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ilIffl]" CRIOU METODO INOVADOR rar se (omprimidos f:\ longo dos ultimos anos, a preo- com a saude mental das tem vindo a crescer a medida que se vai percebendo 0 impacto que este tipo de problemas tem, nao 56 na saude ffsica dos indivrduos, como na sociedade. De acordo com varios estudos, citados, nomeadamente, no relat6rio, de 2014, "5aude Mental em Numeros", da Dire- de 5aude, as de- pressivas ja sao consideradas a principal causa de nos parses desenvolvi- dos. Na Europa, reconhece-se que as per- mentais estao na origem de 26,6% das ao pas- so que 0 suicfdio ja e uma das dez principais causas de morte prematura. Em Portugal, os nume- ros sao preocupantes . Em 2012, num estudo que contemplou nove parses europeus e os Estados Un i- dos, 0 nosso era 0 terceiro com a maior prevalencia de A seguir a Irlanda, somos os europeus mais deprimidos e ansiosos. No mes que os ingleses rotulam de mais triste do ano, ha quem tente livrar-nos destes males, sem remedios. psiquiatricas: 22,9%, 56 ultra- passado na Europa pela Irlanda do Norte, com 23,1 0 /0, numa !ista !iderada pelos Estados Unidos, com 26,4% de prevalencia deste tipo de De fora ficavam as do foro neu- rol6gico (como a esquizofrenia, psicoses, etc). Curiosa mente, das quatro analisadas, era a ansiedade a que empur- rava aqueles tres parses para a na tabela. Nao sera, assim, de estranhar que os portugueses sejam tambem CAMPEOES NATOMA DE FARMACOS: Em 2012,15010 dos portugueses afilmal am tel tomado antideplessivos, 0 doblo da media eUlopeia: 1010. Em 2014, este numelO subiu pala os 11010 campe6es na toma de antide- pressivos. Se, em 2012, 15% dos portugueses confessa- yam ter tomado este tipo de no ultimo ana (contra 7% na media europeia), no relat6rio "Sa- ude Mental em Numeros", publicado em 2014, este nu- mero subia para 17%. cordistas europeus da ANSIEDADE Sao os elevados niveis de ansiedade diagnosticados que explicam ,\-:Iideran<p portuguesa nos indices europeus que medem a (falta de) saude melltal. No que toca a ansiedade, os portugueses sao os campeoes europeus, com 16,5% de prevalencia. Curiosamente, em Espanha, a taxa de prevalencia da ansiedade nao chega aos 6%. Para Pedro Bras, razoes cu ltu rais explicam a Iideran<ta portuguesa: "Enquanto os portugueses tem tendeneia a se resignarem face as tristezas e problemas, pessoais e soeiais, os nossos vizinhos espanh6is, por exemplo, saem logo para a rua a ree/amar!" Ha seis anos, 0 psicoterapeuta Pedro Bras criou no Porto a clrnica da Mente - que em 2014 abriu tambem em Lisboa -, onde se pretende abordar de forma inovadora 0 tra- tamento de emocionais, nao neurol6gicas . Entre as vantagens do me- todo aplicado pela sua equipa contam-se os resultados rapidos - em 80% dos casas tratados em clinica, os resultados surgiram ap6s apenas quatro sessoes, garante 0 psi- coterapeuta -, mas, sobretudo, 0 facto de se pretender curar sem recurso a medica- mentos, 0 tipo de tratamento mais comum, como revelam os numeros que nos colocam na das tabelas de toma de antide- pressivos . Ir as causas, nao aos sintomas Pedro Bras explicou-nos que a sua abor- dagem se baseia na do Mapa da Mente, uma ferramenta que 0 pr6prio criou com base "no experiencia com as pessoas que ia consultando e que sofriam de ataques de panico, depressao, ansie- dade, trans torn 05 obsessivos e compulsi- vos. Percebendo como a mente fun cion a, fui percebendo 0 que explico esses com- portamentos, por que e que as pessoas pensam de determinada forma e nao atingem 05 seus objetivos... " o psicoterapeuta contou-nos como, apes anos a aplicar as terapias convencionais, 56 NOVA GENTE

Clínica da Mente na Revista Nova Gente

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Artigo sobre o método inovador desenvolvido pela Clínica da Mente para tratamento de perturbações emocionais.

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Page 1: Clínica da Mente na Revista Nova Gente

lall~ ilIffl]"CRIOU METODO INOVADOR

rar se (omprimidos

f:\ longo dos ultimos anos, a preo­cupa~ao com a saude mental das popula~6es tem vindo a crescer a

medida que se vai percebendo 0 impacto que este tipo de problemas tem, nao 56 na saude ffsica dos indivrduos, como na sociedade.

De acordo com varios estudos, citados, nomeadamente, no relat6rio, de 2014, "5aude Mental em Numeros", da Dire­~ao-Geral de 5aude, as perturba~6es de­pressivas ja sao consideradas a principal causa de doen~a nos parses desenvolvi­dos. Na Europa, reconhece-se que as per­turba~6es mentais estao na origem de 26,6% das doen~as, ao pas­so que 0 suicfdio ja e uma das dez principais causas de morte prematura.

Em Portugal, os nume­ros sao preocupantes. Em 2012, num estudo que contemplou nove parses europeus e os Estados Uni­dos, 0 nosso era 0 terceiro com a maior prevalencia de

Aseguir aIrlanda, somos os europeus mais deprimidos e ansiosos. No mes que os ingleses rotulam de mais triste

do ano, ha quem tente livrar-nos destes males, sem remedios. perturba~6es psiquiatricas: 22,9%, 56 ultra­passado na Europa pela Irlanda do Norte, com 23,1 0/0, numa !ista !iderada pelos Estados Unidos, com 26,4% de prevalencia deste tipo de doen~as. De fora ficavam as do foro neu­rol6gico (como aesquizofrenia, psicoses, etc).

Curiosa mente, das quatro perturba~oes analisadas, era a ansiedade a que empur­rava aqueles tres parses para a lideran~a

na tabela. Nao sera, assim, de estranhar que os portugueses sejam tambem

CAMPEOES NATOMA

DE FARMACOS: Em 2012,15010 dos portugueses

afilmalam tel tomado antideplessivos, 0 doblo da media eUlopeia: 1010.

Em 2014, este numelO subiu pala os 11010

campe6es na toma de antide­pressivos. Se, em 2012, 15%

dos portugueses confessa­yam ter tomado este tipo de medica~ao no ultimo ana (contra 7% na media europeia), no relat6rio "Sa­

ude Mental em Numeros", publicado em 2014, este nu­

mero subia para 17%.

cordistas europeus da ANSIEDADE Sao os elevados niveis de ansiedade diagnosticados que explicam ,\-:Iideran<p portuguesa nos indices europeus que medem a (falta de) saude melltal. No que toca aansiedade, os portugueses sao os campeoes europeus, com 16,5% de prevalencia. Curiosamente, em Espanha, a taxa de prevalencia da ansiedade nao chega aos 6%. Para Pedro Bras, razoes culturais explicam a Iideran<ta portuguesa: "Enquanto os portugueses tem tendeneia a se resignarem face as tristezas e problemas, pessoais e soeiais, os nossos vizinhos espanh6is, por exemplo, saem logo para a rua a ree/amar!"

Ha seis anos, 0 psicoterapeuta Pedro Bras criou no Porto a clrnica da Mente - que em 2014 abriu tambem em Lisboa -, onde se pretende abordar de forma inovadora 0 tra­tamento de perturba~6es emocionais, nao neurol6gicas. Entre as vantagens do me­todo aplicado pela sua equipa contam-se os resultados rapidos - em 80% dos casas tratados em clinica, os resultados surgiram ap6s apenas quatro sessoes, garante 0 psi­coterapeuta -, mas, sobretudo, 0 facto de se pretender curar sem recurso a medica­mentos, 0 tipo de tratamento mais comum, como revelam os numeros que nos colocam na lideran~a das tabelas de toma de antide­pressivos.

Ir as causas,nao aos sintomas Pedro Bras explicou-nos que a sua abor­

dagem se baseia na observa~ao do Mapa da Mente, uma ferramenta que 0 pr6prio criou com base "no experiencia com as pessoas que ia consultando e que sofriam de ataques de panico, depressao, ansie­dade, transtorn05 obsessivos e compulsi­vos. Percebendo como a mente fun ciona, fui percebendo 0 que explico esses com­portamentos, por que e que as pessoas pensam de determinada forma e nao atingem 05 seus objetivos... "

o psicoterapeuta contou-nos como, apes anos a aplicar as terapias convencionais,

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~eiro: 0 mes mais triste SEGUNDO OS INGLESES Desde 2005 que a terceira segunda­-feira do mes de Janeiro a mundialmente conhecida como a "Blue Monday" (segunda-feira triste), depois de um cientista ingles ter conclufdo que, gra<ps a uma infeliz conjunc;ao de fatores, esse a 0 dia mais triste do ano. Em 2015 esse dia desafortunado (felizmente) ja passou - foi a 19 de janeiro - e, na verdade, pelo menos em Portugal, acaba por gerar mais motivos para rir do que para chorar. 0 cientista que descobriu 0 dia mais triste justifica o achado com varios fatores, sendo o primeiro dos quais, estarmos em janeiro, mes "de ressaca" e de regresso avida real, ap6s todos os festejos, farias, feriados, alegrias e petiscos de dezembro. A juntar a isto, a tambam normalmente em janeiro que se paga a fatura dos gastos financeiros excessivos no Natal e final de ano, razao pela qual os or<pmentos estao mais apertados, com menos folga para investir em momentos de lazer ou outros mim~s. Felizmente, segue-se fevereiro, mes do Carnaval e do regresso afolia.

SOMOS IMPULSIVOS... ALEM DE ANSIOSOS Em 2013, nurn estudo para a World Mental Health Survey Initiative, Portugal apresentava a segunda rnais elevada percentagem de perturba¢es mentais entre os nove paises europeus estudados. o valor de Portugal e da Irlanda, os paises europeus que ocupam os lugares cimeiros, foi suplantado pelos EUA

Ansiedade Depressao Impulsividade Alcool Total

14,6 9,6 3,4 3,5 23,1

7,9 3,5 1,6 22,916,5

7,1 9,1 3,2 6,4

12,0 8,5 1,4 0,7

8,8 6,9 1,3 3,0

6,9 6,2 1,0 1,2

5,9 4,9 0,5 0,3

6,2 3,6 0,3 1,1

5,8 3,8 0,3 0,1

18,2 9,6 6,8 3,8

* De fora ficaram as perturbayoes psicoticas, esquizofrenicas e delirantes

• • As discrepancias entre os valores de cada patologia e 0 seu total e explicada pela co-morbilidade (diagnostico de mars do que uma perturbayao por paciente)

come~ou a aperceber-se de que "elas nao estavam muito corretas" pois "per­cebia que as ansiedades, depress6es e outras, que observava nos pacientes, nao eram pelas raloes de que normalmente se fala". E explica porque: "Se alguem for a uma consulta de psiquiatria porque sente panico 00 entror num centro co­mercial, a conclusao sera que a pessoa tem uma descompensa(ao neuronal de serotonina. A terapia mais comum nes­tes casas e a farmacologica, para repor a serotonina considerada em defice. Isto 12, age-se sobre os sintomas". Da mesma forma, continua Pedro Bras, "a ansiedade e as depressoes tambem sao vistas pela psiquiatria como desequilfbrios qufmicos, daf chegarem-nos pacientes que tomam ansio/fticos uma vida inteira".

Depressao nao edoenya Mas para este clfnico a abordagem deve

ser outra. "0 que nos distingue no merca­do do psicologia 12 a nossa forma de olhar a saMe humana. Para nos, as pessoas deprimidas e ansiosas nao tem um pro­blema de saMe - neuronal ou cerebral -, portanto consideramos errado intervir de uma forma farmacol6gica. Se as pessoas estao deprimidas, sentem magoa, revolta, ou saudade, emo(oes que nao conseguem ultrapassa~ se estOo ansiosas, epor causa

Fonte: Portugal: Saude mental em Numeros_2013/0GS

de um medo adquirido no passado, que se sentem incapales de ultrapassar". A estes problemas, Pedro Bras responde, nao com medicamentos, mas com duas tecnicas terapeuticas que criou, a Athenese e a Morfese, e que, resumidamente, ajudam o paciente "a repensQ( eventos dolorosos do seu passado" com recurso a duas ar­mas poderosas: a imagina~ao e 0 sonho. 0 objetivo e chegar aorigem dos problemas, ao inves de ficar apenas pelos sintomas: "0 nosso objetivo e que as emo(oes e pensomentos deixem de os perturbor".

04/1 SING - Infografia Impala

Tendo em conta que a maioria dos pa­cientes Ihe chegam ja com um historial significativo de toma de medicamentos, um dos primeiros passos da equipa de Pedro Bras e ajudar no "desmame" dos farmacos tomados ate af.

Apesar do metodo de tratamento da Clfnica da Mente ainda nao ser compartici­pado, e 0 pre~o de cinco consultas ainda ronda rem os 900 euros, Pedro Bras garan­te a eficacia comprovada em 80% dos ca­50S, apenas com quatro sess5es. ill

Fotos, THINKSIO<K elMPAlA

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