102
Conceitos Básicos de Pedagogia e Didáctica dos Desportos António Rosado

Conceitos Básicos de Pedagogia e Didáctica dos Desportosareas.fmh.utl.pt/~arosado/estilo05.pdf · n Ensinar aos alunos técnicas de auto-avaliação. Técnica de ensino nOu técnica

Embed Size (px)

Citation preview

Conceitos Básicos de Pedagogia e Didáctica dos Desportos

António Rosado

Objectivos da Formaçãon A Educação sempre se regeu por objectivos;n A Educação Desportiva rege-se por objectivos;n O Treino Desportivo é um processo regido por

objectivos;n Os objectivos em treino desportivo também

são formativos, ou seja, pedagógicos.n Nem sempre os objectivos são claros e

consciencializados.n Nem sempre é fácil explicitar todos os

objectivos, todas as nossas intenções.n Existem objectivos explícitos e implícitos.

Objectivos pedagógicosnDescrição de intenções de

aprendizagem e desenvolvimento (de transformação) dos alunos/atletas (cognitivos, afectivos e motores).

n Funções essenciaisn Ao treinador permite uma organização cuidada do

ensino/treino;n Aos alunos ou atletas, dar sentido ao que se

aprende e controlar as suas aquisições.n Articulação entre os diversos agentes (pais,

dirigentes, outros profissionais).

DificuldadesnEm identificar as intenções de

desenvolvimento.nGrande centração sobre os

resultados de rendimento.nComplexidade técnica

nTerminologia muito variadanDiversidade de tipologias (classificação e

organização dos objectivos).

Tipologias de objectivosnSão sistemas de classificação dos

objectivos de acordo com um critério diferenciador.

nAs mais referidas na literatura e conhecidas dos profissionais tem por critério de diferenciação o nível de operacionalização do objectivo.

Tipologias de ObjectivosnOutros critérios de classificação,

menos conhecidos, são o seu nível de explicitação (explícitos ou implícitos), a sua importância pedagógica (básicos, essenciais, “mínimos”, de desenvolvimento e enriquecimento), etc.

Tipologias

nDe Landsheere (metas ou fins, nível de taxonomias, operacionais).nDe Ketele (gerais, específicos e

operacionalizados).

Tipologias

nExemplos: nDe Landsheere (de domínio,

transferência e de expressão).

nLavallée (de pesquisa e de aprendizagem).

Objectivos básicos e objectivos essenciais

nReferem-se ao conjunto de objectivos pedagógicos que envolvem aprendizagens consideradas como alicerces para outras aprendizagens.

nDistingue-se básico de essencial: àconhecimentos básicos que podem não ser essenciais…

Objectivos de ExpressãoObjectivos experienciais ou heurísticos.

São objectivos em que se caracteriza a experiência a que o praticante deve ser sujeito, descrevendo a situação e as tarefas a realizar mas não o resultado dessa experiência, o que ele deve aprender. Neste contexto, os resultados não são delimitados previamente.

Objectivos de Transferência

nObjectivos que visam a capacidade dos praticantes transferirem as aprendizagens de uma situação conhecida para situações novas.

ObjectivosnPodem ser formulados a diversos

níveis de generalidade (ou de especificação) e assumem diferentes designações conforme a perspectiva teórica dominante e a tipologia de objectivos utilizada.

nÉ frequente a referência a metas, finalidades, objectivos gerais, específicos e operacionais.

Ex: Objectivos operativos

Constituintes

Comportamento esperado que traduza a aprendizagem pretendida/ conteúdo relativamente ao qual se reporta o comportamento esperado.

Nível de proficiência ou critério de sucesso ou de êxito. Estratégia de avaliação que permita verificar o comportamento.

Condições de concretização: quando, onde, em que contexto se deve manifestar esse comportamento.

Definição de objectivos operacionais

n Considerar a perspectiva dos praticantes.n Explicar a intenção.n Definir os comportamentos (excluir o que não

pode ser directamente observado).n Incluir um só comportamento em cada

formulação.n Estabelecer objectivos em termos de produto

(não de processo) a curto prazo.n O comportamento esperado deverá ser

expresso em verbos de acção.

Exemplo:

nRealiza o salto em altura de costas, com a fasquia a 1,30 de altura, após 5 passadas de corrida em aceleração progressiva e impulsão a um pé.

No processo de ensino-aprendizagem, depois de decididos os objectivos e os conteúdos, é necessário planificar a sequência e desenvolvimento desse mesmo processo, ou seja, seleccionar estratégias de ensino, envolvendo os praticantes em actividades de aprendizagem adequadas à consecução dos objectivos (via conteúdos) definidos, ou, ainda, de planificar situações, “ambientes” e meios propícios à ocorrência da aprendizagem por parte dos mesmos.

“ O ensino envolve a interacção dos sujeitos de aprendizagem (os praticantes) com um conjunto de estratégias, métodos e situações, visando levar à consecução de objectivos formativos.”

Não existe nenhuma estratégia, método ou actividade, universalmente válida para qualquer objectivo e sob quaisquer condições.

n Devem ser entendidas, em sentido lato, como a forma de organizar os meios (o processo de ensino -aprendizagem) de modo a alcançar os objectivos definidos.

n As estratégias podem ter diversos níveis de generalidade, assumindo, nessa situação, diversas designações diferentes (modelos de ensino, métodos de ensino, técnicas de ensino).

n As estratégias correspondem ao conjunto das acções do professor ou treinador orientadas por um plano de acção onde se organiza a utilização de determinados métodos e meios a fim de concretizar os objectivos propostos.

Modelos de EnsinoModelos de EnsinoOrientações educativas e princípios teóricos de actuação pedagógica.

Métodos de EnsinoMétodos de EnsinoPadrões de actuação pedagógico-didáctica do professor ou treinador.

Estratégia de EnsinoEstratégia de EnsinoConjunto de acções aplicadas no intuito de alcançar determinados objectivos de aprendizagem.

Técnicas de EnsinoTécnicas de Ensino

Específicas de certas áreas ou tipos de objectivos de aprendizagem.

Actividades de AprendizagemActividades de Aprendizagem

Conjunto de situações ou oportunidades que são facultadas aos alunos para realizarem determinada aprendizagem.

nTeoria particular do ensino envolvendo uma configuração geral do processo formativo em função de uma associação de estratégias de ensino a determinadas orientações educativas e a princípios teóricos de actuação pedagógica.

n“Agrupamentos de estratégias”

n Joyce e Weil (1980) referem a existência de modelos cognitivos ou de processamento de informação, de modelos sociais ou de interacção social, modelos humanistas ou pessoalistas e modelos comportamentais ou “behavioristas”.

n Esses modelos possuem objectivos dominantes diferentes, atribuindo ao professor/treinador, ao aluno/atleta e aos conteúdos, posições e estatutos diferenciados.

Joyce e Weil (1980) distinguiram 4 grandes grupos de modelos de ensino

Cognitivos ou de processamento de informaçõesCognitivos ou de processamento de informações

ObjectivosObjectivosAquisição, processamento e organização de informações

Desenvolvimento de processos de raciocínio

Domínio de métodos de inquéritos e investigação

Desenvolvimento de capacidades intelectuais gerais

Sociais ou de interacção socialSociais ou de interacção social

ObjectivosObjectivos

Desenvolvimento de capacidades de interacção humana

Atitudes e processos democráticos

Educação para a cidadania

Clarificar valores e atitudes sociais

Humanistas ou Humanistas ou PessoalistasPessoalistas

ObjectivosObjectivos

Promoção do desenvolvimento e autonomia pessoais

Auto – aprendizagem permanente

Clarificação e desenvolvimento de sentimentos e atitudes de auto-compreensão, auto-estima e de relações

com os outros

Criatividade pessoal

Comportamentais ou BehavioristasComportamentais ou Behavioristas

ObjectivosObjectivos

Modificação ou manutenção de comportamentos

Controlo do comportamento desejado

Estratégias DedutivasEstratégias Indutivas

Métodos de exposição

Métodos de inquérito

Modelo de Taba (1971)Modelo de Taba (1971)o Aprendizagem por descoberta

o Essencialmente indutivoFases e sequência de ActividadesFases e sequência de Actividades

1.1. EnumerarEnumerar 6. Explicar6. Explicar

2.2. AgruparAgrupar 7. Prever7. Prever

3.3. Dar um nomeDar um nome

4.4. GeneralizarGeneralizar

5.5. Comparar Comparar

Modelo de Modelo de AusubelAusubel (1968)(1968)

o Método Exposição

o Ensino tipo Dedutivo

Fases e sequência de ActividadesFases e sequência de Actividades

1. 1. Apresentação de um enunciado Apresentação de um enunciado organizador introdutórioorganizador introdutório

2. Diferenciação progressiva2. Diferenciação progressiva

3. Conciliação Integradora3. Conciliação Integradora

Modelo de Modelo de SuchmanSuchman (1966)(1966)o Processo de investigação

o Estratégias simultaneamente indutivas e dedutivas

Fases e sequência de ActividadesFases e sequência de Actividades

1. 1. O professor/treinador faz a apresentação do O professor/treinador faz a apresentação do problemaproblema

2. Formulação de hipótese ou recolha de dados por 2. Formulação de hipótese ou recolha de dados por parte do aluno/atletaparte do aluno/atleta

3. Ciclo de formulação de hipóteses e recolha de 3. Ciclo de formulação de hipóteses e recolha de dados dados

n Representam padrões de actuação, usados por qualquer professor/treinador, em diferentes níveis de ensino e sobre diferentes matérias.

n Os métodos são, assim, entidades relativamente estáveis, invariantes para níveis de ensino, natureza dos conteúdos, características dos alunos, etc.

Exemplos: O ensino individual é um método geral de ensino. No ensino da Educação Física, o método analítico, global e misto são referências que podemos destacar. Outros grandes métodos são tradicionalmente referenciados no ensino: o método da exposição, da discussão, do inquérito e da instrução directa.

Método de ExposiçãoMétodo de Exposição

o Transmissão Oral – Informações/Conteúdos

o Depende do professor/treinador

o Forma de ensino para grandes grupos

Objectivos:Objectivos:

Adquirir conhecimentos

Compreender conhecimentos

Introduzir um tema, despertar interesse

Método de ExposiçãoMétodo de Exposição

DesvantagensDesvantagens

Não se adequa bem ao desenvolvimento de objectivos cognitivos superiores à aquisição/compreensão

Na transmissão de conteúdos muito complexos ou abstractos

Em objectivos em que a participação activa dos alunos seja fundamental

Na retenção da aprendizagem por um período de tempo longo

Método de discussãoMétodo de discussão

o Intercâmbio verbal de opiniões e ideias

o Líder Professor/treinador

o Para grupos pequenos

Objectivos:Objectivos:Objectivos cognitivos de análise, síntese e avaliação de ideias

Desenvolve aptidões e atitudes democráticas de participação e cooperação em grupo

Trabalho de investigação

Clarificação e modificação de valores e atitudes

Desenvolvimento de aptidões de comunicação oral

Método de InquéritoMétodo de Inquérito

o Auto - Descoberta de conhecimentos

o Processos de raciocínio e investigação de tipo indutivo

o Participação activa dos alunos

Duas formas de inquérito:Duas formas de inquérito:

Inquérito Orientado

Inquérito não Orientado (livre)

Método de InquéritoMétodo de Inquérito

ObjectivosObjectivos

Processos intelectuais de observação

Formação de conceitos ou generalizações

Formulação ou justificação de conclusões

Aquisição e compreensão de conteúdos a aprender

Método da Aprendizagem CooperativaMétodo de ensino que vai para além da ajuda aos alunos/atletas na aprendizagem de conteúdos e competências desportivas contemplando, também, metas e objectivos sociais importantes.

APRENDIZAGEM COOPERATIVA

nn Características principais da aprendizagem Características principais da aprendizagem cooperativa :cooperativa :

- Os praticantes trabalham em equipa

- As equipas são constituídas por praticantes bons, médios, fracos, de diferentes raças e sexos.

- Os sistemas de recompensa são orientados para o grupo e não individualmente

Método do Ensino Crítico

n Meio que ajuda os praticantes a aprender a pensar;

n Tem, também, outras denominações, como: ensino pela descoberta e aprendizagem pela descoberta;

n O professor/treinador coloca problemas, faz perguntas e promove o diálogo.

Método da Instrução Directa

Tarefas préviasnPreparar os objectivos

nRealizar a análise da tarefa– Divide-se a competência em sub-competências– Ordena-se as sub-competências numa sequência lógica,

podendo ser, cada uma, pré-requisito para as seguintes– Identifica-se o nível do praticante na tarefa– Concebe-se estratégias de aprendizagem relativas a cada uma

das sub-competências

Método da Instrução Directa

Tarefas de interacçãonEstabelecer os objectivos e o contexto de

aprendizagem

nRealizar demonstrações

nProporcionar prática guiada

n Fornecer feed-back

Método da Instrução DirectaPrática guiada

n Proporcionar quantidades pequenas e significativas de prática

n Proporcionar prática com o objectivo de fomentar o processo de automatização

n Estar consciente das vantagens e inconvenientes da prática maciça e da prática distribuída

n Prestar uma atenção acrescida nas fases iniciais da prática

Método da Instrução DirectaFeed-back

n Proporcionar feedback tão cedo quanto possível após a prática

n Proporcionar feedback específicon Concentrar-se nos comportamentos, não nas intençõesn Adaptar o feedback ao nível do alunon Privilegiar o elogio e o feedback sobre as acções correctasn Exemplificar o comportamento adequado quando se der

feedback negativon Auxiliar o alunos a centrar-se mais no processo do que nos

resultadosn Ensinar aos alunos técnicas de auto-avaliação

Técnica de ensino

n Ou técnica didáctica, conceito reservado para procedimentos concretos de maior nível de especificidade, muitas vezes, característicos de certas áreas ou tipo particular de objectivos.

n As técnicas de ensino correspondem a procedimentos de ensino de grande nível de especificidade.

n Técnicas de gestão, de instrução, clima e disciplina são, por exemplo, referenciadas por Siedentop (1983) a propósito do ensino da Educação Física.

Conteúdo de ensino

nO que ensinar. nConjunto de factos, conceitos,

princípios, esquemas conceptuais, teorias, procedimentos, valores, normas e atitudes com valor educativo.nEx: Atletismo, Salto em altura;

desmarcação, drible, etc.

Avaliação de Pré-requisitos

nVerificar se os alunos estão na posse de conhecimentos ou aptidões sem as quais não lhes seria possível adquirir as novas aprendizagens.

nAprendizagem requerida pela nova aprendizagem que vai ter lugar.

nDistingue-se de aprendizagem anterior.

Avaliação de Pré-requisitos

nExige-se:

nsaber quais são os pré-requisitos das aprendizagens a efectuar.naveriguar se os alunos estão na

sua posse (avaliação diagnóstica).

Implícitos e Explícitos

nConvirá, também, distinguir pré-requisitos explícitos de pré-requisitos implícitos, estes últimos, representando a base de competências que se consideram adquiridas e de que não se realiza avaliação porque se impõem pela sua evidência.

Três passos principais:Três passos principais:

1. Estratégias de abertura ou actividades introdutórias1. Estratégias de abertura ou actividades introdutórias

Diagnóstico da situação

Motivação ou predisposição para a tarefa ou aprendizagem

Orientação no assunto a estudar ou aptidão a desenvolver

2. Estratégias e actividades de desenvolvimento ou estudo2. Estratégias e actividades de desenvolvimento ou estudo

Análise dos vários conteúdos

Organização do trabalho

Organização de ideias

3. Estratégias e actividades de conclusão3. Estratégias e actividades de conclusão

Consolidação e revisão do aprendido

Integração do aprendido num âmbito mais geral

Um plano sequencial de aprendizagem deve considerar Um plano sequencial de aprendizagem deve considerar estratégias e actividades de:estratégias e actividades de:

MotivaçãoClarificação ou percepção

Verificação dos pré-requisitos necessáriosApresentação do conteúdo ou componentes da tarefa

Prática apropriadaPrática gradual

Orientação contínuaFeedbacks

Variação de estímulos

Grau de estruturação elevadoGrau de estruturação elevado

Depende do professor

Direccionado para grandes grupos

Grau de estruturação MédioGrau de estruturação Médio

Depende mais dos alunos

Direccionado para grupos pequenos

Grau de estruturação BaixoGrau de estruturação Baixo

Depende quase exclusivamente dos alunos

Direccionado para grupos pequenos

Centrado em materiais didácticosCentrado em materiais didácticos

Grau de estruturação elevado ou médio

Direccionado para o indivíduo

Noções de Estratégia e EstilonEstratégia: Forma de organizar os meios (o

processo de ensino-aprendizagem) de modo a alcançar os objectivos.

nEstilo?: interpretação pessoal das estratégias de ensino. Modo particular como cada professor interpreta e concretiza as estratégias de ensino.

nEstratégia pode incluir diversos estilos

Estilos de Ensino (Mosston)nAxioma: O ensino é uma cadeia de decisões.

n Tipo de Decições: Pré-Impacto, Impacto, Pós-Impacto.

nDecisões de quem? Professor e Aluno

nEspectro dos estilos (Mosston, 1986): Conjunto de estilos de ensino.

Estratégias de ensinonDecisões do professor, intimamente

relacionadas e com diferentes níveis de generalidade.

nDecisões Macro (Finalidades, Objectivos, Modos de Exercício do Poder, etc.)n Associadas a concepções educativas

nDecisões Micro (ex: técnicas de ensino)

Estratégias/Estilos de EnsinoO ensino ocorre através de uma troca interpessoalnO papel que os alunos desempenham decorre do

estatuto que o professor lhes atribui;nAs decisões que o aluno toma durante a

aprendizagem estão relacionadas com as decisões que o professor toma durante o ensino;

nA forma como se processa essa interacção caracteriza um certo estilo de ensino.

Estratégias/ Estilos de Ensino

nCada Estilo:nReserva um determinado papel ao alunonCondiciona a relação dos alunos c/ a tarefanCondiciona a relação dos alunos entre sinCondiciona o modelo de comunicaçãonA quantidade e qualidade das condições de

prática

Estratégias/ Estilos de EnsinoCritérios para clarificar as estratégias de ensino:

1 A Natureza da relação interpessoal (clima)2 Tipologia dos objectivos (cap. cognitivas,

afectivas, motoras e sociais)3 Organização do trabalho4 Grau de autonomia dos alunos

Estilos de Ensino Segundo Locke e Lambdin citado por C. Costa (1983)

Fins MeiosDecididos Decididos

Controlo Aluno pelo aluno * pelo aluno ***da Decididos Decididos

Decisão Professor pelo professor ** pelo professor ****

* Aprendizagem escolhida** Aprendizagem auto-dirigida*** Aprendizagem independente**** Aprendizagem diagnosticada e prescrita

Estilos de EnsinoCorbin, citado por C. Costa (1983)1 Estratégias de orientação pelo professor -

comando de Mosston2 Estratégias de cooperação entre Prof. e Alunos

– Ensino centrado na tarefa, av. recíproca, P. grupos, Prog. Individual

3 Estratégias de orientação pelo aluno -Descoberta Guiada, Resolução-problemas, etc.

Estilos de EnsinoA selecção depende:

1 Experiência anterior dos alunos2 Tipo de objectivos

– comportamentais ( orientação do professor)– Expressão (orientação do aluno)

3 Tipo de Programa4 Personalidade do professor

Estilos de Ensino– Se o objectivo for conseguir elevado nível de

prestação motora e houver pouco tempo -Estratégia Comandada

– Se o objectivo for transferir para outras situações: Resolução de Problemas

– Se há objectivos mistos (eficácia e transferência) -Estratégia Mista

Estilos de Ensino– Tarefas abertas - Estratégias gestaltistas -

Resolução de problemas– Tarefas fechadas - Estratégias associacionistas– Se os alunos participam nMelhora a imagem de sinSe tomam muitas decisões aumenta a angústia…

Estilos de EnsinoEstratégia de ensino: Forma de organizar as

condições de ensino - aprendizagem com o objectivo de facilitar as aquisições dos alunos

Estrutura de uma Estratégia de Ensino1 Actividades de pré-ensino

– Motivação - Definir o nível de motivação e como o alcançar

– Objectivos– Pré-requisitos– Segurança

Estilos de Ensino

2 Apresentação de informação– Campo e sequência do ensino (quantidade e

sequência da informação)– Forma de apresentação (técnicas de

comunicação a usar)3 Actividade do aluno/atleta

– Quantidade e qualidade da prática– Reforço e FB pedagógico– Tipo de prática ( concentrada ou distribuída)

Estilos de Ensino

4 Avaliação– Testes de comportamentos de entrada– Pré-teste– Teste durante o ensino– Pós-teste

5 Actividades posteriores– Remediar- Estratégias alternativas– Fixar a aprendizagem– Transferência da aprendizagem

Estilos de EnsinoA Selecção de Estratégias depende:1 Critério de eficácia

– como aumentar o tempo potencial de aprendizagem

2 Critério pedagógico– Delimitar as fronteiras do critério de eficácia de

forma a manter uma relação educativa • Não existe uma hierarquia pedagógica ou

didáctica para os estilos de ensino • Seleccionar a que melhor condições cria de ALT.

Estilos de Ensino• Não se deve escamotear os significados

epistemológicos, culturais e sócio-políticos que os conteúdos e processos veiculam…

• Uma estratégia de ensino só ganha significado no sistema pedagógico e didáctico em que se desenvolve.

Modelos de Ensino1 Centrados no controlo do Comportamento

(behavioral control model) - aplicação de conceitos da psicologia condutivista

Estilos de Ensino2 Modelo de aprendizagem por descoberta -

Psicologia gestaltista

Modelo Centrado nos Processos:- de aquisição de “skills” e de conhecimentos- de socialização- de personalização- de aprendizagem (ênfase no processo)

Variáveis Caracterizadoras do Estilo

lObjectivos do EstilolSituações de ApzlCritério de ÊxitolOrganização da TurmalForma de ComunicaçãolActividade do AlunolAvaliaçãolEssência do Estilo

Grupos de Estilosn 1º Grupo: Consentimento cognitivon 2º Grupo: Dissonância cognitivan Fronteira: Descoberta Guiada

nCada estilo tem efeitos diferenciados:n No canal de desenvolvimento Físicon No canal de desenvolvimento Cognitivon No canal de desenvolvimento Emocionaln No canal de desenvolvimento Social

Estilos (Mosston, 1988)nComandon TarefanAvaliação RecíprocanAuto-Avaliaçãon InclusivonDescoberta GuiadanDivergentenPrograma Individual

Estilo por Comando

Objectivos do EstiloObjectivos do EstiloDefinido pelo professor. Uniformidade. Aderência

a um modelo pré-determinado.

Situações de Situações de ApzApzExercícios determinados pelo professor na sua

intensidade e duração.

Estilo por ComandoCritério de êxito Critério de êxito Idêntico para toda a turma.Organização da turma Organização da turma Colunas- xadrezCírculo (massiva)Forma de comunicaçãoForma de comunicaçãoDirecta do professor para toda a turma. Verbal e

visual através da demonstração.

Estilo por ComandoActividade do Professor Actividade do Professor Demonstra, controla e avalia a actividade da turma

(conduz).

Actividade do Aluno Actividade do Aluno Vê, ouve, memoriza, repete.

Avaliação Avaliação FB dirigido a toda a turma, predominando o FB

correctivo.

Estilo por Comando

Essência do Estilo Essência do Estilo Determinados estímulos produzem as respostas

adequadas. E ---> R

Tarefa (Practical Style)Objectivos do Estilo Objectivos do Estilo Os mesmos do Estilo A. Criar condições ao início

do processo de individualização.

Situações de Situações de ApzApzDefinidas pelo professor/treinador. Podendo ser

mais do que uma simultaneamente.

Critério de êxitoCritério de êxitoEm função da homogeneidade (heterogeneidade) da

turma ou grupo.

Tarefa (Practical Style)Organização da Turma Organização da Turma Dependente das decisões da totalidade dos alunos. Em

função da natureza das situações de Apz.

Forma de comunicação Forma de comunicação Directa prof./aluno, utilizando ou não demonstração.

Actividade do ProfessorActividade do ProfessorInforma e acompanha individualmente a actividade dos

alunos (orienta).

Tarefa (Practical Style)Actividade do Aluno/atleta Actividade do Aluno/atleta Realiza a actividade segundo o seu próprio ritmo.

Avaliação Avaliação FB individualizado proporcionado pelo

Professor/treinador.

Essência do Estilo Essência do Estilo Os praticantes diferenciam-se nas suas

necessidades motoras e ritmos de Apz.

Ensino RecíprocoObjectivos do Estilo Objectivos do Estilo Os mesmos que o estilo A + Aumentar a taxa FB e

iniciar as relações interindividuais.

Situações de Situações de ApzApzDefinidas pelo professor. Idêntica, pelo menos

para cada grupo de dois alunos.

Critério de êxito Critério de êxito Explicita o tipo de intervenção do aluno

observador.

Ensino RecíprocoOrganização da turmaOrganização da turmaEm pares ou trios.

Forma de comunicaçãoForma de comunicaçãoO Professor/treinador explicita os elementos critérios

de forma verbal e/ou escrita.

Actividade do ProfessorActividade do ProfessorObserva toda o grupo mas só intervém junto dos

alunos/praticantes observadores.

Ensino RecíprocoActividade do AlunoActividade do AlunoOra é executante, ora é observador.

AvaliaçãoAvaliaçãoO Professor corrige os FB dados pelos alunos

observadores aos alunos executantes.

Essência do EstiloEssência do EstiloO exercício de FB eleva o domínio cognitivo da

actividade do aluno. A relação interindividualfomenta a socialização.

Auto - AvaliaçãoObjectivos do EstiloObjectivos do EstiloO mesmo dos anteriores. Auto-regulação das

actividades. Ajustar a auto-imagem.

Situações de Situações de ApzApzDefinidas pelo Professor de forma diferenciada ou

uniforme para toda a turma.

Critério de êxitoCritério de êxitoConstitui um dado determinante no controlo da

actividade pelo próprio aluno.

Auto - Avaliação

Organização da turmaOrganização da turmaDependente das decisões da totalidade dos alunos

em função da natureza das situações de Apz.

Forma de comunicaçãoForma de comunicaçãoO Professor explicita os elementos críticos a partir

de fichas-critério.

Auto - AvaliaçãoActividade do ProfessorActividade do ProfessorObserva a actividade dos alunos e interage com

eles auxiliando-os na sua própria observação.

Actividade do AlunoActividade do AlunoExecuta e avalia a sua própria actividade.

Auto- AvaliaçãoAvaliaçãoAvaliaçãoRealizada pelo próprio indivíduo em função dos

critérios que lhes são fornecidos pelo Professor.

Essência do Estilo Essência do Estilo O aluno confronta-se directamente com as suas

próprias capacidades. Consolidação da consciência de si.

InclusivoObjectivos do EstiloObjectivos do EstiloO mesmo dos anteriores. Integrar todos os alunos.

Situações de Situações de ApzApzDefinidas pelo Professor. Única para a turma

possibilitando diferentes níveis de consecução.

Critério de êxitoCritério de êxitoIndividual correspondente ao índice de

consecução.

Inclusivo Organização da turmaOrganização da turmaPode assumir diferentes formas.

Forma de comunicaçãoForma de comunicaçãoDiferentes formas que garantam a integração e

aceitação de diferentes níveis de capacidade na turma.

Actividade do ProfessorActividade do ProfessorIncita ao desempenho da tarefa sem exigir um

nível de consecução.

InclusivoActividade do AlunoActividade do AlunoExecuta, avalia e propõe-se a níveis mais elevados

do seu desempenho.

AvaliaçãoAvaliaçãoRealizada pelo próprio aluno em função dos

critérios que estabelece para si próprio.Essência do EstiloEssência do EstiloA Aprendizagem é um processo eminentemente

pessoal.

Descoberta GuiadaObjectivos do EstiloObjectivos do EstiloDefinidos pelo Professor/treinador. Descoberta.

Convergência.

Situações de Situações de ApzApzPropostas pelo Professor/treinador através de

uma sequência de questões de guia.

Critérios de êxitoCritérios de êxitoExplicita as respostas que o Professor/treinador

antecipadamente valoriza.

Descoberta GuidaOrganização da turmaOrganização da turmaPode assumir diferentes formas (grupos ou

individualizada).

Forma de comunicaçãoForma de comunicaçãoÉ essencialmente verbal.

Actividade do ProfessorActividade do ProfessorQuestiona, controlo o ajustamento das questões.

Descoberta GuiadaActividade do Aluno/atletaActividade do Aluno/atletaInvestiga e descobre.

AvaliaçãoAvaliaçãoFundamentalmente reforço positivo. FB de valor.

Essência do EstiloEssência do EstiloA dúvida cria a necessidade procurar um solução.

DivergenteObjectivos do EstiloObjectivos do EstiloDefinidos pelo Professor. Descoberta. Diversidade.

Situações de Situações de ApzApzDefinidas na sua especificidade pelas respostas

encontradas pelo aluno.

Critérios de êxitoCritérios de êxitoDeterminado pelas características das soluções

encontradas pelo aluno.

DivergenteOrganização da turmaOrganização da turmaEm grupo oferece grandes potencialidades de

desenvolvimento das relações interindividuais.

Forma de comunicaçãoForma de comunicaçãoVerbal e/ou escrita (sob forma de Ficha -

Programa)

Divergente

Actividade do ProfessorActividade do ProfessorColoca questões e/ou problemas, promove a

multiplicação das soluções.

Actividade do AlunoActividade do AlunoInvestiga, soluciona de forma diferenciada.

Divergente

AvaliaçãoAvaliaçãoFundamentamente auto-avaliação.

Essência do EstiloEssência do EstiloO aluno toma consciência da sua capacidade para

além do conhecimento convencional.

Programa Individual

Objectivos do EstiloObjectivos do EstiloDefinidos pelo Professor. Diversificação e

Consolidação.

Situações de Situações de ApzApzDefinidas pelo aluno a partir da escolha dos

problemas seleccionados entre o tema sugerido pelo Professor.

Programa Individual

Critérios de êxitoCritérios de êxitoDeterminados pelo aluno a partir das soluções

categorizadas e integradas no programa.

Organização da turmaOrganização da turmaIndividualizada.

Forma de comunicaçãoForma de comunicaçãoÉ essencialmente verbal.

Programa Individual

Actividade do ProfessorActividade do ProfessorDefine o tema geral. Auxilia o aluno na

organização dos conteúdos.

Actividade do AlunoActividade do AlunoDetermina um problema, isola soluções, elabora

um programa.

Programa Individual

AvaliaçãoAvaliaçãoAuto-avalilação

Essência do EstiloEssência do EstiloO aluno propõe-se à análise e solução de um

problema escolhido a partir de uma actividade proposta pelo Professor ou Treinador.