Co Paiba

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artigo sobre copaiba

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  • Artigo recebido em 09/2006. Aceito para publicao em 09/2007.1Embrapa Amaznia Oriental, Tv. Enas Pinheido s/n, Bairro Marco, 66095-100, Belm, PA, Brasil.2Museu Nacional do Rio de Janeiro/UFRJ; Bolsista I-B do CNPq3Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro. R. Pacheco Leo 915, 22460-030, Rio de Janeiro, RJ, Brazil.4Autor para correspondncia: [email protected] ou [email protected]

    RESUMO(O gnero Copaifera (Leguminosae Caesalpinioideae) na Amaznia brasileira) O gnero Copaifera estpresente na frica (4 spp.), Amrica Central (4 spp.), Amrica do Sul (cerca de 37 spp.) e, provavelmente, nasia (1 sp.). Foram reconhecidas nove espcies de Copaifera na Amaznia brasileira: Copaifera duckei, C.glycycarpa, C. guyanensis, C. martii, C. multijuga, C. paupera, C. piresii, C. pubiflora e C. reticulata,representadas tanto por arbustos ou rvores que chegam a atingir at 40 metros de altura, fornecendo tantomadeira como o leo-resina, extrado de seu tronco, utilizada na preparao de medicamentos, cosmticos, tintase revelao de fotografias. O presente trabalho apresenta uma chave para identificao das espcies queocorrem na Amaznia brasileira, incluindo ilustraes, descries e comentrios sobre morfologia e taxonomia.Palavras-chave: Copaba, medicinal, leo-resina, taxonomia, Cesalpiniaceae.ABSTRACT(The genus Copaifera (Leguminosae Caesalpinioideae) in Brazilian Amazonian) Copaifera occurs inAfrica (4 spp.), Central America (4 spp.), South America (about 37 spp.) and probably in Asia (1 sp.). Ninespecies were recognized within the Brazilian Amazon: Copaifera duckei, C. glycycarpa, C. guyanensis, C.martii, C. multijuga, C. paupera, C. piresii, C. pubiflora e C. reticulata. Their habit varies between shrubbyand tree-like, with some species forming 40 m tall trees. Copaifera is economically important as a timbersource, and increasingly as the source of an oleoresin used as a component of medicines, cosmetics, ink andfilm-development. The present treatment includes an identification key for the species, illustrations,descriptions and comments regarding the morphology, taxonomy and distribution of the species treated.Key words: Copaba, medicinal, oleoresin, taxonomy, Caesalpiniaceae.

    INTRODUOAs espcies conhecidas popularmente como

    copaba, copaibeiras, pau dleo, entre outrosnomes pertencem ao gnero Copaifera(Leguminosae Caesalpinioideae), que ocorrena frica (4 spp.), nas Amricas Central (4 spp.)e do Sul (cerca de 37 spp.) e, provavelmente,na sia (1 sp.) (Hayne 1827; Bentham 1870;Lonard 1949, 1950; Dwyer 1951; De Wit 1953;Enrech et al. 1983; Poveda et al. 1989; Hou 1994;Martins-da-Silva 2006). Considerou-se comoocorrncia provvel na sia, por haver dvidasquanto transferncia de Pseudosindorapalustris Symington para Copaifera, visto queo prprio autor da espcie (Symington 1942),ao descrev-la, fez referncia ausncia decanais intercelulares no tronco e esse um

    O GNERO COPAIFERA (LEGUMINOSAE CAESALPINIOIDEAE)NA AMAZNIA BRASILEIRA

    Regina C. V. Martins-da-Silva1, 4, Jorge Fontella Pereira2& Haroldo Cavalcante de Lima3

    carter presente nas espcies do gneroCopaifera. A ausncia desse carter nareferida espcie foi tambm confirmada porQuirk (1983) ao estudar as madeiras da sia.

    As espcies desse gnero podem serarbustos ou rvores que chegam a atingir atcerca de 40 m de altura e so fornecedoras demadeira e leo-resina, dois produtos extradosde seu tronco e explorados em nveis comerciale industrial. A madeira utilizada na produode compensados e o leo-resina empregadona medicina popular como antiinflamatrio eantibactericida, sendo seu uso tambmconhecido como combustvel na iluminaodomstica rudimentar (Corra 1931; Alencar1982; Berg 1993; Siqueira 1996; Shanley etal. 2005).

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    Veiga Junior & Pinto (2002) comentaramque apesar da extensa literatura sobre os leos-resina de Copaifera, poucos so os artigosnos quais encontrada a identificao botnicada espcie estudada. Assim, se tornaimpossvel proceder a uma comparao entreos diversos resultados, visto que os dadosqumicos encontrados em uma espcie podemser completamente diferentes em outra, comose pode verificar nos trabalhos realizados porMaia et al. (2001) e Cascon & Gilbert (2000),que demonstraram existir diferenas nascaractersticas qumicas do leo proveniente dediferentes espcies e at mesmo no mbito deuma mesma espcie. Segundo Cascon & Gilbert(2000), necessrio, antes, se conhecer avariabilidade da composio qumica inter- eintraespecfica das Copaifera para, s depois,utilizar o leo-resina como matria prima paramedicamentos e cosmticos. Segundo Langenhein(2003), a variao na composio qumica doleo-resina de Copaifera pode influenciar aao farmacolgica e a toxidez dos produtosque o utilizam em suas composies, podendocomprometer o controle de qualidade.

    Apesar dos vrios estudos sobre a taxonomiado gnero Copaifera realizados ao longo de quasetrs sculos, ainda existiam dificuldades parareconhecer as espcies que ocorrem na Amazniabrasileira devido carncia de informaes decampo sobre a variao de caractersticasmorfolgicas e a ausncia de ilustraesdemonstrativas dos caracteres-chave. Assim, essadificuldade tornou-se barreira para o avano dosestudos de caracterizao qumica de tais espciese, conseqentemente, melhor aproveitamentoindustrial da madeira e leo-resina, e no maiso manejo adequado desses recursos.

    Diante da necessidade de se conhecer asespcies de Copaifera que esto fornecendoleo-resina na Amaznia, procedeu-se ao estudotaxonmico desse gnero na referida regio.

    O objetivo deste trabalho apresentar otratamento taxonmico das nove espcies deCopaifera que ocorrem na Amaznia brasileiraacompanhado de uma chave de identificao,descries, ilustraes e comentrios sobremorfologia e taxonomia.

    MATERIAL E MTODOSA Amaznia brasileira ocupa

    integralmente cinco estados, ou seja, Acre,Amap, Amazonas, Par e Roraima, bemcomo parte dos estados do Maranho, MatoGrosso, Rondnia e de Tocantins (MMA 2004).Abrange uma rea de aproximadamentequatro milhes de km2, com temperatura mdiaem torno de 25C, com chuvas torrenciais bemdistribudas ao longo do ano (MMA 2004). Adiversidade geolgica bastante variada, aliadaao relevo diferenciado e influncia das altastemperaturas, bem como altos nveis deprecipitao, resultando na formao das maisvariadas classes de solo. A vegetaocaracterstica a Floresta Ombrfila Densaque apresenta variaes, principalmente aolongo do rio Amazonas e seus principaisafluentes. Est situada na zona neotropical eabriga a maior bacia hidrogrfica do planeta,escoando 1/5 da gua doce da Terra. Seus riosso classificados de acordo com a cor de suasguas e os sedimentos que transportam(Arruda 2001; MMA 2004).

    Foram analisados materiais coletados nosdiversos estados da Amaznia, bem comoexemplares procedentes dos seguintesherbrios: CAY, COL, F, GUA, HAMAB, HB,HRCB, IAC, IAN, INPA, IPA, K, L, MG, R,RB, SGO, SP, SPF, TEPB, U, UB, UEC,UFMT e VEN (acrnimos de acordo comHolmgren & Holmgren 1998). Analisou-se,ainda, material de herbrios no indexados, isto, da Universidade Federal do Acre (HPZ),Universidade Federal do Amazonas (HUAM)e da Orsa Florestal (JARI). Alm disso, foramexaminadas fotografias de tipos depositadasnos herbrios F, GH, IAN e RB, bem comoimagens digitais dos herbrios A, B, G, FHO,GH, K, M, MO, NY, OXF, P, US, Z e WIS. Obioma Amaznia foi delimitado segundo MMA(2004), porm para habitat seguiu-se Pires &Prance (1985). A terminologia na descriodos txons foi adotada segundo Lawrence(1951), Rizzini (1977), Stearn (1998), Harris& Harris (2001) e Hickey & King (2003).

  • Copaifera L. na Amaznia brasileira

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    Fololos foram diafanizados segundo atcnica de Johansen (1940) para contagem dearolas que foi realizada com auxlio demicroscpio tico, com quadrado de 1 mm2acoplado lente. Foi conferido o nmero dearolas por mm2 com 10 repeties em cadafololo, sendo utilizados 35 fololos por espcie.

    Considerou-se venao laxa, quando amdia do nmero de arolas por mm2 nasuperfcie dos fololos esteve compreendidaentre 812 (Tab. 1) e, venao congesta, commdia acima de 15 arolas por mm2 (Tab. 1).

    RESULTADOS E DISCUSSOCopaifera L., Sp. Pl. ed.2: 557. 1762, nom.cons.

    Espcie tipo: Copaifera officinalis(Jacq.) L. (Copaiva officinalis Jacq.).

    Arbustos ou rvores; tronco cilndrico,anis circulares ao longo do tronco. Canaissecretores intercelulares, axiais, dispostos emfaixas de parnquima axial marginal, concntricas,no tronco. Folhas alternas, paripinadas; fololos212 pares, opostos, alternos ou subopostos,inteiros, podendo apresentar pontuaestranslcidas; venao pinada, broquiddromo,arcos formando-se prximo nervura marginal,nervura intersecundrias presentes, reticulaolaxa ou congesta, conspcua ou inconspcua,12(3) glndulas no basal da nervuramarginal; estpulas interpeciolares geralmentecaducas. Inflorescncia em panculas, alternas,botes florais protegidos por duas bractolase uma brctea caducas, internamente glabras,externamente glabras, glabrescentes oupubescentes. Flores monoclamdias (ptalasausentes), ssseis ou subssseis, alvas. Clicetetrmero formando tubo curto, conato a umpequeno disco; spalas variando em largura:

    Tabela 1 Valores mnimo, mdio (em negrito)e mximo do nmero de arolas por mm2 nasuperfcie dos fololos das espcies deCopaifera estudadas.

    Espcie No. arolas/mm2C. duckei 58,711

    C. glycycarpa 1621,429C. guyanesis 68,211

    C. martii 1316,822C. multijuga 1829,541C. paupera 1521,728

    C. piresii 911,414C. pubiflora 815,221C. reticulata 69,312

    uma mais larga, mais cncava oposta a outramais estreita, quase reta, intercaladas por duasmdias, similares, ligeiramente cncavas,hirsutas internamente, pubescentes,glabrescentes ou glabras externamente.Androceu com 10 estames livres, de doistamanhos, intercalados na margem do disco;filetes glabros; anteras oblongas, apiculadas ouno no pice, glabras, dorsifixas, rimosas.Gineceu com ovrio comprimido lateralmente,preso no centro do disco, estipitado ou sssil,totalmente hirsuto ou apenas na nervuraprincipal, sutura do carpelo, pice e base;vulos 2, alongados, superpostos; estiletefiliforme; estigma terminal, globoso, papiloso.Frutos, legumes estipitados, obliquamenteelpticos ou falcado-ovados, sub-orbicularesou obovados, geralmente comprimidoslateralmente, em geral apiculados; semente 1(2), pndula, oblongo-globosa, nigrescente,coberta por arilo branco ou amarelo,endosperma ausente.

    Chave para identificao das espcies de Copaifera ocorrentes na Amaznia brasileira1. Venao foliolar congesta (mdia de arolas/mm2 na superfcie dos fololos superior a 15) e

    inconspcua na face adaxial.2. Fololos 612 pares; ovrio totalmente hirsuto.

    3. Fololos opostos, retos, simtricos, ovrio sssil, frutos globosos ...... 2. C. glycycarpa3. Fololos alternos, falcados, assimtricos, ovrio estipitado, frutos comprimidos

    lateralmente ....................................................................................... 5. C. multijuga

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    1. Copaifera duckei Dwyer, Brittonia 7 (3):163-164. 1951. Tipo: BRASIL. PAR: Belmdo Par, 10.XI.1922, fl., A. Ducke 16875(Lecttipo US 1441916!, aqui designado; duplicatasdo lecttipo K!, RB!). Fig. 1 a-f

    rvore (15)2035(45) m alt. e (25)35-95cm DAP; ritidoma estriado, cinza-rosado.Folhas com 34 pares de fololos, pecolo eraque glabros ou glabrescentes, pecolos 0,72 cm compr., raque 2,57,3 cm compr.; estpulasinterpeciolares caducas. Fololos alternosou subopostos, coriceos, oblongo-ovados,subfalcados, assimtricos, base obtusa sub-equiltera, raramente cuneada, pice curtoacuminado com ou sem apculo, os distais 3,46,7 1,43,3 cm, proximais 2,44,7 1,33,7 cm emedianos 3,25,6 1,52,9 cm, faces abaxial eadaxial glabras, margens retas; nervura centraladaxial proeminente, pubescente ou glabrescente,abaxial glabra; venao laxa (mdia 8,7 arolas/mm2), conspcua na face adaxial; pontuaestranslcidas quase sempre presentes; pecilulosglabros ou glabrescentes, ca. 0,2 cm compr.

    Inflorescncias 5,513 cm compr.; brctea1,41,9 1,21,7 mm, faces abaxial e adaxialglabras, tricomas nas margens; bractolas 11,3 0,70,9 mm, faces abaxial e adaxial glabras,tricomas nas margens. Flores subssseis;spalas externamente glabras, a mais larga 3,24,4 23,1 mm, as mdias 3,24,4 1,22 mme a mais estreita 3,24,4 0,81,1 mm; anteras1,32,2 0,71 mm; gineceu 3,74,1 mm compr.,ovrio oblongo-elptico, estipitado, 1,71,9 11,3 mm, hirsuto na sutura e nervura principal docarpelo, no pice e na base; estilete 22,2 mmcompr. Frutos obovados, sub-orbiculares, algumasvezes oblquos, 34 2,23,2 cm, base falcadaou subfalcada, pice arredondado ou truncado;semente 1,41,8 11,3 cm, arilo amarelo.Material selecionado: BRASIL. MARANHO:Maracassum River Region, 20.IX.1932, Fres 1926(US, A, F, K, NY); Santa Luzia, Arrasto do Cajueiro,10.VII.2002, M. L. B. Jesus 25 (IAN). PAR: Belm,Mosqueiro, propriedade Mari-mari, ramal Sapucaia,25.IV.2002, fr., R. C. V. Martins-da-Silva et al. 76 (IAN);Castanhal, colnia Trs de Outubro, 23.I.1953, fl.,J. M. Pires & N. T. Silva 4453 (IAN, INPA, IPA, K, R).

    2. Fololos at 5 pares; ovrio hirsuto na sutura do carpelo e ao longo da nervura principal.4. Fololos com comprimento maior do que o dobro da largura, alternos, arilo amarelo ....

    .......................................................................................................... 6. C. paupera4. Fololos com comprimento menor do que o dobro da largura, opostos ou subopostos,

    arilo branco.5. Fololos opostos, 34 pares, margens ligeiramente revolutas, spalas glabrescentes

    ou glabras externamente .................................................................. 4. C. martii5. Fololos subopostos, (1)23 pares, margens no revolutas, spalas pubescentes

    externamente ............................................................................. 8. C. pubiflora1. Venao foliolar laxa (mdia de arolas/mm2 na superfcie dos fololos inferior a 12) e conspcua

    na face adaxial.6. Fololos 0,92,8 cm compr., 47 pares, pecilulos 0,41 mm compr. ........... 7. C. piresii6. Fololos maiores do que 3 cm compr., (2)36 pares, pecilulos 0,20,8 cm compr.

    7. Fololos opostos, retos, (2)34 pares, spalas pubescentes externamente, frutos com35cm de comprimento .................................................................. 3. C. guyanensis

    7. Fololos alternos ou subopostos, subfalcados ou falcados, 36 pares, spalas glabrasou glabrescentes externamente, frutos com 2,34 cm compr.8. Fololos 4-6 pares, raque foliar 612,3 cm compr., pecolo e pecilulo pubescentes

    ou glabrescentes, nervura central (face abaxial) pubescente ou glabrescente,spalas glabrescentes ou glabras externamente ........................ 9. C. reticulata

    8. Fololos 34 pares, raque foliar 2,57,3 cm compr., pecolo e pecilulo glabros ouglabrescentes, nervura central (face abaxial) glabra, spalas glabras externamente....................................................................................................... 1. C. duckei

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    Figura 1 a-f. Copaifera duckei a. folha; b. detalhe do fololo evidenciando venao laxa; c. brctea. d. bractola. e. flor;f. gineceu. g-l. C. glycycarpa g. folha; h. detalhe do fololo evidenciando venao congesta; i. detalhe do fololo evidenciandotricomas na face abaxial da lmina; j. bractola; k. brctea; l. gineceu. m-r. C. guyanensis m. folha. n. detalhe do fololoevidenciando venao laxa; o. brctea; p. bractola; q. flor; r. gineceu. (a Freitas 180; b Pires 4453; c-f Freitas 151; g-iMartins-da-Silva 190; j-l Ducke s.n. (RB20218); m, o-p Rosa 522; n Damio 3097; q-r Spruce s.n. (RB5159))

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    Ocorre apenas no Brasil, no nordeste daAmaznia brasileira; foi encontrada desde onordeste do estado do Par at o noroeste doMaranho (Fig. 4). Habita as matas de terra firme.

    Dwyer (1951), ao descrever C. duckei,citou como tipo uma duplicata do material Duckes.n. (RB 16875) depositada no herbrio US,alm de outras coletas adicionais procedentesda Bahia, Cear e Maranho. Posteriormente,Ducke (1959) ao descrever C. cearensis,validando um nome no publicado por J. Huber,reconheceu como pertencendo a esta espcieparte do material includo por Dwyer (1951) emC. duckei. O referido autor, discordando aindada proposio de Dwyer, colocou em dvida avalidade de C. duckei, aventando a possibilidadede ser uma mera forma de C. reticulata.

    Sobre a coleta Riedel 686, oriunda daBahia e citada por Dwyer como partipo deC. duckei, verificou-se que no pertence aessa espcie, por possuir mais de quatro paresde fololos, estando incompletamente conhecida.

    Dwyer aps a descrio de C. duckeimenciona o material Ducke16875 (US, Type).Com o exame do referido material depositadono Jardim Botnico do Rio de Janeiro,constatou-se que na mesma exsicata, Duckecita duas datas diferentes de coleta, uma deum exemplar coletado em 10 de novembro de1922, em flor, e outra de um exemplar coletadoem 23 de junho de 1923, em fruto. Quemtrabalhou no herbrio do Jardim Botnico sabeque inmeros exemplares coletados por Ducketm datas diferentes de coleta na mesmaexsicata. Porm, as duplicatas que se encontramem (US), foram desmembradas em: Sheet I(US-1441917) com as duas datas acimareferidas e Sheet II, (US-1441916), com a datade 23 de junho de 1923, em fruto. Como o Cdigode Nomenclatura, 2006, Art.8, diz que oholtipo no pode consistir de material coletadoem duas datas diferentes, optou-se pelalectotipificao, escolhendo a Sheet II (US-1441916), material coletado em fruto, porDucke, em 23 de junho de 1923.

    Copaifera duckei afim de C. reticulata,da qual difere por possuir trs a quatro paresde fololos oblongo-ovados, raque da folha

    menor (2,57,3 cm compr.), sendo glabra ouglabrescente; geralmente, o pecolo, peciluloe nervura central so glabros, entretanto, maisraramente, so glabrescentes, principalmentequando mais jovens; contudo a nervura central glabra na face abaxial. Brcteas, bractolase spalas externamente so glabras. O retculoformado pela venao na face adaxial dosfololos, em C. duckei, mais conspcuo ebrilhante, bem como as arolas so ligeiramentemaiores do que em C. reticulata, tendo sidoencontrada uma mdia de 8,7 arolas por mm2em C. duckei.

    O tamanho dos frutos foi considerado porDwyer (1951) como um dos caracteres paraseparar as duas espcies, informando que emC. duckei so maiores (3,33,5 2,53 cm)do que em C. reticulata (2,73,2 23 cm),no entanto, foram encontrados, na FLONA doTapajs (PA), frutos de C. reticulata medindoat 3,7 3,5 cm.

    2. Copaifera glycycarpa Ducke, Arch. Jard.Bot. Rio de Janeiro 5: 128-129. 1930. Tipo:BRASIL. AMAZONAS: habitat in silvis noninundatis ad ripas fluminis Curu propeoppidum Maus civitatis Amazonas,17.XII.1927, fl., Ducke s.n (Lecttipo RB20218!, aqui designado; duplicatas do lecttipoF!, K!, NY!, RB!, U!, US!). Fig. 1 g-l

    rvore (25)3035 m alt., 4680 cm DAP;ritidoma estriado, cinza a castanho-avermelhado.Folhas com 812 pares de fololos, pecolo eraque ferrugneo-tomentosos, pecolo 1,31,9 cmcompr., raque 11,119,3 cm compr.; estpulasinterpeciolares caducas. Fololos opostos,coriceos, oblongo-lanceolados, retos, simtricos,base obtuso-rotunda, pice agudo-acuminado,apiculado, os distais 4,88,2 1,22,7 cm, osproximais 3,25,6 1,22,5 cm e os medianos3,47 1,62,6 cm, faces adaxial glabra ouglabrescente, face abaxial pubescente, margenssemi-revolutas, nervura central adaxial impressaglabra, abaxial hirsuta; venao congesta(mdia 21,4 arolas/mm2), inconspcua na faceadaxial vista desarmada; pontuaestranslcidas imperceptveis; pecilulostomentosos, 0,20,4 cm compr. Inflorescncias

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    com 2733 cm compr., brctea 4,56 34 mm,abaxial pubescente, adaxial glabra, tricomasnas margens; bractolas 22,7 2,22,9 mm,abaxial pubescentes, adaxial glabras, tricomas nasmargens. Flores com spalas externamentetomentosas, ovrio oblongo-ovado, sssil, ca. 2,5 2 mm, totalmente hirsuto; estilete ca. 6 mmcompr. Frutos globosos, elptico-obovados, 44,5 2,94 cm, base ligeiramente cuneada, picearredondado; semente oblongo-globosa, ca. 2 1 cm, arilo amarelo.Material selecionado: BRASIL. AMAZONAS:Itacoatiara, estrada Torquato Tapajs, km 227,terreno da Mil Madeireira, 8.V.1996, fr., L. F. Colhos.n. (INPA 186048); Novo Aripuan, BR-230, RodoviaTransamaznica a 300km de Humait, prx. aoacampamento do DNER, 7 33S, 60 40W, 24.IV.1985,fr., C.A.C. Ferreira et al. 5734 (INPA). MATO GROSSO:near Tabajara, upper Machado River Region, XI-XII.1931, fr., B. A. Krukoff 1497 (F, K). PAR: admedium flumen Tapajoz loco Quataquara (civitatePar), 14.VIII.1923, fr., Ducke s.n. (sntipos RB 17069,U; foto do sntipo RB: F). RONDNIA: Itapu doOeste, Flona do Jamari, 7.VIII.1987, fr., P. S. Teixeiraet al. 272 (INPA); Porto Velho, Campo Experimentalda Embrapa de Porto Velho, 8 48S, 63 51W, 28.X.2004,fr., R. C. V. Martins-da-Silva et al. 190 (IAN).

    Ocorre apenas no Brasil, na regio centralda Amaznia brasileira e estende-se at a sudoestee sul dessa regio; foi encontrada no sudoestedo Par, leste do Amazonas e noroeste de MatoGrosso (Fig. 4). Habita as matas de terra firme.

    Copaifera glycycarpa destaca-se porapresentar tricomas na face abaxial da lminado fololo, ovrio sssil e fruto globoso comapculo rudimentar. Entretanto, devido aorelativamente grande nmero de fololos e aoovrio totalmente hirsuto, C. glycycarpa afim de C. multijuga, sendo ambas as nicas,na Amaznia, que possuem o ovrio totalmentehirsuto. Porm, C. glycycarpa difere porapresentar fololos simtricos, retos e opostos,bem como ovrio sssil e fruto globoso. Avenao dos fololos em ambas as espciesapresenta-se congesta e inconspcua na faceadaxial; entretanto, C. glycycarpa difere porpossuir em mdia 21,4 arolas/mm2 e as veiascom terminaes livres apresentandobifurcaes.

    A descrio das flores foi complementadapela traduo do Protlogo (Ducke 1930), poisos materiais examinados continham apenasbotes florais e ovrio.

    Dwyer (1951) faz a indicao de Ducke20218 como um fragmento do cotipo (umadesignao antiga para sntipo e outrascategorias de Tipos) depositado em (F), porm,Ducke menciona no protlogo de sua novaespcie que os sntipos esto depositados noherbrio do Jardim Botnico do Rio de Janeiro,da a lectotipificao apresentada neste trabalho.

    3. Copaifera guyanensis Desf., Mm. Mus.Hist. Paris, 7: 376-377, tab. 13. 1821. Tipo:GUYANE. Indigne ds forts, crot dans lvoisinage du Rio-Negro Tipo no localizado.

    Fig. 1m-rrvore grande ou mediana (57)1027,5

    30 m alt. e 3039,750 cm DAP; ritidomacinza-esbranquiado a castanho, com estriaslongitudinais, superficiais, cerradas. Folhascom (2)34 pares de fololos, pecolo e raqueglabros ou glabrescentes, pecolo 1,94,2 cmcompr., raque 513,4 cm compr.; estpulasinterpeciolares caducas. Fololos opostos,cartceos ou coriceos, oblongo-lanceoladosou ovado-lanceolados, retos, simtricos, basearredondada ou raramente cuneada, equiltera,pice estreito acuminado e apiculado, os distais7,514,15 2,55,8 cm, os proximais 6,212,3 2,95,8 cm e os medianos 7,314 2,35,8 cm,faces adaxial e abaxial glabras, margens retas;nervura central adaxial impressa, glabra ouglabrescente, abaxial glabra ou glabrescente;venao laxa (mdia 8,2 arolas/mm2), conspcuana face adaxial; pontuaes translcidasdistribudas, preferencialmente, de formahomognea em toda a lmina, raramenteimperceptveis; pecilulos glabros ou glabrescentes,0,40,7 cm compr. Inflorescncias 818 cmcompr.; brctea 1,4-2,1 1,4-2,5mm, face abaxialpubescente, a adaxial glabra, tricomas nas margens;bractolas, 0,81,4 0,71,3 mm, abaxialpubescentes, adaxial glabras com tricomas nasmargens. Flores ssseis a subssseis; spalasexternamente pubescentes, a mais larga 3,54,7

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    1,4-3 mm, as mdias 3,54,7 12,3 mm e amais estreita 3,54,7 0,82 mm; anteras 1,62,8 0,81,1 mm; gineceu 4,56 mm compr.,ovrio oblongo-obovado, estipitado, 2,22,9 1,42,2 mm, hirsuto na sutura e nervura principaldo carpelo, no pice e na base; estilete glabro,1,83 mm compr. Frutos oblongo-obovados,elptico-obovados ou oblongo-oblquos,comprimidos lateralmente, 35 1,83,5 cm,estipitados, base sub-falcada ou falcada, picearredondado ou truncado; semente oblongo-globosa, 1,72,3 1,31,4 cm, arilo branco.Material selecionado: BRASIL. AMAZONAS: rioNegro inferior, XI.1851, fl., R. Spruce s.n. (RB 5159,K); rio Negro, foz do Caiar, 1.X.1952, fr., R. L. Fres28807 (IAN, INPA, R). COLMBIA. Rio Loreto-Yaco, 2.XI.1946, fl. e fr., G. A. Black et al. 46-301 (F,IAN, K); VAUPS: rio Apaporis (La Libertad), 23.V.1977,fr., A. Roa 710 (INPA). GUIANA FRANCESA.CAYENNE: Fleuve Oyapock, Crique Sikini, GrosSaut, 21.VII.1969, fr., B. Oldeman B2594 (CAY);SAINT-LAURENT DU MARONI: Bords d la Riviredu Maroni, 1862, fl., M. Melinon, s.n. (R 69717, F).SURINAME. BROKOPONDO: near Kabelstation,Suriname River, 8.XI.1933, fr., J. Lanjouw 1157 (IAN,K). PARA: Jodensavanne-Mapannekreek area, Kamp8, 1962, J. Elburg 9394 (F, WIS); Zanderij I, 1.X.1942,fl., G. Stahel 92 (K, UB, WIS). SARAMACCA:Tottikamp, 19.III.1950, fl., B.B.S. 506 (K). SIPALIWINI:Jacobkondre, Saramacca River, 16.VI.1944, fr., B.Maguire 23836 (F, K, RB); Posoegronce, SaramaccaRiver, 29.VI.1944, fl., B. Maguire 24015 (F, K, RB).

    Ocorre no Brasil, Colmbia, GuianaFrancesa e Suriname. Espcie com ampladistribuio no norte da Amrica do Sul, tendosido encontrada desde a Guiana Francesa,Suriname e Colmbia, estendendo-se at a regioamaznica no Brasil. Na Amaznia brasileira,ocorre nas pores central e ocidental; foiencontrada apenas no estado do Amazonas(Fig. 4). Habita preferencialmente matas devrzea e igap, mas tambm pode ocorrer emmatas de terra firme e campinarana.

    Desfontaines (1821), ao descrever C.guyanensis no designou o tipo, apenas fezreferncia de que era uma rvore nativa dasflorestas da Guiana Francesa, crescia nascercanias do rio Negro, e que, no herbrio doMuseu, havia alguns ramos com flores. Como

    trabalhava no herbrio de Paris, supe-se queestava se referindo a esse herbrio; porm, amesma no foi localizada. Dwyer (1954)comentou que ficou desapontado por noconseguir localizar o tipo no herbrio de Paris,mas sugeriu que o mesmo poderia estar noherbrio de Florence, j que grande parte dascoletas de Desfontaines encontra-se nesseherbrio. Diante da impossibilidade de localizaro tipo, a determinao do material foi baseadano protlogo de C. guyanensis (descrio eestampa) e tambm em outros materiaisdeterminados por Ducke que serviram paracomparao.

    Dwyer (1951) indicou C. beyrichii Haynee C. bijuga Hayne como sinnimos de C.guyanensis, porm, C. beyrichii umaConnaraceae e de acordo com Forero (1983) sinnimo de Connarus beyrichii Planchon.Examinando o tipo de C. bijuga, a diagnose e aprancha contidas na obra princeps, no se podeconcordar com a sinonmia proposta por Dwyer(1951) quanto C. bijuga, pois a mesma foidescrita como apresentando duas jugas,incurvas e assimtricas, discordando dessaforma de C. guyanensis.

    Copaifera guyanensis bem definidamorfologicamente, por exibir trs a quatro paresde fololos, raramente dois, opostos, relativamentegrandes (6,214,15 2,35,8 cm), oblongo-lanceolados ou oblongo-ovados, retos, compices acuminados que podem ser longos oumais curtos e lmina simtrica. A consistnciados fololos em C. guyanensis varia, pode sercartcea ou coricea, o pice dos fololos e abase tambm podem variar de base arredondadaa ligeiramente cuneada, embora esta ltimamais rara e os pices estreitos acuminados.

    Discorda-se das identificaes de Dwyer(1951) para as coletas Curran 53 (G, US) e103 (G, US, Y), procedentes da Bahia. Aoexaminar as fotos destes exemplares, verifica-se que possuem fololos falcados, devendoprovavelmente se tratar de C. lucens Dwyer.Lewis (1987) citou C. guyanensis ocorrendona Bahia, porm explicou que essa informaofoi extrada da reviso de Dwyer (1951).

  • Copaifera L. na Amaznia brasileira

    Rodrigusia 59 (3): 455-476. 2008

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    As coletas Lisboa et al. 1967 (MG 96337)e Silva et al. 937 (MG 78478), procedentes deCarauari (AM), apresentam quatro pares defololos cuja forma e filotaxia assemelham-se C. guyanensis; porm, com tricomas na faceabaxial da lmina. Como as referidas amostrasencontram-se estreis e esse carter no foidetectado nos demais materiais analisados daespcie, preferiu-se no inclu-las, neste momento,em C. guyanensis, at que se obtenha materialfrtil que possa dirimir esta dvida.

    4. Copaifera martii Hayne, Getreue Darstell.Gew. 10: tab. 15. 1827. Tipo: BRASIL. Wchstin Brasilien in den Wldern der Provinz Paraam Amazonenflusse, s.d. (1819?), fl., Martiuss.n. (Lecttipo M!, aqui designado; duplicatado lecttipo L!). Fig. 2 a-f

    Arbusto ou rvore (0,8)240(48) m alt. e490(101) cm DAP; ritidoma estriado, cinza-avermelhado a cinza-acastanhado. Folhas com34 pares de fololos, pecolo e raque glabrescente,pecolo 12,5 cm compr., raque 2,56,2 cm compr.;estpulas interpeciolares caducas. Fololos opostos,coriceos, oblongo-ovados, oblongo-elpticos,orbiculares, retos a subfalcados, assimtricos,base obtusa subequiltera, pice arredondadoou acuminado, raro apiculado, os distais 3,79,3 1,94,9 cm, os proximais 3,48,1 1,94,1 cme os medianos 49,1 2,0-4,6 cm, faces adaxiale abaxial glabras, margens semi-revolutas naregio basal; nervura central adaxial impressa,glabra, abaxial glabra ou glabrescente; venaocongesta (mdia 16,8 arolas/mm2), inconspcuaadaxial; pontuaes translcidas quase sempreausentes; pecilulos glabros ou glabrescentes,0,20,3 cm compr. Inflorescncias 715 cmcompr., brctea 1,73 1,32,5 mm, face abaxialglabrescente, face adaxial glabra, tricomas nasmargens; bractolas 1,22,4 0,81,8 mm, abaxialglabrescente, adaxial glabras, tricomas nasmargens. Flores ssseis; spalas externamenteglabras ou glabrescentes, podendo apresentarraros tricomas na base e no pice, a mais larga2,83,7 1,82,7 mm, as mdias 2,83,7 1,32,4 mm e a mais estreita 2,83,7 0,91,4 mm;anteras 1,21,6 0,60,9 mm; gineceu 3,44,9 mmcompr., ovrio oblongo-elptico a suborbicular,

    estipitado, 1,62,2 1,11,9 mm, hirsuto na base,margens e pice; estilete 1,82,7 mm compr.Frutos sub-orbiculares, raro oblquos,comprimidos lateralmente, 1,52,4 1,42,2 cm,estipitado, base arredondada, pice arredondado;semente 1(2) oblongo-globosa, 1,21,3 0,80,9 cm, arilo branco.Material selecionado: BRASIL. MARANHO:Alcntara, 28.IX.1903, fr., A. Ducke s.n. (MG 442,RB); Caxias, 28.VI.1907, fr., A. Ducke s.n. (MG 713,RB). PAR: Belterra, praia de Porto Novo, 29.X.1947,fr., G. A. Black 47-1845 (IAN); Belm, ilha doMosqueiro, propriedade do Mura Pires, 12.VI.1979,fl., J. H. Langenheim & M. F. Silva 6490 (INPA).

    Ocorre apenas no Brasil, na porooriental da Amaznia brasileira; foi encontradaamplamente distribuda no Par indo at aoMaranho (Fig. 4). Habita as matas de terrafirme e vrzea, matas de transio, capoeiras,campos, campinaranas e at mesmo dunas.

    Ducke (1915) referiu-se C. martiiocorrendo da Guiana at o Mato Grosso e que nonordeste do Brasil, ocorreria C. rigida Benth.Esse autor comentou que a ltima espcie citada,provavelmente, seria uma forma de C. martiicom fololos mais rgidos, devido ao clima seco.Ducke (1925) reafirmou suas suspeitas a respeitoda proximidade de C. martii e C. rigida. Maistarde, esse mesmo autor (Ducke 1930) reduziuC. rigida variedade de C. martii, explicandoque se tratava de uma variedade exclusiva derea de clima seco no nordeste brasileiro,diferindo, dessa maneira, da variedade tpicaque habita a Amaznia.

    Dwyer (1951) props C. rigida comosinnimo de C. martii. No obstante, Ducke (1958)reduziu C. martii e C. rigida a sinnimos deC. coriacea (Mart.) Hayne e comentou que aespcie ocorre desde o Par at o Rio Grandedo Norte e o interior da Bahia. Posteriormente,durante estudos botnicos no Cear, Ducke(1959) reafirmou as sinonmias propostas, ecomentou ainda que discordava de Bentham(1870) quanto proposta de sinonimizar C.coriacea e C. cordifolia Hayne, e que a reade ocorrncia de C. coriacea vai do Par ao RioGrande do Norte. importante ressaltar quea referida proposta de Bentham (1870) haviasido aceita por Dwyer (1951).

  • 464 Martins-da-Silva, R. C. V.; Pereira, J. F. & Lima, H. C.

    Rodrigusia 59 (3): 455-476. 2008

    Figura 2 a-f. Copaifera martii a. folha; b. detalhe do fololo evidenciando venao congesta; c. brctea;d. bractola; e. flor; f. gineceu. g-l. C. multijuga g. folha; h. detalhe do fololo evidenciando venao congesta;i. brctea; j. bractola; k. flor; l. gineceu. m-r. C. paupera m. folha; n. detalhe do fololo evidenciando venaocongesta; o. brctea; p. bractola; q. flor; r. gineceu. (a Martins-da-Silva 116; b Martins-da-Silva 117; c-f Pires 4249;g, i-l Martins-da-Silva 133; h Martins-da-Silva 129; m, o-r Rigamonte-Azevedo 3; n Martins-da-Silva 177)

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  • Copaifera L. na Amaznia brasileira

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    Embora seja necessrio examinar ossntipos de C. rigida para confirmar a suaincluso como sinnimo de C. martii, osmateriais identificados por Ducke (1915) comoC. rigida foram aqui considerados C. martii.

    Quando se compara o tipo de C. martii(Par) com um dos sintipos de C. rigida(Gardner 2089), procedente do Piau, parecese tratar, realmente, de dois txons diferentes.Apesar das flores semelhantes, os fololos sodiferentes: na primeira, apresentam piceacuminado, menos coriceos, glabros na nervuracentral na face abaxial e as margens so apenaslevemente revolutas; enquanto que em C. rigida,os fololos so brilhantes, com pice amplamenteobtuso e arredondado, mais coriceos, glabrescentesna nervura central na face abaxial e aindaapresentam as margens revolutas. No entanto,quando se observam os materiais desde o oestedo Par, procedentes dos municpios de bidos,Santarm e Belterra, no sentido do nordeste,nos municpios de Marapanim, Salinas e ilha doMaraj, bem como as amostras procedentesdo Maranho, torna-se difcil distinguir as duasespcies, devido sobreposio desses caracteresvegetativos. No material procedente dessesmunicpios citados, h fololos oblongos, oblongos-ovados at orbiculares, algumas vezes os apicaismostram-se oblongo-obovados; os pices podemser obtusos ou agudos, os quais podem serarredondados, retusos ou acuminados; em umamesma amostra, encontram-se fololos comdiferentes formas.

    Copaifera martii, quando ocorre em mata,desenvolve-se como rvore alta chegando aatingir at 40 metros de altura ou mais, os fololosso menos coriceos do que quando sedesenvolvem em ambientes mais abertos, comoos campos ou as areias de ambientes costeirose at mesmo as capoeiras; contudo, o brilhodos fololos, provavelmente, est ligado fasede maturao desses rgos que, quando maisjovens, so mais brilhantes; nas amostrasdesidratadas, os fololos maduros, geralmente,apresentam-se glaucescentes.

    Dwyer (1951) no teceu consideraessobre o Tipo da referida espcie. Hayne trabalhouna Universidade de Berlin e possvel que tenha

    examinado o material de Martius nesse herbrio,destrudo na Segunda Guerra Mundial. Como nohouve indicao por Hayne (1827) do herbrio,optou-se pela lectotipficao do exemplardepositado por Martius em Munique (M).

    5. Copaifera multijuga Hayne, GetreueDarstell. Gew. 10: pl. 17. 1827. Tipo: BRASIL.Wchst in lunern von Brasilien in den Wldernder Provinzen Para und Rio Negro, s.d. (1819?),Martius s.n. (Lecttipo M!, aqui designado, fotosdo lecttipo: F!, GH!, IAN!). Fig. 2 g-l

    rvore (57)1560 m alt. e 6,5118 cmDAP; s vezes sapopemas, ritidoma cinza acinza-avermelhado, estrias estreitas verticaissuperficiais. Folhas com 610 pares de fololos,pecolo e raque pubescentes a hirsutos, pecolos0,52,5 cm compr., raque 6,820 cm compr.;estpulas interpeciolares caducas. Fololos alternos,coriceos, oblongo-lanceolados, falcados,assimtricos, base arredondada ou cuneada,subequiltera, pice estreito-acuminado,atenuado margem interna e abrupto margem externa, falcado, os distais 2,16,6 0,92,7 cm, os proximais 25 0,82,4 cm e osmedianos 3,27,4 1,12,8 cm, faces adaxiale abaxial glabras; margens retas; nervuracentral impressa na face adaxial ou semi-plana,pubescente a glabrescente, face abaxial hirsutaou pubescente, com muitos ou raros tricomas;venao congesta (mdia 29,5 arolas/mm2),inconspcua adaxial; pontuaes translcidasdistribudas, preferencialmente, de formahomognea em toda a lmina; pecilulospubescentes ou hirsutos 0,20,5 cm compr.Inflorescncias com 5,112 cm compr.; brctea22,6 1,73 mm, faces abaxial e adaxial glabras,tricomas nas margens; bractolas 1,62,4 1,42,2 mm, faces abaxial e adaxial glabras,tricomas nas margens. Flores ssseis; spalasexternamente glabras, a mais larga 44,8 2,43 mm, as mdias 44,8 1,62,4 mm e amais estreita 44,8 0,92 mm; anteras 2,32,9 11,2 mm; gineceu 5,67,7 mm compr.,ovrio oblongo a oblongo-elptico, estipitado,2,73,8 1,82,9 mm, totalmente hirsuto; estilete2,93,9 mm compr. Frutos suborbiculares,oblongo-obovados ou oblongo-oblquos,

  • 466 Martins-da-Silva, R. C. V.; Pereira, J. F. & Lima, H. C.

    Rodrigusia 59 (3): 455-476. 2008

    comprimidos lateralmente, 3,74,6 2,13,7 cm,estipitado, base falcada ou subfalcada; semente1, oblongo-globosa, nigrescente, 1,82,6 11,8 cm, arilo amarelo.Material selecionado: BRASIL. AMAZONAS:Manaus, BR 174, fundos da colnia Joo Alfredo,26.VIII.1947, fr., A. Ducke 2101 (IAC, IAN, MG, R,UEC); margem do rio Tarum, 3.III.2004, fl., R. C. V.Martins-da-Silva et al. 131 (IAN, INPA). MATOGROSSO: Aripuan, 7.VI.1977, J. P. L. & Damio C.1816 (INPA); 11.IV.1977, M. Gomes et al. 1164 (INPA).PAR: igarap Santa Jlia, baixo Amazonas,28.XII.1920, A. Ducke s.n. (RB 20209); Aveiro, rioTapajs, 12.IX.1916, fr., A. Ducke s.n. (MG 16490,R, RB). RONDNIA: Costa Marques, BR 429,30.III.1987, fr., C. A. C. Ferreira et al. 8734 (F, INPA,K); Machadinho d Oeste, Campo Experimental daEmbrapa de Machadinho, 26.X.2004, R. C. V. Martins-da-Silva et al. 183 (IAN). BOLVIA. PANDO: S.bank of rio Abun between cachoeira Tres S. andFortaleza 3-16 km above mouth, 18.VII.1968, fr., G. T.Prance et al. 6138 (INPA, K, MG, MO, R); W. bankof rio Madeira, 3 km above Ribeiro, 27.VII.1968, fr.,G. T. Prance et al. 6530 (INPA, K, MO).

    Ocorre no Brasil e na Bolvia. Na Amazniabrasileira, vai desde a Amaznia central at oextremo ocidental, estendendo-se a sudoestedessa regio; foi encontrada no leste do Par,amplamente distribuda no Amazonas, no nortee sul de Rondnia e a noroeste de Mato Grosso(Fig. 4). Tpica de mata de terra firme, porm,pode ser encontrada em matas de vrzea, eem campinarana.

    Copaifera multijuga bem definidamorfologicamente por apresentar par distal defololos subopostos e demais alternos, total deseis ou mais pares, oblongo-lanceolados eassimtricos com pice acuminado falcado,sendo atenuadamente acuminado na margeminterna e abruptamente, na margem externa,formando uma curva bem pronunciada.Geralmente apresenta pontuaes translcidasperceptveis vista desarmada, distribudashomogeneamente em toda a lmina foliolar; avenao inconspcua na face adaxial, anervura principal impressa ou ligeiramenteplana; o ovrio totalmente coberto por tricomas;as anteras (2,32,9 11,2 mm) e os frutos(3,74,6 2,13,7) so grandes em relao s

    outras espcies do gnero. Todos esses caracteresproporcionam distingu-la das demais espciesdo gnero ocorrentes na Amaznia brasileira.

    O indumento presente no pecolo, raquefoliar, pecilulo e na nervura principal na faceabaxial dos fololos tem ampla variao,podendo apresentar-se densamente hirsuto,discretamente hirsuto, com raros e esparsostricomas ou pubescentes.

    Dwyer (1951) apenas menciona a foto doTipo em (F), sem tecer maiores consideraes.Da mesma forma que em C. martii, Hayne noindicou o herbrio, em que estava depositado omaterial utilizado na descrio. Tambm seoptou, como em C. martii, pela lectotipficaodo exemplar depositado por Martius emMunique (M).

    6. Copaifera paupera (Herzog) Dwyer, Brittonia7(3): 169. 1951. Tipo: BOLIVIA. SANTA CRUZ:zerstreut im Urwald des Rio Blanco, besondersum die Laguna de Kaaup (Prov. Velasco),IX.1909, fr., Herzog 470 (Lecttipo Z!, aquidesignado; fotos da duplicata do lecttipo deB: F!, IAN!). Fig. 2 m-r

    Copaifera reticulata var. peruvianaMacbride, Field Mus. Nat. Hist. 13(3): 120. 1943.Tipo: PERU. LORETO: Yurimaguas, X-XI.1929,Williams 4884 (Lecttipo F!, aqui designado;duplicatas do lecttipo A!, US!).

    rvore 2035 (40) m alt. e 5399(200) cmDAP; ritidoma apresentando desprendimento emplacas pequenas ou grandes, cinza-rosado, cinza-avermelhado ou acastanhado. Folhas com 34(5) pares de fololos, 510 cm compr., pecolo eraque glabros, pecolo 0,92 cm compr., raque3,69 cm compr.; estpulas interpeciolarescaducas. Fololos alternos, cartceos, oblongo-ovados estreitos, oblongo-obovados estreitos,oblongo-lanceolados, subfalcados a falcados,assimtricos, base arredondada ou cuneada, picecurto a longo acuminado, podendo apresentarreduzido apculo, falcado, os distais 47,4 1,53 cm, os proximais 35,9 1,42,8 cm e osmedianos 3,76,9 1,52,9 cm, faces adaxial eabaxial glabras, margens retas; nervura centraladaxial impressa, glabra, abaxial glabra; venao

  • Copaifera L. na Amaznia brasileira

    Rodrigusia 59 (3): 455-476. 2008

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    congesta (mdia 21,7 arolas/mm2), inconspcuaadaxial; pontuaes translcidas imperceptveis vista desarmada; pecilulos glabros, (0,2)0,3(0,4) cm compr. Inflorescncias 1015 cmcompr.; brctea 2,42,7 2,73 mm, face abaxialglabrescente, face adaxial glabra, tricomas nasmargens; bractolas 2,12,4 1,31,7 mm, abaxialglabrescentes, adaxial glabras, tricomas nasmargens. Flores ssseis; spalas externamenteglabras, podendo apresentar discreto tufo detricomas no pice ou tricomas no pice e na base,a mais larga 44,5 22,5 mm, as mdias 44,5 1,71,9 mm e a mais estreitas 44,5 11,7 mm;anteras 1,61,9 0,91 mm; gineceu 4,76,1 mmcompr., ovrio oblongo a oblongo-elptico,estipitado, 1,92,2 1,51,8 mm, hirsuto na suturae nervura principal do carpelo, base e pice; estilete2,83,9 mm compr. Frutos sub-orbiculares,comprimidos lateralmente, 3,54,3 2,23,1 cm,estipitado, base arredondada, pice arredondadoou truncado; semente oblongo-globosa,nigrescente, 1,71,9 1,31,4 cm, arilo amarelo.Material selecionado: BRASIL. ACRE: Assis Brasil,sentido Brasilia, colnia s margens do rio Acre,25.III.1999, fl., A. R. S. Oliveira 855 (RB); Bujari, BR364, km 52, colnia Nova Olinda, riozinho do Andir, esquerda descendo o rio, 15.V.1999, fr., G. Claroset al. 334 (IAN, RB). PERU. MADRE DE DIOS:Parque Nacional de Manu, Cocha Cashu BiologicalStation, 20.VIII.1976, fr., R. Foster & C. Augspurger,3277 (F). UCAYALI: Prov. Purus, rio Curanja, 1004 S, 71 06 W, 18.X.1997, J. Graham & V. Schunke197 (F, R); Pucalpa, Carretera Pucallpa-SanAlejandro km 80, 29.II.1972, D. Simpson & V.Schunke 64 (F).

    Ocorre no Brasil, Bolvia e no Peru. NaAmaznia brasileira, encontra-se a sudoeste,restrita ao Acre, onde est amplamente distribuda(Fig. 4). Habita mata de terra firme.

    Copaifera paupera afim de C.reticulata, da qual difere pela inflorescnciacongesta, fololos com nervura central impressae venao congesta e inconspcua na faceadaxial, com mdia de 21,7 arolas por mm2.Outro carter importante para distino dessasespcies a ausncia de indumento no pecolo,raque, pecilulo e nervura central dos fololosem C. paupera.

    Macbride (1943) props C. reticulata var.peruviana, distinguindo-a pela condio glabra dosfololos e o legume subsssil, a qual foi propostapor Dwyer (1951) como sinnimo de C. paupera.

    O pice dos fololos de C. pauperaapresentou-se curto ou longo acuminado; quantoao indumento externo nas spalas, foramobservadas spalas totalmente glabras, glabrascom tufo de tricomas no pice e glabras comtricomas no pice e na base. Considerando queas amostras disponveis com flores maduras sopoucas, h necessidade de coletar mais materialfrtil para otimizar a anlise dessa variao.

    Materiais procedentes de Rondnia(Cordeiro 481, 542; Goulding 1392; Prance6760 e Rosa 446) e do Amazonas (Ducke s.n.RB 35416), esta ltima coletada ao sul do referidoestado, mais precisamente, no municpio deHumait, ou seja, bem prximo de Rondnia,apresentam os caracteres morfolgicosvegetativos afins com C. paupera, porm,discordaram pelos tricomas presentes na raque,pecolos, pecilulos e na nervura central na faceabaxial, caracteres esses que so encontradosem C. reticulata. Diante da presena dessestricomas e da ausncia de flores nessasamostras, optou-se por consider-las como afimde C. paupera, at que se obtenham flores deindivduos dessas populaes e se possa, ento,tomar uma deciso mais segura quanto posio taxonmica das mesmas.

    7. Copaifera piresii Ducke, Bol. Tcn. Inst.Agron. N. 36: 73-75. 1959. Tipo: BRASIL.PAR: Posto dos ndios Caiabi in campo apertonaturali prope flumen So Manuel (= Teles Pires)in civitatis Par extremo austro-occidentali,8.I.1952, fl., Pires, J.M. 3876 (Holtipo IAN!;istipos INPA!, NY!). Fig. 3 a-g

    Arbusto ou rvore (1)1035 m alt. e 4080 cm DAP; ritidoma estriado superficialmente,cinza-rosado a avermelhado. Folhas com 47pares de fololos, pecolo glabro, 0,20,5 cm compr.,raque pubescente ou glabrescente, 1,86,9 cm.compr.; estpulas interpeciolares persistentes.Fololos opostos, raramente subopostos, cartceos,distais oblongo-obovados, proximais e medianos

  • 468 Martins-da-Silva, R. C. V.; Pereira, J. F. & Lima, H. C.

    Rodrigusia 59 (3): 455-476. 2008

    Figura 3 a-g. Copaifera piresii a. folha. b. detalhe do fololo evidenciando venao laxa; c. detalhe da folha evidenciandoestpula; d. brctea; e. bractola; f. flor; g. gineceu. h-m. C. pubiflora h. folha; i. detalhe do fololo evidenciando venaocongesta; j. brctea; k. bractola; l. flor; m. gineceu. n-s. C. reticulata n. folha; o. detalhe do fololo evidenciando venao laxa;p. brctea; q. bractola; r. flor; s. gineceu. (a, c-g Egler 1185; b Pires 3876; h, j-m Martins-da-Silva 146; i Martins-da-Silva155; n-o, r-s Pena 74; p-q Oliveira s.n. (IAN179.888))

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  • Copaifera L. na Amaznia brasileira

    Rodrigusia 59 (3): 455-476. 2008

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    oblongos, retos, geralmente simtricos, quandoassimtricos apenas na base, base agudaequiltera no par distal, arredondada sub-equiltera a assimtrica nos pares proximais emedianos, pice arredondado, retuso emucronado, os distais 1,12,8 0,661,4 cm,os proximais 0,92 0,51,1 cm e os medianos1,12,5 0,561,2 cm, faces adaxial e abaxialglabras, margens retas; nervura central adaxialplana, glabra, abaxial glabra; venao laxa (11,4arolas/mm2), conspcua adaxial; pontuaestranslcidas quase sempre apresentandodificuldades para visualizao; pecilulosglabros, 0,040,1 cm compr. Inflorescncias 710 cm compr.; brctea 0,91,5 0,81,4 mm,glabra em ambas as faces, tricomas nas margens;bractolas 0,71,2 0,61,1 mm, abaxial eabaxial glabras, tricomas nas margens. Floresssseis; spalas externamente glabras, podendoapresentar tufo de tricomas no pice, a maislarga 2,63,3 1,82 mm, as mdias 2,63,3 1,41,7 mm e a mais estreita 2,63,3 11,1mm; anteras 0,91,4 0,40,8 mm; gineceu 2,94 mm compr., ovrio orbicular a suborbicular,estipitado, 1,41,8 0,41,2 mm, hirsuto nasutura e nervura principal do carpelo, base epice, podendo ser glabro no pice; estilete 1,52,2 mm compr. Frutos obovados ou oblquos,comprimidos lateralmente, 1,52,7 1,52 cm,estipitado, base falcada ou subfalcada, picearredondado; semente oblongo-globosa, 1 0,7 cm, arilo amarelo.Material selecionado: BRASIL. MATO GROSSO:beira do rio Juruena, 2.VII.1977, fr., M. G. Silva & J.Maria 3256 (F, HAMAB, INPA, MG, RB); picadoque d acesso do rio Juruena pista do garimpo domesmo nome, 13.VI.1977, fr., N. A. Rosa & M. R. Santos2119 (INPA, MG, RB). PAR: Altamira, cachoeirado rio Curu, 23.V.2005, fr., J. B. F. Silva 1442 (IAN);Jacareacanga, alto Tapajs, rio Cururu, Misso Campoda Tbua, 13.VII.1958, fr., W. A. Egler 871 (IAN, MG).RONDNIA: Alvorada d Oeste, BR 429, 29.IV.1987,fr., C. A. C. Ferreira 8946 (F, INPA, K); PresidenteMdice, rodovia Alvorada-Presidente Mdice,21.VI.1983, fl., M. G. Silva 6300 (IAN, INPA, MG, RB).

    Ocorre apenas no Brasil, ao sul da Amazniabrasileira; foi encontrada no sudoeste do Par,noroeste de Mato Grosso e a leste, oeste e

    centro-sul de Rondnia (Fig. 4). Parece ser umaespcie tpica de campo cerrado, porm, foiencontrada em matas de terra firme e de vrzeae em campinarana.

    Ducke (1959) comentou que C. piresiidifere de C. oblongifolia Mart. ex Hayne ede C. trapezifolia Hayne, pela ausncia depontuaes translcidas nos fololos da primeiraespcie. Examinando o tipo, realmente em algunsfololos no se detectam essas pontuaes; masem outros, com auxlio de objeto de aumento esob intensa luminosidade, possvel encontr-los, porm so menores e em menor quantidadedo que nos observados em C. oblongifolia eem C. trapezifolia.

    Copaifera piresii tem estreita afinidademorfolgica com C. oblongifolia e C.trapezifolia, pois todas trs possuem pecolose pecilulos curtos, fololos pequenos, sendo dequatro a 10 pares e estpulas persistentes nabase das folhas. A primeira espcie, geralmente, arbusto ocorrendo nos campos cerrados do sulda Amaznia, mas tambm se faz presente emmata desse bioma com porte arbreo; a segundaocorre no cerrado do Brasil central como arbusto;a terceira rvore e habita a mata atlntica.

    Entretanto, C. piresii possui tanto caracteresde C. oblongifolia quanto de C. trapezifolia,ou seja, tem venao laxa e pecilulos glabrosque so caracteres de C. trapezifolia, porm,a forma dos fololos oblonga afim com C.oblongifolia, apesar de apresentar, emalgumas folhas, a base dos fololos parecendocom C. trapezifolia com exceo dos fololosbasal e apical; os pecilulos so curtos comoem C. oblongifolia, mas no chegam a sersssil como em C. trapezifolia.

    Outros caracteres que contriburam paraconsiderar C. piresii como txon distinto deC. oblongifolia foram os ligados morfologiapolnica, pois Barata (2006) classificou o plendessas duas espcies em diferentes subtipos,C. piresii ficou no Subtipo Polnico pauperae C. oblongifolia, no Subtipo Polnico multijuga.

    Dentre as espcies amaznicas, C. piresiise destaca pelos fololos pequenos (0,92,8 0,51,4 mm), de quatro a sete pares e estpulaspermanentes.

  • 470 Martins-da-Silva, R. C. V.; Pereira, J. F. & Lima, H. C.

    Rodrigusia 59 (3): 455-476. 2008

    8. Copaifera pubiflora Benth., J. Bot. (Hooker).2 (10): 101. 1840. Tipo: BRITISH GUIANA,1840, fl., Schomburk 839 (Holtipo K!; istiposF!, G!, NY!, OXF!, US!). Fig. 3 h-m

    Copaifera martii var. pubiflora (Benth.)Benth., Fl. bras. 15 (2): 244. 1870.

    rvore 520 m alt. e 1591 cm DAP;ritidoma soltando placas finas, cinza-amareladoa cinza-alaranjado. Folhas com (1)23 paresde fololos, pecolo e raque glabros ouglabrescentes, pecolos glabros ou glabrescentes,0,72,3 cm compr., raque 1,17,2 cm compr.Fololos subopostos, cartceos, ovado-elpticosou ovado-oblongos, subfalcados, assimtricos, baseobtusa assimtrica, pice retuso e ligeiramenteacuminado, os distais 2,38,5 1,94,5 cm, osproximais 2,26,7 1,83,9 cm e os medianos3,47,1 2,44 cm, faces adaxial e abaxial glabras,margens retas; nervura central adaxial plana,glabra, abaxial glabra; venao congesta (15,2arolas/mm2), inconspcua adaxial; pontuaestranslcidas quase sempre imperceptveis;pecilulos glabros ou glabrescentes, 0,20,3 cmcompr. Inflorescncias 715 cm compr.; brctea1,22 1,22,1 mm, face abaxial pubescente,face adaxial glabra, tricomas nas margens;bractolas 0,71,5 0,61,4 mm, face abaxialpubescente, face adaxial glabra, tricomas nasmargens. Flores, subssseis; spalas externamentepubescentes, a mais larga 2,73,7 1,22,7 mm,as mdias 2,73,7 12,1 mm e a mais estreita2,73,7 0,91,7 mm; anteras 1,31,9 0,40,92 mm; gineceu 3,86,1 mm compr., ovrioorbicular a suborbicular, estipitado, 1,82,7 1,22,1 mm, hirsuto na sutura e nervura principaldo carpelo, base e pice; estilete 23,4 mm compr.Frutos oblongo-obovados ou oblongo-oblquos,comprimidos lateralmente, 2,33 1,42 cm,base arredondada, podendo tambm se apresentarligeiramente atenuada, pice arredondado oumais raramente truncado; semente oblongo-globosa, 1,31,5 0,60,8 cm, arilo branco.Material selecionado: BRASIL. RORAIMA: BR174, 22.IX.2004, fl., R. C. V. Martins-da-Silva et al.155 (IAN); fazenda So Bento, Capela Bom Intento,3.IX.1951, fr., G. A. Black 51-13285 (IAN). COLMBIA.CASANARE: Esmeralda, ro Casanare, 19.X.1938,fl., J. Cuatrecasas 3858 (F). VICHADA: rio Meta,

    Orucu, 16.X.1938, fr., J. Cuatrecasas 3715 (F);Parque Nacional Natural El Tuparro, along rioOrinoco at Miramar, 5 10 N, 67 50 W, 3.V.1985, fr.,J. L. Zarucchi & C. E. Barbosa 3553 (INPA).GUIANA. UPPER TAKUTU-UPPER ESSEQUIBO:Marakanata, near Quatata, 19.IX.1931, fl., ForestDepartment 2182 (FHO, K); Rupununi District,Kuyuwini Landing, Kuyuwini River, 12.X.1992, fr.,M. J. Jansen-Jacobs et al. 2871 (CAY, F, K).VENEZUELA. AMAZONAS: Puerto Ayacucho, 1 kmeast of Hotel Amazonas, 12.XI.1953, fl., B. Maguireet al. 36179 (IAN, VEN). APURE: entre ro Araucay Cunaviche, 23.IV.1977, N. Xena 50 (INPA, RB).BOLVAR: rio Paraguaza, on western slopes of CerroMarimarota 5 km, 4.I.1956, fr., J. J Wurdack & J. V.Monachino 41106 (F, IAN, K, RB). COJEDES: Cerrosde El Bal, I.1985, fr., M. Ramia & R. Ortiz 8472(VEN). GURICO: Calabozo, Estacion BiolgicaCalabazo, XI.1965, fl., L. Aristeguieta 5943 (VEN).PORTUGUESA: detras de los Terrenos de La Unellez,11.XI.1983, fl., G. Aymard & N. Solorzano 2219 (VEN).

    Ocorre no Brasil, Colmbia, Guiana e naVenezuela. Espcie com ampla distribuio nonorte da Amrica do Sul, sendo encontradadesde a regio dos cursos superiores das baciasdos rios Takutu e Essequibo na Guiana,estendendo-se pelo Planalto Guianense at osop das cordilheiras dos Andes na Colmbia.Na Amaznia brasileira, s foi coletada noextremo norte, no estado de Roraima, ondeest amplamente distribuda (Fig. 4). Habitavrzeas e savanas, podendo tambm serencontrada em matas de terra firme.

    Bentham (1870) considerou C. pubifloracomo uma variedade de C. martii, diferindo-ada variedade tpica pelo clice pubescente emambas as faces e o pice acuminado dosfololos, mais evidente.

    Dwyer (1951) restabeleceu C. pubiflorae indicou C. martii var. pubiflora Benth. comosinnimo dessa espcie. Segundo esse autor,alm das reas de ocorrncia encontradasneste estudo, C. pubiflora ocorreria tambmnos estados do Amazonas e Cear. Em relaoao Amazonas, houve uma certa confuso, poisjulgou o lugarejo de So Marcos, prximo aorio Branco, no municpio de Boa Vista, comopertencente ao Amazonas, quando na verdadepertence ao estado de Roraima. Para ocorrnciano Cear, o autor se baseou na coleta Gardner

  • Copaifera L. na Amaznia brasileira

    Rodrigusia 59 (3): 455-476. 2008

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    839 (F). Porm, provvel que a referida amostratenha tido sua etiqueta trocada por enganodurante o processo de preparao da exsicata,sendo uma duplicata de Schomburgk 839; naetiqueta dessa amostra (F 1025191) h o nomede Gardner, com referncia ao local (Cear) edata da coleta (1838) impressos; porm o nmero839 est escrito caneta em uma etiquetaimprovisada e colado ao lado da etiquetaconvencional. Como esse material muitoparecido com o exemplar tipo de C. pubiflora(Schomburgk 839), do qual existe umaduplicata no herbrio F (533414), supe-se quea amostra e o nmero 839 seja de Schomburk,e a etiqueta de Gardner tenha sido colada porengano. Essa hiptese reforada pela existnciado holtipo de C. pubiflora (Schomburgk 839)depositado no herbrio K, cuja numeraoencontra-se em uma etiqueta improvisadaseparada da etiqueta, sendo a tinta e a grafiado nmero 839 similares ao da amostra doherbrio F (1025191).

    Morfologicamente, C. pubiflora maisafim de C. officinalis (Jacq.) L. e C. venezuelanaPittier & Harms do que de C. martii, visto quea ltima tem fololos opostos, coriceos,margens semi-revolutas, enquanto as outrasapresentam fololos subopostos ou alternos,cartceos e margens retas.

    Quanto C. pubiflora e C. officinalis,podem ser separadas pela primeira possuirfololos com reticulao inconspcua na faceadaxial, pontuaes translcidas imperceptveis vista desarmada (em raras amostrasconsegue-se visualiz-las com auxlio de objetode aumento e sob intensa luz, porm, em poucaquantidade e no distribudas homogeneamentena lmina). As spalas pubescentes na faceabaxial e o ovrio hirsuto em ambas as margensso caracteres de C. pubiflora que reforamsua distino de C. officinalis; esta possuifololos com reticulao conspcua, pontuaestranslcidas perceptveis vista desarmada edistribudas homogeneamente na lmina,spalas glabras na face abaxial e ovrio comtricomas apenas na face dorsal.

    Copaifera pubiflora e C. venezuelanaseparam-se pela primeira ter folhas com 23

    jugas e reticulao congesta e inconspcua, naface adaxial; enquanto que C. venezuelanatem quatro a cinco jugas e reticulaoconspcua na face adaxial e menos congesta.

    Ducke (1959) comentou que os espcimes,que coletou em Roraima, na mata marginal dorio Branco, foram considerados em trabalhosanteriores, como C. officinalis baseado emBentham (1870), que julgava C. bijuga idntica C. officinalis, porm, no referido trabalho,Ducke assumiu que essas amostras so deC. bijuga, visto que, segundo ele, coincidemcom a prancha desse txon apresentada porHayne (1827).

    Na descrio de Hayne (1827) e nareferida estampa de C. bijuga, observam-sedois pares de fololos opostos, enquanto queos espcimes que Ducke coletou em Roraimatm fololos alternos ou subopostos; na amostraDucke 1361 h dois e trs pares de fololos,no podendo, dessa forma, ser identificadacomo C. bijuga. A anlise do tipo de C. bijuga(herbrio B 08359) revelou que a mesma foicoletada na Bahia.

    Os espcimes coletados em Roraimapossuem tronco com casca pulverulenta, outrasvezes, papircea soltando-se como papelparecendo espcies de Myrtaceae e at mesmosoltando-se em placas; a colorao muitovistosa, indo de um cinza bem discreto, compredominncia do amarelo e chegando at um tomalaranjado forte. A colorao amarelo-alaranjadaparece predominar no tronco dos indivduos quehabitam reas mais abertas, enquanto a cinzacomea a aparecer mais nos indivduos que seencontram em reas um pouco mais fechadas.Logo aps a deiscncia do fruto, o arilo se mostavabranco, depois tornando-se alaranjado ainda narvore. A colorao alaranjada tornava-se maisforte medida que o arilo vai se desidratandoou, provavelmente, se oxidando.

    A venao de C. pubiflora, apresenta-secongesta com mdia de 15,2 arolas por mm2e terminaes livres, curvas e bifurcadas.

    As coletas Ducke 1370 (F 1485694; IAN10821; MG 17918 e R 54774), Luetzelburg 20401(R 69043) e 20403 (R 66478) exibem caracteresentre C. pubiflora e C. officinalis, pois possuem

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    Rodrigusia 59 (3): 455-476. 2008

    reticulao dos fololos um pouco mais conspcuado que de C. pubiflora, mas no to evidentesquanto de C. officinalis; algumas spalas soexternamente glabras, outras com alguns rarose esparsos tricomas distribudos ao longo dessaestrutura. Porm, no se conseguiu encontrar,nesse material, caracteres suficientes quejustifiquem um novo txon; podendo at sepensar nas consideraes de Enrech et al.(1983) quanto possibilidade de hibridizaoentre C. pubiflora e C. officinalis.

    9. Copaifera reticulata Ducke, Arch. Jard. Bot.Rio de Janeiro 1: 22. 1915. Tipo: BRASIL.PAR: inter stationes Breu Branco et Araparyviae ferreae super vicum Alcobaa ad fluviumTocantins, 2.I.1915, fl., Ducke s.n. (LecttipoMG 15603!, aqui designado; duplicatas dolecttipo F!, RB!, US!; fotos do lecttipo: F!,IAN!). Fig. 3 n-s

    rvore (15)3040(60) m alt. e (16)4070(98) cm DAP; podendo apresentar discretassapopemas, ritidoma estriado, cinza-rosado.Folhas com 46 pares de fololos, pecolo eraque pubescentes ou glabrescentes, pecolos0,62 cm compr., raque 612,3 cm compr.Fololos alternos ou subopostos, cartceos,raramente coriceos, oblongos ou ovado-elpticos, falcados a subfalcados, assimtricos,base obtusa subequiltera, raramente cuneada,pice acuminado, podendo apresentar apculo,os distais 3,36,2 1,12,5 cm, os proximais 24,4 1,72,7 cm e os medianos 2,96,1 1,12,3 cm, faces abaxial e adaxial glabras, margensretas; nervura central ambas as faces proeminente,pubescente ou glabrescente; venao laxa (mdia9,3 arolas/mm2), conspcua na face adaxial;pontuaes translcidas geralmente presentes;pecilulos pubescentes ou glabrescentes, 0,20,8 cm compr. Inflorescncias com 615 cmcompr.; brctea 1,82,2 1,72,1 mm, face abaxialglabrescente e adaxial glabra, tricomas nasmargens; bractolas 1,31,6 11,3 mm, faceabaxial glabrescente e adaxial glabra, tricomas nasmargens. Flores subssseis; spalas externamenteglabrescentes ou glabras, a mais larga 3,34 2,42,8 mm, as mdias 3,34 1,52 mm e amais estreita 3,34 1,31,7 mm; anteras 1,2

    1,6 0,60,9 mm; gineceu 3,9-5,8 mm compr.,ovrio oblongo-elptico, estipitado, 1,92,5 1,31,8 mm, hirsuto na sutura e nervura principal docarpelo, pice e base; estilete 23,3 mm compr.Frutos obovados, sub-orbiculares, podendoapresentar-se oblquos, comprimidos lateralmente,2,33,7 1,53,5 cm, base falcada ou subfalcada,pice arredondado; semente com ca. 1,72 11,4 cm, arilo amarelo-alaranjado.Material selecionado: BRASIL. AMAP: Mazago,BR 156, comunidade do Breu, 2.XII.2003, R. C. V.Martins-da-Silva et al. 118 (HAMAB, IAN); PortoGrande, Contagem entre Porto Platon e serra do Navio,15.XII.1976, N. A. Rosa 1389 (MG). MATO GROSSO:Aripuan, Ncleo de Aripuan, 1.IV.1977, M. Gomes& C. D. A. Mota 1131 (INPA). PAR: in silvis terraealtae ad flumen Cumin-mirim (Trombetas),13.X.1913, Ducke s.n. (sntipos MG! 14974, F!; fotodo sntipo MG: F!); rio Tapajs, 29.XII.1917, fl., A.Ducke s.n. (MG 16854); Almerim, Monte Dourado,Jar Celulose, 18.X.2001, fr., D. S. Pena 63 (IAN,JARI); RORAIMA: Caroebe, Entre Rios, 15.I.1983,I. A. Rodrigues et al. 989 (IAN).

    Ocorre apenas no Brasil, na Amazniabrasileira, foi encontrada amplamente distribudana poro oriental, rara na ocidental e ausentea nordeste; amplamente distribuda no Par,encontra-se, ainda, a sudoeste do Amap, sudestede Roraima e norte de Mato Grosso (Fig. 4).Habita mata de terra firme.

    Copaifera reticulata afim de C. duckeida qual se separa por possuir quatro a seis paresde fololos oblongos ou oblongo-elpticos, raque dafolha maior (612,3 cm compr.), sendo pubescenteou glabrescente; o pecolo, pecilulo e nervuracentral em ambas as faces so pubescentesou glabrescentes. As brcteas e bractolasglabrescentes externamente, spalas glabras ouglabrescentes externamente. O retculo formadopela venao na face adaxial dos fololos, emC. reticulata apresenta-se menos conspcuo ebrilhante, bem como as arolas so ligeiramentemenores do que em C. duckei, tendo sidoencontrada uma mdia de 9,3 arolas por mm2.

    Copaifera reticulata apresenta, tambm,afinidades com C. paupera, da qual difere pelosfololos com nervura central proeminente evenao laxa e conspcua na face adaxial, commdia de 9,3 arolas por mm2. Outro carter

  • Copaifera L. na Amaznia brasileira

    Rodrigusia 59 (3): 455-476. 2008

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    Figura 4 Distribuio geogrfica das espcies de Copaifera da Amaznia brasileira.

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    Rodrigusia 59 (3): 455-476. 2008

    importante para distino dessas espcies apresena de indumento no pecolo, raque,pecilulo e na nervura central dos fololos, quepodem ser glabrescentes ou pubescentes emC. reticulata.

    Macbride (1943) props C. reticulata var.peruviana Macbride que foi sinonimizada porDwyer (1951) em C. paupera (Herzog) Dwyer.

    De acordo com Dwyer (1951), C.reticulata ocorre em So Paulo, tendo citado,para esse estado, a coleta Riedel & Lund 1805(NY, US). Porm, ao examinar a duplicatadessa coleta (RB 84428) verificou-se que estematerial pertence C. langsdorffii Desf.

    Em algumas amostras de C. reticulata,observaram-se, nos fololos, pequenas depressescirculares localizadas na poro central dasarolas. Essas estruturas so provavelmenteglndulas que podem ser melhor observadas naface adaxial, podem, mais raramente, ser visveisna face abaxial. Nas amostras provenientes dosmunicpios localizados mais a noroeste do Par(Oriximin e bidos) no se encontram taiselementos, detectados nos exemplares dosmunicpios vizinhos a esses, ou seja, Santarme Belterra. Nos municpios de Juruti e Almerime no Amap, verificaram-se amostras com esem as referidas estruturas. Nos exemplaresdos municpios localizados mais ao sul do Par,praticamente todas as amostras possuem taisdepresses. importante ressaltar que aquantidade dessas estruturas varia, podendoter fololos com todas as arolas possuindoessas depresses ou com apenas uma ou duasdepresses em toda a lmina.

    Dwyer (1951) descreveu C. langsdorffiivar. krukovii Dwyer, sendo essa a nicaocorrncia dessa espcie na Amaznia,provavelmente, deve se tratar de uma variedadede C. reticulata, porm, no momento,necessita-se de estudos em C. langsdorffiique possam oferecer maiores esclarecimentoquanto posio da referida variedade.

    Os materiais procedentes do Acre,depositados no herbrio HPZ (Rigamonte-Azevedo, O.C. et al. 12, 19, 26; Oliveira, A.R.S.851), dos municpios de Assis Brasil, Porto Valtere Tarauac, possuem caracteres vegetativos

    prximos C. reticulata, porm, como so estreis,h necessidade de se coletar amostras frteisdessas populaes a fim de se prosseguir asanlises.

    AGRADECIMENTOSOs autores agradecem ao Projeto

    Dendrogene (Embrapa/DFID) pelo apoiofinanceiro, aos curadores dos herbrios peloemprstimo de exsicatas, aos Centros dePesquisa da Embrapa localizados na Amaznia,ao INPA, IEPA, UFAC e UFRR pelo apoiologstico durante os trabalhos de campo, aoscoletores e demais integrantes das equipes decampo, ao Dr. Mike Hopkins pelas imagensdigitais e a todos aqueles que direta ouindiretamente contriburam para este trabalho.

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