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05 UNIDADE PERSONALIDADE E EMOÇÕES COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Comportamento Organizacional - Unidade05

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Comportamento Organizacional - Unidade05

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PERSONALIDADE E EMOÇÕES

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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2 Unidade 5. Personalidade e Emoções EXCE LÊ NCIA E M EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

PERSONALIDADE E EMOÇÕES

Olá. Seja bem-vindo (a) ao conhecimento. Daremos início ao segundo bloco da disciplina de Comportamento Organizacional. De acordo com o que foi trabalhado em unidades anteriores, as organizações não existem sem seus recursos humanos, ou seja, as pessoas, são elas que impulsionam as empresas podendo levar ao sucesso ou a falência por meio de sua atuação. Nesta unidade, convidamos você a refletir sobre como a personalidade e a emoções das pessoas se refletem na organização e de que forma influenciam o comportamento organizacional. Vamos lá?

Podemos começar refletindo sobre algumas coisas que são recorrentes em nossos dias de trabalho, como quando se escuta a opinião de alguma pessoa ou observa seu comportamento ao discutir com o chefe. Aplicando julgamento ou não, na maioria das vezes nos colocamos no lugar dessas pessoas e podemos até pensar: “Se fosse comigo, seria bem diferente. Eu assumiria o erro e a responsabilidade de fazer o trabalho novamente com mais qualidade”.

Para analisar melhor o assunto leia o artigo a seguir, que faz um levantamento da literatura especializada sobre o tema do afeto no trabalho, uma das variáveis relacionadas ao estudo do comportamento

organizacional. Os dados indicam que, no Brasil, há a convivência de duas abordagens distintas sobre afeto: a abordagem francesa e a anglosaxônica. Sugere-se que estas duas abordagens, independentes, possam ser complementares.

• http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1870-350X2005000100004&script=sci_arttext&tlng=es

Isso é normal nas relações humanas. As pessoas têm pensamentos, atitudes e sentimentos diferentes, ou seja, têm diferentes personalidades. Essa individualidade é o maior desafio para a administração dos recursos humanos, pois, se todos fossem iguais as organizações, poderiam padronizar sua gestão com extrema

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facilidade e o que funciona para um, certamente funcionaria para todos.

Contudo, a diversidade não é necessariamente ruim para a empresa, que pode aproveitar as diferenças nas pessoas a seu favor para produzir melhores resultados, direcionando os funcionários a tarefas distintas, de acordo com suas características pessoais.

A individualidade é, usualmente, descrita como personalidade, a qual é um constructo hipotético que é definido como a predisposição de uma pessoa a se comportar de uma forma e não de outra. Portanto, ela representa um conjunto de condutas que a pessoa desenvolve nas mais diversas situações. Claro que nem sempre nos comportamos da mesma maneira na faculdade, no trabalho e em casa. Nosso comportamento pode mudar de acordo com o ambiente em que estamos inseridos. A forma como a qual os indivíduos se comportam, na maior parte das situações, é o que define sua personalidade.

Se eu conheço uma pessoa e convivo com ela por muito tempo, eu consigo dizer com grande probabilidade de acerto como ela irá se comportar em uma determinada situação, com base no que observei em outras situações semelhantes.

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Um exemplo claro de tais situações é sobre vaidade. Se eu presto muita atenção nas roupas que visto, estou sempre bem arrumado (a). Da mesma forma que, se sempre falo alto, mudo meu tom de voz com

frequência e não aceito a opinião de ninguém, serei avaliado (a) como agressivo (a). Sobretudo, vale lembrar que há uma enormidade de traços de personalidade, como ansiedade desconfiança, honestidade, dominação, amigável.

É importante dizer que a personalidade não é inerente, ela é construída ao longo da vida e depende das experiências as quais ele foi exposto e das pessoas com quem ele conviveu ao longo da vida. Por exemplo, uma criança que tem uma criação autoritária e não é levada a sério em suas opiniões e aflições, dificilmente se tornará um adulto que demonstre insatisfações ou ideias acerca de assuntos que o incomodem. É possível uma pessoa mudar a sua personalidade ao longo da vida? Você já tentou mudar algum comportamento seu porque alguém te pediu ou porque você mesmo percebeu que precisava? Caso sua resposta seja afirmativa, como foi essa experiência para você? A personalidade é algo relativamente estável, ou seja, não existem muitas mudanças em um curto espaço de tempo. Porém, com grande esforço e motivação da própria pessoa mudanças podem acontecer.

Muitos autores da área do Comportamento organizacional descrevem cinco grandes dimensões da personalidade e as suas características:

1) Extroversão: sociável, vive em grupo, decidido, assertivo, falante, expressivo.

2) Ajustamento emocional: emocionalmente equilibrado e estável, seguro, feliz, satisfeito, tranquilo e não deprimido.

3) Afabilidade (simpatia): cordial, confiante, tolerante, colaborador e cooperador, complacente.

4) Senso de responsabilidade: responsável, digno de confiança, organizado, perseverante, autodisciplinado, íntegro, empreendedor.

5) Abertura e interesse: curioso, imaginativo, criativo, sensível, flexível, aberto, brincalhão.

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Essas grandes dimensões são utilizadas nas empresas tanto para a seleção de candidatos, quanto na avaliação de desempenho dos funcionários. A avaliação de desempenho é utilizada quando a organização tem uma oportunidade de promoção interna, devido a disponibilidade de um novo cargo.

Ler o artigo publicado na revista Estudos em Psicologia, o qual relata como a personalidade pode influenciar o comportamento de profissionais de saúde e oferece um bom aprofundamento sobre o assunto abordado nessa unidade1.

Além das dimensões descritas, existe a tipologia Myes-Briggs baseada na teoria de Carl Jung e que tem sido intensamente utilizada em aconselhamento de carreira, construção de equipes, gestão de conflitos e análise de tipos gerenciais. Para Jung, existem quatro traços de personalidade que se diferem e se combinam de forma diferente para os indivíduos: introvertido vs. extrovertido; julgamental vs. perceptivo; sensitivo vs. intuitivo e pensador vs. sentimental. Observe a característica que cada traço de personalidade assume.

1 Disponível no seguinte endereço eletrônico: http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v19n1/a04.pdf. Acesso em 18 de novembro de 2014.

Extrovertido

• Sociável;• Vive em grupo;• Fala para então pensar;• Interage constantemente.

Julgadores

• Estruturado;• Orientado para o tempo;• Decisivo;• Organizado.

Introvertido

• Quieto;• Concentrado;• Reflexivo;• Pensa para então falar.

Perceptivo

• Flexível;• Aberto;• Explorador;• Espontâneo.

De onde a pessoa obtém sua energia?

Como a pessoa se o rienta em relação ao mundo exterior?

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Diante dessas dimensões, como posso fazer para medi-las? Você já passou por alguma seleção na qual seu comportamento foi avaliado? Como fizeram essa avaliação?

A forma mais utilizada para isso e a primeira forma de avaliar o comportamento de alguém foram os testes psicológicos. Entretanto, devemos ponderar o uso de testes para medição da personalidade de forma crítica, uma vez que o candidato responde aquilo que acha ser esperado dele e não como ele realmente acha que é. Por exemplo, ele é bem introvertido, mas está concorrendo para uma vaga de vendedor, então, responde no teste que é sociável e tem fácil interação com as pessoas para conseguir a vaga.

Além da personalidade, outro fator relativo ao indivíduo são as emoções. Algumas funções exigem uma estabilidade emocional, principalmente, aquelas no setor de prestação de serviços, em que precisamos lidar com pessoas. O esforço é gostoso para sermos gentis, amigáveis e simpáticos e atenciosos com clientes. Todavia, esse esforço emocional não se limita a essas funções, também temos que ser gentis e assertivos com nossos colegas de trabalho em qualquer setor.

O verdadeiro esforço é se mostrar alegre e cordial mesmo em um dia difícil, ou quando é preciso demonstrar uma emoção enquanto se sente outra. Para isso se dá o nome de dissonância emocional. Se o motivo da nossa tristeza e dos sentimentos ruins não forem trabalhados, pode se refletir nos funcionários na forma de sérias crises emocionais.

Dimensões e indicadores de Meyers-Briggs.

Sensitivo

• Prático;• Detalhista;• Concreto;• Específico.

Racional

• Analítico;• Cerebral;• Orientado por regras;• Justiça.

Sentimental

• Subjetivo;• Coração;• Circunstâncias;• Piedade.

Intuitivo

• Teórico;• Genérico;• Abstrato;• Pensa em possibilidades.

Como a pessoa presta atenção e coleta informações do mundo?

Como a pessoa avalia e torna decisões?

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Diante disso, nossas emoções são divididas em emoções sentidas e emoções demonstradas. É muito comum existir no seu ambiente de trabalho aquela pessoa difícil de conviver amigavelmente, a qual julgamos ter uma personalidade desagradável, mas que seu trabalho exige uma convivência e você precisa fingir simpatia. Isso já aconteceu com você? Nesse caso há uma grande diferença entre as emoções sentidas e as demonstradas, as sentidas são aquelas genuínas para o indivíduo e as demonstradas são as requeridas pela organização e consideradas apropriadas àquele determinado cargo.

O conceito de emoções demonstradas ocorre quando o que o trabalhador (a) realiza seus afazeres independente do que está sentindo, ele (a) realiza seu trabalho de forma eficaz, pois isso é o que a empresa exige dele (a), muitas organizações, inclusive, realizam treinamentos que ensinam o colaborador a disfarçar suas verdadeiras emoções.

As emoções negativas podem levar a desvios de comportamento no ambiente de trabalho, os quais são atos que violam as regras estabelecidas e ameaçam a organização e seus membros. Estes desvios podem ser descritos como: sair mais cedo, trabalhar mais devagar de forma intencional, roubo ou sabotagem, fofocas e assédio moral ou sexual, sendo que muitos deles estão relacionadas à emoções negativas em relação a empresa e/ou a seus membros.

É possível a empresa controlar as emoções de seus recursos humanos? Não! As emoções fazem parte da natureza humana e afetam o desempenho dos funcionários de forma negativa ou positiva, principalmente em funções que exigem a realização de tarefas mais complexas e, portanto, devem ser levadas em conta pela organização. O que a empresa pode fazer é oferecer ou encaminhar aquele funcionário para um tratamento psicológico.

Funcionários que conseguem controlar suas emoções e não demonstrar emoções intensas, especialmente negativas, são mais bem-vistos e, normalmente, são aqueles que ocupam cargos de liderança já que, na maior parte do tempo, não deixam suas emoções tomarem conta de sua vida, afetando sua produtividade.

Lista de Imagens:

Fig.01:http://br.freepik.com/

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