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(1) Pós-Graduando do Programa de Pós-Graduação em Agronomia: Solos e Nutrição de Plantas da Universidade Federal do Ceará  UFC. E-mail: [email protected] O que é pesquisa? José Thales Pantaleão Ferreira (1) 1- Conceito de pesquisa.  A necessidade de pesquisar algo nasce a partir do surgimento de problemas e da curiosidade de muitos pesquisadores. Podendo-se assim, definir a pesquisa como uma atividade voltada para a solução de problemas e para suprir a necessidade de conhecer do homem, empregando processos científicos (Cervo & Bervian, 1977; Gil, 1999). Os vários conceitos de pesquisa que existem, denotam para a característica racional que norteia esta atividade. Para Demo (1987:23), a pesquisa é “a atividade científica pela qual descobrimos a realidade”  Segundo Andrade (1995: 95): “Pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para  problemas pr opostos, mediante a utilização de métodos cie ntíficos” .  Para Gil (1999:42): “Pode-se definir pesquisa como o processo formal e sistêmico de desenvolvimento do método científico, que tem como objetivo descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”.  O conceito de pesquisa ainda sofre pequenas modificações, para se ajustar com o seu foco específico, dependendo da área de pesquisa. Segundo Gil (1999) “podemos definir pesquisa social como o processo que  utilizando a metodologia científica permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social”  . Para as ciências agrárias o termo pesquisa é sinônimo de experimentação, contudo, mais precisamente, o termo pesquisa deve ser empregado quando se investigam coisas novas, respeitando os rigores científicos, e experimentação, ao se verificar a adaptação de conhecimentos ou

Como é Pesquisa

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como é pesquisa

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(1)Pós-Graduando do Programa de Pós-Graduação em Agronomia: Solos e Nutrição de

Plantas da Universidade Federal do Ceará – UFC. E-mail: [email protected] 

O que é pesquisa?

José Thales Pantaleão Ferreira(1)

1- Conceito de pesquisa.

 A necessidade de pesquisar algo nasce a partir do surgimento de

problemas e da curiosidade de muitos pesquisadores. Podendo-se assim,

definir a pesquisa como uma atividade voltada para a solução de problemas e

para suprir a necessidade de conhecer do homem, empregando processos

científicos (Cervo & Bervian, 1977; Gil, 1999).

Os vários conceitos de pesquisa que existem, denotam para a

característica racional que norteia esta atividade.

Para Demo (1987:23), a pesquisa é

“a atividade científica pela qual descobrimos a realidade”  

Segundo Andrade (1995: 95):

“Pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no

raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para

 problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos”. 

Para Gil (1999:42):

“Pode-se definir pesquisa como o processo formal e sistêmico de

desenvolvimento do método científico, que tem como objetivo descobrir

respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos

científicos”. 

O conceito de pesquisa ainda sofre pequenas modificações, para se

ajustar com o seu foco específico, dependendo da área de pesquisa. Segundo

Gil (1999) “podemos definir pesquisa social como o processo que utilizando a

metodologia científica permite a obtenção de novos conhecimentos no campo

da realidade social”  . Para as ciências agrárias o termo pesquisa é sinônimo de

experimentação, contudo, mais precisamente, o termo pesquisa deve ser

empregado quando se investigam coisas novas, respeitando os rigores

científicos, e experimentação, ao se verificar a adaptação de conhecimentos ou

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tecnologias a situações diversas daquelas nas quais foram criadas ou

desenvolvidas. Para exemplificar, temos que a criação de novas cultivares

deve ser considerada como pesquisa, mas a realização de um ensaio de

competição de linhagens e/ou cultivares em ambiente diverso àquele no qual

foram criadas é uma experimentação (Zimmermann, 2004).

De acordo com sua finalidade a pesquisa pode ser classificada de duas

maneiras: a pesquisa chamada de “pura” e a pesquisa “aplicada”. Na pesquisa

“pura”, busca-se conhecer as coisas pela simples satisfação de conhecer, sem

a preocupação prévia com a aplicação prática do conhecimento adquirido,

buscando, o desenvolvimento de generalizações que podem gerar teorias e leis

gerais. No outro tipo de pesquisa, buscam-se soluções práticas para os

diversos problemas existentes na humanidade. Este tipo de pesquisa necessita

das descobertas da pesquisa “pura”, para enriquecer suas descobertas

(Andrade, 1995; Gil, 1999).  A pesquisa “pura” pode algumas vezes,

proporcionar conhecimentos que podem ser aplicados na resolução de

problemas do cotidiano das pessoas, enquanto que a pesquisa “aplicada” pode 

também, algumas vezes, resultar em descobertas de princípios científicos que

podem favorecer ao avanço do conhecimento em determinada área (Andrade,

1995).

2- Pesquisa Descritiva e Experimental

 A pesquisa pode ser descritiva ou experimental, na primeira o

pesquisador busca conhecer e interpretar a realidade, sem procurar interferir

ou modificar. Na pesquisa experimental o pesquisador manipula certos

aspectos da realidade, dentro de condições pré-definidas, observando as

conseqüências destas modificações (Rudio, 1995).

 Algumas pesquisas descritivas vão além da mera identificação das

relações entre as variáveis, procurando estabelecer a natureza destas

relações, quando isto acontece, à pesquisa descritiva se aproxima das

pesquisas experimentais (explicativas) (Andrade, 1995; Gil, 1999).

Na execução de pesquisas, tanto descritiva como experimental,

trabalha-se com variáveis, que podem ser variáveis dependentes ou variáveis

independentes, de acordo com a relação entre elas. Segundo Rudio (1995:56)“atribui -se à variável independente um papel de preparador, contribuinte e

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causador da segunda, isto é, da variável dependente que assume, então, o

 papel subordinado, de efeito”. 

O próprio conceito das palavras descrever e explicar, diferencia a

pesquisa descritiva da pesquisa experimental. Neste sentido, temos que,

descrever é narrar o que acontece e explicar é dizer por que acontece. Assim,

a pesquisa descritiva procura descobrir e observar fenômenos, buscando

descrevê-los, classificá-los e interpretá-los. Diferentemente da pesquisa

experimental, que pretende dizer de que modo ou por que causas o fenômeno

é produzido (Rudio, 1995).

 A pesquisa experimental estuda a relação entre os fenômenos,

procurando relações de causa e efeito, que possam explicar cientificamente e

interferir em um determinado problema (Rudio, 1995).

 A pesquisa experimental busca registrar, analisar e interpretar os

fenômenos estudados, procurando identificar as relações de causa e efeito.

Este tipo de pesquisa é o que mais aprofunda o conhecimento da realidade,

por explicar o porquê das coisas, se tornando também mais vulnerável a erros

(Andrade, 1995; Gil, 1999). Segundo Gil (1999:44) “uma pesquisa experimental

(explicativa) pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a

identificação dos fatores que determinam um fenômeno exige que este esteja

suficientemente descrito e detalhado”. 

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Referências Bibliográficas

1- ANDRADE, M. M.; Introdução à metodologia do trabalho científico. São

Paulo. Editora Atlas S.A. 1995. 140 p.

2- CERVO, A. L. e BERVIAN, P. A.; Metodologia científica. 2ª Edição. São

Paulo. Editora McGraw-Hill do Brasil. 1977. 144 p.

3- DEMO, P.; Introdução à metodologia da ciência. 2ª Edição. São Paulo.

Editora Atlas S.A. 1987. 118 p.

4- GIL, A. C.; Método e técnicas de pesquisa social. 5ª Edição. São Paulo.

Editora Atlas S.A. 1999. 206 p.

5- RUDIO, F. V.; Introdução ao projeto de pesquisa científica. 18ª Edição.

Petrópolis. Editora Vozes. 1995. 120 p.

6- ZIMMERMANN, F. J. P.; Estatística aplicada à pesquisa agrícola. Santo

 Antônio de Goiás-GO. Editora Embrapa Arroz e Feijão. 2004. 402 p.