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sustentabilidade empresarial

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Realização:

Patrocínio:

Apoio Institucional:

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Mundo Empresarial: a sustentabilidade entra em pautaMEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

6anos

5Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Federacão das Industrias do Estado de São Paulo

PresidentePaulo Skaf

DMA - Departamento de Meio AmbienteDiretor titularNelson Pereira dos Reis

Diretores titulares adjuntosArthur César Whitaker de CarvalhoMarco Antonio Barbieri Nelson Vieira Barreira Raul Ardito Lerário Walter Toscano

DiretoresAntonio Joaquim de Oliveira Caio Pereira de Queiroz (Representante do CJE)Carlos Henrique da Silva Ferreira Carolina Aristakessian (Representante do CJE)Celso Cardoso Simões Alexandre César Figueiredo de Mello Barros Darlene de Pádua Melo SpilaEliane Maria Haddad

Eugênio Carlos Deliberato Francisco Laterza Neto Gilberto Frederico Barbero José Alcades Theodoro José Luiz Miranda SimonelliJosé Ricardo Sukadolnik José Rogélio Miguel MedelaJosé Valverde Machado Filho (Representante do CJE)Lecy Ribas Camargo Filho Luciano Shigueru Sakurai Luiz Gonzaga BertelliMárcio Esteves da Silva Márcio NappoMarco Antonio de Almeida Mário HiroseMarlúcio de Souza Borges Moacir José Lordello BeltramePaulo Roberto Dallari Soares Renato José Giusti Ricardo de Souza Esper Romildo de Oliveira Campelo Sérgio Daneluzzi Azeredo Silvio Roberto Isola Tasso de Toledo Pinheiro Walter Françolin

Centro das Indústrias do Estado de São Paulo

Ciesp-Campinas

Diretor titularNatal Martins

1º Vice-DiretorJosé Nunes Filho

2º Vice-DiretorJosé Henrique Toledo Corrêa

DMA - Departamento de Meio AmbienteDiretor titularMarlúcio de Souza Borges

Diretor adjuntoRicardo Rodrigues Ribeiro

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Sustentabilidade empresarial : memória de um compromisso : Departamento de Meio Ambiente CIESP Campinas 2002-2008. -- Campinas : CIESP, 2009.

Vários autores. Bibliografia

1. Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Departamento de Meio Ambiente - História2. Desenvolvimento sustentável3. Empresas - Responsabilidade ambiental4. Empresas - Responsabilidade social5. Indústria - São Paulo (Estado)6. Industrialização.

09-09604 CDD-338.098161

Índices para catálogo sistemático:1. Sustentabilidade empresarial : Departamentode Meio Ambiente do CIESP Campinas - Centrodas Indústrias do Estado de São Paulo :História 338.098161

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

O trabalho do Departamento de Meio Ambiente (DMA) do Ciesp Campinas, expresso nesta publica-ção, é um exemplo importante do alcance da respon-sabilidade socioambiental. Para o Brasil, é decisiva a mobilização dos setores produtivos na direção da sustentabilidade, pois se torna inexorável adequar os padrões produtivos à realidade de um mundo em processo de mudança climática e cada vez menos rico em recursos naturais e fósseis.

O Ciesp Campinas, ao realizar projetos sustentáveis e viabilizar um espaço no qual repre-sentantes das empresas associadas possam somar esforços para vencer os desafios ambientais, ali-nha-se à filosofia que hoje norteia toda a indústria paulista. Entendemos que o definitivo resgate da dívida social brasileira não depende apenas da ex-pansão do PIB, mas sim do crescimento sustentado da economia. Esta é a bandeira que empunhamos na Fiesp/Ciesp e procuramos estender em todo o País.

Vencer tal desafio, independentemente da responsabilidade do Estado, somente será possível com o amplo engajamento da sociedade. Nesse con-texto, é decisivo disseminar a causa da sustentabi-lidade, que deve ser um dos parâmetros do desen-volvimento do Brasil.

Sustentabilidade, umabandeira da indústria

Paulo Skaf Presidente da

Federação e Centro das Indústrias do

Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp)

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Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

6 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 7Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Ciesp-Campinas e Meio Ambiente - Registro de nossa historia

Natal Martins Empresário e Diretor-Titular do Ciesp-Campinas - Gestão 2007-2011

Esta publicação coroa um trabalho realizado com com-petência, compromisso e seriedade de um departamento que é motivo de orgulho à Regional Campinas do CIESP. Criado no ano de 2002, durante a gestão do companheiro Francisco de Oliveira Lima Filho , que apoiou e acreditou na proposta, o departamento se consolidou na gestão de Luiz Alberto Soares Souza e temos, na presente gestão, o privilégio de apresentar a memoria destes primeiros anos de trabalho de nossa área ambiental.

Ao desenvolver e aplicar o conceito de negocios sus-tentáveis valendo-se de parcerias institucionais e ações de notória excelência socioambiental tivemos, neste perí-odo, resultados inéditos e significativos, reconhecidos na região e no estado de São Paulo.

Parabéns ao Departamento de Meio Ambiente do CIESP Campinas por este registro que, certamente, será mais uma contribuição à comunidade empresarial.

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MEMÓRIA DE UM COMPROMISSODepartamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Nosso compromisso com a sustentabilidade

Marlúcio Borges

Diretor do Departamento de

Meio Ambiente da FIESP e

Diretor Titular do Departamento de

Meio Ambiente do CIESP

No ano do sexagenário do CIESP Campinas é uma imensa satisfação apresentar este material que resgata a memoria dos seis primeiros anos de seu Departamento de Meio Ambiente (DMA).

Apesar da pouca idade se comparada à longa e rica trajetoria do CIESP Campinas, entendemos que seria importante regis-trar os primeiros passos, ações e conquistas do DMA como forma de reconhecer o envolvimento de pessoas, empresas e instituiçoes que, ao longo deste tempo, cederam sua dedicação e competência para que ele se consolidasse e pudesse avançar firmemente em seu compromisso de promover e implementar a sustentabilidade no setor empresarial.

A partir de um ideal comum e de uma necessidade local, caminhamos à proposição de um plano de trabalho que traçou objetivos, viabilizou um espaço de integração de empresas e seus representantes, discutiu desafios e propos alternativas, construiu parcerias, concretizou projetos premiados e idéias inovadoras e, acima de tudo, permitiu que o CIESP Campinas criasse uma identidade de compromisso da indústria com a sus-tentabilidade.

Esta é uma época de grandes desafios e responsabilidades. O planeta responde às nossas próprias ações – convocando-nos a reinventar o nosso modo de produzir, consumir e agir. E as-sim, nossa esperança que esta Memória de Compromisso possa, ainda que restrita ao âmbito de sua infância de seis anos, con-tribuir como semente e estimulo: ao compromisso de vanguar-da da Indústria Paulista de transformar recursos em valor, ao fundamental papel FIESP/CIESP de sistema indutor de desen-volvimento com sustentabilidade e, não menos importante, ao nosso compromisso individual de constantemente ousar, apri-morar e recriar um mundo melhor, mais justo e próspero. Se é na infância que experimentamos e aprendemos, é aí também que moldamos muitos de nossos valores essenciais.

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MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

8 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 9Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Agradecimentos

Direitos editoriais da obra: XXXXX

Ciesp-Campinas

Projeto e coordenação editorial:

Marlucio Borges

Apoio editorial:

Alessandra Píngaro, Graziele Píngaro, Jorge Galgaro, Juliana Moretto, Luis T. Furlan, Márcia E. C. Molinari, Ricardo R. Ribeiro e Stefan Rohr

Textos:

Graziella Cristina Demantova e Josiane Giacomini Alves

Convidados:

Cleusa Hércoli (Rigesa), Cristina Montenegro (Pnuma), Er de Oliveira (3M-EUA), Fabio Barbosa (Grupo Santander Brasil), Fernando Rei (Cetesb), Flávio R. Miranda (Cetesb), Francisco O. Lima Fo. (Mediterranea), Francisco R. de Cerqueira Neto (Petrobras), Jorge Galgaro (Rhodia), José L. Corte (Grupo Santander Brasil), José Maria F. Bueno

(Ciesp), José Ricardo R. Coelho (Vitopel), Henrique Gianezzi (Tyco), Linda Murasawa (Grupo Santander Brasil), Luiz Alberto S. Souza (DDL), Luís Tadeu Furlan (Petrobras), Luiz Fernando Furlan (Sadia/Fundação Amazonia Sustentável), Márcio Barbado (Cenic), Marlúcio Borges (Fiesp/Ciesp Campinas), Meena Hassanali (Oceta-Canada), Natal Martins (Ciesp Campinas), Nelson P. Reis (Fiesp), Newton Scavone (International Paper), Nirvana França(SW), Orlando J. G. Bueno (Bueno Advocacia), Paula Carvalho (Ciesp-Campinas), Paulo Skaf (Fiesp/Ciesp), Rafael Cervone Neto (Ciesp),

Renata F. Moreno (Emerenciano, Baggio, e Associados - advogados), Ricardo R. Ribeiro (3M - Brasil), Tania Del Matto (My Sustainable Canada), Tania M. Gasi (Cetesb) e Ulysses Luna (Icape).

Arte, diagramação e tratamento de imagens:

Fellows Marketing & Co.

Revisão:

Nonoonno mnoono

Primeira edição:

1000 exemplares

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Capítulo 1 Mundo empresarial: a sustentabilidade entra em pauta pág. 13

Capítulo 2 O CIESP Campinas: contexto e desafio pág. 19

Capítulo 3 Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios pág. 27

3.1 Grupo de Estudos Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade pág. 37

3.2 Produção mais Limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma

cultura de produção e consumo sustentáveis pág. 47

3.3 Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações pág. 59

Capítulo 4 Considerações finais: sustentar o compromisso pág. 73

SUMÁRIOSUMÁRIO

Este livro foi produzido com Vitopaper: um papel sintético feito a partir de plásticos reciclados pós-consumo, conferindo-lhes um nobre destino. Leve, resistente e infinitamente reciclável , este é um novo papel da indústria.Um exemplo de sustentabilidade empresarial e inovação em uma tecnologia 100% nacional e inédita no mundo.

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

10 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 11Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Ainda que esta obra tenha buscado contemplar ao máximo a história, o contexto e os partícipes dos primeiros seis anos do Departamento de Meio Ambiente do Ciesp Campinas - ela foi concebida e consolidada como uma memoria. Portanto, uma coletânea, um quadro representativo

de fatos - incapaz, por concepção, de abarcar a integralidade de méritos a tudo e a todos.

Desse modo, registramos aqui, nosso mais amplo e pleno agradecimento às pessoas, empresas e instituições - as citadas e as não citadas nesta Memoria - que, por intermédio de sua participação, competência, apoio, influencia ou estímulo, contribuíram e contribuem em nossa

trajetória de trabalho para a sustentabilidade empresarial.

Para a consolidação e disponibilização desta obra foi necessário, todavia, um depósito de confiança e empenho sem o qual tal empreitada não teria sido possível. Assim, nossos especiais

agradecimentos aos patrocinadores e incentivadores: Petrobras por intermédio da Replan, 3M do Brasil, Grupo Santander Brasil e Vitopel. Ao irrestrito apoio institucional do Ciesp Campinas e do sistema Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai e à fundamental colaboração em sugestões e revisões de caráter

voluntário para esta Memoria de profissionais do mais alto gabarito: Cleusa Hercoli, Er de Oliveira, Jorge Galgaro,Luis Tadeu Furlan, Newton Scavone, Ricardo R. Ribeiro e Stefan Rohr.

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Agradecimentos essenciais

Agradecimentos especiais

11 Mundo empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

O empresariado assume o conceito de desenvolvimento sustentável, seguro de que esta é a resposta moderna aos desafios do mundo atual. Há muito ele se convenceu de que não há mais lugar para o falso dilema que durante muito tempo contrapôs o desenvolvimento econômico à conservação ambiental. Hoje, tem a plena consciência de que a geração de riquezas é perfeitamente compatível com a proteção do meio ambiente e a sustentabilidade. Espera-se que alianças possam ser formadas, em torno da percepção comum sobre o valor ambiental dos recursos naturais, em termos de crescimento e competividade dos negócios. As atividades já desenvolvidas pelos empresários mostram claramente o compromisso do setor produtivo de se integrar às mudanças necessárias para a consecução de desenvolvimento sustentável racional buscando soluções que beneficiem toda a sociedade.

Rafael Cervone Neto - Empresário, 1º Vice Presidente do CIESP

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ção

12 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Se é consenso que durante os dois últimos séculos o processo de industrialização no mundo se desenvolveu de forma não-sustentável, as duas últimas décadas evidenciam, ao contrário, uma grande mudança na postura da indústria, de governos e da sociedade no que diz respeito à proteção do ambiente.A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro em 1992, a ECO-92, consolida um marco fundamental na relação da indústria com o desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade - considerada integralmente em seus planos ambiental, social e econômico - passa a ser incorporada não somente como um diferencial de competitividade mas como critério mandatório de sobrevivência e manutenção das organizações.Neste contexto, a indústria assume um papel fundamental de responsabilidade e participação já que por um lado utiliza e transforma recursos e por outro gera emprego, renda, desenvolvimento e, em principal instância, qualidade de vida às pessoas.

“Pela primeira vez, o homem compreendeu realmente que é um habitante do planeta e, talvez, deva pensar ou agir sob novo aspecto, não somente sob o indivíduo, família ou gênero, Estado ou grupos de Estados, mas também sob o aspecto planetário.” (Vernadski)

Revista Hoje CIESP Campinas - Encarte Meio Ambiente - 2ª edição Maio/2002

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios11 CAPÍTULO 1 Mundo empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

Transcorridos mais de 40 anos desde o

primeiro encontro internacional no qual

cientistas, empresários e políticos se reu-

niram em Roma para discutir os limites do cresci-

mento (Clube de Roma, 1968) preocupados com

a pressão exercida sobre o uso dos recursos na-

turais, muito se evoluiu em conceitos, posturas

e ações. Hoje, a sustentabilidade se insere defi-

nitivamente na pauta do planejamento estratégi-

co não só do setor produtivo, mas dos principais

setores da sociedade global.

Os problemas enfrentados naquela época

relacionavam-se principalmente ao processo de

industrialização acelerada, impulsionado para

promover o desenvolvimento desejado e neces-

sário para a produção de bens de consumo e

atendimento de demandas sociais básicas. Além

disso, a consciência sobre a finitude dos recursos

naturais e o conhecimento sobre as implicações

socioambientais de seu uso indiscriminado ainda

não se constituíam em fatores primordiais ao pla-

nejamento das atividades produtivas.

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 15Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Entretanto, com a realização da Conferência

das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Hu-

mano na Suécia em 1972, algumas mudanças

começam a ser incorporadas nas agendas gover-

namentais com a aprovação da Declaração de

Estocolmo. A partir desse momento a dimensão

ambiental foi introduzida na agenda política in-

ternacional como fator limitante do modelo tra-

dicional de desenvolvimento, resultando na cria-

ção de órgãos de proteção ambiental em diversos

países para regular e orientar ações auxiliando o

empreendedor a identificar os efeitos ambientais

do seu negócio e assim decidir a melhor maneira

de prevení-los e/ou gerenciá-los.

Aliar o desenvolvimento com a proteção do

ambiente foi um dos temas centrais de outro en-

contro realizado na Noruega em 1986, presidido

pela Ministra de Meio Ambiente, Gro Harlem

Bruntland, quando a Comissão Mundial sobre o

Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas

Nações Unidas, elaborou um documento deno-

minado Nosso Futuro Comum (1987), também

conhecido como relatório Bruntland. Nele se

reafirmava a visão crítica do desenvolvimento

construído a partir do uso excessivo dos recursos

naturais sem considerar a capacidade de suporte

dos ecossistemas assim como de sua incompa-

tibilidade aos padrões de produção e consumo

vigentes.

Desse modo o relatório Bruntland acaba por

lançar os pilares conceituais do desenvolvimento

sustentável: “aquele que satisfaz as necessidades

presentes, sem comprometer a capacidade das

gerações futuras de suprir suas próprias neces-

sidades”. Satisfaz, no sentido da aquisição quan-

titativa e qualitativa de bens e serviços providos

conscientização dos problemas ambientais e

que, diferente de outros eventos, apresentou

direcionamentos mais concretos e abrangentes

consolidados em documentos como a Agenda

21. Alguns resultados foram transformados em

acordos e compromissos entre os países signatá-

rios para a solução ou minimização dos principais

problemas e desafios a serem enfrentados, como

é o caso da Convenção sobre Mudanças Climáti-

cas que influenciou a elaboração do Protocolo de

Kioto em 1997, de fundamental importância até

os dias atuais, para miminizar os efeitos e retar-

dar os impactos do aquecimento global.

A ECO-92 sinalizaria não só as diretrizes para

a indústria, mas serviria de bússola para governos

e sociedades refletirem sobre suas riquezas, não

aquelas produzidas como um bem de consumo,

mas as naturais, particulares e únicas, da biodi-

versidade própria de cada país. Nunca, até então,

tantos haviam pensado na mesma direção.

pela natureza com o objetivo de atender às ne-

cessidades econômicas, sociais e ambientais dos

indivíduos da comunidade humana.

Cabe aqui apresentar a sustentabilidade

como um conceito mais amplo, intrínseco e es-

trutural ao novo desenvolvimento que se impõe:

um processo contínuo e de longo prazo que, por

intermédio de acesso, conservação e reposição

de bens, serviços e recursos é capaz de manter

a permanência de um sistema. Sob este enfoque,

a sustentabilidade empresarial extrapola o papel

da indústria para além da eficiência econômica e

produtiva. Traz as dimensões ambiental e social

para integrar uma nova forma de atuar e uma

nova forma de fazer negócios.

Em 1992, a Conferência das Nações Unidas

para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

(CNUMAD - ECO92), realizada no Rio de Janei-

ro, assinala um momento posterior de ampla

Mundo Empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

No início do mesmo ano, previamente à reali-

zação da Conferência da Organização das Nações

Unidas (ONU), o então secretário-geral da ONU

Maurice Strong, com a intenção de estimular o

interesse e o envolvimento do setor empresarial

por este tema, formula uma perspectiva global

sobre desenvolvimento sustentável. É fundado

então o Business Council for Sustainable De-

velopment (BCSD), responsável pela edição do

livro-relatório: Mudando o Rumo: uma perspec-

tiva empresarial global sobre desenvolvimento

e meio ambiente. A publicação acende uma dis-

cussão sobre a idéia de Justiça Econômica para as

relações entre as empresas e todos aqueles que

estão a seu redor: acionistas e empregados, con-

sumidores e vizinhos, cidades e países.

O assunto extrapola a esfera das fronteiras

territoriais e se amplia a percepção de que tudo

afeta a todos de maneira cada vez mais intensa e

com menos tempo de absorção. Por isso, inclusi-

ve, a necessidade de uma redefinição conceitual

e pragmática do clássico processo de desenvolvi-

mento consumidor de recursos naturais.

Abordagens mais racionais, objetivas e sis-

têmicas dos problemas causados pela poluição e

pelos impactos das atividades humanas sobre o

ambiente1 passam a denotar, de modo progres-

sivo, ações mais efetivas da indústria na constru-

ção de um desenvolvimento sustentado. De um

modo geral, as iniciativas voluntárias de auto-

regulação (ISO 9000 e ISO 14000, por exemplo)

firmam-se como o estágio mais avançado no pro-

cesso de se sistematizar esforços rumo à susten-

tabilidade no setor produtivo.

Diante dessa evolução de posturas, a indús-

jetiva e inequívoca no IV Relatório do IPCC (Inter-

governmental Panel on Climate Change), de feve-

reiro de 2007, que estabeleceu um aval científico

sobre a responsabilidade do homem frente ao

aquecimento global. Mas não apenas do homem

individualizado, de empresas ou de governos: a

questão é planetária e requer uma conjunção de

esforços científicos, políticos, sociais e econômi-

cos na busca de soluções locais e globais que res-

pondam à envergadura deste desafio.

Considerado este cenário e o término da vi-

gência do Protocolo de Quioto em 2012, há agora

uma grande tarefa a ser cumprida: a de garantir

que após este ano o mundo continue a se desen-

tria percebeu que poderia fazer a diferença para

além de transformar recursos e gerar empregos.

Podia colocar a qualidade de vida neste mesmo

patamar. Junto às resoluções da Cúpula Mundial

sobre o Desenvolvimento Sustentável Rio + 10,

realizada em 2002, em Johannesburgo, na África

do Sul, o setor anteviu o panorama delicado do

equilíbrio ambiental global em que teria que tra-

balhar. Dentre os inúmeros cenários listados pelo

relatório destacam-se as previsões de que, até

2032, cerca de 70% da superfície do globo poderá

estar afetada pelo impacto direto ou indireto das

atividades humanas.

Essa constatação é apresentada de forma ob-

1 VALLE, C. E. Qualidade Ambiental: como ser competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira, 1995.

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Mundo Empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

16 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 17Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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volver atendendo, pelo menos, a padrões míni-

mos de qualidade de vida.

Além dos resultados práticos de todos esses

e outros encontros internacionais é importante

ressaltar um resultado indireto, mas nem por isso

de menor importância que é o reconhecimento

da necessidade de ação conjunta entre todos os

segmentos da sociedade que consigam dar res-

postas eficazes aos desafios impostos pela dinâ-

mica histórica de desenvolvimento.

Pelo setor industrial, a conjuntura imposta

pelo aquecimento global impacta diretamente na

governança das empresas desde o gerenciamen-

to de riscos e zelo da imagem corporativa até a

identificação de novos negócios.

A cada dia se comprova com mais contun-

dência o fato de que a atuação socioambiental

responsável, além de benefícios econômicos e

socioambientais, também representa um fator

diferencial de mercado tornando-se - mais que

forte vantagem competitiva - uma premissa no

ambiente global de negócios.

No que diz respeito ao setor industrial bra-

sileiro é crescente o número de indústrias que

adotam práticas de gestão ambiental e que já in-

vestem em atividades ligadas à proteção do am-

biente.

Uma pesquisa realizada pela Confederação

Nacional da Indústria (CNI, 2007)2, assinala que

ao identificar as principais razões para adoção de

medidas associadas à gestão ambiental no setor

Participar deste compromisso não é mais uma

opção, mas um requisito na conquista e manu-

tenção de mercados, seja em função das exigên-

cias legais, seja pela pressão exercida pela socie-

dade.

Vale aqui registrar o papel de iniciativas go-

vernamentais3 para estimular práticas sustentá-

veis com o objetivo de desonerar os investimen-

tos de indústrias nacionais preocupadas com a

sustentabilidade de seus produtos e processos

como também para incentivar empresas que in-

corporem em suas ações o incentivo à adoção de

práticas sustentáveis.

A adoção de tais práticas traz ganhos em pro-

dutividade/lucratividade, em qualidade ambien-

tal e de vida não somente à própria empresa, sua

planta e seus colaboradores, mas principalmente

amplia a oferta de tais benefícios à região na qual

está instalada.

Para uma região como a de Campinas, segun-

do pólo industrial do país, esta constatação assu-

me uma importância de grande relevância. Ações

e posicionamentos podem significar o rumo de

sustentabilidade que a própria região vai tomar

(ou não).

Trabalhando nesta direção e colocando em

pauta todas as preocupações expostas, atua o

CIESP Campinas. A constante promoção de ini-

ciativas para que a indústria seja um agente de

transformações positivas no contexto de susten-

tabilidade empresarial é um compromisso funda-

mental da Entidade.

industrial, torna evidente que as preocupações

acerca da sustentabilidade foram efetivamente

colocadas em pauta no planejamento das ativi-

dades industriais. Dentre as principais razões in-

dutoras para tais iniciativas, destacam-se as se-

guintes:

Atender regulamento ambiental

• Estar em conformidade com a política social da empresa

• Atender as exigências do licenciamento

• Melhorar a imagem perante a sociedade

• Atender o consumidor com preocupações ambientais

• Reduzir os custos dos processos industriais

• Aumentar a qualidade dos produtos

• Atender a reivindicação da comunidade

• Aumentar a competitividade das exporta-ções

• Atender exigências de instituições financei-ras ou de fomento

• Atender pressão de organização não gover-namental ambientalista

Uma análise ainda que breve destas razões

revela o setor empresarial comprometido em

atender as regulamentações legais para o desen-

volvimento de suas atividades e, ao mesmo tem-

po, atento às exigências da sociedade e à ecoe-

ficiência de seu processo. A adoção de práticas

sustentáveis tem se apresentado como um cami-

nho fundamental para se conciliar ganhos socioe-

conômicos com a preservação do ambiente.

Estamos presenciando uma nova Revolução

Industrial, cujas ações associam as preocupações

com produtividade, eficiência econômica e qua-

lidade com a busca do compromisso ambiental.

2 “O número de empresas que declararam ter investido na proteção do meio ambiente em 2006 subiu para 79,1%frente a um total de 76,5%, em 2005. A maior parte das empresas investiu até 3% do seu faturamento em medidas de proteção ao meio ambiente (...) Os setores de atividades que se destacaram com o maior número percentual de empresas que realizaram procedimentos gerenciais associados à gestão ambiental, em 2007, foram: Refino de Petróleo (100%), Química (84,1%), Indústria Extrativa (84,1%), Limpeza e Perfumaria (82,9%) e Alimentos (82,3%). O setor de Vestuário, ao contrário, foi o que apresentou o menor percentual (29,9%)”. (Confederação Nacional da Indústria - CNI - Sondagem Especial sobre Meio Ambiente, 2007. In: Sondagem Especial da CNI - Ano 5, Nº 2 - junho de 2007). Disponível em: http://www.cni.org.br3 Confederação Nacional da Indústria. “Crescimento. A visão da indústria” - Brasília: CNI, 2006

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Mundo Empresarial: a sustentabilidade entra em pauta 22 O Ciesp-Campinas: Contexto e desafio

A indústria paulista é privilegiada por contar com uma entidade que tem a força de representação do sistema Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai. Claro que esta força se construiu e se constrói por pessoas.Tendo sido por um período diretor de Integração Regional do Ciesp percorri o estado e testemunhei a riqueza e a diversidade de nossa indústria. Somar e convergir este patrimônio é uma missão importantíssima da Entidade.Em Campinas, uma região onde a indústria tem uma participação tão preponderante, é ainda maior a responsabilidade do Ciesp .Penso que construir solidamente a confiança entre os associados e o empresariado local por intermédio da competência e dedicação de seus representantes é o único caminho que permitiu ao longo desses quase sessenta anos e permitirá ao Ciesp Campinas exercer com eficiência e reconhecimento seu papel de genuíno porta-voz da indústria da região.

José Maria Ferraz Penteado Bueno -Empresário, Diretor Titular DIR (Departamento de Integração

Regional) 2001-2004, Diretor titular Ciesp-Campinas

1992-1995, Co-fundador do Gênese - Grupo de Estudos e Negócios dos

Setores Empresariais.

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18 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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É fato que hoje a indústria não pode ser concebida simplesmente como um agente transformador de recursos mas como uma organização sociopolítica com grande influência nos destinos da sociedade. A indústria paulista responde por quase 40% do PIB brasileiro (IBGE, 2004). Para além da expressão percentual, isto significa uma grande responsabilidade do setor industrial nos rumos de desenvolvimento no estado e no país. Tal vocação delega ao sistema FIESP/CIESP/ SESI/SENAI, como genuíno representante da indústria paulista, um papel fundamental. O CIESP Campinas tem o privilégio de se situar em uma região que se consolidou como um importante pólo no processo de desenvolvimento econômico, tecnológico, científico e industrial do país. Frente a uma conjuntura tão favorável, os desafios que se apresentam têm semelhante envergadura. Prestes a completar seus 60 anos em 16 de dezembro de 2009, o CIESP Campinas tem se posicionado, por intermédio de crescente representatividade, participação política, inserção comunitária e prestação de serviços - como interlocutor e indutor de sustentabilidade empresarial em suas dimensões econômica, ambiental e social.

“A maior liberdade de mercado implica maiores responsabilidades.”(Gro Harlem Bruntland)

Revista Hoje CIESP Campinas - nº 68/Encarte Meio Ambiente 14ª Edição - Janeiro/2005

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios22 CAPÍTULO 2 Ciesp-Campinas: contexto e desafio

Para compreender o CIESP Campinas é

fundamental conhecer melhor a região

que o abriga: seu Estado, as cidades, as

indústrias e a sua história singular.

Dados que apontam o Estado de São Pau-

lo como responsável por cerca de 1/3 do PIB

agroindustrial brasileiro ou como o lugar que

concentra aproximadamente 30% de todos os in-

vestimentos privados realizados nacionalmente1

evidenciam a história de trabalho e de conquista

da região. A consolidação destes números é mo-

vida por uma força motriz, que faz deste Estado

do Brasil o maior centro de desenvolvimento da

América Latina, com 645 municípios e cerca de

40 milhões de habitantes.

O processo de industrialização desta região

do país foi construído a partir de muito trabalho

e com adaptações às mudanças sociais e políticas

ocorridas no Brasil e no mundo, construindo o ce-

nário econômico e social atual do Estado. O foco 1 Fonte: Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (19 de dezembro de 2007). Página visitada em 01 de setembro de 2009.

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 21Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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agroexportador de sua economia foi modificado

no início do século XX pela dificuldade de se esta-

belecer o comércio internacional em razão da Pri-

meira Guerra Mundial (1914-1918), fato que in-

centivou o desenvolvimento de indústrias locais.

O empresariado passou então a voltar-se

para território local e regional de atuação, muito

em função das dificuldades inerentes em se rea-

lizar negócios com outras partes do mundo que

estavam envolvidas na busca de soluções para

os danos causados pelo conflito bélico na Euro-

pa, e que teve seus reflexos e conseqüências em

todo o planeta. A saída então foi desenvolver as

indústrias localmente, impulsionadas pela am-

pliação da malha rodoviária no País, que saltaria

de 113.570 quilômetros em 1928, para 258.390

(em 1939) e 400 mil (em 1955). Em proporção

semelhante também cresceria o número de ca-

minhões em circulação: de 54.842 em 1939 para

cerca de 210 mil em 19512.

Em 1920, enquanto a Ford recebia a conces-

são para montar automóveis em São Paulo, Cam-

pinas, por iniciativa do vereador Álvaro Ribeiro,

publicava a resolução 606, que dava incentivos

para as indústrias se instalarem na cidade. Já

era um sinal de que as lideranças locais estavam

atentas à emergência da industrialização e da

necessidade de mudanças. Neste mesmo ano é

inaugurada no município a primeira fábrica de

tecidos elásticos da América Latina, a Godoy &

Valbert, na Rua José Paulino. A fábrica permitiu a

substituição das importações de tecidos elásticos

que era feita principalmente da Inglaterra, Suiça

e Itália. A era dos barões do café chegava ao seu

fim. Campinas iniciava sua marcha da industriali-

zação e se preparava para os novos tempos.Figura 2.1 Regionais Ciesp no Estado de São Paulo. (Ciesp, 2008)

2 Matéria Correio Popular (04/02/2000)

Rogério Capela/AAN

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ciesp-Campinas: contexto e desafio

Godoy & Valbert, a primeira fábrica de tecidos elásticos da América Latina: tempos de industrialização3

Região Metropolitana de Campinas

A década de 20 foi, portanto, marcada por

acontecimentos importantes que impulsionaram

e fortaleceram o processo de industrialização no

Estado, como o “crack” da bolsa de Nova Iorque

em 1929 e a instituição da República Nova, niti-

damente ancorada na industrialização.

É assim que em 1928 é fundado o Centro das

Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), uma

sociedade civil sem fins lucrativos, criada para

articular ações entre empresas industriais e suas

controladoras, associações ligadas à indústria e

demais empresas, congregando aos interesses

mútuos relacionados à indústria. Em 1931 o de-

creto que instituiu um modelo sindical baseado

em associações de classe, Federações Estaduais e

Confederações, fez com que o Centro das Indús-

trias do Estado de São Paulo passasse a se cha-

mar “Federação das Indústrias do Estado de São

FIGURA 2.2 Sede FIESP/CIESP/SESI/SENAI em São Paulo e sede do CIESP Campinas.

No ano de 1949 o CIESP, em um processo de

consolidação de gestão descentralizada, decide

expandir suas ações para impulsionar o desen-

volvimento localmente. São criadas as Diretorias

Regionais que têm a missão de falar pela indús-

tria local e influir sobre as decisões dos poderes

públicos, preservando os interesses da indústria

e de seus associados. A descentralização das ati-

vidades teve como principal meta regionalizar os

serviços prestados às empresas associadas (as-

sessoria nas áreas jurídico-consultiva e técnica,

econômica, comércio exterior, infra-estrutura,

tecnologia industrial, responsabilidade social,

meio ambiente, crédito, pesquisas, feiras, simpó-

sios, rodadas de negócios) e desenvolver projetos

com foco na melhoria da qualidade de vida na re-

gião. Atualmente são 42 núcleos espalhados pelo

Estado, que congregam cerca de 10 mil empresas

associadas. O CIESP Campinas é um deles.

Paulo” (FIESP).

Após tentativas de seus líderes em voltar

as atividades originais em 1942 o CIESP passou

a ter diretorias próprias e a cuidar de estudos

econômicos e legislativos enquanto a FIESP cui-

dava de assuntos institucionais e de mobilização

industrial. Hoje, as atribuições da FIESP mudaram

acompanhando as demandas do setor industrial

do país, ampliando o escopo de seus objetivos

enquanto principal interlocutora do setor produ-

tivo representando 132 sindicatos patronais, que

representam cerca de 150 mil indústrias de todos

os portes e das mais diferentes cadeias produti-

vas. Além de representar as categorias de clas-

se defendendo seus interesses a FIESP também

atua como órgão técnico e consultivo, administra

o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial -

SENAI e o Serviço Social da Indústria - SESI.

Figura 2.2 Sede Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai em São Paulo e sede do Ciesp-Campinas Sede do Ciesp-Campinas

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Ciesp-Campinas: contexto e desafio

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22 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 23Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Porém não é todo dia que se consegue fazer

com que um lugar prospere e, além disso, que

possa ser o responsável por estabelecer padrões

de produção industrial para os demais, como

uma espécie de viga-mestra. Inegavelmente há

que haver uma série de “coincidências” bem-vin-

das, a começar pela própria posição estratégica

de “boca do sertão e ao mesmo tempo porta de

acesso ao litoral”4, como é o caso da região de

Campinas.

Em razão de sua localização estratégica,

próxima ao centro industrial e comercial de São

Paulo e de sua excelente logística aeroportuária,

rodoviária e ferroviária, Campinas consolidou-se

ao longo dos anos como um importante pólo no

processo de desenvolvimento econômico pau-

lista. A região de Campinas possui uma malha

rodo-ferroviário bem desenvolvida que garante a

conexão com os mais importantes centros regio-

nais do país como a Região Metropolitana de São

Paulo (RMSP), a Região Metropolitana da Baixada

Santista (RMBS), Sorocaba, Vale do Paraíba, Rio

de Janeiro, Paraná, Triângulo Mineiro, Sul de Mi-

nas e Mato Grosso. Porém é importante relem-

brar que esta vantagem logística foi construída

em função da privilegiada localização de Campi-

nas e região que permitiu o avanço dos paulistas

à Goiás, e de Campinas para Sorocaba, norte do

Paraná, Vale do Paraíba, litoral e Rio de Janeiro,

e mais tarde para São Paulo e para o porto de

Santos,favorecendo uma malha estratégica de

acessos e caminhos essenciais ao escoamento da

produção e formação do parque industrial.

A participação das atividades econômicas

da região foi marcante em diversos períodos: no

E é aqui que se encontram a Regional CIESP

Campinas e a Região Metropolitana de Campinas

(RMC), ambas compostas por 19 municípios, em-

bora não coincidentes, mas que consolidam uma

leitura regional comum, expressa numa infra-es-

trutura invejável: desde uma excelente logística

aeroportuária, rodoviária e ferroviária, até uma

grande base de pesquisa e desenvolvimento tec-

nológico, com instituições de ensino de renome

internacional. Este perfil faz desta região a se-

período da cana-de-açúcar, da agro-indústria ca-

feeira, da industrial e atualmente também vem

sendo considerada como pólo de alta tecnologia.

Resultados desse processo apontam a região

administrativa de Campinas – composta por 83

municípios, 19 deles integrantes da região me-

tropolitana de Campinas (RMC) – como uma das

mais desenvolvidas do Estado, com grande con-

centração industrial e agropecuária no país.

4 Gomes, Eustáquio; Região Metropolitana de Campinas – Caminhos de Futuro; Campinas 2008

Cidades que integrama Regional CIESP Campinas

RMC (Região Metropolitanade Campinas)

Figura 2.3 Região Metropolitana de Campinas e Regional Ciesp-Campinas

Região Metropolitana de Campinas

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ciesp-Campinas: contexto e desafio

5 Fonte: Seade - PIB e Participação no Total Municípios Selecionados do Estado de São Paulo 2006

gunda mais importante do Estado de São Paulo.

Vale dizer que apenas Campinas, considerada a

cidade-sede da RMC, responde por R$ 4,9 bilhões

de reais do valor adicionado ao PIB nacional5.

Ainda hoje o interior paulista continua a cres-

cer atraindo empresas de todos os portes, micro,

pequenas, médias e grandes indústrias que con-

tam com o suporte do Centro das Indústrias do

Estado de São Paulo - CIESP, para a consolidação

tabelecidas na região criam uma teia de relações

e um fluxo de pessoas e mercadorias na região

que favorecem e diferenciam este pólo industrial

de outros. Ao mesmo tempo, delegam um papel

de representatividade e atuação mais decisivo ao

CIESP Campinas como seu interlocutor.

O CIESP Campinas atua prestando serviços

de assessorias jurídica, técnica e econômica em

19 municípios, entre eles: Águas de Lindóia, Am-

e aprimoramento de suas atividades.

A história nos mostra que a região de Cam-

pinas adaptou-se às mudanças e consolidou sua

marcha rumo ao desenvolvimento, tornando-se

então uma das cidades que melhor representou

a ascensão da indústria no Brasil. Hoje a região

possui um dos mais diversificados e complexos

parques industriais. Por outro lado, todas as re-

lações decorrentes das atividades comerciais es-

Figura 2.4 Distribuição por segmentos produtivos dos associados ao Ciesp-Campinas

Participação por Segmento Industrial

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ciesp-Campinas: contexto e desafio

24 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 25Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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paro, Artur nogueira, Campinas, Conchal, Estiva

Gerbi, Holambra, Hortolândia, Itapira, Jaguariú-

na, Lindóia, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Paulínia,

Pedreira, Santo Antonio de Posse, Serra Negra,

Sumaré e Valinhos.

Fazem parte de seu elenco 527 empresas

associadas, sendo 56 delas multinacionais (Fon-

te CIESP Campinas dez. 2008). E das associadas,

159 são exportadoras, que além de contribuírem

para o desenvolvimento econômico local e regio-

nal, também apresentam no exterior uma marca

que também transmite valor à esta região. Jun-

tas, empregam 83.355 funcionários. No CIESP-

Campinas, estão representados os seguintes seg-

mentos: Metalúrgico; Farmacêutico; Alimento;

Têxtil; Mecânico; Madeireiro; Bebida; Gráfico;

Construção; Calçado; Autopeça e Transporte;

Elétrico, Eletrônico e de Comunicação; Borracha;

trimestre de 20096.

E hoje, frente aos novos desafios impostos

pelos impactos ambientais globais e pela crise

econômica emergente, qualquer desenvolvimen-

to só faz sentido se tiver a sustentabilidade por

princípio. Com esta preocupação, FIESP e CIESP

promovem ações com foco na construção de

um desenvolvimento sustentável e para isso de-

fendem e conciliam os interesses e negócios da

indústria, missão de todos os Departamentos de

Meio Ambiente do sistema FIESP-CIESP.

Convicto desta premissa e dos apelos globais

pela preservação ambiental, e consciente da in-

fluência socioeconômica dos negócios para além

dos limites municipais, o CIESP Campinas cria em

2002 o seu Departamento de Meio Ambiente

(DMA).

Mobiliário; Papel e Papelão; Químico e Petroquí-

mico; Vestuário; Produção de Materiais Plásticos;

Produção de Minerais não Metálicos; Piscicultu-

ra; Comércio Atacadista e Varejista; Entidades

de Classe; Prestadores de Serviços ligados à In-

dústria e Diversos. Esta formação rica e diversa

(FIGURA 2.4) compõe uma realidade industrial

muito singular, e confere ao CIESP Campinas uma

responsabilidade ainda mais relevante na missão

de ser um agente indutor de desenvolvimento.

As ações do CIESP Campinas em seus 60 anos

de atuação atingiram resultados significativos no

desenvolvimento da região, colocando-o na ter-

ceira posição do ranking das 39 unidades regio-

nais que juntas representam US$ 9,8 bilhões do

montante exportador estadual responsáveis por

8% do total vendido no estado e por 31,5% do

total vendido no Brasil no mercado global no 1°

6 Dados levantados pelo Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (Depecon) do Centro e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp e Fiesp) com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apresentados pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística – NTC&Logística, em notícia publicada em 15/5/2009 disponível em: http://www.ntcelogistica.org.br/noticias/materia_completa.asp?CodNoti=34409FIGURA 2.1 Regionais CIESP no estado de São Paulo. (CIESP, 2008)

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ciesp-Campinas: contexto e desafio 33 Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso ambiental promovendo negócios

O DMA - Departamento do Meio Ambiente - foi criado em 2002, em um momento em que a sociedade sinalizava claramente a importância da inclusão do conceito da Sustentabilidade no planejamento de negócios das empresas.Nesse processo de evolução, o DMA desempenhou um importante papel de facilitador, buscando trazer para a prática os fundamentos básicos de sustentabilidade. Entre outras ações, viabilizou um espaço no qual as empresas associadas, em diferentes estágios de implantação de práticas sustentáveis, pudessem partilhar suas experiências, analisar os casos de sucesso e replicá-los de acordo com a realidade de suas organizações. Foi um processo de aprendizado sempre com foco na preservação ambiental mas com evidências concretas de que a sua prática é um componente de adição de agregação de valor para as empresas e a comunidade. Esses foram os primeiros passos, cadenciados mas efetivos na busca do desenvolvimento equilibrado e que contribuiu para a incluir a sustentabilidade na agenda das empresas da nossa região.

Er de Oliveira - Vice President, 3M Engineering,

Diretor adjunto do DMA CIESP Campinas 2002 - 2008

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26 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Construir um compromisso coletivo em que a excelência ambiental e a sustentabilidade norteassem as ações e inspirassem um novo jeito de fazer negócios no setor empresarial: com esta visão o Departamento de Meio Ambiente (DMA) do CIESP Campinas foi criado em 2002. Consideradas a riqueza e complexidade do estado de São Paulo e da região de Campinas, cujos desafios são potencializados por uma situação global que clama por soluções emergentes e inovadoras, propôs-se concretizar um centro de referência e estímulo a práticas, projetos e ações sustentáveis que pudessem adicionar valor aos negócios, às organizações e à comunidade locais. Em seus primeiros 6 anos de existência, buscando corresponder ao rico legado de 60 anos do CIESP Campinas, o DMA teve no fortalecimento do espírito cooperativo em suas relações um princípio fundamental para sua consolidação.

“Só o entendimento do papel social da empresa, tanto como geradora de renda, como responsável pelo meio ambiente e preocupada com o desenvolvimento social, conduz ao sucesso nos negócios.” (Martin F. Altorfer - Holcim Brasil S.A.)

Revista Hoje CIESP Campinas nº 64/Encarte Meio Ambiente 11ª Edição - Março/2004

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios33 CAPÍTULO 3 Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Se as iniciativas empresariais no âmbito

ambiental nas décadas de 80 e 90 ainda

eram predominantemente motivadas por

pressões regulatórias, a conjuntura global no iní-

cio dos anos 2000 sinaliza uma forte mudança

referente à incorporação da questão ambiental

no planejamento de negócios. Um indicativo é,

por exemplo, a evolução no número de empresas

com certificação ISO 14000. Este número saltaria

de 100 empresas em 1999 para 1500 empresas

em 2004 (RMAI, 2004). Todavia, ao se considerar

como critério a adoção desta mesma certificação

como etapa indicativa do estágio de incorporação

da variável ambiental pelas empresas na área de

atuação do CIESP Campinas tinha-se que, do total

de empresas associadas, apenas 27% das grandes

empresas contavam com Certificação ISO 14.001

frente a somente 2% entre as pequenas empre-

sas (CIESP, 2004). Tais números evidenciavam

ao mesmo tempo a dimensão do desafio para a

Entidade. Posicionar-se como um agente impul-

sionador de mudanças para a sustentabilidade

empresarial na região, viabilizar um espaço no

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 29Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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qual representantes das empresas associadas

pudessem se conhecer, discutir seus desafios am-

bientais, identificar interfaces comuns e propor

encaminhamentos por meio da representativi-

dade institucional da Entidade: esta era a missão

que se impunha.

A partir desta visão e vocação é que o De-

partamento de Meio Ambiente (DMA) do CIESP

Campinas foi pensado e desenvolvido a partir de

2001.

Em 22 de março de 2002, Dia Mundial da

Água, o novo DMA é apresentado à comunidade

local. A criação do DMA teve o apoio e estímulo

fundamentais do então diretor-titular do CIESP

Campinas Francisco Oliveira Lima Filho (gestão

2001-2004) e de seu diretor-titular do Departa-

“No ano de 2002, durante a Gestão da Dire-toria do CIESP-Campinas (2001 - 2004) da qual eu fazia parte como Diretor-Titular junto com os meus companheiros diretores-adjuntos Antonio Carlos Reinholz e Wladimir Tadeu Mantovani (em memória), nós da Diretoria consideramos indis-pensável transformar a área de Meio Ambiente - que na época era uma das divisões do Depar-tamento Jurídico da entidade - em um Departa-mento, pois o mundo já sinalizava a necessidade de mudanças na gestão empresarial em relação à questão ambiental.

Acreditamos no sucesso nessa iniciativa de criação do Departamento, pois tínhamos de um lado a necessidade do mercado e de outro, no pró-prio CIESP-Campinas, um diretor da área ambien-tal capacitado e interessado: Marlúcio Borges, que aceitou o desafio e foi nomeado Diretor do novo Departamento de Meio Ambiente.

O Ciesp-Campinas é hoje referência na área ambiental para o Sistema Fiesp/Ciesp, graças ao trabalho eficiente, dinâmico e responsável que o Departamento de Meio Ambiente tem realizado desde 2002. Concluo parabenizando todos os que contribuíram e contribuem para a construção dessa história de sucesso, que com certeza ainda está apenas no começo.”

Francisco de Oliveira Lima Empresário; Diretor Titular CIESP Campinas 2001 - 2004

“Reconhecemos a relevância social e técni-ca da matéria meio ambiente para a Regional e seus associados, motivo maior pelo qual reco-mendamos a criação de uma estrutura própria e diretoria específica para a área. Coube a Marlúcio Borges o convite para criar e dirigir o DMA deste então. Houve um consenso, tanto da área Jurídi-ca como da Diretoria Titular, sobre a importância de se estruturar a Entidade para incluir um tema tão essencial para a sociedade e para os negócios como é a questão ambiental. Fazia muito sentido, especialmente em uma região como a de Campi-nas e para o próprio CIESP, consolidar este seg-mento”

Dr. Orlando Bueno, diretor do Departamento Jurídico do CIESP nas gestões 2001/2004 e 2004/2007

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mento Jurídico, Dr. Orlando Bueno. Ambos en-

dossaram e incentivaram a proposta de se evo-

luir à criação de um departamento com foco na

questão ambiental e em seu papel na governan-

ça corporativa de modo a atender uma demanda

crescente dos associados do CIESP Campinas e da

Região.

Como primeira regional CIESP fora da capital

a se estruturar organizacionalmente e criar um

Departamento específico para atender a temá-

tica ambiental iniciaram-se as primeiras articu-

lações em torno da necessidade de se mudar o

paradigma instalado no qual a questão ambien-

tal é apreendida como um custo adicional a ser

internalizado ao processo. Era o momento de

reconhecer a necessidade de se olhar adiante

e para além do âmbito interno das atividades e

processos industriais. De se enxergar a prática da

sustentabilidade como uma plataforma impres-

cindível ao desenvolvimento. E de fomentá-la.

Um longo e desafiador caminho se desdobrava à

frente.

A criação do Departamento de Meio Ambien-

te (DMA) em 2002 consolidava o compromisso

assumido pelo CIESP Campinas de promover

ações que inspirassem um novo jeito de fazer ne-

gócios no qual a excelência ambiental se firmava

então, como um fator de competitividade. Três

ações interligadas, nortearam o plano de gestão

da nova área que surgia: conhecer, capacitar e

fortalecer.

Sem conhecer os associados - identificá-los

quanto ao seu grau de envolvimento com o tema

ambiental e permitir que eles conheçam o DMA

identificando-o como parceiro e apoiador de seu

UM POUCO DE HISTÓRIAEm 2001, às primeiras quintas-feiras de cada mês, um pe-

queno grupo de cinco a dez representantes de empresas locais,

se reunia para discutir as questões ambientais marjoritaria-

mente vinculadas ao atendimento à legislação. Era a Divisão

de Meio Ambiente, incentivada e coordenada pela Dra. Cleusa

Hércoli, da Rigesa. Originalmente uma Divisão do Departamen-

to Juridico do CIESP Campinas, então dirigido pelo Dr. Orlando

Bueno, as reuniões passaram a abordar um volume crescente

de assuntos, de competências e de pessoas. Troca de informa-

ções, de experiências, de alternativas técnicas e procedimen-

tais passaram a se intensificar e se sistematizar no Grupo.

Num momento em que o conceito de meio ambiente estava au-

tomaticamente vinculado a custo adicional ao processo, novas

abordagens, novos caminhos de internalização da questão am-

biental no planejamento de negocios das empresas, começa-

ram a tomar corpo. Um novo valor passou a ser gerado e com

ele a semente para o futuro Departamento de Meio Ambiente.

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

30 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 31Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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negócio - qualquer outra ação de capacitação e

fortalecimento não é capaz de atingir integral-

mente seus objetivos.

Diante da diversidade e complexidade, tanto

do parque industrial como dos aspectos adminis-

trativos e geográficos da região, é fundamental

conhecer as especificidades locais e regionais e

diagnosticar potencialidades e vulnerabilidades a

fim de promover iniciativas condizentes com a re-

alidade local. O conhecimento sistêmico das dife-

rentes realidades possibilita a mudança de ações

não apenas para o atendimento de exigências le-

gais, mas também para a integração do dia a dia

das indústrias ao contexto sócioespacial e econô-

mico no qual estão instaladas. Desse modo, exer-

cendo seu papel, o CIESP poderia consolidar os

benefícios obtidos pela adoção de práticas sus-

tentáveis levando-os às empresas, ao ambiente

e às pessoas.

Ao capacitar seus associados em diversos

temas relativos à sustentabilidade de suas ativi-

dades, desde aspectos legais e conceituais aos

técnicos e operacionais, as ações desenvolvidas

pelo DMA buscaram subsidiar o suporte à deci-

são no enfrentamento de questões estratégicas

nas organizações. Nesse intuito, abordagens atu-

alizadas, consagradas e inovadoras constituíram-

se em vigas-mestras no processo de capacitar.

O estímulo à cultura da prevenção, tendo como

protagonista a produção mais limpa (p+l), consti-

tui-se, sem dúvida, em um exemplo de iniciativa

que tornou-se bandeira do DMA.

Em seu exercício de capacitar, o DMA reali-

zou ações para disseminar informações e quali-

ficar seus desdobramentos, acompanhando não

Ambiente, de informações relevantes à temáti-

ca ambiental sob o ponto de vista da indústria,

como legislação, normas, projetos e tecnologias.

De maneira macro-conjuntural, as ações do

DMA buscaram acompanhar também as mudan-

ças políticas e econômicas de ordem mundial,

como no caso do tratamento dos Resíduos de

Equipamentos Elétricos e Eletrônicos – EEEs. Fo-

ram publicadas e divulgadas informações sobre

normas da União Européia (EU) que tinham como

objetivo encorajar os países a desenvolveram

seus produtos passíveis de reciclagem. Assim,

de modo antecipatório o DMA buscou incentivar

ações que não limitassem as exportações e res-

tringissem o desenvolvimento de determinados

só a evolução das exigências legais mas as ten-

dências e mudanças globais e seus reflexos para

a sustentabilidade empresarial, observando-se

aqui a amplitude da definição já apresentada an-

teriormente a este conceito.

Neste contexto, inserem-se também ações

pontuais como respostas a consultas de associa-

dos por intermédio de profissionais qualificados,

difusão de conceitos e práticas, promoção de

eventos como workshops e debates com a par-

ticipação de convidados de renome, capacitação

de representantes empresariais para os diversos

fóruns e colegiados nos quais a indústria parti-

cipa além da publicação regular na Revista Hoje

do CIESP Campinas, em seu encarte de Meio

Evento sobre mudanças climáticas no CIESP Campinas em maio de 2007 com os convidados ao centro, a partir da esquerda:José Marengo (INPE), Edson Ferreira (I.V.A.) e Sergio D’Amore (Rhodia) ladeados por Marlúcio Borges e Jorge Galgaro

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

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Abaixo, encontram-se elencados os principais assuntos que compuseram estas ações ao longo destes seis anos e que acabam também, por desenhar um perfil temático deste período:

• Diretrizes, procedimentos e compromissos com o desenvolvimento sustentável preconizados pela Agenda 21• Modelos de Gestão Ambiental • Apresentação de informações de relatórios produzidos nos grupos de trabalho da “Mesa Redonda Paulista de Produção + Limpa”

(lançada em julho de 2002) • Eliminação do Cloro Flúor Carbono (CFC) - Protocolo de Montreal - 1987• Normas que classificam e regulamentam o gerenciamento de resíduos sólidos, industriais e eletrônicos. • Soluções inovadoras no tratamento de resíduos - plasma térmico)• Tecnologias não poluidoras• Orientações para a realização do licenciamento ambiental, a fim de assegurar a prevenção dos impactos de atividades

potencialmente poluidoras• Necessidade de outorga de direito de uso dos recursos hídricos para garantira uso adequado e a disponibilidade hídrica da região• Redução da geração de biossólidos• Captura e armazenamento de gás carbônico para mitigar o efeito estufa - aquecimento global, áreas verdes e fixação de carbono,

projetos de MDL, crédito de carbono• Experiências no controle de não-conformidade e ações corretivas e preventivas• Técnicas de tratamento de efluentes líquidos e gasosos• Desafios e orientações para o gerenciamento de lixo tecnológico• Atualização das resoluções CONAMA referentes a classificação dos corpos hídricos• Decretos e outras normas legais que regulamenta as emissões atmosféricas• Programas de Reduções de Emissões Atmosféricas (PREA-Cetesb)• Marcos regulatórios e diretrizes para monitorar emissões atmosféricas - evolução técnica e regulatória• Participação do Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do DMA na revisão do plano Diretor de Campinas (2006) - desenvolvimento

com foco no desenvolvimento regional sustentado• Instrumentos de Gestão Ambiental como Análise do Ciclo de Vida (ACV)• Informações dos relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas.

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

32 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 33Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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setores produtivos frente à nova ordem mundial

instaurada.

Com foco local, na questão de Recursos Hí-

dricos, por exemplo, tema absolutamente crucial

à região dada a sua crítica disponibilidade e sua

natural importância estratégica - a capacitação

tem sido fundamental. Desde eventos nos quais

se objetivou ampliar a conscientização do setor

industrial sobre a importância na otimização

do uso deste recurso e a apresentação dos ins-

trumentos para seu uso racional, até cursos de

capacitação de representantes industriais nos

Comitês de Bacia. Vale aqui ressaltar a relevante

cooperação do Comitê das Bacias Hidrográficas

do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CBH – PCJ) cujos

representantes estiveram presentes ao CIESP

Campinas sempre que convidados a expondo e

discutindo temas vinculados ao uso da água, seja

em eventos específicos da Entidade ou em reuni-

ões ordinárias de trabalho do DMA. Igualmente,

é importante registrar o importante apoio ope-

racional e técnico concedido pelo Departamento

de Meio Ambiente da Fiesp por intermédio de

seu gerente Nilton Fornasari e por todos os seus

principais especialistas nos diversos eventos te-

máticos que conduzimos na entidade: Anicia Pio,

Luciano Coelho, Maria Cristina Murgel, Maria

Marta Vasconcelos e Ricardo Garcia.

A cooperação, por sua vez, constituiu pre-

missa essencial para o objetivo de fortalecer -

terceira ação do plano de gestão do DMA. Se na

natureza toda competição está intricadamente

ligada à cooperação, para o setor empresarial e

para um tema com um grau de transversalidade

como o ambiental – esta afirmativa não poderia

ser diferente. O espírito cooperativo nas relações

ambientais estratégicas do município é essencial

à Entidade para uma atuação sintonizada à reali-

dade local.

Com o Órgão Ambiental, o distanciamen-

to do início foram gradativamente substituídos

pela aproximação e construção de uma agenda

positiva. Inúmeros foram os motivos e ocasiões

em que representantes da CETESB e DMA CIESP

Campinas se reuniram. Desde eventos celebrati-

vos como o da Assinatura da Declaração Interna-

cional de Produção mais Limpa em 2005 e even-

tos sobre Recursos Hídricos e de Produção mais

Limpa que tiveram a presença de seu então pre-

sidente Fernando Rei em 2003 a reuniões de tra-

balho e palestras técnicas nas quais o DMA CIESP

Campinas, associados e a comunidade puderam

contar com a presença e contribuição de técnicos

especialistas, gerentes e diretores da CETESB.

Não foi diferente com o setor acadêmico.

O intercâmbio de informações e iniciativas com

representantes da Academia, amplamente reco-

nhecido como propulsor de desenvolvimento, foi

também cultivado pelo DMA como um canal im-

portante para alavancar inovações e negócios. Em

uma destas oportunidades, em 2007, um evento

específico foi realizado de modo a permitir a in-

teração de experiências de empresas e de uni-

versidades tendo como tema diretriz a produção

mais limpa como plataforma para uma cultura de

produção e consumo sustentáveis. Empresas da

região como 3M, Rigesa, Villares Metals, Rhodia

e ICAPE e universidades como Unicamp e UNIP

apresentaram seus casos e discutiram juntamen-

te com o público convidado novos caminhos e

avanços para a sustentabilidade na produção e

no consumo.

com pessoas, empresas, instituições tem sido a

ferramenta-chave do DMA ao longo de seus pri-

meiros seis anos de existência.

O diálogo com órgãos públicos e privados

e a busca de atuações convergentes que geras-

sem incrementos positivos à sustentabilidade, foi

uma constante neste período. Em reuniões com

a Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente –

SEPLAMA da Prefeitura Municipal de Campinas,

o Plano Diretor da cidade pôde ser amplamente

discutido. Em 2006, o próprio secretário munici-

pal Sr. Márcio Barbado esteve no CIESP Campinas

para apresentá-lo assim como para discutir os di-

versos pontos levantados pela comunidade em-

presarial presente.

"Para que o poder público se consolidasse como agente ativo do Desenvolvimento Econômico Sustentável, no processo de construção do Plano Diretor da cidade de Campinas, foi preciso trabalhar de fora para dentro, e neste contexto o Ciesp-Campinas, através de seu Departamento de Meio Ambiente, participou e contribuiu com propostas de especial importância para o município."

Marcio Barbado (Presidente do Centro de Negócios e Informação de Campinas, Secretário Municipal da SEPLAMA - Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Campinas, 2005-2007)

No Conselho Municipal de Meio Ambiente

de Campinas – COMDEMA , o CIESP Campinas

tem, desde 2002, seu representante por inter-

médio do DMA. O permanente intercâmbio de

informações acerca das grandes questões socio-

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

Projetos e iniciativas específicos com outras

entidades indutoras de sustentabilidade, compu-

seram também parte importante das ações do

DMA e serão tratados dedicadamente no capítu-

lo de projetos e parcerias.

"Tenho acompanhado mais de perto o trabalho do DMA CIESP Campinas nos últimos três anos e durante este período pude perceber a importância que o departamento tem para a região. Através de diversas atividades realizadas em seus seis primeiros anos de história o departamento se firmou como um pólo de informação, ação e aglutinação de profissionais de meio ambiente das principais empresas da região metropolitana de Campinas, ajudando-as a trilhar por um caminho mais sustentável e adequado a realidade atual do mundo empresarial. O DMA tem sido também para todo o sistema CIESP/FIESP um bom exemplo de inovação e determinação no encaminhamento das questões ambientais. As empresas e toda a sociedade têm se envolvido cada vez mais no debate de como chegar a um mundo mais sustentável, e seguramente o DMA CIESP Campinas tem dado sua efetiva contribuição para este debate e para a implementação de ações concretas que ajudaram as empresas a alcançar este objetivo."

Ricardo Rodrigues Ribeiro, EHS - Latin America, E&S and Sustainability - 3M Brazil, Diretor Adjunto DMA Ciesp Campinas

âmbito externo, no tipo de relação das empresas

com as partes interessadas, notadamente no que

se refere às pequenas empresas – para as quais

a dimensão da dificuldade de acessar e praticar

a sustentabilidade é diretamente proporcional

ao seu grau de importância para a sobrevivência

destas empresas.

Não menos importante, tem sido a atuação

cotidiana do DMA que busca sempre imprimir à

cooperação, um elemento imprescindível para

fortalecer a atuação sustentável junto as em-

presas associadas. Tal abordagem é preconizada

tanto no âmbito interno das organizações - no

modo de assimilar e conduzir práticas sustentá-

veis em todos os níveis hierárquicos – como no

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

João

Bati

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Luiz Granzotto/PMC

Velhas Árvores(Olavo Bilac)

Olha estas árvores, mais belas

Do que as árvores moças, mais amigas,

Tanto mais belas quanto mais antigas,

Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera, o inseto, à sombra delas

Vivem, livres da fome e de fadigas:

E em seus galhos abrigam-se as cantigas

E os amores das aves tagarelas

Não choremos, amigo, a mocidade!

Envelheçamos rindo. Envelheçamos

Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória de alegria e da bondade,

Agasalhando os pássaros nos ramos,

Dando sombra e consolo aos que padecem! “Seo Rosinha”: Jequitibá-rosa de aproximadamente

180 anos que reina no Paço Municipal de Campinas.

34 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 35Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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As mudanças relativas à percepção da ques-

tão ambiental passaram também a ser incorpora-

das no âmbito de operação interna da Regional

Campinas.

"Entender a área ambiental e trabalhar da melhor forma com as questões que a envolvem são ações necessárias a qualquer empresa. Internamente, passamos pelo mesmo processo. O estímulo foi crescente ao percebermos que os associados foram notadamente beneficiados pelo empenho desse novo braço da Regional e pelos resultados - que nunca param.

O departamento tornou-se modelo pela sua atuação e competência. Para mim, é um orgulho fazer parte dessa história."

Paula Carvalho, Gerente Regional Ciesp-Campinas

Se na gestão de Francisco de Oliveira Lima

Filho como diretor-titular (2001-2004) o DMA

foi criado e iniciou sua trajetória de consolidar a

questão ambiental como fundamental ao plane-

jamento estratégico das empresas, na gestão de

Luiz Alberto Soares Souza (2004-2007) e de Na-

tal Martins (2007-2011) – o processo evolui e a

sustentabilidade empresarial passa a orientar de

forma pragmática a atuação do Departamento.

Crescente é o número de pessoas, empresas

e instituições que acreditaram na proposta de

trabalho do DMA e aceitaram o convite de con-

tribuir e compartilhar seu conhecimento e expe-

riência.

Graças a elas, trilhar um caminho que não

foi e não será fácil mas permeado de conflitos e

resistências, tem sido uma missão cada vez mais

estimulante. Por outro lado, atingir gradativa-

mente os objetivos de aumentar a competitivi-

dade industrial de modo integrado à proteção do

ambiente e à promoção da qualidade de vida das

pessoas só reforça e renova o compromisso do

DMA de inovar e se inovar na busca de caminhos

e soluções para a sustentabilidade empresarial e

para o desenvolvimento regional.

Os capítulos seguintes abordam, ainda de

que maneira sucinta, sem conseguir contemplar

a integralidade de agentes e ações que partici-

param da construção do DMA em seus primeiros

seis anos, a estrutura, as frentes temáticas e as

iniciativas mais representativas.

"Na era da sustentabilidade, combater o desperdício de matéria prima, água, ar e energia passa a ser um compromisso de todos. Ao usá-los de maneira consciente, com equipamentos e hábitos de consumo adequados a indústria torna-se uma importante aliada a prática da sustentabilidade em um mundo que está em pleno desenvolvimento, porém, com seus recursos naturais cada vez mais escassos.

Assim como uma das funções do Departamento de Meio Ambiente, a importância desta publicação é fomentar a adoção de atitudes empresariais sustentáveis, transformando desafios em oportunidades, promovendo não só ganhos financeiros para as empresas, mas também, fazer a diferença na preservação do planeta."

Luiz Alberto Soares Souza - Empresário (Metalúrgica DDL), Diretor Titular CIESP Campinas 1998-2001 e

2004-2007)

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Departamento de Meio Ambiente (DMA): Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

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33.1Grupo de Estudos Ambientais (GEA):a serviço dasustentabilidade

A parceria entre o CIESP-CAMPINAS e a PETROBRAS-REFINARIA DE PAULINIA, tendo como princípio básico a ética entre suas relações, sempre resultou nos melhores benefícios para sociedade.A importância do CIESP Campinas no papel de apoio às indústrias da região metropolitana tem sido demonstrada pela melhoria da qualidade dos bens e serviços fornecidos pelas indústrias da região metropolitana de CAMPINAS. O CIESP e seu Departamento de Meio Ambiente, vem proporcionando o apoio e a defesa dos interesses empresariais da região metropolitana de Campinas com responsabilidade e compromisso ambiental da região.No período em que você estive à frente da REFINARIA DE PAULINIA - REPLAN, o CIESP desempenhou um papel importante no auxílio das questões ambientais da refinaria, apoiando com as soluções ambientais junto à CETESB, SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE e também junto à comunidade.O CIESP participou ativamente nos processos de audiência pública das fases de licenciamento ambiental de grandes projetos da PETROBRAS e, por conhecer o compromisso ambiental da PETROBRAS para a região, pode prestar depoimentos e tecer comentários sobre todos os avanços tecnológicos que a PETROBRAS-REFINARIA DE PAULINIA apresentou para a sociedade em prol do meio ambiente da região .A postura proativa em defesa da industria sempre colocou o CIESP-CAMPINAS como uma entidade de extrema responsabilidade, credibilidade e de liderança dentro do cenário regional e nacional.

Francisco Raymundo de Cerqueira Neto CEO - PRSI

Pasadena Refining System, Inc., Gerente Geral da Refinaria de Paulínia -

Replan 2005-2008

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36 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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O Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do DMA Ciesp Campinas tem desempenhado um papel imprescindível de serviço e apoio aos associados e à comunidade local. Como espaço para pessoas, discussões e aprendizado é a célula executiva na qual acontecem, mês a mês, reuniões ordinárias pautadas pelas demandas vigentes da sustentabilidade empresarial. Sempre com a coordenação de profissionais renomados de empresas associadas e que, de modo voluntário e comprometido, contribuem com sua experiência e dedicação na condução dos trabalhos, o GEA se firmou ao longo dos anos como um canal sério e permanente de o DMA CIESP Campinas disponibilizar o compartilhamento do conhecimento, discussões de alto nível, expansão de relacionamentos, proposição de ações e novas oportunidades de negócios sustentáveis.

“Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”(Cora Coralina)

Revista Hoje CIESP Campinas nº 70/ Encarte Meio Ambiente 16ª Edição - Maio/2005

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios33.1CAPÍTULO 3.1 Grupo de Estudos Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

Consolidado o apoio, definida a estratégia

era hora de colocá-los em prática e iniciar

os trabalhos. Para implementar as ações

de conhecer, capacitar e fortalecer, definidas no

plano de gestão do DMA era fundamental a cons-

trução de um processo que pudesse envolver,

mobilizar as pessoas e gerar comprometimento.

Ainda que com importância cada vez mais rele-

vante a questão ambiental e a sustentabilidade

não se constituíam em assuntos prioritários na

pauta empresarial. Desse modo, valorizar toda

a demanda já identificada no grupo embrioná-

rio de meio ambiente do CIESP Campinas, coor-

denado pela Dra. Cleusa Hércoli (Rigesa) e cuja

demanda central advinha da pressão pela confor-

midade advinda da legislação ambiental vigente,

mostrava-se como o primeiro passo do caminho.

Com o objetivo de viabilizar um espaço que

pudesse ao mesmo tempo disponibilizar toda a

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO38 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 39Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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representatividade do Centro das Indústrias, per-

mitir a reunião e manifestação dos mais diversos

representantes empresariais em um ambiente

amistoso, profissional e fértil em informações,

direcionamentos e trocas foi criado o Grupo de

Estudos Ambientais (GEA).

Idealizado inicialmente para ser conduzi-

do por coordenadores voluntários oriundos das

próprias empresas associadas, coube a Newton

Scavone (International Paper) o convite para co-

ordenar o GEA, sob o novo escopo de atuação,

consolidando um trabalho consistente que já vi-

nha realizando na Divisão de Meio Ambiente do

Dep. Jurídico do CIESP Campinas.

"O movimento, é de suma importância para as empresas e para os profissionais que militam na área ambiental (técnicos, engenheiros, advogados, etc). Oferece a oportunidade, aos profissionais, para trocas de experiências, discussões técnicas e jurídicas e pleitos (em nome da entidade associativa) de vários assuntos do dia-a-dia da indústria e/ou do escritório, permitindo o aprimoramento do profissional e, em conseqüência, da própria empresa. As empresas têm a oportunidade de implementar um gerenciamento ambiental mais responsável e preventivo, evitando-se autuações e transtornos. Profissionais e empresas trabalham para garantir um meio ambiente saudável para esta e para futuras gerações"

Dra. Cleusa Hércoli.- Gerente do Dpto. Jurídico RIGESA - Campinas ; coordenadora da Divisão de Meio Ambiente CIESP Campinas (2000-2001)

“Confesso que minha satisfação foi muito grande quando a International Paper foi convidada a participar das primeiras reuniões do CIESP de Campinas sobre o Meio Ambiente.

Naquela época, recém egresso na área ambiental, meu sentimento era uma mescla de curiosidade e até mesmo de fascínio pelo tema, pois teria acesso a uma excelente oportunidade de adquirir conhecimentos com profissionais que buscavam formas de compreender e atuar nesse vasto campo, além de compartilhar as interpretações da legislação pertinente, dentre elas, as responsabilidades que temos como cidadãos e profissionais.

Foi muito gratificante receber o convite de aumentar a responsabilidade, agora não mais como um participante ativo do comitê, mas sim de liderar um grupo de profissionais voluntários e altamente capacitados que buscavam ajudar empresas da região em desenvolver práticas que trariam sustentabilidade aos seus negócios frente aos aspectos ambientais.

Para a International Paper minha participação no Departamento de Meio Ambiente da CIESP foi nitidamente percebida pela capacidade em compartilhar e prevenir práticas e casos de insucesso no trato do meio ambiente e, que eventualmente poderiam ocorrer em nossa empresa.

Finalizo esse depoimento com um grande agradecimento ao CIESP Campinas, pelo convite e apoio no período em que liderei um grupo de elite técnica. Agradeço também a International Paper por dar respaldo a esse projeto, disponibilizando profissionais e suas melhores

práticas de sustentabilidade, para contribuir com o desenvolvimento do setor industrial em equilíbrio com a questão ambiental.”

Newton Scavone Gerente de melhorias de processo - International Paper; Coordenador do GEA em 2002.

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

O GEA reunido em março de 2003

Ao ter em sua estrutura um viés altamente

vinculado ao voluntariado e ancorado pela re-

presentatividade institucional e política da Enti-

dade, era fundamental que o GEA tivesse como

elementos essenciais em seus coordenadores o

comprometimento, a consistência em sua for-

mação e atuação profissional e o apoio de suas

empresas . O testemunho de Scavone sintetiza o

perfil que, ao longo de seus primeiros seis anos,

constituiu-se exemplo de postura que se buscou

nos futuros coordenadores que vieram a ocupar

o cargo e que, igualmente, cederam sua contri-

buição. Tendo neste espírito sua mola propulso-

ra, o GEA iniciou seus trabalhos construindo uma

agenda anual de reuniões, levantando pautas e

ampliando a rede de contatos. A disponibilização

de informações relevantes e atuais que pudessem

tornar-se referências no cotidiano e na tomada

de decisões de todo o empresariado local, indu-

ziu de imediato a proposição da primeira divisão

temática do Grupo. Visando a uma abordagem

ampla que não se restringisse exclusivamente as

questões de fim-de-tubo (resíduos, emissões e

efluentes, por exemplo) foi proposta a primeira

estrutura de trabalho do GEA. Composta por cin-

co grupos temáticos: Sólidos, Líquidos, Gasosos,

Legislação Ambiental e Energia, a estrutura está

representada na figura 3.1.2. Além de poder im-

primir uma análise mais integral da questão am-

biental no processo produtivo, a divisão proposta

na coordenação de Scavone pretendeu valorizar

as diversas competências e conhecimentos dos

participantes do GEA.

Com o tempo, o GEA assumiu o papel de cé-

lula executiva da área ambiental do CIESP Cam-

pinas e transformou-se em um serviço sistema-

tizado prestado aos associados e à comunidade

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

local. Desde 2002, as reuniões mensais do GEA

acontecem na Entidade com novas empresas, no-

vos coordenadores, novos temas e novas respon-

sabilidades.

Grandes, médias e pequenas empresas, es-

critórios de advocacia e prestadores de serviço

participam das reuniões.

A gestão de Newton Scavone foi seguida por

Paulo Deuber (3M do Brasil, 2003), Luís Tadeu

Furlan (Replan,2004-2006) e Jorge Galgaro (Rho-

dia, 2007 - atual).

Neste período, mais que as trocas de infor-

mações e experiências , o levantamento de de-

mandas, a proposição de encaminhamentos por

intermédio do sistema FIESP/CIESP, o GEA tem

se firmado como um espaço de relacionamentos

presencial e virtual, uma referência permanente

aos associados.

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ulga

ção

40 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 41Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Figura 3.1.1. Estrutura organizacional do DMA e do Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do CIESP Campinas (2003).

O acompanhamento das questões e preocu-

pações ambientais locais e globais sempre norte-

aram as atividades desenvolvidas pelo GEA. Por

outro lado, os desafios ambientais enfrentados

pelo setor produtivo não são poucos; existem

pressões legais e normativas por conformidade

assim como a cobrança crescente dos consumi-

dores, investidores e organizações não-governa-

mentais para atuação corporativa com responsa-

bilidade socioambiental.

O cenário político-econômico exige ainda

continuamente do setor produtivo o atendimen-

to a requisitos, regras e protocolos ambientais

que se transformam muitas vezes em custos adi-

cionais.

Diante deste cenário o Grupo de Estudos Am-

bientais assumiu o papel de informar, esclarecer

e capacitar o setor industrial sobre as exigências

e estratégias viáveis, econômica e tecnicamente

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

“O CIESP Campinas desempenha um papel fundamental na defesa dos interesses das pequenas, médias e grandes empresas da região metropolitana de Campinas.

No período de 2002 a 2004 tive a imensa satisfação e alegria de coordenar o Grupo de Estudos Ambientais (GEA) do CIESP a convite do diretor de meio ambiente da casa Eng. Marlúcio Borges. Convite feito à Refinaria de Paulínia que o aceitou e me liberou para exercer as funções de coordenador do GEA uma manhã por semana. Nesse mesmo período eu exercia a função de gerente de Meio Ambiente da REPLAN onde inúmeros processos de licenciamento aconteciam na maior refinaria da Petrobras.

Posso afirmar que aprendi muito com os colegas das outras empresas, onde juntos trouxemos inúmeros temas ambientais para serem debatidos, exemplos de casos de sucesso e novas tecnologias ambientais foram apresentados e aprendidos por todo o GEA.

Podemos citar também as inúmeras questões jurídicas que foram trazidas pelas empresas e debatidas pelo GEA, entre elas a discussão do decreto estadual sobre saturação de bacias aéreas, decreto 48.523/04. Nessa questão específica o GEA teve um papel fundamental na elaboração de propostas, tecnicamente embasadas, visando alterações no decreto 48.523/04. Tais propostas foram encaminhadas à FIESP e diretamente à CETESB visando sua adequação. Muitas dessas propostas acabaram sendo incorporadas e o decreto foi reeditado com o número 50.753/06.

Outra questão que vale a pena registrar e que demandou um grande trabalho do GEA foi o sobrevôo de uma ONG realizando fotos aéreas de várias empresas da região culminando em matérias inverídicas sobre questões ambientais das mesmas. Nesse episódio o departamento de meio ambiente e o GEA reuniu provas concretas sobre a não veracidade dos fatos publicados e a defesa das empresas da região foi levada à FIESP e ao COSEMA – Conselho Estadual de Meio Ambiente.”

Luis Tadeu Furlan Gerente de Eficiência Energética da Refinaria da Petrobrás, Coordenador do GEA de 2002 a 2004.

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Figura 3.1.2 Estrutura de trabalho do Grupo de Estudos Ambientais (GEA, 2002)

sociados e à FIESP/CIESP.

“De fato o GEA é um espaço de suma importância, cuja proposta é abordar temas ambientais de grande relevância ao empresariado e ao setor industrial, fomentando a discussão de legislação, normas, novas tecnologias e diretivas nacionais e/ou internacionais voltadas ao meio ambiente, contribuindo para o fortalecimento da indústria e o compartilhamento do conhecimento e da experiência de profissionais de diversas áreas cujo interesse maior se traduz no desenvolvimento da qualidade ambiental.”

Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno - Advogada - Direito Ambiental da Emerenciano, Baggio e Associados - Advogados

para, através do conhecimento difundido conso-

lidar a cultura da sustentabilidade empresarial

entre os associados da CIESP Campinas.

Para atender a esses objetivos foram pro-

postos e realizados um leque diverso de ações.

Eventos como workshops, seminários (nacionais

e internacionais) e palestras em temas mais re-

levantes e pertinentes na área ambiental para as

empresas da região ou sobre os temas de maior

repercussão do momento, visitas técnicas, for-

mação de grupos força-tarefa, publicações e

projetos compuseram a agenda do GEA. Pales-

tras e eventos com os associados tais como 3M

do Brasil, Ambicamp, Ambiental Solutions, Am-

phenol TFC do Brasil Ltda, Bluepoint Ambiental

Ltda, Borg Warner, Dow Corning do Brasil Ltda,

EagleBurgmann do Brasil, Eaton, Emerenciano,

Baggio & Associados, Estre, Evonik Degussa, FW

Soluções Ambientais, Honda Automóveis do Bra-

sil Ltda, HP, Kraton Polymers do Brasil, Lima Ju-

nior Advogados, Lira & Associados, Medley S. A.,

International Paper do Brasil, Miracema-Nuodex,

Motorola, Petrobras, PPG, Rigesa, Replan, Rho-

dia, Robert Bosch, Singer do Brasil, Spartan do

Brasil, Super Zinco, Tecnol Técnica Nacional de

Óculos Ltda, TRB Pharma, Tyco Eletronics, Villares

Metals estão entre as empresas que participaram

das reuniões do GEA e que trouxeram importan-

tes contribuições para os trabalhos desenvolvi-

dos junto às empresas da região.

Além das reuniões foram criados grupos for-

ça-tarefa para estudar algumas questões mais a

fundo para o aprofundamento de temas, como

ocorreu com o Decreto 48.523 (capacidade de

suporte das bacias aéreas) quando advogados,

engenheiros, técnicos e acadêmicos formaram

um grupo em 2005 para melhor analisar, discutir

e encaminhar os entendimentos do Gupo aos as-

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

42 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 43Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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As palestras foram realizadas sempre por

especialistas consagrados e sobre temas estra-

tégicos para a promoção de negócios sustentá-

veis, como estratégias ambientais (Sistemas de

Gestão Ambiental (SGAs), Produção mais Limpa,

Eco-eficiência, Análise de Ciclo de Vida) Legis-

lação Ambiental (Licenciamento e demais leis e

decretos), Recursos Hídricos (Racionalização do

Uso, Tecnologias e Cobrança pelo Uso da Água),

Resíduos, Emissões e Efluentes (Gerenciamento e

Legislação Pertinente), Mudanças do Clima (Go-

vernança Climática), Eco-economia entre outros

que também foram importantes para estimular

mudanças no setor. Em todos e cada um dos

eventos sempre se buscou incluir e estimular a

participação dos presentes com perguntas e es-

clarecimentos que pudessem auxiliar a assimila-

ção dos assuntos tratados. O GEA consolidou-se

também como espaço propositor de temas a se-

rem desenvolvidos no âmbito do Departamento

de Meio Ambiente. Entre os temas sugeridos,

estudados, debatidos e esclarecidos pelo GEA

constam os relativos a: (i) legislação que regula-

menta as atividades e processos do setor produ-

tivo; (ii) estratégias de gerenciamento ambiental;

(iii) procedimentos e tecnologias para promoção

da produção mais limpa; (iv) normas técnicas que

definem regras mínimas de segurança e qualida-

de para a produção e/ou prestação de serviços;

(iv) fundamentos da cobrança de uso das águas

enquanto um instrumento de gestão dos recur-

sos hídricos, (v) tecnologias e processos existen-

tes para o gerenciamento de resíduos sólidos e

para o controle de emissões, entre outros temas

também relevantes.

Como caminho para registrar e difundir os

temas e as respectivas informações produzidas,

o GEA adotou o procedimento de publicar sis-

tematicamente, desde 2002, artigos técnicos no

Encarte de Meio Ambiente que integra a revis-

ta Hoje, publicação trimestral do CIESP Campi-

nas. Além de se apresentar como oportunidade

para representantes de empresas associadas e

convidados a exporem seus artigos e pareceres

(independentes de quaisquer posicionamentos

da Entidade), os encartes se consolidaram como

um importante instrumento de disseminação de

informações para estimular e subsidiar o desen-

volvimento de ações sustentáveis nas empresas

associadas. No encarte bimestral da revista CIESP

foram elaborados artigos, textos, comentários,

críticas e informações técnicas que acompanha-

ram as mudanças políticas e socioeconômicas

externas e internas à região de Campinas, a fim

de garantir a adequação das empresas associadas

às exigências ambientais e econômicas impostas

pelo mundo globalizado. Nos encartes foram di-

vulgados assuntos relativos às questões contem-

porâneas da sustentabilidade empresarial. Desde

temas de abrangência global como o Protocolo

de Kyoto e o contexto das mudanças climáticas, a

locais como a revisão do Plano Diretor de Campi-

nas, com o propósito de inserir as ações regionais

no contexto global de mudanças.

Também foram apresentadas as normas le-

gais que regulamentam os processos industriais,

O GEA em visita à iniciativa Barco Escola em Americana - SP

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

Div

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ção

como as relativas ao licenciamento ambiental, à

classificação de resíduos sólidos e industriais, a

Política Nacional de Recursos Hídricos e ao trata-

mento das emissões atmosféricas.

Além das bases legais de ação do setor, o en-

carte também esclareceu conceitos importantes

(captura de gás carbônico e áreas verdes, crédito

de carbono, sustentabilidade empresarial, reci-

clagem agrícola de lodo de esgoto, entre outros)

e apresentou importantes ferramentas de gestão

ambiental como a Produção + Limpa e a Análise

do Ciclo de Vida, visando sempre:

• Fortalecer os negócios sustentáveis através da construção de novas abordagens e formas de pensamento;

• Estimular a gradual inserção de práticas sus-tentáveis na produção e na governança cor-porativa (PMEs e cadeia produtiva);

• Fomentar o avanço de tecnologias limpas com a criação de habitats de inovação e qua-lidade;

• Incrementar a cultura da prevenção: da mu-dança de atitude aos ganhos finais;

• Potencializar a cooperação entre os agentes indutores para a construção de um desenvol-vimento sustentado e melhoria da qualidade de vida, através do despertar de um novo olhar participativo e responsável.

Dar um sentido de concretude e estímulo aos

conceitos e iniciativas apresentados tem sido um

princípio adotado pelo DMA no âmbito de atua-

ção do GEA. Assim é que a apresentação de casos

de sucesso foi sempre preconizada. O escopo de

casos inclui estratégias ou práticas ambientais,

alternativas tecnológicas, procedimentos de ges-

tão. A comprovação dos ganhos econômicos e

socioambientais obtidos têm um papel essencial

ao estímulo de adoção de práticas sustentáveis

como plataforma de competitividade e manuten-

ção de mercados. Os relatos de casos de sucesso

cumprem um papel importante de testemunhar a

viabilidade, técnica, legal e econômica do “como”

fazer. Entre os casos relatados estão:• A implantação de uma Estação de Tratamen-

to de Efluentes Gasosos (ETEG) e Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos (ETEL) na indústria química Miracema-Nuodex.

• O Programa de Redução da Geração de Bios-sólidos pela NEOTEX Soluções Ambientais.

• A parceria da Transpetro com a Soft Expert Quality Software para utilizar o Isosystem Action para controle de não-conformidades, ações corretivas e preventivas da empresa.

• A eliminação total do uso de ácido na pro-dução, com a substituição por tanques de lavagem por processo de ultra-som na em-presa Riberball sediada em Ribeirão Preto que também investiu no reaproveitamento e tratamento da água usada na produção e na captação da água da chuva para redução do consumo de água.

• A substituição da soda fresca, como injeção no sistema de águas ácidas, pela soda gasta efetuada pela REPLAN de campinas, conse-guindo a transformação de um subprodu-to em matéria-prima, otimizando o uso de recursos naturais, obtendo outros ganhos como a redução da vazão de efluente com melhoria da tratabilidade; a melhoria da qua-lidade do efluente, com redução dos teores de fenóis e a redução de estoques imobiliza-dos com soda gasta além de ganhos econô-micos significativos.

• A redução da geração de resíduos de óleo so-lúvel e integral e a otimização no consumo de água e de energia nos processos produtivos da empresa ICAPE de Campinas, que tam-bém obteve ganhos econômicos e ambien-tais como resultados das medidas adotadas.

No rol de atividades que se somaram ao GEA,

foram também incorporadas visitas técnicas a

empresas com práticas sustentáveis consagradas.

A visita realizada à Essencis Soluções Ambientais

em julho de 2006 teve como objetivo principal

conhecer o processo de tratamento e disposição

final de resíduos sólidos (classes I e II). Para isso

foi visitada a Central de Tratamento de Resíduos

(CTR), localizada no município de Caieiras, consi-

derada a maior da América Latina, com uma área

de 3,5 milhões de metros quadrados.

Esta provou ser foi uma das atividades signifi-

cativas para o aprendizado e estímulo aos envol-

vidos pois possibilitou que os participantes iden-

tificassem as etapas, as tecnologias empregadas

e os procedimentos socioambientais que a CTR

utiliza, ampliando seu conhecimento e sua expe-

riência.

"A visita à CTR da Essencis nos possibilitou um conhecimento mais amplo no que diz respeito à disposição final de resíduos sólidos, ou seja, algo que vai além de um simples sistema de aterro. Foi possível verificar soluções ambientais diversificadas e integradas - todas direcionadas ao gerenciamento de resíduos, como os sistemas de aterros classes I e II, tratamento e co-processamento."

Henrique Gianezi (Coordenador de Meio Ambiente, Tyco Electronics Brasil Ltda.)

"Somente quem conhece um lixão sabe o quão valoroso foi comprovar que há empresas dispostas a gerenciarem adequadamente os resíduos e implantarem medidas de preservação ambiental e novas tecnologias."

Nirvana França (Diretora FW Soluções Ambientais)

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

44 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 45Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

Page 24: ciesp

Em 2006 a LWART Lubrificante foi visita-

da pelo GEA. O propósito era então conhecer o

processo de refino de óleo lubrificantes e a des-

tinação dos seus subprodutos para enfatizar a

importância da gestão adequada dos Resíduos

Industriais na minimização de impactos que pos-

sam degradar o meio ambiente.

Outras visitas promovidas, organizadas e re-

alizadas pelo GEA ocorreram no decorrer destes

seis primeiros anos buscando demonstrar in loco

como cada experiência em determinado tema foi

concretizada, mostrando os processos, as etapas,

as reais dificuldades e os ganhos finais.

"O GEA vem desempenhando papel da maior importância no sentido de discutir os temas mais relevantes da sempre dinâmica área ambiental, trazendo debatedores da mais alta competência técnica e contribuindo de forma decisiva no enriquecimento do conhecimento dos profissionais da área ambiental das empresas da região. Além disso, a participação do GEA e do DMA do CIESP Campinas nos grandes fóruns da indústria e da Região Metropolitana de Campinas é notável gerando trabalhos e documentos de alto nível com as posições da indústria sobre temas focados na sustentabilidade empresarial."

Jorge Marino Galgaro, Responsible Care Manager for Latin America – Rhodia e Coordenador do GEA

Assim, em um trabalho permanente de le-

vantamento, divulgação, discussão, vivências,

relacionamentos e encaminhamentos de ques-

importante instrumento sistemático de serviço

da Entidade à comunidade empresarial e à socie-

dade como um todo.

tões pertinentes à sustentabilidade empresarial

por intermédio da representatividade do sistema

FIESP/CIESP, o GEA tem se consolidado como um

Visita Essencis

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidade

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ção 33.2

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produçãoe consumo sustentáveis

Ao longo de sua história de 40 anos, a CETESB pauta suas ações pela adoção de estratégias e políticas ambientais modernas e aplicáveis à realidade local. Dentre estas destaca-se a Produção mais Limpa, instrumento eficiente, positivo e não regulatório, alternativo ao simples comando e controle na promoção da sustentabilidade. Neste contexto, a cooperação entre Estado e setores produtivos é de importância estratégica, e já é possível notar-se inúmeras parcerias, que rendem uma variedade de ricos frutos à sociedade. Saudamos, pois, o trabalho que o Departamento de Meio Ambiente do CIESP Campinas vêm realizando nos últimos anos, tendo se mostrado um importante interlocutor junto à indústria para trilharmos juntos o caminho rumo ao desenvolvimento sustentável do Estado de São Paulo.

Fernando ReiDiretor Presidente CETESB-

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

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46 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Produção mais Limpa (p+l) tem a ver antes de tudo com mudança de atitude na maneira como bens e serviços são produzidos. Em um momento planetário pautado pela urgência na racionalização de uso dos recursos naturais, na redução de geração de resíduos e na eficiência do uso da energia – a p+l se apresenta como um instrumento vital ao desenvolvimento sustentável. A estratégia é consagrada mundialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde a década de 80 e oficialmente reconhecida na Agenda 21 (ECO-92) como área-programa essencial à sustentabilidade para indústria e comércio. Fomentar e implementar a cultura da prevenção no setor produtivo: com este objetivo o DMA CIESP Campinas tem auxiliado empresas e pessoas a ultrapassarem o modelo de “fim-de-tubo”, com foco na reação e tratamento, e priorizar os ganhos econômicos e socioambientais da abordagem preventiva. Como frente de ação, a p+l tem sido estimulada como plataforma para um novo modelo de negócios que alie à produtividade e à competitividade, o integral respeito ao ambiente e às pessoas.

“Antecipar o futuro é construir o presente sobre bases sólidas que alicercem o desenvolvimento sustentado.”(Paul Johnson citada por Ruy Altenfelder na I Conferência sobre Produção mais Limpa na FIESP – Julho 2002)

Revista Hoje CIESP Campinas nº 56/Encarte Meio Ambiente 3ª Edição - Agosto/2002

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios33.2CAPÍTULO 3.2 Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

A Produção mais Limpa (P+L)1 foi reconhe-

cida internacionalmente em 1992 duran-

te a ECO-92 no Rio de Janeiro2, dentro

de um contexto de evolução do reconhecimento

das práticas preventivas no setor industrial como

fundamentais ao desenvolvimento sustentável.

Isso porque P+L apresenta-se como uma aborda-

gem preventiva ao gerenciamento ambiental, na

medida em que ultrapassa o modelo fim-de-tubo

que foca a ação após o processo (reagir e tratar),

e se propõe como filosofia que aborda o processo

desde seu início (antecipar e prevenir).

Priorizar a promoção da produção mais limpa

nos negócios e para a indústria constituiu-se uma

diretriz estabelecida pela Agenda 213 no âmbito

de atuação das Nações Unidas.

1 Em linha com a força de costume adotado, a abreviatura P+L será utilizada neste texto, sempre que possível e pertinente para identificar o termo e o conceito de produção mais limpa. 2 ECO-92 é como também ficou conhecida a CNUMAD- Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro em 1992.3 Produzida durante a CNUMAD no Rio de Janeiro em 1992 e transformada em Programa 21 pela ONU (Organização das Nações Unidas), a Agenda 21 é um plano de ação consolidado em diversos relatórios, tratados, protocolos e outros documentos elaborados durante décadas na esfera de atuação da ONU.

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 49Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

Page 26: ciesp

O capítulo 30 da Agenda 21 dedicado à In-

dústria e Comércio estabelece a promoção da

P+L como uma área-programa prioritária a estes

setores ao objetivar o aumento da eficiência na

utilização dos recursos e insumos preconizando a

redução de geração de resíduos por unidade pro-

duzida. A Agenda 21 enfatiza ainda a necessidade

de reduzir ou eliminar o uso ineficiente de recur-

sos naturais, cujos resíduos provocam vários im-

pactos sociais e ambientais negativos.

Ações e iniciativas mais estruturadas base-

adas na promoção da P+L começam a partir de

então, a serem construídas. Além de benefícios

econômicos e ambientais, outra vantagem da

adoção da P+L é o fato de poder ser aplicada a

processos, produtos e serviços em qualquer tipo

de indústria, ampliando a escala de ação e o al-

cance dos benefícios no setor produtivo. Em par-

ques industriais complexos e diversificados como

o da região na qual atua o CIESP-Campinas este

é um grande diferencial deste modelo de gestão.

Em seu aspecto mensurável para os proces-

sos produtivos, a p+l resulta da: conservação de

matérias-primas, água e energia e/ou; elimina-

ção de materiais tóxicos e perigosos e/ou; redu-

ção na fonte da quantidade e toxicidade de todas

as emissões e resíduos. Para os produtos, a pro-

dução mais limpa objetiva: reduzir os impactos

ambientais, à saúde e à segurança dos produtos

ao longo de seus ciclos de vida completos, desde

a extração da matéria prima, passando pela ma-

nufatura e uso até a disposição final do produto.

E finalmente, para os serviços a produção mais

limpa implica em incorporar as preocupações

ambientais no projeto e na entrega dos serviços4.

cretária-executiva de 2002 a 2007, o GT de Ações

P+L no Setor Produtivo iniciou sua trajetória que

teve como claro objetivo difundir e implementar

a p+l no setor produtivo em todo o estado de São

Paulo atendendo às vocações produtivas locais e

buscando agregar as instituições mais represen-

tativas e atuantes em torno do conceito.

"Søren Aabye Kierkegaard, filósofo dinamarquês, dizia que a vida só pode ser compreendida quando olhamos para trás, mas que deve ser vivida olhando para a frente, ou seja, para o que não existe. Tomar decisões com base no futuro incerto exige coragem e determinação, o que leva a maioria a se agarrar a valores tradicionais e a caminhar sobre suas próprias pegadas. Por isso existem raros pioneiros, inúmeros espectadores e infindáveis críticos. A adoção de produção mais limpa no Estado de São Paulo iniciou-se na década de 1990, com a proposta de compreender, de forma inovadora, as relações entre meio ambiente, produção e sociedade. Desde então, houve um inegável avanço na implementação da P+L e a Mesa Redonda Paulista desempenhou um papel fundamental para a disseminação dos conceitos, metodologias, casos de sucesso e inovações."

Tania Gasi, Cetesb, Secretária Executiva da Mesa Redonda Paulista P+L, 2002-2007

Já em setembro de 2002 foi lançado o Gru-

po Local de Campinas. Em reunião realizada no

CIESP Campinas, representantes de empresas lo-

cais, da Cetesb e da Mesa Redonda Paulista de

P+L e de universidades estiveram presentes para

Assim, em julho 2002, quatro meses após o

lançamento do DMA CIESP Campinas, numa feliz

coincidência cronológica, é lançada na FIESP em

São Paulo a Mesa Redonda Paulista de Produção

mais Limpa. A proposta, idealizada e concretiza-

da pela Companhia de Tecnologia de Saneamen-

to Ambiental - Cetesb, tendo como fundadores

FIESP/ CIESP, ABIT, ABIQUIM, ABICLOR, SABESP,

SENAI/SP e CPC, SENAC, FISP, UNICAMP e USP,

cria o primeiro fórum permanente brasileiro de

âmbito multi-setorial e sem fins lucrativos, com

participação voluntária para promover e difundir

iniciativas de produção mais limpa (P+L).

A convergência de objetivos institucionais

em torno da P+L resultou em benefícios mútuos

às Entidades envolvidas e ao setor empresarial.

Ao assumir a coordenação do Grupo de Trabalho

dedicado a Ações Regionais de P+L para o Setor

Produtivo e Financiamento no Estado de São Pau-

lo, o DMA CIESP Campinas acabou por contribuir

com importante parcela para a consolidação da

Mesa Paulista de P+L. Do mesmo modo, este fó-

rum constituiu-se em permanente estímulo ao

DMA como agente multiplicador de uma cultura

preventiva no setor empresarial. Não só da re-

gião de Campinas mas em todo o território pau-

lista na medida em que a divulgação e o fomento

a práticas sustentáveis são missões comuns às Di-

retorias Regionais do CIESP e às Regionais FIESP

no estado.

Um grande desafio mostrava-se à frente. O

conceito era pouco conhecido, seus ganhos eco-

nômicos e socioambientais menos ainda. Com o

constante suporte de Tania Gasi (Cetesb) que par-

ticipou da fundação da Mesa Paulista e foi sua se-

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

4 Texto original disponível em: www.uneptie.org/pc/cp/understanding_cp/home.htm : Cleaner Production – Key Elements (Tradução nossa).

Reunião em São Carlos (novembro de 2002) do GT Setor Produtivo. À esquerda, Americo Guelere (Usp) e Ruth Tabaczensk: (Ciesp), coordenadores do Grupo de São Carlos

conhecer e participar do novo Grupo. O formato

de apresentação de conceitos, o tipo de lingua-

gem, as demandas mais comuns e o padrão de

divulgação começavam a tomar corpo a partir da

proposta do fórum e da manifestação dos pre-

sentes.

Ao final do mesmo ano, em 21.11.2002 a ini-

ciativa chegou a São Carlos, mais especificamen-

te no CIESP São Carlos. Sergio Pepino e Carlos

Partel foram os anfitriões naquela Entidade. A

coordenação do Grupo Local foi compartilhada

entre o CIESP São Carlos (por Ruth Tabaczenski)

e a USP São Carlos (pelos pesquisadores Aldo

Roberto Ometto e Americo Guelere Filho) - uma

configuração que refletia o espírito multi-setorial

da Mesa e a abrangente aplicabilidade da P+L.

Um trabalho relevante que abriu várias outras

frentes, aproximou indústria e universidade na

região em torno da P+L, consolidou casos de su-

cesso principalmente no setor metal-mecânico e

gerou workshops e outros eventos nos anos que

se seguiram. Nesta pioneira reunião de São Car-

los iniciaram-se também as tratativas que resul-

tariam na parceria com o Banco Real: o primeiro

financiamento do Brasil em P+L dedicadamente

criado para pequenas e médias empresas. Este

projeto é descrito em mais detalhes no capítulo

seguinte.

No início de 2003 acontece na sede do CIESP

de Ribeirão Preto o lançamento do Grupo Lo-

cal de P+L. Fomentar a cultura da prevenção na

agroindústria sucroalcooleira era uma das priori-

dades. Adriana M. Ferreira foi a primeira coorde-

nadora local que posteriormente teria o Grupo de

Meio Ambiente do CIESP de Ribeirão Preto como

interlocutores da região. Nesta reunião também,

mento da hidro-agricultura constituía-se em prin-

cipal vocação produtiva da região. O SINDIPAR

– Sindicato Rural de Paranapanema, por intermé-

dio do seu então diretor João Carlos Menck assu-

me a coordenação local. O incentivo e divulgação

de casos de sucesso de plantio direto na palha as-

sim como o fomento ao uso racional da água por

meio de projetos que contaram com a parceria

da UNESP de Botucatu e parte dos recursos do

FEHIDRO, firmaram-se como bandeiras de ação

do ativo Grupo Local coordenado por Menck.

Ainda em 2003 é realizada em São Paulo a

II Semana de P+L em evento que objetivou dar

continuidade de modo sistemático ao lançamen-

to e às ações da Mesa Redonda Paulista de P+L

em julho do ano anterior.

dado o crescente número de participantes e da

grande necessidade da troca de informações e

experiências, foi sugerida a criação do grupo ele-

trônico para sistematizar esta prática. Com essa

demanda, surgiu o producaomaislimpa_acaore-

[email protected], o primeiro grupo

eletrônico cuja responsabilidade de moderação

ficou com o DMA CIESP Campinas. O fluxo de in-

formações tão vital ao avanço e implementação

de novos conceitos e práticas começava a se es-

tabelecer de modo sistemático.

Em maio de 2003 o GT de Ações Regionais

no setor produtivo chega ao sudoeste do esta-

do, mais precisamente em Paranapanema para

fomentar a p+l onde a produção agrícola de gê-

neros alimentícios básicos através do empreendi-

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

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50 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 51Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

Page 27: ciesp

Com satisfação o CIESP Campinas recebeu

todos os GTs da Mesa para o evento de abertura

da II Semana de P+L: um evento conjunto de tra-

balho e preparação com todos os GTs da Mesa.

Além do GT do setor produtivo coordenado pelo

DMA CIESP Campinas estiveram presentes coor-

denadores e representantes dos GTs:

• Ciência e Tecnologia;

• Comunicação;

• Educação Ambiental, Ética e Cidadania;

• Políticas Públicas;

O objetivo era fazer um balanço das ações e

se preparar operacional e estrategicamente para

os próximos dois anos (a próxima Semana de P+L,

que passou a ser bianual, aconteceria em 2005).

Grupos de vans com pessoas vindo do in-

terior uniram-se às pessoas que vieram de São

Paulo em um ônibus que partiu da Cetesb e se

perdeu pelas ruas de Campinas antes de chegar

ao CIESP... O sempre lembrado “passeio” não

chegou a afetar a rica reunião de trabalho que

durou o dia todo com 125 pessoas de todos os se-

tores participando ativamente. Acompanhando o

trabalho esteve também a gestora de projetos do

C2P2 (Canadian Centre for Pollution Prevention)

- o Centro Canadense para Prevenção à Poluição,

Tania Del Matto. Além do intercambio de expe-

riências em P+L, a participação de Tania abriria

caminho para outras frentes de cooperação com

o Canadá nos anos seguintes. Neste espírito, o O

GT do setor produtivo apresentou 5 casos de su-

cesso:

• São Carlos: iniciativas em adequação am-biental em manufatura tendo a P+L como es-tratégia diretriz (NUMA-USP São Carlos por Americo Guelere) e as ações em P+L da Tecu-

posição de parcerias, palestras em universidades,

instituições empresariais, órgãos públicos e em-

presas. A implementação dos objetivos do GT de

Ações P+L ao setor industrial avançava aliada à

proposta da Mesa e da própria Agenda 21 que es-

tabeleceu prioridade à P+L para a indústria e para

o comércio como estratégia essencial à consecu-

ção do desenvolvimento sustentável.

Já em setembro de 2005, para a III Sema-

na de P+L, o crescimento e a disseminação das

ações do GT no setor produtivo levou à realização

de várias atividades pulverizados pelo estado. A

abrangência do movimento já não comportava a

realização do evento em um único local.

Aos Grupos Locais de Campinas, São Carlos,

Ribeirão Preto e Paranapanema somaram-se São

mseh do Brasil (dentre elas a substituição do sistema de pintura com tinta à base de sol-ventes por um sistema de pintura com tinta à base de água) por Walter Barão França.

• Ribeirão Preto: substituição do uso de ácido clorídrico por tanques de lavagem com ultra-som na produção de bexigas (Riberball por Dorival Luiz Balbino de Souza).

• Paranapanema: P+l na tecnologia de produ-ção: plantio direto na palha, uso racional da água, conservação do solo e reflorestamento de matas ciliares.

• Campinas: a reutilização da soda gasta na Refinaria de Paulínia (Replan) por Bentací Corrêa Junior.

O trabalho do GT no setor produtivo seguiu

se consolidando tanto no permanente fomento

à P+L localmente através de seminários, reuniões

locais com as entidades envolvidas como na pro-

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Participantes e coordenadores da Mesa Redonda da II Semana P+L no Ciesp-Campinas em 2003

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ção Figura 3.2.2 Evento Campinas da III Semana de P+L em 2005. A partir da esquerda, embaixo: Romildo Campelo (Fiesp),

Luiz Alberto S. Souza (Diretor Titular Ciesp Campinas), Elza Bastian e Tania Gasi (Cetesb/ Mesa Redonda Paulista P+L), Linda Murasawa (Banco ABN AMRO REAL), Emilio R. Veloso (SuperZinco), Luis T. Furlan (Replan), Marlúcio Borges (DMA Ciesp Campinas), Celso Páfaro (Icape) , Victor Hugo Kamphorst (Banco ABN AMRO R EAL) e representantes da Mesa Redonda paulista de P+L.

José dos Campos (GPMAI e CIESP S. J. dos Cam-

pos), São Bernardo do Campo (CIESP S. B. do

Campo) e Catanduva (Prefeitura Municipal) na

realização dos eventos regionais de P+L para o

setor produtivo nas respectivas cidades. Em tor-

no de 350 pessoas participaram dos eventos nos

quais foram apresentados mais de 25 casos de

sucesso. A cultura da prevenção solidificava seu

alicerce no setor produtivo e preparava o terreno

para os próximos avanços.

O ano de 2005 seria encerrado de forma ain-

da mais expressiva para a P+L. Em dezembro, o

CIESP Campinas sediou o evento de assinatura da

Declaração Internacional de Produção mais Lim-

pa promovida pelo PNUMA - Programa das Na-

ções Unidas para o Meio Ambiente. O documen-

to, lançado em Seul, na Coréia do Sul, em 1998,

apresenta e detalha uma série de compromissos

a serem assumidos pelas organizações visando à

adoção da produção mais limpa e da prática da

produção e do consumo sustentáveis. A assinatu-

ra, por sua vez, representa uma iniciativa pública,

voluntária e mundial. Desde então, organizações

de diversos países têm preparado cerimônias de

adesão à referida Declaração, deixando suas assi-

naturas registradas em um livro que fica sediado

em Paris.

Em 05 de dezembro de 2005, na sede da En-

tidade em Campinas, o evento de assinatura da

Declaração contou com 64 adesões dentre em-

presas, associações, universidades, diretorias re-

gionais do CIESP e outras entidades/instituições

de todo o estado de São Paulo, além de repre-

sentantes da Bahia, Minas Gerais e Santa Catari-

na. O evento foi, à época, o maior do mundo em

número de assinaturas após seu lançamento em

Seul. Mais que o alcance quantitativo, a adesão

e a repercussão, o evento representou um mar-

co na trajetória do DMA, do CIESP Campinas, no

trabalho de divulgação e implementação da P+L e

em sua missão de fazer da cultura ambiental pre-

ventiva um pilar para a promoção de negócios.

Naturalmente que observados o âmbito de

atuação e sua abrangência, o Programa das Na-

ções Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e

a área ambiental do sistema FIESP/CIESP e, nela,

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

o DMA CIESP Campinas têm objetivos e papéis

muito semelhantes qual sejam prover lideran-

ças, encorajar parcerias com foco no desenvol-

vimento sustentável fomentando, informando e

capacitando os respectivos públicos com vistas a

garantir incrementos de desempenho ambiental

e que, em última instância, resultem não só em

aumento da eco-eficiência dos processos, pro-

dutos e serviços envolvidos mas essencialmente

em qualidade de vida das pessoas.

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Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

52 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 53Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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“Os tempos de mudanças, as crises e os desafios impostos pela competitividade exigem abordagens continuamente renovadas. É neste contexto que o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) vem apoiando e acompanhando as iniciativas da CIESP voltadas a sustentabilidade empresarial desde 2005, principalmente no âmbito da promoção da Declaração Internacional sobre Produção Mais Limpa. Neste período, CIESP e PNUMA engajaram 96 empresas no processo de desenvolver processos, produtos e serviços que reduzam os riscos para a saúde humana e para o meio ambiente ao mesmo tempo em que perseguem maiores benefícios econômicos e competitivade.

A expectativa do PNUMA é que o

Departamento de Meio Ambiente da CIESP amplie cada vez mais sua estratégia de sustentabilidade ambiental convocando e apoiando as empresas associadas a a melhorar sua gestão de desempenho, identificando riscos e oportunidades, aportando padrões cada vez mais sustentáveis de produção e consumo ao mercado.”

Cristina Montenegro (Gerente do Escritório do Brasil do Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente)

Em 2006, outro passo importante. Por inter-

médio da secretaria executiva da Mesa Redonda

Paulista de P+L e com realização do DMA CIESP

Campinas, aconteceu na sede da Entidade o “I Se-

minário Internacional de P+L: Fomento à adoção

de boas práticas em pequenas e médias empresas

(PMEs)”. Com foco na capacitação de pequenas

e médias empresas, o seminário foi concebido e

realizado de modo a fomentar as práticas preven-

tivas e viabilizar o intercâmbio de conhecimento

e experiências. Para isto contou com represen-

tantes de três das mais consagradas entidades li-

gadas à p+l no Canadá: o C2P2 – Canadian Centre

for Pollution Prevention (Centro Canadense de

Prevenção à Poluição) representado por Kady Co-

wan, OCETA - Ontario Centre for Environment Te-

chnology Advancement – (Centro de Ontario para

o Avanço da Tecnologia Ambiental) representado

por Meena Hassanali e o Eco-efficiency Centre/

Dalhousie University/Halifax - O Centro de Ecoe-

ficiência da Universidade de Dalhousie em Halifax

por intermédio de sua gerente Peggy Crawford.

Uma intensa e pragmática agenda composta

por apresentações das experiências canadenses

apontando as dificuldades e avanços das entida-

des convidadas, apresentação de casos e expe-

riências brasileiras, discussões e planejamento

de futuros planos de cooperação além de visitas

técnicas a pequenas e grandes empresas da re-

gião - foi pensada e executada para os três dias

do seminário.

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Evento de Assinatura da Declaração Internacional de P+L no Ciesp Campinas em 2005

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Mundo Empresarial: a sustentabilidade entra em pauta

Grupo de Estudos Ambientais (GEA): a serviço da sustentabilidadeMEMÓRIA DE UM COMPROMISSO54 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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"I was honoured to be invited by the members of Canadian Centre for Pollution Prevention and Sao Paulo Cleaner Production Roundtable to participate in a two-day seminar series on Engaging Small and Medium-sized Enterprises (SMEs) in Cleaner Production held in Sao Paulo and Campinas, Brazil (March 2006). The seminar presented a great opportunity for OCETA to share its Toronto Region Sustainability Program model and case studies on cleaner production technical assistance for the small and medium-sized business community in the Greater Toronto Area. Representing OCETA, I was pleased to engage in dialogue with various stakeholders including Sao Paulo Cleaner Production Roundtable Working Group Members to share the Canadian experience and in turn learn about best practices, lessons learned and form new partnerships in Brazil."5

Meena Hassanali

I Seminário Internacional (Brasil e Canadá) de P+L no Ciesp-Campinas

5Foi uma honra ter sido convidada pelo Centro Canadense de Prevenção à Poluição e pela Mesa Redonda Paulista de P+L (MRPP+L)nos dois dias em que participei do seminário “Engajando Pequenas e Média Empresas(PMEs) em P+L” que aconteceram em São Paulo e em Campinas em Março de 2006. O seminário apresentou ima grande oportunidade ao Centro de Ontario para o Avanço da Tecnologia Ambiental (OCETA) de dividir estudos de caso em PMEs e seu modelo de Programa de Sustentabilidade da região de Toronto. Representando o OCETA, eu fiquei muito feliz de discutir com as diversas partes interessadas incluindo os representantes da MRPP+L , compartilhar nossas experiências e ao mesmo tempo aprender sobre as melhores práticas e lições aprendidas além de iniciar parcerias. Meena Hassanali, gerente de Programas de Sustentabilidade, Oceta, Toronto, Canada.

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Meena Hassanali, Kady Cowan e Peggy Crawford, representantes canadenses no I Seminário Internacional de P+L no Ciesp-Campinas em 2006

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A ICAPE, empresa de médio porte do se-

tor metal-mecânico, fornecedora para o setor

automotivo foi uma das empresas visitadas. A

equipe canadense pôde testemunhar como a fi-

lial da ICAPE em Valinhos implementou a p+l de

um modo inovador, adotando a interatividade

entre os colaboradores e conferindo-lhes poder

de participação durante o processo. Dentre os

resultados tangíveis obtidos, foram destacados a

incorporação da Embraer ao portfolio de clientes

e a certificação ISO 14001 da planta de Valinhos.

O aprimoramento da gestão ambiental resultan-

te da implementação da p+l foi apontado como

elemento essencial a estas expressivas conquis-

tas, conforme assinala o presidente da ICAPE, Sr.

Ulysses Luna:

“Adotamos no inicio de 2005 em nossa Unidade na cidade de Valinhos, o programa P+L visando sistematizar a redução da geração de resíduos e a otimização de recursos naturais em nossos processos industriais.

Passados quatro anos deste programa, temos hoje uma consciência ambiental diferenciada, além de alcançarmos uma ecoeficiência em que conseguimos, num mercado competitivo, manter nossos preços adequados ao mesmo.

Neste período reduzimos os impactos ambientais e de forma progressiva, com objetivo de reduzir ainda mais.

Com um quadro de gestão a vista, todos os colaboradores tiveram acesso as informações sobre a evolução do programa, dos ganhos para a empresa e para o meio ambiente, o que ocasionou um efeito positivo, pois proporcionou a todos um

ambiente de trabalho diferenciado.Este programa também foi um facilitador

para implantar o programa P+L na Unidade de Campinas e em seguida o inicio da implementação do Sistema de Gestão Ambiental (NBR ISO 14001:2004)”.

Ulysses Luna - Presidente da ICAPE

No ano seguinte já se chegava à IV Semana

de P+L com cada região exercitando a maturida-

de adquirida para o enfrentamento de seus de-

safios. Em 2007 também, foram apresentadas

ao mundo as contundentes conclusões do IPCC

– International Panel on Climate Change (Painel

Internacional de Mudanças Climáticas), ratifican-

do um peso crucial às atividades humanas como

responsáveis pelo aquecimento global. O desafio

de garantir as condições de vida no planeta deixa

de ser somente ambiental e passa a depender de

fatores políticos, sociais, econômicos, culturais e

éticos. Mais que isso, passa fundamentalmente

a estar vinculado à capacidade de articulação e

cooperação entre os líderes e agentes do mundo

moderno na busca de soluções para a séria ques-

tão global.

Sob esta ótica o GT de Ações P+L no se-

tor produtivo que, no âmbito da IV Semana &

Sr Sr. Ulysses Luna(à direita), Kady Cowan (C2P2), Peggy Crawford (Eco-Efficiency Centre, Dalhousie University) e equipe P+L na Icape, palnata de Valinhos em Junho de 2006.

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

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Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

56 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 57Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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no CIESP Campinas um importante parceiro, que desde a criação de seu Departamento de Meio Ambiente vem atuando muito além da difusão do conceito, tanto em ações específicas, como o Projeto Prevenir, como principalmente na criação e operação da Mesa Redonda Paulista de P+L, na qual exerce ativo e destacado papel. Ao longo destes anos não apenas se fortaleceram as iniciativas, mas construiu-se uma efetiva parceria, com a qual contamos para a construção conjunta de um futuro sustentável para o Estado de São Paulo.”

Flávio de Miranda Ribeiro (Gerente da Divisão de Produção mais Limpa e Qualidade Laboratorial da CETESB - Cia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Secretário Executivo da Mesa Redonda Paulista de Produção mais Limpa desde março de 2007)

Figura 3.2.4 Evento do setor produtivo no CIESP Campinas durante a IV Semana Paulista de P+L

Conferência Paulista de P+L e do 1st Internatio-

nal Workshop Advances in Cleaner Production

(UNIP), buscou resgatar, discutir e convergir as

experiências do setor acadêmico e produtivo

naquilo em que cada um havia feito e aprendi-

do e naquilo que poderiam convergir para uma

cultura de produção e consumo sustentáveis em

âmbito local. Unicamp, UNIP USP se somaram a

3M, Petrobras e ICAPE na apresentação de seus

conceitos, casos e experiências. Temas trabalha-

dos a partir da p+l junto ao público presente e

a representantes da Mesa Paulista e da Cetesb

(os gerentes Flávio de Miranda Ribeiro – Geren-

te da Divisão de Produção mais Limpa e Secre-

tario Executivo da Mesa a partir de março/2007

e Meron Petro Zajac – então gerente no Dep. de

Desenvolvimento,Tecnologia e Riscos Ambien-

tais) como Eficiência Energética, 6δ, Ecodesign,

Inovação Social e outras práticas sustentáveis

compuseram a linha de condução do evento de-

nominado “Produção mais Limpa (P + L): ações e

adições para uma cultura de produção e consu-

mo sustentáveis”.

“Assim como a percepção da sociedade, a postura das empresas em relação à questão ambiental tem evoluído de modo bastante promissor nos últimos anos. Ao invés de apenas responder às exigências regulatórias, muitas empresas já perceberam as oportunidades na aplicação de novas estratégias- como por exemplo a Produção mais Limpa (P+L), abordagem preventiva que busca eliminar ou reduzir impactos na fonte, além de promover ações como reuso e reciclagem- obtendo além de ganhos ambientais maior competitividade, redução de custos e outras vantagens. Neste caminho, a CETESB tem

As atividades do DMA CIESP Campinas rela-

cionadas à P+L e à Mesa Redonda Paulista cer-

tamente contribuíram de sobremaneira para que

ele se consolidasse tanto em seu estilo de atua-

ção pautado no diálogo aberto e em ações que

tiveram na cultura da prevenção um pilar crucial

para o fomento à sustentabilidade empresarial.

Produção mais limpa (P+L): a prevenção como plataforma para uma cultura de produção e consumo sustentáveis

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

33.3Projetos e parcerias: solidificando açõese cooperações

Sempre dizemos que nosso objetivo é fazer negócios que sejam bons para todos. Quando conseguimos equilibrar as questões sociais, ambientais e econômicas nos negócios, isto gera um resultado sustentável. É isso o que aconteceu quando nos aproximamos do Ciesp em 2005. Quando se unem instituições mobilizadas em construir um novo jeito de fazer negócios, que ao mesmo tempo cuidem das pessoas e do meio ambiente, o resultado rende ótimos frutos. Foi assim, que Banco Real e Ciesp criaram uma linha de financiamento para produção mais limpa. Trata-se do primeiro financiamento brasileiro em tecnologias limpas para pequenas e médias empresas, batizado de CDC (Crédito Direto ao Consumidor) P+L.Reforçamos a crença de que quando compartilhamos valores e unimos esforços, conseguimos muito mais do que planejamos. Nessa parceria com o Ciesp, desenvolvemos esse produto inovador que promove a prática da sustentabilidade entre as pequenas e médias empresas. Quando conseguimos colocar projetos como este, ficamos bastante orgulhosos. Principalmente porque temos percebido por meio de nossos clientes que as questões socioambientais são um grande diferencial para essas empresas. Dessa maneira, podem se tornar mais competitivas e aumentar a capacidade de geração de renda para o país como um todo. Enfim, gerando bons negócios para todos.

Fábio Barbosa - Presidente do

Santander Brasil, Presidente da Febraban

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58 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Fortalecer o posicionamento da indústria local em seus ambientes de atuação, negócios e responsabilidades a partir da adoção dos princípios da sustentabilidade empresarial, consolidou-se como objetivo primordial do plano de gestão do DMA CIESP Campinas.Colocar em prática o espírito cooperativo em suas relações mostrou-se como um caminho decisivo nesta empreitada.Esta filosofia foi aplicada na identificação e efetivação de vínculos representativos do CIESP Campinas junto às diversas instâncias e instituições. Desde aquelas interlocutoras da proteção, controle e regulação até as de incentivo da qualidade ambiental na região. O mesmo espírito cooperativo alicerçou a proposição e concretização de parcerias entre as próprias empresas e destas com organizações como universidades, bancos, órgão ambiental e outras instituições públicas e privadas do Brasil e do exterior.Em todas estas circunstâncias, a sinergia de competências e propósitos sustentáveis foi a base sobre a qual se construíram as iniciativas, projetos e parcerias que serão descritos a seguir.

“... só ações solidárias cooperativas de todos os setores e no âmbito de cada país, poderão livrar o mundo de um colapso no saneamento e no abastecimento de água até meados do século XXI.”(III Fórum Mundial das Águas, Quioto, Março de 2003)

Revista Hoje CIESP Campinas nº 61/Encarte Meio Ambiente 8ª Edição - Julho/2003

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios33.3CAPÍTULO 3.3 Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

Fortalecer: a terceira frente de ações do

plano de gestão do DMA CIESP Campinas

objetivou o fortalecimento das empresas

associadas por intermédio da implementação

da sustentabilidade em sua atuação. Conhecer e

capacitar mostraram-se então, como ações ante-

riores e imprescindíveis para a viabilização deste

fortalecimento.

Para avançar na implementação das dimen-

sões econômica, ambiental e social nos negócios,

conforme assumido no conceito de sustentabili-

dade já descrito, o espírito cooperativo em suas

relações constituiu-se em pilar essencial para o

DMA. Na natureza, toda competição está ligada à

cooperação. No ambiente empresarial, que tem

na competitividade um quesito indicador de efi-

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 61Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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ciência e sobrevivência não poderia ser diferente.

As relações coope rativas e simbióticas são carac-

terísticas essenciais ao crescimento, à perpetua-

ção.

O primeiro passo nessa direção foi a efetiva-

ção de vínculos representativos com as diversas

instituições e organizações atuantes na prote-

ção e controle da qualidade ambiental da região

como também no desenvolvimento e aplicação

de tecnologias e processos sustentáveis que for-

neceram subsídios técnicos e legais para trans-

formar positivamente a gestão dos processos no

setor produtivo.

O valor daparticipação representativa

O DMA estimulou ao longo dos anos a parti-

cipação de representantes de empresas associa-

das em colegiados para defender os interesses da

indústria e manter as empresas informadas sobre

as questões e exigências da atualidade.

A participação no GEA foi sempre uma refe-

rência a partir da qual se poderia identificar os

representantes industriais e associados que aten-

dessem aos critérios de interesse, disponibilida-

de e demais requisitos específicos para pleitear

e assumir a representação em nome do CIESP

Campinas nos mais variados fóruns e colegiados

do Estado.

Representantes de empresas associadas ao

CIESP Campinas passaram a compor desde Con-

selhos Municipais de Defesa do Meio Ambiente

do município de Campinas (COMDEMA) e o de

Paulínia (CONDEMA) – (Conselhos deliberativos

O espírito cooperativo na consolidação de iniciativas sustentáveis

Foi assim que em 2004, em uma das reuni-

ões ordinárias do GEA coordenado por Luís Tadeu

Furlan surgiu a oportunidade de se consolidar de

forma ampla e estrutural o projeto que envolveu

empresas, a Cetesb (que tinha um de seus téc-

nicos participando da reunião) e a Unicamp. A

idéia de se destinar lodo da Estação de Tratamen-

to de Água (ETA) da Refinaria de Paulínia (Replan)

à Olaria Schiavollin para que fosse utilizado como

matéria-prima na produção de tijolos já estava

em andamento. Em virtude da abrangência do

projeto e da multiplicidade de agentes integran-

tes foi identificada a pertinência de o DMA articu-

lar as ações e esforços necessários à sua concre-

tude. Por outro lado, os ganhos em ecoeficiência

e p+l que o projeto delineava para o ambiente,

para a sociedade e para as empresas estavam

absolutamente em linha com os desdobramen-

tos conceituais da sustentabilidade empresarial.

O estabelecimento de reuniões, pautas, visitas

técnicas a campo e ao órgão ambiental, estru-

turação e apresentação do caso compuseram as

responsabilidades do DMA.

Sob o título de “Do lodo ao tijolo: solidifican-

do ações e cooperações” o projeto foi convidado

a concorrer na XI Mostra CIESP de Meio Ambien-

te em 2004 e na qual recebeu o 1º premio como

melhor caso ambiental do Estado pela relevância

do tema, pela estratégia de trabalho adotada e

pela ampla gama de benefícios, econômicos e

socioambientais alcançados e dentre os quais se

destacam:

• Minimização de resíduos: o lodo de ETA que

que dispõem sobre as questões ambientais de

seus respectivos municípios) passando pelo com

o Conselho Consultivo de Campinas (contribuin-

do com as discussões sobre o Plano Municipal

de Desenvolvimento de Campinas), pela Mesa

Redonda Paulista de Produção mais Limpa (na

divulgação e implementação da p+l no setor pro-

dutivo do Estado de São Paulo, cap. 3.2) e pelo

Comitê das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari

e Jundiaí CBH – PCJ ( na participação técnica e

institucional pela indústria no gerenciamento dos

recursos hídricos no ESP). , Neste último, dados

não só ao reconhecimento e consolidação insti-

tucional do CBH-PCJ, mas também à importân-

cia estratégica da água para todos os segmentos

da sociedade e, naturalmente, para a indústria,

atenção especial foi dada para a capacitação dos

representantes industriais junto ao Comitê. Já em

2003, a partir de uma iniciativa do DMA FIESP, um

curso de capacitação para representantes da In-

dústria nos CBHs foi promovido no CIESP Campi-

nas. Anícia Pio (Especialista FIESP) esteve à frente

do processo que se mostraria fundamental e se

ampliaria ao logo dos próximos anos para melhor

estruturar e fortalecer o posicionamento da in-

dústria paulista na questão dos recursos hídricos.

O quadro abaixo apresenta o cenário de repre-

sentantes CIESP Campinas por Câmaras Técnicas

no CBH-PCJ ao final de 2008.

É importante registrar que os valores gera-

dos pelas diversas representações e participa-

ções não se concretizaram em um único sentido.

O contato e a aproximação construídos com re-

presentantes de todas estas instituições se re-

verteram também em sua crescente presença e

participação nas reuniões de trabalho, eventos e

projetos do DMA.

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

COMITÊS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ (COMITÊ PCJ)

Mauro José Lauro (Replan) - Plenário do Comitê - titular

Mauro José Lauro (Replan) - Plenário do Comitê - titular CT- Uso e conservação da água na indústria - titular

Kelerson Modenesi (Rigesa) - Plenário do Comitê - titular CT- Uso e conservação da água na indústria - suplente

Renata Franco (Emerenciano & Baggio e Associados Advogados) - CT Outorgas e Licenças

Geraldo Rossi (Ambicamp) - CT Saúde Ambiental

Jorge Antonio Mercanti (Replan) - CT Monitoramento Hidrologico - titular

Renato Gonçalves (Replan) - CT Monitoramento Hidrologico - suplente

Henrique Gianezi (Tyco Electronics) - CT Plano de Bacias - titular

Erica Cristiane Canevassi (Rigesa) - CT Águas Subterrâneas

Dirson Antonio Garcia Júnior (Ecosofia) - Titular CT Educação Ambiental

Sheila Medeiros Suplente (Ecosofia) - CT Educação Ambiental

Marcio José Pereira Suplente (Ecosofia) - CT Educação Ambiental

Tabela 3.3.1 Representantes pelo Ciesp-Campinas no CBH-PCJ

anteriormente era classificado como resíduo de classe I, passou a ser matéria prima na confecção de tijolos;

• Ganhos econômicos: eliminação de gastos com a disposição em aterro do outrora resí-duo classe I;

• Economia no consumo de recursos naturais: com a diminuição do uso de áreas de jazida e diminuição no consumo de água;

• Qualidade e eficiência: com a confecção de tijolo de melhor qualidade e resistência a menor custo.

• Sustentabilidade: atingida com a otimização de atuação dos agentes e seus processos com ganhos diretos na cadeia produtiva

A importância de ações integradas na execução de projetos ambientais em busca da ecoeficiência

Essas lições foram de grande valia para uma

outra parceria que se desenvolveria a partir da

atuação do DMA CIESP Campinas como coorde-

nador do GT de Ações Regionais em p+l para o se-

tor produtivo da Mesa Redonda Paulista de P+L,

mais precisamente de uma reunião no CIESP São

Carlos em 2004.

Da condução e execução deste projeto fica-

ram algumas lições e conclusões conjunturais

para o DMA CIESP Campinas. Todas apontaram

porém para a importância do espírito cooperativo

nas relações inter-organizacionais para a concre-

tização da sustentabilidade empresarial: desde a

constatação do papel imprescindível do sistema

FIESP/CIESP como representante genuíno do se-

tor produtivo para alavancar e implementar esse

espírito ao estabelecimento de um modelo local

de sucesso, jurisprudência para a multiplicação

da proposta em outras localidades.

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO62 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 63Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Tendo a p+l como conceito diretriz e discu-

tindo a versatilidade desta estratégia como ge-

radora de ganhos econômicos e socioambientais

em processos, produtos e serviços, iniciaram-se

as tratativas entre a área de Produtos Socioam-

bientais do ABN AMRO REAL e o DMA CIESP Cam-

pinas. Victor Hugo Kamphorst e Linda Murasawa

foram os interlocutores pioneiros da parceria que

dava seus primeiros passos. Convergir os respec-

tivos papéis de uma Associação Industrial e de

um Banco Privado com foco na sustentabilidade

empresarial exigiu mais que uma condução séria

e transparente respaldada pelo reconhecimento

de atuação destas entidades ao longo de déca-

das. Definida a p+l como estratégia-mestre da

parceria e o norte conceitual estabelecido pela

Mesa Redonda Paulista era preciso avançar da te-

oria à prática. Como capitalizar o papel de induto-

res de desenvolvimento dos parceiros em torno

da p+l? Qual o recorte de empresas, de região, de

segmentos produtivos a serem definidos?

Qual a metodologia capaz de contemplar as

especificidades de cada parceiro sem deixar de

atender integralmente ao escopo de sustentabi-

lidade empresarial da p+l? Como chegar a um

produto para o mercado capaz de consolidar em

si todas as respostas às perguntas acima.

Estes questionamentos pautaram diversas e

produtivas reuniões em São Paulo e em Campi-

nas que contaram com a participação de repre-

sentantes do DMA CIESP Campinas e a área de

Produtos Socioambientais do ABN AMRO REAL.

Se o caminho dos questionamentos se mostrava

aparentemente mais tortuoso e menos objetivo

ele, sem dúvida, garantiu maior legitimidade ao

processo que se construía. Discutindo as pergun-

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

tas, chegou-se ao consenso de que FIESP/CIESP e

o Banco Real tinham um alicerce de atuação co-

mum e fundamental ao avanço da parceria que

se concretizava: a promoção de negócios susten-

táveis.

A partir daí o trabalho passou a ganhar es-

trutura e objetividade. Definida a p+l como fio de

condução para a sustentabilidade, as pequenas

e médias empresas (pmes) que representavam,

previamente ao início do projeto, mais de 90%

dos associados ao CIESP Campinas. Por outro

lado, se considerada a ISO 14001 como critério

indicativo da incorporação da variável ambiental

nos negócios, o percentual de sua adoção era

de 2% entre as pequenas e 7% entre as médias

frente a 27% entre as grandes empresas (CIESP,

2004). Se os números refletiam uma grande dis-

crepância entre grandes e pequenas e empresas

não pode deixar de se observar a importância das

pmes nas relações inter-setorias, na base da ca-

deia produtiva e na geração de emprego e renda.

Além disso, as PMEs avançavam no acesso direto

ao mercado externo tornando a excelência am-

biental um fator cada vez mais decisivo à manu-

tenção e expansão de seus negócios.

As dificuldades destas empresas no acesso a

financiamento de equipamentos e máquinas, por

exemplo, tinham no valor da garantia um empe-

cilho clássico.

De posse destas informações e depois de

meses de trabalho, análises e discussões aqui re-

sumidos em poucas linhas, chegou-se ao lança-

mento do Protocolo de Cooperação Banco Real/

CIESP Campinas na sede da Entidade em Campi-

nas, em junho de 2006. O Protocolo registrava as

bases de atuação dos parceiros para criar o CDC

P+L, o primeiro financiamento brasileiro em p+l

dedicadamente concebido para pequenas e mé-

dias empresas.

“A sociedade está vivendo um momento de transição e percebeu que é necessário rever alguns modelos de negócios para caminhar em direção a um mundo sustentável.

Precisamos agir com um olhar que leve a um equilíbrio social, ambiental e econômico. Rever a forma de fazer o negócio. Por isso, fazer esta parceria em torno de um tema como a Produção Mais Limpa significa demonstrar que esta forma de agir é possível. Assim, a FIESP/CIESP e o Grupo Santander Brasil acreditam ser possível fazer negócios sustentáveis, e o primeiro passo foi dado.

A atuação em pequenas e médias empresas é importante, pois justamente neste nicho de mercado é onde está a maior necessidade de apoio e informação, para que assim possamos incentivar a transformação.

É preciso que todas as partes envolvidas se engajem e colaborem. Somente por meio da construção coletiva conseguiremos ter o desenvolvimento sustentável.”

Linda Murasawa – Superintendente de Desenvolvimento Sustentável – Grupo Santander Brasil

O produto que nasceu com o diferencial de

ter na alienação da próprio equipamento adqui-

rido o objeto de sua garantia – buscando solucio-

nar assim um dos empecilhos detectados (o alto

valor da garantia para uma pequena empresa

normalmente exigido em financiamentos se-

melhantes), tinha na verdade, em seus demais

critérios técnicos e operacionais, ao financiar tec-

nologias, equipamentos, práticas, metodologias

e tecnologias limpas suas vantagens mais subs-

tanciais.

Os equipamentos listados no quadro (3.3.1)

compunham a listagem zero de produtos pré-

aprovados uma vez que se garantiu, de modo

inicial, atender a características operacionais ali-

nhadas à cultura da prevenção:

• Aumento da produtividade ao assegurar o uso mais eficiente de matérias primas, água e energia;

• Promoção de melhor desempenho ambien-tal e maior lucratividade através da redução na fonte de resíduos e emissões;

• Redução de danos ao homem e ao meio am-biente.

A fase inicial foi efetivada como fase-piloto

cuja abrangência ficou circunscrita à área de ju-

risdição do CIESP Campinas. Nesta fase foram

detectadas as deficiências e aprimorados os pro-

cedimentos operacionais envolvendo os parcei-

ros. A atuação em rede tanto do Banco como do

sistema FIESP/CIESP facilitou de sobremaneira a

implementação do projeto.

Inúmeras apresentações foram realizadas

no CIESP Campinas para apresentar o projeto, o

produto e os agentes. Conduzidas sempre com

representantes das duas entidades, as apresenta-

ções visavam a apresentar em linguagem simples

(não simplista) o conceito de p+l que embasava

o produto, as vantagens e as especificidades fi-

64 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 65Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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nanceiras. O propósito de superar o objetivo de,

no mínimo, apresentar ao mercado mais um pro-

duto com seus diferenciais de sustentabilidade,

levou à proposição de ações que incentivassem

de modo permanente a cultura da prevenção

entre pequenas e médias empresas. Como o re-

conhecimento é fundamental ao ser humano em

quaisquer áreas de sua atuação ele também foi

um equipamento ou tecnologia).

Depois do piloto Campinas, uma nova etapa

de expansão do projeto teve lugar. O Protocolo

de Cooperação com o Banco Real foi estendido

no início de 2007 ao sistema FIESP/CIESP em

evento ocorrido na sede da FIESP em São Paulo

e no qual estiveram presentes pelo Banco Real o

contemplado no âmbito do CDC P+L. A entrega

de bottons de afixação coloridos (figura 3.3.4) aos

representes industriais em momentos diferentes

do processo foi implementada como maneira de

explicitar este reconhecimento. Bottons verdes

para identificar o apoio (quando da presença

em eventos que apresentavam o projeto) e azuis

para identificar a adesão (quando da aquisição de

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Quadro 3.3.1. Lista de equipamentos elegíveis ao CDC P+L

ÁGUA• EQUIPAMENTOS PARA REUSO DE ÁGUA;• EQUIPAMENTOS PARA AUTOMAÇÃO DO SISTEMA DE

LAVAGENS;• EQUIPAMENTOS PARA SEPARADORES DE ÁGUA E ÓLEO

(FILTROS COALESCENTES).

AR• EQUIPAMENTOS DE PREVENÇÃO/CONTROLE DE EMISSÕES DE

POLUENTES;• EQUIPAMENTOS/FILTROS PARA TRATAMENTO DE EMISSÕES

ATMOSFERICAS (INTERNA E EXTERNA).

ENERGIA• EQUIPAMENTOS PARA CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

MEDIANTE ISOLAMENTO TERMICO;• EQUIPAMENTOS PARA PROJETOS DE EFICIÊNCIA

ENERGETICA (EX. SENSORES DE PRESENÇA);• EQUIPAMENTOS PARA USO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS (EX.:

SOLAR, EÓLICA);• EQUIPAMENTOS DE TROCA DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

PARA COMBUSTÍVEIS MENOS POLUENTES (EX.: DIESEL PARA GÁS NATURAL, BOILERS ELETRICOS PARA GÁS NATURAL).

MOTORES• EQUIPAMENTOS DE ALTO RENDIMENTO OU ECOLÓGICOS;

RESÍDUOS• EQUIPAMENTOS PARA RECICLAGEM/REPROCESSAMENTO

DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LÍQUIDOS;• EQUIPAMENTOS PARA DIMINUIR/ELIMINAR A

QUANTIDADE DE RESÍDUO GERADO (EX.: CERÂMICA, ÁGUA, ENERGIA, REJUNTE, ZINCAGEM, ABRASIVOS, ETC.);

SAÚDE• EQUIPAMENTOS PARA DIMINUIÇÃO DE RUÍDOS;• EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO ATMOSFERICO

DENTRO DAS INSTALAÇÕES.

TECNOLOGIA

• EQUIPAMENTOS QUE UTILIZEM MENOS QUANTIDADE DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS (EX.: FABRICAÇÃO DE TINTAS);

• EQUIPAMENTOS DE TECNOLOGIA DE PREVENÇÃO À POLUIÇÃO DO AR, ÁGUA E SOLO;

• EQUIPAMENTOS PARA SUBSTITUIÇÃO DE PRODUTOS NÃO DEGRADÁVEIS PARA BIODEGRADÁVEIS;

• EQUIPAMENTOS DE CONTROLE DE VAZAMENTOS (ÁGUA, VAPOR, ETC);

• EQUIPAMENTOS LIGADOS A SISTEMAS DE TORRES DE RESFRIAMENTO VISANDO ELIMINAR PERDAS DE ÁGUAS E ENERGIA.

Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

então diretor da área de Produtos Socioambien-

tais do Banco Real Sr. Fábio João Conciglio, a su-

perintendente da mesma área Sra. Linda Mura-

sawa juntamente com o Sr. Antonio Lombardi e

o diretor de rede para o interior de São Paulo do

Banco Real Sr. José Luiz Corte.

Pelo sistema FIESP/CIESP estiveram o diretor

de Meio Ambiente do CIESP Sr. Sílvio Ísola, o Sr.

Mario Hirose representante do CIESP na Mesa

Redonda Paulista de P+L, o Sr. Marlúcio Borges

diretor de Meio Ambiente do CIESP Campinas

e, representando a Cetesb e a Mesa Redonda

Paulista de P+L, as Sras. Tania Gasi e Elza Yuriko

Onishi Bastian.

Novos desafios, novas ações e estratégias se

descortinaram a partir de então. Sessões de trei-

namento que envolveram gerentes regionais do

CIESP e do Banco Real com o objetivo de alinhar

conceitos, procedimentos e linguagem, apre-

sentações na plenária da FIESP, nas regionais do

CIESP e do Banco Real são exemplos ainda que

pontuais do projeto que se preparava para se

sedimentar. Em todas estas ações foram enfati-

zados e enraizados os objetivos primordiais do

projeto:

• financiar iniciativas para que as organizações ultrapassem o modelo de FIM – de – TUBO;

• reduzir os custos de produção e aumentar a ecoeficiência e competitividade das empre-sas;

• reduzir as infrações aos padrões ambientais previstos na legislação;

• diminuir os riscos de acidentes ambientais;

• estimular o programa de P+L observando os critérios da Mesa Redonda Paulista de P+L;

• efetivar, para os agentes parceiros, o papel de indutores de sustentabilidade no proces-

so produtivo;

• incrementar a qualidade de vida das pessoas e do planeta.

Com o constante empenho de José Luiz Cor-

te, na condição de diretor de rede para o interior

do Banco Real, reuniões de aculturamento da

nova filosofia de trabalho passaram também a

ocorrer no interior do estado. O modelo passou

a chamar a atenção de Federações de Indústrias

de outros estados. Ainda que longe da perfeição,

um caminho orientativo havia sido pavimentado

apontando para a possibilidade e concretização

de projetos e parcerias entre instituições dife-

rentes em sua estrutura mas convergentes nos

princípios de sustentabilidade sobre os quais os

negócios devem a partir deste início de século se

fundamentar.

Figura 3.3.4 Bottons de identificação a participantes do projeto de tecnologias limpas para pequenas e médias empresas

ETAPA 2Nos adotamos P+L!Botton azul

ETAPA 1Nos apoiamos P+L!

Botton verde

Bottons verdes para identificar o apoio (quando da presença em eventos que apresentavam o projeto) e azuis para identificar a adesão (quando da aquisição de um equipamento ou tecnologia).

66 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 67Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Projetos e parcerias: solidificando ações e cooperações

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

“Se perguntarem hoje sobre qual o maior desafio que a espécie humana e a sociedade de maneira geral enfrentam , sem duvida responderia que é a correta utilização e a preservação dos nossos recursos naturais. Todos nós de alguma forma, experimentamos hoje os efeitos desastrosos do abuso e da falta de cuidados com o meio ambiente e das enormes diferenças sociais, fruto do crescimento sem a preocupação com o desenvolvimento sustentável, baseado na interdependência entre pessoas , planeta e lucro. Ou seja, não basta ter crescimento, é preciso gerar desenvolvimento sem comprometer a sobrevivência das gerações futuras.

Os projetos e ações para preservação de energia , reciclagem , etc, são de extrema importancia, mas, acima de tudo é necessaria uma mudança de atitude e um exercício permanente de conscientização de cada indivíduo e da sua capacidade de multiplicar esse comportamento para toda sociedade que

influencia. Assim foi construído esse trabalho ora

publicado . A iniciativa e a liderança do CIESP Campinas , contribuições e empenho de pessoas , empresas publicas e privadas, alem do interesse de órgãos reguladores, possibilitaram chegar até esse momento.

Alem de agradecer a oportunidade e sentir-me honrado em contribuir, desejo que pessoas, empresários e lideranças que dele tomarem conhecimento ,multipliquem a pratica de P + L, possibilitando um mundo melhor para todos a partir de agora.

Jose Luiz Corte Diretor de rede do Grupo Santander Brasil).

Se o espírito cooperativo nas relações foi fun-

damental para que estes dois projetos - descritos

em mais detalhes - se concretizassem, essa filoso-

fia de gestão tem sido empregada nas inúmeras

iniciativas do DMA CIESP Campinas ao longo de

seus seis primeiros anos aqui considerados. Das

reuniões mensais ordinárias do GEA mantidas

como um serviço permanente aos associados, so-

luções e respostas extraordinárias têm auxiliado

empresas e pessoas em seus caminhos próprios

para a atuação responsável e sustentável. Dos

inúmeros casos e oportunidades não citados aqui

por uma questão de limites físicos da obra, a co-

operação seja entre empresas, com o órgão am-

biental nas diversas vezes em que freqüentou a

Casa e contribuiu com esclarecimentos técnicos,

com a academia, com especialistas, com institui-

ções públicas e privadas – só fazem aumentar a

responsabilidade e o compromisso do DMA com

a promoção de negócios sustentáveis nos anos

que virão.

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Encartes

20052005

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO68 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 69Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Encartes

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

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Encartes

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

2007

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2007

2008

44 Considerações finais: sustentar o compromisso

Estudos apontam para cenários cada vez mais preocupantes quanto à escassez de recursos naturais, degradação ambiental e efeitos negativos das mudanças climáticas para o planeta. Diante disso, é urgente a criação de processos sustentáveis de produção de forma coerente com os conceitos de uma economia de baixo carbono. O cuidado com a sustentabilidade dos processos produtivos será, cada vez mais, um diferencial de mercado e, atualmente, já está se tornando um fator relevante na decisão de compra pelos consumidores.É necessária uma mudança global quanto à consciência ambiental e a mudança dos sistemas de produção, visando novos padrões de consumo e comportamento. As empresas que não se adaptarem as novas tendencias dos consumidores estarão sujeitas ao fracasso.

Luiz Fernando Furlan Empresário, Presidente do

Conselho de Administração da Sadia e da Fundação Amazônia

Sustentável. Ministro da Indústria Desenvolvimento e Comércio

Exterior do Brasil (2003-2007)

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72 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Mais que valorizar o processo de construção do compromisso coletivo com a sustentabilidade empresarial aqui descrito, há uma missão maior a ser empreendida: a de sustentar o compromisso. O próprio conceito de sustentabilidade adotado nesta obra prevê a manutenção e reposição ao longo do tempo das variáveis que dão suporte a um processo ou a um sistema.Pela expressiva importância da indústria no Brasil e ainda mais no estado de São Paulo, existe uma responsabilidade inerente às conquistas já realizadas: o compromisso com o que se pode e ainda se deve realizar. Fazer uso da capacidade de articular sinergias não só como incentivadores da produção mas como agente capaz de influenciar e alavancar transformações em temas estruturantes como são a educação, a inovação tecnológica, o empreendedorismo e a competitividade – é, sem dúvida, um caminho que se impõe em nossa missão de assumir o compromisso na promoção da sustentabilidade empresarial.

“Necessitamos civilizar nossas teorias, ou seja,desenvolver nova geração de teorias abertas, racionais, criticas, reflexivas, autocríticas - aptas a se auto-reformar.” (Edgar Morin)Revista Hoje CIESP Campinas nº62/Encarte Meio Ambiente - 9ª Edição - Setembro/2003

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios44 CAPÍTULO 4 Considerações finais: sustentar o compromisso

Por que decidimos registrar esta Memória

dos seis primeiros anos do DMA CIESP

Campinas?

A ideia de produzir este relato não nasceu

com a pretensão de apresentá-lo como um mo-

delo estanque de gestão ou mesmo de se produ-

zir um puro relatório técnico de balanço opera-

cional.

À maneira de um álbum ou arquivo de via-

gem revisitado em suas melhores imagens, acon-

tecimentos e lembranças que além de contenta-

mento geram também entusiasmo para novos

destinos e sentimento de pertença à situação vi-

vida, celebrada: muito disso se pretendeu refletir

nesta Memória.

Mas também não é só isso.

Inerente ao reconhecimento do processo

de realização coletiva aqui descrito, aos avanços

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO 75Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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obtidos na construção de valores para a cultura

empresarial– vem a responsabilidade com o que

ainda se pode e se deve realizar: a necessidade

de se sustentar o compromisso. A memória de

um passado, mesmo que breve, a estimular o

compromisso com o presente e com o futuro da

sustentabilidade empresarial.

Sendo este início de século um dos momen-

tos mais decisivos e críticos de nossa história,

esta responsabilidade adquire proporções ainda

mais determinantes. Ao apontar a atividade hu-

mana como principal responsável pelas mudan-

ças do clima advindas do aquecimento global,

o aval científico do IPCC por intermédio de seus

relatórios, notadamente o IV de 2007, ratifica um

desafio que extrapola a esfera ambiental e a de

segmentos ou regiões. O mundo se vê à frente de

um desafio que é também econômico, político,

social e cultural.

A humanidade é convocada a exercitar sua

capacidade de articular sinergias a partir de suas

diferenças e especificidades com vista a um novo

desenvolvimento e, acima de tudo, a sua própria

sobrevivência. Isto válido no âmbito de nações,

estados, municípios, comunidades e indivíduos.

A indústria, como expressivo partícipe, tem

neste cenário de mudanças a ímpar oportuni-

dade de adicionar valor de maneira inovadora

concretizando o universo econômico, social e

ambiental em seus negócios. A sustentabilidade

exercida na prática. Sociedades sustentáveis são

formadas por organizações sustentáveis que se

perpetuam pelo crescimento.

Se a imediata necessidade de redução de

"A sustentabilidade, ou o equilíbrio entre a proteção ambiental, desenvolvimento econômico e social, só pode ser alcançada se houver livre iniciativa associada ao diálogo permanente e parceria efetiva na relação entre o poder público, o privado, a sociedade e suas entidades representativas. Na Fiesp, realizamos um trabalho estratégico de base junto às entidades representativas da indústria, com a ação de seu Departamento de Meio Ambiente e da Câmara Ambiental da Indústria Paulista, organismos técnicos e tomadores de decisão, e por meio do Conselho Superior de Meio Ambiente, de caráter consultivo e ligado à presidência, constituído de membros da sociedade civil. Nossa expectativa é a de continuar e aprimorar este trabalho estratégico de base, capacitando os setores, chamando a atenção para as questões mais urgentes, no campo ambiental e da sustentabilidade, atentando para os fatores que intervêm diretamente na produtividade e competitividade dos setores industriais, assim como na sustentabilidade de toda a sociedade.Em grande parte, isso é replicado nos Ciesp por todo o Estado, como ocorre, de forma exemplar, no Ciesp de Campinas que, por meio de seu Departamento de Meio Ambiente, continuará a realizar este trabalho não só diretamente junto a seus associados, as empresas industriais, mas também junto ao poder público e às entidades representativas regionais."

Nélson Pereira dos Reis. Vice-presidente da Fiesp e Diretor Titular do Departamento de Meio Ambiente.

emissão dos gases de efeito estufa firma-se como

consenso e pressão mundiais, se o consumo de

recursos e a destinação de seus produtos exigem

princípios e processos que garantam o acervo da

humanidade - estão aí alguns macro-contornos

a desenhar um novo e promissor ambiente de

negócios. Não como contornos exclusivamente

restritivos mas como elementos a conduzirem a

mais um patamar evolutivo do papel da indústria

como agente de transformações positivas.

E neste contexto, o Brasil é um candidato

natural a assumir o protagonismo de uma nova

civilização industrial, considerado, de princípio,

seu extraordinário potencial de recursos subuti-

lizados de produção.

São Paulo, como estado expoente da indus-

trialização no Brasil respondendo por mais de

40% do PIB nacional ... desempenha natural-

mente um papel decisivo nos caminhos do de-

senvolvimento e da sustentabilidade empresarial

no país.

Sendo o grande interlocutor da indústria

paulista, o sistema Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai/ IRS

assume uma singular legitimidade de represen-

tação do setor produtivo não só como grandes

incentivadores da produção mas como entidade

capaz de influenciar e alavancar transformações

em temas estruturantes como são a educação, a

inovação tecnológica, o empreendedorismo, a

competitividade, a sustentabilidade empresarial.

Neste último (e nos demais por analogia), cabe

prioritariamente a função de levar à comunida-

de empresarial a compreensão sobre as oportu-

nidades e implicações decorrentes das estraté-

gias de sustentabilidade.

Considerações finais: sustentar o compromisso

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

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Segundo pólo industrial do estado de São

Paulo, a Região Metropolitana de Campinas tem

na indústria o setor de atividade que representa

quase 60% de seu de seu valor adicionado, ala-

vancando, por sua vez, um forte setor de serviços

que atende por quase 40 %, con-

forme dados de 2004 da Fundação

Seade, IBGE. Some-se a isso, o fato

de a região ser reconhecidamente

um centro criador e difusor de tec-

nologia e conhecimento ancorado

em suas renomadas universidades

e centros de pesquisa que atendem

por 15% da produção científica na-

cional. Assistida por uma sólida in-

fra-estrutura de rodovias, ferrovias

e aeroportos a região abriga uma

rica e complexa rede de empresas

dos mais diversos segmentos.

É neste pequeno universo cos-

mopolita que o Departamento de

Meio Ambiente do Ciesp Campinas

tem buscado, desde sua criação em

2002, imprimir sua visão baseada

na importância do compromisso

na promoção de negócios susten-

táveis.

Entendíamos que criar uma visão era impor-

tante no sentido de responder de maneira inova-

dora e assertiva a questionamentos específicos,

de dar um norte consistente a nossas empresas

associadas frente a situações complexas, a con-

ceitos de sustentabilidade ainda pouco assimila-

dos (e pouco claros) para uma grande parte da

indústria local. Na verdade, para a maior parte

delas: pequenas e médias empresas que consti-

criar uma cultura que encoraje o questionamento

constante e recompense a inovação. As organiza-

ções dotadas de tal cultura valorizam a diversi-

dade (...) e os experimentos que dilatem a sua

margem de conhecimento. Em outras palavras,

o questionamento é fundamental

para se enxergar o novo. Contu-

do, consideradas principalmente

as pequenas empresas absorvidas

em sua sobrevivência diária e nas

quais muitas das atividades cru-

ciais são executadas pelo dono e

gerente do negócio, é utópico pen-

sar que tal reflexão questionadora

vai encontrar espaço e condições

para se concretizar. Onde esta-

mos? Onde queremos chegar? E,

principalmente, como chegar lá?

considerando-se o complexo cená-

rio de sustentabilidade atual – são

questões a impulsionar trajetó-

rias de inovação, de crescimento.

Assim é também que estas ques-

tões compuseram naturalmente a

construção da visão de objetivos

do DMA Ciesp Campinas posto o

fundamental papel de representa-

tividade e interlocução do sistema

Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai junto à

indústria paulista.

Foi como parte do processo de implemen-

tação desta visão que o Grupo de Estudos Am-

bientais (GEA) foi criado. Um espaço de serviço

sistemático a preconizar a troca pessoal de ex-

periências entre os associados, a valorizar os

diálogos significativos, as conversas. Conversa

como ação, como fonte de onde brotam decisões

tuem hoje mais de 90% das mais de 500 empre-

sas associadas ao CIESP Campinas.

Como incentivar as práticas sustentáveis, fa-

cilitar sua implementação, fomentar a cultura de

inovação e de valor em uma organização, inde-

pendente de seu porte e complexidade? Ques-

tões de cunho relativamente incomum para o

cotidiano das empresas mas absolutamente per-

tinentes à responsabilidade que nos cabia. Sa-

bíamos que respostas inovadoras deveriam estar

na pauta dos possíveis encaminhamentos. Em

sua “Conexões Ocultas” de 2002, Capra assina-

la que para o surgimento da novidade é preciso

Considerações finais: sustentar o compromisso

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO76 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 77Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Considerações finais: sustentar o compromisso

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

baseadas em informação e a partir da qual re-

lacionamentos e confiança são gerados. Em um

momento de ampla crise como o que vivemos,

a confiança torna-se imprescindível como outro-

ra assinalado pelo patrono da indústria, Roberto

Simonsen em sua citação intemporal: “Otimismo

é esperar pelo melhor. Confiança é saber lidar

com o pior”. É fato, assim, que a confiança na

postura de compromisso com a sustentabilidade

daqueles que coordenaram este Grupo no perío-

do coberto por esta Memória: Newton Scavone

(International Paper), Paulo Deuber (3M), Luís Ta-

deu Furlan (Petrobras) e Jorge Galgaro (Rhodia)

precedeu, enquanto critério, à sua reconhecida

reputação profissional.

Igualmente, adotar a produção mais limpa

(p+l) como prática sustentável a orientar iniciati-

vas e parcerias no setor empresarial consolidou-

se em ação estruturante. Não simplesmente para

comprovar resultados práticos de superação do

paradigma baseado na inconciliação de eficiência

produtiva/econômica com ganhos socioambien-

tais. Cabe-nos também, como responsabilidade

institucional com o desenvolvimento, o exercício

de constantemente desmantelar o enorme arse-

nal de mecanismos que promovem a reprodução

deste velho paradigma.

Sobre o trabalho de divulgação e implemen-

tação da P+L, Tânia M. T. Gasi, Engenheira da

CETESB e Secretária Executiva da Mesa Redonda

Paulista de Produção +Limpa de 2002 a março de

2007 assinala e propõe:

“O DMA/CIESP Campinas foi uma das prin-

cipais lideranças deste processo, que repercutiu

em outros estados e países e gerou resultados

excepcionais, que dificilmente serão adequada-

mente mensurados. Afortunadamente, existem

instituições e pessoas que, como eles, possuem

brilho próprio e combinam visão inteligente com

determinação, competência e habilidade. O de-

safio que propomos - a eles e a todos nós - é não

esmorecer e encarar o futuro nos olhos.”

"Sustainable economies must be built around sustainable products, services and consumption patterns. Sustainable industrial processes can effectively reduce the environmental impacts associated with the design and manufacture of products. These strategies however do not account for the significant environmental impacts associated with the selection, use, and disposal of products by consumers. We need to educate product designers, producers, government leaders and consumers about the environmental and social impacts of available goods and services; to help them make informed decisions about purchase, use and ‘end-of-life’; and to increase the market share of sustainable products and services."

Tania Del Matto é co-fundadora e diretora executiva da organização nacional canadense “My Sustainable Canada”. Mestre em Estudos Ambientais pela Universidade de Waterloo, Tania esteve no Ciesp Campinas em 2005 em evento de parceira p+l

para pequenas empresas com o Centro Canadense de Prevenção à Poluição por intermédio da Mesa Redonda Paulista de Produção mais Limpa.

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Considerações finais: sustentar o compromisso

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO78 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 79Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Estudante do Sesi, Dandara Beatriz Belizario da Silva, 4, em evento aberto de sustentabilidade do DMA Ciesp-Campinas na Semana de Meio Ambiente em junho de 2008

de tecnologia e aproveitar as oportunidades econômicas já verificadas na geração de energia por fontes renováveis. É com o entrosamento entre o governo, o setor privado e a sociedade civil que a importância estratégica da inovação será reconhecida."

José Ricardo Roriz Coelho Empresário, Diretor

Titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da FIESP

É neste contexto de história ao mesmo tem-

po crucial e decisivo, desolador e promissor, de

caos e de possibilidades - que somente o com-

promisso de cada indivíduo, de cada liderança e

de cada organização poderá fazer a diferença, a

transformação positiva.

Então, esta breve Memória é nossa maneira

de valorizar um passado de pessoas e organiza-

ções e, também, nossa esperança de inspirar

para que se renove perpetuamente, o compro-

misso de cada um com a sustentabilidade no pre-

sente e no futuro.

Por outro lado, é preciso reconhecer que a

sociedade contemporânea construiu instrumen-

tos e é potencialmente detentora de meios que

a credenciam ao êxito no enfrentamento deste

momento de crise. (crise em chinês).

No segmento empresarial as oportunidades

na era da economia do carbono apontam para di-

versos caminhos e o Brasil não pode se esquivar

de se pronunciar proativamente no debate sobre

as saídas para esta nova era. Desde a inovação

tecnológica sustentada por fontes e energias lim-

pas ao espaço a ser exercido por entidades como

o sistema Fiesp/Ciesp/Sesi/Senai no estímulo e

proposição de ações e processos amplos e contí-

nuos de mudança para a sustentabilidade. É fato

que o setor industrial é um dos agentes no pro-

cesso e que sem semelhante exercício do setor

público na garantia a subsídios que garantam o

retorno a investimentos e estimulem ganhos de

produtividade, dificilmente a nação avançará em

uníssono a um novo patamar de desenvolvimen-

to limpo.

"O País do futuro deve ser competitivo e ambientalmente sustentável e, para que isso ocorra, é preciso investir em inovação. A empresa só gera inovação quando há políticas de Estado de longo prazo para educação e desenvolvimento, além de uma estratégia de fortalecimento da capacidade produtiva. Às entidades representativas cabe a interface entre a área pública e a privada e para que haja uma governança capaz de estimular e cobrar resultados de ambas as partes. Ademais, o Brasil deve evitar a dependência de transferências

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Considerações finais: sustentar o compromisso

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

O espírito cooperativo e o

compromisso ambiental como formas

de fortalecimento empresarial estão

presentes no logo do DMA CIESP

Campinas. Três árvores (simbolizando

processos produtivos perfeitos), em

tamanhos diferentes retratam as

pequenas, médias e grandes empresas

coexistindo de maneira interativa e

harmonica. Ao fundo, as cores que

representam o ar, a água e o solo.

Abaixo, escolhido de forma democrática

em 2002, o slogan do DMA.

Compromisso Ambiental Promovendo Negócios

80 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008 81Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

MEMÓRIA DE UM COMPROMISSO

Contato e informações:

Departamento de Meio Ambiente do Ciesp-Campinas

[email protected]

19 3743 2206/3743 2200

www.ciespcampinas.org.br

82 Departamento de Meio Ambiente - Ciesp-Campinas 2002 - 2008

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Em março de 2002 foi criado o Departamento de Meio Ambiente (DMA) do CIESP Campinas.

No momento em que o mercado e o ambiente sinalizavam a impor-tância de se considerar a questão ambiental no planejamento de negó-cios sustentáveis, a criação do DMA objetivou viabilizar um espaço no qual representantes de empresas, instituições e sociedade pudessem se conhecer, discutir seus desafios, identificar interfaces comuns e propor encaminhamentos.

Mais do que isso, o DMA tem elaborado e implementado encontros, projetos e parcerias reconhecidos e premiados no Estado de São Paulo. O objetivo tem sido sempre o fomento a negócios sustentáveis assim como o fortalecimento das ações de excelência socioambiental de empresas paulistas e de instituições parceiras.

Tendo completado seis anos de existência em 2008, a intenção desta obra é deixar registrada à toda sociedade a Memória de um Compromis-so: os esforços, as iniciativas, as ações e resultados das pessoas, empresas e instituições que protagonizaram esta história.

Ao apresentar as razões e os meios que fizeram da promoção de negócios sustentáveis um pilar essencial na história do DMA, mais que prestar contas às empresas associadas, este trabalho tem o propósito de estimular iniciativas e fomentar ações à comunidade empresarial e a todos os agentes indutores de sustentabilidade.