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CINTIA LEDERER A INCIDENCIA DE FUMO PASSIVO E FREQUENCIA EM CRECHE COMO FATORES PREDISPONENTES PARA INFECcOES RESPIRATORIAS EM CRrANCAS DE 0 A 2 ANOS Monografiaapresentadapara obten~ao do titulo de Especialista em Fisioterapia Cardiorespiratoria do Curso de Especializa~ao em Fisioterapia Cardiorespiratoria, Setor de Ciencias da Saude, Universidade Tuiuti do Parana. Orientador: Prof. Esperidiao Elias Aquim CURITlBA 2002 r v , \

CINTIA LEDERER AINCIDENCIA DE FUMO PASSIVO E …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/04/A-INCIDENCIA-DE-FUMO-PASSIVO-E... · 2.1 1.2Vias aereas condutoras As grandes vias aereas condutoras

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CINTIA LEDERER

A INCIDENCIA DE FUMO PASSIVO E FREQUENCIA EM CRECHE COMO

FATORES PREDISPONENTES PARA INFECcOES RESPIRATORIAS EM

CRrANCAS DE 0 A 2 ANOS

Monografia apresentadapara obten~aodo titulo de Especialista em FisioterapiaCardiorespiratoria do Curso deEspecializa~ao em FisioterapiaCardiorespiratoria, Setor de Ciencias daSaude, Universidade Tuiuti do Parana.

Orientador: Prof. Esperidiao EliasAquim

CURITlBA

2002

rv ,\

SUMARIO

LlSTA DE GRAFICOS ...

RESUMO ..

IINTRODUI;:AO ...

..... iv

. 01

2 REVISAO DE L1TERATURA...... . 04

2.1 DIFERENC;AS ANA TOMJCAS E F1SIOLOOICAS ENTRE OS LACTENTES, AS

CRlANC;AS E OS ADULTOS.. . 04

2.1.1 Diferenyas anatomicas ..

2.1.1.1 Cabe'Ja c vias acrcas supcriorcs ...

2.1.1.2 Vias acrcas condutorns ..

2.1.1.3 Parcdc c musculaturu tordcica ..

. 04

. 04

. 05

. 05

2.1.2 Difcrcnyas fisio16gicas 06

2.1.2.1 Contrale da rcspirarrilo 06

2.1.2.2 Metabolismo C IIcccssidlldcs ventilatorias 06

2.1.2.3 Mccanica da rcspirar.:HO.. . 07

2.2 TABAGISMO ...

2.3CRECI-iES ...

2.4 INFECC;OES RESPIRA T6R1AS ..

. 07

. 11

. 12

2.4.1 Traqueobronquite 12

2.4.2 Broncopncumonia .

2.4.3 Bere Chindor ..

. 13

. 13

. 142.4.4 Bronquiolitc ..

2.4.5lnfcc(joes de vias m!rcas supcriorc (IVAS) .. . 14

2.4.5.1 Sinusitcs 14

2.4.5.2 Faringites... . 15

2.4.5.3 Laringitcs . 15

3 MATERIAlS E METODOS.. . 16

4 RESULTADOS E DISUSSOES 17

5 CONCLUSAO ... . 22

REFERENCIAS 23

APENDlCE ... . 26

iii

RESUMO

Um dos maiores problemas de saude publica dos tempos atu3is e 0 tabagismo, queconstitui lim risco adicional it sociedade em virtude do grande numero de pessoasatingidas direta au indiretamente pelo fumo, incluindo·se aqui as crian~as, que sempader escolhcr acabam se tamanda fumantcs passivos compuls6rios. Com asll1odifica~5es s6cio-econ6micas e comportamentais na sociedade capitalisla como urntodo, a muIher conquistou por direito ou l1cccssidade sua lutar no campo de trabaUl0,deixando sellS filhos aos cuidados de terceiros, as chamadas creches, onde estascriany3S sao cuidadas jlUltamcnte com outras, favorecendo as infecyocs,principalmcnte as respiratorias. A prescnte pcsquisa trata-se de W1l3 coleta de dadesrealizada atravcs de um qucstionario aos pais au responsaveis da crianya, sendo que aamostra roi composta por 49 criany3s de 0 a 2 anos em tratamento no setor defisiolerapia respiratoria do Centro de Pedialria do Vale do Itajai (CPV\), no periodo damanha. Como resultado desta pesquisa constatou-se que a freqiiencia em creche e 0fumo passivo sao [atores predisponentes a infecyoes respiratorias em crianyas de 0 a 2aIlOS de idade, sendo que a patologia mais encontrada nesta populayiio foi atraqucobronquite.

PALA VRAS-CHA VE: fumo passivo, freqticncia em creche, infee90es respiralorias.

I INTRODU<;:AO

Nas ultimas decadas, 0 Brasil assim como 0 conjunto da sociedade ocidental

capitalista tem sofrido profundas transforma~6es s6cio~economicas e culturais. as

quais tern provocado uma crescente incorpora9ao da mulher no mercado de trabalho.

Este fato decorre, fundamentahnente da necessidade de a mulher contribuir com 0

sustento financeiro da familia, atem da presen~a de discursos socia is, que veiculam

valores universalistas, igualitarios e de direito de realiza<;:aoprofissional pela muther.

Paralela e intrinsecamente ligadas a essas transformay5es, tern ocorrido alterayoes na

estTutura familiar, com uma diminuiyao no numero de seus elementos e um maior

distanciamento fisico e psicol6gico entre os membras da familia (AMORIM e

ROSSETI-FERREIRA, 1999). Desse modo, a saida da mulher/mae para trabalhar fora

de casa tern impclido a familia a procurar soluQoes alternativas e complementares para

o cuidado e educa<;:aodos flIhos, tanto no ambiente domestico (avos, babas) como em

instituic;oes (escolinhas, ben;arios e creches).

Segundo AMORIM e ROSSETI-FERREIRA (1999), verifica-se que, nos

Estados Unidos, na decada de 80 0 segmento de mulheres trabalhadoras que mais

cresceu foi 0 de maes com filhos menores de tTes anos; em 1976, 35% delas

trabalhavam e em 1985, esta porcentagem atingiu 53%. Alcm disto 0 tempo de retorno

ao ernprego apos 0 nascimcnto dos filhos vern tambem diminuindo: em 1960, 33%

levaram cinco anos para 0 retorno ao trabalho, em 1980 verificou-se que 53% das

mulheres levaram 12 meses para retomar ao trabalho. A expectativa na dccada de 90

fai de que 70% das mulheres atuantes na forQado trabalho estejam a anos de cuidados

de bebes e 80% delas deverao ter filhos enquanto trabalham.

Esse movimento e verificado no Brasil, onde na decada de 70 a pn!-escola

atendia a 4% das crianyas entre quatro e seis anos nas regioes rnetropolitanas; ja na

decada de 80, verificou-se que 45% das crianyas tinharn experenciado

cuidado/educayao cornpartilhado entre casa e equipamento coletivo. Observa-se, desta

forma, acelerado crescimento na insen;ao de crianyas em instituiyoes de cuidado

coletivo. Entretanto, a fonna de encarar 0 cuidado da crianya, nesses arnbientes, tern se

mostrado controvcrso na litcrahlra medica, que frisa 0 alto risco de adoecimento das

eri.n9's (AMORJM e ROSSETI-FERREIRA, 1999)

Segundo DEL CIAMPO, ALMEIDA e RJCCO (1999), urn dos maiores

problemas de saude publica dos tempos atuais e 0 tabagismo, que a despeito de causar

enormes danos aos [umantes, como diversos tipos de cancer, doenC;3s

cardiovasculares, bronquite, enfisema e morte sub ita, ainda constitui urn risco

adicional a sociedade em virtude do grande numcro de pessoas atingidas direta ou

indirctamente pelo furno, inc1uindo-se aqui as crianc;as, que sem poder escolher

acabam se tornando fumantes passivos compulsorios. Entre as doenc;as que 0 cigarro

causa podemos citar: bronquite, enfisema, problemas cardiovasculares e nas crianc;as:

traqueobronquites, pneumonias e asma.

Alem dos milhoes de fumantes existentes no mundo todo, uma parcela maior da

populac;ao encontra-se na condiC;8o de fumante passivD, inalando ou expondo-se as

centenas de substancias produzidas pela queima do cigarro.

A Organiza9ao Mundi.1 da Saude estima que ate 0 ano de 2020, oeOITerao 10

milhoes de mortes por ano, no mundo todo, devido ao tabagismo. No ano de 1995,

quase 5 milhoes de pessoas com idade entre 0 e 17 anos morreram devido a causas

relacionadas com 0 cigarro. Nos Estados Unidos, considerando as crianc;as menores de

5 anos de idade, 0 tabagismo passivo mata mais que todas as causas de mortes nao

inteneionais assoeiadas (DEL CIAMPO, ALMEIDA e RICCO, 1999).

A partir das considerac;oes expostas acima, justifica-se a realiza<;ao desta

pesquisa por haver urn grande numero de pacientes pediMricos com problemas

respiratorios, muitas vezes de repeti<;3o, como por exemplo, traqueobronquites,

pneumonias, broncopneumonias, etc, entaD houve urn interesse em detectar os fatores

predisponentes para estes problemas, e verificar se quando presentes, 0 numero de

repetic;oes respirat6rias estao dentro da media das crian<;as sem fatores morbidos,

podendo com este trabalho orientar melhor os pais ou responsaveis da crial1<;apara dar

uma melhor quaJidade de vida para estas crian<;as.

Com as modifica<;oes socio-econ6micas e comportamentais na sociedade

capitalista como urn todo, a mulher conquistou por direito ou necessidade sua lutar no

campo de trabalho em industrias, comercio, saude, profissionais liberais e etc,

deixando seus filhos aos cuidados de terceiros, as chamadas creches, onde outras

criaJ1(;as divididas por faixas etarias sao cuidadas. Estas crianr;as ficam cedo aos

cuidados de terceiros e juntamente com outras criam;as, favorecendo as infecvoes

principalmente as respiratorias. Fora isto, 0 cigarro ganha mais adeptos a cad a ano,

embora seja bern documentado e alardeado seu maleficio. 0 fumante nilo prejudica s6

a si, mas tambem as pessoas ao seu redor, 0 fumante passivo. As crianr;as sao as

vitimas mais inocentes, sem poder reagir, inalam a fumar;a do ambiente onde vivem.

o presente trabalho apresenta como objetivo geral verificar a incidencia de

freqOencia em creche e 0 fume passivo como fatores predisponentes a infecvoes

respiratorias em crianr;as de 0 a 2 anos. Este objetivo geral pode ser subdividido em 3

partes: a primeira, em que se objetiva verificar a incidencia de freqOencia em creche

das crianr;as em estudo, a segunda parte, em que se objetiva verificar a incidencia do

fumo passiv~ das crianr;3s em estudo, e a terceira e tiltima parte, em que se objetiva

verificar quantas crianc;as possuem urn ou dois fatores presentes e quantas nao

possuem nenhum fator presente~ e como objetivo especifico verificar qual a patologia

mais encontrada nesta clientela.

2 REVISAO DE LITERATURA

2.1 DfFERENCAS ANATOMICAS E FISIOL6GICAS ENTRE OS LACTENTES,

AS CRIANCAS E OS ADULTOS

2.1. I DiferenC;3s anatomicas

2.1.1 I Cabe<;ae vias aereas superiores

Em rela,~o ao corpo, a cabe,a de urn lactente e maior do que a de urn adulto. 0

peso da cabey3 pade causar flexao aguda da coluna cervical nos lactentes com tonus

muscular ruim. A flexilo cervical do lactente provoca obstruc;ao aguda das vias aereas.

As passagens nasais do lactente sao proporcionairnente menores do que as do adulto, 0

que toma a intubacrao nasal mais difkil e arriscada. Alem disso. a mandibula do

lactente e muito mais arredondada e a lingua e muito maior em reiac;ao a cavidade oral.

Isto aumenta a possihilidade de obstrucrao das vias aereas com a perda do tonus

muscular (SCANLAN, WILKJNS e STOLLER, 2000).

A maioria dos lactentes respira exclusivamente atraves do nariz ate

aproxirnadarnente 6 rneses de idade. No entanto, 30% a 40% dos neonatos, algumas

vezes, respirarn atraves da boca, tanto espontanearnente quanto em resposta a oclusao

nasal. A medida que os lactentes normais amadurecern, eles tambem apresentam mais

respira<;:aooral, especial mente quando ha obstru~ao nasal prcsente. A 10caJiza<;:aoda

faringe de urn lactente no pescotyo e mais alta do que nos allOS seguintes. com a glote

localizada entre C3 e C4 e e mais afunilada do que a de urn adulto. Por essa razao, a

passagem mais estreita e atraves da cartilagem cric6ide, ao inves de ser na glote, como

no adulto (SCANLAN, WTLKTNSe STOLLER, 2000).

A epiglote do lactente e mais longa e menos fiexlvel do que a do adulto e esta

localizada mais alta e numa posi<;:aomais horizontal. Uma laringe alta, que pennite

que 0 recem nascido respire e degluta simultaneamente ate aproximadamente 3 a 4

meses de idade. A posi,~o alta da laringe e a resistencia relativamente baixa da

passagem aerea nasal contribuem para a possibilidade do neonato respirar

exciusivamente pelo nariz (IRWIN, 1994).

2.1 1.2 Vias aereas condutoras

As grandes vias aereas condutoras do lactente sao mais curtas e rnais estreitas

do que as do adulto. Com as vias aereas menores, 0 espac;o morto anat6rnico do

nconato e proporcionalmente rnenor do que 0 do adulto. as br6nquios principais saern

da traqueia do lactente em angulos menos agudos do que no adulto, particulannente it

direita. No entanto, como nos adultos, 0 bronquio principal direito do lactente ainda

estil mais em Iinha com a traqueia do que a esquerdo (SCANLAN, WLLKlNS e

STOLLER, 2000).

Recem-nascidos apresentam pequenos numeros de canais para ventilaC;ao

colateral (poros de Kahn e canais de Lambert) (IRWIN, 1994).

a recern-nascido tern aproximadamente urn vinte avos da arca da superficie

alveolar do adulto. A multiplicaC;ao alveolar e nipida no primeiro ano de vida e

continua ate aproximadamente 8 anos de idade. A capacidade dos lactelltes de

aumentar os alveolos e protetora. a diametro das vias aereas e 0 suporte estrutural sao

reduzidos em lactentes e crianc;as e, portanto as chances de colapso das vias aereas

aumentam (IRWIN, 1994).

A estrutura da parede bronquica da crianya e diferente do que do adullo. A

cartilagem e menos finne e ha proporcionalmellte mais glandulas mucosas. Estes dois

fatores predispocm a obstrw;:ao e ao colapso das vias aereas (BUENO, 1995).

2.1 1.3 Parede e musculatura tonicica

A caixa tonkica do neonato e composta principalmente de cartilagem e ealtamente complacente. Ao contrario do adulto, os musculos toracicos do lactente sao

imaturos, fornecendo pouco suporte estrutural ou ventilat6rio. Alem disso, a caixa

toracica do lactente e mais semelhante a uma caixa, com as costelas horizontalizadas.

a diafragma do lactente se move sobretudo para cima e para baixo, tendo pouco efeito

sabre as dimensoes laterais do t6rax. As visceras abdominais proporcionaimente

maiores restringem seu movimento vertical (SCANLAN, WILKINS e STOLLER,

2000)

2.1.2 Diferen9as fisiologicas

2.1.2.1 Controle da respira9ilo

Os neonatos, especiaimente os prematuros, apresentam periodos freqlientes e

curtos de apneia e de reSpiray30 peri6dica. A respiral(ao peri6dica e caracterizada por

perfodos curtos de cessac;:ao da respira9ao, e as crises apneicas, usual mente, sao

period os mais longos de cess3<;:ao da respirac;:ao e que podem ser acompanhados por

bradicardia. Os epis6dios de apneia ocorrem mais frequentemente durante 0 sono ou

alimenta9ilo oral (SCANLAN, WILKINS e STOLLER, 2000).

Neonatos normalmente apresentam padroes respirat6rios irregu\ares (quanta

mais imaturo 0 recem nascido, mais irregular 0 padrao respiratorio). Apresentam

devido a isso apneia. 0 aumento da ventilac;:ao e a melhora da oxigenac;ao podem

resultar na redu9ao da apneia na posi9ilo prona em prematuros (IRWIN, 1994).

Tanto os neonatos prernaturos quanta os a teona exibem uma resposta

paradoxal a hipoxemia. Urn neonate exposto a uma hipoxcmia severa responde com

um periodo curto de hiperventila9ao seguido por apneia. A depressao do SNC e a

melhor explica9ao deste fenomeno (SCANLAN, WILKINS e STOLLER, 2000).

2.1.2.2 Metabolismo c necessidades ventilat6rias

A taxa metabolica basal de urn neonata a termo de 3 Kg e de aproximadamente

2 KcalfKgIh, quase 0 dobro da taxa de um adulto. Isto significa que 0 consumo de 0, e

a produ9ilo de CO, pelo lactente tambem sao duas vezes maiores do que os do adulto.

Esta taxa metabolica elevada demanda 0 dobro de ventila9ao por minuto (VE) por

quilograma, quando comparado com 0 adulto. Quando ajustado ao peso corp6reo, 0

volume corrente do laetentc e aproximadamente 0 mesmo que 0 do adulto (6 a 7

ml/Kg). Par essa razao, para atingir a sua maior demand a ventilat6ria 0 lactente deve

aumcntar sua freqOencia respiratoria, para uma media de 30 a 40 respirac;oes/min. Par

(!+ ?J,'"amp3')~

sua vez, esta freqoeneia respiratoriaelevada desperdi\ia mais ventila\iao par minuto do

que no adulto (SCANLAN, WILKINS e STOLLER, 2000).

2.1.2.3 Meciinica da respira,ilo

A eompiaeeneia pulmonar especifiea do neonato e aproximadamente a mesma

que a do adulto. A parede toraeiea do neonato ofereee menor resisteneia as for\ias de

retrayao dos puimoes, acarretando urn menor volume no final da expiray3o. Com a

CRF menor. 0 feehamento das vias aereas e a ateleetasia podem oeorrer mais

faciimente, resultando em relayoes V/Q rnais baixas e aumento do shunt. Urna CRF

pequena signifiea que as alterayoes da ventila\iao causarn alterayoes mais r:ipidas dos

valores dos gases sanguineos (SCANLAN, WILKINS e STOLLER, 2000).

o diafragma do neonato tern uma porcentagem reduzida (aproximadamente

25% comparado com 50% no adulto) de fibras museu lares do tipo I, vermelhas, de

eontrac;ao lenta, resistentes a tadiga e com alta oxiday30. 0 diafragma de urn

prematura pode ter apenas 10% de fibras museu lares do tipo l. A falta de fibras

oxidativas no diafragma aumenta a suseetibilidade dos recem-naseidos a fadiga da

musculatura respiratoria (IRWIN, 1994).

2.2 TABAGISMO

o tabagismo e a mais rreqoente causa das doenyas que ocupam as

pneumolagistas hajc.

o tabagismo e 0 maior vido entretido pela humanidade ao longo da sua historia.

Cerca de 1/3 da popula,ilo adulta do globo faz uso de produtos do tabaco (SILVA,

1991).

A fumaya proveniente da brasa de urn produto de tabaeo divide-se em duas

fases: a fase gasosa e a fase partieulada. A fase particulada e farmada par particulas

com diametro agrodinamieo superior a O,46J.lrn,passiveis de serem retidas por urn

filtro. As particulas correspondem a alcatrao, nieotina e H20. A partir da brasa,

reconhecem-se duas eorrentes de fuma\ia: a corrente principal, que viaja rumo a boca

do fumante e a corrente lateral, que se difunde no ambiente. A concentra~ao da

rnaioriados cornponentes toxicos da fuma~a e maior, e algumas vezes muito maior na

corrente lateral do que na corrente principal (SILVA, (991).

Como este trabalho se direciona aos fumantes passiv~s, vamos direeionar as

informa,5es.

A fuma,a inal.da pelo fumante passivo tern duas origens: a corrente lateral,

emanada da brasa pelo eigarro ern usa pelo fumante~ e a fuma9a exalada no ambiente

pelo fumanle, depois de cada tragada. Acredita-se que em media, urn individuo junto a

urn fumante em arnbiente fechado, furna 0 equivalente a 113 do por ele fumado.

Estudos medindo a coneentra~ao de carboxi-hemoglobina no sangue terndemonstrado

que esta porcentagem pode elevar-se a 50% (SILVA, 1991)

o fumante passiv~ e, potencialmente, alvo de todos os maleficios a que esta

submetido 0 proprio fumante. Estudos realizados em popula~5es infantis entre zero e

urn ano de idade tern demonstrado que estas crian~as apresentam. praticamente, 0

dobro de episodios de bronquite e pneumonia se houver urnfurnantena casa, e quase 0

triplo, se houver dois furnantes.Os fumantes nao necessariamente baforam na eara do

nene, mas 0 ar se polui (SILVA, 1991).

Segundo 0 tr.balho re.liz.do por CARVALHO e PEREIRA (2002) sobre

morbidade respiratoria ern crian~as fumantes passivas eonstatou-se que as maes

seguido pelos pais fumantes tern a maior morbidade para as infec~5es respiratorias e

otites.

o trabalho realizado por RANTAKALLfO (1978) demonstrou que entre

lactentes, aqueles cujas maes fumavarn cigarros tinham uma probabilidade de

hospitaliza~ao quatro vezes superior as crian~as de maes que nao fumavam, e 0

numero de hospitaliza~5es aumentava proporcionalmente ao mimero de cigarros

fumados por dia pela mile.

COLLEY, HOLLAND e CORKHILL (1974) veriticaram urna direren,.

significativa na incidencia de pneumonia e de bronquiolite no primeiro ano de vida

entre crianc;as,em relac;aoaos habitos fumantes e nao fumantes dos pais. As crian~as

filhas de pais fumantes tinham duas vezes mais chances de ter pneumonias e

bronquiolite do que as outras.

Segundo DEL CIAMPO, ALMEIDA e RJCCO (1999), eslas fieam expostas a

varias substancias produzidas pela queima do cigarro, que chegam a mais de 3800 ate

agora identificadas. muitas delas cancerigenas em potencial (benzenos e crisenos) seja

sob fonna gasosa (como 0 monoxido de carbono, arnonia, metanol, acido hidrocianico,

fonnaldeido) ou como partieulas (niCOlina, e alealrao).

Dentre todos os elementos nocivos produzidos pelo cigarro, alguns mereccm

particular aten~ao devido a sua agressividade maior sobre 0 organismo infantil

(DEL CIAMPO, ALMEIDA e RJCCO, 1999):

NICOTlNA: Estimula os sistema nervoso central, agindo nos sistemas simpatico e

parassimpatico e aumentando a descarga de adrenal ina supra-renal. Clinicamente se

traduz em altera~oes da freqiiencia cardiaca, aumento da pressao arterial,

vasoconstri~ao periferica, tremores, broncoconstri~ao, excita~ao respiratoria, nauseas,

vomitos, diarreia, estimula~ao inicial das secre~oes bronquica e saliva.

o principal metabolito e a cotinina, farmacoiogicamente inativa, cuja vida

media e de dezessete horas. A meia vida de elimina~ao urinaria da cotinina e de tres

vezes maior na crian~a que no adulto.

MONOXlDO DE CARBONO: Produzido pela queima do eigarro, possui grande

afinidade com a hemogiobina, compete com oxigenio nas Iigac;:oes e produz a

carboxihemoglobina, eausando menos liberac;:aode oxigenio sobre os tecidos. Pode

causar bronquites, fibrose pulmonar.

Substancias irritantes sao produzidas pela queima do cigarro: dioxido de

nitrogenio, acetaldeido, acoleina, etc) e seus efeitos sobre 0 organismo humane podem

se traduzir sob diversas formas: irrita~ao ocular e nasal, aiergia (tosse e

broncoconstri~ao), cilioestase, aumento na produc;:ao de mueD, alterac;:oes do epitelio

bronquico, danos as atividades enzimaticas dos macr6fagos alveolares, inf1ama~ao

cronica dos bronquios e destrui<;ao de alveolos. ESt3S substancias irritantes do tecido

10

respiratorio podem inibir a 3craO dos macr6fagos a}veolares e aumentaT a

permeabilidade da mucosa do trato respiratorio favorecendo a instalac;ao de agentes

infecciosos. Os derivados do alcatTao podem reduzir a resposta imunol6gica, causaT

para/isia Iinfocitaria e tanto hJoquear a atividade quanta reduzir 0 nivel de anticorpos

circulantes.

As crian,as tabagistas, segundo DEL CIAMPO, ALMEIDA e RlCCO (1999),

sao mais suscetivcis a:

• Maior incidencia de doenC;3s respiratorias, alergicas e/au infecciosas devido a

irrita,iio de adenoide, .umento d. produ,ao de hist.mina, disfun,ilo na tub•• uditiva e

redU(;:ao da resposta imune por causa de alterac;oes da atividade fagocitaria e reduc;ao

na atividade mucociliar;

• Maior incidencia de otite media, alterac;oes na mucosa que levam it obstruc;ao

da tuba auditiva, diminuiyao do transporte mucociliar e aumento de colonizay30

bacteriana;

• Aumento na incidencia de crises asmaticas, com mais severidade;

• Aumento d. probabilidade de cancer (leucemia e linfoma) na vida adulta;

• Diminuiy30 gradativa da funyao pulmonar;

• Aumento do risco de morte subita durante 0 primeiro ano de vida;

• Aumento do risco de acidentes, pois 0 monoxido de carbona e outros

constituintes da fumaya altera 0 sensoria e as funyoes motoras, diminui a acuidade

visual e motora;

• Maior taxa de internayoes;

• Mais dias de restriyao de atividades escolares e em geral;

• Mais dias de confinamento no leila;

• Maior incidencia de c6licas no recem nascido;

• Tosse matinal cronica com ou sem expectorayao.

11

2.3 CRECHES

Com as transfonna~oes s6cio-economicas e culturais das ultirnas decadas, houve

uma crescente incorpora9iio da mulher pelo mercado de trabalho. Este fato decoITe,

fundamental mente da necessidade da mulher contribuir com 0 sustento financeiro da

familia, ficando as crian9as aos cuidados de terceiros; institui90es de cuidados

coletivos: as creches (AMORIM e ROSSETI-FERRETRA, 1999).

As creches sao estabelecimentos em que as criany3s ficam em grupos, divididas

por faixa ctaria, ficando aos cuidados de atendentes, que alimentam e trocam 0

vestuario das crianyas. Em alguns estabelecimentos, as funciomirias sao orientadas por

pedagogas, nutricionistas c/au psic6logas, dependendo do nlvel dos !ugares.

o ingresso a creche se faz com urn minima de idade de 3-4 meses, dependendo

de cada estabelecimento. As criany3s ficam agrupadas, ficando meio periodo au 0

periodo inteiro, muitas saindo pela manhd com os pais, quando estes se dirigem ao

trabalho e voltam com os mesmos ao fim da jomada de trabalho dos pais (AMORIM e

ROSSETI-FERREfRA, 1999).

Estes estabelecimentos criados a partir da necessidade moderna da mulher sair

de casa para trabalhar tern urn onus: 0 aumento das possibilidades de adquirir otites,

sinusites, traqueobronquites" pneumonias e/ou broncopneumonias.

AMORIM e ROSSETI-FERREIRA (1999), em uma revisao bibliognifica

encontraram 665 artigos relacionados a creches, que foram organizados em subgrupos.

Selecionaram 0 de doen~as respirat6rias infecciosas, resultando em 34 artigos: 22

empiricos e 12 te6ricos, revisao e etc. A rela~ao doen~afcreche foi feita a partir de

anaiises quantitativas, baseadas em analises multivariadas e de regressao logistica.

Setenta por cento (70%) concluiram que a creche apresenta alto risco de adoecimento,

especiaimente para menores de dois anos.

As justificativas encontradas foram 0 agrupamento de pessoas e urn sistema

imunol6gico em forrna9iio. FOGARTY (!996), chama aten9aO para 0 fato de que a

crian9a de POliCOS meses de vida esta perdendo anticorpos maternos protetores contra

muitos agentes infecciosos potenciais, tomando-se mais suscetivel a infec90es do que

12

hospedeiros mais velhos. Ao longo do primeiro ana de vida, a maiaria das mulheres

param de amamentar 0 bebe, reduzindo a transferencia de anticorpos matcrnos para 0

leite. Alem disto, a imaturidade imunol6gica da crianc;a promove uma major aderencia

da mucosa faringea, cujas propriedades parecem seT melhor adaptadas para carregar

agentes infecciosos.

2.4 INFEC<;:OES RESPlRA TORIAS

2.4.1 Traqueobronquite

A traqueobronquite e 0 processo inflamat6rio envolvendo a traqueia e bronquios

maiores, podendo existir tres farmas: aguda, cronica e recorrente~ com manifesta~ao

de tosse e secre,ao aumentada (SUCUPIRA et aI, 2000).

Na traqueobronquite aguda 0 curso da doenc;a se da de duas a tres semanas e naD

necessita de terapeutica. Na traqueobronquite cronica, ha persistencia dos sintomas

aJem de tres semanas. Na traqueobronquite recorrente, sao mais de quatro epis6dios

por ano. Esta definiC;ao nao e eonsenso e deve-se ter a preoeupaC;ao de identifica-Ia

naqueJas crianc;as cujos sintomas sao persistentes e na~ minimizados ap6s duas a tres

semanas (SUCUPIRA et ai, 2000).

A manifestac;ao c1inica mais importante da traqueobronquite e a tosse produtiva.

Geralmente 0 quadro e precedido por sintornas de rinofaringite aguda e na ausculta

puimonar, encontra-se a presenc;a de raneos, estertores subereptantes de grossas bolhas

enos lactentes, podem ser auscultados tambern sibilancia e outros tipos de estertores

(SUCUPlRA et aI, 1999).

o diagnostico e c1inico e as radiografias podem ser nonnais ou com areas de

espessamento peribronquico.

A etioiogia podera ser viral ou bacteriana, e quando bacteriana, geralmente e

secundaria a infecc;ao viral previa.

2.4.2 Broncopneumonia

13

A broncopneumonia e uma infec<;ao das vias aereas inferiores na qual ocorre

comprometimento de alveolos, bronquiolos e do espa<;o intersticial, causada por urn

grupo hetcrogeneo de agcntes, sendo 80% dos casas detenninados par virus e

bacterias. Embora as sinais esperados no quadro cHnico sejam fcbre, estertores

creptantes puimonares, qucda do estado geral e evidencia clinica e radiol6gica de areas

de consolida.y3o do parenquima pulmonar; a diagn6stico de pneumonia geralmente e

dificil nos primeiros anos de vida. Nesta fase, a febre pode estar ausente, a ausculta

pulmonar pode ser de pouco auxilio no diagn6stico (com freqiiencia coexistem varias

altera<;oes, sendo freqUente 0 encontro de sibilancia) e as achados radiol6gicos podem

ser de dificil interpreta9ilo (SUCUPIRA et ai, 2000).

2.4.3 Sebe chiador

Durante os dais primeiros anos de vida, varias doen.yas pulmonares au nao, podem

exteriorizar-se clinicamente par quadro de sibilancia. Crian<;as com ate dois anos de

vida, que apresentam quadro de sibilancia continua, ha pelo menos urn mes, ou no

minimo tres epis6dios recorrentes de chiado nos ultimos meses sao denominados de

"Bebes Chiadores". Varias podem ser as causas de sibil ancia nesta faixa etaria, sendo

a asma bronquica a causa muito comum de sibilos generalizados em crianyas e

bronquiolite e a causa mais comum em lactentes. Todavia, esse diagn6stico 56 pode

ser realizado ap6s seguimento e quando afastadas outras causas. De maneira geral, 0

diagn6stico de asma e realizado pela combinayao dados da hist6ria clinica, exame

fisico, dados espirometricos, variayao na intensidade de obstruyao das vias aereas e

melhora com 0 uso de drogas broncodilatadoras . Apesar de epis6dios recorrentes de

tosse e sibilancia serem quase sempre devidos a asma, tanto em crian<;as como em

adultos, deve-se estar alerta para outras causas de obstrw;:ao das vias aereas levando asibiliincia (GUlRAU, SOLE e NASPITZ, 1999).

14

Entre os rnecanismos do ruido anonnal, podemos citar: estreitamento all

diston;:ao das vias aereas, broncoespasmo, inflamayao causando edema da parede das

vias aereas, secre,oes, aspira,ao e combina,ao des!es processos. (GUIRAU, SOLE e

NASPITZ, 1999; GODFREY, BARNES e NASPITZ, 1997).

2.4.4 Bronquiolite

Bronquiolite, por definiyao, e a inflamayao dos bronquiolos e incide

predominantemente l1a faixa etaria de seis a doze meses e ao redor de 50% das

crianyas com problemas pulmonares no primeiro ana de vida, especiaimente durante 0

primeiro episodio de sibilancia recebem estc diagn6stico, sem levar em conta aspectos

epidemio16gicos e etiol6gicos. A etioiogia e predominantemente viral por virus

respirat6rio sincicial, adenovirus, parainfluenza e costuma ter carater epidemico. As

crianyas podcm ter varios episodios de bronquiolite causados por diferentes agentes

virais (SUCUPlRA et ai, 2000).

A bronquiolite apresenta-se inicialmente com infec~ao de vias aereas superiores

com febre, rinorreia e tosse, evoluindo do is ou tres dias para intensifica~ao da tosse,

taquipneia, tiragern intercostal e sibiHincia. Nas prirneiras 72 horas da instala'tao desse

quadro pulrnonar e que vai ser definida a gravidade da doen'ta. 0 diagnostico e clinico

(SUCUPIRA et ai, 2000).

2.4.5 lnfec,ao de vias aereas superiores (IVAS)

2.4.5.1 Sinusi!es

A real incidencia das sinusites na crianrya e desconhecida ern virtude das

diversas dificuldades diagnosticas desta entidade ciinica, ern especial ern crian~as

rnenores. Ha relatos sugestivos de que esteja aurnentando, principalmente devido a

altera'toes arnbientais a que as crian'tas tern side submetidas, tais como 0 ingresso ern

creches e a exposi9ao ao fumo e a diversos poluentes ambientais. A causa e viral, e os

15

principais agentes sao virus Respirat6rio Sincicial, Rinovirus, Influenza e

Parainfluenza. (STLVA, 200 I).

o processo inicial de infec~ao aguda das vias aereas supcriores apresenta-se

com coriza. obstnu;ao nasal, febre e hiperemia de mucosa, paTern, 0 diagn6stico 56 eestabelecido mediante avalia9ao de estudo radiol6gico e/ou tomogratico dos seies da

face. Em geral, essa fase dura tres d;as e tende a cura espontiinea (FISCHER e SILVA,

200 I; MARQUES e VALLADA, 1999).

2.4.5.2 Faring;!es

o processo inflamat6rio pade estar limitado as amigdalas, au entaD envolver a

faringe posterior como ocorre na maioria das vezes. A causa gerahnente e viral, mas

pade seT causada por Qutros agentes como estreptococo ~-hemolitico do grupo A. Na

faringite viral 0 quadro de febre e de dor de garganta pade vir acompanhado de coriza,

obstrua,ilo nasal e tosse (FISCHER e STLVA, 200 I).

2.4.5.3 Laringiles

As fannas leves sao freqOentes e de pouca gravidade, porem algumas vezes

pod em representar risco de vida. A principal conseqoencia dos processos inflamat6rios

desse sitio anat6mico e a obstruc;ao da via aerea. Esta e favorecida pe\as caracteristicas

anatomicas da \aringe na faixa etaria pediatric3, em especial nos primeiros tres anos. A

Jaringe esta em posh;ao mais alta. a epiglote e mais estreita e a cartilagem e mais

complascente (FISCHER e SILVA, 200 I).

3 MATERIAlS E METODOS

Foi fcito um estudo de caniter censitario. no periodo de 01 de maio a Ot de

junho de 2002. Foram estudadas crian<;:asde 0 a 2 anes ern tratamento no setor de

fisiolerapia respiral6ria do Centro de Pediatria do Vale do Jtajai (CPV]), sendo

utilizado urn questionario composto de questOes abetias (Apendice f) aos pais ou

responsaveis atraves de cntrevista dircta a estes, que trouxeram seus mhos no periodo

da manha, entre 7:00 e II :00 horas. Ap6s 0 questiomlrio respond ida era colocado urn

vista na requisi~ao medica para nae haver repcti90es.

Criafl(;as encefalopatas ou pneumopatas cronicas foram desconsideradas.

Ao tennino do periodo de coleta foi feita a discussao dos resultados.

4 RESULTADOS E DlSCUSSOES

A amos!ra se formou num total de 49 crian9as, sendo 23 (46,9%) do sexo

feminino e 26 (53,10%) do sexo masculino (GRAFICO I). As idades variaram de I

mes a 2 anos, com uma media de 4 meses e 14 dias. As meninas apresentaram uma

media de idade de 8 meses e 15 dias, e os meninos de 4 meses e 21 dias.

GRAFICO 1- SEXO DOS PACIENTES DA POPULA<;:AO ESTUDADA

53,10%

46,90% o Scxo fcmininoo Sexo Masculino

Scxo dos pacientes

Fonte: a autora.

A primeira parte da questao geral sabre a incidencia de freqOencia em creche

mostrou 0 seguinte resultado:

Das 49 crian9as, 21 (42,85%) frequentam creches, destas 9 (42,85) do sexo

feminino e 12 (57,14%) do sexo masculino; e 28 (57,14%) das crian9as do total nao

frequentam creches. Destas 28, 14 (50%) sao do sexo feminino e 14 (50%) do sexo

masculino (GRAFICO II).

18

GRAFICOIl- INCmENCIA DE FREQUENCIA EM CRECHE DA

POPULA<;:AO ESTUDADA

Incidencia de freqiiencia em creche

o TOlaJ de crian~as

o Sexo feminino

o Sexo masculino

Sim Nlio

Fonte: a autora.

A segunda parte da mesma questao sabre a incidencia do fumo passiv~

apresentou os seguintes resultados: das 49 crian,as, 18 (36,73%) estao nesta situa,ao,

sendo que destas 18, II (61,11%) sao do sexo feminino e 7 (38,89%) do sexo

masculino (GRAFICO ill).

Das 11 meninas, 7 (63,63%) tern 0 pai como 0 fumante ativo, 1 (9,09%) tern 0

pai e a mae como tabagistas, 2 (18,18%) tern 0 avo, av6 ou tio(a) como ativo e

(9,09%) tern mais de I tabagista em casa, naG sendo pai e mae.

Dos 7 meninos que sao fumantes passivQs, 3 (42,85%) tern 0 pai tabagista, 3

(42,85%) tern outro parente (av6, avo ou tio(a» e 1 (14,28%) tern mais de urn familiar

tabagista que nao e 0 pai e a mae (GRAFICO IV).

Apenas uma crianr;a do sexo feminino tern a mae como tabagista, de tada a

amostra. Segundo CARVALHO e PEREIRA (2002), dentre os componentes

familiares que sao tabagistas, a mae e a que tern maior morbi dade para 0 trato

respirat6rio inferior, seguido pelo paL

GRAFICO IlI- lNCIDENCIA DE FUMANTES PASSIVOS DAPOPULAcAo ESTUDADA

Incidencia de fumantes passivos

,/

V r

~V fD-vv

3S

30

2S

NllOlcro de 20crian~lls 15

10

S

DTotal de criam;as

o Scxo feminino

OScxo masculino

Fonte: a autora.

GRA.IlICO IV - INCIDENCIA DE FUMO PASSIVO RELACIONADO COM

OS IlAMlLIARES TABAGISTAS QUE CONVIVEM COM

AS CR1ANCAS DA POPULAcAo ESTUDADA

Incidcncia de fumo passivo relacionado com familiares tabagistas

NilOlcrode 4criall~IlS 3

o Sexo feminino[] Scx:o masculino

o.

Fonte: a autora

19

20

A terceira parte da qucsHio geral roi verificar quantas crian<;:as tern os dais

componentes presentes, quantas apresentavam urn fator somente e quantas nao

apresentavam nenhum fator predisponente. Das 49 crian<;:as,4 (8,16%) apresentaram

os dais fatares, destas 100% cram do sexo reminino~ 17 (34,69%) crian<;:as

apresentaram s6 a creche como fator predisponente. Destas, 12 (70,58%) sao do sexo

masculino e 5 (29,42%) do sexo feminine; 15 (30,62%) apresentaram 0 fumo passive

como unico fator, destas 8 (53,33%) do sexo masculino e 7 (46,67%) do sexo

feminino. De urn total de 49 crian~as, 13 (26,53%) nao apresentaram nenhum fator

predisponente, destas, 7 (53,84%) do sexo feminino e 6 (46,16%) do sexo masculino

(GRAFICO V).

GRAFICOV- FATORES PREDISPONENTES A INFEC<;:OES

RESPlRAT6RIAS DA POPULA<;:AO ESTUDADA

Fatorcs predisponentes a infecf;oes rcspiratorias

o Total de crianyas

o Sexo feminino

o Sexo masculino

Fonte: a autora

Em rela<;:ao a questao especifica sabre a verifica<;:ao da patoiogia mais freqOente,

constatou·se a traqueobronquite como a patologia mais freqoente com 37 (73,46%) das

crial1~as, destas 20 (54,05%) do sexo feminine e 17 (45,95%) do sexo masculino.

21

A bronquiolite apresentou 2 (4,08%) crian~as, sendo I (50%) do sexo feminino e I

(50%) do sexo masculino e 1 (2,04%) crianc;a apresentou infecc;8.o de vias aereas

superiores (NAS) sendo do sexo feminino (GRAFICO VI).

GRAFICOVI- PATOLOGIA RESPIRATORIA MAIS ENCONTRADA NA

POPULACAO ESTUDADA

Patologia respiratoria mais freqiiente

~~I;F~---------------------~30·2S

Numero de criall~lls 20

:~ !l trtrn ~ '""o· 1

:0 Total de crianlVasI!J Sexo feminino

o Sexo masculino

Fonte: a autora

5CONCLUSAO

Concluimos que a freqiiencia em creche e 0 £lUllD passive como fator

predisponcnte em infec~5cs respirat6rias em criany3s de 0 a 2 allos csta comprovado.

Em 73,46% do total possllcm um ou as dais fatares presentes. Rouve uma distribuiyao

hOll1ogenea sendo que 34,69% das criamyas apresentaram a creche como sendo imica

fator c 30,62% das criam;.as apresentaram 0 furno passiv~ como unico fator

predisponentc e apenas 8,16% das criany3s tendo as dais fatares presentes.

A traqueobronquit'c foi a patalogia mais encontrada nesta clicilteia com 73,46%,

seguida da broncopnewllonia com 10,20%, bebe chiador com 8,16% das criany3s,

bronquiolite com 4,08% das criany3s e por ultimo, as illfccyoes de vias aereas

superiores (lVAS), com 2,06% ctas crian,as.

23

REFERENCIAS

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