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1 Como melhorar a pregação Sagrada Introdução Com a intenção de colaborar na Pregação Sagrada começamos hoje uma nova coluna dirigida especialmente: “Como melhorar a pregação Sagrada / Coluna do Pe. AntonioRivero, L.C., professor de Teologia e oratória no seminário Interdiocesano MaterEcclesiae de São Paulo”. A coluna será publicada todas as sextas-feiras. Padre Antonio Rivero nasceu em Ávila (Espanha) em 1956. Possui Mestrado em Humanidades Clássicas, Mestrado em Filosofia, pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e Mestre e Doutor em Teologia, pelo Ateneu Regina Apostolorum, também em Roma. Publicou cinco livros e gravou mais de 200 CDs de formação. Ministra conferências nos Estados Unidos e em Latino América sobre pastoral familiar, formação católica e juventude e oferece cursos de formação para religiosas e sacerdotes. *** Hoje começamos essa coluna que com alegria e prazer quero compartilhar com vocês, fruto da minha formação, primeiro como professor de oratória por mais de 30 anos, e depois, com a experiência que Deus me deu desses 26 anos como sacerdote, caminhando por este mundo de Deus pregando, levando e explicando a Palavra de Deus. Todo ano eu tenho a graça de pregar para o mundo latino dos Estados Unidos. Também Colômbia, Venezuela, Bolívia, Peru e Brasil, puderam escutar a minha voz. E para ser mais clara a apresentação desta coluna sobre a Pregação, deixo-lhes hoje alguns pontos para que fiquem no grande tesouro da memória:

Como Melhorar a Pregação Sagrada.juntos(1)

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apostila sobre como melhora a pregação sagrada

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Como melhorar a pregao Sagrada

Introduo

Com a inteno de colaborar na Pregao Sagrada comeamos hoje uma nova coluna dirigida especialmente: Como melhorar a pregao Sagrada / Coluna do Pe. AntonioRivero, L.C., professor de Teologia e oratria no seminrio Interdiocesano MaterEcclesiae de So Paulo. A coluna ser publicada todas as sextas-feiras.Padre Antonio Rivero nasceu em vila (Espanha) em 1956. Possui Mestrado em Humanidades Clssicas, Mestrado em Filosofia, pela Pontifcia Universidade Gregoriana de Roma e Mestre e Doutor em Teologia, pelo Ateneu Regina Apostolorum, tambm em Roma. Publicou cinco livros e gravou mais de 200 CDs de formao. Ministra conferncias nos Estados Unidos e em Latino Amrica sobre pastoral familiar, formao catlica e juventude e oferece cursos de formao para religiosas e sacerdotes.***Hoje comeamos essa coluna que com alegria e prazer quero compartilhar com vocs, fruto da minha formao, primeiro como professor de oratria por mais de 30 anos, e depois, com a experincia que Deus me deu desses 26 anos como sacerdote, caminhando por este mundo de Deus pregando, levando e explicando a Palavra de Deus. Todo ano eu tenho a graa de pregar para o mundo latino dos Estados Unidos. Tambm Colmbia, Venezuela, Bolvia, Peru e Brasil, puderam escutar a minha voz.E para ser mais clara a apresentao desta coluna sobre a Pregao, deixo-lhes hoje alguns pontos para que fiquem no grande tesouro da memria:1. Toda a nossa vida como sacerdotes ser pregar.2. Existem vrias formas de pregao: a orao, o sacrifcio, o testemunho pessoal, o ministrio dos sacramentos e o ministrio propriamente da pregao sagrada, to importante hoje.3. A pregao sagrada ou oratria sagrada no uma tcnica para vender nossa mercadoria de Deus. Isso seria uma espcie de profanao da Palavra de Deus. Assim fazem algumas seitas protestantes que se preparam nos aspectos psicolgicos da oratria para ganhar seguidores e dinheiro. Isso no deve acontecer conosco, ministros e pregadores dos Mistrios de Deus.4. Ningum quer ter um auditrio dormido, bocejando, chateado... na hora da pregao. Queremos um auditrio que desfrute e esteja bem disposto para a nossa pregao. A f vem pelo ouvido, nos diz so Paulo em Romanos 10, 17. Para isso, necessrio saber pregar bem. No somente pregar. necessrio pregar bem, porque nem sempre teremos diante pessoas que nos suportem por caridade, nos aguentem e no nos falem nada sobre a nossa pregao.5. Ofereo-lhes esta coluna de Pregao Sagrada, como fruto da minha experincia de pregador, durante meus 26 anos de ministrio sacerdotal. Doze desses anos, preguei diariamente na parquia de Buenos Aires; alm do mais dei inmeras palestras, trduos, retiros e exerccios espirituais que oferecia a homens e mulheres.6. Estas so dicas que me ajudaram. Esperemos que tambm possam ajud-los.

Pr-requisitos da Pregao Sagrada

O primeiro estar ciente de que somos ministros da Palavra desde o batismo. Por isso devemos ler, meditar, rumin-la durante toda a nossa vida. Devemos faz-la nossa, vestir-nos dessa Palavra, encarn-la na nossa vida. Somente assim a transmitiremos fielmente, sem cortes, sem mnguas, sem obscurec-la ou rebaix-la.Em segundo lugar estar ciente de que Deus que converte as almas, no ns. Mas Ele nos utiliza como canais, alto-falantes, aquedutos e ministros da sua Palavra para iluminar as mentes, aquecer os coraes e mover as vontades para que amem a Deus e cumpram os seus mandamentos. Por isso, temos que estar bem preparados neste campo da pregao da Palavra. Todos os nossos estudos humansticos, filosficos, teolgicos, pedaggicos... tm como termo final a nossa pregao, seja escrita (livros, artigos...), seja oral (homilias, retiros, congressos, palestras...) para a converso das almas luz desse Palavra transmitida e explicada por ns. Estudamos para estarmos melhor preparados na hora da nossa pregao sagrao, no por desejo de vaidade, mas porque essa Palavra de Deus merece ser tratada e anunciada com dignidade, clareza e uno.Em terceiro lugar estar ciente de que a Palavra de Deus est destinada a brotar, a crescer e a dar fruto na alma dos homens. Por si mesma, a Palavra tem toda a fora de entrar no corao do homem e convert-lo. Ento, onde est o erro? Uma de duas coisas: ou em quem prega, que no sabe faz-lo, ou no campo na alma que recebe essa Palavra pregada. Que pelo menos no seja por nossa culpa como pregadores sagrados. Se o corao dos homens est fechado como Cristo nos diz na parbola do semeador por causa das pedras, dos espinhos, da superficialidade (cf. Mateus 13, 1ss Parbola do Semeador)... a est o desafio de um bom pregador: ajudar essas almas a se abrirem para a Palavra. E quais so os recursos que existem alm da orao e do sacrifcio? A pregao bem preparada, incisiva, respeitosa, profunda, clara, motivadora e bem pronunciada!

Conselhos prticos que podem ajudar o Pregador Sagrado na sua misso:

Compreender o seu pblico, ou seja, aquelas pessoas a quem vamos pregar. Conhecer a idiossincrasia destas pessoas, suas qualidades, suas fraquezas, seus problemas, seu modo de ser. A Igreja chama isso de inculturao. Um espanhol e um brasileiro no so iguais; nem um francs e um americano, um alemo e um africano... necessrio falar com a linguagem das diversas culturas, fazer-nos tudo a todos para ganh-los para Cristo, como So Paulo (cf. 1 Cor 9, 20-22). No podemos ir Amrica Latina com categorias europeias. Simplesmente no nos entendero! Ou pior ainda, nos recusaro! Amanh te escutaremos parafraseando Atos 17, 32.

Preparar bem cada pregao, sem improvisar, deixando tudo para a ltima hora. A pregao no algo que fazemos a ttulo pessoal. No! Pregamos em nome da Igreja. a Igreja que, nesse momento explica a Palavra de Deus, atravs do pregador sagrado. Portanto, preparar a pregao a partir da orao pessoal. Mas tambm lendo comentrios dos Papas, de autores espirituais bem slidos e provados, sobre esses textos litrgicos ou sobre esse tema do qual pregaremos. Os melhores comentrios que existem sobre os evangelhos so OS SANTOS PADRES. Temos que ler muito os Santos Padres. So sempre atuais. So um verdadeiro tesouro a ser descoberto ainda. como subir-se em ombros de gigantes. Um exemplo disso o Papa Bento XVI. por isso que as suas pregaes so to profundas, embora simples.

Ser ordenado e estruturado nas ideiasda pregao: hoje temos que transmitir somente uma ideia na homilia ou na palestra, e desenvolver essa ideia em dois ou trs aspectos bem travados e unidos. Mas somente uma ideia. S ento que o ouvinte sair com uma ideia bem aprendida e tentar viv-la no seu dia a dia. Por exemplo, uma homilia com a liturgia de um domingo: Deus nos convida converso (nica ideia, tirada do evangelho); essa converso supe reconhecer-nos pecadores (primeiro aspecto dessa nica ideia, tirada talvez da primeira leitura dominical ou do salmo responsorial); essa converso trar como efeito a paz interior e a reconciliao com Deus (segundo aspecto dessa nica ideia, tirada talvez da segunda leitura dominical). E os dois aspectos devem estar apoiados nos textos litrgicos lidos. Uma s ideia! Quem fala de muitas ideias s consegue dispersar o ouvinte e no deixar nada claro e nem concreto. Quem diz muitas ideias est manifestando que no preparou profundamente a sua pregao. Provoca uma autntica indigesto espiritual nos que escutam.

Ser criativo ao expor a ideia: essa ideia tem que ser apresentada com alguma metfora, imagem, novidade, um fato ou anedota... S assim ficam mais facilmente gravadas na alma do ouvinte, pois aparecer como novidade e originalidade. Nisso o cardeal vietnamita Van Thuan, que Deus o tenha, era modelo. No ser chatos com ideias j usadas e sem originalidade. preciso ser atraentes e incisivos. Isso no se consegue com excentricidades ou com continhos e nem fazendo rir. No! Isso se consegue tendo meditado muito e com profundidade na Palavra de Deus. E observando muito a vida humana.

Distinguir o modelo de pregaoque me pedidoe o lugaronde se d a pregao: primeiro, distinguir que tipo de pregao devemos dar, pois uma coisa pregar uma homilia, outra uma reflexo numa hora santa com Cristo Eucaristia exposto; uma coisa uma palestra aberta num auditrio, outra uma meditao num retiro; uma coisa dar uma conferncia a jovens e outra pregar a adultos ou a crianas ou a sacerdotes. E o lugar: porque uma coisa pregar na capela, outra coisa pregar num salo de estar ou num estdio ou numa fbrica. Tudo isso deve ser levado em conta na hora da pregao.

Sempre ser expressivo: sem forar o prprio temperamento, no querendo ser aquele que mais apaixonado e dinmico... mas preciso ser expressivo. Lembre-se dos trs elementos de toda a pregao: idias de fundo, forma concreta dessas ideias e expresso(velocidade e temperatura oratria) destas idias. necessrio combinar os trs elementos para que a pregao seja perfeita. Todo o nosso ser deve ser expressivo: voz, gestos, mos, corpo, olhos, sentimentos, emoes, silncio, questionamentos e perguntas diretas... No devemos ser tmidos, nem ter medo de falar, nem falar com voz apagada ou montona, ou em abstrato ou sem olhar para o auditrio. Se fizermos isso o povo dorme. As pessoas vo odiar a nossas pregaes, em vez de gozar com a pregao sagrada. Fides ex auditu, nos fala So Paulo, a f entre pelo ouvido (Rm 10, 17).

Pregar a todo homem e ao homem todo:a todo homem: criana, ao adulto, ao ancio, ao enfermo, ao que sofre, ao ignorante e ao simples, ao complicado e questionador...e a todo o homem:inteligncia, sentimentos, afetos, corao, vontade... E a Palavra de Deus pregada tem que tocar a existncia humana em todos os campos: pessoal, familiar, laboral, profissional, religioso... Por isso, o pregador buscar aplicar essa Palavra de Deus e faz-la caminhar pelos meandros da vida dou ouvinte. O ouvinte durante a pregao deveria dizer: Isso! isso que eu preciso, encaixa perfeitamente o que fala esse pregador. assim que o ouvinte se deixar transformar por essa Palavra de Deus que o pregador soube baixar para a vida deles concretamente. E com certeza vamos ter essa pessoa em todas as nossas pregaes porque nos entende e entende que a Palavra de Deus explicada muito atual para a sua vida, e no algo do passado ou de museu.

Ser simples, respeitoso e positivo ao pregar: no insistir tanto no que est mal. Apresente mais o bem que por si s atrai. No estamos no sculo de certa apologtica agressiva, inflexvel, rigorosa e um pouco arrogante. Hoje temos de conquistar as pessoas com a bondade, com a simplicidade, com o encanto e a gota de mel. Isso no significa que no devemos dizer a verdade. necessrio apresent-la, mas com bondade e respeito, para que atraia. Quando seja preciso falar algo forte, duro e negativo (p.e. os que vivem juntados ou divorciados e casados em segunda unio no podem e nem devem comungar, etc...), necessrio falar em terceira pessoa e nunca interpelar a pessoa em questo. No dizer: Voc que est juntado... no deve comungar. Seria muito ofensivo. melhor dizer: Quem se encontra nessa situao no deveria se aproximar da comunho porque.... E quando se trata de algo positivo, ento sim, interpelar em segunda pessoa: Que bom que voc foi generoso e fiel! Deus ser tambm com voc.

Sentir com a Igreja em tudo o que ela se props para este ano:se o ano sacerdotal, no deveria ter nenhuma pregao durante o ano que no tivesse alguma meno sobre essa circunstncia... se o ano paulino, o mesmo. Ou o ano dedicado a Jesus Cristo (1997), ou ao Esprito Santo (1998), ou a Deus Pai (1999), ou o ano da Eucaristia (2000). Ou o ano da f, no qual estamos agora. No se pode caminhar em paralelo com a Igreja. Os trduos desse ano e os exerccios espirituais e os retiros, as homilias deveriam estar focadas e marcadas por essa circunstncia eclesial. Isso parte do sentire cum Ecclesia. Devemos ir ao passo da Igreja. Tambm nisso.

Destacar com frequncia nas pregaes aspectos e virtudes dos santos:os santos so nossos irmos que j conseguiram o que ns estamos procurando: a santidade de vida. Eles nos do exemplo e nos dizem quais aspectos so necessrios praticar para agradar a Deus, crescer nas virtudes e alcanar a salvao eterna, que a graa das graas. Quanto so edificantes as anedotas dos santos! Compre livros de santos e leia-os. E assim voc vai colocar nas pregaes exemplos maravilhosos e edificantes dos santos nos temas que estar tratando na pregao.Concluso: Espero que esses conselhos sirvam para que a sua pregao seja a cada dia de qualidade, para a glria de Deus e a salvao das almas. Isso o que me tem ajudado. No sei se lhes ajudar, pois todos somos diferentes.

Os ouvintes

Importncia dos ouvintesOs ouvintes so o outro livro de Deus "no qual teremos que ler constantemente, com o mesmo amor, com a mesma humildade e com a mesma perseverana que ante a Escritura e os sacramentos. O pregador deve ser um contemplativo da rua, capaz de assombrar-se, maravilhar-se, entristecer-se e sobretudo comungar com o que acontece ao seu redor. Nada lhe estranho. Tem que abrir o seu corao para acolher, escutar e fazer seu o que vai acontecendo.O ouvinte tem que sentir durante a nossa pregao de que trata-se de algo seu, que se d uma resposta s suas interrogaes, medos, expectativas e alegrias. Temos que conhecer o contexto habitual dos nossos ouvintes, seu modo de ser, seus problemas, seu trabalho e suas festas. No o mesmo um povo de uma regio com seca que um povo com uma regio onde abunda gua, nem um povo do litoral que um povo da montanha. No o mesmo uma comunidade rural que uma comunidade urbana. Por isso, o pregador deve perguntar-se o que que determina a vida dos seus ouvintes, onde tem colocado o seu corao. Uma pregao no s se sobressai pela sua profundidade teolgica, mas tambm pela sua profundidade na situao. Os ouvintes so filhos da poca e constituem uma parte da atualidade.O pregador no pode fechar-se na sacristia ou no escritrio paroquial. Precisa pisar nos espaos onde vivem as pessoas, para conhec-la melhor. O conhecimento amigvel, de simpatia e de bondade do pregador com o povo fonte de uma mtua interao. O povo tem que encontrar no pregador um amigo, um irmo conhecido, e uma predisposio confiada e aberta, que propiciar para que esse povo receba com prazer a semente do Reino. Agora, isso no significa que o pregador fale a cada pregao de coisas negativas que viu na semana. Joo XXIII aconselhava o seguinte: estar informado de tudo, ignorar muitas coisas e corrigir pouco. Quem trata com muitas pessoas precisa de uma boa dose de pacincia. Se reaje imediatamente com admoestaes se transformar num crtico rabujento. necessrio ter um reto equilbrio entre no deixar entrar na pregao as fofocas do dia a dia e chamar valentemente a ateno sobre as desordens da comunidade.Ser de muita ajuda para o pregador reunir-se de vez em quando para ter um dilogo com os colaboradores mais comprometidos da parquia, do grupo e fazer-lhes estas perguntas: o que move as pessoas? Do que elas falam? O que se conta na comunidade paroquial? O que precisaria mudar? O que desagradvel para eles?

Os diferentes tipos de ouvintes que temos nas nossas pregaes.Precisamos adapatar-nos ao nosso pblico ou ouvintes, tanto no contedo como na forma da pregao.

CrianasA Pregao pode ser feita em forma de dilogo com elas.Recomenda-se um curto silncio depois da homilia para que as crianas possam ir aprendendo a arte de recolher-se para rezar a Deus.O pregador tem que conhecer profundamente a criana e o seu ambiente e ter algumas noes de psicologia infantil. Ajuda explicar aqueles textos da Sagrada Escritura que so grficos, que apresentam acontecimentos ou sucessos, como os milagres ou as parbolas, aptas para capturar a imaginao infantil. necessrio traduzir o Evangelho para a linguagem da criana e para a vida dela.Dicas:Familiarizar a criana com Jesus.Introduz-las aos poucos na vida religiosa da comunidade.Ajud-las a seguir a Jesus, que se assemelhem com Jesus.O tom de voz e o rosto do pregador das crianas deve ser muito cordial, amvel e simples.Encher as pregaes de exemplos e vidas de santos. bom deixar uma s ideia para elas.Ser breves.

JovensCristo o seu ideal, tem algo a dizer-lhe e um amigo dos jovens. Temos que apresentar a Cristo de forma to atraente que os jovens queiram segu-lo e imit-lo.Aproveitar o otimismo do jovem, seu impulso ao e a nostalgia de amizade e de comunidade.O pregador tem que demonstrar que ama os jovens e os aceita como so: idealistas, inquietos, inseguros, etc. Somente dessa forma se tornar jovem com os jovens e os conquistar para a causa de Cristo. No deve atac-los, mas alertar, estimular e oferecer-lhes ideais nobres e altos. preciso conseguir que faam a experincia da confiana na Igreja, que sempre quer o seu bem e a sua felicidade.O tom com os jovens deve ser vibrante, confiante, positivo e sempre transparente e honesto. Nunca vo perdoar ao pregador que lhes escondeu as exigncias da vida crist. Sempre se lembraro do pregador que lhes explicou com respeito, mas com sinceridade, a verdade de Cristo e da Igreja.

AdultosNormalmente os adultos procuram uma pregao com certa densidade, para aprofundar na sua f.Isso no significa que seja seca e sem vida. Sempre falar a todas as faculdades do homem: inteligncia, vontade e corao. preciso compromet-los a serem apstolos no seu prprio ambiente. Portanto, as pregaes devem ser concretas e com aplicaes para a vida deles.O tom do pregador de adultos tem que ser seguro, com postura, fora e sempre motivador e positivo.

Idosos e enfermosEm muitas igrejas predomina as pessoas ancis e doentes, que so normalmente as de maior prtica religiosa, pois tm mais tempo para a tradio de ir missa. Muitos como a anci Ana e Simeo do Evangelho, esperam o entardecer da vida na casa de Deus.Os idosos e os enfermos no querem que o pregador apele para a compaixo, mas querem ser compreendidos. No querem ser tratados infantilmente, como se fossem crianas ou dbeis mentais, mas querem ser tratados com dignidade e carinho.Tanto o tom quanto o contedo das homilias deve ser suave, amvel, esperanoso e sempre carinhoso.Deixar-lhes ver como podem ajudar os seus netos com o seu exemplo e a sua f, e, se estiverem doentes, que ofeream as suas dores pela Igreja, pelo Papa, pelas vocaes e pela humanidade necessitada.

Com religiosas e sacerdotesDeve ser profunda, com certa originalidade ao tratar os temas, porque so pessoas j cultivadas, no podem estar escutando sempre os temas do mesmo modo.O pregador tem que ter muita uno.Valorizar a sua entregra ao Senhor para que cresam no seu amor a Cristo e estejam orgulhosos de pertencer a Ele.Ajudaria muito apresentar-lhes os Santos Padres e os documentos da Igreja unidos ao assunto que est sendo tratado.Tm que ser homilias e palestras, de preferncia, breves, mas densas, positivas, motivadoras, e com um tom cordial, alegre e cheio de bondade.

Com os pobres e necessitados o pblico mais receptivo e amvel que ns temos, o mais gratificante, e o que mais enche o nosso corao de alegria, simpatia e profundo amor, como acontecia com Jesus. Eles nos evangelizam em cada pregao que damos. Seus olhos atenciosos, seu sorriso sincero, seu abrao carinhoso, sua famlia numerosa... para ns um incentivo para a nossa fidelidade como Pregadores.Temos que falar-lhes com muita simplicidade, carinho, amor e clareza. Basta uma verdade tirada das leituras bblicas e explicada mais com o corao do que com a razo. Os pobres tm que sentir que so os mimados e privilegiados de Cristo e da Igreja.No esqueamos de apresentar algum exemplo da vida dos santos, que seja para eles um estmulo para as suas prprias vidas.A cada semana ele tm que levar algo, no s no corao, mas tambm nas mos, como manifestao da caridade da comunidade paroquial.

O que o pregador deve fazer:Em segundo lugar, o pregador tambm tem que escutar a comunidade qual vai pregar.Toda pregao tem que ter em conta duas coisas: a mensagem bblica e a situao dos ouvintes.

Depois de ter analisado os diferentes tipos de ouvintes que temos, dediquemos umas linhas para a figura do pregador.

O Pregador Sagrado

O que que um pregador tem que fazer antes de pregar?Em primeiro lugar, deve escutar a Palavra de Deus, pois a onde toda a instruo crist, e em lugar privilegiado a homilia, recebe da Palavra da Escritura alimento saudvel e por ela d frutos de santidade (Conclio Vaticano II, Dei Verbum 24). Voc pode seguir estes passos:Pegue o texto bblico e leia: tem que ser uma leitura na f e a partir da f: o pregador se aproxima do texto na f da Igreja, num tempo litrgico, num momento determinado da vida eclesial e no meio das tarefas pastorais da sua comunidade.Tambm ajudar um mnimo trabalho de exegese dos textos: o enfrentar-se cientificamente com o texto, para chegar at o sentido literal. O sentido literal (humano) consegue chegar ao que o autor sagrado quis expressar, no seu contexto histrico, seus destinatrios e o gnero literrio empregado. Para a exegese o pregador tambm pode se ajudar de comentrios desse texto bblico: Tal comentrio no ser muito prolixo, nem deve se perder nos detalhes, mas aproximar-nos do contexto histrico e do sentido do texto. Mas no posso ficar s com isso.O pregador tem que encontrar o significado mais profundo dos textos, o seu alcance espiritual. E isso se consegue atravs da prpria meditao pessoal dos textos. " dentro da letra, na profundidade do sentido literal, que deve buscar-se o sentido espiritual do texto sagrado (Incio de Potterie, "A interpretao da Sagrada Escritura"). Portanto, necessrio chegar nosentido espiritual (divino) do texto sagrado, no que Deus queria dar a conhecer com essas palavras do autor sagrado. Este o sentido que mais nos interessa na pregao, e se consegue chegar a ele quando se lem e se meditam esses textos bblicos sob a influncia do Esprito Santo no contexto do mistrio pascal de Cristo e da vida nova que provm dele. Como pregador me interessa o sentido literal (exegese) em ordem ao sentido profundo espiritual para que seja alimento para os ouvintes. Dessa forma passa-se do ento para o hoje. Isso a pregao.Por isso, ningum mais que o pregador deve ser um ouvinte da Palavra de Deus to pontual e disposto. A Palavra de Deus vai penetrar primeiro no pregador. Este conhecimento ruminante e sapiencial da Escritura o que mais precisamos como pregadores, e o que mais nos dar luz e foras para o caminho, tanto para ns (para no ficar falando ideias pessoais ou cair na vaidade) como para os que nos escutam. Sem meditao, a pregao torna-se um produto da mesa de despacho, que deve ser derramado sobre o povo desde o plpito. Na meditao se experimenta a fora viva do texto. Somente quando o pregador se deixou interpelar pelo texto, pode convidar tambm a sua comunidade. Trata-se de fazer passar o sentido da pgina sagrada prpria vida e vida dos fieis. A meditao a ponte na qual se encontram a Palavra de Deus e o homem de hoje. Todo pregador deveria dizer o mesmo que So Joo: O que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos... ns vos anunciamos (1Jo 1, 1-3). Dom ngel Herrera dizia que as homilias devem aquecer-se no Sacrrio e na orao... a Palavra de Deus, seja qual for o tom, o lugar e o auditrio, no pode ser servida fria (A Palavra de Cristo, I, 67) .Em suma, como dizia D. Bonhoeffer, o pregador deve encontrar-se com a Palavra de Deus: na mesa de estudo, preparando seriamente seu ministrio com a ajuda dos oportunos subsdios e comentrios; no reclinatrio, orando a Palavra que vai pregar, de modo que no somente saiba falar de Deus, mas antes de mais nada fale a e com Deus na sua orao pessoal; e finalmente no plpito, deixando que no momento mesmo do seu ministrio ressoe nele mesmo, antes que nos seus irmos, o que Deus nos comunica.

A figura do pregador

Nenhum pregador pode pregar-se a si mesmo, mas tem que dar testemunho da Palavra de Deus, que se fez homem e habitou entre ns. A dupla tarefa do Pregador de acordo com Orgenes ser: aprender de Deus lendo as Escrituras divinas, meditando-as frequentemente e ensinando-a ao povo. Mas, que ensine o que aprendeu de Deus, no do seu prprio corao ou num sentido humano, mas o que ensina o Esprito (In Num hom., 16, 9).O pregador servidor da Palavra para que se realize o grande encontro no s entre ele mesmo e os ouvintes, mas, principalmente, entre Deus e os ouvintes atravs dele. A pregao tem que ser um meio para que uma comunidade, e cada um dos seus membros em especial, seja ouvinte da palavra. Tem que falar disso envolvido pessoalmente e no distante, indicando um caminho e no somente informando. No basta proporcionar frases corretas teologicamente. Entre uma teologia bem aprendida e uma profunda convico pessoal h uma grande diferena.

Caractersticas do pregador

O pregador da mensagem crist um enviado. Recebeu a incumbncia desse ministrio, como aconteceu com os profetas; no uma distino mas uma responsabilidade, da qual no podemos escapar, como alguns profetas gostariam[1]. Por isso tem que ser um administrador fiel (cf1 Cor 4, 2), porque no anuncia a sua prpria mensagem, mas a do outro. Neste caso, a de Deus e da Igreja. A misso permanece em ns apesar da nossa debilidade.

O pregador da mensagem crist uma testemunha. Exige-se do pregador no somente a fidelidade externa ao contedo da mensagem, mas tambm a entrega pessoal Palavra. No pode haver uma contradio entre a sua palavra e a sua vida. O pregador tem que ser sempre testemunha da sua f pessoal, se no quer que a sua palavra seja ao final uma palavra vazia, no digna de crdito. A primeira testemunha que se requer do pregador a da sua lealdade absoluta da sua humildade diante de Deus, da sua renncia a si mesmo para ser porta-voz de uma verdade que no lhe pertence. A pregao a interpretao e a transmisso do ouvido. Por isso, a testemunha dar aos seus ouvintes parte do que para ela significa a Mensagem e da sua experincia pessoal com esta. O pregador transmite a mensagem crist no somente com as suas palavras, mas principalmente com as suas obras.

O pregador da mensagem crist um tradutor. A mensagem de Deus proferida num outro tempo, em outras circunstncias sociais e culturais em uma determinada situao histrica, e a alguns ouvintes historicamente determinados... essa mensagem o pregador tem que traduzir para o mundo de hoje. Tem que traduz-la com toda exatido, porque em toda traduo existe o perigo da traio (traduttore...traditore). No pode ajustar o contedo da f, mas a forma de transmit-la. Joo Paulo II nos convidava a novos mtodos, nova expresso, nova fora, novo entusiasmo... mas no novos contedos.

O pregador da mensagem crist um comentador. O pregador tem que comentar, explicar, aplicar s necessidade correspondentes, situao histrica do mundo, aos fieis concretos que tem pela frente. O pregador um humilde servidor da palavra revelada. O melhor que pode fazer apresentar aos fieis a palavra revelada da Escritura de um modo que a possam entender. No us-la como apoio e trampolim para os prprios pensamentos e ideologias, ou at mesmo como ornamento da eloqncia do pregador.

Atitudes que favorecem a comunicao do pregador

Primeira, a aceitao incondicional do outro. S assim pode haver comunicao. S assim o ouvinte no ser usado como um meio ou objeto para se atingir um fim. S assim o ouvinte escutar o pregador e o aceitar. Os ouvintes no so inimigos do pregador, mas seus irmos. Assim foi Jesus. O pregador no est acima de ningum. Ele um irmo mais velho que tenta explicar com carinho a palavra de Deus e coloca disposio dos seus irmos menores o que ele aprendeu. No uma autntica obra de misericrdia?

Segunda, a compreenso emptica. Colocar-se na pele do outro para ver o mundo com os olhos do outro. Os ouvintes esperam do pregador que no haja nada verdadeiramente humano que no ecoe no seu corao. Esperam compreenso das alegrias e das esperanas, das tristezas e das angstias dos homens do nosso tempo, em especial dos pobres e de todos os que sofrem (GaudiumetSpes, 1).

E terceira, a autenticidade. O pregador tem que se mostrar do jeito que ele . Para ser autntico, no basta um pr-aquecimento na preparao imediata da prdica; necessria uma experincia da vida sacerdotal. O ouvinte pode aceitar tanto melhor a mensagem da pregao quanto mais o pregador estiver vivendo o que prega, com autenticidade. No se trata de falar do que foi lido, mas do que foi vivido. Ningum d o que no tem. O lema do cardeal Newman era: Cor ad cor loquitur, o corao fala ao corao.

Idades do pregador.

O pregador jovem. O primeiro perigo, normal, a falta de material e, por consequncia, o palavreado vazio. Outro perigo a escassa maturidade. As vantagens da juventude so o fogo, a intensidade e a energia. A entrega se aprende na juventude. Por isso, urge que o pregador jovem prepare a fundo as suas prdicas, com bons comentrios de Santos Padres ou de autores provados em homiltica.

O pregador maduro. A maturidade preserva da exaltao juvenil e da resignao da velhice. As vantagens da idade adulta so a maturidade crescente e a fora tranquila, recolhida. As pregaes se tornam mais profundas e mais ricas, graas experincia que se tem das alegrias e das esperanas, das tristezas e das angstias dos homens do nosso tempo. O perigo est na rotina e no estancamento, que impedem renovar-se nas ideias e na forma de diz-las.

O predicador ancio. Com a velhice, comea o perigo do cansao. Prega-se com base no passado, no no presente. O pregador ancio no deve parecer cansado, mas bondoso; no senil, mas sbio.Quero terminar esta parte sobre o pregador com este texto que encontrei, chamado O declogo do pregador[1]:1.No subas ao plpito sem saber o que vais dizer. E quando tiveres dito, desce: no te prolongues inutilmente.2. Traa o roteiro do que vais dizer: no papel ou na cabea.3.Procura despertar no ouvinte o interesse pelo que dizes, ou ele se desligar da tua pregao.4.Quanto disseres, seja proveitoso para o ouvinte. A misso do pregador no entreter, mas evangelizar.5. A brevidade no o supremo dos valores: no devemos sacrificar o importante em prol do breve. Mas verdade que o bom, se breve, bom em dobro.6.Fala com naturalidade: o teatral pode repelir.7. Procura falar de modo que todos te entendam, mas com toda a preciso para que os cultos aceitem o que dizes.8. Para comunicar uma ideia, necessrio que estejas convicto dela: no pregues o que no vives.9. Se te serves de aparatos tcnicos, preocupa-te de que funcionem perfeitamente. um desprestgio para o evangelho usar aparelhos ruins enquanto o mal se difunde com tcnica excelente. A boa tecnologia pode e deve ser posta a servio da evangelizao.10. No pretendas jamais o teu sucesso pessoal, e sim o bem das pessoas. O xito deve ser apenas para facilitar a evangelizao.

Condies essenciais do pregador.

Ser pregador implica dois elementos, um objetivo e outro subjetivo. Expliquemos ambos.Primeiro, o elemento objetivo, que se baseia na misso. O ministrio da pregao no se baseia, em ltima instncia, nem na cincia teolgica, nem na comunidade e na sua aprovao, como tampouco na f pessoal do pregador ou na sua capacidade de pregar. A pregao se fundamenta primariamente na misso e na vocao da Igreja, e, secundariamente, no carisma do pregador.Segundo, o elemento subjetivo: a competncia do pregador. O pregador um mediador. Entendemos por competncia o conjunto de capacidades que so de se desejar naquele que desempenhar a tarefa da pregao.

Quais so essas capacidades e competncias?Primeiro, a competncia jurdica. O pano de fundo deste conceito a organizao social, o sistema social de distribuio do trabalho, em que h diferentes papis e correspondentes incumbncias a ser respeitadas. O pregador sagrado tem a competncia jurdica, um cargo pastoral, uma misso cannica, uma nomeao como representante da Igreja.Segundo, a competncia profissional. Competncia significa, aqui, o conhecimento de certa cincia ou matria, a especializao ou aptido no tema a ser desenvolvido. O pregador sagrado deve ter esta competncia profissional, deve conhecer a tradio crist e, a partir da interpretao da Sagrada Escritura, saber iluminar as situaes humanas.Terceiro, a competncia comunicativa. Pressupe uma competncia pessoal. Significa que o pregador tem que estar repleto de Deus para transmiti-lo ao povo cristo. Quem mais pleno estiver de Deus, mais o comunicar.

Dimenses da formao homiltica no pregador.

Primeiro, a dimenso intelectual. O fundamento da eloquncia, afirma o clebre orador romano Ccero, como o de qualquer outra cosa, a sabedoria. O que o orador latino chama de sabedoria o que ns poderamos chamar de bom senso. O estudo proporciona ao pregador os conhecimentos necessrios e o familiariza com o estado atual da pesquisa teolgica. o que chamamos de competncia profissional: conhecimento da tradio da Igreja, da Sagrada Escritura, da teologia, do mundo de hoje, etc.Segundo, a dimenso pastoral. Trata-se de conquistar segurana nos objetivos para com as pessoas confiadas a mim.Terceiro, a dimenso humana. A pregao pregao para pessoas. Portanto, o pregador tem que se preparar para esta comunicao com os outros. Ser de grande ajuda manter sempre a proximidade com as pessoas, com simplicidade e humildade, e dialogar com elas com franqueza e respeito.Quarto, a dimenso espiritual. Esta a dimenso que d profundidade s outras. A dimenso espiritual implica ver tudo com os olhos de Deus e dar respostas a partir de Deus para todas as situaes e problemas pessoais e comunitrios.So Toms recopila as vrias imagens com que a Escritura designa o pregador: O apstolo denomina com diversos nomes o ofcio do pregador, posto que o chama, em primeiro lugar, de soldado, pois ele defende a Igreja contra os inimigos; em segundo lugar, vinhateiro, j que poda os sarmentos suprfluos; tambm pastor, pois apascenta os sditos com o bom exemplo; boi, porque em tudo deve proceder com gravidade; arador, posto que tem de abrir os coraes f e penitncia; (...) arquiteto do templo, dado que h de construir e reparar o edifcio da Igreja; e, finalmente, ministro do altar, pois h de desempenhar um ofcio grato a Deus (In I ad Cor., c. 9, leit. 1).

A importncia da linguagem...

necessrio trabalhar a linguagem da pregao no rebaixar a Palavra de Deus. Por isso, temos que usar:- Uma linguagem popular, no popularesco, trivial ou vulgar. Ou seja, uma linguagem que as pessoas entendam; uma linguagem adequada ao momento atual.- Uma linguagem inteligvel, simples, viva e concreta, que ao mesmo tempo fique longe dos tecnicismos e das palavras rebuscadas filosficas ou teolgicas, como tambm da trivialidade e da anedota barata.- Um tom direto, familiar, cordial, persuasivo e gil que mantenha o interesse dos ouvintes, no tanto pelos recursos oratrios do orador, mas pela convico e autenticidade que o pregador consegue comunicar.Distingamos os vrios nveis da linguagem...

Existem trs nveis de linguagem:Primeiro, o nvel sinttico: significa clareza, preciso, exatido, uso correto da lngua (cf. 1 Cor 14, 9ss; 1 Cor 14, 19). A exigncia por clareza ainda mais imperiosa na pregao do que na conversao, porque na Igreja ningum pode fazer perguntas durante a homilia. Outra coisa uma palestra em uma sala de aula ou auditrio, onde o pregador d oportunidade para perguntas. Os ouvintes geralmente do a entender com certas reaes se entenderam. Se a reao no aparece, necessrio repetir e dar voltas e mais voltas at que aparea, mas preciso passar imediatamente para outro tema, o que ser evidentemente impossvel para aqueles que recitam um sermo literalmente preparado e aprendido de memria. O fim de toda pregao sempre abrir o sentido, embora para isso s se tenha disponvel uma chave de madeira; se de ouro, muito melhor, desde que entre na fechadura (cf. Santo Agostinho, De doctrina christiana 10, 25-11, 36). Para isso ajudam esses conselhos:- A construo da frase: frases curtas, porque o ouvido humano s consegue captar frases de um determinado comprimento.- A voz ativa: em vez da voz passiva. Assim, o ouvinte poder identificar-se com essa voz.- Palavras concretas: suprimir as palavras abstratas e substitu-las por palavras concretas. Em vez de falar de solidariedade (palavra abstrata), falar desse rei solidrio, dessa pessoa solidria (algum especfico).- Os adjetivos: no abusar deles, porque no redao estilstica nem literria.Segundo, o nvel semntico: se a linguagem foi feita para o homem e no o homem para a linguagem, ento deve-se evitar na pregao termos que sejam teis na teologia, mas que os ouvintes no entendem. A linguagem da pregao requer a linguagem da vida cotidiana para que as palavras teolgicas sejam uma ajuda para ela. Jesus utilizou na sua pregao imagens e comparaes tomadas do mundo que lhe rodeava para que os ouvintes pudessem entender a mensagem divina.Finalmente, o nvel pragmtico: a linguagem da pregao deve conduzir posies de vida, vida prtica. Ou seja, toda pregao deve ajudar mudana da vida ou a melhor-la. muito importante que cada reflexo que faamos tenha aplicaes para a vida do ouvinte.

Pregao ou palestra apologtica

Agora, darei um passo a mais na explicao dos vrios tipos de pregao que faremos. Vamos explicar o que um tema apologtico.

Em primeiro lugar, o que e qual a finalidade da apologtica? A apologtica a parte da teologia que procura explicar o que acreditamos e fazemos como catlicos e, tambm, expe os erros para proteger a integridade da f. Com esse tema apologtico pretendemos defender a prpria f diante de muitos incrdulos e agnsticos que negam ou atacam essa verdade bblica, teolgica, moral, filosfica ou cientfica. Pretendemos tambm defender essa f diante de quem nos pede razes dela. No somente mostrar o erro dos cticos e hereges, mas especialmente traz-los luz de Cristo para que assim, abram-se salvao. No obrigo ningum, simplesmente proponho-lhes esta verdade e a defendo.Em segundo lugar, quais so as qualidades ao dar um tema apologtico?Os argumentos devem ser retirados da filosofia, teologia, dogma, cincia e da experincia.Esses argumentos devem ser especificados com ordem e estrutura, com fora e convico, agilidade e ironia. E sempre em dilogo com o ouvinte que est presente a. Temos que t-lo em brasas todo o tempo.Mas tambm expressando tudo com mansido e bondade, sem ser rude, agressivo, furioso e desrespeitoso.Alguns dos temas mais tpicos da apologtica so estes: a Igreja no santa, as riquezas da Igreja, os Evangelhos so autnticos ou no, o celibato dos padres, a Igreja Catlica a verdadeira Igreja fundada por Cristo, a Igreja apoia a cincia, a ideologia de gnero no moralmente aceitvel, mulheres sacerdotes: sim ou no, todas as religies so iguais ou no, e mil e outros temas ...Em terceiro lugar, aqui est um exemplo de um tema apologtico. Tema: quero defender o celibato dos padres. Em primeiro lugar, Sr. X, voc no sabe que o celibato um dom de Deus que o d a quem ele quiser...? E agora a hora de explicar esse dom do celibato com argumentos teolgicos, bblicos e da Tradio da Igreja. Em segundo lugar, Sra. X, voc queria que os padres fossem casados porque no entendia o celibato, saiba que alm de ser um dom de Deus tambm uma opo desse homem escolhido por Deus que sente esse chamado de ser sacerdote. Ningum obriga o sacerdote a ser clibe. Terceiro, voc jovem que me perguntou sobre o motivo do celibato, saiba que muito oportuno viver assim como clibe para que esse sacerdote esteja disponvel 24 horas, assim como Cristo que viveu clibe toda a sua vida; o sacerdote outro Cristo. Portanto, lgico que o padre viva como Cristo. A Igreja catlica nos confirma nestes documentos que o sacerdote catlico tem que abraar livremente o carisma do celibato: sacerdotaliscoelibatus do Papa Paulo VI... Santo Tomas de Aquino faz essa bonita comparao para explicar o carisma do celibato. Deus dar as foras para que esses sacerdotes sejam fieis a esse dom e mistrio do celibato.Hoje nos corresponde explicar o discurso ou palestra demonstrativa. J vimos o discurso explicativo, o discurso persuasivo e o discurso emotivo.Toda palestra ou discurso demonstrativo est dirigido especialmente razo. Lembrem-se que a palestra ou discurso explicativo estava dirigido sobretudo mente que queria explicao clara. A palestra persuasiva se dirigia vontade que pedia motivos fortes. A palestra emotiva sensibilidade para comov-la. Esta agora, razo.Em todo discurso demonstrativo queremos demonstrar uma verdade para que os ouvintes se convenam, desterrando seus prejuzos tericos ou prticos. Aqui o pregador usa argumentos e silogismos para que a razo do ouvinte derrube os muros dos prejuzos. importante este discurso porque existem prejuzos mentais e afetivos, por trs dos quais pode-se esconder uma atitude de vida contrria a Deus e sua santa Lei. Por isso, muitos no querem mudar de vida. J dizia Santo Agostinho que alguns negam a Deus porque lhes convm que no exista para continuar fazendo o que quiserem.I - Primeiro, coloquemos as caractersticas deste discurso demonstrativo:Com sempre tenho que dar um nico tema, de forma razovel, desenvolvido em dois ou trs aspectos lgicos, estruturados e contundentes.Tenho que demonstrar tudo com fortes e slidos argumentos cientficos, filosficos e teolgicos que desfaam os preconceitos mentais ou afetivos do ouvinte.Tenho que pronunci-lo com grande fora argumentativa, agilidade, ironia. Normalmente so pessoas muito inteligentes que nesse momento esto me escutando.Tenho que dar exemplos que provem essa verdade que estou demonstrando.E, no final, sempre aconselhvel dar uma citao de um Santo Padre sobre o assunto, porque citar um Santo Padre como subir em ombros de gigantes.II - Em segundo lugar demos agora o esquema de todo discurso demonstrativo:Uma introduo firme, forte, decidida, colocando o problema existencial, filosfico ou teolgico. Ajuda dar algumas estatsticas ou colocar um caso concreto.Proposio clara, enunciando as provas que depois demonstrarei com vigor, contundncia e convico.Desenvolvimento do tema com silogismos cientficos, filosficos e teolgicos, bem provados e com exemplos.Uma concluso clara e contundente. O ouvinte tem que sair com a mente bem clara. Que aceite ou no essa verdade que o pregador exps, outro tema, porque o orador no pode obrigar ningum.III - Em terceiro lugar, ofereo-lhes o esquema de um possvel discurso demonstrativo. Quero demonstrar a existncia de Deus. Primeiro, Deus existe, amigo, e a cincia nos d a razo (trazer aqui argumentos cientficos que provem isso). Segundo, Deus existe, e a filosofia apoia essa afirmao (explicar as provas da existncia de Deus dos grandes filsofos). Terceiro, Deus existe, assim o prova tambm nosso corao feito para Deus, como nos dizia Santo Agostinho no comeo do seu livro Confisses. Por tanto, Deus sempre existir, acredite ou no acredite, porque a existncia de Deus no depende de voc.

Pregao ou palestra explicativa

Gostaria de explicar uma verdade da f, da liturgia ou da moral, para que os ouvintes a entendam bem. Aqui o pregador lana mo da explicao clara, ordenada e estruturada para que a inteligncia do ouvinte entenda. Trata-se de uma palestra explicativa ou discurso explicativo, dirigido principalmente mente dos ouvintes para que entendam esse tema.Esta pregao tem a sua importncia: hoje mais do que nunca precisamos de discursos explicativos por causa da ignorncia religiosa que se espalha por toda parte. No suponhamos que as pessoas sabem estas verdades.Tambm esta pregao exige umas qualidades: Somente um tema. Desenvolvido em trs ou quatro aspectos claros, interessantes, estruturados, lgicos e com certa originalidade na abordagem.

Proponho este esquema para um discurso explicativo:Uma introduo atraente: com alguma estatstica, um exemplo, uma notcia, um fato histrico sobre essa questo.Um proposta breve que resume em duas linhas o que ser desenvolvido posteriormente.Um desenvolvimento do tema estruturado, claro, progressivo e com exemplos e ritmo oratrio. A clareza se consegue explicando alguns destes pontos: importncia do tema, definio, classes ou tipos, obstculos, meios e frutos. Ajuda tambm aqui trazer tona um exemplo, uma imagem, uma anedota que faa esse tema agradvel e fique gravado na mente. Usar uma linguagem clara, simples e sempre expressiva, nunca montona.E uma breve concluso que resume o que foi dito e exorta a viv-lo.Exemplo de um esquema de discurso explicativo sobre o matrimnio que dei em Los ngeles e as pessoas que me escutaram no esqueceram esta imagem que usei: Queridas famlias, convido-lhes a construir seu edifcio matrimonial tijolo a tijolo. (1) Em primeiro lugar, vejamos os fundamentos desse edifcio matrimonial: orao, sacramentos, piedade... (2) As paredes deste edifcio tm que ser slidas para suportar os ventos e os terremotos das dificuldades: amor, dilogo, compreenso, perdo... (3) Este edifcio tem que ter algumas janelas grandes que tragam luz ao nosso matrimnio: sinceridade, transparncia e fidelidade. (4) No se esquecer de colocar uma antena parablica que saiba captar as ondas: vigilncia para que no entrem ladres. No dia da morte vocs esto colocando o ltimo tijolo...Outro exemplo de esquema explicativo mais simples sobre o tema da humildade: (1) Vejamos a importncia da humildade. (2) Definamos a humildade: virtude que surge da temperana e nos coloca no nosso justo lugar. (3) Classes de humildade: falsa humildade e verdadeira humildade. (4) Inimigos da humildade: soberba, vaidade... (5) Campos para ser humildes: com Deus, com os outros, conosco mesmos. (7) Meios para alcanar a humildade: meditar nos atributos de Deus, meditar em suas prprias misrias. (8) Frutosda humildade em nossa vida: Deus me abenoar, os outros me aceitaro com mais facilidade e sentirei uma grande paz interior. Terminemos com o exemplo de algum santo que viveu de modo especial da humildade. Esta palestra pode ser desenvolvida em dois dias.

Discurso emotivo.

Toda palestra ou discurso emotivo se volta especialmente sensibilidade, afetividade e sentimentos dos ouvintes: eu quero faz-los sentir uma determinada verdade, para que eles se emocionem, se sensibilizem e, como resultado, ajam.Lembrem-se de que a palestra ou discurso explicativo se volta principalmente mente. A palestra persuasiva se volta vontade. E a palestra emotiva se volta principalmente sensibilidade. uma palestra muito propcia em determinados momentos do ano: Natal, Semana Santa, casamentos, aniversrios, missas de exquias, discurso na formatura do filhoPrimeiro, vamos s caractersticas deste discurso emotivo:- Devo desenvolver, como sempre, apenas um tema, de forma vvida, aprofundando dois ou trsaspectos lgicos e estruturados.- Devo suscitar diversos sentimentos conforme as circunstncias: alegria ou tristeza, temor ouconfiana, amor ou desafeto, atrao ou averso.- Devo fazer uso, como tambm no discurso persuasivo, dos famosos tpicos do filsofogrego Aristteles: quem, o que, quando, onde, por qu, para qu, quantas vezes, como(quis, quid, quando, ubi, cur, ad quid, quotiens, quomodo).- Devo pronunci-lo com emoo e carga afetiva. O poeta Horcio dizia: Se queres que eu chore, tens que chorar primeiro (Si vis me flere, dolendum est primum ipsitibi).- Devo evitar a ternura barata e os pargrafos patticos de oratria fora de moda. Hoje mais emocionante contar um fato histrico, um exemplo bem narrado e com um protagonista concreto, do que usar muitas palavras dramticas e lgrimas fceis.- No final, sempre recomendvel citar um papa abordando o tema em questo, pois citar um Santo Padre subir em ombros de gigante.

Segundo, vejamos o esquema de todo discurso emotivo:- Uma introduo viva e emocionada, com estatsticas, exemplos, notcias, fatos histricos, contrastes. Tudo narrado com forte carga afetiva.- Um pargrafo estruturado e cheio de sentimento, que, na oratria, chamamos de proposio: nele eu especifico qual o fruto espiritual e interior que deve ser conseguido com esta palestra.- Desenvolvimento do tema em dois ou trs aspectos bem valorizados, desenvolvidos e visualizados.- Uma concluso ou perorao intensa, em que fao um breve resumo ou recapitulao do discurso.

Terceiro, sugiro o esquema de um possvel discurso emotivo.- Tema: o pecado machuca Deus.- Em primeiro lugar, o pecado machuca Deus, que teu Pai Que tristeza para Deus!- Em segundo lugar, o pecado machuca Cristo, que teu amigo ntimo Que ingratido!- Em terceiro ligar, o pecado machuca o Esprito Santo, que o doce hspede da tua alma... Que descaramento!- Por isso, afasta o pecado da tua vida e sente o quanto Deus fica feliz contigo, e sente, ao mesmo tempo, a felicidade e o amor de Deus dentro do teu corao.- So Joo Crisstomo tem um texto esplndido sobre este assunto. Vou contar para vocs o caso da menina santa Maria Goretti, mrtir da pureza, que preferiu morrer a ofender a Deus com o pecado.

Pregao ou discurso persuasivo.

Qualquer conversa ou discurso persuasivo dirigido particularmente vontade dos ouvintes para decidir ou fazer o que eu estou propondo, porque um bem que os realiza como homens, como cristos, como profissionais. Lembre-se que a palestra ou o discurso explicativo foi direcionado principalmente mente. Este ser direcionado vontade.Primeiramente, vamos s caractersticas do discurso persuasivo:Um nico tema persuasivo e convincente: Deixe as drogas... Confesse uma vez ao ms... V a missa todos os domingos ... Obedea a vossos pais ... Estude com responsabilidade e seriedade ... Faa apostolado ... Apoie financeiramente sua parquia ... Faa esporte todos os dias durante meia hora, etc ... ".Devo apresentar esse tema com duas ou trs razes fortes e convincentes tiradas da Sagrada Escritura, da histria, da experincia prpria ou de terceiros. A vontade s vai se mover se encontrar razes fortes para fazer ou deixar de fazer aquilo que o pregador prope.Devo dar peso e valor a estas razes com a fora do sentimento, desvendando alguns tpicos do famoso filsofo grego Aristteles: quem, o qu, quando, onde, por que, o que, como, muitas vezes, como (quis, quid, quando, ubi, cur, ad quid, quotiens, quomodo). O homem no s cabea ou vontade, mas tambm emoo e corao; por isso temos que tocar a sensibilidade do ouvinte para que sinta a verdade que estou propondo.Devo pronunci-lo com fora persuasiva, variao no tom de voz, com perguntas aos ouvintes, fina ironia, momentos de silncio e sempre enfatizando os aspectos positivos.Devo dar exemplos de santos ou pessoas exemplares no tema que estou dando.E, no final, sempre aconselhvel fazer uma citao do Santo Padre sobre o assunto, pois citar um Santo Padre como andar sobre os ombros de gigantes.

Segundo, vamos agora ao esboo do discurso persuasivo:Uma introduo atraente com estatsticas, exemplos, notcias, fatos histricos, comparaes. Desde o incio, lanar algumas objees que os ouvintes tm sobre o assunto a ser discutido, e depois o pregador vai dando as respostas.Desenvolver um pargrafo estruturado e vigoroso (na oratria chamado de "proposta"), onde termino com os motivos que irei provar e valorizar. Por exemplo: jovem, se voc estudar com responsabilidade (o meu fim), voc poder ter um futuro melhor e conseguir um timo trabalho (primeiro motivo), amadurecer como ser humano (segundo motivo) e certamente ir ajudar a humanidade com o resultado de seus estudos ( terceiro motivo), voc no acha?Desenvolvimento dos trs motivos que formulei nesse pargrafo ou frase: motivos que devem ser provados, avaliados e pronunciados com fora, vigor, variao de tom, nfase ...como indicado anteriormente.Uma concluso ou perorao em que se resume brevemente o discurso. Procure deixar uma frase curta ou chave, como um slogan.

Terceiro, ofereo um possvel esquema para os jovens sobre as drogas. Objetivo: jovem, deixe a droga o quanto antes. Motivos: primeiro, deixe as drogas, porque as drogas destroem o seu corpo fsico (dar estatsticas mdicas e cientficas para provar esse primeiro motivo) .... Eu conheo o caso de um jovem (comprovao de experincia) ...por que se drogava, quando usou drogas , quando experimentou ....? Em segundo lugar, deixe as drogas porque a droga destri sua psique ... Dr. X tem um estudo muito interessante sobre isso. Em terceiro lugar, deixe a droga porque a droga destri a sua famlia. Deus na Sagrada Escritura nos diz ... A Beata Madre Teresa de Calcut tem este maravilhoso texto sobre este assunto.

Pregao ou palestra apologticaVamos resumir um pouco os quatro tipos de palestras ou discursos explicados at agora e que normalmente utilizamos no nosso ministrio:Em primeiro lugar, o discurso explicativodestinado mente do ouvinte, no qual se explica ordenadamente as verdades da f.Em segundo lugar, o discurso persuasivo direcionado vontade do ouvinte, no qual se d motivos mais do que fortes para que ele decida a fazer o que proponho.Em terceiro lugar, o discurso emotivo direcionado sensibilidade e emoo, no qual tenta-se comover o corao frente uma verdade.E em quarto lugar, o discurso demonstrativo dirigido razo, no qual se dar provas filosficas, teolgicas e cientficas para demonstrar uma verdade de f, de razo ou de cincia.