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Comparação do dispêndio energético e outros parâmetros metabólicos em duas modalidades de academia: Jump e Jump-Circuit. Dissertação apresentada com vista à obtenção do grau de mestre em Atividade Física e Saúde da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, ao abrigo do Decreto de Lei nº 74/2006 de 24 de Março. Orientador: Professor Doutor Gustavo Marçal Gonçalves da Silva Coorientador: Professor Doutor José Carlos Ribeiro Pedro Miguel Pinto Cunha Porto, 2013

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Comparação do dispêndio energético e outros parâmetros metabólicos em duas modalidades de

academia: Jump e Jump-Circuit.

Dissertação apresentada com vista à

obtenção do grau de mestre em Atividade

Física e Saúde da Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto, ao abrigo do Decreto

de Lei nº 74/2006 de 24 de Março.

Orientador: Professor Doutor Gustavo Marçal Gonçalves da Silva

Coorientador: Professor Doutor José Carlos Ribeiro

Pedro Miguel Pinto Cunha Porto, 2013

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Cunha, P. (2013). Comparação do dispêndio energético e outros parâmetros

metabólicos em duas modalidades de academia: Jump e Jump-Circuit. Porto:

P. Cunha. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: JUMP, JUMP-CIRCUIT, CALORIMETRIA INDIRETA,

DISPÊNDIO ENERGÉTICO, K4B2.

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FINANCIAMENTO Estudo realizado com apoio de equipamento proveniente do Projeto

PTDC/DES/104518/2008 da Fundação para a Ciência e Tecnologia, do

Ministério da Educação FCOMP-01-0124-FEDER-028619 (FCT: PTDC/DTP-

DES/1328/2012),

Esta dissertação foi realizada no Centro de Investigação em Atividade Física,

Saúde e Lazer (CIAFEL), uma unidade de investigação e desenvolvimento (I &

D) alojada na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (PEst-

OE/SAU/UI0617/2011)

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Dedico este trabalho às estrelas que

continuamente guiam o meu caminho:

Margarida, Manuel e Ana.

Obrigado!

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  V  

AGRADECIMENTOS

Aos meus orientadores, Professor Doutor José Carlos Ribeiro, e

Professor Doutor Gustavo Silva, pela paciência e dinâmica de trabalho que me

incutiram, pelas horas no gabinete em jejum, pela referência de qualidade de

trabalho com que me instruíram, e acima de tudo, pelo companheirismo,

dedicação e amizade com a qual me receberam.

Aos meus alunos dos ginásios Gaia Sport Center e Best FitForm, pela

paciência e entrega na recolha dos dados, porque sem vocês, este estudo não

seria possível.

Aos coordenadores dos referidos ginásios, Carlos e Anabela, pela

prontidão na cedência das instalações, e disponibilização de todos os recursos

imprescindíveis à realização deste estudo.

Aos meus amigos, pelo reconforto da sua amizade, em cada incentivo, e

incitamento ao ensejo de concretizar este projeto da minha vida.

À minha esposa, pela compreensão nas noites mal dormidas, no humor

turvado, e nos compromissos adiados, mas acima de tudo, pelo amor que me

revigora a cada minuto, hora e dia da minha vida!

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  VI  

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  VII  

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE FIGURAS  .................................................................................................................  IX  

ÍNDICE DE QUADROS  ...............................................................................................................  IX  

ÍNDICE DE TABELAS  ................................................................................................................  IX  

RESUMO  ....................................................................................................................................  XI  

ABSTRACT  .............................................................................................................................  XIII  

LISTA DE ABREVIATURAS  .....................................................................................................  XV  

LISTA DE SÍMBOLOS  ..............................................................................................................  XV  

FÓRMULAS E EQUAÇÕES  ....................................................................................................  XVI  

1. INTRODUÇÃO  ......................................................................................................................  17  

2. REVISÃO DA LITERATURA  .................................................................................................  21  2.1. ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E O CONTRIBUTO DOS GINÁSIOS  ........................................  21  2.2. CARACTERIZAÇÃO DAS MODALIDADES EM ESTUDO: JUMP E JUMP-CIRCUIT  ...........  28  2.3. DISPÊNDIOS ENERGÉTICOS PREDOMINANTES EM ATIVIDADES DE GINÁSIO  .............  40  

4. MATERIAL E MÉTODOS  .....................................................................................................  43  4.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA  ........................................................................................  43  4.2. CARACTERIZAÇÃO DO INSTRUMENTO  ................................................................................  43  4.3. CARACTERIZAÇÃO DA AULA DE JUMP  ...............................................................................  44  4.4. CARACTERIZAÇÃO DA AULA DE JUMP-CIRCUIT  ...............................................................  45  4.5. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS  .....................................................................................  47  4.6. PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS  ........................................................................................  48  

5. RESULTADOS  ......................................................................................................................  49  

6. DISCUSSÃO  .........................................................................................................................  53  

7. CONCLUSÕES  .....................................................................................................................  61  

8. BIBLIOGRAFIA  ....................................................................................................................  63  

9. ANEXOS  ..........................................................................................................................  LXXV  ANEXO 1 – NOMENCLATURA E DESCRIÇÃO DOS MOVIMENTOS UTILIZADOS DURANTE AS AULAS DE JUMP E JUMP-CIRCUIT  .........................................................................................  LXXV  ANEXO 2 – FICHA DE INFORMAÇÃO  ...................................................................................  LXXXIII  

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  VIII  

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  IX  

ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1: CARACTERÍSTICAS DO MINI TRAMPOLIM, E RECOMENDAÇÕES BASE, PARA AULA DE JUMP E

JUMP-CIRCUIT (FITPRO, 2004, 2005; PROMOFITNESS, 2010).  ................................................................  30  

ÍNDICE DE QUADROS QUADRO 1: RECOMENDAÇÕES PARA A QUALIDADE E QUANTIDADE DE EXERCÍCIO PRESCRITO.  ................  22  QUADRO 2: EQUIVALENTES EM MET PARA ATIVIDADES COMUNS CLASSIFICADAS COMO INTENSIDADES

LEVE, MODERADA E VIGOROSA (AINSWORTH ET AL., 2000).  ........................................................................  24  QUADRO 3: ESTRUTURA DA AULA DE JUMP E JUMP-CIRCUIT, DE ACORDO COM AS FASES DA AULA,

DURAÇÃO DAS MÚSICAS E DURAÇÃO DAS PAUSAS ENTRE MÚSICAS (PROMOFITNESS, 2010).  .......  33  QUADRO 4: RELAÇÃO DO QUOCIENTE RESPIRATÓRIO COM OS SUBSTRATOS ENERGÉTICOS UTILIZADOS

(MATARESE, 1997).  .....................................................................................................................................................  40  QUADRO 5: PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DE DIFERENTES MODALIDADES PRATICADAS EM GINÁSIOS.  ...  41  QUADRO 6: ESTRUTURA DA AULA DE JUMP.  ..................................................................................................................  45  QUADRO 7: ESTRUTURA DA AULA DE JUMP-CIRCUIT.  ................................................................................................  46  

ÍNDICE DE TABELAS TABELA 1: VALORES DESCRITIVOS (MÉDIA ± DP) PARA CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS

PARTICIPANTES DO ESTUDO DE ACORDO COM O GRUPO DE MODALIDADE.  ............................................  49  TABELA 2: VALORES DESCRITIVOS (MÉDIA ± DP) PARA CARACTERIZAÇÃO DOS PARÂMETROS

METABÓLICOS E ENERGÉTICOS EM EXERCÍCIO DE ACORDO COM O GRUPO DE MODALIDADE  ..........  50  TABELA 3: VALORES ESTIMADOS [MÉDIA (EP)] DOS PARÂMETROS METABÓLICOS E ENERGÉTICOS EM

EXERCÍCIO AJUSTADOS PARA A IDADE DE ACORDO COM O GRUPO DE MODALIDADE  ...........................  51  

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  X  

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  XI  

RESUMO

Atualmente, uma das principais incubadoras de atividade física são os ginásios

e academias, com uma variedade de modalidades apelativas, concentradas em

um único espaço. Com promessas de resultados mais ou menos

fundamentados na literatura, as modalidades em mini trampolim assumem-se

como uma das mais divertidas. Assim, o objetivo deste estudo foi, caraterizar a

intensidade de esforço e analisar os substratos energéticos recrutados durante

duas aulas distintas de Jump e Jump-Circuit, em ambiente não laboratorial e,

comparar os dois tipos de aula, verificando se a aula de Jump exige um maior

dispêndio energético e maior intensidade de treino, comparativamente com o

Jump-Circuit. Para tal, utilizamos uma amostra de 42 indivíduos praticantes de

Jump e Jump-Circuit (31.52±8.80 anos). O estudo implicou a realização de uma

aula de Jump ou Jump-Circuit, equipados com o ergoespirómetro portátil

COSMED® K4b2. Os procedimentos estatísticos contemplaram a comparação

entre grupos, através do teste-T independente de Student, e a Análise de

Covariância com ajustamento para a idade, com o nível de significância, para

todas as análises, estabelecido em 5%. Constatamos que em média, o grupo

que realizou a aula de Jump obteve valores mais elevados nas variáveis VO2

absoluto, VO2 relativo, MET e Dispêndios Energéticos, com diferenças

estatisticamente significativas (P<0.05) em comparação ao grupo Jump-Circuit,

mesmo com ajustes para a idade. Em relação ao RER, FC e percentagens de

utilização de substratos, não se verificaram diferenças estatisticamente

significativas. Pelos dados obtidos, podemos considerar a aula de Jump como

aquela que exige maior dispêndio energético e intensidade de treino, no

entanto, ambas as modalidades têm um recrutamento de substratos

energéticos semelhante.

PALAVRAS CHAVE: JUMP, JUMP-CIRCUIT, CALORIMETRIA INDIRETA,

DISPÊNDIO ENERGÉTICO, K4B2.

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  XII  

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  XIII  

ABSTRACT

Currently, one of the leading incubators of physical activity is the gym, with a

variety of modalities appealing and concentrated in a single space. With

promises of results more or less supported by literature, methods using mini

trampoline appear as one of the most fun to practice. Thus, the aim of this study

was to characterize the intensity of effort and analyse the energy substrates

recruited in two distinct classes of Jump and Jump-Circuit, in non-laboratory

environment, and compare the two types of class, checking if the class Jump

requires a higher energy expenditure and higher intensity training, compared

with Jump-Circuit. Therefore, we used a sample of 42 individuals and

practitioners of Jump and Jump-Circuit (31.52 ± 8.80 years). The study involved

the completion of a class of Jump or Jump-Circuit, equipped with a portable gas

analyser COSMED ® K4b2. Statistical procedures contemplated the

comparison between groups by independent T-test of Student and Analysis of

Covariance with adjustment for age, with the significance level for all analyses

set at 5%. We found that, on average, the group that conducted the Jump class

achieved higher values in the variables absolute VO2, relative VO2, MET and

Energy Expenditures, with significant differences (P<0.05) in comparison with

the Jump-Circuit, even after adjustments for age. Regarding the RER, HR and

percentages of substrate utilization, there were no significant differences. From

the data obtained, we can consider the class of Jump as the one that requires

greater energy expenditure and intensity of training. However, both modalities

have a similar recruitment of energy substrates.

KEY WORDS: JUMP, JUMP-CIRCUIT, INDIRECT CALORIMETRY, ENERGY

EXPENDITURE, K4B2.

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  XIV  

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  XV  

LISTA DE ABREVIATURAS

   

 

   

 

ATP Adenosina Trifosfato

ACSM American College of Sports Medicine

AHA American Heart Association

BPM’s Batidas por minuto

CP Fosfocreatina

DP Desvio Padrão

DE Dispêndio Energético

FC Frequência Cardíaca

HR Heart Rate

IMC Índice de Massa Corporal

MET Metabolic Equivalent of Task

NASA National Aeronautics and Space Administration

OMS Organização Mundial de Saúde

QR Quociente Respiratório

RER Respiratory Exchange Ratio

RM Repetição Máxima

VO2 Volume de Oxigénio

LISTA DE SÍMBOLOS

t tempo

’ minuto

’’ segundo

.min por minuto

η2 eta quadrado

P valor de prova

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  XVI  

FÓRMULAS E EQUAÇÕES

Índice de Massa Corporal 𝐼𝑀𝐶 =𝑝𝑒𝑠𝑜  (𝑘𝑔)

𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎   𝑚!

Frequência Cardíaca Teórica Máxima (ACSM) FCtmáx (ACSM) = 220 – idade

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  17  

1. INTRODUÇÃO

Na literatura, a descrição dos benefícios da aptidão física para a saúde

aparecem amplamente divulgados, estudados e comprovados (Anjos et al.,

2006; Araújo et al., 2010; Bouchard et al., 1993; Lim et al., 2004; Marceau et

al., 1993; Santos & Silva, 2004; Scully et al., 1998; Teixeira, 2004). E de fato,

estes benefícios são tão bem recebidos na comunidade científica, ligada à

saúde e outras áreas de intervenção, que periodicamente são estabelecidas

novas recomendações, para a aquisição de um estilo de vida ativo, que

proporcione a preservação da mesma (ACSM, 2011; Blair et al., 2012;

Bouchard et al., 1993; Mazzeo & Tanaka, 2001; Nelson et al., 2007; USDHHS,

2008). Entre várias indicações, o American College of Sports Medicine (ACSM)

recomenda que os níveis de capacidade cardiorrespiratória, força e

flexibilidade, sejam continuamente solicitados e estimulados, por forma a

manter uma composição corporal adequada (ACSM, 2011; USDHHS, 2008).

No planeamento da atividade diária, e para que possa ocorrer

incremento da capacidade cardiorrespiratória, deve ser tido em conta o

ajustamento da atividade física em função da duração, frequência e

intensidade dos exercícios (Bouchard et al., 1993; Rondon et al., 1998). Neste

campo, o ACSM e a American Heart Association (AHA) recomendam uma

frequência semanal de três a cinco vezes por semana, com duração de treino

entre os vinte e os trinta minutos diários, a intensidades de treino entre os 60 -

85% da FCtmáx, ou 60 – 80% do VO2máx, ou entre os 3.0 e os 6.0 METs (ACSM,

2011; Haskell et al., 2007; Pollock et al., 2000; USDHHS, 2008). Também para

os exercícios com resistência, são recomendadas frequências semanais de

dois a três dias, com intensidades de 20-50% de 1 repetição máxima (RM) para

melhorar a endurance e potencia muscular ou 60-70% de 1RM para melhorar

a força, com duas a 4 séries de trabalho, com oito a doze repetições para cada

grande grupo muscular, para melhorar a força e potência muscular (Haskell et

al., 2007; Pollock et al., 2000). São tecidas recomendações igualmente para o

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  18  

treino da flexibilidade e desenvolvimento neuromotor, duas a três vezes por

semana.

Um dos meios privilegiados de estudo, são o fenómeno dos ginásios e

academias. Um local de concentração de inúmeras modalidades, com

promessas de resultados mais ou menos realistas, e por essa razão, campo de

investigação de inúmeros investigadores (Anjos et al., 2006; Dantas, 1998;

Furtado et al., 2004; Lemos et al., 2008; Perantoni et al., 2009). No universo de

opções disponíveis, destacam-se as passadeiras, as bicicletas estáticas, a

ginástica aeróbica, o step, a hidro ginástica e o treino em superfícies elásticas

(Ainsworth et al., 2000; Henry, 2006; Leite, 2006; Macieira, 2009; Moraes et al.,

2012; Perantoni et al., 2009; Perantoni et al., 2010; Silva, 2000).

O treino em superfícies elástico reativas, na configuração de aula em

mini trampolim, tem um passado recente, tendo surgido em massa a partir do

ano 2000, com a passagem da investigação para a prática (BTS, 2004; Carter,

1981; FitPro, 2004, 2005; Promofitness, 2010). Desde então, vários estudos

foram efetuados, analisando a resposta da frequência cardíaca, do volume de

oxigénio consumido, da percepção subjetiva de esforço, do dispêndio

energético, da alteração da composição corporal e perfil lipídico, do lactato

sanguíneo, do impacto, entre outros temas, durante o treino em superfícies

elástico reativas (Aldabe et al., 2004; Aldabe et al., 2003; Furtado et al., 2004;

Lemos et al., 2008; Muller et al., 2010; Perantoni et al., 2010; Ribeiro &

Tumelero, 2011; Schiehll, 2007; Schiehll & Loss, 2002; Teixeira, 2004). Destes,

alguns abordaram a aula completa em mini trampolim, em estudos

longitudinais (Furtado et al., 2004; Moraes et al., 2012; Muller et al., 2010;

Teixeira, 2004), mas poucos abordaram estes parâmetros “in loco”.

Embora a aula de Jump esteja mais ou menos documentada, a aula de

Jump-Circuit (treino cárdio em mini trampolim, conjugado com treino localizado)

não encontra na literatura suporte científico, que descreva de forma sucinta os

parâmetros básicos, como o comportamento da frequência cardíaca, do

volume de oxigénio consumido e dispêndios energéticos. E por se tratar de

uma modalidade que conjuga o treino cardiorrespiratório e neuromotor (pela

utilização de superfícies instáveis) e treino de resistência muscular, terminando

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  19  

com exercícios de flexibilidade, no alongamento final, torna a pertinência de

estudar esta modalidade ainda mais premente, na medida em que apenas uma

hora de treino, poderá alcançar todas as recomendações do ACSM e AHA,

para a promoção da saúde. Por esta constatação, surgiu e necessidade de

efetuar este estudo, não só para comprovar e consolidar os valores já descritos

na literatura, para a modalidade Jump, restringido a recolha de dados a uma

aula completa em ambiente não laboratorial, mas também, para descrever e

comparar com a modalidade Jump-Circuit, nos mesmos moldes de avaliação.

Assim, o objetivo geral deste estudo é o de caracterizar a intensidade de

esforço e analisar os substratos energéticos recrutados durante duas aulas

distintas de Jump e de Jump-Circuit, em ambiente não laboratorial, utilizando

os indicadores fisiológicos consumo de oxigénio (VO2) e a frequência cardíaca

(FC).

Como objetivos específicos, pretendemos comparar os dois tipos de

aula, nos parâmetros analisados, e verificar se a aula de Jump exige um maior

dispêndio energético e maior intensidade de treino, comparativamente com o

Jump-Circuit

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  20  

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  21  

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. ATIVIDADE FÍSICA, SAÚDE E O CONTRIBUTO DOS GINÁSIOS

O desporto é um fenómeno social planetário, que engloba todas as

componentes da sociedade, e nesse ímpeto, influencia-a diretamente, revendo-

se nela (Brohm, 1974). A afetividade nas relações interpessoais, o prazer pela

prática de atividade física, e os seus benefícios traduzidos no culto do corpo,

como produto final de uma vida regrada e equilibrada, são reconhecidamente

valorizados (Castillo, 1993), não subjugando o corpo a uma “entidade obscura”,

mas à séde da nossa existência enquanto ser humano.

Numa sociedade tecnológica, claramente rotineira, os índices de

sedentarismo, e de risco de doenças cardiovasculares, e outras doenças

hipocinéticas, têm progredido de forma alarmante, colocando em risco não só o

ser humano individualmente, como a sociedade interdependente. E a atividade

física assume um papel preponderante no combate a estas “maleitas do novo

milénio”.

De acordo com o American College of Sports Medicine (ACSM), o

exercício físico traz benefícios à saúde, nomeadamente no que respeita à

redução dos fatores de risco associados às doenças cardiovasculares, à

diabetes, à osteoporose, entre outras patologias (ACSM, 2011; Tavares, 2003).

As orientações para a prescrição de exercício, referem ainda que, indivíduos

envolvidos em atividades físicas regulares, têm um maior abrandamento de

todas as causas de mortalidade (Blair et al., 1989; Bouchard et al., 1993; Myers

et al., 2002), incluindo os indivíduos que mudaram de um estilo de vida

sedentário para um estilo de vida ativo, ainda que os níveis de prática de

atividade física sejam de baixa intensidade (ACSM, 2011; Gossard et al., 1986;

Marceau et al., 1993; USDHHS, 2008).

Mais do que apenas praticar exercício e atividade física, o treino

orientado para o incremento da aptidão cardiorrespiratória assume fundamental

importância (Lee et al., 2011) na prevenção das principais causas de

mortalidade prematura, tais como: baixar a pressão sanguínea (Marceau et al.,

1993), melhorar o perfil lipoproteico e os biomarcadores das doenças

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  22  

cardiovasculares (Mazzeo & Tanaka, 2001), estimular a sensibilidade à insulina

(Benson et al., 2006; Mazzeo & Tanaka, 2001), papel preponderante no

controlo do peso corporal e obesidade (Aires et al., 2010), combate à

osteoporose e enfraquecimento muscular decorrente do avanço da idade

(Fiatarone et al., 1994; Mazzeo & Tanaka, 2001), atenuação de distúrbios

psicológicos e incremento da qualidade de vida (Blair et al., 2012), entre muito

outros indicadores (ACSM, 2011; Astrand, 1992; Lim et al., 2004; Tavares,

2003).

É neste sentido que o ACSM (2005) desenvolve uma conceptualização

do termo Fitness, para definir o exercício de cariz saudável e preventivo,

caracterizando-o como: a capacidade do coração, sistema circulatório, pulmões

e músculos desenvolverem as tarefas quotidianas e os desafios inesperados,

com o mínimo de fadiga e desconforto (Finn, 1998). Uma visão assaz

generalista, mas que encerra eficazmente os conceitos inerentes à saúde e

bem-estar, enquadrando-os com a necessidade da prática física para

incrementar essas capacidades.

Para se alcançar estes benefícios, no quadro 1 são propostas várias

orientações, para um adulto saudável, e para além das atividades do dia-a-dia

(ACSM, 2011; Haskell et al., 2007; Pollock et al., 2000; USDHHS, 2008; WHO,

2010):

Quadro 1: Recomendações para a qualidade e quantidade de exercício prescrito.

Recomendações

Exercícios Cardiorrespiratórios

Intensidade Moderada: ≥ 30min por dia, ≥ 5dias por semana, totalizando 150 a 300 minutos por semana. Intensidade Vigorosa: ≥ 20min por dia, ≥ 3dias por semana, totalizando 75 a 150 minutos por semana. Intensidade Combinada: ≥ 500-1000 MET.min por semana.

Exercícios de Resistência

Para cada grande grupo muscular, e exercícios envolvendo o equilíbrio, agilidade e coordenação: 2-3 dias por semana.

Exercícios de Flexibilidade

60 segundos por cada exercício, para cada grande grupo músculo-tendinoso: ≥ 2 dias por semana.

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  23  

Nesse mesmo conjunto de indicações, o ACSM reforça ainda, que os

adultos que não podem, ou não querem utilizar estas metas como referência,

continuam a poder usufruir dos benefícios da prática, mesmo quando

envolvidos em quantidades de exercício menores que as recomendadas. E

que, para além destas, a introdução de pequenos momento em pé, entre cada

período de atividade sedentária, poderão ter grandes benefícios, não só em

indivíduos sedentários, como também nos indivíduos adultos ativos (ACSM,

2011; Haskell et al., 2007; Pollock et al., 2000; USDHHS, 2008).

Não só se torna crucial respeitar estas indicações, como é igualmente

muito importante estabelecer os limites para o treino e a atividade física.

Essencialmente existem três parâmetros que são comummente referidos e

estudados: a Frequência Cardíaca Teórica Máxima (FCtmáx), o Volume de

Oxigénio Máximo (VO2máx) e os Equivalentes Metabólicos (MET). Em função do

tipo de praticante (criança, adolescente, adulto saudável, adulto idoso ou adulto

com patologias associadas), existe alguma consonância entre a literatura,

estabelecendo, para o incremento da capacidade aeróbica, no caso dos

adultos saudáveis, o trabalho entre os 60 – 85% da FCtmáx (ACSM, 2011;

Haskell et al., 2007), 60 – 80% do VO2máx (ACSM, 2011), e entre 3.0 e 6.0

METs de atividade moderada (ACSM, 2011; Haskell et al., 2007).

No quadro 2, descrevemos algumas atividades quotidianas, e algumas

modalidades, com suas respetivas intensidades, para alcançar os referidos

patamares de treino: leve, moderado e vigoroso (adaptado de Ainsworth et al.,

2000).

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Quadro 2: Equivalentes em MET para atividades comuns classificadas como intensidades leve, moderada e vigorosa (Ainsworth et al., 2000).

Leve: < 3 METs Moderada: 3.0 – 6.0 METs Vigorosa: > 6.0 METs

Caminhada em torno da casa, escritório ou loja

2.0 MET

Caminhada a 4.8 Km/h 3.3 MET

Caminhada a um ritmo muito

vigoroso (6.4 km/h) 5.0 MET

Caminhada muito, muito vigorosa (7.2 km/h)

6.3 MET

Caminhada/em montanha ritmo moderado com subida com ou

bagagem leve (4,5 kg) 7.0 MET

Sentado, utilizar o computador para trabalho

1.5 MET

Em pé executando trabalho leve como fazer uma cama, preparar comida ou vender

em balcão 2.0–2.5 MET

Lavar janelas, carro 3.0 MET

Varrer chão, aspirar pó,

passar pano no chão 3.0–3.5 MET

Carregar e cortar madeira

Caminhando e cortando relva 5.5 MET

Carregar e cortar madeira 5.5 MET

Carregar areia com a pá

7.0 MET

Carregar material pesado como tijolos

7.5 MET

Cavar córregos e valas 8.5 MET

Artesanato, jogar cartas 1.5 MET

Velejar em barco a motor

Dardo Pescar sentado

2.5 MET

Tocar a maioria dos instrumentos 2.0–2.5 MET

Dança de salão lento 3.0 MET

Golfe — caminhando

4.3 MET Badminton — recreação

4.5 MET

Ciclismo esforço leve (16–20 km/h)

Natação recreativa 6.0 MET

Basquetebol competição Voleibol competição

Voleibol de praia Ciclismo esforço moderado

(20–22 km/h) 8.0 MET

Futebol competição

10.0 MET

Natação moderada/vigorosa 8–11 MET

Como nos refere Bouchard et al. (1993), o exercício é como uma droga,

no melhor sentido do termo. Isto porque, parece haver uma relação entre a

dose de atividade física - no seu modo, intensidade, frequência e duração -, e a

resposta biológica em termos de melhoria do fitness e da saúde. Associando

esta predisposição, ao processo de socialização inerente à prática de atividade

física (Carron et al., 1996; Frederick & Ryan, 1993; McNeill et al., 2006; Nies et

al., 1998), e à correlação entre a preocupação com a imagem corporal e a

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prática de atividade física em ginásios e academias de fitness (Frederick &

Ryan, 1993; Hannus & Laev, 2011; Rocha, 2008) é uma questão de

envolvimento continuado, até que a fidelização do indivíduo, à prática de

atividade física, permaneça intrincada na idade adulta (Mota & Sallis, 2002).

Algo igualmente defendido pelo ACSM, quando refere que, intervenções de

exercício baseadas no comportamento, a utilização de estratégias de alteração

dos comportamentos, e a supervisão por um profissional experiente, na

escolha de exercícios agradáveis e divertidos, poderão melhorar a adesão e a

adoção de programas de exercício regulares (ACSM, 2011).

É neste último conceito que os ginásios poderão encontrar o seu terreno

mais fértil. Ao contar com um ambiente controlado (sala de aula de grupo, sala

de musculação, sessão de Personal Training, piscina, entre outros), e um

conjunto de modalidades variadas (Aeróbica, Step, Combat, Hidro, Spinning,

Jump, Jump-Circuit, Zumba, Local, GAP, Pilates, Yoga, entre muitas mais), o

profissional capacitado e experiente, poderá encaminhar gradualmente o aluno

para patamares de exercício que não lhe provoquem demasiado mau estar, e

contornar o preconceito de que a atividade física é fastidiosa, penosa, e

exasperante, mas que sejam capazes de promover alterações favoráveis na

sua aptidão física e na sua saúde.

No entanto, os motivos e barreiras, que levam um indivíduo a procurar

uma atividade física, são tão diversos, e culturalmente distintos, que se torna

difícil definir um padrão.

A motivação é, por isso, considerada como um dos fatores que

determinam a adesão e a persistência na prática do exercício físico, e também

se revela necessária para a compreensão dos mecanismos do movimento e do

desenvolvimento humano.

Segundo Cruz (1996), para sabermos averiguar o comportamento

motivado na atividade física temos de, primeiramente, definir as 3 dimensões

da motivação:

• Intensidade: porquê uns indivíduos estão mais motivados do que

outros?

• Direção: para o quê que eu me motivo?

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• Persistência: porquê uns estão sempre motivados e outros são

intermitentes?

Para Bandura (1997), as pessoas fazem julgamentos das suas

capacidades para atuar a certos níveis, e têm as suas raízes num processo

cognitivo com diversas fontes de informação de eficácia:

1. Experiências pessoais de realização da performance;

2. Experiências vicariantes de observação da performance por outros

atletas;

3. Persuasão verbal;

4. Estados fisiológicos.

No entanto, porque nem todos os praticantes de atividade física se

encontram nos mesmos patamares, concordamos com Ferreira (2005) quando

diz que, o sujeito que motiva deve ter em conta alguns fatores para facilitar o

processo de aprendizagem:

- a forma de apresentar e estruturar a tarefa;

- a forma de organizar a atividade na sala de aula;

- as mensagens que dá antes, durante e depois da realização da tarefa

e que afetam a sua prossecução;

- o tipo de avaliação que vai adotar.

Estes fatores vão permitir o desenvolvimento da motivação

relacionando-a com o aumento do autoconceito, autonomia, autoestima, assim

como a responsabilidade necessária para o alcance das metas propostas, à

aquisição de estilos de vida saudáveis, de acordo com as orientações

propostas pelo ACSM.

Num estudo que procurava identificar as motivações para a participação

em atividades físicas nos tempos livres, em adolescentes de 7 países (Estados

Unidos, Lituânia Oriental, Polônia, Rússia, Bélgica, Dinamarca e País de

Gales), Iannotti et al. (2012) identificaram, como denominador comum entre os

vários países, que os motivos sociais e de realização são os mais importantes

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  27  

para a atividade física entre os adolescentes, e que, por outro lado, a saúde

não poderia ser considerada como um motivador de confiança para estas

idades. Já no caso da população adulta, Santos & Knijnik (2006) obtiveram no

seu estudo, como motivos mais importantes para a adesão a um protocolo de

atividade física, o lazer e a qualidade de vida (44% dos inquiridos), orientação

ou prescrição médica (34% dos inquiridos), estética (11% dos inquiridos) e

outros motivos (11% dos inquiridos). E de fato, inúmeros estudos explicam que,

os motivos relacionados com a saúde, não são os mais proferidos na

realização de inquéritos, mas sim, motivos relacionados com a influência social,

estética e condicionamento físico e imagem corporal, motivos relacionados

com a coesão do grupo, com a autoeficácia e autodeterminação (Carron et al.,

1996; Correia, 2006; Frederick & Ryan, 1993; Gu et al., 2011; Kouli et al., 2009;

McNeill et al., 2006; Rocha, 2008; Silva et al., 2012). No entanto, vários

investigadores (Campbell et al., 2001; Sánchez-Oliva et al., 2010; Santos &

Knijnik, 2006) deixam a advertência que, ao longo da vida, os motivos e

barreiras para a prática de atividade física vão modificando, e que a criação de

um protocolo único para promover a atividade física de toda a população

poderá não ter impacto em todos os escalões etários.

Associado à motivação, aparecem igualmente as barreiras para a prática

de atividade física, que podendo não estar diretamente relacionadas com os

motivos para a prática, são comummente referidas como impeditivas numa

escolha de hábitos de vida ativa. Entre as principais causas referidas,

aparecem a falta de apoio familiar, a dificuldade em ter horário compatível, as

consequências da prática de exercício, as barreiras ambientais e as barreiras

individuais (Nies et al., 1998; Sherwood & Jeffery, 2000).

No ambiente de uma academia ou ginásio, mesmo com a variedade de

modalidades disponíveis, os motivos nem sempre assumem uma natureza

técnica. Muito em parte por culpa do próprio modelo de valores utilizado, que

sempre incutiu o conceito estético como o mais importante. E mesmo com o

acesso à informação, disponível em variados meios (convenções, programas

televisivos, revistas da área, aconselhamento médico, entre outros), os

frequentadores dos ginásios e academias, continuam a referir como principais

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motivos, para a prática de atividade física, o emagrecimento, a beleza e a

saúde (Correia, 2006; Fernandes, 2005; Geraldes, 1993; Rocha, 2008).

Mesmo nesta ambiguidade de valores, a prática de Jump e Jump-Circuit

assume-se como, duas modalidades capazes de atrair e motivar os alunos.

Pela utilização de um equipamento diferente, que permite uma variedade de

exercitação divertida, ao som de música motivante (Brooks & Brooks, 2010),

minimizando os sentimentos de desconforto pelo pós-exercício, aliado ao treino

em grupo, beneficiando dos efeitos positivos na composição corporal e

cardiorrespiratória, e que em apenas uma hora, cumpre com as

recomendações para a saúde e bem estar, enunciadas pela comunidade

científica.

2.2. CARACTERIZAÇÃO DAS MODALIDADES EM ESTUDO: JUMP E JUMP-CIRCUIT

O Jump é uma atividade física, que tem por base a utilização das

propriedades elásticas de um conjunto molas/lona, para o condicionamento

físico. É uma modalidade com baixo risco de lesão, mas com efeitos no

organismo surpreendentes (Promofitness, 2010).

A utilização deste tipo de implementos remonta ao ano de 1911, onde o

trampolim acrobático representou, durante muitos anos, apenas uma

modalidade competitiva, passando mais tarde para o âmbito da recreação

infantil. Em 1938 começaram a ser fabricados os primeiros mini trampolins de

menor dimensão, com o objetivo de popularizar a modalidade até que, em

1975, foram criados os primeiros mini trampolins circulares, muito próximos dos

utilizados hoje, nas aulas em ginásios e academias (FitPro, 2004, 2005;

Promofitness, 2010; Schiehll, 2007).

Com esta evolução do equipamento, também o número de estudos

acerca dos seus benefícios foram surgindo. E em 1977, nos EUA, surgiu o

primeiro artigo dedicado ao tema “Rebound to Better Health”, levado a cabo por

Albert Carter, onde o autor explicava que a prática do mini trampolim, de forma

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sistemática, era mais eficaz, menos nociva e mais lúdica que correr, levantar

pesos, praticar aeróbica ou qualquer outra forma de exercício (Carter, 1981).

Não só a atividade ganhava adeptos, como adeptos de grande nome

como a NASA. Num dos poucos estudos elaborados na época, os cientistas

descobriram que, após 14 dias no espaço, os astronautas apresentavam uma

significativa perda de massa óssea e muscular, devido às condições

gravitacionais do espaço. Após a comparação de um teste em passadeira, com

um teste em mini trampolim, verificaram que o uso eficiente das forças verticais

de aceleração e desaceleração, no treino em mini trampolim, provocou uma

menor pressão nas articulações, uma maior absorção do impacto e um rácio de

consumo de oxigénio mais eficiente, comparativamente à corrida em

passadeira. De acordo estes resultados, concluíram que, esta atividade seria a

mais indicada para a recuperação de um acidente ou lesão, para um individuo

que precisa de exercício físico, mas é impedido por uma condição física

diminuída, e que o treino em mini trampolim contribui eficazmente para a

reversão da perda de massa óssea e muscular (Bhattacharya et al., 1980).

Daí até a modalidade se implementar no mundo do fitness, foi uma

questão de anos, e de alguns estudos, embora limitados, por utilizarem como

metodologia de estudo segmentos de aula (Aldabe et al., 2003; Bhattacharya et

al., 1980; Perantoni et al., 2009; Rocha et al., 2010; Schiehll & Loss, 2002), ou

parâmetros exclusivamente ligados à frequência cardíaca e composição

corporal (Alonso et al., 2007; Lemos et al., 2008; Moraes et al., 2012). Só

recentemente, com o evoluir da tecnologia e avanço científico, se puderam

transferir os equipamentos de análise de gases em laboratório, para a sala de

aula, permitindo desta forma, medir a exigência metabólica/fisiológica, deste

tipo de modalidades. Daí a pertinência do nosso estudo, em analisar

parâmetros fisiológicos e o dispêndio energético durante uma aula inteira de

Jump e Jump-Circuit por calorimetria indireta, através de um ergoespirômetro

portátil.

Hoje em dia, podemos contar com inúmeros professores a trabalhar com

o mini trampolim, quer em modalidades pré-musicalizadas e pré-coreografadas

(FitPro e Les Mills), só pré-musicalizadas (Radical Fitness) ou estilo livre.

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  30  

Embora com algumas nuances, a caracterização destas modalidades é

mais ou menos idêntica, entre as diversas empresas que comercializam o

produto. Excetuando a metodologia de criação de aulas (estilo pré-

coreografado ou estilo livre), e alguma nomenclatura específica, a base é a

mesma, que vamos passar a descrever sucintamente, baseado nos manuais

de formação das empresas Promofitness (Portugal), FitPro (Brasil), BTS

(América Latina) e Radical Fitness (Argentina) (BTS, 2004; FitPro, 2004, 2005;

Promofitness, 2010; RadicalFitness, s.d.).

Antes de mais, importa esclarecer que o equipamento utilizado numa

aula de Jump ou Jump-Circuit é um mini trampolim específico, desenhado e

estudado para atingir os objectivos a que a aula se propõe (BTS, 2004; FitPro,

2004; Promofitness, 2010; RadicalFitness, s.d.). É composto por: 6 pés

maciços (com respectiva sapata de borracha anti-derrapante), 32 ou 36 molas

metálicas e 16 ou 18 bigodes de ligação à lona, respetivamente (dependendo

do modelo e diâmetro da lona), um aro metálico e uma lona. O modelo

recomendado para utilização regular, deverá ser idêntico ao da figura 1,

respeitando a tipologia e especificações descritas.

Figura 1: Características do mini trampolim, e recomendações base, para aula de Jump e Jump-Circuit (FitPro, 2004, 2005; Promofitness, 2010).

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  31  

A escolha do mini trampolim é de crucial importância dado que, as

diferenças entre equipamentos refletem-se diretamente na durabilidade dos

mesmos e, principalmente, na segurança dos alunos. A utilização de um

equipamento similar, mas que não respeite as indicações pode:

− aumentar o impacto, em função da baixa elasticidade (molas/lona);

− interferir com os objetivos da aula, conduzindo à perda de ritmo nas

coreografias, por fraca reatividade elástica da lona;

− levar à diminuição do número de praticantes, em função do

desconforto e de eventuais lesões.

Estes equipamentos foram projetados para suportar uma carga estática

não superior a 110Kg, dado que, durante o desenrolar da aula, a intensidade

aumenta, e a carga estática segue a mesma proporção (FitPro, 2004;

Promofitness, 2010).

E porque este mini trampolim foi criado para servir os propósitos deste

tipo de aulas, não deverá ser utilizado como trampolim acrobático. Logo, não

se recomendam saltitos superiores a 10cm, sob pena de comprometer

seriamente a segurança dos praticantes, pelo dano da estrutura do

equipamento (FitPro, 2004; Promofitness, 2010; RadicalFitness, s.d.).

Para assegurar a segurança dos participantes, e preservar a integridade

física do praticante durante a aula, existem algumas instruções que devem ser

respeitadas, e tidas em conta:

- Joelhos Semi-Flexionados: para proteger a articulação do joelho,

nunca se deve hiperestender os membros inferiores durante os

movimentos;

- Ênfase nos calcanhares: os movimentos executados na “ponta” dos

pés provocam desequilíbrios e instabilidade nos tornozelos,

aumentando o risco de entorse;

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- Não calcar as molas: devido aos espaços entre molas, poderão

ocorrer desequilíbrios graves, aumentando o risco de lesão (Nota:

alguns modelos de mini trampolins têm uma saia a proteger as molas.

O cuidado deverá ser o mesmo, não calcando a saia);

- Descer do JUMP de costas para o solo: a saída do mini trampolim

não deve ser efetuada pela frente do mesmo, para evitar o avanço do

joelho, e consequente stress articular ou perda de equilíbrio;

- Empurrar a lona: o objectivo desta aula é tirar partido da superfície

elástica, contrariando-a, não aproveitando a sua impulsão. Assim, o

principal desafio será o de empurrar a lona, e não saltar, não subindo o

tronco mais do que 10cm;

- Não colocar materiais por baixo da lona: durante a aula, o objetivo

é tirar partido da propriedade elástica da lona, por isso, ela vai

flexibilizar, e se houver materiais por baixo da lona, poderão colocar em

risco a integridade física do praticante.

Se estas indicações forem respeitadas, a integridade física dos

praticantes manter-se-á intacta, e a diversão e treino serão melhor

aproveitados, sem a ocorrência de lesões (FitPro, 2004, 2005; Promofitness,

2010).

A estrutura base das aulas de Jump e Jump-Circuit está criada tendo em

conta a duração de 60 minutos de aula. No entanto, tais como quaisquer outras

aulas, a aula em mini trampolim é permeável às flutuações e necessidades de

horário, adaptando o treino às necessidades dos ginásios e academias, entre

os 40 e os 60 minutos de aula. O quadro 3 descreve e compara a estrutura de

cada aula.

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Quadro 3: Estrutura da aula de Jump e Jump-Circuit, de acordo com as fases da aula, duração das músicas e duração das pausas entre músicas (Promofitness, 2010).

Jump Jump-Circuit Fase Duração Pausas Fase Duração Pausas

Faixa 1 Aquecimento 5 a 7 min 30’’ Aquecimento 4 a 5 min 30’’

Faixa 2 Pré-Treino 4 a 5 min 30’’ Cárdio 1 3 a 4 min 60’’

Faixa 3 Cárdio 1 5 a 6 min 30’’ Localizado 1 4 a 5 min 30’’

Faixa 4 Cárdio 2 5 a 6 min 30’’ + 15’’

Cárdio-Squat 4 a 5 min 60’’

Faixa 5 Cárdio 3 4 a 5 min 30’’ Localizado 2 3 a 4 min 30’’

Faixa 6 Cárdio 4 4 a 5 min 30’’ + 15’’

Cárdio 2 3 a 4 min 60’’

Faixa 7 Cárdio 5 3 a 4 min 30’’ Localizado 3 3 a 4 min 30’’

Faixa 8 Cárdio 6 3 a 4 min 30’’ Cárdio 3 3 a 4 min 60’’

Faixa 9 Alongamento 4 a 5 min 30’’ Abdominais 4 a 5 min 30’’

Faixa 10 Abdominais 5 a 6 min Alongamento 5 a 6 min

Embora se trate de duas aulas de treino em mini trampolim, existem

diferenças entre as duas aulas, devido ao trabalho que é efetuado. Enquanto

que o Jump assume um treino de cariz cardiovascular, o Jump-Circuit combina

o treino cardiovascular com o treino muscular localizado. Assim, de acordo com

a Promofitness (2010) e a FitPro (2004, 2005):

- Para a modalidade Jump: O Aquecimento deverá ser efectuado no

solo, para permitir um maior número de possibilidades de

deslocamentos, para aquecer as articulações e respectivos tendões e

músculos, mas também, por se tratar de um meio estável, com o qual o

aluno já está familiarizado. Segue-se o Pré-Treino, já em cima do mini

trampolim, e deverá ser uma coreografia sem complexidade, nem

combinações, para permitir que os receptores próprio cinéticos se

adaptem à superfície elástica, e para que os praticantes se familiarizem

com a nomenclatura dos movimentos. Depois executam-se 6 faixas

Cárdiovasculares, utilizando combinações de movimentos, de maior ou

menor complexidade, e aumentando gradualmente a intensidade da

aula, conforme o nível de aptidão física dos praticantes. No final do

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treino, executam-se os Alongamentos, para permitir que o organismo

regularize o batimento cardíaco, evitando o excesso de pressão

sanguínea, dado que em seguida iremos treinar numa posição

horizontal. Terminamos a aula com os Abdominais, não só por se tratar

de uma zona corporal muito desejada pelos alunos, mas porque o

reforço de todo o “core” abdominal é muito importante para o

fortalecimento de toda a musculatura interveniente na estabilização da

coluna.

- Para a modalidade Jump-Circuit: O Aquecimento deverá ser

efectuado no solo, com as mesmas preocupações que no Jump, tendo

em conta a mobilização geral. Os Cárdios devem respeitar o princípio

de treino progressivo, começando com menor intensidade, e

aumentando a intensidade ao longo da aula. Nos Segmentos Localizados, devem ser utilizados, os exercícios de trabalho muscular

localizado (sem deslocamentos), com recurso aos diferentes materiais

disponíveis – Barra e Anilhas, Halteres, Elásticos Tubulares,

TeraBand’s, entre outros. O Cárdio-Squat, pretende exercitar de forma

dinâmica os membros inferiores, alternando entre agachamentos e

squats, e movimentos de grupo 2, tais como polichinelos e polissapatos.

Os Abdominais fazem parte do trabalho de reforço da coluna, e devem

ser efectuados, sempre que possível, em cima da lona, para tirar partido

da elasticidade da mesma. Finalizamos com os Alongamentos, onde

deve haver uma especial atenção para os grupos musculares

exercitados ao longo da aula, bem como o alongamento e relaxamento

de toda a musculatura do “core” abdominal, altamente solicitada durante

toda a aula.

A utilização das pausas assume dois objetivos essenciais: o primeiro de

origem fisiológica, e o segundo como forma de gestão de aula.

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Quando realizamos qualquer atividade física, o nosso corpo necessita

de energia, e recorre essencialmente a 3 tipos de sistemas (Astrand & Rodahl,

1987; Brooks et al., 2000; Santos, 2004):

- ATP/CP – fosfagénios (sistema anaeróbio alático)

- Glicólise (sistema anaeróbio láctico)

- Oxidação (sistema aeróbio)

O primeiro sistema é utilizado pelo nosso organismo nos esforços

máximos e com uma duração até 30 segundos; o segundo é o principal

sistema energético para esforços de intensidade elevada, e com uma duração

entre 30 segundos e 1 minuto; o terceiro sistema, e o que mais nos interessa

no âmbito do fitness, é utilizado em esforços de intensidade média e baixa,

com duração superior a 2 minutos (Brooks et al., 2000; Santos, 2004).

A ação destes sistemas ocorre sempre simultaneamente, embora a

preponderância de cada um, esteja intimamente ligada (Santos, 2004):

- à intensidade e duração do esforço;

- à quantidade das reservas disponíveis em cada sistema;

- à proporção entre os vários tipos de fibras;

- da presença de metabolitos que estimulam/bloqueiam as fontes

energéticas, através do bloqueio das enzimas e coenzimas necessárias

ao processo.

No caso do sistema oxidativo, a presença de ácido láctico atua como um

bloqueador do sistema aeróbio. Torna-se por isso necessário, dar às células

um tempo de recuperação, entre os esforços de intensidade elevada, para que

não haja o tamponamento do sistema aeróbio (Bordin, s.d.; Devlin, 2007;

Promofitness, 2010).

É com vista neste fim, que a utilização de pausas fixas, entre faixas

(pausas curtas), são aconselhadas. Não só para passar alguns feedbacks para

os alunos, e explicar as coreografias que se seguem, mas também, para

auxiliar na redução do lactato, assim como estimular o aumento da

concentração de triglicerídeos (Devlin, 2007), e optimizar a utilização dos

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ácidos gordos como principal fonte energética, mantendo a intensidade da aula

constante e acessível a todos os alunos, independentemente da sua condição

física. A diferença das durações entre pausas, entre aulas, justifica-se pela

pertinência de, no caso da aula de Jump-Circuit, ser necessário explicar mais

informação técnica, relativa aos exercícios localizados, o que não acontece no

Jump.

Relativamente aos movimentos executados no mini trampolim, poderão

recorrer a dois apoios simultâneos na lona, ou apenas um apoio. Todos os

movimentos podem ser executados em diferentes combinações de

velocidades. Porém, devido às propriedades elásticas da lona, a execução de

alguns movimentos em velocidades muito lentas, pode aumentar o risco de

queda, logo, devem ser evitadas. A intensidade dos movimentos é igualmente

variada, em função das amplitudes de movimento, velocidade de movimento, e

de pressão efetuada na lona com os membros inferiores. Tal como nos

descreve Schiehll (2007), estes podem ser classificados em baixo impacto,

impacto moderado e alto impacto. No anexo 1 poderão ser consultados de

forma pormenorizada.

Para o trabalho localizado, na aula de Jump-Circuit, é aconselhado

variar os estímulos. E como o trabalho localizado desta aula, é feito de forma

estacionária, poderemos utilizar qualquer material que normalmente está

disponível nos ginásios.

Os pesos livres consistem de halteres, anilhas e barras. O que

caracteriza os pesos livres é a versatilidade. Os exercícios podem ser criados

com múltiplas variações. No entanto exigem um maior tempo de adaptação e

aprendizagem da técnica, bem como uma maior habilidade no manuseamento

dos mesmos. Os exercícios envolvem uma maior massa muscular, necessária

para a estabilização articular, o que faz aumentar a massa muscular treinada.

Leves, práticos para guardar e muito eficientes, os elásticos podem ser

usados como um instrumento muito eficiente para promover o incremento do

condicionamento físico ao possibilitar a execução de uma série de movimentos

que trabalham todos os grupos musculares, fortalecendo braços, abdómen,

glúteos e coxa. O trabalho efectuado com elásticos é duplamente eficaz

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  37  

porque, ao mesmo tempo que exige força para puxar, é igualmente necessário

conservar a resistência para mantê-lo esticado. E pelas propriedades inerentes

ao elástico, o trabalho com estes equipamentos não só aumentam a resistência

e tonicidade dos músculos, como também proporcionam benefícios ao nível da

coordenação motora. A intensidade do trabalho pode variar de acordo com o

calibre do elástico ou da banda elástica. Quanto mais grosso, mais resistente,

logo, mais difícil será de executar os movimentos. A dificuldade do exercício

poderá igualmente ser alterada face ao comprimento e posicionamento do

elástico relativamente ao corpo. Outra vantagem é o facto de os elásticos

serem materiais muito leves, baratos, e adaptáveis a qualquer tipo de treino.

Para além de que, a força aplicada ao puxar e esticar os elásticos estimula o

fortalecimento das fibras musculares, assim como o levantamento de um peso,

porém respeitando o limite não só dos músculos, mas das articulações.

Explicada a estrutura e dinâmica da aula, torna-se muito importante

referir os estudos que suportam o Jump e o Jump-Circuit. Numa comunidade

informada e interessada, atualmente não basta criar uma modalidade divertida,

com um equipamento diferente e inovador. É igualmente necessário sustentá-

la com informação credível, independente e pertinente. Neste despertar para o

conhecimento, alguns estudos foram conduzidos, no intuito de conhecer os

benefícios, e as particularidades do trabalho com mini trampolins. Na sua

grande maioria, os resultados corroboram os benefícios proporcionados pelo

treino neste tipo de superfícies instáveis.

Num estudo de Bhattacharya et al. (1980), publicado no Journal of

Applied Physiology, artigo desenvolvido por investigadores da Divisão de

Pesquisa Biomecânica da NASA, chegou-se à conclusão que para níveis

idênticos de frequência cardíaca e de consumo de oxigénio, os exercícios

executados no mini trampolim obtiveram uma magnitude de efeitos

biomecânicos maior, do que os exercícios desenvolvidos em passadeira,

efeitos estes satisfatórios para indivíduos expostos a condições gravitacionais

especiais. Deste inferimos que, se este exercício é adequado para a

reabilitação de astronautas, que na sua estadia de apenas 14 dias têm um

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  38  

decréscimo de cerca de 15% da massa óssea e muscular, então também será

igualmente benéfico para o utilizador comum, sujeito à gravidade do dia-a-dia.

Num outro estudo, realizado por Schiehll e Loss (2002), foi quantificado

o impacto no Jump, através da análise da absorção de impacto

comparativamente ao piso duro, instalando 6 células de carga, posicionadas

sob os pés de apoio. Estes autores chegaram à conclusão que, a redução do

impacto apontou para valores entre os 34 e 56% no pico de força, face ao piso

duro. Este facto, coloca o treino em superfícies elásticas, neste caso mini

trampolim, como um dos métodos preferidos para reabilitação de lesões, em

que o dispêndio energético e adaptação cardiovascular é muito importante,

mas no qual o impacto pode ser um obstáculo.

Em vários estudos (Aragão et al., 2011; Atilgan, 2013; Portela, 2010),

dedicados ao treino em superfícies instáveis, inúmeros autores defendem que

o treino neste tipo de superfícies parece ser capaz de induzir melhorias

significativas ao nível do equilíbrio dinâmico, influenciar a performance

funcional, o peso, o índice de massa corporal (IMC) e a percentagem de massa

gorda, não revelando resultados satisfatórios apenas no parâmetro

performance física.

Noutro estudo elaborado por Aldabe et al. (2004), foi demonstrado que o

treino físico produz um incremento na força de rutura, tanto dos ligamentos

quanto dos tendões. Assim como, a força das inserções ligamentares e

tendinosas no osso ficam igualmente mais fortalecidas após o treino. E quando

o exercício é efetuado no mini trampolim, devido às propriedades elásticas do

conjunto molas/lona, o desenvolvimento da proprioceção é igualmente

potenciado, contribuindo para um menor risco de lesão nas atividades

quotidianas, devido à constante adaptação do nosso organismo à superfície

instável que é o mini trampolim.

Quando falamos de consumo de oxigénio, frequência cardíaca e

dispêndio energético, a quantidade de estudos dispara, mas todos chegam a

um consenso.

Furtado et al. (2004), num artigo para a Revista Brasileira de Medicina

do Esporte, verificaram que no decorrer de uma aula de mini trampolim, as

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  39  

respostas da Frequência Cardíaca, Consumo de Oxigénio e Dispêndio

Energético estão de acordo com as recomendações da ACSM e da American

Heart Association (AHA), com a zona ideal de treino a situar-se entre os 60-

90% da FCmáxima, e 50-85% do VO2máximo, proporcionando um aumento da

resistência cardiorrespiratória, contribuindo de forma efetiva para a

manutenção e melhoria da aptidão física e da saúde na qualidade de vida.

Estes dados são igualmente corroborados pelo estudo de Perantoni et

al. (2009), que para um grupo de onze alunos do género feminino, obteve

valores médios de 81% para a FC e 64% para o VO2, colocando este tipo de

aula de acordo com as recomendações da ACSM.

Anjos et al. (2006), num estudo que comparava a prática de Jump em

solo e em água, com dois grupos de voluntários sedentários, constatou que a

variante em solo obteve melhores resultados nas componentes resistência

cardiovascular e Índice de Massa Corporal (IMC), com um incremento do

primeiro em cerca de 22%, face ao momento inicial de avaliação.

Teixeira (2004), num estudo de 12 semanas, verificou uma diminuição

no valor médio da percentagem de gordura corporal, um aumento da

capacidade cardiorrespiratória significativo, com o VO2máx a seguir a mesma

tendência, sugerindo que o sistema circulatório tenha sido favorecido pela

prática.

No que concerne às pausas entre músicas, características neste tipo de

aula, Garrido (2005), através de uma análise eletromiográfica, corroborado por

estudos da Dra. Sónia Maria Bordin (nutricionista desportiva), afirmam que a

utilização de pausas fixas num curto intervalo de tempo, pode auxiliar na

redução do lactato, assim como estimular o aumento da concentração de

triglicerídeos, elevando o consumo de gordura como fonte energética, motivo

pelo qual a prática em mini trampolim poderá ser aconselhada para alcançar a

perda da massa gorda de reserva, e consequentemente alcançar uma melhoria

na qualidade de vida.

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  40  

2.3. DISPÊNDIOS ENERGÉTICOS PREDOMINANTES EM ATIVIDADES DE GINÁSIO

Os seres humanos são sistemas termodinâmicos que, para manter as

suas funções vitais, necessitam de energia. Essa energia provém da constante

troca com o meio ambiente, e é obtida através da oxidação dos nutrientes

contidos nos alimentos ingeridos, obtendo não só a energia necessária ao

funcionamento do organismo vivo, mas também energia sob forma de calor

(Welch, 1991). Aproximadamente 63% da energia libertada neste processo é

transformada em Adenosina Trifosfato (ATP), e 35% da restante energia é

libertada sob a forma de calor (Diener, 1997).

Um dos métodos mais fiáveis, em contexto de avaliação fora de

laboratório, para identificar a natureza e quantidade dos substratos

energéticos, decorrentes da oxidação dos alimentos ingeridos, é através da

calorimetria indireta (Duffield et al., 2004; Frankenfield, 2010; Keefer, 2013;

Sealey et al., 2010; Webb, 1991). Neste método, são mensurados o consumo

de oxigénio, a produção de dióxido de carbono e o quociente respiratório (QR),

para quantificar e descrever os substratos que estão a ser metabolizados pelo

organismo (Diener, 1997; Matarese, 1997). Em situações de medição normais,

a interpretação do quociente respiratório fornece uma estimativa da utilização

dos substratos, como podemos identificar no quadro 4 (adaptado de Matarese,

1997):

Quadro 4: Relação do quociente respiratório com os substratos energéticos utilizados (Matarese, 1997).

Substrato Utilizado Quociente Respiratório

Etanol 0.67

Oxidação Gorduras 0.71

Oxidação Proteínas 0.82

Oxidação Mista de Substratos 0.85

Oxidação Carboidratos 1.0

Lipogénese 1.0 - 1.2

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  41  

No entanto, Matarese (1997) adverte que, razões metabólicas como a

oxidação do etanol e cetonas, lipólise, subalimentação, diabetes mellitus,

cetoacidoses ou altas taxas de excreção de glucose pela urina e, razões

respiratórias como a hipoventilação ou dificuldades técnicas com a medição,

poderão resultar em baixos valores de quociente respiratório.

A evolução dos equipamentos de calorimetria (Frankenfield, 2010;

Levine, 2005; Matarese, 1997; Webb, 1991), no sentido da sua fiabilidade e

portabilidade (COSMED, 2003; Duffield et al., 2004; Keefer, 2013; McLaughlin

et al., 2001; Sealey et al., 2010), permitiu que o estudo das alterações do

metabolismo durante a atividade física saísse da penumbra, e abriu novos

horizontes na avaliação de diversas modalidades desportivas.

O quadro 5 sintetiza alguns parâmetros fisiológicos recolhidos, entre

algumas modalidades presentes em ginásios e academias, e que permitem

conhecer melhor as suas características.

Quadro 5: Parâmetros fisiológicos de diferentes modalidades praticadas em ginásios.

Modalidade FCmédia

(bpm)

VO2 relativo

(l/min)

VO2 absoluto

(ml/kg/min) MET QR

Taekwondo

(Campos et al., 2012) 166.75±10 3.35±0.4 49.95±6.28

Yoga Nadisodhama

(Prasad et al., 2001) 66.9±3.7 0.45±0.10 6.66±1.33 2.52±0.66

Spinning®

(Piacentini et al., 2009) 163±8 43.9±1.2

Ballet

(Guidetti et al., 2008) 38.1±1.9

Zumba®

(Luettgen et al., 2012) 154±14 47.2±5.6 8.8±1.8

Jump

(Perantoni et al., 2010)

(Furtado et al., 2004)

160±14

160.3±8.9

1.59

27.39±5.1

0.87±0.10

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  42  

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  43  

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra foi constituída por 42 indivíduos praticantes de Jump e Jump-

Circuit, de ginásios da área de Vila Nova de Gaia, com 31.52±8.80 anos de

idade. Para a modalidade Jump-Circuit, o estudo contou com 19 indivíduos,

dos quais 14 são do sexo feminino e 5 do sexo masculino. Para a modalidade

Jump, participaram 23 indivíduos, dos quais 20 são do sexo feminino e 3 do

sexo masculino.

Todos os participantes foram informados dos objetivos, procedimentos,

e indicações de segurança para ser elegível para este estudo, em

conformidade com a Declaração de Helsínquia, através de uma ficha de

informação (anexo 2), que assinaram para poderem participar do estudo.

As avaliações foram efetuadas no ginásio Gaia Sport Center, em Vila

Nova de Gaia, e no ginásio Best Fitform, igualmente em Vila Nova de Gaia,

entre os dias 7 de Fevereiro e 10 de Maio de 2013.

Os dados foram retirados das turmas do mesmo professor, em ambos

os ginásios, minimizando assim os aspetos relacionados com a motivação,

interação, antecipação, preparação de aulas, e outros parâmetros pertinentes,

intrínsecos ao profissional.

4.2. CARACTERIZAÇÃO DO INSTRUMENTO

O equipamento utilizado na recolha de dados para este estudo foi um

aparelho de oximetria direta, que analisa as trocas gasosas ao nível pulmonar,

denominando-se COSMED K4b2.

Esta tecnologia permite a exploração das respostas fisiológicas fora do

âmbito dos laboratórios, permitindo uma aproximação maior à realidade das

diversas modalidades. Podendo registar até 30 parâmetros fisiológicos,

incluindo o VO2, VCO2, Frequência Cardíaca e Frequência Ventilatória, com o

auxílio do software específico, podemos ainda calcular a calorimetria indireta,

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  44  

limiar anaeróbio, o gasto energético e a sua relação com os substratos

utilizados, assim como os custos de O2 inerentes.

Este equipamento é constituído por uma unidade principal de

processamento, à qual se acoplam a bateria, sensor de temperatura e

Frequência Cardíaca (com a respetiva cinta peitoral da marca POLAR®

incluída), e uma máscara (com o respetivo suporte de cabeça) na qual ligam a

turbina e os sensores de processamento da respiração, tudo acondicionado

num colete ajustável. Esta portabilidade torna o COSMED K4b2 num trunfo,

para a análise das trocas gasosas durante o treino, aceitando ainda o envio

imediato, por telemetria, dos dados para o computador, permitindo efetuar

ajustes no treino no próprio momento do teste. McLaughlin et al. (2001)

afirmaram que este dispositivo é válido quando comparado com o método do

saco de Douglas e, estudos posteriores indicam que este equipamento é

altamente válido e fiável para a avaliação do consumo de oxigênio em diversos

contextos do desporto e das atividades da vida diária (Duffield et al., 2004;

Keefer, 2013; Sealey et al., 2010).

4.3. CARACTERIZAÇÃO DA AULA DE JUMP

Como protocolo de avaliação, utilizamos uma aula pré-coreografada de

Jump, que foi previamente apresentada aos alunos, para que pudessem

conhecer e memorizar a coreografia. A duração total da aula foi de 43 minutos

e 32 segundos.

Esta aula é composta por 9 faixas musicais, executadas em cima de

uma superfície elástica (mini trampolim). A estrutura está descrita no quadro 6.

Comparativamente com a estrutura base proposta na literatura, optamos por

retirar o aquecimento no solo, dado que o tempo de aula é reduzido, em função

dos procedimentos para a recolha de dados, e porque, na primeira faixa em

cima do mini trampolim é possível efetuar um aquecimento, dado que a

intensidade e complexidade da faixa é ainda reduzida. Modificamos igualmente

o tempo de descanso da faixa 3, para que o aluno recupere um pouco, devido

ao desconforto na utilização da máscara do equipamento, para fazer a recolha

de dados durante a aula.

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  45  

Durante o desenrolar da aula, os alunos executaram os movimentos de

frente para o espelho, e igualmente de frente para o professor, que executava

todos os movimentos de costas para o espelho (lado esquerdo do professor,

representa o lado direito do aluno). O professor executou toda a aula,

antecipando os movimentos ao longo das diferentes coreografias. Por se tratar

de uma aula coreografada, optamos por utilizar a mesma aula para todas as

avaliações, para minimizar as diferenças de movimentos e combinações, ou

ainda, de batimentos por minuto nas diferentes músicas.

Quadro 6: Estrutura da aula de Jump.

t treino t pausa BPM’s Objetivo Movimentos utilizados

Faixa 1 5’00’’ 00’30’’ 142 Aquecimento Todos os que serão utilizados durante a coreografia

Faixa 2 4’00’’ 00’30’’ 145 Cárdio Joelho, Hop, Canguru

Faixa 3 5’18’’ 01’30’’ 142 Cárdio Corrida, Joelho, Chinelo, Básico, Canguru

Faixa 4 3’10’’ 00’30’’ 138 Cárdio Hop, Canguru, Sapato, Chinelo,

Tcha-tcha

Faixa 5 5’44’’ 00’30’’ 143 Cárdio Corrida, Cowboy, Femoral, Sprint

Faixa 6 4’40’’ 00’30’’ 142 Cárdio Corrida, Sprint, Chinelo

Faixa 7 3’25’’ 00’30’’ 144 Cárdio Chinelo, Sapato, Corrida

Faixa 8 4’00’’ 00’15’’ 151 Retorno à calma

Várias circundações e alongamentos

Faixa 9 3’30’’ 00’00’’ 128 Localizada Abdominais

Abdominal superior, oblíquo e inferior

 

4.4. CARACTERIZAÇÃO DA AULA DE JUMP-CIRCUIT

Como protocolo de avaliação, utilizamos uma aula pré-coreografada de

Jump-Circuit, que foi previamente apresentada aos alunos, para que pudessem

conhecer e memorizar a coreografia. A duração total da aula foi de 43 minutos

e 35 segundos.

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  46  

A referida aula é composta por 10 faixas musicais. A estrutura está

devidamente explanada no quadro 7.

Durante o desenrolar da aula, os alunos executavam a aula de frente

para o espelho, e igualmente de frente para o professor, que executava todos

os movimentos de costas para o espelho (lado esquerdo do professor,

representa o lado direito do aluno). O professor executou toda a aula,

antecipando os movimentos ao longo das diferentes coreografias. Por se tratar

de uma aula coreografada, optamos por utilizar a mesma aula para todas as

avaliações, para minimizar as diferenças de movimentos e combinações, ou

ainda, de batimentos por minuto nas diferentes músicas. Como esta aula tem

componente muscular localizada, foi indicado ao aluno que o peso teria que ser

desafiante, mas sem indicação expressa de qual o peso a colocar nos

diferentes segmentos de trabalho localizado.

De acordo com as indicações do professor, nas pausas entre músicas,

os alunos preparavam o material para a faixa localizada seguinte. Neste

sentido, os alunos utilizaram: Barra com anilhas (para trabalho de dorsal),

Halteres (para trabalho de bicípite, tricípite e deltoide) e peso do corpo (para

trabalho do peitoral e abdominal).

Quadro 7: Estrutura da aula de Jump-Circuit.

t treino t pausa BPM’s Objetivo Movimentos utilizados

Faixa 1 3’51’’ 00’30’’ 132 Aquecimento Várias circundações e alongamentos

Faixa 2 3’48’’ 00’30’’ 138 Cárdio Chinelo, Joelho, Hop, Step-touch

Faixa 3 3’50’’ 00’30’’ 128 Localizado Remada baixa (treino Dorsal)

Faixa 4 5’05’’ 00’30’’ 128 Cárdio Corrida, Agachamento, Chinelo

Faixa 5 3’27’’ 00’30’’ 85 Localizado Rosca direta (treino bicipital)

Elevação lateral (treino deltoide)

Faixa 6 3’45’’ 00’30’’ 140 Cárdio Corrida, Femoral, Sapato

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Faixa 7 3’33’’ 00’30’’ 130 Localizado Kick-back (treino tricipital)

Flexão de cotovelo ventral (treino peitoral)

Faixa 8 5’22’’ 00’30’’ 145 Cárdio Tcha-tcha, Canguru, Step-touch, Corrida, Sprint, Corrida slow

Faixa 9 3’21’’ 00’10’’ 125 Localizado Abdominal superior, oblíquo e inferior

Faixa 10 3’23’’ 00’00’’ 85 Retorno à calma

Alongamentos vários

4.5. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Para a participação neste estudo, cada indivíduo foi avaliado em apenas

1 aula de Jump ou de Jump-Circuit, de acordo com o esquema já apresentado.

Previamente, foi recolhida a declaração de consentimento para a

utilização e tratamento dos dados pessoais. Antes, de cada avaliação com o

equipamento COSMED K4b2, foi medida a altura, recorrendo a um

estadiómetro de parede, e a massa corporal, recorrendo à balança Tanita BF-

522W, que nos dá o peso corporal, percentagem de massa gorda e

percentagem de hidratação corporal. Com os dados recolhidos procedemos à

calibração e configuração do equipamento.

Para a calibração do equipamento, são necessários alguns passos

iniciais de ajuste para a avaliação, que passamos a descrever.

Antes de qualquer calibração, é necessário aquecer os filtros, e para tal,

utilizamos o procedimento padrão de 45 minutos de aquecimento. Após esse

aquecimento, com todos os cabos ligados à unidade central, iniciamos o

processo de calibração: 1º- Calibração do ar da sala, 2º- Calibração do gás de

referencia, 3º- Calibração da turbina, 4º Calibração do delay de O2/CO2. Este

procedimento demora cerca de 3 minutos e 30 segundos.

Após o processo de calibração, introduzimos os parâmetros do sujeito

na unidade central, e de seguida, equipamos o mesmo com a cinta POLAR®.

Depois, colocamos no sujeito o colete, e todos os apetrechos inerentes ao

equipamento (Unidade Central, Bateria, Máscara e respetivos sensores),

escolhemos o tamanho de máscara adequado à face do sujeito, e colocamos

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  48  

igualmente a máscara. Antes de iniciar o teste, o equipamento faz uma nova

calibração do ar da sala (aproximadamente 30 segundos), e damos início à

recolha de dados.

Como procedimento padrão, estabelecemos que após carregar no botão

play do leitor de música, para dar início à aula, é colocada uma marca no

equipamento, correspondente ao início de recolha de dados, pertinentes ao

estudo. No fim da última música de aula, o professor já está ao lado do aluno, e

nos 5 segundos posteriores ao fim da aula, colocou nova marca no

equipamento, referindo a finalização da recolha de dados. Todos os dados

recolhidos antes e após as marcas, foram descartados, por não serem

pertinentes para este estudo.

Como o objetivo deste estudo é a análise do dispêndio energético

durante uma aula, decidimos que incluiríamos as faixas de aquecimento e de

retorno à calma, porque são parte integrante da aula, e devem ser analisadas

como parte dela.

Não foi necessário instruir os alunos quanto a instruções de segurança,

ou preparação de materiais para a aula, porque todos os alunos são

praticantes da modalidade, e já têm mecanizado todo o processo de

preparação de material, bem como, no caso do Jump-Circuit, a noção do peso

adequado ao trabalho localizado.

4.6. PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS

Os dados provenientes do ergoespirómetro foram tratados em software

específico Cosmed (Versão 9.1b). Posteriormente, para estimar os valores

médios e máximos para as sessões de Jump e Jump-Circuit, utilizou-se o Excel

2011 para Mac OS X. Os valores foram apresentados em média e desvio

padrão. Para comparar as proporções de homens e mulheres entre os grupos

Jump e Jump-Circuit, utilizou-se o teste do Chi-quadrado. Para comparações

de variáveis contínuas entre os grupos, utilizou-se o teste-T independente de

Student e a Análise de Covariância, com ajustamento para a idade. Todos os

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  49  

procedimentos estatísticos foram realizados no SPSS versão 21 para Mac OS

X, com nível de significância estabelecido em 5%.

5. RESULTADOS

A descrição das características dos participantes pode ser observada na

tabela 1. Na comparação entre grupos, os praticantes de Jump foram os que

apresentaram valores estatisticamente superiores para a variável idade.

Entretanto, apesar de não haver diferenças estatisticamente significativas, os

praticantes de Jump-Circuit apresentaram valores mais elevados na altura,

massa corporal e índice de massa corporal, enquanto os praticantes de Jump

apresentam valores ligeiramente superiores na percentagem de massa gorda.

Não foram encontradas diferenças significativas (χ2=1.189; P=0.276) nas

proporções de homens e mulheres entre os grupos de Jump e Jump-Circuit.

Tabela 1: Valores descritivos (Média ± DP) para caracterização dos sujeitos participantes do estudo de acordo com o grupo de modalidade.

Variáveis Todos Jump Jump-Cicuit Teste-t de Student (n=42) (n=23) (n=19) t Efeito (η2)

Idade (anos) 31.52 ± 8.80 35.00 ± 8.36* 27.32 ± 7.54 3.097 0.210

Estatura (cm) 165.90 ± 6.02 165.22 ± 6.08 166.74 ± 5.99 -0.811 0.019

Massa Corporal (kg) 63.87 ± 11.25 62.93 ± 11.45 65.00 ± 11.21 -0.587 0.010

Massa Gorda (%) 23.84 ± 7.67 24.88 ± 7.16 22.68 ± 8.23 0.902 0.021

IMC (kg/m2) 23.10 ± 2.98 22.92 ± 2.74 23.31 ± 3.31 -0.421 0.005

Notas: * P<0.05 para as diferenças entre grupos.

Na tabela 2, estão descritos os valores para a caracterização dos

parâmetros metabólicos e energéticos, de acordo com o grupo de modalidade

praticada. Os valores apresentados representam os valores médios, para o

período de duração de aula observada (que foi de cerca de quarenta e três

minutos e trinta segundos). Constatamos que, em média, os valores foram

mais elevados para o grupo que realizou aula de Jump, em relação àquele que

realizou a aula de Jump-Circuit, e nas variáveis VO2 absoluto, VO2 relativo,

MET e Dispêndios Energéticos, verificaram-se diferenças estatisticamente

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significativas, entre grupos. Em relação ao RER, FC e percentagens de

utilização dos substratos de Gorduras e Carboidratos, não se verificaram

diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.

Tabela 2: Valores descritivos (Média ± DP) para caracterização dos parâmetros metabólicos e energéticos em exercício de acordo com o grupo de modalidade

Variáveis Todos Jump Jump-Cicuit Teste-t de Student (n=42) (n=23) (n=19) t Efeito (η2)

VO2 (ml/min) 1603.9 ± 378.9 1731.1 ± 424.3* 1449.9 ± 247.6 2.674 0.128

VO2 (ml/kg/min) 25.19 ± 4.40 27.43 ± 4.18** 22.47 ± 2.92 4.362 0.306

RER (ml/min) 1.01 ± 0.04 1.00 ± 0.04 1.01 ± 0.05 0.600 0.005

FC (bpm) 146.58 ± 11.08 148.89 ± 11.87 143.79 ± 9.62 1.506 0.046

MET 7.20 ± 1.26 7.84 ± 1.20** 6.42 ± 0.84 4.362 0.306

DE (kcal/min) 8.05 ± 1.92 8.69 ± 2.17* 7.28 ± 1.23 2.647 0.126

DE (kcal/h) 483.11 ± 115.44 521.45 ± 130.30* 436.70 ± 73.81 2.647 0.126

DE Total (kcal) 196.44 ± 50.72 213.51 ± 58.22* 175.78 ± 29.92 2.705 0.128

Gorduras (%) 12.00 ± 7.60 11.41 ± 8.11 12.73 ± 7.09 0.554 0.013

Carboidratos (%) 88.27 ± 7.51 88.88 ± 8.00 87.54 ± 7.01 0.571 0.013

Notas: * P<0.05 para as diferenças entre grupos; ** P<0.001 para as diferenças entre grupos.

A tabela 3, apresenta os valores estimados, dos parâmetros metabólicos

e energéticos, ajustados para a idade, de acordo com o grupo de modalidade

praticada. Como se verificaram diferenças entre grupos, para o parâmetro

Idade, decidimos ajustar as comparações para esta covariável e reanalisar os

dados. Mesmo após o ajuste, à covariável Idade (de valor 31,52), verificamos

que as diferenças estatisticamente significativas se mantêm, para todos os

parâmetros que já revelavam essas diferenças, não se observando

modificações a essa tendência.

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Tabela 3: Valores estimados [Média (EP)] dos parâmetros metabólicos e energéticos em exercício ajustados para a idade de acordo com o grupo de modalidade

Variáveis Jump Jump-Cicuit ANCOVA (n=23) (n=19) F Efeito (η2)

VO2 (ml/min) 1753.52 (78.26)* 1422.84 (86.99) 7.220 0.156

VO2 (ml/kg/min) 27.77 (0.80)** 22.06 (0.89) 20.753 0.347

RER (ml/min) 1.00 (0.01) 1.02 (0.01) 2.629 0.063

FC (bpm) 149.88 (2.37) 142.60 (2.64) 3.808 0.089

MET 7.94 (0.23)** 6.30 (0.25) 20.752 0.347

DE (kcal/min) 8.79 (0.40)* 7.16 (0.44) 6.780 0.148

DE (kcal/h) 527.46 (23.94)* 429.43 (26.61) 6.780 0.148

DE Total (kcal) 217.40 (10.40)* 171.07 (11.56) 8.036 0.171

Gorduras (%) 12.51 (1.61) 11.39 (1.79) 0.196 0.005

Carboidratos (%) 87.79 (1.59) 88.85 (1.77) 0.181 0.005

Notas: * P<0.05 para as diferenças entre grupos; ** P<0.001 para as diferenças entre grupos; covariável: Idade =31.52.

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  53  

6. DISCUSSÃO

Embora a modalidade Jump, apareça suportada na literatura por alguns

estudos em ambiente não laboratorial (Furtado et al., 2004; Grossl et al., 2008;

Ribeiro & Tumelero, 2011), tanto quanto nos foi possível apurar, este é o

primeiro estudo, com recurso ao espiroergometro portátil COSMED® K4b2,

efetuado em ambiente não laboratorial, contemplando uma aula inteira em mini

trampolim, inserida num horário regular do ginásio, e que recolhe dados da

modalidade Jump-Circuit quanto à intensidade e utilização dos substratos

energéticos.

Este estudo vem clarificar que, comparativamente ao Jump-Circuit, o

grupo praticante de aulas de Jump obtém valores mais elevados nas variáveis

VO2 absoluto, VO2 relativo, MET e Dispêndios Energéticos, com diferenças

estatisticamente significativas entre grupos, assumindo-se como a aula que

exige maior dispêndio energético e intensidade de treino entre estas duas. E

que, em relação ao RER, FC e percentagens de utilização de substratos, o

Jump-Circuit apresenta valores ligeiramente mais elevados na utilização das

gorduras, e valores ligeiramente inferiores na utilização dos carboidratos, ainda

que não se tenham verificado diferenças estatisticamente significativas, pelo

que, ambas as modalidades têm um recrutamento de substratos energéticos

semelhante.

Os resultados do presente estudo estão em acordo com dados de

estudos anteriores na modalidade Jump (Furtado et al., 2004; Grossl et al.,

2008; Ribeiro & Tumelero, 2011; Rocha et al., 2010), especialmente para os

parâmetros MET e Dispêndios Energéticos, que excedem as recomendações

do ACSM e AHA para a prática de pelo menos 30 min de atividade física diária

em intensidades entre os 3.0 e os 6.0 MET (ACSM, 2011; Haskell et al., 2007).

No nosso estudo, as intensidades médias das sessões foram 7.84±1.20 MET

para o Jump e, 6.42±0.84 MET para o Jump-Circuit. Em relação às

recomendações da OMS para o controlo da ingestão alimentar (WHO/FAO,

2003), os nossos resultados indicam que, em 1 hora de treino, será possível

degradar cerca de 520 kcal com o Jump e 430 kcal com o Jump-Circuit.

Relativamente ao Jump-Circuit, verificamos que no nosso estudo, apesar dos

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valores de VO2 e FC serem mais baixos em comparação com o Jump, os DE e

os METS indicam que as sessões de Jump-Circuit deverão também ser

exigentes metabolicamente, com intensidades vigorosas em média (> 6MET).

Este fato manifesta que, o treino de resistência muscular, aliado ao treino de

incremento cardiorrespiratório, poderá promover alterações favoráveis para o

sistema cardiovascular e músculo-esquelético, por incluir igualmente uma

componente de treino força e resistência muscular.

Algo que também procuramos investigar foi, se ao nível da utilização de

carboidratos e de gorduras, existiam diferenças nas sessões de Jump

comparativamente às sessões de Jump-Circuit. De fato, estas diferenças não

se revelaram estatisticamente significativas.

No entanto, vários autores (Arazi et al., 2011; Kang et al., 2009)

defendem que, uma sessão de treino, combinando exercícios de endurance e

resistência, obtém melhores resultados na depleção da percentagem de massa

gorda. Vilaça et al. (2011) vão mais longe, e através de uma extensa revisão

da literatura, concluem que o treino aeróbico, combinado com o treino de força,

tem efeitos positivos na composição corporal e no DE, com a redução da

gordura corporal relativa. Referem ainda que, a ordem pelo qual se juntam

estes dois métodos de treino, não parece ser preponderante nos resultados

finais. No nosso caso, o treino de resistência muscular está intervalado com o

treino aeróbico, o que nos permitiu verificar algumas variações na utilização

dos substratos energéticos.

Algo que devemos igualmente assinalar, é que no nosso estudo,

utilizamos uma amostra composta por alunos de ambos os sexos. Como

defendem vários investigadores (Lozano et al., 2010; Ortego et al., 2009), o

sexo dos participantes influi diretamente, e estatisticamente, nas diferenças em

treinos com pesos em circuito. Assim, poderia especular-se que eventuais

diferenças entre os grupos, seriam explicadas por diferenças nas proporções

de homens e mulheres entre os grupos. No entanto, testamos estatisticamente

essa hipótese, e verificamos que não houveram diferenças entre os grupos, ou

seja, o número de homens e mulheres era semelhantes entre os grupos.

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Num estudo semelhante ao nosso, com 11 mulheres, com média de

idades de 21.7±1.9, Grossl et al. (2008) constataram que em 51 minutos e 10

segundos de aula, as alunas obtiveram um gasto calórico de 7.3±1.1 kcal/min,

correspondendo a um DE total entre as 355 e as 386 kcal/h. Constataram

ainda que, a FC média se situou entre os 156±11 e os 161±11 batimentos por

minuto. No caso do nosso estudo, constatamos que, para uma FC média

menor (146.58±11.87 para o Jump e 143.79±9.62 para o Jump-Circuit), foram

obtidos valores mais elevados de DE por minuto (8.69±2.17 para o Jump e

7.28±1.23 para o Jump-Circuit) e DE totais para as respectivas sessões.

Num outro estudo de Rocha et al. (2010), em que 11 homens, com

idades de 25.8±3.7 anos, e 7 mulheres, com idades de 27.4±4.8 anos,

efetuaram um protocolo de 5 minutos por movimento padrão executado, para

analisar o VO2, FC e DE, e obtiveram FC médias de 145.21±11.26, DE de

10.05±2.77 kcal/min e VO2 médio de 31.52±6.30 ml/kg/min. No entanto, a

explicação da diferença entre os valores do DE pode basear-se no fato de os

sujeitos terem executado movimentos isolados, e não coreografados numa

sequencia musical, o que permitiu uma maior concentração na tarefa.

Também Furtado et al. (2004), na análise de 11 mulheres com idades de

29.8±7.2 anos, em 1 aula completa de Jump Fit de aproximadamente 50

minutos de duração, obtiveram resultados similares ao nosso, com o VO2

absoluto a atingir os 1.59 l/min (no nosso caso, 1.73±0.3 para o Jump e,

1.45±0.2 para o Jump-Circuit), a FC média a atingir os 160.3±8.9 bpm e o DE

total a chegar aos 386,4±13,8 kcal/h. Neste estudo, Furtado et al. (2004)

obtiveram ainda valores mais baixos de RER (0.87±0.10) em comparação

àqueles descritos no nosso estudo (1.00±0.04 para o Jump e, 1.01±0.05 para o

Jump-Circuit). Este fato permite inferir que, a aula deste estudo, teve uma

predominância de utilização dos carboidratos, tal como no nosso estudo,

embora com menor magnitude que o nosso estudo.

Importa entretanto esclarecer que, na diversidade de estudos que

encontramos, os protocolos utilizados têm muita influência nos resultados

obtidos. A duração da aula, as variações de movimentos, a velocidade das

músicas, a utilização de movimentos mais ou menos complexos, ou com a

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  56  

utilização dos membros superiores simultaneamente com os inferiores, entre

outros, poderão influenciar na prestação dos atletas, e provocar alterações nos

parâmetros a observar. No entanto ajustando as durações da aula, para as do

nosso estudo, constatamos na literatura que, a utilização de músicas com

batidas por minutos mais rápidas, ou utilização dos membros superiores nas

coreografias não influenciam significativamente na alteração da tendência da

aula de Jump (Aldabe et al., 2003; Perantoni et al., 2010). No entanto, a

seleção dos movimentos poderá fazer a diferença, em função da intensidade

de execução desses movimentos (Aldabe et al., 2004; Garrido, 2005; Márquez

et al., 2013; Schiehll, 2007; Schiehll & Loss, 2002).

Algo que poderá igualmente suscitar alguma discordância, face a outras

modalidades já estudadas, são as caraterísticas do equipamento. O fato do

conjunto molas/lona apresentar absorção do impacto na ordem dos 34 a 56%

no pico da força (Schiehll & Loss, 2002), torna a comparação entre

modalidades sempre dúbia. Ainda assim, num estudo elaborado para a NASA,

Bhattacharya et al. (1980) confirmaram que os valores do VO2 e FC, recolhidos

em 2 protocolos de avaliação (primeiro em tapete a 4 velocidade, e segundo

em mini trampolim a 4 alturas), não diferem assim tanto em valor (VO2 e FC de,

1.1 – 2.5 l/min e 102 – 175 bpm para o protocolo de mini trampolim, e de 0.8 –

3.0 l/min e 90 – 180 bpm para o protocolo de passadeira). O que difere

essencialmente, é a ocorrência de maior magnitude de estimulo biomecânico

no caso do mini trampolim, em relação à passadeira.

Algo igualmente importante, é a interação dos exercícios resistidos, em

complemento com a utilização de superfícies elásticas. Tal como referido na

literatura, as recomendações de saúde não ficam pela resistência

cardiorrespiratória e composição corporal. Também a resistência muscular,

flexibilidade e adaptação neuromuscular devem ser tidas em conta (ACSM,

2011; Haskell et al., 2007; USDHHS, 2008; WHO/FAO, 2003). Nesta linha

importa, uma vez mais, caracterizar as superfícies elásticas, e as adaptações

fisiológicas decorrentes da utilização destas nos exercícios resistidos.

Márquez et al. (2013), num estudo com 50 homens, entre os 22.2±2.9

anos de idade, procuraram identificar as adaptações neuromecânicas

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induzidas pelo salto em superfícies elásticas. Constataram que os saltos

repetidos em mini trampolim levaram à modificação mecânica e neuromuscular,

fator que influenciou a altura do salto no solo. Referem que estas modificações

envolvem a ativação dos flexores dos joelhos e coativação dos músculos da

articulação dos tornozelos. Neste sentido, Ferris & Farley (1997) acrescentam

que, apesar do sistema musculoesquelético ser uma combinação complexa de

músculos, tendões e ligamentos, um simples modelo de mola pode descrever a

mecânica da corrida, hop e trote. Nesta linha de pensamento, se a perna atua

como uma mola para o corpo, então, havendo comprometimento de um dos

componentes da mola (tendão, músculo ou atividade neurológica), por fadiga

ou lesão por exemplo, irá ocorrer uma diminuição da eficácia do trabalho

executado.

Lemos et al. (2007) procuraram estudar a influência de uma aula de mini

trampolim no agachamento. E utilizando uma aula de 40 minutos, a 145 bpm

de velocidade média das músicas, com um grupo de 12 alunas, entre os 25±6

anos de idade, verificaram que após a aula, houve uma influência negativa no

agachamento, com redução significativa do número de repetições face ao

grupo de controlo, decorrente da alta intensidade e volume de trabalho dos

membros inferiores durante a aula no mini trampolim. Explicou essas

diferenças com três possíveis razões essenciais: fadiga muscular periférica

aguda, esgotamento dos substratos energéticos e a acumulação de

metabólitos decorrentes dos 40 minutos de aula no mini trampolim.

Resultados igualmente corroborados pelo estudo de Lemos et al. (2008),

que obtiveram uma redução do número de repetições em todos os exercícios e

séries, após uma aula de Jump Fit. Numa aula, em que o trabalho se faz

intenso, a 75% do VO2máx, a forte fadiga muscular do quadricípite influenciou

diretamente os resultados. No entanto, também se verifica na literatura que,

exercícios aeróbios de longa duração, trazem prejuízos no desempenho da

força (Karavirta et al., 2011). Este estudo apresentou igualmente valores de FC

média, para 60 minutos de treino, idênticos aos demais estudos em mini

trampolim já referidos.

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Apesar destes dados, prejudiciais para o treino da força, outros estudos

comprovam os benefícios induzidos pela utilização das superfícies elásticas no

treino. Aragão et al. (2011), num estudo com população idosa com idades entre

os 68±3 anos, verificaram que, a utilização do mini trampolim provocou uma

melhoria de 35% na estabilidade, e de 10% no aumento da força muscular do

tríceps sural, assim como, melhorou a capacidade de recuperar o equilíbrio

após uma queda frontal. Este fato está associado à alta mobilização dos

movimentos da anca, durante a adaptação propriocetiva do corpo à superfície

instável, que é o mini trampolim.

Também Atilgan (2013) encontrou resultados idênticos, mas desta vez

em população infanto juvenil. Num estudo com uma amostra de 28 rapazes,

com idades compreendidas entre os 9 e os 11 anos, verificou que, pela

utilização de mini trampolins e trampolins, numa intervenção de 12 semanas,

existiu um aumento do equilíbrio estático bipedal, e equilíbrio dinâmico no salto

vertical, assim como uma melhoria da consciência postural e melhoria da força

explosiva, após o treino em cima destas superfícies elásticas.

Também num estudo de Leite et al. (2009) verificou-se que, após

submeter um grupo de alunas, a sessões semanais de 45 minutos de aula

coreografada em mini trampolim, ocorreu um aumento de cerca de 12.9% na

resistência muscular localizada abdominal e da musculatura flexora do quadril,

aumento de cerca de 14% da resistência muscular localizada dos membros

inferiores, aumento de 22.1% do VO2máx em 16 semanas, com a diminuição de

9.1% da FC, por adaptação cardiovascular, e aumento de 17.42% da

flexibilidade, mesmo sem sessões específicas para esta variável. O que torna

esta modalidade numa forma divertida de incrementar a capacidade

cardiorrespiratória, a resistência muscular localizada e a flexibilidade. Como

nos explica Garrido (2005), a alta atividade dos membros inferiores, e a sua

utilização praticamente ininterrupta, provocam esta adaptação neuromuscular e

musculoesquelética.

Também a nível de estudos, com dados longitudinais (Alonso et al.,

2007; Anjos et al., 2006; Muller et al., 2010; Ribeiro & Tumelero, 2011), o Jump

e o Jump-Circuit, assumem-se como modalidades com potenciais benefícios

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  59  

para a saúde, enquanto modalidades praticadas em ginásios, revelando-se

eficazes na redução de percentagem de massa gorda, aumento da massa

magra, diminuição significativa das pregas cutâneas e redução significativa dos

perímetros da cintura e quadril.

A eficiência do treino em mini trampolim é assim justificada, e o fato de a

elasticidade da superfície proteger as articulações de impactos de maior

magnitude, tornam a aula de Jump num eficaz e seguro método de treino. O

presente estudo, demonstra ainda que a variante Jump-Circuit poderá também

induzir nos ganhos de força e resistência muscular, por acrescentar o treino

com resistência, através da utilização de pesos ou elásticos, além das

alterações cardiorrespiratórias, por se definir como uma modalidade exigente e

vigorosa (MET>6), ainda que apresente valores mais baixos que o Jump.

No entanto, o presente estudo teve algumas limitações, que não nos

permitiram tirar conclusões mais expressivas. Uma delas foi o fato de não ser

possível que o mesmo grupo de sujeitos fizessem as duas aulas. Como se

trata de um estudo, o mais próximo da realidade possível, não foi exequível a

deslocação dos alunos a diferentes ginásios, para efetuar as 2 avaliações,

devido a dificuldades de enquadramento de horários, disponibilidade pessoal, e

possibilidades de transporte entre ginásios, dada a distância considerável entre

eles.

Algo que nos limitou igualmente na discussão dos resultados, foi o facto

de neste protocolo, não ter sido possível a avaliação inicial do VO2máx, para

aferir em que condição física estavam os alunos, antes da avaliação nas aulas

de Jump ou Jump-Circuit. Desta forma, também seria possível descrever o

esforço realizado nas aulas em função (valores percentuais) do esforço

máximo medido diretamente (consumo máximo de oxigénio, frequência

cardíaca máxima e DE máximo, por exemplo).

No caso do Jump, o fato de não estabelecer medidas

mecânicas/cinemáticas das atividades realizadas (acelerometria, frequência e

altura dos saltitos na superfície elástica durante a aula), também pode ser

responsável pela variação dos valores obtidos. No entanto, como o nosso

objetivo era a aferição em meio neutro (não laboratorial), a medição destes

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  60  

parâmetros exigiria outra disponibilidade do avaliador e dos sujeitos

participante do estudo, o que não foi possível na execução deste estudo.

No caso do Jump-Circuit, também a ausência de controlo das cargas na

componente resistida da aula, poderá ter influencias nos resultados finais. Se

em estudos futuros, for possível aferir as Repetições Máximas para cada

exercício e para cada aluno, será possível obter dados mais concretos, acerca

das relações entre cargas/intensidades e os dispêndios energéticos em

exercícios resistidos, e comparar esta modalidade a outros tipos de treino em

circuito.

Outra sugestão, que entendemos pertinente, seria a utilização de um

protocolo que permitisse a mensuração do metabolismo pós-aula, que poderia

dar-nos outra clarividência acerca do consumo de oxigénio pós-exercício. Isto

porque, na literatura, é comum a referência aos treinos com pesos em circuito,

como aqueles que potencialmente aumentam consumo de oxigénio e o

dispêndio energético pós-exercício (Drummond et al., 2005; Elliot et al., 1992;

Murphy & Schwarzkopf, 1992), algo igualmente presente na modalidade Jump-

Circuit, e que seria interessante testar.

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  61  

7. CONCLUSÕES

Em média, o grupo que realizou a aula de Jump obteve valores mais

elevados nas variáveis VO2 absoluto, VO2 relativo, MET e Dispêndios

Energéticos, com diferenças estatisticamente significativas em comparação

com o grupo que realizou a aula de Jump-Circuit. Assim, assume-se que uma

sessão de Jump poderá ser em média mais intensa e exigir maior dispêndio

energético que uma aula de Jump-Circuit.

Tanto para a sessão de Jump, quanto para a aula de Jump-Circuit, a

utilização de substratos de carboidratos parece predominar em relação ao

recrutamento de gorduras como fontes de energia.

Relativamente à modalidade Jump-Circuit, consideramos que devem ser

elaborados novos estudos, que tenham em conta as cargas utilizadas nos

segmentos localizados, de forma a poder inferir acerca da influência de

diferentes intensidades do trabalho de força na alteração do metabolismo

durante uma sessão. Aconselhamos igualmente que, pela diferença na

utilização de cargas pelos públicos masculinos e femininos, novos estudos

sejam elaborados para a modalidade Jump-Circuit, a fim de comparar os

diferentes parâmetros metabólicos, entre géneros.

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  LXXV  

9. ANEXOS  

ANEXO 1 – NOMENCLATURA E DESCRIÇÃO DOS MOVIMENTOS UTILIZADOS DURANTE AS AULAS DE JUMP E JUMP-CIRCUIT

Grupo 1

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  LXXVII  

Grupo 2

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  LXXVIII  

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  LXXIX  

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  LXXX  

 

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  LXXXI  

 

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  LXXXII  

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  LXXXIII  

ANEXO 2 – FICHA DE INFORMAÇÃO

!!! Mestrado!em!Atividade!Física!e!Saúde!Mestrando:!Pedro!Miguel!Pinto!Cunha!

!!

Ficha Informativa / Autorização Tratamento de Dados O meu nome é Pedro Cunha, e no âmbito do 2º ciclo de estudos, do Mestrado em Atividade

Física e Saúde, foi proposto estudar o seguinte tema: Comparação do dispêndio energético e

outros parâmetros metabólicos em duas modalidades de academia: Jump e Jump-Circuit. Neste âmbito, e para uma correta análise de diversos parâmetros fisiológicos inerentes à prática desta modalidade, foi sugerida a utilização do equipamento de medição COSMED K4B2. Trata-se de um equipamento de Espirometria, não invasivo, que analisa a troca de gases durante a prática desportiva. A recolha destes dados permite analisar, entre vários parâmetros: os substratos energéticos utilizados (gorduras, hidratos de carbono, proteínas), o dispêndio energético, a percentagem da frequência cardíaca e de volume de oxigénio durante a aula, e relaciona-los, para maximizar o processo de treino. Neste sentido, venho por este meio requerer a sua colaboração na execução deste estudo. Para colaborar será necessário cumprir com 2 requisitos:

1- Preencher a ficha anexa, autorizando o tratamento dos seus dados pessoais, necessários para o estudo, e com a única finalidade de produzir matéria para concluir o mesmo (será salvaguardada a total privacidade dos dados recolhidos);

2- Participar de forma ativa, em apenas 1 (uma) aula de Jump, (ou Jump-Circuit, conforme o caso), utilizando o equipamento descrito, conforme a foto exemplifica.

Como forma de agradecimento, pela colaboração neste estudo, será elaborada uma ficha de avaliação, que lhe será entregue em momento oportuno, onde estarão descritos os dados recolhidos durante a sua avaliação, um gráfico relacionando o VO2max com a sua frequência cardíaca, e o dispêndio energético utilizado durante a aula. Com estes dados, será mais fácil ajustar a sua intensidade de treino, para atingir os objectivos que pretende, ou mesmo a título unicamente informativo, saber como reage o seu organismo ao método de treino em questão. Desde já, em meu nome pessoal, do Centro de Investigação de Atividade Física, Saúde e Lazer, e da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, agradeço a disponibilidade em colaborar neste estudo, importante para conhecer ao pormenor os efeitos das modalidades de Fitness mais atuais. Porto, _ ___ de _ __ de 2012

____________________________________ Dr. Pedro Cunha

Page 86: Comparação do dispêndio energético e outros ... · LISTA DE ABREVIATURAS! ... QR Quociente Respiratório RER Respiratory Exchange Ratio RM Repetição Máxima VO 2 Volume de Oxigénio

 

  LXXXIV  

!!! Mestrado!em!Atividade!Física!e!Saúde!Mestrando:!Pedro!Miguel!Pinto!Cunha!

!

DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO !!!Conforme a “Declaração de Helsínquia” da Associação Médica Mundial (Helsínquia 1964; Tóquio 1975; Veneza 1983). !!Designação!do!Estudo:!“Comparação do dispêndio energético e outros parâmetros metabólicos em duas modalidades de academia: Jump e Jump-Circuit.”#####

Eu,!abaixo!assinado,!(nome!completo),!! ! ! ! ! ! !

! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

compreendi!a!explicação!que!me!foi!fornecida!acerca!da!minha!participação!no!estudo!que!se!tenciona!

efetuar,!tendoGme!sido!dada!oportunidade!de!fazer!as!perguntas!que!julguei!necessárias.!

Tomei! também! conhecimento! de! que,! de! acordo! com! as! recomendações! da! declaração! de!

Helsínquia,! a! informação! ou! explicação! que! me! foi! prestada! versou! os! objectivos,! os! métodos,! os!

benefícios! previstos,! os! riscos! potenciais! e! o! eventual! desconforto,! além! disso! foiGme! afirmado! que!

tenho!o!direito!de!recusar!a!todo!o!tempo!a!minha!participação!no!referido!estudo,!sem!que!isso!possa!

ter!como!efeito!qualquer!prejuízo!na!assistência!que!me!foi!prestada.!

!!

Tendo!em!conta!o!atrás!exposto!autorizo!a!recolha!e!tratamento!dos!meus!dados!biométricos,!

pertinentes! ao! estudo,! e! aceito! participar! de! pelo! menos! 1! (uma)! aula! de! Jump,! ou! JumpGCircuit,!

utilizando!o!aparelho!de!medição!de!gases!COSMED!K4B2.!

!

Porto,!! ! !de!! ! !de!2012,!!! ! ! ! !! ! ! !(assinatura!conforme!documento!de!identificação)!

!!

Para!fins!de!contacto!para!marcação!do!dia!do!teste,!por!favor!indique:!

Contacto!email:!! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

!!!!!!!!!!!e!/!ou!

Contacto!telemóvel:!! ! ! ! !

! !