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Importância do Exercício Físico no DM
Contribui para a melhora do estado glicêmico, diminuindo os fatores de risco relacionados às doenças cardiovasculares. (American College Of Sports Medicine & American Diabetes Association, 2000; Forjaz et al., 1998)
Melhora a captação da glicose pelos tecidos, pois aumenta a permeabilidade da membrana citoplasmática, potencializando a ação da insulina, podendo ser possibilitada, inclusive, uma redução na quantidade de medicação necessária para manutenção dos níveis glicêmicos.
(BORGHOUTS e KEIZER, 2000; CHIBALIN et al, 2000; BERNE e LEVY, 1996; FORJAZ et al, 1998; MARTINS, 2000; COLBERG, 2000; McMURRAY et al, 2000).
Este efeito de tendência redutora da glicemia sanguínea se prolonga por em torno de 48 horas e é um efeito agudo e não crônico em decorrência da atividade. Por esta razão, insiste-se na importância de que atividades físicas sejam feitas de
forma regular e constante pelo menos três vezes na semana. (GOBATO e DULLIUS, 2001; SIGAL et al, 1999; TAKAHASHI et al, 1997;
PEIRCE et al, 1999; GORDON et al, 2000; LUNDSTROM et al, 1997).
Fortalece todo o sistema cardiovascular e aumenta a circulação sanguínea periférica, o que favorece o controle glicêmico e da PA e aumenta o fluxo sanguíneo nos tecidos, algo para o diabético fundamental, pois, devido à hiperglicemia, há uma tendência a microvasculopatias que podem levar a complicações.
(PETERSON, 1980; HORNSBY, 1994; ALBRIGHT, 2000; SILVEIRA N., 2000;
CANCELLIÉRI, 1999; FORJAZ et al, 1998; MERCURI e ARRECHEA, 2001; PETRELLA, 1999; BLAIR et al, 1999; BEAMER, 2000; GSEDNu, 1998)
Recomendação
Em alguns pacientes com DM é necessária a realização de um teste de esforço antes do início de um programa de exercícios:
Tabela 2 – Avaliação do paciente com DM antes do início do programa
de exercício
Recomendações para teste de esforço em DM
Sedentarismo com um dos seguintes fatores de risco:
- Idade > 35 anos com ou sem outros fatores de risco cardiovascular,
além de DM
- Idade > 25 anos e > 15 anos de DM1 ou > 10 anos de DM2
- Hipertensão arterial
- Dislipidemia
- Tabagismo
- Nefropatia, incluindo microalbuminúria ou insuficiência renal
- Retinopatia proliferativa e pré-proliferativa
- Neuropatia autonômica
- Na ausência de contraindicação, em todos os indivíduos com DM, para
obtenção da FCmax, determinar os objetivos de intensidade e a
capacidade funcional (Sigal et al.) (grau B2, nível 4).
1- Tipo de exercício:
- aeróbico: caminhada, ciclismo, corrida, natação, dança
exercício de resistência é eficaz na melhora do controle
glicêmico em DM2
2- Frequência:
- 3 a 5 vezes por semana
3- Duração:
- 30 a 60min/dia ou 150min/sem. contínuos
4- Intensidade:
- moderada:
porcentagem da VO2 máx. (consumo máx. de O2): 40 - 60
porcentagem da FC máx. (FC máx., medida no teste ergométrico ou
calculada por 220 – idade): 50 - 70
Exercício Físico x DM1
O efeito do exercício na melhora da HbA1c ainda é controverso, porém deve ser indicado, pois reduz mortalidade cardiovascular e melhora a autoestima.
A resposta metabólica ao exercício dependerá de diversos fatores:
- Exercício: intensidade, duração e tipo
- Nível de performance
- Horário e conteúdo da última refeição
- Fatores específicos do indivíduo:
. Horário da última dose de insulina
. Tipo de insulina
. Controle metabólico
. Presença de complicações
. Fase do ciclo menstrual nas mulheres
maior risco: hipoglicemia
- pode ocorrer: durante, logo após ou horas após o final do exercício
- monitorização glicêmica é a base para adaptação do
tratamento ao exercício: deve ser realizada antes, durante
(duração > 45min.) e após o exercício.
Adaptação do tratamento:
1- Insulina:
- reduzir a dose da insulina ultrarrápida ou rápida da refeição anterior ao
exercício (diminui a necessidade diária de insulina exógena).
- reduzir a dose de insulina de ação intermediária ou prolongada ou a basal
da bomba, posteriormente ao exercício (quando este tiver duração maior que o habitual)
- usar insulinas ultrarrápidas para os bolos.
2- Carboidratos (CHO):
- CHO simples (balas, sucos, refrigerantes, soluções isotônicas): devem ser
usados diante de uma excursão glicêmica baixa e/ou hipoglicemia durante exercício.
- CHO complexo (barra de cereais): usado se o paciente não apresenta nem hipoglicemia, nem excursão glicêmica baixa.
Exercício Físico x DM2
Efeitos benéficos:
- melhora o controle glicêmico, reduzindo HbA1c, independente da
redução do peso corporal
- reduz o risco cardiovascular
- contribui para o programa de redução do peso
- melhora a autoestima
Recomendações gerais para DM1 e DM2
Exercício e hiperglicemia:
- glicemia > 300, paciente sente-se bem e a cetonúria é
negativa: pode fazer exercício (reduz a glicemia)
- glicemia > 250, com cetose: exercício deve ser evitado
Exercício e hipoglicemia:
- se o paciente usa secretagogo ou insulina: repor CHO se
glicemia < 100
- tratamento com dieta ou outros medicamentos: não é
necessário suplementação de CHO
Retinopatia:
- contra- indicado exercício aeróbico ou de resistência de alta
intensidade: risco de hemorragia vítrea ou descolamento de retina
- após fotocoagulação: início ou reinício do exercício após 3 a 6 meses.
Neuropatia periférica:
- associada à redução da sensibilidade em MMII: estimular
atividades como nadar, andar de bicicleta ou exercícios dos MMSS.
Neuropatia autonômica:
- pacientes devem ser submetidos à avaliação com
cintilografia miocárdica: apresentam resposta cardíaca menor ao
exercício, alteração da termorregulação, comprometimento da sede e
gastroparesia com retardo na absorção de nutrientes.
Microalbuminúria e nefropatia:
- sem restrições para realização de exercício
- importante realização de teste de esforço antes do início
de exercício mais intenso que o habitual: microalbuminúria e
proteinúria estão associadas à DCV.