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Vidigueira, 21 de Maio de 2005-05-20 Boa tarde…. Agradecimentos… O meu nome é Carlos Lopes, sou funcionário da Direcção- Geral de Viação e estou aqui nesta bonita e quente tarde de Maio para dar o mote a um debate sobre um tema que me é caro e constitui simultaneamente a missão da organização para a qual trabalho: A Segurança Rodoviária “ Em Portugal nada acontece, «Não há drama, tudo é intriga e trama»… Nada acontece, quer dizer, nada se inscreve – na história ou na existência individual, na vida social ou no plano artístico” escreve José Gil em Portugal, Hoje – O medo de existir e acrescenta mais à frente “ Mas é sem dúvida na esfera da relação com a morte e os mortos que melhor se mostra a recusa dos portugueses de inscrever.” Inúmeros factores contribuem para a ocorrência de acidentes rodoviários. Contudo os estudos efectuados por todo mundo são unânimes: em mais de 90% dos casos as causas directas dos acidentes estão relacionadas com o factor humano. Como podemos intervir no factor humano: - Educação – com efeitos médio a longo prazo e duradouros; - Fiscalização – com efeitos a curto/médio prazo de curta duração - Marketing da segurança rodoviária com efeitos a curto prazo e de curta duração. A utilização conjunta destes dois últimos tem um efeito catalizador. Contudo, para que os nossos esforços nesta batalha particularmente difícil não constituam meros e fúteis expedientes académicos ou burocráticos, é preciso:

Comunicação Vidigueira

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Abordagem do Problema da Segurança Rodoviária em Portugal

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Vidigueira, 21 de Maio de 2005-05-20

Vidigueira, 21 de Maio de 2005-05-20

Boa tarde.

Agradecimentos

O meu nome Carlos Lopes, sou funcionrio da Direco-Geral de Viao e estou aqui nesta bonita e quente tarde de Maio para dar o mote a um debate sobre um tema que me caro e constitui simultaneamente a misso da organizao para a qual trabalho:A Segurana Rodoviria

Em Portugal nada acontece, No h drama, tudo intriga e trama Nada acontece, quer dizer, nada se inscreve na histria ou na existncia individual, na vida social ou no plano artstico escreve Jos Gil em Portugal, Hoje O medo de existir e acrescenta mais frente Mas sem dvida na esfera da relao com a morte e os mortos que melhor se mostra a recusa dos portugueses de inscrever.Inmeros factores contribuem para a ocorrncia de acidentes rodovirios.Contudo os estudos efectuados por todo mundo so unnimes: em mais de 90% dos casos as causas directas dos acidentes esto relacionadas com o factor humano.Como podemos intervir no factor humano:

- Educao com efeitos mdio a longo prazo e duradouros;

- Fiscalizao com efeitos a curto/mdio prazo de curta durao

- Marketing da segurana rodoviria com efeitos a curto prazo e de curta durao.A utilizao conjunta destes dois ltimos tem um efeito catalizador.

Contudo, para que os nossos esforos nesta batalha particularmente difcil no constituam meros e fteis expedientes acadmicos ou burocrticos, preciso:

1. Planear

2. Avaliar os resultados

3. Com coragem, assumir e aprender a partir dos insucessos e dos sucessos.S assim podemos contribuir de uma forma sustentada para que a mensagem fique inscrita na mente das pessoas, e produza o efeito desejado.Outra questo que eu gostaria de deixar prende-se com:Um acidente como processo pode ser descrito como uma cadeia sucessiva de acontecimentos, cada um formando um elo de uma corrente. Pode-se, assim, evitar o acidente rompendo a corrente em qualquer elo.Nesta perspectiva, embora seja determinante a ltima sequncia de acontecimentos (causas directas) e existam os mecanismos necessrios determinao da responsabilidade civil e eventualmente criminal, felizmente, em maior parte dos casos, possvel para todos os intervenientes, atravs do seu comportamento cortar essa cadeia e evitar o acidente (Quem no tem experincias deste tipo quase diariamente?). Nesta medida somos todos responsveis e temos forma de contribuir de forma directa para a segurana rodoviria, no nos deixando resvalar para a posio fcil da desresponsabilizao.H que incentivar a conduo e deslocao a p defensiva.

Quero deixar aqui um alerta!

Durante 13 anos vivi nos Aores na Ilha de So Miguel na qual se diz que num dia acontecem as quatro estaes do ano, e que tem como segundo nome: a Ilha Verde, por manter todo o ano os pastos com erva verde, em resultado da humidade e regime de chuvas.

As vias urbanas, e no s, no incio da minha estadia eram pavimentadas com paraleleppedos de basalto, polidos ao longo dos anos e com ervas nas juntas, mesmo em locais de grande trfego.

Quando chovia qualquer travagem brusca tinha como consequncia a bloqueio das rodas e deslizamento da viatura, muitas vezes com consequncias indesejveis.Quando chove, mesmo com bons pavimentos e sem o verde das ervas de So Miguel, as distncias de paragem aumentam consideravelmente.

Convido os presentes nos dias de chuva que este ano tanto teimaram em fugir de Portugal se imaginem a conduzir no a sua viatura XPTO com ABS etc que vos enche o ego e esvazia a carteira mas um venho Mini ou Volksvagem carocha, e contribuam desta forma o aumento da segurana rodoviria.

Um ltimo caso para pensar:

Nos incios dos anos 60, numa pequena e pacata cidade holandesa chamada Delft, os moradores de uma artria residencial saturados de assistirem passagem de veculos em frente das suas casas a velocidades elevadas e dos inconvenientes que esses comportamentos tinham na sua vida resolveram fazer alguma coisa:

Levantaram alguns blocos do pavimento desenhando um percurso sinuoso. Os condutores das viaturas obrigados a percorrer um trajecto serpenteado foram obrigados a reduzir a velocidade, o que deixou os moradores mais tranquilos e mais seguros.

Hoje dia esta iniciativa evoluiu para algo que conhecido em todo o mundo: A acalmia do trnsito (lombas, chicanas etc.)

Obrigado pela V. ateno.