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The better the question. The better the answer.�
The better the world works.Quanto melhor a pergunta. Melhor a resposta.
Melhor o mundo trabalha.
Como ativar uma competência de inovação?Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
Página 2 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
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Página 4 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em PortugalPágina 4 | Cotec – Estudo sobre a sustentabilidade da inovação
Página 5 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
ÍNDICE
1. Sumário executivo 06
2. Caraterização do Estado atual da inovação em Portugal
2.1 Enquadramento sobre a inovação 09
2.2 Ponto de partida: posicionamento de Portugal 13
2.3 Principais desafios de inovação em Portugal 15
3. Casos de estudo
3.1 Lições apreendidas das dimensões chave de inovação 24
4. Recomendações para uma inovação sustentável
4.1 Innovation Continuum Roadmap 36
Página 6
1. Sumário executivo
Página 6 | Cotec – Estudo sobre a sustentabilidade da inovação
Página 7
No mundo atual em constante mudança e com o desafio de satisfazer objetivos mais exigentes de crescimento, as organizações são obrigadas a um esforço contínuo de reinvenção. É neste contexto que a inovação surge como uma competência empresarial chave, permitindo potenciar esta reinvenção.
Independentemente do contexto de cada empresa, é crítico para as organizações construírem o seu próprio ponto de vista sobre o futuro. As que o fazem conseguem antecipar espaços de crescimento, responder com agilidade à disrupção e realizar transformações de modelo de negócio.
Portugal tem mantido a sua posição relativa em maturidade de inovação nos principais índices referência(1). Para reduzir o gap face aos países líderes em inovação, é necessário uma nova abordagem à inovação que foque também em elementos pull da procura (e não apenas componentes push de oferta) de forma a responder aos cinco principais desafios da inovação em Portugal:
• Qualificação dos recursos humanos (e.g., baixa alocação de recursos qualificados a atividades de inovação nas empresas)
• Investimento (e.g., reduzido peso de investimento em inovação pelas empresas)
• Colaboração (e.g., reduzido nível de colaboração entre empresas e de empresas com universidades e centros tecnológicos)
• Sofisticação do mercado (e.g., baixa intensidade de emprego em atividades intensivas de conhecimento e serviços tecnológicos)
• Conhecimento (e.g., reduzido número de pedidos internacionais de patentes com efetivo valor de mercado)
Aumentar o retorno financeiro dos esforços de inovação é uma das prioridades das empresas que ativamente trabalham a inovação. Mais do que a dimensão do orçamento, o desafio é construir uma abordagem estruturada e contínua à inovação que crie uma arquitetura de inovação capaz de cristalizar os esforços em resultados tangíveis e contínuos.
Com base em casos de estudo de empresas com diferentes maturidades nas suas práticas de inovação (conforme classificação no Innovation Scoring da Cotec), foram identificadas diferentes práticas nos seguintes cinco temas chave:
• Alinhamento da estratégia de negócio com a de inovação
• Modelo organizacional
• Relacionamento com o exterior
• Ambidextralidade empresarial
• Gestão da inovação
A partir dos casos estudo reuniu-se um conjunto de melhores práticas que serviu de base ao desenho de um roadmap para a ativação sustentável de competências de inovação nas empresas:
• Alinhamento entre estratégia de inovação e de negócio: áreas de foco da inovação conforme objetivos de negócio
• Visão ambidextra para a inovação: competências internas chave, parceiros externos e horizonte temporal de foco
• Modelo organizacional: transição para o futuro dependendo da maturidade em inovação e grau de abertura ao exterior
• Componentes do modelo organizacional: quatro blocos de suporte chave (estrutura, processos e gestão, governança e ferramentas)
• Transformação cultural: valores e princípios comuns a toda a organização materializados em etapas concretas
Sumário executivo
Nota: (1) e.g., The Global Innovation Index (GII) ou European Innovation Scoreboard (EIS)
Página 8 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em PortugalPágina 8 | Cotec – Estudo sobre a sustentabilidade da inovação
2. Caraterização do estado atual da inovação em Portugal
Página 9
Vivemos tempos exponenciais com um ritmo de mudança acelerado e um crescente desafio em satisfazer expetativas de crescimento, sendo poucas as organizações capazes de se adaptar e responder na sua plenitude aos novos desafios inerentes a um mundo em constante evolução.
Neste cenário de volatilidade e incerteza, as organizações são obrigadas a um esforço contínuo de procura por se reinventarem.
Enquanto algumas empresas de referência não souberam adaptar os seus modelos de negócio a novas gerações de procura e contextos competitivos, outras partiram de situações bastante desfavoráveis
e conseguiram reinventar o seu modelo de negócio, criando repetidamente espaços de crescimento.
É neste contexto que a inovação é uma componente fundamental da realidade empresarial dos nossos dias, e deve ser encarada e trabalhada como uma competência crítica para o funcionamento de qualquer empresa.
Apenas através de um abordagem sistematizada e contínua à inovação, através de estruturas e processos próprios, é possível obter os resultados ambicionados para a competência inovação de forma contínua no tempo, respondendo assim aos objetivos de crescimento dos tempos atuais.
2.1 Enquadramento sobre a inovação
A inovação como uma competência crítica dos nossos dias
Página 10 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
A temática da inovação sofre, frequentemente, de um conjunto de mitos comuns. De forma a assegurar uma inovação capaz de identificar e capturar valor de forma contínua, as empresas devem à priori quebrar esses mitos no desenho e gestão das suas competências de inovação.
Mito I. A inovação é abstrata
Desmitificação:
A inovação não é abstrata nem aleatória: é uma prática desenvolvida de forma sustentada de acordo com a visão definida e respetivo modelo de atuação.
A inovação necessita ser trabalhada de uma forma contínua e sistematiza para se tornar numa competência enraizada na organização e sustentável no tempo, de forma a se traduzir em crescimento e diferenciação competitiva.
Mito II. A inovação não pode ser aprendida
Desmitificação:
Todas as empresas poderão constituir uma competência de inovação através da incorporação de lições aprendidas em cada componentes do seu modelo de atuação de inovação (e.g., a cada ciclo de inovação, após cada programa de aceleração ou incubação, …) e de boas práticas conhecidas dos processos de inovação.
Adicionalmente, o potencial de aprendizagem da organização é exponenciado quando a sua prática de inovação é aberta ao exterior, tanto quanto maior for a diversidade de stakeholders externos envolvidos (e.g., clientes, universidades e centros tecnológicos, fornecedores, concorrência, …)
Mito III. A inovação são novos produtos ou tecnologia
Desmitificação:
A inovação existe para além da melhoria de produtos ou serviços existentes ou desenvolvimento de novos produtos: a captura de valor é frequentemente maior ao nível da inovação de modelo de negócio e de nova geração da procura, áreas onde as empresas estão usualmente menos capacitadas.
Deste modo, o âmbito dos esforços de inovação deve incluir novos produtos e serviços e melhorias operacionais, mas também ser alargado para alterações de modelos de negócio e modelos de gestão.
Mito IV. A inovação é responsabilidade do I&D
Desmitificação:
Apesar da competência de I&D ser importante para a extração de valor, a inovação ocorre em cada etapa da cadeia de valor da empresa. Muitas ideias inovadoras vêm de outras unidades de negócio, assumindo aqui a cultura organização um papel crítico de facilitação.
Assim, as empresas deverão focar-se em desenvolver os incentivos, ferramentas e processos capazes de envolver os seus colaboradores no esforço de inovação, mas também os stakeholders externos capazes de trazer diferentes pontos de vista e.g., clientes, universidades e centros tecnológicos, fornecedores, concorrentes, …
Desmitificar mitos sobre a inovação para maximizar a geração de valor
Página 11
A inovação de renovação (incremental) foca-se na redução da incerteza e variabilidade
A inovação de renovação promove a melhoria contínua de produtos, processos e práticas, e a mobilização de toda a organização em torno de uma rotina de melhoria.
As empresas que não são capazes de identificar e integrar novos insights nas suas rotinas e questionar as convenções operacionais existentes perdem uma importante competitividade de longo prazo, e a oportunidade de dar incrementais mas significativos saltos de inovação.
A inovação transformacional (disruptiva) foca-se na captura do valor no risco
A inovação transformacional cria um fluxo contínuo de novas oportunidades de negócio, recorrendo a experiências, pilotos e inovações de modelo de negócio.
Através da exploração de diferentes dimensões do modelo de negócio, as organizações aumentam a capacidade de gerar e capturar valor
Enquanto a aplicação da inovação de renovação resulta no alinhamento da performance de produto com a curva de maturidade de tecnologia, a inovação transformacional potencia significativas alterações ao status quo do sector (como pode ser observado na figura 1).
A importância da criação de um ponto de vista próprio sobre o futuro
Independentemente do tipo de inovação, é crítico para as organizações possuírem um ponto vista próprio e diferenciado sobre diferentes possíveis futuros cenários. Como o passado recente nos tem relembrado, o futuro não é necessariamente a extrapolação do presente baseado no passado, podendo existir cenários futuros bem distintos do modelo atual.
Assim, é crítico que tanto as organizações incumbentes como os players emergentes sejam capazes de construir diversos cenários futuros, e as respostas que necessitam de dar em cada contexto. As organizações que criam um ponto de vista próprio sobre o futuro conseguem antecipar espaços de crescimento e responder com agilidade às disrupções do seu setor e setores adjacentes, e mais facilmente realizam transformações ao nível do modelo de negócio
Existem dois tipos principais de inovação de acordo com o perfil de risco-retorno
Inovação transformacional
(disruptiva)Início
Crescimento
Maturidade
Declínio
Novo paradigma
Va
lor
Tempo
Fonte: HBR, Clatyon M. Chirstensen, et al, 2015
Figura 1: Novo paradigma da inovação transformacional
Página 12 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
A inovação ao nível de produto e serviço é a dimensão de inovação mais comum e frequentemente associada a uma inovação de renovação (incremental), mas existem outras dimensões de inovação (pelo menos onze dimensões adicionais segundo o MIT) igualmente críticas como fontes de geração de valor.
As organizações que ignorem estas outras fontes de inovação estão a eliminar importantes fontes de diferenciação de mercado.
A inovação do tipo transformacional (disruptiva) permite às empresas obterem vantagens competitivas mais duradouras, minimizando o potencial de imitação comparativamente com à inovação de renovação (incremental). Pela sua natureza transversal, este tipo de inovação transformacional pode ocorrer em várias dimensões de inovação de forma simultânea.
Independentemente do tipo, a inovação pode acontecer em múltiplas áreas do negócio
Dimensão de inovação Descrição Exemplos
Produto e serviço(oferta)
Desenvolver novos produtos/ serviços ou introduzir melhorias na oferta existente
Apple iPod e iTunes
Sistemas e plataformasUtilizar componentes comuns para criar produtos/ serviços adjacentes
Walt Disney Parks and Resorts
SoluçõesCriar oferta integrada e customizada para endereçar desafios end-to-end do consumidor
UPS Supply Chain Solutions
ClientesEndereçar necessidades insatisfeitas ou segmentos ignorados
Ryanair (segmento low cost)
Experiência do consumidor
Redesenhar a interação com o consumidor em todosos pontos e momentos de contacto
McDonalds (quiosques self-service)
Captura de valor Criar fontes de receita adicional Google AdWords
ProcessoRedesenhar processos core para aumentar a eficiência e eficácia operativa
Toyota Production System
Estrutura e organização Mudar a forma, função ou âmbito da empresaIntel (parcerias com fabricantes de computadores)
Supply Chain Aumentar a integração com stakeholders relevantes Dell (integração com fornecedores)
CanaisCriar novos canais de distribuição ou otimizar os existentes
Nespresso (venda direta)
Rede Criar oferta integrada e baseada no networking SAP (comunidade de especialistas)
Marca Alavancar o valor da marca Virgin Group
Fonte: The 12 different ways for companies to innovate, MIT Sloan Management Review, análise EY
Figura 2: As doze dimensões chave da inovação do MIT
Página 13
A figura 3 ilustra uma correlação entre o crescimento do produto e o crescimento da despesa em I&D. No entanto, esta correlação só se aplica ao nível macro de uma economia, e não à realidade micro de cada empresa do tecido empresarial.
Mais do que o tamanho do orçamento em inovação, é a existência de uma abordagem estruturada e contínua à inovação de uma empresa que define o seu grau de sucesso em cristalizar os esforços de inovação em resultados tangíveis e contínuos.
2.2 Ponto de partida: posicionamento de Portugal
Correlação entre investimento em inovação e o crescimento: restrito ao nível macroeconómico
0%
2%
4%
6%
8%
2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016
Crescimento da despesa total em I&D
Crescimento do PIB
Fonte: Banco Mundial, 2017
Figura 3: Crescimento do produto e da despesa em I&D
Página 14 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
A necessidade de medir a inovação para identificação de melhores práticas requer a definição de métricas comuns que permitam a comparabilidade entre organizações e entre países.
Assim, existem múltiplos índices que medem os resultados da inovação ao nível país. Para a construção do presente trabalho, foram maioritariamente considerados dois estudos referência:
The Global Innovation Index (GII)
• Estudo publicado pela Universidade de Cornell, INSEAD e Organização Mundial da Propriedade Intelectual
• Portugal está classificado como o 31º país mais inovador do mundo, acima da média mundial mas abaixo dos países do mediterrânico
O Global Innovation Index (figura 4) categoriza os diferentes países por nível de rendimento. Assim, o 31º lugar de Portugal deve ser contextualizado com o 28º e 29º lugares de Espanha e Itália, respetivamente.
European Innovation Scoreboard (EIS)
• Estudo publicado anualmente pela Comissão Europeia
• Portugal é considerado um “inovador moderado”, com performance abaixo da média Europeia mas acima dos países mediterrânicos
O European Innovation Scoreboard (figura 5) categoriza os países em quatro grupos distintos com base no seu nível de inovação:
• Inovadores líderes, com performance acima de 20% da média europeia e.g., Dinamarca
• Inovadores fortes, com performance entre 90% e 120% da média europeia e.g., Bélgica
• Inovadores moderados, com performance entre 50% e 90% da média europeia e.g., Itália, Portugal, Espanha
• Inovadores modestos, com performance abaixo de 50% da média europeia e.g., Bulgária
Portugal tem mantido a sua posição relativa em termos de inovação em ambos os índices. No entanto, importa realçar que ambos avaliam maioritariamente elementos push do lado da oferta e não estão focados em elementos pull de procura.
Portugal necessita de uma nova abordagem à inovação para reduzir o seu gap de inovação
The Global Innovation Index (pontos de 1 a 100), 2013-2017
40
45
50
55
60
65
2013 2014 2015 2016 2017
Líder (Suécia) Mediterrâneo
Portugal
European Innovation Scoreboard (pontos de 1 a 180), 2013-2016
60
80
100
120
140
160
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
UE - 28
MediterrâneoPortugal
Líder (Suécia)
Figura 4: Global Innovation Index: evolução e posicionamento de Portugal
Figura 5: European Innovation Scoreboard: evolução e posicionamento de Portugal
Página 15
Com base nos índices referência de inovação anteriores, desenvolveu-se um quadro referência (figura 6) para facilitar a identificação dos fatores críticos para a convergência de Portugal com os países mais inovadores.
Este quadro referência agrega informação nos seguintes três fatores principais:
• Inputs indiretos de inovação: ambiente político, ambiente económico e ambiente regulamentar
• Inputs diretos de inovação: qualificação dos recursos, infraestrutura, investimento, colaboração e sofisticação do mercado
• Outputs das atividades de inovação: atividades inovadoras, conhecimento e outputs criativos
2.3 Principais desafios de inovação em Portugal
Portugal enfrenta cinco desafios principais da inovação
Página 16 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
Fatores Dimensão Descrição GII EIS
Inputsindiretos
Ambiente político Grau de estabilidade, a qualidade do governo em atuação e se as condições políticas capacitam o desempenho de inovação num país
Ambiente económico
Condições macroeconómicas ajudam a promover a inovação
Ambiente regulamentar
Capacidade de um governo formular e implementar políticas coerentes que promovam o desenvolvimento do setor privado
Inputsdiretos
Qualificação dos recursos
Qualificação dos recursos humanos
Infraestrutura Qualidade das infraestruturas de tecnologias de informação e comunicação disponibilizadas
Investimento Investimento dedicado a despesas em I&D e inovação
Colaboração Grau de colaboração existente entre as empresas, o Estado, universidade e centros tecnológicos
Sofisticação do mercado
Grau de maturidade tecnológico do mercado com base nas atividades tecnológicas desenvolvidas
Outputs
Atividades inovadoras
Medição das atividades de inovação que derivam dos inputs da inovação
Conhecimento Avaliação do impacto económico e o conhecimento gerido pela inovação
Outputs criativos Resultados e outputs criativos que derivam da inovação atual de forma a perceber o impacto económico gerido pela inovação
Impacto positivo Impacto neutro Impacto negativo
Cinco principais desafios de inovação
Os principais pontos a melhorar identificados estão relacionados com elementos específicos da inovação, e não de contexto, ou seja, os pontos críticos onde é crítico investir realçam a necessidade de reforçar elementos pull ao nível da procura.
Assim, e a partir da análise dos dois índices de referência de inovação, foram identificados os cinco principais desafios da inovação em Portugal: qualificação dos recursos, investimento, colaboração, sofisticação do mercado e conhecimento.
Nota: GII corresponde ao Global Innovation Index e EIS corresponde ao European Innovation Scoreboard
Figura 6: Quadro referência de inputs e outputs de inovação
Página 17
Uma vez que Portugal tem desempenho positivo face à média europeia nas condições externas de incentivo à inovação, comparou-se Portugal com um país em igual circunstância nesta dimensão – a Bélgica, um inovador forte no índice EIS (1). Esta comparação confirma que o esforço de melhoria do
panorama de inovação em Portugal deve ser canalizado para os cinco desafios principais de inovação. Investir sustentadamente nestes fatores críticos permitiria uma transformação significativa do ambiente de inovação em Portugal e a convergência futura com os países líderes.
Os desafios de Portugal são conhecidos e realçam a necessidade de reforçar elementos pull da procura
Desafio de inovação
DescriçãoGII: dimensão e pontuação (0-100)
EIS: dimensão e pontuação(% média)
A.Qualificação dos recursos
• Reduzido nível de qualificação de recursos humanos• Baixa alocação de recursos qualificados a atividades de
inovação nas empresas e centros de difusão tecnológica• Dificuldade na retenção de recursos qualificados
Capital humano e investigação (50)
Recursoshumanos –população com educação terciária (-8%)
B.Investimento
• Baixo nível de investimento público e privado em inovação• Reduzido peso de investimento em inovação pelas empresas• Áreas foco do investimento em inovação de pouco valor
acrescentado
Sofisticação de mercado (51)
Investimento –investimento público e privado em I&D (-37%)
C.Colaboração
• Diminuta colaboração entre empresas• Reduzido nível de colaboração de empresas com universidades
e centro tecnológicos
Sofisticaçãoeconómica (35)
Atividades de inovação –publicações público privadas (-77%)
D.Sofisticação do mercado
• Baixa intensidade de emprego em atividades intensivas de conhecimento e serviços tecnológicos
• Fraca maturidade digital dos colaboradores
Infraestruturas (54)
Investimentoprivado –empresas que fornecem formação em TIC (+5%)
E.Conhecimento
• Reduzido número de pedidos internacionais de patentes com valor de mercado que possam ser refletidas em balanço
Outputs de conhecimento e tecnologia (30)
Propriedadeintelectual –pedidos de patente (-81%)
Nota: (1) anexo 5.2
Figura 7: Principais desafios de inovação em Portugal
Página 18 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
Reduzido nível de qualificação de recursos humanos
A percentagem da população com escolaridade equivalente ao ensino superior(1) em Portugal continua abaixo da média europeia e dos países do mediterrâneo. Uma das consequências é o relativo baixo nível médio de competências digitais dos colaboradores(2), ou seja, a capacidade dos colaboradores para contribuir para a inovação nas organizações é limitada à cabeça com restrições de literacia digital.
Baixa alocação dos recursos humanos qualificados a atividades de inovação nas empresas e nos centros de difusão tecnológica
A percentagem de recursos humanos afetos a atividades de I&D em Portugal é inferior à média europeia. Adicionalmente, a percentagem empregada em empresas é muito inferior, enquanto que no ensino superior é bastante superior (figura 8). Pode assumir-se que parte significativa dos recursos humanos qualificados acabam por ficar no ensino superior e não nas empresas. Isto, somado ao baixo nível de colaboração entre as empresas e o ecossistema (figuras 10 e 11) implica que as empresas não consigam extrair valor desta qualificação. A empregabilidade de especialistas em TIC é inferior à média europeia e à dos países do mediterrâneo(3).
Dificuldade na retenção de recursos humanos qualificados
A percentagem de licenciados em engenharia (um indicador de prioridade dada a setores tradicionalmente ligados à inovação e de disponibilidade de competências avançadas) está em linha com o país líder e acima dos países do mediterrâneo. No entanto, o número de novos doutorados por milhar de habitantes é inferior à média dos países do mediterrâneo. Assim, tendo em conta o baixo nível de emprego em atividades intensivas de conhecimento (figura 14), admite-se que existe um desafio de brain-draining de recursos qualificados para fora de Portugal.
O Estado pode ter um papel na criação de condições e oportunidades de trabalho para doutorados e diversificar a formação nas universidades. Para além da atribuição de bolsas de doutoramento individuais, pode apoiar e financiar programas de doutoramento em parceria com instituições internacionais, focando-se assim também em minimizar as barreiras à colaboração.
No The Global Talent Competitiveness Index, Portugal está abaixo da média europeia e dos países mediterrâneos(4). O mercado de trabalho tem pouca capacidade de atrair e reter talento (em parte devido a barreiras à cooperação com universidades), o que incentiva a emigração de população qualificada e reduz a competitividade da economia local.
Existe um desafio na retenção e alocação de recursos em atividades de inovação
Ensino superior
0,3%0,6%
0,4%
1,3%
1,0%1,2%
2,1%
0,4%
1,0%
Total
0,7%0,5%
0,1%
Empresas
0,2%0,1%
0,2%
0,7%
Estado e Instituições Sem Fins Lucrativos
Portugal EU-28 MediterrâneoLíder (Dinamarca)Fonte: Eurostat, 2017
A. Qualificação dos recursos
Notas: (1) Anexo 5.4 Figura B.1.1; (2) Anexo 5.4 Figura B.5.1; (3) Anexo 5.4 Figura B.1.2; (4) Anexo 5.4 Figura B.1.5
Figura 8: Recursos humanos alocados a atividades de I&D total, por setor (% da população empregada), 2015
Página 19
Baixo nível de investimento público e privado em inovação
A despesa de I&D em Portugal, em termos de produto, aumentou 0,8% entre 2005 e 2009 e vem vindo a reduzir desde essa data(1).A posição de Portugal é muito inferior à média UE-28 e à dos países mediterrânicos nas dimensões pública e privada do investimento em I&D. Em Portugal, apenas 0,6% do PIB é despesa privada em I&D, comparando com os 1,3% pela média da UE-28(2). Da mesma forma, 0,1% do PIB de despesa pública em I&D em Portugal compara com os 0,2% do PIB de média UE-28(3).
A despesa pública em I&D é um indicador da competitividade e desenvolvimento económico de um país. Apesar de Portugal ter assegurado as condições de estabilidade política(4) e regulamentar(5), estas não se materializam no aumento do investimento privado em I&D. Ou seja, para além do apoio ao investimento privado em inovação através de incentivos fiscais ou programas de apoio, iniciativas pull para incentivar a procura de inovação são igualmente críticas adicionalmente à alocação de despesas pública.
Reduzido peso do investimento em inovação realizado pelas empresas
Em Portugal, a percentagem da despesa em I&D realizada pelas empresas está ao nível da do ensino superior(6). Pelo contrário, no país líder e média europeia, a maioria da despesa ocorre ao nível das empresas.
Áreas foco do investimento em inovação de pouco valor acrescentado
Analisando a figura 9, e contrariamente ao país líder, observa-se que as empresas em Portugal investem mais na aquisição de equipamento e software do que em realização de atividades internas de I&D. Isto relaciona-se com o ainda desempenho positivo na utilização de soluções CRM e ERP, dado o reduzido ponto de partida(7) e com a necessidade de suprir o gap de competências digitais dos colaboradores(8).
Uma significativa parte do investimento de inovação em Portugal é em áreas de baixo valor acrescentado, o que se reflete numa menor exportação de serviços TIC e de produtos de média e alta tecnologia(9).Adicionalmente, isto significa que a maior parte do processo de inovação das empresas está limitado à pool interna de conhecimento, não tirando verdadeiro partido do conhecimento disperso no ecossistema de inovação, fator relacionado com uma ausência de cultua de colaboração entre empresas.
As empresas em Portugal investem pouco em inovação
Fonte: Eurostat, 2014
1,4%1,4%
5,1%
0,1%0,1%
Aquisições de Ativos Fixos
0,4%0,7%0,5%
Aquisições Externas
0,3%0,1%
1,7%
Atividades Internas
0,6%0,5%
2,7%
Total
0,1%
Outros
MediterrâneoLíder (Suécia) Portugal
B. Investimento
Notas: Outros inclui design, formação, marketing e outras atividades relevantes; Aquisições de Ativos Fixos inclui maquinaria, equipamento, software e edifícios; (1) - Anexo 5.4 Figura B.3.1; (2) - Anexo 5.4 Figura B.3.3; (3) - Anexo 5.4 Figura B.3.3; (4) - Anexo 5.4 Figuras A.1.1 e A.1.2; (5) -Anexo 5.4 Figuras A.3.1, A.3.2 e A.3.3; (6) - Anexo 5.4 Figura B.3.2; (7) - Anexo 5.4 Figura B.5.2 e Figura B.5.3; (8) - Anexo 5.4 Figura B.5.1; (9) -Anexo 5.4 Figura C.1.1 e Anexo I Figura C.1.3
Figura 9: Despesa em inovação por tipologia (% volume de negócios), 2014
Página 20 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
A reduzida cultura de colaboração em Portugal representa um desafio para o país e reflete-se na existência de barreiras à inovação entre empresas e de empresas com universidades e centros tecnológicos.
Diminuta colaboração entre empresas
Conforme apresentado nas figuras 10 e 11, apenas 19,2% das empresas Portuguesas estão envolvidas em algum tipo de colaboração, significativamente abaixo dos 33,1% da média UE-28, assim como a percentagem de PMEs que colaboram entre si também apresenta um baixo valor mas superior à média mediterrânica (figura 12) .
Reduzido nível de colaboração de empresas com universidades e centro tecnológicos
Também a percentagem de empresas que colaboram regularmente com universidades e outras instituições de ensino superior é inferior à média europeia, o que pode ser observado pelo baixo desempenho em número de copublicações entre os setores público e privado: em 2015 foi de apenas 7,1 publicações por um milhão de habitantes, comparado com 33,9 do país líder(1).
Uma vez que a colaboração entre empresas, com universidades e outras instituições é considerado um fator crucial para o ecossistema inovação de uma económica, o reduzido desempenho de Portugal nesta dimensão impacta significativamente nas reduzidas alianças estratégicas existentes e no baixo número de contactos fracionados de negócios face à média UE-28 (quatro vezes menos) e país líder (doze vezes menos) (2).
A reduzida cultura de colaboração em Portugal cria barreiras à inovação
25,8%33,1%
19,2%
61,4%
UE-28PortugalLíder (Reino Unido)
Mediterrâneo
9,0%13,2%
9,2%
23,0%
UE-28PortugalLíder (Finlândia)
Mediterrâneo
Fonte: Eurostat, 2014 Fonte: Eurostat, 2014
Fonte: Eurostat, 2015
C. Colaboração
Mediterrâneo
5,10 %
UE-28
8,90 %
Portugal
8,10 %
Líder (Bélgica)
20,20 %
Notas: (1) Anexo 5.4 Figura B.4.1; (2) Anexo 5.4 Figura B.4.2
Figura 10: Empresas inovadoras envolvidas em processos de colaboração (% das empresas), 2014
Figura 11: Empresas inovadoras envolvidas em processos de colaboração com universidades (% das empresas), 2014
Figura 12: Colaboração entre PE (% das PME), 2014
Página 21
Fonte: EIS, 2017
O desempenho de Portugal na dimensão sofisticação de mercado continua abaixo da média UE-28, em parte possivelmente reflexo da ausência de uma clara aposta em emprego de atividades intensivas em conhecimento e serviços tecnológicos, entre outros de maior valor acrescentado.
Baixa intensidade de emprego em atividades intensivas de conhecimento e serviços tecnológicos
Na figura 13 observa-se uma baixa percentagem de empregos dedicados às atividades intensivas em conhecimento em Portugal (3,3% menos que a média UE-28). Esta dimensão serve de indicador da eficiência da alocação de capital humano a atividades que servem diretamente os consumidores e fornecem inputs para atividades de inovação das empresas, em todos os setores da economia.
Baixa maturidade digital dos colaboradores
Em Portugal, 32% da população empregada tem competências digitais acima de básica, representando uma percentagem acima da população com competências básicas 24%. Contudo esta percentagem continua longe dos 56% da população empregada com competências digitais acima da básica no país líder(1).
A utilização das TIC (indicador do nível geral das competências digitais dos colaboradores) em novos modelos de negócios e na inserção no mercado conduziram a uma presença cada vez maior das empresas na economia digital.
A percentagem de empresas portuguesas que usam soluções de Customer Relationship Management(CRM) está em linha com a média europeia(2) e a percentagem de empresas que utilizam software de ERP está acima da média europeia(3). Estes dois indicadores revelam a preocupação das empresas em conhecer as necessidades da sua base de clientes e implementar processos estruturados de compliance e partilha de informação na empresa.
O baixo grau de especialização tecnológica revela um mercado pouco sofisticado
13,1%
MediterrâneoUE-28
14,1%
Portugal
10,9%
Líder (Luxemburgo)
22,7%
D. Sofisticação do mercado
Notas: (1) - Anexo 5.4 Figura B.5.1; (2) - Anexo 5.4 Figura B.5.2; (3) - Anexo 5.4 Figura B.5.3
Figura 13: Emprego em atividades intensivas em conhecimento (% do emprego total), 2015
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Reduzido número de pedidos internacionais de patentes com valor de mercado
Conforme a figura 15 ilutra, em 2015, Portugal apresentou um número relativamente baixo de pedidos internacionais de patentes: apenas 70 PCT por mil milhões de euros investidos em I&D em comparação com os 175 da média UE-28 e os 318 do país líder.
Este indicador mede a capacidade de concretização dos esforços e investimento de inovação. Para além da despesa pública e privada ser baixa, a cristalização do conhecimento acumulado pelas empresas e do esforço de inovação é relativamente baixo. Ou seja, significativa parte do esforço de inovação das empresas em Portugal não é cristalizado nos resultados pretendidos.
Adicionalmente, este output está relacionado com o baixo peso das receitas de direitos de propriedade intelectual(1), isto é, para além de as empresas não beneficiarem das potenciais receitas decorrentes da inovação, não conseguem proteger os seus esforços de inovação. O reduzido ambiente de colaboração entre as empresas e universidades e centros tecnológicos(2) e a reduzida capacidade de exportação de produtos de alta tecnologia(3) também contribuem para este cenário.
Portugal apresentou uma performance superior à média UE-28 em número de documentos publicados e copublicações científicas internacionais por milhão de habitantes, em 2016(4). Este último indicador está relacionado com a qualidade da investigação científica. Podemos assumir que uma maior colaboração entre empresas Portuguesas e empresas estrangeiras e também com universidades estrangeiras continuaria a atrair bons resultados.
Fonte: WIPO/ Eurostat, 2015
O desempenho nos fatores anteriores define a baixa produtividade do conhecimento gerado pela inovação
Fonte: Eurostat, 2013
128
175
70
318
Portugal MediterâneoUE-28Líder (Países Baixos)
E. Conhecimento
56%
37%
Mediterrâneo
50%
70%
Líder (Luxemburgo) Portugal UE-28
Notas: (1) - Anexo 5.4 Figura C.1.2; (2) - Anexo 5.4 Figuras 2.3.2, 2.3.3 e 2.3.4; (3) - Anexo 5.4 Figura C.1.1; (4) - Anexo 5.4 Figuras C.2.1 e C.2.2
Figura 14: Pedidos de patentes com coinventores estrangeiros (%), 2015
Figura 15: Número de pedidos internacionais de patentes (por mil milhões de euros investidos em I&D), 2015
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3. Casos de estudo das dimensões chave de aposta em Portugal
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3.1 Casos de estudo
Enquanto existem empresas que apresentam uma capacitação de inovação instalada e conseguem cristalizar essa inovação em resultados, outras com o mesmo nível aparente de competências de inovação não conseguem capitalizar em resultados.
Apesar dos investimentos realizados, a inovação continua frequentemente a ser uma procura frustrante para muitas organizações. As iniciativas de inovação, por vezes, simplesmente falham, não apresentam o retorno esperado ou não mantêm a continuidade desejada ao longo do tempo. Melhorar o retorno financeiro proveniente da inovação é um dos principais desafios das empresas que ativamente
trabalham a inovação. Mais do que a dimensão do orçamento, o desafio é desenhar e gerir uma arquitetura de inovação apropriada ao seu contexto e estratégia de negócio.
O foco do presente capítulo centra-se na identificação de melhores práticas de gestão da inovação com base na análise de um conjunto de casos de estudo. Foi possível reunir um conjunto de lições apreendidas por grau de maturidade de competências de inovação em cinco temas principais.
O desafio de cristalizar competência de inovação em resultados tangíveis
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No capítulo anterior, foi identificado um conjunto de dimensões que limitam os esforços de inovação das organizações em Portugal. O presente capítulo tem como foco os temas chave de forma a endereçar as lacunas verificadas nas dimensões que restringem a
inovação em Portugal. Estes temas também foram considerados também pela sua importância no desenho do papel para a inovação em cada organização e principais eixos de atuação, bem como na gestão e monitorização dos seus resultados.
Tema Descrição
1Alinhamento da estratégia de negócio com a de inovação
Estruturar uma prática de inovação em linha com a estratégiacorporativa da empresa, ou seja, assegurar que a inovação é um catalisador do plano de negócio definido
2 Modelo organizacionalDefinir tipo de inovação e respetivos enablers de forma a melhor assegurar a visão definida para a inovação, promovendo e alimentando uma cultura de inovação
3 Relacionamento com o exteriorAssegurar o relacionamento sustentável com todos os stakeholdersexternos relevantes (e.g., clientes, universidades e centros tecnológicos, fornecedores, concorrência, …)
4 Ambidextralidade empresarial (*)
Garantir a capacidade de as empresas equilibrarem um frequente exercício de identificação de lições aprendidas enquanto se preparam para o futuro
5 Gestão da inovaçãoGerir programas de inovação através de várias ferramentas de suporte, assegurando múltiplos horizontes temporais e práticas de inovação a serem geridas
Existem cinco temas chave para endereçar os principais desafios de inovação identificados
Nota: (*) o conceito de ambidextralidade refere-se à capacidade das empresas de englobarem dois tipos diferentes de negócio, (i) foco em explorar as capacidades existentes para obter lucro e (ii) foco em investigar novas oportunidade de crescimento. Estas duas metodologias necessitam de diferentes estratégias, estruturas, processos e culturas
Figura 16: Temas abordados nos casos estudo realizados
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Os casos estudo envolveram quinze empresas
Foram realizadas quinze entrevistas individuais a empresas nacionais com o objetivo de construir uma fotografia das suas competências de inovação ao longo dos temas identificados. Destintas ferramentas e práticas de apoio à inovação foram identificadas, para além de diferenças no processo de planeamento e gestão da inovação.
Este estudo faz uso de métricas com um período temporal de 5 anos compreendido entre 2012 a 2016. Definiram-se os seguintes critérios para a seleção das empresas a serem entrevistadas:
• As empresas que realizaram o exercício de innovation scoring (1) pelo menos duas vezes entre 2012 e 2016
• As empresas que, no innovation scoring, tiveram uma pontuação superior a 400 pontos, pelo menos, uma vez entre 2012 e 2016
Assim, as empresas selecionadas para o presente estudo apresentam as seguintes características:
Notas: (1) Innovation Scoring é baseado num diagnóstico ao desempenho de inovação às empresas, permite monitorizar a evolução nos diversos indicadores através do módulo de benchmarking, bem como a consulta de boas práticas de gestão da inovação, em cada dimensão do Innovation Scoring (estratégia, organização, processos de IDI, potenciadores e impacto); (2) não realizaram o exercício de IS, foram selecionadas pela COTEC com base em casos estudo realizados com universidades; (3) valor do último Innovation Scoring disponível
#Ano decriação
Nº de colaboradores
SetorInnovationscoring (3)
Volume de negócio, EUR m
Exportações, EUR m
1 2008 Energia
2 1942 Retalho
3 1957 Indústria
4 1996 Retalho
5 1998 Indústria
6 1996 Indústria
7 1992 Indústria
8 1995 Indústria
9 1989 Indústria
10 2000 Tecnológia
11 1987 Indústria
12 2001 Saúde
13 2001 Tecnológia
14 1960 Indústria
15 1969 Indústria
Figura 17: Caracterização das empresas que fizeram parte do estudo
65
98
50
91
97
22
15
230
100
210
156
115
193
264
307
(2)
732
(2)
654
669
685
689
720
725
404
409
464
478
484
619
10
6
31
31
57
10
22
6
39
5
6
34
46
30
31
9
0
26
25
53
2
5
3
24
2
3
0
31
11
0
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Após a seleção da amostra de empresas, estas foram agrupadas em três grupos distintos consoante a sua maturidade em termos de prática de inovação.
Assim, os grupos foram criados segundo os seguintes critérios:
• No grupo Inicial estão identificadas as empresas que apresentam um Innovation Scoring entre [400; 550]: prática de inovação instalada e estruturada mas ainda num estado inicial
• O grupo Intermédio inclui as empresas que têm um innovation scoring [551;700]: capacitação de inovação madura mas ainda com reduzidos resultados
• O grupo Avançado inclui as empresa que têm um innovation scoring superior a 701: elevado grau de maturidade nas suas práticas de inovação e contínuos resultados
Grupo Inicial Grupo Intermédio Grupo Avançado
Critérios de alocação
O último innovation scoringrealizado pela empresa está compreendido entre [400; 550]
O último innovation scoring realizado pela empresa está compreendido entre [551; 700
O último innovation scoring realizado pela empresa é superior a 700
Descritivo
Empresas que possuem uma prática de inovação instalada e estruturada mas ainda num estado inicial
Empresas que apresentam uma capacitação de inovação madura mas ainda com reduzidos resultados
Empresas que apresentam um elevado grau de maturidade nas suas práticas de inovação e contínuos resultados
Número de empresas
5 empresas 5 empresas 5 empresas
As empresas dos casos estudo foram agrupadas com base na sua maturidade de processos de inovação
Figura 18: Agrupamento das empresas de acordo a sua maturidade de inovação
Nota: dado a dimensão da amostra, a inexistência de correlação entre a taxa de crescimento do volume de negócios e o grau de maturidade da capacitação de inovação não foi surpresa. O objetivo do exercício de casos estudo foi inferir melhores praticas e outras lições apreendidas (âmbito qualitativo) com uma amostra de quinze empresas
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Cada grupo de empresas analisado apresenta desafios distintos de inovação
Tema Tópico Grupo InicialGrupo
IntermédioGrupo
Avançado
Alinhamento da estratégia de negóciocom a de inovação
Envolvimento da gestão de topo
Orçamento de inovação
Modelo organizacionalTipo de inovação
Enablers de inovação
Relacionamento com o exterior
Concorrência e outros
Universidades e centros tecnológicos
Relação com o cliente
Ambidextralidadeempresarial
Lições apreendidas
Múltiplos horizontes temporais
Gestão da inovação
Planeamento e gestão
Ferramentas
Retorno dos projetos
Cada grupo de empresas possui o seu específico perfil de maturidade ao longo dos cinco temas chave de análise e respetivos tópicos.
A figura 19 representa um heat map dos graus de maturidade (baixa, média e baixa) de cada um dos três grupos em análise para cada um dos tópicos chave de análise.
A atribuição da escala resultou de uma comparação relativa do grau de maturidade em inovação entre os três grupos por tópico analisado.
Baixa Média AltaGrau de maturidade
Figura 19: Heat map de maturidade das iniciativas de inovação por grupo
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Os temas chave de desafios de inovação possuem diferentes perfis de maturidades:
• Alinhamento da estratégia de negócio com a de inovação: nível de alinhamento de estratégia corporativa com inovação difere conforme maturidade da capacitação de inovação
• Modelo organizacional: depois de um nível inicial, não existem diferenças de modelo organizacional por maturidade da capacitação de inovação
• Relacionamento com o exterior: relação com a concorrência é um dos tópicos que o grupo avançado não apresentada uma maturidade alta
• Ambidextralidade empresarial: nenhum dos grupos apresenta um nível de maturidade alto nas lições apreendidas
• Gestão da inovação: os tópicos de planeamento e gestão e ferramentas estão uniformizados por cima, enquanto o retorno financeiro dos projetos de inovação é independentemente da maturidade das competências de inovação
Não existe um padrão de maturidade por grupo, ou seja, uma maior capacidade de inovação não significa necessariamente que as empresas que o constituem detenham todas as melhores práticas por cada um dos tópicos em discussão:
• O grupo inicial apresenta um gap significativo de maturidade face ao grupo intermédio, existindo apenas 4 tópicos com maturidade média
• O grupo intermédio apresenta, também, um gap relevante face aos grupo avançado, representado apenas 3 tópicos com maturidade alta
• Em relação ao grupo avançado, dos 12 tópicos analisados, 9 são de maturidade alta, sendo apenas 3 de maturidade média
Baixa Média AltaGrau de maturidade
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A estratégia de inovação ainda é frequentemente definida de forma isolada
O investimento em atos isolados de inovação raramente traz retorno significativo para as empresas. Para qualquer iniciativa de inovação ter o resultado esperado, esta deve estar enquadrada num modelo de atuação da inovação que, por sua vez, deverá estar alinhado com a respetiva estratégia de negócio da organização.
É essencial que os colaboradores que fazem parte do planeamento estratégico estejam também envolvidos na definição do papel e eixos de atuação da inovação.
Foi possível identificar empresas com forte presença da liderança na definição da estratégia de inovação através na participação na seleção de projetos de acordo com uma clara sobreposição com a estratégia corporativa da empresa. Adicionalmente, o dimensionamento do portfólio de projetos de inovação é usado como um ponto de partida para a definição do orçamento da empresa.
1. Alinhamento da estratégia de negócio com a de inovação
Tópico Grupo Inicial Grupo Intermédio Grupo Avançado
Envolvimento da gestão de topo
A inovação é um motor independente da empresa, apesar de existir a preocupação de integrá-la no planeamento global, através da existência de:• Equipas dedicadas• Aposta em projetos de
inovação
Existe uma priorização preliminar dos projetos de inovação, notando-se alguma preocupação em que a inovação esteja em linha com as prioridades de negócio da empresa
Verifica-se uma clara visão do propósito da inovação e como esta complementa a estratégia da empresa
A gestão de topo está envolvida regularmente na tomada de decisão relativamente aos projetos de inovação
Orçamento de inovação
O orçamento dedicado à inovação não está alinhado com o orçamento da empresa
O orçamento de inovação é definido inicialmente sem ter em conta as suas necessidades específicas
O orçamento de inovação é dimensionado com base nos projetos de inovação planeados e em curso, ou seja, existe uma clara noção do valor esperado para inovação
Figura 21: Matriz de maturidade do alinhamento da estratégia de negócio com a de inovação
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É crítico enraizar uma pré-disposição para a inovação no dia-a-dia dos colaboradores
Até as empresas consideradas inovadoras não são capazes de dinamizar o mercado isoladamente. As organizações só conseguem desmantelar as barreiras tradicionais à inovação através da implementação de práticas de inovação que incentivam um ecossistema de partilha.
Apesar de as empresas preocuparem-se em incutir um mindset de inovação no seu dia-a-dia, é claro o desafio em atingir uma elevada proficiência em cristalizar este mindset de colaboração em resultados
Tooltip
Existem práticas de apoio à inovação nas empresas que poderão ser adotadas, tais como, co-criação com stakeholders relevantes, incubadoras internas, bolsa de horas dedicadas à inovação, envolvimento de especialistas.
2. Modelo organizacional
Tópico Grupo Inicial Grupo Intermédio Grupo Avançado
Tipo de inovação
A inovação é maioritariamentedo tipo renovação (incremental)
Equilíbrio entre inovação de renovação e transformacional, refletindo a preocupação de simultaneamente melhorar produtos e serviços existentes e procurar novos modelos de negócio
Enablers de inovação
Existem fóruns responsáveis pela recolha, avaliação e decisão sobre ideias de inovação
As práticas de inovação são muito maduras neste grupo, através de:• Fóruns de inovação• Atribuição de bolsas de
horas dedicadas• Concursos de ideias• Apoio a centros de
investigação/ tecnológicos
Principais práticas de inovação identificadas:• Fóruns de inovação• Laboratórios de inovação• Investimento dedicado à
inovação• Incentivo ao registo de
patentes
A fase de criação dos projetos inclui uma etapa de identificação de apoio de entidades terceiras
Existe diversidade nos canais de recolha de ideias:• Clientes• Universidades e centros tecnológicos• Colaboradores• Fornecedores
Figura 22: Matriz de maturidade do modelo organizacional
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A identificação de mecanismos para uma constante relação das empresas com o cliente é uma prioridade
Frequentemente, as empresas preocupam-se em conhecer a concorrência e o nível de inovação praticado por estas.
A relação com o cliente é uma área de foco, nomeadamente através da procura de mecanismos de co-criação e desenvolvimento da relação. Adicionalmente, foi possível identificar vários estágios de maturidade desta relação com o cliente.
Tooltip
É necessário que as empresas continuem a monitorizar a inovação da concorrência estabelecida e em novos players do ecossistema, de forma a conseguirem antecipar-se às movimentações do mercado.
3. Relacionamento com o exterior
Tópico Grupo Inicial Grupo Intermédio Grupo Avançado
Concorrência e outros
Existe compreensão básica sobre o nível de inovação praticado pela concorrência nacional e internacional, mas não de forma estruturada ou sistemática. Os canais de recolha de informação da concorrência incluem feiras internacionais, questionários aos clientes e acompanhamento da evolução tecnológica
São estabelecidas parceriascom outras empresas, mas não é prática comum
Frequentemente existe união de equipas de diferentes empresas para partilha de conhecimento
Universidades e centros tecnológicos
Existem parcerias com faculdades, mas não é uma prática comum
Existem casos de colaboração com faculdades através de estágios profissionais e mestrados e outros programas de investigação
Existem casos de colaboração com faculdades para incorporação de conhecimento cientifico e incentivo à formação dos colaboradores
Relação com o cliente
A relação com o cliente é alimentada com questionários de satisfação e opinião
O cliente é envolvido numa fase embrionária de teste dos projetos de inovação através de workshops de co-criação. Este envolvimento permite identificar alterações nas necessidades dos clientes e facilitar a sua incorporação na oferta
Para além da fase embrionária, o cliente também é envolvido nas restantes fases do funil de inovação e.g. prototipagem
Figura 23: Matriz de maturidade do relacionamento com o exterior
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Existe dificuldade de priorização de esforço em projetos de longo-prazo
A capacidade de aprender com os erros do passado enquanto se constrói uma visão para o futuro é crítica para as empresas implementarem a ambidextralidade.
Foi possível identificar práticas de ambidextralidade, por exemplo, a segregação das equipas de desenvolvimento de projetos de inovação por horizonte temporal e a priorização de projetos de longo-prazo.
Tooltip
Para construir o futuro, é necessário criá-lo todos os dias, sendo crítica a capacidade de desafiar crenças, hipóteses e práticas do passado que poderão ser limitativas para o negócio futuro (e.g., desinvestir numa linha de negócio ou abandonar atitudes enraizadas).
4. Ambidextralidade empresarial
Tópico Grupo Inicial Grupo Intermédio Grupo Avançado
Lições aprendidas
As empresas incorporaram de forma sistemática as lições aprendidas nos projetos futuros
Múltiplos horizontes temporais
As equipas de inovação estão alocadas ao negócio atual, sendo alocadas aos projetos de inovação quando necessário
O horizonte temporal da maioria dos projetos é de curto a médio prazo
As equipas alocadas a projetos de inovação estão relativamente estruturadas, principalmente com uma perspetiva multifuncional
Os projetos de longo-prazo não são uma prioridade
Existe uma segregação das equipas por horizonte temporal, ou seja, uma equipa específica para projetos focados no negócio atual e outra focada no desenvolvimento de projetos de longo-prazo
Figura 24: Matriz de maturidade da ambidextralidade empresarial
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Importa desenvolver uma visão de portfólio dos projetos de inovação
O funil de inovação é utilizado para priorizar os projetos com a aplicação de métricas para cada uma das fases.
Tooltip
Devem ser definidas as métricas de avaliação por cada fase do funil de inovação (estrutura do funil e gateways de decisão) e em que fórum é analisada cada fase.
A gestão de projetos deverá ser feita ao nível de portfólio, idealmente separando por horizonte temporal. A análise do binómio nível de risco e o potencial de retorno deve estar subjacente ao processo de tomada de decisão.
5. Gestão da inovação
Tópico Grupo Inicial Grupo Intermédio Grupo Avançado
Planeamento e gestão
Os projetos de inovação são geridos isoladamente, ou seja, projeto a projeto
As equipas dos projetos de inovação são constituídas conforme a necessidade, não existindo priorização ou planeamento à priori
Existem projetos em IDI(1) a uma escala reduzida
A priorização dos projetos é realizada através do funil de inovação
É prática das empresas apostar em projetos de IDI promovendo assim a cultura de inovação e a diversificação do negócio
FerramentasSão aplicadas ferramentas não prioritárias para gestão dos projetos (e.g. Microsoft Excel)
São aplicadas ferramentas proprietárias de gestão e planeamento de projetos
Retorno dos projetos
O cálculo do retorno dos projetos é realizado de forma ad-hoc Existem métricas e metodologias definidas para estimar o retorno dos projeto, contudo o risco não é tido em conta no planeamento
Nota: (1) IDI – Projetos de investigação, desenvolvimento e inovação
Figura 25: Matriz de maturidade da gestão da inovação
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4. Roadmap de Sustentabilidade de Inovação
Página 35
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4.1 Innovation Continuum Roadmap
Com base nos casos estudo realizados, reuniu-se um conjunto de melhores práticas, iniciativas replicáveis e lições aprendidas úteis para a estruturação de um roadmap de recomendações para a ativação sustentável de competências de inovação.
Assim, o Innovation Continuum Roadmap considera as seguintes etapas chave:
Um roadmap de implementação de iniciativas para endereçar os desafios chave da inovação
IV. Componentes do modelo organizacional
I. Alinhamento entre estratégia de inovação
e de negócio
II. Visão ambidextra para a inovação
III. Modelo organizacional
V. Transformação cultural
Figura 26: Fases do roadmap de inovação
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O alinhamento da inovação com o negócio é fundamental para a criação de uma prática sustentada e continuada, permitindo à inovação ser um catalisador do plano de negócios da empresa.
Este alinhamento pode ser assegurado em três fases sequenciais:
1. Compreender
Construir um entendimento sobre os objetivos estratégicos da empresa e grau de cumprimentos dos mesmos, bem como sobre o processo de inovação desejado:
Recolher perspetivas internas sobre o negócio atual através de entrevistas e workshops com stakeholders internos
Identificar possíveis mudanças nas necessidades do consumidor e novas tendências de negócio relevantes
Alinhar expetativas das várias áreas de negócio
2. Definir
Identificar as principais áreas de foco da inovação e definir desafios de inovação com base nas necessidades de negócio:
Realizar iniciativas de co-criação para desenvolver ideias
Alinhar os princípios orientadores para a visão da inovação
Definir as oportunidades identificadas para o consumidor e identificar gaps no negócio
3. Embutir
Garantir que o alinhamento entre estratégia de inovação e de negócio é aplicado em todo o processo de inovação:
Desenvolver uma priorização de alto-nível e um consequente programa de ativação
Embutir as recomendações na organização através de workshops com stakeholders internos
I. Alinhamento entre estratégia de inovação e de negócio
É crítico alinhar as áreas foco da inovação com a estratégia corporativa e definir objetivos tangíveis
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1. Competências internas chave
2. Ecossistema externo de inovação
3. Foco num horizonte
A análise das competências internas chave é crítica para identificar bottlenecks e decidir sobre áreas de foco de investimento na capacitação de inovação
A identificação de parceiros externos de colaboração requer uma análise detalhada e alargada do ecossistema externo de inovação
A decisão sobre o horizonte temporal foco resulta do alinhamento entre as competências internas e a abertura ao exterior, equilibrando alavancagem ou aquisição de competências e conhecimento
II. Visão ambidextra para a inovação
A implementação de um conjunto de três etapas permite embutir uma visão ambidextra na organização
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1. Competências internas chave
A ambidextralidade é a capacidade das empresas integrarem simultaneamente as prática de inovação de renovação e transformativa, o que implica a incorporação de estruturas, processos e culturas por vezes contraditórias.
Devido à dificuldade de implementação da ambidextralidade, é essencial que as empresas identifiquem as suas competências chave em cada fase do processo de inovação para identificar bottlenecks e áreas de necessidade de investimento em inovação:
Mapeamento das operações de inovação em cada fase do processo e.g., explorar, construir e validar
Benchmark de competências de inovação vs. best in class (gap analysis) para identificação de oportunidades
Entendimento da estrutura organizacional para o processo de inovação e.g., como a empresa está estruturada para inovar hoje
Planear a participação dos colaboradores em workshop com a gestão de topo e com agentes da inovação para promover o engagement dos colaboradores
A análise das competências internas chave também irá permitir identificar áreas da organização com elevado potencial de participação no processo de inovação para além do I&D e inovação, ou seja, permitirá extrair valor do know-how interno disperso noutras unidades de negócio
II. Visão ambidextra para a inovação
Figura 27: Framework de análise de competências internas chave
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2. Ecossistema externo de inovação
O relacionamento das empresas com o ecossistema exterior de inovação é um ponto crítico para a implementação da ambidextralidade nas empresas.
Um relacionamento efetivo com o ecossistema de inovação permite às empresas libertar o balanço escondido da inovação, ou seja, aplicar conhecimento e procedimentos internos não explorados a novo conhecimento e tecnologia externos que, quando combinados, permitem identificar e solucionar desafios de inovação.
Para a implementação com sucesso de um modelo de open innovation é essencial
Mapeamento do ecossistema de inovação
Identificação de oportunidades de relacionamento por explorar com os atuais players
Identificação de novos players e tendências relevantes a explorar
Definição do nível de engagement com os atuais e novos players e.g., dependente se inovação parte da estratégia de uma unidade de negócio ou de uma estratégia global de inovação, outside-in e inside-out
II. Visão ambidextra para a inovação
Figura 28: Ecossistema externo de inovação: modelo de open innovation
Licenciamento
Spin off
Desinvestimento
Mercado atual
Aquisições
Spin in
Licenciamento
I&D interno
I&D externo
Novos mercados
Explorar Construir Validar
Mercados alternativos
Aquisição de tecnologia e
conhecimento
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3. Foco num horizonte
Após a análise de competências internas de inovação e do relacionamento com o exterior, é possível construir as iniciativas que permitem atingir os objetivos para a inovação:
Definição do foco e nível de investimento com base na análise de competências chave, em termos de governança e controlo, gestão de stakeholders, comunicação e interação e gestão do ecossistema
Mapeamento das oportunidades estratégicas de inovação identificadas ao longo dos três horizontes temporais e definir o horizonte de foco prioritário
Construção de um plano de ação detalhado (roadmap) e identificação de low hanging fruits
O foco num horizonte concreto resulta de duas decisões: alavancar competências/ conhecimento existente versus adquirir externamente, sendo que esta decisão deve estar alinhada com o grau de abertura ao exterior desejado.
O horizonte de foco definido deverá ser reavaliado de forma a estar sempre alinhado com a estratégia de negócio:
Horizonte 1: adaptação dos modelos de negócio atuais
Horizonte 2: adaptação de novos modelos de negócio ao contexto atual
Horizonte 3: aplicação de novos modelos de negócio
II. Visão ambidextra para a inovação
Horizonte 3
Futuro, inovação transformacional
Horizonte 1
Atual, inovação de renovação
Alavancar Adquirir
Ad
qu
irir
Ala
va
nca
r
Competências
Kn
ow
-ho
w
Horizonte 2
Intermédio, modelo híbrído
Figura 29: Foco num horizonte temporal: matriz de decisão
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Programa de intrapreneurship
Fundo de Corporate Venturing
Ecosistema de open innovation
IncubadoraComunidade de co-
criaçãoPrograma de aceleração
Colleague crowd Social listening Desafio de inovação
Atu
al
Inte
rmé
dio
Fu
turo
Abertura interna Outside in Inside out
A transição para um horizonte de futuro é complexa e exigente, pelo que é crítico ser compatível com a velocidade crítica da organização e a da sua transformação cultural.
O grau de maturidade em inovação relaciona o conceito de ambidextralidade e com o horizonte de foco definido:
Atual: incorporar lições aprendidas para desenvolver e implementar planos de negócio com sólido potencial de retorno
Intermédio: colaborar com o ecossistema externo para desenvolver ideias e testar protótipos
Futuro: colaborar ativamente com stakeholders, partilhar insights e identificar e endereçar necessidades desconhecidas
O grau de abertura ao exterior desejado depende do modelo de open innovation implementado:
Abertura interna: promover a colaboração e partilha do conhecimento pela organização
Outside in: obter conhecimento do ecossistema para endereçar desafios e desenvolver competências
Inside out: partilhar conhecimento com o ecossistema para antecipar necessidades e criar oportunidades
III. Modelo organizacional
O modelo organizacional da inovação define a forma como é realizada a transição para um horizonte de futuro
Fonte: 100%Open, análise EY
Figura 30: Modelo organizacional: matriz de definição
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Para implementar um modelo organizacional da inovação através da abertura ao exterior, as empresas podem desenvolver um conjunto de iniciativas dependendo do seu grau de maturidade em inovação e grau de abertura ao exterior pretendido, como por exemplo:
Programa (online e offline) de colaboradores para partilha de ideias e identificação de novos requisitos de inovação
Incubadora para desenvolvimento e teste de novos projetos
Programa interno de empreendedorismo
Incorporação de insights através de análise de canais de social media
Comunidade de clientes, fornecedores e parceiros focada na co-criação de novos produtos, serviços e modelos de negócio
Rede de investimento e aquisição de conhecimento, talento e tecnologia externa
Competição envolvendo com clientes, start-ups e outros stakeholders para encontrar soluções para desafios ou identificar futuras necessidades de negócio
Programa de aceleração para teste colocação no mercado de novos produtos e serviços
Rede permanente envolvendo clientes, fornecedores e outros stakeholders para criação de valor para todo o ecossistema
…
III. Modelo organizacional
Programa de intrapreneurship
Google 20 % Time
Fundo de Corporate Venturing
Microsoft Ventures
Ecosistema de open innovation
Lego Ideas
Incubadora
Google for Entrepreneurs
Comunidade de co-criação
DHL drones
Programa de aceleração
The Bridge by Coca-Cola
Colleague crowd
Oxfam Future Shapers
Social listening
Mastercard Conversation Suite
Desafio de inovação
Heineken Ideas BreweryAtu
al
Inte
rmé
dio
Fu
turo
Abertura interna Outside in Inside out
Fonte: 100%Open, análise EY
Figura 31: Modelo organizacional: ilustrativo de enablers
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Estrutura
A transformação cultural de uma empresa num contexto ambidextro requer adaptação da estrutura organizativa a uma nova cultura de inovação e abertura ao exterior
Processos e gestão
Numa cultura de open innovation, a inovação provém também do exterior, pelo que é crítico que as organizações agilizem os seus processos internos mas também procedimentos de suporte à inovação externa
Adicionalmente, é igualmente crítico existirem métricas de medição do sucesso da inovação, para garantir que todas as ideias tenham um racional de negócio e retorno potencial.
Governança
Num modelo ambidextro, toda a organização se deve mobilizar em torno da inovação, que pode acontecer também ao nível do indivíduo. Assim, é essencial promover a partilha de conhecimento interno, a exposição dos colaboradores às necessidades do mercado
Ferramentas
A transformação da organização através da inovação envolve risco e incerteza. Uma forma de reduzir a variabilidade é através da criação de condições de suporte para o enraizamento, de forma estruturada, de uma prática de inovação, através da implementação de ferramentas que permitem a medição, execução e planeamento da inovação.
IV. Componentes do modelo organizacional
Ferramenta (1)
Real-Win-Worth it(RWW)
Matriz de avaliação de risco, portfólio de inovação
Matriz de ambição de inovação
Matriz de avaliação da cadeia de valor de inovação
Objetivos Analisar hipóteses de falha e riscos potenciais
Identificar e suportar a resolução de problemas críticos
Estimar a probabilidade de sucesso dos projetos
Criar ponto de partida visual para um diálogo contínuo sobre a diversidade do portfolio de projetos
Categorizar os projetos por nível de ambição
Promover a discussão sobre o nível deambição de inovação da organização
Construir visão end-to-end da inovação
Permitir aidentificação das áreas de foco nacadeia de valor da inovação
Descrição Um produto ou serviço é analisado iterativamente em cadafase de desenvolvimento,permitindo incorporar progressivamente insights de mercado e inputs dos stakeholders
Os projetos são avaliados por cada membro das equipas de projeto. O resultado da avaliação constitui uma coordenada na matriz de risco
Os projetos de inovação são categorizadas:
Sustentado –mudanças incrementais em produtos e serviços existentes
Adjacente – explorarnovos mercados
Disruptivo – criar novos modelos de negócio
Considera a inovação como um processo sequencial em três fases e seis tarefas que constituem nodos da cadeia de valor
Existem quatro blocos de suporte chave do modelo organizacional da inovação
Nota: (1) Anexo 5.5
Figura 32: Componentes do modelo organizacional: ferramentas de suporte à inovação
Página 45
V. Transformação cultural
A transformação cultural é crítica para implementar um mindset focado na inovação
O alinhamento da gestão de topo em torno de uma cultura de inovação irá permitir a toda a organização partilhar o mesmo conjunto de princípios e valores, sendo crítico desenvolver as seguintes competências nos colaboradores:
Colaboração entre equipas multidisciplinares para romper silos de informação
Incorporar a criatividade nas rotinas diárias das equipas
Autonomia para identificar situações de execução concreta das ideias
Comunicação frequente e aberta sobre ideias, riscos e oportunidades
Para uma transformação cultural efetiva, a liderança deverá definir um conjunto de valores e princípios comuns a toda a organização que se materializam nas seguintes etapas:
1. Visualizar e entender a visão para a inovação
Verificar o alinhamento entre a cultura de inovação e da organização
Recolher inputs de colaboradores sobre a cultura de inovação instalada
Visualizar a nova cultura de inovação e desenhar a estratégia de implementação
2. Redesenhar o novo modelo organizacional
Redesenhar a estrutura, métricas, sistemas de incentivo, políticas, processos e procedimentos da organização
Desenvolver plano de implementação
3. Comunicar a nova cultura de inovação
O que mudou e porquê
O processo utilizado para criar a mudança
O papel e a responsabilidade de cada um
Página 46 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
A ferramenta Cultural Profiler permite capturar e representar a visão dos colaboradores sobre o estado atual e futuro da cultura organizativa através de um questionário agrupado em várias dimensões.
Pode ser utilizada com os seguintes objetivos:
Recolher insights internos para alinhamento estratégico, definição de prioridades e plano de implementação de transformação cultural
Servir de plataforma para debate e promover o engagement
Representar o alinhamento cultural da
organização a nível da liderança, regional e de áreas de negócio (reality check)
Monitorizar o progresso da transformação cultural face ao estado futuro
V. Transformação cultural
DIMENSÃO DE ANÁLISERATING
BOA PRÁTICA1 2 3 4 5 6
Visão estratégicaRelação entre tarefas diárias e visão estratégica
Princípios orientadores
Princípios claros e consistentes
Liderança Alinhamento e cooperação da liderança
GestãoAlinhamento com os vários níveis de hierarquia
Talento Formação contínua de colaboradores
Modelo de incentivosModelo de incentivos claro e com baseno mérito
ReconhecimentoCelebração regular de sucessos na organização
Comunicação Comunicação aberta e honesta
ColaboraçãoA colaboração entre áreas daorganização é encorajada
Estado to-beLegenda:
Figura 33: Transformação cultural: ilustrativo da ferramenta Cultural Profiler
Estado as-is Reality check
Página 47
Página 48 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
5. Anexos
Página 48 | Cotec – Estudo sobre a sustentabilidade da inovação
Página 49
5. Anexos
Neste capitulo apresentamos detalhe da informação disponibilizada ao longo do relatório, sendo os anexos constituídos pelos seguintes pontos:
5.1 Índices de inovação
5.2 Indicadores chave das dimensões do quadro de referência de performance de inovação
5.3 Benchmark com país inovador forte (Bélgica)
5.4 Indicadores do quadro de referência
A. Fatores indiretos – indicadores chave
i. Ambiente político
ii. Ambiente económico
iii. Regulamentar
B. Fatores diretos – indicadores chave
i. Qualificação dos recursos
ii. Infraestrutura
iii. Investimento
iv. Colaboração
v. Sofisticação do mercado
C. Outputs – indicadores chave
i. Atividades inovadoras
ii. Conhecimento
iii. Outputs criativos
5.5 Ferramentas de suporte à inovação
A. Real-Win-Worth It (RWW)
B. Matriz de avaliação de risco, portfólio de inovação
C. Matriz de ambição de inovação
D. Matriz de avaliação da cadeia de valor de inovação
Índice de anexos
Página 50 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
O Global Innovation Index calcula a pontuação total de cada país construindo posteriormente um ranking de inovação global. A sua framework assenta em dois elementos chave e sete pilares de análise:
• Inputs de inovação, incluindo cinco pilares que capturam elementos da economia de cada país que constituem facilitadores da inovação:
1. Instituições (e.g., ambiente político, económico e regulatório)
2. Capital humano e investigação (e.g., educação terciária, investimento em I&D)
3. Infraestruturas (e.g., tecnologias de informação, competências digitais, infraestruturas de suporte)
4. Sofisticação do mercado (e.g., crédito e financiamento)
5. Sofisticação económica (e.g., recursos humanos afetos a I&D, colaboração com universidades e outras empresas)
• Outputs de inovação, fornecem informação sobre o resultado dos esforços de inovação:
6. Outputs de conhecimento e tecnologia (e.g., pedidos de patente, receitas de propriedade intelectual)
7. Outputs criativos (e.g., ativos intangíveis)
O European Innovation Scoreboard permite ter uma perspetiva do panorama europeu a nível de inovação.. Utiliza uma framework conceptual assente em quatro elementos chave e dez pilares de análise:
• Condições da framework, avalia os principais drivers do desempenho de inovação externa às empresas:
• Recursos humanos (e.g., educação terciária, número de doutorados)
• Sistemas de investigação (e.g., copublicações científicas)
• Ambiente innovation-friendly (e.g., apoio ao empreendedorismo)
• Investimento, mede o investimento público e privado em inovação:
• Financiamento (e.g., investimento público em I&D)
• Investimento privado (e.g., investimento em formação de TIC)
• Atividades de inovação, mede o esforço de inovação interno das empresas:
• PMEs inovadoras (e.g., inovação de produto, processo, organização)
• Colaboração (e.g., parcerias público-privadas)
• Propriedade intelectual (e.g., pedidos de patente)
• Impacto, mede o impacto do esforço de inovação das empresas:
• Emprego (e.g., empregabilidade em atividades intensivas de conhecimento)
• Vendas (e.g., exportação dos setores fortemente tecnológicos)
5.1 Índices de inovação
Página 51
5.2 Indicadores chave das dimensões do quadro de referência de performance de inovação
Na tabela abaixo são apresentados os indicadores definidos para cada umas das dimensões definidas no quadro de referência de performance de inovação, bem como o desempenho de Portugal e a sua posição face ao líder europeu, países mediterrânicos e a média europeia.
Fatores indiretos Fatores diretos Outputs
A.1 Ambiente político B.1 Qualificação dos recursos C.1 Atividades inovadoras
A.2 Ambiente económico B.2 Infraestruturas C.2 Conhecimento
A.3 Ambiente regulamentar B.3 Investimento C.3 Outputs criativos
B.4 Colaboração
B.5 Sofisticação do mercado
Página 52 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
Indicadores definidos pelo European Innovation Scoreboard Bélgica Portugal
CONDIÇÕES DE FRAMEWORK
Recursos humanos
1.1.1 New doctorate graduates (2015) 1,8 1,9
1.1.2 Population completed tertiary education (2016) 44,3 35
1.1.3 Lifelong learning (2016) 7,8 9,6
Sistemas de investigação atrativos
1.2.1 International scientific co-publications (2016) 1408 873
1.2.2 Scientific publications among top 10% most cited (2014) 12,6 9
1.2.3 Foreign doctorate students (2015) 42,3 21,2
Ambiente innovation-friendly
1.3.1 Broadband penetration (2016) 23 25
1.3.2 Opportunity-driven entrepreneurship (2016) 1,5 2
INVESTIMENTOS
Financiamento e apoios
2.1.1 R&D expenditure in the public sector (2015) 0,68 0,66
2.1.2 Venture capital investments (2015) 0,072 0,069
Investimento de empresas
2.2.1 R&D expenditure in the business sector (2015) 1,77 0,6
2.2.2 Non-R&D innovation expenditure (2014) 0,56 0,64
2.2.3 Enterprises providing ICT training (2016) 34 23
ATIVIDADES DE INOVAÇÃO
Inovadores
3.1.1 SMEs with product or process innovations (2014) 48,3 42
3.1.2 SMEs with marketing or organizational innovations (2014) 45,1 37
3.1.3 SMEs innovating in-house (2014) 39,8 25,6
Linkages
3.2.1 Innovative SMEs collaborating with others (2014) 28,6 7,8
3.2.2 Public-private co-publications (2015) 61 6,7
3.2.3 Private co-funding of public R&D expenditures (2015) 0,07 0,01
Ativos intelectuais
3.3.1 PCT patent applications (2014) 3,35 0,7
3.3.2 Trademark applications (2016) 7,75 7,21
3.3.3 Design applications (2016) 2,75 4,47
IMPACTOS
Impacto no emprego
4.1.1 Employment in knowledge-intensive activities (2016) 15,2 10,9
4.1.2 Employment fast-growing firms innovative sectors (2014) 2,5 3,7
Efeitos económicos
4.2.1 Medium & high tech product exports (2016) 48,5 36,7
4.2.2 Knowledge-intensive services exports (2015) 67,9 44,4
4.2.3 Sales of new-to-market/new-to-firm innovations (2014) 7,6 6,27
5.3 Benchmark com país inovador forte (Bélgica)
Página 53
5.4 Indicadores do quadro de referência
A. FATORES INDIRETOS – INDICADORES CHAVE
A.1 Ambiente político
Figura A.1.1: Índice de segurança e
estabilidade política
Figura A.1.2 índice de eficiência do governo
A.2 Ambiente económico
Figura A.2.1: Índice de facilidade em obter
crédito
Figura A.2.2: Índice de facilidade em pagar
impostos
Figura A.2.3: Índice de facilidade em abrir uma
empresa
A.3 Regulamentar
Figura A.3.1: Índice de qualidade da regulação
Figura A.3.2: Índice de regras legais
Figura A.3.3: Índice de proteção dos pequenos
investidores
B. FATORES DIRETOS – INDICADORES CHAVE
B.1 Qualificação dos recursos
Figura B.1.1: População com nível de
escolaridade equivalente ao ensino superior
Figura B.1.3: Número de novos doutorados
(por mil habitantes entre os 25-34
Figura B.1.2: Especialistas em TIC
Figura B.1.4: Licenciados em ciências ou
engenharia
Figura B.1.5: Índice de capacidade de atrair
talento
B.2 Infraestrutura
Figura B.2.1: Índice de acesso às TIC
Figura B.2.2: Índice de uso das TIC
B.3 Investimento
Figura B.3.1: Despesas em I&D (2005-2015)
Figura B.3.2: Despesas em I&D por setor de
execução
Figura B.3.3: Despesas em I&D (2014)
Figura B.3.4: Despesa empresarial em I&D por
fonte de financiamento (% do PIB), média
2010-2015
B.4 Colaboração
Figura B.4.1: Co-publicações público-privadas
Figura B.4.2: Valor de negócios provenientes
de alianças estratégicas
B. 5 Sofisticação do mercado
Figura B.5.1: Competências digitais da
população empregada
Figura B.5.2: Empresas que usam soluções de
Customer Relationship Management
Figura B.5.3: Empresas que possuem soluções
de ERP
C. OUTPUTS – INDICADORES CHAVE
C.1 Atividades inovadoras
Figura C.1.1: Exportações de produtos de
média e alta tecnologia
Figura C.1.2: Receitas provenientes de
direitos de propriedade intelectual
Figura C.1.3: Exportações de serviços TIC
C.2 Conhecimento
Figura C.2.1: Número de documentos
publicados
Figura C.2.2: Co-publicações científicas
internacionais
C.3 Outputs criativos
Figura C.3.1: Exportações de serviços
criativos e culturais
Página 54 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
Fonte: Global Innovation Index 2017
637174
90
PortugalLíder (Dinamarca) UE-28 Mediterrâneo
Esta dimensão tem como objetivo contextualizar a situação política do país de forma a perceber o seu grau de estabilidade, a qualidade do governo em atuação e se as condições políticas capacitam o desempenho de inovação.
A. Fatores indiretos – Indicadores chave
A.1 Ambiente Político
7281
85
98
Portugal UE - 28Líder (Luxemburgo) Mediterrâneo
Fonte: Global Innovation Index 2017
Figura A.1.1: Índice de segurança e estabilidade política (1 a 100), 2015
Figura A.1.2: Índice de eficiência do governo (1 a 100), 2015
Página 55
Esta dimensão tem como objetivo contextualizar a situação económica de um país para compreender de que forma as condições macroeconómicas impactam a concretização da inovação.
A. Fatores indiretos – Indicadores chave
A.2 Ambiente Económico
5360
45
85
MediterrâneoUE-28PortugalLíder (Letónia)
7383
9484
UE-28 MediterrâneoLíder (Irlanda)
Portugal
Fonte: Global Innovation Index 2017
Fonte: Global Innovation Index 2017
Fonte: Global Innovation Index 2017
86909396
Líder (Irlanda) UE-28Portugal Mediterrâneo
Figura A.2.1: Índice de facilidade em obter crédito (1 a 100), 2017
Figura A.2.2: Índice de facilidade em pagar impostos (1 a 100), 2017
Figura A.2.3: Índice de facilidade em abrir uma empresa (1 a 100), 2017
Página 56 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
O objetivo desta dimensão é medir a capacidade de um governo formular e implementar políticas coerentes que promovam o desenvolvimento do setor privado.
A. Fatores indiretos – Indicadores chave
A.3 Ambiente Regulamentar
Fonte: Global Innovation Index 2017
6272
66
90
Líder (Reino Unido)
MediterrâneoUE-28Portugal
57
7373
100
Líder (Finlândia)
MediterrâneoUE-28Portugal
646357
78
UE-28 MediterrâneoLíder (Reino Unido) Portugal
Fonte: Global Innovation Index 2017Fonte: Global Innovation Index 2017
Figura A.3.1: Índice de qualidade da regulação (1 a 100), 2015
Figura A.3.2: Índice de regras legais (1 a 100), 2015
Figura A.3.3: Índice de proteção dos pequenos investidores (1 a 100), 2016
Página 57
O objetivo da seguinte dimensão é medir o nível de qualificação dos recursos humanos de forma a identificar a qualidade e o grau de competências em Portugal, bem como a alocação destes recursos às empresas nas atividades de I&D e inovação.
B. Fatores diretos – Indicadores chave
B.1 Qualificação dos Recursos (1/2)
Fonte: Eurostat, 2011-2016
Fonte: Eurostat, 2016
15%
20%
25%
30%
35%
40%
2013 2014 2015 2016
UE-28 MediterrâneoPortugalLíder (Reino Unido)
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
2011 2012 2013 2014 2015 2016
Líder (Finlândia) Portugal UE-28 Mediterrâneo
Figura B.1.1: População com nível de escolaridade equivalente ao ensino superior (% da população entre os 15 e 64 anos), 2013-2016
Figura B.1.2: Especialistas em TIC (% da população empregada), 2011-2016
Página 58 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
O objetivo da seguinte dimensão é medir o nível de qualificação dos recursos humanos de forma a identificar a qualidade e o grau de competências em Portugal, bem como a alocação destes recursos às empresas nas atividades de I&D e inovação.
B. Fatores diretos – Indicadores chave
B.1 Qualificação dos Recursos (2/2)
Fonte: Global Innovation Index 2017
Fonte: GTCI 2018-2017
Fonte: EIS, 2017
1,71,81,9
2,9
MediterrâneoPortugalPaís Líder (Suécia)
UE-28
21,121,4
26,128,7
Líder (Grécia) MediterrâneoUE-28Portugal
2,93,5
3,2
6,0
MediterrâneoLíder (Reino Unido) Portugal UE-28
Figura B.1.3: Número de novos doutorados (por mil habitantes entre os 25-34), 2015
Figura B.1.4: Licenciados em ciências ou engenharia (% dos licenciados totais), 2013
Figura B.1.5: Índice de capacidade de atrair talento (1 a 7), 2016
Página 59
Esta dimensão permite medir a qualidade das infraestruturas de tecnologias de informação e comunicação disponibilizadas no país.
B. Fatores diretos – Indicadores chave
B.2 Infraestrutura
7,88,07,9
9,5
PortugalLíder (Luxemburgo) UE-28 Mediterrâneo
Fonte: Global Innovation Index 2017
Fonte: Global Innovation Index 2017
6,66,8
5,7
8,9
Líder (Dinamarca) MediterrâneoUE-28Portugal
Figura B.2.1: Índice de acesso às TIC (1 a 100), 2016
Figura B.2.2: Índice de uso das TIC (1 a 100), 2016
Página 60 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
A seguinte dimensão mede o investimento dedicado a despesas em I&D e inovação e permite analisar as tendências destas despesas no setor público e privado.
B. Fatores diretos – Indicadores chave
B.3 Investimento (1/2)
MED
UE-28
Portugal
Líder (Suécia)
MediterrâneoUE-28PortugalLíder (Suécia)Fonte: Eurostat, 2017
Fonte: Eurostat, 2005-2015
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2,5%
3,0%
3,5%
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
0,87%
0,11%
2,28%
0,57%
0,21%
0,58%0,47%
0,28%
1,31%
0,36%
0,08%
0,71%
Ensino superiorEstado e Inst. Privadas Sem Fins Lucrativos
Empresas
1) O país líder nesta componente é a República Checa
Figura B.3.1: Despesas em I&D (% do PIB), 2005-2015
Figura B.3.2: Despesas em I&D por sector de execução (% do PIB), 2015
Página 61
A seguinte dimensão mede o investimento dedicado a despesas em I&D e inovação e permite analisar as tendências destas despesas no setor público e privado.
B. Fatores diretos – Indicadores chave
B.3 Investimento (2/2)
Fonte: Eurostat, 2014
Fonte: Eurostat, 2014
0,16%0,14%
1,98%
0,02%0,05%
0,53%
0,14%0,08%
1,08%
0,07%0,05%
0,58%
EstadoEmpresas Estrangeiro
0,10%
2,28%
0,10%
0,60%
0,20%
1,30%
0,20%
0,70%
PúblicaPrivadaMediterrâneoLíder (Suécia) Portugal UE-28
MediterrâneoUE-28PortugalLíder (Suécia)
Figura B.3.3: Despesa em I&D (% do PIB), 2014
Figura B.3.4: Despesa empresarial em I&D por fonte de financiamento (% do PIB), média 2010-2015
Página 62 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
O objetivo da seguinte dimensão é medir o grau de colaboração existente entre as empresas, o Estado e outrasinstituições de ensino superior.
B. Fatores diretos – Indicadores chave
B.4 Colaboração
Fonte: EIS 2017
Fonte: GIII, 2016
0,02
0,05
0,02
0,18
Líder (Estónia) Portugal UE-28 Mediterrâneo
13,3
28,7
6,7
132,0
UE-28PortugalLíder (Dinamarca) Mediterrâneo
Figura B.4.1: Co-publicações público-privadas (pela população total), 2015
Figura B.4.2: Valor de negócios provenientes de alianças estratégicas (por mil milhões PPP $ do PIB), 2016
Página 63
Esta dimensão permite medir o grau de maturidade tecnológica do mercado com base nas atividades tecnológicasdesenvolvidas pelas entidades do ecossistema, de forma a suportar e conduzir a inovação local.
B. Fatores diretos – Indicadores chave
B.5 Sofisticação do Mercado
0%
16%
27%
56%
1%
25%24%
32%
1%
25%
31%35%
2%
26%29%
32%
Limitadas InexistentesBásicasAvançada
MediterrâneoPortugal UE-28Líder (Dinamarca)
33%33%29%
47%
Líder (Países Baixos)
Portugal UE-28 Mediterrâneo
36%36%
44%
56%
UE-28 MediterrâneoPortugalLíder (Alemanha)
Fonte: Eurostat, 2015 Fonte: Eurostat, 2015
Fonte: Eurostat, 2015
Figura B.5.1: Competências digitais da população empregada (% da população empregada), 2016
Figura B.5.2: Empresas que usam soluções de Customer Relationship Management, (% das empresas), 2015
Figura B.5.3: Empresas que possuem soluções de ERP (% das empresas), 2015
Página 64 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
A seguinte dimensão tem como objetivo medir as atividades de inovação que derivam dos inputs da inovação.
B. Outputs – Indicadores chave
C.1 Atividades Inovadoras
Fonte: GII 2017
4,9%
9,4%
2,6%
16,7%
MediterrâneoPortugalLíder (Rep. Checa) UE-28
Fonte: GII 2017 Fonte: GII 2017
0,5%0,8%
4,2%
0,1%
PortugalLíder (Suécia) MediterrâneoUE-28
2,2%3,6%
1,4%
24,0%
UE-28PortugalLíder (Irlanda) Mediterrâneo
Figura C.1.1: Exportações de produtos de média e alta tecnologia (% do total de exportações), 2015
Figura C.1.2: Receitas provenientes de direitos de propriedade intelectual (% do comércio total), 2015
Figura C.1.3: Exportações de serviços TIC (% do comércio total), 2015
Página 65
Esta dimensão tem como objetivo medir o impacto económico e o conhecimento gerido pela inovação.
B. Outputs – Indicadores chave
C.2 Conhecimento
Fonte: EIS 2017 / Eurostat, 2016
Fonte: EIS 2017 / Eurostat, 2016
Portugal
2.226
Líder (Dinamarca)
4.487
2.009
UE-28 Mediterrâneo
1.799
604463
802
Portugal UE-28Líder (Dinamarca)
2.088
Mediterrâneo
Figura C.2.1: Número de documentos publicados (por milhão de habitantes), 2016
Figura C.2.2: Co-publicações científicas internacionais (por milhão de habitantes ), 2016
Página 66 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
Esta dimensão tem como objetivo medir os resultados e os outputs criativos que derivam da inovação atual nopaís de forma a perceber o impacto económico gerido pela inovação.
B. Outputs – Indicadores chave
C.3 Outputs criativos
0,3%
0,9%0,6%
5,0%
MediterrâneoUE-28PortugalLíder (Luxemburgo)
Fonte: GII 2017
Figura C.3.1: Exportações de serviços criativos e culturais (% do comércio total), 2015
Página 67
5.4 Ferramentas de suporte à inovação
Real-Win-Worth It (RWW)
É r
ea
l?
O mercado é real?
Existe uma necessidade ou desejo pelo produto?
O cliente pode comprar?
O tamanho do potencial mercado é adequado?
Irão os clientes comprar o produto?
O produto é real?
Existe um claro conceito?
O produto pode ser feito?
Irá o produto final satisfazer o mercado?
Po
de
mo
s g
an
ha
r?
Pode o produto ser competitivo?
Existe uma vantagem competitiva?
Pode essa vantagem ser sustentável?
Os concorrentes vão estar relativamente imóveis?
Pode a nossa empresa ser competitiva?
Nós temos recursos superiores?
Nós temos uma gestão apropriada?
Podemos compreender e responder ao mercado?
Va
le o
esf
orç
o? O produto irá ser
rentável a um risco aceitável?
Os retornos das previsões são maiores aos custos?
O risco é aceitável?
O lançamento do produto torna a estratégia com
sentido?
O produto encaixa na nossa estratégia de crescimento global?
Os gestores de topo irão apoiar?
Página 68 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
5.4 Ferramentas de suporte à inovação
Matriz de avaliação de risco, portfólio de inovação
a
b
c
d
e
f
g
h
i
j
35
30
25
20
15
10
5
5 10 15 20 25 30
Novo para a empresa
Adjacente à oferta atual
Igual à oferta atual
PR
OD
UT
O/
TE
CN
OL
OG
IA
Igual ao presente
Adjacente ao presente
Novo para a empresa
MERCADO PRETENDIDO
25-40%
40-50%
45-60%
60 -75%
75-95%
Página 69
5.4 Ferramentas de suporte à inovação
Matriz de ambição de inovação (1/2)
Disruptivo
Sustentado
Adjacente
Criar novos mercados, identificar novas necessidades dos clientes
Entrar em mercados adjacentes, servir clientes adjacentes
Servir mercados e clientes existentes
ON
DE
EX
EC
UT
AR
Usar produtos e ativos existentes
Adicionar diferencial nos produtos e ativos
Desenvolver novos produtos e ativos
COMO GANHAR
Otimizar produtos existentes para clientes existentes
Expensão para negócios existentes dentro do negócio “nova para a empresa”
Desenvolvimento em avanços e investimento em mercados que ainda não existem
Página 70 | Cotec – Uma nova Arquitetura da Inovação empresarial em Portugal
5.4 Ferramentas de suporte à inovação
Matriz de ambição de inovação (2/2)
AMOSTRA DE INVESTIMENTO E RÁCIOS DE RETORNOS
Tipo de inovação
Adjacente 20%
Sustentado 70%
Disruptivo
70%
10%
20%
10%
Média do investimento alocado
Média de distribuição dos retornos
Os rácios variam de acordo com a empresa (entre outros):• Indústria• Posição competitiva• Desenvolvimento de fases
Página 71
5.4 Ferramentas de suporte à inovação
Matriz de avaliação da cadeia de valor de inovação
INTERNO
Criação dentro de uma unidade
POLINIZAÇÃO
TRANSVERSAL
Colaboração entre unidades
EXTERNO
Colaboração com partes fora à empresa
SELEÇÃO
Análise e financiamento inicial
Desenvolvi-mento desde da ideia para o primeiro resultado
DESENVOLVI-MENTO
REPARTIDA
Disseminação transversal à empresa
CRIAÇÃO DE IDEIA CONVERSÃO DIFUSÃO
QUESTÕES-CHAVE
As pessoas na sua unidade criam boas ideias sozinhas?
Nós criamos boas ideias através do trabalho desenvolvido transversalmente à empresa?
Nós procuramos suficientemente boas ideias fora da empresa?
Nós somos eficazes na análise e no financiamento de novas ideias?
Nós somos eficazes em transformar ideias em produtos viáveis, negócios e boas-práticas?
Nós somos eficazes na difusão de ideias desenvolvidas transversalmente à empresa?
INDICADORES
DE
PERFORMANC
E CHAVE
• Número de ideias de grande qualidade produzidas dentro da empresa.
• Número de ideias de grande qualidade produzidas transversalmente à empresa.
• Número de ideias de grande qualidade produzidas fora da empresa.
• Percentagem de todas as ideias produzidas que acabam por ser selecionadas e financiadas.
• Percentagem de ideias financiadas que geram lucro.
• Número de meses até à primeira venda.
• Percentagem de penetração em mercados, canais e grupos de clientes desejados.
• Número de meses para difusão total.
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