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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº1111 Maio/2013 Teixeira Cisterna-Calçadão alimento e alegria pra quem vive no sertão Todos os dias, quando o sol se levanta por trás da serra e derrama seus primeiros raios é chegada à hora de Maria Márcia conhecida por Marcinha e seu esposo João Batista começarem a cuidar da sua plantação de hortas orgânicas. A experiência com hortas é desenvolvida na propriedade do casal, localizada na comunidade Coronel, no município de Teixeira – Paraíba. Foi iniciada no final de 2012, logo assim que a família foi beneficiada com a construção de uma cisterna-calçadão, pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), executado pelo Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS). A cisterna chegou durante o período da estiagem, considerada a maior dos últimos quarenta anos, mas mesmo assim o casal iniciou o plantio e o cenário da pequena propriedade começou a mudar. “A nossa propriedade estava feia, seca! Mas nós não desistimos. Abastecemos a cisterna e iniciamos o plantio. Agora está assim: tudo verdinho! A cisterna veio trazer vida pra terra!” Enfatiza Marcinha. De acordo com João Batista, a construção da cisterna melhorou as condições para que a família possa produzir “Hoje temos a certeza de que existe em nossa propriedade, um lugar para armazenar a água para produzir nosso alimento, o que antes não era possível,” ressalta. A produção é destinada a alimentação da família e o que sobra é comercializada. Os principais alimentos que o casal cultiva ao redor da cisterna são: coentro, alface, repolho, pimentão, couve flor, quiabo, pimenta, jerimum e melancia. João Batista e Maria Marcia Segurança Alimentar no arredor de casa

Cisterna-Calçadão, alimento e alegria pra quem vive no sertão

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Page 1: Cisterna-Calçadão, alimento e alegria pra quem vive no sertão

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1111

Maio/2013

Teixeira

Cisterna-Calçadãoalimento e alegria pra quem vive no sertão

Todos os dias, quando o sol se levanta por trás da serra e derrama seus primeiros raios é chegada à hora de Maria Márcia conhecida por Marcinha e seu esposo João Batista começarem a cuidar da sua plantação de hortas orgânicas.

A experiência com hortas é desenvolvida na propriedade do casal, localizada na comunidade Coronel, no município de Teixeira – Paraíba. Foi iniciada no final de 2012, logo assim que a família foi beneficiada com a construção de uma cisterna-calçadão, pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), executado pelo Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS).

A cisterna chegou durante o período da estiagem, considerada a maior dos últimos quarenta anos, mas mesmo assim o casal iniciou o plantio e o cenário da pequena propriedade começou a mudar. “A nossa propriedade estava feia, seca! Mas nós não desistimos. Abastecemos a cisterna e iniciamos o plantio. Agora está assim: tudo verdinho! A cisterna veio trazer vida pra terra!” Enfatiza Marcinha.

De acordo com João Batista, a construção da cisterna melhorou as condições para que a família possa produzir “Hoje temos a certeza de que existe em nossa propriedade, um lugar para armazenar a água para produzir nosso alimento, o que antes não era possível,” ressalta.

A produção é destinada a alimentação da família e o que sobra é comercializada. Os principais alimentos que o casal cultiva ao redor da cisterna são: coentro, alface, repolho, pimentão, couve flor, quiabo, pimenta, jerimum e melancia.

João Batista e Maria Marcia

Segurança Alimentar

no arredor de casa

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Couve Refogada

Ingredientes

200 g de couve, 2 colheres (sopa) de azeite de oliva , 1/2 cebola picada, 1 dente de alho, Sal a gosto.

Como fazer

Lave bem a couve, retire os talos das folhas, empilhe uma folha sobre a outra, corte em fatias bem finas. Em uma frigideira junte o azeite e a cebola, leve ao fogo e refogue por 2 minutos, acrescente o alho e refogue por mais 1 minuto. Em seguida coloque a couve e refogue por mais 2 minutos sem parar de mexer, até que a couve comece murchar. Tempere com sal e misture bem. Retire a couve da frigideira e sirva a seguir.

Hoje Marcinha atribui o consumo e a venda dos produtos, como sendo a principal fonte de renda da família. “Agora a minha mesa é farta, quando preciso de verdura venho até a horta, pego e levo para casa, o que sobra eu vendo. Já tenho uma clientela certa que compra toda semana, alguns vêm buscar aqui, outros ligam e eu faço a entrega em casa. A nossa renda melhorou muito,” destaca a agricultora.

Para Marcinha a experiência também funciona como uma espécie de “terapia para a alma.” Ela explica que o contato com a natureza e o cuidado diário com as plantas, libertou-a de uma forte depressão e dos medicamentos controlados que tomava diariamente.

“Quando a cisterna chegou, eu estava com depressão, daí comecei participar de reuniões, me relacionar com outras pessoas e principalmente ter contato com a natureza, com o barro. Isso ajudou a me libertar da depressão, porque é uma atividade física e é também uma coisa que eu gosto muito de fazer. Hoje já não tomo mais remédios controlados,” relata a agricultora.

O sucesso da experiência tem atraído a presença de a g r i c u l t o r e s , a g r i c u l t o r a s e t é c n i c o s q u e constantemente visitam o local. Demonstra que no semiárido tendo estrutura de armazenamento de água é possível produzir e viver com qualidade.

“Gostaria de ver todas as famílias que foram beneficiadas com este projeto produzirem algo como estamos produzindo aqui, para que possam melhorar a alimentação e aumentar a sua renda,” Conclui João Batista.

“Eu aconselho a quem tem depressão, que se ocupe em fazer alguma coisa. Crie um bicho de estimação, faça um canteiro, ande de pés descalço, sinta o contato com a natureza, isso pra mim é tudo!” Marcinha

Receita

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba

Realização Apoio

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CEPFS