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COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES: MOMENTOS SINÉRGICOS

COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES: …§ão... · E conveniente refletirmos sobre a atitude de um pesquisador nos espaços de comunicação. Ele pode considerar-se um

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COMUNICAÇÃO INTERPESSOALENTRE PESQUISADORES:

MOMENTOSSINÉRGICOS

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

MOMENTOS SINÉRGICOS

Luis Felipe Ulloa ForeroAldrin Martin Perez-Marin

Geovergue Rodrigues de Medeiros Marina Medeiros de Araújo Silva

Instituto Nacional do SemiáridoCampina Grande - PB

2015

Governo do Brasil

Presidenta da RepúblicaDilma Vana Rousseff

Vice-Presidente da RepúblicaMichel Miguel Elias Temer Lulia

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

Ministro de EstadoJosé Aldo Rebelo Figueiredo

Secretário ExecutivoAlvaro Toubes Prata

Instituto Nacional do Semiárido (INSA)

DiretorIgnacio Hernán Salcedo

Diretor SubstitutoSalomão de Sousa Medeiros

Coordenador de PesquisaAldrin Martin Perez Marin

Editoração e IlustraçãoWedscley Oliveira de Melo

Ficha catalográfica elaborada na Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba

Bibliotecária Edna Maria Lima da Fonsêca - CRB15 - 0051

C741 Comunicação interpessoal entre pesquisadores: momentos

sinérgicos / Luis Felipe Ulloa Forero...[et al.].- Campina Grande: INSA, 2015.

36p. 1. Comunicação. 2. Comunicação interpessoal -

pesquisadores. 3. Partilhamento. 4. Participação. I. Forero, Luis Felipe Ulloa. II. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. III. Instituto Nacional do Semiárido.

CDU: 007

ISBN: 978-85-64265-30-1

40p.

O QUE BUSCAMOS

A nossa intenção com esta publicação é evidenciar a comunicação vinculada à produção e aprimoramento do conhecimento, na busca e construção do bem viver. Como uma primeira abordagem, iremos focar na comunicação entre pesquisadores como meio para melhorar o trabalho destes.

Tentamos contribuir, portanto, para que os novos pesquisadores e estudantes tenham mais elementos para a construção e aperfeiçoamento de suas estratégias de relacionamento, reconhecendo (outros) momentos de comunicação possíveis.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

CONTEÚDO

O pesquisador na busca da boa comunicação.

A movimentação da informação é apenas parte da comunicação.

Focando nos momentos de comunicação sinérgicos entre

pesquisadores.

Momentos de comunicação de complexidade moderada.

Momentos de comunicação de alta complexidade.

Momentos de comunicação por iniciativa hierárquica.

A celebração dos produtos da pesquisa.

Para aprimorar os momentos - Avaliar.

Proposta para fechar abrindo.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

O PESQUISADOR NA BUSCA DA BOA COMUNICAÇÃO

A comunicação dos pesquisadores não pode ser reduzida à produção de artigos e palestras, nem ao uso de um projetor de slides ou outro equipamento. Ela é mais complexa e tem mais importância do que se pode supor. A primeira ideia de comunicação que iremos ressaltar tem a ver com “proximidade”, “tornar comum”, “partilhar”, “participar”, que são palavras vinculadas ao vocábulo latino “communicare”. Também vamos destacar a partícula “Co-“, que é a mesma de colaborar e cooperar. Uma segunda ideia evidenciada é a de que os momentos de comunicação entre pesquisadores podem ser diversos e ricos, gerando aprendizagens significativas e criação de novas ideias.

E conveniente refletirmos sobre a atitude de um pesquisador nos espaços de comunicação. Ele pode considerar-se um “quase-Deus” ou ser mais modesto. Pode aceitar acriticamente as correntes hegemônicas, ver e agir através delas ou pode estar disposto a se perguntar, questionar e propor outros caminhos. No século XIX começou a se difundir a ideia de que os problemas da humanidade e da vida poderiam ser resolvidos com os avanços da ciência e do pensamento (a filosofia), e tal afirmação chegou a ser uma certeza para muitos, mas não para todos. Um dos que não aceitava tão grande expectativa era o filósofo Friedrich Nietzsche, mesmo antes de 1900. Hoje, transcorrido um século, e vivendo em um período de incríveis avanços científicos e tecnológicos, nós também podemos afirmar, assim como ele, que apenas o desenvolvimento e o aprimoramento do conhecimento não oferecem a resposta para melhorar a vida. Conforme ressaltado por Edgar Morin (1994), a ciência sozinha, assim como a filosofia sozinha, também é insuficiente para conhecer o conhecimento1.

Os pesquisadores, inquietos e curiosos por definições, precisam pré-pensar os seus princípios, limites e horizontes para dar sentido às suas ações e decisões, isoladas e em conjunto, de forma fundamentada na ética e na moral. Os momentos de comunicação entre pesquisadores de diversas áreas podem contribuir para este tipo de tomada de posição, e isso se torna melhor quando são incorporados filósofos e outros pensadores de diversas correntes.

Um exemplo do posicionamento crítico vem do próprio Nietzsche. Ele diz que o conhecimento não é suficiente para conseguir a felicidade, e tornou-se um grande crítico das promessas do iluminismo e das afirmações sobre a dualidade do mundo. Também questionou as propostas da contradição entre um mundo errado e um mundo de perfeição, mesmo as propostas de Platão (a existência paralela do mundo das ideias e do mundo dos sentidos) e a dos judeus cristãos (o mundo perfeito depois da morte) de então2. A história do pensamento humano tem sido, segundo Nietzsche, a história da

1 MORIN, E. El Método. III- El conocimiento del conocimiento. Antropología del Conocimiento. Madrid: Ediciones Cátedra, 1994. Pág.30. 2 Para aqueles que desejam uma primeira abordagem sobre as ideias de Nietzsche, recomendamos assistir dois filósofos brasileiros, nos seguintes vídeos: Viviane Mosé em: <https://www.youtube.com/watch?v=JLP7E7IQsuU> e João Luiz Muzinatti em: <https://www.youtube.com/watch?v=bUvpP_sV33U>.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

negação da vida. Foram muito fortes as reivindicações para esse tempo e só agora entendemos que elas se aproximam do que hoje conhecemos como a busca do “bem viver”, uma cosmovisão, ainda em construção, que nasce nos povos índios Abya-Yala, e que já entrou nas constituições nacionais de alguns países latino-americanos, como a Bolívia e o Equador.

O brasileiro Leonardo Boff3 explica a ideia do bem viver assim:

“O ‘viver melhor’ supõe uma ética do progresso ilimitado e nos incita a uma competição com os outros para criar mais e mais condições para ‘viver melhor’. Entretanto, para que alguns pudessem ‘viver melhor’ milhões e milhões têm e tiveram que ‘viver mal’. É a contradição capitalista”.

“Contrariamente, o ‘bem viver’ visa a uma ética da suficiência para toda a comunidade e não apenas para o indivíduo. O ‘bem viver’ supõe uma visão holística e integradora do ser humano inserido na grande comunidade terrenal que inclui além do ser humano, o ar, a água, os solos, as montanhas, as árvores e os animais; é estar em profunda comunhão com a Pacha Mama (Terra), com as energias do universo e com Deus”.

3 Tomamos as palavras de Leonardo Boff em: “O viver melhor ou o bem viver?”, disponível no link: <http://www.servicioskoinonia.org/agenda/archivo/portugues/obra.php?ncodigo=383>.

(A natureza)

(EU) (OS OUTROS)

O bem viver supõe a tripla harmonia

como a busca permanente de um bom

relacionamento e do cuidado de cada um

(e de cada comunidade) com a natureza,

com os outros e consigo mesmo.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

Falamos do bem viver da sociedade, mas também do bem viver dos pesquisadores. A ideia é que os pesquisadores possam “vibrar” com outros pesquisadores nesses momentos de comunicação, e possam “vibrar” com os setores que precisam de seu trabalho como pesquisadores. Tal intenção é muito complicada nos dias de hoje, quando, segundo destaca Flávio Beno Siebeneichler4, a partir de Maffesoli5, a “sociedade da informação” está sendo “incapaz de entender o sentido do relacionar-se com outros e ’vibrar’” com eles e, além disso, “esforça-se em fazer crer que aquilo que interessa, acima de tudo, são os meios, os sistemas, os aparelhos, os programas e as técnicas de informação, e não a comunicação em si ou o entendimento entre as pessoas”.

Graças a pessoas como Nietzsche, cem anos atrás, e outras como Leonardo Boff, mais atualmente, estamos cientes de que a ciência, apesar de ter sido produzida por seres humanos, quando usada para o benefício das minorias, sem uma reflexão crítica de suas intenções, meios e consequências, faz mais mal do que bem. Também temos aprendido que a comunicação pode ser uma ferramenta para humanizar a ciência, quando aplicada intencionalmente para isso.

Assim, a nossa intenção com esta publicação é incentivar a comunicação vinculada à produção e ao aprimoramento do conhecimento na busca do bem viver. Esta primeira abordagem está focada na comunicação de forma sinérgica, trazendo uma mostra de possibilidades diversas de comunicação entre pesquisadores que trabalham construindo a comunidade científica, a partir da ideia de colaboração recíproca.

4 Veja ideias do filósofo e teólogo brasileiro Flávio Beno Siebeneichler em: “Razão comunicativa e técnicas de comunicação e informação em rede” – GÓMEZ, M.N.G.; LIMA, C.R.M. Informação e democracia: a reflexão contemporânea da ética e da política. Brasília: IBICT, 2011. Pág.11-34. 5MAFESSOLI, M. A comunicação sem fim (teoria pós-moderna da comunicação). FAMECOS, Porto Alegre, v.1, n.20, 2003.6Definição retirada do Minidicionário da Língua Portuguesa (BECHARA, 2009).

Vibrar6 é uma palavra-chave, sendo necessário entendê-la em seu sentido emocional e racional: “estremecer-se”; “empolgar-se”; sentir e causar entusiasmo.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

OS PESQUISADORES E SEUS AFAZERES

Com a ajuda de um dicionário é possível deixar claro que “Investigar” é procurar descobrir (algo) examinando, “Pesquisar” é estudar profundamente acerca de um tema, e “investigador” e “pesquisador” é quem faz esse trabalho como ofício7. Contudo, quando falamos da definição de “Ciência”, o percurso na história é longo8, e não nos cabe entrar nele neste momento, mas podemos tomar as palavras do brasileiro Marcelo Gomes Germano para mostrar duas grandes tendências. Diz o professor:

“Dos gregos, herdamos as duas primeiras e mais influentes concepções de cientificidade: O racionalismo, que poderíamos associar aos nomes de Pitágoras e Platão e o empirismo alinhado à medicina grega e relacionado aos nomes Empédocles e Aristóteles, principalmente”. E acrescenta: “De Bacon a Descartes, até os dias atuais, estas duas concepções de ciência tem orientado o debate metodológico da ciência moderna no sentido de responder a uma questão que reaparece de várias maneiras diferentes: quais os limites de participação do sujeito e do objeto na construção de conhecimento? Qual a relação entre fatos e teorias, entre conceitos e observações? Para o empirismo naturalista e objetivista, a prioridade deve ser dada ao objeto, aos fatos e as observações, enquanto o racionalismo, subjetivista e idealista, privilegiará o sujeito, as teorias e os conceitos”.

“Cientista” é o especialista em alguma ciência. Assumimos que ele faz pesquisa ou investiga constantemente para conseguir se especializar. Neste texto, citamos as palavras cientista, pesquisador e investigador indistintamente.

Os cientistas9 são, portanto, pessoas que trabalham sobre o conhecimento propriamente dito: seja no resgate deste, no questionamento de um conhecimento hegemônico, no exercício de consertar conhecimentos, na construção de conhecimentos e nos esforços de propor novos conhecimentos para serem apropriados pela sociedade e torná-los úteis para a mesma. Um olhar atento sobre estes focos de trabalho permite destacar a comunicação em todos eles.

7Definição retirada do Minidicionário da Língua Portuguesa (BECHARA, 2009).8Para os pesquisadores das nomeadas “ciências exatas” e “ciências biológicas e da saúde” que buscam ter uma visão rápida das discussões sobre “o que é a ciência”, pode interessar o livro: “Uma nova ciência para um novo senso comum” de Marcelo Gomes Germano. Campina Grande: Editora UEPB, 2011. 9Nesta publicação, cada vez que uma palavra é escrita no gênero masculino também é válida para o feminino e vice-versa, a menos que especificado o contrário.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

Comunidade Cien fica

CONHECIMENTO

Resgatar

Ques onar

Consertar

Construir

Testar

Propor

Co--

Na imagem acima, pode ser vista a partícula “Co-“ inserida em cada tipo de “fazer”. A ideia é que cada um destes “fazeres” não é realizado apenas por pesquisadores, é sempre co-desenvolvido. Neste sentido, “Co-” nos remete a comunicação/colaboração. A finalidade é que as ações de comunicação sejam consideradas seriamente como parte do processo e com intenções claras.

A COMUNICAÇÃO, SEMPRE HÁ

OS NÃO-PESQUISADORES

É complexo. Nem todos os envolvidos no processo de pesquisa são pesquisadores. Mas cabe-nos ressaltar que alguns deles têm o poder de veto em reação às questões jurídicas, morais e de diferentes interesses, de modo geral. Também podem favorecer ou evitar o favorecimento de interesses minoritários. Há atores sociais que tomam as decisões para a implementação dos resultados; profissionais que popularizam os conteúdos científicos; organizações e sujeitos políticos que fazem controle social; e movimentos e organizações que desenvolvem pressão social. Pessoas que exercem funções administrativas nas instituições, centros ou comunidades onde trabalham os pesquisadores, também têm o poder de favorecer ou bloquear as iniciativas científicas, fazendo bem ou mal as suas respectivas tarefas.

O leitor pode observar que não estamos restringindo as ideias de investigação e de sujeitos pesquisadores aos espaços especializados e aos centros acadêmicos. Também pode perceber que quando citamos a palavra “pesquisa”, nos referimos àquilo que é realizado dentro das ciências da vida, bem como dentro das ciências sociais e humanas.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

NA BUSCA DA SINERGIA

Os pesquisadores precisam da sinergia para fazer um bom trabalho. A sinergia é aquela situação maravilhosa, na qual um coletivo ou comunidade se move para um mesmo fim, construindo coisas novas que superam a simples adição do que já tem cada um dos participantes.

Estamos falando de novas respostas e novas perguntas; de questionamentos para os diferentes pontos de partida e pontos de chegada; de, até agora, inimagináveis perspectivas, caminhos e ferramentas; de produtos novos e novidades nos produtos velhos; e de formulações e reformulações.

A sinergia acontece fundamentada na diversidade. Contudo, ela pode deter os processos ou impulsioná-los com novas opções. As distintas formações, convicções, sentimentos, origens, intenções, raças e gêneros (quando reconhecidas) são um verdadeiro motor da discussão científica e da sinergia. Mas o reconhecimento da diversidade precisa fundamentar-se na cooperação recíproca, em vez da competição.

É uma boa ideia considerar certas tendências que ameaçam a comunicação sinérgica entre os pesquisadores. Por exemplo, a pressão para fazer tudo muito rapidamente e transformar cada ação em um espetáculo a mais. Uma recomendação para os espaços de Ciência, Tecnologia e Inovação nas instituições públicas (e nas escolas) é identificar, revisar, fortalecer e estabelecer momentos diversos de discussão e colaboração recíproca como parte da sua cultura típica.

... A INTENÇÃO

Nós, os autores desta publicação, somos pesquisadores de áreas diversas (agrícola, pecuária, biológica e de educação popular) que necessariamente praticamos a comunicação entre nós e estamos interessados no aprimoramento dela como meio para melhorar o nosso trabalho. Tentamos contribuir para que os novos pesquisadores e estudantes tenham mais elementos para construirem e aperfeiçoarem suas estratégias de relacionamento, reconhecendo (outros) momentos de comunicação possíveis. Apenas isso.

A ORIGEM

Cada publicação tem uma história e um futuro. No caso desta, juntam-se o interesse em discutir o papel da ciência no Semiárido, as preocupações sobre o papel da comunicação em várias tarefas de investigação e a busca do que pode ser uma comunidade científica ideal.

Dois acontecimentos marcantes precederam os conteúdos destas folhas. Um deles foi o exercício piloto de Conserto e Construção Coletiva de Conhecimento (CoCo) sobre o Semiárido Brasileiro (SAB), desenvolvido com foco no SAB da Paraíba, e realizado em Campina Grande, nos dias 18 e 19 de abril de 2012. O outro foi o exercício de Diagnóstico e Plano de Aprimoramento do Trabalho do pessoal dentro do Insa (2014-2015), idealizado por três dos autores destas folhas e desenvolvido durante o primeiro semestre do ano de 2014.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

Durante o CoCo, mais de cem pesquisadores, educadores e técnicos de projetos no estado da Paraíba juntaram-se para construir um olhar compartilhado sobre o Semiárido Paraibano a partir das dinâmicas comunitárias. Esse foi um exercício de comunicação transdisciplinar e interinstitucional, não restringido à profisionais da área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI).

O Diagnóstico e Plano de Aprimoramento do Trabalho permitiu observar, coletar, discutir e construir os momentos de comunicação que estamos propondo, a partir da prática e das inquietudes dos pesquisadores do Insa10, que é uma instituição criada para impulsionar a ciência, a tecnologia e a inovação, fundamentada na articulação (que é um ato de comunicação) em uma região de quase um milhão de quilômetros quadrados, com aproximadamente 23 milhões de habitantes.

10 Instituto Nacional do Semiárido, unidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, localizado em Campina Grande, Paraíba, Brasil.

A MOVIMENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO É APENAS UMA PARTE DA COMUNICAÇÃO

ALGUÉM DIZ ALGO AO OUTRO

Antes de falarmos dos momentos de comunicação sinérgica, vamos centrar a nossa atenção em um tipo de atividade realizada pelos pesquisadores – e por todos os seres humanos – que não é dialógica e, portanto, não é sinérgica, mas é importante e consome um alto percentual de tempo: a informação, que para muita gente é sinônimo de comunicação (um erro, uma vez que esta apenas faz parte do processo de comunicação).

Entendemos a informação em uma comunidade científica, uma organização ou uma instituição como o fluxo de dados simples, conjunto de dados processados ou conhecimentos que acontece entre as suas unidades e/ou pessoas. Cada pesquisador, no exercício da informação, é algumas vezes provedor e outras vezes usuário daquilo que os outros provêm.

B

Eu

MEU PRODUTO SE TRANSFORMA EM SEUINSUMO

C B

Eu

SEU PRODUTO SE TRANSFORMA EM MEUINSUMO

C

O investigador ("Eu") busca que a "sua" informaçãoseja convertida em insumo por outras pessoas ou

instâncias ("B" e possivelmente "C")

Converter a informação dos demais ("B ou C")em insumo para o que ("Eu") está fazendo.

E assim vai…

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

1. Captação

• Ter acesso. Aceitar, redirecionar ou voltar para

trás?

2. Processamento inicial

• Organizar interpretar- registrar - decidir sobre o

momento de uso- armazenar ou descartar ?

3. Ulização da informação

• Trabalhar com ela

4. Geração de nova informação

5. Fluxo da informação

• Adaptar para os novos canais - Direcionar

COMO GERIR A INFORMAÇÃO

-

Se focarmos a atenção em um pesquisador, veremos que ele necessita progredir em algumas tarefas (ver imagem ao lado) para ter acesso aos insumos que precisa (dados, conhecimentos e outros tipos de informação). A primeira tarefa é captar a informação da melhor maneira possível. Esse é um exercício de busca, seleção e filtragem (aceitação ou rechaço). Observa-se que os insumos que o pesquisador está usando, foram produtos (ou subprodutos) de outro ou outros processos que aconteceram anteriormente.

O pesquisador deixa os insumos em condições apropriadas para a sua melhor utilização. A sua interpretação vai depender muito das categorias11

definidas por ele, podendo necessitar de mais ou de diferentes informações e esclarecimentos da fonte original, além de outros aprimoramentos.

EU ENTREGO

1. Nem mais nem menos do que a informação

necessária

2. Facilmente compreensível

3. A mais preparada para u�lizar (pronta)

4. No momento em que vai ser preciso

5. Honesta

6. Ao menor custo possível, sem deterioração das

caracterís�cas citadas acima

11 As categorias criadas por um pesquisador ou uma equipe são resultantes do reordenamento de dados e informações, o que permite novas interpretações destes e, assim, a geração de novos conhecimentos.

O uso dos insumos informativos vai gerar novos produtos (e subprodutos) que vão ser utilizados por outras pessoas. O ideal é que o pesquisador que vai fazer fluir tais produtos informativos, os direcione para quem precisa usar e acrescente seus esforços para que o processo seja mais fácil para o usuário. Seria um esforço de aprimoramento comunicacional, que pode seguir algumas regras para a entrega/disponibilização da informação:

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

FOCANDO NOS MOMENTOS DE COMUNICAÇÃO SINÉRGICOS ENTRE PESQUISADORES

Há muitas formas de comunicação na vida cotidiana dos pesquisadores. Você diz bom dia e boa noite, parabeniza, deseja um alegre Natal e um bom novo ano. Isso conduz para uma boa relação e contribui para o trabalho conjunto dos pesquisadores.

Existem momentos de colaboração informativa entre pesquisadores que acontecem fundamentalmente em uma direção e podem ser muito valiosos e frequentes. Você pode se perguntar: quantas vezes, nesta semana, recebeu sugestões de leitura que interessam ao seu trabalho científico e que foram enviadas por pesquisadores, companheiros de instituição, rede, etc. E também, quantas vezes você já enviou referências interessantes ou links para os colegas. Isso é comunicação dentro da instituição ou organização.

Vamos destacar nesta parte do texto os momentos criados com intenção sinérgica na pesquisa, ou seja, aqueles em que existe o diálogo.

Os momentos de comunicação entre pesquisadores que citaremos nas próximas páginas são apresentados de forma categorizada, com base na intensidade e no nível de controle por parte do próprio pesquisador. Veremos então, momentos sinérgicos de complexidade moderada ou baixa, que são iniciados pelo mesmo investigador; momentos de alta complexidade; momentos de iniciativa hierárquica; e momentos de celebração dos produtos da pesquisa. Esta é uma forma de classificar, considerando que outras formas são possíveis, dependendo da intenção de quem o faz. O leitor pode tentar reclassificar os momentos a partir de outras perspectivas, por exemplo:

Pela pertinência: momentos que já fazem parte da cultura organizacional; momentos em processo de afirmação na cultura organizacional e momentos que não existem (ainda).

Pela frequência de ocorrência, temos: momentos típicos, momentos esporádicos e eventos.

Destacamos três recomendações para os pesquisadores que vão utilizar os momentos de comunicação:

Sem esquecer que um ato originalmente unidirecional pode ser modificado em um ato bidirecional e, assim, gerar potencial sinérgico. Um e-mail informativo, por exemplo.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

ASSUMIR TRÊS AFIRMAÇÕES

Vamos definir três princípios de trabalho que temos utilizado dentro do Núcleo de Inovação Metodológica (NIM) do Insa - para desangustiar as reflexões: (1) O conhecimento completo sobre algo não existe. Cada conhecimento sempre será superado. (2) Existem diversas verdades nos assuntos desta vida. Nós não vamos construir um conhecimento completo, nem uma verdade verdadeira. Cada grupo vai construir algumas contribuições com a ideia de que, após a oficina, estas possam ser convertidas em insumos para outras iniciativas. (3) A humanidade está entrando em uma nova era. Novos tempos exigem novas perguntas.

SUPERAR A EXCLUSÃO

Existem situações que precisam ser refletidas em detalhe para conseguir uma boa comunicação sinérgica. Isto é possível quando intervêm diferentes sujeitos. Setores que têm sido excluídos historicamente das consultas pelos cientistas têm a tendência de continuarem esquecidos quando um pesquisador particular busca interagir com seus colegas. Onde predomina o racismo, o pesquisador que quer interagir pode esquecer-se de convidar pesquisadores quilombolas, índios ou filhos de camponeses. Os pesquisadores formais podem esquecer o conhecimento dos sábios tradicionais. Existem também outras exclusões, como a comunicação entre pesquisadores surdos e ouvintes. Toma força então, o uso de ferramentas específicas de comunicação, como a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a mediação por intérpretes e outras.

MANTER O HORIZONTE

Quando um pesquisador toma a iniciativa de criar ou participar de um momento de comunicação, faz bem se tem clara a sua intenção, o que esta esperando dele... sem esquecer o seu objetivo. Todavia, é importante destacar que no momento de comunicação o pesquisador não esta só: estarão lá os “outros”, com as suas próprias intenções e posições. Isso é precisamente o que dará valor para a maioria dos momentos de comunicação, pois possibilita mais opções de escolha, mais pontos para uma boa discussão12 e mais contribuições para enriquecer o que ao pesquisador interessa.

Bem, vamos lá!

12 O texto “6 Recomendações para melhorar uma discussão” (FORERO et al., 2014), da Coleção “Na busca da sinergia”, produzido pelo Insa, pode interessar.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

Identificamos momentos de complexidade moderada ou baixa iniciados pelo mesmo investigador. Destacamos nesta publicação as consultas bilaterais, as contribuições em cadeia, as reuniões relâmpago, os conversatórios consciência e as sessões de socialização de eventos científicos.

CONSULTA BILATERAL

Um investigador pede uma explicação, opinião ou ideia para outro pesquisador ou especialista sobre uma questão que precisa avançar em sua atividade. Acontece também que um pesquisador busca o outro só para expressar sua ideia ou seu avanço. Ele precisa ser ouvido ou escutar-se falando. O papel do pesquisador ouvinte pode ser muito empoderante, sem a necessidade da comunicação oral, bastando apenas a sua expressão corporal e algumas sílabas.

Certas condições favorecem muito a consulta bilateral, por exemplo, as salas de trabalho, a escolha do mobiliário e a sua disposição. Também pode ajudar a definição de critérios acerca de quem pode ser o melhor companheiro de sala em um espaço compartilhado. Poderia se pensar em diferentes duplas ou trios, dependendo da execução de projetos-chave, além de critérios de diversidade ou homogeneização: tendências diversas, experiências distintas, presença insistente ou itinerante de uma área de conhecimento em cada sala (um especialista em solos em um ano internacional do solo, alguém de ciências sociais em uma instituição de ciências exatas e biológicas, etc).

CONTRIBUIÇÃO EM CADEIA

O pesquisador envia por e-mail um tema (texto ou imagem, por exemplo) aos seus pares e eles adicionam aspectos/informações à vontade. Não necessariamente tem que ser um tema que já esteja sendo pesquisado. Contudo, este pode gerar o interesse para futuras pesquisas.

No INSA, em 2014, um motorista encontrou uma “mãe” escorpião levando em suas costas uma grande quantidade de filhotes. Um pesquisador e um diagramador tomaram fotos da família e enviaram para seus colegas da instituição de pesquisa, com algumas perguntas e comentários. Os demais pesquisadores compartilharam por e-mail estudos e outros textos sobre os escorpiões do Semiárido Brasileiro, sugestões sobre o gênero e a espécie do escorpião, e novas perguntas. A comunicação continuou intensa por algum tempo, e logo, gradualmente, com menos frequência até finalizar. A família de escorpiões foi liberada dentro do conceito de convivência com o semiárido.

MOMENTOS DE COMUNICAÇÃO DE COMPLEXIDADE MODERADA

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

REUNIÃO-RELÂMPAGO

Sessão ágil, em tempo real, para contribuir com ideias sobre qualquer aspecto específico de uma investigação ou preocupação, em qualquer momento dela. A intenção é “gerar luz” rapidamente e terminar. Não precisa de agendamento prévio, nem formalidades. O pesquisador convida, no momento em que precisar, as pessoas que podem contribuir. Apenas faz os contatos (ligações, e-mail, etc) para estabelecer a disponibilidades e definir o lugar.

Suas principais caraterísticas são: não formalidade, foco, efetividade e eficiência, participação de mais de 3 pessoas. Inicia-se com um reforço sobre o que o convidador precisa, revisão rápida de antecedentes necessários e orientações básicas sobre como auxiliar e o tipo de auxílio.

CONVERSATÓRIO CONSCIÊNCIA

Nós não acreditamos que uma pessoa pode ser conscientizada por outros. Os “outros” só podem criar condições, facilitar possibilidades para que isso aconteça, só isso. Os conversatórios consciência destinam-se a ser uma oportunidade para nos conscientizarmos sobre uma situação “X”.

Acontece quando um grupo de interessados conversa sobre um tema com um estilo casual, seguindo um caminho mais ou menos pré-estabelecido, chegando ao detalhe quando pertinente e possível.

A conversa pode ser realizada em torno de várias situações, tais como uma pesquisa, uma entrevista, uma preocupação, uma argumentação, uma notícia, uma declaração, uma obra de arte. É importante que uma pessoa assuma o papel de mediadora e provocadora.

A atividade é mais interessante quando há diversas perspectivas presentes.

Em agosto de 2014, nos reunimos no INSA, pesquisadores de biologia, história, mineralogia e inovação metodológica, para discutir sobre o cérebro como um órgão social. Neste caso, a partir de uma entrevista com um especialista, realizada na Argentina. Cada participante arguiu sobre os aspectos que se encaixavam com a sua formação, dando oportunidade para que todos ouvissem perspectivas diferentes.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

MOMENTOS DE COMUNICAÇÃO DE ALTA COMPLEXIDADE

Temos também momentos de comunicação que precisam de maior preparação e que podem ser mais bem desenvolvidos quando a iniciativa é de uma equipe de pesquisadores. Destacamos as células, as oficinas, o exercício de Conserto e Construção Coletiva de Conhecimentos (CoCo), a expedição científica, os espaços de partilha interinstitucionais e o momento insígnia.

SESSÃO DE SOCIALIZAÇÃO DE EVENTOS CIENTÍFICOS Os pesquisadores das universidades e centros de pesquisa que participam de atividades científicas

nacionais ou internacionais ficam com um compromisso tácito: o dever de prestar contas sobre a atividade aos seus colegas e as pessoas interessadas.

São repassadas informações sobre o que aconteceu no evento (principais discussões) e partilhadas as ideias e propostas que a sua participação está gerando no seu trabalho, e que pode contribuir para o trabalho dos demais e para as ações da organização.

Tal momento pode ser desenvolvido a partir de uma simples apresentação (presencial ou virtual), até uma apresentação com reflexão coletiva e construção conjunta de ações derivadas.

No Insa, o Coordenador de Pesquisa participou como correspondente científico do Brasil junto à UNCCD (Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação), realizada em Cancun, México. Tão logo retornou à Instituição, o coordenador entregou uma carta informando do sucesso da participação brasileira a cada pessoa que contribuiu para a construção da proposta e preparou um relatório para as autoridades institucionais. Posteriormente, foi realizada a socialização do evento, iniciada com uma breve apresentação e seguida de questionamentos de vários interrogadores pré-selecionados para essa tarefa.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

FUNCIONAMENTO DO MOMENTO ‘CÉLULAS’

PA

PB

PC

PD

PE

PF

PG

S SÍNTE

SEA

B

CDE

F

G

O grande temaou situação…

…é subdividido em subtemas(perspectivas, categorias,partes)…

…o subtema é assumido porum conjunto de pesquisadores(uma ‘célula’). Cada célula fazsua ‘reflexão autônoma’.Cada célula gera seu produtoespecífico…

…finalmente, um ou doismembros de cada célulaproduzem juntos umasó síntese (produto final)

AS CÉLULAS

Consistem no estabelecimento de pequenas unidades funcionais que vão aprofundar um tema. As unidades ou “células” são formadas por poucos pesquisadores (um bom número pode ser entre três e oito participantes), interessados em um mesmo tema geral.

As diferentes células vão refletir sobre o tema geral (modalidade 1) ou cada uma sobre um aspecto ou perspectiva do tema geral (modalidade 2) e, ao final do trabalho, vão discutir e sintetizar, no primeiro caso, ou integrar os resultados na segunda modalidade. Os pesquisadores vão encontrar-se presencial ou virtualmente uma ou várias vezes (“sessões”) até alcançar o seu produto final. A ação de células termina quando se é obtido o que foi desejado. Seus produtos podem ser: a descrição de algo ou uma situação, o levantamento de uma problematização, o aprofundamento ou busca da solução de problemas, dentre outros. Assim, os produtos podem ser respostas, perguntas, ideias mais estruturadas e propostas de ação.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

SETE MOMENTOS DE UMA OFICINA(lógica das o�cinas)

BOAS VINDASIntenções esentilógicada atividade

Práticasprévias dosparticipantes

1

RECONHECIMENTOMÚTUO ENTRE

OS PARTICIPANTES2

- Identidades- Dinâmicas e práticas- Laços (Vínculos) desde a

temática/situação

CONSTRUÇÃO COLETIVA(OU APRIMORAMENTO)3

Primeiros produtos: por consenso1 Afirmações(conclusões)as

111

Afirmações não conclusivas (hipóteses)Interrogações coletivasDescrições

as

as

as

(A partir das práticas dos participantes edos novos insumos)

(RE-) PROCESSAMENTOMERGULHADOR

4

A partir dos novos olharespelo reordenamento ere-categorização

- Aprimoramento dosprodutos anteriores

- Interpretações- O sentido(os sentidos)

- Sínteses dosprodutos

DEVOLUÇÃO/SOCIALIZAÇÃO

Galeria, mercadinho ou mercearia*;apresentações criativas

5CONTRIBUIÇÕES

DOS OUTROS

(Especialistas, testemunhas, grupos especiais…)Destaques - comentários - preocupações

sugestões… (é opcional)6

FECHAR - ABRINDO

Recomendações (diretinhas)Compromissos (escritos e públicos)

7

ficam registrados

(Como influenciara prática e arealidade?)

*Mercadinho e mercearia são termos comumente utilizados em Educação Popular, no sentido de expor um ‘produto’ que pode ser apropriado por quem o necessite.

A OFICINA

É um exercício de reflexão no qual os participantes, a partir de suas diferentes perspectivas e interesses, constroem ou reparam conhecimentos, coletivamente, utilizando como insumos e “temperos” os elementos de sua experiência, formação e imagens de futuro.

Os elementos que cada participante fornece podem incluir perguntas, dados, informações, conhecimentos, interpretações, hipóteses, conclusões, imagens de futuro, planos, propostas, peças de arte e objetos. Os passos para a reflexão e coletivização são cuidadosamente preparados por um facilitador. O processo converte os insumos em algo novo (um ou mais produtos) e os participantes deixam o exercício renovados, em algum aspecto. As oficinas podem ser incorporadas em atividades tão diversas como aulas específicas, cursos, reuniões, conferências, expedições científicas, dias de campo, demonstrações e atividades recreativas.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

O CoCo: VÁRIAS OFICINAS DE REFLEXÃO E OFICINAS DE CONVERGÊNCIA

É um exercício de Conserto e Construção Coletiva de Conhecimentos, que incorpora dois períodos de oficinas:

O primeiro período envolve um conjunto de várias oficinas paralelas, cada uma refletindo sobre um tema ou aspecto de uma situação. Ao final, cada oficina gera seus produtos e os disponibiliza para todos os participantes, utilizando um espaço presencial ou virtual.

Posteriormente, é realizado um período de novas oficinas, também paralelas, que vão revisar os produtos de todas as oficinas do primeiro ciclo. Neste caso, cada oficina faz sua revisão a partir de uma perspectiva integradora específica, diferente das demais. As novas oficinas são compostas pela redistribuição dos membros das oficinas do primeiro ciclo, garantindo que cada nova oficina do segundo ciclo inclua integrantes de todas aquelas ocorridas no primeiro.

Gera os novos produtos ( )

CoCo: Conserto e Construção Coletiva de Conhecimentos

PA PB PC PD

I CONJUNTO DE OFICINAS

Um conjunto de pessoas assumindo um subtema(Perspectiva, categoria, parte) do grande tema erespeitando a ‘lógica das oficinas’

Ex: Grande Tema: DINÂMICAS COMUNITÁRIASsubtemas: A - Econômico produtiva

B - Intelectual

A - Artística

A - Jurídico - política

Gera os produtos ( )

PY PZ PH

II CONJUNTO DE OFICINAS

Os produtos gerados nas primeiras oficinassubsidiam as novas reflexões.Formam-se novas oficinas, e cada uma vai focarem uma perspectiva (filtro).

Ex: Filtro Y: papel da pesquisaFiltro Z: papel da comunicação

Filtro H: políticas públicas

Cada nova oficina reflete sobredesde o seu filtrotodos os produtos do I conjunto de oficinas.

III SÍNTESES E META-REFLEXÃO

PA PB PC PD

PA PB PC PD

Papel da pesquisa (Y)

Papel da comunicação (Z)

Políticas públicas (H)

Y

Z

H

Y

Z

H

Y

Z

H

Y

Z

H

PY PZ PH

NOVOS PRODUTOS NOVOS PRODUTOS NOVOS PRODUTOS

Síntesesglobais

Evoluçãoglobal Fechar - Abrindo

COMISSÕES

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

As fontes de informação para a realização do trabalho, agora, são os produtos de todas as oficinas do primeiro ciclo e as vivências diretas de cada pesquisador participante. O novo trabalho consiste em utilizar de tudo o que foi produzido (no primeiro ciclo) apenas o que corresponde ao foco do tema definido para o segundo ciclo. Cada nova oficina vai reordenar a informação disponível sobre seu tema e, em seguida, vai refletir, interpretar, destacar os sentidos possíveis e gerar outros produtos estabelecidos nas orientações que vão ser disponibilizados para todos os participantes. O CoCo é finalizado com uma afirmação das ações que vão dar continuidade ao processo. É o que chamamos de “fechar-abrindo”.

Destacamos que o CoCo constrói, nos momentos de oficinas, a partir do encontro dos conhecimentos, sentimentos e crenças dos participantes, convergindo em olhares compartilhados sobre o tema.

Um processo

CSABE/A

CoCo piloto CoCo´s estaduais Conferência Nacional Linhas de ação

POLÍTICAS

PÚBLICAS

Com o objetivo de resgatar, esboçar e propor linhas e caminhos de pensamento e pesquisa sobre o Semiárido Brasileiro, a partir das “dinâmicas comunitárias”13, através de uma interlocução estreita entre diferentes atores sociais e políticos, foi desenvolvido um CoCo piloto, nomeado “O Semiárido Brasileiro na perspectiva de Instituições e Organizações Não Governamentais (ONGs)14”, realizado em 18 e 19 de abril de 2012. Este piloto foi uma exploração inicial para a reflexão sobre a Região Semiárida da Paraíba. Todavia, o método pode ser aprimorado e aplicado em outros estados do SAB, culminando em uma Conferência Nacional do Semiárido, que poderá subsidiar políticas públicas voltadas para esta região.

13 O conceito “dinâmicas comunitárias” pode ser explorado em: “As dinâmicas Comunitárias”, Síntese nº 2, no link: <http://www.insa.gov.br/wp-content/uploads/2013/12/Texto-de-Felipe.pdf>, “Síntese sobre as dinâmicas comunitárias”, no link: <http://es.scribd.com/doc/92092619/SINTESE-SOBRE-AS-DINAMICAS-COMUNITARIAS-Luis-Felipe-ULLOA#scribd> ou “Dinámicas Comunitarias - Descripción, trampas y más”, no link: <http://es.scribd.com/doc/35072831/DINAMICAS-COMUNITARIAS-Descripcion-trampas-y-mas#scribd>.14O programa oficial do evento pode ser obtido no seguinte link: <http://www.insa.gov.br/~webdir/Assessoria/programacao.pdf>.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

EXPEDIÇÃO CIENTÍFICA

Grupos interdisciplinares exploram um ou vários espaços territoriais ou comunidades, com uma intenção e um roteiro definidos. Eles participam de momentos de reflexão sobre o que vai acontecendo no decorrer da expedição. Tais momentos podem envolver todos os participantes na discussão ou haver a formação de pequenos grupos de reflexão. Como resultado, são produzidas descrições, relatórios diversos e propostas de intervenção, de pesquisa, de divulgação, de formação, entre outras.

A expedição parte de uma justificativa muito clara, assim, o “por quê?” e o “para quê?” desta devem estar bem definidos na convocatória. Destaca-se a atenção em planejar o itinerário e os pontos focais, definir os perfis mínimos dos participantes e de seus compromissos, estabelecer os mecanismos de registro do que vai acontecendo e prever o tratamento da informação e divulgação do acontecido. Pontos chaves na logística precisam de muita atenção: o transporte, as refeições, o alojamento, as possibilidades de comunicação de emergência, previsões mínimas sobre acidentes (animais, ferimentos...) e assaltos. Sempre devem ser considerados os aspectos legais vigentes.

Desde o planejamento, a informação repassada aos participantes precisa de muita atenção, destacando o que já foi citado anteriormente, os pontos de encontro, os equipamentos úteis e o vestuário, e se possível, é interessante criar um espaço de perguntas e respostas, que pode ser virtual.

Como parte da disciplina ‘geografia do Nordeste’, alunos da UFRN - campus Caicó, realizaram um trabalho de campo de três dias, visitando diferentes cidades dos estados da Paraíba e Pernambuco. Em Campina Grande, visitaram a sede e a estação experimental do Insa, com o objetivo de conhecer as experiências que são desenvolvidas a partir do paradigma da “convivência com o semiárido”, sendo esta considerada pelos mesmos como uma experiência muito proveitosa.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

ESPAÇOS DE PARTILHA COMUNICACIONAL INTERINSTITUCIONAL

É um momento de intervenção de pesquisadores – e/ou pessoal de outros setores – de diferentes instituições, organizações ou grupos de pessoas, em torno de uma situação ou tópico, convidado por uma delas ou por decisão de uma autoridade.

É como acontece com a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia (SNCT), todos os anos, nos diferentes estados do Brasil. Esta ação oferece, para diversos níveis da sociedade (crianças, idosos, pesquisadores de diferentes áreas, etc), a oportunidade de divulgar e também de conhecer as pesquisas e inovações que são desenvolvidas nas instituições participantes.

Em 2013, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, os pesquisadores do Núcleo de Inovação Metodológica do Insa encontraram-se com educadores físicos e de outras áreas da educação pública, autoridades educativas e doutorandos de diversas disciplinas na Paraíba (Brasil), com a finalidade de refletir interdisciplinarmente sobre a relação entre Ciência, Saúde e Esporte, na busca de novas perspectivas, desmistificando o esporte e ressaltando seus benefícios nas diversas dinâmicas da sociedade.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

O MOMENTO INSÍGNIA

É aquela ação típica de comunicação de uma instituição, organização ou grupo de pessoas, voltada para um emblema, insígnia ou distintiva. O Semiárido em Foco15 (SEF) realizado pelo Insa tem sido por vários anos um momento insígnia da instituição.

O SEF é um encontro periódico (semanal), presencial e com transmissão em tempo real pela internet, voltado para o aprofundamento de um tema ou situação, com apresentações de produções científicas, artísticas, produtivas e outras dinâmicas da vida das comunidades do Semiárido Brasileiro, buscando olhares críticos e novas propostas. Note que o momento se concentra tematicamente na Ciência, Tecnologia e Inovação, e geograficamente no Semiárido Brasileiro.

Podem também ser momentos insígnia a oficina realizada em muitas organizações de educação popular; a mística para as organizações agroecológicas no Brasil, na Guatemala e em outros países; a palestra para os centros de pesquisa convencionais; o jogo final (aquele que vai definir o campeão) em muitos esportes; e a aula inaugural de cursos de formação.

15 Mais informações sobre o SEF, como programação e acervo, podem ser obtidas pelo link: <http://www.insa.gov.br/semiaridoemfoco>.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

MOMENTOS DE COMUNICAÇÃO POR INICIATIVA HIERÁRQUICA

Para a

• Pesquisa

• Formação

• Difusão

• Formulação de polí cas

Para a

• Convivência sustentável

do SAB

A par r das potencialidades socioeconômicas e ambientais

da região� viabilizar soluções inter-ins tucionais

ComunicaçãoA missão?

Existem momentos de comunicação nas instituições e organizações que são impulsionados pelos cargos de direção e coordenação. São boas oportunidades para os pesquisadores expressarem suas interpretações, dúvidas, opiniões e propostas. Destacamos nas próximas páginas o seminário institucional, as reuniões de análise de contexto, os processos de integração de iniciativas, momentos de reconhecimento, como: “E você, o que faz”, os momentos com a direção e as reuniões.

O SEMINÁRIO INSTITUCIONAL

É um momento típico em que os membros são informados e, preferivelmente, analisam e discutem algum tema que para a direção é importante tratar. Podem ser incluídos relatórios, avaliações, grandes decisões, questionamentos, análises de contexto, entre outros.

Foi realizado um seminário institucional sobre a Comunicação Institucional no auditório do INSA para os pesquisadores permanentes, os pesquisadores bolsistas, os servidores administrativos e o pessoal terceirizado, em abril de 2014. Neste caso, foi proferida uma palestra de 60 minutos, tentando provocar a reflexão individual para incitar discussões posteriores.

Cada inicia�va do INSA

é/seja coerente com a

sua iden�dade

Comunicação do INSA

Cada mensagem do INSA

é/seja coerente com

a sua iden�dade e com

o espirito da inicia�va

desenvolvida

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

ANÁLISE DE CONTEXTO

É uma atividade de informação e reflexão sobre o que está acontecendo e está sendo decidido nos espaços local, estadual, nacional, latino-americano e mundial, com importância atual ou futura para a atividade e existência da instituição, organização ou turma. Pode gerar uma análise de oportunidades e ameaças para a missão da instituição (análise de conjuntura); sobre situações que tem a ver com a pesquisa em geral; com pesquisas em particular que estão sendo desenvolvidas ou em construção.

PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO DE INICIATIVAS

Os pesquisadores que estão avançando em projetos específicos e isolados buscam maneiras de integrá-los, inteiramente ou em parte, com outras iniciativas que apresentam como foco o mesmo território. O sinergismo entre os esforços do trabalho e seus resultados poderão beneficiar mais integralmente a situação e, consequentemente, a população que vive neste território.

No exercício de combinar projetos entre as áreas/pesquisadores/pesquisas/interesses, cada pesquisador tem então a oportunidade de conhecer o trabalho do outro, de sugerir algo que enriqueça a pesquisa do outro, bem como de receber ideias, permitindo a integração entre as diferentes áreas de pesquisa dentro uma mesma instituição ou por meio de parceria entre pesquisadores de instituições diferentes.

Estes exercícios nem sempre partem da direção de uma instituição, eles podem partir de um pesquisador ou da própria comunidade. Também podem incorporar iniciativas que não são totalmente voltadas à pesquisa, como a formação, articulação, expressão cidadã, lúdica, esporte, etc.

Experiências internas

O Insa iniciou no ano de 2014 um exercício de integração de iniciativas de pesquisa com diferentes eixos. Um deles deu enfoque à Segurança alimentar animal em estados do Semiárido, fazendo convergir pesquisas envolvendo a revitalização da cultura da palma forrageira, banco de proteínas, reuso de água e melhoramento genético da palma. Tal iniciativa de integração poderá proporcionar mais benefícios (para a pesquisa e para o seu local de aplicação) do que a aplicação de cada uma das ações de forma isolada.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

Experiências Externas

Como iniciativa de pesquisa e, ao mesmo tempo, de articulação e formação, o Insa tem experimentado com muito sucesso a realização de estágios obrigatórios, estágios de vivência prático-pedagógica e desenvolvimento de estudos que resultam em relatórios, trabalhos de conclusão de curso (TCC), dissertações de mestrado e teses de doutorado, por estudantes de cursos técnicos, graduação e pós-graduação das instituições de ensino técnico e superior da região Nordeste. Nestas três iniciativas, são necessários processos de integração, os quais são obtidos por meio das parcerias entre os pesquisadores, professores e instituições.

E VOCÊ, O QUE FAZ?

É um momento edificante para cada início ou final de ano, ou de temporada. Permite conhecer o novo pessoal, seus projetos e as novas tarefas e mudanças. Gera oportunidades de complementação sinérgica entre pesquisadores e também entre pesquisadores e o pessoal de outras áreas que criam condições para que a pesquisa possa acontecer.

MOMENTO COM A DIREÇÃO

Atualizações da direção e coordenações para/com o pessoal. Podem ser só informativas ou dialógicas, sobre qualquer tema. Não deve ser tratado como uma prestação de contas.

AS REUNIÕES

Uma prática comum nas áreas e departamentos de pesquisa. É essencial ter objetivos claros; definir bons critérios para remover o pessoal de seus outros deveres e integrar na reunião; determinar o momento em que a reunião deve ser encerrada (meta alcançada ou tempo estabelecido); ter o controle do tempo e preparar cada participação, fugindo da improvisação.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

A CELEBRAÇÃO DOS PRODUTOS DA PESQUISA

Cada nova publicação objetiva contribuir, ser algo importante. Três momentos especiais de comunicação podem ajudar para que cada publicação seja mais bem conhecida, apreciada e utilizada: as mostras científicas, as sessões para sacar ideias e os lançamentos das publicações.

A MOSTRA CIENTÍFICA

Apresentação dos avanços nas investigações dos pesquisadores liderada por uma comissão. Os pesquisadores entregam os resumos, fazem a apresentação verbal, criam banners e geram uma publicação.

A I Mostra de Produção Científica do Insa foi realizada nos dias 19 e 20 de março de 2013, com o objetivo de divulgar os resultados das pesquisas desenvolvidas, na perspectiva do fortalecimento da relação entre o Instituto e a Sociedade, valorizando as potencialidades humanas, sociais, econômicas e culturais existentes na Região Semiárida. A mostra incluiu palestras, mesas redondas, visita técnica a Estação Experimental, exposições orais e em forma de pôsteres, além dos debates.

SACANDO IDEIAS

É uma sessão de parabenização ao autor, mas também uma reflexão para ir além da publicação de um artigo científico ou outro produto científico. Os autores e, ocasionalmente, com apoio de um facilitador, concentram a atenção dos participantes no futuro do produto científico. Eles buscam uma boa utilização dele e exploram novos caminhos a partir da experiência vivida. A sessão parte de perguntas como as seguintes: Eu ainda tenho dúvidas sobre um aspecto “X”, o que vocês acham? O que podemos fazer com os resultados “A” e “D”? Qual será o próximo passo? Lembre-se que não é uma banca para defender um trabalho.

LANÇAMENTOS DE LIVROS, FOLHETOS E CARTILHAS

É um cerimonial de nascimento de uma publicação com campanha focada em compartilhar a importância da nova publicação, oferecer dicas para a sua utilização e criar novas perguntas, falar sobre as obras com os autores, diagramadores e outros gestores, exibir outras publicações e objetos associados.

No INSA foi construído um roteiro-modelo de dez passos para as publicações como livros, cartilhas e filmes. Os passos se iniciam 30 dias antes do lançamento e “terminam16 ” 30 dias depois.

16 Acreditamos que a publicação “nasce” no momento em que é entregue para a sociedade, e não “termina”.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

- A FESTA DE LANÇAMENTO -UMA ENTREGA OFICIAL E BONITA

PARA A SOCIEDADE

Ideia básica

Cada publicação é algo importante, um logro, um sucesso. Mas queremos que ela seja conhecida, apreciada e utilizada.

Intenções:

Partilhar a importância da publicação que nasce, oferecer dicas para a sua utilização e criar novas dicas, apresentar os autores, diagramadores e outros gestores, fazer uma introdução dos aspectos de conteúdo que são importantes destacar, entregar alguns exemplares para os participantes, exibir outras publicações associadas.

A sessão de lançamento: Pontos da Agenda

Abertura: Assessoria-Comunicação1. Palavras da direção do INSA. 5 min.2. Apresentação dos autores, diagramadores, outros participantes e gestores.3. Comentarista-leitor-importante-para-o-tema convidado (pode ser 1-3). 20 min. 4. Sugestões ou exemplos para utilização (banner ou grupos de reflexão de, no máximo, 15 min. e galeria). 5. Entrega de publicações (vários pontos de entrega).6. Galeria de objetos associados (banners, outros livros, fotografias, sequência de slides, etc.). 7. Assinatura dos autores na galeria (opcional).8. Coquetel ou comemoração conjunta.

A CAMPANHA

Intenção

Criar o desejo de receber a publicação, mostrar as atividades realizadas no INSA.

Cabe destacar que a frequência na realização desta celebração pode variar de acordo com as atividades e o número de publicações produzidas numa instituição, podendo ter periodicidade mensal, semestral ou até mesmo anual.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

DEZ PASSOS

1. 30 dias antes do dia zero: Reunião com a assessoria e os autores. Primeira notícia para divulgação em alguns meios. Assessoria + autores contatam os/as comentaristas convidados e entregam um manuscrito final para a leitura de cada um, como as condições para o comentário (Tempo: 20 min., no máximo).

2. 20 dias antes do dia zero: A assessoria informa aos possíveis convidados da atividade e pergunta sobre o seu interesse em participar do lançamento. A assessoria pede a produção de resenhas de uma lauda de cada publicação para serem enviadas aos diferentes cadernos de cultura dos jornais, sites, etc., para anteceder a publicação.

3. Dia Zero: Quando as publicações estão fisicamente no INSA. Quem as recebe deve informar a todos os interessados.

4. Dia Zero +1: A assessoria entrega uma publicação terminada aos/as comentaristas. Informa os dados do lançamento para as organizações parceiras e os convidados (público alvo) e publica no site de INSA.

5. Dia Zero +2: A assessoria anuncia os dados do lançamento para a mídia, convida-os e envia as resenhas (uma lauda cada resenha) da publicação aos diferentes cadernos de cultura dos jornais, sites, etc., antecedendo a publicação.

6. Dia zero +3-4-5: A assessoria consegue entrevistas com os autores para a mídia.

7. Dia zero +7: FESTA DE LANÇAMENTO

8. Dia zero +8: A biblioteca envia cópias entre suas redes seletivamente.

9. Dia zero +15: Provocação dos coordenadores da produção da publicação. Rodada de perguntas entre os receptores-chave (telefone ou web): como tem usado a publicação até agora? Dados e sensações.

10. Dia zero +30: Relatório (síntese) pela coordenação da produção da publicação.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

Queremos destacar para os leitores duas formas para obter sugestões que permitam melhorar a aplicação dos momentos de comunicação.

O AVALIADOR SILENCIOSO

Uma ou duas pessoas assistem de forma silenciosa a algum momento de comunicação, apenas observando-o criticamente, a partir de uma perspectiva metodológica. Posteriormente, tais pessoas fazem o seu depoimento para o pesquisador responsável. Esta ação pode contribuir para gerar novas ações que complementem o que foi feito, bem como para aprimorar metodologicamente o tipo de momento.

A VOZ DOS PARTICIPANTES

Consultar os participantes dos momentos de comunicação é sempre uma boa forma de encontrar aspectos que podem ser melhorados e gerar ideias para os próximos passos. Essa consulta pode acontecer ao final da execução do momento ou dias depois.

Existem outras possibilidades que não vamos aprofundar neste momento.

PARA APRIMORAR OS MOMENTOS-AVALIAR

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

PROPOSTA PARA FECHAR ABRINDO

É bom diferenciar alguns momentos de comunicação de outros, praticar a utilização deles e refletir após cada aplicação. Seja como pesquisador, convidador ou como pesquisador convidado. A prática reflexiva nos traz mais perto da perfeição.

Para aprimorar a capacidade de comunicação, você e seus colegas, no centro de pesquisa, no grupo de estudo, no curso, na escola, podem:

1. Identificar uma ação em cada categoria realizada com sucesso, outra que não deu certo e uma que gostariam de promover ou executar;

2. Refletir sobre o que contribuiu para o sucesso e para o insucesso;

3. Priorizar as ações que desejam desenvolver nos próximos seis meses.

O Fechar-Abrindo é um momento de “finalização” relativa de um processo. Por exemplo, de um projeto, um curso, uma leitura ou uma discussão. É a ideia da “morte” de algo, só que gerando intencionalmente o “nascimento” de algo novo, que pode ser um nova ação e/ou processo, um exercício de aprimoramento, uma pergunta para ser resolvida, entre outros.

O conceito de Fechar-Abrindo nasceu vinculado ao “Método de Revisão de Experiências com vista ao Futuro” (REI-F)17.

17 Mais informações sobre o REI-F podem ser encontradas em: <http://pt.scribd.com/doc/37125588/Metodo-REI-F-Revision-de-experiencias-con-miras-a-futuro#scribd>.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

MOMENTO DE COMUNICAÇÃO Ação com sucesso Ação que não deu certoAção que eu quero fazer

(impulsionar)

Consulta Bilateral

Contribuição em Cadeia

Reunião Relâmpago

Conversatório Consciência

Célula

Oficina

CoCo

Expedição Cien fica

Espaços de Par lha Comunicacional

Interins tucional

Momento Insígnia

Seminário Ins tucional

Análise de contexto

Processo de integração de inicia vas

E você, o que faz?

Momento com a Direção

Reuniões

Lançamento de publicações

Sacando ideias

Mostra Cien fica

PARA APRIMORAR MINHA APRENDIZAGEM

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

FONTES (... e recomendações de leitura)

BECHARA, E. Minidicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2009.

BOFF, L. O viver melhor ou o bem viver? Agenda Latino-Americana, 2012. Disponível em: <http://www.servicioskoinonia.org/agenda/archivo/portugues/obra.php?ncodigo=383>. Acesso em: 04 Fev. 2015.

FORERO, L.F.U. As dinâmicas Comunitárias. Síntese nº 2. Campina Grande: INSA, 2013. Disponível em: <http://www.insa.gov.br/wp-content/uploads/2013/12/Texto-de-Felipe.pdf>. Acesso em: 02 Mar. 2015.

FORERO, L.F.U. Dinámicas Comunitarias - Descripción, trampas y más. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/35072831/DINAMICAS-COMUNITARIAS-Descripcion-trampas-y-mas#scribd>. Acesso em: 02 Mar. 2015.

FORERO, L.F.U. Método REI-F (Revisión de experiencias con miras a futuro). Disponível em:<http://pt.scribd.com/doc/37125588/Metodo-REI-F-Revision-de-experiencias-con-miras-a-futuro#scribd>. Acesso em: 12 Mar. 2015.

FORERO, L.F.U. Síntese sobre as dinâmicas comunitárias. Disponível em: <http://es.scribd.com/doc/92092619/SINTESE-SOBRE-AS-DINAMICAS-COMUNITARIAS-Luis-Felipe-ULLOA#scribd>. Acesso em: 02 Mar. 2015.

FORERO, L.F.U.; BEZERRA, H.A.; OLIVEIRA, V.M.N.; MELO, W. 6 Recomendações para melhorar uma discussão (no bom sentido). Coleção: Na busca da sinergia, nº 1. Campina Grande: NIM; INSA, 2014.

GERMANO, M.G. Uma nova ciência para um novo senso comum. Campina Grande: Editora UEPB, 2011.

GÓMEZ, M.N.G.; LIMA, C.R.M. (Orgs.). Razão comunicativa e técnicas de comunicação e informação em rede. Informação e democracia: a reflexão contemporânea da ética e da política. Brasília: IBICT, 2010.

MAFESSOLI, M. A comunicação sem fim (teoria pós-moderna da comunicação). FAMECOS, Porto Alegre, v.1, n.20, 2003. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/3198/2463>. Acesso em: 05 Fev. 2015.

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MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES:

MORIN, E. El Método III- El conocimiento del conocimiento. Antropología del Conocimiento, 1ed. Madrid: Ediciones Cátedra, 1994.

MOSÉ, V. Café Filosófico - Especial Nietzsche. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JLP7E7IQsuU>. Acesso em: 28 Jan. 2015.

MUZINATTI, J.L. Café Filosófico - O pensamento de Nietzsche. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bUvpP_sV33U>. Acesso em: 28 Jan. 2015.

NIETZSCHE, F. A Gaia Ciência. São Paulo: Cia das Letras, 2001.

NIETZSCHE, F. O Nascimento da Tragédia. São Paulo: Cia das Letras, 1992.

MOMENTOS SINÉRGICOSCOMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE PESQUISADORES: