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Manual do Produtor Laranja de Amares ASSOCIAÇÃO DOS CITRICULTORES DE AMARES

Manual Produtor Laranja

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Manual Produtor - Laranja de Amares

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Page 1: Manual Produtor Laranja

Manual

do

Produtor

Laranja de Amares

ASSOCIAÇÃO DOS CITRICULTORES DE AMARES

Page 2: Manual Produtor Laranja
Page 3: Manual Produtor Laranja

Manual

do

Produtor

Laranja de Amares

Page 4: Manual Produtor Laranja

1/Introdução 006

2/Caracterização dos concelhos 007

2.1/Vieira do Minho 007

2.2/Póvoa de Lanhoso 008

2.3/Amares 011

2.4/Terras de Bouro 013

3/Características Edafo-Climáticas da Região 017

4/Características Morfológicas da Laranja 027

5/Solo 029

5.1/A Manutenção do solo 030

6/Plantação 031

7/Rega 032

7.1/Rega por Gravidade 033

7.2/Rega por Sulcos 035

7.3/Rega Localizada 036

8/Pragas e Doenças 038

8.1/Doenças 038

8.2/A Podridão das Raízes 044

8.3/A Fumagina 045

Page 5: Manual Produtor Laranja

8.4/Os Bolores e as Podridões dos Frutos 046

8.5/O Vírus da Tristeza 047

9/As Pragas 048

10/Afídeos 052

10.1/A Mosca-da-Fruta 052

10.2/As Cochonilhas 054

11/Observação Visual 057

11.1/Técnica das Pancadas 058

11.2/Armadilhas 058

11.3/A Colheita 060

11.4/O Acondicionamento 062

11.5/A Conservação 062

11.6/Métodos de Propagação 063

12/Linhas de Financiamento PRODER 068

13/Conclusão 072

14/Referências Bibliográficas 074

Page 6: Manual Produtor Laranja

Manual

do

Produtor

Laranja de Amares

Page 7: Manual Produtor Laranja

Os citrinos pertencem à família das

Rutáceas, subfamília Aurancióideas e

ao género Citrus L., onde se encontra a

espécie Citrus sinensis (L.),

vulgarmente, designada por laranjeira

doce, de interesse agrícola e

económico.

A produção de citrinos de qualidade

exige um conjunto de acções que têm

início com a instalação do pomar e se

sucedem, ordenadamente, no tempo,

até à colheita e seu transporte para

armazenamento e/ou comercialização.

O presente manual pretende ser uma

espécie de guia para os produtores da

laranja.

Desde a plantação ao consumo pelo

público, a laranja passa por um

processo de maturação que deve

contemplar vários procedimentos, tais

como, o manuseamento do solo, a

plantação, a rega, a prevenção de

pragas e doenças, tratamentos

fitossanitários, colheita,

acondicionamento e conservação da

laranja e métodos de propagação.

A instalação de um pomar de citrinos,

neste caso da laranja, prevê à partida,

por parte do citricultor, um certo

número de opções de carácter técnico,

que vão comprometer o futuro da

plantação em todo o seu período de

exploração.

Tendo como objectivo orientar o

citricultor para as melhores escolhas e

decisões, fornecer-se-ão aqui os

elementos técnicos essenciais relativos

à plantação dos pomares de laranja.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 006 - 007

1/Introdução

Page 8: Manual Produtor Laranja

2/Caracterização dos concelhos

2.1/Vieira do Minho

A região onde se encontram inseridos

os concelhos de Amares, Terras de

Bouro, Póvoa de Lanhoso e Vieira do

Minho, é caracterizada por recursos

humanos e naturais de características

únicas e singulares, tem vindo a

registar um desempenho assinalável da

actividade agrícola por força da sua

compatibilização com a actividade

turística.

Vieira do Minho é o segundo Concelho

mais montanhoso do Distrito de Braga,

ocupando uma área de cerca de 216

Km², reunindo 21 freguesias:

Anissó, Anjos, Campos, Caniçada,

Cantelães, Cova, Eira Vedra, Guilhofrei,

Louredo, Mosteiro, Parada do Bouro,

Pinheiro, Rossas, Ruivães, Salamonde,

Soengas, Soutelo, Tabuaças, Ventosa,

Vieira do Minho (Nossa Senhora da

Conceição) e Vilar Chão.

Segundo os censos de 2001, o número

de habitantes residentes é de 15 210.

De origem antiga, como o atestam

inúmeros elementos arqueológicos,

algumas das suas actuais freguesias

integravam outros Concelhos:

Caniçada, Cova, Louredo, Parada de

Bouro, Soengas e Ventosa,

pertenceram à Terra de Penafiel de

Soaz; Anissó, Cantelães, Eira Vedra,

Mosteiro, Pinheiro, Salamonde,

Tabuaças, Vieira e Vilar do Chão,

faziam parte, como hoje, da Terra de

Vieira; Campos e Ruivães eram da

Terra de Barroso; Anjos e Rossas, da

Terra de Basto; Guilhofrei isolava-se,

fazendo parte de um julgado; por

último, Soutelo pertencia à Terra de

Lanhoso.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 9: Manual Produtor Laranja

Concelho com uma elevada actividade

agrícola, são determinantes para a

economia local os cultivos do milho,

batata e vinho verde. A pastorícia e a

criação de gado bovino são outras

actividades características da região.

Muito procurada é a caça nos montes,

pólo de atracção de caçadores de todo

o País e uma das potencialidades

turísticas do Concelho.

As Serras do Merouço, Gerês e

sobretudo a Cabreira caracterizam e

constituem a paisagem envolvente, bem

como o limite geográfico do Concelho.

Contudo, a serra da Cabreira domina

todo o Concelho de Vieira do Minho e

é uma das riquezas do Património

Natural do País, constituída por grandes

áreas florestais que abrangem a sua

quase totalidade, embora deterioradas

pelos incêndios e pela falta de

capacidade de recuperação com novas

plantações.

Constitui uma enorme reserva natural

e, junto às instalações do guarda-

florestal, existe um parque de grande

interesse.

As quatro Barragens hidroeléctricas de

Vieira do Minho (Ermal, Salamonde,

Venda Nova e Caniçada) constituem

uma grande fonte de riqueza para o

País, pela sua produção de energia.

Tabela 1 – Evolução Demográfica

200120022003200420052006AnosConcelhos Vieira do Minho

Fonte: Associação Nacional de Municípios

População Residente

Menores de 15 Anos

Dormidas

Residentes + Dormidas

Freguesias

14 474

19 433

14 506 14 525

22 771

2 6502 434 2 563

14 492 14 710 15 210

2 304 2 3622 243

27 405 24 934 25 607 23 995

14 527 14 568 14 600 14 560 14 780 15 276

2121 21 21 21 21

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 008 - 009

Page 10: Manual Produtor Laranja

Póvoa de Lanhoso é Vila e Sede de

Concelho do Distrito de Braga. Situado

bem no coração da província do Minho,

o Concelho é rodeado pelos Concelhos

de Amares, Braga, Guimarães, Fafe e

Vieira do Minho, ocupando uma área

de 130Km², distribuídos por 29

freguesias.

Póvoa de Lanhoso beneficia de uma

posição central em relação a dois

destinos turísticos de grande

importância no contexto, não só

regional, mas também nacional: a

cidade de Braga, onde o principal

produto turístico oferecido é o Turismo

Religioso e o Turismo de Natureza na

Serra do Gerês.

De acordo com a informação da

Associação de Nacional de Municípios,

em 2006, a Póvoa de Lanhoso tinha

uma população total de 23 657

habitantes.

Desde 1970 a população residente tem

crescido ao ritmo de meio milhar por

decénio, com excepção da década de

90 em que o número de indivíduos

residentes aumentou cerca de 1256.

Da história destas terras, refira-se que

o concelho tem a sua base de origem

no julgado medieval ou Terra de

Lanhoso, derivando o seu primeiro

topónimo, Póvoa, da povoação

instituída por D. Dinis, através da carta

de foral outorgada em Coimbra, aos 25

dias do mês de Setembro de 1292.

2.2/Póvoa de Lanhoso

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 11: Manual Produtor Laranja

É mesmo sobre um gigantesco monólito

que assenta o verdadeiro ex-líbris de

Póvoa de Lanhoso: o Castelo de

Lanhoso, que alguém já classificou

como "um dos mais obscuros obreiros

da causa da Nacionalidade

Portuguesa".

As atracções da Póvoa de Lanhoso,

para além da sua enorme riqueza

patrimonial,

arquitectónica e histórica, são também

paisagística, com as suas múltiplas

cambiantes, ou etnográficas, de onde

se destaca o trabalho do ouro nas

delicadas filigranas, cuja tradição se

mantém, particularmente, nas

freguesias de Travassos e Sobradelo

da Goma.

Tabela 2 – Evolução Demográfica

200120022003200420052006AnosConcelhos Vieira do Minho

Fonte: Associação Nacional de Municípios

População Residente

Menores de 15 Anos

Dormidas

Residentes + Dormidas

Freguesias

23 657

541

23 425 23 080

173

4 8204 416 4 682

22 567 22690 23 370

4 277 4 310 4 213

278 214 410 214

23 658 23 425 23 081 22 568

2929 29 29 29 29

22 700 23 371

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 010 - 011

Page 12: Manual Produtor Laranja

Amares é uma Vila portuguesa

pertencente ao Distrito de Braga, região

Norte e subregião do Cávado. É sede

de um pequeno Município com 81,86

km² de área e 18 521 habitantes (2001),

subdividido em 24 freguesias. O

Município é limitado a norte e nordeste

pelo Município de Terras de Bouro, a

sueste por Vieira do Minho e Póvoa de

Lanhoso, a sul por Braga e a noroeste

por Vila Verde.

A sua comercialização até aos novos

tempos foi sempre pautada pelo

interesse inquestionável dos

taberneiros, que primavam por servir os

melhores vinhos juntamente com os

petiscos saboreados pelos seus

clientes.

Dos produtos com maior relevância

produtiva, a vinha sempre assumiu um

papel de relevância. Até ao

aparecimento do IQCA (Fundos

Estruturais da Comunidade Europeia), o

vinho verde tinto do produtor

representou valores de produção

elevados e foi considerado como uma

grande fonte de receita dos agricultores

amarenses.

Com a oportunidade trazida pelos

Fundos Estruturais Comunitários, o

agricultor amarense também soube

potenciar as boas condições micro

climáticas para renovar e adaptar as

suas vinhas com novas castas. Em

resultado dessa mudança da vinha

surgiu o fenómeno das extensas e

harmoniosas vinhas vocacionadas para

a predominante, senão quase

esmagadora, produção do excelente

vinho verde branco de uma região

2.3/Amares

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 13: Manual Produtor Laranja

comercialização em superfícies

comerciais de todo o país, estrangeiro e

são escolha e referência dos

restaurantes do Concelho.

Assim, bem no coração do Minho, as

vinhas de Amares sempre tiveram uma

ponderação elevada na oportunidade

de

rendimentos dos amarenses.

Hoje, com castas criteriosamente

seleccionadas, em que predominam o

Loureiro e a Trajadura, produz-se um

vinho de sabor agradável, alegre

leveza, frescura do toque e paladar,

reunindo em si os atractivos da região.

Sem qualquer tradição industrial, o

Concelho de Amares vive sobretudo de

actividades ligadas à agricultura, ao

comércio a retalho e por grosso, à

construção civil e obras públicas, à

indústria têxtil do vestuário, às

indústrias de madeira, restaurantes e

hotéis, serviços prestados, não

esquecendo, o conjunto de serviços

públicos indispensáveis para o

desenvolvimento local.

Entre os principais produtos agrícolas

produzidos no concelho de Amares,

encontram-se milho, fruticultura (maçã,

citrinos, kiwi e a famosa laranja de

Amares, conhecida pelas suas óptimas

e singulares características), legumes,

floricultura e um excelente vinho verde

branco.

Tabela 3 – Evolução Demográfica

Concelhos

Fonte: Associação Nacional de Municípios

População Residente

Menores de 15 Anos

Dormidas

200120022003200420052006AnosVieira do Minho

Residentes + Dormidas

Freguesias

19 290

32 088

19 045 18 820

25 938

3 5503 520 3 719

18 404 18 481 17 640

3 436 3 4723 416

23 681 18 017 26 222 24 125

19 377 19 116 18 885 18 453 18 552

2424 24 24 24 24

17 706

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 012 - 013

Page 14: Manual Produtor Laranja

demarcada.

Com essa aposta dos agricultores

amarenses surgiram unidades familiares

de produtores/engarrafadores, com

produção suficiente para a sua

O Concelho de Terras de Bouro

localizado no interior da região Minhota,

integrado administrativamente no distrito

de Braga, província do Minho,

apresenta uma área de,

aproximadamente, 270Km², sendo

limitado a Norte pela Galiza, a

Noroeste pelo Concelho de Ponte da

Barca, a Oeste pelo Concelho de Vila

Verde, a Sul pelo Concelho de Amares,

a Sudoeste pelo Concelho de Vieira do

Minho e a Este pelo Concelho de

Montalegre.

Possui uma vasta área – 55,7% – que

está ocupada pelo Parque Nacional da

Peneda-Gerês. Situado em pleno

coração do Parque Nacional da

Peneda-Gerês, o Concelho de Terras

de Bouro é percorrido pelas bacias do

Cávado e Homem e é riquíssimo em

história, tradições e paisagens

deslumbrantes.

A fauna e a flora variadas, os recursos

naturais e artificiais para a prática de

desportos de montanha e náuticos,

fazem de Terras de Bouro uma região

de procura turística por excelência.

Associadas a estas potencialidades

encontramos instituições e infra-

estruturas que tornam este território de

montanha bem conhecido, com

referência no País e no Mundo. São

elas: o Santuário do S. Bento da Porta

Aberta com as suas romarias, o Museu

Etnográfico de Vilarinho das Furnas, as

2.4/Terras de Bouro

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 15: Manual Produtor Laranja

Termas e a Serra do Gerês como ponto

nevrálgico e emblemático do Parque

Nacional, as Albufeiras da Caniçada e

de

Vilarinho das Furnas, a Via Romana

XVIII (Geira), que ligava Brácara

Augusta a

Astorga com o conjunto de miliários

epigrafados e sua história multissecular,

a fronteira da Portela do Homem e o

relacionamento ancestral com os povos

da Galiza, o Centro de Artesanato de

Brufe, o Centro Náutico de Rio Caldo,

a Água do Fastio, o Turismo no Espaço

Rural, os Miradouros e as Cascatas na

Serra do Gerês. Para acolhimento,

Terras de Bouro oferece dezenas de

unidades hoteleiras, Pousada da

Juventude, Parques de Campismo e

modalidades de alojamento de turismo

rural, que constituem as mais-valias

das nossas aldeias, revitalizadas no

âmbito do programa de iniciativa

Leader.

Em toda a região, na sua vasta rede

de restaurantes, pensões e hotéis,

podemos

apreciar a gastronomia minhota e a

genuinidade dos pratos da terra, tão

exaltados no X Congresso de

Gastronomia do Minho (1999),

Destacando-se o "Cozido de Feijão com

Couves" e os "Pastéis de Santa

Eufémia".

A acrescentar a estas potencialidades há

a oferta de um conjunto de actividades de

animação, como a rede de Trilhos

Pedestres "Na senda de Miguel Torga"

implementada pela Autarquia, bem como

outras modalidades de turismo activo e

de aventura promovidas pelas empresas

de Animação Turística, sedeadas no

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 014 - 015

Page 16: Manual Produtor Laranja

território concelhio. Mas, há muito mais

para oferecer aos visitantes e turistas

que, ao entrar na região, quer seja pelas

pontes de Rio Caldo, por Caldelas ou até

pela Portela do Homem, vindo de

Ourense (Espanha) e Ponte da Barca,

serão bem recebidos com apreciáveis

paisagens naturais e culturais.

O Concelho de Terras de Bouro

aparece-nos profundamente dividido em

dois grandes conjuntos, de base

geográfica;

● Um primeiro conjunto é integrado

pelas freguesias da Serra,

profundamente marcado pelo arcaísmo

dos seus modos de vida e cultura;

● O segundo das freguesias de meia

encosta, ou Ribeira, mais ricas e de

agricultura mais variada, com outras

disponibilidades e aberturas culturais"

refere Viriato Capela, sobre o Concelho

de Terras de Bouro. No percurso

histórico, especificamente no período da

denominação romana, Terras de Bouro

guarda um espólio de valor

reconhecido, a nível nacional e

internacional, incidindo na Via Nova

XVIII – Geira Romana – que ligava a

capital da Província de Brácara Augusta

– Braga – a Astorga – Espanha. A

partir do século V, o Norte de Portugal

foi tomado por vários povos, desde os

Suevos, os Visigodos e os

Muçulmanos. Um dos mais notáveis

padrões desse acontecimento,

enquadrando-se no século V, é Bouro

ou Boyro, na linguagem popular,

designação territorial que ficou

solidamente vinculada a uma vasta

região que dá pelo nome de Terras de

Bouro.

O acto heróico dos Búrios farão parte

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 17: Manual Produtor Laranja

integrante da génese desta região, que

da sua ocupação e permanência,

durante épocas, deixaram de herança a

nomeação toponímica, por serem as

terras dos Búrios, com a evolução

linguística originou Terras de Bouro.

Na época medieval, as comunidades de

Terras de Bouro beneficiaram da Carta

de Privilégio de D. Dinis, que

patenteava um contrato oneroso,

revelando uma singular importância

política na administração territorial

portuguesa.

Esta Terra de Boyro que D. Manuel

consagrou atribuindo-lhe o Foral em

1514, revela ser uma região com um

povo determinado e de luta na

conquista territorial.

Actualmente, este legado histórico,

ainda está presente no ordenamento

territorial, nas tradições e na identidade

cultural de Terras de Bouro.

Tabela 4 – Evolução Demográfica

200120022003200420052006AnosConcelhos Vieira do Minho

Fonte: Associação Nacional de Municípios

População Residente

Menores de 15 Anos

Dormidas

Residentes + Dormidas

Freguesias

7 955

100 184

8 049 8 127

94 097

1 5001 362 1 362

8 202 8 320 9 160

1 246 1 2841 206

87 287 97 299 87 095 85 616

8 229 8 307 8 336 8 469 8 558

1717 17 17 17 17

9 395

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 016 - 017

Page 18: Manual Produtor Laranja

A região possui uma constituição

geológica de origem granítica,

beneficiando de um clima de cariz

marcadamente atlântico dada a sua

proximidade do litoral o que origina um

regime pluvioso abundante e

inconstante ao longo do ano, uma

humidade relativa considerável,

temperaturas médias amenas e um

regime de geadas médio de,

aproximadamente, um mês por ano.

Para uma melhor caracterização edafo-

climática da região, apresentam-se

seguidamente as cartas de solo e

clima:

3/Características Edafo-Climáticas

Acidez e Alcalinidade dos Solos

< = 4.5Entre 4.6 e 5.5Entre 4.6 e 5.5 + (5.6 a 6.5)Entre 4.6 e 5.5 + (7.4 a 8.5)Entre 5.6 e 6.5Entre 5.6 e 6.5 + (4.6 a 5.5)Entre 5.6 e 6.5 + (6.6 a 7.3)Entre 5.6 e 6.5 + (7.4 a 8.5)Entre 6.6 e 7.3Entre 6.6 e 7.3 + (5.6 a 6.5)Entre 6.6 e 7.3 + (7.4 a 8.5)Entre 7.4 e 8.5Entre 7.4 e 8.5 + ( <= 4.5 )Entre 7.4 e 8.5 + (5.6 e 6.5)

Ph do solo

metros

militares

atlas do ambiente

1:1 000 000

CARTA BASE:

TEMA:UNIDADES:COORDENADAS:RESP.EXEC.ORIGINAL:ESCALA DO ORIGINAL:

ACIDEZ E ALCALINIDADE DOSSOLOS (CARTA .2)–––

Classes de pH (em água)

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 19: Manual Produtor Laranja

Os solos da região são solos muito ácidos.

O pH é de valores ≤ 4,5.

CAMBISSOLOSFLUVISSOLOSLITOSSOLOSLUVISSOLOSPLANOSSOLOSPODZOISRANKERSREGOSSOLOSSOLONCHAKSVERTISSOLOS

SOLO

Os solos característicos da região são os cambisolos.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 018 - 019

Page 20: Manual Produtor Laranja

Geadas (nº de dias no Ano)

geada

Inferior a 1 diaEntre 1 e 5 diasEntre 5 e 10 diasEntre 10 e 20 diasEntre 20 e 30 diasEntre 30 e 40 diasEntre 40 e 50 diasEntre 50 e 60 diasEntre 60 e 70 diasEntre 70 e 80 diasSuperior a 80 dias

CARTA BASE: GEADA - Número de dias no ano (CARTA I.5.2)

TEMA: Valores Médios Anuais (dias), Periodo 1941-1960 UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000

O nº de dias de geadas que ocorrem na região é de 30 a 40 dias.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 21: Manual Produtor Laranja

Humidade do Ar

A Humidade Relativa situa-se entre os 80 a 85%.

Inferior a 65%Entre 65 e 70%

Superior a 85%

Entre 70 e 75%Entre 75 e 80%Entre 80 e 85%

CARTA BASE: HUMIDADE DO AR - Humidade relativa às 9 T.M.G. (CARTA I.6)

TEMA: Valores Médios Anuais (%), Periodo 1931-1960

UNIDADES: metros

COORDENADAS: militares

RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente

ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 020 - 021

Page 22: Manual Produtor Laranja

Índice de Conforto Bioclimático

CARTA BASE: ÍNDICE DE CONFORTO BIOCLIMÁTICO (CARTA IV.9)

TEMA: Valores médios (Janeiro , Abril, Julho e Outubro), Período 1961 - 1990

UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO

ORIGINAL: 1:2 500 000

O Índice de conforto climático situa-se entre 8,5-10,0 sendo considerado confortável.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 23: Manual Produtor Laranja

Insolação

CARTA BASE: INSOLAÇÃO (CARTA I.1)

TEMA: Valores Médios Anuais (horas), Periodo 1931-1960

UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000

O valor médio anual de insolação está compreendido entre 2400 a 2500 horas.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 022 - 023

Page 24: Manual Produtor Laranja

A precipitação que ocorre na região é superior a 100 dias/ano.

Precipitação (nº de dias no Ano)

CARTA BASE: PRECIPITAÇÃO - Nº de dias no ano (CARTA I.4.2)

TEMA: Valores Médios Anuais (dias) Precipitação >= 1mm, Periodo 1931-1960

UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 25: Manual Produtor Laranja

A precipitação total está compreendida entre 1200 e 1400mm.

Precipitação Total

CARTA BASE: PRECIPITAÇÃO - Quantidade Total (CARTA I.4.1)

TEMA: Valores Medios Anuais (mm), Periodo 1931-1960

UNIDADES: met ros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 024 - 025

Page 26: Manual Produtor Laranja

Radiação Solar

A radiação solar situa-se entre 140 e 145kcal/cm².

CARTA BASE: RADIAÇÃO SOLAR - Quantidade total de radiação global (CARTA I.3)

TEMA: Valores Médios Anuais ( kcal/cm2), Periodo 1938-1970

UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO

ORIGINAL: 1:1 000 000

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 27: Manual Produtor Laranja

Temperatura

A temperatura média do ar situa-se entre 12,5 e 15Cº.

Fonte: Atlas do Ambiente Digital – Instituto do Ambiente

CARTA BASE: TEMPERATURA - Temperatura média diária do ar (CARTA I.2)

TEMA: Valores Médios Anuais (graus centigrados), Periodo 1931-1960

UNIDADES: metros COORDENADAS: militares RESP.EXEC.ORIGINAL: Atlas do Ambiente ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 026 - 027

Page 28: Manual Produtor Laranja

Árvore

Porte:

Alto, crescimento erecto e vertical.

Folhas:

Médias, de cor verde claro as mais

novas e verde escuro as mais velhas.

Ramos:

Hábitos de crescimento tendendo para

a horizontal, por vezes pendentes, com

poucos espinhos ou totalmente

ausentes.

4/Características Morfológicas da Laranja

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 29: Manual Produtor Laranja

Fruto

Forma:

Esférica ou ligeiramente oval

Umbigo: Normalmente situado no

interior, não sendo visível.

Pele: Superfície ligeiramente rugosa, de

espessura média a fina, cor de laranja

clara.

Sementes: Presença de algumas

sementes.

Polpa: Cor de laranja clara, muito

sumarenta, de excelente qualidade.

Maturação: A partir de Maio

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 028 - 029

Page 30: Manual Produtor Laranja

Relativamente às características do

solo, podem ser consideradas as

seguintes: o solo propício à instalação

de um bom sistema radicular, deve ser

homogéneo até uma profundidade

mínima de 0,4 metros e a terra deverá

apresentar uma boa permeabilidade à

água, uma vez que os citrinos não

possuem uma reacção favorável ao

excesso de humidade do solo

(fenómeno designado de asfixia

radicular).

As terras de textura equilibrada são as

mais favoráveis (argila + limo devem

equilibrar-se em percentagem com os

elementos mais grosseiros: areias).

O teor em calcário activo e o seu pH

são dados fundamentais uma vez que

deve orientar o agricultor na escolha do

porta-enxerto.

Deve ser objectivo fundamental a

manutenção integrada de um ambiente

apropriado para as espécies,

procurando ao mesmo tempo, reciclar o

mais possível os nutrientes e a matéria

orgânica.

Quer a manutenção do solo do pomar

seja efectuada mecanicamente por

máquinas agrícolas que trabalham o

solo, quer se utilizem produtos

herbicidas, o objectivo principal deve

ser a luta contra as infestantes. Estas

têm uma incidência considerável sobre

a absorção de água de reserva do

solo, e a água é um dos factores

essenciais no que se refere à

produtividade das árvores.

5/Solo

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 31: Manual Produtor Laranja

A manutenção do solo deve ser feita de

modo a que o solo não fique

completamente nu, excepto no primeiro

ano, após a plantação.

Seja no caso de pomares com plantas

com distribuição ordenada ou não, o

solo deve manter-se obrigatoriamente

revestido com um coberto vegetal

herbáceo, sobretudo no Inverno, que

pode ser semeado ou simplesmente

constituído pela vegetação espontânea.

A escolha das espécies herbáceas a

semear, deve considerar determinados

aspectos, nomeadamente, o seu ciclo,

massa vegetal desenvolvida, fixação de

azoto, resistência ao pisoteio e

afinidade para com os auxiliares.

Deve evitar-se a presença de

infestantes vivazes como por exemplo,

a grama e a junca, uma vez que

prejudicam o desenvolvimento dos

citrinos.

Devem efectuar-se cortes do coberto

vegetal no caso de distribuição

ordenada das plantas nas entrelinhas

com uma capinadeira, para minimizar a

concorrência com os citrinos, podendo

ficar espalhadas sobre a superfície as

ervas cortadas. Deste modo, dar-se-á

a reciclagem de nutrientes junto à

superfície, constituindo uma forma

bastante económica de adubação

azotada se o coberto vegetal for

constituído por uma grande

percentagem de leguminosas. Após a

colheita aconselha-se a aplicação de

estrume à superfície do solo.

Os percursos das máquinas agrícolas

devem ser reduzidos ao máximo, de

modo a minimizar a formação do bolbo

5.1/A manutenção do solo

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 030 - 031

Page 32: Manual Produtor Laranja

de compactação do solo.

Nas faixas sob as linhas de árvores,

estas devem manter-se limpas de

infestantes e o seu controlo pode ser

conseguido através de herbicidas ou

manualmente. Deve deixar-se uma

faixa de terreno, que pode ir até cerca

de um metro para cada lado da linha,

livre de vegetação herbácea, que possa

concorrer com os citrinos. Para evitar o

desenvolvimento de infestantes na linha

de árvores, é possível recorrer a um

método chamado mulching, que

consiste no espalhamento de resíduos

vegetais tais como palhas isentas de

sementes, e aparas de madeira.

Também para evitar o desenvolvimento

de infestantes nas linhas de árvores

pode recorrer-se à colocação de

plástico sobre a faixa, devendo o

terreno ser limpo de infestantes.

A época de plantação mais

aconselhável é de Fevereiro a Maio. O

terreno deve apresentar-se limpo de

ervas e com um sistema de rega já

instalado.

Quando se implantam diferentes

espécies e variedades numa mesma

exploração agrícola, a sua distribuição

deverá permitir a cultura independente

de cada uma delas. Se o terreno não

tiver sido armado em camalhões, a

disposição das filas das árvores deverá

ser aquela que minimize a erosão do

solo, seguindo, tanto quanto possível,

as curvas de nível.

Relativamente ao compasso de

plantação, tendo em conta o

desempenho das máquinas agrícolas e

a facilidade de efectuar os tratamentos

fitossanitários, este deve depender do

vigor da árvore e das características do

6/Plantação

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 33: Manual Produtor Laranja

solo. O compasso de plantação, deverá

permitir ainda que quando as árvores

atinjam o estado adulto, exista um

espaço livre na entrelinha de pelo

menos 1,5 m entre as copas, com o

objectivo de facilitar as operações

culturais e favorecer a iluminação. São

aconselhados compassos de plantação

rectangulares a fim de conciliar, ao

máximo, as necessidades de acesso à

parcela com o aproveitamento do

terreno.

Na região em que se situa o nosso

país, a pluviosidade é insuficiente, e

nos meses de Verão existe uma fraca

higrometria do ar. Assim sendo, no

clima Mediterrânico existem duas

estações: a estação chuvosa e

relativamente fria, e a estação seca. É

durante esta última época que a

actividade vegetativa é mais importante

e assim sendo, a cultura de citrinos,

neste caso da laranja, não se pode

alcançar sem o apoio de rega. É

necessário que o produtor atenue a

deficiência em termos de água, com a

prática de regas, se quiser manter as

árvores com uma prática vegetativa

intensa e assegurar uma boa

produtividade do seu pomar.

principalmente de duas formas: rega

por gravidade e rega localizada.

7/Rega

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 032 - 033

Page 34: Manual Produtor Laranja

Esta rega tradicional, ou rega “de

superfície” consiste, após um amanho

tão cuidadoso quanto possível do solo,

em repartir a água de rega pelas

caldeiras construídas no pé das

árvores, ou por sulcos traçados nas

entrelinhas da plantação. É, por vezes,

impossível, pôr em prática regas por

gravidade eficientes em pomares

instalados em zonas com

pouca regularidade ou em solos

demasiado permeáveis. Por outro lado,

a prática da rega por gravidade exige

bastantes recursos humanos

qualificados. Além disso, as perdas de

água são importantes e as quantidades

a aplicar permanecem muito empíricas.

Na rega por gravidade inserem alguns

tipos de rega mais específicos, tais

como rega com caldeiras e rega por

sulcos.

Rega com caldeiras

7.1/Rega por gravidade

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 35: Manual Produtor Laranja

As dimensões das caldeiras devem variar de acordo com o desenvolvimento radicular das árvores.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 034 - 035

Page 36: Manual Produtor Laranja

Após ter regado as árvores jovens

através de caldeiras, nos dois ou três

primeiros anos após a plantação, o

citricultor pode implementar a rega do

pomar por sulcos. Esta escolha assenta

no facto da abertura dos solos, nas

entrelinhas das árvores poder realizar-

se inteiramente de forma mecânica,

proporcionando assim uma rápida

execução e uma economia no que diz

respeito a mão-de-obra. Contudo, esta

forma de rega por sulcos não pode ser

efectuada de forma correcta, a não ser

em parcelas onde o declive do terreno

esteja compreendido entre 0,5 e 2%;

acima de 2% a erosão por escoamento

torna-se muito importante.

A água que circula nos sulcos cavados

nas entrelinhas deixa ao pé das árvores

um solo pouco humedecido e, por

conseguinte, pouco favorável ao

desenvolvimento de fungos.

Já para os solos com permeabilidade

elevada (solos arenosos) é difícil

realizar uma repartição homogénea da

água. Relativamente às dimensões a

dar aos sulcos, estes devem ser pouco

profundos (15 cm), no fundo liso e largo

(30 cm), e de uma abertura com cerca

de 60 cm. O número de sulcos a

construir na entrelinha assim como o

seu comprimento, depende das

características do solo relativamente à

retenção da água e do declive do

terreno.

Qualquer que seja o processo de rega

por gravidade, as doses e a frequência

das aplicações de água são

determinadas ao longo do ano em

função dos dados do clima, das

7.2/Rega por sulcos

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 37: Manual Produtor Laranja

condições do solo e do estado

vegetativo das árvores.

Tendo adquirido no decurso dos anos

um

bom conhecimento das características

das suas parcelas, o citricultor pode

realizar certamente as aplicações de

água de forma empírica,

convenientemente adaptadas às

necessidades das árvores. É

aconselhável a verificação periódica do

estado de humedecimento do solo,

antes e depois de uma rega. Esta

verificação pode ser realizada com o

auxílio de uma sonda que a partir de

um levantamento antecipado em

profundidade de uma amostra de terra,

informa o citricultor sobre a boa ou má

execução da rega.

Este tipo de rega tem como objectivo

manter em permanência num local

preciso do solo, uma zona húmida, a

partir da qual as raízes das árvores

extrairão, ao mesmo tempo, a água e

os nutrientes necessários. A terra é

mantida húmida através de um

distribuidor. Assim, o gotejador fornece

a água gota-a-gota. Desta forma,

durante todo o período vegetativo, as

raízes encontram-se, permanentemente

num meio favorável ao seu bom

funcionamento, alimentando a planta

continuamente e sem cortes.

Este tipo de rega necessita da

colocação, no pomar, de um sistema

permanente de distribuição de água, o

que implica um investimento importante.

É, importante, não descuidar aspectos

7.3/Rega Localizada

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 036 - 037

Page 38: Manual Produtor Laranja

que poderão constituir uma

desvantagem para funcionamento do

sistema.

A primeira questão está relacionada

com as características da rede, a qual

para distribuir a água sob fracos

débitos ao nível dos gotejadores deve

funcionar sob baixas pressões. O

sistema é sensível ao entupimento dos

gotejadores, se a água utilizada possuir

partículas sólidas em suspensão. A

segunda questão está relacionada a

rede, que necessita de um bom estudo

técnico para a escolha do material. As

irregularidades nos débitos que se

verificam ao nível dos gotejadores são,

muitas vezes, resultado de uma má

concepção do estudo técnico. Por fim,

o terceiro problema está relacionado

com o produtor, que deve controlar o

funcionamento da rede e determinar, a

partir do cálculo da evapotranspiração

(ETP) e do estado vegetativo das

árvores, as quantidades de água a

aplicar ao solo.

Antes da instalação no local da rede de

rega, é pertinente levar a cabo um

estudo técnico de implantação. É

importante que o estudo se realize

antes da colocação da rega localizada,

uma vez que dependerá em parte a

escolha do material e o bom

funcionamento da rede. Assim sendo,

os principais parâmetros a estudar são:

● A topografia da parcela;

● As características físicas do solo

pertinentes para a rega (profundidade,

textura, capacidade de retenção, etc);

● A qualidade da água usada;

● Os principais dados climáticos;

● As características de plantação das

árvores.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 39: Manual Produtor Laranja

No que diz respeito ao material, os

principais elementos que compõem o

conjunto da rede são: o cabeçal de

rega que engloba um regulador de

pressão e os manómetros de controlo

e, ainda, os elementos filtrantes, a

rede de distribuição que compreende

as condutas principais ou secundárias,

os tubos porta-gotejadores e os

gotejadores.

Pomar de citrinos com sistema de rega

localizada

Existem algumas doenças que podem

afectar a laranja na região

Mediterrânica. Abordar-se-ão apenas

as doenças e pragas que devem ser,

por parte do citricultor, de vigilância

particular, a fim de se prevenirem os

estragos que possam ser causados às

plantações.

Gomose Parasitária

Esta doença pode causar danos graves

nos pomares onde o ponto de enxertia

8/Pragas e Doenças

8.1/Doenças

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 038 - 039

Page 40: Manual Produtor Laranja

encontre muito perto do solo e as regas

por gravidade forem mal conduzidas. O

fungo responsável por esta doença é

do género Phytophthora. As duas

principais espécies encontradas na

região mediterrânica são Phytophthora

citrophthora e Phythophtora parasítica.

A doença desenvolve-se principalmente

nos solos pesados que mantêm, na

proximidade do colo das árvores, uma

humidade excessiva. Nas árvores,

enxertadas muito junto ao solo, a mais

pequena ferida realizada no tronco

constitui uma porta de entrada para

este fungo. No que diz respeito a

sintomas, no tronco, a casca adquire

uma cor escura, no seguimento da

contaminação dos tecidos subjacentes.

Esta destaca-se em placas que se

soltam e notando-se a segregação de

secreções escuras

de gomose, mais ou menos abundantes

consoante a variedade em causa e o

estado da árvore. Os vasos condutores

de seiva são progressivamente

obstruídos devido ao desenvolvimento

do fungo e adquirem uma coloração

acastanhada característica da doença.

Nas folhas, à medida que a doença se

desenvolve, aparecem os primeiros

sintomas:

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 41: Manual Produtor Laranja

amarelecimento da folhagem, queda

anormal e prematura das folhas,

floração fora da estação e aparecimento

de numerosos e pequenos frutos moles

e de casca fina, que permanecem

agarrados.

Relativamente a meios de luta, estes

subdividem-se em luta preventiva e

curativa. No que concerne à luta

preventiva deve utilizar-se, aquando da

instalação do pomar, plantas

enxertadas em porta-enxertos

resistentes. Na entrega das plantas,

verificar se o ponto de enxertia está

situado a uma altura mínima de 25 a

30 cm acima do colo do porta-enxerto.

Na altura da plantação, deve garantir

que não se enterram demasiado as

plantas jovens, de modo a que o ponto

de enxertia se encontre sempre 25 a

30 cm acima do nível do solo após o

abatimento.

Em solos pesados ou terras em

depressões, a drenagem das águas em

excesso é indispensável. Para os

pomares conduzidos com rega por

gravidade é aconselhável executar a

rega por regos ou dupla caldeira. E,

evitar, aquando dos trabalhos de

mobilização de solo, da poda e da

colheita dos frutos.

Relativamente à luta curativa, desde o

aparecimento dos primeiros sintomas de

gomose na árvore do pomar, convém

travar a doença. Procede-se à

raspagem da lesão, localizada no

tronco. Deve ser realizada até se

chegar à parte da madeira ainda não

infectada. É aconselhável limpar bem

os bordos da lesão, uma vez que é

nesta zona que o fungo é activo. A

lesão, já limpa, deverá ser coberta com

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 040 - 041

Page 42: Manual Produtor Laranja

uma pasta cicatrizante e

anticriptogâmica. As misturas

aconselhadas são as seguintes: solução

aquosa com 1% de permanganato de

potássio ou uma solução espessa de

calda bordalesa (sulfato de cobre +

cálcio). Este tipo de tratamento só pode

ser efectuado se a doença permanecer

localizada em algumas árvores do

pomar, para além de que, este meio de

luta não é inteiramente seguro, pois

observa-se com frequência o retorno

do fungo.

Hoje em dia, os produtos fungicidas

são mais eficazes. O metalaxil poderá

ser aplicado na água de rega. Ele

assegura, por sua vez, uma protecção

do sistema radicular e a sua absorção

(produto sistémico) permite-lhe curar as

lesões desenvolvidas no tronco e

pernadas. Este produto, pode ainda ser

aplicado como pasta sobre o tronco.

O Fosetil é usado em pulverização sob

a folhagem, que se reparte pelas

pernadas, tronco e raízes.

Os tratamentos devem ser feitos

durante os períodos de intensa

actividade fisiológica das árvores, ou

seja, na Primavera e no Outono. Nas

árvores atingidas deve-se efectuar as

pulverizações foliares todos os 2 ou 3

meses e tratar as lesões, pincelando as

feridas com uma calda espessa.

Esta doença é causada pelo fungo

Colletotrichum Gloeosporioides e afecta

8.2/A Antracnose

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 43: Manual Produtor Laranja

principalmente as árvores

enfraquecidas, que se localizam em

solos pesados com níveis baixos de

matéria orgânica e níveis elevados de

calcário activo. Propaga-se com a

ajuda das chuvas outonais e provoca

uma dessecação característica nos

ramos novos. De forma a não se

confundir com os sintomas causados

pelos ventos quentes, falta de água, ou

excesso de salinidade nas águas de

rega, pode observar-se a olho nu as

folhas dos ramos murchos, com

pequenas manchas escuras

características. As espécies mais

sensíveis a esta doença são as

limeiras, as laranjeiras e os limoeiros.

Nas árvores com antracnose, é

aconselhável como luta cultural suprimir

os ramos atacados e queimá-los para

evitar a propagação do fungo, efectuar

adubações equilibradas e evitar

circunstâncias que debilitem as árvores.

Deve-se efectuar tratamentos à base

de cobre (hidróxido).

MÍLDIO DOS CITRINOS, Phytophthora hibernalis

O míldio ou aguado dos citrinos é

provocado principalmente pelo

P.hibernalis e inicia a sua actividade

desde que a temperatura seja superior

a 12ºC e a humidade relativa superior a

70%.

A infecção ocorre, regra geral, no

decurso da mudança de cor dos frutos.

Os fungos responsáveis pelo míldio

hibernam no solo, durante a estação

quente, essencialmente sob a forma de

clamidósporos, mas também sob a

forma de oósporos.

Em condições adequadas germinam,

dão origem a zoosporângios que depois

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 042 - 043

Page 44: Manual Produtor Laranja

se rompem e libertam zoósporos, os

quais, disseminados pelo vento e pela

chuva vão penetrar pelas estomas das

folhas e originar as denominadas

infecções primárias.

Uma vez desenvolvidos dão origem a

zoosporângios, o primeiro sinal visível

da doença, a chamada infecção

secundária, os quais podem dar ou não

origem a zoósporos. Os zoosporângios

são disseminados pelo vento, chuva ou

insectos.

O míldio ataca os citrinos desde as

primeiras chuvas do Outono até às

últimas chuvas da Primavera.

Os sintomas verificam-se normalmente

nas folhas e nos frutos localizados a

cerca de 1m de altura do solo.

Na página superior das folhas surgem

manchas oleosas que provocam

necroses nas extremidades e no ápice,

de coloração olivácea nas laranjeiras e

acastanhada nos limoeiros. Na página

inferior, nas zonas correspondentes às

manchas oleosas, aparecem leves

manchas pubescentes esbranquiçadas,

constituídas por conidióforos e

zoosporângios.

Nos frutos verificam-se manchas

descoloridas que mais tarde viram para

cor castanha pardacenta de que se

origina podridão seca, por vezes com

ligeira pubescência esbranquiçada nas

margens das manchas, de

característico cheiro acre. Se o tempo

corre seco, a casca dos frutos pode

apresentar-se firme, elástica,

ressequida e não apodrece.

Folhas e frutos atacados (normalmente

os mais próximos do solo) têm

tendência para cair, sendo depois os

frutos contaminados por fungos

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 45: Manual Produtor Laranja

saprófitas (Penicillium, por exemplo).

Os ataques de míldio podem originar

elevada desfoliação e queda de frutos,

o que põe em causa a produção. A

colheita de frutos já contaminados

compromete, seriamente, a fruta a

armazenar ou a transportar até ao

consumo.

Como luta cultural, aconselha-se a

drenar o solo, efectuar podas para

promover o arejamento e colher e

enterrar os frutos infectados. Na luta

química, deve-se aplicar produtos à

base de cobre no Outono/Inverno.

Esta doença é uma consequência do

ataque ao sistema radicular das árvores

por um dos seguintes fungos do solo:

Armillaria Mellea, Dematophora Necatrix

e Clitocybe Tabescens, que muitas das

vezes são difíceis de distinguir uns dos

outros. Durante um ataque radicular às

árvores, o enfraquecimento observado

à superfície pode ser lento,

manifestando-se apenas pelo

amarelecimento progressivo das folhas

e queda das mesmas. Pode, por

vezes, ser mais violento,

caracterizando-se pela secagem das

folhas e ramos de quase toda a árvore.

No entanto, a luta contra a podridão é

sempre uma luta essencialmente

preventiva.

Relativamente, às práticas culturais e

8.2/A Podridão das Raízes

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 044 - 045

Page 46: Manual Produtor Laranja

tendo em conta que o desenvolvimento

dos fungos responsáveis pela podridão

é favorecida pela presença no solo de

resíduos lenhosos e por uma humidade

excessiva na base do tronco e na

proximidade das raízes, é

recomendável:

● Na altura da instalação do pomar,

garantir a total distribuição de restos

vegetais lenhosos e ,especialmente, se

o pomar novo for instalado em terreno

recentemente arroteado ou resultante

do arranque de uma vinha ou de um

pomar velho;

● Após a instalação do jovem pomar

aconselha-se, nas regas, não manter

ao nível do tronco ou das raízes uma

humidade excessiva, sempre favorável

ao desenvolvimento dos fungos.

Esta doença é caracterizado por um

forte ataque de cochonilhas, sobretudo

da cochonilha-negra e da carrapeta-

branca ou de uma forte concentração

de pulgões ou de aleurodídeos. Com

efeito, estes insectos libertam sobre as

folhas e os ramos uma melada na qual

o fungo responsável pela fumagina

encontra um meio favorável para o seu

desenvolvimento. No caso de a melada

segregada ser abundante, este fungo

cobre o sistema lenhoso e foliar da

árvore bem como os frutos. A camada

8.3/A Fumagina

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 47: Manual Produtor Laranja

negra e opaca formada na superfície é

perigosa uma vez que incita a

diminuição

do vigor da planta e uma diminuição da

produtividade. Evidentemente que uma

luta contra as cochonilhas, os pulgões

ou as moscas-brancas-dos-citrinos

evitará a instalação da fumagina.

Desde o seu aparecimento, é fácil

eliminá-la tratando as árvores com um

produto cúprico como o oxicloreto de

cobre a 0,5%. Este tratamento é

inofensivo para os que destroem as

diversas pragas de citrinos.

Este tipo de doenças são consequência

dos ataques de espécies de fungos que

provocam, seja no pomar, seja nos

entrepostos de armazenagem variadas

modificações nos fungos, tornando-os

impróprios para consumo.

Normalmente, são frequentes três tipos

de alterações, que são identificadas

segundo as colorações: o Bolor azul

(Penicillium italicum), o Bolor verde

(Penicillium digitatum) e a Podridão

negra (Phytophthora sp.). Estes bolores

são causados por fungos que penetram

na epiderme do fruto a partir de uma

ferida feita por um insecto ou

provocada por um choque aquando da

colheita ou transporte, e um fruto

contaminado pode contaminar também

os envolventes. Desta forma, é

recomendável manipular com cautela os

frutos na altura da colheita.

As pulverizações foliares com fosetil,

recomendadas para a luta contra a

Phythophtora, protegerão os frutos dos

ataques da podridão negra.

8.4/Os bolores e as podridões dos frutos

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 046 - 047

Page 48: Manual Produtor Laranja

Esta doença pode ser transmitida por

diversos tipos de pulgões e afecta

quase todos os citrinos que tenham,

como porta-enxerto, a laranjeira azeda.

Relativamente aos sintomas, a

folhagem toma, à partida, um aspecto

acobreado e as folhas secam e caem;

queda mais ou menos intensa da

folhagem deixando a descoberto frutos

de pequeno calibre; nos casos mais

adiantados da doença, uma redução

do diâmetro da laranjeira-azeda pode

ser observada na ligação deste à

variedade.

Nas plantas muito afectadas, faz-se

uma abertura na casca ao nível da

linha do enxerto, podendo observar-se

na laranjeira-azeda a presença de finas

agulhas de madeira que penetram em

cavidades situadas na face interior da

casca. No que diz respeito a

recomendações, na altura das novas

plantações de citrinos deve-se usar em

alternativa à laranjeira-azeda, um

porta-enxerto que garanta associações

variedade/porta-enxerto tolerantes à

doença; para as novas plantações,

utilizar apenas plantas provenientes de

viveiros certificados, sob controlo dos

serviços de Protecção de Plantas, que

assegurem o perfeito estado dos

pomares.

8.5/O Vírus da Tristeza

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 49: Manual Produtor Laranja

o porta-enxerto é a laranjeira-azeda,

vigiar todos os enfraquecimentos

anormais das laranjeiras, clementinas,

tangerineiras ou outros citrinos.

MOSCA BRANCA DOS CITRINOSAleurothrixus floccosus Mask

A mosca branca é um pequeno insecto,

medindo cerca de 1,5 mm de

comprimento e 2,4 a 2,5 mm de

envergadura das asas, tendo o corpo

de cor amarela recoberto por materiais

cerosos, de onde resulta um aspecto

esbranquiçado característico.

A postura pelas fêmeas adultas é feita

na página inferior das folhas, com os

ovos pequenos e muito numerosos em

disposição circular ou semicircular.

Inicialmente são claros, tornando-se

castanho escuros à medida que vão

amadurecendo.

Das larvas resultam as ninfas, sendo

as do 1º instar, móveis e as do 2º

instar, fixas. É a partir desta fase que

vai crescer, a segregação de melada e

materiais cerosos brancos, lembrando

algodão. Habitualmente, contam-se 4-

5 gerações anuais, de 5-6 semanas

cada, verificando-se os níveis máximos

populacionais entre Maio e Outubro

As folhas das árvores atacadas ficam

recobertas por um enfeltrado de cera

branca.

As larvas e ninfas, agrupadas em

numerosas e densas colónias, sugam a

seiva da planta e a melada excretada

serve de suporte à fumagina,

impedindo a função normal das folhas,

que morrem por asfixia.

Quando os ataques não são

devidamente controlados ocorre a

diminuição do vigor

9/As Pragas

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 048 - 049

Page 50: Manual Produtor Laranja

da árvore, da floração e da produção,

podendo haver perdas de produção

quase totais e, mesmo assim, com

frutos de pequeno calibre. Como luta

cultural aconselha-se a limpeza da

melada e fumagina das árvores com

caldas de detergentes. Os tratamentos

devem ser com produtos à base de

buprofezina ou lufenurão.

Ataque de mosca branca

Mosca branca

LAGARTA MINEIRA Phyllocnistis citrella

Ataca a rebentação jovem durante todo

o ano e multiplica-se muito

rapidamente, podendo apresentar de 11

até 16 gerações anuais, cada uma

variando de 2 a 7 semanas,

dependendo da temperatura. Os

ataques ocorrem entre a Primavera e o

Outono, mas os mais graves são os

que ocorrem entre o Verão e o Outono.

O adulto é uma pequena borboleta de

cor clara, com cerca de 4 mm de

comprimento e 7-8 mm de

envergadura, e que vive durante

poucos dias, por geração. A postura é

realizada essencialmente sobre a

página inferior das folhas dos rebentos.

Os ovos, colocados isoladamente ou

em grupos de 2 ou 3, são de

pequeníssima dimensão, cerca de 0,2-

0,3 mm, sendo muito difícil descobrir.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 51: Manual Produtor Laranja

Para o seu desenvolvimento são

necessários 2-10 dias.

Após a eclosão dos ovos surgem larvas

de cor amarela, seguidamente amarela-

esverdeada, dotadas de uma cápsula

cefálica castanha e mandíbulas

apropriadas para escavação de galerias

entre a epiderme e o parênquima

adjacente e alimentando-se do suco

celular. Passados quatro estados

larvares, as larvas passam a ninfas ou

crisálidas e após 6-22 dias um novo

adulto perfura o casulo e sai para o

exterior. A lagarta mineira das folhas

dos rebentos passa o Inverno sob a

forma de ninfa ou, também, sob a

forma de lagarta escondida nas folhas.

Na Primavera, os adultos efectuam as

primeiras posturas nos novos rebentos.

São evidentes deformações,

necrosamentos e, por vezes,

desfoliações, como consequência da

escavação de galerias sob a epiderme

da folha ou do jovem rebento. As

galerias são visíveis a olho nu,

apresentando coloração prateada

escura resultante dos excrementos

líquidos da larva ao longo da galeria.

Quando os ataques são muito intensos

chegam a ser contadas até 9 galerias

por folha. Os estragos são provocados

pelas larvas que fazem galerias nas

folhas dos rebentos jovens, ao mesmo

tempo que perfuram as paredes

celulares para consumirem o seu

conteúdo. Daí resulta a morte e queda

das folhas. Esta acção tão nefasta

afecta o desenvolvimento das árvores

adultas e limita drasticamente a

produção. Nas árvores jovens, no

viveiro ou no local definitivo, a

destruição pode ser completa.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 050 - 051

Page 52: Manual Produtor Laranja

definitivo, a destruição pode ser

completa.

Esta lagarta mineira ataca todas as

espécies e variedades de citrinos.

Como luta cultural, aconselha-se a o

controle da rebentação através de

fertilização, poda e rega adequada. Na

luta química aconselha-se tratamentos

à base abamectina.

Ovos

Larva no 1º estágio

Larva no 2º estágio

Larva

Galerias feitas pelas larvas

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 53: Manual Produtor Laranja

Se bem que os estragos causados por

esta praga, sejam de importância

secundária, certos anos, devido a

condições climatéricas, os seus ataques

podem comprometer o desenvolvimento

vegetativo de novos crescimentos. Com

efeito, as colónias por vezes muito

densas localizam-se sobre as jovens

ramificações e alimentam-se da seiva

do vegetal. As suas picadas provocam

um enrolamento e um encarquilhamento

característico das folhas, e uma

deformação e diminuição do

crescimento dos jovens ramos. Os

ataques dos afídeos ocorrem,

sobretudo, na Primavera e no Outono,

acompanhando o desenvolvimento das

novas ramificações. Como luta cultural

aconselha-se, a partir da rebentação,

evitar adubações azotadas em excesso,

destruir as infestantes, que são

hospedeiros alternativos dos afídeos.

Na luta química, devem-se efectuar

tratamentos com produtos à base de

pirimicarbe ou pimitrozina.

Larvas da mosca da fruta

Designado por Ceratis capitata, este

insecto está muito presente em frutos

açucarados. No final do Verão, este

insecto, cujas populações foram

10/Afídeos

10.1/A Mosca-da-Fruta

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 052 - 053

Page 54: Manual Produtor Laranja

aumentando ao longo do Verão,

começam os seus ataques.

Em termos de danos, existem aqueles

que resultam das picadas das fêmeas

para depositarem os ovos no interior

dos orifícios de postura; os tecidos que

rodeiam estes orifícios endurecem e

ficam com uma coloração negra.

Existem, ainda, os danos causados por

larvas que devoram a polpa da fruta e

permitem a entrada de fungos que

apodrecem o fruto. Consequentemente,

os frutos danificados caem.

Os danos causados pela mosca-da-

fruta nos citrinos, podem variar de um

ano para outro. Os Outonos quentes e

secos são favoráveis a densidades

devastadoras e os ataques em

clementinas podem ser catastróficos se

os tratamentos não forem realizados.

Relativamente às formas de combate,

estas baseiam-se na vigilância das

populações de moscas a partir de

armadilhas instaladas em algumas

árvores, que têm como intuito atrair as

moscas adultas. A contagem diária dos

indivíduos presos nas armadilhas indica

ao citricultor a importância da

densidade populacional de mosca. As

armadilhas são pequenos recipientes

em material plástico colorido de

amarelo-laranja e contém: uma

substância atractiva que pode ser o

hidrolizado de proteína (a 1%) ou um

atractivo sexual como a imitação

sintética da hormona feminina da

mosca-da-fruta; um insecticida de

contacto, o diclorvos ou fentião.Em

cada armadilha é colocada uma mecha

de cotão embebida em 2 ml de uma

solução composta em 70% por atractivo

sexual em 30% de insecticida.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 55: Manual Produtor Laranja

É de salientar que os atractivos sexuais

apresentam a vantagem de atrair as

moscas-da-fruta machos, enquanto a

outra substância atrai um grande

número de outros insectos. Na prática

recomenda-se colocar 2 a 3 armadilhas

por hectare, a partir dos primeiros dias

de Setembro e as contagens das

moscas presas nas armadilhas devem

ser efectuadas periodicamente e

sempre que o número médio de 3

moscas for atingido, é necessário

efectuar o tratamento.

Os tratamentos efectuados no pomar

para travar os ataques da mosca-da-

fruta são localizados, com o intuito de

reduzir ao mínimo a destruição dos

insectos auxiliares que limitam

naturalmente as populações de outras

pragas. Na prática aconselha-se tratar

apenas a face sul de uma fileira de

árvores e é importante materializar

através de uma marca a fileira tratada,

para que na repetição dos tratamentos

sejam tratadas as mesmas árvores. A

solução para este tratamento é

composta por dois produtos: um é o

atractivo e o outro um insecticida.

São um grupo de pragas perigoso para

os citrinos, não só pelas depreciações

que provocam nos frutos, mas também

pelo enfraquecimento das árvores.

Estes insectos possuem uma armadura

picadora-sugadora e fixam-se em

colónias sobre praticamente todas as

10.2/As Cochonilhas

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 054 - 055

Page 56: Manual Produtor Laranja

partes aéreas da árvore, manifestando-

se pela dessecação de determinados

órgãos. No ponto de fixação, a casca

do fruto, perde a coloração, o que

altera a qualidade da produção.

Nalguns casos, a infestação de

cochonilhas é acompanhada de uma

reprodução abundante de fumagina,

que se desenvolve sobre a secreção

viscosa e açucarada excretada. As

fortes infestações de cochonilhas, tem

como ponto de partida uma das

seguintes causas: condições climáticas

particularmente favoráveis; poda de

manutenção insuficientemente severa

nas árvores, criando no interior da

folhagem um abrigo e um clima

propício; má execução de um

tratamento; utilização abusiva de fortes

insecticidas, em períodos de baixa

receptividade de cochonilhas.

Conclusões

Entre as principais doenças

criptogâmicas, a gomose parasitária é

sempre de temer nos pomares onde o

porta-enxerto é sensível à doença ou

nos pomares onde o ponto de enxertia

se encontra localizado perto do solo. É

indispensável, na altura da rega por

gravidade, não humedecer a terra

próxima do colo das árvores.

Relativamente às doenças

criptogâmicas, os seus ataques serão

limitados se a colheita e as

manipulações após a colheita forem

efectuadas cautelosamente.

As doenças víricas e com micoplasmas,

contra as quais o citricultor se encontra

desarmado, são um grande problema.

Como tal, o citricultor deve exigir do

viveirista o certificado fitossanitário.

As pragas que exigem vigilância

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 57: Manual Produtor Laranja

permanente são a mosca-da-fruta, as

cochonilhas, as moscas-brancas-dos-

citrinos e os ácaros.

A protecção fitossanitária das árvores

de citrinos exige tratamentos

apropriados, de forma a, não somente,

controlar as populações de pragas, mas

também a velar pela não destruição dos

insectos auxiliares. Os tratamentos

localizados e realizados de forma

preventiva, a vigilância e controlo dos

primeiros focos de infestação com

auxílio de produtos específicos e os

tratamentos correctamente cumpridos

com material adequado, são condições

fundamentais para se conseguir uma

boa protecção dos citrinos.

Protecção Fitossanitária

Para a instalação e manutenção de um

pomar de citrinos de elevada qualidade

sanitária é aconselhável o uso de

estratégias de protecção, medidas

indirectas (legislativas, genéticas e

culturais) e meios directos (biológicos,

biotécnicos e químicos) que menos

afectem o ambiente e permitam a

eliminação ou redução da acção dos

principais inimigos da cultura. Assim

sendo, devem utilizar-se medidas

preventivas, antes de recorrer às

medidas directas, que visam a

eliminação da população do inimigo da

cultura que causa prejuízos.

No sentido de orientar os produtores a

utilizar, cada vez menos, os produtos

químicos que provocam a poluição do

ambiente e o desaparecimento dos

auxiliares nos pomares, serão descritas

algumas técnicas para avaliar os

problemas fitossanitários que possam

ocorrer nos pomares de citrinos.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 056 - 057

Page 58: Manual Produtor Laranja

A observação visual consiste na

quantificação periódica de pragas e

doenças ou dos seus estragos ou

prejuízos, bem como dos auxiliares

activos na cultura através de um certo

número de órgãos representativos das

árvores na parcela considerada. Esta

observação é realizada directamente na

cultura, contudo, em certos casos para

completar a observação visual, pode

realizar-se a colheita de um dado

número de amostras a examinar no

laboratório.

Para uma parcela até 4ha as

observações incidem em 100-150

órgãos, podendo chegar a 300, de

acordo com o inimigo em causa, à

razão de 4/5 órgãos em 20/25

árvores ou 2 rebentos em 50 árvores.

Para uma parcela de dimensão superior

é necessário aumentar o número de

observações.

A periodicidade, o tipo e o número de

órgãos a observar variam com o

inimigo, a época de observação e a

existência do risco. Para o efeito, deve

percorrer-se a parcela zig-zag entre

duas linhas, seleccionando,

aleatoriamente, de um lado e de outro

da linha, perfazendo o total de

unidades estipuladas na metodologia de

estimativa do risco, de modo a

percorrer a totalidade da parcela.

Para as pragas, regista-se o número

total de indivíduos observados por

ramo/rebento/folha/fruto ou calcula-se

a percentagem de órgãos atacados no

número de árvores observadas.

11/Observação Visual

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 59: Manual Produtor Laranja

Relativamente às doenças, nos

períodos de risco, determina-se

periodicamente a intensidade do ataque

num percurso ao longo do pomar, de

acordo com o esquema referido,

através da avaliação da presença de

sintomas nos órgãos amostrados,

adoptando a seguinte escala:

0 – Ausência;

1 – Até 10% do órgão atacado;

2 – 10 a 15% do órgão atacado;

3 – Mais de 25% do órgão atacado.

Feita a observação a nível das árvores,

é calculada a incidência a nível da

parcela, adoptando a seguinte escala:

0 – Ausência;

1 – Por focos, ou em árvores isoladas;

2 – 25 a 50% de árvores da parcela

afectadas (ataque médio);

3 – Mais de 50% de árvores da parcela

afectadas.

Através desta técnica, procede-se à

captura de pragas e fauna auxiliar. Esta

técnica baseia-se no princípio de

capturar, de surpresa, no seu meio

natural os artrópodes pragas ou

auxiliares. Para uma parcela até 4 ha,

esta técnica deve ser efectuada em 50

árvores, dando 3 pancadas (rápidas e

seguidas) em dois ramos de cada

árvore.

As armadilhas são utilizadas, para

fornecer informação acerca da época

de surgimento de certas pragas. São

um instrumento útil para medir o início

e o pico do voo das pragas acerca da

forma mais correcta de posicionar os

produtos fitofarmacêuticos. A estimativa

11.1/Técnica das Pancadas

11.2/Armadilhas

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 058 - 059

Page 60: Manual Produtor Laranja

do risco correcta não deve ser feita

apenas com base nas contagens dos

indivíduos capturados nas armadilhas,

dado que nem sempre se verifica uma

relação directa entre as capturas e os

estragos provocados pelas pragas.

Assim, a estimativa correcta é

efectuada através da observação de

órgãos nas árvores conjugada com a

informação obtida nas armadilhas.

Armadilha Cromotrópica Amarela

Armadilha tipo delta com feromona

Armadilha mosqueiro com feromona

Através das técnicas de avaliação

fitossanitária anteriormente

mencionadas, obtém-se a informação

relativamente à necessidade de se

efectuar ou não o tratamento

fitossanitário para determinada praga ou

doença. No caso de haver necessidade

de se efectuar tratamentos

fitossanitários nos citrinos e para

melhor orientar os produtores, foi

elaborado um calendário de tratamentos

e fertilização dos citrinos.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 61: Manual Produtor Laranja

A colheita de citrinos prolonga-se por

um período que se inicia no início do

mês de Outubro e termina durante o

mês de Junho. No caso da laranjeira

de Amares, a colheita inicia-se em

Maio e termina em Agosto, isto é, nos

meses sem “r”.É importante que os

citrinos, contrariamente a outros frutos,

sejam colhidos num estado de

maturidade tanto mais próximo quanto

possível da sua maturação de

consumo. Os frutos não devem estar

verdes, mas devem, no momento da

colheita, apresentar a cor específica da

variedade em pelo menos 2/3 da

superfície. Com efeito, a maturação do

fruto é essencialmente marcada pelo

crescimento do teor em açúcar do seu

sumo e consequentemente por uma

diminuição da sua acidez.

CALENDÁRIO DE TRATAMENTOS E FERTILIZAÇÃO DOS CITRINOS

DEZ.

JAN.

FEV.

MAR.

ABR.

MAI.

JUN.

JUL.

AGO.

SET.

OUT.

NOV.

ANTRACNOSE E MILDIO E GOMOSE

AFÍDEOS LAGARTA MINEIRA

MOSCA DO MEDITERRÂNE

O

COCHONILHAS ADUBAÇÃO DE

FUNDO

CORRECÇÃO DE CARÊNCIA

DE FERRO

CORRECÇÃO DE CARÊNCIAS

DE BORO, ZINCO E

MANGANÊS

11.3/A Colheita

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 060 - 061

Page 62: Manual Produtor Laranja

A colheita dos frutos realiza-se

manualmente. As lesões resultantes de

manipulações não cautelosas,

modificam a sua apresentação e

propiciam o surgimento de fungos.

Relativamente ao material de colheita,

os colhedores devem estar munidos de

tesouras de colheitas. O pedúnculo do

fruto deve ser cortado rente ao nível do

cálice. De uma forma mais prática, o

colhedor pega com a mão no fruto a

cortar e com a outra mão corta o

pedúnculo com a tesoura. Os frutos

colhidos, de seguida são colocados

com precaução nas caixas de colheita.

É aconselhável a utilização de escadas

sólidas, leves e estáveis, para colher

os frutos situados nas partes mais

altas. No que diz respeito à

organização dos recursos humanos,

estes devem-se organizar em

equipa, estando cada um dos

elementos orientados por um líder da

equipa incumbido de controlar e

supervisionar a boa execução do

trabalho. Antes de a colheita iniciar, as

caixas que irão receber os frutos devem

ser lavadas e desinfectadas e o seu

número deve ser proporcional à carga

das árvores, em frutos.

É recomendável iniciar a colheita

apenas depois do desaparecimento da

humidade nocturna que deixa os frutos

molhados, uma vez que esta humidade

favorece a turgescência das células da

epiderme e sobretudo das glândulas.

Estas células encontram-se muito

frágeis e perante o efeito de pequenos

choques, libertam os óleos que alteram

a epiderme do fruto. Os frutos que

apresentem sintomas da presença de

agentes patogénicos

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 63: Manual Produtor Laranja

causadores de podridões, devem ser

eliminados.

É aconselhável que os elementos da

equipa tenham as unhas cortadas para

evitar ferimentos nos frutos, e no

momento da colheita as caixas não

devem ser enchidas até ao limite da

borda, a fim de evitar lesões nos frutos

quando estes forem transportados.

Após a colheita, os frutos são

transportados para serem

acondicionados. O acondicionamento

resume-se a submeter os frutos a uma

série de operações em cadeia. As

principais etapas são a recepção e

limpeza, a pré-triagem e a limpeza, o

tratamento com fungicida e

enceramento, a triagem, a calibragem e

a embalagem.

Por motivos conjunturais (saturação do

mercado, grande produção, etc) os

citrinos acondicionados podem ser

armazenados em entrepostos.

Se os entrepostos não são refrigerados,

a duração da armazenagem será

limitada a:

• 4 a 8 semanas para as laranjas;

• 6 a 8 semanas para as laranjas

tardias

É fundamental que o local de

armazenagem seja bem arejado.

A temperatura no local deve ser

mantida a 4º, com uma humidade

relativa ambiente do ar da ordem de

85%. É de salientar que a clementina

suporta mal o armazenamento, a sua

manutenção nos armazéns refrigerados

não pode exceder as 3 a 4 semanas.

11.4/O Acondicionamento

11.5/A Conservação

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 062 - 063

Page 64: Manual Produtor Laranja

Para que não ocorra fracassos

inesperados, aconselha-se que sejam

tomadas as seguintes medidas

relativamente ao local de

armazenamento:

• Manutenção de todos os elementos

que intervêm no processo de

armazenamento e manipulação dos

frutos, com a maior limpeza e assepsia

possíveis;

• Instalações e maquinaria da linha de

processamento do fruto limpas e

desinfectadas no inicio e, uma vez por

quinzena durante o funcionamento;

• Limpeza das caixas e recipientes

utilizados no transporte e

armazenamento dos frutos, uma vez

por ano. Como regra geral, todos

aqueles elementos que possam afectar

a qualidade dos frutos, deverão ser

limpos;

A alporquia é um dos métodos mais

antigos utilizados para a reprodução de

plantas. O processo consiste em

incentivar uma região próxima da

extremidade de um caule principal ou

de um ramo lateral a produzir raízes.

Este processo deve ser realizado no

mês de Junho. Assim sendo, numa

primeira fase deve cortar-se

aproximadamente 5 cm de casca, como

se pode verificar nas figuras, 1 e 2.

Fig. 1

11.6/ Métodos de Propagação

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 65: Manual Produtor Laranja

Fig. 2

Fig. 3

Fig.4

Retira-se a casca (figura 3), e raspa-

se a zona com uma navalha até ficar

com cor esbranquiçada (figura 4).

Seguidamente coloca-se um recipiente

(por exemplo um garrafão de plástico)

cortado a meio apenas num dos lados

(figura 5) e enche-se com terra húmida

(figura 6 e 7).

Fig. 5

Fig. 6

Fig. 7

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 064 - 065

Page 66: Manual Produtor Laranja

A enxertia é a união dos tecidos de

duas plantas, geralmente da mesma

espécie, passando a formar uma planta

com duas partes: o enxerto e o porta-

enxerto. O enxerto é o que vai

reproduzir os frutos da variedade

desejada e o porta-enxerto é o sistema

radicular, que tem funções básicas

como o suporte da planta, fornecimento

de água e nutrientes e a adaptação da

planta às condições do solo, clima e

doenças. O seu desenvolvimento é

rápido, o que facilita a reconstituição de

uma plantação perdida por pragas.

A escolha do porta-enxerto, deve ter

em conta as condições adversas do

meio, a sua tolerância a pragas e

doenças, assim como o seu

comportamento em viveiro e a

influência que tem sobre a variedade

enxertada. Para melhor orientar os

produtores, foram caracterizados certos

porta-enxertos relativamente aos

aspectos mencionados anteriormente.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 67: Manual Produtor Laranja

Tangerineira CleópatraC. reshni Hort ex Tan.Tangerineira CleópatraC. reshni Hort ex Tan.

Sensível Sensível Sensível Resistente

Sensível

Sensível Sensível Sensível Resistente

Sensível

Resistente

Resistência média

Resistente

Sensível Resistência média

Resistente

Muito resistente

Sensível Resistente

Resistência média

Citrumelo Swingle( CPB 4475)

Muito Sensível

Resistência média

Muito resistente

Resistência média

Resistente

Laranjeira azedaC. aurantium L

Resistente

Resistência média

Resistente

Resistente

Resistência média

AlemowC. macrophylla

Muito resistente

Resistente

Resistente

Sensível Resistente

RangpurCitrus limonia

Resistente

Muito resistent

Sensível Sensível Resistente

Limoeiro rugosoCitrus jambhiri

Resistente

Resistência média

Resistente

Sensível Resistência média

Poncirus trifoliataPoncirus trifoliata

Muito Sensível

Sensível Muito resistent

Muito resistent

Sensível

Porta-enxerto Calcário

Citranjeira TroyerC. Sinensis (L.) Osbeck x P. Trifoliata (L.) Raf.

Citranjeira CarrizoC. Sinensis (L.) Osbeck x P.Trifoliata (L.) Raf.

C. volkamerianaCitrus volkamerianaTen. & Pasq.

Tangerineira CleópatraC. reshni Hort ex Tan.

Salinidade

Asfixia

radicularGeadas Seca

GRAU DE SENSIBILIDADE DE ALGUNS PORTA-ENXERTOS EM RELAÇÃO ÀS CONDIÇÕES

ADVERSAS DO MEIO (Adaptado de Forner Valero (1985)).

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 066 - 067

Page 68: Manual Produtor Laranja

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COMPORTAMENTO DE ALGUNS PORTA-ENXERTOS EM VIVEIRO E INFLUÊNCIA SOBRE A

VARIEDADE ENXERTADA (Adaptado de Forner Valero (1985))

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 69: Manual Produtor Laranja

O PRODER – Programa de

Desenvolvimento Rural é um

instrumento estratégico e financeiro de

apoio ao desenvolvimento rural do

Continente para o período 2007-2013,

aprovado pela Comissão Europeia.

Decorrente do Plano Estratégico

Nacional – PEN, que define as

orientações fundamentais para a

utilização do FEADER (Fundo Europeu

Agrícola do Desenvolvimento Rural), a

estratégia nacional para o

desenvolvimento rural, visa a

concretização dos seguintes objectivos:

● Aumentar a competitividade dos

sectores agrícola e florestal;

● Promover a sustentabilidade dos

espaços rurais e recursos naturais;

● Revitalizar económica e socialmente

as zonas rurais.

A estes objectivos estratégicos

acrescem ainda objectivos de carácter

transversal como o reforço da coesão

territorial e social e a promoção de

eficácia de intervenção dos agentes

públicos, privados e associativos na

gestão sectorial e territorial.

As principais linhas de financiamento

PRODER, no que se refere à produção

de laranja, inserem-se no âmbito da

medida Inovação e Desenvolvimento

Empresarial. Os principais objectivos

desta medida são:

● Incentivar o desenvolvimento de

sinergias e dimensão nos investimentos

e o potencial induzido pela inovação;

● Promover o desenvolvimento da

competitividade das fileiras;

● Contribuir para a valorização das

empresas agrícolas e de transformação

e comercialização de produtos

agrícolas;

12/Linhas de Financiamento PRODER

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 068 - 069

Page 70: Manual Produtor Laranja

● Promover a renovação do tecido

empresarial agrícola;

● Contribuir para a melhoria das

condições de vida e do trabalho.

Para alcançar estes objectivos

estabeleceram-se um conjunto de

mecanismos de forma a disponibilizar

incentivos diferenciados e ajustados aos

vários tipos de agricultores, agentes,

empresas e indústrias, bem como a

sua inserção em fileiras estratégicas ou

não estratégicas.

A medida Inovação e Desenvolvimento

Empresarial é operacionalizada através

das seguintes acções:

● Modernização e capacitação das

empresas;

● Investimentos de pequena dimensão;

● Instalação de jovens agricultores.

A primeira medida (Modernização e

Capacitação das Empresas) destina-se

a apoiar investimentos em explorações

agrícolas para a produção primária de

produtos agrícolas e investimentos na

transformação e/ou comercialização de

produtos agrícolas.

Esta medida tem como objectivo

promover o processo de modernização

e capacitação das empresas do sector

agro-alimentar, através do aumento das

actividades produtivas, e da orientação

para o mercado. São também

objectivos o desenvolvimento de

competitividade das fileiras estratégicas,

inovar, preservar e melhorar o

ambiente, assegurando a

compatibilidade dos investimentos com

as normas ambientais e de higiene e

segurança no trabalho.

Relativamente à segunda medida, esta

apoia materiais de pequena dimensão,

de natureza pontual ou não

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 71: Manual Produtor Laranja

inseridos em planos de investimento,

que pelos baixos montantes envolvidos,

dispensam uma análise aprofundada.

No que diz respeito a objectivos, esta

medida visa melhorar as condições de

vida, de trabalho e de produção e

contribuir para o processo de

modernização e capacitação das

empresas do sector. Os beneficiários

são agricultores ou pessoas que

exerçam actividade agrícola.

No que concerne a despesas,

consideram-se despesas investimentos

materiais de pequena dimensão

necessários ao desenvolvimento de

actividade produtiva agrícola,

nomeadamente máquinas e

equipamentos, nos termos do

estabelecido do artigo 55º do

Regulamento (CE) nº 1974/2006.

Relativamente a tipo, nível e limite de

apoio, existe uma linha simplificada de

crédito, com bonificação de juros, com

um limite elegível mínimo de 5000€ e

máximo de 25000€ de investimento. O

nível de apoio respeitará os máximos

estabelecidos na Regulamentação

Comunitária. O método de cálculo da

bonificação a utilizar baseia-se na taxa

de referência para o cálculo das

bonificações suportadas pelo

Orçamento de Estado, fixada por

portaria do Ministério das Finanças, de

acordo com o Decreto-Lei nº 359/89,

de 18 de Outubro. Finalmente, a

terceira medida, pretende apoiar a

instalação inicial de jovens agricultores,

assente num plano empresarial de

desenvolvimento e adaptação de

exploração, capaz de gerar impactos

positivos nos sectores e na região onde

se insere.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 070 - 071

Page 72: Manual Produtor Laranja

A instalação, bem sucedida, de jovens

agricultores deverá contribuir para a

melhoria geral de actividade, induzir

maior dinamismo empresarial, baseado

em novas competências, melhor

adaptabilidade com melhorias na gestão

e níveis de produtividade mais

elevados. Relativamente a objectivos,

esta medida pretende fomentar a

renovação e rejuvenescimento das

empresas agrícolas, promover o

processo de instalação de jovens

agricultores e contribuir para uma

adequada formação e qualificação

profissional dos jovens agricultores.

Em termos de área geográfica, esta

medida circunscreve todo o Continente

e os beneficiários poderão ser jovens

agricultores em regime de primeira

instalação ou pessoas colectivas, em

que os sócio-gerentes que detenham

a maioria do capital tenham mais de 18

anos e menos de 40.

Relativamente a compromissos, os

beneficiários deverão cumprir o plano

empresarial e manter a actividade pelo

menos durante 5 anos. Deverão

também cumprir com as obrigações

legais, nomeadamente as fiscais e com

a Segurança Social, para além de que

devem cumprir as Normas Comunitárias

ou assegurar a adaptação às mesmas

num prazo de 36 meses a contar da

data de instalação, quando houver

necessidade de realizar investimentos

para o seu cumprimento. Os

beneficiários devem possuir ainda

registo de exploração no Sistema de

Identificação Parcelar (SIP).

Os apoios são concedidos sob a forma

de subsídios não reembolsáveis no

valor de 40000€ por beneficiário.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 73: Manual Produtor Laranja

Excepcionalmente em 2008, os

pedidos de apoio são apresentados de

12 de Maio a 30 de Junho e de 1 de

Setembro a 31 de Outubro. Nos anos

posteriores, as datas são as seguintes:

de 1 a 31 de Janeiro, de 1 a 30 de

Abril, de 1 a 31 de Julho e de 1 a 31 de

Outubro. Os pedidos de apoio são

avaliados de acordo com a Valia do

Plano Empresarial (VPE) e a Valia do

Plano de Formação (VPF). Os pedidos

de apoio são pontuados em função do

cálculo de respectiva Valia do Jovem

Agricultor (VJA), de acordo com a

seguinte fórmula VJA=0,60VPE +

0,40VPF. Quando o agricultor tiver

apresentado em simultâneo um pedido

de apoio à acção Modernização e

Capacitação de Empresas, a decisão

de aprovação do prémio à instalação

depende da aprovação da primeira.

Para a instalação correcta e adequada

de um pomar de citrinos, neste caso da

laranja de Amares, é necessário um

conjunto de medidas que o citricultor

terá de adoptar.

Os princípios de produção aplicados à

cultura dos citrinos visam a obtenção

de frutos sãos, de boas características

de conservação, de modo a respeitar

as exigências das normas nacionais e

internacionais relativas à qualidade do

produto.

A concretização destes objectivos

passa obrigatoriamente pela gestão

equilibrada dos recursos naturais com a

utilização de tecnologias, a utilização

de produtos fitofarmacêuticos e

fertilizantes, contribuindo assim, para

uma menor contaminação do ambiente

e a obtenção de uma produção de

maior qualidade, atendendo à melhor

13/Conclusão

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 072 - 073

Page 74: Manual Produtor Laranja

utilização de todos os factores de

produção.

Um dos maiores entraves a uma mais

ampla comercialização da Laranja de

Amares passa pela escassez de mão-

de-obra capaz de realizar a colheita de

grandes quantidades da laranja. Isto

deve-se ao facto de as laranjeiras

serem demasiado altas, consequência

de uma má condução prévia da árvore.

Assim sendo, aconselha-se o produtor

a controlar o crescimento da árvore em

altura.

O objectivo e desejo maior da

população relativamente à Laranja de

Amares, é que esta seja mais difundida

em termos de comercialização, daí a

importância de um empenhamento por

parte de produtores, Entidades

Municipais e população em geral para

que estes objectivos sejam atingidos.

Laranja de Amares - Doce Oportunidade

Page 75: Manual Produtor Laranja

14/Bibliografia

• Bron, G. e D. Bouthering, (2000), Multiplicação de Plantas. Colecção Euroagro, Publicações Europa-América.

• Direcção-Geral de Protecção das Culturas, (2005), Produção Integrada da Cultura de Citrinos.

• Loussert, Raymond, (2002), Citrinos - Implantação, Variedades, Poda, Adubação, Rega, Protecção, Colheita e Comercialização, Colecção Euroagro, Publicações Europa-América.

• www.bayercropscience.pt

• www.iambiente.pt - Atlas do Ambiente Digital – Instituto do Ambiente.

• www.sapecagro.pt

Laranja de Amares - Doce Oportunidade 074

Page 76: Manual Produtor Laranja

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A g r i c u l t u r a,

do Desenvolvimento

Rural e das Pescas