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ANO XXXIII - N9 014 CAP][TAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-FEffiA, 22 DE MARÇO DE 1978 CÂMARA DOS DEPUTADOS --------------------- SUMARIO 1- ATA DA 15." SESSAO DA 4.1\ SESSAo LEGISLAr,nVA DA 8." LEGISLATURA, EM 21 DE MARÇO DE 11178 I- Abertura da Sessão II - Leitura e assinatura da a.ta. da sessão anterior lU - Leitura. do Expediente OFíCIO Ofício n,o 40, de 1978, do Sr, 'I'ancredo Neves, Líder do Movimento Democrático Brasileiro. PROJETOS A IMPRIMm " Projeto de Lei Complementar n.o 54-A, de 1976 (Do Sr. Jerônimo Santana) - Eleva o Território Federal de Rondônia à condição de Estado, e determina outras providências; tendo pa- recer, da Comissão de Constituição e Justiça, contra o voto do Sr. Wilmar Guimarães, pela constitucionalldade, juridicidade e técnica legislativa, com emendas, com voto em separado dI) Sr. Theobaldo Barbosa. v Projeto de Lei n.o 2.51l-A, de 1976 (Do Sr. Juarez Bernar- des) - Cria o Instituto de Energia Solar na Universidade li'e- deral de Goiás; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela inconstitucionalldade. Projeto de Lei n.o '2. 789-A, de 1976 (Do Sr. FernlU'ido Cunha) - Acrescenta dIspositivo à Lei n,o 4.595, de 31 de de- zembro de 1964, que criou o Conselho Monetário Naciclnal; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, in- constitucionalidade, contra o ,oto do Sr. Célio Borja. L Projeto de Lei n.o 3.443-B, de 1977 (Da Comissão de Cons- tituição e Justiça) - Redação para 2. 11 discussão do Projeto de Lei n.O 3.443-A, de 1977, que "determina consulta plebiscil;ária às populações da área amazônica do Estado de Goiás a res- peito da criação do Estado do Tocantins". PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Reso:ução n.o 165, de 1978 (Do Sr. Florim Cou- tinho) -- Estende aos servidores da Câmara dos Deputados, sob o regime da CLT, direitos assegurados aos servidores ce- , leti.stas do Poder Executivo no Decreto n,o 75.239, de 16 de ja- neiro de 1975, mOdificando o art. 16 da Resolução n.o 9, de 27 de junho de 1975, desta Casa. Projeto de Lei n.o 4.730, de 1978 (Do Sr. J'oaquim Bev'íllac- qual - Introduz modiIicação na Lei n.o 5.859, de 11 de de- zembro de 1972, para o fim de assegurar aos empregados, do- mésticos o direito ao salário mínimo. I. Projeto de Lei n.o 4.732, de 1978 (Do Sr. Daso Coimbra) - Isenta de incidência do Imposto de Renda os proventos de ina- tivos e aposentados. Projeto de Lei nP 4.733, de 1978 (Do Sr. José Ribamar Ma- chado) -- Dispõe !:'obre' dispensas de cômputo da renda bruta de proventos de aposentadoria nas c}eclarações do Imposto de Renda, e outras providências. . Projeto de Lei n. O 4.734, de 1978 (Do Sr. Marcelo Medeiros) - Concede isenção de Imposto de Renda e de contribuições previdenciárias que incidem sobre proventos de al'osentadoll, pensões e benefícios de previdência. Projetos de Lei n. o 4.735, de 1978 (Do Sr. Henrique Eduardo Alves) - Introduz alteração na legislação da Previdência So- cial (Lei n.o 3.807, de 26 de·agosto de 1960>' Projeto de Lei n.o 4.736, de 1978 (Do sr. JoeI Ferreira) - Acrescenta dispositivo ao § 4.° do art. 29 da Lei n,o 5.540, de 28 de novembro de 1968, que "fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a es- cola média", Projeto de Lei n.o 4.737, de 1978 (Do Sr. Peixoto Filho) -- Revoga os itens II e VI do art. 69 da Lei n.o 3.807, de 26 de agosto de 1960 (Lei Orgânica da Previdência Social). Projeto de Lei n.o 4.738, de 1978 (Do Sr. Otavio Deceato) - Estabelece a criação do Parque Nacional da Serra. do Japi, no Estado de São Paulo. IV - Pequeno Expediente AURELIO CAMPOS - Proteção do trabalho do menor. RUY CODO - "Dia Internacional da Mulher". BERNARDO - Política fundiária. FABIO FONSECA - Projeto de lei, de sua autoria, que cria a Fundação Nacional para o Controle e Erradicação de Drogas que criam Dependências Física e Psíquica. NUNES LEAL - Necrológio do Sr. Plácido ScusseI. MURILO BADARó - Necrológio do Prof. José Vieira de Mendonça. JOÃO PEDRO - Primeira Jornada Biomédica de Piracica- ba, São Paulo. ANTôNIO MORIMOTO - Posse da nova Diretoria da As- sociação do Diplomados da Escola Superior de Guerra no Rio de Janeiro, Estado dQ Rio de Janeiro. MINORU MASSUDA - Lançamento, pelo MDB, de anti- candidatos a Governadores e Vice-Governad'Ores. JARMU.ND' :NABSER - Assistência às populações ribeirt- nhas do norte de Goiás. .' RUY BRITO - Problema fundiário nos Municípios de !ta·· baiana e Salgado de São Félix, Paraíba. IVAllIR GARCIA - Aposentadoria por tempo de serviço dos componentes das carreiras policiais civis. ADHEMAR GHISI - Necrológio do Dr. Paulo Wensing, ex- Prefeito Municipal de Araranguá, Santa Catarina. PRISCO VIANA - Política cafeeira nacional. Atuação do Sr, Camillo Calazans â frente do !BC. _

CÂMARA DOS DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD22MAR1978.pdf · 2012. 1. 25. · ANO XXXIII - N9 014 CAP][TAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-FEffiA, 22 DE MARÇO DE 1978 CÂMARA

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ANO XXXIII - N9 014 CAP][TAL FEDERAL

SEÇÃO I

QUARTA-FEffiA, 22 DE MARÇO DE 1978

CÂMARA DOS DEPUTADOS--------------------- SUMARIO

1 - ATA DA 15." SESSAO DA 4.1\ SESSAo LEGISLAr,nVADA 8." LEGISLATURA, EM 21 DE MARÇO DE 11178

I - Abertura da SessãoII - Leitura e assinatura da a.ta. da sessão anterior

lU - Leitura. do ExpedienteOFíCIO

Ofício n,o 40, de 1978, do Sr, 'I'ancredo Neves, Líder doMovimento Democrático Brasileiro.

PROJETOS A IMPRIMm "Projeto de Lei Complementar n.o 54-A, de 1976 (Do Sr.

Jerônimo Santana) - Eleva o Território Federal de Rondônia àcondição de Estado, e determina outras providências; tendo pa­recer, da Comissão de Constituição e Justiça, contra o voto doSr. Wilmar Guimarães, pela constitucionalldade, juridicidade etécnica legislativa, com emendas, com voto em separado dI) Sr.Theobaldo Barbosa. v

Projeto de Lei n.o 2.51l-A, de 1976 (Do Sr. Juarez Bernar­des) - Cria o Instituto de Energia Solar na Universidade li'e­deral de Goiás; tendo parecer, da Comissão de Constituição eJustiça, pela inconstitucionalldade.

Projeto de Lei n.o '2. 789-A, de 1976 (Do Sr. FernlU'idoCunha) - Acrescenta dIspositivo à Lei n,o 4.595, de 31 de de­zembro de 1964, que criou o Conselho Monetário Naciclnal;tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pe:W~ in-constitucionalidade, contra o ,oto do Sr. Célio Borja. L

Projeto de Lei n.o 3.443-B, de 1977 (Da Comissão de Cons­tituição e Justiça) - Redação para 2.11 discussão do Projeto deLei n.O 3.443-A, de 1977, que "determina consulta plebiscil;áriaàs populações da área amazônica do Estado de Goiás a res­peito da criação do Estado do Tocantins".

PROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Reso:ução n.o 165, de 1978 (Do Sr. Florim Cou­tinho) -- Estende aos servidores da Câmara dos Deputados,sob o regime da CLT, direitos assegurados aos servidores ce- ,leti.stas do Poder Executivo no Decreto n,o 75.239, de 16 de ja­neiro de 1975, mOdificando o art. 16 da Resolução n.o 9, de 27de junho de 1975, desta Casa.

Projeto de Lei n.o 4.730, de 1978 (Do Sr. J'oaquim Bev'íllac­qual - Introduz modiIicação na Lei n.o 5.859, de 11 de de­zembro de 1972, para o fim de assegurar aos empregados, do-mésticos o direito ao salário mínimo. I.

Projeto de Lei n.o 4.732, de 1978 (Do Sr. Daso Coimbra) ­Isenta de incidência do Imposto de Renda os proventos de ina­tivos e aposentados.

Projeto de Lei nP 4.733, de 1978 (Do Sr. José Ribamar Ma­chado) -- Dispõe !:'obre' dispensas de cômputo da renda brutade proventos de aposentadoria nas c}eclarações do Imposto deRenda, e dá outras providências. .

Projeto de Lei n.O 4.734, de 1978 (Do Sr. Marcelo Medeiros)- Concede isenção de Imposto de Renda e de contribuiçõesprevidenciárias que incidem sobre proventos de al'osentadoll,pensões e benefícios de previdência.

Projetos de Lei n.o 4.735, de 1978 (Do Sr. Henrique EduardoAlves) - Introduz alteração na legislação da Previdência So­cial (Lei n.o 3.807, de 26 de·agosto de 1960>'

Projeto de Lei n.o 4.736, de 1978 (Do sr. JoeI Ferreira) ­Acrescenta dispositivo ao § 4.° do art. 29 da Lei n,o 5.540, de28 de novembro de 1968, que "fixa normas de organização efuncionamento do ensino superior e sua articulação com a es­cola média",

Projeto de Lei n.o 4.737, de 1978 (Do Sr. Peixoto Filho) -­Revoga os itens II e VI do art. 69 da Lei n.o 3.807, de 26 deagosto de 1960 (Lei Orgânica da Previdência Social).

Projeto de Lei n.o 4.738, de 1978 (Do Sr. Otavio Deceato)- Estabelece a criação do Parque Nacional da Serra. do Japi,no Estado de São Paulo.

IV - Pequeno Expediente

AURELIO CAMPOS - Proteção do trabalho do menor.RUY CODO - "Dia Internacional da Mulher".R~UL BERNARDO - Política fundiária.FABIO FONSECA - Projeto de lei, de sua autoria, que

cria a Fundação Nacional para o Controle e Erradicação deDrogas que criam Dependências Física e Psíquica.

NUNES LEAL - Necrológio do Sr. Plácido ScusseI.MURILO BADARó - Necrológio do Prof. José Vieira de

Mendonça.JOÃO PEDRO - Primeira Jornada Biomédica de Piracica­

ba, São Paulo.ANTôNIO MORIMOTO - Posse da nova Diretoria da As­

sociação do Diplomados da Escola Superior de Guerra no Riode Janeiro, Estado dQ Rio de Janeiro.

MINORU MASSUDA - Lançamento, pelo MDB, de anti­candidatos a Governadores e Vice-Governad'Ores.

JARMU.ND' :NABSER - Assistência às populações ribeirt-nhas do norte de Goiás. . '

RUY BRITO - Problema fundiário nos Municípios de !ta··baiana e Salgado de São Félix, Paraíba.

IVAllIR GARCIA - Aposentadoria por tempo de serviçodos componentes das carreiras policiais civis.

ADHEMAR GHISI - Necrológio do Dr. Paulo Wensing, ex­Prefeito Municipal de Araranguá, Santa Catarina.

PRISCO VIANA - Política cafeeira nacional. Atuação doSr, Camillo Calazans â frente do !BC. _

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0Jl22 (luada-feira 22 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Março de D7I

ROMUL0 GALVAO - ConvenIência na extensão, pelo Ban­co Central, -da moratória de crédito agrícola aos ~unlcipios'donorte e nordeste da Bahia.

JUAREZ BERNARDES - Ineficácia de vacinações contra aaftosa em Goiãs.

ALCEU COLLARES - Prisões no Paraná../\LOtsro SANTOS - Desenvolvimento de cooperativas no

Espírito Santo.. JOSli: ZAVAGLIA - Situação dos ex-pracinhas aposen­

tados.NORBERTO SCHMIDT - Necessidade de asfaltamento do

acesso à cldade de Estrela, Rio Grande do Sul.ADALBERTO CAMARGO - "Dia Internacional para a Eli­

minação da DIscrimInação Racial".Cl!:SAR NASCIMENTO - Necessidade de duplicação do

valor do salário mínimo e dos vencimentos dos servidores pâ­blicos.

GOMES DO AMARAL - Conveniência de funcionamentoda UnB no periodo noturno.

ANTUNES DE OLIVEIRA - Declaração sobre Direitos doAnimal.

OOTACfLIo QUEIROZ - Situação da área agrícola da Fa­zenda Alagamar e Sítio Piaça, Municípios de Itabaiana e Sal­gado de São Félix, Paraíba.

FREDERICO BRANDÃO - Reestruturação nos quadrosfuncionais do Banco do Brasil.

JOÃO MENEZES - Enchentes na Região Amazônica.

ALCIDES FRANCISCATO - ArquiTamento, pelo Tribunalde Justiça de São Paulo, de denúncia contra o Deputado Abra­himDabus.

A. H. CUNHA BUENO - Relatório da Associação dos Mu­nlcípios do Oeste Paulista relativo às atividades de 1977.

PEIXOTO FILHO - Reivindicação dos Municipios de Ma­gé e Duque de Caxias, Estado do Rio de Janeiro.

SECRETARIA GERAL DA MESARELAÇãO DOS DEPUTADOS INSCRITOS NO

GRANDE EXPEDIENTEMarço/1978

DATA DIA DA SEMANA NOME

22 Quarta-feira Jorge Paulo - MDBJoão Pedro - ARENA

27 Segunda-feira Raul Bernardo - ARENASebastião Rodrigues Jr. - MDB

28 Terça-feira. Walmor de Luca - MDBManoel de Almeida - ARENA

29 Quarta-feira Igo Losso - ARENAJerônimo Santana - MDB

30 Quinta-feiraJosé Maurício - MDBIvahyr Garcia - ARENA

U Sexta-feira A. H. Cunha Bueno - ARENAAlvaro Dias - MDB

ATA DA 15.a SESSÃOEM 21 DE MARÇO DE 1978

PRESID1l:NCIA DOS SRS.:JOÃO LINHARES, l Q-Vice-Presidente;

e ADHEMAR SANTILLO, 2Q-Vice-Presidente.I _ As 13:30 horas comparecem os Senhores:

Marco MacielJoão LinharesAdhemar SantilloDjalma BessaJader BarbalhoJoão ClímacoJosé CamargoDiogo NomuraNorberto SchmidtPeixoto FilhoAntônio Morais

v - Grande ExpedienteAIRTON SOARES - Quadro polítIco institucIonal da Amé-

rica do Sul.CANT!DIO SAMPAIO - Prisão de lntelectuals- no Paraná.

VI - Ordem do Dia.

CELSO BARR08, DAYL DE ALMEIDA, ALOíSIO SANTOS,CLAUDINO SALEB, CID FURTADO, ODEMIR FURLAN, PA­CHECO {JHAVES, OTAVIO {JECCAT0, SIQUEIRA 'CAMPOS,HENRIQUE EDUARDO ALVES, ADALBERTO CAMARGO, DA­SO COIMBRA - Apresentação de proposições.

ALCEU CoLLARES - ComunIcação, como Líder, sobrecarta do Brigadeiro Eduardo Gomes ao Presidente Ernesto Gei­sel sobre revisão de punição imposta ao Capitão Sérgio RibeiroMiranda de Oarvalho.

CANTíDIO SAMPAIO - Comunicação, como Líder, sobrecarta do Brigadeiro Eduardo GDmes ao Presidente Ernesto Gei­sel sobre revisão de punição imposta ao Capitão Sérgio RibeiroMiranda de Carvalho.

VII - Comunicações Parlamentares

IVABrR GARCIA - Prática da democracia.

AIRTON SOARES - Organização partidária.

vm - Designação da Ordem do Dia;

IX - Encenamento

Discurso do Deputado Antunes de Oliveira, no PequenoExpediente da sessão de 9-3-78: Eleição presidencial no Pais.

Z - ATA DA MESA3 - MESA (Relação dos membros)4 - LiDERES E VICE- LíDERES DE PARTIDOS (Relação

dos membros)5 - COMISSõES (Relação dos membros das Comissões Per­

manentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

AcreNabor Júnior - MDB; Nasser Almeida - ARENA; Ruy Lino

-MDB.A!tlazoJ'l.u

Antunes de Oliveira - MDB; doeI Ferreira - MDB; Rai­mundo Parente - ARENA.

PlUá.Edison Bonna - ARENA; João Menezes - MDB; Jorge Arbage

- ARENA; Júlio Viveiros - MDB.Maranhão

Epitácio Cafeteira - MDB; José Ribamar Machado - ARE­NA; Luiz Rocha - ARENA; Magno Bacelar - ARENA; MarãoFilho - ARENA.

PlaaiHugo Napoleão - ARENA; Murilo Rezende - ARENA.

Ceará.

Flávio Marcilio - ARENA; Furtado Leite - ARENA; Gomesda Silva - ARENA; Jonas Carlos - ARENA; Ossian Araripe ­ARENA.

Rio Grande do Norte'Francisco Rocha - MDB; Ulisses Potiguar - ARENA; Vingt

Rosado - ARENA.Paraíba

Antônio Gomes - ARENA; Maurício Leite - ARENA; Octa­cílio Queiroz - MDR

Pernambuco

Aderbal Jurema - ARENA; Airon RÍ<ls - ARENA; Carlos Al­berto Oliveira - ARENA; Fernando Lyra - MDB; Inocêncio Oli­veira - ARENA; Josias Leite - ARENA; Thales Ramalho - MDB.

• )UagoasAntonio Ferreira - ARENA; José Alves - ARENA.

Sergipe

Passos pôroo - ARENA; Raymundo Diniz - ARENA.Bahia

Afrisio Vieira Lima - ARENA; Horácio Matos - ARENA;João Alves - ARENA; Joir Brasileiro - ARENA; Mano~l Novaes-AREN~; Noide Cerqueira: - MDB; Odulfo Domingues - ARE­

NA; Prisco Viána - ARENA; Rogério Rêgo - ARENA.

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Março de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 092S

111 - EXPEDIENTE

OFíCIO

Do Sr. Líder do MPB, nos seguintes termos:Ofício' n,o 40/73 Brasília, 17 de março de 1978.

Senhor Presidente:Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência que o Depu­

tado Magnus Guimarães passa a participar da Comissão de Edu-

Roraima

Hélio Campos - ARENA.

O SR. PRESIDENTE (João Linhares) - A lista de presençaacusa o comparecimento de 147 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.n - O SR. NUNES LEAL, servindo como 2.0 -Secretário, pro-

cede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem obser­vações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (João Linbares) - Passa-se à leitursl doexpediente.

O SR. ANTONIO MORAIS, Suplente de Secretário, servindocomo l.°-Secretário, procede à leitura do seguinte

Rio de JaneiroAlair Ferreira - ARENA; Aleir Pimenta - MDB; Antonio

Mota - MDB; Ário Theodoro - MDB; Daniel Silva - :MDB'Erasmo Martins Pedro - MDB; Franciseo Studart - MDB; Héli6de Almeida - MDB; JG de Araújo Jorge - MDB; José Haddad- ARENA; José Maria de Carvalho - MDB; Mac Dowel1 Leitede Castro - MDB; Milton Steinbruch - MDB; Oswaldo Lima ­MDB; Rubem Dourado - MDB.

Minas GeraisCarlos Cotta - MDB; Cotta Barbosa - MDB; Fábio Fonseca

- MDB; Francelino Pereira - ARENA; Homero Santos - ARE­NA; Jorge Vargas - ARENA; José Bonifácio - ARENA; JoséMachado - ARENA; Luiz Fernando - ARENA; Nogueira de Re­zende - ARENA; Raul Bernardo - ARENA; Sinval Boaventura- ARENA; Tancredo Neves - MDB; Tarcísio Delgado - MDB.

São PauloAdalberto Camargo - MDB;' Antonio Motimoto - ARlsNA;

Athiê Coury - MDB; Aurelio Campos - MDB; Cantídio Sampaio- ARENA; Cardoso de Almeid'a - ARENA; Frederico Brandão­MDB; Freitas Nobre - MDB; Ivahir Garcia - ARENA; JoãoCunha - MDB; Joaquim Bevilacqua - MDB; José Zavaglia ­MDB; Odemir Furlan - MDB; Otavio Ceccato - MDB; RobertoCarvalho - MDB; Ruy Brito - MDB; Santnll Sobrinho - ],IDB.

GoiásFernando Cunha - MDB; Genervino Fonseca - MDB; l:Ielio

Levy - ARENA; Iturival Nascimento - MDB; Jarmund Nasser- ARENA; Juarez Bernardes - MDB; Onisio Ludovico - ARE­NA; Siqueira Campos - ARENA.

Mato GrossoNunes Rocha - ARENA; Ubaldo Barem ~ ARENA; VBl1do­

miro Gonçalves - ARENA; Vicente Vuolo - ARENA.

Paraná

Antônio Annibel11 - MDB; Flávio Giovini - ARENA; Ga.ma­liel Galvão - MDB; Gomes do Amaral - MDB; João Vargas ­ARENA; Minoro Miyamoto - ARENA; Pedro Lauro - MDB; Se­bastião Rodrigues Júniot - MDB; Walber Guimarães - MDB.

Santa Catarina.Adhemar Ghisi - ARENA; Angelina Rosa - ARENA; Aroldo

Carvalho - l\RENA; César Nascimento - MDB; Dib Cherer.n ­ARENA; Henrique Córdova - ARENA; Walmor de Luca - MDB.

Rio Grande do Sul

Alberto Hoffmann - ARENA; Augusto Trein - ARENA; CidFurtado - ARENA; Eloy Lenzi - MDB; Fernando Gonçalves ­ARENA; José Mande1li - MDB; Magnus Guimarães - MDB;Odacir Klein - MDB; Rosa Flores - MDB; Vasco Amaro ­ARENA.

Argilano DarioMoreira - MDB.

Espírito SantoMDB; Henrique Pretti - ~RENA; Mário

cação e Cuitura, como membro efetivo, em substituição ao Depu-tado Edgar Martins. .

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelênciaprotestos de estima e consideração. - Tancredo Neves, Lider doMDB.

PROJETO DE LEI OOMPLEMENTAR N.o 64-A, DE 1976

(Do Sr. Jerônimo Santana)Eleva. o Território F!lderal de Rondônia à condiçãD de

Estado, e detennina ontras providências; tendo parooer, daC0:mis5ã.o de Constituição e ;Justiça, contra o voto do Sr.Wilmar Guimarães, pela constitucionalidade, juridieidadefi técnica legislativa,. com emenda9, com voto em separa.dc)do Sr. Theobaldo Barbosa.

(Projeto de Lei Complementar n.O 64, de 1976, a que serefere o parecer).

. O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 tl o Território Federal de Rondônia erigido em Esta­

do, conservando a denominação e os limites atuais.Art. 2.0 A cidade de Porto Velho será a Capital do Estado.Art. 3.0 A Assembléia Constituinte do Estado de Rondônia:

será eleita sessenta dias depois da publicação desta Lei Comple­mentar, e instalada trlnta dias após, sob a presidência de Jui2:do Tribunal Regional Eleitoral do Acre e Rondônia, por sellPresidente designado para. essa finalidade.

§ 1.° São aplicáveis a essa eleição as normas do Cõdig<>Eleitoral que disciplinam a de Deputados às Assembléias Legis­lativas.

§ 2.° O Juiz designado, a que se refere o caput deste artigo.presidirá a Assembléia Constituinte até a eleição da Mesa-Diretora.

§ 3.0 O período do mandato dos Deputados eleitos flndará.juntamente com o dos Deputados dos outros Estados.

Art. 4.° O Tribunal Regional Eleitoral baixará Instruções para.a realização da eleição para a Assembléia COnstituinte, e para ad~ Governador e Vice-Governador, a ser levada a efeito cento evinte dias após a data da publicação da presente Lei Comple­mentar.

§ 1.° Para os candidatos aos cargos de Governador e Vlce­Governador prevalecerão as inelegibilidades previstas no inciooIH, do art. 1.0, da Lei Complementar n.o 5, de 29 de abr11 de1970, reduzido para dois meses o prazo para a desincompatiblli­zação, exclusivamente para esse pleito.

§ .2.° Para o período entre a entrada em vigor desta LerComplementar e o da assunção' do Governador e Vice-Governadoreleitos, o Estado será governado pelo Governador em exercício,que poderá expedir decretos-leis sobre todas as matérias de com­petência do Estado, até a promulgação da Constituição Estadual.

§ 3.0 O primeiro período do mandato do Governador e Vice­Governador eleitos terminará quando findar o dos' Govemadore5em exercício nos Estados.

Art. 5.0 A Assembléia Constituinte, após a promulgação da.Constituição, passará a exercer as funções de Assembléia Legis­lativa até o término do mandato dos respectivos Deputados.

Art. 6.0 A posse do primeiro Governador, com a do respectivO'Vice-Governador, efetivar-se-á em sessão solene da AssembléiaLegislativa, no dia assinalado pelo Tribunal Superior Eleitoral na!>instruções a que se refere o caput do artigo precedente.

Art. 7.0 O Poder Judiciário será exercido pelo Tribunal eórgãos da Justiça, consoante vier a ser estabelecido na organi­zação judiciária do Estado, em lei da iniciativa do Governador.

Art. 8.0 O Estado de Rondônia, criado pela presente Lei,sucede no dominio e jurisdição o atual Território Federal deRondônia. •

§ 1.0 O patrimônio - neste compreendidos os bens e a ren­da - os encargos e prerrogativas atuais, e as obrigações de ordeminterna e internacional, são transferidos ao novo Estado.

§ 2.0 Os bens móveis e imóveis, e os serviços públicos assimdefinidos por ato do novo Estado lhe serão transferidos com osrecursos orçamentários e extra-orçamentários a ele destinaaos.

§ 3.0 É o Poder Executivo autorizado a transferir, para o'novo Estado ou para seus Muniçípioll, as propriedades pertencentesaos Ministérios civis e militares que se hajam tornado desneces­sários aos serviços desses órgãos da União.

Art. 9.° O Prefeito de Porto Velho será nomeado pelo Gover­nador do Estado de Rondônia, com a prévia aprovação da Assem­bléia Legislativa.

Art. 10. O pessoal em atividade, do atual Território de Ron­dônia, que houver adquirido estabilidade no serviço público, de

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0924 Quarta-feira 2~ DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1978

sendo arquivado em cumprimento ao disposto no artigo 117 doRegimento Interno.

Relatando o projeto de que se originou essa Lei Complementarn.o 20, de 1974, o eminente jurista Djalma Marinho, focalizando-osob os aspectos jurídicos, deu-nos essa magnífica lição:

"Vale salientar as implicações relativas à criação de Esta­dos e Territórios e à formação mesma das leis complemen­tares, como elementos válidos na conjuntura político-jurí­dica que informa o real objetivo da proposição sob exame.Não havia, no Império Brasileiro, a figura do Território,como unidade administrativa. Tratando-se de Estado Uni­tário, mitigada a autonomia das 19 Províncias criadas pelaConstituição de 1824, a posse do espaço físico em que sesituavam era da Nação, na plenitude da sua soberania. Foia Constituição de 1891 que, dispondo sobre a autonomia dosEstados, em organização federativa, lhes adjudicou a possee dominio dos respectivos Territórios, reservando-se umaárea de 14.400 quilômetros quadrados, no Planalto Central,para a futura Capital da República e ampliando o "poderde império" do Governo Central na chamada "faíxa defronteira."

Lembra Pedro Calmon (Cur.so de Direíto Constítucional Bra­sileiro, Freitas Bastos, Rio, 1937, p. 104) que a figura do TerritórioNacional é norte-americana, quando aquela União, dividida em13 Estados, adquiriu, inicialmente por compra, posteriormente porconquista, novas faixas .territoriais. Em suma, só há territóriosfederais em Estados organizad,os federativamente. Assim, não con­figura esse tipo de organização, por exemplo, a Groenlândia, parteextraterritorial da Dinamarca, cujos negócios administrativos sãotratados por um dos Ministérios.

Fomos inspirar-nos no exemplo norte-americano, enfrentamoso problema do Acre, onde "uma população flutuante de nacionaisem terra estrangeira, movidos pelo interesse econômico e tocadospelo sentimento das aventuras, exigiu solução extraconstitucional,quando, após a sucessão dos diversos acontecimentos que assinalama história regional, desde Galvês a Plácido de Castro, a Nação tevede intervir" (Océlio de Medeiros, "Territórios Federais", EditoraNacional de Direito, Rio, 1944, p. 87).

Depois do 'Decreto n.o 5.161, de 10-3-1904, que ratificara oTratado de Petrópolis, de 17-11-1903, pelo qual adquiríamos daBolivia aquela faixa territorial, o Congresso Nacional teve queenfrentar o problema administrativo decorrente, levado a optarentr~ três soluções: administração direta pela União, anexaçãoao Estado do Amazonas, constituição em Estado autônomo. EmboraRui Barbosa defendesse a anexação ao Estado do Amazonas, oPresidente Rodrigues Alves preferia a primeira solução, alegandoque, pelos sacrifícios impostos à União, em custosos arranjos inter­nacionais, deveria caber-lhe aquela administração. Assim, a Uniãoganhou a disputa: e o supracitado Decreto de 1904 criou trêsdepartamentos, do Alto Acre, do Alto Purus e do Alto Juruá. (Osprefeitos eram nomeados pelo Presidente da República, todosmilitares, por tratar-se de área de segurança nacional.) O Decreton.O 91.831, de 23-10-1912, conservando tal divisão administrativa,apenas deu aos três Distritos uma só Comarca. Posteriormente(Decreto n.O 6.901, de 20-3-1908), formaram-se três comarcas,subordinadas a um Tribunal de Apelação. Eram cinco os muniCÍ­pios: Cruzeiro do Sul, Vila Seabra, Sena Madureira, Rio Branco eXapuri, mantidos pelo Decreto Legislativo n.o 14.383, de 1.0 :'10-20,que criava o cargo de Governador, nomeado pelo Presidente daRepública. ,

Em 1934, o Território passou a ser figura de Direito Constitu­cional, e, a partir da Carta de 1937, além de entidade típica consti­tutiva do Estado Federal, com uma lei orgânica baixada pela Uniãoe uma "forma de administração autônoma sui generis, compreen­dida na organização constitucional da União", vivendo às expensasdela e representando um "fenômeno de concentração do poder",(Temístocles Cavalcanti, "Instituições de Direito Administrativo",Freitas Bastos, 1938, 1.0 voI., pág. 92).

Nem a Constituição de 1891, nem a de 1934, nem a de 1937,diziam como os Territórios se erigiriam em Estados. Comentandoa primeira, Carlos Maximiliano ("Comentários à Constituição Bra­sileira", 3.8 edição, Livraria Globo, Porto Alegre, 1929, p. 143) indi­cava o processo norte-americano - em cujo direito buscávamosinspiração para a criação dos nossos Territórios Federais: "o povoda região pede que o elevem a Estado; se o Congresso concorda,autoriza-o a elaborar uma lei básica e prescreve a maneira de oconseguir; aprovada a obra da Constituição local, é declaradoEstado o Território e como tal incorporado à Federação."

E lembra, citando Villoughby:

"Casos se conhecem de se reunirem os habitantes de umTerritório e elabor~rem uma Constituição sem audiênciaprévia da legiS'latura federal, o que não impede que estaaprove tudo e reconheça formalmente o novo Estado."

Embora a cópia institucional, a criação dos Territórios Fe­derais Brasileiros em nada se assemelha ao processo norte-amer1-

JustificaçãoPor motivos de ordem econômica, social, politica e até de

segurança nacional, de há muito se impunha a elevação do Terri­tório Federal de Rondônia a Estado.

A esses fundamentos somam-se os argüídos pelo Presidenteda República, quando submeteu à apreciação do Congresso Nacio­nal o projeto de lei complementar dispondo sobre a criação deEstados e Territórios, e a respeito da fusão dos Estados do Riode Janeiro e da Guanabara, oportunidade em que enfatizou quese impusera à iniciativa:

"o propósito de uma estruturação federativa que assegu­rasse à Nação desenvolvimento harmonioso e equilíbriopolítico, visando a garantir sua segurança interna e exter­na, e, objetivo fundamental à integração nacional."

De nossa autoria foi no Projeto de Lei n.O 543, de 1971, pro­pondo alçar o Território de Rondônia em Estado, DCN de 28-11-:71.Essa proposição, da Comissão de Constituição e Justiça, colheuparecer, unanimemente aJílrovado, pela constitucionalidade, juri­dicidade e boa técnica legiSlativa, nos termos do pronunciamentodo arenista &cio Alvares, atual Governador do Estado do EspíritoSanto.

A Comissão de Serviços Públicos, também por unanimidade,sufragou o parecer favorável do Deputado Milton CasseI, da ARENAdo Rio Grande do Sul.

Encontrava-se o Projeto referido na última Comissão a quefora distribuído, quando foi surpreendido pelo final da legislatura,

conformidade com a lei aplicável à espécie ao tempo da aquisição,e anterior à presente Lei, será transferido para o novo Estadona data em que esta se constituir.

Art. 11. O pessoal inativo do atual Território de Rondôniaé transferido para o novo Estado.

Art. 12. Mediante lei de iniciativa do Governador será im­plantado novo Plano de Classificação de Cargos para o pessoalativo do Estado de Rondônia.

§ 1.0 . A implantação do Plano será feita por órgãos, atendidauma escala de prioridade, nlJ, qual se levarão em conta a existênciade recursos para fazer face às respectivas despesas e conveniênciasde reduzir o número de cargos.

§ 2.0 A transferência ou transformação dos cargos existentes,para o novo Plano de Classificação de Cargos, processar-se-ágradativa e seletivamente, considerando-se as necessidades e con­veniências da Administração, apenas, quando estiverem ocupadosà data desta Lei Complementar, e segundo critérios seletivos aserem estabelecidos, inclusive através de treinamento intensivoe obrigatório.

§ 3.0 A ascensão e progressão funcionais obedecerão a crité­rios seletivos e a um sistema de treinamento e qualificação desti­nado a assegurar a permanente atualização e elevação do nivelde eficiência do funcionalismo.

Art. 13. Incorporar-se-ão ao orçamento do novo Estado, peloprazo de dez anos consecutivos, as transferências de recursos feitas,a qualquer título, pela União, no exercício corrente em que apro­vada esta Lei Complementar.

Parágrafo único. Na hipótese de as transferências aludidasneste artigo não terem destinação específica, poderá o Governadordestiná-las à suplementação da despeza já orçada, ou dispor,mediante decreto-lei, a respeito da aplicação dos recursos respec­tivos.

Art. 14. Serão mantidas a divisão e a organização municipaisdo atual Território de Rondônia, atê que o novo Estado venhaa dispor de forma diversa.

Art. 15. São respeitados os mandatos municipais em curso,tanto os legislativos quanto os executivos.I Art. 16. As providências exigidas para a instalação da ASsem­bléia Constituinte serão tomadas pelo Ministro de Estado daJustiça. .

Art. 17. No que for indispensável e enquanto necessário, aUnião assistirá ao novo Estado consoante previsto no item VI, doart. 3.0, da Lei Complementar n.o 20, de 1.0 de julho de 1974.

Art. 18. Até a data da instalação do Tribunal Regional Elei­toral do Estado de Rondônia, as funções deste continuarão a serexercidas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Acre.

. Art. 19. O Governador eleito, dentro dos primeiros noventadias de seu mandato, promoverá concurso público para a seleçãodo melhor desenho e cores da bandeira e das armas do Estl;l.do deRondônia, e outro para a escolha das mais e:ll:pressivas letra emúsica para seu hino. •

Art. 20. A presente Lei Complementar entra em vigor na data,~e sua publicação.

-~-~~,

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Março de 1978 DIARIO no CONORESSO NACIONAL <Seção I) Quarta~feira 22 <1925'

cano, apesar de, no caso da elevação a Estado, alguma semelhan­ça se encontrar: o reconhecimento da autonomia do Acre del:or­rente de uma lei federal, sem qualquer apelo plebiscitário, po­rém, à respectiv" população: tratava-se de unidade inteiramentesubmetida ao poder central, que comprara suas terras à Bolivia.Assim, nada mais lúgico que a União, pelo Poder Legislativo, de­cidisse, só ela, sem consulta às populações, sobre o deferimentoda autonomia administrativa e politica à população interessada.

A atipicldade· da organização política dos Territórios temsido notória.

A Lei n.o 366, de 30 de dezembro de 1936, que dava autonomiaaos municípios do Território do Acre e previa um Conselho Terri­torial, composto de sete membros designados pelo Presidente daRepública, vigorou por pouco tempo: o regime instituído pelaConst~tuição de 1937, não se consolidando nessa parte, cassou aautonomIa de todos os municípIos brasileIros.

Mas o caso do Território do Acre não é o mesmo, quanto aoprocesso de crIação, dos demais Territórios Federais, em primei­ro lugar porque nenhum respaldo constitucional havia à sua ins­tituição, em segundo porque decorrente de aquisição internac:io­nal, não de desmembramento de Unidade Federativa preexis­tente.

Os demais foram criados sob o império da Constituição de1937.

Aquela ConstituIção distinguia três figuras, quanto à origemdos Territórios Federais: a da aquisição, a do desmembramentoe a da transformação, assim previstas, respectivamente, nos arts.4.0 6.0 e 8.0 , in verbill:

"Art. 4.0 O Território Federal compreende os territóriosdos Estados e os diretamente administrados pela União,podendo acrescer com novos territórios que a ele venhamincorporar-se por aquisição, conforme as regras do direi­to internacional.

Art. 6.0 A União pÔÍlerá criar, no interesse da segUrELU­ça nacional, com partes desmembradas dos Estados, ter­ritórios federais, cuja administração será regulada em leiespecial.

Art. 8.° Parágrafo únIco. O Estado que, por três anosconsecutIvos, não arrecadar receIta suficiente à manuum­ção de seus serviços será transformado em território atéo restabelecImento de Sua capacidade financeira."

No prImeiro, encontramos o caso do Acre; no segundo o dosTerrItórios Federais criados em 1943; e o terceiro jamais se 11e­riticou no Brasil.

Aquela Constituição deixava, em outros artigos, claramenteexpresso que a União podIa reduzir os limItes dos Estados, porlei ordinária. Assim o dizia expressamente o artigo 16, item I,verbis:

"Art. 16. Compete privativamente à União o poder de le­gislar sobre as seguintes matérias:

I - os limItes dos Estados entre si. .. "Para criar os novos TerritórIos Federais - cinco, posteriormen­

te reduzidos a três - o Presidente da República valeu-se da fran­quIa do art. 180, fazendo-o nos termos da Constituição de 1937, aobaixar o Decreto-lei n.o 5.812, -de 13 de setembro de 1943, cujoart. 1.0 declara, verbis:

"Art. 1.0 São criados, com partes desmembradas dos Els­tados do Pará, do Amazonas, de Mate Grosso, do Para.náe de Santa Catarina, os Territórios Federais do Amapá, doRio Branco, do Guaporé, de Ponta Porá e do Iguaçu."

Os 5 parágrafos desse artigo delimitam tais terrItórios, en-quanto os artigos 2.0 e 3.0 declaram:

"Art. 2.0 Passam para o domínio da UnIão os bens que,pertencendo aos Estados ou Municípios na forma da C011S­tituição e das leis em vigor, se acham situados nos Teui­tórios delimitados no artigo preçedente.Art. 3.0 A administração dos TerrItórios Federais, oracriados, será regulada por lei especial.'~

Tal divisão administrativa foi feita pelo Decreto-lei n.o 5.8119,de 21 de setembro de 1943, modificado pelo Decreto-lei n.O 5.9110,de 23 de outubro do mesmo ano, aparecendo a 31 de mala de 1944,no Decreto-lei n.o 6.550, a retificação dos limItes desses Territórios.

AssIm, com exceção do antigo Território do Acre, todos osatualmente exIstentes foram criados por desmembramento de Es­tados, sem qualquer consulta plebiscitária, nem deliberação· dasAssembléias Legislativas ou das Câmaras MunicIpais interessadas.

Com a Constituição de 1946, mantidos os Territórios Federaisdo Rio Branco, do Guaporé e do Amapá, foram devolvidos - pordeliberação do poder constituinte - ao Estado de Mato Grosso aárea e o Território de Ponta Porã, e aos Estados do Paraná e deSanta Catarina, aquelas que configuravam o Território de Iguaçu.

Sob o império dessa Constituição, não se criou nenhum Ter­ritório Federal.

Promulgada a ConstItuição de 1967, foI criada, no Ministérioda Justiça, uma Subcomissão, encarregada de apresentar projetode lei complementar, disciplinando a criação de Estados e Terri­tórios, encaminhando o então Ministro da Justiça o respectivo pro­jeto ao Presidente Costa e Silva, que não póde, no entanto, en­viá-lo ao Congresso Nacional.

Os Territórios Federais existentes no Brasil - cuja Lei Orgâ­nica mais recente se configura no Decreto-Lei n.o 411/69 - foramcriados por imperativo da segurança nacional; um o de FernandoNoronha·, pouco mais do que uma base naval no AtlântIco; os de­mais, em nossas fronteiras terrestres, todos na Amazónia. Não sefalava, então, em imperativo do desenvolvimento integrado; mas,coincidentemente, esses Territórios se encontram na área menosdesenvolvida do País. Dai porque, quando se pensa na criação denovos Territórios Federais, alega-se a necessidade de promover-seo desenvolvimento das áreas respectivas, tanto mais quanto, hoje,há um entrelaçamento Inseparável de segurança e desenvolvimen­to, como cpmponentes de um só objetivo nacional.

Problema diverso é o da transformação do Território em Es­tado.

Quem examina o Decreto-Lei n.O 411/69, chega, facilmente, à.conclusão de que o desempenho administrativo nessas circunscri­ções visa à sua transformação em unidades federadas autônomas.

Aquele documento legal começou por devolver aos Municípiosdos Territórios Federais a autonomia perdida desde 1937. Mandoucriar um Conselho Territorial e, na Exposição de Motivos, enviada.ao Presidente da República pelo então Ministro Albuquel"que LIma.do InterIor, (Pasta a que o Decreto-LeI n.o 200/67 jurisdiclonou a.administração dos Territórios Federais), estava consignada a in­tenção de prepará-los paia a autonomia.

Mas esse propósito não está, nem nunCa forá, claramente exa­rado em lei. Mesmo porque tais Territórios poderiam, atingidos osobjetivos do desenvolvimento da respectiva área, tanto ser devol­vidos aos respectivos Estados de que se desmembraram como erigi­rem-se em Estados.

No primeiro caso, em nossa história constitucional e adminis­tratIva, está o exemplo da reanexação, às unidades de que se des­membraram, dos Territórios de Iguaçu e Ponta Porá; no segun­do, o da transformação do Acre em Estado.

Saliente-se, mais uma vez, que, em nenhum desses processos,houve qualquer tipo de consulta às populações Interessadas, nema quaisquer assembléias estaduais ou câmaras municipaIs. A cria­ção dos Territórios decorreu de ato legislativo ordinário, comotambém, sob o império da Constituição de 11146, a elevação do Acrea Estado. Já a extinção, que a nossa História registra, resultou deato do Congresso Nacional, em Assembléia Constituinte, claramen­te dispensável aquela manifestação, por inexIstirem Assembléias;estaduais e câmaras Municipais, saído o povo de um verdadeiroplebiscito, em 1945, quando escolhera deputados e senadores compoder constituinte.

Assim, nas duas oportunidades, estava ó Congresso Nacionaldecidindo pelo povo, imitido no poder de representá-lo, parecendOobis in idem qualquer outro tipo de consulta, quando o todo repre­sentativo já decidia, como poder nacional, em nome de todas asfrações dessa soberania.

Desde que a Constituição Federal veda, no Parágrafo único doartigo 7.0, a guerra de conquista - seguindo a tradição do consti­tucionalismo pátrio - tanto a criação de Território Federal emperda para os Estados, como a de sua fusão implicará no sacrifí­cio de uma ou mais autonomIas, em proveito da comunhão nacio­nal, com o estabelecimento jurínico do "poder de impérIo", quecabe à União, nas organizações estatais federativas. Hoje, dificíli­mo, senão impossível, no caso brasíleiro, pensar na origem de no­vos Estap.os ou Territórios Federais, por aquIsição: nenhum dosnossos vizInhos pretende vender suas terras, muito menos renunciarà própria soberania, para anexar-se ao Estado brasileiro.

Assim, a constituição de um novo Estado, na Federação bra~

sileira, ocorreri., sempre, Par fusão, desmembramento ou elevação­de Território ao status de Unidade Federada autônoma.

Conseqüentemente, quando o artigo 3.0 da Constituição con­fere à Lei Complementar a condição de instrumento para "criaçãode Estados e Territórios", contém, implícitas, aquelas três hipó­teses, à escolha do legisla~or ordinário, .na feitura da competên­cia da Lei Orgânica. Assim, qualquer a:tendente ao referido per­missivo constitucional condicionará a hipótese exsurgente: fusãüo

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0926 Quarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Março de 19'18

de dois Estados, criação de Território ou Estado por desmembra­mento, ascensão de Território a Estado.

Devido à inadequada organização infra-estrutural dos Terri­tórios Federais, político-administrativa, essa ascensão em Estadoimpõe-se urgentemente. Se somarmos o número de governadoresque teve o Acre enquanto Território com o dos que já passarampelo Amapá, Rondônia e Roraima, chega-se quase à cifra de 300,entre titulares e interinos, sendo que o número de prefeitos nomea­dos para as respectivas capitais é ainda superior. Só esse dado re­flete a instabilidade política e administrativa dos Territórim; Fe­derais, que em pais algum poderia propiciar a realizaçãc õe <:aUg·­trutivos governos para essas Unidades Federativas. N<:. Bra"li \)sistema territorial tem provocado profundas repercussões '1!';lf{~"tiV:<s

na vida de suas populações, apesar da riqueza e do pot( ela!. ê~130­

nômico daquelas áreas.A falta de Assembléia Legislativa e de Tribunal de Contas,

inexiste fiscalização financeira dos recursos destinados aos Terri­tórios.

O Conselho Territorial, apesar de instalado, até hoje nuncafuncionou.

O regime vigente em nossos Territórios ainda é colonial e oli­gárquico, indefinido e híbrido, incontrolável e irresponsável.

O Poder Judiciário de nossos Territórios é um dependente doPoder Executivo.

O Território Federal, na sua estreiteza administrativa, contra­ria frontalmente a largueza característica do sístema nacional bra­sileiro.

Daí dever-se promover quanto antes a Estado o Território Fe­deral em condições de auto-suficiência, autodireção e de autodomí­nio, ou que se debata em situaçãp sócio-cultural-política de su­portabilidade insustentável.

Os rondonienses clamam e necessitam realmente que o Con­gresso Nacional ihes confira a independêncIa política.

Rondônia em 31 anos já teve um Interventor e 24 Governado­res, e sua Capital, nesse mesmo período, 35 Prefeitos.

E eis as listas:

GOVERNADORES DO TERRITÓRIO NOMEADOS NOPERíODO DE 1943/1973/1974

N.OdeOrdem Nomes

1 Aluízio Pinheiro Ferreira2 Joaquim Vicente Rondon3 Frederico Trota4 Joaquim Araújo Lima5 Petrônio Barcelos6 Jesus Bulamarque Hosanah7 :G:nio dos Santos Pinheiro8 Paulo Nunes Leal9 José Ribamar de Miranda

10 Jaime Araújo dos Santos11 Paulo Nunes Leal12 Abelardo Alvarenga Mafra13 :mnio dos Santos Pinheiro14 Wadíh Darwich Zacarias15 Ari Marcos da Silva16 Paulo Eugênio Pinto Guedes17 Abelardo Alvarenga Mafra18 José Manuel L. da C. e Menezes19 João Carlos Santos Mader20 Flávio de Assunção Cardoso21 José Campedalli22 João Carlos M. Henriques23 Theodorico Ghayva

Interventor: Milton Lima24 João Carlos Marques Henriques25 Humberto da Silva Guedes

Nomeação

01-11-4307-02-4631-10-4709-07-4822-02-5107-02-5118-11-5313-09-5405-04-5514-10-5606-11-5818-03-6113-09-6112-12-6227-06-6314-10-6327-01-6424-04-6429-03-6610-04-6730-11-6707-02-6931-10-7203-07-6223-04-74

Exoneração

07-02-4631-10-4709-07-4822-02-5107-02-5218-11-5313-09-5405-04-5514-10-5606-11-5818-03-6108-09-6103-07-62 '27-06-6314-10-6327-01-6406-04-6429-03-6610-04-6730-11-6713-02-6931-10-7223-04-7412-12-62

08 - Raphael Jayme Castiel (2)09 - Balduino Guedes de Lira10 - Renato Clímaco Borralho de Medeiros (1)11 - José Saleh Morheb (2)12 - Renato Clímaco Borralho de Medeiros (1)13 - Walter Montezuma de Oliveira14 - Thomaz Miguel Chaquim15 - Rubens Cantanhede Motta16 - José Saleh Morheb (2)17 - Floriano Rodrígues Riva18 - José Saleh Morheb (2)19 - Raphael Jayme Castiel (2)20 - Homero Martins21 - Hamilton Paulino Gondin (1)22 - Raphael Jayme Castiel (2)23 - Hamilton Paulino Gondim (1)24 - Antônío Serpa do Amaral25 - Paulo Trajano de Medeiros26 - Moacyr Nunes de Assunção27 - Irineu Martins de Faria28 - Herbert Alencar de Souza29 - Hércules Lima de Carvalho30 - Walter de Paula Sales'31 - Odacir Soares Rodrigues (1)32 - Jacob Freitas Atallah33 - Emanuel Pontes Pinto34 - Odacir Soares Rodrigues (1)35 - Antônio Carlos Cabral Ca,rpinteíro

Obs.:(1) Governou dois períodos.

• (2) Governou três períodos.A repercussão do nosso projeto anterior sobre a promoção de

Rondônia a Estado ecoou em vários pontos do País. Qs jornais re­feriram-se ao fato com destaque. Entre estes, podemos mencionar:

- RONDôNIA PODE SER ESTADO, Jornal do Brasil, ediçãode 15-11-73;

- BRASIL AGORA 23 ESTADOS, .Jornal de Minas, O Diáriode 15-11-73;

- RONDôNIA PODE SER ESTADO, O Globo, 15-11-73;- COMISSõES DA CAMARA APROVAM CRIAÇAo DO ESTA-

DO DE RONDôNIA -<O Fluminense - 15-11-73;- RONDôNIA O NOVO ESTADO BRASILEIRO - O Estado

de Florianópolis - 15-11-73;- RONDôNIA VIRA ESTADO - A Notícia, Manaus, 15-11-73;- PAíS PODE TER MAIS UM ESTADO - Zero Hora, Porto

Alegre, 15-11-73;- PROJETO APROVADO FAZ DE RONDôNIA UM NOVO ES­

TADO - Folha da Tarde - SP - 15-11-73;- RONDôNIA SERA ESTADO - Diário de Brasília, 17-9-73;- PROJETO APROVADO FAZ DE RONDôNIA UM NOVO ES-

TADO - Jornal Alto Madeíra - Porto Velho, 17-11-73;- COMISSAO DE JUSTIÇA APROVA A ELEVAÇãO DE RON­

DôNIA A ESTADO - Correio do Povo - 17-11-73;- CAMARA APROVA A TRANSFORMAÇAO DE RONDôNIA

EM ESTADO - Diário de Notícias - Rio de Janeiro - 15-11-73;- TERRITóRIOS SERAO ESTADOS - Jornal de Brasília ­

19-04-74 - reproduzindo declarações do Ministro do Interior.POPULAÇAÓ

O fluxo migratório para o Território de Rondônia é elevado,chegando até 3.000 famílias por mês. As estatísticas oficiais regis­tram uma população inferior a que tem hoje o Território, já comcerca àe 300.000 habitantes.

O quadro da população é o seguínte, segundo estudos do Pro­Rondônia:

Desde a criação do Território Federal de Rondônia a 13 de se­tembro de 1944. a Chefia do Executivo porto-velhense já foi exer­cida por 35 Prefeitos nomeados pelo Governador territorial.

Eis a relação nominal dos respectivos governantes do Municí-pio da Capital:

01 - Mário Monteiro02 - Carlos Augusto de MendQnça03 - José Otino de Freítas (1)04 - Carlos Augusto de Mendonça (1)05 - Celso Pinheiro06 - Flamínio Albuquerque07 - Ruy Brasil Cantanhede

P Pn=PopulaçãoAno (n-l) (l+i) IM = K Total

1975 2~2.908

1976 230.263 17.320 247.5831977 255.754 17.320 273.0741978 282.085 17.320 299.4051979 309.286 17.320 329.606

PRECEDENTE LEGISLATIVO VISANDO AELEVAÇAO DO TERRITóRIO A ESTADO

O emínente Senador José Kairala ofereceu Projeto elevandoRondônia a Estado. Trata-se do Projeto n.o 128/63.

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Março de 1978 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seç,ão 1) Quarta-feira 22 0927

de.

Com essas razões, animamo-nos a reapresentar Projeto de leià consideração do Congresso Nacional.

Sala' das Sessões, 3 de dezembro de 1975. - Jerônimo Santana.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSoES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASILCom as modificações introduzidas pela Emenda Constitu­cional n.O 1 - de 17 de outubro de 1969.

TíTULO IDa Organização Nacional

CAPiTULO IDisposições Preliminares

. .Art. 3.° A criação de Estados e Territórios dependerá de lei

complementar.

Art. 7.° Os conflitos internacionais deverão ser resolvidos pornegociações diretas, arbitragem e outros meios pacíficos, com acooperação dos organismos internacionais de que o Brasil participe.

Parágrafo único. :Ê vedada a guerra de conquista.

LEI COMPLEMENTAR N.o 20, DE 1.° DE JULHO DE 1974-Dispõe sobre a criação de Estados e Territórios.

O Presidente da RepúblicaFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei Complementar.

CAPíTULO IDa criação de Estados e Territórios

SEçAO I

Da criação dos EstadosArt. 1.0 A criação de Estados e Territórios dependerá de Lei

Complementar (art. 3.° da Constituição Federal).Art. 2.0 Os Estados poderão ser criados:I - pelo desmembramento de parte da área de um ou mais

Estados;II - pela fusão de dois ou mais Estados;III - mediante elavação de Território à condição de Estado.Art. 3.° A Lei Complementar disporá sobre:I - a convocação de Assembléia Constituinte;n - a extensão e a duração dos poderes do Governador, no­

meado na forma do artigo 4.° desta Lei Complementar;In - o funcionamento do Tribunal e órgãos da Justiça, até

que lei especial disponha sobre a organização judiciária, respeitadasas garantias asseguradas aos Juizes pela Constituição Federal (ar­tigo 113);

IV - os serviços públicos e os respectivos servidores, agentes,_órgãos e representantes;

V - os direitos, as obrigações, os deveres, os encargos e osbens em que o novo Estado haja de suceder;

VI - às subvenções e os auxilias de qualquer natureza a seremprestados pela União, abrindo, se necessário, os créditos correspon­dentes;

VII - quaisquer outras matérias relativas à organização pro­visória dos poderes públicos de novo Estado, aas seus serviços, bense renda.

§ 1.0 No periodo anterior à promulgação da Constituição Es­tadual, o Governador nomeado na forma do artigo 4.° poderá expe­dir decret0S-leis sobre todas as matérias de competência do Estado.

§ 2.° Promulgada a Constituição do Estado, cessará a apli­cação das normas da Lei Complementar a que se refere este artigocom ela incompativeis, exercendo, porém, o Governador nomeado eseus substitutos e sucessores o Poder Executivo até o término doprazo estabelecido na aludida Lei Complementar.

§ 3.° A partir da vigência da Constituição Estadual e até oté.rmino do prazo fixado na Lei Complementar, o GOvernador po­derá, em ca.sos de urgência ou de interesse público relevante, ex­pedir decretos-leis, ao.s quais se aplica o disposto nos §§ 1.0 e 2.°do artigo 55 da Constituição, sobre:

a) finanças públicas, inclusive normas tributárias;b) assuntos de pessoal;c) assuntos de organização administrativa.

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1.:3.0 ..0.00 00 Recelt& Indusl:rial ••••••••• _••••• ; •••••••• : ••

2.3.9 O.CIO (JQ Outr.ll.$ Reoeiw IndUJItrla15 .

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1.f 1.0 00.00 Participação em Trlbut05 Pedaa1.s : •••

1 oi! 1.1.00.00 Cota-Pll.."'te do Fundo de PartIcipação dOll E&-tad05 .

- Recursos aplicados dFretamenté. p~r ~\1tros ~linistérios.CClrna

° incra' - D:-lER. : .

. - Recursos diretamente encaminhados pa''ra a Conpanhi a de águase es~oi:os - Saneamento - tratamento de água e' Centrais I:létricas deRondoni'o.. '. '. . ,

- RecuT.so5 encaminhados paI' õ~gã~s federais às :Prefeituras.

.GEtá.07 •

Q QUadTO ..~~i~~ trata ~ da receita do.Territôri~ para o exercício de 197~~

Para 1976 est~ receita se eleva paTa ceTca de ·CT$ ••••••••••::.~ ... OOO .. DDO)OO. A essa receita devem ser a.dicionados: .•.. :

_ Recursos oriundos dos convênio's na. áreà da educação Cc s~ú'. . . _o.

-- --- --------==------~-~---;--~~-= ..."",.~:-i900 ...: "IINISTt.rrrD DO IN",rEP.lOR - ENTIDADES SUPERVISIONADAS~>H) _ TE"?.Ii..l."'"TóR!O FEDE!tt~ D2 r.ONDa~u..

o Deputado Hegel Mohry ofereceu a Emenda n,o 677, à Cons­tituição de 1967, objetivando elevar o Território a Estado.

O Projeto de Lei n.o 543/71, de autoria do Deputado JerônimoSantana, objetivava elevar o Território a Estado, projeto aprova­do nas Comissões Técnicas exceto a de Serviços Públicos, emboraali também obtivesse Parecer favorável, não sendo aprovado, con­tudo, por falta de reunião daquele órgão Técnico no fim do pe­ríodo legislativo de 1974.

Também a Emenda 237, oferecida ao Projeto de Lei Comple­mentar n.o 1/74, que tratou da fusão Guanabara-Estado do Rio, vi­sava elevar Rondônia a Estado.

O esforço do Poder Legislativo em elevar Rondônia a Estadonão tem faltado. Hoje, Rondônia tem mais condições de ser E/l­tado do que o próprio Estado do Acre, emancipado em 196'2. Oprecedente da elevação do Acre a Estado é um grande estírilUlopara o povo de Rondônia.

O Território tem espaço físico, riquezas naturais e populaçãosuficiente para se emancipar.

O Projeto transfere para o novo Estado as subvenções fedE~rais

atualmente encaminhadas ao Território, suficientes para que onovo Estado possa se autoconduzir, eis que esses recursos serãoadicionados à arrecadação própria da Unidade, já bastante signi­ficativa.

ORÇAMENTO ATUAL DE RONDôNIA

Receita conforme a Portaria n.O 11/75 da Subsecretaria deOrçamento da SEPLAN:

Page 8: CÂMARA DOS DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD22MAR1978.pdf · 2012. 1. 25. · ANO XXXIII - N9 014 CAP][TAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-FEffiA, 22 DE MARÇO DE 1978 CÂMARA

0928 Quarta-feira 22 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 19'78

§ 4.° A Assembléia Constituinte, apÕB a promulgação da Cons­tituição, passará a exercer funções de Assembléia LegislatiVa atéo término do mandato d08 respectivos deputados, inclusive paraa apreciação dos vetos opostoo pelo Governador a projetoo de lei,bem como dos decretos-leis baixados, na conformidade do § 3.0, .após a vigência do texto constitucional promulgado.

§ 5.0 A partir da data do encaminhamento, ao Congresso Na­cional, da mensagem relativ!J, à Lei Complementar a que se refereeste artigo e até a criação do novo Estado, é vedado, aos Estadosque lhe deram origem, admitir pessoal ou alterar as disposiçõeslegais que o regem., ficando a obtenção de qualquer empréstimointerno também sujeita ao requisito estabelecido, no item IV doartigo 42 da Constituição, para empréstim08 extern08.

Art. 4.° Durante o prazo estabelecido na Lei Complementar,n08 termos do artigo 3.0, item II, o .Presidente da República no­meará o Governador do novo Estado, depois de aprovada a escolhapelo Senado Federal, dentre ctdadã08 maiores de trinta e cinéoanos, de reputação ilibada. ,-

§ 1.° O Governador nomeado na forma do caput deste artigo.será demissível ad nutum; e, em Cas08 de impedimento, o Presi­dente da República designar-Ihe-á substituto.

§ 2.° O GOvernador tomará posse perante o Ministro de Estadoda Justiça. .

Art. 5.° Até o início da vigência da Constituição do .Estado, oPresidente da República, mediante decreto-lei, fixará a remune­ração d? Governador e disporá sobre o respectivo pagamento.

LEI COMPLEMENTAR N.o 5, DE 29 DE ABRIL DE 1970Estabelece, de acordo com a Emenda COnstitucional

n.o I, de 17 de outubro de 1969, art. 151 e seu parágrafoúnico, casos de inelegibilidades, e dá outras providências.

••••••••••••••••••••••••••• •• • .. •••••• G •••••••••••

Art. l.o São inelegiveis:

III - para Gov.ernador e Vfce-Gov~rnador:a) até 4 (quatro) meses depois' de afastados definitivamente

de suas funções:1. os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presi­

dente da República especificad08 nas alíneas a e b do item II e, notocante às demais alíneas, se se tratar de repartição pública, asso­ciação ou empresa que opere no território do Estado;

2. os Comandantes de Distrito Naval, Região Militar e ZonaAérea;

3. o Procurador-Geral do Estado ou Chefe do Ministério Pú­blico Estadual, os Subprocuradores-Gerais do Estado, bem comoos membros do Ministério Público que desempenhem funções juntoa. Tribunais;

4. os Chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador;5. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de assistência

aos Municípios; .6. os Secretários da administração municipal ou membros de

órgãos congêneres;b) em cada Estado.1. o cônjuge e os parentes consangüineos ou afins, até o ter­

ceiro grau, ou por adoção do Governador ou do Interventor Federalou de quem, n08 6 (seis) meses anteriores ao pleito, os haja subs­tituído;

2. os que não possuam domicílio eleitoral no Estado, pelomenos 2 (dois) anos imediatamente anteriores à eleição;

3. os membros do Ministério Público com exercício na Co­marca da Capital, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleíto;

DECRETO-LEI N.o 411, DE 8 DE JANEIRO DE 1969Dispõe sobre a administração dos Territórios Federais,

a organização dos seu,!! Municípios, e dá outras providên­cias.

TíTULO IDa organização e da administração dos Territórios

CAPíTULO IDa natureza e das finalidades

Art. 2.° A União administrará os Territórios tendo em vistaos seguintes objetivos:

I - desenvolvimento econômico, social político e administr~­tivo, visando a criação de condições que possibilitem a sua ascensaoà categoria de Estado;

II - ocupação efetiva do território, notadamente dos espaçosvazios e zonas de fronteira mediante o povoamento orientado e acolonização;

m - integração sócio-econômica e cultural à comunidadenacional;

IV - levantamento sistemático dos recursos naturais, para oaproveitamento nacional das suas potencialidades econômicas;

V - incentivos à agricultura, à pecuária, à silvicultura, à pis­cicultura e ã. industrialização, através de planos integrados comos órgãos de desenvolvimento regional atuantes nas áreas respec­tivas;

VI - melhoria das condições de vida da população, medianteefetiva assistência médica, sanitária, educacional e social;

VII - garantia à autonomia dos municípios que oS integram eassistência técnica às respectivas administrações;

VIII - preservação das riquezas naturais, do patrimônio e dasáreas especialmente protegidas por lei federal.

Art. 3.0 Os Territórios são unidades descentralizadas da Admi­nistração Federal, com autonomia administrativa e financeira,equiparados, para os efeitoo legais, aos órgãos de administraçãoindireta.

Art. 4.° Os Territórios são vinculados ao Ministério do Interior,para os efeitos da supervisão ministerial estatuida no Decreto-lein.o 200, de 25 de fevereiro de 1967, e nas demais leis e regulamentospertinentes.

PARECER DA COMISSãO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

I - Relatório

1. IntroduçãoVisa o projeto em apreço, de autoria do nobre Deputado Jerô­

nimo Santana, erigir em Estado o Território Federal de. Rondônia,que conservaria a denominação e os limites atuais. ,

Nos seus vinte artigos, a proposição estabelece critérios para aformação dos três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário ­da futura unidade da Federação, bem como fixa normas para oaproveitamento do pessoal e acervo patrimonial do atual Território.

NA bem fundamentada Justificação, o ilustre Parlamentar ali­nha os argumentos em que se estriba a sua tese legislativa, e queora resumimos:

a) motivos de ordem econômica, social, política e até de segu­rança nacional;

b) possível apoio à iniciativa por parte do Presidente da Re­pública, que assim se manifestou quando da fusão dos Estados doRio de Janeiro e Guanabara;

" . .. o propósito de uma estruturação federativa que asse­gurasse à Nação desenvolvimento harmoniso e equilíbriopolitico, visando a garantir sua segurança interna e exter­na, e objetivo fundamental à integração nacionaL"

c) a circunstância de ter sido aprovada, por unanimidade, pelaComissão de Constituição e Justiça e pela Comissão de Serviços PÚ­blicos da Câmara dos Deputados, uma proposição anterior no mes­mo sentido, e do mesmo Autor - o Projeto de Lei n.O 543/71 -, eque, por não ter sido apreciada pelo Plenário até o finai da Legisla­tura, fora arquivada, em obediência ao art. 117 do Regimento In­terno;

d) o exemplo do Acre, inicialmente transformado em Territó­rio e depois elevado à categoria de Estado;

e) as origens constitucionais dos demais Territórios;f) a conveniência da transformação de um Território em Esta­

do se razões supervenientes o recomendarem, como é o caso deRondônia;

g) as· condições de auto-suficiência; autodireção e autodomi­nio evidenciadas por aquela unidade da Federação através dosseguintes fatores:

- popuiação demográfica;- fluxo imigratório;- anseio popular por uma autodeterminação territorial;- receita tributária;- potencialidades econômicas.- a transferência para o novo Estado, consoante o projeto

sub examine, das subvenções federais atualmente encaminhadas aoTerritório, suílcientes para que Rondônia possa autoconduzir-se,"eis que esses recursos serão adicionados à arrecadação própria daunidade, já bastante significativa".

Page 9: CÂMARA DOS DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD22MAR1978.pdf · 2012. 1. 25. · ANO XXXIII - N9 014 CAP][TAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-FEffiA, 22 DE MARÇO DE 1978 CÂMARA

Março de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira 22 0929

Por sua natureza, o projeto em apreço deve ser apreciado naComissão de Constitui~ão e Justiça não apenas quanto ao aJlpectoconstitucional, jurídico e técnico, mas também quanto ao mérito,nos termos do § 4.0 do art. 28 do Regimento Interno.

A alta relevância da matéria recomenda um estudo aprofun­dado da questão, de modo a permitir ao final, por parte do Rela­tor e de seus nobres Pares, a em~ssão de um voto firmado em basessólidas e, por isso mesmo, dignas do melhor acatamento.2. Criaçíio de Estados à luz d{Js dispositivos constitucionais

Lê-se no art. 2.0 da Carta Imperial - 1824 - e no art. 4,0 daprimeira Constituição da República - 1891:

"Os Estados podem incorporar-se entre si, subdivir-.se, oudesmembrar-se para se anexar a outros, ou formar novosEstados, mediante aquiescência das respectivas Assembléias·Legislativas, em duas sessões anuais sucessivas, e aprova­ção do Congresso Nacional."

E na Constituição de 1934, art. 14:"Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-seou desmembrar-se para se anexar a outros ou formar no­vos Estados, mediante aquiescência das respectivas As­sembléias Legislativas, em duas legislaturas sucessivas eàprovação por lei federal."

E no art. 5.0 da Constituição de 1937:"Os Estados pod·em incorporar-se entre si, subidividir-seou desmembrar-se para anexar-se a outros, ou formarnovos Estados, mediante a aquiescência das respectivasAssembléias Legislativas, em. duas sessões anuais conse­cutivas e aprovaçao do Parlamento NacionaI.""Parãgrafo único. A resolução do Parlamento poderã sersubmetida pelo Presidente da República ao plebiscito daspopulações interessadas."

E no art. 2.0 da Constituição de 1946:"Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-seou desmembrar-se para s~ anexarem a outros ou forma- .rem novos' Estados, mediante voto das respectivas A'88em­bléias Legislativas, plebiscito -das populações .interessadase aprovação do Congresso Nacional.".

E na Carta Magna vigente - Emenda n.O 1, de 1969 - art. 3.°:"~ criação de Estados e Territórios dependerá de lei com­plementar."

Mas, para que melhor se possa compreender a diferença es­pecífica entre Estado e Território, nos seus contornos poliiticos,jurídicos e administrativos, convém fazer um esforço históric:o so­bre a evolução do quadro territorial brasileiro.S. Evolução dio Quadro Territorial Brasileiro

Em meticuloso estudo,' que aqui sintetizamos, a ProfessoraMaria de Lourdes Dantas, na qualidade de Assessora Legisilativada Câmara dos Deputados, lembra que a primeira divisão terri­torial no Brasil se processou em 1534, com a criação das chamadas"capitanias hereditárias" - faixas de terra que- iam do litoral àlinha de Tordesilhas.

Era a implantação de um regime praticamente federal, trans­missível de pai para filho. Os donatários responsáveis apenas. pelapovoação da terra recebida: e pela e~etiva entrega à Coroa de seus

. direitos fiscais, gozavam de regalias e poderes ilimitados; enfeixa­vam em suas mãos todas as fun"óes judiciárias da Capitania;aceitavam a vassalagem dos colonos; concediam sesmarias, atra­vés de alvarás; tinham o monopólio das marinhas, moendas eengenhos; eram, enfim, senhores absolutos da porção geográficarecebida.

Não obstante tantos privilégios, eram precãrias, de modo ge­ral, as condições de vida nessas capitanias.

Aos poucos a experiência :viria a fracassar, tendo como causasprincipais:

- a grande extenção territorial;- os freqüentes ataques dos gentios e piratas;- a ausência de um plano central que unificaS1le os esforços

dos donatários;-'- a depravação dos costumes; e, sobretudo,- um certo descaso da Metrópole com relação aos problemas

da Colônia.Percebendo D. João In, Rei de Portugal, o crescente malogro

do sistema estabelecido, passou a adotar o regime dos G-ovemos­Gerais.

No período de 1572 a 1577, teve o nosso País dois governos: odo norte; com sede em Salvador; o do sul, com sede no RIo deJaneiro.

A divisão da autoridade provocou também problemas insaná­veis, restabelecendo-se o sistema anterior.

A partir de 1580, com a união das coroas de Portugal e Espa­nha, ficou Virtualmente sem efeito o Tratado de Tordesilhas,quando teve início o expansionismo paulista, irradiando-se para oNordeste, Norte e Sul, e transpondo para o Oeste· as fronteirasconvencionais do Pais.

Tal expansão territorial levou a Espanha, em 1621, a dividir oBrasil em dois governos diferentes, passando a América Portu-­guesa a constituir dois Estados - o do Maranhão e Grão-Pará, aoNorte; e o do Brasil, ao Sul. Os dois Estados do Norte, em virtudeda invasão holandesa, tiveram vida precaríssima, sendo, final­mente, extintos por Pombal em 1774.

Nesse período, os administradores das Capitanias passaramàs denominações de' Capitães, Governadores, Capitães-Mores eCapitães-Generais, enquanto os titulares do Governo-Geral pas,.saram de Governadores-Gerais a Vice-Reis. do Brasil.

É interessante notar que, já no início do século XVII, os pon­tos extremos da penetração brasileira estavam fixados. Quando,em 1750, Portugal e Espanha, através do Tratado de Madri, es­tabeleceram novos limites de suas possessões, a configuração do

_Brasil ficou sendo, em linhas g.erai~, a atual.Em 1762, por ordem de Pombal, o Vice-Rei passou a residir na

cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, "para melhor acudiràs necessidades de guerra". .

Nos primeiros albores do século xix, -um homem, na Europa,veio influenciar fortemente, embora de modo indireto, os desti­nos politicos do Brasil: Napoleão Bonaparte. As guerras napoleô­nicas ensejaram, em 180&, a vinda da Familla Real para a Colônia.

Aquela época, havia no Pais dez Capitanias-Gerais e seis Ca­,pitanias subalternas.

Em 1815, com a elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal,as Capitanias (exceto a do Rio Negro). e as Comarcas de Sergipee .Alagoas foram transformadas em Províncias.

Para completar o periodo, dois ·importantes episódios ocorre­ram: a ocupação da chamada Banda Oriental-do Uruguai, que

. em 1821 se incorporou ao Reino do Brasil com o nome de Provín­cia Cisplatina; e a Conquista da Guiana Francesa, devolvida logodepois, em parte, pelo Acordo de Viena, salvando-se para o Brasila porção que corresponde hoje ao Território do Amapá, mediante{) laudo suiQO de Walter Hauser.

No Império surgiram algumas modificações:- em 1828, foi reconhecida a independência da Provincia

Cisplatina, que passou a denominar-se República Oriental doUruguai;

- em 1850, foi criada a Província do Amazonas;- em 1853, foi criada a Província do Paraná.

4. Composição do atual Quadro Territorial BrasileiroSomente com o advento da República, no final do século pas­

sado, é que as Províncias foram transformadas em Estados Fe­derados, situação até hoje mantida, apenas alterada com a pos-terior criação dos Territórios. _

Quanto a estes últimos - os Territórios - comenta Pontes deMiranda que houve três momentos constitucionais:

a) o da ignorância do problema, que se apresentou, mais tar­de, com o Território do Acre, adquirido da Bolívia pelo Tratadode Petrópolis, em 1903; _

b) o ela previsão de outros que viessem, por título legítimo,pertencer à União, tendo-se falado de sua eventual ereção emEstados-membros <Constituição de 1934);

c) o da permisão de se formarem Territórios com partes des­membradas dos Estados-membros.

Por motivos estratégico-militares, em 9 de fevereiro de 1942foi criado, pelo Decreto-lei n.O 4.102, o Território de Fernando deNoronha, constituído pelo arquipélago do mesmo nome. Agitadatem sido sua história politico-administrativa, ora como presídio,ora sob a administração de Pernambuco. No momento, aqueleTerritório está sob a responsabilidade do IV Exército, sendo aúnica unidade administrativa brasileira cujo centro, a Vila deNossa Senhora dos Remédios, não goza dos fbros' de cidade eque não tem, ipso facto, categoria de capital. '

Pouco depois, pelo Decreto-lei n.O 5.812, de 13-9-43, o Governobrasileiro criou novos Territórios.

- Amapá;- Rio Branco (atual Roraima);- Guaporé (atual Rondônia - objeto do presente Parecer);

Page 10: CÂMARA DOS DEPUTADOSimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD22MAR1978.pdf · 2012. 1. 25. · ANO XXXIII - N9 014 CAP][TAL FEDERAL SEÇÃO I QUARTA-FEffiA, 22 DE MARÇO DE 1978 CÂMARA

0930 Quarta-feira 2~ DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1978"

- Iguaçu;- Ponta-PorãoOs dois últimos foram extintos pelo art. 8.° das Disposições

Transitórias da Constituição de 1946.Em 1960, com a transferência da capital para Brasilla - o

novo DF - criou-se mais um Estado, o da Guanabara, antigoMunicípio Neutro no Império, e Distrito Federal na República.

Em 1962, o Acre foi elevado à categoria de Estado.A partir do día 15 de março de 1975, no Governo Ernesto GeI­

sel, houve a fusão dos Estados da Guanabara e Rio de Janeiro,medíante a LeI Complementar n.D 20/75.

Dessa maneira, o quadro político territorIal brasileiro se com-põe, na atualidade, de 27 Unidades, sendo:

- 22 Estados;- 4 Territórios;- 1 Distrito Federal.Pela exposição feita, vê-se que a nossa atual composição ter­

ritorial ê fruto de acertos e desacertos, de lutas e conquistas,conseqüência, afinal, de um empirismo em que o bom-senso e aracionalidade nem sempre tiveram presença marcante.

A esta altura, cabe uma indagação: não mereceria reparoso atual quadro político-territorial do Brasil? Mas, vamos ver quetal indagação é velha e revelha.

5. Tentativas ele uma reili.visão mais equânilne

Desde o Império, geógrafos, historiadores, politicos, econo­mistas, têm focalizado a necessidade, para o nosso Pais, de umaredív1são I territorial.

Jâ em 1821, o constituInte Antônio Carlos defendeu, em pro­jeto, "se fizesse do Território do Império conveniente divisão emcomarcas, destas em distritos; destes em termos; e nas divisõesse atendesse aos limites naturais e igualdade de população, quan­to fosse possível" - projeto esse que não logrou a aprovação deseus Pares.

Em 1824, Evaristo da Veiga sugeriu a redivlsão de Minas Ge­rais em três províncias.

Em 1849, o famoso· historiador Francisco Augusto VarnhagenopInou para que o Brasil fosse dividido em 22 Plovínclas.

Em 1880, Fausto de Souza preconIzava, para o País, a redivI­são em 40 províncias.

Em 1919, Ezequiel Ubatuba, conhecIdo geógrafo, julgava quea redivisão ideal seria em 34 Estados.

Em 1929, João Segadas Viana chegou a propor a divisão doPais em 20 Estados.

Ainda em 1929, o grande brasileiro Teixeira de Freitas, fun­dador do ffiGE, batalhou por uma redivisão do território nacionalem 30 Unidades Federadas, quando o Distrito Federal passaria,provisoriamente, para Belo Horizonte, em torno da qual se consti­tuiria a Capital definitiva, e que teria o nome de Lusitânia.

De lá para cá-, dezenas de outros planos e sugestões seme­lhantes vieram à tona, merecendo destaque o projeto da "GrandeComissão da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro", criadaem 1933, e que sustentava a teoria da equipotência, abolindo osEstados e sugerindo a criação de Províncias e Territórios iguala,tanto quanto possível, em supericie, população e eficiência eco­nômica.

Pela originalidade, vale cItar a sugestão de Everardo Ba­ckheuser, cujo plano de redivisão previa áreas retangulares maisou menos homogêneas, com base nos paralelos e meridianos. Se­ria um arremedo da' divisão adotada nos Estados Unidos.

Recentemente, após a Revolução de 1964, o Governo brasileIrovoltou a preocupar-se mais seriamente com a questão.

Em 8-1-1969, foi assinado o Decreto-lei n.D 411, cujo art. 2.°,item I, fixou:

"Art. 2.° A União administrará os Territórios tendo emvista os seguintes objetivos:

I - desenvolvimento econômico, social, político e admi­nistrativo, visando à criação de condições que possibilitema sua ascensão à categoria de Estado."

Em 1974, a Presidência da República encaminhou ao Con­gresso NacIonal li Mensagem n.o l-CNI74, que se transformou naLei Complementar n.O 20, de 1.° de julho daquele ano, que "dispõe

sobre a criação de Estados e Territórios". Segundo aquele instru­mento legal, os Estados poderão ser criado dentro dos seguintescritérios:

- pelo desmembramento de parte da área de um ou maisEstados;

- pela fusão de doIs ou mais Estados;- pela elevação do Território à condição de Estado.A Lei Complementar disporá sobre:--: a convocação de Assembléia Constituinte;~ a extensão e a duração dos poderes do Governador;- o funcionamento do Tribunal e órgãos da Justiça;- os serviços públicos e os respectivos servidores, agentes,

órgãos e representantes;- os direitos, as obrigações, os deveres, os encargos e os bens

em que o novo Estado haja de suceder;- as subvenções e os auxilios de qualquer natureza a serem

prestados pela União, abrindo, se necessário, os critérios corres­pondentes;

- quaisquer outras matérias relativas à organização provisó­ria dos poderes públicos do novo Estado, aos seus serviços, bense renda.

Outro fato que evidencia a real preocupação do Poder Exe­cutivo com o problema, foi a lavratura, por parte do Ministro doInterior, da Portaria GM/n.o oao, de 25-2-76, que instituiu o "Gru­po Especial de Trabalho para atualizar a organização adminis­trativa dos Territórios Federais e respectivos Municípios", obje­tivando o seu desenvolvimento econômico e social.

No final dos seus trabalhos, o GET apresentou os seguintes,anteprojetos, que em breve, talvez, serão encaminhados à apre­ciação do Congresso Nacional, via PresIdência da República:

- Lei Básica dispondo sobre a administração dos Territórios:Federais;

- Decreto dispondo sobre a estrutura básica dos Territórios.(um para cada Território);

- Lei Orgânica dIspondo sobre a organIzação política e admi­nistrativa dos Municípios dos Territórios;

- Proposta de Plano de T~abalho para os Territórios Fe­derais;

Para completar a documentação, está previsto também o pre­paro de um Regimento Interno dos Territórios.6. A Redivisão Territorial na área do Congresso Nacional

Dada a relevância da questão, foi criada na Câmara dos,Deputados, por iniciativa do nobre Deputado Siqueira Campos(ARENA-GO), através do Requerimento n.O 43-A/75, a "ComissãoEspecial Destínada à Elaboração de projeto de lei sobre DivisãoTerritorial e Política Demográfica" (D'CN de 18-11-75). Em 5 dedezembro de 1975 foram escolhidos os membros efetivos (emnúmero de 13) e os suplentes daquela Comissão, cujo Presidente eRelator foram eleitos e empossados em 6-4-76.

O Presidente daquele órgão, o Deputado Siqueira Campos,tE\m promovido reuniões, palestras e estudos relativamente aos.assuntos sob sua .responsabilidade, ensejando a organização deum rico acervo documentário, de grande valia para os parlamen­tares, historiadores e geógrafos brasileiros.7. A origem do Território

a) O exemplo romano e húngaroTrajano, imperador de Roma, fundou os Territórios militares

da Dácia, fixando o legiopário como lavrador do solo, numa me­dida de segurança contra as invasões bárbaras do além-Danúbio.Daquela colônia agrocastrense é que surgiu a Rumânia.

Este simples exemplo mostra o fundamento geopolítico dacriação dos Territórios, que não constitui novidade na históriados povos.

Os estadistas do nosso Império - segundo comenta AlencarBenevides, em seu livro "Os Novos Territórios FederaIs" - semesquecer os governantes coloniais que Portugal nõB enviou, e cujosenso político-administrativo, às vezes esquecido, muito contri­buiu para a formação nacional, multiplicaram as colônias milita­res na fronteira, a exemplo dos confins militares que o GrandePríncipe Eugênio de Sabóia criou, no século XVII, na Hungria,para resguardar a nação das incursões balcânicas e turcas.

b) A situação americanaOs Territórios Federais, nos Estados Unidos - conforme es­

clarece Océlio Medeiros no seu livro "Administração Territorial"-, nãe se assemelham, em absoluto, aos Territórios Federais no

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Março de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira. 22 09-31

Brasil, mormente no que se refere às populações, aos direitos decidadania, à posição na estrutura do Estado, aos fins e funçõesdos mesmos.

Assemelham-se, porém, os problemas de supervisão e controle.,Existe uma coordenação horizontal, ou seja, uma coordenaç.ão nosentido de orientação, de assistência, de aconselhamento.S. A figura jurídica do Território Federal no Brasil

O Território, no Brasil, é uma unidade federativa sui generis.Nem é Estado-membro, nem é Município. Poderíamos chamá-lade "entidade híbrida". Assemelha-se, sob alguns aspectos, ao Dis­trito Federal, mas, sob outros ângulos, dele se distancia profun­damente em termos jurídico-administrativos.

Chama-o, antinomicamente, Océlio Medeiros (obra citada)de "uma centralização descentralizada". A União auxilia-o purmeio de dotações financeiras, proporcionando-lhe os recursos ne­cessários que permitam um crescimento tendente a transformá­lo em Estado. 11:, por conseguinte, um Estado-membro embrionário.

Juridicamente, os Territórios brasileiros não passam de de­pendências da própria Administração Federal, que os administraatravés de Governa:dores nomeados. Há, no caso, uma analogiabem acentuada com os Territórios do México e da Argentina.

Pela análise feita pelo -Grupo Especial de Trabalho, do ~(Ünis­

tério do Interior, a que nos já referimos anteriormente, há de secon~uir que a principal dificuldad,e que os Territórios têm en­frentado se assenta na falta de caracterização jurídica própria, enas implicações doutrinárias especiais de que se revestem nocontexto da União e da Federação.

De maneira mais explícita, podemos afir:rp.ar que o grandeimpasse dos Territórios é de natureza institucional - teml1 querefoge à alçada deste Parecer.

9. O Território de Rondônia

Após percorrermos o longo e sinuoso labirinto histórico,-jurí­dico-legal da formação do Quadro Territorial Brasileiro, cabe-nosagora pairar os olhos sobre -Rondônia.

11: 'o éxame, propriamente dito, do mérito Projeto de Lein.O 64/76, - ora sob nossa responsabilidade de Relator -- queeleva aquela unidade da Fed.eração à condição de Estado.

Quando foi ele criado, em 1943, com a denominação i.nicialde Guaporé, tiveram-se em mira os seguintes objetivos:

--'- concentrar disponibilidades financeiras;- aumentar o potencial construtivo;

- r.eduzir custos de operação;

- alargar o campo das atividades;- intensificar os trabalhos administrativos;

- centralizar os serviços regionais;- coordenar as forças de produção local;- sistematizar, sob o aspecto estratégico-econômico, a ação

administrativa na fronteira;- melhorar as condições de vida da população, pela valoriza-

ção do homem e da terra. .E nesses trinta e tr~s anos de existência, Rondônia soube per­

seguir os objetivos sonhados.Hoje, aquele Território já possui uma estrutura hu;mana, eco­

nômica e política digna da admiração nacional.A propósito, eis o que afirmou, com justificado orgulho, em

sua edição de 20-7-76, o jornal rondoniense O Guaporé:

"Os brasileiros que hoje em dia se atiram com denodo. àtarefa de ocupação dos imeru>os espaços vazios da Ama­zônia respondem a um desafio que o Governo do Paísfez, na certeza de que encontrariam ressonância imedia­ta os seus ap.elos desenvolvimentistas.O que está sendo realizado em Rondônia ê um exemplo e,mais adiante, quando começar a ser analisado em pro­fundidade, talvez tudo isso seja capaz de motivar a in­credulidade das próximas gerações."

Tratando-se de imprensa local, tais palavras poderiam sertachadas de ufanismo, mas não procederia a imputação.

• Em função de atividades 'extrativistas, sobretudo pela e'8:plo­ração do látex da seringueira, coleta de castanha-do-pará e pelagarimpagem, a Amazônia brasileira despertou a curiosidade na­cional.

Além disso, a descoberta de terras férteis em Rondônia veioprovocar, mais acentuadamente a partir de 1969, uma migraçãoespontânea, com a che'gada, ao Território, de considerável núme-

ro de familias, não só do Nordeste, mas também do Sul e doCentro-O?ste do Pais.

Em pouco tempo, vários núcleos populacionais foram surgin­do, principalmente após a criação oficial dos Projetos de Coloniza­ção, Ouro Preto, Sidney Girão, Gy-Paraná, Padre Adolpho Rohl,Paulo Assis Ribeiro, Marechal Dutra e Burareiro, sob a supervisãoe orientação do INCRA - Instituto Nacional de Colonização e _Reforma Agrária.

O Projeto Ouro Preto, por exemplo - o mais importante deles- foi criado pela Portaria n.o 281, doe 19-6-70, e está situado aolongo da rodovia BR-364, no trecho compreendido entre a Vila deNova Ariquemes e Vila de Rondônia, na área prioritária n.O 1 pa­ra colonização, criada pelo Decreto n.o 63.104, de 15-8-68, e pos­teriormente considerada indisp.ensável à segurança e ao desenvol­vimento nacional'pelo Decreto-lei n.o 1.164, de 1-4-71. Para alí jáafluíram quase 20.000 famílias.

Apenas naquela área, no período 1975/76, registrou-se a se­guinte produção: 332.070 sacas de arroz; 202.560 de milho;91.152 de feijão; 2.908.000 cachos de banana. A pecuária donúcleo já conta com 6.760 bovinos, 15.774 suínos, 300 eqüinos­muares e.55.012 aves. Os estabelecimentos escolares têm matri­culados, nas diversas classes, a: expressiva cifra de 4.817 alunos. OProjeto Ouro Preto possui atualmente 1.000 quilômetros de es­trada de penetração e vicinais, estando com mais de 50% de suasparcelas demarcadas e tituladas.

Citamos tais dados à guisa de amostragem, uma vez que idên­tico surto de. progresso ating,e os demais projetos de colonização,in:l'luindo no desenvolvimento agropecuário de todo o Território.

A ação do INCRA, segue-se a do programa POLAMAZôNIA,com seus 41 projetos, atuando nos setores de Agricultura, Trans­portes, Energia, Desenvolvimento Urbano, Saúde, Educação, In­dústrias e Serviços. Para o corrente ano o Pólo de Rondônia foicontemplado com a aplicação de 256 milhões de cruzeiros.

São tão grandes as putencialidades do Território, que o Go­verno F,ederal, no corrente exercicio, está fazendo ali uma aplica­ção maciça de recursos financeiros, através dos seguintes órgãos,além dos dois já citados: SESP, DNT, SUCAM, MEC, EMBRAPA,CIBRAZEM, ACAR, PLANASEM, SUDECO, SUDHEVEA, IBDF,SUPLAN, CAERD, MINTER, DNOS, CERON, DNPM, IUEE, ELE­TROBRáS, TELERON.

Um fator também merece destaqUe especial: são os núcleosde colonização que vão nascendo e crescendo por conta própria, ecuja produção agrop.ecuária supera, em muito, aos dos núcleosoficiais. Entre os núcleos de colonização espontânea, e que pode­rão constituir-se em futuros municípios rondonienses, são dignosde cit'ação; Vilhena, Pimenta Bueno, Espigão D'Oeste, Cacoal,Vila Presidente Médici, Vila de Rondônia, Vila Jaru, Vila de Ari­quemes, JacY-Paraná, Mutum-Paraná, Abunã, Fortaleza do Abu­nã, Vilas Calama, São Carlos do Jamari, Costa Marques, PedrasNegras, Limoeiro, Vila Murtinho, além de outros.

De fato, o Governo, reconhecendo o "extraordinário cresci­mento de Rondônia nos últimos anos", decidiu oportunamenteelevar cinco daqueles núcleos, ou vilarejos, isto é, Ariquemes, Vi­la de Rondônia, Cacoai, Vilhena e Pimenta Bueno, a municípios,o que, segundo o Ministro do Interior, "pode ser considerado co­:lUo um primeiro passo para transformação do Território em Es­tado ... " (Jornal O Estado de S. Paulo, edição do dia 22-3-77).

No setor mineral, avulta a cassiterita, localizada na região dorio Jamari, Médio Machadinha, serra dos Três Irmãos, rio Mas­sangana, rio Candeias, baixo Jacy-Paraná, serra de Umburana erio São Lourenço. Aquel.e minério de estanho tem proporcionadOgrandes fontes de riqueza, com reflexo na economia de divisaspara o País.

O Ministério das Minas e Energia já prospectou a incidênciade ouro, associado à platina, à prata e ao paládio, ao longo dGlrio Madeira, com uma' extensão de 53 km~ A análise das amostrasdemonstra um teor que atinge. 60 gramas por tonelada de cas­calho.

Ademais, já foram constatadas jazidas de manganês, ferro,mercúrio, 'gipsita, zircão e malacacheta, sem falarmos nos garim­pos, já em exploração, de {Juro e diamantes.

A epopéia que foi, na época, a construção da ferrovia Madei­ra-Mamoré, numa extensão de 366 km, ligando Porto Velho--Gua­jará-Mirim, segue-se hoje uma outra: a epopéia do progresso, defé e de entusiasmo que sacode todo o Território. ,

Isso explica o incremento demográfico e de renda tributária,que nos dispensamos citar, por constarem da justificação aoProjeto de Lei Complementar ora em exame.10. O Projeto do Deputado Jerônimo Santana

A exposição feita é uma prova incontestável de que o projetoem pauta é o resultado natural de um longo processo constitucio­nal, jurídico, histórico e econômico.

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0932 Quarta-feira 22 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1978

A proposição encontra guarida no art. 3.° da ConstituiçãoFederal e atende aos cânones da Lei Complementar n.O 20, e doart. 2.0 , item I, do Decreto-lei n.O 411, instrumentos legais essesreferidos anteriormente, uma vez que prevê:

- convocação da Assembléia Constituinte;~ extensão e duração dos poderes do Governador;- situação dos servidores;- os direitos, as obrigações e os deveres, os encargos· e os

bens em que o novo Estado haja de suceder;- as subvenções e os auxílios da União.No tocante às condições econômico-financeiras, são eloqüen­

tes, por si mesmos, os dados estatísticos evocados, não apenas najustificação coruo os que, em caráter supletivo, apresentamos nes­te estudo.

E a elevação do Território de Rondônia a Estado é, sem dúvi­da alguma, a maior aspiração e reivindicação da sua gente opero­sa que, Para tratar desse problema, se une acima dos partidos,convencidos de que esta é a única forma de se conseguiremmaiores benefícios para a população.

Face ao ex;posto, vemos por bem apresentar o seguinte:

11 - Voto do RelatorSomos pela aprovação no tocante à constitucionalidade, ju­

ridicidade e tecnicidade do Projeto de Lei Complementar n,o 64/76,do nobre Deputado Jerônimo Santana, que "eleva o Território Fe­<leral de Rondônia à condição de Estado, e determina outras pro­vidências.

Sala da Comissão, 19 de outubro de 1977. - Antônio Mori­moto, Relator.

m ---: Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­

ma "A", opinou, contra o voto do Sr. Wilmar Guimarães, pelaconstitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa, com 3 (três)emendas do Projeto de Lei Complementar n,o 64/76, nos termos doParecer do Relator. O Sr. Theobaldo Barbosa apresentou voto emseparado.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Nunes Rocha,Presidente em exercício (art. 76 do R.I.); Antônio Morimoto, Re­lator; Afrísio Vieira Lima, Altair Chagas, Antônio Mariz, CantídioSampaio, Joaquim Bevilacqua, Lidovino Fanton, Mi.ro Teixeira,'Tarcísio Delgado, Theobaldo Barbosa e Wilmar Guimarães. .

Sala da 'Comissão, 19 de outubro de 1977. - Nunes Rocha,Presidente em exercício - Antônio MCJl'imoto, Relator.

Emenilas Adotadas pela Comissão

N.o 1

I - Substituam-se os arts. 4.0 , 5.0 e e.o pelos seguintes:"Art. 4.0 O Tribunal Regional Eleitoral baixará instruçõespara a realização da eleição para a Assembléia Consti­tuinte.Parágrafo único. A Assembléia Constituinte, após a promul­gação da Constituição, passará a exercer as funções deAssembléia Legislativa até o término do mandato dos res­pectivos deputados, inclusive para os fins do disposto noart. 5.°, § 2.°, desta lei complementar.Art. 5.° Para o período a encerrar-se em 15 de março de1979, o Presidente da República nomeará o Governadordo Estado de Rondônia, na conformidade do art. 4.° eparágrafos da Lei Complementar n.o 20, de 1.0 de julho de1974.

§ 1.0 Ao Governador nomeado na forma deste artigo apli­ca-se o disposto nos §§ 1.0 a 3.° do art. 3.° da Lei Com­plementar n.o 20, de 1.0 de julho de 1974.

§ 2.0 Para o periodo seguinte, eleger-se-ão o Governadore o Vic·e-Governador do Estado, consoante o disposto naConstituição Federal.§ 3.0 • Para os candidatos aos cargos de Governador e Vice­Governador prevalecerão as inelegibilidades previstas noinciso III do art. 1.0 da Lei Complemefltar n.o 5, de 29 deabril de 1970, reduzido para dois meses o prazo para adesincompatibilização, exclusivamente para esse pleito."

II - Dê-se ao art. 19 a seguinte redação~

"Art. 19. O Governador nomeado na forma do art. 5.°,dentro dos primeiros: novent,," dias de sua administração,promoverá eOl1.CUl'SQ público para seieçs.o do m81hor eles",··nho e cores da. bandeira e das armas di) Est!1do de ROl1-

dônia, e outro para a escolha das mais expressivas letrae música de seu hino."

Sala da Comissão. - Nunes Rocha, Presídente em exercício­Antônio Morimoto, Relator.

N.O 2

Acrescentam-se ao art. 7.0 os seguintes parágrafos,suprimindo-se o art. 18:

u§ 1.0 Até a instalação dos órgãos do Poder Judiciárioestadual, continuará a justiça a ser ministrada, sem so­lução de continuidade, pelos órgãos a que é cometida noatual Território Federal de Rondônia.§ 2.0 • Até a data de instalação do Tribunal Regional Elei­toral do Estado de Rondônia, as funções deste continuarãoa ser exercida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estadodo Acre."

Sala da Comissão, - Nunes Rocha, Presidente em exercício ­Antônio Morimoto, Relator.

N.o 3Inclua-se, antes da cláusula de vigência, o seguinte artigo:

"Art. 20. O Presidente da República designará Comissãode quatro membros, representantes dps Ministros da Edu­cação e Cultura, da Marinha, do Exército e da. Aeronáutica,para, sob a presidência do primeiro, propor as alteraçõesque, na forma da lei, devam ser feitas nos simbolos na­cionais, em conseqüência da criação do Estado de Rondônia.Parágrafo único. O Presidente da República estabeleceráem decreto as alterações a que se refere este artigo."

Sala da Comissão, - Nunes Rocha, Presidente em exercício.­Antônio Morimoto, Relator.

Voto em sellarado do Sr. Thoobaldo BarbosaPelo Projeto de Lei Compleméntar n.O 64, de 1976, pretende o

nobre Deputado Jerônimo Santana obter a devação do Territó­rio Federal de Rondônia a Estado.

Nos vinte artigos da proposição, dispõe-se, ainda, sobre a con­vocação e instalação da Assembléia Constituinte, e suas funções;sobre a eleição para os cargos de Governador e Vice-Governador,extensão de seu mandato, e poderes do primeiro; sobre o PoderJudiciário, o domínio e a jurisdição do novo Estado, seus serviçospúblicos e respectivos servidores, e o auxilio a ser-lhe prestadopela União; sobre a divisão, organização e mandatos municipais;e sobre a realização de concurso para a escolha da bandeira, dasarmas e do hino do Estado de Rondônia.

A justificação, longa e rica, estende-se sobre as razões deordem econômica, social, política e de segurança nacional que, noentender do Autor, de há muito vêm reclamando a elevação da­quele Território Federal a Estado.

O projeto, que será ainda apreciado pelas Comissões da Ama­zônia e de Finanças, recebeu, na Comissão de Constituição e Jus­tiça, extenso e brilhante parecer do ilustre Deputado AntônioMorimoto, pela aprovação no tocante à constitucionalidade, ju­ridicidade e tecnicidade, bem como quanto ao mérito.

Acompanhamos, no fundamental, e em que pese a alguma dú­vida sobre a constitucionalidade de certas disposições, o voto doRelator. Achamos, porém, que a proposição deve ser aperfeiçoa­da, no sentido de melhor se adequar a exigências da Lei Comple­mentar n.o 20, de 1.0 de julho de 1974, cuja Seção I regula, de modogeral, a criação de Estados.

Determina aqueeI diploma que a criação de Estado se faça porlei complementar que disponha, entre outras matérias, sobre aextensão e a duração dos poderes do Governador nomeado naforma do art. 4,0 (art. 3.0 , item II), cujo teor é o seguinte:

"Art. 4.0 Durante o prazo estabelecido na Lei Comple­mentar, nos termos do art. 3.0 , item n, o Presidente daRepúbliéa nomeará o Governador do novo Estado, depoisde aprovada a escolha pelo Senado Federal, dentr·e cida­dãos maiores de trinta e cinco anos, de reputação ilibada.§ 1.0 O Governador nomeado na forma do caput desteartigo será demissivel ad nutum; e, em casos de impedi­mento, o Presidente da República designar-lhe-á substi­tuto.§ 2.0 O Governador tomara posse perante o Ministro deEstado da Justiça."

A proposição sub examine determina. em vez disso, que. noperíodo entre a entrada em vigor da lei complementar resultanr0e <1, a~.sul1ção do Güvsrnador e Vice-Governador eleitos, {) Estadosej.l governado pelo GoveTnador em exercício ~d.o Território). Eu­~i:'nd",.o10s que a UOff{'2. gentJ s'lpratramcrita há de ser obedecida,

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Março de 1978 DlARIO DO CONG-ItESSO NACIONAL (Seção 1) Quarta-feira 22 0933:

Sala da Comissão,

se não revogada explicitamente - e não o é. Assim, apresentamosEmenda (a de n.o 1) adaptando o projeto à exigência da Lei Com­plementar n.O 20, de 1974.

Outro mandamento daquela lei complementar é que o instru­mento de criação do Estado preveja, expressamente, "o funciona­mento do Tribunal e órgãos da justiça, até que lei especial dispo­nha sobre a organização judiciária" (art. 9.°, item IH). O projetoatende à segunda parte do mandamento, mas omite-se quanto àprimeira. Nossa Emenda de n.O 2 visa a preencher a lacuna, alémde oferecer melhor localização para o art. 18, que trata do Tribu­nal Regional Eleitoral.

Finalmente, a Emenda de n.o 3 propõe as providências ten­dentes às alterações que deverão ser feitas nos simbolos nacio­nais, em decorrência da elevação do Território Federal de Ron­dônia a Estado.

Nosso voto é, portanto, pela constitucionalidade, juridicidadee tecnicidade do Projeto de Lei Complementar n.o 64, de 1976,adotadas as três emendas que oferecemos, quanto ao mérito, dei­xamos o exame para as Comissões especificas.

Sala da comiss~o, 19 de outubro de 1977. - Theobaldo Barbosa.

N.O 1

I - Substituam-se os arts. 4.°, 5.0· e 6.0 pelos seguintes:

"Art. 4.0 O Tribunal Regional Eleitoral baixará instruçi5espara a realização da eleição para a Assembléia Cons.ti­tuinte.

Parágrafo único. A Assembléia Constituinte, após a plro­mulgação da Constituição, passal'á a exercer M funções deAssembléia Legislativa até o término do mandato dos res­pectivos deputados, inclusive para os fins do disposto noart. 5.0, § 2.0, desta lei complementar.

Art. 5.0 Para o periodo a encerrar-se em 15 de março de1979, o Presidente da República nomeará o Governadordo Estado de Rondônia, na conformidade do art. 4.° eparágrafos da Lei Complementar n.o 20, de 1.0 de julho de'1974.

§ 1.0 Ao Governador nomeado na forma deste artigo apli­ca-se o disposto nos §§ 1.0 a 3.0 do art. 3.° da Lei Com­plementar n,o 20, de 1.° de julho de 1974.

§ 2.0 Para o período seguinte, eleger-se-ão o Governadore o Vice-Governador do Estado, consoante o disposto naConstituição Federal.§ 3.° Para os candidatos aos cargos de Governador e Vic:€!­Governador prevaiecerão as inelegibilidades previstas noinciso UI do art. 1.0 da Lei Complementar n.O 5, de 29de abril de 1970, reduzido para dois meses o prazo paraa desincompatibilização, exclusivamente para esse pleito."

II - Dê-se ao art. 19 a seguinte redação:

"Art. 19. O Governador nomeado na forma do art. tiP,dentro dos primeiros noventa dias de sua administraçiío,promoverá concurso público para a seleção do melhor de­senho e cores da bandeira e das armas do Est!tdo de Ron­dônia, e outro para a escolha das mais expressivas letrae. música de seu hino."

Sala da Comissão, Theobaldo Barbosa.

N.o 2

Acrescentem-se ao art. 7.0 os seguintes parágrafos, suprimindo-se o art. 18:

"§ 1.0 Até a instalação dos órgãos do Poder Judiciálioestadual, continuará a justiça a ser ministrada, sem solu­ção de continuidade, pelos órgãos a que é cometida noatual 'Território Federal de Rondônia.§ 2.0 Até a data de instalação do Tribunal Regional Elei­toral do Estado de Rondônia, as funções deste continua­rão a ser exercidas pelo Tribunal Regional Eleitoral daEstado do Acre."

Theobaldo Barbosa.

N.O 3

Inclua-se, antes da cláusula de vigência, o seguinte artigo:

·'Art. 20. O Presidente da República designará Comissàode quatro membros, representantes dos Ministros da EdLl­cação e Cultura. da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,para, sob a presidência do primeiro, propor as alteraçõesque, na forma da lei, devam ser feitas nos slmbolos nl-

cionais, em conseqüência da criação do Estado de .Ron­dônia.

Parágrafo único. O Presidente da República estabele­cerá em decreto as alterações a que se refere este artigo.'·

Sala da Comissão, Theobald() Barbosa.

PROJETO DE LEI N.o 2.511-A, DE 1976

(Do Sr. Juarez Bernardes)

·Cria. O< In,stituto de Energia Sol= na Uníveil'SidadeFederal de Goiás; tendo parecer, da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela inconstitucionalidade.

(Projeto de Lei n.o 2.511, de 1976, a que se refere O'parecer.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica criado, na Universidade Federal de Goiás, o Ins­tituto de Energia Solar.

Art. 2.0 O Instituto referido no artigo anterior terã, entre­outras, as seguintes finalidades:

a) promover a pesquisa científica e tecnológica. referente aosaproveitamentos da energia solar;

b) ministrar cursos de formação de especialistas em energia:.solar, nos níveis de graduação e pós-graduação;

c) promover, no meio acadêmico, a conscientização do estu­dante quanto à.'l potencialidades daquela forma de energia e des­pertar o interesse pela sua pesquisa.

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na data de Sua publicação.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoA recente crise do petróleo acentuou a preocupação da huma­

nidade com a exaustão dos combustíveis fósseis. A expectativa da.esvaziamento das reservas mundiais do ouro-negro dentro de umprazo de dois ou três decênios não foi razão suficiente para pro­mover-se a aceleração de pesquisa buscando um substituto ener­gético para o petróleo. O embargo, como instrumento de pressãÜ'política, e a quintuplicação dos preços do produto, estes sim, colo­caram o mundo em polvorosa.

O Brasil, felizmente, não se abalou como os demais países nãoauto-suficientes, e transferiu pa:ra o seu balanço de pagamento epara o seu endividamento externo as conseqüências da crise. Mas éinegável que a sangria de divisas iniciada em fins de 1973 nãopode perpetuar-se, ou para sermos mais realistas, não pode alon­gar-se por mais um ou dois anos. Neste caso, estaremos apenastransferindo para o futuro a curto prazo as conseqüências queiriam explodir já em 1974.

Entretanto, como' de resto sucedeu em todo o mundo, desper­tou-nos para um problema que, apesar da sua gravidade, há muitosanos dormia em estado latente: o suprimento energético para um

. pais que chegará ao ano 2000 com mais de 200 milhões de habi­tantes.

As reservas conhecidas de petróleo, ao ritmo de consumo dosdias de hoje, produzirão sua última gota na virada do século; oBrasil é pobre em carvão mineral; o nosso enorme potencial hí­drico não é tão enorme assim - representa a terça-parte daenergia elétrica gerada, hoje, nos Estados Unidos, e a fissão nu­clear nãQ representa a solução energética, mesmo porque o urânio­e o tório são combustíveis não-renováveis e, à maneira do petróleo,terão os seus dias também contados.

Resta-nos depositar nossa esperança naquelas fontes não con­vencionais de energia, entre as quais desponta em primeiro planôa energia solar. A terra é aquinhoada, em um ano, com o equiva­lente a 70 trilhões de toneladas de petróleo de energia solar; asreservas conhecidas, hoje, de petróleo, carvão e gás natural, soma­das não representam sequer 10% deste potencial energético.E países adiantados como a França, Alemanha, Estados Unidos,Israel e outros já estão há lUuito tempo na pista de explorar estaforma de energia.

Não se cria, no Brasil, espírito científico e tecnológico paraacompanhar, sequer, as conquistas de outros países neste campo,em um ou dois anos. É necessário iniciar já, formar agora os re­cursos humanos que irão, em pouco tempo, utilizar-se dos 300 diasde insolação média com que a natureza nos abençoou, para gnaras máquinas de um País qlJe insiste 1';111 ser grande. O Estado deGoiás é um Estado com excelente ,índice de insol~tção, favorecendoas pesquisas e ensejando a seguranca do nosso futuro. Daí sereleita a Universidade Pederal de Goiás; aliás. um estabelecimentocom nome nacional.

Sala das Sessões, . - Juarez Bernilràes.

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0034 Quarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Março de 1978

LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA OOORDENAÇAODAS OOMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 5.540, DE 28 DE NOVEMBRO DE 1968Fixa nonnas de organização e funcionamento do en­

sino superior e sua articulação com a escola média, e dáoutras providências.

CAPíTULO IDo Ensino Superior

Art. 4.° As universidades e os estabelecimentos de ensinosuperior isolados constituir-se-ão, quando oficiais, em autarquiasde regime especial ou em fundações de direito público e, quandoparticulares, sob a forma de fundações ou associações.

Art. 5.° A organização e o funcionamento das universidadesserão disciplinados em estatutos e em regimentos das unidades queas constituem, os quais serão submetidos à aprovação do Conselhode Educação competente.

Parágrafo único. A aprovação dos regimentos das unidadesuniversitárias passará à competência da Universidade quando estadispuser de Regimento-Geral aprovado na forma deste artigo.

Art. 7.0 As universidades organizar-se-ão diretamente oumediante a reunião de estabelecimentos já reconhecidos, sendo, noprimeiro caso, sujeitas à autorização e reconhecimento e, no se­gundo, apenas a reconhecimento.

Art. 8.° Os estabelecimentos isolados de ensino superior deve­rão, sempre que possível, incorporar-se a universidades ou congre­gar-se com estabelecimentos isolados da mesma localidade ou delocalidades próximas, constituindo, neste último caso, federaçõesde escolas, regidas por uma administração superior e com regimen­to unificado que lhes permita adotar critérios comuns de organi­zação e funcionamento.

Art. 11. As universidades organizar-se-ão com as seguintescaracterísticas:

c) unidade de funções de ensino e pesquisa, vedada a dupli­cação de meios para fins idênticos ou equivalentes;

CAPíTULO VDisposições Transitórias

Art. 52. As atuais universidades rurais, mantidas pela União,deverão reorganizar-se de acordo com o disposto no artigo 11 destaLei, podendo, se nécessário e conveniente, incorporar estabeleci.mentos de ensino e pesquisa também mantidos pela União, exis­tentes na mesma localidade ou em localiõades próximas.

Parágrafo único. Verificada, dentw de d"ze meses, a partirda data de publicação desta Lei, a juízc elo Cor.selho Federal deEducação, a impossibilidade do disposto neste artigo, as universi­dades rurais serão incorporadas às federais existentes na mesmaregião.

DECRETO-LEI N.o 842, Dl::: 9 DE SETEMBRO DE 1969Altera a redação do a'!t. 47 da Lei n.o 5.540, de 28 de

novembro de 1968, e dá. ... alJ:as providêI;cias.Os Ministros da Marinh"a de GU':Jrra, do Ex.'rcito e da Aero­

náutica Militar, usando das atrlhuiç,ies que lhes cOllfere o artigo1.° do Ato Institucional n.O 12, de 31 de agosto de '~;:,,), decretam:

Art. 1.0 l!l alterado o artIgo 'fi da Lei n.O 5.540, de 28 denovembro de 1968, que passa a vigomr com a seguinte redação:

"A autorização para funcionamento e reconhecimento deUniversidade ou estabelecimento isolado de ensino superiorserá tornada efetiva, em qualquer caso, por decreto doPoder Executivo Federal, após lJrévio parecer favorável doConselho de Educação competente."

PARECER DA COMISSÁO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇAI - Relatório

Em exame, nesta Comissão de Constituição e Justiça, o pro­jeto de lei acima epigrafado, de autoria do Sr. Juarez Bernar1es,cujo objetivo e alcance estão declarados na própria ementa:criação de um Instituto de Energia Solar na Universidade Fe­deral de Goiás.

A este Deputado cabe a honra de re'atá-lo, de:vendo compor­tar-se em conformidade com o estabelecido no § 4.°, do art. 28, doRegimento Interno da Câmara dos Deputados.

O art. 2."0 da proposição estabelece que o Instituto de EnergiaSolar da Universidade Federal de Goiás terá, entre outras atri­buições, as seguintes:

- promover a pesquisa cientifica e tecnológica referente aoaproveitamento da energia solar;

- ministrar cursos de formação de especialistas em energIasolar, nos níveis de graduação e pós-graduação;

- promover, no meio acadêmico, a conscientização do estu­dante quanto às potencialidades da energia solar, despertando ointeresse pela pesquisa a seu respeito. -

A justificação está estribada na necessidade de serem en­-contradas e utilizadas outras fontes de energia que não a deri­vada do petróleo, visto que essa matéria-prima de origem mine­ral deverá estar desaparecida da face da Terra dentro de algumtempo mais. A energia solar seria, segundo o autor, a que melhorse presta para substituir as quase exauridas fontes produtoras depetróleo. Quanto à escolha do Estado de Goiás, isso se deve aoexcelente indice de insolação ali verificado, o que é fator de favo­recimento às pesquisas.

l!: o relatório.

II - Voto do RelatorA proposlçao é, a nosso ver, inconstitucional por dois moti­

vos preponderantes e incontornáveis.Primeiro porque enyolve questão que nãa se comporta dentro,

ou não se coaduna com o conceito de "diretriz básica da educaçãonacional", estabelecido no art. 8.°, inc. XVII, alínea q, da Consti­tuição, desgarrando-se, pois, flagrantemente, do elenco de pro­vidências que devem ser promovidas ou regradas através de leifederal.

Em segundo lugar porque a idéia de criação é indissociável dade instalação, funcionamento, o que é impossivel de acontecersem aumento da despesa pública, sendo certo que as proposiçõescom tal conseqüência não podem ser iniciadas por membros doCongresso Nacional, senão que, com exclusiviqade, pelo Presiden­te da República (art. 57, inc. n, da Constituição Federal).

Assim, sem qualquer atitude de menoscabo em relação aoobjetivo do autor, que visa, antes de mais nada, prestigiar oEstado que tão bem representa nesta Casa, até porque tal proce­dimentD não é regimentalmente compatível com a Comissão deConstítuicão e Justiça, o nosso voto, atento principalmente, à in­dispensabilidade de coerência nas manifestações deste órgão téc­nico, é pela inconstitucionalidade doa Projeto de Lei n.o 2.511/76.

Sala da Comissão 31 de agosto de 1977. - Claudino Sales.III - Parecer da Comissão

AlJomissão de Constituição e Justiça, em reunião de suaTurma "A", opinou, unanimerr..ente, pela inconstitucionalidade doProjeto n. 0 2.511/76, nos termos do parecer do Relator. Os Srs.Célio Borja, João Gilberto e J"oaquim Bevilacqua declararam vo­tar somente pelas conclusões.

Estiveram presentes os senhores Deputados: Célio Barja,Presidente; Claudino Sales, Relator; .t.11rísío Vieira Lima, AlceuCo~lares, Celso Barros, Cleverson Teixeira, Gomes da Silva, JairoMagalhães, João Gilberto, Joaquim Bevilacqua, José Bonifácio Ne­to, Lidoyino' Fanton, Luiz Braz e Theobaldo Barbosa.

Sala das Sessões, 8 de março de 1978. - Célo Boria, Presiden­te - Claudíno Sales, Relator.

PROJETO DE LEI N.o 2.789-A, DE 1976

(Do Sr. Fernando Cunha)

Acrescenta disp06itivo à Lei n.o 4.595, de 31 de de­zembro de 1964, que criou o Conselho Monetário Nacional;tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pelainconstitucionalidade, contra o voto do Sr. Célio Borja.

(Projeto de Lei n.o 2.789, de 1976, a que se refere oparecer.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° Inclua-se, no art. 4.° da Lei n.o 4.595, de 31 de

dezembro' de 1964, entre as atribuições privativas do ConselhoMonetário Nacional, a seguinte alínea: . .

"Art. 4.° ."XXXII - definir a política a ser observadá na organiza­ção e no funcionamento do mercado de valores mobiliá­rios; regular a utilização do crédito nesse mercado; fixara orientação geral a ser observada pela Comissão de Va­lores Mobiliários no exercicio de suas atribuições; e definir

-as atividades da Comissão de Valores Mobiliários que de-vem ser exercidas em coordenação com o Banco Centraldo Brasil".

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Março de 1978 DIARIO DO CONGltESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 0935

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicaçãorevogadas as disposições em contrário. "

.JustüicaçáoAyresente proposta é cópia fiel do § 1.0 do art. 3.0 do Proj,eto

de Lel n.O 2.600, de 1976, encaminhado pelo Poder Executivo aoCongresso Nacional, visando a criação da Comissão de ValoresMobiliários.

Ao mesmo tempo que encaminhamos este projeto à ME'sasubscrevemos emenda que elimina o seu conteúdo do projeto n.Ó2.600/76, por entender que a matéria legislativa deve ser incorpo­rada ao texto da Lei n.o 4.595/64 e não na em tramitação (Projeton.o 2.600/76).

A razão de ser da proposição é óbvia., Foi a Lei n.O 4.595/64 que criou o Conselho Monetário Nacionale, definiu sua competência privativa.

Ora, se o legislador entende de dar novas atribuições ao Celn­selho, deve fazê-lo no lugar próprio, de acordo com as boas normasda melhor técnica legislativa. I!: de todo desaconselhável que acompetência desse importante órgão da politica financeira do Jl!:s­tado seja ditada por legislação esparsa, que dificulta sua consuIta,seu conhecimento, exegese e aplicação.

Por isso, este projeto, aceitando as novas funções atribuídasao CMN, nos termos do projeto governamental, nada mais faz doque corrigir o erro de técnica legislativa a fim de aprimorar a le­gislação sobre o assunto, eis que se trata de matéria da mais altaimportância à vida econômica e financeira do País.

Sala das Sessões, 13 de agosto de 1976. - Fernando Cun:b.a.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇAO DAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964Dispõe sobre a política e as instituições monetárílas"

bancárias e creditícias, cria o Conselho Monetário Na­cional, e clã. outras providências.

CAPíTULO IIDo Conselho Monetário. Nacional

Art. 4.0 Compete privativamente ao Conselho Monetário Na­cional:

VI - disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e asoperações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites,avais e prestações de quaisquer garantias por partes das institui­ções financeiras;

xx - autoriza o Banco Central da República do Brasil e asinstituições financeiras públicas federais a efetuar a subscrição,compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de respon­sabilidades das sociedades de economia mista e empresas do ]~s­

tado;XXI - disciplinar llS entidades das Bolsas de Valores e cios

corretores de fundos públicos;-XXII - estatuir normas para as operações das instituições' fi­

nanceiras públicas, para preservar sua solidez e adequar seu fun­cionamento aos objetivos desta Lei;

PARECER DA COMISSAO DE ,CONSTITUIÇãO E JUSTIÇAI - .Relatório

O nobre Deputado Fernando Cunha, através da proposi(~ãoora sob exame, intenta acrescentar dispositivo ao art. 4.0 da }[,ein,o 4.595/64, que criou o Conselho Monetário Nacional, explicandoser a iniciativa conseqüente de emenda ao Projeto de Lei n.O 2.600,de 1976, oriundo do Poder Executivo, visando a criação da Comis­são de Va:ores Imobiliários.

Aquele proj eto, nos dá conhecimento o autor, paralemmente àcriação do órgão já-mencionado, dá novas atribuições ao ConlmlpoMonetário Nacional, o que resultou em apresentação de emend{l.supressiva a esse dispositivo, e na presente iniciativa, objetivandO.evitar sejam as atribuições de uma mesma entidade editadas emlegislação dispersa.

No que pese a preocupação do autor, obstáculos de ordemconstitucional obstaculizam sua intenção. Consideramos válidasua tentativa de concentrar nurr:a só norma as atribuicões come­tidas a um único órgão, entretanto, aqui há de se aten"tar para adisposição contida no item V do art. 81 de nossa Carta Magna,assim redigido:

"Art. 81'. Compete privativamente ao Presidente da Re­pública:

I - dispor sobre a estruturação, atribuições e funciona­mento dos órgãos da administração federal;................................................. _ -

Vê-se, pois, que o texto da proposição colide frontalmentecom.a pri~~cidade da iniciativa ~omportada pelo dispositivo aci­ma, mviabllizando a transformaçao do projeto em lei.

II - Voto do RelatorDado o exposto, opinamos pela rejeição do Projeto de Lei n.o

2.789, de 1976, por insanável vício de inconstitucionaIidade.Sala da Comissão, 31 de agosto de 1977. - OIaudino Sales

Relator. '

m - Parecer da Cômissão

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua.Turma "A", opinou contra l) voto do Sr. Célio Borja pela inconsti­tucionalidade do Projeto n.o 2.789/76, nos termos'do parecer doRelator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Célio Barja, Pre­sidente; Claudmo Sales, Relator; Afrísio Vieira Lima Alceu eol­lares, Altair Chagas, Cleverson Teixeira, Erasmo Ma~tiÍls PedroFernando ,Coelho, Gomes da Silva, Joaquim Bevilacqua José Bo:nifácio Neto, Luiz Braz e Theobaldo Barbosa. '

Sala das Sessões, 8 de março de 1978. - Célio Borja Presiden-te - Claudino Sales, Relator. '

PROIETO DE LEI N.o 3.443-B, DE 1977

(Da Comissão de Constituição e Justiça)Redação para 2.a discU5Sâo do Projeto de Lei número

3.443-A, de 1977, que "determina consulta. plebiscitária àspopulações da área amallônica do Estado de Goiás a res­peito da criação do Estado do Tocantins".

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Simultaneamente com as eleições de 15 de novembrD

de 1978 será feita consulta plebiscitária aos eleitores dos municipiosdo Estado de Goiás, situados na área da Amazônia Legal sobrea criação do Estado de Tocantins. '

Parágrafo único. A consulta referida no ca.plit do artigoabrangerá todo o eleitorado dos municipios de Almas, Alvorada,Ananás, Araguacema, Araguaçu, Araguína, Araguantins, Arapoe­ma, Aurora do Norte, Arraias, Axixã. de Gbiás, Babaçulândia, Bre­jinho de Nazaré, Colinas de Goiás, Couto Magalhães, Cristalândia.Conceição do Norte, Dois Irmãos de Goiás, Dueré, Dianópol1s, Fi­ladélfia, Formoso do Araguaia, Goiatins, Guaraí (ex-Tupirama),Gurupi, Itaguatins, Itacajá, Itaporã de Goiás, Lizarda, Miranorte.Miracema do Norte, Monte do Carmo, Nazaré, Novo Acordo Nati­vidade, pequizeiro, Presidente Kennedy (ex-Tupiratinsl,' PedmAfonso, Porto Nacional, Paraiso do Norte, Pium, Ponte Alta do Nor­te, Paranã, Peixe, Pindorama, Ponte Alta do Bom Jesus, São Se­bastião do Tocantins, Sítio Novo de Goiás, Tocantinópolis, Tocan­tinia, Taguatinga e Xambioá.

Art. 2.0 Para os fins do art. 1.0, as cédulas confeccionadaspela Justiça Eleitoral para as eleíções nos referidos municípíosconterão a seguinte indagação: "I!: o eleitor favorável à criação doEstado do Tocantins?", com local para respostas "sim" e "não", a.serem assinaladas, no mesmo ato de votar.

Art. 3.° Ao serem apuradas as eleições municipais, as mesaseleitorais apurarão os resultados da consulta plebiscitária.

§ 1.0 Terminadas as apurações, em cada município ou zonaeleitoral, o respectivo juiz comunicará ao Tribunal Regional deGoiás os resultados da manifestação havida a faVor e contra li.criação do Estado do Tocantins.

§ 2.0 De posse de todos os dados da consulta, de cada munici­pio, o Tribunal Regional Eleitoral fará a apuração total, publi­cando o resultado final, com o número de votos a favor e contraa criação dQ Estado do Tocantins.

Art. 4.° A consulta plebiscitária aos municípios constante d()parágrafo único do art. 1.0, integrantes da área da AmazôniaLegal do Estado de Goiás, se fará nos termos das instruções que arespeito forem expedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 5.0 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,.revogadas as disposições em contrário.

Sala das Sessões, 6 de outubro de 1977. - Célio Borja, Presi­dente - Daso Coimbra, Relator.

." Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em reunião de sua Tur­

ma "A", aprovou, por unanimidade, a redação para 2.'" discussãodo Projeto n." 3.443-A/77, apresentada pelo Relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputados: Célio Borja, Pre­sidente; Daso Coimbra, Relator; Alceu Collares, Eloy Lenzi, Eras-

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0936 Quarta-feira 22 DlARlO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Março de 1978

mo Martins Pedro; João Gilberto, José Bonifácio Neto, Lidov.noPanton, Noide Cerqueira, Nunes Rocha, Theobaldo Barbosa e Wil­mar Guimarães.

Sala da Comissão, 23 de novembro de 1977. - Célio Borja..Presidente - Daso Coimbra, Relator.

PROJETO DE RESOLUÇAO N.o 165, DE 1978(DO Sr. Florim Coutinho)

Estende aos servidores da Câmara dos Deputados, sobo regime da CLT, direitos assegurados aos servidores cele­tistas do Poder Executivo no Decreto n.O 75.239, de 16 dejaneiro de 19'75, modificando o art. 16 da Resolução n.o 9,de 27 de junho de 1975, desta Casa.

(À Mesa.)A Câmara dos Deputados resolve:Art. 15' O art. 16 da Resolução n.O 9, de 27 de junho de

1975 que dispõe sobre a aplicação, na Câmara dos Deputados, daLei ~.o 6.185, de 11 de dezembro de 1974, e dá outras providênciaspassa a vigorar reescrito nos termos abaixo:

"Art. 16. Os efeitos financeiros da inclusão no Plano deClassificação de Cargos do pessoal regido pela legislaçãotrabalhista retroagirão a 1.0 de novembro de 1974, em facedo estabelecidono parágrafo único do art. 5.°, do Decreton.O 75.239, de 16 de janeiro de 1975.§ 1.0 As faixas graduais de vencimentos e, no que couber,as demais disposições constantes do Decreto-lei n.o 1.341,'de 22 de agosto de 1974, com os reajustamentos posteriores,observados os valores constantes da Tabela uB" anexa aoDecreto-lei n.o 1.348, de 24 de outubro de 1974, serão apli­cadas aos ocupantes de empregos previstos neste artigo.§ 2.0 Para efeito de apllcação do disposto neste art~go,aos ocupantes de emprego de vigilante considerar-se-a onível 4 do Grupo - Serviços Auxiliares."

Art. 2.0 Esta Resolução entra em vigor à data de sua pu­blicação. .

Art. 3.° Revogam:se as disposições em contrário.Justificação

A Resolução n.o '9, de 27 de junho de 1975, que "dispõe sobrea aplicação na Câmara dos Deputados da Lei n.o 6.185, de 11 dedezembro de 1974, e dá outras providências", terminou, ipsis verbis,no art. 16:

"As faixas graduais de vencimento e, no que couber, asdemais disposições constantes do Decreto-lei n.o 1.341, de22 de agosto de 1974, com os reajustamentos posterioresobservados 08 valores constantes da Tabela U·B" anexa doDecreto-lei n.o 1.348, de 24 de outubro de 1974, serão apli­cadas aos ocupantes de empregos regidos por legislaçãotrabalhista, incluídos nq Plano de Classificação na formaprevista nesta Resolução.§ 1.0 Para efeito de aplicação do disposto neste artigoaos ocupantes de emprego de Vigilante, considerar-se-á afaixa gradual de nível 4 do Grupo-Serviços Auxiliares.§ 2.° Os efeitos financeiros da primeira aplicação da es­cala gradualista aos empregos de que trata esta Resoluçãovigorarão a partir do primeíro dia do mês subseqüente aoda publicação do Ato da Mesa que proceder à respectivainclusão."

O Decreto n.o 75, c,e 16 de janeiro de 1975, regulamentador daLei n.O 6.185, de 11 de dezembro de 1974, ordenou terminantementeno parágrafo único do art. 5.0 :

"Os efeitos financeiros da inclusão no novo Plano retroa­girão a 1.0 de novembro de 1974, de conformídade com oDC-1.34!/74."

,Como se verifica, em face das disposíções integrativas do art.16, da Resolução n.O 9, de 1975, ficou inescusável e injustificada­mente prejudicado o pessoal da Casa sob o regime celetista doartigo.

Os ocupantes de empregos pertencentes aos órgãos do PoderExecutivo foram beneficiados pelo disposto no parágrafo único doArtigo 5.°, do Decreto n.O 75.239, de 16-1-1975 mo de 16/1 e17-1-75), que estabeleceu a data inicial a partir da qual teriam deretroagir os efeitos financeiros, isto é, 1.0 de novembro de 1974,em igualdade de condições com pessoal estatutário, do mesmoPoder.

Assim, nada mais justo do que conceder aos servidores daCâmara, regidos pela CLT, em exercício em 30-10-74, o mesmodireito conferido aos do Poder Executivo, ou seja, serem incluídosno Plano de Classifícação de Cargos, previstos na Lei n.o 5.645/70,a partir de 1,°-11-74.

Dessa forma procedendo, estaremos aplicando, in to1um, con­soante estabelece a ementa da Resolução n.O 9175, aos servidoresceletistas da Casa, os mesmos direitos que a citada Lei n.o 6.185174garantIu a iguais servidores - regidos pela Consolidação das Leisdo Trabalho - pertencentes ao Poder Executivo. .

A servidores sob o mesmo regime o mesmo tratamento.Produzidos os procedentes fundamentos da presente iniciativa,

confiamos venha ela a ser aprovada pelos meus eminentes pares,empenhados, sempre e lnarredavelmente, em fazer justiça a quan­tos servidores os atende, sollcita e dedicadamente, no desenvol­vimento das atividades desta colenda Casa Legisla,tiva.

Sala rlllB Sessões, - Florim Coutinho.

LEGISLAÇAO CITADA

RESOLUÇAO N.o 9, DE 1975

. Dispõe sobre a aplicação na Câmara dos Deputados da Lein.o 6.185. de 11 de (\ezembro de 1974, e dá outras providências.

"Art. 16 As faixas graduais de vencimento e, no que cou­ber, as demais disposições constantes do Decreto-lei n.o1.341, de 22 de agosto de 1974, com os r~ajustamentosposteriores observados os valores constantes da Tabela"B" anexa do Decreto-lei n.o 1.348, de 24 de outubro de1974, serão aplicadas aos ocupantes de empregos regidospor legislação trabalhista, incluídos no Plano de Classi­ficação na form!L prevista nesta Resolução.§ 1.0 Para efeito de aplicação do disposto neste artigoaos ocupantes de emprego de Vigilante considerar-se-á afaixa gradual de nível 4 do Grupo-Serviços Auxiliares.

§ 2.° Os efeitos financeiros da primeira apllcação daescala gradual1sta aos empregos de que trata esta Reso­lução vigorarão a partir do primeiro dia do mês subse­qüente ao da publicação do Ato da Mesa que proceder àrespectiva inclusão".

DECRETO N.o 75.239, DE 16-1-75 (DO 16/1 e 17-1-75)

Artigo 5.0 Parágrafo único "Os efeitos financeiros da inclusãono novo Plano retroagirão a 1.°-11-74, de conformidade com o00-1.341174.

(3.0 e 7.° da Lei n.o 6.185/74)

I.N. Dasp, n.o 26, de 26-8-74, item 14.1

PROJETO DE LEI N.o 4. '730, DE 1978

(Do Sr. Joaquim Bevilacqua)

Introdull modificação na Lei n.a 5.859, de 11 de de­zembro de 1972, para o fim de assegurar aos empregadosdomésticos o direito ao 'salário mínimo.

(As Comissões de Constituição e Justiça, de Trabalho eL'êg1slação Social e de Finanças.) .

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O art. 3.° da Lei n.O5.859, de 11 de dezembro de 1972,passa a vigorar com a seguInte redação:

"Art. 3.° O empregado doméstico terá direito a perceber.o salário minimo regional e a gozar férias remuneradasapós cada período de doze meses de trabalho prestado àmesma pessoa ou família."

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art: 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

.Tustüicação

A Lei n.o 5.859, de 1972, que a princípio se pensou pudesserepresentar a redenção da categoria dos emllregados domésticos,acabou sendo, na verdade, apenas uma solução de natureza emi­nentemente previdenciária, mais em favor da instituição previden­ciária que acabou tendo nova fonte de arrecadação de contribui­ções, do que do empregado doméstico.

Sim, porque os díreitos trabalhistas, salvo o das férias anuaisremuneradas, continuaram sendo negados à classe, numa eviden­te demonstração de má-vontade ou incompreensão.

Nada justifica a marginalização salarial a que estão relegadosos empregados domésticos, apesar da Lei n.O 5.859 que pretensa­mente foi editada para resolver os seus problemas de caráter tra­balhista.

Sala das Sessões, 6 de março de 1978. - Joaquim Bevilallqua.

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Março de 1978 . DIáRIO DO CONGRESSONACIONAh <Seção 1) Quarta-feira 22 0937

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

LEI N.o 5.859, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1972

Dispõe sobre a profissão de Empregado Doméstico, ,e dáoutras providências.

O :Presidente da RepúblicaFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sandono

11, seguinte Lei:Art. 1.0 Ao empregado doméstico, assim considerado aquele

que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lu­crativa a pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, lj,pli­ca-se o disposto nesta lei.

Art. 2.° :Para admissão no emprego deverá o empregado do-méstico apresentar:

I -,- Carteira de Trabalho e :Previdência Social;II - Atestado de boa conduta;In - Atestado de saúde, a critério do empregador.Art. 3.0 O empregado doméstico terá direito a férias anLlais

remuneradas de 20 (vinte) dias úteis, após cada período de 12(doze) meses de trabalho à mesma pessoa ou família.

Art. 4.0 Aos empregados domésticos são assegurados os bene­fícios e serviços da Lei Orgânica da Previdência Social, na qua­lidade de segurados obrigatórios.

Art. 5.° Os recursos para o custeio do plano de prestaf,õesprovirão das contribuições abaixo, a serem recolhidas pelo 18m­pr/1gador até o último dia do mês seguinte àquele a que se referi­rem e incidentes sobre o valor do salário mínimo da região:

I - 8% (oito por cento) do empregador;II - 8% (oito por cento) do empregado doméstico.Parágrafo único. A falta de recolhimento, na época própria,

das contribuições prevlstlj.s neste artigo, sujeitará o responsávelao pagamento do juro moratório de 1% (um por cento) ao mês,além da multa variável de 10% (dez por cento) a 50% (cinqüentapor cento) do valor do débito.

; d ' •••

PROJETO DE LEI N.o 4.732, DE 1978

(Do Sr. Daso Coimbra)Isenta de incidência do Imposto de Renda os proven­

tos de inativos e aposentados.(Anexe-se ao Projeto de Lei n.O 3.719, de 1977, nos 1~er­

mos do art. 71 do Regimento Interno.)O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 São isentos de incidência do Imposto de Renda os

proventos de qualquer natureza percebidos pelos inativos e apo­sentados.

Art. 2.° Os inativos ou aposentados de que trata o artigoanterior, que não percebem quaisquer outros rendimentos alémdOS proventos de aposentadoria, são dispensados da apresentaçãode declaração de rendimentos.

Art. 3.0 Esta lei entra em vigor na data de sua publica\;ão.Art. 4.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificaçãoli: lamentável tradição da sociedade ocidental considerar as

pessoas idosas como improdutivas e verdadeiras marginais - um"peso-morto" social.

O velho, em nosso meio, sempre foi ignorado e até desprezadopelos mais jovens, sendo que somente há poucos ano.s começoua se verificar certa preocupação com a velhice, com a realizaçãoôe estudos e especializações em geriatria e gerontologia.

No Brasil, a situação econômica e social das pessoas idosa:l élusualmente, precária, eis que vivem elas quase que exclusivamentedos proventos de aposentadoria, não auferindo outros rendimentos,mormente tendo em vista ser praticamente impossível, em nossoPais, conseguir-se emprego com idade superior a cinqüenta anos.

A esta altura, cumpre assinalar que o Fisco começou a preo­cupar-,se com a situação das pessoas idosas, admitindo, na declara­cão de rendimentos de 1978, ano-base de 1977, que as pessoa,s comidade de e5 anos pOEsam abater, da renda bruta, importânciaequivalente a Cr$ 21.400,00, correspondente a dois dependentes.

Es,sa, no entanto, foi uma primeira medida, que deve ser com­plementada por outras, que tornem o Imposto de Renda - tributopessoal que deve ser ,fundado na capacidade econômica de cadapessoa - mais idôneo e socialmente justo.

Ora, a aposentadoria é um beneficio concedido ao funcionário(lU ao trabalhador em virtude do tempo de serviço, de idade ou in­validez. Em qualquer dessas hipóteses, o inativo ou aposentadojá contribuiu devidamente para com a comunidade e o País, nãodevendo ser os proventos correspondentes considerados como ren­dimentos tributáveis, para fins de incidência do Imposto de Renda.

Não é justo e razoável, portanto, que o inativo, que trabalhoudurante uma vida inteira, tenha os proventos a que faz jus dimi­nuídos substancialmente com a incidência do Imposto de Renda,devendo ter referidos proventos isentos do aludido tributo.

11: esse o anelo desta proposição, que ainda preconiza que osaposentados que não percebem rendimentos além dos proventosde aposentadoria estão isentos de apresentação de declaração derendimentos.

No que tange à constitucionalidade da medida proposta, é deassinalar-se que se trata, in casu, de matéria tributária e não ma­téria financeira, não havendo óbices para sua iniciativa atravésdo Congresso Nacional.

Realmente, como concorda a maioria dos constitucionalistasbrasileiros, com o Geraldo Ataliba, Manoel Gonçalvés FerreiraFilho e Oscar Dias Correia, a matéria não abrange, necessaria­mente, a matéria tributária, tanto que é reservada, pelo item rdo art. 57 da Lei Maior, a matéria financeira à iniciativa presi­dencial, havendo o item IV reservado expressamente a matériatributária dos Territórios ao Presidente da República.

Aliás, nO' âmbito do Senado Federal, a questão já foi definiti­vamente solucionada, em face de parecer emitido pelo ilustreSenador Italívio Coelho, aprovado pela douta Comissão de Cons­tituição e Justiça 'da Câmara Alta, nos seguintes termos:

" . .. impõe-se a esta Comissão uma tomada de rumo arespeito da tormentosa e complexa questão. E, após oexame criterioso que buscamos, tendo sempre em vistaa interpretação do texto constitucional como uma unidadeindivisivel, a outra conclusão não chegamos senão a deque ao parlamento compete, .também, a iniciativa de leisque tratam de- matéria tributária, por estar ela excluída doconceito formulado pela própria Emenda Constitucionalem vigor."

Assim, a referida Comissão vem considerando rigorosamenteconstitucionais e propondo a aprova~ão de proposições versandosobre matéria tributária, inclusive isenção de imposto de renda,como, por exemplo, os projetos de Leis do Senado n.Os 72, de 1976;81, de 1967; 264, de 1975; 268, de 1975; 253, de 1975; 179, de 1975;259, de 1975, e 126, de 1976, dentre outros.

Por todas essas razões, tratando-se de medída socialmentejusta e constitucional, esperamos venha o projetado a merecero apoio de nossos ilustres pares.

Sala das Sessões, 2 ele março de 1978. - Daso Coimbra.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

DECRETO iN.o 76.186, DE 2 DE SETEMBRO DE 1976

Aprova Q Regulamento para a cobrança de fiscali­zação do Imposto sobre a Renda e Proventos de QualquerNatureza.

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REGULAMENTO DO IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOSDE QUALQUER NATUREZA

LIVRO IDa Tributação das Pessoas Físicas

TíTULO lU

Dos Rendimentos Sujeitos à DeclaraçãoCAPíTULO I

DO' Rendimento BrutoArt. 20. Constituem rendimento bruto, em cada cédula, Ó

produto do capital, do trabalho, ou da combinação de ambos, osalimentos e pensões percebidos em dinheiro, e demais proventosprevistos neste Regulamento, assim também entendidos os acrés­cimos patrimoniais não correspondentes com os rendimentos de-clarados. .•••••• , lO •••••

Art. 22. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto:. .

i) os proventos da aposentadoria ou reforma motivada portuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira"lepra, paraIi.sia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia

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0938 Quarta-feira 22 DIAltIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1918

grave, estados avançados de Paget (osteíte deformante), com baseem conclusões da medicina especializada;

j) as pensões € os proventos concedidos de acordo com osDecretos-leis n.os 8.794 e 8.795, ambos de 23 de janeiro de 1946,e Lei n.O 2.579, de 23 de agosto de 1955, em decorrência de reformaou falecimento de ex-combatente da Força Expedicionária Bra­.sileira;

PROJETO DE LEI N.o 4.733, DE 1978(Do Sr. José Ribamar Machado)

Dispõe sobre dispensas de cômputo da renda bruta deproventos de aposentadoria nas deelarações do Impostode Renda, e dá outras providêneias.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n.O 3.719, de 1977, nos ter­mos do art. 71 do Regimento Interno.>

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° A partir do ano-base de 1978, exercício de 1979, fica

dispensado do cômputo da renda bruta nas declarações do Im­posto de Renda, quaisquer valores de proventos de aposentadorias.

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicaçãoficando revogadas às disposições em contrário.

JustificaçãoNa conceituação do direito administrativo, de há muito, "pro­

vento de aposentadoria" deixou de ser .salário ou vencimento. Tra­ta-se de rendimento pessoal, descaracterizado de retribuição deatividade profissional.

Não há por que considerar no cômputo da renda bruta paraefeito de cálculo do Imposto de Renda, como vem ocorrendo.

Inúmeras aposentadorias são concedidas por invalidez, pou­cas por tempo de serviço, e em número mais reduzido por idade.

Considerando pacifica a Situação dos proventos de aposenta­doria constituir apenas recompensa de atividade pretérita ao longodo tempo, verifica-se que a Lei número 6.439, de 1.0 de setembrode 1977 que instituiu o Sistema Nacional de Previdência Social,em seu artigo 31 determinou: "os servidores públicos civis aposen­tados da União e de suas autarquias ficam isentos de contribui­ções para a previdência social". Isenção oportuna e de significaçãosocial evidente.

Estou certo de que convertida em lei essa proposição praticará() Poder Público plena justiça social aos cidadãos que contribuiramcom esforço e com sua parcela de trabalho, concedendo imuni­dade tributária do Imposto de Renda aos aposentados.

Sala das Sessões, 6 de março de 1978. - José Ribamar Ma­chado.

LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISSõES PERMANENTES

DECRETO N.o 76.186, DE 2 DE SETEMBRO DE 1976Aprova o Regulamento para a eobrança e fiscaliza­

ção do Imposto sobre a Renda e Proventos de QualquerNatureza.

REGULAMENTO DO IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOSDE QUALQUER NATUREZA

LIVRO I

Da Tributaç~ das Pessoas Físicas

TíTULO IIIDos Rendimentos Sujeitos à Declaração

CAPíTULO IDo Rendimento Bruto

Art. 20. Constituem rendimento bruto, em cada cédula, oproduto do capital, do trabalho, ou da combinação de ambos, osalimentos e pensões percebidos em dinheiro, e demais proventosprevistos neste Regulamento, assim também entendidos os acrés­cImos patrimoniais não correspondentes com os rendimentos de­clarados.

AJ't. 22. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto:

i) os proventos da aposentadoria ou reforma motivada portuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira,lepra, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropaLiagrave, estados avançados de Paget (osteite deformante), com baseem conclusões da medicina especializada;

j) as pensões e os proventos concedidos de acordo com osDecretos-leis n.OS 3.794 e 8.795, ambos ãe 23 de janeiro de 1946,e Lei n.o 2.579, de 23 de agosto de 1955, em decorrência de reformaou falecimento de ex-combatente da Força Expedicionária Bra­sileira;'" ·r;····························································

PROJETO DE LEI N.o 4.734, DE 1978(Do Sr. Marcelo Medeiros)

Concede isenção de Imposto de Renda e de contribui­ções previdenciárias que incidam sobre proventos de apo­sentados, pensões e benefícios de previdência.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n.o 3.719, de 1977, nos ter­mos do art. 71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Ficam isentos do Imposto de Renda e de quaisquercontribuições previdenciárias, os proventos, pensões e benefíciosdos servidores públicos aposentados ou em disponibilidade, bemcomo dos empregados sujeitos à legislação trabalhista.

§ 1.0 A isenção .se extende aos hercteiros e beneficiários.Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3.0 Ficam revogadas as disposições em contrário.

JustificaçãoA incidência do Imposto de Renda sobre proventos e benefícios

é um contra-senso, além de flagrante injustiça social.Como o próprio nome do tributo indica ele deve recair so­

mente sobre renda de capital ou excepcionalmente, como acon­tece, sobre o salário de pessoal em atividade.

O inativo ou pensionista é pessoa que por definição tem asua capacidade salarial reduzida.

O presente projeto de lei de grande repercussão social, visaa reparar esta injustiça proporcionando aos aposentados e pen­sionistas melhores condições de vida.

Sala das Sessões, 2 de maio de 1978. - Marcelo Medeiros.

LEGISLAÇAO PERTINENTE, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISS6ES PERMANENTES

DECRETO N.o 76.186, DE 2 DE SETEMBRO DE 1976

Aprova. o Regulamento para a cobrança e fiscaliza­ção do Imposto sobre a Renda e Proventos de QualquerNatureza.

REGULAMENTO DO IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOSDE QUALQUER NATUREZA

LIVRO I

Da Tributação das Pessoas Físieas

TÍTULO III

Dos Rendimentos Sujeitos à Declaração

CAPíTULO I

Do Rendimento Bruto

Art. 20. Constituem rendimento bruto, em cada cédula, oproduto do capital do trabàlho, ou da combinação de ambos, osalimentos e pens6es percebidos em dinheiro, e demais proventosprevistos neste Regulamento, assim também entendidos os acrés­cimos patrimoniais não correspondentes com os rendimentos de­clarados.

Art. 22. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto:

i) os proventos da aposentadoria ou reforma motivada portuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira,lepra, paralisia irreversível e incapacitante, cardbpatia grave,doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatiagrave, estados avançados de Paget (osteite deformante), com baseem conclusões da medicina especializada;

j) as pensões e os proventos concedidos de acordo com osDecretos-leis n.os 8,794 e 8.795. ambos de 23 de janeiro de 1946,e Lei n,O 2.579, de 23 de agosto de 1955, em decorrência de reformaou falecimento de ex-combatente da F'orça Expedicionária Bra­sileira;

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Março de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 0939

CAPíTULO IHDa Arrecadação, do Recolhimento de Contribuições e das

PenalidadesArt. 79. A arrecadação e- o r,~colbimento das contribuições e

de quaisquer importâncias devidas ao InstitlIto Nacional de Pre­vidência Social serão realizadas com obs.ervância das seguin~es

normas:

PR(}JETO DE LEI N.o 4.735, DE 1978

(Do Sr. Henrique Eduardo Alves)

Intr01iuz alteração na legislação da Previdência Sedal(Lei n.O 3.807, de 26 de agosto de 1961!).

(As Comissões de Consti,tuição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.)

O Congresso Nacional -decreta:Art. 1.0 O § 4.° do art. 79 da Lei n.o 3.807, de 26 de agosto de

1960 (Lei Orgânica da Previdência Social), passa a vigorar l~om

a seguinte l'edação:"§ 4.° Comprovado, a qualquer tempo, que a cons.truçãoda casa própria e de tipo econômico é feita pelo sistemade mutirão ou sem mão-de-obra assalariada, nela nãoincidirá qualquer contribuiç.ão previdenciária."

Art. 2.0, Esta lei entrará em vigor. na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

Justificação

A incidência da contribuiçãü previdenciária sobre construç:õesde casa própria de tipo econômico, mediante mutirão ou compro­vadamente sem mão-de-obra assalariada, uma das maiores injus­tiças, pois as pessoas sobre as quais recaem .os encargos são, g,eral­mente, pobres trabalhadores assalariados que somente logram tercasa própria mediante inúmer.os sacrifícios. Fazem-nas sozinhos,com os próprios bl'aços, ou, então, com a ajuda de vizinhos e pa­rentes, em fins de semana, p.ostergando, inclusive, o repouso deque necessitariam para recompor as forças e reinidar o trabalhoassalariado. AO final de tanto saDrifício surge ·a fiscalização doINPSe, realizando o levantamento do débito, acaba por lavrar o"auto de infração" que obriga não somente ao pagamento da con­tribuição, mas também de juros e corr.eção monetária.

Evidente, então, que o trabalhador, depois de reunir todos 0.3seus esfor~os fisicos e financeiros, não terá condições de arcar comtal ônus injusto e .extemporâneo. Todavia, terá que, no minimo,assinar uma confissão de divida para com a instituição previden­ciária e pagar o débito parceladamente. E mais, os poucos que bus­cam fazer a construçífo dentro das exigências legais, tratando depJ:1ovar antecipadamente que não haverá mão-de-obra a.ssalariada,dificilmente oonseguem fazê-lo, eis que encontram barreiras buro­cráticas quase intransponíveis.

Esta situação chegou a tal ponto que o Ministério do Trabalhoe Pl'evidência Social, atendendo então ao justo clamo·r desses llU­mildes trabalhadores, baixou a Portaria n.o 3.230, de 19 de junho.de 1972, cujo art. 3.0 dispõe:

"Quando a construção do tipo econômico for efetua.da semmão-ode-obra assalariada, 'e ou regida de mutirão, não sen­do, portanto, devidas contribuições, será fornecido Gertlfi­cado de Quitação ao pr.oprietário pelo INPS."

O art. 4.°, digo, o § 4,° do art. 79, cuja modifIcação aqui sepropõe, disciplina, também, razoavelment,e a matéria, pecandoapenas por impor ao trabalhadüor o ônus da comprovação préviaTal comprovação prévia tem levado muitas pessoas a pagar "aposteriori" pela falta de comprovação. A fis.calização, em muitoscasos, age com requintes de rigor, sobretudo pOTC!Ue aos fiscais Éldada remuneraçã.Q com base em produtividade.

O que aqui· propomos é uma solução justa e definitiva (eis quefeita através de lei e não de port,aria) para a questão.

Sala das Sessões, 6 de março de 1978. - Henrique EduardoAlves.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃOD~S COMISSÕES PERMANENTES

LEI N.o 3.807, DE 26 DE AGOSTO DE 1960

com as alterações intmduzi?,as pela legislação posterior.Dispõe sobre a Lei Orgânica da Previdência Soda!.

TíTULO IVDo Custeio

§ 1.0 O desconto das c.ontriouições e o das consignações legal­mente autorizadas sempre se presumirão feitos, oportuna e regu­larmente, pelas empresas a isso obrigadas, não lhes sendo lícitoalegar nenhuma omissão que hajam praticado, a fim de se eximi­rem ao devido recolhimento, ficando diretamente responsáveis pe­las importâncias que deixarem de receber ou que tiverem arreca­'dado em des·acordo com as disposições desta lei.

§ 2.° O propri'etário, o dono da obra, ou o condômino deunidade imobiliária, qualquer que seja a forma por que haja con­tratado a execução de obras de construção, reforma ou acréscimode imóvel, é solidariamente responsável com o construtor pelocumprimento de todas as obrigações decorrentes desta lei, ressal­vado seu direito regressivo contra o 'e~ecutor ou contraente dasobras ·e admitida a retenção de importâncias a estes devidas paragarantia do cumprimento dessas obrigações, até a expedição do"Certificadü de Quitação" previsto no item I, alinea c, do art. 141.

§ 3.° Poderão isentar-se da responsabilidade solidá'ria, aludi­da no parágrafo anterior, as empresas 'construtoras e os proprie­tários de imóveis em relação à fatura, nota de serviços, recibo oudocumentos equivalentes que pagarem por tarefa, subempreitadas,de obra.s a seu cargo, desde que façam o subempreiteiro r,ecolher,previamente, quando do recebimento da fatura o valor fixado pelO'Instituto Nacional de Previdência Social l'elativamente ao percen-·tual devido como contribuições previdenciárias e de seguro de aci­dentes do trabalho, incidentes sobre a mão-de-obra inclusa nodtado documento.

§ 4.° Não será devida contribuição previdenciária qUiando aconstrução de tipo econômico for efetuada sem mão-de-obra assa­lariada, no regime de mutirão, comprovado previamente peranteo Instituto Nacional de Previdência Social, na conformidade dO'fLue s·e dispuser em reguLamento.... ' ..

PROJETO DE LEI N.o 4.736, DE 1978

(Do Sr. Joel Ferreira)Acrescenta dispositivo ao § 4.° do art. 29 da Lei n.O

5.540, de 28 de novembro de 1968, que "fixa normas deorganização e funcionamento do ensino superior e suaarticulação com a escola média."

(As Comissões de Constituição e Justiça e de Educa<;ãoe Cultura.)

O Congresso Naéional decreta:Art. 1.0 O parágrafo 4.0 do art. 29 da Lei n.o 5.540 passa a

vigorar com a seguinte redação:"Árt. 29. . -

§ 4.° Considerar-se-á reprovado o aluno que deixar decomparecer a um mínimo previsto em estatuto ou regi-omenta, das atividades programadas para cada disciplina,salvo por motivo de acidente ou doenças devidamentecomprovados."

Art. 2.0 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.0 Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoO projeto que ora submetemos à considera<;ão dos membros

desta Casa tem como objetivo solucionar um problema que vemprejudicando grande número de estudantes brasileiros.

T·rata-se de questão relacionada com a freqüência dos alunos.Nos termos do que dispõe. o § 4.° do art. 29 da Lei n.O 5.540, de28 de novembro de 1968, será "reprovado o aluno que deixar decomparecer a um mínimo previsto em estatuto ou regimento, dasat'vidades programadas para cada disciplina". Este dispositivolegal não prevê qualquer tipo de justificativa de falta. Assim, osalunos que são acometidos de doença grave que reclamem trata­mento cirúrgico urgente ou sofram um acidente não terão, emhipótese nenhuma, as suas faltas abonadas. Lamentavelmente,isto, contraria o espírito dos dois regimes jurídicos que o Paísadota no campo da atividade humana: o da Consolidação das Leis.Trabalhistas e o Estatutárío.

Achamos que a justificativa da falta por motivo sério e in­questionável de .doença, devidamente comprovados, deve ser en­tendida no campo escolar da mesma maneira como a lei protegena8 relações de emprego. É aspecto de sensibilidade. É questão dehumanidade e justiça.

O sentido da aprovação do a~uno, como é hoje concebido,aprovação por freqüência e aprovação por nota, em nada seriaprejudicado se a legislação do ensino desse o mesmo tratamentona área de saúde, como acontece na atividade esportiva. Exi8teuma lei especifica protege):ldo faltas em decorrência da práticade esporte. (Decreto 'n.O 69.053, de 11-8-71). De acordo con: estedispositivo o aluno que estiver representando a sua un'dade e.sco­lar, ou o seu Estado, terá suas faltas legalmente justificadas, in-dependente do problema de temp.o. .

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0940 Quarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n l\i'arço de 1978

CAPíTULO I

Do Ensino Superior

Considerando plenamente válida as razões acima apresenta··das, pelo seu largo alcance educacional, social e econômico, con­fiamos na aprovação da proposição que as consubstancia.

LEGISLAÇÁO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇÃODAS COMISSõES PERMANENTES

'LEI N.o 5.540, DE 28 DE NOVEMBRO DE 1968

Fixa normas de organizaçlW e funcionamento do En­sino Superior e sua articulação com a Escola Média, e dáoutras providências.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELA COORDENAÇAODAS COMISS(JES PERMANENTES

LEI N.o 3.807, DE 26 DE AGOSTO DE 1960

Aprova a Lei Orgânica da Previdênllia Social, com asmodificações introduzidas pela legislação posterior.

PROJETO DE LEI :<1'.0 4.737, DE 1978

(Do Sr. F ,ixoto Filho)

Revoga os itens I~ e VI, do art. 69, da Lei n.0 3.8017, de26 de agosto de 1960 (Lei Orgânica da Previdência Social.)

(Às Comissões de Constituição e Justiça, de Trabalhoe Legislação Social e de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 São revogados os itens n e VI, do art. 69, da Lei

D.O 3.807, de 26 de agosto de 1960 (Lei Orgãnica da PrevidênciaSocial).

Art. 2.0 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.

.JustificaçãoO presente projeto de lei tem por objetivo revogar os itens II

e VI, do art. 69, da Lei n.a 3.807, de 26 de agosto de 1960 (Lei Or­gânica da Previdência Social), pretendendo, com tal medida, eli­minar os descontos efetuados pelo INPS nos proventos dos seusservidores inativos e dos demais segurados aposentados por esseInstituto.

É realmente justificável tal pretensão, pois, não nos parecejusto que, após trinta anos de serviço e, conseqüentemente, apóstrinta anos de contribuição previdenciária, continue ainda o apo­sentado a contribuir para o INPS.

Ora, é evidente que na condição de aposentado o seguradopassa a receber muito menos do que percebia quando em atividade,eis que os proventos são calculados com base no seu salário-de­benefício, sem se falar na perda de inúmeras outras vantagens,auferidas quando em atividade, tais como horas extras, gratifica­ções, etc.

Uma vez alcançado o tempo de serviço necessário à aposenta­doria, cumprida foi pelo segurado a sua missão previdenciária, nãomais se justificando, a nosso ver, pois, o prosseguimento da con­tribuição à Previdência Social.

A aprovação deste projeto de lei, face ao que foi exposto, cons­titui um imperativo de justiça.

Sala das Sessões, 7 de março de 1978. - Peixoto Filho.

1978. - JoeldeSala das 8essões,Ferreira..

Art, 29. Será obrigatória, no ensino superior, a freqüência deprofessores e alunos, bem como a execução integral dos programasde ensino.

§ 1.0 Na forma dos estatutos e regimentos, será passivel desanção disciplínar o professor que, sem motivos aceito como justopelo órgão competente, deixar de cumprir programas a seu cargoou horário de trabalho a que esteja obrigado, importando a rein­cidência nas faltas previstas neste artigo em motho bastante paraexoneração ou dispensa, caracterizando-se o caso como de abanonode cargo ou emprego.

§ 2,0 A aplicação do disposto no parágrafo anterior far-se-ámediante representação da inst:tuição ou de qualquer interessado.

§ 3,° Se a representação for considerada objeto de delibera­ção, o professor ficará desde logo afastado de suas funções, naforma do estatuto ou regimento,

§ 4.° Considerar.-se-á reprovado o aluno que deixar de compa­recer a um minimo, previsto em estatuto ou regimento das ativi­dades programadas para cada disciplína.

§ 5,0 O ano letivo poderá ser prorrogado por·motivo de cala­mllade pública, guerra externa, convulsão interna, e a critériodos órgãos competentes da Universidade e estabelecimentos iso­lados, por outras causas excepcionais, independentes da vontadedo corpo docente.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELO AUTOR

DECRETO N.o 69.653, DE 11 DE AGOSTO DE 1971

Fixa normas para a participação de estudante emcon(ressos científicos ou competições artísticas ou des­portivas de âmbito nacional ou internacional, bem comodelega competência ao Ministro de Estado da Educação eCultura para a regulamentação dos casos concretos.

O Presidente da República, usando !ias atribuições que lheconfere o artigo 81, item lU, da Constituição e tendo em vista asdisposições contidas na Lei n,o 4.024, de 20 de dezembro de 1961,bem como as do Decreto-lei n.o 869, de 12 de setembro de 1969e as do Decreto-lei n.o 705, de 25 de julho de 1969, decreta:

Art. 1.° A participação de estudantes, como representantesoficiais do Brasil, dos Estados-membros ou dos Municípios, emcongressos cientificas ou err.. competições artísticas ou desportivasde âmbito nacional ou internacional ê considerada forma de for­talecimento da unidaáe nacional, estímulo aos sentimentos de_civismo e fator d-e integração da juventude brasileira na obra dobem comum e da solidariedade nacional e internacional, e prin­cipias consagrados pelo artigo 1.0 da Lei n.O 4.024, de 20 de de­zembro de 1961, que fixou as Diretrizes e Bazes da Educação Na­cional, bem como no art. ;l.o do Decreto-lei .D.O 869, de 12 de setem­bro de 1969, que inclui a Educação Moral e Cívica como disciplinaobrigatória e prática educativa nas escolas e no Decreto-lei n.o705, de 25 de julho de 1969, que tornou obrigatória a prática daeducação fisica em todos os níveis e ramos de escolarização, compredominância esportiva no ensino superior.

Art, 2.0 Ao Min~tro de Estado da Educação e Cultura caberá,na forma do artigo 6.0 da referida Lei n.o 4.024, de 1961, examinaro mérito, em termos de integração no sistema geral do ensino bra­sileiro, das competições ou congressos, baixando portaria, em cadacaso, a fim de que se fixem, não somente as condições de creden­ciamento como as de consideração de freqüência, para efeito dadeterminação dos 'periodos escolares mínimos a que se referem aslegislações específicas.

TíTULO IV

Do Custeio

CAPíTULO I

Das Fontes de ReceitaArt. 69. O custeio da Previdência Social será atendido pelas

contribuições:I - dos segurados, em geral, na base de 8% (oito por cento)

do respectivo salário de contribuição, nele integradas todas asimportâncias recebidas a qualquer titulo;

II - dos segurados de que trata o § 2.0 do art. 22, em per­centagem do respectivo vencimento igual à que vigorar para oInstituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado,com o acréscimo de 1% (um por cento), para o custeio dos demaisbenefícios a que fazem jus e de 2% (dois por cento) para aassistência patronal;

In - das. empresas, em quantia igual à que for devida pelossegurados a seu serviço, inclusive os de que trata o item In doart. 5.°, obedecida quanto aos autônomos a regra a eles pertinente;

IV - da União, em quantia destinada a custear o pagamentode pessoal e as despesas de administração geral da previdênciasocial, bem como a cobrir as insuficiências financeiras verificadas;

V - dos autônomos, dos segurados facultativos e dos que s;encontram na Situação do art. 9.°, na base de 16% (dezesseis porcento) do respectivo saIário de contribuição, observadas quantoa este as normas do item I deste artigo;

§ 1.0 A empresa que se utilizar de serviços de trabalhadorautônomo fica obrigada a reembolsá-lo, por ocasião do respectivopagamento, no valor correspondente a 8% (oito por cento) da re­tribuição a ele devida até o limite de seu salário de contribuição,de acordo com as normas previstas no item-I deste artigo.

§ 2.° Caso a remuneração paga seja superior ao valor do sa­lário de contribuição, fica a empresa obrigada a recolher ao Insti-

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Março de 1978 DIARIO DO CONGIl~ESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 0941

tuto Nacional de Previdência Social a contribuição de 8% (o"ltopor cento) sobre a diferença entre aqueles dois valores.

§ 3.° Na hipótese de prestação de serviços de trabalhadorautônomo a uma só empresa, maLs de uma vez, durante o mesmomês, correspondendo assim a várias faturas ou recibos, deverá aempresa entregar ao segurado apenas o valor ·'Correspondente .a8% (oito por cento) do seu salário de contribuição, uma só vez. Acontribuição de 8% (oito por cento) correspondente ao excesso serárecolhida integralmente ao Instituto Nacional de Previdência 80­cial pela empresa.

§. 4.° Sobre o valor da remuneração de que tratam os pará­grafos anteriores não será 'devida nenhuma outra das contribuiçõesarrecadadas pelo Instituto Nacional de Previdência Social.

§ 5.° Equiparam-se à empresa, para fins de Previdência So­cial, o trabalhadoJ; autônomo que remunerar serviços a ele pres­tado por outro trabalhador autônomo, bem como a cooperativa detrabalho e a sociedade civil, de direito ou de fato, prestadora deserviços.

LEI N.o 6.210, DE 4 DE JUNHO DE 1975Extingue as contribuições sobre benefícios da. previ­

dência social e a suspensão- da aposentadoria por moti'mde retorno à a.tividade, e dá outras providências.

Art. 7.° Revogam-se os incisos VI, VII e VIII do art. 69 elaLei n.o 3.807, de 26 de Jlgosto de 1960 (Lei Orgânica da PrevidênciaSocial), na sua atual redação; o inciso VI, de seu art. 79, os arts. 12,26,27 e 28, da Lei n.O 5.890, de 8 de junho de 1973, e as demais di8~

posições em contrário.Brasília, 4 de junho de 1975; 154.° da Independência e 87.° da

República. - ERNESTO GEISEL - L. G. do Nascimento e Silva..

;PROJETO DE LEI NP ~.738, DE 1978

(Do Sr. otávio Ceccato)Estabelece a criação do parque Nacional da Serra ~lo

.Japi, no Estado de São Paulo.(As Comissões de Constituição e Justiça, de Agricultlll­

ra e Polítlc,a Rural e de Finanças.)O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Fica criado o Parque Nacional da Serra do lapi, no

Estado de São Paulo, com limites e confrontações a serem fixadospelo MinLstério da Agricultura, depois de efetuados os necessáriosestudos e reoonhecimento da região.

Art. 2.° Cabe ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Flo­restal (IBDF) a jurisdição sobre a área do Parque Nacional daSerra do Japi, bem como a sua instalação e administração, alémdos entendimentos com o Governo do Estado de São Paulo e com­as Prefeituras Municipais interessadas nas terras compreendidasna área de que trata o artigo anterior.

Art. 3.° O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Floresta.lexpedirá os atos necessários à organização e funcionamento doParque Nacional da Serra do lapi, dentro de 120 (cento e vinte)dias, contados da publicação desta lei.

Art. 4.0 Esta lei entrará em vigor na data da sua publicação.Art. 5.° Revogam-se as disposições em contrário.

JustificaçãoNo mundo moderno, as relações entre o meio ambiente e o,s

seres que nele vivem sofrem cada vez mais um de'sequilibrio pre,·judicial à flora, à fauna e ao próprio homem.

A poluição, certamente, é um dos assuntos mais debatidos hojl~

em dia ,sob os seus variadíssimos aspectos: é a poluição ambiental,resultado da descarga dos resíduos industriais na atmosfera, nosmares, nos lagos e nos rios; é a poluição visual, decorrente daexce,ssiva publicidade em "out doar" ou em luminosos; é a poluiçãoauditiva, produzida pelo bulício das grandes cidades, e assim pm:diante.

Todavia, de todos os ataques à natureza, o mais terrivel éaquele dirigido contra as nossas florestas, derrubadas impiedosae indiscriminadamente, tão-só para a satisfação da ganância dE!uns poucos, em detrimento de todos.

Urge, então, que o governo tome para si a tarefa de preservarnossos recursos florestais, através da instituição de reservas man··tidas, administradas e fiscalizadas pelo Instituto Brasileiro deiDeselllvolvimento Florestal.

A tanto c,stamos nos propondo, por via deste projeto de lei, emque indicamos a região da Serra do Japi para constituir mais umdentre os diversos Parques Nacionais já existentes.

Sala das Seli!sões, 8 de março de 1978. - Otávio Ceeearo.

O SR. PRESIDENTE (João Linhares) - Está finda a leiturado expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. Aurélio Campos.O SR. AURÉLIO CAMPOS (MDB - SP. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Congresso Nacionalprecisa ficar atento para as alter,ações que serão propostas à vi­gente Consolidação das Leis do Trabalho. Segundo projeto cujotexto foi recentemente divulgado, o Capítulo IV do Título lU daCLT, relativo à proteção do trabalho do menor, receberá substan­ciais modificações que permitirão, sob ,a suspeitável alegação deampliar o mercado de trabalho do menor, que o seu salário sejareduzido a 50% do salário mínimo local.

O Deputado Alrmr Pazzianoto Pinto, autoridade em Direitodo Trabalho, advog·ado dos maiores sindicatos de trabalhadoresem São Paulo, esclareceu, em recente entrevista, que já vigorouentre nós e foi posteriorlnente revogada. uma lei que permitia opagamento de metade ou de dois terços de salário mínimo mesmopara o não aprendiz. "Essa lei foí revogada depois pelo próprioGoverno, o que prov·a três coisas" -- diz o Deputado Almir PaZ­zianoto Pinto - "o Governo não sabe o que quer, não sabe o quefaz, e, quando faz alguma coisa no campo trabalhista, é sempreem prejuizo do trabalhador". A lei retrógrada, de péssima técnica,que inova - para pior - com relação à Consolidação das Leis doTrabalho, além de reduzir o salário do menor atirando-o semdefesa à exploração de empregadores inescrupulosos sedentos delucros fáceis, transforma-o em "-animal de tração", quando estipu­la no parágrafo único do art. 410 que "não será compreendida naproibição deste artigo a remoção de material feito por impulsãoou tração de vagões sobre trilhos, ou por quaisquer aparelhos me­cânicos". Está coberto de razão o Deputado Almir Pazzianoto Pintoquando afirma: "O menor de 16 anos permanece no ócio e namarginalidade por culpa exclusiva do Governo, que não dá con­dições de escolaridade, seja porque os pais desses menores ganhampouco, seja porque o ensino é ·deficlente. Essa omissão governa­mental - prossegue Pazzianoto - cria uma ,falsa alternativa entrea fábrica e a educação. O empregador não recruta a mão-de-obrado menor pare. suprir uma ausência do Governo, oferecendo-lhea educação que o Estado não proporcionou. Se o empregador admi­te o menor é para conseguir o máximo de produção num mínimode salário, segundo a ética empresarial. Isso quer dizer que essemenor ganhando metade do salário mínimo será um concorrentedo seu próprIo pai ou de outro pai, reduzindo o orçamento deuma familia e se prejudicando nos planos de desenvolvimentofísico, mental e econôll1llco".

O secretário da Promoção Social, Mário Altenfelder, foi taxati­vo: "Seria um absurdo. Teríamos de voltar aos tempos de Díckens,quando as crianças eram e:lqJloradas".

EstatLstlcas recentes indicam que 50% dos trabalhadores emfábricas de eletrodomésticos, em média, estão abaixo dos 18 anos.Esse. média é bem superior aos 50% em conhecida fábrica de chu­veiros elétricos.

No setor de malharias e fabricação de roupas brancas os me­nores chegam a ser 80% dos empreg·ados, predominando as moças.Com o retrógrado e llli,edieval projeto, estes percentuais serão con­sideravelmente aumentados, crescendo a marginalização dos chefesde familia com mais de 40 anos.

A Coordenadoria de Proteção ao Trab,alho da Mulher e doMenor, órgão do Ministério do Trabalho, não foi sequer consultadosobre o projeto de lei, que parece ter sido inspirado pela incontidaganância de empregadores, muito mais empenhados em diminuirseus custos de produção que preparar em condições humanas deeducação e bem-estar a futura geração de trabalhadores.

Em São Paulo, os pequenos "office-boys" ganham a totalidadedo salário, mínimo ·e recebem um tratamento diferenciado que lhespossibilita a freqüência aos estudos e às práticas desportivas.Aprovado o projeto de lei, os "office-boys" terão seus salários cor­tados pela metade, engrossando a legião dos explorados, nivelan­do-se à mi.séria dos menores "bóias-frias", utilizados como animaisnas lavoura,s.de todo o País..

O projeto de lei, objeto destas considerações, precisa ser cuida­dosamente revisto quando for entregue ao crivo do Congresso, quedeve escoimá-Io do seu conteúdo retroator e obscurantista.

Ao menor a lei precisa assegurar, antes e acima de tudo, edu­cação, e, quando preso à necessidade do trabalho, é indispensávelincorporar-se ao seu aprendizado a possibilidade de ganhar deacordo eJm a sua capacidade de produção, idêntica à dos adultosem muitos e variados ramos da indústrl,a, como demonstram ase.statÍsticas.. Reduzir pela metade o salário do menor é atirá-lo - _sem defesa - à e:lqJloração e condená-lo à ignorância.

O SR. RUY CõDO (MDB - SP. Pronuncia () seguinte discurso.)- Sr. Presidente, Srs. Deput,ados, qualquer minuto da vida ê mo­mento para .se homenagear a mulher. Neste instante, quero solida-

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0942 Quarta-feira 22 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Março de 1918

rizar-me com as mulheres pelo Dia Internacional da Mulher, co­memorado a 8 de março do corrente mê~.

Qualquer lesão no conhecimento da nobre e dinâmica funçãoda mulher na sociedade é constatação inoportuna de negativa deuma participação sem a qual o desenvolvimento social perderiasua lógica e seus objetivos.

Hoje, as mulheres já deixam o quase enclausuramento do larpara, publicamente, discutir a melhor sedimentação dele.

Hoje, como ponto positivo de avanço e senso da maior respon­sabilidade, as mulheres se organizam em movimentos que preco­nizam a prerrogativa justa da mulher como cidadã.

Srs. Deputados, a mulher não se deixa ludibriar por facetaspreconceituosas e parte para a reivindicação de amparo legitimoà mulher soZinha com filhos; para a socialização do trabalho do­méstico, através da criação de creches, escolas maternais, parquesinfantis e escolas.

Hoje, mais do que em qualquer outra época, a mulher perfaz,na evolução da História, o somatório de compromissos humanospara com a tamilia que gera e a coletividade em que se integra efecunda desenvolvimento.

A criação de um dIa - Instituído pela ONU em 1975 - em quea mulher pudesse englobar universalmente as vozes ç os apelos dasobriedade, da justiça social e do progresso, com humanidade,signlflca marco inalienávei no cotidiano dessas valorosas criaturas.

O documento lido, discutido e divulgado no dia 8 de marçona Câmar.a MunIcipal'de São Paulo, quando as mulheres comento­ravam o Dia InternacloJ;lal da Mulher, em seu preâmbulo e nosquatro tópicos que aborda é autêntico.

iDiz, entre outras coisas, que existe no País um clima geralque se caracteriza pela predominância de determinadas forçaspolíticas que expressam' os anseios da sOCiedade brasileira, da qual,elas, as mulheres, fazem parte integrante.

Então, há que se perceber e elogiar o diapasão de conquistase a preocupação genérica da mu1her brasileira, que, talvez maisdo que outras, consegue no cotidiano manter-se como heroína avencer e suportar situações e crises com o nosso alto custo de vida.

Diz ainda o documento:"As entidades organizadoras e os grupos que nos apóiamresolveram considerar este dia, 8 de IDjarÇD - Dia Inter­nacional da Mulher - uma eelebração unitária em quenós, as mulheres, demonstramos nossa firme posição emnos unirmos àqueles que estão empenhados na luta porliberdades democráticas."

ll:, sem dúvida, razão de júbilo para os brasileiros a certeza deque a mulher desta Pátria não se recusou a atender ao chamamen­to da população; não se omitiu por medo, ou por inibição, ao cla­mor que f·az eco na classe política, entre intelectuais, jornalistas,estudantes e operários.

As donas-de-casa já são donas taIIj.bém de consciência. Estaverdade nos leva à certeza de uma vitória diante da realidadenacional, porque o julga~nto histórico iluminará tão-somenteos de boa vontade.

E sentimos que a mulher brasileira inspira o desabrochar deum futuro social mais equitatIvo; sugere em suas linhas (} des­cortino de um horizonte de mutações e coerências que, juntamen­te com ela, nos levará à pacificação sonhada de toda a famíliabrasileira.

Que as comemorações do Dia Internacional da Mulher, que sesocederão, tragam em caráter irrevogável o testemunho de que ela,a dona-de-c·asa, é também companheira no pugilato pela equânimeinterdependênsia humana.

Vale nosso regozijo pelo espirito aberto e banhado de lisurase coragem da mulher. Vale nossa palavra de solidariedade à Co­missão de Mães em Defesa dos Direitos Humanos, Centro de De­senvolvimento da Mulher Brasileira - SP, Centro Brasileir1l deEstudos de Saúde, Jornal Brasil Mulher, Jornal Nós Mulheres,Movimento Feminino pela Anistia, Movimento Feminino do MDB,Associação de Docentes da Universidade de São Paulo, Associaçãodas Donas-de-Casa, Grupo de Mulheres da ZOna Norte e Clubede Mães da Zona Sul, signatários do importante documento de8 de março.

O SR. RAUL BERNARDO (ARENA - MG. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, apesar dos esforçosdo Governo Federal na busca do fortalecimento da nossa economiacom ba.se na revitalização das fontes de produção e, em especial,da agricultura, lamentavelmente temos que reconhecer a existên­cia de um desencontro muito grande entre 'Bquilo que se pretendee o que se consegue realizar.

Refiro-me, particularmente, ao problema fundiário, cujos me­canismos postos em campo para viabilizar as soluções, infelizmen­te, não vêm produzindo os resultados desejados.

A bem da verdade, é bom que se diga que não é de hoje que omeio rural brasileiro se ressente de uma definição mais objetivapara que possa responder à altura das grandes necessidades na­cionais.

Aliás Sr. Presidente, desejo deixar bem claro que não é minhaintenção 'criticar o Governo, até porque seria uma incoerência daminha parte, mas não posso deix·ar de focalizar problemas que, namaioria das vezes, escapam à visão dos altos escalões administra­tivos do Pais e, por isso mesmo, constituem verdadeiros nós deestrangulamento destinados a confundir os propósitos da adminis­tração, por melhores e mais elevados que sejam esses propósitos.

l!l o caso, por exemplo, dos órgãos criados na área do Minis­tério da Agricultura destinados a orientar uma política agráriarealista, como está a exigir a problemática brasileira. Começ-amos:com o INIC - Instituto Nacional de Imigração e ColonIZação ­passamos para a SUPRA, em cujo período de existência o problemaagrário levou o Pais ao 31 de março de 1964, vindo logo em seguidao IBRA e o INDA e, atua~nte, o INCRA, todos com uma mesmafinalidade, mas de ainda relativos resultados práticos.

Não sei se a burocracia da máquina administrativa estaria seenearregando de dificultar o cumprimento das determinações su­periores, ou se alguém estaria deliberadamente sabotando os pla­nos do Governo, o que seria um absurdo. Mas, sinceramente, nemtodas as deliberações normativas são cumpridas a contento e quemsofre com isso é o meio ruraliSta.

Exemplo maior e o que está ocorrendo com (} cidadão JoãoAndrade Maciel, proprietário da Fazenda "Monte Alegre", no Mu­nicipio de Cordislândia, em MinaS Gerals, que se viu obrigado epagar pesada multa e elevada tributação no seu processo de cadas­tramento, em decorrência de grave erro cometido pela Delegacia.do INCRA, em meu Estado.

Não concordando com a notificação recebida, pois os dadosestavam em desacordo com o que fora anteri'Ormente declarado.pediu, em petição de 5 de abril de 1974, efeito suspensivo da co­brança do ITR; revisão de sua declaração de maio de 1972 empoder do órgão; correção da classificação: Lat. pl Exploração pareEmpresa Rural; correção do ITR e taxas complementares, colocan­do-se, ainda, ao inteiro dispor do órgão para as dillgências que sefizessem necessárias, na forma da lei.

Assim por alto, Sr. PresIdente, constata-se que a área explo­rável é de 500 hectares e não 509, como foi incluída no Aviso deCobrança. Daí para os acréscimos nem há muito o que conferir.

Pois bem, em resposta, através do Ofício n.O 03053174, novasexigências foram feitas e plenamente atendidas, conforme do- 4cumentação por cópias que me foram encaminhadas.

A partir daí, sem que nenhuma providência êomplementartenha sído adotada, teve que pagar, pelos 1.959 cruzeiros da noti­ficação inicial, nada menos de 9.817,36, aí incluídos juros, correçãomonetária e multas, numa verdadeira afronta ao seu direito depeticionar e de ver corrigido o erro do órgão público contra o seupatrimônio. E o que é mais grave em tudo Isso é que um processDregular foI iniciado, tudo dentro da lei. Mas a solução não foidada, não se sabendo se por descaso ou desinteresse dos represen­tantes do INCRA em Minas Gerais.

Diante dessa situação, Sr. Presidente, formulo desta tribunau:rn, veemente apelo à alta administração do INCRA, no sentidode que reexamine a situação dos contribuintes, que estão sendoprejudicados pelo mau funcionamento do órgão. Se há dúvida ,aesciarecer e se foi apresentada a documentação necessária, nãovemos motlvos para que uma eventual notificação seja acrescidade outras despes-as, antes da necessária revisão.

Não é a burocracia que vai impedir o INCRA de cumprir suanobre missão. O que está havendo, no caso aqui focalizado, é umalamentável falta de atenção para com o contribuinte, quando aculpa não é deste.

Neste registro, Sr. Presidente, o meu apelo e a minha colabo­ração ao Governo, que precisa ser informado quando a máquinaadministrativa não estiver funcionando a contento.

O SR. FABIO FONSECA (MDB - MG. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o repórter Jadir Bar­roso, do Jornal do Brasil, interpretou, na íntegra, as minhas pa­lavras, em forma de um leasing. Disse eu o seguinte: Pois é, Jadir,ainda não esquentei' e lugar da Presidência da Comissão de Saúdee já estou a receber ameaças de toda sorte em face do meu projetoque cria a "Fundação Nacional para o controle e erradicãção dedrogas que criam dependência física e psíquica".

Recebi, na tarde de quinta-feira, como de outras veze.s, espe­cialmente me 1975, quando do I Simpósio Nacional de Medicamen­tos e Indústria Farmacêutica, ameaças e pressões de toda espécie.E quanto à Fundação Nacional, disse-me o meu interlocutor, pelotelefone: "a nossa infra-estrutura é muito mais bem organizadado que imagina você: podemos não só atropelá-lo, como coisa~

mais graves e temos a impressão de que dificilmente arranjará

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Março de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Quarta-reb'a 22 tl!Wi:

relator para os .seu projeto, nas Comissões". A minha resposta éimpublicável.

Sr. Presidente Matco Antônio Maciel, gato escaldado não voltaem outra. E, para €sclarecer, vam.os l'etarnar aos idos de 1975,precisamente ao 9.ia 24 de junho, quando '€u fui chamado pelo en­tão Presidente Célio Borja, porque estava eu sendo acusado, noPalácio do Planalto, de estar tentando subverter a ordem com omeu Simpósio Nacional de Medicamentos e Indústria Farmacêuti­ca - que realmente subvertia a ordem e os interesses dos Executi­vos nacionais que lá foram para me acusar, pois iriam ficarprivados de uma importância pequena, 5 bilhões e 600 milhões dedólares - e recomendou-me o Presidente Célio !3orja: "você deveir ao Palácio. para resolver este problema".

Realmente, dirigi-me ao Palácio do Planalto, ao Gabinete doentão Ministro Hugo de Andrade Abreu, e lhe expus o que narealidade se passava. S. Ex."" ficou satisfeito e mandou que eu desseprosseguimento ao Simpósio.

Pergunto eu agora a V. Ex.a, Presidente Marco Antônio Maciel:se eu o procurasse naquela ocasião, como se comportaria comigo?Mandaria que eu fosse sozinho, ou me acompanharia?

É esta a explicação que devo ao eminente Presidente MarcoMaciel, amigo da primeira hora, desde a legislatura de 1971.

Ao meu coestaduano, Deputado Tarcísio Delgado, vou respon­der à sua indagação.

a - Não fui eu que me dirigi especificamente a S. Ex.a, massim o mafioso.

b - Acho altaneira a sua bravura, mas não deixa de ter um.pouquinho de maldade, pois deve estar agastado comigo quandoretruquei a sua entrevista relativa ao pronunciamento do nossoLider Tancredo Neves. Tudo isso são picuinhas que o tempo seincumbe de apagar.

Não me dirigi a qualquer autoridade solicitando proteção, por­que me julgo capa zde proteger-me eu mesmo, em qualquer campo,e gostaria de iembrar aos meus amiguinhos mafiosos que, comoFebiano, fui treinado para matar e não para morrer.

Sr. :presidente, Srs. Deputados, eram estas as explicações queteria a dar a esta Casa, para que não passasse como um debilóide,haja vista que todos os meus projetos representam grandeza, bra··silidade, patriotismo e coragem. E não seria agora, com essas amea··ças, que eu iria recuar.

Segundo um ditado árabe, Maktub: "estava escrito".Era o que tinha a dizer.

O SR. NUNES LEAL (ARENA - RS. Pronuncia o seguintE'discurso.) Sr. Presidente, Srs. Deputados com imenso pesar regis-·tramas, desta tribuna da' Câmara <"os Deputados, o falecimentodo Sr. Plácido SCussel, ocorrido dia 18 deste, na cidade de GetúlioVargas, Rio Grande do Sul. .

Lider político e empresarial de sua comunidade, com projeçãoem todo o Rio Grande do Sul, nascido no atual Municipio de Vera­nópolis, Plácido Scussel radicou-se em Getúlio Vargas, onde desen­volveu intensa atividade nos campos da politica, das ações sociaise dos empreendimentos industriais, destacando-se em todos elese em todos deixando a marca de sua personalidade, o exemplo desua ação e a força da sua inteligência criadora, aUl'eolada porincomparável espírito público.

Vereador em diversas legislaturas, Presidente da CâmaraMunicipal, Prefeito por duas vezes, Presidente de Partido, PlácidoScussel foi sempre um político atuante, atividade que lhe roubavatempo de sua intensa vida empresarial, mas a que se dedicava paramelhor trabalhar pela sua comunidade, pelo povo a quem tantoqueria e que tanto o estimava e respeitava, como ficou demons­trado pela incontável multidão a velar seu corpo exposto no salãonobre da Prefeitura Municipal e a levar-lhe o último adeus, acom­panhando o cortejo fúnebre com profundo sentimento estampadoem todas as fisionomias.

Orfundo de família de classe média, Plácido Scussel tornou-segrande empresário, destacando-se em todos os empreendimentosde que participou, pelo seu trabalho, sua inteligência e sobretudopela confiança que suas atitudes sempre corretas, seu desprendi­mento e seu alto sentido de justiça inspiravam a todos os quecom ele se relacionaram.

Há 25 anos, partindo de uma pequena maltaria que adquiria,fundou, com um grupo de amigos, a Companhia Serramalta,fábrica de cerveja e refrigerentes, que se tornou nesse quarto deséculo de existência, o maior complexo industrial de Getúlio Var­gas. Somente de impostos relativos à produção industrial, IPI, aSerramalte recolheu aos cofres públicos federais cerca de 140milhões de cruzeiros em 1977.

Contando com mais de 800 trabalhadore~ em empregos dire­tos, as questões trabalhistas na Serramalte, nos seus 25 anos de

existência, somam-se Plllos t1edos das mãos, dado o amparo conce­dido aos seus funcionários e ao ambiente de segurança e de har­monia existente entre ,empregados e empregadores dessa empresa.

A tudo isto, sem dúvida, presidia o espírIto de Plácido Scussel,com seu exemplo de trabalhador incansável, conservando a mo­déstia que era o traço principal de sua personalidade, o amor ao·próximo e. seu alto .senso de justiça.

A Serramalte, de todas as antigas indústrias gaúchas de fa­bricação de bebidas de grande porte, foi a única não absorvidapelas organizações que dominam o mercado de cerveja e refrige-·rantes do País.

Inúmeras investidas foram feitas, com ofertas de lucros ten­tadores, para que Plácido Scussel vendesse'o controle acionário desua empresa aos grupos poderosos que manipulam esse merCado.Consk~erando-se responsável pelos interesses dos que nele confia­vam, e porque não desejava enriquecer pessoalmente, retirando doRIo Grande do Sul uma indústria que nasceu e cresceu unicamente·com o esforço e o trabalho do povo gaúcho, Plácido Scussel recusoutodas as propostas que lhe foram feitas.

'Na última tentativa, bem recente, de compra de sua empresa,ofereceram-lhe pagamentos extras não constantes do preço devenda, em quantia tão vultosa que somente um homem da enver­gadura moral de Plácido Scussel seria capaz de recusar. Para que·não continuassem insistindo, respondeu ao proponente: "Se recebertanto dinheiro pela venda da Serramalte, terei de montar outrafábrica de cerveja, que é o que melhor sei fazer".

Não tendo filhos, teve entretanto a estimulá-lo e a apoiá-loem toda sua luta a admirável companheira que o destino lhereservou, a Sr." Adília Scussel, a quem apresentamos nossas maissentidas condolências.

Quando for escrita a História do Município de Getulio Vargas,sem dúvida terá de ser entremeada com a biografia de PlácidoScussel, pois ele fez por aquela terra mais que qualquer outrapessoa possa ter feito até os dias de hoje.

Em seu túmulo, parafraseando conhecida sentença, caberiacertamente o epitáfio, assinado pelo povo de Getúlio Vargas: "Nun­ca tantos deveram tanto a um só".

O SR. MURILO BADARó (.AREN.A ........ MG. Pronuncia o se­guinte di~curso,) - Sr. Presidente, Srs. Deputados as cidades, asprovincias, os grandes Estados e nações são muito mais c,onseqüên­cia de sua força humana do que propriamente das riquezas de seusubsolo ou das potencialidades econômicas de sua geografia. Setodos estes fatores são fundamentais para a construção das gran­des civilizações, estas são produto evi·dente da qualidade e estru­tura moral e cultural dos homens que as forj aram. Faço estas afir­mações à guisa de justificar o natural orgulho que nós mineirostemos de nossos varões, quer aqueles que atingiram as cumeadasda glória política ou o enorme contingente dos que, anonimamentee em atividades onde se busca menos o estrépito das manchetes doque os resultados proficuos da missão alevantada a que se en­tregaram, construíram ontem e hoje a grande civilização medi­terrânea das Minas Gerais.

Na última semana, Minas Gerais viu tombar um desses seusfilhos ilustres, o Prof. José Vieira de Mendonça, que, aos oitenta etrês anos de idade, não resistiu à doença e se entregou aos desig­nios de Deus, deixando um lastro que o credencia à admiração eao respeito de todos seus concidadãos.

O simples desfilar dos traços btográfícos de uma fecunda exis­tência, por si só justifica o registro que ora faço desta tribuna,poi:;; foi de monta e envergadura sua contribuição à cultura deMinas como professor, cultor das letras humanista e latinistaprofundamente vinculado às coisas de sua terra e sua gente.

Nascido em Três Pontas, procede de uma família onde as preo­cupações de ordem cultural em muito superavam as demais. Os an­cestrais mais próximos eram figuras ilustres, magistrados, escritorese juristas, criando um ambiente familiar onde mais tarde o Prof.José Vieira de Mendonça teria condições de fazer desabrocharsua invencivel vocação para as coisas do espirito.

Embora se tenha formado em odontologia, é provável que suatenc.ência o levasse a cultiva,r com raro esmero a língua portu­guesa e o latim, tornando-se especialista em vernáculo e escritorde reais méritos, pela publicação de artigos sobre assuntos varia­dos em que se identificava o autor familiarizado com temas daatualidade e o manejador hábil dos segredos do estilo e da gra­mática.

Não fui daqueles que tiveram a honra e a ventura de com eleconviver mais intimamente. Possivelmente, tê-Io-ei encontrado emcircunstâncias eventuai,s ou compromissos sociais, onde não me foipossivel aprofundar relações.

Isto, contudo, não me impede' c.e fazer o julgamento do Pro!.José Vieira de Mendonça e a análise de sua vida. Se seus contem­porâneos o identificaram como um cidadão austero, pai de família

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0944 Quarta-feira 22 DIARIO' DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1978

exemplar, homem de letras e de cultura, os que não pertencem àsua geração podem perfeitamente dar-lhe dimensão correta, saberque tipo de personalidade foi - exemplar humano carregado dedensidac.e - pelo seu ilustre filho, o Governador Aureliano Chavesde Mendonça, que governa Minas Gerais com a altitude, serenaenergia, austeridade, imparcialidade, honradez e visão ampla egenerosa dos problemas nacionais, qualidades que o fazeJ;Il esta­distá dos mais lúcidos e o colocam na galeria dos mais preeminen­te;; líderes da República. Pelo filho é possivel definir o pai. Nasabundantes lágrimas .ce saudade que deixou derramar pela faceao lado do esquife do progenitor, as afinidades entre um e outroficaram à mostra.

O Prof. José Vieira de Mendonça, que deixa uma descendênciatoda composta de cidadãos prestantes e altamente conceituados,contemplou em vida a glória política do filho ilustre alçado àcondição de Governacor de Minas. E mais orgulhoso ainda teráficado de senti-lo objeto do respeito e da estima de todos os mi­neiros, que tributam ao seu Governador a homenagem somentedevida aos grandes líderes e verdadeiros homens de Estado.

Deus não permitiu que aguardasse em vida o filho ascender aoposto de Vice-Presidente da República, que por merecimento ihe.fi atribuído pelo consenso das forças políticas nacionais.

Minas e em especial a região sul-mineir~sentiram profun­damente o passamento do Prof. Mendonça e lhe renderam mere­cidas homenagens póstumas.

Consigno aquí, Sr. Presidente, a manifestação de meu pesarpelo falecimento dessa magnífica figura humana. Creio que nãoerrarei ao afirmar que por minha voz estão falando todos os mi­neiros, irmanados nos mesmos sentimentos, cânticos e orações pelodescanso de sua alma, o conforto espiritual de sua família e orefrigério da dor da saudade que invade o coração de seus incon­táveis aruigos.

Era o que tinha a dizer.O SR. JOÃO PEDRO (ARENA - SP. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, trago ao conheci­mento desta Casa fato auspicioso para todos os brasileiros: arealização da Primeira Jornada Biomédica de Piracicaba.

Durante toda essa Semana Santa, que poderia, em parte, serdedicada à recreação, jovens universitários brasileiros, legítimosestudantes, estarão voltados para estudos sérios, interessados noaprimoramento de seus conhecimentos, recebendo aulas, assistin­do a palestras, par~icipando de debates.

São os universitários de Piracicaba, da Universidade Meto­dista, que patrocina a Jornada, sob a Presidência do eminenteProfessor Dl'. Monstafá Mohammad EI-Guíndy, que, através deestudos e trabalhos sérios, nos estimula a continuar sempre tra­balhando pelo aprimoramento dos conhecimentos superiores, emnossa Pátria:

Trata-se de Jornada com programação extensa, contando coma participação efetiva e- eficiente das maiores autoridades noCampos das ciências biológicas e profissões da saúde.

O jovem acadêmico Miguel Angelo, presidente do DiretórioAcadêmico, com a colaboração de seus companheiros de diretoriae dos demais colegas, desenvolvem atividade intensa no períododas férias escolares, preparando, com o entusiasmo próprio dosuniversitários, a parte que coube aos estudantes.

Mais de mil inscrições foram feitas para essa "Primeira Jor­nada Biomédica", talo interesse despertado pelos temas propostose pela presença de docentes como os Professores Drs. Fausto Berzin,Oscar Sala, José A. Pinotti, Clodoaldo Pavan, Antônio Carlos Ne­der, Jarbas Bauer, Rubens Campos, Luiz Otávio Medeiros, CarminoAntônio de Souza, Izabel Yoko Ito, Pedro Bertolini, Domingos Bag­gio, Mário Osmar Pery, Oswaldo Donini, entre outros.

A programação inclui assunto.s da área biomédic'l e profi'lsõesda saúde, como "controvérsias científicas" - homeopatias, medicinanuclear, cancerologia, engenharia genética, que serão debatidos emsimpósio. Serão proferidas palestras do maior interesse, em extensoprograma, que, pela qualificação tecnocientífica dos expositores,alcançarão plenamente seus objetivos junto aos participantes da.Tornada e os que dela tomarem conhecimento. Essas palestrasabrangerão variada gama de conhecimentos nas ciências da saúde.A programação, realmente, de interesse para todos quantos estãovoltados para a biomedicina, se propõe a complementar com efi­ciência ,as atividades curriculares.

Em virtude de tanto trabalho sério que observei, r-e1o grandeentusiasmo dos jovens, do qual participo nesta oportunidade darealização dessa primeira Jorna.ca Biomédida de Piracicaba, .re­novo minlla confiança permanente no Senado Federal, que exami­nará brevemente, com a ponderação e isenção que sempre demons­trou, projeto de lei do Executivo aprovado nesta Casa no final doano anterior e que regulamenta o exercício profissional dos bio­médicos. São milhares de profissionais, diplomados por escolas

oficiais e particulares, com os cursos aprovados pelo MEC, e quese encontram na injusta condição de não poderem exercer legal­mente sua profissão.

Era o que tinha a dizer.O SR. ANTôNIO MORIMOTO (ARENA - SP. Pronuncia o

seguinte discurso.) - 81'. Presidente, 81'S. Depútados, tive a satis­fação de assistir, em 13 de janeiro próximo passado, à cerimônia.de posse da nova Diretoria da Associação dos Diplomados da EscoiaSuperior de Guerra - ADESG - no Rio de Janeiro. Ali comparecinão apenas como Deputado Federal, mas e,specialmente comoDelegado da ADESG para o Distrito Federal.

Sucedendo ao Prof. Francisco de Souza Brasil, que ocupou ocargo por dois anos mas que é antigo, eficiente e competente co­laborador tanto da ADESG como da própria Escola Superior deGuerra, foi empossado no cargo de Presidente daquela Associação,para o próximo biênio, o Sr. Vice-Almirante Hilton Berutti AugustoMoreira,

Indicado para o cargo e aceito por unanimidade pelo ColégioEleitoral, que aceitou também, com a mesma unanimidade, o Con­selho Fiscal bem como a Diretoria Executiva, o Vice-AlmiranteHilto:rí Berutti Augusto Moreira, Sr. Presidente, sabe - e muitobem o expressou em seu magnífico discurso de posse - das gran­des responsabilidades que o esperam, responsabilidades essas quecrescem quase ao infinito, à vista da consagradora aceitação porunanimidade pelo Colégio Eleitoral.

A ADESG, que inicialmente congregava apenas os diplomadosda Escola Superior de Guerra - dai o .,eu nome - viu-se na con­tingência de ter de ampliar seu círculo de atuação no Brasil àvista da impossibilidade de se aumentar, como era necessário' onúmero dos que anualmente freqüentam os cursos da Escola Supe­rior de Guerra. É que a atuação marcante dos que têm passadopelos cursos duplicadores da ADESG, Srs. Deputados tem provadoà saciedade, que era de fato necessária essa abertura. Assim, ~trabalho da Associação foi centuplicado, e a responsabilidade deseu Presidente aumenta a cada ano que passa.

Neste pronunciamento, em que registl'O, com prazer, a possedo novo Presidente da ADESG, desejo ressaltar um ponto impor­tante do trabalho que a nova Diretoria da Associação se impôspara o prazo de sua administração, trabalho esse da maior rele­vància para a vida nacional. Dado o fato de que nosso Pais écomposto em mais de 50% de sua população de jovens; dado ofato de que a problemática de nossa juventude complica-se cadavez mais, e é ela que, em última análise, deve ser melhor preparadapara melhor servir ao Brasil; dado o relativo descompasso existente.entre a universidade e a empresa e·dado o crescente aumento dos 'problemas do menor carente, a ADESG fixou para este ano umplano de trabalho que venha ao encontro dos interesses do Brasilna solução dos problemas relacionados com no.ssa juventude. '

Assim, Srs. Deputados, em todas as delegacias do territórionac~onal, a ADE8G fará realizar estudos profundos, em ciclos es­peCIalmente preparados, dos problemas relacionados com essesassuntos, dando prioridade aos seguintes:

problemas do menor carente; binômio Universidade - Empresa'problemas dos recém-graduados. '

Tenho certeza absoluta, Sr. Presidente, de que como temaco~tecido nos anos anteriores, a dedicação da ADEsa, em escalanaclOnal, ao estudo de problemas tão relevantes trará ao Brasilos frutos mais positivos, multiplicando, por todo' o território na­cional e no mesmo espírito e dentro da mesma orientação da ESG,homens e mulheres aptos a dar sua contribuição patriótica e eficazpara a solução desses graves problemas.

Ao cumprimentar o novo Presidente Nacional da ADESG o Vi­ce-Almirante Hilton Berutti Augusto Moreira bem como toda: a suaDiretoria Ex~cutiva e o novo Conselho Fi~cal, faço votos paraque sua gestao supere as passadas em realizações positivas.

. O SR. MINORU ~ASSUDA (MDB - S·l'. Pronuncia o seguintedls~ursc:.) - Sr. I;resIdent'e, 81'S. l)eputados. a primeira e pri.ncipalobngaçaodo Movunento Democratico BrasUelro, por todos os seusrePICesentantes, municipais, estaduais e federais, consiste na pre­gaçao permaJ:.lente do regime democrático. que t·em o seu funda­mento essenmal no sistema representativo, ou sej'a, na escolha dosgovernantes pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto.

Precisamos dem0!lstrar, na prática, .que todo o poder deveemanar do povo e nao apenas ser exerCIdo em seu nome comoacontece hoj'e no Brasil, quanto llJOS Executivos federal e est~dulais.

Mas, por isso mesmo, porque acreditamos na democracia re­presentativa, cumpre ao MDB participar de todas as elei:;oosmesmo as indiretas, lançando anti-candidatos a Governadores ~Vice-Governadores em todos os Estados da Federação.

Assim, estaremos contribuindo para a educação do soberanopopular; estaremos demonstrando ao povo que nem 1) comadismonem a covardia se infiltraram em nossas fileiras; estaremo.s pro-

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Março de 1978 DIARIO DO CONnRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 09·~'>,

vando, pelo votá direto ou indireto, regando a tenra plllJnt:a da'democracia de que falava otávio Mangabeim.

A democracia pode ser adjetiv,ada, emboil."a a nossa prefer€!nciase revele pela sua manif'estação substantiva: atos, não palavras.A eleição, qualquer que seja 'a sua forma, é um ato cívico, se -asregras não f.orem modificadas intempestivamente no decorrer doprocesso, favorecendo apenas uma parte. .

Se não podemos comparecer à procissão dos comícios, se ne­gam entrada na catedral do voto direto, assim mesmo tevell~mos

a nossa fé democrática e a nossa vocação cívica, oomparecendoao recinto fechado das Assembléias Estaduais para sufragar nOSS03Ian,ti-cand~datos. Terie<IDoS, então, n$Ses anti-,ci,tln<:Uda1Jos, <:iOmoi'dentificar os nossos líderes, as figuras do partido mais merecedo­ras da nossa confiança.

Assi.m, refor~remos as bases do MDB, para a COnqu1stll damaioria na Câmara dos Deputados, na própria'legislatura, promo­vendo a reforma constitucional que o povo !reclama, somando-seao apelo a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte.

Foi graças ao lançamento da candidatura de Ulysses Gulma­rães, no último pleito presidencial indireto, que o parltdo se forta­

. leceu para a retumbante vitória de 1974, quando conquistou maisdlf1 70% das cadeiras em disputa no senado F'edeil'al. E foi por issoque o Governo inventou o "Senador biônico".

Se lançarmos anti-canmdatos em todos os Estados, fail."emosmaioria nesta Casa, na próxima Legislatura, como conseqüênciada mobilização das bases, locomoção dos Vereadores e Delega~dos,que sem dúvida virá ocupar maior destaque noo meios de divul­,gação. E veremos se ainda haverá qUem pretenda a eleição de"Deputados biônicos", ou de V:ereadores escolhidos somente entreos chamados "homens bons", dos tempos coloniais. .

A democracia, como diria Camões, não se aprende nos livrosestudando, senão vivendo e pelejando e, sobretudo, votando. Apre­sentamos nossos candidatos aos Governos estlliduais, ao menos co­mo exemplo de vivênci>a democrática, justamente pail."a que {) maisbreve pos.sivel I100 livremos das nomeações indiretas.

Era o que tinha, 'a dizer, Sr. Presidente.

O SR. JARMUND NASSER (ARENA - 00. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, periodicamente,em decorrência de chuvas abundB:ntes, os rios Maguaia e Toc,an­tins provocam inundações que latingem as cidades e plantaçõeslocalizadas em suas margens. ·Sempre que isso ocorre, as popula­ções ribeirinhas sofrem prejuízos enorm'es, o que leva os Govel'nosFederal e Estadual aprestar-lhes a devida, justa e necessáriaassistência material.

No Estado de Goiás existe hoje um órg,ão denominado Coor­'d'enação ,da Defesa Civil, subOl'dinado diretamente ao GabineteMilitar do Governador, que conta CiOmo um dos seus objetivos prin­cipais a assistência material' ao povo em caso de calamidadepúblioo..

Neste mês de maxço no norte de Goiás ocorr&a.m enchentesprovocadas peló transbo~damento'dos águas dos rios Araguaia eTocantins. Várias cidades foram atingidas, plantações ficaramdanificadas, famílias foram desabrigadas. Como era. de se espe­rr, o Governill.dor Irapuan Costa Júnior prontamente mob1li:wu,

, além daquele órgão específico, várias Secretarias de Estado, comoa da Saúde a da Agricultura, a de ServiçOl8 Sociais, a de Segu­rrança Públi~a, a fim de que fossem prestadas às populações dascidades atingidas toda a assistência material de que necessitaBílem.Equ.i.pes de médicos, medlicamento-s, va,einas, 'roupoo, alimentosforam enviadOB para as áreas atingidas. O próprio Ministério daSaúde, através da SUCAM, também se fez presente nessa assistên­cia de primeira hor,a.

Além dessas primeiras providências, Sr. Presidente, o Governa­dor de Goiás ainda determinou um levantamento completo' dasituação na região atingida pelas enchentes, pail."a que uma com­pleta e ef'etiva assistência seja prestada às vítimas.

Esses ,esclarecimentos Sr. Presidente, se faziam necessáriospara que houvesse {) desfa~EUento de equívocos e informa:ç.õ€s mal­dosas a respeito da situaçao reinante no norte de Golas e quedavam o Governador Irapuan Costa Júnior. c?mo u;n admin~­trador omis,so diante daquela calamidade publica. 80 quem ~'),aooonhece Goiás poderá imaginar que o seu Governador fosse fICarindiferente à dor e à desgraça do povo nortense. Ainda recente-;­mente, o Gov,ernador Irapuan Costa Júnior percorreu inúmeil."ascidades do norte goiano entregando ao seu povo obr!l's e melhora­mentos públicos, realizações do seu Governo, e que la perma~ece:ncomo um atestadD eloqüente do seu interesse e da sua dedlCaçaoao,s Municípios distantes da Capital.

Como repr,ooentante de Goiás nesta Casa, só posso louvar asiniciativas do Governador Irapuan Costa Júnior !rente aos pro­blemas criados pelas enchentes dos rios AraguaIa e Tocantlns,pois tais ílliciativas beni demonstram a sensibilidade de Sua Exce-

lência com relação aos assuntos 'que afetam diretamente o povogoiano,

Era o que tinha a dizer.

O SR. RUY BRITO (MDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.)·- Sr. Presidente, Srs. Deputados, recebemo.s da Frente Nacional doTrabalho carta em que eXpre,s,sa a solid3i1'1edade idos trabalhadoresQue representa à pastoral de D. José Maria Pires, Arcebispo da,Paraíba, sobre a situação de inseguTança e de intranqüilidade emque vivem mais de 450 famílias, um ,total de 2,723 pessoas, ocupan­tes de um extenso latifúndio conhecido pelo I1JOme de Alagamarlocalizado nos Municipioo de Itabaiana e Salgado de São Félix. '

Enquanto vivia, o proprietário daquele latifúndio contenta­va-se em reoeber o "foro" que lhe era. pa.go pelos foreiros. Como seu falecimento as terras dev'erão ser vendi,das e o produto davenda ldistribuído às pessoas mencionadas no testam,ento.

"Tratava-se, portanto, de uma terra desimpedida e pos~

à venda. Terra sem proprietários. Os agentes da pastoralque trabalham na região eram de parecer que o Governodevia comprar a íazenda e implantar ali um núcleo decolonização e reforma agrária. Temos a impres>são de queo INCRA falhou e deixou escapar essa excelente oportuni­dade ,de aplícar o Estatuto da Terra. Falhar.am tambémos órgãos de informação do Governo, ,deixando de alertaras autoridades competentes oobre a :existência dessa 'gran­de área disponível. E como "por falta de um gitito se perde,8 boiada", lá se foi para as mãos de poucos uma extensapropriedade que o Governo, se adv.ertido em tempo, poderiater col~ado avserviço de pelo menos 446 famílias. Issonão impede, é claro, que o Governo, se quiser, possa aindaresolV'el' a questão em favor do povo. Ele tem em mãOs osre.cursos legais e financeiros para isso. Ele pode aindadesapropriar Alagamar. É o' que de todo coração deseja­mooe esperailIlOS. Demos a palavra à Federação dos Tra­balhadores na Agricultura:" ...Até a morte do Senhor Maroja, essas famílias tinhamuma situaçáo calma e tranqüila, visto que Podiam traba-

,lhar, produzir e morar na Fazenda Alagamar sem sofre­rem qualquer pressão. Eram respeitados seus direitos. Ago­ra a coisa mudou. Toda aquela tranqüilidade ruiu ante aradical mudança do sistema. Imperam o desassossego a>ameaça e a opressão, de íormas direta' e indireta.' Traba­lhadores antes afeitos apenas ao trabalho da lavoura vêem­se Obrigados a procurar proteção: e segurança capazes delhes devolver o direito de cultivar o 0010 em paz"..(0Trabalhador Rural - n.os 9 a 12, set. a dez. 1977, págs.8 e 9).

A Federação tomou as medidas legais para proteger osagricultores. Mas ela mesma reconhece que i&sO é uma so­lução provisória. Para ele, só a "desapropriação da áreapor interasse social, conforme dispooto no art. 18 da Lein,o 4.504 poderá resolver, em definitivo, a .situação" ."A CONTAG também é de opinião que ,somente a inter­venção dos órgãos competentes, INCRA e Ministér-io daAgricultura, com a aplicação <In Estatuto da Terra, poderáassegurar aos trabalhadores a permanência na terra quecultivam e da qual depende a sua sobrevivência. NessesentMo, a CONTAG encaminhou expedientes ao Presidente·do INCRA e ao :Ministério da Agricultura" (Luga:r citado,pá,g. 10)." -

Conclamamos todos aqueles que percebera.m a justiça des­sa causa a juntarem suas vozes à nossa para a defesa dofraco e do oprimido. Sugerimos que escrevam ou telegra­fem. às Autorldad:es encarecendo a urgência de acolheremo pedido de desapropriação de 4lagamar já encaminhadopela Federayão dos Tmbalhadores na Agricultura do Es­tado da Paraíba. Solicitamos aos agricultores de outras'áreas que escrevam aos seus irmãos de Alagamar animan­do-os e confortando-os. Podem encaminhar as cartas aoendereço da Arquidiocese (Caixa Postal 13 - João Pessoa- 58.000 - Paraíba), e ela as fará chegar aos destina­tálrios."

Endossando os termos da pastoral de D. José Maria Pixes enoo solidarizando com a campanha através de nosso apoio à po­sição assumida pela Frente Nacional do Trabalho, encaminhamosàs autoridades constítuíuas - mais espe,cialmente ao Sr. Ministroda Agricultura - apelo no sentido de dar imediata solução aoproblema. evitando .que se aumente a tensão social de forma injus­tificada naquela área pobre e tão soÍrMa de nosso País.

O SR. IVAlllR GARCIA (ARENA - SP. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente e Srs. Deputados, assomo a elSta tri­buna para, uma vez mais, solicitar 'ao proficiimte e honrado Cel.Darcy Duarte de Siqueira, ínclito Diretor do DASP, o cumprimentodo compromisso assumido em 23 de abril de 1975, perante os mem­bros da Comissão de Serviço Público desta Casa, pai' oca:sião da

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0946 Quarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção ]) Março de 1978

exposição que fez sobre o Plano de Reclassificação de Cargos, poo­terioilTIlente ratificado na mesma Comissão, em termOB peremptó­rios e inequívocos, em 19 de maio de 1976, e finalmente confir­mado durante os d!ebates mantidos com os integrantes das Comis­sões de Serviço Público do Senado e da Câmara no ocaso dasessão legislativa de 1977, de remeter ao Congresso Nacional oPI'IOjeto de Lei Complementar que, com base no art. 103 da Cons­tituição da República Federativa do Brasil, propünha a reduçãodo tempo de serviço, para efeito de aposentadorias COmPulsóriae voluntária, dos componentes 'das ca:ro:eiras p.oliciais civis.

Trata-se, Sr. Presidente e nobres Sr.s., Deputados, de justa ehumana reivindicação dos policiaiscivt~ brasileiros que, até oadve.nto da Emenda Constitucional n.O 1, de 17 de outubro de 1969,pel>l1 tipicidade das características de suas atribuições normais,usufruiam 'Cio legítimo dkeito de apooentar-se voluntariamente aos25 ano's de efetivo exercício.

Assim, enquanto para os demais funcionários públie.os o a,erés­cimo ao tempo necessario à aposentadoria voluntária foi de cincoanos, eis que pela antiga legislação !'lsse direito lhes era conferidoaos 30 anos de serviço, tiveram os policiais civis brasileiros umproibitivo aumento de dez anos, transformando-se o beneficio emI,l.utêntica utopia para os responsáveis pela manutenção da ordeme segUl'ança públicas.

O cabal reconhecímento da inteira procedência dessa justareivindicação ficou evidenciada pelos Governos Revolucionáriosdesde 28 de novembro de 1973, quando o insigne Presidente EmilioGarrastazu Médici, a,través da Mensag.em n.O 447, remeteu a estaaugusta Casa 'um projeto de l.ei complementar, mas que por en­globar várias categorias de funcionários foi, logo depois, retir8Jdopara reestudo e desmembramento.

Entretanto, no item 3 de sua exposição, {) então Diretor doDASP ressaltava que "o desempenho das atividades de determina­das categni'ias funcionais recomendava limitações, quanto à per­manência na atividade, em razão de .seu désgaste físico e mentalou ainda do exereÍcio em condições de insalubridade e periculosi­dade - esta última inata ao policial - exigindo pmvidências nosentido de impor ou conceder o afastamento do servidor, com atransferência para a inativid8Jde, permitindo-se, também, a reno­vação do pessoal".

comprovando essa diretriz governamental revolucionária, naExposição de Motivos D.O 433, de 3 de j-ulho de 1974, crue acompa­nhou o Projeto de Lei Complementar D.O 57/74, Mensagem n.O358/74, estabelecendo casoo de aposent8Jdoria compulsória no GrupoDiplomacia,1Íue se transformou na Lei Complementar n.0 21/74,o Cel. Darcy Duarte de Siqueira, atual Diretor do DASP, no item 4,escr.eveu: "Estão em curso neste Departamento os estudos e pes­qpisas para a identificação .das grupos ocupacionais que, em razãodo desgaste físico ou mental de seus ocupantes, ou ain<lia do e~er­

cicio em condições de insalubridade e periculosidade, exij am real­mente redução do tempo para a aposentadoria compulsória ou vo­luntária, possibilitando, assim, tl'\ansferência para a inativida,de ea desejavel renovação dos quadros do pessoal".

Considerando que, recentemente, o dinâmico Direto,r do DASPl'eafirmou perante os membroo das COmissões de Serviço Públicodo Senado e da Câmara "estar o DASP em débito com os policiaiscivis brasileiros, porque já da última vez que aqui esteve levantouo problema", concluindo enfaticamente "que a próxima Mensagemque virá é exatamente a do policial", esperamos, Sr. Presidente eSrs. Deputados, que esse compromisso solene e formal, do respei­tado homem público, Cel. Darcy Duarte de Siqueira, seja realmente

, cumprido no primeiro semestre do ano em curso.

O SR .ADHEMAR GHISI (ARENA - SC. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, faleceu na pequenacidade de Araranguá, Santa Catarina, no dia 19 deste mês, umhomem bom e generoso: Paulo )Vensing. Com ele desaparece de­tlicado amigo e um dos mais respeitãveis homens públicos que jáconhecemos. Extinguindo-se para esta vida, na qual se destacoucomo fiel servidor de seu povo e como alguém totalmente compro­metido com a nobre causa de seus semelhantes - principalmentedos mais humildes e deSàssistidos - Paulo Wensing oferece, pelaSUa vida, digno exemplo a ser imitado.

Participando na linha de :J;rente de todas as lutas políticas de.seu querido Municipio de Araran~uá, onde foi chefe ~contestávele prestigioso Paulo Wensing trouxe de seu antigo partIdo, a UDN,experiência que lhe permitiu destacar-se .como figura proeminente~ decisiva em todos os pleitos ali geridos.

Eleito prefeito'Municipal, como candidato único, com vistasao atendimento dos bons anseios de seu município, manteve incó­lume e ampliou a unidade da sua grande família comunitária,desenvolvendo profícuo trabalho administrativo e notabilizando-seem todos os seus setores, notadamente no setor dà construção ro-doviária. .

Sua cidade natal, ao tempo da gestão Paulo Wensing, passoua cognominar-se "Cidade Amiga", que lhe emprestou o jornalista

Ruy Lopes, expressando o clima de solidariedade e de paz vividosàquela época por sua população, e o mais forte sentimento ex­perimentado pelos seus visitantes.

Desaparece com Paulo Wensing um grande chefe de família,uma figura humana querida e respeitada, um prócer politico fortee prestigioso, um correligionário cheio de virtudes, um catarinensee um brasileiro plenàmente caracterizado por altas virtudes cÍ­vicas. Desaparece, Sr. Presidente, um homem verdadeiro.

Desta alta tribuna do povo brasileiro, transmitimos à sua co­munidade araranguaense, que ele tanto amou, dela usufruindoidêntico sentimento de solidariedade e de afeto, e à sua dignafamília, atingida pelo duro golpe e pela irreparável perda, osnossos sentidos pêsames e nossa solidariedade a mais sincera pelodoloroso acontecimento que retira permanente e materialmente denosso convivio o nosso pranteado amigo Paulo Wensing.

O SR. PRISCO VIANA (ARENA - BA. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, tenho-me caracte­rizado nesta Casa como alguém que acredita estar na agricultura,como na mineração, o futuro econômico do nosso Pais, tal a nossapotencialidade nesses setores. Para repetir o que muitos já disseramdesta tribuna, e porque concordo com essa previsão, repito quepoderemos ser, num futuro bem próximo, o grande produtor dealimentos para o mundo. Para isso, basta que apoiemos o agri­cultor com tecnologia, finánciamentos adequados e preços que re­munerem a produção.

Porque tenho aqui apoiado o produtor agrícola, acredito-meem condições de criticá-lo quando reivindica com impropriedade,injustamente e até gananciosamente. l!: inegável que, embora vol­tado para a promoção do desenvolvimento agrícola e pecuário, apolitica -do Governo apresenta falhas de execuçãu que, no entanto,não são suficientes para invalidar o seu esforço em melhorar ascondiç.(íes de produção e da comercialização. Nunca, como nos Íll­timos anos, foi tão agressiva a ação do Governo brasileiro no mer­cado externo, junto a consumidores privados e organismos de go,­vernos estrangeiros em defesa de' preços compensadores para osnossos produtos de exportação, basicamente de origem agrícola.Nl1nca, como no Governo Geisel, assumimos posições tão firmescomo as que tem sustentado as nossas autoridades junto a orga':'nismos definidores dos' esquemas de comércio internacional. E opróprio Presidente da República, como acaba de fazer na Alema­nha, não se cansa de, corajosamente, condenar a política iniquade descriminação de comércio e o aviltamento dos preços das ma­térias-primas pratica.da egoisticamente pelas nações desenvolvidas.E todo o esforço do Governo, notadamente aquele desenvolvIdode modo partIcular pelos Ministros Mário Simonsen e AngeloOalmon de Sá, e supletivamente pela nossa diplomacia, recente­mente motivada para a diplomacia comercial, tem sido dirigidapara a valorização dos nossos produtos prImários no mercadoexterno. De modo especial, assistimos, no, ano passado, a umaverdadeira "guerra" travada pelo mc na defesa do café brasi­leiro, quer enfrentando.o boicote dos consumidores, quer se de­frontando com outros recursos baixistas. Executada com inteli­gência e pertinácia, vencemos os obstáculos e chegamos a lograruma aliança sempre tida como impossível com a Colômbia no es­forço de unir, sob liderança brasileira, todos os produtores mun­diais de café na defesa do preço.

Por tudo isso, e também porque injustos, deploramos a novainvestida de criticas à politica cafeeira do Governo. Deploramosainda mais os ataques pessoais que ontem, pela televisão, fizeramao Sr. CamiI10 Calazans os dirigentes da respeitável FAESP.

Entidades como a FAESP devem convencer-se de que, ao ladoda defesa dos interesses de .seus :filiados, na caso os agricultorespaulistas, cumpre-lhes também colaborar com o Governo na rea­lização dos objetivos globais da política econômica e social. Cabe­lhe criticar e discordar, jamais tutelar o Governo. E essa foi aimpressão que ficou em quantos viram na TV os dirigentes dali'AESP exigindo a exoneração do Presidente do mc, que, comose sabe, não executa ali uma politica pessoal. Faz a política doGoverno para o café.

Para quem ouviu os críticos de ontem - criticos irados ­procurando atingir pessoalmente a figura honrada e profissional­mente competente do ilustre Presidente do mc, e que não estejacorretamente informado da realidade, haverá de imaginar que aeconomia cafeeira está em ruína.

Felizmente o quadro é outro. Foi devido a uma gestão alta­mente competente, lúcida, corajosa e agressiva no campo externoque conseguimos superar as dificuldades que começaram com asgeadas de 1975 e logo depois com a reação internacional contra aalta dos preços, conseqüência natural da queda da oferta que seseguiu ao fenômeno climático. Foi realmente extraordinário o es­forço de reposição dos cafezais dizimados inclusive por meio deuma sábia política de diversificação das áreas de produção. OPlano de Emergência para Recuperação de Cafezais Geados, con­cebido e posto em execução a partir de 1975, e que se está con­cluindo, representa pispêndio de mais de 8 bilhões de cruzeirosem três anos. •

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Março de 1978 DIÁRIO DO CO?jGRESSO NACIONAL (Seção 1) Quarta-feira 22 0947

Mas é preciso notar que, enquanto no plano agrícola se faziaessa gigantesca programação, na área da comercialização o mcprocurava tirar todo o proveito das novas circunstâncias, inclusiveatravés de habilidosa manipulação de seus estoques como meio desustentação de preços.

No ano passado, cpm vendas no valor de 2 bilhões e 700 milllõesde dólares, obteve-se a maior receita cambial com o café em todosos tempos. Em 1974, quando o Sr. Camillo Calazans assumiu o mc,a café rendeu US$ 980 milhões e em 1973 a receita cambial hlll.viasido de US$ 1 bilhão e 344 milhões, a maior desde 1963. Isto é, emrelação a 1975 o valor da comercialização do café (produção dedivisaS) cresceu duas vezes e meia.

No que diz respeito ao preço pago ao produtor, os ganhosverificados, nos últimos três anos também não encontram para­lelo num passado recente. Em 1@74 uma saca de café era paga aoprodutor a Cr$ 264,00, já em 1975, o preço havia se elevado aCr$ 460,00, mas em 1977 o preço chegou a alcançar, em ctetermi­nado periodo, o valor recorde de Cr$ 4.000,00, apurando-se, em i,odoo ano passado, um preço médio de Cr$ 2.500,00.

Mas ontem pela televisão, o dirigente da FAESP disse que oscafeicultores foram enganados pelo Presidente do IBC ao aten­derem ao apelo feito em meados do ano passado, para que àquelaépoca não vendessem o produto. Era que o mercado estava embaixa, em conseqüência das pressões baixistas e dos consumidores,ajudados pela queda de consumo que sempre ocorre no 'verão eu­ropeu e americano, l1las logo reagiria. E foi o que aconteceu:quando o Sr. Camillo Calazans recomendou que não se vendessecafé, o preço interno estava em torno de Cr$ 800,00 e o ano en­cerrou-se com a comercialização fazendo-se a preços que va da­vam entre Cr$ 1.600,00 e Cr$ 1.800,00. Quem aceitou a orientação.do Presidente do IBC, em lugar de ser enganado, ganhou dinhe'iro:

Deve-se notar ainda que, enquanto no último ano os preçosde garantia dos demais produtos agrícolas cresceram 23%, o IBCelevou de Cr$ 800,00 para Cr$ 2.500,00, o valor da saca por ele,comprada. Este é o preço que atualmente qualquer produtor,desde qúe atendidas as exigências de qualidade" pode vender oseu produto ao IBC, que está comprando através de suas agências.

AgOra; num ponto, têm razão os produtores. :H: na reivindicaçãoque fazem de aumento do preço de garantia, hoje ao nivel deCr$ 1.250,00. Esse preço é que orienta os financiamentos ao pro­dutor.

I;) Ministro Angelo Calmon de Sá informou ontem que estãosendo feitos estudos para a fixação desse novo preço a ser estabe­lecido depois de autorizado pelo Cbnselho MonetiÍrio Nacional,atendidos naturalmente, os condicionamentos da politica mone­tária do País e os objetivos da luta antiinflacionária. O café, comotodo produto brasileiro, não pode sair deste contexto. E a esta­biJidade da economia deve interC$sar a todos.

Sem que esses reparos aqui feitos à FAESP representem denossa parte uma condenação à disposiç~o dos ~afeicultG!res quecada vez mais valorizam o seu produto, nao podenamos deIxar quepassasse sem o nosso protesto as críticas injustas - muItas delasaté grosseiras - contra J3. política do Governo para o cafe e contraa figura Intocável e honrada, de administrador eficiente que é oSr. Camillo Calazans.

Ao assumir esta posição, estou certo de que reflito a opinião doscafeicultores da Bahia cuja representação tenho a honra de dividircom outros colegas d~ ba:ç.cada, que estão satisfeitos e gratos aoPresidente do mc.

O SR. ROMULO GALVAO (ARENA - BA. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente e Srs. Deputados, em boa hora, o BancoCentral do Brasil mediante a Carta-Circular de n.O 260, concedeumoratória a devedores insolventes junto às instituições financeirasdo Sistema Nacional de Crédito Rural, como medida de alivio pelasperdas de safras ocasionadas pela estiagem de 1976/77.

A circular recentemente editada constitui uma extensão da den.O 246 de 28 de novembro do ano passado. ~as, Sr. Presidente, oEstado' da Bahia contemplado com apenas seis municípios doExtremo-Sul na primeira circular, continuou paréialmente desas­sistido na segunda, cujos favores abrangem apenas 77 dos seus :136municípios. .

Nossa estranheza é maior ao constatarmos que ficam excluídasexatamente as Regiões Norte e Nordeste do Estado, que represen­tam a rota das secas na Bahia. :H: nessa ár~a, !lue vai <:!e Se~!inhae municípios adjacentes, núcleo da produçao slsalelra, a regIao deJuazeiro passando por Jacobina, Senhor do Bonfim e Campo For­moso, e~tendendo-se pelo no~deste de -€,-lagoinhas, Euc~de~ d;aCunha, Queimadas e Paulo Afonso, para CItar .ap.enas os pn:n<:lpa.lspólos, onde se verifica a mai~ constante e a. mal;S lnte~sa IncIdenc~ade seca em nosso Estado. Nao obstante taIS caractenspicas, viu..sea região norte e nordeste inteiramente excluída, quando, a nossover, seria a mais necessitada.

EstanlOs certos de que o Ministério do. Interior, através daação dos seus órgãos especializados, procederá à revisão dos daólos

que levou ao Banco Central, a fim de que, com a maior justiça eoportunidade, enseje a extensão dos benefícios de prorrogação dosdébitos rurais aos municípios do Norte e Nordeste da Bahia, aindaos mais pobres, quem sabe por que menos assistidos.

O SR. JUAREZ BERNARDES (MDB - GO. Sem revisão doorador.) . - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a,) economia' do meuEstado tem como base fundamental a pecuána. Infelizmente, noinicio deste ano foi ela gravemente atingida por um surto de afto­sa. Isso ocorreu também em 1973. '

Na qualidade de PreSidente da Comissão de Agricultura ePolitic'll Rural desta Oasa, promovemos, então uma mesa-redondaentre fabricantes das vacinas e autoridades do Ministério da Agri­cultura, oportunidade em que debatemos os problemas que vinhamafligindo a pecuária nacional. Foi alcançado um bom resultado.Agora, Sr. Presidente, o surto recomeça, e com uma força impressio­nante, eis que, no meu Estado, mais de um milhão de cabeças degado estão contamimidas pela doença, fato denunciado pelo pró­prio Secretário da Agricultura de Goiás. Segundo palavras deS. Ex.a o mal não é das vacinas em si, mas do seu acondicionamento.Acreditamo.s, Sr. Presidente, que o produtor rural, o pecuarista,depois de vacinar seu gado durante tantos anos, tem o maior cui­dado no acondicionamento dessas vacinas. Então, o problema fun­damental não é propriamente o acondicionamento, mas a produçãodas vacinas.

Dai por que denunciamos o fato desta tribuna e apelamos comtoda a veemência para que o Governo providencie a adoção deurgentes medidas jtínto aos laboratórios produtores de vacinas, por­que não é possível que se gaste tanto com tais medicamentos, com oacbndicionamento natural para a sua condução, e, depois de todoaquele gado vacinado, exatamente nas áreas que estão .sendo sa­neadas pela Campanha Nacional de Erradicação da Aftosa, ve­nham a surgir tais surtos.

liJ o apelo que dirigimos às autoridades do Ministério. da Agri­cultura, nesta oportunidade.

O SR. ALCEU COLLARES (MOB - RS. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, ainda para analisar o problemadas prisões no Estado do Paraná: o clima de insegurança que aRevolução tem oferecido à Nação brasileira e cada dia mais seintensifica. As dístorções do princípio de segurança nacionalcriaram na mente de algumas criaturas humanas como que a con­cepção de que tudo podem fazer, que podem realizar qualquer tipode arbitrariedade, pois estarão amparadas pela própria lei e pelaprópria força.

É preciso que o Governo venha a pÚblico esclarecer qual a si­tuação daqueles presos no Estado do Paraná. A imprensa e asnotas, não só da Igreja, como do próprio Partido da Oposição noEstado do Paraná, dizem que essas criaturas humanas vinhamsendo perseguidas desde há algum tempo. Não só elas, como outraspessoas. Isso ocasionava um clima de pânico, de desespero, de in­segurança e de intranqüilidade. Agora, sim, caberia a perguntaque S. Ex.a o Presidente da ARENA fez em determinado momento:"Q,ue Pais é este, Sr. Presidente?"

A Aliança Renovadora Nacional, como partido que dá sus­tentação política ao Governo, devia tentar um esclarecimento, bus­car junto ao Ministério da Justiçll ou ao próprio Presidente da Re­pública uma inofrmação esclarecedora a respeito desta situação quese criou no Estado do Paraná, não só com o seqüestro de uma pro­fessora e jornalista, que depois de dois ou três dias aparece e sobrecujo seqüestro a polícia não dá a menor informat;ão. Não "se sabequem o realizou, quais os responsáveis, quais bs autores. E o piorde tudo é que a Nação não sabe quais as providências tomadaspela polícia, que é obrigada a manter a ordem - mas a ordem quea Nação deseja e não' a que alguns policiais imaginam seja aordem, que, no final, é a desordem.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, a nota lida ontem da tribunadesta Casa pela Liderança da ARENA chocou-nqs profundamentee criou um clima de profunda inquietação, porque, lamentavel­mente, ao invés de cumprir o seu dever, de cumprir as suas atribui­ções e dizer ao partido da Oposição que iria colher os dados, asinformações para esclarecer os fatos, o que fez? Jogou sobre aOposição a pecha de que estamos preocupados em criar um climade intranqüliidade, para que as reformas não ocorram.

Ora, Sr. Presidente, Srs. Deputados, parece-me que é precisomais elavação no exercício do mandato pop~lar, é preclBo uma.preocupação mais profunda, pelo menos, se nao com outros, comos principias de ética e de moral. Estes devem ,ser respeitados emtoda parte, até -nos regiTnes de excepcionalidade.

Sr. Presidente, o MDiB, através da sua Liderança, está a exigir11m esclarecimento amplo a respeito das miusas e motivos que le­varam à prisão aqueles jornalistllS, sociólogos e professores queensinavam crianças. Se efetivamente, ensinavam crianças ... E se­conforme diz a Policia Federal, na nota - eram crianças de 4e 5 anos, esses pregadores e doutrinadores têm uma longa tempo-

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0948·Quarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1918

rada para esperar os resultados da SUa pregação, se, realmentecomo estão dizendo, defendiam teses marxistas.

A confusão neste campo é de tal forma, que hoje se prendequalquer um. E prende-se por ser subversivo, sem qualquer jus­tificação, sem qualquer lógica, sem qualquelr instrumento que}Jossa pelo menos justificar perante a Nação tais prisões arbi­trárias que ocprrem no Estado do Paraná.

. O MDB não está pedindo: o MDB, como Partido de Oposição,está exigindo. Enquanto viver, enquanto existir como partido deoposição tem o direito de exigir da Presidência da República, doMinistério da Justiça, amplo esclarecimento para saber o que ocor­re com vidas humanas que devem em qualquer regime ser respei­tadas, até nos regimes autoritários.

O SR. AWíSIO SANTOS (MDB - ES. rronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados já se tem dito. quecooperativismo é união e será através desta união, com o aperfei­çoamento do sistema que poderemos confiar no pleno sucesso dascooperativas para enfrentar, em igualdade de condições, as grandes€mpresas nacionais e até multinacionais. .

Com isso, não se pretende dar outro tipo de conotação anão ser aquele que dita o desej ado equilíbrio entre produtores ecomerciantes tradicionais no momento da comercialização dassafras. Nós entendemos que o fortalecimento desse setor acarre­tará à agricultura a competitividade necemlária para o seu desen­volvimento.

Os exemplos mais marcantes do cooperativismo brasileiro nosvêm do Sul do País, onde o setor se encontra em estágio tecnoló­gi,co bastante avançado. Com efeito, à Cooperativa TritícolaSerrana inaugurou em fins do ano passado a sua segunda unidadeindustrial destinada ao esmagamento de soja e produção de fa­relo e óleo bruto. Esse fato tem um significado todo especial, poisdá inicio a um ciclo que leva o agricultor a ter o domínio de todasas etapas no aproveitamento de seu produto. Demoni>tra, ainda,que o nosso rurícola passa à fase de transformador, depois dehaver-se lançado à comercialização, superando a etapa simplista demero entregador de matéria-prima.

Nós iríamos mais além, entendendo que é através do coopera­tivismo que a agricultura encontrará seus próprios caminhos rumoà consolidação. Isto quer dizer que o objetivo final não se restrin­ge à industrialização e comercialização, mas procura a diversifi­cação agrícoia para viabilizar a estrutura fundiária que temos no

'País. 'Tem-se notado, também, a falta de um maior entendimento

entre órgãos de cúpula. Uma série de produtos, entre os quais situa­ríamos o café, soja, milho, algodão, cacau, arroz, carne, avés eovos etc., devem ficar sob controle das cooperativas até os centrosde consumo, para que não permaneça quem produz à mercê deintermediários e atravessadores. .

A sobrevivência das cooperativa.s, entretanto, está diretamenteligada à capacidade das mesmas de montar adequada estruturapara competir sempre que necessário. Assim, a integração tem que.\'er conseguida tanto no sentido horizontal como no vertical.

A ação co1J.junta, conseguida através da fusão de pequenas uni­dades, trará maiores condições de suce1jso em benefício dos agri­cultores. Quanto a este aspecto, cremos !lue as cooperativas de pro­dutores de leite são um exemplo que todos podem aproveitar.

Esta diretriz nos conduzirá a outro objetivo mais duradourocom relação ao tipo de sociedade que nos interessa construir,onde encontraremos os princípios especificas de organização e deregras de conduta humanas e democráticas. Isto porque um pro­grama que somente atendesse aos problemas econômicos imediatosdas cooperativas, nos levaria a um sistema vazio, incapaz de rea­lizar qualquer objetivo de transformação social de maior valor.

Estas nossas palavras de apoio ao .cooperativismo brasileiroservem de incentivo ao movimento cooperativista do EspiritoSanto. Os exemplos que emergem do Sul se devem constituir emmeta a ser alcançada pelos produtores ca.pixabas. O Banco Nacionalde Crédito Cooperativo, temos certeza, apoiará o desenvolvimentodas cooperativas do Estado, dando-lhes condições para que se co­loquem à altura do estágio desenvolvimentista do cooperativismonacional.

Era o que tínhamos a dizer.O SR. JOSi ZAVAGLIA (MDR - SP. Pronuncia I!. seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, 81'S. Deputados, a impressao que seteria do desempenho dos goyernos dirigidos por militares, comrelação aos heróis do último conflito mundial, principalmenteaqueles que foram c~nvocados da vida civil para ? direto esfo~çode guerra, seria a de que conservassem, se nao qUls~ssem amplIar.as vantagens conferidas aos ex-combatentes, a partIr de 1964.

Afinal de contas, transcorridos quase trinta e cinco anos, osque restam, hoje, send'Ü quase sexagenários -=- n~ Pais em quea vida média é inferíor a sessenta anos - sao mUlto poucos, al­guns milhares, se tanto.

A situação desses ex-combatentes era regulada pela Lei n.o4.297, de 23 de dezembro de 1963, que previa sua aposentadoriaintegral, pela Previdência Social, após vinte e cinco anos de ser­viço.

A Constituição de 1967; a última votada pelos representantesdo povo, no seu art. 178, assegurava aOS ex-combatentes da FEB,da FAB, da Marinha de Guerra e da Marinha Mercante, os se­guintes direitos:

a) estabilidade, se funcionário público;b) aproveitamento no serviço público, sem exigência de con­

curso;c) aposentadoria com proventos integrais aos vinte anos de

serviço efetivo, se funcionário público da administração centrali­zada ou autárquica;

d) aposentadoria com pensão integral aos vinte e cinco anosde serviço, se contribuinte da Previdência Social.

Veio a Emenda n.o 1, de 1969, outorgada pelo triunviratomilitar, e o art. 179 se transformou no art. 197, reunindo numaalínea "c" as letras "c" e "d" do mandamento legal, com a seguin­te redação:

"c) aposentadoria com proventos integrais aos vinte ecinco anos de serviço efetivo, se funcionário da adminis­tração direta ou indireta ou contribuinte da PrevidênciaSocial".

Portanto, no artigo constitucional originário, o 178, usavam-se,nas duas alíneas., as expressões "proventos integrais", referindo­se aos funcionários públicos; e "pensão integral", aos contribuintesda Previdência Social.

Mas tudo continuou como dantes, até que a Lei n.O 5.689, de31 de agosto de 1971, veio limitar os proventos dos ex-combatentes,aposentados pela Previdência Social, a dez vezes o valor de refe­rência. Ora, se ele ganhar, erq. atividade, vinte ou trinta vezeS'aquele valor, ficará aposentado, aos vinte e cinco anos de serviço,com um terço ou metade do que ganha. Assim, é melhor negar acondição de combatente e aposentar-se aos 35 anos de serviço, ouaguardar a compulspria.

A limitação contida na Lei n.O 5.698, de 1971, votada no Go­verno Geisel, pelo rolo compressor da maioria, quando a Oposiçãonão d·ispunha de um terço, nem na Câmara, nem no' Senado,ofende a alínea "c" do art. 197 da Constituição, a menos quehaja cavilosas interpretações da expressão "proventos integrais",tomadas, especiosamente como diversa de "pensão integral", comoconstava da Constituição, antes da reforma outorgada em 1969.

Dai porque, o Sr. presidente, para dirimir dÚvidas e devolveraos ex-combatentes um direito que lhes foi assegurado de 1963 a1971, beneficiando um bom número deles, apresentamos projetode lei restaurando a vigência da Lei n.O 4.:W7 e revogando, em con­seqüência, a Lei n.o 5.608, de 31 de agosto de 1971, para devolveraos ex-pracinhas, aposentados pela Previdência Social, um benefi­cio que lhes foi garantido durante oito anos e ainda está em vigorpara os ex-combatentes vinculados ao serviço público da admi-nistração centralizada ou autárquica. -

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR. NORBERTO SCHMIDT (ARENA - RS. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presi(}ente, estou sendo porta-voz detoda a comunidade estrelense, da cidade de Estrela - Rio Grandedo Sul, onde tenho sido - para honra minha - o DeputadG Fe­deral da ARENA mais votado, desde 1970. Aspiração das maisantigas - sobretudo, daS mais justas - é a reivindicação nosentido de que o contorno do acesso seja asfaltado.

Temos hoje na cidade de Estrela'o único entroncamento hidro­rodo-ferroviário do País, que, para lá fatalmente levará ummovimento rodoviário intenoSo para o escoamento da produçãoagricola de grande parte do interior gaúcho, isto quando a obraestiver em pleno funcionamento. , '

Hoje já a população local reclama - e iBto de longa data _que o trevo de acesso concluído há muito, seja asfaltado e elimi­nado o grande inconveniente de ser ainda simplesmente encas­calhado, com prejuízo até para a segurança dos veículos e seusocupantes.

Ape~amos, por isto, para o DNER no sentido de que seja afinalconcluída ,a obra, cuidando-se do asfaltamento, a exemplo dó que- louvor seja feito - se fez com o trecho de acesso da cidadevizinha de Lajeado, o que representa um primor para todos que avisitam, com o seu acesso belíssimo.

O SR. ,ADALBERTO CAMARGO (MDR - sr. Pronuncia o Se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, comemora-seh';lje, .en;t to~o o mu.ndo, o Dia Internacional para a Eliminação daDlscrlmmaçao Raclal. Esta data foi escolhida pela AssembléiaGeral das. N~ções Unida~, que, .em 1966, proclamou-a para come­morar o lncldente ocorrldo, selS anos antes, em Sharpeville, na

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Março de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 0949

Africa do Sul, quando 69 manifestantes contra os salvo-condutosrestringindo sua liberdade de ação foram mortos e 181) outros,feridos.

Devemos, todos nós, olhar a discriminação racial como umproblema mundial a ser resolvido a todo custo, e de forma pacífica.Cada cidadão, cada empresa - pública ou privada - cada orga­nização, cada membro do Governo precisa desempenhar sua parte.Devemos evitar qualquer ato ou prática de discriminação racial e,em nossas atitudes, recusar defender essa tese, apoiar ou meEimOtolerar qualquer discriminação racial. ,

As leis que regulam nossas atos não criam, não toleram ouperpetuam tais p.iscriminações.

Devemos também unir esforços para erradicar as barreirasraciais e desencorajar tudo que tenda a dividir os homens, con­soante sua cor ou origem étnica.

Não permitamos propaganda baseada em teorias de superiori­dade de uma raça ou grupo de pessoas sobre outros. Mostremosnossa simpatia pelas aspirações e esperanças dos povos humilha­dos ou oprimidos, onde. quer que estejam, evidenciando, de formameridianamente clara, q\le a dignidade humana, a liberdade ,e anão discrimináção são inseparáveis entre sI.

Nesta data, Sr. Presidente, quase nenhuma comemoração serealiza no Brasil. Muitas Secretarias de Educação dos EstadQ;s eMunicipios ignoram este dia. Nossos alunos nada ouvem a respeitode racismo, preconceito e discriminação, desconhecendo a culturade várias raças que contribuíram para a formação de nossa socie­dade, onde a raça negra se faz presente em tudo que se realizano interior deste imenso País.

Que a data de hoje sirra, pelo menos, de advertência a todosaqueles que, consciente ou inconscientemente, usam a prática dadiscriminação racial em nosso País como meio de superioridade.

Segundo a formação teológica da humanidade, todos nós 80­mos iguais perante Deus e, pela nossa Constituição, todos os bra­sileiros têm os mesmos deveres e os mesmos direitos.

Então não se justifica, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que,vez por oútra, nossa imprensa registre episódk> de discriminaçãode cor, praticados por verdadeiros inimigos da sociedade humana.

Consignamos nesta memorável data, nosso agradecimento àAssembléia Geral das Nações Unidas pelo importante significadoque emprestou a este dia e pelas festividades que infundiu a seusEstados-membros no sentido de o comemorarem condignamente.

Temos, por outro lado, certeza de que, em curto prazo, as ma­nifestações de segregação racial serão erradicadas da face daterra.

O SR. CÉSAR NASCIMENTO (MOR - SC. Pronuncia o 00­guinte discurso.) - Sr.' Presidente, eminentes colegas, o arrochosalarial, usado como fórmula anti-inflacionária pelos tecnocrat,asdo GDverno está liquidando o poder de compra do trabalhadorbrasileiro, o' mesmo ocorrendo com o Servidor Público, principal­mente os enquadrados entre aS Referências 1 a 40.

Segundo informações oriundas do Ministério do Trabalho,cerca de dezessete milhões de trabalhadores nl) Brasil percebemsalá'rios inferiores a Cr$ 1.200,00 por mM. Com os descontos a queestão obrigados - inclusive para a Previdência Social - o quelhes sobra não lhes permite sequer alimentação suficiente, paraeles e a família.

Os que têm filhos em idade escolar, conseqüentemente, nãose podem dar ao luxo de matriculá-los, pois são forçados a arran­jar-lhes trabalho: de qualquer ordem, com vista ao equilibrio doorçamento doméstico.

Por isso Sr. Presidente, a cada dia aumenta o número demeninos lavando carros,' engraxando sapatos, vendendo bilhetesde loteria. E são considerados, ainda assim, os privilegiados, eisque a maioria, totalmente marginalizada, desvia-se para o crime.Os bandos de "trombadinhas" de São Paulo e do Rio de .Taneiroestão sendo surpreendidos em Brasília e nos grandes centros po­pulacionais, Brasil adentro.

o E a quem debitarmos essas criminosas conseqüências de umsalário que não cobre as necessidades inadiáveis do trabalhador,se não à,s autoridade governazpentais, que o fixam?

O Correio Braziliense do dia 19 do mês em curso veiculou en­trevista do ex-parlamentar e ex-Presidente do Banco do Bras.11,Nestor Jost em que declara: "Se o salário mínimo fosse duplicado,os efeitos inflacionárias seriam absorvidos pela. expansão 'da dll­manda". E, com base em estatistica oficial, adiantou que 50% elodispêndio da família assa'ariada de baixa renda são consumidosem alimentos. E a produção de tais alimentos não exige sequer aimportação de máquinas.

Na França, atualmente, informou Jost, o debate predominanteé o referente aos efeitos que surtiriam na economia a elevaçã.osignificativa do salário mínimo.

Tais afirmações, s,r. Presidente, se proferidas por Parlamentarda Oposição, dir'iam logo consubstanciar demagogia -eleitoreira.Todavia, como são da lavra de reconhecido prócer da Revolução,esperamos venham a ser acolhidas pelo Sr. Ministro do Trabalho- seu ilustre coestaduano - e traduzidas em beneficio do traba­lhador e do Pais, com a duplicação do salário mínimo e fixação devalores justos relativamente aos vencimentos dos Servidores PÚ­blicos.

Os tecnocratas do Governo, Sr. Presidente, vêm de declararque a renda per capita no País atingiu U$ 1.460,00. Que tal renda,nas regiões Sudeste-.8ul e Centro-Oeste, é de 2.500 dólares, e queno outro Brasil - o Brasil do Norte e Nordel'ite - alcançou 543dólares. Ora, Srs. Deputados, em que se baseiam esses técnicosgovernamentais para asserções desse jaez, quando todos sabemosque o salário mínimo de tais regiões não atinge, sequer, Cr$ 1.300,OO?

Na Espanha, a renda per capita é de 2.500 dólares, aproxi­madamente; e o seu salário mínimo equivale a Cr$ 4.000,00, emnossa moeda.

Na França, o item salário representa cerca de 30% do custo doproduto industnalizado.

Sr. Presidente, ilustres colegas, urge que o Governo Federal re­colha as vâlidas sugestões do Presidente Nestor Jost, e duplique osalário mínimo do trabalhador brasileiro e os valores dos venci­mentos dos Servidores Públicos, eis que, na lição daquele eméritofinancista, seus efeitos inflacionários serão de logo absorvidos pelademanda.

Era o que tínhamos a dizer.O SR. GOMES DO AMARAL (MDB - PR.· Sem rlWlSlW do

orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, faço apelo ao lv".J.nistroda Educação e às autoridades encarregadas do setor de ensino paraque a UnB passe a funcionar também à noite. É oneroso o caprichode mantê-la funcionando apenas durante o dia, quando os estu­dantes de menor renda têm que trabalhar.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ANTUNES ThE OLIVEIRA (MDB - AM. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, segundo noticia publicada em O Globo,lldição do dia 19 do corrente mês, a ONU pretende aprovar uma."Declaração sobre Direitos do Animal".

É o seguinte a integra do documento a ser aprovado pelaONU:

''PREAMBULO

Considerando que todo animal possui direitos;

Oonsiderando que o desconhecilnento e o desprezo desses di­reitos conduziram e continuarão a conduzir o homem a. cometercrimes contra a natul'eza e contra os animais;

Considerando que o reconhecimento pela espécie humana dodireito à existência das outras espécies animais constitui o funda-mento da coexistência das espécies no mundo; .

Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homeme ameaçam ser perpetrados;

Cons1derando que o respeito aos animais pelo homem está li­gado ao respeito dos homens entre si;

Considerando que a educação deve ensinar desde a infânciaa observar, compreender, respeitar os animais, é proclamado o quese segue:..

O DOCUlMENTOArtigo 'Primeiro - Todos os animais naooem iguais pel"ante a

vida e têm os mesmos direitos à existência;Artigo Segundo - 1. Todo animal tem o direito de ser res­

peitado; 2. o homem, tanto quanto a espécie animal, não sepode atribuir o direito de exterminar os outros animais, ou deexplorá-los, violarrdo esse direito. Ele tem o dever de colocar seusconhecimentos a serviço dos animais; '3. todo animal tem o di­reito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.

Artigo Terceiro - 1. Nenhum animal será submetido a maustratos ou a atos cruéis; 2. se a morte de um animal for neces­sária, ela deve ser instantânea, indolor e não geradora de an­gústia.

Artigo IV - 1. Todo animal pertencente a uma espécie s11­vestre tem o direito de viver livre em seu próprio meio natural,terrestre, a~reo ou aquático, e tem o direito de se reproduzir; 2.toda privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, écontrária a esse direito.

Artigo V-L Todo animal pertencente a uma espécie queviva tradicionalmente nas proximidades do homem, t~m o direitode- viver e de cr·escer ao ritmo e nas condições de vida e de liber­dade que são próprias à sua espécie; 2. 'toda modificação desse'ritmo ou dessas condicões que se.ia imposta pelo homem parafins mercantis é contrãna. a esse direito.

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0950 Quarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1978

Artigo VI - 1. Todo animal que o homem acolheu para com­panheiro tem o direito a uma duração de vida, conforme a sualongevidade natural; 2. o abandono de um animal é um ato cruele degradante.

Artigo VII - Todo animal que trabalha tem o direito a umarazoável limitação da jornada e da intensidade do trabalho, a umaalimentação reparadora e ao repouso.

Artigo VIII - 1. A experiência em animais que implique so­frimento físico ou psicológico é incompativel com os di])eitos doanimal, quer se trate de eXperiência médica, científica, comercialou de qualquer outra forma de experiência; 2. As técnicas dereimplantes devem ser utilizadas e desenvolvidas.

Artigo IX - Quando o animal é destinado à alimentação hu­mana, ele deve ser alimentado, alojado, transportado e sacrificado,6em que lhe resulte ansiedade ou dor.

Artigo X - 1. Nenhum animal será explorado para o diverti­mento do homem; 2. as exibições de animais e os espetáculos,utilizando animais são incompatíveis com a dignidade do animal.

Artigo XI - Todo ato que implique desne~essário sacrifício deum lJ,nimal é um bi.ocidio, quer dizer, um crime contra a vida.

Artigo XII - 1. Todo ato que implique a morte de um gran-'de número de animais selvagens é um genocídio, isto é, um crimecontra a espécie; 2. a poluição e a destruição do ambiente na­tural conduzem ao genocídio.

Artigo XIII - 1. O animal morto deve ser tratado com res­peito; 2. às cenas de violência das quais os 'animais são vítimasdevem ser proibidas no cinema e na televisão, salvo se tenhampor fim demonstrar um atentado aos direitos do animal.

Ai'tigo XIV - 1. Os organismos de proteção e salvaguardados an~mais devem ser representados ao nível do Governo; 2. osdireito$. do animal devem ser defendidos pela lei como os direitosdos homens.

Do documento consta, ainda, um texto complementar denomi­nado Declaração dos Pequenos Amigos dos Animais, também ado­tado pela Liga Internacional e ligas nacionais na Terceira ReuniãoInternacional sobre os Direitos do Animal, em 21/23 de setembrodo ano passado, cuja íntegra é a seguinte:

"I - todos os ,animais têm, como eu, o direito de viver e deser felizes;

II - não abandonarei o animal que vive comígo; eu não gos­taria que meus pais me abandonassem;

lU - não farei maJ aos animais; eles sofrem como os ho­mens;

IV - não matarei os animais; matar por esporte ou por di­nheiro é um crime;

V - os animais têm, como eu, o direito de v-lver livres; oscircos e os zoológicos são prisões para os animais;

VI':"'- ap!'enderei a ob8'ervar, compreender e a ,amar os animais;os animais me ensinarão a respeitar a natureza e a vida."

Sr. Presidente, que o Brasil lute para que a ONU aceite e pro­clame a Declaração dos Direitos do Animal.

Era o que tinha a dizer.O SR. OOTACíLIO QUEIROZ (MDB - PB. Pronuncia o se­

guinte discurso.) - Sr. Presidente, em face das condições confli­tuosas ,em estado quase permanente da área agrícola da FazendaAlagamar ,e Sítio Piaça, Municípios de Itabaiana e :;lalgado de São:Félix, Paraiba, entre colonos e proprietários daquele latifúndio,venho dirigir, por intermédio de V. Ex.a , apelo ao Exmo. Sr. Mi­nistro Alysson paulinelli, da Pasta da Agricultura, no sentido deque encontl'e solução definitiva para aquela situação, que ameaçatomar-se cada dia mais grave entre trabalhadores agricolas, colo­nos e os novos senhores daquela vasta gleba, com os posseirosvendo sempre as suas plantações ameaçadas por invasão do gado,tratores e plantio de cana-de-açúcar.

Nesse sentido, o apelo em causa deve estender-se ao mCRA,que quase nada tem feito na Paraíba relacionado aos 3'eus fins,e ao PROTERRA, Programa de Redistribuição óeTerra e de Estí­mulo à Agroindústria do Norte e do .Nordeste.

Os humildes colonos - cerca de 800 famílias - das terras deAlagamar vêm sofrendo os mais duros vexames. De suas nee;essi­dades de garantia d,e posse de suas terras tem sido defensor Justoe oportuno o Arcebispo da Paraíba, D. José Maria Pires. No en­tanto, as autoridades 'responsáve~s nada fizeram ou prop:lOyeramaté a presente data para que ali se restabeleça a concordla e asegurança do trabailllo para os colonos, notadamente pessoas dasmais humildes e carentes de urgente proteção governamental.

A propósito, registro nota que a respeito v,em d-e divulgar ONorte, jornal da maior circulação na Paraíba.

O SR. FREDERICO BRANDAO (MDB - SP. Sem revisão do 'orador.) _ Sr. Presidente, o Banco do Brasil procedeu a imensa

reestruturação nos seus quadros funcionais em meados do anopassado. Mas, cometeu-se uma injustiça naquela oportunidade,eis que não foram beneficiados mecanógrafos, despachantes, ca:'­pinteiros, contínuos, serventes, motoristas, ascenooristas, estafetas,desenhistas, vigilantes, auxiliares de mecanógrafo, auxiliares deradiologia, eletricistas, pintores e encadernadores, coincidente­mente os de menor padrão salarial naquele estabelecimento. Hoje,encontram-se em Brasília, para avistar-se com a alta direção doBanco do Brasil, os Presidentes dos Sindicatos de São Paulo, BelaHorizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro, e da Confederação Na­cional dos Trabalhadores nas Empresas ue Crédito, com vistas àreformulação daquela medida.

O SR. JOAO MENEZES (MDB - PA. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, quero solidarizar-me com a população do To­cantins, principalmente de Tucuruí e Marabá, vítima das enchen­tes que ocorrem na região. O Governo é responsável pelo que estáacontecendo no Tocantins e pelas enchentes periódicas registradasno Amazonas e na ilha de Marajó, els que nenhuma providênciaé tomada no sentido de corrigir essa situação. Apenas, na ocasiãodas calamidades, aparecem os industriais. das enchentes e dassecas. Urge acabar com isto. O Governo precisa tomar providênciasenérgicas, efetivas, para evitar o sofrimento daquela gente.

Era o que tinha a dizer.O SR. AI,CIDES FRANCISCATO (ARENA - SP. Pronuncia ()

seguinte discurso.) - Sr. Presidente e 8rs. Deputados, ao assomarà tribuna neste momento, desejo manifestar-me a propósito dodesfecho de uma grave crise de relacionamento entre m-édicos ea direção da Santa Casa de Bauru, São Paulo, que, por um longoperiodo e pelas notórias contrariedades surgidas, ocupou com des­taque o noticiário nacional, de modo particular o do meu Estado.

Neste augusto Plenário ocorreu manifestação na época, donobre Deputado do MDB, Dias Menezes, na qual S. Ex.a , faziareparos à atuação do Deputado e Médico Abrahim Dabus, entãoPresidente da Comissão de Saúde e Higiene da Assembléia Le­gislativa de São Paulo, pela posição que adotou buscando soluçãopara o problema que lhe foi apresentado como representante clas­sista que é.

Não desejarei reportar-me às origens dessa crise, menos aindade seu mérito. Desejo apenas participar à Casa que inúmeras ten­tativas de mediação fracassaram, dentre tantas as -efetivadas peloDeputado Abrahim Dabus, pelo Secretário da Saúde, Válter Lesser,e pelo Gen. Gustavo de Moraes Rego.

Face a isto, o Governo de São Paulo adotou a drástica. medidade desapropriação dos dois hospitais que vinham sendo dirigidospela Irmandade da Santa Casa. Desta disputa, inúmeros processostiveram e estão tendo curso na Justiça, pois as manobras de ad­versários radicais tentaram envolver a figura do Deputado Abra­him Dabus, que acabou sendo julgado pelo Egrégio Tribunal deJustiça de São Paulo, bem como do Provedor da Instituição. Peloconsagrador parecer dos Desembargadores Déscio Mendes Pereirae Azevedo Francischiní, acompanhados pela unânime decisão dosDesembargadores componentes daquele Tribunal, foi arquivada,~omente a denúncia em relação ao Deputado Abrahim Dabus, "porfalta de justa causa, por não ter praticado fato criminoso nemconcorrido para que terceiros o praticassem". Quanto ao ProvedorLuís de Gonzaga Bevilacqua, o Triqunal de Justiça decidiu peloretomo do processo à primeira instância, para julgamento do deli­to nele constante e a ele atribuído.

Desejo, desta forma, 'ao prestar minha homenagem à Justiçade São Paulo pelo acerto da decisão adotada, registrar a manifes­tação da Associação Médica Brasileira e da Associação Paulista de'Medicina, que espelha com fidelidade como a classe médica brasi­leira se solidarizou com o nobre Deputado Abrahim Dabus. Porderradeiro, desejo prestar minha homenagem ao Advogado WaldirTroncoso peres, pela tranqüila e incontestável prova de defesa queapresentou, a dizer da privilegiada cultura jurídica de que éportador.

O SR. A. H. CUNHA BUENO (ARENA - SP. Pronuncia. o se­guinte diseul'SO.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, por especialgentllez~ de seu Presidente, o Sr. Aguinaldo Pavarini, Prefeito Mu­nicipal de Turmalina, São Paulo, recebi o relatório das atividadesdo ano de 1977 da Asoociaçáo dos Municipios do Oeste Paulista ­AMOP.

Desde a eleição da atual Diretoria daquela Associação, queteve lugar no dia 26 de fevereiro do ano passado, na cidade deFernandópolis, a AMOP já realizou nove reuniões ordinárias, to­das elas com a presença de um ou mais Secretários de Estado doGoverno de São Paulo.

Alargando bastante suas atividades, o Presidente AguinaldoPavarini deu dimensões gigantescas à Associação dos Municipiosdo Oeste paulista, conseguindo audiências as mais sígniftcativascom altas autorídades federais, notadamente Ministros de Estados,às quais estiveram presentes quase todos os municipios de SãoPaulo abrangidos pela AMOP, bem como municípios do Estado de

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Março de 1978 DIARIO DO CONHRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 0951

Mato Grosso limítrofes das comunas que estão dentro do territóriogeográfico daquela Associação.

Na qualidade de Deputado e de Coordenador da bancada fe­deral arenísta de meu Estado, Srs. Deputados, mas sobretudo (:omoentusiasta das reuniões regionais municipais, que visam aD con­graçamento dinâmico das comunidades, para que os problemascomuns a elas sejam equacionados globalmente e suas soluçõesencontradas em consenso comum dos interesses de toda a região;nessa qualidade, estive presente a mais de uma das reuniões edas audiências da AMOP em vários dos municípios que a ofrmam.

Desse modo, acompanhando, não só de longe, mal! repe1,idasvezes bem de perto, as atividades da Associação comandada peloPrefeito Aguinaldo Pavarini, pude me identificar ainda maiB comos problemas daquela próspera região paulista, cujas reivindica­ções mais imediatas sempre procurei sustentar, quer perante oGovernador Paulo Egydio Ma.tins, quer perante as autoridadesfederais. Entre essas reivindicações, Sr. Presidente, sobressaem asseguintes: .

1. rodovia Pontes Gestal, ligando América de Campos à Rodovia'Euclides da Cunha;2. rodovia ligando' Mira Estrela, Macedônia e Fernandópolis;3. rodovia Santa Albertina - Jales;4. conclusão da rodovia Votuporanga - Cardoso e acesso delapara Alvares Florence;5. zoneamento ecológico do Estado e;6. criação de Grupo de Trabalho na Secretaria da Agricultura,para atender à construção de curvas de nível e terraços, visandoespecialmente ao combate à erosão.

Entre toda as aspirações daquela região, entretanto, Sr. j:>re­sidente, avulta, sem dúvida alguma, a que diz respeito à coniStruçãoda ponte sobre o rio Paraná, ligando em mais um local o Es1,adode São Paulo ao Estado de Mato Grosso do Sul, esforço ao quala nós se tem unido, de modo especial, o nobre Deputado ma.to­grossense Dr. Vicente Vuolo.

Ao registrar estes fatos, Srs. Deputados, desejo especialmEmtecongratular-me com o ilustre Presidente da AMOP, Prefeito AISUi­naldo Pavarini, pelo excelente trabalho que, com sua equipe, '~em

realizando em prol das comunidades abrangidas. .Era o que tinha para dizer.

O SR. PEIXOTO FILHO (MDB - R.T. Pronuncia o seguíintediscur.ro.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, durante os últimossete anos, tenho comparecido a esta tribuna quase que seguida­mente para oferecer criticas à inação governamental frente aosgraves problemas em que se. debatem as laboriosas comunidll,desfluminenses.

Num desses pronunciamentos, ressaltei a importância da ener­gia elétrica, das vias de comunicações e saneamento básico ­água e esgotos - e segurança para o desenvolvimento naciolllal,reclamando nas oportunidades que me foram oferecidas melhoratenção do Governo do Estado do Rio para as áreas de atraçãoturística existentes no Município de Magé, destacando o JockeyClube Ipiranga e as praias de Mauá, Olaria, Anil, Ipiranga, Coroa,São Lourenço e São Francisco, localizadas no 5.0 Distrito de Guiade Pacobaíba.

Acresce dizer que as reivindicações das populações prejudica­das chegaram até os setores militares, onde os Generais TassoVilar e Edmundo da Costa Neves vinham, desde 1972, apelando aoSr. Raymundo Padilha, antigo Governador fluminense, no sentidode estender a rede de energia elétrica ao Jockey Clube Ipiranga,aproveitando a linha de força que servia ao antigo canteiro deobras da ponte Rio-Niterói, o que beneficiaria também todas aslocalidades do 5.0 Distrito de Magé com a·ligação ao circuito exis­tente, responsável pelo abastecimento precário de energia elétrl.ca.

As mesmas autoridades, fazendo coro a reclamações generali­zadas, pleitearam, igualmente, a construção de uma ponte sobre(} rio Estrela, entre os Municipios de Duque de Caxias e Magé, aqual não só permitiria acesso mais rápido, através do primeiro,onde está localizada 2l. Refinaria Duque de Caxias - REDUC ­ao segundo, onde se encontra o Jockey ClUbe Ipiranga, como tam­bém estabeleceria fácil ligação com as estradas existentes nosDistritos de Campos EIÍSeos (Duque de Caxias) e Guia de Paco­baída.

Por outro lado, impõe-se dizer que o Gen. Ernesto GeiHel,Çluando foi Presidente da PETROBRÁS, tomou conhecimento doproblema, no interesse da própria empresa. Mas as medidas pre­conizadas à época não chegaram a sér concretizadas, sendo certoque eSsa ponte proporcionaria a redução de quase 31} qullômetrqsde distância entre as cidades do Rio de Janeiro e Magé.

Ressalte-se que o Gen. Edmundo da Costa N.eves, bom discí­pnlo de Caxias, é dotado das mais peregrin~svirtudes, lieatacanclo-

se seu alto espirito conciliador, como bem demonstram os expe­dientes dirigidos ao Sr. Raymundo Padilha - o primeiro, em 1.0 desetembro de 1972 e o outro, em 21 de junho de 1974 - reiterandoo atendimento do seu pedido.

Pois bem. Implantado o Governo da fusão Río de Janeiro­Guanabara, há maís de três anos, tendo como supre'mo mandatá­rio um ilustre militar, permanece latente o mesmo constrangimen­to ou desalentO das populações prejudicadas pela inação do úl­timo Governo da Velha Província, eis que até agora não foramatendidos os apelos que tenho formulado desta tribuna ao Gover­nador Faria Lima, lembrando-lhe inclusive a incessante luta tra­vada com apoio de nUl3tres chefes mi11tares para dotar o Municipiode Magé de melhoramentos reclamados pela sua laboriosa popu­lação, indispensáveis à expansão de sua combalida economia.

Ainda mais: é notório que os setores de segurança pública e'de saneamento básico também estão abandonados. Assim, enten­dendo que o primeiro dever do homem público é a correspondênciapontual, sincera e calorosa às aspirações e aos sentimentos popu­lares, renovo apelo aO Governador Faria Lima, a fim de que de­termine a extensão da rede elétrica e a construção de uma pontesobre o rio Estrela na localidade de Ipiranga, 5.° Distritü dE! Mal5é;extensão da rede de abastecimento d'água ao mesmo Distrito; dra­gagem das praias locais; instalação de uma Delegacia de Policiacom sede no prédio onde funcionou a extinta Subdelegacia, naPraia do Anil.

Já não é preciso dizer mais nada para justificar tão lídímasreivindicações de uma população obreira de 2(} mil habitantes.

Era o que tinha a dizer.O SR: PRESIDENTE (João Linhares) ­

V - Passa-se ao Grande Expediente.Tem a palavra o Sr. Airon Rios.

O SR. AIRTON SOARES (MDB - SP. Sem revisão do orador.)_ Sr. Presidente, Srs. Deputados, toi, surpreendido, que 11 no noti­ciário dos jornais de hoje que, segund9 o companheiro e colegaDeputado Sinval Boaventura, eu estaria inserido num plano paranJiOstrar um País agitado aQ Presidente Carter. E, ainda, que aminha intenção hoje ·aqui seria a de deflagrar um movimento deagitação em eseala nacional, com e8lle objetivo de tentar oferecerao Presidente Carter, em sua próxima visita, .essa imagem de umPaís conflagrado. Disse ainda S. Ex.a que isto constitui uma pro­v00ação, e que eu daria a senha, ao homenagear a memória doestudante carioca, Edson Luís, morto em conflito no Çalabouçocom .a Polícia, 'em 1968, acrescentando que as organizaçoes extre­mistas vão-se utilizar disto. Enfim, acusou-mje 8. Ex.a de um dosresponsáveis por esse movimento e de nele estar integrado.

Sr. Presidente, parece que o Deputado Sinval Boaventur·a con­segUe atingir, neste País, um nível de informaçáo que nem mesmoa fonte de noticia - no caso, eu mesmo - tinha como decidido.Acabei de redigir este discurso que vou fazer agora, Sr.' Presidente,faz pouco tempo, e dele poucas pessoas tinham conhecimento. anão ser que os meus telefones, o meu gabinete - enfim, todo omeio onde vivo, nesta Casa - ou, quiçá, o meu escritório deadvocacia esteja cheio de instrumentos eletrônioos de gravação ede informação, através dos quais os órgãos de segurança possamcaptar minhas conversas e meus planos para pronunciamentosnesta Casa. Vejo que o nobre Deputado Sinval Boaventura procuracolocar-me numa posição que, lamentavelmente, não ocupo, por­que, tivesse eu o condão de ser o porta-voz dos movimentos deoposição que existem neste Pais e de poder deflagrar uma campa­nha nacional, fatalmente o regime não estaria nesta situaçãohoje, e não viveriamos num estado de exceção. Só poderia enten­der esta possibilidade num Estado de Direito, onde tivesse eu aliberdade de expressão· assegurada.

Sr. Presidente, passando à razão do meu discurso, vou tratarde um assunto que realmente está afligindo a maioria dos oposi:­cionistas e t-aIrlibém - por que não dizer? - merecendo a consi­deração da opinião pública mundial: os problemas decorrentes da­manutenção de regimes de exceção e de rj:lgimes chefiados pormilitares nos países da América Latina, principalmente noo países.da América do Sul.

O Sr. .Tltão Cunha. - Nobre Deputado, eu me penitencio porinterferir no pronunciamento de V. Ex.a, que sei de elevado signi­ficado e de' profunda preocupação com a Nação e com o chamadoCone Sul da América Latina, mas não poderia perder a oportuni­dade de lembrar que as palavras do Deputado Sinv·al Boaventurase colocam num, contexto que merece ser analisado. E não só doDeputado Sinval Boaventura, mas tal'Illbém do Líder da ARENA,Deputado José BonHacío, que já levanta a porta da velha fábricado anticomunismo, como justificação à manutenção de estruturasevidentemente odiosas e injustas. E também os fatos acontecidosno Paraná, nestes dias. No momento em que se anuncia que oSenador Petrônio Portel'a vem em busca do diálogo conosco; nomomento em que o Governo fala em reformas, verificam-se essas

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0952 Quarta-feira 22 DlÃRlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1978

forças de agitação, que não são nossas, que não pertencem à Opo­sição, mas do radicalismo da direita neste País, do radicalismo daultradireita babenta neste país. Temos, nobre Deputado, que aler­tar o Presidente Geisel contra essas forças que, parece-me, queremdesestabilizá-Io, ou, de outro lado, temos que aeeitar isto comosendo um jogo do Sr. Presidente da República na tentatíva desua manutenção. Faço e::;tas considerações para entregar a V. Ex.aa minha confiança no seu trabalho e na sua conduta, dentro doslimites estreitos da legalidade vigente no País, procurando, comooposicionista, através da palavra, estabelecer o confronto comaqueles que usam a força, a prepotência, o arbítrio e o autorita­rismo. .-

O Sr. Ivanir Garcia. - Permite V. Ex.a um aparte?O SR. AIRTON SOARES - Nobre Deputado, tinha até feito

um sinal de que lhe daria o aparte em seguida e pretendo fazê-lo.Reservo-me entretanto, o direito de ser aparteado quando tiverpenetrado no teor do mleu discurso. Sei que vou ser sucedido porum orador da ARENA, que poderá, então, oferecer todas as res­postas possíveis às intervenções dos emedebístas.

O Sr. Ivahir Garcia -1fJ que, quando estive na tribuna, V. Ex.ame pediu apartes e eu os concedi todos, porque sou democrata.

O SR. AIRTON SOARES - E darei o aparte logo em s~guida.Só tenho vinte minutos, e dez páginas ainda para ler. asSIm queestiver no meio do discurso, darei o aparte a V. Ex.", com todoo prazer.

O Sr. Ivahir Garcia - Vou esperar.O SR. AtRTON SOARES - Os governos militares da Amé~ca

Latina vêm sofrendo pressões internas e externas p.ara que sejamrestabelecidos governos democráticos.. Para se manterem no poder, os militares estabeleceram rígidosmecanismos de segurança interna, que obedecem à.s peculiaridadesde cada país ao mesmo tempo em que buscam manter um perfeitoentrosamento entre esses governos do mesmo tipo, a fim de reforçarsuas .defesas contra eventuais ameaças.

Os serviços de informação foram equipados da melhor formapossível, passando a centralizar inf?r~es utiliza!1do-s.e ~e'compu­tadores e outros instrumentos eletromcos os maIS sofIstIcados.

O Deputado Sinval Boaventura deu um exemplo claro de comoatuam esses serviços de informações hoje na América Latina.

O Sr. Ivahir Gaxcia - Permite-me V. Ex.a o aparte, nobreDeputado? V. Ex.a está fazendo referência a um, Parlamentar quenão se encontra em Plenário e que merece ser defendido.

O SR. AIRTON SOARES - Vou dar o aparte a V. Ex."

O SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - Nobre DeputadoIvahir Garcia, o aparte só pode ser dado com o consentImentodo orador.

O SR. AIRTON SOARES - Sr. Presidente, evidentemente-,. hávariações de um país para outro, que implicam um~ maior oumenor violência policial, que se manifesta na proporçao exata daintensidade da luta das forças de oposição em cada país.

es conhecidos métodos utilizados em maior ou menor escalasão as prisões ilegais, torturas físicas e mentais, seqüestros, desa­parecimentos, fechamento do Poder Legislativo, intervenção noJudiciário, censura etc.

Diante disso, podelIllOS entender que os governos militares, prin­cipalmente os do chamado Cone Sul do Continente tenham de­finido claramente sua estratégia de luta contra todos, aqueles que,tanto Interna quanto externamente, possam colocar em risco aestrutura de poder que os mantém.

Mas ao fixar uma estratégia, os governos militares demons­tram um denominador comum: a luta anticomunista.

O espectro do comunismo internacional foi o grande aglutina­dor dos governos militares e o grande móvel que os levou lao poder.

Fica evidente que esses governos foram gerados.n,um processoque tinha os Estados unídos da América como seu grande lídere principal fonte de sustentação, o que explica a existência. deuma mesma forma de governo para países os mais diferentes.

No Brasil, desde 1964, o f·ator da união e a continuidade ~os

vários governos militares tem no anticomunismo sua verdadeIrarazão de ser.

Alinhados aos americanos, têm os governos, após 64, adotadoum modelo de desenvolvimento dependente, sob uma orientaçãoeconômica imlposta de dentro para fora, numa quase obediênciaàs companhias multinacionais e aos grandes bancos de desenvol­vimento, a maior parte controlada. pelos norte-amerícanos.

Portanto, na Améríca Latina o Brasil foi lias primeiros paísesa se adequar a certa orientação continental traçada em comumacordo com os norte-americanos.'

Acontece que nesses quatorze anos mu1ta coisa tem mudadoem nosso País e no mundo.

Hoje o governo brasileiro encontra sérias dificuldades inter­mas, em função de uma oposição que se vem fortalecendo dia-a­dia, e uma crescente desaprovação internacIonal ao regime deexceção.

Poderíamos afirmar que há um desgaste muito evidente dogoverno militar e uma aspiração nacional pela redemocratização.

Mas, diante deste quadro, o aparelho repressivo do Estado temreagido de formas as mais variadas.

. Depois de quase aniquilar a ferro e sangue as oposições queatuavam na clandestinidade, os órgãos de segurança cuidam dereprimir a Oposição legal, parlamentar e extraparlamentar.

Já no Governo do Gen. Geisel, numa primeira fase se procuroucaracterizar os adversários internos como aliados ou agentes docomunismo internacional. Até hoje o Deputado José Bonifáciodefende essa posição. Em função dessa orIentação, muitos forampresos, cassados ou colocados sob suspeição.

Ocorre que a opinião públi-cà não se deixou levar por estaBafirmações, e o Governo não consegu1u incompatibilizar a cam­panha das oposições com os interesses da população.

,Frustrados, os radicais do Governo ·:fizeram funcionar maisrigorosamente os mecanismos policiais, enquanto atentados eramcometidos contra a Igreja, a ABI, a OAB etc.

Esta técnlca, por. sua vez, também não conseguiu destruir ouintimidar a Oposição, e hoje existe uma tentativa de associar aluta da OposIçij.!> com uma suposta ação externa contra o regime.

Essa tentativa decorre de uma preocupação mais .antiga dosórgãos de segurança brasileira, revelada pelo Jornal do- Brasil de20 de março. p.p., quando noticiou a existência de suposta corres­pondência entre os órgãos de segurança chileno e brasileiro ondese propõe um plano conjunto para neutralizar os oposito;es deambos os regimes. O jornal mexicano EI Dia, de 23 de fevereirode 1978, transcreve na íntegra o'texto de correspondência trocadaem 1975, que já no st:u priJ.!leiro item demonstra uma preoc).lpaçãocomum quanto a um posslVel triunfo do Partido Democrata naseleíções presidenciais dos Estados Unidos, triunfo esse que veio ase consumar com a vitória eleitoral do presidente Jimmy Carter.

Essa mudança na política interna dos EE.tI1U., no dizer recentede Afonso Arinos em entrevista ao Jornal O Estado de S. Paulode 19 de março de 1978, ·ao analisar a vitória dos democratas éno sentido de que "aqu1 no Brasil ainda não se aceitou o Gove~oCarter".

E afirma ainda Afonso Arinos que a influência aIDlericanahoje é "toda matizada, está desfazendo posições rígidas". Diz tam­bém que a "absorção dessa nova influêncIa coincide com a nossas~de d~ democracia .de f,?rma espetacular", e que "as resIst~nciassao hOJe contra as mf1uencIas externas que mudaram".

A bandeira dos direitos humanos, empunhada por J'immy Carterdesde a ca1p.panha _eleitoral nos EE.UU., tem demonstrado clara­m~J?-te a pt~cupaçao do gove:r;no amerIcano quanto oos regimesmIlitares la111no-americanos e as denúncias permanentes de vio­lação desses direitos nesses países.

Mas Carter não procede assim, porque queira impor algumacoisa a ·alguém. Mas porque isto faz parte de sua estrutura depoder.

• Hoje a socíedade amerJcana, o povo propríamente dito nãoa~o.ia guerras de dominaçao como a do Vietnam ou ditadurasmIlitares que se sustentam pela força e violação dos direItos hu­manos, assim como repele epi~ódios como Watergate.. Fiéou provado que o sucesso polItico dos democratas com

JImmy ~arter decorreu de uma forte pregação de oposição àquelaotlentaçao que caracterIzava os governos Nixon e Ford.

Em função disso, já em 1975, quando dos embates eleitoraisnos EE. UU., os órgãos de segurança policial na América Latina sepreocupavam e estabeleciam um plano de ação.

. Não temos muitas notícias, a não ser a carta divulgada' .mascomo .sua existéncia não foi contestada pe10 Governo brisileiroou ~hileno, ~la adquire for? de credibilidade, e o próprio jornal~eXlc~no afIrma qu_e sua dIvulgação teria sido usada para tentarImpedIr a designaçao do Gen. Chefe do SNI como candidato asuceder o Gen. Geisel.

. Ocorre ainda que ·alguns fatos posteriores à carta são muitolmportantes e de~em ser analisados: a correspondência' dá notíciade que o e~-Pres~dente Ku1?itschek e o ex-:Ohanceler chileno Or­lando Lete1ie~ tena~ '? apOlO dos partidários de Carter, o que nofuturo poderIa prejUdICar a estabilidade dos governos militaresdo Cone Sul do Hemisfério.

Esta carta, Sr. Presidente, é da maior significação e circulounos jornais da Venezuela e do México; nos Estados Unidos,. o co-

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1\farço de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)' Quarta-feira 22 0953

lunista Jack Anderson também a divulgou. Diz ela claramlmte.num dos seus trechos:

"Comparto a preocupação por um possível triunfo do Par­tido Democrata nas eleições presidenciais dos Estados Uni­dos. Também temos conhecimento do reiterado apoio dosdemocratas americanos a Kubitschek e Letelier, o que, nofutnro, poderia influenciar seriamente a estabilidade doCone Sul do nosso Hemisfério."-

Essa correspondência é assinada pelo General Manoel Coul,reroSepulveda, que é hoje o aUXiliar direto do Presidente do Chile,General Pinochet.

Letelier foi morto em um atentado em Washington em seliCm­bro de 1976, enquanto Kubitschek morria num acidente automo­bilístico em agosto do mesmo ano, ou seja, um mês antes da morte-de Letelier.

. A coincidência desses fatos nos leva a verificar que, de qual­quer forma, a posição do governo do Presidente Carter em relaçãoaos direitos humanos tem contrariado a essência do nosso regime,sendo constante os atritos entre os funcionários americanos quevêm aqui discutir problemas relacionados com as novas posiçõesde seu país, dizendo que estão ferindo a nossa autonomia.

Nesse aspecto, a pregação de Carter interessa à Oposição ~ra­sileira, que luta pelo restabelecimento do regime democrátil~ econseqüente respeito aos direitos da pessoa humana.

:É evidente, e fique claro, que nós, da Oposição, não deixamosde manter nossa posição quanto à exploração econômica e à po­lltica dos Estados Unidos de- proteção a seus interesses comerciais,assim como não deixa de assumir a defesa do desenvolvimentonapional em todos os setores, principalmente naqueles onde en­contra como barreira o que se convencionou chamar de imperialis­mo norte-americano.

Esclarecida essa posição, passamos a analisar as declaraçõesdo Deputado Faria Lima feitas ao jornal Folha de S. ~aulo, de 17de março de 1978 - para verificarmos que em tudo isso há enca­deamento lógico de idéias, propósitos e raciocínios quando de­nuncia uma suposta ação externa contra o regime. Nessa entre­vista, o Deputado, depois de informar ter largo trânsito entre osmilitares, afirma que há uma "estratégia norte-americana paradesestabílizar o Governo brasileiro".

Sr. presidente, este é o fato principal das nossas observaç:ões,em função daquilo que faz a Oposição neste País e dos atuais in­teresses, do Governo norte-americano com relação ao Brasil e àAmérica Latina. Afirma ainda o Deputado que "a intervenção dosEstados Unidos se realiza pela manipulação de movimentos comoo da: Anistia, candidatura Magalhães Pinto, declarações do Ce!.Tarcisio Nunes, acordo nuclear, pluralismo ideológico, campanharelígiosa pela justiça e trabalho, reajuste-salarial, denúncias sobreo Para-Sar etc".

Ora, Sr. Presidente, o Deputado Faria Lima coloca toda a ta­refa todo o trabalho da Oposição brasileira, nos mais variadossetores de atividade, sob a suspeição de estar-se subordinando aosinteresses do Governo norte-americano.

O Deputado pretendeu, com essa denúncia, levantar um climade suspeição contra todos os setores que se empenham, hoje, naluta pelo restabelecimento do regime demoérático. Tenta aindaconfundir a opinião pública, afirmando que os americanos estãointerferindo em nossa soberania, para com isso estimular sub-rep­ticiamente a rejeição às manifestações da Oposição ao deferlder() espírito nacional, soberano, contra uma suposta interferênciade fora.. •

Não entendo a posição do Deputado Faria Lima e não o illia­gino porta-voz de quem quer que seja, se não de si mesmo, masao denunciar a suposta ação externa contra o regime, o Deputadose insere no espírito da suposta correspondência trocada entre osórgãos de informação do Chíle e do Brasíl, quando pretendem co­ordenar suas acões contra os democratas americanos, hoje nopoder com cartér, e as autoridades eclesiásticas e conhecidos po­líticos.

Vejo uma sintonia perfeita e diabólica, pois o objetivo apa­rente continua sendo o da defesa da soberania nacional, enquanto() objetivo real é o de manter o regime de exceção a qualquer pI'eÇOe contra todos.

Cumpre ressaltar que o Deputado Faria Lima foi precedidode um misterioso e anônimo colaborador do Correío Braziliense.Sr. Mauro S. Ribeiro - figura desconhecida em Brasilla e daqual jornalista algum tem notícia - possível pseudônimo de altafigura ligada ao Governo, que em dois artigos procura colocar es­pecificamente a Igreja e Dom Paulo Evaristo como instrumentosmanipulados pelo Governo americano.

As afirmações e insinu~ções cínicas e mentirosas do articulistatambém têm precedentes, pois quando da visita de Rosalyn Carterao Brasil, os estudantes de BrasHia entregaram-lhe uma carta-

denúncia; o Deputado Alvaro Valle, da ARENA, procurou demons­trar ter sido a carta dos estudantes elaborada por setores ligadosao Governo americano. Chegou até a dizer que a máquina deescrever possuía tipos e caracteres próprios das máquinas ame­ricanas.

Fica cada vez mais claro que os setores policiais de segurançaadotam uma nova forma de combate contra as pressões internase externas que sofrem. .

Procuram despertar o .nacionalismo do povo brasileiro defen­dendo falsamente a soberania nacional - para se esconderem dasinvestigações que possam ser feitas em função dos direitos hu­manos - esquecendo-se de que este Governo de há muito perdeu,quando no campo econômico se entregou aos interesses de multi­nacionais. E continua se entregando, como recentemente demons­trou, com a assinatura dos tratados de risco com as empresasmultinacionais e a quebra do monopólio estatal do petróleo.

Procuram ainda manter a qualquer preço a unidade dentrodos pólos dominantes do poder vigente. Ao procurarem associaras declarações do Coronel Tarcísio Nunes a Magalhães Pinto e àsatividades do Governo americano, visam restabelecer uma unidadeque já não conseguem manter.

Concederei um breve aparte ao Deputado Ivahir Garcia e, emseguida, ao Deputado Magnus Guimarães, lembrando a S. Ex."'"que disponho de apenas 5 minutos para encerrar o meu pronun­ciamento.

O Sr. Ivahir Garcia - Nobre Deputado Airton Soares, emboratenha perdido a oportunidade de aparteá-Io no momento exato,quero reportar-me ao início de seu discurso, quando fez referên­cia ao nobre Deputado Sinval Boaventura. Apesar de não ter pro­curação de meu colega (la ARENA para defendêlo nesse plenário,evidentemente, não posso nem devo silenciar-me, diante das in­crepações assacadas por V. Ex.a, ao ler notícia do jornal, comen­tando-a da forma como o fez.

O SE. AIRTON SOARES - S. Ex.a sabia do meu discurso an­tes de eu iniciá-lo.

O Sr. Ivahir Garcia - Acredito que o nobre Deputado SinvallJoaventura tirou essas ilações porque, neste mesmo plenário, onobre Depl:Itado Eduardo Galil acusou V. Ex.a de ter saído doBrasil para ir a um comicio comunista em Portugal.

O SR. AIRTON SOARES -.: V. Ex.a ratifica esta afirmação?·O Sr. Ivabir Garcia - V. Ex.a me concedeu o aparte, e eu vou

concluí-lo.O SR. AIRTON SOARES - V. Ex.a ratifica a acusação do

Deputado Eduardo Galil?O Sr. Ivahir Garcia - Estou comentando o fato, e V. Ex.a até

hoje não o desmentiu.O SR. AIRTON SOARES - Gostaria de saber se V. Ex.a ra­

tifica a acusação feita pelo Deputado Eduardo Galil.O Sr. Ivahir Garcia - Gostaria de saber se V. Ex.a desmente

ou confirma o que disse o nobre Deputado Eduardo Galil.O SR. AIRTON SOARES - O Deputado Eduardo Galll não me­

Ieee minha resposta, mas V. Ex.a a merece. V. Ex." ratifica aacusação do Deputado Eduardo Galil?

O Sr. Ivahir Garcia - Ratifico.O SR. AIRTON SOARES - Ratifica? Então V. Ex.a age sem

respeitar a ética parlamentar, da mesma forma que o DeputadoEduardo Galil.

O Sr. Ivahir Garcia - Ratifico, e quero saber qual a respostaque V. Ex.a me dá.

O SR. AIRTON SOARES - Lamento cortar o aparte de V. Ex."Desculpe-me o nobre companheiro, mas vou cortar-lhe o aparte.

O Sr. Ivahir Garcia - V. Ex.a esteve em Portugal, e não opode negar, em congresso do qual participou o conhecido comu-nista brasileiro Agildo Barata. .

O SR. AIRTON SOARES - Retiro o aparte que concedi aonobre Deputado Ivahir Garcia.

O SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - O orador não con­cede o aparte a V. Ex.a

O Sr. Magnus Guimarães - Permite V. Ex.a um aparte?O SR. AIRTON SOAR.ES - Concedo o aparte ao Deputado

Magnus Guimarães.O Sr. Magnus Guimarães - .Nobre Deputado Airton Soares,

pensava eu que, em nome da Liderança, poderia fazer o desagravoà pessoa ilustre de V. Ex.a , diante das declarações de mau agourodo Parlamentar Sinval Boaventura. Mas faço o desagravo a V. Ex.ana qualidade de Líder do MDB, tanto em relação ao DeputadoSinval Boaventura como às palavras agora exaradas neste plená-

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0954 Quarta-feira 22 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1978

rio pelo ilustre aparteante que me antecedeu. Na verdade, a Casaconhece o trabalho e o valor de V. Ex.a Nós, do MDB, hipotecamostotal solidariedade a V. Ex.", neste episódio em que a ARENAprocura nada mais que atingir o MDB da forma mais ignominiosapossível, jogando companheiros contra companheiros. Nós da Li­derança do MDB, sabemos da valentia, da dignidade com queV. Ex.a procura desempenhar o mandato popular - o qual V. Ex.atão bem vem exercitando - que trouxe da boca das urnas ,o quenão tem acontecido mesmo com esses que governam o País, queacenam com o diálogo e, ao mesmo tempo, vêm com propost~s

como esta que estampam os jornais. Não somos nós os que per­seguimos; somos perseguidos. Não somos nós os que violentamoso direito de defendermos nossas idéias; são aqueles que estão go­vernando que não querem com humildade e com grandeza de es­pirito, descer do pedestal onde se encontram e buscar a legitimi­dade popular na boca das urnas, onde homens como V. Ex.", comgrandeza de espírito, tão bem sabem preservar seu mandato.(Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Adhemar Sarttillo) - Deputado AirtonSoares, V. Ex.a dispõe de cinco minutos para concluir.

O Sr. Ivahir Garcia - Permite V. Ex." um aparte para queeu possa. contraditar meu antecessor?

O SR. AIRTON SOARES - Sr. Presidente, lamento, mas nãoconcedo mais apartes ao Deputado Ivahir Garcia, uma vez queV. Ex.a se associou a uma acusação indigna de um Deputado destaCasa. Sr. Presidente, assim se mantêm os Governos militares,com homens agindo dessa forma na tribuna ou nos apartes; assimeles se mantêm em toda América Latina.

O Sr. Ivahir Garcia - Sempre concedi aparte a V. Ex." Ademocracia de V. Ex.a é só em seu favor; é a democracia do mo­nólogo, sem debate, sem diálogo.

O SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - Deputado IvahirGarcia, os apartes só podem ser admitidos com o assentimento doorador.

O Sr. Ivahir Garcia':'" Esse o espírito de .democracia defen­dido pelo ilustre Deputado.

O SR. AIRTON SOARES - Sr. Presidente, na qualidade derepresentante do povo brasileiro neste Parlamento, tenho o deverde denunciar o comportamento dos organismos policiais e dospoliciais presentes e exigir informações mais detalhadas sobre aImposta correspondência...

O Sr. Ivahir Garcia - Debati a minha idéia, que não era...O SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - Deputado Ivahir

Garcia, solicito a V. Ex.a que não interrompa o orador, uma vezque S. Ex." não está permitindo apartes.

(Trocam-se apartes paralelos.). O BR: PRESIDENTE (Adhemar Santillo. Fazendo soar os tím­

panos.) - Deputado Ivahir Garcia, solicito a V. Ex." que oçupeseu lugar no plenário, por favor.

O SR. AmTON SOARES - Sr. Presidente, acho que assistonesta Casa a uma competição entre Deputados de hoje e Depu­tados do futUro. Acredito que já esteja havendo uma disputa elei­toral por parte do Deputado Ivahir Garcia com o possível futuroDeputado Erasmo Dias. Uma competição onde os dois devem estardisputando quem será o mais radical nesta Casa. Mas aguardareio ano próximo para ver se estarão neste Parlamento, e aí pode­remos verificar quem será mais defensor dos regimes de exceção.

O SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - Deputauo AirtonSoares, V. Ex." dispõe de um minuto para encerrar o seu pro­nunciamento.

O SR. AIRTON SOARES - Sr. Presidente, na qualidade de re­presentante do povo brasileiro neste Parlamento, tenho o deverde denunciar o comportamento dos organismos policiais e exigirinformações mais detalhadas sobre a suposta correspondência ­volto a afirmar a correspondência não está confirmada; ela deveráser desmentida', para que não haja foro de verdade -::: correspoD;­dência esta já referida entre o Serviço de Informaçao do BrasIle do Chile, que, no caso de não ser verdadeira, deve ser logodesmentida pelo Governo. Se nada for feito, devemos nos conven­cer principalmente depois do seqüestro e da tortura a que foisubmetida a professora e jornalista Juracilda Veiga, no Paraná,de que corremos o risco de u~a violência total.

O Sr. ,Ivahir Garcia - Quero saber quem foram os seqüestra­dores da professora. -

O SR. AIRTON SOARES - Verificamos hoje, Sr. Presidente,que, com essa violência, corremos um risco fora do.~arlamento,mas também dentro do Parlamento, porque estamos Ja preocupa­dos com o aspecto, no que diz respeito à segur~nça física, quandonos pronunciamos desta tribuna, com a emoçao e calor que as­sumem determinados debates e alguns Deputados, no seu com­portamento.

Quero lembrar, Sr. 'presidente, como último detalhe, que co­meçarei agora uma investigação particular e pessoal sobre ascausas e raízes do acidente automobilístico que vitimou o ex-Pre­sidente Juscelino Kubitscheck, para obter toda a documentaçãopolicial necessária, para poder, desta tribuna, trazer à conside­ração dos meus pares as verdades sobre os fatos e sobre as acusa­ções. (Palma.s.>

Durante o discurso do Sr. Airton Soares, o Sr. JoãoLinhares, 19-Vice-Presidente, deixa a cadeira da presi­dência, que é'ocupada pelo Sr. Adhemar Santillo, 29-Vice­Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - Concedo a palavraao Sr. Cantídio Sampaio.

O SR. ÜANTíDIO SAMPAIO (ARENA - SP. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputa.dos, os problemas que atual­mente afligem todos nós, responsáveis que somos, nesta conjun­tura, pelos destinos da Nação brasileira, devem se,r abo,rdados comUm pouco mais de serenidade e de objetividade e segundo um climade entendimento e respeito recíprocos, que faça jus à nos&a pre­gação de libe,rdade e de democracia.

Na verdade, o fato de a Revolução de 64 mais uma vez cami­nhar ,em direção à normalidade democrática não significa absolu­tamente sejam negligenciados aqueles cuidados que devem estarsempre pl'esentes no espírito nacional, no que tange à defesa da.nos&a ordem e da nossa tranqüilidade. .

Não me parece, Sr. Presidente, Srs. Deputados, <;:ue a LeI deSegurança Nacional tenha sido revogada, que não esteja em plenovigor, para que cause tanto espanto e tanta estranheza a prisãode alguns intelectuais no Par:aná, segundo os dispositivos vigentesdesta Lei, para ap.urar sua respornsàbilidade ou não pela infnn­gência das disposições a que acabo de aludir.

Ainda outro dia perguntaram nesta Casa se a ARENA nãoqueria a nova ordem. E eu respondi que, na verdade, o que nãoquerem{),s é a velha desordem. Até narece, Sr. Prestdente, que umacegueira que se vai tornando epidêmica ou endêmica está to­mando conta de muitos espíritos, para noo enxerg>ar aIém-frontei­iras e divisar o que se passa. em outras nações menos cautelosasna administração dos meios que precatem a sua própria S'egurançainterna. Os campeões dos direitos humanos, que se arr1scam aqualquer movimento policial, fazendo desencadear todo um instru­mental de cordas, sopro e percussão de uma orquestra muito bemorganizada, parece que têm os olhos e os ouvidos moucos paratudo o mais que :r.eflita de outras latitudes. Não ouvi, por exemplo,Sr. Presidente, um só protesto destas organizações e destas pessoascom respeito ao seqüestro de Aldo Moro, o Líder democrata-cristão,ex-Primeira-Ministro da Itália. Nenhum, Sr. Presidente, nenhumaC.omissáo de Justiça e Paz.. ninguém, Sr. Presidente.

Ainda há pouco pan&ei que o Sr. Airton Soares, C8mpeão, nest~Casa de lut,a pelos direitos humanos, que se desloca de São Paulopara' Pernambuco, na visita a subversivos. a fim de prestar-lhesseus cuidados profissionais, pensei que S. Ex.", que v;oejou pelosEstados Unidos, analIsou o caso Watergate, reali7pU diversas e per­cucientes análises a respeito da política intern'ol. e externa dessa.grande nação. .. ,

O Sr. Getúlio Dias - Pen:nite V. Ex.a wn aparte?O SR. CANTíDIO SAMPAIO - Por enquanto, não. Dentro de

alguns instantes, com muito prazer. Antes, porém, quero desen­VOlver um pouco mais o meu ralCiocinio. Pensei que S. Ex.a diriauma palavra só - não com respeito a Pinochet ou a esta Cartade 75, que acaba de ler, e que lhe causou tanta preocupação ­p·ensei que pelo menos uma frase de protesto S. Ex." desferisseem homenagem a sua coerência e ao senso comum, l,lma fra,se sócontra o hediondo seqüestro de Aluo Moro, que abalou o mundointeiro, que rev,oltou a consciência universal. Mas ·não ouvi nada,Sr. Presidente. Parece que os direitos h~anolS são departamen­tados. Esp,erei ouvir uma palavra de S. Ex.", por exemplo, sobreCuba, sobre os prisioneiros de Cuba, que apOdrecem nos cárceres,sujeitos a todos os vexames e a todas as sevicias. Silêncio tumu­lar. Es,s,as organizações são ce~as e surdas para tudo o que diretaou indiretamente tenha conotac;fro com o outro lado ideológicodo mundo,. Não sei que ilação tirar, &1:. Presidente, lI1a5, por me­lhor que seja a boa vontade de que estejamos possuídos, não podeser a mais desvanecedorà, porque a incoerência merece semprea mais arrasante das criticas.

() Sr. Getúliu Dias - Permite-me, Deputado, para fazer umreparo?

O SR. CANTIDIO SAMPAIO - Com prazer, mas peço a V. Ex.8

e aos outros colegas que esperem, ti. fim de que pelo menos possa­mos concluir um raciocínio, para depois conceder O' aparte, nãono meio de um pensamento. E peço a V. Ex." que seja breve.

O Sr. amuo Dias - Agrll,deço a V. Ex." a fidalguia. Não estoupretendendo policiar sua intervenção, apenas fazer um repe.ro

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Março de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 0955

para o restabeleci:\Uento da verdade. O seqüestro de Aldo Morosensibilizou o mundo inteiro. Integrantes dessa CQmunidade, aOposição brasileira se pronunciou da tlibuna desta Oasa váriasvezes, por. vários oradores. É verdade que o Dep.utado Ai,rton Soarestem sido um homem permanentemente preocupado com os direitoshumanos, um vlgila:nte das brutalidades, dos seqüestros, das pri­sões ilegais que se estão registrando no País. Tem f,eito do seumandato um apostolado da causa dos direitos humanos, em razãodo que, mais preocupado com as prisões próximas, ele, por certo,não se ateve ao fato que é manchete do mundo inteiro. Outroreparo que ainda queria fazer a V. Ex.a é quanto à proclamadapaz brasileira, a paz do "Jornal Nacional". Noticiam-se seqüestrosno mundo inteiro, greves em todo o mundo, mas, quando se ouveuma notícia do Brasil, é sempre do gênero: "Rivelino foi escaladopara outl'O time", "A Seleção está se -aprontando", etc. 'Mas sobreseqüestros aqui verificados, sobre prisões ilegais, brutalidade, tor­turas, não se ouve uma só referência no "Jornal Nacional". V. Ex.anão toma ,conhecimento, eu ta,mbém não tomo conhecimento enenhum brasileiro toma conhecimento do que se passa no F'aís.No entanto, basta atravessar as fronteiras do Brasil para ver natelevisão e ouvir nas rádios estrangeiras noticias sobre a brn1;all­dade, a violêncIa, a prisão ilegal e a tortura que se verificamquase diariamente neste País. Apenas estes dois reparos desejavafazer, para que O pronuncIamento de V. Ex.a tenha o respeIto e av,alidade que deve merecer para que conste dos Anais da Oas21.

O SR. CANTtDIO SAMPAIO - Sr. PresIdente, eu não disseque -a Oposição, através de alguns 00 seus membros, ou de vários,não tivesse protestllido. O que disse, afirmo, reafirmo, sustento epontifico é que os lideres do!, direitos humanos - e eu q,uero pôrentre aspas esses direitos humanOlS - as organizações açuladasnesta defesa, que romparecem em massa numa reunião do OolégioArquidiocesano de São Paulo, em ônibus e metrô, inclusive reli­giosos perfilados nessa direção, não disseram uma só palavra, nemmesmo o meu eminente colega Airton Soares, que, sendo do lIIDBe vindo agora nesta tribuna, eu tinha certeza de que iria im:en­dIar-se de todas as fÚrilliS para dirigir o seu protesto contra oseqüestt;o dessa criatura que jaz supliciada, aviltada no chamado",cárcere do povo" - também entre aspas povo. Pensei que S. :rex.adissesse pelo menos uma palav,ra. E folgo que o nobre Deput,adoGetúlio Dias, a quem tanto respeito, pretendendo contrllidItar--me,reafIrme aquilo que eu acabava de sustentar. Não, Sr. Presidente.Dai a liberdade democrática com que homens como o Deput~adoSinval Boaventura anallsam ~sse comportamento e tiram flUasdeduções. São ilações silogísticas, Sr. Presidente. Podem até nãoser verdadeiras, admito. Mas esta parcialidade, se não for Ims­peita, não sei como qualificá-la. Não encontro, embora tenha rela­tivo vocabulário, uma palavra para vestI-la devid.amente, tal aincoerêncIa e tal a suspicácIa de que ela se ·reveste.

Então, Sr. Presidente, é preciso que CQmpreendamos esta rea­lidade: o Brasil, com suas leis chamadas de exceção, leis tão Yer­gastadas quanto úteis e fecundas, a esta Nação, oferece a seu povoum clima de paz e tranqüilidade.

O Sr. Getúlio Dias - Não é verdade.O SR. CANTtDIO SAMPAIO - Sr. Presidente, peç.o que V. l!ix.a

me garanta o uso da palavra.O SIt. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - A palavra de V.

Ex.a está garantida. Ohamo a atepção do Plenário para o faro deque há um orador na"tribuna.

O SR. CANTIDIO SAMPAIO - Sr. Presidente, eu sei que nãoé agradável ouvir, mas é necessário que se diga. Os Deputados, osBispos, os intelectuais, os "capitães de indústria, os filhinhos dopapai", que se divertem atacando o Governo e as instituições,saem à rua sem capangas, vão para onde entendem, dentro destaN.ação, sem contratar guarda-costas ou êapangas. Não sei seV. Ex.as, que acompanham com tanta meticulosidade o que senoticia a respeito da subversão internacional, leram a cotação docaI:-anguismo na Alemanha. Um capanga, na Alemanha e na Itália,custa cerca de Or$ 1.500,00 por hora ...

O Sr. Gamaliel Galvão - No Brasil recebem do Estado.O Sr. Fernando Lyra - V. Ex.a me permite um aparte, Sr.

Deputado?O SR. CANTíDIO SAMPAIO - Já o darei. E não há ricaço,

político religioso, quem quer que tenha valor seqüestral, que náútenha 4, 5. 6 capangas a seu serviço pessoal, sem contar os capan­gas para seus filhos ...

O Sr. Fernando Lyra - E os oficiais?O SR. CANTÍDIO SAMPAIO - Sr. Presidente, peçu que me

garanta o uso da palavra.O SR. PRESIDENTE (Adhemar Sl1Jltillo) - Informo aos apar­

teantes que só no instante em que o Deputado conéol'dar com oaparte é que pode haver interferência.

O Sr. Fernando I;yra - V. Ex.a permite ou não, o aparte, nobreDeputado?

O SR. CANTíDIO SAMlPAIO - Um inst.ante, Ex,celência.O Sr. Celso Barros - Estou a.guardando, nobre Deputado.O Sr. Fernando JiYra - O lnst.ante de V. Ex."' são muitas hocas.O SR. VANTíDIO SAMPAIO - Sr. Presidente, peço a V. Ex."

que me garanta o uso da palavra, tal como garantiu ao oradorque me precedeu.

O SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) Comunico aosDeputados Fernando Lyra e Celso B.arros que há um orador natribuna e S. Ex.'" não concede o aparte.

O Sr. F,ernando Lyra - Se não concede, Deputado, vou sair.O SR. CANTfDIO SAMPAIO - Ooncederei, ExcelêncIa. Só que­

ro que V. Ex.'" aguarde um pouco.

O Sr. Fernando Lyra - Estou aguardando com uma paciênciaque não é do meu feitio.

O SR. CANTíDIO SAMPAIO - V. Ex.a vai euitIV'ar esse dom.

Sr. Presidente, aqul ninguém precisa de capanga. A Naçãovive em ordem, trabalha em ordem, produz em ordem.. Em ordem.Sr. Presidente, passou de uma renda per capita de 350 dól!ares para1.452 dólares; em ordem esta Nação enrIl"!uece e se Impõe comapotência emergente no mundo. sem que ninguém viva assustado.Minto, Sr. Presidente: ninguém, não. 08 subversivos, aqueles que­querem aproveitar-se de nossas liberdades para aniquilar a. demo­cracia brasileira, esses vivem assustados. Mas não me consta, Sr.P,residente, que um só dos cidllidãos que trabalham, que próduzem,.que fazem política, que criticam o Governo, que têm os seus dIs­CunsOll reproduzidos, ipsis litteris, nos jornais de maior divulgação.neste Pais, tenham qualquer preocupação ~om o dia seguinte. E ti:isto, Sr. Presidente, que alguns desses' analist~ suspicazes, repito~

pretendem batizar de ditadura, de regime de exceção, de regimede direita.

É a treeira vez que a Revolução braslleir,a c-aminha para a de­mocracia. A primeira vez, com Oastello Branco, logo depois do AI-I;a segunda vez, também com Oastello Branco e a OOnstitulção de1967. Mas, nem bem se instaura a plena democracIa, começam.esses movimentos encomendados, visando não sei quê. V. Ex.$ tal­vez tenha explicação.

O Sr. Fernando Lyra - Direi já, se V. Ex.'" me conceder ()aparte.

O SR. OANTfDIO SAMPAIO - Eu não sei. Mas é só algumasluzes anunciarem a plenitude democrática, imediatamente os ho­lizontes se tornam sombrios. Manipulam-se desordens, criam-seartificialmente situações visando a dificultar a ação dos governan­tes, como a do Presidente Ernesto Geisel, que vai conduzindo comsegurança esta Nação para a pretendida e sonhada plenitude de­mocrática. Concedo o aparte a V. Ex.a

O Sr. Fernando Lyra - Deputado Cantídio Sampaio, podemos.duvidar de tudo, menos de sua inteligêncIa. V. Ex.'" sempre con­segue, nesta Casa, defender o Indefensáve1. Gostaríamos de dividirem duas etapas, o nosso aparte, porque V. Ex.a está sendo muitoeclétIco no seu pronunciamento. Primeiro, não vi nenhum pro­testo do Governo quanto ao seqüestro do Líder democrata cristãoAldo Moro, seqüestro que todos nós condenamos e lamentamos~

Segundo, e a razão do meu aparte é exatamente estll.: mais oumenos nesta ép9ca, no ano passado, o,uvimos discursos, nesta Oasa,de um teor qué nunca tínhamos presenciado em nossos seis anos ­de mandato. Justiça se faça, V. Ex.a nunca fez esse tipo de pro­nunciamento. Eles tinham o sentido de provocar, inclusive citando.nomes de Parlamentares e de figuras expressivas da socIedade­brasileira como implicados com subver,são ou fazendo seu jogo.E nós, atônitos, procurávamos saber a origem daqueles pronun­ciamentos e daquelas afirmativas que causavam constrangimentoenorme, feitas aqui, todos os dias, por alguns Parlamentares, ci­tando nominalmente colegas ou, então, figuras expressivas da co­munidade brasileira. Passaram-se Os tempos e, em outubro de 77,descobrimos onde estava a verdade: exatamente na inspiraçãode uma candidatura que se frustrou, a do General Sílvio Frota.Ministro do Exército. O General foi exonerado, mas parece queaqueles que tinham como objetivo o manifesto do -General Sílvio,Frota CQntinuam atentos e a querer criar problemas. Hoje de ma­nhã, já me preocupava ao ver na imprensa noticias exatamente so­bre o mesmo contexto do ano passado, mai.s ou menos nesta época.Confesso-lhe que fico preocupado. Entretanto ressalvo V.'Ex.a; em7 anos de mandato, durante os quais convivemos e debatemos du-­ramente, nunca o ouvi nominar ou indicar quem quer que seja.Portanto, não é para V, E,x." a afirmativa que faço. Agora, Depu­tado Oantidio Sampaio, V. Ex.a dizer .. ,

. O SR. CANTíDIQ SAMPAIO - Peço-lhe que seja breve, porque,pelo que percebo, o meu tempo está chegando ao final.

O SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - V. Ex.'" dispõe dequatro minutos.

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0956 Quarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1I :Uarço de 1978

tamento na Sinopse e verifiquei que não existe ym só projeto ofe­recido por quem quer que seja que vise a modlficar, sequer ligei­ramente. o art. 52 da Lei de Segurança Nacional. Nenhum dosDeputados da Oposição, nem megmo o Deputado Airton Soares,teve o trabalho de lucubrar 11m pequcno projeto propondo a al­t :ração das di ,;jJo,icões que consideram drásticas. (Palmas. I

O SR PRESIDE;,\TE (Adhemar Santillol - E"ta findo o tem­po destinado ao Expediente.

Vai-,,(' pd",.,ar á OrdeDl do Dh\

Comparecem mais Ob SI'S :

.\mazonas

Pará

Alacid Nunes ARENA; Gabnel Hermes -- ARENA; Ju\'t De,'!'Dias - ARENA; Newton Barreira - ARENA; Ubaldo Corr':;,l -­ARENA.

MaranhãoEurico Ribelro - ARENA; João Ca~tc'lo ARENil., T, J' .• '-

tocles Teixeira - ARENA; Vieira da Silva _'\.RENAPiauí

Celso Barros -- MDB; Correia Lima -- ARENA; Dyrno P,>-;- ARENA; Paulo Ferraz-- ARENA; Pinheiro Machado - AREN 'l..

Ceará

Claudino Sales - ARENA; Ernesto Valente - ARENA; FI­gueiredo Correia - MDB; Humberto Bezerra - ARENA; Ja­nuário Feitosa - ARENA; Marcelo Linhares - ARENA; MauroSampaio - ARENA; Paes de Andrade -- MDB; Paulo Studart ­ARENA; Vilmar Pontes - ARENA.

Rio Grande do Norte

Antonio Florêncio - ARENA; Henrique Eduardo ftJvesMDB; Pedro Lucena - MDB; Wanderley Mariz - ARENA.

ParaíbaAdemar Pereira -- ARENA; Alvaro Gaudêncio - ARENA;

Antônio Mariz - ARENA; Arnaldo Lafayette - MDB; HumbertoLucena - MDB; Marcondes Gadelha - MDB; Teotônio Neto -­ARENA; Wilson Braga - ARENA.

Pernambuco

Carlos Wilson - ARENA; Fernando Coelho - MDB; GonzagaVasconcelos - ARENA; Jarbas Vasconcelos - UDB; JoaquimCoutinho - ARENA; Joaquim Guerra - ARENA; Lins e Silva- ARENA; Ricardo Fiuza - ARENA; Sérgio Murllo - MDB.

AlagoasGeraldo Bulhões - ARENA; José Costa - MDB; Theobaldo

Barbosa --..ARENfI.; Vinicius Cansanção - MDB.

,SergipeCelso Carvalho - ARENA; Francisco Rollemberg - ARENA;

José Carlos Teixeira - MDB.

EamaAntonio José - MDB; Henrique Brito - ARENA; Henrique

Cardoso - MDB; Hildérico Oliveira - MDB; João Durval -­ARENA; Jutahy Magalhães - ARENA; Leur Lomanto - ARENA;Lomanto Júnior - ARENA; Menandro Minahim - ARENA; NeyFerreira - MDB; Rômulo Galvão - ARENA; Ruy Bacelar ­ARENA; Theódulo Albuquerque - ARENA; Vasco Neto - ARENA;Viana Neto, - ARENA,; Wilson Falcão - ARENA.

Espírito SantoAloisio Santos - MDB; Moacyr Dalla - ARENA; Oswaldo

Zanello - ARENA; Parente Frota - ARENA.Rio de Janeiro

Abdon Gonçalves - MDB; Alberto Lavlnas - MDB; AlvaroValle - ARENA; Amaral Netto - ARENA; Brigido Tinoco ­MDB; Darcílio Ayres - ARENA; Daso Coimbra - ARENA; Daylde Almeida - ARENA; Eduardo Galíl - ARENA; Emanoel Wais­man - MDB; Flexa Ribeiro - ARENA; Florim Coutinho - MDB;Hydekel Freitas - ARENA; Joel Lima - MDB; Jorge Moura ­MDB; José Bonifácio Neto - MDB; J'osé Maurício - MDB; LéoSimões - MDB; Leônidas Sampaio - MDB; Luiz Braz - ARENA;Lygia Lessa Bastos - ARENA; Marcelo Medeiros - MDB; MiroTeixeira - MDB; Nina Ribeiro - ARENA; Osmar Leitão _ARENA; Pedro Faria - MDB; Rubem Medina - MDB; WalterSilva-MDB.

Minas GeraisAécio Cunha ARENA; Altair Chagas - ARENA; Batista

Miranda - ARENA; Bento Gonçalves - ARENA; Francisco BllacPinto - ARENA; Genival Tourinho - MDB; Geraldo Freire -

O Sr. Fernando Lyra - Só um minutinho, Deputado CantidioSampaio. Esperei 20 minutos par este aparte e penso que tenho di­reito a pelo menos 10% deste tempo.

O SR: CANTiDIO SAMPAIO - V. Ex." tem todo o direito.O Sr. Fernando Lyra - Deputado Cantídio Sampaio, V. Exa

não tem memória fraca para afirmar que todo mundo pode dizerqualquer coisa neste País sem ser punido; pelo contrário. V. Ex.atem memória prodigiosa, pois rememora os fatos com a maiortranqüilidade. Não ouvi, pelo menos nestes anos que aqui estou,nenhum protesto por parte da ARENA pela morte, por exemplo,de Wladimir Herzog, no DOI-CODI do rI Exército. não ouvi ne­nhum protesto contra o assassinato do operário Manoel. exata­mente na mesma época, razão pela qual foi exonerado o Coman­ãante do II Exército; não ouvi nenhum protesto do ARENA, contraatos de tortura verificados e comprovados. inclusive através derelatórios e depoImentos. como o do Brigadeiro Eduardo Gomes.que não nos deixa mentir. Por outro lado, V. Ex." está tão equivo­cado que se esquece que, há menos de um ano, o Líder que sesentava nesta cadeira foi cassado, exatamente pelo arbítrio. pelafalta de critério e pela falta de sensibilidade e de segurança dopróprio Governo. Refiro-me ao dileto companheiro Alencar Fur­tado, e para adjetivá-lo nem encontro palavras. V. Ex." tambémé testemunha da sua bravura, da sua integridade. da sua honesti­dade e do seu devotamento à causa pública. Portanto. DeputadoCantidio Sampaio, só tenho uma coisa a dizer-lhe; sua inteli­gência é privilegiada.

O SR. CANTíDIO SAMPAIO - Muito obrigado. Devo acrescen­tar apenas que V. Ex.a não me apanhou em contradição ...

O Sr. Celso Barros - Permite-me V. Ex.a ?

< O SR. CANTtDIO SAMPAIO - Lamento, Excelência, mas nãoposso mais conceder apartes.

O Sr. Celso Barros - Só uma breve interrupção.O SR. CA..."iTtDIO SAMPAIO - Concedo o aparte a V. Ex.a

O Sr, Celso Barros - Desejava tecer considerações em tornode alguns aspectos de seu discurso. Mas cingir-me-ei ~enas a umaexpressão que nele colhi, quando V. Ex.a falava em direitos huma-;­nos e colocava a expressão entre aspas. Ora, os direitos humanospelos quais o MDB tem lutado não podem ser colocados entreaspas, pois são aqueles consubstanciados na Carta das Nações Uni­das, na mensagem do Presidente Roosevelt, de 1941, ao Congressoamericano e nas demais Cartas dos paises latino-americanos. Na­turalmente V. Ex." fazia referência aos direitos humanos que oPresidente Geisel, com aqueles que o ,cercam, diz existir no Brasil. .São direitos humanos hipotéticos, e estes, sim, V. Ex." projetaatravés das aspas a que deu ênfase.

O SR. CANTíDIO SAMPAIO - Não, Excelência. Não me re­feri aos direitos humanos defendidos pelo MDB. mas aos "direitoshumanos" defendidos por uma boa parte do MDB. Esses são entreaspas, e V. Ex." bem sabe disso. Fiz referência ao "cárcere dopovo", povo também entre aspas. Sabe V. Ex." que é tudo táticY.,porque eles não praticam aquilo em que acreditam. Daí a razaopor que departamentam sua luta, não ouvindo. não vendo as cenasdantescas que se passam nos domínIos da "Cortina de Ferro", deCuba, ou sequer ouvindo os gemidos dos desgraçados que apo­drecem nesses cárceres e manicômios.

O Sr. Celso Barros - Inclusive no Brasil.O SR. CANTíDIO SAMPAIO - Mas, Sr. Presidente. diVa dizer

que não fui contraditório. Absolutamente. Disse que apenas os sub­versivos não tinham liberdade. Esta a resposta que dou ao meu emi­nente amigo, Deputado Fernando Lyra. Evidentemente a extensãoou a compreensão deste termo é assunto que poderia ocupar horasde nosso tempo nesta Casa.

O Sr. Fernando Lyra - V. Ex.a está cometendo injustiçacontra o Deputado Alencar Furtado.

O SR. CANTtDIO SAMPAIO - Lamento muito. mas gostaria<le' ter um debate mais demorado com V. Ex.a , que tanto admiro.

O Sr. Fernando Lyra - V. Ex." está cometendo inj ustiça contrao Deputado Alencar Furtado. Gostaria de corrigIr, para evitarequívocos. •

O SR. CANTíDIO SAMPAIO - Sr. Presidente, já respondi.3. Ex." que mate a charada. A marcha para a democracia não querdizer o relaxamento do sistema repressivo brasileiro contra a de­sordem, a subversão, o terrorismo. Não estranhem aqueles que sefingem espantados ante a atuação das forças de segurança noParaná. Elas estão atentas em todo o Brasil. Os intelectuais. osprofessores não desfrutam privilégios nem imunidades. Com re­lação à segurança nacional, nem nós próprios, representantes dopovo.

Concluo,' Sr. Presidente. As forças de segurança estão presen­tes em todo o território nacional. Ninguém tem imunidade noPaís ante a Lei de Segurança Nacional. A propósito, fiz um levan-

Mario Frot:l MDB.

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Março de 1978 DIARIO DO CONG,RESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 09~7

ARENA; Humberto Souto - ARENA; Ibrahim Abi-Ackel ­ARENA; .Tairo Magalhães - ARENA; Jorge Ferraz - MDB; JuarezBatista - MDB; Luiz Couto - MDB; Manoel de Almeida ­ARENA; M;.elo Fr,,"re - ARENA; Murilo Badaró - ,ARENA; Na­varro Vieira - ARENA; Nelson Thibau - MDB; Padre Nobre ­MDB; Paulino Cícero de Vasconcellos - ARENA; Renato Azel'edo- MDB; Silvio Abreu Júnior - MDB.

São PauloA. H. Cunha Bueno - ARENA; Airton Sandoval - MDB;

Airton Soares - MDB; Alcides Franciscato - ARENA; Amaralai'urlan - ARENA; Blota Junior - ARENA; Dias Menezes - MDB;Edgar Martins - MDB; Faria Lima - ARENA; Ferraz Egreja- ARENA; Gioia Junior - ARENA; Herberty Levy - ARENA;Israel Dias-Novaes - MDB; João Arruda - MDB; João Pedro- ARENA; J'orge Paulo - MDB; Minoru Massuda - MDB; OctavioTorrecilla -- MDB; Pacheco Chaves - MDB; Pedro Carolo ­ARENA; Ruy Côdo - MDB; Salvador Julianelli - ARENA; E\:ylvioVenturolli - ARENA; Yasunori Kunigo - MDR

GoiásElcival Caiado - ARENA; Hélio Mauro - ARENA; Rezende

Monteiro - ARENA; Wilmar Guimarães - ARENA.Mato Grosso

Antonio Carlos de Oliveira - MDB; Benedito CanenasARENA; Gastão Müller - ARENA; Walter de Castro - MDB.

Paraná'Adriano Valente - ARENA; Agostinho Rodrigues - ARENA;

Alvaro Dias - MDB; Antônio Ueno - ARENA; Ary Kffuri ­ARENA; Braga Ramos - ARENA; Cleverson Teixeira - ARENA;Expedito Zanotti - MDB; Fernando Gama - MDB; Hermes Ma­cêdo - ARENA; Igo Losso - ARENA; ítalo Conti - ARENA;Nelson Maculan - MDB; Norton Macêdo - ARENA; Olivir Ga­bardo - MDB; Osvaldo Buskei - MDB; Paulo Marques - MDB;Samuel Rodrigues' - MDB; Santos Filho - ARENA.

Santa CatarinaAbel Avila - ARENA; Ernesto de Marco - MDB; Francisco

Libardoni - MDB; Jaison Barreto - MDB; José Thomé - MDB;Laerte Vieira - MDB; Pedro Colin - ARENA; Wilmar DalIanhol- ARENA.

Rio Grande do SulAlceu Collares - MDB; Aldo Fagundes - MDB; Alexandre

Machado - ARENA; Aluizio Paraguassu - MDB; Antônio E:re­solin - MDB; Arlind9 Kunzler - ARENA; Carlos Santos ­MDB; Getúlio Dias - MDB; Harry Sarrer - MDB; Jairo Brum ­MDB; João Gilberto - MDB; Jorge Uequed - MDB; LauroRodrigues - MDB; Lioovino Fanton - MDB; Mário Mondino ­ARENA; Nelson Marchezan - ARENA; Nunes Leal - ARENA.

Amapá.Antônio Pontes - MDR

RondôniaJerônimo Santana - MDB.

VI - ORDEM DO DIAO SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - A lista de pre­

sença acusa o comparecimento de 192 Srs. Deputados.Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentar

poderão fazê-lo.O SR. CELSO BARROS - Projeto de lei que cria Junta de

Conciliação e Julgamento na 7.'" Região da Justiça do Trabalho.O SR. DAYL DE ALMEIDA - Prl)jeto de lei que acrescenta

parágrafo ao art. 80 da Consolidação das Leis do Trabalho, cluedispõe sobre o salário do menor aprendiz. •

- Projeto de lei que altera a Lei n.O 4.090, de 13 de julho de1962, que institui a gratificação de Natal para os traõalhadores.... "

O SR. ALOíSIO SANTOS - Projeto de lei que acrescenta pa­rágrafo aó art. 72 da Lei n.O 5.10S, de 21 de setembro de 1966 (Có­digo Nacional de Trânsito),

O SR. CLAUDINO SALES - Projeto de lei que introduz alte­rações no Código Eleitoral.

O SR. CID FURTADO - Prpjeto de lei qrre assegura ao Civile ao Militar quandQ inativados, e ao respectivo cônjuge e dependen­tes, o direito à transferência de uma instituição de ensino paraoutra.

O SR. ODEMIR FURI:.AN - Projeto de lei que altera a redaçãoe revoga dispositivos do art. 6.° da Lei n.o 5.890, de 8 de junhode 1973.

O SR. PACHECO CHAVES - Projeto de lei que introduz naLei Orgânica da Pre.idência Social (n.o a.S07, de 1973).

O SR. OCTAVIO CECCATO ~ Projeto de lei que isenta de con­tribuições previdenciárias as construções residenciais com atécinqüenta metros quadrados.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Projeto de lei que introduz mo­dificação na Lei n.o 5.692, de 11 de agosto de 1971, que fixa as dire­trizes e bases para o ensino de 1.0 e 2.° grau.

O SR. HENRIQUE EDUARDO ALVES - Projeto de lei queintroduz alterações na Lei n.O 6.194, de 19 de dezembro de 1~74,que dispõe sobre Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causadospelos veículos automotores de vias terrestres, ou por sua. carga, apessoas transportada.s ou não.

O SR. ADALBERTO CAMARGO - Projeto de lei que dispõesobre a padronização de livros escolares.

O SR. DASO COIMBRA - Requerimento de inserção em Ata devoto de congratulações com a Grécia, pela passagem do seu "DiaNacional".

, O SR. ALCEU COLLARES - Sr. Presidente, peço 'a palavrapara uma comunicação, como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Adhemar SantilIo) - Tem a palavra onobre Deputado.

O SR. ALCEU COLLARES (MDB - RS. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Pres1dente, para que fique registl1ado nos Anais daCasa; a Liderança do Movimento Democrático Brasileiro lê, a se­guir, a carta do Brigadeiro Eduardo Gomes, dirigú!da ao Sr. Presi­dente da RepúbUDa, em 2[} de maio de 1974, nestes termos:

"RiQ de Janeiro, 2[} de maio de 1974.PIlezado amigo, General Ernesto Geisel,Eminente Presidente da. República.Saudo-o, cordialmente,

Torna-se-me difícil esperar que se faça, num futuro in­certo, a devida repalJação da imensa injustiça que vem so­frendo um dos mais dignos brasileiros que conheço: o ca­pitão da Aeronáutica. Sérgio Ribeiro Miranda de CarvaIho,reformado pelo AI-5, a quem dedico paternal amizade epor quem nutro entusiástica e fundada admiração, porsuas qualidades morais e civicas.O pl1ezado amigo, certamente, não desconhece que, em mo­mento difícil da vida nacional, foi o capitão Sérgio, porsua liderança natural, maturidade, desambição, corageme firmeza de caráter, quem evitou que o Pára-Sar, gloriosaunidade especial da Aeronáutica - de quem foL um dosfundadores e ond,e serviu durante dez anos -, fosse desvia­do de sua destinação legal e empregado, de forma indignae criminosa, como instrumento de ação desv,airada de uminsano mental, inspirado por instintos perversos e sangüi­nários, sob o pretexto d,e proteger o Brasil do perigo co­munista.Se o capitão Sérgio não tivesse procedido como, então pro­cedeu, a Revolução ter-se-ia perdido, irremissivelmentedesmoralizada, chafurdada em ignominia, afogada numturbilhão de sangue de pessoas inocentes. Foi a admirávelação desse simples capitãQ, verdadeiramente inspirado porDeus, que evitou outros rumos para a história de nossaPátria.Eu, pessoalmente, sinto-me atingido pelo que foi feito con­tra €sse digno oficial, a quem sempre emprestei o meuinteiro ,apoio 'moral e aconselhei naquele.s tenebrosos dias,nas numerosas vezes que me procurou, dando-me provasde lealdade 'e confiança e, reV'elando, assim, vontade deacertar. E isso, desde a insólita reunião havida no gabi­nete de ministro da Aeronáutica, convocada pelo respec­tivo chefe do gabinete, brigadeiro João Burnter, a fim dedoutrinar os oficiais e praças integrantes do Para-Sar, nosentido de aceitarem, "sem comentários posteriores", aexecução de missões '8xtralegais, inoompatív'eis com a hon­

-ra militar.O capitão Sérgio, por seu valor pessoal, exercia, em suaunidade, voltada a missões humanitárias, de risco e sa­crificio, uma legítima e incontestável liderança. Tal uni­dade especial, se formara uma verdadeira hierarquia debravura e valor. Graças a isso, pôde o capitão Sérgio im­pedir fosse o Para-Bar convertido, em esquadrão da morte,execrando instrumento de politica assassina, inimiga dademocracia, da fraternidade cristã e da dignidade huma­na. l!: estranho '8 lamentável que fosse aquele infeliz doen,.te mental secundado, em suas ações delirantes e perver­sas, por alguns companheiros de farda descontrolados,prestigiados e apoiados por um miniStro de Estado.

O capitão Sérgio tem o mérito de haver-ge oposto ao pla­no diabólico e hediondo do brigadeiro João Paulo Burnicrque, em síntese, se consumaria através da execução de atosde terrorismo, usando das qualificações técnicas possuídaspelos integrantes do Para-Saro A explosão de gasômetros,a destruição de instalações de força e luz, posteriormente

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0958 Quarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1978

atribUÍdas aos comuniStas, propiciariam 1Jlll clima de pâ­nico e histeria coletiva, permitindo, segundo opinião dobrigadeiro Burnier, uma caçada a elementos já cadastra­dos, o que viria a "salvar o Brasil do comunismo". Ao mes­mo tempo, executar-se-ia, sumariamente, a eliminação fí­sica de personalidades político-militaI'es que, no seu en­tender, possibilitaria uma renovação nas lideranças nacio­nais. A execução de tal plano aproveitar-se-ia do momentopsicológico em que as passeatas e agitações estudantis per­turbavam a ordem pública.A. Nação brasileira tem, assim, uma imensa dív; ,,o. de g .'.­tidão com o capitão Sérgio e, algum dia, certauJ· ntc, J=- ile·conhecerá. E as dividas de gratidão não se resgfl F'L c",>:-;:e crescem continuamente com o tempo.Estou de pleno acordo com os termos do recurso !HK ($

capitão Sérgio, confiante em seu espirito de justiça, oralhe submete, eminente Presidente Geisel. Renovo ü afir­mação de que esse digno e benemérito oficial, padrão dehonra de sua classe, agiu sempre com meu integral apoi()moral.Todos os companheiros que o seguiram naquela atitude jáforam reintegrados e ressarcidos dos prejuízos morais so­fridos. Resta o capitão Sérgio que, pelo sagrado princípiode eqüidade, já o deveria ter sido, também, sobretudo de­pois que o governo antecedente ao atual, implicitamente,lhe reoOOlheceu o mérito, quando, com carradas de razão,expurgou do serviço ativo da Aeronáutica o grupo de ofi­ciais incompatíveis com a disciplina e honra da classe,capitaneados pelo brigadeiro Burnier e protegidos pelo mi­nistro Márcio SOuza e Melo. Vale [embrar, ainda, que ocapitão Sérgio foi absolvido, por unanimidad'e, pelo egrégioSuperior Tribunal Militar, no processo iniquo que lhe foimovido por seus algozes.A reparação dos castigos injustos que sofre, paradoxal­mente, aquele que, por sua conduta, salvaguardou a hon­ra militar, não criará problemas de preceden1les, pois ocaso do capitão Sérgio é único e possui características pró­prias e exclusivas.Creio não se me poder negar autoridade moral para re­clamar em nome da própria Revolução, o def'erimento dorecurso que o capitão Sérgio ora lhe dirige.Meu caro General Geisel, a reparação da clamorosa in­justiça que sofre o capitão SérlP,0. será um g~a~de ser>:içoque o digno Presidente da Republica prestara a Aeronau­tica e ao País.Para mim, pessoalmente, valerá como um alento. Não pos­so mais arrastar comigo o peso dessa injustiça que meoprime o cansado coração, pois que o capitãQ Sérgio, sem­pre por mim apoiado"e estimulado, curte seu cruel castigolem silêncio e resignação, com consciência do dever públicocumprido.Se a justiça dO<! homens é incerta, a justiça de Deus éinfalivel. Seja, General Geisel, o nobre instrumento dessajustiça.Despeço-me, caro amigo,. certo de hayer cumprido, comesta carta, um dever imposto pe1a mmha lealdade, pelafé cristã e ardor patriótico que me acompanharam desdea distante mocidade.Que Deus o inspire, General Geisel, abençoe, proteja!Perdoe-me a V'eemência deste apelo, movido pela justiça dacausa e inspiJ;:ado na confiançl). que nossa amizade auto­riza. e justifica.Receba um cordial abraço do ,amigo de sempre e sinceroadmiradOr. - Brig. Eduardo Gomes."

,O Sr. Cantídio Sampaio - Sr. Pl'esidente, peço a palavra parauma comunicação, como LideI'.

O SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - Tem a palavra onobre Deputado.

O SR CANTJDIO SAMPAIO (ARENA - SP. Sem .revisão doorador.) ..:. Sr. Presidente, quando se diz que uma série de ac~n­tecimentos se encadeia, se harmoniza, se ~ombina como para atm­gir a uma finalidade predeterminada, ha quem se revolte com ointérprete e até pretenda cobri-lo de apodos.

Mas Sr. Presidente eis ai a leitura, para que conste dos Anais,de uma' carta de 1974, endereçada ao eminente Presidente daRepública. A impressão que se tem. Sr. Presidente, é a de que real­mente o Sr. Sinval Boaventura está coberto de razões: é mais U1~alenha neste fogo de agitação, desta orquestra onde apenas naose enxerga o maestro, invisivel, mas que existe..Entretanto, todos<JS eximios musicistas desempenham com maestna a sua parte.

Esta carta, Sr. Presidente, refere-se a um episódio superado:o velho caso PARA-SAR. Começava eu.os meus dias nesta Casa,

quando tivemos, a respeito deste assunto, os mais acalorados eexaustivos debates, sem que se chegasse a nada. Ê verdade queesta carta v·ale pelo seu autor, hon1em que prestou os maís relevan­tes serviços à Nação, homem cujo nome todos pronunciamos comreverência e admiração. Mas é uma visão unilateral e personalís­sima dos fatos. Há pouco mais de uma semana - se não meengano, no domingo anterior ·a este último - o jornaista FláviaGal"ão encheu duas folhas de O Estado de S. Paulo, analisando,sob outro ângulo, esta mesma questão, alçando nas nuvens dacorr,ção e do civismo o Brigadeiro Burnier.

Deste modo, Sr. Presidente, o pedido de transcrição que oraSI' hz - porque creio que dificilmente esta Casa a faria assimllllilllteralmente - é qualquer coisa que se enquadra neste mosaicode j:rovocações.

. ,3r. Presidente, todos nós temos notado estarem aparecendo,ai5ora, elementos da Oposição manifestando seus cuidados com apureza dos destinos revolucionários. Assim, o nobre Deputado Al­ceu Collares, no exercício da Liderançá - sempre com tanto bri­lho e, às vezes, com elegante malícia, como agora - se desin­cumbe de sua missão, trazendo aos nossos Anais, mais este ele­mento, que aqui chega cediçamente; absolutamente fora de tempo.O julgamento deste fato, Sr. Presidente, só poderá ser visto no seucontexto, e o eminente Ministro da Aeronáutica, em entrevista"há 2 ou 3 dias, deixou claro que mandou apanhar este processo,para reestudá-Io, justamente por causa da reedição desses fatos.

Sr. Presidente, a Liderança da Maioria não pode, evidentémen­te, opor-se à transcrição do citado documento, mas, apanhada desurpresa, se propõe a trazer aqui, para contrabalançar os efeitosdesta carta, artigo, muito mais recente, do jornalista Flávio Galvão,a fim de que os nossos Anais, numa manifestação de propósitosd~mocráticos, registrem o verso e o anverso desta medalha tão.discutida. .

vrr - O SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - Vai-se pas­sar ao período destinado às Comunicações Parlamentares.

Tem a palavra o Sr. Ivahir Garci·a.

O SR. IVABIR GARCIA (ARENA _ SP. Sem revisão do ora·dor.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, são as minhas primeiraspalavras de profunda tristeza por constar do nosso Regimento ­conro acabou de ser enunciado pelo eminente e ilustre Presidenteque dirige os nossos tr·abalhos nesta tarde - que durante o pe­ríodo de Comunicações Parlamentares, infelizmente, não poderáser concedido aparte. A minha tristeza se justifica porque 'entendoque esta é a Casa dos representantes do povo, para onde cada umtraz idéias próprias que precisam ser debatidas, porque, do calortípico do debate parlamentar, pode o Governo auferir subsídiosrealmente importantes ao aprimoramento da nossa legislação, emproveito e em benefício de toda a coletividade brasileira.

A razão, Sr. Presidente, da minha presença nesta tribunaprende-se - é lógico - à falta de oportunidade, que me foi nega­da, de poder debater idéias e de dialogar com o Deputado AirtonSoares, a quem, desta mesma tribuna que ocupo, usando o horáriodestinado à Liderança do meu Partido, concedi, em ocasião ante­rior, todos os apartes que S. Ex." me solicitou. Naquele ensejo,pudemos efetivamente trocar idéias e dialogar, com a franquezaque deve caracterizar todO<! os representantes do povo realmentecônscios de sua grande responsabilidade no mais alto Poder Le­gislativo do País. Mas, infelizmente, o que se constitui no apanágioe na beleza do regime democrático me foi negado por S. Ex.",o Deputado Airton Soares, nesta tarde, quando ocupava o horáriO'destinado ao Grande Expediente. S. Ex." se diz um arauto dosprincípios democráticos e dos direitos humanos nesta Casa. Aonegar o aparte o S. Ex." o fez da forma mais draconiana pOf.!sível,como um legítimo títere prussiano ou como um eminente discípu1()de Friedrich Engels e - por que não dizer? - de Karl Marx,que usa da liberdade para procurar extingui-la.. Sr. Presidente, deixando de lado a falta de oportunidade paratal diálogo, eu, mercê de Deus e de mlinhas convicções e.spirituais- sou espiritualista por absoluta convicção e por princípios fami­liares - continuarei a defender, aqui e na via pública, como já ()fiz inúmeras vezes, os princípios -realmente democráticos. Sou um.democrata convicto. P·ar.a mim, a liberdade é o primeiro dos direi­tos essenciais à personalidade humana. E não há melas-liberdades.Ou nós a defendemos na sua inteireza, ou ela não existe. E é estaa liberdade que defendemos, ou seja, baseada e fundamentada norespeito às autoridades constituídas e, acima de tudo, no sentidomaior de cooperar para o desenvolvimento nacional. Não entendodemocracia que não vise à evolução política, econômica e socialdo povo que vive sob a sua égide. Fora disso, haverá apenas misti­ficação, engodo, e mentira. Por isso, não acredito nesses falsosarautos que vêm defender direitos humanos de uma pequenaparcela da população brasileira. Para mim, eles não representamsenão êmulos de Platão, porque não passam de autênticos anal'­quistas, que vêm pregando a desordem. Com a sua atitude e ati­vidaile impatrióticas procuram impedir que os Governos da Revo­lução façam o aperfeiçoamento democrático da vida br·asileira.

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Março de 1978 DJARIO DO CONf:iRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 0959

Esta é a grande realidade, Sr. Presidente, Srs. Deputados. Em i,odasas vezes que o Governo brasilei;ro, através das suas mais altas erepresentativas autoridades, se dispõe a uma abertura, eles na suacegueira ideológica, porque têm a visão tolhida por interessesescusos lançam campanhas como a da anistia total e irrestrita.Indago' a esses falsos arautos da anistia se eles, representantesdo povo e membros desta Casa, ignoram a própria Oonstituiçãobrasileira. Será que eles não sabem que, no Inciso VIll do art. 43da nossa Carta Magna, está esta:belecido que é competência doCOngresso Nacional a concessão de anistia, com a sanção do Pre~

sidente da República?A maior prova da insinceridade do lema que advogam e da

causa que mistificam perante a opinião pública está na nossaCarta Sr. Presidente Srs. Deputados, verifiquei na Sinopse destaCasa, 'com a cautela ~ zelo que sempre caracterizaram as minhasatividades desde que aqui ingressei, porque sou um homem res­p<Jnsável, que, até ·hoje, nenhum membro da Oposiç~o apr~entouprojeto de emenda constitucional propondo a anistla, cUJa con­eessão como declarei, está regulada no Inciso VIII do art. 4,3 danossa 'Constituição. Então, tudo o que fazem é no sentido de criarcondições, quer no meio estudantil, quer no meio operário, ut~li­zando estudantes, e operários como ma~a de manobra, p~ra :at~n­girem os seus objetivos escusos em detrimento dos superiores lU­

teresses nacionais.Sr. Presidente sei que todos nós passamos no tempo. Mas, na

minha caminhad~ de pouco mais de meio século de existência,muita coisa aprendi. Aprendi miuito cedo, na minha casa le n~experiência do dia-a-dia, que a mais bela forma de coragem ea confiança que devemos ter na capacidade do nosso esforço. Est~sim é a única coragem que efetivamente reconheço. Eu a aprendie a uso porque não sou emulo de Taillerand. Aprendi a di~:er averdade' em qualquer circunstância e não uso as palavras paraesconder os meus pensamentos. (Muito bem!)

Jamais mistifiquei, jamais faltei com a verdade. Aprendi, Sr.Presidente e Srs. Deputados, também nos livros, sábios ensinamen­tos que passaram a orientar a minha vida, e não será agora,quando, com 51 anos de idade, tenho três ,filhos. e cinco netos,que mudarei meu pensamento para que alguel;ll, seja el~ quem for,venha desta tribuna ou em qualquer lugar, tlsnar a mmha SItua­ção n~sta Casa, ou fora dela. E recordo-me do ensinamen.!-? q~eaprendi com Pericles, homem de respeito, de grande eloquenCla,um orador- eximio, um ,administrador exemplar, segundo o qual ahonra é a essência principal da vida. Daí ter deixado aos pósteros,pelo menos aos homens de bem, de caráter e de vergonha, essemagnifico conceito: "A paixão da honra é a única .que j,amaisenvelhece e, na caducidl).de da vida, o prazer não consiste empretender" - como pretendem alguns - "em amealhar riquezas,mas em inspirar respeito". O respeito sempre inspirei, pelo tr,aba­lho que realizei, e o exijo do próximo, porque sempre soube respei­tar todos aqui dentro. Não aceito, igualmente, as insinuações ma­lévolas, feitas no tumulto do debate que me foi negado, de queestamos aqui para apontar nomes. Entendo que o Governo, ]Delosseus órgãos especializados, conheqe cada um de nós, parlamentares,e conhece bem. Mas posso assegurar que jamais me arredarei dadefesa intransigente dos principias democráticos que alicerçam aminha" vida e, nesta Casa, como o fiz ontem, faço hoje e farei.amanhã, direi sempre que me honro de ter sido e continuar 11 serDelegado de Policia. Estou afastado desse cargo simplesmente emrazão de um princípio e uma determinação constitucionais.

O SR. PRESIDENTE (Adhemar SantiUo) - Comunico a V. Ex.aque dispõe de um minuto para concluir sua oração.

O SR. IVAHIR GARCIA - Vou concluir -rigorosamente dentroda prazo leg,al. Assim como também, Sr. Presidente e 8rs. Depu­tados, continuarei sempre, em qualquer terreno, combatendo osinimigos da nossa Pátria. (Muito bem!), aqueles que, em nossomeio e fora dele, querem fazer a nossa discórdia. ce,rta feita,perguntaram .ao nobre Líder Cantídio SanlPaio se era favorável auma nova ordem. Ratifico a resposta dada por S. Ex.", tamb~m

estou muito satisfeito comi a ordem vigente, porque proporcionatranqüilidade e paz ao povo brasileiro. Não queremos e não per­mitiremos que, ,a esse pretexto, seja implantada a desordem deantes, porque jamais - e que isto sirva de advertência aos incau­tos e aos pregoeiros da desunião da familla brasileira - nestePaís, voltaremos a 1963 e, Jamais, por fQrmação étnica do povo bra­sileiro, que tem a sua base, o seu alicerce formado nf) espirito dereligi08idade cristã, esta terra será comunizada por quem querque seja.

O SR. AIRTON SOARES (MV,B- SP. Sem revisão do oralior.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, pode parecer antipático, clOmopode parecer '3.ntiparlamentar, como pode parecer antiético ,umdeputado não permitir que um seu companheiro o aparteie. Mas,quando o deputado que solicita o aparte passa ,a assumir posiçãoque conflita "'om as do orador (fls. 84), não me:vece lhe sej.a con­cedido o aparte, sob pena de o aparteado ficàr descaracteri2:ado.

Na medida em qUie uma acusação é feita, da tribuna destaCasa, sem o menor fundamento, por detrás, aproveitando-i;e a

ausência do País d'e um deputMIo, sabendo-se que S. Ex.a não te­ria condição de 8'e 'defender e dita ac,usação é assumida em plená­rio por um outro Deputado, ambos não merecem resposta. Maslllerece resposta, Sr. Presidente, a Casa, merece resposta a opiniãopública. Acho que no episódio ficou muito caracterizado que se pre­tendia, à época dos fatos, tumultuar o processo político do Brasil.Inventaram que nossa presença num congresso, :vealizado em Lis­boa, convocado pelo Partido S.ocialista Português, era <levida adeterminado tipo de ação que pudesse ser deUagrada contra onosso País. A convenção de Lisboa, Sr. Presidente - que fique re­gistrado nos Anais - versava sobre racismo, o apadheid e o colo­nialismo. Estavam presentes 95 nações, representadas por suas maisvariadas figuras. As nações africanas, de particular interesse par.ao Brasil, estavam todas representadas naquele conclave. Sr. Presi­dente, os assuntos ali tratados - repito - foram os problemas es­pecíficos do raci.smo, do apartheid e do colonialismo. Se há Depu­tados nesta Casa, Sr. Presidente, que não conseguem saber as di­ferenças de propósitos 'existentes entre os I1eprese.ntantes de umpartido socialista e de. um partido comunista, lamentavelmentenão podemos explicar, nem precisamos, porque é meridiano. E écomum saber o que seja, na Europa, um militante de um partidoligado a uma estrutura socialista e o que seja um militante ligadoa uma estrutura comunista. Para que fique' registrado nos Anais,digo mais uma vez: aquele foi um congresso onde o Partido So­cialista Português promov,eu debates sobre temas ligMIos funda­mentalmente ao direito da pe,ssoa humana.

Sr. Presidente, foi dito da tribuna desta Casa, ainda há pouco,por um Parlamentar do partido do Governo, que lhe foi negadoum aparte. Não lhe foi negado o aparte. Apartes são dados até comm\lito mais freqüência nesta Casa do que os que se dão àquelesque, por qualquer razão, num processo de luta qualquer, têm pelafrente certos organismos policiais do Governo. Esses, sim, não têmapartes; esses, sim, são submetidos a toda sortle de aflições e nãopodem dizer absolutamente nada. ]Í) recente o episódio da profes­sora e socióloga paranaense. A essa não foi dada possibilidade se­quer die saber quem era responsável pelo seu seqüestro. A essa nãofoi possibilitado reagir diante da agressão que sofreu. Sr. Presi­dente, nesta Casa existem Vári08 ara;utos da democracia. Quasetodos os Parlamentares que para aqui vêm pelo voto popular têmum compromisso com a democracia. M~ existem também aquelesque, costumeiramente, se reafirmam como partidários da exceção,de wna exceção duradoura. Existem aqueles que vêem nos comu­nistas o inimigo da PátrLa, esqueClendo-se de que a toLerância dodemocrata é saber 'cotejar e disputar com os divergentes as me­lhores posições e os encaminhamentos para as soluções dos pro­b1emas nacionais.

Defendo, Sr. Presidente, que exista em nosso Bais um partidocomunista, legal, registrado, que tenha ele os seus associados, sepossível até com as suas carteiras, que possam circular livremente,ter a sua imprensa, o seu lllIeio de expl'essão, porque são brasiileiroscomo nós, têm direitos e deveres, cumprem os seus papéis d'e cida­dãos. Defendo completamente a existência das variadas tendên­cias organizadas dentro de um proClesso democrático, como aindahá pouco verifiquei nos países da Europa, com a existência dos par­tidos do outro lado ligados a posiçõeS' nazi-fascista, que se estru­turam, que têm repl'esentantes, que têm imprensa, que disputamo apoio popular e opinião, que pedem o voto. Defendo claramenteporque me considero, Sr. Presidente, um democrata.

Agora não sei como" pode ser democrata aquele que diz quedefende a liberdade, mas não permite que um cidadão qualquerprofesse uma ideologia que não seja aquela que este democrata(entre aspas) profeSSa. Não consigo entender. JlJ realmente estra­nho imaginar a defesa da liberdade para alguns e não para todos.Se posso pensar, se posso adotar o meu credo, a. minha religiãio,Se posso adotar a minha profissão, por que não posso 'adotar aminha opinião dentro de um quadro ideológico? Por que não possoventilá-la? Então defendo, não para mhn, porque foge de mhn arazão de defender, mas para os marxistas-Ieninistas, o seu regis­tro, o seu partido, a sua publicidade, a sua imprensa, para quepossam disputar o poder neste Pais IC- tentar conseguir maior apoioperante a opinião pública. As experiências de' Portugal e da Es­panha são muito interessantes para os brasileiros, porque mostramclaramente que os partidos comunistas legalizados tiVeram vota­ção minoritária e não majoritária. H()j1e estão representados nosparlamentos: encaminham, discutem, divergem, estabelecem aprática democrática e conviv'em naturalmente com os cristãos, comos nazi-fascistas, com todos dentro do mesmo parlamento. Vejoque para alguns ,esta possibilidade de convivência é muito remota.

Mas, Sr. Presidente, quero deixar registrado que continuare­mos a defender a liberdade de organizações partidárias para quetodos tenham o direito de se filiar aos partidos que ve~ham a seconstituir, sej~ eles religiosos, ideológicos, classistas, sejam elesde qualquer estilo, para que possa hav'er neste País um regimedemocrático. Não ,entendo democracia onde só alguns têm liber­dade e outros não; não entendo raciocínios que defendem a liber­dade própria mas não defendem a liberdade de outros.

Ainda há pouco, falou-se aqui em direitos humanos. Ao mes­mo tempo em que se falava em direitos humanos dizia-se que de-

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{l960 Quarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1978

GRANDE EXPEDIENTE

ORDEM DO DIA.

Oradores:Jorge Paulo - MDB.João Pedro - ARENA.

SECRETARIA-GERAL DA MESA

RELAÇAO DOS DEPUTADOS INSCRITOS NOGRANDE EXPEDIENTE

Março/1978

NOME

22 Quarta-feira Jorge Paulo - MDBJoão Pedro - ARENA

27 Segunda-feira Raul Bernardo - ARENASebastião Rodrigues Jr. - MDB

28 Terca-feira Walmor de Luca - MDBManoel de Almeida - ,AR.;!'NiA

29 Quarta--teu·.. Igo Losso - ARENAJerônimo Santana - MDB

30 Quinta-feira José Maurício - MD!BIvahyr Garcia - ARENA

1Il Sexta-feira A. H. Cunha Bueno - ARENAAlvaro Dias - MDB

DATA DIA DA SEMANA

tares, entrechoques causados por impertinências ou por posiçõesradicalizantes; entrechoques calcados em informações distorcidas,entrechoques calcados em informações inverídicas, porque, lamen­tavelmente, eles desgastam a imagem do Parlamento e trazemprejuízo à instituiçãio. Portanto, o meu apelo a V. Ex.a e à Casa,para que consigamos manter um nível de debates à altura doCongresso, um níV'el de debates que nos lembre os grandes Par­lamentares que passaram por esta Casa. Que esse nível de deba­tes nunca seja o do espezinhamento pessoail, o da perquírição daposição ideológica e dás atividades particulares, nem o de per­quirição que possa fazer crer, em última análise, que dentrodesta Casa exista um radical fazendo proselitismo de sua ideo­logia.

Era oque tinha a dizer, Sr. Presidente. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Adhemar SantilIo) - Nada mais ha­vendo a tratar, vou levantar a Sessão.

Deixam de comparecer ()S Senhores:AmaZOOIlI$

Rafael Faraco - ARENA.Pernambuco

Geraldo Guedes - ARENA.Espírito Santo

Gerson Camata - ARENA.Rio de Janeiro

Célio Borja - ARENA.

Sessão em 22 de março de 1978(Quarta-feira)

TRABALHO DAS COMISSõES

Avisos

CAlUARA DOS DEPUTADOS

São Paulo

Octacílío Almeida - MDB; Ulysses Guimarães - MDB.Paraná

Alípio Carvalho - ARENA.

Rio Grande do SulCél~o Marques Fernandes - ARENA.

VIII - O SR. PRESIDENTE (Adhemar Santillo) - Levanto asessão designando para amanhã a seguinte

terminados cidadãos brasileIros não têm em noSSo meio direitoalgum, porque são uma pequena parcela da população classificadade anarquista. Até para esses, Sr. Presidente, até para os anar­quistas, até para a "Brigada Vermelha", que acaba de cometerum seqüestro que pode acanetar a morte d!e um dirigente demo­crata-cristão itailiano, defend'emos o direito de não serem tortu­rados, espezinhados, o direito de terem respeitada a sua integri­dade, de poderem ter assistência jurídica e visitar seus familia­res, de terem, enfim, preservados os seus direitos humanos. Sãodissidentes políticos que se utilizam de métodos que não nos con­vêm, que não adotamos, métodos que os equipavam aos delm­qüentes comuns. Mas nem por isso podemos assumir a posturade ficar em dúvida sobre se esses devem ou não ter os seus di­reitos humanos protegidos. É evidente que a amplítude dos direi­tos humanos não fica restrita à área da pessoa física, muito me­nos à proteção de seu intelecto, mas também alcança o direitoà garantia permanente de alimentação, de habitação, de con­vivência e sobrevivência na sociedade. Enfim, temos manifestadouma posição clara a ,esse respeito. Ao maior criminoso, ao estu­prador de menores, crime mais hediondo que posso imaginar, aesse também a garantia dos direitos 'humanos. Se o Estado nãose preocupar com isso, ele se equipara àqueles delinqüentes epassa ,a agir e a reagir como eles. Então deixa de ser Estado para.'ler simplesmente uma extensão da delinqüência. Não podemosc9ncordar com ~sso, não podemos concordar que o Estado orga­mzado adote metodos que venham configurar infrações a direitoshumanos, a crimes propriamente ditos. Então há diferença quan­do se estabelece o comportamento do cidadão e quando se esta­belece o dever do Estado. O Estado tem como pressuposto funda­mental a defesa da legalidade, da ordem das instituições. Tem oseu Governo essa faculdade. O delinqüente é um infrator e comotal deve ser apenado. Mas, Sr. Presidente, seus direitos devemser garantidos. Na medida em que o Estado se veste da coloraçãO!de delinqüente e passa também a usar medidas conhecidas deinfração aos direitos humanos, esse Estado se descaracteriza. La­mentavelmente essa é a situação em que vivemos hoj'e em nossopaís, onde o Estado adota práticas conhecidas de delinqüente epassa a se comportar, nos escaninhos de órgãos de repressão, co­mo se fossem verdadeiros delinqüentes. Não quero generaliZlar.Ressalvo, dentro da Polícia e do Poder de Polícia, a qualidade da­queles que, anonimamente, cumprem seu dever como delegados,como soldados, como inspetores de Polícia, como policiais mili­tares que zelam pela ordem interna. Esse têm, de nossa parte,toda confiabilidade, porque zelam pela nossa segurança. Mas namecrtda em que alguns se destacam por práticas que não são pró­prias da maIoria, como em São Paulo o Delegado Fleury se des­tacou, não pcl'sso -mais achar que aquele seja o representantedireto dos organismos policiais e da Polícia em geral. Tais sãooutros que não devem obter e merecet o nosso respeito. Estãoressalvadas essas etapas. Resta mostrar à opinião públíca e dei­xar registrado nos Anais que, se estamos nesta Casa, foi porquenos submetemos a processo democrático de escolha. E os nossosvotos foram obtidos mediante uma plataforma e um programapolítico que nos troux;e ao Parlamento, na Oposição. Esses votos,Sr. Presidente, foram obtidos num processo democrático de elei­ções, e estamos aqui imbuídos dos melhores propósitos para am­pliar essas franquias democráticas, para fazer alargar esse es­paça de liberdade, para conseguir junto ao regime de exceçãomais espaço para os liberais, mais espaço para os defensores daordem, mais espaço para os cultores da democracia e fazer comque seja cada vez mais dificultado, junto ao regime de exceção,o aee.sIlO dos radicais, dos que contrariam os espíritos liberais, dosque são antidemocratas. Esta a nossa tartlfa neste Parlamento:procurar sempre abrir espaço para a democraçia, enl!.uanto per­durar o regime de exceção, reconhecido nesta Casa ate pera lide­rança da ARENA. Então, Sr. Presidente, dentro deste quadro edestas intenções, nÍÍ>o podemos imaginar como companheiros nos­50S, que vieram pelos mesmos métodos a esta Casa, que passarampor processos eleitorais, defendam e acusem da tribuna esses ouaqueles, sob qualquer forma ou razão, de uma posição político­ideológica ou de outra, mesmo porque não sabem o que falam, nãosabem porque sequer conversaram ou têm notícias ou informa­ções que possam justificar o fazer lilll juízo de valor sobre esteou aquele. Quem pode dizer que existe neste Parlamento um nazi­fascista declarado? 'Ninguém, Sr. Presidente. se existir, deve re­fletir-se do seu subconsciente e estar dentro da sua personali­dade. Como também não podemos verificar quem são os marxis­tas-Ieninistas que atuam neste Parlamento, que defendem o pro­grama, a posição marxista-Ieninista, que se associam às posiçõesda Internacional cultivadas por Moscou, por Pequim ou Havana.

Então, Sr. Presidente, tudo o que se fala e que se imagina,parte de informações distorcidas, conseguidas nos escaninhos dosórgãos de segurança, através de prooessos que ,ainda há poucorelatei, como a escuta de telefones, a gravação de ambientes, acensura de correspondência. Tais são os métodos utilizados parase saber o que ,acontece ne.ste País e como as pessoas atuam nlllsociedade. Esses métodos infringem também os direitos do cida­dão, que estão sendo fundamentalmente desrespeitados no Brasil.

Para encerrar, Sr. Presifrente, queria fazer um apelo a V. Ex.ae a esta Casa, para que evitemos os entrechoques de Parl'amen-

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Março de 1978 DIARJO DO CONORESSO NAClONAL (Seção I) Quar~a-feira22 0961

Comissão MistaPresidente: Senador Evelãsio VieiraVice-PresIdente: Senador Otalr BeckerRelator: Deputado Adhemar Ghisi

. PrazoAté dia. 27-3-78 - na Comissão Mista.Até dia. 16-3-78 - no Congresso Nacional.

8PROJETO DE LEI N.o 01/78

"Altera a redação do art. 7.° da Lei n,o 6.223, de 14 de julhode 1975, que dispõe sobre a fiscalização financeira e orçamentáriada União pelo Congresso Nacional." Autor: Poder Executivo(Mensagem D.o 1/78).

Comissão Mista

Presidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Senador Wilson GonçalvesRelator: Deputado José Alves

PrazoAté dia. 15-5-'28 - lÍo Congresso Nacional

4

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 20/77"Altera a redação do caput do artigo 153 da Constituição Fe­

deral e acrescenta parágrafo a esse dispositivo constitucional. (Di­reito ao cidadão a informações de caráter pessoal, existentes emórgãos governamentais.) - Autor: Sr. Faria Lima.

Comissão MistaPresidente; Senador Nelson CarneiroVice-PresIdente: Senador Saldanha DerziRelator: Deputado Theobaldo Barbosa

FluoAté dia %6-3-78 - na ComlllSão MIsta;Até dia 25-5-78 - no Congresso Nacional.

5

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 01/78"Dispõe sobre a eleglbilldade, nas hipóteses que menciona do

cônjuge e dos parentes consagüíneos ou afins, até o terceirograu, ou por adoção do Presidente da República, de Governadorde Estado ou de Território, de Prefeíto ou de quem os haja subs­tituído dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito eleitora!."Autor: Sr. Dayl de Almeida.

Comissão Mista

Presidente: Senador Leíte ChavesVice-PresIdente: Senador Heitor DiasRelator: Deputado Adria.no Valente

prazo

Até dia. 7-4-78 - na COmissão Mista;Até dia. 6-6-78 - no Congresso Nacional.

6

PROJETO DE LEI N.o 26/77-CN"Altera a estrutura da Categoria Func:lonal de Diplomata

(Carreira de Diplomata), do GruPJÓ Diplómacia do Quadro Per­manente do Ministério das Relações Exteriores." Autor: PoderExecutivo - (Mensagem n.O 513/77).

Comissão MistaPresIdente: Deputado Francisco StudartVice-Presidente: Deputado Hugo NapoleãoRelator: Senador otto Lebmann

Prazo.AU dia 26-3-78 - na Comissão Mista;Ai" dia 15-4-78 - no Congresso Nacional.

1 -\

PROJETO DE LEI N.o 27177-CN"Autoriza a União a ceder direito de subscrição nos aumentos

de capital social da Indústria Carooquím1ca Catarinense S.A. ­ICC, e dá outras providências." Autor: Poder Executivo - (Mensa­gem n,o 515/77).

Comissão Mistl\.

Presidente: Deputado José Bonifãcio NetoVice-Presidente: Deputado Josias LeiteRelator: Senador Osires Teixeira

SuplentesARENA

Cid FurtadoVagoTheobaldo Barbosa

MDBMário MoreiraOswaldo Lima

CÓDIGO CIVILMembrosEfetivos

Comissão EspecialARENA

Geraldo Guede$VagoJO'âo Unhares

MDBIsrael Dias-NovaesMac Dowell Leite de Castro

Erasmo Martins PedroFernando CoelhoTarcisio Delgado

Presidente: Deputado Tancredo NevesVice-Presidente: Deputado Brígida TinocoVice-Presidente: Deputado Igo LOllSDRelator-Geral: Deputado João Linhares

Relatores Parciais:Deputado Brígido Tinoco:Parte-GeralDeputado RaIlnundo Diniz:Livro I - ObrigaçõesDeputado Geraldo Guedes:Livro II - AtiVldades NegociaisDeputado Lauro Leitão:Livro UI - Das CoisasDeputado Cleverson Teixeira:Livro IV - Da FamíliaDeputado GeIso Barros:Livro V - Sucessões e Livro Complementar

CONGRESSO NACIONAL1

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o lt5/77-Cl\r"Acrescenta § 2.°, ao art. 98, da constituição Federal". (Ne­

nhum vencimento dos cargos públicos pode ser inferior ao saláriomínimo regional). - Autor Sr. Octacíllo Queiroz.

ComlSllão MistaPresidente: Deputado Lauro RodriguesVice-Presidente: Deputado Wilmar GuimarãesRelator: Senador Helvídio Nunes

PrazoAté dia 1%-3-78 - no Congresso Nacional

2PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO

N,06 17. 18 E 21/77-CN"Alteram o item II e §§ 1,° e 2.° do art. 102 da Constituloio

Federal, que dispõe sobre proventos da inatividade". (Paridade dosproV'entos dos funcionários inativos cios em atividade). Autores:Sr.1o Lygia Lessa Bastos, Sr. Murilo Rezende e Sr. Benjamim Farah.

Comissão Mista

Presidente: Deputado José CostaVice-Presidente: Deputado ~aul BernardoRelator: Senador Dinarte Mariz

Pra.oAté dia 24-4-78 - no Congresso Nacional

3PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N!" 19/77

"Altera a rectação da alínea "c", item XVII, do art. 8P daconstituição Federal, atribuindo competência à União para legfislarllobre normas gerais de desenvolvimento urbano", - Autor: Sr.Nelson Marchezan.

Antônio MorimotoHenrique CórdovaMarcelo Linhares

Cleverson TeixeiraIgo LossoRaimundo Diniz

Brigido TinocoCelso Barros

,Tancredo Neves

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1962 (luarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 19'78

PrazoAté dia 27-3-'78 - na Comissão Mista;Até dia 16-4-78 - no Congresso Nacional

9

PROJETO DE LEI N.O 02/78-CN"Autoriza o Poder Executivo a subscrever ações do Banco

do Brasil S/A, abrir crédito especial até o limite de ......•CI"$ 3.500.000.000,00 (três bilhões e quinhentos milhões de cru­seiros), para esse fim, e dá outras providências." Autor: PoderExecutivo - (Mensagens n.o. 68/PE e 27/78-CNJ

Comissão MistaPresidente: Deputado Mac Dowell Leite de CastroVice-Presidente: Deputado Moacyr DanaRelator: Senador Lourival Baptista

PrazoAté dia 17-4-78 - no Congresso Nacional.

10PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o I, DE 19711"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República para

elaboração de Lei criando o Ministério da Ciência e Tecnologia, edeterminando outras providências". - Autor: Sr. Hélio Almeida.

Comissio Mista.

Presidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Senador Arnon de MelloRelator:

11

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.D 2, DE 19711"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República para

criar o Conselho de Defesa do Consumidor (CDC)". - Autor: Sr.Nina Ribeiro.

12PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.o 3, DE 19711"Propõe delegação de poderes ao Senhor Presidente da Repú­

blica para elaboração de Lei criando o Ministério dos Esportes, 11determina outras providências. (Art. 54 da Constituição Federal earts. 117 e 127 do Regimento Comum)". - Autor: Sr. Pedro Lauro.

Comissão Mista

Presidente: Senador Roberto SaturninoVice-Presidente: senador Saldanha DerziRelator: Deputado Hélio Mauro

13MENSAGEM N.o 112/77-CN

"Sul1lnete à deliberação do Congresso Nacional texto do Decre­to-lei n.o 1.581, de 3 de novembro pe 1977, que "exclui a aplicaçãodo artigo 11 do Decreto-lei n.o 37, de 18 de novembro de 19M, aoseasos que especifica, extingue créditos tributários, e dá. outras pro­Tidências". Autor: Poder Executivo - (Mens. n.o 443/77).

Comissão Mista

Presidente: Deputado Jorge MouraVice-Presidente: Deputado Moacyr DaUaRelator: Senador Virgillo Távora

PrazoAt6 dia 29-3-'78 - no Congresso Nacional.

14MENSAGEM N.O 113/77-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.O 1.582. de 17 de novembro de 1977, que "altera o De­creto-lei n.o 1.438. de 26 de dezembro de 1975, que dispõe sobre oImposto sobre os Serviços de Transporte Rodoviário Intermunici­pal e Ihterestadual de Passageiros e Cargas (lSTR) n. Autor: Po­der Executivo - (Mens. n.o 501/77).

Comissão Mista

Presidente: Senador Evelásio VieiraVice-Presidente: Senador Ruy SantosRelator: Deputado Passos Pôrto

PrazoAté dia. 12-4-'78 - no Congresso Nacional.

15MENSAGEM N.D 114177-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.O 1.583, de 18 de novembro de 1977, que "dispõe sobre

a incidência do Imposto Único sobre Lubrificantes e CombustíveisLiquidos e Gasosos no álcool etilico, para fins carburantes." Autor:Poder Executivo - (Mens. n.o 50/77)

Co~issií.o Mista.

Presidente: Deputado Samuel RodriguesVice-Presidente: Deputado Nunes RochaRelator: Senador Heitor Dias

Prazo

Até dia 15-4-'78 - no Congresso Nacional.

16MENSAGEM N.o U2178-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.O 1.584, de 29 de novembro de 1977, que "altera a. le­gislação do Imposto de Renda, e dá outras providências". Autor:Poder Executivo - (Mensagem n.o 9178.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Agenor MariaVice-Presidente: Senador Ruy SantosRelator: Deputado Ernesto Valente

PrazoAté dia 29-3-'78 - na Comissão Mista;Até dia. 24-4-78 - no Congresso Nacional.

17

MENSAGEM N.o 03/78-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.o 1.585, de SO de novembro de 1977, que concede Isençãodos Impostos de Importação e sobre Produtos Industrializados aomaterial que indica, importado pela ARSA - Aeroportos do Riode Janeiro S.A." Autor: Poder Executivo - (Mensagem n.O 10/78.)

Comissão Mista

Presidente: Deputado Brígida TinocoVice-Presidente: Deputado Daso CoimbraRelator: Senador Saldanha Derzi

Prazo

Até dia 29-S-78 - na Comissão Mista;Até dia 25-4-78 - no Congresso Nacional.

18MENSAGEM N.o 04/78-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.o 1.586, de 6 de dezembro de 1977. que "dispõe sobre a.utilização de créditos do Imposto de Circulação de Mercadoriaspara dedução do valor do Imposto sobre Produtos Industrializados,ou nas modalidades de aproveitamento indicadM pelo Ministérioda Fazenda, e dá outras providências." Autor: Poder Executivo ­(Mens. n.o 11178).

Comissão Mista.Presidente: Senador Marcos FreireVice-Presidente: Senador Murilo ParaisoRelator: Deputado Angelina Rosa

PrazoAté dia 1.°-4-78 - na Comissão MiSta;Até dia 29-4-78 - no Congresso Nacional.

19MENSAGEM N.o 05/78-CN

Submete à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.o 1. 587, de 19 de dezembro de 1977, que "institui, nascondições que especifica, estímulos fiscais destinados à.s empresasnacionais prestadoras de serviços a turistas estrangeiros no Pais".Autor: Poder Executivo - (Mens. n.O 12/78).

Comissão Mista

Presidente: Deputado Adalberto CamargoV'l:e-Presidente: Deputado Célio Marques FernandesRelatoi:': Senador Ruy Santos

PrazoAté dia 2-4-78 - na COmissão Mista;Até dia 29-4-78 - no Congresso Nacional.

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Março de 1978 DIARIO DO CmiGRESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira 22 09&3

20MENSAGEM NP 06178-CN

Submete á deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.o I: 588, de 19 de dezembro de 1977, que "fixa alilluotasdo imposto de importação. nos códigOB da Nomenclatura Brasileirade Mercadorias que enumera, e dá outras providências".

Comissão Mista.Presidente: Senador Hugo RamosVice-Presidente: Senador Braga JúniorRelator: Deputado Adernar Pereira

PrazoAté dia 3-4-78 - na Comissão Mista;Até ,dia 29-4-78 - no Congresso Nacional.

21MENSAGEM N.o 07178-CN

"Subméte à deliberação do Congresso Nacional texto do De­creto-lei n.o 1.589, de 19 de dezembro de 1977, que "dispõe sobreprazos de vigência de Decretos-leis que tlStabelecem acréscimos àsalíquotas do Imposto de Importação, e dá outras providências."Autor: Poder Executivo. (Mens. n.o 14178.)

Comissão Mista.presidente: Deputado Marcondes GadelhaVice-Pri/sidente: Deputado Vicente VUoIoRelator: Senador Renato Franco

Prazo

Até dia 3-4-78 - na Camissão Mista;Até dia 29-4-78 - no Oongresso Nacional.

22MENSAGEM N.o 08/78-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional texto di) De­creto-lei n.o 1.590, de 19 de dezembro de 1977, que "dá nova reda­ção a dispositivo do Decreto-lei n.o 1.310, de 8 de fevereiro de1974, que altera a legislação referente ao 'Fundo do Exélrcito."Autor: Poder Executivo. (Mens. n.o 15/78.)

Comissão Mista.PresIdente: Senador Benjamim FarahVice-Presidente: Senador Virgílio TávoraRelator: Deputado Onisio Ludovico

PrazoAté dia 4-4-78 -'- na Comissão Mista;Até dia 29-4-78 - no Congresso Nacional.

23MENSAGEM N.~ 09/78-CN

"Submete à deliberação do congresso Nacional texto do De­creto-lei n.O 1.591, de 21 de >dezembro de 1977, que "prorruga oprazo da isenção dos Impostos de Importação e sobre produtosindustrializados para equipamentos cinematográficos, e dá Clutrasprovidências." Autor: Poder Executivo. (Mens. n.o 16/78.)

Comissão Mista.Presidente: Deputado Pacheco ChavesVice-Presidente: Deputado Oswaldo ZanelloRelator: Senador Ruy Santos

PrazoAté dia ~-4-78 - na Oomissão Mista;Até ma 29-4-78 - no Congresso Nacional.

24VETO PARCIAL-PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.o 144/77

''Dispõe 'sobre a criação de novos municípios, e dá outras pro­vidências."

/

Comissão Mista.Presidente: Deputado Erasmo Martins PedroVice-Presidente: Deputado Blota JuniorRelator: Senador Helvídio Nunes

Prazo

Até dia 4-4-78 - na Comissão Mista;Até dia 29-4-78 - no Congresso Nacional.

- IX - Levanta-se a sessão às 16 horas e 30 mimJ,tos.

MESA

Ata da. 1." Reunião da. Mesa., realiza.da em 8-3-1978

Aos oito dias do mês de marÇO de mil novecéntos,e setenta éoito, às 19 horas, reúne-se a Mesa da Câmara dos Deputados, soba presidência do Senhor Deputado Marco Maciel. Presentes osSenhores: João Linhares, Adhemar Santillo, Djalma Bessa, JaderBarbalho, João Cl1maco e José Camargo, respectivamente, 1.° e2.o.,.Vice-Presidentes, 1.0, 2.°, 3.0 e 4.0-Secretários. Havendo númerolegal, o Senhor Presidente declara abertos os trabalhos. I - Pauta,do Senhor Presidente. A Mesa resolve: a) Aprovar as seguintes I

designações: 1) Vera Lúcia Rodrigues Barreto, Técnico Legislativo"C" e Ester Almeida Valadares, Técnico Legislativo "C", para subs­tituírem, sucessivamente, a partir de 6 de janeiro do corrente ano,a Diretora da Coordenação de Seleção e Treinamento, CD-DAS­101.3, em seus impedimentos eventuais; 2) Gilberto dos SantosRavizzini, Técnico Legislativo "C", 1.° substituto da Diretora daCoordenação de Material e Patrimônio, CD-DA8-101.3, do Depar­tamento de Administração, no penodo de 9 a 19 de fevereiro de1978, em seus impedimentos eventuais; 3) Ivannoeh Lopes Rosas,Técnico Legislativo "C" e Tereza de Jesus Xavier Gomes, TécnicoLegislativo "C" para substituírem, sucessivamente, a partir de 3

,de fevereiro de 1978, o Chefe da Secretaria Administrativa doPalácio Tiradentes, CD-DN3-101.3, em seus impedimentos even­tuais; b) Aprovar a requisição ao INCRA do Dr. Donato Cardosode Souza, Procurador Autárquico, com exercício em Goiânia, paraprestar serviços junto à 2.a Secretaria; c) Aprovar os seguintesAtos da Mesa: 1) n.o 67, de 1978, que "reajusta em 38% (trinta eoito por cento) o valor do subsídio - parte variável e fixa - daajuda de custo e do auxílio-transporte no Estado de origem dosdeputados", que vai publicado ao final da ata e 2) n.O 68, de 1978,que "constitui grupo-tarefa encarregado das reformas do Salãode Recepção e do Plenário da Câmara dos Deputados", que vaipublicado ao final da ata. di) Nomear Luiz Vasconcelos, TécnicoLegislativo ".c" para exercer o cargo de Diretor da Coordenaçãode Planos, ProgramaS e Orçamento, CD-DAS-I01.3, do Departa­mento de Comissões; e) Aprovar as seguintes prorrogações de re­quisições: 1) Paulo Agostinho de Arruda Raposo, funcionário doBanco do Nordeste do Brasil S.A., para continuar prestando ser­viços de assessoria no Gabinete dà Presidente da Câmara dos

, Deputados; 2) LUiz Ferraz, Auxiliar de Escriturário "A", lotado noDG-DICOR-DEPED, do Banco do Brasil S.A., para continuar pres­tando serviços de assessoria no Gabinete do' 3.0-Secretário daCâmara dos Deputados; 3) Vera Lúcia Torres Ferraz, Auxiliar deEscriturário "A", do DG-FINAN/COBER DICOB-CONFE, do Bancodo Brasil S.A., para continuar prestando serviços ao Senhor 3.0 Se­cretário, como Secretária Particular; f) Ratificar os despachosfavoráveis proferidos ad }7eferendum da Mesa, nos seguintes ex­pedientes: 1). Indicação do funcionário Aristeu Gonçalves de Melo,Diretor da Coordenação de Publicações, para viajar aos EstadosUnidos..da América do Norte, a partir de 1.° de fevereiro de 1978,a fim de visitar centro de pr.ocessamento de dados e de impressãográfica daquele pais; 2) Autorização para prestação de serviço'extraordinário durante o recesso: a) Processo n.o 215/78 Memo­rando n.O 2/78 do Setor de Conservação de Habitação da SQN 302- para limpeza da garagem do bloco E, alagada no dia 9 de ja­neiro de 1978; b) Memorando n.O 1/78 - Coordenação de ServiçosEspeciais - Setor de Eletricidade ~ Manutenção preventiva doquadro geral de luz e fo.rça do edifício principal; e) Processon.o 166/78 Memorando 13/78 - Coordenação de Material e Pa­trimônio. Para fazer o levantamento físico e financeiro do materialem estoque da Câmara dos Deputados; d) Processo n.O 575178 ­Seção de Habitação. Para atendimento às quadras SQN 202 e 302e SQS 111; e) Processo n.O 269/78 - Autoriza que Adhemar Wilsonde Freitas preste serviços extraordinários para fiscalização dosblocos da 'Câmara dos Deputados; f) Processo n.o 494/77 - do De­partamento de Finanças - para elaboração das fichas financeiras,imposto de r1fuda e pagamento dos meses de janeiro e fevereiro;g) Of. 194/77 - Coordenação de Segurança Legislativa - para amanutenção da segurança da Câmara dos Deputados; h) ProcessonP 1.277177 - Ofício 491177 da Coordenação de Assistência Médi­co-Social - para plantão no Laboratório de análise ·clínica; i)processo n.o 1.276178 - Seção de Administração de Edifícios ­para serviços urgentes ,a serem executados fora do horário de fun­cionamento do Congresso (mudanças, pinturas, etc.); j) Processon.o 609/78 - Coordenação de Serviços Especiais - Memorando10/78 - revisão no equipamento telefônico da Câmara dos Depu­tados. Em continuação, a Mesa, à vista da solicitação dos GruposBrasileiros do Parlamento Latlnoamericano e da União Tntelrpar­lamentar no sentido de serem liberados recursos para atender com­promissos de par~cipação em conferências, de âmbito internacio­nal, a realizarem-se no corrente mês e tendo em vista a decisão

, de 2-12-77, resolve: a) autorizar,o destaque e respectivo pagamen­to, do Elemento 3.2.7.9 -1.00 do Orçamento Analítico da Câma­ra dos Deputados, a saber: Grupo Brasileiro da União Interparla­mentar, Cr$ 362.750,00 e Grupo Brasileiro do Parlamento Lãtino­americano, Cr$ 171,001),00; b) que os respectivos Grupos encami­nhem à Presidência a relação das delegações e c) a designação

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0964 Quarta-feira 2l! DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1978

do Senhor 3.0 -Secretário para, em entendimento com os Presidentesdos diversos Grupos, apresentar à Mesa proposta da regulamenta­ção prevista na sua decisão de 2-12-77. Os Senhores 2.0 -Vice­Presidente e 2.0 -Secretário votaram somente pela aprovação doitem "C". Prosseguindo, a Mesa resolve que, em razão da aprovaçãodo Ato da Mesa n.o 67/78 que fixa os valores do novo subsídio,ajuda-de-custo e auxílio-transporte no estado de origem dos se­nhores Deputados, é fixado em Cr$ 828,00 (oitocentos. e vinte eoito cruzeiros) o valor da diária da parte variável. Em segltida, oSenhor Presidente apresenta à Mesa proposta do Prof. AurélioWander Bastos, para publicação, por esta Casa, de uma coletâneamonográfica reunindo textos analíticos sobre os pronunciamentose documentos publicados em convênio entre a Câmara dos Depu­tados e a Fundação Casa de Rui Barbosa, impressos sob o títulode Criação dos Cursos Jurídicos. Para essa coletânea eontriburriamcom textos os Professores Aurélio Wander Bastos, Tércio SampaioFerraz, Nelson Leks Eizirik, Joaquim de Arruda Falcão Neto, Vi­cente de Paulo Barreto e NUo Pereira. Depois de debatido o assun­to,. a Mesa resolve: a) aprovar a proposta, no valor total deCr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros), eliminando-se no que diz res­peito aos valores, as pareelas sugeridas para a revisão e a datilo­grafia, no total de Cr$ 10.00,00 (dez mil cruzeiros); b) autorizara composição e impressão de uma edição de 3.000 (três mil) exem­plares dessa coletânea: II - Pauta do Senhor l.°-Vice-Presidente.Sua Excelência relata o seguinte expediente: "Tendo pedido vistados balancetes do 2.0, 3.° e 4.° trimestres de 1977, do Grupo Bra­Bileiro da União Interparlamentar, só agora temos condições derelatá-los favoravelmente. Conforme tivemos oportunidade de ob­Bervar, constatamos, pela leitura dos extratos de contas mensais,que faltava a devolução, por um dos participantes h Reunião doConselho Interparlamentar, realizada em Camberra, Austrália, emabril do ano passado, da importància de Cr$ 89.057,51. Esta im­portância vem de ser devolvida, conforme consta nos balancetesde julho, outubro e novembro (documentos n.{)~ 91, 211 e 315) emparcelas de Cr$ 17.057,51, Cr$ 35.000,QO e Cr$ 37.000,00. Regulari··zalia a devolução, estamos em condições de opinar pela aprovaçãodos balancetes citados. A Mesa aprova o parecer do Senhor1.0 -Vice-Presidente e, em conseqüência, autoriza a liberação dos3.° e 4.0 -trimestres do mesmo ano. IH - Pauta do Senhor 2.o-Vice­Presidente. Sua Excelência relata o seguinte expediente: Processos/n.o Deputado Florim Coutinho. Pagamento de despesas hospita­lares. "Tendo em vista a apresentação dos documentos que com­provam as despesas ocorridas durante a internação do DeputadoFlorim Coutinho no Hospital dos Servidores do Estado e as medi­das anteriormente adotadas pela Mesa em casos semelhantes, opi­namos pelo deferimento do pedido." A Mesa aprova o parecer.IV - Pauta do Senhor l.o-Secretário. A Mesa aprova os pareceresproferidos por Sua Excelência nos seguintes expedientes: a) Apo­sentadoria. 1) Bueno de Amorim Borborema. Agente de SegurançaLegislativa "C", CD-AL-015.4, ref. 33. Processo n." 7.441177. "Cuidaeste processo da aposentadoria, por invalidez, de Bueno de Amo­rim Borborema, no cargo de Agente de Segurança Legislativa "C"CD-AL-ll15.0. -Ref. 33. O funcionário foi submetido a exames porjunta médica especialmente constitUída... que Q considerou defini­tivamente incapacitado para o serviço público, conforme se veri-'fiea do laudo datado de 16-12-77. Segundo informa o Departa­mento de Pessoal, a presente eoneessão enquadra-se nos artigos101, item I, e 102, item I, alinea b, da Constituição, combinadoscom os artigos 183, item HI, 184 e 186, item r, da Resolução n.o 67,de 1962. Manifesto-me favoravelmente, de acordo eom as infor­mações"; 2) Geraldo Veloso Torres. Assistente de Plenários "C",CD-AL-014.3, Ref. 30. Processo n.O 6.865/76. "Cuida este processoda aposentadoria, por invalidez, de Geraldo Veloso Torres, nocargo de Assistente de Plenário "C" CD-AL-014.3, Ref. 30. Ofuncionário foI submetido a exames por junta médica especial­mente constituída, que o considerou definitivamente incapacita­{lo para o serviço público, conforme se verifica do laudo datado de16-11-77. Segundo informa o Departamento de Pessoal, a presenteconcessão enquadra-se nos artigos 101, item I, e 102. item r, alí­nea b, da Constituição, combinados com os artigos 183, item m,

·184 e 186, item I, da Reso~ução n.O 67, de 1962. Manifesto-me ta­voravelmente de acordo com as informações"; 3) Maria LuizaMousnier. Técnico Legislativo "C" CD-AL-011.8, Ref. 52. Processon.o 488/78. "Trata este processo do pedido de aposentadoria for­mulado por Maria Luiza Mousnier, ocupante do cargo de TécnicoLegislativo "ç" CD-AL-Oll.8, Ref. 52. Segundo informações doDepartamento de Pessoal, a interessada conta o tempo de serviçonecessário à eoncessão, conforme demonstrado pela certidão defls. 3/6, podendo ser aposentada, nos termos dos artigos 101, itemIrI, e 102, item I, alínea a, da Com;:titulção, combinados com osartigos 183, item H, e 189, alínea a, da Resolução n.O 67, de 1962.Voto pelo deferimento, de' acordo com as informações". 4) NelsonGouvêa do Carmo. Agente de Segurança Legislativa "C" CD­AL-015.4, Ref. 33. Processo n.O 5.037/77. "Cuida este processo daaposentadoria, por invalidez, de Nelson GOuvêa do Carmo, no car­go de Agente de Segurança Legislativa "C" CD-AL-015.4, Ref. 33.O referido servidor foi submetido a exames por junta médica es­pecialmente constituída, que o considerou definit.ivamente inca-

pacitado para o serviço público, conforme se verifica do laudodatado de 14-11-77. Segundo informa o Departamento de Pessoal,a presente conces.são enquadra-se nos artigos lll1, item r. e 102,item r, alinea b, da Constituição, combinados cüm os artigos 183,item HI, 184 e 186, item I, da Resolução n.O 67, de 1962. Manifesto-mefavoravelmente, de acordo com as informações"; 5) Haydée Fon­seea ~arreto. Técnico Legislativo "C" CD-AL-011.8, Ref. 53. "Trataeste processo do pedido de aposentadoria formulado por HaydéeFonsecà Barreto, ocupante do cargo de Técnico Legislativo "C"CD-AL-Oll.8, Ref. 53. O Departamento de Pessoal informa que arequerente conta o tempo de serviço necessário à concessão, con­forme demonstrado em certidão, podendo ser aposentada nos ter­mos dos artigos 11l1, item IH, parágrafo único, e 102, item r, alíneaa, da Constituição. Voto pelo deferimento, de acordo com as in­formações". 6) Pedro Quirino da Rocha. Assistente de TécnicaLegislativa "C" CD-AL-012.5, Ref. 41. Processo n.O 739/78. "Trataeste processo do pedido de aposentadoria formulado por PedroQuirino da Rocha, ocupante do cargo de Assistente de TécnicaLegislativa ·"C" CD-AL-012. 5, Ref. 41, de Categoria Funcional deAssistente Legislativo. O Departamento de Pessoal informa queo interessado conta o tempo de serviço necessário à concessão(conforme demonstrado em certidão), podendo ser aposentadonos termos dos artigos .101, item HI, e 102, item I, alínea a, daConstituição, eombinados com o artigo 183, item Ir, da Resoluçãon.o 67, de 1962. Voto pelo deferimento, de acordo com as infor­mações". b) Averbação de tempo de serviço e gratificação adicionaLMonira Achkar Magalhães, Assistente de Pesquisa Legislativa "A".Processo n.a 0027178. "Monira Achkar Magalhães, Assistente de Pes­quisa Legislativa "A", solicita averbação do tempo de serviço cons­tante de certidão, bem como concessão de gratificação adicional.Das informações prestadas pelo Departamento' de Pessoal, e tendoem vista o documento apresentado, verifica-se que a interessadafaz jus à averbação de 6.257 (seis mil, duzentos e cinqüenta e sete)dias de serviço prestado à Secretaria de Educação e Cultura doEstado do Rio de Janeiro, no período de 26-9-56 a 30-4-75, sendo6.081 (seis mil e oitenta e um) dias de efetivo exercício, nüs ter­mos do art. 140, item l, da Resolução n.O 67/62, e 176 (cento e se­tenta e seis) dias de licença para tratamento da própria saúde,computados apenas para efeito de aposentadoria e dísponibilidade,de acordo com o parágrafo único do art. 140 da mesma Resolução.Conseqüentemente, tem direito à gratificação adicional de 15%, apartir de 16-9-75, eom fundamento no art. 171 da referida Reso­lução e observado o disposto no art. 3.° da Lei n.o 5.902/73. Pelodeferimento, face às informaçôes". c) Averbação de tempo de ser­viço relativo à filiação ao INPS. 1) Processo n.o 0510/78. DomingosAdvíncola Marques. Técnico Legislativo "C" - no total de 2.081(dois mil e oitenta e um) dias; 2) Processo n.O 0925/78. FranciscoInácio de Oliveira. Assistente de Técnica Legis1ativa "C" - nototal de 1.326 (hum mil, trezentos e vinte e seis) dias. d) Afasta­mento para freqüentar curso. Regina Maria Zaniolo de Carvalho.Técnico Legislativo "C". "O Departamento de Comissões, pela suaDiretora, sollclt.a, neste processo, autorização para que ReginaMaria Zaniolo de Carvalho participe, no Centro de Estudos doDesenvolvimento, São Paulo - SP, do curso nacional sobre "De­senvolvimento Brasileiro", que deveria realizar-se de 11 a 18 defevereiro. Salienta ser "de grande valia pam o aperfeiçoamentoe atualização profissional em beneficio dos serviços desta Casa".Os setores competentes instruiram devidamente o processo e sepronunciaram favoravelmente. Por outro lado, a funcionária pre­enehe os requisitos do Ato da Mesa n.O 16, de 1975, disciplinador damatéria. Considerando as informações, voto pela autorização doafastamento da servidora em causa (ainda que posteriormente,uma vez que já participou do referido curso durante o recessoparlamentar), com as vantagens previstas no art. 11 e seus pará­grafos do Ato da Mesa n.o 16, de 1975, e arbitramento da ajuda decusto pela Diretoria-Geral, as quais ficarão condicionadas à COm­provação de sua efetiva participação no curso". e) Aquisição dematerial importado. Processo n.O 6.610/77. Coordenação de segu­rança Legislativa. "Versa o presente processo sobre a aquisição,para a Coordenação de Segurança Legislativa, de 4 (quatro) más-'caras contra gás, marca SCOTT AIR-PAK Ha, DEMAND, de pro­eedência estrangeira, a fim de serem distribuídas ao Destacamentodo Corpo de Bombeiros do Congresso Nacional. Por tratar-se dematerial importado, e atendendo a despachos anteriores destasecretaria (21-10-75) e da Presidência (1.°-7-76), emitidos emfunção da legislação geral pertinente e em afinamento com' a po­lítica governamental de controle das importações, a teor dos quais" . .. qualquer providência visando à importação direta ou à aqui­sição, no mercado interno, de bens importados sem similar na­cional seja precedida de autorização da Mesa, e esta, por sua vez,de consulta à CACEX sobre a existência de similares, face ao quedispõe o art. 160 do Decreto-lei n.o 37, de 1966". a administraçãoprovidenciou consulta à CACEX, através do Ofício n.O 619 de31-10-77, havendo aquela Carteira do Banco do Brasil, em resposta,declarado a inexistência de similar nacional. O Departamento deFinanças atestou a disponibilidade de saldo orçamentário e efe­tuou a devida reserva. Por conseguinte, estando o processo devi­damente instruido de acordo com os pronunciamentos referidós

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Março de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 0965

desta Seareta-ria e da Presidência, inclusive reservados os recursosnecessários, torna-se agora indispensável colher a autorização daMesa para o processamento da compra do material supracitado, decusto estimado em Cr$ 19G.000,OO (cento e noventa mil cruzeiros)".í) Requisição - prorrogação. Processo n.o 0118/78. Milton da SilvaF'elix. "Solicita'o Senhor Governador do Estado de São Paulo pror­rogação da permanência do funcionário Milton da Silva Felix,Assistente de Técnica Legislativa "C", colocado à disposição da­quele Gov.erno em 1977. Da informação do processo constam os.seguintes mformes: - o Ato da Mesa n.O 5, de 1975, disciplinadorda espécie, permite a cessão, com ônus para esta Casa, de apenasum funcionário da Câmara a Poder Executivo Estadual; - nopresente caso, trata-se de prorrogaçáo de permanência até 31 dedezembro do corrente exercício, uma vez que o referido funcioná­rio já se achava requisitado, conforme autorização da Mesa, data­da de 14-6-77; nenhum óbice legal ao atendimento da solicitação.Face ao informado, e considerando a concordância do Diretor­Geral, manifesto-me pelo deferimento do pedido". g} Afastaml~n­

to para curso no exterior. Transferência de período. Maria R€'gi··na de Barros Gomes Zogby. Médica CLT. Processo n.O 8.080/7'7 erequ~rimento (apensados). "Maria Regina de Barros Gomes Zogby,servidora desta Casa, ocupante do emprego de Médico, solic.itatransferência do período de seu afastamento para realizar cursode aperfeiçoamento na Universidade da Flórida, Estados Unicl'os.O requerimento, datado de 15-2-78, traz o visto do Diretor daCoordenação de Assistência Médico-Social, onde a servidora seencontra lotada, e assinala como novo início do afastamento adata de 1.0 de novembro do corrente ano, em vez de 1.0 de março.A Mesa, em sua reunião de 2 de dezembro de 1977, aprovou paxe­cer desta Secretaria, favorável ao afastamento da servidora p,~lo

período de três anos. Entretanto, razões supervenientes vieramalterar os planos de estudo da interessada. Assim, nada mais jus­to do f1jue transferir simplesmente o período de seu afastamento,mantida a autorizaçã,o inicial, com a mesma base legal e nostermos de seu pedido anterior. Manifest.o-me, pois, pelo deferi­mento". Em seguida, a Mesa aprova o pa.recer favorável do Senhor1.0 -Secretário ao Projeto de Lei que "reajusta os vencimentos esalários dos servidores da Câmara dos Deputados e dá outrasprovidências". Prosseguindo, o Senhor 1.°-Secretário relata o Pro­cesso n.O 8.406173, de interesse de Irapuan de Mello Barreto, refe­rente a abandono de cargo, com a seguinte conclusão: " ... Tudoassim exaustivamente posto, pronuncio-me pelo acolhimento, curu­pridamente, das conclusões da Comissão de Inquérito Administra­tivo (fls. 315/8), e por que se declare o funcionário Irapuan deMello Barreto, Agente de Segurança Legislativa D CD-AL-015.5 ­em virtude da ocorrência de prescrição determinante da ext.inçáoda punibilidade pelo ilícito de abandono de. cargo, exonerado, evago o seu cargo, a partir de 10 de fevereiro de 1970". A Mesaaprova o parecer. Ainda com a palavra, o Senhor 1.°-Secretáriorelata o seguinte expediente: Processo n.o 4.025/74 - Instalaçi'iode nova Central Telefônica (PABX). "O processo ora submptj'loà deliberação da Mesa versa sobre a aquisição de um novo equipa­mento PABX, eventuais ampliações e reformulações da rede inter­na de telefones da Câmara. Desde outubro de 1974 vem esta Casacontando com orientação e assessoria da Telebrasília S.A., que feza análise do sistema existente e apresentou as especificações eln.nova Central Privada de Comutação Eletrônica, PABX, que melhoratenderia aos nossos serviços. O Departamento de Administração,informando ao Senhor Diretor-Geral sobre o assunto, assim se ex­pressa, "verbis": "Em outubro de 1976, a Telebrasilia se propôs"fazer concorrência para a aquisição do equipamento necessáriD,de acordo com as especificações técnicas de sua Engenharia". Emnovembro do mesmo ano a Telebrasília apresentou o resultado dalicítação realizada para fornecimento e instalação da nova CentralTelefônica. Esta Central Telefônica, com capacidade de 2.400 ra.­mais, substituirá as duas atualmente em uso, uma delas, a doEdifício Principal, instalada em 1967, já com a capacidade esgo­tada e sem possibilidade de ampliação, e a outra, do Anexo IH,pertencente à SIEMENS e locada a esta Casa desde 1962, como so­lução de emergência. Os elementos inicialmente fornecidos pelaTélebrasília juntamente com a minuta do Convênio não permitiamuma análise mais profunda do assunto e, por esta razão, foram so­licitadas àquela Empresa as peças que compunham a licitação.Esses elementos foram apresentados, examinados e discutidos emvárias reuniões havidas com os dirigentes da Telebrasília, incluin­do o seu Presidente, DI'. Areno Pires. Vossa Senhoria teve oportu­nidade de participar da reunião realizada no dia 22 de dezembroúltimo, do mesmo modo que o antecessor de Vossa Senhoria, Dl'.Luciano Brandão Alves de Souza, participou de várias reuniõe.santeriores. As dúvidas foram 'levantadas e consignadas às folhas112 a 117, 131 a 134 do processo. Conforme ficara combinado na·­quelas reuniões, a Telebrasília enviou, com data de 4 do corrente,carta concluindo pela aquisição do equipamento PABX marcaERICSSON, modelo AKD 791/3. A nova minuta de convênio apre··sentada retifica e esclarece as dúvidas havidas com relação àllespecificações técnicas, incluindo a possibilidade de ampliação doequipamento para até 4.000 ramais." Informa o Senhor Diretor··Geral que a despesa com a aquisição do equipamento está estimad2~

em Cr$ 44.502.177,25 (quarenta e quatro milhões, quinhentos edois mil, cento e setenta e sete cruzeiros e vinte e cinco centavos),com preços corrigidos até o corrente mês de março, conforme dis­criminação de fls. 162, 163 e 164. A favor da Telebrasília já existeempenho de despesa nos exercícios de 1976 e 1977 no valor deCr$ 18.500.000,00 <dezoito milhões e quinhentos mil cruzeiros),devendo ser estabelecido, se firmado o convênio, o cronograma dedesembolso respectivo. O prazo para fornecimento e instalação doequipamento é de dezoito meses, carecendo o assunto de soluçãO'urgente de parte desta Mesa, principalmente pelo fato de a cons­trução do Anexo IV já ser objeto de concorrência pública comabertura marcada para o dia 27 do mês em curso. Face ao ex-

• posto, voto - pela assinatura do convênio, nos termos de minutade fls. 166 a 173; - pela autorizaçáo para entrega do equipameuc.o­usado, de propriedade da Câmara, como parte do pagamento, uo>valor de Cr$ 758.037,20; - pela autorização para as despesas com­plementares, segundo discriminação de fls. 162, 163 e 164". A Mesaaprova (} parecer. V - Pauta do Senhor 2.o-Secretário. A Mesa.aprova os pareceres favoráveis de Sua Excelência nos seguintesexpedientes: a) Licença para tratamento de saúde - Deputado>Wanderley Mariz - nos dias 17 de outubro e 4 de novembro de1977; b) Projeto de Resolução que "autoriza o Deputado Altair Cha­gas a participar de missão cultural no exterior". VI - Pauta dI}Senhor 3,o-Secretário. Sua Excelência relata o seguinte expediente:"Esta Secretaria vem recebendo solicitações dos senhores depu­tados no sentido de que a Câmara inclui nas requisições de pas­sagens o valor das tarifas de embarque. Trata-se de uma impor­tância irrisória, conforme se verifica da tabela anexa, que certa­mente não irá onerar a rubrica. orçamentária específica. Nessas:condições, propomos seja atendida a reivindicação, incluindl'l i1.

taxa de embarque nas requisições de passagens a partir do mêsde mala próximo vindouro". A Mesa aprova o parecer. VII - Pauta.do Senhor 4.o-Secretário. Sua Excelência faz exposição sobre oTermo Aditivo de contrato a ser firmado com a Caixa EconômicaFederal sobre financiamento de habitações. Debatido o assunto, a.Mesa resolve autorizar o Senhor Presidente a assinar o respectivoTermo Aditivo a fim de serem atendidos, e em conseqüência, en­cerrados os casos pendentes. Nada mais havendo a tratar, às 22horas, o Senhor Presidente suspende a reunião por 15 minutos afim de ser lavrada a presente ata. Reaberta a reunião, é a atalida e aprovada. Eu, Paulo Affonso de Oliveira, Secretário-Geral da.Mesa, lavrei a presente Ata que vai à publicação. - Marco Maciel,Presidente da Câmara dos Deputados.

ATO DA MESA N.o 67, DE 1978A Mesa da Câmara dos Deputados, no uso de suas atribuições.

regimentais, e tendo em vista () que cispõe o art. 3.° do DecretoLegislativo n.o 91, de 1974, que dispõe sobre a fixação de subsídio.e da ajuda de custo dos membros do Congresso Nacional;

tendo em vista o Decreto-Iei.n.o 1.604, de 22 de fevereIro. de1978, que reajusta os vencimentos e salários dos servidores civisdo Poder Executivo, dos membros da Magistratura e do Tribunalde Contas da União, e dá outras providências;

tendo em vista o que dispõe a letra "b" do Ato da Mesa n.O 28,de 1973, alterado pelo Ato da Mesa n.o 52, de 1974, que dispõesobre o transporte dos Deputados, Resolve:

Art. 1.0 O valor do subsidio - parte variável e fixa - daajuda de custo e do auxílio-transporte no Estado de origem dos.Deputados é reajustaco em 38% (trinta e oito por cento).

Art. 2.0 Este Ato vigora a partir de 1.0 de março de 1978.Art. 3.° Revogam-se as disposições em contrário.Sala das Reuniões, 8 de março de 1978. - Marco Maciel, Pre­

sidente da Câmara dos Deputados.ATO DA MESA N.o 68; DE 1978

A Mesa da Câmara dos Deputados no uso de suas atribuiçõese, te-ndo em vista o que dispõe o art. 258, da Resolução n.o 20,de 30 de novembro de 1971, Resolve:

Art. 1.0 Constituir grupo-:tarefa integraq.o dos servidores:Antonio Neuber Ribas (Coordenador)

Coordenação de Material e PatrimônioMaria Dulce de Melo e Cunha de Souza Guedes,João Ribeiro da Silva Sobrinho,Valdemir Pereira Rocha.

Som e Tradução SímultâneaJair Abrantes,José Sampaio Mota Filho,

Serviço E!etrônico de VotaçãoAugusto Almachio B. da Rocha Filho,Filade Benito Baiochi,Jurandir Romero Menon.

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0966 Quarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 1) Março de 1978

ObrasEraldo Soares da Paixão,Eurico Benjamin Mesquita Junior,Reinaldo Carvalho Brandão,José Alexandre Gonçalves,Milton Rodrigues Mourão, para, sob a coordenação do primeiro

e sob a supervisão e controle do Diretor-Geral, diligenciar e somaresforços junto aos setores competentes da Casa para obtençãorápida dos seguintes objetivos:

. a) instalação do Salão de Recepção de Autoridades;b) reforma do Plenário para comportar o número de parla-"

mentares previsto na 9." Legislatura;c) editais, licitações e contratos para a construção do Ane­

xo IV.Art. 2.0 O grupo-tarefa exercerá suas atividades no período

de 1.0 de setembro de 1977 a 28 de fevereiro de 1978, trabalhandoininterruptamente durante o recesso parlamentar.

Art. 3.0 A partir da extinção do Grupo as atividades de apoioe acompanhamento das obras serão realizadas da forma normalpelos setores competentes da Casa;

Art. 4.° A gratificação dos integrantes, prevista no art. 259,da Resolução n.O 20/71, proporcional à participação de cada um,será fixada pelo Diretor-Geral.

Art. 5.0 Este Ato vigora a partir de 1.° de setembro de 1977.. Art. 6.° Revogam-se as disposições em contrário.

Sala das Reuniões, 8 de março de 1978. - Marco Maciel, Pre­sidente da Câmara dos Deputados.

MESA

Ata." da 2.a Reunião da Mesa, realizada em 15-3-1978Aos quinze dias do mês de março de mil novecentos e setenta

e oito, às 11 horas, reúne-Se a Mesa da Câmara dos Deputados,sob a presidência do Senhor Deputado Marco Maciel. Presentesos Senhores Adhemar Santillo, Djalma Bessa, Jader Barbalho, JoãoClímaco e José Camargo, respectivamente, 2.o-Vice-Presidente, l.02.°, 3.oe 4.0-Secretários. Ausente, por motivo justificado, o SenhorDeputado João Linhares, l.°-Vice-Presidente. Havendo número le­gal, o Senhor Presidente declara abertos os trabalhos. I - Pautado Senhor Presidente. A Mesa resolve: a) aprovar o Termo deConvênio celebrado entre a Câmara dos Deputados e a FundaçãoUniversidade de Brasília, para a publicação da revista RelaçõesInternacionais; b) Exonerar, a pedido, Tomaz José Coelho de Al­meida do cargo de' Assessor Técnico, nível CD-DAS-102.3, queexercia no Gabinete do 2.0 -Secretãrio; c) Nomear José Alberto DiasLopes para exercer, no Gabinete do 2.° Secretário, o cargo de As­sessor Técnico, nível CD-DAS-102.3. II - Pauta do Senhor 2.°_Vice-Presidente. Sua Excelência relata o seguinte expediente: Pro­cesso n.O a.756177. Deputado Alvaro Dias. Ressarcimento dedespesas hospitalares. "Tendo em vista a informação da Coorde­nação de Administração Financeira, que t.ranscrl:lve pareceres ado­tados pela administração da Casa em casos semelhantes, e osdocumentos apresentados pelo Senhor Deputado l>lVaro Dias, com­provando as despesas efetuadas durante o seu internamento noHospital São Lucas S/A, em Curitiba, opinamos pe,o deferimentodo pedido." A Mesa aprova D parecer. III - l"au,'a do Senhor1.0 -Secretãrio. A Mesa, ao apreciar as Emendas de Plenário ofere­cidas ao Projeto de Resolução n,o 162, de 1978, que "dispõe sobreo exercício das funções de confiança de Secretariado Parlamen­tar", aprovou o parecer do Senhor l.°-Secre1.ário, relator, queconcluiu pela apresentação de substitutivo. O Sen~or 1.°-Secretáriofaz exposição no sentido de ser alterada a publiCs.cáo dos boletinsde pessoal, sugerindo que ela seja diária, e aprese .La minuta deato regulamentllndo a matéria. Debatido o assunto, a Mesa aprovaa sugestão do Senhor 1.°-Secretário c, em consequência, baixao Ato da Mesa n.0 69, de 1978, 'i;Lue vai publicado ao final daata. Nada mais havendo a tratar, às 13 horllli o Senhor Pre­sidente suspende a reunião por lO minutos lt 11m de ser lavradaa presente Ata. Reaberta a ruenião, é a ata lida e aprovada. Eu,Paulo Affonso Secretário-Geral da Mesa, lavrei apresente ata que vai à publicação. - Mp;rco Maciel, Presidente daCâmara dos Deputados.

ATO DA MESA N.o 69, DE 197BInstitui o Boletim Administrativo da Câmara dos

Deputados.A Mesa da Câmara dos. Deputados, nos termos do art. 14,

item XI, do Regimento Interno, e

Considerando que os atos administrativos só têm valor após asua publicação em órgão oficial;

Considerando a necessidade de proceder à w.vulgação ime­diata dos atos e fatos administrativos;

Considerando a conveniência de evitar tramitação de pro­cessos para simples anotações;

Considerando, finalmente, que o Boletim do Pessoal, criadO'pelo Ato da Mesa n.o 3/66, publicado no Diário do Congresso Na­cional de 13 de agosto de 1966, não vem atingindo as finalidadespara que foi criado, em face, principalmente, de sua publicaçãO'semanal em gráfica estranha à Casa, fato que vem acarretandodemora em sua distribuição e maiores despesas, resolve:

Art. 1.0 Fica instituído o Boletim Administrativo, que serápublicado sob a responsabilidade da Diretoria Administrativa, ab­sorvendo o Boletim do Pessoal, criado pelo Ato n.o 3/66.

Art. 2.° O Boletim Administrativo é o órgão oficial para pu­blicação de todos os atos e fatos relacionados com a administraçãogeral da Câmara dos Deputados.

Art. 3.° Somente os atos de provimento e vacância de cargose os que devam ser do conhecimento público serão encaminhadosà publicação no Diário do Congresso Nacional ou no Diário Ofi­cial, mas deverão ser tran:>critos no Boletim Administrativo.

Art. 4.0 Serão publicados no Boletim Administrativo:'I - atos normativos e os de provimento ou vacância;II - pareceres firmando jurisprudência administrativa;III - assuntos de pessoal que impliquem em anotações nas

fichas financeiras e individuais;IV - decisões das autóridades administrativas e comunicações

que, a juízo do Diretor-Gerai, possam interessar aos funcionáriose órgãos da Câmara;

V - assuntos gerais, a critério do Diretor-Geral.Art. 5.° A matéria do Boletim Administrativo será ãpresen-

tada em quatro partes, a saber:Parte 1 - Deputados;Parte 2 - Funcionáriqs;'Parte 3 - Assuntos Gerais;Parte 4 - Legislação e Jurisprudência.Art. 6.° O Boletim Administrativo será distribuido no inicio

do expediente do dia útil seguinte àquele a que .se referir, sendosuas páginas autentica<:las pelo Diretor Administrativo ou pelofuncionário por ele indicado.

§ 1.° O Boletim Administrativo circulará em todos os diasúteis, inclusive durante os recessos parlamentares, em papel ta­manho 210 mm x 297 mm.

§ 2.° Poderão ser editados suplementos ao Boletim Adminis­trativo sempre que a natureza da matéria assim o exigir.

§ 3.0 A matéria a ser publicada será remetida ao DiretorAdministrativo, sob a forma de Nota para Boletim.

§ 4.0 Quando se tratar 'de ato normativo da Mesa, a provi­dência de publicação será do Secretário-Geral, e nos demais casos,dos dirigentes até o nível dê Departamento. '

Art. 7.0 O Boletim Administrativo será numerado seguida­mente, inclusive quanto às suas páginas, dentro do ano a que sereferir.

Art. 8.0 O Boletim Administrativo, em obediência ao presenteato, será editado a partir do dia 3 de abril próximo vindouro,ficande o Diretor Administrativo autorizado a requisitar o ma­terial e o pessoal necessários.

Art. 9.° Este Ato entrará em vigor na data de sua publicação.Sala das Reuniões, 15 de março de 1978. - Marco Maciel.

Presiçlente.

A Mesa da Câmara dos Deputados, no uso das atribuic;ões quelhe confere o § 2.° do art. 136 da Resolução n.O 67, de 9 de maiode 1962, com a noVa redação. que lhe foi dada pelo art. 1.° da.Resolução 11.° 14, de 1.0 de dezembro de 1975.

Resolve designar Gilberto dos Santos Ravizzini, Técnico Le­gislativo "C", ponto n.o 1266, l.°-substituto da Diretora da Coorr1e­nação de Material e Patrimônio, CD-DAS-I01.3, do Departament()de Administração, no período de 9 a 19 de fevereiro do correnteano, em s~us impedimentos eventua.is.

Câmara dos Deputados, 8 de março de 1978. - Marco Maciel,Presidente da Câmara dos Deputaüos.

A Mesa da Câmara dos Deputados, no uso das atribuições quelhe confere o artigo 14, inciso V, do Regimento Interno, combinadocom o artigo 102 da Resolução n.o 67, de 9 de malo de 1962, e ()

.§ 1.0 do artigo 263 da Resolução n.O 20, de 30 de novembro de 1971,

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Março de 1978 DIARIO DO CONGlltESSO NACIONAL <Seção I) Quarta-feira 22 0967....observado o disposto no artigó 4.° da Lei n.O 5.901, de 9 de julhod~ 1973.

Resolve nomear, na forma do artigo 103, alínea "b", da :Re­solução n.O 67, de 9 de maio de 1962, José Alberto Dias Lopes paraexercer, no Gabinete do 2P-Secretário, o cargo de Assessor 'Itéc_nico, nivel CD-DAB-I02.3, do Quadro Permanente da Câmara dosDeputados, transformado pelo artigo 1.° da Resolução n.O 43, deao de junho de 1973.

Câmara dos Deputados, 15 de março de 1978. - Marco MadelPresidente da Câmara dos Deputados.

A Mesa da Câmara dos Deputados, no uso das atribuições quelhe confere 'O artigo 14, inciso V, do Regimento Interno, combi­nado com o artigo 102 da Resolução n.O 67, de 9 de maio de 11162,

Resolve conceder exoneração, de acordo com o artigo 137, itemI, § 1.0, item I, da citada Resolução, a Tomaz José Coelho de Al- •meida do cargo de Assessor Técnico, nível CD-DAS-I02.3, queexercia no Gabinete do 2.o-Secretário.

Câmara dos Deputados, 15 de março de 1978. Marco Madel,Presidente da Câmara dos Deputados.

. PORTARIA N.o 12. DE 19'78O Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados, Resolve:De acordo com o art. 60 do Regimento Interno, combinado

com o inciso 11 do art. 4.° do Ato da Mesa n.o 26, de 1973, e tendoem vista decisão da Mesa em reunião de 2 de dezembro de 1977,

Credenciar o Dr. Fernando de Souza Lapa como representantedo Conselho Federal de Odontologia.

Câmara dos Deputados, 8 de março de 1978. - Djalma ~;sa,Primeiro-Secretário.

PORTARIA N.o 13, DE 1978O Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados, Resolve:De acordo com o art. 60 do Regimento Interno, combinado com

o inciso Ir do art. 4.° do Ato da Mesa n.o 26, de 1973, e tendo .emvista decisão da Mesa em reunião de 2 de dezembro de 1977,

Credenciar o Senhor Melchiades Cardoso de Almeida comorepresentante da Federação Nacional dos Empregauos Vendedo'rese Viajantes do Comércio.

Câmara dos Deputados, 8 de março de 1978. - Djalma Bessa,Pri11].eiro-Secretário.

PORTARIA N.o 14, DE 1978

O Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados, Resolve:

De acordo com o art. 60 do Regimento Interno, combinado como inciso Il do art. 4.0 do Ato da Mesa n,o 26, de 1973, e tendo emvista decisão çla Mesa. em reunião -de 2 de dezembro de 1977,

Credenciar o Dr. Ildélío Martins como representante da Fe-deração Nacional de Hotéis e Similares.

Câmara dos Deputados, 8 de março de 1978. - Djalma Bessa,Primeiro-Secretário.

DISCURSO DO DEPUTADO ANTUNES DE OLIVEIRA,NA SESSAO VESPERTINA DE 9-3-78.

O SR. ANTUNES DE OLIVEIRA (MOS - AM.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, eis-me, neste momento difícil do Brasil, a.apresentar duas perguntas sérias e duas respostas impositivas:Primeira pergunta: Pode um eleitor brasileiro ir às urnas eleitorais.e, pelo voto livre e secreto, escolher um Presidente da República~Resposta: Diante do Sistema governamental presente, o eleitor nãoescolhe o Presidente da República; vou mais além: o eleitor nãopode votar, ou escolher, pelo voto, o Presidente, nem o Vice-Pre­sidente da República; não pode escolher o Governador nem oVice-Governador. Vou mais além: o eleitor brasileiro não podevotar, não pode escolher um dos dois Senadores, em 15 de novem­bro de 1978, pois o "Senador Biônico" - o escolhido sem voto dopovo - será apresentado pelo Sistema de Governo, apoiado pela.ARENA.

Segunda Pergunta: É democrático, é justo, é patriótico o Pre­sidente da República presidir a escolha de um Presidente da Re­pública? Resposta: Não, absolutamente, não. Mas é isso que oSistema, apoiado pela ARENA, está a prometer e quer fazer. Anun­cia que vai fazer. Avisa que vai nomear, por um processo anti­democrático, apesar dos nossos protestos e do protesto, veemente,do Senador Magalhães Pinto. Mas é isso que o Sistema tenta rea­lizar, isto é, indicar um Presidente, sem consultar o eieitoradobrasileiro. Escolhido, nomeado sem voto do eleitor. Que cada elei-­tor proteste, votando na Oposição, fazendo maioria da Câmara dosDeputados e aumentando o número dos Parlamentares no Senado­Federal.

Era o que eu tinha a dizer. (Muito beml)

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0968 Quarta-feira 22 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Março de 1978

-------------------------_.._-_._-----_._.~._- .._._------MESA LlDERA.NÇAS

Vice-Lfderel :

IJcler:

MDIS - MINOalA

Tancredo Neves

Alceu Collares

Aurélio Campos

Carlos CottaCelso Barros

Eloy Lenzi

Israel Dias-Novaes

10rge Moura.

Mafllus Guimarães 'Rubem DouradoSebastião Rodripes .Junior

Sérgio Murillo

Walber Guimarães

Líder:

José Bonifácio

ARENA - MAIORIA

Vice-Lideres:

Herbert LevyAIípio CarvalhoAugusto TreinBlota JúniorCantídio SampaioDayl de AlmeidaDib CheremEduardo GaillHenrique Córdova.Ibrahim Abi-AckelJorge ArbageJorge VargasJosé AlvesRuy BacelarUbaldo CorrêaViana Neto

Presidente:Muco Maciel - ARENA

1.°-Vke-Presidente:Joio Linhares - ARENA

2.°.Vice-Prt!$1dente:Adhemar S.ntillo - MDB

1.0 -Secretárlo:Dj.lma. Dessa - ARENA

2.o-Secretárlo:l.der Barbalho - MDB

3.0 -Secretário:João Climaeo - ARENA

4.o-Secretário:José Camarro - MDB

SUPLENTESDioro Nomura - ARENA·Norberto Schmidt - ARENAPeixoto Filho " MDBAntonio Morais - MDB. ••.• .__.::..... 1

DEPARTAMENTO DE (OMI550ES

(OMISSOES PERMANENTES1) COMI55AO DE AGRICULTURA E pomo

RUItAL

Diretor: Paulo Rocha

Loc&l: Anexo n - RIm&1 851

C.-n1eaa.oAo •• CDmi.e..........

Diretora: Geny Xavier Marques

Local: Anuo n - Telefones: 24-51'11.2il--i80lS - Ramais: SOl e 111.

Turma.Antônio MorimotoBlota Jl1n1orGomei da sn...Ibr&him AbI~Ackel

LuilI Br..Henrique C6rdo,.aNunes Rocha

1mBTarcfllo 0111140Jarbu Vuconae14lllLldovlno PantooMiro TeiXeiraElO)' LemlVago

lçleai"ARJmA

JorpArbapXalno Bacelar1lln0l'0 ~amoteo.waldo z.ueuoP...- P6rto

1mBIlilton ewmbnmav.,oVago

S.plcdnARBNA

MoaC1l' DaU.Nocueira de ae.nus.Qamar LeltAoParente PrataRaimW1do PaI'IIlieViana HetoVaroVqoVago

Abel AY11aAntOnIo FerreiraAUlusto TrelnBlotaJ~

JIld.Iaon BoI1na

4) COMI5SAO DE CONSTITUIÇ10 E JUSTICAPresidente: Jairo Magalhães - ARENA

T-.AVice-Presidente: Atrisio Vieira Lima. - ARENA

'ranla.BVice-Presidente: Joaq,uim Bevilacq;ua - MDB

TUII1&rN

ARENA

MUNIOUQuanu • qulntu-fllru, Ui 10:00 hlll'uLocal: ADuo lI-Bala. I-Ramm lU • tUSec:retUl&: Iole z-arfnI

Jl1oJ' LeJllQ'Joio OllbertoJoM Ca:rla. TemeU.Kl.rlo FroM.

TumaAAltair Oh.,..AntoDfo MarlaCélio BorjaClaudlno Bale.Cleveraon Te1lI:elraRicardo FiuzaTheobaldo Ba.rboRWllmar Gufma.rlea

Alceu CoUaresCelso BarrosErasmo Martins PedroFernando CoelhoJoio GUbertoHo1de CerquelraJoM lIaurfclo

Cantld10 SampaioDib CherémEduardo OalUHenrique PrettlHomero SantolIfO LouoDuo Coimbra.1armund H"-

Mauricio LeiteHorbeito 8chm1d'V&1domiro GonoaI..Vieira da. au,..

KDBH~Uo de Almel4aJalaon BarretoHelaon Thlbau

IIDBJoel LimaJlllio Vlftlro8Oswaldo Lima

...plentel!

ARENAGabriel Hum...Joaquim GuerraMurllo Reaeo.cleUbaldo B&lim

P.t'esidente: LuiZ Couto - MDR

Vice-Presidente: Octa.cflio Queiroz - MOB

Vice-Presidente: Antônio Florêncio - ARENA

TUu1uw

AJUCNAJarmund H.....JloIiu Gclm.Hlna RibeiroVingt Rosado

KDBPedro FariaUlysses GUúnar1í.e5

Batla'- IlfrandaBdIIon Bom1&N,.lo Glo1'lnl

Getiulo Dl..Jorp Uequlll1Mário Moreira

3) COM15510 DE COMUNICAÇ6ESPresidente: Jorge Paulo - :t-.ItDB

Vice-Presidente: Dias Menezes - MDB

Vice-Presidente: Mário Mondino - ARENA

T1iular.

ARl:NA

mroNIOIlS

QU&rtu • 4llllntu-felr... Ui 10:00 bwuLocal: .lMxo n - Sala 11 - Ramal aiI!ltcre*to: Bni Machado Coelho

2) COMISS10 DE CIINcu. E RCNOLOlIl

A:q KfturlC~llo Uarque.

J'ernllllduCorreia LImaDlqo Homura

Alair PemiraOClllTllla LimaDib CherémGerson Ollma.taGl61tlo JI1nIor

Abdon Gon;&1v.Alulr.1o ParacuuauDf... KenuesFernando CW1ha

BZUNIOESQuart.. e qulntu-:feir.... u 10:00 horuLocal: Anexo n - Ramal 15Msec:ret6.r1a: Uarl& LUIla Brandia da eu...

Dias MenezesEdgar MartinsHwnbêrto LuCllllaJMl Pwnln.

MDB

Luiz CoutoO, valdo BuatelPedro LauroRoberto Carv&1hoYn.aunori KunfroVaro

Presidente: Francisco Libardonl- MDB

TIII'Dla AVice-Presidente: José Mandelll - MDB

TurmaBVice-Presidente: Elcival Caiado - ARENA

'I'l&waruARENA

TIII'Dla B

C&1ao CarvalhoFerru EareJaGeraldo Bulh6e.Juv6ncio Dl..Melo FreireVasco Amaro

'I'1InIIa A.

A.lua:ndro MlIChadoAntônio GomesBenedito Ca.nelluCardoeo do AlmeidaJ:mlllto V~nte

Jlemlquo BritoHumberto SoutoJof.o Dl1l'Yal

IIDBJuarez Berna.rdNNelllO'Il MaculanPacheco Ch&yeaRenato AzeredoVinicius Cansanç1í.oWalber "GulmatiN

SupleatnARENA

Alcides Franclacato Jorle Varl"Ant6n1o l1eno .1016 Ribama.r KICb&doBatlata lIiranda Maurfcio LeitePl,,.lo Glovlnl lIenandro Mln&bfmI'rancflco B11&c PInto Pr1sco VianaHOI"'c1o Matos RI1)' BacelarIl.loOC6nclo OUveu. Slnval Boal'Cntura.loaqUlm Cout1nho

IDO)" Lem.!..-nelto de 1(a.rcoI\urlftl Nascimento.1_ Coata.JOIII KaurfclollW" Batuta

Antonio AnnibelllAntOnio Bresolln

. Henrique Cardoso.10M ZaY&llla

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Março de 1978 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I> Quarta-feira. 22 0969

=

6) COMISSAO DE EDUCAÇAO E CULTURA

5) COMrsSAO DE ECONOMIA, IfDOSTlIA E(OMRCIO

REUNIOEB

Terçu, quartas e qulntaa-telras, às 10:00 bor..Local; Anexo II - Bala 17 - Ramal eu.ecretirla; Sílvia Barroso Martins

REUNIOES

Quartas e quintu-telrll3, às .10:00 horas

Local: Anexo II - Sala • - Ranial 6318ecretá.ria; Delauite Macedo de Avelar vm..

Bou

Mrn3

Lauro RodriCUelLe6nidas SampaioSilvio Abreu Jl1nlorVagoVagO

MDBPedro LauroRubem DouradoSamuel RodtiluesWalmor de LucaYasunori Kunigo

SuplentesARENA.

José MachadoLIns e SilvaLuiz RochaOdulfo DomlngueaSiqueira CamposWilmar DallanholVago

Titular..ARENA

Manoel NOT&NMinoro MIy-motoNosser AlmeidaOswaldo ZanelloTheódulo Albuquel'quIVae<>~B

JOSé Thomé.Marcelo MedeirosPeixoto FilhoWalter alJTaVagoVago

SuplentesARENA

Joio CasteloLomanto JuniOl"Marcelo LlnharesMário MondlnoWanderley MariaWilson FaleMVago

MDBVagoVagoVagoVagoVago

Airton Soarescarlos CottaJoão ArrudaJoel LimaJorge MouraJOllé Carloa Teixeira

REUNIOEBQuartas e quintu-telru. u 10:00 horuLocaI: Anexo II - Bala 7 - Ramal llllOsecretário: Luiz de Oliveira Pinto

Aécio Cunh&Alacid NunesAntônio FerreiraC&ntidio SampaioGonza.ga VasconcelosHélio LevYHorácio Matos

Alberto HotfmannArlindo KunzIerEurico RibeiroFurtado LeiteGabriel HermelJoio Vargu

Airton sandovalAlufzio ParaguusuAntonio MoraisErnesto de Maroo

Alberto LavinasAlvaro DiasFrederico BrandãoJerônimo Santana.Nelson Thibau

Benedíto CanelllUlCarlos Alberto

OliveiraFerrll.!l EgrejaFrancellno PereiraGa.tto MüllerHugo Napoleáo.JOIiu GOmN

Aécio CunhaAlvuo ValleDarcillo AyresDayl de AlmeidaFernando OonçlÚvesGeraldO Freirer .....hir Garci..

Presidente: PauIino Cícero deVasconcellos - ARENA

Vice-Presidente: Raimundo Parente - ARENAVica-Presidente; Jorge Ferraz - MDB

Titulare.AREN~

Joio PedroJutahy Ma.galhl.e.Newton BarreiraPrisco Viall!\Raimundo ParenteUbaldo Corrêa

Presidente: Joslas Leite - ARENAVice-Presidente: Sinval Boaventura - ARENAVice-Presidente: JOSé Bonifácio Neto - MDB

.Ario TheodoroDias MenezesEpitáclo CafeteiraJoaquim BevilacquaJosé Carl05 TeixeiraOctacillo Queiroz .

REUNIOEB

Quartll3 e quintu-teiras. às 10 :00 hor..Local; Anexo II - Sal& 15 (Audítório Nerou

Ramos) - R. eCl5Secretário: Walter GouvêII. COsta

9) COMISSlO DE MINAS E ENERGIA

I) COMISSIO DE FISCALIlAÇAO FINANClIIAE TOMADA DE CONTAS

SllplentesARENA

Marlio FilhoMelo FreireNelson MarchezaoPedro Cll.roloPedro ColinRaimundo DinisWilson BragaVago

MDBJuarez BatistaMarcelo Medelro.aOdemir FurlanPedro FariaPeixoto Filho

Genival TourinhePaulo MarquesJG de Araújo JOrreJosé Maria de CaNalhaHUdérico Olinir&Vago

SuplentesARENA

Norton MacedoNOfilSer AlmeidaOlIsian AraripePaulo FerrazRafael FaracoSilvio Venturoll1Temlstocles Teizelra

TunnaA.

Alair FerreiraAngelino RosaAntônio FlorêncioArlindo KunzIerCarlos WilsonCélso CarvalhoJosias Leite

Adriano Valente Jolr BrasileiroCarlOS Alberto Oliveira Jorge ArbageDyrno Pirell Jorge VargasFrancisco Bllac Pinto José AlvesHomero Santos Moacyr Dalla.Jolo Cutelo Magno Bacelar

Pinheiro MachadoTemlstocles Teixeira

MDBOdacir KleinRoberto Carvá1boVaco

Aluízio ParaguusuAntonio Carloa

de OliveiraArnaldo LatayetteAurélio CamposDias MenezeaFlorlnl CoutinhoJO$é Bonifácio Netto

Aderbal JuremaAntônio MarizGomes da SilTaHerbert LevyHydekel FreltuJairo MaplhieaJutahy Magalhf.esLuiz Braz

MDBLauro RodrilUeaMagnus OlllmarlelOllvir OabardoOctaclJio Alme!daVagovaco

REUNIOES

Quartu-teiru, •• lO:OO hOrasLocal: Anexo II -. Bala 11 - Ramal ClI'Secretária; Marta Clélla Orrlco

Alvaro DiasAntônio MoraisArgilano Dario.Ario Theodoroce1llo Barro.aExpedito Zanotti

Antônio JOIéAthiê CouryEmanoel Wai.manEpltáclo CafeteiraGomes do AmaralJoo,o CunhaJoio Menezea

Presidente: Rlly CÔdO - MDB

TunnaAVice-Presidente: Milton Steinbruch - ARENA

Tunna BVice-Presidente: José Ribamar Machado

-ARENA

TitulareiARENA

Tunna B

MDB

• Et:ICt1NIOES

Quartaa e qulntu-feiru, àa 10:00 horu

Local: Anexo II - Bala 16 - Ramais lU, Mae M4 (direto 24.-etl611)

S.cretário: R~ Omar Prud&1cio da 8UTa

7) (OMISSAO DE IFINANÇAS

Airton Soare.Alcir PimentaAntunes de 0liveiraDaniel 811T&Edg&r Ma.rtina

Tunna B

MDB

Thales RamL1hoWalber GuimarieaWalter SnTaVagoVagoVago

Amaral FurlanAugusto TrelnCarlos WilsonHerbert LevYNorton MacedoViana NetoVp,go

MDBLéo SimõesMarcondes GadelhaRubem MedinaBantilli SobrinhoSilvio Abreu Junior

Suplentes

ARENAHumberto SoutoJanuá.rio FeitosaPaulino Cícero de

VlI3concelosRicardo FiuzaRogério R!goUlisses PotlguarVago

MOBMUton StelnbruchOtávio CeccatoRuy Côdo8ebll3tião Rodrigues Jr.Vinicius Cansançlo

TlU'DlaA

Alron Rllll!lAlberto HoffmannAlexandre MachadoAltair Chagll3Cardoso de AlmeidaDyrno PiresParia Lima.

Presidente: Rômulo Galvão - ARENA

Vice-:presidente: Manoel de Almeida - ARENA

Vice-Presidente: Figueiredo Correia - MDB

TitularesARENA

Hélio MauroLeur LemantoLygia Lessa BastoaMenandro MinahimSalvador Julianellivago

Antonio PontesCell&l' NlUlcimento"ernando GamaGomes do AmaralJorge UequedJuarez BMlsta.

Aldo FagundeaAntonio Carlos de

OliveiraHarry S...uerLaflrt.... Vieira

A. H. Cunha BuenoAmara.!. NettoAnrelino" Rosal'ernando Gonçalves.foR H ...ddadMarAo Filho

Presidente; João Arruda - MDB

Turma A

Vice-Presidente: Genervino Fonseca. - MnB

TunnaB

Vice-Presidente: rgo Losso - ARENA

Titulares

ARENA

P1cueiredo- CorreiaPrancisco studartHumberto LucenaJorre Uequed3oet: Bonlfieio NetoRubem Dourado86rc1o Munlo8fhi0 Abreu ,'Ir.

,Alvaro ValleBraga RamosGeraldo FreireDarc1lio AyrNDuo CoimbraD&J'1 de AlmeidaPlexa Ribeiro

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0970 Quarta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1978

12} CONIISSAO DE SAODE

10) COMISSAO DE ItEDAÇAO

REUNIOES

Quartas e quintu-feiras. às 10:30 horuLocal: Anexo II - Sala I - Ramal 677Secretário: Paulo Jotlé Maestrall

Presidente: Airon Rios - ARENAVice-Presidente: Furtado Leite - ARENA

Titularetl

ARENA

MDBIturlval NascimentoJuarez Batistaoctacilio AlmeidaOtá.vlo Ceccato

Va&O

Suplentea

ARENAUbaldo Corr~a

Vasco AmaroVasco NetoVicente VuoloVilmar Ponte.

Allpio CarvalhoHélio camposHélio LevyJoão PedroNavarro VieiraNunes RochaRaul BernArdo

MDBJeel LimaJOll~ CostaMário FrotaOCtávio TQI;lTecUIaRosa FloresRuy Brito

Suplente.ARENA

Ibrahim Abl-Acnlttalo ContiJOll~ HaddlodL:ygla LeBSa ButoaMurilo BadaróNina RibeiroRezende MonteiroSllIntOG Filho

MDBSilvio de Abreu Jl1nlMTarclsio Dellradf-Va.aoVagoVa.a0

Vll.i'OVagoVago

REUNIOESQuartas e qUintas-feiras, à.s 10:00 horuLocal: Anexo II - Sll.Ia. 15 - Ramal M'lSecretário: Nelson Oliveira de Souza

AntoÍlio Mata.Fernando LyraFrancisco Rocha.Hélio de AlmeidaHenrique Eduardo

Alves

Aurélio CamposGamalieI GalváoGenival TourinhoPeixoto FilhoRuY CMo

Adema.r Pereir-aAntônio GomesElcival CaiadoFurtado LeiteGeraldo BulhõesGioia. JúniorHélio MauroHenrique Córdova.

16} COMISSAO DE TRANSPORTESPresidente: Murilo Rezende - ARENA

Vice-Presidente: Alcides Franciscato - ARENAVice-Presidente: Nabor Junior - MDB

TitularesARENA

Lomanto JúniorNunes LealRezende MonteiroRuY BacelarBantOll Filho

Abel AvilaBento GonçalvesHenrique PrettiHermes MacedoHydekel FreitasJoaquim Guerra

Adhemar GhislAlvaro OaudêncioAroldo CarvalhoEduardo GalllGastão MüllerJacob CaroloJoão AIVle6Luiz Fernando

15) COMISSAO DE TRABALHO E LEGISLAÇAaSOCIALPresidente: Wilmar Dallanhol - ARENA

Vice-Presidente: Luiz Rocha - ARENAVice-Presidente: Argilano Da.rio - MDB

Titulare.ARENA

Nelson March9&llOsmar LeltioSiqueira CamposVIllICO )fetoVllmar PontesWilson Braga

MDBAlceu Colla.res Fernando CoelhoAntonio Annibelll Joel FerreiraDias Menezes José MaurícioErasmo MIU'tin.s Pedro Pedro LUce'Ila

REUNIOESQuart&s-feiJru. às 10:00 horuLocal: Anexo II - Sala 12 - R&m&1 eg..Secretário: Hélio Alvea Ribeiro

Aloisio SantosArnaldo LafayetteFernando CunhaFrederico Brandã.oFreitas NobreJorge Moura

Jonas CarlosOssian AraripePassos PortoPaulo FerrazWanderley Mariz

Dill4 MenezesOdemir FurlanSamuel Rodriguea

Francisco RollembergJonas CarlosJosé Ribamar MachadoNewton Barreira'reotOnio Neto

MDB

MDB

Osvaldo BuskeiPaes de AndradeSebastião Rodrigues Jr.Sérgio Murilo

Suplentea

ARENA

Mauro SampaioNunes.LealROmulo GalvioVieira da SIlV&Theobaldo Barboaa

MDBNey FerreiraRuy LinoVago

SuplentesARENA

MDB

LeOnidl\5 SampaioPedro LucenaWalter de 'Cutro

Supl.des

ARENAManoel Novaes8alvaefor Julia.nelliTheódulo AlbuquerqueVit\gt RosadoVago

Amaral FurlanCid FurtadoClaudino SalesErnesto ValenteEurico RibeiroManoel de Almeida

Afrlsio Vieira LimaAlacid NunesBento GonçalvesCélio BoriaFlávio Marcfiio

Aldo FagundesAluizio ParaguaslluErasmo Martins PedroJG de Araújo Jori«!

REUNIOESQuartas e quintas-feiras. às 10 :00 horasLocal: Anexo lI-Sala 13-Ramala lIS! e 'SIISecretário:

Antônia PontesGamaliel GalvãoVago

Adriano ValenteBraga. RamosHenrique BritoJoáa AlvesJoáo DurvalJosé Alves

:MDBAtlliê Coury Walmor de LucaJoa.quim BevilMqua Yl\5unori KunilloMarcondes Gadelha Vago

RE'ONIOES

Quartl\5 e quintu-felru. às 10:60 horuLocal: Anexo II - Sala 10 - Ramal lI!2secretária: Iná. Fernandes Costa

Expedito ZanottiJosé Carlos TeixeiraMinoru Massuda

Alfpio carvalhoCélio Marques

FernandesHélio CamposItalo COnti

13) (OMISSAO DE SEGURANÇA NACIONALPresidente: Paulo Studart - ARENA

Vice-Presidente:Parente Frota - ARENAVice-Presidente: Florim Coutinho - MDB

Titulllr9

ARENA

Januário FeitosaOdulfo DominguesSylvio VenturolllVicente Vuolo

14) COMISSAO DE SERVIÇO POBLlCOPresidente: Lauro Rodrigues - MDB

Vice-Presidente: Cesar Nascimento - MDBVice-Presidente: Raul Bernardo - ARENA

TitularesARENA

Agostinho RodriguesAry KffuriFrancelino Pereira

. Geraldo GuedesIvahir Garcia

• Carlos CottaJaison BarretoFábio Fonseca

Inocêncio OliveiraMauro SampaioNavarro VieiraOnlsio LudovicoWílson FaleM

João Vars-asJuvêncio DiasLeur LomantoLUiz FernandoNorberto SchmidtPaulo StudartPinheiro MachadoWaldomiro Oonçalvea

MDB

Magnus GuimarãesPaes de AndradePedro FariaRoberto CarvalhoSérgio MuriloYasunori Kunigo

ARENA

Murilo BadaróNogueira de RezendePedro CollinRaimundo DinizRogério RêgoTeotônio NetoUbaldo Barém

MDB.Jairo BrumMac DOwel Leite

de CastroMagnus GuimarãesOUvir GabardoThale's RamalhoUlysses Guimarães

Suplentes

ARENA

MDB

AntOnio Brellolin

Suplentes

ARENA

Theoba.ldo BarbOla

Adernar Pereira.Aderbal Jurema.Alron RiosDlotro NamuraPrancLsco Rollemberg

Diogo NomuraPriaco Vi....na

A. H. Cunha BuenoA.dhemar O lisi4.lvaro OaudêncioCleverson TeixeiraFlexa RibeiroGeraldo OuedesGerson CamataHermes Macedo

Adalberto CamargoArio TheodoroBr~do TinocoCarlOll SantosCotta BarbosaJ'emando GamaFrancisco Studart

Alberto :".avinasAldo FagundesAntunes de OliveiraDaniel SilvaDias Menezes.lO de Araújo JorgeJof.o Menezes

A1cir pjmenta

MDBEdgar Ma.rtlns Henrique Ca.rdoso

REUNIÕES

Quintll.'l-feiras. às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 14 - Ramal lI'l2Secretário: José Lyra Barroso de Ofiegal

Daso Coimbra

AntOnio UenoCid FurtadoParia LimaFlávio MarcilioHugo NapoleãoJoaquim Coutinhot.ln.$ e Silva

11) COMISSAO DE RELAÇÕES EXTERIORESPresidente: Marcelo Linhares - ARENA

Více"Presidente: José Machado - ARENAVice-Presidente: Padre Nobre - MDB

Titulares

Presidente: Fábio Fonseca - MDBVice-Presidente: Odemir Furlan - MDBVice-Presidente: Ulisses Potiguar - ARENA

Titulares

ARENA

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Março de 19'78 DIARIO DO CONGltESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 22 0971

REUNIOES

Quintu-feiras, às 10:00 horllSLocal: Anexo II - Sala 3 - Ramal 11118ecrettrla: Ma:roi Ferreira BOI'Ire&

Presidente: Antônio José - MDBVice-Presidente: José Costa - MDBVice-Presidente:' Vago - ARENA

Titulares

REUNIOES

Quartll.!l-feiras. às 10:00 hora.sLocal: Anexo lI-Sala 8-A-Ramais 11011/11111Direto: lI.24-4769BecretJl-- la: Jacy da Nova Amarante

2) CO.-ISSAO DA BACIA DO SAO FRANCISCO

REUNIõES

Qua.rtM e quintas-felra.s. às 10:30 horuLooah Anexo li - Sala 5 - Ramal 6911secretário: Carlos Bra.sil de Araújo

COORDENAÇÃO DE COMISSÕESTEMPORARIAS

MDB

Padre NobrePeixoto FilhoSalvador Jullanelli

MDB

Joé Bonificlo :t~eto

Lidovino FantotlROSA Flores

MDB

Erasmo Martins PedroTarcisio DelgadoFernando CoelhoMá.rio MoreiraOswaldo Lim..

MOB

Airton SoaresCelso Barros-J oel FerreiraJosé CostaRubilm Dourado

Suplentes

Suplentes

MDB

Cel50 BIUTO/i .Mac Dowel Leite de

CastroIsrael Dias-Novaea

Suplentes

MDB

Adriano ValenteGenival TourinhoJairo Brum.José Bonifácio NetoOlivir Gabardo

RE~IOES

Quintas-feiras, às 16:30 horuL:lca1: Anexo II - Sa.la 8-A - Ramaia GOl • IOfsecretária: VAnia Garcia Dórea

ARENA

Blota JuniorCleverson TeixeiraGeraldo FreireNJ.varro Vieira

ARENA

Farill. LimaNosser AlmeidaPaulo StudartOswaldo ZanelloRafael Faraco

6) COMISSIO ESPECIAL DESTINADA I DAIPARECER AO PROJETO N.o 634, DE 1975..DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPÕE SO'"O C6DIGO CIVIL

ARENA

Marcelo LinharesHenrique CórdovaAntônio MorimotoTheobaldo Barbosa'Cid FurtadoVaia

Presidente: Tancredo Neves - MOSVice-Presidente: Brigido Tinoco - MDBVice-PrelSidente: !go I.mso - ARENA

Relator-Gera.l: João Linn.a.rea - ARl!lNA

Titulares

REUNIÕES

Local: Anexo II - Sala 8-A - Ramais 1103 e 10.Secretário: Antônio Fernando Bories Manzan

ARENA

Adriano ValenteCla.udino SallesIbrahim Abi-AckelIvahir Garcia

REUNlOES

Local: Anexo II - Sala 8-B - Ramais flOIe 600l

secretária: Maria Izabel Azevedo

8) COMISSAO ESPECIAL DESTINADA A ElUf).RAR PROJETO DE LEI SOBRE A ESTABILI­DADE DA FAMILlA BRASilEIRA

Presidente: Figueiredo Correia - MOSVice-Presidente: Magnus Guimarães - MDB

Relator Geral: Cid Furtado - ARENA

Titulares

ARENA

Eduardo GalilFernando GonçalvesGastão M1l11erHugo NapoleãOIgo LoISSOVaia

7) COMISSAO ESPECIAL DESTINADA A DAlPARECER AO PROJETO N.o 633, DE 1975,DO PODER EXECUTIVO, QUE DISP6E SOlOO CÓDIGO DE PROCESSO PENALPreliden~: Sérgio Murilo - MDB

Vice-Presidente: Peixoto Filho - MDBVice-Prellidente: Santos Filho - ARENA

Relator-Geral: Ge<raldo Freire - ARJ!:NA

TilularN

ARENA

CleversoIl TeixeiraGeraldo GuedesRaymundo DinillVagO

MOB

Jaison BarretoOdacir KleinVagoVagoVago

Inocêncio OliveiraJutahy Magalhl.es

Onisio LudovicoRezende MonteiroValdomiro Gonçalves

MDBJuarez Bernardes

MDBJosé CostaNelson Thibau

SuplentesARENA

Menandro MinahimPinheiro MachadoWanderley Mariz

MDB• Joé Carlos Teixeira

Octacillo Queiroz

MDB

Aluizio ParagU&SlluDias MenezesEloy LenziErnesto de Marco

Suplentes

Celso BarrosGenival Tourinho

Fernando CoelhoFernando LyraFIguêired.o Correia

REUNIOES

Qulntu-feiru... 11 horuLOCal: Anexo II - Sala 8-A .Telefone: 223-7289' (direto) e Ramal n.o 695Secr'!'tário; Joé S&loml.o Jacobin& AIl"DI

Celro CarvalhoGeraldo Guedes

Humberto Souto.Ja.nuário FeitosaManoel de Almeida

Fernando CunhaGenervlno Fonseca

Hélio LevyNunes RochaSiqueira Campos

Benedito Canellas.Jarmund Nasser

SuplentesARENA

Ubaldo BarêmVicente VuoloWilmar Gulma.riDl

MDB

Antônio Carlos Vagode Oliveira Vago

ltEUNIOES

Quintas-feiras: às tl:00 horasLoca.i: Anexo II - Sala. 8-B - Rama,} GIl!!Secretário: Romualdo Fernandell Amoldo

3) COMISSAO ESPIECIAL DE DESENVOLVIMENTODA REGIAO CElfTRG-OESTE

ARENA

Adriano ValenteArlindo Kunzler~enrlque Córdova.Hermes MacedoVwsco AmaroWilmar Dallanhol

ll.EUNIOES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: AIleJto III --Sala 8-B - Comissões

Especiais - Tel.: 2.-6719 - Ramais 1107/808Secretário: Agassis Nylander Brito

5) COMlsSIO DO IPOLlGONO DAS SECAS

ARENA

Abel ÁvUaAntônio uenoPedro ColinVasco Amaro

Presidente: Alexandre Machado - ARENAVice-Presidente: João Vargas - ARENAVice-Presidente: Antônio Annibelll - MDB

Titulares .

4) COMlssAO DE UESENVOLVIMENTO DAREGIAO SUL

Presidente: Carlos Alberto Oliveira - ARENAVice-Presidente: Ernesto Valente - ARENAVice-Presidente: Jarbas VasconcelOS - MDB

TitularesARENA

Presidente: Hurival Nascimento - MDBVice-Presidente: Walter da Castro - MDBVice-Presidente: Gastão Müller - ARENA

TitulaRlARENA

MDBCotta BarbosaAntônio .JoséJosé Carlos TeixeiraVinicius Cansanção

MiDB

José MAndelllMário Moreir..Odacir KleinPedro LauroRuy COdo

Nosser Almeida.Rafael Faraco

MDB

Jerônimo SantanaNabor Júnior

SuplentesARENA

Siqueira. CamposTemístocles TeixeiraUbaldo Corrêa

MDB

Ruy LinoVago

Gabriel HermMJuvêncio Dias

Antonio PontesEpitácio Cafeteira

Antonio CarlOll_de Oliveira,

Dlu MtlIlezeaJ:rnesto de MarcoPrancillcO Liba.rdoniJairo BrUm

J oel Fel reiraJúlio Vlveir05Mário Prota

ARENABento GonçalvesGeraldo BulhõesJoão Alves:Manoel NovaesMenandro MinahimRoirêrio Rêgo

COMISSOES ESPECIAIS1) COMISSAO DA AMAZõNIA

Presidente: Alacid Nunes - ARENAVice-Presidente: Maráo Filho - ARENAVice-Presidente: Antunes de Oliveira - MOB

Titularei

ARENA

Edison Bonn..Hélio CamposRaimundo Parente

, SuplentelARENA - MDB

Francisco Rollemberg Nel FerreiraJOlliaa Leite Thales RamalhoP&uoa Pôrto VagoP&ullno 0lcero. Vago

de VasconcellosPr1llco VianaRicardo Fiuza

Diretora: Gilda Amora de A&ia RepubliD&nO-Local: Anexo tI - Ramal 7.9

S~iD de Comisaõell Elpecia1ll

Chefe: Stella Prata da SUva LopesLoca.l: Anexo II - Sala 8-B - RamalllM.

S~áo de ComIslÕeS ele InquéritoChefe: Luiz AntOnio de Sá Cordeiro d& aill'aLocal: Anexo II - Ramal 612 - 23-3239 (Direto)

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0972 Quarta-feira 22 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seçio I) Mr,rço de 1978

Relator de Polltler. DemorrMiea: Joio Alft8 ­.ARENA

8ub-Relator' de PolItlea DemOll'if1e&: AntonioC&Z'lCl11 de Ol1TeIr& - KDB '

JIDBAnt6n1o Braol1DJerOnlmo Sant&D&Nr.bm' J\ln101'Pedro LUllIlI1&Peixoto PilhoBII7 Cedo

M J!lNA

GutIo J dllerH6110 C.ampollHumberto SOutoJcqe ArbqeLnlr.X-B~If~ .AlmeidaRam'lundo P&Z'ente

REUNIOJa!l'I'equ-fe1ru. U 10:01 hlll'ULocal: Anao D - S&1& I-A - BuMl ..secretário: Antônio Estanislau Gomes

KDB

Antonio POIltel

30i0 Gilberto

JO&quim BeYi1&equa

I'r&noaco Rolemberl

Oen1do Bu1h6al

HC1r1que Brito

., COMISSlO IS'KIlL DESTIlADA· 1 ELA·IGIAÇAO DE PIOJETOS DE LEI SOIIE.EDIVISAD TEllrrDlIlL E 'DLITICA DEMO­IUFICA

Prea1c!ente: Siqueira C&mpoa - ARENA'Ylce-Prea1dente: Vicente Vuol0 - ARENA

Relator GeraI: Henrique Cardoso - MDB.Relator de Redl:nllio: JG de Ar&'I1jo Joree ­

MDBItUb-Relatoz' de :Red1l111o: DuO COImb1'l& ­

ARJI:NA

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!'I'larço de 1978 DIARlO DO CONGR.ESSO NACIONAL <Seção IJ Quart<L-feim 22 0973:

DIARID DO CDNt~RESSD NACIONAL

PREÇO DE ASSINATURA

SeçAo I (Cam8ira dos Deputados)

Via-Superfície:

Semestre , Cr$ 200,00

Ano , Cr$ 400,00

Exemplar avulso Cr$ 1,00

Via-Aérea:

Semestre o Cr$ 400,00

Ano .. o , Cr$ 800,00

Exemplar avulso " Cr$ 2,00

SeçAo II (Senado Federal)

Via-Superfície:

Semestre Cr$ 200,00

Ano o' o Cr$ 400,00

Exemplar avulsc . o.. oo' Cr$ 1,00

Via-Aérea:

Semestre Cr$ 400,00

Ano o.•.. ,. . . . .. Cr$ 800,00

Exemplar avulso ... ... Cr$ 2,00

. .Os pedidos devem ser acompanhados de Cheque Visado, Vale Postal,

pagáveis em Brasília ou Ordem'de Pagamento pelo Banco do Brasil SoA. ­Agência Parlamento, Conta-Corrente n9 498705/5, a favor do:

CENTRO GRAFICO IDO SENADO FEDERAL

Praça dos Tres Poderes ~ Caixa Postal 1 .203 - Brasília - DF

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0974 qual·ta-feira 22 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 19711

CÓDIGO DE PROCESSO CIVILQUADRO COMPARATIVO ANOTADO

o NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (LEI N9 5.869/73,COM AS ALTERAÇOES DA LEI N9 5.925/73) COMPARADO AO

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ANTERIOR (DECRETO-LEI N9 1.608/39 COM REDAÇAo ATUALIZADA).

2VOLUMES

19 VOLUME:QUADRO COMPARATIVO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO

CIVIL COM DISPOSITIVOS DA LEGISLAÇÃO ANTERIOR;

29 VOLUME:NOTAS (de n9s 1 a 835) CONTENDO:

• LEGISLAçAO CORRELATA;'• JURISPRUD~NCIA;

• DOUTRINA;• EMENDAS APROVADAS PELO CONGRESSO

NACIONAL;• EXPOSIÇAo DE MOTIVOS E PALESTRA DO PAOf.

ALFR'EDO BUZAID;• LEGISLAÇAo ESTRANGEIRA;:E• REMISSÕES.

NOTAS (de n9s 1-A 8 95-A) documentam a redação original dedispositivos do Código: Lei n9 5.869/73. alterado pela Lei n9 5.925/73.

PREÇO: Cr$ 70,00

Avenda no SENADO FEDERAL, 119 andar

Os pedidos de publPcaçAo deverAo ser dirigidos àSUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL.

Ed..Anexo I. 11'" andar. Praça dos Três Poderes - 70000 - BRASiLI A - DF.

acompanhados de cheque nominal. visado. pagável em Brasilia e emitido a favor do

CENTRO GRÂFICO DO SENADO FEDERAL,Iou pelo sistema de REEMBOLSO POSTAL.

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Março de 1978 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

CONSTITUIÇAc) DA REPÚBLICA

FEDERATIV,A DO BRASIL

Emendas Clonstitucionáisn9 1, de 1969,nC1 2, de 1972~. ....n9 3, de 1972,.n9 ' 4, de'1975n9 i 5~ de 1975,'n' 6~ de 1976,n9 7, de·1977,n~ 8, de 1977 en9" 9, de 1977.,

-=OIÇÃO JUI\JHO DE 1977(forma1to bolso)

194 pãginas

Preço: C:r$ 10,00

Avenda no SENADO FEDERAL, 119 andar

, O. pedidos de pub!icaçAo deverAo ser dirigidos àSUBSECRETARIA DE EDIÇOES TÉCNICAS DO SENADO FEDERA~

·Ed. Anexo 1,,119 anae~,.Pr8ç8 dos T-rA!~ Poderes - 70000 - BRASíLIA - DFâcoM1P'8,:,hliddi'de,cheque nominal, visado, pagável em Brasília e emitido a favor do

... ,.. .. CENTRO GRAFICO [)O SENADO FEDERAL

ou pelo sistema de RtEEMBOLSO POST'AL.

Quarta-feira 22 097'50

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EDiÇÃO DE HOJE: 56 PÁGINAS

Centro Gráfico do senado FederalCaixa Postal 1.203

Brasília - DF

IPRIÇO DESTE EXEMPlAR, 0$ 1,l1O -I