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COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR
WALBER MEIRELES PESSOA JUNIOR
HISTORICO E EVOLUÇÃO DOS BOMBEIROS CIVIS E VOLUNTÁRIOS
ANTE AO EFETIVO SERVIÇO PRESTADO POR BOMBEIROS MILITARES
GOIÂNIA
2018
WALBER MEIRELES PESSOA JUNIOR
HISTORICO E EVOLUÇÃO DOS BOMBEIROS CIVIS E VOLUNTÁRIOS
ANTE AO EFETIVO SERVIÇO PRESTADO POR BOMBEIROS MILITARES
Artigo Científico, apresentado ao Comando da
Academia e Ensino Bombeiro Militar –
CAEBM, como parte das exigências para
conclusão do Curso de Formação de Oficiais e
obtenção do título de Aspirante-a-Oficial, sob
orientação da Sra. 1º Ten QOC Carlane Calixto
de Brito.
GOIÂNIA
2018
WALBER MEIRELES PESSOA JUNIOR
HISTORICO E EVOLUÇÃO DOS BOMBEIROS CIVIS E VOLUNTÁRIOS
ANTE AO EFETIVO SERVIÇO PRESTADO POR BOMBEIROS MILITARES
Goiânia, 09 de janeiro de 2018.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Roberto Machado Borges - TC QOC
Oficial Presidente
________________________________________
José Rodolfo Vicente Ribeiro - 1º Ten QOC
Oficial Membro
_______________________________________
Sancler Ramos – 1º Ten QOC
Oficial Membro
Nota
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DOS BOMBEIROS CIVIS E VOLUNTÁRIOS ANTE AO
EFETIVO SERVIÇO PRESTADO POR BOMBEIROS MILITARES
Walber Meireles Pessoa Júnior1
RESUMO
Esta pesquisa apresenta, em síntese, os motivos históricos que levaram ao surgimento dos
bombeiros civis bem como a forma como se encontram atualmente no mercado de trabalho -
inclusive juridicamente e suas aspirações no futuro - buscando fazer um contraponto entre as
atividades destes profissionais e as atividades desempenhadas pelos profissionais militares a
serviço do Estado Brasileiro, dos quais também será feita uma contextualização histórica.
Inicialmente, serão expostos o histórico e a evolução dos bombeiros militares no mundo até sua
chegada ao Brasil por meio de decreto de D. Pedro II – patrono desta entidade centenária para,
em seguida, demonstrar o motivo pelo qual ocorreu o surgimento dos bombeiros civis e
voluntários, bem como, a sua evolução até o momento atual. Posteriormente, serão apresentadas
as legislações que amparam cada uma das classes e os trabalhos desenvolvidos por elas no
Brasil e, por fim, a análise dos serviços desempenhados por cada organização e as limitações
impostas pela legislação atual sem deixar ainda, de demonstrar as possíveis intenções dessa
nova classe de profissionais civis.
Palavras-chave: Bombeiros Militares. Bombeiros Civis. Histórico. Legislação Relacionada.
ABSTRACT
This research presents, in summary, the historical reasons that led to the emergence of civilian
firefighters as well as the way they are currently in the labor market - including juridically and
their aspirations in the future - seeking to counteract the activities of these professionals and
activities performed by the military professionals in the service of the Brazilian State, of which
historical contextualization will also be made. Initially, the history and evolution of the military
firefighters in the world will be exposed until their arrival in Brazil by means of a decree of D.
Pedro II - patron of this centenary entity and then to demonstrate the reason for the occurrence
of the civil and volunteers, as well as their evolution to the present moment. Subsequently, the
legislations that support each of the classes and the work developed by them in Brazil will be
presented, and finally, the analysis of the services performed by each organization and the
limitations imposed by the current legislation without still to demonstrate the possible
intentions of this new class of civilian professionals.
Keywords: Military Firefighters. Firefighter. Historic. Related Legislation.
1 Graduado em Direito pelo Centro de Ensino Universitário de Teresina - CEUT
5
INTRODUÇÃO
O trabalho de salvar vidas e patrimônio exige um cuidado especial por parte de todo e
qualquer cidadão que convive em uma sociedade harmônica e, em especial, aqueles
profissionais que desempenham e se dedicam exclusiva e rotineiramente a este fim, surgindo
assim a figura do Bombeiro.
Neste contexto, este serviço essencial tem caráter essencialmente público devendo
então, desde logo, ser enfatizado o trabalho efetivo desempenhado pelos bombeiros
profissionais empregados pelo Estado Brasileiro. Esta profissão, uma das mais aceitas
mundialmente, desempenhada por inúmeros servidores estatais militares no Brasil vem
atualmente – e cada vez mais – dividindo espaço com outra classe de profissionais civis que
surgiram com intuito de suprir certas carências decorrentes do serviço público prestado. No
entanto, as atividades desempenhadas por estas diferentes classes não podem se confundir
sendo este assunto um dos objetivos a ser estudado neste trabalho.
Inicialmente cabe destacar o artigo 144 da Constituição Cidadã Brasileira que afirma:
A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e
do patrimônio, através dos seguintes órgãos: V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 5º (...) aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei,
incumbe a execução de atividades de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e
reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
Assim é informado a todos que os corpos de bombeiros militares fazem parte da
estrutura estatal de apoio ao Exército Brasileiro e tem como papel primordial defender a
soberania e o perfeito funcionamento das atividades do Estado evidenciando que a finalidade
dos corpos de bombeiros militares destina-se constitucionalmente a “defesa civil” e debruça-se
principalmente ao bem estar do cidadão antes, durante e depois de eventos desesperadores
seguindo assim a filosofia centenária das Forças Armadas.
Com relação ao estado de Goiás, bem como em diversos outros estados da Federação, a
Constituição do Estado em seu Capítulo IV destinado especificamente aos militares amplia o
rol exposto na Constituição Federal ao atestar que cabe ao corpo de bombeiros militar, entre
outras atribuições:
6
I - a execução de atividades de defesa civil;
II - a prevenção e o combate a incêndios e a situações de pânico, assim como
ações de busca e salvamento de pessoas e bens;
III - o desenvolvimento de atividades educativas relacionadas com a defesa civil
e a prevenção de incêndio e pânico;
IV - a análise de projetos e inspeção de instalações preventivas de proteção contra
incêndio e pânico nas edificações, para fins de funcionamento, observadas as
normas técnicas pertinentes e ressalvada a competência municipal definida no
Art. 64, incisos V e VI, e no art. 69, inciso VIII, desta Constituição.
Neste mesmo aspecto, abaixo segue decisão do Tribunal Regional da 4° Região que
reforça o entendimento e destaca a importância e o poder de fiscalização que é legalmente
atribuído a estes membros do arcabouço do controle estatal:
ADMINISTRATIVO. PREVENÇÃO A INCÊNDIOS. ATRIBUIÇÃO DO
CORPO DE BOMBEIROS. DESCABIMENTO DA AUTUAÇÃO PELO
CREA. O prosseguimento da conduta do CREA, autuando os integrantes do
corpo de bombeiros que realizam os trabalhos de prevenção de incêndios,
obstaculizaria o exercício de atividade que, demais de precípua do Poder
Público, da Administração, é de necessidade constante e consiste em dever do
Estado tanto quanto direito da comunidade. A discussão sobre a qualificação
do pessoal do corpo de bombeiros para a realização desses trabalhos deve ser
encaminhada por via outra, que não prejudique o interesse público na
manutenção da segurança. Ao Poder Público cabe disciplinar os aspectos da
segurança pública lato sensu. O corpo de bombeiros constitui instrumento de
implementação dessa disciplina. Para tanto, recebem treinamento, realizando
curso específico de formação para a atividade preventiva de incêndios. A
atuação de engenheiros e arquitetos e a dos bombeiros têm fundamentos
distintos, os primeiros figurando como elaboradores, cabendo-lhes o trabalho
propriamente criador, pois detêm a habilitação necessária, enquanto os
bombeiros exercem a atividade específica de prevenção de incêndio, disso
encarregados pela Constituição, tratando de aspectos que independem da
instrução técnica típica da engenharia ou da arquitetura, sua aquisição
ocorrendo pelo treinamento específico (do Corpo de Bombeiros) e pela prática
(g. n.) (BRASIL, TRF-4, 2000).
Observar-se-á que o surgimento de bombeiros civis teria a finalidade de prestar
assistência àqueles que em tese já estão assegurados pela segurança do estado por meio do
trabalho de prevenção realizado pelos corpos de bombeiros militares. Esta é a premissa na qual
se baseia o presente trabalho.
Posto isso, esta pesquisa procura trazer a literatura voltada ao tema, tendo como objetivo
principal demonstrar o serviço e a importância efetiva dos bombeiros estatais diferenciando-os
daqueles que destinam seu ofício somente ao cliente com serviços prestados em diversos
momentos de forma esporádica ou eventual.
7
2. HISTÓRICO DOS BOMBEIROS
2.1. No mundo
A necessidade de um grupo de homens destinado ao combate a incêndios coincide com
a descoberta do fogo. Ocorre que, com o desenvolvimento do homem, a possibilidade de
aquecer-se e cozer os alimentos provenientes da caça e com intuito de evitar o surgimento de
diversos tipos de doença, o poder de gerar chamas também ocasionou diversas situações de
acidentes florestais que levaram a diversas perdas materiais e humanas.
Desta forma e, observando o desenvolvimento gradual da vida do homem em sociedade
e da propriedade privada, surgiu a necessidade de controle sobre ocorrências ligadas ao fogo.
Neste contexto, a primeira organização propriamente dita relacionada ao combate a
incêndio remete à primeira sociedade organizada que se tem notícia: os romanos. Conforme
descreve DA SILVA (2015) em trecho retirado da obra “Crime Omissivo Impróprio na
Atividade Bombeiro Militar: Análise Teórica e Jurisprudencial”:
Em todas as cidades do Império Romano também estavam regulados estes
serviços, mas como abordamos no início deste capítulo os bombeiros surgiram
por necessidade, quase sempre depois de um grande incêndio, e foi assim, que
surgiu o primeiro bombeiro, segundo registros históricos, quando a capital do
Império Romano, foi devastada por um grande incêndio no ano 22 a.C., e por
esta razão, o Imperador César Augusto, preocupado por este acontecimento,
decidiu na criação do que se pode considerar como o primeiro corpo de
Bombeiros, cujos integrantes se chamavam “vigiles”, responsáveis pela
segurança de Roma. Este corpo serviu até a queda do Império Romano (476
d.C.). Este, é o primeiro corpo organizado que se conhece na história,
dedicado exclusivamente a função de bombeiro. (p. 13)
Depois deste fato histórico marcante e, durante todo o período conhecido como Idade
Média, o combate e extinção dos incêndios permaneceu sendo realizado de forma rudimentar
por meio de utensílios simples como machados, enxadões e baldes que eram repassados de mão
em mão para extinguir as chamas.
Somente no século XVIII ocorreram mudanças significativas, com o desenvolvimento
das primeiras máquinas rudimentares, com o aprimoramento das bombas de incêndio mais
simples e a invenção das mangueiras de combate a incêndios por Jan Van der Heyden em 1672
que revolucionou a forma de combate a incêndios para sempre.
Àquela época, período em que as mangueiras (já de 15 metros) eram fabricadas em
couro com junções em bronze, tal invenção levou à ampliação dos métodos de extinção de
8
incêndios pela simples possibilidade de efetuar jatos d’água em diversas direções pois
dispunham de maior alcance e manuseio por menor quantidade material humano, o que deu
também origem a palavra Bombeiro – aquele que utiliza de bombas.
Destaca-se que, por meio deste invento, surgiram na França neste período o primeiro
grupamento de 60 guarda bombas submetidos à hierarquia militar devidamente uniformizados
e pagos pelo Estado sendo esta a primeira corporação nos moldes dos sistemas atuais dos quais
se tem notícia, Windsor Fire Rescue Service (2006) afirma que é atribuído a Napoleão
Bonaparte a criação dos primeiros bombeiros “profissionais” militares do Exército ao
demonstrar que sua criação remonta a 1810 após um incêndio no salão de baile na embaixada
austríaca em Paris que feriu vários dignitários.
Após este fato, novamente fica claro que a evolução do combate ao incêndio e dos
bombeiros está intimamente ligada a algum desastre histórico ocasionado por um sinistro com
fogo. O grande incêndio ocorrido em Londres na Inglaterra em 1666 que destruiu grande parte
da cidade, fez com que diversas companhias de seguro formassem brigadas treinadas de
incêndios que combateriam o fogo somente nas edificações que fossem conveniadas
(WINDSOR FIRE RESCUE SERVICE, 2006), sendo talvez esse momento em que surgiu o
embrião dos bombeiros civis atuais.
Neste período da história também houve invenção do primeiro carro de incêndio
idealizado por John Lofting (1659-1742), holandês que mudou-se para Londres para 1688 e
patenteou “o Mágico Carro de Chuva” em 1690, sendo posteriormente neste país em 1905 a
citação do primeiro caminhão de combate a incêndio com motor a combustão.
No continente americano, mais distante e colonizado pelos imigrantes do Velho
Continente, os primeiros Bombeiros organizados alude ao ano de 1679 nos Estados Unidos e
mais uma vez ligado a uma tragédia que ocorreu na cidade de Boston conforme demonstra
REBELO (2013):
No ano de 1679, na cidade de Boston, capital dos Estados Unidos, houve
também um incêndio de grandes proporções, tendo causado imensos
prejuízos. Destrói mais de 170 edifícios, tendo ficado dezenas de milhares de
pessoas desalojadas. Neste mesmo ano, e após este incêndio, é criado na
América do Norte O Primeiro Departamento Profissional Municipal Contra
Incêndios. Esse departamento era composto por 13 bombeiros, e estava
equipado com uma bomba contra incêndios. No ano de 1715, a cidade de
Boston já dispunha de seis corporações de bombeiros, e todas já equipadas
com as respectivas bombas de água.
Ainda nos Estados Unidos da América, observando a crescente urbanização das cidades
locais bem como da falta de organização e disciplina dos bombeiros “voluntários” e a
9
resistência destes frente a tecnologia trazida com o surgimento de bombas com motor a vapor,
nasce em 1° de abril de 1853 (portanto com 200 anos de atraso) na cidade de Cinccinati, a
primeira organização de bombeiros profissionais já dotada de bombas que, àquela época eram
transportadas em veículos puxados por cavalos.
Cabe lembrar que as primeiras escolas destinadas a formar bombeiros especializados
naquele país datam somente do fim do século XIX e início do século XX, quais sejam 1889 em
Boston e 1914 em Nova York, demonstrando novamente o papel secundário relegado ao
desenvolvimento da matéria até então.
Logo, observa-se que a sucessão de incidentes em diversas partes do mundo demonstrou
a importância das bombas e dos novos métodos de combate a incêndios, evidenciando cada
vez mais a necessidade do desenvolvimento da tecnologia aplicada ao ofício dos bombeiros
bem como a profissionalização e atualização constante destes profissionais que perdura até
hoje, pois, de acordo com os fatos históricos acima e com o aprendizado consequente, a
atividade desenvolvida envolve tanto o emprego de técnicas sempre em desenvolvimento como
o constante treinamento que sempre deve estar adaptado às exigências da sociedade atual em
que este profissional está inserido.
2.2. No Brasil
A história conhecida dos bombeiros no Brasil tem início ainda no período Colonial,
quando observa-se a necessidade de indivíduos que se prontificassem a dirimir as chamas que
eram oriundas principalmente das catedrais que continham grande carga de material de madeira.
Por meio dos sinos destas catedrais eram dados os sinais sonoros que indicavam um sinistro em
andamento, momento em que os cidadãos realizavam um mutirão com baldes e outros
recipientes, se amontoando em filas desde as fontes, chafarizes e outros locais com água e
passando de mão em mão até chegar ao local em chamas.
Segundo NUNES (2014) citando obra de Aste (1991), a ocorrência de incêndios durante
o período noturno eram ainda mais complexos, ocasionando diversos outros transtornos como
atropelamento e desorganização aos envolvidos:
Ainda conforme Aste (1991, p. 21), para os trabalhos nos incêndios corriam
as milícias, aguadeiros e voluntários que combatiam empiricamente as chamas
com os parcos meios disponíveis. O trabalho era dificultado pelas construções
em madeira e o arruamento estreito e irregular. Quando irrompiam à noite, os
incêndios vitimavam muitas pessoas, pela dificuldade de evacuação dos locais
em face à precária iluminação existente.
10
Por este motivo, surge então a primeira “norma antipânico” emitida pelo Vice-Rei Luís
de Vasconcelos, que em ofício à Câmara datado de 12 de julho de 1788, determinou que todos
deveriam iluminar a frente de suas casas, a fim de evitar o "atropelamento" que gerava em
alguns casos mais vítimas que o próprio acidente primário. (NUNES, 2014)
Com o transcorrer dos anos, observou-se pela necessidade de aprimoramento e de um
serviço mais profissionalizado destinado ao combate às chamas. Surge então o Arsenal da
Marinha, uma repartição criada ainda em 1763 pelo Conde da Cunha, que se prontificou a
realizar o serviço em conjunto com outros disponíveis à epoca, destacando também que serviço
era na realidade uma especialização já existente aos quais aqueles servidores se submetiam,
nesse sentido NUNES (2014) ao citar diversos outros autores em sua pesquisa explana:
Em 1797, por meio do Alvará Régio e diante da necessidade de dotar a cidade
do Rio de Janeiro com sistema de combate a incêndio mais organizado, coube
ao Arsenal de Marinha a responsabilidade pela extinção de incêndio. Esta
escolha se deu em virtude da experiência dos marinheiros em combater o fogo
em embarcações, além de possuírem equipamentos de extinção. Neste sentido,
Lacowicz (2002, p. 11) aponta que antes de 1797 o serviço de extinção ficava
a cargo, além do Arsenal da Marinha, a outras organizações.
Ainda referente ao Alvará Régio de 12 de agosto de 1797, é válido informar que em seu
título XII estava expressa a determinação ao Intendente do Arsenal que "terão sempre prontas
as bombas, e todos os mais instrumentos necessários para se acudir prontamente não só aos
incêndios da cidade mas também aos do mar" sendo portanto desta data o primeiro indício de
um serviço de extinção de incêndios realizados por um órgão público na cidade do Rio de
Janeiro.
No entanto, o início efetivo dos Corpos de Bombeiros no Brasil se deu somente em 1856
quando, em resposta a um ofício emitido 5 anos pelo Inspetor do Arsenal de Marinha das Cortes
Joaquim José Inácio, o Imperador D. Pedro II – patrono dos Corpos de Bombeiros Militares
Brasileiros – com elaboração do Ministério da Justiça, promulgou em 02 de julho daquele ano
o Decreto Imperial n. 1.775 que estabelecia o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte que
unificou diversos órgãos que realizavam tal serviço, NUNES (2014) destaca:
Mais tarde, por meio do Decreto nº 1.775, de 02/07/1856, assinado por D.
Pedro II, instalou-se no Rio de Janeiro (então capital do Império), o serviço
de extinção de incêndio. Porém, enquanto não fosse definitivamente
organizado o corpo de bombeiros, o serviço de extinção seria executado por
operários dos arsenais de guerra e marinha, das obras públicas e da casa de
correção, sendo criada e organizada em cada uma dessas repartições uma
11
seção destinada a esta atividade. Esta seção formava o Corpo Provisório de
Bombeiros da Corte, sendo o seu primeiro Comandante um oficial superior do
Corpo de Engenharia do Exército, o Mj João Batista de Castro Moraes Antas,
nomeado em 26 de julho de 1856.
Posteriormente, com o Decreto número 2.587 de 30 de abril de 1860, o Corpo Provisório
de Bombeiros da Corte tornava-se definitivo sendo então subordinado à jurisdição do
Ministério da Agricultura criado naquela mesma data e cujo primeiro titular e organizador foi
o Almirante Joaquím José Inácio, antigo Inspetor do Arsenal de Marinha da Corte e emissor do
ofício levou à criação do Corpo de Bombeiros Provisório da Corte.
Após a instalação definitiva do Corpo de Bombeiros da Corte, foram notadas diversas
melhorias e momentos históricos marcaram os fatos que ocorreram com o decorrer do tempo
aos quais podemos citar:
a) Em 1865: a chegada da primeira bomba a vapor destinada a dirimir chamas somente
a beira-mar e operada por 20 homens;
b) Em 1879: quase 20 anos depois de prevista no Decreto Imperial de 1860, é instalada
pela Repartição dos Telégrafos no centro da cidade do Rio de Janeiro o primeiro
circuito efetivo com 12 aparelhos idealizado no Brasil para comunicar sinistros de
incêndio; neste mesmo ano é instalado um sistema de linhas telefônicas ligadas a
Estação Central dos Bombeiros e Estações Policiais;
c) Em 1881: Ratificado, através do Decreto 8.837 de 17 de dezembro, o regulamento
aprovado no ano anterior ao qual são concedidas nomenclaturas militares aos
trabalhadores do Corpo, pois apesar de devidamente organizados e aquartelados
como tal, não utilizavam de fardamento e insígnias sendo tratados portanto e pelos
demais civis como meros ajudantes, sendo este ano então considerado o momento
em que, para os efeitos legais, se consagram os Bombeiros do Estado Brasileiro como
militares;
d) Em 1905: Conclusão e inauguração do primeiro Quartel do Comando Geral do Corpo
de Bombeiros na cidade do Rio de Janeiro-RJ até então capital do Império, local
imponente que permanece preservado como tal até a atualidade.
Outros fatores históricos importantes remetem já a Segunda Guerra Mundial (1939-
1945) quando o corpo de bombeiros, ativo no Brasil e em diversas partes do mundo, atuou
como verdadeira força auxiliar do Exército, colaborando com as Forças Armadas no
treinamento de turmas especiais de bombeiros civis voluntários em cursos especializados de
12
defesa passiva para atendimentos relacionados ao salvamento e com exercícios que ocorriam
tanto durante o dia como a noite.
Em 17 de dezembro de 1961, já com a capital devidamente estabelecida em Brasília
desde o ano anterior, segundo JORNAL O GLOBO (2017) o segundo maior desastre mundial
em número de óbitos (503 mortos) ocorre no Gran Circo Norte-Americano em Niterói no
Estado do Rio de Janeiro, local em que um funcionário do evento descontente com seus patrões
após sua demissão, incendiou o local sendo a lona, coberta por uma camada de parafina
altamente inflamável, material propagante que contribui a espalhar o fogo rapidamente no local.
A maioria das vítimas eram crianças, o que levou a uma comoção nacional que fez com que
houvesse uma maior preocupação com a fiscalização de tais eventos que muitas vezes ocorriam
sem saídas de emergência, sinalização ou qualquer pessoal destinado ao combate de incêndios
e pânico no local.
Ocorre que somente em 1974, com o incêndio no Edifício Joelma em São Paulo, houve
uma preocupação maior com a segurança estrutural por parte dos engenheiros.
Nesta edificação, um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado no 12º andar do
prédio paulistano deu início a um incêndio que se espalhou rapidamente pelos móveis de
madeira, pisos acarpetados e forros internos de fibra sintética, para piorar, em poucos instantes
as escadas foram consumidas pelo fogo e pela fumaça, impedindo as pessoas de evacuarem o
prédio que resultou em mais de 180 pessoas mortas e 320 ficaram feridos no incêndio o que
reacendeu as discussões sobre segurança e prevenção em combate a incêndios.
Ocorre que dois anos antes da tragédia no edifício Joelma, um prédio próximo, já havia
passado por situação similar. Em 1972, um fogo de causa ainda desconhecida – imagina-se uma
sobrecarga no sistema elétrico – se espalhou pela estrutura do prédio sem tratamento retardante
ao fogo. O evento foi televisionado ao vivo e a população se chocou com as cenas de pessoas
se atirando do prédio. A maioria dos 16 mortos e 330 feridos se encontrava no terraço onde
muitos correram para fugir do calor no local. GOMES (2014) complementa acerca da
repercussão do fato:
Devido à proximidade, tanto espacial quanto temporal, do incêndio no
Edifício Andraus, o impacto na opinião pública foi gigantesco. Percebeu-se a
inaptidão dos poderes tanto municipal quanto estadual para lidar com
situações de risco, tanto pelo despreparo do Corpo de Bombeiros quanto pelas
consequências de grandes falhas nas legislações. É nesse momento que se tem
o início da criação de Comissões, Decretos, Normas e aperfeiçoamento de
todos os sistemas existentes atualmente, unificando toda a linguagem de
incêndio para todas as regiões do País, sendo o Estado de São Paulo sempre
um pioneiro nessa área.
13
Por fim, já em janeiro de 2013, cabe à Boate Kiss em Santa Maria - RS, o fato histórico
mais recente na história brasileira a ter efeitos práticos no combate aos incêndios. Este episódio
que resultou em 243 mortos, foi decorrente do uso de um sinalizador no interior de casa noturna
por um integrante da banda que fazia um show na ocasião, que rapidamente se alastrou por todo
o recinto após atingir o teto sem um controle de acabamento de material satisfatório, e que,
somado às deficiências quanto à sinalização e saídas de emergência, teria causado o quarto
maior incidente do mundo em número de mortos e que, por conseguinte, levou à edição da
norma popularmente conhecida como “Lei Kiss” que entrou em vigência em 2017 e alterou
diversos dispositivos legais referentes ao combate de incêndio e pânico e dando maior ênfase
ao controle e fiscalização ao dimensionamento efetivo das saídas de incêndios bem como da
sinalização eficiente para evacuar espaços fechados e com aglomeração de pessoas.
2.3 Bombeiros Civis no Brasil
Até o momento observamos a ótica da legislação e desenvolvimento mais voltado para
a história em geral e, portanto, relacionados aos bombeiros militares os quais eram mais
lembrados e requisitados em tais momentos. No entanto podemos observar que o aparecimento
dos bombeiros civis rememoram ao fim dos anos 1800 em Joinville, Santa Catarina, fatalmente
o mesmo Estado da Famosa Boate Kiss supracitada.
Em 1892, 32 anos após o Decreto Imperial que deu origem ao Corpo de Bombeiros
Provisório da Corte, surge o Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville, influenciada pela
colonização alemã local juntamente com a prosperidade econômica da região, que se
manifestava nas diversificadas construções em estilo europeu. Cabe o adendo de que na
Alemanha atual todas as cidades possuem Corpo de Bombeiros constituídos por civis locais
que desempenham o ofício de mitigar as chamas de incêndios bem como as demais atividades
atinentes à profissão de bombeiro.
O Corpo de Bombeiros Voluntários, hoje administrado pela Associação Comercial e
Industrial de Joinville, com lema “um por todos e todos por um” e “em nome de Deus e em
defesa do próximo” exigia em seus primórdios que todo soldado fosse honesto e másculo sendo
exigidos ainda de seus soldados adjetivos como sobriedade, pontualidade, perseverança,
disciplina e obediência hierárquica.
Com relação a remuneração dos membros, inicialmente o efetivo era composto somente
por voluntários, fato que perdurou até 1972 com o desenvolvimento econômico de Joinville,
momento em que foi criada uma equipe fixa e remunerada que atualmente realiza diversos
14
serviços inclusive com apoio das instituições públicas locais que, por sua importância, doam
viaturas à entidade, conforme GOIÁS (2016):
Os voluntários passaram a ser incorporados nos sinistros de maiores
proporções. Hoje, os bombeiros funcionam com a indispensável função de
segurança, em qualquer emergência. Deixaram a muito tempo de atuar
somente nos casos de incêndio. Possuem equipamentos e automóveis de alta
tecnologia, e representam a garantia de salvação e defesa tanto de patrimônios
materiais, como de vidas. (...) 1927: a Prefeitura de Joinville doa o segundo
caminhão ao CBVJ;
Outra instituição também ligada ao Estado de Santa Catarina e sua colonização alemã,
são os Bombeiros Voluntários de Concórdia, menos conhecidos porém com quase 40 anos de
história. Sua primeira unidade data de 6 de novembro de 1979, quando a empresa Sadia, ao
observar que a cidade se desenvolvia com amparo estatal deficiente, contribuiu para a fundação
desta entidade sem fins lucrativos que visava o atendimento de urgência e emergência aos
indivíduos daquela comunidade.
Com o tempo, houve a ampliação dos serviços prestados por esta entidade exigindo
apoio das entidades públicas locais como demonstra novamente GOIÁS (2016):
A Prefeitura Municipal de Concórdia contribuiu gradativamente para a
formação da associação, doando inicialmente o pátio de sua garagem como
sede para o estabelecimento. O primeiro caminhão de combate a incêndio foi
cedido pelo Defesa Civil do Estado, sendo que a Prefeitura cedeu 4
funcionários para atuarem como bombeiros. A Corporação atendia
inicialmente somente incêndios a acidentes, tanto na cidade de Concórdia
como nas cidades vizinhas. Nesta época foram realizadas inúmeras viagens de
transportes de pacientes doentes para os grandes centros.
Através de diversas doações, do Estado, da Prefeitura, da Secretaria da Saúde,
foram adquiridos mais caminhões de combate a incêndio, com a cidade em
crescimento constante. (...) Por volta do ano de 1993 foi implantado o
FUNREBOM, receita adquirida por meio de atividades técnicas, que
implantou o alvará, a vistoria e prevenção de incêndio nas empresas. A sede
atual foi construída através de doações na conta da luz e de recursos da
comunidade, sendo inaugurada em 6 de novembro de 2000. A partir desse
momento, iniciou-se a contratação de bombeiros através da sociedade.
Conclui-se então que o surgimento dos bombeiros civis se dá por diversos fatores, dentre
eles: o envolvimento da população e de empresas com capacidade econômica, bem como a
deficiência no número de municípios abrangidos pelos serviços estatais, conforme destaca o
estudo realizado em 2016 pelo Estado de Goiás denominado História da Corporação que
destaca também a necessidade e a importância de militares envolvidos no processo:
15
No Brasil o serviço de bombeiro mais conhecido é o militarizado. Porém
também existe o brigadista, empregado em locais de público/grandes
empresas, que participa de atendimento público como voluntário ou
contratado, ou ainda como funcionário municipal. Menos de 350 cidades
possuem bombeiros militares empregados, sendo que existem mais de 5.500
municípios no País. A solução, principalmente na região sul do País, tem sido
os bombeiros civis, que atuam como voluntários em ONGs. Os projetos de
bombeiros comunitários, com parceria entre o Corpo de Bombeiros Militar e
os Municípios, cria as condições necessárias para a efetivação do serviço.
3. METODOLOGIA
Após este breve histórico dos bombeiros civis e militares e com relação à pesquisa
realizada, esta classifica-se quanto à sua natureza como uma pesquisa básica. Este tipo de
pesquisa tem o objetivo de gerar conhecimentos sem aplicação prática prevista, envolvendo
verdades e interesses universais (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Por meio de conhecimentos já produzidos sobre a história dos bombeiros no mundo e
em especial no Brasil, incluindo fatos já documentados anteriormente, a pesquisa não tem o
intuito de aplicação imediata, apenas produzir entendimento sobre esta matéria, por vezes
desconhecida por grande parte dos bombeiros militares.
Quanto aos procedimentos, trata-se de uma pesquisa bibliográfica em sua maior parte,
e empírica quando referente ao treinamento e efetivo serviço prestado tanto dos atuais como
dos futuros bombeiros civis e militares.
Encontramos em Lakatos (2007) que a pesquisa bibliográfica é fonte que abrange tudo
que já foi publicado, escrito, dito ou filmado. Portanto, grande parte do material produzido foi
referenciado em escritos de estudos já realizados relativos aos bombeiros e demais assuntos
relacionados.
Por fim, essa pesquisa teve limitações no que tange a referências bibliográficas
específicas, principalmente por se tratar de tema recentemente alterado pela vigência da
chamada “Lei Kiss”, o que ainda gera dúvidas tanto por parte dos operadores do direito quanto
nos envolvidos diretamente em sua execução, incluídos entre estes os militares das diversas
corporações estaduais brasileiras.
4. REALIDADE ATUAL E LEGISLAÇÃO DOS BOMBEIROS CIVIS E MILITARES
NO BRASIL
Conforme supracitado, o conjunto de eventos históricos – principalmente as tragédias
16
que evidenciaram o despreparo até o momento das forças de combate e prevenção a incêndios
- culminaram em uma legislação em constante aprimoramento, e na busca por parte das
corporações pela otimização na execução de suas atividades.
Com relação às legislações atuais e decorrentes do artigo 144 da Nossa Carta Máxima
ao tratar sobre a segurança pública no Brasil, podemos destacar o que preceitua DA SILVA
(2015):
Neste sentido, torna-se relevante esclarecer que a segurança pública está
atrelada, também, à busca constante de proteção à população do fogo, nas
águas, nas vias públicas e quando afetados por problemas de saúde que
oferecem riscos de morte. Assim, pode-se afirmar que ao proteger a vida dos
cidadãos de diferentes formas, o Corpo de Bombeiros atua no sentido de
manter a ordem e a segurança pública de forma geral.
(...)
A atividade fim do órgão é a prevenção e combate aos sinistros, de qualquer
natureza ou emergências que venham ameaçar vidas humanas, patrimônios e
meio ambiente, que não dizem respeito à matéria criminal, porque se
substancia na prevenção e combate aos incêndios, busca e salvamento,
socorros de emergência em caso de acidentes, vistoria técnica de construções
e locais de eventos e, ainda, na execução de ações de defesa civil. Esta gama
de atividades do Corpo de Bombeiros diz respeito, isto sim, à tranquilidade
pública e salubridade pública, ambas integrantes do conceito de ordem
pública.
(...)
Há que se esclarecer que, de forma geral, não cabe aos bombeiros militares
atuar no policiamento ostensivo e preventivo, concentrando-se em atividades
de grande utilidade pública geral, como o controle aos incêndios, busca e
salvamento de indivíduos em locais de difícil acesso, como montanhas, matas,
etc, salvamentos no mar, quando necessário, além de atuarem na defesa civil.
(grifos nossos)
Dissipadas quaisquer dúvidas acerca da clara possibilidade da inserção dos bombeiros
militares como membros efetivos da segurança pública no país por meio de diversos pensadores
que consideram-na bem mais ampla que o mero poder repressivo desempenhado pelas polícias,
é importante informar sim, que o papel desempenhado por tal força estatal tem poder de polícia
e de império perante os cidadãos e ou empresas que estejam desempenhando atividades contra
o regular funcionamento das instituições ou da vida em sociedade, pois claramente uma
atividade de vistoria que resulte em fechamento de estabelecimento destinado ao público em
geral devido a possibilidade de perda de vidas é nítido retrato do poder estatal.
Sobre a atividade de prevenção, relata GOMES (2014) ao tratar sobre o tema:
17
Entendemos que para os locais de reunião de público ainda não temos um
controle efetivo das lotações, não fornecemos adequada informação a seus
frequentadores para que eles possam sair em segurança e denunciar abusos,
nem cuidamos adequadamente dos materiais de acabamento. Esses incêndios
apontam para uma medida de proteção contra incêndio essencial para essa
ocupação, que falhou em ambos: o gerenciamento.
4.1 O advento da Lei Kiss
Após a inserção no contexto sobre segurança pública, é importante ressaltar que além
das atribuições constantes das Constituições Federal e Estadual de Goiás e como consequência
da conhecida tragédia de Santa Maria - SC, surgiu a mais recente inovação sobre o tema, é a
Lei n. 13.425 de 2017 com vigor em 30 de setembro deste mesmo ano e popularmente chamada
como “Lei Kiss” que, a nível federal, concedeu aos bombeiros militares a prerrogativa de
estabelecer diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em
estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público.
Entre os importantes preceitos na Lei Kiss cabe destacarmos alguns que serão debatidos
no decorrer deste trabalho:
Art. 2o O planejamento urbano a cargo dos Municípios deverá observar
normas especiais de prevenção e combate a incêndio e a desastres para locais
de grande concentração e circulação de pessoas, editadas pelo poder público
municipal, respeitada a legislação estadual pertinente ao tema.
(...)
§ 3o Desde que se assegure a adoção das medidas necessárias de prevenção e
combate a incêndio e a desastres, ato do prefeito municipal poderá conceder
autorização especial para a realização de eventos que integram o patrimônio
cultural local ou regional.
§ 4o As medidas de prevenção referidas no §3o deste artigo serão analisadas
previamente pelo Corpo de Bombeiros Militar, com a realização de vistoria in
loco.
§ 5o Nos locais onde não houver possibilidade de realização da vistoria
prevista no §4o deste artigo pelo Corpo de Bombeiros Militar, a análise das
medidas de prevenção ficará a cargo da equipe técnica da prefeitura municipal
com treinamento em prevenção e combate a incêndio e emergências, mediante
o convênio referido no §2o do art. 3o desta Lei.
Art. 3o Cabe ao Corpo de Bombeiros Militar planejar, analisar, avaliar,
vistoriar, aprovar e fiscalizar as medidas de prevenção e combate a incêndio e
a desastres em estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público,
sem prejuízo das prerrogativas municipais no controle das edificações e do
uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano e das atribuições dos
profissionais responsáveis pelos respectivos projetos.
§ 1o Inclui-se nas atividades de fiscalização previstas no caput deste artigo a
aplicação de advertência, multa, interdição e embargo, na forma da legislação
estadual pertinente.
18
§ 2o Os Municípios que não contarem com unidade do Corpo de Bombeiros
Militar instalada poderão criar e manter serviços de prevenção e combate a
incêndio e atendimento a emergências, mediante convênio com a respectiva
corporação militar estadual.
Art. 4o O processo de aprovação da construção, instalação, reforma, ocupação
ou uso de estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público perante
o poder público municipal, voltado à emissão de alvará de licença ou
autorização, ou documento equivalente, deverá observar:
I - o estabelecido na legislação estadual sobre prevenção e combate a incêndio
e a desastres e nas normas especiais editadas na forma do art. 2o desta Lei;
(...)
V - as exigências fixadas no laudo ou documento similar expedido pelo Corpo
de Bombeiros Militar, por força do disposto no art. 3o desta Lei.
§ 1o Nos Municípios onde não houver possibilidade de realização de vistoria
in loco pelo Corpo de Bombeiros Militar, a emissão do laudo referido no
inciso V do caput deste artigo fica a cargo da equipe técnica da prefeitura
municipal com treinamento em prevenção e combate a incêndio e a
emergências, mediante o convênio referido no § 2o do art. 3o desta Lei.
(...)
Art. 5o O poder público municipal e o Corpo de Bombeiros Militar realizarão
fiscalizações e vistorias periódicas nos estabelecimentos comerciais e de
serviços e nos edifícios residenciais multifamiliares, tendo em vista o controle
da observância das determinações decorrentes dos processos de licenciamento
ou autorização sob sua responsabilidade.
§ 2o Nos locais onde não houver possibilidade de realização de vistoria in
loco pelo Corpo de Bombeiros Militar, a vistoria será realizada apenas pelo
poder público municipal, garantida a participação da equipe técnica da
prefeitura municipal com treinamento em prevenção e combate a incêndio e a
emergências, mediante o convênio referido no § 2o do art. 3o desta Lei.
§ 3o Constatadas irregularidades nas vistorias previstas neste artigo, serão
aplicadas as sanções administrativas cabíveis previstas nas legislações
estadual e municipal, incluindo advertência, multa, interdição, embargo e
outras medidas pertinentes.
§ 4o Constatadas condições de alto risco pelo poder público municipal ou pelo
Corpo de Bombeiros Militar, o estabelecimento ou a edificação serão
imediatamente interditados pelo ente público que fizer a constatação,
assegurando-se, mediante provocação do interessado, a ampla defesa e o
contraditório em processo administrativo posterior. (grifos nossos)
Com a leitura destes itens extraídos do conteúdo da Norma Federal – portanto abaixo
somente da Constituição Federal na hierarquia das normas – especialmente dos trechos
destacados é necessário ressaltar que: o poder de polícia dos bombeiros militares está ratificado
com a previsão da possibilidade de aplicar multas e fechar de estabelecimentos; existe a
possibilidade de atuação de bombeiros municipais naquela localidade em que não há cobertura
dos bombeiros, no entanto somente após realização de convênio (aprovação) com a instituição
militar e a emissão de alvarás só poderá existir se estiver em conformidade com a normatização
estadual e atendimento às exigências fixadas pelos bombeiros estaduais.
São extremamente importantes as informações acima pois a realidade trazida pelos
bombeiros civis confronta diversos temas especificados por esta recente inovação como por
19
exemplo a falta de amparo de diversas cidades brasileiras desguarnecidas de Bombeiros
Estatais, sendo este fato o preponderante para o surgimento e desenvolvimento destes
trabalhadores.
Por fim, apesar do fato de ainda não existir bombeiros militares em todas as cidades
brasileiras e de ainda ocorrer erros mesmo com fiscalização qualificada realizada pelos militares
regidos sob o preceito constitucional da Disciplina – o perfeito acatamento às normas – bem
como por um Código Penal Militar rígido, não há que se pensar em repassar o serviço a terceiro
particular como deseja esta nova classe profissional, pois é preocupante, a possibilidade de
corrupção que irá pairar sobre o serviço de caráter público, pago a uma pessoa física/jurídica
para “comprovar” aptidão de quem lhe forneceu uma contrapartida.
4.2 O Conselho Nacional dos Bombeiros Civis
Em diversas partes do mundo, os bombeiros civis são uma realidade que supre a
necessidade de outros bombeiros pagos pelo Estado.
Ocorre que, além da cultura existente nestes locais, os bombeiros civis - em grande parte
municipais – possuem força atrelada tanto ao Estado como a grandes empresas que os subsidiam
como no caso da Alemanha em que todos os municípios possuem Entidades de Bombeiros.
No entanto, é válido informar que mesmo em países desenvolvidos como nos Estados
Unidos outrora descrito, o serviço unicamente realizado por bombeiros voluntários falhou por
sua falta de preparo e dedicação exclusiva.
A realidade dos Bombeiros Civis no Brasil é inegável e CRUZ (2009) destaca que os
bombeiros civis subdividem-se em:
a) voluntários: que são aqueles que se reúnem e formam uma associação para este fim
com apoio da prefeitura e demais entidades da sociedade civil;
b) municipais: que são semelhantes no entanto são empregados diretamente pela
prefeitura; e
c) mistos: decorrentes de uma variação do Corpo de Bombeiros Municipal e Militar no
qual os primeiros são Civis que são os trabalhadores autônomos ou a serviço de uma
empresa pública ou privada, e são comandados por uma pequena quantidade de
militares.
20
Ocorre que o escritor supracitado, atual presidente do Conselho Nacional dos
Bombeiros Civis – CNBC - que é a entidade com maior poder de lobby no Congresso Nacional,
convencimento e agregação destes profissionais no país, tem em seu entendimento atual em
CONSELHO NACIONAL DOS BOMBEIROS CIVIS (2017) de que não há que se pensar em
submissão de uma profissão ao crivo de uma entidade militar o que remeteria à ditadura pois,
citando a Constituição Federal em seu artigo 5°, XIII “é livre o exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.
Segundo este estudioso a lei a que se refere é a Lei Federal número 11.901 (BRASIL,
2009) que regulamentou a profissão dos Bombeiros Civis no Brasil citando também que a
definição da atribuição destes profissionais é fornecida pelo Ministério do Trabalho na
Classificação Brasileiro de Ocupações (2010) sendo este o órgão responsável pela sua
fiscalização:
Previnem situações de risco e executam salvamentos terrestres, aquáticos e
em altura, protegendo pessoas e patrimônios de incêndios, explosões,
vazamentos, afogamentos ou qualquer outra situação de emergência, com o
objetivo de salvar e resgatar vidas, prestam primeiros socorros, verificando o
estado da vítima para realizar o procedimento adequado; realizam cursos e
campanhas educativas, formando e treinando equipes, brigadas e corpo
voluntário de emergência.
Ainda com relação a esta Lei, há de se destacar que o artigo 2° (BRASIL, 2009) prevê
que no atendimento a sinistros que atuarem juntos os Bombeiros Civis e o Corpo de Bombeiros
Militar, a coordenação e a direção daquelas ações cabe exclusivamente e em todas as hipóteses
aos últimos; como também o que prescreve o artigo 9° desta mesma norma:
Será obrigatório curso específico voltado para a prevenção e combate a
incêndio para os oficiais e praças integrantes dos setores técnicos e de
fiscalização dos Corpos de Bombeiros Militares, em conformidade com seus
postos e graduações e os cargos a serem desempenhados.
Acerca dos artigos supramencionados, BRANDÃO (2015) atual vice-presidente da
CNBC ao comentar cada artigo da Lei Federal, demonstra o entendimento de que o artigo 2°
só se refere aos sinistros em que os bombeiros civis atuem “em conjunto”, ou seja, caso atuem
em conjunto com os militares o que não significaria que “o bombeiro civil não possa exercer a
sua atividade profissional, ou que deve ser credenciado ou fiscalizado por Corporação Militar”.
Com relação ao artigo 9°, a mesma autora aponta que está explícito que tais empresas e
entidades poderão facultativamente firmar convênios o que, em seu entendimento, “não
21
significa que devem ser credenciadas ou fiscalizadas por Corporação Militar” o que claramente
está alinhado ao entendimento do Presidente da associação da classe demonstrado acima.
Também neste diapasão, o CNBC destaca que a denominação Bombeiro Civil está
incorreta devendo ser tratada somente como Bombeiro pois o adjetivo “civil” está atrelado a
toda e qualquer profissão regulamentada pelo Ministério do Trabalho sendo a denominação
“militar” o que determinaria a diferenciação entre classes. Para tanto, destaca também que a
Norma Brasileira de Regulamentação - NBR 14608 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2000) indica que bombeiros são todos aqueles profissionais que
laboram em atendimento a emergências na proteção da vida, de bens e do meio ambiente e os
bombeiros “públicos”, sejam eles militares ou não, são aqueles pertencentes a uma organização
estatal de atendimentos a emergências.
No entanto, inicialmente vale informar que GOMES (2014) ensina que as NBRs
emitidas pela ABNT tem caráter somente informativo pois “a norma técnica é um documento,
estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para um
uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados,
visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto.” o que demonstra
que esta organização tem poder somente indicativo e não obrigatório ao contrário de uma norma
emitida pelo Poder Público, sendo norma todos os regulamentos emanados pelo Poder Público,
sejam eles leis federais, estaduais, municipais, decretos, resoluções, a própria Carta Magna, etc.
É então incontroverso a imposição do prescrito da Lei Federal 13.425 de 2017 já
disposta em seus artigos mais importantes que confirmaram tanto o poder de polícia exclusivo
aos estatais bem como pela possibilidade de existência de um corpo municipal desde que sob
firmamento de convênio com os mesmo, demonstrando portanto corroborado o entendimento
do STF da 4° Região também já descrito que permitia a inspeção dos Bombeiros Militares face
aos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura.
Vale também informar portanto que as Normas Técnicas emitidas pelo Corpo de
Bombeiros tem também valor de normas portanto válidas plenamente válidas para delimitar a
atuação dos bombeiros civis neste Estado, como destacam-se no estado de Goiás as NTs 16 e
17.
Por fim, vale demonstrar que no sítio oficial desta organização – portalcnbc.org.br - que
está cadastrada no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas como Associação com o nome
fantasia como Conselho em sua seção “Campanha” fornece um modelo de projeto de lei
municipal que dá poder aos bombeiros civis de realizar perícias, dentre outros e vincula a
aprovação destas ao preenchimento de “Normativas Nacionais” emanadas pela associação, o
22
que claramente também afronta o disposto nos artigos da Lei Federal supra que destina tal
serviço aos militares estando desde logo desqualificadas.
A instituição tenta também, através de Código de Ética (2013, p. 14), impor sanções aos
bombeiros civis bem como às instituições de ensino que descumprirem diversos deveres
impostos, sanções como: advertência, multa, suspensão e cassação do registro. Ora, o próprio
“Conselho” afirma que é livre o exercício do ofício e ao mesmo tempo pune com a suspensão
e cassação do registro? Ou como no caso da fiscalização dos cursos – ao qual defendem ser de
responsabilidade do Ministério da Educação – existe previsão de fechamento se não se adequar
às normas emitidas também por esta associação? Neste aspecto, existe uma contradição.
Estas situações acima fizeram com que o Ministério Público Federal se manifestasse
contra as atitudes de seus membros e, ocasionou a assinatura do Termo de Ajuste de Conduta -
TAC 799 (BRASIL, 2017) firmado entre o presidente do CNBC e o órgão de defesa da
população sob pena de multa de R$ 10.000,00 por infração. Neste caso, também chegou ao
conhecimento do MP que esta mesma empresa vem induzindo ao erro os bombeiros civis de
que existe obrigatoriedade de filiação para o exercício da profissão, disseminando informações
de que os profissionais não credenciados são proibidos de atuar no mercado de trabalho o que
fazia com que empresas contratantes exigissem as “carteirinhas” profissionais desta.
Neste TAC, o presidente da CNBC se compromete junto ao MP e com base no princípio
constitucional da liberdade de associação sindical, que deve ser esclarecido a todos que a
filiação é voluntária, que deverá constar na razão social no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica a expressão “autorregulamentação” – só pode regular a si mesmo e não a toda uma
categoria – bem como retirar expressões como “República Federativa do Brasil” e “válido em
todo o território nacional” de suas carteiras dos associados e, por fim, retirar de seu site qualquer
citação que possa confundir o cidadão fazendo imaginar que a empresa se trata de órgão estatal
de fiscalização ficando sujeito ao pagamento de multa por cada infração pois claramente não se
trata de entidade de fiscalização como por exemplo o CREA que é uma autarquia e
portanto entidade de direito público, com autonomia econômica, técnica e administrativa,
fiscalizada e tutelada pelo Estado que e constitui órgão auxiliar de seus serviços, deixando então
demonstrado que a legitimidade desta empresa em representar toda a classe está caduca.
4.3 Estudos no âmbito do CBMGO
A existência dos bombeiros civis no Brasil está clara como se depreende do que
fora visto até o momento, motivo pelo qual o CBMGO buscou estudos para análise da possível
23
inserção destes trabalhadores em seu contexto tendo em vista experiências já realizadas em
outros estados.
O Comando Geral do CBMGO nomeou uma Comissão para realizar tal estudo,
composta por três oficiais, que empreenderam viagem ao Estado de São Paulo para observar a
prática implementada pelos bombeiros militares estaduais daquele local, qual seja, um sistema
de integração bombeiro público militar mediante convênio, no qual coexiste a atuação dos
bombeiros militares estaduais com os bombeiros públicos municipais, visando a expansão do
serviço prestado por aquela corporação, destacando que esta prática estava a frente de seu tempo
pois a Lei Kiss trata expressamente deste assunto.
A referida comissão realizou visita à sede do Comando do Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Estado de São Paulo e às Unidades de Bombeiros localizadas nos municípios
de Boituva, Tietê, Araraquara, Matão e Orlândia, em que ocorre o sistema de integração, e após
análise, foi produzido um relatório, cujo diagnóstico, além do aumento do efetivo, pontuou os
seguintes aspectos:
6.2. Falta de uniformidade quanto ao salário a ser pago aos bombeiros públicos
municipais.
6.3. Falta de padronização quanto ao uniforme adotado para os bombeiros
públicos municipais.
6.4. Falta de uniformidade quanto a escalas e horários relativos à prontidão
dos bombeiros públicos municipais.
6.5. Promoção de inúmeras ações trabalhistas em desfavor dos municípios.
6.6. Falta de equipamentos de proteção individual para os bombeiros públicos
municipais, gerando sentimento de inferiorização destes em relação aos
bombeiros públicos militares.
6.7. Falta de código disciplinar que regule a conduta dos bombeiros públicos
municipais, ou ineficiência do ente municipal na aplicação de sanções, quando
o município dispõe de norma sancionadora.
6.8. Impossibilidade de atendimento de ocorrências por bombeiros públicos
municipais em município distinto daquele com o qual mantém vínculo
empregatício.
6.10. Impossibilidade de realização de cursos de especialização na Corporação
Militar em virtude de insegurança quanto à situação jurídica dos bombeiros
públicos municipais
6.11. Falta de uma carreira específica para os bombeiros públicos municipais,
o que leva à desmotivação daqueles profissionais e, consequentemente, à
evasão.
6.12. Falta de padronização quanto à possibilidade de condução de viaturas do
Estado pelos bombeiros públicos municipais em virtude de insegurança
quanto à situação jurídica dos bombeiros públicos municipais.
6.14. Possibilidade de greve pelos bombeiros públicos municipais,
comprometendo o funcionamento das unidades.
6.15. Possibilidade de ingerências do Prefeito Municipal no trabalho
desenvolvido pela Corporação Militar.
24
Assim, é clarividente - tanto para o CBMGO como para diversas outras corporações
que buscam alternativas para a expansão de suas atividades no país - que a existência dos
bombeiros mistos já é uma realidade que, como no caso observado, ainda carece de
determinados ajustes para que se torne completamente efetiva e execute com uma maior
eficiência a prestação do serviço à comunidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após ter sido durante muito tempo, se não a única, mas a mais importante instituição
destinada ao combate e prevenção de incêndios no país, os Corpos de Bombeiros Militares do
Brasil vem dividindo o espaço com os bombeiros civis desde 2009 com o advento da Lei
Federal que regulamentou a profissão, sendo portanto natural que existam dúvidas quanto à
efetividade ou mesmo necessidade de outra organização para a prevenção a incêndio, por
exemplo.
Esta pesquisa não buscou demonstrar que a existência dessa nova classe de bombeiros
deve ser extinta ou relegada, questionando a legislação efetivada até o momento. Também não
foi objetivo da pesquisa rever toda a legislação referente a ambas as classes tendo em vista que
a recente Lei Federal “Kiss” demonstrou a efetiva e inegável competência da corporação
integrante da segurança pública em exercer o poder de polícia.
Trata-se de um estudo inicial que procurou, de forma sucinta, analisar o histórico,
evolução e situação atual dos bombeiros civis e militares, analisando a legislação mais recente
sobre suas atividades. Logo o que verificou-se foi que o surgimento desta se deu por uma
ausência da prestação do serviço estatal – como em diversas outras áreas – cuja ampliação deste
serviço está em curso com o auxílio desta nova força celetista, com a criação de bombeiros
mistos em diversas localidades, o que permitirá um avanço na prestação do serviço (observados
os aspectos diagnósticos descritos no relatório de estudo feito pelo CBMGO), dando efetividade
à legislação Federal recém-criada.
Buscou-se, portanto, estudar sobre uma categoria de profissionais ainda não totalmente
entendida, depreendendo que com o aval e treinamento especializado dos bombeiros estatais,
para melhoria nas ações junto à comunidade. Foram analisados diversos estudos para
compilação em um material específico que possibilitasse a compreensão e atualização sobre o
assunto e para servir de subsídio adicional para o CBMGO sendo apresentada de forma objetiva,
restando ao leitor decidir sobre sua importância em futuro de médio prazo.
25
REFERÊNCIAS
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