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COMISSÃO ORGANIZADORA Composta por assistentes sociais, residentes e estagiários de graduação do Serviço Social do HUCFF/UFRJ e professora da Escola de Serviço Social (UFRJ) COMISSÃO CIENTÍFICA Ana Claudia Correia Nogueira Celeste Anunciata Baptista Dias Moreira Dolores Vidal Juliana Souza Bravo de Menezes Monica Simone Pereira Olivar Roberta Ferreira Viviane Cristina Barbosa COMISSÃO CIENTÍFICA MULTIPROFISSIONAL Andréia de Albuquerque Trindade Vania Dias de Oliveira COMISSÃO DE APOIO Celso Nascimento Trindade Eliane França de Azevedo Elizabeth Pinheiro COORDENAÇÃO Vania Dias de Oliveira APOIO Coordenação de Informática e Rede/CIR/HUCFF Gráfica (HUCFF) Gráfica (UFRJ) PR-3/Banco do Brasil Serviço de Cardiologia do HUCFF/UFRJ Serviço de Nutrição e Dietética do HUCFF/UFRJ Superintendência Geral do HUCFF

COMISSÃO ORGANIZADORA Social do HUCFF/UFRJ e …

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Composta por assistentes sociais, residentes e estagiários de graduação do Serviço

Social do HUCFF/UFRJ e professora da Escola de Serviço Social (UFRJ)

COMISSÃO CIENTÍFICA

Ana Claudia Correia Nogueira

Celeste Anunciata Baptista Dias Moreira

Dolores Vidal

Juliana Souza Bravo de Menezes

Monica Simone Pereira Olivar

Roberta Ferreira

Viviane Cristina Barbosa

COMISSÃO CIENTÍFICA MULTIPROFISSIONAL

Andréia de Albuquerque Trindade

Vania Dias de Oliveira

COMISSÃO DE APOIO

Celso Nascimento Trindade

Eliane França de Azevedo

Elizabeth Pinheiro

COORDENAÇÃO

Vania Dias de Oliveira

APOIO

Coordenação de Informática e Rede/CIR/HUCFF

Gráfica (HUCFF)

Gráfica (UFRJ)

PR-3/Banco do Brasil

Serviço de Cardiologia do HUCFF/UFRJ

Serviço de Nutrição e Dietética do HUCFF/UFRJ

Superintendência Geral do HUCFF

AGRADECIMENTOS

A Comissão Organizadora da X Jornada agradece a valiosa contribuição dada pelos

conferencistas, palestrantes, coordenadores de mesa, membros das comissões,

entidades patrocinadoras e em especial aos participantes, profissionais e alunos, que

tornaram esse evento possível.

FICHA CATALOGRÁFICA

Caderno de Resumos (15 de Agosto de 2014).

X Jornada de Intercâmbio de Trabalhos de Serviço So cial na Área da Saúde do

Estado do Rio de Janeiro/III Mostra de Produção Téc nico-Científica da Residência

Multiprofissional em Saúde do HUCFF – Hospital Univ ersitário Clementino Fraga

Filho/UFRJ.

Vários autores.

1. Serviço Social. 2. Saúde. Residência Multiprofis sional.

X JORNADA DE INTERCÂMBIO DE TRABALHOS DE SERVIÇO SO CIAL NA ÁREA

DA SAÚDE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO/III MOSTRA DE PRODUÇÃO

TÉCNICO-CIENTÍFICA DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

A Jornada de Intercâmbio de Trabalhos de Serviço Soci al na Área da Saúde do Estado do Rio de Janeiro se constitui como um evento organizado pelo Serviço Social do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro, há nove anos, em celebração ao mês do assistente social, comemorado no dia 15 de maio. Cabendo mencionar que este ano devido à greve dos servidores técnico administrativos da UFRJ, os jogos da Copa e o recesso acadêmico, houve a necessidade de se adiar a realização do evento do mês de maio para o mês de agosto. Com o objetivo geral de refletir sobre a prática cotidiana do assistente social na Saúde, a Jornada de Intercâmbio de Trabalhos de Serviço Social na Área da Saúde do Estado do Rio de Janeiro vem se constituindo como um marco importante, que tem sedimentado a requisição por integração no âmbito da política social de saúde pública, além de propor o debate acerca dos principais temas presentes à agenda dos profissionais da saúde na contemporaneidade. Desde os anos 1990 a sociedade brasileira vem se contrapondo a um lento e gradual afastamento do Estado de seus compromissos com a qualidade dos serviços prestados à população, dentre outros tantos direitos sociais. De acordo com o professor Mauro Iasi a proposta do atual governo é de estabelecer um pacto entre as classes de modo a incentivar certo padrão de desenvolvimento do capitalismo, impondo à classe trabalhadora a submissão, através das parcerias público x privado, dos desmontes das políticas sociais públicas, do sucateamento da estrutura pública de atendimento das demandas da população (saúde, educação, transporte, dentre outros) e da privatização; o que vem gerar um considerável déficit nessas áreas. Sobre as manifestações denominadas “o grito das ruas” iniciadas no mês de junho de 2013, o professor supracitado afirma que “representam provas contundentes da existência de uma grande e profunda insatisfação da classe trabalhadora em relação às desigualdades sociais”. Na verdade, afirma o professor, é possível se identificar que a questão do aumento das passagens dos transportes representou um mero gatilho para que a manifestação em massa se efetivasse. Deste modo, o Serviço Social do HUCFF atento às demandas sociais, as quais caminham, na conjuntura atual, em sentido contrário aos anseios de usuários, trabalhadores e estudantes, organiza a X Jornada, indicando como tema central “A Eclosão de Movimentos Sociais: protagonismo e impactos na sociedade contemporânea”. A exemplo dos dois últimos anos se realizará a Mostra de Produção Técnico-Científica da Residência Multiprofissional com exposição de trabalhos, na modalidade pôster , de residentes das diferentes áreas dos Programas de Residência Multiprofissional do Estado do Rio de Janeiro. Para avaliar os trabalhos foi criada uma Comissão Científica Multiprofissional, composta por professores das áreas de biologia, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, psicologia, terapia ocupacional e serviço social. Uma segunda Comissão Científica formada, por professoras e assistentes sociais de unidades acadêmicas da saúde: do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle/UNIRIO, do Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, Instituto Nacional do Câncer/INCA, do Hospital Federal de Bonsucesso, do Núcleo de Saúde do Trabalhador/NUST/FIOCRUZ, e do Hospital Universitário Clementino Fraga

Filho/UFRJ, se ocupará da avaliação dos trabalhos de Serviço Social. A inovação deste ano se materializa no desenvolvimento, no período da tarde, de apresentações de produções científicas do Serviço Social selecionadas, unicamente, para exposições na modalidade oral . Profissionais e alunos interessados, inclui-se os integrantes da Comissão Organizadora do evento, poderão apresentar suas produções A Comissão Organizadora composta por assistentes sociais, residentes multiprofissionais, alunos do Serviço Social do HUCFF/UFRJ e por professoras da Escola de Serviço Social/UFRJ informa, ainda, que a equipe coordenadora da pesquisa “Perfil dos assistentes sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro”, composta por representantes das unidades acadêmicas: Escola de Serviço Social da UFRJ (ESS/UFRJ), Hospital Escola São Francisco de Assis (HESFA), Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) e Superintendência Geral de Políticas Estudantis-SuperEst/UFRJ, terá espaço na programação da X Jornada. Trata-se da apresentação preliminar do relatório final da pesquisa à comunidade da UFRJ. Este retorno se fundamenta no compromisso ético-político com os sujeitos da pesquisa. Convidamos todos a participarem da X Jornada e a contribuírem propositivamente nos debates e discussões.

Comissão Organizadora

SUMÁRIO

TRABALHOS DE SERVIÇO SOCIAL – COMUNICAÇÃO ORAL

CONCEPÇÃO DE RESIDÊNCIAS EM SAÚDE E PREOCUPAÇÕES AC ERCA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE ASSISTENTES SOCIAIS ...... ................................ 9 A IMPORTANCIA DO LAUDO MÉDICO PARA O ACESSO AOS DIR EITOS SOCIAIS DAS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS ................. ........................................ 10

A POLÍTICA DE MOBILIDADE URBANA E TRANSPORTE NA CID ADE DO RIO DE JANEIRO E O DIREITO À CIDADE, À SAÚDE E À CIDADANIA DAS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS ............................. ....................................................... 11

DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE E SERVIÇO SOCIAL .. ............................. 13

CONDIÇÕES DE TRALHO E ONCOLOGIA ................... ........................................... 14

JUDICIALIZAÇÃO DAS POLITICAS SOCIAIS E O CONTEXTO D E ACESSO Á SAÚDE: APORTES PARA O DEBATE....................... ............................................... 15

UM ESTUDO SOBRE AS PUBLICAÇÕES DOS ASSISTENTES SOCI AIS SOBRE FAMILIAS NA AREA DO ENVELHECIMENTO ................ ......................................... 17

REFLEXÕES ACERCA DA INTERVENÇÃO PROFISSIONAL DOS AS SISTENTES SOCIAIS NOS HOSPITAIS GERAIS DO MUNICÍPIO DE JUIZ D E FORA – MG.......18

AS MUDANÇAS NA GESTÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE BRASILEI RA: OS IMPACTOS NAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS ..... 19

O SEU OLHAR MELHORA O MEU: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO SOCIAL EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL A PARTIR DA RESI DÊNCIA EM SAÚDE DA FAMÍLIA DA ENSP ......................... ....................................................... 20

DEMANDAS INESPECÍFICAS E O IMPACTO NO TRABALHO DO S ERVIÇO SOCIAL E NA (NÃO) GARANTIA DE DIREITOS: UM OLHAR A PARTIR DO PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADULTO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – HUPE ......................................................... 21 PESSOA COM DOENÇA RENAL CRÔNICA OU COM DEFICIÊNCIA RENAL :

ELEMENTOS PARA O DEBATE .......................... .................................................... 22

O RIOCARD ESPECIAL E OS IMPACTOS NO ACESSO AO TRATA MENTO DE PESSOAS COM DOENÇAS RRÔNICAS: O CASO DOS RENAIS CRÔ NICOS EM TERAPIAS RENAIS SUBSTITUTIVAS NO MUNICÍPIO DO RIO D E JANEIRO ....... 24

O CONTEÚDO DAS DISCUSSÕES NO GRUPO COM VIDA E SUA R ELAÇÃO COM A MODIFICAÇÃO DO PERFIL SOCIO-SANITÁRIO DO HIV-AIDS .......................... 25

O SERVIÇO SOCIAL DO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL DO AMPA RO: QUESTÃO DE GÊNERO, CONTROLE SOCIAL, ENVELHECIMENTO E SEXUAL IDADE.........26

A ARTICULAÇÃO ENTRE A MATERNIDADE DO HFB E OS DISPO SITIVOS DO TERRITÓRIO.............................................................................................................. 27

AS ESTRATÉGIAS EMPREENDIDAS PELO MERCADO DE PLANOS DE SAÚDE NO GOVERNO DILMA E SEUS REBATIMENTOS PARA O SUS ... .......................... 28

CONVIVÊNCIA FAMILIAR E TRANSTORNO MENTAL: UM ESTUDO REALIZADO COM AS FAMÍLIAS DOS USUÁRIOS ATENDIDOS NO CAPS IMBA RIÊ ................. 29

O TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL NA ATENÇÃO TERCIÁRIA D O NESA JUNTO Á EQUIPE DE SAÚDE ................................ .............................................................. 30

SERVIÇO SOCIAL E PRÁTICA PROFISSIONAL: OS DESAFIOS DE TRABALHO NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DO HOSPITA L CLEMENTINO FRAGA FILHO ....................................... .................................................................... 31

A EXPERIÊNCIA DA RELAÇAO ENTRE A RESIDÊNCIA MULTIPR OFISSIONAL EM SAÚDE DO IDOSO E A RESIDÊNCIA EM GERIATRIA, COMO FO RMA DE PRESTAR UMA ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DO IDOSO...... ........................... 33

TRABALHOS MULTIPROFISSIONAIS E DE OUTRAS ÁREAS – SE SSÃO PÔSTER JORNADAS DE JUNHO DE 2013: REFLEXÕES A PARTIR DA EX ECUÇÃO DO PROJETO DE MONITORIA............................... ...........................................................34

PROBLEMATIZANDO A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO SISTE MA DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE ............................... ........................................................... 35

UM OLHAR SOBRE A ATUAÇÃO SOCIOEDUCATIVA DO SERVIÇO SOCIAL NAS SALAS DE ESPERA DO PROJETO BÚSSOLA NO HOSPITAL UNIV ERSITÁRIO PEDRO ERNESTO (HUPE) ....................................................................................... 36

EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E PROJETO DE PROMOÇÃO DE S AÚDE COM IDOSOS: REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA ............ ....................................... 37 A IMPORTÂNCIA DO GRUPO DE MULHERES PARA AS USUÁRIAS ATENDIDAS NO CAPS AD RENATO RUSSO .......................... ..................................................... 38

HUMANIZAÇÃO, ACOLHIMENTO E AUTONOMIA – DESAFIOS E POSSIBILIDADES NO COTIDIANO DE INTERVENÇÃO DA RESID ÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DO HUCFF .... .......................... ..39

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL EM SAÚDE: EQUIPE PIXUNAS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO CENTRO MUNICIPAL DE SAÚDE MA DRE TERESA DE CACUTÁ ......................................... ..................................................................... 41

SAÚDE DO TRABALHADOR E A QUESTÃO DE GÊNERO: UM MAPE AMENTO DA PROVISÃO DO CUIDADO POR PARTE DOS SERVIDORES DA UFR J ................. 42

O MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL NO NASF: QUESTÕES P ARA O DEBATE ........................................... ......................................................................... 43

VIVÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NO SETOR DE OUVIDORIA DO INSTITUTO DE ATENÇÃO À SAÚDE SÃO FRANCISCO DE ASSIS – HESFA/UFRJ : UM RELATO DE EXPERIÊNCIA .................................................................................................... 44

RELATO DE EXPERIÊNCIA: GRUPO DE ACOLHIMENTO NA ESTR ATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA ................................. ................................................................ 45

UMA COMPOSIÇÃO DESIGUAL NA INTERVENÇÃO PÚBLICA SOBR E A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO COMPLEXO DA MARÉ . ...................... 46

A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO DISPOSITIVO PARA GARANTIR OS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DOS ADOLESCENTES: A CONTRIBU IÇÃO DA RESIDENCIA MULIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA MULHER ... ............................ 48

GRUPO DE CONVIVÊNCIA SOCIAL E CULTURAL DO INSTITUTO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE SÃO FRANCISCO DE ASSIS/HESFA/UFRJ: RELATO DE EXPERIÊNCIA .......................................................................................................... 49

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TRABALHOS DE SERVIÇO SOCIAL – COMUNICAÇÃO ORAL

CONCEPÇÃO DE RESIDÊNCIAS EM SAÚDE E PREOCUPAÇÕES AC ERCA DA

FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE ASSISTENTES SOCIAIS

Autora/Apresentadora: Rodriane de Oliveira Souza

RESUMO: Os programas de residência devem consubstanciar propostas pedagógicas de formação em serviço, com vistas a qualificar trabalhadores para o exercício profissional no âmbito do Sistema Único de saúde (SUS). Essa perspectiva se inscreve na firme posição contrária a todas as formas de utilização dos espaços de residência como trabalho precário. Acredita-se também que esses programas devem se sustentar no princípio da multiprofissionalidade, porque converge com o princípio da interdisciplinaridade, também contido no Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais, e porque qualifica ainda mais o assistente social para o trabalho em equipe no contexto da saúde pública. Essa questão coloca no centro do debate a tendência presente na realidade atual dos programas multiprofissionais, que surgem, em geral, para construir o trabalho multiprofissional e não a partir do trabalho multiprofissional. Essa defesa, contudo, não significa desconsiderar os programas de residências em Serviço Social existentes ainda hoje. Ao contrário, significa dizer que mesmo nessas propostas, a lógica interdisciplinar precisa ser assegurada. Nessa sentido, se inscreve o Programa de Residência em Serviço Social do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), hospital de ensino da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Trata-se de um programa de residência em área profissional, criado em 1976, cuja gestão permanece no Serviço Social do HUPE até os dias atuais, mas com a perspectiva de ser transformada em gestão compartilhada com a Faculdade de Serviço Social da UERJ, materializando, assim, a integração ensino / serviço. Para além da preocupação com a gestão dos programas, outra questão é o acompanhamento pedagógico dos residentes pela universidade e pelos serviços. Esses programas devem assegurar o acompanhamento conjunto do assistente social residente pelo assistente social preceptor e do assistente social tutor, inclusive nas residências multiprofissionais, pois é preciso garantir a particularidade das ações do Serviço Social no conjunto das ações da equipe de saúde e da residência multiprofissional. Disso decorre a exigência de se discutir a relação entre unidade formadora e executora, ou seja, as atribuições diferenciadas, mas complementares entre as unidades de formação acadêmica e os serviços, que se dá nos cenários de prática de residência, constitutivos, portanto, dos espaços de formação. Enfim, muitos são os desafios que vão desde uma conjuntura desfavorável de investimento e defesa da qualidade do serviço a ser prestado pelo SUS às adequações necessárias que devemos fazer para garantir qualidade à formação dos residentes, dentre elas a gestão compartilhada dos programas de residência entre as unidades acadêmicas e os serviços.

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A IMPORTÂNCIA DO LAUDO MÉDICO PARA O ACESSO AOS DIR EITOS SOCIAIS DAS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS

Autor/Apresentador: Igor Collyer Lima Calandrini

Coautora: Gabriella Berçot Barroso de Morais

RESUMO: O presente trabalho apresenta algumas reflexões acerca da utilização do laudo médico na garantia de direitos sociais que demandam a avaliação médica como critério para viabilizar o acesso das pessoas com doenças crônicas a programas e benefícios socioassistenciais e previdenciários. Um dos aspectos que importa ressaltar é a dificuldade desse acesso devido, em parte, à concepção de saúde ainda restrita, de cunho individual, biologicista, medicalizante e hospitalocêntrico, de alguns profissionais de saúde, inclusive, da medicina. Advém daí o não reconhecimento por parte da equipe de saúde do laudo profissional como documento técnico ímpar na garantia desses direitos. Ao ser compreendido como atribuição somente do profissional da medicina (BRASIL, 2013; BRASIL, 2009), deve ser elaborado de forma legível e necessita explicitar toda a situação histórica do usuário. Partindo desse pressuposto e, especialmente, em virtude de desconhecimento sobre os dispositivos legais que orientam o acesso dos usuários aos benefícios, torna-se uma importante ação do Serviço Social, como parte integrante de uma equipe de saúde interdisciplinar, assessorar o profissional da medicina na produção desse laudo técnico. Ressalta-se aqui que se trata de um instrumento que indica o resultado de uma avaliação técnica, por vezes, só possível de ser construído a partir do acompanhamento da situação de saúde do usuário, requerendo, assim, a perspectiva da integralidade. O laudo médico assume, assim, uma importância de promoção da garantia da continuidade do tratamento de saúde e na prevenção do agravamento e/ou agudização de doenças, o que exige a sintonia com os determinantes sociais que influenciam no processo saúde-doença. Neste caso, também é importante salientar a precisão do laudo médico, de acordo com cada benefício ou programa a que ele se destina. Além disso, com o propósito de ampliar a concepção sobre o laudo médico, faz-se estratégico que o Serviço Social elabore protocolos para toda a equipe da unidade de saúde, a fim de esclarecer tamanha relevância deste instrumento e crie instrumentos de comunicação interna, possibilitando que a concepção ampliada de saúde seja incorporada a esse instrumento técnico. Referências: SOUZA, Rodriane de Oliveira; NUNES, Amanda Pereira; COSTA, Ana Beatriz; FRANÇA, Jaqueline Flor da; Morais, Gabriella Berçot Barroso de; Calandrini, Igor Collyer Lima. Desafios do trabalho em equipe na garantia do acesso aos direit os sociais. Banner apresentado no Congresso Científico do HUPE de 2013. BRASIL. Lei nº 12.842 de 10 de Julho de 2013. Dispõe sobre o exercício da Medicina. Disponível em: < http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=24023:lei-12842&catid=66:leis&Itemid=34)> CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (Brasil). Resolução n° 1931, de 24 de setembro de 2009. Aprov a o código de ética médica. D Of União. 24 set 2009;(183, seção I):90-2. Retificações em: D Of União. 13 out 2009;(195, seção I):173. Disponível em: www.in.gov.br.

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A POLÍTICA DE MOBILIDADE URBANA E TRANSPORTE NA CID ADE DO RIO DE JANEIRO E O DIREITO À CIDADE, À SAÚDE E À CIDADANIA DAS PESSOAS

COM DOENÇAS CRÔNICAS

Autora/Apresentadora: Daniele Batista Brandt

RESUMO: A mobilidade urbana consiste em uma combinação entre os meios pessoais, os sistemas de circulação e os modais de transporte à disposição no lugar e no contexto de vida dos sujeitos. Está relacionada às possibilidades do cidadão ter acesso aos direitos sociais tais como educação, saúde, lazer e ao trabalho, bem como aos meios para acessar os serviços e os equipamentos coletivos dos quais necessita (KLEIMAN, 2011). Estudos demonstram que umas das problemáticas que atravessam o cotidiano dos usuários com doença crônica é a restrição à mobilidade, em seus aspectos físicos, sociais e econômicos (BRANDT, 2013). As doenças crônicas, sobretudo as não transmissíveis, podem resultar em restrição de mobilidade, permanente ou temporária, devido à evolução da doença ou ao tratamento realizado. Este trabalho tem por objetivo apresentar considerações sobre a política de mobilidade urbana e transporte na cidade do Rio de Janeiro quanto ao acesso amplo e democrático ao espaço urbano e aos serviços de saúde para pessoas com restrição à mobilidade por doença crônica. Para tanto, realizou-se levantamento de legislação e documentos do Governo Federal e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, com enfoque na oferta de serviços e gratuidades nos transportes, bem como de bibliografia recente sobre o tema, analisados com base no método materialista histórico-dialético. Os resultados aponta que a política e a legislação carioca, apresentam limites ao exercício do direito das pessoas com restrição de mobilidade. Com base no desenho desta política, é possível afirmar que ela vem: 1. ignorando as diferenças entre os níveis de restrição, dependência e necessidades dos usuários dos transportes; 2. estabelecendo diferenciações entre as doenças crônicas para definição dos seus beneficiários; 3. definindo outros critérios complementares para concessão das gratuidades; e, além disso, 4. não vem garantindo mecanismos de controle social. Para a mudança dessa realidade, torna-se fundamental a defesa do planejamento urbano democrático e participativo. É preciso avançar na discussão, formulação, implementação de políticas públicas que contemplem as reais necessidades deste segmento da população. Como também, a articulação da sociedade civil para a participação efetiva na definição da política municipal e metropolitana neste setor. Além disso, considera-se necessário manter viva a utopia do direito à cidade evocada pelas Jornadas de Junho (ROLNIK, 2013), que colocou na ordem do dia o debate sobre a mobilidade urbana, enquanto direito fundamental para a efetivação de outros tantos direitos. Referências: BRANDT, D. B. Mobilidade Urbana para quem? Considerações sobre a política de mobilidade urbana e transporte para pessoas com restrição de mobilidade e doença crônica na cidade do Rio de Janeiro. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Política e Planejamento Urbano e Regional) – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2013.KLEIMAN, M. Transportes e mobilidade e seu contexto na America Latina. In: Estudos e Debates nº 61. Rio de Janeiro: IPPUR: UFRJ, 2011. ROLNIK, R. As vozes das ruas: as revoltas de junho e suas interpretações. In: MARICATO et al (Orgs.). Cidades Rebeldes: passe livre e as

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manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo: Carta Maior, 2013.

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DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE E SERVIÇO SOCIAL

Autora/Apresentadora: Tatiane Valéria Cardoso dos Santos

Coautora: Letícia Batista Silva

RESUMO: O trabalho pretende contribuir com o debate acerca dos determinantes sociais da saúde (DSS), entendendo que a abordagem crítica acerca dessa temática é fundamental para prática dos assistentes sociais. A redução dos DSS aos fatores de risco das doenças e/ou aos estilos de vida dos indivíduos obscurecem a determinação social e o processo histórico inerente às relações sociais no modo de produção capitalista. A partir de uma análise crítica, os determinantes sociais da saúde são indicativos das formas concretas de organização de uma sociedade, de suas estruturas sociais e econômicas, materializadas em condições de vida e trabalho da população. Assim sendo, os determinantes sociais da saúde referem-se às correlações concretas entre saúde e sociedade, ao acesso e efetividade das políticas sociais. Resgatando as contribuições de Sérgio Arouca (1987, p. 35) sobre o conceito de saúde e doença defendido no Movimento da Reforma Sanitária: “saúde não é simplesmente não estar doente, é mais: é um bem-estar social, é o direito ao trabalho, a um salário condigno, é o direito a ter água, à vestimenta, à educação, e até, a informação sobre como se pode dominar o mundo e transformá-lo.” Indica-se aqui um esforço para superação da compreensão dos DSS dentro da lógica restrita da epidemiologia tradicional cunhada no processo de morbidade/mortalidades e estilos de vida. No Brasil, na medida em que se reconhece o Estado como fiador na formulação e execução de políticas sociais e econômicas nas práticas em saúde (Art.196/CF) direciona-se um julgamento contrário às intervenções orientadas pelo risco de adoecimento individual. Em uma conjuntura de ataques aos direitos sociais e às políticas estatais, especialmente aqui tratado o campo da saúde, como dar-se-á a incorporação e análise dos determinantes sociais no processo saúde/doença a partir da prática dos assistentes sociais? Nossa hipótese é que a requalificação dos DSS, a partir da correlação com o conceito de expressões da questão social no Brasil (IAMAMOTO, 2010), é um norte para organização e planejamento das ações do Serviço Social nas instituições. Também, torna-se imperativo a articulação do Serviço Social com as demais categorias profissionais e com os movimentos sociais, sindicais e setores progressistas na perspectiva de sedimentar um caminho concreto em torno da defesa do projeto basilar do Movimento da Reforma Sanitária e o Projeto Ético-Político do Serviço Social. Referências: AROUCA,A.S.; Democracia é Saúde. In: VIII Conferência Nacional de Saúde.Brasília:1986. Anais: Centro de Documentação do Ministério da Saúde. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 05 de outubro de 1988.21 ª ed. São Paulo: Saraiva 1999. IAMAMOTO, M.V. Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche – capital financeiro, trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2007.

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CONDIÇÕES DE TRABALHO E ONCOLOGIA

Autora/Apresentadora : Sabrina da Silva Souza

Coautoras: Keiza da Conceição Nunes e Camilla de Alvarenga

RESUMO: Introdução: O câncer é uma doença impregnada de estigmas e influencia diretamente no modo de produção e reprodução social. Nesta direção, o presente trabalho visa apresentar reflexões a cerca da maneira como a situação sócio-ocupacional afeta no adoecimento, no acesso e na continuidade do tratamento da neoplasia. Métodos: As reflexões presentes aqui são frutos de inquietações suscitadas a partir da vivencia e observação da prática profissional enquanto residentes de uma instituição de referência no tratamento oncológico à luz de estudos sobre a problemática. Trata-se por tanto de uma pesquisa qualitativa de investigação bibliográfica onde utilizamos coleta e análise de dados em livros, artigos, periódicos. Resultados e discussões: Ao correlacionarmos a situação sócio-ocupacionais com o adoecimento de câncer, observamos que o mesmo influenciará em relação ao tempo decorrido entre a exposição a determinado agente oncológico como exemplos os seguintes tipos de cânceres e suas relações ocupacionais: o câncer de pulmão com o amianto, arsênico e outros componentes químicos; alguns tipos de leucemias com a exposição ocupacional do benzeno; o câncer de bexiga está relacionado também exposição de benzendo, bem como a serviços de barbeiro, pintor, trabalhador de refinaria de petróleo e cabeleireiro; os tumores do Sistema Nervoso Central com o trabalho na indústria petroquímica, lavrador e embalsamador; o câncer de laringe ligado à exposição de produtos químicos, pó de madeira, fuligem, poeira de carvão e vapores de tintas; cânceres de pele com profissões expostas em excesso as radiações solares. (INCA,2014). Bem como em relação a fatores relacionados à detecção clinica do tumor, principalmente porque determinados tipos de cânceres são assintomáticos em seu estágio inicial. Conclusões: Em suma, o trabalho além de ser um fator condicionante da gênese do câncer passa a ser também determinante do tratamento tanto em relação ao acesso quanto na continuidade do mesmo. Isto ocorre porque na atual sociedade contemporânea a precarização das condições de trabalho, a flexibilização, as relações de trabalho informal e as jornadas prolongadas, próprios do contexto de produção capitalista neoliberal, implicam no modo de viver e de adoecer do trabalhador. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2014: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Inca, 2014. ___________Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho / Instituto Nacional de Câncer; organizadora Fátima Sueli Neto Ribeiro. – Rio de Janeiro: Inca, 2012. BRAVO, MIS [ ET ALL]. Saúde e Serviço Social. São Paulo: Cortez: Rio de Janeiro; Uerj. 2004. WUNSCH, D. & MENDES, J. Saúde do Trabalhador e proteção social: as repercussões da precarização do trabalho no capitalismo contemporâneo. In Estudos do Trabalho. Ano V. Vol. 9. 2011. Revista da RET Rede de Estudos do Trabalho. Disponível em www.estudosdotrabalh.org.

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JUDICIALIZAÇÃO DAS POLITICAS SOCIAIS E O CONTEXTO D E ACESSO A

SAÚDE: APORTES PARA O DEBATE.

Autora/Apresentadora: Tatiana Figueiredo Ferreira C onceição

RESUMO: O presente trabalho traz como análise a o fenômeno da judicialização e sua configuração garantia de acesso a saúde. O interesse pela temática não é fortuito, iniciado enquanto residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Criança e do Adolescente cronicamente adoecido do Instituto Nacional em Saúde da Mulher, do Adolescente e da Criança Instituto Fernandes Figueira – IFF. Para se compreender o fenômeno da judicialização da saúde é necessário articular o contexto de mundialização do capital, mercantilização dos direitos sociais, reordamento da utilização do fundo público, assim como compartilhamento das burguesias nacionais e internacionais e anuência estatal para sua ausência e/ou pouca efetividade no que tange a execução das políticas sociais. Cabe nos salientar, que de acordo com Soares (2001) as políticas sociais são vitais para o capitalismo, pois são políticas que garantem a manutenção deste sistema de acumulação ao garantir mercado consumidor e o movimento do capital. Nossa análise aborda e compreende que o acesso a saúde como a “capacidade das pessoas de obterem os serviços de saúde necessários nos lugares e momentos certos. Está intimamente vinculado às dimensões das condições de vida, como nutrição, habitação, poder aquisitivo e educação, entre outros” (SILVA, 2005:15-16).Este debate se torna relevante socialmente, pois fundamenta e fomenta discussões que responsabiliza o Estado para a execução das políticas e visa garantir os direitos sociais conquistados pela classe trabalhadora. Assim, neste cenário e mesmo diante das legislações1 que pautam como premissa básica a compreensão da saúde como um direito de todos e dever do Estado, que vem se adensando o fenômeno de Judicialização da Saúde , como forma de garantir o acesso e a efetividade da execução da política de saúde. O que nossa análise problematiza que forma de acesso é “garantido” ao usuário demandante?, Pois partimos do pressuposto que o acesso não se centraliza apenas nas formas de tratamento para acometimentos clínicos, mas que a saúde é perpassada pelas condições de vida e trabalho deste usuário. Assim, a efetividade do direito à saúde requer um conjunto de respostas políticas e ações governamentais mais amplas, e não meramente formais e restritas às ordens judiciais. As demandas judiciais não podem ser consideradas como principal instrumento deliberativo na gestão da assistência a saúde, mas admitidas como um elemento importante na tomada de decisão dos gestores. Sendo assim, o principal desafio é formular estratégias políticas e sociais com outros mecanismos e instrumentos de garantia democrática, que aperfeiçoem os sistemas de saúde e de justiça com vistas à efetividade do direito à saúde. (Ventura et al, 2010).Entendemos que a concretização do direito à saúde retrata um caso emblemático da luta pela realização dos direitos fundamentais, onde se faz necessário a efetivação do controle social, e articulação com diversos agentes e instituições para que atuem de forma articulada desde o desenvolvimento legislativo até sua execução, mas principalmente uma articulação com estes usuários demandantes para que se reconheçam como sujeitos de direitos, que por muitas vezes possuem uma inserção ou acesso de forma subalternizada, o que reafirma o seu entendimento de benefício ou invés do direito.Desta forma, em defesa construção e efetivação de um Sistema Único de Saúde universal que pautamos uma luta popular e permanente onde como já nos dizia Eduardo Galeano “Para isso serve a utopia, para eu seguir caminhando”.

1 - As Legislações no qual nos baseamos são a Constituição Federal de 1988, Lei 8080 e Estatuto da Criança

e do Adolescente, ambos de 1990.

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Referencias: BEHRING,E.R. “Política Social no contexto da Crise Capitalista”. In: CFESS/ABEPSS. Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília, CFESS/ABEPSS. 2009. SILVA, Edson & MOTTI, Ângelo (Coord.). Uma Década de Direitos: Estatuto da Criança e do Adolescente – Avaliando resultados e projetando o futuro. Campo Grande: Editora UFMS, 2001; SOARES, Laura Tavares- Ajuste Neoliberal e desajuste social na América Latina. Petrópolis, Rio de Janeiro. Editora Vozes, 2001. 365p.; VENTURA, Miriam et al - Judicialização da saúde, acesso à justiça e efetividade do direito a saúde. In Revista Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2010.p. 77-100.

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UM ESTUDO SOBRE AS PUBLICAÇÕES DOS ASSISTENTES SOCI AIS SOBRE FAMÍLIAS NA ÁREA DO ENVELHECIMENTO

Autora/Apresentadora: Nathalie Borges Torres Silva

Coautora: Maria Helena de Jesus Bernardo

RESUMO: Em um contexto de restrição das ações do Estado e de responsabilização das famílias pela proteção social de seus membros, o envelhecimento com dependência torna-se uma das expressões da questão social. O objetivo deste estudo é propor uma reflexão teórico-prática sobre as possibilidades do trabalho com famílias na área do Envelhecimento em uma perspectiva crítica, através da análise das produções teóricas do Serviço Social dentro deste campo. Trata-se de um estudo bibliográfico e foi elaborado a partir de um projeto de pesquisa destinado ao Trabalho de Conclusão de Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso. Tal estudo parte da premissa que há uma tendência, no campo do Envelhecimento, de reprodução da responsabilização familiar no âmbito das políticas públicas e, por conseguinte, da adoção de conceitos de família que tendem a restringi-la às relações interpessoais. É importante ressaltar a necessidade de fortalecimento do referencial teórico crítico, como perspectiva para atuação do Serviço Social, considerando sua participação nos espaços multiprofissionais contribuindo para a ampliação do acesso das famílias aos seus direitos e intervenção nas concepções e práticas com viés conservador. Em um tempo no qual discursos ideológicos camuflam a realidade, ampliando o contexto de desigualdade e injustiça social, faz-se necessário o desvelamento através da análise crítica de conceitos que reforçam esta lógica. O lugar atribuído às famílias atualmente, seja na literatura, nas legislações ou no próprio atendimento realizado nos serviços públicos, foi e ainda é construído através de saberes e práticas, este pode ser repensado no sentido de sua emancipação e cidadania. Neste sentido, este estudo pretende contribuir para essa ressignificação a partir de bases mais críticas. Referências: MINAYO, M. C. de S. (org). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 30ª. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. MIOTO, R. C. T. Família, trabalho com família e Serviço Social. Serviço Social em Revista, Londrina, v.12, n.2, p. 163-176, 2010. TEIXEIRA, S.M. Envelhecimento e trabalho no tempo do capital. Implicações para a proteção social no Brasil. Cortez, São Paulo, 2008.

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REFLEXÕES ACERCA DA INTERVENÇÃO PROFISSIONAL DOS AS SISTENTES SOCIAIS NOS HOSPITAIS GERAIS DO MUNICÍPIO DE JUIZ D E FORA – MG

Autora/apresentadora: Raffaelle Pedroso Pereira Nikoofard

RESUMO: Aos assistentes sociais são requisitadas demandas que reforçam atuações psicossociais, assistencialistas, individualistas e fiscalizatórias, configurando um caráter emergencial e burocrático à profissão. Conforme assinala Guerra (2005), as demandas as quais trabalhamos são saturadas de determinações que “exigem mais do que ações simples, repetitivas, instrumentais, de rápida execução, de resolução imediata, de decisões tomadas em caráter de urgência, isentas de conteúdo ético-políticos” (Idem, p.25). Foi pensando nisso que esta dissertação teve como objetivo conhecer como os assistentes sociais estão orientando a sua intervenção profissional. A pesquisa envolveu 6 Hospitais Gerais e foram entrevistadas 10 profissionais. Acerca das análises constatou-se que muitas conquistas foram alcançadas, mas também verificou-se a permanência do conservadorismo nas ações de todas as profissionais. Em relação aos avanços destaca-se: 1) afirmam uma perspectiva de direito e buscam orientar e encaminhar os usuários para os bens e serviços; 2) busca de atualização na área da saúde; 3) de forma implícita, e, por vezes explícita, aparece a afirmação de princípios do SUS e do Projeto Profissional Crítico; 4) preocupação com o atendimento de qualidade nos serviços, envolvendo-se em comissões de humanização; 5) tem-se a atuação em atividades interdisciplinares e intersetoriais. No entanto, observou-se que ainda existem muitos desafios a serem enfrentados, tais, como: 1) profissionais que afirmam que seu projeto profissional é clínico e/ou institucional, tendo as demandas institucionais como finalidade; 2) identificação da profissão como serviço burocrático e voltado para demandas imediatas; 3) indefinição da atuação em projetos interdisciplinares; 4) instrumentos sendo usados sem finalidade clara; 5) referência apenas nas legislações, afastando-se das referências teórico-metodológicas que fundamentam o PEP; 6) Falta de pesquisas e investigações; 7) discursos de humanização, acolhimento e vínculo como mero tratamento cordial; 8) Falta de planejamento, de registro, de avaliação profissional; 9) falta de reflexão crítica em todas as atividades, onde a intervenção é focada no mero repasse de informações; 10) pouca presença em espaços de participação relacionados à profissão (Conferências, Conselhos, CRESS/CFESS, eventos); 11) falta de articulação com os movimentos sociais e com as organizações populares. Referências: GUERRA, Y. O Serviço Social frente à crise contemporânea: demandas e per spectivas. In: Revista Ágora – Políticas Sociais e Serviço Social. [online]. Ano 2, n. 3, dez/2005. Disponível em: <www.assistentesocial.com.br>. Acessado em 12 de abril de 2012.

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AS MUDANÇAS NA GESTÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE BRASILEI RA: OS IMPACTOS NAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS

Autora/Apresentadora: Débora Holanda Leite Menezes

RESUMO:O presente estudo procura discutir as mudanças na política de saúde brasileira seus impactos e reflexos nas condições de trabalho dos assistentes sociais. O objetivo é captar como as mudanças na política de saúde vêm prejudicando a efetivação desta política pública, haja vista que a consolidação desta política foi fruto de luta dos movimentos sociais. Assim, ao se apropriarmos dessas modificações verificamos que além de impactarem nas condições de funcionamento das instituições, atingem os usuários que sofrem com a falta de qualidade dos serviços prestados, e os trabalhadores, os quais têm suas condições de trabalho extremamente fragilizadas. Dessa maneira, o estudo busca se apropriar, das dificuldades vivenciadas no campo da saúde, essa apropriação se deu a partir de um resgate histórico, que traça todas as transformações vivenciadas por essa política pública. Além disso, será realizada uma apropriação em particular das transformações ocorridas no sócioocupacionais do Serviço Social. Assim, como metodologia foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema. Conclui-se que a política pública de saúde brasileira tem sido direcionada para a privatização, o que infelizmente impacta nos princípios e valores defendidos pelo Sistema Único de Saúde e nas condições de trabalhadores da saúde. Palavras Chave: Serviço Social e Política de Saúde. Referências: ALENCAR, Mônica. O trabalho do assistente social nas organizações privadas não lucrativas. In:Serviço Social: direitos sociais e competências profissiona is . Brasília: CFES/ABEPSS, 2009, p. 449 – 460. ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo.In:SADER, E. & GENTILI, P. (Orgs.) Pós-neoliberalismo . Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.9-23. BEHRING, Elaine Rossetti. Brasil em contra-reforma. São Paulo: Cortez, 2008. BRAVERMAN, Harry. Trabalho e Capital Monopolista . Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos,1987. BRAVO, Maria Inês de S. Serviço Social e Saúde: desafios atuais. Temporalis. São Luís (MA):ABEPSS ano VII, n. 13, p.121-153, jan.-jun. 2007. ____. Política de Saúde no Brasil. In: MOTA, Ana E.et al.(Orgs.). Serviço Social e Saúde. Formação e trabalho profissional. Brasília: ABPESS/São Paulo: Cortez, 2006, p. 88-110. BRAZ, Marcelo. O Governo Lula e o Projeto Ético-Político do Serviço Social. Serviço Social & Sociedade . Ano XXV, n. 78. São Paulo: Cortez, p. 48-68, julho 2004.

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O SEU OLHAR MELHORA O MEU: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO

SERVIÇO SOCIAL EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL A PARTIR DA RESIDÊNCIA

EM SAÚDE DA FAMÍLIA DA ENSP

Autora/Apresentadora: Aline do Nascimento Pereira

Coautoras : Ana Carolina Menezes e Priscilla Luz

RESUMO: A Política Nacional de Atenção Básica – PNAB 2011 apresenta a nova forma de ordenação da Atenção Básica por meio da Estratégia de Saúde da Família. Na Estratégia a atuação se dá em território previamente adscrito, aproximando a unidade de saúde do local de moradia de seus usuários e, através de diagnóstico situacional, planeja seu processo de trabalho e as ações de promoção de saúde. Objetivando aumentar a resolutividade da Estratégia de Saúde da Família o Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), mediante a Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008, o que permite a inserção de outras categorias profissionais, dentre elas o serviço social, na perspectiva do apoio matricial. A experiência da Residência Multiprofissional em Saúde da Família nos apresentou os desafios e potencialidades da inserção do Serviço Social neste campo, a partir da identificação de suas principais demandas. Chamados a intervir junto à equipe multiprofissional para dar apoio às equipes inseridas nas clínicas da família, o Serviço Social tem o desafio de compartilhar o cuidado saindo da lógica imediatista muito impregnada nas equipes de saúde. A condução dos casos pautados na corresponsabilização com os demais profissionais nos desafia a cotidianamente estabelecer práticas que promovam o envolvimento direto das diferentes categorias, o que nem sempre acontece de forma simples visto as diferenças das formações. A potencialidade das ações intersetoriais para a resolução das demandas identificadas a partir das unidades de saúde traz a tona o que venha a ser o principal papel dos Assistentes Sociais nesses espaços, o de articulador da rede sócio assistencial, envolvendo demais setores nas ações que auxiliem a resolutividade e gestão compartilhada dos casos. Percebemos também importante o papel quanto ao fomento à participação social, democratização das informações e do acesso de maneira mais efetiva orientados pela mobilização comunitária. Apesar de bastante desafiador, o trabalho em equipe multiprofissional nos proporcionou uma rica experiência de relação compartilhada do cuidado e horizontalidade dos saberes. Referências: BRASIL. Política Nacional de Atenção Básica . Brasília: Ministério da Saúde, 2011. BRASIL. Portaria GM nº 154 . Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

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DEMANDAS INESPECÍFICAS E O IMPACTO NO TRABALHO DO S ERVIÇO SOCIAL E NA (NÃO) GARANTIA DE DIREITOS: UM OLHAR A PARTIR DO

PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADULTO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – HUPE

Autora/Apresentadora: Juliana Rodrigues Freitas

Coautora: Laisa Naiara Euzébio de Sá

RESUMO: O trabalho em tela é fruto da experiência de residência no Atendimento Social do Programa de Atenção à Saúde do Adulto (PASA). O atendimento social consiste em atendimento aos usuários dos ambulatórios do HUPE, com objetivo de prestar orientações acerca dos direitos. A atuação das assistentes sociais do referido setor enfrenta entraves postos pela ausência de organização institucional, considerando que inexiste historicamente no HUPE um setor de acolhimento. Diante disso, são apresentadas ao Setor de Serviço Social, diversas demandas,2 encaminhadas por diferentes setores, que destoam das competências e atribuições destes profissionais, demandas essas que chamamos de inespecíficas. Ressalta-se que o tempo de trabalho despendido no atendimento às demandas inespecíficas sobrepuja o tempo utilizado no atendimento as demandas específicas. Uma das consequências é a diminuição do tempo para a qualificação do processo que envolve a emissão das respostas às demandas específicas. A equipe construiu um instrumento de registro das demandas inespecíficas com o objetivo de acompanhar historicamente seu perfil, bem como um documento intitulado “procedimentos comuns face às demandas inespecíficas” (2008). Infere-se que o encaminhamento de demandas não pertinentes, têm relação com o desconhecimento em relação às competências e atribuições do Assistente Social. A análise das demandas revela por vezes, questões que vão para além do contexto institucional, como: a não implementação do SUS, conforme prevê a legislação e suas consequências. Neste trabalho apresentaremos os dados do perfil das referidas demandas do ano de 2013, bem como a problematização acerca dos impactos desse processo no trabalho dos profissionais do PASA e no acesso dos usuários aos seus direitos. Referências: BRASIL. Lei 8.080 de 19 de Setembro de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 03 jul. 2014. MARQUES, Elizabeth da Luz. Relatório do Seminário: O trabalho do Serviço Social do PASA e a dinâmica institucional do HUPE. Rio de Janeiro, 2008.

2 Dentre as demandas citadas estão: pedidos de marcação de exames e consultas, pedidos de internação,

informação sobre localização de setores do hospital, pedido de laudo e atestado médico, declaração de comparecimento (usuários não atendidos pelo Serviço social), reclamações sobre atendimento ambulatorial, etc.

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PESSOA COM DOENÇA RENAL CRÔNICA OU COM D EFICIÊNCIA RENAL : ELEMENTOS PARA O DEBATE

Autora/Apresentadora: Jaqueline Flor da França

RESUMO: Pretende-se aqui apresentar algumas reflexões a partir das observações cotidianas do acompanhamento social realizado aos usuários que possuem doença renal crônica no Hospital Universitário Pedro Ernesto, à medida que as alterações objetivas e subjetivas vividas por eles repercutem na sua qualidade de vida e na sua condição social, atribuindo-lhe novos desafios e incumbências. A partir do diagnóstico clínico de doença renal crônica, especialmente ao necessitar ser inserido em uma Terapia Renal Substitutiva (TRS), esse indivíduo passa a necessitar de uma máquina para exercer a função renal, da utilização de medicamentos de uso contínuo, de uma dieta alimentar e, por consequência disso, prescinde do reconhecimento de novos hábitos e valores, que passam a permear sua concepção de vida e saúde. Nesse sentido, esse trabalho analisa a contradição existente entre a definição da doença renal crônica e a de deficiência física, na qual se inscreve a deficiência renal. Essa segunda compreensão sustenta-se em alguns dispositivos legais que consideram a pessoa com doença renal crônica como pessoa com deficiência. Por outro lado, essa mesma compreensão não é estendida a todos os serviços e direitos sociais a que dispõe a pessoa com deficiência renal ou doença renal crônica. Tal contradição se expressa em legislações federais, como a que respalda o Passe Livre Interestadual. Com base na Lei nº 8.899/1994 e no Decreto nº 3.691/2000, é assegurada a gratuidade em viagens interestaduais para as pessoas com deficiência física, mental, auditiva ou visual e com deficiência renal crônica, comprovadamente carentes, nos termos lei. Essa perspectiva contraditória se apresenta com maior evidência em um dos instrumentos oficiais que viabiliza esse benefício, intitulado Atestado de Equipe Multiprofissional do SUS. Dessa forma, é possível observar a doença sendo considerada para certos dispositivos como deficiência. Além disso, as limitações da pessoa renal crônica para o desenvolvimento das suas atividades cotidianas nos leva a compreender que há, de fato, coerência na atribuição da pessoa com doença renal à condição social de pessoa com deficiência, considerando que do ponto de vista legal, entende-se deficiência como “toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano" (BRASIL, 1999, artigo 3°). Ainda que introdutória, essa reflexão n os propõe analisar a realidade do usuário com doença renal e os debates atuais sobre deficiência como forma de apreciarmos possível nivelamento da pessoa com doença renal crônica à pessoa com deficiência. Referências: BRASIL. Decreto n° 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3298.htm. Acesso em: 19 jul. 2014. _______. Lei n° 8.899, de 29 de junho de 1994. Concede passe livre às pessoas portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8899.htm Acesso em: 19 jul. 2014. _______.Decreto 3.691, de 19 de dezembro de 2000. Regulamenta a Lei no 8.899, de 29 de junho de 1994, que dispõe sobre o transporte de pessoas portadoras de

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deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3691.htm Acesso em: 19 jul. 2014. ______. Portaria n° 389, de 13 de março de 2014. Define os critérios para a organização da linha de cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica (DRC) e institui incentivo financeiro de custeio destinado ao cuidado ambulatorial pré-dialítico. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0389_13_03_2014.html. Acesso: 20 jul. 2014.

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O RIOCARD ESPECIAL E OS IMPACTOS NO ACESSO AO TRATA MENTO DE PESSOAS COM DOENÇAS RRÔNICAS: O CASO DOS RENAIS CRÔ NICOS EM

TERAPIAS RENAIS SUBSTITUTIVAS NO MUNICÍPIO DO RIO D E JANEIRO Autora/Apresentadora: Amanda Pereira Nunes

RESUMO: Este estudo tem o objetivo de apontar reflexões teóricas a respeito

da política de gratuidade de transporte no município do Rio de Janeiro e os impactos no acesso ao tratamento de pessoas adoecidas cronicamente, principalmente, dos renais crônicos em Terapias Renais Substitutivas atendidos no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Trata-se de uma discussão que tem por alicerce a concepção de que o acesso ao tratamento e aos cuidados assistenciais necessários à manutenção, prevenção, recuperação e promoção da saúde é fator indispensável à materialização desse direito. Nesse sentido, trabalha-se com o conceito ampliado de saúde, o qual supera a noção de saúde como simples ausência de doença, tendo como fundamento o reconhecimento da obrigatoriedade do Estado em fazer a provisão desse bem indispensável que é a saúde. Partindo do princípio de que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 1988, art. 196), entende-se que o translado do cidadão de seu local de moradia ou trabalho aos locais de cuidado e tratamento de saúde também estão incluídos nessa normativa, sendo responsabilidade do Estado a sua provisão. No caso do Rio de Janeiro, temos por fundamento legal, o estabelecimento do sistema RioCard Especial, que consiste na oferta de gratuidade a um determinado rol de pessoas e situações específicas que podem acessar os ônibus convencionais para fins de tratamento de saúde. Neste perfil de elegíveis para obter acesso gratuito nos transportes encontram-se os renais crônicos e transplantados. E é sobre essa situação que nos debruçaremos nesse estudo reflexivo, já que acreditamos que a política de gratuidade nos transportes urbanos para pessoas com doença renal crônica em terapia renal substitutiva não garante o acesso necessário dos usuários do sistema público de saúde do Rio de Janeiro ao tratamento de saúde. Este estudo torna-se relevante na medida em que oferecerá subsídios para uma maior compreensão dos determinantes que envolvem o acesso ao tratamento e atendimento das demandas sociais e específicas das pessoas com doença renal, possibilitando a criação de novos modos de intervenção com foco nas dificuldades enfrentadas pelos usuários no atendimento das suas demandas de saúde. Referências: BRASIL. Constituição Federal de 1988 . Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 20 de julho de 2014. ______. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 . Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso em: 20 de julho de 2014. ______. Portaria nº 389, de 13 de março de 2014 . Define os critérios para a organização da linha de cuidado da Pessoa com Doença renal Crônica (DRC) e institui incentivo financeiro de custeio destinado ao cuidado ambulatorial pré-dialítico. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0389_13_03_2014.html>.Acesso em:18 de julho de 2014. RIO DE JANEIRO (Município). Decreto nº 32842, de 1 de outubro de 2010. Regulamenta a Lei nº 5211, de 01 de julho de 2010, que institui o Bilhete Único no Município do Rio de Janeiro, bem como a Lei nº 3167, de 27 de dezembro de 2000, que disciplina a Bilhetagem Eletrônica nos serviços de Transporte Público de Passageiros do Município do Rio de Janeiro, incluído o exercício das gratuidades legalmente instituídas. Disponível em: <http://smaonline.rio.rj.gov.br/legis_consulta/35317Dec%2032842_2010.pdf>. Acesso em: 18 de julho de 2014.

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O CONTEÚDO DAS DISCUSSÕES NO GRUPO COM VIDA E SUA R ELAÇÃO COM A MODIFICAÇÃO DO PERFIL SOCIO-SANITÁRIO DO HIV-AIDS

Autora/Apresentadora: Elizabeth da Luz Marques Coautora: Leonella Sanches

RESUMO: O grupo COMVIDA foi criado há 18 anos no HUPE ( Hospital Universitário Pedro Ernesto) e até 2013 caracterizou-se como projeto de extensão do DMIFC – Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunitária, da Faculdade de Medicina da UERJ; é um projeto voltado para os usuários/as com HIV-AIDS em acompanhamento nos ambulatórios do Hospital Pedro Ernesto; este projeto contou inicialmente com profissionais das áreas de psicologia, medicina, Serviço Social, enfermagem e nutrição; no momento entanto, só duas disciplinas coordenam este trabalho: o Serviço Social e a Medicina. É cenário de aprendizagem de residente de Serviço Social desde seu nascimento, ou seja, 1996. Desde o início da atividade grupal, houve preocupação da equipe de Serviço Social em registrar em cadernos o conteúdo das reuniões, com as seguintes preocupações: servir de base às supervisões das residentes, guardar a memória da atividade grupal para as equipes vindouras, sistematizar as contribuições do Serviço Social na dinâmica estabelecida, bem como servir de fonte de pesquisas e levantamentos para organização de trabalhos científicos, como é o caso neste momento. Escolhemos dois períodos para comparar as discussões efetivadas no grupo, à saber: 2001-2002 / 2012-2013, períodos esses afastados 11 anos um do outro, com o seguinte objetivo: a mudança do perfil sócio sanitário do HIV-AIDS repercutiu em termos dos conteúdos discutidos no grupo Com Vida? Vale frisar que a metodologia adotada pela equipe de coordenação não se configura como palestra, com temáticas definidas à priori antes, partimos do pressuposto de que todos ali, sejam estudantes, usuários, residentes ou profissionais staffs, aprendem e ensinam uns aos outros, pois todos somos portadores de experiências e saberes acumulados ao longo da vida. Dessa feita, os assuntos abordados são trazidos pelos próprios usuários e dizem respeito as questões que os mobilizam naquele dia/semana; essa dinâmica garante assim, o interesse dos mesmos na produção da reflexão coletiva. Cumpre informar que os profissionais e/ou estudantes/residentes também podem trazer sugestões de tema para debate. Que temas foram mais recorrentes nas reuniões? Por quê o foram? O que se discutia no início da atividade grupal? Porque alterou-se o conteúdo das conversas coletivas ? Ainda é importante a atividade grupal após 18 anos de existência, quando a Aids passa, na atualidade, a ser considerada uma doença crônica? Estas são perguntas que procuraremos responder na apresentação deste trabalho.

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O SERVIÇO SOCIAL DO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL DO AMPA RO: QUESTÃO DE GÊNERO, CONTROLE SOCIAL, ENVELHECIMENTO E

SEXUALIDADE.

Autora/Apresentadora: Ana Cléia Gonçalves de Aguiar

RESUMO: O presente estudo, é parte da monografia do Curso de Especialização em Serviço Social e Saúde. O objeto desse estudo está articulado a minha prática profissional em um ambulatório vinculado a um Hospital Filantrópico, localizado no município do Rio de Janeiro. O interesse pela temática do envelhecimento surgiu a partir da análise das estatísticas de atendimento dos usuários do ambulatório (2008 a 2009),que apontou o predomínio da faixa etária de idosos (60 a 70 anos), do sexo feminino, moradoras de comunidades. Pesquisar o tema do envelhecimento possibilita conhecer a realidade através da dimensão investigativa que qualifica a intervenção profissional. Além de, contribuir para a articulação das políticas públicas que compõem a rede de atendimento à população idosa (IAMAMOTO, 1998).Adotou-se gênero como categoria de análise transversal a esse estudo, por considerar que o conceito de gênero traz importantes contribuições na crítica à compreensão naturalizada da reprodução e sexualidade (GAMA, 2004). Optou-se pela realização de entrevistas semi-estruturadas com o público idoso atendido no ambulatório. A análise das entrevistas, de abordagem qualitativa, foi baseada na técnica de análise de conteúdo. Foram realizadas 14 entrevistas, obteve-se como resultado: o predomínio do sexo feminino (13) e 5 entrevistados não recebem nenhum tipo de benefício previdenciário. Quanto ao envelhecimento, foi identificado o núcleo de sentido concepção depreciativa da velhice, uma idosa resumiu em uma palavra o envelhecimento: “Solidão”. Em relação ao controle social, apenas 2 idosas relataram participar desses espaços. Esse resultado converge com o estudo de Goldman (2004) que poucos idosos participam da luta política e associa essa baixa participação com a percepção que a sociedade tem do idoso como fraco e oprimido, e como tal é protegido pelos opressores. Foi observado que 10 participantes, todas mulheres, afirmaram que o envelhecimento não interfere na sexualidade, sendo que, três mulheres não responderam a pergunta acerca da sexualidade. A dificuldade em abordar esse assunto, pode estar atrelado ao fato da sociedade determinar comportamentos limitantes à expressão de ser da mulher idosa, diversas atividades não podem ser exercidas pois “não pega bem”.(OLIVEIRA e CÓTICA,2009).Nesse sentido, esse estudo ressalta que são necessárias investigações de abordagem quantitativa e qualitativa para aprofundar as pesquisas sobre essa temática. O cenário construído nesse estudo pode contribuir na elaboração de projetos e programas que articulem envelhecimento e sexualidade com o olhar da igualdade de gênero. Acredita-se ser necessário estimular o debate sobre o envelhecimento e sexualidade com a categoria profissional, para fomentar iniciativas que abordem essa temática. Palavras-chave : gênero,controle social, envelhecimento, sexualidade. Referências: GAMA, A. S. Gênero e avaliação da qualidade da atenção em serviços de saúde reprodutiva. In: Bravo M. I. S et al. Saúde e Serviço Social. Cortez; Rio de Janeiro: UERJ, 2004. GOLDMAN, S. N. As dimensões sócio-políticas do envelhecimento. PY, L. et al. Tempo de Envelhecer. Rio de janeiro: NAU editora, 2004: 61-82. IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Editora Cortez; 1998. OLIVEIRA D. C; CÓTICA C. S. Sexualidade e qualidade de vida na idade avançada. Revista Geriatria & Gerontologia. Fortaleza: SBGG, v.3, p. 41-7, JAN/FEV/MAR 2009.

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A ARTICULAÇÃO ENTRE A MATERNIDADE DO HFB E OS DISPO SITIVOS DO TERRITÓRIO

Autora/Apresentadora: Mirian Moura Constantin Felix de Souza

Coautoras: Naiara Nara Nascimento Coutinho e Sabrina Felipe Serra Monteiro

RESUMO: A maternidade do Hospital Federal de Bonsucesso compõe um Serviço de Alta Complexidade com o objetivo de atender mulheres com gestação de Alto Rico. No que tange a equipe do Serviço Social da Obstetrícia é composta por uma Assistente Social e duas estagiárias de Serviço Social. As principais demandas atendidas perpassam por crianças em possível situação de abandono na UI e UTI neonatal, orientações sobre licença maternidade, mulheres sem identificação ou situação de rua, em situação de violência doméstica, pacientes com sofrimento mental e, por fim, gestantes e puérperas usuárias de drogas. Tal maternidade fica situada em uma das principais vias do Rio de Janeiro, que nos últimos anos ganhou destaque na mídia pelas visíveis cenas de uso de drogas, vulgarmente conhecidas como cracolândias. Ademais, com a chegada do crack no Rio de Janeiro a partir de 2009 os atendimentos a gestantes e puérperas usuárias de crack e outras drogas ficaram cada vez mais intensos demandando novas estratégias nos atendimentos a essas usuárias pelo Serviço Social junto às demais categorias. Essa situação complexa que envolve a maternidade e uso de drogas vem demandando do assistente social uma proximidade com outros dispositivos,-sobretudo no período de internação dessas pacientes na tentativa de construir um possível suporte no pós-alta para mãe e bebê. Cabe ressaltar que, agregar outros dispositivos da rede nesses atendimentos torna-se um desafio cotidiano, pois além da demanda intensa de usuárias de drogas atendidas pelo serviço, os dispositivos ofertados no território contam com fragilidades para absorver os inúmeros casos encaminhados, configurando uma morosidade no que diz respeito a construção dessa articulação entre a Maternidade e os dispositivos do território. Entretanto, desde agosto de 2013 o Serviço Social somado a equipe da Obstetrícia identificou a necessidade de problematizar essas questões com os atores do território, o que foi possível através de reuniões mensais denominadas como Roda de Conversa, que além de abarcar a relação entre a maternidade e o uso de drogas, contou com a presença de representantes de alguns dispositivos como: Consultório na Rua,Clinica da Família e Caps, onde se discutiu possíveis manejos e intervenções dos casos, bem como a criação de um fluxo de atendimento da unidade. Referências: LIMA, R.C.C et al. Políticas Sociais sobre o crack no Rio de Janeiro. In: ENCONTRO NACIONAL DE POLÍTICA SOCIAL, 8o, 2013, [S.l.]. Anais do 8° Encontro Nacional de Política Social, [S.l.], 2013, p. 1-17. II Relatório de Gestão 2010 do HGB/HFB. (Decisão Normativa n°107,de 27/10/2010- Anexo II.

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AS ESTRATÉGIAS EMPREENDIDAS PELO MERCADO DE PLANOS DE SAÚDE NO GOVERNO DILMA E SEUS REBATIMENTOS PARA O SUS

Autora/Apresentadora: Silvana de Abreu Felipe Carvalho

RESUMO: O artigo em tela deriva do Trabalho de Conclusão de Curso e tem como reflexão teórica as principais estratégias empreendidas pelo mercado de planos de saúde para ampliação do acesso ao setor e os impactos que estas medidas têm para o acesso universal da população à política de saúde. Dentro dessa análise, leva-se em consideração a imbricada relação público-privado no sistema de saúde e suas consequências na construção de um sistema de saúde dual composto pelo SUS e pelo setor privado, configurando em diferenciadas formas de acesso, financiamento e produção de serviços em saúde, que disputam o conceito de universalidade no governo Dilma. Como características fundamentais, o Setor de Saúde Suplementar é um mercado que lucra anualmente bilhões de reais, presta assistência privada a mais de 50 milhões de segurados, correspondendo à 1/4 da população brasileira e mesmo assim é um setor campeão em reclamações. Apresenta como estratégias centrais o recebimento de renúncia fiscal, responsável por 10% do seu faturamento, acirrando a disputa pelo fundo público e certo domínio sobre a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que regula o setor, já que ex-dirigentes de planos de saúde atuam na agência reguladora. No atual governo de Dilma Rousseff dois projetos foram cogitados pelo mercado de planos de saúde. O primeiro refere-se à proposta de universalização via planos de saúde por meio de investimento direto do governo para barateamento dos planos e auto regulação das operadoras de planos de saúde, colocando em cheque a existência da ANS. Essa proposta não visa melhorar o acesso universal público e estatal preconizado no SUS, mas sim, maximalizar os lucros do grande capital financeiro na saúde, pois além de já abarcar a renúncia fiscal, propõe ainda o financiamento direto pelo Estado. O segundo projeto é mais recente, trata-se da anistia parcial de multas às operadoras de planos de saúde. Nessa lógica, pode-se especular que tal proposta contribui para elevação do não ressarcimento ao SUS, assim como estímulo da desqualificação da assistência prestada pelas seguradoras aos usuários. A contrarreforma do Estado em curso, acentuada pela privatização da saúde, é oportunizada pelo caráter contraditório do SUS ao ser criado um sistema dual de saúde, que dada ao momento atual tem fortalecido a iniciativa privada, ampliação a política macroeconômica de total privilégio do capital, permitindo a formação de lobbys no setor saúde seja por meio dos modelos de gestão para o SUS ou mesmo na forma da complementariedade invertida, em que a rede privada em vez de complementar, absorve grande parte dos recursos públicos, ampliando seu espaço na condução da coisa pública, pois retira do Estado a provisão de proteção social impressa na Seguridade Social. O conceito de universalidade do SUS distancia-se da ideia de direito e, portanto, dever do Estado, de uma saúde pautada em um Estado de Bem-Estar Social. Tem-se assim, uma disputa simbólica com forte pressão da economia liberal de universalização via mercado, pelo barateamento do preço de planos de saúde, instituindo um seguro saúde no sistema de saúde brasileiro, não levando em consideração os princípios que norteiam o SUS, mas sim, os interesses privados de lobistas que dominam o mercado de seguros privados na saúde. Referências: BRAVO, M. I. S. “Política de Saúde no Brasil”. In: MOTA, A. E. [et al.] (orgs) Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. 4ª Ed. São Paulo. Cortez; Brasília. DF: OPAS, OMS, MS, 2009, p.88-109. MENICUCCI, T. M. G. “Política de saúde no Brasil: entraves para universalização e igualdade da assistência no contexto de um sistema dual”. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n. 87, 2006. OCKÉ-REIS, C.O. SUS o desafio de ser único. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2012.

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CONVIVÊNCIA FAMILIAR E TRANSTORNO MENTAL: UM ESTUDO REALIZADO COM AS FAMÍLIAS DOS USUÁRIOS ATENDIDOS NO CAPS IMBA RIÊ

Autora/Apresentadora: Cinthia Freitas Santos

Coautoras: Carla Regina Maia Lobo e Juliana Soares Vasconcelos

RESUMO: Introdução- A partir da Reforma Psiquiátrica e a promulgação da Lei 10.216/2001, o portador de transtorno mental passou a ser reintegrado ao grupo familiar e a sociedade, a fim de se resgatar os vínculos e a cidadania, negligenciados por longos períodos de asilamento. Objetivo- O objetivo do trabalho é analisar a percepção das famílias atendidas no “grupo de família” do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Imbariê acerca do convívio com um portador de transtorno mental. Metodologia- Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada no CAPS de Imbariê- Duque de Caxias- Rio de Janeiro com 17 famílias, obtida no mês de novembro de 2013, através de um grupo focal, onde os resultados foram expostos em eixos temáticos. Resultados- Os resultados apontam que o grupo familiar não sabe lhe dar com o portador de transtorno mental, que na maioria das familias o cuidado recai principalmente sobre a figura feminina, que o cuidado diário prestado ao portado de transtorno mental gera sobrecargas financeiras, sociais e emocionais a família que geralmente não possui recursos necessários para prover este cuidado e que a exclusão e culpabilização são experiências reais vivenciadas pela família e o portador de transtorno mental. Conclusão- Conclui-se que Centraliza o cuidado unicamente na família envolve o risco de reforça as políticas regressivas neoliberais, que refletem em um número de CAPS aquém ao necessário para atender a demanda da população acometida com transtorno mental e suas familias; O cuidado dado ao portador de transtorno mental tem que ser refletido na dimensão da totalidade, apreendendo desta forma, sua trajetória histórica, para que se possam desconstruir idéias, preconceitos e estigmas sobre o mesmo e sua família. Referencias: ALENCAR, M. T; MARCO, J. O. D. (Orgs.). Família & Famílias - Práticas Sociais e Conversaçõe s Contemporâneas. 3. ed. São Paulo: umen Juris, 2013. p. 75- 92AMARANTE, Paulo. Loucos pela Vida: A Trajetória da Reforma Psiquiátr ica no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Fiocruz,2013. 132 p. BEHRING, E. R. Fundamentos de Política Social. In. MOTA, A. E; BRAVO, M. I; UCHOA, ROBERTA; MARSIGLIA, REGINA; GOMES, LUCIANO; TEIXEIRA, MARLENE; NOGUEIRA, VERA. (Orgs.). Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. 1. Ed. São Paulo: Cortez, 2007. p. 13- 39.BISNETO, José Augusto. Serviço Social e Saúde Mental. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011. 222 p. Palavras-Chave- Saúde Mental, Família, Desinstitucionalização.

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O TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL NA ATENÇÃO TERCIÁRIA D O NESA JUNTO À EQUIPE DE SAÚDE

Autoras/Apresentadoras: Patricia Oliveira da Silva e Juliane Escascela Garcia

Coautoras: Neidy Marcia dos Santos Silva, Elizabete Pacheco Gandra, Thamara dos Santos Doria

RESUMO: Este trabalho se efetiva no Hospital Universitário Pedro Ernesto - HUPE /UERJ, na Atenção Terciária do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente – NESA. A enfermaria atende adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos e destina-se ao tratamento de doenças de maior complexidade, além de casos que necessitem de investigação diagnóstica. A concepção teórica que fundamenta o trabalho está vinculada à visão ampliada de saúde, entendendo a relevância das dimensões econômica, social e política na produção da saúde e da doença. A prática profissional do Serviço Social está direcionada às abordagens individuais e grupais com os adolescentes e suas famílias, além do investimento junto à equipe de saúde. Neste sentido, valorizam-se as abordagens conjuntas, integrando as diferentes categorias profissionais, fortalecendo os espaços de comunicação, troca de conhecimento e definições de prioridades na atenção à saúde do adolescente internado. Destaca-se a reunião de equipe como importante espaço no fortalecimento da relação dialógica para o tratamento dos adolescentes hospitalizados e da prática multiprofissional. Compreende-se este espaço como um instrumento facilitador no exercício de uma prática que supere o modelo biomédico na forma de entender e tratar o sujeito. Assim, a prática do Serviço Social junto à equipe de saúde configura-se no movimento para solidificar a ação integrada, considerando os diferentes determinantes e condicionantes que permeiam a vida do adolescente, na superação da visão fragmentada e individualizante, no acompanhamento ao usuário, tendo por base o princípio da integralidade. Dentro desta lógica, o profissional de Serviço Social amplia suas estratégias de intervenção para além do espaço institucional buscando fortalecer e ampliar a rede de suporte social, na atenção integral à saúde do adolescente. Referências: _________. Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde. Série Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais (2). Brasília: CFESS, 2010. BRAVO, Maria Inês Souza “Política de Saúde no Brasil”. In: MOTA, Ana Elisabete; BRAVO, Maria Inês Souza; UCHÔA, Roberta; NOGUEIRA, Vera; MARSIGLIA, Regina; GOMES, Luciano; TEIXEIRA, Marlene (Organizadores). Serviço Social e Saúde. Formação e Trabalho Profissional. São Paulo: Cortez / ABEPSS / OPAS / OMS / Ministério da Saúde, 2006.

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SERVIÇO SOCIAL E PRÁTICA PROFISSIONAL: OS DESAFIOS DE TRABALHO

NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DO HOSPITA L UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO (HUCFF)

Autora/Apresentadora: Penélope Gomes Mora Cortés

Coautoras: Aline Cristina Arcanjo Fabelo, Rosilene Leandro Ramos, Sabrina Diniz da Rosa e Tayenne de Oliveira Parada

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo refletir acerca da inserção da prática profissional do Serviço Social na Residência Multiprofissional em saúde do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). A discussão apresenta uma reflexão crítica e propositiva sobre a atuação das assistentes sociais em uma equipe multiprofissional e interdisciplinar em saúde, numa perspectiva de seguridade social ampliada, onde implica ir de encontro com o modelo biomédico hegemônico na área de saúde, explanando os desafios e obstáculos postos no cotidiano de trabalho do Serviço Social em sua atuação. Deste modo, o respectivo trabalho busca contextualizar e explanar sob um olhar crítico e reflexivo, o cenário profissional em que o Serviço Social está inserido junto aos demais profissionais da área de saúde do HUCFF. É nessa perspectiva que trabalham as residentes de Serviço Social do HUCFF inseridas em projetos e programas, ou seja, voltadas para o compromisso ético-político com os usuários/familiares e os demais profissionais da equipe. O Serviço Social se insere no projeto de residência, tendo em vista tanto a qualificação profissional quanto a especialização em saúde. A residência em Serviço Social almeja a busca da formação interdisciplinar, dialogando com outros profissionais, integrando conceitos e edificando junto à equipe objetos de novas investigações. No entanto, é pertinente destacar que um dos desafios para a implementação de mudanças no modelo de atenção à saúde, tem significativo destaque para a questão dos recursos humanos. Sendo assim, a residência multiprofissional surge não somente como um eixo de ensino-aprendizagem-trabalho, mas também como uma forma de qualificar recursos humanos para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS). É importante que os assistentes sociais residentes tenham clareza sobre o que é atribuição e competência, para não realizar um trabalho rotineiro, mimético e burocrático. A atribuição é a função privativa e exclusiva do assistente social, já a competência é a capacidade para apreciar ou oferecer resolutividade a determinado assunto. Cabe salientar que as ações de investigação e planejamento na atuação do assistente social são de suma importância, pois objetiva conhecer a realidade que lhe está posta. É preciso realizar estudos e pesquisas a fim de conhecer as condições de vida dos usuários, sistematizar/socializar os resultados e informações coletadas para pensar em estratégias de atuação competente, crítica e reflexiva em busca dos direitos e autonomia dos usuários. Referências: ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira. Retomando a Temática da “Sistematização da Prática” em Serviço Social. In: MOTA et all (Orgs). Serviço Social e Saúde. Formação e Trabalho Profissional. São Paulo, Cortez: 2006, p.399-408. BEHRING, E. R. Brasi l em Contra – Reforma: desestruturação do Estado e perda de direitos. São Paulo: Cortez, 2003. ________; BOSCHETTI, I. Política Social: Fundamentos e História . São Paulo: Cortez, 2006. BRASIL. Diário Oficial da União. Lei n° 8080/90. Dispõe sobre as condições para promoção,proteção e recuperação da saúde, a organiz ação e o financiamento dos serviços correspondentes e da outras providênci as. Brasília – DF, 19 de Setembro de 1990. BRASIL. Ministério da Saúde. Projeto Reforsus . Brasília: Ministério da Saúde, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Residência multiprofissional em saúde: experiências , avanços e desafios. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. _________. Relatório de Atividades da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional e m Saúde – CNRMS.

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Exercício 2007/2009. Brasília: DF, 2009. _________.Lei Federal n° 11.129, de 30 de Junho de 2005. CFESS. Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociai s. Brasília: CFESS, 1993. _____. Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde. Série:Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais, Brasília, CFESS, 2010. ______. Regulamentação da profissão de Assistente Social. Lei n°8662 . Junho de 1993. IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na cena contemporânea. In: CFESS e ABEPSS (Orgs). Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília, CFESS / ABEPSS, 2009. p. 17-45; p. 341-376. _________. Projeto profissional, espaços ocupacionais e trabalho do assistente social

na atualidade. In: CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL – CFESS. As

atribuições privativas do (a) assistente social em questão . Brasília, p. 13 – 50, fev.

2002. MOURÃO, ANA MARIA A. et al. A formação dos trabalhadores sociais no

contexto neoliberal. O projeto das residências em saúde da Faculdade de Serviço

Social da Universidade Federal de Juiz de Fora. In: MOTA, A. E. et al. Serviço Social

e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. São Paulo Cortez: 2006, p.352-382.

NOGUEIRA, V.M.R. A importância da equipe interdisciplinar no tratame nto de qualidade na aera de saúde. Katálysis, n 03, 1998. ___________, MIOTO, R.C.T. Desafios atuais do Sistema Único de Saúde – SUS e a s exigências para os Assistentes Sociais. Serviço Social e saúde: formaç ão e trabalho profissional. In: MOTA, A. E; BRAVO, M.I. de S.; UCHÔA, R.; et al., (orgs). Serviço Social e Saúde. Formação e trabalho profissional. São Paulo: OPAS, OMS, Ministério da Saúde, ABEPSS. Cortez, 2006. ___________. Sistematização, planejamento e avaliação dos assistentes sociais no campo da saúde. Cortez, 2006. RODRIGUES, Maria Lucia. O Serviço Social e a perspectiva interdisciplinar. in Martinelli, M. L. e outros(org). O Uno e o múltiplo nas relações entre as áreas do s aber . São Paulo: Cortez/ Educ, 1998.

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A EXPERIÊNCIA DA RELAÇÃO ENTRE A RESIDÊNCIA MULTIPR OFISSIONAL EM SAÚDE DO IDOSO E A RESIDÊNCIA EM GERIATRIA, COMO FO RMA DE

PRESTAR UMA ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO IDOSO

Autora/Apresentadora: Neide Gomes Oliveira Miguel

RESUMO: O envelhecimento populacional traz a necessidade de se capacitar profissionais para enfrentar a complexidade de questões que este campo encerra. Sendo assim, a emergência do NAI/UnNATI/UERJ - Núcleo de Atendimento ao Idoso -, está vinculada à concepção de criação de um centro de referência numa Universidade pública que pudesse trabalhar com questões específicas da terceira idade, no contexto de grandes mudanças no perfil demográfico. Após o acúmulo deexperiência advindo com a prática assistencial, bem como com a formação da equipe, passou-se a investir no projeto que objetivava capacitar recursos humanos na área do envelhecimento. Nesse caso, nos anos de 1996/1997 foi aprovado o Programa de Residência em Geriatria, sendo que residentes de outras especialidades compunham o programa através da inserção pontual enquanto o Serviço Social já desenvolvia a residência em dois anos. Destaca-se que, somente em 2012, foi aprovado o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso, o qual é composto pelas seguintes profissões: Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Serviço Social. Soma-se às questões acima mencionadas a necessidade de implantação de políticas e programas considerando o novo perfil demográfico que vem se desenhando no país, aí incluída a necessidade de ampliação quantitativa e qualitativa dos recursos humanos para atuar na área do envelhecimento. Tal necessidade tem sido destacada na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (2006), sendo que o Pacto pela Vida (MS 2006) aponta a atenção ao Idoso como uma das prioridades para o SUS. Nesse sentido, a residência é pensada enquanto política de formação para o SUS no marco da Política de Educação Permanente, cujo desafio passou a ser, então, a articulação dos dois programas de residência: médico e multiprofissional. Tal desafio foi enfrentado na medida em que se procurou construir um currículo que abarcasse atividades práticas, teórico-práticas e teóricas que viabilizassem o desenvolvimento de competências gerais próprias da saúde do idoso e, ao mesmo tempo, garantissem também espaços para o desenvolvimento das atribuições privativas das diversas profissões. O modelo que resultou desse movimento tem possibilitado a construção de práticas de saúde mais integrais e comprometidas com os interesses da população usuária dos serviços públicos. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 2528. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Brasília, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA 399/GM de 22 de fevereiro de 2006. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as diretrizes operacionais do referido Pacto. Brasília, 2006. RIO DE JANEIRO. Programa de Residência Multiprofissional em saúde do idoso do NAI/UnATI/HUPE/UERJ. Rio de Janeiro, 2014.

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TRABALHOS MULTIPROFISSIONAIS E DE OUTRAS ÁREAS – SE SSÃO PÔSTER

JORNADAS DE JUNHO DE 2013: REFLEXÕES A PARTIR DA EX ECUÇÃO DO PROJETO DE MONITORIA

Autor/Apresentador: Ique Hillesheim de Moraes

Coautor: Vanessa Bezerra,

RESUMO: Este trabalho apresenta a experiência do projeto de monitoria da disciplina Trabalho, Questão Social e Serviço Social orientada pela professora Vanessa Bezerra na Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. A disciplina em que foi executado é oferecida para os estudantes no 3º período da graduação de Serviço Social onde cabe aprofundar a categoria Questão Social numa perspectiva crítica. O projeto teve vivência com duas turmas no ano letivo de 2013 que ficou marcado por um fato histórico. Em sala de aula foi possível tornar a realidade vivenciada por todos na cidade do Rio de Janeiro uma enorme contribuição para a formação dos estudantes que passaram por esta disciplina, em especial os que estiveram no segundo semestre de 2013. Ao longo do primeiro semestre tivemos a experiência com os textos que foram apresentados para tratar da ementa da disciplina com um período de tempo afetado pela greve de 4 meses do ano de 2012 em que a Escola de Serviço Social da UNIRIO esteve presente e ativa. Num segundo momento da monitoria surpreendido pelas jornadas de Junho que tomaram as ruas com manifestações diferenciadas das passeatas clássicas. Na conjuntura em que o Brasil se encontrava, abordamos os conteúdos com a realidade da cidade e do país, fazendo uma leitura da Questão Social como contradição capital-trabalho nas múltiplas expressões que saltavam à vista e tornavam o acontecimento um fato histórico. O maior ganho do projeto de monitoria foram os diversos debates que atropelaram o cronograma acompanhando os acontecimentos que surgiam a cada dia e serviam de aprendizado para todos os envolvidos. As análises teóricas das categorias trabalho e Questão Social articuladas às análises da realidade de 2013 possibilitaram maior compreensão dos conteúdos propostos pela disciplina, bem como uma formação críticas dos estudantes. Entendemos que a Questão da Saúde apresenta novas expressões e que necessita o debate não desarticulado da Questão Social. Propomos a exposição de uma experiência rica na articulação de transformações sociais e conteúdos. Referências: ADUFRJ, Professor da UFRJ e presidente da Adufrj-SSind, Mauro Iasi analisa o grito das ruas [vídeo] Rio de Janeiro, ADUFRJ, 2013, digital, 6 min, color, son. ANDERSON. P. Balanço do Neoliberalismo In Pós-neoliberalismo - as políticas sociais e o Estado de mocrático . Emir Sader e Pablo Gentili (Orgs. ). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. ____________. A rua e o poder: uma entrevista com Perry Anderson: Entrevista [4 de novembro de 2013] www.blogdaboitempo.com.br. Entrevista concedida a Juliana Sayuri. GRANEMANN, S. “O processo de produção e reprodução social: trabalho e sociabilidade” In Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais, Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. IAMAMOTO, M. V. “A questão social no capitalismo”. In Temporalis , n.3, Brasília: ABEPSS, Grafline, 2001. NETTO, J. P. “Cinco notas sobre a questão social”. In Temporalis , n.3, Brasília: ABEPSS, Grafline, 2001.

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PROBLEMATIZANDO A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO SISTE MA DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

Autora/Apresentadora: Mary Hellen Carvalho do Nascimento

Coautoras: Lorena Gasparini Caran, Thaís Ferreira Rodrigues, Rubia Tavares Mouta, Mariana Moreira Mello de Canale

RESUMO: A lógica de organização do Sistema Único de Saúde em Redes de Atenção à Saúde (RAS) reafirma a Atenção Primária à Saúde (APS) como principal porta de entrada do usuário no sistema de saúde, sendo responsável por coordenar o cuidado aos usuários pelos diferentes pontos de atenção da rede e por manter o vínculo com estes usuários, dando continuidade à atenção(1). Entendem-se como RAS, os “arranjos organizativos de unidades funcionais de saúde, pontos de atenção e apoio diagnóstico e terapêutico”(2), cujos objetivos são promover a integração de ações e serviços de saúde para prover a atenção à saúde de forma contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada(1). Para tanto, a integralidade do atendimento envolve custos e complexidades tecnológicas diversas, necessitando de organização e articulação da rede(3). Sabe-se que os sistemas de atenção à saúde fragmentados têm sido um desastre sanitário e econômico em todo o mundo(4) e atualmente esta rede, no âmbito nacional, tem-se apresentado de modo fragmentado, tanto pela fragilidade da articulação entre as instâncias gestoras do sistema, quanto pela desarticulação entre os serviços de saúde e nas práticas clínicas (2). Assim, para que a atenção primária em saúde possa ser efetivamente coordenadora do cuidado, são necessários aprimoramentos, contemplando a adequação da infraestrutura física e tecnológica das unidades de saúde, valorização e aperfeiçoamento de seus profissionais, implantação de protocolos clínicos, dentre outros, visando à integração das práticas profissionais e a garantia da continuidade assistencial (2). No que diz respeito aos recursos humanos da saúde pública, têm-se observado um vínculo empregatício precário, apontado como um dos principais empecilhos ao pleno desenvolvimento das RAS, assim como a alta rotatividade dos profissionais (5). Por fim, cabe ressaltar que o bom funcionamento das redes de atenção à saúde baseia-se fundamentalmente na identificação precoce de situações que necessitem de atendimento especializado e na garantia ao acesso aos outros níveis de complexidade do sistema de atenção à saúde, através do cuidado integral, compartilhado e continuado (3). Palavras-Chave: Redes de atenção à saúde; integralidade; Sistema único de saúde. Referências: Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). LAVRAS C. Atenção Primária à Saúde e a Organização de Redes Regionais de Atenção à Saúde no Brasil. Saúde soci. 2011; 20(4):867-874. KUSCHNIR, R, Lima LD, Baptista TWF, Machado CV. Configuração da rede regionalizada e hierarquizada de atenção à saúde no âmbito do SUS. In: Gondim R, Grabois V, Mendes Junior WV, organizadores. Qualificação dos Gestores do SUS. 2. ed. Rio de Janeiro: Fiocruz/ENSP/EAD; 2011. p.121-151. MENDES EV. As redes de atenção à saúde. Ciênci. Saúdecoletiva. 2010;15(5):2297-2305. GONÇALVES CR, CRUZ MT, OLIVEIRAMP, et al. Recursos humanos: fator crítico para as redes de atenção à saúde. Saúde debate, 2014;38(100):34-34.

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UM OLHAR SOBRE A ATUAÇÃO SOCIOEDUCATIVA DO SERVIÇO SOCIAL NAS SALAS DE ESPERA DO PROJETO BÚSSOLA NO HOSPITAL UNIV ERSITÁRIO

PEDRO ERNESTO (HUPE)

Autora/Apresentador: Beatriz Jacyra Gomes Baptista Coautora: Elisa Teruszkin Prestes

RESUMO: Completando quinze anos no presente ano o Projeto Bússola que é desenvolvido pela equipe de Serviço Social do Programa de Atenção à Saúde do Adulto (PASA) tem por objetivo socializar informações sobre os direitos sociais juntos aos usuários tendo como embasamento teórico-metodológico os princípios fundamentais que norteiam o Código de Ética do Assistente Social de 1993. As reflexões ora apresentadas tem por finalidade evidenciar a relevância das temáticas discutidas nas Salas de Espera e sua relação com o conceito ampliado de Seguridade Social. Tal atividade educativa procura instrumentalizar os usuários quanto aos seus direitos, além de se constituir como um espaço de aprendizado e reflexão. Como se sabe, o conceito de Seguridade Social se baseia no tripé: Assistência Social, Saúde e Previdência Social, entretanto a abordaremos de forma ampliada. Os oito temas retratam questões essenciais para a discussão do acesso a saúde e a cidadania da população demandatária, saber: Política de Atenção Integral a Saúde do Homem, Atuação do Serviço Social e os direitos dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), Prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis e HIV/AIDS, Doação de Sangue, Previdência Social, Benefício de Prestação Continuada (BPC), Política de Medicamentos e Política de Transportes. Entre os conteúdos trabalhados estão as seguintes discussões: saúde do homem e a cultura histórica do não cuidado; prevenção de DST's e HIV/AIDS; promoção da doação de sangue, os critérios de acesso aos direitos previdenciários; as condicionalidade para o acesso ao BPC; as formas de acesso aos medicamentos prescritos e a gratuidade nos transportes. O nosso percurso metodológico tem sido a construção de uma abordagem problematizadora das temáticas, mediante roteiros semi-estruturados, os quais possibilitam a participação dos usuários, o esclarecimento a cerca dos direitos sociais e os mecanismos para acessá-los. Para tanto, neste trabalho, definimos, para efeitos comparativos, o período que compreende janeiro a julho de 2014. Sendo assim foram: 37 salas de espera; 436 usuários alcançados; 8 temáticas desenvolvidas e 11 especialidades clínicas abrangidas por esta atividade. Destacamos ainda que esta modalidade e intervenção busca potencializar e dar visibilidade ao fazer do profissional de Serviço Social, assim como a consolidação dessa prática socioeducativa.

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EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E PROJETO DE PROMOÇÃO DE S AÚDE COM IDOSOS: REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA

Autora/Apresentadora: Priscila Ferreira Leite

Coautores: André da Silva Brites, Antônio Henrique Silva Santos, Fernanda Oliveira

Caló, Juliana Azevedo da Silva, Luciana Almeida Pires, Maria Fernanda Amaral Horta,

Natalia Santos da Silva, Nathalie Borges Torres Silva, Patrícia Souza de Melo Maia,

Coordenadora : Liziene Arruda e Neide Gomes

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o impacto da experiência para formação profissional da equipe de Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso, no Projeto de Promoção de Saúde, desenvolvido em um ambulatório geriátrico localizado na cidade do Rio de Janeiro no ano de 2013. Trata-se de um projeto denominado Grupo de Encontros com Saúde (GES), com um número limitado de idosos que tem a duração de 4 meses com encontros semanais. A equipe é composta por residentes das áreas de enfermagem, fisioterapia, nutrição, psicologia e serviço social, onde os temas são pré-definidos pela mesma e estão relacionados às questões que envolvem o processo de envelhecimento. Para a realização da atividade utiliza-se o referencial teórico de Paulo Freire, que preconiza a transformação da realidade a partir do protagonismo do sujeito. Desta forma, é possível a troca de conhecimentos de forma horizontal, onde tanto os participantes, quanto os profissionais constroem saberes a partir de suas próprias experiências. Diante disso, justifica-se a importância de socializar os resultados das análises realizadas no encerramento do grupo, pois consideramos a relevância que esta prática em equipe tem para a formação profissional. A metodologia do presente estudo consiste na análise documental de caráter qualitativo das avaliações preenchidas pelos residentes ao final do ciclo de atividades. Desse modo, quatro itens presentes na avaliação foram analisados: expectativa sobre o projeto; experiência como coordenador; relação com os idosos; trabalho interdisciplinar. A partir da análise das avaliações foi possível constatar que o exercício de tal experiência possibilitou o aprendizado mútuo; o estabelecimento de vínculos entre a equipe; a incorporação da prática educativa nas outras atividades profissionais, contribuindo para o aprimoramento profissional e efetivação dos princípios da integralidade e da qualidade da assistência em saúde. Referências: ASSIS, Mônica de; LIMA, Elda Tavares de; MENEZES Maria de Fátima. Projeto de ações Educativas em Promoção da Saúde no Envelhecimento. NAI/UNATI/UERJ, Rio de Janeiro 2005.

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A IMPORTÂNCIA DO GRUPO DE MULHERES PARA AS USUÁRIAS ATENDIDAS NO CAPS AD RENATO RUSSO

Autora/Apresentadora: Karla da Silva Apolinário

Coautores: Andrea de Lima Costa, Cinthia Freitas Santos, Naiana Ribeiro de Araujo Soares,

Preceptoras: Elisabete Lousão Gonçalves Firmino, Maria Clara Wanderlei Provenzano

RESUMO: Introdução: O uso abusivo de drogas na atual conjuntura é encarada como uma questão de saúde pública que implica em sérias consequências psicossociais, onde os transtornos provocados pelo uso de crack, álcool e outras drogas exercem grande impacto sobre os indivíduos, suas famílias e a sociedade. Objetivo: O objetivo do trabalho é relatar à experiência de quatro acadêmicas do PET- Saúde/Redes de Atenção Psicossocial (Programa de Educação pelo Trabalho), no grupo de mulheres usuárias de drogas do CAPS ad Renato Russo, situado no Município de Duque de Caxias- RJ. Metodologia: A experiência deu-se a partir da inserção e observação de quatro acadêmicas da Universidade do Grande Rio-Unigranrio, três de Serviço Social e uma de Enfermagem, participantes do PET-Saúde/Redes de Atenção Psicossocial no grupo de mulheres usuárias de drogas do CAPS ad Renato Russo, no período de um ano. Discussão: O grupo de mulheres ocorre uma vez por semana, ministrado por uma assistente social que conduz as reuniões e conta com a participação das acadêmicas. O compartilhamento de vivências entre as participantes do grupo ajuda a identificar pontos de apoio, potencialidades e formas de lidar com a expectativa da família, com suas próprias expectativas e da relação que vem estabelecendo com a droga. O grupo proporciona as usuárias identificarem situações de risco, fatores de proteção e a buscar melhorias na qualidade de vida. Conclusão: Conclui-se que o grupo de mulheres contribui para o tratamento destas usuárias, possibilitando um trabalho de construção de demanda de tratamento, viabilizando uma vinculação maior do sujeito a Unidade de saúde, permitindo que o sujeito se depare com a função que a droga ocupa em sua vida e se questione a respeito do seu lugar na relação estabelecida com a droga. Palavras Chave: Uso abusivo de drogas, Grupo de mulheres. Referências: NICÁCIO, Erimaldo Matias, José Augusto Bisneto, A Prática do Assistente Social na Saúde Mental. 3° ed. Ed. UFRJ, RJ 2013. MAGALHÃES, Selma Maria. Avaliação e linguagem: relatórios, laudos e pareceres. Ed. Veras, SP 2003. MOREIRA, Carlos Felipe Nunes. O Trabalho com grupos em serviço social: a dinâmica de grupo como estratégia para reflexão critica. Ed. Cortez, SP, 2013. RADIS, Revista Comunicação e Saúde. "Álcool é Droga" – Fiocruz p. 12-24 nº32 set, 2013. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade . 23. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O Desafio do Conhecimento: Pesquisa Qualitativa em saúde. 11ª Ed. Ed. Hucitec. Jonas Melman. Família e Doença Mental . Ed. Escrituras, São Paulo, 2006.

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HUMANIZAÇÃO, ACOLHIMENTO E AUTONOMIA – DESAFIOS E POSSIBILIDADES NO COTIDIANO DE INTERVENÇÃO DA RESID ÊNCIA

INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DO HUCFF

Autora/Apresentadora: Tayenne de Oliveira Parada

Preceptora: Maria da Conceição Lopes Buarque

RESUMO: No ano de 2009 o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) se associa ao movimento proposto pelos Ministérios da Saúde e Educação – Residência Multiprofissional Integrada em Saúde - a fim de garantir à formação e educação continuada de profissionais para atender aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), em especial os princípios da Integralidade; Universalidade e Equidade da atenção à saúde. Assim a definição das áreas profissionais é respaldada na Resolução 287, de 1998 do Conselho Nacional de Saúde objetivando a interdisciplinaridade da equipe multiprofissional das ações em saúde, realizadas pelos profissionais de nível superior articulando ensino/pesquisa/extensão. O presente trabalho tem como objetivo fomentar a reflexão sobre as ações de trabalho da equipe multiprofissional em saúde, articulando – as com as diretrizes preconizadas na Política Nacional de Humanização (PNH). Deste modo, problematizar a necessidade de formação e capacitação de recursos humanos no Sistema Único de Saúde (SUS) engajado na promoção, recuperação e atenção integral em saúde é de suma relevância, pois ultrapassa o modelo biomédico que historicamente é predominante nas instituições de saúde. A Residência Multiprofissional em saúde reforça a integralidade e troca de saberes nas práticas de saúde focado no projeto da Reforma Sanitária, visando interferir na discussão cotidiana da autonomia e corresponsabilidade dos cidadãos na atenção à saúde. A Residência Integrada Multiprofissional em Saúde possibilita a experiência das diferentes áreas profissionais de integração com a equipe de forma articulada e integrada, a fim de promover a discussão do tema apresentado contribuindo para a contínua articulação com o cidadão – usuário, discutindo o protagonismo e autonomia dos mesmos refletindo e desconstruindo o atual modelo cristalizado. Referências: BRASIL. Diário Oficial da União. Lei n° 8080/90. Dispõe sobre as condições para prom oção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o financiamen to dos serviços correspondentes e da outras providências. Brasília – DF, 19 de Setembro de 1990; Acolhimento nas práticas de produção de saúde / Min istério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Po lítica Nacional de Humanização. – 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010; Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educaç ão na Saúde, Departamento de Gestão da Educação em Saúde . – Brasília: Ministério da Saúde, 2009; Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Clínica ampliada e compart ilhada / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009; Humaniza SUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo no rteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria-

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Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004; BRAVO, M. I. S. e MATOS, M. C. Projeto Ético-Político e sua Relação com a Reforma Sanitária: Elementos para o D ebate . In: Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. São Paulo: Cortez, 2006. CFESS. Parâmetros para atuação de assistentes sociais na P olítica de Saúde. Série Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais, nº 1, Brasília: CFESS, 2010. NOGUEIRA, V.M.R. A importância da equipe interdisciplinar no tratame nto de qualidade na aera de saúde. Katálysis, n 03, 1998; MIOTO, R.C.T. Desafios atuais do Sistema Único de Saúde – SUS e as exigências par a os Assistentes Sociais. Serviço Social e saúde: formação e trabalho profiss ional. In: MOTA, A. E; BRAVO, M.I. de S.; UCHÔA, R.; et al., (orgs). Serviço Social e Saúde. Formação e trabalho profissional. São Paulo: OPAS, OMS, Ministério da Saúde, ABEPSS. Cortez, 2006. VASCONCELOS, A. M. Serviço Social e Práticas Democráticas na Saúde. In: MOTA, A. E. (Org.). Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. São Paulo: Cortez, 2006.

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DIAGNÓSTICO SITUACIONAL EM SAÚDE: EQUIPE PIXUNAS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO CENTRO MUNICIPAL DE SAÚDE MA DRE TERESA

DE CACUTÁ

Autor/Apresentador: Bruno Ribeiro da Mota

Coautores: Carolina Domingues, Felipe Pergentino, Zélia Priscila Rodrigues

Orientadora: Maria Alice Pessanha de Carvalho

Preceptora: Marta Trabbold

RESUMO: O diagnóstico é uma ferramenta que nos ajuda a responder algumas

perguntas que, a princípio, parecem simples, mas possibilitam a elaboração de estratégias e planos para superar um problema. Além disso, aprimorar alguma área específica, inovar, criar processos e, principalmente, construir um projeto desejado pelos que estão envolvidos – estabelecendo as prioridades de ações integradas e sustentáveis. Na construção deste diagnóstico, foram considerados aspectos diversos, ligados à comunidade, com seus modos e condições de vida, e à dinâmica entre a equipe de saúde e a unidade como um todo. Buscou-se uma construção participativa deste trabalho, incluindo as diversas partes envolvidas (trabalhadores da saúde, comunidade, instituições de apoio, gestão, etc.), uma vez que posicionamos a produção do Diagnóstico Situacional como “fazer com”, e não “falar sobre” uma determinada população. A Estratégia de Saúde da Família do Centro Municipal de Saúde Madre Teresa de Calcutá tem como missão a promoção e prevenção em saúde, contribuindo com uma melhor qualidade de vida para a população local. Mais do que a elaboração de conteúdo relativo à unidade de aprendizagem, este projeto resultou numa aproximação entre os membros da equipe, assim como entre os mesmos, a população do território e com os demais profissionais da unidade de saúde. Dessa maneira, contribuindo para uma maior “apropriação” do território no qual são realizadas todas as ações propostas. Partindo de análises realizadas pela equipe de residentes, foi possível determinar um percurso histórico relativo à área trabalhada, situada na região das Pixunas. Ao longo deste mesmo período, foi também possível realizar o levantamento das principais questões apresentadas pelos moradores. A partir daí elaborar uma proposta de intervenção no que tange às condições de saúde dos indivíduos e do local onde residem, uma vez que acreditamos que o espaço possui influência direta nas circunstâncias de saúde de uma determinada população.

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SAÚDE DO TRABALHADOR E A QUESTÃO DE GÊNERO: UM MAPE AMENTO DA PROVISÃO DO CUIDADO POR PARTE DOS SERVIDORES DA UFR J

Autor/Apresentador: Daniel Bossan Gonçalves Xavier

RESUMO: O presente trabalho apresenta o resultado da pesquisa “Servidores da UFRJ e a saúde do trabalhador. O provimento do cuidado aos familiares adoecidos – A questão de gênero em evidência”, apresentado como requisito parcial do curso de especialização em Serviço Social e Saúde. Portanto, visa pautar a discussão sobre cuidado, saúde do trabalhador, relações de gênero e divisão sexual do trabalho a partir da Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador da Universidade Federal do Rio de Janeiro tendo como referência para a pesquisa, as licenças que os servidores da UFRJ usufruem para cuidar de seus familiares adoecidos conforme lhes é garantido pelo Regime Jurídico Único dos Servidores da União (Lei 8112/90. Art 83º). Serão destacados os conflitos existentes entre o espaço de produção e reprodução social. Questões sobre o cuidado estão aqui imbricadas à temática da masculinidade e uma vez que as relações hierárquicas de gênero e poder sofrem alterações bastante lentas o que significa que há uma necessidade premente de serem discutidos outros sentidos, valores e modelos do masculino. Elencaremos a importância das políticas públicas para que sejam minimizadas as contradições entre a esfera familiar e o espaço do trabalho remunerado e assim possa haver também relações sociais mais equânimes que beneficiem a todos. Referências: ARILHA, M. (Org.); RIDENTI, S. U. (Org.); MEDRADO, Benedito (Org.). Homens e Masculinidades: outras palavras. 1. Ed. São Paulo: Ecos/Editora 34, 1998. v. 1. 304p. BRITO, J. Enfoque de gênero e relação saúde/trabalho no contexto de reestruturação produtiva e precarização do trabalho. Cad. Saúde Pública [online]. vol.16, n.1,p. 195-204, 2000. HIRATA. H. Divisão sexual do trabalho: o estado das artes, pp. 273- 289. In H. Hirata, Nova divisão sexual do trabalho? Um olhar voltado para a empresa e a sociedade. Boitempo Editorial, São Paulo. 2002. (Coleção Mundo do Trabalho). SORJ, B. Trabalho remunerado e trabalho não-remunerado. In: Venturi, Gustavo; Recamán, Marisol; Oliveira, Suely de. (Org.). A mulher brasileira nos espaços público e privado. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2004, p. 107-119.

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O MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL NO NASF: QUESTÕES PARA O DEBATE

Autor/Apresentador: Gabriele Gomes Faria

Coautora: Rachel Gouveia Passos

RESUMO: O presente trabalho tem como indagação a seguinte questão: Dentro de um contexto de vigência da ideologia neoliberal em que a Saúde Pública encontra obstáculos frontais, como imprimir qualidade no matriciamento em saúde mental realizado pelo NASF? Sendo a Atenção Básica a porta de entrada do SUS, seu objetivo é o de ser resolutiva e coordenadora do cuidado. Os princípios que a orientam sinalizam para estratégias que dêem conta das refrações da questão social as quais demandam uma perspectiva integral do cuidado. Para ampliar este escopo, o Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF legitimando a importância de novas especialidades que vão apoiar a inserção da Estratégia de Saúde da Família – ESF na rede de serviços sob o apoio matricial, com retaguarda especializada. O apoio matricial se dará por profissionais que não têm necessariamente, relação direta e cotidiana com o usuário, mas cujas tarefas serão de prestar apoio às equipes de referência (ESF). Esta proposta visa transformar a lógica tradicional por meio de ações que integrem saberes. Em função da horizontalização proposta pelo matriciamento, o sistema de saúde irá se reestruturar em dois tipos de equipe: equipe de referência e equipe de apoio matricial, este último realizado pelo NASF - apesar de não ser sua proposta única. Sendo assim, a equipe de referência se necessário acionará uma rede assistencial para cada caso, e em tal rede estarão equipes ou serviços como o NASF. Na Atenção em saúde mental, o atendimento hospitalar deixa de ser o centro, tornando-se complementar, logo, valoriza-se a proximidade da rede familiar, social e cultural do paciente, para que seja possível a reaproximação de sua história de vida e de seu processo de saúde/adoecimento. Pesquisas apontam alta prevalência do transtorno mental nos territórios da ESF, mas há dificuldades dos profissionais em lidar com o sofrimento psíquico, sendo fundamental o apoio matricial às equipes, como um claro investimento na dimensão técnico-pedagógica, a fim de compartilhar conhecimento para resolução dos casos e facilidade na abordagem integral, sendo um arranjo técnico-assistencial para ampliação da clínica. Destarte, apesar de um dispositivo arrojado, o apoio matricial deve ser analisado frente ao atual contexto de precarização do sistema de saúde que muitas vezes empurra seus usuários para o setor privado, bem como sobrecarrega seus profissionais, com enormes demandas; vínculos de trabalho precários, ausência de instrumentais adequados ao processo de trabalho, gerando inúmeros desafios.

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VIVÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NO SETOR DE OUVIDORIA DO INSTITUTO DE ATENÇÃO À SAÚDE SÃO FRANCISCO DE ASSIS – HESFA/UFRJ : UM RELATO

DE EXPERIÊNCIA

Autora/Apresentadora: Beatriz Peres Silva

Coautoras: Jaqueline Cardozo Reis Gomes, Marysther Fonte Boa

Orientadora: Emiliana Menezes.

RESUMO: Introdução: o setor de Ouvidoria do HESFA/UFRJ recebe profissionais de saúde da residência Multiprofissional de Saúde da Mulher que acompanham durante 2 meses as rotinas e manifestações dos casos apresentados pelos usuários. O papel da Ouvidoria é interligar os setores e profissionais do Hospital com os solicitantes indo além das manifestações do tipo reclamação, atuando como um mecanismo de empoderamento do usuário. Vale ressaltar que o termo empoderamento é utilizado no Brasil “referindo-se ao processo de mobilizações e práticas destinadas a promover e impulsionar grupos e comunidades - no sentido de seu crescimento, autonomia, melhora gradual e progressiva de suas vidas”(bibliografia). Objetivo: o objetivo principal deste relato é desconstruir o conceito errôneo de Ouvidoria, como sendo apenas um “depósito de reclamação”. Desenvolvimento: Partilhando o conceito utilizado por Pinto (2009) que “a ouvidoria é um instrumento de fundamental importância na defesa dos direitos do cidadão”, vemos que o seu papel não é o de procurar e apontar defeito na ação da instituição, mas funcionar como uma espécie de controle de qualidade do serviço prestado ao usuário. Na prática do exercício profissional observamos que muitas vezes o setor não é utilizado em sua totalidade funcional, restringindo-se a demandas de insatisfação por parte do usuário. Metodologia: ficamos na Ouvidoria todas as sextas-feiras entre os meses de março a maio de 8 às 17h. Primeiramente estavamos apenas observando o funcionamento do setor e como era o trabalho desenvolvido pelas Ouvidoras. Depois de um tempo pudemos começar a fazer nossas intervenções junto as manifestações que surgiam. Resultados: Em cada dia que estivemos na Ouvidoria percebemos que grande parte das manifestações recebidas pelo setor eram as chamadas manifestações de reclamação, reforçando assim nossa visão de que muitos dos usuários não entendem a função completa do setor que vai muito além de “processar informações”. Conclusão: podemos concluir que a experiência vivida pelas residentes no setor leva a uma discussão mais ampla sobre o conceito de empoderamento social do usuário e como a Ouvidoria tem papel fundamental para que o direito a autonomia nos ambientes públicos de saúde seja de fato empregado tanto pelo usuário quanto pelos funcionários das unidades hospitalares. Referências: GOHN, M. G. Empoderamento e Participação da Comunidade em Políticas Sociais. Rev. Saúde e Sociedade v.13, n.2, p.20-31, Campinas – SP. Maio-ago 2004. PINTO, E. Orientações para Implantação e Gestão de Ouvidorias do Sistema. Documento Base. 1ºed. Brasília: DF. 2009.

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RELATO DE EXPERIÊNCIA: GRUPO DE ACOLHIMENTO NA ESTR ATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autora/Apresentadora: Barbara Eduarda de Melo Nunes

Coautoras: Nicole Marie Rosseau Carvajal e Verônica dos Santos Cardozo

RESUMO: O presente trabalho apresenta uma experiência de grupo de acolhimento realizado por uma equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF) da Clínica da Família Sérgio Vieira de Mello, localizada no Catumbi, Rio de Janeiro. A partir de uma compreensão ampliada do conceito saúde, a qual inclui aspectos sociais, econômicos e culturais como determinantes e condicionantes do processo saúde-doença, este grupo atua na perspectiva da integralidade do cuidado e no exercício do princípio de equidade, ambos previstos na Lei 8080/90 do SUS. Inicialmente, o grupo foi desenvolvido para reorganizar o processo de trabalho da equipe quanto à marcação de consultas, porém, ao longo do tempo, a equipe responsável pelo grupo percebeu a importância de ampliar o momento para trabalhar a educação em saúde. Nesse espaço discutem-se temáticas pertinentes tanto ao modelo de atenção à saúde operacionalizado pela Estratégia Saúde da Família quanto às especificidades do território adscrito pela unidade, no intuito de aprimorar o cuidado e acolher o usuário através do esclarecimento de dúvidas, da escuta por parte dos profissionais de sugestões e críticas expostas pelos usuários, etc. Dessa forma, o objetivo do grupo é promover a integralidade do cuidado, a equidade e a participação popular através da reflexão e debate de temas relacionados ao conceito ampliado de saúde. O grupo ocorre periodicamente, sendo mais frequente a sua realização de forma quinzenal. Os locais de realização do evento são a Clínica da Família e, eventualmente, a Associação de Moradores referente à comunidade assistida. Todos os profissionais da equipe mínima participam, assim como os residentes multiprofissionais alocados na equipe. Os convites são feitos com antecedência pelos agentes comunitários de saúde. A dinâmica com o grupo tem início com a distribuição de senhas, em seguida há um momento de discussão de uma temática previamente pensada pela equipe e, por vezes, sugeridas pelos usuários Por fim, os usuários são chamados pelos médicos e enfermeira da equipe para fazer uma avaliação de prioridade a fim agendar as consultas. Apesar de serem chamados de acordo com a senha, a marcação da consulta é realizada a partir da escuta qualificada realizada pelos referidos profissionais, assim é possível discernir quais são os tipos de demandas levadas pelos usuários, bem como as urgências de cada caso. Observamos que há uma alta adesão ao grupo, principalmente por mulheres adultas jovens e idosas.

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UMA COMPOSIÇÃO DESIGUAL NA INTERVENÇÃO PÚBLICA SOBR E A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA NO COMPLEXO DA MARÉ

Autora/Apresentadora: Maria Virgínia Botelho Chaves

Coautores: Cristialane Carvalho de Lima, Helena Maria Ribeiro Guilherme, Maria Virgínia Botelho Chaves, Luíza Leonardo Benedito, Jéssica Dutra Silva, Gabriel Weiss

Roma, Rodrigo Luiz Mattei, Clara da Silva Camatta, Natassia Stephannie Agostini, Leonardo Lima Moraes, Danyel Sylvestre

Orientadora: Rita de Cássia Cavalcante Lima

RESUMO: O presente trabalho é resultado da pesquisa-ação desenvolvida no Projeto de Extensão Atenção integrada e comunitária aos usuários de crack e outras drogas do Rio de Janeiro, da Divisão de Integração Universidade Comunidade (DIUC), vinculada à Pró-Reitoria de Extensão (PR5) da UFRJ, desde 2013. Reúne dez bolsistas de extensão dos Cursos do Serviço Social, Psicologia e Comunicação Social da UFRJ e tem como um dos objetivos mapear a rede assistencial à população em situação de rua na Maré e observar resistências e lutas na garantia dos direitos definidos pela Política Nacional da População em Situação de Rua (BRASIL, 2009b). Inicialmente, a identificação do território da Maré e das condições sanitárias e sociais da população em situação de rua usuária ou não de crack indicou diversas violações de direitos, similar aos que são referidos por Varanda e Adorno (2004). Os recolhimentos compulsórios realizados pela Prefeitura do Rio de Janeiro, a partir de 2012, associados à implantação pelo Estado das Unidades de Policia Pacificadoras nas áreas de Manguinhos e do Jacarezinho, geraram uma grande migração da população em situação de rua para a Maré. De forma simultânea, no Fórum Permanente da População em Situação de Rua, denúncias, resistências e lutas foram produzidas frente à arbitrariedade dos recolhimentos, das internações forçadas, da superlotação de “abrigos” sem condições sanitárias adequadas e sem atender à Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (BRASIL, 2009a). Observamos que outras forças organizadas se articularam ao Fórum supracitado, como a Frente Estadual Drogas e Direitos Humanos e o Fórum pela Saúde do Rio de Janeiro. Através do Fórum de Álcool e Drogas da Secretaria de Estado de Saúde e dos relatos colhidos na Maré, também, observamos que outras políticas sociais implementadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro se colocavam em outra direção ético-política, como o Consultório na Rua e a recente implantação do CAPS ad III de Bonsucesso. Nessa composição desigual de políticas sociais no território da Maré, a recente ocupação por forças de segurança, a partir de março de 2014, está impactando nas práticas das áreas de uso de crack e outras drogas; ao mesmo tempo, em que as lideranças e organizações do Complexo da Maré passaram a incluir o debate sobre este fenômeno no último ano. Uma nova migração da população em situação de rua está em curso, descentralizando os grandes grupos, numa aparente “saída” dos usuários de crack, sendo necessária a manutenção da atenção das forças políticas às violações de direitos. Referências: Referências bibliográficas: BRASIL. Resolução nº 109, de 11 novembro de 2009. Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais. Brasília: Ministério de Desenvolvimento Social, 2009 a. BRASIL. Decreto Nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009. Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, e dá outras providências. Brasília: Palácio do Planalto, 2009b. VARANDA, Walter and ADORNO,

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Rubens de Camargo Ferreira. Descartáveis urbanos: discutindo a complexidade da população de rua e o desafio para políticas de saúde. Saude soc. [online]. 2004, vol.13, n.1, pp. 56-69. ISSN 0104-1290. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902004000100007.

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A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO DISPOSITIVO PARA GARANTIR OS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DOS ADOLESCENTES: A CONTRIBU IÇÃO DA

RESIDENCIA MULIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA MULHER

Autora/Apresentados: Ana Carolina Lima dos Santos

Coautoras: Lumena de Aleluia Santos, Maiara Meneses de Oliveira

Orientadora: Bianca Dargam

RESUMO: O presente estudo tem por objetivo apresentar um relato da experiência da equipe multidisciplinar de residentes em saúde da mulher do Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis, acerca do projeto de extensão intitulado “Saúde Reprodutiva e Sexual do adolescente”, realizado no Colégio Estadual Souza Aguiar, localizado na região Central do Rio de Janeiro, no período de Março a Maio de 2014. O projeto de extensão desenvolvido desde 2006, tem como unidade de origem a Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ) e possui parceria com o Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (HESFA/UFRJ). Conta com a participação de profissionais da EEAN e da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher (HESFA), bolsistas-extensionistas e residentes. O procedimento metodológico utilizado é através da realização de oficinas, dinâmicas e rodas de conversa, onde procura-se trabalhar vivências e experiências de forma interativa com o grupo. Possui caráter exploratório e abordagem qualitativa, utilizando-se como método a qualidade da atenção prestada ao público-alvo, além do enfoque educativo e participativo, com temáticas sobre saúde sexual e reprodutiva com os adolescentes e estendidos também aos pais, professores e demais funcionários da escola. O projeto está em andamento e até o presente momento os resultados preliminares demonstram a necessidade de se incluir novas estratégias de ações educacionais no que se refere ao debate sobre a saúde sexual e reprodutiva, cujos temas são pouco explorados nesta faixa etária. Em sua parceria com o HESFA, os alunos da escola que necessitarem ou desejarem atendimentos específicos são agendados e atendidos pela própria equipe do projeto, fortalecendo assim o vínculo entre o profissional e o adolescente. Neste sentido, acredita-se que processo de educação permanente, que possibilita aos profissionais de saúde romper com os muros institucionais, pode ser um instrumento potencializador para as práticas do cuidado em saúde e na efetivação e garantia dos direitos sexuais e reprodutivos dos adolescentes. Referências: BRASIL, Diretrizes nacionais para a atenção integral a saúde do adolescente e jovens na promoção, proteção e recuperação em saúde. Ministério da Saúde, Brasília, 2010. BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente e Legislação Complementar para a Proteção Integral de Crianças e Adolescentes. Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Edição comemorativa, 2010. MINAYO, M.C. DE SOUZA. O Desafio do Conhecimento. Pesquisa Qualitativa em Saúde. SP: Editora Hucitec, 1996. SAUPE, R; CUTOLO, L.R.A; WENDHAUSEN, A.L.P; BENITO, G.A.V. Competência dos profissionais de saúde para o trabalho interdisciplinar. In: Interface – Comunic., saúde, educação, v. 9, n. 18, p. 521 – 36, set-dez 2005. SOARES, S.M; AMARAL, M.A; SILVA, L.B; SILVA, P.A.B. Oficinas sobre sexualidade na adolescência: revelando vozes, desvalando olhares de estudantes do ensino médio. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2008;12(3):485-91. VASCONCELOS, A. M. Serviço Social e prática reflexiva. In: Em Pauta - Revista da Faculdade de Serviço Social da UERJ. Rio de Janeiro, n.10, p.131-181, 1997.

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GRUPO DE CONVIVÊNCIA SOCIAL E CULTURAL DO INSTITUTO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE SÃO FRANCISCO DE ASSIS/HESFA/UFRJ: RELATO DE

EXPERIÊNCIA

Autora/Apresentadora: Marysther Fonte Boa

Coautoras: Beatriz Peres Silva, Camila Simões Santos

Orientadora: Aline Saraiva

RESUMO: Introdução: o Grupo de Convivência Social e Cultural do Programa de Atenção Integral à Pessoa Idosa/PAIPI tem por finalidade propor a troca de saberes entre profissionais de saúde e usuários visando a autonomia desses idosos bem como a promoção à saúde. A ideia foi institucionalizar o Grupo de Convivência para que os usuários do PAIPI tivessem um espaço regular o qual fosse possível a discussão de questões de interesse do coletivo. Objetivo: o objetivo principal deste relato é compartilhar os benefícios de um grupo de convivência para idosos. Desenvolvimento: De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira tinha 21 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos em 2012. Também segundo o IBGE, a população idosa tem crescido no Brasil, vivido mais e mostrado maior interesse em ultrapassar as barreiras tecnológicas em favor de seu próprio conforto. Sendo assim, vimos a necessidade de abordar temas atuais e que fossem além da temática saúde-doença, auxiliando-os nesse novo tempo. Metodologia: nossos encontros foram estabelecidos todas as quintas-feiras (no período de março à maio de 2014) de 10 às 12h. Os temas foram escolhidos a partir do interesse dos próprios idosos do grupo. A partir da exposição das temáticas em slides era aberto o espaço para discussão em roda de conversa. Os temas abordados foram: acessibilidade, estatuto do idoso, dor, qualidade de vida, acidentes domésticos, infarto, acidente vascular cerebral e práticas complementares de saúde. Resultados: Vimos crescer em cada encontro o comprometimento dos idosos em relação ao grupo bem como a interação com a equipe de saúde envolvida neste processo. Também percebemos como os idosos incluíram vários conceitos, e até mesmo hábitos debatidos nos encontros, no seu dia-a-dia. Conclusão: podemos concluir que o Grupo de Convivência Social e Cultural do PAIPI/HESFA constitui-se, então, em proposta de Educação em Saúde objetivando a inclusão e a participação social dos indivíduos idosos. É importante ressaltar a necessidade de continuação deste projeto pelo próprio setor, bem como pelos próximos residentes, entendendo que este espaço foi conquistado para que haja uma nova forma de abordagem a população idosa do HESFA. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Saúde. Documento Base. 4ª ed. Brasília: Ministério da Saúde (MS); 2007. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Departamento de Apoio à Gestão. Caderno de Educação Popular e Saúde Participativa. Brasília-DF, 2007. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popular_saude_p1.pdf INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (2012). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2012/sinopse/default_sinops e.shtm>.