74
Cleuza Kuhn A INCLUS.A.O DE PERSONAGENS COM DEFICIENCIA NAS HISTORIAS EM QUADRINHOS DA TURMA DA MONICA, DE MAURICIO DE SOUSA Monografia apresentada como requisito parcial de Trabalho de Conclusao de Curso de P6s-Graduayao, da Universidade Tuiuti do Parana, "Inclusao e Educay80 Especial". Orientadora: Professora Ora. Anna Cristina Guarinello. Curitiba 2007

Cleuza Kuhn A INCLUS.A.O DE PERSONAGENS COM …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/03/A-INCLUSAO-DE-PERSONAGENS.pdf · estudos para al8m das paredes das escolas, considerando que a construc;ao

Embed Size (px)

Citation preview

Cleuza Kuhn

A INCLUSAO DE PERSONAGENS COM DEFICIENCIA NAS

HISTORIAS EM QUADRINHOS DA TURMA DA MONICA DE

MAURICIO DE SOUSA

Monografia apresentada como requisitoparcial de Trabalho de Conclusao de Cursode P6s-Graduayao da Universidade Tuiutido Parana Inclusao e Educay80 Especial

Orientadora Professora Ora Anna CristinaGuarinello

Curitiba2007

TERMO DE APROVAltAOCleuza Kuhn

A INCLUSAO DE PERSONAGENS COM DEFICIENCIA NAS

HISTORIAS EM QUADRINHOS DA TURMA DA MONICA DE

MAURICIO DE SOUSA

Esta monografia foi jutgada e aprovada para a obten~o do titulo deEspecialista em EdUC8ctaO Especial e Inclusao no Programa de P6s~Graduagao

Pesquisa e Extensao da Universidade Tuiuti do Parana

IJ~ -lpound (l

Orientador Professora Doutora Ana Cristina GuarinelloUniversidade Tuiuti do Parana

Aos que veem no inesperado a oportunidade ao inves da ameaca

Voltamos assim a questao

da sessao precedente -

quem e entao aquele que

para atem do eu procura fazer-se

reconhecern

LACAN (1975 p 65)

AGRADECIMENTOS

Nada mais cativante para 0 adulto do que brincar com a imaginaltao da

crianca principalmente par remeter a pr6pria inf8ncia e S9 redescobrir nas

lembranltas Embora a literatura academica naD disponha de muitos titulos sobre

historias em quadrinhos os leitores desse genero literario naD tiveram muitas

dificuldades em me indicar inumeros titulos para fundamentar minha pesquisa A

eles meu profunda agradecimento espero que as paginas a seguir justifiquem seu

animo em contribuir para 0 meu trabalho

Mas naD posso deixar de agradecer muitas Qutras pessoas a come(far pela

Thaysa 80no a minha mae irmaos e irma Em especial ao meu irmao Astor que

ate hoje mantem no seu habito de leituras as HOs do Tic Patinhas e da Turma da

Monica deixando como herancta para suas filhas 0 legado da imaginactao

A Mirella Prosd6cimo a Ana Sizenando e a professora Neyre pelo apoio e

aos amigos que ajudaram na digitalizactao e tratamento das imagens David Keller

Marcio Cruz Andre Bini e Pedro Gustavo

A Ana Guarinelio pelo incentivo e orientactao Ao Sidney Gusman pela

atenctao e prontiQao em me ajudar a conseguir a entrevista com meu principal objeto

de estudo E especial mente ao Mauricio de Sousa Pela entrevista Pela postura

Pelo talento Pelos Humbertos Lucas e Dorinhas E pela contribuictao a fantasia

essencial para nossas vidas

A todos voces eu oferecta as pr6ximas linhas Muito obrigada

SUMARIO

RESUMO 6

1 INTRODU9AO 7

2 INCLUSAO PERCEP90ES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS 11

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL 21

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MONICA 25

4 A INCLUSAO SOCIAL DE MAURICIO DE SOUSA 32

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA 42

5 CONCLUSAO 60

REFERENCIAS BAsICAS 64

REFERENCIAS COMPLEMENTARES 67

ANEXO 1 - E-MAIL COM RES POSTA DA ENTREVISTA DE MAURICIO

DE SOUSA

ANEXO 2 - E-MAIL COM ORIENTA9AO PARA UTILlZA9AO DAS TIRAS

RESUMO

A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas

Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos

11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando

na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram

as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com

deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino

Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a

buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula

Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a

respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas

e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos

ultimos anos

Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au

deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um

atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a

sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de

pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0

desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora

muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma

da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se

como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social

Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6

aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce

apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)

A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de

especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do

Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias

em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como

problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos

personagens com deficiencia na Turma da M6nica

o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica

inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de

persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de

Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou

na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das

escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do

mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge

tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas

crian9as inclusas

Os objetivos especificos visam

1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos

HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente

2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais

personagens em sua obra

3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa

forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social

Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar

esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback

com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre

a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na

sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para

fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser

humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio

Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram

levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das

historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns

exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-

los no decorrer do projeto

A metodologia foi baseada em dois pilares

1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias

inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa

identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva

vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias

2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante

da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua

obra

o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em

que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo

capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se

investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de

legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre

sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de

Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos

como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e

fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise

dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a

10

pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica

II

2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS

A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para

todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe

urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda

a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas

lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca

Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas

duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de

adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par

menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na

trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela

legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas

com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e

doenles (PROSDOCIMO 2005)

Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres

humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que

predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e

os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e

classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a

deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a

propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da

condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de

assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de

familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

TERMO DE APROVAltAOCleuza Kuhn

A INCLUSAO DE PERSONAGENS COM DEFICIENCIA NAS

HISTORIAS EM QUADRINHOS DA TURMA DA MONICA DE

MAURICIO DE SOUSA

Esta monografia foi jutgada e aprovada para a obten~o do titulo deEspecialista em EdUC8ctaO Especial e Inclusao no Programa de P6s~Graduagao

Pesquisa e Extensao da Universidade Tuiuti do Parana

IJ~ -lpound (l

Orientador Professora Doutora Ana Cristina GuarinelloUniversidade Tuiuti do Parana

Aos que veem no inesperado a oportunidade ao inves da ameaca

Voltamos assim a questao

da sessao precedente -

quem e entao aquele que

para atem do eu procura fazer-se

reconhecern

LACAN (1975 p 65)

AGRADECIMENTOS

Nada mais cativante para 0 adulto do que brincar com a imaginaltao da

crianca principalmente par remeter a pr6pria inf8ncia e S9 redescobrir nas

lembranltas Embora a literatura academica naD disponha de muitos titulos sobre

historias em quadrinhos os leitores desse genero literario naD tiveram muitas

dificuldades em me indicar inumeros titulos para fundamentar minha pesquisa A

eles meu profunda agradecimento espero que as paginas a seguir justifiquem seu

animo em contribuir para 0 meu trabalho

Mas naD posso deixar de agradecer muitas Qutras pessoas a come(far pela

Thaysa 80no a minha mae irmaos e irma Em especial ao meu irmao Astor que

ate hoje mantem no seu habito de leituras as HOs do Tic Patinhas e da Turma da

Monica deixando como herancta para suas filhas 0 legado da imaginactao

A Mirella Prosd6cimo a Ana Sizenando e a professora Neyre pelo apoio e

aos amigos que ajudaram na digitalizactao e tratamento das imagens David Keller

Marcio Cruz Andre Bini e Pedro Gustavo

A Ana Guarinelio pelo incentivo e orientactao Ao Sidney Gusman pela

atenctao e prontiQao em me ajudar a conseguir a entrevista com meu principal objeto

de estudo E especial mente ao Mauricio de Sousa Pela entrevista Pela postura

Pelo talento Pelos Humbertos Lucas e Dorinhas E pela contribuictao a fantasia

essencial para nossas vidas

A todos voces eu oferecta as pr6ximas linhas Muito obrigada

SUMARIO

RESUMO 6

1 INTRODU9AO 7

2 INCLUSAO PERCEP90ES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS 11

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL 21

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MONICA 25

4 A INCLUSAO SOCIAL DE MAURICIO DE SOUSA 32

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA 42

5 CONCLUSAO 60

REFERENCIAS BAsICAS 64

REFERENCIAS COMPLEMENTARES 67

ANEXO 1 - E-MAIL COM RES POSTA DA ENTREVISTA DE MAURICIO

DE SOUSA

ANEXO 2 - E-MAIL COM ORIENTA9AO PARA UTILlZA9AO DAS TIRAS

RESUMO

A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas

Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos

11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando

na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram

as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com

deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino

Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a

buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula

Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a

respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas

e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos

ultimos anos

Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au

deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um

atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a

sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de

pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0

desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora

muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma

da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se

como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social

Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6

aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce

apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)

A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de

especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do

Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias

em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como

problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos

personagens com deficiencia na Turma da M6nica

o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica

inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de

persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de

Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou

na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das

escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do

mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge

tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas

crian9as inclusas

Os objetivos especificos visam

1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos

HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente

2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais

personagens em sua obra

3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa

forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social

Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar

esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback

com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre

a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na

sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para

fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser

humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio

Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram

levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das

historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns

exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-

los no decorrer do projeto

A metodologia foi baseada em dois pilares

1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias

inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa

identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva

vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias

2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante

da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua

obra

o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em

que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo

capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se

investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de

legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre

sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de

Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos

como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e

fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise

dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a

10

pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica

II

2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS

A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para

todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe

urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda

a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas

lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca

Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas

duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de

adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par

menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na

trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela

legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas

com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e

doenles (PROSDOCIMO 2005)

Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres

humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que

predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e

os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e

classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a

deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a

propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da

condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de

assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de

familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

Aos que veem no inesperado a oportunidade ao inves da ameaca

Voltamos assim a questao

da sessao precedente -

quem e entao aquele que

para atem do eu procura fazer-se

reconhecern

LACAN (1975 p 65)

AGRADECIMENTOS

Nada mais cativante para 0 adulto do que brincar com a imaginaltao da

crianca principalmente par remeter a pr6pria inf8ncia e S9 redescobrir nas

lembranltas Embora a literatura academica naD disponha de muitos titulos sobre

historias em quadrinhos os leitores desse genero literario naD tiveram muitas

dificuldades em me indicar inumeros titulos para fundamentar minha pesquisa A

eles meu profunda agradecimento espero que as paginas a seguir justifiquem seu

animo em contribuir para 0 meu trabalho

Mas naD posso deixar de agradecer muitas Qutras pessoas a come(far pela

Thaysa 80no a minha mae irmaos e irma Em especial ao meu irmao Astor que

ate hoje mantem no seu habito de leituras as HOs do Tic Patinhas e da Turma da

Monica deixando como herancta para suas filhas 0 legado da imaginactao

A Mirella Prosd6cimo a Ana Sizenando e a professora Neyre pelo apoio e

aos amigos que ajudaram na digitalizactao e tratamento das imagens David Keller

Marcio Cruz Andre Bini e Pedro Gustavo

A Ana Guarinelio pelo incentivo e orientactao Ao Sidney Gusman pela

atenctao e prontiQao em me ajudar a conseguir a entrevista com meu principal objeto

de estudo E especial mente ao Mauricio de Sousa Pela entrevista Pela postura

Pelo talento Pelos Humbertos Lucas e Dorinhas E pela contribuictao a fantasia

essencial para nossas vidas

A todos voces eu oferecta as pr6ximas linhas Muito obrigada

SUMARIO

RESUMO 6

1 INTRODU9AO 7

2 INCLUSAO PERCEP90ES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS 11

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL 21

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MONICA 25

4 A INCLUSAO SOCIAL DE MAURICIO DE SOUSA 32

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA 42

5 CONCLUSAO 60

REFERENCIAS BAsICAS 64

REFERENCIAS COMPLEMENTARES 67

ANEXO 1 - E-MAIL COM RES POSTA DA ENTREVISTA DE MAURICIO

DE SOUSA

ANEXO 2 - E-MAIL COM ORIENTA9AO PARA UTILlZA9AO DAS TIRAS

RESUMO

A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas

Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos

11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando

na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram

as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com

deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino

Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a

buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula

Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a

respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas

e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos

ultimos anos

Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au

deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um

atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a

sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de

pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0

desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora

muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma

da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se

como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social

Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6

aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce

apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)

A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de

especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do

Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias

em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como

problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos

personagens com deficiencia na Turma da M6nica

o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica

inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de

persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de

Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou

na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das

escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do

mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge

tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas

crian9as inclusas

Os objetivos especificos visam

1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos

HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente

2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais

personagens em sua obra

3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa

forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social

Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar

esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback

com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre

a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na

sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para

fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser

humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio

Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram

levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das

historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns

exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-

los no decorrer do projeto

A metodologia foi baseada em dois pilares

1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias

inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa

identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva

vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias

2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante

da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua

obra

o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em

que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo

capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se

investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de

legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre

sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de

Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos

como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e

fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise

dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a

10

pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica

II

2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS

A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para

todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe

urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda

a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas

lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca

Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas

duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de

adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par

menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na

trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela

legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas

com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e

doenles (PROSDOCIMO 2005)

Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres

humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que

predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e

os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e

classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a

deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a

propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da

condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de

assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de

familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

AGRADECIMENTOS

Nada mais cativante para 0 adulto do que brincar com a imaginaltao da

crianca principalmente par remeter a pr6pria inf8ncia e S9 redescobrir nas

lembranltas Embora a literatura academica naD disponha de muitos titulos sobre

historias em quadrinhos os leitores desse genero literario naD tiveram muitas

dificuldades em me indicar inumeros titulos para fundamentar minha pesquisa A

eles meu profunda agradecimento espero que as paginas a seguir justifiquem seu

animo em contribuir para 0 meu trabalho

Mas naD posso deixar de agradecer muitas Qutras pessoas a come(far pela

Thaysa 80no a minha mae irmaos e irma Em especial ao meu irmao Astor que

ate hoje mantem no seu habito de leituras as HOs do Tic Patinhas e da Turma da

Monica deixando como herancta para suas filhas 0 legado da imaginactao

A Mirella Prosd6cimo a Ana Sizenando e a professora Neyre pelo apoio e

aos amigos que ajudaram na digitalizactao e tratamento das imagens David Keller

Marcio Cruz Andre Bini e Pedro Gustavo

A Ana Guarinelio pelo incentivo e orientactao Ao Sidney Gusman pela

atenctao e prontiQao em me ajudar a conseguir a entrevista com meu principal objeto

de estudo E especial mente ao Mauricio de Sousa Pela entrevista Pela postura

Pelo talento Pelos Humbertos Lucas e Dorinhas E pela contribuictao a fantasia

essencial para nossas vidas

A todos voces eu oferecta as pr6ximas linhas Muito obrigada

SUMARIO

RESUMO 6

1 INTRODU9AO 7

2 INCLUSAO PERCEP90ES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS 11

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL 21

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MONICA 25

4 A INCLUSAO SOCIAL DE MAURICIO DE SOUSA 32

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA 42

5 CONCLUSAO 60

REFERENCIAS BAsICAS 64

REFERENCIAS COMPLEMENTARES 67

ANEXO 1 - E-MAIL COM RES POSTA DA ENTREVISTA DE MAURICIO

DE SOUSA

ANEXO 2 - E-MAIL COM ORIENTA9AO PARA UTILlZA9AO DAS TIRAS

RESUMO

A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas

Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos

11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando

na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram

as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com

deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino

Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a

buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula

Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a

respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas

e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos

ultimos anos

Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au

deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um

atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a

sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de

pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0

desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora

muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma

da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se

como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social

Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6

aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce

apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)

A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de

especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do

Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias

em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como

problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos

personagens com deficiencia na Turma da M6nica

o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica

inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de

persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de

Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou

na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das

escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do

mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge

tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas

crian9as inclusas

Os objetivos especificos visam

1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos

HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente

2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais

personagens em sua obra

3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa

forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social

Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar

esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback

com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre

a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na

sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para

fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser

humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio

Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram

levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das

historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns

exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-

los no decorrer do projeto

A metodologia foi baseada em dois pilares

1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias

inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa

identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva

vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias

2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante

da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua

obra

o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em

que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo

capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se

investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de

legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre

sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de

Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos

como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e

fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise

dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a

10

pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica

II

2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS

A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para

todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe

urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda

a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas

lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca

Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas

duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de

adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par

menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na

trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela

legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas

com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e

doenles (PROSDOCIMO 2005)

Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres

humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que

predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e

os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e

classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a

deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a

propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da

condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de

assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de

familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

SUMARIO

RESUMO 6

1 INTRODU9AO 7

2 INCLUSAO PERCEP90ES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS 11

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL 21

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MONICA 25

4 A INCLUSAO SOCIAL DE MAURICIO DE SOUSA 32

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA 42

5 CONCLUSAO 60

REFERENCIAS BAsICAS 64

REFERENCIAS COMPLEMENTARES 67

ANEXO 1 - E-MAIL COM RES POSTA DA ENTREVISTA DE MAURICIO

DE SOUSA

ANEXO 2 - E-MAIL COM ORIENTA9AO PARA UTILlZA9AO DAS TIRAS

RESUMO

A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas

Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos

11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando

na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram

as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com

deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino

Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a

buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula

Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a

respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas

e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos

ultimos anos

Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au

deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um

atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a

sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de

pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0

desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora

muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma

da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se

como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social

Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6

aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce

apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)

A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de

especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do

Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias

em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como

problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos

personagens com deficiencia na Turma da M6nica

o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica

inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de

persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de

Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou

na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das

escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do

mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge

tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas

crian9as inclusas

Os objetivos especificos visam

1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos

HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente

2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais

personagens em sua obra

3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa

forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social

Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar

esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback

com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre

a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na

sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para

fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser

humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio

Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram

levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das

historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns

exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-

los no decorrer do projeto

A metodologia foi baseada em dois pilares

1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias

inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa

identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva

vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias

2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante

da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua

obra

o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em

que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo

capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se

investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de

legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre

sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de

Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos

como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e

fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise

dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a

10

pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica

II

2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS

A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para

todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe

urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda

a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas

lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca

Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas

duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de

adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par

menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na

trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela

legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas

com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e

doenles (PROSDOCIMO 2005)

Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres

humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que

predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e

os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e

classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a

deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a

propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da

condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de

assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de

familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

RESUMO

A monografia A inclusao de personagens com deficiencia nas historias emquadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa estrutura-se como Trabalhode Conclusao de Curso de Especializaltao em Educ8yao Especial e Inclusao daUniversidade Tuiuti do Parana 0 objetivo deste trabalho e averiguar por meio deanalise e entrevista se a politica inclusiva atual interferiu na literatura infantO-juvenilresultando em inclusao de personagens com deficiencia nas hist6rias em quadrinhosda Turma da Monica do Mauricio de Sousa Para tanto toi entrevistado a autorMauricio de Sousa ahsectm de analisadas 8 hist6rias da Turma da Monica em que aspersonagens Dorinha Humberto e Luca crianyas com deficiencia participamTendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou na areaeducacional a investigacao parte da premissa de que e necessario ampliar osestudos para al8m das paredes das escolas considerando que a construcao doindividuo se faz tambem par meio do mundo ficcional Sendo assim e indispensavelverificar se a politica inclusiva atinge tambem a literatura con sumida tanto porcrianyas sem deficiencia quanto pelas criancas inclusas

Palavras-chave inclusao amizade identificaci1o historias em quadrinhos

11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando

na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram

as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com

deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino

Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a

buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula

Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a

respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas

e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos

ultimos anos

Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au

deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um

atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a

sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de

pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0

desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora

muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma

da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se

como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social

Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6

aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce

apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)

A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de

especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do

Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias

em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como

problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos

personagens com deficiencia na Turma da M6nica

o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica

inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de

persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de

Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou

na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das

escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do

mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge

tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas

crian9as inclusas

Os objetivos especificos visam

1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos

HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente

2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais

personagens em sua obra

3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa

forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social

Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar

esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback

com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre

a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na

sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para

fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser

humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio

Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram

levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das

historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns

exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-

los no decorrer do projeto

A metodologia foi baseada em dois pilares

1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias

inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa

identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva

vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias

2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante

da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua

obra

o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em

que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo

capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se

investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de

legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre

sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de

Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos

como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e

fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise

dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a

10

pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica

II

2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS

A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para

todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe

urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda

a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas

lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca

Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas

duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de

adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par

menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na

trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela

legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas

com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e

doenles (PROSDOCIMO 2005)

Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres

humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que

predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e

os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e

classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a

deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a

propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da

condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de

assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de

familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

11NTRODUCAoo Brasil aderiu a politica inclusiva em 1990 junto com Qutros paises quando

na Tailitndia concordou que lodos tern direito a educacao A partir dai comecaram

as reformas na politica educacional brasileira exigindo que as criancas com

deficiencia au com 5uperdotacao sejam incluidas na sal a de aula regular de ensino

Em decorrencia dessa mudanya professores e educadores foram obrigados a

buscar treinamento e informalt6es sabre como tratar as diferencas na sal a de aula

Como se trata de urna situayao muito recente 0 despreparo e 0 desconhecimento a

respeito do assunto ainda sao imensos e as faculdades em geral nao estao aplas

e nem oferecem formaCao adequada aos professores que tern S8 farmada nos

ultimos anos

Em conseqOencla desse processo estao todos multo can centrad as au

deveriam estar nas novas adaptacces pedag6gicas e arquitetonicas para um

atendimento adequado a esses alunos inclusos Embora isso seja essencial para a

sucesso da inclusao escolar e necessario considerar tambem a identlficacao de

pensamentos desejos sonhos e sentimentos como parte essencial para 0

desenvolvimento individual das criancas com deficiemcia A area ficcional colabora

muito nesse aspecto assim a inclusao de personagens com deficiencia na Turma

da Monica literatura infanto-juvenil tao can sumida par essa faixaetaria revela-se

como urn instrumento de grande valor para a inclusao nao s6 escolar mas social

Afinal wa semelhanca se situa do lado da imaginaCao au mais exatamente ela s6

aparece em virtude da imaginacao e a imaginacao em traca s6 se exerce

apoiando-se nela (FOUCAULT 1999 p 95)

A partir disso veio a motivayao para esta pesquisa de conclusao de

especializacao em lnclusao e Educacao Especial pela Universidade Tuiuti do

Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias

em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como

problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos

personagens com deficiencia na Turma da M6nica

o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica

inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de

persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de

Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou

na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das

escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do

mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge

tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas

crian9as inclusas

Os objetivos especificos visam

1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos

HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente

2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais

personagens em sua obra

3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa

forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social

Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar

esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback

com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre

a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na

sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para

fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser

humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio

Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram

levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das

historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns

exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-

los no decorrer do projeto

A metodologia foi baseada em dois pilares

1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias

inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa

identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva

vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias

2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante

da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua

obra

o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em

que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo

capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se

investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de

legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre

sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de

Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos

como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e

fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise

dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a

10

pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica

II

2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS

A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para

todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe

urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda

a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas

lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca

Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas

duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de

adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par

menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na

trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela

legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas

com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e

doenles (PROSDOCIMO 2005)

Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres

humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que

predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e

os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e

classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a

deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a

propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da

condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de

assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de

familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

Parana - UTP 0 tema e a uA inclusao de personagens com deficiencia nas historias

em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa tendo como

problematica a questao A politica inclusiva vigente influenciou na criaCao de novos

personagens com deficiencia na Turma da M6nica

o objetivo geral e averiguar por meio de analise e enlrevista se a poUlica

inclusiva atua1 interferiu na literatura infanto-juvenil resultando em inclusao de

persona gens com deficil3ncia nas historias em quadrinhos da Turma da M6nica de

Mauricio de Sousa Tendo em vista 0 novo paradigma que a inclusao escolar lancou

na area educacional e necessario ampliar os estudos para alem das paredes das

escotas considerando que a constru9ao do individuo se faz tambem por meio do

mundo ficcional Sendo assim e indispensavel verificar se a politica inclusiva atinge

tambem a literatura consumida tanto por criancas sem deficiencia quanto pelas

crian9as inclusas

Os objetivos especificos visam

1 levantar os personagens bern como as deficiencias que foram inclusos nos

HOs e a partir de quando se antes ou depois da politica inclusiva vigente

2 verificar qual foi a receptividade ou critica que 0 autor recebeu apos incluir tais

personagens em sua obra

3 analisar a participa9ao dos personagens nas historias identificando dessa

forma a visao do autor sobre a aceita9ao da diversidade no meio social

Alem de documentos internacionais e legislac6es sabre a inclusao escolar

esta pesquisa e baseada principalmente nos autores William e Susan Stainback

com 0 titulo Inclusao urn guia para educadores para fundamentacao leorica sabre

a origem a historia e as sugestoes para 0 sucesso e a eficiencia da inclusao na

sala de aula e fora dela Michel Foucault com 0 titulo As palavras e as coisas para

fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser

humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio

Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram

levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das

historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns

exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-

los no decorrer do projeto

A metodologia foi baseada em dois pilares

1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias

inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa

identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva

vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias

2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante

da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua

obra

o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em

que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo

capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se

investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de

legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre

sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de

Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos

como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e

fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise

dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a

10

pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica

II

2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS

A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para

todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe

urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda

a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas

lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca

Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas

duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de

adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par

menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na

trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela

legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas

com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e

doenles (PROSDOCIMO 2005)

Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres

humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que

predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e

os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e

classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a

deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a

propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da

condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de

assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de

familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

fundamenta~ao teorica sobre a necessidade e a importancia da identifica~aa do ser

humano para sua existencia e seu desenvolvimenta e estudiosos como Sergio

Maya para investiga~aa sabre as hist6rias em quadrinhos Alem disso fcram

levantadas informa~6es sabre Mauricio de Sousa enquanto escritor e criador das

historias em quadrinhos Turma da Monica e p~r fim foram selecionados alguns

exemplares em que os personagens com deficiencia aparecem a fim de identifica-

los no decorrer do projeto

A metodologia foi baseada em dois pilares

1 pesquisa teorica por meio de analise dos personagens com deficiencias

inclusos nas historias em quadrinhos da Turma da Monica de Mauricio de Sousa

identificando e classificando quais sao quando foram criados se a politica inclusiva

vigente interferiu na cria~ao deles e que papel exercem nas historias

2 entrevista com 0 autor para exposi~ao e analise de seu posicionamento diante

da inclusao e suas argumenta~oes para a inclusao de lais personagens em sua

obra

o estudo esla eslruturado em cinco capitulos a contar desta introdu~ao em

que se apresenta 0 tema a problematiza~ao e os objetivos da pesquisa 0 segundo

capitulo trata dos aspectos historicos legais e socia is da inclusao no qual se

investiga 0 trajeto das pessoas com deficiencia na historia humana alem de

legisla~6es e tratamento a elas dispensado pela sociedade 0 terceiro transcorre

sobre 0 impacto da fantasia na inclusao escolar e social sustentado por teorias de

Lacan Foucault Stainback Strully alem de estudiosos em historias em quadrinhos

como Sergio Moya 0 quarto traz a entrevista concedida por Mauricio de Sousa e

fragmentos de historias com os personagens com deficiencia bern como a analise

dos dados levantados Finalmente 0 quinto capitulo e a conclusao que encerra a

10

pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica

II

2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS

A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para

todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe

urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda

a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas

lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca

Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas

duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de

adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par

menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na

trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela

legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas

com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e

doenles (PROSDOCIMO 2005)

Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres

humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que

predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e

os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e

classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a

deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a

propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da

condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de

assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de

familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

10

pesquisa apresentando as consideraCaes gerais sabre a analise realizada frente afundamentacao te6rica

II

2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS

A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para

todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe

urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda

a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas

lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca

Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas

duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de

adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par

menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na

trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela

legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas

com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e

doenles (PROSDOCIMO 2005)

Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres

humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que

predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e

os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e

classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a

deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a

propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da

condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de

assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de

familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

II

2 INCLUSAO PERCEPCOES HISTORICAS LEGAlS E SOCIAlS

A poHtica inclusiva vigente propoe urn acesso a educacao mais justa para

todas as crianltas com deficiencia au superdotaltao em sala de aula regular Existe

urn desafio muito grande para a execucao eficiente dessa filosofia por parte de toda

a sociedade naD samenle da escala dos professores dos pais e dos alunos mas

lambem de todos as que convivem mesma inconscientemente com a diferenca

Quanta a educaltao inclusiva as professores e educadores ainda enfrentam muilas

duvidas e despreparo quando se deparam com urn educando que necessita de

adaptaltao pedagogica e arquitetonica para atingir a aprendizagem Nac e par

menos uma vez que a visao sabre a deficiencia ja passou par varios estagios na

trajetoria humana de abandonados na Grecia Antiga ao exterminio autorizado pela

legisla=ao do Imperio Romano as mitos preconceituosos relacionados as pessoas

com deficiencia definiram esses sujeitos a partir de suas limita=oes inuteis e

doenles (PROSDOCIMO 2005)

Enquanto a ciencia nao explicava as deficiencias que atingiam as seres

humanos eram as conceitos da religiosidade do mito e da supersticiosidade que

predominavam na sociedade Assim os equ[vocos as estigmas as discriminaltoes e

os preconceitos levavam as pessoas com deficiencia a serem tratadas e

classificadas de acordo com convic=oes equivocadas Nas culturas em que a

deficiencia era vista como maldiltBo as pessoas aleijadas eram abandonadas a

propria sorte nao havia urn comprometimento da familia com esse sujeito Assim da

condi=ao de extrema abandone essas pessoas passaram a viver de

assistencialismo Surgiram entao casas mantidas principalmente par doa90es de

familias ricas para dar abrigo as pesseas com deficiencia

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

12

No que S8 refere a educayao as primeiras instituiltoes de ensine voltadas a

educ8Clt30especial surgiram na FranC8 em 1620 Em Paris em 1770 foi criada a

primeira escola para surdos-mudos na qual (oi inventado 0 metoda dos sinais

bern como a metoda oral (MAZOTTA t996) Entre 1817 e 1850 nos Estados

Unidos e no Canada (cram criados diversos institutos com ensina para pessoas

com deficiencia (oi entaD que a sociedade come90u a se despertar para a sua

responsabilidade na educacao para esta parcela da populacao Ate 1920 nos EUA

o numero de escolas residenciais aumentou consideravelmente mas eram vistas

mais como casas de repouso e tutela do que como instituic6es de ensino

A partir do seculo XX diversos grupos passaram a S8 organizar e lutar pelos

direitos das pessoas com deficiencia Em 1940 em Nova lorque pais de criancas

com paralisia cerebral de Nova lorque fundaram a Associacao Cerebral do Estado

de Nova lorque em 1950 pais de criancas com retardo mental forma ram a

~Associacao Nacional das Criancas Retardadas Esta ultima influenciou 0 Brasil e

em 1954 foi criada a ~Associacao de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

(MAZOTT A 1996)

Finalmente em 1981 inspirada pelo lema do Ano Internacional das Pessoas

Deficientes Participacao Plena e Igualdade uuma pequena parte da sociedade ( )

comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar 0 enfoque de seus

esforCosn (SASSAKI 1997 p 113) e a partir dai a comunidade mundial foi obrigada

a rever os direitos e a inclusao desses individuos no meio social seja na familia na

escola ou no trabalho A importfmcia essencial desse tema esta em exigir que a

sociedade comece a tratar as pessoas com deficiencia com mais dignidade

reconhecendo-os como parte integrante do seu sistema desenvolvendo direitos

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

13

recursos e pesquisa voltados ao interesse dos cidadaos com necessidades

diferenciadas

Ate entao as individuos com deficiencia eram tidos como invalidos e logo

aposentados sem previsao de apoio de recuperacao treinamento ou readequaQao

enquanto profissional para outra area em que pudesse ser prod uti va 0

assistencialismo definia e limitava as pessoas com deficiencia ao trata-Ias com

piedade 0 grande preju[zo era 0 cicio vicioso em que 0 pr6prio deficiente e sua

familia entravam ao aceitar tal situacao assumindo-a como verdade absoluta au

seja uma vez invalid OS a representatividade desses sujeitos como cidadaos era tida

como nula et infelizmente essa definicao era per eles assumida Mesma sem falar

especificamente em inclusao Delval no seu livro Aprender na vida aprender na

escola consegue apresentar urn conceito apropriado de como a sociedade

funciona

Enquanto todos pensamos que nossa representa~o da realidade natural eadequada e Que nos aproximamos lentamente de uma verdade que esta aiindependente de n6s no case do conhecimento da sociedade e mais facilnos darmos conta de Que esse conhecimento e orientade par nossospreconceitos por nossos interesses por nossas distonOes particulares parnasso pr6prio ponto de vista em uma palavra par nassa posicao no mundosocial comaja havia mastrado Marx (2001 P 51)

Em conseqOencia da consdentizalttao da necessidade de se criar novas leis

assim como novas conceplttoes das pessoas com deficiencia em 1990 na Tail2mdla

mais urn importante passo foi dade quando diverses paises inclusive 0 Brasil

concordaram com a Declaralttao Mundial de Educacao para lodos Essa era a vez

de a escola regular ser colocada diante de rnudanlttas para a acolhimento de alunos

com necessidades educacienais especiais em suas salas de aula Por fim em 1994

numa conferencia com foco em qualidade e atcessodi-Ji~~a~ao de Salamanca

) - ~

~~ f~Z~J~1-J

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

14

apresentou propostas de como 0 sistema educacional devera tratar a inclusao na

eseDla regular atendendo as diferen9lt3s ao inves de nega-Ias

o documento de Salamanca veia noriear as principios da educac8o inclusiva

desde a pedagogia as a~6es governamentais des participantes da Conferencia As

diretrizes educacionais atuais par exemplo foram baseadas nas propostas dessa

conferencia vista que a concep~o adotada e a educayao centrada na criany8 nao

e 0 aluno que se arnolda au se adapta a eseela mas e ela que consciente da sua

funy8o coloca-se a disposiltao do aluno tornando-se urn espalto inclusivo

(BRASIL 1994 p 29) Sendo assim naD e a criancra com deficiencia que deve

aprender segundo metoda pedag6gico imposto pelo professor mas 0 professor

precisa se qualificar para adaptar 0 seu metodo para alender ao modo de aprender

daquela crian~a Ou seja a concep~ao pedag6gica presente aqui e a piageatiana

na qual 0 conhecimento nao se transmite constr6i-se (BECKER 1998 p 61)

partindo do processo de ensino do pr6prio aluno

Ora se 0 professor nao tern prepara~ao nem pnsectdisposi~ao para lidar com

uma crian~a diferente em sua sala de aula a possibilidade de ele conseguir

organizar seu planejamento escolar do que essa crianQa e capaz de aprender eminima ou inexistente Frente a isso 0 grande desafio esta no professor ser capaz

de assumir a 16gica do aluno (BECKER 1998) No caso de crianyas com

deficiencia tal desafio s6 se agrava por se tratar de uma realidade desconhecida por

ele pois a maior parte dos educadores nao possui a experiencia pessoal com a

deficiencia 0 que acentua 0 distanciamento existente entre 0 que se ensina e 0 que

de fato se aprende

Embora a escola nao afirme apenas a igualdade de oportunidades mas a

igualdade de talentos e potencialidades (DUBET 2003 p 29) e nela que se

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

15

encontram as grandes desigualdades constituidas tanto de crianlaquoas com deficiemcia

quanta sem Mesma com 0 acesso a escola garantido pela Constitui9ClO a lodas as

proprios processos escolares levam a exclusao ao nivelar as alunos pelo seu

desempenho Se par urn lado a nivelamento S8 apresenta como uma experiencia

positiva aos que S8 enquadram e se destacam academicamente par Qutro pode ter

urn impacto devastador aos que fiearn abaixo da media salisfatoria Estes par sua

vez assumem 0 papel de exclusos e antecipam seus destinos ao abandonar a vida

escolar (DUBET 2003)

Nas invesligacoes realizadas com diverses professores publicada no seu

livro A epistemologia do professor Becker (1998) relata 0 que eles classificam

como principal fator responsavel pelo nao aprendizado 0 proprio aluno Isto e nao e

o metodo adotado nao e 0 conteudo inapropriado para determinada turma nem a

capacidade do professor de se fazer entender a responsabilidade do fracasso

escolar petience ao alunado No caso de educandos inc1usos tal afirmacao torna-se

ainda mais seria pois 0 problema e mais do que 0 dicente e sua deficiencia

Segundo essa perspectiva a crianca surda por exemplo nao aprende porque nao

ouve a questao nao e 0 professor transformar 0 conteudo para uma linguagem

compreensivel para ela Para quem usa LIBRAS 0 portugues se apresenta como

urn segundo idioma com estruturas diferentes da lingua mae desses sujeitos

portanto a fato de a crianca nao se fazer entender pelo professor nao poderia eximi-

10de qualquer esforyo ou participayao na comunicayao entre as duas partes Porem

infelizmente a maioria relaciona as dificuldades de aprendizagem a falta de

linguagem do aluno surdo (GUARINEllO BERBERIAN SANTANA MASSI

PAULO 2006 p 317)

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

16

A principal dificuldade da eseela em se adaptar a proposta inclusiva e aconcep~ao construtivista na qual 0 aluno tambern e sujeito na formacao do seu

saber e fundada no fato de que a formacao do professor se deu e ainda 5e dcl de

maneira autoritaria Em sua formacao profissional ele aprende a se enxergar nao

samente como diferente mas como superior ao aluno Desse modo ao educando

naO cabe a raciocfnio a reflexao e sim a memoriza9ao e a reprodultao do

conhecimento transmitido dentro de urna formula de ensina que segundo sua

formay8o nao precisa 5er alterada Reformular esse processo assumir mudanras

dentro de urna instituicao ja tida pela maiaria como falida no caso a educar8Io

brasileira nac faz parte do compromisso assumido pelo professor ja viciado na

concep~ao empirista de ensino embora desde 1994 a Portaria nO 179394

recomende a inclusao de disci pi ina voltada para as pessoas com necessidades

especiais em todos as cursos de licenciatura inclusive no de psicologia

Para transformar essa realidade e para as crian~as com necessidades

educacionais especiais atingirem a aprendizagem as escolas precisam se

reestruturar e adotar instru~6es ferramentas tecnicas e equipamentos especificos

para alunos e professores

~As pessoas com defici~ncia necessilam de inslrUOes de inslrumenlos deteenicas e de equipamenlo especializados Todo esle apoio para alunos eprofessores deve ser integrado - e associado - a uma reeslrulurayao dasescolas e das classes Os apoios devem ser centrais e nao perifericos aeducacao regular Dessa maneira as beneflcios do ensino inclusivo podemalingir lodos as alunos professores e a sociedade em gerar (STAINBACKamp STAINBACK 1999 p 30)

E importante a sociedade perceber que ao excluir as pessoas com

deficiencia ela infringe a pr6pria Constitui~ao da Republica conforme consta no

Artigo 205 Secao I Capitulo III ga educacao direilo de lodos e dever do Estado e

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

17

da familia sera promovida e incentivada com a colaboracao da sociedade visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa seu prepare para 0 exercicio da cidadania e

sua qualifica~o para 0 trabalho Sendo urn direilo a ser assegurado a todos as

brasileiros as pessoas com deficiencia tambem podem exigi-Io e sendo tambem

responsabilidade da sociedade e da familia cabe a eles assegurar que tal direito

seja cumprido Alem do mais 0 Decreto nO 39562001 condena a discriminacao de

pessoas com deficiemcia definindo como tal

-toda diferencia~o exclusao au restricao baseada em defici~nciaantecedenle de defici~ncia conseqOencia de deficiencia anterior aupercepcao de deficiencia presenle ou passada que tenha 0 efeito OUprop6sito de impedir ou anular 0 reconhecimento gaza au exercicio parparte das pessoas portadoras de defici~ncia de seus direitos humanos esuas liberdades fundamentais~

As leis criadas para beneficiar as pessoas com deficiencia devem ser

cumpridas pois pretendem reconhecer todos os individuos pertencentes a sua

sociedade como cidadaos Oessa forma a escola nao deve se preocupar apenas

com as dificuldades que tera ao acolher todas as diferen9as nem com quantas

adapta96es pedag6gicas e arquitet6nicas serao necessarias para atender a toda

diversidade demandada mas tambem as institui90es educacionais devem se

preocupar com a forma9ao de cidadaos merecedores de respeito e de repert6rio

pessoal que VaG alem do academico A aquisicao de conteudo e muito importante na

escola entre tanto e necessario nao limitar a comprometimento educacional somente

a aprendizagem academica pois a inclusao ultrapassa as paredes da sala de aula e

a rela~o entre aluno e professor Nao se trata apenas de urn problema de

conhecimentos escolares mas 0 importante ever como urn individuo torna~se adulto

dentro de uma sociedade determinada e adquire a ideologia dessa sociedade ah3m

de como entende as institui90es socials as regras de funcionamento social etc

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

18

(DELVAL 2001 p 51) Vista isso as alunos com necessidades educacionais

especiais precisam tambem perceber a inclusao dentro do seu grupo de colegas

urna vez que 0 convivio e a participacao social contribuem para a construcao do

individuo e a meio escolar proporciona tal experiencia Ainda segundo Delval (2001)

a funcao da eseela vai alem do ensina de cianci a e da ocupacao do tempo das

criancas mas somado a isso transmite valores e pre para seus alunos para a

mercado profissional e para a convivio social

A eseela e urn lugar de descoberta cnde 0 ser humane aprende a conviver

sob regras da sociedade que naD sejam exatamente como as de sua familia ja que

as pessoas que the cercam no ambito escolar muitas vezes apresentam habitos

culturas e origens distintas E essas informa~Oes enriquecem 0 desenvolvimento do

aluno visto que nas diferencas ele e capaz de encontrar semelhanyas conforme

Stainback amp Stainback (1999) escrevem em Inclusao um guia para educadores

Entre os beneficios que os alunos das escolas inclusivas desde a educa~ao infantil

ate 0 ensino medio comumente relatam estao a descoberta de pontos em comum

com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente (p

53)

o fato e que 0 grande avanco da educacao inclusiva esta em compreender 0

papel da escola nao apenas como um centro de aquisicao de canteudo academico

mas como agente transformador desses individuos em adultos capazes de absarver

canceitos e entender a funcionamento social e as regras da sociedade em que

vivem (OELVAL 2001) Oessa maneira al9m de independencia e realiza9aO

pessoal as pessoas com deficiencia terao oportunidade de construir

relacionamentos visto que terao mais cantata com 0 mundo seja p~r meio do

trabalho seja pelo contato social Nesse senti do terao a chance de desenvolver

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

19

amizades tao necessarias para a sobrevivencia humana De acordo com Strully amp

Strully (1999) criar amizades para urna pessea rotulada tern pelo menes as

mesmas beneffcios para 0 individuo nao-rotulado (p182) urna vez que a amizade

traz beneficia indispensavel tanto para urn quanta para outro E par isso que as

autores defendem a estirnulacao de amizades na escola citando a politica de

inclusao do Canselha de Educacao do Novo Mexico 0 qual afirma que a amizade

tambem faz parte do objetivQ educacional formulado par todas as criancas

Essa relacao proxima e intima que as pessoas de forma tao inconsciente

buscam e a qual se chama amizade tern urn papel fundamental no sucesso da

inclusao social de urn modo geral pois abrange a escola 0 trabalho todo a

cotidiano que faz parte da vida de alguem Mesmo que a amizade nao seja tao

mencionada como urn metoda eficaz para a sucesso da inclusao ela se faz

indispensavel para 0 desenvolvimento human~ ~ natural ter amigos as pessoas

precisam umas das outras usao nossas amizades que nos permitem ser membros

ativos e protegidos da comunidade As amizades ajudam a garantir que fazer parte

da comunidade - em vez de apenas estar na comunidade - e urna realidade para

todos (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 183)

Se para as pessoas sem defici~ncia cultivar uma arnizade pode ser tido

como alga cornplexo para alguem ja rotulado cercado de preconceitos e lirnita(foes

construir urna relacao que nao seja baseada no assistencialismo na piedade na

ma-fe pode parecer alga inatingivel Felizmente na inffmcia lange dos adultos as

criancas parecem apresentar um potencial maior para atingir uma relacao mais

proxima do respeito do carinho despretensioso e do simples gostar Diante disso

explorar a construcao de arnizades na escola entre as alunos com e sem

deficiemcia dentro e fora da sala de aula tarnbem faz parte da funcao escolar do

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

20

novo othar que 0 educador precisa ter frente a politica inclusiva 0 educador precisa

estar ciente de que use nassas escalas e comunidades nao puderem reeeber e

abra~r a diversidade e apoiar as amizades entre seus membros naD havera

inser9ao (STAINBACK amp STAINBACK 1999 p 170)

Proporcionar encontro entre as criancas estimulando as relacionamentos ede responsabilidade tambem dos adultos Essa interferencia ja aconleee quando as

professores prop5em atividades com finalidade de socializa980 entretanto nem

lodos estao preparados para estimular essa aprOXimaf80 entre crianltas com e sem

deficiemcia principal mente porque as proprios professores ainda passam pelo

processo de aceitalt8o da diferenlta na sua sala de aula

Tal processo de adaptacao aceitacao e compreensao da deficiemcia nao

envolve somente 0 sujeito que tern a deficiemcia e sua familia mas toda a

sociedade rnesmo aqueles que terao pouco contato com ele Dificilrnente alguem

que participou de uma escola inclusiva tera os mesmos preconceitos que uma

pessoa que nunca teve contata com colegas deficientes a comecar pelo

estranhamento que e quebrado Isto 13mesmo que uma crianca nao seja deficiente

o contato com uma que seja fara del a urn adulta diferente par exemplo 0 professor

que ja teve urn aluno cego agira com mais naturalidade se tiver urn calega surdo

uma vez que a primeira barreira foi dissipada A maneira de termos sido criancas

filhos e alunos influencia 0 jeito de sermos pais e professores e essa maneira par

sua vez influencia 0 jeito das nassas criancas mhos e alunos (SEESP projeto

escola VIVA 2 2005 p 6)

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

21

30 IMPACTO DA FANTASIA NA INCLUSAO ESCOLAR E SOCIAL

Muitas pessoas se perguntam 0 porque da inclusao social e escolar serem

defendidas de forma lao exaustiva como a grande oportunidade de desenvolvimento

das pessoas com deficiencia Born 0 cantato com as diferen9as traz naturalidade as

relayoes humanas 0 que paradoxalmente permite evidenciar as semelhancas

existentes entre as pessoas e iS50 e importante parque desde que nasee a ser

humano procura S8 identificar com 0 outro Par exemplo e evidente a confusao de

urna menina ao perceber diferencas entre seu corpo e 0 de um menino entretanto

ela tende a habituar-se a essa nova informactBO ao S8 reconhecer em Qulras

meninas pois ela naD e a (mica Ela esla experimentando 0 que Lacan (1998)

chama de imagem no espelhon essa experiencia vai gerar nela uma identifiea9ao

com 0 que ve sao as citadas semelhanyas Assim 0 ser humano eresee buseando

interesses afinidades e representay6es do que deseja do que Ihe da prazer ate

mesmo do que quer ser ou ter em resumo 0 ser humano proeura-se no outro dai a

importaneia de ter amizade e de eultiva-Ia

Nessa busea urn refugio utilizado e a imaginayao pois ela da vazao as

duvidas aos medos Na segurantta da propria imaginattao toda pessoa e feliz Para

tanto existe a fiecao por meio dela 0 lei tor tenta se eneonlrar pereebendo na

representa(fao elementos da sua realidade do seu mundo e a artieula(fao desse

imaginario com 0 simb61ieo vai abrir urn campo de possibilidades de investimentos

na realidade (PIQUET 2000) Se a ficltao tem um papel tao importante para a

sujeito e natural que as pessoas com defieiencia de urna maneira geral

apresentem a mesma neeessidade Oesse modo ao deparar-se com Urn mundo de

fantasia no qual nao existem preeoneeitos a serem superados pelo eontrario um

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

22

dela autoconfian~ esperanyenCI e alegria que 56 VaG contribuir para seu

desenvolvimento como urn futuro adulto mais segura e independente

Urn alimento indispensavel para a fantasia infantil e a literatura infanto-juvenil

como afirma Abrahao (1977 p 141) urn dos recursos mais poderosos para ativ8r

o desenvolvimento psicol6gico da crianca S8 encontra par certa nos contos e

historietas capazes de seduzir profundamente a imaginacao infanlil Muito antes da

imprensa a humanidade ja se envolvia pelas historias contadas pelos adultos

fassem pais avos tios estranhos E toi par meio da oraliz8((80 que muitas lendas e

mitos sobreviveram ao tempo gra98s aos contadores e aos Quvintes tao atentos a

sucessao de aventuras e desventuras de personagens ficticios que povoam a

imaginaltao de quem permitia se envolver pela ficltao

Sem duvida a espectador mais envolvida pela ficltaa e a crianlta que

apresenta naturalidade para manipular a fantasia assim como a adulto tern para

com a realidade Enquanto a adulto exerce a inteligencia e a percepltao do que

desconhece para lidar com seu mundo real a crianlta a faz com a mundo fantastico

pais 8 preciso que haja nas coisas representadas a murmurio insistente da

sernelhanlta 8 preeiso que haja na representaltaa a recondito sernpre passive I da

imaginaltao (FOUCAULT 1999 p 95) Isto e por mais que a crianlta trale a

realidade de sua fantasia de forma impassivel para a adulto ela eonstr6i tal

representaltao com elementos que ja conhece E cornurn urna rnenina de posse de

urna boneca simular um cotidiano com casa familia marido filhos ao mesmo

passo que a menino sem saber dirigir aplica regras de transito ao brinear com

carrinhos a que nao signifiea que estejam de acordo com a mundo real do adulto

Enfim a intancia 8 ~de fato a (nica fase da vida em que a homem 8

verdadeiramente a dono da realidade que ele cria constr6i e deslr6 a sua

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

23

vontade (ABRAHAo 1977 p 159) par isso se faz tao necessario para 0

desenvolvimento saudavel do individuo

Pade parecer superfluo mas para quem enfrenta barreiras arquitet6nicas e

sociais diariamente as beneficios da fantasia e da imaginayao podem ser

profundos Se 0 ser humane precisa de uma imagem no espelho como Lacan

caloca para a construcao do seu eu a imaginavao pode ter a funcao desse espelho

sendo assim a semelhanca pode vir da imaginacao 0 que remete a teoria de

Foucault (1999) quando afirma que sem imaginaltao nao haveria semelhanca entre

as coisas (p 95)

Assim como a literatura infanto-juvenil as hist6rias em quadrinhos tambem

desempenham influencia no desenvolvimento das criancas send a que elas

despertam predileCao par esse tipo de leitura De super-her6is a personagens

puramente infantis as HQs como sao popularmente chamadas seduzem e

satisfazem a necessidade do fantastico que a ser humano tern nos primeiros anos

da sua formaCao Muitos adultos mantem a habito e a interesse pelas HOs ao longo

de sua vida pais 0 leitor ao comecar a ler a hist6ria em quadrinhos sabe

positivamente que a que esta lendo nao e real mas se a argumento esta escrito de

forma a convencer logo esquecera que esta lendo apenas uma ficCao e vivera a

hist6ria (LlP8ZYK 1977 p 254) Ou seja considerando a maturidade do leitor ele

tera consciemcia de que a Super-Homem nao existe mas se envolvera na trama que

se segue a que cativara sua imaginaCao au simplesmente Ihe dara a prazer da

experiencia da fantasia as historias em quadrinhos foram e sao ainda importante

ferramenta na construcc3o do imaginario coletivo dos povos ocidentais e orienta is

(PATATI BRAGA 2006 p12)

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

24

Ao explorar a fantasia a verossimel as Has principalmente as de super-

herois apresentam enredos e personagens que aparentemente mediocres e

excluidos pela sociedade possuem urn poder incomum digno de segredo Eles

vivem a gloria e 0 fracasso ao mesma tempo esse sentimento e muito recorrente

durante 0 periodo escolar quando uma crianca se sente excluida de urn

determinado grupo quando ela 5e sente diferente Porem no que se refere it

literatura as Has em algum momento das suas tramas passaram de algum modo

a dialogar abertamente com as diferen9as PATATI BRAGA 2006 p 37) a que

leva urn leitor com situacao semelhante a se identificar com 0 que esta lendo seja

com as angustias com as alegrias vit6rias e derrotas dos personagens Muita

gente consumia e ainda consome historias em quadrinhos no Brasil do primeiro gibi

infantil de Ziraldo a Perere lanyado nos anos 60 ate a Turma da Monica de

Mauricio de Sousa lanyado na mesma apoca mas popularizado nos anos 70 De

uma forma geral as historias em quadrinhos literatura simples e barata sao

consumidas em grandes quantidades influenciam a lingua a cultura e as costumes

de seus diversos leitores moldando seus gostos e suas inclinayoes (MOYA 1977)

Enfim e um instrumento de leitura de fantasia e de imaginayao que tem um papel

importante na formay80 e no desenvolvimento da crianya

Segundo Abrahao

a imaginayao criadora e uma das atividades mais nobres e mais fecundasda mente humana e ela se desenvolve e se educa atraves da fantasia dacrian9a que deve pois ser preservada e estimulada de modo adequado ea seu devido tempo como elemento formativo da futura mentalidade doadulto (1977 p 160)

Nesse sentido ao inciuir personagens com deficiencia nas historias em

quadrinhos da Turma da Monica Mauricio de Sousa contribui para a

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

25

desenvolvimento pessoal das crian~as com e sem deficiencia permitindo que etas

sejam capazes de S9 enxergar interagindo num mundo comum no qual suas

diferencas sao respeitadas bern como suas individuaJidades e seus talentos

31 0 MUNDO INCLUSIVO DA TURMA DA MllNICA

A Turma da Monica tern como cenario urn bairro de Sao Paulo chamado

Limoeiro caracterizado par elementos comuns de criancas que moram em casas

brincam em grupo na rua no campinho e estudam na mesma escola Os principais

personagens sao Monica Cebolinha Cascao e Magali porem existem diversos

personagens secundarios que participam das historias da Turma da Monica

Inspirados em pessoas na vida real do autor a Turma da Monica apresenta crianC8s

com caracteristicas que sao facilmente alvo de piadas entre os colegas nao se trata

de personagens perieitos mas sim proximos da realidade social humana Enfim

sao criancas que povoam 0 cotidiano da sociedade com a diferenca de que la na

ficCao um problema de fala ou de visao nao e tratado como assunto principal das

historias ou dos comportamentos das criancas-personagens pelo contra rio 103 todas

brincam juntas num mundo idealizado pela politica inclusiva social e escolar Por

esse motiv~ identificar e analisar os personagens com deficiencia na Turma da

Monica considerando a necessidade humana de identificaC30 e a atual polltica e

discurso inclusivos bem como levantar os motivos que levaram Mauricio de Sousa a

cria-Ios sao 0 foco desta pesquisa

Os personagens com deficiencia na Turma da Monica serao citados e

classificados de acordo com 0 que consta no site do MEG a comecar pelo mais

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

26

velho 0 Cebolinha (figura 1) Criado em 1960 ele e 0 principal inimigo da Monica

seu objetivo e tornar-S8 0 dono da rU8 Cebolinha 56 tern cinco fios de cabelo e sofre

de dislalia tadas as seus dialagas tem a R tracada pela L Sua criaaa fai baseada

nurn conhecido de Mauricio de Sousa na sua infancia em Magi das Cruzes interior

de Sao Paulo

Figura 1

Na mesma decada tambem fai criado Humberta (figura 2) um garata surda

que nas historias recentes tern apresentado a turma a linguagem de sinais

LIBRAS ensinando as criang8s como S8 comunicar com 81e

Figura 2

IAs iluslralt6es ulilizadas como exemplos nesta pesquisa possuem direitos autorais de Mauricio deSousa Produltoes (Copyright Mauricio de Sousa Prodult6es) Nao sera permitida qualquer reprodult8ofora do contexte inserido

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

27

Esses dois personagens fcram crjados muito antes da discussao sabre

inclusao social de pessoas com deficiemci8 Nesse caso pode-s8 considerar

Mauricio de Sousa como percursor na inclusao social de criany8s com deficiencia na

literatura infanto-juvenil

Muitas decadas depois ja em plena discussao das politicas inclusivas leis

criadas congressos e diversos paises comprometidos com 0 respeito pela

diversidade a Turma da Monica ganhou novos personagens diferentes Em 2004

urn menino cadeirante entrou para 0 grupo Luca (figura 3) brinca com as Qutras

crianyas joga basquete e tambem nada Por ser mUlto bonito provoca suspiros nas

meninas do bairro

No mesmo ana foi a vez de Dorinha (figura 4) S8 juntar a turma inspirada

em Dorina Nowill Cega ela conta com a ajuda e seu cao-guia 0 Radar Mas seus

amigos a ajudam quando precisa E em contrapartida ela os ens ina como lidar com

uma pessoa cega como ajuda-Ia a atravessar a rua e suas percep90es do mundo

Da mesma forma que Lucas Dorinha participa das brincadeiras com as outras

crianyas

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

28

Figura 4

Alem deles em 2006 surgiu 0 Andre personagem autista que tern

participado da campanha do AMA Associagao de Amigos do Autista na televisao

Obviamente existem varios outros que estudados com 0 olhar da

diversidade possuem uma maneira diferente de comportamento ou uma

caracteristica ([sica especial 0 Louco (figura 5) par exemplo mora em urn hospicio

perto da casa do Cebolinha 0 Cascao (figura 6) nao toma banho tern fobia a agua

Chico Bento (figura 7) tern variagao linguistica do interior 0 dialeto caipira Magali

(figura 8) tern compulsao por comida Franjinha (figura 9) e uma crianga interessada

par cieuroncias muito mais do que a media S8m falar na Monica (figura 10) que e

gorda e dentuY8 Os personagens de Mauricio de Sousa nao 58 caracterizam pela

perfeiyao Inspirados em pessoas da realidade eles retratam a sociedade com 0

olhar infantil e puro da crian98 que naD recebeu dos personagens adultos a

transferencia de seus preconceitos

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

Figura 5

Figura 6

Figura 7

29

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

30

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

31

Figura 10

Quando uma crianlta Ie a Turma da Monica ela S8 depara com uma fantasia

com muitos elementos de sua realidade Assim quando encontra uma crianC8

cadeirante cega ou surda na sua escata ja tera dentro dela uma naturalidade no

convivio Da mesma forma e provavelmente rna is importante tambem as crianC8s

com deficiemcia ao S8 reconhecerem nos personagens ali existentes despertarao

para uma identific8C80 dentro do mundo fietfcia Encontrarao naquele mundo

idealizado de inclusao a espelho a reflexo citado par Lacan E assim a

representaC80 daquela fantasia podera ser duplicada limitada guarnecida

mistificada talv8Z regida em todo 0 casa do exterior pelo enorme impulso de uma

liberdade ou de urn deseja au de uma vontade que se apresentarao como a

reverso melafisico da conseieneia (FOUCAULT 1999 p 289) 1510 e as erianas

com deficiencia se sentirao parte do mundo ou pelo menos serao conscientes que

possuem direito de participar da sociedade de estudar de trabalhar de formar

familia e tambem de fantasiar de se imaginar como sao de buscar seus reflexos

suas identificacoes e semelhancas com seus pares e com seus impares

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

32

4 A INCLUsAo SOCIAL DO MAURICIO DE SOUSA

A presente pesquisa foi realizada primeiramente par meio de uma entrevisla

com Mauricio Sousa autor da Turma da Monica principal objeto de analise Essa

entrevisla foi concedida via e-mail intermediada par seu assessor de imprensa

Sidney Gusman e respond ida no dia 16 de julho de 2007 Foram estruturadas nove

questoes abertas que versavam sobre a criafao e a inclusaa de personagens com

deficiencia nas hist6rias em quadrinhos da Turma da Monica As perguntas fcram

criadas de acordo com as primeiras percepcoes sabre a existencia e 0 envolvimento

dos personagens com deficiencia nas Has da Turma da Monica segundo a

literatura estudada para a fundamentalfao le6rica da pesquisa 0 objetivQ e ter a

posl~o do autor e comparar ate que ponto a politlca inclusiva interferiu eou ainda

interfere na iniciativa de Mauricio de Sousa quanto aos seus personagens inclusos e

a sua obra ficcional Seguem abaixo as justificativas das perguntas e as analises das

respostas da entrevista com Mauricio de Sousa

A primeira pergunta pretende descobrir como 0 autar enxerga 0 problema da

naturalidade da inclusao visto que como dito no primeiro capitulo ainda existe urn

profundo desafio para a eficieuromcia da filosofia inclusiva no cotldiano social e mais

do que isso faz-se necessario esfono conjunto de toda a sociedade pais

professores colegas amigos e as proprias pessoas com deficieuromcia

PERGUNTA 1

As HQs de aventura tern urn envolYimento muito forte com super-her6is Ao

inves de criar personagens com superpoderes voce acrescentou a sua turma

criancas com defich~ncia que no mundo real enfrentam muitas dificuldades

devido as suas diferencas 0 que levou voce a criar tais personagens

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

33

RESPOSTA 1

A Turma da Monica sempre mastrou a vida como ela e entre a criancada E no dia-

a-dia de quaquer crianqa existem crianqas com deficiencias Por isso estudamos

basiante para que nao houvesse quaquer tipo de preconceito e para que

pudessemos passar para nossos leifores que essas crianqas sao antes de quaquer

ceisa crianqas E foi urn born exercicio de inclusao nas nossas historias que

chegam a milhoes de crianqas

ANALISE DA RESPOSTA 1

Percebe-se pela resposta do autor que na sua visao pessoal as diferen9Bs

estao presentes no cotidiano das crian98s e que ele tenta transportar a relayclo

saudavel existente nessa convivencia para sua literatura Alem disso mostrou-se

comprometido ao busear informa90es para um tratamento correto dos persona gens

com deficiencia alem de apresenta-Ios em primeiro lugar como seres humanos

Frente a luta das pessoas com deficiencia na exigencia de criacao e

cumprimento de leis que as firmam como cidadaos diante da Constituiyao da

Republica visando seu dire ito a educayao ao seu exercicio de tal cidadania bem

como seu desenvolvimento e sua contribuiltBO e participaltBO da sociedade enquanto

brasileiros alem do direito de exigir a exterminio da discriminacao que leva aexclusao das pessoas com deficiencia do meio comum e publico social a segunda

pergunta busca identificar se tais discuss6es contribuiram para que Mauricio de

Sousa criasse novas personagens com deficiencia na Turma da Monica

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

34

PERGUNTA2

As pessoas com deficiencia tern lutado por direitos por respeito a diversidade

e por uma sociedade mais inclusa 0 que se refletiu naturalmente na

educaCao e em 1991 diversos paises aderiram a EDUCA9AO PARA TODQS

Toda essa discus sao sabre inclusao das pessoas com deficiencia e com

superdotacao au seja pessoas diferentes interferiu na criacao da Dorinha e

do Luca De que forma

RESPOSTA 2

Essa ideia de criamas com deficiencias que S8 superam sempre e urna clima

referencia para ser passada aDs leitores E agora mais do que nunea com a

inclusao sendo parte dos sistemas de ensino Sempre denlro do nosso estilo e

proposta com historias alegres divertidas com algumas mensagens evaores

positivos nas entrelinhas

ANALISE DA RESPOSTA 2

Mauricio de Sousa admite inspirar-se e acreditar no poder do exemplo da

referemcia que as crianyas com deficiencia ou superdotadas tern diante da

sociedade 0 fato de a escola ter se tornado um lugar de compartilhamento de

experiencias tambern contribui para uma convivencia social entre todas as crianyas

Apresentar as relaltoes entre elas nas historias em quadrinhos da Turma da Monica

de uma maneira alegre e divertida parece urn meio que 0 autor encontrou para

contribuir com 0 processo inclusivo

Assim como e indispensavel aos alunos com necessidades educacionais

especiais se senti rem parte do seu grupo para perceberem a inclusao como

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

35

realidade a terceira pergunta investiga a existencia de interferencia externa a fic~o

au seja S9 experiencias com pessoas com deficiencia levaram 0 autor a criar as

personagens Humberto Luca e Dorinha

PERGUNTA 3

A Monica e a Magali foram criadas insplradas na suas filhas a Cebolinha foi

nurn menino da sua rua em Magi das Cruzes E as personagens Luca Dorinha

e Humberto tambem foram inspirados em pessoas reais

RESPOSTA 3

A Dorinha foi na Dofina Nowill que perdeu a visao quando crianqa enfrentau a

problema e e hoje um exemplo de (orqa de vontade e simpatia 0 Luea foi criado

inspirado em vadas pessoas com quem conversei Alias lodos as cadeirantes que

conversaram comigo me passaram uma imagem alto astral Fiquei admifado e

passei isso para 0 personagem E depois de um encontro com 0 Herbert Vianna do

Paraamas do Sucesso essa ideia ganhou forqa e acabou me levando a acelerar a

criaqao desse persona gem

o Humberto (oi criado a pela decada de 60 ja pensando nas milhares de crianqas

mudas que exisiem e que mesmo assim sem poder falar sao aiivas normais

saudaveis que vivem e brincam como quaquer crianqa

ANALISE DA RESPOSTA 3

Mauricio de Sousa assume a inspirayao em pessoas reais para criar seus

personagens ficticios 0 que revela a importancia e a contribuicao da convivencia

com a diversidade para a construcao de cidadaos mais conscientes e receptivos

com as diferencas presentes no meio social comum Aprender a ver as pessoas com

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

36

deficiencia de forma positiva alegre livrando-se dos preconceitos de caridade e

piedade faz parte do discurso inclusivo

Para transformar a realidade atual em um universD mais justa no que S9

refere a inclusao das pessoas com deficiencia e necessaria um movimento conjunto

de reestrutura9ao social que adDte instrumentos ferramentas tecnicas e

equipamentos especificos para alunos e cidadaos com necessidades diferenciadas

Para isso existem tanto profissionais capacitados a assisti-Ios quanta para dar

assistencia aos que as cercam Sendo assim ao incluir personagens com

deficiencia na Turma da Monica a qU9stao 4 aborda 0 acompanhamento

especializado no comportamento e necessidades dos personagens inclusos

PERGUNTA4

No episodio Aprendendo a falar com as maos 0 Humberto ensina a

alfabeto de Libras para a TUrma da Monica Em outro Querendo ajudar

Dorinha ensina 0 Cebolinha a conduzirajudar uma pessoa cega Voce e sua

equipe contam (au contaram) com algum tipo de apoio profissional

especializado para 0 desenvolvimento desses personagens

RESPOSTA 4

Temas um cuidada extremo ao retratar esse tipo de situacoes Pesquisamos muito

para nao cometer erras E isso inclui conversar com pessoas com deficiencias

Contamos tambem com a ajuda de prafissionais da area que tem longo tempo de

experiencia no uso de Libras Nesse sentido 0 trabalho que a Instituto Mauricio de

Sousa que erie ha alguns anos com 0 objetivo de desenvolver pragramas e

campanhas nas areas de educacao sal1de e meio ambiente ajuda demais

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

37

ANALISE DA RESPOSTA 4

o fata de contar com profissionais capacitados e tambem com relatos

pessoais revela a preocupalaquo80 da equipe da Turma da Monica com 0

comprometimento e a responsabilidade com as detalhes as necessidades e 0

comportamento dos persona gens

Considerando as conceitos de amizade de Strully amp Strully (1999) a quinta

questao permeia a visao pessoal de Mauricio de Sousa quanta a importancia de S8

ter e como S8 ter amigos na infEmcia vista que 0 autor coloca em pratica nas suas

historias a beneficia da amizade para as partes envolvidas

PERGUNTA 5

No livro Inclusao urn Quia para educadores um dos capitulos defende muito

a importancia da amizade as amizades tern mao dupla em um

relacionamento ambas as partes devem dar e receber (p 176) E perceptivel

essa troca entre os personagens da Turma da Monica independente se

possuem ou nao alguma deficiencia como se a amizade pudesse superar as

diferencas Isso e reflexo da sua filosofia E de que forma voce acredita que

isso pode ajudar na construcao de amizades entre as criancas considerando

que hoje devido a politica inclusiva elas dividem as mesmas salas de aula

regulares

RESPOSTA 5

Crianqa nao tern preconceito Ela aceita 0 novo 0 diferente como algo natural E

nao poderia ser di(erente com a Turma da Monica onde todos sao crianqas A

amizade e (ruto tambem dessa ausencia de preconceito E e claro ajuda sim a

superar muitos problemas

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

38

ANALISE DA RES POSTA 5

o autor percebe a crianca com pureza ao afirmar que ela naD tern

preconceito defendendo a naturalidade no comportamento infantil e reconhecendo

as beneffcios da amizade na construcao do ser humano

Esta pesquisa trata no segundo capitulo da necessidade humana de

identificacc3o considerando a importancia da fiectao para a desenvolvimento pessoal

das crianyas com deficiencia ao terem as personagens da Turma da Monica como

reflexo do seu EU Oiante disSQ surgiu a seguinte pergunta com 0 objetivo de

investigar 0 envolvimento entre autor e leitores

PERGUNTA 6

Foucault ja dizia que sem a imaginaciio naD haveria semelhanca entre as

eaisas Sendo asslm pareee de extrema importancia para urna crianca haver

identifica~aa tambem na literatura ficcianal Seus personagens proporcionam

isso as crian~as com deficiencia auditiva visual e matora Voce recebe ou ja

recebeu algum tipo de retorno desses leitores que Ihe fizeram acreditar estar

contribuindo para 0 desenvalvimento de futuros adultos mais seguros e

independentes

RESPOSTA 6

Com certeza E 0 retorno tem sido maravilhoso No Parque da Monica ja ha os

bonecos deles e voce precisa ver como a criamada gosta dos dois Perguntam pro

Luca como e se locomover na cadeira de rodas ou como a Dorinha enxerga 0

mundo

o retorno e percebido no nosso dia-a-dia pelas cartas e-mails telefonemas E ate

no uso que algumas editoras fazem de nossas hist6rias incluindo esses

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

39

dos aunos

persona gens em seus livros didalicos Sinal de que hfJ grande aceitaqao por parte

ANALISE DA RESPOSTA 6

o autor compartilha a experiencia positiva queltern vivenciado com as leitores

diante da inclusao de Luca e Dorinha nas historras da Turma da Monica Os

personagens inclusive participam tambem de Qutros projetos fora das Has e

contribuem para esclarecer duvidas das crianyas qulnto as suas deficiencias Outre

didaticos e na boa aceita9ao dos alunos

grande indice de influencia positiva dos personagens e a inclusao das tiras nos livros

Para a eficieuromcia da inclusao para que ela de fata S6 concretize existem

diversas adaptac6es arquitetOnicas entre outras I a serem providenciadas para

assegurar a acesso a edUC8980 ao trabalho ao lazer de todas as pessoas com

deficiencias que fazem parte da sociedade brasileirJ Infelizmente a realidade atual

ainda e muito precaria poucas pessoas tanto defibientes quanto nao deficientes

conhecem LIBRAS (lingua gem de sinais) braile ou loutras formas de comunicacao

diferentes do emprego oral eou escrito da lingua portuguesa Sendo assim as

Iperguntas 7 e 8 investigam a disponibilidade das historias em quadrinhos da Monica

para os leitores cegos bem como a previsao del futuras obras que trag am os

personagens com deficiencia como protagonistas

PERGUNTA 7

Uma das dificuldades de crianltas cegas e a falta de acesso a leitura devido aprecaria adaptacao os tilulos disponiveis sao I minimos ou quase nenhum

Quanto a Turma da Monica existiam episodios adaptados para 0 braile numa

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

40

parceria da Editora Globa com 0 Instituto Darina Nowill Essa parceria

permaneceu com a troca de editora para a Panini Existe uma distribuitao

mais ampla desses gibis em que a comunidade pudesse ter acesso a eles

RESPOSTA 7

Esse projeto (oi reaizado com a Globa Com a mudanga para a Panini estamos

estudando contratualmente como dar continuidade a ele

PERGUNTA 8

A Dorinha e 0 Luea estao muito presentes nos gibis da Turma da Monica e

tambem participaram do ultimo filme2 lanlado neste ana Voce possui

projetos futuros para a criaao de gibis deles assim como existe da Monica

da Magali do Cebolinha ou mesma de novos personagens

RESPOSTA 8

Ainda e ceda para que ees ganhem gibis proprios mas eles continuarao sendo

cada vez mais presentes nas hist6rias porque sao personagens fortes mareantes e

queridos pelos leitores

ANALISE DAS RESPOSTAS 7 E 8

Infelizmente as adaptac6es dos gibis da Turma da Monica nao estao

disponiveis para 0 acesso as crianctas com deficiemcia visual au autras

necessidades especiais Mas par outro lado a autor pretende assegurar

participact6es mais freqOentes dos personagens com deficiencia nas hist6rias

futuras

o personagem com deficiencia mais antigo da Turma da Monica e a

Humberto entretanto durante todos esses anas nao ficava claro para a publico S8

2Turrna da Monica em Urna avenluro no tempo direrao de Mauricio dc Sousa (Disney Orosi] 2007)

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

41

ele e surdo au se passui algum Dutro tipo de problema Alem disSQ Luca e Dorinha

tern recebido da midia uma aten9ao muito maior do que 0 Humberto possivelmente

por serem mais novos e por terem sido criados ap6s a discussao sobre a inclusao

social 0 objetivo da ultima pergunta ao Mauricio de Sousa foi exatamente sondar 0

que 0 autor tern para declarar a respeito desse assunto

PERGUNTA 9

Os diversos textes pesquisados entrevistas criticas entre Qutros referem-se

muito a Dorinha e ao Luca como crian~as com deficiencia 0 Humberto

raramente e citado mesma sendo mudo Em sua opiniao por que oeorre esse

fato E afinal Humberto apenas nao fala au tambem e surdo Qual a

dificuldade dele

RESPOSTA 9

o Humberto e urn surdo que nao aprendeu a falar Ha tempos ele interage com a

Turminha mas por falta de conhecimento do mundo dos surdos - lacuna que

pretendemos corrigir - ele ainda aparece pouco Isso tambem esta sendo estudado

ANALISE DA PERGUNTA 9

o fato de 0 surdo aparentemente nao precisar de adapta90es e conseguir

no seu sileneio eonviver entre os ouvintes oculta a deficiencia de Humberto tendo a

midia evideneiado com mais fervor as personagens Luea e Oorinha Felizmente

Mauricio de Sousa pareee ter identificado a questao e pretende corrigi-Ia em breve

Entrevistar Mauricio de Sousa foi primordial para esta pesquisa sua posi9aO e

sua pratica no que se refere a inclusao do ponto de vista dele proprio contribuiu para

um resultado mais eonsistente na analise da sua obra Oiante de suas respostas

percebe-se urn autor de literatura infanto-juvenil consciente e eomprometido com a

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

42

realidade do seu publico capaz de tratar de assuntos complexos em conslantes

discussoes como aconleee com a politica inclusiva e as relar6es humanas na

infancia Alem disso ha 0 fata de 0 aulor inspirar-se na sua experiencia pessoal e

transporta-Ia para a colidiano dos seus personagens multiplicando a receptividade

as diferenltas desde a infeurolncia 0 que leva as criancas a urn convivio natural com as

que tern algum tipo de deficiencia diferentemente do que aconteee quando S8

segrega pois a exclusao resulta em distanciamento das relalt095

Embera crianltas com problemas lenham permeado as historias em

quadrinhos da Turma da Monica desde 0 inicio ficou evidente pela preocupacao do

autor em ter assistencia profissional e pelo impacto positiv~ do sucesso de pessoas

com deficiencia que a politica inclusiva interferiu e contribuiu para a crialtao dos

personagens recentes Luca e Dorinha Espera-se que a iniciativa de Mauricio de

Sousa venha a refletir e a multiplicar na literatura infanto-juvenil 0 beneficio que a

ficcao apresenta para 0 desenvolvimento humano das criancas com deficiencia

resultando em acesso a fantasia A inclusao precisa se expandir para alem das

paredes de concretos das escolas a inclusao precisa atingir a sociedade tambem de

fora para dentro As criancas com deficiencia devem ter preservado seu direito a

busca do seu reflexo do seu espelho elas tam bern precisam de acesso para buscar

o proprio equilibrio por meio da semelhanca e da identificacao dos seus desejos e

aspiracoes

41 ASPECTOS INCLUSIVOS DA TURMA DA MONICA

A segunda parte da metodologia e a analise de algumas das construcoes de

argumentos da Turma da Monica em que ocorre a participacao dos personagens

Luca Oorinha e Humberto Foram retirados apenas alguns fragmentos de 8

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

43

hist6rias con forme segue para ilustrar as analises dos aspectos inclusivos

presentes na Turma da Monica

FRAGMENTOS DA HISTORIA 1 (Com as inven~5es do Franjinha)

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

44

ANALISE DA HISTORIA 1

A poHtica inclusiva visa ao direito do exercicio da cidadania bern como as

deveres Nesse sentido e importante 0 exemplo da historia aeirna para as crian~as

perce be rem que as regras sao para todos e nao ha problemas em exigir a mesma

conduta etica de uma crianQ8 com deficiencia pelo contrario aD protege-Ia das

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

45

regras a sociedade subestima seu potencial sua inteligencia suas capacidades e

seu carater

FRAGMENTOS DA HISTORIA 2 (Querendo ajudar)

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

46

ANALISE DA HISTORIA 2

Urn grande problema na relay80 com as pessoas com deficiencia para quem

nao conhece e nao saber como trata-Ias como 58 dirigir a elas como S8 e quando

ajuda-Ias Esse roteiro da Dorinha e do Cebolinha traz dicas para 0 leitor de como

uma pessoa cega e guiada Tambem mostra que 0 fato de S8 ter uma deficiencia

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

47

naO significa que existem Qutras A Dorinha e cega nao surda ou seja ela naD

enxerga 0 gar90m mas pode escuta-Io Outra dica importante e perguntar antes de

dar a ajuda a Dorinha estava esperando uma amiga naD precisava que a Cebolinha

atravessasse a rua com ela naquela ocasiao Ter consciencia da necessidade do

outro e de perguntar para 0 Dutro a que ele deseja revela respeito As pessoas com

deficiencia sao muitas vezes desrespeitadas pela ignorElncia das Qutras Nao S8

espera que a sociedade entenda todas as deficiencias e problemas ffsicos e

psicol6gicos uns dos Qutros par isso a naturalidade nas rela90es 56 traz beneficios

a pr6pria pessoa com deficiencia e a melhor OP980 para explicar como atende-Ia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 3 (A cartinha de amor da Monica Esta

competi930 e injusta demais)

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

48

ANALISE DA HISTQRIA 3

Nessa historia percebe-se a auto-estima da crianya com deficiencia sendo

explorada de forma positiva Estar numa cadeira de rodas nao impede 0

personagem de ser atraente desejado de ser bonito E interessante que 0 autor

apresenta uma Situ8980 inversa nao e 0 Luca que pretende ser igual as outras

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

49

crian(f8S mas as Qutros meninos imitam seu jeito para tambem atingirem notas no

clube das meninas

FRAGMENTOS DA HIST6RIA 4 (Dia da boa acao)

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

50

ANALISE DA HISTORIA 4

Par muito tempo 0 assistencialismo imperou no atendimento as pessoas com

deficieuroncia Nem sempre esse atendimento aconteceu de forma construtiva para 0

desenvolvimento desses individuos enquanto cidadaos Nessas tiras existe uma

critica a boa 8980 gratuita sem proposito Querer ajudar naD significa de fata

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

51

ajudar Essa analogia pade ser levada a inclusao escolar incluir simplesmente nas

salas de aula nao e uma inclusao verdadeira das pessoas com deficiemcia na

sociedade E necessaria conhecer suas necessidades e trabalhar para atende-Ias e

nao esquecer que antes de tudo trata-s8 de ser mais urn ser humane com as

mesmas anseios que todos os Qutros

FRAGMENTOS DA HISTORIA 5 (Que tal mudar 0 mundo Come~amos pelo

campinho)

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

52

ANALISE DA HIST6RIA 5

Lll))Novamente nesse roteiro existe a questao do compromisso com a

sociedade da participacao e do envolvimento com as problemas da comunidade em

que 0 sujeito vive 0 interessante e que dessa vez 0 foea nao e como cobrar as

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

53

deveres de uma criancacom deficiemcia mas sim retratar a importancia da uniao

entre todas elas para a preservaQao do espaco fisico que usufruem juntas no casa

o cam pinho de bola mostrando que todos podem ser produtivos todos sao capazes

de colaborar de alguma forma para 0 grupo do qual participam

FRAGMENTOS DA HISTORIA 6 (Foi 0 Franjinha que inventou)

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

54

ANALISE DA HISTORIA 6

Para urn aceSSD justa a eSGala ao trabalho e aD entretenimento e

indispensavel disponibilizar adaptayoes arquitetonicas assim como tecnologias

assistivas necessarias para desempenho de determinadas tarefas conforme a

necessidade de cad a urn para as crian98s com deficiencia 0 que esta presente

nessa hist6ria quando Luca mostra tocas as artimanhas criadas pelo Franjinha para

sua cadeira de rodas nurn exemplo divertido de que muitas barreiras podem ser

derrubadas com tecnologia

FRAGMENTOS DA HISTORIA 7 (Com 0 nariz da Dorinha)

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

55

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

56

ANALISE DA HIST6RIA 7

Como ja foi citado duas vezes nessa pesquisa a amizade e uma troca em

que ambas as partes contribuem para 0 relacionamento Nesta historia Dorinha e

Magali exemplificam essa afirmacao de Strully amp Strully (1999) quando cada uma da

sua contribuiyao para a outra e reconhece ness a traca a envolvimento afetivo

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

57

Depois de explorar a sensibilidade olfativa da amiga Magali devolveu 0 carinho

lendo historias para Oorinha ja que uma se contaminou com a gripe da Dutra

FRAGMENTOS DA HISTORIA 8 (Aprendendo a talar com as maos)

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

58

ANALISE DA HISTORIA 8

o grande problema de convfvio entre ouvintes e surdos e a comunic898o as

primeiros esperam que as segundos entendam sua estrutura de linguagem

enquanto os surdos S8 frustram pelo desinteresse e ignorancia dos ouvintes na

aquisisecto da linguagem de sinais - LIBRAS 0 enredo dessa hist6ria representa

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

59

exatamente esse confUto a Magali naD entende 0 que 0 Humberto the diz 0 que [he

deixa chateado 0 Cascao por sua vez percebe a Situ8y80 e recathe 0 livra que

Humberto deixou a turma descobre entaD a LIBRAS e comeyam a aprender a

lingua do amigo lodos sentem e S9 alegram com 0 beneficia e a aproximacao que

a comunic898o vai trazer para a amizade deles A hist6ria termina convidando a

leitor a tambem aprender a linguagem dos sinais quando deixa urn recado sem

legenda

As HOs da Turma da Monica ja fez parte da infancia de muitos brasileiros

colaborando para 0 universo fantastico de muitas CrianY8s Ao incluir personagens

com deficiencia na sua Jiteratura infanto-juvenil Mauricio de Sousa contribui para a

constru9ao de urna sociedade mais consciente e receptiva as diferen~as Nao 56 as

crian~as com deficiencia conquistam seu direito a fantasia a imagina~ao e ao

brincar como tambem a participar de um grupo a colaborar com ele ease descobrir

parte de uma comunidade que Ihe era negada Observar e analisar como isso de

fato e tratado nos roteiros dos gibis era primordial para a leitor perceber como as

representa~6es de amizade de cidadania e de respeito apresentadas nas historias

da Turma da Monica podem ser beneticas para a politica inclusiva

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

60

5 CONCLUsAo

Adaptar aceitar e compreender a deficiencia e urn processo que envolve teda

a sociedade numa luta contra preconceitos construidos ao longo da hist6ria

humana como consta no capitulo 1 da pesquisa 0 cantata com a diferenca

minimiza et ate mesma elimina a exclusao de pessoas que lutam pelo direito de

participar do meio comum de convivencia entre as pessoas como a case da escola

do trabalho da familia dos amigos

Uma limitacao existente no meio escolar e que a preOCUpa(f80 em viabilizar a

inclusao muitas vezes limita-se as paredes da sala de aula quando e indispensavel

que as alunos com deficiencia au superdotaltao sintam e atinjam a inclusao tambem

fora delas naD 56 interagindo com outras criancas mas consigo mesmos Nao

parece justo oferecer a identificaltao desses sujeitos somente com 0 mundo real

mais do que isso e necessario disponibilizar a eles 0 acesso ao universo ficcional

Por isso ao incluir personagens novos com deficiencia na literatura infantO-juvenil

Mauricio de Sousa contribui para a inclusao social pelo exemplo da amizade e da

fantasia uma vez que as crianltas se percebem participando de infinitas situalt6es

as quais antes eram negadas

Esta pesquisa surgiu com 0 objetivo geral de verificar identificar e analisar os

motives que levaram 0 autor Mauricio de Sousa a criar os personagens com

deficiemcia presentes nas historias em quadrinhos da Turma da Monica pois sua

atitude pode conlribuir para incentivar oulros autores a seguir seu exemplo Verificar

se sua iniciativa originou-se a partir do conhecimento da atual politica inclusiva pode

revelar se 0 esforlto geral pela inclusao esUt interferindo numa mudanlta de

comportamento da sociedade bern como na conscientizaltao do respeito pela

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

61

diversidade que 56 contribui para urna sociedade mais justa e mais receptiva com a

diferenta humana

A entrevista e as personagens presentes na analise realizada durante a

terceiro capitulo apresentam urn autor com posi9aO e pratica comprometidas e

responsaveis no que S8 refere ao alcance de sua obra para a busea e construcao do

eu pelo reflexo conforme teorizado par Lacan Embora 0 Luea e a Oorinha sejam

personagens reeentes Mauricio de Sousa ha muito jil flertava com a diversidade as

crianyas da Turma da Monica estao lange de serem perfeitas pelo contra rio suas

caracteristicas sao definidas pelas diferencas mais agudas como a dislalia do

Cebolinha e a gula da Magali

A entrevista com a escritor trouxe alguns pontos importantes como 0 fate de

ele assumir a influencia de pessoas do seu mundo real para a criayao de seus

personagens principalmente os com deficiencia Embora a politica inclusiva nao

tenha sido abordada de forma direta seus conceitos estavam embutidos nas

quest6es e nas respostas do entrevistado Ao constatar que a convivencia com a

diferenya contribuiu para uma nova visao de Mauricio de Sousa sobre pessoas

cegas ou cadeirantes ao ponto de levar 0 escritor a escrever sobre e para elas

presencia-se aqui urn grande avan~o publico do processo inclusivo portanto das

novas polfticas inclusivas sociais e escolares

Outre motivo que incentiva 0 autor ao criar novos personagens e a visivel

receptividade que ele tern para a diferen~a bern como a ausencia de preconceitos

que negativam a visao que a sociedade tern sobre as pessoas com deficiemcia

Segundo suas respostas Mauricio de Sousa acredita na pureza da infancia na

amizade e na fantasia presentes nas rela~6es humanas desde os primeiros anos

entretanto nao sao s6 suas posi90es e cren~as pessoais que fazem dele um

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

62

incentivador de urn mundo mais acolhedor mas sim sua iniciativa de levar lais

perceplt6es e experiencias a milhares de criancas que enfrentam desde a solidao

pessoal a barreiras arquitet6nicas socials e civis par conla de suas deficiencias

mesma antes de elas terem amadurecimento e 0 conhecimento do porque desses

comportamentos excludentes

Quando uma crianca consegue identificar urn semelhante participando de urn

grupo social em que sua deficiencia nao faz com que ela seja marginalizada como

aconleee na Turma da Monica ela alcanlta uma identificaltao par meio da

semelhanlta como citado no segundo capitulo de acordo com a teeria de Foucault

percebendo a possibilidade do convivio social da construcao de amizades isentas

de piedade como algo atingivel e verdadeiro A dificuldade em conseguir construir

relacoes sinceras leva pais como os autores Strully amp Strully (1999) a temerem os

tipos de relacoes que seus filhos com deficiencia terao durante suas vidas para que

seu convivio social nao se restrinja a assistentes contratados para assisti-Ios

uNossas maiores preocupacoes sao que nao haja ninguem na vida de nossa filha

que queira estar com ela que ela possa correr 0 risco de ser vitimizada que ela

possa ficar sozinha e que nao tenha amigos ( ) Nao queremos na vida de

Shawntell apenas empregados remunerados de servicos que vao e vern (p 174)

Diante disso retorna-se ao fato de que a inclusao tern um papel muito mais

amplo do que as adaptacoes arquitetonicas au pedagogicas conseguem atingir A

inclusao real das pessoas com deficiencia au superdotacao na sociedade s6 val

acontecer quando alingir todos os falores que envolvem a desenvolvimento humano

Caso contra rio ela se limitara a inclusao fria defendida apenas par legislacoes

decretas por exigencia Abracar a diferenca nao e apenas incluir rampas muito

mais do que isso receber a diversidade e ser capaz de enxergar 0 individuo muito

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

63

antes de sua cadeira e conseguir S8 comunicar com alguem sem precisar usaf a

voz e descobrir a mundo sem precisar usar as olhos Inclusao e a sociedade se

conscientizar de que a diferen93 nao subtrai acrescenta

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

64

REFERENCIAS BAslCAS

BARATA Germana Personagens da Turma da Monica na ponta dos dedas In

Ciencia e Cultura vol 57 n 4 Sao Paulo outdez 2005 Disponivel em

httollcienciaeculturabvsbriscielophppidS0009-

67252005000400006ampscripl=sci artlex Acesso em 12 jun 2007

BRAGA Flavia BATISTA Carlos Almanaque dcs quadrinhos Rio de Janeiro

Ediouro 2006

BRASIL Ministerio da Educacao Secreta ria de Educacao Especial Conceitos da

EduC81130 Especial Disponivel em

httpportalmecqavbrlseespindex phpoption=contentamptask=viewampid= 114 Acesso

em 05 jut 2007

BRASIL Ministerio da Educayao Secretaria da Educ8cao Especial PoliticB

Nacional de Educaqao Especial Brasilia Secretaria de Educa~o Especial 1994

BRASIL Ministeric da Educalt30 Secretaria da Educacao Especial Diretrizes

Nacionais para a Educaqao Especial na Educacao Basica Brasilia Secreta ria de

Educaltao Especial 2001

DELVAL Juan Aprender na vida e aprender na escoa Trad Jussara Rodrigues

Sao Paulo Artmed 2001

DUBET Francois A escoa e a exclusao Cadernos de Pesquisa Sao Paulo n 119

2003 Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscriptsci arttextamppidS0100middot

15742003000200002amplng=plampnrm=iso Acesso em 19 au 2007

ECO Humberto Como se faz uma tese Trad Gilson Cesar Cardoso de Sousa 20

ed Sao Paulo Perspectiva 2005

FOUCAULT Michel As paavras e as coisas uma arqueologia das ciencias

humanas Trad 8alma Tannus Muchaeil 8 ed Sao Paulo Martins Fontes 1999

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

65

GRA-BRETANHA Carta para 0 Terceiro MiJenio Disponivel em

httpportalmecgovbrseesparquivQspdfcarta mileniopdf Acesso em 04 jul

2007

LACAN Jacques 0 Seminario Livro 1 os escritos tecnicos de Freud 1953-1954

Versao de Betty Milan Rio de Janeiro Zahar Editores 1986

MAZZOTTA Marcos Jose da Silveira Educaqao especial no Brasil historia e

politicas pubicas Sao Paulo Editora Cortez 1996

MOYA Alvaro de Shazam Sao Paulo Editora Perspectiva 1977

ONU Decarageo dos Direitos das Pessoas Deficientes Disponivel em

httollportalmecqovbrseespiarquivDspdfldec defpdf Acesso em 30 jun 2007

ONU Oeclaracao Internacional de Montreal sabre a Incusee Disponivel em

httpportalmecqovbrlseesparquivospdfdec inclupdf Acesso em 07 jul 2007

PIQUET Geraldo Jose da Costa Algumas consideraqi5es sobre 0 estadio do

espefho Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanalise DOGumentas

nO 13 ana VI maio de 2000 Rio de Janeiro Disponivel em

hUpllwwwcoroofreudianocombrtxt2htmAcesso em 22 out 2007

REVISTA NACIONAL DE REHABILlTAltAO Pessoas com deficiencia Mobilidade

reduzida idosos e profssionais do setor Ano X n 55 marco abri12007

SASSAKI Romeu Kazumi Construindo uma sociedade para todos 5 ed Rio de

Janeiro WVA Editora 1997

SOUSA Maurcio de Mauricio 30 anos - ediqao comemorativa Sao Paulo Globo

Editora 2004

_______ Cascao n 458 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Cascao n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

66

Cebolinha n 235 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de

Sousa janZ006

Cebolinha n 241 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de

Sousa ju12006

_______ Chico Bento n11 Sao Paulo Panini Comics 2007

_______ MagaN n 392 Sao Paulo Editora Globe e Mauricio de Sousa

jan2006

Monica - a cartinha de amor da Monica N11 Sao paulo

Panini Comics 2007

_______ Monica n 234 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

dez200S

_______ Monica n 239 Sao Paulo Editora Globo e Mauricio de Sousa

mar2006

_______ Monica n 242 Sao Paulo Editora Globa e Mauricio de Sousa

ago2006

STAINBACK Susan STAINBACK William Inclusao urn guia para educadores

Trad Magda Franca Lopes Porto Alegre Artmed 1999

UNESCO Declaraqao de Salamanca e linha de aqao sobre necessidades

educativas especiais Brasilia CORDE 1994

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

67

REFERENCIAS COMPLEMENTARES

ARANHA Maria Salete Fabio Integracao social do deficiente analise conceitual e

metodol6gica Temas em Psicologia n 2 p 63-70 1995

BRASIL Ministerio da Educacao Secretaria de Educacao Especial Parametros

Curriculares Nacionais adaptacoes curricula res - estrategias para a educacao de

alunos com necessidades educacionais especias Brasilia MECSEFSEESP 1999

BUENO Jose Geraldo Silveira Criancas com necessidades educativas especiais

POlitiCB educacional e a formacao de professores generaHstas au especialisfas In

Revisa Brasileira de Educaltiio Especial (5) p 7-251999

CARVALHO Rosita Edler A nova LOB e a educacao especial 2 ed Rio de Janeiro

WVA1998

CIRNE Moaey Hist6ria e critica dos quadrinhos nacionais Rio de Janeiro Editora

Europa-Empresa grafica 1990

Uma inlroduqao politica aos quadrinhos Rio de Janeiro Editora

Achiame 1982

DANTAS Audalio A infancia de Mauricio de Sousa Sao Paulo Editora Callis 2005

FEIJO Mario Quadrinhos em aqao um seculo de hist6ria Sao Paulo Editora

Moderna 1997

FORUM NACIONAL DE EDUCAltAO ESPECIAL DAS INSTITUIltOES DE ENSINO

SUPERIOR A educaqao especial nas universidades brasileiras Coordenaltao Jose

Geraldo Bueno Silo Paulo 2000 (no prelo)

FREIRE Roberto Pedagogia do oprimido Sao Paulo Paz e Terra 1978

GOlDA Enciclopeida dos quadrinhos Porto Alegre LampPM Editores esgotado

IANONNE Leila Rentroia IANONNE Roberto Antonio 0 mundo das historias em

quadrinhos Sao Paulo Editora Moderna 1994

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

68

LACAN Jacques 0 esitfdio do espsho como (armadar da funcao do su In

Escritos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998

o Seminario Livro 11 as quatro conceitos fundamentais da

psicnalise Rio de Janeiro Zahar Editores 1990

______ 0 Seminario Livro 2 0 eu na tsoria de Freud e na tecniea da

psicanalise Rio de janeiro Jorge Zahar 1985

MANTOAN Maria Teresa Egler st alii A integracao de pessoas com deficiencia

contribuicoes para uma reflexao sobre 0 tema Sao Paulo Memnon Editora SENAe

1997

MAZZOTTA Marcos J S educacao especial no Brasil historia e politicas pubicBS

Sao Paulo Corlez Edilora 1996

MOYA Alvaro de Historia das historias em quadrinhos Sao Paulo Brasiliense

1996

SKLlAR Carlos Introducao abordagens socioantropol6gicas em educaqao especial

Em Skliar C (Org) Educaqiio e exclusiio p 8middot20 Porto Alegre Mediaao 1999

SOUSA Mauricio de Mauricio quadrinho a quadrinho Globe Editora

_______ Navegando nas letras I Sao Paulo Globo Editora esgetado

_______ Navegando nas letras II Sao Paulo Globo Edilora esgolado

VERGUEIRO Waldomiro RAMA Angela BARBOSA Alexandre Como usar as

historias em quadrinhes em sala de aula Sao Paulo Editora Contexte 2004

WERNECK C Muito prazer eu existo Rio de Janeiro Edilora WVA 1992

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

ANEXO 1

E-MAIL COM RESPOSTA DA ENTREVISTA

DO MAURICIO DE SOUSA

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltcleokuhnmastercombrgtEnviada em segunda-feira 16 dejulho de 2007 1550Anexar Entrevista Inclusao DeficienciadocAssunto RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtoc1eokuhnmastercombr]Enviada em tena-feira 12 de junho de 2007 1231Para imprensaturmadamonicacombrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevista ficou de ser feila por e-mail devido a agenda do Mauricio de Sousaespero que voce lembrePais bern anexei as pergunlas a serem respondidas Essa entrevista e essencial para meu projeto por issogostaria que voce me passasse um prazo para eu recebemiddotla respeitando 0 tempo de voces claro

Qualquer duvida por favor pode entrar em contato Outra coisa voca pode confirmar 0 receblmento por favor

Aguardo ansiosamenle e agradelto multo pela contrlbuiltc3o e atenltao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

Original Message From Cleo KuhnTo imjrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 13 2007 436 PMSubject pesquisa academica (monografia) enlrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevislar 0 Mauricio de Sousa para minha monografia deconclusao da minha especializaltao em tnclusao e Educaltao EspecialComo falamos 0 objetivo nao e salientar 0 policamente correia da inclusao de personagens com deficiencia naTurma da Monica mas apontar a necessidade que a crianlta apresenla na identificaltao de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso the parelta natural e nao forltado e constatar ate onde a politica inclusiva lematingido a literaturaPara voces senlirem que 0 projeto e seno anexeimiddoto aqui neste e-mail Alem disso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de conclusao de curso (gradualtao em Letras Portugues e Ingles) foi publicado caso queiramconferir Meu interesse pela inclusao veio de urn intercambio universitario enlre a UTP (onde me formei) e aBridgewater State College em Massaschusselts EUA Enfim isso para voc~s lerem alguma referencia sobremimo referencial bibliografico ainda nao esta fechado (voces VaG perceber que os livros de HOs e do Mauricio naoestao com os dadas completos e nao estao listados os gibis que vou cilar no texlo da monagrafia) Esloufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhores indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclui alguns titulos que tenho procurado nas livrarias

101122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

Sei que esse periodo a crftico devido ao lantyamento do novo filme da Monica como imagino tambem 0 quanta 0Mauricio de Sousa a ocupado por iSso ja entrei em contato com antecedencia Em queslao de tempo minhaprelenSao seria entrevisla-Io caso aconletya ate inicio de junho Ata porque acho irnportante ler 0 prirneirocapitulo da minha pesquisa finalizado para urn melhor aproveitamento e direcionamenlo na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitissimo obrigada

Cleuza Kuhn

bull wwwulpbrfelelrasedi~o 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exclusiva do curso de Lelras da Universidade Tuiuli do Parana a edi~o a semestral e aspublicatyoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

I~L _

101122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

ANEXO 2

E-MAIL COM ORIENTA(fAO

PARA UTILlZA(fAO DAS TIRAS

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

Cleo Kuhn

De imprensaltimprensaturmadamonicacombrgtPara Cleo Kuhn ltc1eokuhnmastercombrgtEnvlada em segunda-feJra 16 de julho de 2007 1603Assunto RES enlrevista com Mauricio de Sousa

Nac Cleo Apenas 5e for usar imagens coloque Copyright Mauricio de Sousa Produqoes

Sidney

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em segunda-feira 16 de julho de 2007 1556Para imprensaAssunto Re entrevista com Mauricio de Sousa

Nossa Sidney

Fiquei muilo muito feliz rnesmoTern algum culdade que eu precise tomar pra incluir a entrevista no meu trabalho argum direito autoral Algumdocumento

Obrigadissima

Cleo

----- Original Message ----From immensaTo Cleo KuhnSent Monday July 16 2007 350 PMSubject RES entrevista com Mauricio de Sousa

Cleo promessa cumprida

Sidney Gusman

De Cleo Kuhn [mailtocleokuhnmastercombr]Enviada em terca-feira 12 de junho de 20071231Para imRrensaturmadamonica combrAssunto entrevista com Mauricio de Sousa

Boa tarde Sidney

Voltamos a conversar outro dia e a entrevisla ficou de ser feila par e-mail devido a agenda do Mauricio deSousa espero que voce lembrePais bem anexei as perguntas a serem respondidas Essa entrevista eo essencial para meu projelo par issogostaria que voce me passasse um prazo para eu receM-la respeilando a tempo de voces claro

Qualquer duvida par favor pode entrar em cantata Outra cOisa voce pode confirmar a recebimento parfavor

Aguardo ansiosamente e agradeYo muito pela contribuhao e atenYao de voces

Cleo Kuhn41 99141295

1011212007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007

----- Original Message -----From Cleo KuhnTo imgrensaturmadamonicacombrSent Tuesday March 132007436 PMSubject pesquisa academca (monografia) - entrevista com Mauricio de Sousa

Oi Sidney

Ha pouco falei com voce sobre a possibilidade de entrevistar a Mauricio de Sousa para minha monografia deconciusao da minha especializayao em Inclusao e Educa~ao EspecialComo falamos a objetivo nao e salientar a policamente correto da inclusao de personagens com deficiemciana Turma da Manica mas apontar a necessidade que a crian~ apresenta na identifica~o de si mesmo comoindividuo numa sociedade que isso Ihe pare~a natural e nao for~ado e constatar ate onde a politica inclusivatem atingido a lileraluraPara voces senlirem que 0 projeto euroI serio anexei-o aqui nesle e-mail Alem dsso abaixo deixo 0 linkmiddot ondeminha monografia de canciusao de curso (gradua~ao em Letras Portugues e Ingles) foi publicadocasa queiram conferir Meu interesse pera inclusao veio de um intercambio universitario entre a UTP (onde meformei) e a Bridgewater State College em Massaschussetts EUA Enfim isso para voces terem algumareferencia sabre mimo referenciat bibliografico ainda nao esla fechado (voces vao perceber que os livros de HQs e do Mauricio naoeslao com os dados completos e nao estao listados os gibis que yOU citar no texto da monografia) Estoufazendo diversas pesquisas buscando principal mente as melhares indicaltOes sobre Mauricio de Sousa Dequalquer forma ja inclul alguns tftulos que tenho pracurado nas livrariasSei que esse periodo euroI crilico devido ao lanltamento do novo filme da MOnica como imagino tambem 0 quantoo Mauricio de Sousa e ocupado pOf iSso ja entrei em contato com antecedencia Em questao de tempo minhaprelensao seria entrevista-Io caso acontelta ate inlcio de junho Ate porque acho importante ter 0 primeirocapitulo da minha pesquisa finalizado para um melhor aproveitamento e direcionamento na conversa com ele

Aguardo seu retorno e muitlssimo obrigada

Cleuza Kuhn

1t wwwuIQbrelelrasediyao 11 em primeiros ensaiosA revisla E-Ietras e exciusiva do curso de Letras da Universidade Tuiuti do Parana a ediyao e semestral e aspublicaltoes sao basicamente de professores (mestres e doutores)

10122007