Upload
vannguyet
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Cleuza Kuhn
A INCLUSAO DE PERSONAGENS COM DEFICIENCIA NAS
HISTORIAS EM QUADRINHOS DA TURMA DA MONICA DE
MAURICIO DE SOUSA
Monografia apresentada como requisitoparcial de Trabalho de Conclusao de Cursode P6s-Graduayao da Universidade Tuiutido Parana Inclusao e Educay80 Especial
Orientadora Professora Ora Anna CristinaGuarinello
Curitiba2007
TERMO DE APROVAltAOCleuza Kuhn
A INCLUSAO DE PERSONAGENS COM DEFICIENCIA NAS
HISTORIAS EM QUADRINHOS DA TURMA DA MONICA DE
MAURICIO DE SOUSA
Esta monografia foi jutgada e aprovada para a obten~o do titulo deEspecialista em EdUC8ctaO Especial e Inclusao no Programa de P6s~Graduagao
Pesquisa e Extensao da Universidade Tuiuti do Parana
IJ~ -lpound (l
Orientador Professora Doutora Ana Cristina GuarinelloUniversidade Tuiuti do Parana
Aos que veem no inesperado a oportunidade ao inves da ameaca
Voltamos assim a questao
da sessao precedente -
quem e entao aquele que
para atem do eu procura fazer-se
reconhecern
LACAN (1975 p 65)
AGRADECIMENTOS
Nada mais cativante para 0 adulto do que brincar com a imaginaltao da
crianca principalmente par remeter a pr6pria inf8ncia e S9 redescobrir nas
lembranltas Embora a literatura academica naD disponha de muitos titulos sobre
historias em quadrinhos os leitores desse genero literario naD tiveram muitas
dificuldades em me indicar inumeros titulos para fundamentar minha pesquisa A
eles meu profunda agradecimento espero que as paginas a seguir justifiquem seu
animo em contribuir para 0 meu trabalho
Mas naD posso deixar de agradecer muitas Qutras pessoas a come(far pela
Thaysa 80no a minha mae irmaos e irma Em especial ao meu irmao Astor que
ate hoje mantem no seu habito de leituras as HOs do Tic Patinhas e da Turma da
Monica deixando como herancta para suas filhas 0 legado da imaginactao
A Mirella Prosd6cimo a Ana Sizenando e a professora Neyre pelo apoio e
aos amigos que ajudaram na digitalizactao e tratamento das imagens David Keller
Marcio Cruz Andre Bini e Pedro Gustavo
A Ana Guarinelio pelo incentivo e orientactao Ao Sidney Gusman pela
atenctao e prontiQao em me ajudar a conseguir a entrevista com meu principal objeto
de estudo E especial mente ao Mauricio de Sousa Pela entrevista Pela postura
Pelo talento Pelos Humbertos Lucas e Dorinhas E pela contribuictao a fantasia
essencial para nossas vidas
A todos voces eu oferecta as pr6ximas linhas Muito obrigada
SUMARIO
RESUMO 6
1 INTRODU9AO 7
2 INCLUSAO PERCEP90ES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS 11
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL 21
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MONICA 25
4 A INCLUSAO SOCIAL DE MAURICIO DE SOUSA 32
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA 42
5 CONCLUSAO 60
REFERENCIAS BAsICAS 64
REFERENCIAS COMPLEMENTARES 67
ANEXO 1 - E-MAIL COM RES POSTA DA ENTREVISTA DE MAURICIO
DE SOUSA
ANEXO 2 - E-MAIL COM ORIENTA9AO PARA UTILlZA9AO DAS TIRAS
RESUMO
A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas
Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos
11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando
na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram
as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com
deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino
Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a
buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula
Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a
respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas
e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos
ultimos anos
Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au
deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um
atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a
sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de
pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0
desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora
muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma
da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se
como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social
Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6
aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce
apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)
A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de
especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do
Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias
em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como
problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos
personagens com deficiencia na Turma da M6nica
o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica
inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de
persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de
Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou
na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das
escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do
mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge
tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas
crian9as inclusas
Os objetivos especificos visam
1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos
HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente
2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais
personagens em sua obra
3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa
forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social
Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar
esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback
com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre
a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na
sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para
fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser
humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio
Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram
levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das
historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns
exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-
los no decorrer do projeto
A metodologia foi baseada em dois pilares
1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias
inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa
identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva
vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias
2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante
da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua
obra
o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em
que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo
capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se
investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de
legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre
sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de
Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos
como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e
fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise
dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a
10
pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica
II
2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS
A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para
todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe
urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda
a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas
lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca
Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas
duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de
adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par
menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na
trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela
legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas
com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e
doenles (PROSDOCIMO 2005)
Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres
humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que
predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e
os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e
classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a
deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a
propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da
condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de
assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de
familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
TERMO DE APROVAltAOCleuza Kuhn
A INCLUSAO DE PERSONAGENS COM DEFICIENCIA NAS
HISTORIAS EM QUADRINHOS DA TURMA DA MONICA DE
MAURICIO DE SOUSA
Esta monografia foi jutgada e aprovada para a obten~o do titulo deEspecialista em EdUC8ctaO Especial e Inclusao no Programa de P6s~Graduagao
Pesquisa e Extensao da Universidade Tuiuti do Parana
IJ~ -lpound (l
Orientador Professora Doutora Ana Cristina GuarinelloUniversidade Tuiuti do Parana
Aos que veem no inesperado a oportunidade ao inves da ameaca
Voltamos assim a questao
da sessao precedente -
quem e entao aquele que
para atem do eu procura fazer-se
reconhecern
LACAN (1975 p 65)
AGRADECIMENTOS
Nada mais cativante para 0 adulto do que brincar com a imaginaltao da
crianca principalmente par remeter a pr6pria inf8ncia e S9 redescobrir nas
lembranltas Embora a literatura academica naD disponha de muitos titulos sobre
historias em quadrinhos os leitores desse genero literario naD tiveram muitas
dificuldades em me indicar inumeros titulos para fundamentar minha pesquisa A
eles meu profunda agradecimento espero que as paginas a seguir justifiquem seu
animo em contribuir para 0 meu trabalho
Mas naD posso deixar de agradecer muitas Qutras pessoas a come(far pela
Thaysa 80no a minha mae irmaos e irma Em especial ao meu irmao Astor que
ate hoje mantem no seu habito de leituras as HOs do Tic Patinhas e da Turma da
Monica deixando como herancta para suas filhas 0 legado da imaginactao
A Mirella Prosd6cimo a Ana Sizenando e a professora Neyre pelo apoio e
aos amigos que ajudaram na digitalizactao e tratamento das imagens David Keller
Marcio Cruz Andre Bini e Pedro Gustavo
A Ana Guarinelio pelo incentivo e orientactao Ao Sidney Gusman pela
atenctao e prontiQao em me ajudar a conseguir a entrevista com meu principal objeto
de estudo E especial mente ao Mauricio de Sousa Pela entrevista Pela postura
Pelo talento Pelos Humbertos Lucas e Dorinhas E pela contribuictao a fantasia
essencial para nossas vidas
A todos voces eu oferecta as pr6ximas linhas Muito obrigada
SUMARIO
RESUMO 6
1 INTRODU9AO 7
2 INCLUSAO PERCEP90ES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS 11
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL 21
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MONICA 25
4 A INCLUSAO SOCIAL DE MAURICIO DE SOUSA 32
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA 42
5 CONCLUSAO 60
REFERENCIAS BAsICAS 64
REFERENCIAS COMPLEMENTARES 67
ANEXO 1 - E-MAIL COM RES POSTA DA ENTREVISTA DE MAURICIO
DE SOUSA
ANEXO 2 - E-MAIL COM ORIENTA9AO PARA UTILlZA9AO DAS TIRAS
RESUMO
A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas
Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos
11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando
na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram
as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com
deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino
Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a
buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula
Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a
respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas
e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos
ultimos anos
Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au
deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um
atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a
sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de
pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0
desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora
muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma
da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se
como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social
Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6
aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce
apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)
A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de
especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do
Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias
em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como
problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos
personagens com deficiencia na Turma da M6nica
o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica
inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de
persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de
Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou
na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das
escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do
mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge
tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas
crian9as inclusas
Os objetivos especificos visam
1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos
HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente
2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais
personagens em sua obra
3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa
forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social
Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar
esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback
com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre
a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na
sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para
fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser
humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio
Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram
levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das
historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns
exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-
los no decorrer do projeto
A metodologia foi baseada em dois pilares
1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias
inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa
identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva
vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias
2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante
da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua
obra
o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em
que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo
capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se
investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de
legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre
sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de
Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos
como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e
fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise
dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a
10
pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica
II
2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS
A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para
todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe
urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda
a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas
lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca
Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas
duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de
adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par
menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na
trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela
legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas
com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e
doenles (PROSDOCIMO 2005)
Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres
humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que
predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e
os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e
classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a
deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a
propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da
condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de
assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de
familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
Aos que veem no inesperado a oportunidade ao inves da ameaca
Voltamos assim a questao
da sessao precedente -
quem e entao aquele que
para atem do eu procura fazer-se
reconhecern
LACAN (1975 p 65)
AGRADECIMENTOS
Nada mais cativante para 0 adulto do que brincar com a imaginaltao da
crianca principalmente par remeter a pr6pria inf8ncia e S9 redescobrir nas
lembranltas Embora a literatura academica naD disponha de muitos titulos sobre
historias em quadrinhos os leitores desse genero literario naD tiveram muitas
dificuldades em me indicar inumeros titulos para fundamentar minha pesquisa A
eles meu profunda agradecimento espero que as paginas a seguir justifiquem seu
animo em contribuir para 0 meu trabalho
Mas naD posso deixar de agradecer muitas Qutras pessoas a come(far pela
Thaysa 80no a minha mae irmaos e irma Em especial ao meu irmao Astor que
ate hoje mantem no seu habito de leituras as HOs do Tic Patinhas e da Turma da
Monica deixando como herancta para suas filhas 0 legado da imaginactao
A Mirella Prosd6cimo a Ana Sizenando e a professora Neyre pelo apoio e
aos amigos que ajudaram na digitalizactao e tratamento das imagens David Keller
Marcio Cruz Andre Bini e Pedro Gustavo
A Ana Guarinelio pelo incentivo e orientactao Ao Sidney Gusman pela
atenctao e prontiQao em me ajudar a conseguir a entrevista com meu principal objeto
de estudo E especial mente ao Mauricio de Sousa Pela entrevista Pela postura
Pelo talento Pelos Humbertos Lucas e Dorinhas E pela contribuictao a fantasia
essencial para nossas vidas
A todos voces eu oferecta as pr6ximas linhas Muito obrigada
SUMARIO
RESUMO 6
1 INTRODU9AO 7
2 INCLUSAO PERCEP90ES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS 11
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL 21
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MONICA 25
4 A INCLUSAO SOCIAL DE MAURICIO DE SOUSA 32
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA 42
5 CONCLUSAO 60
REFERENCIAS BAsICAS 64
REFERENCIAS COMPLEMENTARES 67
ANEXO 1 - E-MAIL COM RES POSTA DA ENTREVISTA DE MAURICIO
DE SOUSA
ANEXO 2 - E-MAIL COM ORIENTA9AO PARA UTILlZA9AO DAS TIRAS
RESUMO
A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas
Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos
11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando
na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram
as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com
deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino
Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a
buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula
Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a
respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas
e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos
ultimos anos
Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au
deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um
atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a
sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de
pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0
desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora
muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma
da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se
como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social
Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6
aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce
apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)
A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de
especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do
Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias
em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como
problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos
personagens com deficiencia na Turma da M6nica
o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica
inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de
persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de
Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou
na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das
escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do
mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge
tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas
crian9as inclusas
Os objetivos especificos visam
1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos
HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente
2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais
personagens em sua obra
3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa
forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social
Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar
esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback
com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre
a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na
sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para
fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser
humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio
Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram
levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das
historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns
exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-
los no decorrer do projeto
A metodologia foi baseada em dois pilares
1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias
inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa
identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva
vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias
2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante
da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua
obra
o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em
que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo
capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se
investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de
legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre
sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de
Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos
como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e
fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise
dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a
10
pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica
II
2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS
A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para
todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe
urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda
a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas
lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca
Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas
duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de
adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par
menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na
trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela
legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas
com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e
doenles (PROSDOCIMO 2005)
Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres
humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que
predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e
os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e
classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a
deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a
propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da
condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de
assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de
familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
AGRADECIMENTOS
Nada mais cativante para 0 adulto do que brincar com a imaginaltao da
crianca principalmente par remeter a pr6pria inf8ncia e S9 redescobrir nas
lembranltas Embora a literatura academica naD disponha de muitos titulos sobre
historias em quadrinhos os leitores desse genero literario naD tiveram muitas
dificuldades em me indicar inumeros titulos para fundamentar minha pesquisa A
eles meu profunda agradecimento espero que as paginas a seguir justifiquem seu
animo em contribuir para 0 meu trabalho
Mas naD posso deixar de agradecer muitas Qutras pessoas a come(far pela
Thaysa 80no a minha mae irmaos e irma Em especial ao meu irmao Astor que
ate hoje mantem no seu habito de leituras as HOs do Tic Patinhas e da Turma da
Monica deixando como herancta para suas filhas 0 legado da imaginactao
A Mirella Prosd6cimo a Ana Sizenando e a professora Neyre pelo apoio e
aos amigos que ajudaram na digitalizactao e tratamento das imagens David Keller
Marcio Cruz Andre Bini e Pedro Gustavo
A Ana Guarinelio pelo incentivo e orientactao Ao Sidney Gusman pela
atenctao e prontiQao em me ajudar a conseguir a entrevista com meu principal objeto
de estudo E especial mente ao Mauricio de Sousa Pela entrevista Pela postura
Pelo talento Pelos Humbertos Lucas e Dorinhas E pela contribuictao a fantasia
essencial para nossas vidas
A todos voces eu oferecta as pr6ximas linhas Muito obrigada
SUMARIO
RESUMO 6
1 INTRODU9AO 7
2 INCLUSAO PERCEP90ES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS 11
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL 21
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MONICA 25
4 A INCLUSAO SOCIAL DE MAURICIO DE SOUSA 32
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA 42
5 CONCLUSAO 60
REFERENCIAS BAsICAS 64
REFERENCIAS COMPLEMENTARES 67
ANEXO 1 - E-MAIL COM RES POSTA DA ENTREVISTA DE MAURICIO
DE SOUSA
ANEXO 2 - E-MAIL COM ORIENTA9AO PARA UTILlZA9AO DAS TIRAS
RESUMO
A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas
Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos
11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando
na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram
as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com
deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino
Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a
buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula
Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a
respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas
e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos
ultimos anos
Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au
deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um
atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a
sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de
pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0
desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora
muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma
da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se
como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social
Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6
aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce
apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)
A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de
especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do
Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias
em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como
problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos
personagens com deficiencia na Turma da M6nica
o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica
inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de
persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de
Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou
na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das
escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do
mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge
tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas
crian9as inclusas
Os objetivos especificos visam
1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos
HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente
2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais
personagens em sua obra
3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa
forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social
Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar
esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback
com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre
a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na
sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para
fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser
humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio
Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram
levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das
historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns
exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-
los no decorrer do projeto
A metodologia foi baseada em dois pilares
1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias
inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa
identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva
vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias
2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante
da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua
obra
o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em
que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo
capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se
investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de
legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre
sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de
Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos
como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e
fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise
dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a
10
pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica
II
2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS
A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para
todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe
urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda
a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas
lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca
Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas
duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de
adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par
menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na
trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela
legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas
com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e
doenles (PROSDOCIMO 2005)
Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres
humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que
predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e
os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e
classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a
deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a
propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da
condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de
assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de
familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
SUMARIO
RESUMO 6
1 INTRODU9AO 7
2 INCLUSAO PERCEP90ES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS 11
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL 21
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MONICA 25
4 A INCLUSAO SOCIAL DE MAURICIO DE SOUSA 32
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA 42
5 CONCLUSAO 60
REFERENCIAS BAsICAS 64
REFERENCIAS COMPLEMENTARES 67
ANEXO 1 - E-MAIL COM RES POSTA DA ENTREVISTA DE MAURICIO
DE SOUSA
ANEXO 2 - E-MAIL COM ORIENTA9AO PARA UTILlZA9AO DAS TIRAS
RESUMO
A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas
Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos
11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando
na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram
as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com
deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino
Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a
buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula
Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a
respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas
e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos
ultimos anos
Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au
deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um
atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a
sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de
pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0
desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora
muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma
da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se
como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social
Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6
aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce
apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)
A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de
especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do
Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias
em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como
problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos
personagens com deficiencia na Turma da M6nica
o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica
inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de
persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de
Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou
na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das
escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do
mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge
tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas
crian9as inclusas
Os objetivos especificos visam
1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos
HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente
2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais
personagens em sua obra
3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa
forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social
Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar
esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback
com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre
a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na
sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para
fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser
humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio
Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram
levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das
historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns
exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-
los no decorrer do projeto
A metodologia foi baseada em dois pilares
1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias
inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa
identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva
vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias
2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante
da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua
obra
o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em
que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo
capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se
investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de
legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre
sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de
Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos
como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e
fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise
dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a
10
pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica
II
2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS
A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para
todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe
urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda
a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas
lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca
Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas
duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de
adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par
menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na
trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela
legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas
com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e
doenles (PROSDOCIMO 2005)
Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres
humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que
predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e
os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e
classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a
deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a
propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da
condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de
assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de
familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
RESUMO
A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas
Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos
11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando
na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram
as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com
deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino
Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a
buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula
Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a
respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas
e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos
ultimos anos
Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au
deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um
atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a
sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de
pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0
desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora
muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma
da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se
como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social
Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6
aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce
apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)
A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de
especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do
Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias
em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como
problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos
personagens com deficiencia na Turma da M6nica
o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica
inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de
persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de
Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou
na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das
escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do
mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge
tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas
crian9as inclusas
Os objetivos especificos visam
1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos
HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente
2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais
personagens em sua obra
3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa
forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social
Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar
esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback
com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre
a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na
sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para
fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser
humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio
Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram
levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das
historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns
exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-
los no decorrer do projeto
A metodologia foi baseada em dois pilares
1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias
inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa
identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva
vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias
2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante
da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua
obra
o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em
que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo
capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se
investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de
legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre
sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de
Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos
como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e
fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise
dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a
10
pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica
II
2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS
A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para
todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe
urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda
a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas
lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca
Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas
duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de
adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par
menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na
trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela
legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas
com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e
doenles (PROSDOCIMO 2005)
Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres
humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que
predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e
os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e
classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a
deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a
propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da
condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de
assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de
familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando
na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram
as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com
deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino
Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a
buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula
Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a
respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas
e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos
ultimos anos
Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au
deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um
atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a
sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de
pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0
desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora
muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma
da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se
como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social
Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6
aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce
apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)
A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de
especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do
Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias
em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como
problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos
personagens com deficiencia na Turma da M6nica
o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica
inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de
persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de
Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou
na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das
escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do
mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge
tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas
crian9as inclusas
Os objetivos especificos visam
1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos
HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente
2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais
personagens em sua obra
3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa
forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social
Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar
esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback
com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre
a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na
sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para
fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser
humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio
Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram
levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das
historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns
exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-
los no decorrer do projeto
A metodologia foi baseada em dois pilares
1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias
inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa
identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva
vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias
2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante
da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua
obra
o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em
que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo
capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se
investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de
legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre
sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de
Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos
como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e
fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise
dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a
10
pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica
II
2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS
A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para
todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe
urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda
a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas
lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca
Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas
duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de
adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par
menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na
trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela
legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas
com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e
doenles (PROSDOCIMO 2005)
Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres
humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que
predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e
os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e
classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a
deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a
propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da
condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de
assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de
familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias
em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como
problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos
personagens com deficiencia na Turma da M6nica
o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica
inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de
persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de
Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou
na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das
escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do
mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge
tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas
crian9as inclusas
Os objetivos especificos visam
1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos
HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente
2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais
personagens em sua obra
3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa
forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social
Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar
esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback
com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre
a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na
sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para
fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser
humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio
Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram
levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das
historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns
exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-
los no decorrer do projeto
A metodologia foi baseada em dois pilares
1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias
inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa
identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva
vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias
2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante
da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua
obra
o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em
que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo
capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se
investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de
legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre
sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de
Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos
como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e
fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise
dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a
10
pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica
II
2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS
A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para
todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe
urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda
a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas
lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca
Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas
duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de
adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par
menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na
trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela
legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas
com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e
doenles (PROSDOCIMO 2005)
Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres
humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que
predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e
os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e
classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a
deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a
propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da
condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de
assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de
familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser
humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio
Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram
levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das
historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns
exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-
los no decorrer do projeto
A metodologia foi baseada em dois pilares
1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias
inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa
identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva
vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias
2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante
da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua
obra
o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em
que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo
capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se
investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de
legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre
sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de
Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos
como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e
fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise
dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a
10
pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica
II
2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS
A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para
todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe
urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda
a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas
lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca
Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas
duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de
adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par
menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na
trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela
legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas
com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e
doenles (PROSDOCIMO 2005)
Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres
humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que
predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e
os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e
classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a
deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a
propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da
condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de
assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de
familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
10
pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica
II
2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS
A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para
todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe
urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda
a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas
lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca
Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas
duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de
adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par
menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na
trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela
legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas
com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e
doenles (PROSDOCIMO 2005)
Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres
humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que
predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e
os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e
classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a
deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a
propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da
condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de
assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de
familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
II
2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS
A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para
todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe
urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda
a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas
lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca
Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas
duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de
adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par
menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na
trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela
legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas
com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e
doenles (PROSDOCIMO 2005)
Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres
humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que
predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e
os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e
classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a
deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a
propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da
condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de
assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de
familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
12
No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a
educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a
primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais
bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados
Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas
com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua
responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA
o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas
mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino
A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos
direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas
com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado
de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a
~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e
em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
(MAZOTT A 1996)
Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )
comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus
esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada
a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na
escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a
sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade
reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
13
recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades
diferenciadas
Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo
aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao
enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0
assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com
piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua
familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au
seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida
como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar
especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na
escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade
funciona
Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)
Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis
assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla
mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil
concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez
de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos
com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994
numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca
) - ~
~~ f~Z~J~1-J
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
14
apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na
eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias
o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva
desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As
diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa
conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao
e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua
funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo
(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve
aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor
precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender
daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana
na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)
partindo do processo de ensino do pr6prio aluno
Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com
uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir
organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz
de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com
deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por
ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a
deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que
de fato se aprende
Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a
igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
15
encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia
quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as
proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu
desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia
positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter
urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua
vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida
escolar (DUBET 2003)
Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu
livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam
como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e
o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a
capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso
escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se
ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia
Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao
ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem
compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como
urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos
portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-
10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem
infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de
linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI
PAULO 2006 p 317)
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
16
A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu
saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de
maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao
samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando
naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do
conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua
formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras
dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io
brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na
concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394
recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades
especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia
Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades
educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se
reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos
para alunos e professores
~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)
E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com
deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no
Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
17
da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e
sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as
brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem
responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito
seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de
pessoas com deficiemcia definindo como tal
-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~
As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser
cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua
sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas
com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas
adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda
diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se
preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio
pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na
escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente
a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e
a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de
conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto
dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m
de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
18
(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais
especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas
urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do
individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)
a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das
criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a
mercado profissional e para a convivio social
A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver
sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que
as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos
culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do
aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme
Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores
Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil
ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum
com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p
53)
o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0
papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico
mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver
canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que
vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO
pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir
relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do
trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
19
amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp
Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as
mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade
traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as
autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de
inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade
tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas
Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente
buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da
inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a
cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao
mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz
indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas
precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros
ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte
da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para
todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)
Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido
como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes
construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na
ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as
criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais
proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso
explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem
deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
20
novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa
estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e
abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera
inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)
Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as
professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem
lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem
deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo
processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula
Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao
envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a
sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem
que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma
pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo
estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente
o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor
que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo
uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas
filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par
sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto
escola VIVA 2 2005 p 6)
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
21
30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL
Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem
defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento
das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as
relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas
existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser
humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de
urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto
ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras
meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)
chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao
com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando
interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate
mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a
importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia
Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as
duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para
tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na
representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse
imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos
na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a
sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral
apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de
fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
22
dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu
desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente
Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil
como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r
o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e
historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da
imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos
fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e
mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a
sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a
imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao
Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que
apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para
com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que
desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico
pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da
sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da
imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a
realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal
representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de
urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo
passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com
carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto
Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8
verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
23
vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0
desenvolvimento saudavel do individuo
Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e
sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser
profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan
caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho
sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de
Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre
as coisas (p 95)
Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem
desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas
despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens
puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e
satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos
da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo
de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe
positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de
forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a
hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele
tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que
se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da
experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante
ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is
(PATATI BRAGA 2006 p12)
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
24
Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-
herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e
excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles
vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente
durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn
determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it
literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo
a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que
leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja
com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita
gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi
infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de
Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De
uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao
consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes
de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)
Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel
importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya
Segundo Abrahao
a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)
Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em
quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
25
desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas
sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas
diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos
31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA
A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado
Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas
brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais
personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos
personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica
Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s
com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata
de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim
sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na
ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das
historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas
brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por
esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da
Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e
discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a
cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa
Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e
classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
26
velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica
seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre
de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada
nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior
de Sao Paulo
Figura 1
Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda
que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais
LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e
Figura 2
IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
27
Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre
inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar
Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na
literatura infanto-juvenil
Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis
criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela
diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004
urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras
crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas
meninas do bairro
No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada
em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus
amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com
uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo
Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras
crianyas
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
28
Figura 4
Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern
participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao
Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da
diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma
caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio
perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua
Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali
(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada
par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e
gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela
perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0
olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a
transferencia de seus preconceitos
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
Figura 5
Figura 6
Figura 7
29
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
30
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
31
Figura 10
Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia
com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8
cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no
convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s
com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao
para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo
idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a
representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida
mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma
liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a
reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas
com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que
possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar
familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos
suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
32
4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA
A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla
com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa
entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa
Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove
questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com
deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram
criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento
dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a
literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a
posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda
interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e
a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das
respostas da entrevista com Mauricio de Sousa
A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da
naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn
profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais
do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais
professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia
PERGUNTA 1
As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao
inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma
criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades
devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
33
RESPOSTA 1
A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-
a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos
basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que
pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer
ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que
chegam a milhoes de crianqas
ANALISE DA RESPOSTA 1
Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs
estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo
saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se
comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens
com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos
Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e
cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da
Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem
como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto
brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda
pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de
Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
34
PERGUNTA2
As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade
e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na
educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS
Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com
superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e
do Luca De que forma
RESPOSTA 2
Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima
referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a
inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e
proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores
positivos nas entrelinhas
ANALISE DA RESPOSTA 2
Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da
referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da
sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de
experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas
Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica
de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para
contribuir com 0 processo inclusivo
Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais
especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
35
realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o
au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as
personagens Humberto Luca e Dorinha
PERGUNTA 3
A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi
nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha
e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais
RESPOSTA 3
A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a
problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado
inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que
conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e
passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do
Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a
criaqao desse persona gem
o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas
mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais
saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa
ANALISE DA RESPOSTA 3
Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus
personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia
com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos
com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
36
deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e
piedade faz parte do discurso inclusivo
Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9
refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto
de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e
equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas
Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar
assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com
deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento
especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos
PERGUNTA4
No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a
alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar
Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua
equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional
especializado para 0 desenvolvimento desses personagens
RESPOSTA 4
Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito
para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias
Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de
experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de
Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e
campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
37
ANALISE DA RESPOSTA 4
o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos
pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0
comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0
comportamento dos persona gens
Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta
questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8
ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas
historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas
PERGUNTA 5
No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito
a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um
relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel
essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se
possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as
diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que
isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando
que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula
regulares
RESPOSTA 5
Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E
nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A
amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a
superar muitos problemas
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
38
ANALISE DA RES POSTA 5
o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern
preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo
as beneffcios da amizade na construcao do ser humano
Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de
identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal
das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como
reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de
investigar 0 envolvimento entre autor e leitores
PERGUNTA 6
Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as
eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver
identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam
isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja
recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar
contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e
independentes
RESPOSTA 6
Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os
bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro
Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0
mundo
o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate
no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
39
dos aunos
persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte
ANALISE DA RESPOSTA 6
o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores
diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os
personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e
contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre
didaticos e na boa aceita9ao dos alunos
grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros
Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem
diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para
assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com
deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual
ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes
conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao
diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as
Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica
para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os
personagens com deficiencia como protagonistas
PERGUNTA 7
Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum
Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
40
parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria
permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao
mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles
RESPOSTA 7
Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos
estudando contratualmente como dar continuidade a ele
PERGUNTA 8
A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e
tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui
projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica
da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens
RESPOSTA 8
Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo
cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e
queridos pelos leitores
ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8
Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao
disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras
necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar
participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias
futuras
o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a
Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8
2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
41
ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha
tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente
por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao
social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0
que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto
PERGUNTA 9
Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se
muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto
raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse
fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a
dificuldade dele
RESPOSTA 9
o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a
Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que
pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado
ANALISE DA PERGUNTA 9
o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir
no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a
midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente
Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve
Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e
sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para
um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas
percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
42
realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes
discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na
infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e
transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade
as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as
que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8
segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095
Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em
quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do
autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas
com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos
personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de
Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a
ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia
resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das
paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de
fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a
busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar
o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e
aspiracoes
41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA
A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de
argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens
Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
43
hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos
presentes na Turma da Monica
FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
44
ANALISE DA HISTORIA 1
A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as
deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as
perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma
conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
45
regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e
seu carater
FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
46
ANALISE DA HISTORIA 2
Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem
nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando
ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como
uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
47
naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD
enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de
dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha
atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do
outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com
deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8
espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e
psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios
a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta
competi930 e injusta demais)
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
48
ANALISE DA HISTQRIA 3
Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo
explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0
personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor
apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
49
crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no
clube das meninas
FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
50
ANALISE DA HISTORIA 4
Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com
deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0
desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma
critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
51
ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas
salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na
sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e
nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as
mesmas anseios que todos os Qutros
FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo
campinho)
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
52
ANALISE DA HIST6RIA 5
Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a
sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em
que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
53
deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao
entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa
o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes
de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam
FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
54
ANALISE DA HISTORIA 6
Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e
indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias
assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a
necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente
nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para
sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser
derrubadas com tecnologia
FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
55
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
56
ANALISE DA HIST6RIA 7
Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em
que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e
Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da
sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
57
Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho
lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra
FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
58
ANALISE DA HISTORIA 8
o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as
primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem
enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na
aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
59
exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he
deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que
Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a
lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que
a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a
leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem
legenda
As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros
colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens
com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a
constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as
crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao
brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir
parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de
fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as
representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias
da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
60
5 CONCLUsAo
Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda
a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria
humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca
minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de
participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola
do trabalho da familia dos amigos
Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a
inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel
que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem
fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao
parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real
mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional
Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil
Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da
fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es
as quais antes eram negadas
Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os
motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com
deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua
atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar
se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode
revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de
comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
61
diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a
diferenta humana
A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a
terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e
responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do
eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam
personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as
crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas
caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do
Cebolinha e a gula da Magali
A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de
ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus
personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao
tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas
quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a
diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas
cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas
presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das
novas polfticas inclusivas sociais e escolares
Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel
receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos
que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia
Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na
amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos
entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
62
incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais
perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao
pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias
mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses
comportamentos excludentes
Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn
grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como
aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da
semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault
percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas
de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir
relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os
tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que
seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios
uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha
que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela
possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de
Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)
Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais
amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A
inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val
acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano
Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes
decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito
mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
63
antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a
voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se
conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
64
REFERENCIAS BAslCAS
BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In
Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em
httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-
67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007
BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro
Ediouro 2006
BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da
EduC81130 Especial Disponivel em
httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso
em 05 jut 2007
BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB
Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994
BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes
Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de
Educaltao Especial 2001
DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues
Sao Paulo Artmed 2001
DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119
2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot
15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007
ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20
ed Sao Paulo Perspectiva 2005
FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias
humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
65
GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em
httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul
2007
LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954
Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986
MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e
politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996
MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977
ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em
httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007
ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em
httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007
PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do
espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas
nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em
hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007
REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade
reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007
SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de
Janeiro WVA Editora 1997
SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo
Editora 2004
_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
66
Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de
Sousa janZ006
Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de
Sousa ju12006
_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007
_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa
jan2006
Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo
Panini Comics 2007
_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
dez200S
_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa
mar2006
_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa
ago2006
STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores
Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999
UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades
educativas especiais Brasilia CORDE 1994
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
67
REFERENCIAS COMPLEMENTARES
ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e
metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995
BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros
Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de
alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999
BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais
POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In
Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999
CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro
WVA1998
CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora
Europa-Empresa grafica 1990
Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora
Achiame 1982
DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005
FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora
Moderna 1997
FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO
SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose
Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)
FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978
GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado
IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em
quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
68
LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In
Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998
o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da
psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990
______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da
psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985
MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia
contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe
1997
MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS
Sao Paulo Corlez Edilora 1996
MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense
1996
SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial
Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999
SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora
_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado
_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado
VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as
historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004
WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
ANEXO 1
E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA
DO MAURICIO DE SOUSA
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro
Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor
Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias
101122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada
Cleuza Kuhn
bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
I~L _
101122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
ANEXO 2
E-MAIL COM ORIENTA(fAO
PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
Cleo Kuhn
De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa
Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes
Sidney
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa
Nossa Sidney
Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento
Obrigadissima
Cleo
----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa
Cleo promessa cumprida
Sidney Gusman
De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa
Boa tarde Sidney
Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro
Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor
Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces
Cleo Kuhn41 99141295
1011212007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007
----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa
Oi Sidney
Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele
Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada
Cleuza Kuhn
1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)
10122007