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Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos na Agricultura Introdução Conceitualmente, é fundamental que se considere a disposição e não o descarte dos resíduos. Descarte é definido como ato ou efeito de se livrar de alguma coisa que não tem mais serventia ou não se deseja mais ou, ainda, descarte é qualquer coisa que se encontre à parte, por ter sido rejeitada ou posta de lado. Por outro lado, disposição é definida como colocação metódica, arranjo, posição ocupada por vários elementos, forma de emprego, uso. Assim, o descarte é realizado de maneira aleatória, sem maiores cuidados, sendo que o maior interesse é se livrar do resíduo. Já no caso da disposição, a ação é realizada de maneira ordenada e o objetivo é utilizar o resíduo e não apenas eliminá-lo. Dentro das opções de disposição, a reutilização de resíduos é, sem dúvida, a opção mais interessante sob o ponto de vista econômico, ambiental, e, muitas vezes, social. A reciclagem de resíduos representa um benefício inquestionável: a minimização do proble- ma ambiental que representa seu descarte inadequado. Entretanto, no Brasil, a principal destinação de resíduos ainda são os aterros, que na maioria das vezes não atendem aos padrões ambientais de qualidade. Mesmo os aterros sanitários controlados, ambientalmente corretos, podem não representar a melhor solu- ção. A longevidade desses aterros, sejam urbanos e/ou industriais, é bastante limitada, principalmente devido à grande quantidade de resíduos gerada. Além disso, a manuten- ção de um aterro dentro dos padrões de qualidade é onerosa, exigindo grande investi- mento por parte do poder público ou do setor privado. Neste contexto, destaca-se a reciclagem de resíduos em solos agrícolas, que é uma alternativa muito utilizada em vários países, como Estados Unidos, Holanda, Austrália, entre outros. Por exemplo, é mundialmente difundido o uso de resíduos orgânicos urba- nos como fertilizantes e/ou condicionadores do solo, destacando-se o composto de lixo e o lodo de esgoto. Entre os resíduos orgânicos também merecem destaque os oriundos da agroindústria, pois, em função da sua origem, a probabilidade destes apresentarem contaminantes em sua composição é pequena. Um bom exemplo para essa classe são os resíduos gerados pela indústria de açúcar e álcool, torta de filtro, fuligem e vinhaça, que são reciclados nas áreas agrícolas da própria usina. Sob o ponto de vista agrícola, a principal vantagem do uso de resíduos relaciona-se com o fornecimento de nutrientes neles contidos e/ou com benefícios ligados ao seu conteúdo orgânico, que pode manter, ou mesmo elevar, o teor de matéria orgânica do solo. Entretanto, na mesma proporção com que são enfatizadas as vantagens agrícolas, não se pode esquecer que, geralmente: (i) os nutrientes presentes nos resíduos estão em proporções desbalanceadas para a nutrição vegetal, (ii) não se conhece a eficiência do resíduo no fornecimento desses nutrientes e (iii) não se conhece qual a composição e quais as características do material orgânico contido no resíduo. Além disso, existe, ainda, a possibilidade de elementos e/ou substâncias potencialmente tóxicas, orgânicas ou inorgânicas, estarem presentes nos resíduos. Jaguariúna, SP Novembro, 2008 19 ISSN 1516-4683 Autores Adriana M. Moreno Pires Engenheira Agrônoma, Doutora em Solos e Nutrição de Plantas, Embrapa Meio Ambiente Rod. SP 340, km 127,5 13.820-000 Jaguariúna/SP [email protected] Maria Emília Mattiazzo Engenheira Agrônoma, Doutora em Química Ambiental, Biossolo Ltda., Rua Edu Chaves, 822, 13416-020, Piracicaba-SP [email protected]

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Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos naAgricultura

Introdução

Conceitualmente, é fundamental que se considere a disposição e não o descarte dosresíduos. Descarte é definido como ato ou efeito de se livrar de alguma coisa que nãotem mais serventia ou não se deseja mais ou, ainda, descarte é qualquer coisa que seencontre à parte, por ter sido rejeitada ou posta de lado. Por outro lado, disposição édefinida como colocação metódica, arranjo, posição ocupada por vários elementos,forma de emprego, uso. Assim, o descarte é realizado de maneira aleatória, sem maiorescuidados, sendo que o maior interesse é se livrar do resíduo. Já no caso da disposição, aação é realizada de maneira ordenada e o objetivo é utilizar o resíduo e não apenaseliminá-lo.

Dentro das opções de disposição, a reutilização de resíduos é, sem dúvida, a opção maisinteressante sob o ponto de vista econômico, ambiental, e, muitas vezes, social. Areciclagem de resíduos representa um benefício inquestionável: a minimização do proble-ma ambiental que representa seu descarte inadequado.

Entretanto, no Brasil, a principal destinação de resíduos ainda são os aterros, que namaioria das vezes não atendem aos padrões ambientais de qualidade. Mesmo os aterrossanitários controlados, ambientalmente corretos, podem não representar a melhor solu-ção. A longevidade desses aterros, sejam urbanos e/ou industriais, é bastante limitada,principalmente devido à grande quantidade de resíduos gerada. Além disso, a manuten-ção de um aterro dentro dos padrões de qualidade é onerosa, exigindo grande investi-mento por parte do poder público ou do setor privado.

Neste contexto, destaca-se a reciclagem de resíduos em solos agrícolas, que é umaalternativa muito utilizada em vários países, como Estados Unidos, Holanda, Austrália,entre outros. Por exemplo, é mundialmente difundido o uso de resíduos orgânicos urba-nos como fertilizantes e/ou condicionadores do solo, destacando-se o composto de lixo eo lodo de esgoto. Entre os resíduos orgânicos também merecem destaque os oriundos daagroindústria, pois, em função da sua origem, a probabilidade destes apresentaremcontaminantes em sua composição é pequena. Um bom exemplo para essa classe são osresíduos gerados pela indústria de açúcar e álcool, torta de filtro, fuligem e vinhaça, quesão reciclados nas áreas agrícolas da própria usina.

Sob o ponto de vista agrícola, a principal vantagem do uso de resíduos relaciona-se como fornecimento de nutrientes neles contidos e/ou com benefícios ligados ao seu conteúdoorgânico, que pode manter, ou mesmo elevar, o teor de matéria orgânica do solo.Entretanto, na mesma proporção com que são enfatizadas as vantagens agrícolas, nãose pode esquecer que, geralmente: (i) os nutrientes presentes nos resíduos estão emproporções desbalanceadas para a nutrição vegetal, (ii) não se conhece a eficiência doresíduo no fornecimento desses nutrientes e (iii) não se conhece qual a composição equais as características do material orgânico contido no resíduo. Além disso, existe,ainda, a possibilidade de elementos e/ou substâncias potencialmente tóxicas, orgânicasou inorgânicas, estarem presentes nos resíduos.

Jaguariúna, SPNovembro, 2008

19

ISSN 1516-4683

Autores

Adriana M. Moreno PiresEngenheira Agrônoma,

Doutora em Solos eNutrição de Plantas,

Embrapa Meio AmbienteRod. SP 340, km 127,5

13.820-000Jaguariúna/SP

[email protected]

Maria Emília MattiazzoEngenheira Agrônoma,

Doutora em QuímicaAmbiental,

Biossolo Ltda., Rua EduChaves, 822, 13416-020,

[email protected]

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2 Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos na Agricultura

Quando se pretende viabilizar o uso de resíduos, váriosaspectos devem ser observados, desde aqueles relaciona-dos à legislação pertinente, como aqueles que serão basepara a avaliação e para a tomada de decisão sobre aviabilidade de se realizar a sua reciclagem agrícola doresíduo.

Viabilidade de Usar um Resíduo na Agricultura

Para se optar pela disposição de um resíduo na agricultu-ra, vários aspectos tanto do resíduo, como da atividadeagrícola, da região onde se pretende utilizá-lo e da legis-lação pertinente, deverão ser analisados. Paraesquematizar essas avaliações, propõe-se o fluxogramaapresentado na Fig. 1.

No esquema proposto, a viabilidade do uso agrícola deum resíduo é avaliada em diferentes etapas, detalhando-se a origem do resíduo, o plano de amostragem e ascaracterísticas do resíduo, aspectos legais, sua eficiên-cia agronômica, viabilidade econômica da disposiçãoagrícola, demanda de mercado pelo resíduo e o planeja-mento da aplicação. Cada etapa do fluxograma serádiscutida separadamente.

Origem do Resíduo: avaliação do processo gerador

A origem do resíduo é um indicativo das característicasque este poderá apresentar. Portanto, é fundamentalconhecer detalhes do processo gerador para que se pos-sa avaliar a melhor opção de disposição.

- Classificação dos resíduos quanto à sua origem

a) Resíduos da atividade agrícola

Nesta classe estão os resíduos de origem estritamenteagrícola, como restos de culturas e estercos. Nestecaso, a possibilidade de termos uma alta concentraçãode contaminantes é pequena. Tendo em vista a composi-ção e a localização onde o resíduo é gerado, a tendênciaé de que o melhor meio de disposição seja a reciclagemna agricultura local. Entretanto, mesmo considerandoque a origem e o destino são os mesmos, algumas pre-cauções devem ser tomadas. Por exemplo, estercos desuínos podem conter quantidades elevadas de Cu e Znem função do sistema de manejo dos animais, de maneiraque seu uso continuado no solo pode causar desbalanço

Fig. 1. Fluxograma da avaliação da viabilidade de disposição de um resíduoem solo agrícola (Adaptado de Glória, 1992 e Pires; Mattiazzo, 2005).

de nutrientes, prejudicando o desenvolvimento das plan-tas. Além disso, a adequação da dose de resíduos agríco-las a ser utilizada é fundamental para se evitar a conta-minação de mananciais devido à lixiviação de nitratos,uma vez que geralmente este tipo de resíduo é rico emnitrogênio.

b) Resíduos da atividade industrial que utiliza matériaprima agrícola e na qual não é introduzido nenhumelemento estranho à atividade agrícola no processoindustrial

A própria denominação da classe já é explicativa quantoao tipo de resíduo considerado. Neste grupo podem serenquadrados, por exemplo, os resíduos da indústriasucroalcooleira (torta de filtro, fuligem e vinhaça). Essaatividade usa matéria prima de origem agrícola (cana-de-

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3Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos na Agricultura

açúcar) e seu processo industrial, tanto para a produçãode açúcar como de álcool, utiliza apenas materiais usu-ais à atividade agrícola (cal, enxofre e polifosfatos).Como já dito anteriormente, a indústria de açúcar eálcool é um ótimo exemplo de atividade agroindustrialque utiliza racionalmente os resíduos por ela produzidos.

c) Resíduos da atividade industrial que utiliza matériaprima agrícola e na qual são introduzidos elementosestranhos à atividade agrícola no processamento in-dustrial

Os resíduos gerados por indústrias alimentícias geral-mente enquadram-se nesta classe, pois, na maioria doscasos, são adicionados produtos estranhos à atividadeagrícola como conservantes, aromatizantes, entre ou-tros. Por exemplo, em resíduos de indústrias que proces-sam óleos e gorduras é comum a presença de níquel, quetem função de catalisar reações inerentes ao processo.

É interessante ressaltar que não só as substâncias adici-onadas ao produto alimentício devem ser consideradas.Muitas vezes, produtos de limpeza e de manutenção dosequipamentos utilizados no processo industrial acabamfazendo parte do resíduo final gerado. Como exemplo,tem-se a presença de sódio devido ao uso de NaOH(soda) tanto como parte do processo industrial ou comoagente para limpeza de máquinas e equipamentos. Umcaso particular é o da indústria de papel e celulose, naqual o NaOH tem como função separar as fibras decelulose. O cátion sódio não é um elemento tóxico, en-tretanto quando adicionado em grandes quantidades aosolo pode provocar a dispersão de argilas, comprome-tendo a qualidade do mesmo. Portanto, a dose de resí-duo a ser aplicada para se evitar a ocorrência de algumdano ambiental é definida a partir de informações relati-vas ao teor total e trocável de sódio no resíduo.

d) Resíduos da atividade industrial que não utilizamatéria prima agrícola

A disposição dos resíduos pertencentes a esta classegeralmente é mais complicada, pois é comum o uso desubstâncias orgânicas e/ou inorgânicas potencialmentetóxicas em processos de industrialização cujo produtofinal não é direcionado à alimentação humana e/ou ani-mal. Como exemplo, pode-se citar pó de aciarias e lodode galvanoplastia.

e) Resíduos urbanos

Esta classe é formada por resíduos originários das ativi-dades urbanas, sendo que os principais são os lixos e osesgotos. A parte orgânica do lixo, devidamente separa-da, pode ser compostada e originar o composto de lixo,com possibilidade para uso na agricultura como fertili-zante orgânico composto. A principal preocupaçãoquanto ao uso de composto de lixo na agricultura estárelacionada com a utilização de lixo que não é provenien-te de coleta seletiva, gerando problemas de contamina-ção do solo com metais pesados, poluentes orgânicospersistentes e materiais inertes incompatíveis com osolo agrícola (vidros, plásticos não degradáveis, entreoutros). Além disso, o lixo não oriundo de coleta seletivapode apresentar patógenos em sua composição, devidoao descarte de papéis sanitários junto a materiais orgâ-nicos degradáveis. Um processo de compostagem bemconduzido, em que a temperatura necessária para elimi-nar os patógenos seja atingida, pode ser eficiente paraadequar o composto para uso agrícola e evitar que oagricultor seja contaminado por doenças transmitidaspor este material.

O saneamento básico no Brasil ainda é precário, poucascidades têm rede de coleta e tratamento de esgoto.Quando o esgoto é tratado, o processo de tratamentogera um resíduo, predominantemente orgânico, denomi-nado lodo de esgoto. Este resíduo apresenta caracterís-ticas que favorecem sua aplicação aos solos agrícolas,como altos teores de matéria orgânica, de macro e demicronutrientes. Entretanto, assim como no compostode lixo oriundo de coleta não seletiva, o lodo de esgotopode apresentar em sua composição patógenos, metaispesados, compostos orgânicos persistentes, entre ou-tros. Portanto, seu uso também está condicionado àqualidade do resíduo, cuja concentração decontaminantes deve estar de acordo com o estabelecidonas regulamentações sobre o tema.

O lodo de esgoto tem recebido especial atenção porparte da pesquisa, em função do grande problemaambiental que seu descarte inadequado apresenta. Umadiscussão ampla sobre o uso agrícola de lodo de esgotopode ser encontrada em Bettiol; Camargo (2000),Tsutiya et al. (2001) e Bettiol; Camargo (2006).Entre os resíduos urbanos também estão os resíduoshospitalares, que, devido ao risco de contaminação, de-vem atender a uma legislação federal específica (Porta-ria nº 53 de 01/03/1979). Nesta legislação é exigida aincineração destes resíduos, seguida de disposição dascinzas em aterros sanitários.

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4 Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos na Agricultura

- O processo gerador do resíduo

Conhecer detalhadamente o processo gerador é essen-cial para se definir as alternativas de disposição viáveis.Esta parte da avaliação pode ser iniciada a partir daelaboração de uma base de dados contendo informaçõessobre as matérias-primas utilizadas e as substâncias adi-cionadas durante o processamento (inclusive as que nãoestão diretamente ligadas ao produto final, como subs-tâncias utilizadas na lavagem de equipamentos). É im-portante, ainda, descrever a função de cada substânciano processo, bem como a quantidade e etapa em queesta é adicionada. A partir destas informações, se ne-cessário, será possível elaborar um plano de adequaçãodo resíduo, por exemplo, alterando-se uma substânciautilizada ou coletando-se o resíduo antes da adição dedeterminada substância.

Outras informações como regime de produção (contí-nuo, sazonal), quantidade de resíduo produzida e fre-qüência em que este é produzido são essenciais para aescolha do meio de disposição, principalmente no que dizrespeito à avaliação da demanda pelo resíduo e a viabili-dade econômica da alternativa de disposição escolhida.

- Plano de Amostragem

Para se realizar a caracterização do resíduo adequada-mente, é fundamental a elaboração de um plano deamostragem, garantindo que as amostras coletadas re-almente representem o resíduo a ser avaliado. As nor-mas ABNT NBR-9897 e ABNT NBR-9898 podem serutilizadas como base para a elaboração do plano deamostragem.

No plano deve-se considerar a possibilidade de ocorrên-cia de: (i) variação temporal da composição do resíduo(adições temporais dos contaminantes, alterações dematéria prima no decorrer do ano, tempo dearmazenamento, etc.); (ii) variação espacial na composi-ção do resíduo (por exemplo, se este é armazenado empilhas, a composição é, provavelmente, diferente nabase em comparação com o topo).O plano de amostragem deve indicar os locais e a fre-qüência de amostragem, o volume de amostra a sercoletado, o tipo e o número de amostras (simples, com-posta) e a descrição do método de amostragem (tipo deamostrador, quarteamento, profundidade, entre outros).

- Caracterização do resíduo

A caracterização de resíduos é realizada com base naavaliação da composição do resíduo, obtida a partir devárias determinações nas amostras coletadas. Particu-larmente para a avaliação da viabilidade de uso do resí-duo em solo agrícola, já existe um conjunto de atributosque comumente é determinado, consistindo em umindicativo do potencial agronômico e dos riscosambientais da adição do resíduo ao solo. Entre essesatributos podem-se destacar:

- umidade: uso na avaliação da necessidade de seca-gem, do tipo de aplicação e do provável custo comtransporte;

- pH: uso na avaliação da disponibilidade de nutrien-tes, primeiro indicativo do potencial do resíduo emser utilizado como condicionador do solo e indicaçãoda presença de organismos patogênicos;

- condutividade elétrica, salinidade e sodicidade: usona avaliação do risco de salinização e sodificação dosolo devido à adição do resíduo;

- teor de carbono orgânico: uso como um primeiroindicativo do potencial do resíduo ser utilizado comofertilizante orgânico;

- teores de macro e de micronutrientes: uso na avali-ação do potencial do resíduo ser utilizado como fontede um ou mais nutrientes;

- teores de elementos potencialmente tóxicos, classifi-cados como metais pesados (Cd, Cr, Cu, Ni, Hg, Pb,Zn) ou não (B, Mo e Se): uso na avaliação do potencialde entrada desses contaminantes na cadeia alimentare da ocorrência de impactos ambientais negativoscomo contaminação do solo e de coleções hídricas.

Caso a origem do resíduo justifique, deve-se, ainda, determi-nar o número mais provável (NMP) de coliformes fecais esalmonelas que são indicadores da qualidade do resíduo quan-to à presença de agentes patogênicos aos homens e ani-mais.Os compostos orgânicos persistentes (COPs) oupoluentes orgânicos persistentes (POPs), como bifenilaspolicloradas e dioxinas, são importantes contaminantes,mas ainda foram pouco estudados emagroecossistemas. A dispersão de COPs no ambienterepresenta um problema ambiental, visto a alta capaci-

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5Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos na Agricultura

dade destes compostos em causarem danos à saúdehumana e/ou animal. Portanto, sempre que estes foremutilizados e/ou produzidos durante o processo geradordo resíduo, recomenda-se a avaliação do teor dessespoluentes no resíduo, assim como de seus metabólitosque podem vir a ser ainda mais tóxicos. Outra ressalvaconsiste na possibilidade de resíduos agrícolas ouagroindustriais apresentarem moléculas de agrotóxicosem sua composição.

- Aspectos legais do uso agrícola de resíduos

Como a destinação de resíduos está diretamente relaci-onada com a conservação ambiental, em termos legais,é interessante destacar primeiramente a Lei Federal No

6938, de 31 de agosto de 1981, que trata da políticanacional do meio ambiente e define, no seu artigo 3º:

I - meio ambiente: conjunto de condições, leis, influ-ências e interações de ordem física, química e bioló-gica, que permite, abriga e rege a vida em todas assuas formas;

II - degradação da qualidade ambiental: alteraçãoadversa das características do meio ambiente;

III - poluição: a degradação da qualidade ambientalresultante de atividades que direta ou indiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bemestar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociaise econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias domeio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo comos padrões ambientais estabelecidos.

IV - poluidor: pessoa física ou jurídica, de direito pú-blico ou privado, responsável direta ou indiretamentepor atividade causadora de degradação ambiental;

V - recursos ambientais: atmosfera, águas interiores,superficiais e subterrâneas, estuários, marterritorial, solo e elementos da biosfera.

Outra Lei Federal importante é a No 9.605, de 12 defevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais eadministrativas derivadas de condutas e atividades lesi-vas ao meio ambiente, e dá outras providências. NoArtigo 54, é definido como crime ambiental, sujeito àpena de reclusão de 1 a 4 anos e multa: causar poluiçãode qualquer natureza em níveis tais que resultem oupossam resultar em danos a saúde humana, ou que pro-voquem a mortandade de animais ou a destruição signifi-cativa da flora.

Além disso, ainda é especificado nesse artigo que se ocrime ocorrer devido ao lançamento de resíduos sólidos,líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substânciasoleosas, em desacordo com as exigências estabelecidasem leis ou regulamentos, a pena será de reclusão de uma cinco anos.

Nesse contexto, constata-se que destinar de forma ina-dequada os resíduos, acarretando prejuízos ambientais,consiste em uma atividade ilegal sujeita às penalidadesimpostas por lei.

Além das leis sobre meio ambiente, mais especificamen-te sobre o uso agrícola de resíduos, podem-se destacaras regulamentações do Ministério da Agricultura, Pecu-ária e Abastecimento (MAPA). Para que resíduos pos-sam ser adicionados aos solos agrícolas, é necessárioque esses gerem algum benefício agronômico, porexemplo, agindo como condicionador ou fertilizante dosolo. O MAPA é o responsável pelas normas sobre ins-peção e fiscalização da produção e comércio de fertili-zantes, corretivos e inoculantes (Decreto 4.954, publi-cado em 14/01/2004, que regulamenta a Lei 6.894, de16/12/1980). Portanto, para se adicionar um resíduo aosolo agrícola, esse deve ser registrado ou seu uso deveser autorizado pelo MAPA. Para tal, uma série deparâmetros de qualidade do resíduo relativos à presençade contaminantes e à garantia de benefícios agronômi-cos deve ser respeitada.

Um exemplo interessante refere-se aos fertilizantesorgânicos. Esses são definidos no Decreto 4.954/04 como“produto de natureza fundamentalmente orgânica, obtidopor processo físico, químico, físico-químico ou bioquímico,natural ou controlado, a partir de matérias-primas deorigem industrial, urbana ou rural, vegetal ou animal,enriquecido ou não de nutrientes minerais”. Na InstruçãoNormativa SDA nº. 23, de 31/08/2005, os fertilizantesorgânicos são classificados de acordo com suascaracterísticas, sendo que a Classe C refere-seespecificamente aos fertilizantes orgânicos que utilizam

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6 Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos na Agricultura

qualquer quantidade de matéria-prima oriunda de lixodomiciliar e a Classe D, aos fertilizantes orgânicos queutilizam qualquer quantidade de matéria-prima oriundado tratamento de despejos sanitários. Dessa maneira, ouso agrícola de dois importantes resíduos urbanos,composto de lixo urbano e lodo de esgoto, também éregulamentado pelo MAPA. Para serem registrados comofertilizantes orgânicos, esses materiais devem atender adeterminadas especificações (garantias) de acordo comsua classificação. Além das garantias, também deve serobservada a Instrução Normativa SDA nº. 27, de 05/06/2006, que apresenta limites para contaminantes.

Os órgãos ambientais estaduais também devem serconsultados, pois muitos apresentam regulamentaçãoprópria quanto à disposição de resíduos na agricultura.

· Testes agronômicos

Um resíduo pode estar isento ou apresentar concentra-ções consideradas seguras de elementos ou substânciascontaminantes e mesmo assim não ser adequado para ouso agrícola. A adição de um material ao solo agrícola sóse justifica quando este resulta em algum benefícioagronômico, como melhorar os atributos relacionados àfertilidade do solo. Assim, são necessários testes quecomprovem a eficiência agronômica do resíduo.

Geralmente, a eficiência agronômica é avaliada pormeio de um experimento em vasos, em casa de vegeta-ção, onde são cultivadas plantas em solo tratado com oresíduo e em solo tratado com insumos tradicionais,para comparação, sendo que o desenvolvimento e a pro-dutividade das plantas são as principais variáveis obser-vadas. Com base na caracterização do resíduo, pode-sedefinir se esse apresenta potencial para ser um condici-onador do solo e/ou uma fonte de um ou mais nutrientese, consequentemente, os tratamentos que serão utiliza-dos no referido experimento. A partir dos resultados doexperimento em vasos, definem-se quais doses serãotestadas no campo para validar os resultados obtidos emcondições controladas.

Para resíduos predominantemente orgânicos, um testeimportante é o de degradabilidade da matéria orgânica.O resíduo pode apresentar diferentes substâncias orgâ-nicas em sua composição, sendo que algumas sãodecomponíveis no solo e outras podem ser resistentes àação microbiana. O acúmulo de substâncias nãobiodegradáveis no solo pode prejudicar a atividade damicrobiota do solo, ou, até mesmo contaminar coleções

hídricas, dependendo de sua solubilidade. A CETESB(Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental),órgão ambiental do estado de São Paulo, na normaP.4230 que dispõe sobre o uso agrícola de lodo de esgo-to, estabeleceu que só são passíveis de uso agrícolaaqueles lodos que apresentarem uma taxa de degrada-ção maior que 30%, determinada conforme descrito naprópria norma (CETESB, 1999).

Ainda para resíduos orgânicos, quando esses forem po-tenciais fontes de nitrogênio, outro teste interessante,tanto sob o ponto de vista agronômico como ambiental,é o de determinação da taxa ou fração de mineralizaçãodo N. Caso a taxa de mineralização seja muito baixa, oresíduo pode não ser adequado para uso agrícola comofonte de nitrogênio. Por outro lado, e essa é a principalpreocupação, se a taxa de mineralização for alta, aquantidade de nitrato formada pode lixiviar e atingir olençol freático. Dessa maneira, para resíduos orgânicosricos em nitrogênio, o cálculo da dose de resíduo a seradicionada também deve ser baseado na fraçãomineralizável de N e na necessidade desse nutriente pelacultura a ser implantada.

Haja vista a importância do pH como regulador da CTC eda disponibilidade de nutrientes nos solos, outro testeinteressante sob o ponto de vista agronômico é a deter-minação da curva de neutralização, que avalia o poderdo resíduo em acidificar ou alcalinizar o solo.

Detalhes sobre testes de degradabilidade da carga orgâ-nica (respirometria), de determinação da fraçãomineralizável de nitrogênio e da curva de neutralizaçãopodem ser encontrados em Coscione; Andrade (2006).

- Avaliação da demanda de mercado e da viabilidadeeconômica do uso agrícola em comparação com outrasopções de disposição

Uma importante etapa de avaliação da viabilidade do usoagrícola do resíduo refere-se ao aspecto econômico. Nãoadianta escolher o melhor meio de disposição sob o pontode vista ambiental e não considerar a parte econômica.Por mais que a empresa geradora esteja interessada empreservar o meio ambiente, os custos da disposição de-vem ser compatíveis com o orçamento da empresa.

Por exemplo, não adianta optar pelo uso agrícola se nãoexiste demanda na região pelo resíduo, ou mesmo, se osagricultores apresentam restrições ao uso do resíduo.No caso da região que demanda o produto não ser próxi-

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7Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos na Agricultura

ma à fonte geradora, deve-se avaliar se é viável trans-portar o resíduo, uma vez que geralmente o transporte éa principal limitação econômica.

Assim, várias alternativas de disposição devem ser avalia-das e comparadas, optando-se por aquela que traga bene-fícios ambientais, mas que seja economicamente viável.

- Avaliação da possibilidade de uso agrícola e de outrasalternativas de disposição

A partir da caracterização do resíduo e do processo gera-dor deste, é possível realizar a avaliação inicial da viabilida-de de utilização do resíduo na agricultura. Na primeiraetapa, a tomada de decisão baseia-se em dois pontosprincipais: (i) se o resíduo apresenta nutrientes ou condici-onadores do solo (como matéria orgânica, por exemplo)em sua composição e (ii) se os teores de contaminantes noresíduo estão dentro dos limites adequados.

Se o resíduo atender a essas condições, serão realizadosos testes de eficiência agronômica. Caso os resultadosdesses sejam satisfatórios, será possível determinar setecnicamente o uso agrícola do resíduo é uma opçãoviável. Entretanto, apenas esse resultado não significaque o uso agrícola seja a melhor opção de disposição.Recomenda-se que outras alternativas de disposição se-jam avaliadas, ordenando-as conforme a viabilidadeambiental e econômica.

Atualmente, pode-se considerar como os principais mei-os de disposição adequados os seguintes:

a) uso na agricultura,b) uso como matéria prima de subprodutos,c) uso na fabricação de materiais para construçãocivil;d) aterros sanitários,e) incineração,f) outros.

É importante lembrar que destinar resíduos para aterrossanitários e/ou incineração é uma medida que represen-tará um alto custo, não sendo ideal sob o ponto de vistasustentável. Portanto, nesse caso, também deve seravaliada a possibilidade de realizar alterações no pro-cesso gerador, eliminando-se a origem da limitaçãopara outros usos ou realizando-se algum tipo de condici-onamento do resíduo para adequá-lo (pré-tratamento).Além disso, a comparação dos resultados da avaliaçãoeconômica das opções selecionadas para o uso do resí-

duo é essencial para a tomada de decisão. Se o meio dedisposição selecionado for o melhor sob o ponto de vistaambiental, mas não for viável economicamente, dificil-mente funcionará em longo prazo. Assim, a opção pelouso agrícola de um resíduo deve ser baseada em critéri-os técnicos, legais, ambientais e econômicos.

- Planejamento da aplicação

Se após todas as etapas anteriores, a opção de disposi-ção escolhida for o uso agrícola do resíduo, é necessáriorealizar um planejamento da aplicação, considerando-seos aspectos ambientais, legais e econômicos identifica-dos anteriormente. Nesse devem constar:

- necessidade de pré-tratamento do resíduo para usoagrícola: detalhes da atividade de adequação do resí-duo antes de aplicá-lo ao solo, como secagem oueliminação de patógenos, se for necessário;

- transporte do resíduo: descrição dos cuidados ne-cessários para transportar adequadamente o resíduoaté a propriedade agrícola;

- armazenamento do resíduo: descrição dos cuidadosnecessários para armazenar o resíduo, como carac-terísticas do depósito ou necessidade de cobrir oresíduo, por exemplo;

- dose de resíduo: detalhamento da base de cálculoda dose de resíduo a ser adicionada, inclusive apre-sentando a caracterização do resíduo utilizado;

- local de aplicação: detalhamento do local, principal-mente em relação à topografia, tipo de solo, proximi-dade de coleções hídricas, profundidade do lençolfreático, direção do fluxo de água, entre outros;

- preparo da área e tipo de aplicação: descrição dotipo de preparo que deverá ser realizado na área,assim como do tipo de aplicação adotado;

- cuidados durante a aplicação: detalhamento de to-dos os cuidados para se aplicar o resíduo, desde usode equipamentos de proteção individual, até comoproceder no caso de acidentes.

- monitoramento da área: descrição de como deveráser o monitoramento da área em que o resíduo foiaplicado, destacando-se tipo e freqüência deamostragem e análises a serem realizadas.

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8 Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos na Agricultura

Resultados Preliminares

Sérios danos ambientais têm sido causados devido aodescarte inadequado de resíduos, sejam esses de origemrural, industrial e/ou urbana. Assim, discute-se ampla-mente a destinação adequada desses materiais, sendoque sua reciclagem racional no solo agrícola tem sidoconsiderada como a opção mais interessante, tanto sobo ponto de vista ambiental como econômico. A escolhado meio de disposição mais adequado de um resíduodeve ser feita com base em uma avaliação detalhada,

que considera desde o processo gerador do resíduo atéos efeitos de sua disposição em longo prazo. Uma impor-tante opção de reciclagem é o uso de resíduos em solosagrícolas, quando a adição desses resultar em benefíciosagronômicos, como aumento dos teores de matéria or-gânica e de nutrientes do solo. Assim como para outrasopções de disposição, a avaliação da viabilidade de sereciclar um resíduo na agricultura deve ser cuidadosa edetalhada, evitando-se que uma atividade desejável sobo ponto de vista ambiental torne-se prejudicial ao meioambiente.

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9Avaliação da Viabilidade do Uso de Resíduos na Agricultura

Exemplares desta edição podem ser adquiridos na:Embrapa Meio AmbienteEndereço: Rodovia SP 340 km 127,5Caixa Postal 69, Tanquinho Velho13.820-000 Jaguariúna/SPFone: (19) 3311-2700Fax: (19) 3311-2640E-mail: [email protected]

1a edição eletrônica (2008)

Presidente: Ariovaldo Luchiari Júnior.Secretário-Executivo: Luiz Antônio S. Melo.Secretário: Sandro Freitas NunesBibliotecária: Maria Amélia de Toledo LemeMembros: Heloísa Ferreira Filizola, Ladislau Araújo Skorupa,Adriana M. M. Pires, Emília Hamada e Cláudio M. Jonsson

Tratamento das ilustrações: Edislene Ap. Bueno Ruza.Editoração eletrônica: Edislene Ap. Bueno Ruza.

Comitê depublicações

Expediente

CircularTécnica, 19

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