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PEDRO JOSÉ BANDEIRA SILVEIRA ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO NA POLICARBONATOS DO BRASIL S/A. Salvador 2004

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PEDRO JOSÉ BANDEIRA SILVEIRA

ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO NA POLICARBONATOS DO BRASIL S/A.

Salvador 2004

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PEDRO JOSÉ BANDEIRA SILVEIRA

ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO NA POLICARBONATOS

DO BRASIL S/A .

Monografia apresentada ao curso de Administração com

Habilitação em Comércio Exterior da Faculdade 2 de

Julho como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Alexandre Amissi

Salvador 2004

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TERMO DE APROVAÇÃO

PEDRO JOSÉ BANDEIRAS SILVEIRA

ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO NA POLICARBONATOS

DO BRASIL S/A

Monografia aprovada para obtenção do grau de Bacharel em Administração com Habilitação

em Comércio Exterior. Salvador, 17 de dezembro de 2004.

Banca Examinadora:

Francisco Barroso Santana. Faculdade 2 de Julho

Fabio Guedes Faculdade 2 de Julho

Alexandre Amissi

Faculdade 2 de Julho

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AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos especiais a Diretoria da Policarbonatos do Brasil S/A e a cada

funcionário que contribuiu para este trabalho, com sua opinião e percepção sobre o tema. Sem eles esse trabalho jamais poderia ser realizado.

A determinação, a persistência, a vontade de melhorar e atingir a excelência, associadas ao fator tempo, são requisitos fundamentais para a realização de qualquer trabalho intelectual. Para construir o novo conhecimento, no entanto, é preciso mais: apoio dos mais experientes,

dos colegas, amigos e família. Ao corpo docente da Faculdade 2 de Julho, particularmente ao orientador Alexandre Amissi,

que ajudou sobremaneira nos trabalhos, disponibilizando o seu escasso tempo, haja visto a inexperiência do pesquisador. Agradeço a todos que direta e indiretamente apoiaram na execução deste trabalho.

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EPÍGRAFE

“ O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente.”

Leonardo Boff

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RESUMO

Este trabalho monográfico tem como objetivo a buscar o conhecimento teórico sobre o processo de exportação e a prática aplicada na Policarbonatos do Brasil S/A. Para tanto, o

trabalho foi realizado e desenvolvido através de uma verificação de pesquisas bibliográficas em livros, jornais e outro meios necessários, onde estão descritas as principais conclusões dos

autores sobre o assunto. Esta monografia está dividida em três partes: no primeiro momento apresentamos a empresa e seu histórico, sua política administrativa, seu organograma com a estrutura organizacional, sistema de qualidade e seu modelo de gestão na baseado no PNQ

(Premio Nacional de Qualidade); no segundo, é descritos os referenciais teóricos e sua contextualização sobre a importância do comércio internacional, as barreiras aos produtos

destinados à exportação, a importância da qualidade nos procedimentos, a composição de documentos de exportação e suas variedades, bem como a modalidade de pagamento e o roteiro de cobrança; no terceiro momento está exposto o processo de exportação, o

procedimento de venda para o mercado externo e o processo logístico efetuado pela Coordenação de Logística, para atendimento do pedido de exportação.

Palavras-chave: exportação, composição de documentos, processo de exportação.

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ABSTRACT

This monographic work has as objective to search the theoretical knowledge on the process of applied exportation and the practical one in Polycarbonates of Brazil S/A. For in such a way, the work was carried through and developed through a verification of bibliographical research

in necessary books, periodicals and another ways, where the main conclusions of the authors are described on the subject. This monograph is divided in three parts: at the first moment

we present the company and its description, its administrative politics, its organization chart with the organizacional structure, system of quality and its model of management in the based one on the PNQ (National Premio of Quality); in as, he is described the theoretical

referenciais and its contextualização on the importance of the international trade, the barriers to the products destined to the exportation, the importance of the quality in the procedures, the

exportation document composition and its varieties, as well as the modality of payment and the script of collection; at the third moment the exportation process is displayed, the procedure of venda for the external market and the logistic process effected by the

Coordination of Logistic, for attendance of the exportation order.

Word-key: document exportation, composition, process of exportation.

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LISTA DE GRAFICOS

GRAFICO 1 Critérios do PNQ ----------------------------------------------------------------------14

GRAFICO 2 Organograma da Empresa ----------------------------------------------------------15

GRAFICO 3 Protecionismo e Neoprotecionismo no Comércio Internacional------------23

GRAFICO 4 Roteiro de pagamento----------------------------------------------------------------33

GRAFICO 5 Roteiro de cobrança----------------------------------------------------------------- 36

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------09

2. A POLICARBONATOS DO BRASIL S/A-----------------------------------------------------11

2.1 Histórico -------------------------------------------------------------------------------------11

2.2 Política Administrativa---------------------------------------------------------------------12

2.3 Estrutura Organizacional-------------------------------------------------------------------15

2.4 Sistema de Qualidade ----------------------------------------------------------------------18

3. REFERENCIAL TEÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO----------------------------------21

3.1 Importância do Comércio Internacional ------------------------------------------------21

3.2 Barreiras--------------------------------------------------------------------- -----------------24

3.3 Qualidade------------------------------------------------------------------------------------27

3.4 Documentos que fazem parte da exportação--------------------------------------------29

3.5 Modalidade de pagamento-----------------------------------------------------------------32

4. PROCESSO DE EXPORTAÇÃO NA EMPRESA -------------------------------------------38

4.1 Procedimento de venda para mercado externo------------------------------------------38

4.1.1 Venda para clientes não cadastrados---------------------------------------------------38

4.1.2 Venda para clientes cadastrados--------------------------------------------------------39

4.2 Procedimento Logístico para a exportação----------------------------------------------39

4.2.1 Atividades operacionais Logísticas para atendimento do pedido de exportação-40

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS----------------------------------------------------------------------43

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ----------------------------------------------------------46

ANEXOS -------------------------------------------------------------------------------------------------47

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1. Introdução

O tema desta monografia “Análise do processo de exportação na Policarbonatos do

Brasil S/A’’ surgiu em função da experiência vivenciada no exercício profissional desde 1985

até a presente data na área financeira, tendo como atividade também a contratação de câmbio

e manipulação de documentos de exportação e importação.

Neste período, foram observadas mudanças nos procedimentos do processo de

exportação com o objetivo de agilizar a remessa de documentos, padronização do processo

com a desburocratização, reduzindo custos operacionais e facilitando o desembaraço das

mercadorias no exterior pelos clientes, evitando problemas inesperados e não previsto tanto

para o importador quanto para o exportador.

Convivendo com esta realidade, foi percebida a necessidade de elaborar um estudo

mais aprofundado sobre o seguinte problema: “Como funciona o processo de exportação da

Policarbonatos do Brasil S/A?”.

Com esta questão a ser resolvida, foi elaborada a seguinte hipótese: Exportar pode, e é

indício de um bom negócio, mas alguns aspectos devem ser analisados e observados com um

certo critério, caso contrário a exportação pode resultar em gastos desnecessários ou

adicionais podendo inviabilizar o negócio. A eficiência e a eficácia são fundamentais para

realização do processo.

O objetivo principal desta monografia é averiguar e esclarecer, o processo de

exportação como um todo para que seja refletido sobre a importância de se manter a qualidade

dos procedimentos nos processos de exportação, afim de evitar prejuízos inesperados, levando

em consideração os procedimentos burocráticos que envolvem os processos de exportação no

ambiente interno da empresa, que podem inviabilizar a exportação e propor mudanças para

melhoria.

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A pesquisa fio realizada apenas na Policarbonatos do Brasil S/A, na Coordenação de

Logística (COLOG) área responsável por toda logística de exportação e preparação dos seus

documentos.

Este trabalho monográfico está dividido em três partes: no primeiro momento

apresentamos a empresa e seu histórico, sua política administrativa, seu organograma com a

estrutura organizacional, sistema de qualidade e seu modelo de gestão na base do PNQ

(Premio Nacional de Qualidade); no segundo é descrito os aspectos teóricos e sua

contextualização sobre a importância do comércio internacional, as barreiras aos produtos

destinados à exportação, a importância da qualidade nos procedimentos, a composição de

documentos de exportação e suas variedades, bem como a modalidade de pagamento e o

roteiro de cobrança; no terceiro momento está exposto o processo de exportação, dos produtos

na empresa, os procedimentos de venda para o mercado externo e o procedimento logístico

para atendimento do pedido de mercado externo.

O desenvolvimento desse trabalho foi realizado através de pesquisas bibliográficas em

livros, jornais, revistas e outros meios necessários, onde estão descritas as principais

conclusões dos autores sobre o assunto, com demonstrações das afirmações ou contradições

de forma resumida, bem como, observação dos procedimentos burocráticos na empresa

Policarbonatos do Brasil S/A com consultas objetivas às Normas do Banco Central do Brasil e

Receita Federal.

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2 A Policarbonatos do Brasil S/A

2.1 Histórico

Fundada em 1981, a partir da associação entre a Pronor Petroquímica S/A (grupo

Mariani), do grupo Unigel e a Idemitsu Petrochemical Co LTD (grupo Idemitsu Kosan), a

Policarbonatos do Brasil S/A iniciou no Brasil um projeto pioneiro, que era o de produzir no

país o plástico de engenharia mais promissor do mercado.

Com o objetivo de substituir as importações de policarbonato por um polímero similar

nacional de elevada qualidade, a empresa iniciou sua produção industrial da resina em 1985.

Desde o início, a resina DUROLON vem destacando-se pelo excelente balanço de suas

propriedades e qualidade. Hoje, a Policarbonatos do Brasil S/A está presente com seus

produtos nos cinco continentes, sendo a única fabricante da resina de policarbonato da

América do Sul.

Seguindo a tradição de excelência de suas resinas, a Policarbonatos iniciou, em 1996,

a produção e venda de chapas de policarbonato de elevada qualidade e durabilidade, sob a

marca PCLIGHT, consolidando em poucos meses como produto líder no mercado interno.

Todavia, é importante destacar que a exportação de chapas de policarbonato encontra-se em

fase de conquista de mercado, isso por que, trata-se de um produto iniciado recentemente no

mercado mundial, onde a Policarbonatos acredita que exista um grande potencial de

expansão.

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2.2 - Política Administrativa

Dotada de uma estrutura ágil e empreendedora, a Policarbonatos do Brasil S/A adotou

em sua política comercial uma visão orientada às necessidades do mercado, o que se mostrou

fundamental para o sucesso no atual ambiente econômico globalizado e competitivo.

Sintonizada com as tendências dos mercados internacionais a Policarbonatos do Brasil

S/A está presente no Mercosul, NAFTA e na União Européia atuando lado a lado com seus

parceiros comerciais. Países que destacamos: Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica,

Equador, Espanha, Guatemala, Itália, Porto Rico, Portugal, Uruguai, França, EUA e outros.

No mercado externo, seus principais concorrentes são a GE (USA), Bayer (Alemanha), Dow

(Brasil), Brett Martin (Inglaterra) e Palram (Israel).

No exterior organiza-se por meio de uma rede de agentes dotados de autonomia

gerencial, porém perfeitamente integrados sob o ponto de vista da política de atuação da

Policarbonatos do Brasil S/A. Esta rede de agentes no exterior encarrega-se de identificar os

clientes em potencial, verificar suas necessidades, desenvolver soluções para as necessidades

apresentadas, responder pela qualidade do produto e também pelos resultados obtidos. A

empresa procura ter a exclusividade de seus agentes na distribuição de resina e chapas,

contudo, por questão de escala, muitas vezes não consegue atender a demanda solicitada e

termina indicando para algum concorrente.

No mercado de resina, a Policarbonatos encontra-se inserida nos seguintes

seguimentos: automobilístico, eletro-eletrônico, eletrodoméstico, biomédica, Garrafões, e etc,

e no seguimento de chapa na construção civil e outras.

A Policarbonatos do Brasil S/A definiu a seguinte política de relacionamentos para

alcançar a excelência empresarial:

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Clientes e fornecedores: relacionamento duradouro com fornecedores e clientes,

baseado na busca constante do atendimento de suas necessidades. Satisfazer os

clientes atendendo todos os requisitos do produto no momento desejado.

Empregados e acionistas: manter os empregados motivados, incentivando o respeito,

a criatividade e o desenvolvimento profissional. Assegurar aos acionistas a busca

constante da produtividade e lucratividade.

Comunidade: assegurar o respeito ao meio ambiente e ao ser humano.

Sistema de segurança: atividades operacionais devem ser desenvolvidas com todo o

equipamento de segurança necessário. O pessoal é treinado e motivado para trabalhar

em segurança.

Sistema de Qualidade: aprimorar o sistema da qualidade assegura a confiabilidade

dos processos e métodos de trabalho através de programas de melhorias.

A política descrita acima foi concebida sob consenso do corpo de colaboradores da

Policarbonatos do Brasil S/A sendo implementada na empresa por meio de planos de ação

específicos monitorados, constantemente, pela alta administração. Abaixo estão listadas, em

poucas palavras, o negócio, missão, visão e o objetivo da Policarbonatos do Brasil S/A:

Negócio: Oferecer soluções em policarbonato;

Missão: Satisfazer pessoas oferecendo soluções em policarbonato para aplicações

modernas e diferenciadas;

Visão: Ser uma empresa de excelência em que as pessoas tenham orgulho do que

fazem;

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A Policarbonatos do Brasil S/A estabeleceu seu modelo de gestão nos critérios

baseado no PNQ (Prêmio Nacional de Qualidade).

O PNQ é um modelo de gestão composto por sete critérios que define o que a organização

deve fazer para obter sucesso na busca pela excelência no desempenho, ou seja, modelo de

gestão que deve ser utilizado como referência para avaliação e melhoria das organizações.

Seus critérios são:

Gráfico 1 – Critérios do PNQ (Premio Nacional de Qualidade)

Fonte: Policarbonatos do Brasil S/A

Descrição do gráfico acima:

1. Liderança: alta administração e a responsabilidade pública (meio ambiente e

cidadania);

2. Planejamento Estratégico: formulação e operacionalização das estratégias;

3. Foco no cliente e no mercado: conhecimento e relacionamento com o cliente;

4. Informação e análise: gestão das informações da organização, informações.

5. Gestão de pessoas: sistema de carreira e remuneração, educação, treinamento

desenvolvimento e bem estar das pessoas;

1.Liderança

2. Planejamento Estratégico

3.Foco no Cliente

5.Gestão de pessoas

6.Gestão de Processos

7. Resultados da Organização

4. Informação e análise

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6. Gestão de processos: processos relativos ao produto, processos de apoio,

fornecedores e parceiros;

7. Resultados da Organização: clientes e mercado, financeiros, pessoas,

fornecedores, produtos e processos.

2.3 – Estrutura Organizacional da empresa.

A Policarbonatos possui a seguinte estrutura organizacional

Gráfico 2 – Organograma da empresa Policarbonatos do Brasil S/A

Camaçari

São Paulo

Fonte: Policarbonatos do Brasil S/A

Descrição do gráfico acima:

Diretoria - DS

Responsável pela administração executiva da Empresa, compreendendo as diretrizes

comerciais, administrativas, financeiras e de produção.

Assembléia Geral

Conselho Administrativo

Diretor Superintendente

GETEC GECON GEFIN GQRH GERIN GCRC

COSINF COLOG COSEM COMEX CMCH COLAB

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Gerência Industrial – GERIN

Responsável pelo planejamento, acompanhamento, controle do processo produtivo e

produção do policarbonato Durolon - floco e pellet cristal/ colorido e chapas de policarbonato

PCLIGHT. Responsabiliza-se ainda pela manutenção industrial, controle de qualidade,

segurança e maio ambiente e logística / aquisição

Gerência Técnica – GETEC

Responsável por projetos (ampliação e melhorias), assistências / suporte técnico a

cliente – Mercado Externo e pelo arquivo técnico da empresa.

Coordenação de Mercado Externo – COMEX

Responsável pelas atividades de vendas de resinas e chapas no Mercado Externo.

Coordenação do mercado de Chapas – CMCH

Responsável pela coordenação e execução das atividades de vendas de chapas

PCLIGHT, “marketing” e serviços associados de suporte a Clientes no Mercado Interno.

Coordenação de logística – COLOG

Responsável pelas compras de matérias primas, equipamentos e materiais de

expediente no mercado interno e externo. Responsável ainda pela área de armazenamento de

matérias primas e produto acabado, expedição, faturamento (incluindo a contratação de

transporte doméstico) por Camaçari e São Paulo, bem como a logística de expedição da

mercadoria destinada à exportação e a preparação de toda a parte documental necessária para

compor o processo de exportação, seja ela cobrança ou carta de crédito.

Coordenação de Laboratório – COLAB

Responsável pelas atividades de análise objetivando garantir o adequado controle de

qualidade das matérias-primas, produtos em processamento, produtos acabados e insumos do

processo produtivo. Responsável ainda pela manutenção dos equipamentos e instrumentos do

laboratório.

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Gerência Comercial – Resina e Chapas/ GCRC

Responsável pelo gerenciamento e execução da administração comercial e atividades

de venda das chapas de policarbonato PCLIGHT, “marketing”.

Gerência Financeira – GEFIN

Responsável pela captação de recursos financeiros tais como Finame, Fenep, Pré-

pagamento, ACC “adiantamento sobre contrato de cambio”, ACE “adiantamento de cambio

embarcado”, análise de crédito a clientes, contas a pagar, contas a receber, cambio de

importações e exportações, remessa de documentos de exportação, controle de caixa,

tesouraria, fundos fixos e pela administração de contratos de prestação de serviços.

Gerência de controle – GECON

Responsável pela elaboração e controle orçamentário, contabilidade, planejamento

fiscal e planejamento econômico financeiro.

Gerência de Qualidade & RH – GQRH

Responsável pela coordenação dos programas de gestão da qualidade (entre eles a ISO

9001), pela área administrativa, recursos humanos e planejamento estratégico.

Coordenação de sistemas informatizados – COSINF

Responsável pela área de informática e sistemas de tele comunicação da empresa.

Coordenação de segurança, meio ambiente & projetos – COSEMP

Responsável pela área de Segurança, Saúde Ocupacional & Meio Ambiente, assim

como, pelos projetos de ampliação e melhoria das unidades industriais e ISO 14001.

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2.4 Sistema de Qualidade

Pelo resultado do seu empenho em prol da qualidade, a Policarbonatos acolheu em

1995 o reconhecimento do BVQI (Bureau Veritas Quality International), que concedeu

certificação na norma ISO 9002. O BVQI é uma das entidades de maior representação

internacional no setor, acreditada por diversos órgãos internacionais como o NACB

(Inglaterra), o RCV (Holanda), o TAG (Alemanha) e o RAB (EUA). Em fevereiro de 2002,

esse mesmo Sistema de Gestão de Qualidade foi promovido pelo BVQI para ISO-9001, mas

já pela versão 2000 (ISO-9001:2000).

O fato passa a ser significativo se considerarmos que apenas 10 empresas do

Segmento Industrial de Química de Base, Produtos Químicos e Fibras Sintéticas no Brasil

obtiveram a certificação até fevereiro deste ano. A Policarbonatos também foi a segunda

empresa do Pólo Petroquímico de Camaçari a se candidatar com sucesso ao upgrade.

A nova ISO tem diferenças fundamentais em relação à versão de 1994, sendo, as principais,

listadas a seguir:

- Deixa de focar apenas o produto e passa a ser uma norma de gestão administrativa;

- Estabelece a necessidade de implantar a medição dos resultados da empresa;

- Obriga a implementação da melhoria contínua;

- Fortalece o envolvimento da alta administração;

- Direciona o foco da empresa para a satisfação do cliente;

- Incorpora a área de Recursos Humanos;

- Passa a considerar a alocação dos recursos financeiros da empresa.

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Atualmente, a empresa está trabalhando para obter a certificação da ISO 14001 que leva em

consideração a empresa e contratadas em relação á questão ambiental.

Como forma de transformar essa intenção em atitudes, a Policarbonatos do Brasil S/A assume

os seguintes compromissos:

Na qualidade

- Assegurar o aumento da satisfação dos clientes buscando a melhoria na qualidade dos

produtos e serviços em condições competitivas.

- Garantir aos acionistas a obtenção de resultados compensadores.

- Promover a capacitação, o desenvolvimento e a satisfação dos empregados.

- Aprimorar, continuamente, o sistema da qualidade, assegurando a confiabilidade dos

processos, produtos, serviços e o atendimento aos requisitos estabelecidos.

Na Segurança, Saúde e Meio Ambiente

- Garantir o atendimento à legislação e normas aplicáveis, bem como outros requisitos

subscritos pela empresa.

- Aprimorar, continuamente, os sistemas de gestão através do estabelecimento e

acompanhamento de objetivos e metas, visando a eliminação de acidentes, doenças e a

prevenção da poluição ambiental.

- Gerenciar os perigos e riscos, bem como os aspectos e impactos ambientais

significativos das suas atividades e produtos, promovendo treinamentos aos

empregados e prestadores de serviços.

- Manter um canal de comunicação com as partes interessadas e externas.

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A Policarbonatos do Brasil |S/A tem plena consciência de que não conseguiria competir

no mercado internacional cada vez mais globalizado sem o compromisso de todos: empresa,

funcionários, fornecedores e os clientes, por conseguinte o sistema de qualidade total é

fundamental neste processo. Desta maneira, treinamento, qualificação e ambiente de trabalho

são preocupações constantes da alta administração.

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3. Referencial teórico e contextuailização

3.1 Importância do Comércio Internacional

Para Marinho e Pires (2002), o advento da globalização tornará as empresas mais

expostas à concorrência, sendo obrigadas a se tornarem competitivas para garantir senão o

sucesso, pelo menos a sobrevivência, por outro lado afloraram ainda mais as oportunidades

que advêm do comércio internacional.

Cabe destacar: ampliação de clientes, diversificação de fornecedores, ganho de escala,

desenvolvimento, inovação, acesso a novas tecnologias de modernização, maior poder de

competição, estabelecimento de marcas, benefícios fiscais, redução de custos, dentre outros.

Outra variável de instrumento indutores do Comércio Exterior de um país de forma a

direcionar as economias de mercado, são:

- Tributária / Fiscal

- Monetário / Cambial

- Administrativo

- De Financiamento

- De promoção

- Logístico

Neste ambiente globalizado e competitivo a Policarbonatos do Brasil S/A vem se

modernizando com investimentos em novas tecnologias e ampliando sua capacidade

produtiva para obtenção de ganho de escala, bem como efetuando redução de custos com o

objetivo de ser uma empresa competitiva no Mercado Externo. O aproveitamento de incentivo

fiscal e tributário, incentivos de financiamentos, e promoções com participações em feiras e

outros eventos têm sido sua tônica.

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A abordagem de Barral (2002) sobre processo de protecionismo no Comércio

Internacional convoca ao debate de medidas de proteção à indústria nacional. Desde que o

comércio se tornou um tema político relevante, e, sobretudo após os trabalhos dos

economistas liberais, as análises do comércio internacional, de livre cambismo e do

protecionismo têm sido concomitantes, quando não contrapostas.

Desde o surgimento dos Estados nacionais, medidas de proteção à indústria nacional

foram reivindicadas por burocratas e homens de negócio, conformando o Mercantilismo.

Após o século XVIII, especialmente com a teoria das vantagens comparativas de Smith -

aprimorada posteriormente por Ricardo – o livre comércio foi advogado como o melhor

instrumento para desenvolver o comércio e prover o progresso da nação. Neste sentido, pode-

se também observar que, no século XVIII, existe uma variação entre períodos de maior e

menor liberdade comercial, isto é, entre ênfase no livre comércio ou no protecionismo.

Segundo o economista francês A Murat, pode-se admitir o livre cambismo como princípio

geral e aceitar uma intervenção protecionista nos seguintes casos:

a- com vistas ao desenvolvimento das forças produtoras nacionais;

b- Com vistas a acautelar-se contra o risco de guerra e o bloqueio (proteção à agricultura

e às indústrias chaves;

c- com vista a compensar certas vantagens temporárias (prêmios) ou lutar contra o

dumping;

No Brasil a investigação para a prática de dumping e antidumping, tem seu procedimento

de acordo com a aplicação do regulamentado do Decreto no. 1602 de 1995. Os órgãos

diretamente envolvidos nos procedimentos de Defesa Comercial são a Câmera de Comércio

Exterior – CAMEX (integrada pelos Ministros de Estado do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior, das Relações Exteriores, da Fazenda, do Planejamento, da Agricultura e

do Chefe da Casa Civil), a Secretaria de Comércio Exterior – SECEX e o Departamento de

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Defesa Comercial – DECOM, todos integrantes do Ministério do Desenvolvimento, Industria

e Comercio Exterior.

Os exemplos históricos são abundantes, como o da Tarifa Smoot-Hawley (1930), que elevou

as tarifas norte-americanas, o que gerou retaliações dos demais países, e agravou a Grande

Depressão dos anos 30.

Gráfico – 3 Protecionismo e Neoprotecionismo no Comércio Internacional.

Protecionismo e Neoprotecionismo no Comércio Internacional:

Fonte: BARRAL, W. Oliveira . O Brasil e o protecionismo. São Paulo : Aduaneiras , 2002

Causas:

- apoio popular

- Represália

- Grupo de pressão - pressão

Fatores:

- Dimensão do mercado afetado

- Elasticidade da demanda

- Competitividade estrutural

Justificativa:

- proteção ao emprego

- proteção da industria nacional

- Manutenção da estrutura sócio-

econômica

Formas:

- Barreiras tarifárias {tarifas)

- Barreiras não tarifárias {proibições, cotas, mecanismos

regulatórios e Subsídios.

Efeitos sobre:

- Produção local

- Preços mundiais

- Balança de pagamento

- Instabilidade política

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Neste particular a Policarbonatos do Brasil S/A vem acompanhando a entrada de produtos

no mercado nacional visando à proteção de sua indústria e mercado, bem como praticando

preços compatíveis no mercado externo para não sofrer ações de dumping. A empresa

entende também e tem conhecimento de que o comércio internacional se caracteriza pela

existência de barreiras dos mais diferentes aspectos, que impedem ou dificultam o fluxo

comercial, trazendo conseqüências irreparáveis para a empresa e estas barreiras podem ser de

ordem tarifária e não tarifaria de cunho pecuniário, ao gerar recursos financeiros e repercutir

sobre os preços dos bens ou serviços nos mercados em que se realizaram as transações.

3.2 Barreiras

O comentário de Maia (2003) é que em alguns países, para incrementar sua economia,

adotaram o modelo exportador; como exemplo à Coréia do Sul, México e a Tailândia. O

Brasil adotou o modelo de substituição das importações. É evidente que o país ainda não tem

uma política de exportação bem definida, muita coisa pode e deve ser feita principalmente nos

aspectos burocráticos, nos custos portuários e carga tributária. Para melhor embasamento

sobre os aspectos burocráticos aduaneiros, custos portuários bem como a carga tributária.

Uma pesquisa realizada pela CNI (Confederação Nacional das Industrias), publicada em 06-

05-2002 no jornal O Estado de São Paulo, com objetivo de relacionar os principais problemas

que afetam as exportações brasileiras. Foram ouvidas cerca de 800 empresas.

- 40,8% apontaram como principal entrave a burocracia aduaneira. Citaram a

enorme quantidade de documentos necessários para vender as mercadorias no

exterior;

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- 37,30% indicaram os custos portuários, agravados pelo excesso de mão-de-obra

nos portos brasileiro e também pelo baixo nível de eficiência, e a administração

portuária;

- 21,9% dos empresários responderam que deveria ser feita a desoneração tributária

das exportações, inclusive dos impostos acumulativos (CPMF/PIS/Cofins).

As barreiras técnicas começam a substituir as barreiras tarifárias no

comercio exterior. Isso explica o aumento de demanda de certificação de

qualidades de produtos brasileiros voltados para a exportação,

principalmente cosméticos, alimentos e máquinas.(Gazeta Mercantil - São

Paulo, 23 de Setembro de 2004).

IPT ajusta produtos às exigências do importador.Uma força tarefa

empreendida durante sete meses por engenheiros do Instituto de Pesquisa

Tecnológica do Estado de São Paulo habilitou a Sassy Confecções a

disputar o concorrido mercado externo no segmento de moda de bebê (de

recém-nascido a um ano de idade).

No caso da Sassy foi necessário inclusive mudar o fornecedor de sua

principal matéria prima, a malha de algodão. O tecido não passou nos

testes de flamabilidade, de encolhimento, de descoramento, entre outros,

feito para obter a certificação para o mercado norte-americano. (Gazeta

Mercantil - São Paulo, 27 de Setembro de 2004).

A Comissão Européia (CE) reformulou ontem suas práticas comerciais,

cancelando os descontos para os países que já desfrutam de fatia de

mercado considerável na Europa e redistribuindo-os para os países

necessitados.

Sob as novas regras, os países que controlam mais de 15% do mercado

europeu de quaisquer produtos vão perder descontos nas tarifas. Serão

aplicadas restrições mais rigorosas nos segmentos de têxteis e de artigos

de vestuários, para os quais o teto será de 12,5% .( Gazeta Mercantil – São

Paulo, 21 de Outubro de 2004).

Retti (200) comenta sobre a existência de barreiras aduaneiras e outras restrições eram

comuns na Idade Média, condicionando o comércio entre cidades e países. Tais barreiras

foram desaparecendo progressivamente, porém ainda persistem no campo internacional. Essas

barreiras e outras restrições além de dificultarem a movimentação dos produtos, contribuem

para o surgimento de um novo elemento para restrição dessa movimentação. Evidentemente

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que solicitação de documentos impossíveis de ser compostos na documentação também é uma

maneira de estabelecer restrições e barreiras aduaneiras.

Ainda sobre os entraves governamentais no Comércio Exterior do Brasil Marinho e

Pereis (2002) comentam que o controle da entrada e saída de produtos precisa existir, mas

pode perfeitamente se dar a posterior. Também o instrumento da barreira tarifária funciona

perfeitamente, desde que bem aplicada.

Enfim, parece que o fenômeno das organizações processualístico continua a recriar

seus tentáculos e assegurar a modernidade no Brasil. O empresariado brasileiro sabe como

agilizar suas relações comerciais para fora. Mas, para tanto, é preciso que a máquina estatal se

desentrave dos processos burocráticos e que se for realmente este o empenho, abra alas para o

progresso chegar.

As barreiras técnicas começam a substituir as barreiras tarifárias no

comércio exterior. Isso explica o aumento da demanda de certificação de

qualidade de produtos brasileiros voltados para a exportação,

principalmente cosméticos, alimentos e máquinas.

No momento, somente 90 categorias de produtos têm essa garantia,

solicitada pelos fabricantes. Mas 120 processos devem dar entrada, ainda

neste semestre, na empresa Bureou Veritas Quaility International,

credenciada para fornecer a certificação.(Gazeta Mercantil São Paulo, 23

de Setembro de 2004).

Evidentemente que a Policarbonato do Brasil S/A inserida no Comércio Internacional,

tem imensas preocupações com as barreiras tarifárias, não tarifaria, cotas ou outras

certificações impostas por países, que tentam de alguma forma impor restrições aos produtos

brasileiros. Para tanto, a empresa procura acompanhar de forma intensiva as obtenções de

certificações de qualidade dos seus produtos no mercado externo, com remessa de amostras

para análise e certificar o seu produto para que possa ingressar no país devidamente

certificado pelas autoridades legais ou instituições autorizadas. Para a Policarbonatos do

Brasil S/A as maiores dificuldades são as homologação de seus produtos.

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3.3 Qualidade

Como menciona Azambuja (1996), os padrões de qualidade indicam a agregação de

valor para plena satisfação do cliente, levando em conta uma série de fatores: as capacidades

de processo, aspectos técnicos, custos da operação envolvida e principalmente ações

gerenciais. É notório, que a qualidade está presente na forma da composição dos documentos

de exportação, que na prática são requisitos básicos à satisfação do cliente. Dentro da filosofia

de qualidade, as atividades relacionadas com a geração e controle de documentos e controle

do processo têm relevância fundamental. Na empresa essa é uma preocupação continua e a

direção entende que o grande desafio é produzir produtos conforme especificação e de

qualidade, para tanto investimentos em treinamentos e novas tecnologias de controle de

processo estão sendo incrementados para obter um melhor desempenho produtivo.

Porter (1990) argumenta que, para competir globalmente, as empresas precisam

continuamente melhorar a qualificação de seus recursos, passando de básicos para avançados.

Uma importante característica dos recursos avançados é que eles permitem manter as posições

de vantagem competitiva mais sustentáveis porque são de difícil reprodução pelos

concorrentes. Adicionalmente, destaque-se que eles possibilitam competir com base em

diferenciação da oferta, o que resulta em preço e valor agregado maior. Fairbanks e Lindsay

(2000) enfatizam que as empresas dos países emergentes precisam se afastar dos

posicionamentos centrados em custos baixos e competir com ênfase na diferenciação da

oferta. Isto é que permite às empresas crescer internacionalmente e aos países melhorar o

nível de renda.

Para Motta (1994), num mundo de mudanças rápidas, em que conhecimentos e

habilidades necessários já não são facilmente previsíveis, as organizações devem criar mais

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condições para que as pessoas liberem seu potencial criativo e promovam as inovações

requeridas pelas novas circunstâncias.

São freqüentes no mundo organizacional contemporâneo, referências tanto a

problemas, quanto à necessidade de criatividade e inovação para a solução desses problemas

organizacionais. Inovação traduz-se como conceito positivo e implica que algo de melhor vai

acontecer. Entretanto, no mundo organizacional, a inovação traduz-se como um movimento

específico e coletivo, que altera crenças, hábitos e interesses sedimentados de indivíduos e

grupos.

No quesito qualidade, motivação e criatividade a Policarbonatos do Brasil S/A tem um

grande desafio, que será a implantação de ISO 14001. As empresas de todos os ramos de

atividade estão preocupadas em demonstrar seu interesse pela parte ambiental, isso

naturalmente por força de medidas ambientais e uma legislação exigente na proteção ao meio

ambiente.

A exemplo da ISO 9001 a Policarbonatos do Brasil S/A reconhece a importância de

obter a certificação na ISO 14001 uma vez que se trata de um reconhecido certificado que

pode e deve auxiliar a empresa a alcançar seus objetivos estratégicos.

É de conhecimento da empresa que o retorno em torno da ISO 14001 é significativo e

rápido, a empresa tem disponibilizado recursos necessários para incrementar os novos

sistemas de processos e novos sistemas administrativos para controle de documentos inclusive

sistema de emissão de documentos para exportação.

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3.4 Documentos que fazem parte da exportação

Como aborda Vazquez (1999), os exportadores devem conhecer antecipadamente os

documentos necessários à exportação de suas mercadorias, isso por que, ou por algum motivo,

poderá não obter determinados documentos exigidos pelo importador, e assim, ser

surpreendido com a falta ou morosidade na emissão de determinados documentos após o

embarque de sua mercadoria. Para tanto, o autor relaciona a seguir os principais documentos

que compõe um processo de exportação, todavia outros documentos específicos poderão ser

solicitados pelo importador, assim esse conhecimento é de fundamental importância para o

exportador.

- Fatura Pro Forma. (Pro-forma invoice). O starter efetivo da negociação. Troca de

informação, onde o exportador cota seu produto ao comprador externo. Este

documento, que contém todos os dados da transação, servirá para emissão da fatura

comercial.

- Nota fiscal. Acompanha a mercadoria desde a saída do estabelecimento até o efetivo

desembaraço físico junto à Secretaria da Receita Federal. Entende-se como

desembaraço o procedimento aduaneiro que autoriza o embarque da carga para o

exterior.

- Registro de exportação (RE). Documento preenchido eletronicamente no

SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior), diretamente pelo

exportador ou pelo seu representante legal. Destina-se ao registro da operação para

fins do gerenciamento governamentais na área comercial, fiscal, cambial e

aduaneira.

- Romaneio de embarque (Packing List). Deve ser emitido pelo exportador. É

necessário para o desembaraço da mercadoria e para orientação do importador

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quando da chegada dos produtos no país de destino. Na verdade, é uma simples

relação, indicando os volumes a serem embarcados e respectivos conteúdos.

- Conhecimento de embarque marítimo (B/L) ou aéreo (AWB). Documento emitido

pela companhia transportadora que atesta o recebimento da carga, as condições de

transporte e a obrigação de entrega das mercadorias ao destinatário legal, no ponto

de destino pré-estabelecido, conferindo a posse das mercadorias.

- Fatura comercial (Commercial Invoice). É o documento internacional, emitido pelo

exportador, que, no âmbito externo, equivale à Nota Fiscal, sua validade começa a

partir da saída da mercadoria do território nacional e é imprescindível para o

importador desembaraçar a mercadoria em seu país.

- Certificado de seguro (Apólice de Seguro). É o documento necessário quando a

condição de venda envolve contratação de seguro da mercadoria. Deve ser

providenciado antes do embarque junto a uma empresa seguradora, da livre escolha

do exportador.

- Certificado de origem. O documento providenciado pelo exportador. É emitido

pelas Federações de Agricultura, da Indústria e do Comércio, por Associações

Comerciais, Centros e Câmaras de Comércio. O importador o utiliza para

comprovação da origem da mercadoria e habilitação à isenção ou redução do

imposto de importação, em decorrência de disposições previstas em acordos

internacionais, ou em cumprimento de exigências impostas pela legislação do país

de destino. Os certificados de Origem são fornecidos mediante a apresentação de

cópia da Fatura Comercial e documentos de análise previstos em cada acordo

internacionais.

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- Saque (Draft). Título de crédito sacado por um credor contra um devedor, com

ordem expressa para que o devedor pague certa quantia à determinada pessoa, ou à

sua ordem. A depender da transação comercial este documento pode ser dispensado.

- Borderô. Protocolo de entrega dos documentos originais ao banqueiro do exportador

ou negociador do câmbio, no qual são relacionados todos os documentos a ele

entregue e as condições comerciais acordada com o cliente inclusive o banqueiro de

destino indicado pelo importador.

- Contrato de câmbio. Instrumento firmado entre o vendedor e comprador de moedas

estrangeiras, o qual se mencionam as características das operações e as condições

sob as quais se realizam. Documento informatizado para coleta de informações,

emitido pelo banco negociador de câmbio e que formaliza a troca de divisa

estrangeira por moeda nacional.

Dotada de uma equipe qualificada, a Policarbonatos do Brasil S/A procura observar de

forma pragmática os procedimentos internos da empresa e a legislação a cumprir, e estabelece

atividades operacionais para o atendimento das necessidades dos clientes tanto na qualidade

dos seus produtos como na documentação exigida e o cumprimento das condições comerciais

acordadas, assim a documentação é composta e enviada de acordo com a modalidade de

pagamento.

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3.5 – Modalidade de pagamento

A modalidade de pagamento é influenciada diretamente pelas condições negociada

entre a área comercial da empresa exportadora e o importador, estas condições são

estabelecidas nos contratos de compra e venda internacional, ou outro documento equivalente,

e define a modalidade pela qual o exportador efetuará sua cobrança e o importador efetuará

pagamento no exterior.

Segundo Fortuna (2002) as modalidades de pagamento mais utilizadas no comércio

internacional são:

- Pagamento antecipado

- Remessa direta com ou sem saque

- Cobrança documentária

- Carta de crédito (crédito documentário)

Pagamento antecipado - O pagamento é realizado antes do embarque de mercadoria.

Remessa direta com o sem saque - A mercadoria é embarcada pelo exportador que envia

todos os documentos ao importador.

Cobrança documentária – O Exportador embarca a mercadoria emite uma letra de câmbio

(saque) que será enviado para um banco indicado do importador.

Carta de crédito – Modalidade que oferece melhores garantias tanto para o exportador como

para o importador.

Fortuna (2002) comenta e descreve sobre o modelo de cobrança documentária. Nesta

modalidade o exportador correrá um risco que poderá ser maior ou menor, dependendo do

tipo de cobrança, com saque à vista ou a prazo.

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Nesta forma de pagamento, o exportador, após o embarque da mercadoria, emite uma

letra de câmbio, também denominada saque ou cambial contra o importador, que será enviada

a um banco do importador, que por sua vez, efetuará a cobrança contra entrega de

documentos. Assim, o autor descreve abaixo o fluxo da cobrança documentária. Esta

consideração é importante para conhecer o caminho dos documentos e mercadorias.

A modalidade cobrança não oferece garantia ao exportador, caso o importador haja de

má-fé. Ao exportador, restará apelar para medidas legais (protesto, ação de cobrança etc.) para

tentar receber o que lhe é devido ou oferecer substanciais descontos (evitando despesas de

retorno: frete, seguros, etc.) para tentar vender a mercadoria a outro comprador.

Roteiro de pagamento

Gráfico 4 – Roteiro de pagamento.

Fonte: RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Cambio. São Paulo: Aduaneira, 2000.

LOCAL DE

DESEMBARQU

E

Alfândega

E I

BANCO

B2

BANCO

B1

ESTADOS

UNIDOS

LOCAL DE

EMBARQUE

Alfândega

(1)

(2)

(3)

(4)

(6)

(5) (7) (8)

(9)

(11)

(10)

PAÍS X

LOCAL DE

DESEMBARQUE

Alfândega

E I

Banco 1 Banco 2

BRASIL

LOCAL DE

EMBARQUE

Alfândega

(1)

(2)

(3)

(4)

(6)

(5) (7) (8)

(9)

(11)

(10)

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Descrição do gráfico na pagina anterior:

1) Contatos preliminares – o importador encomenda a mercadoria e o exportador fornece

fatura pro forma;

2) O exportador entrega mercadoria para embarque;

3) A mercadoria é embarcada;

4) O exportador recebe a documentação de embarque;

5) O banco recebe do exportador os documentos em cobrança (conhecimento de embarque,

fatura comercial, apólice de seguro, saque etc.);

6) O banco exportador remete os documentos ao banco correspondente, na praça do

importador com instruções de cobrança (pagamento à vista ou a prazo);

7) O banco do importador avisa-o da existência dos documentos e respectivas condições;

8) – Cobrança à vista – o importador paga e retira os documentos;

– Cobrança a prazo – o importador retira os documentos contra aceite.

9) O importador, de posse dos documentos, retira a mercadoria da alfândega;

10) O banco do importador remete ordem de pagamento ao banco do exportador;

11) O banco do exportador paga a este o valor líquido da cobrança.

A câmara de Comercio Internacional, através da Brochura 522, institui as Regras Uniformes

para a Cobrança de efeitos Comerciais. (FORTUNA, 2002 p.331).

Retti (2000) cita que na Regra Uniforme para Cobrança de Efeitos Comercial

(Publicação nº 322 da Câmara Internacional de Comércio), atualizada para a de nº 522 diz:

Todos os documentos enviados para cobrança devem ser acompanhados de uma carta-

cobrança contendo instruções completas e precisas. Aos bancos somente é permitido agir nos

termos das instruções ministradas em tais cartas-cobrança, e de acordo com estas regras. Se

algum banco, por qualquer motivo, não puder cumprir as instruções constantes na carta-

cobrança, deverá avisar a parte de quem recebeu imediatamente.

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O banco age apenas como mandatário da cobrança, tal ocorre no mercado nacional, e

para tanto segue à risca as instruções de cobrança do exportador: cobrança à vista ou no

vencimento, cobrar juros de mora, dar ordem de protesto por falta de pagamento ou aceite etc;

e tem ainda a oportunidade de fechar o cambio da operação.

A maioria dos documentos de exportação é padronizada, com vista a facilitar o

intercâmbio comercial. Alguns países exigem documentação mais específica em razão das

particularidades de determinados produtos e da legislação local. Os documentos se

classificam como de natureza administrativa, comercial e financeira e são emitidos para fins

de desembaraço aduaneiro, embarque da mercadoria e operação cambais.

Para entendimento do passo a passo da cobrança, Maia (2003) enumera no gráfico a

seguir o funcionamento da cobrança de forma bastante objetiva, ajudando assim a entender e

identificar as etapas da documentação.

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A cobrança e seu funcionamento

Gráfico 5 – Roteiro de cobrança.

(5) ( 1 )

(4) ( 3) (7) ( 2 )

(6) Fonte: RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Cambio. São Paulo: Aduaneira, 2000.

Descrição do gráfico acima:

1- O exportador embarca a mercadoria. Após dispõe dos seguintes documentos: fatura,

conhecimento de embarque (B/L) e saque. No comercio internacional não existe

duplicata e sim saque.

2- O exportador remete os documentos a um banco, estabelecido em sua praça, para

cobrança. Banco do exportador.

3- O banco do exportador remete os documentos em cobrança para um correspondente

seu, situado na praça do importador. Banco do importador.

4- O banco do importador registra os documentos e avisa o importador para retira-los

mediante pagamento se a vista ou mediante aceite do saque se aprazo.

5- O importado, com aposse do B/L (conhecimento de embarque) e fatura, vai até à

alfândega e retira a mercadoria.

PAÍS X BRASIL

DESEMBARQUE

EMBARQUE

I E

BANCO DO IMP BANCO DO EXP

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6- Após o pagamento a vista ou aprazo (contra saque), o banco do importador fecha o

cambio e emite uma ordem de pagamento para o banco do exportador.

7- O banco do exportador recebe a ordem de pagamento e paga ao exportador.

Negociar acordos comerciais não é tão simples, mais sem dúvida é ampliar o seu

mercado externo e melhorar as condições de acesso dos seus produtos. Entretanto, a

Policarbonatos do Brasil S/A é sabedora dos riscos que ocorre em determinados mercados.

Assim, a empresa organiza-se no exterior por meio de uma rede de agentes dotados de

autonomia gerencial, porém perfeitamente integrados sob o ponto de vista da política de

atuação da empresa, com isso a Policarbonatos do Brasil S/A construiu ao longo do tempo

uma parceria e um grau de confiança entre as partes que 90% dos embarques são efetuado em

regime de cobrança documentária, contudo, os pedidos de clientes novos são analisados e é

definida a melhor modalidade do pagamento.

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4 Processo de exportação na Policarbonatos do Brasil S/A

4.1 Procedimento de venda para mercado externo

É de inteira responsabilidade da Gerência Comercial de Resina e Chapa (GCRC)

definir e administrar a política de venda de resinas e chapas de policarbonato, bem como

representar a Policarbonatos do Brasil S/A junto ao mercado externo. Fica também sob sua

obrigação o suporte técnico aos clientes objetivando o atendimento das necessidades dos

clientes.

Após o importador encomendar a mercadoria ou a Policarbonatos do Brasil S/A

oferecer a mercadoria, e existir a possibilidade de atendimento nas condições comerciais, ou

seja: produto, quantidade, preço, prazos e condições de pagamento e proposto ao cliente a

formalização da compra solicitando em um pedido formal de compra (Fax, E-mail ordem de

compra ou outro documento) contendo todos os dados necessários para abertura do processo

de exportação. Neste caso, o processo de venda de resina e chapa de policarbonato para o

mercado externo envolve duas situações distintas: Venda para clientes não cadastrados e

venda para clientes já cadastrados.

4.1.1 Venda para clientes não cadastrados

Quando ocorrem encomendas de clientes externos não cadastrados é de

responsabilidade da Gerência Comercial de Resina e Chapa (GCRC) ou Coordenação de

Mercado Externo (COMEX) identificar as necessidades dos clientes quanto ao tipo de

policarbonato a serem aplicados e definir as condições comerciais do negócio.

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Após avaliação técnica de identificação do tipo de produto e acordado as condições

comerciais a COMEX cadastra os clientes no sistema da Policarbonatos e encaminha o pedido

de compra com todas as informações necessária do produto e condições comerciais

devidamente aprovado.

4.1.2 Venda para clientes cadastrados

Quando ocorrem encomendas de clientes externos cadastrados é de responsabilidade

da Gerência Comercial de Resina e Chapa (GCRC) ou Coordenação de Mercado Externo

(COMEX) identificar as necessidades dos clientes quanto ao tipo de policarbonato se já

homologados e cadastrados para aquele cliente, encaminha para Coordenação de Logística

(GOLOG) o pedido de venda com todas as informações necessárias do produto e condições

comerciais devidamente aprovados.

Quando não for possível o atendimento seja de ordem comercial ou técnica a

Policarbonatos do Brasil S/A emite uma notificação para o cliente informando o ocorrido.

4.2 Procedimento logístico para a exportação

Todo o gerenciamento do procedimento das atividades operacionais de logística da

venda destinada ao Mercado Externo é de responsabilidade da Coordenação de Logística

(COLOG) cabendo-o identificar as possibilidades de atendimento dentro das condições

comerciais acordadas com os clientes tais como: prazo de entrega, condições de pagamento,

produto solicitado, quantidades, tudo de acordo com o pedido. Por fim, confirmar o aceite do

pedido através do envio de uma fatura Pro-forma invoice, mantendo o cliente informado das

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alterações nos processos de exportação, que venham comprometer ou não o atendimento dos

compromissos firmados.

A Coordenação de Logística (COLOG) de fato passa a gerenciar efetivamente a

operacionalização logística dos processos de embarque dos produtos comercializados no

mercado externo, a partir do pedido entregue pela área de Coordenação de Mercado Externo

(COMEX). Assim, a COLOG fica responsável pela operacionalização pré-embarque até à

efetiva entrega do produto no exterior, bem como a composição da documentação obrigatória,

e adicionais quando solicitado pelos clientes. Após a composição dos documentos a COLOG

os envia diretamente aos clientes se forem pertinentes ou efetua a entrega dos documentos

originais a Gerência Financeira (GIFIN) para remessa via rede bancária, obedecendo a CNC

(Consolidações das normas cambiais).

Os analistas de Comércio Exterior da COLOG devem anualmente consultar por fax ou

E-mail os clientes do mercado externo sobre a existência de quaisquer normas, regulamentos

e legislação de seu país pertinente ao produto de resina de policarbonatos e chapa e suas

embalagens que impeçam e entrada em seu país. Em caso positivo informa ao COMEX que

providenciará junto ao órgão responsável pela documentação técnica a aquisição destes

registros regulatórios.

4.2.1 Atividades operacionais logístico para atendimento de pedido no Mercado Externo

a- Identificar a possibilidade logística de atendimento dentro das condições acordadas

com o cliente tais como: produto, quantidade, prazo de entrega e condições

comerciais.

b- Solicitar à área comercial o pedido formal de compra, contendo todos os dados

necessários para abertura do processo.

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c- Quando o atendimento logístico não for possível dentro do solicitado pelo cliente, a

Coordenação de Logística (COLOG) emitirá uma notificação do ocorrido.

d- Confirmação do aceite do pedido junto ao cliente, os enviando a fatura Pro-forma.

e- Se for o caso de carta de crédito, solicitar à Gerência financeira (GEFIN) o resgate

junto á rede bancária.

f- Efetua a Reserva de Praça junto aos agentes transportadores.

g- Providenciar a emissão do Registro de Exportação (RE).

h- Faz o direcionamento dos lotes a serem embarcados, consultando as FEFs (Ficha de

Especificação de Fornecimento), documento interno da Policarbonatos do Brasil S/A.

i- Faz o preenchimento da Pedido de Venda Mercado Externo (PVME), onde contém

todos os dados para o embarque dos produtos resina e chapas, bem como as condições

comerciais. Em seguida a PVME é encaminha para o setor de Administração Logística

(ADLOG) vinculado a Coordenação de Logística (COLOG).

j- Preencher a instrução de embarque e encaminhar ao agente transportador ou

despachante com os dados necessários para emissão do conhecimento de embarque

marítimo ou aéreo B/L ou AWB respectivamente.

k- Após o efetivo embarque do produto paga-se o frete quando necessário e resgata o B/L

ou AWB.

l- De posse do conhecimento de embarque, emite os documentos complementares tais

como: Fatura Comercial definitiva, Packing-list, Certificado de Qualidade, Certificado

de Seguro e quando necessário o Draft e outros documentos possíveis de acordo com a

legislação.

m- Encaminha a composição de documentos originais de embarque para o cliente, se for o

caso, ou para a Gerência Financeira (GIFIN) com o borderô para serem remetidos pela

rede bancária ao banqueiro indicado pelo cliente.

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Se houver alteração das condições acordadas co0m o cliente em qualquer etapa do

processo antes do embarque será necessário que a Coordenação de Logística (COLOG) emite

uma revisão da Pedido de Vendo Mercado Externo (PVME). Após o embarque não será mais

possível o acerto dos documentos e alterações acordadas, mais caso seja necessário algumas

alterações e se possível, a mesma ocorrerá de forma Comercial ou Financeira.

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5. Considerações finais

O comércio internacional tem experimentado importantes transformações ao longo dos

últimos anos, e uma das principais mudanças de natureza institucional foi à criação da

Organização Mundial do Comércio (OMC) que de alguma forma, tenta ajudar os produtores

de bens e serviços, importadores e exportadores a conduzir seus negócios de forma livre e

transparente, podendo com isso, influenciar o comportamento econômico e comercial dos

seus países membro.

Países estudarão sanções devido à Emenda Byrd, condenada pela Organização Mundial do Comércio (OMC).O governo brasileiro se aliará ao Canadá e ao México para retaliar os Estados Unidos pelas

práticas comerciais desleais decorrentes da chamada Emenda Byrd. A publicação de sanções foi autorizada, na sexta-feira, pela OMC.

Brasília foi procurada pelos canadenses e mexicanos para que se monte uma estratégia comum de retaliação, disse Mário Mugnaini Jr., secretário da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

O Japão, a União Européia(EU), a Coréia do Sul, a Índia e o Clile são outros países beneficiados pela decisão da OMC. A Emenda Byrd

permite que empresas americanas que reivindicaram abertura de investigações contra concorrentes estrangeiros recebam parte dos recursos obtidos pelo governo com a imposição de antidumping ou

compensatórios. (Gazeta Mercantil Brasília, 29 de Novembro de 2004).

Neste embalo de crescimento das exportações brasileiras e com pequenas vitórias do

Brasil no Comércio Internacional, a Policarbonatos do Brasil S/A tem montado sua estratégia

de negócios, encontrando parceiros que ajudam a consolidar seu mercado de atuação no

âmbito externo. Sabe-se que os acordos comerciais realizados entre países ou blocos

comerciais são importantes e que trazem inúmeros benefícios para o país e conseqüentemente

para as empresas nacionais, assim, a Policarbonatos do Brasil S/A espera alcançar novos

mercados para seus produtos.

Evidentemente que muito ainda se deve fazer para conquistar novos mercados, haja

vista, as dificuldades que os países instituem com restrições desde a imposição de barreiras

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alfandegárias, tarifárias e não tarifárias até a proibição pura e simples do produto; estas

imposições e mais ainda as questões dos documentos exigidos e meio ambiente que os países

estão sujeito podem inviabilizar a expansão ou mesmo a manutenção das vendas.

Para Gonçalves (2003), os países em desenvolvimento ou emergentes devem adotar

padrões ambientais mais elevados não objetivando apenas exigências dos países

desenvolvidos, pois neste caso não necessariamente estes padrões serão benéficos, mas suas

próprias necessidades específicas. O meio ambiente e a preservação ambiental são variáveis

fundamentais para o bem estar de suas populações. No aspecto ambiental a Policarbonatos do

Brasil S/A espera obter a sua certificação na ISO 14001 para ser um exemplo de empresa de

excelência, e de alguma forma possa contribuir no controle dos impactos de suas atividades

no meio ambiente.

Um ponto importante há ser analisado dentro do processo de exportação é a

burocracia. A atividade burocratizada apesar de proporcionar maior controle, rigidez,

padronização e inflexibilidade nas tarefas, é um ponto que pode ser analisado dentro da

empresa para facilitar o processo. Uma dosagem excessiva de burocratização pode causar o

engessamento da organização, bem como a sua falta pode causar a desordem ou falta de

controle, o bom será encontrar um ponto de equilíbrio. Neste particular a empresa vem

procurando formas para adaptar o procedimento interno visando melhor atender seu cliente,

ou seja, fazendo acordos com agentes, corretores e bancos para agilização do processo de

exportação, desde que não infrinja os regulamento do país. Portanto, deve-se ter cuidados com

a dosagem de burocracia para não tornar as atividades engessadas e atrapalhar o caminho para

alcançar os objetivos planejados. Até por que, os resultados é que serão considerados.

Os resultados mostraram que a direção da empresa e os funcionários entendem os

benefícios que a exportação representam e a contribuição no resultado financeiro. Assim,

observa-se que existe uma disponibilidade de recursos tecnológicos suficientes para gestão

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dos processos de exportação, onde a maioria dos documentos é padronizada para facilitar o

processo de composição, porém, existe também uma consciência por parte dos funcionários

na morosidade da emissão de determinados documentos e a burocracia estabelecida pelos

órgãos governamentais que dificultam a composição documental para remessa ao exterior.

Para tanto a empresa disponibiliza recursos para apanha destes documentos com a finalidade

de agilizar a remessa ao exterior.

Apesar do empenho da equipe da Coordenação de Logística (COLOG), a remessa de

documentos ao exterior continua sendo um ponto crítico a ser analisado, onde a composição e

entrega dos documentos para remessa ao exterior vem causando atraso para os clientes, assim,

ainda existe muita reclamação desta natureza. Com a expectativa de novos mercados,

certamente as demandas crescerão e as exigências serão maiores, exigindo dos funcionários

conhecimento e habilidades para viabilizar a exportação.

Notamos também que 90% das exportações da Policarbonatos do Brasil S/A é em

regime de cobrança com saque, e cobrança com carta de intenção de pagamento, como a

maioria absoluta dos clientes são antigos e tradicionais, caberia uma análise na forma de

pagamento para facilitar a remessa dos documentos para o exterior e conseqüentemente evitar

reclamações dos clientes.

Exportar pode ser e é um bom negócio para a empresa, mas os dirigentes devem se

conscientizar que a exportação não pode ser só uma válvula de escape para as crises no

mercado interno e sim um processo continuo e duradouro. O conhecimento e o domínio das

regras no comércio internacional é fundamental para o êxito nos negócios e o sucesso na

exportação, caso contrário, as vendas ao exterior podem resultar em prejuízos incalculáveis.

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6. Referências Bibliográficas

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