ATA DA CÂMARA SETORIAL DE CARNE BOVINA

Data: 29/11/2007 – 10:00hs

Local: Parque Fernando Costa (Parque da Água Branca) - Auditório Paulinho Nogueira. Avenida Francisco Matarazzo, nº 455 - Água Branca - São Paulo/SP

Presentes: Adriano Nouman (ASBRAM); Alexandre Abbud (ABAG); Alfredo Ferreira Neves Filho (SIRAN); Ana Paula Porfírio (IEA/APTA/SAA); Anderson Fernandes (ABSanta Gestrudes); Anselmo Lucchese Filho (CDA/SAA); Antônio Camardelli (ABIEC); Auler José Matias (ABNP); Braz Albertini (FETAESP); Claúdio Alvarenga de Melo (CDA/SAA); Cláudio Brisolara (FAESP); Daniel F. Biluca (CONEXÃO DELTA G); Eder Pinatti (IEA); Eduardo Soares de Camargo (SRB); Edwiges Maristela Pituco (IB/SAA); Elton H. Koroiva (FUNDEPEC); Elza Tsumori (AMPRO/AGROBIZ); Fabiana Aviles (SIC); Francisco S. F. Jardim (MAPA/SFA/SP); Gabriel G. Vasconcelos (ABCCAN); Geraldo Morais (SIRAN); Gregory Honczar (FIESP/DEAGRO); Heinz Otto Hellwig (CDA/SAA); João José A. de A. Demarchi (APTA/IZ); José Cassiano Gomes dos Reis Júnior (CODEAGRO/SAA); José Venâncio Resende (IEA); Leandro Bovo (Credit Suisso); Lincoln S. Correia (ABNP); Lucas Ferriani (ACNB); Luis Alberto Moreira Ferreira (ABC); Luis H. Witch (SBC); Marcelo A. de Oliveira (ABNP); Márcio Capanaz (ABIEC); Márcio Milan (APAS); Marcos Baruselli (SINDIRAÇÕES); Nelson Pedro Staudt (CODEAGRO/SAA); Paulo Sérgio de Paula Ribeiro (ACIRP); Pedro Fernando da Cunha (SCVC); Ricardo de Castro Merola (Assocan); Ricardo Maia Barbosa (Panorama Rural); Sebastião Costa Guedes (CNPC); Sérgio Ferraz Ribeiro (Faz. São José); Sigeyuki Ishi (FAESP); Suzely de Miranda (CODEAGRO/SAA); Tatiana Amalfi (FETAESP); Vanessa Gomes (SGS); Vasco Picchi (AGRITRACE).

Pauta : 1- Abertura e aprovação da ata anterior;

2- FUNDEPEC - Fundo de Desenvolvimento da Pecuária;

3- Resultado da visita da missão Européia;

4- SISBOV – Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina;

5- Outros assuntos

Tópicos Discutidos: O Sr. José Cassiano Gomes do Reis Júnior coordenador da CODEAGRO - Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios/SAA iniciou a reunião cumprimentando e agradecendo a presença de todos; informou que o presidente desta Câmara Setorial se ausentou por motivos de saúde. Com a aprovação dos presentes aprovou a ata anterior.

O Sr. Francisco Sérgio Ferreira Jardim superintendente federal em São Paulo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) agradeceu o convite e defendeu que o Brasil terá de criar um modelo de certificação eco-sócio-sanitária, se quiser continuar exportando carne bovina para a Comunidade Européia. O Sr. Jardim fez um balanço da visita ao Brasil da missão da Comunidade Européia no início de novembro, quando os técnicos avaliaram questões como saúde pública, aftosa, certificação e rastreabilidade. O problema mais sério apontado pelos técnicos europeus foi em relação ao modelo brasileiro de certificação e rastreabilidade; eles não aceitaram o modelo e alegaram que tem que ser revisto. Alguns produtores também não aceitaram o modelo que está sendo adotado, mas o problema com a Comunidade Européia é uma questão comercial. Se o Brasil quiser vender carne para ela, tem que ter identidade animal; vai ter que ser realizado um processo que dê segurança nessa avaliação deles. E eles trabalharam em cima de indicadores medindo o que está sendo feito.

Ainda com a palavra, Sr. Jardim disse que alguns produtores condenam a obrigatoriedade do sistema de rastreabilidade, porque é destinado ao grande exportador para a Europa, mas atinge todos os produtores. É um modelo de gestão que tem que ser colocado, e entra a questão da produção sustentável que hoje se discute muito. Esta posição da Comunidade Européia tende a ser referendada por outros países importadores. A questão é simplesmente de quantidade e qualidade de vida deles. Eles demonstram, em função desses indicadores que a segurança alimentar é básica.

O coordenador da CDA – Coordenadoria de Defesa Agropecuária Sr. Anselmo Luchesi ressaltou que a

missão européia foi rígida e que as propriedades e certificadoras apresentaram muitas falhas e deficiências.

O Sr. Antonio Jorge Camardelli, ABIEC - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes defendeu a construção de um novo modelo que ofereça mais garantias aos importadores europeus, que alegam falta de controle em relação a rastreabilidade. O Sr. Camardelli alegou que não existe qualquer possibilidade de Estados como São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul voltarem a exportar para a Europa na situação atual, e se o Brasil sair da União Européia, outros países também irão tirar o Brasil.

O Sr. Jardim disse que o SISBOV - Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina é um sistema importantíssimo e sob sua visão é um sistema que pode promover a integração da cadeia produtiva. O governo tem que ter um sistema que possa ser auditado e avaliado, pois o SISBOV funciona para isso e foi recomendado pela Comunidade Européia

O Sr. Eduardo Soares de Camargo, Sociedade Rural Brasileira (SRB) sugeriu a melhoraria do sistema de Guia de Trânsito Animal (GTA). O Sr. Jardim concordou e disse que a GTA já se tem um processo de rastreabilidade montado. Da geografia onde foi produzido, tem a propriedade e o lote de animais. É um processo de rastreabilidade que serve pelo menos para isso, sendo que na Comunidade Européia eles querem a identidade animal, que é uma das ferramentas da certificação.

Os integrantes da Câmara Setorial, como o Sr. Alfredo Ferreira Neves Filho, SIRAN – Sindicato Rural da Alta Noroeste, defenderam o retorno do FUNDEPEC - Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo, por considerá-lo um mecanismo mais ágil do que o governo. O Sr. José Cassiano Gomes dos Reis Júnior, informou que Cláudio Silveira Brisolara, do Departamento Econômico da FAESP - Federação de Agricultura do Estado de São Paulo, está coordenando um estudo de proposta de novo fundo privado para ações de defesa sanitária. O Sr. Brisolara disse que a idéia é criar um sistema compulsório de arrecadação, cujos recursos não passem pelos cofres públicos.

O Sr. Jardim também apoiou a volta do FUNDEPEC e disse que é preciso uma instituição de representação que tenha agilidade para tomar determinadas decisões. O sistema produtivo na área de controle da aftosa tinha um fator limitante que era a ação do governo. O Brasil tinha sempre 14 focos quando os governos federal e estadual atuavam. A partir do momento em que o produtor e o empresário entraram no sistema, quando foi criado o FUNDEPEC, houve um comprometimento de toda a cadeia produtiva. A partir daí, o número diminuiu.

O representante do MAPA, Sr Jardim citou como exemplo o FUNDECITRUS, do setor citrícola, o modelo ideal que é altamente exitoso porque produtor e indústria gerenciam juntos, eles têm inclusive as decisões sobre as ações estratégicas para o setor. O governo estadual e o governo federal também têm assento no conselho do FUNDECITRUS. O Sr. Jardim salientou que quando existia o FUNDEPEC, a indústria e o produtor recolhiam o recurso e tinha um montante financeiro com a mobilidade grande. Sem mais, a Reunião é encerrada.

Constantino Alimasto Júnior

Presidente

Suzely de Miranda

Secretária Executiva da Câmara Setorial de Carne Bovina