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Distribuiçªo gratuita www.diocesedesantos.com.br Março - 2002 - N” 7 - Ano 1 ...UM OUTRO MUNDO É POSS˝VEL COM FÉ NA RESSURREI˙ˆO DE CRISTO... A fé num mundo onde reine a justiça, a igualdade e a fraternidade; a fé num mundo em que a vida - em todas as suas formas - seja entendida como uma grande experi- ência de gratuidade; a fé na organização e na articulação de milhares de homens, mulheres, jovens, crianças e idosos, capazes P`G. CENTRAL Depoimentos “As igrejas da religião econômica neoliberal são as bol- sas de valo- res e seus Santos Ofí- cios são o Fundo Mo- netário In- ternacional, a Organização Mundi- al do Comércio, dentre outros. São valores estritamente quantita- tivos. Eles não conhecem o bem, o mal, o justo ou o injusto. Apenas números.” Frei Betto (escritor) “Temos de questionar as comuni- dades cató- licas para o processo de omissão di- ante da situ- ação de po- breza e de miséria na qual o Brasil vive. Mais do que cri- ar novos projetos é sabermos tra- balhar em conjunto com as inicia- tivas que já existem” Dom Luciano Mendes de Almeida, presidente da Comissªo Superaçªo da MisØria e da Fome (CNBB) “É um escân- dalo para o maior país ca- tólico do mundo a exis- tência de 53 milhões de pessoas vi- vendo abaixo da linha da pobreza, 22 milhões vivendo em estado de indi- gência”. Dom Jaime Henrique Chemello Presidente da ConferŒncia Nacio- nal dos Bispos do Brasil (CNBB) Confira a programaçªo das confissıes e celebraçıes da Semana Santa Desde o último dia 27, as paróquias da Diocese já es- tão organizando e celebran- do as Confissões da Quares- ma. O objetivo é preparar as comunidades para viver e ce- lebrar o mistério da caminha- da de sofrimento de Cristo, e o testemunho da vitória da vida sobre a morte, anuncia- do com a Ressurreição, na Páscoa. Acompanhe e participe da programação religiosa da Di- ocese. P`G. 11 P`G. 5 A celebração da Quarta-Fei- ra de Cinzas, no dia 13, contou com a participação de represen- tes da Aldeia Guarani de Agua- peú, município de Mongaguá. Lu CorrŒa D. Jacyr cumprimenta o cacique David da Silva Começa a Campanha da Fraternidade D. David distribui Cinzas Celebraçªo de Cinzas abre tempo da Quaresma Com a celebração da Quar- ta-Feira de Cinzas, os fiéis foram convocados a renovar o com- promisso com a fraternidade e com os valores espirituiais. P`G. 5 de fazer do Planeta Terra um mundo possível para todos viverem. A fé - manifestada de di- ferentes modos - reuniu mais de 60 mil pessoas de 130 países, de 31 de janeiro a 5 de fevereiro, em Porto Ale- gre, para a realização do 2º Fórum Social Mundial. Em comum, a convicção de que a vida não pode ser enquadrada, medida, valo- rizada pelos critérios mer- cantilistas; em comum a certeza de que só com a libertação dos ditames perversos do capi- talismo neoliberal, as na- ções terão condições de construir suas histórias com dignidade. Crise da Øtica Ø tema de encontro regional Conhecer as implicações éticas dos relacionamentos humanos e como são frutos de opções políti- cas foram os temas dos debates do 1º Encontro Regional do Movimen- to Fé e Política, em Santos. Segundo os palestrantes, os re- lacionamentos devem se basear no respeito, na fidelidade e no com- promisso com o desenvolvimento integral do outro. Valores difíceis de serem vivi- dos, numa sociedade que prega o ódio, a competitividade e coloca preço para tudo, até para a vida. P`G. 10 Viva melhor a Semana Santa P`GS. 4 e 12 O jornal Presença Dio- cesana preparou uma série de matérias, artigos e entre- vista para que o leitor possa conhecer melhor o sentido da liturgia da Semana Santa. Em cada manifestação, milhares de homens, mulheres, jovens, crianças e idosos reafirmam a luta por um novo mundo Refugiado quer começar vida nova no Brasil Abdul Martins fugiu de Ser- ra Leoa, na África, na tentati- va de encontrar um lugar se- guro para “continuar a vida”. O recomeço pode estar no Curso de Informática, que está fazendo no SENAC-Santos. P`G. 2 Fotos Chico Surian Em cada celebração, os cristãos reafirmam a fé na vitória de Cristo sobre a morte. Nas celebrações da Semana Santa, os cristãos renovam o compromisso de lutar pela vida, assim como Jesus o fez Alguns dos males sociais são decorrentes da falta de compromisso com a ética

COM FÉ NA RESSURREI˙ˆO DE CRISTO...Semana Santa P`GS. 4 e 12 O jornal Presença Dio-cesana preparou uma série de matérias, artigos e entre-vista para que o leitor possa conhecer

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Page 1: COM FÉ NA RESSURREI˙ˆO DE CRISTO...Semana Santa P`GS. 4 e 12 O jornal Presença Dio-cesana preparou uma série de matérias, artigos e entre-vista para que o leitor possa conhecer

Distribuição gratuita www.diocesedesantos.com.br Março - 2002 - Nº 7 - Ano 1

...UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL

COM FÉ NA RESSURREIÇÃO DE CRISTO...

A fé num mundo ondereine a justiça, a igualdadee a fraternidade;

a fé num mundo em quea vida - em todas as suasformas - seja entendidacomo uma grande experi-ência de gratuidade;

a fé na organização e naarticulação de milhares dehomens, mulheres, jovens,crianças e idosos, capazes PÁG. CENTRAL

Depoimentos

“As igrejasda religiãoeconômicaneoliberalsão as bol-sas de valo-res e seusSantos Ofí-cios são oFundo Mo-netário In-ternacional, a Organização Mundi-al do Comércio, dentre outros.São valores estritamente quantita-tivos. Eles não conhecem o bem, omal, o justo ou o injusto. Apenasnúmeros.”

Frei Betto (escritor)

“Temos dequestionaras comuni-dades cató-licas para oprocesso deomissão di-ante da situ-ação de po-breza e demiséria naqual o Brasil vive. Mais do que cri-ar novos projetos é sabermos tra-balhar em conjunto com as inicia-tivas que já existem”

Dom Luciano Mendes de Almeida,presidente da Comissão Superaçãoda Miséria e da Fome (CNBB)

“É um escân-dalo para omaior país ca-tólico domundo a exis-tência de 53milhões depessoas vi-vendo abaixoda linha dapobreza, 22milhões vivendo em estado de indi-gência”.

Dom Jaime Henrique ChemelloPresidente da Conferência Nacio-nal dos Bispos do Brasil (CNBB)

Confiraa programaçãodas confissões ecelebrações daSemana SantaDesde o último dia 27, as

paróquias da Diocese já es-tão organizando e celebran-do as Confissões da Quares-ma. O objetivo é preparar ascomunidades para viver e ce-lebrar o mistério da caminha-da de sofrimento de Cristo,e o testemunho da vitória davida sobre a morte, anuncia-do com a Ressurreição, naPáscoa.

Acompanhe e participe daprogramação religiosa da Di-o c e s e .

PÁG. 11

PÁG. 5

A celebração da Quarta-Fei-ra de Cinzas, no dia 13, contoucom a participação de represen-tes da Aldeia Guarani de Agua-peú, município de Mongaguá.

Lu Corrêa

D. Jacyr cumprimenta ocacique David da Silva

Começa aCampanha daFraternidade

D. David distribui Cinzas

Celebração deCinzas abre tempo

da Quaresma

Com a celebração da Quar-ta-Feira de Cinzas, os fiéis foramconvocados a renovar o com-promisso com a fraternidade ecom os valores espirituiais.

PÁG. 5

de fazer do Planeta Terraum mundo possível paratodos viverem.

A fé - manifestada de di-ferentes modos - reuniu maisde 60 mil pessoas de 130países, de 31 de janeiro a 5de fevereiro, em Porto Ale-gre, para a realização do 2ºFórum Social Mundial.

Em comum, a convicçãode que a vida não pode ser

enquadrada, medida, valo-rizada pelos critérios mer-cantilistas;

em comum a certeza deque só com a libertação dosditames perversos do capi-talismo neoliberal, as na-ções terão condições deconstruir suas históriascom dignidade.

Crise da ética é tema de encontro regionalConhecer as implicações éticas

dos relacionamentos humanos ecomo são frutos de opções políti-cas foram os temas dos debates do1º Encontro Regional do Movimen-to Fé e Política, em Santos.

Segundo os palestrantes, os re-lacionamentos devem se basear norespeito, na fidelidade e no com-promisso com o desenvolvimentointegral do outro.

Valores difíceis de serem vivi-dos, numa sociedade que prega oódio, a competitividade e colocapreço para tudo, até para a vida.

PÁG. 10

Viva melhor aSemana Santa

PÁGS. 4 e 12

O jornal Presença Dio-cesana preparou uma sériede matérias, artigos e entre-vista para que o leitor possaconhecer melhor o sentido daliturgia da Semana Santa.

Em cada manifestação, milhares de homens, mulheres, jovens, crianças e idosos reafirmam a luta por um novo mundo

Refugiado quercomeçar vidanova no Brasil

Abdul Martins fugiu de Ser-ra Leoa, na África, na tentati-va de encontrar um lugar se-guro para “continuar a vida”.

O recomeço pode estar noCurso de Informática, que estáfazendo no SENAC-Santos.

PÁG. 2

Fotos Chico Surian

Em cada celebração, os cristãos reafirmam a fé na vitória de Cristo sobre a morte. Nas celebraçõesda Semana Santa, os cristãos renovam o compromisso de lutar pela vida, assim como Jesus o fez

Alguns dos males sociais são decorrentes da falta de compromisso com a ética

Page 2: COM FÉ NA RESSURREI˙ˆO DE CRISTO...Semana Santa P`GS. 4 e 12 O jornal Presença Dio-cesana preparou uma série de matérias, artigos e entre-vista para que o leitor possa conhecer

EXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE Presença DiocesanaPresença Diocesana é oinformativo oficial daDiocese de Santos, lançadoem setembro de 2001Bispo diocesanoD. Jacyr Francisco Braido, CSDiretorPe. Antonio Baldan CasalConselho EditorialPe. Antonio Baldan Casal,Pe. Antonio Alberto Finotti,Pe. Claudenil Moraes daSilva, Pe. Eniroque Ballerini,

Pe. Joseph Thomas,Ivanilce Oliveira, Odílio Rodrigues Filho.RevisorMonsenhor João JoaquimVicente LeiteJornalista responsávelGuadalupe Corrêa MotaDRT 30.847/SPProjeto Gráfico eEditoração: Francisco SurianServiços de Notícias: CNBB,CNBBSUL1, AnotE,CatolicaNet, Adital,Notícias Eclesias,BuscacatolicaTiragem: 40 mil exemplares

Impressão: Gráfica Diário doGrande ABC.Distribuição: PresençaDiocesana é distribuídogratuitamente em todas asparóquias e comunidades daDiocese de Santos, nosseguintes municípios: Santos,São Vicente, Cubatão, Guaru-já, Praia Grande, Mongaguá,Itanhaém, Bertioga e Peruíbe.

Os artigos assinados são deresponsabilidade exclusiva deseus autores e não refletem,necessariamente, a orientaçãoeditorial deste Jornal.

Presença DiocesanaTel/Fax: (13)3221-2964

Cúria Diocesana(13)3224-3000

Fax: (13)3224-3822Centro de Pastoral

Pe. Lúcio Floro(13) 3224-3170

Seminário S. José(13) 3258-6868

Endereço para correspondência:Presença Diocesana

Av. Cons.Rodrigues Alves, 25411015-300 - Santos-SP.

O Jornal reserva-se o direito de nãopublicar cartas que estejam comnomes ou endereços incompletos.

[email protected]

Panorama2 - Presença Diocesana Março/2002

Mundo

REFUGIADO BUSCAVIDA NOVA NO BRASIL

Abdul Martins, com o professor Paulo Roberto

ERRAMOS

Brasil

Assinada por José Serra, norma técnica prevê, inclusive, aborto em crianças de até cinco meses

Lu Corrêa

aO custo mensal dasdespesas da Associaçãodos Ex-alunos do StellaMaris é de R$ 18 mil. Ena Casa Santa Rita, o nú-mero de crianças atendi-das é de 82. (Edição nº 6,página 10).

aA data certa datransmissão da direçãoda Diocese, de Dom Da-vid Picão para Dom Ja-cyr F. Braido, é dia 26 dejulho de 2000. (EncarteEspecial - Edição nº 5 -Janeiro de 2002).

A Norma Técnica do Aborto,assinada em 9 de novembro

de 1998 pelo então Ministro daSaúde, José Serra, conflita comtoda a sua campanha em prol dosgenéricos, congelamento do pre-ço dos remédios, diminuição dascesarianas, incentivo ao aleita-mento materno etc. Para quem não sabe, a NormaTécnica do Aborto foi um arti-fício usado para driblar o Con-gresso Nacional, autorizando,através de uma simples caneta-da, a prática do aborto em cri-anças de até cinco meses com odinheiro público. Teoricamente só seriam mor-tas as crianças filhas de paiestuprador. Na prática, qualquermulher pode abortar, pois, paraprovar que foi estuprada, bastaa mulher dizer que foi. São do-cumentos recomendados (masnão exigidos!): o laudo do IMLe o atestado médico passado àépoca da violência sofrida. Oúnico documento obrigatório éa declaração da própria mulherfeita em uma delegacia, sob aforma de um boletim de ocor-rência policial.

Estão escancaradas as portaspara a falsificação de estupros eo aborto em série no Brasil.

Perguntas e Respostas1. Em que casos o aborto é

legal em nosso país?Em nenhum caso. O aborto

é sempre crime.2. O aborto não é legal em

dois casos desde 1940?Não. O Código Penal atual,

vigente desde 1940, não aplicapena para o aborto em dois ca-sos: se não há outro meio — quenão o aborto— para salvar a vidada gestante ou se a gravidez re-sulta de estupro (art. 128 CP).Nestes dois casos o aborto con-tinua sendo crime, mas a lei, porrazões de política criminal, dei-xa de punir o criminoso.

3. Houve alguma tentativade se legalizar o aborto em casode estupro?

GOVERNO ABRE CAMINHO PARA ABORTO

Sim. Desde 1991 está emtramitação na Câmara dos De-putados o Projeto de Lei 20/91,de autoria dos deputados Eduar-do Jorge (PT/SP) e da ex-depu-tada Sandra Starling (PT/MG),que pretende obrigar os hospi-tais públicos a praticar abortonos dois casos proibidos.

5. Quais eram as perspecti-vas de aprovação deste projeto?

Muito pequenas. Com enor-me dificuldade ele foi aprovadona Comissão de Constituição,Justiça e Redação da Câmarados Deputados em 1997. Masele iria ainda ao plenário da Câ-mara, para depois ir ao Senadoe só então seria sancionado peloPresidente da República.

6. Que fizeram então osabortistas para driblar o Legis-lativo?

Pressionaram o então Minis-tro da Saúde Carlos Albuquer-que para que ele assinasse umasimples portaria, obrigando oshospitais do SUS a fazer abortonos dois casos pretendidos peloProjeto de Lei 20/91.

7. E o Ministro Carlos Al-buquerque cedeu à pressão?

Não. Ele se manifestou pu-blicamente contra o aborto e nãoassinou a portaria.

8. E o que fez o MinistroJosé Serra?

Cedendo às pressões dosabortistas, membros do ConselhoNacional de Saúde (CNS), eleassinou no dia 9 de novembro de1998 uma “Norma Técnica”intitulada “Prevenção e Tratamen-to dos Agravos Resultantes daViolência Sexual contra Mulhe-res e Adolescentes”, a qual ins-trui os Hospitais do SUS a prati-carem aborto em crianças de atécinco meses de vida, que tenhamsido geradas em um estupro.

9. Quais são os métodos deaborto recomendados pelaNorma?

Recomenda-se que as crian-ças de até três meses sejam mor-tas por esquartejamento (cure-tagem) ou por aspiração em pe-

dacinhos (AMIU - aspiração ma-nual intra-uterina). Crianças detrês a cinco meses recomenda-seque sejam expulsas violentamen-te com misoprostol (Cytotec) edepois, deixadas morrer à mín-gua. Somente as crianças acimade cinco meses merecem ser pre-servadas.

10. Que dizer da “anticon-cepção de emergência” que aNorma recomenda que seja ad-ministrada à mulher logo após oestupro, para evitar a gravidez?

A “anticoncepção de emer-gência” ou “contracepção pós-coital” é apenas um eufemismopara o microaborto. Trata-se deum procedimento que provocao aborto quando a criança, jáconcebida na trompa de Falópio,ainda não se implantou no úte-ro. A Norma recomenda omicroabortivo conhecido como“pílula do dia seguinte”.

11. Caso a Norma Técnicapermaneça em vigor, o quepode acontecer?

A prática do aborto vai-sealastrar (como está se alastran-do) por todos os Estados e Mu-nicípios brasileiros. Quando osmédicos do SUS já estiveremacostumados a fazer aborto, seráfácil transformar uma situação defato numa situação de direito.Terá chegado o momento opor-tuno de se legalizar o aborto.

(Este texto foi elaboradopelo Pe. Luiz Carlos Lodi daCruz - Presidente do Pró-Vidade Anápolis - Anápolis, 12 deoutubro de 2000.)

Abaixo-assinadoSe você, que é cristão, dese-

ja manifestar-se contra esta ten-tativa de legalização do abortono Brasil, acesse o site www.providaanapolis.org.br e parti-cipe do abaixo-assinado. Os te-lefones para contatos com a As-sociação Pro-Vida, de Anápolis-GO são: (62) 321 2102 - 3210900. O do Senado Federal, paraonde voltou José Serra, é(61)311-2352, em Brasília.

Excelentíssimo Sr. Dr. JoséSerra, Ministro da Saúde,

Em nome do ConselhoPermanente da ConferênciaNacional dos Bispos do Bra-sil, venho manifestar nossoapreço pelas iniciativas em tor-nar os medicamentos maisacessíveis à população brasi-leira. Merece destaque o con-gelamento do preço dos remé-dios até o fim do ano corrente.

Não podemos, porém,deixar de expressar nossa re-jeição à assinatura, em 9 denovembro de 1998, da Nor-ma Técnica “Prevenção eTratamento dos Agravos Re-sultantes da Violência Sexu-al contra Mulheres e Adoles-centes”, a qual instrui os Hos-pitais do SUS a praticarem a-borto em crianças de até cin-co meses de vida, que tenhamsido geradas em um estupro.Como pastores da Igreja, en-tendemos que é nossa missãotrabalhar sempre em favor davida, e que a criança conce-bida tenha sua vida tão res-peitada quanto a vida da mu-lher violentada.

Em defesa da “cultura davida” e da consciência ética,tão defendida pela Igreja, quequalificou o aborto de “cri-me abominável”, solicitamosa revogação imediata de talNorma Técnica, ao mesmotempo que pedimos assistên-cia prioritária às vítimas deviolência sexual. Dispomo-nos a fazer o que estiver anosso alcance para assistir asmulheres estupradas, sem,porém, jamais atentarmoscontra a vida do nascituro.

Dom Raymundo Damas-ceno Assis - Secretário

Geral da CNBB Brasília-DF, 22 a 25/08/2000

CNBB exige fim da Norma

“Eu só querocontinuar a viver. Eusó quero seguir mi-nha vida”.

O apelo dramá-tico de Adbul QudusMartins, 43 anos,natural de Freetown,capital de SerraLeoa, Oeste da Áfri-ca, sai entrecortadopela dificuldade defalar Português,mas, claro o sufici-ente para entender osofrimento de quemteve de deixar suaterra, fugindo deuma guerra civil quejá dura mais de dezanos.

Superação

Para Abdul, aesperança de reco-meçar uma novavida vai tomandoforma com o cursode Informática quecomeçou a fazer noSENAC-Santos, noinício de fevereiro,através de um con-vênio com a Cáritasda Arquidiocese deSão Paulo. O convê-nio, firmado com oSENAC de São Pau-lo, em 1995, prevê oatendimento a refu-giados em todos oscursos oferecidospela Instituição, emsuas unidades no Es-tado de São Paulo.

“A Cáritas aten-de, atualmente, em todo oEstado, 1.437 refugiados dediversos países. Eles têm pro-teção internacional e, depen-dendo da situação de seupaís, podem voltar ou perma-necer no Brasil”, explicaCezira Furtin, coordenadorado Centro de Acolhida paraRefugiados, da Cáritas, emSão Paulo.

Abdul está freqüentandoas aulas do Curso Básico deComputação, três vezes porsemana, no período noturno.Para o professor de Informá-tica, Paulo Roberto, ele jáestá vencendo a dificuldadeda língua. “Os colegas tam-bém estão se sentindo res-ponsáveis e o ajudando nastarefas. Ele vai se dar bem”,garante.

Segundo José Luis Neto,monitor de Educação Profis-sional, “esse convênio com aCáritas nos oferece a oportu-nidade de colocarmos na prá-tica nossa política de respon-sabilidade social. Já estamosem contato com a Cáritas daDiocese de Santos para fazerum convênio local, já que oPorto de Santos é porta de en-trada para muitos refugiados”.

Seguir em frente

Abdul Martins chegouao Brasil em outubro de2000, embarcado em umnavio que vinha buscar sucode laranja, em Santos, paralevar à Holanda.

Depois de passar porSão Paulo, veio para o Gua-rujá, onde mora com a es-posa, Cristina. Formado emContabilidade, trabalhoudurante 15 anos no BancoNacional de Serra Leoa eagora busca uma novachance de emprego parapoder recomeçar a vida etrazer a filha que deixou naÁfrica, com a avó.

“Perdi meus pais naguerra, perdi minha casa,perdi tudo. Eu sou um ho-mem saudável. Eu não que-ro ficar em casa o dia intei-ro vendo TV. Eu quero tra-balhar. Eu sei que é difícilemprego para estrangeiro,mas tenho de tentar”, diz.

Abdul pretende se natu-ralizar brasileiro e seguir avida aqui. “Perdi todas mi-nhas memórias. Já não te-nho por que voltar”, diz, en-tristecido.

Maria Tukamara, 14, teveseus braços amputados pelaURF. Vive em um campo de am-putados dos Médicos sem Fron-teiras, próximo a Freetown.

Serra Leoa, ex-colônia inglesa, éum dos grandes produtores mundiaisde diamantes. Apesar disso, é um doslugares mais miseráveis do mundo,ocupando o último lugar no índice dedesenvolvimento humano da ONU.

Arrasada pela guerra civil, maisda metade da população vive abaixoda linha de pobreza. A expectativade vida é de cerca de 35 anos.

Em 91, forças rebeldes atuando apartir da Libéria, sob o comando deFodday Sankon, da Frente Revolu-cionária Unida (URF), ocuparam par-te do país. Nas eleições de 96, TejanKabbah do PPSL foi eleito com 60%dos votos. Militares amotinados de-põem Kabbah e libertam guerrilhei-ros da URF.Data Nacional: 27 de abrilNacionalidade: leonesaGoverno: República PresidencialistaReligião: islamismo 60% (sunitas),crenças tradicionais 30%, cristianis-mo 10%

Diamantes e miséria

SP2

7º Encontro ampliadodas Equipes Pastorais

Cerca de 200 coordenadoresde oito dioceses participaram do7º Encontro Ampliado das Equi-pes Pastorais do SP2, no dia 23de fevereiro, em Santo Amaro.

O Encontro contou tambémcom a participação dos bispos ecoordenadores diocesanos depastoral das dioceses de CampoLimpo, Guarulhos, Mogi daCruzes, Santos, Santo André,Santo Amaro, São Miguel Pau-lista e Osasco.

Como acontece desde 1996,o Encontro Ampliado do SP2não tem caráter de “assembléia”,porém constitui um momento deanimação pastoral, com troca deexperiências, informações e aapresentação de um tema forma-tivo para os agentes.

FomeO Pe. João Roque Rohr, SJ,

apresentou o tema ExigênciasÉticas e Evangélicas para a Su-peração da Miséria e da Fome,como parte de um programa daConferência Nacional dos Bis-pos do Brasil (CNBB), a serimplantado a partir da próximaassembléia de Abril, em Itaici.

“Partimos da constatação deque o alimento é ‘um dom de

Deus e direito de todos’.Não podemos concordarou ficar indiferente dian-te de uma situação em que53 milhões de brasileirosnão têm o que comer. Enão se trata de falta de co-mida, mas de o alimentoestá sendo negado a essecontingente por causa daconcentração de renda ede propriedade ”, explicao sacerdote.

Como parte do pro-grama, já estão sendo ela-borados um mapa da pobreza eda miséria no Brasil e um levan-tamento dos países que mais re-grediram no Índice de Desen-volvimento Humano (IDH/ONU).

Pe. Roque lembrou tambémo Seminário realizado no finalde dezembro sobre o tema, emque os participantes reafirma-ram a necessidade de a “CNBB,juntamente com outras entida-des religiosas e organizações dasociedade civil, iniciar umagrande mobilização nacionalpela erradicação da fome e damiséria... Que seja um ‘mutirãonacional’, retomando propostasjá em curso e favorecendo no-

vas iniciativa, estimule a açãosolidária da sociedade e desper-te o Estado para sua responsa-bilidade e suas omissões”.

Como frentes de ação, o se-minário propôs o desenvolvi-mento de projetos em três áre-as: governamental (reformaagrária, combate à corrupção,distribuição de renda etc); soci-edade civil (nível local, prefei-turas , câmaras, conselhos mu-nicipais) e projetos específicos(atenção materno-infantil, com-bate à violência, renda-mínima,programas habitacionais etc).

PropostasNo período da tarde, as equi-

pes pastorais apresentaram pro-postas de ação para o programade combate à fome, tendo emvista ainda o ano eleitoral. Den-tre elas, destacaram-se: forma-ção de grupos de conscientiza-ção política e de cidadania;regionalizar as discussões doFórum Social Mundial; fazerparcerias com as universidades,escolas, ONGs, meios de comu-nicação para campanhas deconscientização sobre alimenta-ção saudável, reciclagem de ali-mentos, evitando o desperdício;divulgar os trabalhos sociais jáexistentes; lançamento regionalda campanha de conscientizaçãodas eleições 2002.

Lu Corrêa

Agentes são convocados para o “mutirão contra a miséria e a fome”

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Com a palavra

Cartas

EditorialEm foco

Março/2002 Presença Diocesana - 3

O ESCÂNDALO DA GRATUIDADEPara você, o quesignifica uma�Terra sem Males?�

Nota à Opinião PúblicaMinistério da Saúde:

nova Ameaça aosPovos Indígenas

Fotos Chico Surian

Acho que esta CF é uma chancepreciosa para a Igreja refletir sobresua atuação juntos aos Povos Indí-genas. Isso para não corrermos o ris-co de ficarmos só numa açãoassistencialista, dando o peixe e es-quecendo de ensinar a pescar.

Pode ser que corramos o risco decontinuar mantendo os indígenascomo seres tutelados, evitando queeles mesmo busquem aquilo que lhespertence.

Devemos incentivá-los na recu-peração de sua identidade, para queeles mesmos provejam suas necessi-dades.

Profa. Eliete Pythagoras BrittoInstituto de Pesquisas emArqueologia da UniSantos

Palavra do Bispo

UM OLHAR SOBRE AAMÉRICA DE HOJE

D. Jacyr Francisco Braido,CSBispo Diocesano de Santos

Mensagem do Papa

SÓ EXISTE UMA RAÇA

As lideranças indígenas estãocobrando da Igreja Católica sua par-cela de responsabilidade num pro-cesso histórico que foi negativo parasuas comunidades.

E esta CF é uma resposta signi-ficativa, talvez o momento de maiorexpressão dentro da sociedade bra-sileira nesses 500 anos. Isso porquevai colocar em evidência os direitosdos povos indígenas e fazer com quea própria sociedade, o Governo, emconjunto, mudem essa situação decolonização, de extermínio, de inte-gração a que os povos indígenas fo-ram submetidos.

Espero que a comunidade cató-lica, de fato, apóie os projetos dospovos indígenas, para que o Brasilse torne realmente um país pluricul-tural, plurinacional e pluriétnico.Essa é a Terra sem Males que dese-jamos.

Igor Dionísio - secretárioexecutivo nacional do ConselhoIndigenista Missionário (CIMI)

Está mudando perigosamente a ori-entação do Ministério da Saúde comrelação à Política dos Distritos Sanitá-rios Especiais Indígenas. Dois fatos ame-açam deixar vários povos e comunida-des sem atendimento à saúde. O primei-ro é a redução dos orçamentos dos con-vênios com organizações indígenas eONGs. O outro é a determinação de pa-dronização salarial, que significa dizerque a maior parte dos técnicos de nívelmédio (assistentes de enfermagem, mi-croscopistas, agentes de saúde) deveráser demitida, não podendo, portanto, sernovamente contratada, desestruturandototalmente a assistência implantada namaioria dos distritos, com desperdíciode verbas e de esforços já desenvolvi-dos, no sentido da formação específicadestes quadros.

Conforme avaliação do Conselho In-dígena de Roraima (CIR), o que os dei-xa ainda mais indignados é a prepotên-cia com que os técnicos da FUNASAestão impondo essas decisões, negando-se ao diálogo. Manifestam sua estranhe-za por essa súbita mudança de rumos quevem sendo imposta pelo Ministério daSaúde. Considerando que no ano passa-do uma delegação indígena teve uma au-diência com o Ministro José Serra, noqual este afirmou categoricamente querecursos existiam, e que, portanto, po-deriam voltar tranqüilos para suas aldei-as, as lideranças indígenas perguntam:o que aconteceu? O dinheiro sumiu? Emano eleitoral, logo as dúvidas se impõem.

O início do desmonte dos DistritosSanitários Especiais Indígenas é parte daestratégia do Governo, que com uma sócacetada espera matar vários coelhos:desacreditar as organizações indígenas,atribuindo a elas a responsabilidade demalversação de recursos, desmo-bilizando-as, enquanto passam de fisca-lizadores das obrigações do Governo afiscalizados por ele numa completa in-versão de papéis. A perversa e cínicaconclusão seria a de que, com esta “pro-va” da incapacidade dos próprios índiosde gerir as ações de saúde, estaria com-provada a inviabilidade dos DSEIs.

Com isso está aberto o caminho dacompleta terceirização, através das pre-feituras. As vítimas de mais essa arma-dilha serão novamente os povos indíge-nas. E dentre eles, já podemos prever adesgraça que poderá se abater sobre osYanomami e outros povos.

O CIMI tem, desde o início da im-plantação dos Distritos, alertado paraquestões sérias que envolviam o processorápido de implantação, a terceirização, afalta de autonomia e a não-garantia derecursos que assegurassem um atendimen-to diferenciado e de qualidade.

Que, ao invés do desmonte dosDSEIs, se recupere a concepção origi-nal desta nova forma de organizar a saú-de indígena, voltando os índios a seremos protagonistas deste processo.

Brasília, 8 de fevereiro de 2002

CIMI - Conselho Indigenista Missionário�Por uma Terra Sem Males�

Com estas palavras da SagradaEscritura (“Eis o tempo oportu-

no, eis o dia da salvação” (2 Cor 6,2),desejo unir-me a toda a Igreja que estáno Brasil, para dar início à Campa-nha da Fraternidade deste ano, quetem como tema “Fraternidade e Po-vos Indígenas” e como lema “Poruma terra sem males”, com os votosde que seja estimulada a fraternida-de cristã com todos os povos da mes-ma família humana.

Unidade

Neste “tempo oportuno, tempode salvação”, que é a Quaresma, in-vocamos a luz do Altíssimo, a fimde que conceda a todos o arrepen-dimento e o conhecimento da ver-dade (2Tm 2,25).

E a verdade, como já tive oca-sião de dizer na minha 2ª viagempastoral ao Brasil, é que “aos olhosde Deus (...) só existe uma raça: araça dos homens chamados a seremfilhos de Deus. Só existe um povo,formado de muitos povos, cada umdeles com seu modo de ser, sua cul-tura e suas tradições: a humanida-de que Jesus resgatou, e salvou,com o preço do seu Sangue” (Dis-curso, 16/10/1991, 1).

Ora, “aos que se voltam com fépara Cristo, autor de salvação eprincípio de unidade e de paz, Deuschamou-os e constituiu-os em Igre-ja, a fim de que ela seja para todos

e cada um sacramento desta unida-de salutar. Destinada a estender-sea todas as regiões, ela entra na his-tória dos homens, ao mesmo tem-po que transcende os tempos e asfronteiras dos povos” (LG, 9).

Renovação

Deste modo, a Igreja quer in-troduzir o Evangelho nas culturasdos povos, transmitindo-lhes suaverdade, assumindo, sem compro-meter de modo algum a especifici-dade e a integridade da fé cristã, oque de bom existe nessas culturase renovando-as a partir de dentro(Redemptoris missio, 52), levandoa todos a mensagem de salvação re-alizada por Cristo.

Enquanto Cristo não conheceuo pecado, mas veio apenas expiaros pecados do povo, a Igreja, “con-tendo pecadores no seu próprioseio, simultaneamente santa e sem-pre necessitada de purificação,exercita continuamente a penitên-cia e a renovação” (LG, 8).

Aliança

Eis o “tempo oportuno”! Na suadimensão penitencial e batismal(SC, 109), a Quaresma leva a to-dos os batizados a reviverem e aaprofundarem todas as etapas docaminho da fé, para que, conscien-te e generosamente, renovem suaaliança com Deus. A consciência

da filiação divina pelo Batismo, po-derá servir então de renovação es-piritual e de fraternidade com seusirmãos, sobretudo com os que cla-mam por uma maior justiça e soli-dariedade.

Compormisso

Por isso, a Igreja permanecerásempre ao lado dos que sofrem asconseqüências da pobreza e da mar-ginalização, e seguirá estendendosua mão materna aos povos indíge-nas para colaborar na construção deuma sociedade onde todos e cadaum, criados à imagem e semelhan-ça de Deus (Gn 1,26), vejam res-peitados seus direitos, tendo con-dições de vida conforme sua digni-dade de filhos de Deus e irmãos emJesus Cristo.

Peço a Deus, pela intercessãode Nossa Senhora Aparecida, queproteja o Brasil e sua gente e en-vio, em sinal do mais sincero afetopela Terra da Santa Cruz, uma pro-piciadora Bênção Apostólica.

Há uma experiência huma-na que é única: a experi-

ência da vida. Maior que ela,só a experiência de Deus. Po-rém, uma não se dá sem a ou-tra, e toda esta dinâmica que fazo grande bailado do universo sedá em total gratuidade. A árvore não cobra sua som-bra nem seu fruto, assim como osol nada pede pelo seu calor eluz. O rio e o mar não contabili-zam suas águas nem seus peixes.Nem dinossauros nem a Terracobraram qualquer coisa pelosprocessos milenares que forma-ram o petróleo, base da energiaque empurra o desenvolvimen-to de nossa sociedade.

Essa experiência de gratui-dade foi o motor dos debatesno Fórum Social Mundial que

aconteceu em Porto Alegre, noRio Grande do Sul, no iníciode fevereiro. Cerca de 60 milpessoas de diversos países,acreditando que “um outromundo é possível”: um mundoonde a vida não morra pelafome, pela poluição, pela vio-lência, pela concentração dasriquezas nas mãos.

Nas centenas de semináriose palestras, todos repletos, eco-ava uma mensagem de esperan-ça que comunga com a fé denosso povo: sim, é possível res-suscitar das cinzas. Ainda étempo de construir um mundonovo, onde o maior valor seja avida e não o ouro, o dólar, olucro. A vida vale mais.

Assim como o escândalo dacruz só foi vencido pela ressur-

reição, também o escândalo deuma sociedade que abandonana miséria 70 % de seus filhos,polui seus rios e destrói a terraque lhe alimenta, este escânda-lo só será vencido quando umoutro mundo for possível, uma‘terra sem males’, uma terraonde a vida que nasce da gra-tuidade de um gesto de amortenha mais valor que os jurosde uma dívida externa.

A vida, imagem e semelhan-ça de Deus, não pode ser escra-vizada, não podem tombar defome os filhos de Deus no meiode tanta abundância. O cristãonão pode perder a capacidadede se escandalizar, nem a forçada fé que se celebra na Páscoa:um novo mundo de ressurreiçãoé possível!

Papa João Paulo II

Escreva para o jornalPresença Diocesana.

Dê sua opinião, informe acontecimen-tos de sua comunidade. Participe e

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11015-300 - Santos-SP.O Jornal só publicará cartas que

estejam com nomes ou endereços completos.

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Partindo da convicção de que épossível fraternizar o amor univer-sal, pois ele abre caminhos de justi-ça e solidariedade, despertando acoragem de lutar por todos os direi-tos par todos, sem discriminaçãorumo ao projeto libertador de Jesus.Uma ‘Terra sem Males’ é a união detodos.

Com o dom da vida, a liberdadeé o que há de mais precioso, busca-mos assim uma terra igualitária, semmales, conduzidos a uma verdadeiracomunhão fraterna como filhos e fi-lhas de D eus.

Helenice Vizaco - CoordenadoraDiocesana da Campanha daFraternidade

Ajuda aos Vicentinos

Aproveito as páginas deste jornal, quemuito admiro, para pedir ajuda aos vi-centinos, através desta poesia:

“...Fiquei sabendo que um dia/oFrederico Ozanam,/a São Vicente se-guia,/com todo o seu afã...

Olhando atentamente,/Ozanam tam-bém tentou:/Sociedade de São Vicentede Paulo aí se formou...

Observe toda a gente,/analisando oque vê/e notará que alguém sente/fomeperto de você...

Nós precisamos muito de muitos.

Sebastião Pereira - Santos

No dia 22 de janeiro de 1999,em solenidade no Santuário

de Nossa Senhora de Guadalupe,o Papa João Paulo II assinou o do-cumento A Igreja na América, comas principais conclusões do Síno-do dos Bispos de toda a América.Já não se fazia a distinção geográ-fica de América do Norte, Centrale do Sul. Olhava-se a Américacomo um todo. Não deixava de serinspirador!

A partir daí, nesse espírito, pas-saram a se reunir bispos america-nos, coordenados pelas presidên-cias das Conferências Episcopaisdo Canadá, dos Estados Unidos edo CELAM (Conselho Episcopallatino-americano). No ano de 2000,reuniram-se em Vancouver, no Ca-nadá, onde trataram do difícil pro-blema da dívida externa, propondoo perdão das dívidas bilaterais aospaíses mais pobres.

Em 2001, os mesmos bispos sereuniram, em Tampa, Estados Uni-dos. O tema foi o das emigraçõesdos países do Sul para os do Nor-te. A proposta que emergiu foi ode estudar o fenômeno da econo-mia globalizada, que acelerava asmigrações. Propunha-se globalizara solidariedade, a fim de permitiraos cidadãos de permanecer emseus países, em vez de serem obri-gados compulsoriamente a emigrar.

Neste ano de 2002, os bispos

americanos se reuniram em Salva-dor, na Bahia. Participaram 29 bis-pos. O tema do Encontro era a res-posta da Igreja na América à novarealidade mundial. Trataram otema da integração dos excluídosda globalização. Em particular, osbispos analisaram as causas quelevam à exclusão de milhões depessoas dos benefícios da prospe-ridade econômica, de que algunsgozam dentro da globalização.

Segundo os bispos participan-tes, é necessário realizar novosesforços para «promover o desen-volvimento econômico do Sul»,elemento chave «de uma globali-zação concebida para servir aobem comum».

No documento do Papa, eleconstata que «uma característica domundo atual é a tendência à globa-lização, fenômeno que, ainda quenão seja exclusivamente america-no, é mais perceptível e tem maio-res repercussões na América».

«Do ponto de vista ético, podeter una conotação positiva ou ne-gativa», acrescenta. «Se a globali-zação se rege somente pelas leis domercado, aplicadas segundo as con-veniências dos poderosos, leva aconseqüências negativas».

Entre elas, menciona «a atri-buição de um valor absoluto à eco-nomia, o desemprego, a diminui-ção e a deterioração de certos ser-

viços públicos, a destruição domeio ambiente e da natureza, oaumento das diferencias entre ri-cos e pobres, e a competição in-justa que coloca as nações pobresnuma situação de inferioridadecada vez más acentuada».

Ao final do encontro, segundorevela um comunicado à imprensa,emitido pela Conferencia Episco-pal do Canadá, «os bispos se com-prometeram a continuar o diálogoe a colaboração sobre o tema daglobalização, em particular no con-texto da possível aplicação de umacordo de livre comércio das Amé-ricas até o ano de 2005».

Antes disso, no final de janei-ro, a Universidade Católica daAmérica, em Washington, promo-veu uma conferência de represen-tantes da Igreja de toda as Améri-cas e das instituições financeirasinternacionais, sindicais, e de vá-rios governos sobre Humanizaçãoda Economia Mundial. O tema daglobalização está cada vez mais emfoco e cheio de conseqüências. Tra-ta-se de estudá-lo mais a fundo.

Page 4: COM FÉ NA RESSURREI˙ˆO DE CRISTO...Semana Santa P`GS. 4 e 12 O jornal Presença Dio-cesana preparou uma série de matérias, artigos e entre-vista para que o leitor possa conhecer

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Entrevista/ Frei Calixto Pessoti, OFM Cap.

Nossos SantosEstudo bíblico

Espiritualidade4 - Presença Diocesana Março/2002

Frei Calixto é membro dacomunidade da Basílica deSanto Antonio do Embaré,

em Santos

Lu Corrêa

SÃO JOSÉ

A festa solene de SãoJosé, esposo de Maria, ePatrono da Igreja Universalé celebrada no dia 19 de mar-ço. Na Diocese de Santos é oPatrono do Seminário Dioce-sano e da Igreja São JoséOperário, no bairro do Ma-cuco, em Santos.

O Novo Testamento nosapresenta São José como des-cendente do Rei Davi, umhomem justo que, diante dagravidez inesperada de suaesposa, Maria, ficou sem sa-ber o que fazer e resolveudeixá-la, secretamente. Apósa visita do anjo, José compre-endeu a sua missão na histó-ria do Povo de Deus e desdeentão assumiu a Sagrada Fa-mília, protegendo e ensinan-do Jesus na descoberta davontade de Deus (Mt 1-2).

O Evangelho resume suamissão: “E Jesus obedecia aMaria e a José, crescia em sa-bedoria, idade e graça diantede Deus...” (Lc 2,51-52).

Qual é a dúvida?

Pe. Caetano RizziPároco da ParóquiaJesus Crucificado eVigário Judicial

Como é marcadaa data da Festada Páscoa?

DIADIA

01 Mt21,33-43.45-46 02 Lc15,1-3.11-32

03- 03- 03- 03- 03- Dom Ex 17,3-7Rm 5,1-2.5-8Jo 4,5-42

04 Lc 4, 24-30 05 Mt 18, 21-3506 Mt 5, 17-19 07 Lc 11, 14-2308 Mc 12,28-34 09 Lc 18,9-14

10 - 10 - 10 - 10 - 10 - Dom 1Sm 16,1.6-7.10-13Ef 5,8-14Jo 9,1-41

11 Jo 4, 43-54 12 Jo 5,1-1613 Jo 5, 17-30 14 Jo 5,31-4715 Jo 7,1-2.10.25-30 16 Jo 7,40-53

17 - 17 - 17 - 17 - 17 - Dom Ez 37,12-14Rm 8,8-11Jo 11,1-45

18 Jo 8,1-11 19 Mt 1,16.18-21.24

20 Jo 8,31-42 21 Jo 8,51-5922 Jo 10,31-42 23 Jo 11,45-56

24 - 24 - 24 - 24 - 24 - Dom Is 50,4-7Fl 2,6-11Mt 26,14-27,66

25 Jo 12,1-11 26 Jo13,21-33.36-38

27 Mt 26,14-25 28 Jo 13,1-529 Jo 18,1-19,42 30 Mt 28,1-10

31 - 31 - 31 - 31 - 31 - Dom At 10,34.37-43Cl 3,1-4Jo 20,1-9

Geral: Para que os gruposeclesiais e os organismosempenhados na ação soci-al, testemunhem o Evan-gelho da fraternidade.

Dia 08 - Dia Internac. da MulherDia 08 - Dia Internac. da MulherDia 08 - Dia Internac. da MulherDia 08 - Dia Internac. da MulherDia 08 - Dia Internac. da MulherDia 19 - Dia 19 - Dia 19 - Dia 19 - Dia 19 - SSSSS. José, esposo de Maria. José, esposo de Maria. José, esposo de Maria. José, esposo de Maria. José, esposo de Maria

Fonte: Liturgia Diária, AnoXI, N. 123, Março de 2002,Paulus Editora - SP

Palavra viva

ZLiturgia - Março

PECADO E RECONCILIAÇÃO

Pe. Carlos de Miranda AlvesPároco da Paróquia NossaSenhora Aparecida-Santos eChanceler do Bispado

A impressão dotexto sagrado

3º do Tempoda Quaresma

4º do Tempoda Quaresma

5º do Tempoda Quaresma

Intenção do mêsIntenção do mêsIntenção do mêsIntenção do mêsIntenção do mês

Ramos e Paixãodo Senhor

Frei Paulo Back, OFMReitor do Santuário SantoAntonio do Valongo

Reflexão

Orientaçõespráticas paraa confissão

Certa vez, ao entrarnuma loja, deparei-me comuma antiga máquina de es-crever que servia de enfei-te numa estante ao lado deum vaso de flores. Seu as-pecto antigo e delicado re-velava que muitos se vale-ram de seus recursos paraescrever livros, cartas, do-cumentos etc. Hoje, no en-tanto, a antiga máquina deescrever serve como enfei-te. Quem deixaria de ladoo computador, as impresso-ras a laser, coloridas, as ca-netas ópticas, para voltar àvelha máquina de escrever?Bem poucos.

Por volta do ano 3500a.C., os sumérios inventa-ram uma maneira bastanteinteligente para registrarsua história. Tabuinhas debarro mole eram utilizadaspara marcar os primeirossinais. Não é à toa que essepovo é considerado o in-ventor da escrita...

Já os egípcios utiliza-vam-se do papiro que, apósum cuidadoso processo, es-tava pronto para receber aimpressão que, geralmente,era feita com tinta e pena.O antigo Israel tambémaprendeu a usar o papiro(veja Jeremias, capítulo 36)para registrar aquela tradi-ção oral, que mais tarde foimelhor organizada.

Outro dado curioso: paradocumentos importantes, ospovos da Ásia Menor, inclu-indo os hebreus, utilizamblocos de pedra para seremgravados (veja Ex 31,18; Ex34, 1ss; Js 8,32).

E a pele de animais?Mais tarde, os hebreus apro-veitaram esse material maisdurável, geralmente de ca-bra e carneiro, embora fos-se difícil prepará-lo. Seuuso foi aperfeiçoado na ci-dade de Pérgamo, daí “per-gaminho” (2Tm 4,13s).

Naturalmente, as folhasde pergaminho eram costu-radas umas nas outras demodo a formar um longorolo. O “livro” de pergami-nho será usado somente porvolta do século I d.C., as-sim como o livro feito depapiros. Dadas as condiçõesprecárias, muitos materiaisse perderam. Contudo, é im-portante que percebamos oesforço de tantos para dei-xar registrada a experiênciasagrada vivida pelo povoantigo.

O cristão católico sabeque tem uma “obrigação mui-to importante”, para o tempoda Quaresma: cumprir omandamento da Igreja: con-fessar-se, ao menos, umavez por ano, por ocasião daPáscoa da Ressurreição.

O que é a Confissão? Éum Sacramento que Jesusconfiou à sua Igreja, quandodisse aos apóstolos: “A quemvocês perdoarem os pecados,os pecados serão perdoa-dos”. Todos devemos confes-sar os nossos pecados aos sa-cerdotes e receber a grandegraça do perdão de Deus.

O que eu devo confessaraos sacerdotes? Aquilo querealmente pesa no meu cora-ção, aquilo que eu guardocom sentimento de culpa,aquele pecado que eu nuncacontei e que sempre recordoe que me deixa com a impres-são de que eu tenho um pesona minha consciência.

Atitudes que eu devoevitar:

- Ter falta de humildadede dizer: ‘Eu não confessocom um padre, eu confessodiretamente com Deus’.

- Ter escrúpulos e ficarcontando sempre os pecadosda vida passada que já foramcontados em outras confis-sões.

- Chegar na confissão edizer: ‘Só não matei e rou-bei, o resto eu fiz tudo’.

- Ficar contando os pe-cados dos outros, sobretudo

dos familiares, e não ter hu-mildade de confessar os pró-prios pecados.

- Ir confessar-se às pres-sas, sem antes ter tempo su-ficiente para um bom e pro-fundo exame de consciência.

Como se preparar:1. Peço a luz do Espírito

Santo e examino minha cons-ciência com muito serenida-de, descobrindo sobretudo ospecados que mais me pesam.

2. Faço um ato de arre-pendimento sincero, crendona bondade tão grande deDeus para comigo.

3. Faço meu bom propó-sito de não querer pecar mais.

4. Vou ao sacerdote, semreceio e abro meu coraçãopara contar os pecados queme pesam e sobretudo os quenunca tive coragem de contar

5.Cumpro a penitênciaque o confessor me impôs.

Tenha muita certeza: aboa Confissão lhe trará umgrande alívio e lhe dará depresente uma paz muito gran-de. A Páscoa vai ser muitomais feliz: você será uma cri-atura nova. Você terá Jesusressuscitado muito mais for-te no seu coração.

Páscoa daRessurreição

Nosso leitor José CarlosSilveira, de Itanhaém , nospergunta a respeito da FestaPrincipal de nossa Igreja Ca-tólica -a Páscoa -e como émarcada a data, visto quenunca cai no mesmo dia.

Desde a metade do Sécu-lo II, a Páscoa do Senhor écelebrada no primeiro Do-mingo depois da primeira luacheia que segue ao equinó-cio da primavera (esta data éa da Sexta-feira Santa. Há umprovérbio vêneto que diz:‘No cé uno vendro santo inquesto mondo in che la lunano la fato el tondo” “Não háuma Sexta-Feira Santa nestemundo em que a lua não écheia” (Observe).

Esta palavra “eqüinócio”significa uma época do anoque ocorre de seis em seismeses, em que a posição dosol, em referência à Terradetermina a igualdade dosdias e das noites. É bom lem-brar que falamos em termosde Europa, portanto, prima-vera européia, que ocorresempre no dia 21 de Março.Então, vejamos: neste ano de2002, a lua cheia depois dodia 21 de Março vai ser nodia 28. O primeiro Domingodepois do dia 28 será o dia31 de Março. Esta será, por-tanto, a data da Páscoa. Fi-xado este dia, os outros se

seguem como se lê no bonitoanúncio das solenidades mó-veis deste ano de 2002, pu-blicado no diretório litúrgicoda Igreja Católica, que vocêencontra em sua Paróquia.Colocamos, uma parte, paraque os outros leitores tam-bém possam ter acesso.

“Irmãos caríssimos, aglória do Senhor manifestou-se, e sempre há de manifes-tar-se no meio de nós até asua vinda no fim dos tempos.Nos ritmos e nas vicissitudesdo tempo, recordamos e vi-vemos os mistérios da salva-ção. O centro de todo o anolitúrgico é o Tríduo do Se-nhor crucificado, sepultado eressuscitado, que culminaráno Domingo de Páscoa, esteano a 31 de Março. Em cadaDomingo, Páscoa semanal, aSanta Igreja torna presenteeste grande acontecimento.Da celebração da Páscoa doSenhor derivam todas as ce-lebrações do ano.”

(Então são elencadas asdatas das demais festas daIgreja Católica).

Como a Igreja entende opecado? O que é pecadopessoal e social?

Deus nos dá capacidade deconsciência do bem e do malcom a liberdade e a responsabi-lidade sobre a escolha que faze-mos. É natural se associar idéiade merecimento, quando se fazo bem e de culpa (até punição)quando se faz o mal. Pecado é apretensão de se escolher, comosendo bem, o que se tem condi-ção de saber que é mal. É ilusãoe injustiça. Há culpa por não sedar o significado, que se sabeseria justo fosse dado: a Deus,em primeiro lugar; a nós, pes-soas e cada realidade, conformea natureza dada por Deus.

Jesus lembra como seria jus-to: “Amar a Deus sobre todas ascoisas”. “Cada um fazer paraoutro conforme acharia justopara si”, “e o que seria justo emrelação a espírito, corpo, dinhei-ro, comida, roupa...”. A faltadessa justiça é a principal causaque acarreta todos os males, tan-to para o indivíduo como para asociedade.

Que implicações o pecadotraz para a vida diária: podeabalar a pessoa emocionalou fisicamente?

Como pessoas racionais,Deus nos dá espírito programa-do para buscar o bem e a ver-dade. Como indivíduos da es-pécie humana, temos instintos,emoções e sentidos programa-dos para buscar o bem nosso eda espécie a que pertencemos.

O pecado é uma ilusão que

distorce a verdade sobre a rea-lidade e torna impossível a pes-soa estar ajustada, tranqüila, noque tem de mais íntimo na suaconsciência. ‘E uma desorgani-zação, um conflito, um desa-justamento que acaba afetandotodo o psiquismo e o próprioestado físico da pessoa. É sig-nificativo Jesus se referir ao queé felicidade (satisfação) como“paz”.

Como a comunidade sofrecom as experiências de pe-cado?

Podemos imaginar o bem-estar e a felicidade que haveriapara toda a humanidade, se fos-se pelos ideais conforme sãoapresentados por Jesus nosEvangelhos, que as pessoas seorientassem. Ideais que estariamcorrespondendo a tudo que demelhor, pela própria naturezadas coisas, a humanidade pode-ria desejar e encontrar.

O pecado, que acarreta todosos males e sofrimentos da huma-nidade, é que, em vez de domi-narem os valores do Evangelho,predominam: egoísmo, falsida-de, ganância, vaidade, roubo,violência, desarmonia, conflitose todas as formas de injustiças.

O que é o Sacramento daReconciliação e como elesurgiu na Igreja Católica?

Há culpa quando, livrementenossa vontade escolhe o que sa-bemos não ser certo (justo) noplano de Deus. Contraída a cul-pa, não teríamos direito algum aperdão, se não fosse a misericór-

dia de Deus. NoCristianismo, Cristocontinua sua atua-ção, mostrando oideal certo de orien-tação de vida e ofe-recendo os meiospara realizá-lo. Nasua bondade e mise-ricórdia, mesmoquando por malda-de deixamos de cor-responder a esseideal, oferece umsacramento peloqual podemos rece-ber o perdão. Jesusconfiou tal sacra-mento à Igreja, napessoa dos Apóstolos e, depois,aos sucessores: “Os pecados da-queles a quem perdoares ficarãoperdoados” ( Jo 20,23).

Mudou a essência da com-preensão do sacramento ouapenas a prática pastoral?

Nem toda culpa tem a mes-ma gravidade. O merecimentodo bem que se faz já é suficien-te para compensar culpa de pe-quenas faltas.

Antigamente, as pessoas re-lacionavam muito a Confissãocom a Comunhão. Confessavampara comungar, como se nãoimportava viver com pecado,desde que não fosse comungar.Havia mais confissão do queatualmente e muito menos co-munhão.

Os cristão estão entenden-do o sentido da confissão?Há muitas dificuldades?

De um modo geral, a religi-osidade, no Cristianismo, estásendo menos formal, mais par-ticipativa, comunicativa e autên-tica. Certamente, as confissõesdiminuíram em quantidade e for-malidade, mas ganharam muitoem qualidade e proveito. Muitopositiva tem sido a mudança naqual confessar já não é vistocomo um peso, mas como alí-vio, catarse, libertação.

As dificuldades que existemnão são específicas da confissão.A confissão não é bem compre-endida, quando vista num con-texto em que falta melhor com-preensão do que é um ser huma-no, a vida, os valores, a justiça,a moral e a religião.

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DiocesanasMarço/2002

Bispo Diocesano:Bispo Diocesano:Bispo Diocesano:Bispo Diocesano:Bispo Diocesano:D. Jacyr Francisco Braido, CSHorário: 3ªs e 6ªs feirasdas 15 às 17h30Agendar horário

Vigário Geral:Vigário Geral:Vigário Geral:Vigário Geral:Vigário Geral:Pe. Antonio Baldan CasalHorario: 4ª feiradas 14 às 16h

Chanceler do Bispado:Chanceler do Bispado:Chanceler do Bispado:Chanceler do Bispado:Chanceler do Bispado:Pe. Carlos de Miranda AlvesssssHorário: 3ªs e 6ªsdas 14h30 às 17h30

Vigário Judicial:Vigário Judicial:Vigário Judicial:Vigário Judicial:Vigário Judicial:Pe. Caetano RizziHorário: 3ªs e 6ªsdas 14h30 às 17h

D AtendimentoCúria Diocesana

CÚRIA DIOCESANAAv. Conselheiro Rodrigues Alves, 254

CEP � 11015-300 � Santos - SPTelefone: (13)3224-3000 - Fax: (13)3224-3822

[email protected]

Presença Diocesana - 5

Coordenador DiocesanoCoordenador DiocesanoCoordenador DiocesanoCoordenador DiocesanoCoordenador Diocesanode Pde Pde Pde Pde Pastoral:astoral:astoral:astoral:astoral:Pe. Antonio Alberto FinottiHorário: 3ªs e 6ªsdas 14h30 às 17h30

Horário de atendimentoHorário de atendimentoHorário de atendimentoHorário de atendimentoHorário de atendimentoda Cúria:da Cúria:da Cúria:da Cúria:da Cúria:Horário: de 2ª a 6ª feira,das 8h30 às 12 horas;e das 14 às 18 horas

Centro Diocesano de PCentro Diocesano de PCentro Diocesano de PCentro Diocesano de PCentro Diocesano de Pastoralastoralastoralastoralastoral P P P P Pe. Lúcio Floroe. Lúcio Floroe. Lúcio Floroe. Lúcio Floroe. Lúcio FloroHorário: De 2ª a 6ªdas 14 às 22 horasSábado: Das 8 às 12;e das 14 às 18hTelefone: (13) 3224-3170

Coleta é gesto concreto da Campanha da Fraternidade

Oração lembra Dia dos Enfermos

CELEBRAÇÃO DE CINZAS ABRE QUARESMA

Lu Corrêa

Cristãos devem viver este período como uma caminhada de renovação do sentido da vida

Comunidade Guarani participa da missa de abertura da Quaresma e pede solidariedade

v CalendárioDiocesano

Março

Fraternidade

Celebração dos Enfermos: compromisso com a vida

Fotos Chico Surian

Clero discute a questão da identidade indígena na JEPLu Corrêa

Resgatar a identidade indígena é um desafio pastoral

O Dia Mundial dosEnfermos foi celebrado nodia 11 de fevereiro, com aOração do Terço, na Gru-ta de Nossa Senhora deLourdes, em Santos.

Dezenas de fiéis com-pareceram logo cedo pararezar pelos doentes e porvárias necessidades queafligem a humanidade: vi-olência, insegurança, fal-ta de harmonia, medo,dentre outras.

Sofrimento em CristoApós a oração, Pe. Ar-

cídio Favretto, da Pastoralda Saúde, falou sobre amensagem do Papa para oDia Mundial dos Enfer-mos. “Esta celebraçãoexiste há 10 anos e cadaano o Papa escolhe umsantuário mariano, no diade Nossa Senhora deLourdes, para celebrar omistério do sofrimento e

da dor”, lembrou. Esteano, foi escolhido o San-tuário de Nossa Senhorada Boa Saúde, em Vailan-kanny, na Índia.

Em sua mensagem, oPapa insiste na necessida-de da solidariedade doscristãos para com os doen-tes, “uma solidariedadeque deriva da nossa cons-ciência da natureza miste-riosa do sofrimento e doseu lugar no plano amoro-so de Deus para cada in-divíduo”.

João Paulo II lembraainda que o mistério dosofrimento humano deveser entendido na “revela-ção do amor do amor di-vino, fonte última do sen-tido de tudo aquilo queexiste”.

No dia 14, fiéis rece-beram a Unção dos Enfer-mos, na Paróquia da Pas-toral da Saúde Santa Cruz.

Iniciar uma caminhada decompromisso fraternal com

as causas dos Povos Indíge-nas, sobretudo com as comu-nidades que se encontram naDiocese de Santos.

Este foi o apelo quaresmallançado por Dom Jacyr Fran-cisco Braido, durante a mis-sa de quarta-feira de Cinzas,na abertura da Campanha daFraternidade (CF) 2002.

No início da celebração,Dom Jacyr convidou a comu-nidade católica a apreenderdas comunidades indígenasalguns valores que são pro-fundamente cristãos: “Senti-do comunitário de convivên-cia, estilo de vida sóbrio, va-lorização da terra, vitória so-bre o individualismo”.

Caminho de renovação“Esta celebração da Quar-

ta-feira de Cinzas que abre aQuaresma, nos coloca em cli-ma de renovação espiritual enos leva ao encontro comDeus. É nesse encontro quevamos renovar o sentido denossa vida e do nosso com-promisso fraternal com os ir-mãos índios, como nos pedea CF”, disse D. Jacyr.

Nessa caminhada, segun-do D. Jacyr, o cristão devesempre levar em conta “ocontato com o Pai, a gratui-dade e a fraternidade”.

Como isso se traduz nes-tes tempos tão perturbadospela correria do dia-a-dia?

“O contato com o Pai de-riva da fé e da confiança deque Ele está presente em nos-sa vida, mesmo que, às ve-zes, pareça que não. Requer,

sobretudo, uma atitude since-ra do coração que se abre aoperdão do Pai e se dispõe aencontrar tempo para estarcom ele, em oração, comoJesus fazia”.

Vida é domRecuperar o sentido da

gratuidade da vida é um dosgrandes desafios desta Qua-resma, como lembra o PapaJoão Paulo II: “A vida é umdom de Deus, portanto, ohomem não é o dono da vida.A vida é mais do que técnicae não está fechada em si mes-ma. Ela nos foi dada e nós de-vemos doá-la a serviço dobem, da generosidade”.

É na perspectiva do ser-viço que se insere a fraterni-dade: “Jesus está colocandoos irmãos índios no meio dacomunidade católica paraque possamos assumir suas

lutas, suas necessidades, numpacto de fraternidade e deinculturação”.

Dentre as necessidadesmais urgentes, D. Jacyr lem-brou a demarcação das terrase a aprovação dos Estatutosdos Povos Indígenas. “Estedeve ser o nosso compromis-so desta campanha, sobretu-do porque existem comuni-dades indígenas em nossa Di-ocese”, alertou.

No encerramento, D. Jacyrfez o envio dos agentes daCampanha da Fraternidade,que vão orientar as atividadesnas paróquias.

A celebração contou coma presença do bispo eméritoD. David Picão, com sacerdo-tes dos diversos regionais ecom a presença de uma famí-lia de índios Guaranis, da Al-deia de Aguapeú, do municí-pio de Mongaguá.

“Acho ques esta Campa-nha da Fraternidade vai sermuito boa para nós. Temosesperança de conseguir me-lhorar nossa vida, não só danossa comunidade, mas detodas as aldeias. O problemaé que ainda dependemos dacidade para nos alimentar”.

Davi da SilvaCacique GuaraniAguapeú - Mongaguá

A Campanha da Fraternida-de se expressa concretamentepelo gesto fraterno da Coletada Solidariedade. A arrecada-ção constitui a base do FundoNacional de Solidariedade(FNS) e, este ano, será desti-nada ao desenvolvimento deações em favor dos Povos In-dígenas. É um gesto que será

realizado em âmbito nacionalem todas as comunidades, co-légios, paróquias e dioceses.

Os recursos se destinarão,prioritariamente, à formação,organização indígena, subsis-tência, demarcação da terra ediscussão, estudo e mobilizaçãopara a aprovação dos Estatutodos Povos Indígenas. Do total

arrecadado, 40% vão para oFNS e os 60% constituem oFundo Diocesano de Solidari-edade. A Cáritas Brasileira é oorganismo da CNBB respon-sável pela administração doFundo Nacional.

Procure informações na suaparóquia de como participar daColeta da Solidariedade.

Acompanhe e participe da programação pasto-ral da Diocese de Santos, através do Calendário

Pastoral 2002. Os exemplares estão sendos distri-buídos nas Paróquias ou na secretaria do Centro

Diocesano de Pastoral - R. Cons. Rodrigues Alves,254. Fone: (13)3224-3170, com Alexandre.

Lançado CalendárioDiocesano de Pastoral 2002

A recuperação das iden-tidades dos povos indígenas;os conflitos do contato cul-tural; o processo de incultu-ração e o agir pastoral foramalguns dos temas tratados naJornada de Estudos Pastoraisda Diocese, no dia 14 de fe-vereiro, no Centro de Forma-ção para o Apostolado (CE-FAS), em Santos.

O tema A Perda da Iden-tidade foi apresentado ao cle-ro e religiosos pela antropó-loga e arqueóloga ElietePythagoras Brito, coordena-dora do Instituto de Pesqui-sas e Arqueologia, da Univer-sidade Católica de Santos(IPARQ).

A partir de um projeto queo IPARQ vem desenvolven-do com a comunidade Gua-rani da Aldeia Piaçaguera, noSítio Arqueológico de Tanin-guá, em Peruíbe, a professo-ra falou sobre as sequelas queo processo de urbanizaçãoforçada provocou naquelacomunidade.

�Queremos ser índio�“Nos ensinem a ser índi-

os novamente. Foi um dosprimeiros pedidos que elesnos fizeram quando chega-mos no Sítio. Isso é muitotriste porque era o sinal de

que eles tinham per-dido todo o contatocom a história de seusantepassados, comsuas tradições, comseus conhecimentos,com sua identidade.Ao mesmo tempo,eles não se sentiam àvontade com o mun-do urbano”, explica aprofessora.

O desafio é recu-perar, primeiramente,a tradição oral do gru-po, basicamente sus-tentada em poucos an-ciãos que moram naaldeia. Esse trabalhoestá sendo feito com a cola-boração de estagiários doscursos de História e Geogra-fia, da UniSantos. “Além dis-so, estamos levando a eles re-gistros, documentos, materi-al sonoro e ilustrações da cul-tura Guarani para que elespossam reaprender o que eradeles. Eles estão reaprenden-do a trabalhar seu artesanato,a conhecer suas músicas edanças, a plantar, a caçar e aconhecer seus valores religi-osos”, conta.

“Se quisermos levar a sé-rio a proposta da CF, de fa-zer algo de concreto pelas co-munidades, devemos levar

DIA NACIONAL DA COLETA DA SOLIDARIEDADE

23 e 24 DE MARÇO - (Sábado)/Domingo de Ramos

em conta que o princípio pas-sa pelo reconhecimento dosvalores e da identidade dacultura indígena”, alertou.

D. Jacyr Francisco Brai-do falou do desafio desta CF,já que existem comunidadesindígenas na Diocese. “Te-mos a oportunidade e a res-ponsabilidade de nos enga-jarmos concretamente nesteprojeto da Igreja do Brasil”,lembrou.

A Diocese vai assumir acampanha de coleta de assi-naturas para pressionar o Con-gresso a aprovar os Estatutosdos Povos Indígenas.

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É um escândalo para o maiorpaís católico do mundo a

existência de 53 milhões de pes-soas vivendo abaixo da linha dapobreza, 22 milhões vivendo emestado de indigência, das quais50% dessas são crianças entrezero a 6 anos de idade”.

O alerta foi dado por Dom Jai-me Henrique Chemello, presiden-te da Conferência Nacional dosBispos do Brasil (CNBB) na aber-tura da oficina Alimento Dom deDeus, Direito de Todos, realizadano dia 1 de fevereiro na sala 204,do prédio 11 da PUC.

Diante de uma platéia com-posta basicamente por leigos,sacerdotes e religiosos que tra-balham em pastorais sociais daIgreja Católica, a oficina contoutambém com a participação deDom Luciano Mendes de Al-meida, presidente da ComissãoSuperação da Miséria e da Fome(da CNBB), e Dom MauroMorelli, Bispo da Diocese deDuque de Caxias, na BaixadaFluminense no Rio de Janeiro epresidente do Fórum Mineiro deSegurança Alimentar.

Segundo Dom Luciano, o ob-jetivo da oficina, proposta pelaCNBB, é “questionar as comu-nidades católicas para o proces-so de omissão diante da situaçãode pobreza e de miséria na qualo Brasil vive. Mais do que criaralternativas de combate à fome éconhecer e reforçar os projetosjá existentes em vários níveis”.

Dom Jaime apresentou umbreve histórico da origem da ofi-cina, situando-a dentro de umprojeto da Igreja no Brasil cha-mado “Mutirão para a superaçãoda fome e da niséria”, a serdesenvolido pelas comunidadesem todo o Brasil, que terá comosubsídio um documento que jáestá sendo elaborado por umacomissão de especialistas, liga-dos à CNBB. Nesse documentoserá feito o ‘mapa da fome e daexclusão’, no País e apresenta-das propostas de superação.

CausasSegundo Dom Luciano, é pre-

ciso ter, antes de mais nada, bas-tante clareza das causas que levammilhares de brasileiros a passarfome, num País capaz de produ-

zir alimentos para atender a de-manda da população mundial.“Dizem que a população do Paíscresceu mais do que a produçãode alimentos. Isso não correspon-de à realidade: a população nãocresceu tanto quanto se esperavae estamos produzindo até paraexportar, com a melhor tecnolo-gia. A verdade é que temos cadavez mais uma situação em que aspessoas, por falta de emprego ouporque a aposentadoria é insufi-ciente, não têm mais dinheiro se-quer para comprar comida. Comi-da temos, o que está sendo difi-cultado é o acesso a ela”.

A priorização do GovernoFederal pelo pagamento dos ser-viços e juros da dívida externaem detrimento de políticas so-ciais é outro fator que agrava adesigualdade social, segundoDom Luciano. E, por fim, “o ví-rus da acumulação, tornando aspessoas dependentes de bens ealheias ao sofrimento humano.Se quisermos, de fato, superaras condições da miséria e da

fome no Brasil, não podemosfazê-lo sem uma mudança pro-funda de mentalidade”, alertou.

Soberania alimentarFazer com que todos tenham

acesso aos alimentos básicos - esaudáveis - e mudar hábitos ali-mentares noviços tem sido umadas propostas das conferênciassobre ́ Soberania Alimentar´, pre-sididas por Dom Mauro Morellli,que percorre o Brasil, em encon-tros que buscam discutir o pro-blema e apresentar alternativaspara a fome no Brasil.

Dentre os problemas apre-sentados por D. Mauro está odesperdício, aliado à incompe-tência e à ignorância no proces-samento, na conservação e dis-tribuição de alimentos. “Só naAmazônia, por exemplo, todosos dias, 60 toneladas de peixes

O que é o Fórum Social MundialDe 31 de janeiro a 5 de fe-

vereiro, cerca de 60 mil pes-soas - ligadas à organizaçõesnão-governamentais, entidadesda sociedade civil, associaçõesde trabalhadores, grupos étni-cos de mais de 130 países, es-tiveram reunidos em PortoAlegre para a realizaçao do 2ºFórum Social Mundial.

O Fórum é um evento dasociedade civil mundial, quecongrega experiências dosmais diversos setores sociais,na busca de alternativas reaispara o modelo econômico ne-oliberal, promovendo o inter-câmbio dessas experiências epotencializar a diversidade depráticas, de lutas da participa-ção cidadã, buscando dar umadimensão mundial às propos-tas que dele brotam.

Essas experiências e pro-postas são apresentadas nasConferências (27); Seminários(100); Oficinas Temáticas(700); e Testemunhos, que co-briram um amplo espectro de

questões sociais, políticas, econô-micas, culturais, distribuídas emquatro eixos temáticos: A produ-ção de riquezas e a reproduçãosocial; O acesso às riquezas e àsustentabilidade; A afirmação dasociedade civil dos espaços pú-blicos: e Poder político e ética nanova sociedade.

As conferências abordaramquestões como: Comércio Mun-dial, Dívida Externa, Alca, Po-vos Indígenas, Água, Tráfico dePessoas, Arquitetura do PoderMundial, Globalização e Milita-rismo, Soberania, dentre outros.

O Fórum não elabora um ‘do-cumento final’, a ser seguido pe-los participantes, justamente porvalorizar a diversidade de respos-tas que as milhares de organiza-ções já possuem como patrimô-nio de sua caminhada de luta ede engajamento na superação dopensamento único imposto peloneoliberalismo e por acreditarque “um outro mundo só será pos-sível”, quando as diversidadesculturais, étnicas e sociais forem

respeitadas e preservadas.

CoberturaDiante da impossibilidade

de apresentarmos tudo o quefoi discutido, debatido e pro-posto no 2º FSM, a coberturado Jornal Presença Diocesanarestringiu-se aos principaiseventos onde houve a partici-pação direta da Igreja Católi-ca. A Igreja Católica participado Comitê Organizador Bra-sileiro e do Conselho Interna-cional do Fórum, através daCáritas Internacional e da Co-missão Brasileira de Justiça ePaz (CBJP), sendo uma dasarticuladoras da “AuditoriaCidadã da Dívida”, propostasque será transformada emcampanha de mobilização na-cional este ano.

A cobertura completa do2º Fórum Social Mundial e aagenda de trabalhos até o pró-ximo ano estão disponíveis nosite www.forumsocialmun-dial.org.br.

são perdidas por falta de capa-cidade de armazenamento, en-quanto a população passafome”, denuncia.

Segundo Dom Mauro, essemovimento da Igreja Católicapara alertar os cristãos contra asdesigualdades sociais, é mais umpasso do movimento “ética napolítica e contra a corrupção”,iniciado em 93, e que contribuiupara o impeachment do presiden-te Collor. Agora, essa exigênciaética assume novo contorno noGoverno FHC: “Hoje, a corrup-ção no Brasil se chama fome, mi-séria. Isso porque são frutos deum desenvolvimento e de ummodelo de economia que geraminiqüidades e profundas desigual-dades. A fome não é um proble-ma divino. Ela reside numa ma-triz econômica e em soluçõespolíticas, onde reina o mercado”.

“Que instituições são ne-cessárias para gerar a econo-mia solidária, capaz de seestabelecer como alternativaque torne a vida no Planetamais digna e melhor?”

A provocação de José L.Moraes, mediador do segun-do dia do seminário interna-cional sobre Economia Soli-dária, permeou os depoi-mentos dos convidados, queapresentaram experiênciasde seus países de origem –Senegal, França e Colômbia.

Terrorismo do capitalLuís Francisco Páez, se-

cretário-geral da Confedera-ção Latino-Americana dasCooperativas de Trabalhado-res (COLACOT) defendeu anecessidade de se criar umnovo modelo de economia,“porque, no Século XX, vi-mos o fracasso de todos nos-sos esforços. Por mais de 50anos tentamos, na Colômbia,implementar modelos de co-operativa, que dessem auto-nomia ao trabalhador. Empouco tempo, essas coopera-tivas foram cooptadas pelomodelo neoliberal”.

IntervençãoProfessor em Sociologia

em Senegal, África, AbdouSallam Faal, relembrou alonga história de dominaçãoa que seu País esteve subme-tido “Isso destruiu nossos va-

A partir da experiênciade participação no 1º FórumSocial Mundial, o ConselhoIndigenista Missionário (CI-MI), organismo da CNBB,preparou e articulou sua par-ticipação no Fórum desteano. Uma comissão, forma-da após a Conferência dos500 anos, trouxe ao Fórumuma série de propostas queforam apresentadas e discu-tidas em conferências e se-minários, sobretudo do eixotemático Acesso às Rique-zas e à Sustentabilidade.

Segundo o secretário exe-cutivo nacional, Igor Dio-nísio, “o CIMI vem se juntarà luta das comunidades indí-genas na questão da demar-cação dos territórios e na re-tirada dos invasores, no re-conhecimento e na aprovaçãodos Estatutos dos Povos In-dígenas, que o Governo bra-sileiro se recusa a aceitar.Além disso, queremos tam-bém que o Brasil assine a con-venção 169, da OrganizaçãoInternacional do Trabalho(OIT), que fixa as bases dasrelações dos Estados Nacio-nais com os Povos Indígenas.

Segundo o secretário, a

não-aprovação dos Estatutosdos Povos Indígenas, previs-to na Constituição Federal de1988, impede o reconheci-mento das organizações in-dígenas, enquanto formaspróprias de se defenderem,de lutarem por seus direitosdentro da sociedade na rela-ção com o Estado.

Os Povos Indígenas tam-bém pedem:

1. Que os governos cum-pram suas responsabilidadesconstitucionais, assegurandopolíticas sociais diferencia-das, com ampla participaçãodos povos indígenas em to-das as suas etapas de discus-são e implementação, evitan-do com isso a terceirizaçãodos serviços nas áreas de saú-de, educação, auto-sustenta-ção, demarcação e proteçãodas terras indígenas.

2. Que os governos sejamresponsabilizados por genocí-dios e etnocídios cometidoscontra os povos indígenas.

Após o Fórum, o CIMIvai intensificar sua atuaçãona Campanha da Fraternida-de, para sensibilizar as comu-nidades católicas sobre asquestões indígenas.

Povos indígenas exigemrespeito e autonomia

Economia solidária:alternativa à exclusão

lores, baseados no mutualis-mo, na troca, fez recuar con-quistas sociais e subverteu osentido de nossa cultura”.

Na superação desses de-safios, segundo o professor,está a redução das distânciasentre ricos e pobres, a supe-ração das desigualdades denegociação entre os parcei-ros, o acesso aos mercadosinternacionais, o incrementodas atividades artesanais, domercado informal e das pe-quenas e médias empresaslocais e mais diálogo entresociedade e Estado.

O seminário sobre Eco-nomia Solidária contou coma participação da Cáritas Bra-sileira, que já desenvolveuma série de ações nesse sen-tido, dentre as quais os pro-gramas de fortalecimento dacidadania e de direitos; pro-gramas de acesso a recursospúblicos; e fóruns de articu-lação da Sociedade Civil emvárias partes do Brasil.

Sobre projetos de econo-mia solidária, a Entidade vemtrabalhando com um conjun-to de fundos de pequenosprojetos, chamados ProjetosAlternativos Comunitários(PACs), que são experiênci-as de cooperativas, com ge-ração de renda e emprego.

Conheça mais sobre o tra-balho da Caritas Brasileira eEconomia solidária no sitewww.caritasbrasileira.org.br.

Fórum Social Mundial Março/2002

AlternativasFotos Chico Surian

6 - Presença Diocesana

�Fome no Brasil é um escândalo�O problema não é falta de comida, mas a dificuldade de acesso a ela, dizem bispos da CNBB

Democracria e combate à fomeNo Seminário A democra-

cia e o Combate à Fome, or-ganizado, dentre outros, pelaComissão Brasileira de Justi-ça e Paz (CBJP), foi lançada aproposta da elaboração de umPlano Mundial de Combate àFome, a ser feito pelas organi-zações não-governamentaisque já desenvolvem ações nes-se setor.

“Temos de atacar um dosproblemas que está na raiz dacultura do terrorismo e dos mé-todos desesperados de açãopolítica: o problema da fome eda desigualdade social, que se-para o mundo em dois pedaços- o dos que tudo tem e o dosque nada possuem”, alertouFrancisco Witaker, da CBJP.

Vida privatizadaExemplo dramático de como

o modelo de economia neolibe-ral deteriora e inviabiliza as con-dições de subsistência de umacomunidade, foi apresentadopelo professor e coordenador doPrograma de Educação em Di-reitos Humanos da Universida-de Aberta de Ambedkar, em Hy-derabad, Índia, Dr. ChakrapaniGhanta: “Até meados dos anos90, a agricultura era considera-da setor estratégico para nossopovo e não podia ser privatiza-da. Por pressões dos organismosinternacionais, como FMI e Ban-co Mundial, o Governo retirouos subsídios dos pequenos agri-cultores, privatizou os serviços

de energia, água e fornecimen-tos de insumos. Resultado: au-mentaram os custos com a pro-dução, levando à falência milha-res de agricultores. Só nos doisúltimos anos, 600 agricultores daminha região se suicidaram, de-sesperados com as dívidas”, de-nunciou.

Para Dom Mauro Morelli,“não dá para desvincular guer-ra e fome ou paz e combate à

fome. Não dá para dissociar ri-queza de miséria. O mercadonunca vai resolver o problemada fome, pois não é essa suanatureza. A única saída é a ar-ticulação das iniciativas cida-dãs”, defendeu.

Informações sobre o catá-logo com as propostas podemser obtidas pelo e-mail:[email protected]

Estatuto dos Povos indígenas ainda está só no papel

Especialistas buscam mais integração entre redes

D. Mauro Morreli (em pé), D. Jaime Chemello e D. Luciano Mendes defendem maior integração das organizações no combate à fome

Dr. Chakrapani: “Nosso povo está morrendo de fome”

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Fórum Social MundialMarço/2002 Presença Diocesana - 7

Caixa-preta

Qual o valor real da dívida do Brasil?

Divulgar a idéia da Auditoriada Dívida como um meio

de expor toda a verdade sobre oprocesso de endividamento inter-no e externo; ver como a dívidaafeta diretamente a vida do cida-dão; pressionar as autoridadespara que que a comunidade pos-sa ter acesso aos documentos quecomprovem a ilegitimidade daDívida; e buscar uma saída paraos países endividados.

Esses foram os objetivos doSeminário Auditoria Cidadã daDívida, proposta pela Campa-nha Jubileu Sul (da qual faz par-te a CNBB/Pastorais Sociais eCáritas) - organizadora do Ple-biscito Nacional da Dívida Ex-terna, em 2000 -, Fisco ForumMG e RJ, Unafisco Sindical,dentre outros. O seminário foirealizado no dia 4 de fevereiro.

Os professores Marcos Ar-ruda, Reinaldo Gonçalves,Valério Arcary e o senadorEduardo Suplicy (PT-SP) apre-sentaram os temas: histórico doendividamento, relação de de-pendência com o capital estran-geiro, responsabilidade do Con-gresso na aprovação dos em-préstimos, privatizações, políti-ca de juros e salários.

Qual a verdade?A auditora fiscal da Receita

Federal e coordenadora da Au-ditoria, Maria Lúcia Fattorelli,apresentou a histórico da Cam-panha da Auditoria, o processode obtenção de documentos ofi-ciais sobre a Dívida Pública - in-terna e externa -, e, principal-mente, a dificuldade de acessoaos contratos da dívida, cuja na-tureza, em grande parte, é des-conhecida até pelo CongressoNacional, que aprova os pedidosde empréstimos no Exterior.

“Temos de levar em contaque o que estamos propondo nãoé nenhuma novidade: a audito-ria da dívida pública brasileiraestá prevista na Constituição de1988 e foi defendida pelo presi-dente Fernando Henrique Car-doso. Já existe no CongressoProjeto de Lei com esse objeti-vo. Ano passado foi apresenta-da uma Proposta de Exame daDívida junto à Comissão deComércio Exterior do Congres-so Nacional, mas nada foi feitoaté agora”, disse a auditora.

Segundo os organizadores,só a Auditoria da Dívida poderesponder questões cruciais parao Brasil: Como e por que che-gamos a esse ponto? Onde fo-ram efetivamente aplicados osrecursos captados nos emprés-timos? Quanto tomamos em-

Princípios e valores para uma nova civilizaçãoNo dia 4 de fevereiro,

dentro do eixo temático Po-der Político e Ética na NovaSociedade, foi apresentada aConferência Princípios e Va-lores, por Frei Betto e peloescritor Michael Löwy.Como debatedores, CéliaAmorós (Espanha) e VijayPratap (Índia).

A proposta era identificaras diferenças entre os princí-pios e valores que movem omundo que se encontra emPorto Alegre (para o FórumSocial Mundial) e o mundoque se encontra em NovaYorque, antes Davos, na Suí-ça (para a realização do FórumEconômico Mundial, que reúneos países mais ricos do Hemisfé-rio Norte).

DeusesSegundo Frei Betto, “aque-

les que se reúnem em NovaYorque - banqueiros, executivose chefes de Estado, que dirigema globalização neoliberal (ouglobocolonização) - também de-fendem valores. Não devemossubestimá-los, pois eles acredi-tam em três grandes valores eestão dispostos a lutar com to-dos os meios para salvaguardá-los – até guerra, se for preciso:o dólar, o euro e o yen”.

Além da moeda, Frei Bettoapresenta o mercado e o capitalcomo a base da “religião econô-mica neoliberal”, cujas igrejassão “as bolsas de valores e seusSantos Ofícios são o FundoMonetário Internacional, a Or-ganização Mundial do Comér-cio, dentre outros. São valoresestritamente quantitativos. Elesnão conhecem o bem, o mal, ojusto ou o injusto. Quem tem umbilhão (de dólares, claro!) valemais do que quem tem só um mi-lhão. Obviamente, aquele quenão tem nada está fora do mer-cado e, portanto, do mundo ci-

vilizado”, avalia Frei Betto.

Antagonismo“Face a esta civilização da

mercantilização universal, queafoga todas as relações humanasnas águas geladas do cálculo ego-ísta, o FSM representa, antes detudo, uma recusa: a natureza, avida, os direitos do homem, a li-berdade, o amor, a cultura, não sãomercadorias. Por isso, são doisprojetos de civilização e duas es-calas de valores que se enfrentamde forma antagônica e irreconci-liáveis”, defende Michael Löwy.

Então, quais os valores dos

que fazem o FSM?“São, sobretudo, valores

qualitativos, éticos e políti-cos, sociais e culturais,irredutíveis à quantificaçãomonetária. Valores que sãocomuns à maior parte dosgrupos e das redes queconstituem o grande movi-mento mundial contra a glo-balização neoliberal”.

Dentre esses está a de-mocracia que permite à po-pulação exercer diretamen-te seu poder de decisão econtrole. Mas “o grande de-safio, do ponto de vista deum projeto de sociedade al-

ternativa, é estender a democra-cia para o terreno econômico esocial. Por que permitir, nestecampo, o poder exclusivo de umaelite que recusamos na área po-lítica? Uma democracia socialsignifica que as grandes opçõessócio-econômicas, as orienta-ções fundamentais da produçãoe da distribuição são democrati-camente discutidas e decididaspela própria população, e não porum punhado de exploradores oupelas supostas leis do mercado”,defende o escritor.

O texto completo de FreiBetto e Michael Löwy pode serencontrado no site www.forum-socialmundial.org.br.

Organizações da sociedade civil questionam legitimidade dos empréstimos e exigemcumprimento da Constituição Federal de 1988, que prevê auditoria da dívida pública

Fotos Chico Surian

Evolução da dívida Externa(Valores em bilhões de dólares)

ANO TOTAL JUROS* AMORTIZAÇÕES*

1981 73,96 9,16 6,241991 123,91 8,62 7,831994 148,29 6,34 50,411998 241,64 11,9 33,592000 236,16 13,97 31,69

Fonte: Boletins do BC e Revista Conjuntura Econômica inCartilha Auditoria Cidadã da Dívida, p. 14 - *pagamento efetuado

prestado? Quanto já pagamos?Ainda devemos?

“Só com essas respostas po-deremos, de fato, nos posiconardiante do impasse que nos en-contramos, qual seja, o de per-manecer atrelado à política eco-nômica do FMI ou realizarmosnossa segunda independência econstruirmos um Brasil, justo esoberano”, defendeu o professorValério Arcary.

AntecedenteEm 1931, no govero Getúlio

Vargas, houve a primeira ‘audi-toria da dívida externa brasilei-ra, que apurou diversas irregu-laridades: “Somente 40% doscontratos encontravam-se devi-damente documentados; os va-lores reais das remessas eram ig-norados e não havia contabiliza-ção regular da dívida externa fe-deral. Resultado: houve uma sus-pensão de pagamentos e consi-derável redução da dívida”, lem-brou a auditora.

A necessidade da Auditoriaatual parte da constatação de quegrande parte dos recursos orça-mentários da União é destinadaao pagamento do ‘serviço da dí-vida’ (pagamento de juros, encar-

gos e amortização), em detrimen-to dos investimentos para atenu-ar a dívida social.

Isso pode ser constadado,por exemplo, no Orçamento daUnião de 2001, cujo total foi de418,5 bilhões de reais: o ‘servi-ço da dívida’ foi de 142,2 bi-lhões. Fazendo uma correspon-dência entre o valor destinado àdívida e aos ministérios, o quefoi usado pelo Ministério daSaúde durante o ano (25,9 bi-lhões de reais) cobre apenas 66dias de pagamento do serviço dadívida. Para o Ministério do De-senvolvimento Agrário (2,2 bi-lhão), esse valor representa ape-nas 5 dias.

Renúncia da soberaniaOutros questionamentos de

ordem jurídica foram levantadospelo senador Severo Gomes,primeiro relator da Comissão de1989, encarregada da auditoriaprevista na Constituição. O se-nador constatou a existência decláusulas abusivas, como a de“renúncia antecipada a qualqueralegação de soberania”. “Comoo Congresso pôde permitir a as-sinatura desse contrato?”, ques-tiona a auditora.

Na práticaNa prática, o que o pagamen-

to do serviço da dívida afeta avida do brasileiro?

“Os serviços públicos desaúde, educação, segurança eoutros estão sendo desmontados;os aposentados e os servidorespúblicos estão tendo suas pen-sões e vencimentos diminuídos;os investimentos públicos estãosuspensos; o número de de-sempregado cresce porque osgovernos estão proibidos peloFMI de abrir e estimular postosde trabalho; o País não investeem pesquisas; o governo priva-tiza empresas públicas, depoisde saneá-las e modernizá-lascom dinheiro do Banco Nacio-nal de Desenvolvimento, quedeveria ser usado para investi-mentos sociais. E tudo para umúnico fim: o Governo tem depoupar para pagar o serviço dadívida”, denuncia Maria Lúcia.

A coordenação da Campa-nha “Auditoria Cidadã da Dívi-da”, em BH, está lançando umacartilha sobre o tema. Informa-ções pelo fone: (31)3226-7489e-mail: [email protected] www.unafisco.org.br.

Nascido em 8 de marçode 1923, o primeiro filhode uma família de oito ir-mãos, na cidade de Piraci-caba-SP, Ayrton Blumer,logo cedo, descobriu suavocação sacerdotal. Filhode pai marceneiro, o meninoAyrton logo se apaixonoupela profissão do pai e, comentusiasmo, foi aprendendo alidar com a madeira.

Com oito anos, seguindoo exemplo do primo, entroupara o Seminário Capuchi-nho. Nessa casa ficou apenasdois anos, indo em seguidapara a Congregação dos Pa-dres Claretianos, em rio Cla-ro, onde estudou por cincoanos. Fez noviciado em Gua-rulhos e depois, em Curitiba,foi ordenado sacerdote, em1949, aos 26 anos.

Pe. Ayrton iniciou sua ati-vidade pastoral em Guarulhos,como professor, passando tam-bém por Campinas. Quandodeixou a Congregação dosClaretianos, foi transferidocomo auxiliar de vigário paraa Paróquia Santo Antonio, emAmericana-SP. Em seguida,veio como co-adjutor para aParóquia São Vicente Mártir,onde permaneceu por doisanos. Nesse período lecionoubiologia, zoologia e botânicano Seminário Diocesano, emSão Vicente.

Um novo período se ini-cia quando é transferido paraa Paróquia São José Operá-rio, em Santos, em 1962. Até1973, Pe. Ayrton trabalhoucomo auxiliar do vigário, Pe.

Antonio Olivieri, se dedican-do, especialmente ao traba-lho com jovens e casais, alémdo documentário bíblico. Em21 de outubro de 1974 assu-miu como pároco.

Seu trabalho ficou entãodividido entre a Paróquia e aCreche e Escola Nossa Se-nhora da Divina Providência,que hoje atendem cerca de150 crianças.

Dentre outros, tambémprestou serviços para a Cú-ria Diocesana: foi Chance-ler do Bispado e Diretor Di-ocesano das Obras Pontifí-cias Missionárias; presiden-te do Departamento de Pa-trimônio Imobiliário e ArteSacra; Juiz do TribunalEclesiástico; Cônego Cate-drático e Coordenador dePastoral.

Em 1999, Pe. Ayrton ce-lebrou 50 anos de vida sacer-dotal, seguindo muito de per-to, o exemplo do seu padro-eiro: trabalhando no silêncio,na humildade e na dedicação.

São Joséfestejapadroeiro

A ParóquiaSão José Operáriocelebra este mês afesta de seu padro-eiro. A paróquia,criada em 1925,desenvolve diver-sas atividades pas-torais: catequese,grupos de oração,equipe de casais,Legião de Maria,Apostolado daOração. A comunidadepresta também atendimentosocial através do RoupeiroSão José, Bazar e do grupoSão Vicente de Paulo.

Horário de atendimento:

ProgramaçãoTríduo preparatório16 a 18 de março18h30Festa de S. José19 - 8h - Missa com-promissal da Corte deS. José.

Fotos Lu Corrêa

2ª a 6ª, das 14h30 às 17h.Misas: 2ª, 4ª, 6ª, às 18h. Sá-bado, às 18h30; Domingo,às 8h e às 18h. Telefone:(13)3234-3530.

10h30 - Terço de SãoJosé15h30 - Oração comu-nitária18h30 - Procissão lu-minosa19h - Missa solene

Vocação

Primeira profissão religiosaA Paróquia Nossa Se-

nhora Auxiliadora, em SãoVicente, celebrou com ale-gria a primeira profissão re-ligiosa do jovem AdalbertoPereira Saraiva, na Ordemdos Frades Menores Capu-chinhos.

A cerimônia foi realiza-da na Igreja Matriz de S.

Francisco, em NovaVeneza, interior de SãoPaulo, onde Adalberto fezo noviciado.

Pe. João Chungat, jun-tamente com pais e fami-liares de Frei Adalbertoforam especialmente aNova Veneza participar dacelebração.

Missões despertaram a vocação de Adalberto (esq.)

Divulgação

Perfil Pe. Ayrton Blumer

Pároco da Igreja São José Operário

Paroquianas

Para debatedores, desafio é superar mentalidade mercantilista

Sociedade civil não aceita mais a omissão dos parlamentares frente às exigências dos credores

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Roberta Barbosa

Promovendo a vida

Educação8 - Presença Diocesana Março/2002

ObrasQualidade

LICEU SANTISTA INAUGURA NOVAS INSTALAÇÕES UniSantos cria novo Campus

Conheça o que o Li-ceu Santista oferece parao seu futuro. Visite o sitewww.liceusantista.br

Toca de Assis

São Francisco é revivido no acolhimento a morador de rua

A N U N C I E N O P R E S E N Ç A D I O C E S A N A( 1 3 ) 3 2 2 4 - 3 0 0 0

Fotos Lu Corrêa

A frustração de não con-seguir emprego e os pro-

blemas familiares levaram omecânico geral, José Carlos,39 anos a tornar-se um mo-rador de rua, envolvido combebidas e drogas. A doençagrave e o desemprego leva-ram Ademir Tomás, 45 anos,a conhecer a solidão e o aban-dono das ruas. O desempre-go e a bebida levaram VálterRodrigues, 53 anos, a expe-rimentar a humilhação e odespejo de um hospital públi-co, “onde não pude ficar”.

Histórias semelhantes,destinos comuns - e novossonhos - unem os ‘irmãos’ daComunidade de Aliança SãoJosé, mais conhecida comoToca de Assis, em Santos.

Amar os pobresAinda arrumando a mu-

dança, quatro jovens aspiran-tes à vida religiosa (Elias,Célio, Danilo e Douglas) e 9homens - todos ex-moradoresde rua - tentam organizar arotina da nova casa, embala-dos pelo sonho de São Fran-cisco de Assis, de “amar Je-sus nos irmãos mais pobres”,como explica o Guardião daFraternidade, Elias Sterce.

A Toca de Assis, que nas-

ceu em Campinas há apenas7 anos, vem atraindo a aten-ção de centenas de jovens quese identificam com a propos-ta de uma vida de adoração eserviço aos mais necessita-dos. Na Diocese de Santosestão trabalhando desde2000.

“Nosso objetivo é cuidarde homens e mulheres, mo-radores de rua, que se encon-tram realmente doentes. Oprimeiro trabalho é tirá-los darua e encaminhá-los para ostratamentos necessários. Sefor o caso, ficam internados

nos hospitais ou em tratamen-to na casa. Mas todo o cuida-do com os doentes é feitopelos irmãos”, explica oGuardião.

Na Toca, todos são con-vidados a se integrarem nasatividades domésticas e reli-giosas, proposta que tem sidobem aceita. “Eu lavo a louça,ajudo na cozinha. Cada umfaz um pouco”, conta Válter.“Infelizmente, eu não possoajudar muito, porque logo mecanso, fico com falta de ar”,tenta se justificar Ademir,ainda em recuperação.

Curar as feridas“Enquanto religiosos, te-

mos uma vida intensa de ora-ção, que é o que nos movepara esta missão. E o impor-tante é que essas pessoas re-cuperam sua auto-estima e sesintam amadas por Deus.Elas passam por muitas hu-milhações, sofrimentos equando saem das ruas estãomuito machucadas, revolta-das. Então, é preciso dar tem-po ao tempo para que elas sereencontrem”, diz Elias.

A serenidade vem com otempo, garante o Guardião,embora, nem todos consi-gam. “Alguns ficam algumtempo, depois voltam às ruas.Mas há também quem saiu erevolveu voltar. Em algumascomunidades, os acolhidosacabam se tornando voluntá-rios e já há casos em que hou-ve a opção pela nossa vidareligiosa”.

AjudaAlém dos acolhidos, a

Fraternidade conta atualmen-te com um grupo de voluntá-rios leigos da paróquia Nos-sa Senhora Aparecida e aten-de cerca de 15 moradores derua que recebem almoço e

Comunidade se reúne para o reforçado café da manhã

Após seis meses de cons-trução, com a dedicação

de centenas de profissionaisde diversas áreas, o sonhoacalentado por toda a famí-lia liceísta durante anos foifinalmente concretizado: asnovas e modernas instalaçõesdo Liceu Santista ficaramprontas, coroando um sécu-lo de atividades dedicadas àEducação.

Na cerimônia de inaugu-ração, em 3 de fevereiro, oBispo Diocesano de Santos,D. Jacyr Francisco Braido,abençoou a nova escola e sa-lientou sua responsabilidadecristã. O laço inaugural tam-bém foi desatado pelo BispoEmérito, D. David Picão,pela diretora do Liceu, Clau-dia Cristina Taboada MathiasSantiago e, representando osalunos, Gabriella Biasi Car-rasco.

Houve também um almo-ço comemorativo, que reuniurepresentantes da SociedadeVisconde de São Leopoldo(mantenedora da Universida-de Católica de Santos - Uni-Santos e do Liceu Santista),da PBR Construtora, profes-sores, funcionários e alunosrepresentantes de classes dosEnsinos Fundamental e Mé-dio do Liceu Santista. Naocasião, foram entregues aosconvidados as agendas ofici-ais do primeiro centenário daescola.

DependênciasTodos os presentes tive-

ram a oportunidade de visi-tar todas as dependências do

novo Liceu Santista. As sa-las de aula, a ampla bibliote-ca, a tecnologia de ponta noslaboratórios de informática,os laboratórios de química,de física e de biologia, a qua-dra poliesportiva, o berçário,os refeitórios infantis, a pis-cina, a capela e toda a árealivre do complexo. São maisde 11 mil m², com estruturacapaz de oferecer conforto,segurança e um ensino dequalidade.

Já nos primeiros dias deaula, a aprovação de pais ealunos. Na avaliação deRosane S.P. Carvalho, mãe deNiels Vinícius (Educação In-fantil), Victor Augusto (1ªsérie) e Gabriel Isaias (4ª Sé-rie), suas expectativas em re-lação à nova escola foramsuperadas. Ela ressaltou a

amplitude do espaço físico,que, no seu entender, “refle-te no interior das pessoas” ea oportunidade de desfrutarbons momentos. Com as cri-anças não é diferente. Nielsadorou a piscina e a nova pro-fessora; Victor, o novo espa-ço disponível e Gabriel, se-gundo suas palavras, “ tomarlanche com as flores”.

O complexo educacionaldo Liceu Santista fica na Ave-nida Francisco Glicério, 642,José Menino, em Santos.Atenção para o novo telefo-ne: (13) 3252-1225.

Inauguração do novo complexo educacional do LiceuSantista. Desatam o laço, os bispos diocesano D. Jacyr e

Emérito D. David, a diretora Claudia Cristina T.M. Santia-go e a aluna Gabriella Biasi Carrasco, representando o

corpo discente

janta todos os dias, roupas,serviços de corte de cabelo eassistência médica.

Às quartas-feiras, os ir-mãos levam sopa, à noite, eno domingo, almoço, para osmoradores de rua.

“São nesses encontrosque descobrimos pessoas nassituações mais delicadas e fa-zemos o convite para elas vi-rem para a Casa. Nem todosquerem, o que nós respeita-mos”, explica Elias.

A Toca vive exclusiva-mente de doações e não acei-ta ajuda em dinheiro. “O quenós pedimos é que alguém ouum grupo se responsabilizepelas despesas da Casa. Es-tamos precisando também devoluntários que ensinem al-guma atividade manual paraos moradores”, pede Elias.

Quem quiser conhecer ecolaborar com a Fraternida-de Toca de Assis, o telefonepara contato é 3271-4152.O cuidado físico é uma das tarefas diária dos irmãos

Wálter: Recomeço

A Universidade Católicade Santos (UniSantos)

está implantando um novoCampus na cidade. Localiza-do na Avenida ConselheiroNébias, entre as ruas LuizaMacuco e Joaquim Nabuco,ocupará um terreno de cercade 11 mil metros quadrados,adquirido no final do ano pas-sado, do Grupo Peralta. Ser-virá para a ampliação do es-paço físico 5 instalação detodos os cursos e laboratóri-os da área de Saúde, numúnico local.

Atualmente, esses cursos- Enfermagem, Farmácia, Fi-sioterapia e Nutrição estãodescentralizados pelo Cam-pus Santa Casa, Prédio daAvenida Ana Costa e Con-junto Poliesportivo. Aindapoderão ser deslocados parao novo Campus cursos afinscom a área de saúde, comopor exemplo, Serviço Social.

Segundo semestreAs obras já foram inicia-

das pela PBR Engenharia eConstruções, a mesma em-presa que construiu o prédionovo do Liceu Santista. Aprevisão é de que estejamconcluídas até julho. A con-firmar-se o prazo previsto, oscursos que ficarão instaladosnesse Campus já iniciarão osegundo semestre letivo emnovo prédio.

Constituído por quatro pa-vimentos, incluindo o andartérreo, acessados por rampase elevador panorâmico, terá72 salas de aulas, 5 anfitea-tros, bibliotecas em dois pa-vimentos, dependências ad-

ministrativas e das coordena-ções dos cursos, capela e áreade convivência. Em linhasgerais, as dependências esta-rão assim distribuídas: Pavi-mento térreo- acervo da bi-blioteca e salão de leitura,área de convivência, depen-dências administrativas e dascoordenações, cantina e cape-la. No 1º pavimento, biblio-teca (salão de leitura coleti-vo e salas de leitura para gru-pos), um anfiteatro e salas deaula. Nos 2º e 3º pavimentos,dois anfiteatros e salas deaula, cada um. Ao lado doterreno, num prédio já exis-tente, com acesso pela Rua daConstituição, e que será re-formado, ficarão todos os la-boratórios. Duas passarelas,instaladas na altura do 22 pa-vimento, 4 interligarão ambosos prédios.

Campus BoqueirãoTambém o Campus Bo-

queirão, com as Faculdadesde Direito, Arquitetura e Ur-

banismo e Engenharia, estásendo ampliado, atingindoagora a Rua DagobertoGasgon, onde será construí-do um complexo compostopor um prédio de três anda-res e futuras instalações danova biblioteca setorial.

As obras permitirão libe-rar espaços para mais salas deaulas e ampliação da Secre-taria, na Faculdade de Direi-to. O novo prédio abrigaráparte administrativa, sala deInternet, secretaria e coorde-nação de monografias e sa-las de atendimento para alu-nos. As novas instalações es-tarão interligadas com o atu-al prédio da Faculdade deDireito, por escadarias, portodos os andares. Os pátiosdo Campus terão cobertura,com interligação de toda aárea de convivência e entra-da única que permitirá me-lhor controle e segurança dosalunos. As obras têm a super-visão do Departamento dePatrimônio.

A previsão é de que as obras estejam concluídas até julho

Eraldo Silva

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Em debate

SEMINÁRIOSÃO JOSÉ

SMarço/2002 Presença Diocesana - 9

Vocação Sacerdotal

JOVENS INICIAM CAMINHADA

Fotos Lu Corrêa

Seminário S. José recebe quatro jovens na comunidade da Filosofia

Seminaristas fazem exercíciosespirituais antes do ano letivo

A condiçãohumana naAméricaLatina- II*

*Resumo do Trabalhode conclusão de curso doseminarista FranciscoLino, sobre a “CondiçãoHumana na Reconstru-ção do Mundo”, a partirdo pensamento filosóficode “Henrique Dussel”.

Campanha pelaaprovação dos Estatutos

dos Povos Indígenas

Metodologicamente,então, é necessária situ-ar a história da AméricaLatina dentro da totalida-de na qual manifesta seusentido, dentro do hori-zonte geo-político inter-nacional, nacional, ou dodas classes sociais ou dasmotivações afetivas a queresponde. Uma analiseideológica história podedar assim resultados ines-perados, o presente traba-lho é apenas uma simplesintrodução à questão,melhor ainda, uma merahipótese de trabalho.

Gostaria, por outrolado, que se tivesse emconta aquilo que já expusaté agora, já que aqui pro-pus hipóteses para inter-pretar a história do ho-mem na América Latina,ao passar que agora se tra-ta de uma história da his-tória latino-americana,afinal deve ter em conta o“de onde” parte: a histó-ria da América Latinapara da “Condição Huma-na” existencial do homemlatino-americano, cotidia-no ou profético.

Que alegria poder parti-lhar um pouco da minhavida com vocês. Tenho 26anos, há quatro entrei no Se-minário Diocesano SãoJosé, e confesso a vocês: foia melhor coisa que eu po-deria ter escolhido para aminha vida.

Quando terminei o cole-gial, não sabia ao certo quecaminho seguir. À princípioescolhi um curso profissio-nalizante de Contabilidade,mas não me completava.Faltava alguma coisa. Que-ria optar por algo que me fi-zesse feliz e que pudessetornar felizes também aspessoas. Mas não era fácil.

Foi então que participan-

Chamado

A escolha certa, porém difícil

Mauro: coragem

do do grupo de jovens de mi-nha cidade, Onda Verde, nointerior do Estado, que fuidiscernindo a respeito do queDeus queria de mim. Encon-tros, retiros e conversas commeu pároco e pessoas ami-gas, me revelaram qual cami-nho escolher.

Consciente da minha vo-cação para o sacerdócio, en-trei para o Seminário, poisacredito que a missão do pa-dre é poder ajudar as pesso-as a serem felizes, oferecen-do Deus como um meio se-guro para essa felicidade, quenão termina aqui, mas que éeterna. Um Deus que não estásomente na Igreja, mas defato dentro de cada pessoa,

seja ela pobre ou rica, ne-gra ou branca, mulher ouhomem.

Por isso, eu lanço umdesafio a você, jovem: Te-nha coragem! Não tenhamedo de fazer da sua vidaum dom para os outros. Se-rei muito grato em ter vocêdo meu lado, na construçãodo Reino de Deus. Acredi-te nisso!

“O Pai escolhe,o Filho chama, o Espírito Envia”

Encerramentodo Ano Vocacional

A Comissão Diocesana da Pastoral Voca-cional convida todas as comunidades e

paróquias para a missa de encerramentodo Ano Vocacional Diocesano.

Dia: 18 de marçoHoras: 19h30

Local: Catedral de Santos

PARTICIPE COM SUA COMUNIDADE!

Seminárioem FamíliaComeça no próximo

dia 10, os encontros doprograma Seminário emFamília. É uma propostade acompanhamento ediscernimento vocacio-nal, destinado a jovensque estão no Ensino Mé-dio, e que tenham menosde 19 anos.

Durante os encontros,que acontecem a cada 15dias (sábado e domingo),os jovens participam deatividades comunitárias eestudos de aprofunda-mento da experiência vo-cacional.

Informações pelo te-lefone (13) 3258-6868.

Depois de um processo dediscernimento vocacional,com a equipe de formação,quatro jovens ingressaram noSeminário Diocesano SãoJosé, em Santos, no início defevereiro.

A partir de agora, Edson

“Uma parada para re-carregar as baterias, antesda gente entrar no barulhodo dia-a-dia. Um tempopara nos situarmos melhordiante dos desafios que va-mos enfrentar este ano”.

Com essa perspectiva,Fernando Jacinto da Silva,21 anos, aluno do 2º ano deFilosofia, juntamente comos demais seminaristas, es-teve participando dos Exer-cícios Espirituais Inacia-nos, que acontecem todosos anos, antes do períodoletivo, em Itaici.

Esses exercícios fazemparte do processo de forma-ção dos seminaristas. Esteano, foram orientados peloPe. Luís Renato, SJ. De 13a 17 de fevereiro, os jovensaprofundaram a experiên-cia do encontro com Deus,a partir dos temas diários:“Louvor pela vida”, “Lou-vor pelas bênçãos”, “Lou-vor pelo perdão”.

O dia começava com oLouvor da manhã, feito co-munitariamente. Ainda

pela manhã, os seminaris-tas participavam da prega-ção e de exercícios de ora-ção pessoal. À tarde, parti-cipavam da celebração eu-carística e, à noite, partilhadas vivências do dia.

“Sinto que foi uma ex-periência de amadureci-mento pessoal muito gran-de, pois pude aprofundarainda mais o conhecimen-to sobre mim mesmo, meuslimites e minhas dificulda-des. E o desafio é ser umapessoa melhor, ser maisgente, antes de ser sacerdo-te”, avalia Almir Silva, 20anos, estudante do 3º anode Filosofia.

Para Isac Carneiro, 19anos, também no 3º Ano deFilosofia, os exercícios es-pirituais ajudam a compre-ender melhor o sentido dacaminhada vocacional e dosacerdócio. “Sei que exis-tem pessoas que precisamde mim, do meu trabalho.Mas preciso me doar comalegria e encontrar a felici-dade nessa realização”.

Felipe Monteiro,17 anos,Márcio Sarabando,21, Cláu-dio da Conceição,32, e LucasAlves,21, passarão a fazerparte da comunidade dos alu-nos da Filosofia, dando iní-cio a uma caminhada maissistemática na preparação ao

sacerdócio. Além deles, mais5 jovens estão estudando Fi-losofia. Em São Paulo, 13vocacionados estudam Teo-logia, no Itesp.

Conheça um pouco dasexpectativas dos novos candi-datos ao sacerdócio.

Dentro da minha juventu-de, fui descobrindo que Deustem um projeto para mim. Eisto me levou a me aprofun-dar cada vez mais nessa des-coberta. Sei que minha cami-nhada será a de me colocarcada vez mais a serviço daIgreja e dos irmãos mais ne-cessitados. Para mim, reali-zar o plano de Deus é reali-zar a própria felicidade.

Márcio Sarabando

Minha caminhada come-çou quando eu era coroinha,aos 11 anos. Naquele traba-lho, pude perceber que haviaum grande desejo de servir aIgreja e aos irmãos. Atravésde aconselhamentos pudeperceber isso mais claro e de-cidi viver esse amor com todaintensidade. Hoje sei queabracei a vocação que Deushavia me dado desde cedo.

Edson Felipe

A vocação acontece emclima de diálogo entre Deuse o jovem e Deus chama apartir da realidade. O desejode ser sacerdote foi crescen-do em mim através do traba-lho que eu fazia na comuni-dade e do incentivo da minhafamília. Porém, deixar ami-gos, família, emprego para sededicar aos irmãos exige umaatitude de fé e coragem.

Lucas Alves

Apesar de ser criado eeducado no meio católico,somente comecei a questio-nar o chamado vocacionalaos 26 anos, pois sempre ob-servei as necessidades daIgreja e do povo.

Antes de entrar no Semi-nário Diocesano fiz uma ex-periência em outro semináriodurante três anos. Nesse pe-ríodo, não via com tanta cla-reza o significado do chama-do de Deus.

Ao começar a Filosofia, naUniSantos, em contato comseminaristas diocesanos, pro-curei orientação com os for-madores locais, onde desco-bri maior afinidade. TalvezDeus queira que eu exerçameu ministério aqui na minhaDiocese, e não além-frontei-ras, como pensava inicialmen-te. Que Ele me mostre cadavez mais os seus caminhos.

Cláudio da Conceição

Seminaristas antes do retiro, em Itaici

Este é um dos gestos concretos daCampanha da Fraternidade, assumidospela Diocese de Santos. Procure a lista

para o abaixo-assinado na sua Paró-quia. PARTICIPE!

Divulgação

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10 - Presença Diocesana Geral Março/2002

Pastoral

DIOCESE SERÁ TEMA DE ASSEMBLÉIAConselho de Pastoral e agentes diocesanos darão início à elaboração do Plano Diocesano de Pastoral

Fazer um levantamento da re-alidade diocesana, para que

a pastoral orgânica possa cres-cer e incrementar a caminhadacomum dos vários organismos,serviços, movimentos e pasto-rais da Diocese.

Com esse objetivo o Conse-lho Diocesano de Pastoral(CDP) esteve reunido no últimodia 16 de fevereiro para prepa-rar a 1ª Assembléia Diocesanade Pastoral, após a conclusão doSínodo Diocesano, em 2000. Areunião foi coordenada pelo Pe.Valdeci dos Santos, vice-coor-denador diocesano de Pastoral,e contou com a presença deDom Jacyr Francisco Braido,presidente do Conselho.

A assembléia será realizadano próximo dia 16, às 14h30, noColégio Stella Maris, em San-tos, e reunirá todos os segmen-tos pastorais da Diocese, confor-me previsto no Estatuto do CDP.

“Diante da nossa realidadepastoral, devemos estar atentospara propor novos caminhospara a evangelização, mas quesejam caminhos amadurecidos,para não nos deixarmos levarpelos acontecimentos”, alertouD. Jacyr.

Como base para essa propos-ta, D. Jacyr lembrou as resolu-ções sinodais, “que foram frutode uma longa caminhada e querefletem as necessidades de nos-sa Igreja”.

Durante o encontro, os mem-bros do Conselho fizeram umlevantamento das realizações edificuldades pastorais. Dentre as

Art. 27º: “São membros natosdas Assembléias Diocesanasde Pastoral:a) - todos os membros doCDP;b - os coordenadores das Re-giões Pastorais;c - os párocos e vigários pa-roquiais.Art. 28º - Além dos membroscitados no Art. 27º, são con-vocados 02 (dois) represen-tantes de cada um dos seguin-tes organismos:1.- Dimensão ComunitáriaParticipativa

realizações destacam-se o au-mento e organização de diver-sas pastorais, o aumento daconsciência missionária na Di-ocese e uma preocupação mai-or com a formação dos agentes.

As dificuldades mais co-muns que atingem as diversasregiões são: paróquias de umamesma região distantes entre si;

falta de Conselho Pastoral Pa-roquial em algumas comunida-des; falta de uma pastoral pró-pria para adolescentes; poucacomunicação entre paróquias,grupos ou agentes; e os traba-lhos pastorais ainda estão muitolocalizados nas paróquias, compouca perspectiva regional oudiocesana.

- CODIPAV -Comissão Dioce-sana de Pastoral Vocacional- CODIPAF -Comissão Dioce-sana de Pastoral Familiar- CODIJUV- Comissão Dioce-sana de Pastoral da Juventude2.- Dimensão MissionáriaCOMIDI-Comissão Missioná-ria Diocesana3.- Dimensão Bíblico-Cate-quéticaCODIEF -Comissão Diocesa-na da Educação na Fé4.- Dimensão LitúrgicaCODIPAL -Comissão Diocesa-na de Pastoral Litúrgica;5.- Dimensão Ecumênica e doDiálogo Inter-religioso

Equipe Diocesana de Ecumenis-mo e do Diálogo Interreligioso.6.- Dimensão Sócio-Trans-formadora- CODISP -Comissão Diocesa-na Sócio- Política (deverá con-templar: Pastoral da Criança,Pastoral do Menor, Pastoral daSobriedade, Pastoral Carcerá-ria, Cáritas, Moradores de Rua,Pastoral da Saúde, Mundo doTrabalho, Campanha da Frater-nidade, Apostolado do Mar,Pastoral do Migrante, Negro-Índio-Nipo);- CODICEB -Comissão Dioce-sana de CEB’s;- CODICOM -Com. Diocesana

de Pastoral da Comunicação;- CODIED -Comissão Dioce-sana de Educação§ 1°- Participam, também, dasAssembléias Diocesanas dePastoral um representante decada pastoral diocesana, comdireito a voz e sem direito avoto.§ 2°- Nenhum Organismo,Serviço, Pastoral, Associaçãoou Movimento Apostólico dolaicato sinta-se dispensado departicipar, direta ou indireta-mente, das Assembléias Dio-cesanas de Pastoral, atenden-do a todas as convocaçõespara as suas reuniões.

Conselho auxiliará D. Jacyr na elaboração das orientações pastorais para a Diocese

Oficinas de Oração e VidaComeçam na primeira

semana de março (3 a 9) , emvárias paróquias da Diocese,as Oficinas de Oração e Vida.

Presente na Diocese des-de 1989, as Oficinas são umserviço oferecido por leigos,dedicados à prática da oração.“Elas são uma ferramentapara que o cristão possa de-senvolver sua fé”, explicaArminda Duarte, coordenado-ra da Região Santos 1.

Através da meditação so-bre a Palavra, oração inten-siva e exercícios de silencia-mento, o oficinista vai sendoencaminhado para uma gran-de e profunda intimidadecom Deus, encontando as-sim, estabilidade emocional

e alegria de viver.“O objetivo não é formar

grupos de oração nas comu-nidades, mas levar o cristãoa um profundo encontro como Senhor, de modo que elese torne um apóstolo engaja-do, capaz de agir como Je-sus agiu”, explica Arminda.

A Oficina se desenvolvedurante 15 encontros de duashoras, uma vez por semana,em grupos de 15 a 20 parti-cipantes. Outras informaçõespodem ser obtidas pelos te-lefones: (13)3238-1431 (Ar-minda); 3284-9669 (Mª He-lena); 3234-8772 (Zeny);3237-7022 (Elzira); 3236-2370 (Luiza); 3284-4527(Therezinha).

Divulgação

Cerca de 400 crianças doperíodo da manhã e da tarde,da Escola Leonor Mendes deBarros, no Gonzaga, em San-tos, tiveram uma alegre surpre-sa no primeiro dia de aula: arecepção calorosa do grupo deteatro Jardim do Céu, da Co-munidade Família de Deus.

As crianças apresentaramhistórias, brincadeiras e di-vertiram a garotada com osdiversos personagens que fa-zem parte do grupo: os pa-lhaços Pimpão e Pipoca, aFormiguinha, a Abelhuda, aBorboleta, a Gotinha, a Tar-taruga e o Grilo contador dehistórias.

“O Projeto Jardim do Céusurgiu em 1998, como um ser-viço de evangelização feitopor crianças para crianças”,explica o coordenador da Fa-mília de Deus, Ernesto Peres.

Com os personagens,além de marionetes e bone-cos, as crianças aproveitamas datas comemorativas es-colares para apresentarem amensagem do Evangelho, demodo atraente às crianças.

“O trabalho nas escolas ecreches tem tido uma grandeaceitação”, avalia Ernesto.

Além das atividades nasescolas, as crianças do Jar-dim do Céu têm encontros deformação e lazer, todos os sá-bados, das 15h às 17h.

Apresentações

As escolas e creches in-teressadas em apresentaçõesdo Grupo podem entrar emcontato pelo telefone (13)3284-9839, com Maria Lui-za. As crianças já estão pre-parando apresentações paraa Festa da Páscoa.

Projeto Jardim do Céu leva alegriapara novos alunos em Santos

Jardim do Céu: criança evangelizando criança

Encontro de líderes jovens da RCC

Líderes são responsáveis pela espiritualidade dos jovens

Desenvolver a visão co-mum e boas decisões em li-derança foram alguns dos te-mas abordados durante o IEncontro de coordenadoresjovens da Renovação Caris-mática Católica. Com isso, osjovens líderes terão subsídi-os para o planejamento dosgrupos de oração.

O Encontro aconteceu nodia 17 de fevereiro, na Paró-quia Nossa Senhora Apare-

cida, em Santos e contou coma participação de jovens deSão Vicente, Praia Grande,Cubatão, Guarujá, Itanhaéme Santos. A coordenação fi-cou a cargo da SecretariaMarcos.

Nos próximos dias 9 e 10haverá o encontro de servos,na paróquia Jesus Crucifica-do, em Santos. Outras infor-mações, pelo telefone (13)3372-4963, com Wellington.

Divulgação

Vivendo o SínodoEste mês, excepcionalmente,não publicaremos a coluna

‘Vivendo o Sínodo”, assinada por Pe. Antonio Alberto Finotti.

Lu Corrêa

Quem participa

Encontro Regional discute questões éticas nas opções políticasDiscutir as implicações éti-

co-sociais dos relacionamentoshumanos e como esses relacio-namentos são expressões de op-ções políticas. Esses foram osaspectos abordados a partir dotema central - “Amizade: aper-feiçoamento da natureza huma-na” - durante o I Encontro Regi-onal do Movimento Fé e Políti-ca, realizado no dia 24 de feve-reiro, no auditório da Faculda-de de Filosofia da UniSantos.

Cerca de 250 pessoas parti-ciparam do encontro, que tevecomo palestrantes Augusto Zago,vereador pelo PSDB, em Santos;Aluísio Mercadante, deputadofederal, pelo PT-SP; Frei JoséAlamiro, do Santuário do Valon-go; e Fernando Altmayer, profes-sor de Ciências das Religiões, daPUC-SP. A mediação ficou a car-go da vereadora Luiza Neofitti,do PT-Santos.

InseparáveisNa abertura do encontro Frei

Guilherme Sônego, da Basílicado Embaré, lembrou que a ques-tão “fé-política estão intimamen-te relacionadas. A fé sem políti-ca é morta e a política sem valo-res éticos, sem fé é suscetível atodo tipo de desvirtuamento.Para o cristão, a política é ummeio nobre de transformar a so-ciedade, marca pela cultura damorte e da violência. E Jesusveio entre nós para que todostivessem vida plena”.

Para o vereador AugustoZago, “a amizade deve levar emconta o projeto que Deus tem

para cada ser humano”.Concretamente, para o vere-

ador, isso quer dizer que “se umacriança está desnutrida, ela cor-re sérios riscos de sofrer umaatrofia física ou mental, o que aimpedirá de se desenvolver emtoda a sua plenitude de pessoa.O verdadeiro amigo jamais seráindiferente a essa realidade”.

Crise éticaAluísio Mercadante defen-

deu a relevância do tema, dian-te de um contexto social “emque, a crise ética será um dosmaiores conflitos deste século.A tecnologia permitiu avançosfantásticos. Até chegamos emMarte! Porém, é uma tecnolo-gia que está a serviço da guerrae da morte. A desigualdade so-cial no Brasil só veio se agra-vando. Apesar de sermos a 10ªeconomia do mundo, somos o 3ªpaís mais injusto para se viver.

Prova disso são os 53 milhõesde brasileiro que vivem abaixoda linha da pobreza, isto é, ten-tam viver com menos de 1 dó-lar por dia ”.

Para o deputado, esse qua-dro é um “retrato dramático dacrise ética no País, porque é fru-to de um modelo de desenvol-vimento que privilegia o capitalespeculativo. Isso reflete a au-sência de valores essenciais naspolíticas públicas, que tornamincapazes a construção de umasociedade mais justa, mais fra-terna, mais solidária”.

ConflitosFrei José Alamiro foi buscar

o exemplo de líderes mundiais,que souberam converter a forçada amizade em ações de melho-ria da qualidade de vida para seupovo: “Ghandi, Luter King, Je-sus Cristo, Clara e Francisco deAssis souberam usar dos relaci-

onamentos para enfrentar, comfirmeza e determinação, as estru-turas que oprimiam seus contem-porâneos. E sem usar da violên-cia. É claro que isso exige umapreparação, não se improvisa”.

“Como falar de amizade nosdias de hoje quando todo o Paísestá voltado para o Big Brothere Casa dos Artistas, onde a lógi-ca é o ódio, o rancor, o oportu-nismo, a traição, o líder tem po-der de destruir o outro, o contrasenso da amizade?”, questionao professor Fernando Altmayer.

Para subverter essa lógica,segundo o professor, a solidari-edade, partilha, fidelidade, res-peito, “compromissos que sópodem ser assumidos por quemé capaz de fazer uma profissãode fé na amizade”.

E essa profissão de fé, lem-bra Altmayer, implica em tornarconcreta as opções em favor davida: “Não vamos esquecer que,este ano, 110 milhões de eleito-res vamos eleger 1 presidente e1 vice-presidente; 27 governa-dores; 54 senadores; 513 depu-tados federais; 1059 deputadosestaduais. O Papa Pio XI já lem-brava que a política é a formamais sublime de amor”.

Fé e PolíticaO Fé e Política é um movi-

mento nacional não-partidário einter-religioso, criado em 1989,em São Paulo. Tem por objetivoa formação política, ética, cultu-ral e religiosa. O encontro naci-onal será nos dias 16 e 17 demarço, em Poço de Caldas - MG.

Lu corrêa

Durante o encerramento, jovens lembram injustiças e males sociais

Page 11: COM FÉ NA RESSURREI˙ˆO DE CRISTO...Semana Santa P`GS. 4 e 12 O jornal Presença Dio-cesana preparou uma série de matérias, artigos e entre-vista para que o leitor possa conhecer

Um dos mandamentosda Igreja Católica

prevê a confissão, ao me-nos, uma vez por ano,por ocasião da Páscoa daRessurreição. É um dosmomentos mais marcan-tes da vida eclesial.

A Confissão, explicaFrei Paulo Back, Reitordo Santuário Santo Anto-nio do Valongo, “é umSacramento que Jesusconfiou à sua Igreja,quando disse aos apósto-los: ‘A quem vocês per-

AgendaMarço/2002 Presença Diocesana - 1 1

Fique ligado!

LeituraLeituraLeituraLeituraLeitura

Quadrinhos Drika

Quaresma

CONFIRA OS HORÁRIOS DAS CONFISSÕESRádio Cultura FM 106,7de 2ª a 6ª, das 6h50 às 7h

PPPPProdução e apresentação:rodução e apresentação:rodução e apresentação:rodução e apresentação:rodução e apresentação:Comunidade Família de DeusSintonizando um mundo novo.

Amor e PAmor e PAmor e PAmor e PAmor e Pazazazazaz

Pe. ValdemarValle ganhabiografia

“Ao estudar a vida do Pe.Waldemar Valle Martins e es-crever a sua biografia, passeia admirar toda a sua ação e,um dos aspectos que mais im-pressiona na sua maneira deser, é o de educador-evange-lizador, ou seja, sua paixãopela verdade, procurandosempre elevar o nível educa-cional e cultural num perfilético e vocacional”.

Com essa perspectiva, oprofessor de História, PauloFernando Campbell Franco,transformou sua dissertaçãode conclusão de curso em li-vro editado pela Loyola.

Liberdade criadoraSegundo o autor, “dentro

das linhas mestras que mar-cam o pensamento de Pe.Valdemar, percebemos que apessoa humana é o centro deseu interesse filosófico. Paraele, a pessoa é liberdade cri-adora que toma o mundocomo problema e o constróicomo destino”

É esta atitude que o levoua desenvolver trabalhos soci-ais importantes: na AçãoCatólica nos anos 50 — prin-cipalmente na Juventude Uni-versitária Católica (JUC), napreparação e organização daParóquia do Senhor dos Pas-sos e na batalha para implan-tar em Santos a primeira Uni-versidade, a UniSantos, daqual foi o primeiro reitor. Seupercurso, portanto, está refle-tido na Universidade Católi-ca de Santos e em muitos lu-gares.

O livro Waldemar ValleMartins – homem de virtudee saber está à venda nas li-vrarias católicas da Cidade.Contatos com o autor, pelo e-mail:[email protected].

Encenaçãoda Paixão naParóquia BomJesus - Guarujá

Na Sexta-Feira Santa, às20h, terá início a Via-Sacra,que será representada peloGrupo de Teatro do Grupode Jovens da Vila Zilda. Aencenação ocorre pelasruas do bairro, tendo seuponto alto na Crucifixão,

Via-Sacra com Grupo ÁgapeComo acontece há 12

anos, o grupo de TeatroÁgape, da Paróquia SãoBenedito, realizará na Sex-ta-Feira Santa, a tradicionalencenação da Via-Sacra.Este ano, a encenação seráfeita em colaboração com

Diocese recebe novos religiososA Diocese de Santos recebeu, neste início de 2002, novos sacerdotes e religiosos que

vão desenvolver suas atividades pastorais na Baixada Santista.A eles, as nossas boas vindas, desejando um grande ardor missionário e que os novos

apostolados revertam frutos de santidade e caridade para toda a Igreja.

doarem os pecados, ospecados serão perdoa-dos’”.

Como acontece todosos anos, a Diocese deSantos elaborou o calen-dário das Confissões daQuaresma, de modo aatender todas as RegiõesPastorais.

Saiba mais sobre oSacramento da Reconci-liação e as orientaçõespastorais para fazer umaboa e verdadeira confis-são à página 4.

Regiões Orla, Centro 1e Centro 2

27/02 - Nª Srª d�Assunção- São João Batista

DIA Março01 - Jesus Crucificado04 - Sagrada Família06 - Santa Margarida08 - Nª Srª Aparecida11 - São Benedito13 - São Jorge Mártir

- Santa Cruz15 - Coração de Maria18 - Stº Antonio do Valongo20 - São Judas Tadeu

- Nª Srª dos Navegantes- São Paulo Apóstolo

21 - Stº Antonio do Embaré- Nª Srª do Rosário de

Pompéia22 - São José Operário

- Senhor dos Passos25 - Nª Srª do Carmo

- Catedral26 - Sagrado Coração de Jesus29 - Nª Srª do Carmo (9h)

As confissões iniciamàs 20 horas

Região Cubatão15 - S. Francisco - 19h3020 - N. S. da Lapa - 19h30

Região Litoral Sul5 - Peruíbe7 - Itanhaém12 - Mongaguá14 - Ocian (PG)

Freis Antonio Sérgio (esq) e Moacir FortiBasílica Santo Antonio do Embaré - Santos

21 - Boqueirão (PG)

As confissões iniciamàs 19h30

Região Guarujá11 - S.J. Batista (Bertioga)15 - S. Bom Jesus19 - N.S. Fátima21 - N. S. Graças22 - S. Rosa Lima

As confissões iniciamàs 20 horas

Região S. Vicente26 - N.S. das Graças27 - Reitoria N.S. Amparo - 19h30

Ir. OlgaTroiano -

Catequista do Sagrado

Coração -Paróquia

Nossa Senho-ra da Assun-

ção MorroS. Bento -

SantosA Paróquia São Fran-

cisco de Assis, em Cuba-tão, está promovendo pa-lestra sobre o “Santo Su-dário”, ministrada pelomédico José HumbertoCardoso Resende. Dou-tor Humberto é presiden-te do Centro Sindonológi-co do Brasil (Estudos doSanto Sudário).

Dia: 16 de março;Hora: 8 horas; Local:Paróquia S. Francisco deAssis. Informações pelos- Telefones: (13) 3361-2777 e 3361-3285.

Palestra sobreo Santo Sudário

FormaçãoFormaçãoFormaçãoFormaçãoFormação

Pe. Antonio GerottoParóquia Nossa Senhora

de Fátima - Guarujá

Ir. Maria Tereza Sestari -Canossiana - Casa JoãoPaulo/Catedral - Santos

Ir. Lindalva Barbosa -Cong. de S. Vicente de

Paulo de Gysegem

Rádio Cultura AM 930.Fr. Paulo Back, (Valongo).Diariamente, às 6h da manhã

SementeSementeSementeSementeSemente de Esperançade Esperançade Esperançade Esperançade Esperança

Programação 100% católica com arádio Boa Nova FM 106,1, daParóquia Nossa Senhora das Graças- Cidade Ocian - Praia Grande

Boa NovaBoa NovaBoa NovaBoa NovaBoa Nova

Meditações de FMeditações de FMeditações de FMeditações de FMeditações de Frei Linorei Linorei Linorei Linorei Lino4ª e 6ª feira, às 23h30,TV COM/NETCanal 11

Rádio Litoral FM 91,9. Pe. JavierMateo, diariamente: 8h30, 11h40,13h, 16h e 20h

PPPPPresença Católicaresença Católicaresença Católicaresença Católicaresença Católica

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PPPPPROGRAMAROGRAMAROGRAMAROGRAMAROGRAMA

A melhor programaçãodo mês para a família

Semana Santa no Centro HistóricoResgatando uma tradi-

ção religiosa centenária, asparóquias do Centro Histó-rico de Santos estãrão pro-movendo as procissões doEncontro e Senhor Morto.

A Procissão do Encon-tro será no dia 24 de mar-ço, Domingo de Ramos, às19 horas, com saídas do

que ocorre no Cruzeiro daCapela da Vila Édna.

Como nos anos anteri-ores, estão sendo espera-dos cerca de 2.500 fiéispara a procissão lumino-sa, que acompanha a en-cenação.

a Igreja São jorge Mártir.A saída da Via-Sacra estáprevista para as 19 horas,da Igreja São Benedito, eo término, com a crucifi-xão na Igreja S. Jorge.Cerca de 30 atores estarãoparticipando do ato.

Convento do Carmo e San-tuário do Valongo. O En-contro será em frente à Ca-tedral.

A Procissão do SenhorMorto será realizada no dia29 de março, Sexta-FeiraSanta, a partir das 19 horas,com saída em frente à Ca-tedral de Santos.

Missa na ReitoriaN. S. do Amparo - SV:

Sábado, às 16h(3467-2848)

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GeralVidaDestaque

12 - Presença Diocesana

Cáritas tem reconhecimen-to internacional

A caridade comos pés no chão

Março/2002

CELEBRAR A PÁSCOA DO SENHORAs celebrações da Semana Santa são um momento de atualizar a presença libertadora de Deus entre o seu povo

Chico Surian

Fotos Claudenil Moraes

A Cáritas Brasileira, pre-sidida por D. Jacyr Francis-co Braido, Bispo da Diocesede Santos, esteve presente naorganização de diversos se-minários do 2º Fórum SocialMundial (FSM), realizado de31 de janeiro a 5 de feverei-ro, em Porto Alegre (v. pg.Central).

Durante o Fórum, o asses-sor nacional, Ademar Mar-ques, falou ao jornal Presen-ça Diocesana.

Qual a contribuição daCáritas para o 2º FSM ?

A discussão internacionalmais relevante neste momen-to e mais dramática, com aqual a Cáritas pode contribuir,é a questão da dívida externado Terceiro Mundo. Estamosatuando nessa temática háalgum tempo, através da Co-missão do Jubileu Sul. Outrocampo é a discussão sobreEconomia Solidária.

Nesse campo estamosbuscando formas que sejamsubstitutivas à atividade eco-nômica exploratória do capi-talismo atual. Temos aindaoutro campo que é o avançoda democracia no mundo, quese configura na discussão dacidadania mundial e no deba-te sobre políticas públicas. Nocaso brasileiro, a Cáritas, temuma linha voltada para a pre-ocupação da ampliação daparticipação social dos exclu-ídos, a partir das políticas pú-blicas.

O que tem sido feito so-bre Economia Solidária?

Há mais de 20 anos, vi-mos trabalhando com um con-junto de fundos de pequenosprojetos, chamados ProjetosAlternativos Comunitários(PACs), em que buscamosassegurar que grupos associ-ativistas do mundo dos exclu-ídos tenham recursos, embo-ra isso seja feito de modonão-paternalista, não-as-sistencialista. Os grupos têmde ser autônomos. A experi-ência da Cáritas no Rio Gran-de do Sul, com a Cooperati-va Esperança, de Santa Ma-ria, tem sido fundamental paraos projetos governamentaisnesse setor. Não se trata ape-nas de saber distribuir recur-sos, mas como a comunida-de se organiza internamentee se relaciona com outros gru-pos e redes de associações.Para nós, da Cáritas, as par-cerias são vitais.

Quais as principais con-quista?

Podemos destacar duas,embora sejam inúmeras: NoPará temos centenas de ini-ciativas de agricultura famili-ar, que estão se movimentan-do, sobretudo, pela reduçãodas exigências do governo emrelação ao crédito.

Em Belo Horizonte, naárea urbana- estamos traba-lhando com os catadores depapel, que em 2001 reuniram,num grande evento, diversasiniciativas do Brasil, com maisde 1500 representantes. A dis-cussão agora é obter do go-verno o reconhecimento de-les enquanto categoria nacio-nal, como agentes de serviçopúblico e ambiental.

Na última semana do mêsde março, entre os dias

24 a 31, a Igreja Católica, emtodo o mundo, celebra a Pai-xão, Morte e Ressureição deJesus, a Páscoa do Senhor,tradicionalmente conhecidacomo as celebrações da Se-mana Santa.

Essas celebrações - Do-mingo de Ramos (24), Quin-ta-Feira Santa (29), Sexta-Feira da Paixão (30) e Sába-do Santo (31) - encerram operíodo litúrgico da Quares-ma, iniciado na Quarta-Feirade Cinzas, o mais importantede todo o Tempo Litúrgico.

Deus ouve“ C e l e -

brar a Qua-resma é tor-nar presente,festejar asmuitas liber-tações deDeus na his-tória. É reno-var a profis-são de fé no Deus libertadorque o povo eleito fez durantea escravidão do Egito: “...Nós clamamos ao Senhor,Deus de nossos pais, e o Se-nhor ouviu a nossa voz e ou-viu nossa opressão, e o Se-nhor nos libertou do Egito...”(Manual da CF, p. 13).

Essa profissão de fé reno-vada assume, então, um ca-ráter de compromisso com ahistória que o povo de Deusvive hoje: “De repente todoesse combate contra o peca-do pessoal e social do mundo,todo esse esforço de seguirJesus no “caminho da Cruz”,começa a dar seus frutos... osefeitos das passagens deDeus já vão se fazendo sen-tir... as alegrias da Páscoa jáse anunciam... É que a terraprometida, feita de gente soli-dária e fraterna, já se esboça

no horizonte” (idem).

PassagensA palavra Páscoa vem do

hebraico Pessach e significapassagem. A Pessach eracomemorada pelos judeus noAntigo Testamento e aindahoje os israelitas a celebrampara comemorar a libertação/passagem da escravidão noEgito.

Muito tempo depois, Jesusestava celebrando exatamen-te esta Pessach com seus dis-cípulos, na noite de Quinta-Fei-ra Santa, quando começou asua Paixão, isto é, seu cami-

nho para acruz, apósser julga-do e con-denaçãopelas au-toridadesromanas.

Deus-conosco

Com Jesus, a festa daPáscoa ganha um sentidonovo: trata-se de celebrar,não mais a libertação da es-cravidão do Egito, mas a pas-sagem de Jesus para a vidaeterna, vitória da vida sobrea morte.

Para os cristãos, o misté-rio da Redenção ganha sen-tido com a Ressureição deJesus, isto é, a passagem domundo da escravidão para alibertação, das Trevas para aLuz, do egóismo para o amor,a garantia da permanência de“Deus-conosco até os finsdos tempos”, conforme a pro-messa de Jesus.

(Os textos sobre a Semana San-

ta tiveram a colaboração de Pe.Francisco Greco, assessor dioce-sano da Pastoral Litúrgica, e dodiácono José Guerra).

Para viver melhor as celebrações da Semana SantaDomingo de

Ramos - Esta ce-lebração tem o ca-ráter de antecipar aPáscoa: aclama-seo Cristo vencedorem sua Paixão.

Quinta-FeiraSanta - Pela manhãé celebrada a Mis-sa do Crisma,quando o Bispo con-celebra com todosos sacerdotes eagentes de pastoral. O Bis-po convida os sacerdotes arenovarem suas promessassacedotais e os agentes arenovarem seu compromis-so missionário.

Missa da Ceia do Se-nhor - celebrada na quin-ta-feira à noite, esta missaantecipa, resumidamente,

A celebração da Páscoacristã é enriquecida por sim-bolismos e crenças que aju-dam os cristãos a entenderemmelhor o sentido que ela car-rega. Além dos coelhos e ovos(que lembram a vida nova),existem outros símbolos - naLiturgia - que, por vezes pas-sam despercebidos.

Domingo de RamosA cor vermelha é a cor do

martírio e do Espírito Santo.Simboliza a paixão de Jesus - ede todos os mártires - que de-ram o sangue pela causa doEvangelho.

Ramos - Usados no tem-po de Jesus para aclamar osgrandes reis quando volta-vam da guerra, trazendo des-pojos. Simboliza o reconhe-cimento da divindade doMessias.

Quinta-Feira SantaCor Branca - é a cor da

festa, da alegria. Aqui não éentendida como a cor da paz.

Lava-pés - Dentro destesimbolismo, encontramos ou-tros: o manto (autoridade erealeza de Jesus); avental (ser-viço); o estar de joelhos (hu-mildade); sentar à mesa (liber-dade); água (renovação).

A Ceia - nela estão conti-dos o Pão e o Vinho - além deser o alimento básico, o pãoé comum a todas as culturas.Já o vinho simboliza a alegria,o estar em família, em comu-nidade.

Vigília do Santíssimo -Não é parte da Liturgia Pas-cal, mas entrou na tradiçãocomo um convite a estar comJesus e com os discípulosnesta noite de sofrimento.

Os simbolismos na Liturgiado Tríduo Pascal

todo o Mistério Pascal quevai ser desdobrado durante oTríduo Pascal. É bom lembrarque o ponto central destamissa é a Instituição da Eu-caristia e não o Lava-Pés.

Sexta-Feira Santa - Ce-lebração da Paixão do Senhor- Este é um dia de penitên-cia, que deve ser revertido

para a identifica-ção com o povo,juntamente com oCristo sofredor.Após a adoraçãoda Cruz e da co-munhão, as igrejasfecham as portase só serão reaber-tas com a procis-são solene da Vi-gília Pascal.

Sábado Santo- Missa da Vigília

Pascal - O Senhor noschama a nos reunirmos emredor de uma fogueira querepresenta o resplendor deluz que jamais se apagará.Na liturgia, acontecem asbênçãos do Fogo Novo eda água batismal e a reno-vação das promessas ba-tismais.

Jovens da Paróquia S. J. Batista, de Bertioga encenam a Paixão de Cristo

Sexta-Feira SantaNeste dia a Igreja não ce-

lebra os Sacramentos. É otempo da espera e da vigíliaao redor dos acontecimentos.Apenas a Unção dos Enfer-mos é permitida.

A cruz - simboliza a vitóriada Vida sobre a Morte.

Oração Universal - A Igre-ja reza por todo o Povo deDeus.

Procissão do SenhorMorto - Tradição da piedadepopular, significa que o povoquer estar mais perto de Je-sus, para com ele ressuscitar.

Sábado SantoFogueira - Ao mesmo

tempo que brilha, aquece afamília cristã reunida.

Vela - a grande vela doCírio irá brilhar com o fogonovo, Cristo Ressuscitado,Luz do Mundo, que faz clare-ar toda escuridão.

Este fogo reparte-se empequenas velas (os cristãos)para multiplicar-se e resplan-decer entre os homens.

Reprodução