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COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO RIO BOM - PARANÁ PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO RIO BOM 2011

COLÉGIO ESTADUAL “DR

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COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

RIO BOM

2011

2

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

"O projeto pedagógico da escola torna a sua

equipe de trabalho artífices de uma obra

democrática e autônoma. A responsabilidade

de construí-lo é enorme. O compromisso de

implementá-lo é uma questão de ética

profissional. O seu resultado deve ser uma

educação de elevado padrão de qualidade para

todo cidadão brasileiro".

(LDB - 9394/96)

RIO BOM

2011

3

COLÉGIO ESTADUAL “DR. REBOUÇAS”- ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

SUMÁRIO

I APRESENTAÇÃO ............................................................................................ 6

II IDENTIFICAÇÃO .............................................................................................. 7

Histórico do Colégio .................................................................................... 8

Filosofia da Escola ...................................................................................... 10

Objetivo Geral ............................................................................................. 11

III MARCO SITUACIONAL ................................................................................... 12

Organização do Espaço Físico ................................................................... 20

Prédio da Escola ......................................................................................... 21

A Sala de Aula ............................................................................................. 21

Biblioteca ..................................................................................................... 21

Secretaria .................................................................................................... 23

Diretoria ....................................................................................................... 23

Laboratório de Química, Física e Biologia .................................................. 23

Laboratório de Informática .......................................................................... 23

Sala dos Professores .................................................................................. 24

Refeitório ..................................................................................................... 24

Instalações Sanitárias ................................................................................. 25

Sala Equipe Pedagógica ............................................................................. 25

IV MARCO CONCEITUAL .................................................................................... 25

Concepção de Mundo ................................................................................. 26

Concepção de Homem ............................................................................... 27

Concepção de Cultura ................................................................................. 28

Concepção de Trabalho .............................................................................. 30

Concepção de Cidadania ............................................................................ 31

Concepção de Sociedade ........................................................................... 35

4

Concepção de Tecnologia ........................................................................... 36

Concepção de Educação ............................................................................ 38

Concepção de Escola ................................................................................. 40

Concepção de Conhecimento ..................................................................... 42

Concepção de Currículo .............................................................................. 48

Concepção de Infância e Adolescência ...................................................... 51

Concepção de Alfabetização e Letramento ................................................ 54

Concepção de Ensino-Aprendizagem ......................................................... 55

Concepção de Inclusão ............................................................................... 56

Avaliação ..................................................................................................... 57

V MARCO OPERACIONAL ................................................................................. 65

Grandes Linhas de Ação ............................................................................. 69

Formação Continuada ................................................................................. 73

Competência do Diretor .............................................................................. 75

Competência do Professor Pedagogo ........................................................ 77

Competência do Corpo Docente ................................................................. 81

Competência do Secretário Escolar ............................................................ 84

Competência do Agente Educacional II ...................................................... 85

Competência do Agente Educacional I ....................................................... 88

Competência dos Alunos ............................................................................ 90

Competência do Conselho Escolar ............................................................. 94

Competência do Conselho de Classe ......................................................... 95

Competência do Conselho de Avaliação (EJA) .......................................... 97

A.P.M.F………………………………………………………………………….... 98

Grêmio Estudantil ........................................................................................ 99

Representante de Turma ............................................................................ 99

CRONOGRAMA ............................................................................................... 100

VI AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO P.P.P. ....................................................... 103

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 104

PROPOSTA CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA ........................... 110

Disciplina de Arte ....................................................................................... 115

Disciplina de Biologia................................................................................... 132

5

Disciplina de Ciências ................................................................................. 149

Disciplina de Educação Física .................................................................... 168

Disciplina de Ensino Religioso .................................................................... 188

Disciplina de Filosofia................................................................................... 196

Disciplina de Física...................................................................................... 208

Disciplina de Geografia ............................................................................... 219

Disciplina de História .................................................................................. 234

Disciplina de Língua Portuguesa ................................................................. 251

Disciplina de Matemática ............................................................................ 274

Disciplina de Química................................................................................... 297

Disciplina de Sociologia............................................................................... 306

Disciplina de LEM – Inglês .......................................................................... 401

Educação Especial – Sala de Recursos ..................................................... 343

CELEM- Espanhol ....................................................................................... 349

Educação de Jovens e Adultos ................................................................... 368

Proposta Pedagógica da Atividade Complementar Curricular

Em Contraturno ...........................................................................................

386

ANEXOS ........................................................................................................... 393

Matrizes Curriculares .................................................................................. 394

Proponentes ................................................................................................ 399

6

I - APRESENTAÇÃO

Conscientes de que a construção do Projeto Político Pedagógico, sua

difusão, execução e reflexão sobre suas proposições constituem o modo mais

promissor para obtenção de subsídios capazes de operar as mudanças desejáveis

por todos na vida escolar e na vida social, a comunidade escolar do Colégio

Estadual “Dr. Rebouças” vem se empenhando em realizar estudos, consultas às

bases, debates e pesquisas a fim de ofertar um ensino/aprendizagem de boa

qualidade.

O critério que fundamenta este trabalho é o compromisso assumido pela

escola em responder aos desafios prementes da educação, direcionando esforços

coletivos visando conhecer, em profundidade, as problemáticas e dificuldades

educativas no cotidiano escolar tendo como foco traçar metas objetivas, claras e

possíveis que correspondam aos anseios sociais contribuindo eficientemente na

formação do cidadão.

Um dos marcos da elaboração deste Projeto Político Pedagógico foi,

sem dúvida, a valiosa participação dos professores, funcionários, equipe

pedagógica, pais e alunos, dando a todos a oportunidade de se manifestar e discutir

saídas viáveis para o enfrentamento dos desafios ali definidos.

Fundamental, entretanto, é perceber os avanços da escola, pois seus

agentes são capazes de enxergar o presente com os olhos do futuro, decididos a

corrigir os modelos equivocados e em parcerias encontrar alternativas que garantam

à escola cumprir seus propósitos correspondendo às aspirações e necessidades de

seus alunos de forma eficiente.

7

II – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO/NÍVEIS E MODALIDADES DE

ENSINO OFERTADOS

Este documento tem a finalidade de apresentar as linhas norteadoras

para a Educação Básica a partir do 6° Ano nas Modalidades – Ensino Regular e

Educação de Jovens e Adultos, bem como, para os Programas de Complementação

Curricular, ofertados pelo Colégio Estadual Dr. Rebouças - Ensino Fundamental e

Médio, constituindo-se uma proposta de reorientação curricular e pedagógica que

tenha como meta principal transformar o sistema educacional, expandindo e

melhorando sua qualidade.

O Colégio Estadual Dr. Rebouças - Ensino Fundamental e Médio,

(Código: 0002-9) está situado à Rua Ayrton Senna da Silva, 637, Centro, no

Município de Rio Bom (Código: 2230), Estado do Paraná. Telefone: (43)3468-1177;

e-mail: [email protected]; site: rbmreboucas.seed.pr.gov.br.

Este Colégio oferece atendimento em três turnos:

- MANHÃ: Quatro turmas de Ensino Fundamental - Anos Finais, com

94 alunos;

Uma turma de Sala de Recursos na Área de DI –

Deficiência Intelectual e TFE – Transtorno Funcional

Específico para o Ensino Fundamental Anos Finais, com

12 alunos;

Uma turma de CELEM – Espanhol, com 22 alunos;

Duas turmas de Sala de Apoio à Aprendizagem para

alunos do 6º e 9º anos em Língua Portuguesa com 19

alunos e Matemática com 19 alunos.

- TARDE: Quatro turmas de Ensino Fundamental - Anos Finais, com

118 alunos;

Três turmas de Ensino Médio, com 53 alunos;

Duas turmas de Sala de Apoio à Aprendizagem em Língua

Portuguesa com 18 alunos e Matemática com 12 alunos;

8

Uma turma de Atividade Complementar Curricular – Meio

Ambiente com 21 alunos.

- INTERMEDIÁRIO DA TARDE:

Uma turma do CELEM – Espanhol, com 22 alunos.

Uma turma de Hora-Treinamento, com 25 alunos.

- NOITE: Três turmas de Ensino Médio, com 53 alunos;

Uma turma de CELEM – Espanhol, com 22 alunos;

EJA – Ens. Fundamental – Fase II, com 21 alunos;

EJA – Ens. Médio, com 35 alunos;

Uma turma de Atividade Complementar Curricular –

Direitos Humanos, com 26 alunos;

Uma turma do Programa ETEC – Brasil – Curso Técnico

em Segurança do Trabalho com 40 alunos.

As formas de organização, da Educação de Jovens e Adultos (EJA)

oferecida pelo Colégio, são individual e coletiva.

O nosso maior objetivo é a formação de cidadãos conscientes, capazes

de compreender e criticar a realidade, transformando-a na busca da superação das

desigualdades sociais.

HISTÓRICO DO COLÉGIO

Iniciou suas atividades escolares, em 1945, com o nome de Escola

Isolada Dr. Rebouças, mantida pelo poder municipal e tem como patrono o Dr. André

Pinto Rebouças, figura de realce na História do Brasil.

Através do Decreto n.º 8.173 de 21 de maio de 1962 (do Governador Ney

Braga), ficou criado o Grupo Escolar de Rio Bom, regido pela LDB. 4.024/61,

extinguindo desta forma, a Escola Municipal existente até então, passando a

denominar-se Escola Dr. Rebouças a partir de 05 de fevereiro de 1979 com a

9

aprovação do plano de implantação da LDB. 5.692/71 através do Decreto n.º 2.330,

de 07 de maio de 1980, publicado no Diário Oficial n.º 792, de 09 de maio de 1980,

p. 02 e 03, passou a denominar-se Escola Dr. Rebouças – Ensino de 1.º Grau.

Pela Resolução n.º 631/83 de 07 de março de 1983, publicada no Diário

Oficial de 06/04/83, p. 10, o Complexo Escolar Gonçalves Dias - Ensino de 1º Grau,

a Escola Dr. Rebouças passa a denominar-se Escola Estadual Dr. Rebouças -

Ensino de 1º Grau.

A Resolução n.º 2.138/90 de 03 de agosto de 1990, retificada pela

Resolução n.º 2.670/90 de 13 de setembro de 1990 autorizou o funcionamento do

Ensino de 2.º Grau regular com habilitações Auxiliar/Técnico em Contabilidade e

Magistério, passando a denominar-se Colégio Estadual Dr. Rebouças – Ensino de

1.º e 2.º Graus, com implantação gradativa. Estes cursos foram ofertados até 1997

quando a nova LDB. 9394/96 implanta o Curso de Educação Geral e extingue

gradativamente os cursos técnicos até 1999.

Com a aprovação da Lei n.º 9394/96 e de acordo com a Deliberação n.º

003/98 – CEE, o Estabelecimento passou a denominar-se, no ano de 1998, Colégio

Estadual Dr. Rebouças – Ensino Fundamental e Médio.

A Resolução 404/99, concede a cessação voluntária das Atividades

Escolares em caráter definitivo relativas ao Ensino de 1.ª a 4.ª séries, do Colégio

Estadual Dr. Rebouças – Ensino Fundamental e Médio. O Estabelecimento continua

ofertando o Ensino Médio e, a partir de 1999, passa a denominar-se: Colégio

Estadual Dr. Rebouças – Ensino Médio.

Com a Resolução n.º 2.650/2001 de 07/11/01 o Colégio Estadual Dr.

Rebouças - Ensino Médio, absorve a extinta Escola Estadual Cecília Meireles -

Ensino Fundamental (5ª a 8ª série) e passa a denominar-se Colégio Estadual Dr.

Rebouças - Ensino Fundamental e Médio, sendo o Ensino Médio reconhecido

através da Resolução n.º 4.524/02 de 14/11/02 (publicada no Diário Oficial de

27/11/02) e o Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) foi reconhecido pela Resolução

n.º 4.026/02 de 02/10/02 (publicada no Diário Oficial de 11/11/02).

10

Diretores que atuaram no Colégio Estadual “Dr. Rebouças” desde sua

criação:

- Líbera Pântano Zancanaro - 1960 a 1964

- Terezinha Rodrigues Gongora - 1965 (como substituta)

- Onésimo Oliveira de Moraes - 1966 a 1967

- Paulina da Silva Felipetto - 1968

- Messias Elias dos Santos - 1969 a 1972

- Maria de Lourdes Oliveira Verolla - 1973 a 1980

- Celésia Rech Deziró - 1980 a 1989

- Alzira Marques Felipetto - 1990 a 1994

- Maísa Míriam Oliveira de Paula - 1995 a 1997

- Edyr Eliza de Oliveira Martins - 1998 a 2001

- Célia Luiza Fabrício Carolino - 2002 a 2005

- Pedrina Corrêa - 2006 a 2009

- Maísa Míriam de Oliveira - 2010 (como substituta)

- Pedrina Corrêa - 2011

FILOSOFIA DA ESCOLA

Os pressupostos filosófico-sociológicos norteadores da educação

oferecida pelo colégio considera a educação como compromisso político do Poder

Público para com a população, com vistas à formação do cidadão participativo para

um determinado tipo de sociedade. A escola é adepta da corrente sócio-histórica

que tem como representantes: Vigotsky, Lúria, Leontiev, e Wallon, e fundamenta-se

no materialismo histórico-dialético.

Nessa linha, adotamos a pedagogia histórico-crítica (formulada por

Saviani por volta de 1979). É uma Pedagogia pautada no marxismo, no

materialismo histórico e dialético.

O enfoque histórico-crítico parte de uma análise das realidades sociais,

salientando o compromisso e finalidade política da educação. A tendência histórico-

crítica é defendida por LIBÂNEO e SAVIANI. É uma tendência da pedagogia

11

PROGRESSISTA (francês George SNYDERS) que parte da prática social e está

compromissada em solucionar os problemas da educação, do currículo e do

processo ensino-aprendizagem na escola.

A pedagogia progressista (SNYDERS), 1978) considera as guerras, as

lutas e desigualdade de classe, as diferentes políticas e interpretações ideológicas, o

que leva a didática histórico-crítica (Gasparin, 2003) a dar relevância ao aspecto dos

conteúdos vivenciados pelo aluno.

Assim, visando fortalecer o processo participativo e democrático que

rege o funcionamento da escola desejada e necessária, que compreende a tomada

conjunta de decisões e a prática das ações para sua concretização, o que se

pretende neste texto é responder as questões básicas, e que, sem um bom

discernimento sobre elas por parte da equipe escolar, não se constrói um trabalho

comprometido com um propósito de intenções e ações.

Que escola se quer?

Que tipo de homem?

Que sociedade se deseja?

Dessa forma, estar-se-á construindo a escola que se deseja, o cidadão

do futuro e uma sociedade preparada para este milênio.

OBJETIVO GERAL

Proporcionar ao aluno um ensino efetivo que desenvolva as suas

potencialidades, utilizando o saber espontâneo para elaboração do saber

sistematizado através de instrumentos que lhe permitam conquistar melhores

condições de participação cultural, profissional e sócio política, tornando-se sujeito e

agente transformador de sua realidade social, de sua história, contribuindo com a

erradicação da evasão e repetência escolar formando cidadãos conscientes,

capazes de compreender e criticar a realidade, buscando superar as desigualdades

sociais.

12

Estabelecer diretrizes teórico-metodológicas que normatizem os

propósitos da escola, atendendo às necessidades básicas para a ação pedagógica,

pressupondo um posicionamento filosófico que fundamente o trabalho educacional.

III - MARCO SITUACIONAL

A sociedade contemporânea tem passado por expressivas

transformações de caráter social, político e econômico. Essas transformações

originam-se nos pressupostos neoliberais e na globalização da economia que se

opõem às políticas governamentais, que objetivam desenvolver uma sociedade mais

justa, igualitária, humana, autônoma e democrática.

Nesse contexto, surgem alguns questionamentos junto aos educadores

e demais agentes escolares: Qual o papel social da escola? Qual a melhor forma de

organização do trabalho pedagógico?

A escola é responsável pela promoção do desenvolvimento do cidadão

no sentido pleno da palavra. Então, cabe a ela definir-se pelo tipo de cidadão que

deseja formar, de acordo com a visão de sociedade. Cabe-lhe também a

incumbência de definir as mudanças que julga necessário fazer nessa sociedade,

através das mãos do cidadão que irá formar.

Este Colégio opta por um conceito de sociedade democrática, plural e

justa. Vai, portanto, trabalhar no sentido de formar cidadãos conscientes, capazes

de compreender e criticar a realidade, atuando na busca da superação das

desigualdades e do respeito ao ser humano. Assumindo a responsabilidade de

atuar na transformação e na busca do desenvolvimento social, seus agentes se

empenham na elaboração de uma proposta para a realização desse objetivo.

A partir do ano letivo de 2010, o Colégio passou a ofertar o CELEM

(Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) de Língua Espanhola, como um ensino

extracurricular, plurilinguista e gratuito para alunos da Rede Estadual Básica,

matriculados no Ensino Fundamental (Anos Finais), no Ensino Médio, Educação

Profissional e Educação de Jovens e Adultos. Sendo também extensivo à

13

comunidade, professores e agentes educacionais. O CELEM é regulamentado pela

Resolução n° 3904/2008 e pela Instrução Normativa n° 019/2008, além de ser

subordinado às determinações do Projeto Político Pedagógico e do Regimento

Escolar.

Através da Resolução Secretarial nº 1690/2011 de 24/04/2011, foi

instituído o Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno

na Educação Básica da rede estadual de ensino e este Colégio assumiu a partir do

segundo semestre do ano de 2011 as seguintes Atividades Complementares

Curriculares em Contraturno: nos períodos da manhã e da tarde a Sala de Apoio à

Aprendizagem com duas turmas em Língua Portuguesa e Matemática para alunos

do sexto e nono anos; no período da tarde a Atividade Complementar Curricular –

Meio Ambiente para alunos dos anos finais do Ensino Fundamental que estudam de

manhã e no período da noite a Atividade Complementar Curricular – Relações

Humanas para alunos do Ensino Médio que estudam à tarde.

Buscamos dar significado ao conhecimento escolar mediante a

contextualização, evitando a compartimentalização mediante a interdisciplinaridade,

incentivando o raciocínio e a capacidade de aprender.

Considerando o volume de informações produzido em decorrência das

novas tecnologias e constantemente superado, propomos novos parâmetros para a

formação dos cidadãos.

Para tanto fez-se necessário redefinir claramente o papel da escola na

sociedade brasileira e que objetivos devem ser perseguidos no Ensino Fundamental

– Anos Finais e Ensino Médio (Regular e EJA). Desse modo ao construir a Proposta

Pedagógica Curricular o Colégio tem a intenção de provocar debates a respeito da

função da escola e reflexões sobre o que, quando, como e para que ensinar e

aprender, envolvendo não apenas o Colégio, mas também pais e sociedade.

São estes os princípios mais gerais que orientam a reformulação

curricular do Ensino Fundamental e Médio, que se expressam na lei de Diretrizes e

Bases da Educação - Lei 9394/96.

14

O Brasil participou, em março de 1990, da Conferência de Educação

para Todos, em Jomtien, na Tailândia. Desta conferência resultaram posições

consensuais, sintetizadas na Declaração Mundial de Educação para Todos.

Integrando este grupo, o Brasil assumiu a responsabilidade de assegurar

à sua população o direito à educação, e esse compromisso foi reafirmado e

ampliado em sua Constituição de 1988.

É certo que várias iniciativas no âmbito da educação vêm sendo

adotadas desde então. Todavia, ainda não se consolidou plenamente esta meta.

No intuito de elaborar um plano para concretizar suas metas,

multiplicam-se, pelo País, ações de caráter inovador visando universalizar com

qualidade o ensino básico para a formação do cidadão.

Entretanto, em face da heterogeneidade econômica e cultural do País, o

sistema educacional enfrenta os efeitos dessa diversidade, entre outros: os intensos

fluxos migratórios; a concentração da população nas áreas metropolitanas; a

concentração da população de grupos sociais situados abaixo da linha de pobreza

na periferia das cidades; a dificuldade de acesso à escola, de crianças e

adolescentes que vivem nas áreas rurais.

São muitos os obstáculos e os desafios a serem enfrentados na

educação básica. Embora a consciência social venha se ampliando de modo

significativo, a educação básica não adquiriu, ainda, o status de questão prioritária.

Somam-se a isso os obstáculos próprios do sistema educacional brasileiro em todas

suas esferas governamentais (País, Estado, Município), cujos reflexos são visíveis,

como: o índice de evasão e repetência revelando o insucesso escolar; nível

insatisfatório de qualidade do ensino, expresso nos índices de desempenho escolar

dos alunos; práticas de avaliação escolar inadequadas, incapazes de favorecer a

visualização das dificuldades e progressos do aluno como elemento importante para

as revisões de planos de ensino; dificuldade da escola em atender com qualidade a

todos, respeitando a diversidade econômica e cultural de seus alunos; inexistência

de política e comprometimento com as questões do magistério; dispersão e

15

ineficiência na gestão de recursos destinados à educação nas esferas

governamentais que, por vezes, deixam de aplicar os 25% do orçamento em

Educação; desarticulação entre os níveis de governo sobre as questões

educacionais.

Dessa forma, constata-se que o sistema educacional vem encontrando

dificuldade em garantir às crianças, adolescentes e jovens, o que lhes é de direito, o

acesso, a permanência e o sucesso no desempenho escolar e conseqüentemente, social.

Como medidas para reverter esse quadro, criou-se a nova Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Federal n.º 9394/96, aprovada em 20

de dezembro de 1996. Vê-se no seu art. 22 que a educação básica, da qual o

Ensino Fundamental e Médio são partes integrantes, deve assegurar a todos “a

formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios

para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.

No Brasil a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação constitui um

marco conceitual que desencadeia inovações normativas, organizacionais e

pedagógicas e pretende desburocratizar a gestão educacional e fortalecer a

autonomia da escola.

O panorama da educação do Paraná muito tem avançado, obtendo

resultados que incentivam aos profissionais da educação buscar aprimorar

constantemente seus esforços nessa tarefa de construir uma educação escolar de

qualidade, de compromisso com os resultados: aluno aprendendo, passando de ano

e concluindo a educação básica.

O Paraná se destaca de outros estados brasileiros, investindo na

capacitação de professores e funcionários incentivando a participação cada vez

maior dos pais na gestão escolar, condição para que a escola se torne

verdadeiramente democrática e transparente para a sociedade.

Tudo isso exige altos índices de investimentos. Entretanto, tem sido

relegado às escolas de pequeno porte as mesmas condições físicas e financeiras

16

que acabam interferindo nas condições de trabalho do professor e atividades dos

alunos.

No Paraná as políticas passam por implementações e são apoiadas por

programas de ação que pretendem superar as deficiências previamente

diagnosticadas. Entre eles, destacam-se três grandes objetivos: a permanência e o

sucesso do aluno, a capacitação dos professores e a participação mais intensa da

comunidade na vida educacional dos alunos.

Vale ressaltar as iniciativas que visam buscar a reorganização e

recuperação da qualidade da educação e da escola pública, garantindo para todos o

acesso àqueles que à escola se reportam, pois só a matrícula não garante a

permanência do aluno na escola. Assim, a cultura escolar deve permitir que os

educandos tenham um transcurso progressivo de aproveitamento, apresentando

resultados efetivos de aprendizagem.

Dentro desse cenário têm sido realizadas reflexões à cerca do Projeto

Político Pedagógico da escola, da concepção de conhecimento e do papel de cada

segmento nessa construção. Nesse processo, o currículo tem sido considerado o

coração da escola.

Nesta perspectiva, a educação em âmbito municipal tem se esforçado

em acompanhar esse processo, identificando os inúmeros problemas educacionais e

procurando compreender o verdadeiro papel da educação formal, num esforço

coletivo com a finalidade de vencer as barreiras e entraves que inviabilizam a

construção de uma escola pública que eduque de fato para o exercício pleno da

cidadania e seja instrumento real de transformação social, espaço em que se

aprenda a constatar, construir e reconstruir (Paulo Freire), contrapondo-se ao

modelo gerador de desigualdades e exclusão social.

Assim, esta escola busca desenvolver uma ação coletiva, com um

compromisso definido coletivamente, preocupada com a formação do cidadão para

um tipo de sociedade, ou seja, um cidadão participativo, responsável,

17

compromissado, crítico e criativo. No aspecto pedagógico, procura definir suas

ações educativas de forma a cumprir seus propósitos e intencionalidade.

Nesse sentido, propõe um processo de permanente reflexão e discussão

dos problemas da escola que propicie a participação de todos os membros da

comunidade escolar, num processo democrático de decisões, preocupada em

superar os conflitos, eliminando as relações competitivas, corporativas e autoritárias,

rompendo com a fragmentação e divisão do trabalho que reforça as diferenças e

hierarquiza os poderes de decisão.

Nesse panorama, essa escola busca novos paradigmas na educação,

exigindo uma ruptura na prática administrativa da escola, sustentando a idéia de que

a escola deve assumir, como uma de suas principais tarefas, o trabalho de refletir

sobre sua intencionalidade educativa. Nesse sentido, ela procura alicerçar-se no

princípio de autonomia, enfatizando a responsabilidade de todos.

Esta escola está na busca incessante pela democratização do

conhecimento e eficiência no ensino-aprendizagem. Para tanto, tem procurado

conhecer o perfil dos alunos e toda comunidade escolar para coletivamente elaborar

uma proposta de trabalho que corresponda às expectativas e necessidades de seus

alunos.

O diagnóstico da realidade é bastante peculiar e ao mesmo tempo

heterogêneo, principalmente nas condições sócio-econômicas, educacionais e

culturais.

Neste contexto, cerca de 33% dos alunos residem na zona rural (ver

Grandes Linhas de Ação), dependem do transporte escolar sob responsabilidade da

Prefeitura Municipal, com pouco e difícil acesso à biblioteca escolar e/ou pública.

Além disso, muitos têm pais com pouca escolaridade e não têm auxílio na execução

de suas tarefas escolares. Outros, principalmente os que freqüentam o Ensino

Médio, são trabalhadores na área agropecuária e na confecção do vestuário, tendo

pouco tempo disponível para os estudos.

18

Por outro lado, muitos alunos deixam transparecer suas expectativas de

prosseguir seus estudos e ingressar no mercado de trabalho e demonstram

interesse em que a escola oferte curso profissionalizante. Outros demonstram pouco

interesse pelos estudos e fica patente a falta de expectativa de prossegui-los.

No período da noite houve a implantação do Programa E-tec Brasil, com

o curso Técnico Segurança do Trabalho, através da modalidade de educação a

distância, tendo como público egressos do Ensino Médio.

Outro aspecto que ainda chama a atenção e preocupa os educadores é

o índice de evasão. Por isso, na tentativa de solucionar esse problema, busca-se

fortalecer as relações da escola com as famílias, pois é necessário despertar nos

pais o compromisso de acompanhar e incentivar o aluno a procurar ter um bom

desempenho escolar.

As necessidades educacionais especiais são definidas pelos problemas

de aprendizagem apresentados pelo aluno, em caráter temporário ou permanente,

bem como pelos recursos e apoios que a escola proporciona, objetivando a remoção

das barreiras para a aprendizagem.

O Colégio oferta atendimento educacional especializado aos alunos com

necessidades especiais decorrentes de:

- dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitação no processo de

desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, não

vinculadas a uma causa orgânica específicas ou relacionadas a distúrbios,

limitações ou deficiências;

- dificuldades de comunicação e sinalização demandando a utilização de outras

línguas, linguagens e códigos aplicáveis;

- condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou

psiquiátricos.

19

O Colégio também buscará ofertar atendimento educacional

especializado, se forem constatados casos de:

- superdotação ou altas habilidades que, devido às necessidades e motivações

específicas, requeiram enriquecimento, aprofundamento curricular e aceleração para

concluir, em menor tempo, a escolaridade, conforme normas a serem definidas por

Resolução da Secretaria de Estado da Educação.

Alunos que requeiram atenção individualizada nas atividades de vida

autônoma e social, recursos ou ajudas intensas e contínuas, adaptações curriculares

significativas que o Colégio não conseguir prover, deverão ser atendidos em escolas

especiais, públicas ou privadas.

O Colégio mantém uma Sala de Recursos na Área de DI-Deficiência

Intelectual e TFE-Transtorno Funcional Específico para os anos finais do Ensino

Fundamental no período da manhã.

O Projeto Político Pedagógico nasce da necessidade de se construir

uma referência para o Ensino Fundamental e Médio, que possa ser traduzido em

proposta, projetos educativos na escola e na sala de aula.

Assim, são muitos os desafios para a construção da democracia na

escola, muitas vezes barrados pelos modelos burocráticos, pelas relações sociais.

Porém, esta é a tarefa de todos aqueles que estão comprometidos com a qualidade

da escola: revisar permanentemente as práticas no cotidiano da escola, refletindo

sobre elas, promovendo debates e decisões coletivas, com consensos possíveis,

sem perder de vista a função social da escola.

A escola é um projeto para todos, um projeto transformador, por isso

deve estar organizada de modo a dar condições aos docentes para desenvolver com

eficiência sua prática pedagógica sem perder de vista o sucesso do aluno

garantindo-lhe uma aprendizagem de qualidade.

20

Nossa escola é formada de corpo diretivo, professores, alunos e

funcionários que consideram entre todos os seus desafios, o maior deles, o de

desenvolver e educar para a promoção humana.

Os resultados educacionais deste Colégio, no ano de 2009, no Ensino

Fundamental, a evasão foi de zero por cento, a aprovação foi de 92%, o IDEB foi

4,3; a Prova Brasil, em Língua Portuguesa, foi 230,04 e em Matemática 237,16; no

Ensino Médio, a evasão foi de zero por cento e a aprovação foi de 92,9%. No ano de

2010, a evasão, no Ensino Fundamental, foi de zero por cento e a aprovação foi de

94%; no Ensino Médio, a evasão foi de 3,3% e a aprovação foi de 82%.

Após esse exame, começou a delinear o esboço dessa proposta

pedagógica visando promover a melhoria da sua comunidade, pela educação de

seus filhos.

Quanto à organização dos alunos, a Escola tem procurado informá-los

sobre a formação do Grêmio Estudantil. Apesar disso, mesmo tendo havido

algumas tentativas, não foi possível constituí-lo de fato.

ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO

Nenhuma escola funciona só com boa vontade e dedicação do gestor,

professores, funcionários, pais e alunos. Tanto a aprendizagem quanto o

desenvolvimento integral dos alunos dependem de uma série de recursos materiais.

Cabe a comunidade escolar organizar-se para oferecer aos alunos um ambiente

adequado e agradável, mas para seu bom funcionamento, a escola depende

bastante dos recursos financeiros de seu mantenedor, o Governo do Estado do

Paraná, sendo, portanto, a dependência administrativa estadual. Este Colégio

pertence ao Núcleo Regional da Educação de Apucarana (Código: 01).

Quanto à localização, esta escola fica na área central da área urbana do

município, que facilita o acesso a todos os alunos. Está situada à Rua Ayrton Senna

21

da Silva, n.º 637, uma rua tranqüila, sem movimento contínuo de carros, ônibus e

caminhões e quaisquer outros ruídos prejudiciais ao estudo.

Em relação ao terreno, possui uma área de 5.500 m² tendo 1.704 m² de

área construída.

PRÉDIO DA ESCOLA

A arquitetura da escola data de 12 de outubro de 1978 em alvenaria,

bastante simples, mas apresenta o corredor de acesso às salas de aula como

aspecto prejudicial ao trabalho pedagógico porque o ruído de uma sala interfere em

outras.

A SALA DE AULA

Esta escola possui 06 salas de aula em um pavilhão com 50,41 m² cada,

retangulares e comporta em média 30 alunos. Em outro pavilhão há 02 salas de

aula com 48 m² cada.

As janelas são grandes, mas são tipo basculante, prejudicando a

ventilação natural nas salas de aula.

As carteiras são móveis, individuais e facilitam diversificar a organização

de acordo com as atividades propostas individuais, pequenos ou grandes grupos.

Há, em cada sala de aula, uma TV Multimídia recebida da SEED.

BIBLIOTECA

A biblioteca desta escola possui na planta original 84 m², porém é dela

que foi subtraído 31,5 m², que será utilizada para o PROINFO, assim que chegarem

os computadores que estamos aguardando.

22

Na biblioteca há um bom acervo bibliográfico dispostos em diversas

estantes abertas para facilitar o acesso do usuário. Funciona também como sala de

estudos onde os alunos podem permanecer para realizar suas pesquisas e leituras.

Neste ambiente o aspecto negativo é a ventilação, pois apesar de

possuir três janelões, são basculantes e está localizada próxima ao muro.

A biblioteca está organizada de forma a atender bem os alunos e a

comunidade em geral, os livros ficam dispostos em estantes e armários acessíveis a

todos.

O horário de funcionamento da biblioteca é durante as atividades

escolares regulares, ou seja, período vespertino e noturno, necessitando de

atendimento no período da manhã.

Os alunos fazem empréstimos de livros de literatura nas aulas de Língua

Portuguesa, cada série tem uma aula semanal para fazer as devoluções e

empréstimos.

Durante as aulas tanto alunos como professores emprestam para uso

em sala de aula, dicionários, revistas e livros didáticos.

O responsável pela biblioteca além de anotar os empréstimos, arrumar e

guardar os livros, na medida do possível, indica e apresenta novos títulos de livros

aos alunos e aos professores, como também orienta e apresenta formas de usar

dicionários, enciclopédias, atlas, etc., facilitando, assim as pesquisas e leituras dos

usuários da biblioteca.

A biblioteca proporciona ao alunado, recursos didáticos auxiliares com

vistas ao aperfeiçoamento da aprendizagem, através de livros, televisão e vídeos.

Atualmente a biblioteca conta com aproximadamente 3.000 volumes entre livros

paradidáticos, enciclopédias, romances, literatura geral e revistas. Tem recebido, do

Governo Federal e Estadual, periodicamente, acervo literário.

23

A videoteca, com 450 fitas, é usada por alunos, professores e

funcionários. São fitas de caráter educativo, instrutivo e outros que visam a melhoria

da qualidade do ensino, nas diversas áreas do conhecimento, bem como a formação

do cidadão.

SECRETARIA

O espaço da Secretaria é amplo, de fácil acesso, bem equipado, boa

iluminação e ventilação. Ocupa 35 m² e fica na entrada do portão principal de

acesso à escola.

DIRETORIA

Ocupa uma sala pequena, com pouco espaço para atendimento aos pais

e alunos, professores e funcionários.

LABORATÓRIO DE QUÍMICA, FÍSICA E BIOLOGIA

O Laboratório de Química, Física e Biologia ocupa uma área de 49 m² e

foi projetado dentro das exigências da Secretaria Estadual de Educação.

Embora a escola não conte com o Agente de Execução para apoio nas

aulas práticas, os professores utilizam o Laboratório dentro das possibilidades,

sabendo que o seu uso poderia ter melhor rendimento com ajuda desse profissional.

LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

O Laboratório de Informática faz parte de uma necessidade tecnológica

amplamente divulgada e importante na formação do homem moderno. Foi criado em

1999 com a criação do PROEM. Entretanto, não teve a funcionalidade esperada

pela comunidade escolar, pois se limitou a quatro computadores adquiridos na Feira

24

de Informática financiada pelo Governo do Estado, não disponibilizando recursos

humanos qualificados e o processo pedagógico não obteve resultados satisfatórios.

A escola foi contemplada com 24 computadores do Programa Paraná

Digital, sendo vinte para o Laboratório de Informática e quatro para a Secretaria.

Recebemos os equipamentos no final de 2007, porém a instalação aconteceu no

início de 2009, quando foi detectado que o nobreak não funcionava e também que a

garantia já estava vencida. Durante o ano de 2009 funcionou razoavelmente. Em

abril de 2010, o sistema sofreu uma pane. No momento, o Laboratório de Informática

encontra-se funcionando parcialmente.

SALA DOS PROFESSORES

A sala dos professores é adaptada e ocupa 26,24 m². O espaço é muito

limitado, pouco arejado. Nele há um armário, dividido em doze repartições

chaveadas, e uma estante de aço, para os professores guardarem materiais

escolares como livros de chamada, livros didáticos... Há um televisor, com conexão

à TV Paulo Freire, e um computador conectado à internet, com impressora, para uso

dos professores durante a hora atividade no planejamento de suas aulas. Para

ampliar o espaço para os professores guardarem seus materiais, bem como

atividades dos alunos e materiais didático-pedagógicos, adaptou-se uma salinha de

8,55 m², localizada em frente à sala dos professores, contendo seis armários de aço

com duas portas e um armário com dezesseis repartições chaveadas.

REFEITÓRIO

O refeitório ocupa uma área de 96,00 m² e possui mesas e bancos para

acomodar os alunos e servir as refeições. Agregada a ele está a cozinha com bons

equipamentos e utensílios.

25

INSTALAÇÕES SANITÁRIAS

As instalações sanitárias desta escola são construídas em local de fácil

acesso, tendo três boxes masculinos e três boxes femininos destinados aos alunos e

dois boxes exclusivos para professores e funcionários.

SALA DA EQUIPE PEDAGÓGICA

A sala da equipe pedagógica ocupa uma área de 8,05 m², tem pouca

ventilação e a luminosidade é artificial. Nela há armários de aço e madeira para

organização e controle de material de apoio didático-pedagógico e duas

escrivaninhas pequenas para uso das pedagogas. Há, também, uma TV e um

aparelho de DVD.

Este ambiente é utilizado também como ouvidoria improvisada, onde

alunos, pais, professores e funcionários levam suas reclamações, sugestões e,

sempre que necessário o pedagogo faz o papel de ouvidor. Registra, busca as

soluções e comunica a direção de todas as ações desenvolvidas.

IV - MARCO CONCEITUAL

Ao repensar o Projeto Político Pedagógico da Escola, é preciso atentar

para as concepções que norteiam suas ações. É inegável que para traçar o perfil da

escola de hoje é indispensável conhecer suas origens para definir a sua ideologia,

adotando medidas políticas e pedagógicas a serviço da produção e difusão do

conhecimento para todos, fundamentada nos princípios democráticos, procurando

superar suas próprias limitações e possibilitando participar da construção da

sociedade que sonhamos: democrática e justa.

26

CONCEPÇÃO DE MUNDO

O homem reconstrói em si o mundo exterior.

Os processos de globalização do mundo econômico e da mundialização

da cultura, desencadeados pela sociedade do conhecimento em que vivemos,

recolocam as questões da sociabilidade humana em espaços cada vez mais amplos,

trazendo as questões de identidade pessoal e social cada vez mais complexas.

É certo que mulheres e homens podem mudar o mundo para melhor,

para fazê-lo menos injusto, mas a partir da realidade concreta a que chegam em sua

geração. A transformação do mundo necessita tanto de sonho, quanto a

indispensável autenticidade deste, depende da lealdade de quem sonha às

condições históricas, materiais, aos níveis de desenvolvimento tecnológico, científico

do contexto do sonhador.

Para os pedagogos progressistas (de Celestin Freinet a Paulo Freire) as

escolas são concebidas e assumidas com as esferas públicas democráticas,

trabalhando na direção da emancipação das sociedades. Falando mais diretamente,

os progressistas por enxergarem criticamente os problemas sociais, atuam no

sentido de forjar e disseminar uma nova visão de mundo, fundamentada em valores

diferentes daqueles que orientam a vida e o trabalho em sociedade.

Atualmente, vive-se num mundo marcado por desafios e grandes

mudanças, graças à velocidade da microeletrônica, da microbiologia, da

biotecnologia e da energia nuclear. Tais transformações implicam mudanças

significativas na vida humana. Direta ou indiretamente, a tecnologia marca o nosso

modo de ser, pois usufruímos de artefatos técnicos, como: computadores, TV, vídeo,

INTERNET e redes interativas. Somos beneficiados pelas fontes de energia: luz e

água e, além disso, pode-se criar seres em laboratórios.

Tantos benefícios caracterizam nosso mundo em transformação. Temos

a sensação de que quase tudo é possível, no entanto, há muitos riscos a serem

enfrentados, produzindo em nós um sentimento de impotência diante das catástrofes

27

naturais, das desigualdades sociais, das guerras, da manipulação das pessoas

pelos meios de comunicação, do analfabetismo e tantos outros males que podem

interferir no relacionamento humano, desencadeados na educação, na economia, na

política, na família, enfim, na estrutura social.

Fala-se de cultura global, de rompimento de barreiras, de revolução

industrial desencadeados pela sociedade tecnológica em que vivemos, bem como

da sociedade do conhecimento. Recolocam as questões da sociabilidade humana

em espaços cada vez mais amplos, trazendo controvérsias da identidade pessoal e

social, cada vez mais complexas num mundo repleto de possibilidades que, em

última análise, é um mundo em crise.

CONCEPÇÃO DE HOMEM

Se o mundo está em crise, logo o homem que vive nele, que o constrói a

partir de sua ação humana, também é um ser em crise. Pois a velocidade das

transformações citadas acima, enfatizam uma ruptura dos antigos paradigmas de

como viver socialmente e individualmente.

Assim esse ser humano, muitas vezes, despreparado para a realidade

atual, está em busca de uma nova perspectiva, em que possa absolvê-lo de sua

alienação, de sua passividade e do bombardeamento feito pela mídia. Não podemos

esquecer que esse homem, um ser natural e essencialmente social, como afirmava

Aristóteles, filósofo grego, é pai do aluno do Colégio Estadual Dr. Rebouças - Ensino

Fundamental e Médio e está inserido no mercado de trabalho, pois o mesmo é

responsável pelo sustento de si e de sua família.

Diante desse homem, que age na natureza transformando-a segundo

suas necessidades e para além delas, a educação deve contribuir para sua

transformação histórica na sociedade. É necessário que a escola busque a

formação do verdadeiro ser humano e cidadão, bem como a democracia, a

sociabilidade e a produção de cultura. Seres humanos capazes de lutar pelos seus

direitos e transformar a sociedade, tornando-a mais justa e fraterna.

28

Dessa forma, o homem como um ser situado num mundo material,

concreto, econômico, social e ideologicamente determinado. Sendo assim, resta-lhe

transformar essa situação, através de ação intencional e planejada, mediada pelo

trabalho, produzindo bens materiais e não-materiais que são apropriados de

diferentes formas pelo homem, conforme Saviani (2003): “O homem necessita

produzir continuamente sua própria existência. Para tanto, em lugar de se adaptar à

natureza, ele tem que adaptar a natureza a si, isto é, transformá-la pelo trabalho”.

Portanto, a busca do conhecimento é imprescindível, é uma atividade inseparável da

prática social, e não deve se basear no acúmulo de informações, mas sim, numa

reelaboração mental que deve surgir em forma de ação sobre o mundo social, desde

que não agrida a natureza, para que ela não se volte contra si. O homem deve agir

de forma sustentável.

Assim sendo, o homem vai se transformar através da cultura, que para

Libâneo (1989) é a atividade incessante dos homens ao transformar o mundo natural

em social, tornando-o mais humano. O saber é manifestação da cultura. É um dos

produtos da ação transformadora do homem sobre a natureza e as relações sociais.

Partindo do pressuposto que o homem constitui-se um ser histórico, faz-

se necessário compreendê-lo em suas relações inerentes à natureza humana. O

homem é, antes de tudo, um ser de vontade, um ser que se pronuncia sobre a

realidade.

CONCEPÇÃO DE CULTURA

A cultura é resultado de toda a produção humana, segundo Saviani,

“para sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente, os

meios de sua subsistência. Ao fazer isso ele inicia o processo de transformação da

natureza, criando um mundo humano (o mundo da cultura)” (1992, p, 19).

Podemos considerar que,

29

de um ponto de vista antropológico, cultura é tudo o que elabora, e elaborou o ser humano, desde a mais sublime música ou obra literária até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as religiões, as formas de trabalhar”. (SACRISTAN, 2001, p, 105).

Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de

significação, é cultural. Além disso, como sistema de significação, todo

conhecimento está estreitamente vinculado com relações de poder (Tomas Tadeu,

1999).

É necessário considerar, portanto, a importância do texto de Silva,

tornou-se lugar comum destacar a diversidade das formas culturais do mundo

contemporâneo. É um fato paradoxal, entretanto, que essa suposta diversidade

conviva com fenômenos igualmente surpreendentes de homogeneização cultural.

Ao mesmo tempo que se tornam visíveis manifestações e expressões

culturais de grupos dominados, observa-se o predomínio de formas culturais

produzidas e vinculadas pelos meios de comunicação de massa, nas quais

aparecem de forma destacada as produções culturais em sua dimensão material e

não-material.

Toda a organização curricular, por sua natureza e especificidade precisa

contemplar várias dimensões da ação humana, entre elas a concepção de cultura.

Na escola, em sua prática há a necessidade da consciência de tais diversidades

culturais, especialmente da sua função de trabalhar as culturas populares de forma a

levá-los à produção de uma cultura erudita, como afirma Saviani: "a mediação da

escola, instituição especializada para operar a passagem do saber espontâneo ao

saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita; assume um papel político

fundamental" (SAVIANI APUD FRIGOTTO, 1994, p. 189).

Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura popular e

erudita cabe à escola aproveitar essa diversidade, existente, para fazer dela um

espaço motivador, aberto e democrático.

30

CONCEPÇÃO DE TRABALHO

O trabalho é uma atividade que está “na base de todas as relações

humanas, condicionando e determinando a vida. É (...) uma atividade humana

intencional que envolve forma de organização, objetivando a produção dos bens

necessários à vida” (Andery, 1998, p, 13).

Nesta perspectiva entender o trabalho como ação intencional, o homem

em suas relações sociais, dentro da sociedade capitalista, produz bens. Porém, é

preciso compreender que o trabalho não acontece de forma tranqüila, estando

sobrecarregado pelas relações de poder.

Quando produz bens, estes são classificados em materiais ou não

materiais. Os bens materiais são produzidos para posterior consumo, gerando o

comércio. Já nos bens não materiais, produção e consumo acontecem

simultaneamente.

No trabalho educativo o fazer e o pensar entrelaçam-se dialeticamente e

é nesta dimensão que está posta a formação do homem.

Ao considerarmos o trabalho uma práxis humana, é importante o

entendimento de que o processo educativo é um trabalho não material, uma

atividade intencional que envolve formas de organização necessária para a

formação do ser humano.

O conhecimento como construção histórica é matéria-prima (objeto de

estudo) do professor e do aluno, que indagando sobre o mesmo irá produzir novos

conhecimentos, dando-lhes condições de entender o viver, propondo modificações

para a sociedade em que vive, permitindo “ao cidadão-produtor chegar ao domínio

intelectual do técnico e das formas de organização social sendo, portanto, capaz de

criar soluções originais para problemas novos que exigem criatividade, a partir do

domínio do conhecimento” (Kuenzer, 1985, p, 33 e 35).

31

O conceito de trabalho agora não é mais saber fazer

(Fordista/Taylorista), e sim resolver problemas quando eles aparecem. Capacidade

para resolver problema se supõe um aporte teórico. Essa capacidade vai ser

sempre o resultado da articulação de conhecimentos científicos, portanto, de um

aporte teórico, de experiências anteriores, de acesso às informações,

desenvolvendo, então, a capacidade de enfrentar situações anormais ou não

previstas. O trabalho teórico é a natureza e especificidade da escola.

CONCEPÇÃO DE CIDADANIA

Historicamente, o Brasil foi construído de cima para baixo e de fora para

dentro – poderes coloniais, elites proprietárias, Estado realimentando as

desigualdades e agravando as inclusões. Neste momento, se quer construir uma

outra base social, constituída por aqueles excluídos da história brasileira que,

organizando-se na sociedade civil e nos diferentes movimentos sociais, acumularam

força e conseguem expressar-se, tomando as rédeas do seu destino, criando uma

nação soberana e aberta ao diálogo e à participação.

De acordo com Boff (2000, p.51) “cidadania é um processo histórico-

social que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de

organização e de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser

massa e de passar a ser povo, como sujeito histórico, plasmador de seu próprio

destino”.

Reafirmando a citação de Boff, Martins, 2000, p.53, diz: “... a construção

da cidadania envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal e

social e de reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres. A

realização se faz através de lutas contra as discriminações, da abolição de barreiras

segregativas entre indivíduos e contra as opressões e os tratamentos desiguais, ou

seja, pela extensão das mesmas condições de acesso às políticas públicas e pela

participação de todos nas tomadas de decisões. É condição essencial da cidadania,

reconhecer que a emancipação depende fundamentalmente do interessado, uma

vez que, quando a desigualdade é somente confrontada na arena pública, reina a

32

tutela sobre a sociedade, fazendo-a dependente dos serviços públicos. No entanto,

ser/estar interessado não dispensa apoio, pois os serviços públicos são sempre

necessários e instrumentais.

O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de se

tornar cidadão consciente, (sujeito de direitos), organizados e participativos do

processo de construção político-social e cultural.

Angel Pino in (Boff SEVERINO A J. ZALUARA e outros 1992, p.15-25),

considera que “o conceito de cidadania traduz ao mesmo tempo, um direito e o

exercício desse direito. Sem este, aquele é uma mera fórmula.” Portanto, a

educação como um dos principais instrumentos de formação da cidadania, deve ser

entendida como a concretização dos direitos que permitem ao indivíduo, sua

inserção na sociedade.

A realidade social e educacional atual de nosso país requer o

enfrentamento e a superação da contradição da estrutura que existe entre a

declaração constitucional dos direitos sociais (dentre eles, a educação) e a negação

da prática desses direitos; da ideologia que associa a pobreza material à cultural; de

recolocar-se o problema da escola pública em termos de direito de todos, de acesso

ao conhecimento elaborado; recolocar a questão do trabalho como atividade de

produção/apropriação de conhecimento não apenas como mera operação mecânica,

em repensar a relação escola/trabalho.

Segundo Martins (2000, p.54), pode-se afirmar que “aquela relação entre

cidadania e democracia explicita-se no fato de que ambas são processos; o

processo não se dá num vazio, a cidadania exige instituições, mediações e

comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais de luta na

definição de instituições permanentes para expressão política. Neste sentido, a

autora distingue a cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo Estado, com a

idéia moral da tutela e do favor. Cidadania Ativa – aquela que institui o cidadão

como portador de direitos e deveres, mas essencialmente criador de direitos, de

abrir espaços de participação. Confirma ainda, que a cidadania requer a consciência

clara sobre o papel da educação e as novas exigências colocadas para a escola

33

que, como instituição para o ensino - a educação formal – pode ser um locus

excelente para a construção da cidadania.

As dimensões da cidadania, segundo Boff, são cinco:

A dimensão econômico-produtiva: a massa é mantida intencionalmente,

como massa e a pobreza é empobrecimento, portanto a pobreza, material e política,

é produzida e cultivada, por isso é profundamente injusta.

A dimensão político-participativa: as pessoas interessadas lutam em prol

de sua autonomia e participação social, tornando-se cidadãos plenos.

A dimensão popular: inclui somente as que têm acesso ao sistema

produtivo e exclui os demais, sendo esta a dimensão vigente.

A dimensão de con-cidadania: os cidadãos devem reivindicar e não pedir

ao Estado, precisam organizar-se não para substituir, mas para fazê-lo funcionar.

Define também o cidadão mediante a solidariedade e a cooperação.

A cidadania terrenal: apresenta a dimensão planetária na consciência de

causas comuns, com a responsabilidade coletiva de garantir um futuro para a terra e

a humanidade.

Tipos de cidadania segundo Boff

Cidadania seletiva – se a construção da cidadania envolve um processo ideológico

de formação de consciência pessoal, coletiva e social, de reconhecimento desse

processo em termos de direitos e deveres, no projeto neoliberal vigente a cidadania

passa a ser seletiva porque a reduz, Boff afirma (2000, p.57). “Ele debilita e reduz a

cidadania nacional, quer dizer, a autonomia do próprio país. Internamente reforça a

cidadania seletiva”. Alguns setores são beneficiados pela modernização, outros, os

setores populares só cabem uma cidadania menor. Outros, os excluídos, servem

34

como massa de manobra, sem qualquer cidadania, tirando o seu poder de rebelião,

compensando, fazendo assistencialismo fácil e promessas.

Cidadania Menor – No projeto do capitalismo nacionalista não se leva em conta o

capitalismo e sua lógica que explora e exclui. Ele é visto como criador de

oportunidades e de progresso. Dá-se ênfase à auto-estima de um Brasil grande,

uma potência emergente com seus recursos naturais riquíssimos e potencialidades

populacionais. Aqui também a cidadania é restrita para setores beneficiários. (Boff,

p.66) “será uma cidadania político-participativa para os segmentos incorporados na

produção, mas não será econômico-produtiva, pois trabalhadores continuarão sendo

duramente explorados”. Portanto terão uma cidadania de 2ª classe, esporádica, às

vezes expressa em grandes manifestações públicas, mas sem conseqüências

reais... As políticas estatais continuarão assistencialistas mantendo a população

pobre, dependente e desmobilizada com controle aos movimentos sociais.

Cidadania maior e plena – con-cidadania - O projeto de Democracia racial e popular

é totalmente diferente dos autores muito distante do que vivemos. Está sendo

construído por todos os excluídos da história brasileira, se organizando dentro dos

movimentos raciais. Com força foram se infiltrando em condutos-políticos partidários,

já agora em condições de disputar a conquista e o controle do poder com muita luta,

resistência argumentos e organização. Esse projeto visa construir uma Nação

autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade inteira para a

mudança, primando por uma sociedade sustentável que se desenvolva com a

natureza e não contra ela, que produza o suficiente para todos e que não permita a

acumulação para poucos. BOFF (2000, p. 73) diz: “Nele fica clara a vontade de

soberania nacional e o tipo diferente de cidadania política, econômica, participativa,

solidária e popular. Será uma cidadania cotidiana, plantada no funcionamento dos

movimentos raciais e, por isso, em contínuo exercício”.

Construir a cidadania e con-cidadania popular é a forma concreta de se

construir o Projeto-Brasil que buscamos.

35

CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE

Quando se questiona o próprio sentido da escola, a sua função social e

a natureza do trabalho educativo, enquanto docentes, aparecemos sem iniciativa,

“arredados ou deslocados pela força arroladora dos fatos, pela vertiginosa sucessão

de acontecimentos que tornaram obsoletos os conteúdos e as práticas educativas”

(Péres Gómes, 1998). E para que isso não aconteça é que precisamos entender em

que tipo de sociedade estamos inseridos.

Para Severino (1998), a sociedade é um agrupamento tecido por uma

série de relações diferenciadas e diferenciadoras. É configurada pelas experiências

individuais do homem, havendo uma interdependência em todas as formas da

atividade humana, desenvolvendo relações, instaurando estruturas sociais,

instituições sociais e produzindo bens, garantindo a base econômica e é o jeito

específico do homem realizar sua humildade, sendo que:

“A sociedade configura todas as experiências individuais do homem,

transmite-lhe resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do

grupo e recolhe as contribuições que o poder de cada indivíduo engendra e que

oferece a sua comunidade. Nesse sentido a sociedade cria o homem para si“ (Pinto,

1994).

A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho

concreto dos homens, que criam novas possibilidades de cultura e de agir social a

partir das contradições geridas pelo processo de transformação da base econômica.

Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a

sociedade não pode se limitar às aparências. É necessário compreender as leis que

regem o desenvolvimento da sociedade. Obviamente que não se trata aqui de leis

naturais, mas sim de leis históricas, ou seja, de leis que se constituem

historicamente.

Atílio Boron (1986) questiona: que tipo de sociedade deixa como legado

estes quinze anos de hegemonia ideológica do neoliberalismo? Uma sociedade

heterogênea e fragmentada, marcada por profundas desigualdades de todo o tipo –

36

classe, etnia, gênero, religião, etc. – que foram exacerbadas com a aplicação das

políticas neoliberais. Uma sociedade dos “dois terços” ou uma sociedade “com duas

velocidades”, como costuma ser denominada na Europa, porque há um amplo setor

social, um terço excluído e fatalmente condenado à marginalidade e que não pode

ser “reconvertido” em termos laborais, nem inserir-se nos mercados de trabalho

formais dos capitais desenvolvidos. Essa crescente fragmentação do social que

potencializaram as políticas conservadoras foi por sua vez reforçada pelo

excepcional avanço tecnológico e científico e seu impacto sobre o paradigma

produtivo contemporâneo.

Inês B. de Oliveira diz que uma sociedade democrática não é, portanto,

aquela na qual os governantes são eleitos pelo voto. A democracia pressupõe uma

possibilidade de participação do conjunto dos membros da sociedade em todos os

processos decisórios que dizem respeito à sua vida (em casa, na escola, no bairro,

etc.).

Raul Pont no texto sobre democracia representativa e democracia

participativa conclui que nossa convicção funda-se no processo histórico que nos

ensina que não há verdades eternas e absolutas nas relações entre sociedade e o

Estado e que estas se fazem e se refazem pelo protagonismo dos seres sociais e

que a busca de uma democracia substantiva, participante, regida por princípios

éticos de liberdade e igualdade social, continua sendo um horizonte histórico, em

suma, nossa utopia para a humanidade.

CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA

Sobre tecnologia Noble assinala que se criou uma redoma falaciosa em

torno do verdadeiro propósito e natureza da tecnologia. Segundo o autor “esta é

vista na sociedade como um processo autônomo; algo constituído e visto à margem

de tudo como se tivesse vida própria, independente das intenções sociais, poder e

privilégio. Examinamos a tecnologia como se fosse algo que mudasse constante

mente, e que constantemente, provocasse alterações profundas na vida das

escolas. Decerto que isto é parcialmente verdade. No entanto, se nos debruçarmos

sobre o que tem vindo a mudar podemos incorrer no erro de não questionar quais as

37

relações que permanecem inalteradas. De entre estas, as mais importantes são as

desigualdades econômicas e culturais que dominam a nossa sociedade (NOBLE,

1984).

Segundo Cristina Gomes Machado (2002), o processo educativo há de

se revelar capaz de sistematizar a tendência à inovação solicitando o papel criador

do homem. É preciso implementar no Sistema Educacional, uma pedagogia

mediante a qual não apenas se reforme o ensinamento, mas que também se facilite

a aprendizagem.

A tecnologia tem um impacto significativo não só na produção de bens e

serviços, mas também no conjunto das relações sociais e nos padrões culturais

vigentes.

A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 ao propor a

formação tecnológica como eixo do currículo assume, segundo KUERGER (2000), a

concepção que a aponta como a síntese, entre o conhecimento geral e o específico,

determinando novas formas de selecionar, organizar e tratar medodologicamente os

conteúdos.

A tecnologia deve ser entendida como uma ferramenta sofisticada e

alternativa no contexto educacional, pois a mesma pode contribuir para o aumento

das desigualdades, ou para a inserção social se vista como uma forma de

estabelecer mediações entre o aluno e o conhecimento em todas as áreas.

“Urge pois continuar a lutar pela escolarização como um bem público contra a domesticação política que tem inflamado o debate educativo contribuindo para que a educação em geral e o currículo, em particular, se constitua numa efetiva base para que os mais desfavorecidos tenham, tomem e transformem a própria concepção de poder” (Paraskeva,2001).

Assim, fica claro, que ter no currículo, uma concepção de educação

tecnológica não será suficiente para o acesso de todos, da Escola Pública, sem que

haja uma vontade e ação política que possibilite investimento para que esses

recursos tecnológicos (elementares e sofisticados) existam e possam ser ferramenta

que contribua para o desenvolvimento do pensar, sendo um meio de estabelecer

38

relações entre o conhecimento científico, tecnológico e sócio-histórico, possibilitando

articular ação, teoria e prática.

CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO

Dentro desse contexto, a educação para todos torna-se mais que um

direito, tanto como conseqüência do exercício da cidadania, como condição para

uma plena participação na sociedade, conforme os princípios constitucionais da

educação no que se refere à obrigatoriedade, gratuidade, laicidade e qualidade

conceitual-política do ensino e aprendizagem ofertados.

As pessoas se desenvolvem de forma integral, constroem conhecimento

e se aperfeiçoam, para a satisfação de suas necessidades e as de sua sociedade,

através da educação escolar com conteúdos de acordo com o contexto histórico-

social-econômico, variando conforme as necessidades de cada um e de cada grupo.

Nessa perspectiva entende-se educação como a interação entre

sujeitos. Educar é, então, interagir, conhecer juntos, constituir-se sujeito social e

politicamente emancipado.

Concebemos a educação como elemento de transformação da

sociedade, sendo que essa perspectiva transformadora se traduz pelas pedagogias

progressistas dentre estas, a Pedagogia Histórico-Crítica (Saviani). A PHC vê a

educação como prática mediadora no seio da prática social, e, portanto coloca a

prática social como ponto de partida e de chegada do processo de ensino.

A educação se relaciona dialeticamente com a sociedade, podendo

constituir-se em um importante instrumento no processo de transformação da

mesma. Sua função principal é elevar o nível de consciência do educando a respeito

da realidade que o cerca, a fim de torná-lo capaz para atuar no sentido de buscar

sua emancipação econômica, política, social e cultural. Assim sendo, é também

função da escola, inserir na dinâmica das aprendizagens: o contínuo aprender.

39

Então, a Pedagogia Histórico-Crítica entende a educação como um

processo que ajuda os indivíduos a pôr em questão, as condições presentes de sua

vida cotidiana geradas pelo modo de organização da produção em nossa sociedade.

Nessa visão a educação para crianças, adolescentes, jovens e adultos é

a esperança de um mundo melhor, onde haja respeito à vida, compreensão entre os

homens e que o conhecimento seja motivo de promoção do homem e não de

distinção. Conhecimento que dê liberdade aos alunos de ranços, marcas do

passado de um tempo que já acabou e que é preciso ir em busca de novos

caminhos.

Cabe à educação escolar a tarefa de despertar nos alunos, de acordo

com a cultura e a convicção de cada um e com respeito ao pluralismo, a sede pelo

ideal ou a valores, ditos morais.

A educação escolar deve estar voltada para a educação permanente, já

que a mesma é a resposta para um mundo em contínua transformação.

Para isso é preciso que se internalize em cada ser humano o desejo de

construir conhecimentos, passaporte para uma educação permanente, em que se

adquire o prazer da aprendizagem ao longo de toda a vida.

Dentro dessa perspectiva, as pessoas vivendo em comunidade

desenvolverão o conhecimento de acordo com os outros, suas histórias, tradições e

espiritualidade. Utopia para alguns, mas necessária para que haja um espírito novo,

capaz de uma gestão inteligente e apaziguadora de inevitáveis conflitos, de forma

autônoma e com discernimento sendo responsável numa realização em prol do

coletivo. Que o ser humano descubra os seus talentos em seu interior e os ponha à

disposição da sociedade.

40

CONCEPÇÃO DE ESCOLA

A pedagogia progressista apresenta-se, por meio das tendências

libertadora (Paulo Freire – anos 60), libertária (Celestin Freinet) e crítico-social dos

conteúdos ou histórico-crítica (surgiu no início da década de 80 e difere das

anteriores pela ênfase que dá aos conteúdos). Nessas concepções, a escola deve

ser vista como o ambiente onde acontecem conflitos, interesses sociais

contraditórios, lutas de poder, e no qual é possível criar-se um discurso crítico capaz

de desvelar esta realidade, seus condicionamentos sócio-econômicos e as

condições necessárias à sua superação.

Assim, a escola deve ser valorizada como instrumento de luta das

camadas populares, propiciando o acesso ao saber historicamente acumulado pela

humanidade, porém reavaliando a realidade social na qual o aluno está inserido. É

esta a nossa concepção de escola.

Então, a escola dentro desta ótica, visa transformar o aluno em sujeito

capaz de recuperar e realizar sua “humanidade” em um projeto coletivo e solidário

de superação das condições atuais de trabalho.

Nessa concepção, o papel da escola é o de socialização do saber

sistematizado. Pretende que o domínio de instrumentos culturais e científicos auxilie

no conhecimento e compreensão das realidades sociais, favorecendo a atuação dos

indivíduos na luta pela transformação social.

Diante de tais considerações, o Colégio Estadual Dr. Rebouças deve

contribuir para que todo aluno que por ele passar, tenha a oportunidade de estudar

continuamente ao longo de sua vida, numa escola de prazer onde o aluno seja o

centro de suas prioridades educativas, para que ele tenha o direito à plena e

inviolável dignidade humana, convivendo bem com seus pares.

Sendo assim, objetiva formar o cidadão com uma identidade própria, o

qual poderá ser reconhecido como sujeito que passou por este colégio.

41

Ele pretende formar cidadãos críticos capazes de atuar com

competência, dignidade, solidariedade, integridade, justiça e respeito na sociedade;

sociedade essa, com princípios democráticos que demanda uma educação de

qualidade, que garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos

autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e

responsabilidade na sociedade em que vivem e na qual esperam ver atendidas suas

necessidades individuais, sociais, políticas e econômicas.

O colégio respeitará a individualidade de seus alunos, cabendo ao

professor e demais profissionais da educação exercer o papel de educadores dos

mesmos, mediando na formação de valores e atitudes para que eles cuidem dos

bens de uso comum, e exijam de seus professores, de forma respeitosa, um ensino

que corresponda às suas aspirações.

Esta instituição agirá com justiça junto a seus alunos, garantindo-lhes

igualdade de direitos, recusando categoricamente qualquer forma de discriminação.

Essa postura será, também, a dos professores. Para que haja reciprocidade entre

escola, professores e alunos, estes, por sua vez deverão agir com espírito de justiça

para com seus professores, demais pessoas da comunidade escolar, bem como

para com seus pares, cientes da correspondência entre direitos e deveres.

A escola assume uma postura solidária, propondo união e cooperação

entre todos os atores da comunidade escolar. Dessa forma, os professores serão

solidários entre si, com os demais envolvidos no processo, incluindo os alunos aos

quais mediarão na construção do conhecimento, valores e atitudes. Os alunos, por

sua vez, investirão esforços para viver de forma cooperativa.

Dessa forma, a escola constrói sua integridade, agindo com

imparcialidade ao interagir na resolução de possíveis conflitos entre os atores da

educação escolar, bem como na gestão de pessoal, de recursos, etc., tornando

transparentes os seus atos. Os professores assumirão a mesma postura íntegra,

sendo retos nas decisões conjuntas e individuais de cunho pedagógico na relação

professor x aluno, aluno x aluno, aluno x objeto do conhecimento, professor x

42

demais pessoas da comunidade escolar. Conseqüentemente, os alunos convivendo

num ambiente íntegro, conservarão sua pureza.

Diante do exposto, escola, professores e alunos exercerão seus papéis

agindo com eficiência construída dia-a-dia na interação entre os sujeitos envolvidos

no processo, o meio e o objeto do conhecimento.

A escola, portanto, assume-se como espaço de vivência e de discussão

dos referenciais éticos, não uma instância normativa e normatizadora, mas um local

social privilegiado de construção dos significados éticos necessários e constitutivos

de toda e qualquer cidadania, promovendo discussões sobre os valores ético-

políticos e observância das leis. O exercício dessa cidadania pressupõe a

participação política de todos na definição de rumos que serão assumidos pela

nação e que se expressa, não apenas, na escolha de seus representantes políticos

e governantes, mas também na participação em movimentos sociais, no

envolvimento com temas e questões da nação e em todos os níveis da vida

cotidiana.

CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

A ciência nasce da necessidade de explicar os fatos observados de

forma sistematizada utilizando métodos.

Para Andery (1980) “A ciência é uma das formas do conhecimento

produzido pelo homem no decorrer de sua história. Portanto, a ciência também é

determinada pelas necessidades materiais do homem em cada momento histórico,

ao mesmo tempo que nela interfere”.

No decorrer da história, a ciência está sempre presente para reproduzir

ou transformar. Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é produzido de

forma desigual, estando a serviço de interesses políticos, econômicos e sociais do

processo histórico, não atingindo a totalidade da população.

43

A escola tem a função social de garantir o acesso de todos aos saberes

científicos produzidos pela humanidade. Nereide Saviani afirma que “a ciência

merece lugar destacado no ensino como meio de cognição e enquanto objeto de

conhecimento”, ou seja, ao mesmo tempo em que eleva o nível de pensamento dos

estudantes, permite-lhes o conhecimento da realidade, o que é indispensável para

que não, apenas, conheçam e saibam interpretar o mundo em que vivem, mas com

isto, saibam nele atuar e transformá-lo.

O conhecimento é concebido como uma atividade humana que busca

explicitar as relações entre os homens e a natureza, podendo-se afirmar que ele é

produzido nas relações sociais mediadas pelo trabalho, resultante da ação que

passa entre o sujeito e o objeto do conhecimento (conteúdo). Aí entra a mediação do

professor. Leva em conta que o conhecimento é construído e transformado

coletivamente. O conhecimento produzido pela pesquisa parte do concreto e da

prática que precede a teoria, de modo que a teoria só tem sentido se articulada com

a prática. O conhecimento passa a ser enfocado como processo, então, é dinâmico.

Os conteúdos são culturais, universais, sempre reavaliados frente à

realidade social.

Assim, o estudo dos conhecimentos sistematizados decorre das

exigências e necessidades da vida prática. Portanto, os conhecimentos servem não

só para explicar os fatos, acontecimentos e processos que ocorrem na natureza, na

sociedade e no pensamento humano, mas também para transformá-los.

Nesse sentido, o homem possui conhecimento construído a partir de

suas necessidades e experiências no cotidiano, ou seja, o conhecimento real que

possibilita a abstração e generalização. Esse conhecimento inicia-se de forma

inconsciente, informal até encaminhar-se para níveis mais abstratos, formais e

conscientes.

Nesta perspectiva, cabe à escola valorizar o conhecimento espontâneo

do aluno, encaminhando-o a níveis mais abstratos, formais, conscientes e

sistematizados, ou seja, parte de uma contextualização, onde a prática torna-se

44

suporte da teoria e vice-versa, tornando a construção de conhecimentos um

processo permanente, propiciando o desenvolvimento de capacidades intelectuais.

Nesse sentido, o Colégio Estadual Dr. Rebouças entende o

conhecimento como sendo compreensão da realidade que o sujeito adquire através

de sua confrontação com essa mesma realidade. Ou seja, a realidade exterior

adquire, no interior do ser humano, uma forma abstrata pensada, que lhe permite

saber e dizer o que essa realidade é. A realidade exterior se faz presente no interior

do sujeito do pensamento. A realidade através do conhecimento torna-se algo

compreendido, claro.

Esse conhecimento pode ser adquirido nos livros, nas aulas interativas,

na internet, na mídia, nas conversas, etc., mas com o objetivo de alcançar

entendimento da realidade. O que está em primeiro lugar, o que está na raiz do

conhecimento, é a elucidação da realidade e não a retenção de informações

contidas nos meios acima mencionados.

O conhecimento é, então, uma forma de entendimento da realidade.

Muitas vezes, o conhecimento é confundido com o processo de decorar informações

dos livros, para segui-las, repeti-las em provas escolares ou em provas de seleção.

Isso não é conhecimento. Isso é memorização de informação, sem saber o que, de

fato, essa informação significa, nem para que serve.

Este Colégio concebe o conhecimento como um processo dinâmico que

se dá na interação entre os estudantes, o professor e o próprio conhecimento.

Partindo dessa concepção, o colégio vem revendo seu papel e sua função social,

assumindo a consciência de sua importância para grande parte da sociedade na

qual se insere, que tem nela a única via de acesso ao conhecimento. Nesse

sentido, busca trabalhar (ensinar) e garantir as aprendizagens de conteúdos básicos

para a vida em sociedade.

Vários fatores concorrem para que uma significativa parcela da

população fique à margem da educação ou interrompa precocemente seus estudos

sem ter adquirido os conhecimentos imprescindíveis ao exercício da cidadania.

45

Este Projeto Político Pedagógico visa reverter esse quadro, numa ação

que exige, de todos, envolvimento e compromisso. Pretende, então, a inclusão de

todos os alunos, contribuindo para a apropriação do conhecimento, inclusive àqueles

a quem o mesmo tem sido historicamente negado.

Logo, partindo desse pressuposto, a proposta pedagógica curricular

deste Colégio exige uma nova dinâmica de ensino, que estimule a participação de

todos e ofereça oportunidades de reflexão sobre o objeto do conhecimento, bem

como, sua finalidade, contribuindo, portanto, para que cada indivíduo envolvido

nesse processo se constitua como sujeito produtor de conhecimento, através da

elaboração de suas próprias sínteses a respeito do objeto em estudo. Assumimos,

portanto, uma postura progressista embasada nas teorias de Demerval Saviani

(Pedagogia Histórico-Crítica), Gaudêncio Frigotto, Acácia Zeneida Kuenzer, José

Carlos Libâneo (Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos) e outros, influenciados por

autores internacionais como: Marx, Gramsci, G. Snyders, M. Manacorda, Makarenko

e Suchodolski, expressos também na corrente sócio-histórica da Psicologia:

Vygotsky, Luria, Leontiev e Wallon.

Vygotsky pressupõe trabalho em pares ou grupos para construção do

conhecimento na interação do sujeito com o objeto do conhecimento (elaborando

hipóteses, estabelecendo relações) e com o social (interações com outras pessoas).

A escola instituirá com base na participação grupal, mecanismos

institucionais de mudança (assembléias, conselhos, eleições, reuniões, associações,

grêmio estudantil, etc.), de tal forma que o aluno, uma vez atuando nas instituições

"externas", leve para lá tudo o que aprendeu.

Este colégio pretende, então, atuar como instrumento do saber,

prestando serviços aos interesses populares a fim de garantir, que respeitadas as

diversidades sociais, a educação possa atuar decisivamente no processo de

construção da cidadania e democracia, visando contribuir para que os alunos se

apropriem do conhecimento, legado da humanidade, de maneira crítica e

transformadora, procurando assim, evitar problemas de evasão e repetência.

46

Em consonância com os princípios estéticos, políticos e éticos da LDB nº

9394/96, o Colégio Estadual Dr. Rebouças observará na gestão, na organização

curricular e na prática pedagógica e didática os princípios que nortearão as

atividades pedagógicas: Identidade, Diversidade e Autonomia.

Este estabelecimento de ensino criará e desenvolverá, com a

participação de toda a comunidade escolar, alternativas institucionais com

identidade própria, baseada no papel educacional da entidade, usando ampla e

destemidamente as várias possibilidades de organização pedagógica, espacial e

temporal, e de articulações e parcerias com instituições públicas ou privadas,

abertas pela LDB, para desenvolver políticas de ensino que contemplem a formação

básica necessária para o exercício da cidadania.

Identidade supõe uma inserção no meio social que leva à definição de

vocações próprias, que se diversificam ao incorporar as necessidades locais e as

características dos alunos e participação dos professores e das famílias no

desempenho institucional considerado adequado para a escola.

A escola fomentará em sua organização curricular, uma ampla

diversificação dos tipos de estudos disponíveis, estimulando alternativas que a partir

de uma base comum, ofereçam opções de acordo com as características de seus

alunos e as demandas do meio social.

A diversificação será acompanhada de sistemas de avaliação que

permitam o acompanhamento permanente dos resultados, tomando como referência

os conhecimentos básicos a serem alcançados por todos os alunos, de acordo com

a proposta pedagógica curricular do colégio.

A construção de uma identidade própria e da diversificação curricular

supõe a existência de autonomia. Na verdade a proposta pedagógica é a forma pela

qual a autonomia se exerce.

47

No âmbito escolar a autonomia deve refletir o compromisso com a

aprendizagem dos alunos pelo uso do tempo, do espaço físico, das instalações e

equipamentos, dos recursos financeiros, didáticos e humanos.

Na sala de aula a autonomia tem como pressuposto, além da

capacidade didática do professor, seu compromisso e, por que não dizer,

cumplicidade com os alunos, que faz do trabalho cotidiano de ensinar um

permanente voto de confiança na capacidade de todos para aprender. Por essa

razão a autonomia depende da qualificação permanente dos que trabalham na

escola, em especial dos professores.

A melhor forma de verificar esses compromissos é instituir mecanismos

de prestação de contas, de avaliação de resultados. Para a identidade e a

diversidade, a avaliação é indispensável na garantia da igualdade de resultados.

Para a autonomia ela é condição de transparência da gestão educacional e clareza

da responsabilidade pelos resultados.

O Colégio Estadual Dr. Rebouças opta por organizar sua Proposta

Pedagógica por disciplina sendo que cada uma, buscará conteúdos significativos

levando-se em conta os ideais de construção de uma sociedade mais igualitária,

democrática, com liberdade de expressão, tendo como lema o respeito às

necessidades individuais e o trabalho cooperativo. No tratamento dos conteúdos

escolares a escola considerará a contribuição e a participação do aluno no processo

de aprendizagem, levando em conta os aspectos socioculturais, políticos,

antropológicos e psicológicos, uma vez que entende que o conhecimento não está

parado no tempo, está sempre em movimento; daí, a necessidade de flexibilização

dos conteúdos, rompendo com a compartimentalização dos saberes.

Entende-se que a sistematização do processo ensino-aprendizagem

precisa favorecer o aluno na elaboração crítica dos conteúdos, por meio de métodos

e técnicas de ensino e pesquisa que valorizem as relações solidárias e

democráticas.

______________________________________________________________

O Regimento Escolar dará sustentação jurídica a esse projeto político-pedagógico.

48

Os pressupostos didático-metadológicos devem pautar-se em um

trabalho interdisciplinar. Há necessidade de ampliar a perspectiva de pesquisa

como princípio educativo.

Nesse sentido os docentes são sujeitos vinculados a processos de

socialização, adotando uma prática intencionada, ou seja, devem combinar o fazer

pedagógico com a reflexão. A ação prático-reflexiva resulta em propostas, planos de

ensino e atividades, em novas formas de organização do trabalho pedagógico.

Portanto, os conteúdos serão trabalhados de uma forma interdisciplinar

e contextualizada, num movimento circular tendo como ponto de partida o que o

aluno já sabe sobre os conteúdos enfocados, para que serve, ou seja, a prática

social inicial do conteúdo. O professor desafia os alunos, instigando-os quanto ao

que gostariam de saber a mais, ou seja, busca a identificação e questionamento

sobre os principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo. Busca-se

a instrumentalização através da teoria, ou seja, do conhecimento produzido e

acumulado pela humanidade ao longo do tempo sobre o objeto em estudo. Ações

docentes e discentes são delimitadas para a construção do conhecimento. Portanto,

é na relação aluno X objeto do conhecimento que se dará o conhecimento pela

mediação docente ou de colegas.

É chegado o momento da elaboração teórica da síntese da nova postura

mental, ou seja, do conhecimento construído que ficará registrado podendo servir de

ponto de partida para estudos posteriores. Volta-se, neste momento, para a prática

social final do conteúdo, ou seja, o que o aluno vai fazer com o conteúdo

incorporado, sua nova forma de agir, suas ações concretas serão demarcadas.

CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO

A construção curricular no Mundo e no Brasil não se deu sob uma única

ideologia, mas com influência de tendências, objetivos e interesses diferentes. Com

esse resumo histórico, percebe-se a importância de não se desvincular o currículo

49

da constituição histórica e social. Um currículo não surge do nada, mas de uma

necessidade social e principalmente econômica e cultural.

Da perspectiva das teorias críticas da educação, as primeiras questões

que se apresentam são: Quem são os sujeitos da escola pública? De onde eles

vêm? Que referências sociais e culturais trazem para a escola?

Um sujeito é fruto de seu tempo histórico, das relações sociais em que

está inserido, mas é, também, um ser singular, que atua no mundo a partir do modo

como o compreende e como dele lhe é possível participar.

Ao definir qual formação se quer proporcionar a esses sujeitos, a escola

contribui para determinar o tipo de participação que lhes caberá na sociedade. Por

isso, as reflexões sobre currículo têm, em sua natureza, um forte caráter político.

Sendo assim, propõe-se uma reorientação na política curricular com o objetivo de

construir uma sociedade justa, onde as oportunidades sejam iguais para todos.

Para isso, os sujeitos da Educação Básica, crianças/adolescentes,

jovens e adultos, em geral oriundos das classes assalariadas, urbanas ou rurais, de

diversas regiões e com diferentes origens étnicas e culturais (FRIGOTTO, 2004, in

Diretrizes Curriculares da Educação Básica, 2008) devem ter acesso ao

conhecimento produzido pela humanidade que, na escola, é veiculado pelos

conteúdos das disciplinas escolares.

Assumir um currículo disciplinar significa dar ênfase à escola como lugar

de socialização do conhecimento, pois essa função da instituição escolar é

especialmente importante para os estudantes das classes menos favorecidas, que

têm nela uma oportunidade, algumas vezes única, de acesso ao mundo letrado, do

conhecimento científico, da reflexão filosófica e do contato com a arte.

Os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo

contextualizado, estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares. Propõe-

se, então, que tais conhecimentos contribuam para a crítica às contradições sociais,

políticas e econômicas presentes nas estruturas da sociedade contemporânea e

50

propiciem compreender a produção científica, a reflexão filosófica, a criação artística,

nos contextos em que elas se constituem.

Este Estabelecimento de Ensino adota o currículo reconstrucionista que

tem como concepção teórica e metodológica a tendência histórico-crítica e tem como

objetivo principal a transformação social e a formação crítica do sujeito.

De acordo com McNeil (2001a) o reconstrucionismo social concebe

homem e mundo de forma interativa. A sociedade injusta e alienada pode ser

transformada à medida que o homem, inserido em um contexto social, econômico,

cultural, político e histórico adquire, por meio da reflexão, consciência crítica para

assumir-se sujeito de seu próprio destino.

Nesse prisma, a educação é um agente social que promove mudança. A

vida social da educação e currículo consiste em provocar no indivíduo atitudes de

reflexão sobre si e sobre o contexto social em que está inserido. É um processo de

promoção que objetiva a intervenção consciente e libertadora sobre si e a realidade,

de modo a alterar a ordem social.

Na perspectiva de reconstrução social agrupam-se as posições que

consideram o ensino uma atividade crítica, cujo processo de ensino-aprendizagem

deva se constituir em uma prática social com posturas e opções de caráter ético que

levem à emancipação do cidadão e à transformação da realidade.

Sob o norte de emancipação do indivíduo, o currículo deve confrontar e

desafiar o educando frente aos temas e situações-problema vividos pela

comunidade. Por conseguinte, não prioriza somente os objetivos e conteúdos

universais, sua preocupação não reside na informação e sim na formação de

sujeitos históricos, cujo conhecimento é produzido pela articulação da reflexão e

prática no processo de apreensão da realidade.

Enfatizando as relações sociais, amplia seu âmbito de ação para além

dos limites da sala de aula, introduzindo o educando em atividades na comunidade,

incentivando a participação e cooperação.

51

O currículo reconstrucionista acredita na capacidade do homem conduzir

seu próprio destino na direção desejada, e na formação de uma sociedade mais

justa e equânime. Esse compromisso com ideais de libertação e transformação

social lhe imputa certas dificuldades em uma sociedade hegemônica e dominadora.

CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

A partir de reflexões sobre as diversas concepções de infância e criança

e, partindo de um sonho de projeto modernista, surge uma preocupação cada vez

mais ampla e sistemática com o estudo e compreensão da criança e de seu

desenvolvimento, com suas maneiras de aprender e com a necessidade de uma

educação formal que lhe permita amadurecer de modo mais sadio.

No contexto político, as diferentes concepções sobre a infância

influenciaram ou justificaram as políticas educacionais, com limites e possibilidades;

no contexto pedagógico, a discussão e definição de uma concepção de infância é

primordial na condução do trabalho. Esta concepção orientará os conceitos sobre

ensino, aprendizagem e desenvolvimento, a seleção dos conteúdos, a metodologia,

a avaliação, a organização de espaços e tempos com atividades desafiadoras,

enfim, o planejamento do trabalho organizado não apenas pelo professor mas por

todos os profissionais da instituição.

Para Kramer (1995), o conceito de infância se diferencia conforme a

posição da criança e de sua família na estrutura socioeconômica em que se inserem.

Portanto, não há uma concepção infantil homogênea, uma vez que as crianças e

suas famílias estão submetidas a processos desiguais de socialização e de

condições objetivas de vida. Nesse sentido, cabe à escola, reconhecer estes sujeitos

como capazes de aprender os diferentes conhecimentos acumulados pela

humanidade e sistematizados como conteúdos pela escola, respeitando a

singularidade da infância.

52

À medida que se destaca esta etapa da vida humana como uma

construção social, o que supera as compreensões de caráter inatista, pois se

compreende que a aprendizagem se dá na interação social.

A concepção de infância e de desenvolvimento infantil como construção

histórica foi uma das grandes contribuições dos estudos de Vygotsky (2007) que, ao

analisar o desenvolvimento humano privilegia a interação social na formação da

inteligência e das características essencialmente humanas. Em outras palavras, nos

tornamos humanos a partir da interação com outros seres humanos. Cada indivíduo

aprende a ser homem. O que a natureza lhe dá quando nasce não lhe basta para

viver em sociedade. É-lhe ainda preciso adquirir o que foi alcançado no decurso do

desenvolvimento histórico da humanidade. É, portanto, “a partir de sua inserção num

dado contexto cultural, de sua interação com membros de seu grupo e de sua

participação em práticas sociais historicamente construídas, que a criança incorpora

ativamente as formas de comportamento já consolidadas na experiência humana”

(REGO, 1995, p. 55. In: Ensino fundamental de nove anos: Orientações

pedagógicas para os anos iniciais, 2010). Os estudos de Vygotsky (2007) indicam

que é importante analisar criticamente o contexto social, a fim de compreender com

que criança se está trabalhando, quais suas necessidades e como possibilitar que

todas as crianças se apropriem dos conteúdos organizados no currículo escolar. Isso

significa, por exemplo, que, se vivemos numa sociedade letrada, espera-se que

todas as pessoas, na idade socialmente reconhecida como adequada, tenham

asseguradas as condições para se apropriar deste conhecimento.

A compreensão da infância como historicamente situada implica que a

escola, em seu conjunto, efetive um trabalho articulado e com unidade de propósitos

educativos. Estes propósitos orientarão o trabalho desenvolvido pelos professores,

portanto, devem ser discutidos e compreendidos pelo conjunto dos profissionais da

unidade escolar, além de devidamente sistematizados na proposta pedagógica.

Embora se apresentem ainda grandes desafios para que os direitos

sociais da infância materializem-se plenamente, hoje se sabe que o ser humano,

antes mesmo do nascimento, tem direitos historicamente conquistados legalmente.

53

Nossa escola concebe a criança como sujeito de direitos, com

necessidades específicas, decorrentes de seu desenvolvimento peculiar, e que, por

conta disso, deve receber uma política de atenção integral a seus direitos

construídos social e historicamente.

Muitos pesquisadores têm se dedicado a estudar a expressão da

subjetividade dos jovens na contemporaneidade. Existe atualmente uma clareza

teórica de que a heterogeneidade de realidades e situações impedem a vivência da

adolescência do mesmo modo para todos. Mas esta clareza não foi sempre

presente. O pai da Psicologia da Adolescência, Stanley Hall, considerava que a

adolescência era a retirada dramática das crianças do paraíso da infância,

constituindo-se, deste modo, num período de crises, tempestades e tormentas. E é

desta forma que ainda hoje muitos teóricos têm se detido a falar sobre a

adolescência.

Segundo Ozella (2003, p.20), “é necessário superar as visões

naturalizantes presentes na Psicologia e entender a adolescência como um

processo de construção sob condições histórico-culturais específicas”. Isso significa

pensar que a adolescência deve ser vista e compreendida como uma categoria

construída socialmente, a partir das necessidades sociais e econômicas dos grupos

sociais, que lhe constituem como pessoas, enquanto são constituídas por elas.

Assim, é mais possível falar de adolescentes que tenham um nome, pertençam a um

grupo cultural e tenham uma vida vivida concretamente, do que de uma

adolescência de forma mais abrangente.

Adolescência, portanto, deve ser pensada para além da idade

cronológica, da puberdade e transformações físicas que ela acarreta. A

adolescência deve ser pensada como uma categoria que se constrói, se exercita e

se re-constrói dentro de uma história e tempo específicos.

É no sentido de refletir sobre a adolescência construída historicamente

que Aguiar; Bock; Ozella (2002) apontam elementos fundamentais para a

compreensão da adolescência numa perspectiva sócio-histórica. Para eles é

necessário não perder de vista o vínculo entre o desenvolvimento do homem e a

54

sociedade. Além disso, existe uma emergência de se “despatologizar” a noção do

desenvolvimento humano, em especial a adolescência, re-construindo a

compreensão desta e sua expressão social. Por fim, sugere-se um avanço urgente

para além de uma suposta realidade “natural” da adolescência. Desse modo, as

peculiaridades e especificidades históricas, culturais e sociais precisam ser levadas

em conta nos estudos, pesquisas e atribuições de sentido feitos às vivências dos

adolescentes.

Somente para encerrar esta discussão, gostaria de pensar um elemento

que, assim como a brincadeira infantil parece atravessar de modo mais peculiar a

experiência de ser adolescente: a busca de ser por si mesmo. Segundo Eisenstadt

(1976), os grupos etários formam-se no estágio de transição entre a dependência

infantil e a maturidade do adulto, sendo que o sentido de conquista e

reconhecimento de si, parece ser o motor básico desses grupos. Talvez seja este o

sinal para se pensar em algo próprio da adolescência: a conquista e o

reconhecimento de si. Esta é uma construção iniciada com o nascimento, e que se

encaminha para a completude do homem, finalizada somente com a morte, que,

com o nascimento, delimita os dois extremos da vida.

CONCEPÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

A alfabetização e letramento são dois processos que devem ser

desenvolvidos simultânea e indissociavelmente: na área da alfabetização a

aquisição do sistema alfabético e ortográfico da escrita, envolve a compreensão e

apropriação das relações fonema-grafema e as técnicas e convenções para seu uso;

na área do letramento, o desenvolvimento das diversas competências necessárias

para participação adequada e eficiente nas diferentes práticas sociais, das quais a

língua escrita é parte integrante.

Apropriar-se das habilidades que possibilitam ler e escrever de forma

adequada e eficiente, nas diversas situações em que precisamos ou queremos ler

ou escrever: ler e escrever diferentes gêneros e tipos de textos; em diferentes

suportes, para diferentes objetivos, em interação com diferentes interlocutores, para

55

diferentes funções: para informar ou informar-se, para interagir, para imergir no

imaginário, no estético, para ampliar conhecimento, para seduzir ou induzir, para

divertir-se, para orientar-se, para apoio à memória, para catarse, são tecnologias do

letramento. Portanto, letramento é o desenvolvimento de competências para o uso

da leitura e da escrita nas práticas sociais que as envolvem.

CONCEPÇÃO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Segundo Israel Scheffer apud Passmore (1980), ensino é “uma atividade

que visa promover a aprendizagem e que é praticada de modo a respeitar a

integridade intelectual do aluno e a sua capacidade para julgar de modo

independente”.

Para que haja ensino, deve existir algo para ensinar e alguém a quem

ensinar. Para tornar o ensino significativo, faz-se necessário que quem pretende

ensinar, conheça e leve em consideração o porquê e o para quê ensinar. Deve-se

ainda levar em conta o como o sujeito aprende, considerando, também, a condição

desse sujeito (sua idade, seu desenvolvimento, seu nível intelectual, etc.) para não

apresentar-lhe conteúdos para os quais não está preparado e que não tem

condições de aprender.

O ensino estará, portanto, centrado no aluno. Isto significa, então, que o

objetivo do professor não é meramente expor uma matéria, mas sim ajudar o aluno a

aprender algo.

A situação de ensino é, então, uma situação que envolve três

componentes básicos: alguém que ensina, alguém que é ensinado e algo que o

primeiro ensina ao segundo (digamos, o conteúdo).

Entendemos aprendizagem como construção de conhecimentos. Logo,

aprender não é copiar ou reproduzir a realidade, mas elaborar uma representação

pessoal sobre um conteúdo ou objeto da realidade. Não há aprendizagem sem

conteúdos e os conhecimentos permitem a construção de outros.

56

Assumimos, pois, uma concepção de produção do conhecimento que se

dá na socialização e até no conflito; uma concepção de educação, do

ensino/aprendizagem e da escola como parte de um esforço comum pela

transformação da sociedade.

CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO

Segundo Sanchez (2005),

A filosofia da inclusão defende uma educação eficaz para todos, sustentada em que as escolas, enquanto comunidades educativas, devem satisfazer as necessidades de todos os alunos, sejam quais forem as suas características pessoais, psicológicas ou sociais (com independência de ter ou não deficiência). Trata-se de estabelecer os alicerces para que a escola possa educar com êxito a diversidade de seu alunado e colaborar com a erradicação da ampla desigualdade e injustiça social.

Os sujeitos têm suas identidades determinadas pelo contexto social e

histórico em que sua existência é produzida. A vida em sociedade pressupõe o

reconhecimento das multiculturas, advindas da acelerada tecnologização e das

complexas transformações nos modos de produção social que fazem surgir novas

formas de acúmulo de capital e distribuição de renda na contemporaneidade. Assim,

constitui verdade inquestionável o fato de que, a todo momento, as diferenças entre os homens fazem-se presentes, mostrando e demonstrando que existem grupos humanos dotados de especificidades naturalmente irredutíveis. As pessoas são diferentes de fato, em relação à cor da pele e dos olhos, quanto ao gênero e à sua orientação sexual, com referência às origens familiares e regionais, nos hábitos e gostos, no tocante ao estilo. Em resumo, os seres humanos são diferentes, pertencem a grupos variados, convivem e desenvolvem-se em culturas distintas. São então diferentes de direito. É o chamado direito à diferença; o direito de ser sendo diferente (FERREIRA e GUIMARÃES, 2003, p. 37).

No que se refere à educação, a tradução desse direito compreende a

construção de um espaço dialógico no qual as diferenças se complementem, e não

sejam fatores de exclusão, e os currículos tornem-se abertos e flexíveis,

oportunizando a reflexão crítica sobre a história das minorias, dos estigmatizados,

dos colonizados, dos dominados.

57

A perspectiva da inclusão de todos os alunos está contemplada nos

princípios norteadores da SEED, amplamente debatidos pelos profissionais da

educação no processo de construção das diretrizes curriculares, as quais

apresentam como linha condutora a universalização do acesso à escola pública

gratuita e com qualidade para todos:

É a preocupação da escola com o atendimento à diversidade social, econômica e cultural existente que lhe garante ser reconhecida como instituição voltada, indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos (...) o grande desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o conhecimento historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos (PARANÁ, 2005, p. 37).

Dessa forma, o papel da escola consiste em favorecer que cada um de

forma livre e autônoma, reconheça nos demais a mesma esfera de direito que exige

para si. Neste sentido, a prática da inclusão social se baseia em princípios diferentes

do convencional: consideração das diferenças individuais, valorização de cada

pessoa, convivência dentro da diversidade humana e aprendizagem por meio da

cooperação.

AVALIAÇÃO

Finalmente, a avaliação que deverá atender às dimensões trabalhadas

levando-se em conta todo o processo de construção do conhecimento, respeitando as

diferenças individuais. Cada um é único; um é diferente do outro e será comparado

com ele mesmo, observando-se seus avanços; avanços, esses, percebidos não só

pelo professor, mas também, sentidos pelo aluno, bem como por sua comunidade,

tendo em vista, mudanças de hábitos, valores e atitudes. Com isto, é considerado o

processo histórico do aluno e a prática educativa fica vinculada à prática social.

Os critérios e instrumentos de avaliação serão condizentes com os

fundamentos da presente proposta e se dará de forma diagnóstica, formativa e

processual, não se esgotando em si mesma, mas propiciando uma reflexão sobre o

processo de ensino e seus resultados, não só para verificar o desenvolvimento do

58

aluno, como também, o rendimento das práticas do professor para que, sejam

reorientados ou não os caminhos da ação educativa durante o processo, garantindo

assim, a construção do conhecimento por parte de todos.

O professor vai estar, então, comprometido não apenas com a simples

transmissão de um saber elaborado que os alunos se limitam a estudar e a

esquecer. Seu compromisso vai estar ligado a um processo complexo por onde esse

saber vai ser adquirido pelo aluno de forma crítica, relacionado com seu universo de

experiências, de forma desafiadora, procurando novas soluções para velhos

problemas, de forma questionadora procurando formas criativas e competentes de

fazer as mesmas coisas, mesmo aquelas tradicionalmente consideradas bem feitas.

A opção por uma educação transformadora vai exigir do professor, antes

de tudo, domínio do conteúdo da disciplina ministrada, mas também, do

conhecimento de propostas alternativas para trabalhar o conteúdo de maneira a ser

apreendido, em suas relações complexas, da melhor forma possível. Precisa

também ter capacidade para orientar as ações pedagógicas de acordo com as

necessidades e possibilidades dos alunos.

Para isso, a escola propiciará a participação dos professores,

pedagogos, direção, funcionários, alunos, pais, representantes de turmas, membros

da APMF e do Conselho Escolar no plano de formação continuada através de

Grupos de Estudo, palestras, seminários, simpósios, cursos ofertados pela SEED ou

outras Instituições.

Ao aluno vai ser exigido muito mais do que o simples estudo da matéria,

onde lhe cabe apenas o exercício de sua capacidade de memorização e, após a

execução do ato ritualístico da avaliação, o esquecimento. O aluno terá participação

dinâmica na ação educativa escolar, executando um esforço, no ato de aprender,

onde colocará em funcionamento os seus sentimentos, sua capacidade intelectual,

suas habilidades, sentidos, paixões, idéias e ideologias. Ou seja, tudo aquilo que

coloca permanentemente em funcionamento ao elaborar os juízos provisórios em

sua vida diária. No caso em questão esses juízos serão realizados em relação a um

59

objeto de conhecimento específico, apresentado pelo professor, mas que o aluno

teve participação na seleção.

A avaliação efetiva vai, então, se dar durante o processo, nas relações

dinâmicas do trabalho escolar que orientam as tomadas de decisões freqüentes,

relacionadas ao tratamento do conteúdo e à melhor forma de compreensão e

produção do conhecimento pelo aluno.

Para que isso ocorra é necessário que haja um clima favorável à

participação de todos na prática pedagógica. Que os alunos não se sintam

reprimidos e possam manifestar suas dúvidas, inquietações e incompreensões

quanto ao que está sendo aprendido.

É nas relações cotidianas entre aluno e objeto do conhecimento, aluno e

aluno, professor e aluno que vai se dar a aprendizagem. Dessa interação vão surgir

condições mais efetivas para que professor e aluno possam ser capazes de se

avaliar, de avaliarem o conteúdo em questão e de tomarem decisões quanto ao

prosseguimento do processo ensino-aprendizagem. Alunos e professores participam

decisivamente do processo, nessa relação dinâmica de aquisição, reelaboração e

produção do conhecimento.

O senso de humor do professor, o "gosto de ensinar", "o tornar a aula

agradável, interessante", são aspectos considerados como fundamentais na sala de

aula, propiciando um relacionamento favorável entre professor, aluno e objeto do

conhecimento.

Nesse contexto, assumida a pedagogia histórico-crítica, as aulas serão

dinâmicas, interativas e não apenas expositivas. As carteiras serão organizadas de

forma a propiciar as interações necessárias à produção do conhecimento. O

professor assumirá uma relação mediadora entre aluno e objeto do conhecimento. A

disciplina passa a ser entendida como a capacidade de organização no tempo e no

espaço. A autoridade pedagógica do professor estará articulada com a elevação

cultural e crítica do educando, portanto, é participativa.

60

A avaliação é, portanto, um processo abrangente que implica em

reflexão crítica sobre a prática escolar com o objetivo de captar seus avanços, suas

resistências, suas dificuldades, possibilitando a tomada de decisão sobre o que fazer

para superar os obstáculos de percurso.

Ela acontecerá ao longo do processo educativo escolar, possibilitando

principalmente recuperação imediata no caso de insucesso. Isto quer dizer que é

preciso respeitar o ritmo próprio e permitir adaptações às condições de estudo dos

alunos. Assim sendo, será aplicada não somente ao nível da aprendizagem do

aluno, mas também do replanejamento do ensino dando pistas para a reformulação

da Proposta Pedagógica.

O processo ensino-aprendizagem se efetivará através de uma avaliação

formativa, diagnóstica e processual devendo refletir o desenvolvimento global do

aluno considerando suas características individuais com preponderância dos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos, dando relevância à atividade crítica, à

capacidade de síntese e à elaboração pessoal sobre a memorização.

A avaliação da aprendizagem será bimestral e terá os registros de notas

expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero), será composta pela

somatória da nota 5,0 (cinco vírgula zero) referente a instrumentos diversificados

pré-estabelecidos no Plano de Trabalho Docente, podendo ser, entre outros:

seminário, atividades escritas (simulados, relatórios, dissertações, sínteses e auto-

avaliação), atividades orais (debates, palestras, apresentações em eventos

artísticos, culturais e esportivos), pesquisas (de campo e bibliográficas), trabalho em

grupo e/ou individual, mais a nota 5,0 (cinco vírgula zero) proveniente de uma prova

escrita,oral ou prática, totalizando nota final 10,0 (dez vírgula zero).

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do

nível de apropriação dos conhecimentos básicos, ocorrerá de duas formas: com a

retomada do conteúdo a partir do diagnóstico oferecido pelos instrumentos de

avaliação e com a reavaliação do conteúdo já reexplicado em sala de aula. A

recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de

procedimentos didático-metodológicos diversificados, não incidindo sobre cada

61

instrumento e sim sobre os conteúdos não apropriados. O peso da recuperação de

estudos será proporcional às avaliações como um todo, ou seja, equivalerá de 0 a

100% de apreensão e retomada dos conteúdos. Os resultados da recuperação

serão incorporados às avaliações efetuadas durante o período letivo, constituindo-se

em mais um componente do aproveitamento escolar, sendo obrigatória sua

anotação no Livro Registro de Classe.

O resultado da avaliação proporcionará dados permitindo a reflexão sobre

a ação pedagógica, contribuindo para que a escola possa reorganizar

conteúdos/instrumentos/métodos de ensino. Na avaliação do aluno serão

considerados os resultados obtidos durante todo o período letivo aliada à apuração

da sua freqüência, num processo contínuo, expressando o desenvolvimento escolar

tomado na sua melhor forma.

Sendo o Conselho de Classe um dos Órgãos Colegiados de

Representação da Comunidade Escolar, é também um instrumento de Avaliação,

pois é um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa em assuntos

didático-pedagógicos, fundamentado neste Projeto Político Pedagógico e no

Regimento Escolar do Colégio, com a responsabilidade de analisar as ações

educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do processo

ensino e aprendizagem.

Ao Conselho de Classe cabe verificar se os objetivos, conteúdos,

procedimentos metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na ação

pedagógico-educativa, estão sendo cumpridos de maneira coerente com o Projeto

Político Pedagógico do estabelecimento de ensino.

A finalidade das reuniões do Conselho de Classe, após analisar as

informações e dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo

ensino e aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de

apropriação dos conteúdos curriculares estabelecidos. Assim sendo, o Conselho de

Classe constitui-se em um espaço de reflexão pedagógica, onde todos os sujeitos

do processo educativo, de forma coletiva, discutem alternativas e propõem ações

62

educativas eficazes que possam vir a sanar necessidades/dificuldades apontadas no

processo ensino e aprendizagem.

Há, também, o Conselho de Avaliação da Educação de Jovens e Adultos,

sendo também, um órgão colegiado de natureza consultiva em assuntos didático-

pedagógicos, com atuação dirigida a cada educando do estabelecimento de ensino,

tendo por objetivo avaliar o processo de ensino e de aprendizagem.

A finalidade desse Conselho é a de analisar os dados resultantes do

processo ensino e aprendizagem, constantes nesta proposta, propondo o

aperfeiçoamento do mesmo, de tal forma que visse assegurar a apropriação dos

conteúdos estabelecidos.

O processo de avaliação estará vinculado à ação educativa que poderá

ser individual ou coletiva; contínua, permanente, cumulativa para que os educandos,

professores e demais atores da comunidade escolar, possam ganhar mais

consciência sobre seu desenvolvimento cognitivo, atitudinal e procedimental.

A avaliação no processo de ensino-aprendizagem será traduzida em

forma de notas que serão registradas pelos professores nos registros de classe e na

ficha individual do aluno pela secretaria do estabelecimento, a fim de serem

asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do aluno.

A comunicação dos resultados da avaliação dos alunos será feita aos

pais, através de boletins bimestrais em reuniões, ou na falta a essas reuniões será

entregue pela secretaria, quando procurado pelos pais ou responsáveis pelo aluno.

Além disso, a família será estimulada a participar de palestras, gincanas,

festividades...

Na promoção ou certificação de conclusão, para os anos finais do Ensino

Fundamental e para o Ensino Médio, a média final mínima exigida é 6,0 (seis vírgula

zero), para os alunos que apresentarem freqüência mínima de 75% (setenta e cinco

por cento) do total de horas letivas e média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula

63

zero) em cada disciplina, serão considerados aprovados ao final do ano letivo.

Poderão ser promovidos por Conselho de Classe os alunos que demonstrarem

apropriação dos conteúdos mínimos essenciais e que demonstrem condições de dar

continuidade de estudos nos anos/séries seguintes.

Para fins de promoção ou certificação, na modalidade Educação de

Jovens e Adultos para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, a nota

mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina e freqüência mínima de

75% do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% na

organização individual.

A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o procedimento que o

estabelecimento de ensino adota para posicionar o aluno na etapa de estudos

compatível com a idade, experiência e desenvolvimento adquiridos por meios

formais ou informais, podendo ser realizada: por promoção, para alunos que

cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola; por

transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do exterior,

considerando a classificação da escola de origem; independentemente da

escolarização anterior, mediante avaliação para posicionar o aluno na série, ano ou

disciplina compatível ao seu grau de desenvolvimento e experiência, adquiridos por

meios formais ou informais.

A reclassificação é um processo pedagógico que se concretiza através da

avaliação do aluno matriculado e com frequência na série/ano/disciplina sob a

responsabilidade do estabelecimento de ensino que, considerando as normas

curriculares, encaminha o aluno à etapa de estudos/carga horária da(s) disciplina(s)

compatível com a experiência e desempenho escolar demonstrados,

independentemente do que registre o seu Histórico Escolar.

A adaptação de estudos de disciplinas é atividade didático-pedagógica

desenvolvida sem prejuízo das atividades previstas na Proposta Pedagógica

Curricular, realizada durante o período letivo, para que o aluno possa seguir o novo

currículo, sendo feita pela Base Nacional Comum.

64

Quanto ao aproveitamento de estudos, os estudos concluídos com êxito

serão aproveitados, sendo a carga horária efetivamente cumprida pelo aluno, no

estabelecimento de ensino de origem, transcrita no Histórico Escolar, para fins de

cálculo da carga horária total do curso. No Ensino Fundamental-Fase II e Médio, na

Educação de Jovens e Adultos, o aluno poderá requerer aproveitamento integral de

estudos de disciplinas concluídas com êxito, por meio de cursos organizados por

disciplina, por etapas, cuja matrícula e resultados finais tenham sido realizados por

disciplina ou por Exames Supletivos, apresentando a comprovação de conclusão.

Este estabelecimento de ensino não oferta aos seus alunos matrícula com

Progressão Parcial. Porém, as transferências recebidas de alunos com dependência

em até três disciplinas serão aceitas e deverão ser cumpridas mediante plano

especial de estudos.

Este Estabelecimento de Ensino opta pela gestão democrática e vai

criando as condições de ser democrático, na medida em que, mobilizando-se e

organizando-se, luta contra o arbítrio, supera o silêncio que lhes está sendo imposto.

A gestão democrática é uma prática cotidiana que contém o princípio da

reflexão, da compreensão e da transformação que envolve, necessariamente, a

formulação de um Projeto Político Pedagógico libertador, pois a superação da

cultura de gestão autoritária só vai acontecer com o debate e a construção coletiva.

Com a participação de toda a comunidade escolar via instrumentos de ação

colegiada, como: Conselho Escolar e Conselhos de Classe, bem como Aluno

Representante de Turma, Grêmio Estudantil, APMF, Participação dos Pais,

Reuniões de Pais e Mães e Reuniões Pedagógicas que aprofundem a construção

acerca da escola que queremos e de como construí-la. Refletindo e buscando as

soluções em conjunto, com consensos possíveis e trabalhando com os dissensos

como algo saudável na formação de sujeitos democráticos.

É para isto que estamos caminhando.

65

V - MARCO OPERACIONAL

Para muitos, o trabalho se situa no projeto de vida como uma estratégia

para tornar sustentável financeiramente um percurso educacional mais ambicioso. E

em qualquer de suas variantes, o futuro dos adolescentes deste inicio de milênio

será sempre um projeto em aberto, podendo incluir períodos - de nível superior ou

não - intercalados com experiências de trabalho produtivo de diferente natureza,

além das escolhas relacionadas à sua vida pessoal: constituir família, participar da

comunidade, eleger princípios de consumo, de cultura e lazer, de orientações

políticas, entre outros. A condução autônoma desse projeto de vida reclama uma

educação de sólida formação geral.

Deverá, assim, continuar o processo de desenvolvimento da capacidade

de aprender com destaque para o aperfeiçoamento do uso das linguagens como

meios de constituição dos conhecimentos, da compreensão e da formação de

atitudes e valores.

O trabalho e a cidadania são previstos como os principais contextos nos

quais a capacidade de continuar aprendendo deve se aplicar, a fim de que o

educando possa adaptar-se às condições em mudança na sociedade,

especialmente no mundo das ocupações. A LDB, neste sentido, é clara: em lugar

de estabelecer disciplinas ou conteúdos específicos, destaca competências de

caráter geral das quais a capacidade de aprender é decisiva. O aprimoramento do

educando como pessoa humana destaca a ética, a autonomia intelectual e o

pensamento crítico. Em outras palavras, convoca a constituição de uma identidade

autônoma.

A Educação deve ser também um espaço de cidadania e de respeito aos

direitos humanos, o que tem levado o currículo a discutir o tema da inclusão de

grupos minoritários. O desafio da escola é incluir a todos/as. Nessa perspectiva,

assume-se o compromisso político e social de garantir a todos/as o direito ao acesso

à escolarização e ao saber sistematizado historicamente. É necessário que a escola

identifique e reconheça os diferentes sujeitos e crie mecanismos de enfrentamento

66

aos diversos preconceitos existentes e que garanta o direito ao acesso e à

permanência com qualidade no processo educacional.

A escola promoverá discussões sobre as temáticas da diversidade para

que tenham seu espaço no currículo escolar interdisciplinarmente, a fim de

possibilitar uma educação democrática e inclusiva, sem preconceitos nem

discriminações. Neste sentido, serão observadas, dentro da Diversidade: a

Educação do Campo; a Lei n° 10.639/03, que trata da História e Cultura Afro-

Brasileira e Africana; a Lei nº 11.645/08, que trata da História e Cultura dos Povos

Indígenas; o Parecer 01/09-CEE (Gênero e Diversidade Sexual); e a Instrução

Conjunta 02/10, sobre o “nome social” para travestis e transexuais maiores de 18

anos.

A Cidadania e Direitos Humanos, a Educação Ambiental amparada na

Lei nº 9.795/99 e no Decreto nº 4201/02, a Educação Fiscal e Educação Tributária –

Decreto n° 1143/99 e Portaria nº 413/02, o Enfrentamento à Violência na Escola e a

Prevenção ao Uso Indevido de Drogas são demandas do Desenvolvimento

Socioeducacional. A discussão desses temas na escola buscará a superação da

rigidez tradicional das disciplinas com a intencionalidade de organizar e reparar

males das novas configurações numa linguagem progressista.

Os processos produtivos dizem respeito a todos os bens, serviços e

conhecimentos com os quais o aluno se relaciona no seu dia-a-dia, bem como,

àqueles processos com os quais se relacionará mais sistematicamente na sua

formação profissional. Para fazer a ponte entre teoria e prática, de modo a entender

como a prática (processo produtivo) está ancorada na teoria (fundamentos científico-

tecnológicos), é preciso que a escola seja uma experiência permanente de

estabelecer relações entre o aprendido e o observado, seja espontaneamente no

cotidiano em geral, seja sistematicamente no contexto específico de um trabalho e

suas tarefas laborais.

Para dar conta dessas mudanças, a organização curricular deve ser

orientada por alguns pressupostos indicados a seguir.

67

- Visão orgânica do conhecimento, afinada com as mutações

surpreendentes que o acesso à informação está causando no modo de abordar,

analisar, explicar e prever a realidade, tão bem ilustradas no hipertexto que cada vez

mais entremeia o texto dos discursos, das falas e das construções conceituais.

- Perseguição de uma visão organizada onde os conteúdos do ensino e

as situações de aprendizagem serão destacados nas múltiplas interações entre as

disciplinas da matriz curricular, em anexo.

- Abertura e sensibilidade para identificar as relações que existem entre

os conteúdos do ensino e das situações de aprendizagem com os muitos contextos

de vida social e pessoal, de modo a estabelecer uma relação ativa entre o aluno e o

objeto do conhecimento e a desenvolver a capacidade de relacionar o aprendido

com o observado, a teoria com suas conseqüências e aplicações práticas.

- Reconhecimento das linguagens como formas de constituição dos

conhecimentos e das identidades, portanto, como o elemento chave para constituir

os significados, conceitos, relações, condutas e valores que a escola deseja

transmitir.

- Reconhecimento e aceitação de que o conhecimento é uma construção

coletiva, forjada sócio-interativamente na sala de aula, no trabalho, na família e em

todas as demais formas de convivência.

- Reconhecimento de que a aprendizagem mobiliza afetos, emoções e

relações com seus pares, além das cognições e habilidades intelectuais. Com essa

leitura, a formação básica a ser buscada na Educação se realizará mais pela

construção de conteúdos conceituais (aprendizagem de conceitos), de conteúdos

procedimentais (saber tomar decisões) e de conteúdos atitudinais (formação de

atitudes), do que pela quantidade de informação. Aprender a construir

conhecimentos ao longo de toda a vida e a refletir sobre eles, relacionando-os com

dados da experiência cotidiana, a dar significado ao aprendido e a captar o

significado do mundo, a fazer a ponte entre a teoria e a prática, a fundamentar a

68

crítica, a argumentar com base em fatos e a lidar com o sentimento que a

aprendizagem desperta.

Assim, propor uma organização curricular que responda a esses

desafios requer:

- (re) significar os conteúdos curriculares como meios para construção

de conhecimentos e valores, e não como objetivos do ensino em si mesmos;

- trabalhar as linguagens não apenas como formas de expressão e

comunicação, mas como constituidoras de significados, conhecimentos e valores;

- adotar estratégias de ensino diversificadas que mobilizem menos a

memória e mais o raciocínio e outras competências cognitivas superiores, bem como

potencializem a interação entre aluno-professor e aluno-aluno para a permanente

negociação dos significados dos conteúdos curriculares, de forma a propiciar formas

coletivas de construção do conhecimento;

- estimular todos os procedimentos e atividades que permitam ao aluno

reconstruir ou "reinventar" o conhecimento didaticamente transposto para a sala de

aula, entre eles a experimentação, a execução de projetos, o protagonismo em

situações sociais;

- organizar os conteúdos de ensino, sempre que possível, de forma

interdisciplinar que melhor abriguem a visão orgânica do conhecimento e o diálogo

permanente entre as diferentes áreas do saber;

- tratar os conteúdos de ensino de modo contextualizado, aproveitando

sempre as relações entre conteúdos e contexto para dar significado ao aprendido;

- estimular o protagonismo do aluno e estimulá-lo a ter autonomia

intelectual;

- lidar com os sentimentos associados às situações de aprendizagem

para facilitar a relação do aluno com o conhecimento.

A doutrina de currículo que sustenta a proposta de organização e

tratamento dos conteúdos com essas características envolve os conceitos de

interdisciplinaridade e contextualização que requerem exame mais detido.

Os conteúdos escolares resultam de uma seleção prévia dos

conhecimentos sistematizados nas diferentes disciplinas que compõem a matriz

69

curricular. São listagens de tópicos e itens a serem trabalhados pelo professor e

alunos em suas atividades escolares.

A nova LDB deu a todos que integram a equipe escolar, suficiente

espaço para, unidos, construírem a escola em que trabalham como digna do

progresso do homem neste século.

Portanto, o que se propõe agora como relação de conteúdos não é uma

discussão pronta e acabada, mas apenas o resultado das primeiras tomadas de

decisões, para a construção de uma escola como a "dos sonhos" de Frei Beto, onde

"é mais importante educar que instruir, formar pessoas que profissionais; ensinar a

mudar o mundo que ascender à elite".

Selecionar conteúdos não se trata de excluir os indispensáveis ao aluno

em termos dos pré-requisitos para prosseguimento seguro de estudos. Trata-se,

assim, de selecioná-los a partir de núcleos de significância e pelo potencial que

apresentam de gerar novas aprendizagens. Aprendizagem significativa decorre da

capacidade dos professores, de primeiro, ter consciência e clareza do significado de

cada conteúdo que pretende ensinar para os alunos, e, segundo, encaminhar os

trabalhos com os educandos de forma a que eles apreendam esse significado,

estabelecendo relações automáticas com os conhecimentos anteriores e com a vida

real. Isto significa assumir, junto com os alunos, a dimensão de produtor de

conhecimentos. Isto significa aproximar a proposta pedagógica escolar da vida,

colocando o aluno no mundo.

Para tentar solucionar os problemas apontados no marco situacional a

Escola propõe grandes linhas de ação, empenhando-se na execução das mesmas,

buscando reverter o quadro:

GRANDES LINHAS DE AÇÃO

- Oportunizar momentos para constante reflexão e discussão dos

problemas da escola e sua intencionalidade educativa.

- Gestão participativa para tomada de decisões, através de reuniões de

70

professores e funcionários, APMF, Conselho Escolar, alunos e pais.

- Democratização do conhecimento buscando eficiência no processo

ensino e aprendizagem.

- Desenvolvimento de ações que estimulem a participação de toda a

comunidade escolar para obter informações quanto às expectativas e necessidades

dos alunos.

- Fortalecimento das relações da escola com as famílias dos alunos,

através de visitas, convites, palestras, reuniões, participação em gincanas culturais e

esportivas, festividades...

- Informatização da escola.

- Implementação de aulas de laboratório (Física, Química e Biologia).

- Oportunizar formação continuada a todos os segmentos da

comunidade escolar (professores, funcionários, pedagogos, direção, alunos, pais,

representantes de turma, membros da APMF. e do Conselho Escolar).

- Participação dos professores de Química, Física, Biologia e Ciências

em cursos específicos para aulas em laboratório.

- Viabilizar a organização do Grêmio Estudantil, nos moldes da Lei nº

14.436 de 22/06/2004 da Casa Civil, oportunizando aos alunos interessados a

participação em seminários, reuniões, palestras, na busca de formação da

consciência crítica sobre essa organização.

- Contato freqüente e direto com os pais ou responsáveis, enfatizando

sua responsabilidade na educação e formação dos filhos.

- Continuar com o programa FICA para garantir a permanência do aluno

no sistema educacional, conscientizando-o da importância da educação em sua vida

e para seu futuro.

- Revisão permanente das práticas no cotidiano da escola, refletindo

sobre elas, promovendo debates e decisões coletivas.

- Organização da escola de forma a dar condições aos docentes e

discentes para desenvolver com eficiência o processo de ensino e aprendizagem.

- Fazer com que a escola se torne um espaço de criação e de crítica

cultural.

- Reescrever o conhecimento a partir das diferentes raízes étnicas

apoiando-se nas raízes culturais do município, da região, do estado, do país (o

currículo deve nascer daquilo que é raiz na escola).

71

- Fazer com que o currículo se torne um espaço de pesquisa (Bourdieu).

- Utilizar da pesquisa no processo ensino e aprendizagem.

- Captar a natureza específica da educação que é o trabalho teórico.

- Retomar como bandeira, e vigorosamente a luta contra a seletividade

que exista na escola, a luta contra a discriminação que existe na escola, e a luta

contra o rebaixamento do ensino destinado às classes populares, aqui incluídos os

33% dos alunos que residem na zona rural que serão levados em conta, adotando

metodologias adequadas a cada situação apresentada, inclusive, na avaliação.

- Engajar-se na luta pela escola de qualidade evitando que a escola de

qualidade seja uma bandeira apropriada pelos interesses da burguesia.

- Transformar a qualidade da escola, ou seja, a qualidade que buscamos

é a da sua capacidade de desenvolver e de transmitir conhecimentos científicos na

perspectiva da classe trabalhadora.

- Socializar conhecimentos científicos na perspectiva da classe

trabalhadora, ou seja, conhecimentos que consigam desvendar as leis da natureza,

e desvendar as leis de organização da sociedade capitalista para que os homens

possam se libertar desta forma de sociedade (da dominação capitalista) e possam

produzir uma outra sociedade, agora então, libertária, agora então, de fato

igualitária.

- Consideração da comunidade como o verdadeiro espaço de

aprendizado. A comunidade passa a ser fonte de aquisição de conhecimentos.

- Democratização das relações entre escola e comunidade de pais (estes

são tradicionalmente alijados dos processos de decisão, sendo chamados apenas em

festividades ou festas visando a arrecadação de fundos para o caixa da escola).

- Assumir a competência primordial da escola: educar, ensinar/aprender.

- Dinamizar os conteúdos curriculares de maneira a provocar a

participação do aluno.

- Lutar pela valorização dos profissionais da educação.

- Entender que alunos provenientes das classes populares são sujeitos

concretos que têm uma rica experiência e são possuidores de diferentes saberes.

- Revigorar e institucionalizar instâncias colegiadas na escola, tais como:

APMF, Conselho Escolar, Grêmio Estudantil.

- Definir a política global da escola contando com a participação de todos

os segmentos da escola.

72

- Desocultar os interesses envolvidos nas decisões, reforçando o diálogo

e construindo formas alternativas de superação das propostas oficiais e verticais.

- Fortalecer as relações entre Escola e Secretarias Estaduais e

Municipais de Educação e instituições de ensino superior.

- Reivindicar a participação das escolas na definição das políticas

públicas para a educação.

- Reinventar e ressignificar tudo o que se faz na escola, indo além do

senso comum, do cotidiano e das ideologias dominantes que ocultam uma infinidade

de pressupostos e não permitem a viabilização de uma escola de qualidade para

todos.

- Implantação de um processo coletivo de avaliação institucional como

forma de garantir a sua autonomia.

- Consolidação de um processo permanente de planejamento, avaliando

e replanejando as ações.

- A partir do ano letivo de 2010, o Colégio passou a ofertar o CELEM

(Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) de Língua Espanhola, como um ensino

extracurricular, plurilinguista e gratuito para alunos da Rede Estadual Básica,

matriculados no Ensino Fundamental (Anos Finais), no Ensino Médio, Educação

Profissional e Educação de Jovens e Adultos. Sendo também extensivo à

comunidade, professores e agentes educacionais. O CELEM é regulamentado pela

Resolução n° 3904/2008 e pela Instrução Normativa n° 019/2008, além de ser

subordinado às determinações do Projeto Político Pedagógico e do Regimento

Escolar. Anexo a este PPP segue a Proposta Pedagógica do CELEM.

- Em atendimento a Instrução n° 006/2009-SUED/SEED e a Lei n°

11.788/2008, este Colégio oferta o Estágio Profissional não-obrigatório,

desenvolvido como ato educativo e atividade opcional para o aluno, acrescido à

carga horária regular e obrigatória. Anexo a este PPP segue o Plano de Estágio não-

obrigatório para o Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio, para alunos

maiores de 16 anos.

- Através da Resolução Secretarial nº 1690/2011 de 24/04/2011, foi

instituído o Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno

na Educação Básica da rede estadual de ensino integradas ao Currículo Escolar

com objetivo de promover a melhoria da qualidade do ensino por meio da ampliação

de tempos, espaços e oportunidades de aprendizagem, a fim de ampliar a formação

73

e atender às necessidades socioeducacionais dos alunos. Este Colégio assumiu a

partir do segundo semestre do ano de 2011 as seguintes Atividades

Complementares Curriculares em Contraturno: nos períodos da manhã e da tarde a

Sala de Apoio à Aprendizagem com duas turmas em Língua Portuguesa e

Matemática para alunos do sexto e nono anos; no período da tarde a Atividade

Complementar Curricular – macrocampo: Meio Ambiente/atividade: Educação para

Sustentabilidade, para alunos dos anos finais do Ensino Fundamental que estudam

de manhã e no período da noite a Atividade Complementar Curricular - macrocampo:

Direitos Humanos/atividade: Inclusão para alunos do Ensino Médio que estudam a

tarde; no horário intermediário da tarde, para alunos dos anos finais do ensino

fundamental e médio que estudam de manhã, tarde e noite, a Atividade

Complementar Curricular – macrocampo: Esporte e Lazer/atividade: Hora-

treinamento/Handebol.

- Implantação do Programa E-tec Brasil com o curso Técnico Segurança

do Trabalho através da modalidade de ensino a distância, para egressos do Ensino

Médio, no segundo semestre de 2011, com uma turma no período da noite.

- Avaliação e acompanhamento do PPP anualmente.

FORMAÇÃO CONTINUADA

As mudanças exigidas pelas reformas educacionais incidem também na

formação dos profissionais da Educação. Aprender a construir conhecimentos

durante toda a vida é uma exigência não só para os alunos da educação básica,

mas para todos os profissionais, todas aquelas pessoas que estão inseridas no

mundo do trabalho.

A LDB, título VI - Dos profissionais da Educação, em consonância com

essa demanda atual do mundo do trabalho, afirma que os sistemas de ensino

deverão promover a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes

“aperfeiçoamento profissional continuado e período reservado a estudos,

planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho”.

A reforma educacional no Brasil exige um novo professor. Sendo assim,

a equipe pedagógica juntamente com a administração e toda a comunidade escolar

precisará estar atenta ao novo currículo, às concepções das disciplinas, à

74

interdisciplinaridade, aos conteúdos significativos, ao perfil do alunado, entre outros.

Assim sendo, é preciso:

- Preparar os professores, e demais segmentos da comunidade escolar

(através de representações) para atuarem como mediadores da aprendizagem,

proporcionando aos educandos, mediante um ensino efetivo (trabalho teórico), os

instrumentos que lhes permitam conquistar melhores condições de participação

cultural, profissional e sociopolítica;

- Buscar o aperfeiçoamento da comunidade escolar, no âmbito

profissional, pessoal e cultural, com sistematização e continuidade;

- Aprofundar, atualizar, refletir com uma equipe multidisciplinar, sobre os

conteúdos e seus desdobramentos metodológicos, buscando a interdisciplinaridade

como elemento integrador dos conhecimentos construídos;

- Fortalecer a auto-estima dos professores e conseqüentemente dos alunos;

- Enfatizar a importância da busca da aprendizagem significativa;

- Resgatar a responsabilidade profissional e o prazer inerente ao

exercício do magistério.

A escola planeja ofertar e/ou oportunizar à comunidade escolar em

participar de:

- Seminários (Entidade organizadora: Escola ou SEED.);

- Simpósios (Entidade organizadora: SEED);

- Cursos presenciais ou à distância (SEED ou outras Instituições);

- Grupos de estudos contemplando professores, pedagogos, direção,

funcionários, representantes de turma, pais, membros da APMF e Conselho Escolar;

- Estudo de textos, vídeos (em duplas ou grupos) contemplando a

formação continuada de professores sob a coordenação e participação dos

pedagogos durante a hora atividade.

A hora atividade está organizada por professor, deixando livre o dia

designado para cada disciplina, possibilitando ao professor participar de eventos

relacionados à sua disciplina.

A Carta Constitucional de 1998 estabeleceu a competência ao MEC e

CNE, na proposição e deliberação de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o

75

Presidente da República sancionou a nova Lei Federal n.º 9.394, em 20 de

dezembro de 1996, que consolida e amplia o dever do poder público para com a

educação geral e em particular com a educação básica, da qual o Ensino Médio é

integrante, assim enunciando no seu art. 22: “assegurar a todos a formação comum

indispensável para o exercício da cidadania e fornece-lhes meios para progredir no

trabalho e em estudos posteriores.”

Diante desses acontecimentos históricos no campo educacional, tendo

em vista o quadro atual da sociedade, da economia, da educação brasileira, faz-se

necessário repensar o processo ensino-aprendizagem das nossas escolas,

apresentando uma nova proposta curricular.

Compete ao Diretor:

- cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor;

- responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da posse;

- coordenar a elaboração e acompanhar a implementação do Projeto Político

Pedagógico da escola, construído coletivamente e aprovado pelo Conselho Escolar;

- coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais da educação;

- implementar a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, em observância

às Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

- coordenar a elaboração do Plano de Ação do estabelecimento de ensino e

submetê-lo à aprovação do Conselho Escolar;

- convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando encaminhamento às

decisões tomadas coletivamente;

- elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade, consultando a

comunidade escolar e colocando-os em edital público;

- coordenar a construção coletiva do Regimento Escolar, em consonância com a

legislação em vigor, submetendo-o à apreciação do Conselho Escolar e, após,

encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para a devida aprovação;

- garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste com os

órgãos da administração estadual;

- encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações no ambiente

76

escolar, quando necessárias, aprovadas pelo Conselho Escolar;

- deferir os requerimentos de matrícula;

- elaborar, juntamente com a equipe pedagógica, o calendário escolar, de acordo

com as orientações da Secretaria de Estado da Educação, submetê-lo à apreciação

do Conselho Escolar e encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para

homologação;

- acompanhar, juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho docente e o

cumprimento das reposições de dias letivos, carga horária, conteúdos aos discentes

e estágios;

- assegurar o cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas-atividade

estabelecidos;

- promover grupos de trabalho e estudo ou comissões encarregadas de estudar e

propor alternativas para atender aos problemas de natureza pedagógico-

administrativa no âmbito escolar;

- propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional de Educação,

após aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta de ensino e abertura ou

fechamento de cursos;

- participar e analisar a elaboração dos Regimentos Internos e encaminhá-los ao

Conselho Escolar para aprovação;

- supervisionar o preparo da merenda escolar, quanto ao cumprimento das normas

estabelecidas na legislação vigente relativamente a exigências sanitárias e padrões

de qualidade nutricional;

- presidir o Conselho de Classe, dando encaminhamento às decisões tomadas

coletivamente;

- definir horário e escalas de trabalho dos Funcionários que atuam nas Áreas de

Administração Escolar e Operação de Multimeios Escolares e equipe Dops

Funcionários que atuam nas áreas de Manutenção de Infraestrutura Escolar e

Preservação do Meio Ambiente, Alimentação Escolar e Interação com o Educando;

- articular processos de integração da escola com a comunidade;

- solicitar ao Núcleo Regional de Educação suprimento e cancelamento na demanda

de funcionários e professores do estabelecimento, observando as instruções

emanadas da Secretaria de Estado da Educação;

- disponibilizar espaço físico e horário adequado para a realização dos encontros

presenciais e atendimento aos alunos, hora atividade dos professores tutores e da

77

Prática Profissional Supervisionada dos alunos inerentes ao(s) Curso(s) Técnico(s)

em nível Médio do Eixo Tecnológico de Apoio Educacional – Profuncionário;

- participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a serem

inseridos no Projeto Político Pedagógico do estabelecimento de ensino, juntamente

com a comunidade escolar;

- cooperar com o cumprimento das orientações técnicas de vigilância sanitária e

epidemiológica;

- viabilizar salas adequadas ao ensino extracurricular plurilinguístico da Língua

Estrangeira Moderna, pelo Centro de Línguas Estrangeiras Modernas – CELEM;

- disponibilizar espaço físico adequado aos Serviços e Apoios Pedagógicos

Especializados, na área da Educação Especial – Sala de Recursos;

- assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento

de ensino;

- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e

famílias;

- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com

alunos, pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

- assegurar o cumprimento dos programas mantidos e implantados pelo Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação/MEC-FNDE;

- cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar;

- possibilitar a atuação da Equipe Multidisciplinar no âmbito escolar referente a

Educação das Relações Étnico-Raciais;

- Compete ao(à) Diretor(a) Auxiliar assessorar o(a) Diretor(a) em todas as suas

atribuições e substituí-lo(a) na sua falta ou por algum impedimento.

Compete à Equipe Pedagógica:

- coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto Político

Pedagógico e do Plano de Ação do estabelecimento de ensino;

- orientar a comunidade escolar na construção de um processo pedagógico, em uma

perspectiva democrática;

78

- participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho pedagógico

escolar, no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação

escolar;

- coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta Pedagógica Curricular

do estabelecimento de ensino, a partir das políticas educacionais da Secretaria de

Estado da Educação e das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

- orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto ao

coletivo de professores do estabelecimento de ensino;

- promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e

aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico visando à elaboração de

propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos;

- participar da elaboração de projetos de formação continuada dos profissionais do

estabelecimento de ensino, que tenham como finalidade e realização e o

aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;

- organizar, junto à direção da escolar, a realização dos Pré-Conselhos e dos

Conselhos de Classe, de forma a garantir um processo coletivo de reflexão-ação

sobre o trabalho pedagógico desenvolvido no estabelecimento de ensino;

- coordenar a elaboração e acompanhar a efetivação de propostas de intervenção

decorrentes das decisões do Conselho de Classe;

- subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores do

estabelecimento de ensino, promovendo estudos sistemáticos, trocas de

experiências, debates e oficinas pedagógicas;

- organizar a hora-atividade dos professores do estabelecimento de ensino, de

maneira a garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico;

- proceder à análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a desencadear

um processo de reflexão sobre esses dados, junto à comunidade escolar, com vistas

a promover a aprendizagem de todos os alunos;

- coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do Regimento

Escolar, garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar;

- participar do Conselho Escolar, quando representante do seu segmento,

subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da

organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar;

- orientar e acompanhar a distribuição e disponibilização, conservação e utilização

dos livros e demais materiais pedagógicos, no estabelecimento de ensino,

79

fornecidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação/MEC-FNDE;

- coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de

materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir do Projeto

Político Pedagógico do estabelecimento de ensino;

- planejar com o coletivo escolar os critérios pedagógicos de utilização dos espaços

da biblioteca;

- acompanhar as atividades desenvolvidas nos Laboratórios de Química, Física e

Biologia e de Informática;

- propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e de sua

participação nos diversos momentos e Órgãos Colegiados da escola;

- coordenar o processo democrático de representação docente de cada turma;

- colaborar com a direção na distribuição das aulas, conforme orientação da

Secretaria de Estado da Educação;

- coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas, a

partir de critérios legais, didático-pedagógicos e do Projeto Pedagógico do

estabelecimento de ensino;

- acompanhar os estagiários das instituições de ensino quanto às atividades a serem

desenvolvidas no estabelecimento de ensino;

- avaliar as instalações da parte concedente do estágio não obrigatório e sua

adequação à formação cultural e profissional do aluno;

- exigir do aluno a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses,

de relatório das atividades, quando tratar-se de estágio não obrigatório;

- zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para

outro local em caso de descumprimento de suas normas, quando tratar-se de

estágio não obrigatório;

- elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de

seus educandos, quando tratar-se de estágio não obrigatório;

- promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as

formas de discriminação, preconceito e exclusão social;

- coordenar a análise de projetos a serem inseridos no Projeto Político Pedagógico

do estabelecimento de ensino;

- acompanhar o processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;

- participar na elaboração do Regulamento de uso dos espaços pedagógicos;

- orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos didático-

80

pedagógicos referentes à avaliação processual e aos processos de classificação,

reclassificação, aproveitamento de estudos, adaptação e progressão parcial,

conforme legislação em vigor;

- organizar e acompanhar, juntamente com a direção, as reposições de dias letivos,

horas e conteúdos aos discentes;

- orientar, acompanhar e visitar periodicamente os Livros Registro de Classe e a

Ficha Individual de Controle de Nota e Frequência, sendo esta específica para

Educação de Jovens e Adultos;

- registrar o acompanhamento da vida escolar do aluno;

- organizar registros para o acompanhamento da prática pedagógica dos docentes

do estabelecimento de ensino;

- solicitar autorização dos pais ou responsáveis para realização da Avaliação

Educacional do Contexto Escolar, a fim de identificar possíveis necessidades

educacionais especiais;

- coordenar e acompanhar o processo de Avaliação Educacional no Contexto

Escolar, para os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, visando

encaminhamento aos serviços e apoios especializados da Educação Especial, se

necessário;

- acompanhar os aspectos de sociabilização e aprendizagem dos alunos, realizando

contato com a família com o intuito de promover ações para o seu desenvolvimento

integral;

- acompanhar a freqüência escolar dos alunos, contatando as famílias e

encaminhando-os aos órgãos competentes, quando necessário;

- acionar serviços de proteção à criança e ao adolescente, sempre que houver

necessidade de encaminhamento;

- orientar e acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos com necessidades

educacionais especiais, nos aspectos pedagógicos, adaptações físicas e curriculares

e no processo de inclusão na escola;

- manter contato com os professores dos serviços e apoios especializados de alunos

com necessidades educacionais especiais, para intercâmbio de informações e trocas

de experiências, visando à articulação do trabalho pedagógico entre Educação

Especial e ensino regular;

- acompanhar a oferta e o desenvolvimento do Centro de Línguas Estrangeiras

Modernas – CELEM;

81

- orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos para cada disciplina, na

modalidade Educação de Jovens e Adultos;

- coordenar e acompanhar ações descentralizadas e Exames Supletivos, na

modalidade Educação de Jovens e Adultos;

- assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento

de ensino;

- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas, alunos,

pais e demais segmentos da comunidade escolar;

- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e

famílias;

- elaborar seu Plano de Ação;

- assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra qualquer tratamento discriminatório

em decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero, orientação sexual, credo,

ideologia, condição sociocultural;

- viabilizar a igualdade de condições para a permanência do aluno na escola,

respeitando a diversidade, a pluralidade cultural e as peculiaridades de cada aluno,

no processo de ensino e aprendizagem;

- participar da equipe multidisciplinar da Educação das Relações Étnico-Raciais,

subsidiando professores, funcionários e alunos;

- fornecer informações ao responsável pelo Serviço de Atendimento à Rede de

Escolarização Hospitalar no Núcleo Regional da Educação e ao pedagogo que

presta serviço na instituição conveniada;

- cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

Compete à Equipe Docente:

- participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político

Pedagógico do estabelecimento de ensino, construído de forma coletiva e aprovado

pelo Conselho Escolar;

- elaborar, com a equipe pedagógica, a Proposta Pedagógica Curricular do

estabelecimento de ensino, em consonância com o Projeto Político Pedagógico e as

Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

- participar do processo de escolha, juntamente com a equipe pedagógica, dos livros

e materiais didáticos, em consonância com o Projeto Político Pedagógico e as

82

Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

- elaborar seu Plano de Trabalho Docente;

- desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão crítica do

conhecimento, pelo aluno;

- proceder à reposição dos conteúdos, carga horária e/ou dias letivos aos alunos,

quando se fizer necessário, a fim de cumprir o calendário escolar, resguardando

prioritariamente o direito do aluno;

- proceder à avaliação contínua, cumulativa e processual dos alunos, utilizando-se

de instrumentos e formas diversificadas de avaliação no Projeto Político Pedagógico

do estabelecimento de ensino;

- promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os alunos,

estabelecendo estratégias diferenciadas de ensino e aprendizagem, no decorrer do

período letivo;

- participar do processo de avaliação educacional no contexto escolar dos alunos

com dificuldades acentuadas de aprendizagem, sob coordenação e

acompanhamento do pedagogo, com vistas à identificação de possíveis

necessidades educacionais especiais e posterior encaminhamento aos serviços e

apoios especializados da Educação Especial, se necessário;

- participar de processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da escola, com

vistas ao melhor desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem;

- participar de reuniões, sempre que convocado pela direção;

- assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra qualquer tratamento discriminatório

em decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero, orientação sexual, credo,

ideologia, condição sociocultural;

- viabilizar a igualdade de condições para a permanência do aluno na escola,

respeitando a diversidade, a pluralidade cultural e as peculiaridades de cada aluno,

no processo de ensino e aprendizagem;

- participar de reuniões e encontros para planejamentos e acompanhamento, junto

ao professor da Sala de Apoio à Aprendizagem, da Sala de Recursos e de

Contraturno, a fim de realizar ajustes ou modificações no processo de intervenção

educativa;

- estimular o acesso a níveis mais elevados de ensino, cultura, pesquisa e criação

artística;

- participar ativamente dos Pré-Conselhos e Conselhos de Classe, na busca de

83

alternativas pedagógicas que visem ao aprimoramento do processo educacional,

responsabilizando-se pelas informações prestadas e decisões tomadas, as quais

serão registradas e assinadas em Ata;

- propiciar ao aluno a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e

do pensamento crítico, visando ao exercício consciente da cidadania;

- zelar pela frequência do aluno à escola, comunicando qualquer irregularidade à

equipe pedagógica;

- cumprir o calendário escolar, quanto aos dias letivos, horas-aula e horas-atividade

estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao

planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

- cumprir suas horas-atividades no âmbito escolar, dedicando-as a estudos,

pesquisas e planejamento de atividades docentes, sob orientação da equipe

pedagógica, conforme determinações da Secretaria de Estado da Educação;

- manter atualizados os Registros de Classe, conforme orientação da equipe

pedagógica e secretaria escolar, deixando-os disponíveis no estabelecimento de

ensino;

- participar do planejamento e da realização das atividades de articulação da escola

com as famílias e a comunidade;

- desempenhar o papel de representante de turma, contribuindo para o

desenvolvimento do processo educativo;

- dar cumprimento aos preceitos constitucionais, à legislação educacional em vigor e

ao Estatuto da Criança e do Adolescente, como princípios da prática profissional e

educativa;

- participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição e Programas a serem

inseridos no Projeto Político Pedagógico do estabelecimento de ensino;

- comparecer ao estabelecimento de ensino nas horas de trabalho ordinárias que lhe

forem atribuídas e nas extraordinárias, quando convocado;

- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e

famílias;

- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com

alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

- participar da avaliação institucional, conforme orientação da Secretaria de Estado

da Educação;

- trabalhar a temática da Educação das Relações Étnico Raciais para o Ensino de

84

História e Cultura Afrobrasileira, Africana e Indígena nas disciplinas, quando o

conteúdo exigir;

- cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

Compete ao Secretário Escolar:

- conhecer o Projeto Político Pedagógico do estabelecimento de ensino;

- cumprir a legislação em vigor e as instruções normativas emanadas da Secretaria

de Estado da Educação, que regem o registro escolar do aluno e a vida legal do

estabelecimento de ensino;

- distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos demais

funcionários;

- receber, redigir e expedir a correspondência que lhe for confiada;

- organizar e manter atualizados a coletânea de legislações, resoluções, instruções

normativas, ordens de serviço, ofícios e demais documentos;

- efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à matrícula,

transferência e conclusão de curso;

- elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem encaminhados às

autoridades competentes;

- encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos que devem ser

assinados;

- organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo e conservar o inativo, de

forma a permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da regularidade

da vida escolar do aluno e da autenticidade dos documentos escolares;

- responsabilizar-se pela guarda e expedição da documentação escolar do aluno,

respondendo por qualquer irregularidade;

- manter atualizados os registros escolares dos alunos no sistema informatizado;

- organizar e manter atualizado o arquivo com os atos oficiais da vida legal da

escola, referentes à sua estrutura e funcionamento;

- atender à comunidade escolar, na área de sua competência, prestando

informações e orientações sobre a legislação vigente e a organização e

funcionamento do estabelecimento de ensino, conforme disposições do Regimento

Escolar;

- zelar pelo uso adequado e conservação dos materiais e equipamentos da

secretaria;

85

- orientar os professores quanto ao prazo de entrega do Livro Registro de Classe

com os resultados da frequência e do aproveitamento escolar dos alunos;

- cumprir e fazer cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da

secretaria, quanto ao registro escolar do aluno referente à documentação

comprobatória, de adaptação, aproveitamento de estudos, progressão parcial,

classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;

- organizar o Livro Ponto de professores e funcionários, encaminhando ao setor

competente a sua frequência, em formulário próprio;

- secretariar os Conselhos de Classe e reuniões, redigindo as respectivas Atas;

- conferir, registrar e/ou patrimoniar materiais e equipamentos recebidos;

- comunicar imediatamente à direção toda irregularidade que venha ocorrer na

secretaria da escola;

- participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa

própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional

de sua função;

- organizar a documentação dos alunos matriculados no ensino extracurricular e

plurilinguístico de Língua Estrangeira Moderna, Atividades Complementares no

Contraturno – quando desta oferta no estabelecimento do ensino;

- auxiliar a equipe pedagógica e direção para manter atualizados os dados no

Sistema de Controle e Remanejamento dos Livros Didáticos;

- fornecer dados estatísticos inerentes às atividades da secretaria escolar, quando

solicitado;

- participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado

da Educação;

- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e

famílias;

- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas,

com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

- participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as

específicas da sua função.

Compete ao Agente Educacional II:

- cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da secretaria, quanto

86

ao registro escolar do aluno referente à documentação comprobatória, necessidades

de adaptação, aproveitamento de estudos, progressão parcial, classificação,

reclassificação e regularização de vida escolar;

- atender a comunidade escolar e demais interessados, prestando informações e

orientações;

- cumprir a escala de trabalho previamente estabelecida;

- participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa

própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional

de sua função;

- controlar a entrada e saída de documentos escolares, prestando informações sobre

os mesmos a quem de direito;

- organizar, em colaboração com o secretário escolar, os serviços de seu setor;

- efetivar os registros na documentação oficial como Ficha Individual, Histórico

Escolar, Boletins, Certificados, Diplomas e outros, garantindo sua idoneidade;

- organizar e manter atualizado o arquivo ativo e conservar o arquivo inativo da

escola;

- classificar, protocolar e arquivar documentos e correspondências, registrando a

movimentação de expedientes;

- realizar serviços auxiliares relativos à parte financeira, contábil e patrimonial do

estabelecimento, sempre que solicitado;

- coletar e digitar dados estatísticos quanto à avaliação escolar, alimentando e

atualizando o sistema informatizado;

- executar trabalho de mecanografia, reprografia e digitação;

- participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado

da Educação;

- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e

famílias;

- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com

alunos, com pais e com demais segmentos da comunidade escolar;

- anexar a Ficha Individual de Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização

Hospitalar à Ficha Individual do Aluno e, posteriormente, arquivar na Pasta

Individual;

- cumprir e fazer cumprir o Regulamento de uso da biblioteca, assegurando

organização e funcionamento;

87

- atender a comunidade escolar, disponibilizando e controlando o empréstimo de

livros, de acordo com Regulamento próprio;

- auxiliar na implementação dos projetos de leitura previstos na Proposta

Pedagógica Curricular do estabelecimento de ensino;

- auxiliar na organização do acervo de livros, revistas, gibis, vídeos, DVDs, entre

outros;

- encaminhar à direção sugestão de atualização do acervo, a partir das

necessidades indicados pelos usuários;

- zelar pela preservação, conservação e restauro do acervo;

- registrar o acervo bibliográfico e dar baixa, sempre que necessário;

- receber, organizar e controlar o material de consumo e equipamentos da biblioteca;

- manusear e operar adequadamente os equipamentos e materiais, zelando pela sua

manutenção;

- participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa

própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional

de sua função;

- auxiliar na distribuição e recolhimento do livro didático;

- cumprir e fazer cumprir Regulamento de uso do laboratório de Informática,

assessorando na sua organização e funcionamento;

- auxiliar o corpo docente e discente nos procedimentos de manuseio de materiais e

equipamentos de informática;

- preparar e disponibilizar os equipamentos de informática e materiais necessários

para a realização de atividades práticas de ensino no laboratório;

- assistir aos professores e alunos durante a aula de Informática no laboratório;

- zelar pela manutenção, limpeza e segurança dos equipamentos;

- participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por iniciativa

própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional

de sua função;

- receber, organizar e controlar o material de consumo e equipamentos do

laboratório de Informática;

- exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e aquelas que

concernem à especificidade de sua função.

88

Compete aos Agentes Educacionais I

- zelar pelo ambiente físicas da escola e de suas instalações, cumprindo as normas

estabelecidas na legislação sanitária vigente;

- utilizar o material de limpeza sem desperdícios e comunicar à direção, com

antecedência, a necessidade de reposição dos produtos;

- zelar pela conservação do patrimônio escolar, comunicando qualquer irregularidade

à direção;

- auxiliar no acompanhamento da movimentação dos alunos em horários de recreio,

de início e de término dos períodos, mantendo a ordem e a segurança dos

estudantes, quando solicitado pela direção;

- atender adequadamente aos alunos com necessidades educacionais especiais

temporárias ou permanentes, que demandam apoio e locomoção, de higiene e de

alimentação;

- auxiliar na locomoção dos alunos que fazem uso de cadeira de rodas, andadores,

muletas e outros facilitadores, viabilizando a acessibilidades e a participação no

ambiente escolar;

- auxiliar os alunos com necessidades educacionais especiais quanto à alimentação

durante o recreio, atendimento às necessidades básicas de higiene e as

correspondentes ao uso do banheiro;

- auxiliar nos serviços correlatos à sua função, participando das diversas atividades

escolares;

- cumprir integralmente seu horário de trabalho e as escalas previstas, respeitado o

seu período de férias;

- participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado ou por iniciativa

própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional;

- coletar lixo de todos os ambientes do estabelecimento de ensino, dando-lhe o

devido destino, conforme exigências sanitárias;

- participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado

da Educação;

- coordenar e orientar a movimentação dos alunos, desde o início até o término dos

períodos de atividades escolares;

- zelar pela segurança individual e coletiva, orientando os alunos sobre as normas

disciplinares para manter a ordem e prevenir acidentes no estabelecimento de

89

ensino;

- comunicar imediatamente à direção situações que evidenciem riscos à segurança

dos alunos;

- percorrer as diversas dependências do estabelecimento, observando os alunos

quanto às necessidades de orientação e auxílio em situações irregulares;

- encaminhar ao setor competente do estabelecimento de ensino os alunos que

necessitarem de orientação ou atendimento;

- observar a entrada e a saída dos alunos para prevenir acidentes e irregularidades;

- acompanhar as turmas de alunos em atividades escolares externas, quando se

fizer necessário;

- auxiliar a direção, equipe pedagógica, docentes e secretaria na divulgação de

comunicados no âmbito escolar;

- zelar pela preservação do ambiente físico, instalações, equipamentos e materiais

didático-pedagógicos;

- auxiliar a equipe pedagógica no remanejamento, organização e instalação de

equipamentos e materiais didático-pedagógicos;

- atender e identificar visitantes, prestando informações e orientações quanto à

estrutura física e setores do estabelecimento de ensino;

- zelar pelo ambiente da cozinha e por suas instalações e utensílios, cumprindo as

normas estabelecidas na legislação em vigor;

- selecionar e preparar a merenda escolar balanceada, observando padrões de

qualidade nutricional;

- servir a merenda escolar, observando os cuidados básicos de higiene e segurança;

- informar ao diretor do estabelecimento de ensino da necessidade de reposição do

estoque da merenda escolar;

- conservar o local de preparação, manuseio e armazenamento da merenda escolar,

conforme legislação sanitária em vigor;

- zelar pela organização e limpeza do refeitório, da cozinha e do depósito da

merenda escolar;

- receber, armazenar e prestar contas de todo material adquirido para a cozinha e da

merenda escolar;

- respeitar as normas de segurança ao manusear fogões, aparelhos de preparação

ou manipulação de gêneros alimentícios e de refrigeração;

- participar da avaliação institucional, conforme orientações da Secretaria de Estado

90

da Educação;

- zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e

famílias;

- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com

alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

- participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as

específicas da sua função.

Compete aos Alunos

Constituem-se direitos dos alunos, com observância dos dispositivos constitucionais

da Lei Federal nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, da Lei nº

9394/96 - Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDBEN, Decreto Lei nº 1044/69

e Lei nº 6202/75:

- tomar conhecimento das disposições do Regimento Escolar e do(s)

Regulamento(s) Interno(s) do estabelecimento de ensino, no ato da matrícula;

- ter assegurado que o estabelecimento de ensino cumpra a sua função de efetivar o

processo de ensino e aprendizagem;

- ter assegurado o princípio constitucional de igualdade de condições para o acesso

e permanência no estabelecimento de ensino;

- ser respeitado, sem qualquer forma de discriminação;

- solicitar orientação dos diversos setores do estabelecimento de ensino;

- utilizar os serviços, as dependências escolares e os recursos materiais da escola,

de acordo com as normas estabelecidas nos Regulamentos Internos;

- participar das aulas e das demais atividades escolares;

- ter assegurada a prática, facultativa, da Educação Física, nos casos previstos em

lei;

- ter ensino de qualidade ministrado por profissionais habilitados para o exercício de

suas funções e atualizados em suas Áreas de Conhecimento;

- ter acesso a todos os conteúdos previstos na Proposta Pedagógica Curricular do

estabelecimento de ensino;

- participar de forma representativa na construção, acompanhamento e avaliação do

Projeto Político Pedagógico da escola;

- ser informado sobre o Sistema de Avaliação do estabelecimento de ensino;

91

- tomar conhecimento do seu aproveitamento escolar e de sua frequência, no

decorrer do processo de ensino e aprendizagem;

- solicitar, pelos pais ou responsáveis, quando criança ou adolescente, revisão do

aproveitamento escolar, de preferência, dentro do prazo de 72 (setenta e duas)

horas, a partir da divulgação do mesmo;

- ter assegurado o direito à recuperação de estudos, no decorrer do ano letivo,

mediante metodologias diferenciadas que possibilitem sua aprendizagem;

- contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores,

ao Conselho Escolar e ao Núcleo Regional de Educação;

- requerer transferência, quando maior, ou através dos pais ou responsáveis,

quando menor;

- ter reposição das aulas e conteúdos;

- solicitar os procedimentos didático-pedagógicos previstos na legislação vigente e

normatizados pelo Sistema Estadual de Ensino;

- sugerir, aos diversos setores de serviços do estabelecimento de ensino, ações que

viabilizem melhor funcionamento das atividades;

- ter assegurado o direito de votar e/ou ser votado representante no Conselho

Escolar e associações afins;

- participar de associações e/ou organizar agremiações afins;

- representar ou fazer-se representar nas reuniões do Pré-Conselho e do Conselho

de Classe ;

- realizar as atividades avaliativas, pré-estabelecidas, em caso de falta às aulas,

mediante justificativa e/ou atestado médico;

- receber atendimento de regime de exercícios domiciliares, com acompanhamento

da escola, sempre que compatível com seu estado de saúde e mediante laudo

médico, como forma de compensação da ausência às aulas, quando impossibilitado

de freqüentar a escola por motivo de enfermidade ou gestação;

- receber atendimento de escolarização hospitalar, quando impossibilitado de

frequentar a escola por motivos de enfermidade, em virtude de situação de

internamento hospitalar;

- ter registro de carga horária cumprida pelo aluno, no Histórico Escolar, das

atividades pedagógicas complementares e do estágio não obrigatório;

- requerer por escrito, quando maior de 18 anos, a inserção de seu nome social em

âmbito escolar e constando somente nos documentos internos do estabelecimento

92

de ensino, tais como espelho do Livro Registro de Classe, Edital de Notas e Boletim

Escolar.

São deveres dos alunos:

- manter e promover relações de cooperação no ambiente escolar;

- realizar as tarefas escolares definidas pelos docentes;

- atender às determinações dos diversos setores do estabelecimento de ensino, nos

respectivos âmbitos de competência;

- participar de todas as atividades curriculares programadas e desenvolvidas pelo

estabelecimento de ensino;

- comparecer às reuniões do Conselho Escolar, quando membro representante do

seu segmento;

- cooperar na manutenção da higiene e na conservação das instalações escolares;

- compensar, junto com os pais, os prejuízos que vier a causar ao patrimônio da

escola, quando comprovada a sua autoria;

- cumprir as ações disciplinares do estabelecimento de ensino;

- providenciar e dispor, sempre que possível, do material solicitado e necessário ao

desenvolvimento das atividades escolares;

- tratar com respeito e sem discriminação professores, funcionários e colegas;

- comunicar aos pais ou responsáveis sobre reuniões, convocações e avisos gerais,

sempre que lhe for solicitado;

- comparecer pontualmente às aulas e demais atividades escolares;

- manter-se em sala durante o período das aulas;

- apresentar os trabalhos e tarefas nas datas previstas;

- comunicar qualquer irregularidade de que tiver conhecimento ao setor competente;

- justificar-se junto à equipe pedagógica ao entrar após o horário de início das aulas;

- apresentar atestado médico e/ou justificativa dos pais ou responsáveis, quando

criança ou adolescente, em caso de falta às aulas;

- zelar e devolver os livros didáticos, recebidos e os pertencentes à biblioteca

escolar;

- observar os critérios estabelecidos na organização do horário semanal,

deslocando-se para as atividades e locais determinados, dentro do prazo

estabelecido para o seu deslocamento;

- respeitar o professor em sala de aula, observando as normas e critérios

93

estabelecidos;

- cumprir as disposições do Regimento Escolar no que lhe couber.

Ao aluno é vedado:

- tomar atitudes que venham a prejudicar o processo pedagógico e o andamento das

atividades escolares;

- ocupar-se, durante o período de aula, de atividades contrárias ao processo

pedagógico;

- retirar e utilizar, sem a devida permissão do órgão competente, qualquer

documento ou material pertencente ao estabelecimento de ensino;

- trazer para o estabelecimento de ensino material de natureza estranha ao estudo;

- ausentar-se do estabelecimento de ensino sem prévia autorização do órgão

competente;

- receber, durante o período de aula, sem a prévia autorização do órgão competente,

pessoas estranhas ao funcionamento do estabelecimento de ensino;

- discriminar, usar de violência simbólica, agredir fisicamente e/ou verbalmente

colegas, professores e demais funcionários do estabelecimento de ensino;

- expor colegas, funcionários, professores ou qualquer pessoa da comunidade à

situações constrangedoras;

- entrar e sair da sala durante a aula, sem a prévia autorização do respectivo

professor;

- consumir ou manusear qualquer tipo de drogas nas dependências do

estabelecimento de ensino;

- fumar nas dependências do estabelecimento de ensino;

- comparecer às aulas embriagado ou com sintomas de ingestão e/ou uso de

substâncias químicas tóxicas;

- utilizar-se de aparelhos eletrônicos, na sala de aula, que não estejam vinculados ao

processo ensino e aprendizagem;

- danificar os bens patrimoniais do estabelecimento de ensino ou pertences de seus

colegas, funcionários e professores;

- portar armas brancas ou de fogo e/ou instrumentos que possam em risco a

segurança das pessoas;

- portar material que represente perigo para sua integridade moral e/ou física ou de

outrem;

94

- divulgar, por qualquer meio de publicidade, ações que envolvam direta ou

indiretamente o nome da escola, sem prévia autorização da direção e/ou do

Conselho Escolar;

- promover excursões, jogos, coletas, rifas, lista de pedidos, vendas ou campanhas

de qualquer natureza, no ambiente escolar, sem a prévia autorização da direção.

O aluno que deixar de cumprir ou transgredirem de alguma forma as

disposições contidas no Regimento Escolar ficará sujeito às seguintes ações:

- orientação disciplinar com ações pedagógicas dos professores, equipe

pedagógica e direção;

- registro dos fatos ocorridos envolvendo o aluno, com assinatura dos pais ou

responsáveis, quando menor;

- comunicado por escrito, com ciência e assinatura dos pais ou responsáveis,

quando criança ou adolescente;

- convocação dos pais ou responsáveis, quando criança ou adolescente, com

registro e assinatura, e/ou termo de compromisso;

- esgotadas as possibilidades no âmbito do estabelecimento de ensino,

inclusive do Conselho Escolar, será encaminhado ao Conselho Tutelar ou à

Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude, quando criança ou adolescente,

para a tomada de providências cabíveis.

Compete ao Conselho Escolar:

O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza consultiva,

deliberativa, avaliativa e fiscalizadora, com o objetivo de estabelecer o Projeto

Pedagógico da escola, critérios relativos à sua ação, organização, funcionamento e

relacionamento com a comunidade, nos limites da legislação em vigor e compatíveis

com as diretrizes e política educacional traçadas pela Secretaria de Estado da

Educação.

O Conselho Escolar tem por finalidade promover a articulação entre os

vários segmentos organizados da sociedade e os setores da Escola, a fim de

garantir a eficiência e a qualidade de seu funcionamento.

O Conselho Escolar funciona no Colégio dando suporte à Direção na

gestão democrática quando consultado, deliberando e fiscalizando, conforme

95

legislação em vigor compatíveis com as orientações da SEED; tendo sido eleito de

acordo com o Estatuto do Conselho Escolar conforme artigos 16, 17 e 18, reunindo-

se periódica ou extraordinariamente, convocado pelo Presidente (Diretor), para

propor, renovar, acompanhar e avaliar permanentemente as ações implementada na

escola. A partir da construção coletiva do P.P.P. o Conselho Escolar pretende

colaborar efetivamente na implementação das grandes linhas de ação propostas

pela comunidade escolar.

São atribuições do Conselho Escolar:

- aprovar e acompanhar a efetivação do Projeto Político Pedagógico do

estabelecimento de ensino;

- apreciar e julgar em grau de recurso os casos dos alunos que forem advertidos por

infringirem as normas do estabelecimento de ensino expressas no Regimento

Escolar;

- apreciar e emitir parecer quanto às reivindicações e consultas da comunidade

escolar sobre questões de seu interesse ou que digam respeito ao cumprimento do

Regimento Escolar;

- apreciar e aprovar o Plano de Aplicação e Prestação de Contas de Recursos

Financeiros;

- apreciar e emitir parecer sobre desligamento de um ou mais membros do Conselho

Escolar, quando do não cumprimento das normas estabelecidas no regimento,

encaminhando-o ao órgão competente;

- aprovar o calendário da unidade escolar e enviar ao NRE para homologação;

-deliberar sobre outros assuntos encaminhados pela Direção pertinentes ao âmbito de

ação do estabelecimento.

Compete ao Conselho de Classe:

O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e

deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, fundamentado no Projeto Político-

Pedagógico da escola e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar

as ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do

processo ensino e aprendizagem.

96

Ao Conselho de Classe cabe verificar se os objetivos, procedimentos

metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na ação pedagógico-educativa,

estão sendo cumpridos de maneira coerente com o Projeto Político Pedagógico do

estabelecimento de ensino.

A finalidade da reunião do Conselho de Classe, após analisar as

informações e dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo

ensino e aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-

se dos conteúdos curriculares estabelecidos.

O Conselho de Classe constitui-se em um espaço de reflexão

pedagógica, onde todos os sujeitos do processo educativo, de forma coletiva,

discutem alternativas e propõem ações educativas eficazes que possam vir a sanar

necessidades/dificuldades apontadas no processo ensino e aprendizagem.

São atribuições do Conselho de Classe:

- analisar as informações sobre os conteúdos curriculares, encaminhamentos

metodológicos e práticas avaliativas que se referem ao processo ensino e

aprendizagem;

- propor procedimentos e formas diferenciadas de ensino e de estudos para a

melhoria do processo ensino e aprendizagem;

- estabelecer mecanismos de recuperação de estudos, concomitantes ao processo

de aprendizagem, que atendam às reais necessidades dos alunos, em consonância

com a Proposta Pedagógica Curricular da escola;

- acompanhar o processo de avaliação de cada turma, devendo debater e analisar

os dados qualitativos e quantitativos do processo ensino e aprendizagem;

- atuar com co-responsabilidade na decisão sobre a possibilidade de avanço do

aluno para série/etapa subsequente ou retenção, após a apuração dos resultados

finais, levando-se em consideração o desenvolvimento integral do aluno;

- analisar pedidos de revisão de resultados finais recebidos pela secretaria do

estabelecimento, no prazo de até 72 (setenta e duas) horas úteis após sua

divulgação em edital.

O Colégio está aos poucos se conscientizando e avançando na

questão do Conselho de Classe participativo. Participam professores, direção e

equipe pedagógica e são convidados os alunos e pais representantes de turmas. A

discussão fica em torno do ensino-aprendizagem, tomando como base a ficha de

97

Pré-Conselho de Classe e as notas obtidas no bimestre ou ano letivo e são

buscados e propostos novos encaminhamentos para as dificuldades encontradas,

ou seja, para cada problema levantado, busca-se soluções.

Compete ao Conselho de Avaliação (EJA)

O Conselho de Avaliação é um órgão colegiado de natureza consultiva em

assuntos didático-pedagógicos, com atuação dirigida a cada educando do

estabelecimento de ensino, tendo por objetivo avaliar o processo de ensino e de

aprendizagem.

O Conselho de Avaliação tem por finalidade analisar os dados resultantes do

processo de ensino e de aprendizagem, constantes nesta proposta, propondo o

aperfeiçoamento do mesmo,de tal forma que vise assegurar a apropriação dos

conteúdos estabelecidos.

São atribuições do Conselho de Avaliação:

- emitir parecer sobre assuntos referentes ao aproveitamento pedagógico dos

educandos respondendo a consultas feitas pelo diretor, pela equipe pedagógica ou

pelo educando interessado;

- analisar as informações apresentadas pelos diversos professores sobre cada

educando, quanto às atitudes e domínio dos conteúdos, que afetem o rendimento

escolar na(s) disciplina(s) em curso;

- analisar o desempenho dos educandos e dos professores, face aos conteúdos e

aos encaminhamentos metodológicos;

- propor medidas para melhoria do aproveitamento, integração e relacionamento dos

educandos e professores;

- estabelecer projetos viáveis de recuperação dos educandos, em consonância com

a proposta curricular;

- opinar sobre os procedimentos a serem utilizados nas diversas Áreas de

Conhecimento.

98

APMF

A Associação de Pais, Mestres e Funcionários do Colégio Estadual Dr.

Rebouças – Ensino Fundamental e Médio, pessoa jurídica de direito privado, é um

órgão de representação dos Pais, Mestres e Funcionários deste estabelecimento,

trabalhando em prol da escola em todos os aspectos, não tendo caráter político,

partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus

Dirigentes e Conselheiros, sendo constituída por prazo indeterminado.

A A.P.M.F. tem por finalidade promover a integração entre a escola e a

comunidade e colaborar na assistência ao educando.

Os objetivos da Associação de Pais, Mestres e funcionários são:

- discutir, colaborar e decidir sobre as ações para a assistência ao

educando, o aprimoramento de ensino, e para a integração família-escola-

comunidade;

- prestar assistência aos educandos assegurando-lhes condições de

eficiência escolar;

- integrar a comunidade aos educandos no contexto escolar, discutindo a

política educacional, visando sempre a realidade dessa mesma comunidade;

- proporcionar condições ao educando, criticar e participar de todo o

processo escolar, estimulando a sua organização livre em grêmios estudantis;

- representar os reais interesses da comunidade e dos pais de alunos junto

à escola contribuindo dessa forma para a melhoria de ensino e da melhor

adequação dos planos curriculares;

- promover o entrosamento entre pais, alunos, professores, funcionários e

membros da comunidade, através de atividades sócio-educativa-cultural-desportivas;

- contribuir para a melhoria e conservação do equipamento e do

Estabelecimento, sempre dentro de critérios de prioridade, sendo as condições dos

educandos fator de máxima prioridade;

- conservar e manter o prédio escolar e suas instalações.

A eleição, o funcionamento e a atuação da A.P.M.F. obedecem a

estatuto próprio.

99

Grêmio Estudantil

É um órgão representativo dos estudantes da escola, que tem por

objetivo coordenar a política estudantil, as atividades esportivas, culturais e

similares, defendendo seus interesses pela melhoria e qualidade do ensino-

aprendizagem.

Tem por finalidade organizar os estudantes na defesa de seus direitos,

promovendo a vivência da democracia, da luta pela paz, pelas liberdades

fundamentais do ser humano, em defesa dos direitos e respeito dos deveres dos

estudantes, sem distinção de raça, cor, sexo, religião, posição social e ideologia

política.

Foi constituído o Grêmio Estudantil no final do ano de 2007. O mandato

da Diretoria venceu no final de 2009 e até então não houve eleição para nova

Diretoria.

No decorrer deste ano o Colégio pretende trabalhar para a capacitação

dos alunos, via representantes de turmas. Se os alunos estiverem dispostos, será

organizada a eleição.

Representante de Turma

Tendo em vista desenvolver uma gestão democrática, esta escola está

adotando uma política participativa, propiciando ao aluno ser reconhecido como

elemento central do processo educativo oportunizando que ele assuma um papel

ativo neste contexto.

Nesse processo o aluno tem direitos e deveres que ainda devem ser

discutidos e refletidos junto com os alunos.

A representação de turma deverá ocorrer através de escolha

democrática empregando os critérios de eleição direta.

100

O aluno escolhido por voto dos outros alunos da turma será o porta-voz

da turma estabelecendo uma relação mais estreita com os outros segmentos da

comunidade: diretor, pedagogo, professores, funcionários e outros alunos.

Compete ao representante da turma:

- representar sua turma em reuniões e Conselho de Classe;

- receber e repassar informações de interesse dos alunos da turma;

-levar à direção, pedagogos, professores e funcionários, informações,

reclamações, reivindicações e sugestões “da turma” sobre assuntos pertinentes à

escola, ensino e aprendizagem;

- participar dos Conselhos de Classe com responsabilidade e ética.

É direito do aluno conhecer a quais critérios está sendo submetido no

processo avaliativo, pois é importante que percebam seus avanços e dificuldades e,

principalmente, as causas destes resultados.

O objetivo desta participação dos alunos é despertar neles a

conscientização de que o mais importante não é a “nota” por ele alcançada, mas a

qualidade do conhecimento construído.

CRONOGRAMA DAS GRANDES LINHAS DE AÇÃO

Bimestres

1º 2º 3º 4º

Oportunizar momentos para constante reflexão e discussão dos problemas da escola

x x x x

Gestão participativa para tomada de decisões x x x x

Democratização do conhecimento buscando eficiência no ensino-aprendizagem

x x x x

Desenvolvimento de ações que estimulem a participação de toda comunidade escolar

x x x x

Fortalecimento das relações da escola com as famílias dos alunos

x x x x

Informatização da escola x x x x

Implementação de aulas de laboratório x x x x

Oportunizar formação continuada a todos os segmentos da comunidade escolar

x x x x

101

CRONOGRAMA DAS GRANDES LINHAS DE AÇÃO

Bimestres

Participação de professores de Química, Física, Biologia e Ciências em cursos específicos para aulas em laboratório

x x x x

Viabilizar a organização do Grêmio Estudantil x x x

Contato freqüente e direto com os pais ou responsáveis, enfatizando sua responsabilidade na educação e formação dos filhos

x x x x

Continuar com o programa FICA para garantir a permanência do aluno no sistema educacional

x x x x

Revisão permanente das práticas no cotidiano da escola...

x x x x

Fazer com que a escola se torne um espaço de criação e de crítica cultural

x x x x

Reescrever o conhecimento a partir das diferentes raízes étnicas...

x x x X

Fazer com que o currículo se torne um espaço de pesquisa

x x x x

Utilizar da pesquisa no ensino e aprendizagem x x x x

Captar a natureza específica da educação que é o trabalho teórico

x x x x

Retomar como bandeira, e vigorosamente, a luta contra a seletividade que exista na escola, contra a discriminação que existe na escola, e a luta contra o rebaixamento do ensino destinado às classes populares

x x x x

Engajar-se na luta pela escola de qualidade evitando que a escola de qualidade seja uma bandeira apropriada pelos interesses da burguesia

x x x x

Transformar a qualidade da escola, ou seja, a qualidade que buscamos é a da sua capacidade de desenvolver e de transmitir conhecimentos científicos na perspectiva da classe trabalhadora

x x x x

Transmitir conhecimentos científicos na perspectiva da classe trabalhadora...

x x x x

Consideração da comunidade como o verdadeiro espaço de aprendizado

x x x x

Democratização das relações entre escola e comunidade de pais

x x x x

Assumir a competência primordial da escola: educar, ensinar/aprender

x x x x

Dinamizar os conteúdos curriculares de maneira a provocar a participação do aluno

x x x x

Lutar pela valorizar dos profissionais da educação x x x x

Entender que alunos provenientes das classes populares são sujeitos concretos que têm uma rica experiência e são possuidores de diferentes saberes

x x x x

102

CRONOGRAMA DAS GRANDES LINHAS DE AÇÃO

Bimestres

Revigorar e institucionalizar instâncias colegiadas na escola

x x x x

Definir a política global da escola contando com a participação de todos os segmentos da escola

x x x x

Desocultar os interesses envolvidos nas decisões, reforçando o diálogo e construindo formas alternativas de superação das propostas oficiais e verticais

x x x x

Fortalecer as relações entre Escola e Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, e instituições de ensino superior

x x x x

Reivindicar a participação das escolas na definição das políticas públicas para a educação

x x x x

Reinventar e ressignificar tudo o que se faz na escola, indo além do senso comum, do cotidiano e das ideologias dominantes que ocultam uma infinidade de pressupostos e não permitem a viabilização de uma escola de qualidade para todos

x x x x

Implantação de um processo coletivo de avaliação institucional como forma de garantir a sua autonomia

x x x x

Consolidação de um processo permanente de planejamento, avaliando e replanejando as ações

x x x x

Avaliação e acompanhamento do PPP anualmente x

103

VI - AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

A avaliação no contexto de processo de planejamento é concebida,

como acompanhamento da qualidade das decisões. Haverá dois tipos de decisões

avaliativas:

-as decisões em nível dos atos situacional e conceitual que dizem

respeito ao momento da concepção do projeto pedagógico;

- as decisões de execução do projeto político-pedagógico dizem

respeito, sobretudo, ao ato operacional.

A avaliação visa a emancipação voltada para a construção do sucesso

escolar e à inclusão, como princípio e compromisso social. Para isso será

implantado e consolidado um processo permanente de planejamento avaliando e

replanejando as ações. A avaliação do PPP será anual, para re(alimentar) o Projeto,

pois o mesmo nunca estará acabado, mas sendo construído diariamente com a

participação de todos os segmentos representativos da Escola. Trata-se de um

“processo” e não de ação desconexa e esporádica. O processo exige ruptura, mas

também, continuidade, seqüência, interligação do antes, do durante e do depois,

sucessão de estados ou mudanças. O processo é movimento, ir para frente. É algo

orgânico, vivo e não algo morto. É algo que deve estar em perene movimento vital,

nas pessoas e na instituição escolar.

Dessa forma, a avaliação institucional é um instrumento que possibilita

“olhar” a escola por dentro, utilizando-se reflexões que possibilitem uma gestão

democrática comprometida com a construção da cidadania e da transformação

social.

Portanto, este procedimento tem o propósito de mobilizar a escola, numa

ação coletiva, a fim de favorecer o autoconhecimento e o comprometimento em

torno da principal função da escola, que é a efetivação do processo ensino-

aprendizagem.

104

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Documento encaminhado para orientar debates na Semana Pedagógica em

julho/2005.

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um exemplo de prática na abordagem sócio-histórica. In: BOCK, A.; GONÇALVES,

M.G.; FURTADO, O. (Orgs.). Adolescências construídas: a visão da psicologia

sócio-histórica. São Paulo: Cortez, 2002. p. 163-178.

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CAMARGO, J. B. de. Geografia Física, Humana e Econômica do Paraná. 2. ed.

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CORAZZA, Sandra Mara. Educação da diferença. Palestra no 7º Colóquio CLACSO

- ANPED: “A colonialidade do saber e o sentido da escola na América Latina”, na

105

mesa A Escola e as políticas da diferença: perspectivas pós-coloniais. 01 de

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CORREA, Ayrton D. Escola progressista: sugestões para discussão. Cad. CPGE,

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Rio Bom, 30 de setembro de 2011.

110

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA

RIO BOM

2011

111

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA

Para a construção desta proposta foram muito importantes os estudos e a

reflexão sobre algumas questões, como: O que os alunos/alunas devem saber? Qual

o conhecimento ou saber é considerado importante ou válido ou essencial para

merecer ser considerado parte do currículo? Por que privilegiar este ou aquele

conteúdo?, entre outras.

Assim, para buscar responder a estas perguntas, esta Proposta

Pedagógica Curricular tem como referência as Diretrizes Curriculares para a

Educação Básica (2008), que explicita a especificidade de cada etapa do processo

de escolarização básica em articulação com o coletivo da escola. Foi necessário,

também, refletir sobre a concepção de currículo, concebido como conjunto de

conhecimentos a serem superados pelos alunos, através de um programa que

proporciona conteúdos e valores para que os alunos melhorem a sociedade em

relação à reconstrução social da mesma (SACRISTAN, 2000, p. 14).

O esforço de conceituar currículo nos remete necessariamente a refletir a

respeito de outras perguntas como: Para que serve o currículo? A quem serve? Que

tipo de indivíduo forma?

É preciso pensar o currículo de uma maneira muito mais ampla, refletir

sobre a seleção (nunca inocente) de objetivos, métodos e conteúdos na medida em

que o discurso sobre currículo, mais que mera descrição, é construção de uma

identidade.

Para Williams, parafraseado por Veiga Neto, o currículo é “a porção da

cultura – em termos de conteúdos e práticas (de ensino, de avaliação, etc.) – que,

por ser considerada relevante num dado momento histórico, é traduzida para escola,

ou seja, é escolarizada” (VEIGA NETO, 1997, p. 60).

Esta “porção da cultura” a ser escolarizada é sempre uma seleção de

saberes a serem socializados que num arranjo curricular pretende “formar” um

determinado tipo de sujeito, indivíduo.

A escolarização básica deve garantir a formação do cidadão e o

desenvolvimento integral do educando mediante:

I – O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios

básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

112

II – Compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da

tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III – O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a

aquisição de conhecimento e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV – O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade

humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Portanto, para legitimar a unidade e a qualidade da ação pedagógica na

diversidade desse Colégio, esta Proposta apresenta os grandes marcos orientadores

do Currículo, a partir das áreas do conhecimento: Língua Portuguesa, Matemática,

Ciências, Geografia, História, Língua Estrangeira-Inglês e Espanhol (CELEM), Arte,

Educação Física, Ensino Religioso, Física, Química, Biologia, Filosofia e Sociologia.

Assim, vale ressaltar que a função principal da escola é o trabalho com o

conhecimento que propicie aos alunos oportunidades de aprendizagem para que

adquiram “chaves conceituais de compreensão de seu mundo e de seu tempo; deve

ainda permitir que tomem consciência das operações que mobilizam durante a

aprendizagem, contribuindo para que prossigam na relação de conhecimento que é

desvendamento, compreensão e transformação do que se dá a conhecer”

(SAMPAIO, 1998, p. 147).

Dessa forma, este Colégio assume o compromisso de organizar suas

práticas para corresponder às necessidades de aprendizagem dos seus alunos,

levando em consideração o perfil dos alunos atendidos, a faixa etária, as séries,

suas condições sócio-econômicas, culturais e religiosas.

Somente a partir desse diagnóstico e, reconhecendo as especificidades de

cada um dos componentes curriculares e suas contribuições para o processo de

escolarização dos alunos, é que o coletivo desta escola obteve elementos para

decidir os encaminhamentos necessários à oferta do Ensino Fundamental e Ensino

Médio. Nesse propósito, a competência técnica e pedagógica individual dos

professores precisa estar cotidianamente a serviço do coletivo da escola cujo desafio

é o zelo pela aprendizagem de todos os seus alunos, independente das condições

sociais, econômicas e culturais.

Ao reconhecer as características dos alunos, bem como o papel da

Educação Básica, entende-se que as aulas de Educação Física não se destinam

apenas aos alunos “atletas”; as aulas de Língua Estrangeira não têm o propósito de

privilegiar aqueles alunos com melhor “proficiência”; as aulas de Matemática não se

113

destinam apenas aos “gênios”, e ainda, as aulas de Arte, por exemplo, não têm

como objetivo destacar somente “talentos”, mas oportunizar a todos os alunos

conhecimentos específicos das diferentes linguagens. Isso implica questionar

práticas excludentes que ainda persistem no meio escolar e que se não forem

superadas por encaminhamentos pedagógicos que contemplem todos os alunos no

processo de ensino e de aprendizagem estarão contribuindo para a manutenção das

desigualdades sociais que marcam a história de vida de muitos alunos de nossa

escola.

Nesse sentido, a escola se propõe a atender a diversidade social,

econômica e cultural existente assegurando o acesso, a permanência e a

aprendizagem de todos os alunos, bem como aos alunos com necessidades

educativas especiais, alunos hospitalizados ou com necessidades de tratamento

domiciliar.

O grande desafio da escola é estabelecer uma proposta de ensino que

reconheça e valorize práticas culturais dos alunos sem perder de vista o

conhecimento historicamente produzido, que se constitui em patrimônio universal.

Para isso, a escola deve proporcionar um ensino diferenciado, através da

flexibilização e adaptação curricular, planejamento específico e atendimento

especializado, ou seja, a escola precisa organizar-se e prever formas de atender às

necessidades de sua comunidade, visando à preservação da dignidade, o

fortalecimento da identidade social e o exercício da cidadania de cada um dos

envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem.

Para tanto, há que se reconhecer as diferenças e propiciar a oferta de

condições diferenciadas que viabilizem um processo educativo que lhes

proporcionem acolhimento e aprendizagem efetiva.

Nesse contexto, os educandos precisam (re)descobrir a paixão pelo

conhecimento, pelo aprender, bem como entender que o conhecimento é uma

produção humana que resulta da coletividade e é historicamente construído.

Portanto, pode e deve ser revisto, enriquecido, questionado, transformado pelas

múltiplas relações e tensões políticas, econômicas, sociais e culturais.

Os componentes curriculares serão organizados através de conteúdos

estruturantes que são recortes feitos a partir da retomada dos conteúdos disciplinares

fundamentados na idéia de conteúdos estruturantes das disciplinas escolares. Por

esses conteúdos entendem-se os saberes – conhecimentos de grande amplitude,

114

conceitos ou práticas – que identificam e organizam os campos de estudos de uma

disciplina escolar, considerados basilares e fundamentais para a compreensão de

seu objeto de estudo e/ou de suas áreas.

Estes conteúdos são selecionados a partir de uma análise histórica da

disciplina escolar. Os conteúdos específicos, por sua vez, são recortes feitos a partir

dos grandes problemas presentes nos conteúdos estruturantes e sua relação com o

cotidiano dos estudantes, não podendo distanciar-se do referencial da História das

Disciplinas.

Desta forma, passa-se à apresentação das propostas curriculares das

disciplinas que compõem as matrizes curriculares do Ensino Fundamental e do

Ensino Médio, deste Estabelecimento de Ensino.

115

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE ARTE

PARA A O ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS

E ENSINO MÉDIO

Professora: Vilma Aparecida de Sene

RIO BOM

2012

116

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

As diferentes formas de pensar a Arte e o seu ensino são constituídas nas

relações socioculturais, econômicas e políticas do momento histórico em que se

desenvolveram. Neste sentido, as diversas teorias sobre a Arte estabelecem referências

sobre sua função social, tais como: da arte poder servir a ética, a política, a religião, a

ideologia; ser utilitária ou mágica; transformar-se em mercadoria ou simplesmente

proporcionar prazer.

A história social da Arte demonstra que as formas artísticas exprimem sua

contemporaneidade, por serem produção do homem, um ser que é simultaneamente

constituído do social. Essas formas artísticas – como expressão concreta – de

visões do mundo – são determinadas, mas também determinam o contexto histórico

social, econômico e político, isto é, as transformações da sociedade implicam

condições para uma nova atitude e são por elas modificadas.

Para compreender a relação entre a arte, sociedade e cultura é importante

observar a complexidade do conceito de cultura. Um dos primeiros sentidos dados

ao termo cultura foi o de cultivo, de crescimento, de cuidado com colheitas e animais

e, por extensão, de cuidado com crescimento das faculdades humanas.

A Arte é concebida como fonte de humanização e por meio dela o ser

humano se torna consciente da sua existência individual e social; percebe-se e se

interroga, é levado a interpretar o mundo e a si mesmo. A Arte ensina a desaprender

os princípios das obviedades atribuídas aos objetos e às coisas, é desafiadora,

expõe contradições, emoções e os sentidos de suas construções. Por isso, o ensino

da arte deve interferir e expandir os sentidos, a visão de mundo, aguçar o espírito

crítico para que o aluno possa situar-se como sujeito de sua realidade histórica.

O objeto específico da Arte é a existência humana.

A disciplina de Arte, além de promover conhecimento sobre diversas áreas

de arte deve possibilitar ao aluno a experiência de um trabalho de criação total e

unitário. O aluno pode, assim, dominar todo o processo produtivo do objeto: desde a

criação do projeto, a escolha dos materiais e do instrumental mais adequado aos

objetivos que estabeleceu, a metodologia que adotará e, finalmente, a produção e a

destinação que dará ao objeto criado.

Além disso, a disciplina Arte tem uma forte característica interdisciplinar que

possibilita a recuperação da unidade do trabalho pedagógico, pois seus conteúdos

117

de ensino ensejam diálogos com a história, a filosofia, a geografia, a matemática, a

sociologia, a literatura, etc.

O ensino na disciplina de Arte tem os seguintes objetivos:

instrumentalizar o aluno com um conjunto de saberes em arte que lhe

permita utilizar o conhecimento estético na compreensão das diversas

manifestações culturais;

observar as relações entre a Arte e a realidade, investigando,

indagando interesse e curiosidade, exercitando a discussão, a sensibilidade,

argumentando e apreciando a arte de modo criativo;

desenvolver no educando potencialidades crítico-expressivas,

estruturando seu conhecimento, segundo sua percepção e consciência do mundo

em que vive, aliando o ver, o pensar, o fazer e o criar;

possibilitar a formação de um leitor de mundo mais crítico e eficiente

dos seus posicionamentos e tomadas de atitudes;

entender o homem como um todo: razão, emoção, pensamento,

percepção, imaginação e reflexão, buscando ajudá-lo a compreender a realidade e a

transformá-la;

oportunizar ao aluno o conhecimento tanto erudito como popular,

através dos movimentos artísticos, patrimoniais e seus precursores.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

ELEMENTOS FORMAIS

Esse conteúdo estruturante estará presente em todas as áreas artísticas,

desdobrando-se em conteúdos específicos em cada uma delas. O artista/autor

organiza esses elementos da(s) linguagem(s), visando a criação artística; gerando

signos que possibilitam a interpretação para o espectador/fruidor.

COMPOSIÇÃO

Esse conteúdo estruturante também vai estar presente em todas as áreas

artísticas, configurando-se na organização e articulação dos elementos básicos das

mesmas na forma de composição, improvisação ou interpretação, ou seja, nas

produções/manifestações percebidas pelos sentidos humanos.

118

MOVIMENTOS E PERÍODOS

Ampliam e aprofundam a apreensão do objeto de estudos. Abrangem a

contextualização histórica (social, política, econômica e cultural), elementos e rituais

de matriz africana nas manifestações populares brasileiras, autores/artistas, os

gêneros, os estilos, as técnicas, as várias correntes artísticas e as relações

identitárias (local/regional/global) tanto do autor, como do aluno com a obra.

ENSINO FUNDAMENTAL – 6º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Área ELEMENTOS

FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERÍODOS

ARTES VISUAIS

Ponto Linha Superfície Textura Volume Forma Cor Luz

Bidimensional Figurativa Geométrica, simetria Técnicas: pintura, escultura, arquitetura, entre outras Gênero: cenas da Mitologia

MÚSICA

Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Ritmo Melodia Escalas: diatônica, pentatônica, cromática e improvisação

TEATRO

Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço

Enredo, roteiro Espaço cênico e adereços Técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara Gênero: tragédia, comédia e circo

Arte greco-romana Arte Africana Arte Oriental Arte da Pré-história

Greco-romana Oriental Ocidental Africana

Greco-romana Teatro oriental Teatro medieval Renascimento

DANÇA Movimento corporal Tempo Espaço

Kinesfera Eixo Ponto de Apoio Movimentos articulares Fluxo (livre e interrompido) Rápido e lento Formação Níveis (alto, médio e baixo) Deslocamento (direto e indireto) Dimensões (pequeno e

Pré-história Greco-romana Renascimento Dança clássica

119

grande) Técnica: improvisão Gênero: circular

ENSINO FUNDAMENTAL – 7º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Área ELEMENTOS

FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERÍODOS

ARTES VISUAIS

Ponto Linha Superfície Textura Volume Forma Cor Luz

Proporção Tridimensional Figura e fundo Abstrata Perspectiva Geométrica, simetria Técnicas: pintura, escultura, modelagem, gravura, entre outras Gênero: paisagem, retrato e natureza morta

MÚSICA

Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Ritmo Melodia Escalas Gêneros: folclórico, indígena, popular e étnico Técnicas: vocal, instrumental, mista, improvisação

TEATRO

Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço

Representação Leitura dramática Cenografia Técnicas: jogos teatrais, mímicas, improvisação, formas animadas, ... Gêneros: rua e arena Caracterização

Arte indígena Arte popular Brasileira e paranaense Renascimento Barroco

Música popular e étnica (ocidental e oriental)

Comédia dell'arte Teatro popular Brasileiro e paranaense Teatro africano

DANÇA Movimento corporal Tempo

Ponto de apoio Rotação Coreografia Salto e queda Peso (leve e pesado) Fluxo (livre, interrompido e conduzido) Lento, rápido e moderado

Dança Popular: - Brasileira - Paranaense - Africana - Indígena

120

Espaço

Níveis (alto, médio e baixo) Formação Direção Gênero: folclórico, popular e étnico

ENSINO FUNDAMENTAL – 8º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Área ELEMENTOS

FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERÍODOS

ARTES VISUAIS

Linha Forma Textura Superfície Volume Cor Luz

Semelhanças Contrastes Ritmo visual Estilização Deformação Técnicas: desenho, fotografia, audio-visual e mista, entre outras

MÚSICA

Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Ritmo Melodia Harmonia Tonal, modal e a fusão de ambos Técnicas: vocal, instrumental e mista

TEATRO

Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais

Ação

Espaço

Representação no cinema e mídias Texto dramático Maquiagem Sonoplastia Roteiro Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica ...

Indústria cultural Arte no século XX Arte contemporânea

Indústria cultural Eletrônica Minimalista Rap, Rock, Tecno

Indústria cultural Realismo Expressionismo Cinema Novo

DANÇA Movimento corporal Tempo Espaço

Giro Rolamento Saltos Aceleração e desaceleração Direções (frente, atrás, direita e esquerda) Improvisação Coreografia Sonoplastia Gênero: Indústria, Cultural e espetáculo

Hip Hop Musicais Expressionismo Indústria Cultural Dança moderna

121

ENSINO FUNDAMENTAL – 9º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Área ELEMENTOS

FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERÍODOS

ARTES VISUAIS

Linha Superfície Textura Volume Forma Cor Luz

Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Ritmo visual Técnica: pintura, grafitte, performance ... Gêneros: paisagem urbana e cenas do cotidiano

MÚSICA

Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Ritmo Melodia Harmonia Técnicas: vocal, instrumental e mista Gêneros: popular, folclórico e étnico

TEATRO

Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço

Técnicas: Monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio, Teatro - Fórum, ... Dramaturgia Cenografia Sonoplastia Iluminação Figurino

Realismo Vanguardas Muralismo e Arte Latino-Americana Hip Hop

Música engajada Música popular brasileira Música contemporânea

Teatro engajado Teatro do oprimido Teatro pobre Teatro do absurdo Vanguardas

DANÇA

Movimento corporal Tempo Espaço

Kinesfera Ponto de apoio Peso Fluxo Quedas Saltos Giros Rolamentos Extensão (perto e longe) Coreografia Deslocamento Gênero: Performance e moderna

Vanguarda Dança moderna Dança contemporânea

122

ENSINO MÉDIO

ARTE E IDEOLOGIA

A arte é produto de um conjunto de idéias, crenças e doutrinas, próprias de

uma sociedade, de uma época ou de uma classe. A arte não é só ideologia, porém,

ela está presente nas produções artísticas.

ARTE E SEU CONHECIMENTO

A arte é organizada e estruturada por um conhecimento próprio, ao mesmo

tempo possui um conteúdo social, que tem como objeto o ser humano em suas

múltiplas dimensões.

ARTE E TRABALHO CRIADOR

A arte é uma forma de trabalho onde ao criar o ser humano se recria,

constituindo-se como ser que toma posição ante o mundo. O trabalho artístico além

de representar, objetivamente ou não, uma dada realidade constitui-se, em si

mesma, numa nova realidade.

Sem a criação e o trabalho, a arte deixa de ser arte e não há aprendizagem.

O educando precisa passar pelo fazer artístico.

123

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Área ELEMENTOS

FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERÍODOS

ARTES VISUAIS

Ponto Linha Superfície Textura Volume Luz Cor Forma

Figurativa Abstrata Figura/fundo Bidimensional/tridimensional Semelhanças Contrastes Ritmo visual Gêneros Técnicas Perspectiva Simetria Deformação Estilização Técnica: Pintura, desenho, modelagem, instalação, performance, fotografia, gravura e esculturas, arquitetura, história em quadrinhos...

Gêneros: paisagem, natureza-morta, Cenas do

Cotidiano, Histórica, Religiosa, da Mitologia...

Arte Ocidental Arte Oriental Arte Africana Arte Brasileira Arte Paranaense Arte Popular Arte de Vanguarda Indústria Cultural Arte Contemporânea Arte Latino-Americana

MÚSI-CA

Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Ritmo Melodia Harmonia Escalas: Tonal, Modal e Fusão de ambos Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico e folclore Pop Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista, Improvisação

Música Popular Brasileira Paranaense Popular Industrial Cultural Engajada Vanguarda Ocidental Oriental Africana Latino-Americana

124

TEA-TRO

Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço

Representação Sonoplastia/iluminação/ cenografia/figurino/ caracterização/maquiagem/ adereços Técnicas Jogos teatrais: teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro- fórum Roteiro Encenação e leitura dramática Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e Épico Dramaturgia Representação nas mídias Caracterização Cenografia, sonoplastia, figurino e iluminação Direção Produção

Teatro: Greco-Romano Medieval Brasileiro Paranaense Popular Indústria Cultural Engajado Dialético Essencial Oprimido Pobre Vanguarda Renascentista Teatro Latino-Americano Teatro Realista Teatro Simbolista

DANÇA

Movimento corporal Tempo Espaço

Kinesfera Fluxo Peso Eixo Salto e Queda Giro Rolamento Movimentos articulares: lento, rápido e moderado Aceleração e desaceleração Níveis: deslocamento, direções, planos Improvisação Coreografia Gêneros: espetáculo, indústria cultural, étnica, folclórica, populares e salão

Pré-história Greco-Romana Medieval Renascimento Dança Clássica Dança Popular Brasileira Paranaense Africana Indígena Hip Hop Indústria Cultural Dança Moderna Vanguardas Dança Contemporânea

125

1ª SÉRIE

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Área ELEMENTOS

FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERÍODOS

ARTES VISU-AIS

Ponto Linha Forma Superfície Textura Volume Luz Cor

Perspectiva Simetria Deformação Estilização Bidimensional Ritmo visual Gêneros Técnicas

Arte Ocidental Arte Africana Arte Paranaense Arte Popular

MÚSI-CA

Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico e folclore Pop Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista, Improvisação

Engajada Vanguarda Ocidental Popular brasileira Música paranaense

TEA-TRO

Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço

Técnicas Jogos teatrais: teatro direto e indireto, mímica, ensaio, Teatro- fórum Roteiro Encenação e leitura dramática

Teatro: Brasileiro Latino-Americano Greco-Romano Medieval Paranaense

DAN-ÇA

Movimento corporal Tempo

Kinesfera Fluxo Peso Eixo Movimentos articulados Níveis

Pré-história Greco-Romana Dança Clássica Dança Popular

126

2ª SÉRIE

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Área ELEMENTOS

FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERÍODOS

ARTES VISUAIS

Ponto Linha Forma Superfície Textura Volume Luz Cor

Abstrato Perspectiva Figura e fundo Deformação Estilização Ritmo visual

Arte Paranaense Arte Popular Arte Brasileira Arte Ocidental Arte Oriental Arte Africana Arte Contemporânea Arte Latino-Americana

MÚSICA

Intensidade Densidade Altura Duração Timbre

Ritmo Melodia Técnicas: vocal, instrumental, eletrônica, informática e mista, Improvisação

Música Popular Música Popular Brasileira Música Paranaense Ocidental

TEATRO

Personagem: Expressões faciais Ação Espaço

Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e Épico Dramaturgia Representação nas mídias Caracterização Cenografia, sonoplastia, figurino e iluminação Direção Produção Encenação Adereços Jogos Dramáticos

Teatro: Brasileiro Oprimido Pobre Latino-Americano Popular Engajado

DANÇA

Movimento corporal Tempo Espaço

Movimentos articulares: lento, rápido e moderado Aceleração e desaceleração Níveis: deslocamento, direções, planos

Dança Clássica Dança Popular Brasileira Dança Africana Dança Indígena

127

3ª SÉRIE

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Área ELEMENTOS

FORMAIS COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS E

PERÍODOS

ARTES VISU-AIS

Ponto Linha Forma Superfície Textura Volume Luz Cor

Figura/fundo Simetria Deformação Estilização

Arte Oriental Arte Africana Arte Contemporânea Arte Latino-Americana Arte da Vanguarda

MÚSICA

Intensidade Densidade

Gêneros: erudito, clássico, popular, étnico e folclore Pop

Ocidental Oriental Africana Latino-Americana Indústria Cultural

TEA-TRO

Personagem: Expressões vocais, gestuais Espaço

Sonoplastia/iluminação/ cenografia/figurino/ caracterização/maquiagem/ adereços Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama e Épico Dramaturgia Representação nas mídias Caracterização Cenografia e iluminação

Teatro: Latino-Americano Realista Simbolista Dialético Vanguarda Renascentista

DANÇA

Movimento corporal Espaço

Movimentos articulares: lento, rápido e moderado Aceleração e desaceleração Gêneros: espetáculo, indústria cultural, étnica, folclórica, populares e salão.

Dança Clássica Africana Indígena Medieval

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

No Ensino Fundamental e Médio, o enfoque cultural permeia as discussões

em Arte, pois é na associação entre a Arte e a Cultura que podem se dar as

reflexões sobre a diversidade cultural e as produções/manifestações culturais que

dela decorrem (fundamentada nas leis: Lei 11645/08, Lei 10639/03 e Lei 9795/99).

128

Buscar-se-á formas originais e interdisciplinares de expressar ideias com o

grupo, promovendo observações, experimentações, discussões e análises para que

se possa entrar em contato, não só com as formas e linguagens técnicas, mas

também com ideias e reflexões propostas pelas diferentes linguagens artísticas.

A cultura será abordada como resultante do trabalho que abrange as

práticas sociais historicamente construídas pelos sujeitos, assim propiciando o auto-

conhecimento; desse modo, ela funciona como uma lente, através da qual se vê, se

compreende, se inclui, se localiza, se insere na diversidade.

Entende-se, assim, que aprender arte envolve não apenas uma atividade de

produção artística pelos alunos, mas também compreende o que fazer e o que os

outros fazem, pelo desenvolvimento da percepção estética, no contato com o fenômeno

artístico, visto como objeto de cultura na história humana e como conjunto das relações.

Sabe-se, também, que ao fazer e conhecer arte, o aluno percorre os

trajetos de aprendizagem que proporcionam conhecimentos específicos sobre sua

relação com o mundo. Além disso, desenvolve potencialidades que podem contribuir

para a consciência de seu lugar no mundo e para compreensão de conteúdos das

outras áreas de conhecimento.

Serão contemplados, também, os Desafios Educacionais Contemporâneos:

- História e Cultura dos Povos Indígenas

- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana

- Política Nacional de Educação Ambiental

- Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento da

Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.

Contempla, também, a legislação vigente / Desafios Educacionais

Contemporâneos:

- Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas;

- Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;

- Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e

Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenção

ao Uso Indevido de Drogas.

129

4 AVALIAÇÃO

A concepção de avaliação na disciplina de Arte nesta Proposta Curricular é

diagnóstica, formativa e processual. É diagnóstica por ser referência para se planejar

as aulas e avaliar os alunos; é processual por pertencer a todos os momentos da

prática pedagógica. A avaliação processual irá incluir formas de avaliação da

aprendizagem, e do ensino, bem como a auto avaliação dos alunos.

De acordo com a LDB nº 9394/96, art. 24, inciso V, a avaliação é contínua

e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalências dos aspectos qualitativos

sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais

provas finais.

Assim, a avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de

mediação da apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagens e não

estabelecer parâmetros comparativos entre os alunos; discute dificuldades e

progressos de cada um a partir da própria produção de modo que leva em conta a

sistematização dos conhecimentos para a compreensão mais efetiva da realidade.

Propõe-se, então, o método que inclui observação e registro do processo

de aprendizagem, com os avanços e dificuldades na apropriação do conhecimento

pelos alunos. O aluno será avaliado através da observação de como ele soluciona

os problemas apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas discussões

em grupo. Como sujeito desse processo, o aluno também deve elaborar seus

registros de forma sistematizada. As propostas serão socializadas em sala, com

oportunidades para o aluno apresentar, refletir e discutir sua produção e a dos

colegas.

Portanto, o conhecimento que o aluno acumula será socializado entre os

colegas, ao mesmo tempo constituindo-se como referência para que se possa

propor abordagens diferenciadas.

Afim de obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são necessários

vários instrumentos de verificação, tais como: trabalhos artísticos, individuais e em

grupo, pesquisa bibliográfica e de campo, debates em forma de seminários e

simpósios; provas teóricas e práticas, registros em forma de relatórios, gráficos,

portfólio, áudio-visual e outros.

Por meio desses instrumentos, é possível obter o diagnóstico necessário

para o planejamento e o acompanhamento da aprendizagem durante o ano letivo,

130

visando as seguintes expectativas: a compreensão dos elementos que estruturam e

organizam a arte e sua relação com a sociedade contemporânea; a produção de

apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas diversas

culturas e mídias relacionadas a produção, divulgação e consumo.

Na disciplina de Arte serão adotados procedimentos diferenciados de

avaliação, visando ao desenvolvimento formativo e cultural do aluno, conforme artigo

8º da Deliberação nº 07/99-CEE. As avaliações serão registradas através de notas

expressas numa escala de 0 (zero) a 10,0 (dez). O sistema de avaliação será

bimestral e será composto pela somatória das notas atribuídas através de diversos

instrumentos passíveis de avaliação no processo ensino-aprendizagem.

Quanto à recuperação de estudos, esta é direito dos alunos

independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos. A

recuperação de estudos ocorrerá de duas formas: com a retomada do conteúdo a

partir do diagnóstico oferecido pelos instrumentos de avaliação e com a reavaliação

do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

A recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de

procedimentos didático-metodológicos diversificados, não devendo incidir sobre

cada instrumento e sim sobre os conteúdos não apropriados.

O peso da recuperação de estudos deverá ser proporcional às avaliações

como um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos

conteúdos, permanecendo a nota maior. Os estudos de recuperação não poderão

ser considerados como um adendo a nota.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.

A promoção se dará através da apuração dos resultados da avaliação do

aproveitamento escolar do durante o ano letivo em todas as disciplinas (mínimo 6,0

(seis vírgula zero)), aliada a sua freqüência.

5 REFERÊNCIAS

Apostilas dos Grupos de Estudo Arte e Cultura Afro 2006.

131

Arte / vários autores. Livro didático público. Curitiba-PR: SEED, 2006. 336 p.

FISCHER, Ernst. A necessidade da Arte. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

Inserção dos conteúdos de História e Cultura Afro-brasileira nos Currículos

escolares: o que diz a lei. Vários autores. Janeiro, 2003.

OSTROWER, Fayga. Universo da Arte. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1991.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos

conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares.

Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretrizes Curriculares de Arte e Artes para a Educação Básica. Curitiba, 2008.

PROENÇA, Graça. História da arte. 10. ed. São Paulo: Ática, 1997.

______. Descobrindo a história da arte. 2. ed. São Paulo: Ática, 2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012.

132

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE BIOLOGIA

ENSINO MÉDIO

Professoras: Eliane de Fátima Ferreira

Elizabeth Cotting dos Santos

RIO BOM

2012

133

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE BIOLOGIA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

É objeto de estudo da disciplina de Biologia o fenômeno VIDA, que ao longo

da história da humanidade, com muitos conceitos elaborados, tentam explicá-lo e ao

mesmo tempo compreendê-lo. A história da ciência mostra que tentativas de definir

VIDA têm origem na antiguidade. Ideias desse período, que contribuíram para o

desenvolvimento da Biologia, tiveram como um dos principais pensadores, o filósofo

Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), que deixou contribuições relevantes quanto à

organização dos seres vivos, com interpretações filosóficas que buscavam, dentre

outras, explicações para a compreensão da natureza.

Na idade média, foi a igreja, pois se tornara uma instituição poderosa em

todos os aspectos; religioso quanto no social, político e econômico. O conhecimento

sobre o universo vinculado a um Deus criador, foi oficializado pela Igreja Católica

que o transformou em dogma. Já na renascença, após o rompimento da visão

teocêntrica e da concepção filosófico-teológica medieval, também foi marcada pelo

confronto de idéias: Naturalistas utilizavam o pensamento matemático como

instrumento para interpretar a ordem mecânica da natureza (ROSSI, 2001), outros,

como os botânicos, realizavam seus estudos sob o enfoque descritivo.

Na zoologia, a descrição dos animais também se desenvolveu,

diferentemente da botânica, onde os animais eram analisados de forma comparativa,

dando uma atenção especial à sua organização na scala naturae naquilo que para

nós, hoje, representa a ecologia.

Os estudos de zoologia avançaram muito após o ano de 1800, com os

avanços tecnológicos, principalmente no tocante a estudos anatômicos

comparativos, com grande contribuição de Aristóteles (RONAN, 1987a; MAYR,

1988), nas observações e descrições quanto à sistemática animal.

A partir daí surgiram denominações, já em escala hierárquica como: gênero,

família, espécie, ordem, mesmo contrariando opiniões de naturalistas, que se

contrapuseram em relação a Carl von Linné (1707-1778), considerado o principal

organizador do sistema moderno de classificação científica dos organismos, propôs

em sua obra Systema Naturae (1735), a organização dos seres vivos a partir de

características estruturais, anatômicas e comportamentais.

134

O filósofo Francis Bacon (1561 - 1626), mesmo em meio às contradições do

período histórico, teve seu pensamento voltado para o domínio do ser humano sobre

a natureza.

Mesmo assim, durante muito tempo sucedeu-se os embates teóricos em

relação à origem da VIDA. Esses embates tornaram-se mais evidentes com a

geração espontânea, aceitas pelos naturalistas até o século XIX, e que já

começaram a ser contrariadas no século XVII, quando o físico italiano Francesco

Redi (1626-1698), entre outros, apresentou estudo sobre biogênese.

Muitas discussões e contradições estabeleceu-se durante o passar dos

anos, com a participações de filósofos, pesquisadores , onde já no século XIX, a

Biologia fez grandes progressos com a proposição da teoria celular, a partir das

descrições feitas por naturalistas como os alemães Matthias Schleiden (1804 -

1881), em 1838, e Theodor Schwann (1810 - 1882), em 1839, ao afirmarem que

todas as coisas vivas – animais e vegetais – eram compostas por células.

No século XX, a nova geração de geneticistas confirmou os trabalhos de

Mendel e provocou uma revolução conceitual na Biologia que contribuiu para a

construção de um modelo explicativo dos mecanismos evolutivos, vinculados ao

material genético, sob influência do pensamento biológico evolutivo.

Os estudos do geneticista Thomas Hunt Morgan (1866 - 1945) contribuíram

para que a genética se desenvolvesse como ciência e, aliada aos movimentos

políticos e tecnológicos decorrentes das grandes guerras, promoveu uma

ressignificação do darwinismo e deu força ao processo de unificação das ciências

biológicas, onde a Biologia, no contexto histórico e social, começou a ser vista como

utilitária pela aplicação de seus conhecimentos na medicina, na agricultura e em

outras áreas.

O progresso da ciência, do trabalho científico nas instituições de pesquisa

surgiram com grande evidência em meados da década de 1970, onde a crise da

ciência ficou exposta, como também a necessidade de rever o método de

construção do conhecimento científico.

Com isso, a ampliação da Biologia, ela se diversificou. Uma delas é a

biologia molecular, considerada por Mayr (1998) o centro dos interesses biológicos

na atualidade. Avanços na bioquímica, biofísica e à própria biologia molecular,

permitiram o desenvolvimento de inovações tecnológicas e interferiram no

pensamento biológico evolutivo. Em se tratando de Genética, ainda hoje, há muitas

135

discussões relacionadas sobre o fenômeno VIDA, principalmente no tocante ao

manipular e modificar a estrutura físico-química dos seres vivos e as consequentes

alterações biológicas.

A necessidade de organizar, sistematizar e agrupar o conhecimento

produzido pelo ser humano fez surgir as primeiras universidades medievais, nos

séculos IX e X, como as de Bolonha e Paris, onde sistematizou-se o conhecimento

acumulado durante séculos e passou-se a discutí-lo de forma veemente, mesmo

sobre influências religiosas.

Para a ciência, em especial para a Biologia, pretendeu mostrar como se deu

a construção do pensamento biológico, onde essa construção ocorre em

movimentos não-lineares, com momentos de crises, mudanças de paradigmas e de

busca constante por explicações sobre o fenômeno VIDA. Fundamentam-se na

concepção histórica da ciência articulada aos princípios da filosofia da ciência, que a

partir da dimensão histórica da disciplina de Biologia, foram identificados os marcos

conceituais da construção do pensamento biológico.

Desde o paleolítico, o ser humano, caçador e coletor, as observações dos

diferentes tipos de comportamento dos animais e da floração das plantas foram

registradas nas pinturas rupestres como forma de representar sua curiosidade em

explorar a natureza. Só que aos poucos, percebeu-se que a disciplina de Biologia no

Ensino Médio deixou muito a desejar quanto aos aspectos da compreensão da

natureza em si, mas somente modelos teóricos elaborados pelo ser humano,

buscou-se, então, o conceito de VIDA, na história da ciência, influências religiosas,

econômicas, políticas e sociais impulsionaram essa construção.

No Brasil, a primeira tentativa de organização do ensino correspondente ao

atual ensino médio foi a criação do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, em 1838.

Na década de 1950, a tendência da abordagem pedagógica em ciências,

era tratar dos conteúdos considerando os vários grupos de organismos

separadamente, e as suas relações filogenéticas (KRASILCHIK, 2004, p.14). As

aulas práticas tinham como meta tão somente ilustrar as aulas teóricas. Destaca-se,

nesse período, a incorporação curricular de conteúdos decorrentes da produção

científica após Segunda Guerra Mundial.Em 1946, foi criado o Instituto Brasileiro de

Educação, Ciência e Cultura (IBECC), onde que, com as primeiras instituições

brasileiras de produção de materiais didáticos, promovia a melhoria científica dos

136

alunos que ingressariam no ensino superior e, assim , contribuíam significativamente

ao desenvolvimento nacional.

Ainda na década de 1960, conforme Krasilchick (2004), três fatores

provocaram alterações no ensino médio do Brasil:

- o progresso da Biologia;

- a constatação internacional e nacional da importância do ensino de

ciências como fator de desenvolvimento;

- a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 4.O24, de 2 de

dezembro de 1961, que transferiu as decisões curriculares da administração federal

para um sistema de cooperação entre a União, os Estados e os Municípios.

O sistema de ensino brasileiro sofreu mudanças significativas com a promulgação da Lei n.

5.692/71 que reformulou o ensino (básico) estruturando o primeiro e segundo graus. Lei essa, que

trazia, dentre outras alterações, o estabelecimento de um ensino tecnicista e a formação técnica

compulsória para o segundo grau, visando atender o regime vigente, voltado para a ideologia do

nacionalismo desenvolvimentista (DEMARCHI D´AGOSTINI, 2000), onde, ao invés de formar o futuro

cientista ou profissional liberal, mas principalmente ao trabalhador, peça essencial para responder às

demandas do desenvolvimento (KRASILCHIK, 1987, p. 18).

No final da década de 1980 e início da seguinte, no Estado do Paraná, a

Secretaria de Educação propôs o Programa de Reestruturação do Ensino do

Segundo Grau sob o referencial teórico da pedagogia histórico-crítica, na qual o

conteúdo é visto como produção histórica e social, sendo que a instituição escolar

tem a obrigação de oferecer o conhecimento historicamente construído pela

humanidade e o aluno tem o direito de conhecer.

Nessa perspectiva, o ensino de 2º grau deve propiciar aos alunos o domínio de fundamentos das técnicas diversificadas, utilizados no processo de produção e não o mero adestramento de técnicas produtivas. Esta concepção está a exigir medidas a curto, médio e longo prazo, voltadas ao suprimento e apoio à Rede Estadual de Ensino, visando propiciar meios para que ele cumpra suas funções e atinja plenamente seus objetivos, incluindo medidas de avaliação da atual política educacional, como também, das estratégias utilizadas para viabilização das práticas pedagógicas. (PARANÁ, 1993, p.iv)

Para o ensino da disciplina, a proposta estabelecia seis temas que

envolviam as respectivas ciências de referência da Biologia e noções de

desenvolvimento científico e tecnológico:

1 . Relações dos seres vivos e seu meio ambiente;

2 . Organização dos seres vivos;

137

3 . Classificação dos seres vivos;

4 . Heredietariedade e ambiente;

5 . Desenvolvimento científico e tecnológico no campo da Biologia;

6. Saúde humana.

Apesar da tentativa de superar o ensino tradicional e tecnicista com a

pedagogia histórico-crítica, o documento de reestruturação do 2º grau ainda

apresentava os conteúdos de Biologia divididos em blocos tradicionais, reunidos em

temas geradores, reproduzindo o padrão de livros didáticos disponíveis no mercado.

Em 1998, foram promulgadas as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio

(DCNEM – Resolução CNE/CEB nº 03/98), para normatizar a LDB nº 9.394/96.

Em 2003, com as mudanças no cenário político nacional e estadual, iniciou-

se no Paraná um processo de discussão coletiva com objetivo de produzir novas

Diretrizes Curriculares para estabelecer novos rumos e uma identidade para o

ensino de Biologia. A versão final das Diretrizes Curriculares foi editada em 2008.

Estas Diretrizes Curriculares fundamentam-se na concepção histórica da ciência

articulada aos princípios da filosofia da ciência. A partir da dimensão histórica da

disciplina de Biologia, foram identificados os marcos conceituais da construção do

pensamento biológico. Estes marcos foram adotados como critérios para escolha

dos conteúdos estruturantes e dos encaminhamentos metodológicos.

Como elemento da construção científica, a Biologia deve ser entendida

como processo de produção do próprio desenvolvimento humano (ANDERY, 1988).

O avanço da Biologia, portanto, é determinado pelas necessidades materiais do ser

humano com vistas ao seu desenvolvimento, em cada momento histórico.

O ensino da disciplina de Biologia desse estabelecimento tem como

objetivos desenvolver no aluno a capacidade de:

- problematizar a realidade, formular hipóteses, planejar e executar

investigações, dados, estabelecer críticas e conclusões;

- relacionar diversos conhecimentos específicos entre si e com outras áreas

do conhecimento;

- priorizar o desenvolvimento de conceitos cientificamente produzidos;

- refletir constantemente sobre as mudanças de conceitos cientificamente

produzidos em decorrência de questões emergentes.

138

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS

ENSINO MÉDIO

Conteúdos Estruturantes

- Organização dos Seres Vivos

- Mecanismos Biológicos

- Biodiversidade

- Manipulação Genética

Conteúdos Básicos

- Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos.

- Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia.

- Mecanismo de desenvolvimento embriológico.

- Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos.

- Teorias evolutivas.

- Transmissão das características hereditárias.

- Dinâmica dos ecossistemas: relação entre os seres vivos e interdependência com o

ambiente.

- Organismos geneticamente modificados.

CONTEÚDOS EJA ENSINO MÉDIO

Conteúdos Estruturantes

- Organização dos Seres Vivos

- Mecanismos Biológicos

- Biodiversidade

- Manipulação Genética

Conteúdos Básicos

- Classificação dos seres vivos: critérios taxonômicos e filogenéticos.

- Sistemas biológicos: anatomia, morfologia e fisiologia.

- Mecanismo de desenvolvimento embriológico.

- Mecanismos celulares biofísicos e bioquímicos.

- Teorias evolutivas.

- Transmissão das características hereditárias.

- Dinâmica dos ecossistemas: relação entre os seres vivos e interdependência com o

ambiente.

- Organismos geneticamente modificados.

139

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Em concordância com a Diretriz Curricular do Ensino de Biologia, a

abordagem dos conteúdos deve permitir a integração dos conteúdos estruturantes

de modo que, ao introduzir a classificação dos seres vivos, como tentativa de

conhecer e compreender a diversidade biológica, agrupando-os e categorizando-os,

seja possível, também, discutir o mecanismo de funcionamento, o processo

evolutivo, a extinção das espécies e o surgimento natural e induzido de novos seres

vivos. Deste modo, a abordagem do conteúdo classificação dos seres vivos não se

restringe a um único conteúdo estruturante. Ao adotar este abordagem pedagógica,

o início do trabalho poderia ser o conteúdo específico organismos geneticamente

modificados, partindo-se da compreensão das técnicas de manipulação do DNA,

comparando-as com os processos naturais que determinam a diversidade biológica,

chegando à classificação dos seres vivos. Portanto, é imprescindível que se perceba

a interdependência entre os quatro conteúdos estruturantes. Outro exemplo é a

abordagem do funcionamento dos Sistemas que constituem os diferentes grupos de

seres vivos. Parte-se do conteúdo estruturante Mecanismos Biológicos, incluindo-se

o conteúdo estruturante Organização dos Seres Vivos, que permitirá estabelecer a

comparação entre os sistemas, envolvendo, inclusive, a célula, seus componentes e

respectivas funções. Neste contexto, é importante que se perceba que a célula tanto

pode ser compreendida como elemento da estrutura dos seres vivos quanto um

elemento que permite observar, comparar, agrupar e classificar os seres vivos.

Da mesma forma, a abordagem do conteúdo estruturante Biodiversidade

envolve o reconhecimento da existência dos diferentes grupos e mecanismos

biológicos que determinam a diversidade, envolvendo a variabilidade genética, as

relações ecológicas estabelecidas entre eles e o meio ambiente, e os processos

evolutivos pelos quais os seres vivos têm sofrido modificações naturais e as

produzidas pelo homem.

De acordo com as Diretrizes, os experimentos podem ser o ponto de

partida para desenvolver a compreensão de conceitos ou permitir a aplicação das

ideias discutidas em aula, de modo a levar os alunos a aproximarem teoria e prática

e, ao mesmo tempo, permitir que o professor perceba as explicações e as dúvidas

manifestadas por seus alunos.

140

De acordo com Saviani (1997) e Gasparin (2002), os conteúdos específicos

de Biologia, necessita apoiar-se num processo pedagógico em que:

- a prática social se caracterize como ponto de partida, cujo objetivo é

perceber e denotar, dar significação às concepções alternativas do aluno a partir de

uma visão sincrética, desorganizada, de senso comum a respeito do conteúdo a ser

trabalhado;

- a problematização implique o momento para detectar e apontar as

questões serem resolvidas na prática social e, por consequência, estabelecer que

conhecimentos são necessários para a resolução destas questões e as exigências

sociais de aplicação desse conhecimento;

- a instrumentalização consiste apresentar os conteúdos sistematizados

para que os alunos assimilem e o transformem em instrumento de construção

pessoal e profissional. Os alunos devem se apropriar das ferramentas culturais

necessárias à luta social para superar a condição de exploração em que vivem;

- a catarse seja a fase de apropriação entre o conhecimento adquirido pelo

aluno e o problema em questão. A partir da apropriação dos instrumentos culturais,

transformados em elementos ativos de transformação social, o aluno passa a

entender e elaborar novas estruturas de conhecimento, ou seja, passa da ação para

a conscientização;

- o retorno à prática social se caracterize pela apropriação do saber

concreto e pensado para atuar e transformar as relações de produção que impedem

a construção de uma sociedade mais igualitária. A visão sincrética apresentada pelo

aluno no início do processo passa por um estágio de menor compreensão do

conhecimento científico a uma fase de maior clareza e compreensão, explicitada

numa visão sintética. O processo educacional põe-se a serviço da referida

transformação das relações de produção.

Ao adotar esta estratégia e ao retomar as metodologias que favorecem a

determinação dos marcos conceituais apresentados pelas Diretrizes Curriculares

para o ensino de Biologia, serão considerados os princípios metodológicos usados

naqueles momentos históricos, porém, adequados ao ensino da atualidade.

Devem-se considerar também as aulas demonstrativas como importante

estratégia de ensino. Entretanto, é preciso permitir a participação do aluno e não

apenas tê-lo como observador passivo. Algumas vezes, a atividade prática

141

demonstrativa implica a ideia da existência de verdades definidas e formuladas em

leis já comprovadas, isto é, de uma ciência de realidade imutável.

De outro lado, a atividade prática, como resolução de problemas ou de

hipóteses, pode trazer uma concepção de Ciência diferente, como interpretação da

realidade, de maneira que as teorias e hipóteses são consideradas explicações

provisórias. Nesse caso, estabelece-se maior contato do aluno com o experimento e

com a atitude científica.

Outra estratégia que, além de integrar conhecimentos, veicula uma

concepção sobre a relação homem-ambiente e possibilita novas elaborações em

pesquisa, é o estudo do meio. Este estudo pode ocorrer em locais como: parques,

praças, terrenos baldios, praias, bosques, rios, zoológicos, hortas, mercados, aterros

sanitários, fábricas, etc.

Também os jogos didáticos contribuem para gerar desafios, conforme

Moura (1994), o jogo é considerado uma estratégia impregnada de conteúdos

culturais a serem veiculados na escola. Ele detém conteúdos com finalidade de

desenvolver habilidades de resolução de problemas, o que representa a

oportunidade de traçar planos de ações para atingir determinados objetivos.

Serão utilizados como recursos pedagógicos e tecnológicos: TV Pendrive,

retroprojetor de slides e transparências, microscópio óptico, quadro-de-giz, atlas, etc.

Os conteúdos específicos de Biologia se apoiarão num processo

pedagógico em que a prática social se caracterize como ponto de partida levando a

problematização, a instrumentalização e a catarse retornando à prática social que se

caracterizará na apropriação do saber concreto e pensado.

EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

142

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,

a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da

Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas

Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

De acordo com a Lei 10.639/03, que torna obrigatória a presença de

conteúdos relacionados à História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, igualmente

deve ser resguardado o espaço para a abordagem da História e Cultura dos Povos

Indígenas, em concordância com a Lei nº 11.645/08, e quanto ao trabalho

envolvendo educação ambiental, em concordância com a Lei nº 9.795/99, que afirma

“A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação

nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e

modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. Sendo assim,

serão adotadas nas aulas de Biologia onde deverá ser uma prática integrada,

contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos específicos, Cidadania e

Direitos Humanos (Programa Bolsa Família, Educação Fiscal, Programa de

Erradicação do Trabalho Infantil-PETI, Programa Escola Aberta, Programa Saúde na

Escola); Enfrentamento à Violência (Programa de Educação das Unidades

143

Socioeducativas-PROEDUSE); Prevenção ao uso indevido de Drogas; Educação do

Campo; Gênero e Diversidade Sexual.

4 AVALIAÇÃO

A avaliação é um dos aspectos do processo pedagógico que mais carece de

mudança didática para favorecer uma reflexão crítica de ideias e modificar

comportamentos docentes de “senso comum” muito persistentes (CARVALHO &

GIL-PÉREZ, 2001).

Deve favorecer a formação, o progresso pessoal e a autonomia do aluno,

emitindo-lhe a conscientização do seu próprio caminhar em relação ao seu

conhecimento.

Confronto de ideias ou conceitos construídos através das relações

estabelecidas entre: Homem-Homem e Homem-Natureza e suas mediações, terá

como objetivo fazer com que o aluno compreenda criticamente a realidade.

Considerando o que foi exposto, a avaliação deverá verificar a

aprendizagem, a partir daquilo que é básico e essencial, deve estabelecer relações

e mediações entre Homem e natureza. É fundamental que esta avaliação se

processe de forma contínua.

Através da interação professor-aluno, aluno-aluno, se dará a apropriação e

assimilação dos conceitos.

Portanto, a avaliação se caracteriza como um processo que objetiva

explicar o grau de compreensão da realidade, emergentes na construção do

conceito. Isto se dará através de instrumentos como: trabalhos em grupos e/ou

individual, produções de textos, elaboração de quadro – mural, experimentações,

seminários, atividades escritas (simulados, relatórios, sínteses, autoavaliação);

atividades orais (debates, palestras, apresentações em eventos artísticos, culturais),

pesquisas (de campo e bibliográfica).

Tomando por base as análises desenvolvidas pelas autoras Carvalho e

Hoffmann, considera-se a necessidade de envolvimento dos professores na análise

crítica da própria avaliação. Conforme Carvalho & Gil-Pérez (2001), é preciso que os

professores se envolvam numa análise crítica que aponte conceber e considerar a

avaliação em Biologia com instrumento de aprendizagem que permita fornecer um

144

feedback adequado para promover o avanço dos alunos. Ao considerar o professor

co-responsável pelos resultados que os alunos obtiveram, o foco da pergunta muda

de “quem merece uma valorização positiva e quem não” para “que auxílio precisa

cada aluno para continuar avançando e alcançar os resultados desejados”. Além

disso, introduzir formas de avaliação da prática docente como instrumento para

melhorar o ensino.

Segundo as Diretrizes, ao assumir fundamentos teórico-metodológicos que

garantam uma abordagem pedagógica crítica para o ensino de Biologia, propõe-se

um trabalho pedagógico em que se perceba o processo cognitivo contínuo,

inacabado, portanto, em construção.

Nesta perspectiva, a avaliação como momento do processo ensino

aprendizagem, abandona a idéia de que o erro e a dúvida constituem obstáculos

impostos à continuidade do processo. Ao contrário, o aparecimento de erros e

dúvidas dos alunos constituem importantes elementos para avaliar o processo de

mediação desencadeado pelo professor entre o conhecimento e o aluno. A ação

docente também estará sujeita a avaliação e exigirá observação e investigação

visando à melhoria da qualidade do ensino.

Deste modo, na disciplina de Biologia, avaliar implica um processo cuja

finalidade é obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática

pedagógica para nela intervir e reformular os processos de ensino-aprendizagem.

Pressupõe-se uma tomada de decisão, em que o aluno também tome conhecimento

dos resultados de sua aprendizagem e organize-se para as mudanças necessárias.

Destaca-se que este processo deve procurar atender aos critérios para a

verificação do rendimento escolar previstos na LDB nº 9394/96 que considera a

avaliação como um processo “contínuo e cumulativo, com prevalência dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos...”.

Enfim, adota-se como pressuposto a avaliação como instrumento analítico

do processo de ensino aprendizagem que se configura em um conjunto de ações

pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que

professores e alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de

superarem os obstáculos existentes.

O aluno será avaliado durante todo o processo educativo e espera-se que

ele alcance os seguintes critérios de avaliação:

145

- identificação e comparação das características dos diferentes grupos de

seres vivos;

- estabeleça as características específicas dos micro-organismos, dos

organismos vegetais e animais, e dos vírus;

- classificação dos seres vivos quanto ao número de células, tipo de

organização celular, forma de obtenção de energia e tipo de reprodução;

- reconhecimento e compreensão da classificação filogenética dos seres vivos;

- compreensão da anatomia, morfologia, fisiologia e embriologia dos

sistemas biológicos;

- identificação da estrutura e do funcionamento das organelas

citoplasmáticas;

- reconhecimento da importância e identificação dos mecanismos

bioquímicos e biofísicos que ocorrem no interior das células;

- compreensão dos mecanismos de funcionamento de uma célula;

- comparação das diferenças morfológicas entre os tipos celulares mais

frequentes nos sistemas biológicos;

- reconhecimento e análise das diferentes teorias sobre a origem da vida e a

evolução das espécies;

- reconhecimento da importância da estrutura genética para manutenção da

diversidade dos seres vivos;

- compreensão do processo de transmissão das características hereditárias

entre os seres vivos;

- identificação dos fatores bióticos e abióticos que constituem os

ecossistemas e as relações existentes entre eles;

- compreensão da importância e valorização da diversidade biológica para

manutenção do equilíbrio dos ecossistemas;

- reconhecimento das relações de interdependência entre os seres vivos e

destes com o meio em que vivem;

- identificação de algumas técnicas de manipulação do material genético e

os resultados decorrentes de sua aplicação/utilização;

- compreensão da evolução histórica da construção dos conhecimentos

biotecnológicos aplicados à melhoria da qualidade de vida da população e à solução

de problemas socioambientais;

146

- relacionamento de conhecimentos biotecnológicos às alterações

produzidas pelo homem na diversidade biológica;

- análise e discussão de interesses econômicos, políticos, aspectos éticos e

bioéticos da pesquisa científica que envolvam a manipulação genética.

A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a

10,0 (dez).

O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da

nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados: seminário; atividades

escritas (simulados, relatórios, dissertações, sínteses, autoavaliação); atividades

orais (debates, palestras, apresentações em eventos artísticos, culturais e

esportivos); pesquisas (de campo, bibliográfica); trabalho em grupo e/ou individual.

A prova será objetiva ou subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um

total de dez (10,0).

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como

um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,

permanecendo a nota maior.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Médio serão os seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

147

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,

seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

5 REFERÊNCIAS

ANDERY, M. A. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. São

Paulo: EDUC, 1988.

BIOLOGIA / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. 272 p.

BIOLOGIA: Ensino Médio / organização e seleção de textos Vera Rita da Costa,

Edson Valério da Costa. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação

Básica, 2006.

148

CARVALHO, A. M. P. & GIL-PÉREZ, D. Formação de professores de ciências:

tendências e inovações. São Paulo: Cortez, 2001.

GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas:

Autores Associados, 2002.

KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. 4. ed. S. Paulo: EDUSP, 2004.

MAYR, E. Desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade, evolução e

herança. Brasília: UnB, 1998.

MOURA, M. O. A séria busca no jogo: do lúdico na matemática. A educação

matemática em revista. n. 3, Blumenau, 1994.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretrizes curriculares de Biologia para a Educação Básica. Curitiba, 2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012. RONAN, C.A. História ilustrada da ciência: Oriente, Roma e Idade Média. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1997. ROSSI, P. O nascimento da ciência moderna na Europa. Bauru, SP: Edusc, 2001. SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas: Autores Associados, 1997.

149

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS

PARA O ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS

Professoras: Elizabeth Cotting dos Santos

Ivone Avelino Deziró

Maria Eunice Ciukailo

RIO BOM

2012

150

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS

1 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo e ensino o

conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista

científico, entende-se por natureza o conjunto de elementos integradores que

constitui o Universo em toda sua complexidade. Ao ser humano cabe interpretar

racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações

entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força,

campo, energia e vida.

A Natureza legitima, então, o objeto de estudo das ciências naturais e da

disciplina de Ciências. De acordo com Lopes (2007), denominar uma determinada

ciência de natural é uma maneira de enunciar tal forma de legitimação.

As relações entre os seres humanos com os demais seres vivos e com a

Natureza ocorrem pela busca de condições favoráveis de sobrevivência. Contudo, a

interferência do ser humano sobre a Natureza possibilita incorporar experiências,

técnicas, conhecimentos e valores produzidos na coletividade e transmitidos

culturalmente. Sendo assim, a cultura, o trabalho e o processo educacional

asseguram a elaboração e a circulação do conhecimento, estabelecem novas

formas de pensar, de dominar a Natureza, de compreendê-la e se apropriar dos

seus recursos. Isso justifica a importância da disciplina como saber escolar.

A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente

construída, que influencia e sofre influências de questões sociais, tecnológicas,

culturais, éticas e políticas (KNELLER, 1980; ANDERY et al., 1998).

Uma opção para conceituar ciência é considerá-la

[...] um conjunto de descrições, interpretações, teorias, leis, modelos, etc.,

visando ao conhecimento de uma parcela da realidade, em contínua

ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma

metodologia especial (metodologia científica). (FREIRE-MAIA, 2000, p. 24)

Refletir sobre a ciência implica em considerá-la como uma construção

coletiva produzida por grupos de pesquisadores e instituições num determinado

151

contexto histórico, num cenário sócio-econômico, tecnológico, cultural, religioso,

ético e político, evitando creditar seus resultados a supostos “cientistas geniais”. [...]

para concretizar este discurso sobre a Ciência “[...] é necessário e imprescindível

determiná-la no tempo e no contexto das realizações humanas, que também são

historicamente determinadas” (RAMOS, 2003, p.16).

Analisar o passado da Ciência, ou seja, sua historicidade, significa

identificar as diferentes formas de pensar sobre a Natureza nos diversos momentos

históricos.

Bachelard (1996) contribuiu de forma significativa com reflexões voltadas à

produção do conhecimento científico. Para esse autor existem três grandes

períodos do desenvolvimento do conhecimento científico.

Estado pré-científico: Compreende tanto a Antiguidade clássica quanto os

séculos de renascimento e de novas buscas, como os séculos XVI, XVII, XVIII.

Esse período foi marcado pela construção racional e empírica do

conhecimento científico, representando a busca da superação das explicações

míticas, com base em sucessivas observações empíricas e descrições técnicas de

fenômenos da natureza, além de intenso registro dos conhecimentos científicos

desde a Antiguidade até fins do século XVIII.

Estado científico: O século XIX foi, um período histórico marcado pelo

estado científico, em que um único método científico é constituído para a

compreensão da Natureza.

O método científico, como estratégia de investigação, é constituído por

procedimentos experimentais, levantamento e teste de hipóteses, axiomatização e

síntese em leis ou teorias.

Nesse período do estado científico buscou-se a universalidade do método

cartesiano de investigação dos fenômenos da Natureza, com maior divulgação do

conhecimento científico em obras caracterizadas por uma linguagem mais

compreensível.

Estado do novo espírito científico: Configura-se, também, como um

período fortemente marcado pela aceleração da produção científica e a necessidade

de divulgação, em que a tecnologia influenciou e sofreu influências dos avanços

científicos.

152

O ensino de Ciências no Brasil foi influenciado pelas relações de poder

que se estabeleceram entre as instituições de produção científica, pelo papel

reservado à educação na socialização desse conhecimento e no conflito de

interesses entre antigas e recentes profissões, “frutos das novas relações de

trabalho que se originaram nas sociedades contemporâneas, centradas na

informação e no consumo” (MARANDINO, 2005, p.162).

Na Primeira República (1889-1930), as poucas instituições escolares que

existiam nas cidades, freqüentadas pelos filhos da elite, contratavam professores

estrangeiros dedicados a ensinar conhecimento científico em caráter formativo. Aos

filhos da classe trabalhadora, principalmente agricultores, era destinado um ensino

em que os professores não tinham formação especializada, trabalhavam em várias

escolas e ensinavam conhecimento científico sob caráter informativo (GHIRALDELLI

JR., 1991).

A disciplina de Ciências iniciou sua consolidação no currículo das escolas

brasileiras com a Reforma Francisco Campos, em 1931, com objetivo de transmitir

conhecimentos científicos provenientes de diferentes ciências naturais de referência

já consolidadas no currículo escolar brasileiro.

De acordo com o documento oficial (GHIRALDELLI JR, 1991), os

conhecimentos científicos foram integrados na disciplina de Ciências Físicas e

Naturais ofertadas nos dois primeiros anos da etapa fundamental. Nos três últimos

anos da etapa fundamental, os conhecimentos científicos eram abordados nas

disciplinas de Física, Química e História Natural.

Na disciplina de Ciências, então, transmitiam-se, informações gerais por

meio de metodologia centrada na aula expositiva, não dialogada, que exigia a

memorização da biografia de cientistas importantes e da divulgação dos

conhecimentos provenientes de suas descobertas. Desse modo, privilegiava-se a

quantidade de informações científicas em prejuízo de uma abordagem de base

investigatória.

Na década de 1940, com a Reforma Capanema, o currículo era organizado

no ensino secundário em dois ciclos, um de quatro e outro de três anos. O primeiro

ciclo, ginasial, distribuía a disciplina de Ciências Naturais nas duas séries finais. Em

linhas gerais, no 3º ano, atual 7ª série do Ensino Fundamental, abordava-se os

seguintes conteúdos: água, ar e solo, noções de botânica e de zoologia e corpo

humano. No 4º ano, atual 8ª série do Ensino Fundamental, prevaleceram as noções

153

de Química e Física e foram retirados alguns conteúdos da proposta anterior que

propiciavam articulação com a realidade. Dessa maneira acentuava-se o caráter

propedêutico da disciplina, objetivando o ingresso dos estudantes da classe média,

mesmo que em minoria, na universidade.

Em meados da década de 1950, o contexto mundial acompanhava uma

tendência em que ciência e tecnologia foram reconhecidas como atividades

essenciais no desenvolvimento econômico, cultural e social (KRASILCHIK, 2000).

As decisões políticas instituídas na LDB n.4024/61 apontaram para o

fortalecimento e consolidação do ensino de Ciências no currículo escolar. Um dos

avanços em relação às reformas educacionais de décadas anteriores foi a ampliação

da participação da disciplina de Ciências Naturais no currículo escolar, ampliando

para todas as séries da etapa ginasial a necessidade do preparo do indivíduo (e da

sociedade como um todo) para o domínio dos recursos científicos e tecnológicos por

meio do exercício do método científico.

Porém, o golpe militar de 1964 impôs mudanças no sentido de direcionar o

ensino como um todo, envolvendo dessa forma os conhecimentos científicos para a

formação do trabalhador, “considerado agora peça importante para o

desenvolvimento econômico do país” (KRASILCHIK, 2000, p.86).

Os acordos entre o Brasil e os EUA, provenientes dos projetos voltados ao

ensino de Ciências, asseguravam ao Brasil assistência técnica e financiamentos

externos, a fim de instituir novas reformas tanto no ensino universitário (Lei nº

5.540/68) quanto no ensino de 1º e 2º graus (Lei nº 5692/71). Tais reformas

marcaram o advento do ensino tecnicista, que pretendia articular a educação ao

sistema produtivo para aperfeiçoar o sistema capitalista. Portanto, os investimentos

na área educacional pretendiam a formação para o mercado de trabalho, de acordo

com as exigências da sociedade industrial e tecnológica.

Apesar da consolidação da disciplina de Ciências Naturais no currículo

escolar e dos investimentos em pesquisas científicas desde os anos de 1950, na

década de 1980 o ensino de Ciências orientava-se por um currículo centrado nos

conteúdos e atrelado a discussões sobre problemas sociais que se avolumaram no

mundo, o que mudava substancialmente os programas vigentes.

O ensino de Ciências, anteriormente focado na formação do futuro cientista ou

na qualificação do trabalhador, volta-se, neste momento histórico, à análise das

154

implicações sociais da produção científica, com vistas a fornecer ao cidadão elementos

para viver melhor e participar do processo de redemocratização, iniciado em 1985.

O método científico cedeu espaço para aproximações entre ciência e

sociedade, o currículo escolar valorizou conteúdos científicos mais próximos do

cotidiano, no sentido de identificar problemas e propor soluções.

Nesse contexto histórico, ao final da década de 1980 e início de 90, a

Secretaria de Estado da Educação propôs o Currículo Básico construído sob o

referencial teórico da pedagogia histórico-crítica.

Em 1990, ainda sob a LDB n.5692/71, apresentou avanços consideráveis

para o ensino de Ciências, assegurando sua legitimidade e constituição de sua

identidade para o momento histórico vigente, pois valorizou a reorganização dos

conteúdos específicos escolares em três eixos norteadores e a integração dos

mesmos em todas as séries do 1º Grau, hoje Ensino Fundamental.

Com a promulgação da LDB n. 9394/96, que estabeleceu as Diretrizes e

Bases para a Educação Nacional, foram produzidos os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN) que propunham uma nova organização curricular em âmbito

federal. O Currículo Básico para o Estado do Paraná foi, oficialmente, substituído

pelos PCN cujos fundamentos contribuíram para a descaracterização da disciplina

de Ciências, pois, nesse documento o quadro conceitual de referência da disciplina

e sua constituição histórica como campo do conhecimento ficaram em segundo

plano.

Em 2003, com as mudanças no cenário político nacional e estadual, iniciou-

se no Paraná um processo de discussão coletiva com objetivo de produzir novas

Diretrizes Curriculares para estabelecer novos rumos e uma nova identidade para o

ensino de Ciências. A versão final das DCEs foi editada em 2008.

O ensino de Ciências deve ser compreendido como processo de formação

de conceito científico, possibilitando a superação das concepções alternativas dos

estudantes e o enriquecimento de sua cultura científica (Lopes, 1999).

Atualmente, considera-se que o ensino de Ciências proporciona condições

para que o estudante seja capaz de identificar problemas, elaborar hipóteses para

explicá-los, planejar e executar ações para investigá-los, analisar e interpretar os

dados, propor e criticar as soluções, tornando-se, assim, sujeito na construção do

conhecimento.

155

Vivemos em um mundo onde as aplicações dos conhecimentos científicos são

chamadas de tecnologia. Para os jovens, a tecnologia e, indiretamente, a Ciência fazem

parte de seu cotidiano, não sendo propriamente símbolos de uma modernidade.

A incursão pela história da ciência permite identificar que não existe um único

método científico, mas a configuração de métodos científicos que se modificaram com o

passar do tempo.

Assim sendo, o ensino da disciplina de Ciências deste Estabelecimento tem

como objetivos propiciar aos alunos:

- romper com obstáculos conceituais;

- adquirir maiores condições de estabelecer relações conceituais,

interdisciplinares e contextuais;

- saber utilizar uma linguagem que permita comunicar-se com o outro e que

possa fazer da aprendizagem dos conceitos científicos algo significativo no seu

cotidiano;

- estabelecer relações “substantivas e não-arbitrárias” entre o que conhece de

aprendizagens anteriores e o que aprende de novo;

- relacionar uma noção a ser aprendida com um conceito já presente na sua

estrutura cognitiva;

- construir seu próprio modelo mental, sua própria rede de relações conceituais

sobre o conhecimento científico escolar;

- atribuir sentido e significado aos conteúdos científicos escolares;

- estabelecer relações entre o mundo natural, o mundo construído pelo homem e

seu cotidiano.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

Conteúdo Estruturante é entendido como conhecimentos de grande

amplitude que identificam e organizam as disciplinas escolares além de

fundamentarem as abordagens pedagógicas dos conteúdos específicos.

Na disciplina de Ciências, os Conteúdos Estruturantes são construídos a

partir da historicidade dos conceitos científicos e visam superar a fragmentação do

currículo na qual se insere e, também, estruturar a disciplina diante de um processo

acelerado de especialização do seu objeto de estudo e ensino (A. LOPES, 1999).

156

Propõe-se, então, que o ensino de Ciências ocorra por meio de uma

integração conceitual que estabeleça relações entre os conceitos científicos

escolares de diferentes Conteúdos Estruturantes da disciplina (relações conceituais);

entre eles e os conceitos das diferentes disciplinas do Ensino Fundamental (relações

interdisciplinares); entre os conteúdos científicos escolares e o processo de

produção do conhecimento científico (relações contextuais).

2.1 Astronomia

A Astronomia tem um papel importante no Ensino Fundamental, ao ser

entendida como uma das ciências de referência para os conhecimentos sobre a

dinâmica dos corpos celestes, possibilita estudos e discussões sobre a origem e

evolução do Universo.

2.2 Matéria

Neste conteúdo estruturante Matéria propõe-se a abordagem de conteúdos

específicos que privilegiam o estudo da realidade constitutiva dos corpos,

entendidos tradicionalmente como objetos materiais quaisquer que se apresentam à

nossa percepção (RUSS, 1994). Sob o ponto de vista científico, permite

entendimento não somente sobre as coisas perceptíveis como também sobre sua

constituição, indo além daquilo que num primeiro momento vemos, sentimos ou

tocamos.

2.3 Sistemas Biológicos

Este Conteúdo Estruturante aborda a constituição dos sistemas orgânicos

e fisiológicos, bem como suas características específicas de funcionamento, desde

os componentes celulares e suas respectivas funções até o funcionamento dos

sistemas que constituem os diferentes grupos de seres vivos, como por exemplo: a

locomoção, a digestão e a respiração.

2.4 Energia

Este Conteúdo Estruturante propõe o trabalho que possibilita a discussão

do conceito de energia, relativamente novo a se considerar a história da Ciência

desde a Antiguidade.

157

Discute-se tal conceito tendo como princípio o modelo explicativo para

representar, a partir das ideias do calórico, as mudanças de temperatura entre

objetos ou sistemas. Ao propor o calor em substituição à teoria do calórico, a

pesquisa científica concebeu uma das leis mais importantes da ciência, a lei da

conservação da energia.

Sugerem-se algumas abordagens que envolvem conceitos científicos

essenciais para o entendimento de questões sobre a conservação e a transformação

de uma fonte de energia em outra e suas relações com o objeto de estudo da

disciplina de Ciências. São elas:

- formas de energia;

- conversão de energia;

- transmissão de energia;

Tais abordagens não se esgotam nas sugestões apresentadas e podem

ser ampliadas pelo professor em função de interesses regionais ou do avanço na

produção do conhecimento científico.

2.5 Biodiversidade

O conceito de biodiversidade, nos dias atuais, deve ser entendido para

além da mera diversidade de seres vivos. Reduzir o conceito de biodiversidade ao

número de espécies seria o mesmo que considerar a classificação dos seres vivos

limitada ao entendimento de que esses seres são organizados fora do ambiente em

que vivem.

Esse Conteúdo Estruturante visa, por meio dos conteúdos de Ciências, a

compreensão do conceito biodiversidade e demais conceitos intra-relacionados.

Espera-se que o estudante entenda o sistema complexo de conhecimentos

científicos que interagem num processo integrado e dinâmico e que envolve

principalmente a diversidade de espécies atuais e extintas; as relações ecológicas

estabelecidas entre essas espécies e com o ambiente em que se adaptaram,

viveram e ainda vivem; e os processos evolutivos pelos quais tais espécies têm

sofrido transformações.

158

ENSINO FUNDAMENTAL – 6º ANO

Astronomia: Universo, sistema solar, movimentos terrestres, movimentos celestes,

astros.

Matéria: constituição da matéria.

Sistemas Biológicos: níveis de organização celular.

Energia: formas de energia, conversão de energia, transmissão de energia.

Biodiversidade: organização dos seres, ecossistemas, evolução dos seres vivos.

ENSINO FUNDAMENTAL – 7º ANO

Astronomia: Astros, movimentos terrestres, movimentos celestes.

Matéria: constituição da matéria.

Sistemas Biológicos: célula, morfologia e fisiologia dos seres vivos.

Energia: formas de energia, transmissão de energia.

Biodiversidade: origem da vida, organização dos seres vivos; sistemática.

ENSINO FUNDAMENTAL – 8º ANO

Astronomia: origem e evolução do Universo.

Matéria: constituição da matéria.

Sistemas Biológicos: célula, morfologia e fisiologia dos seres vivos.

Energia: formas de energia.

Biodiversidade: evolução dos seres vivos.

ENSINO FUNDAMENTAL – 9º ANO

Astronomia: Astros, gravitação universal.

Matéria: propriedades da matéria.

Sistemas Biológicos: Morfologia e fisiologia dos seres vivos; mecanismos de herança

genética.

Energia: formas de energia, conservação de energia.

Biodiversidade: interações ecológicas.

CONTEÚDOS EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II

Astronomia: Universo, sistema solar, movimentos terrestres, movimentos celestes,

astros, origem e evolução do Universo, gravitação universal.

Matéria: constituição da matéria, propriedades da matéria.

159

Sistemas Biológicos: níveis de organização celular, célula, morfologia e fisiologia dos

seres vivos, mecanismos de herança genética.

Energia: formas de energia, conversão de energia, transmissão de energia,

conservação de energia.

Biodiversidade: organização dos seres, ecossistemas, evolução dos seres vivos,

origem da vida, organização dos seres vivos, sistemática, interações ecológicas.

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Para o ensino de Ciências, se propõe uma prática pedagógica que leve à

integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo metodológico.

Ao selecionar os conteúdos a serem ensinados na disciplina de Ciências, o

professor deverá organizar o trabalho docente tendo como referências: o Projeto

Político Pedagógico da escola, os interesses da realidade local e regional onde a

escola está inserida, a análise crítica dos livros didáticos de Ciências disponíveis, as

informações atualizadas sobre os avanços da produção científica, dentre outras

como, por exemplo, o número de aulas semanais ofertadas na matriz curricular.

Na organização do plano de trabalho docente refletiremos a respeito das

relações a serem estabelecidas entre os conteúdos, dos recursos pedagógicos

disponíveis, das estratégias de ensino que podem ser utilizadas e das expectativas

de aprendizagem para um bom resultado final.

Para isso, é necessário que os conteúdos específicos de Ciências sejam

entendidos em sua complexidade de relações conceituais, não dissociados em

áreas de conhecimento físico, químico ou biológico; que estabeleçam relações

interdisciplinares com vistas a contribuir para o entendimento dos conceitos

envolvidos e do objeto de estudo de ciências; e sejam também abordados

envolvendo os contextos tecnológico, social, cultural, ético, político, entre outros que

os envolvem.

O professor de Ciências, responsável pela mediação entre o conhecimento

científico escolar representado por conceitos e modelos e as concepções

alternativas dos estudantes deve lançar mão de encaminhamentos metodológicos

160

que utilizem recursos diversos, planejados com antecedência, para assegurar a

interatividade no processo ensino-aprendizagem e a construção de conceitos de

forma significativa para os estudantes.

Diante da importância da organização do plano de trabalho docente e da

existência de várias possibilidades de abordagens como uso de estratégias e

recursos em aula, entende-se que a opção por uma delas, tão somente, não

contribui para um trabalho pedagógico de qualidade. O professor terá autonomia

para fazer uso de diferentes recursos pedagógicos tais como: livro didático, texto de

jornal, revista científica, música, quadro de giz, globo, mapa, modelo

didático,microscópio, lupa, TV Pen drive, computador, retroprojetor, DVD e o Lúdico.

Assim sendo, por meio de diferentes recursos e estratégias, o processo ensino-

aprendizagem em Ciências resultará em uma rede de interações sociais entre

estudantes, professores e o conhecimento científico escolar selecionado para o

trabalho em um ano letivo.

No ensino de Ciências propomos encaminhamentos metodológicos a

serem valorizados, tais como: a problematização, a contextualização, a

interdisciplinaridade, a pesquisa, a leitura científica, a atividade em grupo, a

atividade experimental, os recursos instrucionais e o lúdico.

EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

161

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,

a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da

Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas

Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

De acordo com a Lei 10.639/03, que torna obrigatória a presença de

conteúdos relacionados à História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, igualmente

deve ser resguardado o espaço para a abordagem da História e Cultura dos Povos

Indígenas, em concordância com a Lei nº 11.645/08, e quanto ao trabalho

envolvendo educação ambiental, em concordância com a Lei nº 9.795/99, que afirma

“A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação

nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e

modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. Sendo assim,

serão adotadas nas aulas de Ciências onde deverá ser uma prática integrada,

contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos específicos, Cidadania e

Direitos Humanos (Programa Bolsa Família, Educação Fiscal, Programa de

Erradicação do Trabalho Infantil-PETI, Programa Escola Aberta, Programa Saúde na

Escola); Enfrentamento à Violência (Programa de Educação das Unidades

Socioeducativas-PROEDUSE); Prevenção ao uso indevido de Drogas; Educação do

Campo; Gênero e Diversidade Sexual.

162

4 AVALIAÇÃO

A avaliação é atividade essencial do processo ensino-aprendizagem dos

conteúdos científicos, e de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96, deve

ser contínua e cumulativa, em relação ao desempenho do estudante, com

prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

Uma possibilidade de valorizar aspectos qualitativos no processo avaliativo

é considerar o que Hoffmann (1991) conceitua como avaliação mediadora em

oposição a um processo classificatório, sentencioso, com base no modelo

“transmitir-verificar-registrar”. Assim, a avaliação como prática pedagógica que

compõe a mediação didática realizada pelo professor é entendida como “ação,

movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos

da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista,

trocando idéias, reorganizando-as” (HOFFMANN, 1991, p. 67).

A ação avaliativa é importante no processo ensino-aprendizagem, pois

pode propiciar um momento de interação e construção de significados, no qual o

estudante também pode aprender. Para que tal ação torne-se significativa, o

professor precisa refletir e planejar sobre os procedimentos a serem utilizados e

superar o modelo consolidado da avaliação tão somente classificatória e excludente.

Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no

contexto das relações que permeiem a construção do conhecimento científico

escolar. Desse modo, a considerar o modelo ensino-aprendizagem, proposto nestas

diretrizes, a avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos que do

estudante, construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de

diferentes estratégias provocativas que envolvem diferentes recursos pedagógicos e

instrucionais. É fundamental que se valorize o que se chama de “erro”, de modo a

retomar a compreensão (equivocada) doe estudante por meio de diversos

instrumentos de ensino e de avaliação.

O “erro” pode sugerir ao professor a maneira como o estudante está

pensando e construindo sua rede de conceitos e significados e, neste contexto, se

apresenta como importante elemento para o professor rever e articular o processo

de ensino, em busca de sua superação. Cabe, então, a seguinte indagação: seria o

“erro” um indicativo de que o estudante permanece com suas concepções

163

alternativas não superadas, apesar da aquisição do conhecimento de conceitos

científicos na escola?

Na aprendizagem significativa, o conteúdo específico ensinado passa a ter

significado real para o estudante e por isso, interage “com idéias relevantes

existentes na estrutura cognitiva do indivíduo” (MOREIRA, 1999, p. 56). Mas, como o

professor de Ciências poderia fazer para investigar se a aprendizagem de conceitos

científicos escolares pelo estudante ocorreu de forma significativa.

A compreensão de um conceito científico escolar implica a aquisição de

significados claros, precisos, diferenciados e transferíveis. Ao investigar se houve tal

compreensão, o professor precisa utilizar instrumentos que permitam uma

verificação mais adequada, por exemplo, a partir da formulação de questões e

problemas novos, não familiares, que exijam a máxima transformação do

conhecimento adquirido, isto é, que o estudante possa expressar em diferentes

contextos a sua representação sobre o conhecimento construído, pois

(...) é muito mais importante ter idéias claras sobre o que é aprendizagem significativa, organizar o ensino de modo a facilitá-la e avaliá-la coerentemente, talvez com novos instrumentos, mas, sobretudo com outra concepção de avaliação. Para avaliar a aprendizagem significativa, muito mais essencial do que instrumentos específicos é a mudança conceitual necessária por quem faz a avaliação (MOREIRA, 1999, p. 63).

A investigação da aprendizagem significativa pelo professor poderia ser por

meio de problematizações envolvendo relações conceituais, interdisciplinares ou

contextuais, ou mesmo a partir da utilização de jogos educativos, entre outras

possibilidades, como o uso de recursos instrucionais que representem como o

estudante tem solucionado os problemas propostos e as relações que tem

estabelecido diante dessas problematizações.

A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a

10,0 (dez).

O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da

nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados: seminário; atividades

164

escritas (simulados, relatórios, dissertações, sínteses, autoavaliação); atividades

orais (debates, palestras, apresentações em eventos artísticos, culturais e

esportivos); pesquisas (de campo, bibliográfica); trabalho em grupo e/ou individual.

A prova será objetiva ou subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total

de dez (10,0).

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como

um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,

permanecendo a nota maior.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotado no Livro Registro de Classe.

O diagnóstico permite saber como os conceitos científicos estão sendo

compreendidos pelo estudante, corrigir os “erros” conceituais para a necessária

retomada do ensino dos conceitos ainda não apropriados, diversificando-se recursos

e estratégias para que ocorra a aprendizagem dos conceitos que envolvem a:

- origem e evolução do universo;

- constituição e propriedades da matéria;

- sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos;

- conservação e transformação de energia;

- diversidade de espécies em relação dinâmica com o ambiente em que

vivem, bem como os processos evolutivos envolvidos.

Em Ciências, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos

científicos. Valoriza-se, desta forma, uma ação pedagógica includente dos

conhecimentos anteriores dos alunos e a interação da dinâmica dos fenômenos

naturais por meio de conceitos científicos.

Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo

ensino-aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos

conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando uma

aprendizagem realmente significativa para sua vida.

165

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II serão os

seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,

seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

166

5 REFERÊNCIAS

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ed. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 2004.

BACHELARD, G. A. A formação do espírito científico: contribuição para uma

psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. Petrópolis: Vozes, 2000.

GHIRALDELLI JR., P. História da educação. São Paulo: Cortez, 1991.

HOFFMANN, J.M. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista.

Educação e Realidade. Porto Alegre, 1991.

KNELLER, G. F. Reformas e realidade: o caso do ensino das Ciências. Revista São

Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 14, n.1, p.85-93, 2000.

KRASILCHIK, M. O professor e o currículo de Ciências. São Paulo: EPU/Edusp,

1987.

LOPES, A. C. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: UERJ, 1999.

______. Currículo e epistemologia. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 2007.

MARANDINO, M. A pesquisa educacional e a produção de saberes nos museus de

ciência. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, Fiocruz, Rio de Janeiro, v. 12,

p.161-181, 2005.

MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa. Brasília: UnB, 1999.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento da Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Ciências para a

Educação Básica. Curitiba, 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Cadernos Temáticos Desafios

Educacionais Contemporâneos: Educação Ambiental. Curitiba: SEED, 2008.

167

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e

Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom,

2012.

RAMOS, M. G. Epistemologia e ensino de Ciências: compreensões e perspectivas.

In: MORAES, R. (org.). Construtivismo e ensino de Ciências: reflexões

epistemológicas e metodológicas. Porto Alegre: EDIPRUS, 2003. p. 13-36.

RUSS, J. Dicionário de filosofia. São Paulo: Scipione, 1994.

168

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA

DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PARA A O ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS

E PARA O ENSINO MÉDIO

Professores: Eliane Vogt Rodrigues da Silva

Maria Márcia Deziró

Renan César Deziró

RIO BOM

2012

169

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Através dos diferentes contextos históricos, a Educação Física escolar

determinou o que deveria ensinar. Até o final do século XIX, quase toda a produção

ligada à Educação Física era de caráter médico – higienista, dando grande

importância à ginástica, com o objetivo de conservar e restabelecer a saúde por

meio do exercício.

Porém, no início do século XX, a Educação Física no Brasil incorporou um

novo conteúdo, o esporte. Esta tendência ocorreu pelo desenvolvimento do sistema

capitalista de produção que se preocupa com: o rendimento, a competição, a

técnica, na busca constante de superação e vitória, que persistiu até a década de

70, quando perde sua especificidade.

Nesse mesmo período, surge o movimento da corrente pedagógica da

Psicomotricidade, que veio substituir o conteúdo do esporte, com acentuada

preocupação com o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo do aluno, passando

a Educação Física a ser apenas um meio para aprender conteúdos de outras

disciplinas e um meio socializador. Assim, a Educação Física perde sua

especificidade, uma vez que não tem mais conteúdo próprio e esse passa a ser o

momento mais contraditório da história da disciplina.

Na década de 80, ocorreram discussões pedagógicas, surgindo assim, um

movimento de renovação do pensamento pedagógico na Educação Física, com

propostas que criticavam os paradigmas da aptidão física e da esportivização,

denominadas correntes ou tendências progressistas, denominadas abordagens:

Desenvolvimentista - que defendia o ensino de habilidades motoras; e a

Construtivista - que incluía as dimensões afetivas e cognitivas do movimento

humano, sendo que ambas se fundamentavam na psicologia da aprendizagem.

Porém, da década de 90, surgem duas novas propostas, denominadas

Concepções Críticas da Educação Física. Tais propostas fundamentam-se na crítica

da Educação Física a partir de sua contextualização na sociedade capitalista.

A primeira concepção chamada de Crítico-superadora foi criada por um

grupo de pesquisadores denominados Coletivo de Autores, referendada no livro

Metodologia do Ensino de Educação Física, publicado em 1992, proposta

fundamentada na Pedagogia Histórico-crítica (Saviani, 1979) e aponta como objeto

da Educação Física, a Cultura Corporal que representa as formas culturais do

170

movimentar-se humano, contextualizada e sistematizada nos conteúdos

estruturantes: ESPORTE, GINÁSTICA, LUTAS, DANÇA, JOGOS E

BRINCADEIRAS.

Neste período, surge a segunda proposta, da Teoria Crítica da Educação

Física, denomina-se Crítico-emancipatória, do professor Elenor Kunz, baseada na

perspectiva do movimento humano que constitui o ser no mundo, tornando-se sujeito

a partir do reconhecimento de si no outro, de forma a desenvolver no aluno a

capacidade de analisar e agir criticamente. A Fenomenologia sustenta essa

abordagem metodológica, desenvolvida por Merleau Ponty.

Nesse sentido, partindo das concepções das teorias críticas, a Educação

Física tem como pressuposto básico o desenvolvimento do homem omnilateral, onde

o corpo não deve ser considerado apenas na sua dimensão biológica, mas a partir

de seus determinantes sociais, culturais, econômicos e políticos, que influenciam e

colaboram para a construção da identidade corporal do aluno.

Nesse sentido, a Educação Física contempla o seu objeto de estudo e de

ensino, a Cultura Corporal, tendo como suporte a ideia da reflexão crítica das

inúmeras manifestações ou práticas corporais, com suporte na organização e

sistematização do conhecimento acumulado e historicamente produzido pela

humanidade, na busca de contribuir com um ideal mais amplo de um ser humano

crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também

agente histórico, político, social e cultural.

Nessa perspectiva, a concepção orientadora da Educação Física

fundamenta-se na Teoria Crítica com abordagem metodológica crítico-superadora,

visto que a superação é entendida como ir além, construindo conhecimento e

relacionando-os às práticas corporais ao contexto histórico, político e social, pois é

função da Educação Física, garantir o acesso às variadas formas de conhecimentos

científicos, produzidos pela humanidade, identificando as múltiplas possibilidades de

intervenção, que surgem no cotidiano de cada cultura escolar na sua especificidade.

Nesse sentido, a Educação Física objetiva a formação humana do aluno,

em amplas dimensões, buscando o domínio do conhecimento, contribuindo para que

os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma

expressividade corporal consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais,

com uma visão crítica do mundo, capaz de questionar e transformar a realidade

social em que está inserido.

171

Pretende-se, na Educação Física, atingir os seguintes objetivos:

- Propiciar ao aluno uma visão crítica do mundo e da sociedade na qual está

inserido;

- Desenvolver os conteúdos elencados no currículo de maneira que sejam

relevantes e estejam de acordo com a capacidade do aluno;

- Desenvolver as práticas corporais, tendo como princípio básico o

desenvolvimento do sujeito omnilateral;

- Promover a inclusão;

- Superar da Educação Física o caráter de mera atividade de “prática pela

prática”;

- Proporcionar as várias formas de expressão do corpo:

- do contato corporal e o necessário respeito mútuo que este reclama,

-do grupo, em estabelecer critérios que contemplem todos os

participantes,

- do respeito por aqueles que de alguma forma, não conseguem

realizar o que foi proposto pelo próprio grupo, levando a reflexão das formas

já naturalizadas de preconceitos, sobre a domesticação e violência em relação

ao corpo;

- Utilizar-se da leitura e da produção de textos que auxiliem o aluno a formar

conceitos próprios a partir de seu entendimento da realidade bem como

relatá-los com clareza e coerência, relacionando os referenciais trabalhados

nas aulas de Educação Física e associando-os às outras áreas do

conhecimento, partindo de análises próximas e suas relações com o mundo

globalizado;

- Propiciar aos alunos o direito e o acesso à prática esportiva que privilegie o

coletivo.

- Promover discussão e reflexão sobre: mídia, esportes de alto nível,

modismo, estética, beleza, saúde, consumo, preconceito, exclusão, a ética,

entre outros assuntos.

172

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

Os Conteúdos Estruturantes da Educação Física para a Educação Básica

devem ser abordados em complexidade crescente, isto porque, em cada um dos

níveis de ensino os alunos trazem consigo múltiplas experiências relativas ao

conhecimento sistematizado, que devem ser consideradas no processo de

ensino/aprendizagem.

Cada um dos Conteúdos Estruturantes será tratado sob uma abordagem que

contempla os fundamentos da disciplina, em articulação com aspectos políticos,

históricos, sociais, econômicos, culturais, bem como elementos da subjetividade

representados na valorização do trabalho coletivo, na convivência com as

diferenças, na formação social crítica e autônoma. Os Conteúdos Estruturantes

propostos para a Educação Física na Educação Básica são os seguintes:

Esporte;

Jogos e brincadeiras;

Ginástica;

Lutas;

Dança.

Esporte

Garantir aos alunos o direito de acesso e de reflexão sobre as práticas

esportivas, além de adaptá-las à realidade escolar devem ser ações cotidianas na

escola.

Ao trabalhar o Conteúdo Estruturante ESPORTE, devem ser considerados os

determinantes histórico-sociais responsáveis pela constituição do esporte ao longo

dos anos, tendo em vista a possibilidade de recriação dessa prática corporal,

portanto, o ensino do esporte nas aulas de Educação Física deve sim contemplar o

aprendizado das técnicas táticas e regras básicas das modalidades esportivas, mas

não se limitar a isso.

173

Jogos e Brincadeiras

Os jogos e as brincadeiras são pensados de maneira complementar, mesmo

cada um apresentando suas especificidades, ambos compõem um conjunto de

possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação da realidade.

Tanto os jogos quanto as brincadeiras são conteúdos que podem ser

abordados, conforme a realidade regional e cultural do grupo, tendo como ponto de

partida a valorização das manifestações corporais próprias desse ambiente cultural.

Ginástica

Entende-se que a Ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as

possibilidades de seu corpo. O objeto de ensino deste conteúdo deve ser as

diferentes formas de representação das ginásticas.

Espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os padrões

estéticos, a busca exacerbada pelo culto ao corpo e aos exercícios físicos, bem

como os modismos que atualmente se fazem presentes nas diversas práticas

corporais, inclusive na ginástica.

Lutas

As lutas devem ser abordadas de maneira reflexiva, direcionada a propósitos

mais abrangentes do que somente desenvolver capacidades e potencialidades

físicas. Dessa forma, os alunos precisam perceber e vivenciar essa manifestação

corporal de maneira crítica e consciente, procurando, sempre que possível,

estabelecer relações com a sociedade em que vive.

Dança

Ao trabalhar com a dança no espaço escolar, deve-se tratá-la de maneira

especial considerando-a conteúdo responsável por apresentar as possibilidades de

superação dos limites e das diferenças corporais.

A dança é a manifestação da cultura corporal responsável por tratar o corpo e

suas expressões artísticas, estéticas, sensuais, criativas e técnicas que se

174

concretizam em diferentes práticas, como nas danças típicas (nacionais e regionais),

danças folclóricas, danças de rua, danças clássicas, entre outras.

ENSINO FUNDAMENTAL: 6ºANO

Esporte:

- coletivos e individuais

Jogos e Brincadeiras:

- jogos e brincadeiras populares

- brincadeiras e cantigas de roda

- jogos de tabuleiro

- jogos cooperativos

Dança:

- danças folclóricas

- danças de rua

- danças criativas

Ginástica:

- ginástica rítmica

- ginástica circense

- ginástica geral

Lutas:

- lutas de aproximação

- capoeira

ENSINO FUNDAMENTAL: 7ºANO

Esporte:

- coletivos e individuais

Jogos e Brincadeiras:

- jogos e brincadeiras populares

175

- brincadeiras e cantigas de roda

- jogos de tabuleiro

- jogos cooperativos

Dança:

- danças folclóricas

- danças de rua

- danças criativas

- danças circulares

Ginástica:

- ginástica rítmica

- ginástica circense

- ginástica geral

Lutas:

- lutas de aproximação

- capoeira

ENSINO FUNDAMENTAL: 8ºANO

Esporte:

- coletivos e radicais

Jogos e Brincadeiras:

- jogos e brincadeiras populares

- jogos de tabuleiro

- jogos dramáticos

- jogos cooperativos

Dança:

- danças criativas

- danças circulares

176

Ginástica:

- ginástica rítmica

- ginástica circense

- ginástica geral

Lutas:

- lutas com instrumento mediador

- capoeira

ENSINO FUNDAMENTAL: 9ºANO

Esporte:

- coletivos e radicais

Jogos e Brincadeiras:

- jogos de tabuleiro

- jogos dramáticos

- jogos cooperativos

Dança:

- danças criativas

- danças circulares

Ginástica:

- ginástica rítmica

- ginástica geral

Lutas:

- lutas com instrumento mediador

- capoeira

177

ENSINO MÉDIO

Esporte:

- coletivos

- individuais

- radicais

Jogos e Brincadeiras:

- jogos de tabuleiro

- jogos dramáticos

- jogos cooperativos

Dança:

- danças folclóricas

- danças de rua

- danças de salão

- dança contemporânea

Ginástica:

- ginástica artística/olímpica

- ginástica de condicionamento físico

- ginástica geral

Lutas:

- lutas com aproximação

- lutas que mantêm à distância

- lutas x artes marciais

- lutas com instrumento mediador

- capoeira

178

CONTEÚDOS EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II

Esporte:

- coletivos e individuais

- radicais

Jogos e Brincadeiras:

- jogos e brincadeiras populares

- brincadeiras e cantigas de roda

- jogos de tabuleiro

- jogos cooperativos

- jogos dramáticos

Dança:

- danças folclóricas

- danças de rua

- danças criativas

- danças circulares

Ginástica:

- ginástica rítmica

- ginástica circense

- ginástica geral

Lutas:

- lutas de aproximação

- lutas com instrumento mediador

- capoeira

EJA ENSINO MÉDIO

Esporte:

- coletivos

- individuais

- radicais

179

Jogos e Brincadeiras:

- jogos de tabuleiro

- jogos dramáticos

- jogos cooperativos

Dança:

- danças folclóricas

- danças de rua

- danças de salão

- dança contemporânea

Ginástica:

- ginástica artística/olímpica

- ginástica de condicionamento físico

- ginástica geral

Lutas:

- lutas com aproximação

- lutas que mantêm à distância

- lutas x artes marciais

- lutas com instrumento mediador

- capoeira

De acordo com as DCEs (2008), será desenvolvida uma metodologia que

tenha como eixo central a construção do conhecimento pela práxis, isto é,

proporcionar, ao mesmo tempo, a expressão corporal, o aprendizado das técnicas

próprias dos conteúdos propostos e a reflexão sobre o movimento corporal, segundo

o princípio da complexidade crescente em que um mesmo conteúdo pode ser

discutido tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio.

Na intenção de ampliar o conhecimento do aluno e romper com o método

tradicional de ensinar na Educação Física, as Diretrizes Curriculares contemplam os

elementos articuladores que alargam a compreensão das práticas corporais, indicam

múltiplas possibilidades de intervenção pedagógica em situações que surgem no

cotidiano escolar. São, ao mesmo tempo, fins e meios do processo de

180

ensino/aprendizagem, pois devem transitar pelos Conteúdos Estruturantes e

Específicos de modo a articulá-los o tempo todo. Faz-se necessário integrar e

interligar as práticas corporais de forma mais reflexiva e contextualizada, o que é

possível por meio dos Elementos Articuladores:

Cultura Corporal e Corpo;

Cultura Corporal e Ludicidade;

Cultura Corporal e Saúde;

Cultura Corporal e Mundo do Trabalho;

Cultura Corporal e Desportivização;

Cultura Corporal – Técnica e Tática;

Cultura Corporal e Lazer;

Cultura Corporal e Diversidade;

Cultura Corporal e Mídia.

Cultura Corporal e Corpo

O corpo é entendido, em sua totalidade, ou seja, o ser humano é o seu

corpo, que sente, pensa e age. Os aspectos subjetivos de valorização – ou não – do

corpo devem ser analisados sob uma perspectiva crítica da construção hegemônica

do referencial de beleza e saúde, veiculado por mecanismos mercadológicos e

midiáticos, os quais fazem do corpo uma ferramenta produtiva e um objeto de

consumo.

Cultura Corporal e Ludicidade

Esse elemento articulador ganha relevância porque, ao vivenciar os

aspectos lúdicos que emergem das e nas brincadeiras, o aluno torna-se capaz de

estabelecer conexões entre o imaginário e o real, e de refletir sobre os papéis

assumidos nas relações em grupo. Reconhece e valoriza, também, as formas

particulares que os brinquedos e brincadeiras tomam em distintos contextos e

diferentes momentos históricos, nas variadas comunidades e grupos sociais.

Cultura Corporal e Saúde

Esse elemento articulador permite entender a saúde como construção que

supõe uma dimensão histórico-social. Portanto, é contrária à tendência dominante

de conceber a saúde como simples volição (querer) individual. Os cuidados com a

181

saúde não podem ser atribuídos tão-somente a uma responsabilidade do sujeito,

mas sim, compreendidos no contexto das relações sociais, por meio de práticas e

análises críticas dos discursos a ela relativos.

Cultura Corporal e Mundo do Trabalho

O mundo do trabalho torna-se elemento articulador dos Conteúdos

Estruturantes da Educação Física, na medida em que concentram as relações

sociais de produção/assalariamento vigentes na sociedade, em geral, e na

Educação Física, em específico.

Com a reestrutura produtiva, o trabalhador preterido deve contornar as

tarefas laborais com a máxima flexibilidade (isto é, deve saber trabalhar em equipe,

tomar decisões rapidamente, ter noções, ainda que gerais, de informática, a fim de

manusear as novas tecnologias).

Na crítica a esse processo, o professor poderá propor atividades que

alertem os alunos para os reais sentidos de tal prática, como exemplo dos exercícios

calistênicos, tão difundidos no interior da escola no período da ditadura militar.

Cultura Corporal e Desportivização

O processo de desportivização das práticas corporais é um processo cada

vez mais recorrente, impulsionado pela supervalorização do esporte na atual

sociedade, como, por exemplo, uma Copa do Mundo de Futebol em detrimento de

causas sociais como a fome. Se, na origem do esporte, sua prática condenava

práticas populares por serem uma atividade que não condizia com os interesses da

burguesia em ascensão, que tinham como foco a seleção dos mais habilidosos,

agora, na atualidade, suas luzes estão sobre as práticas que ainda não estão

vinculadas à lógica e às regras previamente fixadas.

Cultura Corporal – Técnica e Tática

Os aspectos técnicos e táticos são elementos que estão presentes nas

mais diversas manifestações corporais, especificamente naquelas que constituem os

conteúdos da Educação Física na escola.

As técnicas e táticas compõem os elementos que constituem e identificam o

legado cultural das diferentes práticas corporais, por isso, não se trata de negar a

importância do aprendizado da diferentes técnicas e táticas. Trata-se, sim, de

182

conceber que o conhecimento sobre essas práticas vai muito além dos elementos

técnicos e táticos. Do contrário, corre-se o risco de reduzir ainda mais as

possibilidades de superar as velhas concepções sobre o corpo, baseadas em

objetivos focados no desenvolvimento de habilidades motoras e no treinamento

físico, por meio das conhecidas progressões pedagógicas.

Cultura Corporal e Lazer

A disciplina de Educação Física tem, entre outros, o objetivo de promover

experiências significativas no tempo e no espaço, de modo que o lazer se torne um

dos elementos articuladores do trabalho pedagógico. Por meio dele os alunos irão

refletir e discutir as diferentes formas de lazer em distintos grupos sociais, em suas

vidas, na vida das famílias, das comunidades culturais e a maneira como cada um

deseja e consegue ocupar seu tempo disponível.

Nesse sentido, o período em que o aluno permanece na escola, cursando o

ensino regular, não se caracteriza como lazer, mas como um tempo de obrigação.

Sendo assim, a escola está proporcionando no âmbito do lazer para seus alunos, no

contraturno, as Atividades de Complementação Curricular, viabilizando o acesso,

permanência e participação dos alunos, em diferentes atividades pedagógicas,

levando à interação com colegas, professores e comunidade.

Cultura Corporal e Diversidade

Propõe-se uma abordagem que privilegie o reconhecimento e a ampliação

da diversidade nas relações sociais. Por isso, as aulas de Educação Física podem

revelar-se excelentes oportunidades de relacionamento, convívio e respeito entre as

diferenças, de desenvolvimento de idéias e de valorização humana, para que o outro

seja considerado.

Destaca-se que a inclusão não representa caridade ou assistencialismo,

mas condição de afirmar a pluralidade, a diferença, o aprendizado com o outro, algo

que todos os alunos devem ter como experiência como experiência formativa.

183

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Os Conteúdos Estruturantes propostos: esporte, dança, ginástica, lutas,

jogos e brincadeiras, serão trabalhados, sobretudo, por uma metodologia que tenha

como eixo central a construção do conhecimento pela práxis, fundamentado no

princípio da complexidade crescente, sendo que, um mesmo conteúdo poder ser

discutido tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio.

O encaminhamento metodológico nas aulas de Educação Física, dá-se

através da apresentação do conteúdo da aula aos alunos e inicialmente deverá ser

feita uma leitura da realidade, sobre aquilo que o aluno traz como referência do

conteúdo proposto.

Em seguida, o Professor propõe desafios e questionamentos sobre aquilo

que os alunos demonstraram saber sobre o conteúdo.

Após o questionamento, o Professor apresenta o conteúdo de forma

organizada e sistematizada, para que os alunos construam e assimilem novos

conhecimentos, de forma contextualizada e através da prática corporal.

Por fim, o Professor buscará a participação dos alunos, na construção de

novas práticas, nas suas variações, vivenciando-as, permitindo, assim, que os

mesmos, através do diálogo, avaliem o processo de ensino e aprendizagem.

EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

184

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,

a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da

Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas

Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

Serão contemplados, também, os Desafios do Desenvolvimento

Socioeducacional:

- História e Cultura dos Povos Indígenas

- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana

- Política Nacional de Educação Ambiental

- Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento da

Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.

Contempla, ainda, a legislação vigente / Desafios do Desenvolvimento

Socioeducacional:

- Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas;

- Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;

- Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e

Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenção

ao Uso Indevido de Drogas;

- Lei Federal nº 11525/07 – Direitos da Criança e Adolescente;

- Decreto nº 1143/99 e Portaria nº 413/02 – Educação Tributária.

185

4 AVALIAÇÃO

O processo avaliativo da disciplina de Educação Física será realizado a

partir da avaliação diagnóstica, ao longo do desenvolvimento das atividades

pedagógicas, que permitirá ao professor verificar os avanços e as dificuldades

apresentadas pelos alunos nas diversas manifestações corporais, devendo o

professor reorganizar, sempre que necessário, seu planejamento, buscando

encaminhamentos que propiciem o avanço bem como a superação das dificuldades

encontradas pelos alunos.

Um dos aspectos que deve ser garantido é a não exclusão, isto é, a

avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que

permeie o conjunto das ações pedagógicas e não seja um elemento externo a esse

processo.

O aluno será avaliado durante todo o processo educativo. Para isso serão

utilizados diversos instrumentos e recursos: participação em sala de aula, tarefas

individuais ou em grupos, exercícios orais e práticos, discussões e debates,

pesquisas, provas: orais, escritas, práticas, festivais esportivos.

A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a

10,0 (dez).

O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da

nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou

subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como

um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,

permanecendo a nota maior.

186

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino

Médio serão os seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,

seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

187

8 REFERÊNCIAS

Acervo da Biblioteca do Professor.

BRACHT, Valter. A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física.

Cadernos CEDES, v. 19, n. 48. Campinas, 1999.

EDUCAÇÃO FÍSICA / vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. 248 p.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo básico para a escola

pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 1990.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Cadernos temáticos: a inserção dos conteúdos de História e cultura afro-brasileira

e africana nos currículos escolares. Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretrizes Curriculares de Educação Física para a Educação Básica. Curitiba,

2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - Ensino

Fundamental e Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - Ensino Fundamental e

Médio. Rio Bom, 2012.

TV Paulo Freire. www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

188

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM – PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA DA DISCIPLINA

ENSINO RELIGIOSO

PROFESSORA: Vilma Aparecida de Sene

RIO BOM

2012

189

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O Ensino Religioso oferece subsídios para que os educandos entendam

como grupos sociais se constituem, como se relacionam com o sagrado,

possibilitando esclarecer relações entre as culturas e os espaços produzidos através

das características religiosas.

Na disciplina de Ensino Religioso, qualquer religião será tratada como

conteúdo escolar, uma vez que o Sagrado, enquanto objeto de estudo do ensino

compõe o universo cultural humano e faz parte do modelo de organização de

diferentes sociedades. Assim a disciplina irá propiciar a compreensão, comparação e

análise das diferentes manifestações do Sagrado, com vistas à interpretação dos

seus múltiplos significados. Ainda subsidiará os educandos na compreensão de

conceitos básicos no campo religioso.

A partir desse contexto religião e conhecimento religioso passaram a ser

patrimônios da humanidade, pois, construíram-se historicamente na inter-relação

dos aspectos culturais, sociais, econômicos e políticos. Em virtude disso, a disciplina

de Ensino Religioso passou a orientar-se para a apropriação dos saberes sobre as

expressões e organizações religiosas das diversas culturas na sua relação com

outros campos do conhecimento.

Em termos metodológicos propõe-se um processo de ensino e de

aprendizagem que estimule a construção do conhecimento pelo debate, pela

apresentação de hipótese divergente, da dúvida, real e metódica, do confronto de

idéias, de informações discordantes e, ainda, da exposição competente de

conteúdos formalizados. Opõe-se, portanto a um modelo educacional que centra o

ensino tão somente na transmissão dos conteúdos pelo professor, o que reduz as

possibilidades de participação do aluno e não atende a diversidade cultural e

religiosa.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS

2.1 – PAISAGEM RELIGIOSA

Uma paisagem religiosa define-se pela combinação de elementos

culturais e naturais que remetem a experiência com o Sagrado e a uma série de

190

representações sobre o transcendente e o imanente, presentes nas diversas

tradições culturais e religiosas. Assim, a paisagem religiosa é parte do espaço social

e cultural construído historicamente pelos grupos humanos, é uma imagem social.

2.2 UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO

Universo Simbólico Religioso pode ser visto como o conjunto de linguagem

que expressa sentidos, comunica e exerce papel relevante para a vida imaginativa e

para a constituição das diferentes religiões do mundo.

2.3 TEXTO SAGRADO

Os textos Sagrados expressam idéias e são o meio de dar viabilidade à

disseminação e a à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e

manifestações religiosas , o que ocorre de diversas maneiras.

O que caracteriza um texto como sagrado é o reconhecimento pelo grupo de

que ele transmite uma mensagem originada do ente sagrado ou, ainda, que favorece

uma aproximação entre os adeptos e o Sagrado.

6º Ano

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

Paisagem Religiosa

Universo Simbólico Religioso

Texto sagrado

Organizações Religiosas

Lugares Sagrados

Textos Sagrados orais ou escritos

Símbolos Religiosos

7º Ano

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

Paisagem Religiosa

Universo Simbólico Religioso

Texto sagrado

Temporalidade Sagrada

Festas Religiosas

Ritos

Vida e Morte

191

CONTEÚDOS EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II

- Organizações Religiosas

- Lugares Sagrados

- Textos Sagrados orais ou escritos

- Símbolos Religiosos

- Temporalidade Sagrada

- Festas Religiosas

- Ritos

- Vida e Morte

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

O trabalho com o Ensino Religioso ancora-se na perspectiva da superação

das práticas tradicionais que marcaram o ensino escolar. A metodologia baseia-se

no diálogo, isto é, a partir da experiência religiosa do aluno e de seus conhecimentos

prévios para em seguida, apresentar os conteúdos que serão trabalhados.

Será proposta também, a problematização do conteúdo. Trata-se da

identificação dos principais problemas postos pela prática social de detectar que

questões precisam ser resolvidas no âmbito da prática social e, em conseqüência,

que conhecimento é necessário dominar (Saviani, 1991, 80). Diante do exposto,

pressupõe a elaboração de questões que articulem o conteúdo em estudo à vida do

educando.

Para efetivar esse processo de ensino-aprendizagem com êxito, será

abordada cada expressão do Sagrado do ponto de vista laico, não religioso, sendo

estabelecida uma relação pedagógica frente ao universo das manifestações

religiosas, tomando-o como construção histórico-social e patrimônio cultural da

humanidade, nas explicações da morte e da vida, nos textos e lugares sagrados e

no universo simbólico religioso.

Paisagem religiosa: o objetivo principal de uma organização religiosa é

preservar as orientações contidas nos textos sagrados. Repassar práticas e

transmitir a gerações futuras a economia, a construção e a manutenção do

patrimônio financeiro das organizações religiosas, em uma ordem pré-estabelecida,

o cumprimento de suas finalidades.

192

Universo simbólico religioso: os símbolos formam um sistema complexo de

significados estruturantes das linguagens pelas quais se expressam as diferentes

manifestações humanas, entre elas as tradições religiosas e no campo da vida da

vida espiritual-imaginativa.

Textos sagrados: o sagrado expresso e comunicatível está presente nas

mais diferentes tradições religiosas, apresentadas sob muitas formas. Os textos

sagrados nascem do mito, pois nessa forma simbólica de expressão as pessoas

buscam encontrar explicações para a sua realidade, para a vida e pós-morte.

Lugares sagrados: os lugares sagrados compõem a dimensão da

materialidade do sagrado, reúnem aspectos físicos que orientam as paisagens

religiosas. Nas Diretrizes Curriculares do Ensino Religioso, no que se reporta a

posição dessa disciplina enquanto transmissora de conhecimento científico, procura

efetivar um estudo crítico dos princípios, hipóteses e resultados do conhecimento já

construído a respeito da cultura social e sua diversidade a que se visa a determinar

os funcionamento lógicos, o valor e o alcance do sentido do fenômeno religioso para

o ser humano.

EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

193

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,

a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da

Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas

Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

A metodologia da disciplina abordará de forma integrada as Leis

10.639/03 referente à História da Cultura Afra – Brasileira e africana; 11.645/08 –

História e Cultura dos Povos Indígenas; e 9795/99 – Política Nacional de Educação

Ambiental. Também incluindo Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal,

Enfrentamento à Violência na Escola e Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.

4 AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA

Para efetivar o processo de avaliação no Ensino Religioso, serão

estabelecidos instrumentos e definidos os critérios que explicitem o quanto o aluno

apropriou do conteúdo específico e foi capaz de relacioná-lo com as outras

disciplinas.

A apropriação dos conteúdos será observada em diferentes situações de

ensino e aprendizagem, como critérios serão observados se o aluno: expressa uma

relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções religiosas diferentes

da sua; aceita as diferenças de credo ou de expressão de fé; reconhece que o

fenômeno religioso é um dado de cultura e de identidade de cada grupo social;

emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do

sagrado.

194

Para a avaliação do conhecimento na disciplina de Ensino Religioso, será

levado em conta as especificidades de oferta e frequência dos alunos nas aulas.

Apesar de não haver aferição de notas ou conceitos que impliquem

aprovação ou reprovação do aluno, o processo avaliativo será registrado por meio

de instrumentos que permitam à escola, ao aluno, aos seus pais ou responsáveis a

identificação dos progressos obtidos na disciplina. Como instrumentos avaliativos

serão adotados: seminário, pesquisa bibliográfica e de campo, debates, relatório etc.

Sendo que a oferta é obrigatória para a escola e de matrícula facultativa

para o aluno.

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase serão os

seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver;

- no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será

avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de notas

na documentação escolar, por não ser objeto de retenção;

- para fins de acréscimo da carga horária da disciplina de Ensino Religioso, na

documentação escolar, o educando deverá ter frequência mínima de setenta

e cinco por cento do total da carga horária da disciplina.

5 BIBLIOGRAFIA

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos

conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares.

Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretrizes curriculares de Ensino Religioso para a Educação Básica. Curitiba,

2008.

195

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Colégio Estadual Dr. Rebouças – Ensino

Fundamental e Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR. Colégio Estadual Dr. Rebouças – Ensino Fundamental e

Médio . Rio Bom, 2012.

196

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE FILOSOFIA

PARA O ENSINO MÉDIO

Professora: Eliane Vogt Rodrigues da Silva

Ilda Fracassi Batista

Sueli dos Santos

RIO BOM

2012

197

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE FILOSOFIA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O ensino de Filosofia no Ensino Médio volta a ser discutido nas escolas a

partir da Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96, que no seu artigo 36 determina que,

ao final do Ensino Médio, o estudante deverá “dominar os conhecimentos de filosofia

e sociologia necessários ao exercício da cidadania...” Através do Parecer nº 38/2006

do Conselho Nacional de Educação, a filosofia e a sociologia tornam-se, em todo o

Brasil, disciplinas obrigatórias no Ensino Médio. Em nível de Paraná, essa

obrigatoriedade se dá através da Lei Estadual nº 15228 de 25 de julho de 2006.

O reconhecimento legal da disciplina de Filosofia se deu na correção da

LDB em junho de 2008 pela Lei 11.684.

A Filosofia tem como objeto de estudo – o pensamento – levantando

problemas e refletindo sobre eles, construindo conceitos e ideias presentes na

realidade e nos textos clássicos da filosofia. Esse pensamento a partir do pluralismo

filosófico, da Filosofia Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. Quanto aos

conteúdos, há os que são discutidos mais propriamente pela filosofia, sendo que

estes se constituíram historicamente.

Assim, o ensino de Filosofia faz opção pela organização do trabalho

pedagógico através dos conteúdos estruturantes, tomados como conhecimentos

basilares, que se constituíram ao longo da história da Filosofia e de seu ensino, em

épocas, contextos e sociedades diferentes e que, tendo em vista o estudante do

Ensino Médio, ganham especial sentido e significado político, social e educacional.

Neste sentido, os conteúdos estruturantes são: Mito e Filosofia, Teoria do

Conhecimento, Ética, Filosofia da Ciência, Estética, recebendo cada um deles

tratamento diferenciado de acordo com os períodos da história da Filosofia. A

metodologia opera, então, por questionamentos, conceitos e categorias de

pensamento, buscando a totalidade espaço-temporal e sócio-histórica e, também,

significação, estrutura, origem, sentido, razões, finalidades, tendo sempre em vista: o

que? como? por quê?

A disciplina de Filosofia objetiva ainda oferecer aos estudantes uma

possibilidade de compreensão das complexidades do mundo contemporâneo, com

198

suas múltiplas particularidades e especializações e que se manifesta quase sempre

de forma fragmentada; viabilizar interfaces com outras disciplinas na busca de

compreensão do mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da

arte; possibilitar aos estudantes o acesso ao saber filosófico produzido

historicamente como fundamento do pensamento.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

Os conteúdos estruturantes são recortes feitos a partir da tradição filosófica e

organizam o ensino, mas não esgotam o conhecimento filosófico. Esses conteúdos

são basilares e devem ser trabalhados na perspectiva de pensar os problemas da

vida, com significado histórico e social para os estudantes.

Os conteúdos básicos são recortes feitos a partir dos grandes problemas

presentes nos conteúdos estruturantes e suas relações com o cotidiano dos

estudantes, não podendo distanciar-se do referencial da História da Filosofia.

2.1 Mito e Filosofia

O ensino/aprendizagem deste conteúdo buscará problematizar a superação, a

permanência e as formas de experiência mítica e filosófica no passado e na

atualidade.

2.2 Teoria do conhecimento

Esse conteúdo sugere uma abordagem teórica sobre o conhecimento e

buscará problematizar o sentido, os fundamentos, a possibilidade e a validade do

conhecimento.

2.3 Ética

O recorte dar-se-á a partir dos fundamentos da ação humana e dos valores

que permeiam as relações intersubjetivas, podendo ser problematizados temas

como: valores, virtude, felicidade, liberdade, consciência, vontade, autonomia, etc.

199

2.4 Filosofia e Política

Esse conteúdo tratará das questões de forma contextualizada e partirá da

discussão das relações de poder e da busca de compreensão dos mecanismos que

estruturam e legitimam os sistemas políticos.

2.5 Filosofia da Ciência

A Filosofia da Ciência, entendida como um espaço aberto de discussão sobre

as relações e conexões entre a filosofia e a ciência, partirá das principais hipóteses e

resultados obtidos pela ciência, como também as questões relativas ao

conhecimento e ao processo de produção científica.

2.6 Estética

Este conteúdo descortina muitos assuntos ligados à beleza e buscará a

compreensão da sensibilidade, representação criativa, apreensão intuitiva do mundo

concreto e a forma como ela determina as relações do homem com o mundo e

consigo mesmo.

É básico estudar:

- Saber mítico;

- Saber filosófico;

- Relação Mito e Filosofia;

- Atualidade do mito;

- O que é Filosofia?

- Possibilidades do conhecimento;

- As formas do conhecimento;

- O problema da verdade;

- A questão do método;

- Conhecimento e lógica.

- Ética e moral;

- Pluralidade;

200

- Ética e violência;

- Razão, desejo e vontade;

- Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas;

- Relações entre comunidade e poder;

- Liberdade e igualdade política;

- Política e ideologia;

- Esfera pública privada;

- Cidadania formal e participativa;

- A Democracia.

- Concepções de Ciência;

- Método científico;

- Contribuição e limites da Ciência;

- Ciência e ideologia;

- Natureza da Arte;

- Categorias estéticas: feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, etc.;

- Estética e sociedade.

CONTEÚDOS EJA ENSINO MÉDIO

- Saber mítico;

- Saber filosófico;

- Relação Mito e Filosofia;

- Atualidade do mito;

- O que é Filosofia?

- Possibilidades do conhecimento;

- As formas do conhecimento;

- O problema da verdade;

- A questão do método;

- Conhecimento e lógica.

- Ética e moral;

- Pluralidade;

- Ética e violência;

- Razão, desejo e vontade;

- Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas;

- Relações entre comunidade e poder;

201

- Liberdade e igualdade política;

- Política e ideologia;

- Esfera pública privada;

- Cidadania formal e participativa;

- A Democracia.

- Concepções de Ciência;

- Método científico;

- Contribuição e limites da Ciência;

- Ciência e ideologia;

- Natureza da Arte;

- Categorias estéticas: feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, etc.;

- Estética e sociedade.

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Um dos objetivos do Ensino Médio é a formação pluridimensional e

democrática, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de compreender a

complexidade do mundo contemporâneo, suas múltiplas particularidades e

especializações. Nesse mundo, que se manifesta quase sempre de forma

fragmentada, o estudante não pode prescindir de um saber que opere por

questionamentos, conceitos e categorias e que busque articular o espaço-temporal e

sócio-histórico em que se dá o pensamento e a experiência humana.

Como disciplina na matriz curricular do Ensino Médio, considera-se que a

Filosofia pode viabilizar interfaces com as outras disciplinas para a compreensão do

mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte.

Em vista disso, o trabalho com os conteúdos estruturantes da Filosofia e

seus conteúdos específicos se dará por meio da sensibilização, da problematização,

da investigação filosófica e da criação/recriação de conceitos.

O estudo da Filosofia poderá iniciar-se com a exibição de um filme ou de

uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da audição de uma

música, dinâmica reflexiva, entre outras possibilidades, com o objetivo de instigar e

motivar possíveis relações entre o cotidiano do estudante e o conteúdo filosófico a

ser desenvolvido.

202

Após essa sensibilização inicia-se a problematização, a criação de conceitos,

a partir de discussões sobre o conteúdo, confrontando-os com a história da Filosofia.

Assim, é importante que durante a busca de resolução do problema haja

preocupação com a análise da atualidade, com uma abordagem contemporânea

numa perspectiva de quem dialoga com a vida, formulando seus conceitos e

construindo seu discurso filosófico, procurando entender e analisar filosoficamente o

problema em questão nos diferentes tempos.

Desta forma, é imprescindível que o ensino de Filosofia seja permeado por

atividades investigativas individuais e coletivas que organize e oriente o debate

filosófico, dando-lhe um caráter dinâmico e participativo. Investigar é exercitar o

pensamento de forma metódica, buscando elementos, informações, conhecimentos

para discutir o problema posto. A investigação deverá ocorrer à História da Filosofia

e aos clássicos, seus problemas e possíveis soluções sem perder de vista a

realidade onde o problema está inserido.

Criação/recriação de conceito é o processo pelo qual o estudante se

apropria, pensa e repensa os conceitos problematizados e investigados da tradição

filosófica. Assim sendo, espera-se que o estudante possa argumentar de forma

verbal e escrita, utilizando os conceitos apropriados de forma lógica coerente e

original (criação de conceitos).

EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

203

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,

a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da

Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas

Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

Dentro dos conteúdos estruturantes e básicos, serão trabalhados

desenvolvimento socioeducacional:

1 - Cidadania e direitos humanos (Programa Bolsa Família, Educação Fiscal,

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil-PETI, Programa Escola Aberta,

Programa Saúde na Escola.

2 - Enfrentamento a Violência(Programa de Educação das Unidades

Socioeducativas – PROEDUSE).

Diversidade

1 – História e Cultura dos Povos Indígenas – Lei 11645/08

2 – História e Cultura Afro-Brasileira Africana – Lei 10639/03

3 – Educação Ambiental

4 – Prevenção ao uso indevido de drogas.

204

4 AVALIAÇÃO

Sendo a Filosofia concebida como prática, como discussão com o outro e

como construção de conceitos, encontra seu sentido na experiência de pensamento

filosófico.

Será levada em conta a atividade com conceitos, a capacidade de construir

e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e

discursos.

Será avaliada a capacidade do estudante do Ensino Médio de trabalhar e

criar conceitos, sob os seguintes pressupostos:

- qual discurso tinha antes;

- qual conceito trabalhou;

- qual discurso tem após.

Sendo assim, a avaliação de Filosofia inicia-se como mobilização para o

conhecimento, por meio da análise comparativa do que o estudante pensava antes e

do que pensa após o estudo. Com isso, é possível entender a avaliação como um

processo.

Para que o aluno tenha um melhor desempenho no processo ensino e

aprendizagem, serão utilizados vários instrumentos avaliativos a fim de que se possa

diagnosticar o nível de aprendizagem e oferecer parâmetros necessários para a

retomada dos conteúdos. Dentre os instrumentos seguem:

atividades escritas (provas dissertativas, provas objetivas, dissertações,

sínteses);

atividades orais (debates, palestras, seminários);

pesquisas (de campo, bibliográfica);

trabalho em grupo e/ou individual.

Os critérios nos dão o rumo certo de uma avaliação eficaz. Portanto, eles

serão estabelecidos conforme o tipo de instrumento avaliativo utilizado para atingir

os objetivos dos conteúdos trabalhados.

Em cada momento da avaliação será levado em conta a capacidade do

aluno quanto a criticidade, argumentação, interpretação, desempenho da

aprendizagem, compreensão dos conteúdos em questão e construção de novos

conceitos a partir dos temas estudados.

205

A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a

10,0 (dez).

O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da

nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou

subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como

um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,

permanecendo a nota maior.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotado no Livro Registro de Classe.

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Médio serão os seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,

seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

206

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

5 REFERÊNCIAS

ABAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2003. ARANTES, Paulo et al. A Filosofia e seu ensino. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1996. ASPIS, R. O professor de Filosofia: o ensino da Filosofia no Ensino Médio como experiência filosófica. In: Cadernos CEDES, n. 64. A filosofia e seu estilo. São Paulo: Cortez; Campinas: CEDES, 2004.

CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1998. CORBISIER, R. Introdução à Filosofia. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986. v. I. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a Filosofia? Trad.: Bento Prado Junior e Aleberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro: 34, 1992.

FILOSOFIA / vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. Livro didático público. GALLINA, S. O ensino de Filosofia e a criação de conceitos. In: Cadernos CEDES, n. 64. A filosofia e seu estilo. São Paulo: Cortez; Campinas: CEDES, 2004.

207

GALLO, S.; KOHAN, W.O. (orgs.). Filosofia no Ensino Médio. Petrópolis: Vozes, 2000. GONZALEZ PORTA, M.A. A Filosofia a partir de seus problemas: didática e metodologia do estudo filosófico. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2004. KONDER, L. O futuro da Filosofia da práxis: o pensamento de Marx no século XXI. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. LANGON, M. Filosofia do ensino de Filosofia. In: GALLO, S.; CORNELLI, G.; DANELON, M. (org.). Filosofia do ensino de Filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003. MARX, K.; ENGELS, F. Textos sobre educação e ensino. Trad.: Rubens E. Frias. 4. ed. São Paulo: Centaurus, 2004. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Filosofia para o Ensino Médio. Curitiba, 2008. RANCIÉRI, J. A partilha do sensível: estética e política. Trad.: Mônica Costa Netto. São Paulo: EXO experimental, Ed. 34, 2005. REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia: Patrística e Escolástica. São Paulo: Paulus, 2003. ______. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. 7. ed. São Paulo: Paulus, 2005. v. 1. ______. História da Filosofia: do Humanismo a Kant. 7. ed. São Paulo: Paulus, 2005. v. 2. ______. História da Filosofia: do Romantismo até nossos dias. 9. ed. São Paulo: Paulus, 2005. v. 3. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012. SÁNCHEZ VÁSQUEZ, A. Ética. Trad.: João Dell'Anna. 27. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

208

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE FÍSICA

ENSINO MÉDIO

Professora: Eliane de Fátima Ferreira

Ilda Fracassi Batista

RIO BOM

2012

209

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE FÍSICA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Desde tempos remotos, a humanidade observa a natureza, na tentativa de

resolver problemas de ordem prática e de garantir subsistência, porém bem mais

tarde é que surgiram as primeiras sistematizações com interesse dos gregos em

explicar as variações cíclicas observadas nos céus. As explicações a respeito do

Universo mudam, em cada época, de acordo com o que se conhece sobre ele.

Aristóteles, no século IV a.C., desenvolveu uma Física para tentar compreender a

nova visão de mundo terrestre. Com São Tomás de Aquino (1225-1274), a filosofia

medieval tentou conciliar a tradição cristã ao pensamento greco-romano,

influenciada, principalmente, por Platão (427-347 a.C.), Aristóteles e a astronomia

geocêntrica. A cosmologia de Ptolomeu foi aceita pela Igreja porque respeitava este

Cosmo: colocava a Terra no centro do Universo.

O polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) propôs o sistema heliocêntrico –

o Sol como centro do Universo, onde a Terra era apenas um dos planetas a girar em

torno desse. Entretanto, tanto os estudos de Copérnico quanto de outros estudiosos

da época apresentavam inconsistências e insuficiências com relação aos modelos

explicativos do Universo, exigindo novos estudos que produziram novos

conhecimentos físicos.

No contexto dos acontecimentos que levaram ao fim da sociedade

medieval, Galileu Galilei (1562-1643) inaugurou a Física que conhecemos hoje. Mas

foram os estudos de Isaac Newton (1642-1727) que vieram a resolver a contradição

entre a Física aristotélica e a Astronomia. Com René Descartes, no século XVII,

estabeleceu-se a imagem de um Universo mecânico e, até meados do século XIX,

todos os problemas, aparentemente, poderiam ser resolvidos pela Física

Newtoniana, pelas leis da termodinâmica e pelas equações de Maxwell. Porém, o

início do século XX foi marcado por uma nova revolução no campo da pesquisa da

Física, quando Albert Einstein apresentou a teoria da relatividade especial.

No Brasil, em 1934, foi criado o curso de Sciencias Physicas, na Faculdade

de Philosofia, Sciencias e Letras da Universidade de São Paulo, para formar

bacharéis e licenciados em Física. Isso permitiu que a Física, como campo de

pesquisa e criação de novos conhecimentos, começasse a se desenvolver

210

efetivamente no país. Os novos fatos científicos do século XX obrigaram os físicos a

refletirem sobre o próprio conceito de ciência, sobre os critérios de verdade e

validade dos modelos científicos, entretanto, o mesmo não ocorreu com o ensino de

Física no Brasil, que não sofreu grandes alterações até meados da década de 1940.

Nos anos de 1980, o Grupo de Reelaboração do Ensino de Física (Gref),

integrado por professores da Rede Estadual Pública de São Paulo e coordenado

pelo Instituto de Física da USP, elaborou uma proposta de ensino cuja abordagem

dos conteúdos escolares deveria partir da vivência de professores e alunos. Tal

proposta colocava o professor no centro do trabalho pedagógico.

No Paraná, as ideias de teóricos e educadores como Dermeval Saviani

mobilizaram as discussões e as ações para implementação dessa perspectiva

pedagógica, que tiveram início, primeiramente, na prefeitura de Curitiba e, depois, na

rede estadual. Desse movimento, nasceram o Currículo Básico e os documentos de

Reestruturação do Ensino de 2º Grau, entre eles o referente à disciplina de Física.

Publicada em 1993, essa proposta de reestruturação do ensino, inclusive

de Física, para as escolas paranaenses, buscava propiciar ao aluno uma sólida

educação geral voltada à compreensão crítica da sociedade para enfrentar as

mudanças e atuar sobre elas, condição improvável sem a aquisição do

conhecimento científico.

A partir de 2003, foi proposta uma mobilização coletiva para elaboração de

novas diretrizes curriculares estaduais, considerando-se a necessidade de um

documento crítico para orientar a prática pedagógica nas escolas paranaenses e o

lapso de tempo em que o professor ficou à margem dessas discussões. A versão

final das Diretrizes foi editada em 2008.

Estas Diretrizes buscam construir um Ensino de Física centrado em

conteúdos e metodologias capazes de levar, aos estudantes, a uma reflexão sobre o

mundo das ciências, sob a perspectiva de que esta não é somente fruto da pura

racionalidade científica, vendo o ensino da Física com mais pessoas e menos álgebra,

através de debates, a força dos princípios e a beleza dos conceitos científicos.

Nesse sentido, o ensino/aprendizagem da Física está voltado à formação

de sujeitos que, em sua formação e cultura, agreguem a visão da natureza, das

produções e das relações humanas.

211

A Física representa uma produção cultural, construída na e pelas relações

sociais e, atualmente, apresenta-se como um campo estruturado de conhecimentos

que permite a compreensão dos fenômenos físicos que cercam o nosso mundo

macroscópico e microscópico. A Física tem como objeto de estudo o Universo, sua

evolução, suas transformações e as interações que nele ocorrem.

A Física, como disciplina escolar, propõe aos estudantes o estudo da

natureza, entendida, segundo Menezes (2005), como realidade material sensível,

ressaltando que os conhecimentos de Física apresentados não são coisas da

natureza, ou a própria natureza, mas modelos elaborados pelo Homem no intuito de

explicar e entender essa natureza;

Suas características permitirão a formação de sujeitos que sejam capazes

de refletir, criticar e influenciar de forma consciente nas tomadas de decisões, não se

tornando alheiros às questões relativas à ciência e à tecnologia.

Assim, a Física é um campo de conhecimentos específicos, em construção

e socialmente reconhecidos. Dessa forma, o ensino da disciplina de Física possui o

objetivo de desenvolver meios para interpretar fatos naturais, para compreender

procedimentos e equipamentos do cotidiano social e profissional, proporcionando o

entendimento histórico da vida social e produtiva, levando à formação de sujeitos

que sejam capazes de compreender o universo, a sua evolução, suas

transformações e as interações que nele se apresentam e a se apropriar do

conhecimento físico, dando ênfase aos aspectos conceituais sem, no entanto,

descartar o formalismo matemático.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

Os conteúdos estruturantes indicam campos de estudo de Física que, a partir

de desdobramentos em conteúdos pontuais, compreenda o objeto de estudo da

disciplina em toda sua complexidade: o Universo, sua evolução, suas

transformações e as interações que nele ocorrem.

Os conteúdos estruturantes da disciplina de Física são:

Movimento

Termodinâmica

Eletromagnetismo

212

CONTEÚDOS BÁSICOS

1ª SÉRIE

- Momentum e inércia

- Conservação de quantidade de movimento (momentum)

- Variação da quantidade de movimento - Impulso

- 2ª Lei de Newton

- 3ª Lei de Newton e condições de equilíbrio

- Energia e o Princípio da Conservação da energia

- Gravitação

- Educação ambiental

2ª SÉRIE

- Lei da Termodinâmica:

- Lei zero da Termodinâmica,

- 1ª Lei da Termodinâmica e

- 2ª Lei da Termodinâmica

- A natureza da luz e suas propriedades.

- Educação ambiental

3ª SÉRIE

- Carga, corrente elétrica, campo e ondas eletromagnéticas

- Força eletromagnética

- Equações de Maxwell: Lei de Gauss para eletrostática / Lei de Coulomb, Lei de

Ampère, Lei de Gauss magnética, Lei de Faraday

- Educação ambiental

CONTEÚDOS EJA ENSINO MÉDIO

- Momentum e inércia

- Conservação de quantidade de movimento (momentum)

- Variação da quantidade de movimento - Impulso

- 2ª Lei de Newton

- 3ª Lei de Newton e condições de equilíbrio

- Energia e o Princípio da Conservação da energia

213

- Gravitação

- Educação ambiental

- Lei da Termodinâmica:

- Lei zero da Termodinâmica,

- 1ª Lei da Termodinâmica e

- 2ª Lei da Termodinâmica

- A natureza da luz e suas propriedades.

- Educação ambiental

- Carga, corrente elétrica, campo e ondas eletromagnéticas

- Força eletromagnética

- Equações de Maxwell: Lei de Gauss para eletrostática / Lei de Coulomb, Lei de

Ampère, Lei de Gauss magnética, Lei de Faraday

- Educação ambiental

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

O ensino e aprendizagem em Física devem partir do conhecimento prévio

dos estudantes, onde se incluem as concepções alternativas ou concepções

espontâneas, sobre as quais a ciência tem um conceito científico.

Sabemos hoje que o estudante constrói ativamente seu conhecimento a

partir de um saber prévio que ele traz para a escola. Por isso, o que ele sabe

inicialmente é de importância fundamental para a aprendizagem de novos conceitos.

Podemos dizer, então, que o aluno já construiu uma concepção

espontânea, aquela que o estudante adquire no seu dia-a-dia, na interação com os

diversos objetos no seu espaço de convivência e que, na escola, se fazem

presentes no momento em que se inicia o processo de ensino-aprendizagem.

A partir da concepção espontânea a escola passa a lidar com o

conhecimento científico historicamente produzido com a finalidade de levar o

estudante a elaborar a sua concepção científica, que envolve um saber

historicamente construído e sistematizado.

A fusão dessas concepções, mediadas pelo professor num processo

organizado e sistematizado, compartilham significados na busca da aprendizagem

que acontece quando as novas informações interagem com o conhecimento prévio

214

do sujeito e, simultaneamente, adicionam, diferenciam, integram, modificam e

enriquecem o conhecimento já existente, podendo inclusive substituí-lo.

Para isso, será considerada a importância da experimentação para uma

melhor compreensão dos fenômenos físicos, tendo como ponto de partida as ideias

espontâneas dos alunos, e assim relacionar teoria e prática, através de experiências

realizadas, levando assim a interação entre os estudantes e entre eles e o professor.

Outros recursos utilizados serão: relatório a partir de dados coletados; uso de

gráficos, tabelas. Também será utilizado o laboratório para a realização dos

experimentos.

Dessa maneira serão trabalhados os conteúdos de Física de forma a

facilitar o processo de aprendizagem, selecionando experiências apropriadas,

encorajando-os ao debate, estimulando o estudante a apresentar seus pontos de

vista, expondo temas selecionados, informando, apontando relações, questionando

a classe com perguntas e problemas desafiadores, fitas de vídeo, DVD, TV

Pendrive, laboratório de informática, pesquisas, entrevistas, jogos e atividades

interdisciplinares desenvolvidas através de projetos.

Todos esses procedimentos metodológicos e outros que possam surgir no

decorrer do ano letivo visam contribuir para desenvolver nos nossos alunos uma

consciência crítica, reflexiva e ativa, promovendo o respeito mútuo, o respeito ao

outro e a possibilidade de falarmos sobre nossas diferenças sem medo, sem receio

e sem preconceito.

EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

215

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,

a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da

Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas

Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

Será contemplado, também, o Desenvolvimento Socioeducacional:

- Política Nacional de Educação Ambiental – Lei Federal nº 9795/99.

4 AVALIAÇÃO

Ao longo do processo avaliativo, buscar-se-á considerar o progresso dos

estudantes quanto aos aspectos históricos, conceituais e culturais, a evolução das

ideias em Física e a não neutralidade da ciência.

O processo de aprendizagem será avaliado como um todo, não só para

verificar a apropriação do conteúdo, mas para, a partir dela, encontrar subsídios para

intervir.

Dessa forma, a avaliação em Física, verificará os seguintes critérios: a

compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos, a compreensão

de conceitos físicos presentes em textos não científicos e a capacidade de elaborar

relatórios tendo como referência os conceitos, as leis e as teorias sobre um

experimento ou qualquer outro evento que envolva os conhecimentos da Física.

216

No entanto, a avaliação não pode ser utilizada para classificar os alunos

com uma nota, com o objetivo de testar o aluno ou mesmo puni-lo, mas sim auxiliá-lo

na aprendizagem. Logo, a avaliação será utilizada como instrumento para intervir no

processo de aprendizagem dos estudantes, visando o seu crescimento.

A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a

10,0 (dez).

O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da

nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados: trabalho escrito, pesquisa e

de campo, relatório de experiência e resolução de atividades em sala de aula e/ou

em casa.

A prova terá o valor cinco (5,0) e poderá ser objetiva ou subjetiva, somando

um total de dez (10,0).

A recuperação será planejada concomitante ao processo de ensino

aprendizagem conforme diagnóstico levantado no instrumento de avaliação, tendo

em vista a retomada dos conteúdos que não foram apropriados, permanecendo a

nota maior.

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como

um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,

permanecendo a nota maior.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Médio serão os seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

217

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,

seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

5 REFERÊNCIAS

FÍSICA / vários autores. Livro didático público. Curitiba: SEED-PR, 2008. 232 p.

MENEZES, L. C. A matéria – uma aventura do espírito: fundamentos e fronteiras do

conhecimento físico. São Paulo: Livraria da Física, 2005.

218

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos

conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares.

Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretrizes Curriculares de Física para a Educação Básica. Curitiba, 2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012.

219

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

E ENSINO MÉDIO

Professora: Eliane Vogt Rodrigues da Silva

Eufrázio Silva de Oliveira

Keila Rossi

Sueli dos Santos

RIO BOM

2012

220

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Geografia é uma ciência que tem por objeto de estudo o espaço

geográfico – resultante da inter-relação entre objetos e ações.

Para a compreensão desse espaço geográfico essa ciência/disciplina

possui um quadro conceitual de referência: lugar, paisagem, território, redes,

regiões, sociedade e natureza. Assim sendo, o ensino de Geografia neste

Estabelecimento deve levar o aluno a ter uma abordagem crítica desse quadro

conceitual que propõe a análise dos conflitos e contradições sociais, econômicas,

culturais e políticas constitutivas de um determinado espaço, levando em conta as

diferentes formas de organização deste nas escalas local, regional, nacional e

mundial.

A Geografia deve desenvolver no aluno a capacidade de observação, do

senso crítico e da participação. O educando não deve se limitar a descrever, mas

investigar de que maneira um espaço geográfico foi produzido, para que a Geografia

contribua na sua efetiva formação tornando um sujeito capaz de intervir na realidade

de maneira consciente e crítica.

A palavra Geografia é de origem grega: Geographia (geo=terra;

graphos=estudos).

A Geografia é uma ciência muito antiga, cuja evolução está ligada à

civilização, pois as relações com a natureza e com o espaço geográfico fazem parte

das estratégias de sobrevivência dos grupos humanos desde suas primeiras formas

de organização. Já na Antiguidade existiram notáveis geógrafos como Heródoto,

como Estrabão, autor de notáveis obras geográficas; Anaximandro, autor do primeiro

mapa múndi; Eristóstenes, que mediu com grande aproximação a circunferência

terrestre; e muitos outros.

A Geografia, embora muito antiga, só foi vista como ciência no século XIX,

com o surgimento dos grandes geógrafos, alemães e franceses, que separam a

Geografia das Ciências Naturais.

A premissa da geografia como ciência só se efetuou com a formulação dos

três princípios essenciais ao método geográfico, que lhe deu caráter científico. O

221

princípio da extensão teve como principal formulador o geógrafo considerado o pai

da Geografia Humana, o alemão Frederich Ratzel (1844-1904), que é. Segundo o

princípio da extensão, o geógrafo deve localizar o fato geográfico e determinar a sua

área de ocorrência. A necessidade de se delimitar o fato geográfico faz da

Cartografia uma auxiliar indispensável à Geografia.

O princípio da analogia ou da geografia geral estabelece que o estudo de

um fenômeno geográfico supõe a preocupação constante em estabelecer analogia

com fenômeno de igual natureza ocorridos em outras partes do Globo. Este princípio

teve como principais defensores o alemão Carl Ritter (1779-1859) e o francês Paul

Vidal de La Blachi (1845-1918).

O princípio da casualidade estabelece que se deve sempre buscar as

causas e determinar as conseqüências do fato geográfico. Princípio este defendido

pelo geógrafo alemão Alexandre Von Humboldt (1769-1859).

Devemos acrescentar mais dois princípios, aos três princípios básicos que

estabeleceram a metodologia moderna:

- O princípio da conexão ou interação que estabelece que os fatos

geográficos físicos ou humanos nunca aparecem isolados e estão sempre

interligados por elos de relacionamento;

- O princípio da atividade, que determina o caráter dinâmico do fato

geográfico que deve ser estudado em seu passado para poder ser compreendido

num presente e para se ter uma imagem de seu futuro. Estes princípios foram

formulados pelo francês Jean Brunhes (1869-1930).

Vinculados a esses princípios surgiram importantes correntes geográficas:

a Determinista e a Possibilista.

Fundada por Frederich Ratzel, a Escola Determinista teve inúmeros

seguidores na Alemanha e na América do Norte, até o final da Segunda Guerra

Mundial. Segundo essa teoria, “o homem é um produto do meio geográfico em que

vive”, não tendo condições de modificar a ação do meio geográfico ou natural sobre

a sua pessoa, o homem deve submeter-se, pois essa escola partia da premissa de

que quem nasce à beira do mar deve ser pescador, quem vive em regiões de

campos tem que ser pastor e assim por diante. Vinculadas a esse princípio, e com

forte ligação com o determinismo geográfico, estão as teorias de superioridade racial

dos séculos XIX e XX.

222

Tendo como pai o francês Paul Vidal de La Blache, a Escola Possibilista é

antagônica à Escola Determinista, pois ela parte do preceito de que o homem tem

condições de modificar o meio ou adaptar-se a ele levando uma vida normal dentro e

suas possibilidades. Esta escola tem o respaldo dos avanços tecnológicos que

permitem ao homem criar condições de sobrevivência em qualquer parte da Terra.

As idéias geográficas foram inseridas no currículo escolar brasileiro no

século XIX e apareciam de forma indireta nas escolas de primeiras letras, embora só

tenha se consolidado a partir de 1930.

No Estado do Paraná, esse movimento iniciou-se em 1983, quando a

Associação Paranaense de História – APAH – promoveu o primeiro encontro

paranaense de História e Geografia como disciplinas isoladas. Desse encontro foi

produzido um documento, enviado à Secretaria de Estado da Educação. Disso

resultou o parecer 332/84 do Conselho Estadual de Educação, permitindo que as

escolas pudessem optar por ensinar Estudos Sociais ou as disciplinas de Geografia

e História separadamente, desde que respeitado o princípio da integração que

fundamentara o currículo da época. Portanto, não houve o desaparecimento

imediato do ensino de Estudos Sociais. O desmembramento em disciplinas

autônomas só ocorreu após a Resolução n. 06 de 1986 do Conselho Federal de

Educação (PARANÁ, 2008, p.45).

Assim sendo, o ensino da disciplina de Geografia deste Estabelecimento

tem como objetivos:

- possibilitar a compreensão sócio-histórica das relações de produção

capitalista, para que o aluno reflita sobre as questões socioambientais, políticas,

econômicas e culturais materializadas no espaço geográfico;

- desenvolver o raciocínio geográfico visando estabelecer sua importância

na construção da sociedade;

- mobilizar o aluno para o conhecimento, estimulando o raciocínio, a

reflexão e a crítica, de modo que se torne sujeito do seu processo de aprendizagem,

para racioná-lo ao conhecimento científico no sentido de superar o senso comum;

- formar uma consciência espacial proporcionando o conhecimento e

compreensão do mundo atual.

223

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

Os conteúdos estruturantes da Geografia da Educação Básica são

entendidos como saberes e conhecimentos de grande amplitude que identificam e

organizam os campos de estudos desta disciplina escolar, considerados basilares e

fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. A partir deles

derivam-se os conteúdos específicos a serem trabalhados na relação de ensino e

aprendizagem no cotidiano escolar.

DIMENSÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO;

DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO;

DINÂMICA CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.

DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.

6º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL

- Formação e transformação das paisagens naturais e culturais;

- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do

espaço geográfico;

- As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico.

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

- A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade

cultural.

- Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias,

exploração e produção;

- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

7º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL

- O espaço rural e a modernização da agricultura;

- A distribuição espacial das atividades produtivas, (re)organização do espaço

geográfico;

224

- A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e das informações.

- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território

brasileiro;

- As diversas regionalizações do espaço brasileiro;

- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;

- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e

a urbanização.

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

- Movimentos migratórios e suas motivações.

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção.

8º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL

- O comércio e suas implicações socioespaciais;

- Circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico;

- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do

continente americano;

- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

- A distribuição espacial das atividades produtivas, (re)organização do espaço

geográfico;

- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;

- O espaço rural e a modernização da agricultura.

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

- Os movimentos migratórios e suas motivações;

- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.

A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

225

9º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL

- Revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da

produção;

- Comércio mundial e as implicações socioespaciais;

- A distribuição da atividades produtivas, a transformação da paisagem e a

(re)organização do espaço geográfico.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico;

- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;

- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

- O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual

configuração territorial.

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

- Movimentos migratórios mundiais e suas motivações;

- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção.

ENSINO MÉDIO

- Revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da

produção;

- O comércio e as implicações socioespaciais;

- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do

espaço geográfico;

- A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das

informações;

- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;

- O espaço rural e a modernização da agricultura.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico;

- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;

- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

226

- O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual

configuração territorial;

- As implicações socioespaciais do processo de mundialização.

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

- Os movimentos migratórios e suas motivações;

- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;

- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e

a urbanização recente.

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção;

- A formação e a transformação das paisagens;

- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

CONTEÚDOS – EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II

- Formação e transformação das paisagens naturais e culturais;

- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do

espaço geográfico;

- As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico.

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

- A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade

cultural.

- Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias,

exploração e produção;

- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

- O espaço rural e a modernização da agricultura;

- A distribuição espacial das atividades produtivas, (re)organização do espaço

geográfico;

- A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e das informações.

- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território

brasileiro;

- As diversas regionalizações do espaço brasileiro;

227

- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;

- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e

a urbanização.

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

- Movimentos migratórios e suas motivações.

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção.

- O comércio e suas implicações socioespaciais;

- Circulação da mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico;

- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do

continente americano;

- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

- A distribuição espacial das atividades produtivas, (re)organização do espaço

geográfico;

- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;

- O espaço rural e a modernização da agricultura.

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

- Os movimentos migratórios e suas motivações;

- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.

A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

- Revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da

produção;

- Comércio mundial e as implicações socioespaciais;

- A distribuição da atividades produtivas, a transformação da paisagem e a

(re)organização do espaço geográfico.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico;

- A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;

- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

- O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual

configuração territorial.

228

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

- Movimentos migratórios mundiais e suas motivações;

- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção.

CONTEÚDOS DA EJA - ENSINO MÉDIO

- Revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da

produção;

- O comércio e as implicações socioespaciais;

- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do

espaço geográfico;

- A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das

informações;

- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista;

- O espaço rural e a modernização da agricultura.

- As diversas regionalizações do espaço geográfico;

- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios;

- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;

- O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual

configuração territorial;

- As implicações socioespaciais do processo de mundialização.

- A transformação demográfica, a distribuição espacial e os indicadores

estatísticos da população;

- Os movimentos migratórios e suas motivações;

- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural;

- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e

a urbanização recente.

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de

exploração e produção;

- A formação e a transformação das paisagens;

- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.

229

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Os conteúdos geográficos serão trabalhados de uma forma crítica e

dinâmica, mantendo coerência com os fundamentos teóricos propostos.

Para isso, algumas práticas de ensino consideradas fundamentais para o

trabalho pedagógico deverão desenvolver habilidades de elaborar a síntese de

espaço e uma visão crítica de suas formas de representação.

Entre os recursos e instrumentos metodológicos a serem utilizados para

valorizar e conhecer conteúdos específicos de Geografia serão as pesquisas em

jornais, revistas, livros, etc. Um rico encaminhamento metodológico para o estudante

será o de aprender a observar diferentes paisagens a partir de imagens e da

observação indireta, através de fotografias, leituras e confecção de mapas e cartas

cartográficas.

Como recursos tecnológicos, serão utilizados filmes, trechos de filmes,

programas de reportagem e imagens em geral (fotografias, slides, charges,

ilustrações), TV Pendrive e laboratório de informática, com vistas à problematização

dos conteúdos da Geografia, explorados à luz de seus fundamentos teórico-

conceituais. Portanto, serão basilares para pesquisas, leituras, debates, entre outros

procedimentos pedagógicos, passíveis de interpretação, problematização e análises

críticas, sendo que os conteúdos serão organizados numa sequência que

problematize as relações sociedade-natureza e as relações espaço-temporais a

partir do espaço geográfico mundial.

Algumas questões que nortearão essa abordagem: Onde? Quando? Por que

aqui e não em outro lugar? Como é esse lugar? Por que esse lugar é assim? Por

que as coisas estão dispostas desta maneira? Qual o significado desta disposição

espacial?

EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

230

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a

Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação

Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

Dentro dos Conteúdos Estruturantes e Básicos, serão trabalhados os

Desenvolvimento Socioeducacional e a Diversidade.

Desenvolvimento Socioeducacional:

- Cidadania e Direitos Humanos (Programa Bolsa Família, Educação Fiscal,

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI, Programa Escola Aberta,

Programa Saúde na Escola);

- Educação Ambiental – Lei 9795/99;

- Enfrentamento à violência (Programa de Educação das Unidades

Socioeducativas-PROEDUSE);

- Prevenção ao uso indevido de drogas.

231

Diversidade:

- Educação do Campo;

- Gênero e Diversidade Sexual

- História e Cultura dos Povos Indígenas

- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana

- Política Nacional de Educação Ambiental

Contempla, também, a legislação vigente:

- Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas;

- Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;

- Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e

Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenção

ao Uso Indevido de Drogas.

Os itens acima citados serão trabalhados dentro dos conteúdos.

4 AVALIAÇÃO

A avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem e, por isso, deve

servir não apenas para acompanhar a aprendizagem dos alunos, mas também o

trabalho pedagógico do professor. Tendo como principais critérios de avaliação em

Geografia a formação dos conceitos geográficos básicos e o entendimento das

relações socioespaciais para a compreensão e intervenção na realidade. Será

observado se os alunos formaram os conceitos geográficos e assimilaram as relações

espaço-temporais e sociedade-natureza para compreender o espaço nas diversas

escalas geográficas, contemplando a operacionalização de conceitos, valorizando-se

a noção de que o aluno possa, durante e ao final do percurso, avaliar a realidade

socioespacial em que vive, sob a perspectiva de transformá-la, onde quer que esteja.

Para que se possa espelhar os resultados obtidos pelo aluno em seus

vários aspectos, é importante que a avaliação seja feita com instrumentos variados:

- provas escritas e orais;

- pesquisa em sala ou extra-classe;

- pesquisa de campo;

- seminários e trabalhos extra-classe;

- atividade em grupo ou individual.

232

Para tanto, é necessário que os critérios e formas de avaliação fiquem bem

claros para os alunos, como direito que têm de acompanhar todo o processo.

A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a

10,0 (dez). O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória

da nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou

subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como

um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos.

A recuperação será planejada concomitante ao processo de ensino

aprendizagem conforme diagnóstico levantado no instrumento de avaliação, tendo

em vista a retomada dos conteúdos que não foram apropriados, permanecendo a

nota maior.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotado no Livro Registro de Classe.

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino

Médio serão os seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,

seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

233

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

6 REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos

conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares.

Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretrizes Curriculares de Geografia para a Educação Básica. Curitiba, 2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012.

234

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA

ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS

E ENSINO MÉDIO

Professora: Edilene Parto Alves Vilela

Eliane Vogt Rodrigues da Silva

Eufrázio Silva de Oliveira

Ilda Fracassi Batista

Sueli dos Santos

RIO BOM

2012

235

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE HISTÓRIA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

No ensino de História na Educação Básica no Brasil, pretende-se despertar

reflexões a respeito dos aspectos políticos, econômicos, culturais, sociais, e das

relações entre o ensino da disciplina e a produção do conhecimento histórico.

Desta forma, deverá suscitar e explicitar acontecimentos passados, presentes

e „prever‟ os futuros, buscando explicitações da diversidade cultural local onde o

indivíduo está inserido e deste fazer relações com o contexto mundial.

Assim, possibilitará ao aluno compreender a importância da disciplina de

História, evidenciando que o homem é parte da história, produz história, acompanha

o movimento histórico e que o “tempo” histórico não é igual para todas as

sociedades (temporalidade). Portanto, a história deverá possibilitar ao aluno

compreender sua ação e que esta tenha uma logística de ordem, sucessão de

duração e simultaneidade de causa e conseqüência.

A História como disciplina escolar passou a ser obrigatória a partir da criação

do Colégio D. Pedro II em 1837. Neste mesmo ano foi criado o Instituto Histórico e

Geográfico Brasileiro (IHGB), que instituiu a história como disciplina acadêmica e

que a maioria dos professores, além de fazer parte do IHGB, eram os intelectuais

que constituíam os programas escolares, os manuais didáticos e as orientações dos

conteúdos a serem ensinados.

Essas produções foram elaboradas sob a influência da Escola Metódica e do

Positivismo, caracterizadas em linhas gerais pela História Política orientada pela

linearidade dos fatos, pelo uso restrito dos documentos oficiais escritos como fonte e

verdade histórica e, por fim, pela valorização dos heróis.

Propunha uma nacionalidade expressa na síntese das raças branca, índia e

negra, predominando a ideologia do branqueamento. Nesse modelo conservador de

sociedade, o currículo oficial de História tinha como objetivo contribuir para a

legitimação dos valores aristocráticos, no qual o processo histórico conduzido por

líderes excluía a possibilidade das pessoas comuns serem entendidas como sujeitos

históricos. Este modelo de história foi mantido no início da República (1889).

Em 1901, o corpo docente do Colégio D. Pedro II alterou o currículo,

propondo que a História do Brasil passasse a compor a cadeia de História Universal.

236

O retorno da História do Brasil nos currículos escolares deu-se, apenas, no

governo de Getúlio Vargas (1882–1954), vinculado ao projeto político nacionalista do

Estado Novo, por meio da Lei Orgânica do Ensino Secundário de 1942. Cabe

destacar que a escolaridade era restrita à elite. O ensino de História foi marcado

pelos debates sobre a inclusão dos Estudos Sociais na escola desde o início dos

anos 1930.

As experiências norte-americanas na organização da disciplina de Estudos

Sociais passaram a fazer parte dos debates educativos por meio da Escola Nova.

Anísio Teixeira (1900 – 1971), à frente da Diretoria da Instrução Pública Federal,

publicou uma proposta de Estudos Sociais (1934) denominada Programa de

Ciências Sociais.

Com as experiências feitas em 1950 com o PABAEE (Programa de

Assistência Brasileiro-Americano no Ensino Elementar), servindo de referência para

a posterior implantação dos Estudos Sociais no Ensino de Primeiro Grau, por força

da Lei nº 5692/71.

Após a implantação do Regime Militar (1964), o ensino de História manteve

seu caráter estritamente político, pautado no estudo de fontes oficiais e narrado

apenas do ponto de vista factual. Mantiveram-se os grandes heróis como sujeitos da

história. O Estado realizou um amplo programa de reorganização educacional.

A partir da Lei n. 5692/71, no período do regime militar, o Estado deu ênfase

ao currículo e as disciplinas da área de ciências humanas passaram a ser tratadas

de modo pragmático. Na configuração curricular defendida pelo regime militar, as

disciplinas da área de ciências humanas perderam espaço nos currículos. O Estado

objetivava exercer um maior controle ideológico, pois a prática pedagógica era

pautada na transmissão de conteúdos escolares selecionados e sedimentada pelos

livros e manuais didáticos. Os livros tinham conteúdos ideológicos do Estado e o

ensino de História tinha como prioridade ajustar o aluno ao cumprimento dos seus

deveres patriótico-civis privilegiando noções e conceitos básicos para adaptação à

realidade. O ensino de história distanciou-se da produção historiográfica acadêmica,

envolvida em discussões a respeito dos objetos, das fontes, dos métodos, das

concepções e dos referenciais teóricos.

Com essas discussões, houve uma restauração das liberdades individuais e

coletivas no país, tendo como produção diferenciada de materiais didáticos e

paradidáticos com a elaboração de novas propostas curriculares na área em vários

237

Estados. Essa nova produção de livros didáticos procurou incorporar a nova

historiografia.

No Paraná, houve também uma tentativa de aproximar a produção acadêmica

de História ao ensino desta disciplina no Primeiro Grau, fundamentada na pedagogia

histórico-crítica por meio do Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do

Paraná (1990), pautada no materialismo histórico-dialético e em alguns indicadores

da Nova História. Esta proposta confrontou o esvaziamento de conteúdos presente

no ensino de Estudos Sociais no Primeiro Grau e procurou contrariar seus

pressupostos teóricos ao ensino de uma racionalidade histórica linear, factual,

heróico e cronológico, pautado na memorização, nos exercícios de fixação e no

direcionamento dos livros didáticos.

Entretanto, os documentos Currículo Básico para a Escola Pública do Estado

do Paraná (1990) e o da Reestruturação do Ensino de Segundo Grau no Paraná

(1990) apresentaram limitações e os problemas, então, identificados tiveram

implicações significativas para o currículo de História da Rede Pública Estadual. Em

decorrência disso, os professores submeteram-se aos Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCNs) e aos livros didáticos como principais referências para a

organização dos currículos escolares do Ensino Fundamental e Médio.

Porém, o ano de 2003 marcou o início da superação desse processo com a

elaboração das Diretrizes Curriculares para o Ensino de História, envolvendo os

professores da rede estadual em discussões coletivas. Este documento procurou

contemplar a inclusão social, considerando a diversidade cultural e a memória

paranaense. Destacam-se:

* A Lei nº 13.381/01, que torna obrigatório, no Ensino Fundamental e Médio da Rede

Pública Estadual, os conteúdos de História do Paraná;

* a Lei nº 10.639/03, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade da História e

Cultura Afro-Brasileira, seguidas das Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação das relações étnico-raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-

Brasileira e Africana;

* a Lei nº 11645/08, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade do ensino de

História e Cultura dos povos indígenas do Brasil;

* a Lei nº 9795/99: política nacional de Educação Ambiental, Cidadania, Direitos

Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência na Escola e Prevenção ao

Uso Indevido de Drogas.

238

Nas DCEs de História, os conteúdos estruturantes são identificados no

processo histórico de constituição da disciplina e no referencial teórico atual, que

sustenta os campos de investigação da história política, econômico-social e cultura,

à luz da nova Esquerda Inglesa e da Nova História Cultural, inserindo conceitos

relativos à consciência histórica.

Para o Ensino Médio, as DCEs estão relacionadas à história temática,

possibilitando ao estudante a ampliação dos seus conhecimentos, fazendo distinção

entre o passado, presente e elaborando uma previsão do futuro.

Nesta perspectiva, o estudo de História é a compreensão de uma

problemática das ações e reações humanas frente a um processo mutável,

dependendo do contexto em que está inserido, tais como: a fome, desigualdade

social, exclusão social, confronto identitário (individual, social, étnico, sexual, de

gênero, de idade, de propriedade), direitos, deveres, obrigações, local, regional ou

nacional.

Estes indicativos privilegiam uma relação de trabalho, de poder e de cultura.

Esses fenômenos são passíveis de explicar, interpretar e narrar as ações humanas

no tempo e no espaço, sendo que devem ser abordadas didaticamente dentro de um

processo de ensino/aprendizagem, observando os recortes espaço temporal e

conceituais específicos dentro das Diretrizes Curriculares de História.

Finalmente, são objetivos da disciplina:

Desenvolver a capacidade de análise da relação presente-passado no

processo histórico, propiciando ao aluno a formação da consciência histórica,

permitindo que o estudante elabore conceitos, que pense historicamente e

supere a idéia de história como verdade absoluta e imutável.

Contribuir para a construção da consciência histórica tendo como objeto de

estudos os processos históricos relativos às ações e às relações humanas.

Levar o aluno a construir sua autonomia buscando conhecimentos que

propiciem a compreensão mais elaborada sobre a História.

Desenvolver no estudante conhecimento histórico que o leve a reconhecer e

respeitar a diversidade cultural no tempo e espaço em todas suas

manifestações econômicas, políticas e sociais, não mais como história pronta

e acabada, mas passível de reformulação de concepções, contribuindo com a

formação do homem crítico e participativo nas transformações sociais.

239

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

Os Conteúdos Estruturantes de História são de grande amplitude e

fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. São eles:

Relações de Trabalho

Relação de Poder

Relações Culturais

CONTEÚDOS BÁSICOS

ENSINO FUNDAMENTAL

6° ANO

Os Diferentes Sujeitos, Suas Culturas, Suas Histórias.

- A experiência humana no tempo;

- Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo;

- As culturas locais e a cultura comum;

- História do Paraná.

7° ANO

A Constituição Histórica do Mundo Rural e Urbano e a Formação da

Propriedade em Diferentes Tempos e Espaços

- As relações de propriedade;

- A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade;

- As relações entre o campo e a cidade;

- Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.

8° ANO

O Mundo do Trabalho e os Movimentos de Resistência

- História das relações da humanidade com o trabalho;O trabalho e a vida em

sociedade;

- O trabalho e as contradições da modernidade;

- Os trabalhadores e as conquistas de direito;

- Música (Hino do Brasil, Paraná, Rio Bom e Proclamação da República).

240

9° ANO

Relações de Dominação e Resistência: a Formação do Estado e das

Instituições Sociais

- A constituição das instituições sociais;

- A formação do Estado;

- Sujeitos, Guerras e Revoluções.

ENSINO MÉDIO

1ª SÉRIE

Tema 1

Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre.

Tema 2

Urbanização e industrialização

2ª SÉRIE

Tema 3

O Estado e as relações de poder.

Tema 4

Os sujeitos, as revoltas e as guerras.

3ª SÉRIE

Tema 5

Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções.

Tema 6

Cultura e religiosidade

Tema 7

História do Paraná – Lei nº 13381/01

História e Cultura Afro-Brasileira e Cultura Indígena

Sexualidade

Educação Ambiental – Lei Federal nº 9795/99 e Decreto nº 4201/01.

241

CONTEÚDOS EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II

Os Diferentes Sujeitos, Suas Culturas, Suas Histórias.

- A experiência humana no tempo;

- Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo;

- As culturas locais e a cultura comum;

- História do Paraná.

A Constituição Histórica do Mundo Rural e Urbano e a Formação da

Propriedade em Diferentes Tempos e Espaços

- As relações de propriedade;

- A constituição histórica do mundo do campo e do mundo da cidade;

- As relações entre o campo e a cidade;

- Conflitos e resistências e produção cultural campo/cidade.

O Mundo do Trabalho e os Movimentos de Resistência

- História das relações da humanidade com o trabalho;O trabalho e a vida em

sociedade;

- O trabalho e as contradições da modernidade;

- Os trabalhadores e as conquistas de direito;

- Música (Hino do Brasil, Paraná, Rio Bom e Proclamação da República).

Relações de Dominação e Resistência: a Formação do Estado e das

Instituições Sociais

- A constituição das instituições sociais;

- A formação do Estado;

- Sujeitos, Guerras e Revoluções.

ENSINO MÉDIO

- Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre.

- Urbanização e industrialização

- O Estado e as relações de poder.

- Os sujeitos, as revoltas e as guerras.

- Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções.

- Cultura e religiosidade

- História do Paraná – Lei nº 13381/01

- História e Cultura Afro-Brasileira e Cultura Indígena

242

- Sexualidade

- Educação Ambiental – Lei Federal nº 9795/99 e Decreto nº 4201/01.

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

A História não se aprende apenas no espaço escolar, pois o estudante tem

acesso a inúmeras informações, imagens e explicações no convívio familiar, nos

festejos, na religião, de caráter local, regional, nacional e mundial. Tem acesso

também às transformações e aos ciclos da natureza, envolve-se com os ritmos

acelerados da vida humana, da televisão e dos videoclipes, são seduzidos pelos

apelos de consumo da sociedade contemporânea e recheiam a imaginação com

ícones recriados a partir de fontes e épocas diversas. Nas convivências entre as

gerações, nos fatos e lembranças dos antepassados e dos outros tempos, crianças

e jovens socializam-se, aprendem regras sociais e costumes, agregam valores,

projetam o futuro e questionam o tempo.

Além disso, o rádio, os livros, as enciclopédias, jornais, revistas, televisão,

cinema, vídeo, computadores e internet também difundem personagens, fatos,

datas, cenários e costumes que instigam meninos e meninas a pensarem sobre

diferentes contextos e vivências humanas.

Entretanto, é necessário diferenciar o saber empírico que os alunos adquirem

de modo informal do conhecimento científico apreendido na escola. Este resulta da

re-elaboração de muitos saberes, é proveniente do diálogo entre muitos

interlocutores e muitas fontes, podendo permanentemente ser reconstruído a partir

dos objetivos sociais, didáticos e pedagógicos. Dele fazem parte às tradições de

ensino da área, as vivências sociais de professores e alunos, o conhecimento fruto

das pesquisas de historiadores, educadores e especialistas das Ciências Humanas.

Para os anos finais do Ensino Fundamental a metodologia proposta será de

estabelecerem-se relações e comparações com a história mundial. Para o Ensino

Médio, a finalidade metodológica será de promover a discussão e a busca de

solução para um tema/problema previamente proposto pelo professor.

Assim, para atingir a finalidade de formar o pensamento histórico no

estudante, caberá ao professor e alunos utilizarem, em sala de aula e nas pesquisas

escolares, os métodos de investigação histórica articulados pelas narrativas

243

históricas desses sujeitos, tornando-se possível perceber que a História pode ser

narrada em diferentes fontes e, que estas subsidiam suas narrativas.

Nesta perspectiva, o trabalho pedagógico deverá ser fundamentado em vários

autores com a finalidade de promover a consciência da necessidade de uma

contextualização social, política e cultural em cada momento histórico, ou seja, o

professor organizará seu trabalho pedagógico por meio do trabalho com vestígios e

fontes históricas diversos, com fundamentação na historiografia, através da

problematização do conteúdo e estruturada por narrativas históricas produzidas

pelos sujeitos.

Para isso, o professor possibilitará ao aluno uso de textos historiográficos,

documentos e imagens (mapas, filmes, fatos, fotos, pesquisas bibliográficas e de

campo, quando possível, etc.), em diferentes momentos e organização (individual,

pequenos grupos, coletivo, oral, por escrito) favorecendo a interação entre professor-

aluno, aluno-aluno e conteúdos estudados, pois permitirá ao aluno realizar análises

críticas da sociedade por meio de uma consciência histórica, sem a pretensão de

fazer do aluno um “pequeno historiador” ou produtor de monografias.

Visando um ensino de qualidade, optou-se acatar algumas sugestões do

historiador Ivo Mattozzi (2004), inclusive observando as três dimensões a que ele se

refere.

Para estudar um tema, será focalizado o acontecimento, processo ou

sujeito que se quer representar do ponto de vista da historiografia;

Será delimitado o tema histórico em um período bem definido,

demarcando referências temporais fixas e estabelecendo uma separação

entre seu início e seu final;

Os professores e alunos definem um espaço ou território de observação

do conteúdo tematizado.

Além disso, a seleção temática deverá ter um sentido a partir da

problematização.

Por exemplo: Selecionado o tema, se utilizará uma das formas para que

ocorra a construção de uma narrativa histórica:

Narração – uma forma de discurso na qual professor e aluno ordena os

fatos históricos que se sucederam em um período de tempo reconstruindo o

processo histórico relativo às mudanças, transformações por meio de

acontecimentos que levem de um contexto inicial a um final;

244

Descrição – sendo a forma de representar um contexto histórico, ela será

utilizada para representar as permanências que ocorrem em diferentes

contextos históricos;

Argumentação, explicação e problematização – fundamentando tanto a

explicação quanto a argumentação histórica.

Assim, a narrativa histórica será a problemática focalizada. A explicação será

a busca das causas e origens de determinadas ações e relações humanas. A

argumentação será a resposta dada à problemática.

Portanto, em sala de aula serão usados documentos escritos, os registros

orais, os testemunhos de história local, documentos contemporâneos (fotografia,

cinema, histórias em quadrinhos, música, livros, jornais, museus, literatura e

informática, etc.), desde que proporcionem o conhecimento histórico, permitindo a

construção de conceitos sobre o passado e o questionamento dos conceitos já

constituídos.

Enfim, a metodologia da disciplina de História não poderá resumir-se à leitura

e „questionários‟ sem sentido. De acordo com as DCEs, este deverá ser um

processo dinâmico, pois caberá ao professor pesquisar as diversas proposições

metodológicas descritas no referido documento ao organizar suas aulas ressaltando

a importância destes conhecimentos na formação de cada um.

EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

245

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,

a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da

Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas

Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

Será contemplado em Desenvolvimentos Socioeducacionais:

- Cidadania e Direitos Humanos: Programa Bolsa Família, Educação Fiscal,

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil-PETI, Programa Escola Aberta,

Programa Saúde na Escola;

- Enfrentamento à violência: Programa de Educação Unidades

Socioeducativas-PROEDUSE;

- Prevenção ao uso indevido de drogas;

- História e Cultura dos Povos Indígenas;

- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;

- Política Nacional de Educação Ambiental.

Contempla, ainda, a legislação vigente / as Diversidades:

- Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas;

- Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;

- Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e

Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenção

ao Uso Indevido de Drogas.

246

- Lei nº 13381/01 – História do Paraná;

- Lei Federal nº 11525/07;

- Decreto nº 1143/99 e Portaria nº 413/02 – Educação Tributária;

- Educação do campo;

- Gênero e diversidade.

4 AVALIAÇÃO

A avaliação na disciplina de História observará a fundamentação legal

expressa no Regimento Escolar, coerente com a LDBEN, com as DCEs e com o

Projeto Político Pedagógico da escola, terá como objetivo buscar a coerência entre a

concepção de História aqui defendida com as práticas avaliativas que integram o

processo de ensino e aprendizagem e que deverá estar a serviço de todos os

alunos. Assim, no processo educativo, a avaliação servirá como meio de diagnostico

do processo ensino-aprendizagem, investigando além do que o aluno aprendeu

também a prática pedagógica. Desta forma, possibilitará ao professor acompanhar o

desempenho no presente, orientar o desempenho futuro e mudar as práticas

insuficientes, com a finalidade de superar as fragilidades e investir em novas práticas

pedagógicas.

Logo, não basta “constatar” o que o aluno não aprendeu. É necessário ir para

além da avaliação e atribuição de valor. É importante que a avaliação aponte onde o

docente deverá fazer novas intervenções para favorecer a aprendizagem do aluno.

Na organização ou reorganização do trabalho pedagógico deverá ser uma

preocupação do docente a definição dos critérios, estratégias e instrumentos de

avaliação e, deverá ser resultado de reflexão com o coletivo da escola e não uma

ação individual e solitária.

Nesta perspectiva, de acordo com as DCEs de História e as idéias de Luckesi

(2002) de acordo com o momento, o conteúdo e o Regimento Escolar de nosso

Colégio, a avaliação será:

1. Avaliação diagnóstica – que permitirá ao professor identificar o

desenvolvimento da aprendizagem dos alunos para pensar em formas didáticas que

possibilitem a compreensão dos conteúdos a serem trabalhados, servindo, então,

para o professor replanejar e refletir sobre sua prática docente;

247

2. Avaliação formativa – que ocorrerá durante o processo pedagógico e terá

por finalidade retomar os objetivos de ensino propostos para, a partir dos mesmos,

identificar a aprendizagem alcançada desde o início até ao momento avaliado;

3. Avaliação processual – que permitirá ao professor tomar uma amostragem

de objetivos propostos no início do trabalho e identificar se eles estão em

consonância com o perfil dos alunos e com os encaminhamentos metodológicos

utilizados para a compreensão dos conteúdos. A avaliação será feita durante o

processo ensino-aprendizagem.

Vale ressaltar que a complexidade do ato de avaliar, mesmo com estes três

tipos de avaliação, ainda suscitará questões que caberá ao professor buscar as

respostas, como: O que avaliar? Como avaliar? Quem é o responsável pela

avaliação do aluno? Assim, outras atividades de avaliação são apresentadas (cf.

DCEs, p.81):

Atividades que possibilitem a apreensão das idéias históricas dos estudantes

em relação ao tema abordado;

Atividades que permitam desenvolver a capacidade de síntese e redação de

uma narrativa histórica;

Atividades que permitam ao aluno expressar o desenvolvimento de idéias e

conceitos históricos;

Atividades que revelem se o educando se apropriou da capacidade de leitura

de documentos com linguagens contemporâneas, como: cinema, fotografia,

histórias em quadrinho, músicas e televisão, relativos ao conhecimento

histórico;

Atividades com textos, na qual o aluno vai identificar o tema, o contexto em

que foi produzido; ler e identificar as idéias principal e secundária; ser capaz

de compreender as expressões e explicá-las; realizar sua interpretação

comparando-o a outros fatos;

Atividades com imagens – onde o aluno deverá identificar o tema nela

representado, época, contexto; na qual fará a leitura da imagem distinguindo

os personagens, lugares, etc.; explicando o contexto da produção desta

imagem; interpretando-a e valorizando o testemunho sobre a época e os

símbolos apresentados.

248

Assim, para os anos finais do Ensino Fundamental e Médio, a avaliação da

disciplina de História, deverá sempre considerar três aspectos:

A investigação e a apropriação de conceitos históricos pelos

estudantes;

A compreensão das relações da vida humana (Conteúdos

Estruturantes);

O aprendizado dos conteúdos básicos/ temas históricos e específicos.

Após a avaliação diagnóstica, o professor e os alunos revisarão os conteúdos

de modo a superarem as lacunas apresentas durante o processo pedagógico, com

novos encaminhamentos visando à superação das dificuldades constatadas, pois a

finalidade da disciplina de História é que os alunos sejam capazes de identificar

processos históricos, de reconhecer criticamente as relações de poder neles

existentes e se tornarem sujeitos da própria História, intervindo no mundo histórico

de forma consciente.

A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a

10,0 (dez).

O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da

nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou

subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como

um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,

permanecendo a nota maior.

249

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.

O professor poderá optar por diferentes instrumentos de avaliação: forma

oral, forma escrita, objetiva, mista (objetiva e escrita, forma não verbal: maquetes,

desenhos; realizar tarefas, relatórios), portfólio, autoavaliação, entrevista, texto,

pesquisa, coleta de informações. Fazendo uso de diversificados instrumentos de

avaliação, o professor poderá ampliar a sua capacidade de observação.

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino

Médio serão os seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,

seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

250

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

5 REFERÊNCIAS

BRASIL/MEC. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei n. 9.394, de 20 de

dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para

incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História

e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. In: Brasil. Ministério da

Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-

raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília:

MEC/Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial/ Secretaria

de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. 2004.

_______. LDB nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. In: BRASIL/MEC. Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.

JUNIOR, Alfredo Boulos. História Geral, Antiga e Medieval. São Paulo: FTD, 1995.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos Temáticos: a inserção dos

conteúdos de Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos

currículos escolares. . Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretrizes Curriculares de História para a educação básica. Curitiba, 2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e

Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom,

2012.

251

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA

ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS

E ENSINO MÉDIO

Professoras: Cleudilene de Souza

Maísa Miriam Oliveira de Paula

Maria Nilda da Silva

Maria Regina de Oliveira

Sandra Maria Haeitmann

RIO BOM

2012

252

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Língua Portuguesa passou a integrar os currículos escolares brasileiros,

como disciplina somente nas últimas décadas do século XIX. Ela é constituída por

uma realidade social e histórica, uma atividade inter-humana que pretende levar o

alunado ao domínio da leitura, da escrita, da fala, em situações formais e a

compreensão da realidade social.

Depois de institucionalizada como disciplina, as primeiras práticas de

ensino moldavam-se ao ensino do Latim, para os poucos que tinham acesso a uma

escolarização mais prolongada e esse caráter elitista continuou até meados do

século XX.

O estudo da Língua Portuguesa foi incluído no currículo sob as formas das

disciplinas Gramática, Retórica e Poética (abrangendo literatura) e, por decreto

imperial, em 1871, foi criado, no Brasil o cargo de Professor de Português.

Com a Lei nº 5692/71 o ensino da disciplina de Português esteve voltado à

qualificação para o trabalho decorrendo a instituição de uma pedagogia tecnicista

pautada na concepção de linguagem como meio de Comunicação (cujo objeto é a

língua vista como código), com um viés mais pragmático e utilitário em detrimento do

aprimoramento das capacidades linguísticas do falante.

A partir desta lei, a disciplina de Português passou a denominar-se, no 1º

grau (nas quatro primeiras séries), Comunicação e Expressão e nas quatro últimas

séries, Comunicação em Língua Portuguesa. De 70 a meados dos anos 80 o ensino

priorizava os exercícios estruturais, técnicas de redação e treinamento de

habilidades de leitura.

No Brasil, a partir dos anos 80 o ensino ganha causa nova com os

paradigmas que envolviam questões de uso, contextuais, que valorizavam o texto

como unidade fundamental de análise. Contribuição, essa, dada pelos pensadores

que integraram o Círculo de Bakhtin, e com eles, o avanço dos estudos em torno da

natureza sociológica da linguagem, ou seja, a língua configura um espaço de

interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação.

253

Atualmente, o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa visa aprimorar

os conhecimentos lingüísticos e discursivos dos alunos, com a finalidade de levá-los

a compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir com

esses discursos, tornando-se sujeitos críticos, produtores dos seus próprios textos,

interagindo-se com outros sujeitos, impulsionando a transformação de sua realidade,

bem como da sociedade onde vive.

Assim sendo, justifica-se a importância do conhecimento da disciplina de

Língua Portuguesa, como saber escolar, dada a contribuição para a formação do

aluno, pois o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa visa aprimorar os

conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos, para que eles possam

compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir com esses

discursos.

Assumindo-se a concepção de língua como prática que se efetiva nas

diferentes instâncias sociais (concepção interacionista da linguagem para o ensino-

aprendizagem da Língua Materna), acorda-se que o objeto de estudo da disciplina é

o Texto.

Nesse sentido, a proposta pedagógica curricular de Língua Portuguesa

objetiva empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la

a cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos

discursos do cotidiano, posicionando-se diante dos mesmos, bem como desenvolver

o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas por meio de práticas

sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratado, os

gêneros e suportes textuais e contexto de produção/leitura.

O ensino de Língua Portuguesa levará o aluno a refletir sobre os textos

produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero e tipo de texto, assim como os

elementos gramaticais empregados na sua organização, além de aprimorar, pelo

contato com os textos literários a capacidade de pensamento crítico e a

sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da literatura, a constituição de

um espaço dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com as práticas da

oralidade, da leitura e da escrita.

Finalizando, a concepção de linguagem é vista como fenômeno social, pois

nasce da necessidade de interação (política, social, econômica) entre os homens.

254

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

O Conteúdo Estruturante de Língua Portuguesa e Literatura é o discurso

como prática social, desdobrando-se em três práticas: oralidade, leitura e escrita,

bem como a análise lingüística que estará presente nas três práticas de modo a

contribuir com o aprimoramento da competência lingüística dos estudantes.

ENSINO FUNDAMENTAL – 6º ANO

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística

serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas

esferas sociais de circulação.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA, LEITURA

E ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA

- Adivinhas

- Anedotas

- Bilhetes

- Cantigas de roda

- Cartão

- Convites

- Aviso

- Biografias

- Autobiografia

- Contos de fadas

- Tirinhas

- Lendas

- Cartazes

- Músicas

- Piadas

- Quadrinhas

- Receitas

- Trava-língua

- Poemas

- Cartum

- Tiras

- Rótulos/embalagens

- Fábulas

- Tema do texto;

- Papel do locutor e interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Argumentos do texto;

- Elementos extralingüísticos: entonação,

pausas, gestos e outros;

- Discurso direto e indireto;

- Elementos composicionais do gênero;

- Léxico;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações lingüísticas;

- Contexto de produção;

- Informatividade;

- Divisão do texto em parágrafo;

- Processo de formação de palavras;

- Acentuação gráfica/ortografia;

- Concordância verbal/nominal;

- Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias,

repetição, recursos semânticos, função das

classes gramaticais, pontuação, recursos

gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras

de linguagem.

255

- História em Quadrinhos

- Narrativas de aventura

- Telegrama

- Entrevista

- Notícia

- Relato de viagem

- Diário de viagem

ENSINO FUNDAMENTAL – 7º ANO

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística

serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas

esferas sociais de circulação.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA, LEITURA

E ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA

- Narrativa de aventura/

fantásticas/míticas

- Narrativas de humor

- Crônica de ficção

- Fábulas

- Músicas/letras de música

- Paródias

- Lendas/mitos

- Diário

- Exposição oral

- Debate

- Causos

- Comunicado

- Provérbios

- Notícia

- Reportagem

- Horóscopo

- Manchete

- Classificados

- Fotos

- Placas

- Pinturas

- Propagandas/slogan

- Tema do texto;

- Papel do locutor e interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Argumentos do texto;

- Intertextualidade

- Ambiguidade

- Informações explícitas e implícitas

- Elementos extralinguísticos: entonação,

pausas, gestos, etc.;

- Repetição proposital de palavras;

- Discurso direto e indireto;

- Elementos composicionais do gênero;

- Léxico;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações lingüísticas;

- Contexto de produção;

- Informatividade;

- Divisão do texto em parágrafo;

- Processo de formação de palavras;

- Acentuação gráfica/ortografia;

- Concordância verbal/nominal;

- Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias,

256

- Histórias em quadrinhos

- Bulas

- Artigo de divulgação científica

- Poema

- Carta ao leitor

- Artigo de opinião

- Memória

repetição, recursos semânticos, função

das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem.

- Semântica.

ENSINO FUNDAMENTAL – 8º ANO

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística

serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas

esferas sociais de circulação.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA, LEITURA

E ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA

- Contos

- Contos de enigma, de terror e

fantástico

- Memórias

- Resumo

- Debate

- Palestras

- Pesquisa

- Relatório

- Exposição oral

- Abaixoassinado

- Entrevista (oral e escrita)

- Seminário

- Carta ao leitor

- Carta do leitor

- Depoimento

- Diário íntimo

- Diário virtual

- Romance de ficção científica

- Artigo de divulgação

- Texto dramático

- Artigo de opinião

- Conteúdo temático;

- Papel do locutor e interlocutor;

- Intencionalidade do texto;

- Finalidade;

- Argumentos do texto;

- Intertextualidade

- Informações explícitas e implícitas

- Elementos extralinguísticos: entonação,

pausas, expressões facial, corporal e gestual,

etc.;

- Discurso direto e indireto;

- Elementos composicionais do gênero;

- Léxico;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações lingüísticas (lexicais, semânticas,

prosódicas, entre outras);

- Contexto de produção;

- Informatividade;

- Concordância verbal/nominal;

- Marcas lingüísticas: coesão, coerência, gírias,

repetição, recursos semânticos, função das

257

- Poema

- Artigo de opinião

- Cartum

- Charge

- Classificados

- Anúncios

- Crônica jornalística

- Dialógica/discussão

argumentativa

- Cartazes

- Filmes

- Resenha crítica

- Sinopses de filmes

- Chat

- Fotoblog

classes gramaticais no texto, pontuação,

recursos gráficos (como aspas,

travessão, negrito), figuras de

linguagem.

- Papel sintático e estilístico dos

pronomes na organização, retomadas e

sequenciação do texto

- Semântica

- operadores argumentativos

- ambigüidade

- sentido figurado

- significado das palavras

- expressões que denotam ironia e

humor no texto.

- Vozes sociais presentes no texto;

- Relação de causa e consequência

entre as partes e elementos do texto;

- Elementos semânticos;

- Adequação da fala ao contexto (uso de

conectivos, gírias, repetições, etc.);

- Diferenças e semelhanças entre o

discurso oral e o escrito.

ENSINO FUNDAMENTAL – 9º ANO

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística

serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas

esferas sociais de circulação.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA, LEITURA

E ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA

- Crônicas de ficção/esportivas

- Literatura de cordel

- Pinturas

- Romances

- Poesias

- Música

- Resumos

- Conteúdo temático;

- Papel do locutor e interlocutor;

- Finalidade;

- Intencionalidade do texto;

- Informatividade;

- Argumentos do texto;

- Conteúdo de produção;

258

- Paródias

- Relatórios

- Cartazes

- Resenha

- Seminário

- Texto de opinião

- Diálogo/discussão

argumentativa

- Carta ao leitor

- Editorial

- Entrevista

- Notícia/reportagem

- E-mail

- Carta de reclamação

- Carta de solicitação

- Conto psicológico

- Conto social

- Conto de amor

- Propaganda

- Texto dramático

- Roteiro

- Depoimentos

- Ofício

- Procuração

- Leis

- Requerimento

- Telejornal

- Teatro

- Intertextualidade;

- Discurso ideológico presente no texto;

- Vozes sociais presentes no texto;

- Elementos extralinguísticos: entonação,

pausas, expressões facial, corporal e gestual;

- Discurso direto e indireto;

- Elementos composicionais do gênero;

- Léxico;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações lingüísticas (lexicais, semânticas,

prosódias, entre outras);

- Relação de causa e consequência entre as

partes e elementos do texto;

- Partículas conectivas do texto;

- Progressão referencial do texto;

- Divisão do texto em parágrafo;

- Processo de formação de palavras;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia;

- Concordância verbal/nominal;

- Vícios de linguagem;

- Sintaxe de regência;

- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,

repetição, conectivos, função das classes

gramaticais no texto, pontuação, recursos

gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras

de linguagem.

- Semântica

- operadores argumentativos

- modalizadores

- polissemia

- Expressões que denotam ironia e humor no

texto;

- Adequação da fala ao contexto (uso de gírias,

conectivos, repetições, etc.);

- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral

e escrito.

259

ENSINO MÉDIO

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística

serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas

esferas sociais de circulação.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL

GÊNEROS TEXTUAIS PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA, LEITURA

E ORALIDADE – ANÁLISE LINGUÍSTICA

- Contos

- Crônicas

- Contos de fada contemporâneo

- Textos dramáticos

- Narrativas em geral

- Romance

- Sinopses de filmes

- Charge

- Cartum

- Tiras

- Poemas

- Textos argumentativos

- Diários

- Testemunhos

- Biografia

- Artigos de opinião

- Carta de leitor

- Carta ao leitor

- Reportagem/notícia

- Manchete

- Editorial

- Letras de música

- Paródia

- Propaganda/slogan

- Carta de emprego

- Carta de reclamação

- Carta de solicitação

- Curriculum vitae

- Resumo

- Resenha

- Relatório científico

- Debate regrado

- Conteúdo temático;

- Papel do locutor e interlocutor;

- Intencionalidade do texto;

- Finalidade do texto;

- Informatividade;

- Referência textual;

- Argumentos do texto;

- Conteúdo de produção;

- Intertextualidade;

- Discurso ideológico presente no texto;

- Vozes sociais presentes no texto;

- Elementos extralinguísticos: entonação,

pausas, expressões facial, corporal e gestual;

- Elementos composicionais do gênero;

- Contexto de produção da obra literária;

- Progressão referencial;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações lingüísticas (lexicais, semânticas,

prosódias, entre outras);

- Relação de causa e consequência entre as

partes e elementos do texto;

- Partículas conectivas do texto;

- Progressão referencial do texto;

- Sintaxe de regência;

- Sintaxe de concordância;

- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,

repetição, recursos semânticos, função das

classes gramaticais no texto, conectores,

pontuação, recursos gráficos (como aspas,

travessão, negrito), figuras de linguagem.

- Semântica

260

- Diálogo/discussão

argumentativa

- Júri simulado

- Telejornal

- Teatro

- Blog

- Chat

- Fotoblog

- E-mail

- Vídeo Clip

- operadores argumentativos

- modalizadores

- Adequação da fala ao contexto (uso de

gíria, repetições, conectivos, etc.);

- Diferenças e semelhanças entre o

discurso oral e escrito;

- Vícios de linguagem;

- Elementos semânticos.

1ª SÉRIE

Gêneros Textuais

- contos de fada contemporâneos

- textos dramáticos

- narrativas em geral

- poemas

- artigos de opinião

- reportagem/notícia

- paródia

- resumo

- debate regrado

- charge

- cartum

- tiras

- textos argumentativos

- letras de músicas

- diálogo/discussão argumentativa

- teatro

- blog

- e-mail.

2ª SÉRIE

Gêneros Textuais

- contos

- charge

261

- cartum

- tiras

- textos argumentativos

- diários

- testemunhos

- biografia

- manchete

- editorial

- propaganda/slogan

- resenha

- diálogo/discussão argumentativa

- júri simulado

- telejornal

- teatro

- chat

- vídeo clip

3ª SÉRIE

Gêneros Textuais

- crônicas

- romance

- charge

- cartum

- tiras

- textos argumentativos

- carta do leitor

- carta ao leitor

- letras de música

- relatório científico

- diálogo/discussão argumentativa.

262

EJA – FASE II: 6º AO 9º ANO

Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social

GÊNEROS TEXTUAIS

PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA,

LEITURA E ORALIDADE. – ANÁLISE

LINGUÍSTICA

- Adivinhas

- Anedotas

- Bilhetes

- Cantigas de roda

- Cartão

- Convites

- Aviso

- Biografias

- Auto-biografia

- Contos de fadas

- Lendas

- Cartazes

- Músicas

- Piadas

- Quadrinhas

- Receitas

- Trava-língua

- Poemas

- Cartum

- Tiras

- Classificados

- Regras de jogo

- Rótulos/embalagens

- Fábulas

- História em Quadrinho

- Narrativas de enigma

- Narrativa de aventura/fantásti-

cas/míticas

- Narrativas de humor

- Crônica de ficção

- Paródias

- Diário

- Exposição oral

- Debates

- Causos

- Tema do texto;

- Conteúdo temático;

- Papel do locutor e interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Argumentos do texto;

- Intertextualidade;

- Ambiguidade;

- Informações explícitas e implícitas;

- Elementos extralingüísticos: entonação,

pausas, gestos e outros;

- Discurso direto e indireto;

- Elementos composicionais do gênero;

- Léxico;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações lingüísticas;

- Contexto de produção;

- Informatividade;

- Divisão do texto em parágrafo;

- Processo de formação de palavras;

- Acentuação gráfica/ortografia;

- Concordância verbal/nominal;

- Marcas lingüísticas: coesão, coerência,

repetição, gírias, recursos semânticos, função

das classes gramaticais, pontuação, recursos

gráficos (como aspas, travessão, negrito),

figuras de linguagem.

- Semântica:

- operadores argumentativos

- sentido figurado

- significado das palavras

- expressões que denotam, ironia e humor no

texto;

- Vozes sociais presentes no texto;

- Relação de causa e conseqüência entre as

263

- Comunicado

- Provérbios

- Notícia

- Reportagem

- Horóscopo

- Manchete

- Fotos

- Placas

- Pinturas

- Propaganda/slogan

- Bulas

- Contos

- Contos populares

- Memórias

- Resumo

- Palestras

- Pesquisa

- Relatório

- Mesa redonda

- Abaixoassinado

- Entrevista (oral e escrita)

- Seminário

- Carta ao leitor

- Carta do leitor

- Depoimento

- Artigo de opinião

- Charge

- Anúncios

- Crônica jornalística

- Diálogo/

discussão argumentativa

- Comercial para TV

- Filmes

- Sinopse de filme

- Resenha crítica

- Blog, chat, fotoblog

- E-mail

- Literatura de cordel

- Romances

- Editorial

- Carta de reclamação

- Carta de solicitação

partes e elementos do texto;

- Papel sintático e estilístico dos pronomes na

organização, retomadas e sequenciação do

texto;

- Operadores argumentativos;

- Discurso ideológico no texto;

- Variações lingüísticas (lexicais, semânticas,

prosódias, entre outras);

- Partículas conectivas do texto;

- Progressão referencial do texto;

- Sintaxe de regência;

- Semântica:

- operadores argumentativos

- modalizadores

- polissemia;

- Diferenças e semelhanças entre o discurso

oral e escrito.

264

- Ofício

- Procuração

- Leis

- Requerimento

- Telejornal

- Telenovela

- Teatro

ENSINO MÉDIO

Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social

GÊNEROS TEXTUAIS

PRÁTICAS DISCURSIVAS: ESCRITA,

LEITURA E ORALIDADE. – ANÁLISE

LINGUÍSTICA

- Contos

- Crônicas

- Conto de fada contemporâneo

- Textos dramáticos

- Narrativas em geral

- Romance

- Sinopses de filmes

- Charge

- Cartum

- Tiras

- Novela fantástica

- Poemas

- Fábulas

- Textos argumentativos

- Diários

-Testemunhos

- Biografia

- Artigos de opinião

- Carta de leitor

- Carta ao leitor

- Reportagem/notícia

- Manchete

- Editorial

- Letras de música

- Paródia

- Propaganda/slogan

- Carta de emprego

- Conteúdo temático;

- Papel do locutor e interlocutor;

- Intencionalidade do texto;

- Finalidade do texto;

- Informatividade;

- Referência textual;

- Argumentos do texto;

- Conteúdo de produção;

- Intertextualidade;

- Discurso ideológico no texto;

- Vozes sociais presentes no texto;

- Elementos extralingüísticos: entonação,

pausas, expressões facial, corporal e gestual,

entre outros;

- Discurso direto e indireto;

- Elementos composicionais do gênerlexicais,o;

- Contexto de produção do texto literário;

- Progressão referencial;

- Léxico;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações linguísticas (lexicais, semânticas,

prosódias, entre outras);

- Relação de causa e conseqüência entre as

partes e elementos do texto;

- Partículas conectivas do texto;

- Progressão referencial do texto;

265

- Carta de reclamação

- Carta de solicitação

- Curriculum vitae

- Resumo

- Resenha

- Relatório científico

- Debate regrado

- Diálogo/

discussão argumentativa

- Júri simulado

- Telejornal

- Teatro

- Blog

- Chat

- Fotoblog

- E-mail

- Video Clip

A partir de determinados

gêneros, serão trabalhadas as

escolas literárias.

- Divisão do texto em parágrafo;

- Processo de formação de palavras;

- Acentuação gráfica/ortografia;

- Concordância verbal/nominal;

- Sintaxe de regência;

- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias,

repetição, recursos semânticos, função das

classes gramaticais no texto, conectores,

pontuação, recursos gráficos (como aspas,

travessão, negrito), figuras de linguagem;

- Semântica:

- operadores argumentativos

- modalizadores

- polissemia;

- Adequação da fala ao contexto( uso de gírias,

repetições, conectivos, etc.);

- Diferenças e semelhanças entre o discurso

oral e escrito;

- Vícios de linguagem;

- Elementos semânticos.

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Os procedimentos didáticos têm como objetivo levar os alunos a pensarem

sobre a língua para poderem compreendê-la e utilizá-la adequadamente.

Na disciplina de Língua Portuguesa assume-se a concepção de linguagem

como prática que se efetiva nas diferentes instâncias sociais, sendo assim, o

Conteúdo Estruturante da disciplina que atende a essa perspectiva é o discurso

como prática social.

Com o objetivo de melhorar o trabalho e o aprendizado em sala de aula,

propõe-se um trabalho pedagógico que se utilize de recursos variados como:

exposição oral, uso da TV Pendrive, multimídia, DVD, músicas, filmes, biblioteca e

laboratório de informática.

A ação pedagógica dessa proposta também abrangerá, em cumprimento à

Lei nº 10639, de 09/01/2003, o conteúdo referente à cultura afro-brasileira e africana,

assim como contemplará a educação do campo atendendo à necessidade dos alunos

266

que vivem na zona rural. Essa ação também está voltada às questões de Educação

Ambiental, Cidadania e Direitos Humanos, Enfrentamento à Violência, Prevenção ao

uso indevido de Drogas e Direito das Crianças e Adolescentes.

Prática da Oralidade

Considerando-se a língua em sua perspectiva histórica e social, o trabalho

com a oralidade precisa pautar-se em situações reais de uso da fala, valorizando-se

a produção de discursos nos quais o aluno realmente se constitua como sujeito do

processo comunicativo. Para o tratamento à oralidade na escola, serão

desenvolvidas em sala de aula atividades que favoreçam o desenvolvimento das

habilidades de falar e ouvir, tais como:

apresentação de temas variados: história de outras culturas (Cultura Afro-

Brasileira), histórias de família, da comunidade, um filme, um livro, etc.;

depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo próprio aluno ou

pessoas de seu convívio;

uso do discurso oral para emitir opiniões, justificar ou defender opções

tomadas, colher e dar informações, fazer e dar entrevistas, apresentar

resumos, expor programações, dar avisos, fazer convites, etc.;

confronto entre os mesmos níveis de registros de forma a constatar as

similaridades e diferenças entre as modalidades oral e escrita;

relato de acontecimentos mantendo-se a unidade temática;

debates, seminários, júri-simulado e outras atividades que possibilitem o

desenvolvimento da argumentação;

análise de entrevistas televisivas ou radiofônicas a partir de gravações para

serem ouvidas, transcritas e analisadas, observando-se as pausas,

hesitações, truncamentos, mudanças de construção textual, descontinuidade

do discurso, grau de formalidade, comparação com outros textos, etc.;

Prática da Leitura

Na concepção interacionista de linguagem, a leitura é entendida como um

processo de produção de sentido que se dá a partir de interações sociais ou

relações dialógicas que acontecem entre dois sujeitos – o autor do texto e o leitor.

Algumas estratégias favorecem, na escola, o envolvimento com a leitura,

como: cercar os alunos de livros que possam ser folheados, selecionados e levados

267

para casa; propiciar um ambiente iluminado e atrativo; organizar cartazes; produzir,

com os alunos, um quadro de avisos sobre o prazer de ler, ilustrado com seus temas

preferidos; leitura oral, de poemas e histórias preferidas; comentários sobre livros

lidos pelo professor e alunos; trazer convidados para ler e comentar sua história de

leitura com a classe; dramatizar textos lidos (incluindo textos de Cultura Afro-

Brasileira); discutir, antes da leitura, o título e as ilustrações da história; encontrar

músicas apropriadas para o momento da leitura; criar momentos em que alunos

exponham suas idéias, opiniões e experiências de leitura; organizar um clube do

livro para que os alunos se reúnam para fazer leituras; escolher o autor do mês ou

do bimestre e trabalhar a leitura de suas obras.

Prática da Escrita

A escrita deve ser pensada e trabalhada em uma perspectiva discursiva

que aborda o texto como unidade potencializadora de sentidos, através da prática

textual. E para isso é preciso despertar nos alunos a motivação pelo ato de escrever,

para que eles se envolvam com os textos que produzem, assumindo de fato a

autoria do que escrevem.

O trabalho com a escrita acontece em vários momentos: o da motivação

para a produção do texto; o da reflexão, que deve preceder e acompanhar todo o

processo de produção; e, finalmente, o da revisão, reestruturação e reescrita do

texto, que acaba se constituindo, também, em um produtivo momento de reflexão.

Quanto aos gêneros previstos para a prática da produção de texto, serão

trabalhados, dentre outros, relatos (histórias de vida); bilhetes, cartas, cartazes,

avisos (textos pragmáticos); poemas, contos e crônicas (textos literários); notícias,

editoriais, cartas de leitor e entrevistas (textos de imprensa); relatórios, resumos de

artigo e verbetes de enciclopédia (textos de divulgação científica). Assim, essa

prática orientará não apenas a produção de textos significativos, como incentivará a

prática da leitura.

Análise Lingüística

O objetivo dessa proposta é formar usuários competentes da língua que,

através da fala, escrita e leitura, exercitem a linguagem de forma consistente e

flexível, adaptando-se a diferentes situações de uso.

268

Sabe-se que quanto mais variado for o contato do aluno com diferentes

tipos e gêneros textuais, mais fácil será assimilar as regularidades que determinam o

uso da norma padrão. Vale lembrar que um texto se faz a partir de elementos como

organização, unidade, coerência, coesão, clareza, dentre outros.

Considerando-se a interlocução como ponto de partida para todo o trabalho

com o texto, os conteúdos gramaticais serão estudados a partir de seus aspectos

funcionais na constituição da unidade de sentido dos enunciados. Daí a importância

de se considerar não só a gramática normativa, mas também outras, como a

descritiva e a internalizada no processo de ensino de Língua Portuguesa.

Literatura

O trabalho com a literatura em sala de aula permite que o aluno perceba

seu papel na interação com o texto, para isso optou-se pelo Método Recepcional,

devido ao papel que se atribui ao leitor, uma vez que este é visto como um sujeito

ativo no processo de leitura, tendo voz em seu contexto. Além disso, esse método

proporciona momentos de debates, reflexões sobre a obra lida, possibilitando ao

aluno ampliações de seus horizontes de expectativas.

Esse trabalho divide-se em cinco etapas e o professor delimitará o tempo

de aplicação de cada uma delas, de acordo com o plano de trabalho docente e

turma.

A primeira etapa é o momento de determinação do horizonte de expectativa

do aluno/leitor. É o momento onde o professor tomará conhecimento da realidade

sócio-cultural dos educandos, no dia-a-dia da sala de aula. Pode-se analisar os

interesses e o nível de leitura a partir de discussões de textos, visitas a biblioteca,

exposição de livros, etc.

A segunda etapa é o momento de atendimento ao horizonte de

expectativas, onde o professor apresenta textos que sejam próximos ao

conhecimento de mundo e às experiências de leitura dos alunos.

Na terceira, acontece a ruptura do horizonte de expectativas. É o momento

de mostrar ao leitor que nem sempre determinada leitura é o que ele espera, suas

certezas podem ser abaladas.

Na quarta etapa, o sujeito é direcionado a um questionamento do horizonte

de expectativas, onde o professor orienta o aluno/leitor a um questionamento e a

uma autoavaliação a partir dos textos oferecidos.

269

A quinta e última etapa do método recepcional é a ampliação do horizonte

de expectativa. As leituras oferecidas ao aluno e trabalho efetuado a partir delas

possibilitam uma reflexão e uma tomada de consciência das mudanças e das

aquisições, levando-o a uma ampliação de seus conhecimentos.

Assim, o docente partirá da recepção dos alunos para, depois de ouvi-los,

aprofundar a leitura e ampliar os horizontes de expectativa deles.

O primeiro olhar para o texto literário, tanto para os alunos do Ensino

Fundamental como do Ensino Médio, deve ser de sensibilidade, de identificação.

No Ensino Médio, além do gosto pela leitura, há a preocupação em garantir

os estudos das escolas literárias.

Serão contemplados, também, de forma interdisciplinar, o Desenvolvimento

Socioeducacional:

- História e Cultura dos Povos Indígenas – Lei nº 11645/08;

- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana – Lei nº 10639/03;

- Política Nacional de Educação Ambiental – Lei nº 9795/99;

- Direito das Crianças e Adolescentes – Lei Federal nº 11525/07;

- Sexualidade Humana;

- Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento à

Violência, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.

EJA - FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

270

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,

a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da

Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas

Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

4 AVALIAÇÃO

Quanto à avaliação é imprescindível que ela seja contínua e priorize a

qualidade e o processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao longo

do ano letivo. A Lei 9394/96 (LDBEN) dá destaque à chamada avaliação formativa,

vista como mais adequada ao dia-a-dia da sala de aula e como um grande avanço

em relação à avaliação tradicional (somativa ou classificatória).

Não há dúvida de que a avaliação formativa é o melhor caminho para

garantir a aprendizagem de todos os alunos, pois dá ênfase ao aprender. Considera

que os alunos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes e, por ser

contínua e diagnóstica, aponta as dificuldades, possibilitando assim que a

intervenção pedagógica aconteça a todo o tempo.

Nessa perspectiva, a oralidade será avaliada considerando-se a

participação do aluno nos diálogos, relatos e discussões, a clareza que ele mostra

ao expor suas idéias, a fluência de sua fala, o seu desembaraço, a argumentação

271

que ele apresenta ao defender seus pontos de vista e, de modo especial, a sua

capacidade de adequar o discurso/texto aos diferentes interlocutores e situações.

Quanto à leitura, a avaliação dar-se-á através de questões abertas nas

discussões, debates e outras atividades que permitam ao professor avaliar as

estratégias que foram empregadas por eles no decorrer da leitura, a compreensão

do texto lido, o sentido construído, e o seu posicionamento diante do tema, bem

como valorizar a reflexão que o aluno faz a partir do texto, considerando as

diferenças de leituras de mundo e repertório de experiências dos alunos.

Em relação à prática da escrita, os textos dos alunos serão vistos como

uma fase do processo de produção, nunca como um produto final. Portanto, como é

no texto que a língua se manifesta em todos os seus aspectos – discursivos,

textuais, ortográficos e gramaticais. Os elementos linguísticos utilizados nas

produções dos alunos serão avaliados em uma prática reflexiva e contextualizada,

que possibilite a eles a compreensão desses elementos no interior do texto, pois

uma vez entendidos, eles poderão utilizá-los em outras operações lingüísticas

(reestrutura de texto, inclusive).

É utilizando a língua oral e escrita em práticas sociais, sendo avaliados

continuamente em termos desse uso, efetuando operações com a linguagem e

refletindo sobre as diferentes possibilidades de uso da língua que os alunos,

gradativamente, chegarão à almejada proficiência em leitura e escrita, ao letramento.

A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a

10,0 (dez).

O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da

nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou

subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

272

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como

um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,

permanecendo a nota maior.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.

Os critérios de avaliação da EJA Fase II e Ensino Médio serão os

seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

também outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de

ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do

professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

273

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

5 REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos

conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares.

Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba,

2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e

Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom,

2012.

SOUZA, Cassia Garcia de; CAVÉQUIA, Marcia Paganini. Linguagem, criação e

interação. Livro didático. São Paulo: Saraiva, 2004.

274

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS - ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PR

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

PARA O ENSINO FUNDAMENTAL - SÉRIES FINAIS

E PARA O ENSINO MÉDIO

Professoras: Maria Julia Rocha Primon

Maria Eunice Ciukailo Bonfá

Pedrina Corrêa

RIO BOM

2012

275

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A Matemática é uma Ciência dinâmica, cujo valor formativo ajuda a estruturar

o pensamento e o raciocínio dedutivo, porém também desempenha um papel

instrumental, pois é uma ferramenta que serve para a vida cotidiana e para muitas

tarefas específicas em quase todas as atividades humanas. É necessário

compreendê-la desde suas origens com o desenvolvimento dos primeiros

conhecimentos, pelos povos das antigas civilizações, até sua constituição como

campo científico. Construída historicamente, a partir das necessidades de

sobrevivência, nas relações do homem com o mundo em que vive e no interior das

relações sociais, como produto histórico, cultural e social.

Suas características permitem conceber o saber matemático como algo

flexível e maleável às inter-relações entre os seus vários conceitos, seus vários

modos de representação e permeável aos problemas nos vários campos científicos.

Caracteriza-se como uma forma de compreender e atuar no mundo e o

conhecimento gerado nessa área do saber, como um fruto da construção humana,

na sua interação constante com o contexto natural.

O ensino deve garantir espaço para que os alunos possam entender e

aprofundar seus conhecimentos matemáticos, mas não isoladamente de outros

conceitos, nem em separado dos problemas e da perspectiva sócio-histórica que

está na origem desses temas. Estes conhecimentos estão diretamente relacionados

ao desenvolvimento de práticas que dizem respeito à resolução de problemas, à

apropriação da linguagem simbólica, à validação de argumentos, à descrição de

modelos e à capacidade de utilizar a matemática na interpretação e intervenção no

cotidiano. A Matemática deve apresentar para o aluno o conhecimento de novas

informações e instrumentos necessários para que seja possível o educando

aprender a vida toda. Saber aprender é a condição básica para prosseguir se

aperfeiçoando ao longo da vida. Sem dúvida, cabe a todas as áreas do ensino,

auxiliar no desenvolvimento da autonomia e da capacidade de pesquisa para que

cada aluno possa confiar em seu próprio conhecimento. Contribuir para a

constatação de regularidades matemáticas, generalizações, apropriações de

linguagem adequada para descrever fenômenos ligados a Matemática e outras

276

áreas de conhecimento; criticar questões sociais, políticas, econômicas e históricas,

utilizando-se do conhecimento científico.

O objeto de estudo desse conhecimento ainda está em construção, porém

está centrado na prática pedagógica e engloba as relações entre o ensino, a

aprendizagem e o conhecimento matemático (FIORENTINI & LORENZATO, 2001), e

envolve o estudo de processos que investigam como o estudante compreende e se

apropria da própria matemática “concebida como um conjunto de resultados,

métodos, procedimentos, algoritmos, etc” (MIGUEL & MIORIM, 2004, p 70).

Investiga também, como o aluno, por intermédio do conhecimento

matemático, desenvolve valores e atitudes de natureza diversa, visando a sua

formação integral como cidadão. Aborda o conhecimento matemático sob uma visão

histórica, de modo que os conceitos são apresentados, discutidos, construídos e

reconstruídos, influenciando na formação do pensamento do aluno (DIRETRIZES

CURICULARES DE MATEMÁTICA, p.47 e p.48).

Segundo as Diretrizes Curriculares de Matemática (2008, p.48):

“... é importante que o professor reflita sobre a sua concepção de Matemática

enquanto campo de conhecimento levando em consideração dois aspectos:

- pode-se conceber a Matemática tal com ela vem exposta na maioria dos

livros didáticos, como algo pronto e acabado, em que os capítulos se encadeiam de

forma linear, sequencial e sem contradições;

- pode-se acompanhar a Matemática em seu desenvolvimento progressivo de

elaboração, de modo a descobrir-se suas hesitações, dúvidas, contradições, as

quais um longo trabalho de reflexão e apuramento consegue eliminar, para que logo

surjam outras hesitações, outras dúvidas, outras contradições no fazer matemático.

Isto é, sempre haverá novos problemas por resolver(CARAÇA, 2002, p.XXIII).

Nessa ação reflexiva, abre-se espaço para um discurso matemático voltado

tanto para aspectos cognitivos como para a relevância social do ensino da

Matemática. Isso implica olhar tanto do ponto de vista do ensinar e do aprender

Matemática, quanto do seu fazer, do seu pensar e da sua construção histórica,

buscando compreendê-los (MEDEIROS, 1987).

O professor balizará sua ação docente, fundamentado numa ação crítica que

conceba a Matemática como atividade humana em construção.

“Pela Educação Matemática, almeja-se um ensino que possibilite aos

estudantes análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação

277

de idéias. Aprende-se Matemática não somente por sua beleza ou pela consistência

de suas teorias, mas, para que, a partir dela, o homem amplie seu conhecimento e,

por conseguinte, contribua para o desenvolvimento da sociedade” (DIRETRIZES

CURRICULARES DE MATEMÁTICA, 2008, p.48).

“É necessário que o processo pedagógico em Matemática contribua para que

o estudante tenha condições de constatar regularidade, generalização e apropriação

de linguagem adequada para descrever e interpretar fenômenos matemáticos e de

outras áreas do conhecimento” (DIRETRIZES CURRICULARES DE MATEMÁTICA,

2008, p.49).

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

NÚMEROS E ÁLGEBRA

Desde o período paleolítico (começo da idade da pedra), os números estão

presentes na vida do homem.

Houve uma transformação que gerou progressos acerca do conhecimento de

valores numéricos e de relações espaciais, a partir da passagem de coleta para a

produção de alimentos, quando o homem iniciou a atividade agrícola.

Os ofícios como a cerâmica, a carpintaria e a tecelagem, foram desenvolvidos

quando o homem passou a fixar moradia nos lugares de terra fértil, onde começou a

desenvolver um senso de contagem em registros numéricos, que favoreceram o

surgimento de símbolos especiais, tanto para a contagem quanto para a escrita.

Com a evolução dessas idéias outros povos criaram seus sistemas de

numeração; o atual Sistema de Numeração, denominado indo-arábico, configurou-se

entre povos do Ocidente e do Oriente.

A Matemática desenvolveu-se tanto por aplicação prática, como por

tendências relacionadas ao pensamento abstrato, passando a ter um ramo

denominado Álgebra, um campo do conhecimento matemático que se formou sob

contribuições de diversas culturas, entre elas, egípcia, babilônica, grega, chinesa,

hindu, arábica e da cultura européia renascentista.

278

GRANDEZAS E MEDIDAS

As medidas se tornaram a linguagem fundamental à realização dos negócios

n o mundo do comércio, desde as primeiras civilizações, em que, o homem deparou-

se com noções de maior e menor, de antes e depois, e com isso passou a realizar

comparações entre espaços e entre períodos de tempo, necessitando estabelecer

valores qualitativos e quantitativos. Ou seja, para que pudesse ter uma visão da

realidade, o ser humano precisou medir e criar instrumentos de medida.

Com o passar do tempo, verificou-se a necessidade de padronizar os

sistemas de medidas devido à intensificação das relações sociais e econômicas, isto

é, da expansão do comercio e o surgimento do mercantilismo.

Manejar o sistema monetário é inteirar-se das situações que mensuram o

valor das mercadorias, possibilidade para discutir o valor do trabalho e meio para

entender decisões de ordem econômica no país.

Quanto à informática, é necessário abordá-la nas aulas de Matemática, pois

contribui para compreensão de significados matemáticos e o conhecimento sobre a

tecnologia.

Com a Trigonometria, pretende-se contemplar as relações desenvolvidas a

partir da necessidade do homem de determinar, por exemplo, distâncias

inacessíveis.

O Conteúdo de Grandezas e Medidas favorece o diálogo entre as pessoas,

Estados e diferentes países.

FUNÇÕES

As funções devem ser vistas como construção histórica e dinâmica; estão

presentes nas diversas áreas do conhecimento, modelando matematicamente

situações que, a partir da resolução de problemas possam auxiliar nas atividades

humanas.

O Conteúdo de Funções simbolizou os primeiros sinais de modernização do

ensino de Matemática, podendo inserir mais dinamicidade.

No Ensino Fundamental, a abordagem das Funções, será feita, para que o

aluno elabore o conhecimento da relação de dependência entre duas grandezas, já

no Ensino Médio, as abordagens serão ampliadas e aprofundadas de modo que o

279

aluno consiga identificar regularidades, estabelecer generalizações e apropriar-se da

linguagem matemática para descrever e interpretar fenômenos ligados à Matemática

e a outras áreas do conhecimento.

GEOMETRIAS

O principal foco do desenvolvimento da Geometria é o Egito, os agrimensores

faziam cálculo de área para demarcar terras.

Existe registro para o cálculo da Circunferência, cerca de 3000 a.C no Egito.

A maneira como as Geometrias não Euclidianas foram descobertas, mostra

claramente como “o que é” se impõe sobre o “o que se crê”.

As Geometrias não Euclidianas surgiram graças às atividades de muitos

estudiosos, aparentemente tão distintas, como a Geometria, a Arte e a Lógica. Isto

explica em parte a dificuldade que muitos tiveram em integrar este novo

conhecimento aos acumulados até então.

Na resolução de diferentes situações problema, faz-se necessária uma boa

capacidade de visão geométrico-espacial, idéias de proporcionalidade e

semelhança, a compreensão dos conceitos, área e volume, cálculo de distâncias

entre pontos, coordenadas.

A Geometria, além de ser um elo entre a aritmética e a álgebra, constitui um

conhecimento relevante, inclusive para outras áreas de conhecimento.

TRATAMENTO DA INFORMAÇÂO

O conteúdo é instituído para que os alunos tenham condições de ler e

interpretar dados estatísticos, construir representações, formular e resolver

problemas que impliquem o recolhimento de dados e análise de informações.

Por meio do tratamento de dados, a Estatística permite dentro da disciplina

de Matemática, realizar pesquisas, coletas de dados e construção de gráficos e

tabelas, possibilitando análise crítica da realidade com o objetivo de refletir sobre a

discriminação, racismo, entre outros, visando a aceitação das diferenças individuais

presentes na sociedade.

280

O estudo da Probabilidade permite lançar diferentes olhares sobre o mundo,

retirando do ensino desta disciplina a idéia de determinismo e exatidão. É um

espaço para a análise e reflexão, considerando os resultados obtidos por aferições.

A Matemática Financeira contribui para a formação de cidadãos mais críticos

frente às exigências da sociedade de consumo. Sua importância se reflete nas

atividades cotidianas de quem precisa lidar com dívidas ou crediários, interpretar

descontos, entender reajustes salariais, escolher aplicações financeiras, entre outras

atividades de caráter financeiro.

A seguir, apresentam-se por série, os conteúdos estruturantes e básicos

sugeridos pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Matemática:

ENSINO FUNDAMENTAL

6 º ANO

NÚMEROS E ÁLGEBRA

- Sistemas de numeração;

- Números Naturais;

- Múltiplos e divisores;

- Potenciação e radiciação;

- Números fracionários;

- Números decimais;

GRANDEZAS E MEDIDAS

- Medidas de comprimento;

- Medidas de massa;

- Medidas de área;

- Medidas de volume;

- Medidas de tempo;

- Medidas de ângulos;

- Sistema monetário;

281

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial;

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Dados, tabelas e gráficos;

- Porcentagem.

7 º ANO

NÚMEROS E ÁLGEBRA

- Números Inteiros;

- Números Racionais;

- Equação e Inequação do 1º grau;

- Razão e proporção;

- Regra de três simples;

GRANDEZAS E MEDIDAS

- Medidas de temperatura;

- Medidas de ângulos.

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial;

- Geometrias não-euclidianas.

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Pesquisa Estatística;

- Média Aritmética;

- Moda e mediana;

- Juros simples.

282

8 º ANO

NÚMEROS E ÁLGEBRA

-Números Racionais e Irracionais;

- Sistemas de Equações do 1º grau;

- Potências;

- Monômios e Polinômios;

- Produtos Notáveis;

GRANDEZAS E MEDIDAS

- Medidas de comprimento;

- Medidas de área;

- Medidas de volume;

- Medidas de ângulos.

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial;

- Geometria Analítica;

- Geometrias não-euclidianas;

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Gráfico e Informação

- População e amostra.

9º ANO

NÚMEROS E ÁLGEBRA

- Números Reais;

- Propriedades dos radicais;

- Equação do 2º Grau;

- Teorema de Pitágoras;

- Equações Irracionais;

- Equações Biquadradas;

- Regra de Três Composta.

283

GRANDEZAS E MEDIDAS

- Relações Métricas no Triângulo Retângulo;

- Trigonometria no Triângulo Retângulo.

FUNÇÕES

- Noção intuitiva de Função Afim;

- Noção intuitiva de Função Quadrática.

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial;

- Geometria Analítica;

- Geometrias não-euclidianas.

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Noções de Análise Combinatória;

- Noções de Probabilidade;

- Estatística;

- Juros Compostos.

ENSINO MÉDIO

NÚMEROS E ÁLGEBRA

- Números Reais;

- Equações e Inequações Exponenciais, Logarítmicas e Modulares;

- Sistemas lineares;

- Matrizes e Determinantes;

- Números Complexos;

- Polinômios;

GRANDEZAS E MEDIDAS

- Medidas de Área;

- Medidas de Volume;

284

-Trigonometria;

- Medidas de Grandezas Vetoriais;

- Medidas de Informática;

- Medidas de Energia;

FUNÇÕES

- Função Afim;

- Função Quadrática;

- Função Polinomial;

- Função Exponencial.

- Função Logarítmica;

- Função Trigonométrica;

- Função Modular;

- Progressão Aritmética;

- Progressão Geométrica;

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial;

- Geometria Analítica;

- Geometrias não-euclidianas;

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Estatística

- Análise Combinatória;

- Binômio de Newton;

- Estudo das Probabilidades;

- Matemática Financeira.

CONTEÚDOS EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II

NÚMEROS E ÁLGEBRA

- Sistemas de numeração;

- Números Naturais;

285

- Múltiplos e divisores;

- Potenciação e radiciação;

- Números fracionários;

- Números decimais;

- Números inteiros;

- Números racionais e irracionais;

- Equações e Inequações do 1º grau;

- Razão e proporção;

- Regra de três simples;

- Sistema de equação do 1º grau;

- Potências;

- Monômios e polinômios;

- Produtos notáveis;

- Números reais;

- Propriedades dos radicais;

- Equação do 2º grau;

- Teorema de Pitágoras;

- Equações irracionais;

- Equações biquadradas;

- Regras de três composta.

GRANDEZAS E MEDIDAS

- Medidas de comprimento;

- Medidas de massa;

- Medidas de área;

- Medidas de volume;

- Medidas de tempo;

- Medidas de ângulos;

- Medidas de temperatura;

- Relações métricas no triângulo retângulo;

- Trigonometria no triângulo retângulo;

- Sistema monetário;

286

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial;

- Geometria Analítica;

- Geometria não-eucliadianas.

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Dados, tabelas e gráficos;

- Gráfico e informação;

- Porcentagem;

- Pesquisa estatística;

- Média aritmética;

- Moda e mediana;

- Juros simples;

- Juros compostos;

- População e amostra;

- Noções de análise combinatória;

- Noções de probabilidade;

- Estatística.

FUNÇÕES

- Noção intuitiva de função afim;

- Noção intuitiva de função quadrática.

ENSINO MÉDIO

NÚMEROS E ÁLGEBRA

- Números Reais;

- Equações e Inequações Exponenciais, Logarítmicas e Modulares;

- Sistemas lineares;

- Matrizes e determinantes;

- Polinômios;

- Números complexos.

287

GRANDEZAS E MEDIDAS

- Medidas de Área;

- Medida de volume;

- Medida de grandezas vetoriais;

- Medidas de informática;

- Medidas de energia;

- Trigonometria.

FUNÇÕES

- Função Afim;

- Função Quadrática;

- Função Polinomial;

- Função Exponencial.

- Função Logarítmica;

- Função Trigonométrica;

- Função Modular;

- Progressão Aritmética;

- Progressão Geométrica.

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial;

- Geometria Analítica;

- Geometrias não-euclidianas.

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Estatística

- Análise Combinatória;

- Binômio de Newton;

- Estudo das Probabilidades;

- Matemática Financeira.

288

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Serão utilizadas de maneira articuladas, as tendências da Educação

Matemática, Resolução de Problemas, Etnomatemática, Modelagem Matemática,

Mídias Tecnológicas, História da Matemática e Investigações Matemáticas.

O estudo da matemática é resolver problemas, portanto, os professores de

matemática de todos os níveis, ensinarão a arte de resolver problemas, tendo como

primeiro passo, nesse processo, colocar o problema adequadamente.

Nas atividades de Resolução de Problemas, farão a reflexão (pensar sobre o

que se faz, qual o compromisso e com quem) e a discussão, já que, a resolução de

problemas possibilita o desenvolvimento de capacidades, tais como: observação,

estabelecimento de relações, comunicação (diferentes linguagens), argumentação e

validação dos processos, além de estimular formas de raciocínio como intuição,

dedução e estimativa. Essa opção traz implícita a convicção de que o conhecimento

matemático ganha significado quando os alunos têm situações desafiadoras para

resolver e trabalham para desenvolver estratégias de resolução.

“Cabe ao professor assegurar um espaço de discussão no qual os alunos

pensem sobre os problemas que irão resolver, elaborem uma estratégia, apresentem

suas hipóteses e façam o registro da solução encontrada ou de recursos que

utilizaram para chegarem ao resultado.” (DCEs, 2008, p.63).

“As etapas da resolução de problemas são: compreender o problema;

destacar informações, dados importantes do problema, para a sua resolução;

elaborar um plano de resolução; executar o plano; conferir resultados; estabelecer

nova estratégia, se necessário, até chegar a uma solução aceitável (POLYA, 2006).

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná:

“O papel da etnomatemática é reconhecer e registrar questões de relevância

social que produzem o conhecimento matemático.“ “Essa metodologia é uma

importante fonte de investigação da Educação Matemática, por meio de um ensino

que valoriza a história dos estudantes pelo reconhecimento e respeito a suas raízes

culturais.” (p.64)

“O trabalho pedagógico com a modelagem matemática possibilita a

intervenção do estudante nos problemas reais do meio social e cultural em que vive,

por isso, contribui para a sua formação crítica.” (p.65)

289

“Os recursos tecnológicos, como o software, a televisão, as calculadoras, os

aplicativos da internet, entre outros, têm favorecido as experimentações

matemáticas e potencializado formas de resolução de problemas.”(p.65)

“Abordar atividades matemáticas com os recursos tecnológicos enfatiza um

aspecto fundamental da disciplina, que é a experimentação.” (p.66)

“A história da Matemática é um elemento orientador na elaboração de

atividades, na criação das situações-problema, na busca de referências para

compreender melhor os conceitos matemáticos. Possibilita ao aluno analisar e

discutir razões para aceitação de determinados fatos, raciocínios e procedimentos.”

(p.66)

“Na investigação matemática, o aluno é chamado a agir como um

matemático, não apenas porque é solicitado a propor questões, mas, principalmente,

porque formula conjecturas a respeito do que está investigando.” (p.67)

Nas atividades de investigação o que mais interessa é o processo, quando já

esgotou o que explorar, fechou a descoberta, não tem mais o que fazer; lembrando

que existe uma zona nebulosa entre a investigação matemática e resolução de

problemas.

Os níveis podem ser diferentes, é necessário compartilhar, na colaboração é

que o crescimento acontece, essa á uma das vantagens da investigação, há

múltiplas portas de entrada, o sujeito entra na pesquisa, conforma o nível dele. É

importante em Matemática que se dê resposta, é essencial, porque em Matemática é

importante a comunicação.

Utilizaremos alternativas para que a dinâmica ação/construção, reconstrução

e constatação possam ser enfocadas e reelaboradas na prática. Dentre essas

possibilidades, as tecnologias da comunicação, atividades de Laboratório de

Matemática e os jogos que utilizaremos para fornecer contextos de problemas.

Serão dados estímulos ao uso adequado dos meios tecnológicos disponíveis

(desenhos, fotos, máquinas de calcular, vídeos, etc.) como formas de representar,

sistematizar e produzir conhecimento.

Os recursos pedagógicos/tecnológicos são importantes para promover uma

aprendizagem significativa, dando eficácia ao trabalho e contribuindo para facilitar a

aprendizagem de conceitos e procedimentos. Para tanto, serão utilizados:

- livros didáticos e paradidáticos;

290

- mídias (TV pendrive, rádio, vídeo, computador, softwares, internet (TV Paulo

Freire, Portal Dia-a-Dia Educação, retroprojetor, DVD, etc.);

- calculadora;

- jornais, revistas e folhetos de propaganda;

- materiais manipuláveis e instrumentos diversos;

- jogos, divertimentos e quebra-cabeças.

No decorrer do processo ensino aprendizagem, serão desenvolvidos

trabalhos individuais ou coletivos, visando a cooperação e o respeito mútuo, na

relação professor-aluno-saber. Para a formação de um aluno reflexivo e crítico, será

oportunizado aos alunos a investigação, a exploração, a reflexão, o questionamento

a leitura crítica e interpretações de informações complexas, para a compreensão e

tomada de decisões diante das questões políticas, sociais e econômicas, e a

organização de seus conhecimentos matemáticos.

O trabalho estará voltado, na apresentação de aula expositiva e dialogada;

resolução de problemas envolvendo conteúdos aplicados, incentivando o aluno a

construir suas próprias hipóteses, partindo sempre que possível, dos elementos

vivenciados no mundo conhecido dos educandos, por meio de levantamentos

temáticos ou outras formas de diálogo que permitam explicitar as relações do mundo

com a matemática.

Tendo em vista que nesta instituição existem 37% de alunos da zona rural,

neste sentido propõem-se atividades que envolvam suas experiências do dia-a-dia,

valorizando a cultura e a diversidade, a fim de possibilitar novos conhecimentos e

contemplar os saberes da história e da realidade do campo.

EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

291

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a

Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação

Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

Seguindo as tendências matemáticas, embutidas nas situações problemas,

nos jogos, nos gráficos, nos recursos tecnológicos ou nos próprios textos e

conteúdos matemáticos em si, serão trabalhados como Desenvolvimento

Socioeducacional os seguintes conteúdos:

- História do Paraná (Lei nº 13381/01);

- História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena (Lei nº 11645/08);

- Música (Lei nº 11769/08);

- Prevenção ao Uso Indevido de Drogas;

- Sexualidade Humana;

- Educação Ambiental;

- Educação Fiscal;

- Enfrentamento à Violência contra a Criança e o Adolescente;

- Direito das Crianças e Adolescentes (Lei Federal nº 11525/07);

- Educação Tributária – Decreto nº 1143/99 e Portaria nº 413/02;

- Educação Ambiental (Lei Federal nº 9795/99 e Decreto nº 4201/02).

292

4 AVALIAÇÃO

A avaliação atenderá as dimensões trabalhadas levando-se em conta todo o

processo de construção do conhecimento; será formativa, diagnóstica e processual,

devendo refletir o desenvolvimento global do aluno e considerar as características

individuais deste no conjunto dos componentes curriculares cursados, com

preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

Será adotada uma postura que considere os caminhos percorridos pelos

alunos, as suas tentativas de solucionar os problemas propostos e a partir do

diagnóstico de suas deficiências, procurar ampliar a sua visão, o seu saber sobre o

conteúdo em estudo, levando-se a um maior rendimento.

Nessa perspectiva, será utilizada como meio subsidiário da construção do

resultado satisfatório. Servirá como instrumento para orientar a prática do professor

e como possibilidade dos estudantes reverem sua forma de estudar.

O professor acompanhará a aprendizagem dos seus alunos e o

desenvolvimento dos processos cognitivos, na perspectiva de investigar para intervir.

Selecionará os conteúdos, fará encaminhamentos metodológicos com clareza de

critérios de avaliação que elucidam a intencionalidade do ensino, diversificará os

instrumentos e técnicas de avaliação que possibilite aos estudantes variadas

oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento.

Alguns critérios orientarão as atividades avaliativas propostas pelo professor.

“Essas práticas devem possibilitar ao professor verificar se o aluno:

- comunica-se matematicamente, oral ou por escrito (BURIASCO, 2004);

- compreende, por meio da leitura, o problema matemático;

- elabora um plano que possibilite a solução do problema;

- encontra meios diversos para a resolução de um problema matemático;

- realiza o retrospecto da solução de um problema” (DCEs, 2008, p.69).

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná (2008),

p.69 e p.70, no processo pedagógico, o aluno deve ser estimulado a:

- partir de situações-problema internas ou externas à matemática;

- pesquisar acerca de conhecimentos que possam auxiliar na solução dos

problemas;

- elaborar conjecturas, fazer afirmações sobre elas e testá-las;

- perseverar na busca de soluções, mesmo diante de dificuldades;

293

- sistematizar o conhecimento construído a partir da solução encontrada,

generalizando, abstraindo e desvinculando-o de todas as condições particulares;

- socializar os resultados obtidos, utilizando, para isso, uma linguagem

adequada;

- argumentar a favor ou contra os resultados (PAVANELLO & NOGUEIRA,

2006, p.29).

Os instrumentos de avaliação se darão de acordo com as possibilidades

teórico-metodológicas que oferecem para avaliar os critérios estabelecidos,

constituindo-se de provas (não classificatórias), pesquisa bibliográfica, pesquisa de

campo, seminários, construção de tabelas e gráficos, relatórios de aulas, pesquisa

em grupo, trabalho individual, trabalho em grupo, simulados, relatórios, dissertações,

sínteses, autoavaliação, debates, palestras, apresentações em eventos culturais.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a

10,0 (dez).

O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da

nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou

subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como um

todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,

permanecendo a nota maior.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino

Médio serão os seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

294

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,

seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

5 REFERÊNCIAS

BASSANEZI, Rodney C. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática:

uma nova estratégia. São Paulo: Contexto, 2006.

BIEMBENGUT, M. S.; Hein. N. Modelagem matemática no ensino. 4. d. São

Paulo: Contexto, 2005.

295

BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação:

Prova Brasil: ensino fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores.

Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação:

SAEB: ensino médio: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília:

MEC, SEB; Inep, 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Matemática para

as Séries Finais do Ensino Fundamental e Para o Ensino Médio. Curitiba, 2008.

POLYA, G. A arte de resolver problemas. Tradução: Heitor Lisboa de Araújo. Rio

de Janeiro: Interciência, 2006.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças – EF e

Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças – EF e Médio. Rio Bom,

2012.

VÁRIOS AUTORES. Matemática. Livro didático público. Curitiba: SEED-PR, 2006.

Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas.

Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-brasileira e Africana.

Lei Federal 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental, Cidadania e

Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento à violência na Escola,

Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.

http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec

http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=5

296

http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=127

http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=57

http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=13

http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=91

http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=58

297

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

DA DISCIPLINA DE QUÍMICA

ENSINO MÉDIO

Professora: Eliane de Fátima Ferreira

Ilda Fracassi Batista

RIO BOM

2012

298

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Para iniciar as discussões sobre a importância do ensino de Química

considera-se essencial resgatar momentos marcantes sobre a história do

conhecimento químico.

A Química está ligada intimamente a todo o desenvolvimento das

civilizações, a partir das necessidades do homem, tais como as de comunicação, de

sobrevivência, de desenvolvimento de técnicas de domínio, as ações e as teorias

científicas aliadas às práticas de laboratório e ao cotidiano.

De acordo com a legislação de ensino vigente, a função geral da educação é a

formação da cidadania. Para Santos e Schnetzler (2003, p. 47), “cidadania se refere à

participação dos indivíduos na sociedade” e para que isso aconteça é necessário que o

indivíduo disponha de informações para se posicionar quanto ao encaminhamento das

soluções referentes aos problemas sociais que afetam o cidadão.

A partir do avanço tecnológico da sociedade, existe uma dependência muito

grande com relação à química. Por isso, é necessário que os cidadãos conheçam

como utilizar as substâncias no seu dia-a-dia, bem como se posicionar criticamente

com relação aos efeitos ambientais da utilização da química e quanto às decisões

referentes aos problemas sociais que afetam o cidadão.

Santos e Schnetzler (2003, p. 50) citam o reconhecimento do papel central

de ciências – em especial, da química – feito pelos educadores em ciências

brasileiros, que propõem uma educação por meio da ciência e da química. Dessa

forma, o objetivo central é a formação de cidadãos críticos que possam tomar

decisões relevantes na sociedade, relativas a aspectos científicos e tecnológicos.

A educação científica deverá contribuir para preparar o cidadão a fim de

tomar decisões, com consciência do seu papel na sociedade, como indivíduo capaz

de provocar mudanças sociais na busca de melhor qualidade de vida para todos. A

intensão dessas seções foi proporcionar maior articulação dessa ciência com outras,

como a Matemática, a Biologia e a Física e também com os avanços tecnológicos.

O ensino de Química atualmente pretende desenvolver uma abordagem de

construção/reconstrução de significados dos conceitos científicos no contexto da

sala de aula. Isso significa que se pretende ir além do domínio estrito dos conceitos

de Química e desenvolver a compreensão do conhecimento científico e tecnológico.

299

Para isso propomos que o aluno tenha contato com o objeto de estudo da

Química: as substâncias e os materiais. Nesse sentido, o processo será planejado,

organizado e dirigido pelo professor, numa relação dialógica, onde a aprendizagem

dos conceitos químicos realizar-se-á no sentido da organização do conhecimento

científico.

O estudo da disciplina de Química possui os seguintes objetivos:

- formar o cidadão para que ele compreenda e faça uso das informações

químicas básicas necessárias para a sua participação efetiva na sociedade

tecnológica em que vive;

- levar o aluno a compreender os fenômenos químicos mais diretamente

ligados à sua vida cotidiana; a saber manipular as substâncias com as devidas

precauções; a interpretar as informações químicas transmitidas pelos meios de

comunicação; a compreender e avaliar as aplicações e implicações tecnológicas; a

tomar decisões frente aos problemas sociais relativos à química.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

Os conteúdos estruturantes são fruto de uma reflexão coletiva com os

professores e sua escolha recai sobre três enfoques, que se inter-relacionam, além

dos seus desdobramentos em conteúdos básicos.

MATÉRIA E SUA NATUREZA

Através da construção de uma concepção mais adequada de ciência, o aluno

deixa de achar que a química é um conhecimento de experts, que só pode ser

dominada por especialistas e que, portanto, cabe também a ele participar de

assuntos dessa natureza, pois quando o cidadão sabe tomar decisões

fundamentadas pode influenciar na melhoria de sua qualidade de vida.

BIOGEOQUÍMICA

O cidadão precisa saber que o conhecimento químico deve ser de domínio

público, que qualquer pessoa consegue compreender informações técnicas básicas

que auxiliem a manipular aparelhos, bem como compreender as consequências da

utilização da tecnologia química.

300

Assim, é importante que o aluno aprenda a ler e interpretar instruções de

embalagens sobre a utilização e conservação de produtos químicos, a compreender

cálculos relacionados à concentração dos ingredientes ativos, relacionando-os com o

preço, a atividade química do produto e a sua toxidez. Enfim, o aluno poderá fazer um

balanço das possíveis consequências dos processos tecnológicos presentes em sua vida.

QUÍMICA SINTÉTICA

A química no ensino médio não pode ser ensinada como um fim em si

mesma, mas sim dentro de um ensino contextualizado, no qual o foco seja o preparo

para o exercício consciente da cidadania.

A revolução química, por exemplo, provocou contradições sociais em nossa

sociedade; a partir daí pode-se discutir com os alunos quem são os verdadeiros

beneficiários da riqueza produzida, a exploração exercida pelos grupos dominantes,

as consequências ambientais do desenvolvimento tecnológico e a exclusão da

maioria da população dos benefícios gerados.

CONTEÚDOS BÁSICOS

ENSINO MÉDIO

- Matéria

- Ligação química

- Reações químicas

- Soluções

- Equilíbrio químico

- Velocidade das reações

- Gases

- Radiatividade

- Funções químicas

301

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Na perspectiva de um processo planejado e organizado, a experimentação

favorecerá a apropriação efetiva do conceito e a reflexão contribuirá com a formação

de sujeitos que compreendam e questionem a ciência do seu tempo.

Será utilizada a abordagem experimental porque possibilitará ao aluno a

explicitação, problematização, discussão, investigação e significação dos conceitos

químicos. Desta forma, a Química será tratada com os alunos de modo a possibilitar

o entendimento do mundo e a sua interação com ele. Portanto, a estratégia

metodológica adotada favorecerá a discussão de aspectos sócio-científicos, tratando

das questões ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais relativas à

ciência e tecnologia, rompendo com a pura transmissão de conteúdos,

oportunizando ao professor e ao aluno o desenvolvimento do conhecimento

científico, a apropriação dos conteúdos da Química, sensibilizando-os para um

comprometimento com a vida no planeta.

O trabalho pedagógico do professor será o de problematizar para provocar

o diálogo e a reflexão do aluno para a apreensão do conteúdo apresentado, que

possibilite a apropriação significativa do conhecimento.

Os textos utilizados para leitura no ensino de Química não serão vistos

como se todo o conteúdo estivesse ali presente, mas sim como um instrumento de

mediação na sala de aula, entre aluno-aluno e aluno-professor, possibilitando

levantar novas questões e discussões.

Serão utilizados recursos tecnológicos, tais como: Laboratório de Química,

TV Multimídia, laboratório de informática, DVDs, filmes, livro didático público do

Estado do Paraná, livro didático PNLEM, entre outros.

EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

302

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,

a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da

Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas

Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

Serão trabalhadas a leitura crítica, a interpretação de informações

complexas, para a compreensão e tomadas de decisões diante das questões

políticas, sociais e econômicas, sendo que dentro dos Conteúdos Estruturantes e

Básicos, serão trabalhados os Desenvolvimentos Socioeducacionais.

- Política Nacional de Educação Ambiental – Lei 9795/99

- Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento da

Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.

Contempla, também, a legislação vigente / Desafios Educacionais

Contemporâneos:

- Lei 9795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Cidadania e

Direitos Humanos; Educação Fiscal; Enfrentamento à Violência na Escola; Prevenção

ao Uso Indevido de Drogas.

303

Diversidade

- História e Cultura dos Povos Indígenas – Lei 11645/08

- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana – Lei 10639/03

- Prevenção ao uso indevido de drogas

- Educação ambiental.

4 AVALIAÇÃO

Em Química, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos

científicos. O processo de construção e reconstrução se dá a partir de uma ação

pedagógica em que a partir de conhecimentos anteriores dos alunos seja permitido

aos mesmos o entendimento e a interação com a dinâmica dos fenômenos naturais

por meio de conceitos químicos.

Para isso, além de provas, serão usados outros instrumentos de avaliação

que contemplem várias formas de expressão dos alunos.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a

10,0 (dez).

O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da

nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados: como: leitura e

interpretação de textos, produção de textos, leitura e interpretação da tabela

periódica, pesquisas bibliográficas, relatórios de aulas em laboratório, apresentação

de seminários, prova oral e escrita, trabalho escrito, pesquisa de campo, relatório de

experiência e resolução de atividades em sala de aula e/ou em casa

A prova terá o valor cinco (5,0) e poderá ser objetiva ou subjetiva, somando

um total de dez (10,0).

A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos.

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

304

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como

um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,

permanecendo a nota maior.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotado no Livro Registro de Classe.

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Médio serão os seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,

seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

305

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

5 REFERÊNCIAS

ARCO-VERDE, Prof. Dra. Yvelise Freitas de Souza. Introdução às Diretrizes Curriculares. FELTRE. Ricardo. Química. Livro didático PNLEM. São Paulo: Moderna, 2004. MACEDO, Magno Urbano de; CARVALHO, Antônio. Química. S. Paulo: IBEP. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Cadernos temáticos: a inserção dos conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Química para a Educação Básica. Curitiba, 2008. QUÍMICA / vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. 248 p. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011. REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012. SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos; SCHNETZLER, Roseli Pacheco. Educação em química: compromisso com a cidadania. 3. ed. Ijuí (RS): Unijuí, 2003. SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos; MÓL, Gerson de Souza. Química & sociedade. São Paulo: Nova Geração, 2005. SARDELLA, Antonio. Química. S. Paulo: Ática, 2003.

306

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA

DE SOCIOLOGIA

PARA O ENSINO MÉDIO

Professora: Ilda Fracassi Batista

Sueli dos Santos

RIO BOM

2012

307

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A disciplina de Sociologia tem como objeto de estudo e ensino, o conflito

que se estabelece no interior das relações sociais dos grupos na sociedade, como

se estruturam e atingem as relações entre os indivíduos e a coletividade.

Assim, essas relações materializam-se nas diversas instâncias sociais:

instituições sociais, movimentos sociais, práticas políticas e culturais, as quais

devem ser estudadas em sua especificidade e historicidade. Hoje, já consolidado, o

sistema capitalista não cessa a sua dinâmica, assumindo inéditas formas de

produção, distribuição e opinião, o que implica em novas formas de olhar,

compreender e atuar socialmente.

A trajetória do ensino da Sociologia no contexto escolar brasileiro é

caracterizada por frequentes interrupções, que geram dificuldades para introduzi-la

nas escolas.

Entretanto, a Sociologia no presente tem o papel histórico que vai muito

além da leitura e explicações teóricas da sociedade. Assim, a concepção da

disciplina é a de uma Sociologia crítica, mas os seus conteúdos fundamentam-se em

teorias com diferentes tradições sociológicas: os clássicos, a saber são Karl Marx,

Émile Durkheim, Max Weber e, contemporaneamente, Antonio Gramsci, Pierre

Bourdieu, Florestan Fernandes, entre outros, que também buscaram responder as

questões surgidas nos diferentes contextos das sociedades, pensando nas relações

sociais, econômicas e políticas. As linhas teóricas que, cada uma a seu modo, elege

conteúdos, temáticas, problemáticas, metodologias, concernentes ao contexto

histórico em que foram forjadas, respondem, num campo de interlocução aos

conteúdos, temáticas, problemáticas e metodologias engendrados na realidade

contemporânea.

Segundo Florestan Fernandes (1970), a Sociologia é conceituada como

estudo ordenado dos aspectos elementares e universais da vida social.

Nesta perspectiva, não cabem mais as explicações e compreensões das

normas sociais e institucionais, para a melhor adequação social, ou mesmo para a

mera crítica social, mas sim a desconstrução e desnaturalização do social no sentido

de sua transformação. Os grandes problemas que vivemos hoje, provenientes do

308

acirramento das forças do capitalismo mundial e do desenvolvimento industrial

desenfreado, entre outras causas, exigem indivíduos capazes de romper com a

lógica neoliberal que leva à destruição social e planetária. É tarefa inadiável da

escola e da Sociologia, a formação de novos valores, de uma nova ética e de novas

práticas sociais que apontem para a possibilidade de construção de novas relações

sociais.

Desta forma, é tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e

explicar problemáticas sociais concretas e contextualizadas, desconstruindo pré-

noções e pré-conceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da

autonomia intelectual e ações políticas direcionadas à transformação social.

A exemplo do Estado do Paraná, este Colégio, na disciplina de Sociologia,

propõe ações que contribuam com a promoção da conscientização da comunidade

escolar a respeito da importância do conhecimento sociológico para o aluno do

Ensino Médio.

Assim sendo, objetivamos:

desenvolver um olhar crítico e questionar sobre as relações sociais

percebendo que a realidade social é histórica e socialmente construída

levar o aluno a aprender a pensar sobre a sociedade em que vive e

agir nas diversas instâncias sociais;

propiciar aos alunos as bases para a compreensão de como as

sociedades se organizam, estruturam-se, legitimam-se e se mantêm, habilitando-os

para uma atuação crítica e transformadora.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

O ensino de Sociologia está fundamentado nos conteúdos estruturantes

que não se resumem a uma listagem de temas e conceitos encadeados de forma

engessada e rígida. Os conteúdos estruturantes são os conteúdos representativos

dos grandes campos do saber, da cultura e do conhecimento universal e devem ser

compreendidos a partir da práxis pedagógica como construção histórica. São eles

que vão instrumentalizar professores e alunos na seleção, organização e

problematização dos conteúdos específicos a partir das necessidades locais e

309

coletivas, sem perder de vista a busca da totalidade, através do estabelecimento de

inter-relações e não da simples soma das partes.

Os conteúdos estruturantes não estão ordenados numa seqüência linear, e

nem seriados, embora a existência de cada um esteja ligada à existência dos outros,

pois a realidade social não está dividida ou compartimentada em disciplinas ou

conteúdos que melhor auxiliem a responder aos problemas sociais vividos pelo

grupo.

Estes problemas estão ligados à faixa etária dos alunos, à localização da

escola, à origem social dos alunos e professores, aos projetos políticos desses

indivíduos e grupos, ao momento histórico vivido, entre outros.

Além disso, os conteúdos específicos podem estar presentes em mais de

um conteúdo estruturante e devem ser problematizados sempre à luz das teorias

sociológicas.

2.1 O processo de socialização e as instituições sociais

Este conteúdo estruturante possibilita o entendimento e a explicação sobre

a dialética dos fenômenos sociais do cotidiano. As instituições devem ser situadas

no tempo e no espaço, inviável estabelecer comparações entre instituições de

sociedade diferentes. Porém, devem ser estudadas suas dinâmicas e contradições,

entendidas como construções sociais, passíveis de críticas e mudanças. Este estudo

favorece o entendimento da dinâmica do processo de socialização.

2.2 Cultura e indústria cultural

Este conteúdo deve problematizar e desnaturalizar os conceitos de cultura

e suas derivações. Possibilita a compreensão das diferentes formas de organização

social. Porém, as diferentes sociedades e grupos sociais não podem ser

comparadas entre si e classificadas como mais ou menos importantes, pois

possuem desenvolvimento político, econômico e social bastante diversificados.

2.3 Trabalho, produção e classes sociais

Este conteúdo estruturante permite discutir com o aluno a organização

social, as mudanças estruturais das sociedades modernas e contemporâneas e as

decorrentes mudanças nas relações de trabalho. Numa perspectiva crítica permite

compreender a construção das relações de trabalho na sociedade capitalista,

310

mudanças no mundo do trabalho nas sociedades contemporâneas neoliberais,

desemprego, subemprego e novas configurações das classes sociais.

2.4 Poder, política e ideologia

Este conteúdo estruturante permite que se discutam as relações de poder

que são permeadas por ideologias. Refere-se à problematização a respeito da

constituição do poder: este não se constitui por si só, mas possui uma estratégia, um

discurso e uma forma para se legitimar. Portanto, em sua forma de efetivação está

embutida a ideologia que se manifesta a partir de práticas políticas. Os conceitos

poderão ser trabalhados separadamente, mas deverão estar sempre em diálogo.

2.5 Direito, cidadania e movimentos sociais

Este conteúdo articula os conceitos de direito, cidadania e movimentos

sociais, pois na análise dos direitos deve-se considerar que esses foram sendo

inscritos nas leis, lentamente, ou foram sendo conquistados pela pressão dos que

não tinham direitos. Portanto, são os direitos que definem a cidadania, ou seja, a

possibilidade do indivíduo ser atuante com direitos e deveres. Entretanto, os direitos

só se tornam plenos e, portanto, elementos da cidadania, se forem exercidos no

cotidiano das ações das pessoas.

Por isso é muito importante estabelecer a vinculação dessa temática com

os movimentos sociais. Estes têm sua existência vinculada à criação de novos

direitos ou no sentido de fazer valer os que já estão escritos na lei.

É básico estudar:

- Processo de socialização;

- Instituições de reinserção (prisões, manicômio, educandário e asilo);

- Instituições sociais (familiares, escolares e religiosas);

- Cidadania e direitos humanos;

- Enfrentamento à violência (Programa de Educação nas Unidades

Socioeducativas – PROEDUSE).

- Diversidade cultural;

- Identidade;

- Indústria cultural;

- Indústria cultural no Brasil;

311

- Questões do gênero;

- Cultura Afro-Brasileira;

- Cultura Indígena;

- O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades;

- Desigualdades sociais;

- Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas

contradições;

- Educação do campo;

- Relações de trabalho;

- Trabalho no Brasil;

- Globalização e neoliberalismo.

- Meios de comunicação de massa;

- Sociedade de consumo;

- Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;

- Democracia, autoritarismo e totalitarismo;

- Estado no Brasil;

- Conceito de poder;

- Conceitos de ideologia;

- Conceitos de dominação e legitimidade;

- Direitos civis, políticos e sociais;

- Direitos humanos;

- Conceito de cidadania;

- Movimentos sociais;

- Movimentos sociais no Brasil;

- ONGs.

CONTEÚDOS DA EJA ENSINO MÉDIO

- Processo de socialização;

- Instituições de reinserção (prisões, manicômio, educandário e asilo);

- Instituições sociais (familiares, escolares e religiosas);

- Cidadania e direitos humanos;

- Enfrentamento à violência (Programa de Educação nas Unidades

Socioeducativas – PROEDUSE).

- Diversidade cultural;

312

- Identidade;

- Indústria cultural;

- Indústria cultural no Brasil;

- Questões do gênero;

- Cultura Afro-Brasileira;

- Cultura Indígena;

- O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades;

- Desigualdades sociais;

- Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas

contradições;

- Educação do campo;

- Relações de trabalho;

- Trabalho no Brasil;

- Globalização e neoliberalismo.

- Meios de comunicação de massa;

- Sociedade de consumo;

- Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;

- Democracia, autoritarismo e totalitarismo;

- Estado no Brasil;

- Conceito de poder;

- Conceitos de ideologia;

- Conceitos de dominação e legitimidade;

- Direitos civis, políticos e sociais;

- Direitos humanos;

- Conceito de cidadania;

- Movimentos sociais;

- Movimentos sociais no Brasil;

- ONGs.

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

O ensino de Sociologia pretende através de seus conteúdos estruturantes e

básicos redimensionar os aspectos da realidade para uma análise didática e crítica

313

das problemáticas sociais. Por outro lado, os conteúdos estruturantes e básicos não

devem ser pensados e trabalhados de maneira autônoma. Da mesma forma,

também não exigem uma obediência seqüencial apesar de estarem articulados entre

si, sendo possível o estudo e a apreensão pelos alunos de cada um dos conteúdos

sem a necessidade de uma amarração com os demais.

No ensino de Sociologia serão utilizados múltiplos instrumentos

metodológicos, adequados aos objetivos pretendidos, seja a exposição, a leitura e

esclarecimento do significado dos conceitos e da lógica dos textos (teóricos,

temáticos, literários), a análise, a discussão, a pesquisa de campo e bibliográfica ou

outros sem perder de vista sua relação com a própria construção histórica de

Sociologia crítica, caracterizada por posturas teóricas e práticas favorecedoras ao

desenvolvimento de um pensamento criativo e instigante.

De acordo com as Diretrizes Curriculares de Sociologia para o Ensino

Médio, a iniciação do curso a título de introdução, partirá de uma breve

contextualização da construção histórica da Sociologia e das teorias sociológicas

fundamentais, as quais devem ser retomadas constantemente, numa perspectiva

crítica, no sentido de fundamentar teoricamente as várias possibilidades de

explicação sociológica feita nos recortes da dinâmica social.

Nesta perspectiva, o conhecimento sociológico deverá ir além da definição,

classificação, descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da

realidade social. Assim, é tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e

explicar problemáticas sociais concretas e contextualizadas, desconstruindo pré-

noções e pré-conceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da

autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas à transformação social.

Desta forma, o aluno do Ensino Médio será considerado em sua

especificidade etária, e em sua diversidade cultural, ou seja, além dos aspectos

como a linguagem, interesses pessoais e profissionais e necessidades materiais,

assim como tendo em vista as peculiaridades regionais em que a escola está

inserida e a origem social do aluno, para que os conteúdos trabalhados e a

metodologia utilizada possam responder às necessidades desse grupo social.

Portanto, o ensino da Sociologia colocará o aluno como sujeito de seu

aprendizado e será constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a

rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes.

314

Entre outros encaminhamentos metodológicos próprios do conhecimento

sociológico serão utilizados: a pesquisa de campo e o uso de recursos áudio-visuais,

especialmente vídeos e filmes, para responder às necessidades dos estudantes,

com a intenção de contribuir para a reflexão, pois são dotados de linguagens

próprias e compreendê-las não significa apenas apreciar imagens e sons, mas exige

que o professor proponha uma leitura reflexiva, que siga um roteiro, que contemple

aspectos fundamentais para o conteúdo em estudo.

EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,

a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da

Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas

Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

315

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

Dentro dos Conteúdos Estruturantes e Básicos, serão trabalhados os

Desafios Educacionais Contemporâneos:

- Desenvolvimento Socioeducacional

- História e Cultura dos Povos Indígenas

- História e Cultura Afro-Brasileira e Africana

- Cidadania e Direitos Humanos, Educação Fiscal, Enfrentamento da

Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.

Contempla, também, a legislação vigente / Diversidade:

- Lei 11645/08 – História e Cultura dos Povos Indígenas;

- Lei 10639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;

- Direito da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº 11525/07.

4 AVALIAÇÃO

Concebendo a avaliação como mecanismo de transformação social e

articulando-a aos objetivos da disciplina, pretende-se a efetivação de uma prática

avaliativa que vise “desnaturalizar” conceitos tomados historicamente como

irrefutáveis e propicie o melhoramento do senso crítico e a conquista de uma maior

participação na sociedade.

Pelo diálogo suscitado em sala de aula, com base em leitura teórica e

ilustrada, a avaliação da disciplina constitui-se em um processo contínuo de

crescimento da percepção da realidade à volta do aluno e faz do professor um

pesquisador.

Na disciplina de Sociologia, a avaliação será diagnóstica e formativa,

identificadas as aprendizagens que foram satisfatoriamente efetuados e também as

que apresentam dificuldades, para que o trabalho docente seja reorientado.

Assim sendo, a avaliação acontecerá de forma continuada, processual, por

estar presente em todos os momentos da prática pedagógica e possibilitar a

constante intervenção para a melhoria do processo de ensino aprendizagem.

316

Como a avaliação é um processo, logo considerará como critérios básicos:

a) apreensão dos conteúdos básicos das ciências;

b) articulados com a prática social;

c) a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;

d) clareza e coerência na exposição das ideias sociológicas;

e) a mudança na forma de olhar e compreender os problemas sociais.

Os instrumentos de avaliação em Sociologia serão atentos, para a

construção de autonomia do educando, pois acompanharão as próprias práticas de

ensino aprendizagem da disciplina, dentre elas: registro de reflexões em debates,

produção de texto que demonstrem capacidade de auto avaliação entre teoria e

prática, seminários, relatórios, provas, pesquisas, entre outros, que visem a clareza

dos adjetivos que se pretende atingir no sentido da apreensão, compreensão,

reflexão dos conteúdos pelo aluno e, sobretudo, expressão oral ou escrita da sua

percepção do mundo.

O processo avaliativo será bimestral composto pela somatória da nota 5,0

(cinco vírgula zero), sendo no mínimo duas atividades diversificadas, utilizando-se

de instrumentos diversificados, mais a nota 5,0 (cinco vírgula zero) proveniente de

uma prova escrita, totalizando nota final 10,0 (dez vírgula zero).

A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos, assim ela ocorrerá com a retomada dos

conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos instrumentos de avaliação e com a

reavaliação do conteúdo já explicado, reexplicado em sala de aula.

No entanto, se mesmo com a recuperação de forma permanente e

concomitante ao processo ensino aprendizagem, o aluno não atingir a média integral

ao final de cada bimestre, ele terá a oportunidade de mais uma avaliação por um

dos instrumentos diversificados, prevalecendo a nota maior.

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino

Médio serão os seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,

317

seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

5 REFERÊNCIAS

FERNANDES, Florestan. Elementos de uma sociologia teórica. São Paulo: Editora Nacional e Editora da USP, 1970. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.

Diretrizes Curriculares de Sociologia para a Educação Básica. Curitiba, 2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012.

SOCIOLOGIA / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. 280 p.

318

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA

DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA

PARA O ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS

E ENSINO MÉDIO

Professoras: Cleudilene de Souza

Cleber Rogerio da Costa

Maísa Míriam de Oliveira

RIO BOM

2012

319

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LEM – INGLÊS

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O ensino de línguas estrangeiras, no Brasil, está relacionado às razões

sociais, econômicas e políticas. No início da colonização, os jesuítas usavam o Latim

como exemplo de língua culta. Após a expulsão dos padres jesuítas do Brasil

implantou-se o sistema de ensino com professores não religiosos que continuaram a

ensinar Latim e o grego.

Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, o ensino das

línguas estrangeiras modernas começa a ser mais valorizado.

Em 1837, o Colégio Pedro II, primeiro em nível secundário no Brasil,

apresentava em seu currículo sete anos de Francês, cinco de Inglês e três de

Alemão.

Em 1916, com a publicação de Cours de Linguística a Génerale por

Ferdinand Saussure, inauguraram-se os estudos da linguagem em caráter científico.

A Reforma Capanema, em 1942, atribui ao ensino secundário um caráter

patriótico e as línguas privilegiadas são o Francês, o Inglês e o Espanhol, que é

introduzido no lugar do Alemão.

Após a Segunda Guerra Mundial, a dependência econômica e cultural do

Brasil em relação aos Estados Unidos intensificou-se e com isso a necessidade de

aprender Inglês tornou-se cada vez maior.

Como uma tentativa de rompimento com a hegemonia de um único idioma

ensinado nas escolas, criou-se em 1982, o Centro de Línguas Estrangeiras, no

Colégio Estadual do Paraná que, posteriormente, expandiu-se em todo o Estado.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394

determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna,

escolhida pela comunidade escolar, no Ensino Fundamental. Já com relação ao

Ensino Médio, a Lei determina que seja incluída uma língua estrangeira moderna

como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em

caráter optativo, dependendo das disponibilidades da instituição.

Atualmente, o ensino da língua estrangeira baseia-se nos pressupostos da

Pedagogia crítica, na abordagem do letramento crítico, propondo-se fazer da aula

um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e

320

cultural, oportunizando-o a engajar-se discursivamente e perceber possibilidades de

construção de significados em relação ao mundo em que vive. Portanto, o aluno

poderá compreender que os significados são sociais e historicamente construídos e,

por isso, passíveis de transformação na prática social.

A Língua Inglesa é considerada uma língua hegemônica, dando particular

acesso à ciência e às tecnologias modernas, à comunicação intercultural e ao

mundo dos negócios, é certamente um diferenciador sócio-cultural. A posição

dominante do inglês no campo dos negócios, na cultura popular e nas relações

acadêmicas internacionais coloca-o como uma língua do poder econômico e dos

interesses sociais. Por esta razão, torna-se ainda mais necessária a sua

aprendizagem, a fim de se criar condições para a negociação, a troca e a integração,

desde que haja consciência crítica suficiente até para se formular contra-discursos

culturais em relação às desigualdades entre países e grupos sociais. Dessa forma,

os alunos passam de meros consumidores passivos de cultura e de conhecimentos

a criadores ativos, pois o uso de uma língua estrangeira é uma forma a mais de agir

no mundo e transformá-lo.

No ensino de Língua estrangeira, a língua, objeto de estudo dessa

disciplina, contempla as relações com a cultura, a ideologia, o sujeito e a identidade.

E o que se pretende com este ensino na Educação Básica é ensinar e aprender

línguas, é também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir

sentidos, formar subjetividades, permitir que se reconheça no uso da língua

estrangeira os diferentes propósitos comunicativos, independente do grau de

proficiência atingido.

Dessa forma, as aulas de língua estrangeira configuram-se como espaços

nos quais identidades são construídas, pelas representações e visões de mundo que

vão sendo reveladas no dia a dia. Objetiva-se que os alunos analisem as questões

sociais, políticas e econômicas da nova ordem mundial, suas implicações e que

desenvolvam uma consciência crítica a respeito do papel das línguas na sociedade.

O ensino de Língua Estrangeira objetiva propiciar ao aluno a capacidade de

perceber a importância da língua, para sua atuação e comunicação com o mundo.

Além de contribuir para que o aluno perceba as diferenças entre os usos, as

convenções e os valores de seu grupo social e os da comunidade que usa a língua

estrangeira, de forma crítica, percebendo que não há um modelo a ser seguido, ou

uma cultura melhor que a outra, mas apenas diferentes possibilidades que os seres

321

humanos elegem para regular suas vidas e que são passíveis de mudanças ao

longo do tempo, posto que o uso da língua corresponde ao contexto histórico e

social de uma comunidade que está em constante movimento e transformação.

O ensino de Língua Inglesa deve proporcionar aos alunos uma forma de

interação com outras culturas, assim como levar o aluno a refletir sobre a língua

como um artefato cultural e também como um produto que constrói e é construído

por determinada(s) comunidade(s) que reagem a determinados acontecimentos com

base em histórias e contextos específicos, pois é através do estudo de uma língua

que temos a constituição das identidades dos alunos tornando-os agentes críticos e

transformadores ao longo da Educação Básica.

Ao apresentar os objetivos de Língua Estrangeira, o professor

proporcionará aos alunos também reflexões em torno da História da Cultura Afro-

Brasileira e Africana, bem como a construção da identidade dos povos do campo,

valorizando-os como sujeitos que possuem laços culturais e valores relacionados à

vida na Terra e assim favorecendo a formação integral do cidadão.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS DA DISCIPLINA

A língua, entendida como interação enquanto espaço de produção de

sentidos, marcado por relações contextuais de poder, terá como Conteúdo

Estruturante o Discurso como prática social, efetivada por meio das práticas

discursivas: prática de leitura, prática de escrita e prática da oralidade.

CONTEÚDO BÁSICOS

6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

GÊNEROS TEXTUAIS

- Álbum de família;

- Fotos;

- Bilhetes;

- Cantigas de roda;

- Cartão;

322

- Cartão postal;

- Narrativas;

- Diálogos;

- Histórias em quadrinhos;

- Textos informativos;

- Mapas;

- E-mail;

- Músicas.

LEITURA

- Identificação do tema

- Intertextualidade;

- Intencionalidade;

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

ESCRITA

- Tema do texto;

- Interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Intencionalidade do texto;

- Intertextualidade;

- Condições de produção;

- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

- Léxico;

- Coesão e coerência;

323

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

ORALIDADE

- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações lingüísticas;

- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

- Pronúncia.

7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

GÊNEROS TEXTUAIS

- Textos narrativos;

- Descrição pessoal;

- História em quadrinhos;

- Textos instrucionais;

- Textos informativos;

- Diálogos;

- Letter;

- E-mail;

- Diário;

- Mapas;

- Blog;

- Pôster;

- Cartaz;

- Quiz – questionário em revista para jovens;

- Músicas.

324

LEITURA

- Identificação do tema

- Intertextualidade;

- Intencionalidade;

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

ESCRITA

- Tema do texto;

- Interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Intencionalidade do texto;

- Intertextualidade;

- Condições de produção;

- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

325

ORALIDADE

- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações lingüísticas;

- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

- Pronúncia.

8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

GÊNEROS TEXTUAIS

- Artigo de jornais;

- Diálogos;

- Descrição;

- Textos informativos;

- Textos instrucionais;

- Receitas;

- Textos narrativos;

- História em quadrinhos;

- Biografia;

- Chats;

- Legendas de fotos;

- Entrevista;

- Pôster;

- Músicas;

- Charge.

LEITURA

- Identificação do tema

- Intertextualidade;

- Intencionalidade;

- Vozes sociais presentes no texto;

- Elementos semânticos;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

326

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

ESCRITA

- Tema do texto;

- Interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Intencionalidade do texto;

- Intertextualidade;

- Condições de produção;

- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

ORALIDADE

- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações lingüísticas;

- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;

- Adequação da fala ao contexto;

- Pronúncia.

327

9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

GÊNEROS TEXTUAIS

- Entrevista;

- Anúncios de emprego;

- Textos informativos;

- Notícias;

- Cartum;

- Blog;

- Quiz;

- Artigos de jornais;

- Entrevista online;

- Textos argumentativos;

- Textos narrativos;

- Diálogos;

- História em quadrinhos;

- Placa;

- Poema;

- Banner;

- Cartas pessoais;

- Cartões;

- Roteiro de teatro;

- Resenha;

- Músicas.

LEITURA

- Identificação do tema

- Intertextualidade;

- Intencionalidade;

- Vozes sociais presentes no texto;

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

328

- Discurso direto e indireto;

- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

ESCRITA

- Tema do texto;

- Interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Intencionalidade do texto;

- Intertextualidade;

- Condições de produção;

- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

- Vozes sociais presentes no texto;

- Discurso direto e indireto;

- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

ORALIDADE

- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

329

- Vozes sociais presentes no texto;

- Variações lingüísticas;

- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;

- Adequação da fala ao contexto;

- Pronúncia.

ENSINO MÉDIO

GÊNEROS TEXTUAIS

- Biografia

- Música

- Relatos históricos

- Placas

- Cartas

- e-mail

- Contos de fada

- Textos informativos

- Poéticos

- Cartum

- História em quadrinhos

- Sinopses de filme

- Narrativa de aventuras

- Paródia

- Receitas

- Artigos

- Resenha

- Fábulas

- Horóscopo

- Gráficos

- Mapas

- Artigos de opinião

- Quiz

- Reportagem

330

LEITURA

- Identificação do tema

- Intertextualidade;

- Intencionalidade;

- Vozes sociais presentes no texto;

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Marcadores do discurso;

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

- Discurso direto e indireto;

- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

ESCRITA

- Tema do texto;

- Interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Intencionalidade do texto;

- Intertextualidade;

- Condições de produção;

- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

- Vozes sociais presentes no texto;

- Vozes verbais;

- Discurso direto e indireto;

- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Funções das classes gramaticais no texto;

331

- Elementos semânticos;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

ORALIDADE

- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Vozes sociais presentes no texto;

- Variações lingüísticas;

- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;

- Adequação da fala ao contexto;

- Pronúncia.

CONTEÚDO EJA ENSINO FUNDAMENTAL FASE II

GÊNEROS TEXTUAIS

- Álbum de família;

- Fotos;

- Bilhetes;

- Cantigas de roda;

- Cartão;

- Cartão postal;

- Narrativas;

- Diálogos;

- Histórias em quadrinhos;

- Textos informativos;

- Mapas;

332

- E-mail;

- Músicas;

- Textos narrativos;

- Descrição pessoal;

- Textos instrucionais;

- Letter;

- Diário;

- Blog;

- Pôster;

- Cartaz;

- Quiz – questionário em revista para jovens;

- Artigo de jornais;

- Descrição;

- Receitas;

- Biografia;

- Chats;

- Legendas de fotos;

- Entrevista;

- Charge;

- Anúncios de emprego;

- Notícias;

- Cartum;

- Entrevista online;

- Textos argumentativos;

- Placa;

- Poema;

- Banner;

- Cartas pessoais;

- Cartões;

- Roteiro de teatro;

- Resenha.

LEITURA

- Identificação do tema

333

- Intertextualidade;

- Intencionalidade;

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia;

- Discurso direto e indireto;

- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto.

ESCRITA

- Tema do texto;

- Interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Intencionalidade do texto;

- Intertextualidade;

- Condições de produção;

- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia;

- Vozes sociais presentes no texto;

334

- Discurso direto e indireto;

- Emprego do sentido conotativo e denotativo do texto.

ORALIDADE

- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Variações lingüísticas;

- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

- Pronúncia;

- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;

- Adequação da fala ao contexto;

- Vozes sociais presentes no texto.

CONTEÚDOS EJA ENSINO MÉDIO

GÊNEROS TEXTUAIS

- Biografia

- Música

- Relatos históricos

- Placas

- Cartas

- e-mail

- Contos de fada

- Textos informativos

- Poéticos

- Cartum

- História em quadrinhos

- Sinopses de filme

- Narrativa de aventuras

- Paródia

- Receitas

- Artigos

- Resenha

335

- Fábulas

- Horóscopo

- Gráficos

- Mapas

- Artigos de opinião

- Quiz

- Reportagem

LEITURA

- Identificação do tema

- Intertextualidade;

- Intencionalidade;

- Vozes sociais presentes no texto;

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Marcadores do discurso;

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

- Discurso direto e indireto;

- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

ESCRITA

- Tema do texto;

- Interlocutor;

- Finalidade do texto;

- Intencionalidade do texto;

- Intertextualidade;

- Condições de produção;

336

- Informatividade (informações necessárias para a coerência do texto);

- Vozes sociais presentes no texto;

- Vozes verbais;

- Discurso direto e indireto;

- Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto;

- Léxico;

- Coesão e coerência;

- Funções das classes gramaticais no texto;

- Elementos semânticos;

- Recursos estilísticos (figuras de linguagem);

- Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos (como

aspas, travessão, negrito);

- Variedade linguística;

- Acentuação gráfica;

- Ortografia.

ORALIDADE

- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos, etc.;

- Adequação do discurso ao gênero;

- Turnos de fala;

- Vozes sociais presentes no texto;

- Variações lingüísticas;

- Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

- Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito;

- Adequação da fala ao contexto;

- Pronúncia.

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

O trabalho com o ensino da língua estrangeira na sala de aula será

pensado a partir do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais

que meros instrumentos de acesso à informação: as línguas estrangeiras são

337

também possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o

mundo e de construir significados.

A partir do conteúdo estruturante Discurso como prática social, serão

trabalhadas questões linguísticas, sócio-pragmáticas, culturais e discursivas, bem

como as práticas do uso da língua: leitura, oralidade e escrita. O ponto de partida

será o texto verbal e não-verbal, como unidade de linguagem em uso.

O texto apresenta-se como um espaço para a discussão de temáticas

fundamentais para o desenvolvimento intercultural, manifestados por um pensar e

agir críticos, por uma prática cidadã imbuída de respeito às diferentes culturais,

crenças e valores.

Os alunos devem ser envolvidos em atividades críticas e

problematizadoras, que se concretizem por meio da língua e prática social.

Será feito, sempre que possível, um trabalho com textos autênticos, assim

como vídeos, filmes que enfoquem temas referentes a questões sociais emergentes.

Os conteúdos relacionados ao desenvolvimento socioeducacional e

diversidade serão focalizados nas três dimensões da Proposta Pedagógica de LEM

– Inglês: oralidade, leitura e escrita, através de trabalhos orais e escritos diversos,

utilizando diversos gêneros, filmes e músicas que abordem os temas propostos e

que levem à interação.

Será apresentado ao aluno textos de diferentes gêneros textuais:

publicitários, jornalísticos, literários, informativos, de opinião, etc., ressaltando as

suas diferenças estruturais e funcionais, bem como o caráter do público a que se

destina e, sobretudo, aproveitar o conhecimento que ele já tem das suas

experiências com a língua materna.

O trabalho com texto não representa privilegiar a prática da leitura em

detrimento às demais no trabalho em sala de aula, visto que na interação com o

texto pode haver uma complexa mistura da linguagem escrita, visual e oral como,

por exemplo, nas seguintes situações: o professor lê o texto em voz alta, apontando

ora para imagens e ilustrações, ora para palavras escritas na página, não apenas

narrando ou contando uma história, mas realizando perguntas aos alunos. Assim, na

aula de língua estrangeira será possível realizar discussões orais sobre sua

compreensão, bem como produzir textos orais, escritos e/ou visuais, a partir do texto

lido, integrando todas as práticas discursivas neste processo, sendo importante

338

também o uso de materiais visuais, recursos tecnológicos (áudio-visual, TV

Pendrive, internet), que auxiliarão o trabalho pedagógico na sala.

O texto será abordado em seu contexto social de produção, a partir dele e

das necessidades específicas dos alunos, serão selecionados os itens gramaticais

que indiquem a estrutura social de produção assim como a estruturação da língua, a

fim de que se expressem ou construam sentidos aos textos.

Os alunos serão levados a discutir a respeito dos assuntos abordados nos

textos, utilizando a língua materna e sempre que possível expressando ideias em

língua estrangeira mesmo como limitações e para isso os alunos serão expostos a

textos orais (filmes, músicas, relatos, diálogos, etc.) para que se familiarizem com os

sons específicos da língua que estão aprendendo.

Com relação à escrita não podemos esquecer que ela deve ser vista como

uma atividade sociointeracional, ou seja, significativa, pois, em situações reais de

uso, escreve-se para alguém, ou um alguém de quem se constrói uma

representação. Sendo assim, a prática escolar de produção escrita em LE, ainda que

restrita a construção de frases, parágrafos, a um poema ou a uma carta, precisa

fazer desta produção uma atividade menos artificial possível: buscar leitores efetivos

dentro e fora da escola, ou seja, elaborar pequenos textos direcionados a um público

determinado.

EJA – ENSINO FUNDAMENTAL FASE II EJA – ENSINO MÉDIO A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem,

ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva

do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-

se no elemento principal da mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tomar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo de ensino.

339

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos

conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica,

a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da

Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos pelas

Diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos

nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais

devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se

restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias, princípios,

informações, etc, mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

A ação pedagógica dessa proposta abrangerá de forma interdisciplinar o

Desenvolvimento Socioeducacional:

- Cidadania e Direitos Humanos;

- Educação Ambiental – Lei n°9.795/99;

- Enfrentamento à violência;

- Prevenção ao uso indevido de drogas.

Diversidade:

- Gênero e Diversidade Sexual;

- História e Cultura Afro-brasileira e Africana Lei n°10.639/03;

- Direito das Crianças e Adolescentes, Lei Federal n°11.525/07;

- Música, Lei n°11.769/08

340

4 AVALIAÇÃO

A avaliação será parte integrante do processo de aprendizagem e

contribuirá para a construção de saberes.

Ela será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno, considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados e os aspectos qualitativos

prevalecerão sobre os quantitativos.

Além de ser útil para a verificação de aprendizagem dos alunos, a avaliação

servirá principalmente para que o professor repense a sua metodologia e planeje as

suas aulas de acordo com as necessidades de seus alunos.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escala de 0(zero) a

10,0(dez).

O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da

nota 5,0(cinco) referente a atividades realizadas com as práticas de leitura, oralidade

e escrita, e a avaliação de valor 5,0(cinco) poderá ser objetiva e/ou subjetiva

somando um total 10,0(dez).

O aluno será avaliado durante todo o processo educativo nas práticas de

leitura, escrita e oralidade. Para isso serão utilizados diversos instrumentos e

recursos: tarefas individuais ou em grupos, exercícios orais, discussões, pesquisas,

provas objetivas e descritivas, entre outros.

Na leitura é importante que o aluno identifique o tema, realize leitura

compreensiva do texto, localize informações explícitas no texto, amplie seu horizonte

de expectativas, amplie seu léxico, identifique a ideia central do texto, analise as

intenções do autor, dedução dos sentidos de palavras e/ou expressões a partir do

contexto, perceba o ambiente no qual circulam os gêneros.

Na escrita espera-se que o aluno expresse as ideias com clareza,

elabore/reelabore textos de acordo com o encaminhamento do professor atendendo

as situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade ... ), a

continuidade temática, diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal;

use recursos textuais com coesão e coerência, informatividade, etc.; utilize

adequadamente recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo,

pronome, numeral, substantivo, etc.

341

Na oralidade espera-se que o aluno utilize do discurso de acordo com a

situação de produção (formal/informal), apresente suas ideias com clareza,

coerência mesmo que na língua materna, utilize adequadamente entonação,

pausas, gestos e etc., respeite os turnos de fala.

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como

um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,

permanecendo a nota maior.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotado no Livro Registro de Classe.

Os critérios de avaliação da EJA Ensino Fundamental Fase II e Ensino

Médio serão os seguintes:

- a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente;

- as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

- para fins de promoção ou certificação, serão registradas 2 (duas) a 6 (seis)

notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e

orais, pesquisa em sala de aula ou extra-classe, pesquisa de campo,

seminários e trabalhos extra-classe, atividade em grupo ou individual, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar;

- a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os

resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);

- para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução nº 3794/04-

SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) no total da

carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por

cento) na organização individual;

342

- o educando deverá atingir, pelo menos, a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

- a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

- os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

- o educando portador de necessidades educativas especiais será avaliado não

por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver.

5 REFERÊNCIAS

Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e Inglês / vários autores. Livro didático público. Curitiba: SEED-PR, 2006. 256 p. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos conteúdos de história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: SEED-PR, 2008. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2011. REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom, 2012.

343

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA

EDUCAÇÃO ESPECIAL – SALA DE RECURSOS

EDUCAÇÃO BÁSICA

Professora: Marjorie Cristina Aparecida Bueno

RIO BOM

2012

344

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

SALA DE RECURSOS

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Após uma longa trajetória histórica da Educação Especial no Brasil, depara-

se que ela faz parte do sistema geral de ensino, atribuindo a mesma a educação de

alunos que tenham necessidades educativas especiais.

“Cumpre destacar que a Educação Especial é uma” modalidade de

educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para

alunados portadores de necessidades especiais “(LDB 93494/96) e sua

regulamentação pelas DIRETRIZES NACIONAIS (resolução N 02/01)- A educação

especial tem o objetivo de oferecer recursos e serviços educacionais especializados

aos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais em todo o fluxo

educacional.

O parecer 17/2001 DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO institui as

Diretrizes Nacionais para educação especial na Educação Básica e definiu como

alunos com necessidades educativas especiais aqueles que apresentam, durante o

processo ensino aprendizagem:

- Dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de

desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares.

- A nova política educacional para educação especial vem a cada dia se

solidificando, assim todas as crianças e jovens devem estudar em escola regular, è o

que define o DECRETO 6.571 de setembro de 2008, o prazo para que todos os

municípios se ajustem às novas regras vai até o fim de 2010.

Pretende-se com o atendimento especializado na modalidade de educação

especial que o aluno tenha acesso, permanência e sucesso na escola, onde o

mesmo se torne uma pessoa esclarecida quanto às diversidades étnicas, culturais e

sociais presentes no Brasil e no mundo e desta forma aprender a se respeitar, bem

como a respeitar os outros nas suas diferenças na convivência com os mesmos. E a

inclusão é o meio mais favorável para o desenvolvimento integral desses alunos.

345

2 CONTEÚDOS

A educação inclusiva pressupõe a prática de currículos abertos e flexíveis,

comprometidos com o atendimento à diversidade do aluno presente na escola. O

currículo inclusivo deve contar com adaptações para atender à diversidades das

salas de aula dos alunos.

Quando se fala de adaptações curriculares está se falando, sobretudo, em

primeiro lugar, de uma estratégia de planejamento e de atuação docente e, nesse

sentido, de um processo para tratar de responder às necessidades de aprendizagem

de cada aluno [...] fundamentado em uma série de critérios para guiar a tomada de

decisões com respeito ao que é, ao que o aluno ou aluna deve aprender, como e

quando e qual é a melhor forma de organizar o ensino para que todos saiam

beneficiados ( DIRETRIZES CURRICULARES DE EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA

EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA A CONSTRUÇÃO DE CURRICULOS INCLUSIVO, p.

51).

A metodologia de ensino do Colégio Estadual Dr. Rebouças está baseada

na proposta Progressista histórico crítica, ou seja, o objetivo é levar os alunos a

explorarem e descobrirem todas as possibilidades de apropriação do saber

universal, compreendendo a realidade social de forma crítica e democrática para a

transformação da realidade em que se vive.

Considerando a lei de Diretrizes e bases 9394/96 e o Estatuto da Criança e

do Adolescente (Lei Federal nº 11525/07), a escola se propõe a um trabalho

baseado nas diferenças individuais.

Embora os alunos se desenvolvam de maneiras diferentes, a educação cria

condições para o desenvolvimento total de todos os alunos, considerando aqueles

de ordem física, afetiva, cognitiva, ética e social, ou seja, o respeito à diversidade e

desenvolvimento socioeducacional dos alunos é parte crucial dessa proposta.

A tarefa primordial da educação especial é trocar os conteúdos abstratos

pelos mais concretos, compatíveis com a realidade social dos alunos. Como também

visa um ensino voltado à dialética, sexualidade humana, questões que se referem à

violência contra a criança e adolescente, acão, compreensão e participação nesses

interesses, garantindo uma qualidade de ensino, isto é propõe-se estratégias de

adequação de metodologias e avaliação para os alunos com necessidades

educacionais especiais.

346

Com isso a educação especial é uma das mediações pela qual o aluno com

necessidade de aprendizagem especial, pela intervenção do professor e por sua

própria participação ativa, passa de uma experiência confusa e fragmentada a uma

visão organizada.

A seleção e organização dos conteúdos valorizarão as seguintes atividades:

Priorizar áreas e unidade de conteúdos (leitura e escrita), como também enfatizar o

raciocínio lógico e seqüenciar conteúdos para atender à complexibilidade da

aprendizagem.

- Aspectos nas áreas do desenvolvimento, tais como: habilidades cognitivas,

psicomotoras, motoras, linguística, sócio- afetiva.

- Jogos para desenvolver habilidades cognitivas como, abstração, agilidade no uso

do lápis, alerta mental, antecipação visual, assimilação de informações

socioculturais, atenção, atividades visuais, capacidade de analise e síntese,

capacidade de isolar características essenciais das não essenciais, capacidade de

realizar justaposições simples, capacidade de visualização espacial e perceptiva,

caráter dos processos do pensamento, compreensão visual, concentração,

organização espaço-temporal, conhecimentos gerais, coordenação viso motora,

destreza motora fina, direcionalidade, estado de alerta, flexibilidade para trabalhar

com um objeto inicialmente desconhecido, grau de pensamento abstrato, habilidade

lingüística verbal, habilidade lógica matemática, interação, socialização e maturidade

da consciência, rapidez mental, sentido moral, síntese visual.

- Língua portuguesa e matemática: Estes são conteúdos básicos e de

conhecimentos fundamentais para cada série do ensino fundamental ao ensino

médio, considerado imprescindível para a formação conceitual dos estudantes.

Por serem conhecimentos fundamentais, não podem ser suprimidos nem

reduzidos e sim adaptados de modo a enriquecer o aprendizado dos alunos.

Assim, para garantir uma prática pedagógica adequada precisa-se de organização

dos conteúdos e a união de toda comunidade escolar e entender que o espaço de

sala de aula é um lugar de confrontos de diferentes saberes e precisa-se definir

novos critérios para articulá-los, afim de que os alunos cresçam na sua totalidade.

347

3 METODOLOGIA

A modalidade de Educação Especial tem por objetivo contribuir para a

formação do aluno. Diante das experiências interativas de produção de diferentes

linguagens. Onde o mesmo praticando, conhecendo e questionando modificará o

modo de produzir sua vida escolar.

Na Educação Especial não se pode afirmar haver práticas pedagógicas

prontas, fórmulas ou métodos definidos, pois estaríamos desconsiderando a

diversidade e o desenvolvimento socioeducacional.

Logo, a metodologia desenvolvida na Educação Especial em sala de aula,

será no sentido de adequá-la nas várias formas e material alternativo quando, o

comum à turma não for suficiente pra a compreensão do conteúdo. Também precisa

ter uma modificação expressiva dos procedimentos e organização didática da aula

em relação aos demais colegas, como também introdução de métodos específicos,

assim o aluno terá maior aquisição de conhecimentos e habilidades, e o professor o

ajudará a eliminar barreiras para o seu aprendizado.

4 AVALIAÇÃO

A prática de avaliação será primordialmente formativa e com adaptações

nos procedimentos e instrumentos, bem como, com o tempo diferenciado dando

qualidade no processo educativo.

Com essa prática de avaliação contínua e diagnóstica, podem-se considerar

os diferentes ritmos e processos de aprendizagem dos alunos, possibilitando o

acontecimento da intervenção pedagógica no seu devido tempo.

5 REFERÊNCIAS

BRASIL/MEC, Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção

de Currículos Inclusivos. Curitiba- PR, 2006.

PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento da Educação Especial.

348

Política estadual de Educação Especial na perspectiva da inclusão. (texto da

semana pedagógica 2010 de Ed. Especial).

TRANSTORNOS DA APRENDIZAGEM/ NEWRA TELLCHEA ROTTA. Abordagem

Neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.

ROSA, SUELY PEREIRA DA SILVA; DELOU, CRISTINA MARIA CARVALHO;

OLIVEIRA, ELOIZA DA SILVA GOMES DE. Fundamentos teóricos e

metodológicos da Inclusão. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2008.

A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO CONTEXTO SÓCIO ECONÔMICO BRASILEIRO-

Pós- graduação lato senso modalidade a distância – Metodologias inovadoras

aplicadas à Educação Núcleo das Especificidades Pedagógicas: Educação

Especial Inclusiva.

NOVA ESCOLA / EDIÇÃO ESPECIAL N 24. Inclusão como ensinar os conteúdos

do currículo para aluno com deficiência.

349

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA

DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA

PARA O ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS

E PARA O ENSINO MÉDIO

CELEM - ESPANHOL

Professor: Jorge Miguel da Silva

RIO BOM

2012

350

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE LÍNGUA

ESTRANGEIRA MODERNA – CELEM - ESPANHOL

1 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O ensino de línguas estrangeiras, no Brasil, está relacionado às razões

sociais, econômicas e políticas. No início da colonização, os jesuítas usavam o Latim

como exemplo de língua culta. Após a expulsão dos padres jesuítas do Brasil

implantou-se o sistema de ensino com professores não religiosos que continuaram a

ensinar Latim e o grego.

Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, o ensino das

línguas estrangeiras modernas começa a ser mais valorizado.

Em 1837, o Colégio Pedro II, primeiro em nível secundário no Brasil,

apresentava em seu currículo sete anos de Francês, cinco de Inglês e três de

Alemão.

Em 1916, com a publicação de Cours de Linguística a Génerale por

Ferdinand Saussure, inauguraram-se os estudos da linguagem em caráter científico.

A Reforma Capanema, em 1942, atribui ao ensino secundário um caráter

patriótico e as línguas privilegiadas são o Francês, o Inglês e o Espanhol, que é

introduzido no lugar do Alemão.

Como uma tentativa de rompimento com a hegemonia de um único idioma

ensinado nas escolas, criou-se em 1982, o Centro de Línguas Estrangeiras, no

Colégio Estadual do Paraná que, posteriormente, expandiu-se em todo o Estado.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394

determinou a oferta obrigatória de pelo menos uma língua estrangeira moderna,

escolhida pela comunidade escolar, no Ensino Fundamental. Já com relação ao

Ensino Médio, a Lei determina que seja incluída uma língua estrangeira moderna

como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em

caráter optativo, dependendo das disponibilidades da instituição.

Em 2005 foi criada a Lei nº 11161, que decreta obrigatória a oferta de língua

espanhola nos estabelecimentos de Ensino Médio. A oferta é obrigatória para a

escola, mas de matrícula facultativa para o aluno, sendo que os estabelecimentos de

ensino têm cinco anos, a partir da data de sua publicação, para implementá-la.

351

Atualmente, o ensino da língua estrangeira baseia-se nos pressupostos da

Pedagogia crítica, ancorada na perspectiva de uma leitura crítica, propondo-se fazer

da aula um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade

linguística e cultural, oportunizando-o a engajar-se discursivamente e perceber

possibilidades de construção de significados em relação ao mundo em que vive.

Portanto, o aluno poderá compreender que os significados são sociais e

historicamente construídos e, por isso, passíveis de transformação na prática social.

A língua estrangeira contempla as relações com a cultura, a ideologia, o

sujeito e a identidade e o que se pretende com este ensino na Educação Básica é

ensinar e aprender língua, é também ensinar e aprender percepções de mundo e

maneiras de construir sentidos, é formar subjetividades, independente do grau de

proficiência atingido. Desse modo as aulas de língua estrangeira configuram-se

como espaços nos quais identidades são construídas, pela forma como as

interações entre professores e alunos são organizadas, pelas representações e

visões de mundo que vão sendo reveladas no dia-a-dia.

A língua é um elemento em constante processo de mutação, por isso ela se

torna um bem comum quando falada por um grande grupo.

No ensino de Língua estrangeira, a língua, objeto de estudo dessa disciplina,

contempla as relações com a cultura, a ideologia, o sujeito e a identidade. E o que

se pretende com este ensino na Educação Básica é ensinar e aprender línguas, é

também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir sentidos,

formar subjetividades, permitir que se reconheça no uso da língua estrangeira os

diferentes propósitos comunicativos, independente do grau de proficiência atingido.

A língua estrangeira é uma ferramenta com a qual podemos nos comunicar

com pessoas do mundo todo, através dela podemos ter acesso a mais informações,

melhorar nossos conceitos e avaliar nossos “pre-conceitos”.

São objetivos dessa disciplina:

- fazer com que o aluno tenha um domínio satisfatório do idioma, valendo-se

disso para um futuro promissor intelectual e profissional;

- preparar o aluno para vestibulares, concursos e provas de títulos onde o

conhecimento e a proficiência na língua são cobrados de forma profunda;

- perceber a importância da Língua Estrangeira e sua utilização na

comunicação universal;

352

- contribuir para que o aluno perceba as diferenças entre os usos, as

convenções e os valores de seu grupo social e os da comunidade que usa a língua

estrangeira, de forma crítica, percebendo que não há um modelo a ser seguido, ou

uma cultura melhor que a outra, mas apenas diferentes possibilidades que os seres

humanos elegem para regular suas vidas e que são passíveis de mudanças ao

longo do tempo, posto que, como a língua, correspondem ao contexto histórico e

social de uma comunidade que está em constante movimento e transformação;

- levar o aluno a considerar o ensino da Língua Espanhola como uma forma

de interação com outras culturas e refletir sobre a língua como um artefato cultural,

como um produto que constrói e é construído por determinada(s) comunidade(s) que

reagem a determinados acontecimentos com base em histórias e contextos

específicos;

- contribuir para a constituição das identidades dos alunos sujeitos como

agentes críticos e transformadores ao longo da Educação Básica;

- preparar o aluno para possíveis viagens por países que têm o espanhol

como língua oficial, haja vista que somos praticamente cercados por eles;

- preparar o aluno para o mercado laboral, pois a informatização está em

ascensão e grande parte dos sites são montados em língua espanhola.

2 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS

A língua, entendida como interação enquanto espaço de produção de

sentidos, marcado por relações contextuais de poder, terá como Conteúdo

Estruturante o Discurso, como prática social, efetivada por meio das práticas

discursivas: prática de leitura, prática de escrita e prática da oralidade.

Os conteúdos básicos para o CELEM serão desdobrados a partir de textos

(verbais e não-verbais), considerando seus elementos linguístico-discursivos

(fonético-fonológicos, léxico-semânticos e sintáticos), manifestados nas práticas

discursivas (leitura, escrita e oralidade). Portanto, os textos escolhidos para o

trabalho pedagógico definirão os conteúdos específicos, a serem trabalhados dentro

de cada prática discursiva.

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA O CELEM - 1º ANO

353

Gêneros Discursivos

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise

linguística, serão adotadas como conteúdos básicos os gêneros discursivos

conforme suas esferas sociais de circulação.

Fotos;

Cartões de felicitações;

Bilhetes;

Convites;

Quadrinhas;

Receitas;

Biografias;

Lendas;

Letras de músicas;

Poemas;

Diálogo/Discussão;

Cartazes;

Notícias;

Tiras;

Filmes;

Cartão pessoal;

Músicas;

Provérbios;

Trava-línguas;

Autobiografias;

Histórias em quadrinhos;

Resumos;

Narrativas básicas;

Notícias;

Cartazes;

Anúncios;

Paródias;

Bulas;

Placas;

Rótulos;

354

E-mail;

Horóscopo;

Regras de jogos;

Caricatura;

Classificados;

Folders;

Reportagens;

Torpedos.

Leitura

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidader do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situcionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

Polissemia;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;

Léxico.

Escrita

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

355

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

Polissemia;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem;

Processo de formação de palavras;

Acentuação gráfica;

Ortografia;

Concordância verbal/nominal.

Oralidade

Léxico.

Conteúdo temático;

Finalidade;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,

pausas...;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Variações linguísticas;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

Semântica;

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.

356

CONTEÚDOS BÁSICOS PARA O CELEM – 2.º ANO

Gêneros Discursivos

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística, serão

adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas

sociais de circulação.

Cartão Pessoal;

Adivinhações, Anedotas;

Diário;

Lista de Compras;

Letras de música;

Resumo;

Histórias em quadrinhos;

Narrativas;

Reportagens;

Comercial para TV;

Biografia;

Romances;

Textos dramáticos;

Textos de opinião;

Charges;

Entrevista (oral e escrita);

Horóscopo;

Caricaturas;

Filmes;

Cartão Social;

Canções Culturais;

Contos de Fadas/Contemporâneos;

Relatos;

Classificados;

Tiras;

357

Anúncios;

Blog;

Chat;

Torpedos;

Diálogo/Discussão Argumentativa;

Textos dramáticos;

Tiras;

Paródias;

Manchetes;

Crônicas jornalísticas;

E-mail's;

Vídeo clipe.

Leitura

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

Polissemia;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão,negrito), figuras de

linguagem;

Léxico.

358

Escrita

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

Polissemia;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,

pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de

linguagem;

Processo de formação de palavras;

Acentuação gráfica;

Ortografia;

Concordância verbal/nominal.

Oralidade

Conteúdo temático;

Finalidade;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,

pausas...;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

359

Variações linguísticas;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

Semântica;

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.

CONTEÚDOS PARA O APRIMORAMENTO ( CELEM)

Gêneros Discursivos

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística,

serão adotadas como conteúdos os gêneros discursivos considerando suas esferas

sociais de circulação.

Gêneros textuais :

Fotos;

Convites;

Quadrinhas;

Receitas;

Biografias;

Lendas;

Letras de músicas;

Poemas;

Diálogo/Discussão;

Cartazes;

Notícias;

Tiras;

Provérbios;

Fábulas

Classificados

Leitura:

Tema do texto;

Interlocutor;

360

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situcionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

Polissemia;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no

texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras

de linguagem;

Léxico.

Escrita

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

Polissemia;

361

Oralidade

Conteúdo temático;

Finalidade;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual,

pausas...;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Variações linguísticas;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

Semântica;

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.

- Contemplação à história e cultura Afro-Brasileira e Africana, de acordo com a Lei

10639/03, pois muitas das palavras que compõem nosso vocabulário são oriundas

desses povos;

- Contemplação à Lei 9795/99 sobre Educação Ambiental, sendo necessária a todos

os níveis de ensino;

- Serão trabalhados: a Cidadania, os Direitos Humanos, a Prevenção às Drogas e o

Enfrentamento à Violência;

- Aclaramento sobre gênero e diversidade sexual;

- Importância das escolas indígenas e sobre a educação do campo.

3 METODOLOGIA DA DISCIPLINA

Ensinar Língua Estrangeira implica pensar nas ações pedagógicas,

fundamentadas na construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva, engajada

na realidade, privilegiando a relação teoria-prática, na busca do entendimento das

diferentes formas do saber.

362

Visando a nova versão das Diretrizes Curriculares a abordagem

metodológica seguirá alguns aspectos que irão influenciar na escolha das

atividades, como por exemplo, o número de alunos em sala de aula, tempo, material

disponível, etc. Deve-se considerar o aluno como agente ativo no processo de

aprendizagem.

O ensino da Língua Estrangeira, assim como a língua materna, deve ter o

texto como material linguístico articulador da metodologia. Portanto, as aulas terão

como ponto básico o trabalho com o texto, entendido como um material verbal,

produto de uma determinada visão de mundo, de uma intenção e de um momento

de produção, para que o aluno desenvolva um novo pensar sobre o idioma que está

aprendendo. Dessa forma, considera-se a linguagem a partir de temáticas que

exploram os diferentes gêneros discursivos e tipos de textos, com o objetivo de

explorar as práticas discursivas de linguagem – leitura, escrita e oralidade, para

tanto serão utilizados textos como: anedotas, cartões, convites, curriculum vitae,

comunicados, causos, biografias, contos, histórias em quadrinhos, lendas, diálogos,

cartazes, paródias, pinturas, poemas, romances, mapas, anúncios de jornais,

músicas, comerciais de TV, charges, carta ao leitor, entrevistas, filmes, e-mails, site

de relacionamentos, entre outros gêneros passíveis de trabalho.

Durante a prática da oralidade, o professor deve desenvolver um trabalho

gradativo, que permita ao aluno conhecer e usar também a variedade linguística

padrão e entender a necessidade desse uso e determinados contextos sociais,

tendo o entendimento de que poderá usar o dialeto que lhe é peculiar.

Para atingir as estratégias específicas da oralidade os alunos serão

expostos a textos orais, de diferentes discursos enfatizando a abordagem discursiva

da oralidade que vai além do uso funcional da língua aprendendo a expressar ideias

em Língua Espanhola adequando a variedade linguística para as diferentes

situações.

Com relação à escrita, ela será vista como uma atividade sociointeracional,

ou seja, significativa. O docente direcionará as atividades de produção textual

definindo em seu encaminhamento qual o objetivo da produção e para quem se

escreve, em situações reais de uso. Para atingirmos um objetivo claro é preciso que

o aluno produza um diálogo sócio-histórico-ideológico, fundamental para a

construção do seu texto e de sua coerência.

363

A prática da leitura compreende a análise de diferentes linguagens na forma

verbal e não-verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes, charges, outdoors),

cinética (sonora, olfativa, tátil, visual, gustativa) e alfabética. Os diferentes níveis de

leitura possibilitam identificar os elementos da construção do texto, localizar as

informações explícitas, subentender as implícitas, fazer ligação entre o

conhecimento do educando e o texto e estabelecer relações intertextuais.

Como vimos, nas aulas de Língua Estrangeira Moderna serão abordados

vários gêneros textuais, em atividades diversas, para que seja analisada a função de

que cada texto exerce. Para que haja uma efetiva aprendizagem serão levados em

consideração a composição de cada texto, a distribuição de informações, o grau de

informação, a intertextualidade, os elementos coesivos, a coerência e por último,

mas não menos importante, a gramática. O ensino não priorizará a gramática para

trabalhar com o texto, mas também, não a abandonará.

É importante ressaltar que não adianta disponibilizar textos aos alunos sem

uma intenção. O professor provocará a imaginação de seus alunos, enfatizando a

reflexão sobre o uso de cada um deles e avaliando o contexto em que está sendo

inserido.

Por esse motivo é importante que sejam privilegiados os gêneros discursivos

dentro das variadas esferas sociais de circulação, por sua grande importância para o

trabalho na escola e desenvolvimento de seus interlocutores no processo de

aprendizagem.

Bakhtin traz a heterogeneidade, o dialogismo (entenda-se por diálogo entre

interlocutores e diálogo entre discursos). Ele afirma que a linguagem é dialógica,

pois o ser humano precisa de outro para comunicar-se, ainda segundo Bakhtin “a

vida é dialógica por natureza”.

Sendo assim, o discurso não é individual, porque para haver diálogo precisa-

se de pelo menos dois interlocutores, e para haver diálogo entre discursos é

necessário que haja relações com outros discursos, entendidas aqui como textos.

Então, os gêneros do discurso constituem as falas e se organizam historicamente a

partir de novas situações de interação verbal.

Fazendo uso dos mais variados textos para uma real aprendizagem serão

utilizadas estratégias diversificadas como: leitura de poemas em jogral, jogos,

músicas, filmes, entre outras, pois quando esse aluno interagir com textos diversos

perceberá que as formas linguísticas não são idênticas e não assumem o mesmo

364

significado, isto é, são flexíveis e variam de acordo com o contexto e situação em

que o discurso, entendido como fala, é utilizado. Sendo assim, para que haja uma

aprendizagem eficaz temos que fazer uma sondagem e assim levar textos

significativos para os alunos para que eles se sintam parte integrante do processo

de ensino-aprendizagem.

Em cada texto escolhido se levará em consideração o gênero, ou seja, onde

e para que cada tipo de texto é utilizado, para que ele serve. Por exemplo, uma

noticia de jornal é um texto informativo, uma reportagem, um texto midiático? Enfim,

caberá ao professor mostrar a aplicabilidade de cada texto e em que contexto ele

está inserido. Além do gênero se observará o aspecto cultural e interdiscurso que

cada texto possui qual sua influência na nossa cultura e de outros países, para

quem foi escrito, quem escreveu, com qual objetivo, etc.

Quanto à variedade linguística e a análise lingüística, será tomado o cuidado

para não transformar o texto em pretexto para ensinar gramática que não é o

objetivo das mesmas. Analisar linguisticamente um texto é produzir significados por

meio das palavras num todo e não palavra por palavra ou frase por frase como a

gramática “pede”. Ainda como formas de aprendizagem serão feitas pesquisas que

possibilitem ao aluno saber mais sobre o assunto, discussões para aprimoramento

do idioma e valorização da pesquisa feita e produção textual em que o aluno

produzirá seu texto em língua estrangeira com ajuda do professor.

Na Análise Linguística é importante ressaltar a diferença entre o ensino de

gramática e a prática da Análise Linguística, pois no ensino da gramática a língua é

concebida como sistema e na Análise Linguística como ação sujeita às interferências

dos falantes, a palavra, a frase e o período na primeira é privilegiada e na segunda o

texto. Na gramática haverá preferência pelos exercícios estruturais, de identificação

e classificação de unidades/funções morfossintáticas e correção e na Análise

Linguística haverá preferência por questões abertas e atividades de pesquisa, que

exigem comparações e reflexões sobre adequações e efeitos de sentidos.

Através da leitura, pretende-se formar um leitor ativo, ou seja, capaz de

produzir/construir sentidos, perpassando a visão tradicional da leitura condicionada à

interação de informações alargando suas possibilidades de entendimento de mundo.

Na escrita, será utilizada a língua em situações de comunicação escrita na

produção de textos verbais e não verbais e nas atividades de produção textual

365

definindo em seu encaminhamento qual o objetivo da produção e para quem se

escreve o que se escreve em situações reais.

Pela oralidade, os alunos expressarão suas ideias em Língua Espanhola

adequando a variedade linguística para as diferentes situações do dia-a-dia.

O trabalho com diferentes gêneros textuais levará o aluno a perceber a

gama de discursos existentes nos mais variados contextos, bem como, as vozes que

permeiam as relações sociais e as relações de poder.

Serão criadas situações que se assemelhem à realidade, onde um

determinado assunto será levado a cabo a fim de que o aluno aprofunde seus

conhecimentos.

O professor propiciará diálogos diretos sendo ele o interventor, para que se

pratique a fala e vivencie a cultura dos países hispanohablantes.

Todas as aulas serão ministradas na L2, pois assim a sala se torna um

laboratório, pois se considera que o aluno já tem a formação básica necessária para

tal, propiciando com isso que mesmo o aluno que tem dificuldade com o aprendizado

sistêmico seja agraciado com o conhecimento por aquisição.

O professor explorará também textos não verbais, onde o aluno partindo de

seus conhecimentos empíricos deverá conseguir expor idéias não somente lineares

como não lineares.

4 AVALIAÇÃO

A avaliação será parte integrante do processo de ensino e aprendizagem e

contribuirá para a construção de saberes.

Além de ser útil para a verificação de aprendizagem dos alunos, a avaliação

servirá principalmente para que o professor repense a sua metodologia e planeje as

suas aulas de acordo com as necessidades de seus alunos.

O aluno será avaliado durante todo o processo educativo nas práticas de

leitura, escrita e oralidade, observando-se os seguintes critérios de avaliação:

- na leitura, espera-se do aluno: realização de leitura compreensiva do texto;

localização de informações explícitas e implícitas no texto; posicionamento

argumentativo; ampliação do horizonte de expectativas; ampliação do léxico;

percepção do ambiente no qual circula o gênero; identificação da ideia principal do

366

texto; análise das intenções do autor; identificação do tema; dedução dos sentidos

de palavras e/ou expressões a partir do contexto; compreensão das diferenças

decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo/denotativo;

reconhecimento de palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual;

- na escrita, espera-se do aluno: expressão de ideias com clareza;

elaboração de textos atendendo: às situações de produção propostas (gênero,

interlocutor, finalidade ...), à continuidade temática; diferenciação do contexto de uso

da linguagem formal e informal; uso de recursos textuais como: coesão e coerência,

informatividade, intertextualidade, etc.; utilização adequada de recursos linguísticos

como: pontuação, uso e função do artigo, pronome, substantivo, etc.; emprego de

palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo, bem como de

expressões que indicam ironia e humor, em conformidade com o gênero proposto;

- na oralidade, espera-se do aluno: pertinência do uso dos elementos

discursivos, textuais, estruturais e normativos; reconhecimento de palavras e/ou

expressões que estabeleçam a referência textual; utilização do discurso de acordo

com a situação de produção (formal/informal); apresentação de ideias com clareza;

compreensão de argumentos no discurso do outro; exposição objetiva de

argumentos; organização da sequência da fala; respeito aos turnos de fala;

participação ativa em diálogos, relatos, discussões, quando necessário em língua

materna, etc; utilização consciente de expressões faciais, corporais e gestuais, de

pausas e entonação nas exposições orais, entre outros elementos extralingüísticos.

Para isso, serão utilizados diversos instrumentos: tarefas individuais ou em

grupos, provas objetivas e descritivas, pesquisas (de campo, bibliográficas), trabalho

em grupo e/ou individual, atividades escritas (simulados, relatórios, dissertações,

sínteses, autoavaliação; atividades orais (debates, palestras, apresentações em

eventos artísticos e culturais), seminário.

A avaliação será formativa, diagnóstica e processual, devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos.

A avaliação terá os registros de notas expressos em escalas de zero (0) a

10,0 (dez).

367

O sistema de avaliação será bimestral e será composto pela somatória da

nota 5,0 (cinco), referente a instrumentos diversificados. A prova será objetiva ou

subjetiva e terá o valor cinco (5,0), somando um total de dez (10,0).

A recuperação de estudos é direito dos alunos independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos e ocorrerá de duas formas:

- com a retomada de conteúdos a partir do diagnóstico oferecido pelos

instrumentos de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

O peso da recuperação de estudos será proporcional às avaliações como

um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomada dos conteúdos,

permanecendo a nota maior.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas

durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do

aproveitamento escolar, sendo anotados no Livro Registro de Classe.

Para progressão e certificação dos alunos será exigida a frequência mínima

de 75% (setenta e cinco por cento) e a nota mínima de 6,0 (seis vírgula zero) por

bimestre.

5 REFERÊNCIAS

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Língua Estrangeira Moderna – Espanhol e Inglês / vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2008. 256 p. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Instrução nº 019/2008 – SUED/SEED. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. Cadernos temáticos: a inserção dos conteúdos de História e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba: SEED-PR, 2005. 43 p. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes curriculares da Educação Básica: Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: SEED-PR, 2008. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e

Médio. Rio Bom, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual Dr. Rebouças - EF e Médio. Rio Bom,

2012.

368

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROPOSTA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS

PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA

RIO BOM

2011

369

OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A Educação de Jovens e Adultos (EJA), como modalidade educacional que

atende a educandos – trabalhadores, que não tiveram acesso ou continuidade da

escolarização na denominada idade própria, tem como finalidade e objetivos o

compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo que

os educandos aprimorem sua consciência crítica, e adotem atitudes éticas e

compromisso político, para o desenvolvimento da sua autonomia intelectual.

De acordo com Kuenzer (2000, p. 40), o papel fundamental da construção

curricular para a formação dos educandos da Educação de Jovens e Adultos é -

fornecer subsídios para que se afirmem como sujeitos ativos, críticos, criativos e

democráticos. Tendo em vista esta função, a educação deve voltar-se a uma

formação na qual os educandos possam:

- aprender permanentemente;

- refletir de modo crítico;

- agir com responsabilidade individual e coletiva;

- participar do trabalho e da vida coletiva;

- comportar-se de forma solidária;

- acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais;

- enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e

rapidez, a partir do uso metodologicamente adequado de conhecimentos científicos,

tecnológicos e sócio-históricos.

PERFIL DO EDUCANDO

Os educandos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) desta

escola/comunidade são sujeitos com diferentes experiências de vida e que em

algum momento se afastaram da escola devido a fatores sociais, econômicos,

políticos e/ou culturais. Entre esses fatores, destacam-se: o ingresso prematuro no

mundo do trabalho, a evasão ou a repetência escolar, muitas vezes alheios à sua

vontade.

Atualmente, os adolescentes ainda são presença marcante nas escolas de

EJA. A grande maioria é oriunda de um processo educacional fragmentado, marcado

por freqüente evasão e reprovação no Ensino Fundamental e Médio regulares.

370

Os jovens e adultos que procuram a EJA precisam de escolarização formal

tanto por questões pessoais quanto pelas exigências do mundo do trabalho.

Uma outra demanda a ser atendida pela EJA é a de pessoas idosas que

buscam a escola para desenvolver ou ampliar seus conhecimentos, bem como tem

interesse em outras oportunidades de convivência social e realização pessoal.

A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades

educacionais especiais.

Em síntese, o perfil do educando da EJA não se restringe somente a uma

característica etária, mas à diversidade sociocultural, composta por populações do

campo, em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais,

indígenas, entre outros, que demandam uma educação que considere o tempo, os

espaços e sua cultura.

CARACTERIZAÇÃO DO CURSO

Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de

escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus

estudos no Ensino Fundamental ou Médio, assegurando-lhes oportunidades

apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida e de

trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais.

Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e

Adultos – Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na

legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no

processo.

Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de

modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como:

1. pesquisa e problematização na produção do conhecimento;

2. desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;

3. registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias,

ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e

socialização dos conhecimentos;

4. vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos,

bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural.

371

Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano

de estudos e atividades. O Estabelecimento de Ensino deverá disponibilizar o Guia

de Estudos aos educandos, a fim de que este tenha acesso a todas as informações

sobre a organização da modalidade.

Organização Coletiva

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início

e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do

currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos

conteúdos de forma coletiva, na relação professor-educandos e considerando os

saberes adquiridos na história de vida de cada educando.

A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré-estabelecido.

Organização Individual

A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que

não têm possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, devido às condições

de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante

classificação, aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou

desistentes quando não há, no momento em que sua matrícula é reativada, turma

organizada coletivamente para a sua inserção. Será programada pela escola e

oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula os dias e

horários das aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas suas condições

de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados.

372

NÍVEL DE ENSINO

Ensino Fundamental – Fase II

Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este

estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e

Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo

de formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e

ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem.

Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e

possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.

Ensino Médio

O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua

oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de

07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de

Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica.

EDUCAÇÃO ESPECIAL

A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades

educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização

coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem o acesso, a permanência e

o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se

encontram individualmente estes educandos.

Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de

educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles

que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a

legislação assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos

educandos que apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de:

1. deficiências mental, física/neuromotora, visual e auditiva;

373

2. condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou

psiquiátricos;

3. superdotação/altas habilidades.

É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas

e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para

a aprendizagem e participação de todos os alunos.1

Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o

enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem

características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências mas, também, de

condições sócio-culturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito a

receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação escolar.

Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se,

assegurando o direito à igualdade com eqüidade de oportunidades. Isso não

significa o modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e

serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas

singularidades.

AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS

Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas

descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a

grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de

escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e o

regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios

estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.

A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de

100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino

Médio, sendo que a freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e

cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de

aula.

374

FREQUÊNCIA

A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de

100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino

Médio, sendo que a freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e

cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de

aula.

EXAMES SUPLETIVOS

Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao

disposto na Lei nº 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de

Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de

Educação e Trabalho, através da Coordenação da Educação de Jovens e Adultos.

MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO

Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e

Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado

da Educação do Paraná, como material de apoio.

Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, deverão

utilizar outros recursos didáticos.

RECURSOS TECNOLÓGICOS

O cidadão atualmente precisa conhecer e procurar dominar as tecnologias

existentes, através da prática, pois vivemos em tempos de competições cada vez

mais radicais. Assim sendo, o uso da informática garante a possibilidade de construir

estratégias e habilidades necessárias para a compreensão e inserção no mundo

atual com novas formas de expressão e comunicação. Neste enfoque será tratada

como um recurso e estratégia para garantir e ampliar a qualidade do processo

ensino-aprendizagem.

1 1

CARVALHO, R. E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17.

375

O conhecimento e as informações são trabalhadas com aulas dinâmicas e

atividades que contribuam para a aprendizagem e melhoria das práticas sociais do

aluno. Dessa forma, o uso da tecnologia possibilita ensinar e aprender de maneiras

diferentes, transformando a aula em investigação e troca de experiências.

Por tratar-se de um Colégio que trabalha com jovens e adultos, é importante

planejar e desenvolver ações para inserir o educando no mundo da tecnologia e

informática. A sala de informática é um lugar onde os alunos podem lidar com as

informações e tecnologias cada dia mais avançadas, sabendo aplicá-las, quando

necessário.

FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS

A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o

reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o

processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade:

ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando

a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que

regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente

diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a

reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004)

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional

que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o

compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a

que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações

sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do

desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação

na qual os educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir

criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e

da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das

mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com

376

agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de

conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos2.

Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e

pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o

processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente com:

o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os

levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;

o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo, crítico

e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça;

os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos –

cultura, trabalho e tempo;

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre

cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e

estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a mais

próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do acesso

ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e, sua função

antropológica - que considera e valoriza a produção humana ao longo da história.

A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do

trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso

aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular, as

reflexões sobre a função do trabalho na vida humana.

É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos

diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA,

considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do

mundo do trabalho, face à diversidade de suas características.

E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de

Jovens e Adultos no Estado do Paraná:

I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo

diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem

como os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos

processos educativos formais;

2 KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem

do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.

377

II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo

educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar um

ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do

que na relação qualitativa com o conhecimento;

II. Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à

realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculada ao mundo do

trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros;

III. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade

de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva.

A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que

o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua

realidade social;

IV. O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional,

que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares,

mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos

culturais relevantes, estão articulados à realidade na qual o educando se encontra,

viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição

das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento.

Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante incluirá o

desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem

chegar às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber:

- Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu

processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com

conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e

aprendizagem;

- Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios

educandos;

- O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a

objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes

linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar

conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos;

- Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência, nos interesses

do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e do trabalho;

378

- Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos e

democráticos;

Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não

se refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta

modalidade com a diversidade sócio-cultural de seu público, composta, dentre

outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades

educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógico-

curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desse grupos.

CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de

ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como

espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a

compõem, ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e

aprendizagem.

Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva do

conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-se

no elemento principal de mediação entre educadores e educandos e deve ser

organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura

curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tornar os conhecimentos

significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em

núcleo estruturador do conteúdo do ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada

em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso

aos conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a

Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação

Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos por essas

diretrizes.

379

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores

propostos nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e

Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento

que não deve se restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, idéias,

princípios, informações etc., mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar

intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a

Educação Básica.

PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO Concepção de Avaliação

A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a

intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se

estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e

aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados

atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos

expressos na proposta pedagógica.

Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de

reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser

entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma

atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.

A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá

orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes

princípios:

investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações

necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;

contínua: permite a observação permanente do processo ensino-

aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática

pedagógica;

sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,

utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;

380

abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-

escola do educando;

permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos

pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho

pedagógico da escola.

Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao

longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz

curricular, com oferta diária de 04 (quatro) horas-aula por turno, com avaliação

presencial ao longo do processo ensino-aprendizagem.

Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser

respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação

contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações

que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação

formal, como durante o atual processo de escolarização.

A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais

como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e

pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades

complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de

aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.

É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única

oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas, será analisado pelo

educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e

necessidades, e as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.

Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas

as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06

(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais

escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante

o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se

submeterá na presença do professor, conforme descrito no Regimento

381

Escolar. Na disciplina de Ensino Religioso, as avaliações realizadas no

decorrer do processo ensino-aprendizagem não terão registro de nota

para fins de promoção e certificação.

a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,

sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez

vírgula zero);

para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0

(seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º

3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por

cento) do total da carga horária de cada disciplina na organização

coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual;

o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina,

a média final corresponderá à média aritmética das avaliações

processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis

vírgula zero);

os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados

em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a

regularidade e autenticidade da vida escolar do educando;

o educando portador de necessidades educativas especiais, será

avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de

desenvolver.

Recuperação de Estudos

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese

de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da

aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará

concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação

382

dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos,

independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor

diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos

conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de

exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos

instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.

Aproveitamento de Estudos

O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito,

amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar,

por meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial,

transferência e prosseguimento de estudos.

Classificação e Reclassificação

Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino

utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento

Escolar.

AVALIAÇÃO

o avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente,

permanente;

o as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com

finalidade educativa;

383

o para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06

(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais

escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o

processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na

presença do professor, conforme descrito no regimento escolar;

o a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo

os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula

zero);

o para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula

zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e

freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento)do total da carga horária de

cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização

individual;

o o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada

registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de

estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao

processo de apropriação dos conhecimentos;

o a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0

(seis vírgula zero);

o os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

o o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado

não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de

desenvolver.

RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese

de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da

aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará

concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação

384

dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos,

independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor

diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos

conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de

exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos

instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.

Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação e

reclassificação estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto

na legislação vigente.

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição. BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo : Cortez, 1997. CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998. CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17

(5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA). Conselho Estadual de Educação - PR

- Deliberação 011/99 – CEE. - Deliberação 014/99 – CEE. - Deliberação 09/01 –CEE. - Deliberação 06/05 – CEE. - Indicação 004/96 – CEE. - Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios).

Conselho Nacional de Educação - Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA. - Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. - Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. - Resolução 03/98 – CEB.

Constituição Brasileira – Artigo 205. DELORS, J. Educação : Um tesouro a descobrir. São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : MEC : UNESCO, 1998. DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP : Papirus, 1997. DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de Escolarização da População. mimeog. DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog.

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DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação de Jovens e Adultos. mimeog. Decreto 2494/98 da Presidência da República. Decreto 2494/98 da Presidência da República. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. LDBEN nº 9394/96. KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40. OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba: SEED – PR, 2004. Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio. Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos. SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós-LDBEN. SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN. SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a Nova LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição.

386

COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

RIO BOM - PARANÁ

PROPOSTA PEDAGÓGICA

DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR

CURRICULAR EM CONTRATURNO

EDUCAÇÃO BÁSICA

Professores: Pedrina Corrêa

Renan Cesar Deziró

Vilma de Souza Pereira

RIO BOM

2012

387

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR

CURRICULAR EM CONTRATURNO

ESCOLA: Colégio Estadual Dr. Rebouças – Ensino Fundamental e Médio

NRE: Apucarana MUNICÍPIO: Rio Bom

MACROCAMPO Meio ambiente

ATIVIDADE Educação para a sustentabilidade

TURNO Tarde

NÍVEL DE ENSINO Ensino Fundamental

CONTEÚDO

Matéria – Constituição da matéria Biodiversidade – Interações Ecológicas

OBJETIVO

O objetivo desta atividade é sensibilizar os alunos sobre as diversas alternativas para minimizar as agressões ao planeta, sendo uma delas, a implantação dos 3 Rs. para a conservação e preservação do meio ambiente em que vivem.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

O encaminhamento metodológico se dará através de técnicas e instrumentos que possibilitem várias formas de aprendizagem como: interpretação e produção de textos, vídeos, recortes de jornais, revistas, interpretação de fotos, imagens, gráficos, pesquisas bibliográficas, campo e na internet, apresentação e discussão de trabalhos de grupo e individual, construção e representação dos trabalhos, maquetes, confecção de caixa de papel reciclável, cartões (receita: papel reciclável caseiro), entre outros, sob a perspectiva de transformar o meio ambiente, onde quer que esteja. Será trabalhado: tipos de lixo; tipos de reciclagem, cores padrão para materiais recicláveis; coleta seletiva; higienização do material reciclável; papel reciclável (receita caseira). Através de um diagnóstico da situação socioambiental para enfrentamento das mudanças climáticas e dimensionamento do impacto do estilo de vida e padrões de consumo do indivíduo sobre o planeta, serão criados espaços educadores sustentáveis como readequação da escola com o uso racional da água, aproveitando o material reciclado produzido na escola para confecção de maquetes e objetos artesanais.

AVALIAÇÃO

A avaliação será feita através de observação, de forma crítica e dinâmica, permitindo que os alunos se apropriem dos conceitos fundamentais, interligando-os com a realidade próxima e distante dele, estimulando o raciocínio e a reflexão. Será considerado também a mudança de pensamento e atitude dele quanto à aprendizagem, à compreensão, questionamento, criatividade, comprometimento e participação durante as atividades.

PARA O ALUNO: Espera-se que o aluno aprenda os conceitos e saiba provocar mudanças de postura seja qual for o lugar que ele

388

RESULTADOS ESPERADOS

se encontre, transformando-se, portanto, de forma significativa o modo de pensar e as posturas individuais e coletivas para a melhoria da qualidade de vida na escola, na família e na comunidade. PARA A ESCOLA: Espera-se que a escola, através desses conhecimentos sobre educação ambiental, possa dar mais importância ao meio ambiente, ajudando, respeitando, cuidando e amando o espaço que ocupa, com pequenos gestos, fazendo a diferença e, enfim, fazendo a sua parte para um mundo melhor. PARA A COMUNIDADE: Espera-se que a comunidade tenha atitudes que mostre a importância da relação do homem com o Meio Ambiente e com a natureza, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida no planeta, desenvolvendo técnicas e habilidades voltadas para preservação do meio ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia. Curitiba, SEED, 2008. www.meioambiente-wikipedia, a enciclopédia livre. www.achetudoregiao.com.br www.suapesquisa.com/temos/meioambiente.htm www.ambientebrasil.com.br BRASIL. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Lei n. 12305/2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Brasília, 2 de agosto de 2010. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/lei/l12305.htm.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR

CURRICULAR EM CONTRATURNO

ESCOLA: Colégio Estadual Dr. Rebouças – Ensino Fundamental e Médio

NRE: Apucarana MUNICÍPIO: Rio Bom

MACROCAMPO

Direitos humanos: respeito às identidades de gênero, a orientação sexual, a diversidade étnico-racial, religiosa, cultural, gerencial, ao desenvolvimento da cidadania e promoção da inclusão.

ATIVIDADE Inclusão

TURNO Noite

NÍVEL DE ENSINO Ensino Médio

CONTEÚDO

- Respeito às identidades - Orientação sexual - Diversidade étnico-racial, religiosa e cultural

OBJETIVO Esta atividade tem como objetivo aprofundar conceitos (solidariedade, ética, justiça, equidade...) para o desenvolvimento da formação e promoção humana.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

O encaminhamento metodológico desta proposta se dará através de aulas expositivas, debates, trabalhos em grupo, vídeos, pesquisa de campo e internet, palestras, teatro, entre outros. Em sala de aula e em pesquisas serão utilizados pelo professor e alunos os métodos de investigação histórica articulados pelas narrativas históricas desses sujeitos. Serão utilizadas novas mídias e tecnologias educacionais, articulando teoria e prática, vinculando o trabalho intelectual com atividades experimentais. A discussão pedagógica será da promoção da inclusão provocada por meio de vídeos, imagens, notícias de jornais, revistas e web, programas televisivos, filmes e documentários e, também, experienciar as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiências através de atividades/tarefas dirigidas nas seguintes áreas das deficiências: visual, física neuromotora e intelectual.

AVALIAÇÃO

A avaliação se dará através de observação direta durante as atividades diariamente obedecendo os seguintes critérios: participação, criatividade, respeito, compromisso.

RESULTADOS ESPERADOS

PARA O ALUNO: Espera-se que o aluno adquira os conceitos trabalhados e saiba agir diante dos desafios respeitando o direito do outro. PARA A ESCOLA: Espera-se que a escola venha a compreender os conceitos trabalhados e através de suas ações expresse conhecimentos e saberes dentro e fora da escola. PARA A COMUNIDADE: Espera-se que a comunidade, através dos conceitos trabalhados, demonstre valorização da sua própria

390

existência, conscientizando e comunicando adequadamente como cidadão capaz, ativo e responsável naquilo que faz.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de História. Curitiba, SEED, 2008. ______. Diretrizes Curriculares de Ciências. Curitiba, SEED, 2008. ______. Diretrizes Curriculares de Biologia. Curitiba, SEED, 2008. www.wikipedia.org/wiki/direitos-humanos.

391

PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ATIVIDADE COMPLEMENTAR CURRICULAR EM CONTRATURNO

ESTABELECIMENTO DE ENSINO: COLÉGIO ESTADUAL DR. REBOUÇAS –

E.F.M.

MUNICÍPIO: RIO BOM

NÍVEL DE ENSINO: FUNDAMENTAL E MÉDIO

MICROCAMPO: ESPORTE E LAZER

MODALIDADE ESPORTIVA: HANDEBOL

TURNO: A Hora Treinamento será desenvolvida no turno intermediário da tarde, no

horário das 17h às 18:40h. Este horário justifica-se após consulta realizada junto aos

alunos(as), que fizeram esta opção por ser um horário que atenderá alunos dos

turnos manhã e tarde.

CONTEÚDOS: - Fundamentos Básicos do Handebol

- Regras

- Táticas e Técnicas

- Fintas

- Sistemas: ataque e defesa

- Arbitragem

- Jogo propriamente dito

OBJETIVO: Possibilitar aos alunos o acesso à prática esportiva efetiva,

sistematizada, a fim de atender às necessidades socioeducacionais dos alunos.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO: O ensino da modalidade Handebol no

Programa de Atividades Complementares Curriculares/Hora Treinamento, serão

trabalhados em complexidade crescente, vivenciando na prática todos os conteúdos

do Handebol trabalhados de forma lúdica e reflexiva, além da abordagem tática e

técnica. O desenvolvimento das atividades observará a vivência dos alunos para que

estes tenham oportunidade de experimentar nova forma de jogar e se apropriem de

conhecimentos relevantes da cultura corporal.

392

AVALIAÇÃO: A avaliação será de forma diagnóstica e contínua para verificar as

dificuldades encontradas.

RESULTADOS ESPERADOS:

Para o aluno: Atender às necessidades socioeducacionais oportunizando e

ampliando a aprendizagem e sua formação como cidadão.

Para a escola: Promover a qualidade de ensino por meio da ampliação do tempo.

Para a comunidade: Utilizar dos espaços e oportunidades educativas promovidas

pela escola.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Educação Física. Curitiba, SEED, 2008. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Instrução Normativa 004/2011. Curitiba, 2011. COLÉGIO Estadual Dr. Rebouças-E.F.M. Projeto Político Pedagógico. Rio Bom,

2011.

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ANEXOS

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399

Rio Bom, 30 de setembro de 2011.

PROPONENTES

Diretora: Pedrina Corrêa _____________________________________

Diretora Auxiliar: Maísa Miriam de Oliveira _____________________________________

Pedagogas: Maria de Lourdes Oliveira Verolla _____________________________________

Maria Lucia Guedes de Andrade ____________________________________

Professores e Funcionários:

Ana Cubas _____________________________________

Ângela Maria dos Santos ____________________________________

Benedita Alves de Assis _____________________________________

Cleudilene de Souza _____________________________________

Edilene Parto Alves _____________________________________

Eliane de Fátima Ferreira _____________________________________

Eliane Pereira de Souza Deziró _____________________________________

Eliane Vogt Rodrigues da Silva _____________________________________

Eliza Vogt Rodrigues da Silva Rossi _____________________________________

Elizabeth Cotting dos Santos _____________________________________

Eufrazio Silva de Oliveira _____________________________________

Fernandina Rodrigues da Silva _____________________________________

Ilda Fracassi Batista _____________________________________

Irene Ciukailo _____________________________________

Ivanir Primon _____________________________________

Ivone Natália Avelino _____________________________________

Jorge Miguel da Silva _____________________________________

João Ferreira Braga _____________________________________

Keila Rossi _____________________________________

Leila Aparecida Ferreira _____________________________________

Maria Aparecida Sivirino _____________________________________

Maria Eunice Ciukailo _____________________________________

Maria Julia Rocha Primon _____________________________________

Maria de Lourdes Avelino Matsui _____________________________________

Maria Márcia Deziró _____________________________________

400

Maria Nilda da Silva _____________________________________

Maria Regina de Oliveira _____________________________________

Marjorie Cristina Aparecida Bueno _____________________________________

Renan Cesar Deziró _____________________________________

Sandra Maria Haeitmann _____________________________________

Vicentina do Carmo de Oliveira _____________________________________

Vilma Aparecida de Sene _____________________________________

Vilma de Souza Pereira _____________________________________

Vinicios Alves de Assis _____________________________________

Conselho Escolar:

Pedrina Corrêa _____________________________________

Maria Lucia Guedes de Andrade _____________________________________

Ângela Maria dos Santos _____________________________________

Leila Aparecida Ferreira _____________________________________

Eliane de Fátima Ferreira _____________________________________

Géssica Tainah da Silva _____________________________________

Joselita Pacci Garutti _____________________________________

Ademir Primon _____________________________________

Vilma de Souza Pereira _____________________________________

APMF:

Sandra Aparecida Batista de Oliveira _____________________________________

Delma Aparecida Ferreira Novaes _____________________________________

Vicentina do Carmo de Oliveira _____________________________________

Vinicios Alves de Assis _____________________________________

Sonia Maria Braga _____________________________________

Ademir Primon _____________________________________

Keila Rossi _____________________________________

Fernandina Rodrigues da Silva _____________________________________

Ivone Natália Avelino _____________________________________

Marjorie Cristina Aparecida Bueno _____________________________________

Ivanir Primon Romero _____________________________________

401

Maria de Lourdes Avelino Matsui _____________________________________

Amarildo Pinto de Andrade _____________________________________

Amarilda da Silva Garutti _____________________________________

Regina Aparecida da Cruz _____________________________________

Pedrina Corrêa _____________________________________

Maria de Lourdes Oliveira Verolla _____________________________________

Benedita Alves de Assis _____________________________________