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Acadêmicas: Janice Silvana Kierepka Rose Fenner

Compostagem Trabalho Pronto 2

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Acadêmicas: Janice Silvana Kierepka Rose Fenner

O crescimento dos grandes centros urbanos determinado pelo crescimento populacional acarreta uma maior produção de resíduos sólidos, gerando a problemática da disposição final desses resíduos, tornando-se necessário o destino correto e seu reaproveitamento racional.

Uma alternativa eficaz encontrada pelo homem para reduzir a quantidade de lixo é o processo de compostagem, que proporciona o reaproveitamento dos resíduos orgânicos, transformando em adubo orgânico.

É um processo biológico em que microrganismos transformam a matéria orgânica, como estrume, folhas, papel e restos de comida num material semelhante ao solo.

Esse material é utilizado como adubo, melhorando suas características físicas, físico-químicas e biológicas.

Os microrganismos normalmente são encarados e lembrados de forma pejorativa, como causadores de doenças, por exemplo.

Porém, a compostagem é um indicativo de que os microrganismos são importantes para a manutenção da vida, à medida que são necessários para a reciclagem dos nutrientes do solo. Nesse sentido, é preciso relativizar ao criticar a existência dos microrganismos, considerando também seus benefícios.

CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE COMPOSTAGEM

A compostagem é um processo muito vantajoso, pois não exige grandes investimentos financeiros e nem grande conhecimento técnico ou equipamentos tecnológicos.

O processo todo pode ser realizado manualmente e ocorre no ambiente.

A manipulação pelo ser humano visa acelerar esse processo de decomposição atendendo aos interesses do homem.

A compostagem ocorre na presença de oxigênio, sendo desta forma um processo realizado por microrganismos aeróbios ou anaeróbios facultativos.

A oxidação da matéria orgânica até gás carbônico (CO2) “faz com que ocorra a disponibilização de nutrientes na massa que está sendo composta. Os principais produtos da compostagem são gás carbônico (CO2), água (H2O), íons minerais e matéria orgânica estabilizada (húmus)”.

A decomposição da matéria orgânica pelo metabolismo microbiano ocorre pela ação de enzimas, como as proteases, lípases, pectinases ou celulases, que reduz em até 50% o volume inicial do material compostado.

Os materiais inoculantes, como estercos, resíduos de frigoríficos, que são ricos em bactérias e fungos, por isso a necessidade de um destes materiais estar presente na compostagem.

Três métodos de compostagem:a) Compostagem aeróbiaÉ a compostagem comumente utilizada, caracterizando-se pela presença de ar no interior do material orgânico, altas temperaturas decorrentes da liberação de gás carbônico, vapor de água e rápida decomposição da matéria orgânica. Neste processo ocorre a eliminação de organismos, mau odor e moscas.b) Compostagem anaeróbiaProcesso mais lento em comparação ao aeróbio ocorrendo sob menores temperaturas e ausência de oxigênio devido à fermentação. Neste processo ocorre desprendimento de gases como o metano e sulfídrico, que exalam mau cheiro, não há isenção de microrganismos indesejadas.c) Compostagem mistaA compostagem é submetida a uma fase aeróbia e outra anaeróbia.

FATORES QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO DE COMPOSTAGEM

Temperatura, umidade, aeração, pH, relação C/N (carbono/nitrogênio). O monitoramento da massa orgânica deve ser realizado diariamente, com medição diária da temperatura, controle da aeração, verificação do grau de umidade, análise de sólidos voláteis, análise de macronutrientes e metais pesados.

Os principais materiais ricos em carbono são os materiais lenhosos como a casca de árvores, as podas dos jardins, folhas e galhos das árvores, palhas e papel. Entre os materiais nitrogenados incluem-se as folhas verdes, estrumes animais, urinas, solo, restos de vegetais hortícolas, erva.

Os materiais que são compostados também precisam ser considerados na relação C/N, que deve permanecer entre 25:1 e 35:1.

Caso isso não ocorra, na compostagem com carbono em excesso, a atividade biológica diminui sensivelmente, por causa da deficiência de nitrogênio, que é reciclado das células de bactérias mortas. Com o excesso de nitrogênio, por sua vez, este é eliminado na forma de amônia.

A relação C/N (3:1) é importante para que o processo de compostagem ocorra sem formação de compostos indesejáveis ou se torne demorado.

O controle da temperatura é importante por garantir o desenvolvimento de uma população microbiótica diversificada e eliminar os microrganismos patogênicos.

A aeração controlada garante o não desenvolvimento de microrganismos anaeróbios e a atividade ótima dos aeróbios.

São necessários também padrões adequados de umidade, pois altos teores de umidade causam anaerobiose no meio, e baixos teores de umidade inibem a atividade microbiológica, diminuindo a taxa de estabilização. Nesse sentido, como o processo de compostagem gera calor, isso leva a evaporação da água. Assim, no início do processo de compostagem é conveniente começar com altos padrões de umidade, devendo-se regar se não chover.

O pH deve permanecer entre 6,5 e 7,5 para atender às necessidades tanto de bactérias, quanto de fungos.

Materiais que devem ser evitados na compostagem

Importância da separação do lixo seco e orgânico.

Os materiais para compostagem não devem conter vidros, plásticos, tintas, óleos, metais, pedras, um excesso de gorduras, ossos inteiros, somente moídos.

A carne deve ser evitada nas pilhas de compostagem porque pode atrair animais.

O papel pode ser utilizado, mas não deve exceder 10% da pilha.

É necessário que se tome cuidado na deposição dos materiais orgânicos quando à sua dimensão. As partículas devem ter entre 1,3 cm e 7,6 cm.

Os materiais devem ser triturados a partículas pequenas, pois estas têm uma superfície específica maior.

Quanto menor for o tamanho das partículas, maior é a sua superfície específica, e, portanto, mais fácil é o ataque microbiano ou a disponibilidade biológica das partículas, mas, em contrapartida, aumentam os riscos de compactação e de falta de oxigênio.

MICRORGANISMOS NO PROCESSO DE COMPOSTAGEM

Os principais microrganismos responsáveis pela transformação da matéria orgânica crua em húmus através do consumo de micro e macronutrientes são as bactérias, fungos e actinomicetos.

É importante ressaltar que “somente os microrganismos são capazes de transformar biologicamente a matéria orgânica crua em húmus tendo em vista que nenhum processo, quer laboratorial ou industrial, conseguiu produzir húmus sintético.

As bactérias que estão presentes no material compostado são importantes principalmente na fase termófila, “decompondo açúcares, amidos, proteínas e outros compostos orgânicos de fácil digestão. Sua função é decompor a matéria orgânica – animal ou vegetal – aumentar a disponibilidade de nutrientes, agregar partículas ao solo e fixar o nitrogênio.

Nesse sentido, conclui-se que o nitrogênio é necessário estar presente para ser fixado pelas bactérias e também pelos fungos. Estes, por sua vez, têm função de decomposição em alta temperatura de adubação e fixação de nitrogênio. São microrganismos filamentosos, heterotróficos, que se desenvolvem em baixas e altas faixas de pH.

FASES DO PROCESSO DE COMPOSTAGEM: A compostagem é dividida em duas fases: fase de degradação ou bioestabilização e fase de maturação ou humificação.

A proliferação dos microrganismos ocorre logo após a deposição da pilha inicial.

Inicialmente, na fase mesófila, predominam bactérias e fungos mesófilos produtores de ácidos, correspondente à fase de degradação. O pH situa em torno de 5,5.

A elevação da temperatura, que ocorre com o calor liberado conforme vão ocorrendo as reações de biodegradação, diminui a população de mesófilos, proliferando-se com mais intensidade os termófilos.

Assim, aproximando-se da fase termófila, a população predominante será de actinomicetes, bactérias e fungos termófilos. O aumento da temperatura nesta fase, podendo superar 70°C, é influenciado pela maior disponibilidade de oxigênio, promovida pelo revolvimento da pilha inicial.

Quando a maior parte do substrato orgânico for transformada, o composto vai perdendo calor e os mesófilos voltam a se instalar, retornando à fase mesófila.

A bioestabilização dura aproximadamente 90 dias. Além da máxima degradação, nesta fase objetiva-se a eliminação de microrganismos patogênicos pela ação da temperatura.

Há grande consumo de oxigênio, necessitando assim de grande aeração. A aeração é importante, pois os microrganismos são anaeróbios facultativos, podendo realizar anaerobiose e levar à proliferação de microrganismos patogênicos.

Finalmente inicia a fase de maturação, na qual a degradação e a eliminação de patogênicos continuam.

A humificação dos materiais ocorre através de transformações químicas, observando-se baixa atividade microbiológica, necessitando-se assim de menor aeração.

As características que definem o final da compostagem é a coloração escura do composto, uniformidade do tamanho das partículas, cheiro característico e temperatura abaixo de 35 oC. O pH atinge 8,5, terminando com a fase criófila quando a temperatura do composto se iguala à temperatura ambiente.

A maturação tem a duração de aproximadamente 30 dias. O período total pode chegar até os 100 a 120 dias.

Deve ser tomado cuidado especial quanto à maturação do composto, pois quando imaturo e aplicado como adubo, pode ser tóxico e levar à proliferação de microrganismos patogênicos, favorecidos pelas condições de anaerobiose

CONSIDERAÇÕES FINAISA compostagem é uma alternativa apropriada de disposição final de resíduos sólidos orgânicos, pois proporciona o seu reaproveitamento e a reciclagem da matéria orgânica.

Importância da separação do lixo seco e orgânico.

A regulagem adequada dos fatores físico-químicos é necessária para a eficácia do processo de compostagem, proporcionando a eliminação de microrganismos patogênicos.

O exemplo da compostagem é um forte indicativo da importância dos microrganismos, muitas vezes encarados de forma pejorativa, como causadores de doenças. A compostagem ocorre naturalmente, mas o homem faz de forma controlada para produzir compostos orgânicos para a agricultura.

Acredito que o processo de compostagem, além de ser economicamente e ecologicamente favorável, evita a degradação do meio ambiente com a adubação química.

REFERÊNCIAS FILHO, Edimar Teixeira Diniz; et al. A prática da compostagem no manejo sustentável de solos. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: http://gvaa.org.br/revista/index.php/RVADS/article/viewFile/41/41. Acesso em: 17 jan. 2014.HEIDEMANN, Bárbara R.; et al. Compostagem acelerada: análise microbiológica do composto. Revista Brasileira de Ciências Ambientais. Disponível em: < http://www.rbciamb.com.br/images/online/08_artigo_5_artigos127.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2014.OLIVEIRA, Emídio Cantídio Almeida de; SARTORI, Raul Henrique; GARCEZ, Tiago B. Compostagem. São Paulo, 2008.SYMANSKY, Caroline Seitenfus. Caracterização de bactérias mesófilas presentes em processo de compostagem. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em microbiologias agrícola e do meio ambiente. UFRGS, 2005. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12872/000635332.pdf?sequence=1>. Acesso em: 17 jan. 2014.