73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical COMUNIDADE MICROBIANA DO SOLO, BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS E FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES ASSOCIADOS AO ALGODOEIRO, EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO PATRICIA MARIA COURY DE ANDRADE VILELA CUIABÁ - MT 2006

COMUNIDADE MICROBIANA DO SOLO, BACTÉRIAS …§ões-Teses... · e fungos micorrízicos arbusculares. Com isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar os fungos micorrízicos arbusculares,

Embed Size (px)

Citation preview

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

COMUNIDADE MICROBIANA DO SOLO, BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS E FUNGOS MICORRÍZICOS

ARBUSCULARES ASSOCIADOS AO ALGODOEIRO, EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO

PATRICIA MARIA COURY DE ANDRADE VILELA

CUIABÁ - MT 2006

2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

COMUNIDADE MICROBIANA DO SOLO, BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS E FUNGOS MICORRÍZICOS

ARBUSCULARES ASSOCIADOS AO ALGODOEIRO, EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO

PATRICIA MARIA COURY DE ANDRADE VILELA

Engenheira Agrônoma

Orientadora: Profa Dra MARIA DE FÁTIMA LOUREIRO

Co-orientador: Pesq. Dr. ARNALDO COLOZZI FILHO

Dissertação apresentada à Faculdade de

Agronomia e Medicina veterinária da

Universidade Federal de Mato Grosso

para obtenção do título de Mestre em

Agricultura Tropical, área de

concentração em Recursos Naturais.

CUIABÁ - MT

2006

3iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

Título: COMUNIDADE MICROBIANA DO SOLO, BACTÉRIAS

DIAZOTRÓFICAS E FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES

ASSOCIADOS AO ALGODOEIRO, EM DIFERENTES SISTEMAS DE

CULTIVO.

Autora: Patrícia Maria Coury de Andrade Vilela

Orientadora: Dra. Maria de Fátima Loureiro

Co-orientador: Dr. Arnaldo Colozzi Filho

Aprovada em 28 de abril de 2006.

Comissão Examinadora:

___________________________ _______________________

Dra. Maria de Fátima Loureiro Dr. Arnaldo Colozzi Filho

(FAMEV/UFMT) (Orientadora) (IAPAR) (Co-Orientador)

___________________________ _________________________

Dr. Jean Louis R. Belot Dr. Joadil Gonçalves de Abreu

(CIRAD/COODETEC) (FAMEV/UFMT)

4iv

DEDICO

A Deus

Aos meus pais

Edson e Rosina pelo apoio e exemplo de luta

Ao meu esposo

Marcelo, pelo apoio e paciência nos momentos mais difíceis

Aos meus irmãos

Gabrielle e Edson Junior, pela paciência e ajuda imprescindível

A minha sobrinha

Maria Lúcia

5 v

AGRADECIMENTOS

A Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária, UFMT/FAMEV, pela oportunidade de realização do

curso.

Ao Instituto Agronômico do Paraná, IAPAR – Londrina, por ter cedido

o laboratório para o desenvolvimento de parte do trabalho.

A Professora Dra. Maria de Fátima Loureiro pela orientação e apoio.

Ao Pesquisador Dr. Arnaldo Colozzi Filho, pela co-orientação do

trabalho e gentil atenção.

Ao Professor Dr. Joadil Gonçalves de Abreu pela colaboração nas

análises estatísticas e sugestões.

A todos os funcionários e estagiários do laboratório de Microbiologia

do solo – IAPAR, em especial ao Osvaldo Machineski, pela colaboração e

auxilio nas análises laboratoriais lá realizadas.

A todos os colegas, funcionários e estagiários do laboratório de

Microbiologia do solo da FAMEV/UFMT, em especial ao Edson Andrade

Junior, Marcianne Quixabeira e Valéria Pires, pela colaboração e execução

dos trabalhos.

Ao Fundo de apoio à cultura do algodão – FACUAL, pelo

financiamento dessa pesquisa.

A diretoria e funcionários da Coodetec pelo apoio e incentivo, em

especial a Tatiane e Arlindo.

Ao pesquisador Dr Jean Louis Belot pelo apoio, incentivo, paciência e

sugestões.

Ao Marcos Pinheiro e Ronier Rezende pelo apoio no momento das

coletas de campo.

Aos professores das disciplinas cursadas pelos conhecimentos

transmitidos, meus colegas de curso pela amizade e as funcionárias da

secretaria pelo atendimento prestado.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste

trabalho.

6 vi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS...................................................................................... vii

Página

LISTA DE TABELAS.......................................................................................ix

Resumo ..........................................................................................................1

Abstract...........................................................................................................2

1. INTRODUÇÃO............................................................................................3

2. REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................5

2.1 A cultura do algodoeiro .............................................................................5

2.2. Sistemas de cultivo ..................................................................................6

2.3. Atividade microbiana nos solos do cerrado .............................................9

2.4. Micorrizas ..............................................................................................10

2.5. Bactérias diazotróficas...........................................................................13

CAPITULO I: Micorrização do algodoeiro em diferentes sistemas de cultivos

em Campo Verde - MT .................................................................................16

Resumo: .......................................................................................................17

Abstract.........................................................................................................18

3.1. INTRODUÇÃO.......................................................................................19

3.2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................20

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................24

3.4 CONCLUSÃO .........................................................................................31

CAPITULO II: Populações de bactérias e fungos e ocorrência de

Azospirillum em solo sob diferentes sistemas de cultivos do algodoeiro em

Campo Verde - MT ...................................................................................... 32

Resumo ........................................................................................................33

Abstract.........................................................................................................34

4.1. INTRODUÇÃO:......................................................................................35

4.2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................36

4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................38

4.4. CONCLUSÃO ........................................................................................43

5. CONCLUSÕES GERAIS ..........................................................................44

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................45

APÊNDICES .................................................................................................57

7vii

LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1. Estádios fenológico do ciclo do algodoeiro e épocas das coletas das amostras, em dias.

20

Figura 2. Fungos micorrízicos arbusculares em raízes do algodoeiro cultivado em sistema plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária, em Campo Verde-MT. (Aumento de 40 vezes).

25

Figura 3. Colonização micorrízica (%) do algodoeiro, cultivado em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de duas repetições.

25

Figura 4. Esporos de fungos micorrízicos arbusculares isolados da rizosfera do algodoeiro, cultivado em sistema convencional (T1), em Campo Verde-MT. (Aumento de 40 vezes).

28

Figura 5. Densidade de esporos de fungos micorrízicos em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, na fertilização reduzida, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições.

29

Figura 6. Densidade de esporos de fungos micorrízicos em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, na fertilização padrão, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições.

30

Figura 7. População de fungos em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de oito repetições.

39

8viii

Figura 8. População de bactérias em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de oito repetições

40

9ix

LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1. Fertilização (Kg/ha) aplicada na base e em cobertura, no algodoeiro conduzido em sistemas convencional (T1), semi-direto (T2) e plantio direto (S3), no município de Campo Verde-MT.

21

Tabela 2. Análise química de solo cultivado com algodoeiro nos sistemas de cultivo convencional (T1), semi-direto (T2) e plantio direto, com rotação bianual de culturas (S3), em diferentes níveis de fertilização, em quatro épocas, no município de Campo Verde-MT (média de seis repetições).

22

Tabela 3. Densidade de esporos de fungos micorrízicos (no./50 mL de solo) em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições.

27

Tabela 4. População de bactérias diazotróficas (NMPx105/g de solo) em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições.

42

1

COMUNIDADE MICROBIANA DO SOLO, BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS E FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES ASSOCIADOS AO

ALGODOEIRO, EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO

Resumo: Os sistemas de cultivos com seus respectivos manejos causam

grandes impactos na comunidade microbiana do solo, bactérias diazotróficas

e fungos micorrízicos arbusculares. Com isso, o objetivo desse trabalho foi

avaliar os fungos micorrízicos arbusculares, a comunidade microbiana e

bactérias diazotróficas, associados ao algodoeiro, em diferentes sistemas de

cultivo e em dois níveis de fertilização. O delineamento experimental

utilizado foi inteiramente casualizado, com seis tratamentos e seis

repetições, os tratamentos foram dispostos em esquema de parcelas

subdivididas, sendo nas parcelas os dois níveis de fertilização (padrão e

reduzida) e nas sub-parcelas os três sistemas de cultivo [monocultivo de

algodoeiro em preparo convencional (T1), monocultivo de algodoeiro em

plantio semi-direto, sobre palhada de milheto (T2) e algodoeiro em plantio

direto, em rotação bianual, com soja seguido de sorgo consorciado com

Brachiaria ruzizienses (S3)]. Avaliou-se a densidade de esporos do solo, a

colonização radicular do algodoeiro, as populações de bactérias, fungos e

bactérias diazotróficas. O sistema de plantio semi-direto (T2) apresentou

uma tendência a ter uma maior colonização micorrízica e obteve maior

população de bactérias totais, para ambas as fertilizações. O sistema de

plantio direto (S3), apresentou maior densidade de esporos. De modo geral

os sistemas de cultivo e a fertilização do solo atuaram sobre a simbiose

micorrízica-arbuscular. Não houve efeito das fertilizações na população de

fungos totais para os sistemas semi-direto (T2) e plantio direto (S3). A

população de Azospirillum sp., foi influenciada pelas épocas de coleta e

provavelmente pelos tratos culturais, sendo que o sistema semi-direto (T2)

teve melhor efeito sobre essa população.

Palavras chaves: Fungos micorrízicos, colonização radicular, Azospirillum

sp, comunidade microbiana, sistemas de cultivo.

2

SOIL MICROBIAL COMMUNITY, DIAZOTROPHIC BACTERIA, AND ARBUSCULAR MYCORRHIZAL FUNGI ASSOCIATED WITH COTTON IN

DIFFERENT CULTIVATION SYSTEMS

Abstract: Different cultivation systems, with their corresponding

management practices, have a great impact on the soil microbial community,

diazotrophic bacteria, and arbuscular mycorrhizal fungi. The objective of this

work was therefore to evaluate the arbuscular mycorrhizal fungi, microbial

community and diazotrophic bacteria associated with cotton in different

cultivation systems at two fertilization levels. A completely randomized

experimental design was adopted, with six treatments and six replicates. The

treatments were organized in a split-plot arrangement where the two

fertilization levels (standard and reduced) were assigned to plots and three

cultivation systems were assigned to sub-plots [cotton monoculture under

conventional tillage (T1), cotton monoculture under semi-direct planting on

millet trash (T2), and no-till cotton, in a biennial rotation, with soybean

followed by sorghum intercropped with Brachiaria ruzizienses (S3)].

Evaluations included spore density in the soil, cotton root colonization, and

populations of bacteria, fungi, and diazotrophic bacteria. The semi-direct

planting system (T2) showed a tendency to have higher mycorrhizal

colonization and obtained higher total bacterial populations, at both

fertilization levels. The no-till system (S3) showed higher spore density. In

general, the cultivation systems and soil fertilization acted upon the

arbuscular mycorrhizal symbiosis. There was no effect of fertilization on total

fungal population in the semi-direct (T2) and no-till (S3) systems. The

Azospirillum sp. population was influenced by collection season and probably

by management practices. The semi-direct planting system (T2) had the best

effect on this population.

Keywords: Mycorrhizal fungi, root colonization, Azospirillum sp, microbial

community, cultivation systems.

3

1. INTRODUÇÃO O Algodão é uma das fibras vegetais cultivadas mais antigas do

mundo. Sendo uma cultura de grande importância, seu principal produto é a

fibra, que possui diversas aplicações na indústria (Corrêa, 1989). A semente

(caroço) representa aproximadamente 65% do peso da produção e a fibra

35%.

A cotonicultura já atingiu altos níveis de produtividade, mas, para sua

consolidação no cenário nacional, é necessário chegar a sustentabilidade

dos sistemas de produção que depende, entre outros fatores, do potencial

de impacto das tecnologias sobre os agroecossistemas em seus vários

aspectos sociais, ambientais e econômicos.

Nos agroecossistemas só é possível manter o processo em equilíbrio

dinâmico, desde que haja igualdade, estabilidade e produtividade

contempladas dentro das dimensões ecológicas, econômicas e sociais.

Para assegurar a viabilidade do cultivo algodoeiro, é preciso reduzir

os riscos econômicos e ecológicos e aumentar a rentabilidade,

principalmente mediante a redução dos custos de produção, que atingem

níveis muito elevados e, portanto, tornam este cultivo arriscado. A introdução

de variedades resistentes a viroses e bacteriose, e mais tolerantes a

doenças foliares, contribui para o processo de redução de custos e de

consolidação da cotonicultura nos cerrados. Mas existem vias

complementares de redução de custos, em particular tratando da associação

entre microrganismos e variedades no sistema de cultivo.

Dentre os sistemas de cultivo, o plantio direto e o cultivo mínimo são

os mais utilizados atualmente, porém há muitas lavouras que ainda utilizam

o plantio convencional.

A produtividade agrícola é determinada em parte pela disponibilidade

de nitrogênio previamente fixado, seja pelo processo biológico ou pelo

processo químico industrial.

Os principais organismos que podem utilizar o nitrogênio gasoso

atmosférico pertencem ao reino do procariotos e a reação básica parece a

mesma em todos os casos: redução do nitrogênio elementar (N2) à amônia

4

(NH3), catalisada pelo complexo enzimático da nitrogenase. Esses

organismos sejam em simbiose ou em vida livre, como, por exemplo,

Azospirillum, que é uma bactéria fixadora associativa, demonstram grande

potencial em reduzir a dependência de fertilizantes nitrogenados,

reconhecidamente comprometedores da qualidade da água e do ar quando

usado inadequadamente. Assim, todas as possibilidades de incremento da

fixação biológica de nitrogênio na agricultura devem ser exploradas, não

somente como alternativa econômica, mas, também ecológica.

Fungos micorrízicos arbusculares (FMA) são microrganismos que

formam associações simbiotróficas mutualistas (micorrizas arbusculares)

com as raízes de vegetais. Estes fungos ocorrem normalmente na natureza

(Allen, 1991) propiciando às plantas melhor eficiência na absorção de

fósforo. As micorrizas contribuem para o estabelecimento e longevidade dos

agrossistemas (Harley & Smith, 1983; Sieverding, 1990; Abbot & Robson,

1991).

Ainda que sejam organismos de ocorrência generalizada, algumas

perturbações no ecossistema que acarretem mudanças nas propriedades

dos solos poderão contribuir para redução ou eliminação dos propágulos de

FMA em um determinado ambiente. Entre estas perturbações, fatores como

o tipo de preparo de solo e de plantio (preparo convencional), sucessão de

culturas, cultivo de plantas não hospedeiras, pousio prolongado, eliminação

da vegetação de cobertura, fogo, poluição, erosão, compactação, inundação,

uso de fertilizantes em quantidades excessivas, uso de agrotóxicos

sistêmicos (Abbott & Robson, 1991), são responsáveis pela redução do

número de propágulos viáveis de FMA.

Os efeitos das práticas de manejo do solo sobre a percentagem de

colonização de raízes por fungos micorrízicos já foram estudados,

evidenciando efeitos significativos em cultivos de milho e trigo.

Este trabalho teve como objetivo avaliar a comunidade microbiana,

bactérias diazotróficas e fungos micorrízicos arbusculares, associados ao

algodoeiro, em diferentes sistemas de cultivo e em dois níveis de fertilização.

5

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A cultura do algodoeiro O algodoeiro é uma dicotiledônea da família das Malváceas. O gênero

Gossypium é constituído de 52 espécies distribuídas nos continentes: Ásia,

África, Austrália e América, sendo que destas apenas quatro são cultivadas.

O Gossypium arboreum L., cultivado na Índia é importante comercialmente e

o Gossypium herbaceum L. que já teve maior importância no passado,

atualmente é plantado apenas em algumas regiões secas da África e Ásia.

Finalmente, cerca de 90% da produção mundial de algodão é de Gossypium

hirsutum L. e 8% de Gossypium barbadense L. (Lee, 1984).

A origem dos algodoeiros cultivados é de difícil determinação.

Segundo Phillips (1963) e Fryxell (1965) o gênero Gossypium é muito antigo,

tendo os tetraplóides, provavelmente, se originado há aproximadamente 1,5

milhão de anos. Saunders (1961) propõe que o centro de origem do gênero

Gossypium seja a África Central, pois quatro dos sete grupos genômicos

diplóides ocorrem neste continente.

Na Índia, em 1500 a.C., o algodoeiro já era cultivado visando a

fabricação de tecidos. Mil anos depois foram os chineses que iniciaram o

cultivo, que só chegou a Europa no século IV a.C. Na América, o algodão já

era utilizado pelos índios. Portanto, quando o Brasil foi descoberto o algodão

já era cultivado.

Até o final do século XVIII e início do século XIX, a cultura do algodão

no Brasil era basicamente do tipo perene (Gossypium barbadense e

Gossypium hirsutum raça Marie Galante), concentrando-se, principalmente,

na região Nordeste. A partir de 1860 a Inglaterra introduziu a variedade

herbácea (Gossypium hirsutum L. r. Latifolium, tipo upland) no Brasil com o

objetivo de incentivar a produção brasileira e diminuir sua dependência com

relação aos Estados Unidos. Em 1870/71, a cultura do algodão entra em

decadência profunda, somente em 1880/81 ocorre à recuperação.

Avançando rapidamente, em 1940, a cotonicultura brasileira viveu a

fase áurea de expansão de área cultivada. O fim dos anos 80 e início dos 90

6

é marcado por uma forte crise da cotonicultura, sendo que a partir de 1999,

com expansão da cotonicultura para a região Centro-Oeste, principalmente,

Mato Grosso, a situação se modifica e o país volta a ter elevados ganhos de

produtividade e qualidade. Em resumo, a cotonicultura no Brasil manteve

sua área estável nos últimos setes anos (safras 97/98 a 02/03), em 03/04 e

04/05 houve um pequeno aumento e a previsão para a safra 05/06 é de que

tenha uma redução de 32,6% da área plantada a nível nacional (CONAB,

2006).

2.2. Sistemas de cultivo Os solos mais comuns na região dos cerrados são os latossolos,

correspondendo com 46% da área (UFLA, 2006). Esses solos são antigos,

profundos e bem drenados, são ácidos e de baixa fertilidade com altos níveis

de Fe e Al (Klink, 2006). Entretanto, apresentam uma boa estrutura física,

aliada ao relevo predominantemente plano, favorecendo a agricultura

mecanizada (Pivello, 2006).

O algodoeiro tem-se mostrado uma cultura de larga adaptação nos

solos do cerrado, no que se refere às condições edáficas, desde que sejam

efetuadas as devidas correções, passando a apresentar características

suficientes para atender às necessidades básicas ao seu pleno

desenvolvimento (Portalbrasil, 2006).

Os sistemas de cultivo nada mais são do que um conjunto de

operações técnicas utilizadas de maneira idêntica na condução de uma

cultura. Sendo definido pelo tipo de cultura, pela ordem de sucessão das

culturas à nível de parcela assim como o itinerário técnico (Sebillotte, 1990).

Dependendo das operações técnicas utilizadas podem ser classificados

como: plantio direto, plantio convencional, cultivo mínimo, entre outros.

A técnica que inclui em seu preparo a passagem do arado e da grade

niveladora, sem cobertura passou a ser denominada plantio convencional a

fim de distinguir-se do plantio direto, surgido posteriormente, que é a prática

onde é dispensado o uso de cultivos mecânicos (arados, grades, entre

outros) e apresenta uma boa cobertura de palha no solo (Ferraz et al.,

7

2004). O outro sistema, o cultivo mínimo poderia ser um intermediário, onde

se faz o uso de arado, grade e posteriormente planta-se uma cobertura para

o solo.

O plantio direto teve seu inicio na década de 60, com os trabalhos de

Shirley H. Phillips e Harry M. Young Jr., em Kentucky-EUA (Saturnino,

2001). Todavia, o seu desenvolvimento ocorreu a partir da década de 70,

com o surgimento do herbicida paraquat que veio substituir o preparo do

solo no controle de plantas daninhas.

A adaptação do plantio direto às condições do Mato Grosso, evidencia

o fato de que a cultura algodoeira, com altíssimo nível de insumos químicos,

não está sendo sustentável nas suas práticas atuais. Sabe-se que a

produtividade do algodoeiro reduz, influenciada ao mesmo tempo, pelas

práticas excessivas da monocultura e a volta das gradagens, sendo esta

com o objetivo de destruir a soqueira, medida profilática obrigatória por lei

para controle de algumas pragas e doenças (Séguy et al., 2004).

Existe, atualmente, um consenso sobre a exigência de reduzir o risco

econômico e custos de produção para consolidar a cotonicultura no Brasil

Central, principalmente em Mato Grosso, que tem os custos mais altos do

país, cerca de U$ 1.500. Um dos caminhos mais eficientes e seguros para

conseguir esse objetivo passa pela adoção do sistema plantio direto (SPD),

que propicia solos protegidos contra a erosão, com excelentes propriedades

físicas, biologicamente sadios e muito favoráveis à cultura algodoeira,

propiciando menor susceptibilidade a qualquer stress (Séguy et al., 1998 e

2003a). A definição do SPD proposta por Séguy (1998), fica simbolicamente

resumida na seguinte fórmula: SPD = ABC = A (ausência de trabalho do

solo) + B (biodiversidade, opondo-se a monocultura) + C (coberturas

necessárias para cobrir o solo e colonizar o perfil).

Os motivos da adoção do sistema de plantio direto na palha foram,

além da melhoria no controle da erosão, vantagens econômicas como a

redução dos custos de preparo e plantio, e o alívio do calendário operacional

(Landers, 1998). Para gerar fertilidade organo-biológica e reduzir

expressivamente as necessidades em herbicidas e fertilizantes, são

8

necessárias importantes biomassas integradas em SPD diversificados, que

incluem plantas de coberturas e as safrinhas de grãos (Séguy et al., 2003b).

Uma das condições para se implantar o sistema de plantio direto é a

cobertura do solo com uma camada de palha, a fim de proporcionar um

ambiente extremamente favorável às condições químicas, físicas e

biológicas, contribuindo para o controle de plantas daninhas, estabilização

de produção e manutenção da qualidade do solo (Heckler et al., 1998;

Alvarenga et al., 2001). Plantas produtoras de grande biomassa (Eleusine

coracana, sorgo ou milheto consorciado com Brachiaria ruzizienses)

permitem construir uma fertilidade de origem organo-biológica, de grande

importância, pois aumenta a capacidade do solo em produzir com o passar

do anos (Séguy et al., 2001).

O plantio direto com cobertura vegetal permanente funciona como o

ecossistema florestal, em circuito fechado, sem perda marcante de

nutrientes, e neutraliza eficientemente os efeitos nocivos da acidez (Al) nas

culturas sensíveis, constatando mais uma vez a importância desse sistema

(Séguy et al., 2004).

No sistema de plantio direto os microrganismos são beneficiados

pelas menores oscilações térmicas e temperaturas máximas inferiores que

ocorrem nesse sistema em relação ao plantio convencional (Lal e Kharnna,

1993) refletindo positivamente nos microrganismos de importância agrícola

que são termosensíveis.

O teor de matéria orgânica também é maior no plantio direto nos

primeiros centímetros do solo, resultando em maior disponibilidade de

nutrientes para os microrganismos e maior retenção de água no solo,

também importante para a microbiota (Hungria et al., 1995).

Os sistemas de manejo do solo podem favorecer diversos

microrganismos benéficos, entre eles os fungos micorrízicos, entretanto

algumas práticas de manejo mecânico utilizado no sistema convencional

podem reduzir colonização micorrízica nas raízes das plantas, destruindo a

rede de hifas no solo, reduzindo o potencial de inóculo, uma vez que a

9

translocação dos assimilados da planta dentro da hifa é interrompido (Evans

& Miller, 1988).

2.3. Atividade microbiana nos solos do cerrado

A partir de estimativas da diversidade biológica mundial e dos

Cerrados considera-se que a riqueza mínima da região dos Cerrados é da

ordem de 320.000 espécies (Assad, 1996).

A biomassa microbiana do solo é constituída por fungos, bactérias e

actinomicetos que atuam em processos que vão desde a origem do solo,

formação e manutenção da sua estrutura até a decomposição de resíduos

orgânicos, ciclagem de nutrientes, biorremediação de poluentes e metais

pesados (Mendes e Vivaidi, 2001). Também pode ser definida como a parte

da matéria orgânica constituída pelos organismos vivos com volume menor

que 5 a 10 μ m3 (Moreira e Siqueira, 2002).

A atividade microbiana dos solos inclui todas as reações metabólicas

celulares, suas interações e seus processos bioquímicos mediados ou

conduzidos pelos organismos do solo (Matsuoka, 2001).

O aumento da biomassa microbiana e sua atividade no solo têm

implicações práticas importantes na agricultura. Biomassa microbiana maior

implica em maior mobilização temporária de C, N e outros nutrientes e,

conseqüentemente, menor perda de nutrientes do sistema solo-planta

(Colozzi Filho et al., 1999).

A biomassa microbiana pode contribuir significativamente para a

disponibilização do nitrogênio (N) do solo para as plantas, a quantidade de N

inorgânico depende da taxa de decomposição da matéria orgânica do solo

pela biomassa, da imobilização, da desnitrificação e da lixiviação (Lovell &

Hatch, 1998).

Os diferentes sistemas de manejo do solo podem determinar

profundas alterações, provocando mudanças qualitativas e quantitativas nos

microrganismos e suas atividades (Balota, 1997). Isto ocorre porque o

conjunto de práticas agrícolas utilizadas em cada agrossistema condiciona o

10

sistema solo-planta a uma dinâmica própria que pode influenciar a atividade

biológica de maneira diferenciada.

O cultivo convencional reduziu significativamente a diversidade de

bactérias na cultura do trigo, por exemplo, aumentando a predominância de

poucos grupos de microrganismos e reduzindo a fertilidade do solo (Balota,

1997).

Em sistemas onde se proporciona maior cobertura e menor

revolvimento do solo, como plantio direto (Carneiro et al., 1999; Ananyeva et

al., 1999) e sistemas de cultivo mínimo e reduzido (Deng & Tabatabai, 1997;

Kandeler et al., 1999), aumentos na biomassa microbiana e em sua

atividade têm sido observados (Matsuoka, 2001).

O efeito dos sistemas de manejo sobre a microbiota, porém, não se

restringe a aspectos quantitativos, como as alterações na biomassa.

Também a composição da comunidade microbiana pode ser alterada, pois

os grupos microbianos podem ser afetados diferentemente pelas práticas de

manejo (Vargas et al., 2004).

2.4. Micorrizas A primeira ilustração de uma micorriza foi publicada em 1840, quando

Robert Hartig ilustrou raízes finas de pinus. Porém, ele não reconheceu o

componente fúngico separadamente. Em 1847, S. Reissek descreveu as

células do fungo associadas com orquídeas e em 1881, F. Kamienski

mostrou que algumas raízes de árvores tinham uma capa de fungos que as

cercavam e que os nutrientes para serem translocados pela planta

necessitavam penetrar nesta capa (Paul & Clark, 1996).

O termo micorriza (grego “mykes” = fungo, “rhiza” = raiz) foi proposto

em 1885, pelo alemão, Albert Bernard Frank (Sylvia, 1998). Ele caracterizou

o fungo formado externamente em raízes de árvores. Essa associação foi

descrita como endotrófica (Paul & Clark, 1996). O termo trófica foi eliminado

no final da década de 60, passando a serem designadas ectomicorrizas e

endomicorrizas (Siqueira & Klauberg Filho, 2000).

11

Os FMAs estão distribuídos de forma generalizada no ambiente

terrestre, desde regiões árticas até os trópicos (Brundrett, 1991), ocorrendo

em quase todas as famílias de plantas, com exceção das que formam

ectomicorrizas, das que possuem associações específicas e algumas

famílias das monocotiledôneas e dicotiledôneas, como Brassicaceae

(Silveira, 1998).

Os FMAs são simbiontes obrigatórios, ou seja, necessitam da planta

hospedeira para poder completar seu ciclo vital. No córtex da raiz da planta

hospedeira, as hifas dos FMAs percorrem inter e intracelularmente as

células corticais, formando no seu interior, estruturas arboriformes

(arbúsculos) e/ou saculares (vesículas) (Powell & Bagyaraj, 1984).

Silveira (1992) diz que o desenvolvimento do FMA apresenta cinco

estágios: pré-infecção; infecção primária; formação de arbúsculos e/ou

vesículas; desenvolvimento do fungo na raiz e na rizosfera e dispersão do

fungo no solo.

Estabelecida a simbiose, os fungos formadores de micorrizas,

estabelecem uma série de inter-relações biotróficas. A raiz é perfurada pela

hifa e a colonização instala-se apenas nas células do córtex. As hifas

percorrem as células do hospedeiro e nos espaços intercelulares são

formados os arbúsculos e/ou as vesículas. As espécies de FMAs que

formam vesículas intra-radicais possuem células auxiliares no micélio extra-

radical (Silveira, 1992).

As vesículas são estruturas globulares esféricas relacionadas com

armazenamentos de substâncias de excreção ou reserva, como óleos, e

ocorrem inter e intracelularmente às raízes como também no solo (Siqueira

et al., 1986). Os arbúsculos, originados de ramificações dicotômicas de

hifas, ocorrem no interior de células corticais e apresentam circunvoluções

que lhes aumentam a superfície, tendo como função, as trocas nutricionais

entre os organismos simbiontes (Scannerini & Bofante–Fasolo, 1983).

As hifas funcionam como extensão do sistema radicular, aumentando

sua capacidade em explorar maior volume de solo e aumentar a superficie

de contato com o solo e os sítios de absorção de nutrientes, melhorando o

12

estado nutricional da planta através da maior absorção de nutrientes,

principalmente do P, Cu e Zn, que apresentam baixa mobilidade. Dessa

forma, esta simbiose é de grande interesse, principalmente, em condições

tropicais, onde os solos apresentam baixos teores de fósforo disponíveis

devido a sua alta capacidade de fixação (Colozzi Filho & Balota, 1994).

De acordo com Allen (1992), os FMAs contribuíram para a evolução

das plantas, e muitas delas, são extremamente dependentes da associação

micorrízica para a sobrevivência.

A dependência micorrízica pode ser definida como o grau em que a

planta hospedeira é dependente à condição micorrízica para crescimento

máximo em um dado nível de fertilidade do solo (Gerdemann, 1975). As

plantas podem ser dependentes obrigatórias ou facultativas de FMA. As

espécies micotróficas facultativas podem sobreviver e crescer sem micorriza

arbuscular (MA) em um dado nível de fertilidade do solo (Sieverding, 1991).

A alta dependência de MA está relacionada com o requerimento de P e à

baixa capacidade da planta em absorver este nutriente quando não

micorrizadas e com o tipo de sistema radicular da planta, sendo altamente

dependente aquelas espécies com o sistema radicular pouco desenvolvido,

como a mandioca, citros, café, soja e muitos legumes tropicais. Plantas com

alta densidade de raízes e pêlos radiculares longos são menos dependentes

de MA (Sieverding, 1991).

Informações sobre a diversidade e a dinâmica de fungos micorrízicos

em condições de campo são decorrência de estudos quantitativos

determinando a colonização radicular e a densidade de esporos no solo, e

qualitativas, em que a presença de diferentes fungos é determinada para

gênero e/ou espécies, em termos de freqüência e abundância relativa

(Siqueira & Klauberg Filho, 2000).

Vários trabalhos mostram os benefícios da associação com FMAs,

como em mudas de acerola, onde foi observado maior crescimento e

absorção de fósforo, potássio, cobre e zinco (Oliveira & Leal, 2000); para

mudas de maracujazeiro, a inoculação com FMAs proporcionou aumentos

no crescimento e nos teores de nutrientes da parte aérea na fase de

13

produção de mudas (Soares & Martins, 2000). Para a soja, a micorrização

favoreceu de forma significativa o crescimento, nodulação e o acúmulo de

nutrientes (Minhoni et al., 1993) e as plantas de soja micorrizadas

apresentaram maiores teores de fósforo e cálcio nas folhas e menores de

potássio, manganês, zinco e cobre do que aqueles não micorrizadas

(Siqueira et al., 1986).

Siqueira et al. (1986), verificou que o algodoeiro crescendo em solos

deficientes em P exibiu elevada dependência micorrízica e alto grau de

micotrofismo, não apresentando especificidade em nível de colonização.

Entretanto, a efetividade simbiótica foi diferenciada, confirmando a

universalidade da simbiose e sua importância para o crescimento do

algodoeiro em condições de deficiência de P (Davis et al., 1979; Smith et al.,

1986).

O uso de microrganismos com a finalidade de melhorar a

disponibilidade de nutrientes às plantas é uma prática de grande importância

e necessária para a agricultura. Estudos relacionados à ecologia dos FMAs

são essenciais para se planejar o uso efetivo desses fungos na agricultura

comercial ou conhecer sua atividade como componente do ecossistema

como um todo (Fitter, 1991).

2.5. Bactérias diazotróficas Com a exceção da água, o nitrogênio é geralmente considerado o

nutriente mais limitante para o crescimento de plantas no seu ambiente

natural (Franco & Dobereiner, 1994). Apesar da abundância de N2 na

atmosfera, somente os organismos procariontes conseguem converter ou

reduzir enzimaticamente o nitrogênio da atmosfera em amônia. Estes

organismos são denominados diazotróficos e o mecanismo responsável pela

incorporação de N à biomassa é chamado de fixação biológica de nitrogênio

(Marin et al., 1999).

Evans & Burris (1992), caracterizaram as bactérias fixadoras de

nitrogênio ou diazotrofos, em três grupos: diazotrofos de vida livre,

diazotrofos associativos e diazotrofos simbióticos.

14

Os primeiros a serem reconhecidos foram os diazotrofos de vida livre,

que fixam nitrogênio para o seu próprio uso, como é o caso de Beijerinkia

fluminensis e Beijerinkia indica, isoladas da rizosfera de plantas de cana-de-

açúcar crescidas em solos tropicais, sendo demonstrado o seu potencial na

associação com gramíneas (Dobereiner & Ruschel, 1958; Dobereiner e

Alvahydo, 1959). Já os diazotrofos simbióticos, são aqueles que

estabelecem uma interação muito estreita entre o macro e microsimbionte,

em alguns casos formam-se estruturas diferenciadas denominadas nódulos.

Nesse grupo de microrganismos estão os gêneros Azorhizobium,

Bradyrhizobium, Rhizobium, Sinorhizobium, Mesorhizobium, entre outros

(Marin et al., 1999).

Dentro do grupo dos diazotrofos associativos, podemos dividir em

endofíticos facultativos (que podem colonizar tanto a rizosfera como o

interior das raízes) e os endofíticos obrigatórios (que colonizam o interior das

raízes), como proposto por Baldani et al., 1997. Entre os endofíticos

obrigatórios estão: Acetobacter diazotrophicus (Cavalcante & Dobereiner,

1988), Azoarcus spp. (Reinhold-Hurek et al., 1993), Herbaspirillum

seropedicae (Baldani et al., 1986), Herbaspirillum rubrisubalbicans (Baldani

et al., 1996) e Burkholderia spp. (Yabuuchi et al., 1992).

Para endofíticos facultativos, o grupo funcional predominante é do

gênero Azospirillum, redescoberto por Dobereiner & Day (1975), isoladas a

partir de raízes de Digitaria. Estudos recentes relatam Azospirillum sp., como

sendo o grupo funcional mais promissor associado a gramíneas e não

leguminosas, devido a sua capacidade de colonizar todo o interior da planta,

localizando-se dentro de habitats protegidos do oxigênio (Baldani et al.,

1997).

Azospirillum spp. pode ser caracterizado como uma bactéria gram

negativa, tipo bastonete, bastante móvel. São aeróbios típicos, quando

supridos com fonte de nitrogênio combinado, e microaerofílicos, quando

crescem dependentes da fixação de N2. Em meio sólido formam uma

película delgada em forma de véu, abaixo da superfície do meio, onde a

15

concentração de O2 permite a fixação de nitrogênio para iniciar seu

crescimento, movendo-se em direção a superfície (Dobereiner et al., 1995).

A distribuição ecológica de Azospirillum spp. é extremamente ampla

podendo ser considerada uma bactéria universal encontrada colonizando

plantas crescidas em diferentes habitats (Dobereiner et al., 1976 ;Dobereiner

& Pedrosa, 1987). Estirpes tem sido encontradas em associação com

plantas monocotiledôneas, por exemplo: milho, arroz, cana-de-açúcar, entre

outras (Dobereiner et al., 1976; Haahtela et al., 1981) e com as

dicotiledôneas (Rao & Vankateswarlu, 1982).

Cinco espécies de Azospirillum têm sido descritas até o momento: A.

brasilense; A. lipoferum; A. amazonense; A. halopraeferens e A. irakense.

Um dos principais mecanismos de desenvolvimento de plantas relacionados

ao Azospirillum tem sido atribuído à sua capacidade de produzir substâncias

de promoção de crescimento vegetal. Azospirillum estimula a densidade e o

comprimento dos pêlos radiculares, a freqüência de raízes laterais e o

aumento da superfície da raiz. Tais efeitos na morfologia e fisiologia da raiz

resultam em aumento de absorção de água e nutrientes (Okon & Labandera-

Gonzales, 1994). Além de cana-de-açúcar, bactérias endofíticas fixadoras de

nitrogênio têm sido associadas a cereais, palmeiras, gramíneas forrageiras,

frutíferas e outras plantas de importância agronômica. Devido ao potencial

para utilização em grande escala no campo, muito mais estudos

taxonômicos, fisiológicos e genéticos necessitam ser realizados sobre a

interação planta-diazotróficos endofíticos.

16

CAPITULO I: Micorrização do algodoeiro em diferentes sistemas de cultivos em Campo Verde - MT

17

MICORRIZAÇÃO DO ALGODOEIRO EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO EM CAMPO VERDE - MT

Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar os fungos micorrízicos

arbusculares, associados ao algodoeiro, em diferentes sistemas de cultivo e

dois níveis de fertilização. O experimento foi conduzido na Fazenda Mourão,

no município de Campo Verde-MT. O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado, com seis tratamentos e seis repetições, os

tratamentos foram dispostos em esquema de parcelas subdivididas, sendo

nas parcelas os dois níveis de fertilização (padrão e reduzida) e nas sub-

parcelas os três sistemas de cultivo [monocultivo de algodoeiro em preparo

convencional (T1), monocultivo de algodoeiro em plantio semi-direto, sobre

palhada de milheto (T2) e algodoeiro em plantio direto, em rotação bianual,

com soja seguido de sorgo consorciado com Brachiaria ruzizienses (S3)].

Avaliou-se a densidade de esporos do solo e a colonização radicular do

algodoeiro. Foi observado que em todas as amostras de raízes e solo

ocorreram à presença de fungos micorrízicos arbusculares. O sistema de

plantio semi-direto (T2) apresentou uma tendência a ter uma maior

colonização micorrízica. O sistema de plantio direto (S3), apresentou maior

densidade de esporos. De modo geral os sistemas de cultivo e a fertilização

do solo atuaram sobre a simbiose micorrízica-arbuscular.

Palavras chaves: Fungos micorrízicos, colonização radicular, esporos,

densidade de esporos no solo.

18

COTTON MYCORRHIZATION IN DIFFERENT CULTIVATION SYSTEMS IN CAMPO VERDE - MT

Abstract: The objective of this work was to evaluate arbuscular mycorrhizal

fungi associated with cotton in different cultivation systems under two

fertilization levels. The experiment was conducted at Fazenda Mourão, in the

municipality of Campo Verde - MT, Brazil. A completely randomized

experimental design was adopted, with six treatments and six replicates. The

treatments were organized in a split-plot arrangement where the two

fertilization levels (standard and reduced) were assigned to plots and three

cultivation systems were assigned to sub-plots [cotton monoculture under

conventional tillage (T1), cotton monoculture under semi-direct planting on

millet trash (T2), and no-till cotton, in a biennial rotation, with soybean

followed by sorghum intercropped with Brachiaria ruzizienses (S3)]. Spore

density in the soil and cotton root colonization were evaluated. It was

observed that the presence of arbuscular mycorrhizal fungi occurred in all

root and soil samples. The semi-direct planting system (T2) showed a

tendency to have higher mycorrhizal colonization. The no-till system (S3)

showed higher spore density. In general, the cultivation systems and soil

fertilization acted upon the arbuscular mycorrhizal symbiosis.

Keywords: Mycorrhizal fungi, root colonization, spores, spore density in the

soil.

19

3.1. INTRODUÇÃO As micorrizas arbusculares (MAs) são uma associação simbiotrófica

mutualista importante entre fungos Zigomicetos da ordem Glomales e a

maioria das raízes de plantas, e ocorrem nos mais variados ecossistemas.

Muitos são os benefícios desta simbiose, tanto para as plantas quanto para

o fungo, sejam eles nutricionais ou não (Siqueira e Klauberg Filho, 2000).

O algodoeiro é facilmente micorrizado em condições de campo

(Colozzi Filho et al., 1985). Quando se desenvolve em solos deficientes em

fósforo, apresenta alto grau de micotrofismo e elevada dependência

micorrízica (Siqueira et al., 1986).

Apesar dos FMAs mostrarem-se, na maioria das vezes, benéficos às

plantas, os efeitos da micorrização são resultados da interação fungo planta

e que pode ser alterada por fatores que modifiquem um ou mais desses

componentes (Varma & Hock, 1995).

O sistema de cultivo interfere na população do FMAs, pois a

desestruturação do solo pela aração e gradagem pode destruir as hifas

fúngicas (Colozzi Filho et al., 1993). Os mesmos autores relatam ainda que o

revolvimento do solo, provocado pela aração, pode expor os propágulos

(esporos, hifas e fragmentos de raízes colonizadas) na superfície do solo,

inviabilizando-os devido à ação de altas temperaturas e de predadores. Eles

afirmam que o plantio direto e a rotação de culturas podem aumentar o

potencial de inóculo natural desses fungos no solo.

Devido a grande importância dos FMAs, poucas informações

disponíveis sobre a micorrização do algodoeiro e a necessidade de se

estudar alternativas que venham contribuir para a cotonicultura, o presente

trabalho teve por objetivo avaliar os fungos micorrízicos arbusculares

associados ao algodoeiro, em diferentes sistemas de cultivo, em dois níveis

de fertilização.

20

3.2. MATERIAL E MÉTODOS Localização da área:

O estudo foi realizado na área de pesquisa da COODETEC/CIRAD,

Fazenda Mourão, no município de Campo Verde – MT (15o28’73’’S;

54o54’30’’W e 680 m sobre o nível do mar), situada às margens da BR 070,

em uma área de 15 ha cultivada com algodoeiro em diferentes sistemas de

cultivo e dois níveis de fertilização, implantados há quatro anos.

Coletas de amostras no campo:

As amostras de solo rizosférico foram coletadas em quatro épocas e a

das raízes iniciou a partir da segunda época (22/12/04, 05/03/05, 07/05/05 e

18/06/05), que coincidiram com estádios do ciclo fenológico do algodoeiro

(Figura 1).

Dias após a germinação

FIGURA 1. Estádios fenológico do ciclo do algodoeiro e épocas das coletas das amostras, em dias. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado

com seis tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram dispostos em

esquema de parcelas subdivididas, sendo nas parcelas os dois níveis de

fertilização (padrão e reduzida – Tabela 1) e nas sub-parcelas os três

sistemas de cultivo [monocultivo algodoeiro em preparo convencional (T1),

monocultivo algodoeiro em plantio semi-direto, sobre palhada de milheto

(T2); e algodoeiro em plantio direto, em rotação bianual com soja seguida de

sorgo consorciado com Brachiaria ruzizienses (S3)]. O tamanho de cada

sub-parcela foi de 3.600m2 (36x100m).

21

TABELA 1. Fertilização (Kg/ha) aplicada na base e em cobertura, no

algodoeiro conduzido em sistemas convencional (T1), semi-direto (T2) e

plantio direto (S3), no município de Campo Verde-MT.

Tipo N P2O5 K2O Boro

Padrão 130 146 180 2

Reduzida 65 73 90 1

O plantio do algodoeiro foi realizado no dia 03/12/2004, nos três

sistemas descritos acima, sendo que no T2 e S3 foram sobre palhada de

milheto e braquiária, respectivamente. O espaçamento foi de 0,90m, com

densidade de 10 a 12 plantas/metro. Os tratos culturais realizados durante

toda a safra encontram-se no apêndice 1.

Em cada repetição (dentro de cada sub-parcela) foi aberta uma

trincheira onde foi coletada uma amostra de solo na profundidade de 0-

20cm, que permaneceram marcadas durante todas as coletas, perfazendo

um total de 36 amostras (3 sistemas x 2 níveis de fertilização x 6 repetições).

As amostras de raízes foram retiradas de três plantas coletadas nas

sub-parcelas que compuseram uma amostra. Essas plantas foram

selecionadas ao acaso. A retirada de amostras das raízes iniciaram a partir

da coleta 2.

Após a coleta, as amostras de solo e raiz foram embaladas em sacos

plásticos previamente identificados e acondicionadas em caixas de isopor e

transportadas, para o Laboratório de Microbiologia de Solo da

FAMEV/UFMT, no prazo máximo de 24 horas.

No laboratório, uma parte dessas amostras foram separadas e

enviadas para a análise química do solo (Tabela 2) e outra parte foi retirada

para a determinação de umidade (apêndice 2), sendo que no restante do

solo procedeu-se as análises microbiológicas.

22

TABELA 2. Análise química de solo cultivado com algodoeiro nos sistemas de cultivo convencional (T1), semi-direto (T2) e

plantio direto com rotação bianual de culturas (S3), em diferentes níveis de fertilização, em quatro épocas, no município de

Campo Verde-MT (média de seis repetições).

Níveis Sistemas pH MO P K pH MO P K pH MO P K pH MO P K de CaCl2 g/dm3 mg/dm3 CaCl2 g/dm3 mg/dm3 CaCl2 g/dm3 mg/dm3 CaCl2 g/dm3 mg/dm3

Fertilização Germinação Floração Abertura dos capulhos Colheita T1 5.2 19.7 20.8 62.5 5.2 21.0 17.0 116.2 5.0 22.2 14.7 110.2 5.2 26.1 23.2 108.5 T2 5.3 19.3 16.0 61.8 5.2 21.3 19.4 126.8 5.2 24.0 19.6 125.8 5.1 25.6 24.1 94.2 Padrão

S3 5.5 20.9 7.6 85.8 5.2 24.1 14.5 158.0 5.3 26.0 10.9 136.2 5.3 23.4 21.9 123.8 T1 5.3 21.1 8.0 69.8 5.0 21.0 6.0 47.3 5.2 26.3 10.5 70.3 5.1 25.8 9.8 62.0 T2 5.4 26.9 10.5 81.2 5.3 25.6 8.8 141.8 5.3 29.3 9.6 90.7 5.3 27.9 11.9 86.3 Reduzida

S3 5.4 28.8 9.0 85.8 5.4 29.0 7.4 143.5 5.3 30.4 8.3 141.0 5.4 28.0 7.1 135.2

23

Avaliação da colonização das raízes por FMAs:

Realizou-se, primeiramente, no Laboratório de Microbiologia do Solo

da FAMEV/UFMT, a separação das raízes mais finas do algodoeiro, sendo

acondicionadas em frascos e enviadas ao Laboratório de Microbiologia do

Solo do IAPAR em Londrina/PR, onde foi avaliada a colonização. No IAPAR,

as amostras, passaram por mais uma separação, novamente as raízes mais

finas. Posteriormente, essas raízes foram colocadas em placas de

polietileno, imersas em becker de vidro com solução de KOH 10% para a

clarificação; as raízes mais escuras foram clareadas com solução de H2O2,

sendo em seguida acidificadas em HCl 1% e coloridas com ácido glicerol

contendo azul de tripano (para a coloração das estruturas fúngicas internas),

segundo metodologia de Koske e Gemma (1989). A porcentagem do

comprimento de raízes colonizadas foi avaliada pelo método de intersecção

em quadrantes descrito por Giovanetti e Mosse (1980), onde as raízes

coradas foram espalhadas em uma placa de Petri com fundo quadriculado. A

avaliação foi realizada com o auxílio de microscópio estereoscópico, onde

foram observados a presença e ausência das estruturas fúngicas (hifas,

arbúsculos e/ou vesículas) nos pontos de intersecção das raízes com as

linhas quadriculadas.

Avaliação da densidade de esporos de FMAs:

Os esporos foram extraídos do solo pelo método do peneiramento

úmido de Gerdemann e Nicolson (1963), combinado com a técnica de

centrifugação em sacarose (Sieverding, 1991). Cada amostra de 50 mL de

solo foi homogeneizada em 1000 mL de água, desfazendo-se os torrões

com o auxílio do bastão de vidro. Esperou-se cerca de 30 segundos para a

decantação das partículas de solo e suspensão dos esporos, vertendo o

sobrenadante em duas peneiras com malhas de abertura de 71 e 53 mesh

(processo repetido por três vezes), sendo recolhido o filtrado retido na

peneira de 53 mesh.

O material recolhido foi primeiramente centrifugado em água por 3

minutos a 3000 rpm, desprezando-se o sobrenadante. Foi adicionada uma

24

solução de água e sacarose a 50% e após agitação com o bastão de vidro, a

amostra foi novamente centrifugada por 2 minutos a 2000 rpm. Sendo o

sobrenadante recolhido em peneira de 53 mesh, lavado em água corrente,

seguido de lavagem com água destilada e por fim, colocado em uma placa

de Petri, onde procedeu-se a contagem de esporos utilizando o microscópio

estereoscópico (aumento de 10 a 40 x).

Análise dos dados:

Os dados de colonização de raízes foram submetidos à estatística

descritiva (medidas de posição e dispersão).

Os dados de densidade de esporos de FMAs foram submetidos a

análise de variância (apêndice 3) e teste de médias, conforme metodologia

descrita em Banzatto & Kronka (1992), utilizando o software SAEG (Ribeiro

Junior, 2001).

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em todas as amostras de solo e raízes analisadas foram encontradas

estruturas de FMAs.

A colonização das raízes por FMAs (Figura 2) pode ser considerada

inferior (Tabela 3), quando comparada com as relatadas em outros trabalhos

com algodão - 48,8% (Siqueira et al., 1986), mandioca - 47,9% (Balota et al.,

1999) e com milho - 44% e soja - 38%, após bracquiária (Cordeiro et al.,

2005).

25

FIGURA 2. Fungos micorrízicos arbusculares em raízes do algodoeiro

cultivado em sistema plantio direto em rotação bianual com soja seguida de

sorgo consorciado com braquiária, em Campo Verde-MT. (Aumento de 40

vezes).

Não houve grande variabilidade na colonização micorrízica entre os

sistemas de cultivo (figura 3). Porém, há uma tendência de que a fertilização

reduzida tenha influenciado na colonização. Constatando que a colonização

micorrízica pode ser afetada por inúmeros fatores como manejo do solo,

densidade de raízes, idade da planta, a espécie vegetal, entre outros,

corroboram com isso Afek et al. (1990).

0

5

10

15

20

25

30

35

T1 T2 S3 T1 T2 S3

Fertilização padrão Fertilização reduzida

FIGURA 3. Colonização micorrízica (%) do algodoeiro cultivado em

monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema

semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação

bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois

26

níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de duas

repetições.

Primeiramente, há que considerar certas particularidades

metodológicas, que nessa situação usou-se o perfil de 0-20cm para as

coletas das amostras, independente dos sistemas de cultivo, o que pode ter

influenciado em alguns dados observados. Pois se sabe que há diferenças

entre o sistema radicular do algodoeiro em função do sistema de cultivo e

também quanto à ocorrência do microrganismo do solo ao longo do perfil.

Corroboram resultados obtidos por Carneiro et al. (2004), onde constataram

que na profundidade de 0-5cm a diferença significativa entre o sistema de

plantio direto e plantio convencional, para a população microbiana do solo.

No plantio, os esporos estavam presentes em todas as amostras

analisadas. Na fertilização reduzida o sistema S3 apresentou maior

densidade de esporos 66,57/ 50mL de solo. Já na fertilização padrão, não

houve diferença entre a densidade de esporos de FMAs nos três sistemas

avaliados (tabela 3).

Na floração, o sistema S3 na fertilização reduzida apresentou maior

número de esporos quando comparado aos demais sistemas (T1 e T2)

(tabela 3).

Na abertura dos capulhos, em todos os sistemas (T1, T2 e S3) na

fertilização padrão houve maior densidade de esporos, quando comparado

com a fertilização reduzida (tabela 3).

Na colheita, a maior densidade de esporos foi observada na

fertilização padrão quando comparada com a fertilização reduzida, para os

sistemas T1 e S3. Já para o T2 não houve diferenças significativas entre as

fertilizações padrão e reduzida (tabela 3).

TABELA 3. Densidade de esporos de fungos micorrízicos (no./50 mL de solo) em monocultura em sistema convencional (T1),

em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação bianual com soja

seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, em dois níveis de fertilização, no município

de Campo Verde-MT. Média de seis repetições1.

27

Germinação Floração Abertura dos capulhos Colheita Fertilizações Fertilizações Fertilizações Fertilizações Sistemas

Padrão Reduzida Padrão Reduzida Padrão Reduzida Padrão Reduzida Médias

T1 12,91 Aa 11,74 Ab 6,51 Aa 3,93 Ab 31,38 Aa 14,76 Ba 53,76 Aa 24,50 Ba 37,69 a T2 7,12 Aa 9,11) Ab 5,50 Aa 5,10 Ab 53,32 Aa 7,94 Ba 44,43 Aa 29,69 Aa 36,70 a S3 11,96 Ba 66,57) Aa 7,70 Ba 15,40 Aa 43,89 Aa 8,49 Ba 41,64 Aa 10,69 Bb 23,70 a

46,47 A 20,81 B Médias seguidas de mesma letra maiúscula na horizontal, minúscula na vertical, dentro de cada época, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (P<0,05). 1Os dados utilizados para a análise de variância foram transformados em √x+1.

28

Pode-se verificar a diversidade de esporos encontrados nas amostras

de solo, onde cada forma, tamanho e coloração indicam uma espécie

diferente (figura 4). Porém, não foi realizada a identificação das espécies,

sendo difícil concluir que uma maior densidade de esporos significa uma

melhor eficiência. Estudos realizados por Howeler et al. (1987) salientam

que nem todas as espécies associadas naturalmente a cultura são

eficientes, pois há espécies de fungos micorrízicos que apresentam efeito

diferenciado nas plantas hospedeiras.

FIGURA 4. Esporos de fungos micorrízicos arbusculares isolados da

rizosfera do algodoeiro, cultivado em sistema plantio convencional (T1), em

Campo Verde-MT. (Aumento de 40 vezes).

Apesar de maior densidade de esporos no solo indicar condição

desfavorável aos FMAs, sendo o revolvimento do solo um dos fatores

principais e a tendência no plantio convencional haver maior esporulação do

que em sistemas de plantio direto, vem sendo observado em algumas

situações, o inverso. Corrobora com essa afirmação os resultados de Silva

(2004), onde na maioria das situações, a densidade de esporos foi mais

elevada em sistema de plantio direto quando comparado ao plantio

convencional, com cultivo de soja.

Com os resultados da presente pesquisa, onde nas épocas de plantio

e floração o sistema S3 apresentou as maiores densidades de esporos, na

fertilização reduzida (figura 5), deve-se levar em consideração que no

sistema S3 antes do plantio algodoeiro, era cultivado braquiária que é um

hospedeiro multiplicador de FMAs, apresentando alta dependência

micorrízica, o que conseqüentemente, acarretou o aumento do inóculo no

29

solo. Quando ocorreu a dessecação da braquiária, 30 dias antes do plantio

do algodoeiro, e com a morte das raízes, os FMAs que são simbiotróficos

obrigatórios ficaram em uma situação de ambiente desfavorável,

ocasionando uma maior esporulação, mais acentuada na fertilização

reduzida, pois, provavelmente nesta situação havia mais inóculo. Portanto,

mesmo com o revolvimento do solo acentuado em T1 e intermediário em T2

acarretando uma situação bastante desfavorável ao FMAs, no S3 a

esporulação foi maior, provavelmente, em função de haver um potencial de

inóculo maior, conforme justificado acima.

0

10

20

30

40

50

60

70

Plantio Floração Ab. Cap. colheita

Épocas de coleta

no ./50

mL

de s

olo

S3T1T2

FIGURA 5. Densidade de esporos de fungos micorrízicos em solo cultivado

com algodoeiro em monocultura em sistema convencional (T1), em

monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em

plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado

com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, na fertilização reduzida,

no município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições.

Também deve ser levado em consideração que Balota e Lopes.

(1996) descreveram que em plantas cultivadas observa-se maior

esporulação logo depois do desenvolvimento vegetativo, próximo a colheita

e antes da senescência das plantas, o que justificaria um aumento da

esporulação na abertura do capulho e colheita dos sistemas T1 e T2 na

30

fertilização reduzida (figura 5) e nos sistemas T1, T2 e S3 na fertilização

padrão (figura 6).

0

10

20

30

40

50

60

Plantio Floração Ab. Cap. colheita

Épocas de coleta

no ./50

mL

de s

olo

S3T1T2

FIGURA 6. Densidade de esporos de fungos micorrízicos em solo cultivado

com algodoeiro em monocultura em sistema convencional (T1), em

monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em

plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado

com braquiária (S3), nas quatro épocas de coleta, na fertilização padrão, no

município de Campo Verde-MT. Média de seis repetições.

Entretanto para a época do plantio, o maior número de esporos em

T1, T2 e S3 seriam devido ao preparo do solo, cultivo mínimo/palhada de

milheto/dessecação e braquiária/dessecação, respectivamente (figuras 5 e

6). Para Giovannetti (1985), o decréscimo da esporulação está associado ao

início da estação da seca, quando o crescimento radicular diminui ou

inexiste, contrário ao resultado obtido neste trabalho, onde na abertura dos

capulhos, colheita e início da estação de seca a densidade de esporos foi

elevada (apêndice 4).

Deve-se considerar a influência da planta hospedeira no padrão de

esporulação, fato evidenciado em muitos trabalhos (Koske & Halvorson,

1981; Iqbal et al., 1981), sendo que a esporulação e a distribuição de

esporos ocorre a nível qualitativo e quantitativo em função do hospedeiro

31

(Trufem & Banoni, 1985; Sieverding, 1991). E também a influência dos

sistemas de cultivo, que determinam profundas alterações, provocando

mudanças qualitativas e quantitativas nos microrganismos e suas atividades

(Balota, 1997). Pois o conjunto de práticas agrícolas utilizadas condiciona

um sistema solo-planta próprio, com atividade biológica diferenciada.

3.4 CONCLUSÃO Os sistemas de cultivo e a fertilização do solo atuam sobre a simbiose

micorrízica-arbuscular.

Houve uma tendência de que plantas de algodoeiro cultivadas em

sistema semi-direto (T2) apresentassem uma maior colonização.

A diversidade de esporos de fungos micorrízicos arbusculares no solo

foi maior no tratamento com fertilização padrão.

No sistema de cultivo do algodoeiro em plantio direto (S3), apresentou

uma densidade de esporos de FMAs maior.

32

CAPITULO II: Populações de bactérias e fungos e ocorrência de Azospirillum em solo sob diferentes sistemas de cultivos

do algodoeiro em Campo Verde - MT

33

POPULAÇÕES DE BACTÉRIAS E FUNGOS E OCORRÊNCIA DE AZOSPIRILLUM EM SOLO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO

DO ALGODOEIRO EM CAMPO VERDE - MT Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a comunidade microbiana e

bactérias diazotróficas, associadas ao algodoeiro, em diferentes sistemas de

cultivo, em dois níveis de fertilização. O experimento foi conduzido na

Fazenda Mourão, no município de Campo Verde-MT. O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com seis tratamentos e

seis repetições, os tratamentos foram dispostos em esquema de parcelas

subdivididas, sendo nas parcelas os dois níveis de fertilização (padrão e

reduzida) e nas sub-parcelas os três sistemas de cultivo [monocultivo

algodoeiro em preparo convencional (T1), monocultivo algodoeiro, em

plantio semi-direto, sobre palhada de milheto (T2) e algodoeiro em plantio

direto, em rotação bianual, com soja seguido de sorgo consorciado com

Brachiaria ruzizienses (S3)]. Avaliou-se a população de bactérias e fungos

de solo, pelo método do isolamento em meio seletivo e contagem das

unidades formadoras de colônias em placas, e a população de bactérias

diazotróficas pelo método do número mais provável, baseado na presença

ou ausência de película formada em meio semi-sólido. Não houve efeito das

fertilizações no número de fungos totais para os sistemas T2 e S3. O

sistema T2 tem maior número de bactérias totais, igual ao observado para o

nível de fertilização reduzida. A população de Azospirillum sp foi influenciada

pelas épocas de coleta e pelos tratos culturais, sendo que o sistema T2 foi o

que teve o melhor efeito sob a população de Azospirillum sp, considerando

as 4 épocas de coleta.

Palavras chaves: Azospirillum sp, sistemas de cultivo, fungos totais,

bactérias totais.

34

BACTERIAL AND FUNGAL POPULATIONS AND OCCURRENCE OF AZOSPIRILLUM IN A SOIL UNDER DIFFERENT COTTON CULTIVATION

SYSTEMS IN CAMPO VERDE - MT

Abstract: The objective of this work was to evaluate the microbial community

and diazotrophic bacteria associated with cotton in different cultivation

systems and two fertilization levels. The experiment was conducted at

Fazenda Mourão, in the municipality of Campo Verde - MT, Brazil. A

completely randomized experimental design was adopted, with six

treatments and six replicates. The treatments were organized in a split-plot

arrangement where the two fertilization levels (standard and reduced) were

assigned to plots and three cultivation systems were assigned to sub-plots

[cotton monoculture under conventional tillage (T1), cotton monoculture

under semi-direct planting on millet trash (T2), and no-till cotton, in a biennial

rotation, with soybean followed by sorghum intercropped with Brachiaria

ruzizienses (S3)]. The soil bacterial and fungal populations were evaluated

by the isolation method in selective medium and the counting of colony-

forming units in plates; the diazotrophic bacterium population was evaluated

by the most-probable-number method, based on the presence or absence of

a skin membrane formed on a semi-solid medium. There was no effect of

fertilization on the total number of fungi in systems T2 and S3. System T2

showed a higher number of total bacteria, equal to the number observed at

the reduced fertilization level. The Azospirillum sp population was influenced

by collection season and by management practices. System T2 had the best

effect under the Azospirillum sp population, considering the 4 collection

seasons.

Keywords: Azospirillum sp, cultivation systems, total fungi, total bacteria.

35

4.1. INTRODUÇÃO: A comunidade microbiana do solo é formada por fungos, bactérias e

actinomicetos, sendo influenciada pela temperatura, umidade e aeração do

solo, disponibilidade de nutrientes e substratos orgânicos. Estes fatores

podem ser modificados pelos sistemas de manejo, em razão da forma como

os resíduos das culturas anteriores são depositados e do grau de

revolvimento do solo (Vargas & Scholles, 2000).

A atividade microbiana pode ser dividida em dois tipos: geral e

especifica. A geral é aquela proveniente de todos ou quase todos os

microrganismos do solo, como a respiração e produção de calor, por

exemplo. Já a específica é realizada por grupos específicos e/ou funcionais

como os fixadores de nitrogênio e os nitrificadores, entre outros.

O grupo funcional dos organismos fixadores de nitrogênio

(diazotróficos) é mediado por uma parcela dos procariotos que, apesar de

relativamente pequena, apresenta alta diversidade morfológica, fisiológica,

genética e filogenética.

Os microrganismos diazotróficos podem desempenhar importante

papel na reabilitação e sustentabilidade dos ecossistemas, uma vez que

incorporam N por meio da fixação biológica e produzem e liberam

substâncias reguladoras do crescimento vegetal, as quais contribuem para

melhorar a nutrição mineral e utilização de água pelas plantas (Bazzicalupo

& Okon, 2000).

Durante os últimos anos novas bactérias fixadoras de nitrogênio foram

identificadas, incluindo espécies dos gêneros Azospirillum, Herbaspirillum,

Acetobacter, Azoarcus e Burkholderia (Tarrand et al., 1978; Baldani et al.,

1986; Gillis et al., 1991; Cavalcante & Döbereiner, 1988; Reinhold-Hurek et

al., 1993; Hartmann et al., 1995), despertando um crescente interesse no

isolamento de bactérias redutoras de nitrogênio no interior de plantas

(Boddey, 1995; Triplett, 1996; Boddey et al., 1997; Hallmann et al., 1997). O

estabelecimento associativo na rizosfera, ou endofítico em raízes ou partes

aéreas, de bactérias diazotróficas com plantas da família Graminae, apesar

da não existência de evidências diretas, tem sido considerado uma

36

explicação plausível para a fixação biológica de nitrogênio observada em tais

plantas.

Nos diferentes agroecossistemas, a fixação biológica de N2 (FBN)

associada a diversas espécies de plantas é uma etapa importante no ciclo

de N, visto que bactérias diazotróficas podem contribuir no suprimento de

parte do N necessário às plantas (Chalk, 1991).

Devido a grande importância da comunidade microbiana e das

bactérias diazotróficas e a necessidade de buscar alternativas que venham

contribuir para a cotonicultura, o presente trabalho teve por objetivo verificar

o efeito de três tipos de sistemas de cultivo do algodoeiro na população de

bactérias, fungos e bactérias diazotróficas do solo.

4.2. MATERIAL E MÉTODOS Localização da área:

O estudo foi realizado na área de pesquisa da COODETEC/CIRAD,

Fazenda Mourão, no município de Campo Verde – MT (15o28’73’’S;

54o54’30’’W e 680 m sobre o nível do mar), situada às margens da BR 070,

em uma área de 15 ha cultivada com algodoeiro em diferentes sistemas de

cultivo e dois níveis de fertilização, implantados há quatro anos.

Coletas de amostras no campo:

As amostras de solo rizosférico foram coletadas em quatro épocas e a

das raízes iniciou a partir da segunda época (22/12/04, 05/03/05, 07/05/05 e

18/06/05), que coincidiram com estádios do ciclo fenológico do algodoeiro

(Figura 1).

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado

com seis tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram dispostos em

esquema de parcelas subdivididas, sendo nas parcelas dois níveis de

fertilização (padrão e reduzida – Tabela 1) e nas sub-parcelas três sistemas

de cultivo [monocultivo algodoeiro em preparo convencional (T1),

monocultivo algodoeiro em plantio semi-direto, sobre palhada de milheto

(T2); e algodoeiro em plantio direto, em rotação bianual com soja seguida de

37

sorgo consorciado com Brachiaria ruzizienses (S3)]. O tamanho de cada

sub-parcela foi de 3.600m2 (36x100m).

O plantio do algodoeiro foi realizado no dia 03/12/2004, nos três

sistemas descritos acima, sendo que no T2 e S3 foram sobre palhada de

milheto e braquiária, respectivamente. O espaçamento foi de 0,90m, com

densidade de 10 a 12 plantas/metro. Os tratos culturais realizados durante

toda a safra encontram-se no apêndice 1.

Em cada repetição (dentro de cada sub-parcela) foi aberta uma

trincheira onde foi coletada uma amostra de solo na profundidade de 0-

20cm, que permaneceram marcadas durante todas as coletas, perfazendo

um total de 36 amostras (3 sistemas x 2 níveis de fertilização x 6 repetições).

Após a coleta, as amostras de solo foram embaladas em sacos

plásticos previamente identificados e acondicionadas em caixas de isopor e

transportadas, para o Laboratório de Microbiologia de Solo da

FAMEV/UFMT, no prazo máximo de 24 horas.

No laboratório, uma parte dessas amostras foram separadas e

enviadas para a análise química do solo (Tabela 2) e outra parte foi retirada

para a determinação de umidade (apêndice 2), sendo que no restante do

solo procedeu-se as análises microbiológicas.

Avaliação da população de bactérias e fungos do solo

Para a determinação da população de fungos e bactérias do solo foi

utilizado o método do isolamento em meio seletivo e contagem das unidades

formadoras de colônias (UFC) em placa.

Após peneiramento do solo (peneira < 2 mm), foram pesados 10g de

solo/amostra, e acondicionados em frascos contendo 90 mL de água

destilada e esterilizada. Os frascos foram agitados durante 20 minutos a 120

rpm. Em seguida, foi realizada a diluição decimal (10-2 para fungos e 10-4

para bactérias) e posteriormente a inoculação na superfície dos meios

sólidos específicos (100 μL.placa-1). Foram utilizados meios sólidos

específicos, Martin para fungos e Agar nutrientes para bactérias. As placas

38

foram, então, incubadas a 30oC por 72 e 24 horas para fungos e bactérias,

respectivamente.

Após esse período foram feitas as contagens de unidades formadoras

de colônias (UFC).

Isolamento e contagem de bactérias diazotróficas

Para o isolamento das bactérias diazotróficas do solo rizosférico,

utilizou-se o meio de cultura NFb (Azospirillum spp.), segundo Döbereiner et

al. (1995).

Foram usados 10 g de solo de cada amostra, homogeneizados em 90

mL de solução salina, durante 20 minutos. Em seguida, foi realizada a

diluição seriada das amostras (10-2 a 10-7). A inoculação de 0,1 mL de cada

diluição foi feita no centro do meio específico, sendo inoculados três frascos

para cada diluição. Os frascos de vidro já inoculados foram levados para a

sala de crescimento, onde permaneceram por 72 horas. Posteriormente foi

efetuada a quantificação dos diazotróficos, através do método do número

mais provável (NMP), baseado na presença ou ausência da película formada

no meio semi-sólido, conforme a tabela McCrady.

Análise dos dados:

Os dados de população de fungos e bactérias do solo (UFC.g de solo-

1) foram submetidos a estatística descritiva (medidas de posição e

dispersão).

Os dados de contagem de bactérias diazotróficas foram submetidos a

análise de variância (apêndice 5) e teste de médias conforme metodologia

descrita em Banzatto e Kronka (1992), utilizando o software SAEG (Ribeiro

Junior, 2001).

4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A população de fungos totais nos sistemas semi-direto (T2) e direto

(S3) não foram afetados com a fertilização, demonstrando um certo

equilíbrio desses sistemas, diferente do que ocorreu no sistema

39

convencional (T1), onde a fertilização afetou a população de fungos totais,

demonstrando este ser um sistema mais agressivo (figura 7).

0

10

20

30

40

T1 T2 S3 T1 T2 S3

Fertilização padrão Fertilização reduzida

UFC

/g d

e so

lo s

eco

FIGURA 7. População de fungos em solo cultivado com algodoeiro, em

monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema

semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação

bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois

níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de oito

repetições.

Na fertilização padrão, no sistema convencional (T1) há maior

população de fungos totais quando comparado com os sistemas semi-direto

(T2) e direto (S3), isso ocorre porque foi amostrado na profundidade de 0-

20cm, e no sistema convencional a aração incorpora a matéria orgânica

nesta profundidade, já para os demais sistemas a amostragem deveria ter

sido efetuada mais superficialmente (0-5cm). Corrobora com essas

informações Carneiro et al. (2004) dizendo que é na profundidade de 0-5cm

que há diferença significativa entre o plantio direto e o convencional, onde o

plantio direto apresenta maiores populações de fungos totais.

O sistema semi-direto (T2) apresentou maior quantidade de bactérias

totais, seguido do sistema convencional (T1) e direto (S3),

independentemente dos níveis de fertilização. Demonstrando que as

40

bactérias totais são menos afetadas pelos níveis de fertilização; devido a

pertencerem a grupo funcional diferente dos fungos (figura 8).

Para as bactérias totais, foi feita uma avaliação quantitativa, porém

pelas observações visuais realizadas no momento da contagem, pode-se

dizer que há uma tendência de predominar nessas populações mais altas

somente uma determinada espécie.

01020304050607080

T1 T2 S3 T1 T2 S3

Fertilização padrão Fertilização reduzida

UFC

x 1

0 2/g

de

solo

sec

o

FIGURA 8. População de bactérias em solo cultivado com algodoeiro, em

monocultura em sistema convencional (T1), em monocultura em sistema

semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em rotação

bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois

níveis de fertilização, no município de Campo Verde-MT. Média de oito

repetições.

Tanto as populações de fungos quanto as de bactérias totais, sofrem

o efeito dos sistemas de forma quantitativa e qualitativa. Corroboram com

estes dados Vargas et al. (2004) que afirmam que diferentes práticas de

manejo afetam os grupos microbianos tanto no aspecto quantitativo quanto

na composição da comunidade microbiana.

No plantio, temos uma elevada quantidade de bactérias diazotróficas

no sistema T2 (249,63 x 105 g/solo) (tabela 4), isso ocorre devido ao fato do

Azospirillum ser um fixador de nitrogênio de espécies não leguminosas,

principalmente gramíneas. Sendo que o T2 vem precedido de uma cobertura

41

de milheto, que contribuiu para aumentar a população, também ocorreu a

mesma situação no S3, porém em menor proporção já que antes da

braquiária era soja, uma leguminosa que possui um fixador eficiente

(Rhizobium), que inibiu um pouco a população de Azospirillum.

Germinação Floração Abertura dos capulhos Colheita Fertilizações Fertilizações Fertilizações Fertilizações Sistemas

Padrão Reduzida Médias Padrão Reduzida Médias Padrão Reduzida Médias Padrão Reduzida T1 14,30 65.36 30.57 16.78 64.72 32.79 5.99 2.86 4.14 0,59 Ba 3,54 Aa T2 249,63 125.21 175.91 9.58 5.99 7.54 4.85 7.39 5.99 0,54 Ba 2,24 Ab S3 107,77 36.60 62.80 4.81 7.77 6.11 4.76 2.86 3.67 0,77 Aa 0,85 Ac

Médias 72,97 66.69 9.12 14.44 5.15 3.94

42

TABELA 4. População de bactérias diazotróficas (NMPx105/g de solo) em solo cultivado com algodoeiro, em monocultura em

sistema convencional (T1), em monocultura em sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em plantio direto em

rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização, no município de

Campo Verde-MT. Média de seis repetições1.

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na horizontal, minúscula na vertical, dentro de cada época de coleta, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (P<0,05). 1 Dados utilizados para a análise de variância foram transformados em ln (x+1).

43

Quando comparamos as coletas, observa-se redução acentuada na

população de Azospirillum do plantio para a colheita, isso pode ser devido ao

fato de que a partir da floração inicia a adubação de cobertura, que contém

nitrogênio, o que inibe a população de Azospirillum. Também deve ser

considerada a grande quantidade de aplicações de defensivos.

O comportamento dos sistemas de cultivo é diferenciado, porém há

efeito dos mesmos sob os microrganismos do solo, indo de encontro com a

afirmação de Balota (1997), onde os diferentes sistemas determinam

profundas alterações nos microrganismos e nas suas atividades,

influenciando-as de maneira diferenciada.

4.4. CONCLUSÃO Não houve interferência das fertilizações no número de fungos totais

para os sistemas semi-direto (T2) e plantio direto (S3).

O sistema semi-direto (T2) tem maior população de bactérias totais,

mesma situação quando referimos ao nível de fertilização reduzida.

A população de Azospirillum sp foi influenciada pelas épocas de

coleta e pelos tratos culturais.

O sistema semi-direto (T2) foi o que teve a maior a população de

Azospirillum sp, considerando as 4 épocas de coleta.

4444

5. CONCLUSÕES GERAIS

Avaliou-se a comunidade microbiana, bactérias diazotróficas e fungos

micorrízicos arbusculares, associados ao algodoeiro, em diferentes sistemas

[monocultivo algodoeiro em preparo convencional (T1), monocultivo

algodoeiro em plantio semi-direto, sobre palhada de milheto (T2); e

algodoeiro em plantio direto, em rotação bianual com soja seguida de sorgo

consorciado com Brachiaria ruzizienses (S3)] e em dois níveis de fertilização

(padrão e reduzida).

Foi constatada a presença dos microrganismos de solo e raízes em

todas as amostras.

Houve efeito dos sistemas de cultivo e da fertilização sobre a

comunidade microbiana, bactérias diazotróficas e fungos micorrízicos

arbusculares, porém de forma diferenciada.

O sistemas semi-direto (T2) foi o que obteve melhor resposta dos

microrganismos, ou seja, as maiores populações, quando analisado todas as

variáveis avaliadas. Porém o sistema plantio direto (S3) mostrou-se bem

equilibrado e isso refletiu no campo por ter apresentado a maior

produtividade (média de 284@/ha de algodão em caroço) quando

comparado aos demais sistemas.

45

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABBOTT, L. K.; ROBSON, A. D. Factores influencing the occurrence of vesicular arbuscular mycorrhizas. Agriculture, Ecossystems and Environment, v. 35, p. 125-150, 1991.

AFEK, U.; RINALDELLI, J. A.; MENGE, E. L.; et al. Mycorrhizal inoculum influence colonization of cotton, onion and pepper seedlings. Soc. Hort. Sci., v.115, n.1, p. 938-942, 1990.

ALLEN, M. F. The Ecology of Mycorrhizae. Cambridge Studies in Ecology. Cambridge: Cambridge University Press, 1991, 184 p.

ALLEN, M. F. ed. Mycorrhizal functioning. London: Chapman Hall, 1992, 515 p.

ALVARENGA, R. C.; CABEZAS, W. A. L.; CRUZ, J. C.; et al. Plantas de cobertura de solo para sistema plantio direto. In: Informe Agropecuário, v.22, n. 208, p. 25-42, 2001.

ANANYEVA, N. D.; DEMKINA, T. S.; JONES, W. J.; et al. Microbial biomass in solis of Rússia under long-term management practices. Biology Fertility Soils, v.29, p.291-299, 1999.

ASSAD, Maria Leonor R. C. L. Recursos Biológicos: Ocorrência e variabilidade. VIII Simpósio do Cerrado, 1996.

BALDANI, J. I.; BALDANI, V. L. D.; SELDIN, L.; et al. Characterization of Herbaspirillum sepopedicae gen. nov sp. Nov., a root-associated nitrogen-fixing bacterium. International Journal of Systematic Bacteriology, v. 36, n.1, p.86-93, 1986.

BALDANI, J. I.; POT, B.; KIRCHHOF, G.; et al. Emended description of Herbaspirillum; inclusion of [Pseudomonas] rubrisubalbicans, a mild plnat pathogen, as Hesbaspirillum rubrisubalbicans comb. Nov.; and classification of a group of clinical isolates (EF group 1) as Herbaspirillum species 3. International Journal of Systematic Bacteriology, Baltimore, v.46, n.3, p.802-810, 1996.

4646

BALDANI, J. I.; CARUSO, L.; BALDANI, V. L. D.; et al. Recent advances in BNF with non-legume plants. Soil Biology and Biochemistry, Oxford, v.29, n.5/6, p.911-928, 1997.

BALOTA, E. L.; LOPES, E. S. Introdução de fungo micorrízico arbusculares no cafeeiro em condições de campo: II. Flutuação sazonal de raízes, de colonização e de fungos micorrízicos arbusculares associados. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.20, p.225-232, 1996.

BALOTA, E. L. Alterações microbiológicas em solo cultivado sob o plantio direto. In: PEIXOTO, R.T.G. dos; ARKENS, D.C.; SAMAHA, M.J. (ed) Plantio Direto: o caminho para uma agricultura sustentável. Palestras do 10 Congresso Brasileiro de Plantio Direto para uma agricultura sustentável. Ponta Grossa, 1997, 257p.

BALOTA, E. L.; LOPES, E. S.; HUNGRIA, M.; et al. Ocorrência de bactérias diazotróficas e fungos micorrízicos arbusculares na cultura da mandioca. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.34, n.7, p.1265-1276, 1999.

BANZATTO, D. A.; KRONKA, S. N. Experimentação Agrícola, Jaboticabal: FUNEP, 1992, 247p.

BAZZICALUPO, M.; OKON, Y. Associative and endophytic symbiosis. In: PEDROSA, F.; HUNGRIA, M.; YATES, M.G.; NEWTON, W.E., eds. Nitrogen fixation: from molecules to crop productivity. Dordrecht, Kluwer Academic Publishers, p.409-410, 2000.

BODDEY, R. M. Biological nitrogen fixation in sugar cane – a key to energetically viable biofuel production. CRC Critical Reviews in Plant Sciences, v.14, p.263-279,1995.

BODDEY, R. M., De OLIVEIRA, O C.; URQUIACA, S.; et al. Biological nitrogen fixation associated with sugar-cane and rice: contribuitions and prospects for improvement. Plant and Soil, v.174, p.195-209, 1997.

BRUNDRETT, M. C. Mycorrhizas in natural ecossystems. In: MACFAYDEN, A.; BEGON, M.; FITTER A. H. Advances in Ecological Research. Academic Press, v. 21, p.171-313, 1991.

47

CARNEIRO, R. G.; MENDES, I. C.; CARVALHO, A. M.; et al. Dinâmica de variáveis biológicas associadas ao ciclo do fósforo em solo de cerrado sob diferentes sistemas de manejo. Embrapa Cerrados, n.36, p.1-5, 1999 (Pesquisa em andamento).

CARNEIRO, R. G.; MENDES, I. C.; LOVATO, P. E.; et al. Indicadores biológicos associados ao ciclo do fósforo em solos de Cerrado sob plantio direto e plantio convencional. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.39, n.7, p.661-669, 2004.

CAVALCANTE, V. A.; DÖBEREINER, J. A new acid-tolerant nitrogen-fixing bacterium associated with sugar-cane. Plant and Soil, Dordrecht, v.108, n.1, p.23-31, 1988.

CHALK, P. M. The contribution of associative and symbiotic nitrogen fixation to the nitrogen nutrition of non-legumes. Plant Soil, n.132, p.29-39, 1991.

COLOZZI FILHO, A.; SIQUEIRA, J. O.; OLIVEIRA, E. Ocorrência de micorriza vesicular-arbusculares em alguns ecossistemas do Estado de Minas Gerais. In: Reunião Brasileira sobre Micorrizas, Lavras. Programa e Resumos, Edição FAEPE, 1985, 68p.

COLOZZI FILHO, A.; ANDRADE, D. S.; BALOTA, E. L. Esporulação de fungos micorrízicos vesículo-arbusculares sem solo sob plantio direto ou convencional e rotação de culturas. In: Encontro Latino Americano sobre Plantio Direto na Pequena Propriedade, Ponta Grossa, 1993.

COLOZZI FILHO, A.; BALOTA, E. L. Micorrizas arbusculares. In: HUNGRIA, M.; ARAUJO, R.S. Manual de métodos empregados em estudos de microbiologia agrícola. EMBRAPA-CNPSo-CNPAF, 1994, 542p.

COLOZZI FILHO, A.; BALOTA, E. L.; ANDRADE, D. S. Microrganismos e processos biológicos no sistema de plantio direto. In: SIQUEIRA J.O.; MOREIRA F.M.S.; A.S. LOPES; GUILHERME L.R.G.; FAQUIM V.; FURTINI NETO A.E.,; . CARVALHO J.G. Soil Fertility, Soil Biology and Plant Nutrition Interrelationships, v. 1, p. 487-508, 1999.

CONAB, 2006.<http:/www.conab.org.br> Acesso em 07/03/2006.

48

CORDEIRO, M. A. S.; CARNEIRO, M. A. C.; PAULINO, H. B.; et al. Colonização e densidade de esporos de fungos micorrízicos em dois solos do cerrado sob diferentes sistemas de manejo. Pesquisa Agropecuária Tropical, v.35, n.3, p.147-153, 2005.

CORRÊA, J. R. V. Algodoeiro: informações básicas para o seu cultivo. EMBRAPA-UEPAE Belém, 1989, 29p.

DAVIS, R. M.; MENGE, J. A.; ERWIN, D. C. Influence of Glomus fasciculatus and soil phosphorus on verticillium wilt of cotton. Phytopathology, v.69, p.453-456, 1979.

DENG, S. P.; TABATABAI, M. A. Effect of tillage and residue management on enzyme activities in soils. III. Phosphatases and Arylsulfatase. Biology Fertility Soils, v.24, p.141-146, 1997.

DÖBEREINER, J.; RUSCHEL, A. P. Uma nova espécie de Beijerinkia. Revista de Biologia. v.1, p.261-272, 1958.

DÖBEREINER, J.; ALVAHYDO, R. Sobre a influência da cana-de-açúcar na ocorrência de Beijerinckia no solo. II-Influência das diversas partes do vegetal. Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v.19, n.4, p.401-412, 1959.

DÖBEREINER, J.; DAY, J. M. Associative symbioses in tropical grasses: characterization of microorganisms and nitrogen-fixing sites. In: NEWTON, W.E.; NYMAN, C.J., ed. Nitrogen fixation; proceedings of the 1st International Symposium on Nitrogen Fixation. Pullman: Washington State University, v.2, p.518-538, 1975.

DÖBEREINER, J.; MARRIEL, I. E.; NERY, M. Ecological distribution of Spirillum lipoferum Beijerinck. Canadian Journal of Microbiology, Ottawa, v.22, n.10, p.1464-1473, 1976.

DÖBEREINER, J.; PEDROSA, F. O. Nitrogen-fixing bactéria in nonleguminous crop plants. Madison: Springer-Verlag, 1987, 155p.

49

DÖBEREINER, J., BALDANI, J. I., BALDANI, V. L. D. Como isolar e identificar bactérias diazotróficas de plantas não leguminosas. Brasília: EMBRAPA, SPI.; Itaguaí: EMBRAPA, CNPAB, 1995, 60p.

EVANS, D. G., MILLER M. H. Vesicular-arbuscular – mycorrhizal, and the soil disturbance-induced reduction of nutrient absorption in maize. Casual relations. New Phytol. v. 110, p.67-74, 1988.

EVANS, H. J. BURRIS, R. H. Highlights in biological nitrogen fixation during the last 50 years. In: STACEY, G.; BURRIS, R. H.; EVANS, H. J. eds. Biological Nitrogen Fixation. New York: Chapman and Hall, p.1-42, 1992.

FERRAZ, F. M.; MÔNACO, G. M.; PUSCH, J.A. Plantio direto avança no Sul e nos cerrados. Agrianual, p.23-26, 2004.

FITTER, A. H. Costs and benefits of mycorrhizas: Implications for functioning under natural conditions. Experientia, v.47, p.350-355, 1991.

FRANCO, A. A.; DÖBEREINER, J. A biologia do solo e a sustentabilidade dos solos tropicais. Summa Phytopathológica, São Paulo, v.20, n.1, p.68-74, 1994.

FRYXELL, P. A. Stages in the evolution of Gossypium. Advanced Frontiers Plant Science, v.10, p.31-56, 1965.

GERDEMANN, J. W. Vesicular-arbuscular mycorrhizae. In: TORREY, J. G.; CLARKSON, D. T.(Ed), The development and function of roots. Academic Press, p.575-91, 1975.

GERDEMANN, J. W.; NICOLSON, T. H. Spores of mycorrhizal endogone species extracted from soil by wet sieving and decating. Transactions of the British Mycological Society, v.46, p. 235-44, 1963.

GILLIS, M.; DÖBEREINER, J.; POT, B.; et al. Taxonomic relationships between (Pseudomonas) rubrisubalbicans, some-clinical isolates (EF Group 1), Herbaspirillum seropedicae and (Azospirillum ) autotrophicum. In: POLSINELLI, M.; MATERASSI, R.; VINCENZI, M. (Ed.) Nitrogen Fixation. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 1991. 292p.

50

GIOVANETTI, M. Seasonal variations of vesiular-arbuscular mycorrhizas and Endogonaceous spores in a maritime sand dune. Trans. Br. Mycol. Soc., v.84, p.679-684, 1985.

GIOVANNETTI, M.; MOSSE, B. An evaluation of techniques for measuring vesicular-arbuscular micorrhizal infection in roots. New Phytologist, v. 84, p. 484-500, 1980.

HAAHTELA, K.; WAARTIOVAARA, T.; SUNDMAN, V.; et al. Root-associated N2 fixation (acetylene reduction) by Enterobacteriaceae and Azospirillum strains in cold climate spodosols. Applied and Environmental Microbiology, Washinngton, v.41, n.1, p.203-206, 1981.

HALLMANN, J.; QUADT-HALMANN, A.; MAHAFFEE, W. F; KLOEPPER, J.W. Bacterial endophytes in agricultural crops. Canadian Journal of Microbiology, v.43, p.895-914, 1997.

HARLEY, J. L.;SMITH, S. T. Mycorrhizal Simbiosis. NeW YorK : Academic Press, 1983, 483p.

HARTMANN, A.; BALDANI, J. I.; KIRCHROF, G.; et al. Taxonomic and ecologic studies of diazotrophic rhizosphere bacteria using phylogenetic probes. In: FENDRIK, I.; DEL GALLO, M.; VANDERLEYDEN, J.; ZANARICZY, M. (Ed.) Azospirillum VI and related microorganisms. Berlin: Springer-Verlag. 1995. 415p.

HECKLER. J. C.; HERMANI, L. C.; PITOL, C. Palha. In: SALTON, J.C.; HERMANI, L.C.; FONTES, C. Z. (Org) Sistema Plantio direto: o produtor pergunta a EMBRAPA responde. EMBRAPA – CPAO, p. 37 – 49, 1998.

HOWELER, R. H.; SIEVERDING, E.; SAIF, R. S. Pratical aspects of mycorrhizal technology tropical crops and pasture. Plant and Soil, Dordrecht, v.100, p.249-283, 1987.

HUNGRIA, M.; ANDRADE, D. S.; COLOZZI FILHO, A.; et al. Ecologia microbiana em solos sob cultivo na Região Sul do Brasil. In: HUNGRIA, M.; BALOTA, E. L.; COLOZZI FILHO, A.; ANDRADE, D. S., EDS. Microbiologia do solo: desafios para o século XXI. Londrina: IAPAR/EMBRAPA-CNPSo, p.234-270, 1995.

51

IQBAL, S. H. et al. A field survy of micorrhizal associations in terms of Pakistan. New Phytalogist, v.87, p.69-79, 1981.

KANDELER, E.; TSCHERKO, D.; SPIEGEL, H. Long-term monitoring of microbial biomass, N mineralisation and enzyme activities of a Chernozem under different tillage management. Biology Fertility Soils, v.28, p.343-351, 1999.

KLINK, C. A.; MIRANDA, H. S.; GONZALES; M. I. et al. O bioma cerrado site 3. Disponível em: http://www.icb.ufmg.br/rpeld/port_site03.pdf. Acesso em: 10 de maio de 2006.

KOSKE, R. E.; HALVORSON, W. L. Ecological studies of vesicular-arbuscular mycorrhizae in a barrier sand dune. Canadian Journal of Botany, v.59, p.1413-1422, 1981.

KOSKE, R. E; GEMMA, J. N. A modified procedure for staining roots to detect VA micorrhizas. Mycological Research, v.4, n.92, p. 486-488, 1989.

LAL, I. L.; KHANNA, S. Renadulotin and nitrogen fixing potential of Acacia nilotica inoculated with Rhizobium isolates. Canadian Journal of microbiology, v.39, p.87-91, 1993.

LANDERS, J. N. Technology transfer mechanisms for the new direct sowing techniques in the savannahs of central Brazil. In: Rasolo, F. et Raunet, M., (eds). Gestion agrobiologique des sols et des systèmes de culture. Actes de l´atelier international, Antsirabe, Madagascar, 1998.

LEE, J. A. Cotton as a world crop. In: RHOEL, R. J.; LEWIS, C. F. (eds). Cotton. American Society of Agronomy, p.1-16, 1984.

LOVELL, R. D.; HACTCH, D. J. Stimulation of microbial activity following spring applications of nitrogen. Biology and Fertility of Solis, v.26, p.28-30, 1998. MARIN, V. A.; BALDANI, V. L. D.; TEIXEIRA, K. R. S.; et al. Fixação biológica de nitrogênio: Bactérias fixadoras de nitrogênio de importância para a Agricultura Tropical. Série documentos, EMBRAPA-CNPAB, abril, p.4-34, 1999.

52

MATSUOKA, M. Características biológicas de solos sob vegetação nativa e sistemas agrícolas anuais e perenes na região de Primavera do Leste. 2001. 123f. Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical) – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT, 2001.

MENDES, I. C.; VIVAIDI, L. A.; Dinâmica da Biomassa e atividade microbiana em uma área sob mata de galeria na região do Distrito Federal. In:RIBEIRO, J. F.; FONSECA, C. E.; SOUSA – SILVA, J. C. Cerrado: caracterização e recuperação de matas de galeria. Embrapa Cerrados, 2001.

MINHONI M. T. A.; CARDOSO E. B. J. N.; EIRA A. F. Efeitos da interação de fosfato de rocha, matéria orgânica e fungo micorrízico no crescimento e na absorção de nutrientes pela soja. Revista Brasileira de Ciência do Solo v.17 p. 165-171, 1993.

MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e bioquímica do solo, 2002, 626 p.

OKON, Y.; LABANDERA-GONZALEZ, C. A. Agronomic applications of Azospirillum: an evaluation of 20 years worldwide field inoculation. Soil Biology and Biochemistry, v.26, p.1591-1601, 1994.

OLIVEIRA, A. A. R.; LEAL, L. C. de. Influência de fungos micorrízicos no desenvolvimento de mudas de acerola. In: Reunião brasileira de fertilidade do solo e nutrição de plantas, 24. Reunião brasileira sobre micorrizas, 8. Simpósio brasileiro de microbiologia do solo, 6. Reunião brasileira de biologia do solo, 2000. CD-rom.

PAUL, E. A.; CLARK, F. E. Mycorrhizal relationships. In: PAUL, E. A.; CLARK, F. E. Soil Microbiology and Biochemistry. Academic Press, p.245-263, 1996.

PHILLIPS, L. L. The cytogenetics of gossypium and the origin of new world cottons. Evolution, v.17, p.460-469, 1963.

53

PIVELLO, V. R. Invasões biológicas no cerrado brasileiro: Efeitos da introdução de espécies exóticas sobre a biodiversidade. Ecologia Informativo, n.33, 2006.

PORTALBRASIL, 2006 <www.portalbrasil.net/cerrado_climarelevo.htm > Acesso em: 10 de maio de 2006.

POWELL, C. L.; BAGYARAJ, D. J. VA Mycorrhiza. Boca Raton, 1984, 234p.

RAO, A. V.; VANKATESWARLU, B. Associative symbiosis of Azospirillum lipoferum with dicotyledonous succulent plants of the Indian desert. Canadian Journal of Microbiology, Ottawa, v.28, n.7, p.778-782, 1982.

REINHOLD-HUREK, B.; HUREK, T.; GILLS, M.; et al. Azoarcus gen. nov. nitrogen-fixing protobacteria associated with roots of Kallar grass (Leptochloa fusca (L.) Kunth), and description of two species, Azoarcus indigens sp. Nov. and Azoarcus communis nov. International Journal of Systematic Bacteriology, v.43, p.574-584, 1993.

RIBEIRO JUNIOR, J. I. Análises estatísticas no SAEG. Viçosa: UFV, 2001. 301p.

SATURNINO, H. M. Evolução do plantio direto e as perspectivas nos cerrados. In: Informe Agropecuário. Belo Horizonte: EPAMIG, v.22, n.208, p.5-12, 2001.

SAUNDERS, J. H. The wild species of Gossypium and their evolutionary history, 1961.

SCANNERINI, S.; BOFANTE-FASOLO, P. Comparative ultra estrutural analysis of mycorrhizal associations. Canadian Journal of Botany, v.61, p.917-943, 1983.

SEBILLOTTE, M. Système de culture, un concept opératoire pour les agronomes. IN: Combe, L. & Piccard, D. (Ed.). Les systèmes de culture. Paris, INRA, 1990, 196p.

54

SEGUY, L.; BOUZINAC, S.; MAEDA, E.; MAEDA, N. Large scale mechanized direct drilling of cotton in Brazil. p.11-17. The Icac Recorder, 1998.

SEGUY, L.; BOUZINAC, S.; MARONEZZI, A. C. Un dossier du semis direct: Systèmes de cultura et dynamique de la matière organique. Montpellier: CIRAD-CA/GEC, 2001. 203p.

SEGUY, L.; BOUZINAC, S.; MARONEZZI, A. C.; SCOPEL, E.; BELOT, J. L.; MARTIN, J. The success of no-tillage with cover-crops for Savannah regions. In : II Congresso mundial sobre agricultura conservacionista. Produzindo em harmonia com a natureza. Anais. Volume I. Palestras. FBPDP, Ponta Grossa p.153-155, 2003 (a).

SEGUY, L.; BOUZINAC, S.; SCOPEL, E.; RIBEIRO, F. New concepts for sustainable management of cultivated soils through direct seeding mulch based systems : The Cirad experience, partnership and networks. In : II Congresso mundial sobre agricultura conservacionista. Produzindo em harmonia com a natureza. Anais. Volume I. Palestras. FBPDP, Ponta Grossa. p.142-144, 2003 (b).

SEGUY, L.; BOUZINAC, S.; BELOT, J. L.; MARTIN, J. Sistema de produção sustentavel de algodão para os cerrados úmidos do Brasil Central. In: ZAMBOLIM, L.; SILVA, A. A.; AGNES E. L. Integração agricultura-pecuária. Viçosa, p.385-397, 2004.

SIEVERDING, E. Ecology of VAM fungi. In tropical agrosystems. Agriculture, Ecosystems and Enviroment, v. 29, p. 369-390, 1990.

SIEVERDING, E. Vesicular-Arbuscular mycorrhizae management in tropical agrosystems. Eschborn, 1991, 371p.

SILVA, A. P. Micorrizas arbusculares no agrossistema soja no estado de Mato Grosso. 2004. 118f. Dissertação (Mestrado em Agricultura Tropical) – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT, 2004. SILVEIRA, A. P. D. Microbiologia do Solo. Campinas. Sociedade Brasileira de Ciências do Solo, 1992, 282p.

55

SILVEIRA, A. P. D. da. Ecologia de fungos micorrízicos arbusculares. In: MELO, I. S.; AZEVEDO, J. L. Ecologia Microbiana. EMBRAPA-CNPMA, 1998, 488p.

SIQUEIRA, J. O.; COLOZZI FILHO, A.; FARIA, F. H. S; OLIVEIRA, E. Efetividade simbiótica de fungos micorrízicos vesículo-arbusculares para o algodoeiro. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.10, p.213-218, 1986.

SIQUEIRA, J. O.; KLAUBERG FILHO, O. Micorrizas arbusculares: A pesquisa brasileira em perspectiva. In: NOVAIS, F. R. de; ALVAREZ, V. H. V; SCHAEFER, C. E. G. R. (eds). Tópicos em Ciência do Solo, v.1, 2000, 352p.

SMITH, G. S.; RONCADORI, R. W.; HUSSEY, R. S. Interaction of endomycorrhizal fungi, superphosphate, and Meloidogyne incognita on cotton in microplot and field studies. Journal Nematology, v.18, p.208-216, 1986.

SOARES, A. C. F.; MARTINS, M. A. Influência de fungos micorrízicos arbusculares associados à adição de compostos fenólicos, no crescimento de mudas de maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpus). Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.24, p.731-740, 2000.

SYLVIA, D. M. Mycorrhizal Symbioses. In: SYLVIA, D. M.; FUHRMANN, J. J.; HARTEL, P. G.; ZUBERER, D. A. Principles and apllications of soil microbiology. Prentice Hall, p.409-426, 1998.

TARRAND, J. J.; KRIEG, N. R.; DÖBEREINER, J. A taxonomic study of the Spirillum lipoferum grup., with description of a new genus, Azospirillum gen. nov and two species. Azospirillum lipoferum (Beijerinck) com. nov and Azospirillum brasilense sp. nov. Canadian Journal of Microbiology, v.8 p.967-980, 1978.

TRIPLETT, E. W. Diazotrophic endophytes progress and prospects for nitrogen fixation in monocots. Plant and Soil, v.186, p.2938, 1996.

TRUFEM, G.B.; BANONI, V.L.R. Micorrizas vesiculo arbusculares de culturas introduzidas em áreas de cerrado. Rickia, v.12, p.165-187, 1985.

56

UFLA, 2006 <hppt://www.dcs.ufla.br/cerrados/portugues/CIntrol.htm> Acesso em: 10 de maio de 2006.

VARGAS, E. D.; SCHOLLES, D. Biomassa microbiana e produção de C-CO2 e N mineral de um Podzólico Vermelho-Escuro submetido a diferentes sistemas de manejo. Revista Brasileira de Ciência do Solo. Viçosa, v.24, p.35-42, 2000.

VARGAS, L. K.; SELBACH, P. A.; SÁ, E. L. S. Alterações microbianas no solo durante o ciclo do milho nos sistemas plantio direto e convencional. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.39, n.8, p.749-755, 2004.

VARMA, A.; HOCK, B. Mycorrhiza: structure, function, molecular biology and biotechnology. SPRING-VERLAG, 1995, 747p.

YABUUCHI, E.; KOSAKO, Y.; OYAIZU, H.; et al. Proposal of Burkholderia gen. Nov. and transfer of seven species of the genus Pseudomonas homology group II to the new genus, with the type species Burkholderia cepacia (Palleroni and Holmes, 1981) comb. Nov. Microbiology and Immunology, Tokyo, v.36, p.1251-1275, 1992.

57

APÊNDICES

57

Apêndice 1. Tratos culturais realizados no sistema convencional (T1), sistema semi-direto sobre palhada de milheto (T2) e em

plantio direto em rotação bianual com soja seguida de sorgo consorciado com braquiária (S3), em dois níveis de fertilização

(padrão - FP e reduzida – FR), no município de Campo Verde-MT.

Fertilização Sistema Produtos Dose/ha Data FP T1 Metamidofos, Saurus, Agrex 0.7, 0.125 e 0.250 29/12/04 FP T2 Metamidofos, Saurus, Agrex 0.7, 0.125 e 0.250 29/12/04 FP S3 Metamidofos, Saurus, Agrex 0.7, 0.125 e 0.250 29/12/04 FR T1 Metamidofos, Saurus, Agrex 0.7, 0.125 e 0.250 29/12/04 FR T2 Metamidofos, Saurus, Agrex 0.7, 0.125 e 0.250 29/12/04 FR S3 Metamidofos, Saurus, Agrex 0.7, 0.125 e 0.250 29/12/04 FP T1 Dissulfan e Saurus 2.0 e 0.125 14/01/05 FP T2 Dissulfan e Saurus 2.0 e 0.125 13/01/05 FP S3 Dissulfan, Saurus e Gallant 2.0, 0.15 e 0.40 14/01/05 FR T1 Dissulfan, Saurus e Gallant 2.0, 0.15 e 0.40 14/01/05 FR S3 Dissulfan, Saurus e Gallant 2.0, 0.15 e 0.40 14/01/05 FP T1 Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 19/01/05 FP T2 Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 19/01/05 FP S3 Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 19/01/05 FR T1 Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 19/01/05 FR T2 Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 19/01/05 FR S3 Mentox, Marshal 400, Priori e Nimbus 1.0, 0.5, 0.2 e 0.2 19/01/05 FP T1 Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 02/02/05 FP T2 Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 02/02/05 FP S3 Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 02/02/05 FR T1 Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 02/02/05 FR T2 Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 02/02/05 FR S3 Lanate, Rimon, Gallant, Miner oil e Saurus 1.0, 0.15, 0.4, 0.4 e 0.15 02/02/05 FP T1 Tuval, Saurus e Match 0.1, 0.2 e 0.2 04/02/05

58

58

FP T2 Tuval, Saurus e Match 0.1, 0.2 e 0.2 04/02/05 FP S3 Tuval, Saurus e Match 0.1, 0.2 e 0.2 04/02/05 FR T1 Saurus e Match 0.2 e 0.2 07/02/05 FR S3 Tuval, Saurus e Match 0.15, 0.2 e 0.2 07/02/05 FP T1 Eminent, Rimon, Polo e Pirefos 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 11/02/05 FP T2 Eminent, Rimon, Polo e Pirefos 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 11/02/05 FP S3 Eminent, Rimon, Polo e Pirefos 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 11/02/05 FR T1 Eminent, Rimon, Polo e Pirefos 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 11/02/05 FR T2 Eminent, Rimon, Polo e Pirefos 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 11/02/05 FR S3 Eminent, Rimon, Polo e Pirefos 0.4, 0.1, 0.5 e 0.6 11/02/05 FP T1 Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 16/02/05 FP T2 Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 16/02/05 FP S3 Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 16/02/05 FR T1 Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 16/02/05 FR T2 Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 16/02/05 FR S3 Pirephos, Fury400, Miner oil, Eminent e Abamectin 0.6, 0.15, 0.2, 0.5 e 0.5 16/02/05 FP T1 Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 19/02/05 FP T2 Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 19/02/05 FP S3 Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 19/02/05 FR T1 Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 19/02/05 FR T2 Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 19/02/05 FR S3 Sulf.Manganes, Uréia, Ac. Borico, Dissulfan e Saurus 0.6, 10, 0.4, 2 e 0.15 19/02/05 FP T1 Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 23/02/05 FP T2 Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 23/02/05 FP S3 Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 23/02/05 FR T1 Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 23/02/05 FR T2 Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 23/02/05 FR S3 Dissulfan, Saurus, Ureia, Mancozin Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.2, 10, 1.5, 0.6 e 0.4 23/02/05 FP T1 Mentox, Score e Abamectin 1, 0.5 e 0.5 3/3/2005 FP T2 Mentox, Score, Abamectin, Miner oil e Match 1, 0.5 , 0.5, 0.5 e 0.3 3/3/2005

59

59

FP S3 Mentox, Score, Abamectin, Miner oil e Match 1, 0.5 , 0.5, 0.5 e 0.3 3/3/2005 FR T1 Mentox, Score, Abamectin, Miner oil e Match 1, 0.5 , 0.5, 0.5 e 0.3 3/3/2005 FR T2 Mentox, Score, Abamectin, Miner oil e Match 1, 0.5 , 0.5, 0.5 e 0.3 3/3/2005 FR S3 Mentox, Score, Abamectin, Miner oil e Match 1, 0.5 , 0.5, 0.5 e 0.3 3/3/2005 FP T1 Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 10/03/05 FP T2 Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 10/03/05 FP S3 Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 10/03/05 FR T1 Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 10/03/05 FR T2 Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 10/03/05 FR S3 Endosulfan, Fury400, Ureia, Sulf. Manganes e Ac. Borico 2, 0.15, 10, 0.6 e 0.4 10/03/05 FP T1 Curacron e Match 1 e 0.3 24/03/05 FP T2 Curacron e Match 1 e 0.3 24/03/05 FP S3 Curacron e Match 1 e 0.3 24/03/05 FR T1 Curacron e Match 1 e 0.3 24/03/05 FR T2 Curacron e Match 1 e 0.3 24/03/05 FR S3 Curacron e Match 1 e 0.3 24/03/05 FP T1 Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 31/03/05 FP T2 Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 31/03/05 FP S3 Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 31/03/05 FR T1 Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 31/03/05 FR T2 Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 31/03/05 FR S3 Polo, Fury200, Decis100 e Miner oil 0.8, 0.3, 0.1 e 0.2 31/03/05 FP T1 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 05/04/05 FP T2 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 05/04/05 FP S3 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 05/04/05 FR T1 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 05/04/05 FR T2 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 05/04/05 FR S3 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 05/04/05 FP T1 Buldoc, Mertin e Cercobin 0.15, 0.6 e 0.6 07/04/05 FP T2 Buldoc, Mertin e Cercobin 0.15, 0.6 e 0.6 07/04/05

60

60

FP S3 Buldoc, Mertin e Cercobin 0.15, 0.6 e 0.6 07/04/05 FR T1 Buldoc, Mertin e Cercobin 0.15, 0.6 e 0.6 07/04/05 FR T2 Buldoc, Mertin e Cercobin 0.15, 0.6 e 0.6 07/04/05 FR S3 Buldoc, Mertin e Cercobin 0.15, 0.6 e 0.6 07/04/05 FP T1 Decis100 0.2 15/04/05 FP T2 Decis100 0.2 15/04/05 FP S3 Decis100 0.2 15/04/05 FR T1 Decis100 0.2 15/04/05 FR T2 Decis100 0.2 15/04/05 FR S3 Decis100 0.2 15/04/05 FP T1 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 19/04/05 FP T2 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 19/04/05 FP S3 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 19/04/05 FR T1 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 19/04/05 FR T2 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 19/04/05 FR S3 Buldoc, Abamectin e Miner oil 0.15, 0.5 e 0.5 19/04/05 FP T1 Fury400 e Agrex 0.15 e 0.1 27/04/05 FP T2 Fury400 e Agrex 0.15 e 0.1 27/04/05 FP S3 Fury400 e Agrex 0.15 e 0.1 27/04/05 FR T1 Fury400 e Agrex 0.15 e 0.1 27/04/05 FR T2 Fury400 e Agrex 0.15 e 0.1 27/04/05 FR S3 Fury400 e Agrex 0.15 e 0.1 27/04/05 FP T1 Buldoc, Saurus e Rimon 0.2, 0.12 e 0.1 03/05/05 FP T2 Buldoc, Saurus e Rimon 0.2, 0.12 e 0.1 03/05/05 FP S3 Buldoc, Saurus e Rimon 0.2, 0.12 e 0.1 03/05/05 FR T1 Buldoc, Saurus e Rimon 0.2, 0.12 e 0.1 03/05/05 FR T2 Buldoc, Saurus e Rimon 0.2, 0.12 e 0.1 03/05/05 FR S3 Buldoc, Saurus e Rimon 0.2, 0.12 e 0.1 03/05/05 FP T1 Buldoc 0.15 16/05/05 FP T2 Buldoc 0.15 16/05/05

61

62

61

FP S3 Buldoc 0.15 16/05/05 FR T1 Buldoc 0.15 16/05/05 FR T2 Buldoc 0.15 16/05/05 FR S3 Buldoc 0.15 16/05/05 FP T1 Fury200, Finish e Miner oil 0.2. 1.5 e 1.0 30/05/05 FP T2 Fury200, Finish e Miner oil 0.2. 1.5 e 1.0 30/05/05 FP S3 Fury200, Finish e Miner oil 0.2. 1.5 e 1.0 30/05/05 FR T1 Fury200, Finish e Miner oil 0.2. 1.5 e 1.0 30/05/05 FR T2 Fury200, Finish e Miner oil 0.2. 1.5 e 1.0 30/05/05 FR S3 Fury200, Finish e Miner oil 0.2. 1.5 e 1.0 30/05/05

Fertilização Sistema Capina 1 Capina 2 Capina 3 Capina 4 Capina 5 Capina 6FP T1 10/01/05 21/01/05 03/02/05 14/03/05 18/04/05 10/05/05FP T2 10/01/05 20/01/05 03/02/05 14/03/05 18/04/05 10/05/05FP S3 08/01/05 18/01/05 04/02/05 14/03/05 18/04/05 10/05/05FR T1 08/01/05 18/01/05 04/02/05 13/03/05 19/04/05 09/05/05FR T2 07/01/05 17/01/05 07/02/05 13/03/05 19/04/05 09/05/05FR S3 07/01/05 17/01/05 07/02/05 13/03/05 19/04/05 09/05/05

Apêndice 2. Média da umidade do solo (%) de todas as coletas nos sistemas

convencional (T1), semi-direto (T2) e plantio direto (S3).

63

Fertilização padrão Fertilização reduzida T1 8.9 9.6 T2 9.1 10.9 S3 8.6 11.1

Apêndice 3. Resumo da análise de variância dos dados de densidade de

esporos de fungos micorrízicos (no./50 mL de solo) em diferentes coletas.

Fonte de GL Quadrados médios 1/ Variação Coleta 1 Coleta 2 Coleta 3 Coleta 4

Adubação (A) 1 23,0080* 0,2500 94,6729** 44,2446** Resíduo a 10 2,3245 0,4568 0,5717 1,2419

Sistemas (S) 2 27,7674** 4,0828** 0,4325 5,8583 A x S 2 20,8283** 2,0912* 5,5917* 2,7823

Resíduo b 20 1,3542 0,5458 1,1865 1,7983 CV (a) -- 36,34 23,85 15,21 19,27 CV (b) -- 27,74 26,08 21,91 23,19

**;*: Significativo ao nível de 1 e 5% de probabilidade, pelo teste F. 1/: Dados transformados em √x+1. Apêndice 4. Dados pluviométricos da Fazenda Mourão, Campo Verde-MT,

do período de agosto/2004 a julho/2005.

050

100150200250300350

08/04

09/04

10/04

11/04

12/04

01/05

02/05

03/05

04/05

05/05

06/05

07/05

meses

mm

64

Apêndice 5. Resumo da análise de variância dos dados de número mais

provável de bactérias diazotróficas (no.x105/50 mL de solo) em diferentes

coletas.

Fonte de GL Quadrados médios Variação Coleta 1 1/ Coleta 2 1 / Coleta 3 1/ Coleta 4 2/

Adubação (A) 1 0,0608 1,8632 0,6778 2,1218** Resíduo a 10 6,9044 1,9832 0,8433 0,1385

Sistemas (S) 2 9,3568 10,1012 0,7732 0,3606** A x S 2 5,8771 2,4720 1,1387 0,5501**

Resíduo b 20 3,8400 3,4395 1,0057 0,0581 CV (a) -- 61,83 57,61 60,65 19,27 CV (b) -- 46,11 75,86 66,53 23,19

**: Significativo ao nível de 1% de probabilidade, pelo teste F. 1/: Dados transformados em ln (x+1). 2/: Dados transformados em √x+1.