partes, o contrato

estabelece sanções para os que o violarem, sendo

estas expressas por alguns autores, no que tange aos

governantes, como direito de resistência e deposição.

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3- (ESAF\Gestor\2005) Q. 64- Sob a denominação “Contratualismo” abrigam-se diversas teorias políticas que identificam um contrato tácito ou expresso como o fundamento do poder político de uma dada sociedade. São contratualistas autores como Hobbes, Locke, Rousseau e Kant. As seguintes afirmações referem-se a características do contratualismo:

1- Para os contratualistas, o momento do contrato corresponde ao momento historicamente determinado em que a humanidade supera o estado de natureza.

2- Por entender que se trata de um contrato, os contratualistas admitem que se trata de um arranjo que pode ser denunciado pelas partes envolvidas.

3- Tendo por fundamento a premissa do contrato, o contratualismo é essencialmente democrático e incompatível com o absolutismo.

4- O contratualismo contemporâneo fundamenta-se na Teoria da Justiça, de John Rawls, segundo o qual o monopólio da violência passa a ser exercido por uma Corte Internacional de Justiça.

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Em relação às afirmativas acima, assinale a opção correta.

a) Estão todas corretas.

b) Estão todas incorretas.

c) Apenas a nº 1 está correta.

d) Apenas a nº 2 está correta.

e) Apenas a nº 3 está correta.

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4- (ESAF\APO\2003) Q.03- Sobre a constituição e manutenção da ordem política, tema central da Teoria Política Moderna, assinale a opção correta.

a) Segundo Hobbes, ao pactuarem e instituírem o poder soberano, cada um dos súditos passa a reconhecer como seus todos os atos que o soberano praticar, em tudo o que disser respeito à paz e à segurança comuns. No que se refere às demais áreas da vida social, prevalece o absoluto arbítrio de cada indivíduo.

b) Para Rousseau, a fim de superar a ordem iníqua, é indispensável, pelo contrato, prover a alienação total e voluntária de cada um e de todos os membros da sociedade, com todos os seus direitos, em favor da comunidade. Por isso, não caberá estabelecer limites ao poder soberano assim fundado, já que ao obedecer à vontade geral, cada um estará obedecendo somente a si próprio.

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c) De acordo com Locke, por livre consentimento os homens formam o corpo político, no qual a maioria tem o direito de interpretar e executar a lei natural, mas não o de reduzir a liberdade e a propriedade de qualquer indivíduo, em comparação com o que teria no estado de natureza. Caso isso ocorra, justifica-se o exercício da prerrogativa, que significa a ação em defesa do interesse comum sem a prescrição da lei, ou até mesmo contra a lei.

d) Conforme Monstesquieu, é a partir do estabelecimento da sociedade regida por leis que os homens se tornam fortalecidos e solucionam seus conflitos. Mas, para eliminar os riscos de despotismo, é preciso que se institua a separação e independência dos poderes e que se eliminem os “corpos intermediários”, já que esses favorecem o desenvolvimento de poderes paralelos arbitrários.

e) Para pensadores utilitaristas, como Hume e Bentham, em vez de um contrato, a ordem política se constitui à base de uma percepção geral de interesses comuns e da utilidade do respeito aos direitos naturais. Para essa corrente da teoria política clássica, a ordem se mantém pelo costume, mas pode ser rompida pela rebelião, quando a lei deixa de ser útil à maioria dos indivíduos.

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5- (ESAF\Gestor\2002) Q.41- Montesquieu é amplamente conhecido por seu livro

clássico “O Espírito das Leis”. Para este pensador, a verdadeira origem das leis

deve ser buscada

a) no costume.

b) na natureza das coisas.

c) na moral.

d) na economia.

e) nas instituições.

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6- (ESAF\Gestor\2002) Q. 42- Acerca do pensamento de Locke, assinale a opção correta.

a) O poder político tem origem em Deus, por isso nada autoriza a rebelião dos homens contra o Estado, seja qual for a justificativa da sua revolta.

b) No estado de natureza, ou na sociedade préestatal, reina a anarquia, a desordem, a violência: há total liberdade e total terror.

c) O contrato que dá origem à comunidade política é feito por homens racionais, livres e soberanos, e dá origem a um poder limitado, não arbitrário.

d) A liberdade consiste em que cada homem dependa da vontade dos outros homens formando um contrato, que pode ser rompido por qualquer parte.

e) No estado de natureza, o encarregado de velar pelo cumprimento da lei é o Estado, onde o governo é livremente eleito.

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7- (ESAF\STN\2002) Q. 41- Considerado por muitos o pensador que

inaugura a democracia liberal, John Locke não é o autor da seguinte

proposição:

a) O que caracteriza um homem enquanto indivíduo e o torna distinto e

independente de todos os outros é a sua liberdade natural.

b) Cada homem nasce com um duplo direito: o direito à liberdade de sua

pessoa e o direito à propriedade dos seus bens.

c) Tanto a sociabilidade quanto a sociedade resultam de uma obrigação

inscrita na natureza humana, que o homem tem o poder de aceitar ou

não, conforme julgue racional ou não.

d) Os direitos humanos são anteriores ao Estado, resultantes dos direitos

naturais, portanto, devem obrigatoriamente ser respeitados por um

Estado que pretenda ser legítimo.

e) Embora seja inadmissível qualquer governo arbitrário, é impossível

romper o contrato, pois isso significaria retornar ao estado de natureza,

onde só há caos, violência e insegurança.

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8- (ESAF\STN\2002) Q. 42- Um dos mais destacados pensadores políticos modernos, Montesquieu responde por importantes formulações da engenharia institucional das democracias contemporâneas. Marque a proposição que não corresponde ao pensamento desse autor.

a) A liberdade consiste em poder fazer o que se deve querer e não ser obrigado a fazer o que não se deve absolutamente querer.

b) No estado de natureza o homem vivia em paz justamente porque percebia a sua fraqueza diante da natureza e procurava se fortalecer pela união com seus semelhantes.

c) Nas repúblicas o povo se orienta pela virtude; nas monarquias os homens agem por razões de honra; no despotismo, o que move os indivíduos é o temor e o servilismo.

d) Para que as monarquias não degenerem é preciso impedir que existam poderes intermediários, como a nobreza, o clero e as cidades, que são focos de interesses particulares.

e) Ao contrário dos poderes intermediários, que são subordinados e dependentes, os poderes políticos – como o Parlamento – têm que ser separados, distintos e independentes.

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9- (ESAF\STN\2002) Q. 45- Thomas Hobbes, pensador da escola contratualista do século XVII, sustentava que os indivíduos voluntariamente optaram pelo estabelecimento de uma ordem civil. A fim de efetuar o contrato que dá origem ao Estado, os indivíduos abririam mão de um amplo leque de direitos naturais. Segundo esse autor, o que levaria indivíduos livres e racionais a abdicar de parte importante de suas liberdades em favor da criação do Estado seria:

a) o medo da morte, resultante da ausência de uma parte capaz de regular e julgar conflitos entre os indivíduos os quais freqüentemente os colocavam diante de confrontos solucionáveis apenas por meio do extermínio de uma das partes.

b) o interesse econômico, já que a ausência de um corpo imparcial, capaz de dirimir conflitos e garantir os contratos tornava praticamente inviável o estabelecimento de qualquer atividade econômica regular.

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c) o senso de justiça, que está presente em todo homem e que

deriva da compaixão.

d) o sentido de nação, resultante da agregação espontânea de

indivíduos segundo características e laços comuns, como a

língua, a etnia, o parentesco etc.

e) a necessidade de estabelecer uma autoridade imparcial, que

deriva da noção comum aos homens racionais de que todos são

igualmente incapazes de servir como juízes imparciais nas

causas em que estiverem envolvidos.

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10- (ESAF\Gestor\2000) Q. 22- Para Rousseau, o estado de natureza seria

dominado pela

a)Razão, abundância e paz

b)Paixão, discórdia e guerra

c)liberdade, sossego e ócio

d)Lógica, ética e democracia

e)liberdade, consenso e paz

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NEO-CONTRATUALISTAS:

JAMES M. BUCHANAN JR. (1919-2013, EUA)

O Cálculo do Consentimento (com G.Tullock, 1962)

Ponto de partida: concepção de um indivíduo maximizador da utilidade contrasta com o que os "teóricos políticos" prescrevem aos indivíduos: a obrigação de realizar o interesse público ou do bem comum.

BuchananSe os indivíduos têm idéias diferentes sobre o bem público, se todos agem segundo suas preferências(divergência quanto aos fins), o processo político deve ser analisado em termos dos "custos" da obtenção de acordo entre as partes.

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Postulados essenciais: 1-Todos os indivíduos tendem a agir visando a maximizar sua própria utilidade, ou seja: aumentar seus benefícios e reduzir seus custos, de modo a ganhar mais; 2-Todo governo é formado por indivíduos que são tão maximizadores quanto quaisquer outros, independentemente de serem políticos eleitos ou burocratas nomeados .

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Consequências: o comportamento dos agentes governamentais seria do tipo rent-seekingutilizam-se do poder extroverso do Estado justamente para obter rendas extra-mercado, gerando uma alocação ineficiente de recursos pela transferência de renda fora dos mecanismos competitivos do mercado. A essência da ação do Estado é a relação de troca entre ocupantes de cargos públicos e os atores privados apoiadores Não se trata se simples corrupçãoSão subsídios, empréstimos, empregos, contratos, fornecimento de serviços, alocação de renda a grupos específicos, controle sobre o câmbio, reservas de marcado, medidas de protecionismo, etc

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Soluçãoação coletiva Questão que razões que levariam os homens, seres individualistas, racionais e maximizadores, a abrirem mão de sua liberdade de ação e estabelecerem meios para o equacionamento das ações coletivas? Buchanantodo indivíduo considera vantajoso explorar a possibilidade de organização de uma atividade coletiva quando supõe que seus ganhos possam aumentar. A utilidade individual pode ser aumentada pela ação coletiva de duas formas: 1.) a ação coletiva pode eliminar alguns custos externos impostos pelas ações privadas de outros ao indivíduo em questão. 2.) a ação coletiva é um meio para assegurar alguns benefícios adicionais ou externos que não estão previstos pelo comportamento privado puro.

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Variável chaveos custos da organização em si mesma o custo derivado de decisões tomadas coletivamente: os custos da interdependência social deveriam estabelecer os parâmetros para escolher entre ação voluntária (individual ou cooperativa) e ação política (coletiva).

Se a prevalência das ações coletivas é inevitável, a única forma possível, para o indivíduo se assegurar que as ações de outros não lhe ocasionem custos, é através do emprego da regra da unanimidade.

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Buchanan distingue (1)a opção fundamental constitucional (ou contrato), que estabelece as regras do jogo, e (2)as opções pós-constitucionais de caráter operativo que visam a fins contingentes.

Por issodistingue o "Estado protetor" ou "Estado árbitro" - um poder neutral que, com o monopólio da sanção, impõe o cumprimento das normas jurídicas - e o "Estado produtivo" ou "Estado jogador", que fornece os bens públicos e cujos poderes discricionários deviam manter-se dentro da esfera do primeiro, que o limita.

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Buchanan As novas regras do jogo (unanimidade) teriam que impedir as preferências radicalmente individualistas, pois alimentam o conflito sem maximizar a utilidade individual; e favorecer, em vez disso, o jogo e o intercâmbio cooperativos, para fomentar uma convivência construtiva.

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NEO CONTRATUALISTAS JOHN RAWLS (1921-2002, EUA) Inspirado em Kant e no pluralismo liberal saxônico Aspectos distintivos em relação a Kant: a)consciência dos limites da racionalidade b)Rejeição à concepção organicista funcionalista Principal Obra: Uma Teoria da Justiça (1971) Questão central: quais devem ser os princípios da justiça em uma sociedade democrática? Como entender as exigências da igualdade e da liberdade em uma sociedade marcada por pluralismo razoável de doutrinas abrangentes?

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1) Idéia Fundamental: Sociedade como um sistema eqüitativo de cooperação social (fair system of cooperation) de uma geração a outra Idéia central a partir da qual se estrutura a concepção política de justiça.

Duas idéias associadas: idéia de cidadãos como livres e iguais(concepção de bem e senso de justiça) e idéia de uma sociedade bem-ordenada.

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2) Sociedade Bem-Ordenada: Sociedade Democrática (Liberal) Rawls não distingue entre moral e política em Teoria da Justiça, sendo o contrato social entendido como inerente à filosofia moral: o que é justo é o que é melhor para a sociedade.

A sociedade justa, bem estruturada, deve ser fundamentada de tal modo que as pessoas possam conviver com todas as suas diferenças religiosas, étnicas e culturais, enquanto pessoas livres e iguais, e portanto que possam viver bem. É a sociedade efetivamente regulada por uma concepção pública de justiça (princípios de justiça).

- Pluralismo Razoável :Existem diversas doutrinas abrangentes, sendo razoável o acordo público (político) sobre os princípios da justiça.

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2) Sociedade Bem-Ordenada: Sociedade Democrática (Liberal) Rawls não distingue entre moral e política em TJ, sendo o contrato social entendido como inerente à filosofia moral: o que é justo é o que é melhor para a sociedade. A sociedade justa, bem estruturada, deve ser fundamentada de tal modo que as pessoas possam conviver com todas as suas diferenças religiosas, étnicas e culturais, enquanto pessoas livres e iguais, e portanto que possam viver bem. É a sociedade efetivamente regulada por uma concepção pública de justiça (princípios de justiça). - Pluralismo Razoável :Existem diversas doutrinas abrangentes, sendo razoável o acordo público (político) sobre os princípios da justiça.

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3) Estrutura Básica da Sociedade: É o objeto primeiro da justiça como eqüidade. Os princípios da justiça têm como alvo central a estrutura básica da sociedade. Como as instituições políticas e sociais interagem formando um sistema de cooperação de social judiciário independente; propriedade; estrutura da economia; família Garante a base da Justiça. 4) Posição Original: Tomando como ponto de partida a idéia de sociedade como um sistema eqüitativo de cooperação social, surge a questão: como determinar os termos eqüitativos de cooperação? equivalente abstrato do Estado de Natureza na teoria do contrato social).

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6) Equilíbrio Reflexivo: Procedimento de avaliação dos princípios. Relação entre os juízos intuitivos (particulares) e os princípios: os princípios orientam os juízos particulares e estes podem reformular os princípios.

O procedimento do equilíbrio reflexivo propõe que se parta de juízos morais concordantes (generalizados), como o repúdio à escravidão e a tolerância religiosa, para ver se estes juízos são coerentes com os princípios de justiça no que tange à defesa da igualdade e liberdade.

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5) Véu da Ignorância: Deve-se abstrair as contingências para garantir a escolha justa.

Mecanismo para obscurecer os interesses em benefícios particulares próprios em uma situação histórica específica: neutralizar o egoísmo racional(Procedimentalismo).

Pressupõe os bens primários (primary goods): direitos e liberdades básicos; liberdades civis; cargos e posições abertos; renda e riqueza (saúde e educação); bases sociais do auto-respeito.

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7) Consenso Sobreposto : Consiste no acordo político (público) mínimo entre doutrinas abrangentes filosóficas, morais, religiosas. O papel essencial do consenso sobreposto é alcançar o equilíbrio reflexivo geral e amplo na afirmação da concepção política de justiça. Idéia baseada em uma concepção de justiça política que se pode justificar pro tanto, sem consideração às doutrinas abrangentes. O razoável se refere aos juízos puramente políticos que expressam uma atitude reflexiva na tolerância, reconhecendo os limites da faculdade de julgar e conduzindo à liberdade de consciência e pensamento.

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Objetivo de Rawls alcançar o Razoável na pluralidade. Horizonte da Razão Pública. Necessário distingüir o racional do razoável: O racional é a capacidade de manter idéias acerca do bem e atuar de uma maneira teleológica (Kant). O caráter razoável de uma doutrina compreensiva se relaciona com quem a sustenta. O razoável não pode ser derivado do racional. Os agentes meramente racionais não teriam a capacidade de reconhecer a validez independente das exigências alheias; o véu de ignorância tem por objetivo favorecer esta disposição razoável.

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8) Princípios de Justiça : 8.1- Princípio da Igual Liberdade: “Toda pessoa tem um direito igual a um sistema plenamente adequado de liberdades fundamentais iguais que seja compatível com um sistema similar de liberdades para todos”. 8.2- Princípio da Igualdade Eqüitativa de Oportunidades As desigualdades sociais e econômicas devem estar vinculadas a cargos abertos a todos em condições de igualdade de oportunidades“As desigualdades sociais e econômicas devem ser ordenadas de tal modo que sejam ao mesmo tempo (a) consideradas como vantajosas para todos dentro dos limites do razoável, e (b) vinculadas a posições e cargos acessíveis a todos.”

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8.3-Princípio da Diferença : As desigualdades sociais e econômicas devem redundar no maior benefício possível para os membros menos privilegiados da sociedade. “As desigualdades econômicas e sociais deve ser ordenadas de modo a serem ao mesmo tempo (a) para o maior benefício esperado dos menos favorecidos(obedecendo às restrições do princípio da poupança justa) e (b) vinculadas a cargos e posições abertos a todos em condições de igualdade eqüitativa de oportunidades.”

“O princípio da poupança justa pode ser considerado como um entendimento entre as gerações no sentido de que cada uma carregue a sua respectiva parte do ônus de realizar e preservar uma sociedade justa.”

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Ordem Léxica entre os Princípios: O Primeiro Princípio (igual liberdade)orienta o Segundo Princípio(diferença).

NovaOrdemSeqüência em Quatro Estágios:

1° Estágio: Posição Original: As partes escolhem os

P. J. sob o véu da ignorância.

2° Estágio: Convenção Constitucional: Delegados fazem uma Constituição a partir dos Princípios de Justiça.

3° Estágio: Legislativo: Legisladores promulgam leis (a partir da Constituição e P. J.).

4° Estágio: Judiciário: Juízes interpretam a Constituição e as Leis a partir dos P. J.

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NEO-CONTRATUALISTAS:

DAVID GAUTHIER (1932, Toronto)

Moralidade por Acordo (1986) teoria normativa da moral deduzida de premissas não morais da escolha racional em determinadas circunstâncias pode ser racional, para o egoísta eamoral, fazer uma escolha moral.

Pressuposto: homo economicus, maximizador.

Argumento: Porque aprendem com o “Dilema do Prisioneiro”, indivíduos racionais podem fazer escolhas não maximizadoras, desde que todos os demais também as façam auto-contenção

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A restrição ao auto-interesse só pode ser aceita sob duas condições:

1) Que todos cumpram com as práticas estabelecidas, ao menos na maioria das vezes;

2) Que se possa esperar que, com a aceitação dos

demais indivíduos às práticas morais, eles possam ter oportunidades mais benéficas do que em uma posição egoísta, de modo a se tornarem sócios do sistema de cooperação

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