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1 © 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. Como citar este material: ZURRON, Ana Claudia Bensuaski P. Patologia: Patologia e os Conceitos de Saúde e Doença. Alterações Celular, Funcional e Morfológica do Organismo Frente ao Agente Patológico. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015. O primeiro tema deste Caderno de Leitura e Atividades é um convite ao estudo da patologia, levando você a compreender como as células e o organismo reagem frente a um agente causador de doenças. O conteúdo desta aula abrange, ainda, o entendimento dos sinais e sintomas que levam ao diagnóstico de determinada patologia. Os diagnósticos de doenças apresentadas pelo paciente são diferenciados, pois estão fundamentados na reação de cada indivíduo à doença. Quando o organismo apresenta-se sadio, componentes celulares e moleculares exercem funções na defesa desse organismo frente a diferentes organismos patogênicos. Desta forma, quando os componentes imunológicos trabalham a nosso favor, dificilmente uma doença, ou patologia, se instala em nosso organismo. No entanto, quando o sistema imune apresenta-se debilitado ou quando um desses fatores celulares não funciona adequadamente, podemos ficar doentes. Assim, mecanismos patológicos acarretam mudanças no funcionamento de determinadas células e na resposta celular efetiva, envolvendo o estudo de estruturas moleculares da membrana, chamadas de receptores de membrana.

Como citar este materialmoodle03.s3.amazonaws.com/UNIFICADO/[14017]MDI_PATOLOGIA/COMUM/[3... · O primeiro tema deste Caderno de Leitura e Atividades é um ... moleculares de fundamental

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Como citar este material:

ZURRON, Ana Claudia Bensuaski P. Patologia: Patologia e os Conceitos de Saúde e Doença.

Alterações Celular, Funcional e Morfológica do Organismo Frente ao Agente Patológico.

Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.

O primeiro tema deste Caderno de Leitura e Atividades é um convite ao estudo

da patologia, levando você a compreender como as células e o organismo

reagem frente a um agente causador de doenças. O conteúdo desta aula

abrange, ainda, o entendimento dos sinais e sintomas que levam ao

diagnóstico de determinada patologia.

Os diagnósticos de doenças apresentadas pelo paciente são diferenciados,

pois estão fundamentados na reação de cada indivíduo à doença. Quando o

organismo apresenta-se sadio, componentes celulares e moleculares exercem

funções na defesa desse organismo frente a diferentes organismos

patogênicos. Desta forma, quando os componentes imunológicos trabalham a

nosso favor, dificilmente uma doença, ou patologia, se instala em nosso

organismo. No entanto, quando o sistema imune apresenta-se debilitado ou

quando um desses fatores celulares não funciona adequadamente, podemos

ficar doentes.

Assim, mecanismos patológicos acarretam mudanças no funcionamento de

determinadas células e na resposta celular efetiva, envolvendo o estudo de

estruturas moleculares da membrana, chamadas de receptores de membrana.

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Com o apoio do Livro-Texto, das sugestões de leitura, das imagens, dos

exercícios e das aulas, você estará preparado para se aprofundar com maior

facilidade nos estudos e nos demais temas desta disciplina.

Patologia e os Conceitos de Saúde e Doença. Alterações Celular,

Funcional e Morfológica do Organismo Frente ao Agente Patológico

Patologia é o estudo das doenças. A doença é a perturbação da saúde, isto é,

o mal-estar causado por distúrbio físico (orgânico), mental ou social, perdendo-

se o equilíbrio das funções vitais do organismo. O estudo das mais variadas

doenças pode ser feito por diferentes métodos clínicos, bioquímicos,

fisiológicos e imunológicos, abrangendo o estudo completo das doenças

(FARIA, 2009, p. 1).

O conceito de saúde corresponde à condição de sentir-se bem com seu corpo,

mente e espírito. A saúde é medida pela ausência de doença ou dor física. É

uma questão de percepção e medida, pois cada indivíduo pode julgar como

está seu estado de saúde e bem-estar. No entanto, mesmo estando doente,

uma pessoa pode achar que se encontra em uma condição saudável se os

sintomas não aparecerem, se não forem bem-interpretados e se não ocorrerem

complicações iniciais decorrentes da doença (BRAUN; ANDERSON, 2007).

O equilíbrio orgânico também é chamado de homeostasia, em que o próprio

corpo regula esse equilíbrio por meio de mecanismos de regulação celular e

fisiológica. A homeostasia depende da comunicação celular, das funções dos

tecidos e hormônios, dos agentes químicos e dos diversos sistemas de órgãos

do corpo.

A enfermidade é o estado resultante do sofrimento ou estresse. A enfermidade

é julgada pelos sintomas físicos como a dor, embora a doença de estresse

emocional possa acarretar alteração psicológica ou espiritual, muitas vezes

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alterando o humor e a agressividade da pessoa. Assim como a saúde, a

doença é percebida e medida, pois, mesmo quando a doença não é percebida

fisicamente, uma pessoa pode sentir-se doente.

A doença descreve um defeito no funcionamento de célula, tecido, órgão ou

sistema do corpo. Trata-se de uma alteração no funcionamento do organismo,

representando um desafio ao equilíbrio da homeostasia (BRAUN;

ANDERSON, 2007).

Aprender a respeito das doenças é algo muito importante. Entendendo as

reações do funcionamento corporal, é possível fornecer um atendimento de

mais qualidade a seu paciente. Os profissionais de saúde devem se preocupar

também com o paciente, e não só com a doença, sendo um cuidador ouvindo

os sintomas desse paciente. Todas essas características facilitam o

entendimento das doenças.

Existem muitas doenças causadas por vírus (Figura 1.1), e, pelo fato de o vírus

ter a propriedade de mutação, muitas doenças reincidem no organismo, como

a gripe.

Figura 1.1 Um antígeno (vírus) entra em contato com a célula e se replica dentro dela.

Fonte: http://ebsco.smartimagebase.com/viruses-attacking-a-cell/view-item?ItemID=4818. Acesso em: out.

2014

Desta forma, na Figura 1.1 tem-se o quadro de uma doença.

Sabemos que a unidade fundamental do ser vivo é a célula. Seus componentes

estruturais e funcionais contribuem de forma decisiva para a saúde do

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indivíduo. Cada célula é circundada por uma membrana plasmática, que

protege o meio intracelular e cria uma barreira contra todas as interferências

prejudiciais a seu redor. É na membrana plasmática de constituição lipoproteica

(ou seja, lipídios e proteínas) que encontramos estruturas essenciais para a

manutenção da vida.

Figura 1.2 A célula e seus principais constituintes: membrana plasmática, citoplasma (com as organelas

vitais à célula) e núcleo celular, responsável pela reprodução por conter o material genético (DNA).

Fonte: http://goo.gl/0coFmL Acesso em: out. 2014

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A membrana plasmática possui proteínas em sua composição, as quais estão

suspensas em sua totalidade, atuando como receptores de ligação de

substâncias (Figura 1.3). É exatamente nessas estruturas da membrana

plasmática que diferentes compostos biológicos, como os patógenos, e alguns

agentes químicos, como os fármacos e até hormônios, ligam-se para exercer

suas diferentes funções na célula (FRANCO et al., 2010, p. 1-7). Neste caso,

substâncias hidrofílicas se ligam nessas estruturas proteicas, já que não

conseguem atravessar a membrana plasmática e entrar na célula.

Figura 1.3 Receptor de superfície celular (expressão de proteínas na membrana plasmática) ligado a um

macrófago.

Fonte: http://goo.gl/He8y9X Acesso em: 6 out. 2014

Introdução ao Estudo das Células

As células são as unidades funcionais e estruturais dos seres vivos. Com a

modificação e diferenciação celular, as células procariontes (seres vivos sem a

membrana nuclear, cujo material genético está disperso no citoplasma) e

eucariontes (seres vivos com núcleo organizado e material genético DNA, RNA

organizado/envolto pela carioteca) tornaram-se especializadas. A diferenciação

e especialização celular favorecem alterações bioquímicas, morfológicas e

funcionais, que fazem com que uma célula indiferenciada, que exerça funções

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biológicas básicas, essenciais para a sobrevivência da própria célula, seja

capaz de realizar outras funções com grande eficiência (JUNQUEIRA;

CARNEIRO, 2013, p. 22).

Principais Componentes Celulares

As células apresentam partes fundamentais: a membrana plasmática, o

citoplasma e o núcleo. O componente celular mais externo do citoplasma é a

membrana plasmática, que limita o meio intracelular e o ambiente extracelular.

A Membrana Plasmática

A membrana plasmática (com espessura de 7,5 a 10,0 nanômetros), ao

microscópio eletrônico, aparece como uma estrutura trilaminar, chamada de

unidade de membrana, comum a todas as membranas existentes na célula. As

membranas celulares são compostas principalmente por duas camadas de

fosfolipídios (com seus grupamentos não polares, hidrofóbicos, ou seja, que

não se misturam com água, e seus grupamentos polares ou hidrofílicos, que se

misturam com água) (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013, p. 22).

Sabe-se que as moléculas proteicas se inserem parcial ou totalmente na

membrana. Algumas delas são proteínas de membrana, poros ou orifícios

dessa membrana, por onde certos íons e moléculas se movimentam para

dentro e para fora da célula. Outras proteínas celulares são receptores de

hormônios (que aparecem no núcleo celular, com uma região específica onde

a molécula se liga, região do elemento responsiva ao hormônio - ERH) ou de

outras moléculas sinalizadoras de caráter hidrofóbico ou de caráter lipídico.

As substâncias lipofílicas como os esteroides (que têm afinidade por lipídeos),

atravessam a membrana plasmática e se ligam no receptor nuclear, conforme

ilustrado na Figura 1.4.

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Figura 1.4 Receptor de estrógeno.

Fonte: http://ebsco.smartimagebase.com/estrogen-receptor/view-item?ItemID=7552. Acesso em: 6 out.

2014

Este tipo de receptor da Figura 1.4 encontra-se no núcleo da célula.

As proteínas de membrana integrais, ou seja, aquelas que fazem parte da

constituição da membrana, são chamadas também de proteínas

transmembranas, que atravessam inteiramente a membrana, aparecendo tanto

na superfície intracelular (citoplasmática) como na extracelular da membrana

(DE ROBERTIS; HIB, 2014).

Quando falamos de patógenos, micro-organismos vivos, vemos esta situação

acontecendo também. Muitas doenças são elucidadas nessas estruturas

moleculares de fundamental importância para o estudo das mais diversas

doenças, muitas ainda sem cura.

A recepção desses sinais ou mensagens da célula alvo ocorre por meio de

diferentes tipos de proteínas receptoras de membrana, que são capazes de

traduzir a mensagem da molécula sinalizadora ou ligante em uma atividade

celular (FRANCO et al., 2010, p. 7).

Quando diferentes micro-organismos entram em contato com nosso corpo, o

sistema imune identifica os antígenos (agentes patogênicos) e se arma como

um verdadeiro exército, composto por células e componentes moleculares

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(Figura 1.5). O sistema imune impede que muitas doenças se manifestem em

nosso organismo, sendo considerado uma de nossas maiores armas de defesa

contra o agente patogênico.

A imunidade inata (que nasce com o indivíduo) é a primeira linha de defesa

contra organismos invasores, enquanto a imunidade adquirida ou adaptativa

age como uma segunda linha de defesa e também protege contra reexposição

ao mesmo patógeno. Cada uma dessas subdivisões principais do sistema

imune tem tanto componentes celulares como humorais, por meio dos quais

elas executam suas funções de proteção frente a um agente invasor.

Figura 1.5 Células do sistema imunológico, que representa a linha de defesa do nosso organismo frente à

invasão de um agente causador de doenças.

Fonte: http://ebsco.smartimagebase.com/white-blood-cells/view-item?ItemID=4028>. Acesso em: out.

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O sistema imune adaptativo requer algum tempo para reagir contra um

organismo invasor, enquanto o sistema imune inato inclui sistemas de defesa

que, em sua maior parte, estão constitutivamente presentes e prontos para

serem mobilizados em uma infecção. Finalmente, o sistema adaptativo possui

memória imunológica, que aparece no caso de vacinas. Ele “lembra” que já

encontrou um organismo invasor e reage mais rapidamente à exposição

subsequente do mesmo organismo. Ao contrário, o sistema imune inato não

possui memória imunológica.

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Um exemplo é quando ocorre a aproximação e a ligação de um patógeno na

superfície de um macrófago, célula envolvida com a fagocitose de partículas

estranhas ao nosso organismo. Os receptores de superfície do macrófago

reconhecem a especificidade das moléculas de superfície do patógeno; em

seguida, o macrófago se liga e reconhece o patógeno como uma substância

invasiva. A partir daí, todo o esforço das células do sistema imune é para

destruir o agente causador de doenças.

Saiba Mais!

Imunidade inata ‒ Fagocitose

Por meio deste vídeo, visualizamos o processo de fagocitose, em que uma

célula como um macrófago, ao reconhecer um antígeno, engloba-o e, em

seguida, ativa mecanismos enzimáticos para destruir e expulsar o patógeno.

Disponível em: http://youtu.be/DA_iF07bmoU. Acesso em: 4 out. 2014.

Citoplasma

O citoplasma (ou citosol) é a região da célula onde se encontram as organelas

citoplasmáticas, citoesqueleto, os depósitos de hidratos de carbono, assim

como proteínas, lipídios, íons e pigmentos. As organelas citoplasmáticas

realizam diferentes funções. Assim, as mitocôndrias são essenciais para a

respiração celular; o retículo endoplasmático liso e rugoso, os lisossomos,

peroxissomos e o complexo de Golgi são responsáveis pela síntese de

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proteínas, digestão celular e acúmulo de substâncias essenciais à manutenção

celular.

Núcleo Celular

O núcleo é o centro de controle de todas as atividades celulares, porque

contém, nos cromossomos, todo o genoma (DNA) da célula. Ele contém a

maquinaria para a reprodução celular (duplicação do DNA) e é responsável

pela síntese de todos os tipos de RNAs (RNAr-ribossômico, RNAm-

mensageiro, RNAt-transportador). Esses são exportados para o citoplasma da

célula, realizando a síntese proteica.

O conteúdo intranuclear é separado do citoplasma pelo envoltório nuclear;

porém, o que se vê ao microscópio óptico é principalmente a camada de

cromatina, ou o material genético que o reveste interiormente. O trânsito de

substâncias entre o citoplasma e o núcleo é feito por poros existentes na

membrana nuclear. Íons e moléculas com tamanho inferior a 9 nanômetros

(nm) atravessam livremente a região do complexo do poro na membrana

nuclear. Já moléculas maiores que 9 nm necessitam de um processo mediado

por receptores, o que requer energia do ATP (adenosina trifosfato)

(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013, p. 50-51).

Quando os cromossomos estão organizados em conjunto, de acordo com a

forma e o tamanho que apresentam, são chamados de cariótipo. O estudo do

cariótipo fornece resultados de grande interesse, revelando alterações

cromossômicas observadas em tumores, leucemias e outras doenças

hereditárias.

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Saiba Mais!

Design inteligente ‒ viajando dentro da célula

O vídeo trata da composição da membrana celular com a ligação de

hormônios e substâncias em receptores de membrana e mostra como

funciona o meio intracelular com as organelas citoplasmáticas e o núcleo

celular. Todos os componentes se apresentam de maneira dinâmica no

organismo como um todo. Neste vídeo, são observados vários processos que

ocorrem dentro de nossas células, detalhe por detalhe, evidenciando como as

diferentes patologias podem atacar pequenos componentes celulares e alterar

as funções dentro do organismo.

Disponível em: http://youtu.be/CNsyUz36ZDw. Acesso em: 4 out. 2014.

Como as Células se Comunicam por Sinais Químicos

Para atender às necessidades, uma célula possui mecanismos que

permitem: receber sinais do meio externo, traduzir esses sinais através da

membrana plasmática e gerar mensageiros dentro do citoplasma da célula, o

que irá desencadear a resposta celular efetiva. Os sinais que as células

recebem são ligantes, mediadores, hormônios, citocinas,

neurotransmissores, que, por sua vez, encontram receptores nas membranas

das células ou no interior da célula, região responsiva ao hormônio localizado

no núcleo celular (FRANCO et al., 2010, p. 31).

Todas essas substâncias que se ligam em receptores de membrana celular ou

nuclear estão frequentemente buscando vias sinalizadoras que realizam as

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mais diversas funções celulares. Ainda conforme verificado anteriormente,

também no momento de um contato específico de determinada célula exposta

a um antígeno causador de doenças, mais uma vez toda a cascata de reações

enzimáticas citoplasmáticas busca alvos como proteínas, íons, moléculas,

entre outras substâncias, que, por sua vez, estimuladas, irão exercer a função

celular necessária para a sobrevivência celular. Sabe-se que, de certa forma,

mecanismos patológicos acarretam mudanças no funcionamento de

determinadas células e na resposta celular efetiva.

Assim, estudar as características moleculares e genéticas certamente irá

esclarecer e elucidar, em um futuro próximo, a grande maioria das causas e as

soluções das mais variadas doenças, valendo o empenho da ciência neste

aspecto.

Adaptação Celular e Resposta ao Estresse

As estruturas celulares devem adaptar suas funções quando se defrontam com

danos ou lesões celulares, garantindo a sobrevivência das células. As

respostas celulares frente a um agente lesivo ou é a adaptação ou a morte

celular. Os mecanismos que levam à adaptação celular se originam de sinais

que modificaram a função dos genes dessas células. O modo como essas

células respondem a estímulos e lesões forma a base de estudo das diversas

doenças. As respostas vindas dessas células podem estar envolvidas em

mudanças de tamanho, número e estrutura celular (FRANCO et al., 2010, p.

41).

Atrofia significa uma diminuição das células por várias razões, principalmente

quando sinais especializados em gerar resposta celular diminuem ou são

removidos. As fontes desses sinais, em geral, são os hormônios, com alvos

celulares específicos. Um evento semelhante acontece quando sinais neurais

são removidos das células que dependem deles para funcionar normalmente. A

falta de alimentação crônica e até mesmo o envelhecimento diminuem o

tamanho das células e, consequentemente, o tamanho dos órgãos. A atrofia

pode resultar, por sua vez, em manifestação de sinais e sintomas clínicos

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vindos em decorrência da diminuição do tamanho e da função dos órgãos

envolvidos (FRANCO et al., 2010, p. 42).

A hipertrofia é, no entanto, o aumento do tamanho das células. Assim, as

células respondem desta forma por causa do aumento dos sinais tróficos ou de

crescimento. Os sinais responsáveis pelo aumento de hormônios sexuais na

gravidez causam o aumento das mamas, produzindo e liberando o leite. O

aumento da função também pode contribuir para a hipertrofia. No caso de

exercício físico excessivo, frequentemente há o aumento do tamanho das

células e o aumento da massa muscular (FRANCO et al., 2010, p. 43).

A hiperplasia é o aumento do número de células, por meio da sinalização

hormonal e por aumento da carga de trabalho. Por exemplo, o útero responde

ao aumento dos sinais hormonais de estrogênio durante o ciclo menstrual pelo

acréscimo em seu número de células.

A adaptação de células e tecidos a sinais hormonais é um processo dinâmico.

A célula pode sofrer uma série de adaptações em resposta a diversos sinais

durante toda a vida, e esse processo é visto na adaptação do tecido das

mamas durante a vida das mulheres.

A metaplasia é a mudança de um tipo celular para outro. É considerada uma

forma de adaptação celular a um agente estressor persistente. No caso de

pessoas que possuem refluxo gastroesofágico, as células do esôfago são

expostas ao ácido do estômago. Com o tempo, essas células mudam de

epitélio escamoso para epitélio glandular, alterando o tipo de células da região.

Quando o agente estressor causador dessas mudanças é removido, as células,

em geral, retornam a seu estado normal. Na presença de um estressor

persistente, as células podem desenvolver mudanças que levam ao câncer

(FRANCO et al., 2010, p. 43).

A displasia é a mudança verdadeira de tamanho, forma, uniformidade, arranjo

e estrutura das células (Figura 1.6). Como no caso da metaplasia, a displasia

ocorre como resposta da célula a um agente estressor crônico e persistente,

sendo possível que seu processo seja revertido quando o agente estressor for

removido. A displasia é causada pela diferenciação anormal de células em

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divisão, considerada um problema na regulação do crescimento celular.

Quando a reprodução celular ocorre no DNA da célula, este fato é considerado

uma mutação, ou mudanças no material que constitui os cromossomos.

Embora em um primeiro momento essas células não sejam cancerosas,

aparecem como uma mutação inicial que pode progredir para um câncer

(FRANCO et al., 2010, p. 43-44).

Figura 1.6 Células se dividem desordenadamente com mudanças de tamanho, forma, uniformidade,

arranjo e estrutura das células, caracterizando a displasia.

Fonte: http://ebsco.smartimagebase.com/leukemia/view-item?ItemID=24928. Acesso em: 6 out. 2014.

Saiba Mais!

Pólipos endometriais

Este texto fala sobre um tipo de hiperplasia em que as células do endométrio

apresentam lesões benignas, com baixo potencial de malignização.

http://goo.gl/osAAQH Acesso em: 4 out. 2014

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Homeostasia: condição de equilíbrio orgânico, em que células, tecidos, órgãos

e sistemas funcionam bem, fornecendo saúde ao indivíduo. A perda da

homeostasia orgânica pode causar doenças. Assim, determinada alteração

celular pode resultar em perda de equilíbrio, causando enfermidades ou

doenças.

Proteínas de membrana: receptor de membranas/proteínas transmembranas:

proteína integral da membrana celular, com uma parte externa para reconhecer

e se unir a um sinal extracelular de hormônios ou substâncias, e outra porção

dentro da célula, no citoplasma, onde ocorre uma cascata de reações até que o

efeito celular seja realizado.

Receptores de hormônios: quando substâncias lipossolúveis entram na

célula por terem afinidade por lipídios da membrana celular (membrana

plasmática), estas irão exercer seu efeito no núcleo da célula, onde estão os

receptores nucleares.

Citocinas: grupo de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as

células durante o desencadeamento das respostas imunes. Suas principais

funções envolvem a regulação da duração e a intensidade das respostas

específicas, e, ainda, a ativação de células efetoras para as áreas onde se

desenvolvem respostas celulares.

Neurotransmissores: são substâncias químicas produzidas pelos neurônios,

que têm a função de biossinalização. Por meio delas, podem enviar

informações a outras células. Ainda estimulam o impulso nervoso a realizar

uma resposta efetora no órgão ou músculo alvo. Os neurotransmissores agem

por sinapses, que são o ponto de junção do neurônio com outra célula.

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Instruções

Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você

encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia

cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.

Questão 1

Quando um antígeno ou patógeno entra em seu organismo causando uma

doença, qual a primeira solução ou tentativa de eliminar o agente patogênico

que seu organismo apresenta?

a) Células de memória.

b) Vacinas.

c) Células da imunidade inata, com macrófagos e linfócitos.

d) Células vermelhas.

e) Receptores.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 2

Quando as células encontram um antígeno como um agente causador de

doenças, apresentando alterações que levam à adaptação a esses agentes

agressores, por meio da metaplasia, podemos dizer que essas adaptações:

a) são irreversíveis.

b) podem causar câncer.

c) são reversíveis.

d) mostram diferenciação anormal.

e) mudam de um tipo celular para outro.

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Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 3

A resposta celular típica para a diminuição de uma sinalização celular, e

consequente redução da atividade celular, está relacionada com:

a) Atrofia.

b) Hiperplasia.

c) Hipertrofia.

d) Displasia.

e) Metaplasia.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 4

Defina o que são receptores celulares. Qual sua importância no estudo e na

elucidação das mais diversas doenças?

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

Questão 5

O que são saúde e doença? Descreva a importância do entendimento da

patologia de um paciente e explique quais as principais características que o

profissional de saúde deve observar em seus pacientes.

Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.

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Neste tema, você pôde compreender os conceitos de saúde, doença e

patologia. Com base nesses conceitos, você entendeu que, para termos saúde,

nosso organismo deve trabalhar em perfeito equilíbrio com relação à

funcionalidade de células, órgãos e tecidos. Assim, quando seu corpo fornece

uma resposta celular vinda de um sinal em determinado receptor, entende-se a

importância da comunicação celular nas diferentes funções orgânicas, já que

uma falha nessa comunicação de sinais intracelular pode gerar um quadro de

doença.

Ainda, quando o agente patogênico causador de doenças entra em contato

com nosso organismo, existe um verdadeiro exército de células que se arma

para que esse agente patogênico seja eliminado. Uma vez em contato com

células do nosso sistema imune, o patógeno é reconhecido pela expressão de

receptores de superfície celular, que identificam e ameaçam esse agente

patogênico. Células de nosso sistema imune, como linfócitos e macrófagos,

limitam a ação desse agente, expulsando seu conteúdo pelo mecanismo da

fagocitose. Desta forma, o agente agressor será eliminado, e o corpo buscará

incessantemente a volta de seu equilíbrio ou de sua homeostase orgânica.

A partir destes ensinamentos, exercícios e leituras, você poderá prosseguir

com seus estudos nos demais temas da disciplina de Patologia.

BRAUN, C. A.; ANDERSON, C. M. Fisiopatologia: alterações funcionais na

saúde humana. Porto Alegre: Artmed, 2009.

DE ROBERTIS, E. M.; HIB, J. De Robertis. Biologia Celular e Molecular. 16. ed.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

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DESIGN inteligente - viajando dentro da célula (Parte 1 de 2). Disponível em:

http://youtu.be/CNsyUz36ZDw. Acesso em: 4 out. 2014. Tempo: 07:13 minutos.

FARIA, J. L. Patologia Geral: fundamentos das doenças com aplicações

clínicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

FRANCO, M.; MONTENEGRO, M. R.; BRITO, T.; BACCHI, C. E.; ALMEDIDA,

P. C. Patologia ‒ Processos Gerais. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2010.

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NOGUEIRA, A. A. Pólipos endometriais. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., v. 27, n.

5, 2005.

Questão 1

Resposta: C - células da imunidade inata, com macrófagos e linfócitos.

Uma vez em contato com células do nosso sistema imune, o patógeno é

reconhecido pela expressão de receptores de superfície celular que identificam

e ameaçam esse agente patogênico. Células do nosso sistema imune, como

linfócitos e macrófagos, limitam a ação desse agente, consideradas a primeira

linha de defesa celular imunológica.

Questão 2

Resposta: E - Mudam de um tipo celular para outro.

A metaplasia é a mudança de um tipo celular para outro. É considerada uma

forma de adaptação celular a um agente estressor persistente.

Nome

20

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Questão 3

Resposta: A - Atrofia

A atrofia é uma diminuição das células por várias razões, principalmente

quando sinais especializados em gerar uma resposta celular diminuem ou são

removidos. As fontes desses sinais, em geral, são os hormônios, com alvos

celulares específicos.

Questão 4

Resposta: Receptores celulares são proteínas inseridas na membrana

plasmática que reconhecem sinais extracelulares e enviam mensagens para o

citoplasma da célula, onde ocorre uma cascata de reações, a qual irá culminar

na resposta celular efetora no núcleo. Alguns receptores aparecem dentro do

núcleo, justamente por favorecer substâncias lipídicas que atravessam a

membrana plasmática, indo diretamente para o núcleo realizar sua função

celular.

Questão 5

Resposta: A doença é a perturbação da saúde, isto é, o mal-estar causado por

distúrbio físico (orgânico), mental ou social. O conceito de saúde corresponde à

condição de sentir-se bem com seu corpo, mente e espírito, percebendo a

ausência de doença ou dor física.

O entendimento da patologia dá condições ao profissional de saúde de

fornecer um correto diagnóstico e adequado tratamento da doença. Os

profissionais de saúde devem ouvir os sintomas, as queixas do paciente,

facilitando o entendimento do quadro clínico e demonstrando um cuidado para

com seus pacientes, para que reajam bem e rapidamente ao tratamento.