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Boletim Informativo do CEAF/Escola Superior do Ministério Público - Ano 6 - nº 39 - out./04 E D I T O R I A L E N T R E V I S T A Presidente da Comissão de Reforma do Judiciário quer o MP mais forte A formação dos futuros promotores do Brasil L I V R O S Julio Mirabete tem as suas obras atualizadas CINQÜENTENÁRIO DA CORREGEDORIA GANHA COMEMORAÇÃO COM SEMINÁRIO NA ESMP Diversas autoridades estiveram presentes à homenagem. Confira na última página. - Direito Penal e Direito Processual Militar - Poluição Eletromagnética - Justiça Criminal em Tempos de Terror - Medição: Moderno Método de Resolução de Conflitos - Limites e Poderes do MP na Investigação Criminal - Biodireito no Plano Constitucional - Comunicação - Instrumento de Apresentação Pessoal e Profissional EVENTOS PAINÉIS DE ESTAGIÁRIOS Público do seminário “Direito Penal e Direito Processual Militar, realizado pela ESMP em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar. Páginas 15, 16, 17 e 18 Página 19 Página 2 Página 3 Páginas 7 a 14

CINQÜENTENÁRIO DA CORREGEDORIA GANHA … · A triologia reúne o Direito Civil (Constituição Federal, Código Civil, Código de Processo ... reito Processual Penal Mi-litar quanto

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Boletim Informativo do CEAF/Escola Superior do Ministério Público - Ano 6 - nº 39 - out./04

EDITORIAL

ENTREVISTA

Presidente daComissão de

Reforma do Judiciárioquer o MP mais forte

A formaçãodos futurospromotores

do Brasil

LIVROS

Julio Mirabetetem as

suas obrasatualizadas

CINQÜENTENÁRIO DACORREGEDORIA GANHA

COMEMORAÇÃO COMSEMINÁRIO NA ESMP

Diversas autoridades estiveram presentesà homenagem. Confira na última página.

- Direito Penal e Direito Processual Militar

- Poluição Eletromagnética

- Justiça Criminal em Tempos de Terror

- Medição: Moderno Método de Resolução de Conflitos

- Limites e Poderes do MP na Investigação Criminal

- Biodireito no Plano Constitucional

- Comunicação - Instrumento de Apresentação Pessoale Profissional

EVENTOS

PAINÉIS DE ESTAGIÁRIOSPúblico do seminário “Direito Penal e DireitoProcessual Militar, realizado pela ESMP em

conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar.

Páginas 15, 16, 17 e 18

Página 19

Página 2 Página 3 Páginas 7 a 14

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BOLETIM INFORMATIVO DA ESCOLASUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Diretor:Luís Daniel Pereira Cintra

Assessores:Edgard Moreira da Silva

Maria Amélia Nardy PereiraOswaldo Peregrina Rodrigues

Parisina Lopes Zeigler

Jornalista responsável:Rosana Sanches (MTb 17.993)

Apoio Gráfico:Imprensa Oficial do Estado

Rua da Mooca, 1.921

Tiragem e Periodicidade:3.000 exemplares - Bimestral

EXPEDIENTEFORMAÇÃO E CAPACITAÇÃODE PROMOTORES NO BRASIL

Luís Daniel Pereira Cintra,procurador de Justiça e diretor doCEAF/Escola Superior do MinistérioPúblico de São Paulo e presidente doColégio de Diretores de Escolas dosMinistérios Públicos do Brasil.

EDITORIAL

Estamos na presidência doColégio de Diretores de Escolasdo Ministério Público do Brasil(CDEMP) há aproximadamentedois anos. Nesse período parti-cipamos de várias reuniões eeventos em localidades diferen-tes de todo o Brasil, do RioGrande do Sul ao Amazonas.Esse trabalho nos possibilitouconhecer de perto o modo peloqual se adapta, se capacita e serecicla o promotor de Justiçapara o desempenho funcionalem todos os MPs brasileiros, in-clusive o da União. Essa temática,aliás, tem sido objeto de estudose debates no CDEMP. A Cons-tituição de 88 geriu um Ministé-rio Público multiface e pondero-so para a democracia e a defe-sa dos interesses sociais. É ine-gável que essa proeminênciaconstitucional foi, é e será sem-pre benéfica à Instituição, toda-via exige eficiência e senso deresponsabilidade no exercícioinstitucional. As cobranças so-ciais e no campo político serãoenormes, particularmente porparte dos que não aceitam umMP forte, destemido e apto acombater a improbidade,a crimi-nalidade organizada, a lesão aointeresse e ao erário. As refor-mas constitucionais que se ve-rificaram nos últimos anos e astentativas legislativas de restrin-gir e amordaçar o exercício fun-cional do MP evidenciam cla-ramente a intenção de reduziros poderes constitucionais e le-gais da instituição. Portanto, éimperioso um aprimoramentoainda maior na formação ecapacitação dos membros doParquet. Quanto aos mais no-vos, aliás, isso merece especialrealce, sobretudo porque já não

são alcançados por algumas ga-rantias de outrora. Faz-se ne-cessária, enfim, a discussão deum perfil básico e único do pro-fissional que integra o MP, semprejuízo dos ajustes e adapta-ções necessários em face deeventuais peculiaridades e cir-cunstâncias regionais. Trata-sede necessidade, por sinal, que seencontra estampada na propos-ta de Emenda Constitucional dereforma do Judiciário, atualmen-te em discussão, haja vista a ên-fase que nela foi dada em rela-ção ao preparo inicial necessá-rio daqueles que ingressam nascarreiras. Do curso pelo qualindispensavelmente devem pas-sar, não se espera, mais, tão-somente freqüência, mas tambémaproveitamento, a ser levado emconta no processo de vitalicia-mento. Também na reforma me-receu destaque o constante apri-moramento dos integrantes dascarreiras, na medida em que foiprevista, textualmente, a impor-tância da freqüência a cursos eeventos na aferição do mereci-mento. As Escolas Superioresdos MPs do Brasil, consoantepreconizado nas Leis OrgânicasNacional e Estaduais, são, semdúvida, os organismos adequa-dos para esse mister. Bem por issoa necessidade de que sejam do-tadas de melhor estrutura (mor-mente em regiões mais desprovi-das), de instrumentos de ensinopróprios e modernos. Também afreqüência obrigatória a cursosde capacitação surge de modoimperioso, notadamente em rela-ção a algumas funções institucio-nais ou a ações eleitas comoprioritárias. De outro modo nãose conseguirá dar atendimentoaos reclamos e às legítimas

expectativas sociais. Essa alme-jada capacitação tem sido o nor-te de todas as ações que vêm sen-do desenvolvidas pela ESMPque dirigimos em São Paulo. Comos olhos postos, aliás, na pers-pectiva de recrutamento de no-vos promotores cada vez maisvocacionados e preparados, te-mos envidado todos os esforçosno sentido de proporcionar aosestagiários o mais intenso pro-grama de atividades. Tem sidoeles, a propósito, os que nos úl-timos concursos de ingresso vêmconseguindo os melhores resul-tados, circunstância tal que con-firma o acerto desse investimen-to. De fundamental importânciatambém, a efetiva integração detodas as Escolas, de sorte aensejar o mais amplo intercâm-bio e compartilhamento das suasexperiências. Tal, em última aná-lise, o desiderato que vem sendoperseguido pelo CDEMP, commuitos resultados concretos jácolhidos. Esse o rumo, com cer-teza, do fortalecimento institucio-nal que todos desejamos!

Plural 3LIVROS

Composto por três volumes (um referente à parte geral e dois, à parte especial, o Manual de DireitoPenal de autoria de Julio Fabbrini Mirabete ganhou nova revisão e atualização até dezembro de 2003em sua 21.ª edição. O trabalho é de Renato N. Fabbrini, que explica as modificações em nota: “Olivro encontra-se atualizado também em face de novas leis que, embora de outra natureza, geraramreflexos sobre a vigência e interpretação de normas penais e processuais penais, como a lei 10.406,de 10 de janeiro de 2002, que instituiu o novo Código Civil, e de alterações relevantes na jurisprudência,em especial as novas súmulas do Supremo Tribunal Federal.” Renato Fabbrini diz ainda que asadaptações que se fizeram necessárias foram feitas diretamente no corpo do texto, com exclusão dooriginal alterado, seguindo-se diretriz estabelecida pelo próprio autor, mantendo-se coerência comsuas idéias e posicionamentos, e evitando-se, o quanto possível, dissonâncias de estilo. (Atlas – 474páginas no primeiro volume; 516 no segundo; e 532 páginas no terceiro volume).

Também revistos e atualizados pelo procurador de Justiça Renato N. Fabbrini de acordo com osdiplomas legais que implicam alterações do Código de Processo Penal, o livro “Processo Penal”,de Julio Fabbrini Mirabete, atinge a 16.ª edição, constituindo-se em texto

básico para o estudo do Direito ProcessualPenal brasileiro e sólida fonte de consulta paraa solução de problemas surgidos na aplicaçãoda lei penal. Em sua 11.ª edição, tambémrevista e atualizada por Renato Fabbrini,“Execução Penal” segue a mesma linha,incluindo comentários sobre a Lei 7.210, de11/07/84, e também sobre outras normas ediplomas que têm repercussão no campo doDireito de Execução Penal. Os dois livrosforam editados pela Atlas e contêm,respectivamente, 852 e 876 páginas.

MIRABETE TEM SUAS OBRAS ATUALIZADAS

O MERCADO LITERÁRIO JURÍDICO ESTÁCOM GRANDES NOVIDADES. CONFIRA.

4 PluralLIVROS

VADE MECUM

A intenção da Editora Suprema Cultura e do coordenador das matérias dos livros, Valter RobertoAugusto, foi dar ao operador do Direito uma melhor agilidade no seu dia-a-dia, pois, como sabemos,muitos dos casos que aparecem diante do profissional devem ser solucionados em poucos minutos,sob pena dos direitos sucumbirem. Os temas abordados nos códigos e estatutos guardam relaçõesuns com os outros e estão dispostos numa forma clara e bem objetiva, atualizados até 12 de janeirode 2004. A triologia reúne o Direito Civil (Constituição Federal, Código Civil, Código de ProcessoCivil, Código de Trânsito, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei dos Juizados Especiais Cíveise Criminais e Estatuto dos Idosos) em 482 páginas; o Direito Penal (Constituição Federal, Lei deIntrodução ao CP e LCP, Código Penal, Crimes Hediondos, Lei das Contravenções Penais, Lei deExecução Penal, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais,Estatuto dos Idosos e Lei do Desarmamento) em 354 páginas; e o Direito Militar (ConstituiçãoFederal, Código Penal Militar, Código de Processo Militar, Estatuto dos Militares, Conselho deJustificação, Lei de Execução Penal, Código Florestal e Lei do Desarmamento) em 338 páginas.

REPETIÇÃO DO INDÉBITO TRIBUTÁRIOO inconstitucional artigo 166 do CTN

A obra resulta da tese de mestrado que o promotor de Justiça doEstado de São Paulo Luis Dias Fernandes, sob a orientação do grandetributarista e professor Alcides Jorge Costa e os préstimos do jus-germanista Brandão Machado, defendeu e viu aprovada na Faculdadede Direito do Largo São Francisco (USP). Em linguagem elegante eprecisa, o autor, segundo as palavras do juiz federal José Eduardo deAlmeida Leonel Ferreira, “outorga ao leitor oportunidade ímpar deacesso a tema dos mais instigantes do direito tributário. Sua explanaçãoatinge agudamente a problemática, tão importante quanto negligenciada,da figura do ‘contribuinte de fato’ incrustrada (afirma-se) na redaçãodo artigo 166 do CTN, cujo conteúdo aprendemos a criticar com oautor, tal a dialética envolvente e estribada em análise lógica rigorosaque a presente obra, que não receamos alcunhar de brilhante,apresenta.” Livraria Renovar, Biblioteca de Teses, 162 páginas.

Plural 5LIVROS

Direito Penal - Parte Ge-ral, de Vander Ferreira deAndrade, é uma obra con-cebida, originariamente, nummodelo calcado em “rotei-ros”, método que se apre-senta através do registro detópicos considerados de re-levo na matéria penal, acom-panhado de uma gama varia-da de exercícios, os conhe-cidos ‘cases’ (ou estudo de

casos), tudo visando a familiarização do operadordo Direito com a pesuisa doutrinária e jurispru-dencial, além da perscrutação do raciocínio lógi-co-jurídico, ferramentas imprescindíveis para acompreensão da dogmática penal, de seus pres-supostos e institutos específicos. Assim, seja paraministrar aulas ou para exames em geral, a obra éindispensável para quem pretende galgar uma car-reira promissora. Suprema Cultura, 274 páginas.

Com a finalidade de subsi-diar os aplicadores do Di-reito Processual Penal Mi-litar quanto às medidas depolícia judiciária militar,tanto no aspecto teóricoquanto, principalmente, noaspecto prático, “ManualPrático dos Atos de Polí-cia Judiciária Militar”, deAlexandre Henriques daCosta, chega ao leitor pelaSuprema Cultura, com 138páginas. Na obra, buscou-se facilitar a feitura dosquatro procedimentos de polícia judiciária militar(Auto de Prisão em Flagrante Delito, Inquérito Po-licial Militar, Termo de Deserção e Termo deInsubmissão), pois, dependendo da medida restri-tiva de liberdades individuais do possível sujeitoativo do delito, poderá haver uma nefasta con-seqüência jurídica em face de vícios formais.

Os autores AlexandreHenriques da Costa,Cícero Robson Coim-bra Neves, Marcos Joséda Costa, Abelardo Júlioda Rocha, MarcelinoFernandes da Silva eRogério Luis Marquesde Mello trouxeram àtona, em “Direito Admi-nistrativo DisciplinarMilitar”, não meras in-terpretações ao texto de

lei, mas sim dirimiram dúvidas e obscuridadesexistentes e, acima de tudo, pacificaram algu-mas questões tidas como controversas até en-tão, que advinham de análise perfunctórias dosartigos de lei, sem avaliação técnica jurídica. Apartir dessa obra, as chamadas recompensas ereprimendas disciplinares serão aplicadas soba batuta da verdadeira Justiça, seja qual for asua interpretação filosófica. Suprema Cultura,290 páginas.

Procurador aposentado,Julio Francisco dos Reisdedica-se agora à litera-tura jurídica, editando li-vros como “Denúncia eQueixa-crime”, que trazum estudo da ação penale as suas modalidadepara inseri-las no respec-tivo contexto, uma análi-se das questões materiaise formais que suscintam,de forma a traduzir parao leitor as técnicas, par-ticularidades e nulidades que a doutrina e a ju-risprudência debateram e assentaram ao longodos anos. O apêndice compõe-se de jurispru-dência e modelos. A jurisprudência coletada eos temas específicos servem de subsídio aos maisexperientes e os modelos destinam-se aos maisnovos. Assim, a obra torna-se um instrumentode consulta para os mais experientes e um guiapara quem começa. 490 páginas.

6 PluralLIVROS

Sua participação é importante. Se você tiver um artigo sobre as áreas de atuação do Ministério Públicoou sugestões, entre em contato com a Escola. Endereço: R. Minas Gerais, 316, Higienópolis,

CEP 01244-010 - Telefone: 3017-7777. E-mail: [email protected].

LEMBRE-SE

A Revista Jurídica n. 1, ano 3, também chega às mãos dos membros do MPcom temas atuais e polêmicos: trata, por exemplo, da aproximação das ins-tâncias do MP e da reformulação das Procuradorias de Justiça (em artigo deOrlando Bastos Filho e Eduardo Martines Jr.), da responsabilidade criminaldo “homem de trás” das organizações criminosas (Arthur Pinto Lemos Jr.), daresponsabilidade civil das empresas fabricantes de cigarros (Guilherme Ferreirada Cruz), do tráfico de pessoas (Euclides Dâmaso Simões), do art. 28 doCPP (Sergio Demoro Hamilton), sobre as informações armazenadas pela ins-tituição bancária e o direito à intimidade do cliente (Têmis Limberger), e sobreo duplo grau de jurisdição e o foro por prerrogativa da função, em artigos deCarolina Alves de Souza Lima e Renato Flávio Marcão.

“Poluição eletromagnética- saúde pública, meio ambien-te, consumidor e cidadania:Impacto das radiações dasantenas e dos aparelhos ce-lulares” foi o tema desenvolvi-do no volume 6 do Caderno Ju-rídico da ESMP. Resultado dacompilação de artigos doutriná-rios escritos por especialistas dasáreas de saúde, direito, meioambiente e engenharia, o traba-lho teve ainda a participação ativada ABRADECEL (na coletâneados artigos e contatos com osseus autores) e da IMESP (co-editora), responsável pelo fotolito

e impressão. É mais uma obraque a Escola Superior do Minis-

tério Público do Estado de SãoPaulo finaliza, sempre visando o

aperfeiçoamento funcional e cul-tural dos membros do MP. Par-ticiparam da obra: Ana MariaMoreira Marchesan, Adilza Con-dessa Dode, Álvaro Augusto deAlmeida Sales, Cláudio Rodri-guez Fernández, Francisco deAssis Ferreira Tejo, Geila Ra-dunz Vieira, Ines Mattos, IvensLucio do Amaral Drumond, Gui-lherme Franco Netto, AndréFenner, Gisele Borghi Buller,Guilherme José Purvin deFigueiredo, Sérgio Koifman,Nicolina Silvana Romano -Lieber, Renato Rocha Lieber eVitor Baranauskas.

MAIS DUAS PUBLICAÇÕES DA ESCOLA CHEGAMÀS MÃOS DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Um seminário que reuniu especialistas de todo o Brasil noauditório da ESMP foi o ponto de partida para a edição

do Caderno Jurídico “Poluição Eletromagnética”.Confira também os temas da nova Revista Jurídica.

Plural 7ENTREVISTA

DEPUTADO MARTINS CARDOZO QUER MAIS PODERE ESTRUTURA PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO

Defensor ardoroso do papel que coube ao MP após a Constituição de 88,o deputado federal José Eduardo Martins Cardozo, presidente da

Comissão Especial de Reforma do Judiciário, acredita que a instituiçãosairá fortalecida das mudanças previstas para o Poder Judiciário.

Plural: O senhor poderia resu-mir os projetos em pauta noCongresso Nacional para areforma do Judiciário?Deputado José EduardoMartins Cardozo: Na verdade,quando falamos de reforma doPoder Judiciário, precisamos en-tender que essa reforma não é sódesse poder, mas sim de todo osistema de prestação jurisdicionaldo Estado brasileiro. É mais am-plo, é a reformulação de todo osistema e não só do órgão quepresta a atividade jurisdicional.Então, compreendemos três va-riantes nesse processo: primeiro,as mudanças constitucionais; se-gundo, as mudanças da legislaçãoinfraconstitucional – e aí entra o

Estatuto da Magistratura, a legis-lação processual penal, proces-sual civil, enfim, toda a legislaçãoinfraconstitucional referente ao

sistema de prestação jurisdi-cional. Depois, a parte da gestãopropriamente dita, ou seja, dagestão orgânica e funcional dasestruturas vinculadas à adminis-tração da Justiça. Na parte cons-titucional, temos uma emenda quetramitou por mais de uma déca-da na Câmara de Deputados, deautoria do atual vice-prefeito dacidade de São Paulo, Hélio Bicu-do, que há três anos foi aprova-da e está no Senado. Ela deve seraprovada – talvez, quando a ma-téria for publicada já tenha atésido -, de forma fatiada, ou seja,o Senado deve aprovar uma partedo que a Câmara dos Deputadosaprovou. E aquilo que for apro-vado pelo Senado de acordo com

o que a Câmara aprovou, é pro-mulgado e entra em vigor de ime-diato. O que o Senado alterar,volta para a Câmara. Estamos na

fase em que o Senado já votou,em primeira votação, o relatóriodo senador José Jorge, que man-tém algumas coisas da Câmara emodifica outras. A tendência doSenado é aprovar, em segundavotação, até o final do ano. Te-mos ainda o Estatuto da Magis-tratura, que estava sendo discu-tindo quando o Supremo Tribu-nal Federal o retirou (fomos in-formados pelos ministros do STFque, assim que a parte constitu-cional for aprovada, a propostado Estatuto da Magistratura serámandada de volta ao Senado; éuma proposta interessante, comreflexos também em outras car-reiras, como no próprio Ministé-rio Público, onde existe a idéia de

equiparação de situa-ções com o Judiciário);e temos também umasérie de projetos naparte processual. Háoito projetos em con-dições de votação naCâmara de Deputadosque alteram o Códigode Processo Penal; oGoverno já prometeumandar vários projetosque alteram a legislaçãoprocessual civil e um

deles nós já aprovamos na co-missão de reforma do Judiciá-rio, que é o que modifica o pro-cesso de execução por sentença

“A proposta do Estatuto daMagistratura é

interessante, com reflexostambém em outras

carreiras, como no próprioMinistério Público, onde

existe a idéia deequiparação de situações

com o Judiciário.”

8 PluralENTREVISTA

judicial do processo civil – nãoteremos mais dois processos dis-tintos, ou seja, o processo de exe-cução passa a ser uma continui-dade do processo de conheci-mento (é uma mudança que visaa agilização da justiça); além deoutros projetos que ainda discu-tiremos na área de acesso à justi-ça, sobre o problema da defen-soria pública e da advocacia pú-blica. Na parte da gestão, umaquestão chave e fundamental, em-bora não passe nem por emendaconstitucional nem por lei, é ainformatização do Poder Judiciá-rio. Há ainda o problema daadministração do Poder Judiciá-rio. Há a tese de que talvez fossecorreto o juiz ser libera-do das funções admi-nistrativas, de se criar acarreira específica deadministrador judiciáriopara que o juiz se dedi-que exclusivamente àatividade judicante.Plural: São muitospontos polêmicos emuitos anos de dis-cussão. A Comissãoque o senhor presideteve tempo suficientepara estudar todos esses pon-tos e chegar a um consenso?Deputado Martins Cardozo: Écurioso. Temos na comissão vá-rios aspectos de grande entendi-mento e de grandes divergênci-as. Em relação ao diagnóstico dosproblemas, tirando uma ou outrapincelada, todo mundo está deacordo. O problema está na de-finição dos remédios, onde a di-vergência é absolutamente total.Mas se não fizermos um pactocom todos os agentes envolvidos

nessa discussão, a tendência é ade que tudo fique emperrado.Temo que, tirando essa possibili-dade de o Senado aprovar agoraessa emenda constitucional, o res-to nada mais consiga a maioria noCongresso Nacional. Se enten-dermos que o que vai ser apro-vado é a reforma do Poder Judi-ciário, cometeremos um equívo-co gravíssimo. O que vai seraprovado no Senado é um passode uma série que precisamoscaminhar. Eu, inclusive, concordocom algumas coisas que serãoaprovadas no Senado e discordode outras. Algumas das mudançasvêm para o bem e outras, para omal. Por exemplo, sou favorável

ao controle externo da magistra-tura, mas sou radicalmente con-tra a súmula vinculante. Sejacomo for, para uma reforma doJudiciário há muito ainda a serfeito e só conseguiremos o restocom uma interlocução com aMagistratura, com o MinistérioPúblico, com os advogados, comtodos os chamados operadoresdo Direito para que efetivamenteconsigamos implementar algo queseja bom para o País. Mais ain-da: isso só será possível se as

carreiras abrirem mão do espíri-to corporativo para que possa-mos construir situações favorá-veis para a prestação da justiça.As pessoas têm que abrir mãode suas posições em favoreci-mento do todo.Plural: Desde que o governoLula assumiu, aconteceramvários episódios de divergên-cias entre os Poderes Execu-tivo e Judiciário. O senhorconsidera esse o melhor mo-mento para uma reforma doJudiciário?Deputado Martins Cardozo:Não há outro. O governo federalmostra uma enorme vontade deaprovar a reforma do Judiciário,

até criou uma secretaria especialpara isso. Boa parte das diver-gências decorre da necessidadede se mudar alguma coisa. Atéhoje não houve um governo quetratasse com prioridade o pro-blema da reforma do judiciárioe essa é uma das razões pelasquais as coisas não andaram noritmo que deveriam andar. É na-tural que, num processo de refor-mas, surjam turbulências, discus-sões, algumas com equívocos delado a lado, e, nesse processo de

“O que vai ser aprovado noSenado é um passo de uma série

que precisamos caminhar. Euconcordo com algumas coisasque serão aprovadas e discordo

de outras. Algumasdas mudanças vêm para obem e outras, para o mal.”

Plural 9ENTREVISTA

turbulências e discussões, equívo-cos da parte de alguns agentes doExecutivo e de outros do PoderJudiciário, que não perceberam

bem o papel que ocupam institu-cionalmente nesse processo dediscussão. A reforma é inadiável.Vai ser intolerável terminar maisquatro anos, mais uma legislatura,sem que nada ou muito poucoseja feito. A população terá o le-gítimo direito de nos cobrar comveemência se nada for feito.Plural: Aproveitando as mudan-ças que podem ocorrer no Ju-diciário, não seria oportuno ini-ciarmos também um debatesobre as funções do Executivo?Deputado Martins Cardozo: Odebate seria oportuno. Sou umdos grandes defensores da refor-ma administrativa. Embora sejagovernista e acredite no governoLula, acho que essa é uma parteque, infelizmente, está sendo co-locada em segundo plano. Defen-do a reforma administrativa e achoque o atual Poder Executivo de-veria se ocupar mais firmementepara fazer uma modificação daestrutura administrativa do esta-do brasileiro, que é ineficiente,pesada e pouco transparente.

Infelizmente, até agora minha voznão teve muito eco.Plural: O senhor consideraque essa pouca transparência

existe só no Executivo ou emtodos os poderes?Deputado Martins Cardozo:Em todos os poderes, inclusive noLegislativo. O Poder Legislativoé pouco transparente e tem prá-ticas absolutamente recriminá-veis e inaceitáveis, o que faz comque tenha um baixo nível delegitimação e de credibilidade pe-rante a população. Aliás, esse éum problema que o Poder Judi-ciário também tem hoje. As pes-quisas mostram que, no ponto devista de credibilidade perante apopulação, o Poder Judiciário sóperde para nós, do Poder Legis-lativo. Isso é grave. Acho que arecuperação da legitimidade doPoder Judiciário e também doPoder Legislativo, através de re-formulações, de políticas de mo-dernização, é indispensável para ademocracia brasileira. Não háDemocracia forte sem PoderLegislativo e Poder Judiciário le-gitimados perante os olhos da po-pulação. Quando eu presidia aCâmara Municipal de São Paulo,

a Câmara passava por uma dasmaiores crises de sua história. Ti-nha sido tomada por uma quadri-lha de vereadores que tentamos

combater (nãoconseguimos aca-bar com todos porcompleto). Umaquadrilha que acolocou comosímbolo nacionalde corrupção, defisiologismo e denegação da éticana política. Todo onosso trabalho napresidência daCâmara foi na linha

não só de fazer as coisas queacreditávamos que deveriam serfeitas como também no sentido derecuperar a credibilidade daque-le poder. Não conseguimos total-mente, mas acho que, em parte,sim. Por exemplo, abolir o votosecreto na Câmara foi um grandeavanço. Agora estamos tentandoabolir o voto secreto também naCâmara dos Deputados, sourelator da emenda constitucionalque tentará isso. Só assim é pos-sível restabelecer a transparênciae construir a credibilidade indis-pensável aos poderes para quetenhamos uma democracia está-vel, consolidada e respeitada.Plural: O controle externo daMagistratura é um dos pontosmais polêmicos da reforma.Como resolver essa questão:implantar o controle sem ferira democracia?Deputado Martins Cardozo:Não vejo nenhum problema coma democracia nesse controle ex-terno, muito pelo contrário. Re-cordo-me que a própria divisão

“O atual Poder Executivodeveria se ocupar mais

firmemente para fazer umamodificação da estruturaadministrativa do estado

brasileiro, que é ineficiente,pesada e pouco transparente.

Infelizmente, até agora minhavoz não teve muito eco.”

10 PluralENTREVISTA

na separação de poderes vem deuma premissa que foi colocadapor Montesquieu, que diz o se-guinte: “Todo homem que tem opoder tende a deleabusar.” E quando sefala em limite do po-der, não significaauto-limite do poder,mas limites extrínse-cos no próprio po-der, ou seja, a cren-ça no auto-limite dopoder é uma crençaque passa pelo peca-do mortal que é aidéia de que os ho-mens têm suficienteconsciência para selimitar no exercício do poder.Acho isso absolutamente equivo-cado; o limite tem que ser objeti-vo, colocado por algo que estáfora dele mesmo. O Poder Judi-ciário, da forma como se apre-senta no Brasil, submete-se aautocontrole. Podem dizer quenão, que é fiscalizado pelos Tri-bunais de Conta. Ora, nós sabe-mos o que são os Tribunais deConta, como atuam no Brasil, esabemos que a última palavra emrelação ao que o Tribunal de Con-tas diz sobre o Poder Judiciário édo próprio Poder Judiciário. Essaausência de limite objetivo extrín-seco ao poder é uma necessida-de democrática porque a preva-lência da vontade da maioria exi-ge limite ao poder para que opoder respeite a vontade da mai-oria. É nessa perspectiva o con-trole externo – e talvez até o nomecontrole externo não seja bomporque o que se propõe hoje é oConselho Nacional da Magistra-tura em que 50% dos membros

são do próprio Poder Judiciário.Um controle em que a sociedadese faz presente para colocar limi-tes extrínsecos ao Poder Judiciá-

rio me parece absolutamente ne-cessário para a afirmação do es-tado democrático. Não vejo pro-blema nem abalo nenhum nissoem relação à democracia, muitopelo contrário, isso vem a servi-ço da democracia e do respeitoda vontade da maioria. Outro dia,participando de um debate comum magistrado, ele me disse: “Eugostaria de ver se os senhores doLegislativo aceitariam um controleexterno. Gostaria de ver um par-lamentar que propusesse o con-trole externo do Legislativo”. E eufalei: “Então o senhor está vendoum. Quando eu era presidente daCâmara em São Paulo, propusque fosse formado no Legislativoum Conselho de Ética que fisca-lizasse os atos dos vereadores”.Plural: E passou?Deputado Martins Cardozo:Não. Perdi. Quando se julga in-frações disciplinares de parlamen-tares, o espírito corporativo pre-valece fortemente. Se não hou-ver fiscalização da sociedade, a

corporação se fecha e situaçõeslesivas, que ensejariam punição,acabam não sendo esclarecidas.Isso acontece em todas as

corporações: no Legislativo, Exe-cutivo e Judiciário. No Poder Ju-diciário temos visto que existemsanções disciplinares, é verdade,mas normalmente atingem o juizde primeira instância. Não vemossanções disciplinares aos mem-bros dos Tribunais Superiores.Será que os membros dos Tribu-nais Superiores não são falíveiscomo os outros? Não é isso. Éque o sistema é corporativo eimpede esse tipo de situaçãosancionatória. Há rumores de quemuitas vezes, quando alguém estáperto de uma sanção, acaba sen-do aconselhado a se aposentarpara que não sofra punição. Evi-dentemente, isso me parece mui-to nocivo. Por isso acho que emqualquer órgão corporativo o umcontrole extrínseco do poder secoloca como uma necessidadeimprescindível e inadiável.Plural: Na reforma, o Minis-tério Público também teria oseu Conselho Nacional para ocontrole externo?

“Se não houver fiscalizaçãoda sociedade, a corporação sefecha e situações lesivas, queensejariam punição, acabamnão sendo esclarecidas. Isso

acontece em todas ascorporações: no Legislativo,

Executivo e Judiciário.”

Plural 11ENTREVISTA

Deputado Martins Cardozo:Também. Aliás, o Ministério Pú-blico tem sido muito aberto nisso– meus aplausos para o Ministé-rio Público. As lideranças do MPdefendem abertamente o contro-le externo do Ministério Público,o que mostra um desprendimen-to corporativo e um arrojo quemerecem todos os aplausos.Plural: O senhor acredita quedesta vez a reforma sai mes-mo do papel, da forma queestá, e será exequível?Deputado Martins Cardozo:Não sei a forma como ela estáporque falta ainda muita coisapara ser colocada no papel. Doque pode ser aprovado na partefuncional, há coisas que me agra-dam e outras que me desagra-dam, mas é preferível a ação do

que a inércia. Pessoalmente, achoque as questões têm que ser apro-vadas nem que seja para depoisas revermos e as reformularmos.Repito: súmula vinculante, paramim, é um marco de aspecto no-civo no sistema jurisdicional bra-sileiro. Mas, seja como for, achoque aí vem um avanço e esperoque outras coisas mais sejam pro-duzidas, embora não saiba dizer

o resultado final disso. Esperoque seja para o bem.Plural: E quanto à súmulaimpeditiva...?Deputado Martins Cardozo:Sou favorável. Defendo a sú-mula impeditiva de recurso e souradicalmente contra a súmulavinculante.Plural: Não seria interessan-te abordar na reforma a exi-gência de requisito de capaci-tação para que promotor deJustiça exercesse cargos emvirtude de remoção ou promo-ção? Há promotores que assu-mem alguns cargos sem co-nhecimento pleno daquelaárea. Por exemplo, sai da áreacriminal e assume um cargo naPromotoria da Cidadania, saide uma área de família e vai

para uma área de falência, saida área do consumidor e vaipara a área do crime. Será queantes, como requisito paraessa remoção ou promoçãonão seria interessante um cur-so prévio de capacitação paraque ele fosse ao cargo, nãopara aprender no cargo, masjá ir com uma base do que eleprecisa para esse cargo?

Deputado Martins Cardozo:Não tenho a menor dúvida quesim. Depois da Constituição de1988, o Ministério Público pas-sou a ter uma gama de atribuiçõesmuito mais ampla do que antiga-mente. A sensação que tenho éde que antes desse alargamentodo papel do MP, o bom promo-tor público era aquele que conhe-cia bem o direito penal, o pro-cesso penal, o direito civil e o pro-cesso civil, com mais ênfase ain-da no processo penal e no direitopenal. Posteriormente, com o au-mento do nível de controle daAdministração Pública e do Po-der Judiciário, o promotor pas-sou a atuar em várias áreas queexigem conhecimentos especia-lizados. Teve que conhecer a Leide Responsabilidade Fiscal, o

Estatuto da Cidade,passou a ter que co-nhecer leis que definemo planejamento orça-mentário, como os pla-nos plurianuais, o pa-pel que isso tem nanossa normatividade;passou a ter que co-nhecer licitação... Ouniverso aumentoumuito e é impossíveluma pessoa ser prepa-rada em todas essas

áreas com o aprofundamento queefetivamente se exige para en-frentar essas questões. Então,acho a proposta muito saudável.É fundamental que se reforce otreinamento, a capacitação e areflexão do promotor de Justiçano desempenho de atividadesdessa natureza. Isso pode serperfeitamente discutido na refor-ma do Judiciário e tenho certeza,

“Meus aplausos para oMinistério Público. As

lideranças do MP defendemabertamente o controleexterno do Ministério

Público, o que mostra umdesprendimento corporativo e

um arrojo que merecemtodos os aplausos.”

12 PluralENTREVISTA

pelo que conheço das liderançasdo Ministério Público, que pro-postas como essa serão bemaceitas porque o MP sabe que alegitimidade que hoje ele tem nasociedade brasileira decor-re da competência com queseus membros atuam emcada um dos casos.Plural: Também não seriaimportante impor o requi-sito da capacitação deservidores para o iníciodo exercício de cargos noMinistério Público?Deputado Martins Car-dozo: Acho que sim. Aliás,esse não é um problema sódo Ministério Público, masde toda a administração pú-blica brasileira. Precisamosnos preocupar com a defi-ciência do servidor público.Hoje existem algumas vi-sões neoliberais que me as-sustam um pouco. É a idéiade se pensar a máquina ad-ministrativa com a ótica dainiciativa privada. Para mim,é o inverso. Temos que pensar amáquina administrativa com a óti-ca de que são pessoas que ser-vem o interesse público e, comotal, a sociedade tem o direito e odever de exigir que prestem umbom serviço. E para que prestemesse bom serviço, as pessoas têmque estar capacitadas, treinadas,bem-remuneradas, para que pos-sam ser cobradas no seu resulta-do final. De nada adianta exigireficiência sem se dar os meios.Aliás, é curioso: os movimentosde reivindicação têm sido justosem certo ponto porque pleiteiammais ganhos. Mas lamento que sópleiteiem mais ganhos e não

melhorias efetivas nas condiçõesfuncionais. Todas as negocia-ções que passam por greves, porreivindicações, se cingem à dis-cussão do quanto se ganha, das

vantagens pecuniárias, e esque-cem o lado da valorização profis-sional, indispensável, inclusive,para que as carreiras consigamuma legitimação social que lhespermita até fazer a greve e obtero respeito da sociedade. Acredi-to que haja um esquecimento des-se lado não só por parte daque-les que administram, mas por par-te daqueles que reivindicam.Plural: A própria sociedadecobra cada vez mais eficiência.Deputado Martins Cardozo:Exato. E se não avançarmos nes-sa perspectiva de construir servi-dores públicos estáveis, eficien-tes, empenhados, cada vez mais

crescerá a visão neoliberal de queo servidor público é nocivo, deque o Estado tem que ser míni-mo, de que, além de tudo isso,tem que acabar com a estabilida-

de para colocar para foraos ineficientes. Se não tiver-mos uma política de forta-lecimento, de preparação,de capacitação de pessoal,mostrando que a estabilida-de é um bem, necessáriapara um estado democráti-co, cada vez mais essa vi-são neoliberal vai penetrare teremos então uma invo-lução a pretexto de se fa-zer uma evolução. E já queestou dialogando com pes-soas do Ministério Público,quero acrescentar que émuito importante uma arti-culação social para defen-der o poder de investigaçãodo MP. Com regras, comregulamentação, com limi-tes. Um dos grandes malesdo Brasil é a corrupção.Cada vez me convenço

mais de que se não tivéssemoscorrupção no Brasil, teríamos ser-viços públicos mais eficientes,menos miséria, menos exclusãosocial. E creio que de 88 para cá,o que tem permitido o combate àcorrupção, o que tem permitidoque pessoas com o poder soframos constrangimentos de arcarcom os custos do que fizeram éexatamente a ação do MinistérioPúblico. O MP tem sido decisivonesses momentos. Portanto, achoindispensável uma articulação na-cional, que defenda, que dê sus-tentação ao poder de investiga-ção do Ministério Público, não sóagora, no momento em que se

“O MP sabe que alegitimidade que hoje ele

tem na sociedadebrasileira decorre dacompetência com que

seus membros atuam emcada um dos casos.”

Plural 13ENTREVISTA

discute isso no Supremo, masuma articulação perene. Não po-demos perder, de forma alguma,a conquista que temos desde 88de ter pessoas com garantias,com vitaliciedade, com indepen-dência, investigando o própriopoder. A decisão do Supremo édefinitiva do ponto de vista judi-cial. E sinto um clima muito des-favorável ao Ministério Público noCongresso Nacional, talvez porparte de pessoas que não têm cla-ro a sua importância – e as con-quistas que o MP trou-xe à sociedade brasilei-ra -, e muitas vezes queforam atingidas poruma ou outra investiga-ção. Seja pelo que for,é necessário que refor-cemos a articulação,que unamos as forçasdemocráticas na pers-pectiva de garantir queo MP continue tendopapel indispensável nocombate ao crime or-ganizado.Plural: A discussãonestes termos nãodeveria ser sobreuma regulamentaçãodo poder do Ministério Públi-co de investigar e não sobreum impedimento?Deputado Martins Cardozo: Éclaro! Nisso estamos até um pou-co atrasados, já deveria ter sidoregulamentado e inclusive aper-feiçoado em relação ao inquéritocivil também, para que a falta deregulamentação não sirva de pre-texto para o fim da prerrogativa.Às vezes, na Câmara dos Depu-tados, no Congresso Nacional,sinto um clima muito adverso. E

pensam que defendo o MP por-que minha mulher é promotora,porque dou aula na Escola dospromotores... Tem muita genteque acha até que sou promotorpúblico. Como sou procurador daprefeitura, as pessoas se confun-dem e acham que defendo o es-pírito corporativo. Outra coisaque precisamos pensar é em darmais estrutura para o MinistérioPúblico atuar nos casos de com-bate ao crime organizado. Não sócapacitação, mas peritos, estru-

turas que permitam fazer a apu-ração. Quantas vezes, em casosque denunciamos, esbarramosnisso... Os advogados de gran-des envolvidos têm peritos, assis-tentes técnicos. O MP, às vezes,não tem nada confiável para fa-zer uma investigação técnica. Nósvimos isso e é no mínimo curioso:o Estado tendo menos estruturaque o bandido particular parapoder produzir prova.Plural: Na questão de lava-gem de dinheiro, por exemplo,

hoje se afirma que 50% é pro-veniente de corrupção.Deputado Martins Cardozo: Éverdade. O crime organizado sófloresce quando a estrutura doEstado é permeável à corrupção.O crime organizado existe ondehá corrupção. Essa sistemáticanós temos que pegar de frente. Acorrupção é como um câncer,que vai crescendo, crescendo...Você corta aqui um pedacinho,mas ele continua crescendo até ametástase. Ou reforçamos o nos-

so time de combate à corrupção,passando por um reforço institu-cional fundamental ao MinistérioPúblico no enfrentamento, ou te-remos graves problemas em cur-to espaço de tempo na questãonacional, como já acontece emoutros países vizinhos nossos.Plural – O que o senhor tem adizer sobre a Lei da Mordaça?Deputado Martins Cardozo:Sou radicalmente contra. Tenhome batido com pessoas até domeu campo ideológico, que a

“Sinto um clima muitodesfavorável ao Ministério Públicono Congresso Nacional, talvez porparte de pessoas que não têm claroa sua importância – e asconquistas que o MP trouxe àsociedade brasileira -, e muitasvezes que foram atingidas por umaou outra investigação. Seja peloque for, é necessário quereforcemos a articulação, que unamos as forças democráticasna perspectiva de garantir que o Ministério Público continuetendo papel indispensável no combate ao crime organizado.”

14 PluralENTREVISTA

“Quero colocar a questãoda estrutura do MP em

discussão na reforma doJudiciário. Quero discutirquestões que permitam ao

promotor de Justiça terestrutura para o

enfrentamento do crimeorganizado.”

Eleito deputado federal pelo PT em 2002, com303.025 votos, José Eduardo Cardozo 45 anos,casado com uma promotora de Justiça, é profes-sor de Direito Administrativo e Filosofia de Direi-to da PUC/SP, do Complexo Jurídico Damásiode Jesus e da Escola Siperior do Ministério Públi-co de São Paulo. Mestre e Doutorando em Direi-to, é advogado e procurador do município de SãoPaulo desde 82. Foi chefe da Assessoria Jurídicada Secretaria dos Negócios Jurídicos do municí-pio de São Paulo (87), Secretário de Governo domunicípio de São Paulo (89 a 92) e chefe de ga-binete da antiga Secretaria da Administração Fe-deral da Presidência da República (93).

Foi vereador de 95 a 2003, sendo reeleito em2000 com 229.494 votos - a maior votação obti-da por um vereador na história do país. Em 2001,foi presidente da Câmara Municipal e o principalresponsável pela extinção do voto secreto em to-das as deliberações. Por sua atuação, recebeu oprêmio PNBE (Pensamento Nacional das BasesEmpresariais) de Cidadania como Político de Des-taque em 2001.

Em 95, foi presidente da CPI dos Ambulan-tes, que apurou denúncias de irregularidades jun-to ao comércio ambulante em São Paulo e culmi-nou com a denúncia criminal feita pelo MP con-tra 29 pessoas envolvidas em esquemas decorrupção. Em 99, presidiu a CPI da Máfia dosFiscais, que apurou irregularidades de servidorespúblicos, particulares e agentes políticos em ati-vidades de fiscalização, cessão e licenciamentoem São Paulo. Em 90 dias de trabalho, essa CPIpropôs a cassação do mandato de três vereado-res e de um deputado estadual, que era vereadorna época das irregularidades. Dois vereadoresforam cassados pela Câmara e o deputado, pelaAssembléia Legislativa de São Paulo.

Cardozo iniciou seu mandato na Câmara dosDeputados em fevereiro de 2003. Foi eleito paraa Comissão de Constituição e Justiça e de Reda-ção e para a Comissão de Economia, Indústria,Comércio e Turismo. É integrante da Comissãode Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) epresidente da Comissão Especial da Reforma doJudiciário. É também suplente da Comissão deTrabalho Administração e Serviço Público, em queatua como relator de vários projetos.

BIOGRAFIAdefendem. Acho absolutamente inaceitável. É evi-dente que, às vezes, promotores públicos cometemabusos. Mas há parlamentares que cometem abu-sos, há jornalistas que cometem abusos, e os abu-sos têm que ser reprimidos sim, as pessoas têm queser punidas, mas não castrando-se a liberdade defalar, a liberdade de expressão.Plural: Há chance de o Ministério Público sairmais forte dessa reforma do Judiciário?Deputado Martins Cardoso: Quero colocar aquestão da estrutura do MP em discussão na refor-ma do Judiciário. Quero discutir questões que per-mitam ao promotor ter estrutura para o enfrentamentodo crime organizado. Recentemente, vi uma forçatarefa feita para a investigação de desvios de recur-so, de corrupção, do sistema de saúde. É impressio-nante o resultado que uma força-tarefa, com a pou-ca estrutura que tem, só pelo fato de ter juntado di-versas pessoas, conseguiu. São coisas que resulta-

ram da inte-gração das má-quinas adminis-trativas. Se ti-vermos sempreisso, o nossoêxito será rápi-do. E tem queser porque ca-da vez mais obandido estáse infiltrandoem nossas ins-tituições. Aspessoas aindanão se deramconta, mas acada dia, cadavez mais, te-mos o crimeevoluindo emnossas institui-ções, tendo

braços dentro delas. E se a vontade política deenfrentamento surgir de forma tardia, não conse-guiremos mais cortar esses braços. Sou favorávelao lançamento de um grande programa nacional decombate à corrupção.

Plural 15EVENTOS

Realizado nos dias 30 e 31 deagosto de 2004, o seminário “Di-reito Penal e Processual PenalMilitar” atraiu a atenção de maisde 500 pessoas que lotaram asdependências do auditório da As-sociação “Soka Gakkai Interna-cional”. O evento foi uma promo-ção da Escola Superior do Mi-nistério Público do Estado deSão Paulo, em conjunto com aCorregedoria da Polícia Militardo Estado de São Paulo, e como patrocínio da Nossa Caixa.

O primeiro tema, “da JustiçaMilitar em 2.ª Instância”, teve ojuiz presidente do Tribunal de Jus-tiça Militar de São Paulo, Paulo

Antonio Prazac, como pales-trante; “Da Justiça Militar em 1.ªInstância” foi o tema principal dojuiz auditor da 3.ª Auditoria Mili-tar de São Paulo Enio LuizRossetto, do coronel PM JairoPaes de Lira, do juiz auditor da4.ª Auditoria Militar de São Pau-lo José Alvaro Machado Mar-ques e do capitão PM Reinaldo

Zychan de Moraes. Jorge Césarde Assis, promotor de JustiçaMilitar da União e Lauro EscobarRibeiro Jr., juiz auditor da 2.ª Au-ditoria Militar de São Paulo, fa-laram sobre “Crime Militar e Cri-me Comum: Conceitos e diferen-ças”; Luiz Alberto Moro Caval-cante, juiz auditor das ExecuçõesPenais, e o tenente coronel PM

Abertura doseminário, quecontou com apresença de váriasautoridades doMinistério Públicoe da Corregedoriada Polícia Militarde São Paulo.

Um seminário com dois dias de duração, 30 e 31 de agosto,na Associação “Brasil Soka Gakkai Internacional”, na rua Tamandaré,

na Liberdade, reuniu mais de 500 pessoas para tratar sobreo direito penal e o direito processual militar.

DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL MILITARREÚNE PMs E PROMOTORES NA LIBERDADE

16 PluralEVENTOS

Ararigbóia Delecródio, diretor dopresídio militar “Romão Gomes”,palestraram sobre “Da Execuçãoda Pena na Justiça Militar Esta-dual”; Péricles Aurélio Lima deQueiroz, sub-procurador geral daJustiça Militar da União, e Gilber-to Nonaka, promotor de Justiça,foram os palestrantes do tema“Do Inquérito Policial Militar e daPolícia Judiciária Militar”; e Mar-cos Ideki Ihara, promotor de Jus-tiça, e Waldir Calciolari, juiz de

Direito, encerraram o primeiro diade palestras com o tema “DosCrimes Dolosos contra a Vidapraticados por Policiais Militares.

SEGUNDO DIA

No reinício dos trabalhos, nodia 31, “Absolvição Criminal ea Reintegração do Policial Mili-tar: Efeitos e Conseqüências Ju-rídicas” foi o tema dos pales-trantes Paulo Tadeu RodriguesRosa, juiz auditor substituto res-pondendo pela 2.ª AuditoriaMilitar do Estado de Minas Ge-rais, e do capitão PM MarcelinoFernandes da Silva.

“Sanção Administrativa ex-clusiva na Organização PolicialMilitar - Visão Institucional”

mereceu a atenção do coronelPM Celso carlos de Camargo,secretário chefe da Casa Militardo Estado de São Paulo; sendoseguido por Evanir Ferreiracastilho, juiz civil do tribunal deJustiça Militar de São Paulo, ePedro falabella Tavares de Lima,procurador de Justiça, com otema “Da perda do Posto e daPatente e da Graduação de Po-liciais Militares”.

Ronaldo João Roth, juiz audi-tor da 1.ª Auditoria Mi-litar de São Paulo, e otenente PM CíceroRobson Coimbra Ne-ves trataram sobre “DaDeserção: AspectosPenais, Pro-cessuais eAdministra-tivos”.

O últimotema do se-minário, de-

senvolvido pelo promo-tor de Justiça CésarDario Mariano da Sil-va, foi “Da Participação

do MinistérioPúblico naInvestigaçãoPenal Militar”.

O eventoteve a coor-denação geraldo procura-dor de Justiça Luís Daniel Perei-ra Cintra, diretor da ESMP, e docoronel PM Paulo Cesar Máxi-mo, corregedor da Polícia Mili-tar de São Paulo, e destinou-seaos membros do Ministério Pú-blico, da Magistratura, integran-tes da Polícia Militar, estagiáriose servidores do Ministério Públi-co e da Justiça Militar e demaisoperadores do Direito.

Plural 17EVENTOS

“POLUIÇÃO ELETROMAGNÉTICA” PREOCUPAE LOTA AUDITÓRIO DA ESPM POR TRÊS DIASProcuradores, promotores, políticos, representantes de associações

de bairros, estagiários e servidores do Ministério Públicoformaram o eclético público reunido nos dias 28, 29 e 30 de julho

no auditório da ESMP para escutar os especialistas em saúde pública,meio ambiente, consumidor e cidadania falarem sobre o impacto

das radiações das antenas e aparelhos celulares.

Duas mesas de abertura das palestra, nos segundo e terceiro dias do seminário sobre poluição eletromagnética.

O tema (que acabou se transformando em um dos CadernosJurídicos da ESMP), polêmico, pôde ser desenvolvido em três diasde seminário, no auditório “Julio Fabbrini Mirabete”, graças à coo-peração da Associação Brasileira de Defesa dosMoradores e Usuários Intranquilos com Equi-pamentos de Telecomunicação Celular -Abradecel, no contato com os palestrantes.

Dividido em sub-temas, o seminário atraiu gran-de atenção ao tratar da Fenomenologiado Desastre Tecnológico e o Princípioda Precaução; dos Aspectos Técnico-científicos da Poluição eletromagnéticaDecorrente da Prestação do Serviço deTelefonia Móvel (celular); das Radiaçõesdas Antenas e dos Aparelhos Celularese Riscos à Saúde Humana: AspectosMédicos e Biológicos; e da Atuação doMinistério Público na Defesa do MeioAmbiente, do Consumidor e da SaúdePública em Face da Poluição Eletro-magnética, em palestras proferidas porespecialistas (promotores, médicos eengenheiros) de todo o Brasil.

18 PluralEVENTOS

Biodireito no Plano Constitucional: 3 de setembro, noauditório “Julio Fabbrini Mirabete”

Comunicação - Instrumento de Apresentação Pessoal eProfissional, 17 de setembro, no auditório do 2.º andar.

Limites ePoderes do MPna Investigação

Criminal, na Barra

Funda, dia 13de agosto.

UM TRIMESTRE MOVIMENTADO NA ESMP.CONFIRA ALGUNS MOMENTOS REGISTRADOS .

Mediação:ModernoMétodo de

Resolução deConflitos - Uma

Visão Geral:31 de agosto,no auditóriodo 2.º andar.

Justiça Criminal em Tempos de Terror, dia 5 de outubro, no térreo.

Plural 19ESTAGIÁRIOS

A CHANCE DE SOMAR HORAS DE ESTÁGIOAPRENDENDO COM ESPECIALISTAS

A Promotoria deJustiça no JuizadoEspecial Criminal:10 de setembro, compalestras de AntonioNobre Folgado, FábioRamazzini Becharae Virgílio AntonioFerraz do Amaral.

O Estatuto doDesarmamento e aNova Lei de Tóxicos,no dia 24 desetembro: CesarDario Mariano daSilva e Maria LetíciaRocha Ferreira deMendonça doAmaral Souza.

Lei das ExecuçõesPenais e ReparaçãoCivil Ex Delicto, no dia1.º de outubro: comMaria Amélia NardyPereira, Maria GoretePimentel Marques eMonica MagarinosTorralbo Gimenez.

Sexta sim, sexta não, durante todo o ano de 2004, o estagiáriodo Ministério Público teve a vantagem de somar horas

em seu estágio ao mesmo tempo em que aprendesobre os temas mais polêmicos do Direito.

Direito de Família noNovo Código Civil,com OswaldoPeregrina Rodrigues,e o DireitoSucessório no NovoCódigo Civil, comFlávia HelenaGonçalves Teixeira eTerezinha AparecidaRocha, no dia8 de outubro.

20 Plural

SEMINÁRIO NA ESMP PARA COMEMORAR OCINQÜENTENÁRIO DA CORREGEDORIA DO MP

Na manhã de 1.º de setembro, a Escola esteve em festapara o seminário que marcou o cinquentenário daCorregedoria do Ministério Público de São Paulo.

Das 8h45 ao meio-dia de 1.º de setembro, o auditório da ESMP no 2.º andar do prédio da Rua MinasGerais foi palco de três palestras em homenagem ao cinqüentenário da Corregedoria do Ministério Públi-co de São Paulo. A primeira exposição foi de Arthur Cogan, procurador de Justiça aposentado, com otema “Corregedoria Geral do Ministério Público: Origem e Evolução Histórica; Jacqueline FagundesRosenfeld, presidente do Conselho Nacional dos Corregedores Gerais do Ministério Público dos Esta-dos e da União, discorreu sobre a “Atuação da Corregedoria Geral do Ministério Público e sua relevânciapara o Aperfeiçoamento Funcional”; seguida por Carlos Henrique Mund, corregedor-geral do MinistérioPúblico de São Paulo, com a palestra “Corregedoria do Ministério Público: Perspectivas Institucionais noSéculo XXI”. O evento teve coordenação geral de Carlos Henrique Mund e Luís Daniel Pereira Cintra,procurador de Justiça e diretor da Escola Superior do Ministério Público, com apoio da AssociaçãoPaulista do Ministério Público e da Nossa Caixa.

Autoridades do MPmarcaram presença

no seminário emcomemoração aocinqüentenário daCorregedoria. Aabertura foi do

procurador-geralRodrigo CésarRebello Pinho.

20 PluralHOMENAGEM