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Direção SPOP

Comissão Organizadora Local

Júri das Comunicações / Best oral Paper Award Selection Committee

Júri dos Posters / Best Poster Award Selection Committee

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Pré-Curso / Pre-Meeting Course:Manifestações Músculo-esqueléticas de Doenças Sistémicas

Musculoskeletal Manifestations of Systemic Diseases

Temas / Topics:Deformidades da Coluna Vertebral

Spine DeformitiesPé Equinovaro Adquirido

Acquired Equinovarus Foot

23 a 25 março de 2017 March 23rd- 25th, 2017

Lisboa (Hotel Vila Galé Ópera)vvvvvvvv

Convidados Estrangeiros / Guest Speakers:Dror Ovadia - Israel

Federico Canavese - FrançaJames G. Wright - CanadáJavier Alonso - Espanha

Muharrem Yazici - Turquia

5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

5th Portuguese Congress of Pediatric Orthopaedics

PROGRAMA

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

Secretariadowww.asic.pt

E-mail: [email protected]

Entre os Médicos Internos de Ortopedia inscritos em Curso + Congresso, será sorteada uma Bolsa SPOP - Acuña Fombona de 500€ para frequência de um Curso ou Congresso da EPOS.Entre os Médicos Especialistas de Ortopedia que sejam membros da SPOP e estejam inscritos em Curso + Congresso, será sorteada uma Bolsa SPOP - Acuña Fombona de 1000€ para frequentar um Congresso ou Curso à sua escolha na área de Ortopedia Infantil.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

v Quinta, 23 março 2017/ Thursday, March 23rd, 2017 CURSO PRÉ-CONGRESSO / PRE-MEETING COURSE:MANIFESTAÇÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS DE DOENÇAS SISTÉMICAS/ MUSCULOSKELETAL MANIFESTIONS OF SYSTEMIC DISEASES09h00 › Nota de Abertura / Opening Note. Cristina Alves09h10 › Para Além do Estetoscópio e da Radiografia: Manifestações dos Ossos e Articulações

/ Beyond the Stethoscope and Radiograph: Manifestations of Bones and Joints. Marta Conde

09:h30 › Manifestações Músculo-esqueléticas de Doenças Inflamatórias Intestinais e Nutricionais / Musculoskeletal Manifestations of Gastrointestinal and Nutritional Diseases.

Moderadores/Moderators: Gabriel Matos, Teresa Granate Marques 09h30 › Doenças Inflamatórias Intestinais / Inflammatory Bowel Diseases. Susana Almeida09h45 › Desnutrição e Malnutrição / Denutrition and Malnutrition. Paula Guerra10h00 › Obesidade / Obesity. Raquel Soares10h15 › Desafios Atuais para a Ortopedia e Perspetivas Futuras / Current Challenges for

Orthopaedics and Future Perspectives. Nuno Alegrete10h30 › Discussão / Discussion.10h40 › Café / Coffee Break.11h00 › Manifestações Músculo-esqueléticas de Doenças Infeciosas / Musculoskeletal

Manifestations of Infectious Diseases. Moderadores/Moderators: Ana Brett, Carolina Escalda11h00 › Infeções Bacterianas / Bacterial Infections. Catarina Gouveia11h15 › Infeções Virais e VIH / Virus Infections and HIV. Margarida Tavares11h30 › Desafios Atuais para a Ortopedia e Perspetivas Futuras / Current Challenges for

Orthopaedics and Future Perspectives. Susana Norte Ramos11h45 › Discussão / Discussion.12h00 › Manifestações Músculo-esqueléticas de Doenças Genéticas do Esqueleto /

Musculoskeletal Manifestations of Genetic Diseases of the Skeleton. Moderadores/Moderators: Francisco Sant’Anna, Joana Freitas12h00 › Acondroplasia e Outras Displasias Ósseas / Achondroplasia and other Bone Dysplasias.

Sérgio Sousa12h15 › Doenças que afetam a Densidade Óssea: Osteogénese Imperfecta e Osteopetrose /

Diseases affecting Bone Density: Osteogenesis Imperfecta and Osteopetrosis. Anabela Bandeira

12h30 › Doenças Metabólicas: Mucopolissacaridose e Hipofosfatasia / Metabolic Diseases: Mucopolysaccharidoses and Hypophosphatasia. Esmeralda Rodrigues

12h45 › Desafios Atuais para a Ortopedia e Perspetivas Futuras / Current Challenges for Orthopaedics and Future Perspectives. Pedro Sá Cardoso

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

13h00 › Discussão / Discussion.13h15 › Almoço / Lunch.14h30 › Manifestações Músculo-esqueléticas de Doenças do Tecido Conjuntivo /

Musculoskeletal Manifestations of Connective Tissue Diseases. Moderadores/Moderators: Ana Cordeiro, LF Costa Neves14h30 › Doenças Hereditárias: Síndrome de Marfan e Ehlers-Danlos / Hereditary Diseases:

Marfan Syndrome and Ehlers-Danlos Syndrome. João Campagnolo14h45 › Doenças Autoimunes: Lupus Eritematoso Sistémico e Artrite Idiopática Juvenil /

Autoimmune Diseases: Systemic Lupus Erythematosus and Juvenile Idiopathic Arthritis. Helena Canhão

15h00 › Desafios Atuais para a Ortopedia e Perspetivas Futuras / Current Challenges for Orthopaedics and Future Perspectives. Cristina Alves

15h15 › Discussão / Discussion.15h30 › Manifestações Músculo-esqueléticas de Doenças do Sangue / Musculoskeletal

Manifestations of Blood Diseases.Moderadores/Moderators: Fernando Carneiro, Mafalda Santos15h30 › Doenças Malignas / Malignant diseases. Manuel Brito15h45 › Doenças da Coagulação / Coagulation diseases. Raquel Maia16h00 › Doenças do Glóbulo Vermelho / Diseases of the Red Blood Cell. Tabita Magalhães Maia16h15 › Desafios Atuais para a Ortopedia e Perspetivas Futuras / Current Challenges for

Orthopaedics and Future Perspectives. Inês Balacó16h30 › Discussão/ Discussion.16h40 › Café / Coffee Break.17h00 › Manifestações Músculo-esqueléticas de Doenças Neuromusculares /

Musculoskeletal Manifestations of Neuromuscular Diseases.Moderadores/Moderators: Graça Lopes, Isabel Fineza17h15 › Distrofias Musculares / Muscular Dystrophies. Carmen Costa17h30 › Polineuropatias Periféricas / Peripheral Polyneuropathies. José Pedro Vieira17h45 › Miopatias / Myopathies. Manuela Santos18h00 › Desafios Atuais para a Ortopedia e Perspetivas Futuras / Current Challenges for

Orthopaedics and Future Perspectives. Federico Canavese18h15 › Discussão / Discussion.18h30 › Avaliação Facultativa / Optional evaluation.19h00 › Encerramento / Closure.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

v Sexta, 24 março 2017 / Friday, 24th March 2017 DEFORMIDADES DA COLUNA / SPINE DEFORMITIES › Comunicações Orais / Oral Papers Moderadores/Moderators: António Oliveira, Patrícia Rodrigues, Pedro Sá Cardoso

08h30 › CO 1 - Tratamento cirúrgico de osteoblastoma do arco posterior de D12 numa adolescente – caso clínico. Joana Monteiro Pereira, Miguel Quesado, Marcos Silva, João das Dores, Hélder Nogueira, Jorge Alves

08h35 › CO 2 - Tracção Halo-gravitacional pré-operatória: tratamento de escoliose grave em idade pediátrica. Andreia Mercier Nunes , Bárbara Rosa, Marco Pato, Nuno Mendonça, José Caldeira, João Campagnolo, Jorge Draper Mineiro

08h40 › CO 3 - Espondilólise: evolução da patologia numa serie de 22 doentes. Oliana Madeira, Pedro Sá Cardoso, Cristina Alves, Tah Pu Ling, Inês Balacó, Gabriel Matos

08h45 › Discussão08h55 › CO 4 - Atividade desportiva pré e pós operatória na escoliose idiopática do

adolescente, Alfredo Carvalho, Luisa Vital, Marta Maio, André Pinho , Francisco Serdoura, Vitorino Veludo

09h00 › CO 5 - Escoliose Idiopática do Adolescente: comparação de tipos de curvas e resultados cirúrgicos entre géneros. Alfredo Carvalho, Luisa Vital, Marta Maio, André Pinho , Francisco Serdoura e Vitorino Veludo

09h05 › CO 6 - Lesões associadas à ruptura do ligamento cruzado anterior. Hugo Duarte, Renato Andrade, Rogério Pereira, Cátia Saavedra, Ricardo Vidal, Ricardo Bastos, João Espregueira Mendes

09h10 › Discussão09h20 › CO 7 - Escoliose Idiopática em Síndrome de Down – relato de 2 casos clínicos.

João das Dores Carvalho, Joana Monteiro Pereira, Miguel Quesado, Isabel Catarino, Marcos Silva, Carlos Sousa, Jorge Alves

09h25 › CO 8 - Encurtamento Agudo do Fémur no Tratamento de Dismetria dos Membros Inferiores – Análise Retrospetiva de 10 anos de Experiência. João das Dores Carvalho, António Lopes, Nuno Esteves, Bruno Correia, Ângelo Encarnação, Armando Campos

09h30 › CO 9 - Comparação da técnica de Luque Galveston e Sacral Alar Iliac no tratamento da Escoliose Neuromuscular. Raquel Marques, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, Cristina Alves; Inês Balacó, Gabriel Matos

09h35 › Discussão09h45 › CO10 - Tumores da Coluna Vertebral em Idade Pediátrica. Rita Henriques, Inês Balacó,

Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Manuel João Brito, Alice Carvalho, Gabriel Matos

09h50 › CO11 - Tratamento do Pé Boto pelo Método de Ponseti: Resultados aos 5 Anos. Rita Henriques, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos

09h55 › CO12 - Fraturas Vertebrais em Idade Pediátrica: Experiência de Dois Centros. Pedro Sá Cardoso, João Morais, Luís Vieira, Joana Freitas, Cristina Alves, Tah Pu Ling, Nuno Alegrete

10h00 › Discussão

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

10h00 › Poster Tour I ( Os autores dos Posters devem permanecer junto aos mesmos para responder a eventuais perguntas do Júri)

10h10 › Café / Coffee.10h30 › Deformidades da Coluna Vertebral: Conceitos Básicos / Spine Deformities:

General Concepts.Moderadores/Moderators: Cristina Alves, Manuel Cassiano Neves 10h30 › Crescimento da Coluna Vertebral / Spinal Growth. Federico Canavese 10h45 › Etiologia e Classificação / Etiology and Classification. Armando Campos11h00 › Avaliação Clínica e Imagiológica / Clinical and Imagiological Evaluation. Tah Pi Ling11h20 › Discussão / Discussion.11h30 › Escoliose de Início Precoce / Early Onset Scoliosis.Moderadores/Moderators: António Oliveira, Nuno Alegrete11h30 › Classificação e História Natural / Classification and Natural History. Pedro Fernandes11h50 › Opções Cirúrgicas: Existem Boas Escolhas? / Surgical Options: Are there Good

Choices? Muharrem Yazici12h10 › Barras Magnéticas de Crescimento: Indicações e Resultados / Magnetic Growing Rods:

Indications and Results. Dror Ovadia12h30 › Gessos: Indicações e Resultados / Casting: Indications and Results. Federico Canavese12h50 › Discussão / Discussion.13h00 › Cerimónia de Abertura / Opening Ceremony.13h30 › Almoço / Lunch.14h30 › Escoliose Idiopática do Adolescente / Adolescent Idiopathic Scoliosis. Moderadores/Moderators: Jorge Draper Mineiro, Tah Pu Ling14h30 › Etiologia, Classificação e História Natural / Etiology, Classification and Natural

History. Nuno Alegrete14h50 › Coletes e Resultados / Bracing and Results. James G. Wright15h10 › Tratamento Cirúrgico: Opções e Resultados / Surgical Treatment: Options and Results.

Muharrem Yazici15h30 › Tratamento das Escolioses Graves (>100º) sem Osteotomias das 3 colunas / Treating

Severe Scoliosis (>100°) without the need for 3 column Osteotomies. Dror Ovadia15h50 › Discussão / Discussion.16h00 › Outras Deformidades Vertebrais / Other Spine Deformities.Moderadores/Moderators: Joana Freitas, Pedro Fernandes16h00 › Manifestações Vertebrais da Neurofibromatose Tipo I / Spinal Manifestations of

Neurofibromatosis Type I. Dror Ovadia16h15 › Manifestações Vertebrais da Doença das Exostoses Múltiplas / Spinal Manifestations of

Multiple Exostosis Disease. Dror Ovadia16h25 › Cifose: Etiologia, Classificação, Avaliação e Tratamento / Kyphosis: Etiology,

Classification, Evaluation and Treatment. Muharrem Yazici

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16h45 › Espondilólise e Espondilolistese: Etiologia, Classificação, Avaliação e Tratamento / Spondylolysis and Spondylolisthesis: Etiology, Classification, Evaluation and Treatment. Jorge Draper Mineiro

17h05 › Discussão / Discussion.17h15 › Café / Coffee.17h30 › Complicações no Tratamento Cirúrgico das Deformidades da Coluna Vertebral

Pediátrica / Complications in the Surgical Treatment of Pediatric Spine Deformities.Moderadores/Moderators: Ângelo Encarnação, Jorge F. Seabra17h20 › Complicações Neurológicas: Como Prevenir, Detetar e Tratar? / Neurological

Complications: How to Prevent, Detect and Treat? Federico Canavese17h40 › Cifose Juncional: Como Evitá-la e o Que Fazer quando Acontece. / Junctional Kyphosis:

How to Avoid it and What to Do when it Happens. Dror Ovadia18h00 › Infeção: Como Prevenir e Tratar / Infection: How to Prevent and Treat. Pedro Sá Cardoso18h20 › Discussão / Discussion.

18h30: Assembleia Geral da SPOP / SPOP General Assembly.

v Sábado 25 março 2017 / Saturday, March 25th, 2017PÉ EQUINOVARO ADQUIRIDO / ACQUIRED EQUINOVARUS FOOT › Comunicações Orais / Oral Papers Moderadores/Moderators: António Oliveira, Patrícia Rodrigues, Pedro Sá Cardoso

08h30 › CO 13 - Fraturas do epicôndilo medial em idade pediátrica: qual o melhor tratamento? Raquel Marques, Inês Balacó; Cristina Alves; Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos

08h35 › CO 14 - Barras subastragalinas e calcaneonaviculares – experiência do Serviço de 2005 a 2015. João Cabral, Tah Pu Ling, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Gabriel Matos

08h40 › CO 15 - Tumefação lombar como forma de apresentação atípica de espondilodiscite tuberculosa em adolescente. Miguel Quesado, Isabel Catarino, Sofia Vieira, Jorge Alves, Daniel Lopes, Fernando Silva, Carlos Sousa

08h45 › Discussão08h55 › CO 16 - Quisto ósseo aneurismático – uma causa rara de lombalgia no adolescente,

Luísa Vital, André Pinho, Sara Almeida Santos, Luís Pedro Vieira, João Lobo, Vitorino Veludo

09h00 › CO 17 - Necessidades transfusionais no tratamento cirúrgico de escoliose: o papel dos agentes anti-fibrinolíticos, Alfredo Figueiredo, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Oliana Tarquini, Tah Pu Ling, Inês Balacó, Gabriel Matos

09h05 › CO 18 - Gesso imediato ou tração e gesso nas fraturas diafisárias do fémur? Ricardo Simões, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos

09h10 › Discussão09h20 › CO 19 - Cirurgia convencional de tratamento da escoliose «precoce» com barras

sub-cutâneas – Revisão de uma série de 23 doentes com um recuo médio de 6 anos. João Lameiras Campagnolo, Jorge Mineiro, André Grenho, Joana Arcângelo, Pedro Jordão

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

09h25 › CO 20 - Revisão de 26 casos de Espondilodiscite em Idade Pediátrica. Ricardo Simões, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Cristina Alves, Gabriel Matos

09h30 › CO 21 - Artrite séptica esternoclavicular em idade pediátrica. Rita Grazina, Henrique Sousa, Tiago Pinheiro Torres, Andreia Ferreira, Domingues Rodrigues, Lúcia Rodrigues, Mafalda Santos

09h35 › Discussão09h45 › CO 22 - Perfil clínico-epidemiológico da piomiosite numa população de clima

temperado: análise retrospectiva a 15 anos. Joana Arcângelo, André Grenho, Rosário Perry, Joana Ovídio, Catarina Gouveia, Susana Norte Ramos, Delfin Tavares

09h50 › CO 23 - Sutura meniscal no adolescente. Patrícia Wircker, T. Alves da Silva, F. Guerra Pinto, M. Duarte Silva, R. Dias, J. Caetano, J. Figueiredo, N. Côrte-Real

09h55 › CO 24 - Epidemiologia das fraturas do rádio distal pediátricas tratadas cirurgicamente e tendências de tratamento entre 2000-2014. Daniela Linhares, Mariana Cunha Ferreira, Nuno Alegrete, Manuel Ribeiro Silva, Pedro Negrão, Nuno Neves

10h00 › Discussão10h10 › CO 25 - Deformidade congénita da coluna, secundária a hemivertebra: Uma série

de 13 casos. Pedro Jordão, João Lameiras Campagnolo, Jorge Mineiro10h15 › CO 26 - Monitorização com potenciais evocados em cirurgia de escoliose –

resultados clínicos de 2 anos, Zico Gonçalves, Oliana Tarquini, Pedro Sá Cardoso, Cristina Alves, Tah Pu Ling

10h20 › CO 27 - Fraturas isoladas do Olecrâneo – Revisão de Casos e associação com Osteogénese Imperfeita, José Caldeira, Joana Ovídio, Nuno Mendonça, Marco Pato, Andreia Nunes, Bárbara Rosa

10h25 › Discussão10h35 › Poster Tour II ( Os autores dos Posters devem permanecer junto aos mesmos para

responder a eventuais perguntas dos Participantes)11h00 › Café / Coffee. 11h20 › Pé Equinovaro Adquirido / Acquired Equinovarus Foot. Moderadores/Moderators: Delfin Tavares, Inês Balacó11h20 › Etiologia e Patofisiologia / Etiology and Pathophysiology. Ana Sofia Teixeira11h40 › Avaliação Clínica e Imagiológica / Clinical and Imagiological Evaluation. Federico Canavese12h00 › Análise do Movimento no Pé Equinovaro / Motion Analysis in Equinovarus Foot.

Manuel Cassiano Neves12h20 › Discussão / Discussion.12h30 › Uma Abordagem Algorítmica para o Tratamento do Pé Cavo / An Algorithmic Approach to

the Treatment of the Cavus Foot. James G Wright12h50 › Correção das Deformidades do Pé e Membro Inferior com Fixadores Externos /

Correction of Foot and Lower Limb Deformities with External Fixators. Javier Alonso 13h10 › Discussão / Discussion.

13h20 › Encerramento e Entrega das Bolsas SPOP - Acuña Fombona e dos Prémios para o Melhor Poster e Melhor Comunicação / Closure and Delivery of the Best Oral Paper and Best Poster Awards.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

ResumosComunicações Orais

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO1: 08h30m - sexta-feira, 24 março 2017

Tratamento cirúrgico de osteoblastoma do arco posterior de D12 numa adolescente – caso clínicoJoana Monteiro Pereira, Miguel Quesado, Marcos Silva, João das Dores, Hélder Nogueira, Jorge Alves(Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, Penafiel)

Caso clínico de adolescente do sexo feminino, com 16 anos, encaminhada da consulta de Pediatria por escoliose e dor crônica dorsolombar. Sintomatologia com 1 ano de evolução, exacerbação noturna e irradiação para o flanco direito. Ao exame objetivo apresentava discreta escoliose dorsolombar e dor à palpação das apófises espinhosas na transição dorsolombar. Radiologicamente confirmou-se a deformidade, de convexidade esquerda, com ângulo de Cobb de 18º. O pedículo direito de D12 estava esclerosado e com limites mal definidos. Na TAC era visível uma lesão expansiva da metade direita do arco posterior de D12, com envolvimento parcial da pars interarticularis e pedículo. A lesão tinha expressão intracanalar, mas a RMN excluiu compressão das estruturas neurológicas. A cintigrafia óssea mostrou foco de hiperfixação marcada dos elementos posteriores de D12. Os achados imagiológicos eram altamente sugestivos de osteoblastoma. O tumor foi classificado como tipo 3 da classificação de Enneking. Foi usado o sistema de Weinstein-Boriani-Biagini para o estadiamento cirúrgico – lesão confinada às zonas 10,11, 12 e camadas B,C e D.Intra-operatoriamente foi realizada exérese da quase totalidade do arco posterior de D12, com preservação do pedículo e articulares esquerdas.Estabilização com instrumentação pedicular D11-D12-L1 e artrodese com enxerto autólogo.A doente ficou assintomática. Histologicamente confirmou-se o diagnóstico de osteoblastoma.A ressecção do tumor e a artrodese foram confirmados por TAC.Os autores enaltecem que embora não se tenha conseguido a ressecção en bloc, considerado o tratamento mais eficaz, a abordagem efetuada permitiu resolução sintomática e ausência de recidiva.A resseção total en bloc deve ser o mais precocemente possível, contudo pode ser difícil no caso da coluna, e em alguns casos é legítimo ressecar o tumor por técnica piecemeal, de modo a diminuir o risco de lesão neurológica. A resseção total proporciona resolução da dor e a instrumentação com estabilização da coluna permite evitar instabilidades futuras.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO2: 08h35m - sexta-feira, 24 março 2017

v Tracção Halo-gravitacional pré-operatória: tratamento de escoliose grave em idade pediátrica

Andreia Mercier Nunes1 , Bárbara Rosa2, Marco Pato3, Nuno Mendonça3, José Caldeira3, João Campagnolo4, Jorge Mineiro4

1Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental; 2 Serviço de Ortopedia do Hospital Vila Franca de Xira; 3 Serviço de Ortopedia do Hospital Doutor Fernando Fonseca; 4Serviço de Ortopedia do Hospital Dona Estefânia

ObjetivoO uso pré-operatório de tracção halo-gravitacional (THG) tem sido reportado como bem sucedido no tratamento de escoliose grave em idade pediátrica, evitando as complicações associadas à redução aguda da curva e a libertações anteriores adicionais. Este estudo tem por objetivo reportar os resultados obtidos na redução da curva com THG pré-operatória, no tratamento de escoliose grave em idade pediátrica, reportar complicações associadas e comparar os resultados com a evidência atual.Métodos Retrospectivamente foram seleccionados casos de escoliose em que foi utilizada THG pré-fixação interna, entre 2005 e 2016. Satisfaziam os critérios de inclusão 8 doentes. A colheita de dados incluiu: características demográficas, diagnóstico, tempo e peso de tracção, ângulo Cobb coronal pré-tracção, no final da tracção e no pós-operatório.ResultadosOito doentes foram tratados com THG previamente à fixação interna. A idade média foi de 12 anos (min 4, max 16); 3 do género masculino e 5 género feminino. Dois casos de escolioses idiopáticas e seis de escolioses secundárias. O tempo médio de THG foi 34 dias (min 26, max 48), com um peso médio correspondente a 40,5% do peso corporal (min 35,7%; max 45%).O ângulo de Cobb inicial médio foi 100,1º (min 84,5º; max 132,7º), verificando-se uma redução média de 19% (min 9,8; max 39,9) após THG. No pós-operatório precoce a redução obtida foi de 47% do Cobb inicial (min 30,7; max 67,3). Não se verificaram complicações graves durante o período de tracção.Conclusão A experiência com a técnica de THG pré-operatória parece eficaz e segura. Os resultados obtidos na nossa série são sobreponíveis aos descritos na literatura, com redução importante do ângulo de Cobb pré-operatoriamente, mesmo nos casos de escoliose secundária com curvas tendencialmente mais rígidas. Não se verificou aumento da morbilidade. RelevânciaValidar a utilização de THG na nossa experiência, bem como reportar eventuais complicações.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO3: 08h40m - sexta-feira, 24 março 2017

v Espondilólise: evolução da patologia numa serie de 22 doentesOliana Madeira, Pedro Sá Cardoso, Cristina Alves, Tah Pu Ling, Inês Balacó, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico - CHUC. EPE)

ObjetivoEspondilólise é um defeito ósseo da pars interarticularis, afetando L5 em 87% dos casos. É causa de lombalgia em adolescentes, geralmente precipitada por traumatismos de repetição (47% dos doentes são desportistas). Avaliamos a evolução da doença numa série de doentes com espondilólise sintomática.Métodos Estudo retrospetivo de doentes com espondilólise, tratados no nosso Hospital, com follow-up de 1 ano após o diagnóstico. Excluídos doentes com espondilolistese displásica. Uso de colete TLSO para tratamento dos doentes com queixas álgicas importantes, progressão da espondilolistese ou espasticidade dos isquiotibiais. Em doentes com sintomatologia menos exuberante, recomendamos tratamento analgésico e evicção desportiva.ResultadosIdentificados 22 doentes: 5 raparigas e 17 rapazes. Idade mediana 14(7-17) anos. Dor após traumatismo em 10 doentes. Dor início insidioso em 12 doentes (8 com limitação do treino desportivo). Todos com dor mecânica, sem alterações neurológicas. 18 praticavam desporto federado (12 futebol,1 hoquei,2 ginástica acrobática,3 futsal). Radiografia inicial sem alterações em 10 doentes.Diagnóstico confirmado por cintigrafia(10), TC(13) ou RM(3).21 apresentavam lesão da pars interarticularis em L5 e 1 em L3. 12 doentes com lesão bilateral e 6 unilateral.Em 9 doentes, tratamento com TLSO durante 5(4-6)meses, os restantes com evicção desportiva por 6(5-8) meses. Após 7(6-11)meses 21 doentes retomaram atividades sem limitações, 12 dos quais com mesmo nível de atividade. Após 12 meses de tratamento conservador, 1 doente manteve-se sintomático, pelo que foi submetido a tratamento cirúrgico.ConclusãoA espondilólise tem prevalência mais alta em desportistas com movimentos de hiperextensão lombar de repetição (ginastas e futebolistas), como observado na nossa serie. Tem de existir um alto grau de suspeição para o diagnóstico de espondilólise na presença de dor mecânica lombar e limitação da atividade desportiva em adolescentes. O tratamento depende da sintomatologia.RelevânciaA maioria dos adolescentes com espondilólise evolui favoravelmente com tratamento conservador.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO4: 08h55m - sexta-feira, 24 março 2017

v Atividade desportiva pré e pós operatória na escoliose idiopática do adolescente

Alfredo Carvalho, Luisa Vital (2), Marta Maio (3), André Pinho (2), Francisco Serdoura (2), Vitorino Veludo (2)(1 – CH Cova da Beira; 2 – CH São João; 3 – CH Trás-os-Montes e Alto Douro)

Objetivo: Avaliar a modificação na atividade desportiva após fusão da coluna vertebral para correção de Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA).

Métodos: Estudo observacional, retrospetivo. Doentes com EIA submetidos a fixação vertebral posterior. Variáveis: idade, género, tempo após cirurgia, estadio de Risser à data da cirurgia, tipo de curva segundo a classificação de Lenke, direção da convexidade da curva principal, angulo de Cobb da curva principal pré e pós operatório, grau de correcção da curva principal, classificação SRS-22 e atividade desportiva pré e pós operatória (grau 1 – desporto 1 vez por semana; grau 2 – desporto 2 a 3 vezes por semana; grau 3 – desporto mais que 3 vezes por semana). Parâmetros radiográficos analisados por 2 observadores independentes. Análise estatística em SPSS.

Resultados: Amostra constituída por 9 rapazes e 23 raparigas, com idade média de 15.65 anos e estadio Risser médio de 3.5. Tempo de seguimento médio de 13 meses. Seis curvas sinistroconvexas. Pela classificação de Lenke, surgiram 23 curvas de tipo I, 3 de tipo II, 5 tipo III e uma tipo V, com ângulo de Cobb pré operatório médio de 53,31ª, reduzido para 12,43ª pós operatoriamente (correção média de 40,97º). Classificação através do questionário SRS-22 média após cirurgia de 4,22. Vinte doentes mantiveram o nível de atividade desportiva (7 diminuiram e 5 aumentaram).

Conclusão: Conclui-se que a correção cirúrgica da EIA não altera significativamente a atividade desportiva do doente. A variação da atividade desportiva não teve relação estatisticamente significativa com as restantes variáveis.

Relevância: A literatura relativa à relação da EIA com a atividade desportiva é escassa e essencialmente centrada na prevalência de escoliose em atletas. A variação do nível de atividade desportiva após correção cirúrgica da EIA é um indicador de qualidade dos resultados, pelo que o seu estudo se reveste de elevada importância.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO5: 09h00m - sexta-feira, 24 março 2017

v Escoliose Idiopática do Adolescente: comparação de tipos de curvas e resultados cirúrgicos entre géneros

Alfredo Carvalho (1) Luisa Vital (2), Marta Maio (3), André Pinho (2), Francisco Serdoura (2) e Vitorino Veludo (2)(1 – CH Cova da Beira; 2 – CH São João; 3 – CH Trás-os-Montes e Alto Douro)

ObjetivoComparar tipos de curva e resultados cirúrgicos entre géneros na Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA).

MétodosEstudo observacional e retrospetivo. Doentes com EIA submetidos a fixação vertebral posterior. Variáveis: idade, género, tempo após cirurgia, estadio de Risser à data da cirurgia, tipo de curva segundo a classificação de Lenke, direção da convexidade da curva principal, angulo de Cobb da curva principal pré e pós operatório, grau de correcção da curva principal e classificação SRS-22. Análise estatística em SPSS.

ResultadosOs doentes do sexo masculino (28% da amostra) apresentaram maior idade média à data da cirurgia (16,9 vs 15,2 anos), maior estadio de Risser médio (3,56 vs 3,47) e maior variabilidade do tipo de curva segundo a classificação de Lenke, com uma proporção significativamente mais elevada de curvas sinistroconvexas (55,6 vs 4,3%). Os doentes de sexo feminino apresentaram maior angulo de Cobb pré-operatório (54,96 vs 49,1) bem como maior grau de correção de deformidade (41,96 vs 38,44º), embora sem diferença estatisticamente significativa.

ConclusãoConclui-se que os rapazes com EIA apresentam maior prevalência de curva sinistroconvexa. Não existem diferenças significativas entre géneros nos resultados do tratamento cirúrgico da EIA.

RelevânciaA literatura aponta para uma maior rigidez da EIA no sexo masculino. No entanto, escasseiam estudos que comparem dados entre géneros, pelo que o presente trabalho apresenta um contributo para a compreensão das diferenças de género na EIA, quanto ao tipo de deformidade e resultados do tratamento cirúrgico.

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CO6: 09h05m - sexta-feira, 24 março 2017 v Lesões associadas à ruptura do ligamento cruzado anteriorHugo Duarte, Renato Andrade, Rogério Pereira, Cátia Saavedra, Ricardo Vidal, Ricardo Bastos, João Espregueira Mendes(Clínica do Dragão, Espregueira-Mendes Sports Centre – FIFA Medical Centre of Excellence; Dom Henrique Research Centre)

Objetivo O objetivo desta comunicação é identificar e discriminar as várias lesões associadas à ruptura do cruzado anterior em idade pediátrica.

MétodosFoi efectuado um estudo retrospetivo dos processos clínicos dos doentes submetidos aligamentoplastia por ruptura do cruzado anterior entre os 13 e os 18 anos. A confirmação da lesão foi feita por artroscopia. Para além das lesões encontradas foram estudadas as variáveis: nível de atividade, a dominância do membro, a idade de intervenção, o mecanismo de lesão, o alinhamento dos joelhos, a amplitude de movimentos, o IMC, o dial test, o score de IKDC, KT-1000 e o Teste de Lachman.

ResultadosForam revistos 31 casos de adolescentes com ruptura do LCA com uma média de idades de 16 anos com um IMC médio de 21.7 sendo que apenas 6 praticavam desporto de alta competição (Tegner scale 9 ou 10). 15 lesões foram no membro inferior direito e 16 esquerdo com uma distribuição com 14 lesões no membro inferior dominante e 15 no não dominante). O mecanismo de lesão foi por traumatismo directo em 6 casos. 71% dos casos com lesão do cruzado anterior tiveram outra lesão concomitante: 16% no menisco interno, 29% no menisco externo e 16% em ambos. 12% tiveram lesão cartilagínea e houve ainda um caso com avulsão da espinha tibial.

ConclusõesAs lesões concomitantes à ruptura do LCA são muito frequentes por isso necessitam uma abordagem inicial mais exaustiva de forma a evitar complicações futuras.

RelevânciaSendo a ruptura do LCA o resultado de um mecanismo lesão de grande impacto, estas estão muitas vezes associadas a outro tipo de lesões que podem passar despercebidas. Conhecê-las vai permitir planear atempadamente o tratamento correcto bem como a sua reabilitação de forma a evitar as complicações a longo prazo.

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CO7: 09h20m - sexta-feira, 24 março 2017

v Escoliose Idiopática em Síndrome de Down – relato de 2 casos clínicosJoão das Dores Carvalho, Joana Monteiro Pereira, Miguel Quesado, Isabel Catarino, Marcos Silva, Carlos Sousa, Jorge Alves(Centro Hospitalar Tâmega e Sousa)

IntroduçãoA Síndrome de Down (SD) é uma doença genética propensa ao desenvolvimento de patologias da ráquis. As mais frequentes são as instabilidades no segmento C0-C2. A incidência de escoliose é desconhecida, mas existem fatores de risco associados ao seu desenvolvimento, como a institucionalização e toracotomia prévia. O seu tratamento segue os princípios vigentes para os doentes com curvaturas idiopáticas. A cirurgia está associada a elevada taxa de complicações. MétodosDoentes do sexo masculino, sem comorbilidades, história de institucionalização ou de tratamento ortótico. O primeiro caso, com 14 anos de idade e escoliose tipo 2BN de Lenke, com curvas torácica proximal com 36° de Cobb e torácica principal com 60° de Cobb. O segundo caso, de 16 anos de idade, apresentava uma escoliose tipo 1AN de Lenke, com curva torácica principal com 45° de Cobb. As curvas torácicas principais eram dextroconvexas. Ambos apresentavam Risser 5. Foram tratados com instrumentação pedicular e artrodese posterior das curvas estruturadas. ResultadosEm ambos os casos, o primeiro com 4 anos e o segundo com 12 meses de seguimento clínico, foi conseguida uma correção quase completa das curvas estruturadas. Não houveram complicações, nomeadamente infeção, pseudoartrose, cifose juncional ou agravamento das curvas compensatórias. DiscussãoA melhoria dos cuidados de saúde prestados aos doente com SD aumentou a sua esperança média de vida. A laxidez ligamentar e hipermobilidade articular generalizadas elevam o risco de descompensação de deformidades da coluna. Assim, devem ser seguidos os princípios do tratamento das escolioses idiopáticas. Nas duas únicas séries cirúrgicas publicadas até hoje, com 7 doentes cada, houveram complicações em mais de metade dos doentes.Nos casos apresentados conseguiu-se a correção e artrodese das curvas estruturadas, impedindo a sua progressão. Salienta-se a ausência de complicações.ConclusãoO tratamento cirúrgico de escoliose em doentes com SD parece ser eficaz.

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CO8: 09h25m - sexta-feira, 24 março 2017

v Encurtamento Agudo do Fémur no Tratamento de Dismetria dos Membros Inferiores – Análise Retrospetiva de 10 anos de Experiência

João das Dores Carvalho, António Lopes, Nuno Esteves, Bruno Correia, Ângelo Encarnação, Armando Campos(Centro Hospitalar do Porto)

Objetivo Caraterizar um subgrupo de pacientes com discrepância dos membros inferiores tratados através de encurtamento agudo do fémur mais longo.Material e métodosAnálise retrospetiva de doentes submetidos a encurtamento agudo do fémur entre 2005 e 2015, com mais de um ano de seguimento.Todos operados pela mesma equipa cirúrgica, o método de fixação escolhido foi uma cavilha AO rimada e bloqueada, a osteotomia de subtração realizada na região subtrocantérica.Variáveis analisadas: etiologia, comprimento da dismetria e da subtração realizada, complicações, índices funcionais das articulações adjacentes através do Harris Hip Score (HHS) e Lysholm Knee Scoring Scale (LKSS) do membro operado e grau de satisfação global dos pacientes numa escala de 0 a 10.Análise estatística em SPSS v21,ResultadosAvaliados 20 doentes de um total de 22 operados, 60% do sexo masculino e a média de idades, no momento da cirurgia, de 17 anos. As causas mais frequentes: foram doença displásica da anca 35% e encurtamento idiopático 35%. O encurtamento médio pré-operatório era 3,3cm (2-5,5) e de subtração foi de 2,69cm (2-3,3). Índices funcionais: média do HHS: 89,6, contudo, se incluirmos apenas os pacientes com encurtamento de origem idiopática a média é ainda superior 98,3; média do LKSS foi de 0,98 (0,86-1). A Uma complicação major: pseudo-artrose e 4 complicações minor: um de trombose venosa profunda e 3 de intolerância ao material de osteossíntese.Nível de satisfação global dos doentes a média foi de 8,9, não se verificando diferenças estatisticamente significativas entre os doentes com encurtamento de origem idiopática relativamente aos restantes (9vs8,8). ConclusãoApresentamos uma série de 20 doentes submetidos a encurtamento agudo do fémur com resultados funcionais, de satisfação global e número de complicações bastante satisfatórios. Múltiplas vantagens relativamente ao alongamento: hospitalização mais curta, mobilização precoce, consolidação mais rápida, menor risco de rigidez articular, bem como as condicionantes inerentes à fixação externa.

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CO9: 09h30m - sexta-feira, 24 março 2017

v Comparação da técnica de Luque Galveston e Sacral Alar Iliac no tratamento da Escoliose Neuromuscular

Raquel Marques, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, Cristina Alves; Inês Balacó, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico-CHUC, EPE)

ObjetivoAs escolioses neuromusculares são distintas das idiopáticas – rapidez de progressão, acometimento de maior número de vértebras e associação com marcada obliquidade pélvica. No tratamento cirúrgico é consensual a necessidade de correção da obliquidade pélvica, estendendo a fixação toraco-lombar à região sacro-pélvica. Propomos a análise comparativa dos resultados obtidos com a técnica de Luque-Galveston e Sacral Alar Iliac (SAI).Materiais e MétodosAnálise retrospetiva dos doentes com escoliose neuromuscular submetidos a instrumentação com extensão à pélvis entre Janeiro/2007 – Julho/2016 (follow-up mínino de 6 meses). Realizada comparação entre 13 doentes operados pela técnica SAI e 13 casos de doentes operados pela técnica Luque-Galveston. Analisou-se: idade; género; doença neuromuscular; ângulo Cobb pré-operatório; flexibilidade pré-operatória; % correção Cobb; Cincinnati Correction Index; obliquidade pélvica pré-operatória e % correção; complicações associadas. ResultadosLuque-Galveston: 10 masculino, 3 feminino, idade mediana 14(10-19); ângulo Cobb - pré-operatório mediano 101(63-132), flexibilidade pré-operatória mediana 39.6(13.51-63.49), % correção mediana 62.32(40.54-84.65), Cincinnati Correction Index mediano 1.78(1.02-4.77); obliquidade pélvica – pré-operatório mediana 32(5-62), % correção mediana 76(40-94); 2 falências de material na fixação distal (15%); 3 infeções com necessidade de extração de material (23%).SAI: 9 masculino, 4 feminino, idade mediana 15(10-17; ângulo Cobb – pré-operatório mediano 107(40-136), flexibilidade pré-operatória mediana 22.61(7.35-50), % correção mediana 56.58(23.36-95), Cincinnati Correction Index mediana 2.35(1.32-7.1); obliquidade pélvica – pré-operatório mediana 25(11-62), % correção mediana 65.5(45-86); uma infeção com necessidade de extração de material (7.7%).Nenhuma das variáveis avaliadas apresentou diferença estatisticamente significativa entre dois grupos: Cobb pré operatório p=0.426; flexibilidade p=0.13; % correção Cobb p=0.701; Cincinnati Correction Index p=0.065; obliquidade pré-operatória p=0.644; % correção obliquidade p=0.293; falência de material p=0.14.ConclusãoObteve-se correção semelhante do ângulo Cobb e obliquidade pélvica em ambas as técnicas. Destaca-se duas falências de material na técnica Luque-Galveston, sem significado estatístico.RelevânciaAs técnicas de Luque-Galveston e SAI têm resultados equivalentes no tratamento das escolioses neuromusculares.

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CO10: 09h45m - sexta-feira, 24 março 2017

v Tumores da Coluna Vertebral em Idade PediátricaRita Henriques, Inês Balacó, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Manuel João Brito, Alice Carvalho, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica, Hospital Pediátrico de Coimbra, CHUC,EPE)

ObjetivoOs tumores vertebrais são lesões raras e de difícil diagnóstico, em crianças e adolescentes. O diagnóstico precoce é essencial. Analisamos descritivamente os tumores vertebrais em idade pediátrica, tratados numa Instituição.MétodosEstudo retrospetivo dos tumores primários e metastáticos/infiltrativos com atingimento vertebral, tratados numa instituição no período 1991-2016.ResultadosIdentificámos 22 casos de tumores com envolvimento vertebral, afetando mais o sexo masculino (54,5%), com diagnóstico aos 9,58 (1-17) anos de idade. Tratámos:• 7 tumores primários benignos: 2 osteomas osteóides cervicais (arco posterior C1, apófise

articular C6 - realizada ressecção), 1 quisto ósseo aneurismático C2 (ressecção intra-lesional), 1 osteoblastoma T1 (hemilaminectomia C7-T1 e parcial T2 com artrodese C5-T3), 1 osteocondroma intracanalar L4 (ressecção tumoral e exérese arco posterior L4 com artrodese L4-L5), 1 granuloma eosinofílico da massa lateral C1 (QT e fixação C1-C2 por instabilidade atlanto-axial), 1 tumor de células gigantes do sacro (benigno-agressivo localmente, submetido a curetagem intralesional, em tratamento com Denosumab);

• 1 tumor maligno primário - sarcoma Ewing da lâmina T5 (ressecção alargada com hemilaminectomia T4, laminectomia completa T5-T6 e artrodese T3-T9, com QT e RT);

• 3 metastizações vertebrais por tumor maligno – 1 metástase de osteossarcoma T11 (corporectomia T11 e artrodese T9-T12), 1 neuroblastoma paravertebral dorsal T3-T11 (envolvimento T6-T8 e fractura patológica T7), 1 PNET metastizado T10-L1;

• 8 casos de disseminação tumoral multicêntrica e invasão vertebral, submetidos exclusivamente a QT (7 por sarcoma Ewing e 1 por osteossarcoma primitivo do fémur);

• 3 neoplasias infiltrativas - 2 casos de granuloma eosinofílico da coluna com envolvimento multissistémico; 1 caso de LLA complicado por fraturas patológicas T11-12-L1.

ConclusãoA coluna da criança pode ser afectada por tumores benignos ou malignos, primários ou metastáticos, que exigem multidisciplinaridade e uma multiplicidade de recursos para tratamento adequado.RelevânciaO diagnóstico de tumor vertebral deve ser equacionado na criança com dor vertebral ou alterações neurológicas.

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CO11: 09h50m - sexta-feira, 24 março 2017

v Tratamento do Pé Boto pelo Método de Ponseti: Resultados aos 5 Anos.Rita Henriques, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica, Hospital Pediátrico de Coimbra, CHUC,EPE)

ObjetivoMais de 90% dos pés botos podem ser corrigidos pelo Método de Ponseti. A recidiva é o problema mais importante nos primeiros 5anos de vida, atingindo 16-60% dos doentes. Pretendemos avaliar os resultados da utilização do Método de Ponseti no tratamento do pé boto idiopático na nossa instituição.

MétodosEstudo retrospetivo, incluindo doentes com pé boto idiopático, tratados numa instituição, no período 2006-2012, com follow-up mínimo de 5 anos. Excluímos doentes sindrómicos. Avaliámos a idade de início do tratamento, número de gessos, necessidade de tenotomia, taxa de recidiva precoce (idade<2 anos) e tardia (idade>2anos) e influência do uso de tala Dennis-Browne. Definimos como recidiva os casos em que houve recorrência da deformidade (equino, varo e/ou supinação).

ResultadosIncluímos 59 doentes, num total de 90 pés tratados por 9 Ortopedistas. A idade no início do tratamento foi 50±155 dias, 20meninas (34%) e 39meninos (66%). 31 doentes apresentaram deformidade bilateral. Realizámos 5,78±1,58 gessos/pé. 93% necessitaram tenotomia. Corrigimos 100% dos pés. Observou-se recidiva em 24 doentes (31 pés–34,4%), diagnosticada aos 4,14±1,77anos de idade. Em 4 doentes (16,7%) a recidiva foi precoce, tendo sido realizado tratamento com gessos Ponseti. Em 20 doentes (83,3%) ocorreu recidiva tardia. Destes, 1 foi tratado com gessos Ponseti e 19 necessitaram tratamento cirúrgico: 14 foram submetidos a tenotomia/alongamento do tendão de Aquiles e transferência do tibial anterior, 3 a transferência do tibial anterior, 2 a libertação posterior. A duração do uso de tala Dennis-Browne foi maior nos doentes sem recidiva (4,53 vs 4,12 anos no grupo de recidiva), mas esta diferença não foi estatisticamente significativa.

ConclusãoO Método de Ponseti permitiu-nos corrigir 100% dos pés botos, com taxa de recidiva 34,4% nos primeiros 5 anos de vida, sendo menor o uso da tala Dennis-Browne nestes casos.

RelevânciaO desafio mais importante no tratamento do pé boto é a prevenção da recidiva.

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CO12: 09h55m - sexta-feira, 24 março 2017

v Fraturas Vertebrais em Idade Pediátrica: Experiência de Dois CentrosPedro Sá Cardoso, João Morais, Luís Vieira, Joana Freitas, Cristina Alves, Tah Pu Ling, Nuno Alegrete(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico - CHUC, EPE e Serviço de Ortopedia - Centro Hospitalar de São João, EPE)

ObjetivoAs fraturas vertebrais em idade pediátrica variam de lesões com tratamentos não invasivos a condições com risco vital e consequências devastadoras com morbilidade grave. O objetivo deste estudo foi avaliar dados epidemiológicos, localização, lesões associadas, tratamento e complicações de fraturas vertebrais tratadas em dois hospitais centrais de referenciação de trauma pediátrico.

MétodosRevisão retrospectiva dos processos clínicos e radiografias de todas as crianças e adolescentes admitidas por fractura vertebral traumática, período 2011-2015, idade 0-17anos. Colheram-se dados referentes às duas instituições: idade, género, distribuição sazonal, mecanismo de lesão, localização, padrão, estado neurológico, lesões associadas, tratamento, internamento, complicações/procedimentos adicionais.

ResultadosIdentificados 61 doentes, excluindo-se 2 (fractura patológica-leucemia). Trinta e cinco doentes sexo masculino e 24 sexo feminino com idade média 13,5 anos (2-17). Existiram mais fraturas nos meses de verão (18). Quedas de altura (42%) e acidentes de viação (36%) constituíram os principais mecanismos de lesão. Distribuição anatómica: 18 fraturas cervicais, 21 torácicas, 18 lombares e 2 sagradas. Cerca de metade das fraturas (54%) foram isoladas; TCE (25%) e fraturas esqueleto apendicular (24%) foram as lesões associadas mais frequentes. Internamento em 71% dos doentes com demora média de 20,2dias (1-381). Tratamento cirúrgico em 11 (18,6%) doentes, 3 procedimentos de revisão. A maioria dos doentes (73%) classificados Frenkel E na admissão e 9 Frenkel A-D. Não foi possível determinar nível de lesão em 5 doentes (registos insuficientes e TCE). Avaliámos a evolução de 5 dos 6 doentes inicialmente Frenkel B-D: 1 regrediu para deficit neurológico completo (tipo A), 1 manteve o estado neurológico e 3 doentes melhoraram para tipo E. Existiram 2 óbitos (politraumatizados).ConclusãoAs fraturas vertebrais na população pediátrica não são raras e a morbilidade é significativa. RelevânciaNas fraturas vertebrais, é necessário estar alerta para lesões associadas e complicações que podem ser antecipadas.

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CO13: 08h30m - sábado, 25 março 2017

v Fraturas do epicôndilo medial em idade pediátrica: qual o melhor tratamento?

Raquel Marques, Inês Balacó; Cristina Alves; Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico - CHUC, EPE)

Objetivo A fratura do epicôndilo medial representa 10% das fraturas do cotovelo em idade pediátrica. Admite-se o tratamento conservador para fraturas in situ ou minimamente descoaptadas (desvio<5mm) e recomenda-se tratamento cirúrgico quando o epicôndilo está encarcerado no cotovelo. O tratamento é controverso nas restantes situações. Pretendemos comparar os resultados obtidos com o tratamento conservador e cirúrgico em fraturas do epicôndilo medial com descoaptação>5mm.Materiais e MétodosEstudo Caso-Controlo, incluindo doentes com diagnóstico de fratura do epicôndilo medial tratados no período 2011-2016. Dos 37 doentes identificados, excluímos 15: 10 por descoaptação<5mm; 5 por encarceramento articular. Dos 22 doentes restantes, 9 foram submetidos a tratamento cirúrgico por redução aberta e fixação interna (RAFI) e 13 foram submetidos a tratamento conservador por imobilização gessada (G). Comparámos os 2 grupos relativamente a género, idade, descoaptação radiológica, lesões associadas, complicações, arco de mobilidade e resultado funcional (QuickDash).

ResultadosNo grupo RAFI, tivemos 1 rapariga e 8 rapazes , com idade mediana 11anos(8-15), descoapatação radiológica mediana 10mm(6-17), 4 doentes apresentavam lesões associadas - luxação do cotovelo, fratura supracondiliana, tendo-se obtido bom resultado funcional em 8 casos e QuickDASH mediano 0 (0-4.5) . Em 1 doente tratado cirurgicamente houve necessidade de extração de material.No grupo G, tivemos 5 raparigas e 8 rapazes , com idade mediana 10anos(5-16), descoapatação radiológica mediana 6mm(5-13), 1 doente apresentava lesão associada - luxação do cotovelo, tendo-se obtido bom resultado funcional em 13 casos e QuickDASH mediano 0 (0-4.5). Em 0 doentes tratados cirurgicamente e 7 conservadoramente observou-se pseudartrose assintomática (54%), p=0.008.ConclusãoO tratamento cirúrgico das fraturas do epicôndilo medial com desvio>5mm não parece oferecer melhores resultados funcionais do que o tratamento conservador. A pseudartrose é uma complicação frequente do tratamento conservador, geralmente assintomática.RelevânciaPersiste controvérsia relativamente ao melhor tratamento para fraturas do epicôndilo medial com desvio > 5mm, sendo necessários estudos prospetivos.

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CO14: 08h35m - sábado, 25 março 2017

v Barras subastragalinas e calcaneonaviculares – experiência do Serviço de 2005 a 2015

João Cabral, Tah Pu Ling, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica, Hospital Pediátrico de Coimbra, CHUC,EPE)

ObjetivoAs barras társicas com sintomatologia recorrente e incapacitante têm indicação cirúrgica com o objetivo de aliviar a dor e limitação funcional. O tratamento passa fundamentalmente pela resseção da barra ou artrodese.O objetivo do estudo foi avaliar o resultado funcional dos doentes submetidos a tratamento cirúrgico por barras subastragalinas e calcaneonaviculares tanto por resseção aberta,artroscópica ou tripla artrodese. MétodosFoi realizado um estudo retrospetivo dos 32 doentes operados a barras társicas de 2005 a 2015 correspondendo a 37 barras em 16 rapazes e 16 raparigas com idade de 13,67±1,88 anos.Foram avaliados os 2 tipos de barras operadas quando à sua composição,lateralidade,idade à data de cirurgia, tipo de tratamento cirúrgico efetuado,tempo de follow-up e resultado funcional através do Foot and Ankle Outcome Score(FAOS). ResultadosA idade média à data de cirurgia foi de 14,78±1,56 anos (subastragalinas) e 13,2±1,83 anos (calcaneonaviculares). Predominaram as barras ósseas (62,2%). A tripla artrodese foi efectuada em 55,6% dos casos de subastragalinas sendo que nas calcaneonaviculares predominou a exérese da barra com interposição de gordura/cera de osso (57,1%) ou com interposição do músculo extensor brevis (35,7%). O tempo de seguimento foi de 26,73±19,33 meses. Observaram-se 3 recidivas de barras ressecadas(2 calcaneonaviculares e 1 subastragalina), 2 tratadas por tripla artrodese e outra (calcaneonavicular) por nova ressecção.Desde 2014 que também se realizam resseções artroscópicas de excelentes resultados funcionais. O resultado funcional dos doentes tratados foi FAOS 93,5 nas barras subastragalinas e 90,8 nas calcaneonaviculares. O FAOS das barras subastragalinas tratadas com tripla artrodese foi de 93,13.ConclusãoO tratamento cirúrgico das barras társicas permitiu a obtenção de bons resultados funcionais. RelevânciaApesar dos bons resultados funcionais verificados, atualmente preferimos realizar cirurgia de ressecção da barra e preservação das articulações, em detrimento da tripla artrodese.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO15: 08h40m - sábado, 25 março 2017

v Tumefação lombar como forma de apresentação atípica de espondilodiscite tuberculosa em adolescente

Miguel Quesado, Isabel Catarino, Sofia Vieira, Jorge Alves, Daniel Lopes, Fernando Silva, Carlos Sousa(Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Penafiel)

IntroduçãoA tuberculose óssea é responsável por 10% das formas extrapulmonares de tuberculose, atingindo a coluna vertebral em 50% dos casos. A ocorrência em crianças afeta quase exclusivamente os países subdesenvolvidos. O diagnóstico definitivo baseia-se na identificação do microorganismo em cultura. A terapêutica com tuberculostáticos constitui o tratamento de primeira linha, sendo que a cirurgia permanece alvo de controvérsia.

Apresentação do casoAdolescente de 16 anos, sexo feminino, recorreu ao Serviço de Urgência por tumefação lombar esquerda dolorosa com duas semanas de evolução, sem traumatismo associado. Realizou ecografia e RMN lombar que evidenciaram um processo infeccioso vertebral em L1-L2, associado a abcessos epidural e paraespinhal, com extensão abdominal inferior. Foi submetida a drenagem e confirmada em cultura a presença de Mycobacterium tuberculosis. Iniciou antibioterapia tuberculostática e colocou ortótese para estabilização da coluna. Após 20 dias de tratamento realizou TAC de controlo, que registou sinais de regressão da doença. Ao 29º dia foi submetida a instrumentação cirúrgica posterior de T12-L1-L3-L4, com discectomia e drenagem.

ResultadosNo pós-operatório apresentava melhoria do estado geral, sem lombalgias ou défices neurológicos. Teve alta ao 15º dia pós-operatório e completou um ano de antibioterapia, com remissão completa da doença.

DiscussãoOs autores apresentam um caso de espondilodiscite tuberculosa com apresentação atípica de tumefação lombar. A baixa prevalência em crianças nos países desenvolvidos e a clínica inicial indolente podem tornar o diagnóstico difícil. A antibioterapia dirigida, associada a drenagem e instrumentação cirúrgica, revelaram-se fundamentais para o sucesso obtido. Alguns estudos indicam a cirurgia na presença de instabilidade da coluna, falha da terapêutica médica, abcessos ou lesão neurológica em curso. A instrumentação por via posterior apresenta vantagens na correção da deformidade cifótica e menor perda de redução pós-operatória em comparação com a via anterior. Séries recentes sugerem a utilização da via combinada, a qual apresenta resultados igualmente satisfatórios.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO16: 08h55m - sábado, 25 março 2017

v Quisto ósseo aneurismático – uma causa rara de lombalgia no adolescente

Luísa Vital, André Pinho, Sara Almeida Santos, Luís Pedro Vieira, João Lobo, Vitorino Veludo(Centro Hospitalar São João, Porto)

IntroduçãoO quisto osséo aneurismático (QOA) representa 1,4% dos tumores ósseos primários e 15% dos tumores primários da coluna. As opções de tratamento são diversas e as taxas de recorrências variam 10-24%.

Caso ClínicoSexo masculino,16 anos,quadro de lombalgia,sem irradiação, predomínio nocturno ou alterações sensitivo-motoras. Aos 6 meses de evolução apresentava uma clínica de lombalgia com irradiação pelo membro inferior direito, refratária a medicação analgésica. Realizou exames imagiológicos simples que mostrava uma lesão lítica no corpo vertebral de L3 e o TC lombar revelou uma lesão lítica expansiva com atingimento do hemicorpo vertebral direito e elementos posteriores direitos com rarefacção cortical. Na RM uma lesão heterogénea, expansiva, lítica, multiquística, com níveis líquidos a causar efeito de massa sobre o saco dural e raízes nervosas, sem aparente infiltração ou edema circundante. O doente foi submetido a embolização previamente ao tratamento cirúrgico que consistiu na excisão da lesão por curetagem com colocação de enxerto autólogo e instrumentação transpedicular L2-L4. O exame histológico confirmou o diagnóstico. Aos 6 meses pós-op o doente encontra-se assintomático, sem sinais clinicos e imagiológicos de recidiva.

Discussão / ConclusãoAs opções de tratamento do QOA passam pela ressecção em bloco;excisão da lesão por curetagem; embolização arterial selectiva; injecções intralesionais.Quando o quisto ósseo aneurismático se apresenta como uma lesão na coluna, parte da sintomatologia pode resultar da natureza expansiva da lesão com compressão radicular, o que obriga a um tratamento de excisão, para alivio de sintomas e paragem de progressão. A excisão em bloco é um procedimento que acarreta vários riscos e a sua necessidade face ao possível comportamento benigno desta lesão deve ser tida em conta. Neste contexto, a excisão da lesão por curetagem é uma opção viável que permite retirar a lesão minimizando a instabilidade. O controlo imagiológico deve ser realizado de forma a monitorizar a evolução local e possível recidiva.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO17: 09h00m - sábado, 25 março 2017

v Necessidades transfusionais no tratamento cirúrgico de escoliose: o papel dos agentes anti-fibrinolíticos

Alfredo Figueiredo, Cristina Alves, Pedro Sá Cardoso, Oliana Tarquini, Tah Pu Ling, Inês Balacó, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico – CHUC, EPE (Coimbra)

ObjetivoA escoliose é uma deformidade tridimensional da coluna vertebral de etiologia maioritariamente idiopática. O objetivo deste trabalho foi analisar as necessidades transfusionais de doentes com escoliose submetidos a tratamento cirúrgico e o impacto dos agentes anti-fibrinolíticos.MétodosProcedeu-se ao levantamento e registo dos dados de todos os doentes com escoliose submetidos a tratamento cirúrgico no Serviço durante um período de cinco anos (2012-2016). Efectuou-se a análise estatística com o programa STATA.ResultadosIdentificou-se uma amostra global de 136 doentes. O ácido tranexâmico foi o agente anti-fibrinolítico escolhido e utilizado em 40 (29%) doentes. Neste grupo, 28 (70%) doentes eram do género feminino e 12 (30%) do género masculino. Tinham à data da cirurgia uma idade média de 14,6 (10-17) anos. 21 (53%) doentes tinham escoliose idiopática e 19 (47%) escoliose sindrómica.No grupo de 96 (71%) doentes em que não foi administrado ácido tranexâmico, 72 (75%) doentes eram do género feminino e 24 (25%) do género masculino. Tinham à data da cirurgia uma idade média de 14,2 (10-17) anos. 73 (76%) doentes tinham escoliose idiopática e 23 (24%) escoliose sindrómica.Nos doentes em que foi utilizado ácido tranexâmico, 26 (65%) necessitaram de suporte transfusional, enquanto que no grupo em que não foi administrado anti-fibrinolítico, 83 (86%) doentes necessitaram de suporte transfusional, sendo a diferença significativa (p=0.0043). No entanto, a perda média de hemoglobina nos dois grupos foi equivalente: 4.9 g/dL (1.0-7.8) no primeiro grupo e 5.1 g/dL (1.1-8.9) no segundo (diferença sem significado estatístico, p=0.408).ConclusãoA utilização de anti-fibrinolítico não diminuiu a perda de hemoglobina, mas resultou em significativa diminuição da necessidade transfusional em cirurgia de escoliose.RelevânciaNa nossa instituição, a decisão de realizar suporte transfusional em cirurgia de escoliose não se baseou exclusivamente no valor de hemoglobina e foi modificada pela utilização de anti-fibrinolítico.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO18: 09h05m - sábado, 25 março 2017

v Gesso imediato ou tração e gesso nas fraturas diafisárias?Ricardo Simões, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico – CHUC, EPE)

ObjetivoAs fraturas diafisárias do fémur em idade <6 anos são geralmente tratadas conservadoramente. O objetivo é comparar os resultados obtidos no tratamento destas fraturas por 2 métodos: tração e gesso pelvipodalico ou redução fechada e gesso pelvipodálico imediato.

MétodosEstudo caso-controlo incluindo doentes com fratura diafisária do fémur, idade<7 anos, submetidos a tratamento não cirúrgico, entre 2009-2016. Dividiram-se os doentes em 2 grupos: redução e gesso sob anestesia nas primeiras 24 horas(G) vs tração no leito seguida de gesso na Enfermaria(TG). Compararam-se os grupos relativamente ao tempo de internamento, tração e gesso, número de radiografias, alinhamento, dismetria, complicações e necessidade de tratamento cirúrgico de sequelas. Excluíram-se fraturas neonatais ou patológicas.

ResultadosGrupo (G): 22 doentes; Grupo (TG): 10 doentes. Grupo (G): Idade mediana:2 anos (1-7), 21 rapazes e 10 fraturas fémur direito. Tempo mediano de internamento 1 dia (1-11), mediana de 5 semanas no gesso, mediana de 2 radiografias durante o tempo de gesso e 3 até à alta, com seguimento mediano de 4 meses (1-15) e dismetria final mediana 7 mm (0-14).Grupo (TG): Idade mediana:2.5 anos (0-4), 8 rapazes e 6 fraturas fémur direito. Tempo mediano de internamento 8 dias (6-16), mediana de 4.5 semanas no gesso, mediana de 3.5 radiografias durante o tempo de gesso e 6 até à alta, com seguimento mediano de 11 meses (7-24) e dismetria final mediana 8 mm (2-12). Diferenças estatisticamente significativas, entre os 2 grupos, para tempo de internamento, radiografias e o tempo de seguimento (P<0.001).

ConclusãoAmbos os tratamentos garantem bons resultados clínicos e radiológicos. O tratamento por redução fechada e gesso imediato diminui o tempo de internamento e o número de radiografias, mas exige anestesia geral.

RelevânciaA radiação ionizante, tempo de internamento e necessidades anestésicas são fatores a equacionar no tratamento das fraturas diafisárias do fémur na criança.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO19: 09h20m - sábado, 25 março 2017

v Cirurgia convencional de tratamento da escoliose «precoce» com barras sub-cutâneas – Revisão de uma série de 23 doentes com um recuo médio de 6 anos

João Lameiras Campagnolo, Jorge Mineiro, André Grenho, Joana Arcângelo, Pedro Jordão(Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central )

ObjetivoAlguns autores contestam o uso de dispositivos de «crescimento» convencionais («barras sub-cutâneas») no tratamento da escoliose infantil/juvenil («precoce»). Isto deve-se ao ele-vado número de cirurgias, à elevada taxa de complicações e à perda progressiva da elas-ticidade da curva, que, na sua opinião, limitam a sua eficácia a um período de 1 a 2 anos.O nosso objetivo foi de avaliar a evolução do ângulo de Cobb, do crescimento do tronco e das soluções empregues com este tipo de tratamento, aferindo de uma eventual necessidade de modificação da nossa estratégia terapêutica destes casos.Métodos Revimos os pacientes com escoliose «precoce» tratados cirurgicamente no nosso Serviço, entre 2008 e 2016.O ângulo de Cobb, a distância T1-S1 e o crescimento do dispositivo foram avaliados, assim como a taxa de complicações.Resultados Avaliámos 23 pacientes (8masc.-15fem.), com uma idade média de 6 anos (4-9) no início do tratamento. O recuo-médio foi de 6 anos (1-9).A etiologia era idiopática (n=9), neurológica (n=4), neurofibromatosa (n=3), congénita (n=5) e metabólica (n=2).Foram realizadas 197 intervenções cirúrgicas (média de 8.6/paciente). Foram empregues: barras duplas de alongamento (USS Pediatric® - Synthes® - 19 casos) e (Medtronic® - 2 casos), e VEPTR® (Synthes®) em 2 casos.Após 6 anos de recuo médio, o ângulo de Cobb melhorou de 68º para 42º. A distância T1-S1 evoluíu de 276 para 345 mm (+69mm). O alongamento médio dentro do dispositivo foi de 44 mm. Constataram-se 45 complicações (média de 2/paciente), na sua maioria por falência dos parafusos e/ou dos ganchos; foi necessária uma cirurgia não planeada em 11 casos. Conclusão Nos casos de escoliose «precoce», as barras de alongamento convencionais dão bons resul-tados, com uma resolução mais simples das suas complicações.RelevânciaOs conceitos e os dispositivos convencionais são adequados ao tratamento da escoliose «precoce» pediátrica.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO20: 09h25m - sábado, 25 março 2017

v Revisão de 26 casos de Espondilodiscite em Idade PediátricaRicardo Simões, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso, Tah Pu Ling, Cristina Alves, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico – CHUC, EPE)

ObjetivoA Espondilodiscite é uma condição rara em crianças, que afeta o espaço intervertebral e/ou pratos adjacentes. Apresentamos os resultados obtidos no tratamento da espondilodiscite, em idade pediátrica, numa instituição.

MétodosEstudo retrospetivo das espondilodiscites admitidas de 1987 a 2012, com diagnóstico confir-mado imagiologicamente e seguimento mínimo de 5 anos. Avaliadas variáveis epidemiológi-cas, sintomas iniciais, período até ao diagnóstico, dados laboratoriais, imagiologia, necessi-dade de biópsia, tipo e duração de antibioterapia, complicações e sequelas. Aplicado score funcional Back Pain Index, por entrevista telefónica.

ResultadosIncluídos 26 doentes. Idade mediana: 2 anos (1-10 anos),57% raparigas. Localização mais frequente: L4-L5(34%) e L5-S1(27%). Tempo mediano dos sintomas ao diagnóstico: 15 dias (1–45 dias), sintomas mais frequentes: incapacidade sentar(42%) e dor lombar(42%). Febre em 31% casos. Analiticamente: leucograma mediano 11.15 x 103 (5.8 x 103-27 x 103), PCR mediana:2.2 mg/dL (0.2–20.3 mg/dL) e VS mediana:67.5 mm/h (18–114 mm/h). Hemocultu-ras positivas em 4 casos (15%). Cintigrafia realizada em 77% casos, RMN em 54% e TAC em 19%. Nenhum doente foi submetido a biópsia. Antibiótico mais utilizado: flucloxacilina(77%), tempo mediano de antibioterapia endovenosa 8 dias (4-27 dias) e total 35 dias (15-60 dias). Follow-up mediano 85 meses (33-276 meses). Sequelas radiológicas em 61% dos doentes e score funcional mediano 4% (0-12%). 2 Doentes necessitaram de terapêutica analgésica nos últimos 3 meses para dor lombar.

ConclusãoA espondilodiscite deve ser considerada perante um quadro de incapacidade em sentar-se, dor ou irritabilidade inespecífica, mesmo na ausência de febre ou alterações analíticas. O cintigrama é importante no diagnóstico e a RM tem maior sensibilidade, mas exige anestesia. Perante a hipótese diagnóstica, deve-se iniciar antibioterapia empírica, não sendo necessária biópsia diagnóstica/terapêutica se houver boa resposta clínica e laboratorial.

RelevânciaNa experiência, o tratamento conservador das Espondilodiscites permite obter bons resultados funcionais a médio prazo, apesar das alterações radiológicas.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO21: 09h30m - sábado, 25 março 2017

v Artrite séptica esternoclavicular em idade pediátricaRita Grazina, Henrique Sousa, Tiago Pinheiro Torres, Andreia Ferreira, Domingues Rodrigues, Lúcia Rodrigues, Mafalda Santos(Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, Vila Nova de Gaia)

A artrite séptica da articulação esternoclavicular (EC) constitui uma entidade nosológica atípica e rara, sendo raramente reportada em idade pediátrica e, portanto, constituindo um desafio diagnóstico.Os autores apresentam dois casos de artrite EC em idade pediátrica.Criança 16 meses, sexo masculino, trazida ao Serviço de Urgência(SU) por recusa na mobilização do membro superior direito, febre (39.5ºC), tosse e rinorreia. Os pais relatavam história de traumatismo de baixa energia na semana anterior.Objetivamente, apresentava pequena tumefação da EC direita que não fora notada pelos pais e exantema micropapular disperso.Analiticamente apresentava 10660 leucócitos/uL e velocidade de sedimentação (VS) aumentada (54 mm/h).Realizou ecografia EC que mostrou espessamento da cápsula articular e edema de tecidos moles, sugerindo artrite séptica.Iniciada antibioterapia empírica (cefuroxima 15mg/kg/dia) e realizada ressonância magnética(RM), que corroborou a hipótese diagnóstica levantada.Realizou-se artrocentese, com pesquisa de DNA bacteriano no líquido articular, identificando-se uma Kingella kingae.A criança cumpriu 15 dias de antibioterapia endovenosa e 8 dias de antibioterapia oral, com resolução do quadro.Criança 12 anos, sexo masculino, trazida ao SU por tumefação com sinais inflamatórios da EC direita. Apresentava história de rinorreia, febre e odinofagia na semana anterior.Analiticamente com 12360 leucócitos/uL, VS 42mm/h e proteína C reativa 8,96mg/dL.Realizou ecografia EC que mostrou derrame articular e edema de partes moles, sugerindo artrite séptica. Iniciou antibioterapia empírica com flucloxacilina e realizou RM que mostrou alterações inflamatórias de tecidos moles e edema medular reativo. Realizada artrocentese, com isolamento de Streptococccus pneumoniae multissensível. Cumpriu 10 dias de antibioterapia endovenosa e posteriormente antibioterapia oral, com resolução do quadro. A artrite séptica EC assume importância pela sua raridade e dificuldade diagnóstica, sendo fundamental um exame objetivo cuidado, sobretudo em crianças pequenas. O conhecimento desta entidade poderá levar a um diagnóstico precoce, contribuindo para um melhor prognóstico.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO22: 09h45m - sábado, 25 março 2017

v Perfil clínico-epidemiológico da piomiosite numa população de clima temperado: análise retrospectiva a 15 anos

Joana Arcângelo, André Grenho, Rosário Perry, Joana Ovídio, Catarina Gouveia, Susana Norte Ramos, Delfin Tavares(Hospital Dona Estefânia – Centro Hospitalar Lisboa Central)

ObjetivosCaraterizar epidemiologia, diagnóstico e evolução dos doentes com piomiosite, numa população pediátrica, num país de clima temperado.MétodosRevisão dos processos clínicos dos doentes com <18 anos diagnosticados com piomiosite, entre 2002 e 2016. Analisaram-se dados demográficos, fatores predisponentes, clínica, resultados laboratoriais e radiológicos,local da infeção, tipo, duração e resposta ao tratamento, e complicações. ResultadosIdentificaram-se 11 doentes com idade média de 7,6 anos e predomínio do sexo masculino.Três doentes (27,3%) apresentavam história prévia de trauma muscular,outros três relatavam intercorrência infeciosa recente. Apenas 3 casos ocorreram nos meses mais quentes de verão/primavera.Dor localizada nos grupos musculares afetados (100%),febre (81,8%) e claudicação da marcha (63,6%) foram os sintomas predominantes. Verificou-se envolvimento apenas dos membros inferiores.A duração média dos sintomas, prévia à admissão, foi de 7,5 dias e apenas 36,4% dos casos foram diagnosticados na primeira observação. Todos os doentes apresentavam elevação dos parâmetros inflamatórios,mas apenas em 3 se isolou o microorganismo responsável (Staphylococcus aureus meticilina sensível (n=2) foi o mais comum). A ecografia foi inconclusiva em 54,5% dos casos enquanto a RMN registou uma sensibilidade diagnóstica de 100%. A antibioterapia empírica endovenosa teve uma duração média de 17 dias, a oral de 17,6 dias.Três casos exigiram drenagem cirúrgica de abcessos locais e em dois doentes diagnosticou-se osteomielite local concomitante. Em todos a infeção foi controlada com a terapêutica instituída, sem recorrências identificadas no seguimento.ConclusõesEmbora rara,a piomiosite deve ser considerada na avaliação da dor músculo-esquelética nas crianças de climas temperados. Múltiplas vindas prévias ao SU e o diagnóstico tardio são comuns. Acreditamos que a RMN terá contribuído para o aumento dos casos diagnosticados uma vez que 82% surgiram nos últimos 6 anos do período estudado. Apesar do reduzido número de agentes isolados, antibioterapia empírica e drenagem cirúrgica apresentaram bons resultados e permanecem o tratamento de escolha.

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CO23: 09h50m - sábado, 25 março 2017

v Sutura meniscal no adolescentePatrícia Wircker, T. Alves da Silva, F. Guerra Pinto, M. Duarte Silva, R. Dias, J. Caetano, J. Figueiredo, N. Côrte-Real(Hospital Dr. José de Almeida, Cascais)

A incidência da rotura meniscal na população pediátrica tem vindo a aumentar pelo aumento generalizado da prática desportiva que se verifica nesta faixa etária. A rotura meniscal está frequentemente associada a lesões do ligamento cruzado anterior (LCA).O tratamento mais adequado para um jovem atleta com rotura meniscal depende da localização, dimensões e padrão da lesão. A maioria das roturas meniscais na população pediátrica são passíveis de reparação artroscópica, tratamento com claras vantagens de preservação do capital biológico, obtenção de melhores resultados funcionais a longo prazo e redução do fator de risco para artrose sequelar. Analisámos retrospetivamente quatro casos de rotura meniscal longitudinal tratados por sutura meniscal all-inside, com follow-up mínimo de 6 meses e idade média de 17 anos. Em um dos casos foi associada ligamentoplastia do LCA e do ligamento lateral interno. Em três casos a lesão envolvia o menisco interno e um dos casos o menisco externo. Aos 6 meses de follow-up, todos os doentes realizavam marcha autónoma e haviam regressado à atividade desportiva. Nenhum dos doentes referiu instabilidade ou sensação de bloqueio. O score funcional médio obtido foi de 95 para a escala Tegner Lysholm Knee Scoring Scale (TLKSS).A sutura meniscal tem benefícios comprovados no tratamento da lesão meniscal reparável. É uma técnica segura para aplicação em adolescentes e deve ser a primeira opção terapêutica no tratamento do jovem atleta.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

CO24: 09h55m - sábado, 25 março 2017

v Epidemiologia das fraturas do rádio distal pediátricas tratadas cirurgicamente e tendências de tratamento entre 2000-2014

Daniela Linhares, Mariana Cunha Ferreira, Nuno Alegrete, Manuel Ribeiro Silva, Pedro Negrão, Nuno Neves(Ortopedia e Traumatologia, Centro Hospitalar São João, Porto. Faculdade Medicina da Universidade do Porto)

ObjetivoDescrever a epidemiologia das fraturas do rádio distal pediátricas tratadas cirurgicamente em Portugal entre 2000-2014 e avaliar o seu tratamento.

MétodosForam incluídos todos os doentes <18a admitidos em hospitais do SNS entre 2000-2014 com fraturas do rádio distal. Diagnósticos e tratamentos foram identificados por códigos ICD-9. Os doentes foram categorizados quanto ao sexo, ano, fratura e tratamento.

Resultados6183 doentes, idade média 10.56±1.65 anos, 78.2% sexo masculino (p<0.001). 2.7% doentes apresentaram fraturas expostas (FE) e 16.6% foram submetidos a redução aberta (RA) (ambos p<0.001). Não foi observada nenhuma tendência no número de fraturas ao longo dos anos. O número de RA e de FF manteve-se relativamente estável. A probabilidade de sofrer uma FE ou ser submetido a RA não foi dependente do sexo, mas um aumento da idade associa-se significativamente ao risco de sofrer uma FE ou RA (p<0.001). O número de crianças do sexo masculino afectadas é superior ao número de crianças do sexo masculino em todas as idades e aumenta progressivamente até aos 13 anos, diminuindo depois. Há um aumento de 0.17 dias de internamento por acréscimo de ano de idade (p<0.001). O tempo de internamento médio foi de 2.43±5.33 dias, superior em FE e RA (p<0.001). 8.8% sofreram fraturas associadas, e o tempo médio de internamento aumentou 5.08 dias por cada fratura adicional.

ConclusãoVerificou-se uma maior ocorrência de fraturas do rádio distal tratadas cirurgicamente no sexo masculino com um pico pelos 13 anos, e o recurso mais frequente à RF. Mostra ainda uma relação importante entre as lesões associadas e o tempo de internamento.

RelevânciaÉ o primeiro estudo epidemiológico na população portuguesa com período de inclusão de 15 anos, que permite orientar políticas de saúde futuras.

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CO25: 10h10m - sábado, 25 março 2017

v Deformidade congénita da coluna, secundária a hemivertebra: Uma série de 13 casos

Pedro Jordão, João Lameiras Campagnolo, Jorge Mineiro(Hospital Dona Estefânia – Centro Hospitalar Lisboa Central EPE)

ObjetivoAvaliar os resultados obtidos numa série de 13 de hemivertebras; tratados cirurgicamente através da ressecção da hemivertebra e artrodese com fixação posterior transpedicular. IntroduçãoAs deformidades da coluna secundárias à presença de hemivertebras, estão associadas na sua grande maioria, a um mau prognóstico por causarem deformidades severas ou complicações neurológicas. O tratamento deve ser realizado numa fase precoce de modo a evitar deformidades severas que requeiram cirurgias mais complexas. MétodosEstudo observacional, descritivo, transversal. Identificaram-se os casos de hemivertebras tratados cirurgicamente desde 2006, através dos registos de intervenção cirúrgica. Consultaram-se os processos e os estudos radiológicos com vista à obtenção de dados. ResultadosSérie composta por 9 raparigas e 4 rapazes; média de idade na altura da cirurgia 5,5 anos (mínima: 3 máxima: 9 anos). O tipo de deformidade mais prevalente foi escoliose (77%), seguida de cifoescoliose (15%) e de Cifose (8%). Em 7 destes casos o ápex da deformidade situava-se na coluna dorsal e nos restantes 5 na coluna lombar. No diagnóstico a magnitude das curvas escolióticas tinha uma angulação média de 43,7º e a curva cifótica pura era de 65º. O tempo médio de espera até a cirurgia foi de 2,2 anos e durante este período houve um agravamento médio da curva de 5,3º. O tratamento consistiu em 12 casos na realização de uma via posterior mediana, remoção da hemivertebra e fixação transpedicular. No caso da cifose, não foi realizada a remoção da hemivertebra e a fixação foi realizada com sistema de barras de alongamento, melhorando a deformidade ao mesmo tempo que se foi alongando as barras. Com o tratamento efetuado verificouse em média uma melhoria da angulação da curva no plano coronal de 24,9º (52,3%) e de 15,9º (71%) no plano sagital. ConclusãoNesta patologia o tratamento efetuado verificou ser um método eficaz e estável na correção da deformidade, não associado a complicações major.

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CO26: 10h15m - sábado, 25 março 2017

v Monitorização com potenciais evocados em cirurgia de escoliose - resultados clínicos de 2 anos

Zico Gonçalves, Oliana Tarquini, Pedro Sá Cardoso, Cristina Alves, Tah Pu Ling(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico - CHUC. EPE)

ObjetivoAs lesões neurológicas em cirurgia de escoliose têm repercussões que podem ser potencialmente devastadoras. Existem medidas disponíveis para melhor controlar o risco de lesão medular de forma a minimizar os problemas daí decorrentes. Os avanços na instrumentação, foram acompanhados por avanços na monitorização neurofisiológica, contribuindo para a diminuição da morbilidade em cirurgias cada vez mais complexas.Os autores apresentam os resultados clínicos de 2 anos de monitorização com potenciais evocados em cirurgia de escoliose.MétodosAnálise retrospectiva dos doentes com escoliose, submetidos a correcção cirúrgica de Janeiro/2015 a Dezembro/2016. Foram analisadas as seguintes variáveis: idade; género; ângulo Cobb pré-operatório; diagnóstico; manobra que motivou a perda de potencial e manobras que o reverteram; sequelas.

ResultadosIdentificámos 60 doentes, 14 (23,33%) do género masculino e 46 (76,67%) feminino, idade média de 14,63 anos (±2,02), 36 (60%) com escoliose idiopática e 24 (40%) com escoliose não idiopática, ângulo de Cobb pré-operatório médio 73,90 (± 28,60). Em 11 doentes (18,33%) verificaram-se alterações significativas dos pontenciais evocados, que condicionaram manobras de reversão. A caracterização deste grupo de 11 doentes: 3 (27,27%) idiopáticas e 8 (72,73%) não idiopáticas, ângulo de Cobb pré-operatório médio 74,43 (±28,21). Em nenhum dos casos se verificaram seguelas neurológicas à data da alta.

ConclusãoNesta amostra, registou-se alteração do potencial num número importante de doentes, implicando manobras de reversão de modo a optimizar a recuperação. Verificou-se uma associação positiva com um maior ângulo de Cobb pré-operatório e com o diagnóstico de escoliose não idiopática (72,73%). O facto de não se verificarem alterações clínicas no pós-operatório reforça, na nossa opinião, a importância da monitorização medular na cirurgia de correcção de deformidades vertebrais.

RelevânciaEste tipo de monitorização permitiu identificar e reverter, em todos os casos a manobra que condicionou a alteração dos potenciais evocados.

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CO27: 10h20m - sábado, 25 março 2017

v Fraturas isoladas do Olecrâneo – Revisão de Casos e associação com Osteogénese Imperfeita

José Caldeira, Joana Ovídio, Nuno Mendonça, Marco Pato, Andreia Nunes, Bárbara Rosa(Hospital Dona Estefânia – Centro Hospitalar Lisboa Central EPE)

ObjetivoAs fraturas isoladas do olecrânio são raras na idade pediátrica e frequentemente associadas a osteogénese imperfeita (OI). Pretende-se determinar a frequência destas fraturas, a sua relação com a OI e características específicas associadas, na população referenciada a um hospital central.MétodosEstudo retrospetivo descritivo. Doentes operados entre Janeiro de 2008 e 2017. Consulta da base de dados do serviço, processo clínico eletrónico, classificação radiológica das fraturas e entrevista telefónica. Amostra dividida em grupo A (com OI) e grupo B (sem OI).ResultadosIdentificadas 11 fraturas isoladas do olecrânio, 4 (36,4%) associadas a OI. Grupo A: média de 11 anos [11-12], 50% do sexo masculino, mecanismo dominante foi queda da própria altura. Padrão de fratura metafisário perpendicular à superfície articular e 1 caso de epifisiólise (Salter-Harris tipo 2) Grupo B: média de 11 anos [6-11], 28,6% sexo masculino, vários mecanismos (acidentes em atividade desportiva, queda de pequena altura). Padrão de fratura metafisário perpendicular à superfície articular (5 casos), 1 caso de epifisiólise (Salter-Harris tipo 2) e 1 caso de fratura extra-articular longitudinal.DiscussãoTal como descrito na literatura, verificou-se uma frequência importante de fraturas do olecrânio associadas a OI.Idade e padrão de fratura não foram diferenciadoras, o que contraria fontes consultadas, nestas os doentes com OI costumam ter esta fratura mais precocemente e a fratura é apofisária. Verificou-se no entanto, um predomínio de quedas simples e sexo masculino no grupo com OI. Uma amostra maior seria necessária para verificar estes resultados.ConclusãoO diagnóstico de OI deve ser considerado em todas as fraturas do olecrânio independentemente da idade ou padrão de fratura. O mecanismo de queda da própria altura pode aumentar a suspeita clínica. RelevânciaDada a prevalência de OI em doentes com fratura do olecrânio em idade pediátrica, este diagnostico deve ser considerado na presença deste traumatismo.

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Resumos Posters

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v P1Instabilidade atraumática do ombro na idade pediátrica – apresentação de dois casos clínicosJoana Monteiro Pereira, Isabel Catarino, Sofia Esteves, Diogo Robles, Jorge Mendes, Carlos Sousa(Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, Penafiel)

A subluxação voluntária do ombro na infância tem uma baixa prevalência, no entanto têm-se constatado que poderão haver muitos casos que não chegam a ser referenciados, visto que não está associada a queixas álgicas. Apresenta-se normalmente no contexto de laxidez articular multidirecional e na maior parte dos casos existe acometimento bilateral.Caso clínico de dois doentes do sexo feminino, de 11 e 12 anos,referenciadas para consulta externa pelos seus médicos assistentes com história de «ressalto» voluntário dos ombros, sem dor associada ou história trauma,com 3 e 4 anos de evolução respetivamente.As doentes apresentavam capacidade de reproduzir sub-luxação anterior não dolorosa do ombro bilateralmente. Não apresentavas outras alterações evidenciáveis ao exame físico.Tratam-se de doentes sem deformidades osteoarticulares congénitas ou adquiridas,sem patologia hereditária de laxidez ligamentar. Não demonstravam sinais clínicos de hiperlaxidez ligamentar. O estudo radiológico (em subluxação e com o ombro reduzido) e ecográfico não mostravam alterações. Ambas inciaram um programa de fisioterapia para reforço da coifa dos rotadores, prática desportiva moderada,e foram aconselhadas a evitar a reprodução da subluxação.As doentes foram vigiadas regularmente,sendo que ao final do 1º ano de vigilância,se demonstravam sem capacidade para realização de sub-luxação anterior do ombro.O tratamento conservador está sempre indicado nas instabilidades não traumáticas do ombro na infância,com a obtenção de resultados favoráveis nos poucos estudos realizados.Apenas em caso de falência do tratamento conservador e, se a doente desenvolver um quadro de instabilidade não voluntária,deverá o tratamento cirúrgico ser considerado.Na avaliação a longo prazo não se demonstraram alterações degenerativas em qualquer dos doentes submetidos a tratamento cirúrgico ou conservador. Na pratica clínica devemos estar alerta para o mecanismo da instabilidade, diferenciando-o entre as instabilidades traumáticas e as não traumáticas, visto que a primeira tem um pior prognostico e tratamento entre elas difere grandemente. O tratamento conservador é a pedra basilar no tratamento deste tipo de patologia.

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v P2Utilização de abordagem lateral no tratamento cirúrgico de luxação composta da articulação metacarpo-falangica do indicador no adolescenteJoana Monteiro Pereira, Miguel Quesado, Marcos Silva, João das Dores, Hélder Nogueira, Jorge Alves(Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, Penafiel)

Caso clínico de adolescente do sexo masculino, com 16 anos,que sofreu queda sobre a mão direita em acidente desportivo. Apresentou-se no Serviço de Urgência com dor e deformidade em hiperextensão da articulação metacarpo-falângica do indicador. Na porção volar era evidente a proeminência da cabeça do 2º metacarpiano.Radiologicamente foi diagnosticada luxação da articulação metacarpo-falângica do segundo raio. Parecia haver um pequeno fragmento osteocondral associado, de localização dorsal. Foi realizada tentativa de redução fechada, sem sucesso, pelo que o doente foi proposto para tratamento cirúrgico.Optou-se por uma abordagem lateral sobre a articulação metacarpo-falângica e constatou-se interposição da placa volar e fragmento osteocondral da cabeça a bloquear a redução. Foi realizada redução e fixação do fragmento osteocondral com parafuso 1.7 mm orientado retrogradamente e re-inserção da placa volar.O dedo foi imobilizado com tala de alumínio, com a articulação metacarpo-falângica em posição funcional. À 3ª semana foi removida a imobilização. O controlo radiológico mostrava manutenção da congruência articular e o doente foi incentivado a mobilizar ativamente. À 6ª semana apresentava consolidação da fratura. Clinicamente sem dor, mas com ligeira rigidez da articulação, com défice flexão de 20º. Neste caso clinico importa realçar a raridade da lesão. A concomitância da interposição da placa volar e do fragmento osteocondral torna-a ainda mais singular.As luxações complexas metacarpo-falângicas com fragmentos osteocondrais interpostos devem ser abordadas cirurgicamente.No tratamento cirúrgico, as abordagens classicamente utilizadas são a dorsal ou a volar. Neste caso, a abordagem lateral, com o cuidado de preservação do feixe neurovascular e do ligamento colateral, permitiu a visualização e re-inserção da placa volar, assim como um acesso fácil à fixação do fragmento ostecondral da porção dorsal da cabeça do metacarpiano. A abordagem lateral parece versátil, permitindo acesso as estruturas volares e dorsais e provavelmente minimizando o risco de complicações com a cicatriz operatória.

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v P3Fratura tipo Chance em adolescente. Caso ClinicoOliana Madeira, Pedro Sá Cardoso, Cristina Alves, Tah Pu Ling, Inês Balacó, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico - CHUC. EPE)

ObjetivoAs fraturas vertebrais toraco-lombares resultam de forças de traumatismos de alta energia. A fratura de Chance é causada por mecanismo de flexão-distração. Apresentamos um caso clínico, demonstrando a associação de lesões vertebrais e abdominais.

MétodosAdolescente 16 anos de idade, género feminino, vitima acidente de viação com capotamento, transferida para o nosso hospital por fratura tipo Chance em L2 e fratura metáfiso-diáfisária do úmero direito.

Resultados Hemodinamicamente estável à chegada, abdómen doloroso e com várias lesões equimóticas. Sem défices motores ou neurológicos. TC toraco-abdomino-pelvica confirmou fratura de L2 tipo B1N0(classificaçãoAO), associada a contusão pulmonar com derrame pleural, derrame pericárdico, liquido intraperitoneal com provável lesão dos mesos. Realizada laparotomia exploradora, com ressecção intestinal parcial. Internamento em UCI. No 10º dia internamento, estável pulmonar e abdominalmente, feita instrumentação T12-L4 com parafusos pediculares e redução em compressão da fratura L2 e redução incruenta e fixação do úmero com encavilhamento retrógrado elástico. No posicionamento da doente, observada drenagem purulenta através da ferida abdominal. Cultura positiva para Candida albicans. Iniciou tratamento com fluconazol. Ao 15º dia pós-operatório drenagem purulenta através da ferida lombar. Realizada limpeza cirúrgica. Cultura positiva para Candida albicans. Tratamento com fluconazol, 24 dias, com resolução. Boa evolução clinica e radiológica de ambas as fraturas.

Conclusão Na presença de múltiplas equimoses a nível abdominal num doente com lesão vertebral é obrigatório excluir a presença de lesão intra-abdominal (equimose na parede anterior, rotura do recto abdominal lesões e perfuração vísceras e lesões mesentéricas). Na suspeita de lesão abdominal não confirmada por TC, é mandatária a realização de laparotomia exploradora. A estabilização da lesão vertebral, devera ser realizada apos cirurgia abdominal.

RelevânciaNa presença de contusão ou equimose a nível parede abdominal em doentes com lesão vertebral, deve ser sempre excluída lesão intra-abdominal.

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v P4Artrodese escapulotorácica em doente com distrofia facio-escapulo-umeralJoão Cabral, Cristina Alves, Inês Balacó, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica, Hospital Pediátrico de Coimbra, CHUC, EPE)

ObjetivoA distrofia fácio-escapulo-umeral (DFEU) atinge parcial e assimétricamente, os músculos da face, cintura escapular e membro superior. Resultam, entre outras, instabilidade do ombro e escápula alada durante a mobilidade ativa do ombro.O objetivo do trabalho consiste em descrever a técnica cirúrgica utilizada para no tratamento de um doente com DFEU e avaliar o seu resultado funcional.MétodosDoente de 16 anos,sexo masculino,com DFEU.Apresenta escápula alada à direita,com discinesia escapulo-umeral resultando uma flexão ativa máxima do ombro direito de 100º e abdução de 90º.Realizada artrodese escapulo-umeral direita com colocação de placa DCP 4.5 no bordo medial e posterior da escápula e amarragem com cerclages de aço às 3ª- 4ª- 5ª- 6ª costelas, descorticadas e com aloenxerto esponjoso interposto.ResultadosÀs 24h pós-operatórias excluiu-se hemo e pneumotórax.O doente iniciou exercícios isométricos do deltoide e mobilização ativa do cotovelo,punho e mão ao 3º dia pós-op.Manteve o imobilizador do ombro tipo Patel durante 6 semanas.Aos 4 meses pós-op apresenta uma boa evolução,com aumento das amplitudes articulares(abução 160º, flexão 160º, RI mao a L4, RE 60º),força muscular(grau 4+) e melhoria funcional nas AVDs,com DASH score de 2,27(0 ótimo – 100 péssimo).ConclusãoEstabilizando a escápula,a flexão e abdução do ombro é melhorada uma vez que o músculo supraespinhoso e deltoide, não são atingidos nesta patologia,mantendo o seu contributo na mobilidade do ombro.A utilização de placa na técnica de artrodese utilizada fortalece a construção,minimizando os riscos de fratura.A rotação da escápula a 20º do plano horizontal e fixação às 3ª, 4ª, 5ª e 6ª costelas torna a abdução e flexão ativas mais fáceis e de maior amplitude.RelevânciaA técnica de artrodese escapulotorácica utilizada resulta numa fixação estável, com um curto período de imobilização pós-operatório e sem complicações associadas.É um método que oferece um bom resultado estético e melhoria significativa da flexão e abdução do ombro com consequente melhoria funcional nas atividades de vida diária.

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v P5Osteocondroma Vertebral Intracanalar: Um Caso ClínicoRita Henriques, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, João Cabral, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico – CHUC, EPE)

ObjetivoOs osteocondromas vertebrais são raros. Apenas 9% afetam a coluna lombar e raramente atingem o canal vertebral. A maioria dos osteocondromas axiais tem crescimento lento e raramente apresentam localização intra-espinhal. Em apenas 0,5-1% existe algum grau de disfunção neurológica. A sua natureza insidiosa é responsável pelo diagnóstico tardio. Apresentamos o caso clínico de um doente com osteocondroma lombar intracanalar, descrevendo a abordagem diagnóstica e terapêutica realizada.

MétodosRapariga, 11 anos de idade, seguida em consulta desde os 9 anos por osteocondromatose múltipla familiar, que iniciou quadro de dorso-lombalgia em Novembro de 2015, sem radiculopatia. No estudo por TC, identificou-se osteocondroma intracanalar em L4. Na RM, confirmou-se lesão osteocartilagínea pediculada do corpo de L4, com procidência intracanalar e pré-foraminal esquerda e compressão da raíz L5.

ResultadosA doente foi submetida a laminectomia completa de L4 e parcial de L3 e L5, com excisão do osteocondroma e artrodese posterior L4-L5, instrumentada com parafusos e barras, não tendo sido observadas complicações. O exame histopatológico da peça de ressecção evidenciou formação óssea com componente cartilagíneo maduro compatível com osteocondroma. Aos 4 meses de seguimento apresenta boa evolução clínica, sem limitação das actividades, sem alterações neurológicas e sem evidência de recidiva.

ConclusãoA TC e RM constituem o método diagnóstico de eleição em caso de suspeita de osteocondroma vertebral, tendo a RM maior sensibilidade na detecção da cobertura cartilagínea e sinais de compressão medular/radicular. Dada a presença de sintomatologia, foi realizada a excisão do osteocondroma, laminectomia descompressiva e instrumentação da coluna, tendo-se obtido um bom resultado.

RelevânciaO diagnóstico de osteocondroma vertebral intracanalar exige elevado grau de suspeição. A ressecção deve ser equacionada em casos de crescimento progressivo e aparecimento de sinais neurológicos. Está recomendada a ressecção completa do osteocondroma, dado o potencial risco de malignização, que deve ser discutido com os Doentes e Famílias.

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v P6Epifisiólise Femoral Superior: Análise Descritiva 2011-2016Raquel Marques, Cristina Alves, Inês Balacó, Pedro Sá Cardoso; Tha Pu Ling, Gabriel Matos(Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra)

ObjetivoA Epifisiólise Femoral Superior (EFS) é uma patologia pouco frequente, definindo-se como o deslizamento postero-medial da epífise superior do fémur sobre o seu colo, afetando mais frequentemente o fémur esquerda. Ocorre geralmente na idade pré-pubertária, mais frequentemente no género masculino. A fixação in situ, é o gold standard do tratamento da EFS estável ou instável, mantendo-se em debate a fixação profilática da anca contralateral. A principal complicação é a necrose avascular (NAV). Propomos a análise descrita dos doentes com o diagnóstico de EFS tratados na nossa instituição.

Materiais e MétodosAnálise retrospetiva referente aos doentes com o diagnóstico de EFS entre Janeiro/2011 e Dezembro/2016. Obteve-se um total de 30 doentes (31 epifisiólises), com tempo mínimo de follow up de um ano. A amostra foi analisada no que respeita a: idade; género; lateralidade; classificação; tipo de tratamento; fixação profilática do fémur contralateral e complicações.

ResultadosAnálise descritiva: 17 género masculino (57%), 13 género feminino (43%), com idade média 11.867 (± 1.961); 20 lateralidade esquerda (65%), 11 lateralidade direita (35%); classificação Loder – 26 estáveis (84%) 5 instáveis (16%), classificação temporal – 1 aguda (3%) 7 aguda em crónica (23%) e 23 crónica (74%), classificação por grau de deslizamento – 19 grau I (61%), 9 grau II (29%), 3 grau III (10%); 24 fixação in situ (78%), 6 redução fechada e fixação (19%), 1 redução aberta e fixação (3%); 14 fixações profiláticas (45%); 1 NAV em EFS instável (3%); 3 reintervenções cirúrgicas (10%) – extração de material/ajuste parafusos.

ConclusãoA população descrita, apesar das limitações inerentes às caraterísticas da amostra, tem caraterísticas semelhantes às descritas na literatura, nomeadamente no que respeita ao género, idade, lateralidade, tratamento instituído e % de NAV.

RelevânciaSendo uma das principais causas de coxalgia ou gonalgia em idade pediátrica revela-se importante a sua análise descritiva, bem como a comparação dos resultados obtidos com os descritos na literatura.

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v P7Transferência de dedo do pé para a mão para reconstrução digital em malformação congénitaCláudia Martins Quinta, Cláudia Rodrigues, Luís Coutinho, Alexandre Pereira, Miguel Trigueiros, César Silva(Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Sto. António, Porto)

A simbraquidactilia envolve um espectro de deformidades congénitas da mão, definidas por uma combinação de encurtamento/ausência com fusão de dedos. A classificação proposta pela IFSSH não permite uma caracterização fácil, recorrendo-se por vezes à classificação radiológica de Yamauchi & Tanabu, baseada na sequência teratológica.Desconhece-se a etiologia, suspeitando-se ser um defeito da mesoderme. Poderá ocorrer em contextos de síndrome de Poland ou de hipoplasia da mão unilateral associada a ausência da musculatura da cintura escapular.Estima-se que a sua incidência seja de 1 caso para cada 10000 nascimentos.Dependendo do nível classificação e da idade, a cirurgia é um tratamento que poderá melhorar a função (e eventualmente, a estética).Apresentamos o caso clínico de uma criança do sexo feminino, de 3 anos de idade, enviada à consulta da nossa instituição por uma deformidade congénita bilateral das mãos. Não apresentava outras patologias diagnosticadas, e a história patológica pré-natal e de doenças hereditárias era negativa. Clinicamente, à esquerda apresentava uma deficiência longitudinal central típica, e à direita, uma ausência de todos os dedos da mão excepto do polegar (que apresentava um ligeiro desvio radial por uma falange acessória). Nas radiografias, destaca-se na mão direita uma agenesia do 2º, 3º, 4º e 5º raios, podendo ser classificada como uma malformação tipo 5 (ametacarpia) de Yamauchi&Tanabu.Foram explicadas aos pais as opções terapêuticas neste contexto, nomeadamente os potenciais benefícios funcionais e o impacto estético de uma transferência de dedo do pé para a mão direita. O objetivo desta cirurgia seria permitir a função de pinça. Após avaliação da vascularização do pé dador (direito) por eco-doppler, foi feita a transferência do 2º dedo do pé para a base do 4º metacárpico da mão direita, aos 5 anos de idadeUma semana depois, houve necessidade de complementar este tratamento com um enxerto livre de pele. Posteriormente, no acompanhamento em consulta externa, constatou-se boa evolução da cicatrização e da vascularização quer da zona receptora, quer da zona dadora. Aos 12 meses de pós-operatório, verifica-se que a doente consegue efectuar facilmente pinça (feita essencialmente à custa da mobilidade do polegar).

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v P8Fratura-avulsão da tuberosidade da tíbia em adolescentes – associação com a obesidade?André Costa, Cecília Barros, Daniel Freitas, Ricardo Maia, Rui Duarte, Nuno Tavares, Manuel Vieira da Silva(Hospital de Braga)

As epífises proximal da tíbia e da tuberosidade anterior (TAT) são os dois centros de ossificação da tíbia proximal durante o desenvolvimento, cujo encerramento progride desde a região posterior e em direção distal. Em idade próxima da maturação óssea, o período mecanicamente vulnerável, a contração excêntrica do músculo quadricipital pode levar a uma fratura-avulsão da TAT. É uma entidade rara, mas mais frequente no sexo masculino e no desporto de competição por associação a um músculo quadricipital mais desenvolvido.Recentemente, tem-se reportado que a obesidade parece elevar o risco de fraturas fisárias, algo que não tinha sido estabelecido anteriormente.Analisamos todos os casos admitidos no nosso Serviço entre Janeiro 2013 e Dezembro 2016 com o diagnóstico de fratura-avulsão da TAT.Foram registados sete casos, todos do sexo masculino, com idade média de 14 anos, e todos com episódio traumático em contexto desportivo recreacional, excetuando um caso em competição de salto à corda acrobático (role skipping). Segundo a classificação de Odgen, cinco apresentavam fratura-avulsão Ogden tipo III e dois Odgen tipo II. Um caso apresentava excesso de peso (IMC P85-95 para o sexo e idade) e três casos apresentavam obesidade (IMC ≥ P95), representado uma incidência de 57% de casos com peso aumentado. Destes, dois foram classificados em Odgen tipo III e dois em Odgen tipo II.A obesidade aumenta a suscetibilidade de alterações fisárias em patologias como a Doença de Blount e a epifisiólise proximal do fémur. Segundo a literatura, os obesos têm um risco de fratura fisária duas vezes superior e as causas parecem ser multifatoriais. Embora de tamanho limitado e sem significado estatístico, esta amostra tem uma percentagem considerável de obesos que nos permite afirmar uma tendência aumentada de fraturas-avulsão da TAT nessa população, corroborando o resultado de outros trabalhos; não podemos constatar uma associação entre a obesidade e algum padrão de fratura-avulsão.Em conclusão, esta amostra reforça a tendência para um risco aumentado de fraturas fisárias traumáticas na população adolescente obesa.

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v P9Epifisiólise da cabeça do fémur e obesidade – Evolução nos últimos 10 anosRita Russo Belo, Ana Rita Batista, Vânia Martins, Cristina Cândido(Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real)

IntroduçãoA epifisiólise da cabeça do fémur (ECF) é o distúrbio da anca mais comum em adolescentes. Carateriza-se pelo deslizamento anterossuperior da metáfise em relação à epífise da cabeça do fémur. Esta patologia pode ser idiopática ou estar associada a obesidade ou outras condições, como endocrinopatias ou problemas metabólicos. A incidência desta patologia está a aumentar devido ao aumento da obesidade infantil.

ObjetivoCaraterizar a etiologia dos casos de ECF internados no Serviço de Pediatria de um hospital de nível II.

Métodos Foram analisados os processos clínicos das crianças e adolescentes com o diagnóstico de ECF internados no Serviço de Pediatria entre agosto de 2006 e agosto de 2016.

ResultadosDurante este período, foram internadas 12 crianças e adolescentes com o diagnóstico de ECF, com um ligeiro predomínio do sexo masculino (58,3%). A média de idade à data do internamento foi 12,6 anos (mínimo 10,3 e máximo 15,0 anos). Metade dos internamentos ocorreu nos primeiros 5 anos do período estudado. Em 75% dos casos, o índice de massa corporal (IMC) à data do internamento era superior ao percentil 97 para a idade e nos restantes estava compreendido entre o percentil 50 e 85. Após o internamento, um terço dos doentes iniciou seguimento em consulta de Nutrição e de Pediatria e, destes, metade baixou de percentil de IMC.

ConclusõesNo nosso grupo de estudo, a maioria dos casos de ECF está associada à obesidade. É importante manter seguimento em consulta de Pediatria e Nutrição após o internamento.

RelevânciaA incidência crescente de obesidade em crianças e jovens é um problema importante na nossa sociedade.

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v P10Gonalgia Pós-Traumática em Idade Pediátrica – Uma Apresentação Inesperada de Sarcoma de EwingRicardo de Oliveira Henriques1 , Catarina Borges2, Helena Canilhas1, Inês Castiço1, Conceição Margalha1

(1 Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Beja; 2 Serviço de Pediatria, Hospital José Joaquim Fernandes, Beja)

Caso ClínicoDescreve-se o caso de uma adolescente de 13 anos, previamente saudável, que recorreu à consulta do CS por gonalgia à direita com 20 dias de evolução, após traumatismo do joelho no contexto de queda da própria altura durante a prática de exercício físico. No dia da queda foi observada no SU de Ortopedia e sem achados radiográficos valorizáveis, teve alta medicada com anti-inflamatório, no entanto sem alívio das queixas álgicas. Ao exame objetivo na consulta do CS apresentava edema, dor à palpação das faces lateral e patelar do joelho direito, choque da rótula duvidoso e limitação do movimento em hiperextensão. Realizou ecografia de partes moles que não demonstrou alterações, tendo sido optimizada terapêutica analgésica e dada indicação para repouso. Por agravamento da sintomatologia, a qual impossibilitava a realização de carga no membro, regressou à consulta duas semanas depois. Considerando a evolução temporal e a intensidade da dor (10 em 10 na escala subjetiva), optou-se por realização de TC do joelho direito que revelou lesão osteolítica na metáfise distal do fémur. A biópsia óssea confirmou o diagnóstico de Sarcoma de Ewing e a adolescente foi encaminhada para o hospital de referência. A referir história familiar de primo paterno com tumor ósseo do joelho, metastizado aos 17 anos. ConclusãoO presente caso ilustra a importância da avaliação clínica na orientação diagnóstica e terapêutica da nossa prática, alertando-nos para a importância de repensar as hipóteses diagnósticas perante o insucesso de abordagens iniciais, mesmo quando os meios complementares são tranquilizadores.

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v P11Osteomielite multifocal no recém-nascidoElisa Martins Silva1, Inês Viegas1, Sara Pinto2, Raquel Carvalho3, José Gonçalo Marques2, Graça Lopes3

(1 - Departamento de Pediatria, Hospital de Santa Maria, CHLN, Centro Académico de Medicina de Lisboa; 2- Serviço de Infeciologia pediátrica, Departamento de Pediatria, Hospital de Santa Maria, CHLN, Centro Académico de Lisboa; 3-Unidade de Ortopedia Infantil, Serviço de Ortopedia, Hospital de Santa Maria, CHLN, Centro Académico de Medicina de Lisboa.)

IntroduçãoA osteomielite é rara no recém-nascido sem fatores de risco (prematuridade, infeção cutânea, parto complicado). A infeção por Staphylococcus aureus associa-se a maior gravidade e infeção multifocal.

Caso ClínicoRecém-nascido, sexo feminino, antecedentes irrelevantes. Ao 13º dia de vida apresenta edema do tornozelo esquerdo. Adicionalmente, à observação encontrava-se febril e com novas tumefações (ombro esquerdo e joelho direito). Apresentava leucocitose com neutrofilia e PCR 34,5mg/dL e ecografia com coleções purulentas subcutâneas no 1/3 superior da tíbia direita e recessos articulares do ombro esquerdo, com epifisiólise da cabeça do úmero. Foi submetida a drenagem do joelho direito e iniciou antibioterapia empírica, tendo sido isolado posteriormente MRSA no exsudado purulento drenado. Manteve dor de difícil controlo e progressão multifocal - nova tumefação na coxa esquerda. Foi submetida a artrotomia do ombro esquerdo e joelho direito. Posteriormente, surge edema de joelho e anca à esquerda, caracterizado por ecografia - densificação das partes moles do fémur esquerdo e disrupção da sua cortical a nível distal. Submetida novamente artrotomia, do joelho esquerdo e drenagem de abcesso da anca esquerda. Cumpriu 8 dias de gentamicina, 7 semanas de rifampicina e 3 semanas de vancomicina seguidas de 6 semanas de linezolide oral, sem aparente toxicidade. O rastreio de imunodeficiências não revelou alterações valorizáveis. Follow-up, aos 17 meses, sem novas infeções graves. Como sequelas, apresenta marcha com apoio em rotação interna à direita, limitação da abdução da anca esquerda e radiologicamente, deformidade das epífises umeral e femoral à direita. Mantém fisioterapia e seguimento anual em consulta de Ortopedia.

ConclusãoO atingimento multifocal e anormal crescimento ósseo subsequente são complicações da osteomielite, mais frequentes no recém-nascido e na infeção por MRSA, como exemplificado neste caso. Embora rara, esta infeção pode surgir sem fatores de risco identificáveis.

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v P12Osteocondroma do astrágalo – acerca de um casoAntónio Sérgio Gonçalves, Ricardo Simões, Sara Monteiro, João Gonçalves, Virgílio Paz Ferreira, Fernando Carneiro(Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada, São Miguel, Açores)

IntroduçãoOs Osteocondromas são lesões comuns que constituem 20% – 50% de todas as lesões tumorais benignas e 10% – 15% de todos os tumores ósseos, sendo raras no pé e tornozelo.As lesões tumorais ósseas no pé, têm uma incidência de 3%, ocorrendo 8-23% destas no astrágalo. A incidência de transformação maligna do osteocondroma é de 1 –2%.As lesões podem ser sésseis ou pediculadas, solitárias ou múltiplas (síndrome hereditária de exostose múltipla), ocorrendo durante o período de crescimento e cessando quando se encerram as fises. As manifestações clínicas incluem dor mecânica, edema do tornozelo, massa indolor, e diminuição do arco de movimento. O tratamento das lesões varia desde vigilância (assintomático), a excisão completa (sintomático) para evitar recidiva.

Caso Clínico13 anos, sexo M, com história de uma massa de consistência dura na face dorsal do pé esquerdo, referindo dor à flexão dorsal do pé e limitação nesse arco de movimento. O Rx mostrava uma exostose no colo do astrágalo de grandes dimensões. Foi operado por abordagem direta e feita excisão da lesão, seguido de descarga parcial cerca de 3 semanas. O exame anatomo-patológico confirmou tratar-se de um osteocondroma. Nas reavaliações em consulta e até à altura da última reavaliação – 6 meses, o Rx mostrava boa evolução, sem imagens sugestivas de recidiva, mobilização do tornozelo livre e indolor, sem claudicação e sem limitação nas suas AVD’s.

ConclusãoApresentamos um caso de osteocondroma com uma localização pouco habitual – no astrá-galo – e que interfere com a função do tornozelo. Nestas situações está indicada a excisão da lesão.

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v P13Tratamento cirúrgico de uma sleeve fracture do pólo inferior da rótula numa criança – apresentação do caso clínicoJoana Monteiro Pereira, Miguel Quesado, Marcos Silva, João das Dores, Hélder Nogueira, Jorge Mendes, Jorge Alves(Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, Penafiel)

As fraturas da rótula do tipo sleeve são particulares ao esqueleto imaturo. Definem-se como uma avulsão de um fragmento osteocondral e acometem mais frequentemente o pólo inferior do osso. O seu diagnóstico pode der dificultado pela falta de evidência radiológica da lesão. As fraturas com desvio requerem tratamento cirúrgico e existem várias técnicas descritas para o efeito. Os autores não encontraram, na literatura, nenhum caso em que tenha sido utilizada a reinserção com sistema de ancoragem.Caso clinico de uma criança do sexo masculino, com 9 anos de idade, que iniciou dor e incapacidade funcional súbita após uma contração excêntrica do quadricípite ao saltar à corda. Ao exame objetivo apresentava edema e incapacidade de extensão ativa do joelho. No estudo de imagem era visível um fragmento ósseo desviado do pólo inferior da rótula. Durante a intervenção cirúrgica confirmou-se a fratura-avulsão de um pequeno fragmento osteocondral, configurando uma fratura do tipo sleeve. A quantidade de cartilagem era exígua, pelo que se optou por reinserir o tendão rotuliano com 2 âncoras metálicas de 3.5 e sutura da porção anterior do periósteo. O doente foi imobilizado 3 semanas, período após o qual cumpriu um longo período de reabilitação. Após cinco anos de seguimento clinico apresenta como sequelas, dor intermitente na face anterior do joelho e incapacidade para a prática desportiva. O arco de mobilidade estava restaurado.A utilização de uma banda de tensão e a reconstrução da cartilagem articular são os princípios-chave no tratamento cirúrgico destas lesões. Neste caso clinico, as caraterísticas do fragmento osteocondral não permitiram utilizar tais princípios, pelo que se optou pela reinserção com um sistema de ancoragem. Embora o diagnostico e tratamento tenham sido realizados atempadamente, o doente ficou com sequelas importantes.

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v P14Fratura Avulsão do Pequeno Trocânter – A propósito de um caso clínicoLuís de Almeida Maia, Maribel Gomes, João Moura, Ricardo Marta, Joana Costa, Tiago Barbosa, Pereira Mendes(Serviço de Ortopedia e Traumatologia, Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães)

A fratura isolada do pequeno trocânter é um evento clínico bastante raro, compreendendo menos de 1% de todas as lesões localizadas à bacia. São mais frequentes no contexto de trauma desportivo. A população mais afectada são os jovens do sexo masculino entre os 13 e os 19 anos. É compreendido que se trata de uma contracção violenta do músculo psoas-íliaco na sua inserção distal criando um desiquílibrio entre a placa epifisária do pequeno trocânter e o próprio músculo.Relatamos um caso clínico de um doente do sexo masculino com 12 anos idade, que recorreu ao Serviço de Urgência com dor ao nível da face antero interna da coxa direita e impotência funcional do membro inferior ipsilateral, após traumatismo indirecto com movimento de hiperextensão em jogo de futebol. Não se verificaram alterações neuro-vasculares.O exame radiográfico evidenciou uma fratura avulsão isolada do pequeno trocânter do fémur direito com desvio inferior a 2cm.Foi submetido a um protocolo de tratamento conservador, sendo seguido em regime de Consulta Externa, com excelente resposta clínica.Trata-se portanto de uma identidade patológica rara cuja investigação e terapêutica adequadas traduzem num outcome clínico muito favorável ao doente.

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v P15Um caso de fratura basicervical na criançaAntónio Sérgio Gonçalves, Ricardo Simões, Sara Monteiro, João Gonçalves, Pedro Amaral, Fernando Carneiro(Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada, São Miguel, Açores)

IntroduçãoEntidade rara (<1% das fraturas pediátricas) estando associada a trauma de alta energia/politrauma e com complicações potencialmente graves: Necrose avascular da cabeça do fémur (0-92%.), pseudartrose, coxa vara, encerramento fisário prematuro. A classificação d Delbet inclui 4 tipos e é prognóstica para o potencial de necrose avascular: Tipo 1 - 38%, Tipo 2 - 28%, Tipo 3 - 18%, Tipo 4 - 5%. A radiografia simples habitualmente permite o diagnóstico e a TAC ou a RMN podem definir melhor o padrão de lesão. O tratamento urgente deverá ser efetuado preferencialmente antes das 12 horas, para evitar sequelas sendo adaptado à idade da criança e baseada no tipo de fratura, variando desde redução fechada, gesso pelvi-cruro-podálico e a fixação interna. Pode estar indicado um tempo de imobilização gessada de 8 a 10 semanas.

Caso Clínico8 anos, sexo M, Défice de atenção e Hiperactividade, com história de acidente de viação. Clinicamente - encurtamento e rotação externa do membro inferior esquerdo e dor na anca esquerda, sem alterações neurovasculares. O Rx mostrava fratura basicervical (Delbet tipo III).Operado de urgência por abordagem externa e osteossíntese com 2 parafusos canulados de 7mm com anilhas e imobilização com gesso pelvi-cruro-podálico que manteve durante 6 semanas, seguido de descarga parcial.Nas reavaliações em consulta, o Rx mostrava fratura consolidada aos 6 meses. Na última reavaliação (10 meses), Rx sem sinais que evidenciassem NAV, discretamente varizada (10º), mobilização da anca indolor, sem dismetria e ligeira claudicação na corrida.

ConclusãoEstas fraturas são uma entidade rara, cuja complicação mais temida é a NAV da cabeça do fémur. O tratamento precoce é fundamental para minimizar as complicações e eventuais sequelas.

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v P16Será a tração halogravitacional pré-operatória eficaz no tratamento da escoliose (> 80 º)?Ricardo Simões, Tah Pu Ling, Pedro Sá Cardoso, Cristina Alves, Inês Balacó, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico – CHUC, EPE)

ObjetivoAvaliar a eficácia e segurança da tração halo-gravitacional pré-operatória para escolioses com curvas > 80º, entre os de 2013 e 2016, num Serviço de Ortopedia Pediátrica.

MétodosEstudo retrospetivo descritivo. Amostra: 7 casos de escolioses pediátricas com um follow-up mediano de 9.5 meses: 4 escolioses idiopáticas infantis progressivas, 2 escolioses congénitas e uma escoliose neuromuscular. Foram analisadas as variáveis: idade, sexo, Cobb pré e pós-tração halo-gravitacional, correção do Cobb conseguida, tempo em tração, peso final da tração e respetiva percentagem do peso corporal, translação da vértebra apical e comprimento de T1-S1. Em 3 casos foi realizado um tempo posterior definitivo (Artrodese Posterior Instrumentada) e em 4 casos foi realizada um sistema de barras de crescimento (MAGEC).

ResultadosIdade mediana aquando da cirurgia: 9.8 anos (4 – 14 anos). 2 do sexo masculino e 5 do sexo feminino. Cobb pré-tração halo-gravitacional mediano: 96º (83 – 115 º), Cobb pós-tração halo-gravitacional mediano: 72º (55 – 89º). Correção do Cobb mediano: 28% (11-43%). Tempo mediano de tração: 48 dias (40-98 dias). Peso final da tração mediano: 15,5 kg (9-19 kg) e percentagem do peso corporal mediano: 55% (48-67%). Correção de translação da vertebra apical mediana: 20 mm (2-44 mm) e o aumento do comprimento T1-S1 mediano: 41 mm (23-102 mm).Como complicações: 2 casos de infeção dos pinos, com melhoria com antibioterapia. Sem complicações neurológicas. Um dos casos apresentava alterações anatómicas cervicais e, mesmo assim, foi possível a tração HG.

Conclusão Apesar das limitações inerentes a uma amostra pequena, a tração halogravitacional mostrou ser um método seguro e eficaz como parte do tratamento das escolioses grave, que são sempre complexas de tratar.

RelevânciaA tração halo-gravitacional é um co-djuvante importante no tratamento das escolioses pediátricas.

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v P17Tratamento de adolescente com cifoescoliose congénita por hemivértebra, através da ressecção da hemivértebra e instrumentação posterior em tempo único – apresentação do caso clínicoJoana Monteiro Pereira, Miguel Quesado, Marcos Silva, João das Dores, Hélder Nogueira, Carlos Sousa, Jorge Alves(Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, Penafiel)

A cifoescoliose congénita decorre da falha na formação e/ou segmentação das vértebras.As variantes segmentada ou semi-segmentada das hemivértebras,podem levar ao crescimento anómalo e não equilibrado da ráquis,condicionando dor e incapacidade funcional. A compressão e/ou estiramento do cordão medular na área deformada aumenta o risco de desenvolvimento de sintomas neurológicos.Nos casos progressivos o tratamento conservador não é eficaz e deve-se optar pelo tratamento cirúrgico. Caso clínico de um adolescente do sexo masculino,com 13 anos de idade e antecedentes de prematuridade. Apresentava uma cifoescoliose pouco flexível no teste de Adams.Radiograficamente era evidente uma cifoescoliose congénita rígida,por hemivertebra em D7.A escoliose tinha 43° de Cobb e o ângulo de cifose dorsal media 82° de Cobb.O doente tinha Risser 2.Foi realizada TAC com reconstruções para planeamento operatório. A cirurgia foi realizada num único tempo por via posterior,com o doente sob monitorização neurológica.Foi ressecada a hemivértebra e discos intervertebrais adjacentes,corrigida a deformidade com auxílio de instrumentação pedicular segmentar e realizada artrodese posterior com enxerto autólogo.Não foram registadas complicações.Correcção dos ângulos no plano coronal para 6°, e sagital para 54°. Três anos após a cirurgia,o doente estava assintomático e radiologicamente sem perda de correção.O tratamento cirúrgico clássico das cifoescolioses por hemivértebra,engloba a realização de uma abordagem combinada,que implica longos tempos operatórios,com consequente aumento das taxas de morbilidade e complicações.Nas ultimas décadas foram introduzidas técnicas de resseção e instrumentação posterior em tempo único.Apesar da elevada complexidade técnica,e de maiores riscos neurológicos,estas vias permitem obter bons resultados. Estudos comparativos entre as duas técnicas demonstraram resultados clínicos, radiológicos e de qualidade de vida comparáveis.Este caso clinico é mais um exemplo que corrobora a utilidade das vias posteriores únicas no tratamento das cifoescolioses por hemivértebra.

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v P18Fratura da tuberosidade anterior da tíbia – tratamento cirúrgico ad minimum a propósito de um caso clínicoRicardo Ferreira, João Protásio, David Pinto, Tiago Coelho, Diogo Gaspar, Jean-Michel Fallah, Manuel Leão(Hospital Garcia de Orta)

IntroduçãoA fratura da tuberosidade anterior da tíbia (TAT) é uma patologia rara, mais frequente em rapazes no final do crescimento, com incidência entre 0.4 e 2.7%. Está associada a uma contração violenta do quadricípite e nos casos com desvio, a opção cirúrgica com redução aberta e osteossíntese com parafusos é a mais frequentemente utilizada.

Caso clínicoApresentamos um caso clínico de um rapaz de 15 anos (A.F.A.S.), com dor e limitação funcional do joelho esquerdo, após movimento de extensão contrariada em apoio durante prática de futebol, com fratura da TAT, classificável com um grau IIB de Ogden.

TratamentoRealizou-se redução cruenta da TAT e estabilização com: (1) sutura em banda de tensão com fita de PDS através do tendão rotuliano e através de túnel ósseo na metáfise tibial; (2) sutura do periósteo tuberositário; (3) imobilização em extensão com tala cruropodálica.A evolução pós-operatória foi favorável, retirando tala às 5 semanas e tendo indicação para iniciar mobilização passiva com flexão gradual.Às 8 semanas iniciou Fisioterapia e extensão ativa sem resistência, verificando-se ausência de dor, integridade do mecanismo extensor. Às 12 semanas regressou gradualmente à corrida e aos 5 meses, apresentava-se sem défices de ADM e com regresso em pleno ao desporto. Radiologicamente mantinha redução anatómica da TAT e sinais de consolidação.

DiscussãoO tratamento das fraturas da TAT inclui várias alternativas ortopédicas e cirúrgicas. A correta classificação do tipo de fratura e a avaliação do desvio, é um requisito essencial para a redução eficaz destas lesões e para evitar eventuais complicações, nomeadamente a consolidação viciosa com afetação do mecanismo extensor, patela alta ou baixa e o recurvatum.

ConclusãoApresentamos um caso de fratura da TAT com indicação cirúrgica formal com tratamento bem sucedido sem recurso a material de osteossíntese clássica, reduzindo a interferência com as fises e eventuais complicações por intolerância ao material.

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v P19Síndrome de Wartenberg e Tenossinovite de De Quervain no mesmo doente – um caso raro em idade pediátricaRicardo Ferreira, João Protásio, David Pinto, Tiago Coelho, Diogo Gaspar, Jean-Michel Fallah, Francisco Mercier(Hospital Garcia de Orta)

IntroduçãoO Síndrome de Wartenberg consiste numa neuropatia por compressão do ramo superficial sensitivo do nervo radial, fazendo diagnóstico diferencial com a Tenossinovite de De Quervain. Em alguns casos os dois síndromes podem estar presentes. Sendo uma patologia mais frequente na idade adulta, existem escassas referências bibliográficas em relação à incidência e atitudes terapêuticas desta patologia em idade pediátrica.

Caso clínicoApresentamos um caso clínico de uma rapariga de 15 anos (I.M.C.) que iniciou um quadro compatível com Tenossinovite de De Quervain à direita, seguida durante cerca de 1 ano pelo seu Médico de Família, com fraca resposta clínica a tratamentos de Fisioterapia e infiltração com anti-inflamatório.Observada em consulta de Ortopedia, apresentava testes de Finkelstein e Eichhoff positivos mas apresentava igualmente sinal de Tinel positivo sobre o ramo radial do nervo radial e parestesias agravadas com a pronação e desvio cubital do punho.Optou-se por tratamento conservador inicial, com uso de ortótese, analgesia e AINE em SOS durante cerca de 4 meses, com persistência das queixas.Foi submetida a secção do 1º compartimento extensor do punho e libertação do ramo superficial do nervo radial. Foi feito encerramento com suturas absorviveis e infiltração com anti-inflamatório na zona de aderências entre o músculo brachioradialis e o extensor carpi radialis longus.A evolução pos-operatória foi favorável e às 3 semanas de operada, a doente apresentava boa evolução cicatricial e teste de Finkelstein e sinal de Tinel negativos. Aos 4 meses de operada mantinha-se sem queixas álgicas e sem parestesias. ConclusãoO Síndrome de Wartenberg e a Tenossinovite de De Quervain são lesões pouco comuns em idade pediátrica; o seu diagnóstico diferencial não deverá excluir a possibilidade, embora menos frequente, da ocorrência em simultâneo das duas patologias. São essencialmente abordadas de um ponto de vista conservador mas o tratamento cirúrgico para os casos refratários apresenta igualmente bons resultados.

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v P20Artrite séptica do joelho por Candida albicansCecília Sá Barros, Luís Filipe Rodrigues, Ricardo Maia, Maria do Carmo Ferreira, Elisabete Ribeiro, Manuel Vieira Da Silva(Hospital de Braga)

IntroduçãoA artrite séptica por Candida spp. é uma situação rara, habitualmente associada a disseminação hematogénea em candidíase sistémica grave no contexto de imunodepressão. Em crianças, a Candida albicans é a terceira causa mais comum de infeções nosocomiais com disseminação hematogénea, o que poderá mudar a frequência com que estas situações surgem na prática clínica. Apresentação do casoDescrevemos o caso clínico de um lactente prematuro, atualmente com 20 meses de idade corrigida, com antecedentes de sépsis neonatal por Candida albicans, complicada por meningoencefalite e tetraparesia espástica sequelar.Aos 3 meses de idade corrigida, desenvolveu sinais inflamatórios do membro inferior direito com edema e rubor discreto da coxa, sem febre ou sinais de atingimento sistémico. Analiticamente, apresentava 11 mil leucócitos por microlitro sem neutrofilia , elevação da PCR (58 mg/L) e velocidade de sedimentação (67 mm/1ªh). Pela suspeita inicial de celulite, iniciou-se antibioterapia empírica intravenosa, verificando-se o agravamento clínico com desenvolvimento de flexo do joelho direito e queixas álgicas sustentadas à mobilização desta articulação.Na suspeita de artrite séptica do joelho, foi realizada artrotomia do joelho direito e lavagem articular, que permitiu identificar exsudado fibrinoleucocitário, sem evidentes focos de lesão condral. No estudo microbiológico e molecular das colheitas intra-operatórias isolou-se estirpe de Candida albicans.

EvoluçãoFoi mantida terapêutica com anfotericina B e, após alta, fluconazol durante seis semanas. Verificou-se a resolução da sintomatologia e recuperação progressiva do arco de mobilidade do joelho direito. O estudo para despiste de imunodeficiência foi negativo.Aos 20 meses de idade corrigida, apresenta arco de mobilidade do joelho direito completo e simétrico, sem sinais inflamatórios ou deformidades. Não apresentou novos episódios infeciosos por Candida. ConclusãoAs infeções articulares fúngicas, pelo quadro subagudo e raridade, surgem como diagnóstico de exclusão. Um alto nível de suspeição deve ser tido, em particular em lactentes com casos conhecidos de doença sistémica ou prematuridade imunológica.

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v P21Cifoscoliose torácica distrófica de 170º secundária a Neurofibromatose tipo I – Um caso clínicoBárbara Rosa, Marco Pato, José Caldeira, Nuno Mendonça, Andreia Nunes, João Campagnolo, Jorge Mineiro(Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central)

Caso Clínicomenina de 13 anos, com antecedentes pessoais de neurofibromatose tipo I, evacuada de Cabo Verde por deformidade do tronco. Apresentava deformidade na região dorsal superior à direita com gibosidade exuberante e manchas café com leite. Sem alterações neurológicas. A radiografia revelou uma escoliose grave de curva dupla tóracica dextro-convexa rígida – a principal - e toraco-lombar compensatória. A curva torácica apresentava um Cobb coronal de 170º com ápex em D6 e Cobb sagital de 76º. A RMN não revelou lesões neurológicas. As provas de função respiratória revelaram alterações de padrão restritivo. Foi proposta para correção de escoliose em dois tempos: colocação de tração gravitacional com halo, sem abordagem anterior, seguido, 1 mês e meio depois, de artrodese posterior com instrumentação pedicular T2-L3 e toracoplastia. Não foi possível instrumentar todos os pedículos. Aos 6 meses pós-operatórios, demonstrava-se satisfeita em termos funcionais e cosméticos. Obteve-se uma correção da curva torácica coronal para 60º (64%) e uma redução do Cobb sagital para 50º.

ConclusãoA curva, curta e de angulação acentuada, associada a cifose e dismorfia dos elementos vertebrais, classifica-se como distrófica. Este padrão, associado à gravidade da curva constitui um grande desafio no tratamento cirúrgico. A técnica escolhida permitiu uma correção significativa da curva e um bom resultado funcional.

RelevânciaA escoliose é considerada a manifestação esquelética mais comum da neurofibromatose tipo I, associada a elevada morbilidade. As deformidades das escolioses distróficas podem ser identificadas e caracterizadas com precisão nos exames radiológicos, constituindo um passo fundamental para planificar o tratamento nestes doentes. O tratamento halo-gravitacional seguido de artrodese posterior constitui uma opção eficaz no tratamento de escolioses graves, evitando as complicações associadas à abordagem anterior.

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v P22Pseudartrose congénita da clavícula: uma raridade geralmente assintomáticaAlfredo Figueiredo, João Cabral, Inês Balacó, Cristina Alves, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico – CHUC, EPE)

ObjetivoA pseudartrose congénita da clavícula é uma condição rara descrita pela primeira vez em 1910 por Fitzwilliams. O objetivo deste trabalho foi apresentar os doentes com pseudartrose congénita da clavícula tratados na instituição.

MétodosProcedeu-se ao levantamento de todos os registos clínicos dos doentes com pseudartrose congénita da clavícula que foram submetidos a tratamento cirúrgico no Serviço durante os últimos quinze anos.

ResultadosForam identificadas duas doentes com pseudartrose congénita da clavícula tratadas no Serviço.Uma doente foi tratada em 2016: era do género feminino e apresentara-se na consulta em 2013 com dois anos de idade. Tinha uma tumefação dura e indolor na região supraclavicular direita. A mobilidade do membro superior direito estava conservada. O estudo radiográfico confirmou o diagnóstico. Não tinha comorbilidades. A família foi informada da natureza da lesão e mantido o acompanhamento em consulta. Aos cinco anos de idade foi submetida a tratamento cirúrgico: resseção do foco de pseudartrose, interposição de enxerto ósseo tricortical autólogo e osteossíntese com placa e parafusos. Em ambulatório verificou-se consolidação e dez meses depois da cirurgia inicial foi submetida a extração de material.Em 2005 havia sido tratada uma outra doente do género feminino que foi observada na consulta com três anos de idade. Apresentara-se com um quadro semelhante e foi operada aos cinco anos de idade e doze meses depois submetida a extração do material.

ConclusãoA pseudartrose congénita da clavícula é uma malformação rara que no período estudado foi observada em duas doentes do género feminino: aos dois e aos três anos de idade. Ambas apresentavam uma deformidade supraclavicular direita indolor que não comprometia a mobilidade do membro. Foram submetidas a tratamento cirúrgico aos cinco anos de idade.

RelevânciaNo nosso centro, a terapêutica cirúrgica da pseudartrose congénita da clavícula revelou-se uma opção que foi realizada com sucesso aos cinco anos e sem intercorrências.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

v P23Exostose de turret do astrágalo – caso clínicoRita Grazina, Tiago Pinheiro Torres, Andreia Ferreira, Domingues Rodrigues, Mafalda SantosCentro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho

A exostose de turret, ou osteocondroma adquirido, foi descrita pela primeira vez em 1966 por Wissinger, como uma patologia óssea rara resultante de uma reação do periósteo a traumatismos ligeiros, levando à formação de uma massa em forma de cúpula, extracortical. Esta entidade foi primariamente descrita nas falanges das mãos.Os autores apresentam o caso clínico de uma criança do sexo masculino, 10 anos, que se apresentou na consulta de Ortopedia X meses após entorse do tornozelo direito, com queixas álgicas ao nível da região antero-interna do tornozelo. Ao exame objetivo, era palpável uma massa de contornos regulares, dura e móvel em relação aos tecidos moles.Foram obtidas radiografias de face e perfil do tornozelo e pé, tendo-se constatado a presença de uma massa radio-opaca com cerca de 15 mm de maior diâmetro, na dependência do colo do astrágalo e outra massa na mesma região, sob a forma de corpo livre, numa localização mais medial, com cerca de 30 mm de maior diâmetro.O doente foi submetido a resseção cirúrgica, apresentando a histologia características compatíveis com exostose de turret, ou seja, tratava-se de um tecido maduro com ossificação osteocondral envolto numa cápsula de cartilagem madura. Atualmente com dois anos de seguimento, o doente apresenta-se assintomático, com boas mobilidades da articulação tibio-társico e sem sinais clínicos ou radiológicos de recidiva.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

v P24Osteocondrose dos cuneiformes – causa rara de claudicação da marcha em idade pediátricaJoana Arcângelo, Joana Ovídio, Patrícia Rodrigues, André Grenho, Pedro Campos, Marina Escobar, Mafalda Batista, Delfin Tavares(Hospital Dona Estefânia – Centro Hospitalar Lisboa Central)

Objetivo Descrever uma causa rara de claudicação da marcha e podalgia em idade pediátrica, a propósito de dois casos clínicos. Métodos Tratam-se de dois doentes do sexo masculino, de 4 anos e 6 anos, observados no serviço de urgência por queixas de podalgia atraumática e claudicação antálgica da marcha de ritmo mecânico, agravadas pela atividade física. As radiografias do pé afectado, bem como do pé contra-lateral no 1º caso, revelaram a presença de um aumento da densidade óssea e irregularidade marginal das cunhas mediais. Perante o quadro clínico de podalgia isolada, e sinais radiográficos encontrados, colocou-se a hipótese de uma osteocondrose da cunha medial. Um período de repouso e tratamento sintomático com anti-inflamatório e analgésico foi instituído em ambos os casos. Resultados Em consulta externa, duas semanas após o episódio de urgência, constatou-se uma remissão completa dos sintomas e reavaliação imagiológica sobreponível. Conclusão A osteocondrose dos cuneiformes é uma doença auto-limitada e sem sequelas conhecidas. O envolvimento bilateral está descrito em 60% dos casos. Repouso e analgesia são habitualmente suficientes como terapêutica sintomática, mas existem casos descritos nos quais a utilização de palmilhas ou de um curto período de imobilização gessada foram igualmente benéficos no controlo das queixas álgicas. Um dos pontos mais importantes no tratamento é a tranquilização dos pais relativamente à natureza benigna desta condição. RelevânciaAs osteocondroses do pé mais frequentes ocorrem ao nível do navicular (Kohler), 2º metatársico (Freiberg), calcâneo (Sever) e base do 5º metatársico (Iselin). O envolvimento dos cuneiformes é raro, com apenas 18 casos publicados na literatura, maioritariamente rapazes com idade média de 5 anos. As radiografias são geralmente patognómicas e suficientes para o diagnóstico. A falha em reconhecer esta entidade, e providenciar o devido tratamento conservador, pode conduzir a exames e terapêuticas desnecessárias, mais invasivas e potencialmente prejudiciais.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

v P25Abcesso de Brodie num recém-nascido: a propósito de um caso clínicoJoão Protásio, Carolina Escalda, Ana Sofia Neves, Ricardo Ferreira, David Pinto, Tiago Coelho, Diogo Gaspar(Hospital Garcia de Orta – Almada)

ObjetivoDeterminar a evolução de um recém-nascido com o diagnóstico de sofrimento perinatal agudo no qual foi documentado, no 1º mês de vida, um abcesso de Brodie ao nível da metáfise e epífise distal do fémur, o qual foi drenado e curetado mediante incisão mini-open, sob intensificador de imagem, tendo cumprido Flucloxacilina para o MSSA identificado.

MétodosProcedeu-se à reavaliação clínica e imagiológica do doente decorridos 8 meses da intervenção cirúrgica. Do ponto de vista clínico foi avaliado o estado geral do doente e temperatura axilar, sinais inflamatórios do joelho, dor, amplitude de movimento articular, dismetria de membros inferiores. Do ponto de vista imagiológico foi feito Rx simples do joelho.

ResultadosAos 8 meses de pós-operatório o doente encontra-se clinicamente bem, assumindo a posição de pé com ajuda. Os pais negam novos períodos de febre ou outros sintomas constitucionais. O joelho em causa encontra-se sem sinais inflamatórios, sem derrame articular. Sem gonalgia espontânea nem à mobilização. Sem limitação funcional nem aparente dismetria de membros inferiores. O Rx simples documenta recuperação parcial do defeito ósseo femoral distal objetivado aquando da detecção do abcesso de Brodie.

ConclusãoAté ao momento regista-se uma boa evolução clínica do doente, mantendo-se contudo o defeito ósseo ao nível da metáfise femoral intervencionada. É necessário um período de seguimento mais longo para aferir uma eventual lesão da cartilagem de crescimento e uma repercussão ao nível do crescimento e forma do membro.

RelevânciaO abcesso de Brodie é uma forma localizada de osteomielite subaguda que ocorre frequentemente ao nível dos ossos longos do membro inferior. Estão descritas várias complicações pós-operatórias do procedimento efectuado: osteonecrose, condrólise, deformidade, fratura patológica e encerramento fisário. Torna-se imperativo um seguimento estreito deste doente por forma a garantir que novas intervenções não são necessárias para corrigir estas potenciais sequelas.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

v P26Osteocondrite dissecante juvenil – fixação osteocondral com arpões bio-absorvíveis: a propósito de um caso clínicoJoão Protásio, Carolina Escalda, Ana Sofia Neves, Ricardo Ferreira, David Pinto, Tiago Coelho, Diogo Gaspar(Hospital Garcia de Orta – Almada)

ObjetivoDeterminar a evolução de um doente do sexo masculino, 10 anos de idade, no qual foi diagnosticada uma osteocondrite dissecante do joelho, Guhl grau IV (fragmento com cerca de 1cm de maior eixo), submetido a fixação artroscópica com 3 arpões 1.3mm bio-absorvíveis (sistema de dupla ancoragem). Aferir a eficácia deste tipo específico de tratamento no caso clínico em questão.

MétodosProcedeu-se à reavaliação clínica (dor espontânea, à mobilização e com a carga, rigidez articular e limitação funcional do joelho) e imagiológica (RMN do joelho) do doente intervencionado.

ResultadosDecorrido o 1º mês de pós-operatório o doente encontrava-se sem queixas álgicas significativas, com limitação ao nível da extensão de cerca de 5º. Iniciou carga parcial aos 3 meses. Regressou à atividade desportiva (futebol federado) aos 6 meses. Com cerca de 9 meses de pós-operatório o doente encontra-se sem dor espontânea, à mobilização articular ou com a carga. Sem rigidez. O arco de movimento é de 0-0-130º. Do ponto de vista imagiológico a RMN documenta uma adequada fixação da lesão osteocondral.

ConclusãoRegistou-se uma boa evolução clínica e imagiológica do doente estudado. A fixação artroscópica de fragmentos osteocondrais com arpões bio-absorvíveis pode constituir uma possibilidade de tratamento eficaz, principalmente no caso de fragmentos de reduzidas dimensões, com um risco baixo de fratura iatrogénica do fragmento e um dano condral inerente à sua utilização limitado.

RelevânciaSão conhecidas as complicações do material utilizado para fixação de fragmentos osteocondrais em idade pediátrica (falência do implante e necessidade de cirurgias adicionais). A utilização de dispositivos absorvíveis pode reduzir este problema embora estejam relatadas situações de material partido, sinovite articular e abcessos estéreis. Este caso clínico constitui uma evolução favorável a juntar à literatura relativa ao tema.

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5º Congresso Nacional e XXII Jornadas de Ortopedia Infantil

v P27Fratura de stress da tíbia em atleta de competição – a propósito de um caso clínicoRafael Dias, João Figueiredo, João Caetano, Patrícia Wircker, Miguel Duarte Silva, Teresa Alves Da Silva, António Camacho, Nuno Côrte-Real(Hospital de Cascais – Dr. José de Almeida)

Com o aumento extraordinário dos desportos competitivos infanto-juvenis, as lesões de sobreutilização têm assumido maior relevância na população pediátrica. Entre estas, as lesões mais frequentes nos jovens atletas são as fraturas de stress. A ausência de história traumática evidente e as alterações radiológicas subtis podem representar uma dificuldade diagnóstica e atrasar o tratamento.

Apresentamos um caso clínico de um doente do sexo masculino, 12 anos, praticante de futebol, que recorreu ao serviço de urgência com quadro com 5 dias de evolução de dor bem localizada à face anterior da perna direita e marcha antiálgica, sem história de traumatismo. A radiografia e TC evidenciavam lesão hipodensa justacortical, com aparente contacto com a cortical, sem reacção periosteal associada. A RMN confirmou fratura de stress da diáfise proximal da tíbia. Foi tratado conservadoramente com imobilização gessada e descarga. Após consolidação da fratura e reabilitação, regressou à atividade desportiva sem sequelas ou limitações funcionais.

As fraturas de stress no adolescente representam um desafio diagnóstico pelas imagens dúbias nas primeiras avaliações imagiológicas, e pela necessidade de diagnóstico diferencial com patologia tumoral óssea primária.

O protocolo terapêutico não está ainda bem estabelecido mas contempla sempre descarga do membro afectado e/ou imobilização do mesmo. A ausência de sintomas em carga e na atividade desportiva e evidência radiográfica de consolidação óssea são os objetivos pretendidos. O tratamento cirúrgico está reservado para os casos de atraso de consolidação/pseudartrose ou consolidação viciosa.

Apesar de relativamente infrequente na idade pediátrica, a incidência das fraturas de stress têm vindo a aumentar nesta faixa etária. Um alto grau de suspeição é necessário para chegar ao diagnóstico e evitar um tratamento demasiado invasivo. O tratamento conservador é a abordagem preferível com bons resultados na maioria dos casos.

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v P28Luxação peri-talar isolada – a propósito de um caso clínico Rafael Dias, João Figueiredo, João Caetano, Patrícia Wircker, Miguel Duarte Silva, Teresa Alves Da Silva, António Camacho, Nuno Côrte-Real(Hospital de Cascais – Dr. José de Almeida)

A luxação peri-talar na população pediátrica é uma lesão muito rara que compreende as articulações sub-astragalina e astrágalo-escafoideia. Geralmente, apresenta-se em combinação com outras lesões e resulta de traumatismo de alta energia, sendo a luxação interna mais frequente que a luxação externa. O tratamento urgente é imperativo para atenuar as lesões dos tecidos moles circundantes e reverter o compromisso neuro-vascular que possa estar presente. Luxações internas e fechadas são factores de bom prognóstico. No entanto, complicações tardias como artrose sub-astragalina pós-traumática, instabilidade do retropé ou necrose do astrágalo não são infrequentes.Apresentamos um caso clínico de um doente de 16 anos, vítima de queda de altura, durante a prática de voleibol, com traumatismo do pé e tornozelo direitos do qual resultou luxação sub-astragalina e astrágalo-escafoideia, sem fraturas associadas. Foi submetido a redução fechada e tratado conservadoramente com imobilização gessada. Um ano após a lesão, o doente encontra-se assintomático, sem sequelas funcionais, com arco de movimento completo e retorno à atividade desportiva.Apesar de rara a luxação peri-talar é uma lesão grave com uma taxa de complicações importante. O tratamento urgente deste tipo de lesões reduz as complicações imediatas e obtém bons resultados funcionais. Não existe evidência de que o tratamento cirúrgico tenha resultados superiores na ausência de fraturas associadas.

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v P29Um equivalente de fratura-luxação de MonteggiaMarco Pato, Joana Ovídio, José Caldeira, Nuno Mendonça, Andreia Nunes, Bárbara Rosa(Hospital Dona Estefânia – Centro Hospitalar Lisboa Central EPE)

ObjetivoApresentação de caso clínico de equivalente de fratura de Monteggia em idade pediátrica.

MétodoDescritivo retrospetivo com relato de caso clínico baseado no processo clínico electrónico.

Caso clínicoCriança de 5 anos, sexo masculino, vítima de queda em escorrega com traumatismo do antebraço direito. Foi diagnosticada uma fratura-luxação de Monteggia, composta por fratura segmentar do cúbito (padrão na diáfise espiral e padrão na metáfise segmentar) com angulação anterior e luxação anterior da cabeça radial associada. Pelo padrão complexo e instável da fratura cubital foi submetido a tratamento cirúrgico, sendo realizada fixação intramedular anterógrada do cúbito, seguido de redução fechada da luxação radial e imobilização em tala gessada braquipalmar. No seguimento verificou-se boa evolução, com consolidação das fraturas, congruência articular e função final normal do membro.

DiscussãoNa fratura-luxação de Monteggia utiliza-se a classificação de Bado, que divide os padrões de fratura em 4 tipos. Para além dos tipos clássicos descritos, são considerados outros padrões que partilham características clínicas e imagiológicas como equivalentes de Monteggia. São fraturas raras, e em particular os equivalentes são descritos com base em «case reports».As fraturas Bado tipo I caracterizam-se por fratura cubital simples de ápex anterior e luxação anterior da cabeça radial, podem resultar de traumatismo directo, hiperpronação ou hiperextensão. No caso apresentado foi identificada uma fratura segmentar do cúbito, em provável relação com mecanismo misto de hiperpronação e hiperextensão. Admite-se tratar de um padrão raro – um equivalente de tipo I de Bado.Conclusão O prognóstico destas lesões está dependente da sua correcta e atempada identificação, assim como de um tratamento adequado. A fratura descrita constitui uma apresentação rara, mas seguindo os princípios de tratamento destas lesões obteve-se um bom resultado final.

RelevânciaApresentamos uma forma rara de uma lesão incomum. A sua identificação e adequado tratamento permitem o retorno à função prévia.

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v P30Luxação traumática da articulação metacarpofalângica do polegar em idade pediátricaHenrique Sousa, Ricardo Pereira, Tiago Torres, Andreia Ferreira, Domingues Rodrigues, Mafalda Santos(Serviço de Ortopedia e Traumatologia do CHVNG-E, Vila Nova de Gaia)

A luxação dorsal da articulação metacarpo-falângica (MCF) do polegar em crianças, é uma entidade rara. Existem três tipos de luxação: incompletas, completas simples e completas complexas.Os autores apresentam um caso de um rapaz de oito anos trazido ao serviço de urgência por traumatismo do polegar em hiperextensão durante jogo de futebol. Ao exame objetivo observava-se deformidade em hiperextensão da MCF. O estudo radiológico confirmou o diagnóstico de luxação dorsal completa simples da articulação MCF do polegar. Procedeu-se à redução incruenta, sob sedação, através da técnica de McLaughlin e imobilização com tala de Zimmer por duas semanas. Às seis semanas encontrava-se assintomático, com mobilidades normais, força de preensão e pinça simétricas, sem instabilidade ou alterações radiográficas.As luxações dorsais da articulação MCF do polegar são mais frequentes que as volares, envolvendo o mecanismo lesional a hiperextensão traumática da mesma. O diagnóstico é baseado na informação clínica complementada por radiografia, que permite diferenciar entre luxações incompletas e completas. Uma luxação completa não redutível por manobras incruentas é uma lesão complexa e requer tratamento cirúrgico.A técnica de redução envolve hiperextensão da MCF e recolocação da base da falange. Devem ser evitados outros gestos, como tração axial, pelo risco de lesão de estruturas articulares, cartilagem de crescimento ou conversão de uma luxação simples em complexa, que determine a necessidade de intervenção cirúrgica. Após redução deve ser avaliada a estabilidade dos ligamentos colaterais, frequentemente lesados diretamente pelo trauma, gestos de redução inadequados ou múltiplas tentativas de redução. A instabilidade lateral poderá beneficiar de correção cirúrgica.Apesar da falta de consenso quanto ao tipo e duração de imobilização, a mais preconizada na literatura é a tala gessada braqui-palmar por um período de duas semanas. No caso descrito a articulação foi imobilizada duas semanas com tala de Zimmer com recuperação total.

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v P31Uma outra causa de claudicação na criançaMarco Pato, Susana Ramos, José Caldeira, Nuno Mendonça, Bárbara Rosa, Andreia Nunes(Hospital Dona Estefânia – Centro Hospitalar Lisboa Central EPE)

ObjetivoApresentação de caso clínico de doença de Van Neck-OdelbergMétodoDescritivo retrospetivo com relato de caso clínico baseado no processo clínico electrónico do doente.Caso clínicoCriança de 5 anos, sexo masculino, activo, antecedentes pessoais irrelevantes. Iniciou quadro de claudicação após esforços, durante 3 meses, agravado na semana prévia à apresentação. Com dor de características mecânicas e localizada na virilha e face anterior da coxa, despoletada pela carga axial e à palpação da região inguinal. Sem história de traumatismo, febre, dor nocturna ou alteração do estado geral. À avaliação radiológica, observou-se aumento de volume nodular das articulações ísquio-púbicas bilateralmente, de maior expressão à esquerda, com aspecto pseudo-tumoral. Foi estabelecido um diagnóstico provável de doença de Van Neck-Odelberg.Indicado tratamento conservador, com restrição de atividade, descarga e medicação anti-inflamatória. Assintomático ao fim de 3 semanas, confirmando a impressão diagnóstica.DiscussãoA claudicação na criança é uma queixa de apresentação comum frequentemente avaliada por Ortopedia. O diagnóstico diferencial é ajustado a diversos factores, entre os mais importantes a idade da criança. A doença de Van Neck-Odelberg é uma causa incomum e pouco lembrada, embora bem descrita, que deve ser incluída no diferencial na segunda e terceira infância.A sua apresentação imagiológica é caraterística; no entanto os achados imagiológicos, particularmente em casos de assimetria podem criar uma dificuldade de diferencial, podendo ser confundidos com fratura de stress, osteomielite ou tumor ósseo. A integração com os dados da avaliação clínica são essenciais para orientar o tratamento e eventuais investigações adicionais.ConclusãoA doença de Van Neck-Odelberg é uma causa infrequente de claudicação na criança. É importante o seu conhecimento para diagnóstico diferencial e correcta interpretação da sua imagiologia caraterística.RelevânciaAtravés deste relato de caso procura-se alertar para a ocorrência da doença de Van Neck-Odelberg e da sua apresentação imagiológica.

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v P32Fratura luxação de Lisfranc – Caso clínicoZico Gonçalves, Inês Balacó, João Cabral, Cristina Alves, Gabriel Matos(Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico - CHUC. EPE)

ObjetivoA fratura-luxação da articulação tarsometatarsica é uma lesão rara, provocada por um traumatismo de alta energia. Representa 0,2% de todas as fraturas e pode, em 20% dos casos, não ser diagnosticada, sobretudo no doente politraumatizado. Cerca de 45% destas são tratadas apenas uma semana após o traumatismo. O tratamento desta lesão é preferencialmente cirúrgico e consiste numa redução anatómica e fixação rígida. Diversos estudos demonstram que os resultados clínicos estão directamente relacionados com o grau de redução conseguido. No entanto, mesmo após uma redução anatómica, podem ocorrer alterações degenerativas.Os autores pretendem apresentar um caso clínico raro, o seu diagnóstico e uma forma de tratamento.MétodosDoente do sexo feminino, de 16 anos de idade, observada no serviço de urgência, na sequência de acidente de motociclo, do qual resultou traumatismo do pé esquerdo.ResultadosApós avaliação inicial, é diagnosticada fratura-luxação tarsometatarsica esquerda, do tipo A de Quenu e Kuss. Submetida a tratamento cirurgico no mesmo dia, com redução fechada e osteossíntese percutânea com parafusos canulados e fios de Kirschner, associada a imobilização com bota gessada. Os fios de Kirschner foram removidos às 6 semanas e manteve bota gessada durante 9 semanas. Verificou-se boa evolução clínica e imagiológica. Aos 7 meses cumpre atividades físicas habituais, sem aparente limitação e apresenta um score funcional (American Foot and Ankle Score) de 88. Por queixas de conflito de um parafuso com o calçado, foi proposta extracção do mesmo.ConclusãoApesar do bom resultado aos 7 meses, a evolução para artrose pós traumática pode ocorrer, devendo o doente ser alertado para esse facto.O diagnóstico precoce, a redução anatómica e a fixação rígida, parecem constituir a chave para o bom resultado clínico. RelevânciaO caso clínico é relevante, não só pelo facto de ser invulgar, mas também pelo seu diagnóstico e tratamento atempados, assim como pelos bom resultado obtido.

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v P33Lesão de Stener em idade pediátrica – O diagnóstico para além da avulsãoJosé Caldeira, Joana Ovídio, Nuno Mendonça, Marco Pato, Bárbara Rosa, Andreia Nunes(Hospital Dona Estefânia – Centro Hospitalar Lisboa Central EPE)

ObjetivoApresentação de caso clínico de lesão de Stener em idade pediátrica.MétodoDescritivo retrospetivo com relato de caso clínico com base no processo clínico electrónico do doente e registo fotográfico. Caso ClínicoDoente do sexo masculino, 11 anos, recorreu ao serviço de urgência de Ortopedia por trauma da mão durante jogo de futebol.Apresentava dor e edema no bordo cubital da primeira articulação metacarpo-falângica. Radiograma sem alterações. Face a suspeita clínica, realizou-se radiograma em stress (desvio radial) que evidenciou instabilidade nessa articulação. A ecografia confirmou rotura completa do ligamento cubital lateral com interposição da aponevrose do adutor – Lesão de Stener. Decidido tratamento cirúrgico. Abordagem por via interna e reinserção distal.Período de imobilização de 4 semanas, seguido de regresso às atividades da vida diária. Na ultima consulta, aos 3 meses de pos-operatório apresentava-se sem instabilidade residual. DiscussãoAs lesões associadas ao ligamento lateral cubital em idade pediátrica são caracteristicamente epifisiolises, para as quais estão descritas abordagens conservadoras e cirúrgicas, dependendo do envolvimento articular, desvio e estabilidade.As lesões isoladas do ligamento sem epifisiolise associada são situações muito raras, de acordo com as fontes consultadas. No caso apresentado, a instabilidade sem lesão óssea permitiu inferir lesão ligamentar completa, com indicação para tratamento cirúrgico. A ecografia documentou a interposição da aponevrose dos adutores, permitindo um melhor planeamento cirúrgico. ConclusãoA lesão do ligamento lateral cubital é um diagnóstico possível na idade pediátrica, mesmo sem avulsão associada. Uma observação clínica adequada e radiograma complementados por ecografia fornecem, frequentemente, toda a informação necessária para o diagnóstico e decisão terapêutica.RelevânciaA baixa frequência de lesões de Stener na idade pediátrica pode prejudicar o seu diagnóstico na urgência. O relato deste caso alerta para a possibilidade de detectar esta lesão.

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v P34Quisto Ósseo Aneurismático da Região Intertrocantérica em Adolescente João das Dores Carvalho, Marcos Silva, Joana Monteiro Pereira, Miguel Quesado, Joao Afonso, Diogo Robles, Nuno Ferrera(Centro Hospitalar Tâmega e Sousa)

IntroduçãoO quisto ósseo aneurismático é definido como uma lesão osteolítica expansiva, consistindo em espaços de tamanho variável preenchidos por sangue, separados por tecido conectivo e septos de osso trabecular ou tecido osteoide. Representa cerca de 1% de todos os tumores ósseos primários, mais frequente nas primeiras 2 décadas de vida e em rapazes.

Caso clínicoAdolescente do sexo feminino, com 13 anos idade, saudável, menarca aos 12. Observada por coxalgia esquerda após trauma de baixa energia. Na radiografia realizada apresentava uma lesão osteolítica, com bordos bem definidos dividida por septos na região intertrocantérica, associada a um adelgaçamento das corticais. A ressonância magnética demonstrou ainda, a presença de espaços de conteúdo liquido e ausência de disrupção cortical. O estudo histológico comprovou a suspeita imagiológica: tecido hemorrágico, células gigantes e macrófagos carregados de hemossiderina.Foi realizada uma incisão lateral, criação de uma janela óssea na cortical lateral e curetagem do quisto, preenchimento da câmara remanescente com xeno-enxerto ósseo e fixação profilática com placa de parafuso dinâmico deslizante apropriada à idade.

ResultadoNão se registaram complicações no intra ou no pós-operatório e após um ano de seguimento, a doente mantém-se assintomática, verifica-se um completo preenchimento da câmara remanescente, portanto sem sinais de recidiva.

ConclusãoA história natural do quisto ósseo aneurismático passa por uma destruição e disrupção das corticais ósseas, levando, sobretudo na população mais jovem, a dismetria dos membros e até à destruição articular.Descrevemos um caso raro de um tumor com elevada percentagem de recidiva (20%), em que a actuação atempada preveniu consequências desastrosas, sobretudo, tendo em conta a região anatómica atingida. Por outro lado, apesar da introdução de novos métodos de tratamento (embolização selectiva, perfusão com álcool) constatamos a eficácia dos métodos tradicionais (curetagem, aplicação de enxerto e fixação profilática) no tratamento desta enfermidade.

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v P35Fratura-luxação de Monteggia Equivalente Niglegenciada Tratada com Manipulação e ImobilzaçãoJoão das Dores Carvalho, Joana Monteiro Pereira, Miguel Quesado, Helder Nogueira, Nuno Ferreira, Jorge Mendes, Jorge Alves(Centro Hospitalar Tâmega e Sousa)

IndroduçãoPrimeiramente descrita por Monteggia em 1814: fratura do terço proximal do cúbito, com luxação da tacícula radial. Considerada rara, em 20-50% dos casos o diagnostico não é realizado na primeira observação. A falha no seu diagnostico leva a uma série de complicações: diminuição do arco de mobilidade, instabilidade ou valgo do cotovelo e incongruência radio-capitelar. Caso ClínicoMenino de 7 anos de idade, sem antecedentes pessoais de relevo, história de traumatismo do cotovelo direito, tendo recorrido aos cuidados de saúde primária 2 dias mais tarde. Teve alta sem qualquer lesão aguda diagnosticada na radiografia realizada. 3 semanas mais tarde, recorre ao serviço de urgência, apresentando edema, deformidade em varo, limitação do arco de mobilidade do cotovelo e limitação da pronossupinação. Na radiografia demonstrava uma fratura do colo da tacícula radial, Salter Harris tipo II, associada a luxação lateral e fratura da metáfise proximal do cúbito. Sob anestesia geral foi submetido a manipulação (valgo forçado) com controle radiográfico e imobilização com tala gessada braquipalmar, após verificação do normal arco de mobilidade e estabilidade do cotovelo.ResultadoTrês semanas mais tarde realizou rx de controle onde se constatou um correcto alinhamento e consolidação das fraturas, tendo removido a tala gessada e iniciado o programa de reabilitação funcional. Após 6 meses de seguimento o doente mantém-se assintomático e sem qualquer limitação funcional. ConclusãoRelatamos o caso de uma lesão de Monteggia-equivalente não descrita, em que o desvio lateral do colo do rádio produz o mesmo efeito mecânico que a luxação lateral da tacícula nas lesões tipo III de Bado,O atraso no diagnóstico destas lesões torna o seu tratamento extremamente exigente e difícil, neste caso a presença de fraturas não consolidadas, mantendo alguma plasticidade, permitiu a realização de uma osteoclasia eficaz sem necessidade de qualquer outro procedimento adicional.

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v P36Reparação direta da pars interarticularis de um adolescente pela técnica de Gillet – ilustração de um caso clínicoJoão Ribeiro Afonso, Miguel Quesado, Joana Monteiro Pereira, João Carvalho, Jorge Alves(Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Penafiel)

IntroduçãoA espondilólise define-se como um defeito ósseo na pars interarticularis. É mais frequente, por motivos anatómicos e biomecânicos, na junção lombossagrada. A opção pelo tratamento cirúrgico é reservada para os casos sintomáticos resistentes às atitudes conservadoras. Nos adolescentes dá-se primazia à reparação directa da pars e existem múltiplas técnicas descritas para o efeito.MétodosOs autores apresentam o caso de um adolescente de 16 anos com lombalgia de ritmo mecânico, por espondilólise bilateral de L5, associada a deslizamento mínimo de L5 sobre S1. A RMN mostrava um disco intervertebral L5-S1 Pfirrmann grau I. Por apresentar lombalgia refractária ao tratamento conservador, foi submetido a reconstrução da pars interarticularis com enxerto tricortical autólogo e estabilização do arco posterior com barra moldada em forma de V, conectada a parafusos pediculares em L5 (técnica de Gillet). É apresentada a avaliação clinico-imagiológica e documentação fotográfica intra-operatória.ResultadosInternamento e pós-operatório imediato sem intercorrências. Seguimento em regime de consulta, sendo verificada regressão das queixas álgicas com preservação do arco de mobilidade lombar. A TC documenta a consolidação dos defeitos ístmicos.DiscussãoO tratamento da espondilolise e espondilolistese istmicas de graus ligeiros na criança é habitualmente conservador, envolvendo modificação das atividades de vida diária e reabilitação funcional. Quando este tratamento falha, o tratamento cirúrgico deverá ser equacionada, dando preferência a técnicas de reconstrução do defeito istmico. O sistema com barra em V foi primariamente descrito por Gillet. Trata-se de uma técnica reconstrutiva dinâmica que tem como principal vantagem preservar a mobilidade segmentar. Durante a conexão da barra aos parafusos permite criar forças de compressão no defeito, promovendo a consolidação. Segundo a literatura permite obter excelentes resultados até 90% dos casos.ConclusãoNa espondilólise isolada ou associada a deslizamento mínimo e com disco intervertebral preservado, a técnica de reconstrução ístmica descrita por Gillet permitiu obter bons resultados.

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v P37Osteomielite como causa de dor no tornozelo em ginasta de 8 anos – um diagnóstico difícilRicardo Ferreira, João Protásio, David Pinto, Tiago Coelho, Diogo Gaspar, Jean-Michel Fallah, Pedro Marques, Ana Sofia Neves(Hospital Garcia de Orta)

IntroduçãoA patologia infecciosa osteo-articular em idade pediátrica caracteriza-se por um amplo espec-tro de apresentações clínicas e é frequentemente um diagnóstico difícil e desafiante.

Caso clínicoApresentamos o caso de uma menina saudável de 8 anos (S.L.V.), praticante de ginástica acrobática que iniciou um quadro de dor e edema maleolar externo esquerdo associado aos treinos com história de traumatismo minor. Pela atividade desportiva da criança e pela imagem compatível com fratura alinhada do maléolo externo, foi imobilizada, dada indicação de descarga e reavaliação na semana seguinte. Dois dias depois apresentava picos febris, agravamento da dor e sinais inflamatórios, já com leucocitose, neutrofilia e PCR de 12.72mg/dL. Realizou ecografia e artrocentese que confirmava aspetos de artro-sinovite, pelo que foi realizada artrotomia do tornozelo, constantado-se liquido articular turvo e isolamento mi-crobiológico de S. aureus. Após antibioterapia (AB) e.v., teve alta medicada com AB oral, verificando-se apirexia e melhoria progressiva.Após 2 meses, por apresentar dor e lesão vesicular desta vez sobre o maléolo interno e com drenagem seropurulenta, foi internada e medicada com AB e.v.. Manteve-se sempre apirética e com parâmetros analíticos inocentes. Realizou estudo por RMN, que documentou foco de osteomielite no maléolo interno. Foi submetida a abordagem aberta e curetagem do maléolo interno e a artroscopia do tornozelo com lavagem e sinovectomia, verificando-se ausência de lesões condrais e de pus articular. Teve alta medicada com AB e.v. que cumpriu até as 8 semanas com uso de ortótese do tornozelo. A evolução foi favorável, com cicatrização cutânea eficaz e sem história de dor ou outros sinais inflamatórios.Aos 5 meses de evolução, a criança encontrava-se assintomática, com apirexia mantida e sem limitações funcionais.

ConclusãoA patologia infecciosa articular em idade pediátrica constitui um desafio diagnóstico e tera-pêutico. O grau de suspeição, a correta marcha diagnóstica e o acompanhamento cuidadoso são essenciais para o sucesso terapêutico e para um prognóstico favorável.

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v P38Pseudartrose congénita da tíbia – um caso com 17 anos de follow-upSara Monteiro, Ricardo Simões, António Gonçalves, João Gonçalves, Renato Soares, Fernando Carneiro, Jorge Seabra, António Rebelo(Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada, Serviço de Ortopedia do Hospital Pediátrico de Coimbra)

IntroduçãoA Pseudartrose Congénita da Tíbia é uma patologia rara, de etiologia desconhecida, geralmente associada a neurofibromatose tipo I. O tratamento desta doença e suas complicações representa um dos maiores desafios da Ortopedia Infantil e tem por objetivo obter consolidação a longo prazo e minimizar a deformidade. Opções cirúrgicas como encavilhamento intramedular, enxerto vascularizado do perónio e fixador externo apresentam taxas de sucesso variáveis. A amputação está reservada em casos de falência da reconstrução, dismetria grave dos membros inferiores e deformidades grosseiras da perna e tornozelo. Cada criança deve ter seguimento até à maturidade esquelética para identificar e corrigir problemas residuais após consolidação primária. O objetivo deste trabalho é apresentar o caso de um doente com Pseudartrose Congénita da Tíbia com seguimento dos 2 aos 19 anos.

Caso clínicoHomem atualmente com 19 anos, diagnosticado com Pseudartrose Congénita da Tíbia direita associada a Neurofibromatose tipo I aos 2 anos após fratura dos ossos da perna direita. Foi tratado conservadoramente com ortóteses até aos 11 anos quando foi submetido a ressecção alargada do tecido hamartomatoso, enxerto autólogo (peróneo contralateral e osso esponjoso do ilíaco) do defeito ósseo da tíbia direita e estabilização com Ilizarov durante 1 ano. Por apresentar consolidação em valgo foi feita aos 13 anos tentativa de correcção com hemi-epifisiodeses proximal e distal internas da tíbia direita. Atualmente apresenta fises encerradas, tíbia consolidada com 24º de antecurvatum e cerca de 15º de valgo e marcha sem necessidade de auxiliares apesar de dismetria dos membros inferiores de aproximadamente 2,5 cm. Os autores questionam a pertinência de eventual correção da deformidade residual considerando os riscos inerentes à doença.

ConclusãoA Pseudartrose Congénita da Tíbia representa um desafio terapêutico da Ortopedia Infantil sendo a ressecção alargada do tecido hamartomatoso, enxerto e fixação com Ilizarov uma solução terapêutica com resultados funcionais satisfatórios.

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v P39Piomiosite – complicação rara de uma doença comumLuísa Vital, André Pinho, Luis Pedro Vieira, Frederico Raposo, Francisco Serdoura, Vitorino Veludo(Centro Hospitalar São João, Porto)

IntroduçãoA varicela é uma infeção viral comum na criança. A maioria recupera sem qualquer sequela,no entanto 2% apresenta algum tipo de complicação.Caso ClínicoMasculino, 3 anos.Quadro de odinofagia, febre, exantema vesicular e claudicação por aparentes queixas álgicas na articulação coxofemoral direita.Realizou ecografia articular que mostrou «ligeira quantidade de fluido articular» e estudo analítico (EA) com discreto aumento de PCR. Manteve internamento para vigilância.Pelas características das lesões cutâneas foi feito o diagnóstico de varicela, e na evolução da doença, manteve febre, com queixas álgicas que se tornaram mais referidas ao joelho direito e ao exame objetivo rubor e edema do terço superior da perna direita. No EA apresentava agravamento de parâmetros inflamatórios e tendo iniciado antibioterapia. Realizou ecografia do joelho direito que mostrou proeminência de planos musculares e ecogénicos compatível com miosite. Por manutenção de queixas e agravamento do estado geral de saúde, com aumento dos marcadores inflamatórios realizou ressonância magnética que mostrou «processo provavelmente infeccioso centrado no perónio, com atingimento da metade superior do osso, mais exuberante a nivel da epífise proximal, com levantamento do perióstio por coleção com paredes captantes – provável abcesso». Foi submetido a drenagem cirúrgica urgente. Intraoperatoriamente visualizou-se abcesso do qual foi drenado liquido conteúdo purulento. No exame microbiológico isolado Streptococcus pyogenes, sensível a antibioterapia instituída. No pós-op, apresentou boa evolução clinica e analítica, com alta no 17º dia, após concluir ciclo de antibioterapia intravenosa. No follow-up de 1 ano, o doente apresenta-se assintomático.Discussão / ConclusãoPiomiosite é uma complicação séria que deve ser considerada em qualquer criança com queixas álgicas num membro durante um episódio de varicela. Neste contexto,o agente mais comum é o Streptococcus, sendo que as lesões cutâneas da varicela apresentam-se como uma fonte de inoculação. A febre e outra sintomatologia habitualmente ocorre duas semanas após o exantema e a idade mediana dos doentes que apresentam este tipo de complicações é de 2,9 anos com predominância do sexo masculino. O tratamento passa habitualmente por drenagem cirúrgica da lesão com associação com ciclo de antibioterapia.As infeções do sistema músculo-esquelético associadas á varicela são raras, o entanto quando presentes têm uma morbilidade significativa.A

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A Sociedade Espanhola de Ortopedia Pediátrica, convida todos os Ortopedistas Portugueses a participarem no seu Congresso Anual.Inscrições em : https://www.congresoseop2017.com/inscripci%C3%B3n-alojamiento/

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Direção SPOP

Comissão Organizadora Local

Júri das Comunicações / Best oral Paper Award Selection Committee

Júri dos Posters / Best Poster Award Selection Committee

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