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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA ADENILSON DO RÊGO OLIVEIRA JÚNIOR JOYCE PEREIRA DE SOUZA PAES JULLIA ANGELIN LATALISA KARINE DOS SANTOS DE SANATANA WELLINGTON SILVA DE SOUZA COMPONENTE FLORESTAL NOS SISTEMAS SILVIPASTORIS Barreiras, BA 2018

COMPONENTE FLORESTAL NOS SISTEMAS SILVIPASTORIS … · fonte de renda para o produtor e principalmente por sua capacidade de adaptação a diferentes condições edafoclimáticas,

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

ADENILSON DO RÊGO OLIVEIRA JÚNIOR

JOYCE PEREIRA DE SOUZA PAES

JULLIA ANGELIN LATALISA

KARINE DOS SANTOS DE SANATANA

WELLINGTON SILVA DE SOUZA

COMPONENTE FLORESTAL NOS SISTEMAS SILVIPASTORIS

Barreiras, BA

2018

ADENILSON DO RÊGO OLIVEIRA JÚNIOR

JOYCE PEREIRA DE SOUZA PAES

JULLIA ANGELIN LATALISA

KARINE DOS SANTOS DE SANATANA

WELLINGTON SILVA DE SOUZA

COMPONENTE FLORESTAL NOS SISTEMAS SILVIPASTORIS

Trabalho apresentado à Universidade do

Estado da Bahia (UNEB) – Campus IX,

como pré-requesito parcial para

avaliação da disciplina de Integração

agricultura-pecuária do curso de

Engenharia Agronomica.

Professor. Danilo Gusmão

Barreiras, BA

2018

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4

2. OBJETIVO ............................................................................................................ 5

3. COMPONENTE FLORESTAL ............................................................................. 6

3.1 Principais espécies utilizadas na ILPF ............................................................. 6

3.2 Considerações para escolha do componente florestal ....................................... 7

3.3 Orientação e espaçamento das árvores............................................................. 8

3.4 Implantação do componente florestal .............................................................. 9

3.5 Desrama, desbaste e colheita das árvores ........................................................ 9

4. BENEFÍCIOS TÉCNICOS .................................................................................. 10

5. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS ............................................................................ 11

6. BENEFÍCIOS AMBIENTAIS ............................................................................. 13

7. BENEFÍCIOS SOCIAIS ...................................................................................... 14

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 15

9. ANEXOS..................................................................................................................15

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 24

4

1. INTRODUÇÃO

Sistema Silvipastoril é uma forma de uso do solo, onde cultivos arbóreos são

explorados em associações com pastagens na mesma área, de maneira simultânea ou

sequencialmente e obviamente, incluindo o componente animal (CLARKIN, 1982; VEIGA &

SERRÃO, 1990). Todavia para que o uso do solo fique dentro do conceito de sistemas,

devem existir interações sócio-econômicas e ambientais entre os componentes (ICRAF,

1989).

Nos sistemas silvipastoris, as árvores podem desempenhar funções tanto de produção

como de serviços ambientais, dentre as funções de Produção podemos citar: Fornecimento de

alimento através de árvores forrageiras, sua utilização pode ocorrer principalmente nas

estações frias ou secas do ano, quando as pastagens escasseiam; Fornecimento de madeira,

lenha, postes, mourões que podem ser utilizados na propriedade rural, entre outros. No

desempenho da função de produção de serviços ambientais pode-se destacar: conservação e

melhoria do solo, através da redução da erosão eólica, estabilidade do solo, ação

descompactante das raízes e atividade microbriana; Ciclagem de nutrientes, principalmente

quando associada a árvores fixadoras de nitrogênio e com micorrizas, aumentando o nível de

nutrientes disponíveis; Sombra, através da redução da intensidade de calor ou de frio

propiciando benefícios no rendimento individual do animal.

A inclusão de pastagens e árvores em áreas agrícolas ou a inclusão de árvores e

culturas agrícolas em pastagens é ferramenta útil na recuperação de áreas degradadas, bem

como um meio para garantir a sustentabilidade do sistema de produção. As raízes das

forrageiras e das árvores exploram camadas mais profundas em ambiente permanentemente

protegido pela cobertura vegetal, evitando as perdas de nutrientes por lixiviação e de solo por

escorrimento superficial (BEHLING et al., 2013).

No sistema integrado, o componente arbóreo atua na diminuição da energia cinética da

chuva, reduz o escoamento da água, favorece a infiltração no solo (ambiente favorável, capaz

de fechar o ciclo solo-água-planta) e a recarga do lençol freático (NICODEMO & SANTOS,

2011). A água armazenada no solo será usada pelas culturas e também irá alimentar o

manancial que abastece os rios na seca, garantindo uma vazão mais constante.

Assim, podemos afirmar que devemos plantar árvores em sistema de integração

lavoura-pecuária-floresta para elevar a sinergia e aumentar a eficiência do sistema de

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produção e também para melhor conservação do solo com a utilização de faixas de árvores

como barreira para redução do escorrimento superficial, permitindo a infiltração de água no

solo e a recarga do lençol freático (BEHLING et al., 2013; NICODEMO & SANTOS, 2011).

O sombreamento excessivo das culturas agrícolas e forrageiras com o crescimento das

árvores, o que de fato é verdade, caso não sejam manejadas de forma correta, é o principal

fator a gerar polêmica na introdução de árvores em sistemas integrados. A desrama (poda dos

ramos) e o desbaste são duas importantes práticas de manejo das árvores no sistema iLPF,

sendo realizadas principalmente para aumentar a luminosidade para as culturas que estão

intercaladas, seja pastagem ou lavoura (BEHLING et al., 2013).

Na definição do arranjo e modalidade de iLPF que será implantada, devemos

perguntar: qual a melhor espécie florestal para o sistema? Certamente, a melhor espécie será

aquela que possui mercado garantido para os seus produtos, seja adaptada às condições

edafoclimáticas da região e haja domínio dos seus tratos silviculturais (BEHLING et al.,

2013).

Nesse aspecto, as espécies exóticas levam vantagem e possuem alta produtividade e

tecnologia adaptada às condições subtropicais e tropicais. As espécies nativas possuem um

potencial ainda não explorado devidamente, não possuem mercado consolidado e também

sofrem concorrência com madeira de florestas nativas de diâmetros maiores (BEHLING et al.,

2013). O eucalipto, composto por seus diferentes clones, é, sem dúvida, a espécie mais

plantada nas áreas que adotam a estratégia iLPF no Brasil por atender aos requisitos citados.

2. OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo abordar aspectos práticos referentes à

arborização de pastagens e sua viabilidade técnica e econômica, destacando as principais

espécies florestais utilizadas, importância e benefícios dentro dos sistemas integrados.

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3. COMPONENTE FLORESTAL

3.1 Principais espécies utilizadas na ILPF

O restabelecimento da capacidade produtiva das plantas forrageiras em pastagens

degradadas é fundamental para a intensificação da atividade pecuária no Brasil, e a

consorciação de espécies pelos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)

desponta como opção viável na recuperação e na renovação de áreas degradadas.

Assim, a utilização de plantios florestais mistos como forma de recuperação de

pastagens ainda é incipiente, porém o uso de leguminosas arbóreas, juntamente com espécies

tradicionalmente utilizadas, como eucalipto, torna a utilização do solo mais eficiente, tanto

física como quimicamente, em função das diferenças no sistema radicular e na exigência

nutricional das espécies envolvidas (KLEINPAUL et al., 2010), além do aumento do aporte

de nitrogênio pelas leguminosas, a partir da fixação simbiótica com bactérias (PACIULLO et

al., 2007).

O componente arbóreo deve ser selecionado levando-se em consideração os aspectos

relacionados à silvicultura da espécie, produção de bens e serviços, ausência de efeitos

alelopáticos e de toxidez, arquitetura da copa que deve ser preferencialmente menos densa,

dentre outros. Dentre as espécies florestais mais utilizadas em pastagens no Brasil, destacam-

se: eucaliptos (Eucalyptus spp. e Corymbia spp.), grevílea (Grevillea robusta), pinus (Pinus

spp.), teca (Tectona grandis), paricá (Schyzolobium amazonicum), mogno africano (Kaya

ivorensis), cedro australiano (Toona ciliata), canafístula (Pelthophorum dubium) e acácia

mangium (Acacia mangium) (Carvalho et al., 2001; Paciullo et al., 2007; Porfírio-da-Silva et

al., 2009).

As espécies exóticas levam vantagem e possuem alta produtividade e tecnologia

adaptada às condições subtropicais e tropicais. As espécies nativas possuem um potencial

ainda não explorado devidamente, não possuem mercado consolidado e também sofrem

concorrência com madeira de florestas nativas de diâmetros maiores (BEHLING et al., 2013).

O eucalipto, composto por seus diferentes clones, é, sem dúvida, a espécie mais plantada nas

áreas que adotam a estratégia iLPF no Brasil por atender aos requisitos citados.

O eucalipto (Eucalyptus sp.) vem sendo difundido para utilização neste sistema por

apresentar rápido crescimento, característica esta importantíssima quando se considera a

liberação da área para o pastejo e por possuir uma arquitetura de copa compatível com a

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consorciação com outras culturas. Além do mais, esta espécie se destaca por apresentar

práticas silviculturais validadas e disponibilidade de cultivares oriundos de programas de

melhoramento florestal, pela produção de madeira para usos múltiplos, por apresentar boa

fonte de renda para o produtor e principalmente por sua capacidade de adaptação a diferentes

condições edafoclimáticas, podendo ser plantado em todos os biomas brasileiros, sendo

amplamente utilizado em reflorestamentos na região do cerrado.

O eucalipto cultivado na ILPF pode ser direcionado a diversos usos, porém o uso

comercial, como madeira para serraria, é o que mais tem sido utilizado pelos produtores, em

razão do maior retorno financeiro. Já, a leguminosa arbórea Acacia mangium é uma espécie

promissora, usada para lenha, madeira para fabricação de móveis, fornecimento de polpa para

papel, conforto térmico para animais e produção de mel, e ser adapatada a solos ácidos e com

baixo teor de fósforo (GONÇALVES; LELIS, 2012; NATIONAL RESEARCH COUNCIL -

NRC, 1983).

3.2 Considerações para escolha do componente florestal

Na escolha da espécie arbórea a ser implantada em um sistema de iLPF com ênfase na

pecuária, além de se considerar sua adaptação às condições locais, deve-se optar por aquelas

que apresentem crescimento rápido, de modo que entre um a dois anos do plantio, as árvores

tenham atingido altura tal que posicione suas copas acima do alcance dos animais, com

diâmetro do tronco suficiente para que sejam minimizados possíveis danos mecânicos (Castro

e Paciullo, 2006). Práticas de desrama podem ser utilizadas na condução das árvores, para

minimizar os danos pelo gado; outra estratégia é utilizar animais de categorias menores, como

de recria, na fase inicial de crescimento das árvores.

Outros aspectos para escolha da espécie florestal são: práticas silviculturais

conhecidas; disponibilidade de sementes e mudas; espécies de leguminosas; que fixam

nitrogênio atmosférico e que apresentem potencial forrageiro; espécies que não sejam tóxicas

ao gado; enraizamento profundo; tolerância à seca; sombreamento leve; capacidade de prover

produtos e serviços ambientais desejados pelo produtor rural.

Árvores de crescimento lento (menos de dois metros de altura por ano), como algumas

espécies nativas, também podem ser utilizadas, quando o produto/serviço escolhido

compensar o custo de proteção contra danos que o gado pode produzir nas árvores (Porfírio-

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da-Silva et al., 2009). Esta é uma limitação para sistemas silvipastoris, entretanto, para

sistemas agrossilvipastoris (iLPF), pode-se cultivar lavouras nas entrelinhas das árvores,

durante o período necessário para desenvolvimento das mesmas, antes da implantação do

pasto e da entrada dos animais em pastejo.

Em sistemas de iLPF onde a atividade principal é a pecuária, a escolha pelo

componente florestal deve considerar espécies para múltiplo uso, que proporcionem madeira

de qualidade para diferentes segmentos e permitindo a entrada de várias receitas durante seu

ciclo produtivo. Neste caso, destacam-se as espécies e híbridos de eucalipto, por apresentarem

boa adaptação às condições edafoclimáticas do Cerrado, crescimento rápido com fuste alto e

copa não muito densa, e madeira com características desejáveis para os segmentos de celulose

e moveleiro. Práticas de desbaste seletivo ou sistemático podem ser utilizadas na condução

das árvores, para obtenção de receitas a partir dos 4-5 anos da implantação do sistema.

3.3 Orientação e espaçamento das árvores

Na orientação das linhas de plantio das árvores deve-se considerar, primeiramente, a

conservação do solo e da água. Assim, as árvores devem ser dispostas em nível e, no caso da

necessidade de terraceamento, o plantio das árvores deve ser feito no terço inferior do terraço,

para evitar danos às raízes das árvores, favorecer a infiltração de água, a conservação e

manutenção do terraço e o deslocamento dos animais (Porfírio-da-Silva et al., 2009). Para

terrenos planos, as linhas de árvores devem ser orientadas no sentido leste-oeste.

Espaçamentos mais amplos favorecem o desenvolvimento da forrageira no sub-bosque

e a produção de madeira com maiores dimensões, além de permitir o consórcio com culturas

agrícolas por maior período e com menores limitações em termos de competição por espaço,

luz, água e nutrientes. Do ponto de vista da pecuária, espaçamentos entre fileiras ou renques

de árvores podem variar de 10 a 50 m, sendo que espaçamentos menores limitam a produção

forrageira e animal.

O espaçamento entre árvores, na linha, pode variar de 1,5 a 5 m. Quanto aos arranjos

das árvores, podem variar de linhas simples, duplas ou triplas, de acordo com a finalidade da

madeira, e podem ser associados a práticas de desbaste seletivo ou sistemático, para produzir

madeira com maior espessura e maior valor agregado (Tabela 1). Em sistemas de iLPF com

finalidade na pecuária, a implantação de linhas simples facilita no manejo das árvores,

9

exigindo menos mão-de-obra. Arranjos mais complexos exigem mais desbastes e são

indicados para sistemas com finalidade predominantemente florestal.

3.4 Implantação do componente florestal

Deve-se atentar para o manejo adequado do solo, quanto à descompactação e

adubação na linha de plantio das mudas, a qualidade das mudas e seu manuseio até o plantio,

o controle de formigas e cupins, e o controle de plantas competidoras ao redor das mudas

(Castro e Paciullo, 2006; Porfírio-da-Silva et al., 2009). Mortalidade de mudas acima de 5%

requer replantio, sendo que em sistemas pecuários, pela dificuldade de mão-de-obra

especializada em manejo florestal, as perdas podem chegar a 20%. Em regiões com

empreendimentos florestais, pode-se contar com a terceirização do serviço, dependendo da

viabilidade econômica.

3.5 Desrama, desbaste e colheita das árvores

A desrama ou poda, é uma prática importante, a ser realizada antes dos animais

entrarem no sistema. Serve para retirada dos galhos laterais que podem ser consumidos ou

avariados pelos animais, causando injúria às árvores e comprometendo a produção de madeira

de melhor qualidade. Também, serve para aumentar a disponibilidade de luz para o

componente forrageiro que ocupa o estrato inferior. De acordo com Porfírio-da-Silva et al.

(2009), a primeira desrama deve ser realizada quando o diâmetro do tronco à altura de 1,30 m

(diâmetro à altura do peito, DAP) atingir 6 cm, sendo cortados os ramos abaixo desse

diâmetro.

No caso do eucalipto para produção de madeira para serraria, com corte aos 12-14

anos, geralmente, as outras desramas são realizadas aos 2-3 anos e aos 3-4 anos, com o corte

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dos ramos a cada 2 m em cada desrama, até chegar aos 6 m, após as três desramas. A desrama

deve ser realizada rente ao tronco, com equipamento adequado (serrote ou tesoura), para

evitar tocos que comprometem a qualidade da madeira.

O desbaste consiste na retirada (corte) seletiva de árvores do sistema, com a finalidade

de: fonte de receita, aumento na disponibilidade de luz para o componente forrageiro e/ou

agrícola, melhoria das condições de crescimento das árvores para produção de madeira de

melhor qualidade e valor agregado. Geralmente, os desbastes são orientados para manter um

estande final com 50% das árvores implantadas. Nas regiões de Cerrado, em sistemas de

iLPF, o eucalipto pode sofrer desbastes sucessivos, de acordo com a finalidade da madeira:

aos 4-5 anos, para carvão, lenha e moirões e aos 8-9 anos, para celulose e para postes, sendo

realizado o corte final das árvores aos 12-14 anos, para serraria e laminação, seguindo-se um

novo ciclo de plantio das árvores. Também, pode-se optar por apenas um desbaste, deixando-

se entre 100 a 200 árvores/ha para o corte final, sendo a madeira comercializada para serraria.

Na colheita das árvores, deve-se seguir procedimentos técnicos para derrubada da

árvore, arraste da tora, traçamento da tora, carregamento de tora(s) e transporte da madeira, de

acordo com o mercado comprador da madeira, da mão-de-obra e maquinário disponíveis

(Porfírio-da-Silva et al., 2009). Dependendo da região, esse serviço pode ser terceirizado.

4. BENEFÍCIOS TÉCNICOS

As lavouras anuais com ou sem forrageiras em consórcio, contribuem na amortização

dos custos com a implantação do sistema, além de proporcionarem o tempo necessário ao

desenvolvimento das árvores, antes da entrada dos animais em pastejo, além disso, o efeito

residual da adubação das lavouras beneficia o componente florestal e o forrageiro.

O componente florestal promove melhorias no microclima e, consequentemente no

bem-estar animal, na conservação da água e do solo, na reciclagem de nutrientes, no valor

nutritivo da forragem e no suprimento de madeira (e de outros produtos não madeiráveis) para

uso na propriedade e/ou para venda.

O componente pecuário se beneficia da melhor qualidade do ambiente da pastagem

arborizada e tende a produzir mais por unidade animal.

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A interação dos componentes propicia maior eficiência de uso dos recursos naturais,

de insumos, de maquinário e de mão-de-obra, além da diversificação de produtos e maior

fluxo de receitas que conferem flexibilidade frente ao risco agrícola e maior estabilidade ao

sistema.

5. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS

Sistemas de iLPF permitem diversificação da renda, por meio do fornecimento de

produtos agrícolas, florestais e pecuários. O planejamento e escalonamento desses produtos

permitem aumentar a entrada de receitas e devido à maior eficiência de uso dos recursos

naturais, de insumos, de maquinário e de mão-deobra, apresentam melhores taxas internas de

retorno do investimento, superando a renda líquida obtida nos sistemas componentes

monoespecíficos (Porfírio-da-Silva, 2001; Nicodemo et al., 2004).

As culturas anuais são utilizadas em sistemas de iLPF para amortizar os custos de

implantação e melhorar as condições de fertilidade do solo com as adubações. Podem ser

cultivadas por mais de uma safra, permitindo o desenvolvimento das árvores até a entrada dos

animais em pastejo, eliminando-se os custos para proteção das mesmas. Além disso, com a

adoção do plantio direto em sistemas de iLPF, os custos de implantação podem ser reduzidos

em 10 a 25% (Trecenti et al., 2008).

Castro e Paciullo (2006) relataram um sistema de iLPF com plantio de eucalipto e

leguminosas, no primeiro ano, e milho no segundo ano, em que a produção do milho (4.000

kg/ha) foi capaz de amortizar os custos de implantação do sistema em 41,5%.

Pereira et al. (2009) avaliando a implantação de um sistema de iLPF em propriedade

de agricultura familiar na Zona da Mata de Minas Gerais, com eucalipto e milho em consórcio

com braquiária, observaram custo de implantação (insumos e serviços) de R$ 2.752,70 e

amortização dos custos de 43,59% com a comercialização do milho (4.000 kg/ha).

Em projeto em andamento na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande-MS, com

dois sistemas de iLPF implantados com soja e Eucalyptus urograndis em densidades de 227

árvores/ha e 357 árvores/ha, seguidos do plantio de capim-piatã, observou-se custo de

implantação com insumos e serviços de R$ 2.074,00 e R$ 2.218,00, respectivamente. Com a

comercialização da soja (média de 2.100 kg/ha) e de uma colheita de forragem para feno

(média de 4.000 kg/ha), obteve-se amortização dos custos de 85% e 79%, respectivamente. Se

12

fosse cultivada uma nova safra ou mesmo uma safrinha, provavelmente, os custos dos

sistemas de iLPF teriam sido amortizados aos 15 meses após o plantio do eucalipto, podendo-

se introduzir os animais em pastagem de alta qualidade. Estes dados demonstram que os

custos de implantação de sistemas de iLPF não chegam a ser limitantes, num contexto de

pecuária, onde os custos com cercas, bebedouros e aquisição de animais não são

considerados.

De acordo com Ofugi et al. (2008), sistemas de iLPF com 250 a 350 árvores de

eucalipto/ha proporcionam maior ganho em diâmetro das árvores quando comparados a

sistemas florestais com 1.666 árvores/ha. Desta forma, aos oito anos da implantação, pode-se

colher madeira para postes de eletrificação e, aos 12 anos, toras com mais de 30 cm de

diâmetro, para serraria. Estes produtos apresentam maior valor agregado e podem atingir até

seis vezes o valor da madeira para energia (carvão). Com as receitas advindas da lavoura do

arroz, na implantação (1.670 kg/ha), da soja, no primeiro ano (2.040 kg/ha), do milho para

silagem, no segundo ano, e da pecuária de corte, do 3º ao 12º ano (média de 247 kg

PV/ha/ano), o valor arrecadado em iLPF supera o do sistema florestal para produção de

madeira para energia. De acordo com os autores, na região noroeste de Minas Gerais, os

sistemas de iLPF apresentam produtividade média de 25 m 3 /ha/ano, com possibilidade de

comercialização da madeira como toras, postes, lenha, escoras para construção civil e estacas,

já os sistemas florestais apresentam produtividade média de 35 m3 /ha/ano, com possibilidade

de comercialização da madeira como lenha, escoras para construção civil e estacas.

Souza et al. (2007), avaliando sistemas de iLPF com clones de híbridos de eucalipto

(10 x 4 m) em consórcio com a cultura do arroz, no primeiro ano, com soja, no segundo ano, e

com pastagem a partir do terceiro ano, observaram que a medida que se aumentam os

desbastes das árvores, aumenta-se a entrada de receitas no sistema, no entanto, com um único

corte das árvores, entre seis a nove anos da implantação, obtém-se o melhor desempenho

econômico, desde que pelo menos 16% da madeira seja comercializada para serraria. Em

continuidade ao estudo anterior, Coelho Júnior et al. (2008) concluíram que o investimento

nesses sistemas é de baixo risco.

Atualmente, com a maior conscientização a respeito dos impactos ambientais causados

pelos sistemas de produção, o pagamento por alguns serviços ambientais têm sido proposto

por organismos internacionais como mecanismo de compensação para as atividades

ambientais positivas geradas nesses sistemas. Sistemas de iLPF apresentam grande potencial

13

no fornecimento de serviços ambientais e com essa perspectiva de retorno econômico

adicional, aumenta-se a possibilidade de adoção desses sistemas. Além disso, a beleza cênica

da paisagem rural, proporcionada por sistemas de iLPF, pode agregar valor à terra e

possibilitar o desenvolvimento do turismo rural, como fonte de receitas extras.

6. BENEFÍCIOS AMBIENTAIS

A presença do componente florestal no sistema de iLPF contribui para melhorar o

microclima, o bem-estar animal, a conservação do solo e da água, a regularização do ciclo

hidrológico, a biodiversidade, o sequestro de carbono e a beleza cênica da paisagem rural.

Além disso, com o fornecimento de madeira para o mercado, minimiza a pressão de uso de

madeira nativa e o desmatamento. Estes serviços ambientais são considerados como

benefícios indiretos, entretanto, influenciam na melhoria da eficiência de uso da terra e nos

benefícios diretos (produtos gerados).

O estresse térmico, ventos e chuvas fortes são prejudiciais para o desempenho

produtivo e reprodutivo dos animais, causando um aumento no gasto de energia para

mantença associado à redução do consumo (Silanikove, 2000; Jordan, 2003). Assim, as

melhorias em variáveis do microclima proporcionadas pelo componente florestal, como

diminuição da temperatura e da velocidade do vento e aumento na umidade relativa do ar

(Tabela 2), atuam positivamente sobre o bem-estar e a produtividade animal.

Silva et al. (2008a), avaliando um sistema silvipastoril com 100 árvores/ha, após seis

anos da implantação do componente florestal (Acacia holosericea), observaram que a sombra

das árvores reduziu em 26% a carga de calor sobre bovinos em pastejo, em comparação à

condição de pleno sol. Na literatura, há referências de reduções de 10 a 50% na produção de

leite devido ao estresse por calor e de reduções de até 10% no consumo de matéria seca de

bovinos de corte quando a temperatura ambiente se eleva de 25ºC para 30ºC (Corsi e Goulart,

2006; Porfírio-da-Silva, 2006; Barbosa Filho et al., 2010).

14

A melhoria da qualidade do solo, como benefício ambiental, também está diretamente

ligada ao desempenho produtivo do sistema (benefício técnico), sendo um dos principais

benefícios promovidos pela iLPF. Sistemas com árvores dispostas em nível minimizam as

perdas de solo por erosão hídrica e eólica. A deposição de serapilheira contribui para

aumentar o teor de carbono no solo, incrementando a disponibilidade de água e de nutrientes

com concomitante aumento na diversidade de micro e mesorganismos do solo. O uso de

espécies florestais leguminosas contribui na fixação de nitrogênio e reciclagem de nutrientes.

Quanto ao sequestro de carbono e potencial de mitigação de gases de efeito estufa, em

sistemas de iLPF com árvores de rápido crescimento e considerando um período de cultivo de

11 anos, aproximadamente 5,0 t de Ceq/ha/ano são fixadas somente no tronco das árvores,

sendo que isso equivale à neutralização da emissão de 13 bois adultos por ano (Grupo...

2009). Considerando que a taxa de lotação média das pastagens brasileiras é de 1,2 animal/ha,

fica evidente a relevância desses sistemas na melhoria das condições ambientais da pecuária.

Com a produção de madeira para uso na propriedade e/ou para venda, sistemas de

iLPF contribuem para minimizar o uso de madeira nativa e o desmatamento. Como exemplo,

em 2005, do total de 5,5 milhões de toneladas de carvão vegetal produzidos no Brasil, 34,5%

foram oriundos da vegetação nativa do Cerrado (Duboc et at., 2007).

7. BENEFÍCIOS SOCIAIS

Sistemas de iLPF tornam o ambiente do entorno mais agradável, quer seja pelos

benefícios ambientais diretos, quer seja pelos benefícios econômicos que resultam. Assim,

amplia-se a percepção de qualidade de vida das pessoas do local, podendo contribuir para a

diminuição do êxodo rural.

Também, são exigentes por mão-de-obra com maior grau de instrução do que

empreendimentos rurais menos complexos e, consequentemente, devem retribuir com salários

adequados. Com a diversificação de produtos e com a melhoria da paisagem rural, esses

sistemas têm potencial para dinamizar o comércio local e promover o turismo rural.

Com a ampliação da adoção desses sistemas, ampliam-se as possibilidades de

associações com o meio rural e urbano, para agregar valor aos produtos, fortalecer as

respectivas cadeias produtivas e promover o desenvolvimento regional.

15

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As demandas por produtos agrícolas, pecuários e florestais são crescentes, assim como

a necessidade de preservação da vegetação natural, aumentando as exigências sobre sistemas

de produção pecuários, para minimizar impactos ambientais.

Sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), para recuperação e

intensificação do uso de pastagens, são alternativas viáveis do ponto de vista técnico,

ambiental e sócio-econômico, entretanto, são mais complexos, exigem conhecimentos de

outras áreas e maiores investimentos iniciais.

Atualmente, no Brasil, existem condições favoráveis para a iLPF, como linhas de

crédito e incentivos fiscais, mas ainda há carência de informações e de profissionais

habilitados para trabalharem com iLPF.

A Embrapa e seus parceiros têm investido no desenvolvimento e transferência de

tecnologia em iLPF, no sentido de ampliar o nível de adoção desta tecnologia, entretanto,

mais esforços são necessários.

A perspectiva de recursos público-privados para pagamento de serviços ambientais é

um grande estímulo para a iLPF.

16

9. ANEXOS

Sistemas Silvipastoris: Estratégias para o Desenvolvimento Rural Sustentável para a

Metade Sul do Estado do Rio Grande do Sul.

Jorge Ribaski¹, Renato Antonio Dedecek², Vilmar L. Mattei³, Carlos Alberto Flores4 , Adriana

F. C. Vargas5.

Os sistemas silvipastoris implantados consistiram de dois tratamentos básicos,

representados por diferentes arranjos espaciais (duas densidades de plantio) para cada uma

das espécies florestais (Pinus elliottii e Eucalyptus grandis), e dois outros tratamentos controle

4 Sistemas Silvipastoris: Estratégias para o Desenvolvimento Rural Sustentável para a Metade

Sul do Estado do Rio Grande do Sul (testemunhas), um para a pastagem sem a presença do

componente arbóreo (sistema tradicional da região) e outro representado um reflorestamento

convencional com cada uma das espécies florestais, plantadas num espaçamento regular (3m

x 3m). Os SSPs possuem linhas de plantio triplas, sendo as fileiras centrais distanciadas

Tabela 1. Plantios em diferentes arranjos e espaçamentos, densidade inicial e final prevista na

última rotação (20 anos) para as espécies florestais. Figura 3. Sistema silvipastoril com Pinus

elliottii associado ao cultivo de milho – 1.000 árvores/ha Figura 4. Sistema silvipastoril com

Eucalyptus grandis, pastagem nativa e ovinos – 500 árvores/ha entre si em 20 metros, no

plantio mais denso (1.000 plantas/ha – Figura 3) e em 40 metros no plantio de menor

densidade (500 plantas/ha – Figura 4). A distância entre as linhas triplas de plantio é de 3

metros e o espaçamento inicial entre plantas nas linhas é de 1,5 metro. (Tabela 1).

17

As Unidades de Observação foram implantadas no ano de 2000 em Quaraí e, em 2002,

no Município de Alegrete, sendo que neste último, em duas propriedades rurais. Em uma

delas, o produtor optou por cultivar grãos (aveia, sorgo e milho), pelo período de dois anos,

nos espaços existentes entre as fileiras das espécies florestais e, na outra, foram ultilizadas

cercas elétricas para proteger as plantas do pastejo ou do pisoteio dos animais (ovinos), sendo

que, neste caso, os animais entraram no sistema de produção logo no primeiro ano.

No crescimento das árvores (altura e diâmetro)Não foram encontradas diferenças

significativas no plantio homogêneo e nos sistemas silvipastoris testados (Tabela 2).

18

Os efeitos da presença das árvores nos sistemas tiveram efeitos importantes no que diz

respeito à conservação dos solos e à proteção contra a erosão. As perdas de solo no período de

julho a setembro de 2004 (42,9 mm de chuva) foram significativamente maiores na área

cultivada com aveia e milho (359 kg/ha), em comparação aos 42 kg/ha perdidos na área com

pastagem nativa e os somente 32 kg/ha e 18 kg/ha nos sistemas silvipastoris, com pinus e com

eucalipto, respectivamente. Estes resultados comprovam a fragilidade desses solos e mostram

a importância das árvores como elementos essenciais no processo de proteção dos mesmos

(Figura 5).

Conclusão

Para minimizar esse risco, existe a necessidade de se introduzir um novo conceito, o

de produtor florestal, que requer o desenvolvimento e a viabilização de tecnologias para obter

produtos de qualidade, diversificados e competitivos. Para assegurar o sucesso do plantio de

espécies florestais, além de utilizar mudas de boa qualidade, oriundas de sementes melhoradas

geneticamente, é importante que o produtor siga um cronograma operacional básico, o qual

19

deve consistir da escolha, limpeza e demarcação da área a ser plantada, combate à formigas

cortadeiras, adubação e controle da vegetação invasora dentro de princípios de

sustentabilidade.

Sistemas Silvipastoris

Fernando Salgado Bernardino (1,2)

e Rasmo Garcia (2)

(1)Bolsista Pós-Doutorado do CNPq. E-mail: [email protected]; (2)Universidade Federal de Viçosa. Avenida Peter Henry Rolfs, s/n,

Campus Universitário, CEP 36570-000, Viçosa-MG. E-mail: [email protected]

Em estudo conduzido na região do Cerrado de Minas Gerais, por Tsukamoto Filho et

al. (2004), foi quantificada a fixação de carbono em sistemas convencionais e no sistema

agrossilvipastoril com eucalipto. Os autores verificaram que o sistema agrossilvipastoril fixou

2,87% mais C que o eucalipto em monocultivo, plantado em espaçamento de 3 m x 2 m, e

133,69%, 677,99% e 1.177,67% mais que os monocultivos de arroz, soja e a pastagem,

respectivamente. Do total fixado, grande parte do C se encontrou na fração eucalipto + liteira,

conforme se pode observar na Tabela 7. No entanto, não foi realizada análise do C retido no

solo.

Sharrow e Ismail (2004), em experimento conduzido com espécies florestais e

forrageiras temperadas, relataram que as diferenças no conteúdo de C e N na biomassa têm

pequena contribuição quando comparados ao estoque total do sistema. Os autores analisaram

a estocagem de N e C em três sistemas: pastagem exclusiva, plantio florestal exclusivo e

sistema silvipastoril. O solo apresentou enorme estoque de C nos três sistemas analisados,

conforme se pode observar na Tabela 8. Na pastagem, a contribuição das frações coletadas

acima do solo não chegou a 1% do C total. Já nos plantios florestais exclusivos, a

contribuição da biomassa atingiu valores próximos a 7%.

20

Os sistemas silvipastoris se mostraram mais eficientes no processo de fixação do

carbono atmosférico do que os monocultivos florestais e pastagens, de forma isolada. De

acordo com Sharrow e Ismail (2004), a vantagem desses sistemas pode ser atribuída à maior

eficiência na captura dos recursos para crescimento, uma vez que mais componentes ativos

são agregados ao processo de produção. Como a produção de biomassa nesses sistemas é

representada por plantas com diferentes padrões de crescimento, é possível aumentar o

estoque total de carbono na mesma área de cultivo.

Os sistemas silvipastoris se mostraram mais eficientes no processo de fixação de

carbono atmosférico do que os monocultivos florestais e pastagens, de forma isolada.

Conclusão

Os sistemas silvipastoris representam uma tecnologia de uso de terra que garante

maior biodiversidade e sustentabilidade aos ecossistemas quando comparados a quaisquer

monocultivos.

21

Aspectos de arborização de pastagens e de viabilidade técnica-econômica da

alternativa silvipastoril

Luciano Javier Montoya (1)

, Moacir José Sales Medrado (1)

, Lucila Marshall de Araújo

Maschio (1)

.

A viabilidade técnico-econômica pode ser inferida a partir do trabalho de MONTOYA

& BAGGIO (1992) que realizaram estudo econômico sobre a comparação de métodos de

proteção de mudas altas introduzidas em pastagens na presença de gado. Na avaliação os

autores utilizaram como parâmetros: danos às mudas pelos animais, estimativas de custos de

implantação de arvores e estimativa do resultado econômico de uma propriedade

representativa de pecuária de corte (propriedade de 258 ha; rebanho médio estabilizado em

255 cabeças, com 81 matrizes, venda de 49 animais por ano com 3,5 anos e peso médio de 15

arrobas).

Os resultados obtidos mostraram que a proteção de muda em espiral de arame farpado

com uma estaca. Desde que bem feito , é suficiente e eficiente tecnicamente. A analise

econômica no estabelecimento de árvores de mudas altas com o método de proteção

selecionado, mostra: a)aumento da ordem de 9% no custo operacional da exploração bovina;

b)o aumento de 9% na estrutura de custo, provocaria de inicio uma diminuição de 27% no

retorno econômico; c) que o valor monetário que o produtor pode renunciar por utilizar o

sistema silvipastoril (custo de oportunidade) será compensado somente quando o rebanho

comercializado, com 15 arrobas /cabeça, na idade de 3,5 anos, passe a ser abatido com 16,37

arrobas /cabeça, na idade de 3,2 anos (ponto de equilíbrio), ou seja,quando o sombreamento

proporcionar um ganho de peso de 0,04 kg/dia. Ganhos superiores proporcionarão maiores

benefícios econômicos (Tabela 2 e Figura 1 ).

22

Conclusão

A par dos custos (custo de implantaçãos, custo de manejo, perda de área de pastagem

por sombra, competição por agua, luz e nutrientes e infestação de pastagem via sementes

,entre outros ) e dos beneficios (atenuação do frio ou calor pelo sombreamneto,

suplementação de alimentos , oferta de produtos e subprodutos lenhosos , entre outros ), a

introdução de árvores em pastegens, é o sitema silvipastoril de maior aplicabilidade em áreas

de pecuaria de Regiões Sul do Brasil.

Além dos impactos favoráveis ao meio ambiente, a arborização se constitui numa

prática barata para incentivar o repovoamneto florestal de forma parcial e ordenada e com a

possibilidade de representar incremento da produção pecuária e florestal.

23

Na caracterização da eficiência econômica, indicadores como o de custo de

oportunidade e o de ponto de equilíbrio, permite uma melhor interpretação por parte dos

extensionistas, técnicos e produtores para analisar ou recusar a alternativa silvipastoril.

24

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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