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Classificações Climáticas A meta do Geógrafo Físico é reconhecer e explicar o meio ambiente das diferentes regiões do planeta que transcende a vida humana para o restos das espécies vivas. (Strahler, 1989)

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Page 1: Classificacoes_Climaticas

Classificações Climáticas

A meta do Geógrafo Físico é reconhecer e explicar o meio ambiente das diferentes regiões do planeta que transcende a vida humana para o restos das espécies vivas.

(Strahler, 1989)

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Introdução O clima de uma região é a síntese de

todos os elementos climáticos em uma combinação de certa forma singular, determinada pela interação dos controles e dos processos climáticos.

A classificação climática surge da necessidade de sintetizar e agrupar elementos climáticos similares em tipos climáticos a partir dos quais as regiões climáticas são mapeadas.

Nos classificamos para simplificar, esclarecer e compreender os complexos padrões climáticos do mundo (Ayoade, 1998)

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Finalidade e problemas da classificação Abordagens fundamentais: abordagem

genética e a abordagem genérica ou empírica.

Abordagem genética: baseada nos controles climáticos, tais como: circulação aérea, a radiação líquida e os fluxos de umidade (mais difíceis e pouco empregada).

Abordagem genérica ou empírica: baseada nos próprios elementos do clima.

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Climas do GloboClimas do Globo

Clima:Clima: termo grego para declinação do sol, que depende apenas da latitude conhecimento de gregos e egípcios

Dada a grande diversidade dos climas algumas características são selecionadas para sistematizar e classificar os vários tipos, de modo a simplificar, organizar e generalizar as condições dominantes em cada lugar Classificação: arranjo simplificado e eficiente das informações para um

dado propósito temperatura e a precipitação: elementos mais usados

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CLASSIFICAÇÕES CLIMÁTICAS DESDE OS GREGOS:

25 DC: Pomponius Mela formalizou um sistema de zonas climáticas: tórrida, temperada e frígida

1806: de Martonne: proposta de estudo regional do clima com base em temperatura e precipitação

1817: Humboldt plotou a temperatura média anual em um mapa

1883: Julius Hann: “Handbuch der Klimatologie” 1884-1940: Koeppen – a mais popular; classificação

hierárquica de acordo com as necessidades hídricas e de temperatura dos vegetais. Faz uso de uma base numérica de classificação a partir da temperatura ou precipitação média mensal e anual; limite das zonas definidos pelos padrões de vegetação.

1928: Bergeron - tipologia genética, categorizando o local de acordo com a freqüência do domínio das massas de ar

1931: Müller – tipologia muito próxima de Koeppen

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1931: Thornthwaite - classificação hierárquica condições de umidade do solo (chuva, temperatura e evapotr.); 1948: introduz o conceito de evapotranspiração potencial e balanço de umidade

1950: Flohn - tipologia baseada na circulação global de ventos, sem referência direta à temperatura, com pontos comum com Koeppen

1951: Strahler: divisão genética com base na origem, dinâmica e domínio dos sistemas atmosféricos, com definição de grupos e tipos

1956: Budyko base no balanço de energia (muito generalizado até por falta de dados)

1961: Peguy organização do meio climático com dados mensais de temperatura e precipitação

1961: Terjung estabelece uma classificação para os EUA com base em índice de conforto térmico e informações de vento; em 1968, classificação com base na energia solar recebida, aprimorada em colaboração com Loui em 1972, incorporando também umidade

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CLASSIFICAÇÕES CLIMÁTICAS PARA O BRASIL: 1889, 1927: Henrique Morize 1916, 1926: Delgado de Carvalho 1945: Serebrenick 3 tipos: equatorial - N isoterma de 250; subtropical – isotermas

entre 250 e 180 e temperado < 180

Lysia Bernardes (1951): base na então nova divisão territorial do país, adotada pelo IBGE

Serra (1960): mapas detalhados com classificação de Koeppen Schmidt (1942) – classificação para a planície amazônica Setzer (1946): classificação para São Paulo, com base no

índice de umidade Paes de Camargo (1971): aplicação da classificação de

Thornthwaite para o estado de São Paulo Monteiro (anos 70): classificação partindo dos tipos de tempo

(análise rítmica) – São Paulo e outros estados da nação

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das 5 grandes zonas definidas por Koeppen, 4 tem por base a temperatura (A,C, D e E); a outra (B), a precipitação cada zona é dividida em tipos, de acordo com as relações entre

temperatura e precipitação classificação de Koeppen: tem sido refinada - ex.: Trewartha acrescenta uma

sexta zona (H- clima de altitude) zona A: ocupa quase toda a extensão do planeta entre 15-200 N e S.

Principal característica: ausência de frio, sendo altamente modulada pela latitude. Permanentemente úmida, com grande convecção. Os tipos advêm das diferenças na distribuição da chuva

zona B: recobre 30% do globo (+ do que qualquer outro). Grande grau de previsibilidade. Ocorre nas latitudes subtropicais, onde há grande subsidência dinâmica (AP) estabilidade, que inibe a convecção (não necessariamente ausência de umidade). Ásia: distância de corpos hídricos ou barreiras orográficas

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zona C: latitude médias (30-600) - área de maior variabilidade atmosférica (conflito entre fluxos de Leste e oeste), com verões e invernos bem marcados. Precipitação bem variável nos totais e na distribuição temporal

zona D: apenas no HN; no HS: pouca superfície nessas latitudes. Principal característica: grande flutuação anual da temperatura (pois ocorre em extensas áreas continentais), com estações bem marcadas. Precipitações concentradas no verão, sem inverno muito seco.

zona E: sem grande variação temporal, sempre frio e seco temperatura baixa: pouco vapor d’água

zona H (contribuição de Trewartha): clima de altitude influencia todos os elementos do clima. É registrado em áreas de altitude elevada (montanhas, planaltos), com grande variação geográfica traço mais marcante. Nessas áreas: latitude torna-se um controle de menor importância

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Um resumo global sinóptico das classificações.

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A terceira letra (indicador de subtipo)

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Tropical Temperado Polar

Árido Frio

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Árido

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Frio

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Aplicação da classificação de Koeppen para o Brasil

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Climograma para o tipo Bsh (semiárido)

Classificação de Koeppen

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Climas Equatoriais / Tropicais grande e constante afluxo de energia solar alta temperatura grande quantidade de corpos hídricos alta umidade

constante nebulosidade associada às queimadas que se processam nas florestas equatoriais grande reflexão (diminui ε que chega)

temperaturas inferiores aos subtrópicos pequena diferença anual do fotoperíodo (dia: duração de 11 a 13 h.)

variação da temperatura diuturna: maior que que a sazonal sendo, portanto, reguladora do ciclo da vida

variação da precipitação: principal condicionador climático Equador: domínio de BP instabilidade atmosférica: + da metade dos

dias com registro de precipitação (gênese principal: convectiva) vegetação exuberante, enorme biodiversidade grande

contribuição na produção de O2 e remoção de CO2, alta evapotranspiração nuvens e fortes aguaceiros, com abundância de núcleos de condensação (queimadas)

domínio de massas de ar quentes e úmidas

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Relação entre centros de ação, circulação e vegetação

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Trópicos: marcada variação sazonal das precipitações forte repercussão nas características biológicas dos diferentes lugares

à margem do cinturão equatorial: clima tropical com estações definidas pela variação da precipitação mais extensas que a região equatorial, controlado pela marcha anual da ZCIT

subtrópicos secos: domínio das APs (~300 lat.) forte estabilidade atmosférica, com desertos nas margens oeste dos continentes (subsidência dos cinturões de AP), com grande variabilidade diuturna da temperatura principal elemento caracterizador do clima, com registro das mais altas temperaturas do globo conjugação alta radiação e ausência de umidade / nebulosidade. Em alguns setores: presença de correntes frias, que inibem ainda mais a convecção (costa oeste americana, sudoeste da África)

domínio de massas quentes, mas com umidade variável (Tc, Tm) Climas de Média Latitude

diferenciação sazonal maior do que diurna em termos de recebimento de ε precipitação: diferenças com a latitude e continentalidade, com domínio de massas mais frias e continentais estabilidade

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circulação: dominada pela circulação de oeste Rossby: gradiente entre equador e trópicos determina a posição da corrente do jato, mais direcionada para os pólos; no hemisfério do verão circulação enfraquecida

variação importante: clima mediterânico (sul da Europa, Califórnia, oeste da Am. do Sul): concentração de chuva no verão devido a migração das APs nessas áreas no verão estabilidade atmosférica

Climas Polares pequeno recebimento de radiação, baixa temperatura baixa umidade do ar

(árido) principal regulador: flutuação anual da temperatura (condiciona os ciclos

da vida)

Corrente do Jato / Ondulações de Rossby

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Áreas Subárticas: condições dominadas por depressões (BP), pouco desenvolvidas no verão

feições como formato e tamanho das áreas continentais: bastante relevantes

Regiões Polares: diferenças marcantes entre os hemisférios: Ártica: gelo permanente, circundada por terras, afetado pelos

ciclones de média latitude do Atlântico Norte e do Norte asiático. Domínio de condições de inversão no inverno (maior temperatura em altitude)

Antártica: planalto circundado pelo Atlântico Sul e fina camada sazonal de gelo, com baixa precipitação e ventos catabáticos (em direção às depressões); temperaturas mais baixas por ser terra

equinócio de primavera: maior quantidade de energia faz com que o clorino interaja com outros gases, removendo o O3

Em qualquer clima: altitude interfere localmente nos padrões de temperatura, umidade e pressão, mas o traço climático dominante (influência do controle de grande escala) permanece

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Classificação por região do globoClassificação por região do globo

Europa Ocidental:: clima controlado pela depressão da Islândia e pela Alta dos Açores influência marítima das águas mais aquecidas da corrente do Atlântico Norte

clima mais ameno; sazonalidade na distribuição das chuvas feições locais, como topografia diferenças na distribuição da temperatura,

precipitação, ventos e massas de ar passagem para clima mais continental gradual (exceto na Escandinávia -

orientação da orografia contrária ao fluxo de oeste) Alpes, Pirineus e Bálcãs separam a região de clima mediterrâneo, com totais

pluviais mais acentuados à sotavento que à barlavento Europa Mediterrânica: controle dos fluxos de oeste no inverno

(relativamente úmido e ameno) e pelo anticiclone subtropical no verão (quente e seco)

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Áreas do globo com chuvas no inverno e no verão

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estações intermediárias: bastante variáveis precipitação: inicia-se com o enfraquecimento da Alta dos Açores,

quando ocorre também maior aquecimento do oceano e transporte de umidade para o continente

ventos regionais associados a certas configurações meteorológicas e topográficas: mistral, tramontana, bora, etc.

Europa Central e de Leste maior influência da Alta da Sibéria, com continentalidade mais marcante,

bem como influência da topografia, com contrastes sazonais fortes e rigorosos

condições de renovação do ar: limitadas pelo domínio de massas de ar muito estáveis, que associadas à matriz energética altamente poluente (carvão) e o rápido e agressivo processo de industrialização e mudanças no uso da terra operados após a 2ª GM enormes problemas de poluição atmosférica

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Centros de ação – variação sazonal

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Principais Massas de Ar

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América do Norte: ampla gama latitudinal e topográfica costa oeste: domínio das BPs das médias latitudes

Rochosas: dificultam a penetração de ar marítimo para setores mais continentais. Apesar da presença da corrente quente Kuroshio, trazida pelos ventos dominantes de oeste, a TSM é inferior à mesma latitude na Europa, pois a quantidade de água envolvida é pequena.

Litoral: chuva de inverno, quando a atividade ciclônica é bem mais intensa; verão: domínio do anticiclone do Pacífico. Decréscimo de chuva à sotavento das Rochosas (chinook) – clima tipo mediterrânico

interior: sem obstrução importante ao movimento do ar encontro de massas de ar bastante diferenciadas e ocorrência freqüente de perturbações atmosféricas (ciclones, tornados, etc.)

costa leste: mais ao sul: maior influência marítima. Golfo do México

principal fonte de umidade; nessa latitude : ocorrência de fortes perturbações atmosféricas, induzidas por alta umidade e configurações do relevo

mais ao norte: menor influência marítima, domínio de sistemas mais frios

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Oceania: domínio de células de AP, porém não fixas Austrália: AP na parte mais ocidental, com intensificação continental

alta temperatura e baixa pluviosidade. Setor central: Grande Deserto Australiano, devido à condições dinâmicas da atmosfera e continentalidade. Mais ao norte : registro de inúmeros ciclones / ano (altas temperaturas oceânicas).

Nova Zelândia: mais meridional influenciada por centros de baixa pressão grande instabilidade, com condições de tempo muito variável.

África Equatorial: área de BP, com forte e constante recebimento de energia, mais ao sul: controle de fluxos de W provenientes do anticiclone do

Atlântico (à oeste: conjugação de corrente fria e subsidência de célula da AP: deserto da Namíbia) e de ventos de leste do anticiclone do Índico

ao norte: área de subsidência da célula de AP subtropicais: alta estabilidade deserto do Saara

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Criticas a Classificações de Koppem

Não observa a dinâmica das massa de ar.