Você não errou de seção.A Larissa Gargaro, nossaeditora digital, podia mesmoser capa das páginas de beleza.Mas ela não é atleta profissional,não é , nem vai dardicas de corrida. Lari(e outras cinco mulheres)mostram a satisfaçãode incluir nas suas rotinaspesadas um hobby – que elaslevam tão a sério quantoo trabalho PorNATHALIA FUZARO

Comovocêviveseutempolivre?

Os dias da nossa LariGargaro começam sempreassim: correndo, em Puntadel Este, no caso desteclique, ou no Parque do

Ibirapuera, em SP

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Por NATHALIA FUZARO

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Além de aliviar a pressão e diminuir o estresse davida cotidiana, explorar um lado B pode render maisbenefícios. Segundo a Dra. Ana Maria Rossi, psicólogae presidente da International Stress ManagementAssociation no Brasil (ISMA-BR), “você aprende acanalizar frustações e ansiedades, sente mais motivaçãoe grati�cação, e até desenvolve o network, pois pessoascom interesses em comum formam grupos”. Foi o queaconteceu com a nossa Lari: aos 15 anos, enquantofazia intercâmbio nos EUA, entrou para a equipe decross country (corrida) da escola para fazer amigos enão parou mais! “Em 2018 vou correr minha segundamaratona, em Boston, e pretendo evoluir cada vezmais no esporte, que me mantém saudável por dentroe por fora. É quando tiro a capa que visto no trabalho,na vida social e no dia a dia, e me sinto forte (física ementalmente), empoderada, leve e feliz”, celebra.

Para o ISMA-BR, classi�ca-se como hobby todaatividade realizada sem obrigação e remuneração,movida a prazer. “Por estar mais relaxada, a pessoaconsegue sair do piloto automático e acessar melhor suaconsciência, melhorando a memória, a concentraçãoe o raciocínio”, explica a psicóloga. Então vale, sim,estudar astrologia, ler tarô ou se dedicar a qualquerexperiência mística. “Recorro à ioga e à meditaçãoxamânica quando preciso me desligar do mundo e terideias diferentes, achar alguma resposta”, conta Isabela,que aprendeu as técnicas iniciais com sua tia, aos 13anos. “É como uma terapia para mim, que sou elétricae ansiosa. Pratico ao menos três vezes por semana,e isso me ajuda a segurar a onda.” Assim como ela,Marina também tem um lado B esotérico: a litoterapia(terapia com cristais), que alinha os chakras e repõe osminerais que estão de�cientes no corpo, equilibrandoas energias física, mental e espiritual. “Estudo sobre aspropriedades das pedras, lavo, deixo recarregar no sole na lua, e as carrego sempre comigo”, explica.

Mari,purificandoseus cristaisna cachoeirae, abaixo,

nossa Isa emtranse durantea meditação

Larissa Gargaro, 25 anos,editora digital daGlamour

Marina Cardoso, 29 anos, editorade arte, e Isabela Serafim, 24, repórterdigital, ambas daGlamour

ESPORTISTA

EQUILIBRADAS

Lari, exaustae feliz, apóscorrer suaprimeiramaratona,em PortoAlegre, em

junho passado.A dedicaçãorendeu atétroféu!

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Patty, munida deagulhas e lãs, em

seumemoment dodia: tricotando no

sofá, após o trabalho

Segundo um estudo publicado no Journal ofOccupational and Organizational Psychology, um hobbycriativo (como fotografar ou pintar) pode resultaremmais autocontrole e melhorar sua performanceno trabalho. Tese que se con�rma no caso de PatriciaBagattini: quase todas as noites, a executiva de modase dedica ao tricô por cerca de duas horas após oexpediente. “Aprendi comminha avó, ainda pequena,mas foi na faculdade que me apaixonei. Fiz todas asaulas extras possíveis sobre o assunto e tirei nota dezcommeu des�le de conclusão de curso da Parsons,faculdade emNY. As luxuosas lojas de departamentode Manhattan, Saks e Bergdorf Goodman, até quiseramcomprar a coleção”, lembra Patty. “Amo o que eu façoe não consigo imaginar minha vida sem trabalho, mas

Patricia Bagattini, 35 anos, CEO de umamarca internacional de luxo no BrasilCRIATIVA

preencho somente uma parte do meu coraçãoe da minha mente com ele. E tenho muitas gavetas:sou mãe, mulher, �orista, cozinheira, amiga... Achoimportante ter ummomento dedicado a mime à minha paz de espírito. Sem �car muito tempono celular. Gosto de exercitar a cabeça e me desa�arsempre, e com o tricô eu posso criar sem nenhumapressão. É também algo que me ocupa quandosinto que estou perdendo tempo, seja em um voo,aguardando uma consulta ou fazendo luzes.” Ela contaque se diverte em todo o processo, da compra das lãs eagulhas à escolha do modelo e, por �m, durantea arte de tecer. “Até quando viajo encaixo aulas comtricoteiras de lojas como a String, em Nova York.Além de aprender muito, ainda faço amizades!”

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Ponto fora da curva na moda de padeiras quesurgiu no ano passado, a editora de conteúdo – quejá cuidou do lifestyle da Vogue, aliás – ainda não sededica totalmente à cozinha, mas pode-se dizer queo que começou como hobby, agora virou carreiraparalela. “Fiz mestrado em História da Alimentaçãoem Barcelona por dois anos e depois curso dechef por um ano. De maneira orgânica, os potesde fermentação foram tomando conta da minhacozinha e do meu tempo livre. Aí, comecei a ensinarpara amigos, tudo de graça, na diversão mesmo.Passei a divulgar no Facebook, e as vagas acabavamem minutos. Inventei o nome, criei uma conta noInstagram, registrei um domínio e assim nasceu oPequeno Sítio, com o qual dou aulas hoje para gruposde dez pessoas (e cobro por isso!). Ensino as pessoas afazerem pães e outras fermentações (tipo kombucha,uma bebida à base de chá) na minha casa mesmo. São

dez horas por semana entre os pães que produzo paramim e os que faço para presentear, mas quando tenhoaulas esse tempo dobra.” Para Nana, que se divideentre São Paulo e viagens mundo afora por conta dotrabalho, ter outras paixões anima e energiza. “Medá muita alegria! Também me faz comer melhor, merelacionar com o alimento, conhecer pessoas incríveis.Eu amo trabalhar, mas não gosto de só trabalhar. Ficotriste em fases de sobrecarga extrema, acho que atéme torno menos interessante. Mas também não achoque seria feliz só na cozinha. É um pêndulo que meequilibra ter esses dois lados, essas duas vidas, essesdois jeitos diferentes de me conectar com o mundoe com as pessoas”, conclui.

A mineira por trás do@pequenositio em ação:Nana segura uma taça de kombuchae um pão, ambos ensinados por elaem aulas para dez pessoas

Nana Caetano, 39 anos, jornalistaGOURMET

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LIFESTYLE // HOW TO

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trabalhemos com ele.Solte a criança queexiste em você!

Se a palavra deordem é desacelerar,foque sua energia

em estudarautoconhecimento

ou em aulas tranquilas.

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