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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA
ADENILSON DO RÊGO OLIVEIRA JÚNIOR
JOYCE PEREIRA DE SOUZA PAES
JULLIA ANGELIN LATALISA
KARINE DOS SANTOS DE SANATANA
WELLINGTON SILVA DE SOUZA
COMPONENTE FLORESTAL NOS SISTEMAS SILVIPASTORIS
Barreiras, BA
2018
ADENILSON DO RÊGO OLIVEIRA JÚNIOR
JOYCE PEREIRA DE SOUZA PAES
JULLIA ANGELIN LATALISA
KARINE DOS SANTOS DE SANATANA
WELLINGTON SILVA DE SOUZA
COMPONENTE FLORESTAL NOS SISTEMAS SILVIPASTORIS
Trabalho apresentado à Universidade do
Estado da Bahia (UNEB) – Campus IX,
como pré-requesito parcial para
avaliação da disciplina de Integração
agricultura-pecuária do curso de
Engenharia Agronomica.
Professor. Danilo Gusmão
Barreiras, BA
2018
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
2. OBJETIVO ............................................................................................................ 5
3. COMPONENTE FLORESTAL ............................................................................. 6
3.1 Principais espécies utilizadas na ILPF ............................................................. 6
3.2 Considerações para escolha do componente florestal ....................................... 7
3.3 Orientação e espaçamento das árvores............................................................. 8
3.4 Implantação do componente florestal .............................................................. 9
3.5 Desrama, desbaste e colheita das árvores ........................................................ 9
4. BENEFÍCIOS TÉCNICOS .................................................................................. 10
5. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS ............................................................................ 11
6. BENEFÍCIOS AMBIENTAIS ............................................................................. 13
7. BENEFÍCIOS SOCIAIS ...................................................................................... 14
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 15
9. ANEXOS..................................................................................................................15
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 24
4
1. INTRODUÇÃO
Sistema Silvipastoril é uma forma de uso do solo, onde cultivos arbóreos são
explorados em associações com pastagens na mesma área, de maneira simultânea ou
sequencialmente e obviamente, incluindo o componente animal (CLARKIN, 1982; VEIGA &
SERRÃO, 1990). Todavia para que o uso do solo fique dentro do conceito de sistemas,
devem existir interações sócio-econômicas e ambientais entre os componentes (ICRAF,
1989).
Nos sistemas silvipastoris, as árvores podem desempenhar funções tanto de produção
como de serviços ambientais, dentre as funções de Produção podemos citar: Fornecimento de
alimento através de árvores forrageiras, sua utilização pode ocorrer principalmente nas
estações frias ou secas do ano, quando as pastagens escasseiam; Fornecimento de madeira,
lenha, postes, mourões que podem ser utilizados na propriedade rural, entre outros. No
desempenho da função de produção de serviços ambientais pode-se destacar: conservação e
melhoria do solo, através da redução da erosão eólica, estabilidade do solo, ação
descompactante das raízes e atividade microbriana; Ciclagem de nutrientes, principalmente
quando associada a árvores fixadoras de nitrogênio e com micorrizas, aumentando o nível de
nutrientes disponíveis; Sombra, através da redução da intensidade de calor ou de frio
propiciando benefícios no rendimento individual do animal.
A inclusão de pastagens e árvores em áreas agrícolas ou a inclusão de árvores e
culturas agrícolas em pastagens é ferramenta útil na recuperação de áreas degradadas, bem
como um meio para garantir a sustentabilidade do sistema de produção. As raízes das
forrageiras e das árvores exploram camadas mais profundas em ambiente permanentemente
protegido pela cobertura vegetal, evitando as perdas de nutrientes por lixiviação e de solo por
escorrimento superficial (BEHLING et al., 2013).
No sistema integrado, o componente arbóreo atua na diminuição da energia cinética da
chuva, reduz o escoamento da água, favorece a infiltração no solo (ambiente favorável, capaz
de fechar o ciclo solo-água-planta) e a recarga do lençol freático (NICODEMO & SANTOS,
2011). A água armazenada no solo será usada pelas culturas e também irá alimentar o
manancial que abastece os rios na seca, garantindo uma vazão mais constante.
Assim, podemos afirmar que devemos plantar árvores em sistema de integração
lavoura-pecuária-floresta para elevar a sinergia e aumentar a eficiência do sistema de
5
produção e também para melhor conservação do solo com a utilização de faixas de árvores
como barreira para redução do escorrimento superficial, permitindo a infiltração de água no
solo e a recarga do lençol freático (BEHLING et al., 2013; NICODEMO & SANTOS, 2011).
O sombreamento excessivo das culturas agrícolas e forrageiras com o crescimento das
árvores, o que de fato é verdade, caso não sejam manejadas de forma correta, é o principal
fator a gerar polêmica na introdução de árvores em sistemas integrados. A desrama (poda dos
ramos) e o desbaste são duas importantes práticas de manejo das árvores no sistema iLPF,
sendo realizadas principalmente para aumentar a luminosidade para as culturas que estão
intercaladas, seja pastagem ou lavoura (BEHLING et al., 2013).
Na definição do arranjo e modalidade de iLPF que será implantada, devemos
perguntar: qual a melhor espécie florestal para o sistema? Certamente, a melhor espécie será
aquela que possui mercado garantido para os seus produtos, seja adaptada às condições
edafoclimáticas da região e haja domínio dos seus tratos silviculturais (BEHLING et al.,
2013).
Nesse aspecto, as espécies exóticas levam vantagem e possuem alta produtividade e
tecnologia adaptada às condições subtropicais e tropicais. As espécies nativas possuem um
potencial ainda não explorado devidamente, não possuem mercado consolidado e também
sofrem concorrência com madeira de florestas nativas de diâmetros maiores (BEHLING et al.,
2013). O eucalipto, composto por seus diferentes clones, é, sem dúvida, a espécie mais
plantada nas áreas que adotam a estratégia iLPF no Brasil por atender aos requisitos citados.
2. OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo abordar aspectos práticos referentes à
arborização de pastagens e sua viabilidade técnica e econômica, destacando as principais
espécies florestais utilizadas, importância e benefícios dentro dos sistemas integrados.
6
3. COMPONENTE FLORESTAL
3.1 Principais espécies utilizadas na ILPF
O restabelecimento da capacidade produtiva das plantas forrageiras em pastagens
degradadas é fundamental para a intensificação da atividade pecuária no Brasil, e a
consorciação de espécies pelos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)
desponta como opção viável na recuperação e na renovação de áreas degradadas.
Assim, a utilização de plantios florestais mistos como forma de recuperação de
pastagens ainda é incipiente, porém o uso de leguminosas arbóreas, juntamente com espécies
tradicionalmente utilizadas, como eucalipto, torna a utilização do solo mais eficiente, tanto
física como quimicamente, em função das diferenças no sistema radicular e na exigência
nutricional das espécies envolvidas (KLEINPAUL et al., 2010), além do aumento do aporte
de nitrogênio pelas leguminosas, a partir da fixação simbiótica com bactérias (PACIULLO et
al., 2007).
O componente arbóreo deve ser selecionado levando-se em consideração os aspectos
relacionados à silvicultura da espécie, produção de bens e serviços, ausência de efeitos
alelopáticos e de toxidez, arquitetura da copa que deve ser preferencialmente menos densa,
dentre outros. Dentre as espécies florestais mais utilizadas em pastagens no Brasil, destacam-
se: eucaliptos (Eucalyptus spp. e Corymbia spp.), grevílea (Grevillea robusta), pinus (Pinus
spp.), teca (Tectona grandis), paricá (Schyzolobium amazonicum), mogno africano (Kaya
ivorensis), cedro australiano (Toona ciliata), canafístula (Pelthophorum dubium) e acácia
mangium (Acacia mangium) (Carvalho et al., 2001; Paciullo et al., 2007; Porfírio-da-Silva et
al., 2009).
As espécies exóticas levam vantagem e possuem alta produtividade e tecnologia
adaptada às condições subtropicais e tropicais. As espécies nativas possuem um potencial
ainda não explorado devidamente, não possuem mercado consolidado e também sofrem
concorrência com madeira de florestas nativas de diâmetros maiores (BEHLING et al., 2013).
O eucalipto, composto por seus diferentes clones, é, sem dúvida, a espécie mais plantada nas
áreas que adotam a estratégia iLPF no Brasil por atender aos requisitos citados.
O eucalipto (Eucalyptus sp.) vem sendo difundido para utilização neste sistema por
apresentar rápido crescimento, característica esta importantíssima quando se considera a
liberação da área para o pastejo e por possuir uma arquitetura de copa compatível com a
7
consorciação com outras culturas. Além do mais, esta espécie se destaca por apresentar
práticas silviculturais validadas e disponibilidade de cultivares oriundos de programas de
melhoramento florestal, pela produção de madeira para usos múltiplos, por apresentar boa
fonte de renda para o produtor e principalmente por sua capacidade de adaptação a diferentes
condições edafoclimáticas, podendo ser plantado em todos os biomas brasileiros, sendo
amplamente utilizado em reflorestamentos na região do cerrado.
O eucalipto cultivado na ILPF pode ser direcionado a diversos usos, porém o uso
comercial, como madeira para serraria, é o que mais tem sido utilizado pelos produtores, em
razão do maior retorno financeiro. Já, a leguminosa arbórea Acacia mangium é uma espécie
promissora, usada para lenha, madeira para fabricação de móveis, fornecimento de polpa para
papel, conforto térmico para animais e produção de mel, e ser adapatada a solos ácidos e com
baixo teor de fósforo (GONÇALVES; LELIS, 2012; NATIONAL RESEARCH COUNCIL -
NRC, 1983).
3.2 Considerações para escolha do componente florestal
Na escolha da espécie arbórea a ser implantada em um sistema de iLPF com ênfase na
pecuária, além de se considerar sua adaptação às condições locais, deve-se optar por aquelas
que apresentem crescimento rápido, de modo que entre um a dois anos do plantio, as árvores
tenham atingido altura tal que posicione suas copas acima do alcance dos animais, com
diâmetro do tronco suficiente para que sejam minimizados possíveis danos mecânicos (Castro
e Paciullo, 2006). Práticas de desrama podem ser utilizadas na condução das árvores, para
minimizar os danos pelo gado; outra estratégia é utilizar animais de categorias menores, como
de recria, na fase inicial de crescimento das árvores.
Outros aspectos para escolha da espécie florestal são: práticas silviculturais
conhecidas; disponibilidade de sementes e mudas; espécies de leguminosas; que fixam
nitrogênio atmosférico e que apresentem potencial forrageiro; espécies que não sejam tóxicas
ao gado; enraizamento profundo; tolerância à seca; sombreamento leve; capacidade de prover
produtos e serviços ambientais desejados pelo produtor rural.
Árvores de crescimento lento (menos de dois metros de altura por ano), como algumas
espécies nativas, também podem ser utilizadas, quando o produto/serviço escolhido
compensar o custo de proteção contra danos que o gado pode produzir nas árvores (Porfírio-
8
da-Silva et al., 2009). Esta é uma limitação para sistemas silvipastoris, entretanto, para
sistemas agrossilvipastoris (iLPF), pode-se cultivar lavouras nas entrelinhas das árvores,
durante o período necessário para desenvolvimento das mesmas, antes da implantação do
pasto e da entrada dos animais em pastejo.
Em sistemas de iLPF onde a atividade principal é a pecuária, a escolha pelo
componente florestal deve considerar espécies para múltiplo uso, que proporcionem madeira
de qualidade para diferentes segmentos e permitindo a entrada de várias receitas durante seu
ciclo produtivo. Neste caso, destacam-se as espécies e híbridos de eucalipto, por apresentarem
boa adaptação às condições edafoclimáticas do Cerrado, crescimento rápido com fuste alto e
copa não muito densa, e madeira com características desejáveis para os segmentos de celulose
e moveleiro. Práticas de desbaste seletivo ou sistemático podem ser utilizadas na condução
das árvores, para obtenção de receitas a partir dos 4-5 anos da implantação do sistema.
3.3 Orientação e espaçamento das árvores
Na orientação das linhas de plantio das árvores deve-se considerar, primeiramente, a
conservação do solo e da água. Assim, as árvores devem ser dispostas em nível e, no caso da
necessidade de terraceamento, o plantio das árvores deve ser feito no terço inferior do terraço,
para evitar danos às raízes das árvores, favorecer a infiltração de água, a conservação e
manutenção do terraço e o deslocamento dos animais (Porfírio-da-Silva et al., 2009). Para
terrenos planos, as linhas de árvores devem ser orientadas no sentido leste-oeste.
Espaçamentos mais amplos favorecem o desenvolvimento da forrageira no sub-bosque
e a produção de madeira com maiores dimensões, além de permitir o consórcio com culturas
agrícolas por maior período e com menores limitações em termos de competição por espaço,
luz, água e nutrientes. Do ponto de vista da pecuária, espaçamentos entre fileiras ou renques
de árvores podem variar de 10 a 50 m, sendo que espaçamentos menores limitam a produção
forrageira e animal.
O espaçamento entre árvores, na linha, pode variar de 1,5 a 5 m. Quanto aos arranjos
das árvores, podem variar de linhas simples, duplas ou triplas, de acordo com a finalidade da
madeira, e podem ser associados a práticas de desbaste seletivo ou sistemático, para produzir
madeira com maior espessura e maior valor agregado (Tabela 1). Em sistemas de iLPF com
finalidade na pecuária, a implantação de linhas simples facilita no manejo das árvores,
9
exigindo menos mão-de-obra. Arranjos mais complexos exigem mais desbastes e são
indicados para sistemas com finalidade predominantemente florestal.
3.4 Implantação do componente florestal
Deve-se atentar para o manejo adequado do solo, quanto à descompactação e
adubação na linha de plantio das mudas, a qualidade das mudas e seu manuseio até o plantio,
o controle de formigas e cupins, e o controle de plantas competidoras ao redor das mudas
(Castro e Paciullo, 2006; Porfírio-da-Silva et al., 2009). Mortalidade de mudas acima de 5%
requer replantio, sendo que em sistemas pecuários, pela dificuldade de mão-de-obra
especializada em manejo florestal, as perdas podem chegar a 20%. Em regiões com
empreendimentos florestais, pode-se contar com a terceirização do serviço, dependendo da
viabilidade econômica.
3.5 Desrama, desbaste e colheita das árvores
A desrama ou poda, é uma prática importante, a ser realizada antes dos animais
entrarem no sistema. Serve para retirada dos galhos laterais que podem ser consumidos ou
avariados pelos animais, causando injúria às árvores e comprometendo a produção de madeira
de melhor qualidade. Também, serve para aumentar a disponibilidade de luz para o
componente forrageiro que ocupa o estrato inferior. De acordo com Porfírio-da-Silva et al.
(2009), a primeira desrama deve ser realizada quando o diâmetro do tronco à altura de 1,30 m
(diâmetro à altura do peito, DAP) atingir 6 cm, sendo cortados os ramos abaixo desse
diâmetro.
No caso do eucalipto para produção de madeira para serraria, com corte aos 12-14
anos, geralmente, as outras desramas são realizadas aos 2-3 anos e aos 3-4 anos, com o corte
10
dos ramos a cada 2 m em cada desrama, até chegar aos 6 m, após as três desramas. A desrama
deve ser realizada rente ao tronco, com equipamento adequado (serrote ou tesoura), para
evitar tocos que comprometem a qualidade da madeira.
O desbaste consiste na retirada (corte) seletiva de árvores do sistema, com a finalidade
de: fonte de receita, aumento na disponibilidade de luz para o componente forrageiro e/ou
agrícola, melhoria das condições de crescimento das árvores para produção de madeira de
melhor qualidade e valor agregado. Geralmente, os desbastes são orientados para manter um
estande final com 50% das árvores implantadas. Nas regiões de Cerrado, em sistemas de
iLPF, o eucalipto pode sofrer desbastes sucessivos, de acordo com a finalidade da madeira:
aos 4-5 anos, para carvão, lenha e moirões e aos 8-9 anos, para celulose e para postes, sendo
realizado o corte final das árvores aos 12-14 anos, para serraria e laminação, seguindo-se um
novo ciclo de plantio das árvores. Também, pode-se optar por apenas um desbaste, deixando-
se entre 100 a 200 árvores/ha para o corte final, sendo a madeira comercializada para serraria.
Na colheita das árvores, deve-se seguir procedimentos técnicos para derrubada da
árvore, arraste da tora, traçamento da tora, carregamento de tora(s) e transporte da madeira, de
acordo com o mercado comprador da madeira, da mão-de-obra e maquinário disponíveis
(Porfírio-da-Silva et al., 2009). Dependendo da região, esse serviço pode ser terceirizado.
4. BENEFÍCIOS TÉCNICOS
As lavouras anuais com ou sem forrageiras em consórcio, contribuem na amortização
dos custos com a implantação do sistema, além de proporcionarem o tempo necessário ao
desenvolvimento das árvores, antes da entrada dos animais em pastejo, além disso, o efeito
residual da adubação das lavouras beneficia o componente florestal e o forrageiro.
O componente florestal promove melhorias no microclima e, consequentemente no
bem-estar animal, na conservação da água e do solo, na reciclagem de nutrientes, no valor
nutritivo da forragem e no suprimento de madeira (e de outros produtos não madeiráveis) para
uso na propriedade e/ou para venda.
O componente pecuário se beneficia da melhor qualidade do ambiente da pastagem
arborizada e tende a produzir mais por unidade animal.
11
A interação dos componentes propicia maior eficiência de uso dos recursos naturais,
de insumos, de maquinário e de mão-de-obra, além da diversificação de produtos e maior
fluxo de receitas que conferem flexibilidade frente ao risco agrícola e maior estabilidade ao
sistema.
5. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS
Sistemas de iLPF permitem diversificação da renda, por meio do fornecimento de
produtos agrícolas, florestais e pecuários. O planejamento e escalonamento desses produtos
permitem aumentar a entrada de receitas e devido à maior eficiência de uso dos recursos
naturais, de insumos, de maquinário e de mão-deobra, apresentam melhores taxas internas de
retorno do investimento, superando a renda líquida obtida nos sistemas componentes
monoespecíficos (Porfírio-da-Silva, 2001; Nicodemo et al., 2004).
As culturas anuais são utilizadas em sistemas de iLPF para amortizar os custos de
implantação e melhorar as condições de fertilidade do solo com as adubações. Podem ser
cultivadas por mais de uma safra, permitindo o desenvolvimento das árvores até a entrada dos
animais em pastejo, eliminando-se os custos para proteção das mesmas. Além disso, com a
adoção do plantio direto em sistemas de iLPF, os custos de implantação podem ser reduzidos
em 10 a 25% (Trecenti et al., 2008).
Castro e Paciullo (2006) relataram um sistema de iLPF com plantio de eucalipto e
leguminosas, no primeiro ano, e milho no segundo ano, em que a produção do milho (4.000
kg/ha) foi capaz de amortizar os custos de implantação do sistema em 41,5%.
Pereira et al. (2009) avaliando a implantação de um sistema de iLPF em propriedade
de agricultura familiar na Zona da Mata de Minas Gerais, com eucalipto e milho em consórcio
com braquiária, observaram custo de implantação (insumos e serviços) de R$ 2.752,70 e
amortização dos custos de 43,59% com a comercialização do milho (4.000 kg/ha).
Em projeto em andamento na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande-MS, com
dois sistemas de iLPF implantados com soja e Eucalyptus urograndis em densidades de 227
árvores/ha e 357 árvores/ha, seguidos do plantio de capim-piatã, observou-se custo de
implantação com insumos e serviços de R$ 2.074,00 e R$ 2.218,00, respectivamente. Com a
comercialização da soja (média de 2.100 kg/ha) e de uma colheita de forragem para feno
(média de 4.000 kg/ha), obteve-se amortização dos custos de 85% e 79%, respectivamente. Se
12
fosse cultivada uma nova safra ou mesmo uma safrinha, provavelmente, os custos dos
sistemas de iLPF teriam sido amortizados aos 15 meses após o plantio do eucalipto, podendo-
se introduzir os animais em pastagem de alta qualidade. Estes dados demonstram que os
custos de implantação de sistemas de iLPF não chegam a ser limitantes, num contexto de
pecuária, onde os custos com cercas, bebedouros e aquisição de animais não são
considerados.
De acordo com Ofugi et al. (2008), sistemas de iLPF com 250 a 350 árvores de
eucalipto/ha proporcionam maior ganho em diâmetro das árvores quando comparados a
sistemas florestais com 1.666 árvores/ha. Desta forma, aos oito anos da implantação, pode-se
colher madeira para postes de eletrificação e, aos 12 anos, toras com mais de 30 cm de
diâmetro, para serraria. Estes produtos apresentam maior valor agregado e podem atingir até
seis vezes o valor da madeira para energia (carvão). Com as receitas advindas da lavoura do
arroz, na implantação (1.670 kg/ha), da soja, no primeiro ano (2.040 kg/ha), do milho para
silagem, no segundo ano, e da pecuária de corte, do 3º ao 12º ano (média de 247 kg
PV/ha/ano), o valor arrecadado em iLPF supera o do sistema florestal para produção de
madeira para energia. De acordo com os autores, na região noroeste de Minas Gerais, os
sistemas de iLPF apresentam produtividade média de 25 m 3 /ha/ano, com possibilidade de
comercialização da madeira como toras, postes, lenha, escoras para construção civil e estacas,
já os sistemas florestais apresentam produtividade média de 35 m3 /ha/ano, com possibilidade
de comercialização da madeira como lenha, escoras para construção civil e estacas.
Souza et al. (2007), avaliando sistemas de iLPF com clones de híbridos de eucalipto
(10 x 4 m) em consórcio com a cultura do arroz, no primeiro ano, com soja, no segundo ano, e
com pastagem a partir do terceiro ano, observaram que a medida que se aumentam os
desbastes das árvores, aumenta-se a entrada de receitas no sistema, no entanto, com um único
corte das árvores, entre seis a nove anos da implantação, obtém-se o melhor desempenho
econômico, desde que pelo menos 16% da madeira seja comercializada para serraria. Em
continuidade ao estudo anterior, Coelho Júnior et al. (2008) concluíram que o investimento
nesses sistemas é de baixo risco.
Atualmente, com a maior conscientização a respeito dos impactos ambientais causados
pelos sistemas de produção, o pagamento por alguns serviços ambientais têm sido proposto
por organismos internacionais como mecanismo de compensação para as atividades
ambientais positivas geradas nesses sistemas. Sistemas de iLPF apresentam grande potencial
13
no fornecimento de serviços ambientais e com essa perspectiva de retorno econômico
adicional, aumenta-se a possibilidade de adoção desses sistemas. Além disso, a beleza cênica
da paisagem rural, proporcionada por sistemas de iLPF, pode agregar valor à terra e
possibilitar o desenvolvimento do turismo rural, como fonte de receitas extras.
6. BENEFÍCIOS AMBIENTAIS
A presença do componente florestal no sistema de iLPF contribui para melhorar o
microclima, o bem-estar animal, a conservação do solo e da água, a regularização do ciclo
hidrológico, a biodiversidade, o sequestro de carbono e a beleza cênica da paisagem rural.
Além disso, com o fornecimento de madeira para o mercado, minimiza a pressão de uso de
madeira nativa e o desmatamento. Estes serviços ambientais são considerados como
benefícios indiretos, entretanto, influenciam na melhoria da eficiência de uso da terra e nos
benefícios diretos (produtos gerados).
O estresse térmico, ventos e chuvas fortes são prejudiciais para o desempenho
produtivo e reprodutivo dos animais, causando um aumento no gasto de energia para
mantença associado à redução do consumo (Silanikove, 2000; Jordan, 2003). Assim, as
melhorias em variáveis do microclima proporcionadas pelo componente florestal, como
diminuição da temperatura e da velocidade do vento e aumento na umidade relativa do ar
(Tabela 2), atuam positivamente sobre o bem-estar e a produtividade animal.
Silva et al. (2008a), avaliando um sistema silvipastoril com 100 árvores/ha, após seis
anos da implantação do componente florestal (Acacia holosericea), observaram que a sombra
das árvores reduziu em 26% a carga de calor sobre bovinos em pastejo, em comparação à
condição de pleno sol. Na literatura, há referências de reduções de 10 a 50% na produção de
leite devido ao estresse por calor e de reduções de até 10% no consumo de matéria seca de
bovinos de corte quando a temperatura ambiente se eleva de 25ºC para 30ºC (Corsi e Goulart,
2006; Porfírio-da-Silva, 2006; Barbosa Filho et al., 2010).
14
A melhoria da qualidade do solo, como benefício ambiental, também está diretamente
ligada ao desempenho produtivo do sistema (benefício técnico), sendo um dos principais
benefícios promovidos pela iLPF. Sistemas com árvores dispostas em nível minimizam as
perdas de solo por erosão hídrica e eólica. A deposição de serapilheira contribui para
aumentar o teor de carbono no solo, incrementando a disponibilidade de água e de nutrientes
com concomitante aumento na diversidade de micro e mesorganismos do solo. O uso de
espécies florestais leguminosas contribui na fixação de nitrogênio e reciclagem de nutrientes.
Quanto ao sequestro de carbono e potencial de mitigação de gases de efeito estufa, em
sistemas de iLPF com árvores de rápido crescimento e considerando um período de cultivo de
11 anos, aproximadamente 5,0 t de Ceq/ha/ano são fixadas somente no tronco das árvores,
sendo que isso equivale à neutralização da emissão de 13 bois adultos por ano (Grupo...
2009). Considerando que a taxa de lotação média das pastagens brasileiras é de 1,2 animal/ha,
fica evidente a relevância desses sistemas na melhoria das condições ambientais da pecuária.
Com a produção de madeira para uso na propriedade e/ou para venda, sistemas de
iLPF contribuem para minimizar o uso de madeira nativa e o desmatamento. Como exemplo,
em 2005, do total de 5,5 milhões de toneladas de carvão vegetal produzidos no Brasil, 34,5%
foram oriundos da vegetação nativa do Cerrado (Duboc et at., 2007).
7. BENEFÍCIOS SOCIAIS
Sistemas de iLPF tornam o ambiente do entorno mais agradável, quer seja pelos
benefícios ambientais diretos, quer seja pelos benefícios econômicos que resultam. Assim,
amplia-se a percepção de qualidade de vida das pessoas do local, podendo contribuir para a
diminuição do êxodo rural.
Também, são exigentes por mão-de-obra com maior grau de instrução do que
empreendimentos rurais menos complexos e, consequentemente, devem retribuir com salários
adequados. Com a diversificação de produtos e com a melhoria da paisagem rural, esses
sistemas têm potencial para dinamizar o comércio local e promover o turismo rural.
Com a ampliação da adoção desses sistemas, ampliam-se as possibilidades de
associações com o meio rural e urbano, para agregar valor aos produtos, fortalecer as
respectivas cadeias produtivas e promover o desenvolvimento regional.
15
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As demandas por produtos agrícolas, pecuários e florestais são crescentes, assim como
a necessidade de preservação da vegetação natural, aumentando as exigências sobre sistemas
de produção pecuários, para minimizar impactos ambientais.
Sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), para recuperação e
intensificação do uso de pastagens, são alternativas viáveis do ponto de vista técnico,
ambiental e sócio-econômico, entretanto, são mais complexos, exigem conhecimentos de
outras áreas e maiores investimentos iniciais.
Atualmente, no Brasil, existem condições favoráveis para a iLPF, como linhas de
crédito e incentivos fiscais, mas ainda há carência de informações e de profissionais
habilitados para trabalharem com iLPF.
A Embrapa e seus parceiros têm investido no desenvolvimento e transferência de
tecnologia em iLPF, no sentido de ampliar o nível de adoção desta tecnologia, entretanto,
mais esforços são necessários.
A perspectiva de recursos público-privados para pagamento de serviços ambientais é
um grande estímulo para a iLPF.
16
9. ANEXOS
Sistemas Silvipastoris: Estratégias para o Desenvolvimento Rural Sustentável para a
Metade Sul do Estado do Rio Grande do Sul.
Jorge Ribaski¹, Renato Antonio Dedecek², Vilmar L. Mattei³, Carlos Alberto Flores4 , Adriana
F. C. Vargas5.
Os sistemas silvipastoris implantados consistiram de dois tratamentos básicos,
representados por diferentes arranjos espaciais (duas densidades de plantio) para cada uma
das espécies florestais (Pinus elliottii e Eucalyptus grandis), e dois outros tratamentos controle
4 Sistemas Silvipastoris: Estratégias para o Desenvolvimento Rural Sustentável para a Metade
Sul do Estado do Rio Grande do Sul (testemunhas), um para a pastagem sem a presença do
componente arbóreo (sistema tradicional da região) e outro representado um reflorestamento
convencional com cada uma das espécies florestais, plantadas num espaçamento regular (3m
x 3m). Os SSPs possuem linhas de plantio triplas, sendo as fileiras centrais distanciadas
Tabela 1. Plantios em diferentes arranjos e espaçamentos, densidade inicial e final prevista na
última rotação (20 anos) para as espécies florestais. Figura 3. Sistema silvipastoril com Pinus
elliottii associado ao cultivo de milho – 1.000 árvores/ha Figura 4. Sistema silvipastoril com
Eucalyptus grandis, pastagem nativa e ovinos – 500 árvores/ha entre si em 20 metros, no
plantio mais denso (1.000 plantas/ha – Figura 3) e em 40 metros no plantio de menor
densidade (500 plantas/ha – Figura 4). A distância entre as linhas triplas de plantio é de 3
metros e o espaçamento inicial entre plantas nas linhas é de 1,5 metro. (Tabela 1).
17
As Unidades de Observação foram implantadas no ano de 2000 em Quaraí e, em 2002,
no Município de Alegrete, sendo que neste último, em duas propriedades rurais. Em uma
delas, o produtor optou por cultivar grãos (aveia, sorgo e milho), pelo período de dois anos,
nos espaços existentes entre as fileiras das espécies florestais e, na outra, foram ultilizadas
cercas elétricas para proteger as plantas do pastejo ou do pisoteio dos animais (ovinos), sendo
que, neste caso, os animais entraram no sistema de produção logo no primeiro ano.
No crescimento das árvores (altura e diâmetro)Não foram encontradas diferenças
significativas no plantio homogêneo e nos sistemas silvipastoris testados (Tabela 2).
18
Os efeitos da presença das árvores nos sistemas tiveram efeitos importantes no que diz
respeito à conservação dos solos e à proteção contra a erosão. As perdas de solo no período de
julho a setembro de 2004 (42,9 mm de chuva) foram significativamente maiores na área
cultivada com aveia e milho (359 kg/ha), em comparação aos 42 kg/ha perdidos na área com
pastagem nativa e os somente 32 kg/ha e 18 kg/ha nos sistemas silvipastoris, com pinus e com
eucalipto, respectivamente. Estes resultados comprovam a fragilidade desses solos e mostram
a importância das árvores como elementos essenciais no processo de proteção dos mesmos
(Figura 5).
Conclusão
Para minimizar esse risco, existe a necessidade de se introduzir um novo conceito, o
de produtor florestal, que requer o desenvolvimento e a viabilização de tecnologias para obter
produtos de qualidade, diversificados e competitivos. Para assegurar o sucesso do plantio de
espécies florestais, além de utilizar mudas de boa qualidade, oriundas de sementes melhoradas
geneticamente, é importante que o produtor siga um cronograma operacional básico, o qual
19
deve consistir da escolha, limpeza e demarcação da área a ser plantada, combate à formigas
cortadeiras, adubação e controle da vegetação invasora dentro de princípios de
sustentabilidade.
Sistemas Silvipastoris
Fernando Salgado Bernardino (1,2)
e Rasmo Garcia (2)
(1)Bolsista Pós-Doutorado do CNPq. E-mail: [email protected]; (2)Universidade Federal de Viçosa. Avenida Peter Henry Rolfs, s/n,
Campus Universitário, CEP 36570-000, Viçosa-MG. E-mail: [email protected]
Em estudo conduzido na região do Cerrado de Minas Gerais, por Tsukamoto Filho et
al. (2004), foi quantificada a fixação de carbono em sistemas convencionais e no sistema
agrossilvipastoril com eucalipto. Os autores verificaram que o sistema agrossilvipastoril fixou
2,87% mais C que o eucalipto em monocultivo, plantado em espaçamento de 3 m x 2 m, e
133,69%, 677,99% e 1.177,67% mais que os monocultivos de arroz, soja e a pastagem,
respectivamente. Do total fixado, grande parte do C se encontrou na fração eucalipto + liteira,
conforme se pode observar na Tabela 7. No entanto, não foi realizada análise do C retido no
solo.
Sharrow e Ismail (2004), em experimento conduzido com espécies florestais e
forrageiras temperadas, relataram que as diferenças no conteúdo de C e N na biomassa têm
pequena contribuição quando comparados ao estoque total do sistema. Os autores analisaram
a estocagem de N e C em três sistemas: pastagem exclusiva, plantio florestal exclusivo e
sistema silvipastoril. O solo apresentou enorme estoque de C nos três sistemas analisados,
conforme se pode observar na Tabela 8. Na pastagem, a contribuição das frações coletadas
acima do solo não chegou a 1% do C total. Já nos plantios florestais exclusivos, a
contribuição da biomassa atingiu valores próximos a 7%.
20
Os sistemas silvipastoris se mostraram mais eficientes no processo de fixação do
carbono atmosférico do que os monocultivos florestais e pastagens, de forma isolada. De
acordo com Sharrow e Ismail (2004), a vantagem desses sistemas pode ser atribuída à maior
eficiência na captura dos recursos para crescimento, uma vez que mais componentes ativos
são agregados ao processo de produção. Como a produção de biomassa nesses sistemas é
representada por plantas com diferentes padrões de crescimento, é possível aumentar o
estoque total de carbono na mesma área de cultivo.
Os sistemas silvipastoris se mostraram mais eficientes no processo de fixação de
carbono atmosférico do que os monocultivos florestais e pastagens, de forma isolada.
Conclusão
Os sistemas silvipastoris representam uma tecnologia de uso de terra que garante
maior biodiversidade e sustentabilidade aos ecossistemas quando comparados a quaisquer
monocultivos.
21
Aspectos de arborização de pastagens e de viabilidade técnica-econômica da
alternativa silvipastoril
Luciano Javier Montoya (1)
, Moacir José Sales Medrado (1)
, Lucila Marshall de Araújo
Maschio (1)
.
A viabilidade técnico-econômica pode ser inferida a partir do trabalho de MONTOYA
& BAGGIO (1992) que realizaram estudo econômico sobre a comparação de métodos de
proteção de mudas altas introduzidas em pastagens na presença de gado. Na avaliação os
autores utilizaram como parâmetros: danos às mudas pelos animais, estimativas de custos de
implantação de arvores e estimativa do resultado econômico de uma propriedade
representativa de pecuária de corte (propriedade de 258 ha; rebanho médio estabilizado em
255 cabeças, com 81 matrizes, venda de 49 animais por ano com 3,5 anos e peso médio de 15
arrobas).
Os resultados obtidos mostraram que a proteção de muda em espiral de arame farpado
com uma estaca. Desde que bem feito , é suficiente e eficiente tecnicamente. A analise
econômica no estabelecimento de árvores de mudas altas com o método de proteção
selecionado, mostra: a)aumento da ordem de 9% no custo operacional da exploração bovina;
b)o aumento de 9% na estrutura de custo, provocaria de inicio uma diminuição de 27% no
retorno econômico; c) que o valor monetário que o produtor pode renunciar por utilizar o
sistema silvipastoril (custo de oportunidade) será compensado somente quando o rebanho
comercializado, com 15 arrobas /cabeça, na idade de 3,5 anos, passe a ser abatido com 16,37
arrobas /cabeça, na idade de 3,2 anos (ponto de equilíbrio), ou seja,quando o sombreamento
proporcionar um ganho de peso de 0,04 kg/dia. Ganhos superiores proporcionarão maiores
benefícios econômicos (Tabela 2 e Figura 1 ).
22
Conclusão
A par dos custos (custo de implantaçãos, custo de manejo, perda de área de pastagem
por sombra, competição por agua, luz e nutrientes e infestação de pastagem via sementes
,entre outros ) e dos beneficios (atenuação do frio ou calor pelo sombreamneto,
suplementação de alimentos , oferta de produtos e subprodutos lenhosos , entre outros ), a
introdução de árvores em pastegens, é o sitema silvipastoril de maior aplicabilidade em áreas
de pecuaria de Regiões Sul do Brasil.
Além dos impactos favoráveis ao meio ambiente, a arborização se constitui numa
prática barata para incentivar o repovoamneto florestal de forma parcial e ordenada e com a
possibilidade de representar incremento da produção pecuária e florestal.
23
Na caracterização da eficiência econômica, indicadores como o de custo de
oportunidade e o de ponto de equilíbrio, permite uma melhor interpretação por parte dos
extensionistas, técnicos e produtores para analisar ou recusar a alternativa silvipastoril.
24
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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