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Textos Complementares

Complementaresextos - Colônia de Férias · 58 10 CONSELHOS DO PAPA AOS JOVENS Dialogar diariamente com Deus, ler a Bíblia, ir à Missa do domingo, contar as alegrias e sofrimentos

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TextosComplementares

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10 CONSELHOS DO PAPA AOS JOVENS

Dialogar diariamente com Deus, ler a Bíblia, ir à Missa do domingo, contar as alegrias e sofrimentos a Cristo, dar

exemplo ou ser útil aos demais: são alguns dos conselhos que o Papa dá aos jovens.

1) Dialogar com Deus “Alguns de vocês poderiam talvez se identificar com a descrição que Edith Stein fez de sua própria juventude, ela, que viveu depois no Carmelo de Colônia, ‘tinha perdido, consciente e deliberadamente, o costume de rezar’. Durante estes dias, poderão recuperar a experiência vibrante da oração como diálogo com Deus, que sabemos que nos ama e que, por sua vez, queremos amar”.

2) contar a Deus os sofrimentos e as alegrias

“Abram seu coração a Deus. Deixem-se surpreender por Cristo. Concedam-lhe o ‘direito de falar com vocês’ durante estes dias. Abram as portas da liberdade a Seu amor misericordioso. Apresentem suas alegrias e suas penas a Cristo, deixando que Ele ilumine com Sua luz a mente de todos vocês e toque, com Sua graça, seus corações”.

3) não Desconfiar De cristo

“Queridos jovens, a felicidade que procuram, a felicidade que têm direito de saborear, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Somente Ele dá plenitude de vida à humanidade. Digam, com Maria, o seu ‘sim’ ao Deus que quer se entregar a vocês. Repito hoje, o que disse no princípio de meu pontificado: Quem deixa Cristo entrar na própria vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Somente com esta amizade se abrem completamente as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade, experimentamos o que é belo e o que nos liberta. Estejam plenamente convencidos: Cristo não elimina nada do que existe de formoso e grande em vocês, mas leva tudo à perfeição, para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo”.

4) estar alegres: querer ser santos

“Além das vocações que implicam uma consagração especial, está também a vocação própria de todos os batizados: trata-se de uma vocação a aquele alto grau da vida cristã normal que se expressa na santidade. Quando alguém encontra Jesus e acolhe Seu Evangelho, a vida muda e a pessoa é levada a comunicar aos outros a própria experiência (...). A Igreja precisa de santos. Todos estamos chamados à santidade e somente os santos podem renovar a humanidade. Convido-os a fazer o esforço, já durante estes dias, de servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo lhes permitirá sentir interiormente a alegria de Sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois, nos seus ambientes”.

5) Deus: tema De conversação com os amigos

“São tantos nossos companheiros que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer o amor de Deus, ou procuram preencher o coração com substitutos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhas do amor contemplado em Cristo. Queridos jovens, a Igreja precisa de autênticas testemunhas para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos demais”.

6) aos Domingos, ir à missa

Não deixem de participar da Eucaristia dominical e ajudem também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que precisamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Vamos nos comprometer com isso, vale a pena! Vamos descobrir a íntima riqueza da liturgia da Igreja e sua verdadeira grandeza: não somos

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nós que fazemos festa para nós mesmos, mas, ao contrário, é o próprio Deus vivente que nos prepara uma festa. Com o amor à Eucaristia, redescobrirão também o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre iniciar de novo a nossa vida.

7) Demonstrar que Deus não é triste

Quem descobriu Cristo, deve levar outras pessoas a Ele. Uma grande alegria não deve ser guardada só para a própria pessoa. É preciso transmiti-la. Em numerosas partes do mundo, existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo continua do mesmo jeito sem Ele. Mas, ao mesmo tempo, existe também um sentimento de frustração, de insatisfação com tudo e com todos. Dá vontade de exclamar: não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente, não.

8) conhecer a fé

Ajudem os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo. Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez mais para poder guiar também, de modo convincente, os outros até Ele. Por isso é tão importante o amor à sagrada Escritura e, de conseqüência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura.

9) ajuDar: ser útil

Se pensarmos e vivermos em virtude da comunicação com Cristo, então abriremos os olhos. Então, não nos adaptaremos mais a seguir vivendo preocupados somente por nós mesmos, mas veremos onde e como somos necessários. Vivendo e atuando assim, perceberemos logo que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos demais do que se preocupar somente do conforto que nos oferecem. Eu sei que vocês, como jovens, aspiram a coisas grandes, que querem se comprometer por um mundo melhor. Demonstrem isso aos homens, demonstrem ao mundo, que esperam exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo e que, sobretudo mediante o amor de vocês, poderá descobrir a estrela que, como pessoas de fé, seguimos.

10) ler a BíBlia

O segredo para ter um “coração que entenda” é formar um coração capaz de escutar. Isto se consegue meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, através do esforço em conhecê-la sempre mais. Queridos jovens, exorto a todos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la sempre ao alcance da mão, para que ela seja para vocês como uma bússola que indica o caminho a seguir. Lendo-a, aprenderão a conhecer Cristo. São Jerônimo, ao respeito, nos diz: “O desconhecimento das Escrituras é desconhecimento de Cristo”.

* * *

em resumo...

Construir a vida sobre Cristo, acolhendo com alegria a palavra e colocando em prática a doutrina: eis aqui, jovens do terceiro milênio, aquele que deve ser seu programa! É urgente que surja uma nova geração de apóstolos enraizados na palavra de Cristo, capazes de responder aos desafios de nosso tempo e dispostos a difundir o Evangelho por todo lado. Isto é o que o Senhor lhes pede, a isto os convida a Igreja, isto é o que o mundo – mesmo sem sabê-lo – espera de vocês! E se Jesus os ama, não tenham medo de responder-lhe com generosidade, especialmente quando lhes propõe de segui-lo na vida consagrada ou na vida sacerdotal. Não tenham medo, confiem Nele e não ficarão decepcionados. http://pt.almas.com.mx/almaspt/artman2/publish/Dez_Conselhos_de_Bento_XVI_aos_jovens.php

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DIREITO À VIDA A vida é sagrada, é um dom dado por Deus que nos criou a sua Imagem. Por isto, ninguém tem o direito de dispor da vida dos outros; somente Ele pode

tirá-la. Nos dias de hoje, as pessoas estão banalizando a vida humana como se ela

não tivesse nenhum valor, como se a outra pessoa não tivesse o direito de vivê-la plenamente. Esta banalização está acontecendo através dos abortos, da violência, das guerras, da fome e da miséria. A mulher que engravida não tem o direito de cometer um aborto porque com a fecundação se dá o início da vida. Ela perguntou a este feto se ele não queria nascer? Ele não tem culpa de uma gravidez não planejada, por isto deve-se dar o direito à vida. Quem é a favor do aborto defende a morte de um inocente; quem é contra o aborto é a favor da vida. A mãe que tem seu filho recém-nascido não tem o direito de jogá-lo no lixo ou no rio para que morra; ou de deixá-lo em frente à porta de uma casa para ser encontrado e criado por outra pessoa. Por que esta mãe não pensou antes de engravidar? Prefere não assumir a responsabilidade de seus atos e tenta destruir uma vida indefesa. As pessoas estão matando umas as outras como se fosse a coisa mais natural, sem respeitar o direito à vida do outro. Determinado dia, numa cidade, um adolescente estava voltando do trabalho para sua casa, quando uma pessoa colidiu na sua bicicleta com uma moto, quando começaram a discutir de quem foi a culpa, o que estava na moto puxou uma arma e atirou, matando o adolescente. Esta estória ou uma parecida ocorre todos os dias em qualquer lugar do país; virou rotina, a violência está generalizada; a vida não tem valor de nada. Os países ricos gastam bilhões de dólares em armamentos para tirar vidas humanas nas guerras ou na desculpa da auto defesa e da soberania; enquanto isto, milhões de pessoas morrem por causa da fome e da miséria, sem ter as condições mínimas de sobrevivência; principalmente nos paises africanos, asiáticos e até no nordeste brasileiro. Em vez de gastar tanto dinheiro com armas, eles deveriam usar seus dólares em ajudas humanitárias, para diminuir a fome e a miséria dos países pobres e salvar milhares de vidas. Desde a criação do mundo, os povos vivem em guerras pelo poder; do mais forte contra o fraco, por questões religiosas ou até em nome da paz, aniquilando milhões de vidas humanas, que na maioria das vezes, vão à guerra sem saber o real motivo do confronto. A guerra do Iraque é um exemplo, onde o presidente dos EUA e seus aliados resolveram invadir um país soberano, para “livrar” o povo de um ditador e o mundo, de armas nucleares que não foram encontradas, mas a invasão continua. Milhares de americanos e iraquianos estão morrendo numa guerra por interesses políticos e econômicos de gov-ernantes ditadores e sem escrúpulos. Alguns países investem milhões de dólares em expedições espaciais para descobrir novas formas de vidas em outros planetas, enquanto milhões de pessoas morrem na terra por falta de investimentos em pesquisas científicas para descobrir a cura da AIDS, do câncer e de outras doenças; isto não é in-coerência? Só através da educação poderemos transformar este mundo para melhor; ensinando e conscienti-zando crianças e adolescentes a respeitar, defender, amar, preservar e valorizar a vida que é o caminho para a justiça, o progresso, a liberdade, a paz e felicidade da vida humana. Todo ser humano deve ter o direito à vida com dignidade e igualdade. Pense e reflita.

José CostaProfessor de Educação Física

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A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA

Quando refletimos sobre a importância da consciência ecológica na conduta do Cristão, percebemos que nem sempre damos a esse tema a prioridade que ele merece. Na maioria das vezes, essa questão fica, infelizmente, renegada a um segundo plano em nossas atividades pastorais e catequéticas.

“venha a nÓs o vosso reino”Ao analisarmos a proposta de Jesus Cristo, muito bem explicitada no Evangelho e claramente aprofundada no Concílio Vaticano II, perceberemos que o papel da Igreja (Igreja essa também con-stituída pelo povo de Deus) é ser elemento de transformação do mundo. A Igreja veio para o homem do mundo. Para que possamos, como muito bem nos ensinou o próprio Cristo na oração universal do Pai Nosso, “trazer a nós o vosso reino”. O Reino de paz, justiça, fraternidade e união. E é exatamente aí que percebemos o claro compromisso do sentido salvífico de Sua proposta: A preocupação constante com o próximo, com o seu bem-estar e a sua felicidade, como vemos na parábola do bom samaritano (Lc 10, 25-37).

“cooPeração, amor e Presença De Deus: a melhor Definição De natureZa”Essa análise acerca da parábola do bom samaritano facilmente nos remonta para questões fundamentais que asseguram o bem-estar do nosso próximo: “a nossa relação com o meio ambiente”. Será que realmente tratamos o nosso planeta de forma a permitir que os nossos irmãos, ou melhor, o nosso próximo tenha a garantia de um bem-estar e de uma vida com qualidade e dignidade?Na campanha da fraternidade de 2004, a CNBB nos trouxe a re-flexão de um ponto importantíssimo:A relevância da água como elemento fundamental da promoção do bem-estar coletivo, ou em outras palavras, do bem comum. Será que ao jogar garrafas plásticas de refrigerantes no rio ou des-perdiçar importantes recursos naturais como a água são atitudes que condizem com quem se preocupa realmente com o próximoSerá que essas atitudes combinam com o amor ágape (amor-atitude) de Jesus, claramente explicitado por São Paulo em sua carta aos Coríntios (1 Cor 13)? Precisamos olhar para a natureza e observar a beleza da criação divina como um exemplo perfeito de equilíbrio, cooperação e presença de Deus. Nós, seres humanos, precisamos observar esse comportamento para melhor entender-mos a necessidade de preservar o amor de Deus, que se dá em abundância para nós através, por exemplo, dos frutos da terra.

“irmã DorothY stang: um eXemPlo De fiDeliDaDe na Preservação Das coisas Do Pai”Para finalizar, eu gostaria de deixar como sugestão de reflexão, o exemplo de vida da Irmã Dorothy Stang, assassinada em fevereiro deste ano. Ela, que morreu por pautar a sua vida no Evangelho, tin-ha como principal característica no seu trabalho junto aos colonos de Anapu-PA, a formação da consciência cidadã de preservação ambiental. Ensinava-os a tirar os frutos da terra, preservando sem-pre o meio ambiente e a floresta. Se tomarmos a sua atitude como exemplo, nós estaremos, sem sombra de dúvidas, contribuindo para um mundo mais justo, fraterno e, conseqüentemente, Cristão. Um forte abraço a todos e a Paz de Cristo!

Dez mandamentos da ecologia

1 - Amar Deus sobre todas as coisas e a Natureza como a ti mesmo.

2 - Não defenderás a Natureza

em vão, apenas com palavras, mas através de seus atos.

3 - Guardarás as florestas virgens, pois tua vida depende delas.

4 - Honrarás a fauna, a flora, todas as formas de vida, e não apenas a humana.

5 - Não matarás.

6 - Não pecarás contra a pureza do ar deixando que a indústria suje o que a criança respira.

7 - Não furtarás da terra sua camada de húmus, raspando-a com o trator, condenando o solo à esterilidade.

8 - Não levantarás falso testemunho dizendo que o lucro e o progresso justificam seus crimes.

9 - Não desejarás para teu proveito as fontes e os rios se envenenem com o lixo industrial.

10 - Não cobiçarás objetos

e adornos para cuja fabricação é preciso destruir a paisagem: a terra também pertence aos que ainda estão por nascer.

Ecléa Bosi – membro da OIKOS (União dos Defensores da Terra)

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PAPA LANÇA ALICERCES DE UMA ECOLOGIA HUMANA QUE LEVA EM CONTA TANTO O ENTORNO

NATURAL COMO O SOCIAL

Bento XVI apresentou durante a festa de boas-vindas da Jornada Mundial da Juventude, em Sydney, os fundamentos de uma ecologia humana pautada tanto na relevância do entorno natural como o social. O longo discurso do pontífice, cheio de imagens das paisagens que pôde apreciar durante suas 20 horas de vôo de Roma a Sydney, funda seus alicerces na inata dignidade de toda pessoa, criada à ima-gem e semelhança de Deus, e em sua responsabilidade perante a criação.O pontífice começou denunciando as “feridas que desfiguram a superfície da terra: a erosão, o des-florestamento, o esbanjamento dos recursos minerais e marítimos para alimentar um consumismo in-saciável”. “Alguns de vós chegam das ilhas-Estado, que se vêem ameaçadas na sua própria existência pelo aumento do nível das águas; outros de nações que sofrem os efeitos de secas devastadoras”, disse às 500 mil pessoas que participaram da festa, sobretudo no cais de Barangaroo, entre as quais havia mais de 200 mil jovens.Agora, esclareceu, não só cerca o homem um entorno natural, mas existe também um entorno “social”, “o habitat que nós mesmos criamos”. Este, seguiu constatando, também “temas suas cicatrizes; feridas essas que indicam que alguma coisa não está certa”.Entre os exemplos, citou “o abuso de álcool e de drogas, a exaltação da violência e a degradação sexual, frequentemente apresentados na televisão e na internet como divertimento”.“Pergunto-me como alguém, colocado face a face com pessoas que estão realmente sofrendo violência e exploração sexual, poderá explicar que tais tragédias, reproduzidas de forma virtual, devem consider-ar-se simplesmente como «divertimento»”, confessou o bispo de Roma.

a causa Da criseO Papa atribuiu esta crise da ecologia natural e da ecologia social ao fato de que a “liberdade e tolerância serem tantas vezes separadas da verdade”. “Isto é alimentado pela idéia, hoje largamente espalhada, de que não há uma verdade absoluta para guiar as nossas vidas. Na prática dando indiscriminadamente valor a tudo, o relativismo fez da «experiência» a coisa mais importante.”Na realidade, “as experiências, desligadas de qualquer consideração do que é bom ou verdadeiro, podem conduzir, não a uma liberdade genuína, mas a uma confusão moral ou intelectual, a uma atenu-ação dos princípios, à perda da auto-estima e mesmo ao desespero”.O Papa convidou os jovens a não se deixarem “enganar por quantos vos olham como meros consumi-dores num mercado de possibilidades indiferenciadas, onde a escolha em si mesma se torna o bem, a novidade se contrabanda como beleza, e a experiência subjetiva suplanta a verdade”.“Sabemos reconhecer que a dignidade inata de cada indivíduo assenta na sua dignidade mais profunda de imagem do Criador e que, por isso mesmo, os direitos humanos são universais, baseados sobre a lei natural, e não algo dependente de negociações ou de condescendência, e menos ainda de compro-missos?”, perguntou o Papa. Isso o levou a refletir sobre “o lugar que têm nas nossas sociedades os pobres, os idosos, os imigrantes, os sem voz”.“Como é possível que a violência doméstica atormente tantas mães e crianças? Como é possível que o espaço humano mais admirável e sagrado, o ventre materno, se tenha tornado lugar de violência indizível?”, seguiu interrogando.Segundo o pontífice, “as preocupações com a não violência, o progresso sustentável, a justiça e paz, o cuidado do nosso ambiente são de importância vital para a humanidade”.“Tudo isto, porém, não pode ser compreendido prescindindo duma reflexão profunda sobre a digni-dade congênita de cada vida humana desde a sua concepção até à morte natural, uma dignidade que lhe é conferida pelo próprio Deus e, por conseguinte, inviolável”, alertou.“O nosso mundo está cansado da ambição, da exploração e da divisão, do tédio de falsos ídolos e de respostas parciais, e da mágoa de falsas promessas.”“O nosso coração e a nossa mente --concluiu-- anelam por uma visão da vida onde reine o amor, onde os dons sejam partilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu próprio sig-nificado na verdade, e onde a identidade seja encontrada numa comunhão respeitosa.”

www.zenit.org – 17 de julho de 2008

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ORAÇÃO DA PAZ

refleXão soBre o canto

Senhor,Ó Deus, sois o único Senhor de nossa vida, de nosso coração e de nosso destino. Libertai-nos dos fal-sos senhores que nos iludem com suas promessas, pois não trazem nem vida nem paz. Dai-nos força para resistir e para buscar a paz através da justiça e do serviço humilde a todos. Amém

Fazei-me um instrumento de vossa pazSenhor, fazei-nos instrumento de vossa paz na medida em que procurarmos viver em paz com nós mes-mos, com a comunidade mais próxima, com a sociedade desigual e no meio dos piores conflitos. Que possamos nos esforçar para suportar tensões e contradições, buscando manter comunhão com todas as criaturas e tornando visível a vossa paz. Amém

Onde houver ódio, que eu leve o amor Senhor, onde houver ódio, que eu leve o amor. Fazei que desentranhemos de nós o amor escondido sob as cinzas de ódios secretos. Que nosso amor aos outros suscite o amor escondido neles, capaz de transformar o ódio. Fazei que o amor incendeie nossos corações, irradie em nossas atitudes e se realize em nossas ações, para que o ódio não tenha mais lugar dentro de nós. Amém.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão Senhor, onde houver ofensa, que eu leve o perdão. No dia em que fizerdes o balanço de nossa história, perdoai os que ofenderam e humilharam nossos irmãos e irmãs, pois eles também são vossos filhos e filhas. Mas dai-nos força para nunca fazermos o que eles fizeram. Antes tornai-nos seres de solidarie-dade, de compaixão e de amor ilimitado. Amém

Onde houver discórdia, que eu leve união Onde há discórdia, que eu leve a união. Dai-nos sede de justiça, de compreensão e de tolerância para convivermos jovialmente uns com os outros. Dai-nos um coração que sinta o pulsar do coração do uni-verso e de cada criatura, sintonizando com o vosso coração divino que tudo une, tudo diversifica e tudo faz convergir. Amém

Onde houver dúvida, que eu leve a fé Senhor, onde houver dúvida, que eu leve a fé. Não deixeis que a dúvida apague as estrelas-guias que iluminam nossa caminhada. Dai-nos a fé-confiança que nos coloca em vossas mãos. Concedei-nos a fé-crença em vosso desígnio que nos quer reunidos em vosso reino junto com toda a criação. Amém

cantoSenhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.Onde houver discórdia, que eu leve a união.Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.Onde houver erro, que eu leve a verdade.Onde houver desespero, que eu leve a esperança.

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.Onde houver trevas, que eu leve a luz.Ó Mestre, fazei que eu procure mais:consolar, que ser consolado;compreender, que ser compreendido;amar, que ser amado.Pois é dando que se recebe.É perdoando que se é perdoado.E é morrendo que se vive para a vida eterna.

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Onde houver erro, que eu leve a verdade Senhor, onde houver erro, que eu leve a verdade. Fazei-nos corajosos na descoberta de nossos erros, especialmente daqueles que encobrem vossa presença em todas as coisas. Que a verdade brilhe por nossas palavras sinceras, por nossos gestos humanizadores, por nossas intenções puras e por nossa busca permanente de fidelidade à verdade. Nunca permitais que oprimamos os outros em nome da verdade religiosa. Amém

Onde houver desespero, que eu leve esperança Senhor, onde houver desespero, que eu leve a esperança. Que eu seja solidário na luta dos que bus-cam a justiça. Que saiba criar uma atmosfera de confiança ilimitada no vosso misterioso projeto de amor. Que tenha palavras inspiradas para suscitar a esperança inarredável de vivermos para sempre em vossa casa com todos os que precederam na história. Amém

Onde houver tristeza, que eu leve alegria Senhor, onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Fazei que a minha alegria nasça da compaixão sin-cera pelos que sofrem, da solidariedade verdadeira com os injustiçados e de minha própria conversão à fraternidade universal. Amém

Onde houver trevas, que eu leve a luz Senhor, onde houver trevas, que eu leve a luz. Vós sois a luz verdadeira que ilumina cada pessoa que vem a este mundo. Fazei que eu possa, por palavras inspiradas, por gestos consoladores e por um coração caloroso, dissipar as trevas humanas para que vossa luz nos mostre o caminho e trazer alegria à vida. Amém

Ó Mestre, Ó Mestre, fazei que em nosso interior ressoe vossa sabedoria e o exemplo de vossa coerência até a morte. Que sejamos vossos discípulos fiéis na medida em que realizarmos o que nos ensinais para sermos verdadeiramente instrumentos de amor e de paz. Amém

Fazei que eu procure mais consolar, do que ser consolado Ó Mestre, que eu possa sair da minha própria dor para escutar o grito de quem sofre ao meu lado. Que tenha palavras que consolem e gestos que criem serenidade, entrega confiante e paz profunda. Amém

Fazei que eu procure mais compreender, do que ser compreendido Fazei que consiga acolher o outro assim como é. Só assim o compreenderei como quero ser compreen-dido. Concedei-me ver o menor sinal de verdade, de bondade e de amor no outro para reforçá-lo e permitir que venha à plena luz. Amém

Fazei que eu procure mais amar, que ser amado Ó Mestre, que eu acolha com generosidade e alegria o amor que me é dado, mas que me empenhe sobretudo em fazer com que os que me cercam se sintam amados. Fazei que nos sintamos amados por Vós para experimentarmos a suprema felicidade concedida nesta vida. Amém

Pois é dando que se recebe, Ó Mestre, fazei-nos entender que dando generosa e gratuitamente receberemos também com super-abundância tudo o que precisamos. Que possamos orientar nossa vida pela generosidade que nos devolverá sempre mais compreensão, mais acolhida e mais amor. Amém

É perdoando que se é perdoado Ó mestre, muitas vezes e de muitos modos nos perdoastes ilimitadamente, como uma Mãe amorosa perdoa um filho. Fazei que perdoemos também nós a quem nos tem ofendido. E que nunca deixemos de crer na generosidade do coração, capaz de perdoar mesmo quando injustamente ferido por muitas ofensas. Amém

E é morrendo que se vive para a vida eterna. Ó mestre, ensinai-nos a viver de tal forma que acolhamos a morte como amiga e irmã. Ela não nos tira a vida, mas nos conduz à fonte de toda vida. Que possamos perceber na vida terrena o começo da vida celestial e eterna. Amém...

Fonte: http://www.portalangels.com/saofrancisco.htm

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O QUE SÃO DIREITOS HUMANOS

DIREITOS HUMANOS: NOÇÃO E SIGNIFICADOA expressão “direitos humanos” é uma forma abreviada de mencionar os

direitos fundamentais da pessoa humana. Esses direitos são considerados fundamen-tais porque sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se desen- vo lve r e de participar plenamente da vida. Todos os seres humanos devem Ter asseguradas, desde o nasci-mento,, as mínimas condições necessárias para se tornarem úteis à humanidade, como também devem Ter a possibilidade de receber os benefícios que a vida em sociedade pode proporcionar. Esse conjunto de condições e de possibilidades associa as características naturais dos seres humanos, a capacidade natural de cada pessoa pode valer-se como resultado da organização social. É a esse conjunto que se dá o nome de direitos humanos.

Para entendermos com facilidade o que significam direitos humanos, basta dizer que tais direitos correspondem a necessidades essenciais da pessoa humana. Trata-se daquelas necessidades que são iguais para todos os seres humanos e que devem ser atendidas para que a pessoa possa viver com a dignidade que deve ser assegurada a todas as pessoas. Assim, por exemplo, a vida é um direito huma-no fundamental, porque sem ela a pessoa não existe. Então a preservação da vida é uma necessidade de todas as pessoas humanas. Mas, observando como são e como vivem os seres humanos, vamos percebendo a existência de outras necessidades que são também fundamentais, como a alimentação, a saúde, a moradia, a educação, e tantas outras coisas.

PESSOAS COM VALOR IGUAL, MAS INDIVÍDUOS E CULTURAS DIFERENTES Não é difícil reconhecer que todas as pessoas humanas têm aquelas necessidades e por esse

motivo, como todas as pessoas são iguais – uma não vale mais do que a outra, uma não vale menos do que a outra – reconhecemos também que todos devem Ter a possibilidade de satisfazer aquelas necessidades.

Um ponto deve ficar claro, desde logo: a afirmação da igualdade de todos os seres humanos não quer dizer igualdade física nem intelectual ou psicológica. Cada pessoa humana tem sua individu-alidade, sua personalidade, seu modo próprio de ver e de sentir as coisas. Assim, também, os grupos sociais têm sua cultura própria, que é resultado de condições naturais e sociais. Um grupo humano que sempre viveu perto do mar será diferente daquele que vive, tradicionalmente, na mata, na montanha ou numa região de planícies. Do mesmo modo, os costumes e as relações sociais da população de uma grande metrópole não serão os mesmos da população de uma cidadezinha pobre do interior, distante e isolada dos grandes centros. Da mesma forma, ainda, a cultura de uma população predominantemente católica será diferente da cultura de uma população muçulmana ou budista.

Em tal sentido as pessoas são diferentes, mas continuam todas iguais como seres humanos, tendo as mesmas necessidades e faculdades essenciais. Disso decorre a existência de direitos funda-mentais, que são iguais para todos.

DIREITOS HUMANOS: FACULDADE DE PESSOAS LIVRES Todas as pessoas nascem essencialmente iguais e, portanto, com direitos iguais. Mas ao mes-

mo tempo que nascem iguais todas as pessoas nascem livres. Essa liberdade está dentro delas, em sua inteligência e consciência. É evidente que todos os seres humanos acabarão sofrendo as influências da educação que receberem e do meio social em que viverem, mas isso não elimina sua liberdade es-sencial. É por isso que muitas vezes uma pessoa mantém um modo de vida até certa idade e depois muda completamente. Essa pessoa estava vivendo sob certas influências mas continuava livre e num determinado momento decidiu usar sua liberdade para mudar de rumo.

Uma consciência disso é que não podemos uma pessoa a usar de todos os seus direitos, pois é preciso respeitar sua liberdade, que também é um direito fundamental da pessoa humana. Mas é indispensável que todos tenham, concretamente, a mesma possibilidade de gozar dos direitos funda-

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mentais. Por esse motivo dizemos que gozar de um direito é uma faculdade da pessoa humana, não uma obrigação.

Assim, pois, é preciso Ter sempre em conta que todas as pessoas nascem com os mesmos dire-itos fundamentais. Não importa se a pessoa é homem ou mulher, não importa onde a pessoa nasceu nem a cor da sua pele, não importa se a pessoa é rica ou pobre, como também não são importantes o nome de família, a profissão, a preferência política ou a crença religiosa. Os direitos humanos fun-damentais são ao mesmo tempo para todos os seres humanos. E esses direitos continuam existindo mesmo para aqueles que cometerem crimes ou praticam atos que prejudicam as pessoas ou a socie-dade. Nesses casos, aquele que praticou o ato contrário ao bem da humanidade deve sofrer a punição prevista numa lei já existente, mas sem esquecer que o criminoso ou quem praticou um ato anti-social continua a ser uma pessoa humana.

DIREITOS HUMANOS, DIGNIDADE DA PESSOA E SOLIDARIEDADE Para os seres humanos não pode haver coisa mais valiosa do que a pessoa humana. Essa

pessoa, por suas características naturais, pode ser dotada de inteligência, consciência e vontade, por ser mais do que uma simples porção de matéria, tem uma dignidade que a coloca acima de todas as coisas da natureza. Mesmo as teorias chamadas materialistas, que não querem aceitar a espiritualidade da pessoa humana, sempre foram forçadas a reconhecer que existe em todos os seres humanos uma parte não-material. Existe uma dignidade inerente à condição humana, e a preservação dessa digni-dade faz parte dos direitos humanos.

O respeito pela dignidade da pessoa humana deve existir sempre, em todos os lugares e de ma-neira igual para todos. O crescimento econômico e o progresso material de um povo têm valor negativo se forem conseguidos à custa de ofensas à dignidade de seres humanos. O sucesso político ou militar de uma pessoa ou de um povo, bem como o prestígio social ou a conquista de riquezas, nada disso é válido ou merecedor de respeito se for conseguido mediante ofensas à dignidade e aos direitos funda-mentais dos seres humanos.

No ano de 1948 a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz em seu artigo primeiro que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direito”. Além disso, segundo a Declaração, todos devem agir, em relação uns aos out-ros, “com espírito de fraternidade”. A pessoa consciente do que é e do que os outros são, a pessoa que usa sua inteligência para perceber a realidade, sabe que não teria nascido e sobrevivido sem o amparo e a ajuda de muitos. E todos, mesmo os adultos saudáveis e muitos ricos, podem facilmente perceber que não podem dispensar a ajuda constante de muitas pessoas, para conseguirem satisfazer suas ne-cessidades básicas. Existe, portanto, uma solidariedade natural, que decorre da fragilidade da pessoa humana e que deve ser completada com o sentimento da solidariedade.

Aí está o ponto de partida para a concepção básica dos direitos humanos neste final de milênio. Se houver respeito aos direitos humanos de todos e se houver solidariedade, mais do que egoísmo, no relacionamento entre as pessoas, as injustiças sociais serão eliminadas e a humanidade poderá viver em paz.

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SOLIDARIEDADE QUE PRENDE OU QUE LIBERTA

A LIÇÃO DA BORBOLETA – QUANDO A NATUREZA NOS ENSINA A VIVER“Um dia, um homem observava atentamente, um fenômeno raro da natureza,

um casulo que esta prestes a completar o seu ciclo, ou seja, o nascer de uma borboleta. O homem percebeu uma pequena abertura que apareceu no casulo; percebeu que a borboleta estava saindo do casulo e conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais. Então o homem decidiu ajudar a borboleta; ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo saiu mur-cho, era pequeno e tinha as asas amassadas. O homem continuou a observá-la, porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar a tempo. Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura, era o modo pelo qual Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de forma que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo. Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida...” (autor desconhecido)

SOLIDARIEDADE UMA PALAVRA DE MUITAS FACES E EFEITOSA palavra solidariedade, tem estado em destaque, principalmente em se tratando do enfrentam-

ento à pobreza. Há uma solidariedade antiga, muito próxima da caridade e da filantropia, que mais se preocupa somente em “dar”, em “ajudar”, no sentido de aliviar mais a consciência, de quem “ajuda”, do que efetivamente resolver o problema do “ajudado”. Isto não só ocorre entre empresários que fazem doações e filantropia, pessoas ricas que fazem caridade, mas também com políticas públicas que são assistencialistas, reguladoras e mantenedoras do status quo.

O resultado é uma solidariedade que prende, ou seja, que não resolve, que não emancipa, se muito, alivia, como foi no caso da borboleta. Estes exemplos, fazem com que só se dê o peixe, aí o ajudado tem que voltar.

Existe outra solidariedade, a que liberta e a que emancipa, essa requer que o “ajudador” saiba entrar em cena, mas principalmente saiba sair de cena, e o “ajudado”, saiba que a solidariedade é um momento de apoio, mas que ele precisa saber dispensar a ajuda, e ser autônomo, ser construtor de sua própria história, para não ficar escravo e devedor de ninguém.

Nesta perspectiva a solidariedade não só dá, mas se compromete, e este “ajudar” é tido como provisório com vistas a superação, não é imediatista, nem assistencialista, é participativo, interativo, ensina a pescar o peixe, isto produz emancipação social, dignidade e mudança de vida, e liberdade.Jesus Cristo há mais de 2000 anos já nos ensinava: “Ama o próximo como a si mesmo”, e enfatizava, na parábola do Bom Samaritano, que a solidariedade é mais que palavras, posição, discurso, é antes de tudo, um sentimento de incomodação e indignidade, frente ao que olhamos ao nosso redor, é uma atitude que põe em prática ações que libertam e não só em palavras e discursos bem elaborados, sejam eles progressistas ou conservadores.

Neste sentido, é preciso entender que os problemas que enfrentamos e que hoje, mais do que em qualquer momento de nossa história, nos convoca a solidariedade, e requer deixemos bem claro que tipo de solidariedade estamos falando, e fazendo, pois os problemas que ai estão (desigualdade, exclusão social, pobreza, etc.) não são frutos da “indolência” ou “acomodação” dos pobres, mas da in-justiça, falta de oportunidade, da desigualdade e de uma “solidariedade” esmolada, que mais aplaca a consciência de alguns, do que resolve os problemas e a desigualdade, e que ao contrário, produz uma solidariedade que não liberta e não emancipa.Neste sentido, qual tem sido a sua prática de solidariedade, a que liberta e emancipa, ou a que prende e escraviza e não “ajuda” o “ajudado” e só minimiza sua consciência ?

Prof. Dr. Edson Marques Oliveira (trechos do texto)site: www.acit.org.br

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OS 10 MANDAMENTOS DA SOLIDARIEDADE

1. Fale com as pessoas. Não há nada mais agradável e animado do que uma palavra de saudação, particularmente hoje em dia quando precisamos mais de palavras sábias e amáveis.

2. Sorria para as pessoas. Lembre-se que acionamos 72 músculos para franzir a testa e somente 14 para sorrir.

3. Chame as pessoas pelo nome. A música mais suave para muitos é ouvir o seu próprio nome.

4. Seja amigo e prestativo. Se quiser ter amigo seja amigo.

5. Seja cordial. Fale e aja com sinceridade. Tudo o que você fizer, faça-o com prazer.

6. Interesse-se pelos outros. Lembre-se que você sabe o que sabe, porém, não sabe o que os outros sabem. Seja sinceramente interessado pelos outros.

7. Seja generoso em elogiar e cauteloso em criticar. Os líderes elogiam. Sabem encorajar, dar confi-ança e elevar os outros.

8. Considere os sentimentos dos outros. Existem três lados numa controvérsia: o seu, o do outro e o lado de quem está certo.

9. Preocupe-se com a opinião dos outros. São três os principais comportamentos de um verdadeiro líder: ouça, aprenda e saiba elogiar.

10. Apresente um excelente serviço. O que realmente vale em nossa vida é aquilo que fazemos para os outros.

Sugestão de uso prático: depois de ler os 10 mandamentos da solidariedade e refletir sobre eles, o grupo tenta re-escrever os 10 mandamentos do “Bom Samaritano” ou da “Fraternidade universal” (pensando no mundo e nas situações que exigem de todos um compromisso de amor e doação).

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O SEGUIMENTO DE JESUS CRISTOJesus Cristo veio a este mundo para anunciar a boa nova do amor libertador do Pai e

para convidar todos os homens a segui-lo como discípulos e construtores do Reino.Jesus ressuscitado continua vivo e presente no meio dos homens, suscitando discípulos

e seguidores. Ele se torna o Mestre que tem palavras de vida eterna (Jo 6,68), vida que começa a ser construída aqui e agora, a partir da fé e da fraternidade.

UMA FIGURA QUE ATRAI OS JOVENSEm Piracicaba, os jovens de escola foram perguntados sobre o que entendiam por “seguir Jesus

Cristo”. Responderam: “amar a todos sem limites”; “fazer o bem aos necessitados”; “seguir os manda-mentos de Deus”; e ainda: “perdoar”, “ajudar na evangelização”, “lutar contra o pecado”, “denunciar as injustiças”

Alguns oratorianos de Carpina explicaram porque muitos não seguem Jesus Cristo: “pensam mais nos divertimentos e esquecem Jesus Cristo”; “têm vergonha dos amigos”; “não acreditam em Deus”; “falta-lhes maturidade no conhecimento de Jesus Cristo”; “acham a religião muito exigente”.

Pelas respostas de jovens de paróquia de Curitiba, ficou claro que a figura de Jesus Cristo atrai os jovens, sobretudo sua personalidade histórica e humana. Eles são abertos à sua mensagem e se dizem dispostos a seguir o seu exemplo. Confessam, no entanto, que têm pouco conhecimento de Jesus Cristo e o vêem mais como um contestador. Têm receio de explicitar sua adesão a ele.

Jovens animadores do oratório de Juazeiro do Norte disseram que a vida de Jesus Cristo desperta muito entusiasmo, mas que grande número de oratorianos não tem ainda suficiente compreensão do evangelho.

JESUS CRISTO: REFERÊNCIA DE NOSSA VIDAJesus Cristo está no centro da história. Toda a história do povo de Israel aponta para ele. Ele é o

ponto de partida da vida da Igreja. A pessoa do Filho de Deus encarnado é a referência fundamental de nossa vida cristã.

Jesus Cristo é o grande sacramento do Pai. Ele nos revela o rosto misericordioso de Deus. De tal modo vivia unido ao Pai que dizia: “quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9). Nas suas palavras e nas suas ações mostrou a todos o Deus libertador tomando partido pelos pequenos, assumindo o projeto dos oprimidos. Nas suas referências a Deus Pai, mostrava-se cheio de confiança e de ternura.

Ungido pelo Espírito Santo, ’ assumiu sua missão de evangelizador dos pobres (Lc 4,18). A boa notí-cia que trazia era o amor libertador do Pai que restabelece a justiça e a fraternidade no mundo. Anun-ciou a chegada do Reino de Deus, uma ordem nova nas coisas do mundo, a realização da soberana vontade do Pai em tudo e em todos.

Os jovens são chamados a uma experiência pessoal de comunhão com Jesus Cristo. Vivo dentro da história, ele continua chamando as pessoas para segui-lo. Aceitá-lo é aderir ao seu projeto de liberta-ção integral, rejeitando toda forma de escravidão e pecado e continuando a sua missão libertadora. A juventude encontra nele o verdadeiro caminho do crescimento. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6), disse ele.

Situado dentro dos conflitos da sociedade do seu tempo, Jesus foi fiel e conseqüente com o seu pro-jeto de vida ao lado dos oprimidos. Rejeitado e perseguido pelos ricos e poderosos, não recuou. Antes, assumiu a morte como oblação pela salvação de todos. Sua morte redentora nos mereceu a reconcilia-ção com o Pai. Sua vitória nos abriu o caminho da vitória completa (ci. 2Tm 1,8-10).

Viver em comunhão com Jesus Cristo significa também assumir os conflitos e os sofrimentos advin-dos de uma posição definida em favor da vida dos irmãos.

Dom Bosco, neste ponto, nos deixou uma lição: a referência explicita e insistente a Jesus Cristo, o “Senhor” dos sonhos de criança, o bom pastor do seu método educativo, o Cristo eucarístico de suas “visitas”. Agarrado como cristão à pessoa de Jesus Cristo, Dom Bosco, com extraordinária sensibilidade, copiou-lhe o coração e o zelo de pastor, atento ao cumprimento da sua missão recebida de Deus.

CONTINUAR A SUA MISSÃO LIBERTADORANossa principal tarefa é ajudar os jovens a descobrir Jesus Cristo. Nele está a grande chance de

encontrarem a razão maior da sua própria existência. Para viver bem, realizando plenamente a própria filiação divina ele tem direito a um vigoroso testemunho de nossa parte de que encontramos Jesus Cristo e nele, o sentido de nossa vida.

Descobrir Jesus Cristo não é só maravilhar-se com sua pessoa de Deus e homem verdadeiro. É so-bretudo segui-lo e assumir o seu projeto no mundo. É uma difícil tarefa para nós educadores ajudar os jovens a viver a sua filiação divina em Jesus Cristo e continuar a sua missão libertadora no mundo.

A juventude aprende de Jesus Cristo o relacionamento filial e terno com o Pai, o empenho na procura da realização da sua vontade, a fidelidade até às últimas conseqüências à sua causa no mundo.