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COMENTÁRIOS SOBRE A SEGUNDA PARTE DO LIVRO “THE ORIGINS OF POLITICAL ORDER: FROM PREHUMAN TIMES TO THE FRENCH
REVOLUTION” DE FRANCIS FUKUYAMA1
WILSON MACHADO ALENCAR2
Para que possamos compreender a função das instituições políticas e
econômicas e a sua atuação no desenvolvimento nos Estados modernos, torna-se
necessário a investigação acerca da gênese e da evolução das supracitadas
instituições.
Em “As origens da ordem política” Fukuyama (2011) trata da origem e do
progresso dos governos sob a edificação de três instituições com desenvolvimento
histórico bastante distinto: o Estado moderno, o Estado de Direito e a
responsabilidade administrativa. Assim, para a fundamentação do seu ponto de
vista, o autor centra-se na análise de arranjos políticos localizados, sobretudo em
relação à China, Europa, Índia e o Oriente Médio. Coube, no entanto, à China e a
Europa uma análise mais minuciosa, porque conseguiram desenvolver de modo
mais latente as inovações de caráter político responsáveis pela criação de bons
governos.
Basicamente, podemos dizer que cada instituição política apresenta uma
função específica para que se possa ter um governo responsável. Assim, a
formação do estado moderno caracterizou-se pelo desenvolvimento de uma
burocracia racional, buscando-se evitar o nepotismo e a corrupção mediante a
seleção de funcionários competentes para a ocupação dos cargos do governo
consorciada com a diminuição da carga tributária. Neste aspecto o autor cita como
exemplo a formação do Estado chinês e europeu. O Estado de Direito corresponde à
regulação dos atos praticados pelos governantes por meio de um sistema jurídico.
Já a responsabilidade consiste no dever dos governantes de zelar as pessoas
colocando o interesse público acima de tudo.
1 Workshop realizado sob a orientação do Prof. DR. Washington Bonfim, no dia 21 de dezembro de 2012, referente à apresentação da análise feita dos capítulos que compõe a segunda parte do livro “As origens da ordem política” de Francis Fukuyama.2 Graduando do curso de Ciências Sociais pela Universidade federal do Piauí.
Já Acemoglu & Robinson (2012), tentando esclarecer os motivos que tornam
um Estado próspero ou os que conduzem uma nação ao fracasso, afirmam que o
problema incide sobre o modo como as instituições foram criadas. Se as instituições
políticas e econômicas voltam-se para o bem-estar da coletividade, estas são
inclusivas e o Estado será próximo. Casos as instituições favoreçam o bem-estar de
alguns em detrimento da exploração do restante da população, elas serão
extrativista, e o Estado tende à pobreza. Logo, pode-se observar que tanto em
Fukuyama como em Acemoglu & Robinson a criação das instituições políticas
precedem as instituições econômicas. Aquelas instituem as condições necessárias
para que o Estado possa ter um desenvolvimento econômico sólido.
Por fim, percebe-se que, para se ter um bom governo, é imprescindível uma
mudança no arranjo político estatal fundado em instituições que possam garantir as
condições necessárias para o alcance do bem-estar social.
REFERÊNCIAS
ACEMOGLU, Daron. ROBINSON, James A. Por que as nações fracassam: as origens do poder, da prosperidade e da pobreza. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
FUKUYAMA, Francis. The origins of political order: from prehuman times to the french revolution. New York: Profile Books, 2011.