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Ciências da Comunicação- 3º ano | Unidade Curricular: Projeto Docentes: Prof. Auxiliar Convidado Paulo Martins | Prof. Auxiliar Raquel Ribeiro Ano Letivo 2016/2017 Discente: Margarida Valente Gonçalves- 218045 [email protected] Orientadora: Professora Auxiliar Raquel Ribeiro 13 de Julho de 2017

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Ciências da Comunicação- 3º ano | Unidade Curricular: Projeto

Docentes: Prof. Auxiliar Convidado Paulo Martins | Prof. Auxiliar Raquel Ribeiro

Ano Letivo 2016/2017

Discente: Margarida Valente Gonçalves- 218045

[email protected]

Orientadora: Professora Auxiliar Raquel Ribeiro

13 de Julho de 2017

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Fontes das imagens de capa: Gifs Gallery (http://gifsgallery.com); https://www.aeroportolisboa.pt/pt/lis/servicos-e-compras/lojas-e-restaurantes/parfois. Consultados a 16 de Outubro de 2016.

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ÍNDICE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 41.OPÇÕES METODOLÓGICAS ................................................................................................. 52. COMUNICAÇÃO NO ÂMBITO DO MARKETING RELACIONAL E CRM NAS ORGANIZAÇÕES: REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................................... 8

2.1MultinacionaiseMicroempresas-Fator‘dimensão’naimplementaçãodeestratégiasdeComunicaçãoRelacional.......................................................................................................12

3. MERCADO DA BIJUTARIA EM PORTUGAL .......................................................................... 133.1AParfois.........................................................................................................................14

3.1.1 Análise da concorrência............................................................................................153.2AA.PONTO.....................................................................................................................15

3.2.1. Análise da Concorrência..........................................................................................164. RESULTADOS DA PESQUISA EFETUADA ........................................................................ 17

4.1.acomunicaçãocomoconsumidornoâmbitodoMarketingRelacionaldeempresasdediferentesdimensões...........................................................................................................174.2. ComunicaçãonoâmbitodoMarketingRelacionaldesenvolvidapelasempresasParfoiseA.PONTO...............................................................................................................20

4.2.1Comunicaçãodoprodutonasredessociais:comparaçãoentreParfoiseA.PONTO....235. DISCUSSÃO DE RESULTADOS ...................................................................................... 24NOTAS FINAIS ................................................................................................................. 25BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 27APÊNDICES ......................................................................................................................... 30 ÍNDICEDETABELASTabela 1- Procedimentos adotados para o cumprimento dos objetivos.....................................6Tabela 2- Comparação entre as marcas concorrentes.................................................................15

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INTRODUÇÃO Face a um mercado cada vez mais diversificado e uma oferta crescente, as organizações

procuram servir-se de estratégias que permitam alcançar uma vantagem competitiva difícil

de imitar pela concorrência. Neste âmbito, a relevância do Marketing Relacional, que se

centra na construção de relações estáveis e duradouras com os clientes e consumidores

dos produtos ou serviços de uma organização, em contraste com a abordagem tradicional

orientada para promover transações (Antunes & Rita, 2007, p. 110) reflete-se no crescente

número de investigações e publicações acerca do tema, aliado à adoção deste tipo de

estratégias por parte de uma grande parte das organizações. O modelo de negócio passa

a ser centralizado no cliente e apoiado no desenvolvimento tecnológico, na gestão de

informação e no serviço ao cliente.

A comunicação sempre desempenhou um papel na atração e fidelização de

consumidores. No entanto, com os avanços dos media, os benefícios de compreender e

aplicar a teoria da comunicação em estratégias de marketing têm sido frequentemente

levados em consideração (Duncan & Moriarty, 1998, p. 10). As empresas interessadas e

focadas no cliente e na construção de relacionamentos apostam na comunicação porque

esta é ‘‘a plataforma na qual os relacionamentos são construídos’’ (Duncan & Moriarty,

1998, p. 3).

Schramm (1973) afirma que o estudo da comunicação é fundamentalmente um estudo das

relações, insistindo que "para compreender a comunicação humana devemos entender

como as pessoas se relacionam umas com as outras". Por outras palavras, as relações

são impossíveis sem comunicação.

O presente trabalho surge no âmbito das disciplinas de Projeto e Seminário e pretende

abordar e conhecer o papel da comunicação no âmbito de estratégias de Marketing

Relacional em empresas de dimensões diferentes: uma multinacional e uma

microempresa.

O tema emerge no seguimento do trabalho realizado para as disciplinas de Pesquisa de

Marketing e Marketing no precedente ano letivo, nas quais foi proposto pela docente que

se realizasse um plano de marketing com o objetivo de ajudar a crescer no mercado uma

marca de bijutaria. Manifestado o interesse da autora em relação ao estudo das estratégias

de Marketing Relacional desenvolvidas por uma multinacional do mesmo setor, a docente

sugere uma adaptação do tema proposto. Assim, surge a ideia da realização de um estudo

comparativo entre as estratégias desenvolvidas por uma multinacional e uma

microempresa do setor da bijutaria.

Este relatório de investigação é composto pelas opções metodológicas previstas para

utilizar no estudo; pelo enquadramento teórico do tema, expondo os conceitos-chave e

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dissertando-se sobre as temáticas do Marketing Relacional e o papel da comunicação

nestas estratégias nas organizações, do mercado da bijutaria em Portugal e da importância

da dimensão das empresas na implementação de estratégias relacionais; seguidamente

expõem-se os resultados, em conjunto com a sua análise e, posteriormente, é feita a

discussão de resultados. Por fim, serão apresentadas as considerações finais, à luz dos

resultados obtidos.

1.OPÇÕES METODOLÓGICAS

O presente relatório de investigação tem como pergunta de partida:

Quais as particularidades da comunicação no âmbito do Marketing Relacional em

empresas de diferentes dimensões - multinacionais e microempresas?

De modo a responder a esta questão, foram traçados os seguintes objetivos:

1. Analisar a comunicação com o consumidor no âmbito do Marketing Relacional de

empresas de diferentes dimensões;

2. Compreender os condicionantes das opções relativas à comunicação focada no

consumidor fidelizado por parte das empresas;

3. Comparar a comunicação no âmbito do Marketing Relacional nas empresas em

estudo.

Para os concretizar, serão estudadas duas empresas de dimensões distintas que operam

no mercado da bijutaria: a multinacional Parfois e a microempresa A.PONTO. A descrição

e história das duas empresas será desenvolvida e apresentada no ponto referente à

descrição do mercado da bijutaria em Portugal.

Com o intuito de alcançar os objetivos definidos, será utilizado o método qualitativo, uma

vez que este tipo de investigação permite a exploração, a compreensão e a descrição das

experiências dos participantes, assim como a geração de teoria a partir dos dados

recolhidos (Daymon & Holloway, 2011, p. 13).

Inicialmente, devem ser analisadas tanto as estratégias de comunicação relacional e CRM

das empresas em estudo como as dos seus concorrentes diretos. Isso irá ser conseguido

através de entrevistas a profissionais de marketing da Parfois e da A.PONTO e a

especialistas da área do Marketing Relacional; observação participante (cliente mistério)

às lojas e negócios concorrentes; e análise qualitativa de conteúdos digitais.

As entrevistas aprofundadas permitirão averiguar a existência de estratégias de Marketing

Relacional nas empresas em estudo e consequente comparação entre si, bem como a

compreensão das suas condicionantes e a importância da comunicação nessas mesmas

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estratégias.

A observação participante contribuirá para a comparação entre as estratégias de empresas

de diferentes dimensões pela própria experiência.

A análise de conteúdos digitais servirá para a averiguar como é realizada a comunicação

dos produtos das empresas em estudo nas redes sociais ao consumidor.

Tabela 1- Procedimentos adotados para o cumprimento dos objetivos.

Técnicas Fontes/Amostra/Corpus de Análise

Tópicos a explorar

Análise

qualitativa de

conteúdos

digitais

Páginas de Facebook e das

empresas em estudo.

Comunicação dos produtos ao

consumidor

Observação

Participante

Visita e realização de ‘cliente

mistério’ nas em lojas físicas e em

plataformas online da Parfois e

A.PONTO e respetivas

concorrentes diretas.

O papel da comunicação nas

estratégias de Marketing

Relacional: comunicação com o

consumidor final

Entrevistas

Aprofundadas

Entrevistas a especialistas da área

do marketing relacional para

compreender o papel da

comunicação nesse âmbito, a

responsáveis de marketing da

Parfois e criadora da A.PONTO.

Averiguar a existência de

estratégias de Marketing

Relacional nas empresas em

estudo;

O papel da comunicação nas

estratégias de Marketing

Relacional.

A análise de conteúdos digitais, que atenta aos conteúdos produzidos nas páginas de

facebook das empresas em estudo, tem como finalidade averiguar de que forma estas se

definem e se comunicam ao consumidor final. Como vantagens, Quivy & Campenhoudt

(2008, p. 230) destacam a possibilidade de controlo do trabalho de investigação, por ter

como objeto uma comunicação reproduzida num suporte material. As ferramentas digitais

possibilitam ao investigador a oportunidade de recolher outras formas de dados, incluindo

dados que ocorrem naturalmente, através de métodos inovadores (Paulus, Lester, &

Dempster, 2014, p. 9). foi elaborada uma análise aprofundada dos conteúdos presentes

no website oficial e Facebook. Dentro da análise qualitativa a conteúdos, optou-se por

realizar uma análise interpretativa, na qual de acordo com Silvestre (2011, p. 179), são

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utilizadas “questões de pesquisa descritivas dirigidas a descobrir e formar teoria”. O

período de análise qualitativa de conteúdos digitais foi de março de 2017 a abril de 2017.

Para a análise, foram escolhidas as publicações do mês de março, uma vez que se trata

de uma altura de transição de coleções, o que poderia ser motivo para um maior número

de publicações.

Dentro das limitações, encontra-se essencialmente o facto de se basear em pressupostos

simplistas (Quivy & Campenhoudt, 2008, p. 231).

A observação direta baseia-se na observação visual, sendo este o único tipo de técnica de

investigação social que capta os comportamentos no momento em que eles se produzem,

sem a mediação de um documento ou testemunho. Na variante da observação participante, o investigador estuda a situação de dentro - participando na mesma - e

pormenorizadamente. A validade do seu trabalho assenta na ‘’precisão e no rigor das

observações’’ (Quivy & Campenhoudt, 2008, pp. 196-197). Esta será realizada em lojas

físicas, através de chamada telefónica e contacto através da página oficial de facebook da

marca multinacional Parfois e revendedoras da marca A.PONTO, bem como das principais

concorrentes. A nível internacional, a Parfois tem como concorrentes diretos a Bijou

Brigitte, a Claire´s e a a Accessorize; a A.PONTO concorre diretamente com um enorme

número de microempresas, pelo que serão estudadas as marcas que, tal como a

A.PONTO, não só vendem diretamente ao consumidor mas também revendem em lojas

físicas e que se localizem nas áreas metropolitanas do Porto ou Lisboa (ver subponto

referente à análise da concorrência). Esta realizar-se-á entre os meses de fevereiro a abril

de 2017 nos distritos de Lisboa e Porto que, segundo o Pordata, são os distritos com maior

densidade populacional.

As principais vantagens englobam a apreensão dos comportamentos e dos

acontecimentos no próprio momento em que se produzem, a recolha de um material de

análise não suscitado pelo investigador e, portanto, relativamente espontâneo, e a

autenticidade relativa dos acontecimentos em comparação com as palavras e com os

escritos (Quivy & Campenhoudt, 2008, p. 199). Devido a estes motivos, a observação

participante permitirá averiguar se existe comunicação entre os colaboradores da

organização e os consumidores da marca.

Em relação às limitações, contam-se as dificuldades associadas aos problemas de

registo, já que o investigador não pode confiar unicamente na sua recordação dos

acontecimentos apreendidos ‘ao vivo’, uma vez que a memória é seletiva e eliminaria uma

grande variedade de comportamentos cuja importância não fosse imediatamente aparente,

e não é possível nem desejável tomar notas no próprio momento, pelo que se deve tomar

notas imediatamente após a observação; aos problemas de interpretação das

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observações, sendo necessária uma sólida formação teórica por parte dos investigadores

ou, quando possível, a colaboração de vários investigadores, permitindo a

intersubjectividade (Quivy & Campenhoudt, 2008, pp. 199-200).

A técnica de entrevista distingue-se pela aplicação dos processos fundamentais de

comunicação e de interação humana. Corretamente valorizados, estes processos

permitem ao investigador retirar das entrevistas informações e elementos de reflexão muito

ricos e matizados. Existe um contacto direto entre o investigador e os seus interlocutores.

Adequa-se quando o objetivo assenta na análise do sentido que os atores dão às suas

práticas e aos acontecimentos com os quais se veem confrontados, como os seu sistemas

de valores e as suas referências normativas, ou na análise de um problema específico: o

funcionamento de uma organização (Quivy & Campenhoudt, 2008, pp. 191-193). Serão

feitas entrevistas a especialistas da área do marketing relacional, ao(a) diretor(es) de

marketing da Parfois e criadora da A.PONTO, em datas a definir, de modo a compreender

qual o papel ocupado pela comunicação nas estratégias de Marketing Relacional

desenvolvidas pelas empresas. Estas realizar-se-ão presencialmente ou via Internet,

conforme a disponibilidade dos entrevistados. As vantagens deste método passam

principalmente pelo grau de profundidade dos elementos de análise recolhidos e a

flexibilidade (Quivy & Campenhoudt, 2008, p. 194).

Dentro das limitações estão a própria flexibilidade da técnica, que pode intimidar aqueles

que necessitam de instruções específicas; a possível falta de neutralidade do investigador;

paralelamente, o caráter pouco técnico da formação exigida não ajuda o investigador que

tenciona pôr em prática este método a fazer uma estimativa correta do seu nível de

competência na matéria. As formulações do entrevistado estão sempre ligadas à relação

específica que o liga ao investigador e este último só pode, portanto, interpretá-las

validamente se as considerar como tais. A análise de uma entrevista deve, portanto, incluir

uma elucidação daquilo que as perguntas do investigador, a relação de troca e o âmbito

da entrevista induzem nas formulações do interlocutor. Considerar estes últimos

independentemente de um contexto tão marcante seria revelar uma grande ingenuidade

epistemológica (Quivy & Campenhoudt, 2008, pp. 194-195).

2. COMUNICAÇÃO NO ÂMBITO DO MARKETING RELACIONAL E CRM NAS ORGANIZAÇÕES: REVISÃO DA LITERATURA Neste ponto serão apresentadas as principais informações retiradas das dissertações de

mestrado encontradas em Portugal e dos artigos científicos internacionais, acerca do papel

da comunicação nas estratégias de Marketing Relacional desenvolvidas pelas empresas.

No repositório do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, foi possível apurar uma

tese de mestrado em Comunicação Social relacionada com a temática em questão.

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A tese consiste na elaboração de um plano de comunicação para um ‘Parque de Desportos

Aventura’: Moreira (2012) propõe uma estratégia de comunicação que considera adequada

e que visa a fidelização de clientes. Dedica um capítulo inteiramente à estratégia de CRM,

em que destaca a relação entre a satisfação/lealdade do cliente e o desempenho

organizacional. A autora evidencia a importância da construção de um relacionamento com

o cliente, de forma a fidelizá-lo e aumentar a quantidade e repetição de vendas.

O Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) tem disponíveis várias teses de

mestrado que se focam neste tema. Existem, pelo menos, duas que contêm informações

relevantes e que se relacionam com o presente trabalho. Liberato (2015) declara na sua

tese que a adoção de um sistema de CRM como uma estratégia de negócios- não só nas

grandes empresas, mas precisamente nas pequenas e médias empresas- é considerada

indispensável por ajudar a reforçar a sua posição num mercado cada vez mais competitivo.

Reis (2012) avalia as estratégias de implementação de CRM de uma empresa

multinacional de ensino, tendo em conta os Fatores Críticos de Sucesso (FCS)

aprofundados por outros autores. Na sua tese, o autor realiza uma análise aprofundada à

estratégia da empresa, estudando cada fator que seleciona como relevante e constatando

a sua presença ou ausência.

Numa lista de treze, o autor conclui que apenas um dos fatores (referente à adaptação da

nova cultura) não se verifica na implementação de CRM da empresa em estudo; é afirmado

na tese que a empresa dá especial importância a este tipo de estratégia, pelo que os

resultados não foram uma surpresa. Uma vez que se trata de um estudo de caso, não

permite a generalização e aplicação das conclusões a outras organizações, especialmente

de setores diferentes. No entanto, é evidente que as empresas já se dedicam à

implementação de estratégias de CRM e, algumas, com sucesso, segundo as conclusões

desta tese. É mencionada a importância da comunicação da estratégia aos colaboradores,

sendo este um FCS.

Estratégias como a de CRM (Customer Relationship Management) são aplicações da

prática de Marketing Relacional, uma vez que esta se baseia na criação e associação de

um certo valor aos consumidores através de um registo do histórico das preferências dos

mesmos (Buttle 2009, p. 15); isto permite que as organizações obtenham um maior

conhecimento dos seus consumidores, sendo possível tomar decisões e adaptar a oferta.

Embora existam diferenças na definição do conceito, há uma concordância assente na

importância de visualizar o CRM como um conjunto abrangente de estratégias para gerir

as relações com clientes que se relacionam com o processo geral de marketing, vendas,

serviços e suporte dentro da organização (Buttle, 2009, p. 6).

Segundo Tohidi e Jabbari (2012, p. 514), tendo em conta a complexidade e extensão das

atividades de cada organização, aliadas ao aumento exponencial do número de empresas

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e variedade de serviços, a necessidade da utilização do CRM com o objetivo de melhorar

a qualidade do serviço e criar relações mais próximas com os consumidores é urgente.

No entanto, e apesar da abundância de estudos sobre CRM, existe uma lacuna relativa a

estudos referentes à Comunicação Relacional. Não é claro se a comunicação no âmbito

do Marketing Relacional é vista como essencial para o sucesso das empresas, dependente

ou independentemente da sua dimensão.

Malthouse, Haenlein, Skiera, Wege & Zhang (2013, p. 277) reforçam a importância da

existência de profissionais qualificados nas empresas encarregues da implementação das

estratégias de CRM e tratamento de dados. Os dados podem não ser processados devido

à falta de profissionais qualificados na força de trabalho; profissionais não qualificados

podem interpretar mal os dados e usá-los incorretamente em campanhas de marketing.

O CRM visa melhorar a gestão da relação com os consumidores de forma a maximizar o

seu valor a longo prazo, o que acaba por beneficiar a empresa que o coloca em prática.

Os meios de comunicação social e outras novas tecnologias têm vindo a dar cada vez mais

poder aos consumidores, permitindo-lhes filtrar a publicidade e as mensagens de CRM,

comparar preços através de smartphones e partilhar as suas opiniões para uma audiência

global, avaliando as empresas positiva ou negativamente (Malthouse et al, 2013, p. 270-

271).

Assim, as estratégias de CRM necessitam de evoluir de modo a sobreviver neste mercado

social e global; para isso, devem ser produzidas formas de contacto que envolvam o

consumidor, o mantenham interessado na marca e, consequentemente, o fidelizem

(Malthouse et al, 2013, p. 271), uma vez que existe uma relação entre a satisfação do

consumidor e um relacionamento a longo prazo: quanto maior a satisfação, maior a

probabilidade dessa ocorrência (Yoon, Kim, Kim & You, 2016, p. 3-4).

Deste modo, é necessário compreender o que fideliza um consumidor. Segundo Yoon et

al (2016, p. 3) a linguagem corporal, como gestos, contacto visual e sorrisos, e elementos

da linguagem espacial, como a distância psicológica no diálogo com os clientes e

‘‘linguagens de aparência’’ (appearence languages), como penteados e indumentária, são

exemplos de formas de comunicação que afetam a confiança do consumidor.

A confiança do consumidor na empresa e nos seus funcionários irá influenciar

positivamente a lealdade, visto que a lealdade é a intenção comportamental de manter um

relacionamento duradouro com a empresa. De acordo com Sirdeshmukh, Singh & Sabol,

(2002), ao confiar numa empresa, espera-se um desempenho consistente e competente;

o consumidor está certo de que irá obter valor em negócios futuros.

A crescente importância da comunicação no marketing é demonstrada pela sua ligação às

atuais estratégias de marketing - comunicação integrada de marketing e marketing

relacional, focadas no cliente e baseadas no mercado – que enfatizam a comunicação

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bidirecional através da consideração das opiniões dos clientes e da interatividade (Duncan

& Moriarty, 1998, p.1).

O modelo de comunicação tradicional de Lasswell inclui uma fonte que produz a

mensagem, o canal ou o meio através do qual a mensagem é transmitida, o ruído que

interfere com o processamento de comunicação, um receptor que o decodifica e o feedback

que envia a resposta do recetor de volta à fonte. Duncan e Moriarty (1998, p.2) afirmam

que este modelo pode ser visto como uma metáfora para o marketing, onde a fonte é a

empresa, a mensagem é o produto, o canal é o sistema de distribuição, o ruído é a

imensidão de produtos competitivos, o recetor é o cliente e feedback é a informação

recebida através de serviço ao consumidor, vendas e pesquisa de marketing.

Uma estratégia relacional que incida na comunicação, segundo Duncan & Moriarty (1999,

p. 120) tornará possível a criação de programas de marketing verdadeiramente relacionais.

Os debates em estudos de comunicação e marketing chegaram à mesma conclusão: deve

haver menos foco no funcionalismo e produção e mais em relações e significados.

Um modelo de marketing baseado em comunicação reconhece que tudo o que uma

empresa faz (e às vezes não faz) envia uma mensagem que pode fortalecer ou enfraquecer

relações. (Duncan & Moriarty, 1998, p.8).

No geral, uma boa comunicação deve afetar todos os aspetos da relação da empresa com

o consumidor, mas especialmente a confiança, a satisfação e a lealdade: Ball, Coelho &

Machás (2004, p.1277) afirmam que a comunicação tem um enorme efeito sobre a

lealdade. Este estudo, realizado através de um método qualitativo, implicando a aplicação

de entrevistas semi-estruturadas que incluíam questões sobre a comunicação, a satisfação

e a lealdade do cliente, conta com uma amostra de 2 826 observações em dez instituições

bancárias (66% de market share).

Num mercado regulado com pouca diferenciação nos serviços básicos, a comunicação

pode ser uma ferramenta estratégica importante para diferenciar a empresa. Informações

e conselhos úteis, claros e personalizados não só aumentam a satisfação e a confiança,

mas também a lealdade, e de forma significativa, o que pode ser devido a alguma

personalização na comunicação.

Assim sendo, e com base nas leituras realizadas, podemos considerar que a satisfação, a

confiança e a lealdade do consumidor são fulcrais para a sua fidelização. Destacam-se,

então, os aspetos da comunicação no âmbito do Marketing Relacional que, como

mencionado no estudo conduzido por Ball, Coelho & Machás, contribuem de forma

significativa para a construção da relação com os consumidores: a personalização no

contacto escrito; a existência de plataformas que permitam interações (e-mail, website ou

facebook) para que exista um bom serviço de apoio ao consumidor; a comunicação

pessoal, ao vivo com os colaboradores da organização.

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2.1 MULTINACIONAIS E MICROEMPRESAS- FATOR ‘DIMENSÃO’ NA IMPLEMENTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO RELACIONAL

Uma microempresa é uma empresa de pequena dimensão. A sua definição varia

consoante o país, ainda que, segundo o INE (2008), as microempresas se distinguem das

pequenas por terem menos de 10 trabalhadores e um volume de negócios anual (ou ativo

total líquido) que não exceda os 2 milhões de euros; normalmente, o proprietário da

microempresa contribui para a mesma com o seu próprio trabalho. Este tipo de organização

enquadra-se nas pequenas e médias empresas (PMEs), sendo estas empresas que não

têm uma incidência significativa no mercado - não vendem em grandes volumes - e cujas

atividades não requerem grandes quantias de capital, predominando a mão-de-obra.

Numa microempresa, um único gestor comanda cada pequeno detalhe que envolva todos

os processos da companhia, uma vez que ela não é subdividida em setores especializados;

este deverá ser o único responsável, envolvendo-se no processo de criação e divulgação

da marca, dispondo de poucos recursos. Este gestor deverá ser multifuncional, já que esta

posição requer habilidades e conhecimentos ligados a cada processo pelo qual o produto

ou serviço passa (Mercado em Foco, n.d.).

O INE (2016) no último estudo realizado referente ás estatísticas das Filiais de Empresas

Estrangeiras residentes em Portugal, considerou como grandes empresas aquelas que

contam com 250 ou mais pessoas ao serviço ou que obtenham um volume de negócios

superior a 50 milhões de euros e ativo líquido superior a 43 milhões de euros. Uma

multinacional ou empresa transnacional deve obter cerca de 20% do seu volume de

negócios no estrangeiro.

Neste tipo de empresa, devido ao elevado número de pessoas ao serviço e divisão em

departamentos, as decisões são compartilhadas (p.e. departamento de vendas, financeiro,

marketing) e cada um dos respetivos gestores deverá responder a um gestor superior a

ele em hierarquia (Mercado em Foco, n.d.).

O tamanho de uma empresa tem sido provado como uma característica influenciadora da

adoção da inovação em vários setores. Em geral, as grandes empresas tendem a adotar

inovações mais facilmente do que as PMEs, devido ao facto de possuírem habilidades de

gestão de riscos, abundantes recursos disponíveis e infraestruturas fortes (Ko, Kim, Kim,

& Woo, 2008, p.67). Em contrapartida, segundo o estudo de método qualitativo de Thong

(1999, p. 21) as pequenas empresas sofrem com a alta competição, a falta de recursos, a

dificuldade financeira e a falta de profissionais, o que dificulta a adoção de estratégias

inovadoras.

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Ainda relativamente ao tamanho da empresa, Ko et al (2008, p. 73) concluem que as

grandes empresas são mais propensas a adotar estratégias relacionais como o CRM e a

ter níveis mais altos de implementação de tecnologias de CRM; deixam claro que as

multinacionais geralmente são mais capazes de investir em tecnologia do que as pequenas

empresas, devido ao capital e à flexibilidade no movimento de mão-de-obra.

Como a maioria das dimensões de comunicação organizacional - que não a comunicação

de marketing - são ignoradas, não reconhecidas, ou tomadas como garantidas, as

mensagens de marca que se originam nos níveis corporativo e de marketing muitas vezes

não são geridas estrategicamente (Duncan & Moriarty, 1998, p.8). Mensagens de

comunicação de marketing, especialmente em grandes empresas com departamentos e

agências separadas para cada uma das funções de comunicação de marketing, são

frequentemente uma variedade mista de mensagens e imagens (Duncan & Moriarty, 1998,

p.8).

3. MERCADO DA BIJUTARIA EM PORTUGAL

O mercado da bijutaria tem vindo a ser considerado um sector de oportunidades

crescentes, destacando-se no mercado internacional pelo aumento da quantidade de

produtos e do volume financeiro, segundo o estudo de Faraco (2010). Este também afirma

que a utilização de adornos e acessórios já existe desde a pré-história, na altura feitos com

ossos e seixos, e possuíam um significado rústico - religioso, sendo que eram muitas vezes

usados como talismãs. A palavra ‘’bijutaria’’ significa ‘’imitação de jóia’’, uma vez que as

peças são feitas com materiais não preciosos.

A bijutaria é considerada um segmento de mercado de ourivesarias, por definição da

Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP), comprovado pelo diagnóstico

efetuado em 2010 intitulado de Sector da Ourivesaria XXI.

Nesse documento, podemos verificar que a bijutaria é um sector fortemente ligado à

manufaturação e que tem sofrido constantes modificações ao longo do tempo, por variáveis

económicas, sociais ou tecnológicas (AORP, 2010). Assim, comparando esses dados do

ano de 2009 com os dados do Pordata do mesmo ano, através do rácio entre 2835

trabalhadores para cerca de 5.486.700 portugueses que constituem a população ativa

conclui-se que esta é uma área que emprega cerca de 0,05% da população ativa em

Portugal.

Importa mencionar a redução de 186 postos de trabalho que se verificou de 2008 para o

ano de 2009 – uma redução de 3021 para 2835 trabalhadores (Tabela 1 em anexo -

Dimensão do sector ourivesaria, PORTUGAL, 2008 e 2009). Tal encontra-se relacionado

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com o aumento de comércio online, e-commerce, via websites e redes sociais, como é o

caso da empresa “A.Ponto”. São empresas que já têm um negócio tradicional offline e que

queiram utilizar o e-commerce como um canal de vendas adicional, principalmente para

fornecer um maior serviço aos seus clientes atuais.

O aumento do comércio eletrónico em Portugal é uma realidade, sendo que em a partir de

2009 passou a representar 34% do valor do PIB, podendo chegar em 2020 a 54%

(ACEPI/ADC, 2009). Em 6 anos, o gasto médio por pessoa em compras online deverá

superar os 1000 euros (Gráfico 1 em anexo - Gasto médio online (B2C) em Portugal, 2009-

2020).

Os dados do relatório (AORP, 2010) referem que, enquanto a ourivesaria sofreu um

pequeno decréscimo entre 2004 e 2008, a bijutaria aumentou 10,5% nesse mesmo período

(tabela 2 em anexo - A dimensão do mercado ourivesaria a em Portugal 2004, 2006 e 2008

(M€)). Aqui poderá verificar-se novamente a tendência de aumento de empresas

unipessoais ligadas à bijutaria, ainda que com pouca relevância, em relação à ourivesaria.

No que diz respeito ao mercado de produtos de bijuteria, Portugal ocupa posições mais

avançadas no ranking europeu, encontrando-se no 10º lugar em 2008.

Os revendedores, no geral, procuram continuamente novas maneiras de atrair

consumidores para suas lojas e, mais importante, fazê-los voltar. Este objetivo é

particularmente difícil de atingir devido à evolução simultânea da procura. Por um lado, as

necessidades dos clientes tornam-se cada vez mais complexas e mais frequentes; no

entanto, o crescente número de canais de compras disponíveis (lojas físicas, catálogos,

Internet, televisão) oferece aos consumidores várias oportunidades de compras. Assim, a

capacidade do retalhista de se diferenciar dos seus concorrentes é crucial para a

rentabilidade a longo prazo (Castaldo & Grosso, 2016, p. 509).

3.1 A PARFOIS Criada em 1994, a Parfois é especializada em acessórios de moda, projetando e vendendo

uma ampla gama de produtos, desde sapatos e chapéus até jóias, malas e carteiras.

Aquando da sua criação, a Parfois era pioneira no mercado português, uma vez que a

oferta de acessórios era bastante limitada. A primeira loja Parfois abriu na principal rua

comercial do Porto, abrindo mais tarde novas lojas localizadas em centros comerciais,

seguindo a nova tendência comercial portuguesa nos anos 90. Foi a rápida expansão do

conceito de loja de centro comercial que deu à Parfois a necessária dimensão e projeção

no país. O principal objetivo da empresa é oferecer aos clientes produtos similares aos de

marcas de alta qualidade a um preço baixo e é esta filosofia que permite a Parfois crescer

nos mercados internacionais (Forte & Carvalho, 2013, p. 383). Em pouco mais de 20 anos,

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a Parfois tem crescido não só no número de lojas, mas também no número de países onde

está presente. De momento, opera em 54 países (possivelmente 58 em 2017) e conta com

mais de 750 lojas físicas.

3.1.1 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA Na identificação dos concorrentes diretos, deve-se ter em conta as mesmas necessidades

dos mesmos consumidores, destacando aqueles que procuram satisfazê-las com produtos

ou serviços semelhantes (Rodrigues, 2013, p. 65). Assim sendo, e uma vez que a Parfois

compete a nível internacional, considera-se que concorre diretamente com as marcas Bijou

Brigitte (criada na Alemanha), Claire’s (criada nos EUA) e Accesorize (do grupo Monsoon,

criada no Reino Unido). Todas dispõem de lojas próprias e, à exceção da Bijou Brigitte,

lojas franchisadas.

Tabela 2- Comparação entre as marcas concorrentes

Marca Nº de lojas (aproximado)

Nº de países a operar

Parfois 750 54

Bijou Brigitte 1005 14

Claire’s 3308 13

Accesorize 735 46

3.2 A A.PONTO A marca portuguesa A.PONTO já existe no mercado desde 2006: criada pela Artesã

Anabela Matos, foca-se na venda de peças manufaturadas pela própria, procurando

continuamente a criação de novas estéticas de acessórios, que permitem o adorno do

corpo. A artista vive deste negócio, utilizando meios de venda direta ao consumidor final

(B2C), em feiras, exposições e através da venda pessoal a partir do seu ateliê, e por meio

de processos de relações B2B, através de doze lojas revendedoras dos seus produtos

situadas na Região da Grande Lisboa, Tomar, Entroncamento e Funchal. Esta rede poderá

alargar-se por todo o país e eventualmente pelo país vizinho, já que a artesã revela

interesse em revender em Espanha.

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3.2.1. ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA

As informações contidas no relatório da AORP (2010) indicam que a atividade de

ourivesaria, bijutaria, joalharia, entre outras, concentra-se, em Portugal, em maior força nas

duas grandes áreas metropolitanas do Porto e Lisboa, uma vez que é nestas que o número

de empresas do sector é mais elevado (Tabela 5 - Número total de empresas de ourivesaria

em Portugal (ver anexo)). Assim sendo, considera-se que estas são as zonas onde os

principais concorrentes da A.PONTO, indireta ou diretamente, se situam.

Centrando-nos no comércio eletrónico (e-commerce), importa salientar o facto de que no

facebook praticamente todos os dias é formada uma nova loja de bijutaria para todos os

gostos e preços (E-konomista, 2015). Estas lojas online poderão servir como um

complemento de um negócio já existente via offline (loja física) ou, como uma oportunidade

de negócio ainda numa fase inicial, a precisar do seu primeiro impulso de vendas. A

empresa A.PONTO, apesar de não beneficiar de uma loja física própria, , faz uso de locais

de venda, como feiras artesanais ou parcerias com lojas físicas especializadas na venda

deste tipo de produto, tal como outras empresas da concorrência. Ao visitar feiras e lojas

físicas da capital portuguesa, percebe-se que é raro encontrar uma empresa especializada

em acessórios artesanais que tenha uma loja física própria.

Através das informações obtidas aquando da realização do plano de marketing para a

A.PONTO, trabalho de onde foram retiradas e atualizadas as seguintes tabelas, foi possível

fazer uma seleção da concorrência direta e consequente análise.

Cinco concorrentes vendem ao consumidor final unicamente através de meios online,

como websites e/ou redes sociais, onde existem funcionalidades próprias que nos

permitem fazer a compra de produtos diretamente através destes meios. Os critérios de

escolha passaram, primeiramente, pelas sugestões de relacionados na página facebook

da A.Ponto Shop; e depois, pelo número de likes de cada página facebook, organizando-

as na tabela 3 (ver em anexo) segundo este critério, fazendo uma comparação final com

o modo com a A.PONTO faz uso de ferramentas online.

Na tabela 4 (ver em anexo) estão referenciadas outras cinco marcas que fazem uso de um

meio online para vender produtos, juntamente com o uso de lojas físicas próprias e/ou de

parcerias B2B com lojas físicas especializadas no sector do vestuário e de bijutaria. A

microempresa em estudo é novamente incluída na análise realizada nesta tabela, já que

também revende em lojas física, com a finalidade de comparar com a sua concorrência

direta detalhes da oferta e preços. Os critérios de escolha das marcas concorrentes

escolhidas resultaram, na altura, das visitas às várias lojas em que a própria marca vende

as suas peças, entre as quais “Boutique Del Rio” e “Voo da Andorinha”, ambas na Grande

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Lisboa. São elas as cinco marcas mais vendidas nestas duas lojas, para além da marca

A.PONTO, segundo a indicação das colaboradoras.

4. RESULTADOS DA PESQUISA EFETUADA Neste ponto, serão apresentados os dados recolhidos através da análise de

conteúdos digitais e observação participante e da realização de entrevistas,

presenciais ou via e-mail, a responsáveis pela comunicação e marketing relacional

das marcas em estudo, bem como a especialistas em marketing relacional. A

exposição encontra-se estruturada de acordo com os objetivos de investigação a

que pretende dar resposta.

4.1. A COMUNICAÇÃO COM O CONSUMIDOR NO ÂMBITO DO MARKETING RELACIONAL DE EMPRESAS DE DIFERENTES DIMENSÕES

Com o intuito de compreender as tendências atuais na área do Marketing

Relacional e o papel da comunicação na aplicação de estratégias de CRM, e de

averiguar as condicionantes associadas à dimensão do negócio, procedeu-se à

análise das entrevistas realizadas a especialistas da área do Marketing Relacional.

É possível encontrar vários pontos comuns no discurso dos especialistas: ambos

começam por afirmar que existe uma preocupação crescente e diária por parte de

qualquer empresa em promover e alimentar uma relação com os seus

consumidores, concordando que o avanço tecnológico é uma mais-valia da qual se

deve tirar proveito. Ainda assim, Judite Manso considera que o recurso a

avançados softwares informáticos nem sempre é utilizado convenientemente,

afirmando que as empresas tendem a falhar no posterior tratamento da informação

recolhida. Daniel Magueta concorda que, na maioria das situações, as grandes

empresas multinacionais, que dispõem de imensos recursos para um CRM eficaz,

‘‘têm imensos dados acumulados, mas ainda não sabem ao certo como tirar

proveito dos mesmos’’, e, a propósito, Judite afiança que ‘‘é impossível ter recursos

humanos suficientes que tratem pessoal e individualmente cada consumidor, tendo

em conta a dimensão do mercado’’, e daí a dificuldade de utilização da informação,

que a especialista considera ser o grande desafio das empresas no processo de

promoção da relação com o consumidor.

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Judite Manso menciona ainda a importância dos pequenos gestos, ao afirmar que,

por vezes, as empresas focam-se em grandes estratégias de comunicação e

comerciais e, no dia-a-dia, ‘‘deixa-se o telemóvel ou telefone a tocar sem atender,

um e-mail durante dias sem resposta, atrasa-se o envio de uma proposta ou a

resolução de uma reclamação’’. A especialista acredita que, apesar de não existir

propriamente uma relação direta com a estratégia, estas situações podem ter um

papel importante na dita fidelização com os clientes. Em relação a este conceito de

fidelização, Judite apresenta algum ceticismo, não estando convencida da

existência de ‘‘uma fidelização a 100%’’. Afirma, inclusive, que que ‘‘as empresas

têm noção que o valor ‘fidelidade’ está a perder-se’’.

Daniel Magueta menciona a importância das redes sociais: é praticamente

obrigatória a presença no online para uma marca existir e se impor. No entanto,

este fenómeno não traz apenas benefícios às empresas, como relembra Judite. Se

já havia sido provado em vários estudos do século XX que ‘‘um cliente insatisfeito

informa mais pessoas do que um cliente satisfeito’’, então o impacto de um cliente

insatisfeito numa rede social pública é brutal, já que esta é uma dimensão que não

é controlável. Para prevenir experiências negativas para os consumidores, Judite

considera importante ‘‘não cometer pequenos erros no dia-a-dia, já que estes

podem comprometer seriamente a fidelização ou retenção de clientes’’.

Em relação às condicionantes da dimensão de um negócio, os especialistas

apontam sensivelmente as mesmas diferenças entre a estratégia normalmente

seguida por uma multinacional e a seguida por uma microempresa. Judite

considera existir ‘‘uma diferença brutal, já que as grandes têm a dificuldade de não

conseguirem ter um certo cuidado pessoal e individual com todos os consumidores

por terem um mercado enormíssimo’’. No entanto, ao referir-se às PME’s, afirma

que, por vezes, estas ‘‘têm essa possibilidade, e não aproveitam essa vantagem’’.

Daniel afirma que, no caso de grandes empresas com acesso a grandes

quantidades de informação, ‘‘é mais fácil tirar vantagem do tratamento dos dados

recorrendo a métodos “Big Data”’’, não negligenciando, por sua vez, ‘‘a maior

flexibilidade e possibilidade de adaptação a cada cliente’’ de uma PME, que tem

menor acesso a software e recursos humanos especializados para o tratamento,

análise e aplicação de informação sobre os consumidores.

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Tendo especificamente em conta as características das duas empresas em estudo,

Parfois e A.PONTO, as sugestões para implementação de uma estratégia de

Marketing Relacional e CRM deixadas pelos especialistas aproximam-se

principalmente na segunda situação, no que à personalização diz respeito; a

experiência de Judite leva-a a aconselhar para a microempresa uma estratégia à

base de e-mails e/ou telefonemas rápidos de acompanhamento para um pequeno

número de consumidoras que varia diariamente, isto é, contactar todos os

dias/semanas diferentes consumidoras, mantendo um registo das suas mais

recentes aquisições e solicitando casualmente um feedback da compra. Judite

considera que esta atitude valoriza a consumidora, e pode fazer com que esta se

lembre da marca numa próxima ocasião, Noutro caso, uma informação privilegiada

também pode causar impacto, isto é, informar a consumidora do lançamento de

uma coleção que a vai agradar, especificando um determinado modelo adequando

a si. A especialista afirma que ‘‘não são precisas grandes estratégias quando existe

e se transparece uma verdadeira preocupação com o cliente’’. Tal como Judite,

Daniel sugere atenção e cuidado com a informação que se obtém dos

consumidores, não descurando o seu tratamento, e a partir desta conseguir

desenvolver ‘‘estratégias de tratamento personalizado’’.

Em relação à multinacional de bijutaria, Judite reconhece a dificuldade da

existência de um tratamento personalizado a cada cliente, pelo que sugere a

formação das equipas que estão no front office ‘‘a dar a cara pela marca ao

consumidor, devido à importância das ‘‘microtarefas’’ diárias’’. A especialista

apostaria ‘’na formação aprofundada de lojistas e colaboradores do atendimento ao

cliente’’ e em ‘‘ferramentas de informática que possam acrescentar valor à marca’’,

de forma a que os e-mails e SMS’s padrão enviados em massa possam ser mais

dirigidos, senão mesmo personalizados; ‘‘com a informática, isto é possível’’,

afirma. Daniel ressalva a importância da implementação de estratégias de

Marketing Relacional e CRM e aconselha o tratamento e análise da informação de

que certamente dispõem e de que não fazem proveito, considerando esses dados

acumulados ‘‘um grande activo que a empresa tem e que não está a render o que

poderia’’.

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4.2. COMUNICAÇÃO NO ÂMBITO DO MARKETING RELACIONAL DESENVOLVIDA PELAS EMPRESAS PARFOIS E A.PONTO

De forma a verificar a existência de estratégias de Marketing Relacional e o papel

da comunicação na aplicação das mesmas, e de averiguar as condicionantes

associadas à dimensão do negócio, procedeu-se à análise da observação

participante realizada em lojas das empresas em estudo e suas concorrentes

diretas, bem como das entrevistas realizadas com uma profissional da área do

Marketing da Parfois e com a criadora e artesã da A.PONTO.

Foi possível concluir que todos os websites das empresas consultadas possuem

um registo (que pode ser realizado através do Facebook) normalmente obrigatório

para realizar uma compra e é sempre necessário um endereço de e-mail, sendo

igualmente obrigatório (no caso da Claire’s) ou facultativo fornecer o número de

telemóvel, dependendo da empresa. A Parfois, contrariamente às suas

concorrentes, solicita que o consumidor decida se pretende registar-se ou realizar

apenas uma compra ocasional, sendo sempre necessário o endereço de e-mail e

outros dados de identificação do utilizador para confirmar e registar a encomenda.

Após o registo, as marcas utilizam os dados obtidos dos consumidores para o envio

de e-mails e, por vezes, mensagens de texto, que contêm avisos de promoções,

novas coleções e outras novidades relacionadas com a empresa.

Em relação às páginas de Facebook, todas as empresas consultadas apostam na

publicação de conteúdos diariamente. Os conteúdos são publicados em inglês e

incluem essencialmente os produtos que se podem encontrar nas lojas físicas e

online, com descrições acompanhadas de links diretos para a loja online. Algumas

publicações incluem fotografias de digital influencers (bloggers de moda,

celebridades) enquanto utilizam produtos da marca, estratégia especialmente

destacada na página da Accessorize; a Parfois tem recorrido à mesma estratégia,

como é confirmado pela entrevista a uma profissional de Marketing da empresa.

Marca Nº de gostos na página de Facebook

(Consultado a 18 de maio de 2017)

Links para outras redes sociais

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Parfois 1 005 567 Instagram, Twitter

Bijou Brigitte 407 974 Instagram

Claire’s 1 510 842 Instagram, Twitter,

Pinterest, Youtube

Accesorize 1 103 953 Instagram,

Pinterest

Quando contactadas através de mensagem privada, todas as marcas responderam

personalizadamente a questões colocadas por um potencial cliente, sendo que nos

casos da Parfois e da Accessorize obteve-se a resposta em menos de uma hora

(sensivelmente 20 minutos) enquanto que no da Bijou Brigitte foram necessárias

algumas horas. Em relação à Claire’s, foram necessárias mais de 24 horas para se

obter uma resposta à mesma questão. No que concerne ao tipo de tratamento,

tanto a Parfois como a Accessorize optam por um discurso mais formal, com pontos

finais e parágrafos; a resposta Bijou Brigitte é assinada não pela marca, como a

das suas concorrentes, mas pelo colaborador que efetivamente responde ao

consumidor, por vezes através de uma ‘alcunha’ ou ‘diminutivo’. Para além disso,

são utilizados emojis e pontos de exclamação, que acompanham um discurso

relaxado e informal, criando uma relação de proximidade especialmente com um

público mais jovem.

Foi realizada uma visita às lojas físicas da Parfois, Accessorize, Bijou Brigitte e

Claire’s nas zonas da Grande Lisboa e Porto, distritos onde todas as marcas estão

representadas e onde existe maior densidade populacional, segundo os dados dos

censos no Pordata (2011). A Parfois e Accessorize são, das empresas consultadas,

as únicas que beneficiam da existência de ficha de cliente. Em nenhum dos casos

as lojistas questionaram a consumidora acerca do seu potencial interesse em criar

ficha de cliente aquando da compra, sendo necessário a iniciativa da própria. A

Claire’s e a Bijou Brigitte não utilizam essa funcionalidade, sendo que um

consumidor ativo e frequente destas marcas apenas em lojas físicas não terá

qualquer registo ou associação às mesmas. Quando questionadas acerca dos

benefícios da adesão à ficha de cliente, as colaboradoras de loja da Parfois

mencionaram apenas o acesso a informações via e-mail como promoções,

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chegada da nova coleção e novidades sobre a marca. Por outro lado, na loja física

da Accessorize, revelado o interesse, foram várias as vantagens referidas, entre as

quais a participação direta em concursos e uma oferta/promoção especial no

aniversário.

Em relação à A.PONTO e suas concorrentes, que vendem unicamente online, o

cenário revelou-se diferente. O tempo de espera de resposta de todas as marcas –

PUF- Por um Fio, Sweet Handmade Bijoux, Katia Bucho Jewelery, Peça Única e

Made By PQ - foi superior ao das empresas multinacionais (exceptuando a

Claire’s), sendo que o consumidor é usualmente remetido para um e-mail, uma vez

que as questões dos consumidores não são diretamente respondidas via

mensagem privada ou comentário na página do Facebook, sendo exceção a marca

Sweet Handmade Bijoux, que permite, inclusive, que a encomenda seja realizada

através dessa plataforma. Em nenhuma é possível realizar compras através de um

website, ainda que a marca PUF- Por um Fio utilize um website para apresentar as

coleções e os produtos comercializados.

Através da análise das entrevistas à criadora e artesã da A.PONTO e a uma

profissional de Marketing da Parfois, é possível averiguar a existência e aplicação

de estratégias de Marketing Relacional e a importância da comunicação para o

sucesso das mesmas.

A profissional que representa a Parfois, revela que as redes sociais são não só a

forma da marca exprimir a diferenciação face às concorrentes, mas também um

dos instrumentos utilizados no processo de fidelização dos clientes, já que é

possível e encorajado que os consumidores esclareçam as suas dúvidas através

de mensagem privada na página, às quais têm resposta de forma quase imediata.

No entanto, a Parfois não adota um programa de fidelização, preferindo um um

loyalty program, que permite às clientes registadas receberem as newsletters, bem

como SMS de campanhas que a Parfois possa fazer, e o registo das aquisições

das clientes num sistema. A profissional esclarece que a Parfois não é uma marca

de descontos ou promoções privadas, que por vezes estão pressupostos nas

estratégias de fidelização de consumidores. O feedback dos consumidores em

relação à marca é essencialmente obtido através das redes sociais ou de forma

espontânea em lojas físicas.

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Anabela Matos, criadora da A.PONTO, admite não seguir uma estratégia definida

e formal de fidelização de clientes nem utilizar bases de dados, centralizando

‘‘todas as informações no e-mail’’. Tem em atenção quem são as suas

consumidoras mais regulares e tem por hábito oferecer os portes de envio ou uma

lembrança mais personalizada, se se relembrar da compra anterior e dos gostos

específicos da consumidora em questão. Por norma, comunica os produtos da sua

coleção nas redes sociais, em posts diários e começou recentemente a receber

pedidos de consumidoras interessadas em determinados produtos solicitando a

partilha de mais fotografias pelo Whatsapp. Ao comunicar o produto, tenta focar-se

no conceito em que este está inserido, já que afirma nunca criar sem uma

inspiração ou uma história por trás da peça. Ainda assim, admite que o facto de

todas as tarefas dependerem unicamente de si a faz sentir, por vezes, atrasada em

relação a outros negócios concorrentes, ‘‘e o passo para ser maior, para crescer

como marca segura e reconhecida’’ pede um investimento maior em materiais e

outros colaboradores, e uma coleção maior, o que leva a uma maior carga de

trabalho. Afirma ter desistido da personalização de peças por não ser possível

conciliar com toda a gestão da marca, já que este é um processo demorado.

4.2.1COMUNICAÇÃODOPRODUTONASREDESSOCIAIS:COMPARAÇÃOENTREPARFOISEA.PONTO De forma a avaliar as diferenças entre a comunicação dos produtos nas redes

sociais das empresas em estudo, foi realizada uma análise qualitativa de conteúdos

digitais das páginas de Facebook da Parfois e da A.PONTO.

Averiguou-se a existência de 1 005 567 gostos na página do Facebook da Parfois,

e de 3005 gostos na página de Facebook da A.PONTO. Ambas as páginas

publicam sensivelmente uma fotografia diariamente, sendo que, no mês analisado,

a página da A.PONTO contou com 34 publicações, enquanto que a da Parfois fez

27 publicações. Igualmente em ambos os casos, a maioria das publicações são

conteúdos originais das respetivas páginas, nos quais se procede à apresentação

de produtos da marca, sendo que, no caso da Parfois, nenhuma publicação

escapava à apresentação de produtos.

Nas publicações da A.PONTO, era recorrente o uso de hashtags alusivas à

fotografia publicada; já no caso da Parfois, em todas as publicações era utilizada

uma hiperligação que remetia para o website da loja online da marca na página do

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produto que estava representado na publicação, sendo possível proceder

imediatamente à sua compra.

5. DISCUSSÃO DE RESULTADOS

O presente projeto de investigação tinha como principal objetivo averiguar as

particularidades da comunicação no âmbito do Marketing Relacional em empresas

de diferentes dimensões - multinacionais e microempresas- através do enfoque na

multinacional Parfois e na microempresa A.PONTO. A pertinência deste tema vem

no seguimento do aumento da sensibilidade e interesse das empresas na realidade

que envolve as relações com o consumidor.

Os dados recolhidos e os resultados obtidos permitem concluir que, no caso da

Parfois e da A.PONTO, a comunicação no âmbito do Marketing Relacional existe e

é aplicada, mas está aquém do seu potencial máximo. Em ambos os casos, são

adotadas estratégias de Marketing Relacional com um impacto suficiente, tendo em

conta a respetiva dimensão da empresa, ainda que possam ser aplicadas outras

medidas que permitam resultados ainda mais favoráveis e que façam render as

informações armazenadas que tão úteis se podem vir a tornar.

A Parfois beneficia, como a maioria das grandes empresas multinacionais, de um

bom software de armazenamento de dados, que regista os clientes em loja física

ou online e permite o registo de todas as suas compras no sistema. No entanto, à

partida, um consumidor bastante ativo e registado recebe e-mails e SMS’s com o

mesmo conteúdo do que um um consumidor ocasional ou que apenas se registou

via loja online ou física. Não sendo uma marca de descontos ou promoções, seria

benéfico se diferenciasse a sua comunicação com o consumidor através de uma

abordagem mais personalizada, ainda que via e-mail ou SMS’s, mas que tenha em

conta o tipo de produtos consumidos e a frequência da aquisição dos mesmos,

como sugere Judite Manso.

Tanto a Parfois como a A.PONTO são marcas ativas nas redes sociais, com posts

diários e que procuram divulgar o máximo possível. No caso da Parfois, a resposta

a questões colocadas via mensagem privada no Facebook é, de facto, quase

imediata e aparentemente personalizada, existindo um contacto muito próximo com

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o consumidor, o que acaba por ser um desafio ultrapassado para uma empresa

com um mercado alargado e internacional. Este pode ser visto como um dos

pequenos gestos do dia-a-dia que ajuda na satisfação do consumidor, como

menciona Judite Manso. Uma vez que não possui programa de fidelização de

clientes, mas um loyalty program, é possível que a marca não procure propriamente

fidelizar consumidores no sentido literal da palavra ‘’fidelidade’’, mas sim reter os

consumidores, não lhes dando motivos para que se sintam insatisfeitos. Em relação

à A.PONTO, a facilidade no contacto e a adaptação ao consumidor deveria

constituir uma das vantagens do seu tipo de negócio, típicos de microempresas

com um mercado mais restrito; no entanto, a resposta consegue ser bastante mais

demorada do que a da multinacional em estudo. Por outro lado, a artesã dedica-se,

de facto, aos consumidores de forma mais personalizada e pessoal, sendo muitas

vezes estabelecido um contacto via telefone ou e-mail.

Em relação à análise de conteúdos digitais, a Parfois, por beneficiar de uma loja

online, alia a publicação de conteúdos à sua compra imediata, ao incluir nessa

mesma publicação uma hiperligação direta para o seu website. Este tipo de

comunicação permite uma reação direta por parte do consumidor, que pode

imediatamente adquirir o artigo. O estilo de publicação é bastante similar, sendo

que ambas publicam prioritariamente imagens dos seus produtos de forma a

promovê-los da melhor forma possível.

Em suma, os resultados obtidos neste projeto evidenciam as diferenças entre a

comunicação no âmbito do Marketing Relacional em Multinacionais e

Microempresas, mas também é possível encontrar algumas semelhanças,

nomeadamente nas publicações do Facebook, já que as empresas são do mesmo

ramo.

NOTAS FINAIS O presente projeto de investigação tinha como principal objetivo compreender o

papel da comunicação no âmbito do Marketing Relacional em empresas de

diferentes dimensões - multinacionais e microempresas- através do enfoque na

multinacional Parfois e na microempresa A.PONTO.

Para atingir este objetivo, recorreu-se a uma abordagem qualitativa, através de

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entrevistas a profissionais de marketing da Parfois e da A.PONTO e a especialistas

da área do Marketing Relacional; observação participante (cliente mistério) às lojas

e negócios concorrentes; e análise qualitativa de conteúdos digitais.

Inicialmente, no seguimento da revisão bibliográfica efetuada, foi possível apurar a

existência de vários estudos, recentes e mais antigos, que focavam a área do

Marketing Relacional, sendo que, na maior parte destes, o papel da comunicação

aparecia de forma mais secundária do que seria de esperar, avaliando a

importância da comunicação ao estabelecer relações.

Os resultados obtidos levam a investigadora a considerar que os objetivos do

trabalho foram alcançados. As empresas, cada vez mais dependentes dos

consumidores, têm como preocupação diária a satisfação dos mesmos em relação

à sua marca, independentemente da dimensão do seu negócio. A Parfois e a

A.PONTO são dois exemplos de adaptação ao consumidor, fazendo uso da

comunicação para obter os melhores resultados possíveis. Ainda assim, a análise

permitiu à investigadora a proposta de inclusão de outras medidas comunicativas

que poderão ser benéficas para as duas empresas no âmbito do Marketing

Relacional, proporcionando a satisfação e possível fidelização dos seus

consumidores.

É de salientar a relevância acrescida a este projeto de investigação através da

contribuição dos especialistas em Marketing Relacional, que não só permitiram

uma melhor avaliação das estratégias desenvolvidas pelas empresas em estudo,

mas também reforçaram a importância de estudar o papel da comunicação no

âmbito da relação com o consumidor, sendo esta uma área que tem vindo a ganhar

cada vez mais destaque.

Finalmente, o trabalho desenvolvido, que permitiu a operacionalização dos

conceitos apreendidos nas variadas unidades curriculares frequentadas, é o fechar

de um ciclo que termina com um ano dedicado a uma área que despertou interesse

na investigadora no decorrer da licenciatura em Ciências da Comunicação.

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BIBLIOGRAFIA

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APÊNDICES ÍNDICE DE APÊNDICES Apêndice 1- Análise da concorrência direta a vender ao consumidor final via plataforma

online...........................................................................................................................................30Apêndice 2- Análise da concorrência direta a vender ao consumidor final via plataforma

online e por lojas físicas revendedoras na Grande Lisboa.................................................32Apêndice 3- Número total de empresas de Ourivesaria e Bijutaria em 2010 (Portugal).........34Apêndice 4- Entrevista presencial à Professora Judite Manso...................................................34Apêndice 5- Entrevista via e-mail ao docente Daniel Magueta....................................................42Apêndice 6- Entrevista via e-mail a uma profissional da área do Marketing da Parfois.........45Apêndice 7- Entrevista via telemóvel a Anabela Matos, artesã e criadora da A.PONTO........47Apêndice 8- Análise da secção ''Sobre'' do Facebook da A.PONTO..........................................50Apêndice 9- Informações gerais presentes no Facebook da A.PONTO.....................................51Apêndice 10- Análise das publicações do Facebook da A.PONTO............................................52Apêndice 11- Análise à página 'Sobre' do Facebook da Parfois.................................................61Apêndice 12- Análise das publicações do Facebook da Parfois................................................62

Apêndice 1- Análise da concorrência direta a vender ao consumidor final via plataforma online

Empresas

Oferta Detalhes da Oferta Preços

“Por um

fio” PUF

(Número

de likes:

156 952)

Venda de colares,

pulseiras, anéis e

brincos

manufaturadas

em metais com a

possibilidade de

personalização

(V) * Possibilita personalização de peças; +

Uso de website e blog para expor coleções;

+ Possibilita a compra de produtos via e-

mail; + Envia para o estrangeiro; + Traduz o

website em inglês; + Frequente

comunicação com clientes através de redes

sociais; + Realiza passatempos via online

(D) * Não tem pontos físicos de venda; + Não

faz referência ao conceito da marca

Desde os

8 aos 9

euros

Peça

Única

(Número

de likes:

15 208)

Venda de colares,

pulseiras e

brincos

manufaturados

através de fios e

missangas

(V) * Possibilita a compra de produtos via e-

mail; + Frequência de publicações no

facebook a publicitar produtos e novidades;

+ Envia para o estrangeiro (D) * Não tem

website próprio; + Não traduz as publicações

em inglês; + Não explícita preços; + Não tem

pontos físicos de venda

(Não

explícita

preços)

Kathia

Bucho

Jewelry

Venda de colares,

pulseiras, anéis,

brincos e

pregadeiras

(V) * Faz uso da plataforma etsy para vender

produtos; + Faz uso de uma aplicação via

facebook para vender produtos; + Envia para

o estrangeiro; + Faz referência ao conceito

Desde os

16 aos

184

euros.

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(Número

de likes:

1,650)

manufacturada

através de metais

da marca; + Possibilita o envio de newsletter;

+ Frequência de publicações no facebook a

publicitar produtos e novidades (D) * Não

traduz o website, nem outras publicações

em inglês; + Não tem pontos físicos de

venda

Made by

PQ

(Número

de likes:

545)

Venda de colares

e brincos

manufacturados.

(Não faz

referência aos

materiais

utilizados)

(V) * Possibilita compra de produtos via e-

mail e facebook; + Envia para o estrangeiro;

+ Frequência de publicações no facebook,

instagram e pinterest a publicitar produtos; +

Rapidez de resposta aos clientes em poucas

horas (D) * Não faz referência à história e ao

conceito da marca; + Não tem website

próprio; + Utiliza apenas o inglês como

idioma das publicações; + Não tem pontos

físicos de venda

Desde os

3 aos 15

euros

Sweet

Handma

de Bijoux

(Número

de likes:

837)

Venda de colares,

pulseiras, anéis e

brincos

manufacturados.

(Não faz

referência aos

materiais

utilizados)

(V) * Faz uso da plataforma storenvy para

vender produtos; + Permite a compra de

produtos através de mensagem privada via

facebook; + Envia para o estrangeiro (D) * Uso do inglês como único idioma do website;

+ Pouca interactividade com os clientes nas

redes sociais; + Não faz referência ao

conceito da marca; + Não tem pontos físicos

de venda

Desde os

3 aos 15

euros

“A.Ponto” (Número de likes: 3011

Venda de colares,

pulseiras, brincos,

ganchos, broches

e malas/bolsas

manufacturadas a

partir de couro, lã,

resina, plásticos e

metais

(V)* Possibilita a compra de produtos a partir

da rede social facebook; + Possibilita o envio

de newsletter; + Faz uso do instagram e

pinterest; (D) * Não possui website; + Não

faz referência a preços das peças; + Não faz

uso de traduções das publicações em inglês;

Desde os

6 aos 35

euros

(Oferece o preço mais reduzido)

Legenda: (V)* - Vantagens (D)* - Desvantagens

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Apêndice 2- Análise da concorrência direta a vender ao consumidor final via plataforma online e por lojas físicas revendedoras na Grande Lisboa

Empresas Oferta Detalhes da Oferta Preços “Candura” Venda de

colares,

pulseiras e anéis

manufacturados

, trabalhados em

madeira 100%

portuguesa, com

resinas.

(V) * Uso de blog próprio para dar a

conhecer o conceito e expor produtos; +

Parcerias com lojas físicas; + Referência

explícita aos pontos de venda; + Boa

comunicação com os clientes, rapidez de

resposta em menos de 24 horas; +

Notoriedade da marca, junto de figuras

públicas que promovem acessórios ao usá-

los; + Envia para o estrangeiro (D) * Não

tem possibilidade de compra dos

acessórios via online; + Não possibilita

personalização de peças

Desde os

20 aos 40

euros

“Idict by

Anabela

Marques”

Venda de

colares,

pulseiras e

brincos

manufacturados

a partir de

recursos

sustentáveis

como plástico

PET de

garrafas e

revistas de arte

de edições

antigas

(V) * Uso da plataforma wix para dar a

conhecer o conceito e publicitar produtos;

+ Oferta de uma aplicação que permite

personalização de peças; + Envia para o

estrangeiro; + Referência explícita aos

pontos de venda; + Parcerias com lojas

físicas no Norte, Centro e Sul de Portugal,

em Cabo verde, Angola, Finlândia e

Dinamarca; + Venda em feiras artesanais

como a feira do Jardim da estrela e a Feira

da Luz; + Participação em montras

internacionais de joalharia (ex: na MACEF,

em Milão) + (D) * Não tem loja física própria

Depende

da

personali

zação.

Desde os

20 aos 40

euros

“Margapint

a”

Venda de

colares e

brincos

manufacturados

(V) * Uso de website e blog onde apresenta

o conceito e possibilita compra via online;

+ Uso de redes sociais como o facebook e

twitter para publicitar e expor peças; +

Desde os

30 aos 80

euros

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a partir de

têxteis,

missangas,

contas de vidro

ou pedras

naturais

Envia para o estrangeiro; + Publicações

dos acessórios em revistas de moda; +

Parcerias com lojas físicas na zona da

Grande Lisboa (D) * Não possibilita

personalização de peças; + Não tem loja

física própria

“Telma

Mota –

Atelier”

Venda de

colares, brincos

e pulseiras

manufacturadas

a partir de

técnicas

especiais de

croché e

técnicas

tradicionais de

joalharia

(V) * Uso de um website que apresenta

conceito da marca e possibilita a compra

via online; + Envia para o estrangeiro; +

Parcerias com lojas físicas na zona da

Grande Lisboa; + Forte interactividade na

comunicação com os clientes em várias

redes sociais como o instagram e

facebook; + Referência a todos os seus

pontos de venda; + Venda dos produtos em

exposições de moda e feiras artesanais por

todo o país; (D) * Publicações e descrições

de produtos apenas escritos em inglês; +

Não possibilita personalização de peças; +

Não tem loja física própria

Desde os

15 aos

200

euros.

Depende

dos

materiais

utilizados.

“Mayumi Origami Accessories”

Venda de colares, brincos e anéis manufacturados através da técnica de origamis de papel

(V) * Envia para o estrangeiro; + Rapidez de resposta em poucas horas; + Frequência de publicações de exposição dos seus produtos em redes sociais como o pinterest e facebook; + Publicações traduzidas em inglês; + Parcerias com lojas físicas na Grande Lisboa; + Exposição das suas peças em feiras artesanais e mercados (ex: mercado de natal do Campo Pequeno); + Não especifica pontos de venda; (D) * Não tem website; + Não possibilita personalização de peças; + Não tem loja física própria

Desde os 20 aos 40 euros

“A.Ponto”

Venda de colares, pulseiras, brincos, ganchos, broches e malas/bolsas manufacturadas a partir de couro, lã, resina, plásticos e metais

(V)* Possibilita a compra de produtos a partir da rede social facebook; + Envia para o estrangeiro; + Possibilita o envio de newsletter; + Parcerias com lojas físicas que vendem os seus produtos; + Venda dos acessórios em feiras artesanais; + Notoriedade da marca, junto de figuras públicas que publicitam os seus acessórios; (D) * Não possui website; + Não faz referência a preços das peças; + Não faz uso de traduções das publicações em inglês; + Não tem loja física própria;

Desde os 6 aos 35 euros -Oferece o preço mais reduzido

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Apêndice 3- Número total de empresas de Ourivesaria e Bijutaria em 2010 (Portugal)

Total de Empresas 2010 Nº Representatividade

14 2,2% Aveiro 55 8,5% Braga 0,0% Bragança 12 1,9% Coimbra 1 0,2% Évora 4 0,6% Faro 1 0,2% Guarda 2 0,3% Leiria 91 14,1% Lisboa 3 0,5% Madeira 433 67,0% Porto 5 0,8% Santarém 16 2,5% Setúbal 1 0,2% Viana do Castelo 5 0,8% Vila Real 3 0,5% Viseu 646 100% Total

Fonte: AORP (2010)

Apêndice 4- Entrevista presencial à Professora Judite Manso

Saudações iniciais,

Sou investigadora no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da

Universidade de Lisboa e estou a desenvolver um estudo que pretende analisar o

o papel da comunicação com o consumidor no âmbito do Marketing Relacional,

com especial enfoque na nas diferenças entre multinacionais e microempresas.

Por conseguinte, gostaria de lhe colocar algumas questões acerca deste assunto.

Toda a informação prestada será apenas utilizada durante a realização deste

estudo. Importa-se que efetue a gravação áudio da conversa?

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Agradeço a sua colaboração.

1. Que tendências tem havido no âmbito do Marketing Relacional e CRM?

No âmbito prático, o que nós percebemos nas empresas é que existe uma

preocupação diária em perceber como é que hão de chegar aos clientes, e aqui

vamos buscar muito à informática. Não há esta parte relacional hoje se não

pensarmos na ajuda que a informática nos pode dar, e quando falamos em CRM,

falamos claramente em softwares que depois nos ajudam nesta relação com o

cliente. Há aqui uma dificuldade acrescida; as empresas preocupam-se acerca

daquilo que vão utilizar para serem capazes de estar mais perto dos clientes e

promoverem e alimentarem uma relação, mas por outro lado, têm muita informação

e depois não sabem o que fazer com ela, falhando na forma como vão tratar dessa

informação e não a aproveitando; é a experiência que eu tenho. Também existe um

conjunto de empresas que, não tendo as ferramentas informáticas, vai fazendo

algumas coisas, que percebe que são importantes, na área da relação com o

cliente.

Exemplificando a situação da de informação mal aproveitada, temos a Lanidor: é

uma empresa que tem vários pontos de venda, e não tem propriamente uma equipa

de vendas, no sentido de ter vendedores que tratem diretamente com os clientes.

Por exemplo, as empresas que trabalham em B2B têm uma facilidade maior na

relação com os clientes, já que beneficiam de um vendedor, um comercial, que é

responsável por um conjunto de clientes, sendo mais fácil a relação estar entregue

a uma pessoa que faça a comunicação com os clientes, do que ter um mercado

imenso sem nenhum responsável pela relação com as clientes senão a empresa

no seu todo. Aí, sim, a informática vem ajudar.

Por outro lado, temos o problema do ‘O que é que eu faço com a informação que a

informática me dá?’. Hoje, temos inovações na área da informática brutais. Por

exemplo, os chats automáticos, que são geridos ou alimentados por máquinas.

Hoje em dia, as mensagens parecem cada vez menos automáticas. Na marca

RayBan, o chat na sua página de Facebook é fantástico; já é possível interagir com

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a máquina como se ela percebesse quem é o cliente por trás do computador. Esta

máquina, com um algoritmo avançado, consegue perceber quais são as

preferências do internauta enquanto consumidor, sem ser necessária a

interferência de um funcionário. A máquina, através de uma conversa pelo chat,

consegue sugerir uns óculos que considera ser a melhor escolha para o

consumidor, através de simulações com a foto de perfil do Facebook, como se este

estivesse a comunicar com outro ser humano.

As empresas maiores, que têm mercados de massas, tendem a apostar neste tipo

de tendências porque, na verdade, é impossível ter recursos humanos suficientes

que tratem pessoal e individualmente cada consumidor, tendo em conta a

dimensão do mercado.

Isto é um desafio diário para as empresas. Hoje, pensa-se que o consumidor vale

por ele, e o investimento que se faz em cada consumidor é brutal; custa mais

ganhar um novo consumidor do que manter aquele que eu se tem, que já é muito

difícil. Às vezes, conquista-se um consumidor pelas pequenas coisas, e as

empresas esquecem-se. Falando novamente no mercado B2B, imaginemos uma

situação em que a minha empresa tem uma empresa cliente à qual eu prometi a

entrega de um produto ou serviço na quinta-feira de manhã, mas tenho o material

disponível na quarta-feira. O que se vê, é que as empresas nada fazem de útil nesta

situação, ficando unicamente à espera do horário combinado para a entrega, como

prometido. No entanto, se, neste caso, eu fizesse um telefonema na quarta-feira ao

fim da tarde, informando o cliente que a sua encomenda estava pronta para a

receção no dia seguinte, como combinado, ou imediata, se preferível, faria a

diferença e custaria unicamente o tempo disponibilizado para o telefonema. As

empresas hoje desvalorizam esta parte; o que importa é garantir que a encomenda

está pronta na quinta-feira- o que também é importante, ainda que o cumprimento

da palavra é o mínimo que se pode fazer- e nada fazem se esta estiver pronta

antes. É um desperdício, são desperdiçadas imensas situações em que certas

atitudes podem ajudar a conquistar um cliente porque as pequenas coisas não são

valorizadas. As empresas estão interessadas e preocupadas em ter altas

ferramentas de gestão, um CRM e sistema de gestão de força de vendas complexo,

e nada se faz com esta informação.

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Esse é o grande desafio: o que fazer com a informação.

Entre as grandes e as pequenas empresas há uma diferença brutal, já que as

grandes têm a dificuldade de não conseguirem ter um certo cuidado pessoal e

individual com todos os consumidores por terem um mercado enormíssimo; as

pequenas têm essa possibilidade, e não aproveitam essa vantagem.

A fidelização de consumidores é, no entanto, um conceito interessante. Existe

realmente uma fidelização a 100%?

As empresas têm noção que o valor ‘fidelidade’ está a perder-se, mesmo num

contexto geral. Os nossos avós não se separavam com a facilidade que, hoje em

dia, os casais se separam. Não somos fiéis a algo de forma inabalável como em

gerações anteriores.

Hoje, as empresas já não pensam em fidelizar, pensam em reter consumidores ou

clientes, já não pensam que estes lhe vão ser completamente fiéis: ‘‘Eu vou fazer

tudo, diariamente, para que o meu cliente não encontre razão para se ir embora.

Não lhe vou dar nenhum motivo que me leve a perdê-lo’’. Muitas vezes, há grandes

estratégias de comunicação e comerciais e, no dia-a-dia, deixa-se o telemóvel ou

telefone a tocar sem atender, um e-mail durante dias sem resposta, atrasa-se o

envio de uma proposta ou a resolução de uma reclamação. Estas pequenas coisas

do dia-a-dia não têm propriamente uma relação direta com a estratégia, mas são

importantíssimas para a dita fidelização com os clientes.

Um cliente insatisfeito informa mais pessoas do que um cliente satisfeito, e isto já

foi provado em vários estudos do século XX. Agora, imaginemos o impacto de um

cliente insatisfeito no Facebook ou no Twitter, onde dez pessoas passam a dez mil

ou dez milhões. Um potencial consumidor que veja a página de uma marca dará

mais importância a cinco comentários negativos do que ao facto de esta servir cinco

milhões de consumidores, satisfeitos silenciosamente. Essa empresa corre o risco

de que alguém tenha uma experiência tão negativa que a prejudique numa

dimensão que não é controlável, através das redes sociais.

É importante não cometer pequenos erros no dia-a-dia, já que estes podem

comprometer seriamente a fidelização ou retenção de clientes.

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2. Pode dar-me exemplos de estratégias de Marketing Relacional e CRM que

funcionem bem e que funcionem mal (com exemplos de marcas)?

Não há propriamente um exemplo que funcione muito mal ou que funcione muito

bem. Se funcionasse mal, era imediatamente substituído. As grandes empresas

acreditam que a estratégia pela qual agora optam, que passa pelo envio de SMS

ou e-mail, tem um impacto imediato nas vendas. Muitas vezes, utilizam promoções

limitadas no tempo e pressionam o consumidor, que tem que se decidir por aquela

compra o mais rápido possível, já que já a limitação no tempo não lhe permite

hesitações, se pretende aproveitar a oportunidade. Num mercado grande, acredito

que podem existir vantagens, até porque campanhas deste género são

normalmente de baixo custo, ou seja, as empresas avaliam e compreendem que,

independentemente do sucesso da campanha, o investimento valerá a pena, e, por

isso, estas continuam a ser realizadas.

Curioso é que, muito provavelmente, estas grandes marcas contratam o serviço de

SMS e e-mail às mesmas empresas, avaliando pela quantidade de vezes que eu,

pessoalmente, ligo o telemóvel e recebo no mesmo dia, à mesma hora, SMS

semelhantes de várias marcas diferentes. No meu caso, o que faço é apagá-las.

Eventualmente, existirá outro tipo de consumidor, já que as empresas medem o

sucesso de cada campanha e, se estas continuam a existir, é porque terão alguma

eficácia.

Para além disso, as empresas investem muito, mais uma vez, na tecnologia, o que

faz toda a diferença. Cada vez mais apostam na interação online com os clientes.

Exemplificando: se estiver num centro comercial e passar por uma das lojas de uma

marca na qual tem ficha de cliente e número de telemóvel associado, estas

conseguem saber a sua localização – se estiver ligado a uma rede wi-fi ou

conectado à internet através de dados móveis- e enviam-lhe uma SMS nesse

preciso momento, com conteúdo dirigido a si, individualmente (‘‘Olá Sofia! Já viu as

nossas promoções hoje? Entre, por favor! Estamos à sua espera.’’). Naquele

momento, apercebem-se da localização do consumidor e captam a sua atenção na

altura exata. Tem impacto por ser online, automático e dirigido. As grandes

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empresas, com capacidade quer económica, quer estratégica, devem apostar na

tecnologia.

-

3. Pensando numa PME, que oportunidades e limitações têm face às grandes

empresas, se pensar apostar em CRM?

Na verdade, as limitações de uma pequena empresa, em relação às grandes, têm

a ver com a capacidade de investimento. O CRM não é uma ferramenta barata, se

bem que, quando falamos de CRM, referimo-nos a um leque de possibilidades

enormíssimo. O Outlook ou o Excel, do Microsoft Office, podem ser utilizados para

CRM, depende apenas da forma como é realizada a gestão da informação das

ferramentas informáticas. Claro que um programa que consiga gerir toda a

informação que é recolhida nos vários pontos de uma empresa e que a analise,

facilita o trabalho; conseguir integrar a informação que vem dos vários canais num

único programa que permita aceder de forma organizada a essa informação é uma

mais valia.

É possível que um consumidor contacte uma empresa à procura de informações

acerca de uma campanha em vigor publicada nas redes sociais e o operador não

estar a par da mesma; o departamento de marketing avança com uma campanha,

lança-a online, comunica externamente, aos consumidores, e esquece-se da

comunicação interna. Hoje em dia, nas grandes empresas, esta situação é fácil de

acontecer, se não houver cuidado, e é terrível para a sua reputação. Nas pequenas

empresas, muito dificilmente algo similar poderá acontecer; quem faz a campanha

é quem liga aos clientes. É mais fácil de gerir, mas fazem muito pouco com isso.

Por vezes, na área da comunicação estão pouco sensibilizados para a importância

e para o impacto que a forma tem na mensagem passada.

Na minha empresa, uma das formações que damos muito é relativa à comunicação

com o cliente. A escolha das palavras, a forma como algo é dito ao cliente

condiciona a perceção da mensagem.

Um exemplo: o cliente faz um pedido ao qual eu temo não conseguir aceder, não

podendo prometer que este será satisfeito. Há várias formas de responder-lhe; ‘‘Sr.

X, não posso prometer, mas vou tentar’’ é uma frase comum, e tem um determinado

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40

impacto. O cliente, provavelmente, não ficará nada seguro acerca da garantia de

execução do seu pedido. No entanto, se responder ‘‘Sr. X, prometo-lhe que vou

tentar’’, a perceção da mensagem muda completamente. Ainda sem certezas, a

mensagem transmite uma garantia da tentativa, uma promessa, um compromisso.

Na primeira mensagem, o ‘‘não’’ e o ‘‘mas’’ transmitem incerteza. É difícil

apercebermo-nos de que a intenção com que dizemos pode diferir daquilo que é

compreendido. Há, no entanto, formas de diminuir o risco de mal-entendidos e

assegurar que o impacto tenderá a ser positivo.

4. Há muito a ideia de que as grandes empresas dispõem de imensos recursos

para um CRM eficaz, mas também há quem diga que acumulam muitos

dados e nem sempre os usam. Qual a sua opinião?

Como mencionado anteriormente, é precisamente isso que muitas vezes acontece;

gastam rios de dinheiro em ferramentas para recolher e registar informação,

acabando com uma amálgama de informação que não colocam em prática, e

deviam.

5. Que conselhos de MR e CRM daria a um pequeno empresário que

pretendesse lançar-se no ramo da bijutaria artesanal personalizada?

(Após informações acerca do preço e localização)

O segmento é fundamental para existir um posicionamento.

Após a captação de consumidores, aconselharia a ter a preocupação de todos os

dias ligar para quatro ou cinco; ter uma lista de consumidores, perceber quem

consumiu o mês passado e fazer telefonemas de acompanhamento, para além dos

e-mails, que são úteis quando utilizados de forma dirigida e não massificada. Eu

tenho feito a seguinte experiência enquanto operadora de estratégias de Marketing:

enviar um convite para um evento altamente elaborado por e-mail, feito

profissionalmente por um designer, com uma imagem apelativa para uma amostra

de clientes, e para outra, enviar um texto simples, escrito por mim, dirigido de forma

pessoal a cada indivíduo. O que tem mais impacto é, precisamente, o mais pessoal.

Não é necessário um designer e o custo é menor, sendo necessário apenas

disponibilizar algum tempo.

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Este negócio de bijutaria pode muito bem adotar esta estratégia; e-mails ou

telefonemas rápidos, de acompanhamento, para um pequeno número de

consumidoras que variam diariamente. Uma consumidora que tenha vindo comprar

um colar para uma festa, por exemplo, pode receber um e-mail ou telefonema a

questionar acerca do impacto da peça; um ‘‘Então, como correu a festa? O colar

fez sucesso? Estava linda, de certeza que recebeu imensos elogios’’ pode fazer a

diferença. Esta atitude valoriza a consumidora, e pode fazer com que, numa

próxima festa, a consumidora se lembre do meu negócio. Noutro caso, uma

informação privilegiada também pode causar impacto: ‘‘Estou a terminar umas

pulseiras giríssimas, passe por cá para a semana! Vou guardar-lhe três que acho

que vai gostar.’’. A consumidora sente-se especial e pode até dizer às amigas.

Não são precisas grandes estratégias quando existe e se transparece uma

verdadeira preocupação com o cliente.

6. Que conselhos de MR e CRM daria a uma multinacional de bijutaria e

acessórios, a operar há mais de 20 anos, que ainda não tivesse

implementado esta estratégia?

É muito difícil, mas eu acredito que tenha mais a ver com formarem as pessoas, as

equipas que estão no front office, a dar a cara pela marca ao consumidor, devido à

importância das ‘‘microtarefas’’ diárias.

Entra um consumidor em loja. O lojista até já o conhece de vista, e pode olhar para

ele de forma diferente, sem que outros mais recentes consumidores notem essa

diferença. Ao olhar para uma senhora que consuma com alguma frequência e

perguntar ‘‘Olá, como é que a senhora está?’’ ou ‘‘Já viu a nova coleção? Dê-me

um bocadinho que eu gostava de lhe mostrar algumas peças que são a sua cara.’’,

este cuidado fá-la-á sentir algo especial. É também necessário ter em atenção que

isto não se deve fazer repetidamente, para que uma pessoa que esteja em loja se

aperceba que esta atitude é a mesma sistematicamente com pessoas diferentes, e

não unicamente a uma, para não melindrar.

Isto consegue-se com a formação aprofundada de de lojistas. Eles têm de saber

fazê-lo corretamente e o impacto desta atitude em diferentes consumidores.

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O que é que eu faria se tivesse uma multinacional? Apostava no treino das pessoas,

definitivamente, e tentava perceber, em termos de ferramentas de informática, o

que é que poderia acrescentar valor à marca: os SMS’s escritos de forma mais

apelativa, pois podem funcionar, mas não escritos da forma como os recebemos

atualmente. O consumidor não que ser mais um, quer ser ‘‘um’’, ‘‘um especial’’.

Se eu, eventualmente, a um lojista, digo que não gosto de dourado, posso receber

um e-mail que diga ‘‘Temos uma coleção prateada perfeita para si. Venha ver!’’.

Este e-mail parece mais dirigido, pensado para mim, do que um simples e-mail que

publicite a nova coleção, ou a mais recente época de saldos que entrou em vigor.

Com a informática, isto é possível.

Apêndice 5- Entrevista via e-mail ao docente Daniel Magueta

Saudações iniciais,

Sou investigadora no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da

Universidade de Lisboa e estou a desenvolver um estudo que pretende analisar o

o papel da comunicação com o consumidor no âmbito do Marketing Relacional,

com especial enfoque na nas diferenças entre multinacionais e microempresas.

Por conseguinte, gostaria de lhe colocar algumas questões acerca deste assunto.

Toda a informação prestada será apenas utilizada durante a realização deste

estudo.

Agradeço a sua colaboração.

1. Que tendências tem havido no âmbito do Marketing Relacional e CRM?

Do meu ponto de vista as principais tendências que têm existido são ao nível do

aumento da sensibilidade das empresas para esta realidade, sendo quemuitas

empresas já utilizam estas estratégias, mas uma grande maioria ainda está aquém

do potencial. Outra das grandes tendências no caso das empresas com melhores

práticas tem passado por conseguirem tirar maior proveito do avanço tecnológico,

tanto a nível das capacidades computacionais, como através de aproveitar as mais

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valias que as Redes Sociais trouxeram, os avanços a nível da “Cloud” e a cada vez

maior conectividade dos clientes via Mobile.

2. Pode dar-me exemplos de estratégias de Marketing Relacional e CRM que

funcionem bem e que funcionem mal (com exemplos de marcas)?

Estratégias que funcionem bem passam por recorrer a estratégias de marketing

multicanal (Starbucks é um grande exemplo), e por tratarem o cliente de forma a

que este sinta que está a ser tratado de forma personalizada, associado a uma

oferta (promoção) relevante para o mesmo (ex. Imaginarium envia desconto em

brinquedos no mês de aniversário da criança, Sacoor, desconto no mês de

aniversário do cliente associado a nota de parabéns) Outro bom exemplo é a Coca-

Cola, que, mesmo antes do conceito ser utilizado, já o fazia, associando-se a

iniciativas e eventos que os seus clientes apreciam e valorizam.

Exemplos que funcionam mal... Posso referir as dezenas de empresas que nos

enviam emails teoricamente personalizados, mas que são utilizados de forma

padrão. Há imensos exemplos disso. As empresas acham que o facto de enviar um

email para uma pessoa já é relevante, mas nunca mencionam o nosso nome, ou

associam ao email alguma proposta relevante que interesse ao cliente.

3. A dimensão do negócio condiciona a forma como se pratica CRM? Se sim,

em quê?

Sim, no caso de grandes empresas com acesso a grandes quantidades de

informação, é mais fácil tirar vantagem do tratamento dos dados recorrendo a

métodos “Big Data”, podendo diminuir os custos associados a esta estratégia. No

entanto, ser uma pequena empresa não representa apenas desvantagens,

sobretudo a este nível, no qual a adaptação pode ser essencial, já que uma

pequena empresa poderá ter uma grande mais valia ao nível da flexibilidade,

conseguindo adequar-se mais rapidamente às necessidades dos seus clientes.

4. Pensando numa PME, que oportunidades e limitações têm face às

grandes empresas, se pensar apostar em CRM?

Acaba por este mencionado na resposta acima. A PME tem uma vantagem de

maior flexibilidade e possibilidade de adaptação a cada cliente. Ao ter, à partida

menos clientes que uma grande empresa, poderá também dedicar-se a estes de

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forma muito mais personalizada. Como desvantagem, identifico o menor acesso a

dados (informação), assim como a software e recursos humanos especializados

para o seu tratamento, análise e aplicação.

5. Há muito a ideia de que as grandes empresas dispõem de imensos

recursos para um CRM eficaz, mas também há quem diga que acumulam

muitos dados e nem sempre os usam. Qual a sua opinião?

A minha opinião é que de facto, têm à partida imensos recursos para

potencialmente aplicar nesta estratégia, mas, no entanto, o que ocorre na maioria

das situações (validado em conversas com dezenas de empresas) é que têm

imensos dados acumulados, mas ainda não sabem bem como tirar proveito dos

mesmos. Este problema passa por aumentar ainda mais a sensibilidade das

empresas neste sentido (tendência que falei na 1ª resposta), e dessa forma, mesmo

as grandes empresas passem a ter recursos humanos mais qualificados nesta

área.

6. Que conselhos de MR e CRM daria a um pequeno empresário que

pretendesse lançar-se no ramo da bijutaria artesanal personalizada?

O conselho principal passaria por ter atenção e cuidado com a informação que pode

obter dos seus clientes, não descurando o seu tratamento, e a partir desta

conseguir desenvolver estratégias de tratamento personalizado a cada um dos

clientes. Tendo em conta os recursos escassos diria também para tirarem o máximo

proveito das Redes Sociais, como Facebook ou Youtube (considerando uma rede

social).

7. Que conselhos de MR e CRM daria a uma multinacional de bijutaria e

acessórios, a operar há mais de 20 anos, que ainda não tivesse

implementado esta estratégia?

Aqui o conselho é que comece a utiliza esta estratégias desde já (devia ter

começado ontem). Por outro lado, mesmo não estando a dar utilização devem ter

dados acumulados, muitos ainda em papel, que os aconselhava a tratar e analisar.

Essa informação que dispõem é um grande activo que a empresa tem e que não

está a render o que poderia e deveria estar a representar em termo de vendas.

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Apêndice 6- Entrevista via e-mail a uma profissional da área do Marketing da Parfois

Saudações iniciais,

Sou investigadora no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da

Universidade de Lisboa e estou a desenvolver um estudo que pretende analisar o

o papel da comunicação com o consumidor no âmbito do Marketing Relacional,

com especial enfoque na nas diferenças entre multinacionais e microempresas.

Por conseguinte, gostaria de lhe colocar algumas questões acerca deste assunto.

Toda a informação prestada será apenas utilizada durante a realização deste

estudo.

Agradeço a sua colaboração.

1. Quais considera ser as principais características dos produtos oferecidos

pela Parfois que os distinguem dos restantes?

Produtos de moda, acessíveis a todas as mulheres e a variedade de artigos em

loja. Por estação, são 3500 referências e todas as semanas há produto novo em

loja.

2. De que forma é que comunicam os vossos produtos aos consumidores?

A comunicação dos artigos é feita através do website, newsletter e redes sociais -

facebook e instagram, principalmente. O youtube é um canal que permite divulgar

não só os vídeos de campanha de cada estação, mas também dos eventos que a

Parfois realiza para apresentar as tendências e produtos. Outra forma de comunicar

é através de bloggers e influencers que utilizam produtos Parfois e acabam por

divulgar juntos dos seus seguidores.

3. Como é que essa comunicação procura exprimir a diferenciação da Parfois

face às concorrentes?

A Parfois procura inovar a sua comunicação nas redes sociais e newsletters, seja

através de conteúdo e/ou imagem. A par das redes sociais, diria que os eventos

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são um exemplo de diferenciação da Parfois, uma vez que existe uma atenção

especial aos detalhes e são os detalhes que fazem a diferença.

4. A Parfois adota alguma estratégia de fidelização de consumidores?

A Parfois não tem um programa de fidelização, mas sim um loyalty program que

permite às clientes registadas receberem as newsletters, bem como SMS de

campanhas que a Parfois possa fazer. Este programa permite ainda que todas as

compras das clientes registadas fiquem guardadas em sistema, o que dispensa a

necessidade de guardar talões.

Existe uma ligeira diferença entre os dois programas, uma vez que a fidelização

pressupõe em alguns casos a utilização de descontos e a Parfois não é uma marca

de descontos/promoções.

5. Quais são os principais instrumentos/ferramentas utilizados pela Parfois no

processo de fidelização de consumidores?

Eu diria que são as redes sociais, uma vez que existe um contacto muito próximo

com os clientes e onde a resposta é quase imediata, mantendo-os satisfeitos.

E a estratégia da marca ao trabalhar lado a lado com influenciadoras/bloggers.

6. Fazem alguma comunicação específica para os vossos consumidores

fidelizados?

Se existir alguma campanha especifica, a Parfois comunica. Exemplo: Black Friday,

comunicar antecipadamente às clientes registadas.

7. De que forma obtêm o feedback dos consumidores acerca da sua satisfação

em relação à Parfois? Que resultados têm recebido?

Essencialmente através das redes sociais e feedback que as clientes possam dar

em loja ao nosso staff.

8. A rápida expansão da Parfois para o mercado internacional alterou de

alguma forma a estratégia de comunicação desenvolvida pela marca?

À medida que a Parfois foi entrando em alguns mercados internacionais, há sempre

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uma necessidade de adaptar a comunicação, seja pelo facto de não se poder

utilizar modelo ou porque existe obrigatoriedade em comunicar na língua local.

Apêndice 7- Entrevista via telemóvel a Anabela Matos, artesã e criadora da A.PONTO

Saudações iniciais,

Sou investigadora no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da

Universidade de Lisboa e estou a desenvolver um estudo que pretende analisar o

o papel da comunicação com o consumidor no âmbito do Marketing Relacional,

com especial enfoque na nas diferenças entre multinacionais e microempresas.

Por conseguinte, gostaria de lhe colocar algumas questões acerca deste assunto.

Toda a informação prestada será apenas utilizada durante a realização deste

estudo.

Agradeço a sua colaboração.

1. Quais considera ser as principais características dos produtos oferecidos

pela A.PONTO que os distinguem dos restantes?

Em termos de aspeto, é difícil responder, tendo em conta o aumento da

concorrência desde tipo de produtos, o handmade continua a ser uma grande

tendência. No entanto, creio que as consumidoras atuais e mais fiéis acabam por

diferenciá-los dos outros pela artesã e não pelo produto em si. Ainda há pouco

recebi uma cliente que todos os anos compra uma peça minha para utilizar no seu

aniversário, como um presente para si mesma.

Quem compra diretamente os produtos é por causa da ‘’Anabela’’, creio que se

sentem muito ligadas a mim, como pessoa, e aos conceitos que aplico na criação

das coleções. Já compram desde o início, uma peça por ano ou por coleção

simplesmente porque é da Anabela.

Por outro lado, há pessoas que podem acompanhar durante anos na página do

Facebook ou do Instagram mais ultimamente, e ao fim de anos decidem comprar.

Tudo o que faço tem alguma inspiração, pelo que se pode considerar que as

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minhas peças têm uma história por trás, nunca é só para fazer ou para terminar

uma coleção. Os das lojas físicas nas quais revendo por vezes voltam por ser

handmade.

2. De que forma é que comunica os produtos aos consumidores?

Utilizo principalmente o Facebook, embora também faça uso do e-mail e do

Instagram, e tenho-me esforçado para fazer publicações diárias e expor o meu

trabalho ao máximo. As consumidoras habituais contam com as coleções e

costumo enviar newsletter por e-mail aquando da realização de feiras ou novas

coleções. Normalmente coloco uma fotografia no Facebook e no Instagram a

promover os produtos, e mais recentemente tenho recebido pedidos para enviar

mais fotografias dos produtos via Whatsapp.

3. Como é que essa comunicação procura exprimir a diferenciação da

A.PONTO face às concorrentes?

Faço alguns vídeos nem tanto focando o produto, mas o conceito. Por vezes sinto

que estou um bocadinho atrasada em relação às outras porque sou eu que faço

tudo, e o passo para ser maior, para crescer como marca segura e reconhecida

pede um investimento maior e uma coleção maior. Tive inclusive que desistir da

personalização por falta de tempo, o que acaba por ser mau para a tal

diferenciação, mas, quando faço coleções novas, as consumidoras que preferiam

a personalização acabam por comprar essas mais recentes.

4. A A.PONTO adota alguma estratégia de fidelização de consumidores?

Não propriamente uma estratégia definida, mas há consumidoras que compram

com regularidade, sempre que eu lanço uma coleção, por exemplo, e

normalmente, sem ser nada formal, quando pedem para enviar por correio

ofereço os portes de envio, e se me recordar do que comprou anteriormente

ofereço uma foto ou uma pequena lembrança. Num contacto posterior, costumo

lembrar-me e reconhecer as consumidoras. Isto é possível apenas com clientes

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que me compram diretamente a mim, apesar de estar a par das vendas das lojas

físicas.

5. Quais são os principais instrumentos/ferramentas utilizados pela A.PONTO

no processo de fidelização de consumidores?

Essencialmente tenho em atenção o histórico de vendas, se for uma cliente muito

frequente. Não trabalho com ficheiros nem bases de dados, centralizo todas as

informações no e-mail.

6. De que forma obtêm o feedback dos consumidores acerca da sua

satisfação em relação à A.PONTO? Que resultados têm recebido?

Em relação às lojas físicas onde revendo, pergunto aos lojistas o que eles acham

e normalmente o feedback é positivo. Costumo ser a marca de acessórios mais

vendida.

Em relação aos clientes habituais, eles são espontâneos no feedback, não

costumo fazer perguntas ou questionários porque sinto que recebo esses

comentários e informações quase instantaneamente. Muitas vezes dizem-me

‘’Só tu te lembras de fazer isto!’’, o que eu tomo como um bom feedback.

Sei que algumas das consumidoras se queixam que demoro muito tempo a

responder. Os resultados do vosso questionário no ano passado também

confirmaram essa suspeita, creio que foi onde existiu menos satisfação. É

complicado, porque sou apenas uma. Quis alargar a rede de lojas mas é

impossível produzir em maior quantidade e ainda acumular todas as funções de

gestão da marca, mas acabo por preferir trabalhar, criar e apresentar os meus

produtos à medida que estão prontos do que ser mais conhecida e falada e não

ter qualquer base por baixo da imagem que passo.

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Apêndice 8- Análise da secção ''Sobre'' do Facebook da A.PONTO

Facebook da Microempresa A.PONTO

Categoria

-

Produto/Serviço

Breve

Descrição

PT

ENG

Exclusivos feitos à mão

Exclusive Handmade.

Declaração

da Autoria

PT

ENG

Plain & Fancy, Portuguese Accessories. A.PONTO by Anabela

Matos. [email protected] www.facebook.com/apontoshop

Inspired by exotic birds or floral ornaments, Anabela Matos is a

Lisbon based artist whose passion is to find different materials in forgotten shops and markets. In her bench, she reinvents

production processes resulting in exquisite pieces in which every detail is carefully designed to transport us to her fantastic

imaginary.

Inspirada por aves exóticas e por ornamentos florais, a Anabela Matos é uma artista apaixonada por lojas antigas e mercados em segunda mão, onde encontra material para as suas peças. Ao reinventar técnicas de produção, o resultado são colecções

originais e pensadas ao pormenor, que nos envolvem e nos remetem para o seu fantástico imaginário.

Outras

Informações

PT

O trabalho que desenvolvo é o resultado de gestos muito

pessoais. Desde sempre, a (sic) procura das novas formas no

adorno do corpo. Vivo, trabalho e sinto Lisboa, nasci em

Abrantes no ano de 1976 e sou de Tomar.

Produtos

PT

Colares, Anéis, Brincos, Pulseiras, Ganchos de cabelo, Malas,

Porta-chaves

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51

Contactos e

Outras

Páginas

-

+351 926 335 335

[email protected]

http://www.facebook.com/apontoshop

@apontoinstagram

www.pinterest.com/anabelamatos

Apêndice 9- Informações gerais presentes no Facebook da A.PONTO

Facebook da Microempresa A.PONTO

Nº de

likes na

página

Nº total de fotografias

disponibilizados

Nº total de

vídeos

publicados

(máx. 45s)

Imagem

de Perfil

Imagem de Capa

3011 • 1539 nas Fotos da

Cronologia

• 1039 em Arquivos

de dispositivos

móveis

• 2 nas Fotos de

Perfil

• 2 nas Fotos de

capa

• 145 no álbum

Colares/Necklaces

• 18 no álbum

Brincos/Earrings

• 66 no álbum Hello

Peacock

• 104 no álbum Use

• 8 no álbum

Alfinetes/Broches

• 20 no álbum <Still

Unnamed

Collection>

23

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52

• 40 no álbum Onde

Comprar| Where to

Buy

• 38 no álbum A.telier

Pando

• 5 no álbum

Ganchos/Hair Clips

• 999 no álbum

A.rquivo I

• 470 no álbum

A.rquivo II

• 94 no álbum

A.rquivo III

• 142 no álbum

A.rquivo IV

• 30 no albúm Press

• 9 no álbum

Pulseiras/Bracelets

• 3 no álbum Para

Crianças/For Kids

• 2 no álbum

Anéis/Rings

• 1 no álbum Bio

• 2 no álbum

Malas/Bags

• 3 no álbum Como

Encomendar/How

to Order

Apêndice 10- Análise das publicações do Facebook da A.PONTO

Facebook da Microempresa A.PONTO Nº Data Natureza Assunto Descrição

1

1-03-2017

Publicação

Comemoração do dia da

Cidade

A MINHA CIDADE

2 1-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Clientes que me viram

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53

trabalhar nos últimos

dias com pele,

na #stillunnamedcollect

ion, e pediram para

reeditar uma colecção

Aponto mais antiga,

também com pele. E

com latão.

3 1-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Vintage #brass detail

4 1-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Vintage #brass detail

5 1-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Vintage #brass detail

6 2-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos DYNAMIC CORE

7 3-03-2017 Publicação Novo mês YELLOW MARCH

8 6-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos N O V A S C O R E S

9 7-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Cloth photo via pinteres

10 7-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos -

11 7-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos HOT

12 7-03-2017 Partilha Apresentação de

Produto/Atualização de

Álbum

-

13 8-03-2017 Publicação Comemoração do dia da

Mulher

F E L I Z D I A D A M U

L H E R

14 9-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Todas as propostas de

cores

em: https://www.facebo

ok.com/media/set/…

15 10-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Mudança de estação.

Mais riscas que o

habitual

16 10-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Novos produtos no

albúm

17 12-03-2017 Publicação Partilha de imagem B O M D I A

18 13-03-2017 Publicação Atualização da Página Illustration credits:

Icinori (coffee berries)

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54

19 16-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Muitas propostas de

looks aqui/

Check the available

colours in the link:

https://www.facebook.c

om/media/set/…

20 16-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos I HAD A DREAM

21 16-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos -

22 17-03-2017 Publicação Apresentação de Produto B O M F D S!

23 21-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos M E L H O R E S A M I

G A S

24 22-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Apesar da chuva, a

Primavera está aí

e regressa a colecção

de brincos ||ONE•

Aponto!

25 23-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos work in progress

Apesar da chuva, a

Primavera está aí e

regressa a colecção de

brincos ||ONE• Aponto!

26 24-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Psst...Don't forget

your ☂

BOM FDS Have a Nice

Weekend

Check it out @ ICON

SHOP Lisboa: new

colors available of

Peacock Necklaces!

Rua Nova da Trindade

6B

27 25-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos -

28 25-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Cloth credits: la

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55

garconne

29 25-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos WHO LIKES PINK?

30 25-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos B O M D I A

31 25-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Novos brincos ||ONE• disponiveis, neste album New stuff in stock!

32 25-03-2017 Partilha Apresentação de

Produto/Atualização de

Álbum

Presentes de França.

Obrigada Marielle!

...

Neste album, fotos

gentilmente enviadas

pelas clientes com os

meus colares a uso.

33 28-03-2017 Partilha Apresentação de Produtos -

34 30-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos HELLO PEACOCK!

Facebook da Microempresa A.PONTO

Nº Elementos

Multimédia

Nº de

likes

Nº de

views

Comentários Hashtags

1

Imagem

38

-

-

#diadacidade #localh

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d #losango #square#

childhood #praça #te

mplários #Tomar #1M

arço #GualdimPais

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II. Resposta da

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56

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12 Álbum de

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- - - -

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14 Vídeo 2 41 - -

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26 Imagem 40 - I. Chique

II. Adoro!

III. Beautiful

Anabela

IV. Woooow

V. Adoro...

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Beautiful

creation

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33 Imagem 3 - - #procura #encontra #

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Apêndice 11- Análise à página 'Sobre' do Facebook da Parfois

Facebook da Multinacional Parfois

Categoria

Empresa de moda

Compras e Varejo

Produto/Serviço

Breve

Descrição

ENG

Welcome to the official facebook page from

PARFOIS! www.parfois.com

Declaração

da Autoria

ENG

Created for all fashion followers, this brand offers fashion

accessories like jewelry, belts, shoes, sunglasses, handbags, travel bags, scarves and hats. Parfois has a strong relationship

with fashion trends, as every collection reflects the daily inspiration of the design teams, which are divided between

Oporto and Barcelona.

Every week, all stores get new products, renewing the collection on a weekly basis.

Nowadays, Parfois has more than 700 stores all over the world,

in 55 different countries.

Outras

Informações

http://instagram.com/parfois_

Produtos

PT

ENG

Colares, anéis, brincos, pulseiras, lenços, carteiras, óculos de

sol, malas de viagem, Roupa, sapatos...

Necklaces, rings, earrings, bracelets, scarves, handbags and

wallets , sunglasses, travel bags, apparel, shoes...

Contactos e

Outras

Páginas

-

@parfois

http://www.parfois.com

Youtube: Parfoisofficial

Twitter: parfois_

Instagram: parfois_

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Apêndice 12- Análise das publicações do Facebook da Parfois

Facebook da Multinacional Parfois Nº Data Natureza Assunto Descrição

1

2-03-2017

Publicação

Apresentação de Produtos

One of each, please!

Shop now_

2 5-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Wear straw- Spring is

justa round the corner!

3 6-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Hello U.S.A!

4 6-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Hair ties: how would

you wear them?

5 7-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Go big!

6 9-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Coolest. Key. Chain.

Ever!

7 10-03-2017 Publicação Apresentação de produto Loafers or slippers?

8 11-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Shine bright like a

Diamond!

9 12-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos New crush! <3

10 13-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Get ready to go

shopping!

11 14-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Stationery collection |

Big ideas with the right

accessories

12 15-03-2017 Publicação Apresentação de Produto Take a step towards

Spring!

13 16-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Bago or Backpack?

You decide!

14 17-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos FLOWER SHOWER |

Spring starts now!

15 18-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos S is for... Squares!

16 19-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Going somewhere

exotic?

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17 20-03-2017 Publicação Apresentação de produtos Which one would you

choose?

18 21-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Effortless looks

19 22-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Protect yourself from

the Spring breeze with

our selection of

scarves!

20 24-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Happy Hour!

21 24-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Mix and match

22 25-03-2017 Publicação Apresentação de Produto Wear Spring around

your neck!

23 26-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Khaki is the new black!

24 27-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos TREND ALERT |

Statement earrings!

25 28-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos The sun is out!

26 30-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Pop of color | Choose your favorite!

27 31-03-2017 Publicação Apresentação de Produtos Under the Sea Collection | Get an early taste of summer with fish-shaped pins

Facebook da Multinacional Parfois

Nº Elementos

Multimédia

Nº de

likes

Nº de

views

Comentários Hiperligações

1

Imagem

1,1

mil

-

12

Loja online da Parfois

2 Imagens 382 - 5 Loja online da Parfois

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3 Imagem 373 - 5 Loja online da Parfois

4 Imagem 1,7

mil

- 21 Loja online da Parfois

5 Imagem 198 - 5 Loja online da Parfois

6 Imagem 531 - 2 Loja online da Parfois

7 Imagem 340 - 3 Loja online da Parfois

8 Imagem 348 - 1 Loja online da Parfois

9 Imagem 3 mil - 41 Loja online da Parfois

10 Vídeo 255 16 mil 5 Loja online da Parfois

11 Imagem 223 - 1 Loja online da Parfois

12 Imagem 717 - 13 Loja online da Parfois

13 Imagem 286 - 1 Loja online da Parfois

14 Imagem 229 - Loja online da Parfois

15 Imagem 235 - - Loja online da Parfois

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16 Imagens 4,1

mil

- 102 Loja online da Parfois

17 Imagem 705 - 33 Loja online da Parfois

18 Imagem 370 - 3 Loja online da Parfois

19 Imagem 360 - 3 Loja online da Parfois

20 Imagem 454 - 4 Loja online da Parfois

21 Imagem 344 - 3 Loja online da Parfois

22 Imagem 321 - 3 Loja online da Parfois

23 Imagem 1,3

mil

- 9 Loja online da Parfois

24 Imagem 813 5 Loja online da Parfois

25 Imagem 555 9 Loja online da Parfois

26 Imagem 5,8

mil

134 Loja online da Parfois

27 Imagem 291 - 2 Loja online da Parfois