Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
CLAUDIO ROCHA DA SILVA
A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS AÇÕES DA SEGURANÇA PÚBLICA: O EXEMPLO DA POLÍCIA CIVIL DA BAHIA
SALVADOR 2008
CLAUDIO ROCHA DA SILVA
A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS AÇÕES DA SEGURANÇA PÚBLICA: O EXEMPLO DA POLÍCIA CIVIL DA BAHIA
Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração da Faculdade Dois de Julho. Orientadora: Profª. Thereza Olívia Rodrigues Soares
SALVADOR 2008
CLAUDIO ROCHA DA SILVA
A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS AÇÕES DA SEGURANÇA PÚBLICA: O EXEMPLO DA POLÍCIA CIVIL DA BAHIA
Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração da Faculdade Dois de Julho.
Aprovada em
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Prof. Ms. Thereza Olívia Rodrigues Soarez .....................
_____________________________________
Profª. Ms. Kelly Sampaio Martins.....................
______________________________________ Prof. Esp. Carlos Amaral........................
Aos meus pais, Abelino da Silva e Eva da Silva, e para meu filho Carlos Alberto, pela dedicação e pelo carinho.
AGRADECIMENTOS A Deus por ter me concedido a graça e a oportunidade de alcançar esse tão sonhado
momento.
A meus pais, pela minha existência; pelo seu exemplo de vida, proteção, carinho e
amor incondicionais. Eles são à base de tudo... O alicerce da minha vida.
A minha orientadora, Thereza Olívia, pela dedicação e lições inesquecíveis que deu
vida a uma idéia, transformando-a neste trabalho acadêmico.
Aos meus colegas Luciano, Rodolfo, Roberto Menezes, Fabiano, Charles, Edimilson,
Roberto Boy, Noely, Carol, Sayonara, Márcia, pela paciência e amizade que
contribuíram de forma significativa para minha formação.
A todos os colegas de sala que participaram desta jornada acadêmica, e aqueles que
por motivos diversos ficaram no caminho, mas sua presença deixou contribuições
importantes: Joana, Jorlando e outros.
A todo corpo docente da Faculdade 2 de Julho, em especial aos professores (a) Kelly,
Catarina, Claudiane, Rosely Sampaio, Gargur, Anderson Silveira, Amaral, Mauricio,
pela forma especial de transmitir o conhecimento, incentivando os alunos a criarem e
participarem ativamente da transformação da sala de aula em espaço de construção de
conhecimento.
Aos funcionários da faculdade 2 de Julho, em especial os da biblioteca e os dos
estacionamentos, por terem contribuído de alguma forma para que minha jornada fosse
cumprida.
Aos amigos da Polícia Civil, em especial da Polinter; Donato, Gildete, Jacira e Luciene,
pela torcida, pelo o apoio.
Aos funcionários da Delegacia de Defesa do Consumidor pelo acolhimento e
contribuição respondendo o questionário de entrevista.
"Dirigir bem um negócio é administrar seu futuro; dirigir o futuro é administrar informações."
Marion Harper
A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS AÇÕES DA SEGURANÇA PÚBLICA: O EXEMPLO DA POLÍCIA CIVIL DA BAHIA
Este estudo teve por objetivo analisar a importância da utilização da Tecnologia da Informação nas ações da Segurança Pública. Para isto, a pesquisa caracterizou-se como descritiva e interpretativa a partir de uma abordagem qualitativa, a qual possibilitou a melhor compreensão, bem como análise dos recursos de Tecnologia da Informação disponíveis aos gestores da Segurança Pública para a implementação de políticas públicas que visem a melhorar a estruturação dos Sistemas de Informação a partir das informações que são comuns à função policial. O texto traça algumas reflexões quanto a relação da Segurança Pública e os recursos de Tecnologia da Informação, a partir da constatação de que estes últimos já encontram-se diretamente inseridos na dinâmica daquela e representa uma realidade concreta. O trabalho de campo referiu-se a aplicação de questionários de entrevista possibilitando a complementação dos dados, bem como a sua comparação com o contexto discutido. Reforça ainda a importância da introdução da tecnologia e sua influencia na qualificação do quadro de pessoal, no intuito de garantir o melhor desempenho tanto a nível administrativo, mas também para o cidadão. Nesta direção buscou-se exemplificar a partir de modelos existentes em outras Unidades de Segurança Pública nacional, mas dando ênfase a Polícia Civil da Bahia, em especial a Delegacia de Defesa do Consumidor.
Palavras-Chave: Tecnologia da Informação, Segurança Pública, Gestão, Sistema de Informação
THE INFORMATION TECHNOLOGY SHARES IN PUBLIC SECURITY: THE EXAMPLE OF CIVILIAN POLICE DA BAHIA This study aimed to examine the importance of using Information Technology in the actions of Public Security. For this, the search was characterized as descriptive and interpretative from a qualitative approach, which enabled the better understanding and analysis of the resources of Information Technology available to managers of Public Security to implement public policies aimed at improve the structuring of Information Systems from the information that is common to the civil police. The text outlines some thoughts about the relationship of Public Security and the resources of Information Technology from the fact that they already are found directly inserted into the dynamics of that and represents a concrete reality. The work camp referred to the application of questionnaires to interview allowing complete data and its comparison with the context discussed. Reinforces the importance of introducing technology and its influence on the skills of staff levels in order to ensure the best performance both at the administrative level, but also for the citizen. In this way we tried to exemplify from existing models in other units of National Public Security, but emphasizing the Civil Police of Bahia, in particular the Office of Consumer Protection. Keywords: Information Technology, Public Security, Management, Information System
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Estrutura da Polícia Civil da Bahia ..................................................37
Tabela – 2 Competências da Polícia Civil da Bahia .......................................38
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Modelo de Mapa de Alfinete ............................................................26
Figura 2 – Pagina na Internet do 181 Narcodenúncia ......................................31
Figura 3 – Organograma da Secretaria da Segurança Pública da Bahia .........35
Figura 4 - Site do Portalssp ..............................................................................40
Figura 5 – Site da Rede INFOSEG ...................................................................42
Figura 6 –Pagina Inicial do SIGIP na Intranet .................................................43
Figura 7 – Tipos de Ocorrência na Delegacia Digital .......................................44
12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CELEPAR - Companhia de Informática do Paraná
CODEPE- Coordenadoria de Estatísticas e Pesquisas
DECON - Delegacia de Defesa do Consumidor
DEPOM - Departamento de Polícia Metropolitana
DETRAN-BA - Departamento Estadual de Trânsito da Bahia
DPT - Departamento de Polícia Técnica
DTI - Divisão de Tecnologia da Informação
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IIPM - Instituto de Identificação Pedro Mello
INFORMS - Sistema de Informações Geográficas Urbanas do Estado da Bahia
INFOSEG - Rede de Integração Nacional de Informação de Segurança Pública,
Justiça e Fiscalização
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
JUCEB - Junta Comercial da Bahia
LAN - Local Area Network
MJ - Ministério da Justiça
NEVUSP - Núcleo de Estudos da Violência/ Universidade de São Paulo
PROCON - Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor
RENACH - Registro Nacional de Carteira de Habilitação
RMS - Região Metropolitana de Salvador
SENASP - Secretaria Nacional de Segurança Pública
SIGIP - Sistema de Informação e Gestão Integrada Policial
SIGs - Sistemas de Informações Geográficas
SISAP Sistema de Serviço e Atendimento Policial
SP - Segurança Pública
SSP - Secretária da Segurança Pública
TI - Tecnologia da Informação
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
WAN - Wide Area Network
13
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................14 1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................17 2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ..........................................................19 3 A SEGURANÇA PÚBLICA....................................................................... 22 4 OS RECURSOS DE TI PARA A SP ......................................................... 24 5 CASOS \BRASILEIROS DE SEGURANÇA PÚBLICA INFORMATIZADA ................................................................................... 30 6 ESTUDO DE CASO ................................................................................. 34 6.1 A SEGURANÇA PÚBLICA DA BAHIA ............................................... 34 6.2 A POLÍCIA CIVIL DA BAHIA .............................................................. 35 6.3 A INFORMATIZAÇÃO DA POLÍCIA CIVIL DA BAHIA .......................39 6.4 A DELEGACIA DE DEFESA DO CONSUMIDOR – DECON ............ 44 6.5 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ......................................................... 46 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................50 REFERÊNCIAS....................................................................................... 53
ANEXOS ................................................................................................. 54
1 INTRODUÇÃO A Segurança Pública (SP) no Brasil vem buscando acompanhar a velocidade
tecnológica investindo em recursos de Tecnologia da Informação (TI) para
auxiliar e facilitar as realizações de suas ações, na elucidação e prevenção ao
crime. Mas, a realidade de diversas Unidades da estrutura da SP ainda não
dispõe de condições mínimas para aderirem às mudanças tecnológicas
desejadas, ou seja, é possível ainda encontrar diversas Unidades onde um
simples registro de ocorrência policial é feito manualmente, ou não há meios de
comunicação entre outras unidades na busca de compartilharem algum tipo de
informação, dentre outros.
Os gestores da SP devem, portanto, estar atentos para a demanda
desenvolvendo políticas públicas para o setor. Com o aumento da violência e
da criminalidade, principalmente nos grandes centros urbanos, essa
necessidade é cada vez mais freqüente, uma vez que, os agentes da
criminalidade também estão investindo em técnicas avançadas.
Se pararmos para fazer uma análise na historia da tecnologia percebemos que
ela tem evoluído a cada instante, sendo possível, hoje, a disseminação da
informação através de meios eficientes, rápidos, seguros. Aí entra a grande
questão, pois a ação da SP depende da alimentação de informação para a
concretização de seus trabalhos.
É verdade que essa corrida a tecnologia não pode ocorrer de qualquer forma, e
na área da SP ela precisa ser moldada à estrutura da organização para que
seus efeitos sejam os planejados.
No decorrer deste trabalho demonstraremos como os recursos de TI podem ser
de extrema importância para a operacionalização policial, sendo aplicados em
qualquer realidade social possibilitando uma melhor visualização e gestão dos
problemas de segurança pública de forma mais dinâmica.
15
A questão da Segurança Pública tem sido alvo de constantes debates e hoje se
constitui em um dos principais entraves enfrentados pela população brasileira.
A sensação de insegurança instalada na sociedade moderna exige que a
organização se modernize acompanhando a velocidade com que a
disseminação e aproveitamento da informação e técnica são utilizados nas
últimas décadas.
Para que isto ocorra é preciso que a Segurança Pública, bem como a Gestão
Pública estejam envolvidas no processo de transformação, se ajustando as
novas demandas, no intuito de obterem soluções positivas e mais rápidas para
a questão em pauta.
Esse processo de transformação social encontra-se sustentado nos seguintes
pilares: a informação, o conhecimento e a tecnologia, que em integração
compõe a evolução e sustentação do cenário moderno, o contrario é ficar fora
de um sistema que por si só já é excludente.
O uso da informação tornou-se um instrumento imprescindível para a formação
de políticas públicas, sendo possível o planejamento e visibilidade das ações
executadas pelo Governo.
Quanto aos objetivos a que se propõe o presente trabalho visa analisar essa
relação entre a Tecnologia e a Segurança Pública, portanto, diante da
complexidade dos dois temas, será de grande relevância acadêmica e social,
ao passo em que estimula que outros trabalhos sejam desenvolvidos.
Diante do contexto social atual, em que a velocidade da informação é
percebida nas ações desenvolvidas pelos diversos setores da sociedade,
torna-se impossível imaginar o trabalho desenvolvido pela Segurança Pública
sem o apoio da Tecnologia da Informação.
Sendo assim, a Segurança Pública para acompanhar as transformações
consolidadas com a evolução da tecnologia tem procurado os diversos
recursos disponíveis e adaptáveis à sua competência, no intuito de oferecer ao
16
cidadão uma resposta de qualidade e em tempo hábil para os problemas
apresentados por estes.
Mas, a introdução e adaptação dos recursos de TI na atividade policial
requerem uma melhor integração entre a estrutura organizacional
possibilitando a sua modernização, bem como, que os agentes inseridos nesse
mecanismo sejam devidamente qualificados para operarem com os recursos
disponibilizados.
Dessa forma, nos questionamos em que medida a Tecnologia da Informação
contribui para a eficiência e eficácia das atividades operacionais da Segurança
Pública?
A hipótese que formulamos para esse trabalho é que a Tecnologia da
Informação contribui de forma decisiva para a agilidade, controle e precisão
das operações de Segurança Pública no Estado.
Como objetivo geral busca-se analisar as vantagens e desvantagens da
utilização da Tecnologia da Informação nas atividades da Segurança Pública
como forma de oferecer ao cidadão uma melhor resposta aos serviços
oferecidos.
Especificamente pretende-se:
Identificar e analisar os recursos de Tecnologia da Informação que são
utilizados pelos usuários da Segurança Pública – Servidor/Cidadão;
Identificar os fatores que dificultam o acesso à informação na área da
Segurança Publica tendo como estudo de caso a Polícia Civil da Bahia;
Identificar e analisar os diferentes recursos de TI utilizados pela Polícia Civil da
Bahia;
17
Caracterizar e analisar os benefícios e as dificuldades decorrentes da utilização
da Tecnologia da Informação na Polícia Civil da Bahia;
Quando falamos em Segurança Pública englobamos um universo bastante
amplo e complexo motivos pelos quais este trabalho limitou-se no âmbito da
Polícia Civil, quando então para estudo de caso selecionamos a Delegacia de
Defesa do Consumidor – DECON para testarmos a hipótese levantada.
1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A presente pesquisa, quanto aos objetivos a que se propôs, pode ser
classificada do tipo descritiva e interpretativa sobre a importância da
Tecnologia da Informação na área da Segurança Pública, a partir da
caracterização e análise dos principais recursos de TI utilizados na atividade
policial.
Por se tratar de um universo bastante amplo e complexo nos limitamos às
ações da Policia Civil da Bahia e sua relação e desenvolvimento com a TI.
Dessa forma, o estudo de caso refere-se a DECON.
Sendo assim, esta pesquisa quanto à abordagem caracteriza-se por ser
qualitativa decorrente da interpretação dos dados.
Quanto aos procedimentos constituiu-se do tipo bibliográfico, possibilitando a
consulta e análise histórico-evolutiva da funcionalidade dos recursos de
Tecnologia da Informação na Polícia Civil da Bahia; comparativo e estatístico.
As fontes de pesquisa foram completadas com a leitura de livros, artigos,
jornais, revistas e materiais disponíveis na Internet os quais possibilitaram a
análise da situação atual e suas perspectivas.
18
Serão aplicados questionários com perguntas aos delegados, com uma
amostra de 04 (quatro) delegados da Polícia Civil. Também serão aplicados
questionários a agentes e escrivães, bem como outros funcionários do quadro
de pessoal.
Este trabalho monográfico está estruturado da seguinte forma:
No primeiro capítulo será apresentado à introdução, junto com os
procedimentos metodológicos, o que traz o delineamento da pesquisa,
apresentando o objetivo geral e especifico problemas, hipóteses e ações que
nortearam este trabalho.
Os capítulos seguintes constarão à fundamentação teórica que discorrerá
sobre a gestão da tecnologia da informação, a Segurança Pública, as
funcionalidades e a evolução, recursos de TI nas organizações, incluindo
também, conceitos ligados à temática.
No capítulo seis é descrito o estudo de caso com os indicadores e a análise
dos resultados.
Nas considerações finais, que são descritas no capítulo sete, são apresentadas
as conclusões obtidas como: opiniões e impressões sobre o trabalho, visando
identificar contribuições, bem como, a análise dos pressupostos. À luz dos
resultados obtidos, recomendações e limites do estudo, as referências obtidas
para realização do projeto monográfico.
19
2. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Antes de iniciar a discussão se faz necessário definir alguns termos, os quais
serão fundamentais para a compreensão da temática em tela.
Segundo Turban (2004, p.63), informação refere-se a “[...] todo conjunto de
dados organizados de forma a terem sentido e valor para seu destinatário.”
Ainda segundo Turban (2004, p.363) gestão é um “[...] processo pelo qual os
objetivos da empresa são alcançados por meio do uso de recursos [...]”
Para Stair, (1996) apud Furtado (2002, p.23), sistema de informação ”[...] é um
tipo especializado de sistema que possui uma serie de elementos inter-
relacionados com o propósito de coletar, manipular, armazenar e disseminar
dados e informação.”
Segundo O´Brien (2004, p.6) sistema de informação “é um conjunto organizado
de pessoas, hardware, software, redes de computadores e recursos de dados
que coleta, transforma e dissemina informações em uma organização.
Dessa forma, o autor (2004, p.7) classifica três componentes ou funções
básicas de interação do sistema, as quais podem ser relacionadas ao sistema
de informação, a saber: entrada – captação e reunião de elementos para serem
processados; processamento – transformação que converte insumo em
produto e, saída – processo de transformação até seu destino final.
No caso da Segurança Pública podemos citar como exemplo o processo de
registro de ocorrências. A entrada no sistema ocorre a partir do momento em
que o cidadão dirige-se a uma Unidade Policial para registrar um fato do qual
foi vítima ou testemunhou. Essas informações são, muitas vezes, processadas
em recursos de SI, sendo o policial ou digitador responsáveis por alimentar o
programa especifico. O produto final dá-se com a conclusão do Boletim de
20
Ocorrência, o qual deverá ser encaminhado para adoção das medidas
cabíveis.
Percebe-se portanto que num simples processo houve a interação de vários
componentes que resulta no conjunto organizado referido por O´Brien (2004,
p.6) composto por cinco recursos principais:
• Recursos Humanos que compreende os usuários finais e os
especialistas, no caso acima, o policial e o cidadão;
• Recursos de Hardware e Software, os dispositivos físicos e
equipamentos, bem como os programas utilizados no processo
(computador, impressora, programa de registro de ocorrências;
• Recursos de Dados, o qual compreende as informações em forma de
dados que são de fundamental importância para o sistema (como se deu
o fato vivido pelo cidadão?);
• Recursos de Rede que consiste nos dispositivos interconectados por
meio de computadores, processadores de comunicação, mídia de
comunicações e software (intranet).
De acordo com a concepção de O´Brien (2004, p.23) os sistemas de
informações podem ser classificados em:
� Sistemas de apoio às operações;
� Sistemas de apoio gerencial.
O primeiro desenvolve o papel de processar transações eficientemente,
controlar processos industriais, apoiar comunicações e colaboração e atualizar
bancos de dados da empresa.
O segundo são aqueles que concentram em fornecer informações e apoio aos
gestores em sua tomada de decisão eficaz.
Na visão de Furtado (2002, p. 24), Tecnologia da Informação “[...] pode ser
definida como todo recurso tecnológico e computacional destinado à coleta,
21
manipulação, armazenamento e processamento de dados e/ou informações
dentro de uma organização.”
A Tecnologia da Informação tornou-se uma ferramenta muito importante, sendo
utilizada em todos os seguimentos. No entanto, exige certo grau de
organização e estruturação da empresa, órgão ou instituição que passa a
adotá-la o que resulta num pequeno número de empresas pequenas a se
informatizarem.
Através da utilização da TI é possível tornar o ambiente mais produtivo
possibilitando um melhor tratamento da informação necessária ao crescimento
do negocio.
Essa informação, por sua vez, exerce destaque na organização e seu
tratamento e utilização deverá se dar da melhor forma possível, isto porque, irá
influenciar diretamente na decisão do gestor, o qual se baseará na informação
externa ou interna.
A TI é composta por diversas ferramentas baseadas em computadores, porém
isto só não garante à organização a resolução de seus problemas, sendo
necessário que seu emprego seja feito de forma gradual e que o quadro de
pessoal esteja envolvido com o desenvolvimento e a manutenção dos recursos
disponíveis evitando ou reduzindo a resistência humana.
De modo geral, a utilização da TI pode trazer para a instituição:
- Organização interna;
- Enfrentar novos desafios;
- Estabelecimento de vinculo;
- Criação de estratégias.
Por sua vez, segundo O´Brine (2004, p.18) a utilização dos sistemas de
informação podem trazer para a empresa: apoio às estratégias para vantagem
competitiva; apoio à tomada de decisão empresarial e apoio às operações e
aos processos.
22
3. A SEGURANÇA PÚBLICA
Segundo a Constituição Federal Brasileira de 1988, a Segurança Pública (SP)
é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, sendo exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal,
Polícia Ferroviária Federal, Policias Civis, Policias Militares e Corpo de
Bombeiros Militares1.
Sendo a premissa maior a perspectiva sistêmica, expressa na interação
permanente dos diversos órgãos públicos interessados e entre eles e a
sociedade civil organizada.
O momento atual reflete um quadro de instabilidade no setor com o
crescimento considerável da criminalidade urbana nas principais capitais
brasileira resultando em danos sérios ao convívio social, ao tempo em que
exige que os gestores implementem políticas públicas, no intuito de gerirem os
problemas enfrentados.
Por outro lado, a tecnologia surpreende a cada instante com a inovação de
técnicas e a fabricação de equipamentos que visam facilitar os procedimentos
de serviços e o modo de vida das pessoas.
Isto faz refletir a importância de associar esses recursos numa visão
multidisciplinar deixando o que há de mais moderno a disposição de área como
a saúde, educação, segurança, etc.
Pensando nesta temática percebe-se que a informação na atualidade esta
diretamente associada à velocidade, a inserção da tecnologia, ao tempo e ao
espaço, e a mesma é imprescindível para a atuação da SP de modo geral. Mas
não qualquer tipo de informação.
1 Artigo da Constituição Federal Brasileira de 1988
23
Para Cautela e Polloni (1996, p.23) a informação pode ser classificada em:
clara, apresentando o fato com clareza; precisa, quando obtêm um alto padrão
de precisão; rápida, chegando ao ponto de decisão em tempo hábil e, dirigida a
quem tenha necessidade dela e irá adotar qualquer tipo de decisão com base
nessa informação.
Percebe-se que as ações dos órgãos que compõe a SP dependem desses
tipos de informações para garantir uma melhor resposta à sociedade. Dessa
forma, a SP precisar se adaptar e buscar novas formas de competir e se
diferenciar no combate ao crime.
Neste instante, os recursos de TI assumem um papel importante e
fundamental, além disso, possibilitam uma melhor integração entre os órgãos.
Por sua vez eles são compostos de elementos tais como hardware, software,
redes de comunicação, workstation, robótica e os chips inteligentes, os quais
estando a serviço da SP podem ser usados nas centrais de emergências,
sistemas de informações policiais judiciárias, estatísticas criminal, serviços de
inteligência, delegacias eletrônicas, geoprocessamentos, dentre outros.
Para a SP a TI pode influenciar diretamente nos seguintes processos:
avaliação; planejamento e controle das ações policiais.
24
4. OS RECURSOS DE TI PARA A SP
Nos últimos anos nunca se viu uma serie cada vez maior de recursos de
tecnologia disponibilizados para as pessoas utilizarem no cotidiano e
principalmente na realização dos diversos tipos de serviços. O leque de opções
varia de
A Rede de Computadores constitui-se numa estrutura física composta por
equipamentos e lógica, programas, protocolos, os quais possibilitam o
compartilhamento de informações entre dois ou mais computadores. Elas
podem ser classificas em:
� Rede Local – LAN2, que ligam computadores próximos ligados a cabos
de rede;
� Rede Externa – WAN3, as quais se estendem além das proximidades
físicas dos computadores e são ligadas por conexões telefônicas,
satélite, ondas de rádio.
A Internet representa a maior rede de computadores do mundo oferecendo
vários tipos de serviços. Segundo O´Brien (2004, p.169) “também se tornou
uma plataforma fundamental para uma lista em rápida expansão de serviços de
informação e entretenimento e aplicações comerciais, incluindo sistemas
colaborativos e comércio eletrônico”.
Dessa forma, o correio eletrônico, a navegação em sites na Rede e a
participação em grupos de notícias e salas de bate-papo constituem-se nos
principais tipos de aplicação da Internet. O uso comercial vem se expandido de
tal forma ao longo dos anos que em determinados setores é impossível se
imaginar o desenvolvimento dos serviços sem a utilização deste tão importante
recurso.
2 Local Area Network 3 Wide Area Network
25
A Intranet trata-se de uma rede privada de computadores semelhante a
Internet, de uso exclusivo de uma determinada organização. É uma ferramenta
que auxilia na comunicação e possui um custo beneficio mais baixo. Através
dela é possível a comunicação entre os departamentos e setores da empresa.
A utilização da mesma permite a unificação das informações para todos os
funcionários; facilidade na instalação e administração; baixo custo de
implementação; acesso mais rápido a informação e melhoramento na tomada
de decisão, dentre outras.
O Correio Eletrônico ou e-mail é o meio de comunicação entre os usuários,
sendo utilizado para facilitar a comunicação e a troca de idéias entre as
pessoas apresentando como uma das principais vantagens a rapidez e o baixo
custo.
O Geoprocessamento é um “[...] conjunto de técnicas de coleta, tratamento,
manipulação e apresentação de informações espaciais”. Furtado (2002, p. 49).
Segundo Coelho e Terra (2001, p.22) “Os mapas representam um dos
principais instrumentos para analisar, interpretar e interferir na realidade
espacial, planejando e propondo mudanças. [...]”
Diante desta concepção, inicia-se este tópico destacando a importância da
utilização dos mapas, de modo geral. Ao longo dos anos os antigos mapas,
que levavam tempo e custavam muito caro para serem feitos e sempre
permaneciam desatualizados, aos poucos foram ganhando novo formato e
habilidades em sua elaboração.
O uso de recursos de TI permitirem a substituição dos mapas de alfinetes por
mapas digitais, os quais são acessíveis e manipulados num microcomputador.
Ver figura 1.
26
Figura 1 – Modelo de Mapa de Alfinete
Fonte: HARRIES, 1999
Esse passo foi possível através da disseminação do geoprocessamento,
conceituado por Teixeira e Christofoletti (1997) como sendo a tecnologia que
abrange o conjunto de procedimentos de entrada, manipulação,
armazenamento e análise de dados espacialmente referenciados.
O geoprocessamento reúne em si a tecnologia de analise espacial com dados
sócio-econômicos e ambientais podendo ser considerado como um forte aliado
no combate à criminologia, pois a partir do mesmo é possível interpretar e
gerar informações com mais eficiência e eficácia.
27
Resumidamente, dizer que representa a área do conhecimento que associa
técnicas matemáticas e computacionais para tratar a informação geográfica,
bem como a de interesse policial. Isto é possível através dos Sistemas de
Informações Geográficas – SIG que são as ferramentas computacionais para o
geoprocessamento integrando dados de diversas fontes em banco de dados
geo-referenciados.
O produto final, a representação visual tem como objetivo facilitar a definição
de estratégias possibilitando o aumento de ações nas áreas que apresentam
maiores problemas, a exemplo de localidades com auto índice de furtos,
homicídios, arrombamentos e outros delitos.
Segundo Freitas e Vieira (2007, p.3):
“[...] o mapeamento da criminalidade consistia em uma
representação por alfinete dos crimes ocorridos em uma
região. Os mapas produzidos eram muitos úteis para a “análise
criminal” por identificarem o local onde os crimes aconteciam,
porém as limitações eram bastante significativas. [...]”
Mas como todo recurso, o geoprocessamento depende da alimentação de
informações, as quais devem obedecer a critérios mínimos de segurança,
como a classificação sugerida por Cautela e Polloni (1996), anteriormente, a
fim de assegurar a veracidade e credibilidade dessas informações coletadas.
O mapeamento da criminalidade vem sendo usado com sucesso em varias
cidades brasileiras. Esse mecanismo pode localizar com precisão, quantificar e
relacionar as diversas ocorrências policiais com a dinâmica existente nos
grandes centros urbanos.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/ MJ4), em 2004
encomendou junto a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ao
4 Ministério da Justiça
28
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um software denominado
TERRACRIME, que permitiria tratar do crime de forma cientifica, além de
possibilitar o planejamento e a prevenção do mesmo. A intenção era que as
Secretarias de Segurança Pública dos Estados passassem a usar de forma
corriqueira os benefícios do geoprocessamento no combate diário ao crime.
Através desse software é possível mapear as áreas de incidência criminal
fornecendo informações necessárias para análise, bem como monitoramento e
controle dos principais crimes urbanos.
A SP da Bahia vem usando o Sistema de Informações Geográficas Urbanas do
Estado da Bahia (INFORMS), que é um sistema de informações baseado em
tecnologia de geoprocessamento e se caracteriza por demonstrar dados
geograficamente localizados e foi concebido para constituir-se em uma base de
dados de uso comum.
Durante a realização do carnaval de Salvador, festa popular que reuni milhões
de pessoas, as ações das tropas nas ruas onde ocorre o evento são
direcionadas a partir do banco de dados das ocorrências, os locais que
necessitam de maior atenção são observados com base nos mapas gerados. O
resultado é muito rápido, se compararmos que antes a prevenção só era
identificada após a festa quando começava o planejamento para o ano
seguinte.
Hoje os fatos são monitorados em tempo real e as medidas são percebidas
pela população de forma mais dinâmica. Isto se tornou possível com a
associação da tecnologia aos trabalhos da SP.
Embora seja reconhecida a eficiência do geoprocessamento destaca-se que
ele só não basta. É necessário que o recurso humano esteja devidamente
qualificado para operá-lo desde a entrada da informação, como exemplo a
partir do registro de uma ocorrência policial, até a saída do sistema. Mas uma
vez, chama-se a atenção para os gestores de SP, os quais devem está
constantemente atentos para as modificações existentes no convívio social.
29
Para o Núcleo de Estudos da Violência/ Universidade de São Paulo (NEVUSP)
Ao explorar a dimensão espacial da violência compreende-se a
heterogeneidade desse fenômeno social, nota-se localidades violentas e outras
mais pacíficas com relação a certos crimes. Assim, demonstra-se a
necessidade de se ter aspectos espaciais como um componente que ajuda a
explicar a violência, uma vez que atende à demanda por comparações
sistemáticas inter e intra-regiões para observar a evolução da violência.
30
5. CASOS \ BRASILEIROS DE SEGURANÇA PÚBLICA INFORMATIZADA Polícia Civil de Sergipe em busca da Tecnologia da Informação
A Polícia Civil de Sergipe adotou como uma das prioridades o investimento em
Tecnologia da Informação, no qual todas as Unidades seriam informatizadas,
principalmente nos trabalhos cartorários e no atendimento ao publico, sendo
objetivo aperfeiçoar a utilização das soluções administrativas e investigativas
disponíveis, melhorar o atendimento ao cidadão e ainda trazer mais agilidade
para a contabilização de dados estatísticos no âmbito das Delegacias. Para isto
foram investidos mais de R$2,2 milhões na compra de recursos tecnológicos.
A Superintendência da Polícia Civil e a Coordenadoria de Estatísticas e
Pesquisas (Codepe) juntamente com a Divisão de Tecnologia da Informação
(DTI), da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe vêm trabalhando no
intuito de acelerar o desenvolvimento de ferramentas e softwares a exemplo
dos novos sistemas da Corregedoria, Codepe, e Pessoas Desaparecidas, os
quais vêm sendo implementados gradativamente.
Os resultados podem ser vistos na maior eficiência, economia e fidelidade na
busca das informações, um atendimento de mais qualidade e uma agilidade
nos resultados das investigações.
O 181 Narcodenúncia do Estado do Paraná
Através de uma moderna estrutura de geoprocessamento que auxilia o
Governo do Estado no planejamento de suas atividades e na aferição de
resultados para a tomada de decisões a Companhia de Informática do Paraná
31
(CELEPAR5) desenvolveu o 181 NARCODENÚNCIA, ver figura 2, que se trata
de um programa do Governo do Estado criado para combater o tráfico de
drogas e prender os traficantes.
Figura 2 – Pagina na Internet do 181 Narcodenúncia
Fonte: http://www3.pr.gov.br/narcodenuncia/
O sistema utiliza uma plataforma de geração e edição de dados geográficos,
programas para o desenvolvimento de sistemas em ambiente cliente-servidor,
internet e gerenciador de bancos de dados espaciais, o que tornou disponíveis
novos recursos para processamento de informações geográficas, ordenamento
e gestão territorial, otimização da arrecadação, localização de equipamentos e
serviços públicos, entre outras funcionalidades.
5 Sociedade de economia mista, criada pela Lei Estadual 4945, de 30 de outubro de 1964, constituída por escritura pública lavrada em 05 de novembro de 1964, é a mais antiga empresa pública de informática no país
32
Para o atual Governo do Paraná, os Sistemas de Informações Geográficas
(SIGs), tornaram-se ferramentas indispensáveis de gestão pública por
estabelecer um novo meio de comunicação entre o governo e o cidadão.
Os serviços do 181 – NARCODENÚNCIA tem como marco inicial a ligação do
cidadão quando este faz sua denúncia, a qual é registrada e será investigada.
Sendo encaminhada uma viatura da Polícia Militar para o local, caso o tráfico
seja confirmado.
O 181 – NARCODENÚNCIA possui atuação em todo o território do Estado
através das centrais de atendimento à população instaladas em seis cidades
pólos denominadas Regionais, que são: Curitiba; Ponta Grossa; Londrina;
Maringá; Cascavel e Pato Branco.
Por sua vez, a estrutura do 181 – NARCODENÚNCIA foi compartimentada nos
seguintes níveis6:
• Coordenação Estadual indicada pelo Secretário de Estado da Justiça e
da Cidadania em conjunto com o Secretário de Estado da Segurança
Pública, tendo como objetivo a Coordenação, Controle e Gerenciamento
de todas as Regionais.
• Coordenador Regional
Que é indicado pelo Coordenador Estadual, e tem a responsabilidade da
Coordenação, Controle e Gerenciamento a nível Regional, bem como
pelo repasse das denúncias recebidas para o Coordenador Estadual e
para o órgão competente para as providências pertinentes. No entanto,
cada Coordenador Regional só possui acesso às informações atinentes
à sua área de atuação.
• Centrais Regionais de Atendimento onde os integrantes são
selecionados pelo Coordenador Estadual ou pelo Coordenador
6 Fonte: http://www3.pr.gov.br/narcodenuncia/historico.php
33
Regional, e incluídos no sistema após aprovação final pelo Coordenador
Estadual.
Com isto a Segurança Pública do Estado do Paraná, através da Companhia de
Informática do Paraná (CELEPAR) promove ao cidadão e a seus funcionários
um ambiente de processamento de elevada qualidade para a operação dos
sistemas informatizados, acesso às informações de seu interesse, e o
administrador público pode direcionar seus recursos humanos para as
atividades específicas do órgão.
Todo acesso aos sistemas de informação e serviços, ocorre através da Rede
Corporativa do Governo do Estado, disponibilizados no ambiente
multiplataforma do Data Center da CELEPAR e da internet.
34
6 ESTUDO DE CASO 6.1 A SEGURANÇA PÚBLICA DA BAHIA Até o final do século passado os serviços da administração pública do Estado
eram distribuídos por quatro secretarias, sendo uma delas a de Polícia e
Segurança Pública, a qual pertencia os serviços de Polícia Administrativa e
Judiciária, a força policial do Estado e o regime penitenciário correcional e
detentivo.
Em 1930, através do Decreto nº. 7066/01 a secretaria fundiu-se a outras e
passou a denominar-se Secretaria do Interior, Justiça, Instrução, Polícia,
Segurança, Saúde e Assistência Pública permanecendo até 1931 quando
voltou à denominação anterior e somente em 1935, pelo Decreto 9479/24
ganha a denominação atual, Secretaria da Segurança Pública.
Ao longo desses anos foram várias mudanças até chegar à estrutura
organizacional mostrada na figura 3, sendo a sua formular e executar a política
governamental destinada à preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e patrimônios, bem como assegurar os direitos e garantias
fundamentais.
Por se tratar de uma estrutura organizacional bastante complexa com diversas
competências optou-se neste trabalho em fazer um recorte dando ênfase para
a Polícia Civil da Bahia como estudo de caso, da qual escolheu-se a Delegacia
de Defesa do Consumidor para a efetivação do trabalho de campo.
35
Figura 3 – Organograma da Secretaria da Segurança Pública da Bahia
Fonte: SSP/ BA 2008 6.2 A POLÍCIA CIVIL DA BAHIA A Polícia Civil no Brasil surgiu com a criação da Intendência Geral da Polícia da
Corte e Estado do Brasil, por D. João VI, através do Alvará de 10 de maio de
1808, estabelecendo o cargo de Intendente Geral de Polícia da Corte exercido
pelo Desembargador e Ouvidor da Corte, Paulo Fernando Viana, o qual tinha
jurisdição ampla e ilimitada. Desde aquela época a infração penal e sua autoria
36
eram apuradas pela Instituição Policial Civil a qual era baseada na Legislação
Portuguesa.
Com a criação do Código do Império do Brasil, em 1830, passou a existir os
cargos de Delegados e Subdelegados em cada Município e em cada Província
da Corte, sendo estes também responsáveis pela função de Juiz, vindo apenas
perder estas atribuições em 1871, quando as funções judiciais passaram a ser
restritamente dos juízes.
A partir da Proclamação da República a organização dos servidores da Polícia
passa a obedecer as Leis Estaduais de cada Estado da Federação. Daí o
organismo policial passou por profundas transformações e hoje comemora os
200 anos de existência da Polícia Civil no Brasil.
Através do Art. 128, da Constituição do Estado da Bahia de 02 de julho de
1891 cria-se a Polícia Administrativa e Judiciária, a qual ao longo desses anos
vem se evoluindo e modernizando para oferecer ao cidadão um serviço de
melhor qualidade.
Sendo assim, atualmente a Polícia Civil da Bahia faz parte da estrutura da
Secretária da Segurança Pública – SSP e encontra-se estruturada conforme
Tabela 1 e Figura 2.
Presente em 417 municípios do Estado sob o comando geral de um Delegado
Chefe, Dr. Joselito Bispo dos Santos, bem como dos cerca de 879 Delegados
de Carreira, 950 Escrivães de Polícia e 3.800 Agentes de Polícia possui a
finalidade de exercer as funções de polícia judiciária para a apuração das
infrações penais, exceto as propriamente militares e as privativas da Polícia
Federal.
37
Fonte: SSP-BA /2008
Gabinete do Delegado-Chefe - GDC Chefia de Gabinete Assessoria de Comunicação Coordenação de Promoções Assessoria Técnica Centro de Operações Especiais - COE Coordenação Geral Coordenação de Operações Coordenação de Plantão Corregedoria da Polícia Civil - CORREPOL Coordenação de Apuração
Coordenação de Avaliação e Investigação Serviço Médico da Polícia Civil - SEMEP Coordenação Médico-Pericial
Coordenação Médico-Psicossocial
Coordenação Odontológica
Coordenação de Apoio Operacional Academia da Polícia Civil - ACADEPOL Conselho de Ensino
Coordenação de Desenvolvimento Educacional
Coordenação de Apoio Didático
Coordenação de Discente Coordenação de Polícia Interestadual - POLINTER Coordenação de Buscas e Capturas
Coordenação de Controle de Cartas Precatórias Coordenação de Produtos Controlados - CPC Coordenação de Cadastro
Coordenação de Guarda e Conservação de Armas
Coordenação de Fiscalização Departamento de Crimes contra a Vida - DCCV Delegacia de Homicídios
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher
Delegacia de Proteção ao Turista
Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Criança e o Adolescente
Delegacia para o Adolescente Infrator Departamento de Tóxicos e Entorpecentes - DTE Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes da Região Metropolitana de Salvador
Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes do Interior Departamento de Crimes contra o Patrimônio - DCCP Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos
Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos
Delegacia de Crimes Econômicos e contra a Administração Pública
Delegacia de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes Departamento de Polícia Metropolitana - DEPOM Coordenação de Suporte Operacional
Coordenação de Expediente Arquivo Coordenação de Bens Apreendidos Coordenação de Controle Operacional Coordenação de Apoio Técnico à Investigação
Delegacia de Defesa do Consumidor
Delegacia Circunscricional da Região Metropolitana de Salvador
Posto Especial Departamento de Polícia do Interior - DEPIN Coordenação de Suporte Operacional
Coordenação de Expediente Arquivo Coordenação de Controle Operacional Coordenação de Apoio Técnico à Investigação
Delegacia de Proteção Ambiental
Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas em Rodovias
Coordenadoria de Polícia
Cartório Serviço de Investigação Delegacia Circunscricional do Interior
38
As competência da Polícia Civil da Bahia encontra-se listadas na Tabela 2.
Tabela – 2 Competências da Polícia Civil da Bahia
Competências
Promover o exercício, com exclusividade e sob a privativa direção de Delegado de
Polícia de Carreira, da persecução penal, pré-processual, por intermédio do
inquérito policial e de outros procedimentos de sua atribuição;
Promover o resguardo da inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à incolumidade e ao patrimônio das pessoas;
Adotar providências cautelares, destinadas a preservar os locais, os vestígios e as
provas das infrações penais;
Requisitar exames periciais, para a comprovação da materialidade das infrações
penais e de sua autoria;
Promover o cadastramento de armas de fogo e demais produtos controlados,
observada a legislação federal;
Executar as atividades de seleção, formação e o desenvolvimento profissional e
cultural das categorias funcionais integrantes da Policial Civil de Carreira
Profissional;
Controlar a regularidade dos serviços policiais e apurar as transgressões
administrativo-disciplinares de servidores policiais civis;
Promover a coordenação de providências sobre ocorrências policiais envolvendo
reféns.
Fonte: SSP/BA 2008
6.3 A INFORMATIZAÇÃO DA POLÍCIA CIVIL DA BAHIA A Polícia Civil da Bahia vem ao longo dos anos buscando implementar em suas
ações o que há de moderno em relação aos recursos de TI, no intuito de
aperfeiçoar suas práticas e oferecer um serviço mais rápido e ágil ao cidadão.
39
INFORMS
O Sistema de Informações Geográficas Urbanas do Estado da Bahia –
INFORMS constitui-se num sistema de informação baseado em tecnologia de
geoprocessamento que reúne dados geográficos básicos sobre a Região
Metropolitana de Salvador – RMS e as áreas urbanas dos demais municípios
baianos.
É um instrumento de imprescindível importância na tomada de decisões acerca
de problemas em que a variável Espaço é particularmente necessária. Sendo
possível através do mesmo acesso a mapas digitais, indicadores de interesse
social; informações demográficas e socioeconômicas a partir de dados dos
Censos Demográficos e das Contagens de População realizadas pelo IBGE7 e
Catálogos de Logradouros.
Nas ações da Polícia Civil desenvolve papel importante, pois através do
mesmo podemos mapear as áreas de maior incidência criminal fornecendo aos
gestores a posição do local provável do crime para que medidas preventivas e
corretivas sejam aplicadas. No entanto, ainda é um recurso pouco utilizado nas
ações diárias.
PORTAL SSP
Trata-se de uma página na Internet exclusiva da Polícia Civil, através da qual é
possível acessar o cadastro de identificação dos dados civil e criminal de todas
as pessoas registradas no Instituto de Identificação Pedro Mello – IIPM.
7 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
40
Esse recurso é bastante utilizado pelos policiais, sendo de fundamental
importância na análise de fatos no momento do registro de ocorrências e na
investigação policial.
É preciso que o policial seja cadastrado e possua uma senha de acesso para
operar o sistema de qualquer computador e local.
Figura 4 - Site do Portalssp
Fonte: SSP/Portalssp/2008
REDE INFOSEG
A Rede de Integração Nacional de Informação de Segurança Pública, Justiça e
Fiscalização – INFOSEG instituída através do Decreto nº. 6138 de 28 de junho
41
de 2007, integra informações de Segurança Pública, Justiça e de Fiscalização
em todo o País.
Ela constitui o conjunto de bases de dados distribuídos pelos Estados da
Federação, além de órgãos do Governo Federal, disponibilizando as
informações contidas em qualquer base integrante ao usuário que necessite.
Segundo o artigo 1º do citado Decreto a finalidade da Rede é “integrar,
nacionalmente, as informações que se relacionam com segurança pública,
identificação civil e criminal, controle e fiscalização, inteligência, justiça e
defesa civil, a fim de disponibilizar suas informações para a formulação e
execução de ações governamentais e de políticas públicas federal, estaduais,
distrital e municipais”.
Dessa forma, conforme o artigo 2º do Decreto, “poderão participar da Rede
Infoseg os órgãos federais da área de segurança pública, controle e
fiscalização, as Forças Armadas e os órgão do Poder Judiciário e do Ministério
Público, e, mediante convenio, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
A rede funciona via Internet no âmbito nacional para usuários cadastrados
possibilitando maior acessibilidade quando então pode ser consultado: dados
de armas do Exercito Brasileiro, Receita Federal, Superior Tribunal de Justiça,
Justiça Federal, RENACH8, dados de Inquéritos, Processos, armas de fogo,
veículos, condutores, Mandados de Prisão.
8Registro Nacional de Carteira de Habilitação
42
Figura 5 – Site da Rede INFOSEG
Fonte: SSP/INFOSEG/2008
SISAP
O Sistema de Serviço e Atendimento Policial (SISAP) é o atual sistema de
registro de ocorrências policiais utilizado na Polícia Civil da Bahia. Através do
mesmo o policial alimenta o banco de dados com as informações dos Boletins
de Ocorrências registrados em cada Unidade, sendo acesso através da Rede
Governo9.
SIGIP
O Sistema de Informação e Gestão Integrada Policial (SIGIP) trata-se do novo
sistema operacional da Policia Civil que vai desde o registro de ocorrências á
parte de gestão. Este foi desenvolvido com objetivo de criar um moderno
9 Rede digital, multisserviços que alia a informática aos serviços de telecomunicações. Uma rede de comunicação de dados, imagens e voz integrando todos os municípios do Estado, levando a revolução da informática e das telecomunicações a todos os baianos.
43
sistema policial que incorpore as últimas inovações tecnológicas de software e
hardware para melhorar o atendimento ao cidadão.
A partir dele será possível a integração com os diversos bancos de dados dos
órgãos da SSP, a exemplo da Polícia Civil, Polícia Militar, Departamento de
Polícia Técnica; controle de estatísticas, georeferenciamento de locais do
crime, integração com a Delegacia Digital dentre outras funcionalidades. Ver
figura 4 com a pagina inicial do SIGIP.
Figura 6 – Pagina Inicial do SIGIP na Intranet
Fonte: SSP/BA/2008
DELEGACIA DIGITAL
Criada recentemente a Delegacia Digital da Polícia Civil da Bahia permite que o
cidadão com acesso a Internet, de qualquer lugar realize o registro de
ocorrências dos tipos:
� Furto de Veículos;
44
� Furto de Objetos e Documentos;
� Perda e Extravio de Documentos e Objetos;
� Desaparecimento e Encontro de Pessoas Maiores de Idade.
A Delegacia Digital reflete uma evolução no trabalho policial disponibilizando ao
cidadão um melhor atendimento nas situações acima. Com ela pretende-se dar
uma nova visão e ampliação da ação policial.
Figura 7 – Tipos de Ocorrência na Delegacia Digital
Fonte: Delegacia Digital SSP BA 6.4 A DELEGACIA DE DEFESA DO CONSUMIDOR - DECON
A Delegacia de Defesa do Consumidor (DECON) no quadro da estrutura da
Polícia Civil da Bahia encontra-se subordinada ao Departamento de Polícia
45
Metropolitana (DEPOM), no entanto sua área de abrangência expande-se por
todo o território do Estado da Bahia, sendo, portanto a única no Estado com a
competência de apurar os crimes existentes na relação de consumo.
É uma unidade especializada, órgão de execução da Política Nacional protetiva
do consumidor. Os registros de ocorrências policiais devem ser procedido
como em qualquer outra Unidade, sendo a forma mais comum do registro, o
comparecimento do consumidor, vítima do crime, à Delegacia onde relata o
fato que será transcrito num Boletim de Ocorrência.
A criação da DECON deu-se por volta de 1990 com a Lei nº. 8078 de 11 de
setembro de 1990, conhecida como Código de Proteção e Defesa do
Consumidor, que constitui num conjunto de normas que regulam as relações
de consumo protegendo o consumidor e colocando os órgãos e entidades de
defesa do consumidor a seu serviço. De acordo com esta Lei, em seu artigo
segundo, Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
A DECON atualmente encontra-se localizada no prédio da Central do
Consumidor, no bairro do Centro, em Salvador, onde também localiza-se a
Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON)10. A
mesma é dirigida por uma Delegada Titular, Dra. Maria Dirce Ribeiro dos
Santos, a qual é auxiliada por mais cinco Delegados do quadro da Polícia Civil
da Bahia.
A estrutura interna da DECON compreende os seguintes setores: Plantão que
é composto da Sala de Registro de Ocorrência e Sala do Delegado Plantonista.
Ambos responsáveis pela triagem, registro e andamento das Ocorrências; a
Recepção destina-se a recepcionar o cidadão, bem como as pessoas
intimadas para audiências com os Delegados; Gabinete do Delegado Titular
onde se trata toda a parte de gerência e coordenação da Unidade; Cartório
10
Órgão integrante da estrutura organizacional da Secretaria da Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia que tem por finalidade informar e orientar o consumidor sobre seus direitos e deveres encaminhando às entidades pertinentes as reclamações, denuncias, sugestões ou consultas, dentre outras funcionalidade.
46
cuja a função é relacionada diretamente com todos os setores e trata do
processo burocrático de entrada e saída de documentos e administração do
quadro de pessoal, e Serviço de Investigação responsável pelas diligências e
investigações externas necessárias e relacionadas aos fatos apurados.
Os crimes de maiores incidências na relação de consumo e que são
registrados na Delegacia são:
Produto impróprio para o consumo;
Propaganda enganosa;
Estelionato na relação de consumo;
As principais Leis Especiais que tratam de crimes contra as relações de
consumo:
Lei 8137/90, com ênfase nos crimes previsto no artigo 7º.
Lei 8176/91, com ênfase no artigo 1º.
Lei 1521/51, destacando o artigo 4º, letra “a”.
O Quadro de pessoal conta com seis Delegados, cinco Escrivães, três
Auxiliares Administrativos, um Auxiliar de Serviços Gerais, quinze Agentes no
horário administrativo.
6.5 ANÁLISES DAS ENTREVISTAS Para os entrevistados um dos principais benefícios resultantes da implantação
da Tecnologia da Informação nas ações da Segurança Pública foi a agilização
dos procedimentos de um modo geral, desde um simples registro de uma
Noticia Criminal e/ou Boletim de Ocorrência até a consulta, através da internet,
a órgão detentores de bancos de dados como a Rede Infoseg e o Portalssp,
visando a realização do mister da Polícia Judiciária que é a elaboração e
formalização dos Inquéritos Policiais.
47
No entanto, na concepção dos entrevistados, ainda existem necessidades que
ainda não foram atendidas plenamente pelo processo de informatização nas
diversas Unidades da SSP, tais como a modernização dos equipamentos
utilizados para o trabalho, dos Delegados, Agentes e Escrivães, bem como a
aquisição de novos instrumentos tecnológicos capazes de auxiliarem na
investigação e formalização dos procedimentos criminais. Para estes a falta de
um sistema informatizado para registro de ocorrências, na delegacia em
análise, e que interaja com as demais Unidades da Polícia Civil é outra
necessidade importante a ser atendida. Sendo apontado por todos, que os
equipamentos da informatização disponíveis são insuficientes para atender à
demanda da organização.
Na opinião da maioria dos entrevistados a tecnologia contribui
significativamente para melhorar a segurança dos cidadãos permitindo maior
agilidade no atendimento fazendo com que estes percam menos tempo quando
necessitarem das atividades da SSP. Dessa forma contribuem para
operacionalizar as ações e diligências dando agilidade, possibilitando a
identificação de suspeitos e estatísticas on line, identificação de fatos e áreas
de maior incidência criminal. Tudo isto para que o aparato policial se torne mais
ágil e eficaz.
Os entrevistados apontaram como recursos mais importantes para a
informatização da gestão da segurança naquela Unidade o
Geoprocessamento, o Portalssp, a Rede Infoseg, Sistema de Informação e
Gestão Integrada Policial (SIGIP), Banco de dados do DETRAN-BA11, Banco
de dados integrado com o PROCON-BA, JUCEB12 e Juizados Especiais e
Criminais de Defesa do Consumidor. Porém ressaltaram que todos os sistemas
que possam auxiliar nos trabalhos de registros de investigações criminais e
também da coleta e armazenamento de dados estatísticos, que possam
fornecer uma visão geral e particularizada das ações e diligências
desenvolvidas pela policia são de grande relevância, pois contribuem de forma
significativa para a tomada de decisão quando necessária.
11 Departamento Estadual de Trânsito da Bahia 12 Junta Comercial da Bahia
48
Nesta análise o destaque maior foi para o Sistema de Informação e Gestão
Integrada Policial (SIGIP), apontado pelos entrevistados, como uma
fundamental ferramenta para todas as Unidades da Policia Civil.
Os principais impactos positivos, identificados pelos entrevistados, quanto a
implantação dos recursos de Tecnologia da Informação foram:
• Melhor qualidade nos serviços prestados à população;
• Desburocratização dos processos;
• Melhor visualização das operações;
• Eficácia nas diligências e investigações;
• Logística eficiente.
Por sua vez, dentre as dificuldades enfrentadas pelos funcionários após a
renovação tecnológica da organização destacam se as seguintes situações:
� Resistência à utilização do sistema;
� Falta de treinamento em informática;
� Equipamentos defasados
Normalmente as criticas dos funcionários se deram em torno do grau de
dificuldade e operacionalização do sistema justificado em virtude da falta de
treinamento suficiente.
No ponto de vista geral dos entrevistados a TI contribui na facilitação da
comunicação entre as Policias Civil, Militar, bem como o Departamento de
Polícia Técnica (DPT). Um exemplo citado desta integração seria na ocorrência
de um homicídio, quando então o Delegado da Circunscricional acionaria uma
central única, que por sua vez, deslocaria todos os órgãos necessários para
auxiliar na elucidação do fato com rapidez. Isto implicaria na integração dos
bancos de dados destes.
49
Os entrevistados identificaram como necessidade urgente para a Delegacia,
bem como a estrutura da Polícia Civil o investimento do Governo num sistema
mais completo que possibilite essa integração automaticamente. Neste ponto
sugeriram que fosse ampliada a implantação do novo sistema, SIGIP,
abrangendo um número maior de Unidades.
Para as ações da Polícia Civil de forma geral sugeriram a instalação em pontos
estratégicos da cidade onde haja maior índice de incidência criminal, como se
faz durante as operações policiais no circuito do carnaval, computadores de
bordo nas viaturas, aparelhos celulares para as equipes de trabalho, câmeras
fotográficas, leitor de impressões digitais.
A capacitação profissional em todos os níveis, (do atendente ao diretor), para
operacionalizar os sistemas de TI citados, bem como outros a serem
desenvolvidos, e a permanente renovação de equipamento visando atualizar a
prestação de serviços policial caracterizaram os pontos fundamentais para a
continuidade da evolução tecnológica.
50
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo dos últimos anos é crescente a forma pela qual a Segurança Pública
se evoluiu e modernizou, no intuito de tornar suas ações mais eficazes e ágil
para desmitificar a sensação a sensação de insegurança presente no momento
atual.
Com a revolução tecnológica tornou-se possível a adequação de vários
recursos tecnológicos às especificidades de cada organização. Isto estimulou o
Governo a buscar cada vez mais acelerar o desenvolvimento de ferramentas e
software, que além de promover economia para os cofres públicos,
garantissem ao cidadão serviços de qualidade.
Diante do exposto, as Secretarias de Segurança Pública dos Estados
passaram a relacionar suas atividades ao desenvolvimento tecnológico com a
implantação de recursos de TI em suas ações, a exemplo da utilização de
grandes bancos de dados como a Rede Infoseg, em escala nacional.
Por sua vez, o uso da informação e seus variados meios passou a ser um
instrumento imprescindível na tomada de decisão, sendo na verdade, um fator
determinante para o sucesso das ações empresarias e de Governo.
Para alcançar os objetivos traçados no presente trabalho foi necessário ampliar
o horizonte de conhecimento sobre a temática, explorado no embasamento
teórico, resultante do levantamento bibliográfico.
Neste ponto destaca-se a informação como na concepção de Turban (2004,
p.63) que a define como um conjunto de dados organizado. Por outro lado,
também destacou-se a relação desta última com os sistemas de informação,
caracterizado por O,Brien (2004, p.6) por ser um conjunto organizado de
pessoas, hardware, software, redes e recursos que trabalham a informação.
Sendo necessário um certo grau de organização e estruturação na
manipulação dos mesmos para que se possa perceber esta relação.
51
É interessante observar que o relacionamento Segurança Pública e tecnologia
deve ocorrer de maneira segura e efetiva, embora a mesma seja caracterizada
por uma multiplicidade e complexidade inerente à problemática. Daí o que se
vê são os resultados registrados na maior eficiência, economia e fidelidade na
busca da tão valiosa informação.
Também foi necessário identificar e analisar os principais recursos de TI
usados nas ações da Segurança Pública, bem como sua real contribuição para
a dinâmica da mesma. Neste aspecto constatou-se ser os meios de TI de
relevância significativa, pois dentre outros fatores verificados, eles podem
assegurar a integração com o restante da estrutura organizacional e o máximo
retorno para a administração pública.
Mas somado a este constata-se que há uma corrente de fatores que ainda
dificultam o acesso à informação resultando num impacto para as finalidades
traçadas.
Quando verificados na pratica esta relação, tendo sido fundamental a
observação de campo e a aplicação de um questionário de entrevista, chegou-
se a conclusão de que não se pode mais deixar de lado o processo de
evolução tecnológica, pois o mesmo já se encontra diretamente ligado à
maioria das atividades realizadas contribuindo de forma a permitir a integração
com o restante da estrutura.
Diante da análise do trabalho de campo percebeu-se que, na opinião dos
entrevistados, as melhorias ocorridas são constantes e muito expressivas
provocando transformações relevantes no processo e resultados. Mas há de se
frisar que no caso em análise, a Segurança Pública, ainda precisa se voltar
mais para esta questão melhorando os investimentos e atualizando
constantemente os recursos implantados em suas Unidades, ou seja, que eles
acompanhem numa escala igual ou muito próxima ao nível de evolução
tecnológica.
52
Conseqüentemente há uma tendência para provocar que o quadro de pessoal
esteja diretamente envolvido no processo, através de estímulos e qualificação
intensa para operarem os recursos da melhor forma possível.
Ao final deste trabalho, tendo em vista a complexidade que envolve a
discussão esperamos que o mesmo contribua no desenvolvimento de outras
pesquisas que possam render benefícios para a discussão em tela, levando-se
em conta que é preciso utilizar o que existe de melhor a disposição do homem
para o próprio homem em sociedade.
53
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal Brasileira de 1988. Disponível em www.senado.gov.br/legislacao/const/. Acessado em 08.06.08 CAUTELA, Alciney Lourenço; POLLONI, Enrico Giulio Franco. Sistemas de Informação na Administração de Empresas. 4Ed. São Paulo: Atlas, 1996 COELHO, Marcos de Amorim; TERRA, Ligia. Geografia Geral: O Espaço Natural e Socioeconômico. 4ª Ed. Editora Moderna, São Paulo, 2001 FURTADO, Vasco. Tecnologia e Gestão da Informação na Segurança Pública.1ª Ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2002. FREITAS, Carlos Eduardo da Rocha, VIEIRA, Valdira de Caldas Brito. Uso do Geoprocessamento para Auxiliar a Segurança Pública no Mapeamento da Criminalidade em Teresina-pi. II CONNEPI; João Pessoa-PB, 2007 GOMES, Marisa Prado; AGUIAR, Marcelo Cabral de; FERREIRA, Manuel Eduardo. Fundamentos de Geoprocessamento. Treinamento SEMARH/ SIAD-Goias. Jan/Fev 2005 Disponível em http://www.lapig.iesa.ufg.br/siadgoias/tutoriais/Nocoes%20Basicas%20Geoprocessamento.pdf Acessado em 01.06.08 Governo Aposta em Software contra o Crime. Folha de São PAULO/ Folha Cotidiano. Pg C4. 29.04.04 HARRIES, K. Mapping Crime: Principle and Practice. U.S. Department of Justice. Washington, D.C: 1999. Original disponível em: www.ncjrs.org/html/nij/mapping/pdf.html - Tradução disponível em: www.crisp.ufmg.br/livro.htm - acessado em LEMOS FILHO, Egberto Vilas Boas. Gestão da Tecnologiada Informação e Eficiência Operacional Policial. Dissertação(Mestrado Profissional) – UFBA/ Escola de Administração, Salvador, 2006. O´BRIEN, James A. Sistemas de Informações e as Decisões Gerenciais na Era da Internet; Tradução Célio Knipel Moreira e Cid Knipel Moreira. 2ªEd. São Paulo: Saraiva, 2004. TEIXEIRA, Armando Luis de Almeida; CHRISTOFOLETTI, Antonio. Sistemas de Informação Geográficas- Dicionário Ilustrado, São PAULO; Huctec, 1997 TURBAN, Efraim; MCLEAN, Ephraim; WETHERBE, James. Tecnologia da Informação para Gestão: Transformando os negócios na Economia Digital. 3ª Ed.Porto Alegre: Bookman, 2004. Ministério da Justiça. www.mj.gov.br/data/Pages Conder. www.conder.ba.gov.br Núcleo de Estudos da Violência/ Universidade de São Paulo – NEVUSP. http://www.nevusp.org/mapas/ www.infoseg.gov.br
www.portalssp.ba.gov.br
www.informs.conder.ba.gov.br
54
ANEXOS
55
Este questionário tem por objetivo subsidiar a pesquisa de campo para elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Administração Geral, da Faculdade 2 de Julho, intitulado A Tecnologia da Informação nas Ações da Segurança Pública: O Exemplo da Polícia Civil, que pretende analisar a importância da introdução da Tecnologia da Informação nas atividades da Segurança Pública como forma de oferecer ao cidadão uma melhor resposta aos serviços oferecidos. Agradeço antecipadamente a sua colaboração. Claudio Rocha da Silva
ROTEIRO DE ENTREVISTAS
CARGO:________________ 1. Quais os principais benefícios da tecnologia da informação no seu trabalho?
2. Quais as necessidades que ainda não são atendidas pelo processo de informatização?
3. Na sua opinião, os equipamentos da informatização são suficientes para atender à demanda da organização?
4. De que maneira a tecnologia contribui para melhorar a segurança dos cidadãos de Salvador?
5. Como a tecnologia da informação contribui para operacionalizar as ações e diligências?
6. Quais os sistemas que são mais importantes para informatização da gestão da segurança?
7. Qual a importância dos sistemas automatizados e tecnologias implantadas dentro da organização para a tomada de decisão? Exemplifique
8. Quais os impactos ocorridos após a implantação desses novos recursos?
( ) Melhor qualidade nos serviços prestados à população ( ) Desburocratização dos processos ( ) Melhor visualização das operações ( ) Eficácia nas diligências e investigações ( )Logística eficiente ( )Outros _______________________________________________ Comente: ___________________________________________________
9. Esta Delegacia utiliza o geoprocessamento em suas atividade? Como?
56
10. Quais as principais dificuldades enfrentadas pelos funcionários após a renovação tecnológica da organização?
( ) Falta de treinamento em informática ( ) Resistência à utilização do sistema ( )Equipamentos defasados ( )Outros _______________________________________________ Comente: ___________________________________________________
11. Quais as críticas à utilização do sistema pelos funcionários?
12. De que maneira a TI contribui para a comunicação entre os diversos órgãos da Segurança Pública? Exemplifique
13. Quais as sugestões de integrações de informações de bases de dados entre os diversos órgãos?
14. Quais os sistemas de informação, tecnologia e equipamentos que você acha que poderiam ser implantados para aumentar a segurança do cidadão?
15. De maneira geral, quais as sugestões para melhoria da utilização da TI na organização?