Upload
fernanda-soares
View
220
Download
1
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Fisiologia do exercicio
Citation preview
Resumo
O objetivo do presente estudo foi avaliar e comparar a composio corporal, consumo mximo de oxignio e lactato sanguneo em ciclistas amadores da regio sul do Rio Grande do Sul. A amostra foi composta por 21 ciclistas do sexo masculino com idade superior a 20
anos e mdia de idade de 34,1 anos (DP 9,6 anos), praticantes das modalidades speed e mountain bike (MTB) por, pelo menos, seis meses. As mdias do ndice de massa corporal (IMC), percentual de gordura (%G) e consumo mximo de oxignio (VO2max) foram respectivamente de 23,2 Kg/m2 (DP 2,5), 12,9 % (DP 2,3) e 54,9 mL.Kg -1.min-1 (DP 7,1), no sendo diferente as modalidades speed e MTB. A mdia da concentrao de lactato sanguneo ao final do teste em cicloergmetro foi de 9,2 mmol.L-1. Correlao inversa foi encontrada entre as circunferncias da perna (r=-0,4; p=0,04) e abdmen (r=-0,6; p=0,004) e VO2max. Os atletas estudados apresentam piores resultados quando comparados a atletas de competio de ciclismo nacional e internacional. Palavras chave: antropometria; consumo de oxignio; ciclismo
Abstract
The aim of this study was to verify and correlation body composition, maximum oxygen uptake and blood lactate of non-professional cyclists living in southern Rio Grande do Sul state. The sample was composed by 21 male cyclists in their 20s or more end average 34,1 (DP 9,6) who practice speed or mountain bike styles, for a period of at least six months. The average numbers of body mass index, fat percentage and maximum oxygen uptake were respectively 23,2 Kg/m2 (DP 2,5), 12,9 % (DP 2,3) and 54,9 mL.Kg -1.min-1 (DP 7,1), without any difference between speed and mountain styles. Blood lactate average in the end of the cycling test was 9,2 mmol.L-1. Inverse correlation was found between leg (r=-0,4; p=0,04) and abdominal (r=-0,6; p=0,004) circumferences and maximal oxygen consumption. The athletes observed have presented worst results when compared to other national or international cycling athletes. Key words: anthropometry; oxygen consumption; bicycling
Introduo
O ciclismo um dos esportes mais acompanhados em muitos pases, com
considervel aumento no nmero de praticantes nos ltimos anos (ASPLUND;
ROSS, 2010). No Tour de France uma das principais competies de ciclismo de
estrada, seus participantes tm sido foco de estudo por alguns pesquisadores
32
(CLARSEN; KROSSHAUG; BAHR, 2010). Em mbito nacional e regional
destacamos as Voltas de Santa Catarina e de So Paulo como competies de
estgios.
O MTB outra modalidade do ciclismo que vem se popularizando com
competies de cross country as quais so realizadas em circuito irregular e no
pavimentado (MACHADO et al., 2002). Nessas competies ou etapas ciclsticas os
atletas pedalam durante horas, por trajetos diversos, variando do plano para aclives
e declives, exigindo papel fundamental de componentes da aptido fsica como a
fora (OKANO et al., 2006), resistncia aerbia e anaerbia (LEITE et al., 2004),
para suportar frequentes mudanas de ritmo e intensidade das pedaladas, e
flexibilidade (FARINATTI, 2000), para que o ciclista adote posies mais
aerodinmicas, ajudando a minimizar a resistncia ao deslocamento. Alm disso,
variveis de composio corporal, como o ndice de massa corporal (IMC) e o
percentual de gordura (%G) so importantes na relao peso do conjunto (ciclista e
bicicleta) podendo influenciar no desempenho do ciclista, principalmente em
competies com subidas (MACHADO et al., 2002; SILVA et al., 2009).
Dentre as variveis mais estudadas para avaliao da capacidade aerbia em
atletas e, em consequncia, seu nvel de desempenho, est o consumo mximo de
oxignio (VO2max) (MACHADO; CAPUTO; DENADAI, 2004; SANTANA et al., 2007;
CONI, 2007). Apesar disso, o mesmo, exclusivamente, no capaz de assegurar
desempenho aerbio satisfatrio, pois preciso se manter em percentuais altos
desses ndices por um longo perodo da competio (CAPUTO et al., 2009).
O conhecimento das caractersticas e valncias fsicas destes ciclistas e as
possveis modificaes dessas, em funo das rotinas de treinos, so de
fundamental importncia no planejamento e controle das etapas de treinamentos.
Investigar e analisar as diversas variveis que envolvem o ciclismo extremamente
importante na melhora da performance (BURKE, 2000; CLARSEN; KROSSHAUG;
BAHR, 2010).
O objetivo do presente estudo foi verificar e comparar a composio corporal
e componentes da aptido fsica de atletas de ciclismo amadores de duas
modalidades (estrada e MTB), residentes na regio sul do estado do Rio Grande do
Sul.
33
Metodologia
A pesquisa caracterizada como um estudo observacional de corte
transversal. A amostra por convenincia foi formada por ciclistas amadores das
modalidades ciclismo de estrada (speed) e MTB, do sexo masculino, com idade
entre 20 e 60 anos, moradores da regio sul/RS. No perodo da coleta de dados,
todos os atletas encontravam-se em perodo inicial de treinamento.
Os atletas foram abordados durante as competies e aps explicaes a
respeito do estudo foram convidados a participar da amostra. Em caso de aceite, os
indivduos foram cadastrados para posterior contato e agendamento das avaliaes.
Depois de feito contato e agendamento os mesmos foram orientados a no praticar
treinamento intenso nas 48h que antecederam aos testes.
Na data determinada, os participantes se dirigiram ao Laboratrio de
Bioqumica e Fisiologia do Exerccio da Universidade Federal de Pelotas onde foram
realizados os testes especficos aos objetivos do estudo. Na chegada ao laboratrio
foram explicados todos os procedimentos para que os indivduos se familiarizassem
com o ambiente e os procedimentos avaliativos os quais aconteceriam em duas
etapas e cada uma delas em dias distintos. Na primeira etapa foi realizada a
verificao dos dados antropomtricos (circunferncias do abdmen, coxa e perna,
%G, peso e estatura) dos indivduos. Para tal finalidade foi utilizados uma balana
da marca Welmy com preciso de 50 gramas, um compasso cientfico da marca
Cescorf com preciso de 0,1cm, um estadimetro com preciso de 0,1 cm e uma fita
mtrica metlica inelstica da marca Sanny com preciso de 0,1 cm. O %G foi
estimado pelo somatrio de quatro dobras (subscapular, suprailiaca, abdominal,
tricipital) para atletas adultos (FAULKNER, 1968).
Aps a realizao das medidas antropomtricas e composio corporal os
indivduos realizaram um teste de fora mxima para membros inferiores, utilizando
um dinammetro da marca Baseline com preciso de 10 Kgf. A medida de
flexibilidade foi realizada atravs do teste de sentar e alcanar de Wells & Dillon,
utilizando um banco com escala em centmetros.
Na segunda etapa, a qual aconteceu 24h aps a primeira, foi realizado o teste
de VO2max. Para tal foi utilizado um cicloergmetro com frenagem eletromagntica
da marca Cateye modelo Ergociser EC 1600 (CatEye, Japo) onde os avaliados
34
puderam ajustar a altura do selim e distncia do guido conforme preferncia
individual sem fazer uso de calados e pedais especficos para o ciclismo. Para
estimativa do VO2max foi utilizado o protocolo de Bruce adaptado para
cicloergmetro (PINI, 1992), onde os ciclistas iniciavam o aquecimento com carga
equivalente a 50w durante os primeiros 3 minutos sendo que estes incrementos se
sucederam at exausto com rotao de 60rpm durante todo teste. A Freqncia
cardaca foi monitorada continuamente atravs do frequencmetro da marca Polar.
Em uma sub-amostra de sete ciclistas foi realizada verificao dos nveis de
lactato sanguneo imediatamente antes e posteriormente ao teste de resistncia
aerbia. A tomada de sangue a ser analisada foi realizada atravs da perfurao da
polpa do dedo anelar do ciclista. As concentraes de lactato sanguneo foram
determinadas pelo analisador porttil da marca AccusportTM (Boehringer Mannheim
Corp., Mannheim, Alemanha).
Os dados coletados foram digitados no programa Excel 2007 for Windows e
posteriormente importados para o programa estatstico Stata 10.0, no qual foram
realizadas as anlises estatsticas.
Foi realizada, inicialmente, uma anlise descritiva dos dados com clculo de
mdias e seus correspondentes desvios padro para cada uma das variveis em
estudo. Anlise bruta da associao entre VO2max e as variveis independentes
foram feitas atravs de Anova One way e correlao de Spearman, no caso da
varivel independente ser contnua.
O estudo foi aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa da Escola Superior
de Educao Fsica da Universidade Federal de Pelotas sob protocolo nmero
091/2009.
Resultados
Do total de ciclistas avaliados, 10 praticavam a modalidade de ciclismo de
estrada (speed) e 11 MTB. A populao estudada teve uma mdia de idade de 34,1
anos (DP 9,6), sendo todos os avaliados do sexo masculino. As mdias de peso,
estatura e %G dos indivduos foram, respectivamente, de 74,2 Kg (DP 9,2), 1,79 m
(DP 0,07) e 12,9 Kg/m2 (DP 2,25). Valores do %G variaram entre 10 e 19 Kg/m2
(Tabela 1). As circunferncias abdominal, da coxa e perna, apresentaram resultados
35
de 77,6 cm (DP 6,7), 51,3 cm (DP 5,0) e 32,6 cm (DP 2,2), respectivamente (Tabela
2).
As presses arterial sistlica e diastlica prvia a atividade foram,
respectivamente, de 120,9 mm/Hg (DP 7,0) e 71,4 (DP 8,5). A frequncia cardaca
mdia ao final da avaliao em cicloergmetro foi de 180,4 batimentos/min. (DP 9,9)
sendo que o maior valor encontrado foi de 196 batimentos/min. Em relao ao
desfecho VO2max, os valores encontrados variaram entre 44 e 60 ml/Kg -1.min-1,
sendo a mdia de 54,9 ml/Kg -1.min-1 (DP 7,1). A fora de membros inferiores no foi
estatisticamente diferente entre os ciclistas das duas modalidades, apesar de o
grupo de ciclistas de MB apresentar valores ligeiramente superiores (Tabela 3).
Tabela 1. Dados descritivos da amostra, apresentados em mdia com respectivos desvios padro por modalidade ciclstica (n=21).
Modalidade
N
Idade (anos)
Peso (kg)
Estatura (m)
IMC (kg/m2)
%G (%)
Estrada 11 36,4 11,1 72,8 8,8 1,80 0,09 22,5 1,6 12,6 1,6
Mountain bike 10 31,5 7,2 75,8 9,9 1,79 0,05 23,8 3,1 13,3 2,9
Total 21 34,1 9,6 74,2 9,2 1,79 0,07 23,2 2,5 12,9 2,3
Valores p da diferena entre as modalidades foram superiores a 0,05 (p>0,05)
Tabela 2. Mdias com respectivos desvios padro das circunferncias da coxa, perna e abdmen para ciclistas de estrada e MTB (n=21).
Modalidade
N
Coxa (cm)
Perna (cm)
Abdmen (cm)
Estrada 11 51,7 5,8 31,9 2,0 77,3 5,9
Mountain bike 10 51,0 4,3 33,3 2,3 78,5 7,8
Total 21 51,3 5,0 32,6 2,2 77,6 6,7
Valores p da diferena entre as modalidades foram superiores a 0,05 (p>0,05)
Tabela 3. Mdias com respectivos desvios padro da fora de membros inferiores, VO2max e freqncia cardaca ao final do teste estratificado por modalidade ciclstica (n=21).
Modalidade
N
Fora de MI (Kgf)
VO2 max (ml/Kg -1.min-1)
Freq. Cardaca (bpm)
Estrada 11 169,7 36,2 55,1 5,5 178,9 11,4
Mountain bike 10 180,6 43,9 54,7 8,9 182,8 7,7
Total 21 174,9 39,4 54,9 7,1 180,4 9,9
Valores p da diferena entre as modalidades foram superiores a 0,05 (p>0,05)
36
O VO2max esteve correlacionado indiretamente com circunferncia da perna
(r=-0,4; p=0,04) e abdominal (r=-0,6; p=0,004) e apresentou correlao borderline
com a circunferncia da coxa (r=-0,4; p=0,08) e percentual de gordura (r=-0,4;
p=0,07).
Em uma sub-amostra de sete ciclistas, foi avaliado os nveis de lactato
sanguneo pr- e ps- teste do VO2max. Mdia de 3,4 mmol.L-1 (DP 1,1) foi
encontrada no pr-teste e 9,2 mmol.L-1 (DP 3,6) no ps-teste. No ps-teste esses
valores variaram de 4,5 a 16,0 mmol.L-1 (Figura 1).
9,8
7,9
9,2
0
2
4
6
8
10
12
Estrada Mountain bike Todos
Estrada
Mountain bike
Todos
Figura 1. Mdia da concentrao de lactato sanguneo (mmol.L-1) ao final do teste
(n=7)
Discusso
Alguns estudos tm comparado qual o melhor mtodo para determinar a
intensidade de exerccios individualizados (MACHADO; CAPUTO; DENADAI, 2004;
SANTANA et al., 2007; CONI, 2007). Os percentuais da frequncia cardaca mxima
e consumo mximo de oxignio (VO2max), assim como limiar de lactato so os mais
comumente relatados na literatura cientfica para tal finalidade. Apesar do limiar de
lactato mostrar-se mais associado com o desempenho, dificuldades na obteno de
medidas diretas, principalmente pelo custo e por ser uma tcnica invasiva, fazem
com que esse mtodo no seja o mais utilizado. A frequncia cardaca mxima
medida, apesar de fcil coleta e interpretao, no o melhor meio de prescrio da
37
carga de trabalho em atletas por superestimar ou subestimar os valores de
treinamento (RONDOM et al, 1998). Maranho Neto e colaboradores (MARANHO
NETO; FARINATTI, 2004) mencionam que a avaliao da aptido cardiorespiratria
atravs do consumo mximo de oxignio (VO2) a mais confivel e vlida, at
porque uma menor condio cardiorespiratria estaria associada a uma menor
capacidade de realizar tarefas do cotidiano.
A mdia do ndice de VO2max nos ciclistas avaliados (54,9 ml/Kg.min)
mostrou-se inferior a mdia relatada por outros estudos (MACHADO; CAPUTO;
DENADAI, 2004; DIEFENTHAELER et al., 2007; CAPUTO et al., 2003; CAPUTO;
GRECO; DENADAI, 2005), inclusive com pesquisas que avaliaram ciclistas
amadores (REICHERT; ROMBALDI, 2006; LUCIA et al., 1998). Isso pode ter
acontecido pelo fato dos ciclistas estarem, na sua maioria, no perodo inicial de
treinamento, pela heterogeneidade da populao estudada em termos de idade e
nvel de desempenho e pelas diferenas que podem advir de diferentes protocolos
utilizados nos diferentes estudos aos quais foi comparado.
Com relao mdia da concentrao de lactato sanguneo ao final do teste
e da frequncia cardaca, os resultados obtidos, respectivamente, mostraram-se
inferiores a mdia encontrada por outros estudos (MACHADO et al., 2002; OKANO
et al., 2006).
O tipo de fibra muscular fator determinante nos ndices de potncia
muscular e, fortemente, responsvel por nveis mais elevados de lactato sanguneo.
Atletas com maior concentrao de fibras vermelhas (Tipo 1), so capazes de
acumular menores concentraes de lactato em provas de mdia distncia
(COUTINHO, 2004).
As mdias de peso e percentual de gordura dos ciclistas do presente estudo
foram superiores a encontrada em outro estudo (MACHADO et al., 2002). Tal fato
pode ser explicado pela diferena do tempo mdio de prtica da modalidade e pela
diferena entre as mdias das faixas etrias dos estudos (34 anos contra 19 anos).
O percentual de gordura corporal apresenta boa predio da performance, o que
demonstra um possvel efeito negativo da massa gorda sobre os resultados dos
mesmos (MACHADO et al., 2002; MILLER; MANFREDI, 1987; GARRET;
KIRKENDALL, 2000). Desta forma, podemos sugerir que o %G uma varivel
38
importante para a determinao da performance em ciclistas de pista e,
principalmente, naqueles que praticam a modalidade MTB.
Quando comparado a outro estudo com ciclistas brasileiros e australianos
(CONI, 2007), as circunferncias de perna e coxa da amostra estudada foram
menores. ndices inferiores dessas circunferncias podem estar relacionados com a
categoria na qual fazem parte dentro da modalidade que competem, sendo, por
conseguinte, um indicativo do grau e tipo de treinamento utilizado por esses grupos.
As circunferncias da perna e abdmen apresentaram correlao inversa com
o VO2max. Estudos prvios suportam os resultados sobre a relao inversa da
circunferncia abdominal e VO2max, demonstrando que as melhores performances
encontradas eram entre os ciclistas que apresentavam menor percentual de
adiposidade nessa regio (MACHADO et al., 2002; MILLER; MANFREDI, 1987).
Maiores nveis de adiposidade abdominal podem ser indicativo de maior percentual
de gordura total, o que representa uma carga extra que parece estar relacionada
negativamente a performance dos ciclistas, principalmente em aclives. Menor
circunferncia de perna pode indicar menor massa muscular na regio. Menor
massa muscular implica em menor possvel gerao de fora/potncia o que poderia
implicar em piores resultados no desempenho do teste de consumo mximo de
oxignio. No presente estudo, o resultado encontrado contradiz essa tendncia.
Apesar disso, devemos levar em considerao que a principal regio muscular
envolvida na ao de movimentao do pedal a coxa a qual no encontramos
correlao com o desfecho estudado.
importante destacar algumas limitaes do presente estudo. O nmero de
indivduos avaliados influenciou negativamente no poder estatstico dos testes
aplicados, podendo ter deixado de mostrar algumas associaes que, com amostra
maior, poderiam vir a acontecer. Apesar disso, as associaes significativas,
mostram com alto grau de certeza que as associaes, mesmo com pequena
amostra, realmente aconteceram. Outro fator a ser relatado o limitado controle
alimentar dos participantes, os quais foram solicitados a no ingerir qualquer tipo de
suplemento anteriormente as testagens realizadas. A impossibilidade de realizar a
medio dos nveis de lactato sanguneo em todos os ciclistas reduziu ainda mais
nossa amostra, dificultando o poder das anlises estatsticas quando a varivel em
questo foi analisada.
39
Concluso
A mdia do VO2max dos ciclistas estudados, bem como as circunferncias de
perna e coxa, foram inferiores a encontrada em outros estudos. O percentual de
gordura apresentou valores acima dos indicados para atletas dessa modalidade.
Apenas a circunferncia de pernas e abdmen apresentaram correlao inversa
com VO2max.
Conclui-se que os atletas estudados apresentaram ndices antropomticos e
fisiolgicos inferiores aos considerados ideais para o tipo de modalidade praticada.
Contudo, nossa amostra foi formada por atletas amadores que participam de provas
a nvel regional, as quais, na grande maioria das vezes, so disputadas por outros
atletas de mesmo nvel, o qual diminui a exigncia para alcanar a vitria.
Os resultados do presente estudo podem auxiliar, a nvel acadmico, como
suporte para comparao e investigao das referentes variveis em ciclistas
amadores e profissionais de diferentes localidades. Em nvel local, o mesmo dar
suporte para o planejamento dos treinamentos aplicados a esses atletas.
Sugere-se a realizao de novos estudos, com maior tamanho amostral e
com a realizao de avaliaes mais especficas e diretas de determinadas
variveis.
Referncias
ASPLUND, C.; ROSS, M. Core stability and bicycling. Current Sports Medicine Reports, v. 9, n. 3, p. 155-160, 2010 BURKE, E. R. Physiology of cycling. Exercise and sport science. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2000. CAPUTO, F.; GRECO, C.C.; DENADAI, B.S. Efeitos do estado e especificidade do treinamento aerbio na relao % VO2max versus % FCmax durante o ciclismo. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v. 84, n. 1, p.20-23, 2005. CAPUTO, F. et al. Exerccio aerbio: Aspectos bioenergticos, ajustes fisiolgicos, fadiga e ndices de desempenho. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. v. 11, n. 1, p. 94-102, 2009.
40
CAPUTO, F. et al. Indexes of power and aerobic capacity obtained in cycle ergometry and treadmill running: comparisons between sedentary, runners, cyclists and triathletes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 9, p. 4: p. 223-230, 2003. CLARSEN, B.; KROSSHAUG, T.; BAHR, R. Overuse injuries in professional road cyclists. The Americam Journal of Sports Medicine, v. 38, n. 12, p. 2494-2501, 2010. CONI, P.F.C. Determinao e comparao do vo2mx em praticantes de ciclismo estacionrio utilizando nomograma de astrand-rhyming. Revista Brasileira de Prescrio e Fisiologia do Exerccio. v.1, n. 4, p. 71-81, 2007. COUTINHO, M.H.P. Correlao entre curvas de lactato sanguneo e potncia muscular absoluta de membros inferiores em atletas com predominncia de fibras de contrao lenta (S.T.) e rpida (F.T.). Fitness and Performance Journal. v.3, n. 1, p. 41-46, 2004. DIEFENTHAELER, F. et al. Comparao de respostas fisiolgicas absolutas e relativas entre ciclistas e triatletas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 13, p. 3, p. 205-208, 2007. FARINATTI, P.T.V. Flexibilidade e esporte: uma reviso de literatura. Revista Paulista de Educao Fsica. v. 14, n. 1, p. 85-96, 2000. FAULKNER, J.A. Physiology of swimming and diving. Baltimore: Academic Press,1968. GARRET, W.E.; KIRKENDALL, D.T. Exercise and Sports Science. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2000. LEITE, R.S. et al. Efeitos do treinamento de fora sobre o desempenho de resistncia muscular. EFDeportes. v.10, n. 75, 2004. LUCIA, A. et al. Physiological differences between professional and elite road cyclists. International Journal of Sports Medicine. v. 19, n. 5, p.342-348, 1998. MACHADO, C.E.P.; CAPUTO, F.; DENADAI, B.S. Intensidade de exerccio correspondente ao VO2max durante o ciclismo: anlise de diferentes critrios em indivduos treinados. Revista Brasileira de Educao Fsica e Esportes. v. 18, n. 4, p. 333-341, 2004. MACHADO, C.E.P. Fatores fisiolgicos e antropomtricos associados com a performance em subida no ciclismo off Road. Revista Brasileira de Cincia e Movimento. v. 10, n. 4, p. 35-40, 2002. MARANHO NETO, G.A, FARINATTI, P.T.V. Equaes de predio da aptido cardirespiratria sem testes de exerccio e sua aplicabilidade em estudos
41
epidemiolgicos: reviso descritiva e anlise dos resultados. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 20, n. 1, p. 48-56, 2004. MILLER, F.R.; MANFREDI, T.G. Physiological and antropometrical predictors of 15-kilometer time trial performance time. Research Quarterly Exercise Sport. v. 58, p. 250-254, 1987. OKANO, A.H. et al. Comparao entre limiar anaerbio determinado por variveis ventilatrias e pela resposta do lactato sanguneo em ciclistas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 12, n. 1, p. 39-44, 2006. PINI, M.C. Fisiologia esportiva. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992. REICHERT, F.; ROMBALDI, A.J. Freqncia cardaca de defleco e limiar de lactato em ciclistas: dados originais e consideraes estatsticas. Revista Brasileira de Cincia e Movimento. v. 14, n. 4, p.7-12, 2006. RONDOM, M.U.P.B. et al. Comparao entre a prescrio de intensidade de treinamento fsico baseado na avaliao ergomtrica convencional e na ergoespiromtrica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v. 70, n. 3, p.159-166, 1998. SANTANA, M.C, et al. Comparao entre diferentes mtodos de anlise do componente lento do consumo de oxignio: uma abordagem no domnio muito intenso de exerccio. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 13, n. 4, p. 241-244, 2007. SILVA JR, H.C. Anlise antropomtrica comparativa entre a elite de ciclistas de estrada pernambucanos e a elite de ciclistas australianos. Revista Brasileira de Prescrio e Fisiologia do Exerccio. v. 3, n. 13, p. 63-68, 2009.
42