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 LENY TIEMI ONODERA O USO DE GABIÕES COMO ESTRUTURA DE CONTENÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade  Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. SÃO PAULO 2005 

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  • LENY TIEMI ONODERA

    O USO DE GABIES COMO ESTRUTURA DE CONTENO

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado Universidade Anhembi Morumbi no mbito do Curso de Engenharia Civil com nfase Ambiental.

    SO PAULO 2005

  • LENY TIEMI ONODERA

    O USO DE GABIES COMO ESTRUTURA DE CONTENO

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado Universidade Anhembi Morumbi no mbito do Curso de Engenharia Civil com nfase Ambiental. Orientador: Prof Dr Gisleine Coelho de Campos

    SO PAULO 2005

  • i

    Dedico aos meus pais pelos esforos despendidos por todos esses anos.

  • ii

    RESUMO Nos ltimos anos, novas solues para evitar o deslizamento de taludes naturais e artificiais foram desenvolvidas. Isto significa que, hoje em dia, os riscos de escorregamentos podem ser melhor controlados pela engenharia civil. Os muros em gabies so uma das possveis alternativas para conter um talude, sendo de fcil execuo e com o custo mais baixo do que outras. Devido a isto, este trabalho aborda sistemas de contenes em gabies, com nfase na integrao ao meio ambiente. Um caso real discutido tambm, mostrando como as contenes em gabies so usadas para conter as margens de um crrego. Palavras Chave: conteno, gabio, estabilizao.

  • iii

    ABSTRACT Over the last years, new solutions to avoid the sliding of natural and artificial slopes were developed. This means that the risks of a slope failure can be better controled by civil engineering nowadays. Gabion walls are one of the possible alternatives to contain a slope, and it is easy to be constructed and cheaper than others. Due to this, this paper describes gabion wall systems, with emphasis on its integration in the environment. A real case is also discussed, showing how the gabion wall is used to contain the lateral banks of a stream. Words Key: containment, gabion, stabilization

  • iv

    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1.01 - O uso de gabio nas margens do rio Tiet ............................................2

    Figura 1.02 - Detalhe do gabio recebendo concreto projetado..................................2

    Figura 1.03 - Margem do rio Tiet em gabio revestido com concreto .......................3

    Figura 5.01 - Dois exemplos de muros de contrafortes...............................................9

    Figura 5.02 - Perfil e planta de uma estrutura em Crib Wall ....................................10

    Figura 5.03 - Ilustrao da seo de solo reforado .................................................12

    Figura 5.04 - Atuao do empuxo ativo em estruturas de conteno .......................14

    Figura 5.05 - Exemplos da atuao do empuxo passivo...........................................14

    Figura 5.06 - Equao e o diagrama do empuxo ativo..............................................15

    Figura 5.07 - Equao e o diagrama do empuxo passivo .........................................15

    Figura 5.08 - Dados do projeto a ser analisado.........................................................19

    Figura 5.09 - Coordenadas para desenhar o perfil....................................................20

    Figura 5.10 - Perfil da seo analisada .....................................................................21

    Figura 5.11 - Entrada de dados dos tipos de solos ...................................................21

    Figura 5.12 - Coordenadas do perfil do lenol fretico..............................................22

    Figura 5.13 - Visualizao da seo com o nvel de gua ........................................23

    Figura 5.14 - Tipos de mtodos para anlise ............................................................24

    Figura 5.15 - Visualizao final do perfil analisado ...................................................25

    Figura 5.16 - Entrada de dados da sobrecarga.........................................................26

    Figura 5.17 - Relatrio com os resultados.................................................................26

    Figura 5.18 - Seo analisada e o crculo crtico.......................................................27

    Figura 5.19 - Seo projetada simulando o projeto...................................................27

    Figura 6.01 - Gabio Caixa .......................................................................................30

    Figura 6.02 - Muro em gabio na beira da estrada ...................................................31

    Figura 6.03 - Gabio utilizado no apoio da ponte......................................................32

    Figura 6.04 - Gabio Saco ........................................................................................32

    Figura 6.05 - Utilizao do Gabio Saco como fundao dentro da gua ................33

    Figura 6.06 - Gabio Colcho ...................................................................................34

    Figura 6.07 - Canal de drenagem com a utilizao do gabio colcho .....................35

    Figura 6.08 - Combinao dos trs tipos de gabies ................................................35

  • v

    Figura 6.09 - Deformao no muro em gabio..........................................................37

    Figura 6.10 - O muro coberto pela vegetao...........................................................38

    Figura 6.11 - Visualizao inicial do programa GawacWin .......................................39

    Figura 6.12 - Dados gerais sobre o muro..................................................................39

    Figura 6.13 - Dimenses do muro em gabio ...........................................................40

    Figura 6.14 - Dados sobre o terrapleno.....................................................................40

    Figura 6.15 - Dados da superfcie fretica ................................................................41

    Figura 6.16 - Cargas sobre o terrapleno ...................................................................41

    Figura 6.17 - Visualizao final da anlise ................................................................42

    Figura 6.18 - Pgina 1 do relatrio obtido pelo programa GawacWin .......................43

    Figura 6.19 - Pgina 2 do relatrio com mais dados da anlise................................44

    Figura 6.20 - Pgina 3 do relatrio com os resultados da verificao .......................45

    Figura 7.01 - Travessia do crrego Popuca sob a Av. Nova Cumbica ......................46

    Figura 7.02 - Vista geral da travessia........................................................................47

    Figura 7.03 - Detalhe da entrada do bueiro duplo 1,20 m .....................................48

    Figura 7.04 - Vista do crrego para montante, a partir da testa do bueiro existente .48

    Figura 7.05 - Vista lateral da entrada do bueiro e seu entorno .................................49

    Figura 7.06 - Vista panormica da Av. Lindomar Gomes Oliveira.............................49

    Figura 7.07 - Vista das estruturas de sada do bueiro...............................................50

    Figura 7.08 - Tubos de concreto preenchidos com concreto ....................................51

    Figura 7.09 - Vista da galeria pr-moldada ...............................................................54

    Figura 7.10 - O mesmo da figura 7.1, na etapa de finalizao da obra.....................54

    Figura 7.11 - Vista da travessia, a partir da Av. Lindomar Gomes Oliveira ...............55

    Figura 7.12 - Entrada da galeria aps a implantao................................................56

    Figura 7.13 - Idem a figura 7.4 aps a execuo da obra .........................................56

    Figura 7.14 - Lado jusante aps a implantao da galeria e dos muros ...................56

    Figura 7.15 - Vista dos muros em gabies................................................................57

    Figura 8.01 - Vista do muro em gabies montante da travessia ............................58

    Figura 8.02 - O mesmo perfil da foto anterior, aps execuo do fechamento .........59

  • vi

    SUMRIO

    1 INTRODUO.....................................................................................................1

    2 OBJETIVOS.........................................................................................................4

    2.1 Objetivo Geral .................................................................................................4

    2.2 Objetivo Especfico ........................................................................................4

    3 METODOLOGIA DO TRABALHO.......................................................................5

    4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................6

    5 ESTRUTURAS DE CONTENO.......................................................................7

    5.1 Definio e tipos de estruturas .....................................................................7 5.1.1 Muros ........................................................................................................7

    5.1.2 Escoramentos..........................................................................................10

    5.1.3 Cortinas ...................................................................................................11

    5.1.4 Reforo de terreno...................................................................................12

    5.2 Empuxo de Terra ..........................................................................................12

    5.3 Influncia da gua........................................................................................15

    5.4 Mtodos de dimensionamento Geotcnico................................................16

    5.5 Anlise de estabilidade de taludes .............................................................17

    5.6 Utilizando o programa WinStab ..................................................................18

    6 CONTENO EM GABIO ..............................................................................28

    6.1 Histrico ........................................................................................................28

    6.2 Tipos de Gabies..........................................................................................29

  • vii

    6.2.1 Gabio Caixa...........................................................................................29

    6.2.2 Gabio Saco............................................................................................31

    6.2.3 Gabio Colcho.......................................................................................33

    6.3 Procedimentos importantes na execuo..................................................35

    6.4 As principais vantagens dos muros em gabies ......................................35

    6.5 Anlise de estabilidade ................................................................................37

    7 ESTUDO DE CASO...........................................................................................45

    7.1 Caractersticas do local ...............................................................................45

    7.2 Situao antes do Projeto............................................................................50

    7.3 Estudos desenvolvidos................................................................................51

    7.4 Apresentao do projeto .............................................................................52

    8 ANLISE CRTICA............................................................................................57

    9 CONCLUSES..................................................................................................59

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.........................................................................61

    ANEXOS ...................................................................................................................63

  • 1

    1 INTRODUO

    Movimentos de massas ou movimentos coletivos de solos e de rochas, tm sido

    objeto de amplos estudos nas mais diversas latitudes, no apenas por sua

    importncia como agentes atuantes na evoluo das formas de relevo, mas tambm

    em funo de suas implicaes prticas e de sua importncia do ponto de vista

    econmico. Existe, na literatura, um extenso acervo de dados e de observaes

    realizado pelas mais diversas categorias de profissionais: gelogos, geotcnicos,

    construtores, engenheiros, gegrafos, etc. Obviamente, a atuao e a ateno de

    cada um dos profissionais esto voltadas e orientadas em aspectos nem sempre

    coincidentes. Os diferentes enfoques so o reflexo do interesse de cada campo de

    especializao.

    Segundo Camuzzi (1978), deve-se aos geotcnicos a mais importante contribuio

    ao estudo dos mecanismos de tais movimentos, genericamente chamados

    escorregamentos. O termo escorregamento tem sido comumente utilizado no sentido

    de abranger todo e qualquer movimento coletivo de materiais terrosos e rochosos,

    independentemente da diversidade de processos, causas, velocidades, formas e

    demais caractersticas.

    Face extrema importncia, existem atualmente vrios tipos de processos para a

    estabilizao ou conteno desses escorregamentos. Por exemplo, muros de pedra

    seca, de pedra argamassada, muro de concreto ciclpico, gabies, conteno de

    solo-cimento ensacado, muro de concreto armado, cortinas ou pranchadas

    atirantadas, solo reforado com manta geotxtil, entre outros.

    Neste trabalho apresenta-se o processo de conteno inspirado nos muros de

    gravidade que denomina-se gabies. Trata-se de caixas ou gaiolas de arame

    galvanizado, preenchidas com pedra britada ou seixos, que so colocadas

    justapostas e costuradas umas s outras por arame, formando muros de diversos

    formatos.

  • 2

    O uso de gabio nas obras de conteno uma das solues usualmente adotadas

    por ser de fcil execuo, com baixo custo e por se integrar ao meio ambiente.

    Em So Paulo pode-se observar o uso de gabio na grande obra da Calha do Tiet,

    junto s margens em quase toda a sua extenso. Pode se observar nas figuras 1.1 e

    1.2, a obra sendo executada com gabies e na figura 1.3, o gabio j concretado.

    Figura 1.1 - O uso de gabio nas margens do rio Tiet (Borges, 2005).

    Figura 1.2 - Detalhe do gabio recebendo concreto projetado

    (Borges, 2005).

  • 3

    Figura 1.3 - Margem do rio Tiet em gabio revestido com concreto. (DAEE, 2004).

  • 4

    2 OBJETIVOS

    2.1 Objetivo Geral

    As estruturas de contenes por gabies so muito utilizadas em todas as reas da

    construo civil. Utilizadas em taludes de cortes e aterros, em rodovias, em

    ferrovias, em crregos e rios, at mesmo em reas de edificaes, estas estruturas

    representam uma alternativa simples, de rpida execuo e de baixo custo e por

    isso, so abordadas no presente trabalho.

    2.2 Objetivo Especfico

    Os muros em gabies representam uma soluo extremamente vlida sob o ponto

    de vista tcnico para a construo de muros de conteno em qualquer ambiente,

    clima e estao.

    Tais estruturas so imediatamente eficientes, no necessitam de mo-de-obra

    especializada ou de meios mecnicos sofisticados. Freqentemente as pedras

    utilizadas dentro dos gabies so encontradas nos arredores da obra, o que barateia

    o custo global desta soluo. Face a estas caractersticas, so discutidos neste

    trabalho os procedimentos de execuo destas estruturas e sua aplicao no estudo

    de caso: o projeto bsico da travessia do crrego Popuca sob a Av. Nova Cumbica,

    em Guarulhos, SP.

  • 5

    3 METODOLOGIA DO TRABALHO

    A pesquisa baseou-se em livros tcnicos sobre solos e contenes, vrios catlogos,

    para obteno de informaes sobre a metodologia executiva e os principais

    cuidados de execuo. Sites de empresas tcnicas especializadas em contenes,

    conhecidas na rea pelos seus produtos e servios, foram consultados na busca de

    informaes sobre os materiais usualmente empregados e exemplos de aplicao.

    Visitas a obra, relatrios fotogrficos ilustrativos, memoriais descritivo e de clculo,

    trouxeram dados de interesse para a produo deste trabalho.

  • 6

    4 JUSTIFICATIVA

    Em todas as reas, e principalmente na construo civil, observa-se a necessidade

    de reduzir custos e prazos de execuo, sem reduzir desempenho e mantendo um

    elevado padro de qualidade das obras.

    O tipo de material utilizado um dos fatores que influi muito nesse sentido. A

    conteno feita em gabies utiliza, muitas vezes, material do prprio local e a mo-

    de-obra no precisa ser especializada para executar o servio, o que pode minimizar

    custos e tempo. Esta caracterstica faz da estrutura em gabio uma das mais

    versteis solues tcnicas disponveis e, portanto, uma das muito utilizadas.

    Conhecer as possibilidades de sua aplicao na rea da engenharia civil representa,

    pois, dispor de uma ferramenta simples e relativamente barata para a soluo de

    diversos problemas de instabilizao de macios de solo.

    Outro ponto importante a preservao e a minimizao do impacto ao meio

    ambiente, assunto este muito discutido e que vem ganhando importncia cada vez

    maior para manter e at melhorar a qualidade de vida da populao presente e

    futura, e ao mesmo tempo evitar acidentes ecolgicos. Por este motivo, o uso de

    materiais provenientes do prprio local resulta-se em menor impacto e a integrao

    ocorre naturalmente.

  • 7

    5 ESTRUTURAS DE CONTENO

    Conforme relatado por Ranzini e Negro (1998), a realizao de uma obra de

    fundaes quase sempre envolve estruturas de conteno. frequente a criao de

    subsolos para estacionamento em edifcios urbanos, de contenes de cortes e

    aterros, por muros de arrimo, para a criao de plataformas; a instalao de dutos

    de utilidades em valas escoradas etc. Obras de conteno do terreno esto

    presentes em projetos de estradas, de pontes, de estabilizao de encostas, de

    canalizaes, de saneamento, de metrs etc.

    A conteno feita pela introduo de uma estrutura ou de elementos estruturais

    compostos, que apresentam rigidez distinta daquela do terreno que conter. O

    carregamento da estrutura do terreno gera deslocamentos que por sua vez alteram o

    carregamento, num processo interativo.

    A seguir, sero apresentados os principais tipos de estruturas de conteno.

    5.1 Definio e tipos de estruturas

    Ainda segundo Ranzini e Negro (op.cit.), conteno todo elemento ou estrutura destinado a contrapor-se a empuxos ou tenses geradas em macio cuja condio

    de equilbrio foi alterada por algum tipo de escavao, corte ou aterro.

    5.1.1 Muros

    So estruturas corridas de conteno constitudas de parede vertical ou quase

    vertical apoiada numa fundao rasa ou profunda. Podem ser construdos em

    alvenarias (de tijolos ou pedras) ou de concreto (simples ou armado) ou ainda, de

    elementos especiais. Sua fundao pode ser direta, rasa e corrida ou profunda, em

    estacas ou tubules.

  • 8

    Muros de Gravidade so estruturas corridas, massudas, que se opem aos empuxos horizontais pelo peso prprio. Em geral so empregadas para conter

    desnveis pequenos ou mdios, inferiores a cerca de 5 m. Podem ser construdos

    de concreto simples, ciclpico ou com pedras, argamassadas ou no.

    Muros Atirantados so estruturas mistas em concreto e alvenaria de blocos de concreto ou tijolos, com barras quase horizontais, contidas em planos verticais

    perpendiculares ao paramento do muro, funcionando como tirantes, amarrando o

    paramento a outros elementos embutidos no macio, como blocos, vigas

    longitudinais ou estacas. So construes de baixo custo utilizadas para alturas

    at cerca de 3 m.

    Muros de Flexo so estruturas mais esbeltas, com seo transversal em forma

    de L que resistem aos empuxos por flexo, utilizando parte do peso prprio do

    macio arrimado, que se apia sobre a base do L, para manter-se em equilbrio.

    Em outras vezes so construdas em concreto armado, tornando-se, em geral,

    antieconmicos para alturas acima de 5 a 7 m.

    Muros Mistos so estruturas que utilizam a combinao das tcnicas dos muros acima citados, que funcionam parcialmente pelo peso prprio e parcialmente a

    flexo, utilizando parte do terrapleno como peso para atingir uma condio global

    de equilbrio.

    Muros de Contrafortes so os que possuem elementos verticais de maior porte, chamados contrafortes ou gigantes, espaados de alguns metros, e destinados a

    suportar os esforos de flexo pelo engastamento na fundao. O paramento do

    muro formado por lajes verticais que se apiam nesses contrafortes. Como nos

    muros de flexo, o equilbrio externo da estrutura conseguido tirando-se

    proveito do peso prprio do macio arrimado, o qual se apia sobre a sapata

    corrida ou laje de fundao. A diferena em relao aos muros de flexo

    essencialmente estrutural. Ver exemplos de muros de contrafortes na figura 5.1.

  • 9

    Figura 5.1 - Dois exemplos de muros de contrafortes (Moliterno, 1980).

    Muros de Gabies so muros de gravidade construdos pela superposio de gaioles de malhas de arame galvanizado cheios com pedras cujos dimetros

    mnimos devem ser superiores abertura de malha das gaiolas. So

    empregados para faixas de alturas similar ao muro de gravidade. Atualmente,

    este tipo de estrutura est sendo utilizado de outras formas alm do muro, como

    se descreve no captulo a seguir.

    Crib Wall (Parede de engradados) so estruturas formadas por elementos pr-moldados de concreto, de madeira ou de ao, que so montados no local, em

    forma de fogueiras justapostas e interligadas longitudinalmente, cujo espao

    interno preenchido com material granular grado. No exemplo da figura 5.2, as

    dimenses so meramente ilustrativas.

  • 10

    Figura 5.2 - Perfil e planta de uma estrutura em Crib Wall(Moliterno, 1980).

    5.1.2 Escoramentos

    So estruturas provisrias executadas para possibilitar a construo de outras obras.

    So utilizados normalmente para permitir a execuo de obras enterradas ou o

    assentamento de tubulaes embutidas no terreno.

    Os escoramentos compem-se, de um modo geral, dos seguintes elementos:

    paredes, longarinas, estroncas, e tirantes.

    Parede a parte em contato direto com o solo a ser contido. mais comumente, vertical e formada por materiais como madeira, ao ou concreto. Quando

    formada por pranchas de madeira, pode ser contnua ou descontnua.

    Longarina um elemento linear, longitudinal, em que a parede se apia. Em geral disposta horizontalmente e pode ser constituda de vigas de madeira, ao

    ou concreto armado.

  • 11

    Estroncas ou escoras so elementos de apoio das longarinas. Dispem-se, portanto no plano horizontal das longarinas, sendo perpendiculares s mesmas.

    Podem ser constitudas de barras de madeira ou ao.

    Tirantes so elementos lineares introduzidos no macio contido e ancorados em profundidade por meio de um trecho alargado, denominado bulbo. Trabalhando a

    trao, podem suportar as longarinas em lugar das estroncas, quando essa

    soluo for mais adequada ou econmica.

    5.1.3 Cortinas

    Cortinas so contenes que, pelo fato de serem ancoradas ou acopladas a outras

    estruturas, mais rgidas, apresentam menor deslocabilidade o que pode levar os

    macios contidos a comportar-se em regime elastoplstico, dando origem a solicitaes maiores do que as calculadas no equilbrio limite. Nessas condies, a

    rigidez relativa da cortina tem influncia na distribuio e na intensidade dos

    empuxos sobre a cortina, os quais, por sua vez, dependem dos deslocamentos e

    das deformaes na interface solo-cortina.

    Segundo Houaiss (2001), elasto el.comp. estendido, estirado por meio de trao. E plstico el.comp. que serve para modelar / adj. capaz de ser moldado ou modelado.

    Qualitativamente diz-se que uma cortina ou parede flexvel quando seus

    deslocamentos, por flexo, so suficientes para influenciar significativamente a

    distribuio de tenses aplicadas pelo macio. Rgidas so cortinas cujas

    deformaes podem ser desprezadas. Entre os extremos mencionados s um

    clculo de verificao pode realmente estabelecer se a rigidez de uma cortina tal

    que seus deslocamentos por flexo possam ser desprezados ou no.

    Em obras rodovirias so empregadas cortinas para conteno de cortes ou aterros.

    No primeiro caso so construdas cortinas atirantadas a partir de seu topo, em faixas

    horizontais que vo sendo ancoradas medida que o corte vai sendo executado.

  • 12

    Aps o trmino de cada etapa de corte, instalam-se os tirantes e os lances

    respectivos da cortina. A construo evolui da fundao da cortina para seu topo.

    5.1.4 Reforo de terreno

    So construes em que um ou mais elementos so introduzidos no solo com a

    finalidade de aumentar sua resistncia para que possa suportar as tenses geradas

    por um desnvel abrupto. Nesta categoria enquadram-se o Solo Reforado, a Terra

    Armada e o Solo Grampeado ou Pregado.

    A figura 5.3 ilustra um exemplo de solo reforado, onde, ao longo do trecho a ser

    reforado, so aplicadas telas ou mantas apropriadas, preenchidas com solo de boa

    qualidade e devidamente compactadas. So executadas em camadas consecutivas

    at o nvel dimensionado.

    Figura 5.3 - Ilustrao da seo de solo reforado.

    5.2 Empuxo de Terra

    Segundo Marzionna et.al. (1998), o valor de empuxo de terra, assim como a

    distribuio das tenses ao longo da altura do elemento de conteno, dependem da

    interao solo-elemento estrutural durante todas as fases da obra (escavao e

  • 13

    reaterro). O empuxo atuando sobre o elemento estrutural provoca deslocamentos

    horizontais que, por sua vez, alteram o valor e a distribuio do empuxo, ao longo

    das fases construtivas da obra e at mesmo durante sua vida til.

    Portanto, o carregamento do elemento estrutural de conteno depende fortemente

    das suas prprias caractersticas geomtricas e reolgicas, por ser parte de um conjunto estaticamente indeterminado.

    Conforme Houaiss (2001), reolgico adj. relativo as deformaes e o fluxo da matria, esp. o comportamento dos materiais ante seus limites de resistncia

    deformao.

    A sequncia bsica consiste em calcular primeiramente o empuxo-fora (resultante),

    que nominalmente aceito como estaticamente determinado por teoria de equilbrio-

    limite para as condies de ruptura do solo e, subsequentemente, estimar a

    distribuio das tenses respectivas.

    Convenciona-se ser adequadamente determinvel o empuxo-fora mnimo (ativo) ou

    mximo (passivo), para a hiptese-limite de ruptura, segundo superfcie crtica a

    pesquisar, incorporando ruptura principalmente por cisalhamento e eventual trinca

    de trao. Na hiptese de corpo rgido est implcito o desenvolvimento simultneo

    das tenses e deformaes de ruptura ao longo de toda a superfcie, hiptese esta

    aceitvel em macios homogneos de dimenses mdicas e de comportamento

    tenso-deformao plstico, no frivel.

    Nas condies de deslocamentos insuficientes para a ruptura potencial do solo, os

    empuxos so majorados (quando ativos) ou reduzidos (quando passivos), podendo

    ser avaliados em funo de estimativas associadas experincia, embora parca e

    dispersa, relativa magnitude dos deslocamentos. Estes empuxos assumem valores

    denominados Repouso-Ativo (majorado) ou Repouso-Passivo (minorado).

    Seguem figuras que ilustram de modo simplificado os empuxos ativos e passivos,

    como mostram as figuras 5.4 e 5.5.

  • 14

    Figura 5.4 - Atuao do empuxo ativo em estruturas de conteno (Moliterno, 1980).

    Figura 5.5 - Exemplos da atuao do empuxo passivo (Moliterno, 1980).

    Segundo Caputo (1974), as teorias clssicas sobre empuxo de terra foram

    formuladas por Coulomb e Rankine, tendo sido desenvolvidas por Poncelet,

    Culmann, Rebhann, Krey e, mais modernamente, estudadas e criticadas por Caquot,

    Ohde, Terzaghi, Brinch Hansen e outros autores.

    Para ilustrar um exemplo, conforme a teoria de Rankine, tem-se as seguintes

    equaes do empuxo ativo e passivo, representadas nas figuras 5.6 e 5.7.

  • 15

    '2

    0 21

    a

    h

    aa KhdzzKE ==

    Figura 5.6 - Equao e o diagrama do empuxo ativo (Caputo, 1974).

    pp KhE2

    21 =

    Figura 5.7 - Equao e o diagrama do empuxo passivo (Caputo, 1974).

    5.3 Influncia da gua

    Conforme Ranzini (op.cit.), a influncia da gua marcante na estabilidade de uma

    estrutura de arrimo, basta dizer que o acmulo de gua, por deficincia de

    drenagem, pode chegar a duplicar o empuxo atuante.

    O efeito da gua pode ser direto, resultante do acmulo de gua junto ao tardoz

    interno do arrimo e do encharcamento do terrapleno, ou indireto, produzindo uma

  • 16

    reduo da resistncia ao cisalhamento do macio em decorrncia do acrscimo das

    presses intersticiais.

    O efeito direto o de maior intensidade, podendo ser eliminado ou bastante

    atenuado por um sistema eficaz de drenagem.

    Todo cuidado, portanto, deve ser dispensado ao projeto do sistema de drenagem

    para dar escoamento a precipitaes excepcionais, com folga, e para que a escolha

    do material drenante seja feita de tal modo a impedir qualquer possibilidade de

    colmatao ou entupimento futuro.

    Segundo Houaiss (2001), colmatar v. 1 td. fazer, realizar colmatagem (em terrenos); atulhar, aterrar 2 td. p.ext. tapar fendas, brechas etc..

    5.4 Mtodos de dimensionamento Geotcnico

    Em relao ao dimensionamento de uma estrutura de conteno pode-se dizer que

    existem trs grupos bsicos de mtodos com caractersticas bem distintas.

    Mtodos clssicos (Rankine, Coulomb etc.), cujas teorias permitem o clculo de empuxos ativos e passivos com base apenas em parmetros geotcnicos

    simples. Essa simplicidade faz com que esses mtodos continuem a ser

    empregados, sobretudo para projeto de obras de pequeno e mdio porte, como

    para anteprojeto de obras de maior vulto. A grande vantagem dos mtodos

    clssicos que se baseiam apenas nos parmetros de resistncia ao

    cisalhamento: coeso, ngulo de atrito interno e massa especfica, alm de

    serem mtodos de dimensionamento direto, fornecendo como resultado dos

    clculos as dimenses da estrutura.

    Mtodos modernos (ou mtodos numricos) surgiram com o aparecimento dos computadores e comearam a ser utilizados permitindo levar em conta

    caractersticas de deformabilidade dos macios e das contenes, dando origem

    a clculos de interao entre o macio e estrutura. Esses mtodos exigem uma

  • 17

    caracterizao dos macios atravs de parmetros geomecnicos que possam

    descrever as leis de interao solo-estrutura. Tais parmetros so mais difceis

    de obter, exigindo ensaios mais sofisticados, alm de medidas de deformaes e

    deslocamentos em estruturas reais.

    Mtodos empricos se valem de medies feitas em modelos, entre os quais cabe referir-se ao que foi publicado por Reimbert, M. & A. (1969) apud Ranzini,

    S.M.T. (1998), para materiais pulverulentos (no coesivos), alm de modelos

    ensaiados em centrfugas.

    5.5 Anlise de estabilidade de taludes

    Conforme descrito por Massad (2003) os mtodos para a anlise de taludes,

    atualmente em uso, baseiam-se na hiptese de haver equilbrio numa massa de

    solo, tomada como corpo rgido-plstico, na iminncia de entrar em um processo de

    escorregamento. Da a denominao geral de mtodos de equilbrio limite.

    A observao dos escorregamentos na natureza levou as anlises a considerar a

    massa de solo como um todo (Mtodo do Crculo de Atrito), ou subdividida em

    lamelas (Mtodo Sueco), ou em cunhas (Mtodo das Cunhas).

    O Mtodo Sueco apresenta muitas variantes, como por exemplo o mtodo de

    Fellenius, de Bishop Simplificado, de Morgenstern-Price e outros mais.

    A partir de 1916, os suecos desenvolveram os mtodos de anlise baseados no

    conceito de equilbrio limite, tal como foi definido acima. Constataram que as linhas

    de ruptura eram aproximadamente circulares e que o escorregamento ocorria de tal

    modo que a massa de solo instabilizada se fragmentava em fatias ou lamelas, com

    faces verticais. O conceito de crculo de atrito e a diviso da massa de solo em

    lamelas (ou fatias) j eram praticadas naquele tempo, e o que Fellenius fez, na

    dcada de 1930, foi estender a anlise para levar em conta tambm a coeso na

    resistncia ao cisalhamento do solo.

  • 18

    Evidentemente, no se conhece a posio da linha de ruptura ou do crculo crtico,

    isto , da linha qual se est associado o coeficiente de segurana mnimo, o que

    se consegue por tentativas. Atualmente, essa tarefa facilitada graas aos recursos

    disponveis de computao eletrnica.

    Existe um programa chamado WinStab, desenvolvido na Universidade de Wisconsin

    que utiliza o mtodo de Bishop e Janbu. Para o conhecimento e visualizao deste

    programa, segue um resumo da obteno dos crculos crticos de um talude.

    5.6 Utilizando o programa WinStab

    Seguem os procedimentos bsicos para a obteno dos possveis crculos crticos e

    seus respectivos coefientes de segurana.

    Primeiramente deve-se mudar a configurao regional dentro do painel de controle.

    O smbolo decimal dever ser ponto ( . ) e o smbolo de agrupamento de dgitos

    dever ser vrgula ( , ).

    No comando Input, do programa, seleciona-se a opo Project Information, dentro

    deste cone digita-se o nome do projeto e o ttulo da anlise, como ilustrado na figura

    5.8. Para a unidade selecionar o Sistema Internacional ( SI ).

  • 19

    Figura 5.8 - Dados do projeto a ser analisado.

    Ainda no comando Input selecione a opo Profile Data, como indicado na figura

    5.9, entre com as coordenadas da superfcie e suas consecutivas camadas de solos

    (sempre de cima para baixo). E no canto direito identificar o tipo de solo que est

    abaixo de cada segmento.

    Figura 5.9 - Coordenadas para desenhar o perfil.

  • 20

    Obs.: Essas coordenadas devem ser obtidas na seo transversal desenhadas em

    AutoCad. Escolhe-se a origem e move-se o desenho para coordenada ( 0,0 ), com o

    comando ID ou LIST identificar as coordenadas, anotar e inserir os dados no item

    Profile Data. (Esta somente uma sugesto para facilitar a obteno de

    coordenadas da seo do terreno a ser analisada, levantada pela topografia).

    Na figura 5.10, pode-se ver o perfil do terreno com dois tipos de solo.

    Figura 5.10 - Perfil da seo analisada.

    Novamente no comando Input selecione o item Soil Data e entre com os

    parmetros respectivos do tipo de solo (massa especfica, massa especfica

    saturada, coeso, coeficiente ou ngulo de atrito, presso e a existncia do nvel de

    gua), da primeira camada at quantas forem consideradas, como exemplificado na

    figura 5.11.

  • 21

    Figura 5.11 - Entrada de dados dos tipos de solos.

    No comando Input, selecionar o item Water Surface Data para entrar com as

    coordenadas do nvel dgua (tambm obtidas no desenho feito em AutoCad), como

    ilustrado na figura 5.12.

    Figura 5.12 - Coordenadas do perfil do lenol fretico.

  • 22

    O nvel dgua do lenol fretico representado pela cor azul, como visualizado na

    figura 5.13.

    Figura 5.13 - Visualizao da seo com o nvel de gua.

    No comando Analyse Profile selecione o item Circular/Irregular Surface Search,

    escolha o mtodo desejado, neste exemplo foi utilizado o Circle2 (Modified Bishop).

    Do lado esquerdo no meio, digita-se a quantidade de crculos para a anlise, e no

    canto inferior a variao das coordenadas do incio e fim dos arcos no talude. No

    canto superior a direita coloca-se a elevao, o comprimento e o ngulo horrio e

    anti-horrio, como ilustrado na figura 5.14.

  • 23

    Figura 5.14 - Tipos de mtodos para anlise.

    A visualizao final ser como este grfico da figura 5.15, com os crculos de ruptura

    e os fatores de segurana. O arco vermelho o que apresenta coeficiente de

    segurana menor. Este exemplo representa o perfil de um terreno, antes da

    implantao de uma estrutura de conteno.

  • 24

    Figura 5.15 - Visualizao final do perfil analisado.

    Caso exista sobrecarga (estradas, construes, etc.) na parte superior da seo em

    estudo, entre no comando Input e selecione o item Boundary Load Data e entre

    com as coordenadas de incio e fim, intensidade e ngulo de inclinao (ver figura

    5.16).

  • 25

    Figura 5.16 - Entrada de dados da sobrecarga.

    Aps esses procedimentos entre no comando Results e selecione o item Output

    Text onde ser exibido todos os dados inseridos e os resultados, o relatrio est

    parcialmente visualizado na figura 5.17.

    Figura 5.17 - Relatrio com os resultados.

  • 26

    Anote os dados do Crculo Crtico: coordenadas X, coord. Y, raio e Fator de

    segurana mnimo. O Fator de segurana mnimo deve obedecer as especificaes

    tcnicas da norma NBR 11682 (NB 1315) da ABNT. Para uma apresentao melhor

    desses resultados, aconselha-se desenhar a seo com os crculos e os parmetros

    dos solos, como nas figuras 5.18 e 5.19, a seguir.

    Neste primeiro exemplo tem-se a seo analisada sem a implantao do projeto.

    Figura 5.18 - Seo analisada e o crculo crtico (Soloconsult, 2002).

    Na figura 5.19 tem-se a anlise da seo simulando a implantao do projeto.

    Figura 5.19 - Seo projetada simulando o projeto (Soloconsult, 2002).

  • 27

    Com o resultado dessas anlises, pode-se simular o desempenho do projeto, prever

    a necessidade de mudana da soluo proposta ou a troca do solo por outro melhor

    e assim garantir a segurana da obra.

    Os crculos crticos representam onde as rupturas podem provavelmente ocorrer.

    Conforme a norma da ABNT, o fator de segurana no dever ser inferior a 1,5.

  • 28

    6 CONTENO EM GABIO

    Estruturas de conteno so obras que tm a finalidade de conter macios de solos.

    Quando construdas em centros urbanos ou em reas de lazer, devem se integrar o

    mximo possvel no meio em que se encontram, tanto do ponto de vista ambiental

    como paisagstico.

    Segundo Moliterno (1980), o gabio foi utilizado durante muito tempo como soluo

    para desvio dos curso dos rios e fechamentos das ensecadeiras nas obras de

    construo de barragens.

    Seu emprego tem se diversificado, encontrando aceitao na execuo no s de

    muros de arrimo, como em revestimento de canais, proteo de margens de rios, e

    em obras de emergncia para conteno de encostas.

    6.1 Histrico

    Para Camuzzi (1978) a palavra gabio deriva do italiano gabbione, que quer dizer

    gaiolo, pois foram os italianos que mais os usaram e difundiram na histria antiga e

    moderna. O termo GABIO utilizado nas principais lnguas modernas, como o

    ingls, francs, espanhol, etc.

    Continuando ainda conforme Camuzzi (op.cit.), os egpcios usaram o princpio de um

    invlucro em forma de cestos de vime, cheios de pedras para fazer estruturas de

    conteno s margens do Rio Nilo, como aparece num alto-relevo, datado de 5.000

    anos antes de Cristo. Existem tambm ilustraes chinesas, do ano 1.000 AC, onde

    estruturas similares s obras com gabies, foram usadas margem do Rio Amarelo.

    O invento, por parte dos alemes, de mquinas que podiam tecer redes com malha

    hexagonal a dupla toro e arames grossos, fornecendo rolos de rede em forma de

    grandes retngulos, favoreceu enormemente o desenvolvimento do gabio/caixa

    moderno e mantas, em forma de paraleleppedos de diversos tamanhos, alm dos

    gabies/saco.

  • 29

    6.2 Tipos de Gabies

    Existem trs tipos de gabies: o gabio tipo caixa, o tipo colcho e o tipo saco. Cada

    um utilizado onde melhor se adapta seu formato conformao da obra.

    6.2.1 Gabio Caixa

    O gabio caixa uma estrutura metlica, em forma de paraleleppedo, cujas trs

    medidas so da mesma magnitude. Um nico elemento, produzido com malha

    hexagonal de dupla toro, forma a base, a tampa e as paredes laterais. Ao

    elemento de base so unidos, durante a fabricao, as duas paredes de

    extremidade e os diafragmas, assim encaixado e devidamente desdobrado na obra,

    assume a forma de um paraleleppedo (ver figura 6.1).

    Figura 6.1 - Gabio Caixa (Maccaferri, 2001).

    O seu interior preenchido com pedras bem distribudas e com dimenses variadas,

    porm com dimetro nunca inferior malha hexagonal.

    A tela produzida com arames de ao de baixo contedo de carbono, revestido com

    uma liga de zinco e alumnio, o que confere uma proteo contra corroso, esta rede

    de ao deve estar de acordo com as especificaes da norma NBR 10514 (EB 1804)

    e o arame de ao utilizado nesta tela deve seguir as especificaes da norma NBR

    8964 (EB 1562) da ABNT.

  • 30

    Quando em contato com a gua, aconselhvel que seja utilizado o arame com

    revestimento plstico, o qual oferece uma proteo definitiva contra a corroso.

    Este tipo de gabio mais usado como muro, onde so sobrepostos e alinhados em

    toda a extenso necessria. Com base em estudos do solo o projeto deve

    especificar as dimenses desta conteno, tais como o comprimento, a largura e a

    altura do muro.

    Na figura 6.2, tem-se o muro em gabio tipo caixa, para conter o talude na beira da

    estrada.

    Figura 6.2 - Muro em gabio na beira da estrada (Maccaferri, 2001).

    Um outro exemplo de utilizao do gabio tipo caixa observado na figura 6.3, onde

    usado no fechamento do apoio da ponte.

  • 31

    Figura 6.3 - Gabio utilizado no apoio da ponte (Maccaferri, 2001).

    6.2.2 Gabio Saco

    Os gabies saco so estruturas metlicas, em forma de cilindros, constitudos por

    um nico pano de malha hexagonal de dupla toro, que em suas bordas livres

    apresentam um arame especial que passa alternadamente pelas malhas para

    permitir a montagem da pea na obra. Detalhes na figura 6.4.

    Figura 6.4 - Gabio Saco (Maccaferri, 2001).

    um tipo de gabio extremamente verstil devido ao seu formato cilndrico e

    mtodo construtivo, pois as operaes de montagem e enchimento so realizadas

  • 32

    no canteiro de obras para posterior aplicao, com o auxlio de equipamentos

    mecnicos.

    empregado, geralmente, em locais de difcil acesso, em presena de gua ou em

    solos de baixa capacidade de suporte devido a extrema facilidade de colocao.

    Essas caractersticas fazem do gabio saco uma ferramenta fundamental em obras

    de emergncia. Depois de ter sido montado e colocados os tirantes, preenchido

    com rapidez, em seco, perto do local de utilizao, pela extremidade (tipo saco) ou

    pela lateral (tipo bolsa), fechado e lanado com auxlio de grua.

    Na figura 6.5 pode-se ver o gabio tipo saco sendo transportado para dentro do rio

    onde servir de fundao para o gabio caixa que est sendo executado e aparece

    no canto direito da figura.

    Figura 6.5 - Utilizao do Gabio Saco como fundao dentro da gua

    (Maccaferri, 2001).

    O enchimento com pedras no assume a mesma importncia tomada pelos gabies

    caixa e pelos colches, devido s caractersticas prprias das obras em que estes

    so empregados. As amarraes entre os gabies saco no so necessrias.

  • 33

    A tela confeccionada com arame plastificado, devido aos gabies saco sempre

    estarem em contato com a gua e colocados em posies de difcil manuteno.

    6.2.3 Gabio Colcho

    O gabio colcho uma estrutura metlica, em forma de paraleleppedo, e de

    grande rea e pequena espessura. formado por dois elementos separados, a base

    e a tampa, ambos produzidos com malha hexagonal de dupla toro, como mostra a

    figura 6.6.

    Figura 6.6 - Gabio Colcho (fonte: Maccaferri, 2001).

    O pano que forma a base dobrado, durante a produo, para formar os

    diafragmas, um a cada metro, os quais dividem o colcho em clulas de

    aproximadamente dois metros quadrados. Na obra desdobrado e montado para

    que assumam a forma de paraleleppedo. O seu interior preenchido com pedras de

    dimetros adequados em funo da dimenso da malha hexagonal.

    A tela a mesma utilizada no gabio caixa.

    Os colches so estruturas flexveis adequadas para o revestimento das margens e

    do leitos dos cursos de gua. Como observado nas figuras 6.7, onde os gabies

    colcho foram revestidos com concreto projetado.

  • 34

    Figura 6.7 - Canal de drenagem com a utilizao do gabio

    colcho (fonte: Maccaferri, 2001).

    As estruturas em gabies podem ser utilizadas combinando os trs tipos de gabio,

    como pode ser visto na figura 6.8, a seguir.

    Figura 6.8 - Combinao dos trs tipos de gabies (fonte: Maccaferri, 2001).

    Gabio Tipo Caixa

    Gabio Tipo Colcho

    Gabio Tipo Saco (imerso)

  • 35

    6.3 Procedimentos importantes na execuo

    Na execuo do muro deve-se levar em considerao alguns procedimentos para

    que possam ser garantidas as premissas de projeto e assim a sua eficincia. Desta

    forma recomenda-se atentar para os seguintes cuidados:

    preparo da base para garantir que o muro estar assentado em terreno natural ou terreno bem compactado, compatvel com o admitido em projeto;

    execuo do sistema de drenagem, atravs de drenos sub-horizontais profundos, drenagem superficial (para proteo da crista), drenos junto face do muro etc.;

    reaterro compactado com controle atrs do muro. Esse reaterro deve ser executado cuidadosamente, em faixas, ao longo de toda a extenso seguindo as

    especificaes tcnicas da norma NBR 11682 (NB 1315) da ABNT.

    6.4 As principais vantagens dos muros em gabies

    Segue abaixo, as principais vantagens na utilizao do gabio em estruturas de

    contenes:

    Como j citado anteriormente a gua exerce influncia marcante na estabilidade de uma estrutura de arrimo. E o muro em gabies, estudado nesse trabalho,

    apresenta elevada permeabilidade e drenagem, que facilita o saneamento do

    terreno, por permitir o fluxo das guas de percolao, aliviando empuxos

    hidrostticos (foras de presso causadas pela gua);

    Apresenta tambm extrema flexibilidade, o que permite a adaptao da estrutura aos movimentos do terreno, acompanhando o recalque ou acomodaes, sem

    comprometer a estabilidade e a eficincia estrutural, como na figura 6.9;

  • 36

    Figura 6.9 - Deformao no muro em gabio (fonte: Maccaferri, 2001).

    Outra vantagem do muro em gabies a grande resistncia aos esforos de empuxo e trao do terreno, pois so muros calculados como uma estrutura

    monoltica por gravidade. O revestimento dos arames assegura a durabilidade

    por muitos anos;

    O gabio se integra facilmente ao meio ambiente, as estruturas se adaptam a qualquer ecossistema, pois no criam obstculos passagem das guas e favorecem a rpida recuperao da fauna e da flora por ser de materiais inertes.

    O exemplo disso pode ser visto na figura 6.10, onde as plantas cresceram em

    volta do muro em gabies.

    Segundo Houaiss (2001), ecossistema s.m. sistema que inclui os seres vivos e o ambiente, com suas caractersticas fsico-qumicas e a inter-relae entre ambos.

  • 37

    Figura 6.10 - O muro coberto pela vegetao (fonte: Maccaferri, 2001).

    6.5 Anlise de estabilidade

    Para a verificao da estabilidade do muros em gabies, existe um programa

    chamado GawacWin, desenvolvido pela Maccaferri, onde pode-se verificar os

    empuxos atuantes na estrutura.

    Este programa pode ser adquirido gratuitamente no site da empresa, e para

    conhec-lo um pouco mais, segue uma breve apresentao para a utilizao.

    A tela inicial do programa GawacWin, para clculo de estabilidade dos muros em

    gabies na figura 6.11.

  • 38

    Figura 6.11 - Visualizao inicial do programa GawacWin .

    Entra-se com os dados do muro de gabio, neste quadro representado na figura

    6.12.

    Figura 6.12 - Dados gerais sobre o muro.

  • 39

    Em seguida preencher com as dimenses do gabio j projetado, como no exemplo

    da figura 6.13, comeando sempre com as dimenses do muro de baixo para cima.

    Figura 6.13 - Dimenses do muro em gabio.

    Neste quadro, deve-se especificar as propriedades do solo, as inclinaes dos

    trechos e a extenso do terrapleno.

    Figura 6.14 - Dados sobre o terrapleno.

  • 40

    Se houver lenol fretico no terreno, deve-se preencher os dados deste quadro da

    figura 6.15.

    Figura 6.15 - Dados da superfcie fretica

    Se houverem cargas sobre o terrapleno, deve-se especificar nesse quadro indicado

    na figura 6.16.

    Figura 6.16 - Cargas sobre o terrapleno.

  • 41

    Aps fornecer todos os dados necessrios, pode-se escolher o tipo de anlise

    separadamente ou pesquisar todas de uma vez.

    Figura 6.17 - Visualizao final da anlise.

    Com o programa obtm-se um relatrio com todos os dados e os resultados das

    verificaes. Como exemplo de verificao, nas figuras 6.18, 6.19 e 6.20 a seguir,

    tem-se o relatrio de um muro em gabies analisado para o DER.

  • 42

    Figura 6.18 - Pgina 1 do relatrio obtido pelo programa GawacWin(Soloconsult, 2002).

  • 43

    Figura 6.19 - Pgina 2 do relatrio com mais dados da anlise (Soloconsult, 2002).

  • 44

    Figura 6.20 - Pgina 3 do relatrio com os resultados da verificao (Soloconsult, 2002).

    Com os resultados pode-se verificar os empuxos atuantes nesta estrutura e saber se

    ser necessrio alguma alterao nas dimenses .

  • 45

    7 ESTUDO DE CASO

    O presente estudo tem por objetivo apresentar o projeto bsico da travessia do

    crrego Popuca sob a Av. Nova Cumbica, em Guarulhos, SP.

    7.1 Caractersticas do local

    O referido local encontra-se na confluncia da Av. Nova Cumbica/Av. Santana da

    Boa Vista com a Av. Lindomar Gomes de Oliveira, esta ltima desenvolvendo-se ao

    longo das margens do crrego Popuca. Para melhor visualizao da obra, seguem

    no Anexo C, os desenhos do projeto em tamanho reduzido, onde encontra-se o

    levantamento topogrfico, a planta projetada, sees e detalhes.

    A Av. Nova Cumbica muda de nome nas proximidades da travessia, passando a se

    chamar Av. Santana da Boa Vista, a partir desse ponto. Na figura 7.1, tem ao fundo,

    a Av. Santana da Boa Vista, continuao da Av. Nova Cumbica. direita, a entrada

    do bueiro duplo 1,20 m existente.

    Figura 7.1 - Travessia do crrego Popuca sob a Av. Nova Cumbica.

    Entrada do bueiro

  • 46

    Trata-se de uma via pavimentada com largura bastante varivel, desde 8,40 metros

    no trecho da Av. Nova Cumbica at um leito de 17,00 metros na Av. Santana da Boa

    Vista como ilustrado na figura 7.2.

    Figura 7.2 - Vista geral da travessia, a partir da Av. Santana da Boa Vista.

    No ponto de passagem do crrego, a via apresenta-se com 14,50 metros, confinada

    pelos muros de ala da referida travessia.

    A travessia em questo feita atravs de um bueiro duplo de concreto com tubos de

    1,20 m de dimetro, hidraulicamente insuficiente para a conduo da vazo de

    projeto. A entrada do bueiro apresenta eroses junto aos muros de ala. Observar a

    passagem dos pedestres em condies de risco, dada a inexistncia de passeio.

    (ver figura 7.3).

  • 47

    Figura 7.3 - Detalhe da entrada do bueiro duplo 1,20 m.

    A entrada apresenta-se assoreada com formao de banco de material e

    conseqente estrangulamento do canal. Observa-se marcas de enchente nas casas

    e, em primeiro plano, banco de material de assoreamento, causando

    estrangulamento da seo do crrego. Nesse trecho, ambas as margens do crrego

    apresentam-se ocupadas por edificaes, com acesso em terra como mostra a

    figura 7.4.

    Figura 7.4 - Vista do crrego para montante, a partir da testa do bueiro existente.

  • 48

    A regio da ombreira junto aos muros de ala do bueiro encontra-se erodida devido a

    ao das guas pluviais escoadas pela Av. Nova Cumbica e Av. Santana da Boa

    Vista, e concentradas nesse ponto baixo (ver figura 7.5)

    Figura 7.5 - Vista lateral da entrada do bueiro e seu entorno.

    O trfego nesta via bastante intenso j que trata-se de uma alternativa de ligao

    entre a Via Dutra e a Rodovia dos Trabalhadores. No trecho de jusante, as margens

    do crrego recebe o nome de Av. Lindomar Gomes de Oliveira, cujo leito carrovel

    encontra-se tambm em terra (figura 7.6).

    Figura 7.6 - Vista panormica da Av. Lindomar Gomes Oliveira, lado jusante do crrego.

  • 49

    Junto sada do bueiro, as margens apresentam evidncias de vrios problemas,

    ocorridos em pocas distintas. Na figura 7.7 v-se algumas solues de contenes

    diferentes que foram executadas de modo provisrio. Os muros de ala foram

    reconstitudos, a margem direita em gabies e a esquerda em alvenaria, certamente

    aps a destruio das estruturas originais em concreto. Em primeiro plano, observa-

    se na mesma figura, a cicatriz de eroso com material de escorregamento e entulho

    lanado sobre o leito do crrego.

    Figura 7.7 - Vista das estruturas de sada do bueiro.

    Mais jusante, a margem esquerda apresenta duas rupturas por eroso, j

    avanando na direo do leito carrovel, junto s colunas de conteno (tubos de

    concreto 1,0 m preenchido com concreto) implantadas no trecho (ver figura 7.8),

    soluo tambm utilizada na margem direita.

    Gabies

    Muro em alvenaria

    Tubos de concreto

  • 50

    Figura 7.8 - Tubos de concreto preenchidos com concreto, colocados junto s

    margens como tentativa de conteno.

    A exemplo do trecho de montante, as eroses instaladas junto s ombreiras da

    travessia foram tambm provocadas pela guas provenientes da Av. Nova Cumbica

    e da Av. Santana da Boa Vista.

    A microdrenagem da rea limita-se a duas bocas-de-lobo (uma na Av. Lindomar

    Gomes de Oliveira e a outra junto confluncia da Av. Nova Cumbica com a R.

    Baixio), ambas lanando as guas no trecho de jusante, atravs de tubos de

    concreto 0,80 m.

    O lanamento das guas para montante d-se diretamente sobre o talude das

    ombreiras em ambas as margens, pois nesse trecho no existem guias e sarjetas.

    7.2 Situao antes do Projeto

    O problema principal observado no local refere-se capacidade de vazo da

    travessia existente. O bueiro duplo com tubos de 1,20 m de dimetro no

    comportava o volume das guas do crrego Popuca, nos episdios de grande

    pluviosidade.

    Tubos de concreto

  • 51

    As marcas e vestgios existentes mostram que ocorria o extravasamento das guas

    sobre a Av. Nova Cumbica, causando uma lmina dgua neste ponto baixo da via.

    Aliado a esse fato foi relevante, tambm, o escoamento superficial das guas

    pluviais pela Av. Nova Cumbica e Av. Santana da Boa Vista, parte no captada pela

    microdrenagem existente, que se espraiavam diretamente sobre os taludes das

    ombreiras da travessia, provocando eroses generalizadas.

    Dentre as anomalias observadas no local, destacaram-se:

    trecho da Av. Nova Cumbica junto travessia sem guia e passeio, com prejuzo segurana dos pedestres;

    eroses junto ao muro de ala da entrada do bueiro, com exposio do tardoz da estrutura;

    assoreamento na regio da entrada do bueiro, com estrangulamento da seo do crrego;

    cicatrizes de ruptura e eroses nas ombreiras da travessia, lado jusante;

    entulho e material escorregado sobre o leito do crrego, junto ruptura mais pronunciada da margem esquerda, lado jusante;

    indcios de movimentao do muro de ala em alvenaria, junto sada do bueiro;

    7.3 Estudos desenvolvidos

    Tendo como objetivo maior a resoluo do problema de inundao no local,

    associado restaurao e consolidao das margens do crrego Popuca junto s

    ombreiras da travessia, foram desenvolvidos os seguintes estudos:

  • 52

    programao e execuo do levantamento planialtimtrico cadastral da rea, incluindo pontos de batimetria (medio de profundidades martimas);

    delimitao da bacia hidrogrfica em mapa da EMPLASA na escala 1:10.000, para efeito do pr-dimensionamento da travessia sob a Av. Nova Cumbica;

    clculo das vazes de projeto, considerando o tempo de concentrao de 10 minutos e o tempo de retorno de 50 anos. Para detalhes do memorial de clculo

    hidrolgico ver o Anexo B;

    estudo para adoo do tipo e seo da galeria a ser adotada;

    definio do tipo e dimenses dos muros de ala em concreto da galeria;

    pr-dimensionamento dos muros de conteno em gabio das margens do crrego;

    previso do tipo de fundao da galeria e demais estruturas, antecedendo a execuo das sondagens de reconhecimento do subsolo,

    avaliao da geometria da via (em planta e perfil), levando-se em conta a seo tpica requerida;

    verificao da microdrenagem;

    avaliao para indicao da estrutura do pavimento, sinalizao e dispositivos de segurana.

    7.4 Apresentao do projeto

    Com base no pr-dimensionamento hidrulico da travessia, definiu-se pela

    implantao de uma galeria pr-moldada de concreto com duas aduelas de 2,50 x

  • 53

    2,50 metros, se estendendo por 22,00 metros (ver figura 7.9). Como fundao,

    preveu-se o tratamento com racho, material de transio e bero de bica corrida.

    Figura 7.9 - Vista da galeria pr-moldada lado jusante do crrego.

    O mtodo executivo contemplou a utilizao de pelo menos duas faixas de trfego,

    com a devida sinalizao para a garantia da segurana dos veculos e dos pedestres

    (ver figura 7.10).

    Figura 7.10 - O mesmo da figura 7.1, na etapa de finalizao da

    obra.

  • 54

    O greide desse trecho da Av. Nova Cumbica foi mantido, tendo em vista as

    implicaes decorrentes de eventual alteamento (deslocamento do ponto baixo para

    uma posio desfavorvel microdrenagem) como mostra a figura 7.11.

    Figura 7.11 - Vista da travessia, a partir da Av. Lindomar Gomes

    Oliveira.

    Preveu-se a implantao de guia, sarjeta e passeio na regio de travessia, alm da

    implementao dos dispositivos de microdrenagem necessrios.

    As obras de conteno das margens utilizaram estruturas em gabies com alturas

    variveis. Por ser uma obra de carter emergencial, sendo necessrio uma soluo

    de baixo custo e observando-se que o muro em gabio apresentou-se satisfatrio

    como pode se ver na figura 7.7, optou-se por este tipo de conteno.

    montante da travessia preveu-se, tambm, o revestimento do leito com gabies

    tipo colcho (ver detalhe do gabio tipo colcho na figura 6.4), criando-se degraus

    para dissipao de energia nesse trecho, onde a declividade do crrego mais

    acentuada. (figuras 7.12 a 7.15). Observa-se nas duas figuras a seguir o volume de

    gua num dia chuvoso.

  • 55

    Figura 7.12 - Entrada da galeria aps a implantao.

    Figura 7.13 - Idem a figura 7.4 aps a execuo da obra.

    Figura 7.14 - Lado jusante aps a implantao da galeria e dos

    muros.

  • 56

    Figura 7.15 - Vista dos muros em gabies, do lado de jusante

    do crrego Popuca.

    Os desenhos com a indicao das obras e servios projetados so:

    des. 258-PO-A1-001: Levantamento Planialtimtrico Cadastral

    des. 258-PO-A1-002: Arranjo Geral Planta;

    des. 258-PO-A1-003: Arranjo Geral Sees;

    des. 258-PO-A1-004: Muro de Ala e Contenes Detalhes.

    Tais desenhos constam do Anexo C deste trabalho.

  • 57

    8 ANLISE CRTICA

    Como observado na figura 7.7, foram utilizadas tentativas provisrias de conter as

    margens como o muro de alvenaria, tubos de concreto preenchidos com concreto e

    muro em gabio, provavelmente executadas em ocasies diferentes resultando

    numa obra toda emendada, com falhas.

    O muro em gabio utilizada em uma pequena parte jusante da galeria apresentou

    resultado satisfatrio no apresentando tombamento, grandes recalques e os

    arames da gaiolas no estavam danificados. Isso foi levado em conta na escolha

    do tipo de conteno. Quando observa-se resultados insatisfatrios de algum

    mtodo, procura-se no repet-lo em obras similares.

    A obra foi executada quase na totalidade conforme o projeto, exceto em um ponto

    onde houve alterao para melhor adequao ao local. O fechamento entre o muro

    em gabies e o talude existente foi executado com sacos de solo-cimento, ao invs

    de pedra argamassada como indicado no projeto. Na figura 8.1, observa-se na

    margem direita o incio do muro em gabies, antes de se executar o fechamento. E

    na figura 8.2, a mesma vista aps a execuo do fechamento.

    Figura 8.1 - Vista do muro em gabies montante da travessia.

  • 58

    Figura 8.2 - O mesmo perfil da foto anterior, aps execuo do

    fechamento.

    Outro ponto observado o volume de lixo acumulado. As residncias existentes nas

    margens do crrego so todas apropriaes irregulares. No projeto da Prefeitura de

    Guarulhos nesse trecho deveria ser a continuao da Av. Lindomar Gomes Oliveira

    que seria pavimentada em breve. Consequentemente, no h o saneamento bsico

    necessrio e todo tipo de detrito lanado no crrego.

    Como a superfcie dos gabies no lisa, parte do lixo fica detida, resultando em m

    aparncia, como pode-se observar nas maioria das figuras. Se o volume de lixo

    acumular-se demais pode ocasionar a reduo da vazo de gua.

    A uso da galeria de aduelas de concreto nas dimenses 2,50 x 2,50 m, foi uma

    imposio por parte do cliente, visto que a obra feita com um pontilho de concreto

    apresentaria rea de vazo bem maior e com o custo mais baixo.

  • 59

    9 CONCLUSES

    A obra, do estudo de caso, foi executada num ponto de alagamento causada pela

    dimenso da drenagem inferior ao necessrio, que se encontrava assoreado

    tambm pelos detritos lanados pelos moradores, causando um estrangulamento da

    passagem de gua que utilizava o pavimento para poder escoar o seu volume nas

    horas de muita chuva. E esta uma rea de grande trnsito de veculos e pessoas,

    como notado nas fotos do local.

    Com a implantao da galeria e com as contenes em gabies tipo caixa e os tipo

    colcho, que dificultam o assoreamento, no foram mais observados os

    alagamentos neste ponto. E as eroses nas ruas de terra que eram muito

    recorrentes tambm cessaram no entorno dos muros.

    As estruturas de conteno em gabies so eficientes, no necessitam de mo-de-

    obra especializada ou de meios mecnicos sofisticados para execuo. Os materiais

    utilizados, na produo e execuo, so encontrados em abundncia.

    Consequentemente, favorecendo o custo menor desta estrutura em relao aos

    outros tipos de solues, podendo chegar num custo equivalente a metade do valor

    de algumas alternativas existentes no mercado.

    Pode-se observar pelas suas caractersticas que a conteno em gabio uma das

    mais versteis solues tcnicas disponveis. No s executadas como muros, mas

    utilizadas em vrios casos como: taludes de rios, apoio de pontes, dissipadores de

    energia dentro de crregos, canais de drenagem, etc. Principalmente em reas

    como crregos, onde o fluxo de gua constante, no observam-se grandes

    problemas na execuo, por ser uma estrutura permevel e no necessitar de reas

    totalmente secas, e, tempo de cura como o concreto.

    Em casos de remoo ou alterao do tipo de conteno, o muro em gabies

    tambm apresenta fcil manuseio, sem necessitar equipamentos de demolio.

  • 60

    Por ser executadas com materiais inertes e no criar obstculos passagem de

    gua, favorecem a recuperao da fauna e flora, e, a integrao desta estrutura em

    qualquer ecossistema, auxiliando na preservao do meio ambiente.

    Como so estruturas flexveis e apresentam grande resistncia trao e ao

    empuxo dos terrenos, deformam-se sem prejudicar o desempenho da conteno.

    Caso ocorra o rompimento desta estrutura, por motivo reolgico ou por outras

    causas, isto ocorrer de forma relativamente lenta, e no de forma abrupta.

    Podendo, assim, evitar acidentes por haver tempo hbil a tomar as devidas

    precaues.

    As contenes, de modo geral, so para garantir a segurana, tanto provisria como

    permanentemente. Como visto, as estruturas em gabies apresentam timo

    desempenho como alternativa de conteno. Muito utilizada no passado e no

    presente, e, ainda ser uma tima soluo no futuro, mesmo com o surgimento de

    novas tcnicas de conteno.

  • 61

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 8964 (EB 1562). Arame de ao de baixo teor de carbono, zincado, para gabies.

    ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 10514 (EB 1804). Redes de ao com malha hexagonal de dupla toro, para confeco de gabies.

    ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 11682 (NB 1315). Estabilidade de taludes.

    ABNT ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS; Normas. Disponvel em: Acesso em: 19 out. 2005.

    BORGES, Juliana; Rio Tiet / Fotos da obra. Disponvel em: Acesso em 20 set. 2005.

    CAMUZZI, Demetrio Filho. Gabies Profer. So Bernardo do Campo, SP. Julho/1978.

    CAPUTO, Homero Pinto. Mecnica dos solos e suas aplicaes Rio de Janeiro, Livros Tcnicos e Cientficos, 1974.

    DAEE Departamento de guas e Energia Eltrica; Calha do Tite. Disponvel em: Acesso em: 20 out. 2005.

    HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.. Dicionrio Houaiss da Lingua Portuguesa / Antnio Houaiss e Mauro de Salles Villar, elaborado no Instituto Antnio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Lingua Portuguesa S/C Ltda. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

    MACCAFERRI. Gabies Maccaferri . Publicao editada pelo departamento tcnico da S.p.a. OFFICINE MACCAFERRI, 2001.

    MACCAFERRI; Gabies. Disponvel em: Acesso em: 15 jul. 2004.

    Manual de Geotecnia: Taludes de rodovias Orientao para diagnstico e solues de seus problemas / Pedro Alexandre Sawaya de Carvalho (Coord.). So Paulo Instituto de Pesquisas Tecnolgicas, 1991. (Publicao IPT; n. 1843)

  • 62

    MARZIONNA, J. D., MAFFEI, C. E. M., FERREIRA, A. A., CAPUTO, A. N.; Anlise, projeto e execuo de escavaes e contenes. Fundaes: Teoria e prtica. So Paulo: PINI, 1998, p.537-279, cap. 15.

    MASSAD, Faial. Obras de Terra: Curso Bsico de Geotecnia / Faial Massad So Paulo: Oficina de Textos, 2003.

    MOLITERMO, Antnio. Caderno de Muros de Arrimo/Antnio Molitermo 1927. Editora Edgard Blcher Ltda. So Paulo, SP, 1980.

    RANZINI, S.M.T.; NEGRO, A.J.; Obras de conteno: tipos, mtodos construtivos, dificuldades exectivas. Fundaes: Teoria e prtica. So Paulo: PINI, 1998, p.497-515, cap. 13.

    SOLOCONSULT, Memria de Clculo do Muro em Gabies, MC-SP-274.041.058-000-G19/001. Projeto apresentado para DER-Departamento de Estradas de Rodagem, 2002.

  • 63

    ANEXOS

    Anexo A: Especificaes tcnicas de gabies.

    Anexo B: Memorial de clculo das vazes de projeto.

    Anexo C: Desenhos do projeto, em tamanho reduzido, para complementao do estudo de caso.

  • Anexo A

  • Especificaes Tcnicas do Gabio Caixa (fonte: Maccaferri, 2001)

    Arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio e nas operaes de amarrao e

    atirantamento durante sua construo, deve ser de ao doce recozido de acordo

    com especificaes da NBR 8964, ASTM A641M-98 e NB 709-00.

    Revestimento do arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio e nas operaes de amarrao e

    atirantamento durante sua construo deve ser revestido com liga zinco-5% alumnio

    de acordo com as especificaes da ASTM A856M-98.

    A aderncia do revestimento do zinco ao arame de ser tal que, depois do arame ter

    sido enrolado 15 vezes por minuto ao redor de um mandril, com um dimetro igual a

    3 vezes o do arame, no se descasque ou quebre, de maneira que o zinco possa

    ser removido com o passar do dedo, de acordo com especificaes da ASTM

    A641M-98.

    Alongamento do arame

    O alongamento no dever ser menor do que 12%, de acordo com as

    especificaes da NBR 8964 e ASTM A641M-98.

    Devem ser feitos ensaios sobre o arame, antes da fabricao da tela, sobe uma

    amostra de 30 cm de comprimento.

    Tela

    A tela deve ser em malha hexagonal de dupla toro, obtida entrelaando os arames

    por trs vezes meia volta, de acordo com especificaes da NBR 19514, NB 710-00

    e NP 17 055 00.

    As dimenses da malha sero do tipo 8x10. O dimetro do arame utilizado na

    fabricao da malha deve ser de 2,4 mm e 3,0 mm para as bordas.

  • Amarrao e atirantamento

    Com os gabies caixa dever ser fornecida uma quantidade suficiente de arame para

    amarrao e atirantamento

    Especificaes Tcnicas do Gabio Saco (fonte: Maccaferri, 2001)

    Arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio saco e nas operaes de amarrao e

    atirantamento durante sua construo, deve ser de ao doce recozido de acordo

    com as especificaes da NBR 8964, ASTM A641M-98 e NB 709-00, isto o arame

    dever ter uma tenso de ruptura mdia de 38 a 48 Kg/mm2.

    Revestimento do arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio saco e nas operaes de amarrao e

    atirantamento durante sua construo dever ser revestido com liga zinco-5%

    alumnio de acordo com as especificaes da ASTM A856M-98.

    A aderncia do revestimento do zinco ao arame deve ser tal que, que depois do

    arame ter sido enrolado 15 vezes por minuto ao redor de um mandril, com um

    dimetro igual a 3 vezes o do arame, no se descasque ou quebre, de maneira que

    o zinco possa ser removido com o passar do dedo, de acordo com as especificaes

    da ASTM A641m-98.

    Alongamento do arame

    O alongamento no dever ser menor do que 12%, de acordo com as

    especificaes da NBR 8964 e ASTM A641M-98.

    Devem ser feitos ensaios sobre o arame, antes da fabricao da tela, sobe uma

    amostra de 30 cm de comprimento.

  • Tela

    A tela deve ser em malha hexagonal de dupla toro, obtida entrelaando os arames

    por trs vezes meia volta, de acordo com as especificaes da NBR 10514, NB 710-

    00 e NP 17 055 00.

    As dimenses da malha sero do tipo 6x10. O dimetro do arame utilizado na

    fabricao da malha deve ser de 2,0 mm e de 2,4 mm para as bordas.

    Amarrao e atirantamento

    Com os gabies saco deve ser fornecida uma quantidade suficiente de arame para a

    amarrao e atirantamento.

    Este arame deve ter dimetro 2,2 mm e sua quantidade, em relao ao peso dos

    gabies saco fornecidos, de 2%.

    Recobrimento plstico

    Todo arame dever ser recoberto com uma camada de composto termoplstico

    base de PVC, com caractersticas iniciais de acordo com as especificaes da NBR

    10514, NB 710-00 e NP 17 055 00, isto :

    Espessura mnima: 0,40 mm;

    Massa especfica: 1,30 a 1,35 kg/dm3;

    Dureza: 50 a 60 shore D;

    Resistncia trao: acima de 210 kg/cm2;

    Alongamento de ruptura: acima de 250%;

    Temperatura de fragilidade: abaixo de -9C.

    Especificaes Tcnicas do Gabio Colcho (fonte: Maccaferri, 2001)

    Arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio colcho e nas operaes de

    amarrao e atirantamento durante sua construo deve ser de ao doce recozido

    de acordo com as especificaes NBR 8964, ASTM A641M-98 e NB 709-00.

  • Revestimento do arame

    Todo arame utilizado na fabricao do gabio e nas operaes de amarrao e

    atirantamento durante sua construo deve ser revestido com liga zinco-5% alumnio

    de acordo com as especificaes da ASTM A856M-98.

    A aderncia do revestimento do zinco ao arame de ser tal que, depois do arame ter

    sido enrolado 15 vezes por minuto ao redor de um mandril, com um dimetro igual a

    3 vezes o do arame, no se descasque ou quebre, de maneira que o zinco possa

    ser removido com o passar do dedo, de acordo com especificaes da ASTM

    A641M-98.

    Alongamento do arame

    O alongamento no dever ser menor do que 12%, de acordo com as

    especificaes da NBR 8964 e ASTM A641M-98.

    Devem ser feitos ensaios sobre o arame, antes da fabricao da tela, sobe uma

    amostra de 30 cm de comprimento.

    Tela

    A tela deve ser em malha hexagonal de dupla toro, obtida entrelaando os arames

    por trs vezes meia volta, de acordo com as especificaes da NBR 10514, NB 710-

    00 e NP 17 055 00.

    As dimenses da malha sero do tipo 6x8. O dimetro do arame utilizado na

    fabricao da malha deve ser de 2,0 mm e de 2,4 mm para as bordas.

    Amarrao e atirantamento

    Com os gabies colcho deve ser fornecida uma quantidade suficiente de arame

    para a amarrao e atirantamento.

    Este arame deve ter dimetro 2,2 mm e sua quantidade, em relao ao peso dos

    gabies colcho, de 5%.

  • Recobrimento plstico

    Todo arame dever ser recoberto com uma camada de composto termoplstico

    base de PVC, com caractersticas iniciais de acordo com as especificaes da NBR

    10514, NB 710-00 e NP 17 055 00, isto :

    Espessura mnima: 0,40 mm;

    Massa especfica: 1,30 a 1,35 kg/dm3;

    Dureza: 50 a 60 shore D;

    Resistncia trao: acima de 210 kg/cm2;

    Alongamento de ruptura: acima de 250%;

    Temperatura de fragilidade: abaixo de -9C.

  • Anexo B

  • TRAVESSIA DO CRREGO POPUCA SOB A AV. NOVA CUMBICA

    MEMORIAL DE CLCULO HIDROLGICO Este memorial tem por objetivo apresentar os clculos hidrolgicos realizados para o pr-dimensionamento da travessia do Crrego Popuca sob a Av. Nova Cumbica, em Guarulhos, SP. Por se tratar de uma bacia urbana, prximo da saturao, o mtodo adotado foi o do Hidrograma Unitrio do U.S. SOIL CONSERVATION SERVICE. a) Parmetros adotados

    Tendo em vista tratar-se de dimensionamento de galeria sob via pblica em rea urbana prev-se a adoo dos seguintes parmetros:

    - perodo de retorno anosT 50= ; - coeficiente do escoamento superficial 90= CN .

    b) rea de drenagem

    A rea da bacia foi obtida a partir de cartas da EMPLASA na escala 1:10.000, Levantamento Aerofotogramtrico, restituio de 1981, folhas 4433 Cumbica e 4435 Ermelindo Matarazzo, conforme apresentado na figura 1, em anexo.

    - rea de drenagem 27,1 kmAD =

    c) Tempo de concentrao

    Segundo a frmula da Califrnia Highway and Public Road,

    385,03

    57

    = HLtc

  • SOLOCONSULT Planejamento, Projetos e Consultoria S/C Ltda. ______________________________________________________________________

    2

    onde, tc = tempo de concentrao (min) L = extenso do talvegue (km) = mximo desnvel do talvegue (m)

    Para o caso em questo,

    mHHkmL

    657358007,1

    ===

    Desta maneira,

    ( ) 21657,157

    385,03

    =

    = tctc min

    d) Intensidade da chuva

    A intensidade da chuva crtica dada por

    ( ) 0144,086,0112,0

    1596,27

    +=

    Tct

    Ti

    ( ) nmimmii /35,215215096,27

    0144,05086,0

    112,0

    =+

    = e) Precipitao

    mmPitcP

    42,4935,221 ===

    f) Precipitao efetiva

    ( ) ( )[ ]cmP

    CNCNP

    e

    e

    66,2

    10/2,203/20320/8,50/5080 2

    =

    ++=

  • SOLOCONSULT Planejamento, Projetos e Consultoria S/C Ltda. ______________________________________________________________________

    3

    g) Tempo unitrio

    horanmiDD

    tcD

    tt

    t

    07,020,4521

    5

    ===

    =

    h) Tempo de pico

    rtp LDT += 5,0 onde,

    =rL tempo de retardamento da bacia tc= 6,0

    horanimTT pp 25,070,14216,020,45,0 ==+ i) Tempo base

    rpb TTT += onde =rT tempo de recesso pTH =

    =H constante cujo valor mdio de 1,67 Assim,

    ppb TTT += 67,1

    pb TT = 67,2

    horainmT bb 65,025,3970,1467,2 ===

    j) Vazo de pico

    ( )tcDQQt

    p += 6,05,067,22 onde, =Q rea sob o hidrograma 1=

    Fazendo a converso da unidade para m/s e introduzindo a rea de

    drenagem em ( )hasmhcmha = /027778,0/1 3

    ( )tcDQQ

    tp +

    =6,05,067,2

    027778,02

  • SOLOCONSULT Planejamento, Projetos e Consultoria S/C Ltda. ______________________________________________________________________

    4

    smQQ pp /43,1425,0

    17,108,2 3== k) Vazo mxima

    Segundo os clculos processados (ver anexo) a vazo mxima obtida

    smQmx /90,223=

    l) Seo adotada

    Considerando as condies de contorno apresentadas pelo local optou-

    se pela implantao de galeria com de 2 clulas 2,50x2,50 m.

  • DURACAO = 21,00 min. * Tempo = 21,00 min BACIA: CUMBICA - GUARULHOS

    T = 50,00 anos * TC = 21,00 min Pef. = 2,66 mm------ ------ ----- ----- ------

    AREA = 1,700 km2 * TC = 0,35 hora (hora) (%) (qi) (&qi) HUT------ ------ ----- ----- ------

    CN = 90,00 * AREA = 1,700 km2 0,07 20,00 0,53 0,53 4,120,14 28,00 0,75 1,28 8,25

    Prec. = 49,42 mm Prec. = 49,42 mm 0,21 13,00 0,35 1,62 12,370,28 10,00 0,27 1,89 13,20

    Pefet. = 2,66 cm Pefet. = 2,66 cm 0,35 8,00 0,21 2,10 10,730,42 7,00 0,19 2,29 8,26

    DT = 4,20 min DT = 0,07 hora 0,49 6,00 0,16 2,45 5,790,56 4,00 0,11 2,56 3,32

    Tp = 14,70 min Tp = 0,25 hora 0,63 3,00 0,08 2,64 0,850,65 1,00 0,03 2,66 0,00

    Tb = 39,25 min Tb = 0,65 hora100 2,66

    I = 2,35 mm/min Qp = 14,43 m3/s

    VOLUME = 45,25 10^3m3 VAZ MAX 22,90 m3/s

  • Ti mi q1 q2 q3 q4 q5 q6 q7 q8 q9 q10 Qi0,53 0,75 0,35 0,27 0,21 0,19 0,16 0,11 0,08 0,03 (m3/s)

    0,00 0,00 0,00 0,000,07 4,12 2,20 2,200,14 8,25 4,39 3,07 7,460,21 12,37 6,59 6,15 1,43 14,160,28 13,20 7,03 9,22 2,85 1,10 20,200,35 10,73 5,71 9,84 4,28 2,20 0,88 22,900,42 8,26 4,40 8,00 4,57 3,29 1,76 0,77 22,780,49 5,79 3,08 6,16 3,71 3,51 2,63 1,54 0,66 21,290,56 3,32 1,77 4,32 2,86 2,86 2,81 2,31 1,32 0,44 18,670,63 0,85 0,45 2,48 2,00 2,20 2,28 2,46 1,98 0,88 0,33 15,060,70 0,00 0,00 0,63 1,15 1,54 1,76 2,00 2,11 1,32 0,66 11,170,77 0,00 0,00 0,00 0,29 0,88 1,23 1,54 1,71 1,41 0,99 0,11 8,170,84 0,00 0,00 0,23 0,71 1,08 1,32 1,14 1,05 0,22 5,750,91 0,00 0,00 0,18 0,62 0,92 0,88 0,86 0,33 3,790,98 0,00 0,00 0,16 0,53 0,62 0,66 0,35 2,321,05 0,00 0,00 0,14 0,35 0,46 0,29 1,241,12 0,00 0,00 0,09 0,27 0,22 0,581,19 0,00 0,00 0,07 0,15 0,221,26 0,00 0,00 0,09 0,091,33 0,00 0,02 0,021,40 0,00 0,00

  • HIDROGRAMA DAS VAZES (m3/s)

    0,00

    5,00

    10,00

    15,00

    20,00

    25,00

    0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60

    Tempo (hora)

    V

    a

    z

    o

    (

    m

    3

    /

    s

    )

  • Anexo C

  • /ColorImageDict > /JPEG2000ColorACSImageDict > /JPEG2000ColorImageDict > /AntiAliasGrayImages false /DownsampleGrayImages true /GrayImageDownsampleType /Bicubic /GrayImageResolution 300 /GrayImageDepth -1 /GrayImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeGrayImages true /GrayImageFilter /DCTEncode /AutoFilterGrayImages true /GrayImageAutoFilterStrategy /JPEG /GrayACSImageDict > /GrayImageDict > /JPEG2000GrayACSImageDict > /JPEG2000GrayImageDict > /AntiAliasMonoImages false /DownsampleMonoImages true /MonoImageDownsampleType /Bicubic /MonoImageResolution 1200 /MonoImageDepth -1 /MonoImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeMonoImages true /MonoImageFilter /CCITTFaxEncode /MonoImageDict > /AllowPSXObjects false /PDFX1aCheck false /PDFX3Check false /PDFXCompliantPDFOnly false /PDFXNoTrimBoxError true /PDFXTrimBoxToMediaBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXSetBleedBoxToMediaBox true /PDFXBleedBoxToTrimBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXOutputIntentProfile () /PDFXOutputCondition () /PDFXRegistryName (http://www.color.org) /PDFXTrapped /Unknown

    /Description >>> setdistillerparams> setpagedevice