Comentários sobre questões de Direito Previdenciário - Cap II - Regimes Previdenciários

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Comentrios sobre questes de Direito Previdencirio

Regimes Previdencirios

(Tcnico do Seguro Social INSS Cespe/Unb 2008 Adaptada) Nelson ocupa, exclusivamente, cargo em comisso, de livre nomeao e exonerao, na Secretaria de Sade de uma prefeitura que instituiu regime prprio de previdncia social. Nessa condio, apesar de trabalhar em municpio com regime prprio de previdncia, Nelson segurado do regime geral. Comentrios: Pela aplicao do 13 do art. 40 da Constituio Federal conclumos que o servidor pblico que ocupa exclusivamente cargo em comisso, declarado em lei de livre nomeao e exonerao, amparado pelo RGPS. No caso citado em tela como se Nelson fosse o secretrio de sade do municpio, e que no momento da posse no exercesse nenhuma atividade remunerada abrangida por Regime Prprio de Previdncia Social. Lembrando que essa questo adaptada, pois, em seu texto original no constava a palavra exclusivamente, o que torna impossvel julga-la como certa ou errada, uma vez que no existe como definir se Nelson amparado por Regime Prprio de Previdncia Social. O Cespe/Unb resolveu anular a questo original, mas pelo nosso texto adaptado a assertiva est correta.

(Tcnico Administrativo PREVIC Cespe/UnB 2011) O servidor pblico federal estudante de nvel superior de faculdade privada legalmente impedido de se filiar ao regime geral de previdncia social na qualidade de segurado facultativo. Comentrios: Para se filiar ao Regime Geral de Previdncia Social na qualidade de segurado facultativo necessrio ser maior de dezesseis anos e no exercer nenhuma atividade remunerada abrangida pela Previdncia Social (decreto 3.048/99, art. 11). No caso do servidor pblico, poder ele ser ocupante de cargo efetivo ou de emprego pblico. Caso o servidor seja ocupante de cargo efetivo, ser ele amparado por Regime Prprio de Previdncia e estar legalmente impedido de se filiar ao RGPS na qualidade de segurado facultativo por fora do disposto no 5 do art. 201 da Constituio Federal. Caso o servidor pblico seja ocupante de emprego pblico, ser ele segurado obrigatrio de Regime Geral de Previdncia Social na qualidade de Segurado Empregado, nos termos do decreto 3.048, art. 9, inciso I, alnea m. Nesse

segundo caso o servidor estar legalmente impedido de se filiar ao RGPS na qualidade de Segurado Facultativo, pois, ele exercer atividade remunerada abrangida pelo Regime Geral de Previdncia Social. Conclumos, portanto, que a questo est correta. (Analista do Seguro Social INSS Cespe/UnB 2008) Regina servidora pblica, titular de cargo efetivo municipal. Nessa situao, caso deseje melhorar sua renda quando chegar o momento de se aposentar, Regina poder filiar-se ao regime geral da previdncia social. Comentrios: Questo muito mal formulada pelo Cespe/UnB, que a meu ver caberia ser anulada. A banca considerou a questo como incorreta, pois, sua clara inteno foi apontar que Regina, ao se aproximar do momento de sua aposentadoria, poderia se filiar ao RGPS, na qualidade de segurada facultativa, para que seus proventos de aposentadoria fossem aumentados. Nesse caso Regina estaria impedida de se filiar como segurada facultativa, pois, como vimos na questo anterior, o servidor pblico, em regra, no pode se filiar ao RGPS na qualidade de segurado facultativo. Entretanto, a questo no afirmou que a filiao de Regina seria como segurada facultativa, e nem afirmou quais os rendimentos que seriam aumentados: os rendimentos da aposentadoria ou os rendimentos da remunerao de Regina. Imaginemos que Regina, servidora pblica municipal, conseguiu um emprego de professora em uma escola particular no perodo noturno, para melhorar sua remunerao, e que essa conquista de Regina tenha se dado quando ela j estava perto de se aposentar. Nesse caso, Regina permaneceria vinculada ao cargo efetivo municipal e se filiaria ao RGPS na qualidade de segurada obrigatria em razo de seu emprego como professora. Partindo dessa premissa, no existe nenhum problema tcnico, de acordo com a legislao previdenciria, em considerar a questo como correta. Infelizmente a banca no foi razovel e a questo foi considerada incorreta, mesmo depois da interposio de recursos. Colaciono essa questo propositalmente, para mostra-los que nem sempre as bancas examinadoras optam pelo bom senso e questes com dupla interpretao no so anuladas. Claro que essas questes so muito raras, trata-se de excees, porm, elas existem. (Tcnico Administrativo PREVIC Cespe/UnB 2011) A CF dispe que o regime de previdncia privada, de carter complementar e organizado de forma autnoma em relao ao regime geral de previdncia social, facultativo. Comentrios: De acordo com o art. 202 da CF/88: O regime de previdncia privada, de carter complementar e organizado de forma autnoma em relao ao regime geral de previdncia social, ser facultativo, baseado na constituio de reservas que garantam o benefcio contratado, e regulado por lei complementar. Notem que para resolver a questo basta uma anlise dos termos do artigo supratranscrito. Conclumos, portanto, se tratar de uma questo Correta. (Analista Administrativo PREVIC Cespe/UnB 2011) Da no obrigatoriedade de adeso ao sistema de previdncia privada decorre a possibilidade de os filiados desvincularem-se dos regimes de previdncia complementar a que

aderirem, especialmente porque a liberdade de associao comporta, em sua dimenso negativa, o direito de desfiliao. Comentrios: Questo um pouco mais complexa. O art. 202 da CF/88 diz que a adeso ao Regime de Previdncia Privada (Regime de Previdncia Complementar) facultativa. Isto significa dizer que ningum obrigado a se filiar ao Regime de Previdncia Complementar, sendo ato volitivo do indivduo, ato que depende de sua prpria vontade. Pelo princpio da Simetria das relaes jurdicas, um ato volitivo positivo (filiar-se a um Regime de Previdncia Privada, por exemplo) vai sempre comportar em sua dimenso oposta um ato volitivo negativo (desfiliar-se de um Regime de Previdncia Privada, por exemplo). Em outras palavras seria impossvel cogitar que a desfiliao de um Regime de Previdncia Privada no pudesse ser feita a qualquer tempo, dependendo apenas da vontade do filiado, uma vez que sua adeso livre e volitiva, dependendo nica e exclusivamente tambm de sua vontade. Uma vez que a filiao ao Regime de Previdncia Complementar no obrigatria, pela aplicao do princpio da simetria, sua desfiliao pode se dar a qualquer tempo, dependendo apenas da vontade daquele que se filiou. Questo Correta.

Prof. Maycon Antonio PenizoloPs-Graduado Lato Sensu em Direito da Seguridade Social Mestrando em Polticas Pblicas e Governo