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Como é agradável contemplar da terra, em segurança, o Como é agradável contemplar da terra, em segurança, o perigo dos que se aventuram ao mar agitado pelos ventos! perigo dos que se aventuram ao mar agitado pelos ventos! Não porque nos dê prazer o sofrimento alheio, mas porque Não porque nos dê prazer o sofrimento alheio, mas porque gostamos de sentir de que males estamos livres. gostamos de sentir de que males estamos livres. LUCRÉCIO E O JARDIM DA SERENIDADE LUCRÉCIO E O JARDIM DA SERENIDADE ( “Louvor da Filosofia” – séc. 1 a.C.) ( “Louvor da Filosofia” – séc. 1 a.C.)

Como é agradável contemplar da terra, em segurança, o perigo dos que se aventuram ao mar agitado pelos ventos! Não porque nos dê prazer o sofrimento alheio,

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Como é agradável contemplar da terra, em Como é agradável contemplar da terra, em segurança, o perigo dos que se aventuram ao segurança, o perigo dos que se aventuram ao

mar agitado pelos ventos!mar agitado pelos ventos!

Não porque nos dê prazer o sofrimento alheio, Não porque nos dê prazer o sofrimento alheio, mas porque gostamos de sentir de que males mas porque gostamos de sentir de que males

estamos livres.estamos livres.

LUCRÉCIO E O JARDIM DA SERENIDADELUCRÉCIO E O JARDIM DA SERENIDADE( “Louvor da Filosofia” – séc. 1 a.C.)( “Louvor da Filosofia” – séc. 1 a.C.)

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Sim, gostamos de observar batalhas de longe, sem participar dos perigos!

E nada mais agradável do que, apaziguados pela serenidade das doutrinas dos sábios, avistar os que vagueiam pela vida, noite e dia, empenhados no trabalho incessante de acumular

riqueza, poderio, talento e reputação.

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Quantas ambições!

Quanta cegueira d'alma! Em quantas trevas e perigos se passa a vida!

Não ver quão poucas são as exigências da natureza, que de nada mais precisa do

que de ausência de dor para o corpo e de tranquilidade para a alma, longe de medos

e de cuidados.

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Se em tua casas não brilha a prata Se em tua casas não brilha a prata ou reluz o ouro, podes, quando o ou reluz o ouro, podes, quando o tempo estiver agradável e a relva tempo estiver agradável e a relva se cobrir de flores, descansar o se cobrir de flores, descansar o

corpo reclinado na grama macia, à corpo reclinado na grama macia, à margem do regato ou à sombra margem do regato ou à sombra

das árvores, sem nada gastar. E. das árvores, sem nada gastar. E. se o corpo pode viver sem se o corpo pode viver sem

riquezas e poder, certamente a riquezas e poder, certamente a alma também pode.alma também pode.

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Ainda que fosses um importante centurião e Ainda que fosses um importante centurião e comandasses a mais brava legião de comandasses a mais brava legião de

soldados, ou o comandante de uma frota de soldados, ou o comandante de uma frota de navios, teria o teu poderio militar a navios, teria o teu poderio militar a capacidade de te afastar do espírito capacidade de te afastar do espírito

angústias, maus pressentimentos, o medo da angústias, maus pressentimentos, o medo da morte, e te tornar tranqüilo e livre de morte, e te tornar tranqüilo e livre de

cuidados?cuidados?

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Mas, se o medo e as preocupações humanas não fogem ao estrondo das

armas, e acompanham os ricos e poderosos, não duvides de que esses

males sejam filhos da ignorância

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Pois assim como as crianças têm medo de tudo no escuro, também nós,

em plena luz, nos enchemos de medos.

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Esses terrores do espírito, essas Esses terrores do espírito, essas trevas da alma não podem ser trevas da alma não podem ser

afastados pelos raios de sol ou pela afastados pelos raios de sol ou pela claridade do dia, mas apenas pela claridade do dia, mas apenas pela

luz da razão e pelo estudo da luz da razão e pelo estudo da natureza.natureza.

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Lucrécio foi poeta e filósofo romano que viveu no século 1 a.C. Tornou-se famoso

por sua obra “Sobre a natureza das coisas” onde expõe a doutrina do filósofo grego

Epicuro (341 a.C. - 271 a.C), a qual considerava chave para os segredos do universo e para a felicidade humana.A

escola do filósofo denominava-se “Jardim de Epicuro”.

Tão entusiasmado ficou Lucrécio, que se propôs a libertar os romanos do domínio

religioso através da doutrina, essencialmente prática. Buscava encontrar o sossego necessário para uma vida feliz e

aprazível, na qual os temores perante o destino, os deuses ou a morte seriam

eliminados. O bem supremo era a serenidade, e o maior mal, a ansiedade.

O ESTRANHO FIM DE LUCRÉCIOO fim de Lucrécio é curioso e controverso. Teria pedido à esposa que lhe preparasse um “filtro do amor” (sub-entende-se um

afrodisíaco). A partir daí teria passado a ter ataques de loucura que o teriam levado mais tarde ao suicídio. Nos períodos de lucidez, entre os ataques, escrevia sua grande obra, estudada até hoje. Esta

estranha versão é atribuída por muitos a inimigos da doutrina com o fim de desacreditar seu maior divulgador.

EPICURO, MESTRE DE LUCRÉCIO

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FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRAENTRE NO SITE: http://slidescoreoesia.comTEXTO: LUCRÉCIO (TEXTO RESUMIDO)

IMAGENS: GOOGLESOM: “L’APRÉS MIDI D’UM FAUNE” – CLAUDE DEBUSSY

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