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Conceitos e Exercícios de Custos “Desmistificando o Custo”

Conceitos e Exercício de Custos

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Conceitos e Exercícios de Custos

“Desmistificando o Custo”

2014

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Desmistificando o Custo

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................................4

1 CUSTOS............................................................................................................................5

1.1 Conceitos de Custos..................................................................................................5

1.2 Classificações de Custos...........................................................................................61.2.1 Custo Direto.........................................................................................................71.2.2 Custo Indireto......................................................................................................71.3.3 Custo Fixo (Despesas Fixas)...............................................................................81.2.4 Custo Variável.....................................................................................................8

1.3 – Resumo...................................................................................................................8

1.4 Terminologias Utilizadas.........................................................................................91.4.1 Gasto....................................................................................................................91.4.2 Desembolso.........................................................................................................91.4.3 Investimento......................................................................................................101.4.4 Perdas................................................................................................................101.4.5 Desperdícios (“normal” do processo)................................................................11

1.5 Direcionadores dos Gastos.....................................................................................12

1.6 Glossário:.................................................................................................................121.6.1 Custeio:..............................................................................................................121.6.2 Contabilidade de Custos:...................................................................................121.6.3 Termos de Custeio:............................................................................................131.6.4 Preço de Venda:.................................................................................................141.6.5 Mark-up:............................................................................................................141.6.6 Políticas comerciais:..........................................................................................151.6.7 Encargos Sociais:...............................................................................................17

2. Departamentalização.....................................................................................................18

2.1 Exercício de Departamentalização:......................................................................18

2.2 Comentários............................................................................................................23

3.Engenharia de Produto:.................................................................................................24

3.1 Quantitativos...........................................................................................................24

3.2 Cálculo do Custo.....................................................................................................24

3.1 Ficha Técnica do Produto......................................................................................26

3.2 Resumo dos Dados da Ficha Técnica:..................................................................27

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3.3 Ficha Técnica do Produto – Resolvido.................................................................28

4. Políticas Comerciais para Preço de Venda...................................................................29

4.1 Interpretação da evolução das fórmulas de Preço de Venda:............................29C + L = PV:................................................................................................................29PV - C = L:.................................................................................................................29PV - LΔ = CΔ.............................................................................................................29

4.2 Preço de Venda a partir do Custo (Mark-up);....................................................30

4.3 Preço de Venda a partir do Mercado: Preço de Mercado ; PVM......................30

4.4 Ponto de Equilíbrio = PE.......................................................................................32

5.Projeção de Resultados e Fatores Restritivos................................................................33

5.1 Projeção de Resultados:.........................................................................................335.1.1 Demonstração da Projeção de Resultados.........................................................345.1.2 Gráfico – Ponto de equilíbrio...........................................................................35

5.2 Limite Máximo de Produção.................................................................................355.2.1 – Demonstração do Cálculo do Limite Máximo...............................................365.2.2 Demonstração da Projeção de Resultados.........................................................37

6. Melhorias e Reflexo no Resultado................................................................................38

6.1 Custo Industrial......................................................................................................386.1.1 – Tempo de Produção........................................................................................386.1.2 – Análise dos Materiais e Terceirizações..........................................................41

6.2 – Análise da composição do CVV..........................................................................43

6.3 – Análise da composição do “Custo Fixo”............................................................45

Considerações Finais........................................................................................................46

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INTRODUÇÃO.

As empresas atualmente são pressionadas por agressivos concorrentes nacionais e principalmente internacionais, com baixos preços e resposta rápida, ao mesmo tempo em que demandam melhor qualidade a um preço menor e um melhor nível de serviço.

As organizações que não conseguem compreender claramente as fontes de lucratividade de seus produtos, linhas de produtos, clientes e mercados, podem ter sua sobrevivência ameaçada em ambiente de forte competitividade como o atual.

Portanto, existe a necessidade de um modelo de Gestão de Custos que considere os fatores que realmente causam as variações dos custos, tais como diversidade e complexidade de produtos e de clientes.

A necessidade de classificarem-se os custos parte do princípio de que a empresa, para poder efetuar projeções com fins decisórios, deve fundamentalmente possuir uma correta classificação de seus custos. Afinal, dentre as decisões a serem tomadas, baseadas em dados dos custos, podemos citar:

Alterações nos componentes dos produtos;Decisões destinadas à redução de custos;Ampliar ou parar a produção de determinado produto.

Este material, de forma resumida, porém objetiva, tem o propósito proporcionar o entendimento e análise de custos.

Obviamente não é o suficiente, pois deverá haver disciplina no aperfeiçoamento desta ciência.

Sugere-se inicialmente uma leitura plena, sabendo que em muitos pontos ficarão dúvidas, porém com os exercícios propostos, será possível “desmistificar” o CUSTO, que em muitas vezes é avaliado como complicado, os leitores perceberão que não é complicado, pode ser sim Trabalhoso, porém nada se conquista sem dedicação.

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1 CUSTOS.

A área de custos possui termos próprios, que precisam ser definidos para evitar possíveis distorções quanto ao uso de seus significados.

Pretende-se com esse capítulo dar uma contribuição conceituando os termos básicos utilizados com mais freqüência na contabilidade de custos, permitindo assim, melhor entendimento do assunto a ser estudado, principalmente na Gestão de Custos.

1.1 Conceitos de Custos

A Gestão de custos está ganhando cada vez mais destaque dentro das organizações, devido a suas diversas finalidades.

No entendimento de Leone (1997 p. 19-20): “A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões”.

De acordo com o autor, a contabilidade de custos faz parte da ciência contábil e atende a necessidades gerenciais diferentes de uma entidade.

Nessa luta constante por melhores resultados, reconhece-se a importância das informações.

Referindo-se aos dados, são esses internos da organização, que após o seu registro, são:

Organizados;Analisados e; Interpretados. Em Resumo na Contabilidade ocorre o agrupamento dos DADOS.A gestão consiste em transformar esses DADOS em INFORMAÇÕES.

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A INFORMAÇÃO por sua vez precisa atender ao seguinte tripé, ela precisa atender a três condições essenciais:

ÚTIL

CORRETA OPORTUNA

1.2 Classificações de Custos

Custo é um valor resultante de todos os recursos utilizados para a produção de um outro bem ou prestação de um serviço. Esses recursos são os gastos, que também são conhecidos como fatores de produção e como algum exemplo pode-se citar a matéria-prima, mão-de-obra, salários, entre outros.

No entendimento de Leone (1997, p. 46 apud MARTINS) “Custo é um gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. O autor ainda explica que “[...] o mesmo é reconhecido como custo no momento da utilização dos fatores de produção, para a fabricação do produto ou execução de um serviço”.

Observa-se então que temos os custos relativos à produção de bens, conhecidos também como custo industrial.

Para Nascimento (2001, p. 26) “[...] custo é a soma de todos os dispêndios para produção ou obtenção de um bem ou serviço”.

Conforme a citação, custo é o somatório dos gastos, despesas, prejuízos, enfim, tudo o que é consumido ou utilizado na produção de novos bens ou serviços.

Contribui ainda Megliorini (2001, p. 7) dizendo que “Custos são os gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa. São os gastos efetuados pela empresa que farão nascer os seus produtos”.

De modo geral, pode-se dizer que custos são os gastos ligados à área industrial da empresa.

Focalizando agora o conceito de custos para a área produtiva, os mesmos recebem diferentes classificações.

São classificados em relação aos produtos fabricados, como sendo custos diretos e indiretos e em relação aos níveis de produção, custos fixos e variáveis.

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1.2.1 Custo Direto

Custos diretos são aqueles relacionados diretamente ao produto e podem ser facilmente identificados. Conhece-se exatamente quanto cada produto absorveu de custo.

Contribui para o conceito de custos diretos Leone (1997, p. 49) dizendo que “São aqueles custos que podem ser facilmente identificados com o objeto de custeio. São os custos diretamente identificados a seus portadores”.

Conforme citado, esses custos, de modo geral são facilmente identificados e são apropriados diretamente ao produto.

No entendimento de Perez Jr, Oliveira e Costa (2001, p. 23): “São os custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço e valorizados com relativa facilidade”.

Sabendo-se o preço da matéria-prima, o custo daí resultante está associado diretamente ao produto. Outro exemplo é o material de embalagem utilizado.

A mão de obra, nesse caso mão de obra direta, é outro componente dos custos Diretos. Trata-se dos custos com os trabalhadores, utilizados diretamente na produção.

Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da mão-de-obra, é possível apropriá-la diretamente ao produto.

1.2.2 Custo Indireto

Custos Indiretos são aqueles que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados aos diferentes produtos, portanto, são custos apropriados indiretamente aos produtos.

No entendimento de Perez Jr, Oliveira e Costa (2001, p. 23): “Custos indiretos são aqueles custos que, por não serem perfeitamente identificados nos produtos ou serviços, não podem ser apropriados de forma direta para as unidades específicas, ordens de serviço ou produto, serviços executados...”. Necessitam, portanto, da utilização de algum critério para rateio para a sua alocação.

Constata-se que custos indiretos são aqueles não identificáveis diretamente ao produto. Não há uma medida objetiva, mas há a necessidade de distribuir os custos (rateio), para serem incorporados.

Basicamente são os valores dos Centros de Custo de Apoio.

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1.3.3 Custo Fixo (Despesas Fixas)

Custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos quaisquer que seja o volume de produção da empresa, ou seja, uma alteração do volume de produção, seja ela grande ou pequena, não altera o valor total dos custos fixos.

Para Megliorini (2001, p. 12) “Custos fixos são aqueles decorrentes da estrutura instalada da empresa, que independem da quantidade que venha a ser produzida dentro do limite da capacidade instalada”.

De acordo com o autor, os custos fixos independem do volume de produção ou venda. Representam à capacidade instalada que a empresa possui para produzir e vender bens ou serviços.

Como exemplo de custo fixo pode-se citar o aluguel, seguro de fábrica, entre outros. Os custos fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel de fábrica pode sofrer reajuste de preço. O mesmo ocorre com o imposto predial, salários de vigias e porteiros da fábrica, prêmios de seguros, entre outros.

1.2.4 Custo Variável

Custos variáveis são aqueles que estão diretamente relacionados com o volume de produção ou venda.

Entende Megliorini (2001, p. 13) que ”Custos variáveis são aqueles que aumentam ou diminuem, oscilando ao sabor do nível de produção”.

Custos variáveis são aqueles que variam de acordo com os volumes de atividades. Os volumes das atividades devem estar representados por bases de volumes, que são geralmente medições físicas [...]. Atente para o fato de que ‘definir’ custo variável como aquele custo que varia com as unidades produzidas está certo, mas não é uma definição generalizada.

1.3 – Resumo

Nomenclatura Incidência 1 Incidência 2Custo – Direto – Variável SIM SIMDespesa – Indireta - Fixa NÃO NÃO

Legenda:Incidência 1: Varia de acordo com o volume produzido??Incidência 2: É fácil sua identificação ao produto ou ao processo??

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1.4 Terminologias Utilizadas

A área de custos possui terminologia própria. Para facilitar o entendimento da sistemática de apuração de custos é necessário compreender o significado dos principais termos utilizados, evitando assim, utilizá-los de forma equivocada.

Apresentam-se adiante as principais definições aceitas pela maioria dos autores e estudiosos do assunto.

1.4.1 Gasto

Entende-se por gasto o compromisso financeiro assumido por uma empresa na aquisição de bens e serviços como afirma Martins (2003, p. 24) “Gasto é a compra de um produto ou serviço qualquer que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)”.

Os Gastos podem ser classificados em: Investimentos, Custos e Despesas, como cita Megliorini (2001, p. 7) ”[...] o gasto pode ser definido como gasto de investimento, quando o bem ou serviço for utilizado em vários processos produtivos, e como gastos de consumo, quando o bem ou serviço forem consumidos no momento mesmo da produção ou do serviço que a empresa realizar. Dependendo da destinação do gasto de consumo, ele poderá converter-se em custo ou despesa”.

Exemplificando: a compra da matéria-prima é um gasto, que ao abastecer o estoque é um investimento, e quando aplicada à produção, gera um custo. Concluído o produto, esse volta para o estoque, agora de produtos acabados (considerado também investimento) ou é vendido. Para realizar a venda do produto, os gastos incorridos são considerados despesas.

1.4.2 Desembolso

Quando a empresa efetua algum pagamento, seja com o dinheiro de seu caixa ou das contas bancárias, ela está fazendo um desembolso.

No entendimento de Martins (2003, p. 25) “Desembolso é o pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço”. Esse pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço pode ocorrer juntamente com o gasto (pagamento à vista) ou depois deste (pagamento a prazo).

O desembolso acontece no momento que há saída de dinheiro da empresa, seja do caixa ou das contas bancárias. Para Oliveira e Perez Jr. (2000, p. 29) “Os

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desembolsos ocorrem em virtude do pagamento de compras efetuadas a vista ou de uma obrigação assumida anteriormente”.

1.4.3 Investimento

Entende-se que investimentos são os gastos com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros.

Megliorini (2001, p. 7) assim define investimentos “Investimento são todos os bens e direitos registrados no ativo das empresas para baixa em função de venda, amortização, consumo, desaparecimento, perecimento ou desvalorização”. Assim, quando se compram materiais, realiza-se um investimento em estoque.

De acordo com Bornia (2002, p. 41) “Investimento é o valor dos insumos adquiridos pela empresa não utilizados no período, mas que poderão poderão ser empregados em períodos futuros”.

Como outros exemplos de investimentos, cita-se a aquisição de uma máquina, que gera investimento no imobilizado, a aquisição de móveis e utensílios, aquisição de imóveis, despesas pré-operacionais, aquisição de Marcas e Patentes, aquisição de Material de Escritório.

1.4.4 Perdas

O conceito de perda consiste num bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária.

De acordo com Oliveira e Perez Jr. (2000, p. 36) “Perdas são gastos anormais ou involuntários que não geram um novo bem ou serviço e tampouco receitas e são apropriados diretamente no resultado do período em que ocorrem”.

Perda na verdade são os gastos que não possuem nenhuma relação com as atividades empresarias diárias e, na maioria das vezes, ocorrem de fatos imprevistos.

Contribui ainda Martins (2003, p. 26) dizendo que:

Perdas são itens que vão diretamente á conta de Resultado, assim como as despesas, mas não apresentam sacrifícios normais ou derivados de forma voluntária das atividades destinadas ä obtenção de receita. Ë muito comum o uso da expressão Perdas de material de produção de inúmeros bens e serviços; entretanto, a quase totalidade dessas ‘perdas’ é, na realidade, um custo, já que são valores sacrificados de maneira normal no processo de produção, fazendo

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parte de um sacrifício já conhecido até por antecipação para a obtenção do produto ou serviço da receita almejada.

Observa-se que as perdas, na maioria das vezes ocorrem de fatores e motivos não imprevistos. No entanto, Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p. 114) dizem que “Há, ainda, certas quebras ou perdas da produção, muitas das quais são inerentes e normais ao processo produtivo. É o caso de aparas e rebarbas de matérias-primas, evaporação de produção química, etc”.

As perdas sempre que forem normais e inerentes ao processo produtivo, são lançadas ao custo normal de produção, o que difere do lançamento das perdas esporádicas e não normais, que vão direto para o resultado, como visto anteriormente.

Constatou-se que perdas, na maioria das vezes, são gastos não intencionais e que não mantêm nenhuma relação com a operação normal da empresa.

Como alguns exemplos de perdas cita-se: material com prazo de validade vencido; vazamento de materiais líquidos ou gasosos; gastos incorridos em períodos de paralisação de produção devido á falta de insumos; problemas com equipamentos, greves, enchentes, entre outros.

1.4.5 Desperdícios (“normal” do processo).

Nos dias atuais, com essa grande concorrência resultante da economia globalizada, manter desperdícios é sinônimo de prejuízo, pois desperdícios são itens que não podem ser repassados para os preços.

De acordo com Perez Jr, Oliveira e Costa (2001, p. 17) “Desperdícios são gastos incorridos nos processos produtivos ou de geração de receitas e que possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade dos bens, serviços ou receitas geradas”.

Muitas empresas acabam classificando os desperdícios como custo ou despesa como cita Oliveira e Perez Jr. (2000 p. 36) “Atualmente, o desperdício está sendo classificado como custo ou despesa”.

O que acontece é que esse assunto passa despercebido muitas vezes. Apresentam-se como alguns exemplos de desperdícios: retrabalho decorrente de defeitos de fabricação; estocagem e movimentação desnecessária de materiais e produtos; relatórios financeiros, administrativos e contábeis sem qualquer utilidade; cargos intermediários de chefia e supervisão desnecessários.

Cabe aqui salientar que a identificação e eliminação de desperdícios para a empresa são fator determinante do sucesso ou fracasso de um negócio.

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1.5 Direcionadores dos Gastos

Também chamados de indutores, geradores ou vetores, medem a freqüência ou a intensidade da demanda de certo tipo de atividade. Explicam a relação de causalidade entre o consumo de atividades e determinada produção. São fatores que geram ou influenciam o nível dos gastos de uma Atividade ou Objeto de Custo.

Alguns autores denominam os direcionadores de custo como indutores, geradores ou vetores de custo de 2° nível. Exemplo de Direcionador de Custos: Resumo de horas do setor de manutenção nos demais Centros de Custo.

1.6 Glossário:

Existem termos que se não forem corretamente interpretados podem prejudicar o entendimento e as análises.

Por esse motivo descrevemos abaixo os principais termos utilizados na área de Contabilidade de Custos.

1.6.1 Custeio:

1. Ato ou efeito de custear; custeamento. 2. Conjunto de despesas feitas com alguém ou alguma coisa.

Esta é a transcrição do “Aurélio”, ou seja, do dicionário.Nas Empresas Custeio é o cálculo do Custo Industrial antes do mesmo entrar

em produção, nas empresas de confecção seria o cálculo da coleção propriamente dita.Poderíamos também chamar de Projetado, ou como alguns autores o ORÇADO.

1.6.2 Contabilidade de Custos:

É a Apuração do Resultado, ou seja, do que de fato aconteceu seguindo as mesmas premissas de cálculo do Custeio.

Também pode é chamado de REALIZADO.Portanto nas empresas de forma cíclica ocorre o:ORÇADO x REALIZADO.E para se ter uma boa base para o Custeio é preciso ter um bom Sistema

Contábil.

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1.6.3 Termos de Custeio:

GGF = Gastos Gerais de Fabricação, são todos os gastos que a empresa tem nas áreas de Produção e Apoio a Produção que deverão ser apropriados ao Custo Industrial.

CPV = Custo do Produto Vendido, é apuração de todos os gastos (materiais, terceirizações e transformação), utilizados no Produto que foi comercializado, portanto para esse cálculo primeiramente calcula-se o CPP, e transfere-se para o Resultado a parcela correspondente da venda:

CPP = Custo do Produto Produzido, como citado anteriormente agrega todos os gastos do período.

MP = Matéria Prima, o nome por si se explica, são todos os materiais que compõe o produto.

TERCEIRIZAÇÕES = Existem 2 (dois) tipos de terceirizações que são:Terceirizações de serviços que não são da atividade da empresa (Segurança,

Limpeza) que não fazem parte do custo do produto.Terceirizações do Processo, que deverão ser apropriadas diretamente ao Custo

Industrial (Bordado, Estamparia).CI = Custo Industrial, é o custo dos produtos que basicamente tem os compostos

acima.PV = Preço de Venda;PVB = Preço de Venda Bruto;PVL = Preço de Venda Líquido;C V V = Custo Variável de Venda, são todos os percentuais que incidem sobre a

venda do produto e basicamente são: Impostos (Icms, Pis, Cofins, IR, CSLL, CPMF), comissões, fretes e outros eventuais (royalties pagos sobre licenciados).

CF = Custo Fixo, Despesa Fixa ou o Gasto com Estrutura, é o valor que independentemente se houver produção, ou venda vai ocorrer, são os gastos das áreas Administrativas e Comerciais.

MC = Margem de Contribuição ou LB = Lucro Bruto, é o resultado da seguinte equação matemática:

MC = PV – C V V – CI ou seja o resultado dessa equação nos fornece qual a MC por produto, ou o LB por produto.

A soma da margem de todos os produtos confrontado com o CF será o nosso resultado, ou seja, Lucro ou Prejuízo.

Portanto na prática o que interessa não é um % (percentual) de lucro e sim um Valor de Lucro que irá “cobrir” nosso CF e trazer resultado positivo.

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1.6.4 Preço de Venda:

Para o cálculo do preço de venda, temos como premissa o seguinte raciocínio:Os GGF’s foram alocados corretamente aos Centros, encontrando com isso o

Custo do Fator de Produção, que na maioria das vezes é Hora Homem, Hora Máquina, Minuto Homem, Minuto Máquina.

Na Engenharia observou-se atentamente o quantitativo, tanto nos materiais como nas operações.

Com isso encontramos o CI.Portanto falta apenas a conclusão e o cálculo do preço de Venda.

1.6.5 Mark-up:

Também conhecido como taxa de marcação.Consiste em uma fórmula matemática que utiliza as seguintes variáveis:CI, C.V.V., MC.Comentamos acima sobre o CI.O C.V.V. comentado anteriormente são todos percentuais que incidem sobre a

venda.Estes percentuais não são regra geral e terá que ser observado:Regime de Enquadramento, ou seja de que forma a empresa apura seu

resultado, sendo as principais opções:Lucro Real, Lucro Presumido e Simples.A depender do enquadramento mudam os percentuais.Simulemos por hipótese uma venda para a Região Sudeste (SP), onde os

impostos seriam:

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Resumo de incidência de impostos.Lucro Real Lucro Presumido Simples

ICMS 12% 12%PIS 1,65% 0,65%COFINS 7,60% 3,0%IR 1,5%CSLL 1,08%Simples de1% a 12%

Total 21,25% 18,23% de1% a 12%

1.6.6 Políticas comerciais:

É o modelo que empresa adota na área comercial, como forma de remuneração dos representantes e condições de fornecimento quanto ao frete.

Temos os seguintes exemplosNeste caso independe do regime de enquadramento, e como o nome sugere,

estabelece a Política mais adequada.Geralmente resume-se a: Comissão de Representante = 8%,Frete =2%Com isso teríamos então numa empresa de Lucro Presumido um C.V.V. de

28,23%.Por último, não menos importante vem a MC.A MC é um percentual “desejado”, que tem por objetivo inicialmente cobrir os

Gastos com Estrutura (Custo Fixo), e após isso proporcionar Resultado Operacional.A parte da Estrutura é obtida por acompanhamento do DRE – Demonstrativo de

Resultados do Exercício.Com isso temos as 3 (três) variáveis para a fórmula do Mark-up.Sendo a fórmula:

PV = {CI / [100 – (CVV + MC)]} x 100.

Com esta fórmula teríamos o PV desejado, porém muitas vezes o mercado não está disposto a pagar este preço, por isso a análise através da MC.

Lembrando

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MC = PV – C V V – CI

Com isso temos condições de analisar o PE.q. – Ponto de Equilíbrio em Quantidade.

PEq = CFMC

Este número nos mostra em que instante os nossos gastos serão iguais às nossas receitas.

Mas isso não é tão simples assim, pois é preciso levar em consideração a capacidade de produção, que veremos adiante nos exercícios.

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1.6.7 Encargos Sociais:

Lucro Real Lucro Presumido

Simples

Descrição % % %Provisão 13º - 1/12 8,33 8,33 8,33Provisão Férias – 1/12 8,33 8,33 8,33Abono sobre Férias 1/3 2,78 2,78 2,78Total Provisão 19,44 19,44 19,44

FGTS 8,0 8,0 8,0INSS (empresa + terceiros) 27,8 27,8Total 35,80 35,80 8,0

INSS e FGTS sobre Provisões 6,96 6,96 1,56

Total dos Encargos Sociais Mensuráveis 62,20 62,20 29,0

Além dos Encargos relacionados acima, existem os ESNM - Encargos Sociais Não Mensuráveis, que ocorrem de forma sazonal e devem ser apurados, pois variam nas empresas.

Exemplos de ESNM: aviso prévio indenizado, multa FGTS, faltas justificáveis.O Cálculo dos ESNM segue a seguinte equação:

Valor de ESNM pagos no Ano Total Folha do Ano (-) Valor de ESNM pagos no Ano

O resultado x 100 = % de ESNM

Se por hipótese se o resultado dessa equação chegasse a 0,80 %, teríamos:

Lucro Real Lucro Presumido

Simples

Total dos Encargos Sociais Mensuráveis 62,20 62,20 28,77% Total ESNM 0,80 0,80 0,80Total de Encargos Sociais 63,00 63,00 29,57

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2. Departamentalização

2.1 Exercício de Departamentalização:

O objetivo deste exercício é alocar os gastos corretamente aos CC (Centros de Custo), e ao final encontrarmos o Custo do Fator de Produção (Custo Hora).

O Exercício proposto sugere um ambiente de Indústria de confecção, onde dividimos a Empresa em 5 (cinco) Centros de Custo e 2 (dois) departamentos sendo:

Departamento de Produção composto por Centro de Custo:- Corte;- Costura;- Revisão.

Departamento Administrativo composto por Centro de Custo:- Engenharia e PCP;- Administrativo e Comercial.

No Exercício os “dados” estão de certa forma dispersos, cabendo ao profissional discernir a correta alocação aos CC, observando o Resumo do item 1.3.

A distinção segue a classificação do gasto em Custo ou Despesa, ou seja, Direto ou Indireto.

Seguem explicações resumidas de como proceder a apropriação de cada gasto sugerido no exercício:

Gasto Critério de ApropriaçãoSalário Conforme o valor por Departamento e observando a quantidade

por CC.Encargos Conforme item Encargos Sociais item 1.6.7 da sendo a Empresa

enquadrada pelo Lucro Presumido.Pró Labore Salário dos Gerentes, sendo um em cada Departamento e sua

apropriação aos CC proporcional ao número de funcionários, “Indireto”

INSS Percentual sobre o valor anteriorDepreciação Valor informado, apenas classificar em Direto ou Indireto.

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EnergiaElétrica

Valor informado, apenas classificar em Direto ou Indireto.

Alimentação Proporcional ao número de funcionários por CCMédica/Odont.

Proporcional ao número de funcionários por CC

Comunicação Percentual já informado, que é obtido através de controle de bilhetagem.

Viagem Percentual já informado, que é obtido através de controle contábil.Legais São valores. Gastos com autenticações, registros.Honorários Gasto específico da Administração.Serviço de Terceiros

Percentual já informado, que é obtido através de controle contábil.

Assinaturas Gasto específico da Administração.Assessoria Administrativa

Gasto específico da Administração.

Catálogos Gasto específico da Administração (vendas).Serviço de Manutenção e

Percentual informado, que é obtido através de controle contábil.

Material de Manutenção.

Percentual informado, que é obtido através de controle contábil.

Material de Consumo

Percentual informado, que é obtido através de controle contábil.

Consumo de água

Proporcional ao número de funcionários por CC.

Material de Expediente

Valor informado, que é obtido através de controle contábil.

Aluguel Proporcional a metragem informada a cada CC.Publicidade Valor informado, apenas definir a qual CC se enquadra.Veículos Valor informado, que é obtido através de controle contábil.

Nota Importante: Apesar de alguns valores serem irrelevantes, quando o critério for “Proporcional

ao número de funcionários por CC (Gerentes não contam)”. Lançar proporcionalmente a cota dos funcionários de Produção em “Direto” e a cota dos funcionários Indiretos de Produção, ou seja, os chefes, em “Indireto”.

Existem outros gastos ainda que deixamos de relacionar no exercício, que dependem da empresa ocorrem com certa relevância: Treinamento, Despesas Bancárias, lubrificantes, material de segurança e outros.

Este é o primeiro passo para o Custeio.

20 -

Page 21: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

Segue o Mapa de Apropriação dos Gastos.

21 -

Page 22: Conceitos e Exercício de Custos

Gastos Corte Costura Revisão Engenharia

e PCP

Vendas

Administraçã

o

Total

Diret

o

Indireto Diret

o

Indireto Direto Indireto Direto Indireto

Número de Funcionários

Salários

Encargos

Pró Labore

INSS s/ P. Labore

Depreciação

Energia Elétrica

Alimentação

Médicas Odontológicas

Comunicação

Viagem

Legais

Honorários

Serviço de Terceiros

Assinaturas

Assessoria

Administrativa

Catálogos

Serviço de Manutenção

Material de Manutenção

Material de Consumo

Consumo de Água

Material de Expediente

Aluguel

Publicidade

Veículos

Total

Horas Disponíveis

Page 23: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

Horas Efetivas

Custo Hora

23 -

Page 24: Conceitos e Exercício de Custos

Gastos Corte Costura Revisão Engenhari

a

e PCP

Vendas

Administração

Total

Direto Indireto Direto Indireto Direto Indireto Direto Indireto

Número de Funcionários 14 1 48 2 19 1 3 7

Salários Produção R$ 600,00 por mês, e Chefes R$ 900,00 por mês 2.700,00 6.400,00

Encargos De acordo com o % da Tabela

Pró Labore Um gerente por Departamento com remuneração de R$ 3.000,00 por mês

INSS s/ P. Labore 20 % sobre a remuneração do gerente

Depreciação 2.400,00 4.200,00 1.200,00 1.200,00 1.800,00

Energia Elétrica 1.350,00 3.780,00 1.100,00 450,00 650,00

Alimentação R$ 3,20 por dia, 21 dias úteis média ano.

Médicas Odontológicas 3.200,00

Comunicação 10% 90% 3.500,00

Viagem 5% 95% 4.200,00

Legais 850,00

Honorários 1.400,00

Serviço de Terceiros 7.800,00

Assinaturas 150,00

Assessoria

Administrativa

10.000,00

Catálogos R$ 30.000,00 por coleção, sendo três coleções no ano

Serviço de Manutenção 20% 60% 20% 2.200,00

Material de Manutenção Idem critério anterior 4.800,00

Material de Consumo 35% 55% 10% 3.500,00

Consumo de Água 1.200,00

Material de Expediente 150,00 350,00

Aluguel 120 m2 350 m2 220 m2 80 m2 110 m2 6.000,00

Publicidade 2.000,00

Veículos 1.200,00

Total

Horas Disponíveis

Page 25: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

Horas Efetivas

Custo Hora

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Page 26: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

26 -

Page 27: Conceitos e Exercício de Custos

Gastos Corte Costura Revisão Engenhari

a

e PCP

Vendas

Administração

Total

Direto Indireto Direto Indireto Direto Indireto Direto Indireto

Número de Funcionários 14 1 48 2 19 1 3 7 81 14

Salários 8.400,00 900,00 28.800,0

0

1.800,00 11.400,0

0

900,00 2.700,00 6.400,00 48.600,00 12.700,00

Encargos 5.292,00 567,00 18.144,0

0

1.134,00 7.182,00 567,00 1.701,00 4.032,00 30.618,00 8.001,00

Pró Labore 529,41 1.764,71 705,88 900,00 2.100,00 6.000,00

INSS s/ P. Labore 105,88 352,94 141,18 180,00 420,00 1.200,00

Depreciação 2.400,00 4.200,00 1.200,00 1.200,00 1.800,00 10.800,00

Energia Elétrica 1.350,00 3.780,00 1.100,00 450,00 650,00 6.230,00 1.100,00

Alimentação 940,80 67,20 3.225,60 134,40 1.276,80 67,20 201,60 470,40 5.443,20 940,80

Médicas Odontológicas 471,58 33,68 1.616,84 67,37 640,00 33,68 101,05 235,79 2.728,42 471,58

Comunicação 350,00 3.150,00 3.500,00

Viagem 210,00 3.990,00 4.200,00

Legais 850,00 850,00

Honorários 1.400,00 1.400,00

Serviço de Terceiros 1.149,47 82,11 3.941,05 164,21 1.560,00 82,11 246,32 574,74 6.650,53 1.149,47

Assinaturas 150,00 150,00

Assessoria

Administrativa

10.000,00 10.000,00

Catálogos 7.500,00 7.500,00

Serviço de Manutenção 440,00 1.320,00 440,00 2.200,00

Material de Manutenção 960,00 2.880,00 960,00 4.800,00

Material de Consumo 1.225,00 1.925,00 350,00 3.500,00

Consumo de Água 176,84 12,63 606,32 25,26 240,00 12,63 37,89 88,42 1.023,16 176,84

Material de Expediente 150,00 350,00 500,00

Aluguel 818,18 2.386,36 1.500,00 545,45 750,00 6.000,00

Publicidade 2.000,00 2.000,00

Veículos 1.200,00 1.200,00

Total 20.405,6 5.516,10 66.238,8 12.029,25 25.148,8 5.209,68 8.973,32 39.111,35 111.793,3 79.839,69

Page 28: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

9 1 0 1

Horas Disponíveis 2.587,20 8.870,40 3.511,20

Horas Efetivas 2.276,74 7.805,95 3.089,86

Custo Hora 8,96 8,49 8,14

Custo Minuto 0,1494 0,1414 0,1357

28 -

Page 29: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

29 -

Page 30: Conceitos e Exercício de Custos

2.2 Comentários

Com a apropriação dos gastos aos Centros de Custo, encontra-se:- Total de Gastos Diretos (Custos)- Total de Gastos Indiretos (também chamado de CF = Custo Fixo, mas que

corretamente é DF = Despesa Fixa.Após isso encontra-se o custo do Fator de Produção, que neste caso será HH =

Homem Hora.Tendo:- HD = Horas Disponíveis: é obtido através da seguinte equação: Número de Funcionários de Produção x Horas Disponíveis no mês.- HE = Horas Efetivas, são as horas efetivamente trabalhadas, pois durante o

mês ocorrem “paradas”, por diversas razões, chamadas de “ociosidade”, que geralmente são por “Falta de”: Falta de Pedido, Falta de Programação, Falta de Matéria Prima, Falta de Vontade.... Ligadas diretamente à Gestão (ou Falta de) da Empresa.

Não são consideradas nesse caso as paradas programas para set-up (preparação de máquina), que deverão ser consideradas no tempo de Produção (Engenharia de Produto).

Cada empresa deve apurar seu percentual de ociosidade, para fins didáticos, utilizaremos neste exercício 12%.

Tendo encontrado as HE, divide-se o Total de gastos do CC pelas HE, obtendo-se o Custo Hora Homem do CC.

Quando utiliza-se somente os Gastos Diretos, ou Custos Diretos, atribui-se a esse método de cálculo de “Custeio Direto”, ou seja o Custo Hora, contempla apenas os Custos Diretos de Produção.

Pode ainda calcular o Custo Hora, através de outro método de Custeio, chamado “Custeio por Absorção”, onde o valor total dos Gastos é a soma dos Diretos e Indiretos, ou seja o Custo “absorve”, todos os Gastos de Produção.

A escolha por um método ou outro, é por critério gerencial, havendo escolas que defendem um, e outras que outro método é mais eficaz.

Mas esta discussão fica para outro momento, e só é possível, quando se atinge um alto grau de maturidade no entendimento do Custeio.

Page 31: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

3.Engenharia de Produto:

A engenharia de produto tem papel fundamental no custeio, pois é a origem para o cálculo correto do CI = Custo Industrial.

3.1 Quantitativos.

Quando refere-se a quantitativos, também podemos chamar de consumo, ou seja o que o produto a ser produzido, terá de consumo.

Basicamente são 3 (três) grupos de consumos que deverão constar na Ficha Técnica de Produto para que após isso possa ser realizado o cálculo do CI.

- Materiais e Aviamentos;- Terceirizações;- Operações.

3.2 Cálculo do Custo.

Tendo o valor dos consumos, dos grupos acima, identifica-se o valor unitário de acordo com a unidade de medida do quantitativo, e conseqüentemente o valor Total, multiplicando-se pelo consumo.

Cabe destacar que cada empresa, de acordo com o seu regime de enquadramento (Lucro Real, Lucro Presumido e Simples), tem direito (ou não) a crédito de impostos pela compra.

Segue tabela resumida demonstrando os créditos factíveis por regime de enquadramento:

Lucro Real Lucro Presumido SimplesImposto Gera

Crédito% Gera Crédito % Gera Crédito %

ICMS SIM 12%* SIM 12%* NÃO -PIS SIM 1,65 NÃO - NÃO -COFINS SIM 7,65 NÃO - NÃO -

31 -

Page 32: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

* % depende do Estado de origem.

Resumo do crédito de ICMS de acordo com o estado:SC = 17%SUL + SUDESTE (-ES) = 12%DEMAIS ESTADOS (-SUFRAMA) = 7%SUFRAMA (Zona Franca de Manaus) = 0%

Exemplo:Supondo que a Empresa venha a adquirir, meia malha 30/1 cor vermelha.Estado de Origem SP.Valor por Kg = R$ 17,00 - Valor do Frete = R$ 0,50 por Kg.

Lucro Real Valor MP 17,00 (+

)Valor do Frete 0,50 (+

)Valor Total 17,50 (=

)Crédito ICMS 2,10 (-)Crédito PIS 0,29 (-)Crédito COFINS 1,34 (-)Custo Líquido 13,77 =

Lucro PresumidoValor MP 17,00 (+

)Valor do Frete 0,50 (+

)Valor Total 17,50 (=

)Crédito ICMS 2,10 (-)Crédito PISCrédito COFINSCusto Líquido 15,40 =

SimplesValor MP 17,00 (+)

32 -

Page 33: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

Valor do Frete 0,50 (+)Valor Total 17,50 (=)Crédito ICMSCrédito PISCrédito COFINSCusto Líquido 17,50 =

3.1 Ficha Técnica do Produto

Produto ReferênciaMatéria Prima

Descrição - Materiais e Aviamentos

UnidMed Consumo

Valores Unitário Total

Totais Materiais e AviamentosTerceirizações

DescriçãoUnidMed Con

sumo

ValoresUnitário Total

Totais TerceirizaçõesOperações

DescriçãoCentroCusto

Tempo emMinutos

ValoresCusto Minuto Total

33 -

Page 34: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

Totais OperaçõesCusto Total

3.2 Resumo dos Dados da Ficha Técnica:

Produto: Conjunto Meia malha Masculino Infantil TAM 06 a 10Materiais: Meia Malha 100 % CO – Consumo por conjunto: 0,180 Kg.Cores: laranja = R$ 11,50 p/ kg

Vermelho = R$ 14,50 p/ kgAzul = R$ 12,30 p/ Kg

Ribana Penteada 100 % CO – Consumo por conjunto: 0,090 Kg.Cores: Branco = R$ 10,70 p/ kg

Vermelho = R$ 15,50 p/ kgPreto = R$ 13,20 p/ Kg

Kit identificação (etiqueta, pino tag, tag...) R$ 8,50 por milheiro.Facção Estamparia: R$ 1,20 por conjunto.Facção Bordado: R$ 1,45 por conjunto.

TODOS os materiais e serviços são adquiridos em SC.

Tempos de produção - Minutos centesimais – por conjunto.

Cortar = 2,10 Costurar = 11,30 Revisar = 2,30

34 -

Page 35: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

3.3 Ficha Técnica do Produto – Resolvido

Produto: Conj.Meia Malha Inf Referência: 101 Lote: 100Matéria Prima

Descrição - Materiais e Aviamentos

UnidMed Consumo

Valores Unitário Total

Meia Malha 100 % CO Laranja Kg 6,0 9,55 57,27Meia Malha 100 % CO Vermelho Kg 6,0 12,04 72,21Meia Malha 100 % CO Azul Kg 6,0 10,21 61,25Ribana Pent. 100% CO Branco Kg 3,0 8,88 26,64Ribana Pent. 100% CO Vermelho Kg 3,0 12,87 38,60Ribana Pent. 100% CO Preto Kg 3,0 10,86 32,87Kit Identificação Mi 0,1 7,06 0,71

Totais Materiais e Aviamentos 289,55Terceirizações

DescriçãoUnidMed

Consumo ValoresUnitário Total

Estamparia Pçs 100 1,20 120,00Bordado Pçs 100 1,45 145,00

Totais Terceirizações 265,00Operações

DescriçãoCentr

oCusto

Tempo emMinutos

ValoresCusto Minuto Total

Cortar Corte 210,0 0,1494 31,37Costurar Cost. 1.130,0 0,1414 159,78Revisar Revis. 230,0 0,1357 31,21

35 -

Page 36: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

Totais Operações 222,36Custo Total 776,91

CI : Custo Industrial 7,77

36 -

Page 37: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

4. Políticas Comerciais para Preço de Venda.

4.1 Interpretação da evolução das fórmulas de Preço de Venda:

C + L = PV:

Custo + Lucro = Preço de Venda.Parte-se do pressuposto que é possível, e que o Mercado absorva, o preço a

partir de nosso custo.

PV - C = L:

O Lucro é o resultado, ou a sobra, a partir do Preço de Venda, que o Mercado está disposto a pagar, menos o custo.

PV - LΔ = CΔ

O Preço de Venda continua sendo ditado pelo Mercado, mas a empresa espera um Lucro “Delta”, ou ainda um Lucro “Meta”, para isso a solução é buscar um Custo Meta, Custo “Alvo”, que deriva do conceito de “Target Cost”, Custo Alvo.

Custo guiado pelo preço: • Enfoque no consumidor:• Envolvimento da empresa como um todo: • Envolvimento da cadeia de valor:É o custo obtido na diferença entre o preço de venda de um produto praticado

pelo mercado, (preço estimado), menos o lucro desejado pela Empresa.É um processo de gerenciamento estratégico de custos e planejamento de lucros

desenvolvido na fase de projetos de novos produtos, que se baseia no preço de venda estabelecido pelo mercado, visando a satisfação do cliente, envolvendo toda a estrutura organizacional da empresa.

37 -

Page 38: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

4.2 Preço de Venda a partir do Custo (Mark-up);

O procedimento de cálculo necessário para isso pode ser efetuado através de cálculo matemático, onde a empresa pode simular algumas hipóteses, como as seguintes:

 1. A taxa de juros a ser embutida no preço em decorrência do parcelamento. 2. O número de parcelas para pagamento com cheque, cartão de débito ou de

crédito.  3. Desconto padrão a ser concedido aos clientes que pagam à vista e pedem o

desconto. 4. O percentual de cada forma de pagamento em relação ao total das vendas. 5. Qual a composição dos percentuais Variáveis sobre a venda. 6. Política de descontos por quantidades. 7. Política de Incentivo aos Representantes. 8. Valor do Gasto com Estrutura (Despesa Fixa).

Como mencionado no item 1.6.5 e 1.6.6, temos a seguinte equação

PV = {CI / [100 – (CVV + MC)]} x 100.

Então:CI = 7,77CVV = 28,23 %MC = 20% (inicial)PV = 15,01

4.3 Preço de Venda a partir do Mercado: Preço de Mercado ; PVM

Cada vez mais comenta-se: “Quem dita as regras é o Mercado”, isso está relacionado diretamente com a Oferta e Procura.

Notadamente a concorrência é mundial, e com essa oferta os preços tendem a ser “achatados”.

Temos que aprender a conviver com essa realidade e buscar opções inteligentes e criativas.

Supondo que nosso cliente para essa negociação tenha uma peça com as mesmas características de um concorrente.

38 -

Page 39: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

O Cliente está disposto a pagar por essa peça R$ 14,00 (PVM), a questão é:Vendemos? Ou não vendemos?Lembrando que a compra ocorre por “impulso” e de forma momentânea, deste

modo, havendo hesitação na decisão da concessão ou não desse desconto, a demora na resposta pode representar perda da negociação.

A melhor forma de responder a essa dúvida cruel, é iniciando com “Análise da MC”.

Lembrando a fórmula: MC = PV – C V V – CI, então teremos:PV = 14,00CVV = 28,23%CI = 7,77MC = 14,00 – (14,00 x 28,23%) – 7,77MC = 14,00 – 3,95 – 7,77MC = R$ 2,28MC % = 16,29% = [(2,28 : 14,00) x 100]

Até aqui o fato da MC reduzir, já era sabido em função do desconto de: 6,73 % [ (1,01 : 15,01) x 100].

Porém continua a dúvida: Vender ou Não Vender pelo PVM?

39 -

Page 40: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

4.4 Ponto de Equilíbrio = PE

Podemos ainda buscar o auxílio da fórmula do PE = Ponto de equilíbrio, onde se calcula:

PEq = Ponto de Equilíbrio em quantidade: PEq = CF

MC

PE$ = Ponto de Equilíbrio em ValorPE$ = CF

% MC

Tendo:CF = R$ 79.839,69 (Apurado no exercício de Departamentalização).MC = 2,28MC% = 16,29%

PEq = CF 79.839,69 35.017 peças ( : Aproximado)

MC 2,28

Multiplicando a quantidade aproximada (diferença pelo arredondamento) pelo PVM teremos uma Receita no PE em R$ 490.238,00.

PE$ = CF 79.839,69 R$ 490.114,73%MC 0,1629 (16,29%)

Apenas comentando que a diferença entre os dois cálculo é em função do arredondamento tanto da MC em R$, quanto da MC em percentual, que neste caso foi de R$ 123,27, isso em R$ 490.238,00, relativamente não significa nada.

Continua a dúvida em: Vender ou Não Vender pelo PVM?

Complementando que o PE, sugere em que momento a empresa consegue através das receitas cobrirem os Custos e Despesas, porém adiante se comprova (matematicamente), que na prática não é bem assim.

40 -

Page 41: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

5.Projeção de Resultados e Fatores Restritivos.

5.1 Projeção de Resultados:

A Projeção de Resultados, como o nome sugere, consiste em Projetar e avaliar o Resultado utilizando as previsões de vendas e os dados do Custeio.

Basicamente a projeção segue o modelo do DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício), porém com algumas alterações, em relação às normas contábeis.

Projeção de Resultados.Sigla Descrição Fórmula

ROB Receita Operacional Bruta Quantidade. x PVCVV Custo Variável de Venda ROB x % CVVROL Receita Operacional Líquida ROB – CVVCPV Custo do Produto Vendido Quantidade. x CILOB Lucro Operacional Bruto ROL – CPVCF Custo Fixo InformadoR Resultado LOB - CF

Simular-se-á agora, com o propósito de validar o cálculo do PE, a Projeção de Resultados na quantidade do PE.

Lembrando as variáveis necessárias:PEq = 35.017 peças (Quantidade)CI = 7,77CVV = 28,23 %CF = R$ 79.839,69

Aproveitando o cálculo, qual seria nosso resultado se conseguíssemos vender para esse cliente com o PVM de R$ 14,00 um montante de 41.447 peças (adiante veremos por que da sugestão desse número).

41 -

Page 42: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

5.1.1 Demonstração da Projeção de Resultados

Quantidades

35.017 41.447ROB 490.238,00 580.258,00CVV (138.394,19

)(163.806,83)

ROL 351.843,81 416.451,17CPV (272.082,09

)(322.043,19)

LOB 79.761,72 94.407,98CF (79.839,69) (79.839,69)Resultado (77,97)* 14.568,29

* Quase “zero”.

Este mesmo resultado na quantidade 40.000 peças pode ser obtido da seguinte maneira:

( + ) Quantidade a ser comercializada 41.447( - ) Quantidade do PE 35.017( = ) Diferença 6.430( x ) MC 2,28( ) Resultado 14.660,40

Novamente lembrando que a diferença entre a Projeção, e por diferença multiplicada pela MC, ocorre por arredondamento que neste caso foi de R$ 92,11

O mesmo exemplo se aplica quando se deseja saber qual o resultado se uma empresa comercializar abaixo do PE, por exemplo, 28.587 peças.

( + ) Quantidade a ser comercializada 28.587( - ) Quantidade do PE 35.017( = ) Diferença ( 6.430 )( x ) MC 2,28( ) Resultado (14.660,40)

42 -

Page 43: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

Abaixo gráfico que demonstra visualmente o que ocorre nas situações exemplificadas acima.

5.1.2 Gráfico – Ponto de Equilíbrio

$

Fonte: Martins, (2003, p.258) adaptado.

Apenas lembrando nossa dúvida: Vender ou Não Vender pelo PVM?

5.2 Limite Máximo de Produção.

Analisar somente a MC e o PE, não é o bastante para responder a nossa dúvida.Há de se analisar se a produção conseguirá atender às quantidades acima

simuladas, sugeridas.Qual é nosso limite de produção?Podemos concluir porem ainda é precipitado que se a produção conseguir

produzir acima do PE terá LUCRO.Isso é o que demonstra o gráfico acima.

43 -

Custos Fixos

Custos Variáveis

Custos totais

Receitas Totais

Ponto de Equilíbrio

R

$

Quant./ Volume

Page 44: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

Porem terá que se avaliar ainda qual vai ser o Nível de Ocupação em cada Centro de Custo, pois praticamente é impossível uma empresa ter todos os CC, dimensionados de forma balanceada (salvo algumas atividades de produção contínua).

5.2.1 – Demonstração do Cálculo do Limite Máximo

Descrição Corte Costura Revisão TotalHoras Efetivas 2.276,74 7.805,95 3.089,86 13.172,55 *

Minutos Efetivos 136.640,4

0

468.357,0

0

185.391,6

0

790.353,00 *

Tempo para 1 peça 2,10 11,30 2,30 15,70

Limite em peças por CC 65.049 41.447 80.605 50.340 *

Nível de Ocupação 63,72% 100% 51,42 % 82,33 % **

Não ocupação 36,28% 0% 48,58%

Gasto Direto de Produção 20.405,69 66.238,81 25.148,80 111.793,30

Gasto de Produção Não

Utilizado

7.403,18 0 12.217,29 19.620,47

O que demonstra o cálculo acima:

- O Limite máximo é o menor entre os limites de produção, baseado no conceito da Teoria das Restrições- Livro “A Meta”;

- Que o limite máximo não pode ser a média, apenas demonstra como “seria” se pudéssemos remanejar as pessoas, de funções diferentes, entre os CC;

- Pelo tempo individual, multiplicado pela quantidade do menor limite, qual é o % de ocupação do CC;

- Em não se ocupando o CC, teremos qual o valor do Gasto que não será utilizado, uma vez que apesar de conceitualmente os Custos Diretos de Produção serem Variáveis, no período (no mês) eles são fixos.

- Com isso teremos os valores dos gastos que não serão utilizados, e numa Projeção de Resultados, poderemos avaliar ao reflexo da Não utilização no Resultado final da empresa.

Façamos novamente a Projeção de Resultados considerando a ocupação acima.

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Page 45: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

5.2.2 Demonstração da Projeção de Resultados

Quantidades

41.447ROB 580.258,00CVV (163.806,83)ROL 416.451,17CPV (322.043,19)LOB 94.407,98CF (79.839,69)Gasto de Produção não Utilizado (19.620,47)Resultado (5.052,18)

Respondendo a nossa dúvida: Vender ou Não Vender pelo PVM?

- Apesar do desconto;- Redução da MC;- Produção “desbalanceada”;- Teremos resultado negativo, mesmo que reduzido (0,87 %), mas houve a

cobertura de todos os gastos e tem-se ainda Margem na Operação;- Sabe-se onde podem ser realizadas melhorias.

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Page 46: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

6. Melhorias e Reflexo no Resultado

6.1 Custo Industrial

Buscar-se-á adequações no custo industrial para otimizar o resultado.Quando se fala “adequar”, nem sempre o caminho é “cortar”.

6.1.1 – Tempo de Produção.

É o primeiro item a ser melhorado.Mas não adianta obter ganho em tempo de CC que não são gargalos, servirá

apenas para aparecer no mural da empresa, pois resultado efetivo não terá.Supondo que conseguíssemos uma redução de 10% no tempo da Costura, qual

seria nosso Resultado?Como avaliar o resultado?- Refazer a Ficha Técnica com o novo tempo;- Encontrar:

- MC;- PE;- Limite Máximo;

- Projeção de Resultado.

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Page 47: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

Nova Ficha Técnica do Produto, com melhoria do tempoProduto: Conj.Meia Malha Inf Referência: 101 Lote: 100

Matéria Prima

Descrição - Materiais e Aviamentos

UnidMed Consumo

Valores Unitário Total

Meia Malha 100 % CO Laranja Kg 6,0 9,55 57,27Meia Malha 100 % CO Vermelho Kg 6,0 12,04 72,21Meia Malha 100 % CO Azul Kg 6,0 10,21 61,25Ribana Pent. 100% CO Branco Kg 3,0 8,88 26,64Ribana Pent. 100% CO Vermelho Kg 3,0 12,87 38,60Ribana Pent. 100% CO Preto Kg 3,0 10,86 32,87Kit Identificação Mi 0,1 7,06 0,71

Totais Materiais e Aviamentos 289,55Terceirizações

DescriçãoUnidMed Consum

o

ValoresUnitário Total

Estamparia Pçs 100 1,20 120,00Bordado Pçs 100 1,45 145,00

Totais Terceirizações 265,00Operações

DescriçãoCentr

oCusto

Tempo emMinutos

ValoresCusto Minuto Total

Cortar Corte 210,0 0,1494 31,37Costurar Cost. 1.017,0 0,1414 143,80Revisar Revis. 230,0 0,1357 31,21

Totais Operações 206,38Custo Total 760,93

CI : Custo Industrial 7,61

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Page 48: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

MC = 14,00 – (14,00 x 28,23%) – 7,61MC = 14,00 – 3,95 – 7,61MC = R$ 2,44MC % = 17,43%

PEq = CF 79.839,69 32.721 peças.MC 2,44

Descrição Corte Costura Revisão TotalHoras Efetivas 2.276,74 7.805,95 3.089,86 13.172,55 *

Minutos Efetivos 136.640,4

0

468.357,0

0

185.391,6

0

790.353,00 *

Tempo para 1 peça 2,10 10,17 2,30

Limite em peças por CC 65.049 46.052 80.605

Nível de Ocupação 70,80% 100% 57,13 %

Gasto Direto de Produção 20.405,69 66.238,81 25.148,80 111.793,30

Gasto de Produção Não

Utilizado

5.958,46 0 10.781,29 16.739,75

Demonstração da Projeção de Resultados

Quantidades

46.052ROB 644.728,00CVV (182.006,71)ROL 462.721,29CPV (350.455,72)LOB 112.265,57CF (79.839,69)Gasto de Produção não Utilizado (16.739,75)Resultado 15.686,13

Conclusões:

- Não foi apenas uma redução de 10 % no Tempo da Costura;- Redução de 2,06 % no CI;

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Page 49: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

- Aumento de 7,02 % na margem nominal passando de 16,29% para 17,43%, pode parecer pouco, são apenas 1,14 p.p. (Pontos Percentuais), porém o reflexo é em “cascata”;

- Aumento em 11,11 % na capacidade TOTAL da fábrica e conseqüentemente na mesma proporção o potencial de faturamento;

- Aumento de 4,10 vezes o valor do Resultado final, ou seja 310 % de aumento no lucro, que representa agora 2,43 % sobre a ROB.

6.1.2 – Análise dos Materiais e Terceirizações.

Qualquer ganho nesses itens reflete diretamente no CI e conseqüentemente na MC.

Não haverá ganhos de produção.Supondo que tenhamos uma redução de 3% no Custo Total dos Materiais e

Terceirizações, qual será nosso resultado final?Resumo da Ficha Técnica:

Nova Ficha Técnica do Produto, com melhoria do tempo e Redução MP

Produto: Conj.Meia Malha Inf Referência: 101 Lote: 100Totais Materiais e Aviamentos 289,55

Totais Materiais e Aviamentos – Com redução de 3% 280,86Totais Terceirizações 257,05

Totais Operações 206,38Custo Total 744,29

CI : Custo Industrial 7,44

MC = 14,00 – (14,00 x 28,23%) – 7,44MC = 14,00 – 3,95 – 7,44MC = R$ 2,61MC % = 18,64%

PEq = CF 79.839,69 30.590 peças.MC 2,61

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Page 50: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

Demonstração da Projeção de Resultados

Quantidades

46.052ROB 644.728,00CVV (182.006,71)ROL 462.721,29CPV (342.626,88)LOB 120.094,41CF (79.839,69)Gasto de Produção não Utilizado (16.739,75)Resultado 23.514,97

Conclusões:

- Não foi apenas uma redução de 3 % no Custo dos materiais;- Redução de 2,23 % no CI em relação ao custo com a mudança do tempo e até

o momento redução total no CI de 4,25%; 16,29- Aumento de 6,94 % na margem nominal passando de 17,43% para 18,64% e

acumulando desde o início 14,43 % em relação ao início;- Aumento de 50% no Resultado final, que representa agora 3,65 % sobre a

ROB.

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Page 51: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

6.2 – Análise da composição do CVV.

O que compõe o CVV, são 2 grupos:- Impostos;- Política Comercial.Em Impostos, fica impossível buscar ganhos, a menos que se mude a região,

para avaliar a redução do ICMS, ou ficar atento a eventuais concessões de Regime Especial de enquadramento, daí a justificativa de que o Gestor de Custos, tem que estar atento a todas as áreas da empresa.

Então nos resta avaliar a Política Comercial que no nosso caso resume-se a:- Comissão: 8%.- Frete: 2 %.Em situações, onde o PVM, dita as regras, há de se buscar além da negociações

com o cliente, também com outras entidades envolvidas.Supondo que para essa situação, consigamos:- Redução do Frete para 1,5%;- Redução da Comissão para 6% (pois o representante comercial, também

cederia em virtude do fechamento do negócio).Qual seria nosso resultado.Considerando os ganhos obtidos anteriormente.Para isso:- Recalcular a MC, PE, Projeção.

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Page 52: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

CVV = 28,23Comissão redução de 2 pp;Frete redução de 0,5 pp.Então CVV = 25,73MC = 14,00 – (14,00 x 25,73%) – 7,44MC = 14,00 – 3,60 – 7,44MC = R$ 2,96MC % = 21,14%

PEq = CF 79.839,69 26.973 peças.MC 2,96

Demonstração da Projeção de Resultados

Quantidades

46.052ROB 644.728,00CVV (165.888,51)ROL 478.839,49CPV (342.626,88)LOB 136.212,61CF (79.839,69)Gasto de Produção não Utilizado (16.739,75)Resultado 39.633,17

Conclusões:

- Não foi apenas uma redução de 2,5 pp no CVV;- Aumento de 13,41 % na margem nominal passando de 18,64% para 21,14% e

acumulando desde o início 29,77 % em relação ao início;- Aumento de 68,5% no Resultado final, que representa agora 6,15 % sobre a

ROB.E a vida segue.

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Page 53: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

6.3 – Análise da composição do “Custo Fixo”.

Qualquer ganho que a empresa tenha na redução do CF, esse valor refletirá diretamente no Resultado.

Por exemplo:Se a empresa “cortar”, o valor gasto com “Despesa de Viagem”, que no nosso

caso é de R$ 4.200,00, esse valor fará parte do Resultado Final.Bastante óbvio, porém não é tão simples assim, simplesmente “cortar” o gasto.Neste exemplo citado, presume-se que a empresa tenha esse gasto, com o

propósito de buscar Receita, seja do pessoal de Desenvolvimento de Produto ou do pessoal da Área Comercial.

Há de se avaliar a real necessidade do gasto, e avaliar seu valor Relativo e não apenas seu valor Absoluto.

Isso quer dizer que não podemos avaliar o R$ 4.200,00 (Valor Absoluto), mas sim sua relatividade ao total do Faturamento, por exemplo, o quanto representa em %.

Para isso os gastos têm que ter uma justificativa e relevância, pois pelo contrário, não estariam sendo necessários.

Finalizando por hipótese, tendo uma redução de 4% no CF, o nosso resultado final seria:

R$ 79.839,69 x 4% = 3.193,59Resultado anterior = 39.633,17Resultado Final = 42.826,76Resultado Final % = 6,64%

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Page 54: Conceitos e Exercício de Custos

Desmistificando o Custo

Considerações Finais.

Voltando a nossa dúvida inicial: Vender ou Não Vender pelo PVM?Como não podemos “mudar” o mercado, a ÚNICA saída é mudar internamente,

buscando opções para otimizar o resultado.Segue quadro resumido de indicadores que por si se explicam.

Situação Inicial Situação FinalLimite máximo de produção 41.447 46.052GGF Não Utilizado R$ 19.620,47 16.739,75% GGF Não Utilizado s/ROB 3,38% 2,60%ROB 580.258,00 644.728,00Resultado Final R$ (5.052,18) 42.826,76Resultado Final % (0,86%) 6,64%

Resumo das ações e dos Ganhos:Tempo de Costura 10%

Aumento do Limite máximo de Produção + 11,11%Custo MP + Terceirizações -3%

Redução total do CI - 4,25%Redução do GGF Não Utilizado 14,68%

Adequação do CVV - 2,5 p.pCusto Fixo - 4%

Evolução do Resultado 9,5 x ( + 847,70%)

“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”.

(Jean Maurice Eugène Clément Cocteau – poeta, romancista, cineasta, designer, dramaturgo, ator e encenador de teatro francês).

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