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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Ano VIII - Edição 90 - MAIO 2015 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê www.culturaonlinebrasil.net /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org Comunicação e Ética pilares para uma gestão de marketing adequada aos no- vos tempos Dia Internacional dos Museus Dia da língua Nacional Artigos Genha Auga - Á grande mãe,Cósmica, Amoro- sa Fonte Altíssima, Eterna ... - Crise. Nicole Verillo Campello - Um dos maiores problemas que temos no Brasil hoje, senão o maior, é a ignorância e o despre- zo aos direitos humanos. Omar de Camargo Ivan Claudio Guedes - Professores no Paraná, São Paulo, Pernambuco,Pará, Santa Catarina e em muitos outros Es- tados e municípios cobram o cumprimento da Lei do Piso. Loryel Rocha - A "Declaração de Veneza" torna claro que aliado a necessidade de reforçar a complementaridade entre Ciência e Tradição existe também o desafio de integrar a ambos com a Religião. Mariene Hildebrando - O princípio da igualdade está consagrado no artº 5º da Consti- tuição Federal. Alberto Romano Schiesari -Terceirização: o paraíso dos atra- vessadores - Música Brasileira - Cultura - Cidadania Agora também no seu .www.culturaonlinebrasil.net Liberdade de Imprensa A liberdade de imprensa não pertence às empresas jornalísticas. É um valor democrático da sociedade e pressu- põe o direito de informar e de ser infor- mado, com precisão e honestidade. 13 de Maio Dia Mundial do Campo Escola e Comunidade O desenvolvimento integral das cri- anças e jovens não é responsabili- dade apenas da escola e da família.

Comunicação e Ética · 2017. 10. 2. · o mundo. Tivemos de Júlio César a Alexandre, o Grande. Dizem que é moderno e é mais antigo do que todos nós. É uma realidade objetiva

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Page 1: Comunicação e Ética · 2017. 10. 2. · o mundo. Tivemos de Júlio César a Alexandre, o Grande. Dizem que é moderno e é mais antigo do que todos nós. É uma realidade objetiva

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Ano VIII - Edição 90 - MAIO 2015 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

www.culturaonlinebrasil.net /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org

Comunicação e Ética • pilares para uma gestão de marketing adequada aos n o-

vos tempos

Dia Internacional dos Museus

Dia da língua Nacional

Artigos

Genha Auga

- Á grande mãe,Cósmica, Amoro-sa Fonte Altíssima, Eterna ...

- Crise. Nicole Verillo Campello

- Um dos maiores problemas que temos no Brasil hoje, senão o maior, é a ignorância e o despre-zo aos direitos humanos. Omar de Camargo Ivan Claudio Guedes

- Professores no Paraná, São Paulo, Pernambuco,Pará, Santa Catarina e em muitos outros Es-tados e municípios cobram o cumprimento da Lei do Piso.

Loryel Rocha

- A "Declaração de Veneza" torna claro que aliado a necessidade de reforçar a complementaridade entre Ciência e Tradição existe também o desafio de integrar a ambos com a Religião.

Mariene Hildebrando

- O princípio da igualdade está consagrado no artº 5º da Consti-tuição Federal.

Alberto Romano Schiesari

-Terceirização: o paraíso dos atra-vessadores

- Música Brasileira - Cultura - Cidadania

Agora também no seu

.www.culturaonlinebrasil.net

Liberdade de Imprensa A liberdade de imprensa não pertence às empresas jornalísticas. É um valor democrático da sociedade e pressu-põe o direito de informar e de ser infor-mado, com precisão e honestidade.

13 de Maio

Dia Mundial do Campo

Escola e Comunidade

O desenvolvimento integral das cri-anças e jovens não é responsabili-dade apenas da escola e da família.

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 2

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download

Editor : Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Faça uma assinatura mensal por apenas R$ 5,00

Email : [email protected]

Gazeta Valeparaibana e

CULTURAonline BRASIL

Juntas, a serviço da Educação e da divulgação da

CULTURA Nacional

FRASES MUJICA

"Eu não sou pobre, eu sou sóbrio, de

bagagem leve. Vivo com apenas o sufi-ciente para que as coisas não roubem

minha liberdade." ***

"O casamento gay é mais velho do que o mundo. Tivemos de Júlio César a Alexandre, o Grande. Dizem que é

moderno e é mais antigo do que todos nós. É uma realidade objetiva. Existe.

E não legalizar seria torturar as pessoas desnecessariamente".

*** "Eu acho que nós estamos sendo usa-dos como ratinhos de laboratório. Por

que a Phillip Morris está prestando tanta atenção em um país tão

pequeno? Eu tenho certeza que eles vendem mais cigarros em qualquer

bairro de Nova York do que no Uruguai."

*** "Tive que aguentar 14 anos em cana

(...). Nas noites que me davam um col-chão eu me sentia confortável, aprendi

que se você não pode ser feliz com poucas coisas você não vai ser feliz

com muitas coisas. A solidão da prisão me fez valorizar muitas coisas."

*** "O que é que chama a atenção

mundial? Que vivo com pouco, em uma casa simples, que ando em um carrinho

velho, essas são as notícias? Então este mundo está louco, porque o nor-

mal surpreende." ***

"Eu não vou ser um velho aposentado que vai para um canto escrever suas memórias. Eu não vou escrever nada, não tenho tempo, tenho coisas para

fazer".

Editorial

Rádio web CULTURAonline Brasil

NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline Brasil, prioriza a Educaç ão, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Socie-dade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e , onde a Educação se discute num debate aberto, crí tico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no link: www.culturaonlinebrasil.net

À Grande Mãe

Ó Grande Mãe Cósmica, Amorosa Fonte Altíssima, Eterna Geradora, Nossa Sagrada Origem, sinto um desejo elevado de vos agradecer, de vos venerar, homenageando todas as nossas ma-mães, em todos os povos, em todos os momentos de um reconhecimento eterno.

Vós que unida estais ao Princípio Masculino, desde o início da Manifestação Primordial Cósmica, gerastes a natureza material, desde a energia condensada em micro pacotes das partículas su-batômicas até o macrocosmo, manifesto por todas as galáxias no espaço infinito – e vós sois es-te infinito, que contém toda a energia visível e invisível.

Em algum momento da eternidade, fecundada pela energia viva do Oposto unido a vós, gerastes a Vida, programada para a evolução, que se nos apresenta na multiplicidade dos seres temporá-rios, da qual faço parte, bem como todos os meus irmãos e irmãs.

Ó Grande Mãe, acolhe-me em vosso seio, mantenha-me em vosso abraço, inunda o meu ser com vossa energia amorosa, mantendo-me vivo e jovem além do aqui e agora, além do corpo perecível. Quando aquele momento chegar, em que abandonarei o estado sólido, para ir além de todos os estados, unindo-me a vós no vazio preenchido pelo Pensamento do Eterno, na Luz Pu-ríssima que não é a física, com certeza estarei em vosso “útero etéreo”, protegido e sendo rees-truturado para prosseguir no Caminho do Espírito. Permita-me que, aprendendo pelo vosso e-xemplo, também seja igualmente capaz de manifestar um amor de tal grandeza, como é o vosso Amor.

Desde o surgir da humanidade consciente, manifestais a vossa Presença, constantemente, sim-bolicamente, em muitas mães na história das diversas culturas, como mães graciosas; mães a-morosas; mães dolorosas; mães carinhosas; mães guerreiras; mães heroicas; mães protetoras; mães severas; mães doadoras; mães criativas; mães altruísticas; e, principalmente, as mães que perdoam, sem exigirem qualquer retorno.

Ó Luminosa, todos os dias são “dias das mães”; todavia neste segundo Domingo de Maio estará consagrado, mais uma vez no ciclo anual, a vós. Recebei de todos os vossos filhos o ósculo sa-grado!

Por isto, quero vos gritar o meu sentimento, sempre:

- Amo-vos! Amo-vos! Amo-vos!

- Adoro-vos! Adoro-vos! Adoro-vos!

Samuel Kauffmann

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e demais conteúdos são de

inteira responsabilidade dos colabo-radores que assinam as matérias, podendo seus conteúdos não cor-

responderem à opinião deste proje-to nem deste Jornal.

CULTURAonline BRASIL

...Pois o que há nessa terra de mais importante que as mães... amor que vai além da simples genética, é entrega de toda alma, d e todo coração....

é doação... é devoção... Daniela Pizani

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 3

DIA Mundial da Liberdade de Imprensa

Liberdade de Imprensa

A liberdade de imprensa não pertence às empresas jornalísticas. É um valor democrá-tico da sociedade e pressupõe o direito de informar e de ser informado, com precisão e honestidade. Essa liberdade não autoriza a mentira, a distorção ou a injúria, não endos-sando a ilação no lugar de apuração, o ouvir dizer ao invés do testemunho, não podendo também omitir fatos e notícias e nem mes-mo ser um refúgio da leviandade, nem gazu-a para o negócio da notícia em prejuízo do interesse da notícia.

Num episódio conhecido, o da divulgação do vídeo onde mostrava as atitudes arbitrá-rias de policiais junto à favela Naval, em Di-adema-SP, a imprensa trouxe ao conheci-mento público, fatos reais que ajudaram a reprimir atos criminosos praticados por pes-soas sem condições de trabalhar junto ao público; por outro lado, o noticiário trouxe também prejuízos irreparáveis aos proprietá-rios da Escola Infantil Base, acusados injus-tamente de abusos sexuais contra crianças, fatos não confirmados, os quais foram larga-mente explorados pela mídia impressa e fa-lada. Estas ocorrências levam-nos a exigir um comportamento mais ético dos profissio-nais da área, no tocante à divulgação de fa-tos somente após efetiva comprovação.

A impressa tanto escrita como falada tem um papel fundamental nas vidas das pesso-as, são elas de grande utilidade dos fatos ocorridos. Como em toda área de trabalho há profissionais altamente qualificados que merecem atenção e respeito, mas infeliz-mente há outros que agem de maneira irres-ponsável a liberdade de impressa. A socie-dade está o tempo todo envolvida por pro-pagandas, noticiários e informações que são muitas vezes enganosas e sensacionalistas fazendo com que as pessoas que se tornem vulneráveis a má imprensa. O desenvolvi-mento do pensamento crítico é a melhor ma-neira de defender-se contra a influência ide-ológica de uma imprensa banal.

Liberdade é um estado que confere pelos poderes ao indivíduo e pode ser usada de várias formas, porém, se bem entendida, por si só criará limites e regras que tornarão a convivência entre os homens harmoniosa, gratificante e produtiva.

Partindo do princípio que todos os homens nascem livres e iguais perante a lei, com di-reitos e obrigações, podemos usar o direito à liberdade para o lado positivo ou negativo com consciência. Certamente seremos co-brados pela sociedade se confundirmos li-berdade com libertinagem.

Da redação

Calendário do mês

Feriados, Datas Comemorativas 01 Dia Mundial do Trabalho 02 Dia Nacional do Ex-combatente 03 Dia Mundial da Liberdade de Imprensa 03 Dia do Sol 03 Dia do Sertanejo 05 Dia Nacional das Comunicações 05 Dia da Comunidade 05 Dia Nacional do Expedicionário 05 Dia do Marechal Rondon 07 Dia do Silêncio 08 Dia Internacional da Cruz Vermelha 09 Dia da Europa 10 Dia do Campo 12 Dia Mundial do Enfermeiro 13 Dia da Abolição da Escravatura 13 Dia da Fraternidade Brasileira 15 Dia Internacional das Famílias 17 Dia Internacional das Telecomunicações 17 Dia da Constituição 18 Dia Internacional dos Museus 21 Dia da Língua Nacional 25 Dia da Indústria 30 Dia das Bandeiras 31 Dia Mundial do Combate ao Fumo 31 Dia Mundial das Comunicações Sociais

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Professores no Paraná, São Paulo, Pernam-buco,Pará, Santa Catarina e em muitos ou-

tros Estados e municípios cobram o cumpri-mento da Lei do Piso.

Página 9

Sinclair Lewis (1885-1951) primeiro estadunidense a ganhar o Prêmio Nobel

de Literatura, em 1930; Edgar Allan Poe (1809-1849), considerado pai da mo-derna literatura detetivesca; Eugene O’Neill (1888-1853) outro estadunidense que ganhou o Nobel de Literatura (em 1936); Paul Verlane (1844-1896), poe-ta francês; Jack London (1876-1916), escritor genial dos Estados Unidos; D-ylan Thomas (1914-1953), poeta nascido no País de Gales; F. Scott Fitzge-

rald (1896-1940), mais um grande escritor estadunidense… O que esse pes-soal todo tinha em comum? Eram alcoólatras, assim como as cantoras Edith Piaf e Janis Joplin, o ator Douglas Fairbanks Jr., a dançarina Isadora Duncan,

o escritor Ambroise Pierce, o general Ulysses S. Grant e o rei Eduardo VIII, da Inglaterra.

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 4

Dia Nacional das Comunicações

Comunicação e Ética : pilares para u-ma gestão de marketing adequada aos novos tempos

Vivemos hoje numa sociedade dominada pela tecnologia, em que as fronteiras culturais são difusas e em que o futuro da humanidade é co-

locado em xeque pela crise ambiental e pela manutenção das injusti-ças sociais. Poderíamos dizer que vivemos uma crise de valores. Lu-tamos por séculos pelo aumento das liberdades individuais e hoje não sabemos muito bem o que fazer com tantas opções e com a ausência de limites. É nesse vácuo que Kotler (2010) apresenta a sua nova vi-são de marketing baseada em valores. Ou seja, para o autor, as em-presas que souberem se diferenciar pelos seus valores e pelas suas soluções para os problemas da sociedade serão aquelas que se sai-rão melhor na arena competitiva no longo prazo.

Nesse sentido, a comunicação tem um papel fundamental. Para uma empresa se diferenciar por seus valores ela precisa ter um diálogo transparente com a sociedade e ser coerente com a imagem que constrói em suas interações com seus públicos de interesse. Como ressalta o consultor Gustavo Gomes de Matos, a “comunicação tanto pode construir como destruir reputações empresariais, credibilidade pública e imagens institucionais. Por isso, a comunicação tem estreita relação com a ética e a responsabilidade social” (Matos, 2012).

As principais tendências que levaram Kotler (2010) a desenvolver sua nova abordagem de marketing foram as que ele chama de a “Era da participação”, a “Era do paradoxo da globalização” e a “Era da socie-dade criativa”.

A “Era da participação” diz respeito à ascensão da tecnologia, em es-pecial das mídias sociais, que permitiram aos consumidores saírem de suas posições passivas aumentando exponencialmente a conecti-vidade e a interatividade entre pessoas e grupos. Esse contexto apre-senta duas questões principais para a gestão de marketing na visão de Kotler (2010). A primeira é que a influência da propaganda corpo-rativa em moldar o comportamento dos consumidores diminuirá pro-porcionalmente ao aumento da participação de consumidores expres-sando suas opiniões e experiências na rede. A segunda é que, como as mídias sociais têm um custo baixo e são pouco tendenciosas, elas se tornarão o paradigma das comunicações de marketing no futuro.

Sobre a “Era do paradoxo da globalização”, Kotler (2010) descreve três paradoxos claros da globalização. O primeiro é o paradoxo políti-co em que é possível um país ser politicamente fechado enquanto su-a economia é aberta, como no caso da China. O segundo é o parado-

xo da economia global que por um lado pode aumentar as riquezas de um país, mas por outro pode causar o aumento da desigualdade social. Por fim, o terceiro paradoxo diz respeito ao fato de que ao mesmo tempo em que a globalização cria uma cultura global univer-sal, por outro, ela fortalece culturas tradicionais.

As consequências desses paradoxos, segundo o autor, são vistas na pressão que os cidadãos sofrem para se tornar globais e ao mesmo tempo locais, aumentando os níveis de ansiedade, sobrecarregando as pessoas de valores conflitantes e fazendo com que elas busquem se associar a grupos e instituições que propiciam um sentido de conti-nuidade, conexão e direção para elas.

A terceira tendência apresentada por Kotler (2010), a “Era da socieda-de criativa”, aponta para ascensão de uma sociedade na qual os con-sumidores mais expressivos e colaborativos nas redes sociais influen-ciarão as opiniões a respeito dos paradoxos da globalização e dos problemas sociais, moldando a visão dos outros.

Segundo o autor, os cidadãos criativos como os membros mais avan-çados da sociedade favorecerão as marcas colaborativas e culturais e criticarão aquelas que impactam negativamente a vida das pessoas. Dessa forma, os consumidores buscarão produtos e serviços que sa-tisfaçam não só suas necessidades, mas também que proporcionem experiências memoráveis e que toquem seu lado espiritual. Resumin-do (Kotler, 2010, p. 21): “Proporcionar significado é a futura proposi-ção de valor do marketing” e os modelos de negócio baseados em valores serão os mais inovadores.

A verificação dessas três tendências faz o marketing evoluir do foco nos consumidores para o foco nos valores humanos (Kotler, 2010). Entretanto, Kotler nos lembra que ainda há muitas empresas que pra-ticam tanto o marketing 1.0, focado nos produtos, quanto marketing 2.0, focado no consumidor. Exemplos disso são os casos abordados pelo ERA como o da academia de ginástica em Dubai que usou uma imagem do Holocausto associada à ideia de perda de peso e o das propagandas de maquiagens da L’Oréal, que exageram no recur-so de melhorar digitalmente a imagem das mulheres retratadas usan-do seus produtos.

Essas empresas parecem esquecer que a função estratégica da co-municação de marketing não é apenas vender um produto ou serviço, mas também consolidar a imagem empresarial. Assim, quanto menos éticas elas se apresentarem em suas comunicações corporativas, mais suas imagens serão associadas a valores negativos. Seguindo Kotler (2010), essa não parece ser uma boa receita para se alcançar sucesso comercial e institucional no cenário em que vivemos.

Publicado originalmente em: era.org.br/

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A vida sexual de certos seres não é atraente para nós. O percevejo, por exemplo, fura as costas da fêmea com um ferrão que têm à frente do pênis, ejacula nesse buraco e o esperma entra no sangue dela até encontrar os ovários. O escorpião macho agarra a fêmea pelas pinças, ejacula no chão e a arrasta para que o órgão reprodutor dela entre em contato com os espermatóforos. Os pinguins imperadores só fazem sexo uma vez por ano, e a transa dura dois a três minutos. Mas a fama de safados dos macacos se justifica no caso dos chimpanzés, que fazem masturbação mútua e têm práticas orais. As fêmeas são insaciáveis (ninfomaníacas?) no período de fertilidade e podem ter mais de vinte relações sexuais num dia.

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 5

Cidadania

CRISE

Influenciados por um senso coletivo, vimo-nos atrelados a um beco sem saída, para-lisados e longe de ações coerentes e pro-dutivas.

Apesar de parecer não se ter mais o con-trole de nada, é controverso, pois o con-trole está nas reações de cada um diante

da situação. Não é fácil administrar e viver num país em crise, mas, olhar tudo pelo lado negativo não nos levará a condições me-lhores, bem como, um comportamento passivo só nos fará reféns de uma história onde não seremos protagonistas.

Nesse momento de crise devemos avaliar e analisar de forma cau-telosa, sintonizados, de forma que encontremos outros rumos que não seja o desânimo e nem crenças nos discursos daqueles que se aproveitam da situação para “tirar vantagens” da ocasião.

Abrir mão da resistência ao novo e rever estratégias e outras saí-das são alternativas para obtermos critérios e motivação para su-perarmos esse momento difícil e legitimar novos rumos.

Não podemos esquecer de que tudo tem um tempo para amadure-cer e que para obtermos retorno de toda e qualquer ação, será preciso “jogo de cintura” para agir no momento certo e com atitu-des pensadas, bem estudadas que poderão nos levar a colher bons frutos.

Não adianta só jogar contra ou, “remar contra a maré”, isso cansa-rá os braços do mesmo jeito que se arregaçarmos as mangas de-terminados e unidos em causa própria e pela nação, sem ceder aos ideais de oportunistas desenfreados e analfabetos de história.

Só assim, com resiliencia e nutridos de atitudes positivas e sensa-tas, haveremos de conduzir esse tempo inóspito a outras formas de solução, pois, agir sem lema, apenas tornará o peso do mo-mento maior ainda.

Genha Auga jornalista/escritora – MTB: 15.320

Na cidade, a pressão da opinião pública é capaz de fazer o que a lei não consegue

Porque precisamos fazer a Reforma Política no Brasil?

Seus impostos merecem boa administração. Bons políti-cos não vem do nada. Para que existam bons políticos

para administrar o país, toda a sociedade precisa colaborar para que eles possam nascer e terem sucesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a qualidade da política. Os políticos "tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode mudar a situa-ção atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados !

SOBRE DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

Democracia representativa é o exercício do poder po lítico pe-la população eleitora não diretamente, mas através de seus representantes, por si designados, com mandato para atuar em seu nome e por sua autoridade, isto é, legitimad os pela

soberania popular.

VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL!

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Corrupção, Dignidade e Direitos Humanos: O que você tem haver com isso? "Só a participação cidadã é capaz de mudar o país” (Hebert de Souza)

Um dos maiores problemas que temos no Brasil hoje, senão o maior, é a ignorância e o des-prezo aos direitos humanos. O povo brasileiro não conhece seus direitos, inclusive nossos representantes, que quando os conhecem, os ignoram. Essa ignorância e desprezo são res-ponsáveis pela desgraça em que vivem milhares de pessoas no nosso país, e garantem a existência de um câncer na política brasileira: a corrupção. A corrupção corrompe seres hu-manos e corrompe direitos humanos. A corrupção causa a miséria, a carência e a pobreza, nega dignidade a milhares de seres humanos.

De acordo com o Art. 6° da Constituição Federal de 1988 são nossos direitos sociais: a edu-cação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Esses direitos nos garantem, junto aos demais direitos fundamentais, nossa dignidade. E devemos entender dignidade como tornar possíveis e cotidianos todos os direitos a que temos direito.

E quem deve garantir esses direitos? O Estado, conforme o Art. 1° da Constituição: A Repú-blica Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III a dignidade da pessoa humana.

São esses direitos e conseqüentemente a nossa dignidade que a corrupção corrói, seja a corrupção típica, caracterizada pelo desvio de verbas públicas, seja a corrupção caracteriza-da pela ineficiência na gestão pública, pois também é corrupto aquele que não tem compe-tência para o cargo que ocupa, deixando de garantir os direitos a sua população quando rea-liza políticas públicas ineficientes, que em nada contribuem para a qualidade de vida dos cidadãos. Serviços urbanos são prejudicados, obras públicas abandonadas e direitos funda-mentais esquecidos e ignorados. A frieza, descaso e abandono com que os gestores públi-cos corruptos tratam sua população é assustadora, são verdadeiros assassinos.

A corrupção não permite uma educação de qualidade, desmotiva professores, encurta a vida das pessoas, alimenta o desemprego, permite que pessoas tenham as ruas como lar, assas-sina inocentes e protege bandidos, permite que milhares de pessoas morram nas filas dos hospitais todos os dias. Direitos são negados diariamente bem na nossa cara. O poder públi-co corrupto fica cada vez mais distante da população, serve seus interesses particulares, por exemplo, comprando carros de luxo com dinheiro que deveria garantir uma merenda escolar de qualidade.

O Estado existe para servir o povo e não para servir-se. Está no Art. 37 da Constituição: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

E o que assusta mais do que a frieza dos corruptos é a forma como os brasileiros assis-tem e vivem essa corrupção de forma passiva, sem cobrar, sem conhecer e sem fazer valer os seus direitos, sem sequer conhecer o único documento que nos uni-fica como cidadãos, a Constituição da República Federativa do Brasil. É fundamen-tal a participação cidadã para combater à corrupção, para garantir a dignidade de todos os cidadãos e cada um de nós não só deve como pode participar.

Nós, cidadãos, temos o poder de responsabilizar os agentes públicos pelo o que eles fazem e deixam de fazer, garantido pela Constituição no Parágrafo Único do Art.1°: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes e-leitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Cobrar, se informar e exigir informações é um direito seu. Se informe, leia a Constituição e exerça seu dever como cidadão. A organização da sociedade civil e o exercício do controle social são essenciais para garantia da dignidade de todos no nosso país.

Nicole Verillo Campello

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 6

Dia da Abolição da Escravatura

A cada ano, milhares de trabalhadores pobres são recrutados para trabalhar em fazendas, carvoarias, canteiros de obras e oficinas de costura e, posteri-ormente, submetidos a condições degradantes de serviço ou impedidos de romper a relação com o empregador. Não raro, permanecem sem poder se desligar do empregador até que terminem a tarefa para a qual foram aliciados, sob ameaças que vão de torturas psicológicas a espancamentos e assas-sinatos. No Brasil, essa forma de exploração é cha-mada de trabalho análogo ao de escra-vo, escravidão contemporânea ou nova escravidão, prevista como crime no Código Penal (artigo 149), com pena de dois a oito anos de reclusão.

Sua natureza econômica difere da escravidão da Antiguidade clássica e daquela que aqui existia du-rante a Colônia e o Império, mas o tratamento de-sumano, a restrição à liberdade e o processo de “coisificação” são similares. O número de trabalha-dores envolvidos é relativamente pequeno se com-parado com a população economicamente ativa, porém não desprezível: de 1995 – quando o siste-ma de combate ao trabalho escravo contemporâ-neo foi criado pelo governo federal – até hoje, mais de 44 mil pessoas foram resgatadas dessa situa-ção, de acordo com dados do Ministério do Traba-lho e Emprego.

A produção capitalista necessita de espaços não capitalistas para se desenvolver. Em função de sua natureza, não admite limitações na aquisição de matéria-prima e na criação de mercados. Vale lem-brar que ao longo de séculos, países e corpora-ções têm ido à guerra por esse motivo. Em um cur-to espaço de tempo, de acordo com uma sinaliza-ção de demanda no Extremo Oriente, empreendi-mentos agropecuários no interior da Amazônia são capazes de se expandir sobre áreas, na maioria das vezes, ocupadas por populações que vivem sob outro modo de produção. Em questão de anos, surgem grandes fazendas de gado, lavouras de soja, algodão e cana-de-açúcar, além de carvoari-as, produzindo matéria-prima e gêneros alimentí-cios, onde antes viviam populações indígenas, camponeses, comunidades quilombolas ou ribeiri-nhas.

Nessa expansão, podem coexistir tecnologia de ponta e formas ilegais de trabalho. O que parece contraditório na verdade expressa um processo fundamental para o desenvolvimento desses em-preendimentos, acelerando sua capitalização e ga-rantindo a capacidade de concorrência.

A utilização de trabalho escravo contemporâneo não é resquício de modos de produção arcaicos que sobreviveram provisoriamente à introdução do capitalismo, mas sim um instrumento utilizado pelo próprio capital para facilitar a acumulação em seu processo de expansão. A superexploração do tra-balho, da qual a escravidão é sua forma mais cruel, é deliberadamente utilizada em determinadas regi-

ões e circunstâncias como parte integrante e instru-mento do capital. Sem ela, empreendimentos mais atrasados em áreas de expansão não teriam a mesma capacidade de concorrer na economia glo-balizada.

Há condições sociais que facilitam a disponibiliza-ção de mão de obra para essa pilhagem constante da força de trabalho. Em verdade, elas são conse-quências da existência do velho e bom exército de reserva de mão de obra, que resulta da progressiva redução da participação relativa do trabalho na composição do capital, mas também do processo de grilagem e expulsão de posseiros e de outras populações tradicionais de suas terras na região de fronteira agrícola amazônica – frequente durante o regime militar nas décadas de 1970 e 1980 e que se mantém ainda hoje – que serve tanto para au-mentar o contingente de mão de obra para o cam-po e as cidades, quanto para ampliar os territórios dos empresários.

Isso, estruturalmente, gera um excedente alijado de meios de produção e emprego, diminuindo o valor de mercado a ser pago por um serviço. Os trabalhadores são impelidos a aceitar a oferta de serviço do “gato”, mesmo não recebendo garantias de que as promessas dadas no momento do recru-tamento serão cumpridas. Baseado nesse contexto de fragilidade social, o empreendedor pode utilizar a mão de obra necessária pagando o montante que desejar. Que pode ser praticamente nada no caso do trabalho análogo ao escravo.

As propriedades rurais mais atrasadas do ponto de vista tecnológico tendem a compensar essa dife-rença por meio de uma constante redução da parti-cipação do “trabalho” no seu custo total. Simulam, dessa forma, uma composição orgânica do capital de um empreendimento mais moderno, em que a diminuição da participação do custo do trabalho se dá através do desenvolvimento tecnológico. Tradu-zindo para o português: há fazendeiros que retiram o couro do trabalhador para poder concorrer no mercado. Outros se aproveitam dessa alternativa não para gerar competitividade, mas para capitali-zar-se durante um período de tempo (e depois tro-car trabalhadores por colheitadeiras) ou aumentar sua margem de lucro.

Esse processo de acumulação baseado em formas antigas de produção opera no momento de expan-são do sistema, em que este consome formas exte-riores para crescer. Depois, essas formas são intro-duzidas no próprio modo de produção, que continu-a seu avanço. Essa inserção não é automática, mas sim um processo que varia em tempo e inten-sidade, de acordo com o tipo de empreendimento e seu grau de modernização.

Há atividades que, por motivos técnicos – seja por-que não é possível sua mecanização, seja porque a utilização de mão de obra demanda menor inves-timento inicial, continuam excessivamente depen-dentes de trabalho manual.

Um dos casos registrados de escravidão contem-porânea está no desmatamento e limpeza de anti-gas áreas abandonadas para a introdução de em-preendimentos agropecuários ou extrativistas. A força de trabalho é utilizada para derrubada de ma-ta nativa, construção de cercas, plantação de pas-tos, produção de carvão vegetal, e catação de raí-zes para possibilitar o cultivo da soja e do algodão.

Dessa forma, esses empreendimentos são capa-zes de gerar recursos já no momento de sua aber-tura

Da redação

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Dizem que o trabalho enobrece o homem, mas quem já viu alguém que virou nobre

por ter trabalhado? * * *

Criminoso rico não vai preso: foge de carro, enquanto o castigo anda a cavalo.

* * * Ficou rico,

Subiu na vida! Mas que ridico!

* * * Algumas profissões no Brasil precisam ser redefinidas: metalúrgico é quem leva ferro; carpinteiro é o que leva pau; fumageiro é o

que leva fumo; barbeiro é o que leva na cabeça e banqueiro é quem banca tudo

isso. * * *

Banqueiros alegres, povo triste! * * *

Os capitalistas querem sim preservar a natureza… desde que isso lhes dê lucro,

claro! * * *

Num sistema com péssima distribuição de renda, todo pecado é capital.

* * * Capitalista xucro! Não vive a vida,

Só pensa no lucro * * *

Os comentaristas econômicos de rádio, TV, jornais e revistas, em sua grande

maioria, não são nada econômicos em elogios ao capital.

* * * A União Soviética podia ser uma merda

para quem morava lá, mas seu fim foi uma merda para os trabalhadores do resto do

mundo: temos agora o capitalismo de rédea solta, sem medo de revoluções.

* * * Há assaltos que são feitos dentro da lei: o imposto de renda descontado nos salários,

por exemplo. * * *

Economista de mão cheia! Economiza muito

A renda alheia * * *

Jornais e revistas jornalísticas são muito importantes para denunciar as mutretas que são feitas fora das suas respectivas

empresas.

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 7

Literatura

COMO É SEU AMOR? Você é daqueles com um grande número de amigos que gritam essa estima nas redes sociais todos os dias e nos finais de semana estão acompanhados da solidão... Você é daqueles que escrevem versos e enviam flores nas datas es-peciais e suas palavras ficam engavetadas juntamente com as pétalas secas das flores que rapidamente murcham... Você é daqueles que está ao lado da pessoa amada somente nos mo-mentos alegres e divertidos... Você é daqueles que ama se pra dormir de “conchinha” foi preciso an-tes uma boa “transa” mesmo que tenha sido regado a um desejo “elaborado” por uma mentira... Ou, Você está sempre ao lado de quem precisa e te considera verdadeira-mente, nem que seja um único amigo... Você em situação adversa fica ao lado e faz companhia mesmo que com menos palavras demonstra muito amor com atitudes e boa vonta-de... Você abre mão de seu espaço para acolher alguém que precisa e faz concessões tolerando os dias difíceis e as manias estranhas do ou-tro... Você respeita a ausência, controla o ciúme e resiste à vontade evitan-do adequar o outro à sua necessidade... Você entende que amar significa poder falar a verdade dando espaço à sinceridade sem precisar machucar o outro... Pois é, O amor ou desamor se desenvolve conforme o alimentamos ocupan-do espaços que -trazendo ou não a felicidade - e dependendo de co-mo fortificamos sua raiz, não será fácil - em nenhuma das situações - desvencilhar-se dele! GenhaAuga – jornalista/escritora – MTB: 15.320

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, enco ntramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a de vassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não te-nha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você mesmo nos mais divergentes momento s que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estã o à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu f uturo amanhã.

MÃE

Anda a passos largos num caminho árduo. Deixa rastros de melancolia e de alegrias...

Pensa no que precisa e não enfraquece, para ser atendida e ser ouvida.

Nas adversidades e aflições,

não se desespera, entrega-se a Deus e voa... A mão divina lhe mostra sua grandeza,

põe lhe à frente de seus atributos.

Guerreira, alicerce da família! Abraça os filhos, cuida do pai,

vela também pela mãe. Engrandece a vida do homem com a sua.

Mãe tem a natureza do aprimorar,

traz ao mundo o amor. Seu gesto nobre muda o caráter do menino,

muda o destino do homem.

Mãe!

Beleza eterna onde a vida se renova!

GenhaAuga jornalista/escritora – MTB: 15.320

Nós, brasileiros, estranhamos certas palavras em línguas nórdicas, cheias de consoantes e quase sem vogais, mas eles também devem estranhar – pelo motivo oposto – algumas palavras do nosso vocabulário, cheias de vogais. Uma palavra da língua “brasileira” tem cinco vogais juntas: piauiense. Digo língua “brasileira” porque tem a terminação portuguesa, mas deriva do tupi. Piauí, nesta língua, significa rio do piau. Piau, nome de um peixe, por sua vez, significa pele mancha-da. Ele é conhecido também pelos nomes piaba, piapara e canivete. Os árabes escrevem ao contrário de nós, que escrevemos da esquerda para a direita. A escrita japonesa é vertical, do alto para baixo, mas também é “de trás pra frente” em relação à nossa: a primeira página dos livros ou revistas é a nossa última. Os gregos tiveram dúvidas durante muito tempo quanto à direção da escrita. Alternaram várias vezes escrevendo da direita para a esquerda e vice-versa. Só por volta do ano 500 a.C. é que adotaram pra valer a escrita e a leitura da es-querda para a direita.

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 8

5 de Maio - Dia mundial do Campo

No último dia 3 foi o Dia do Solo e dia do Pau Brasil. dia 5 é o Dia Mundial do Cam-po. Aproveitando para parabenizar as institui-ções que contribuem com ações efetivas com a intenção de manter o homem no meio rural com susten-tabilidade e respeito ao

meio ambiente, cuidando do nosso solo e ajudando os agricultores familiares a produzirem com maior rentabilidade, trazendo dignidade para suas famílias

Campos: Apesar de não existir um conceito único sobre o termo “campos”, existem defi-nições mais difundidas que acabam por carac-terizá-lo. Campo é uma vegetação formada por herbáceas , ou seja, plantas em geral de pe-queno porte, de vida média de um ano que acabam por não desen-

volverem caules muito rígidos. São exemplos deste tipo de plantas as gramíneas em geral e algumas outras espécies como as cyperaceas. Estas acabam por ser os principais constituintes desta vegetação, le-vando em consideração que a presença de árvores é quase totalmen-te ausente. Os campos constituem-se no mais vasto bioma terrestre, cobrindo a-proximadamente 24% da superfície dos continentes, o que representa cerca de 46 milhões de km². Localizam-se, geralmente, em regiões temperadas, com verões quentes e invernos frios. Este tipo de vege-tação está presente em diversas formações, tais como a estepe rus-sa, a pradaria norte-americana, a puszta húngara e o bioma predomi-nante gaúcho: o pampa sul-americano. O Brasil encontra-se entre um dos maiores consumidores de produtos praquicidas (agrotóxicos) do mundo, tanto aqueles de uso agrícola como os domésticos (domissanitários) e os utilizados em Campanha

de Saúde. Dada a falta de controle no uso destas substancias químicas tóxicas e o desconhecimento da população em geral sobre os riscos e perigos à saúde daí decorrentes, estima-se que as taxas de intoxicações hu-manas no pais sejam altas. Deve-se levar em conta que, segundo a Organização Nacional de Saúde para cada caso notificado de intoxi-cação ter-se-ia 50 outros não notificados. Os perigos representados pelos agrotóxicos

O perigo começa no próprio campo, com os agricultores que pulveri-zam os agrotóxicos nas lavouras. A exposição destes produtos de ele-vada toxidade sem a devida proteção pode ocasionar invalidez e até morte. Em seguida, o perigo

chega à mesa do consumidor dos grandes e médios centros urbanos. Os vegetais e frutas disponíveis no mercado, de aspecto agradável podem esconder em sua película externa fragmentos de agrotóxicos utilizados na lavoura. O consumo de alimentos cultivados com adubos orgânicos, sementes resistentes e que utilizem um controle biológico de pragas seria o ide-al. Entretanto, este tipo de agricultura não é incentivado pelo governo, o que encarece e dificulta a comercialização dos produtos. Os metais pesados atuam como agrotóxicos quando lançados nos rios e oceanos; acumulando na cadeia alimentar, chegam pelas des-cargas dos rios contaminados. As principais fontes são as industriais, os garimpos e as lavouras, que aplicam cobre e zinco no combate aos fungos. Os efeitos da contaminação dependem não só da dose, como tam-bém do tipo de poluente. O chumbo altera a síntese de hemoglobina, provocando anemia, insuficiência renal, problemas no sistema nervo-so, cólicas intestinais e convulsões. Outro sistema de contaminação ocorre por ar contaminado, onde po-luentes podem acarretar em debilidade mental, tontura e enfraqueci-mento de pernas.

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 9

País Educador - Professores

GREVE DOS PROFESSORES POR TODO BRASIL

Professores no Paraná, São Paulo, Pernam-buco,Pará, Santa Catarina e em muitos ou-tros Estados e municípios cobram o cum-

primento da Lei do Piso.

O ano de 2015 mal começou e já deflagraram diversas greves dos professores em diversas regiões do Brasil. Este ano já houve no DF, Paraná, Juazeiro do Norte-CE e Mato Grosso do Sul. Atualmente podemos citar a greve dos professores nos Estados de Pernambuco, Pa-rá, São Paulo, Santa Catarina e nos municí-pios de Macapá-AP, Barão de Melgaço-MT e Manuel Urbano-AC.

Basicamente o que todos os professores gre-vistas querem é o cumprimento da Lei 11.738/2008 que “estabelece o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica”. Nele, se prevê, além do piso(que hoje está em R$ 1.917,78 para 40 horas de trabalho), 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educan-dos.

As notas oficiais sempre tendem a julgar a greve dos professores como partidária, colo-cando panos quentes e afirmando que a ade-são é baixa. Raramente algum administrador público dá a devida atenção ao movimento grevista, e quase sempre entram com pedido de ilegalidade da greve junto ao poder Judiciá-rio, que por sua vez também tende a andar conforme o Executivo manda. Na mídia o mo-vimento não é diferente. Muitas emissoras de televisão, jornais e revistas apresentam edito-riais diminuindo a greve, omitindo ou simples-mente reproduzindo as “notas oficiais” divulga-das.

Muitos argumentam que o aluno “tem direito a ter aula”, citando a Lei 9.394/1996, mas es-quecem do Art. 3, IX que diz sobre a“garantia de padrão de qualidade”. Como querem aulas de qualidade com o atual quadro de professo-res no Brasil? Quantos artigos nós já escreve-mos em que discutimos a baixa qualificação do professor, o baixo salário do professor, a falta de formação continuada, a baixa forma-ção inicial, etc. É possível cobrar índices de qualidade ou qualquer outra forma de qualida-de com o descaso da sociedade e do poder público para com a educação?

O fato é que greve de professor não atrapalha a sociedade. Vamos explicar: - quando garis fazem greve a cidade fica emporcalhada, quando bancários entram em greve o sistema financeiro trava ou ainda o setor metroviário. Normalmente quando servidores públicos de setores administrativos entram em greve, o serviço público para. Então, esses setores pro-vocam uma grande desordem na vida pública quando fazem greve, porém, quando os pro-fessores entram em greve, as crianças ficam

em casa e muitas vezes têm sido por pouco tempo, uma ou duas semanas apenas. Ou se-ja, não produzem nenhum “caos” na socieda-de, não chamando a atenção da sociedade e muito menos da mídia. Quanto muito alguns pais reclamam que seus filhos ficam em casa “importunando”.

Outro fato que é preciso levantar é a não ade-são de todos os professores aos movimentos grevistas. Vários vídeos e conversas pelas re-des sociais apresentam as dificuldades de se trazer a massa dos professores para o movi-mento grevista. Talvez, o exemplo que fuja a esta regra, seja a greve dos professores no Estado do Paraná, uma vez que praticamente todas as categorias dos funcionários daquele Estado entraram em greve, contra o pacote de medidas anunciadas pelo governador.

Uma das estratégias do poder público para diminuir a greve é a de minimizar o movimento para ganhar pelo cansaço. Quem não se lem-bra das notas publicadas pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo exortando os pais a mandarem seus filhos para as esco-las, pois a greve não estaria tendo a adesão aventada pelo Sindicato. Isto mostra exata-mente o pensamento do governo, ou seja, u-sar de todos os meios para desacreditar o mo-vimento junto à população, com a colaboração da mídia tradicional e muitas vezes do poder Judiciário. Neste ponto, ressalta-se a impor-tância da mídia alternativa eletrônica. As fotos, os vídeos, os textos e as publicações de cen-tenas de milhares de pessoas nas redes soci-ais e blogs apresentam o que realmente está acontecendo dentro e fora da escola.

O Poder Público tem consciência de que o sa-lário do professor é pouco e ameaça descon-tar os dias parados, muitas vezes sem o direi-to à reposição. Sabendo que muitos professo-res não agüentariam ficar um mês inteiro em greve, pois dependem daquele pouco salário para sustentar suas famílias, o governo recru-desce deixando de negociar, apostando no esvaziamento da greve. Por isso, toda greve tem que ter a participação maciça daqueles que estão brigando por melhores salários e melhores condições de trabalho.

As dificuldades aqui apresentadas são tão re-ais que em São Paulo muitos professores não aderiram à greve justamente por esses moti-vos. Entende-se que o perfil dos professores deva ter seja o de“formação geral humanista/crítica, comprometido com a construção e am-pliação de uma sociedade mais justa, posicio-nada contra as desigualdades sociais e qual-quer forma de opressão” (Res. SE/SP 52/2013). Porém, no auge dos debates sobre a greve, muitos professores acabam se omitin-do e se escondendo em suas necessidades/desculpas, contrariando o seu próprio. Alguns reproduzem, inclusive as notas oficiais, como se realmente não houvesse problemas em seu salário ou em sua escola (salas superlotadas,

falta de materiais, falta de segurança, etc.), a exemplo de uma avestruz, que enfia a cabeça num buraco julgando-se segura, pois em nada vendo, nada estaria acontecendo.

Chamamos a atenção aqui para algo extrema-mente simples e óbvio que é o fato de que fi-caria difícil para o professor entrar em greve se tudo estivesse sendo cumprido pelo Poder Público. Se o poder público cumprisse a pró-pria lei não haveria motivo para o professor entrar em greve. A quem interessa manter alu-nos sem aula? A quem interessa manter a e-ducação com baixa qualidade? A quem inte-ressa manter somente sobre os ombros dos professores tamanha responsabilidade?

Como consequência, atualmente temos um déficit de 150 mil professores no Brasil. Muitos não aguentam as condições de trabalho e tro-camde emprego, que muitas vezes não satis-faz sua vocação de professor, mas o instinto de sobrevivência nessas horas fala mais alto.

Nós professores não aguentamos mais tanta falta de compromisso com a educação. É pre-ciso dar um basta e, por mais complicado que possa parecer a greve é o único meio legal que dispomos para pressionarmos quem na verdade não precisaria ser pressionado, pois deveria ser o primeiro a enxergar que o futuro está na educação, o governo. Se ele (governo) não se move e não se comove com a situação do professor é porque não está interessado em melhorar a educação. E porquê?

Omar de Camargo Técnico Químico Professor em Química. [email protected]

Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo. [email protected]

OUÇA-NOS

Todos os Sábados 16 horas

Na CULTURA

online BRASIL PROGRAMA:

E agora José?

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 10

Dia da Comunidade A ESCOLA e a comunidade do entorno

O desenvolvimento integral das crianças e jo-vens não é responsabilidade apenas da esco-la e da família. Quanto maior o envolvimento da comunidade, maiores são as possibilida-des da educação integral se tornar uma reali-dade e alcançar seus objetivos.

Para tanto, é preciso que todo o entorno da escola se torne efetivamente um território e-ducador, permitindo que os alunos aprendam a toda hora, em diferentes lugares e com as mais variadas pessoas, cada qual contribuin-do com uma parcela da sua formação.

Mapeando o entorno da escola: um Projeto de Lazer para a Comunidade

Escolar

Dados da Aula O que o aluno poderá aprender com esta aula

Compreender as etapas do planejamento ela-borado pelo professor;

Mapear áreas próximas à escola para a práti-ca de atividade física;

Compreender a importância das atividades de lazer na sociedade contemporânea e sua rele-vância para a integração da comunidade es-colar.

Duração das atividades

Uma aula de 50 minutos.

Conhecimentos prévios trabalhados pelo pro-fessor com o aluno

Dominar o conceito de lazer e atividade física.

Na disciplina matemática o professor deverá ter trabalhado: 1) noções espaciais; 2) cons-trução de croquis ou gráficos.

Estratégias e recursos da aula

O estímulo à prática de atividades físicas, de forma saudável nos momentos de lazer, é um dos objetivos das aulas de educação física. Apresento as etapas de construção de um projeto que objetiva: 1) mapear o entorno da escola para a seleção de espaços adequados para a prática de atividade física, 2) selecio-nar, após o mapeamento, a atividade física que será realizada; 3) organizar um evento esportivo ou recreativo com toda a comunida-de escolar.

Caro professor, a primeira atividade da aula consiste na explanação dos objetivos desse planejamento (ver parágrafo acima). Essa ex-posição poderá ser feita na sala de computa-dores, com auxílio de programas adequados (por exemplo, Power Point) ou utilizando o quadro negro. É importante que os alunos compreendam as três etapas que compõem esse planejamento:

1) Mapear as áreas ao redor da escola e ob-servar a possibilidade de praticas físicas di-versificadas;

2) Selecionar uma atividade física para ser realizada por toda a comunidade escolar em um final de semana festivo;

3) Organizar o evento, mobilizando toda a co-munidade escolar para a prática de atividades físicas nos momentos de lazer.

Terminado esse primeiro momento, o profes-sor deverá dividir a turma em pequenos gru-pos, com cinco ou seis alunos, e iniciar uma investigação dos espaços próximos à escola. Essa exploração dos espaços pode durar uma aula ou mais, dependendo do interesse da turma e das possibilidades de mapeamento. É importante que os alunos tenham pranchetas com papel ou outros implementos que permi-tam descrever os espaços observados. Ao longo da caminhada, o professor deverá esti-mular os alunos a pensarem em atividades físicas que eles conhecem, e que poderiam ser realizadas nos espaços observados. Lem-bre-se de ampliar os conteúdos (atividades) possíveis para além das praticas esportivas tradicionais – o conhecido quadrado mágico futebol, voleibol, basquetebol e handebol.

Nesse primeiro momento, o professor deverá estimular os alunos a pensarem em diversas possibilidades de práticas corporais, sem res-tringir as idéias e opiniões. Futuramente, na próxima aula, todas as idéias e espaços ma-peados serão analisados para uma definição.

Ao final da exploração, o professor reunirá os respectivos grupos, que deverão realizar um breve relato dos locais observados. A descri-ção deverá ser detalhada, incluindo:

1) uma estimativa de tamanho do local obser-vado (metros quadrados);

2) o tipo de solo observado (cimento, terra, gramado, etc);

3) a presença de obstáculos ou outros objetos que possam apresentar perigo para os futuros praticantes.

Dica: Indico a importância do trabalho interdis-ciplinar nesse plano de unidade. Destaco a possibilidade de trabalho com os setores de matemática (por exemplo, no mapeamento - cálculo das dimensões - dos espaços no en-torno da escola), biologia (por exemplo, no debate sobre sustentabilidade e ecologia) ou ainda história e geografia (por exemplo, no debate sobre a conservação dos espaços pú-blicos - praças, parques etc; debate sobre o público e o privado na sociedade brasileira).

É importante que os grupos, ao longo da ca-minhada ao redor da escola, observem espa-ços diferenciados para que a futura seleção fique mais rica.

Dica: Além do mapeamento o professor deve-rá chamar a atenção dos alunos para o esta-do de conservação e limpeza dos espaços ao redor da escola. Por que as praças estão a-bandonadas, com brinquedos quebrados? Por que há tanto lixo no terreno gramado ao lado da escola? Como podemos nos organizar pa-ra melhorar o espaço ao redor? De quem é a responsabilidade pela conservação dos espa-ços públicos?

Recursos Complementares

Não há recursos complementares nesse pla-no de aula.

Avaliação

Ao longo da aula, o professor deverá analisar a capacidade dos alunos de trabalhar em gru-po e definir tarefas específicas, visando à con-cretização dos objetivos propostos.

Ao final da aula, o professor deverá indagar os alunos sobre as três etapas do planeja-mento apresentado e avaliar a seleção dos locais feita pelos alunos. Outra possibilidade é a avaliação da ficha preenchida pelos alunos com os locais para a prática de atividade físi-ca.

Da redação

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ESCOLA e comunidade Sabe-se que a participação de todos os cidadãos é algo necessário e almejado ao bem comum de uma sociedade. Aranha (2004, p.17), ao referir-se sobre a participação da comunidade no ambiente escolar, relata: A participação da comunidade na vida cotidiana da escola, não pode ser uma simples manifes-tação retórica ou uma prática aberta a iniciativas aleatórias. Ela deve ser organizada formalmen-te, a partir de projetos específicos, que contenham objetivos claros, métodos e procedimentos que avaliem seus resultados e impactos para a formação dos alunos.

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 11

Culturas e Identidades

O DESAFIO DO

NOSSO TEMPO

"Cientistas, médicos, antropólogos, educado-res, filósofos e escritores de 16 países reuni-ram-se em Veneza (Itália) de 03 a 07 de mar-ço de 1986 no 1o Fórum da UNESCO sobre Ciência e Cultura para responder a uma das mais importantes indagações deste final de século: que caminhos a humanidade deveria trilhar para evitar sua autodestruição e salvar o planeta? Desse simpósio surgiu a "Declaração de Veneza", um dos mais impor-tantes documentos da nossa história contem-porânea que resume os desafios do nosso tempo. Entre os seis tópicos da "Declaração", os 19 signatários alertam para o abismo exis-tente "entre uma nova visão de mundo que emerge do estudo de sistemas naturais e os valores que continuam a prevalecer em filoso-fia, nas ciências sociais e humanas e na vida da sociedade moderna, baseados num deter-minismo mecanicista". Segundo os signatá-rios " a maneira convencional de ensinar ciên-cia não permite que se perceba a separação entre a ciência moderna e as visões do mun-do hoje superadas". Por isso, reforçam a complementaridade entre Ciência e Tradição, a necessidade da pesquisa autenticamente transdisciplinar e a busca da harmonia com as grandes tradições culturais. Foram signatá-rios os representantes do Brasil, Guana, Suí-ça, Itália, França, Índia, México, Israel, Japão, Suécia, Paquistão, Nigéria, Canadá, Srilanca e Estados Unidos - (UNIPAZ)"

A "Declaração de Veneza" torna claro que ali-ado a necessidade de reforçar a complemen-taridade entre Ciência e Tradição existe tam-bém o desafio de integrar a ambos com a Re-ligião. A Ciência é um dos métodos para des-cobrir a verdade; a Religião, é uma força pro-

dutora de significação; a Tradição, em senti-do amplo, é caracterizada pelo espírito de u-ma modalidade de ensino oral, de natureza sapiencial ao mesmo tempo prática e operati-va, encontrada e transmitida com caráter de uniformidade desde os egípcios, os gregos, os árabes, os persas, os indus, até os tempos modernos, na forma de uma Ciência e Arte Real na qual existe um concreto conhecimen-to de cariz ontológico que reivindica para si caracteres de universalidade e de primordiali-dade, como bem atesta Jacob Boehme.

Reconciliar Ciência, Religião e Tradição não é uma curiosidade moderna passageira nem tampouco um modismo "esotérico" destituído de sentido, ao contrário do que muitos pos-sam pensar. As duas primeiras forças estão em guerra há muito tempo pelo domínio do mundo; a terceira força, foi posta a ridículo pelos cientistas, religiosos e filósofos das ig-norâncias e das omissões e submetida as re-gras positivistas e a arrogância dos modernos modelos epistemológicos. A mútua prática de repulsa, negativa e competição entre Ciência e Religião contribuiu para a criação da bizarra estrutura sócio-cultural do mundo de hoje: u-ma estrutura que nega significado e realidade ao homem e ao mundo. Caso esse cisma vio-lento não ceda, isto é, se não surgir algum ti-po de reconciliação entre elas, o amanhã da humanidade será, no mínimo, precário, afirma o filósofo Ken Wilber, um dos pioneiros no campo da consciência.

É claro que reconciliar e até integrar, de forma aceitável, Ciência, Religião e Tradi-ção demanda um colossal esforço por parte dos diferentes povos do mundo na busca de encontrar uma essência comum entre eles.

Essa essência aceitável da visão de mundo é conhecida desde as épocas pré-cristãs, tanto do Oriente quanto do Ocidente, como a Gran-de Cadeia do Ser ( doravante, GCS). De a-cordo com ela, a realidade é uma suntuosa tapeçaria de níveis entrelaçados abrangendo a matéria, o corpo, a vida, a mente, a alma e o espírito. Cada nível abarca e transcende os níveis abaixo e acima, como se fosse uma sé-rie de círculos dentro de círculos. A GCS é uma visão de mundo descrita como de trans-cendência e inclusão: " o espírito transcende

mas inclui a mente, a qual transcende mas inclui o corpo vital, o qual, por sua vez, trans-cende mas inclui a matéria (Ken Wilber)".

Tal visão de mundo é a coluna vertebral, uma espécie de consenso universal entre os povos da Terra, sustentada até o surgimento da mo-dernidade no Ocidente, quando então desa-pareceu quase que por completo e, em seu lugar emergiu a idéia contemporânea da visão de mundo conhecida como materialismo cien-tífico que se tornou a filosofia oficial dominan-te de pensar que o mundo e tudo que nele e-xiste é composto somente de matéria, onde a própria vida dos seres seria uma aberração mutante da matéria morta dos átomos.

Se a modernidade criou um mundo sem magi-a, terrorista, povoado de um materialismo vul-gar e alucinado, sem valores humanos, sem sentido e significado a "pós-modernidade" to-mou para si a tarefa de repensar e corrigir os rumos dessa direção negligenciada - a da GCS - a fim de contribuir para a perpetuação dos seres e do planeta.

Entendemos que é na esteira desse pensa-mento de resgate dos valores e verdades an-cestrais da humanidade que deve ser entendi-da a supracitada "Declaração de Veneza" bem como a "Agenda 21", a "Carta da Terra", a "Carta das Nações Unidas", a "Declaração Universal dos Direitos Humanos" e de tantos outros documentos importantes lançados no cenário internacional nas últimas décadas.

Iniciativas importantes estão sendo tomadas nesse sentido por parte de muitas empresas, instituições, ONGs e civis trabalhando e acre-ditando que em conjunto podemos produzir um amanhã de paz e felicidade para o todo maior. Há um imenso esforço conjunto que visa contribuir e servir para a disseminação, formação e implantação de uma nova consci-ência universalista que cultive a paz e a não-violência e que seja ao mesmo tem-po transcendente e inclusiva.

Desse modo, conjugando simultaneamente o Velho e o Novo, o Saber Antigo e a Contem-poraneidade é possível construir um relacio-namento inter-cultural mundial em perfeita harmonia com o tempo, o espaço e o planeta.

Loryel Rocha

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A admiração é filha da ignorância, porque ninguém s e admira senão das coisas que ignora, principalment e se são grandes; e mãe da ciência, porque admirados os homens das coisas que ignoram, inquirem e investiga m as

causas delas até as alcançar, e isto é o que se cha ma ciência.

Padre Antônio Vieira

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 12

Dia da Língua Nacional

ATENÇÂO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divul-gação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, orga-nização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de au-las, tais como: educação, cultura, tradições, his-tória, meio ambiente e sustentabilidade, respon-sabilidade social e ambiental, além da transmis-são de conhecimento.

Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

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Expressão entre os povos

A língua nacional que se fala em um determinado país também seu dia para comemorar. No Brasil, a data da Língua Portuguesa é lembrada em 21 de maio.

A importância do conhecimento da língua vem principal-mente por se tratar de um sistema constituído por pala-vras e por regras que as combinam em frases, para uso como principal meio de comunicação e de expressão entre os povos.

O português é a língua oficial em oito países de quatro continentes: Angola (10,9 milhões de habitantes); Brasil (185 milhões); Cabo Verde (415 mil); Guiné Bissau (1,4 milhão); Moçambique (18,8 milhões) ; Portugal (10,5 milhões); São Tomé e Príncipe (182 mil); Timor Leste (800 mil).

Curiosidades sobre a Língua Portuguesa

.Se é que Cabral gritou alguma coisa quando avistou os contornos do Monte Pascoal, certamente não foi “terra ã vishta”, assim com o “a” abafado e o “s” chiado que as-sociamos ao sotaque português. No século XVI, nossos primos lusos não engoliam vogais nem chiavam nas consoantes – essas modas surgiram depois do século XVII, na Península Ibérica. Cabral teria berrado um “a” bem pronunciado e dito “vista” com o “s” sibilante igual ao dos paulistas de hoje. O hábito de engolir vogais, da maneira como o fazem os portugueses de hoje, consoli-dou-se na língua aos poucos, naturalmente. Na verda-de, nós, brasileiros, mantivemos os sons que viraram arcaísmos empoeirados para os portugueses.

…………Só que, ao mesmo tempo, acrescentamos à língua mãe nossas próprias inovações. Demos a ela um ritmo roubado dos índios, introduzimos subversões à gramática herdadas dos escravos negros e temperamos

com os sotaques de milhões de imigrantes europeus e asiáticos. Deu algo esquisito: um arcaísmo moderno.

…………O português brasileiro levou meio milênio se desenvolvendo longe de Portugal até ficar nitidamente diferente. Mas ainda é quase desconhecido. Até os anos 90, os lingüistas pouco sabiam sobre a história da lín-gua, sobre nosso jeito de falar e as diferenças regionais dentro do Brasil. Agora, três projetos de pesquisa estão mudando isso:

…………1) Gramática do português falado: será publica-da em 2001, depois de ocupar 32 lingüistas de doze universidades durante dez anos. ” Ao contrário do que se acredita, as pessoas falam com muito mais riqueza do que escrevem”, diz à SUPER o professor Ataliba de Castilho, do departamento de Letras da Universidade de São Paulo, que coordena o projeto.

…………2) A origem de cada estrutura gramatical: Ao estudar as particularidades da língua falada, os pesqui-sadores reuniram informações sobre a origem de cada estrutura gramatical. A partir desses dados, estão come-çando a primeira pesquisa completa sobre a história do português no Brasil. A intenção é identificar todas as influências que a língua sofreu deste lado do Atlântico. Só que essas influências são diferentes em cada parte do país. Daí a importância do terceiro projeto:

…………3) O Atlas Lingüístico. “Até 2005, vamos mape-ar todos os dialetos da nação”, prevê Suzana Cardoso, lingüista da Universidade Federal da Bahia e coordena-dora da pesquisa, que abrangerá 250 localidades entre o Rio Grande do Sul e a Amazônia.

…………Os três projetos somados constituem, sem dú-vida, o maior avanço para a compreensão da nossa lín-gua desde que Cabral aportou por aqui.

Caldeirão de povos

…………Mas, se há semelhanças entre a língua do Bra-sil de hoje e o português arcaico, há também muito mais diferenças. Boa parte delas é devida ao tráfico de escra-vos, que trouxe ao Brasil um número imenso de negros, que não falavam português. ” Já no século XVI, a maio-ria da população da Bahia era africana”, diz Rosa Virgí-nia Matos e Silva, lingüista da Universidade Federal da Bahia. “Toda essa gente aprendeu a língua de ouvido, sem escola”, conta. Na ausência de educação formal, a

mistura de idiomas torna-se comum e traços de um im-pregnam o outro. “Assim, os negros deixaram marcas definitivas”, ressalta ela.

…………Também no século XVI, começaram a surgir diferenças regionais no português do Brasil. Num pólo estavam as áreas costeiras, onde os índios foram dizi-mados e os escravos africanos abundavam. No outro, o interior, onde havia sociedades indígenas. À mistura dessas influências vieram se somar as imigrações, que foram gerando diferentes sotaques. “Com certeza, o Brasil hoje comporta diversos dialetos, desde os regio-nais até os sociais, já que os ricos não falam como os pobres”” afirma Gilvan Müller de Oliveira, da Universida-de Federal de Santa Catarina.

…………Mas o grande momento de constituição de uma língua “brasileira” foi o século XVIII, quando se explorou ouro em Minas Gerais. “Lá surgiu a primeira célula do português brasileiro”, diz Marlos de Barros Pessoa, da Universidade Federal de Pernambuco. “A riqueza atraiu gente de toda parte – portugueses, bandeirantes paulis-tas, escravos que saíam de moinhos de cana e nordesti-nos.” Ali, a língua começou a se uniformizar e a exportar traços comuns para o Brasil inteiro pelas rotas comerci-ais que a exploração do ouro criou.

Falas brasileiro?

………… A lei da evolução, de Darwin, estabelece que duas populações de uma espécie, se isoladas geografi-camente, separam-se em duas espécies. A regra vale para a Lingüística. “Está em gestação uma nova língua: o brasileiro”, afirma Ataliba de Castilho.

…………As diferenças entre o português e o brasileiro são maiores do que as existentes entre o hindi, um idio-ma indiano, e o hurdu, falado no Paquistão, duas lín-guas aceitas como distintas”, diz Kanavillil Rajagopalan, especialista em Política Lingüística da Unicamp.

…………Algo mais: o português é falado em vários paí-ses da África, incluindo Angola e Moçambique, em Ma-cau, na China, em Goa, na Índia e no Timor Leste, re-cém-independente da Indonésia. O número de falantes beira os 250 milhões, 200 dos quais aqui no Brasil.

Da redação

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 13

Direitos Humanos

Igualdade e a discriminação pela orientação sexual

O princípio da igualdade está consagrado no artº 5º da Constituição Federal.

Artigo 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à pro-priedade, nos termos seguintes.

Entendo que a igualdade perante à lei é fun-damental para a democracia , por conseguin-te, para o Estado Democrático de Direito. I-gualdade nos direitos, da lei ser igual para to-dos. Se somos todos iguais perante a lei, por-que tenho a impressão que uns são mais i-guais do que outros? A impressão surge quando se percebe que o direito pode variar conforme a minha orientação sexual. Traçan-do um paralelo entre a igualdade e a orienta-ção sexual, percebe-se que existe uma gran-de discriminação aos indivíduos homossexu-ais. A orientação sexual decorre da atração sexual, atração emocional, romântica e afetiva que se sente por indivíduos do sexo oposto, do mesmo sexo, ou pelos dois sexos ao mes-mo tempo. Isso não define quem somos, nem o nosso caráter, e isso também não pode nos fazer ter menos direitos. A igualdade é um di-reito fundamental, que faz parte da segunda geração dos Direitos Humanos. É sobre a li-berdade e a igualdade que está fundamenta-da a dignidade da pessoa humana. E passa pelo direito a dignidade e a igualdade, o res-peito à orientação sexual de cada um.

O Estado tem o dever de proteger as liberda-des fundamentais da pessoa humana e seus direitos, como liberdade de se expressar livre-mente, seu direito de escolha, de credo, seus valores, direito a intimidade e tantos outros. Partindo do pressuposto que temos garantida, pela Constituição Federal, a livre orientação sexual como direito humano, e que esse direi-

to encontra respaldo nos documentos interna-cionais sobre Direitos Humanos (PNEDH), de-veríamos esperar que esses preceitos fossem cumpridos com mais empenho, mas a realida-de que se apresenta é completamente dife-rente. A dignidade da pessoa humana se sus-tenta no direito a liberdade e a igualdade, e a autodeterminação sexual se sustenta nesses princípios. Discriminações de toda ordem, in-fundadas, não podem fazer parte de um Esta-do Democrático de Direito, em nome de uma moral duvidosa, em nome de religião, motivos políticos ou qualquer outra desculpa que se invente para discriminar por orientação sexu-al. Para Roger Raupp Rios: “a dimensão ma-terial do princípio da igualdade torna inconsti-tucional qualquer discriminação que utilize ou lance mão de juízos mal fundamentados a respeito da homossexualidade.”

O Estado existe para nós, para nos servir e garantir o nosso pleno desenvolvimento como cidadão, como indivíduos que vivem em soci-edade e para tal precisam da tutela do Estado para poder se desenvolver plenamente. Preci-samos ter nossos direitos assegurados, princi-palmente o respeito ao indivíduo.

Infelizmente o Brasil está entre os países em que há o maior número de assassinatos por orientação sexual. Pelo menos um a cada 28 horas, e mais de 90% deles motivados pela homofobia., que é a aversão e o preconceito aos homossexuais. Não existe diferença entre relacionamentos homo ou heterossexuais. Te-mos que desmistificar a homossexualidade, exercitar nossa capacidade de conviver com o diverso. A palavra homofobia atualmente indi-ca discriminação a várias minorias sexuais. O desrespeito a outras formas de expressão se-xual que não seja a heterossexual fere frontal-mente os direitos básicos garantidos na Cons-tituição Federal, na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Não optamos por ser homo ou heterossexual. Segundo afirma Sulli-van ...“ para a esmagadora maioria dos adul-tos, a condição homossexual é tão involuntá-ria como a heterossexualidade o é para os heterossexuais”... Somos o que somos e a igualdade é para todos. A homossexualidade faz parte da humanidade, da história, em to-dos os tipos de sociedade, desde a mais de-senvolvida a mais primitiva.

A efetivação dos direitos fundamentais, dentre eles o da igualdade e dignidade da pessoa humana passam constantemente por novos desafios. Nossa realidade é cada vez mais dinâmica e precisamos estar atentos às mu-danças e a maneira como vamos tratar assun-tos tão complexos. Como essas questões es-tão sendo resolvidas à luz do Direito, como estão sendo elaboradas. Não tenho a preten-são de aprofundar esse tema devido a com-plexidade e tudo que o envolve, mas tão so-mente despertar o interesse daqueles que a-cham que uma sociedade mais igualitária em todos os sentidos, e que se preocupa com o outro, que preza a igualdade como um direito precioso do qual não podemos prescindir, é o caminho para a concretização do sonho de um Estado verdadeiramente democrático .

Desrespeitar e desvalorizar alguém, tratar de maneira diferenciada, humilhando e discrimi-nando em função de sua orientação sexual, é tratar com desigualdade e ferir a dignidade do ser humano. Não é aceitável que discriminaç-ões/preconceitos sejam eles de que tipo fo-rem, incluindo as que dizem respeito a orien-tação sexual, validem e limitem direitos que são essenciais e fundamentais para a demo-cracia, agindo assim com certeza estaremos fortalecendo o preconceito social que já exis-te. O direito independente de estar na Lei Mai-or, deve antes ser importante para o indivíduo e para a sociedade, deve ser fundamental pa-ra o ser humano. A declaração Universal dos Direitos Humanos proclama em seu “Artigo 1° “ Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”

O Estado democrático de Direito deve salva-guardar e garantir a todo ser humano igualda-de de condições, uma existência digna, prote-ção a individualidade e a intimidade de cada um, para que cada indivíduo busque a felici-dade da maneira que achar melhor, respeitan-do os direitos e a individualidade do outro. Proteger os direitos fundamentais de liberda-de e igualdade para assim garantir a dignida-de da pessoa humana.

Mariene Hildebrando Email: [email protected]

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A igualdade é um valor que só pode ser estabelecido mediante a comparação entre duas ou mais ordens de grandeza, e assim, estará sempre relacionada a uma comparação entre situações e/ou pessoas, pois quando perguntamos se existe igualdade estamos sempre diante da indagação de qual igualdade, entre o quê e/ou quem. A igualdade é, portanto, uma relação entre dois termos. É importante lembrar que a igualdade, no campo do reconhecimento da individualidade de cada ser humano, está ligada à afirmação do princípio da não-discriminação, ou seja, reconhece-se que todos são iguais perante a lei, e, portanto, não po-de haver discriminações que excluam determinadas pessoas ou grupos do exercício de determinado direito por terem reali-

zado determinadas escolhas de modo de vida, como a opção religiosa, ou possuírem determinadas características intrínsecas, como as de gênero. Entretanto, a simples declaração do direito à igualdade pode significar pouco, tanto no âmbito do reconhecimento, como naquele da redistri-buição, se os mecanismos pelos quais o mesmo será exercida não estiverem definidos. Organizado por Michelangelo Bovero. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2000. p. 298-299) afirma que ao falarmos de igualdade temos que responder a duas perguntas: A) igualdade entre quem? e B) igualdade com relação a que coisas? Já Amartya Sen indaga: Por que a igualdade? Que igualdade? As respostas parecem depender dos pactos sociais que são realizados em determinada sociedade e ainda da resposta a uma outra pergun-ta: quanto de desigualdade uma sociedade pode suportar ou aceitar? No nosso entender boas questão para formatação de aula sobre Direitos Humanos e Igualdade Social.

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 14

Dia Internacional dos Museus Museu é um instrumento de conservação de bens de valor histórico, uma amostra para o futuro sem bens lu-

crativos, mas com valor educacional para fins de estudo para o povo que através de um conhecimento de testemunhos materiais do homem e do meio, descobre e se identifica com a sua cultura, descobre que é sujeito da história. É um gera-dor de novas fontes cientificas, é um complexo que procura aproximar um passado distante aos dias atuais. Conforme o Conselho Internacional de Museus da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) (apud SUANO, 1986; 3) “um estabelecimento per-manente, sem fins lucrativos, com vistas a coletar, conservar, estudar, explorar de varias maneiras e, basicamente, exibir para educação e lazer os produtos da ação humana”. Nesse contexto, o museu além de atuar como ferramenta que articula múltiplas temporalidades em diferentes cenários so-cioculturais, também tem gravado em sua estrutura, as mar-cas da humanidade e por isso integra o conjunto das necessi-dades básicas do ser humano, pois nessa instituição o ser humano encontra lugar para produzir novos tempos. Em con-trapartida, diante do contexto atual caracterizado pela veloci-dade das mudanças e pela busca incansável por soluções pragmáticas e utilitaristas, a humanidade deixou de lado o tempo para o lazer, para a valorização da cultura, para o re-conhecimento das raízes históricas de cada povo, relegando por tudo isso o museu ao esquecimento. No entanto o ho-mem que não sabe suas origens vive apenas do presente e não se vê inserido no processo de construção da História. É interessante perceber que o museu quando bem utilizado, auxilia as comunidades isoladas a se perceberem parte de uma macro-história. A história de cada município, por exem-plo, não esta perdida entre diversas outras histórias de maior ou menor importância, tão pouco se forma por fatos esparsos ou isolados que resistiram á ação do esquecimento. Mas sim, faz parte de um complexo processo histórico que reflete uma determinada micro-história que apresenta apenas alguns aspectos que a especificam em relação ás demais e foram incluídos no decorrer de sua formação. Além disso, o museu como instituição, auxilia o homem a se perceber sujeito da História, como Tedesco (2004; 34), argumenta que: “... a memória é ainda aquilo que fornece aos indivíduos o sentido da própria colocação no tempo, interligando o passa-do, o presente e o futuro numa rede de afetos, de reflexões e de esperança, ainda sabedores que na realidade, o passado não permanece mais idêntico a si mesmo; ao contrario, é incorporado ao seletivamente e reformulado constantemente, com base nas alterações das duas exigências da vida.” As mudanças ocorridas ao longo da História, evidentes ao homem quando este visualiza determinado acervo museoló-gico, explicitam sua capacidade de transformar o que está imposto como eterno pela ordem social e daí a chance de se perceber ator e de atuar eficazmente, deixando de lado a passividade de quem espera que a História aconteça. Confor-me (MOMIGLIANO, 1965, IN: REIS, 2000; p.12), “a história foi à ciência nova” das ações humanas no tempo, que tem a preocupação com a verdade, baseada em “testemunhos ocu-lares” e segundo Reis (...) “o homem não é só sujeito, consci-ente, livre, potente criador da história; ele é também, e, em maior medida, resultado, objeto, feito pela história”. Nesse sentido, o museu evidencia-se um local em permanente mo-vimento, onde as pessoas encontram parte de sua história. Também se mostra um espaço de dialogo entre a História e a conservação da sua memória. Por isso, o museu esta a servi-ço da comunidade, pois contribui para a construção da sua identidade, não apenas por guardar resquícios materiais da realidade vivida por pessoas que deixaram marcas culturais presentes ainda hoje, nem somente por servir como meio informal de educar a população, mas também por possuir locais contemporâneos. Os museus, espaços de memória, de esquecimento, de po-

der e de resistência, são criações historicamente condiciona-das. São instituições datadas e podem, através de suas prati-cas culturais, ser lidas e interpretadas com um documento. Conforme Chagas; (2005; 25). “Quando o pesquisador se debruça sobre as instituições mu-seais, compreendendo-as como elementos típicos das socie-dades modernas, é possível identificar em suas estruturas de atuação três aspectos distintos: a) do ponto de vista museo-gráfico a instituição museal é campo discursivo; b) do ponto de vista museológico ela é produtora de interpretação e c) do ponto de vista histórico – social ela é arena política. No en-tanto, como é obvio, nenhuma instituição tem vida própria, e sim a vida que lhe conferem os que nela, por ela e dela vi-vem. Interessa, portanto, saber: por quem, por que e para quem o discurso é construído; quem, como, o que, e por que interpreta; quem participa e o que esta em causa na arena política. Todas essas questões orientam o pesquisador na direção de buscar compreender a ação e a reflexão daqueles que dão vida as instituições”. O museu tornou-se um espaço por excelência para o estudo da História sendo um vasto campo de pesquisa que certa-mente contribui para a ampliação do papel da instituição na sociedade. Tendo em mente que o museu, especificamente, pode – se ser um meio não apenas de transmissão, mas também de produção de conhecimento devemos pensar no publico do museu de uma forma geral. O Projeto de Extensão: “História, museu e ensino; formação x prática”, realizado em conjunto com o Museu Municipal Wülson Jehovah Lutz Farás de Fre-derico Westphalen – RS, visa um publico amplo, o que impli-ca uma multiplicidade de linguagens por parte da própria ins-tituição para com o publico do seu acervo, seja este itinerante ou permanente. Nesse sentido conforme Graebin (2003), “os museus tem funções educativas e guardam uma relação com a formação, consolidação e reinterpretação das entidades sociais e culturais”. O trabalho didático no museu por um profissional de história, deve se dar no sentido de transformar o publico que vai até o museu para conhecer em produtor de conhecimentos. O his-toriador apropria-se desse grande campo de pesquisa que também estimula o graduando á um processo de formação histórica, como operador técnico no museu, o qual desempe-nha o papel de pesquisador e monitor docente. Os estudos e praticas realizadas no Museu Municipal, permitem integrar o projeto na comunidade e inserir-se, através desse modo, uma vertente da educação patrimonial, que reconhece a pluralida-de sócio – cultural e histórica, características indispensáveis em qualquer trabalho de cunho formativo, cientifico e cultural. Permitindo ainda verificar as contribuições a formação acadê-mica e a qualificação das atividades no museu. Através do projeto, durante a pratica de popularização de história, o museu evidencia-se um local em permanente mo-vimento, onde as pessoas encontram parte de sua história. O objetivo, no entanto do projeto centra - se na operacionaliza-ção de atividades praticas sob orientação de uma relação: teórica x pratica x investigativa e dentro dessas diretrizes buscamos não só identificar como as atividades de populari-zação da história, no museu ou através dele, podem contribu-ir para o processo de formação dos graduandos em História, mas também verificar de que forma por meio dessas praticas, a qualidade das atividades desenvolvidas podem melhorar em tal ambiente. Dentro das propostas estabelecidas pelo projeto, destacamos as atividades realizadas junto ao Museu Municipal que visam um processo de formação histórica reflexiva do graduando, atuando como estagiário, operador técnico, educador patri-monial e monitor docente, atividades que ao mesmo tempo estavam coordenadas e supervisionadas pela própria direção da instituição. Também no objetivo de integrar o projeto a comunidade buscou-se através de exposições itinerantes proporcionar uma ampla acessibilidade ao publico em conhe-cer o patrimônio histórico, acompanhando a relação da insti-tuição com a sociedade. Para o graduando em História, trabalhar no museu represen-ta uma acréscimo significativo na formação, pois ao passo que este entra em contato com o acervo museológico e per-

cebe as transformações na estrutura da sociedade que condi-cionaram o surgimento de cada tecnologia, já esta desempe-nhando a atividade de pesquisador e esta se preparando para atuar como docente quando, na comunidade, houver interesse de compreender determinada história, ou quando o mesmo resolver levar até as pessoas tal História. Somado a isso, na medida em que as histórias já construídas pela humanidade são levadas a comunidade por meio do acervo do museu, instiga-se no publico a vontade de se fazer ator social e de construir suas próprias histórias. Enquanto trabalha com objetos do museu, o graduando História neces-sariamente precisa aprender técnicas de conservação desse patrimônio e isso em si acarreta uma melhora no serviço prestado pelo museu a comunidade, bem como na preserva-ção do acervo. Se olharmos as diferentes sociedade veremos que elas se agrupam por finalidades. Os povos unem-se por questões de linguagens, religião, ocupação de espaço ou ancestralidade, As características únicas de cada sociedade, bem ,como os laços que as unem, servem para identificá-las como perten-cente a um grupo em contraposição a outro. Dessa forma, o conjunto de valores, regras de convivência, padrões de ex-pressão e/ou qualquer outra manifestação podem ser consi-deradas como identidade cultural. Conforme Soares e Klamt (2004; 56). “A melhor forma de conservar a memória é lembrá-la. A me-lhor forma de contar a história é pensá-la. A melhor forma de assegurar a identidade é mantê-la. Tudo isso se faz mediante a Educação, e educar para preservação, conservação e valo-rização é chamado de Educação Patrimonial”. O uso da história oral em museu pode contribuir para o enri-quecimento da compreensão histórica dos visitantes, se exi-be a finalidade de estimular habilidades mentais do sujeito, significados e também habilidades emocionais, psicológicas e sociais necessárias aos diferentes tipos de questionamento, analise e síntese históricos. A história oral nos museus pode facilitar ou obstar nosso diálogo com o passado, especial-mente se temos o objetivo de estar envolvidos nesse diálogo em termos históricos. As exposições realizadas pelo Museu Municipal, baseadas em valores matérias, tendem a usar a história oral além dos objetos para apresentar temas e histórias. Dessa maneira a instituição busca contribuir para associar o patrimônio histórico com acesso privilegiado ao conhecimen-to, permitindo para aqueles que não sabem como ler museus; uma possibilidade concreta de conhecimento, tornando assim o museu mais democrático, trazendo conjuntamente, diferen-tes fontes de informação permitindo o reconhecimento de diferentes comunidades e culturas, acessando públicos diver-sos. Através das exposições realizadas pelo Museu o Projeto: “História, museu e ensino. formação x pratica” buscou adqui-rir resultados durante as atividades, resultados que tinham por objetivo qualificar a importância do museu como ambien-te histórico patrimonial e também estabelecer os valores cul-turais, onde a comunidade participasse e vivenciasse suas próprias experiências. Ambos os eventos tiveram a oportuni-dade de levar o patrimônio cultural a comunidade, também em função do dia internacional do museu, no dia 18 de maio, aproveitando a data comemorativa para incentivar os visitan-tes a conhecer um pouco da história regional e local. No de-correr das visitações ao acervo museológico, constatamos a observação feita por parte do publico em geral somado a visitas de escolas de Frederico Westphalen e região. O reco-nhecimento das raízes históricas, a curiosidade em se desco-brir parte de suas origens. Destacamos também por parte do publico a capacidade em desenvolver a leitura através dos objetos expostos, e analisar a importância de um patrimônio histórico na construção da sociedade. A partir dessas experi-ências junto ao publico, tanto relacionado a escolas como ao publico em geral, podemos perceber a importância em se desenvolver essas capacidades de leitura através da história oral sobre os objetos expostos, auxiliando na compreensão de sua realidade.

Da redação

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Maio 2015 Gazeta Valeparaibana Página 15

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Terceirização 01 Dia Mundial do Trabalho

.Diagrama da terceirização (autoexplicativo)

Terceirização: o paraíso dos atravessadores Corre-se o perigo de o paraíso dos atravessadores ser instalado neste nosso país. Simultaneamente, a conse-quência inequívoca é a instalação de um pedaço adicio-nal do inferno dos trabalhadores. Mais uma etapa do processo de distanciamento entre legisladores e os ci-dadãos e cidadãs que eles deveriam representar. Caminho aberto para a quarteirização. Ou talvez dana-ção – de quem estiver no último elo dessa cadeia de repasses. O capitalismo selvagem e o capitalismo domesticado O Zé Ninguém abre um botequim na comunidade. Fica à mercê dos criminosos organizados que lhe dão ordens para fechar ou abrir as portas conforme a conveniência dos bandidos. Prejuízo do Sr. Ninguém. Se chover muito e ocorrer um deslizamento do morro, também quem so-fre é o bolso do mesmo infeliz. São as regras do capitalismo selvagem. Afinal de con-tas, o risco é um dos pilares da selvageria. O empreen-dedor é quem deveria tomar o risco: por um lado, a real possibilidade de dar-se bem e fazer seu gordo pé de meia. De outro lado, o “preço” que ele paga para “passar o medo” de se arriscar é a possibilidade de ter que arcar com prejuízos em seu negócio, originados por má gestão, eficiência dos concorrentes ou de ações go-vernamentais. Aos funcionários do empreendedor, teoricamente a pro-messa é a estabilidade do emprego, em troca de ga-nhos muito menores do que seu patrão. Mas o capitalismo não é tão selvagem para todos os capitalistas. Para o Sr. Zé Ninguém é um sistema impla-cável. Mas para determinada porção de “Zés Alguéns” o capitalismo é até bastante domesticado, muito suave e paternal. A selvageria que se aplique apenas aos menos poderosos. Existe acordo de leniência para o mercadinho da esqui-na flagrado em não emitir uma notinha fiscal? A coleta de lixo e a terceirização Anos atrás, quando uma determinada Senhora era pre-feita da cidade de São Paulo, houve processo de licita-ção para coleta de lixo na cidade. Era atividade a ser terceirizada, ou ao menos a terceirização seria renova-da. A briga para um acordo entre o município licitante e as empresas participantes da concorrência foi um braço de ferro entre o desejado e o conveniente. A prefeita em certo momento declarou que “afinal de contas o empresário não quer entrar num negócio se for para perder.” Para justificar a adoção dos preços dese-jados pelo empresariado, e não aqueles que seriam convenientes para nós munícipes, que teríamos que pagar a conta. Dou um docinho para quem lembrar o que prevaleceu nessa negociação. Meu raciocínio de cidadão me faz pensar que os empre-sários “peixes grandes” querem ter risco zero quando negociam com o governo. Não suportam a incômoda pressão para buscar tecnologia, produtividade, inova-ções em processos e coisas do gênero. Mas para o Sr. Zé Ninguém, o risco de o negócio afun-dar tem que ser absorvido somente por ele mesmo. Si-

tuação incontornável? Não há como fazer um adendo a um contrato que não existe. Tem que usar algum amigo ou parente meio-laranja para iniciar outro negócio. O que é a terceirização? Quanto fica com cada parte? A empresa A não contrata o funcionário Zé Ninguém para lhe pagar 100 dinheiros por mês, afinal isso vai lhe custar 200 dinheiros por mês, com todos os encargos. A empresa A contrata a empresa B para que esta última preste serviços, e paga 300 dinheiros por isso: os 200 seriam o valor referente ao custo, acrescidos da mar-gem de lucro da empresa B. Num primeiro momento a empresa B contrata Zé Ninguém para fazer o serviço, fora do regime CLT (ou com metade do salário que seria via CLT), e lhe paga 120 dinheiros por mês, com o canto da sereia dizendo que ele vai receber 20 dinheiros a mais. Para quem vive em eternas dificuldades financei-ras e não tem outra alternativa para comer, parece ser uma solução razoável. Num segundo momento, a empresa B diz a Zé Ninguém que as coisas estão difíceis e só pode lhe pagar 80 di-nheiros por mês. Simultaneamente, a empresa B diz para a empresa A que as coisas estão difíceis e precisa receber 400 dinheiros por mês. Porém... Num almoço pago pela empresa B, os negocia-dores decidem que o mais adequado é que a empresa A não pague 400 dinheiros, e sim 650 dinheiros. Dou outro docinho para quem adivinhar para onde vão os 250 dinheiros de diferença. Isso tudo no primeiro momento. No segundo ou terceiro momentos o antigo montante de 250 dinheiros vai fican-do cada vez maior. Uma pequena desculpa Peço que me desculpem por usar acima o palavrão “funcionário”. Talvez o correto seja “colaborador”, mas isso é apenas uma forma de alijar essa pessoa de seus direitos, que a palavra “funcionário” faz lembrar. Ao refe-renciar “colaborador” a empresa quer eximir-se de res-ponsabilidades, ter o direito de sofismar e argumentar: “Não é meu funcionário.” O governo divulga como con-quista o fato de terem sido criadas “x vagas com carteira assinada”, alimenta o inocente desejo de Zé Ninguém ser funcionário. Mas na verdade o governo e as empre-sas A querem se desobrigar de qualquer ônus relativo à admissão formal de um funcionário. Querem contratar colaboradores, dificultar o relaciona-mento direto com o populacho. Nas reuniões entre con-tratantes e contratados, os primeiros vão continuar che-gando em vans importadas, e os últimos vão continuar a chegar em ônibus superlotados. Quanto mais complexa, indefinida, desregulamentada e difícil de controlar é a relação trabalhista entre empresa e a pessoa física que executa serviços, maior é a inci-dência do uso de recursos para burlar a legislação que legitima essa convivência. Uma grande desculpa A desculpa utilizada tanto pelas empresas A quanto pe-las empresas B é a de que os custos para a contratação de funcio... – desculpem-me! Colaboradores! – são mui-to altos. E a “solução encontrada” é incluir mais uma intermedia-ção, ou seja, outra entidade que vai querer faturar, e, por decorrência, aumentar o custo da contratação. O remédio para a dor é dor maior ainda... Para resolver esse pequeno probleminha, a solução mágica: reduzir o salário e os benefícios dos funcio... – desculpem-me! Colaboradores! Ou seja: achatar e con-trolar salários, eliminando qualquer margem de manobra que Zé Ninguém tenha para decidir a respeito de sua própria vida.

Os gênios empresariais, governamentais e legislativos não conhecem a aritmética mais simples que seria a redução dos encargos. O que é perfeitamente exequível sem retirar nada de nenhum trabalhador. E ao mesmo tempo, criar incentivos para que empresas sérias consi-gam ser mais competitivas. E aumentar a bola de neve da produção nacional, o que traria maior arrecadação para o governo. Mas quem de fato pensa em beneficiar os trabalhadores? Outras enormes desculpas Uma grande desculpa fala a respeito de especialização de quem vai executar tarefas. Afinal de contas, o nível de especialização para selecionar e contratar a Sra. Do Café é extremamente complexo e só pode ser encontra-do em empresas altamente especializadas. A esmagadora maioria de empresas que são contrata-das para terceirizar serviços não agrega absolutamente nada de know-how ou especialização que possa ser sentido pelas contratantes. São apenas recrutadoras de mão de obra, sendo que poucas delas fazem as tarefas de selecionar profissionais. Elas apenas colocam anún-cios num website e esperam 10 candidatos concorrerem a uma única vaga. E um software faz a seleção. Outra grande desculpa (defendida por um político que já foi da TV) é a enorme facilidade que os jovens vão ter para conseguir o primeiro emprego. Porém ele nada diz a respeito da enorme dificuldade que os demais adultos terão para conseguir o segundo, terceiro ou os empre-gos subsequentes, com bases razoáveis para uma vida digna. Desculpa adicional fala a respeito de que os direitos serão garantidos para todos os terceirizados. Se as leis trabalhistas hoje já não constituem exemplos de leis que “pegaram”, tantas são as tentativas de burla, imaginem se a empresa A for a responsável por “fiscalizar” se a empresa B está fazendo tudo certinho... O lobo tomando conta do cordeiro. Isso representa custo adicional para a contratação. Outro docinho para quem adivinhar quem vai arcar com esse custo. “A legislação de países mais avançados permite a ter-ceirização” é frase corrente na boca dos donos de em-presas A e B. Mas eles desconversam quando são lem-brados de que nesses tais países avançados os salários são suficientes para os “colaboradores” viverem com dignidade, e ainda pouparem. Coisa da qual nossa reali-dade tupiniquim está muito distante. Algumas questões a responder Será que os legisladores (vereadores, deputados, sena-dores), membros do executivo e do judiciário que apoi-am a terceirização gostariam de ser terceirizados? Quais serão as empresas que serão fornecedoras de mão de obra? Quem serão os donos e quem serão os laranjas de tais empresas? Já deve ter alguns empresá-rios escolhendo a van importada que vão comprar... Com qual autoridade de representação popular os políti-cos querem, depois de o projeto de terceirização ter fi-cado dormente por tantos anos, aprová-lo tão rápido neste momento? Se (credo em cruz!) o projeto for aprovado, quanto tem-po será necessário para regulamentar e dispor o poder público de instrumentos eficazes para o controle do que as empresas A e B estiverem fazendo? Qual é a razão de dar continuidade aos fatos que fazem com que uma dúzia de beneficiados tenham um bem estar conquistado à custa do mal estar de milhões de

trabalhadores?

Alberto Romano Schiesari

Escritor/Prof. Universitário/ Consultor em Tec. da Inf.

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MAIO - 2015

Edição nº. 90 Ano VIII

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

Unidos na Diversidade" - "in uno plures"

Símbolo europeu, porquê o dia 9 de maio, enquadramento jurídico, dia da Europa no CIEJD desde 1995.

O “Dia da Europa”, comemorado a 9 de maio, nasceu no Conselho Europeu de Milão, de 28 e 29 de junho de 1985 e foi celebrado pela primeira vez em 1986.

Símbolo europeu

Inicialmente dirigido em particular à comunidade escolar, o Dia da Europa é hoje um dos símbolos da União Europeia e constitui uma o-portunidade para desenvolver atividades e festejos que aproximam a Europa dos cidadãos.

Considerados de grande importância para a identidade europeia, os principais símbolos europeus são: a bandeira, o hino, o lema, a moe-da e o Dia da Europa.

Por que dia 9 de maio?

Dia 9 de maio de 1950, pelas 16h00, Robert Schuman, o então ministro francês dos Negócios Estrangeiros, apresentou, no Salon de l'Horloge do Quai d'Orsay, em Paris, uma proposta com as bases fundadoras do que é hoje a União Europeia.

Esta proposta, conhecida como "Declaração Schuman", baseada numa ideia originalmente lançada por Jean Monnet, trazia consigo valo-res de paz, solidariedade, desenvolvimento económico e social, equilíbrio ambiental e regional e incluía a criação de uma instituição euro-peia supranacional incumbida de gerir as matérias-primas que nessa altura constituíam a base do poderio militar: o carvão e o aço.

Por se considerar que esse dia foi o marco inicial da União Europeia, os Chefes de Estado e de Governo, na Cimeira de Milão de 1985, decidiram consagrar o dia 9 de maio como "Dia da Europa".

Qual o enquadramento jurídico?

Conselho Europeu de Fontainebleau, 25 e 26 de junho de 1984.

O Conselho Europeu considerou que a Comunidade devia responder às expectativas dos Cidadãos Europeus, adotando medidas para promover a sua identidade e imagem para os seus cidadãos e para o resto do mundo. Assim, foi criado um Comité ad hoc para preparar e coordenar esta ação.

Conselho Europeu de Dublin, 3 e 4 de dezembro de 1984.

Apresentado o relatório interino de acordo com o convite feito em Fontainebleau, foi decidido publicar este documento e agendar para o conselho de março de 1985 a preparação de um 1º relatório, que seria submetido a considerações preliminares, e um 2º relatório, que seria apresentado no conselho de junho de 1985.

Conselho Europeu de Bruxelas, 29 e 30 de março de 1985.

Foram aceites as propostas do 1º relatório para implementação imediata. O Conselho Europeu solicitou: a) ao Conselho de Ministros, que analisasse as decisões no âmbito da sua esfera de atuação e apresentassem o seu relatório no Conselho de junho de 1985; b) à Comis-são, que colocasse em prática as propostas; c) aos Estados-Membros, que implementassem as propostas da sua área de atuação.

Conselho de Ministros da Educação, 3 de junho de 1985.

“Dia da Consciência Europeia” – foi manifestada abertura por parte do Conselho de Ministros para a instituição dessa data comemorativa, que já se celebrava em algumas escolas (conforme sugestão feita no Conselho de Ministros de 4 de junho de 1984), desde que a decisão fosse tomada à luz de um esforço mais abrangente, com o mesmo objetivo e seguindo a programação do Comité ad hoc.

Conselho Europeu de Milão, 28 e 29 de junho de 1985.

Foram aprovadas as propostas contidas no relatório do comité ad hoc – “A Europa das Pessoas", em particular a proposta contida no ponto 5.5 – "A imagem europeia na educação" do segundo relatório, onde se sugere que se confirme a data de 9 de maio de cada ano como o “Dia da Europa”:

“[Propõe-se] confirmar o dia 9 de maio de cada ano como o Dia da Europa, com vista a criar consciência e dar informação nas escolas, em particular, mas também na televisão e outros órgãos de comunicação social. O dia 9 de maio porque é de grande significado para a Comunidade, será preenchido com iniciativas similares às realizadas pelo Conselho da Europa”. (tradução CIEJD)

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