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Fiscalistas dizem que decisão do Supremo Tribunal Administrativo vai fazer mossa Exigir IVA não recebido é uma injustiça fiscal O Supremo Tribunal Administrativos fez justiça ao anular uma coima fiscal pelo atraso de pagamento de IVA não recebido. Outros contribuintes, nomeadamente empresas, têm agora um forte argumento para impugnarem em tribunal as sanções do fisco. Mas, o prazo para o fazerem é curto, tendo apenas 20 dias a contar da notificação da aplicação da coima. Págs. 7 e 35 Concentração da acção executiva penaliza novos solicitadores O presidente da Câmara dos Solicitadores, António Gomes da Cunha, critica o “controlo” dos processos de execução pelos advogados, que, agora, também podem ser agentes de execução. “Os novos solicitadores de execução, que querem começar as suas carreiras, pela via do tribunal e da distribuição, não têm processos”. A polémica em torno da reforma da acção executiva está longe do fim. Vários distribuidores de pro- dutos alimentares garantem que podem baixar os preços em 15% se fossem atribuídas condições de compra niveladas por parte da grande distribuição. Para denun- ciar práticas anticoncorrenciais, o gabinete António Vilar & Associa- dos levou o caso à Comissão Euro- peia. Pág. 9 Condições de compra niveladas baixariam preço dos produtos alimentares em 15% “As nossas estatísticas não re- flectem a realidade, sobretudo ao nível das doenças profissio- nais”, afirma Luís Lopes, coor- denador executivo para a pro- moção da segurança e saúde no trabalho. Em Portugal, “ao nível dos aci- dentes de trabalho, temos, pelo menos, quatro estatísticas. Todas diferentes, mas todas correctas, do ponto de vista de quem as emite”, adverte. Pág. 21 Estatísticas não revelam realidade dos acidentes de trabalho SUPLEMENTO AIMMAP AXA VAI CONTINUAR COMPRADORA SUPLEMENTO SEGUROS MERCADOS SUBIDA DA EURIBOR PARA 4,25% QUASE ASSEGURADA Pág. 42 A NOSSA ANÁLISE RENDIMENTO TOP DO MONTEPIO GERAL “GANHA” AOS CERTIFICADOS DE AFORRO Pág. 41 BANCA BES ESPERA CRESCER 20% AO ANO ATé FINAL DA DéCADA Pág. 43 AUTOMÓVEL RENAULT QUER MANTER A LIDERANçA DO MERCADO Pág. 47 é URGENTE REPENSAR O IMPOSTO DO SELO NA FORMAçãO Nº 1255 / 27 Junho de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20www.vidaeconomica.pt DIRECTOR João Peixoto de Sousa 9 720972 000037 01255 PUB Pág. 8

Concentração da acção executiva ...ve_ed1255... · efémero como sempre, mas alucinante enquanto dura. E, entretanto, uns e outros vão avançando nos seus negócios privados

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Fiscalistas dizem que decisão do Supremo Tribunal Administrativo vai fazer mossa

Exigir IVA não recebido é uma injustiça fiscalO Supremo Tribunal Administrativos fez justiça ao anular uma coima fiscal pelo atraso de pagamento de IVA não recebido. Outros contribuintes, nomeadamente empresas, têm agora um forte argumento para impugnarem em tribunal as sanções do fisco. Mas, o prazo para o fazerem é curto, tendo apenas 20 dias a contar da notificação da aplicação da coima.

Págs. 7 e 35

Concentração da acção executiva penaliza novos solicitadoresO presidente da Câmara dos Solicitadores, António Gomes da Cunha, critica o “controlo” dos processos de execução pelos advogados, que, agora, também podem ser agentes de execução. “Os novos solicitadores de execução, que querem começar as suas carreiras, pela via do tribunal e da distribuição, não têm processos”. A polémica em torno da reforma da acção executiva está longe do fim.

Vários distribuidores de pro-dutos alimentares garantem que podem baixar os preços em 15% se fossem atribuídas condições de compra niveladas por parte da

grande distribuição. Para denun-ciar práticas anticoncorrenciais, o gabinete António Vilar & Associa-dos levou o caso à Comissão Euro-peia. Pág. 9

Condições de compra niveladas baixariam preço dos produtos alimentares em 15% “As nossas estatísticas não re-

flectem a realidade, sobretudo ao nível das doenças profissio-nais”, afirma Luís Lopes, coor-denador executivo para a pro-moção da segurança e saúde no trabalho.

Em Portugal, “ao nível dos aci-dentes de trabalho, temos, pelo menos, quatro estatísticas. Todas diferentes, mas todas correctas, do ponto de vista de quem as emite”, adverte.

Pág. 21

Estatísticas não revelam realidade dos acidentes de trabalho

SuPlEmEnTo AImmAP

AXA VAI conTInuAr comPrAdorA

SuPlEmEnTo SEguroS

mErcAdoSSubIdA dA EurIbor PArA 4,25% quASE ASSEgurAdA

Pág. 42

a nossa análiserEndImEnTo ToP do monTEPIo gErAl “gAnhA” AoS cErTIFIcAdoS dE AForro

Pág. 41

bAncAbES ESPErA crEScEr 20% Ao Ano ATé FInAl dA décAdA

Pág. 43

AuTomÓVElrEnAulT quEr mAnTEr A lIdErAnçA do mErcAdo

Pág. 47

é urgEnTE rEPEnSAr o ImPoSTo do SElo nA FormAção

nº 1255 / 27 Junho de 2008 / semanal / Portugal Continental 2,20€

www.vidaeconomica.pt

dIrEcTorJoão Peixoto de sousa

9 720972 000037

0 1 2 5 5

PUB

Pág. 8

EMPRESAS CITADAS

CGD .................................. 03

Aerosoles ........................... 03

Cetelem ............................. 03

Santander .......................... 11

BBVA ................................ 11

Somincor ........................... 14

Pirites Alentejanas .............. 14

Teleperformance ................. 16

Garland ............................. 16

Vicaima ............................. 16

Aguirre Newman Cosmopolita . 17

Grupo Inland ...................... 18

Grupo Entreposto ................ 18

Turiprojecto ........................ 18

DTZ ................................... 18

CB Richard Ellis ................. 18

Vodafone ............................ 19

Portugal Telecom ................ 19

Optimus............................. 19

Colt ................................... 19

Heylife............................... 19

Lusomundo ........................ 19

Caixanova .......................... 20

Salvador Caetano ................ 24

Salsa ................................. 24

Central de Cervejas ............. 24

Unicer ............................... 24

Grupo Lena ........................ 24

Microsoft ........................... 26

CA..................................... 26

EMC Portugal ..................... 27

HP .................................... 27

OKI Portugal ...................... 27

Solverde ............................ 32

Credirisk ............................ 37

Auto Sueco ........................ 46

Seat .................................. 46

Opel .................................. 46

Dacia................................. 46

Renault Portugal ................. 47

NEGÓCIOSE EMPRESAS

NESTA EDIÇÃO

Abertura

HUMOR ECONÓMICO

sexta-feira, 27 Junho de 2008ACTUALIDADE2

Pág. 37Pág. 11 Pág. 21

“OUTPLACEMENT POTENCIA RESPONSABILIDADE SOCIAL

DAS EMPRESAS”

Na introdução da entrevista da página 23, da edição nº 1253 da Vida Econó-mica, com o título em epígrafe, referiu-se, por lapso, que o entrevistado, Pierre Ferbus era da empresa Realizar. De fac-to, trata-se do “key account manager” da empresa denominada Transitar. Pe-lo erro pedimos as nossas mais sinceras desculpas ao entrevistado e aos leitores, em geral. A Transitar está presente em Portugal há cerca de sete anos e é par-ceira da Lee Hecht Harrison. A activida-de desenvolvida é o “outplacement”.

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COOR-DENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE LIS-BOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815 415 E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009

EMPRESA CERTIFICADA

TIRAGEM CONTROLADA PELA:

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 23.400

4000 Município (Porto) TAXA PAGARegisto na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

ESTATÍSTICAS NÃO REVELAM A REALIDADEDOS ACIDENTES DE TRABALHO EM PORTUGALNo que se refere aos acidentes de trabalho, existem, pelo menos, quatro tipos de estatísticas. Todas diferentes, mas correctas, do ponto de vista de quem as emitre. Todavia, nenhuma representa a realidade dos números, de acordo com Luís Lopes, coordenador executivo para a promoção da segu-rança e da saúde no trabalho.

EMPRESAS EUROPEIAS REJEITAM AGRAVAMENTO DAS TAXAS DE JUROAs empresas europeias estão cada vez mais preocupadas com a possibili-dade de o Banco Central Europeu tornar a aumentar as taxas de juro já no próximo mês. As exportações estão em risco, com nova travagem do cresci-mento de toda a região e a consequente valorização da moeda europeia. Os receios não são infundados.

BASILEIA II CORRE O RISCO DE FALHAROS OBJECTIVOSA adaptação das instituições fi nanceiras às novas regras de Basileia II está a decorrer de forma generalizada. Vasco Oliveira, da Credirisk, admite que a respectiva implementação venha mais a servir para dar “burocraticamente” as respostas solicitadas pelo Banco de Portugal do que para aprofundar a exploração do risco diário da concessão de crédito.

RECTIFICAÇÃO

MERCADOS

Achei pitoresco, tanto quanto expressivo de uma mediocridade intelectual muito arreigada entre nós, o cenário que se seguiu, na comunicação social, à eliminação de Portugal, pela Alemanha, no Euro 2008.

Eram só VIP! Uma rádio corria atrás de fulano, uma televisão de beltrano, tudo no con-

texto da maior pasmaceira, mastigando o mastigado, mas sempre com ares balofos de grande importância, de originalidade e de novidade.

Que triste imagem do pior dos Portugueses nos foi brindada naquelas trágicas horas! Nem profi ssionalismo, nem honra, nem carácter se descortinava nos inú-meros falantes à, de resto, sôfrega e tonta comunicação social aí actuante.

Pobre país que tais VIP tem!É, certamente, importante dar ao desporto o lugar que lhe compete, mas

não mais do que esse lugar e, quanto, em particular, ao futebol, seria conve-niente, deveras, que o não transformassem artifi cialmente num caso de vida ou de morte para milhões de portugueses. Há mais vida – muito mais vida e mais relevante – para além do futebol e aí é que seria curial registar e incentivar a paixão dos portugueses.

O caso repetiu-se, a seguir, com mais ou menos folclore, no desenvolvimento do recente congresso do PSD. Foi a espuma da política aliada à subserviência de certa comunicação social e de alguns dos seus comentadores que tudo, no transe, iludiu. Os notáveis ou barões substituíam, no linguarejar informativo, os VIP do futebol, mas o conteúdo era igualmente paupérrimo e a banalidade e o trivial tiveram aí, também, inteira alforria. Momentos houve em que foi confrangedor ouvir as “refl exões” de certos pretendentes ao trono de Sócrates!

Há que compreender os rituais destes grupos e corporações, mas quando para além da fachada não se divisa algo de substancial para fazer o mundo avançar e a qualidade de vida melhorar, a frustração toma conta de nós e, pior ainda, desmotivam-se as forças mais activas. E neste contexto só uma certa comunicação social carecida de referências e estatuto se pode vangloriar com os resultados, também fi nanceiros, que sempre vai alcançando.

Vivemos numa sociedade em que o espectáculo é rei e senhor – sem se ser actor não se existe para o mundo, e sem espectáculo (pão e circo) não se man-tém uma nação domesticada, anestesiada e calma. Pouco importam, decerto, os traumas que a derrota no Euro suscitou, pois o circo, desmontado ali, vai levantar-se, brevemente, noutro qualquer lugar e de novo brilharão os donos do futebol, grandes educadores do povo. Para nada conta a iliteracia política que rodeou o congresso do PSD, pois os novos donos do partido não vivem de ideias – de doutrina ou de um desígnio para Portugal, mas basta-lhes o poder, efémero como sempre, mas alucinante enquanto dura.

E, entretanto, uns e outros vão avançando nos seus negócios privados que são, quase sempre, a razão última para se encavalitarem nos galhos da vida pública à luz da comunicação social que, sem os seus números exóticos, não conseguiria encher páginas e ecrãs de lucrativo lixo.

Estamos cada vez mais sós e tristes e desanimados e, sobretudo, nus neste mundo global, vogando à bolina de nada para sítio nenhum… apesar de sermos os maiores em quantidade de VIP, notáveis e barões por metro quadrado.

Será que isto terá remédio?

UM PAÍS DE VIP, NOTÁVEIS E BARÕES

Vivemos numa sociedadeem que o espectáculoé rei e senhor.

CAUSAS DO DIA-A-DIA

ANTÓNIO VILARADVOGADO

antoniovilar@antoniovilarpt

EMPRESAS DE CONSTRUÇÃONÃO RECORREM AO CRÉDITO DE LONGO PRAZO

Os empresários da construção civil e das obras públicas não pretendem recorrer ao crédito de longo prazo e consideram que as necessidades de fi nanciamento estão estáveis. Apenas uma minoria (cerca de 7%) tencio-na contrair empréstimos para fi nanciar investimentos, refere o barómetro Eurofactor. É um facto que a conjuntura fi nanceira tem criado problemas de acesso ao fi nanciamento, mas a maior parte das empresas classifi ca o problema como “pouco importante”. O acesso ao crédito, sem considerar as taxas de juro, é categorizado, apesar de tudo, como “bastante fácil”. Neste momento, as principais preocupações destas empresas passam pe-la evolução dos preços das matérias-primas, pelo aumento das taxas de juro no curto prazo e pelo desenvolvimento da regulamentação laboração.

BREVE

INTERNACIONAL

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tendênciasecOnÓMetRO

FactOs ReLeVantes

Porto de SineS atinge maior movimentação de mercadorias

de semPreApesar de a actividade económica

estar a abrandar, o Porto de Sines tem garantido resultados recordes. O que se ficará a dever, essencialmente, a uma maior eficácia operacional, à redução de custos e melhor aproveitamento dos recursos. Entretanto, a administração obteve certificações importantes, em termos de visibilidade do porto e defesa do ambiente.

O passado mês de Maio foi de con-firmação do crescimento sustentado do porto ao longo do ano. Nos primeiros cinco meses do ano, o movimento total de mercadorias atingiu 11,5 milhões de toneladas, correspondendo a um acréscimo de 11%, face a igual perí-odo do ano passado. O incremento foi acompanhado pelo aumento do porte de navios, com destaque para o elevado número de “mega-carriers”. Na sema-na passad foi registado o maior número

de sempre de contentores movimentos em Sines por um só navio, que corres-pondeu a 3700 TEU. A embarcação era proveniente do Extremo Oriente.

Ainda em Maio, foram movimentados mais de 20 mil TEU, o que se traduziu na melhor marca mensal de sempre no Porto de Sines para este tipo de movi-mentação de mercadoria. Neste caso, houve um crescimento de 434%, rela-tivamente ao período homólogo do ano transacto. Um recorde que foi acompa-nhado por 142 navios que atracaram no porto, o maior número de sempre.

Mas há outras preocupações por parte da administração. Sines obteve as certi-ficações dos sistemas de gestão de am-biente, saúde e segurança. Este porto era o único no sector a ter a certificação da qualidade, sendo novamente pionei-ro na obtenção destas certificações, atribuídas pela Lloyd´s Register.

PortugueSeS valorizam imóveis energeticamente SuStentáveiS

A população portuguesa valoriza cada vez mais os imóveis que integram equi-pamentos de produção de energias re-nováveis. É o resultado da crescente preocupação com as questões das ener-gias renováveis e do consumo susten-tável.

Em termos económicos, um inquéri-to da Cetelem revela que este tipo de equipamentos é destacado por possibi-litar uma poupança nos gastos com a energia, a redução da despesa mensal com a electricidade, a poupança ener-gética e a rentabilidade a longo prazo. No entanto, também conclui que os

benefícios fiscais não representam um factor de motivação para a aquisição de equipamentos de produção de energias renováveis. Aliás, apenas uma minoria considera os benefícios fiscais uma boa razão para investir em equipamentos de produção energética.

O caderno da Cetelem tem a preocu-pação de analisar as percepções dos portugueses em relação às energias renováeis e aos equipamentos que as potenciam, de forma a compreender e antecipar as expectativas dos consumi-dores. Apresenta ainda as intenções de compra para o ano seguinte.

* Até Março Fonte: Ministério das Finanças

DGCI reDuz tempo De ConClusão Das reClamações GraCIosas (em meses)

paulo nunes De almeIDaDurante cinco anos, Nunes de Almeida esteve à frente da Associa-ção Têxtil e Vestuário de Portugal. O seu consulado ficou marcado pela positiva, sobretudo numa altura em que as associações atra-vessam cada vez mais dificuldades para se imporem num cenário económico e político complicado. O ex-presidente da ATP revelou sempre bom senso e esteve na base de mudanças de atitudes, quer por parte da Comissão Europeia, quer mesmo dos próprios empre-sários.

antónIo CostaO presidente da Câmara Municipal de Lisboa sofreu mais um im-portante revés na sua gestão. A zona ribeirinha de Lisboa está num impasse. Felizmente para os lisboetas, que se arriscavam a ter à frente dos olhos projectos sem sentido para aquela zona que se quer nobre e representativa da capital. Júdice não perdeu tempo e abandonou o barco sem explicações. A pressão exercida por parte de vários agentes deu resultados. Agora resta esperar que a situa-ção se clarifique.

teIxeIra Dos santosÉ certo que a culpa maior não é do ministro das Finanças, mas cabe-lhe lidar com a situação. Nos cinco primeiros meses do ano, a receita fiscal registou uma descida. A cobrança de IVA continua a abrandar, mas a grande novidade é que o Imposto sobre os Pro-dutos Petrolíferos iniciou a curva descendente. Em contrapartida, a despesa está a subir, o que já é da responsabilidade directa do ministro. Talvez agora Teixeira dos Santos dê início a um discurso mais realista sobre o estado das contas públicas.

14Número de lojas que a Aerosoles

vai fechar

Fonte: INE

preços na proDução InDustrIal aCeleram (variação homóloga, em %)

770Agências

da CGD que vão ser renovadas

20 anosTempo que pode levar até privados terem lucro no Sá

Carneiro

2004 2005 2006 2007 2008*0

2

4

6

8

10

12

10.19.7

6.25.7

5.1

Mai./07 Jun./07 Jul./07 Ago./07 Set./07 Out./07 Nov./07 Dez./07 Jan./08 Fev./08 Mar./08 Abr./08 Mai./08

2

2.5

3

3.5

4

4.5

5

5.5

6

6.5

7

sexta-feira, 27 Junho de 2008actUaLidade4

A culpa é da “conjuntura econó-mica mundial”. Ninguém lhe esca-pa. Se é verdade que a TAP até já conhece bem o significado da pa-lavra “crise” – e que já enfrentou bem piores – também é verdade que desde a chegada do actual presiden-te executivo, Fernando Pinto, em 2000, nunca se viveram momentos tão conturbados: a transportadora perdeu 100 milhões de euros nos primeiros cinco meses do ano, en-frentou a maior greve de sempre de trabalhadores terrestres (500 pesso-as) e, uma semana depois, anunciou o quarto aumento da taxa de com-bustível este ano.

Os despedimentos podem ser ine-vitáveis e a TAP já admitiu o can-celamento temporário de alguns voos depois do Verão. O Sindicato dos Trabalhadores de Aviação e Ae-roportos (SITAVA) diz que o presi-dente da transportadora, Fernando Pinto, está, novamente, refém do executivo e que a TAP está a ficar governamentalizada.

Vamos por partes. 100 milhões de euros é o prejuízo que a TAP já acu-mulou este ano, admitiu Fernando Pinto aos quadros, sindicatos e co-missão de trabalhadores da compa-nhia. Os números são expressivos e levam a transportadora a rever a sua política de actuação. Adivinham-se medidas que não agradam aos tra-balhadores.

O dia 18 de Junho está na histó-ria da TAP como a data da maior greve de sempre de trabalhadores de terra, desde a entrada do actual pre-sidente, e marca a primeira vez que a TAP e o SITAVA não conseguiram chegar a acordo. Apesar de apontar em sentidos contrários, a explicação é apenas uma e prende-se com o fac-to de ambas as partes considerarem que o tema dos salários não é dis-cutível. Para o sindicato, porque “a revisão salarial é obrigatória”, e para a TAP, porque “no actual contexto económico seria irresponsável pen-sar nessa possibilidade”.

Tudo na mesma. A greve contra a falta de revisão salarial (em 2006 o aumento foi de 2,3% e o ano pas-sado de 2,0%, sempre abaixo da inflação) prossegue entre os dias 7 e 13 de Julho, com duas horas de paralisação diárias (os dias 16 e 30 também terão paragens de duas ho-ras para balanço). Além disso, até dia 31 de Julho, os trabalhadores terrestres não vão realizar qualquer trabalho suplementar.

Fernando Pinto está refém do Governo

Quando o actual presidente assu-miu a liderança da TAP, “os trabalha-dores abdicaram voluntariamente de aumentos salariais por três anos com a promessa do presidente no horizon-te (“não tenho dinheiro agora, mas quando tiver, distribuo”, referiu Fer-nando Pinto), mas isso não aconte-ceu. José Simão, do SITAVA, referiu à VE acreditar que os resultados do ano passado (32,8 milhões de euros) dão margem para a correcção salarial e acrescenta: “A companhia continua a abrir linhas, tem gente em forma-ção (200 trabalhadores para bordo) e há trabalho suplementar permanen-te. Há aqui um contra-senso.”

O sindicato lamenta a actuação recente da TAP e não duvida que a companhia está a ficar governamen-talizada. Quanto a Fernando Pinto, depois de um período positivo de autonomia, está, novamente, refém do Governo.

Os despedimentos têm sido apon-tados como a solução para o proble-ma, mas o director de comunicação da TAP, António Monteiro, infor-mou o nosso jornal que “a compa-nhia redobrará esforços para não ter de chegar a esse ponto”. Mais uma vez, porém, a evolução da situação depende do contexto económico global. Para já, a companhia ad-mitiu o cancelamento temporário de alguns voos depois do Verão, em resposta à escalada do preço do petróleo. A haver despedimentos, é provável que os trabalhadores de ar (no ar não há aumentos há cerca de uma década) sejam os mais afecta-dos, uma vez que nos terrestres não há tanta margem de manobra. O pessoal da recém-comprada Portu-galia são outra vítima possível. Os sindicatos que representam os tra-balhadores da TAP reuniram com a administração para tentar chegar a um acordo (quarta-feira), mas até à hora de fecho do jornal não foi pos-sível obter mais informações.

Mariana [email protected]

Despedimentos podem ser inevitáveis

Transportadora portuguesa não escapa à crise da aviação

TAP já perdeu 100 milhões de euros este ano

editorial

O “milagre” da multiplicação

das dívidasSempre que uma empresa faz

um fornecimento a um cliente tem que liquidar o IVA e pagá-lo por conta do comprador no prazo de 40 dias. Se o cliente, atrasar o pagamento ou não pa-gar, é o fornecedor que, além de perder o valor do fornecimento ,ainda tem que pagar o IVA ao Estado, no prazo legal. Este con-ceito foi aplicado de forma cons-tante desde a criação do IVA em 1986.

Mas, a tendência para aumen-tar as sanções e a responsabilidade dos agentes económicos é cada vez mais evidente. E quem se atrase no pagamento do IVA liquidado, nem que seja por apenas um dia, vê a sua dívida duplicar ou triplicar de imediato, porque a coima prevista é uma a duas vezes o valor do imposto. Se houver negligência, o valor da coima é entre 10% e 50% do imposto em dívida.

As normas fiscais que vigoram em Portugal são únicas no Mundo. O Estado multiplica por dois ou três o valor das dívidas fiscais desde que o respectivo prazo de paga-mento não seja cumprido.

O Supremo Tribunal de Justiça foi chamado a pronun-ciar-se sobre esta questão. Uma empresa não recebeu a tempo do cliente e pagou o IVA liquidado na transacção fora do prazo. Tal como todas as outras, além dos juros, foi confrontada com a contra-ordenação e a coima de J54 000, o valor do imposto recebido depois do prazo normal de pagamento.

Os magistrados do STA seguiram a opinião do Tribunal Administrativo e Fiscal e entenderam que a Administração Fiscal não podia aplicar aquela coima. O facto inédito da decisão está no não pagamento da factura pelo cliente, como justificação para afastar a pesada sanção prevista na lei.

Para contrariar uma disposição legal iníqua e absurda, os juízes exploraram as contradições e a má qualidade téc-nica da própria lei. Não se substituem ao legislador, mas justificam a ilicitude da coima aplicada com o texto do art.º 114 do RGIT que sanciona a não entrega de pres-tação tributária “deduzida”. Se a factura não foi paga, o imposto não chegou a ser deduzido.

Foi feita justiça? Em parte, sim. Mas, apesar de justa a decisão do STA reflecte a desigualdade dos agentes econó-micos perante a lei. A desigualdade faz-se sentir entre as empresas que se limitam a sofrer as sanções e aquelas que têm tempo e dinheiro para percorrer as várias instâncias dos tribunais. Neste caso concreto, a anulação da coima foi conseguida após quatro anos de processos judiciais, sendo a empresa obrigada a pagar ou prestar garantia pelo valor da coima indevidamente aplicada pela Administra-ção Fiscal.

E também não é garantido que noutro processo seme-lhante os magistrados do STA decidam da mesma forma. Não faltam decisões contraditórias dos tribunais sobre as mesmas matérias.

O Governo pode ser tentado a evitar mais decisões con-trárias neste domínio, ajustando o texto da lei. Em vez de escrever “falta de entrega de prestação tributária deduzi-da” passa a dizer “não pagamento do imposto liquidado” e elimina a possibilidade de os juízes anularem as coimas nesta situação.

Assim, o milagre de multiplicação das dívidas fiscais poderá continuar a fazer-se sem sobressaltos legais. Quan-do as empresas falham a data de limite de pagamento, passam a dever o dobro ou triplo do imposto, conforme prevê a lei. Curiosamente, em Espanha e na generalidade dos países, às empresas que não podem pagar o valor do imposto no prazo previsto, é-lhes dada a possibilidade de pagamento parcial, sem coimas e a uma taxa de juro mui-to inferior à cobrada em Portugal.

Pelo que atrás foi dito, a decisão do STA não pode ser considerada uma vitória, nem sequer uma meia vitória. Quando muito, é um sinal de que o absurdo tem limites.

Para contrariar uma disposição legal iníqua e absurda, os juízes

exploraram as contradições e a má qualidade técnica da própria lei.

João luís de SousaDirector Adjunto

sexta-feira, 27 Junho de 2008 5actualidade

taxa de combustível aumenta pela quarta vez este ano

Constatação: a economia mundial continua em crise. Consequência: a TAP aumentou a taxa de combustível pela quarta vez este ano (após 15 de Janeiro, 18 de Março e 8 de Maio). Nos voos para a Europa a sobretaxa dos combustíveis passa dos actuais 32 para 35 euros por percurso, com excepção para os países da Escandinávia, que vão au-mentar para 40 euros. Quanto aos voos intercontinentais, os valores da sobretaxa de combustível serão actualizadas para 125, face aos actuais 110 euros. A TAP procura desta forma combater a escalada de preço dos combustíveis. A VE sabe que aos pilotos tem sido reforçado o pedido de adopção de “procedimentos para poupança de combustível” (implica medidas como menos aceleração, por exemplo). A expectati-va e tensão sobe entre os trabalhadores e esperam-se novidades para breve.

Primeiro Fórum Empresarial da Região de Aveiro deu recado ao Governo

Políticas regionais têm de estar adaptadas à realidade regionalÉ importante estabelecer par-

cerias e protocolos de coo-peração entre as empresas

de modo a singrarem no merca-do, inovando tecnologicamente e sendo competitivas. Esta foi uma das conclusões do 1º Fórum Empresarial da Região de Aveiro, organizado recentemente pela AIDA (Associação Industrial do Distrito de Aveiro).

Contando com a presença de mais de 500 empresários de vá-rios sectores de actividade, o ob-jectivo do encontro foi “chamar a atenção do poder político para a necessidade de políticas públi-cas adaptadas à realidade regio-nal, que tanto contribuem para o desenvolvimento económico do país”, disse Elisabete Rita, secre-tária-geral da AIDA.

O objectivo desta iniciativa apontou para a discussão dos problemas com que as empresas da região se deparam, tendo sido identificados alguns caminhos a seguir.

Durante o encontro, foi as-sinado um protocolo entre a AIDA, a GAMA (Grande Área Metropolitana de Aveiro) e a Universidade de Aveiro, para unir sinergias e rumar em direc-ção ao progresso.

Privilegiando projectos de In-ternacionalização, Qualifica-ção, Inovação e Investigação,

este programa visa apoiar o desen-volvimento do tecido empresarial nacional.

A apresentar o Programa MAIS esteve Luís Miguel Santos, director do Departamento de Empresas e Negócios do Banco Santander Totta, um dos temas abordados no 1º Fó-rum Empresarial da Região de Avei-ro, que decorreu na passada semana no Centro Cultural de Ílhavo.

Este projecto é uma iniciativa conjunta do Santander Totta com a Microsoft, a HP e a Optimus, que visa potenciar o crescimento e a competitividade das empresas portuguesas, simplificando o aces-so a fundos comunitários, nacio-nais e regionais, disponíveis para as áreas de investigação e desen-volvimento, tecnologias de infor-mação e comunicação, formação e emprego e criação de empresas.

Disponível desde Janeiro de 2005, e inserido no Programa EUGA (European Union Grants Advisor), este é um projecto de co-laboração, a nível europeu, liderado pela Microsoft, e que visa apoiar o desenvolvimento das PME, pro-movendo o crescimento e a inova-ção através da tecnologia.

Deste modo, os promotores do programa disponibilizam, e de acordo com as suas valências, apoios específicos como serviços gratuitos de consultoria, ao nível da análise de enquadramento dos projectos, linhas de crédito, de adiantamento dos incentivos e de prestação de ga-rantias bancárias, para apoio finan-ceiros aos projectos, e condições ex-clusivas de acesso a tecnologias de informação e comunicação.

A finalizar esta sessão foram ain-da apresentados alguns casos de su-cesso de empresas apoiadas através deste programa, tal como a trans-portadora Pinto Basto, que apostou na melhoria da qualidade das suas comunicações, e a construção do reconhecimento internacional dos Vinhos Borges.

Programa MAISapoia PME nacionais

PME são esmagadas face às grandes empresas

Mira Amaral, Presidente do Fórum para a Com-petitividade, foi outro

dos convidados para esta sessão, moderando o segundo painel de debate dedicado às “Estratégias e Condicionantes para a Competi-tividade Empresarial”.

Na sua intervenção, Mira Amaral afirmou que “as PME ,muitas vezes são esmagadas face às grandes empresas e por vezes Lisboa não nota”. Mas o senti-do do Governo ao qual perten-ceu sempre foi o da inovação, salientou. Numa altura em que o preço dos combustíveis é pa-lavra de ordem, este assunto não deixou de ser debatido no fó-rum. Ao ser questionado por um

empresário sobre a sua posição sobre o constante aumento dos combustíveis e o porquê da não aposta por parte dos nossos go-vernantes numa linha ferroviária para não ficarmos tão depen-dentes do transporte rodoviário, Mira Amaral foi peremptório: “o choque petrolífero é iminente, e para se reduzir as despesas, exis-tem alternativas, via electrão, ba-terias e hidrogénio, ou as centrais nucleares. As linhas ferroviárias também são uma alternativa, e o Governo sabe disso, mas o preço é demasiado alto. Sinceramente, o TGV é um disparate, o que se vai gastar em energia e na sua manutenção não compensa o in-vestimento”, referiu.

QREN é o instrumento adequado

Participando na sessão referen-te às “Estratégias e Condicio-nantes para a Competitivi-

dade Empresarial”, Rui Baleiras, Secretário de Estado do Desenvol-vimento Regional, sobre o QREN (Quadro Referência Estratégico Nacional) referiu que este é o “ins-trumento adequado ao momento que atravessamos”.

Falando sobre as Políticas Pú-blicas de Apoio ao Empreende-dorismo, Baleiras defendeu que a promoção da competitividade deverá salientar as áreas prioritá-rias da “promoção da qualificação humana, do crescimento sustenta-do das empresas portuguesas, da coesão social, da qualificação do território e das cidades e, por fim, do aumento da eficácia da gover-nação”, disse.

Rui Baleiras referiu ainda que o QREN e os programas operacio-nais vão ficar ligados em três agen-das: a de potencial humano, a de factores de competitividade e a de valorização do território.

sexta-feira, 27 Junho de 2008ACTUALIDADE6

Manuel Pinho apontapara as mudanças

O discurso de Manuel Pinho, Ministro da Economia e Inova-ção, assentou, sobretudo, nas três grandes mudanças que a econo-mia nacional atravessou nos últi-mos anos. A primeira refere-se ao crescimento das exportações no país, bem como ao tipo de ope-rações efectuadas. “Entre 2002 e 2004, cresceram apenas 5,5%, sendo um resultado negativo, em 2005 cresceram mais de 20%, a um ritmo quatro vezes superior. Isto mostra que as nossas empre-sas estão com maior capacidade de afirmação no mercado global”, defendeu o ministro. Quanto ao tipo de exportações, sublinhou a mudança para a média e média/alta tecnologia, afirmando que “o padrão de especialização está a mudar no bom caminho”.

A segunda mudança referida por Manuel Pinho diz respeito ao papel do interior na economia nacional, que tem “fortes realidades empre-sariais que muitos desconhecem”, dando o exemplo da fixação da Martifer em Oliveira de Frades.

Enquanto terceira mudança, o governante salientou ainda a duplicação da taxa de actividade

empreendedora de 4 para 8%. Para caracterizar o actual estado da economia portuguesa, o ministro baseia-se na análise da evolução de alguns parâmetros. “Em 2002, a taxa de juro Euribor a seis meses rondava os 2%, neste momento renda os 6%. Em 2002, o preço do barril de petróleo era de 20 dólares, agora está a 135 dólares”, sublinhou, concluindo que “desde 2005 a conjuntura económica tem vindo a piorar, mas, se fomos ca-pazes de conseguir bons resultados entre 2000 e 2005, temos de acre-ditar que seremos capazes de con-tornar estas condicionantes”.

Região de Aveirorepresenta 6% do PIB

Outro dos destaques foi Valde-mar Coutinho, presidente da Di-recção da AIDA e anfitrião deste primeiro fórum empresarial da região. Para Coutinho, a principal razão para a realização deste evento deveu-se, essencialmente, à neces-sidade de “reunir os empresários da região para que, conjuntamen-te, debatam as principais questões que afectam o desenvolvimento do tecido empresarial e definam novas estratégias que promovam o aumento da competitividade e

desenvolvimento sustentado” da região.

Paralelamente, a AIDA formu-lou também o desejo de que este evento potencie a “visibilidade e reconhecimento público de uma região”, que, aliando uma vasta di-versidade de recursos naturais com o elevado dinamismo e empreen-dedorismo dos seus empresários, “contribui activamente para o de-senvolvimento económico nacio-nal”.

Neste sentido, Francisco van Zeller, Presidente da CIP (Con-federação da Indústria Portugue-sa), outro dos oradores presentes, salientou que o distrito de Aveiro está em quarto lugar logo a seguir a

Braga, depois do Porto e de Lisboa. Correspondendo a cerca de 6% do PIB nacional, esta região acolhe al-gumas das 2500 maiores empresas existentes em Portugal, sendo os três maiores sectores de actividade a indústria, o comércio por grosso e o comércio a retalho.

Em jeito de conclusão, Valde-mar Coutinho deixa apenas um recado: “AIDA não é nossa, é vos-sa, por isso façam uso dela, se não tivermos resposta na hora, tenta-remos obtê-la”.

As conclusões desta iniciativa serão sujeitas a uma sessão de tra-balho posterior, de modo a serem publicadas e apresentadas a Cava-co Silva, Presidente da República.

Fernanda Silva [email protected]

Projecto visa potenciar o crescimento e a competitividade das empresas portuguesas

Luís Miguel Santos, director do De-partamento de Empresas e Negócios do Banco Santander Totta.

“As PME, muitas vezes, são esmagadas face às grandes empresas e por vezes Lisboa não nota”, afirma Mira Amaral.

“O padrão de especialização está a mudar no bom caminho”, diz Manuel Pinho.

Atraso no reembolso do IVA afecta tesouraria

Estado dificulta actividade exportadora“Em vez de apoiar as expor-

tações, o Estado cria dificulda-des às empresas exportadoras” – afirmou Valdemar Coutinho, no Fórum Empresarial da Re-gião de Aveiro. A intervenção do presidente da AIDA foi dura em relação à política fiscal, contra-riando a mensagem do ministro da Economia sobre as medidas do Governo de incentivo às exporta-ções. Os atrasos nos reembolsos de IVA nas exportações chegam a demorar um ano e obrigam àprestação de garantias bancárias. A tesouraria das empresas expor-tadoras é seriamente afectada. E se as empresas que exportam e são credoras de IVA vendem no mer-cado interno, têm que entregar o IVA liquidado sem terem a possi-bilidade de o deduzir ao valor que o Estado lhes deve, como seria lógico. “Os nossos governantes não podem considerar que são os melhores do mundo e que os empresários portugueses são os piores do mundo”.

“Não sei como é possível ser-mos tão pacíficos” – comentou Valdemar Coutinho.

“A lei fiscal muda todos os dias e não há planeamento que resista” – lamentou o presidente da AIDA.

Na justiça, as normas em vigor são penalizadoras para as empresas. Sempre que recorrem aos tribunais para tentar obter o pagamento de dívidas por cobrar, as empresas confrontam-se com os privilégios creditórios do Estado, a agravar a insuficiência dos bens para respon-der pelas dívidas existentes.

Valdemar Coutinho salientou a necessidade de mudança das normas laborais, face ao quadro actual de grande rigidez, e falta de estímulo à melhoria no de-sempenho.

A competitividade das em-

presas também é afectada pelos erros da política energética. Nos últimos 10 anos não se construiu uma única barragem, o que acen-tua a dependência energética do país, e faz com que o preço da energia eléctrica seja em Portugal superior à média europeia.

O presidente da AIDA recor-dou que, quando foi abandonada a construção da barragem de Foz Côa, foi decidido avançar com a barragem do Baixo Sabor. Apesar de os estudos estarem concluídos há vários anos, essa obra continua sem avançar.

“Porque não se investe em barragens, em detrimento de equipamentos como o TGV que não vai ter um futuro assim tão risonho?” – questionou Valdemar Coutinho.

Soluções não passam pela banca

As empresas não têm capaci-dade negocial na banca. “Se fize-rem as contas, o efeito acumulado dos juros, comissões e impostos é incomportável para a maioria das empresas” – disse Valdemar Coutinho. O endividamento das empresas face aos bancos já é ele-vado. Para o presidente da AIDA, as soluções para as empresas não devem passar pela banca. “Quan-to mais as empresas recorrerem à banca mais enterradas vão fican-do” – afirmou.

À medida que a Europa cresce para Leste, Portugal vai ficando mais distante do centro da Europa.

Apesar dos obstáculos, Val-demar Coutinho afirmou que há futuro para as empresas. “A região de Aveiro é rica pela sua diversi-dade” – salientou. O futuro passa pela aposta na exportação, dando prioridade aos PALOP, e em par-ticular a Angola.

Diplomatas devem ajudar a vender

É necessário mudar a imagem do país – disse Valdemar Couti-nho. A China começa a concor-rer connosco em qualidade.

A diplomacia económica é importante. “Os diplomatas de carreira não foram educa-dos assim, não sabem vender” – afirmou. Mas os diplomatas podem trabalhar mais com as empresas.

As parcerias entre as empre-sas são decisivas porque o nos-so mercado não tem dimensão. Apesar disso, muitas empresas continuam pensar e trabalhar de forma isolada. Uma grande par-te das empresas não tem dinhei-ro nem dimensão para se dedi-car à actividade exportadora.

Em toda a sociedade portu-guesa é urgente uma mudança de atitude. “Enquanto portu-gueses, não podemos continu-ar a unir-nos apenas em torno do futebol. Devemos colocar a bandeira portuguesa à entrada das nossas empresas” – disse Valdemar Coutinho.

Fiscalistas dizem que decisão do Supremo Tribunal Administrativo vai fazer mossa

Exigir IVA não recebido é uma injustiça fiscalAplicar uma coima a alguém que não entregou o IVA facturado por serviços não pagos pelos clientes não tem cabimento. Por isso, os juízes do Supremo Tribunal Administrativo resolveram dar razão ao contribuinte, anulando a coima aplicada pelo fisco. Mas os prazos curtos para contestar ou impugnar as decisões do fisco diminuem a eficácia de defesa, sobretudo quando os tribunais também não são céleres a decidir.

Os contribuintes não têm que entre-gar às Finanças o IVA que não rece-beram dos seus clientes, consideram

os juízes do Supremo Tribunal Administra-tivo. Mas os contribuintes devem precaver-se, pois a administração fiscal vai continuar a exigir a declaração e a entrega do imposto, continuar a cobrar juros de mora e a aplicar multas. Esta é a opinião de vários fiscalistas ouvidos pela “Vida Económica”. Recebida a notificação da coima, o contribuinte tem apenas 20 dias para impugnar nos tribunais a decisão do fisco. Mesmo assim, não trava um eventual processo de execução fiscal.

Neste momento, as “armas” estão do lado da barricada do fisco. Conforme esta-belece o art. 114º do RGIT, “a não entrega, total ou parcial, pelo período até 90 dias, ou por período superior, desde que os factos não constituam crime, ao credor tributário, da prestação tributária deduzida nos termos da lei, é punível com coima variável entre o valor da prestação em falta e o seu dobro”.

“Uma infracção de facto demasiado pe-sada para quem reclama justiça em Portu-gal”, afirma à VE o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro. Seja como for, o caminho para a luta do contribuinte está aberto e “muitas outras mini-revoluções vão surgir”, diz-nos o mesmo fiscalista.

Relativamente ao Acórdão nº 279, de 28 de Maio de 2008, o STA vem esclare-

cer que o art. 114º do RGIT não abrange na sua previsão situações em que o imposto que deve ser entregue não está em poder do contribuinte por não ter recebido ou reti-do. Tiago Caiado Guerreiro considera que esta decisão tem um impacto importante na vida dos contribuintes. “Isto é uma correcta interpretação da lei e corresponde também a uma postura mais razoável dos juízes quan-to à sua aplicação”, afirma o fiscalista, que foca ainda o pormenor de Jorge de Sousa ser o juiz relator.

“É uma questão de mera justiça. Como pode o contribuinte ser sujeito a uma con-tra-ordenação por não entrega de um im-posto que não recebeu?” - questiona.

Disseram então os juízes, de sua senten-ça, que a administração fiscal não pode apli-car contra-ordenações, que hoje são vio-lentas em termos de valor, a uma empresa que não entregue o imposto quando o não recebeu. Tiago Caiado Guerreiro é, nesta matéria, peremptório: “Era inevitável que, mais tarde ou mais, cedo os tribunais se pro-nunciassem neste sentido. E isto não é mais do que uma reacção contra os excessos co-metidos pelo nosso Estado, que conseguiu aumentar a receita fiscal nos últimos anos à custa da redução das garantias dos contri-buintes e da criminalização de condutas que não deviam ser crimininalizadas”.

(continua na pág. 35)

sexta-feira, 27 Junho de 2008 7actualidade

Valdemar Coutinho, presidente da AidA.

Autora: Maria Rosa BorgesEdição: Publisher TeamP.V.P.: 26,46 €

As empresas desenvolvem a sua actividade produtiva e, com os resultados gerados, remuneram os seus accionistas. A forma como os investidores são remunerados de-pende da política de payout escolhida pelas empresas. Estas podem decidir distribuir os resultados sob a forma de dividendos ou sob a forma de mais valias, recomprando acções. A política de payout das empresas implica tomadas de decisão dinâmicas, consisten-tes ao longo do tempo, e que não devem ser arbitrárias nem aleatórias. A política de payout assume especial importância, porque tem subjacente a interacção entre grande parte das decisões financeiras e de investimento que as empresas fazem, no-meadamente a interacção entre a decisão do montante de dividendos a distribuir, o nível de recompra de acções, o volume de acções a emitir, o nível de endividamento, o investimento em activos reais, o investimento em fusões e aquisições, entre outras.

NOVIDADE

Pedidos para: Vida Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail encomendas: [email protected]

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A Política de Payout das Payout das PayoutEmpresas

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Solicito o envio de exemplar(es) da obra “A exemplar(es) da obra “A exemplar(es) da obra “ POLÍTICA DE PAYOUT DAS EMPRESAS”.

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de A

Debitem A , no meu cartão com o nº

Cód. Seg. emitido em nome de

e válido até // .

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem A 4 para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

Como se vê, a reforma da acção executiva e as alterações que se avizinham por via da autorização legislativa (Lei 18/2008, de 21 de Abril), permitida por 180 dias, e que autoriza o Governo a alterar o Código de Processo Civil, o esta-tuto da Câmara dos Solicitadores e o estatuto da Ordem dos Ad-vogados, no que respeita à acção executiva, assume várias frentes. Uma delas é a “desjudicialização” da acção executiva por que se está a enveredar, sendo outra a possi-bilidade de destituição livre, sem interferência do juiz, dos agentes de execução, através de simples requerimento do exequente (leia-se empresa ou indivíduo credor da quantia exequenda).

Diz o artigo 2º do diploma ci-tado que o Governo fica autoriza-do a criar o estatuto de agente de execução, adaptando o estatuto do solicitador de execução, nome-adamente para o efeito de “deter-minar que o agente de execução não se encontra na dependência funcional do juiz de execução, permitindo-se que o exequente o possa substituir livremente e que o órgão com competência disci-plinar sobre os agentes de execu-ção o possa destituir”.

E há, depois, a realidade, in-contestada pela própria Câmara, já desenvolvida nesta página, que se prende com a concentração de processos em alguns escritórios de solicitadores de execução. Uma realidade confirmada na confe-rência e, depois, à “Vida Econó-mica” pelo juiz Virgílio Costa Ri-beiro, dos juízos de execução do Porto. “Os número que eu vou

dizer não correspondem a nenhu-ma estatística, mas, na comarca do Porto, cerca de 10% dos soli-citadores têm 60% dos processos” de execução entre mãos.

Mas se essa situação não é vista com bons olhos pela maioria dos solicitadores de execução e pela respectiva Câmara, o juiz Virgí-lio Costa Ribeiro não partilha da mesma opinião. “Eu não tenho absolutamente nada contra os exequentes indicarem o mesmo agente de execução”, disse à “Vida Eco-nómica”. “O que me parece é que daí devem ser retiradas as devidas conse-quências”, ou seja, “se o exequente – e aqui estamos a falar dos exequentes ins-titucionais, dos ban-cos, das empresas de telecomunicações e outras – ao nomea-rem o mesmo agente de execução, sistematicamente, num volume de processos que desde o início pode e deve ser considerado excessivo e que é na ordem dos milhares, deve-lhes ser imputada a respon-sabilidade por eventuais atrasos”.

Na opinião do magistrado, “não faz sentido que num dia se atribuam, por exemplo, sete mil processos a um agente de execu-ção e que, no dia a seguir, se des-titua o agente de execução desses mesmos processos”.

É que, como diz, “os senhores solicitadores de execução para desenvolverem a sua actividade,

precisam de instalar capacidade, de instalar meios humanos, meios materiais, etc”. Ora, “quando se lhes atribuem, por exemplo, sete mil processos o agente diz: ‘para estes sete mil processos eu vou precisar de x funcionários, de x computadores, de uma sala am-pla, de mais isto e mais aquilo’. E então, três meses depois ele é des-tituído desses processos?”, inter-

roga-se Virgílio Ribeiro. “Assim não pode ser”, conclui, frisando que, nestes casos, “era necessário responsabilizar o exequente”.

Instado pela “Vida Económica” a sugerir uma forma de responsa-bilização, o magistrado não hesi-ta: “responsabilizar significa que o agente de execução não pode ser destituído” a pedido do exe-quente. A não ser “por causas de natureza ética, por causa de atra-sos não”. E se, mesmo assim, o exequente quiser destituí-lo, en-tão “deve indemnizá-lo”.

TERESA [email protected]

Câmara dos Solicitadores divulga processos disciplinares

“Fomos acusados de não exer-cer o poder disciplinar”, explica o presidente da Câmara dos Solici-tadores e, tendo em conta o “lap-so”, que assume, a decisão está tomada e a divulgação dos dados da acção disciplinar sobre os soli-citadores vai mesmo ser tornada pública, revelou António Gomes

da Cunha, presidente da Câmara dos Solicitadores.

“Se calhar, podíamos ter divul-gado, pelo menos estatisticamen-te, esses dados, sobre quantos pro-cessos entraram, quantos foram resolvidos, os que estão penden-tes. Temos esses números todos. Não é sonegação de informação, antes pelo contrário, porque nós temos consciência de que estamos a trabalhar e a punir quem deve ser punido e não divulgámos os dados por mero lapso”, explicou o presidente da Câmara dos Soli-

citadores à “Vida Económica”, à margem da conferência.

Questionado sobre a natureza dos processos e a sua evolução, António Gomes da Cunha assu-me que o movimento disciplinar “cresceu, efectivamente, cresceu muito”. E assume também que há “casos complicados, que são

todos tratados e em que as penas disciplinares são aplicadas, desde a advertência à expulsão”. Vários desses processos estão ligados à alegada falta de apresentação das informações telemáticas aos tribunais por parte dos solicitadores e aos consequentes problemas em torno da destituição.

A “Vida Económica” também quis saber a opi-nião o magistrado Vir-gílio Costa Ribeiro, dos juízos de execução do Porto, sobre esta maté-ria, incluindo sobre se já se deparou com situações de mau comportamento ético por parte de soli-citadores de execução. “Não, não, desconheço.

Poderá haver uma ou outra situa-ção em que, na aparência, se possa dizer que o comportamento pode-rá não ter sido o mais adequado, mas serão casos residuais”, disse à “Vida Económica”.

“Confesso que tenho uma gran-de confiança nesta classe, a dos solicitadores de execução, acredi-to neste modelo, que penso tem virtualidades, desde que o Estado de Direito não seja adulterado”, disse o magistrado à VE.

TERESA [email protected]

Destituição livre preocupa solicitadores de execuçãoMagistrado Virgílio Costa Ribeiro concorda com a indicação do agente e exe-cução pelo exequente, mas com a responsabilização deste.

“Os advogados controlam 99% do mercado da acção executiva”O presidente da Câmara dos Solicitadores, António Gomes da Cunha, critica o “controlo” dos processos de execução pelos advo-gados que, agora, também podem ser agentes de execução.

A polémica em torno da re-forma da acção executiva, ou da “contra-reforma”, como lhe cha-ma António Gomes da Cunha, presidente da Câmara dos Soli-citadores, está longe do fim. E a não distribuição, pelos tribunais, dos agentes de execução para os processos de penhora, cuja nome-ação é “controlada” pelos advoga-dos e pelos agentes de execução mais experimentados, é um dos pontos que mais desconforto têm causado, designadamente por par-te de quem apostou recentemente na profissão, investiu financeira-mente no respectivo escritório e não vê serem-lhe atribuídos processos de modo a realizar-se profissionalmente e rentabilizar o investimento.

Em declarações à “Vida Eco-nómica” à margem de uma con-ferência, a semana passada, no Porto, sobre a reforma da acção executiva, organizada pela “Vida Judiciária”, o presidente da Câ-mara dos Solicitadores foi claro: “O que se está a verificar, con-

trariamente ao que sucedeu no princípio da reforma [em 2003], é que os novos solicitadores de execução, que querem começar as suas carreiras, pela via do tri-bunal e da distribuição, não têm processos”. É que “a nomeação, a indicação pelo exequente é a nor-ma e aquilo que é distribuído pela secretaria do tribunal é a excep-

ção”, sustenta António Gomes da Cunha. E exemplifica: “Nes-te momento ninguém impede que eu seja nomeado para todos os processos [de execução], por exemplo, da TMN”.

Por outro lado, “estamos a au-mentar o número de agentes de execução”, através do alargamen-to do âmbito da profissão, nome-

adamente aos advogados – são já 60 inscritos na Câmara dos Soli-citadores -, embora o número de execuções esteja, neste momento, “a diminuir”.

Estima-se que haja, presente-mente, “cerca de 700 mil execu-ções” a correr nos tribunais portu-gueses, mas “não há uma relação entre o aumento das execuções e o aumento do número dos solici-tadores”, diz António Gomes da Cunha à “Vida Económica”.

Além de tudo, há ainda ma-térias de natureza deontológica que, sendo delicadas, não reco-mendam aos advogados a car-reira de solicitador de execução. Aliás, a questão de os advogados poderem ser agentes de execução revela que “politicamente esta foi uma forma de dar emprego aos advogados”, diz o presidente da Câmara dos solicitadores.

“O estatuto de advogado e as funções que exerce devem-no afastar do exercício da acção exe-cutiva, até porque tem princí-pios bastante conflituantes [com

os dos agentes de execução] e pode haver um certo perigo de controlo das execuções”, expli-ca António Gomes da Cunha à “Vida Económica”. Quanto mais não seja, porque “os advogados, como sabemos, controlam 99% do mercado da acção executiva, pois são eles, todos o sabemos, que propõem os agentes execu-tivos”. Nos restantes, “no outro um por cento ou um pouco mais, são os solicitadores”quem o faz.

Ora, esta “forte preponderân-cia” por parte de quem propõe os agentes executivos para as penhoras, que “são os mandatá-rios”, levam Gomes da Cunha a questionar em que circunstâncias poderão eles, advogados, poder também fazer acção executiva. “Não podem”. “Isto é extrema-mente difícil de controlar e pode levar a situações de promiscuida-de completa”, disse à “Vida Eco-nómica”.

TERESA [email protected]

sexta-feira, 27 Junho de 2008ACTUALIDADE8

“Há muitos solicitadores que entraram, mas há muitos também que já abandonaram”. “Há colegas que não têm trabalho e as despesas de escritório são elevadas”, aponta An-tónio Gomes da Cunha.

António Gomes da Cunha, presidente da Câmara dos Solicitadores.

“Eu não tenho absolutamente nada contra os exequen-tes indicarem o mesmo agente de execução”, diz Virgilio Costa Ribeiro.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 9actualidade

Há algumas semanas, o eventual racionamento de arroz nas superfí-cies comerciais nacionais levou-me a questioná-lo se tal possibilidade se assemelhava a uma cena de um filme de ficção científica, numa es-pécie de cenário pós-apocalíptico.

Que dizer então, há poucos dias, quando a generalidade dos víveres (e em especial, os perecíveis) rare-avam nos supermercados, o peixe não chegava (ou não saía) das lotas, as bombas de gasolina de muitas cidades do País não conseguiam assegurar o abastecimento de com-bustíveis aos cidadãos?

Se o Primeiro-Ministro esperava que o País lhe desse descanso em Junho e colocasse sobre o conjunto do território nacional uma enorme placa virtual – “Encerrado para o Euro” -, Portugal parece ter mer-gulhado nestas primeiras semanas de Junho nessa mesma lógica de paralisação, mas com recurso à mensagem: “Fora de Serviço”.

Como é sabido, este cenário resultou dos protestos realizados pelas transportadoras rodoviárias em todo o País e pelos múltiplos bloqueios e piquetes de camionis-tas em greve em várias localidades, com as consequências trágicas que foram também amplamente divul-gadas.

Apesar do posterior serenar dos ânimos e do progressivo regresso à normalidade nas bombas de ga-solina e nas diversas superfícies co-merciais, esta aparente estabilidade não deve ser vista de forma tran-quila pelo comum dos cidadãos.

Afinal, o que esteve na base da ocorrência destes protestos e das suas consequências tão gravosas para a economia e para o bem-es-tar dos particulares? Tal como foi noticiado, os contestatários pre-tendiam uma reacção do Governo ao incremento directo de custos que estavam/estão a suportar, em função do significativo aumento do preço dos combustíveis.

E poderá desde logo pergun-tar-se: cabe ao Governo actuar de forma a diminuir o custo de um factor produtivo que afecta vários sectores de actividade, ainda que de forma diferenciada, e ainda por cima de forma orientada para al-guns?

E, tal como as empresas – que até poderiam repercutir esse aumento dos custos nos preços praticados aos seus clientes –, que fazer aos cidadãos – que “não podem” (ou pelo menos não conseguiriam com igual facilidade) exigir aumentos às suas entidades empregadoras pelo aumento do seu custo de vida?

A situação vivida na pretérita se-mana suscita, de facto, várias refle-xões sobre a fragilidade dos pilares do sistema económico capitalista que, ainda assim, é indiscutivel-mente melhor e mais justo que qualquer outro modelo alternati-vo.

Durante as últimas décadas, e com excepção óbvia das nações mais pobres e/ou assoladas por ca-tástrofes naturais, crises militares ou sociais, o mundo habituou-se a viver num ambiente de abundân-cia de recursos.

Jamais se questionou seriamente

a possível exaustão das fontes ener-géticas, da generalidade das maté-rias-primas, dos bens alimentares ou da própria água.

À medida que diversos fenóme-nos – alguns de cariz especulativo – têm vindo a criar diversas restri-ções ao funcionamento destes mer-cados e ao acesso público a estes bens, as sociedades têm dificulda-de em ajustar-se às consequências destes cenários.

No caso vertente dos combustí-veis – que, como foi também visí-vel, não se restringe a um problema doméstico que possa ser explicado pela diferença de tributação com os demais países europeus (mormen-te com a Espanha) –, a situação é claramente ambígua.

Por um lado, poder-se-ia admi-tir, como pretendia por exemplo o Presidente francês, uma certa política de redução dos custos por intervenção do Estado (através de medidas fiscais), tendo em conta o duro impacto que a escalada do preço do petróleo representa na si-tuação económica e financeira das empresas e na gestão do orçamen-to dos particulares.

Mas, por outro, como fez ques-tão de lembrar a Comissão Euro-peia, tais iniciativas funcionariam como estímulo para a manutenção

dos níveis de consumo de petró-leo e para a falta de incentivo ao recurso à produção e consumo de energias alternativas, já para não mencionar o efeito paliativo que as mesmas poderiam assumir numa lógica de agravamento futuro da presente situação.

O que nos devolve ao caso con-creto de Portugal e ao protesto das empresas transportadoras.

Em primeiro lugar, porque tam-bém ficou patente a facilidade com que um único sector de actividade, quando beneficia da complacên-cia do Governo e este abdica do exercício da autoridade do Estado, pode bloquear o modo de funcio-namento da nossa sociedade com total facilidade e impunidade.

Em segundo lugar, porque, além de pactuar com o lado obscuro dos protestos – nomeadamente os ataques e obstáculos levantados a quem queria continuar a trabalhar livremente -, o Governo deu um vergonhoso sinal de fragilidade e cedência à primeira onda de con-testação, sem acautelar a validação da razoabilidade das reivindicações, a equidade com outros sectores de actividade e o equilíbrio e custo das contrapartidas oferecidas.

Pois é, o País voltou à normali-dade. Até quando?

Ricardo [email protected]

http://econominho.blogspot.com

Portugal: “Fora de serviço”

O preço dos produtos alimenta-res pode baixar neste momento cer-ca de 15 % ao consumidor. Vários distribuidores de produtos alimen-tares garantem que podem baixar os preço dos seus produtos se fossem atribuídas condições de compra ni-veladas.

Segundo a maioria dos distribui-dores, de certeza que iríamos ver os operadores a colocar a sua priorida-de na competitividade de preços, com claros ganhos para o consumi-dor, em vez de promoverem abertu-ras de grandes superfícies que ape-nas fazem sentido económico com as grandes margens que nesta altura usufruem.

Com o objectivo de dar a conhe-cer e reverter esta situação, o Gabi-nete António Vilar & Associados, em nome de vários distribuidores de produtos alimentares portugue-ses, reuniu-se com os eurodeputa-dos Luis Queiró, Hegyui Gyula, João de Deus Pinheiro, Ilda Figuei-redo, Manuel Santos, Elisa Ferreira e a assessora de Caroline Lucas, no Parlamento Europeu (PE). Nas reu-niões foi apresentada “a posição dos pequenos e médios distribuidores, sobretudo de produtos alimenta-res, relativamente à situação que se vive em Portugal e da qual resulta graves prejuízos para produtores, fornecedores e consumidores”, es-clarece António Vilar. Reforçando a ideia de que “os preços, segundo opinião de agentes e operadores de mercado, podem baixar até 15% ao consumidor se acabarem as regras anticoncorrenciais e violadoras da Lei da Concorrência de grandes distribuidores que distorcem a seu

favor o mercado, em negócios que tem mais de financeiro do que de operaçoes mercantis”.

Os grandes distribuidores obri-gam os fornecedores a praticar di-ferenças nos preços de venda, favo-recendo os grandes, em detrimento dos pequenos. Vários distribuidores de produtos alimentares alertam que a lei da concorrência é violada, uma vez que os grupos económicos desrespeitam a lei pelas condiçoões contratuais que têm com os seus fornecedores.

Em Portugal, a Lei n° 18/2003 proíbe a prática entre as empresas que se traduzam em “fixar, de for-ma directa ou indirecta, os preços de compra ou venda ou interferir na sua determinaçao pelo livre jogo de mercado, induzindo, artificial-mente, quer a sua alta quer a sua baixa.” Caso a lei fosse aplicada, os grandes operadores poderiam ter preços suportados por factura mui-to inferiores aos restantes, poden-

do portanto vender a preços mais baixos. Para António Vilar, “a lei é interpretada muitas vezes tendo em conta os interesses e as forças de cer-tos monopólios e empresas”.

Em alguns casos, os grandes operadores conseguem obter por parte dos fornecedores contratos de Margem Garantida. Ou seja, o fornecedor acorda com os grandes operadores uma margem de comer-cializaçao mínima de x%, margem muito acima da praticada normal-mente no mercado, alertam os dis-tribuidores. Acrescentando que este tipo de acordo destrói a competi-tividade entre os distruibuidores e leva a uma subida artificial dos pre-ços por imposição do fornecedor, que evita assim suportar os custos associados à descida do preço dos grandes operadores.

Com este disnivelamento das condições comerciais, os pequenos produtores deixam de ter capacida-de de fornecimento que acompanhe

o aumento de dimensão da grande-distribuição. Para além do aumento dos preços dos bens alimentares, esta situaçao leva à falência das pequenas empresas comerciais, in-dustriais e agrícolas, salientam os distribuidores.

De forma a denunciar esta situ-ação, o gabinete António Vilar e Associados apresentou a primeira queixa à Autoridade da Concor-rência a 7 de Maio de 2007. “A resposta informava que não tinham conseguido provar qualquer ilícito e por isso o processo nao tinha se-quência”, divulga o advogado. An-tónio Vilar informa ainda que en-tretanto já foram apresentadas mais duas queixas “abordando a questão da concorrência desleal de vários focos”. Garantindo que “iremos até ao fim sejam quais forem as conse-quências desse combate”. O advo-gado adianta que o próximo passo é “contactar a Comissão Europeia e outros organismos comunitários

que possam ser sensíveis à questão”. “Penso que poderemos intro-

duzir na agenda das próximas campanhas eleitorais este tema e temos feito chegar informação a todos os grupos parlamentares para dar seguimento a este assun-to em Portugal”, afirma António Vilar. Havendo actualmente uma concentração de mercado da dis-tribuição por parte de grandes grupos económicos, António Vi-lar acredita que, “com as diferen-ças que estao a surgir, o comércio local vai ressurgir porque as pesso-as vão deixar de ter dinheiro para ir aos grandes supermercados. As pessoas vão aproximar-se das lojas tradicionais, perto dos sítios onde vivem e trabalham”.

O Gabinete de Direito da Con-corrência de Antonio Vilar & As-sociados é dirigido por Sílvia Fer-reira.

PatrÍcia flores, em [email protected]

Pequenos distribuidores denunciam práticas anticoncorrenciais em Bruxelas

Condições de compra niveladas baixariam preço dos produtos alimentares em 15%

“Países pequenos como Portugal, para contrabalançar o poder dos grandes distribuidores têm de ser ajudados pelo PE e pela comissária da Concorrência”, afirma Hegyui Gyula, eurodeputado húngaro.

“Este problema não é novo, como não o são os prazos de pagamento que as grandes superfícies impõem. Contudo, a pressão sobre a Comissão Europeia (CE) é crucial”, afirma João de Deus Pinheiro, eurodeputado português.

Eu me confessoA. mAgAlhães pintoEconomista

[email protected]://poliscópio.blogspot.com

Foi um espírito brilhante que me pôs a pensar. Tive a felicidade de assistir a uma – como lhe hei-de chamar? Li-

ção? Conferência? Conversa amena? – diga-mos intervenção tendo por tema a retórica e o uso que dela é feito. Como quer que seja que eu lhe chame, a verdade é que foi mais de uma hora de encantamento, não apenas com o conteúdo do tema – interessante ainda mais para quem faz uso frequente da palavra como eu – mas também com a forma de o apresentar. Dinâmico. Por vezes profundo. A brincar, muitas vezes. Recor-dei, ao ouvi-lo. O meu primeiro professor de Português, depois da Primária, aí pelos meus treze anos. O primeiro livro que nos meteu na mão tinha o título de Aprender a Brincar. Tendo o cuidado de explicar que o fim do livro não era ensinar brincadeiras, mas sim ensinar, brincando. Precioso, esse livro. Todo escrito em quadras de boa qua-lidade, desfazia quase todas as dúvidas de grafia que pudéssemos ter. Depois de lido, só dava mesmo erros ortográficos quem não tivesse lido o livro com atenção. Pois bem, a intervenção do Professor Doutor Américo de Sousa, a que tive a felicidade de assistir, deixou-me a pensar sobre mim mesmo.

Numa das partes mais, dizia o Pro-fessor que, quando sucede reconhecer-mos ter sido leva-dos na conversa de alguém, como po-pularmente se diz, todos se viram para o enganador, co-brindo-lhe o nome dos mais variados epítetos.

Todavia, nin-guém fala na res-ponsabilidade do enganado. Como se cada um de nós não soubesse pensar pela sua própria cabeça e estivéssemos, assim, indefesos perante os bem-falantes. Ora, não é assim. E não é assim porque, tendo todos nós uma cabe-ça para pensar, somos responsáveis pelos enganos nos quais somos levados. Isto é particularmente verdade quando estamos

perante o fenómeno político. Os políticos - dizemos nas nossas conversas mais cala-das – são uns trapaceiros. Falam, prometem mundos e fundos, enquanto precisam de nós para chegar ao Poder, para logo a seguir esquecerem as promessas, revirarem tudo quanto nos disseram e fazerem o que lhes muito bem apraz. E, quando lhes chama-mos nomes, esquecemos que grande parte da responsabilidade do engano a todos nós pertence. Diz o nosso Povo que na primei-ra quem quer cai, na segunda só cai quem quer e na terceira já ninguém cai. Basta olhar a nossa história recente para ver que o ditado nem sempre tem aplicação.

Estava eu a ouvir isto e a pensar que eu sou, de há vinte anos a esta parte, um dos que fala muito, por obra e graça do Direc-tor deste nosso jornal. E que, como eu, há por aí milhentos de palradores. Fazendo uso, sem saber e muito por intuição, da eloquência que Deus lhe deu. Mas será — pensei eu com os meus botões – que eu sigo as regras da Retórica (assim, com le-tra grande, porque também há a retórica, com letra pequenina), e procuro fazer com que o meu discurso, este aqui, semanal, não

seja apenas bonito na forma, mas seja verdadeiro na arti-culação dos racio-cínios? A questão vinha mesmo a calhar. Quem aqui me lê, recorda que, há duas ou três se-manas, coligi aqui as frases públicas que me impres-sionaram durante o último mês de Maio, comentadas com o que eu que-ria fosse, de algum modo, bem humo-

rado e, por isso, crítico. A propósito dessa croniqueta, recebi variados e-mails, alguns delirando com o que eu tinha escrito e ou-tros nem por isso. Outros não. Outro. Por-que só recebi um e-mail descontente.

Porque, dizia o meu Prezado Leitor res-pectivo, cerca de dois terços das frases que eu tinha coligido tinham que ver com o

Governo. Ou eram frases de membros do Governo ou a propósito de membros do Governo. O que, concluía o meu Leitor, podia conduzir a que eu fosse considera-do faccioso, o que não era agradável para mim. Para além dessa preocupação, que me foi grata e que agradeço, a missiva do meu Leitor deixou-me preocupado. Será que eu fazia um esforço, na minha retórica, por atingir a verdade, por denunciar a verdade, para usar a verda-de? A oração do Professor Doutor Américo de Sousa acrescentou a preo-cupação. E forçou-me ao raciocínio.

Afinal, quais são os suportes do meu pensamento, questão apenas im-portante por duas razões:

- primeiro, por-que eu sou um dos felizardos que podem exprimir publicamente a sua opinião e vê-la plasmada num grande órgão de comunicação, para análise – e influên-cia? – dos outros;

- depois, porque eu não posso desconhe-cer que, no actual estádio de desenvolvi-mento cultural do país, há muita gente que se deixa influenciar por uma retórica falsa e passa a agir em função disso.

Devo dizer que não cheguei longe no meu raciocínio, quase dando razão ao especialis-ta em psicologia que diz que a introspecção não é possível, devido à coincidência do ob-servador e do observado. Claro que sei estar a milhas do que, por exemplo, ainda agora se viu com o futebol, com grande parte da comunicação social, especialmente a espe-cializada, a colocar a selecção portuguesa nos píncaros, para vender jornais e, depois, a fazer tudo quanto podia para ver se des-cobria “podres” na selecção para vender ainda mais exemplares. Claro que também encontrava uma boa explicação para a cha-mada de atenção daquele meu Leitor. Se, todos os dias, mais de dois terços do que os órgãos informativos publicam de relevante

ou é sobre o Governo ou tem a ver com o Governo, a colecção das minhas frases não fazia mais do que seguir a tendência. Mas, por outro lado, havia algo que eu não podia deixar de reconhecer. É que o que penso e escrevo sobre a realidade que nos cerca está, seguramente, influenciado por aquilo que sou, pela escala de valores em que acredito, pela estruturação da minha personalidade já demasiado avançada para ser moldável.

E mais, não é inde-pendente porque eu quero, na modéstia da minha capacida-de, influenciar a rea-lidade. Isto é, aquilo que digo não é, de modo nenhum, in-dependente.

Com esta pequena mitigação: é que, tal como eu, ninguém é independente, verdadeiramente independente, total-mente independen-te. Um exemplo. Se eu tenho à cabeça da

minha escala de valores a família tradicio-nal, como posso encontrar justificação para uma lei que consagre o casamento entre indivíduos do mesmo sexo? Posso aceitá-la, posso mesmo compreendê-la. Mas serei de opinião que não deve ser publicada.

Mas, se isto é assim, então ganha ainda mais relevo a nota do Professor Américo Sousa, sobre a responsabilidade de quem ouve, a par da responsabilidade de quem diz. Se nenhum interventor na praça públi-ca é verdadeira e totalmente independente, creio mesmo poder dizer-se que a responsa-bilidade maior pertence a quem ouve. Isto é, quem ouve (ou lê, o que dá no mesmo) deve ser profundamente crítico de tudo aquilo que ouve.

E, para dificultar ainda mais esta relação entre opinador/Leitor, fica esta questão mais: será que o Leitor é independente o su-ficiente para sujeitar o que lê a uma análise crítica? Ou reage impulsivamente, em fun-ção dos seus padrões, ao que lê, ora aderindo com entusiasmo, ora rejeitando. Não é nada fácil ser crítico, activo ou passivo que seja.

A paixão com que desenvolve o seu negócio influencia o seu sucesso…

O sucesso dos seus esforços depende muito mais dos motivos que os ori-ginam do que do próprio esforço,

em si mesmo.As grandes empresas e, por conseguinte, os

grandes empresários e empresárias, nos mais variados campos, alcançaram a sua grandeza através do desejo de expressar aquilo que lhes vai no seu íntimo e do desejo de enfrentar os desafios recorrendo às suas melhores capaci-dades. Com isto, não se quer dizer que es-tes empresários não ganharam uma enorme riqueza e prestígio com aquilo que produ-ziram. Contudo, a chave para o seu sucesso residiu mais na motivação, consubstanciada numa obsessão em se tornarem magníficos, do que na procura do lucro.

Toda a motivação duradoura e consisten-te terá de vir de si, enquanto indivíduo e empresário. É por isso que a sua dinâmica e energia são tão importantes para a perfor-mance da sua equipa. A sua força interior e a sua visão pessoal propaga-se para toda a sua empresa.

A excelência e a mestria não resultam do comissionamento ou do lucro. A sua obses-

são pela magnificência é um estado de es-pírito que possui, enquanto empresário, e reflecte a pessoa que quer ser e não o título ou a aparência que transmite no seu cartão de apresentação, não se consubstancia em diplomas ou prémios que tenha obtido.

A chave do seu sucesso reside na forma como vê o mundo. Veja-o de uma maneira particular e não como uma colecção de ca-rimbos estampados no seu passaporte.

Essa unicidade é sua, tal como a sua im-pressão digital ou a sua caligrafia.

Coloque a si próprio a seguinte ques-tão: “Se não fosse por dinheiro, tempo ou responsabilidade assumida para com a sua família, colaboradores e para com terceiros, como é que realmente gostaria que fosse o seu negócio?”.

Responda a essa questão a partir de uma perspectiva individual, a sua. Evite respostas do tipo: “Ajudar a minha empresa, a família

ou o país.”Lanço-lhe o seguinte repto: autografe a

sua carreira empresarial com a sua própria assinatura!

Construa o seu negócio com paixão em-presarial e descobrirá a força que irradia de si…

Comece já e faça com que o ano de 2008 seja o MELHOR de sempre para Si.

AZUil BARRosEspecialista no Crescimentode NegóciosPartner & Director Geralda Quantum Portugal

www.QuantumCrescimentoNegocios.com

Aquilo que digo não é, de modo nenhum, independente. Mas, tal como eu, ninguém é independente, verdadeiramente independente, totalmente independente.

Toda a motivação duradoura e consistente terá de vir de si, enquanto indivíduo e empresário. É por isso que a sua dinâmica e energia são tão importantes para a performance da sua equipa.

Mas será que eu sigo as regras da Retórica e procuro fazer com que o meu discurso, este aqui, semanal, não seja apenas bonito na forma, mas seja verdadeiro na articulação dos raciocínios?

A chave do seu sucesso reside na forma como vê o mundo. Veja-o de uma maneira particular e não como uma colecção de carimbos estampados no seu passaporte.

sexta-feira, 27 Junho de 2008opinião10

Bruxelas quermudar regrasno retalho “online”

A Comissão Europeia quer re-mover obstáculos no retalho “onli-ne”. O objectivo é os consumido-res tirarem vantagens dos preços disponibilizados pelas empresas em vários países. Certas empresas variam os seus preços “online” na União Europeia, mas impedem os clientes de fazerem compras ape-nas nos sites nacionais.

Bruxelas pretende tornar mais simples aos consumidores com-prarem e venderem entre os pa-íses e reduzirem os custos. Uma directiva nesse sentido deverá ser lançada no Outono. Também se-rão tidos em conta os retalhistas “online” que impõem restrições geográficas. O argumento que a Comissão utiliza para esta directiva é que o comércio “online” é uma ferramenta importante para desen-volver o mercado único. Por outro lado, será uma forma de eliminar as fortes diferenças de preços entre os países da União Europeia.

França critica Comissão Europeiana agricultura

O Governo francês tem tecido duras críticas ao comissário euro-peu para o comércio, Peter Man-delson. É o próprio presidente francês que afirma que Bruxelas se prepara para reduzir a produção agrícola, como parte do acordo de comércio livre, no âmbito da Or-ganização Mundial de Comércio.

O comissário argumentou que qualquer sugestão para virar as costas ao comércio livre ou rever-ter a globalização não faz sentido para os europeus. Defende que a Europa fica entre os principais be-neficiados, por via da globalização. E que tudo será feito para evitar o comércio sem regras. O impor-tante para Mandelson será gerir todo o processo de forma correcta. Sarkozy diz que não entende a re-dução de 21% na produção agrí-cola europeia, quando há gente a morrer de fome. Trata-se de uma medida contraprodutiva.

Clientes bancários podem beneficiar de regulamentação comunitária

Os clientes bancários poderão ver a sua vida facilitada quanto à mudança das suas contas de insti-tuições e sem encragos. Estão a ser consideradas medidas em Bruxelas com esses objectivos. Os clientes terão a possibilidade de mudarem as contas bancárias em apenas cin-co dias úteis.

É mais um passo importante da Comissão Europeia para que os consumidores não fiquem pre-sos aos fornecedores dos serviços, tendo em conta as dificuldades de transferirem as suas contas. Ou seja, Bruxelas parece estar decidida em criar um ambien-te mais amigo do consumidor. Este deve ter mais possibilidades de escolha. Actualmente, ainda são colocados muitos obstáculos à livre movimentação por parte dos clientes dos bancos. Já foram dadas oportunidades aos bancos para estes desenvolverem auto-re-gulação no sentido de beneficia-rem os clientes.

Empresas europeias rejeitam agravamento

das taxas de juroAs empresas europeias estão cada vez mais

preocupadas com a possibilidade de o Ban-co Central Europeu aumentar as taxas de

juro. Os empresários consideram que a medida irá travar o crescimento e valorizar ainda mais a moe-da europeia face ao dólar.

Os receios surgem numa altura em que é cada vez mais provável o agravamento das taxas de juro no mês de Julho. Pelo menos é o que têm dado a entender os responsáveis do BCE, tendo em conta as pressões inflacionistas. Para muitas empre-sas, as taxas já estão suficientemente elevadas, pelo que terá consequên-cias muito graves o seu aumento. Para mais num momento em que os Estados Unidos estão a desenvol-ver uma política de manutenção das respectivas taxas. Sobretudo as ex-portações europeias poderão sofrer um forte revés.

O mundo empresarial começa a interrogar-se se não será muito mais grave do que a inflação uma situação em que se conjugam uma inflação

elevada com um fraco crescimento (ou até nega-tivo). Esta situação tende a criar mais desempre-go, a travar ainda mais o consumo e, em conse-quência, a resultar no fecho de muitas empresas. O que significa que o BCE não se pode limitar a agravar as taxas de juro. A medida tem que ser muito reflectida, para evitar uma ainda maior perda de competividade das empresas europeias a nível internacional.

De notar que o problema não se coloca exclusivamente às pequenas e médias empresas. Pelo contrário, é mesmo provável que os grupos in-tervenientes em processos de inter-nacionalização sejam mais afectados. Especialmente aqueles que estão a investir nos mercados emergentes. Isto porque, de uma maneira de ou-tra, terão que aumentar os preços dos seus produtos. A realidade é que

um crescimento das taxas de juro irá abrandar o desempenho da economia e, necessariamente, é colocada em causa a base de competitividade das empresas.

Investidores desconfiam dos activos europeus

Os investidores estão menos confiantes nos activos europeus. O único sector que se salva das perspectivas negativas é o energéti-co. Os riscos de elevada inflação e fraco crescimento fazem com que os analistas apontam para o aban-dono de posições.

De facto, há uma deterioração das perspectivas de crescimento global entre os investidores, ao mesmo tempo que ganha peso a possibilidade de se abrir um perío-do de taxas de juros elevadas. Aliás, as perspectivas para o mercado eu-ropeu pioraram substancialmente no último ano, tendo atingido níveis muito baixos. Apenas 22% dos gestores de fundos consideram que as acções europeias estão sub-valorizadas, a percentagem mais baixa em dez anos.

As energéticas e financeiras são duas faces de uma mesma moeda. A maioria dos gestores recomenda investir em petrolíferas e gasistas. São praticamente os mesmos aque-les que aconselham o abandono de posições no sector financeiro. O sector energético está numa fase de elevados ganhos e acontece que é um dos mais acessíveis.

Banca espanhola ganha posiçõesno ranking mundial

A crise de liquidez resultante da quebra do crédito está a reflectir-se nos resultados da banca mundial. Mas nem todas as entidadades es-tão a ser afectadas da mesma for-ma. A banca espanhola tem con-seguido resistir e tem melhorado posições a nível global.

De facto, os principais bancos es-panhóis, Santander e BBVA, subi-ram posições na classificação mun-dial por capitalização. O Santander passou a ocupar o sétimo lugar, contra o 12º no ano passado, en-quanto o BBVA que, no ano passa-do, não estava entre os 15 da banca mundial, entrou directamente para a 14ª posição.

De notar que foram os unicos bancos europeus, entre os maio-res europeus, que melhoraram os lucros face ao primeiro trimestre. O norte-americano Citi baixou para o oitavo posto, dando lugar, na primeira posição por capitalização, ao chinês ICBC. O UBS e o RBS, oitavo e nono há um ano, desapare-ceram desta tabela. Os bancos na-cionais estão agora a apelar à racio-nalização de custos, à diversificação e ao controlo de custos.

Empresas energéticas espanholas na mira das rivais francesas

As empresas energéticas francesas estão com os olhos postos nas con-géneres espanholas. À menor opor-tunidade avançarão para aquisições. Por exemplo, a GDF Suez está inte-ressada em comprar a Gas Natural. A reacção dos espanhóis não se fez esperar, com alguns responsáveis dos grandes grupos a assumirem posições de carácter proteccionista. Daqui se pode deduzir que a cria-ção de um mercado único da ener-gia, pelo menos por enquanto, mais não é que uma utopia.

O proteccionismo parece conti-nuar a ser a palavra de ordem neste sector de actividade.

União Europeia sem medidaspara combater a alta de preços

A União Europeia está numa encruzilhada, como que refém da alta dos preços, sobretu-do do petróleo. A região está a revelar a sua

complexidade. De facto, os líderes europeus não conseguem chegar a acordo quanto a medidas con-cretas para fazer face ao crescimento continuado dos preços. A inflação está à porta dos europeus.

O único acordo a que os países chegaram é ar-tificial. Isto porque foi delegado à França, em co-laboração com a Comissão Europeia, analisar as medidas que poderão ser adoptadas, no sentido de reduzir os efeitos resultantes do aumento do cus-to de vida, devido aos preços do petróleo. Numa altura que se caracteriza por muita indefinição, é evidente que as consequências sociais e económicas sobre a popupação europeia começam a assumir contornos bastante graves. Em especial os sectores mais desfavorecidos da população estão a dar sinais de extrema gravidade.

Mas os problemas não se ficam por aqui. A Co-missão Europeia está preocupada com a possibili-dade de os governos nacionais avançarem com me-didas, fiscais ou outras, que introduzam ainda uma maior distorção nos mercados. Bruxelas pretende agora reunir-se com as maiores petrolíferas, para ter maiores certezas quanto à evolução dos preços. Por outro lado, garante que vai adoptar medidas para reforçar a concorrência nos mercados da energia e melhorar a transparência nesses mercados.

O Tratado de Lisboa é mais outra “dor de cabe-ça” para os líderes europeus. Para além da Irlanda, também a República Checa está agora na liça para evitar que nova Constituição avance. Uma coisa é certa, Bruxelas já deixou claro que sem Tratado de Lisboa não haverá lugar a qualquer alargamento. Para já, a União Europeia vai continuar a desenvol-ver esforços para continuar os processos de ratifica-ção em curso.

Empresários prevêem

forte aumentoda taxa

de desemprego

sexta-feira, 27 Junho de 2008 11INTERNACIONAL

27 de Junho de 2008 | Suplemento Nº140Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal

BARÓMETRO PME*Todas as semanas, exprima a sua opinião no Portal das PME

Resultados da semana de 16 a 23de Junho de 2008:Mesmo com o não da Irlanda, o tratado de Lisboa tem condições para avançar?

Sim: 71%Não: 26%É-me indiferente: 3%

Tema em auscultação até 30 de Junho de 2008: A OCDE elogia reformas do Governo português como o Simplex e a consolidação orçamental. Concorda?

Participe. Dê o seu contributo em:

www.pmeportugal.pt

*Através deste barómetro pretende-se auscultar e conhecer a opinião e hábitos dos utilizadores on-line do Portal das PME, relativamente a temas da actualidade económica.

A convite da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, a Associação PME-Portugal partici-pou, no passado dia 21 de Junho, no seminário subordinado ao tema “Comercialização e In-

ternacionalização da Ourivesaria”. Representada pela sua Secretária-Geral, Alexandra Campos, a Associação das PME desenvolveu o tema “Incentivos às empresas no âmbito do QREN”. A abertura dos trabalhos do seminário esteve a cargo do presidente da autarquia local, Manuel Baptista. Para além da intervenção de

Alexandra Campos, por parte da PME-Portugal, “O Distrito do Ouro de Vicenza (Itália)”, “Experiências Empresariais ligadas à Ourivesaria”, “A Promoção do Sector do Ouro” e “Os Cuidados a ter na Interna-cionalização” foram outros dos temas abordados por especialistas de entidades como o CNA Veneto (Itália), a AIORN – Associação dos Industriais de Ourivesaria e Relojoaria do Norte, a CORART – Associação Cor-porativa de PME (Itália) e pelo consultor e professor de Marketing Internacional, António Paraíso. Numa

organização da autarquia da Póvoa de Lanhoso, de-correu paralelamente ao seminário uma Mostra Local de Filigrana, no âmbito do encerramento do projecto “Por um Fio de Ouro”. A exibição de todas as peças resultantes das diferentes actividades que ocorreram durante este projecto internacional liderado pela edi-lidade povoense também marcou esta iniciativa que teve entrada livre. Esta iniciativa apresentou ainda o caderno “À Descoberta da Filigrana na Póvoa de Lanhoso”, com leitura de excertos.

PME-Portugal participa em debate sobre internacionalização da ourivesaria

Iniciativa decorreu no Theatro Club Municipal da Póvoa de Lanhoso

Presidente do Conselho de Administração da Aeronorte à “Vida Económica”

“Ganhar a ligação aérea Lisboa-Bragançadeu um novo impulso à empresa”

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As ligações aéreas entre Bra-gança e Lisboa, que estavam suspensas desde 17 de Mar-

ço, altura em que a Aerocondor deixou de operar, estão novamente activas, através da Aeronorte, com quem o Governo adjudicou, por ajuste directo, um novo contrato.

“Foi um impulso novo para a empresa”, disse José Ribeiro, pre-sidente do Conselho de Admi-nistração da Aeronorte, à “Vida Económica”. Isto, “embora não estejamos a ver grandes lucros com esta vertente do negócio”, apesar de o Estado continuar a compensar a operadora num montante máximo anual de um 1,190 milhões de euros que esta-

“A Aeronorte atingiu oito milhões de euros no ano de 2007, sendo que 10% resul-tam de seis meses de facturação dos serviços prestados ao nível da aviação executi-va”, afirmou José Ribeiro.

Um novo hangar em Bragança

A Aeronorte, que facturou oito milhões de euros em 2007, quer complementar os seus in-vestimentos com a instalação de novo um hangar no Aeró-dromo Municipal de Bragança, cuja construção deverá ficar concluída ainda este ano.

Trata-se de um projecto que requer um investimento de um milhão de euros, mas que irá “colmatar as necessidades já identificadas na região”, onde existe uma “forte procura” de voos de ligação ao Porto e a Lisboa, durante o ano, e ain-da voos para Paris (França), no Verão, Páscoa e Natal, devido ao grande número de emigran-tes da região de Trás-os-Mon-tes. O objectivo é “atingir no-vos segmentos de mercado”, designadamente “turistas e emigrantes”.

A Aeronorte, com sede em Braga e escritórios no Portoe Madrid, opera no mercado nacional e internacionalhá cerca de 20 anos, efectuando voos comerciaisdo tipo executivo, com jactos próprios, a partir do Portoe de Londres. Em entrevista à “Vida Económica”,José Ribeiro, presidente do Conselho de Administração da empresa, fala das várias vertentes do negócioe da entrada no mercado da aviação executiva, que está, aliás, em expansão. Ainda assim, ganhar a adjudicaçãodas ligações aéreas entre Bragança, Vila Real e Lisboa“deu um novo impulso à empresa”.

va já definido previamente. Ainda assim, quanto maior for a taxa de ocupação do avião de 19 lugares, menor será a compensação esta-tal, realçou o presidente da em-presa.

O contrato com a Aeronorte vai prolongar-se até à adjudicação definitiva do serviço em concur-so público e os preços e horários mantêm-se, com duas viagens di-árias em cada sentido, de segunda a sexta-feira, que custam cerca de 122,72 euros Bragança/Lisboa, e 106,72 a partir de Vila Real, ida e volta, em ambos os casos.

A empresa quer, no entanto, alargar a actividade aos voos tu-rísticos de fim-de-semana entre

as três cidades, estando a estu-dar um sistema de ‘pack’ para poderem dispor de uma oferta integrada, em articulação com hotéis, restaurantes e instituições turísticas e culturais locais. “Essa é uma oportunidade fantástica e estamos a estudá-la”, revelou José Ribeiro.

A entrada nos voos executivos é outra das apostas da Aeronorte. “Há cada vez mais procura des-te tipo de serviço, seja por parte de empresários, gestores e até de jogadores de futebol”, disse José Ribeiro. Para tal, a empresa fez um investimento de cerca de 5 milhões de euros em 2007 na aquisição de um Learjet 45, o

primeiro avião executivo a ser ba-seado no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto.

Paralelamente, a Aeronorte tem em curso outros investimentos, tendo previsto gastar cerca de 30 milhões de euros na compra de mais dois aviões executivos, um deles de longo alcance, e que fi-carão estabelecidos na base prin-cipal do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Tudo, no âmbito do alargamento e expansão de rotas que a empresa está a efectuar na aviação comercial e nos voos exe-cutivos.

“É um investimento que trará maior eficácia às necessidades do mercado”, afirma o presidente da

empresa, até porque um desses aviões permitirá fazer voos, por exemplo, até aos Estados Unidos. Os clientes podem não só optar por destinos de curto alcance (Londres, Paris, Genebra, Zuri-que, Vigo e Madrid), para onde a empresa já voa, mas também para os Estados Unidos, Brasil e Angola.

TERESA [email protected]

sexta-feira, 27 Junho de 2008 13PME

Objectivo é aumentar as exportações

Somincor e Pirites Alentejanas investem 240 milhões

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O grupo Lundin Mining, detentor da Somincor da Pirites Alentejanas, está de pedra e cal em Portu-gal. De facto, é seu objectivo aumentar considera-velmente as exportações de concentrado de cobre e zinco pelo terminal marítimo de uso privativo das praias do Sado no Porto de setúbal. Está em curso o investimento de mais de 17 milhões de euros na ampliação e nos melhoramentos das infra-estrutu-ras das respectivas operações portuárias.

O projecto da Pirites Alentejanas, que iniciou a sua produção no final do ano passado, é o primeiro

de cinco que estão previstos desenvolver pelo gru-po canadiano em território português. Trata-se de um investimento global superior a 240 milhões de euros. Representa uma importante aposta na explo-ração mineira no Alentejo e também na expansão das minas de Neves Corvo. As previsões apontam para a que a produção de zinco seja multiplicada por cinco, num prazo de apenas três anos.

Os projectos em curso respeitam ainda à opti-mização dos processos de tratamento do minério,

à prospecção em Aljustrel – o respectivo complexo mineiro deverá atingir o pleno já no ano que vem – e ao desenvolvimento da concessão da mina de Gavião. A Somincor é sócia da Comunidade Por-tuária de Setúbal e tida como uma das melhores empresas nacionais. Para o Porto de Setúbal, a Somincor representou, no ano passado, um movi-mento superior a 420 mil toneladas.

Com o arranque do projecto Pirites Alenteja-nas, o aumento da movimentação de minério no terminal de uso privativo das praias do Sado é

significativo, designadamente 20% este ano e 38% no pró-ximo exercício. As previsões apontam para que este cres-cimento tenha uma dimensão ainda mais expressiva por via da concretização dos outros projectos. Os seus responsá-veis defendem que estes repre-sentarão um importante con-tributo para o crescimento do porto e da própria região de Setúbal, aliás, no âmbito da estratégia de desenvolvimento do Porto de Setúbal, assumi-da há algum tempo pela APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra.

A actividade do grupo cana-diano da área da mineração é encarada com op-timismo por todas as partes. Para além de estar a reactivar uma série de minas, está a contribuir para o desenvolvimento de vários sectores a ju-sante. Também se tem revelado importante para a criação de postos de trabalho. Certo é que a em-presa está decidida a realizar importantes investi-mentos. A actividade portuária tem sido também fortemente impulsionada pela presença da Lun-din Mining.

sexta-feira, 27 Junho de 2008PME14

POSTOS DE TRABALHO E CAPITAIS PRÓPRIOS NO MODCOMEstamos a preparar uma candidatura ao MODCOM, no valor de 150

000J, referente ao investimento a realizar na nossa loja principal, situada em Vila Nova de Gaia. Vamos contratar 3 trabalhadores com o 12º ano de escolaridade e financiar o projecto com 50% de capitais próprios. No entanto, temos dúvidas sobre a exigência de contratar postos de trabalho qualificados e, se, para efeitos de financiamento do projecto, os meios libertos pela empresa serão considerados como capitais próprios.

RESPOSTA1. Criação de postos de trabalhoA criação de postos de trabalho não é considerada como con-

dição de acesso do projecto ao MODCOM, nem é directamente apoiada. Mas, para efeitos de pontuação final do projecto, é muito importante, porquanto o critério B (criação de postos de trabalho) vale 25%.

Não são exigidos mínimos de qualificação profissional (ao con-trário do QREN, onde só são considerados postos de trabalho de nível IV ou superior).

Para efeitos de cálculo do critério B, toma-se em considera-ção a criação líquida de postos de trabalho calculada através da diferença entre os postos de trabalho existentes até ao final do ano de conclusão do projecto e o maior dos valores de postos de trabalho existente no final dos 2 últimos anos anteriores ao da candidatura e de acordo com o seguinte quadro:

0 PT - 01 PT - 502 PT - 653 PT - 804 PT - 100Uma vez que já possuem actividade em anos anteriores ao

da candidatura, devem indicar na estrutura de níveis de quali-ficação/habilitação o nº de trabalhadores, homens e mulheres, informação reportada a Dezembro de 2007, que se encontravam em cada situação:

Nível I – Habilitação escolar inferior ao 1º ciclo do ensino básico;

Nível II - Habilitação escolar com o 1º, 2º ou 3º ciclo do ensino básico;

Nível III - Habilitação escolar com o ensino secundário;Nível IV- Habilitação escolar pós secundária não superior

(confere diploma de especialização tecnológica para desempenho de profissão qualificada de Nível IV);

Nível V – Habilitação superior – bacharelato;Nível VI – Habilitação superior – licenciatura;Nível VII – Habilitação superior – mestrado;Nível VIII – Habilitação superior – doutoramento.

2. Capitais própriosO projecto de investimento pode ser financiado por capitais

próprios e capitais alheios. No entanto, exige-se um financiamento mínimo, por capitais próprios, de 20%.

Capitais próprios- Aumento de capital social;- Prestações suplementares.AutofinanciamentoPoderão utilizar, em cada ano de execução do investimento, um

valor de autofinanciamento, que tem como limite os meios libertos líquidos (Resultados líquidos, Amortizações do exercício e provisões do exercício) obtidos no ano anterior ao da candidatura.

Capitais alheios- Empréstimos bancários;- Suprimentos (os suprimentos devem ser incorporados em

capital próprio até ao encerramento do projecto);- Fornecedores de imobilizado;- Leasing;- Incentivo MODCOM (35 000J).No MODCOM são considerados novos capitais próprios, para

financiamento do projecto, os aumentos de capital social, as pres-tações suplementares de capital e os suprimentos. Igualmente, podem ser considerados os capitais próprios que ultrapassem 20% do activo líquido total do ano anterior ao da candidatura.

Nota: A 3ª fase de candidaturas termina no próximo dia 18/7.

CONSuLTÓRIO DE FuNDOS COMuNITáRIOS

Colaboração:[email protected].: 228348500

“APOIOS E AvALIAçãO NO MODCOM”

O consultório, com a colaboração da Sibec, publicado na anterior edição da “Vida Económica”, estava incompleto. De facto, encon-trava-se em falta a publicação da expressão “seguinte fórmula: PF = 0,35A + 0,25B + 0,40C”. Pelo lapso pedimos as nossas sinceras desculpas à Sibec, em particular, e aos leitores, em geral.

RECTIFICAçãO

O Governo está a seguir estratégias erradas quanto ao sector da construção, em particular, e à economia, em geral. José de Matos, secre-tário-geral da Associação Portuguesa de Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC), fala em grandes projectos não reprodutivos e numa fiscalidade comple-tamente desadequada da re-alidade do mercado. Rejeita qualquer “lobby do betão”, ao contrário do que por ve-zes se afirma.

Para o dirigente associati-vo, a preocupação deveria ser avançar com projectos priori-tário, como o desenvolvimen-to dos portos ou as ligações ferroviárias de mercadorias.

“As obras prioritárias são mais baratas e já poderiam ter sido iniciadas. Apostar em projec-tos de luxo, como o TGV ou o novo aeroporto, é um erro de graves consequências. Para além de os projectos estarem atrasados, não terão o retor-no financeiro adequado aos elevados investimentos, para mais num país que está à bei-ra da falência.”

Quanto ao lobby do be-tão, mais não é que uma falsa questão. As empresas de construção querem obra, mas elas têm que existir e devem ser pagas. Ora, nada disto se verifica. Entretanto, várias empresas vão fechan-do as suas portas. “Um dos grandes problemas que con-

tinuam a colocar-se é que o poder político não faz a mí-nima ideia de qual é a reali-dade do mercado, neste caso da construção. A legislação é publicada sem ter em con-ta o que se passa de facto”, adiantou à “Vida Económi-ca” José de Matos.

Relativamente à fiscalida-de, “as asneiras continuam a suceder-se. O IVA mantém-se elevado e a descida de um ponto não vai reflectir-se na conjuntura. Aliás, esse 1% acaba por ser comido pelo

aumento dos preços dos ma-teriais de construção”. Os principais impostos que reca-em sobre o imobiliário estão claramente desadequados. E, como se não bastasse, a Lei do Arrendamento revela-se um verdadeiro fiasco. Não existe liquidez para inves-tir na renovação do parque habitacional. “A realidade é que a economia está a mor-rer, em resultado de políticas fiscais que não são realistas”, concluiu o secretário-geral da APCMC.

Teleperformance expande actividade no mercado nacional

Na sequência da estratégia de crescimento, a Teleperformace Por-tugal vai abrir o seu terceiro “con-tact center” em Lisboa. Trata-se de um investimento de quase 1,5 milhões de euros, que permitirá aumentar a capacidade operacional em 270 posições de atendimento, numa fase inicial, com possibilida-de de expansão imediata até às 700 posições. Em quatro anos, a em-presa quadruplicou a sua dimensão no mercado nacional, por via de investimentos em novas platafor-mas, em formação e qualificação dos quadros.

Garland passa a cobrir mais zonas na Europa

A Garland Trânsitos passou a as-segurar a cobertura de mais territó-rio europeu. A transportadora esta-beleceu protocolos de colaboração com os operadores irlandês Irish Shipping & Transport e o francês Transports Peronnet.

A linha desenvolvida com a IST disponibiliza uma ligação semanal directa com Dublin, via camião. É evitado o transbordo em Inglaterra. O novo serviço completa a oferta da Garland na grupagem, colo-cando-a numa posição de maior competitividade na área de trân-sitos. Quanto ao protocolo com a Transports Peronnet, a Garland Trânsitos aumenta, de forma subs-tancial, a respectiva intervenção em território francês.

Vicaima investe na formação

O Instituto Vicaima de Valores e Competências, centro de formação da empresa produtora de portas interiores, vai investir 1,2 milhões de euros, este ano, em 13 mil ho-ras de formação e no lançamento de uma plataforma de e-learning. O instituto foi criado para tornar a formação transversal a toda a or-ganização.

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A Comunidade Portuária de Lisboa mostrou-se sa-tifeita com as correcções introduzidas pelo Governo à gestão da zona ribeiri-nha. A CPL contestava a possibilidade de a gestão dar lugar à especulação imobiliária e não acaute-lar a protecção de direitos e interesses necessários ao desenvolvimento dos serviços e das activida-des portuárias. O diploma agora publicado estabele-ce mecanismos de con-trolo e de fiscalização.Desde que foi desenca-deado este processo, a Comunidade Portuária de Lisboa bateu-se por garantir que a actual ac-tividade portuária não seria minimamente afec-tada, por assegurar que seriam acauteladas as condições necessárias à futura expansão do Por-to de Lisboa e impedir as

“tentadoras mais-valias” geradas pela especula-ção imobiliária, de acor-do com aquela entidade. O diploma contempla soluções que acautelam, em grande parte, as preo-cupações colocadas pela CPL.Os seus responsáveis elo-giaram a intervenção do presidente da República, considerando que a sua intervenção foi determi-nante para evitar que a gestão de toda a zona ribeirinha fosse entre-gue à autarquia, o que poderia resultar em con-sequências graves para as próprias populações. Houve fortes receios que a zona fosse aproveitada para obtenção de recei-ta, através da especula-ção imobiliária, aliás, à semelhança do que tem sucedido noutros pontos do país.

DiPloma Define mecanismos De controlo Para a zona riBeirinha

De lisBoa

José de Matos, secretário-geral da APCMC, avisa

Projectos megalómanos na construção vão afundar mais a economia

sexta-feira, 27 Junho de 2008pme16

“Num país que está praticamente falido, as obras de luxo e não reprodutivas são um erro muito grave”, de acordo com José de Matos.

No debate sobre o tema da atrac-ção de investimento imobiliário na cidade do Porto, que decorreu no âmbito da apresentação da 6ª edi-ção do curso de pós-graduação em Gestão Imobiliária da FEP/EGP, Rocha Antunes frisou que, mais que as dificuldades colocadas pela dimensão do território (a Área Metropolitana do Porto tem 2,6 milhões de habitantes) ou de ren-dimento e consumo declarados, ve-rifica-se “um problema de falta de comportamentos de mercado por parte de todos os seus operadores”. Entre estes, Rocha Antunes conta-biliza as autarquias, as quais “con-correm entre si para promover eu-

forias de mercado”, considera. “Isto acontece porque o «negócio» mu-nicipal passa pelo desdobramento da interpretação das regras locais”. Por essa razão, assegura, “quando o mercado for mais transparente, atrairá os melhores investidores”.

A mesma opinião foi partilha-da por Carlos Moedas, da Aguir-re Newman Cosmopolita. “Os promotores seleccionam os seus investimentos em função das mais- valias que retiram. Um mercado de investimento maduro depende da transparência e informação, e não da dimensão”. O Porto não atrai um maior volume de investimento imobiliário, sobretudo nos escritó-

rios, porque não gera “mais liqui-dez, mais transparência e menos especulação”. Ou seja, “o que um investidor quer saber é se, ao com-prar um activo, o irá monetarizar rapidamente”.

As três regras apontadas, a saber, liquidez e transparência elevadas, baixos custos de transacção e pro-cedimentos de negócio amigos do investidor, com múltiplas alternati-vas de financiamento, fazem a dife-rença pela qual, em 2007, a Suécia obteve 15 mil milhões de euros em investimento imobiliário, do qual 50% era estrangeiro, e Portugal pouco mais de mil milhões, disse Carlos Moedas.

Porto deve internacionalizar imobiliário

Num outro segmento que não o de escritórios, Francisco Rocha An-tunes mostra-se optimista quanto à capacidade de atracção de investi-mento na Baixa do Porto. Adiantan-do que, actualmente, encontra-se a gerir mais de 80 milhões de euros de investimen-tos naquela área da ci-dade, Rocha Antunes reconhece que o grande dínamo da reabilitação do centro do Porto é o turismo, com o fenó-meno das companhias aéreas de baixo custo. Apelando ao sentido criativo dos operadores deste mercado, aque-le promotor referiu que “existem já operadores ingleses que estão a construir casas para vender no Rei-no Unido, sobretudo em Gaia”.

Numa fase posterior, advoga, a atracção de um maior volume de

investimento naquela zona poderá envolver a “importação de mora-dores e ocupantes de escritórios, algo que é novo para nós mas que faz todo o sentido”, a que se jun-tariam, mais tarde, “os escritórios e armazéns da Área Metropolitana e do Norte, sendo que, no Norte do país, existem cerca de 25 milhões

de m2 de armazéns com grande potencial de internacionalização. Daí que, na sua opinião, seja neces-sário preencher aquela que será a maior lacuna do mercado: “Temos que ter “market makers”.

Marc [email protected]

“Vacancy” do mercado de escritórios aumenta ligeiramente

Imobiliário

Lisbon Prime index

A taxa de disponibilidade do mercado de escritórios, monitorizada pelo Lisbon Prime Index, aumentou face ao quarto trimestre de 2007, fixando-se nos 7,57%. Esta taxa, que mede, em percentagem, a disponi-bilidade de espaços para arrendamento no universo total de espaços exis-tentes com esta finalidade, apresentou nos últimos anos valores bastante baixos, sendo mesmo inferior aos dez por cento desde meados de 2007.

A falta de novos projectos imobiliários destinados ao sector dos escri-tórios que respondam ao aumento da procura, comprovada pela subida da absorção bruta, explica os valores bastantes baixos desta taxa que só encontra paralelo no ano de 2003.

Este aumento da “vacancy” não é homogéneo em todo o mercado, o aumento da disponibilidade no corredor Miraflores Porto Salvo e na

zona do Parque das Nações é mais significativo que a descida da mesma nas zonas “prime” da cidade de Lisboa, onde os espaços para arrenda-mento continuam cada vez mais escassos.

Esta tendência heterogénea para o comportamento da “vacancy” po-derá manter-se ou até agravar-se devido ao pipeline em construção que se prepara para entrar no mercado de escritórios. A zona “prime” conta com projectos que rondam os 9 mil m2, enquanto o Parque das Nações e o Corredor Miraflores – Porto Salvo somam mais de cem mil m2, dos quais 65 mil do projecto do Office Park Expo estão já com acordo de colocação ao Ministério da Justiça. Estes dois eixos do mercado são de resto os únicos onde se tem verificado o aparecimento de grandes empre-endimentos destinados à instalação de empresas.

Proibidaa reprodução

do

LISBON PRIME INDEX

Norte do país tem cerca de 25 milhões de m2

de armazéns com potencial

de internacionalização

ULI Portugal gere actualmente mais

de 80 milhões de euros de investimentos na Baixa do Porto

Considerações tecidas na apresentação da pós-graduação em Gestão Imobiliária da FEP/EGP

Atracção de investimento requer informação e transparência do mercado

www.chamartinimobiliaria.comTel.: (+351) 218 912 416

Residencial · Escritórios ·SHOPPING

sexta-feira, 27 Junho de 2008 17

O mercado imobiliário do Porto não atrai mais investimento porque “não existe informação organizada do mercado” que permita implementar ”uma estratégia de desenvolvimento imobiliário”. De acordo com o promotor Francisco Rocha Antunes, da ULI Portugal, o mercado do Porto “é pouco racional”, sobretudo quando se trata do segmento de escritórios, onde “não existe uma normalização das rendas praticadas na cidade”.

Em representação da General Motors, a CB Ri-chard Ellis vendeu à Turi-projecto a segunda parcela do terreno que alberga as

antigas instalações da fá-brica da Opel na Azam-buja. Com uma área total de 127.500 m², esta par-

cela de terreno conta com uma frente de exposição para a EN 3. O contrato celebrado determina que a General Motors se mante-

rá, por um prazo de cinco anos, como ocupante do terreno, utilizando a pro-priedade como zona de ar-

mazenagem e preparação de automóveis.

O património alienado pela General Motors nas duas fases, compreende uma área total de cerca de 225.000 m², onde a Turi-projecto tem planos para construir um novo parque industrial, que representa um investimento previsto em cerca de 82,5 milhões de euros. No futuro, de-verão aí instalar-se 49 em-presas, que vão ocupar uma área de mais de 109 000 m² de construção, dando origem à criação de 1380 novos postos de trabalho. A construção deste “Par-que Eco-Industrial” deverá estar concluída no prazo de cerca de quatro anos e meio.

O Grupo Inland apre-sentou o seu primeiro projecto de reabilitação

urbana, um investimento de 19 milhões de euros que assinala a sua estreia

neste segmento imobi-liário. De acordo com o administrador do Gru-po Inland, Tiago Vieira, “esta é a nossa primeira aposta na reabilitação ur-bana, o que se deve à sua localização, numa área classificada pelo PDM como uma ‘Área Histó-rica Habitacional’”, no centro histórico de Lis-boa, no bairro de Santa Catarina, junto ao Chia-do.

Assinado pelo arqui-tecto João Carrilho da Graça, o Condomínio Privado Santa Catarina é

constituído por um con-junto de 19 habitações, nas tipologias T1 a T5. Inclui ainda um logra-douro com relvado, uma piscina exterior, sauna, estacionamento privativo com 35 lugares e dois es-paços comerciais.

“Temos a oportuni-dade de desenvolver um projecto com um arqui-tecto de renome, o João Luís Carrilho da Graça, que privilegiou as exi-gentes necessidades con-temporâneas num espaço que recupera as vivências do passado”.

De referir ainda, muito em-bora, face ao referido pelo lei-tor, nos pareça que tal não será o caso, que se um muro sustentar, em toda a sua largura, qualquer construção que exista só de um dos lados, se presume que este pertence exclusivamente ao dono da construção.

Para verificar, pois, se o muro é ou não comum e na falta de ou-tros meios de prova, o leitor terá que verificar se algum dos sinais supra mencionados se verificam no caso em questão.

Caso se verifiquem e indiciem que a propriedade do muro é ex-clusiva do prédio do leitor, este poderá usar o muro como seu único proprietário.

Se tais sinais indiciarem a pro-priedade exclusiva do vizinho so-bre o muro, o leitor não poderá

utilizá-lo, a não ser com autoriza-ção do vizinho.

Caso não se verifiquem os in-dícios de propriedade exclusiva, com base na presunção de comu-nhão do muro, qualquer dos con-sortes tem a faculdade de sobre ele edificar e de nele introduzir traves ou barrotes.

Neste caso, se o muro tiver es-pessura superior a 5 decímetros, a referida colocação de traves ou barrotes não poderá ultrapassar o meio da parede ou do muro. Se a espessura for inferior a 5 decíme-tros, não tem lugar esta restrição.

De acordo com o disposto na lei, a parede ou muro divisório entre dois edifícios, entre prédios rústicos ou entre pátios e quintais de prédios urbanos, se não hou-ver sinal em contrário, presume-se comum.

Um dos sinais que excluem a presunção de comunhão é a existência de espigão em ladeira só para um lado, presumindo-se, neste caso, que o muro pertence ao prédio para cujo lado a mesma se inclina.

Outro dos sinais que afastam a presunção de comunhão é a exis-tência, só de um lado do muro, de cachorros de pedra salientes encravados em toda a sua largura, caso em que o muro pertencerá, apenas ao dono do prédio de cujo lado se encontrem os referidos cachorros.

O facto de o prédio contíguo não estar igualmente murado pe-los outros lados poderá também afastar a presunção de comunhão do muro.

Legal & Imobiliário

MARIA DOS ANJOS GUERRAAdvogada

Ae não houver sinal em contrário,

presume-se comum.

Direito de propriedade

Muro divisório de prédios urbanos“Acabo de comprar uma vivenda que pretendo restaurar e eventu-almente construir uns anexos de apoio à casa. Para o efeito dava-me jeito aproveitar o muro que separa o jardim da minha casa da casa do vizinho, mas não sei se o muro é meu. Já perguntei ao anterior proprietário quem tinha construído o muro e ele também não sabia. Como não quero criar conflitos com a vizinhança, gostaria de saber se há algum meio legal que me permita saber quem é o proprietário do muro.

sexta-feira, 27 Junho de 2008imobiliário18

Grupo Inland estreia-se na reabilitação urbana com projecto de 19 milhões de euros

Turiprojecto compra segunda parcela das antigas instalações Opel Azambuja

Investimento imobiliário em Portugal atinge os 315 milhões no primeiro trimestre

O Convento das Bernardas, em Tavira, vai ser transforma-do num condomínio de luxo, num projecto idealizado pelo arquitecto Souto Moura e promovido pelo Grupo En-treposto. Designado Conven-to das Bernardas Residence, este projecto resultará da re-abilitação de um convento quinhentista, actualmente em ruínas, “sendo das pou-cas recuperações em Portu-gal de um convento para fins residenciais, e não para fins turísticos”, destacam os pro-motores.

Com conclusão prevista para 2010, a construção deve-rá arrancar no segundo semes-tre de 2008. O projecto prevê a criação de 78 apartamentos

e “lofts”, que serão comercia-lizados pela Garvetur, a um preço médio de 3.200 J/ m². Com áreas entre os 79,5 e os 99 m², os apartamentos T0 se-rão comercializados com pre-ços entre os 200 000 e os 300 000 euros

Na sessão de apresentação deste complexo, Souto Moura afirmou que, “quando se fala em edifícios históricos, há uma espécie de sacralização sobre o património”, enfatizando que, sempre que se avança com a ideia de recuperar um edifício, “há sempre aquela tentação, aquele lugar-comum – é mos-teiro, faz-se uma pousada, ou cultura”, rematando que “eu penso de maneira diferente, o que é preciso é bom senso”.

Souto Moura transforma convento de Tavira em apartamentos de luxo

O volume total de in-vestimento imobiliário em Portugal no primeiro tri-mestre de 2008 atingiu os 315 milhões de euros, tra-duzindo um ligeiro cresci-mento face ao valor inves-tido no último trimestre de 2007. Esta informação foi revelada pela DTZ, no último estudo “European Quarterly”, no qual chama ainda a atenção para o fac-to de que a principal tran-sacção do mercado portu-guês consistiu na aquisição do portefólio composto pelo Hotel Penina Golf & Resort, Hotel Dona Filipa e Golfe Course San Lou-renzo, protagonizada pelo grupo JJW Hotels & re-sorts.

Uma das conclusões da-quele documento aponta para o facto de, “apesar de as restrições à liquidez nos

mercados de crédito inter-nacionais terem exponen-ciado a redução do inves-timento no Reino Unido no final de 2007, outros mercados europeus de in-vestimento mostraram-se menos permeáveis às osci-lações dos mercados inter-nacionais de crédito”.

Contudo, e enquanto os volumes de transacção no Reino Unido parecem ter estabilizado no primeiro

trimestre de 2008, dados recentes sugerem um de-clínio marcante em alguns mercados europeus. Atin-gindo um total de 38 mil milhões de euros, o volume de investimento total na Europa caiu 18% no pri-meiro trimestre de 2008, quando comparado com o mesmo período de 2007, com particular destaque nos mercados francês e ale-mão.

Já pensou no telemóvel como um instru-mento de publicidade? Se já, tem, agora, a tarefa facilitada. É que a Heylife, empresa especializada em conteúdos digitais inte-ractivos para dispositivos móveis, acaba de lançar o portal Moodbe. Este apresentado como o “primeiro marketplace português para publicidade no telemóvel”.

No novo portal, explica a empresa em comunicado, consumidores e anunciantes definem “targets” de interesse e interagem entre si, através de telemóvel e internet mobile. E como é que isto funciona na prática? Ora, em primeiro lugar, os utili-zadores de um dado terminal registam-se

no portal, indicando, de seguida, as áreas - estamos a falar de 165 temas diferentes - em relação às quais pretendem receber in-formação. Estes poderão ainda escolher o horário em que vão ter acesso a estas men-sagens, bem como a respectiva quantidade semanal. Quanto ao seu formato, estamos, claro está, perante um conjunto alargado de possibilidades: mensagens escritas, men-sagens multimédia, de voz. A estas, temos ainda que acrescentar as ligações para sítios Wap, os quais permitem o descarregamen-to de conteúdos, bem como a resposta a inquéritos.

O consumidor, esse, ganha ainda pontos

por cada mensagem recebida e por cada interacção que efectua com a marca. Estes podem ser rebatidos no catálogo de pré-mios do sítio sem encargos para o consu-midor.

Mas, como um mercado não se faz, ape-nas, de clientes, há também que falar dos anunciantes. Aqui, a Heylife fala que cabe a estes a definição do segmento alvo, bem como o preço de contacto. Este, como se-ria de esperar, oscila de acordo com o tipo de filtros e o meio, através do qual se pre-tende chegar ao cliente. “Muitas das me-cânicas de contacto disponíveis através do portal Moodbe poderão ainda sugerir uma resposta por parte do cliente ou a oferta de um brinde/promoção com vista à sua fide-lização e posterior contacto personalizado”, podemos ler em comunicado.

Os primeiros clientes do Moodle

Quem são as empresas já registadas no Moodle? Aqui, a Heylife fala de marcas como a Lusomundo, o Casino Lisboa, o Licor Beirão, as Horas Vagas ou a WWE. O portal, esse, possui já 35 mil utilizadores inscritos. As suas preferências? A empresa criadora do conceito fala do cinema, se-guindo-se os telemóveis e ainda informa-ção sobre férias e fins-de-semana. Quanto ao escalão etário, estamos a falar de pessoas de todas as idades, sendo que a faixa dos 25 aos 34 e dos 35 aos 44 representa 70% dos utilizadores.

Uma atenção particular a um mercado também ele particular. É isto que acaba de fazer a Colt Telecom ao lançar, como dizem, a “primeira oferta completa especialmente criada para pequenas e médias empresas na Europa”. Esta dá pelo nome de “Colt Ex-perience” e divide-se, podemos dizê-lo, em três partes: a “Collaborate More” – serviços profissionais de consultoria –, a “Create More”, serviços e produtos específicos para PME, e ainda a “Care More”. Esta última ligada, como afirmam, a um elevado nível de “costumer care”.

“O lançamento da Colt Experience é uma clara evidência de que percebemos as necessidades de todos os nossos clien-tes PME. Sabemos que eles querem muito mais do que, apenas, tecnologia e produ-tos. Querem construir relações a longo prazo com os seus fornecedores de comu-nicações que ofereçam soluções completas apoiadas numa experiência de consultoria e de acordos de prestação de serviços que correspondam às suas necessidades particu-lares de negócio”, destaca Rakesh Bhasin, Chief Executive Officer da Colt. “Com a Colt, é isso que irão ter”, diz em jeito de conclusão.

Falemos, então, um pouco mais em por-menor desta solução. Em relação ao “Colla-borate More”, uma das suas componentes, convém dizer que se trata de uma solução que vai oferecer aos clientes total acesso aos serviços profissionais de consultoria da Colt. Estes, como diz o operador, podem ser “usados, por exemplo, na criação e pro-visão de soluções de segurança completas”.

Sobre o “Create More” ficámos a saber que os “clientes podem escolher desde pre-ços fixos a pacotes de negócios pré-con-figurados que oferecem soluções para as suas quatro necessidades chave de negócio, nomeadamente de acesso, de segurança, de

back-up e ainda de mensagem”. Ou ainda ter soluções construídas, a partir do por-tefólio de serviços Colt, este, por sua vez, agrupado à volta de seis áreas de negócio diferentes, ou seja, a internet business, as redes privadas, aplicações, infra-estruturas de tecnologias de informação e voz.

Mas ainda nos falta dar a conhecer o “Care More”. Aqui, as palavras da Colt apontam para acordos de prestação stan-dard e premium ligados a um dado pro-jecto, respectivo serviço e ainda à gestão de falhas. “Os acordos de prestação de serviço estão escritos em linguagem acessível, são de fácil entendimento e oferecem objec-tivos específicos de entrega”, podemos ler em comunicado. Já o acordo premium vem com a garantia de entrega nos prazos definidos. Algo que a não acontecer dá azo a penalidades.

Colt possui, entre as PME, 42 mil clientes

Um serviço que chega a 13 países europeus. Onde está presente a Colt Telecom, também está o seu “Colt Ex-perience”. Algo que este operador con-segue levar a cabo através da sua força de vendas directa ou dos seus 650 parceiros de canal. O sucesso deste lançamento poderá estar desde já garantido. É que a Colt Telecom fala da existência, entre as PME, de 42 mil clientes. “A nature-za “pick and mix” da Colt Experience PME permite à Colt oferecer soluções desenhadas à medida das necessidades do cliente”, destacam por último.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

Operador cria solução específica para este segmento de mercado

Colt com os olhos postos nas PMEVodafone lança tarifário dirigido

às pessoas com necessidades

especiaisLançar tarifários a pensar nas pessoas

com necessidades especiais, é esta uma das últimas propostas da Vodafone.

A novidade dá pelo nome de Vodafone Say Net ADSL e contempla, como afirma o operador em comunicado, “um desconto de 50% na assinatura do Plano Vadafone Casa Duplex ADSL 24 MB”. Mas não só. A isto temos que acrescentar os 60 GB de tráfego incluído e velocidades, até 24 MB. Algo que, traduzido em euros, significa que os beneficiários deste tarifário vão pa-gar, somente, por mês, 19,95 euros.

“Por outro lado, em complemento ao lançamento destes tarifários, a Vodafone desenvolveu um programa específico de formação comportamental junto do seu Serviço de Apoio a Clientes destinado a assegurar um atendimento adequa-do às necessidades destes utilizadores”, destacam. Resta dizer que da oferta da Vodafone fazem parte outros tarifários, podemos dizê-lo, ‘especiais’, como por exemplo, o Vodafone Say Voz e o Voda-fone Say Net.

Meo ultrapassa os 100 mil clientes

O Meo, o serviço de televisão por subs-crição da Portugal Telecom, superou já os 100 mil clientes. “A base de clientes do Meo já representa 15% dos clientes ADSL e 3,7% das linhas geradoras de trá-fego da Portugal Telecom”, podemos ler em comunicado de imprensa. E as boas notícias não ficam por aqui. Pelo menos, é isso que a PT transmite quando afirma que “as adições líquidas no trimestre fo-ram, até à data, superiores a 53 mil, mais do que duplicando as adições líquidas ob-tidas no primeiro trimestre de 2008”. O que está na base desta evolução?

A Portugal Telecom destaca a abrangente “oferta de conteúdos, com mais de 100 ca-nais disponíveis e flexibilidade na escolha dos canais, os quais podem ser subscritos directamente na televisão” e isto em tempo real. A isto, diz ainda a PT, podemos acres-centar o acesso a um conjunto de facilida-des avançadas tais como a gravação digital, a pausa TV ou o catálogo de vídeo-on-de-mand com mais de mil títulos e canais de alta definição.

Optimus e RIM apresentam serviço a pensar nas empresas de menor dimensão Mais um serviço que surge no mercado a

pensar nas PME e particulares. Os autores são a Optimus e a RIM e a novidade dá pelo nome de BlackBerry Internet Service. O que traz de diferente? Aqui, podemos dizer que um acesso mais fácil ao correio electrónico e internet.

“O BlackBerry Internet Service permite aos utilizadores acederem, até 10 contas de correio electrónico quer corporativo quer pessoal, a partir de um único dispositi-vo”, podemos ler em comunicado de im-prensa. Lembramos ainda que este serviço chega ao mercado com um pacote de 100 MB, sem restrições e com uma mensalida-de fixa, sendo ainda compatível como os smartphones BlackBerry Pearl 8100 e o BlackBerry 8800. Se o primeiro se destaca por coisas como a câmara digital integrada, a memória expansível ou as capacidades multimédia, já o segundo tem como prin-cipais características o sistema de orienta-ção geográfica, bem como a agenda e apli-cações de dados corporativos.

Há um número crescente de operadores a apresentar soluções dirigidas às PME. Temos o exemplo da Colt, que acaba de fazê-lo, através da denominada “Colt Experience”. Esta, como

dizem, vai para além da tecnologia, e apresenta-se como algo capaz de servir as diferentes necessidades dos clientes. Estamos, por exemplo, a falar da consultoria ou da prestação de serviços.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 19tElECOMuniCaçõEs

Os telemóveis como ferramentas de publicidade

Tenho um negócio no qual trabalham os meus dois filhos, sendo que o terceiro ainda não trabalha, visto que ainda não terminou os seus estudos. O mais velho é mais aplicado: de facto, já há uns anos e quando eu estive doente e tive de me afastar da empresa ele deixou durante algum tempo os seus estudos universitários e assegurou a continuação do negócio. Estou a pensar em começar a preparar a sucessão. Pensei em deixar a este filho a maioria das acções para que possa liderar sem entraves e de acordo com os seus critérios. De qualquer forma, os outros dois também falam em trabalhar na empresa da família (o do meio, como referi, já o faz). Falei com um assessor, mas, quando lhe disse que queria deixar tudo preparado mas que não queria que eles soubessem, este não concordou. Gostaria de saber a sua opinião sobre as minhas intenções.

Efectivamente, parece-nos um erro querer gerir mesmo quando já cá não estivermos, e não vale a pena tentarmos disfarçar, este é realmente o seu objectivo quando pensa em deixar tudo bem definido e preparado para o futuro, mas sem contar com as pessoas que realmente irão “escrever” esse futuro. Mas as decisões que tomamos no lugar de outras pessoas não as vinculam e quando elas tiverem de agir vão-se sentir totalmente livres para o fazer, desobedecendo às ordens ou desejos de quem não os consultou, visto que essa pessoa já não tem capacidade de influência.O seu segundo filho já trabalha na empresa, e refere que o terceiro também pensa fazê-lo. Não pode enganá-los. Eles têm a percepção de trabalhar na empresa familiar (já que lhe pertence ou até certo ponto pertencerá). O seu sentimento de posse e propriedade é totalmente diferente do que teriam se trabalhassem numa empresa externa. Se a sua intenção é, através da futura propriedade, beneficiar claramente um dos herdeiros devido à sua anterior vinculação na gestão, que é o que me parece, julgo não só conveniente e recomendável como também totalmente imprescindível que os restantes saibam. Assim, poderão agora tomar a decisão que lhes pareça mais conveniente para o seu futuro. Se fizer de outra forma, estará a criar todos os ingredientes para que, dentro de alguns anos, haja um conflito de difícil solução entre eles. Não podemos brincar com as suas expectativas. Eles são parte do problema e logo devem participar na solução.

sexta-feira, 27 Junho de 2008EMPRESAS FAMILIARES20

Consultório da empresa familiar

Envie-nos as suas questões [email protected]

Uma das principais, senão mesmo a fun-damental, revolução social verificada no século XX foi o espectacular aumento da esperança de vida. A alimentação, hábitos de vida e, principalmente, os desenvolvi-mentos na medicina permitiram que hoje em dia uma pessoa com 60, 70 ou mesmo 80 anos goze de excelentes capacidades físicas e psicológicas.

É obvio que uma pessoa com estas características, e que profissionalmente se tenha dedicado ao mundo empresarial, pode repre-sentar um importante con-tributo fruto da experiência acumulada. Todavia, uma permanência muito longa na empresa pode afectar a transmissão de gerações, atrasando-a de forma pre-judicial ou mesmo fazendo com que esta transmissão dê lugar ao falecimento da organização.

Quais são as razões que impedem alguém, o fun-dador por exemplo, de se

reformar, dando lugar às novas gerações? Podemos agrupá-las em quatro tipos:

- Motivos relacionados com o dinheiro/pa-trimónio: o fundador sente receio perante a possibilidade de se reformar que isso repre-sente a perda de importantes receitas, ou mesmo do património que é o sustento quer do seu futuro quer do seu cônjuge. Quando

trabalhamos com as famílias empresariais encontramos frequentemente pensamentos do género; “…bem, estou disposto a refor-mar-me e deixar a empresa nas suas mãos, mas e se a afundarem, como é que me pro-tejo?...” (a venda poderia ser uma opção nesta situação, nas próximas semanas dedi-caremos um artigo a esta possibilidade).

- Motivos relacionados com o poder: para aquelas pessoas com ambição de poder, perdê-lo torna-se muito complexo. O medo de perder uma posição ou estatuto social relevante pode fazer com que se atrase a su-cessão para além do que seria razoável.

- Motivos relacionados com a ocupação do tempo: se somos muito activos e esta-mos há vários anos totalmente dedicados à empresa, a reforma pode significar uma experiência muito negativa. Sentir-se deso-cupado, vazio e inútil acelera o processo de envelhecimento. Se o nosso leitor não sabe onde ocupar o seu tempo, terá mais resistência em sair da empresa: a empresa é a sua vida.

- Motivos relacionados com medos/in-certezas resultantes de uma falta de pla-neamento do processo de sucessão: neste

tópico incluímos todos aqueles temas re-lacionados com a falta de preparação dos filhos (falta de formação, de conhecimento da empresa, de experiência em gestão…), com a incerteza de como empreender a transmissão da sucessão (quem, como, quando…), o medo do choque intergera-cional, o aparecimento de problemas que antes não existiam (ou que nunca tinham chegado à superfície) …

Então, o que fazer para não prejudicar a empresa e a família? Devemos reflectir sobre as realidades anteriormente referidas, assu-mindo aqueles aspectos que condicionam a nossa actuação de forma prejudicial (actual ou potencial), impedindo a mudança.

O melhor caminho é recorrer a profissio-nais especializados nesta área, desenhar e desenvolver o mais rapidamente possível um processo de planeamento da mudan-ça geracional, processo que, quando bem empreendido, deve permitir a entrada das novas gerações ao mesmo tempo que pro-cura minimizar os aspectos anteriormente referidos. Apenas desta forma poderemos garantir o envolvimento de todos e o êxito do processo sucessório.

Com que idade devo reformar-me?

Especialistas na Consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares

www.efconsulting.esSantiago Compostela – Valencia – Porto

[email protected]

Jesus e Francisco Negreira del Rio.Professores da Escuela de Negocios Caixanova

O nosso objectivo é mudar o destino da Empresa Familiar

DestinatáriosAccionistas, gestores ou quadros superiores de Empresas Familiares; e membros de famílias empresárias (a trabalhar ou não na empresa).

Objectivos Gerais• Compreender as especificidades da Empresa Familiar;• Conhecer o Protocolo Familiar e a sua importância para a empresa

e família;• Desenvolver um modelo de implementação de um Protocolo

Familiar.

Programa• A importância e especificidades da Empresa Familiar;• O bom governo da empresa e da família;• A propriedade da empresa e a relação família-empresa;• As gerações familiares e suas especificidades;• A sucessão na Empresa Familiar;• A estrutura dum Protocolo Familiar;• Um modelo de implementação do Protocolo Familiar.

FormadorAntónio Nogueira da CostaSócio e consultor da EF-consulting, empresa especializada em consultoria a empresas familiares em Espanha e Portugal. Doutorando em Gestão com tese na área da sucessão das empresas familiares, Executive MBA e Programa de Alta Dirección da Escuela de Negocios Caixanova. Experiência profissional nas áreas de gestão e marketing, áreas em que é professor em diversas instituições do ensino superior e escolas de negócios.

Porto17 Julho HotelDom Henrique

Lisboa24 JulhoHotel Plaza

Duração8 horas

Preço425 GAssin. 340 G

IncluiCoffee-breaks, almoço, documentaçãoe livro:“Eu não vendi.Não o façam vocês”

O Protocolo FamiliarEstrutura e um modelo de implementação

Do provérbio “Pai rico, filho nobre, neto pobre” à análise“... De cada 100 empresas familiares que alcançam a 2ª geração apenas 30 sobrevivem e, destas, apenas 15 continuam activas na 3ª geração.”Dyer, W.G.

Para mais informações sobre formações agendadas ou para solicitar um plano de formação para a sua empresa visite-nos em: www.vidaeconomica.pt ou contacte-nos Lisbeth Ferreira - Telef.: 22 33 99 456 • Fax: 22 205 80 98 • Email: [email protected]

cursO

Realização conjunta:

VidaEconómica

Coordenador executivo para a promoção da segurança e saúde no trabalho, Luís Lopes, fala da estratégia nacional nessa área traçada até 2012

Estatísticas não revelam a realidade dos acidentes de trabalho em PortugalEm Portugal, “ao nível dos acidentes de trabalho temos, pelo menos, quatro estatísticas”. Todas diferentes, mas todas correctas, “do ponto de vista de quem as emite”, adverte Luís Lopes, em entrevista à “Vida Económica” à margem de um seminário, em Coimbra, sobre segurança e saúde no trabalho. Há um problema comum: “nenhuma das estatísticas representa a realidade dos números”.

VE – O senhor é o coordena-dor executivo para a promoção da segurança e saúde no traba-lho, após a fusão entre a ACT e o ISHST. Já é possível fazer um balanço do trabalho deste pri-meiro ano na área da segurança e saúde no trabalho?

Luís Nascimento Lopes – Estou cada vez mais convencido de que o modelo que reúne de novo pre-venção, promoção e inspecção é o correcto. São dois lados da mesma moeda, não podem viver separados e exigem uma articulação e um tra-balho enorme entre a prevenção e a inspecção. Não faz sentido falar em inspecção se não tiver havido pre-venção e não faz sentido falar em prevenção se não houver inspecção. Quanto ao balanço, acho que ainda é um pouco cedo, porque ele só se deve fazer quando já houver algum lastro. O que lhe posso dizer é que há coisas em que já se avançou mui-to.

VE – Em que aspectos?LNL – Nomeadamente, o termos

hoje uma estratégia nacional para a segurança e saúde no trabalho, que nunca tínhamos tido. Tínhamos tido acordos com os parceiros so-ciais, tínhamos, inclusive, num acordo de concertação estratégica de 1996, havia algumas medidas na área da segurança e saúde no tra-balho, mas verdadeiramente nunca houve uma estratégia nacional nes-sa área.

VE – Mas esta estratégia é a adaptação para Portugal de uma estratégia europeia, definida para 2007-2012, certo?

LNL – Poder-me-á dizer isso, que a estratégia nacional decorre da estratégia europeia, que obriga cada Estado-membro a ter a sua estraté-gia nacional. Mas essa é uma parte da verdade, porque a outra parte é que fomos dos primeiros Estados-Membros a elaborar a nossa pró-

pria estratégia. Talvez não saiba que metade dos estados-membros ainda não tem a sua estratégia nacional e nós já temos.

VE – Mesmo com um ano de atraso, dado que a estratégia europeia foi definida para 2007-2012.

LNL – Sim, mas repare: não se pode fazer a estratégia europeia e no dia seguinte estar a fazer a estratégia nacional. Convém que se diga que a estratégia europeia surgiu – eu não gosto do termo porque pode levar a más interpretações – através de uma certa imposição, porque não foi previamente discutida com os parceiros sociais. Foi apresentada pela Comissão Europeia e só nesse dia é que os estados-membros e os parceiros sociais tiveram conheci-mento dessa estratégia. Foi necessá-rio algum tempo para a digerir, para se fazer a sua adaptação à realidade nacional. A pior coisa que podería-mos ter feito era uma tradução da estratégia europeia e dizer ‘isto ago-ra é a estratégia nacional’.

VE – Houve, então, um traba-lho prévio de audição dos parcei-ros sociais?

LNL – Ah, sim, foi amplamente debatida, com todos os parceiro-sem sede de Conselho Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho [CNSST]. Não deixamos de aco-lher nenhum contributo. Depois, a estratégia foi levada a Conselho de Ministros, o que é um reforço, porque amarra, no bom sentido, todos os ministérios à sua reali-zação. Mas a nossa estratégia tem outra particularidade: foi aprovada pelo CNSST em Dezembro e, em Fevereiro, o Parlamento Europeu emitiu uma resolução, histórica, na qual levantava uma série de ques-tões que tinham ficado muito vagas na estratégia europeia. Ora, a nossa estratégia já dava respostas a muitas destas questões que o Parlamento Europeu, dois meses mais tarde, veio levantar.

VE – Que questões?LNL – Olhe, um exemplo fla-

grante: na estratégia comunitária há uma ausência muito visível ao nível das doenças profissionais. Há um centrar muito grande nos acidentes de trabalho e uma desvalorização, quiçá não deliberada [das doenças profissionais], se calhar resultante de a estratégia não ter sido discutida

com os parceiros. A nossa estratégia tem a preocupação de equilibrar as coisas, dizendo que a diminuição dos acidentes de trabalho é uma questão importante – e aqui a ques-tão dos 25% [na redução da taxa de acidentes de trabalho ate 2012] é uma falsa questão…

VE – Por que é que é uma falsa questão? É uma meta ambicio-sa?

LNL – Não, não é uma questão de ser uma meta ambiciosa. É uma questão de honestidade intelectual. Todos dizemos, todos, sem excep-ção, Governo, parceiros sociais, ins-tituições universitárias, que há um problema de estatística neste país. As nossas estatísticas não reflectem a realidade, sobretudo ao nível das doenças profissionais. Mas também há algumas dificuldades em termos de acidentes de trabalho.

VE – Não reflectem a realida-de no sentido em que estão su-bavaliadas?

LNL – Exactamente. Aliás, ao nível dos acidentes de trabalho, te-mos pelo menos quatro estatísticas: a da ACT, a das seguradoras, a do Ministério da Justiça e a do GEP [Gabinete de Estratégia e Planea-mento do Ministério do Trabalho], que segue para o Eurostat. São to-das diferentes, mas todas são correc-tas, do ponto de vista das entidades que as emitem, mas todas têm o problema de não representarem verdadeiramente a realidade dos números. Ora, se, por um lado, as-sumimos que aqueles números não são correctos e só revelam uma par-te da realidade, então o que é que queremos diminuir? Os 25% são para diminuir o quê? Para diminuir uma estatística que, já de si, não é verdadeira? O que é que nos inte-ressa verdadeiramente diminuir? É a estatística ou são os acidentes de trabalho? E, nesse sentido, optámos por não incluir essa percentagem.

O que a nossa estratégia diz, cor-rectamente, é que, exigimos que ao fim dos quatro anos, haja uma diminuição acentuada e sustentada dos acidentes de trabalho. Se são 25% ou 14% ou 17%, é uma ques-tão secundária.

TERESA [email protected]

“Na administração pública quase se desconhece a figura do médico do trabalho”

Em Portugal, aponta-se, amiúde, para a realidade fria dos números. Porém, em ma-téria de acidentes de trabalho e doenças pro-fissionais, os dados estatísticos, mesmo frios, não espelham a realidade.

A afirmação partiu de Luís Lopes (ver en-trevista nesta página) e é corroborada por Manuela Calado, coordenadora do Ponto

Focal Nacional da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, em decla-rações à “Vida Económica”, em Coimbra, à margem do mesmo evento.

Instada a desenvolver a afirmação de que os médicos do SNS não estão sensibilizados para o diagnóstico das doenças profissio-nais, Manuela Calado aponta o dedo: “To-

dos sabemos, da experiência de utilizadores dos serviços de saúde, que normalmente os médicos não nos perguntam qual é a nossa profissão”. Fazem, portanto, diagnósticos “incorrectos”, “incompletos”, “completa-mente ao lado da nossa profissão” e “ao lado de uma presumível doença profissional”.

Já quanto aos médicos do trabalho, a opi-nião é diferente. “Temos muito bons médi-cos do trabalho”, afirma Manuela Calado, realçando que o seu papel nas empresas “é fundamental”. E nega conhecer situações de pressão, por parte das empresas, no sentido de os mesmos não participarem acidentes, lesões ou doenças profissionais em nome da contenção de custos.

“Não tenho conhecimento desse tipo de

situações e não me parece que a classe dos médicos do trabalho seja receptiva a esse tipo de pressão. Poderá haver um ou outro, não sei”, disse aquela responsável.

O maior problema é outro: o da existência de “muito poucos médicos do trabalho”, diz Manuela Calado. Aliás, afirma, “a maioria dos trabalhadores não é abrangida pela medi-cina do trabalho”. “Esse é que é o grande pro-blema”. Instada a dizer onde é que tal mais se verifica, Manuela Calado não hesita: “nas micro e nas pequenas empresas”. “Mas não só”, disse ainda. “Na Administração Pú-blica, nos serviços centrais do Estado, nos ministérios, quase se desconhece a figura do médico do trabalho”.

TERESA [email protected]

“A maioria dos trabalhadores portugueses não é abrangida pela medicina do trabalho”, afirma Manuela Calado, coordenadora do Ponto Focal Nacional da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, em declarações à “Vida Económica”. Aliás, o Estado não dá o exemplo. “Na administração pública quase se desconhece a figura do médico do trabalho”.

“As nossas estatísticas não reflectem a realidade, sobretudo ao nível das doenças profissionais”, afirma Luís Lopes.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 21negócios e empresas

As dificuldades de actuação e de penetração, pela Autorida-de para as Condições de Traba-lho (ACT), pelos sindicatos e, até, pelas próprias associações empresariais nas micro e nas pequenas empresas são “um problema acrescido”, quer no que toca à sensibilização para a prevenção dos acidentes de trabalho e doenças profissio-nais, quer quanto à aferição do número de ocorrências nessas empresas.

Para o coordenador executivo para a promoção da segurança e saúde no trabalho há “dois ca-minhos”. “Um, que é o mais ób-vio, o mais fácil, mas se calhar o menos eficaz”, é o do “refor-ço da inspecção”. Mas se, por um lado, “isto pode e deve ser feito”, por outro “só vai resolver uma parte do problema”.

É que “fala-se muito na ine-xistência de uma cultura de prevenção, mas não podemos resumir essa inexistência ao acto inseguro do trabalhador, porque ela está também no em-presário”. Para Luís Lopes, não há dúvidas: “as necessidades de formação e sensibilização dos trabalhadores não são maio-res do que as do próprio em-pregador, sobretudo nas micro e pequenas empresas, em que o próprio empresário é também ele trabalhador”.

problemas acrescidos nas micro- empresas

Presidente do Conselho Directivo da Escola Aurélia de Sousa afirma

“Há pais que são demasiado protectores e não deixam os filhos crescer”“O ensino tem de assumir como princípios a assiduidade, a pontualidade e o trabalho” – afirma Delfina Rodrigues. A presidente do Conselho Directivo da Escola Aurélia de Sousa comentou para a “Vida Económica” vários aspectos da acção pedagógica, a propósito da vitória obtida por uma equipa de alunos no concurso internacional Play, disputado por mais de 450 equipas, na sua maioria espanholas.

A participação dos pais no processo educativo é de-sejável, mas não deve ser

excessivo. Há casos em que a sua intervenção se revela demasiado protectora, impedindo os filhos de crescerem a amadurecerem.

A Aurélia de Sousa surge nos primeiros lugares dos rankin-gs nacionais, sendo considerada uma escola pública de excelência. Concorre directamente com as melhores escolas privadas.

Vida Económica: A Auré-lia de Sousa é uma escola procurada quer pelos alunos quer por professores, devido à imagem de qualidade?

Delfina Rodrigues: É uma es-cola que também se tem revelado muito procurada por professores. Percebemos isso por colegas que gostavam de vir para cá mas não há vagas. Numa altura em que têm fechado várias escolas devido à diminuição do número de alu-nos, a Aurélia de Sousa continua a ser muito procurada. Raramen-te um professor novo consegue integrar o quadro desta escola porque as vagas têm sido ocupa-das por professores que estão aqui colocados.

VE – A escola consegue passar bons valores e estimu-lar a capacidade de iniciativa dos jovens?

DR -Acho que a nossa escola estimula muito a capacidade de iniciativa dos jovens. Mas tem de haver uma conjugação de factores. Tem de haver professores atentos a esses desafios que surgem e os

alunos devem deixar-se estimular. O papel do professor, depois, é só, por vezes, ir monitorizando. A escola enquanto organização procura dar condições.

VE – O desempenho dos alunos depende muito da ati-tude dos pais?

DR - Aqui a maioria dos pais não peca por negligência. Fre-quentemente, quando estão em causa questões de avaliação, os pais têm dificuldade em ser im-parciais. Os pais são bastante presentes na escola. Mas tam-bém sem pais e alunos empenha-dos e uma escola exigente não se consegue sucesso nenhum. O que acontece é que muitas ve-zes os pais acompanham tão de perto a vida escolar dos alunos que questionam muito as classi-ficações. Não quer dizer que não haja observações que tenham alguma pertinência e a escola é aberta e ouve.

Numa apreciação global de uma escola, o sucesso que o aluno tenha tem sempre os pais como pilar. Com pais negligentes a es-cola pode pouco. Há casos em que se consegue, mas são vitórias. Com este público, somos motiva-dos a questionar-nos.

VE – O facto de uma equipa de alunos da Aurélia de Sou-sa ter ganho o concurso Play faz com que sintam vontade de fazer mais no futuro?

DR -Estas pequenas gran-des vitórias são estimuladoras. Para o ano, quando houver este concurso, teremos uma motiva-

ção acrescida para participar. O acompanhar mesmo à distância afectivamente o trajecto dos nos-sos alunos já acontece, até porque eles regressam muito à escola. Temos a trabalhar connosco nou-tros projectos ex-alunos, que es-tão agora na Universidade.

VE – A Aurélia de Sousa tem uma imagem de qualidade e eficiência mas muitas vezes diz-se que no ensino público isso não é possível pela for-ma como o sistema está or-ganizado, nomeadamente, a eleição do Conselho Directivo pelos professores?

DR - A nossa escola é exigente com todos os que nela trabalham. Uma escola pública não conse-gue contornar todas as dificulda-des porque esta não escolhe com quem quer trabalhar. Há pessoas muito profissionais que também sentem na escola esse objectivo de excelência. Se tivesse que to-

mar alguma decisão que pudesse contrariar a vontade de um grupo de professores, tomá-la-ia.

VE – Qual a recompensa para uma escola de qualida-de?

DR - A escola trabalha para a qualidade. A recompensa está em sentir que fazemos um trabalho que é útil e que é reconhecido pe-los nossos alunos. Os afectos são a única recompensa que levamos para casa.

VE – Na melhoria do de-sempenho, o que é mais im-portante é alterar as regras do jogo ou acha que devem ser os pais, os professores e os alunos a mudar de atitude?

DR - Na minha opinião, tem de haver uma mudança de ati-tude global. Tem de se valorizar muito o ensino e a aprendizagem, tem de se trabalhar com muito mais rigor. Tem de se assumir

como princípios a assiduidade, a pontualidade e o trabalho. Tem de haver mais disciplina, mas não estou a falar de autoritarismo. A escola tem de lutar para manter um ambiente que favoreça a re-lação pedagógica, que favoreça as aprendizagens. Para se formar integralmente, as escolas têm de ter um bom nível e um bom cli-ma. A sociedade tem de deixar a escola funcionar, reconhecer que a escola tem de lutar para manter as suas regras de funcionamento e para que elas sejam cumpridas temos de ter apoio.

VE – É verdade que os me-lhores professores estão no ensino público?

DR - Essas generalizações são perigosas. Alguns professores do privado estão em regime de acu-mulação, mas são relativamente poucos. Quem é muito bom no público também o é no privado. Também conheço excelentes pro-fissionais que estão só no privado. Se é um ensino privado de qua-lidade, também procura recrutar com qualidade. Agora essa ima-gem corre porque normalmente quem quer fazer uma carreira, em princípio, prefere fazê-la no público.

Há excelentes jovens profissio-nais que sabemos que não vão encontrar colocação no público e é provável que integrem escolas privadas.

No meu tempo, não se punha a questão de fazer carreira no público ou no privado, porque a carreira se fazia no ensino públi-co, obviamente.

Isabel Godinho dirigiu equipa de alunos vencedora do Play

A competição foi renhida entre as mais de 460 equipas que disputaram o concurso Play, organizada pela Cai-

xanova.Depois de ser integrada entre os finalistas,

a equipa dirigida pela prof. Isabel Godinho, da Escola Aurélia de Sousa, foi a vencedora do concurso, suplantando as equipas espa-nholas.

A professora Isabel Godinho deu a conhe-cer o Play e esteve à disposição das equipas, apoiando-as sempre que necessário. Mas considera que as equipas revelaram autono-mia de participação.

O concurso simulou 12 anos de activida-de numa empresa de lacticínios. “Em todos os anos ficámos em primeiro. Logo tivemos que arranjar novas estratégias e pensar no que as outras quatro empresas iriam fazer” – comenta um dos alunos da equipa ven-cedora.

A primeira dificuldade talvez tenha sido no primeiro ano porque não conheciam o mercado.

“Dentro do simulador e da publicidade chegámos a conseguir vender leite a J1,50 por litro. Havia situações em que nos aper-cebemos porque é que determinada situa-

ção tinha acontecido, por exemplo, porque é que determinada empresa tinha conse-guido uma maior percentagem de pratelei-ras quando a nossa empresa oferecia mais. Conseguimos pôr em confronto todas as decisões das empresas concorrentes” – acres-centa outro dos alunos.

Após esta vitória no Play, não faltam am-bições para a vida real.

João Reis confessa a sua preferência pelo Reino Unido, por se tratar de um grande centro de decisões.

Por seu turno, Diogo Pereira, outro dos elementos da equipa vencedora, pretende tirar a licenciatura e mestrado na Faculdade de Economia do Porto e depois uma pós-graduação nos EUA.

A prof. Isabel Godinho encara com grande preocupação a recessão e a crise económica em que estamos a cair, obrigando a grandes mudanças, mesmo ao nível do ensino. Um dos factores favoráveis ao empreendedoris-mo nos EUA é a aposta desde muito cedo ao nível da educação. “Vamos ter de mudar, ao nível dos valores sociais e como encara-mos a nossa relação com o Estado. Tenho de acreditar que os jovens vão ser capazes de construir um país e de gradualmente

criarmos um ambiente de rentabilidade e de funcionamento da economia”- considera.

Esta professora concluiu o curso de Eco-nomia antes de 1974 e optou pela carreira de professora por vocação e porque um fun-cionário público tinha vantagens em termos de estabilidade de emprego. Entretanto, as coisas evoluíram e a segurança do emprego

para a vida é cada vez mais relativa. Isabel Godinho afirma que escola tem um papel importante a desempenhar. “Valorizo mui-to o conhecimento mas acho que a escola deve desenvolver um conjunto de capaci-dades nos alunos em termos de raciocínio, análise, espírito crítico e capacidade de ini-ciativa” – refere.

sexta-feira, 27 Junho de 2008negócios e empResas22

São números preocupantes, que con-firmam a precariedade em que vive uma parte significativa da população da região Porto-Tâmega. A Rede Europeia Anti-Po-breza/Portugal (REAPN) lançou os dados

e deu pistas para enfrentar as questões de pobreza e de exclusão identificadas.

Entre os mais de 20 mil desempregados, destaque para as mulheres (nos concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses as mulheres representam mais de 70% dos desempregados) e para os jovens. A estru-tura de emprego dos concelhos analisados é dominada pelo sector secundário, sendo

de destacar um baixo nível de qualificação entre os activos empregados, que chegam a representar 74% dos trabalhadores por conta de outrem. Em média, estes traba-lhadores ganham menos de 350 euros por mês, comparativamente à média do resto do país.

A escolaridade obrigatória é já uma rea-lidade nestes concelhos, mas os que pros-seguem os estudos para o secundário são ainda uma minoria. A taxa de escolariza-ção neste nível de ensino (com excepção de Amarante) continua muito abaixo das médias verificadas na Região Norte e no território nacional.

Nos concelhos analisados verificou-se também um aumento das situações de po-breza, do consumo de álcool e drogas e do endividamento das famílias.

O estudo promovido pela REAPN inci-diu sobre os concelhos de Amarante, Baião, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel, da NUT III do Tâmega, pertencentes ao dis-trito do Porto.

Mariana Pinto

Região do Tâmega tem mais de 20 mil desempregadosPopulação da região do Porto-Tâmega enfrenta graves problemas de desemprego. Em Janeiro deste ano, o número de desempregados ultrapassava os 20 mil. Jovens e mulheres são os mais afectados.

Défice comercial com Itália mantém-se elevadoA balança comercial entre Portugal e Itália mantém o desequilíbrio dos últimos anos, com os portugueses a exportarem menos de metade daquilo que importam. Em 2007, o défice da balança comercial lusa ultrapassou os 1400 milhões de euros.

Antepassados comuns, cultura e estilos de vida semelhantes, carácteres e compor-tamentos equivalentes. Portugal e Itália têm tudo isto. Mas podiam ter muito mais. Afinal, de que serve vivermos no mesmo “comprimento de onda” se “tudo isto não se traduz num estímulo para a procura mútua, para uma maior aproxi-mação?”, questiona Filippo Montera, pre-sidente da Câmara de Comércio Italiana em Portugal.

“No campo das relações de negócios o empresário italiano não se mostra inte-ressado em conhecer melhor o país e as oportunidades que este mercado oferece, tal como o mundo empresarial português não parece interessado em fazer-se conhe-cer em Itália”. É a realidade constatada por Filippo Montera, que apresentou uma análise do estado das relações comerciais entre os dois países.

Dos resultados apresentados sobressai o desequilíbrio acentuado da balança co-mercial dos dois países. De facto, a Itália continua a ter uma situação significativa-mente mais relevante em Portugal do que aquela que os portugueses têm em Itália. No ano transacto, Portugal exportou me-nos de metade daquilo que importou: 1432 milhões de euros de saída, face a 2873 milhões de euros de produtos italia-nos em Portugal.

Maioria dos produtos exportados para Itália não tem referências lusas

Acresce que a maioria dos produ-tos portugueses exportados para Itália, “quando chegam à mão dos consumi-

dores italianos, não contêm referências que possam ajudar a identificá-los como sendo produzidos em Portugal”, lembra Filippo Montera.

Automóveis, aparelhos eléctricos e me-cânicos (com 32% do total em 2007) e produtos tradicionais (produtos hortíco-las, peixe fresco, conservas, vinho do Por-to, mármore, cortiça e pasta de papel) são os artigos portugueses com mais expres-são em Itália.

Para alterar esta situação, diz Montera, é urgente “ven-cer o preconceito de que o mercado italiano é de difícil penetração”. “Os dados das importações italianas podem desmentir esta convicção, uma vez que os bens que entram em Itália são prece-dentes dos quatro cantos do mundo”, acrescenta.

É verdade que o balanço do ano tran-sacto melhorou para Portugal. As expor-tações (8,8%) cresceram mais do que as importações (6,4%), mas o cenário que o último quadrimestre de 2007 deixou não é muito animador: as saídas situaram-se abaixo dos 5% e as entradas ultrapassa-ram os 9%, fazendo antever um 2008 com balanço ainda mais negativo que o do ano passado.

A Itália é o quarto país fornecedor de Portugal, com 5,5% das importações glo-bais, sendo ultrapassada pela Espanha, Alemanha e França. Curiosamente, qua-se metade do que chega de Itália respeita a automóveis, aparelhos e equipamentos (são estes, também, os produtos que Por-tugal mais exporta).

Globalmente, a balança italiana é equilibrada

Em termos mundiais, no ano transacto, as exportações italianas cresceram 11% e as importações 6%, assinalando, definiti-vamente, uma recuperação das posições do comércio.

A indústria italiana é, sobretudo, trans-formadora, colocando problemas ao nível das matérias-primas. Entre 2004 e 2005,

o país procurou alterar o seu modelo produtivo a favor de bens de elevado conteúdo tecnológico e de maior valor acrescentado.

A balança italiana ainda não alcançou o equilibrio perfeito entre entradas e saí-das, o que fica a dever-se, es-sencialmente, à escalada do

preço dos produtos energéticos proceden-tes de áreas extra-UE. A taxa de cobertura chegou aos 98% e o défice foi de pouco mais de 9000 milhões de euros.

Em 2007, a Itália ocupou o sexto lu-gar (a par do Brasil, do Reino Unido, da França e da Rússia) no ranking das maio-res economias mundiais. Números que

levaram especialistas a retirarem à Itália o estatuto de “país em crise económica”. Mas 2008 é um ano decisivo: as eleições de Abril fizeram emergir um dos Gover-nos mais “direitistas” de Itália desde a 2ª Guerra Mundial. Esperava-se que Sil-vio Berlusconi ganhasse. Ganhou – com maioria absoluta – e está pela terceira vez no Governo italiano. Com 71 anos, o magnata dos media elegeu a reforma económica como uma das grandes priori-dades. Estimular o consumo e controlar a enorme dívida pública é o objectivo: a ver vamos que alterações pode isso trazer nas relações com Portugal.

Mariana [email protected]

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Filippo Montera, presidente da Câmara de Comércio Italiana em Portugal, acredita que é fundamental “vencer o preconceito de que o mercado italiano é de difícil penetração”.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 23neGócIos e eMpresas

Itália é o quarto maior fornecedor de Portugal

Um episódio recente en-volvendo a Central de Cer-vejas e a Unicer recuperou o conceito de “marketing de emboscada”. O conceito pa-rece remeter para salteadores ou guerrilheiros que “assal-tam” marcas poderosas que patrocinam acontecimentos ricos.

No caso do Europeu de futebol, a Super Bock pu-blicava anúncios colando-se aos sucessos da selecção, pa-trocinada pela Sagres. Ora, no marketing, a emboscada é uma ferramenta antiga que recorre a inserções alter-nativas à boleia dos grandes acontecimentos, sem pagar nada por tal associação.

O desporto é um dos cam-

pos preferidos desta jogada de marketing, potenciada, por exemplo, pelas trans-missões televisivas.

É provável que um adepto português não possa entrar num estádio suíço com um barrete do Licor Beirão ou que a segurança esteja tão atenta a facas e canivetes su-íços como à propaganda de marcas concorrentes das que pagam para ser patrocinado-res oficiais.

Mas, enfim, sempre se pode utilizar um telefone de uma qualquer marca ou ténis da concorrente da Adi-das. Não se pode é arremes-sar esses objectos para o rel-vado, para não surgirem na televisão!

Na sabedoria popular, um dos mandamentos diz que há males que vêm por bem. E, de facto, exemplos não faltam. Por exemplo, o aforismo pode-se aplicar a Filipe Vila Nova, o guru da Salsa, uma das marcas de

moda portuguesa de maior sucesso. Filipe sofreu há uns anos uma forte depressão. E agora costuma dizer que foi o melhor que lhe poderia ter acontecido.

A sua vida sofreu uma reviravolta e o empresário iniciou a cruzada do autoconhecimento e da espiritu-alidade. Tornou-se mais asceta e contemplativo, soube escolher entre o caminho do amor ou do medo.

Depois, a repetida leitura do livro “Conversas com Deus” cimentou-lhe a ideia de que as religiões ajudam a vencer os medos e a encarar o futuro com esperança. Na linha de “O Segredo”, de Rob Proctor, as suas pa-lavras-chave passaram a ser confiança e fé, acreditando que os milagres são realizáveis. Filipe tornou-se o ac-cionista de referência da Irmãos Vila Nova, a empresa que detém a Salsa, depois de acertar contas com os seus irmãos e ficar com 84% da sociedade. Endividou--se, sem hesitar.

Nos negócios, segue princípios éticos que o impe-dem de cometer os feios pecados da inveja ou da men-tira. Por exemplo, a Salsa esteve para lançar uma calça anticelulite, uma operação de marketing sem efeito prático. Filipe vetou o lançamento.

Vai ao Porto?

&ÓcioNegócios

Américo Amorim escrutina os gastos em viagens das

empresas corticeiras

Virtuosa depressão

O QUE SE DIZ

DEfIcIEntESOs contribuintes

que, em sede de IRS, beneficiam de deduções por invalidez estão na mira do círculo fiscal do Porto. A administração dis-trital escolheu para a sua campanha de inspecções este tipo de contribuintes. O objectivo é verificar se os atestados mé-dicos estão confor-mes e as deduções correctas, face ao grau de invalidez. A administração fiscal trabalha com uma grelha de risco que re-gista o tipo de factores que podem co-

locar os contribuintes na primeira linha da inspecção. Quem beneficia de abati-mentos por deficiência está sinalizado na a grelha.

VIagEnS

Não se sabe ao certo se é mito ou rea-lidade, mas a verdade é que se conta que

Américo Amorim procedeu a um balanço dos gastos com viagens efectuados no último ano pelas empresas do seu grupo corticeiro e concluiu que o valor era exagerado. Dois milhões de euros, ao que se diz. E logo ali Amorim de-cidiu criar uma “task force” interna para auditar a rubrica das viagens ao estrangeiro e avaliar que cortes podem ser feitos.

O empresário aguarda os resultados das conclusões para verificar se, de facto, pode re-duzir os custos ou se, afinal, as empresas já adoptavam contenção máxima e as via-gens efectuadas são todas es-

senciais e imprescindíveis.

Emboscada

A Salsa lança modelo de “jeans” que puxa a bunda para cima

Neste país on line, ainda há espaço para ilhas de surpresa e “non sense”. Já aqui se ti-nha abordado, a partir de um caso concreto, a tramitação processual do abate oficial de um carro que tenha ido para a sucata.

Ora, um cidadão, de Lisboa, que tenta re-gularizar a situação de um carro que com-prara há 25 anos estava quase a concluir a sua tarefa quando lhe pediram uma certidão a atestar que o extinto carro estava livre de encargos, não tinha qualquer tipo de ónus. Para isso, deslocou-se à Conservatória de Registo Automóvel, declarou a matrícula, mas em vão.

O seu interlocutor consultou o computador e perguntou-lhe candidamente.”O senhor não costuma ir ao Porto?”. Que não, respon-

deu-lhe, sem perceber o alcance da pergun-ta. A explicação veio depois. É que o carro, apesar de ter sido comprado em Lisboa, fora registado no Porto. Como a marca é Toyota, importada pela Salvador Caetano, a declara-ção teria de ser passada pela Conservatória do Porto. É aí que surge a pergunta inevitável.

O arquivo não está todo informatizado, não tem acesso on line à matrícula do Toyota nos anos 80? Está e não está.

A verdade é que em Lisboa não conseguem ter acesso aos registos do Porto. A solução? Enviar um fax para o Porto, esperar a respos-ta para depois poder ter acesso no computa-dor e poder passar a declaração necessária. Se não quer ir ao Porto, passe daqui a duas semanas.

sexta-feira, 27 Junho de 200824

fElIcIDaDENa moda é essencial a imagem de

felicidade. As marcas querem contri-buir para que quem as utiliza se sinta confortável e feliz. Repare-se no caso da Salsa.

Um modelo feminino de “jeans” da

empresa dos irmãos Vila Nova conse-gue puxar a bunda para cima. Filipe Vila Nova acredita que as mulheres vão adorar e que a série Onda vai tornar-se num “best seller”. Se vender bem, pelo menos o empresário ficará feliz.

SEmanárIOO grupo Lena já se decidiu pelo lança-

mento de um novo semanário regional, dirigido à Região Norte. A novidade é que poderá ter como parceiro as PT, atravé do seu associado Sapo. O grupo Lena espe-

cializou-se na imprensa regional, através de jornais no eixo Aveiro-Leiria. O grupo chegara a encarar a reactivação de “O Co-mércio do Porto” mas optou pelo lança-mento de um novo título de raiz.

O que pode Portugal fazer para atrair mais investimento directo e estrangeiro (IDE)? Este é um dos temas em destaque no livro “Investimento Directo Estran-geiro, Capital Humano e Inovação - uma aplicação ao caso português”, de Aurora Teixeira e Ana Tavares-Lehmann.

O bastonário da Ordem dos Econo-mistas, Murteira Nabo, lamenta o “atraso significativo de Portugal relativamente a outros países, resultante do baixo investi-mento no capital humano e nas novas tec-nologias”. Apesar disso, acredita que a eco-nomia “suportada em baixas tecnologias e

mão-de-obra pouco qualificada”, que ain-da caracteriza o país, está a diminuir.

Este edição é um “trabalho científico” feito com “dados recolhidos directamente e em cooperação com as empresas, o que resulta em conclusões totalmente descom-prometidas e sem polarizações”, acredita o presidente do conselho de administração da Nokia Siemens Network Portugal, João Picoito, que prefaciou o livro.

“Julgo que este livro tece um triângulo perfeito: num dos lados temos o investi-mento directo estrangeiro, no outro a qua-

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Novo livro apresenta caminhos para a economia portuguesa

Inovação e capital humano fundamentais para captar o investimento estrangeiro

Ana Teresa Tavares-Lehmann e Manuel Alves Monteiro.

Murteira Nabo e Aurora Teixeira.

João Picoito, Ana Teresa Tavares-Lehmann, Murteira Nabo, Aurora Teixeira e João Luís de Sousa.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 25ócio e negócios

lificação dos recursos humanos. A base do triângulo passa pela inovação e densidade tecnológica”, referiu.

A crescente exposição à informação, numa sociedade global, tem, para João Pi-coito, um “impacto brutal não só na socie-dade em geral, mas também na economia e na forma como as pessoas conseguem reagir a isto”.

A importância do IDE é potencializada

numa economia aberta e “deve ter qualida-de e capacidade para criar valor local, para se perpetuar, para criar os ‘spillover’ referi-dos no livro, ou seja, para criar interliga-ções com a sociedade através da economia real, das empresas, universidades e institu-tos públicos”, concluiu João Picoito.

O livro, com edição da Vida Económica, teve o apoio da Ordem dos Economistas.

Mariana Pinto

“Investimento Directo Estrangeiro, Capital Humano e Inovação — uma aplicação ao caso português”, livro publicado pela “Vida Económica”.

Nome

Morada C. Postal

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SIM. Solicito o envio dos livros abaixo assinalados:

CÓDIGO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS - A 10

CÓDIGO DOS CONTRATOS PÚBLICOS - A 6,40

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de A

Debitem A , no meu cartão com o nº

Cód. Seg. emitido em nome de e válido até / .

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem A 4 para despesas de envio e cobrança).

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INCLUI LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR FUNDAMENTAL:INCLUI LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR FUNDAMENTAL:Código Comercial;Código Comercial;Estabelecimento individual de responsabilidade limitada;Estabelecimento individual de responsabilidade limitada;Registo nacional de pessoas colectivas;Registo nacional de pessoas colectivas;Constituição imediata de sociedades.Constituição imediata de sociedades.

Autor/Autor/Autor Editor: Vida Económica - Editorial S.AVida Económica - Editorial S.APágs.: 546 (11,5 x 1717 cm)Preço: A 10

COLECÇÃO LEGISBASEEdições em formato de livro de bolso, com conteúdo prático e acessível para profissionais e estudantes. Com actualizações on line em www.vidaeconomica.pt

CÓDIGO DAS SOCIEDADES COMERCIAISÓDIGO DAS SOCIEDADES COMERCIAISVERSÃO DE BOLSOVERSÃO DE BOLSO

Autor/Autor/Autor Editor: Vida Económica - Editorial S.AVida Económica - Editorial S.APágs.: 256 (15,5 x 23 cm15,5 x 23 cm)P.V.P.: A 6,40 (IVA incl.) (IVA incl.)

CÓDIGO DÓDIGO DOS CONTRATOS PÚBLICOSVERSÃO DE BOLSOVERSÃO DE BOLSO

Pedidos para:Vida Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO

Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail encomendas: [email protected]

NOVIDADES EDITORIAIS

Inlcui oInlcui o Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro, que apro-va o Código dos Contratos Públicos (CCP), com as rectifica-va o Código dos Contratos Públicos (CCP), com as rectifica-ções que lhe foram introduzidas pela Declaração de Rectifica-ções que lhe foram introduzidas pela Declaração de Rectifica-ção n.º 18-A/2008, de 28.3ção n.º 18-A/2008, de 28.3

Estrutura do CCP:Estrutura do CCP:Parte I - Âmbito de aplicação;Parte I - Âmbito de aplicação;Parte II - Contratação pública;Parte II - Contratação pública;ParteParte III - Regime substantivo dos contratos administrativos;ParteParte IV - Regime contra-ordenacional;ParteParte V - Disposições finais;Contém ainda anexos ao CCP.Contém ainda anexos ao CCP.

CA cresce 8% em 2008A multinacional americana CA fechou o ano fiscal – que terminou em Março – com um volume de negócios de 4,2 mil milhões de dólares, cerca de 2,7 mil milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 8 por cento, quando comparado com os 3,9

mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) alcançados no ano fiscal de 2007. Já a filial ibérica facturou 40 milhões de eu-ros, dos quais oito milhões (20%) correspondem à fatia alcançada no mercado português.Em Portugal, a CA tem como objectivo aumentar a presença junto dos seus clientes para melhor diagnosticar as suas necessidades, adiantou Pedro Ligero, Ibéria Country Manager, em conferência de imprensa que teve como intuito mostrar a nova visão da empresa em termos de Enterprise IT Management e a sua estratégia para 2009. A CA pretende ainda construir um ecossistema de parcerias no sentido de fornecer as soluções da empresa através destas e de uma força de vendas directa. Aumentar a sua quota de mercado e fortalecer a sua comunicação são outros dos objectivos da filial ibérica para 2009, que tem como sectores de actividade predomi-nantes o financeiro – banca e seguros –, que corresponde a 60% da facturação do sector da CA Ibéria, e o das telecomunicações. Porém, segundo Pedro Ligero, a organização mantém também uma forte presença nas principais empresas de outros sectores verticais da economia, como os transportes e o governo. No que se refere às vendas, as soluções de BSO e ESM foram as mais relevantes, com pelo menos 50% das vendas efectuadas em Portugal. No entanto, as soluções de segurança são as que evidenciaram um maior cres-cimento, adianta Pedro Ligero. Actualmente, a empresa conta com 120 clientes no nosso país.Em relação à estratégia global da empresa, a grande aposta está no mercado de infra-estruturas de TI e neste segmento a CA con-templa soluções para o mercado de sistemas mainframe e distri-buídos. No entanto, destes dois, apenas o mercado de sistemas distribuídos evidencia um crescimento contínuo, o que não sucede com o de mainframe, que, segundo José Pedro Carvalho, vice-pre-sidente sénior para as regiões Sul e Este da EMEA, embora “ain-da tenha uma dimensão considerável” tem-se mantido mais ou menos estável ao longo dos anos. Como tal, a maioria do negócio do fabricante passa pelos sistemas distribuídos, onde, perante a sua estratégia de independência face a fabricantes e plataformas, fornece soluções de “Enterprise IT Management” para a maioria dos sistemas operativos.O estabelecimento de parcerias é outra das apostas da CA, pois esta não aspira a ser “uma empresa de serviços”, afirmou José Pedro Carvalho, acrescentando que, se assim é, “a única forma que a CA tem de adereçar o mercado é fazendo parcerias, não só a nível dos players locais, mas também a nível mundial”. No en-tanto, o responsável adverte que apenas as empresas que “sejam capazes de complementar as soluções e acrescentar-lhes valor” vão ser consideradas.Para o ano fiscal de 2009, a empresa estima aumentar as receitas totais entre os 4,5 e os 4,6 mil milhões de dólares, o que corres-ponderia a um aumento entre 5 a 7%.Paralelamente, a CA anunciou o lançamento de oito soluções, três novas e cinco aperfeiçoadas, que constituem um avanço em rela-ção à sua visão Enterprise IT Management, como forma de permitir aos seus clientes governar, gerir e manter seguros os seus ambien-tes de IT.

Tiago [email protected]

Falta de envolvimento da equi-pa de gestão do lado do cliente; querer manter todos os proces-sos/procedimentos actuais sem questionar se são realmente neces-sários; e má definição do âmbito do projecto de implementação (escassa documentação e pouco detalhada) são, para a Microsoft, os erros mais comuns na imple-mentação de um ERP.

Armando Pinto, gestor de pro-duto Microsoft Dynamics NAV, explicou à “Vida Económica” que para garantir que o processo de implementação de um ERP cor-ra bem há pelo menos dois fac-tores que têm de ser levados em conta. O primeiro, se-gundo este responsável, é garantir desde o início o en-volvimento dos re sponsáve i s máximos da empresa. Aliás, recentemente, a “Vida Económica” questionou o mercado sobre esta temática, pe-dindo a opinião a vários “players” a actuar no mercado nacional, e este factor – envolvimento dos responsáveis máximos – foi apon-tado pela quase totalidade das empresas de tecnologias de infor-mação como crítico para o sucesso dos projectos.

O outro aspecto que Armando Pinto enalteceu foi a necessidade de planear e documentar as fases correctamente com acompanha-mento e validação de forma a evi-

tar derrapagens e implementações sem fecho definido.

Mas será que as empresas estão preparadas para acolher um sis-tema de gestão empresarial? No geral, diz a Microsoft, as empre-sas portuguesas estão preparadas. Mas, no entanto, Armando Pinto não deixou de referir que todas as regras possuem excepção pelo que, por isso, em alguns casos, poderão não estar devidamente preparadas.

Pedimos à Microsoft que nos ajudasse a delinear uma boa es-tratégia de implementação de um

projecto de ERP. O pri-meiro passo sugerido por Armando Pin-to foi precisa-mente garantir que os seus processos, ou procedimen-tos, actuais estejam devi-damente im-plementados e documenta-

dos.A segunda atitude a tomar tem

de passar por definir quais as prin-cipais áreas onde necessitam de melhorar e que levam à escolha da nova solução.

Depois, há que escolher a equi-pa interna que vai acompanhar o projecto de implementação. Para Armando Pinto, “esta equipa de-verá conter elementos da direcção e dos principais departamentos envolvidos (por exemplo Logísti-ca, financeira, produção, etc)”.

Como quarta “tarefa”, o gestor

de produto aponta a definição do timing, orçamento e requisitos detalhadamente de forma a evitar situações de complexa e difícil re-solução depois do projecto já estar em andamento.

Por último, a necessidade de planear os processos de gestão e manutenção da implementação a médio e longo prazo, garantindo um correcto e evolutivo ROI.

Um estudo da Aberdeen realiza-do há quatro anos, por exemplo, já dizia que as pequenas e médias empresas sofriam fortes pressões em termos de custos operacio-nais e que o maior travão às suas estratégias era a falta de fundos. “Mas essas empresas preocupam-se também com o crescimento e a retenção dos seus clientes, ou seja, adquirir e fidelizar uma clientela. Para além disso, estas empresas mais pequenas afirmam que se preocupam com a potencial co-moditização dos seus produtos ou serviços”. A Aberdeen explorava neste estudo que as empresas mais pequenas não tinham aderido à onda do ERP nos anos 90 e evi-taram as estruturas económicas e os riscos assumidos nessa área pelas empresas de grande porte. “Consequentemente, muitas des-tas empresas possuem actualmen-te aplicações desactualizadas ou sobrecarregadas e vêem-se obriga-das a investir em nova tecnologia para alcançar ou manter a com-petitividade nos seus mercados, necessitando de tempos muito reduzidos para a implementação de qualquer aplicação de software, e exigem um retorno rápido sobre os investimentos que efectuarem em software”.

em destaque

Falta de envolvimento do cliente dita (in)sucesso de um projecto de ERP

Implementação de um ERP deve envolver

responsáveis máximos das empresas

Sector financeiro corresponde a 60% da facturação da CA

Ibérica

Tecnologiasde Informação

sexta-feira, 27 Junho de 200826

É preciso garantir que os seus processos, ou procedimentos, actuais estejam devidamente implementados e documentados

Jorge Reto, director-geral da EMC Portugal

“O maior desafio do mercado portuguêsé a modernização da administração pública”O maior desafio do mercado português é a modernização da administração pública e alguma consolidação ao nível das TI nacionais, garante Jorge Reto, director-geral, da EMC Portugal. Na opinião deste executivo, só vão sobreviver as empresas de TI que fizerem investimentos consistentes, com estratégias a dois/três anos. Por isso, garante, considera a consolidação inevitável.

Vida Económica – Os departamentos de TI estão já suficientemente preparados para lidar com a crescente quantidade de dados nas redes?

Jorge Reto – Os departamentos de TI estão preparados para lidar com a quantidade de informação, para armazenar e gerir dados, mas poucos estão preparados para trabalhar de uma forma eficaz, e isso pode ser melhorado. O valor da in-formação é variável ao longo do tempo e, portanto, não se pode fazer uma gestão directa, os sistemas devem acompa-nhar o ciclo de vida da informação. Mas sente-se que há uma tendência das empresas e das próprias TI para evoluir neste sentido.

VE – Têm sentido que este aumento exponencial de dados tem vindo a criar novas oportunidades para os for-necedores?

JR – Sim, há um aumento de dados e com base nos dados do IDC prevê-se um crescimento de 60% ao ano, o que cria oportunidades para os fornecedores, todos eles beneficiando, quer a informação cresça de forma estruturada ou não.

VE – Na visão da EMC, como vai comportar-se o mer-cado nos próximos dois anos?

JR – Com a crise do “subprime”, que começou nos EUA, é difícil prever os próximos dois anos. No entanto, dentro da visão optimista da EMC, pensamos que os mais eficazes na abordagem ao mercado vão conseguir crescer, pelo que acre-ditamos que poderá haver crescimento com ofertas sólidas, estruturadas e consistentes. O mercado vai continuar a criar oportunidades.

VE – Quais os principais desafios que o mercado por-tuguês apresenta?

JR – O maior desafio do mercado português é a moder-nização da administração pública e alguma consolidação ao nível das TI nacionais, porque, na minha opinião, só vão so-breviver as empresas que fizerem investimentos consistentes, com estratégias a 2/3 anos, e para isso é preciso escala. Por isso, considero a consolidação inevitável.

VE – Actualmente, e em Portugal, qual a área de ne-gócio que mais contribui para o volume de negócio da EMC?

JR – Em 2007 continuou a ser o mercado das teleco-municações aquele que mais contribuiu para o volume de negócios da EMC, embora a percentagem tenha vindo a diminuir, não em termos de facturação, mas porque temos aumentado bastante a percentagem nas outras áreas de ne-gócio.

VE – Hoje, a área de serviços representa que per-centagem do negócio? E quanto esperam vir a re-presentar nos próximos dois anos?

JR – O negócio dos serviços, neste momento, re-presenta 19% da facturação e esperamos nos próxi-mos anos manter o mesmo nível de representação na facturação global, e alinhado com as restantes uni-dades de negócio. Não é intenção da EMC ter um crescimento elevado a nível de serviços, porque não é nosso objectivo e estratégia. Somos uma empresa de soluções, onde deve existir um balanço equilibrado entre hardware, software e serviços e, sobretudo, queremos deixar e criar espaço para que os nossos parceiros de negócio possam desenvolver esta área.

VE – Quais as principais linhas estratégicas para 2008?

JR – Este ano, vamos con-tinuar a apostar em sectores como as Telecomunicações e a Banca, mas sobretudo na Administração Públi-ca e em empresas fora dos grandes centros urbanos. Vamos também continuar a apostar no programa de parcerias, pois estaremos sempre a apoiar os nossos parceiros, quer ao nível de crescimento, quer de qualificação, apostando nos que estão mais com-prometidos com a estra-tégia da EMC. Estamos a fazer uma reavaliação do canal de revenda e a anali-sar outro tipo de parcerias em sectores menos tra-dicionais, mas que façam sentido para a estratégia da EMC.

VE – Qual a abordagem que fazem ao mercado luso? Difere em algum as-pecto das restantes casas europeias?

JR – Em termos macroeconó-

micos, a abordagem é semelhante em todas as partes do mundo. No entanto, Portugal tem uma configuração diferente, porque, no nosso mercado, existem algumas empresas no segmento de “enterprise” e depois temos muitas PMES, sendo que as médias empre-sas em Portugal são um pouco mais peque-nas que as do resto da Europa. A EMC faz estudos de mercado nos diferentes países para decidir o tipo de abordagem de forma

a podermos afinar as estratégias e Portugal difere, nesse aspecto, um pouco de outros pa-

íses europeus. Há um mercado na Europa que se destaca, que é o Reino Unido, em tudo

o resto, Portugal é semelhante aos ou-tros mercados europeus.

VE – Qual o cliente tipo da EMC no nosso país?

JR – Tradicionalmente, se falássemos há 6/7 anos, se-riam empresas de telecomu-nicações, neste momento é o mercado em geral, até esta-mos a entrar na área de con-sumo doméstico (SOHO). A título de exemplo, con-quistámos em 2007 pro-jectos como o da digitaliza-ção dos arquivos da Torre do Tombo, um projecto emblemático, quer pela sua dimensão, quer pelo evidente valor histórico para o nosso País. De-senvolvemos ainda um projecto em parceria com a Lógica, antiga Edinfor, para total suporte à in-fra-estrutura de armaze-namento da EDP. Além disso, a lista de clientes da EMC Portugal continua a contar com as grandes empresas nacionais, como a PT, a Sonae e a Petrogal, entre outras.

SuSANA MArVã[email protected]

Responsabilidade social da HPfomenta conhecimento e empreendedorismo

Há já alguns anos que a HP desenvolve programas de res-ponsabilidade social. A convicção é a de que a educação é a força motriz para o desenvolvimento sustentável de um país. E esta é uma estratégia a nível mundial, que depois é adaptada a cada mercado local.

Em Portugal, por exemplo, a multinacional americana op-tou por apoiar quatro projectos: Higher Education Program-me; Primary and Secondary Education (K12); Economic Development; e Environment Programme. Segundo Carlos Janicas, director-geral da HP Portugal, a empresa escolheu os programas que permitem e fomentam a partilha e o desen-volvimento do conhecimento, combatem a infoexclusão e incentivam o empreendedorismo. Dito isto, convém referir que os programas concorrem, com mais 15 países, aos fundos disponíveis, através da apresentação de propostas, enquadra-das nos requisitos do RFP (Request For Proposal).

Ao nível da responsabilidade social, a HP apoia o GET IT - Graduate Entrepreneurship Training Throught IT; HP Universities – Technology for Teaching Programme; K12 – HP Educational Institutions Grant Initiative; Junior Achie-vement; TIC Pediátricas; e Casa do Gil. O GET IT pretende desenvolver empreendedores e destina-se a jovens licenciados e desempregados, dos 16 aos 25 anos. Através da parceria

com entidades como a Fundação para a Juventude, no Porto, ou a Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Infor-mação (FDTI), foram estabelecidos diversos centros GET IT pelo país, onde é prestada formação que vai permitir, que os empreendedores utilizem as TI na gestão quotidiana da sua empresa. A FDTI, por exemplo, aderiu ao programa em De-zembro de 2007 e já tem dois centros a funcionar, onde já formou cerca de 50 jovens. Sendo que a instituição pretende abrir mais cinco centros até ao final do ano. Para já, há que salientar que, no projecto Alta de Lisboa, já existem resulta-dos concretos de criação de empresas: 10 dos jovens apoiados optaram por criar o seu próprio emprego.

Desde que Portugal lançou o programa destinado às uni-versidades que houve sempre pelo menos uma instituição vencedora. “A qualidade dos projectos apresentados está sem-pre no top 5 europeu”, afirma Laila Ferreira, “country alliance manager” da HP Portugal, acrescentado que normalmente é atribuído um prémio por país. No entanto, isso nem sempre acontece. O prémio, num valor aproximado de 70 mil dóla-res, assenta em equipamento informático e/ou e infra-estru-turas tecnológicas adequadas aos projectos vencedores.

AlExANDrA [email protected]

OKI Portugal mantém crescimento a dois dígitos

O objectivo foi definido há mais de dez anos quando a marca chegou a Portugal e continua a ser cumprido apesar das condicionantes. Crescer a dois dígitos é, para Javier Gutierrez, director-geral da OKI Portugal, “uma meta es-tratégica, mas também uma obrigação”. O segredo? Ter produto novo sempre disponível e adequado às necessida-des dos clientes e uma rede de distribuição com mais de 1500 parceiros, 200 dos quais exclusivos.

Certo é que, mais uma vez, a marca apresenta um cres-cimento na ordem dos 10%, quando o mercado da im-pressão profissional está a decrescer a um ritmo cada vez maior (cerca de 10%). A OKI conseguiu em 2007 chegar, pela primeira vez, à liderança do segmento de impresso-ras matriciais, mantendo a sua presença forte nos restantes mercados de impressão que endereça. “Somos líderes no segmento A3 cor e queremos voltar a ser segundo no A3 monocromático”, assegurou Javier Gutierrez. Segundo ele, em 2006, a OKI ocupava o segundo lugar neste último segmento, posição que perdeu pelo facto de não ter lan-çado novos produtos. Já em 2008 voltou a recuperar (da 5ª para a 3ª posição) em pouco mais de seis meses. Aquele responsável acredita ainda que a marca chegará ao segundo lugar do ranking ainda este ano, graças aos novos produtos que prevê lançar em Setembro.

FáTIMA FErrã[email protected]

sexta-feira, 27 Junho de 2008 27tecnOlOgias de infOrmaçãO

Empresa produtora de veículos militares espera celebrar novos contratos com o exército luso

General Dynamics aponta baterias ao mercado português

“O mercado português é muito importante”. As palavras chegam-nos de Fernando Toro, director regional de vendas da General Dynamics European Land Syste-ms – uma das maiores empresas mundiais de construção de veícu-los militares, e foram proferidas aos jornalistas portugueses num contexto especial: na Eurosatory, uma das maiores feiras mundiais dedicadas ao sector da defesa e segurança e que se realizou a se-mana passada, em Paris, de 16 a 20 de Junho.

E este responsável fala desta for-ma, porque depois de celebrado um contrato que prevê a venda ao exército português de 260 viaturas de combate Pandur II 8x8 – isto será realizado, até 2010, sendo que cada um dos equipamentos tem um custo de um milhão de eu-

ros – a General Dynamics espera, uma vez mais, satisfazer as neces-sidades das nossas forças armadas. Uma vontade, podemos dizê-lo, que não surge por acaso. É que o nosso exército – lembramos que uma delegação oficial portuguesa, apesar de não se fazer representar através de pavilhão próprio, visi-tou a Eurosatory, mostrando, as-sim, que está interessada em fazer compras — prepara-se para abrir novos concursos, desta feita, para aquisição de novas viaturas ligeiras e de G3.

Ora, é precisamente aqui que a General Dynamics pretende intervir, através da venda dos de-nominados “Eagle IV”, veículos 4x4 de transporte de pessoal e de reconhecimento. “Este foi o mo-delo eleito pelo exército alemão, com a compra de 170 unidades”,

destaca Fernando Toro. Segundo este responsável, um atestado de qualidade que casa bem com as actuais características das forças armadas portuguesas. “O exército português tem novas necessidades, não se pode levar a cabo uma mis-são de paz com material pobre”, diz ainda. E acrescenta: “É uma questão de motivação para os sol-dados”. E será que estes veículos são, de facto, o ideal para o exérci-to português? O que os distingue da concorrência?

A esta pergunta da VE, Fernan-do Toro respondeu com a boa re-lação preço/qualidade dos “Eagle IV” – estes têm um preço base de 300 mil euros – e com o factor protecção. Quando ao número de veículos que poderão ser vendidos a Portugal e apesar de ainda não existirem dados concretos, Fer-

O que é novidade?

Uma feira tem diversas fun-ções, sendo uma delas, com certeza, a exposição das no-vidades. Ora, podemos di-zer que a General Dynamics, como todas as empresas pre-sentes neste evento, não dei-xou os seus créditos por mãos alheias, dando a conhecer a um público vindo dos quatros cantos do mundo aquilo que tem de mais inovador. Será o caso do “Donar”, do “Piranha III High Protection” e do “Ra-pidly Emplaced Bridge Sys-tem” (REBS).No primeiro caso, estamos a falar de um sistema de artilha-ria de 155 milímetros, perten-cente a uma nova geração e transportável por via aérea. “O ‘Donar’ disponibiliza capacida-des que irão mudar a doutrina da artilharia convencional. E isto não apenas ao reduzir os elementos da tripulação e os requisitos logísticos, mas tam-bém pelo facto de apoiar ope-rações autónomas”, podemos ler em comunicado de impren-sa. O sistema, dizem ainda, é a “resposta à crescente neces-sidade de capacidades de fogo preciso indirecto que possam aumentar ou, mesmo, substi-tuir operações de apoio aéreo próximo previamente supor-tadas por dispendiosos meios aéreos de asa fixa ou rotativa”. E o que há a dizer sobre o “Pi-ranha III High Protection”?Aqui, a General Dynamics fala de um veículo que “oferece uma elevada capacidade de carga e uma mobilidade su-perior em todos os terrenos”. A isto, esta empresa junta um sistema de protecção que reforça a sobrevivência de veículos contra ameaças mul-tidireccionais de guerra simé-trica. O destaque vai para as miras com “laser” ou para as granadas com ‘rocket’ guiadas e não guiadas.Por último, temos o REBS. Este, como refere a General Dynamics, é “um leve siste-ma de ponte aerotransportá-vel para forças mecanizadas”. O transporte, a montagem e a desmontagem, esses, são possíveis a partir de qualquer camião PLS de 10 a 15 tone-ladas, através de uma palete adaptadora de ponte auto-ali-mentada. Resta dizer que este sistema pode ser montado e desmontado em, apenas, 10 minutos, tendo já sido testado com sucesso pelo exército nor-te-americano.

Uma feira que reúne mais de mil expositores

O que há a dizer sobre esta feira dedicada à segurança e defesa, a Eurosatory? Muito, de acordo

com os seus organizadores franceses. Pelo menos, é isso que divulgam, em comu-nicado, ao darem conta que estamos pe-rante um evento de cariz mundial, com relevo económico, mas também político e estratégico. “Todos os principais actores – produtores, utilizadores, decisores mi-litares e políticos e cazomunicação social – vão estar na Eurosatory, com o objecti-vo de se colocarem a par das últimas no-vidades ou compreender as alterações que afectam a indústria da defesa”, podemos ler no referido documento.

Os números parecem confirmar este op-timismo: afinal, a Eurosatory conseguiu

ultrapassar a barreira dos mil expositores, 1209, estes oriundos de 53 países. Entre os estreantes estão territórios como o Bru-nei, a Colômbia, a Irlan-da, o México ou o Qatar. Como já referimos, em cima, Portugal, pelo me-nos a nível oficial, não se fez representar, através de um stand próprio – al-guns dos mais destacados e, na nossa opinião, per-tenciam a países como Israel, Espanha, Bélgica e, claro, o país anfitrião, a França -, mas, apenas, por via de uma delegação do exército. Esta percorreu os vários espaços da feira, ten-

do-se, inclusive, os nossos oficiais – entre eles, o almirante Viegas Filipe, director-geral do Armamento — encontrado, a

convite destes, com os responsáveis do ministé-rio da Defesa francês.

E por falar em visi-tantes, vale a pena tam-bém, aqui, recordar os números da Eurosatory: 50 mil, entre os quais se contam 114 delegações oficiais provenientes de 80 países.

Mas não é só de quan-tidade que se faz esta

feira, mas também de qualidade. É que a Eurosatory contou ainda, entre as suas

fileiras, através de stand próprio, com a presença de representantes da União Eu-ropeia e da Agência Europeia de Defesa. Um dos pontos altos do evento foi, sem dúvida, a visita de Javier Solana, o alto representante da Política Externa e de Se-gurança Comum (PESC).

Tal como qualquer outra feira, também a Eurosatory foi palco de um conjunto diverso de eventos, para além da parte ex-positiva propriamente dita.

Destacamos o espaço dedicado ao trei-no e às simulações, ao teste de equipa-mentos com visão nocturna, bem como ao de robôts de terra. A isto, claro está, juntam-se os debates e conferências dedi-cados ao tema que reuniu todas estas pes-soas: a defesa.

nando Toro fala de um negócio que poderá incluir 75, 105 ou 150 unidades. À semelhança dos Pan-dur, cuja produção é, em parte, levada a cabo no nosso país, tam-bém a dos “Eagle IV” – esta terá que ser superior às 100 unidades – poderá seguir os mesmos passos e ser feita a partir daqui, de terras lusas.

Quem também está interes-sado nas possibilidades do mer-cado português é a italiana Oto Melara. Aqui e ao contrário da General Dynamics, o interesse não são os veículos ligeiros, mas sim uma torre que dá pelo nome de HITFACT. De acordo com as informações disponibilizadas à co-municação social lusa, estamos a falar, como já vimos, de uma torre com capacidade para albergar três homens e com um cano de baixo recuo de 105 mm. Entre as prin-cipais características, destacam-se ainda coisas como as 14 munições prontas e com capacidade de re-municionamento dentro da torre ou periscópio com câmara térmi-ca.

“As contrapartidas estão a ser cumpridas”

Já aqui falámos do concurso relativo às 260 viaturas de com-bate Pandur II 8x8, já sabemos que o contrato foi realizado com o exército português, ora, agora, resta-nos saber se as contraparti-das – algo habitual neste tipo de negócios e que passam, por exem-plo, pela produção parcial dos equipamentos, em Portugal – es-tão a ser cumpridas. Como seria de esperar, a General Dynamics responde com um sim. “Somos os primeiros interessados em cum-prir as contrapartidas”, lembram os responsáveis desta empresa aos jornalistas portugueses. E acres-centam: “Já cumprimos todas as metas, já as ultrapassámos”. E concluem, afirmando que “estão muito confiantes em relação a este contrato”.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

Em Paris, a convite da General Dynamics

Eurosatory contou com 114 delegações oficiais oriundas de 80 países

As frAgilidAdes do exército português

Quais são, neste momento, as principais debilidades do exército português? Uma pergunta feita pela comunicação social portuguesa a que Fernando Toro respondeu “com a antiguidade de certos equipamentos”. Algo que se aplica, de uma forma particular, aos tanques. Estes, na sua opinião, não oferecem a protecção ou a capacidade de fogo que os teatros de operações, hoje, exigem. O exército português, diz ainda, “tem experiência e conhecimento, mas falta-lhe os equipamentos”.

sexta-feira, 27 Junho de 2008empresAs28

Os rebocadores adiaram a eventual tomada de po-sições de força para depois de Verão, no sentido de negociar as tabelas a pagar pelas empresas de assistên-cia em viagem das companhias de seguros para 2009. Segundo a Associação Nacional do Ramo Automó-vel (ARAN), a decisão dos profissionais do sector foi tomada, em reunião, como resposta à solicitação de algumas empresas de assistência em viagem de terem mais algum tempo para darem uma resposta às exi-gências de actualização de preços.

No mesmo encontro, os rebocadores decidiram ainda trabalhar até ao fim do ano para as empresas de assistência Cares, Imã Ibérica e Inter Partner, porque, segundo a ARAN, estas empresas “reconheceram a justiça da reivindicação dos rebocadores e apresen-taram novos valores”. Já para a Europ Assistance, Mapfre e Aide, só vão trabalhar até ao fim de Junho, caso não sejam apresentados novos valores.” No caso da Mondial Assistance, face ao compromisso por esta assumido de que a forma de liquidação dos serviços será revista, os rebocadores trabalharão condicional-mente até ao fim do mês, aguardando novos valores para os serviços”, acrescenta a ARAN, que recorda que “os rebocadores não podem continuar a traba-lhar a perder dinheiro”.

Seguradoras dizem que preço não é único e que tem sido actualizado

Ainda antes do anúncio da ARAN de adiamento da tomada de posições, a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) reagiu à paralisação dos reboca-dores do Algarve e do Baixo Alentejo, alegando que o preço pago pelas companhias não é único e que tem sido actualizado regularmente. “Não existe, ao contrário do que as notícias fazem crer, um preço único para a prestação do serviço de reboque”, refere a APS, para quem é “falsa, completamente absurda e

até irrealista a afirmação reproduzida com insistência na imprensa de que os preços não são revistos há mais de 10 anos”.

O comunicado da APS termina com a referência de que as empresas de assistência em viagem e os rebo-cadores são parceiros da actividade, com o objectivo de prestarem o melhor serviço possível aos consumi-dores: “Esperam, por isso, que as entidades que pres-tam serviços de reboque actuem responsavelmente e no quadro legal e contratual existente, não sendo aceitável para as sociedades de assistência/segurado-ras encetarem processos negociais debaixo de formas de pressão que não respeitem os princípios da demo-cracia, do cumprimento dos contratos, da liberdade negocial e do funcionamento do mercado”.

Entretanto, a ARAN já solicitou à APS “que dê conhecimento público” das tabelas de assistência em viagem que vigoraram entre 1 de Janeiro de 2002 e 31 de Maio de 2008. “Isto para que os portugueses não tenham qualquer dúvida em relação à justiça da luta dos rebocadores”, conclui a ARAN.

Aquiles [email protected]

Apesar de recusar a palavra, Vieira da Silva teve de ceder

Governo cede no despedimento por inadaptação

O Governo e as confederações patronais (CAP, CIP, CTP e CCP) e a UGT assina-ram esta semana o acordo para a revisão do Código do Trabalho, que agora segue para o Conselho de Ministros e, posteriormente, para a Assembleia da República. O novo di-ploma resultante da aprovação do presente acordo deverá entrar em vigor em 1 de Ja-neiro de 2009.

De fora das assinaturas ficou a CGTP, que desde o início mostrou sérias reticências ao documento de trabalho, chegando a afirmar, na quarta-feira, em declarações à Lusa, que “de tempos a tempos fazem-se encenações e criam-se expectativas que os acordos vão melhorar a economia e aumentar a competitividade”, mas que, por fim, “os traba-lhadores estão mais explorados, o seu rendimento baixa, a competiti-vidade não aumenta e o país não se desenvolve”. O acordo alcançado com os parceiros sociais não contempla, porém, um dos pontos mais polémicos da proposta do Governo – as alterações ao despedimento por inadaptação e que a UGT fez questão que fosse retirada.

Uma proposta que gerou polémica desde o início e que chegou a ser apontada como contendo matéria susceptível de inconstituciona-lidade, por poder pôr em causa o princípio da segurança no emprego previsto no artigo 53º da Constituição.

Em entrevista recente à “Vida Económica” e à “Vida Judiciária”, Pedro Romano Martinez, um dos autores do Código do Trabalho ao tempo do ministro do Trabalho Bagão Félix, chegou a afirmar que a proposta do Governo levantava “dúvidas, muitas”, de natureza constitucional, se viesse a haver um despedimento “quando um tra-balhador não consegue ajustar-se a uma nova realidade/necessidade empresarial”. E isso podia ser “complicado, principalmente aplicado ao todo dos trabalhadores”.

Consagrados ficam, pois, a redução de seis para três anos do prazo máximo de duração dos contratos a termo certo, ficando assente que vai ser estipulada uma contra-ordenação muito grave para as empre-sas que empreguem os falsos recibos verdes.

O acordo de concertação social prevê ainda a fusão da Lei 99/2003, de 27 de Agosto (Código do Trabalho), que contém 689 artigos, com a Lei 35/2004, de 29 de Julho (Regulamentação do Código do Traba-lho), que contém 499 artigos. Daqui surgirá um único diploma, mais curto que o somatório dos iniciais, de modo a simplificar a legislação e a eliminar matérias consideradas supérfluas.

teResA [email protected]

Rebocadores adiam posição de força para depois do Verão

sexta-feira, 27 Junho de 2008 29empreSaS

Reflexos da paralização dos transportes nas empreitadas de obras públicas

O grave problema da recente paralisa-ção dos transportes estendeu-se, como era previsível e inevitável, a outros sectores de actividade, acarretando as mais diversas consequências.

Entre aquelas, pode-se destacar a falta de entrega de materiais de construção nas datas estipuladas e a impossibilidade do empreiteirode de cumprir as suas obriga-ções contratuais, designadamente o prazo previsto para a execução da obra.

Da situação descrita resultam duas ques-tões fundamentais: por um lado, a de saber qual a classificação que deve ser atribuí-da à referida paralisação e, por outro, em que medida o empreiteiro poderá vir a ser responsabilizado por eventuais atrasos na empreitada decorrentes daquele facto con-creto.

Antes de mais, há que considerar que o prazo de execução deste tipo de contratos e o termo da obra em tempo são, sem dú-vida, elementos fundamentais a serem res-peitados.

Com a consignação da obra são facul-tados ao empreiteiro tanto o local onde a mesma será executada como os elementos

necessários (peças escritas e desenhadas complementares ao projecto) para que este possa proceder a tal execução.

É a partir daquela data que se começa a contar o prazo contratual para a conclu-são da obra fixado no contrato. Porém, tal prazo pode sofrer alterações decorrentes de atrasos que impliquem que a obra não possa estar terminada na data inicialmente prevista.

Trata-se, por exemplo, dos casos de pror-rogação em virtude da existência de traba-lhos a mais (sejam estes impostos pelo dono de obra, resultantes de deferimento ou de reclamação do empreiteiro); as situações de suspensão ou interrupção da obra por de-mora na entrega dos elementos necessários para a execução dos trabalhos, etc.

Além das situações acima exemplifica-das, o Regime Jurídico das Empreitadas de Obras Públicas (REOP – Decreto-Lei nº 59/99, de 2 de Março) prevê, com interesse para o tema em análise, os casos de força maior.

É, assim, claro ao estabelecer que se con-sidera caso de força maior todo o facto “de terceiro ou facto natural ou situação,

imprevisível e inevitável, cujos efeitos se produzam independentemente da vontade ou das circunstâncias pessoais do emprei-teiro, tais como actos de guerra ou subver-são, epidemias, ciclones, tremores de terra, fogo, raio, inundações, greves gerais ou sec-toriais e quaisquer outros eventos da mes-ma natureza que impeçam o cumprimento do contrato” – conforme dispõe o n.º 3 do artigo 195º.

Perante tais circunstâncias, a formalidade que inicialmente deve ser observada pelo empreiteiro, para sua salvaguarda, é a da devida notificação do caso de força maior.

Pelo exposto, o empreiteiro, ao tomar conhecimento da ocorrência da paraliza-ção dos transportes e constatando as suas consequências directas no desenvolvimen-to normal da empreitada, ou seja, o inevi-tável atraso na execução desta, deve comu-nicar tal facto à fiscalização para que seja dado respectivo conhecimento ao dono de obra.

Em relação à questão de saber em que medida é que o empreiteiro pode ser res-ponsabilizado por eventuais atrasos na em-preitada decorrentes de um caso de força

maior deste tipo, o REOP também é claro em isentá-lo de responsabilidade.

De acordo com nº 1 do artigo 195º do Decreto-lei nº 59/99, “cessa a responsabili-dade do empreiteiro por falta ou deficiência ou atraso na execução do contrato quando o incumprimento resulte de facto que lhe não seja imputável, nos termos previstos no presente diploma”

A situação de força maior só tem rele-vância jurídica se for alheia à vontade do empreiteiro e o impossibilitar, de forma absoluta, de cumprir o prazo inicialmente previsto para a conclusão da obra. Só assim é justificada a prorrogação daquele prazo sem que exista responsabilidade imputável ao empreiteiro.

Por fim, convém não esquecer que a alegação de força maior não pode proce-der para os casos em que o empreiteiro se aproveite de factos que lhe são imputáveis (como, por exemplo, não ter o material na obra por não o ter encomendado atempa-damente) para justificar o não cumprimen-to do contrato de empreitada.

[email protected] de Advogados

AntonioVilar&Associados

NotaS Sobre coNtratoS públicoSana medeiRos

Advogada

A ViniPortugal irá celebrar, em parceria com produtores e enó-logos, o Dia do Vinho, no pró-

ximo dia 29 de Junho. Apostando no êxito alcançado no ano passado, a Vi-niPortugal promove mais uma vez a ‘Wine Celebration’, a decorrer na Foz do Douro, no Porto, junto ao Molhe, das 18h à meia-noite de sábado, dia 28, e das 12h às 19h de Domingo.

A segunda edição da ‘Wine Celebra-tion’ consistirá numa mostra de vinhos, música ao vivo e gastronomia, com DJ, chefes de cozinha, artistas cénicos, áreas de “chill-out” e muita animação. Numa parceria com a Câmara Municipal do Porto e a Essência do Vinho, produtores e enólogos portugueses vão proporcio-

nar a todos os que se deslocarem à Foz do Douro a oportunidade de degustar alguns dos melhores vinhos e conhecer alguns dos mais consagrados produtores nacionais.

Paralelamente, vários chefes por-tugueses vão participar num “show-cooking”, que visa criar iguarias ins-piradas na gastronomia nacional para acompanhar as provas de vinho. Está também prevista a abertura de garrafas de modo tradicional, através do uso de sabre e tenaz, acção que estará a cargo do escanção Marco Valente.

Cerca de duas dezenas de restaurantes da zona de Matosinhos e do Porto as-sociaram-se também a esta iniciativa da ViniPortugal e vão ter à venda vinho de

qualidade a copo. À beira-mar, irão con-centrar-se DJ e artistas cénicos. As crian-ças que se deslocarem ao local vão poder brincar e aprender a conduzir numa mi-nipista, na qual a PSP de S. João da Ma-deira procura ensinar aos mais jovens as regras de trânsito e promover junto dos adultos o consumo de vinho de modo responsável e moderado.

Carlos Vaqueirinho, director-geral da Prosegur Activa, afirma

“Há algumas empresas a actuar na área da videovigilânciaque não estão devidamente licenciadas”

Vida Económica – Agora que o tem-po de férias se aproxima, os pedidos de vigilância aumentam? Que serviços oferecem?

Carlos Vaqueirinho – Tendencialmen-te verifica-se um acréscimo de solicitações dos nossos serviços no período que antece-de, a época de Verão e tradicionalmente de férias. As pessoas querem segurar os seus bens de modo a poderem usufruir de umas férias descansadas sem a constante preocu-pação de a sua segurança estar em causa.

Além dos serviços de detecção de intru-são, videovigilância, detecção de incêndio e inundação, dispomos de serviços com-plementares, como o piquete de interven-ção ou as inspecções em ausência.

VE – Recentemente, lançaram o servi-ço de videovigilância e o Activa System. Como funcionam estes serviços?

CV – O nosso serviço de videovigilância tem possibilidades como a videogravação de imagens com funções de detecção de movimento e visualização remota e a vi-deovigilância IP, em que acedendo através da internet, o cliente pode visualizar ima-gens em tempo real do espaço que está a ser vigiado. É uma excelente solução para quem se ausenta, por exemplo no período de férias, e quer verificar pessoalmente que a sua casa ou negócio estão seguros.

O Activa System é um sistema bastante completo que dispõe de várias funciona-lidades e que permite algumas inovações, como, por exemplo, programar ou contro-

lar a iluminação, portas e equipamentos de ar condicionado, independentemente do local onde estão instalados, uma vez que permite aceder ao sistema de segurança pela internet, a qualquer hora e de qual-quer local.

Em caso de intrusão, fumo, fugas de gás ou excesso de monóxido de carbono, o sis-tema comunica localmente para a Central Receptora de Alarmes (CRA) que actua de imediato em conformidade com a especifi-cidade da situação.

Todos os sistemas ligados à nossa CRA têm um acompanhamento 24 horas por dia, 365 dias por ano, o que, obviamen-te, garante mais segurança do que ter sim-plesmente um alarme sem ligação a uma central.

VE – Qual é o preço da instalação e manutenção de um serviço de segu-rança ao nível residencial por exemplo?

CV – Temos como princípio um serviço de consultoria de segu-rança personalizado, ou seja, é sempre necessário efectuar um levantamento exaustivo das necessidades de segurança de cada cliente e a partir daí efectuar um plano de segurança de adequado. Se-gurança não se pode vender num “pack” fechado, temos que considerar que os espaços

ViniPortugal celebra Dia do Vinho

A “Egoísta” nunca deixa de nos sur-preender. Feliz-

mente. Desta vez, com um número especial so-bre Fernando Pessoa. Em formato reduzido, para contrastar com as palavras desse grande poeta, o dos heterónimos. A Estoril Sol não deixa de prestar um importante tributo à cultura portuguesa.

A “amálgama” de textos sobre Fernando António Nogueira Pessoa, fotos,

desenhos e os próprios poemas levam-nos, uma vez mais, para o mundo do sonho, da abstração, do imaginário consen-tido das emoções. Re-encontrar a “Egoísta” é sempre um prazer fora do comum. Importa é saber entrar no seu con-teúdo. Como refere Má-rio Assis Ferreira, “poeta do desassossego, que em busca de si próprio se diviu entre a razão e os sentimentos.”

Abertas candidaturas aos prémios europeusde iniciativa empresarial

Estão abertas as candi-daturas nacionais, até ao final de Setembro,

à edição de 2008 dos pré-mios europeus de iniciativa empresarial. Dinamizado em Portugal pelo IAMPEI, o projecto é da responsabi-lidade da Comissão Euro-peia. Trata-se de identificar e premiar as melhores práti-cas de iniciativa empresarial na Europa.

A competição destina-se, preferencialmente, a enti-

dades públicas e privadas de carácter regional. Este ano, a novidade é o alar-gamento dos destinatários

a inciativas nacionais nas categorias “Promoção da iniciativa empresarial” e “Redução da burocracia”. Para além de projectos pro-movidos individualmente, são aceites candidaturas de parcerias público-privadas e de iniciativas transfron-teiriças. Em 2006, Portugal foi vencedor na final euro-peia, com o projecto “Em-presa na Hora”, ainda hoje um projecto de vanguarda a nível europeu.

Petróleo e alimentos agravamdéfice externo nacional

A conjugação de vá-rios factores está a agravar substan-

cialmente o défice externo nacional. De facto, entre Janeiro e Abril, o défice com o estrangeiro atingiu os 5,3 mil milhões de eu-ros, o que se traduziu num acréscimo de 35%, face a igual período do ano pas-sado.

As razões são várias para esta situação, com des-taque para os aumentos

dos preços do petróleo e dos alimentos, o abranda-mento nas exportações e os juros elevados, que in-flacionam os rendimentos pagos aos estrangeiros pe-los seus investimentos em Portugal. Acontece que a economia nacional cada vez mais se degrada, com-parativamente aos restan-tes países da zona euro. A vida está também bastante mais complicada para os Portugueses.

“Egoísta” regressacom Fernando Pessoa

sexta-feira, 27 Junho de 2008EmprEsas30

Agora que se aproxima o Verão, a procura dos serviços de segurança têm tendência para aumentar. Detecção de intrusão, videovigilância, detecção de incêndio, inundação e piquete de intervenção são alguns dos serviços de que a Prosegur Activa dispõe.

a segurar são diferentes, bem como os ris-cos.

VE – Quem é o público-alvo da Prose-gur Activa?

CV – Os serviços prestados pela Prose-gur Activa destinam-se ao segmento resi-dencial e ao pequeno comércio, sendo que cerca de 60% dos nossos clientes actuais são pequeno comércio e 40% são consti-tuídos pelo segmento residencial. É nosso objectivo crescer no segmento residencial.

VE – Qual a vossa quota de mercado?CV – A nossa quota de mercado, no

segmento dos alarmes monitorizados, é de cerca de 35%.

VE – Quantas delegações têm?CV – A Prosegur Activa detém actual-

mente nove delegações, de Norte a Sul do país (Braga, Porto, Coimbra, Leiria, Lis-boa, Cascais, Setúbal, Évora e Faro). Te-mos ainda agentes oficiais que trabalham

connosco em zonas onde não dispomos de delega-ção, de modo a garantir a qualidade desejada dos

nossos serviços.

VE – Qual a facturação em 2007?CV – A facturação no ano de 2007 foi de

16 milhões de euros.

VE – Que objectivos têm para este ano?

CV – Em 2008 pretendemos aumentar a facturação na ordem de um milhão de euros, bem como aumentar em 6000 o nú-mero de novas ligações.

Pretendemos ainda expandir a nossa rede para zonas onde ainda não estamos presen-tes, nomeadamente através da aquisição de empresas, compra de carteiras de clientes ou através de parcerias comerciais estraté-gicas.

VE – Como é o mercado dos alarmes e da vigilância regulamentado em Por-tugal?

CV – As empresas prestadoras de servi-ços na área da segurança electrónica e da vigilância são regulamentadas por um en-quadramento legal específico e fiscalizadas pelo Ministério da Administração Interna. Verifica-se, no entanto, que há algumas empresas a actuar nesta área que não es-tão devidamente licenciadas e que não dis-põem do alvará necessário para o exercício desta actividade.

VE – O mercado da segurança electró-nica é uma área em desenvolvimento?

CV – Garantir a segurança de pessoas e bens é cada vez mais uma preocupação na nossa sociedade. A evolução que se verifica neste mercado surge como resposta a esta necessidade crescente face ao clima de inse-

gurança em que vivemos e que é relata-do diariamente na comunicação social. Procuramos inovar continuamente e apresentar as melhores e mais sofistica-das soluções tecnológicas.

Empresas de Segurança com ligações a Centrais Receptoras de Alarmes (CRA). Tipo de clientes: empresariais e/ou particulares. Ref. PT 0009 JCL 1014 0308Empresas de Vending Alimentar, situadas a sul de Coimbra com mais de 100 máquinas instaladas. Só interessam empresas que se dedicam à distribuição (não fabricantes). Ref. PT 0009 JCL 1012 1007

Empresa de comercialização de Computadores, Consu-míveis e Equipamentos Informáticos, e Serviços de As-sistência Técnica para empresas e clientes particulares. Possui uma excelente carteira de clientes, alguns com 17 anos de antiguidade. Ref. PT 0003 PFM 0004 0108Health Club. Localização privilegiada no Grande Porto. Reputação e Experiência. Preço pedido: J550.000. Ref. PT 0004 MCA 0049 1107PT 0004 MC 038 1006Empresa de Distribuição, Operadora Logística e Trans-porte de Bebidas. Actividade com crescimentos signifi-cativos. Exclusividade em zonas de actuação geográ-fica. Cliente “Trade On” e “Trade Off”. Vol. Vendas: J10.000.000. Valor transacção: J8.500.000.Escritório de Contabilidade – Grande Porto Norte. 20 anos de actividade; carteira de 120 clientes fidelizados; mercado do Grande Porto. EBITDA: J 41.000; Valor pedido: J 190.000. Ref. PT 0004 TSA 0052 0208Empresa concessionária de uma marca de automóvel, com experiência de mais de duas décadas e líderes no mercado em que actua – Grande Porto. Preço pedido: J3.800.000. Ref. PT 004 HB 023 0205

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tes plásticos para utilização predo-minante no sector automóvel. Preço pedido: J4.500.000. Ref. PT 0014 VFE 0012 0907Indústria Metalomecânica – Máqui-nas e Serralharia em Inox. Preço sob Pedido. Ref. PT 0014 VFE 0015 1007Terreno c/ projecto p/ parque comer-cial e serviços (10.000 m2). Preço pedido: J1.100.000. Ref. PT 0014 VFE 0005 04 07Grande superfície de venda de electro-domésticos, artigos de electrónica, produtos para o lar e outros bens de consumo. Preço sob Pedido. Ref. PT 0016 FMV 0006 0308Fundição manual de metais não fer-rosos. Peças destinadas a aplica-ções em louças e outros, ferragens para a construção civil. Preço sob Pedido. Ref. PT 0016 FMV 0004 0208

CENTRO

sexta-feira, 27 Junho de 2008 31COMÉRCIO EXTERNO

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Agência de Viagens e Turismo e de Outras Actividades de Apoio. Vocacionada para o segmento corporate/empresarial, organização de congressos e eventos. Preço pedido: J1.200.000. Ref. PT 004 JP 044 0107Comércio a retalho de vestuário e calçado. 14 lojas na Grande Lisboa, com excelentes localizações e rendas extremamente baixas. Preço de pedido: J5.000.000. Ref. PT 004 JP 043 0107

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Empresa Manutenção Industrial, Certificada, localiza-da em Lisboa. Vendas: 1,9 M Euros. Boa Carteira de Clientes. Ref. PT 009 JC 028 0506Espaço comercial com excelente localização na Baixa Lisboeta. Área Total 168 m2. Preço Pedido: J1.1000.000. Ref. PT 0009 JCL 0007 1007Cabeleireiro e Centro de Estética, em Lisboa, numa zona privilegiada e em franca expansão. Ref. PT 0009 JCL 0032 0208

Restaurante no Centro de Lisboa. Excelente localiza-ção. Conceito totalmente inovador a nível mundial. Ref. PT 0009 JCL 0011 1007 Terreno e Projecto Aprovado para Clínica de Saúde. Excelente localização nos arredores de Lisboa. Ref. PT 009 JC 029 0606Comércio por Grosso de Produtos Farmacêuticos. Preço pedido: J750,000.Ref. PT 0014 VFE 0016 1007

LISBOA E VALE DO TEJO

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Solverde inaugura Hotel Casino Chaves O hotel Casino Chaves abriu as suas portas, cinco meses depois da inauguração do casino de Chaves, ambos projectos promo-vidos pela Solverde. O Hotel Casino Chaves pretende comple-mentar o complexo turístico implementado naquela região, num investimento na ordem dos 40 milhões de euros que está a criar cerca de 220 postos de traba-lho directos.Esta unidade quatro estrelas oferece um total de 72 quartos e seis suites, distribuídas por três pisos. A apenas oito qui-lómetros de Espanha, o Hotel Casino Chaves tem como alvos preferenciais não apenas o tu-rismo histórico, cultural e gas-tronómico que Chaves oferece, mas igualmente o turismo de negócios e o jogo, ambos pro-piciados pela proximidade com Espanha.Metade dos quartos privilegia a vista panorâmica sobre a cidade e a outra metade permite apre-ciar a paisagem da montanha. O hotel oferece ainda uma invejável visão para um dos mais ricos palcos culturais do país, com um rico património histórico e arquitectónico, que engloba castelos, fortes, igrejas e pontes rupestres, romanas e celtas.O Hotel Casino Chaves proporciona ainda “health club”, piscinas de interior e exterior, campos de squash e de futebol, court de ténis, circuito de manutenção, “driving range” e “putting grenn”, envolvi-dos por uma área ajardinada de 340 mil metros quadrados.Os apreciadores da gastronomia portuguesa e internacional en-contram nos restaurantes Dinastia Flavia e La Palette um car-dápio de propostas que vão desde as especialidades da cozinha tradicional de Trás-os-Montes aos mais variados sabores do mun-do, acompanhados de uma selecção de vinhos. Num registo mais informal, o hotel oferece ainda um Coffee-Shop, com capacidade para duzentas pessoas.

Optimizar política de viagens permite poupança de 20%A optimização das políticas de viagens e o aumento do cumpri-mento da mesma permite às empresas uma poupança média de 20% nos seus gastos com viagens, conclui-se no último estudo da Carlson Wagonlit Travel. Esta poupança baseia-se nos seguin-tes pontos-chave: reserva antecipada de bilhetes de avião, tarifas aéreas restritas, fornecedores preferenciais, conforto do viajante e canais de reserva preferenciais. Estas conclusões estão presentes num relatório de 80 páginas, designado “Playing by the Rules: Optimizing Travel Policy and Compliance”, publicado pelo CWT Travel Management Institute. Assim, refere o estudo, uma política de viagens bem definida com directrizes claras pode poupar às empresas 8% dos seus gastos totais com viagens. Melhores práticas no cumprimento da política de viagem por parte dos seus viajantes, que se inicia com uma interpretação profunda do comportamento do viajante, pode resultar numa poupança adicional de 12%. Segundo Christophe Renard, director sénior da CWT, “as políticas de viagens irão exigir uma gestão da procura, de forma a eliminar viagens desnecessárias. Os Travel Managers irão gradualmente integrar reuniões e eventos na sua política de viagens, de forma a explorar possíveis sinergias no seu programa de viagens”. A CWT observou diversas melhores práticas para a construção de uma política de viagens e para melhorar o cumprimento pelo viajante, que abrangem a gestão do compromisso na estrutura da comunicação da política de viagens; providenciar directrizes claras num formato “user-friendly”; padronizar a política regio-nalmente ou globalmente para reduzir custos; promover o cum-primento através de comunicações e rácios por ponto de venda; registar os progressos e realizar acções correctivas; comparar à performance da indústria em termos da configuração da política e comportamento dos viajantes.

Os promotores de resorts e tu-rismo residencial portugueses es-tão a apostar numa forte estratégia de investimento no Nordeste bra-sileiro, aproveitando as potencia-lidades turísticas daquele destino em franco desenvolvimento, mas igualmente o atractivo cenário criado pelos governos locais.

No âmbito do Nordeste Invest, certame dedicado à promoção do turismo naquela região do Brasil, foi divulgada uma pesquisa efec-tuada pela Câmara Brasil-Portugal no Ceará, a qual revelou que 240 empresas portuguesas já se insta-laram no Ceará nos últimos cin-co anos. Além de representar um aumento da população residente de portugueses, este indicador re-vela também o crescente aumento de investimento luso, com desta-que para a vertente do imobiliário turístico e residencial. O estudo refere ainda que o número de in-vestidores portugueses no Ceará chegou a 780, que, juntos, consti-tuíram mais de 240 empresas, so-mando um investimento superior a 118 milhões de euros.

Na óptica de Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo Vila Galé, as perspectivas futuras apon-tam para um aprofundamento dessa presença. Como referiu no encontro, “com o extraordinário potencial que o Nordeste do Bra-sil tem para o desenvolvimento tu-rístico, é inacreditável que apenas receba cinco milhões de turistas por ano”. Comparativamente, dis-se, “o pequeno Portugal recebe 12 milhões e a Espanha, que é da di-mensão da Bahia, recebe mais de 50 milhões”.

Turismo requer parcerias público-privadas

O estabelecimento de parcerias

público-privadas afigura-se como de extrema importância nessa estratégia, beneficiando quer as empresas investidoras, quer os po-deres públicos. Na perspectiva de Jorge Rebelo de Almeida, “os pri-vados não podem limitar-se a cri-ticar as iniciativas públicas, têm de se envolver de forma empenhada e com participação financeira. As parcerias público-privadas, nesta matéria, são da maior relevância. Os recursos são escassos. Os Go-vernos federal e estaduais têm de fazer um esforço para reforçar os meios disponíveis, mas mais im-portante é definir uma estratégia”.

Aquele responsável deu como exemplo a Turquia, que, para cres-cer em poucos anos para 17 mi-lhões de turistas, “criou empresas charter para os captar na Alema-nha e Rússia, em esforço conjun-to de todos os agentes do sector”. Na sua opinião, as prioridades em termos de captação de turistas es-trangeiros abrangem “o mercado português, já fidelizado ao Brasil, precisando apenas de manutenção sem grandes perspectivas de cres-

cimento pela reduzida dimensão”. Em seguida, com extraordinário potencial de desenvolvimento, es-tão os mercados espanhol e italia-no, junto dos quais se deve “apos-tar no destino sol e praia todo o ano, embora este mercado seja relativamente sazonal”.

Por seu turno, os mercados bri-tânico e alemão formam, “sem qualquer sombra de dúvida”, os dois principais mercados “com capacidade para alavancar o cres-cimento turístico do Brasil”, uma vez que detêm “operadores turís-ticos muito fortes, com voos pró-prios e população, em grande nú-mero, que viaja ao longo de todo o ano”. O objectivo passa assim pela “criação de pacotes turísticos inte-grados e grande promoção direc-ta ao consumidor final”. No que concerne aos mercados australia-no e canadiano, torna-se essencial “criar condições, como vistos, para atacar estes mercados com grande potencial para o Brasil”.

Marc [email protected]

breves

Portugal investe em força no Nordeste

brasileiroMercados britânico e alemão com o maior potencial de

emissão de turistas

A última edição do Nordeste Invest 2008, que decorreu entre 28 e 30 de Maio em Pernam-buco, gerou uma expectativa de volume de negócios gerado superior a 900 milhões de eu-ros. O evento, realizado numa organização da ADIT Nordeste, com o apoio da APEX Brasil, contou com um forte contin-gente nacional, com grandes in-teresses de investimento no país. Não é para menos: o Brasil re-gistou um aumento de 21,61% no crescimento de turistas entre

2003 e 2007, sendo que cresceu igualmente o tempo médio de permanência em dois dias. Por outro lado, verificou-se no mes-mo período um aumento de tu-ristas europeus, que gastam duas a três vezes mais que os turistas sul-americanos. O Plano Nacio-nal de Turismo 2008-2010, tra-çado pelo Governo brasileiro, prevê um crescimento da receita anual de 5%, dando prioridade aos turistas dos segmentos mé-dio e alto, com boa oferta aérea e estada prolongada.

NOrdeSte INveSt COm vOlume de NegóCIOS de 900 mIlHõeS

Turismo Turista estrangeiro de golfe gasta cerca de 250 euros por dia

Hotel Casino Chaves resulta de investimento de 44 milhões de euros

sexta-feira, 27 Junho de 200832

Golfe terá rede de conhecimento e divulgação internacionalO golfe cimenta-se como uma actividade turística de grande importância, capaz de contrariar a sazonalidade e atrair fontes de receita estrangeiras. Porém, no 1º Encontro Internacional de Golfe, foi ainda referida a necessidade de incentivar a prática nacional daquele desporto.

O golfe, enquanto âncora turística de relevo em Portugal, será alvo da “opera-cionalização de uma rede de conhecimen-to, informação e divulgação que congre-gue os diferentes ‘players’” deste segmento turístico. Segundo Luís Patrão, presidente do Turismo de Portugal, aquela instituição pretende desenvolver e aprofundar linhas de actuação relacionadas com o golfe, as quais passam pela “realização de acções técnicas de aprofundamento de matérias específicas, pertinentes para a indústria do golfe, com identificação de contribu-tos e propostas de actuação conjunta”, e também “o apoio à captação e realização de eventos desportivos de grande projec-ção internacional”.

Aliás, a qualidade e a diversidade dos campos de golfe em Portugal, muitos deles assinados por nomes de referência mundial, aliados à sua relação preço/qua-lidade, ao “know-how” operacional exis-tente, bem como ao clima e segurança, tornam o país num destino de referência na Europa no turismo de golfe. Esta foi a principal conclusão do 1.º Encontro In-ternacional de Golfe, que teve lugar em Óbidos e reuniu responsáveis do sector e especialistas internacionais do desporto.

Com vista a optimizar a oferta do des-tino de golfe português, foi ainda referido no encontro ser “fundamental que a oferta de golfe se apresente como uma experiên-cia distintiva e integrada”, existindo várias dimensões a ter em linha de conta, desde logo a paisagem de excepção, o design do campo, enquanto elemento potenciador dessa paisagem e de uma experiência de golfe inesquecível, os ícones distintivos da envolvente, a qualidade e personalização dos serviços disponíveis para os golfistas, a qualidade e variedade da oferta com-plementar, destinada essencialmente aos seus acompanhantes, o conhecimento do mercado e a promoção do destino, a cooperação na organização da oferta e a exposição mediática – seja dos campos, como espaços de experiências únicas, da modalidade, como prática desportiva em harmonia com a natureza, ou mesmo dos eventos desportivos internacionais, de-monstrativos da qualidade e notoriedade do destino.

Assim, todas “estas dimensões concor-rem para a criação de um destino compe-titivo de golfe”, o qual, refira-se, oferece já cerca de 100 campos para a prática deste desporto e que tem nos países europeus o

seu principal mercado, capaz de combater sazonalidade do turismo. Aliás, um turista estrangeiro de golfe gasta, em média, cer-ca de 250 euros por dia no país.

Crescer na procura interna

Não obstante, o encontro concluiu ainda pela necessidade de apostar no “in-cremento do número de jogadores por-tugueses” como “essencial para assegurar um desenvolvimento sustentado da oferta existente”. Os municípios, as estruturas desportivas, os campos de golfe e suas administrações são, assim, “chamados a encontrar as melhores soluções para a di-namização da procura interna de golfe”.

Mais ainda, a oferta de golfe “está in-trinsecamente ligada ao património paisa-gístico, no sentido em que a paisagem se assume como um elemento identitário do país, e aos recursos naturais, que são a sua

matéria-prima”. Daí que a adequação dessa oferta aos instrumentos de ordenamento e planeamento, ao enquadramento paisagís-tico e urbanístico, bem como as práticas de gestão ambiental, são determinantes para a sustentabilidade do destino de golfe.

Assim, foi lançado o apelo à “adopção de boas práticas ambientais nas fases de projecto, obra e exploração dos campos”, não só porque “o contexto global assim o exige”, mas também porque tais práti-cas “contribuem para a sustentabilidade financeira dos campos”.

O estabelecimento de plataformas co-laborativas entre os diferentes agentes da indústria do golfe” para as várias fases de desenvolvimento do produto, revela-se uma “necessidade reconhecida por todos”, ou seja, “colaborar para competir” é o de-safio que se impõe.

Marc [email protected]

Segmento de luxo contraria tendência

Proveitos totais da hotelaria caem 3,7%Lisboa conta-se entre as capitais do mundo onde os preços dos hotéis de cinco estrelas são mais baratos. Segundo o Hotel Price Index, por 150 euros é possível conseguir um quarto duplo na capital portuguesa, revelando uma margem de pro-gressão nos preços praticados.

Em Portugal, dados revelados pelo INE referem que os proveitos totais da hotelaria caíram 3,7% em Abril último face ao mês homólogo de 2007, o que, segundo aquele instituto, reflecte o efeito da Páscoa antecipada. Assim, em Abril a hotelaria registou 3,1 milhões de dormidas, menos 11% do que o mesmo mês do ano transacto.

Os proveitos do sector, em Abril, montaram a 157,9 milhões de euros no total e 104,7 milhões de euros de proveitos de aposentos, equivalendo a quebras ho-mólogas de 3,7 e 4%, respectivamente. De Janeiro a Abril a hotelaria nacional contabilizou um total de 3,7 milhões de hóspedes.

Contrarindo esta tendeência, o segmento da hotela-ria de luxo está em fase de crescimento global, segundo revela o Hotel Price Index. Este indicador, elaborado pelo “website” de reservas de hotéis www.hotels.com,

que foca os hotéis de luxo, aponta para um crescimento marcante no número de viajantes que procuram hotéis de topo, sendo que há cada vez mais viajantes dispostos a gastar 450 euros por noite num hotel.

O relatório, baseado na rede de 60 mil hotéis situa-dos em 6500 cidades a nível internacional, desenvolveu um estudo exaustivo dos preços hoteleiros reais pagos pelos consumidores e indica a capital russa, Moscovo, como a primeira no “ranking”, seguin-do-se Roma, Veneza, Paris e Chicago.

Regista-se também um aumento da oferta de quartos “premium” nas princi-pais capitais do mundo – “penthouses” e “super suites” figuram nos desenvolvi-mentos de alguns dos hotéis mais luxu-osos.

Lisboa com margem para crescer

Assim, por 150 euros por noite, é pos-sível ficar num quarto duplo de um hotel de cinco es-trelas nas melhores cidades do mundo mas apenas num de duas estrelas em locais como Moscovo ou Tóquio, e 1,5 estrelas em Nova Iorque. Em Lisboa, o preço médio que se pode conseguir por um cinco estrelas ronda os 150 euros, mostrando que existe ainda uma margem de crescimento no preço tido como relevante. Desta forma, a capital portuguesa emparelha, ao nível dos

preços, com destinos como Bali, Buenos Aires, Cairo, Jacarta, Jerusalém, Marraquexe, Piza, S. Paulo ou Bu-dapeste.

Recorde-se que o Hotel Price Index é essencialmente uma compilação de preços pagos pelo alojamento em hotéis, com enfoque no viajante independente. As ta-xas corporativas estão sujeitas a alterações e não estão incluídas no estudo.

O alcance internacional do Hotels.com (em termos de clientes e destinos) quali-fica este índice como uma das referências mais completas actualmente disponíveis no sector turístico, dado que incorpora um amplo leque de hotéis, tanto pertencentes a cadeias como a hotéis independentes.

Os preços e evoluções indicados no es-tudo não estão fixados de acordo com a inflação. A informação baseia-se em preços actuais pagos por cama e por noite, esta-belecidos pelo sector hoteleiro. Tomaram-

se em conta as flutuações de câmbios monetários ao longo do ano, convertendo todos os preços de hotéis para a moeda original e utilizando publicações diárias de taxas de câmbio. Deste modo, os preços e câmbios recolhidos são os reais pagos pelo cliente no momento de efectuar a reserva.

Marc [email protected]

sexta-feira, 27 Junho de 2008 33turismo

Hotelaria contabilizou um total de 3,7 milhões de hóspedes

Faz um ano que o Governo Português e a Comissão Europeia, aproveitan-do o início de mais uma Presidên-

cia Portuguesa da União Europeia, assi-naram o QREN, o instrumento que até 2013 se vai assumir como a última grande oportunidade de o nosso país aproveitar os Fundos Europeus para alterar o seu modelo estratégico de desenvolvimento e desta forma evitar o que cada vez mais parece tornar-se irreversível – um atraso estrutural em relação ao pelotão dos pa-íses da frente num mundo global cada vez mais complexo e competitivo. Será que o QREN se constituiu como uma verdadeira Agenda de Mudança ou, pelo contrário, ainda não passou duma mera Mudança de Agenda sem efeitos estrutu-rantes consistentes?

Cabe ao QREN a missão de fazer dos factores dinâmicos de competitividade, numa lógica territorialmente equilibrada e com opções estratégicas claramente as-sumidas, a chave central para a correcção das graves assimetrias sociais e regionais que continuam a imperar. O “novo pa-radigma” dos Fundos Estruturais radica, nesse sentido, na capacidade de os resul-tados potenciados pela inovação e conhe-cimento serem capazes de induzir novas formas de integração social e territorial capazes de sustentar um equilíbrio global do sistema nacional. Terá que ser capaz de assentar em “referências estratégicas” que evidenciam a opção pela mudança e a segurança pela mobilização de projectos para o futuro.

Por uma nova economia

Torna-se essencial neste novo contexto recentrar o modelo das políticas da ino-vação e do conhecimento nas empresas. Estas deverão assumir-se como o gran-de referencial de aposta da actuação dos agentes públicos. Importa assumir que a convergência estrutural é uma condição necessária da convergência real e nesse sentido há que clarificar a opção em ter-mos do impacto sistémico das políticas de inovação e produtividade.

A aposta tem que ser clara: recentrar as políticas da inovação e do conhecimento na empresa e na sua envolvente, adoptar uma visão sistémica da parceria estratégi-ca entre a economia e a tecnologia, conso-lidar as lógicas “technology-push” e “de-mand-pull” como atributos de equilíbrio dum mercado dinâmico, fazer dos “Clus-ters de Inovação” o eixo de recentragem dos financiamentos seleccionados e de alavancagem do IDE de alto valor acres-centado como o elemento qualificador da distinção estratégica para o futuro.

Tem que se apostar de forma clara na criação de valor sustentado transaccioná-vel no mercado e com dimensão global. A partir do processo de renovação das em-presas estarão criadas as condições para permitir a um pequeno país periférico como Portugal entrar nas complexas e competitivas redes internacionais de tran-

sacção de produtos e serviços com dimen-sões renováveis de inovação e criatividade. É este o grande desafio da competitivi-dade que tem que se apoiar no contexto dum Estado moderno e flexível, em que os agentes empreendedores e capazes de acrescentar valor se sintam em condições de protagonizar o desafio da (desejada) mudança.

Por um novo território

O desenvolvimento estratégico do país assenta no equilíbrio da evolução eco-nómica e social do território. O novo paradigma da aposta das políticas públi-cas, tendo por base o QREN, assenta na competitividade como a condição central de atractividade dos territórios articulada com objectivos claros de coesão social e sustentabilidade ambiental. Importa, por isso, reforçar e valorizar os sistemas territoriais de inovação, apostando nos “clusters de inovação” como pólos de uma nova centralidade envolvendo os diferen-tes actores do território.

O acesso ao financiamento por parte dos territórios tem que assentar na lógi-ca da descriminação positiva e por isso o caminho é claro na aposta da qualificação dos territórios inteligentes. Potenciar as “âncoras de conhecimento” de base ter-ritorial que são já hoje as Universidades e Politécnicos no sentido de as dotar de mecanismos práticos de “indução de cria-ção de valor” centrados na empresa é o único caminho possível. Os “actores do conhecimento” serão chamados a res-ponder pelos resultados conseguidos na captação de oportunidades empresariais para os territórios e competirá às agências públicas uma monitorização permanente adequada dos resultados conseguidos em matéria de “clusterização do valor”.

Por novas competências

A aposta na qualificação como elemen-to adicional da política pública ligada ao QREN tem que assentar no paradigma da ambição da última oportunidade. Impor-ta apostar na preparação de “trabalhadores criativos”, capazes de induzir na econo-mia um capital de conhecimento estraté-gico atractivo do investimento e do valor. Não há mais tempo para a qualificação do “stuck in the middle”, sem oportunidade no mercado, e as apostas mais básicas e ini-ciais correspondem a uma intervenção so-cial que ao Estado caberá sempre liderar. A garantia do acesso universal à qualificação, numa lógica de coesão social e territorial, é um imperativo da democracia.

Mas importa mais o “imperativo da cria-tividade”. Fazer convergir os apoios públi-cos no novo QREN para a selectividade e distinção dos verdadeiros elementos in-dutores de investimento – a tecnologia, a imagem de marca, o valor transaccionável nos circuitos internacionais. Precisamos que os centros de competência que temos entre nós se focalizem na qualificação de

verdadeiros “trabalhadores criativos” e que a lógica dos “clusters de inovação” se afir-me como a centralidade de novos pólos de conhecimento, investimento e agregação de massa crítica interoperável nas grandes redes internacionais.

É por isso que a transversalização, ino-vação e territorialização das políticas pú-blicas tem que ser a marca do QREN. Pretendem-se políticas do conhecimen-to, centradas em territórios inteligentes

e apostas na dinamização de verdadeiros “trabalhadores criativos”. Ideias muito simples e claras e para as quais mais não é necessário do que um pacto de “cum-plicidade estratégica” e “convergência operacional” entre todos os que têm res-ponsabilidades – actores públicos, empre-sas, universidades e centros de saber. O QREN não pode falhar. O seu sucesso é central para a nova oportunidade de de-senvolvimento Estratégico do pais.

Porque é que o QREN não pode falhar?

Francisco Jaime QuesadoGestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento.

sexta-feira, 27 Junho de 2008Qren34

O sucesso da implementação e Ope-racionalização do QREN passa em lar-ga medida pela mobilização de algu-mas “plataformas estratégicas” cuja concretização se assume como deci-siva neste novo tempo de Agenda de Mudança:

“PLATAFORMA EMPREENDEDO-RA” - Não há uma cultura empreen-dedora em Portugal. A matriz compor-tamental da “população socialmente activa” do nosso país é avessa ao ris-co, à aposta na inovação e à partilha de uma cultura de dinâmica positiva. Ou seja, dificilmente se conseguirá impor por decreto uma”revolução em-preendedora” e mesmo o aumento do desemprego, por força da desindustria-lização e emagrecimento dos Serviços Públicos / Privados poderá não ser suficiente para suscitar uma “auto-re-acção” das pessoas. Importa por isso mobilizar as capacidades positivas de criação de riqueza. Fazer do empre-endedorismo a alavanca duma nova criação de valor que conte no mercado global dos produtos e serviços verda-deiramente transaccionáveis é um dos desafios do QREN.

“PLATAFORMA ORGANIZACIONAL”

- A falta de rigor e organização nos processos e nas decisões, sem respeito pelos factores “tempo” e “qualidade”, já não é tolerável nos novos tempos globais. Não se poderá, a pretexto de uma “lógica secular latina”, mais ad-mitir o não cumprimento dos horários, dos cronogramas e dos objectivos. Não cumprir este paradigma é sinónimo de ineficácia e de incapacidade estrutu-ral de poder vir a ser melhor. Importa por isso uma cultura estruturada de di-mensão organizacional aplicada de for-ma sistémica aos actores da sociedade civil. Sem uma “Plataforma Organiza-cional” moderna o QREN dificilmente terá sucesso.

“PLATAFORMA COOPERATIVA” – A ausência da prática de uma “cultura de cooperação” tem-se revelado mor-tífera para a sobrevivência das organi-zações. Na sociedade do conhecimen-to sobrevive quem consegue ter escala e participar, com valor, nas grandes redes de decisão. Num país peque-no, as empresas, as universidades,

os centros de competência políticos têm que protagonizar uma lógica de “cooperação positiva em competição” para evitar o desaparecimento. Que-rer cultivar a pequenez e aumentá-la numa envolvente já de si pequena é firmar um atestado de incapacidade e de falta de crença no futuro. Por isso, importa potenciar e verdadeiramente reforçar uma“capacidade de coopera-ção” positiva, com dimensão estraté-gica capaz de se consolidar a médio prazo.

“PLATAFORMA CRIATIVA” - O país não consegue fugir do “stuck in the middle”. É doentia a incapacidade em definir, operacionalizar e dina-mizar a lógica de “capital social” do nosso país. Não é, obviamente, o paradigma da inovação dos países da Europa Central, porque os índices “rating” da competitividade estão em todas as análises aquém destes casos de sucesso. O diagnóstico está feito há muito tempo sobre esta ma-téria. Mas também já não pode ser, porque não é, a lógica do “low cost support” como referencial de criação de emprego e de fixação de “capital social básico” no território. Neste sentido, importa potenciar a criati-vidade como grande elemento capaz de induzir “dinâmicas de distinção” e de dar aos diferentes segmentos da sociedade civil do nosso país a ambi-ção da diferença.

“PLATAFORMA DESCENTRALIZA-DORA” - A crescente (e excessiva) me-tropolização do país torna o diagnósti-co ainda mais grave. A desertificação do interior, a incapacidade das cidades médias de protagonizarem uma atitu-de de catalisação de mudança, de fi-xação de competências, de atracção de investimento empresarial, são re-alidades marcantes que confirmam a ausência duma lógica estratégica con-sistente. Não se pode conceber uma aposta na competitividade estratégica do país sem entender e atender à co-esão territorial, sendo por isso decisi-vo o sentido das efectivas apostas de desenvolvimento regional de consoli-dação de “clusters de conhecimento” sustentados. O QREN só terá sucesso se for indutor de uma lógica de des-centralização positiva.

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JUNHOAté ao dia 30• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- Entrega da declaração Modelo 13 via Inter-net pelas instituições de crédito e sociedades financeiras que intervenham nas operações com valores mobiliários, warrants autónomos e instrumentos financeiros derivados. - Entrega da declaração Modelo 15 via Inter-net pelas instituições depositárias de contas poupança-habitação. - Entrega da declaração Modelo 19 via Inter-net pelas entidades patronais que atribuam benefícios a favor dos trabalhadores, em re-

sultado de planos de opções ou outros de efei-to equivalente (subscrição, atribuição, etc.).

• IRS – IRC - IVA- Entrega via Internet, pelos sujeitos passi-vos de IRS, IRC, da Informação Empresarial Simplificada (IES) e IVA, com os correspon-dentes anexos.

Imposto Único de CirculaçãoLiquidação, por transmissão electrónica de dados, e pagamento do Imposto Único de Circulação - IUC, relativo aos veículos cujo aniversário da matrícula ocorra no presente mês (substitui os anteriores Imposto Muni-cipal sobre Veículos e os Impostos de Circu-lação e Camionagem). As pessoas singulares poderão solicitar a liquidação em qualquer Serviço de Finanças.

Fiscalidade Tribunais tributários de primeira instância tendem a seguir decisões do Supremo

AGENDA FISCAL

IVA

Reembolso do IVA a 30 dias na construçãoO reembolso do IVA para as entidades que efectuem operações que estejam abrangidas em mais de 75% pela regra da inversão de dedução do imposto vai ser realizado no prazo máximo de 30 dias. Esta alteração agora realizada pelo Governo vem beneficiar claramente as empresas de construção, as quais se viram afectadas pelas novas regras de inversão de dedução do IVA, o qual, nos serviços que prestam, é agora deduzido pelos adquirentes. Esta regra levou a situações de crédito frequentes e com alguma perma-nência, resultantes da não liquidação do imposto pelos sujeitos passivos que efectuam as referidas operações. Segundo o Executivo, a aplicação da regra de inversão do sujeito passivo a certos sectores de actividade, justificada numa maior eficácia no combate à fraude e evasão fiscais, não pode criar constrangimentos financeiros desnecessários e, deste modo, os sujeitos passivos cujas operações estejam em mais de 75 % abrangidas pela regra de inversão devem beneficiar de um prazo de reembolso de 30 dias, à seme-lhança do que já sucede com sujeitos passivos de outros sectores de actividade cujas operações sejam maioritariamente isentas ou não sujeitas com direito a dedução.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 35

Atraso de liquidação superior a 90 dias tem coima mínima igual ao valor da dívida

(Continuação da pág. 7)“Num país onde os impostos aumen-

tam há mais de 20 anos, onde a despesa pública cresce desmesuradamente em relação à riqueza gerada, o desfecho só poderia ser este. No caso concreto, o tribunal fez justiça. É inconcebível que, num Estado de Direito Democrático, o contribuinte seja obrigado a entregar um imposto sobre um bem ou serviço que não foi pago pelo cliente final”, afir-mou à “Vida Económica”.

“Não se pode dizer que seja a maior revolução de sempre no IVA, mas é ex-traordinariamente importante porque há cada vez mais fiscalistas e juízes a dizerem que não pode haver crime quando o con-tribuinte, apesar de ter IVA, utilizar esse imposto no exercício da sua actividade, por exemplo, para pagar os salários às pessoas. É certo que estamos aqui a dar um salto para outra coisa, mas o que im-porta frisar é que começa a haver decisões neste sentido. Isto é, desde que a pessoa não actue em fraude, como na do ‘car-rossel’ ou de outras situações do género, em que enriquece à custa do IVA, ou de outro imposto retido, não se poderá estar perante um crime”, acrescenta.

Decisão do STA vai fazer mossa

Seja como for, e apesar da reacção do STA no sentido da justiça, os fiscalistas acautelam com o facto de as regras fiscais se manterem as mesmas em termos de entrega do imposto ao Estado. Segundo Filipe Duarte Neves, consultor do De-partamento de Direito Fiscal da “Miran-da”, “esta decisão do Supremo Tribunal Administrativo (STA) preconiza uma posição bastante interessante, contra-riando a prática que tem vindo a ser seguida pela administração fiscal (assim como pelos próprios contribuintes na estimativa da suas contingências fiscais) em situações desta natureza. Com efeito, a interpretação realizada pelo STA, não questionando o âmbito de aplicação das regras do IVA em matéria de exigibilida-de do imposto, afasta, contudo, no ac-tual quadro normativo, a possibilidade

de aplicação de qualquer sanção pelo seu incumprimento.

“Esta decisão, não tendo um carácter vinculativo para a administração fiscal, constitui uma indicação de como o STA poderá vir a decidir no âmbito de outros processos de idêntica natureza. Assim, a verificar-se que esta passará a ser a juris-prudência constante do STA quanto a estas situações de incumprimento, pode-rá revelar-se necessária uma intervenção legislativa, de forma a que esta conduta passe efectivamente a ser punida em sede contra-ordenacional.”

De referir ainda que esta decisão do STA tem também o mérito de trazer para discussão pública o negativo impacto fi-nanceiro decorrente da obrigatoriedade de o IVA ser devido no momento em que ocorre a facturação dos bens ou dos serviços fornecidos independentemente do recebimento do respectivo preço.”

Empresas têm de continuar a pagar

Para António Beja Neves, consultor fiscal da Deloitte & Associados, SROC, SA, “a decisão proferida tem efeitos apenas naquele caso concreto”. “Esta decisão decorre da interpretação dada ao artigo 114.º do RGIT, o qual tem uma redacção diferente do anterior ar-

tigo 95.º do Código do IVA, que previa idêntica coima sem que se suscitassem especiais questões. Admite-se que venha a ocorrer uma alteração à redacção do citado artigo 114.º.

“Apesar de esta jurisprudência eliminar a penalidade na situação que foi aprecia-da, não deixa de ser necessário entregar ao Estado o IVA que não se recebeu do cliente, no período correcto, sob pena da aplicação de juros de mora.”

Deste modo, não nos parece que as empresas possam legitimamente usar o acórdão para recusar o pagamento.”

Ministério das Finanças mantém direito de liquidação

Segundo interpretação do Ministério as Finanças e da Administração Pública, “o acórdão nada tem a ver com a liqui-dação e cobrança do IVA, pelo que não influencia qualquer receita. A matéria que está em causa é o artigo 114.º do RGIT. Logo, o que esteve em causa foi o facto de saber se uma entidade pode ser penal ou contra-ordenacionalmente responsável nas circunstâncias em apre-ço”, afirmou à “Via Económica” fonte da assessoria de imprensa do Gabinete do Ministro de Estado e das Finanças.

VIRgílIO [email protected]

Fiscalistas dizem que decisão do Supremo Tribunal Administrativo vai fazer mossa

Exigir IVA não recebido é uma injustiça fiscal No âmbito do direito à dedução, os sujeitos passi-

vos não têm de entregar à administração tributária a prestação tributária que deduziram, mas, antes pelo contrário, apenas têm de fazer entrega do imposto na medida em que excede o IVA a cuja dedução têm direito, isto é, do imposto que não deduziram”, sus-tentam os juízes do STA, no Acórdão nº 279, de 28 de Maio de 2008. Os juízes fizeram uma interpreta-ção literal do texto do artigo 114º do Regime Geral das Infracções Tributárias para dar razão ao contri-buinte queixoso.“Nas situações em que não se está perante um acto isolado (como sucede no caso em apreço), o art. 26.º, n.º 1, do CIVA impõe a entrega do montante do imposto apurado (o ‘imposto exigível’) no momento da apresentação das declarações a que se refere o art. 40.º do mesmo Código ), independentemente de ter sido efectuado pelos adquirentes de bens ou uti-lizadores de serviços o pagamento da quantia factu-rada. O regime do art. 71.º, n.ºs 8 e 9, relativamente à possibilidade de dedução de imposto respeitante a créditos incobráveis ou de pagamento retardado confirma que a obrigação de pagamento do imposto pelo sujeito passivo não depende de ter sido paga a quantia liquidada pelo adquirente de bens ou utili-zador de serviços. Nestas situações, o imposto que deve ser entregue não é o imposto que foi liquidado, mas sim o eventual saldo positivo a favor da admi-nistração tributária que se registe após confrontação do volume global do imposto liquidado (recebido ou não) e do imposto que foi pago pelo sujeito passivo aos seus fornecedores ou prestadores de serviços.”

Lei revogada Entende também o tribunal que “apenas é sancio-nado como contra-ordenação o comportamento de quem tem obrigação de liquidar na sequência de recebimento da quantia do imposto”.“A conduta de quem não entrega IVA liquidado nas facturas mas não recebido dos adquirentes das mercadorias ou utilizadores de serviços es-tava expressamente punida no art. 95.º do CIVA, em que se previa como transgressão ‘a falta de entrega ou a entrega fora dos prazos estabele-cidos de todo ou parte do imposto devido’. Po-rém, este art. 95.º, inserido no Capítulo VIII do CIVA, está expressamente revogado pela alínea c) do art. 2.º da Lei n.º 15/2001, de 5 de Junho”. Por outro lado, considerou ainda o tribunal que as referências à “prestação tributária que nos termos da lei deduziu” e à “prestação tributá-ria deduzida nos termos da lei”, que se utilizam no art. 114.º do RGIT, têm um evidente alcan-ce restritivo em relação à expressão “imposto devido”que era utilizada no referido art. 95.º do CIVA, pois “as primeiras apenas abrangem situa-ções em que o sujeito passivo procede à dedução do imposto, subtraindo-a de uma quantia global”. Assim, no caso em apreço, o tribunal conclui que, “não tendo havido recebimento do imposto anterior à entrega à administração tributária da declaração periódica está afastada a possibilidade de preenchi-mento da hipótese do art. 114.º, n.º 2, do RGIT”.

Só o IVA recebido pode ser cobrado pelo fisco

TrIbuNAL DECIDE

“Decisão do STA passará a ser a jurisprudência constante”, diz Filipe Duarte Neves

“Muitas outras mini-revoluções vão surgir”, afir-ma Tiago Caiado Guerreiro.

Regra geral da tributação sobre prestações de serviços tem utilização residualExistem normas de excepção à aplicação da regra geral, assim como excepções à excepção, pelo que a regra geral acaba por ter uma utilização residual.

A maioria dos portugueses, cerca de 88 por cento, considera que a situa-ção económica do País não é a mais

favorável, contra 10 por cento que dizem ser “muito boa” e “boa”, de acordo com os dados apurados pelo Eurobarómetro di-vulgado em Bruxelas.

Segundo a opinião pública na União Europeia (UE), Portugal está no fundo da tabela de satisfação dos cidadãos com o es-tado económico, empatado com a Bulgária e apenas ultrapassado pela Hungria, onde apenas nove por cento disseram estar satisfeitos com a economia.

Em comparação com dados apurados o ano pas-sado pelo Eurobarómetro, a quantidade de portugue-ses insatisfeitos aumentou um ponto percentual.

O ministro das Finan-ças, Teixeira dos Santos, diz que Portugal está pre-parado para enfrentar a situação económica inter-nacional, que a economia portuguesa está mais «robusta» e, por isso, não sofrerá dos mesmos «desequilíbrios económicos» que afectam os Estados Unidos.

Apesar da falta de confiança e desconten-tamento da maioria dos portugueses, Tei-xeira dos Santos afirma que a preparação de Portugal para enfrentar a crise económica é fruto das reformas estruturais feitas na eco-nomia e à vitalidade do sector privado, em

que as empresas portuguesas aumentaram e diversificaram os seus mercados de expor-tação, apostando, também, numa melhoria do seu desenvolvimento tecnológico, o que fortaleceu a economia. Portugal tem feito um esforço para reduzir o défice orçamen-tal e a dívida pública, e para continuar no bom caminho não pode haver redução de impostos, apesar do descontentamento da maioria dos portugueses.

No entanto, apesar do optimismo do ministro das Finanças, a economia portu-

guesa continua a apresen-tar ritmos de crescimento económico e de criação de emprego insuficientes.

A proporção de jovens que conclui o ensino se-cundário e o ensino su-perior em Portugal tem vindo a aumentar mas a ritmos aquém do necessá-rio para suprir o desfasa-mento de Portugal face aos países de comparação. Ou seja, a melhoria das com-

petências da população activa portuguesa ainda é débil e pouco adequada ao desafio de inovação e competitividade.

Com base nas últimas actualizações fei-tas ao mercado de trabalho, verifica-se uma estabilização do emprego. No entanto, os Centros de Emprego dizem ter uma ace-leração dos pedidos de emprego por parte dos desempregados, sendo as perspectivas por parte dos empresários negativas.

É preciso Portugal estabelecer uma estra-tégia para sair da crise, estabelecendo cri-térios de melhor organização, trabalhando melhor, com mais inteligência, com mais exigência e responsabilidade. Afinal, outros países que tiveram graves crises económicas também o fizeram: é o caso da Finlândia, da Irlanda, etc., países que conjugaram es-forços estabelecendo pactos sociais fortes e mobilizadores das principais forças econó-micas, sociais e politicas.

Maioria dos portugueses diz que a economia será pior no próximo ano

A maioria dos portugueses inquiridos em Fevereiro pela Marktest entende que daqui a um ano a situação económica do país será ainda pior, revelando expectativas muito pessimistas quanto a esta questão.

Os residentes no Continente com mais de 18 anos mostram-se muito pessimistas relativamente à evolução da economia do País e do seu agregado familiar.

Embora pessimistas, os portugueses mostram um sentimento menos negativo relativamente à evolução da sua própria si-tuação económica e familiar.

Jovens pessimistas

Os mais idosos mostram maior pessimis-mo relativamente à evolução da sua situa-ção económica: 55,4 por cento acha que ela vai ser pior; 19,9 por cento acha que

vai ser igual e apenas 8,4% espera que ela seja melhor.

Em terreno negativo encontram-se, tam-bém os jovens entre os 18 e os 34 anos, mas mostram maior pessimismo quanto à evolução da sua situação económica pesso-al e familiar.

Os outros sectores etários atingem um índice perto do optimismo.

A taxa de endividamento coloca as famí-lias portuguesas entre as mais endividadas do mundo desenvolvido. Não restam dú-vidas de que ritmo de expansão do endi-vidamento gerou um sentimento aparente de bem-estar económico, aliado à expansão das despesas públicas.

O país atravessa uma fase de grande vul-nerabilidade e, embora se verifique uma redução do défice externo, existe uma desaceleração do crescimento económico e nada faz prever que sem uma grande al-teração estrutural os elevados défices não regressem.

Por último, veja-se o aumento dos preços em geral. Não se pode querer obter lucro para as empresas à custa de sacrifícios para os portugueses que pagam quantias mais elevados do que a média comunitária,

Um exemplo é o que se está a passar com o sucessivo aumento dos preços dos combustíveis. Não se podem maximizar os lucros das empresas à custa dos consu-midores, devendo as entidades reguladoras colocar um travão no sucessivo aumento dos preços em geral, para “aliviar os bolsos” das famílias portuguesas.

Segundo a opinião pública na UE, Portugal está no fundo da tabela de satisfação dos cidadãos com o estado económico

Opinião

Contas & Impostos

Optimista ou pessimista!

Portugal tem feito um esforço para redu-zir o défice orçamental e a dívida públi-ca, e para continuar no bom caminho não pode haver redução de impostos, apesar do descontentamento da maioria dos por-tugueses.

soRaia sabinoJurista da CTOC

Existem normas de excepção à aplicação da regra geral que acaba por ter uma utilização residual

Determinado contribuinte constituiu uma empresa unipessoal em Portugal, é sujeito passivo de IVA mas tem a sua re-sidência em França, onde também pres-tou serviços de pintura num edifício. Estas facturas não possuem número de identificação fiscal e o IVA é de cinco por cento. Como tributar estas presta-ções de serviços? Qual o artigo do IVA a considerar e o respectivo campo na de-claração periódica? Em termos de IRS, quais as obrigações fiscais?

Determinada entidade, sujeito passivo em território nacional, presta serviços de pintura num imóvel localizado noutro Estado. Questiona-se sobre a tributação desta operação em sede de IVA.

No que respeita à tributação de presta-ções de serviços, importa analisar as regras de localização previstas no artigo 6.º do Código do IVA. No n.º 4 deste normati-vo encontramos a regra geral: «… são tri-butáveis as prestações de serviços quando efectuadas por um prestador que tenha no

território nacional a sede da sua activida-de ou um estabelecimento estável a partir do qual os serviços sejam prestados ou, na sua falta, o seu domicílio…».

Nos números seguintes encontramos nor-mas de excepção à aplicação da regra geral, assim como excepções à excepção. Logo, podemos dizer que a regra geral acaba por ter uma utilização digamos que re-sidual, pois esta só se aplica quando o serviço em causa não está identificado nas regras de excepção.

O caso exposto, presta-ção de serviços de pintura em imóveis localizados em França, insere-se no âmbito da regra prevista na alínea a) do n.º 5 do artigo 6.º do Código do IVA, ou seja, esta prestação de serviços será sujeita a tributa-ção em território francês [admitindo que na legislação francesa existe norma reflexa da nossa alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º

do Código do IVA] e não em território nacional.

Assim, um sujeito passivo de IVA, com sede em território nacional, que preste serviços relacionados com um imóvel lo-calizado em França, a um adquirente se-diado em território francês, deverá ter em

consideração o seguinte:- Não há lugar à en-

trega de IVA ao Estado português, uma vez que a operação cai na excepção da alínea a) do n.º 5 do artigo 6.º do CIVA;

- A operação é tributável em França, pelo que o pres-tador do serviço, para deter-minar qual o procedimento necessário para a entrega do imposto, terá de ter em

consideração a situação do adquirente:- Se este for sujeito passivo de IVA na-

quele território, a entrega a França será efectuada pelo adquirente, através do me-canismo de “reverse-charge”;

- Se o adquirente não for sujeito passi-vo de IVA ou não o for naquele territó-rio, o prestador de serviços terá de tomar as medidas adequadas para proceder à entrega do imposto, nomeadamente de registo como sujeito passivo naquele ter-ritório.

- Na declaração periódica do IVA (em Portugal), o valor destas operações é rele-vado no campo 8 do quadro 06.

No que diz respeito às obrigações fiscais em sede de IRS, temos duas hipóteses:

a) O singular constitui uma sociedade unipessoal em Portugal. Essa sociedade de direito português é sempre conside-rada residente em território nacional. Se a prestação de serviços foi facturada pela sociedade portuguesa, a tributação é sempre feita em Portugal e em IRC.

b) Se a prestação de serviços foi factu-rada pela pessoa singular, e esta é con-siderada como residente em França e o serviço foi executado e pago por uma empresa/entidade francesa, não existe algum elemento de conexão com Portu-gal, logo, não há tributação (em IRS) em Portugal.

Informação elaborada pela CToC — Câmara dos TéCnICos ofICIaIs de ConTas

sexta-feira, 27 Junho de 2008fiscalidade36

Mercadosaltri:

-50%desde

o início do ano

portucel:

-7%desde

o início do ano

Eurodólar (Fecho) (25/06) 1,5568Var. Semana -0,23%Var. 2008 5,75%

EuroLibra (Fecho) (25/06) 0,7914Var. Semana 0,70%Var. 2008 7,92%

EuroIene (Fecho) (25/06) 168,59Var. Semana 0,70%Var. 2008 2,22%

ÍndIcEs

PsI20 (Fecho) (25/06) 9496,38Var. Semana -5,87%Var. 2008 -27,06%

dowJones (Fecho) (25/06)11857,91Var. Semana -1,42%Var. 2008 -10,61%

nasdaq (Fecho) (25/06) 1933,21Var. Semana -0,92%Var. 2008 -7,28%

Ibex (Fecho) (25/06) 12446,1Var. Semana -1,47%Var. 2008 -18,02%

dax (Fecho) (25/06) 6617,84Var. Semana -1,65%Var. 2008 -17,97%

cAc40 (Fecho) (25/06) 4536,29Var. Semana -1,79%

Var. 2008 -19,39%

PsI20

cAmbIALEurodóLAr

Euribor6m (Fecho) (25/06) 5,1250Var. Abs. Semana -0,0010%Var. Abs. 2008 0,4160%

Euribor3m (Fecho) (25/06) 4,9580Var. Abs. Semana -0,0040%Var. Abs. 2008 0,2680%

Euribor1Y (Fecho) (25/06) 5,4180Var. Abs. Semana -0,0090%Var. Abs. 2008 0,6640%

monEtárIoEurIbor6m

Petróleo (Brent) (25/06) 131,22Var. Semana 1,91%Var.2008 39,11%

ouro (Fecho) (25/06) 876,70Var. Semana -2,68%Var. 2008 5,22%

Prata (Fecho) (25/06) 16,62Var. Semana -4,10%Var. 2008 12,53%

mErcAdorIAsPEtróLEo

Resgates crescentes dos fundos de PPRnão estão a ocorrernos PPR das seguradoras

sexta-feira, 27 Junho de 2008 37

Vasco Oliveira, Sénior Partner da Credirisk,receia que o cumprimento seja apenas uma tarefa burocrática

Basileia II corre o risco de falhar alguns objectivos

Vida económica - Qual a mis-são estratégica da credirisk?

Vasco Oliveira - A Credirisk é uma empresa totalmente portu-guesa que disponibiliza serviços e soluções para o sector financeiro, recorrendo à experiência dos seus consultores e a software especiali-zado, desenvolvido internamente. Presta serviços de consultoria na área financeira, desenvolvimento de modelos preditivos de risco e gestão estraté-gica de risco e clientes, recor-rendo a métodos próprios e pres-tação de serviços inovadores.

Esta prestação de serviços tem sempre como objectivo a pro-cura da melhor solução para cada tipo de Cliente ou Projecto, independen-temente do fornecedor das solu-ções tecnológicas.

Ve - Quais são de facto os seus segmentos alvo de mer-cado?

VO - Os nossos segmentos alvos vão desde a área financeira (Banca e Seguros) até às Telecomunicações, Indústria e ‘Utilities’. As nossas so-luções e serviços também se aplicam à Administração Pública.

Ve - em particular, que tipo de oferta especializada e de áreas de negócio promove?

VO - Consultoria estratégica e operacional para análise e controlo do risco de crédito, designadamen-te,

- Serviços de concepção e imple-mentação de soluções de “scoring” de crédito

- Consultoria e soluções técnicas de gestão de cobranças

- Consultoria e soluções de ges-tão estratégica de Clientes

- Consultoria para gestão de ris-cos de crédito e operacional no contexto de Ba-sileia II

- Soluções téc-nicas de gestão de propostas de crédito

- Serviços técni-cos de seguimen-to/monitorização do incumprimen-to

Ve - Quais as mais-valias e/ou características diferencia-doras da actividade da credi-risk, com incidência no apoio à gestão das empresas?

VO - A Credirisk fornece con-sultoria para controlo de risco de forma a maximizar o valor de cada cliente e a minimizar o risco de cada operação de crédito concedi-da. Ajudamos anualmente os nos-sos clientes a tomarem milhares de decisões estratégicas, através das nossas soluções, apoiadas nos nos-sos serviços de consultoria. Uma das consequências desta actividade junto da área financeira é o facto

de estarmos a contribuir também para o controlo do endividamento das famílias portuguesas.

A pesquisa constante de mais e melhores soluções e metodologias traz benefícios consideráveis para os nossos clientes.

Ve - Sendo os bancos um dos segmentos privilegia-dos dos clientes da credirisk, que avaliação faz da evolução dos sistemas de gestão de ris-co no âmbito da actual crise financeira internacional e da própria implementação de Ba-sileia ii?

VO - Actualmente, já começam a existir algumas entidades finan-ceiras que têm como preocupa-ção a gestão estratégica do risco dos seus clientes. No entanto, a grande maioria das entidades ain-da não se encontra nesta fase de desenvolvimento, muito por culpa dos seus sistemas ‘legacy’, que, de algum modo, são pesados e lentos e onde as implementações resul-tantes de uma gestão estratégica – extraordinariamente dinâmica – do negócio e da sua aplicação à gestão do risco não são possíveis de forma rápida e segura. Cada vez mais são necessárias novas tec-nologias como as que actualmente implementamos, de forma a serem utilizadas pelo negócio de modo estratégico. O objectivo é a criação de relações de um-para-um com os seus clientes, o que faz com que haja uma personalização melhor do serviço prestado e uma adequa-ção dos seus produtos e ofertas a

nível de risco e mais-valias para os clientes, fazendo baixar o incum-primento, o endividamento das famílias e aumentando o seu grau de satisfação.

Relativamente a Basileia II, verifica-se que, embora com di-ferentes estados de concretização, de um modo geral todas as enti-dades estão em fase terminal de implementação ou encontram-se em desenvolvimento dos critérios e adaptação às normativas. Con-tudo, estas implementações são muitas vezes usadas apenas do ponto de vista puramente de res-postas ao Banco de Portugal, não sendo depois exploradas na práti-ca para melhor responder ao risco diário da concessão de crédito.

Ve - Quais as perspectivas de desenvolvimento da credirisk em termos de áreas de negócio e mercados geográficos?

VO - Embora o nosso negócio seja actualmente, na sua maioria, no sector financeiro, contamos alargar a nossa actividade durante este ano para os sectores de Indús-tria e ‘Utilities’.

A Credirisk conta já em carteira com clientes em Portugal e Espa-nha, prevendo este ano o alarga-mento da sua actividade no estran-geiro, nomeadamente nos PALOP, EUA e Europa do Norte. Para tal, encontram-se neste momento es-tabelecidas parcerias estratégicas com empresas Internacionais de forte presença nestas zonas geográ-ficas.

a.M.

“A Credirisk vai alargar a sua actividade internacional, para além de Espanha”, refere Vasco Oliveira.

A adaptação das instituições financeiras nacionais às novas regras de Basileia II tem vindo a ocorrer duma forma generalizada. Mas Vasco Oliveira, sénior “partner” da empresa portuguesa Credirisk, admite que a respectiva implementação venha mais a servir para dar “burocraticamente” as respostas solicitadas pelo Banco de Portugal do que para aprofundar dinamicamente a exploração do risco diário da concessão de crédito.A actividade da Credirisk – que em 2007 cresceu 80% – tem sido centrada no desenvolvimento para o sector financeiro de modelos de gestão e controlo do risco próprio e também dos seus clientes. O mesmo responsável adianta que, num futuro muito próximo, a actividade será alargada aos sectores da indústria e das “utilities” bem como a mercados externos, neste caso através de parcerias estratégicas locais.

Através dos nossos modelos contribuímos também para o controlo do endividamento das famílias portuguesas

9,0009,2009,4009,6009,800

10,000

19-06 20-06 23-06 24-06 25-06

1.5500

1.5600

1.5700

19-06 20-06 23-06 24-06 25-06

5.120

5.125

5.130

19-06 20-06 23-06 24-06 25-06

130

133

136

19-06 20-06 23-06 24-06 25-06

www.dgeep.mtss.gov.pt/A Direcção-Geral de Estudos, Estatística e Planeamen-to (DGEEP), o Gabinete para os Assuntos Europeus e Relações Internacionais (GAERI) e o Gabinete para a Cooperação (GC) foram extintos, sendo a assunpção das suas atribuições assumidas pelo Gabinete de Estratégia

e Planeamento (GEP). Assim, ao GEP compete garantir o apoio técnico ao planeamento estratégico e operacional e à formulação de políticas internas e internacionais do Ministério do Trabalho e Segurança Social.No site pode encontrar informações sobre Segurança Social, Emprego e Formação Profissional e Trabalho e Rendimentos, bem como e estatísticas variadas, desde Em-prego, Remunerações, Formação Profissional, Acidentes de Trabalho, Greves, Condições de Trabalho entre outras. De igual forma poderá aceder ao Plano de Actividades deste Departamento, bem como o do Ministério da Segurança Social e do Trabalho. O GEP tenta colocar sempre na página de entrada as últimas novidades, tanto ao nível de informação estatís-tica como de publicações de estudos recentes e mesmo outros destaques que sejam pertinentes. O site tem ainda algumas utilidades: no Livro de Visitas o utilizador tem a oportunidade de enviar as suas sugestões/reclamações; nas Novidades por email poderá subscrever para receber as actualizações do site. Se tiver algumas dúvidas, poderá contactar o GEP se não encontrar a resposta na secção das Perguntas frequentes. Finalmente, nota para o facto de o site ter ainda uma secção dedicada à Informação e Documentação, onde poderá ter informações sobre as bibliotecas, bem como acesso a algumas bases de dados e mesmo algumas edições.

net.investidor

RicaRdo [email protected] Pedro Arroja Gestão de Patrimónios S.ARobin dos Bosques

A subida do preço do petróleo tem motivado, nas últi-mas semanas, um “brainstorming” colectivo em Bruxelas por parte dos principais políticos europeus. O objectivo é encontrar medidas, directas e indirectas, que consigam reduzir as assimetrias sociais que o agravamento do preço dos combustíveis, e também dos bens alimentares, ameaça provocar. O presidente francês Sarkozy sugeriu baixar o IVA a partir de um certo preço do petróleo. Mas a ideia foi rejeitada pela generalidade dos seus congéneres porque o IVA – sobre combustíveis e tudo o resto – é a maior fonte de receita fiscal na Europa. De Itália veio uma outra ideia: aumentar os impostos sobre os lucros das petrolíferas e uti-lizar essas receitas adicionais em acções sociais junto de fa-mílias de menores recursos. Na minha opinião, trata-se de uma proposta inaceitável. Própria de aparelhos político- partidários que não souberam criar regulação apropriada no sector energético e cuja reforma também não querem agora promover.

A escalada do preço do petróleo não é da responsabilida-de directa das empresas petrolíferas. Resulta, em primeiro lugar, do maior crescimento da procura face às reservas

disponíveis e, em segundo, de um deficiente quadro re-gulador. Por isso, os seus lucros não podem ser encarados como um ónus social. Pelo contrário, representam em geral boa gestão e criação de postos de trabalho nos países onde operam. Responsabilizar os executivos do sector pela subi-da do preço dos combustíveis é pura demagogia política. O único objectivo é atirar poeira para os olhos do público e, no processo, cobrar mais impostos para depois os utili-zarem de forma pouco transparente. Aliás, o simples facto de a proposta ter tido origem em Itália, cuja classe política é das mais favorecidas em toda a Europa, evidencia a pro-funda hipocrisia que lhe está subjacente. E, francamente, custa muito ver o nosso Durão Barroso fazer a defesa de algo que não tem pés nem cabeça. A redução do impacto social associado ao preço dos combustíveis pode ser atin-gida de forma diferente. Com incentivos às energias alter-nativas que, a prazo, possam efectivamente substituir os combustíveis fósseis nos transportes e na produção de elec-tricidade – as componentes mais importantes no consumo mundial de energia. E com o desmantelamento do cartel que domina o sector. Em Portugal, a introdução da eólica

sexta-feira, 27 junho de 2008mercados38

tem sido a principal novidade neste domínio. Por outro lado, nos próximos anos, também será realizado um gran-de investimento no reforço da rede nacional de barragens. Por fim, a energia nuclear também deve ser considerada. Existem, em redor do tema, grandes receios, em particular aqueles associados ao tratamento dos resíduos nucleares. Porém, em defesa do nuclear, podemos citar três factores. Primeiro, a tecnologia que hoje existe reduziu a probabili-dade de acidente ao erro estatístico, ou seja, pode aconte-cer mas é quase impossível. Segundo, a energia nuclear é muito eficiente – muito mais que a eólica. Terceiro, com o preço do petróleo a estes níveis, não estamos em condições para ser esquisitos.

Ao mesmo tempo, devem ser implementadas alterações na forma como são negociados em bolsa os títulos finan-ceiros que representam activos energéticos reais, de modo a atenuar o famoso efeito especulativo. Hoje em dia, o espe-culador que acredita que o preço do petróleo vai aumentar pode, facilmente, comprar uns tantos contratos de futuros sobre petróleo – cotados em Nova Iorque. Para o fazer tem apenas de depositar, junto do seu corretor, uma margem de 9% do valor que pretende adquirir. Por outras palavras, este especulador pode investir, em barris de petróleo, um montante global até 10 vezes o seu capital disponível. As-sim, não é difícil criar o tal efeito especulativo, sobretudo quando todas as notícias apontam para a escassez de pe-tróleo. Portanto, a solução, decidida administrativamente pelos governos e acatada pelas bolsas que negoceiam este tipo de instrumentos, é aumentar as margens de negocia-ção. Para restringir a alavancagem utilizada. Ou seja, a so-lução não é inventar uma desculpa que justifique um novo imposto que, provavelmente, se perderá na já de si elevada despesa pública. Porque a verdadeira assimetria está aí – é aquela que se sente entre aqueles que vivem na órbita do Estado e aqueles que todos os dias têm de fazer pela vida.

Especulação

Pedidos para:Vida Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. 4049-037 • PORTO Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098

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Nesta nova etapa económica dominada pela pa económica dominada pela Internet, os mercados adquirem uma dimen-Internet, os mercados adquirem uma dimen-são global, e as organizações têm de traba-, e as organizações têm de traba-lhar em tempo real, ultrapassando as barrei-lhar em tempo real, ultrapassando as barrei-ras geográficas e temporais. Intensificou-se a ras geográficas e temporais. Intensificou-se a concorrência em todos os sectores produtivos, concorrência em todos os sectores produtivos, e estão a aparecer empresas virtuais que lan-ão a aparecer empresas virtuais que lan-çam produtos e serviços inovadores que colo-os e serviços inovadores que colo-cam em perigo os modelos de negócio tradi-igo os modelos de negócio tradi-cionais.Este livro apresenta uma visão da Internet Este livro apresenta uma visão da Internet como um novo canal de comunicação para a como um novo canal de comunicação para a empresa. Nos diferentes capítulos estudam-se empresa. Nos diferentes capítulos estudam-se as possibilidades que a Internetas possibilidades que a Internet oferece en-quanto ferramenta de quanto ferramenta de marketing, como novo canal de comunicação com os clientes, em que a interacção permite desenvolver novas estratégias e oferecer serviços totalmente per-sonalizados.

MARKETING MARKETING NA INTERNETNA INTERNETE NOS MEIOS DIGITAIS E NOS MEIOS DIGITAIS INTERACTIVOSINTERACTIVOS

Autores: Álvaro Gómez Vieites e Manuel Veloso EspiñeiraPágs: 242 (15 x 23 cm) P.V.P: A 17

OUTRAS NOVIDADES:

Dinâmica Comercial na Dinâmica Comercial na Actividade SeguradoraActividade SeguradoraActividade SeguradoraAutor: Autor: Autor: Luís DanielLuís DanielFormato: 17 x 2 x 23,5 cm3,5 cmPágs.: 169Preço: A 15

Política Orçamental Política Orçamental Política Orçamental na Área do Eurona Área do Eurona Área do EuroPolítica Orçamental na Área do EuroPolítica Orçamental Política Orçamental na Área do EuroPolítica Orçamental

Autor: Autor: Autor: João LoureiroJoão LoureiroFormatoFormatoFormatoFormato: 17 x 23,5 cmPágs.: Págs.: 256P.V.P.: P.V.P.: A 22

A obra aborda os seguintes temas: Características da Internet como novo meio de comuni-cação; Impacto da Internet no marketing-mix; Definição de uma estratégia corporativa na Internet; Websites corporativos; A importância dos nomes de domínio; Os catálogos elec-trónicos de produtos; Promoção off-line do website; Promoção on-line; Publicidade na In-ternet; Utilização do correio electrónico; Controlo dos resultados; Programas de fidelização de clientes na Internet; Relações públicas na Internet; Identificação dos visitantes; Marketing one-to-one.

“Protecção de Cartões” é o nome do produto que a CPP que colocar em pelo menos dois bancos de retalho até ao fi-nal deste ano, estando já em conversações com quatro gran-des bancos portugueses, ao que apurou a “Vida Económica” junto de Guy de Felcourt, country manager da CPP para Portugal e França. Em Portugal, o produto já está disponível no grupo Crédito Agrícola e em várias sociedades financei-ras, que o comercializam em complemento de produtos de crédito. A CPP conta com 100 mil clientes no mercado por-tuguês, onde registou 2 milhões de euros de facturação no ano passado. A confirmar-se a entrada na banca de retalho, a CPP espera um crescimento de 15% já este ano.

Disponível em duas versões – Plus e Premier –, a “Pro-tecção de Cartões” oferece ao cliente um conjunto de coberturas de que poderá usufruir em caso de perda ou roubo dos cartões guardados na carteira pessoal. Aqui estão incluídos não só os cartões bancários, de débito e

crédito, mas também todos os outros cartões, incluindo os de identificação pessoal. “As pessoas já não vivem sem cartões. Se os perdem, ficam desamparados e sofrem de grande ansiedade. Nós queremos oferecer descanso nes-sas situações”, comenta Guy de Felcourt, em declarações à “Vida Económica”.

Na altura da subscrição, o cliente regista na CPP todos os cartões que quiser. Depois, em caso de perda ou roubo, a CPP trata do cancelamento de todos os cartões junto das respectivas entidades emitentes e conduz o cliente no processo de reposição dos mesmos. Entre as coberturas do produto estão também a reposição de uma carteira de valor semelhante à desaparecida e a recriação das chaves do domicílio, caso estas também tenham sido perdidas ou

roubadas. Na versão Premier, esta cobertura é alargada até à chave do carro e inclui uma indemnização pelos custos de reposição dos bens desaparecidos.

Individualmente, a protecção de cartões custa entre 22,5 a 35 euros por ano, mas a CPP dispõe de um pacote para casais e outro para agregados familiares até cinco pessoas. A versão Premier para uma família, que constitui o produ-to mais caro, custa 75 euros por ano. E mesmo que o ser-viço não seja accionado, a CPP encarrega-se de contactar o cliente três meses antes de expirar o prazo de validade de qualquer um dos cartões registados na sua apólice. Já em caso de sinistro, a CPP procede ao cancelamento imediato dos cartões, enviando em seguida uma carta ao cliente a confirmar o cancelamento efectuado. Para isso, a CPP tem em Lisboa um “call center” disponível 24 horas por dia para gestão de todos os processos. A chamada para o “call center” é gratuita a partir de qualquer parte do mundo.

A Mapfre é a seguradora que mantém uma parceria com a CPP para a cobertura do risco técnico deste produto. Em Portugal, a CPP é uma filial da CPP inglesa. A empresa está presente em 12 países e deverá abrir o 13º escritório em 2009, no México.

Guy de Felcourt revelou ainda à “Vida Económica” que, depois da “Protecção de Cartões”, a CPP quer trazer para o mercado português a “Protecção do Telefone”, replican-do o mesmo conceito dos cartões para os telemóveis. Para mais tarde ficará guardada a implementação do produto “Protecção da identidade”.

ANA SANTOS [email protected]

Um recente trabalho de resear-ch do Millennium bcp concluiu que as acções são a escolha certa face às “commodities”.

Sinteticamente conclui que desde 1987, a evolução do índice S&P 500 foi mais positiva do que as “commodities”, já que um in-vestidor que tivesse apostado na S&P 500 teria quintuplicado o valor investido, “mesmo conside-rando a crise de 1987 e o rebentar da bolha tecnológica da 2000”. Aquela performance conseguiu mesmo absorver os três anos de queda dos mercados de acções que se seguiram à bolha das TI.

Durante o mesmo período, o investimento em “commodities” – e estamos a falar dos grupos relativos a grãos, “soft commodi-ties”, energia, industriais, metais preciosos e gado – teria apenas duplicado, enquanto no caso do investimento em petróleo e quando comparada com a curva de rendimentos do índice S&P 500, constata-se que desde 1987 apenas esteve acima do índice por dois períodos, concretamente no decurso da Guerra do Golfo nos anos 90 e no presente momento. Relativamente à “commodity” trigo verificou-se uma subida ex-ponencial de 60% entre Janeiro

e Março e depois uma queda su-perior a 40%, enquanto a “com-modity” arroz recuou 30% desde os máximos de Abril até final de Maio.

Mas é precisamente neste pon-to e neste momento que radicam as maiores dúvidas sobre o me-lhor tema de investimento. Será que o petróleo ou o trigo estão no refluxo da especulação, ou es-tabilizaram para ganharem novo “fôlego” para novas subidas?

A crise actual dos mercados fi-nanceiros e dos problemas geopo-líticos que poderão afectar o con-sumo de energias mas, sobretudo o despertar dos grandes países emergentes, casos da Índia e da China, para além de alguns países africanos e sul-americanos, bara-lham toda a análise feita com base em dados históricos. Se se analisar outros dados, como seja o indica-dor BarCap, que mede a probabi-lidade de correcção no mercado, fruto da medição do sentimento dos investidores, constata-se que este voltou a subir em Junho, si-tuando-se, esta semana, nos 82% quando, anteriormente rondava os 65%. Dizem os referidos ana-listas que, historicamente, sempre que o indicador superou os 75%, seguiu-se uma correcção no mer-

cado accionista.Acontece que, numa análise de

fundamentais, o preço do petró-leo não tende a baixar, mesmo depois do anúncio do aumento da produção da Arábia Saudita previsto para Julho ou ainda do anúncio do Kuweit que irá fazer o mesmo em 2009… . É uma resposta fraca quando a China e a Índia continuam a crescer em termos de consumo e novas des-cobertas, caso das do Brasil, estão a vários anos de poderem ser con-sideradas como comercialmente viáveis. Soma-se a tudo isto que dois terços dos países produtores de petróleo entraram, há anos, no ciclo descendente de extracção e, logo, impossibilitados de produ-zir mais.

Acresce ainda que o quase cer-to aumento da taxa de juro pelo BCE em Julho e o eventual novo aumento a decidir em Agosto, com o objectivo de controlar uma inflação média 3,7% na zona euro, inflação que é importada, terá como consequência uma nova debilidade do dólar (já que os investidores serão atraídos pela moeda forte) e um novo aumento do preço do petróleo, já que este é maioritariamente negociado em dólares, uma moeda fraca. Por úl-

timo, a Europa tem cada vez me-nos hipóteses de permanecer num mundo económico competitivo, já que tem como grandes preo-cupações o controlo dos preços e a resposta política e económica a sectores de actividade que estão em queda acelerada, por causa do preço do petróleo e do valor do euro… . Esta “bola de neve” está sem solução e para quem investe o curto prazo e o risco podem ser a solução. E, para espanto de to-dos, o último relatório da Fidelity International constatava que, en-

tre Dezembro de 2007 e final de Fevereiro de 2008, os investido-res portugueses preferiram sair do refúgio do mercado monetário e dos fundos de pensões para avan-çarem para fundos garantidos e para fundos de acções de energias renováveis e alterações climáti-cas. A aposta em “commodities”, puras e duras, ainda não aparece neste estudo, pelo simples facto de não ser um tema compreensí-vel por todos, mas a seu tempo lá chegarão.

VíTOr NOriNhA

Sim ou não às “commodities”?

Pelo menos dois bancos deverão comercializar o produto já este ano

Seguros para cartões prestes a chegar à bancaA partir de 22,5 euros por ano já pode segurar todos os cartões que traz na carteira. Em caso de perda ou roubo, terá uma empresa a cancelar todos os cartões e a tratar da sua reposição. O produto já está disponível em sociedades financeiras e deverá chegar à banca de retalho ainda este ano.

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sexta-feira, 27 Junho de 2008 39mercados

fundos de investimentoDescrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1ano 3anos 5anos (%) (%) (%)

FIM Banif Euro Obrigações Taxa Variável 4.97 -2.14 0.48 1.06FIM BPI Taxa Variável 7.47 -3.67 0.21 0.93FIM BPN Conservador 6.07 -1.16 1.46 1.88FIM BPN Renda Mensal 4.99 0.75 2.13 2.31FIM Caixagest Renda Mensal 4.71 -2.48 0.57 0.96FIM Caixagest Rendimento 4.74 -2.47 0.39 0.74FIM Raiz Rendimento 6.04 1.28 1.16 1.30FIM Esp. Santo Capitalização 9.59 0.83 1.73 1.81FIM Esp. Santo Renda Mensal 4.91 0.97 1.80 1.87FIM Esp. Santo Renda Trimestral 4.93 1.13 1.86 1.95FIM Popular Rendimento 8.21 -1.24 0.43 0.70FIM Millennium Obrigações Mundiais 13.58 -7.27 -1.34 -0.17FIM Millennium Obrigações 6.54 -4.80 -0.48 0.24FIM Millennium Rendimento Mensal 4.72 -4.70 -0.43 0.34FIM Montepio Obrigações 82.93 0.30 1.16 1.23FIM Santander Multibond Premium 5.64 1.17 2.02 2.03FIM Santander Multi Curto Prazo 5.30 0.29 1.07 1.11FIM Santander MultiObrigações 5.96 0.77 1.67 1.67

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESTAXAINDEXADAINTERNACIONAISFIM Finirendimento 5.19 1.54 1.63 1.66

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESTAXAFIXAEUROFIM Banif Euro Obrigações Taxa Fixa 5.95 -2.66 -2.36 -0.35FIM Barclays Premier Obrig. Euro 8.89 0.86 -0.56 1.08FIM BPI Euro Taxa Fixa 11.25 5.06 0.33 1.68FIM Caixagest Obrigações Euro 8.73 1.17 -1.08 0.41FIM Esp. Santo Obrigações Europa 9.63 1.58 -0.03 1.18FIM Popular Euro Taxa Fixa 5.84 0.20 -0.50 0.30F.I.M.Millennium Euro Taxa Fixa 10.06 1.24 -1.11 0.59FIM Millennium Obrigações Europa 5.45 -5.86 -2.97 -0.41FIM Montepio Taxa Fixa 61.67 2.37 -0.75 0.21FIM Santander Multi Taxa Fixa 9.83 2.69 0.11 0.61

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESTAXAFIXAINTERNACIONAISFIM BPI Obrigações A.R.A.R. 7.03 -8.23 -0.25 3.45FIM Esp. Santo Obrig. Global 9.11 0.99 -0.27 0.76FIM Finibond Mercados Emerg. 10.81 -3.50 1.72 3.80

FUNDOSDEACÇÕESNACIONAIS FIM Banif Acções Portugal 6.18 -27.04 10.71 15.32FIM Barclays Premier Acc. Portugal 15.13 -33.92 7.08 12.43FIM BPI Portugal 15.52 -32.24 10.34 13.11FIM Caixagest Accões Portugal 19.42 -34.19 5.95 11.56FIM Esp. Santo Portugal Accões 7.18 -31.01 9.97 13.48FIM Millennium Acções Portugal 18.37 -28.03 13.63 16.28FIM Santander Accões Portugal 31.06 -31.93 11.81 16.10

FUNDOSDEACÇÕESDAUNIÃOEUROPEIA,SUÍÇAENORUEGAFIM Banif Euro Acções 2.64 -21.45 2.59 6.19FIM BBVA Bolsa Euro 2.81 -23.43 3.14 6.96FIM BPI Europa Valor 21.60 -27.51 3.51 7.81FIM BPI Europa Crescimento 12.53 -22.46 6.22 8.01FIM Caixagest Acções Europa 9.42 -24.95 3.03 5.52FIM Raiz Europa 4.01 -21.96 0.21 3.24FIM Esp. Santo Accões Europa 11.94 -17.13 5.23 6.92FIM Finicapital 7.61 -25.60 8.31 12.29FIM Popular Acções 3.67 -23.24 2.78 6.29FIM Millennium Eurocarteira 11.91 -23.37 3.64 6.73FIM Montepio Acções 119.51 -23.99 7.58 10.48FIM Montepio Acções Europa 40.85 -21.96 4.23 7.82FIM Santander Accões Europa 4.52 -26.54 3.09 7.10

FUNDOSDEACÇÕESDAAMÉRICADONORTEFIM BPI América 4.56 -22.55 -5.23 -0.95FIM Caixagest Acções EUA 3.08 -20.59 -4.12 0.83FIM Esp. Santo Acções América 8.56 -9.03 1.63 4.99FIM Millennium Acções América 2.38 -27.73 -6.53 -2.05FUNDOS DE ACÇÕES SECTORIAIS FIM BPI Tecnologias 1.03 -22.15 -2.62 1.21FIM Millennium Euro Financeiras 4.28 -38.52 -1.46 3.57FIM Millennium Global Utilities 7.03 -6.87 9.45 12.28FIM Santander Euro Fut. Acções Defensivo 26.81 -14.78 5.30 8.60FIM Santander Euro Fut. Banca e Seguros 21.85 -36.77 -1.81 4.71FIM Santander Euro Futuro Ciclico 32.05 -15.55 9.10 12.99FIM Santander Euro Fut. Telec. 8.52 -22.95 1.31 5.84

OUTROSFUNDOSDEACÇÕESINTERNACIONAISFIM BPI Reestruturações 6.94 -11.66 8.87 11.35FIM BPN Acções Global 5.53 -20.67 1.01 3.90

FIM Caixagest Acções Japão 2.61 -26.46 -2.89 3.11FIM Caixagest Acções Oriente 5.36 -12.40 12.16 17.80FIM Esp. Santo Acções Global 8.39 -12.27 4.72 5.35FIM Esp. Santo Mercados Emerg. 7.61 -11.11 16.43 21.79FIM Finifundo Acções Internacionais 4.54 -24.75 1.69 5.89FIM Millennium Acções Japão 2.79 -27.01 -7.00 0.21F.I.M.Millennium Mercados Emergentes 8.79 -9.32 14.80 18.08FIM Millennium Acções Mundiais 9.40 -20.20 -0.71 1.32

FUNDOSMISTOSPREDOMINANTEMENTEOBRIGAÇÕESFIM BPN Optimização 5.98 -7.07 1.01 2.03FIM Caixagest Estratégia Equilibrada 5.62 -3.26 1.28 0.74FIM Santander Multinvest 5.82 -4.13 1.36 2.24

FUNDOSMISTOSPREDOMINANTEMENTEACÇÕESFIM BPN Valorização 6.30 -13.46 1.38 3.56FIM Raiz Global 4.76 -9.01 1.31 1.85FIM Finiglobal 6.83 -9.79 0.79 3.23FIM Popular Valor 3.70 -20.01 0.24 3.19

FUNDOSDEFUNDOSPREDOMINANTEMENTEOBRIGAÇÕESFIM Barclays Global Conservador 7.14 -6.56 0.05 1.69FIM Caixagest Estratégia Dinâmica 6.39 -5.20 0.86 1.00FIM Raiz Conservador 5.44 -3.06 1.78 2.66FIM Esp. Santo Op. Conservadora 5.60 -0.12 1.82 2.17FIM Esp. Santo Opção Moderada 5.19 -2.75 2.26 2.95FIM Popular Global 25 5.35 -5.76 0.65 2.19FIM Millennium Prestige Conservador 7.43 -4.31 1.30 1.88FIM Millennium Moderado 7.36 -7.81 -1.01 0.30FIM Millennium Prudente 5.55 -5.71 -0.93 0.37FIM Multi Gestão Prudente 49.57 -6.24 0.80 1.46

FUNDOSDEFUNDOSMISTOS FIM Barclays Global Moderado 11.32 -11.08 1.21 3.99FIM Esp. Santo Opção Dinamica 4.60 -5.91 2.97 4.19FIM Popular Global 50 4.53 -9.63 1.28 3.44FIM Millennium Dinâmico 5.30 -17.10 -1.13 1.41FIM Millennium Equilibrado 4.79 -12.22 -1.50 0.65FIM Millennium Prestige Moderado 7.13 -9.92 -0.52 1.42FIM Millennium Prestige 2015 4.82 -12.20 0.05 2.29FIM Millennium Prestige 2025 4.54 -17.98 -0.17 2.57FIM Multi Gestão Equilibrada 47.34 -9.68 1.81 2.83

FUNDOSDEFUNDOSPREDOMINANTEMENTEACÇÕESFIM Popular Global 75 3.88 -13.21 2.00 4.92FIM Millennium Prestige Valorização 7.24 -15.75 -0.63 2.31FIM Millennium Prestige 2035 4.22 -22.42 -0.36 3.03FIM Multi Gestão Dinâmica 38.32 -19.22 2.60 5.14

FUNDOSABERTOSCOMPROTECÃODECAPITALFIM Fundo Garantido Extra 5 BBVA 4.86 -5.76 -1.63 FIM Fundo Garantido IBEX BBVA 6.51 0.39 7.53 FIM Fundo Garantido IBEX BBVA II 6.09 -2.25 6.20

FUNDOSFLEXÍVEIS FIM BPI Brasil 8.06 8.92 20.83 22.57FIM BPI Global 7.02 -8.98 -0.49 0.98

FUNDOSÍNDICE FIM BBVA PPA - F. Indice (PSI 20) 7.03 -26.12 10.83 12.53

FUNDOSESPECIAISDEINVESTIMENTO FIM Banif Gestão Patrimonial - F.E.I. 5.65 -1.21 2.54 FIM Barclays Gestão Dinâmica 100 - FEI 5.39 -0.14 1.64 FIM Barclays Gestão Dinâmica 300 - FEI 5.59 -0.37 2.53 FIM BBVA Imobiliário - F.E.I. 5.67 0.90 2.89 FIM BBVA Multifundo Alternativo - F.E.I. 5.51 -1.26 1.94 FIM BPN Diversificação - FEI 5.30 0.70 1.59 FIM Caixagest Estratégias Alternativas 5.41 0.65 2.74 FIM Sant. Carteira Alternativa - F.E.I. 5.93 0.01 5.23

OUTROSFUNDOS FIM BPI Universal 6.62 -5.99 7.14 7.59FIM Postal Acções 11.58 -24.48 8.14 12.96FIM Esp. Santo Top Ranking 6.31 -8.03 3.71 5.75

FUNDOSDIVERSOS FIM BBVA Taxa Fixa Euro 8.02 1.12 0.05 0.91FIM Gestão Activa 6.25 -1.11 1.09 1.70FIM Montepio Renda Mensal 49.60 -0.28 0.92 1.11

FUNDOSPOUPANÇAACÇÕES FIM Banif PPA 8.23 -26.90 12.01 16.07FIM Barclays FPA 19.48 -33.89 8.71 14.22

FIM BPI PPA 16.79 -32.88 7.71 11.70FIM Caixagest PPA 18.42 -34.22 7.02 12.73FIM Raiz Poupança Acções 21.34 -26.48 13.12 15.80FIM Esp. Santo PPA 16.80 -30.56 11.16 14.85F.P. ESAF PPA 7.39 -27.21 12.80 15.56FIM PPA Finibanco 10.45 -28.50 9.59 12.34F.P. PPA Acção Futuro 15.62 -26.85 10.21 13.13FIM Popular PPA 6.62 -34.39 6.09 10.07FIM Millennium PPA 30.87 -27.69 15.21 17.77FIM Santander PPA 40.41 -33.84 12.13 16.44

FUNDOSPOUPANÇAREFORMA CATEGORIAA-Entre0%e5%deAcções FIM Barclays PPR Rendimento 11.96 0.72 1.26 1.30F.P. Solidez PPR 5.44 1.46 1.72 1.55FIM BPI Reforma Segura PPR 13.12 -1.35 0.38 1.07FIM BPI Taxa Variável PPR 5.88 -0.63 1.66 2.07F.P. PPR Praemium S 14.65 -1.45 0.76 1.15FIM Santander Poupança Premium FPR 5.79 1.04 2.64 2.95FIM Santander Poupança Segura FPR 6.28 0.90 2.35 2.61

CATEGORIAB-Entre5%e15%deAcções F.P. ESAF PPR Vintage 9.12 2.78 4.89 4.62F.P. PPR Garantia de Futuro 6.40 0.78 1.60 1.83

CATEGORIAC-Entre15%e35%deAcções F.P. Banif Previdência Privada PPR 10.58 -5.48 1.28 2.41FIM Barclays PPR 12.88 -5.47 0.75 1.57F.P. PPR BBVA 9.80 -4.74 0.66 1.82FIM BPI Reforma Invest. PPR 14.02 -3.38 2.54 3.83FIM Raiz Poupança Ref./Ed. 8.19 -3.61 0.38 1.72FIM Espírito Santo PPR 14.34 -2.24 1.89 2.65F.P. PPR Platinium 6.37 -3.58 2.96 3.13F.P. PPR 5 Estrelas 19.10 -0.22 2.77 2.86FIM Millennium Poupança PPR 6.25 -3.45 3.76 4.36F.P. PPR BNU Vanguarda 14.82 -4.04 0.70 2.12F.P. PPR Europa 7.73 -2.85 1.93 3.17F.P. Vanguarda PPR 6.71 -4.73 0.53 1.93FIM Santander Poupança Invest. FPR 19.48 -3.95 2.10 2.97F.P. SGF Patr. Ref. Equilib. PPR 6.77 -10.48 2.67 4.69F.P. SGF Patr. Ref. Prudente PPR 1.37 -8.40 2.12 4.05

CATEGORIAD-Maisde35%deAcçõesF.P. CVI PPR/E 9.69 -4.05 1.71 2.56F.P. PPR Praemium V 17.52 -6.09 1.54 3.17OUTROS FUNDOS POUPANÇA REFORMA F.P. SGF Patr. Ref. Conservador PPR 6.07 -5.58 2.14 3.58

FUNDOSDEPENSÕESABERTOS(AdesõesIndividuaiseColectivas)RENDIBILIDAEDESLÍQUIDASDECOMISSÂOEDEGESTÂOCATEGORIAA-Entre0%e5%deAcções F.P. Aberto Horizonte Segurança 8.30 1.12 1.31 2.12

CATEGORIAB-Entre5%e15%deAcçõesF.P. Aberto Caixa Reforma Activa 12.02 -1.17 2.18 2.59F.P. Aberto Esp.Sto Multireforma 9.22 -1.56 3.71 3.89F.P. Aberto Futuro Clássico 12.41 0.71 1.31 1.74

CATEGORIAC-Entre15%e35%deAcçõesF.P. Banif Previdência Empresas 6.44 -2.61 3.26 4.15F.P. Aberto BBVA PME’s 5.57 -4.01 1.27 2.36F.P. Aberto VIVA 12.40 -2.78 2.56 3.14F.P. Aberto Horizonte Valorização 9.96 -6.38 1.21 3.06F.P. Aberto Turismo Pensões 6.08 -5.74 1.56 3.76F.P. Aberto Reforma Empresa 9.26 1.17 5.10 4.91F.P. Aberto SGF Empresas 9.66 -10.09 2.63 4.96

FUNDOSINVESTIMENTOIMOBILIARIO(ABERTOS) AF Portfólio Imobiliário* 8.37 4.51 4.60 4.81Banif Imopredial 6.95 4.28 4.16 4.45BPN Imonegócios 6.89 3.94 3.91 3.97Finipredial 8.31 4.45 3.82 3.74Fundimo 7.85 4.33 4.35 4.67Imofomento 5.52 4.81 4.60 4.65Imovest 9.69 3.61 3.99 4.65Novimovest 6.71 4.28 3.92 3.93VIP 9.36 5.09 5.12 5.12

* - O Fundo AF Portfólio Imobiliário incorporou por fusão o Fundo Millennium Rendimento Imobiliário

12 Janeiro de 2007

Descrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1ano 3anos 5anos (%) (%) (%)

Descrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1ano 3anos 5anos (%) (%) (%)

sexta-feira, 27 Junho de 2008mercados40

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESAs obrigações estrangeiras foram o valor mobiliário mais representativo na compo-sição da carteira dos fundos (49,2% do total) em Maio. No entanto, o respectivo valor caiu 4,9% face a Abril. As aplicações diminuíram na generalidade dos principais segmentos, nomeadamente em acções es-trangeiras (-1,5%) e em unidades de parti-cipação estrangeiras. A liquidez aumentou 7,8% para 1,8 mil milhões de euros, o que representa 8,6% do valor sob gestão.

FUNDOSDETESOURARIAO retorno médio dos fundos de tesouraria dos bancos nacionais, nos últimos 12 me-ses, situa-se nos 1,66%, os últimos dados da APFIPP. Um desempenho que fica mui-to aquém das taxas de juro que os mesmos bancos estão a oferecer pela subscrição de depósitos a prazo. Os mais recentes dados do Banco de Portugal são relativos a Fe-vereiro e revelam que as taxas de juro dos depósitos a prazo atingem os 3,94%, mais do que o dobro da rendibilidade dos fundos de tesouraria no último ano.

FUNDOSDEACÇÕESA Galp continua a ser a acção favorita dos fundos de investimento, concentrando 12,5% do investimento total em acções nacionais. A EDP e a Sonae SGPS vêm em segundo lugar, com posições de 7,3% e 6,1%, respectivamente. No entanto, o valor sob gestão dos organismos de investimen-to colectivo em valores mobiliários desceu 3,8% em Maio face ao mês anterior, para 17.302 milhões de euros. As aplicações totais em valores mobiliários cotados re-cuaram 4,6%, para 14 857,2 milhões de euros.

FUNDOSMISTOSDada a volatilidade vivida na Bolsa, o desempenho dos fundos mistos também se tem ressentido desse fenómeno. Ape-sar de estarem menos expostos ao sobe e desce das Bolsas do que os fundos de ac-ções, os fundos mistos não conseguiram fugir totalmente à instabilidade dos mer-cados accionistas. Os desempenhos mais voláteis foram, por isso, também mais acentuados nos fundos mistos agressivos, onde a percentagem de acções é maior.

FUNDOSDEFUNDOSOs fundos de fundos não estão a con-seguir escapar ao movimento correctivo sentido nos mercados financeiros, tendo acompanhado os principais fundos de ac-ções na sua correcção face às performan-ces positivas obtidas até então durante o ano de 2007/8. Ainda assim, fazendo jus ao facto de mitigarem o risco dos fundos que investem predominantemente em ac-ções, os fundos de fundos conseguiram mais uma vez moderar as quedas.

FUNDOSFLEXÍVEISOs fundos de gestão flexível beneficia-ram com a alteração do panorama nos mercados financeiros, isto porque o seu desempenho se caracteriza por não estar correlacionado com a evolução do va-lor dos activos. Uma das vantagens que um fundo flexível pode ter é a sua rápi-da adaptação às condições de mercado. Este tipo de fundos pode estar em de-terminados momentos mais exposto aos mercados accionistas para no momento seguinte diminuir a sua posição e ficar maioritariamente em obrigações ou mes-mo tesouraria.

FUNDOSESPECIAISDEINVESTIMENTOO valor gerido pelos fundos especiais de investimento continua a ser dos poucos segmentos a registar crescimentos, tendo aumentado 2%, para 3843,1 milhões de euros em Maio passado. Foram, entretan-to, constituídos mais quatro fundos espe-ciais de investimento: dois fundos aber-tos, o Banif Gestão de Retorno Absoluto, gerido pela Banif Gestão de Activos e o Espírito Santo Rendimento, gerido pela ESAF e dois fundos fechados, o Popular Aquaagrícola, gerido pela Gerfundos e o CA Agro Valorização, gerido pela Crédito Agrícola Gest.

FUNDOSPOUPANÇAACÇÕESAo saber-se, sem surpresa, que os fundos de acções foram os mais penalizados com a correcção que os mercados de capitais conheceram, também se constata sem qualquer dose de surpresa que os FPA se-guiram a mesma tendência. Mas menos notada em termos de correcção percen-tual da performance anual, o que reforça esta tipologia de fundos de entre os mais interessantes do mercado, pois dominam o “top 10” nacional em “bull market” e não saem de lá com movimentos correc-tivos.

FUNDOSPOUPANÇAREFORMA/EDUCAÇÃOOs números divulgados recentemente pela APFIPP sobre a evolução das subscrições e resgates de PPR, que revelam um dé-fice das subscrições líquidas (dos resga-tes) da ordem dos 171 milhões de euros, referem-se exclusivamente aos fundos de investimento PPR. Ou seja, referem-se

a menos de um quinto do mercado dos PPR. Não é idêntico o panorama dos se-guros de Vida PPR. O volume de aplica-ções em seguros de Vida PPR manteve-se estável em 10,2 mil milhões de euros.

FUNDOSDEPENSÕESABERTOSOs fundos de pensões portugueses obtive-ram uma rendibilidade de 1,6% em Abril, o que permitiu baixar a perda de 2008 para 0,5%. A performance dos mercados accionistas explica o desempenho no úl-timo mês. A classe de acções apreciou-se 6,4% em Abril, baixando a perda anual para 8%, com as acções europeias a subi-rem 6,6% e as outras acções estrangeiras a subirem 6,1%. As obrigações deram um contributo neutro, com uma rendibilidade neutra em Abril, enquanto o imobiliário apreciou-se 0,4%.

FUNDOSIMOBILIáRIOSABERTOSO valor sob gestão dos fundos de inves-timento imobiliário ascendia em Maio a 9,75 mil milhões de euros, mais 2,6% do que no mesmo mês de 2007, en-quanto que o valor gerido pelos Fundos Especiais de Investimento Imobiliário aumentou 66% no mesmo período de tempo para os 905,5 milhões de euros. Entretanto, foram constituídos dois no-vos fundos fechados, nomeadamente o fundo de investimento imobiliário “In-vesfundo VII”, gerido pela Gesfimo, e o fundo especial de investimento imobiliá-rio “Gestindustria”, sob gestão da ESAF. O número de fundos em actividade foi de 218, sendo que as três sociedades com maior quota de mercado foram a Fundi-mo (12,8%), a ESAF (11,6%) e a BPN Imofundos (10,6%).

fundos em análise

mestres seguintes até atingir 2%, e a partir do momento em que atinge os 2% o aforrador passa a usufruir deste prémio até ao momento do resgate. Na nova Série C, a taxa de juro base passa a ser 85% da diferença entre a Euribor a 3 meses e 0,25%, enquanto o prémio de permanência passa a ser de 0,25% no segundo ano, 0,50% no terceiro ano, 0,75% do quarto ao sétimo ano, 1% no oitavo ano, 1,5% no nono ano e 2,5% no décimo e último ano.

Por sua vez, as obrigações de caixa subordinadas “Monte-pio Rendimento Top” remuneram semestralmente, com uma taxa anual nominal bruta igual à Euribor 6M, acrescida de um “spread” de 1% do primeiro ao quinto ano e de um “spre-ad” de 1,5% do sexto ao décimo ano.

Subscrição até 18 de Julho

O “Rendimento Top” do Montepio está em subscrição até 18 de Julho deste ano, por um prazo máximo de dez anos, sendo que a subscrição das obrigações de caixa subordina-das está limitada a um montante máximo de 150 milhões de euros. Ou seja, se o total das subscrições chegar àquele patamar antes que se atinja o próximo dia 18 de Julho, a subscrição é dada como finalizada. A subscrição deste pro-duto de poupança do Montepio exige um montante mínimo de 500 euros, com múltiplos de 50 euros.

Mais um factor a favor do “Rendimento Top” do Montepio: tal como acontece com os certificados de aforro do Tesouro, estas obrigações de caixa subordinadas não cobram comissão de subscrição.

A nossa análise

“Rendimento Top” do Montepio Geral “ganha” aos certificados de aforro“Quer Petiscar sem Arriscar?” É assim que o Montepio nos desafia para as obrigações de caixa subordinadas “Montepio Rendimento Top”, que remuneram semestralmente. Mais, logo à partida sabe como será calculada a remuneração dos próximos dez anos: Euribor 6M + 1% do primeiro ao quinto ano e Euribor 6M + 1,5% do sexto ao décimo ano. Apesar de não ter prémio de permanência, a sua remuneração destrona completamente os certificados de aforro.

O “Rendimento Top” do Montepio só perde para os certificados de aforro em termos de risco. O risco decorre de se tratar de um produto emitido por um banco e não pelo Estado. Acresce que, tal como acontece com os certificados de aforro do Tesouro, estas obrigações de caixa subordinadas não cobram comissão de subscrição.

cOnsElhO

martim [email protected]

O “Rendimento Top” do Montepio, no seu prazo máximo de dez anos, fica a ganhar em toda a linha aos certificados de aforro. A taxa de juro está indexada à Euribor a 6 meses, a que acresce 1% até ao quinto ano e 1,5% até ao décimo, enquanto na nova série c dos certificados a taxa de juro base é de 85% da diferença entre a Euribor a 3 meses e 0,25% (mais o prémio de permanência de 0,45%).

cOnsElhO

sexta-feira, 27 Junho de 2008 41MERcAdOs

Euribor 6m + 1% até ao 5º ano

As obrigações de caixa subordinadas “Montepio Rendimento Top” vão na sua 2ª Série e prometem continuar a ser um sucesso, sobretu-do, neste contexto de desilusão que afecta todos os aforradores após as alterações sofridas pelos certificados de aforro. Recorde-se que o Governo introduziu novas regras nos certificados de aforro, deixando de emitir a Série B e lançando a Série C, que apresenta uma taxa de juro inicial mais elevada, no entanto, os prémios de permanência foram revistos em baixa; ao mesmo tempo foi introduzido um prazo máximo de permanência de dez anos, o que inibe o usufruto por tempo indeterminado do prémio de permanência.

Na Série B, a taxa de juro base passou a representar 60% da taxa base anual (TBA - indexante de curto prazo divulgado pelo Banco de Portugal, calculada com base na Euribor a três meses e 12 meses), quando até Janeiro deste ano era de 80% e, recorde-se, até Junho de 2006 foi de 94%. O prémio de permanência, por sua vez, é de 0,25% no segundo semestre e de 0,25% nos se-

Contra o expectável, os investidores nacionais contrariaram, no primei-ro trimestre, a tendência europeia de investir em fundos de mercado mone-tário. Verificou-se a opção pelos extremos, o que não é habitual entre os Por-tugueses, com os investi-mentos a serem canaliza-dos para fundos de capital garantido, a par dos fun-dos de acções de energias renováveis e alterações cli-máticas, de acordo com a Fidelity.

A realidade é que os investidores nacionais acompanharam os holan-deses e os suecos naquela tendência. De facto, as

subscrições nacionais fi-ram canalizadas em 31% para fundos garantidos e em 22% para fundos de acções de energias reno-váveis e alterações climá-ticas. Acontece que, face à actual situação de vola-talidade, os investidores europeus preferem a segu-rança relativa dos produ-tos de liquidez.

Os investidores nacio-nais revelaram interesse pelos sectores temáticos que, em breve, podem deixar de estar na “moda”. A Fidelity refere que, nes-tas alturas, em particular, os investidores devem pensar em termos de lon-go prazo.

Portugueses estão a arriscar mais nos fundos de investimento A Comissão do Mercado de Valores

Mobiliários (CMVM) pretende um agravamento das penas relacionadas com os crimes de mercado. O que significa que a actual regulamenta-ção, ao nível das penalizações, não é suficiente. Carlos Tavares, presidente da instituição, garante que já sugeriu essa possibilidade ao Governo e à As-sembleia da República.

Tendo em conta aquilo que se pas-sa na maioria dos países europeus, as penas em Portugal ainda são relati-vamente leves. De facto, a pena má-xima neste tipo de crime vai até aos três anos de prisão, quando há países em que chega aos dez anos. Por ou-tro lado, na maioria dos casos, a pena pode ser substituída por uma multa, o que faz com que nunca se verifique uma pena de prisão efectiva.

O presidente da CMVM afirma que tem recebido expressões de apoio

por parte do Governo e da Comissão Parlamentar do Orçamento e Finan-ças.

CMVM quer penas mais pesadas para crimes de mercado

Santander melhor “broker” da Península Ibérica

O Santander Investment Bolsa foi considerado o melhor “broker” ibérico, este ano, por parte da Thomson Extel. O galardão cabe ao banco espanhol pelo quinto ano consecutivo, tendo em conta as suas actividades de análise, serviço e execução.

Obteve a primeira posição em cinco dos seis rankings publica-dos por parte daquela entidade sobre os mercados ibéricos, desig-nadamente análises de Espanha e Portugal, acesso a empresas “small caps”, vendas, vendas de “small caps” e execução, tendo obtido o terceiro lugar na análise de “small caps”. A lista é elaborada a partir das votações dos principais gesto-res de renda variável do mundo. Desde 2004 que o Santander fi-gura como número um na classi-ficação da Thomson Extel.

Carlos Tavares, presidente da CMVM

As Euribor esta-bilizaram nos valo-res da semana pas-sada, registando-se até uma pequena correcção, mas que não foi para além da descida na ter-ceira casa decimal... Está praticamente assegurada a subida para 4,25% na reu-nião de 5 de Julho.

Os comentários do membro do BCE Klaus Liebscher classificando a actual inflação como

alarmante e de Trichet a reforçar a ideia de “vigilância” dão pouca margem a outro desfe-cho. Quanto a futuras subidas, o cenário está mais em aberto, mas, à luz dos mais recentes dados económicos, percebe-se que a margem política para o fazer vai diminuindo.

Na Alemanha foi revelado o índice Ifo, que registou uma queda de 103,5 para 101,3 na confiança dos investidores, atingindo os valo-res mais baixos dos últimos dois anos e meio. Um dos economistas do instituto Ifo afirmou que não há espaço para subidas significativas de taxas de juro. Na terça-feira a empresa de analistas GfK apresentou o seu estudo sobre a confiança do consumidor alemão, a qual caiu

de 4,7 para 3,9, bem abaixo das expectativas de 4,6. A subida em espiral dos combustíveis está a minar a confiança dos consumidores alemães. Com base nestes elementos, o GfK prevê um crescimento do consumo privado alemão de 0,5% este ano, bem abaixo das suas previsões de 1,5% feitas no início do ano. Considerando que o consumo privado na Alemanha tem um peso de 60% no PIB, a concretização destas previsões não auguram um resto do ano positivo na maior economia europeia. O PMI que mede a actividade eco-nómica da Zona Euro também caiu de 51,1 para 49,5, abaixo da barreira (50,0) que si-naliza uma contracção da economia. Apenas

em França os valores foram positivos, tendo a despesa das famílias subido 2,0% em Maio, e a confiança das empresas estabilizado. Já na Itália a confiança do consumidor caiu de 103,2 para 100,0.

Os maus dados económicos moderaram as expectativas de uma subida este ano, permi-tindo uma queda na taxa fixa de curto pra-zo. As obrigações estão à espera da decisão de amanhã da Fed, havendo expectativas que não subam as taxas. Continuamos a pensar que, a ser feito algo para proteger a possível subida de taxas, se deve usar opções e não a fixação de taxas.

Análise produzidA A 25 de Junho de 2008

Filipe [email protected]

iene ameaça mínimo histórico

Mercado Monetário interbancário

Mercado cambial

Yield curve euro e dólar euribor - 3 m, 6 m e 1 ano Yield 10 anos euro benchmark

eur/uSdPouco a acrescentar aos últi-

mos comentários. Os desenvol-vimentos recentes não alteraram a perspectiva técnica.

O euro/dólar continua volá-til, mas lateral no médio prazo. O suporte perto de 1,53 dóla-res permanece válido bem como um cenário de estabilização do

dólar no mercado cambial. As resistências mais relevantes si-tuam-se nos 1,5650, 1,5800/20 e 1,59. O Eur/Usd transaccio-na entre 1,5270 e 1,6010 desde o início de Março, sem se no-tar uma tendência clara. Deste modo, pode-se falar numa tra-jectória lateral, que permanece válida.

eur/JPYO Eur/Jpy continua a transac-

cionar em zona de máximos do ano. Essa é também uma área de resistência relevante no médio pra-zo. Depois de quebrada a barreira dos 165 ienes, o “cross” facilmente arrancou para níveis mais altos, já acima de 168 ienes. Presentemen-te, apenas detectamos os 168,90 ienes como resistência relevante.

Ainda é provável que o Eur/Jpy volte a ser vendido abaixo dos 168,90 ienes e volte depois para níveis mais baixos, mas esse ce-nário somente seria “confirmado” na quebra em baixa de 165 ienes.

eur/GbPTal como no Eur/Usd, o Eur/

Gbp parece estar num processo de estabilização, mas bastante me-nos volátil. Aliás, a “acalmia” no “cross” é quase de desconfiar...

Desde finais de Março que as cotações se encontram entre

análise técnica - psi-20 - xetra dax

EUR/USD 1.5599 0.68% 0.59% 5.96%

EUR/JPY 168.40 0.47% 2.85% 2.10%

EUR/GBP 0.7907 -0.33% 0.60% 7.82%

EUR/CHF 1.6218 0.36% -0.36% -1.99%

EUR/NOK 7.9405 -1.24% 0.41% -0.22%

EUR/SEK 9.4128 0.31% 0.91% -0.30%

EUR/DKK 7.4584 -0.01% -0.01% 0.00%

EUR/PLN 3.3573 -0.61% -0.52% -6.57%

EUR/AUD 1.6308 -0.93% 0.59% -2.68%

EUR/NZD 2.0609 0.39% 4.02% 8.33%

EUR/CAD 1.5786 -0.07% 2.63% 9.25%

EUR/ZAR 12.4642 -0.35% 5.44% 24.27%

EUR/BRL 2.5089 0.30% -1.19% -3.37%

Taxas MMIT/N 3.881W 4.202W 4.181M 4.382M 4.653M 4.866M 5.069M 5.171Y 5.31

condIções dos bancos cenTraIs daTa

EuroRefinancingRate 4,00% 13/06/07bce EuroMarginalLending 5,00% 13/06/07 EuroDepositFacilityEuro3,00%13/06/07

eUa FEDFunds 2,00% 30/04/08r.UnidoGBPrimeRate 5,00% 10/04/08suíça TargetLibor3M 2,75% 13/09/07Japão RepoBoJ 0,50% 21/02/07

eUro fra’sForwardRateAgreementsTipo* Bid Ask1X4 5.018 5.0383X6 5.117 5.1371X7 5.222 5.2423X9 5.282 5.3026X12 5.319 5.33912x24 5.235 5.255*1x4-Períodoterminaa4meses,cominícioa1M

eUro IrsInterestSwapsvsEuribor6Mprazo Bid Ask2Y 5.312 5.3223Y 5.240 5.2565Y 5.312 5.1188Y 5.017 5.03210Y 5.021 5.03620Y 5.047 5.06230Y 4.934 4.944

evolução euribor (em basis points) 25.Jun.08 17.Jun.08 27.Mai.08

1M 4.481% 4.481% 0.000 4.373% 0.1073M 4.955% 4.959% -0.004 4.858% 0.0981Y 5.416% 5.434% -0.018 5.047% 0.369leIlões bce LastTender 24.Jun.08MiniumBid 4,00%MarginalRate 4,07%

psi-20 - Análise de médio prazoHácercadeduassemanasoPSI20quebrouem

baixaalinhadetendênciademédioprazoqueseencontravaemvigordesdemeadosde2002.Des-temodo,pode-sedizerqueseregistaumaneutra-lizaçãodatendênciadealta.NasúltimassemanasoPSI20temvindoaregistarperdassignificativas,umprocessocorrectivoquetemestadoemacele-ração.Contudo,parece-nosprovávelqueo índi-ceencontresuportepertodosníveisactuais,ouseja,emtornodos9100pontos.Casoessazonanãoaguenteapressãovendedora,apróximaáreadesuporteencontra-senazonade8150pontos.Nesta faseaseventuais recuperaçõesdoPSI20nãodeverãoultrapassaros10400pontos.

XeTrA dAX - Análise de médio prazoAs correcções do DAX têm sido bem

mais contidas, sobretudo se comparadascom o índice português. A incapacidadeemultrapassaros7200pontosdeformaclaramarcouum“topo”demédioprazoeéessaaprincipalresistênciaaconsiderar.

EsperamosqueoDAXencontresupor-te entre os 6200 e 6400 pontos, zonadegranderelevânciatécnica.Nocasodeessesuportenãocontinuarválido,oDAXarriscariaumaquedamuitosignificativa,eventualmenteatéaos5200pontos,masesse não é o cenário que consideramosmaisprovável.

FiXinG Variação Variação Variação 125.Junho.08 semanal (%) no mês (%) desde 1 Jan. (%)

subida para 4,25% quase assegurada

0,7740 e 0,8100, estando sem tendência definida. Este cenário poderá manter-se durante mais algum tempo. Devem ser obser-vados os suportes e resistências

relevantes para detectar alguma alteração do panorama técnico. Suportes a 0,7820/60 e 0,7770 li-bras; Resistências a 0,8020 e 0,81 libras por euro.

euro/dólar

sexta-feira, 27 Junho de 2008mercadoS42

PSi-20 daX 30

2.00

2.50

3.00

3.50

4.00

4.50

5.00

5.50

1 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1 Y 2 Y 5 Y 10 Y 30 Y

EUR

USD

3.7

3.8

3.9

4.0

4.1

4.2

4.3

4.4

4.5

4.6

4.7

Nov Dec Jan Feb Mar Apr May Jun4.650

4.750

4.850

4.950

5.050

5.150

5.250

5.350

5.450

25-Mar 24-Apr 24-May 23-Jun

1Y

6M

3M

Como reagiram os investidores ao “spin-off” da Ramada Investimentos da Altri?

Muito, muito bem, com uma subida mete-órica do título da Altri de quase 20% nas duas sessões após o anúncio dos temos do “spin-off”. O mercado está, assim, a pre-miar indiscutivelmente a separação da divi-são de aço da Altri, apreciando o facto de a Altri passar a ser um “player” puro na pas-ta e papel. Deste modo, será possível uma melhor comparação por parte do mercado com os seus pares.Refira-se que esta era uma solução que já há algum tempo tem vindo a ser defendida pelos analistas. Isto porque a Altri tem be-neficiado essencialmente do forte momento verificado nos preços da pasta de papel, a que se junta a arte de ter efectuado aqui-sições valiosas. Deste modo, a revisão em alta por parte da maior parte das casas de investimento surge para incorporar a perfor-mance do negócio da pasta de papel, bem como acrescente a visibilidade do negócio da biomassa e a possível alienação (agora anunciada) da F. Ramada a bons preços, que deverá ajudar a reduzir o nível da sua dívida.Já no início do ano havíamos dado conta neste espaço que os analistas do BPI con-sideravam que as acções da Altri iam be-neficiar da subida dos preços de pasta de papel, da execução do projecto de biomas-sa, da atribuição de novas licenças de bio-massa e da venda de activos, para além de acreditarem que a Altri estava a trabalhar no “spin-off” da F. Ramada, “uma opera-ção que contribuirá para animar os títulos da empresa este ano”. Como se concretizará o “spin-off”?

No âmbito do “spin off”, a Altri vai atribuir uma acção por cada quatro títulos detidos no seu capital. Ou seja, por cada acção da empresa de pasta e papel, os accionistas recebem um direito, títulos esses que po-

derão ser convertidos em acções da nova empresa, mas que podem também ser ne-gociados em Bolsa. O período de negocia-ção de direitos da F. Ramada arrancou no passado dia 19 de Junho. Assim, estes títulos negociáveis partem para o mercado com um preço teórico de 0,95 euros, cada, conferido pelo valor de destaque da Altri. No entanto, consideran-do a movimentação positiva das acções da nova Altri, os direitos valem já bem menos, podendo andar abaixo mesmo dos 0,50 eu-ros.

Como estão a avaliar as casas de investi-mento a “nova” Altri?

O Millennium Investment Banking, que manteve inalterado o preço-alvo de 7,25 euros para a Altri após o anúncio de sepa-ração do negócio do aço, avalia a empresa de pasta e papel em 6,74 euros após a con-clusão da cisão. Ou seja, os analistas do BCP estimam que a nova Altri fique a valer 6,74 euros por ac-ção e a nova F Ramada 2,02 por acção, isto

se “se considerar a distribuição de dívida como estimada actualmente para as duas divisões”, lê-se no “research” do Millen-nium Investment Banking. Por outro lado, o Millennium Investment Banking considera que, se se levar em conta que a F. Ramada fica sem dívida líquida, estima-se um valor por acção para a nova Altri de 6,31 euros e para a nova F Ramada de 3,76 euros. A Fidentiis, por sua vez, reviu a avaliação para a Altri, considerando o destaque da Ramada Investimentos, atribuindo à em-presa liderada por Paulo Fernandes um “target” entre os 3,80 euros e os quatro euros. De acordo com a Fidentiis, a Altri está a ne-gociar com um rácio EV/EBITDA estimado para 2008 de 12,5 vezes (10,7 vezes em 2009) e um PER estimado para este ano de 19 vezes. Deste modo, com a avaliação inferior (3,08 euros) a Altri fica a negociar em linha com a Ence para 2008-2009.

Mas as notícias à volta da Altri não se es-gotam no “spin-off” da F. Ramada.

De facto, as estimativas de evolução da performance operacional da empresa são muito positivas. Os analistas apontam, por exemplo, para um crescimento de 15% nas receitas e de 17% no EBITDA em 2009, devido à contribuição da nova capacidade, durante cinco dos meses, dada a entrada em funcionamento da nova máquina de pasta que ocorrerá em Junho ou Julho do próximo ano.Esta nova unidade irá ter um forte impacto na dívida da Altri. A empresa conseguiu, contudo, reduzir essa dívida em 90 milhões de euros (cerca de 13% do total) através da venda dos terrenos florestais à Ramada Investimentos. Finalmente, para o facto de a Altri ter pago um dividendo ilíquido de 0,05 euros por acção a partir do passado dia 25 de Junho. Este montante corresponde assim a um valor global de dividendos de 5,12 milhões de eu-ros. A Altri terminou o ano 2007 com lucro de 35,3 milhões de euros, pelo que a remu-neração proposta representa um “pay-out” de 14,5%.

MARtIM PoRto

consultório financeiro

Altri dá salto de gigante com “spin-off” da F. Ramada

A separação da Ramada Investimentos do capital da Altri foi muito bem recebida pelos investido-res. Em apenas duas sessões, as acções da Altri subiram quase 20%, decorrente das revisões de avaliação de casas de investimento que se

seguiram à divulgação dos termos do “spin-off” da sua divisão de aço. Os novos “price-targets” variam desde os 6,75 euros do BCP e os 4,95 euros do BPI. Ou seja, ainda existe espaço para que a acção se valorize ainda mais.

De acordo com o seu plano estratégico

BES espera crescimento médio anual de 20% até

ao final de décadaNum contexto de elevadas dificuldades,

ainda há optimismo. É o que revela o banco liderado por Ricardo Salgado. As previsões apontam lucros de 850 milhões de euros, no fim da década, o que representará um crescimento médio de 20% ao ano. Para tal muito contribuirão as actividades no exte-rior, que representarão cerca de 35% dos resultados líquidos totais.

Assim, a actividade internacional do BES deverá traduzir-se, entre 2007 e 2010, num crescimento médio anual de 25% a 30% nos lucros, enquanto os resultados líquidos, internamente, tenderão a cres-cer entre 8% e 10% no mesmo período. Entretanto, o banco anunciou que os re-sultados colocaram a instituição um ano à frente quanto à respectiva execução do plano de negócios.

No âmbito dos seus objectivos estra-tégicos, o BES propõe um aumento dos “spreads” cobrados aos clientes, designa-damente no crédito à habitação. Refere a entidade bancária que é uma das formas de fazer face aos custos de financiamento, demasiado elevados, em resultado da cri-se dos mercados. Por outro lado, haverá um controlo mais apertado em termos de perfil de risco dos clientes, o que implicará “spreads” mais altos para aqueles que apre-sentaraem mais riscos, a par do reforço da selectividade na concessão de crédito.

Banco conta com uma forte base de capital

A forte base de capital, a gestão financei-ra e o controlo dos riscos e o aumento das contribuições das operações internacionais são tidos como os aspectos essenciais para promoverem o desempenho do BES. A ac-tividade será centrada na criação de valor aos accionistas. Além disso, do plano cons-ta ainda a intenção de garantir um rácio de “core tier I” mínimo de 6%, mais uma vez até ao final da década. No final do primei-ro trimestre, o rácio do capital do banco, de acordo com as normas de contabilidade Basileia II, era de sete pontos percentuais.

A Espanha posiciona-se como um dos principais mercados externos do BES. O objectivo é ficar no ranking dos dez maio-res bancos de investimento. O que passará por garantir um volume de negócios de 13,7 mil milhões de euros até 2010.

Tendo em conta o mercado ibérico, o BES vai desenvolver, ainda este exercício, um portal destinado aos clientes com con-tas e actividades apenas num dos dois paí-ses, os clientes ibéricos com conta num dos dois países, mas com actividade em am-bos, e os clientes com contas e actividade nos dois mercados. Basicamente, a aposta do BES em Espanha passa por três áreas, banca de investimento, empresas médias e “private banking” e gestão de activos. O portal será desenvolvido de modo a ser ex-pandido a outras regiões onde o banco tem operações.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 43mercados

25/3/2008 25/6/20082.5

2.7

2.9

3.1

3.3

3.5

3.7

PERDAS DE 2008 AnulADAS COm “SPIn-OFF” DA F. RAmADA

AltRI FOCAlIzA-SE nA PRODuçãO DE PAStA E PAPEl

Fonte: Hawkins Wright e Altri

Os mercados financeiros europeus têm grande dificuldade em superar o problema de um dólar fraco, que esti-mula a especulação e os preços elevados do petróleo. As declarações recentes de Alan Greenspan, ex-responsável máximo da FED, no sentido de que a crise nor-te-americana está longe de ter um fim, continuando a bater na tecla da recessão, não ajudaram em nada, muito pelo con-trário…

As declarações do presidente da OPEP que insiste na existência de petróleo su-ficiente nos mercados, acusando os espe-culadores de manter os preços elevados, também em nada ajudou e o recente anúncio de futuro aumento da produção por parte da Arábia Saudita a partir do próximo mês será apenas para colmatar a redução da produção na Nigéria, que

está com grandes problemas internos em várias explorações.

A somar a toda esta conjuntura desfa-vorável que vai levar à subida dos juros pelo BCE e à manutenção de níveis ele-vados na energia está a redução do cres-cimento europeu e a instabilidade geo-política de várias regiões do globo.

No mercado nacional, os analistas já não têm explicações para a queda con-tínua do mercado bolsista. Nenhuma das empresas do PSI-20 tinha, a meio da semana, uma performance positiva ao nível do semestre, e os investidores estão a virar-se para produtos estruturados e para as “commodities”, enquanto os me-tais continuam a ser uma solução. Vários investidores falavam da saída dos estran-geiros de Portugal, num movimento que é sequência das perdas persistentes nas

companhias mais líquidas. Alguns títulos entraram, inexplicavelmente, em míni-mos, caso da Sonae Indústria ou mesmo da Brisa, que no início da semana este-ve a cair 10% numa única sessão. E isto ocorreu porque a Merrill Lynch reduziu o preço-alvo, justificando-o com receios relativamente ao impacto negativo do aumento dos combustíveis no tráfego rodoviário. Também a generalidade das construtoras estão a perder, muito embo-ra a vertente internacional esteja a com-pensar a má performance interna.

Ao nível das telecomunicações, surgiu uma boa notícia, com a PT a entrar como favorita da Macquarie Research. Aquela casa de investimento atribuiu à PT um po-tencial de valorização da ordem dos 30%, com um preço-alvo de 9,5 euros. O BES foi uma “meia boa notícia” depois de a

KBW ter afirmado que o banco continua a ser o seu preferido no sector financeiro em Portugal, mas considera que o valor dos títulos ainda não estará suficientemen-te atractivo. E isto porque o banco estará a negociar com um PER estimado para 2009 de 7,9 vezes, um prémio de 11% face à média da banca europeia. Esta casa de investimento colocou as suas previsões 7% abaixo do objectivo do lucro do BES para 2010, mantendo um preço-alvo de 14 euros, ou seja, um potencial de valorização superior a 30%. O CaixaBI considerou, por seu lado, que a manutenção dos objec-tivos para 2010 por parte do BES deverá ser encarada com bastante optimismo. Este banco manteve a recomendação de “com-prar” e o preço-alvo de 16,80 euros, ou seja, quase 60% de potencial de valoriza-ção relativa ao valor do início da semana.

Fragilidade do dólar continua a prejudicar bolsas

VÍTOR [email protected]

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Título ÚltimaCotação VariaçãoSemanal Máximo52Sem Mínimo52Sem EPSEstAct EPSEstFut PEREstAct PEREstFut Div.YieldInd Div.YieldEst DataAct HoraActALTRI SGPS 2.65 -18.36% 7.34 2.46 0.12 0.34 23.00 7.78 1.89% 2.20% 25-06-2008 16:35:00B. COM. PORT. 1.55 -5.79% 3.87 1.48 0.16 0.18 9.60 8.78 4.95% 4.65% 25-06-2008 16:35:00B.ESP. SANTO 10.78 -1.24% 17.98 10.30 1.21 1.35 8.92 7.97 4.45% 5.01% 25-06-2008 16:35:00BANIF-SGPS 1.90 -9.09% 5.13 1.85 0.29 0.33 6.55 5.76 6.32% 6.58% 25-06-2008 16:35:15B. POP. ESP. 9.59 -0.21% 14.15 6.72 1.10 1.16 8.69 8.30 5.09% 5.50% 25-06-2008 09:26:24BANCO BPI 2.78 -7.95% 6.69 2.61 0.43 0.50 6.45 5.56 6.46% 6.64% 25-06-2008 16:35:00BRISA 8.05 -9.55% 10.46 7.83 0.33 0.36 24.54 22.49 3.85% 3.84% 25-06-2008 16:35:00COFINA,SGPS 1.53 -1.29% 1.91 1.20 0.10 0.10 15.77 14.85 2.29% 2.45% 25-06-2008 16:35:02CORT. AMORIM 1.39 -7.33% 2.18 1.28 0.17 0.19 8.18 7.32 4.32% 4.32% 25-06-2008 14:27:56CIMPOR,SGPS 4.85 -9.10% 7.72 4.74 0.46 0.50 10.65 9.77 4.75% 4.75% 25-06-2008 16:39:46EDP 3.43 -6.93% 5.00 3.27 0.26 0.28 13.07 12.10 3.65% 3.82% 25-06-2008 16:35:00MOTA ENGIL 4.71 -8.54% 8.35 3.53 0.25 0.16 19.22 30.39 2.34% 2.48% 25-06-2008 16:35:01FINIBANCO 3.89 2.37% 5.05 2.74 -- -- -- -- 2.19% -- 25-06-2008 16:35:02GALP ENERGIA 14.47 -7.60% 19.50 9.10 0.63 0.69 22.82 21.12 1.16% 2.37% 25-06-2008 16:35:01IMPRESA,SGPS 1.75 11.47% 3.23 1.29 0.14 0.18 12.41 9.56 0.00% 0.34% 25-06-2008 16:35:02J. MARTINS 4.75 -4.23% 5.73 3.71 0.22 0.28 21.49 16.96 2.02% 2.19% 25-06-2008 16:35:00MARTIFER 7.00 -5.66% 12.00 5.40 0.29 0.36 24.39 19.72 0.00% 0.00% 25-06-2008 16:37:28NOVABASE 4.35 -5.84% 5.10 2.01 0.26 0.29 16.73 15.16 0.00% 0.00% 25-06-2008 16:35:02PARAREDE 0.15 -6.25% 0.24 0.10 -- -- -- -- 0.00% -- 25-06-2008 16:35:02P. TELECOM 7.27 -3.07% 9.67 6.90 0.65 0.72 11.21 10.15 7.91% 7.92% 25-06-2008 16:35:00PORTUCEL 2.05 -5.09% 3.18 1.63 0.20 0.17 10.51 11.92 1.71% 4.85% 25-06-2008 16:35:01REDES E. NAC. 2.99 -4.02% 4.08 2.75 0.20 0.20 14.93 14.85 0.00% 4.54% 25-06-2008 16:38:11S. COSTA 1.50 1.35% 2.89 1.20 0.17 0.20 8.82 7.50 0.00% -- 25-06-2008 16:35:01SEMAPA 8.23 0.61% 13.70 7.31 1.15 0.95 7.16 8.66 3.10% 3.04% 25-06-2008 16:35:00SONAECOM 2.28 8.06% 4.97 2.06 0.04 0.08 51.82 28.50 0.00% 0.53% 25-06-2008 16:35:01SONAE,SGPS 0.86 -1.72% 1.96 0.79 0.08 0.11 10.56 8.14 3.51% 4.26% 25-06-2008 16:38:59SONAE IND. 2.93 -10.40% 10.93 2.65 0.40 0.18 7.27 16.55 0.00% 4.23% 25-06-2008 16:35:00SAG GEST 2.44 -2.01% 3.10 1.73 0.16 0.20 15.74 12.20 6.76% 4.10% 25-06-2008 16:35:02TEIX. DUARTE 1.12 -12.50% 4.17 1.02 0.32 0.35 3.56 3.20 1.61% 3.71% 25-06-2008 16:35:01Z. MULTIMEDIA 6.18 -8.98% 11.83 5.95 0.27 0.34 22.72 18.28 3.24% 3.63% 25-06-2008 16:35:00

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUSTítulo ÚltimaCotação VariaçãoSemanal Máximo52Sem Mínimo52Sem EPSEstAct EPSEstFut PEREstAct PEREstFut Div.YieldInd Div.YieldEst DataAct HoraActB.POPULAR 9.62 0.94% 14.16 8.51 1.10 1.16 8.71 8.32 5.11% 5.53% 25-06-2008 16:35:52INDITEX 29.11 -2.02% 53.90 28.57 2.23 2.55 13.08 11.42 3.61% 4.03% 25-06-2008 16:35:52REPSOL YPF 25.17 -3.75% 30.59 18.27 2.58 2.58 9.74 9.74 3.97% 4.30% 25-06-2008 16:35:52TELEFONICA 17.18 -1.60% 23.48 16.07 1.61 1.85 10.66 9.27 4.37% 5.82% 25-06-2008 16:35:52FRA. TELECOM 18.13 -0.08% 27.33 17.36 2.01 2.13 9.04 8.51 7.17% 7.63% 25-06-2008 16:39:59LVMH 67.95 -5.06% 89.36 61.95 4.60 5.17 14.76 13.15 2.35% 2.60% 25-06-2008 16:39:37BAYER AG O.N. 52.48 1.49% 66.45 45.60 3.96 4.40 13.26 11.92 2.57% 2.73% 25-06-2008 16:35:29DEUTSCHE BK 59.09 -3.98% 109.80 56.64 6.30 9.48 9.40 6.25 7.60% 7.33% 25-06-2008 16:35:26DT. TELEKOM 10.62 4.84% 15.87 9.92 0.76 0.86 14.03 12.42 7.35% 7.50% 25-06-2008 16:35:23VOLKSWAGEN 182.51 0.65% 199.70 111.80 12.10 13.53 15.08 13.49 0.99% 1.15% 25-06-2008 16:35:03ING GROEP 21.825 -2.65% 33.36 18.77 3.33 3.58 6.56 6.10 6.78% 7.13% 25-06-2008 16:39:40

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

sexta-feira, 27 Junho de 2008MERCADOS44

António Ribeiro, director-geral da Teppfa, afirma

Compromisso de Qualidade vem garantir elevados padrões na construçãoCom o objectivo de incrementar a qualidade nas edificações prediais em Portugal, a Teppfa – The European Plastic Pipes and Fittings Association - e a Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC) assinaram, no passado mês de Maio, o Compromisso para a Qualidade nas Tubagens Plásticas. Neste acordo de cariz voluntário, as duas entidades comprometem-se, face à inexistência de fiscalização desta matéria em Portugal, a respeitar as mais recentes normas europeias e/ou nacionais aplicáveis na instalação de águas e esgotos em construções e reabilitações de edifícios.

“São de louvar estes compromissos vo-luntários, pois preparam o mercado para futuras eventuais obrigações a nível de certificação”, sublinhou Jorge Manuel Marcos dos Santos, Presidente do Con-selho Directivo do Instituto Português de Qualidade (IPQ) — também parceiro desta iniciativa —, aquando da assinatura do compromisso.

“Existem, efectivamente, normas por-tuguesas e europeias aplicáveis, que esti-pulam níveis crescentes de qualidade nos sistemas de tubagens termoplásticas, con-tudo, não existem em Portugal exigências legais – homologação prévia, certificação ou marcação CE — relativamente ao cumprimento obrigatório dessas mesmas normas, as quais assumem, por isso, uma natureza meramente voluntária”, explica António Ribeiro, director-geral da Te-ppfa. “Perante este panorama paradoxal – continua o engenheiro – e como re-sultado de variadas conversas com o Mi-nistério das Obras Públicas, nós, asso-ciações privadas, decidimos reunir toda a indústria e propor a elaboração de um compromisso que visasse a sustentabili-

dade e a responsabilidade na edificação”. “Hoje – acrescenta orgulhoso – todos os associados da Teppfa já se regem, volun-tariamente, por tais normas”, lamentan-do no entanto o facto de alguns não asso-ciados o não fazerem, referindo os casos da Ferroplast e Fopil.

Surgidas em 2002 para fazer frente ao progressivo aumento das temperaturas dos sistemas domésticos, estas normas vêm proporcionar, entre outras comodi-dades, uma maior resistência dos tubos às pressões negativas em edifícios de vá-rios andares, uma menor dilatação tér-mica e um maior isolamento acústico. “A sua adopção – assegura António Ribeiro – permite um maior conforto, uma mais longa durabilidade dos edifícios e, con-sequentemente, a redução de necessárias intervenções futuras”.

A divulgação periódica de fabricantes, distribuidores e produtos que satisfaçam as referidas normas e, por oposição, a de-núncia, junto de uma Comissão de Acom-panhamento, de eventuais infracções co-metidas ou de práticas incompatíveis com o compromisso voluntariamente assumi-

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“Hoje todos os associados da Teppfa já se regem, voluntariamente, por tais normas”, afirma António Ribeiro.

do serão, igualmente, responsabilidade das associações e empresas signatárias des-te compromisso, que assim contribuirão para uma maior informação e exigência dos donos de obra, das empresas de cons-trução e dos consumidores finais. Presidi-da por Hipólito Ponce de Leão, Presidente do Instituto da Construção e do Imobi-liário (INCI), a Comissão é constituída igualmente pelo Instituto Português de Qualidade (IPQ), Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) e Associação

Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais (ANQIP).

“Estou bastante satisfeito com a reacção do mercado à proposta. Todos – desde fabricantes, a instaladores, distribuido-res ou projectistas – demonstraram uma grande aceitação e empenho no que lhes foi proposto. O apoio do Estado, por sua vez, está a ser, também, primordial para a realização do compromisso”, finaliza o director-geral da Teppfa, que confessa à “Vida Económica” não ter grandes expec-tativas de que esta matéria possa vir a ser, a médio prazo, legislada.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 45mercados

O Parlamento Europeu, com 556 votos a favor, 67 votos contra e 19 abstenções, aprovou uma proposta de alteração do nº 1 do artigo 5º do Regulamento nº 852/2004, que estabelece que os operadores das em-presas do sector alimentar devem criar, aplicar e manter um processo ou processos permanentes baseados nos princípios do sistema de Análise de Perigos e Controlo dos Pontos Críticos APCPC (vulgo HAC-CP).

“A ser aprovada pelo Conselho de Minis-tros (representando os Estados-membros europeus), esta proposta do Parlamen-to Europeu satisfaz assim uma pretensão antiga da ARESP, pois permitirá isentar as micro, pequenas e médias empresas do nosso sector de aplicarem os princípios do

sistema HACCP, desde que cumpridos to-dos os outros requisitos gerais e específicos de higiene alimentar”, refere a ARESP em comunicado.

“Contudo, atenta a este fenómeno, e por-que importa manter elevados padrões de qualidade, higiene e segurança alimentar, a ARESP está a elaborar, em conjunto com a ASAE, o Manual de Segurança Alimentar para a Restauração e Bebidas. Este docu-mento servirá para autocontrolo das empre-sas do sector, permitindo a estas atingirem os objectivos do HACCP, através de boas práticas, numa abordagem muito mais fle-xível e simplificada. Assim, conseguiremos manter o actual patamar de excelência, re-conhecido internacionalmente, ao sector da restauração e bebidas português”, conclui.

Decisão europeia reduz encargos administrativos das PME da restauração e bebidas

A companhia de aviação United Airlines - segunda maior transportadora aérea nor-te-americana - anunciou o despedimento de 950 pilotos (15% dos 6500 pilotos da companhia), até ao final do próximo ano. A escalada do preço dos combustíveis é a justificação apontada.

“Somos obrigados a reduzir a nossa fro-ta e tomar medidas em todo o grupo para permitir à United continuar a ser com-petitiva neste contexto de alta dos preços

de combustíveis”, justificou a empresa em comunicado. A medida é inevitável e, mes-mo assim, a transportadora receia que seja insuficiente.

As companhias norte-americanas têm sido as vítimas mais directas dos sucessivos aumentos dos combustíveis: este ano, já fecharam portas a ATA Airlines, Frontier Airlines, Aloha Airlines, Skybus Airlines e três companhias de aviação executiva.

Mariana Pinto

United despede 950 pilotos

Vida Económica departamento de FormaçãoRua Gonçalo cristóvão nº111, 6ºEsq., 4049-037 Porto TELEFonE: 223399457/00 • FaX: 222058098 E-mail: [email protected]

Destinatários

• Empresários e gestores de empresas que pretendam introduzir-se no mercado espanhol; contabilistas e consultores que participem em processos de internacionalização.

• Responsáveis de Departamentos Financeiros e de Contabilidade de Empresas

• Portuguesas com interesses em Espanha e de Empresas Espanholas com interesses em Portugal.

Objectivos

• Estar preparados para enfrentar as diferentes fases no processo de constituição de uma empresa em Espanha, sabendo escolher a forma jurídica mais adequada e com conhecimento dos timings, custos e documentos.

• Conhecer as diferenças e analogias entre o PLANO OFICIAL DE CONTAS português e o PLAN GENERAL DE CONTABILIDAD espanhol e facilitar a correspondência entre as contas dos dois planos. ACTUALIZADO AO NOVO PLANO EM ESPANHA.

• Conhecer os modelos dos diferentes impostos espanhóis, sabendo optar pela solução legal mais conveniente para a empresa.

Programa

Criação de Empresas em Espanha (9 de Julho)1. Introdução ao mercado Espanhol. Passos na introdução

comercial.2. Formas jurídicas mais usuais em Espanha. Fases da constituição

da sociedade3. Obrigações contabilísticas e fiscais da empresa.4. Responsabilidades do contabilista e do auditor5. Incentivos às empresas6. Contratação e custos laborais7. Prática: Elaboração de um plano de constituição de uma

empresa em EspanhaContabilidade Comparativa Espanhola-Portuguesa (10

de Julho) NOVO PLANO EM ESPANHA!1. A Contabilidade Portuguesa face à contabilidade Espanhola.2. O Balanço e o Balance3. A Demonstração dos Resultados e a Cuenta de Pérdidas y

Ganancias4. O Balancete e o Balance de Sumas y SaldosFiscalidade Comparativa Espanhola Portuguesa (11

de Julho)1. Características do Sistema Fiscal Espanhol face ao Português.2. Impuesto de Sociedades e IVA (Comparação dos modelos nos

dois países).3. As retenções do Impuesto sobre la Renta de las Personas Físicas

(IRS).4. Outros Impostos e Obrigações com o Estado.

Formador

Jorge Scharfhausen. Director Geral de Inedem e de Lax Consultores. Consultor Financeiro Internacional e professor em escolas de negócios em Portugal e Espanha.

Local de Realização do Curso

INEDEM. Rua Joaquim António de Aguiar nº43, 2º Esq. 1070-150 LISBOA

Preço

Completo: €600 + IVA (Assinantes: €480 + IVA)Por módulos: €250+IVA cada um (€200+IVA para assin.).

www.vidaeconomica.ptSemanada iberizaçãoda empresa portuguesa3 módulos de 8 horas cada um

Lisboa9, 10 e 11 de JulhoDas 09h00 às 18h30

A Península Ibérica é um mercado de 55 milhões de consumidores. Conhecer as diferenças de cultura e funcionamento empresarial dos dois mercados é básico para um desenvolvimento eficaz dos investimentos em ambos os lados da fronteira.o

A Opel anunciou que vai estre-ar no novo modelo Insígnia um sistema que integra duas funções complementares: o reconheci-mento da sinalização de trânsito e o aviso de saída de faixa. A tec-nologia vai ser um opcional no modelo, que vai ser apresentado pela marca alemã no Salão de Londres, no próximo mês, e que deverá chegar aos mercados euro-peus em Outubro.

“Estas novas funções inserem-se na filosofia Opel de intensificação do prazer da condução, ajudando os condutores sem reduzir o seu nível de controlo”, explica o pre-sidente da Opel, Hans Demant. “Ou seja, o sistema fornece infor-mações aos condutores mas não intervém”, acrescenta.

Designado Opel Eye, o siste-ma com câmara grande-angular de alta resolução e os processa-dores do sistema foram desen-volvidos conjuntamente pelos engenheiros da General Motors (GM) e por especialistas da em-presa de ópticas Hella. Locali-zada atrás do pára-brisas, junto do espelho retrovisor, a câmara detecta os sinais de trânsito e as marcas na faixa de rodagem. Pouco maior do que um telemó-vel, esta câmara tem capacidade para captar 30 imagens por se-gundo. Dois processadores de sinais, com a ajuda de software

criado pela GM, filtram e lêem os fotogramas.

Alertas de limite de velocidade

A detecção de sinalização de trânsito lê os sinais de limite de velocidade e de proibição de ul-trapassagem, podendo mesmo informar os condutores sobre o fim das limitações de velocidade. Dependendo das condições de iluminação, o sistema começa a identificar e a ler repetidamente os sinais a uma distância de 100 me-tros. Começa por focar as formas circulares, identificando depois os números nelas inscritos por meio de comparação dos contornos. Se uma imagem corresponder a uma

imagem de um sinal de trânsito memorizado no software do au-tomóvel, o sinal é visualizado no painel de instrumentos.

O sistema visualiza sempre as informações mais relevantes para uma condução segura, deixando de fora muitos sinais que podem sobrecarregar os condutores com demasiada informação. Se se identificarem dois sinais muito próximos um do outro, os sinais de aviso especiais, como “proibi-ção de ultrapassagem”, terão pre-cedência sobre um sinal de limite de velocidade.

Avisador acústico de saída de faixa de rodagem

A câmara do sistema Opel Eye

verifica igualmente se os con-dutores se mantêm na faixa de rodagem. Isto ajuda a preve-nir situações perigosas, como o adormecimento do condutor ao volante. O aviso de saída de faixa pode ser ligado ou desligado por meio de um botão. Quando se encontra activado, avisa o con-dutor com um som e um sinal luminoso intermitente no painel de instrumentos.

“Um automóvel capaz de ver e de avisar o condutor com grande antecedência sobre po-tenciais riscos é mais um passo importante na nossa estratégia de prevenção da sinistralidade a longo prazo”, afirma Demant. O executivo acrescenta que a GM Europa está igualmente a trabalhar na comunicação entre veículos, o que permitirá aos au-tomóveis trocarem informações como o posicionamento e a ve-locidade.

Nesse cenário, os condutores poderão ser avisados antecipada-mente no caso de outro veículo circular num ângulo sem visibi-lidade, estar estacionado numa zona fora da vista ou de se estar a aproximar do mesmo cruzamen-to. Está actualmente em curso um projecto-piloto nesta área no estado alemão de Hessen em colaboração com o governo esta-dual.

A Auto Sueco, a Auto Union Espanha e a Alliance Industrie (empresa que está presente em França e no Reino Unido) criaram uma empresa de peças e acessórios. Designada de Alliance Automotive Espanha, a empresa tem como principal objectivo “adquirir outras empresas do sector, assegurando a sua perma-nência no mercado, através da sustentabilida-de e gestão adequada”. De referir que o volu-me de negócios consolidado das três empresas é superior a 2300 milhões de euros, dos quais 1291 milhões correspondem a vendas de pe-ças e acessórios de automóveis ligeiros e pesa-dos nos mercados espanhol, francês, inglês e português.

O director da unidade de negócio de com-ponentes do grupo Auto Sueco, Francisco Ramos, sublinhou que a criação da Alliance Automotive Espanha é um passo importante na estratégia de desenvolvimento da activi-dade de “aftermarket”, num mercado tão im-portante como o mercado espanhol. “Após garantirmos a liderança do mercado portu-guês, de peças e acessórios, com um volume de vendas superior a 105 milhões de euros,

queremos obter, até 2010, uma posição de relevo no mercado ibérico. Este projecto de criação desta nova empresa, concretizado

através desta parceria, enquadra-se perfeita-mente nos nossos objectivos”, acrescentou Ramos.

“Estamos muito satisfeitos por unir forças com destacados parceiros do nosso sector de actividade em Espanha. O mercado espanhol de peças está suficientemente maduro, o que permitirá a inúmeros distribuidores garantir a continuidade da sua actividade, que foi cria-da há algumas décadas”, afirmou o presidente da Alliance Industrie, Jean Jacques Lafont. Esta é uma das empresas mais importantes da Europa na distribuição de peças para o sector automóvel, com vendas que ultrapassam os 800 milhões de euros.

Por seu lado, o director-geral da Auto Union Espanha, Fernando Pardo, mostrou-se “igualmente muito satisfeito com a constitui-ção da nova sociedade, pela oportunidade que vai proporcionar aos parceiros envolvidos” de potenciar as suas actividades. “Esta parceria vai permitir assegurar um dos principais ob-jectivos do nosso grupo, que é garantir a per-manência no mercado das empresas nossas associadas”, defendeu o executivo.Novo “sedan”

da Seat vai chamar-se Exeo

O novo modelo “sedan” da Seat vai chamar-se Exeo e tem chegada prevista para o próximo ano. Embora vá ocupar o mesmo segmento D do Toledo, a marca espanhola faz questão de garantir que “não poderá ser considerado como um substituto” do mode-lo, cuja última geração foi um dos produtos piores sucedidos de sempre do construtor.

Segundo a Seat, o Exeo “mar-cará um novo momento na his-tória da marca, que continua a expandir a sua gama de modelos para novos segmentos”. Ainda de acordo com a Seat, “é um ‘se-dan’ dinâmico e elegante, de alta qualidade e tecnologia superior, e que reflecte com exactidão os tra-ços característicos da marca – o design, a desportividade e a von-tade de viver”.

Sobre a designação, a marca

indica que faz jus às suas origens mediterrânicas e provém do la-tim “exire”, que significa ir mais longe ou avançar para lá dos li-mites. “Difere de todas as outras denominações da gama e indica o início de uma nova era para a empresa, começando por colocar a marca num novo segmento”, conclui a Seat.

Automóvel

Toyota Prius atinge marca do milhão

As vendas mundiais do híbri-do Toyota Prius atingiram um milhão de unidades no fim de Abril. A marca japonesa estima que o Prius tenha contribuído para uma redução da emissão de CO2 em cerca de 4,5 mi-lhões de toneladas em todo o mundo, quando comparado com um automóvel com mo-tor de gasolina da mesma clas-se e de tamanho e prestação de condução semelhantes.O modelo é vendido no Japão desde 1997 e iniciou as vendas na Europa, América do Norte e outros mercados em 2000. A segunda geração do Prius chegou em 2003. O modelo é vendido em mais de 40 países e regiões. A partir de 2010, a Toyota pro-cura vender mais de um milhão de híbridos por ano, já que a tecnologia híbrida poderá ser aplicada a uma larga variedade de veículos.

Opel anuncia sistema com câmara que lê sinais de trânsito

Em parceria com Auto Union Espanha e a Alliance Industrie

Auto Sueco cria gigante de peças em Espanha

O Opel Eye vai estar disponível no Insígnia e integra o reconhecimento da sinalização de trânsito e o aviso de saída de faixa.

FiabilidadeRenault baixa custos

com garantia

ConfiançaDacia pode ter sucesso

em Portugal

sexta-feira, 27 Junho de 200846

A marca garante que não é um

substituto do Toledo

Defende o recém-nomeado administrador-delegado da Renault Portugal

“A liderança não é um objectivo é uma consequência”A liderança do mercado automóvel nacional, que a Renault ocupa há uma década, “não é um objectivo”, mas “uma consequência”, segundo o administrador-delegado da filial portuguesa da marca. Numa das primeiras entrevistas que concede desde que foi nomeado líder da Renault Portugal, em Maio, José Caro de Sousa afirma que o topo do “ranking” das vendas só é conseguido com “uma gama de produtos o mais adaptada possível às necessidades do mercado” e “a rede de distribuição mais profissional e competente do mercado”.

Vida Económica- Como rece-beu o desafio para liderar a Re-nault Portugal, sendo o primeiro português a fazê-lo?

José Caro de Sousa- Como cos-tumo dizer, a minha nomeação não é notícia, é um facto. Estou na Renault há muito tempo e fiz uma carreira internacional, pelo que em termos de evolução seria normal que o passo seguinte fosse tomar a responsabilidade pela filial da mar-ca num país. Felizmente, as coisas conjugaram-se e houve a necessida-de de um director-geral para Portu-gal. Eu estava perfeitamente nessa linha e, portanto, concretizou-se. Porém, poderia perfeitamente ter sido para outro país.

VE - Presumo, então, que con-sidera que o facto de ser o pri-meiro administrador-delegado português não aumenta a res-ponsabilidade?

JCS - Estou na filial há bastantes anos, as pessoas que nela trabalham foram, em grande parte, escolhidas por mim e a rede de distribuição foi, também em boa parte, deline-ada por mim. Por conseguinte, sei que essas pessoas confiam em mim, pelo que o sentido de responsabili-dade acaba por ser maior do que se se tratasse dum país diferente. Mas é nesse sentido, o pessoal. No sen-tido profissional, é evidente que a responsabilidade seria a mesma em Portugal ou noutro país.

VE - O objectivo é manter a li-derança do mercado de automó-veis ligeiros português, ocupada pela Renault há dez anos?

JCS - A liderança em si não é um objectivo, é uma consequência. O objectivo que nós temos é con-tinuarmos a ser capazes de distri-buir uma gama de produtos o mais adaptada possível às necessidades do mercado e ter a rede de distri-

buição mais profissional e compe-tente do mercado, o que tem sido o nosso grande trunfo. Foi esta rea-lidade que nos permitiu conquistar a confiança dos consumidores e, como consequência, a liderança. Portanto, repito, a liderança em si não é um objectivo. Tem antes sido a consequência do nosso trabalho. Ora, queremos manter essa reali-dade e, por conseguinte, manter a liderança do mercado.

VE - Perspectivam crescer em 2008?

JCS - Mantemos a previsão que foi feita no início do ano e que in-dica que é nosso objectivo crescer em volume. Os resultados até agora confirmam que temos esse poten-cial, que está presente no número de encomendas. Temos tido algu-ma dificuldade em concretizar es-sas encomendas, devido a alguma tensão que tem havido nos apro-

visionamentos. Por outro lado, é evidente que o crescimento está de-pendente, também, do mercado e pensamos que este vai crescer pou-co e, por conseguinte, face ao início do ano, existe algum risco que este não cresça tanto como previsto no início do ano. Porém, para já, esta-mos na trajectória correcta e acre-ditamos que vamos, rapidamente, ultrapassar esta fase de alguma difi-culdade de aprovisionamento.

VE - Em matéria de produto, quais serão os modelos mais im-portantes?

JCS - Em termos de produto, este ano está a ser bastante rico em termos de lançamentos. Logo no início do ano tivemos um trio de novos modelos lançados, o novo Modus, a carrinha Clio e o Kan-goo. Estes modelos têm tido um sucesso grande no mercado, o que tem criado algum alargamento dos

prazos de entrega, nomeadamente no Modus e no Clio Break. Além disso, lançámos o Kangoo comer-cial e estamos agora a lançar o Ko-leos. No segundo período do ano vamos ter aquele que vai ser o gran-de lançamento de 2008, as primei-ras versões da nova gama Mégane.

VE - O Mégane III já poderá ter alguma importância nas vendas de 2008?

JCS - Poderá ter algum impacto ainda este ano. Porém, esse impac-to não será muito grande, uma vez que teremos um mês e meio, no máximo, de comercialização ple-na. Contudo, seguramente que vai apontar logo para os objectivos que temos para 2009, dos quais depois falaremos.

VE - Em relação ao Laguna, o modelo chegou em Outubro ao mercado português. Que balan-ço faz da presença do modelo?

JCS - Ainda é um pouco cedo para fazer uma balanço do Lagu-na. Isto porque, embora o carro tenha, efectivamente, chegado ao mercado nacional em Outubro, o lançamento foi bastante faseado. Lançámos só a versão de cinco por-tas com um único motor, que, em Fevereiro, foi complementada com a carrinha e com um novo motor [o 2.0 dCi com 175 cv, o primei-ro foi o de 150 cv]. Entretanto, complementámos recentemente a gama do modelo com o Laguna GT – que é um carro que marca uma diferença forte no segmento, sobretudo devido às características do chassis Active Drive – e com a versão Eco2 de 110 cv [1.5 dCi]. O que temos assistido é que o carro, com a chegada das variadas versões, tem, pouco a pouco, aumentado a vendas e vindo a afirmar a sua posição no mercado. O resultado é que neste momento já está atrás dos três líderes de mercado, das

marcas “premium” [Audi, BMW e Mercedes], sendo o primeiro dos generalistas. E estamos em crer que, com este complemento de gama, o modelo vai, efectivamente, atingir os seus objectivos. Contudo, será mais fácil fazer um balanço mais fiel mais próximo do final do ano.

VE - Um dos objectivos do Re-nault Contrat 2009 era colocar o Laguna ao nível dos melhores modelos do segmento em ter-mos de fiabilidade. Isso está a ser conseguido?

JCS - Em termos de qualidade, e não é apenas no Laguna, mas em todos os lançamentos a partir do Clio, notamos grandes melhorias.

VE - Como estão os custos de garantia?

JCS - Os custos de garantia es-tão em baixa forte. Aliás, todos os indicadores que temos, seja de qualidade à saída de fábrica, sejam indicadores operacionais, como é o caso da garantia, ou mesmo alguns inquéritos multiconstrutor que já foram anunciados noutros países europeus, mostram que, efectiva-mente, um dos objectivos do Re-nault Contrat 2009, que era estar no “top” três em termos de qualida-de, está em vias de concretizar-se.

AQUILEs [email protected]

“Rede de retalho com filiais funciona”

Vida Económica - na rede de retalho, a Renault tem uma or-ganização diferente e nas gran-des cidades europeias tem con-cessionários que são filiais da marca [em Portugal existem no Porto e em Lisboa]. Ao nível do relacionamento com os restantes retalhistas não há problemas?José Caro de sousa - O plano de cobertura das cidades estraté-gicas com filiais é algo que não é de agora, já tem alguns anos. Por conseguinte, a nossa lógica de distribuição é algo que é bem entendido pelo nossos parceiros. Esta é, de facto, uma coexistên-cia que funciona, uma vez que as nossas filiais não têm qualquer diferença em termos de condi-ções de funcionamento face aos demais concessionários. Assim, estas estão perfeitamente inte-gradas na lógica de distribuição bem. Nós temos uma rede com excelentes profissionais, uma rede que é sólida, que tem uma mistura interessante entre as fi-liais, parceiros Renault que evo-luíram para grupos (mas sempre baseados na marca) e alguns, poucos, grupos de retalho que também distribuem a marca. De facto, temos conseguido manter um equilíbrio, em que a nossa filosofia de distribuição é mais forte do que as individualidades de cada grupo. O resultado é que o conjunto funciona muito bem e a rede é um dos segredos da liderança da Renault em Portu-gal. Não era possível ser líder em Portugal com outro tipo de rede.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 47automóvel

Vida Económica- sobre a Dacia, está presente em Portugal desde o final de Abril. Já é possível fazer um balanço da entrada da marca no nosso merca-do?José Caro de sousa- O que podemos dizer é que o modelo, onde está a criar notoriedade, começa a ter alguma apetência por parte do mercado e os núme-ros de encomendas começam a ser interessantes. Há uma questão curiosa que se prende com o facto de o veículo ter sido lançado aquando do Salão de Lisboa, o que permitiu fazer uma difusão melhor na Grande Lisboa e na zona Sul de uma forma geral. E notamos que os números dessa zona estão melhores do que os das outras zonas. Ora, isto significa que a marca tem que ser conhecida e é preciso que che-gue ao conhecimento do público. Neste capítulo, há um trabalho mais lento do que o habitual, porque a lógica de comercialização deste veículo – o prin-cípio “low cost” não é só no produto, é também na distribuição – faz com que o ganho de notoriedade leve mais algum tempo do que nos lançamentos ha-bituais, em que há um forte investimento em publi-cidade. Aliás, neste caso não houve qualquer acção publicitária. Assim, o que pensamos é que, até por aquilo que se está a passar na zona de Lisboa, a marca tem o seu lugar no mercado. O que notamos, e que é curioso, é que as encomendas da versão de sete lugares será a que terá mais vendas.

VE- Já sei que não revelam números das expectati-vas, mas espera que se repita o sucesso que a marca teve noutros mercados ocidentais?JCs- Acho que só pode acontecer. O que notamos a nível da Europa, embora este mercado ainda seja um mosaico de países, cada um com características próprias, é que existem alguns padrões de consumo que são relativamente homogéneos. Desse modo, não há razão nenhuma para Portugal ser diferente desse países. Achamos que há condições para isso e não há razões para o nosso país ser diferente.

Repetição poRtuguesa do sucesso da dacia “só pode aconteceR”

José Caro de Sousa sobre a actual fiabilidade dos automóveis da marca: “Um dos objectivos do Renault Contrat 2009, que era estar no ‘top’ três em termos de qualidade, está em vias de concretizar-se”.

NOTA DE FECHO

Os ningentesUm americano filho de pais portugueses vendeu a sua

empresa e instalou-se em Portugal. Para ajudar.A sua primeira iniciativa empresarial foi filmar Portugal

do ar (alugando helicópteros, etc.) e fez, de longe, o livro mais bonito que já vi sobre Portugal.

Começou os contactos para o vender. Recusas: zero por cento. Aceitações: zero por cen-to... ?. Cem por cento de nims: “Excelente, para a semana res-pondemos, passam-se meses e nada. Nos EUA, dão-nos 5 mi-nutos, apresentamos a ideia e ou é sim ou não. Cá é sempre sim e depois na prática não” (citação).

Karl Moore, professor catedrá-tico em McGill, uma das melho-res universidades do mundo, a exemplo do que faz na Finlândia e Holanda, gostaria de ter uma colaboração (gratuita) em Portu-gal com um diário económico.

Pu-lo em contacto com o di-rector. “Excelente ideia, fantásti-

co”. Passados uns meses? Nada. Nem sim, nem não. Nim.Uma nova estação de rádio regional contactou as 50

principais câmaras e empresas da região. Pretendia que subscrevessem uma percentagem do capital em troca de pu-blicidade. Houve reuniões com todos 50 (não apenas cor-respondência). Dos 50? Dois disseram sim; um não. E 47 (?!), primeiro sim, depois “no pasa nada”, donde, nim.

Esta gente do nim (ningentes) são muito piores que os “nosayers”, os do contra.

Porque enganam, evitando que os outros saibam as linhas com que se cosem. Pode-se viver com sims e pode-se viver com nãos. É impossível ser-se produtivo num limbo de um mundo virtual em que, qual tontos, se desconhece a realida-de, a verdade dos factos. Anda-se ao engano.

Porquê os nims em vez dos nãos? Primeiro, por cobar-dia (mascarada de diplomacia para acalmar as consciências). Depois, por entusiasmos: alguns portugueses são como di-zem os brasileiros de 7/1/7, o 7 e o 1 são parecidos mas na verdade estão nos extremos; é o famoso 8-80; são bipolares mentais. Outros ainda são irresponsáveis. Não pensam antes de abrir a boca. E se quem diz tudo o que pensa, não pensa o que diz, quem fala sem pensar, devia pensar sem falar.

Qual o resultado deste misto de cobardia, bipolarida-de e irresponsabilidade? Por um lado a inimputabilidade: são tontos. Por outro, a falta de ética. Roubam tempo aos outros, tempo esse que é o grande recurso escasso da vida, porque esta é uma história que acaba mal: acabamos todos mortos...

Deficit orçamental? Importante (com reservas). Deficit externo? Fundamental. Deficit mental? A prioridade das prioridades.

Essa gente em que, acreditando neles, enganam os outros, essa gente para quem um compromisso não é uma dívida, mas uma história para enganar tolos, essa gente das meias tintas, do cinzento, carecem de seriedade, pessoal e profis-sional.

Prejudicam os seus compatriotas e por isso são traidores. Arruinam a imagem externa e por isso são destrutivos. O lugar que lhes está reservado está bem descrito. Quer na Bíblia, quer por Dante. Na Bíblia: “Deus vomita o morno”. E Dante, que reservou o lugar mais quente do inferno para os Pilatos da vida. E só a liberdade económica (interna) e a concorrência os pode escorraçar do mercado. Para o que são, donde vieram e donde nunca deviam ter saído: o nada.

P.S.: Vale a pena repetir aqui as perguntas feitas ao B. de Por-tugal e T. de Contas no âmbito do inquérito parlamentar sobre a supervisão bancária.

O tema é uma empresa chamada Finangeste em que o Banco de Portugal é o maior accionista e os outros são bancos como o BPI, etc.

1ª pergunta: como é isto de o B. de Portugal nuns dias vestir a camisola de sócio (de outros bancos comerciais na Finangeste) e noutros a camisola de supervisor dos sócios?

2ª pergunta: tendo a Finangeste criado uma empresa dedicada à construção civil, imobiliário, etc., como é isto de o B. Portugal participar e beneficiar (ainda que indirectamente) nesses negó-cios?

Só em Portugal... Quem é a administração desta pérola da Fi-nangeste? O eterno Alberto Regueira como presidente, coadjuva-do por Rui Madeira, Francisco Ramalho, Helena Bebiano e Abel dos Reis.

Crédito malparado bate novo recordeA situação complica-se para as famí-

lias portuguesas. O crédito malparado bateu um novo recorde no passado mês de Abril, para 2523 milhões de euros.

Em Abril registou-se um agravamento de 16%, o que se traduziu em cerca de 356 milhões de euros, de acordo com valores do Banco de Portugal.

Naquele mês, o crédito concedido a particulares totalizou 130 833 milhões de euros, mais 12,1 mil milhões do que em período do ano transacto. Natural-mente, o maior volume continua a per-tencer ao segmento do crédito à habi-tação, com os empréstimos concedidos a superarem os 103,5 mil milhões de euros em Abril. Neste caso, o malparado aumentou 17 milhões num mês e 161 milhões de euros num ano, para perto de 1,4 mil milhões de euros. No crédito ao consumo, os empréstimos cifraram-se em 14,8 mil milhões, mais 2,9 mil milhões do que no exercício passado. Houve um aumento de oito milhões de euros, face ao período homólogo.

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Aumento de capital da Banif SGPS subscrito na totalidade

O aumento de capital da Banif SGPS, de 250 para 350 milhõres de euros, foi integralmente subscrito. Foram subscritas todas as acções ordinárias, escriturais e nomina-tivas disponibilizadas aos accionistas. O aumento de capi-tal incorporou ainda 50 milhões de novas acções, a emitir em resultado da incorporação de reservas. A Banif SGPS requereu à Euronext Lisbon a admissão à negociação no Eurolist by Euronext Lisbon das novas acções, estando agora dependente da realização do registo do aumento de capital da entidade na conservatória do registo comercial.

Portugueses insatisfeitos com principais sectores da economia

Os Portugueses estão cada vez menos satisfeitos com o desempeho dos principais sectores económicos do país. Deste facto dá conta um es-tudo do Instituto Nacional de Estatística e Gestão de Informação da Universi-dade Nova de Lisboa, com a colaboração do Instituto Português da Qualidade e da Associação Portuguesa para a Qualidade.

Os consumidores quei-xam-se, em particular, de sectores como a banca, com-bustíveis, comunicações, se-guros e transportes de passa-geiros em Lisboa e no Porto. O subsector da televisão por cabo foi aquele que revelou o índice menor de satisfação. Em contrapartida, a maioria dos consumidores está satis-feita com o sector do gás em garrafa. O estudo atribui esta percepção de maior insatis-fação, em grande medida, à tendência de pessimismo manifestada pelos nacionais

Mas há que notar que os re-sultados apurados ainda não reflectiam o forte aumento dos preços dos comustíveis nas últimas semanas. Para o estudo foram medidas sete variáveis, designadamente imagem, expectativas, qua-lidade, relação entre a qua-lidade e o preço, satisfação, lealdade e reclamações.

Portucel espera autorizações para construir fábrica no Uruguai

A Portucel espera apenas as necessárias autorizações por parte das autoridades para avançar com o projecto de in-vestimento no Uruguai. Trata-se de uma unidade de pro-dução de pasta, papel e energia. A espanhola Ence já rece-beu luz verde para desenvolver um projecto semelhante.

A papeleira nacional vê com bons olhos o mercado lati-no-americano e o uruguaio, em particular. Caso as auto-ridades decidam pela positiva, então a Portucel vai conti-nuar o aprofundamento dos estudos preparatórios sobre o investimento.

OCDE diz que Portugal tem que ir mais longe nas reformas

A OCDE considera que o Governo português tem feito esforços significa-tivos em termos reformistas. No entan-to, deixa o apelo para que não abrande esse esforço. A realidade é que Portugal ainda fica para trás, no contexto global, em áreas bastante importantes. O se-cretário-geral da OCDE, durante a sua passagem pelo nosso país, adiantou que as áreas com mais problemas são aque-las referentes à capacidade de captação de investimento directo estrangeiro, à melhoria do capital humano e ao inves-timento em investigação e desenvolvi-mento. Relativamente a esta última, não deixou de lembrar os responsáveis polí-ticos que Portugal é um dos países com o nível de investimento mais reduzido.

Jorge A. VAsconcellos e sá

Mestre Drucker SchoolPhD Columbia University

Professor Catedrático

Nº 1255 / 27 Junho 2008 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Sobre o REACHConforme resulta da leitura de uma pequena notícia inserida

na presente edição deste jornal, a AIMMAP tem desenvolvido di-versas iniciativas para esclarecimento das empresas que repre-senta, a propósito do REACH – Registration, Evaluation and Au-thorization of Chemicals.

Sinceramente, tenho a noção de que as empresas europeias em geral e as empresas portuguesas muito em particular não estão totalmente conscientes do impacto de todas as eventuais consequências deste Regulamento Comunitário nas suas activi-dades. Ora, o REACH, que está em vigor desde o dia 1 de Junho de 2007, trata do registo, avaliação e autorização de substâncias químicas, visando muito concretamente, segundo a sua própria letra, a utilização segura de tais substâncias.

Entre outras medidas, o Regulamento aqui em apreço passou a impor que as empresas que produzem, importam e manipulam substâncias químicas avaliem os riscos decorrentes da utilização destas e tomem todas as medidas necessárias para uma boa ges-tão dos riscos que identifiquem em tal domínio.

Mas, tal como tem vindo a ser sublinhado pela AIMMAP em diversas ocasiões, a principal consequência prática da entrada em vigor deste Regulamento é a de que, no que concerne à ga-rantia da segurança dos produtos químicos colocados no merca-do, o ónus da prova foi transferido das autoridades públicas para a própria indústria.

Ou seja: deixou de ser o Estado a ter a obrigação de fazer a demonstração de que um produto não cumpre os requisitos na-quele âmbito, passando as empresas a ter o dever de provar que tais requisitos são cumpridos. Como é evidente, esta inversão do ónus da prova é controversa. Os chamados ambientalistas aplau-dem-na entusiasticamente, de uma forma que até poderá pare-cer pouco reflectida. A generalidade dos industriais europeus, ao contrário, lamenta leis cada vez mais restritivas.

Enquanto representante da indústria, não deixo, no entanto de ser um cidadão com preocupações ambientais que também teme pelo futuro do planeta. Não sou, todavia, ingénuo. Pelo que bem sei que, a curto prazo, esta medida vai traduzir-se em mais um golpe na indústria europeia. Com a agravante de ser previsí-vel que não virá a ter grande impacto em termos de benefícios ambientais, até porque, como é evidente, este Regulamento não tem qualquer aplicabilidade em outros grandes mercados mun-diais, como por exemplo a China e a Índia.

Sinteticamente, parece-me pois que este Regulamento é mais um contributo para aumentar as desvantagens compe-titivas da indústria europeia face aos seus principais concor-rentes no mercado global. O que só nos pode fazer concluir que a Europa está a ser não só ingénua como também sobranceira na concepção e implementação das suas políticas.

Com efeito, julga pretensiosamente a Europa que lhe basta criar normas mais restritivas para que todos os restantes países do mundo não resistam imediatamente a imitá-la.

Porém, a realidade demonstra-nos que assim não sucede. Os blocos que concorrem com a Europa jamais replicam as leis e os regulamentos desta em tempo útil.

Pelo contrário, dão sempre alguns anos de “avanço”, ganhan-do, durante esse espaço de tempo, competências e mercados anteriormente na órbita e no domínio das empresas europeias.

À ingenuidade e à suposta superioridade moral da Europa, re-agem pois os seus concorrentes com um realismo cínico e mes-mo oportunista.

Julgo que seria assim tempo de também nós começarmos a ser pragmáticos. Durante décadas fomos a locomotiva da res-ponsabilidade social, da protecção ambiental e dos direitos em geral.

É óbvio que não deveremos deixar de desempenhar esse pa-pel. Mas penso que seria agora muito mais adequado que o fi-zéssemos de uma forma mais realista. Que deixássemos de fazer a figura do irresponsável que caminha isolado para os cornos do touro e tentássemos negociar companhia para essa investida.

Sinceramente, ficaríamos todos bem mais tranquilos. E seria muito útil para a Humanidade.

Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e MetalomecânicaNº 06 / Junho 2008 / Suplemento do Jornal Vida Económica

CECIMO confirma excelentes resultados da indústria europeia de máquinas-ferramenta em 2007ED

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António SaraivaPresidente da Direcção da AIMMAP

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DESTAQUE

A FELUGA convidou responsáveisda ANIP a visitarem empresáriosportugueses e galegos, no quadro da preparação de uma missão de investidores a Angola projectada para o ano de 2009.

FELUGA recebeu responsáveis pelo investimento privado em Angola

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AIMMAP participa no Levantamento das Necessidades de Formação da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica para o biénio 2009/2010

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Basílio Horta recebe Presidente da AIMMAP e da FELUGA.

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ORGALIME manisfesta-se contra a eventual fusão da “Rio Tinto” com a “BHP Billiton”

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A CECIMO, reunida em As-sembleia Geral que teve lu-gar em Estocolmo entre os

dias 24 e 27 de Maio, confirmou os excelentes resultados alcançados pela indústria europeia de máqui-nas-ferramentas em 2007.

A CECIMO (European Com-mittee for Cooperation of the Ma-chine Tool Industries) representa a indústria europeia deste subsec-tor, integrando a AIMMAP entre os seus associados. Inclusivamen-te, está a AIMMAP representada nos diversos órgãos sociais da CE-CIMO, com dois Delegados à sua Assembleia Geral oriundos de em-presas da sua Divisão 15 de Má-quinas-Ferramentas, Equipamen-tos, Ferramentas e Acessórios para trabalhar o Metal, um membro do “Board” e um Director-Geral.

A produção europeia de máqui-nas-ferramentas, nos países repre-sentados na CECIMO, apresentou a sua mais alta taxa de crescimento de sempre (+14% em 2007), atin-gindo um volume de negócios de vinte e dois mil e setecentos milhões de euros. Os países abrangidos pela CECIMO representa-ram, em 2007, 44% do mercado global de máquinas-ferramen-tas, em comparação com 42% em 2006. “2007 foi o melhor ano de sempre para a indústria europeia de máquinas-ferramen-tas, aumentando a nossa posição na pro-

dução mundial devido a uma par-ceria inteligente com a competitivi-dade dos nossos clientes”, declarou Javier Eguren, Presidente de CECI-MO.

A indústria europeia de máqui-nas-ferramentas, em 2007, expor-tou 37% da produção para fora da Europa. O volume total das expor-tações cresceu assim 11% em 2007, apesar de uma forte valorização do euro em relação à maioria das moe-das correntes.

Foram registados aumentos mais elevados para a Rússia, onde novas bases industriais ainda estão a sur-gir, e para os maiors mercado emer-gentes asiáticos e americanos (Chi-na, Índia, Brasil e México).

As exportações para a Améri-ca do Norte e para países asiáticos mais maduros (Japão, Taiwan, Co-reia do Sul) diminuíram, devido a uma mais baixa procura para inves-timento, aprovisionamentos rema-nescentes e condições de crédito mais apertadas.

Com importações que se eleva-ram a 19% em 2007, demonstran-do uma forte procura europeia para investimentos nos países da CECI-MO, o consumo de máquinas-fer-ramentas em 2007 alcançou um valor de dezassete mil e seiscentos milhões de euros nos países de CE-CIMO – um crescimento de 21% relativamente a 2006.

A procura europeia de máquinas-ferramentas foi particularmente for-te nos sectores da energia (electrici-dade, nuclear, energia dos ventos), dos transportes (automóvel, estra-das de ferro e marítimo) e da en-genharia mecânica. “Uma vez mais, a indústria europeia de máquinas-ferramentas provou a sua predispo-sição para disponibilizar tecnologia para o fabrico eficiente de bens ca-pitais e de consumo (aviões, carros, comboios, telefones, sistemas de geração de potência, etc.)” confir-mou Javier Eguren.

Com uma menos favorável pre-visão macroeconómica para 2008,

mas ainda assim de cres-cimento – +9% na pro-dução e exportações, +6% nas importações e +7% no consumo –, a CECIMO consolidará o desempenho de 2007 baseado numa forte pro-cura intra-europeia e em exportações crescentes para mercados emergen-tes, de forma a minimi-zar o impacto de tur-bulências financeiras, inflacionárias e mone-tárias observadas em al-guns países. n

CECIMO confirma excelentes resultados da indústria europeia de máquinas-ferramentas

Bens de Equipamento

sexta-feira, 27 Junho de 2008II

Breves

Já depois de ter organiza-do uma sessão de esclare-

cimento e uma acção de for-mação sobre o assunto, nos passados dias 17 e 18 de Ju-nho, a AIMMAP levou a efeito uma nova edição da acção de formação sobre o REACH – Registration, Evaluation and Authorization of Chemicals.

Conforme sucedeu na edi-ção anterior, a acção foi rea-lizada na sede da AIMMAP e contou com a participação de Teresa Poças e Ana Castro, da empresa “LAQRE – Enge-

nharia e Desenvolvimento de Sistemas de Gestão, Lda”, e ainda de Carla Gonçalves, da AIMMAP.

Uma vez mais, esta inicia-tiva redundou num importan-te sucesso, tendo, aliás, me-recido um grande interesse por parte dos participantes.

Consciente da importân-cia desta temática para os seus associados, a AIMMAP pondera actualmente a pos-sibilidade de realizar novas edições desta acção de for-mação. n

Mais um curso sobre o REACH na AIMMAP

No dia 17 de Junho teve lugar uma reunião extra-

ordinária da Assembleia Ge-ral da AIMMAP para delibe-rar e aprovar expressamente a participação da associação como sócio fundador da nova entidade associativa para as fileiras dos materiais de construção e da casa – AFI-MACC -, bem como deliberar a participação da AIMMAP como accionista da socieda-de anónima APCER, S.A..

Essas duas iniciativas em que a AIMMAP está actu-almente envolvida têm vin-do a merecer o devido des-taque em vários trabalhos publicados neste jornal, es-tando em todo o caso a Di-recção-Geral da associação totalmente disponível para a prestação de informações detalhadas a propósito do assunto, aos associados que manifestem interesse nesse sentido. n

Assembleia Geral da AIMMAP reuniu extraordinariamente

Na sequência da realiza-ção de 6 edições suces-

sivas da acção de formação para profissionais de base da indústria metalúrgica e me-talomecânica, optou agora a AIMMAP por dar início ao que poderá designar-se por uma segunda fase do curso, na qual se dará uma atenção muito especial à temática da produção.

Esta acção destina-se, pre-ferencialmente, a quem te-nha participado no curso re-lativo à primeira fase, embora esteja igualmente aberta a outros interessados.

A iniciativa será levada a efeito nas instalações da AIMMAP, nos dias 1, 3, 8 e 10 de Julho, entre as 14h00 e as 18h00, num total de 16 horas.

Com um número de inscri-

ções limitado a 20, o curso tem como objectivos os se-guintes: aumentar a produ-tividade dos profissionais en-volvidos; dotar os recursos humanos com competências ao nível da literacia e comu-nicação na empresa; e mo-tivar os recursos humanos, enquanto indivíduos e profis-sionais para a importância da função produção

São potenciais destinatá-rios operários e pessoal espe-cializado dos sectores de pro-dução, expedição, etc., até ao nível de chefe de equipa, de secção ou departamento

Tal como sucedeu nas 6 edições da primeira fase, será único formador da acção An-tónio Fonseca, da Sociedade Metalúrgica António Fonseca & Flora, Lda, empresa asso-ciada da AIMMAP.n

AIMMAP promove mais uma acção de formação para profissionais de base

Na sua qualidade de asso-ciada da APCER, a AIM-

MAP já comunicou a essa associação a sua intenção de subscrever a parte do ca-pital social a que tem direito na nova sociedade APCER, a qual irá em breve ser formal-mente constituída.

Conforme foi oportuna-mente anunciado nas pági-nas de edição anterior deste jornal, a AIMMAP irá canali-zar todos os eventuais divi-dendos a que tenha direito na nova sociedade para um Fundo de Certificação a criar oportunamente. n

AIMMAP irá subscrever capital social na sociedade APCER

CECIMO e as suas 15 associações nacionais re-presentam e promovem o interesse de 1450 empresas europeias, sendo responsá-veis por 85% da produção europeia de máquinas-fer-ramentas e 44% da produ-ção mundial de tais equi-pamentos. Fundada em 1950, a CECIMO é reco-nhecida como o legítimo

representante do interesse comum e dos valores da in-dústria europeia de máqui-nas-ferramentas. Com sede em Bruxelas, a CECIMO é a plataforma para identifi-car e promover iniciativas estratégicas fulcrais para melhorar a competitivida-de e liderança da indústria europeia de máquinas-fer-ramentas.n

SOBRE A CECIMO

Realizou-se no dia 17 de Junho mais uma reunião da Direc-ção da AIMMAP, na qual es-

tiveram presentes o Presidente da Direcção António Saraiva, os Vice-Presidentes Jorge Casais, Rui Fer-reira Marques, Susana Pombo, Ma-nuel Braga Lino, Augusto Maia, Gonçalo Macedo e Elísio Azeve-do, e ainda Rafael Campos Perei-ra e Mafalda Gramaxo, da Direcção Geral.

Para além da habitual análise das contas e do plano de tesouraria da associação, bem como dos projec-tos de parceria em que a mesma está envolvida, a Direcção anali-sou e discutiu vários outros assun-tos de importância para o sector em geral e para a associação em particular.

Mereceu especial destaque o pon-

to de situação sobre a intervenção da CIP nas negociações da revisão da legislação laboral em sede da concertação social bem como so-bre o estado da contratação colec-tiva no sector.

A Direcção manifestou igual-mente o apreço pela forma com o decorreram os Encontros para a Competitividade promovidos em conjunto com o IAPMEI, fazendo ainda votos para que esta iniciativa venha a merecer desenvolvimentos em breve.

Foi também efectuado o balan-ço da missão a Portugal e à Gali-za de uma delegação chefiada pelo Governador do estado brasileiro do Mato Grosso do Sul realizada com o apoio da FELUGA, bem como da visita realizada pelo Administrador da ANIP de Angola a convite igual-

mente da FELUGA. A esse propósi-to foi deliberado apoiar a realização por parte da FELUGA de missões de investidores portugueses e gale-gos a Angola e ao Estado do Mato Grosso do Sul.

A Direcção da AIMMAP reflec-tiu ainda sobre a iniciativa do “Jor-nal de Notícias” de oferecer faquei-ros completos em conjunto com as edições diárias do referido jornal, tendo lamentado profundamente a conduta assumida pelos responsá-veis da publicação e decidido con-tinuar a manifestar a sua oposição pública a tal iniciativa.

Sublinha-se ainda que, na reu-nião aqui em apreço, foi aprovada a admissão de 13 novos associados da AIMMAP.

A próxima reunião foi marcada para o dia 16 de Setembro. n

Reunião da Direcção da AIMMAP

Custódio Armando, Admi-nistrador da ANIP – Agên-cia Nacional para o Inves-

timento Privado, de Angola, e Paulo Kwenha, responsável pela área do Marketing e Promo-ção da mesma entidade, esti-veram presentes num encontro com representantes de empresas do sector metalúrgico e metalo-mecânico, realizado na sede da AIMMAP no passado dia 2 de Junho.

Esta acção, na qual estiveram presentes cerca de 40 empresas, enquadrou-se numa iniciativa de carácter mais amplo levada a efeito pela FELUGA, para pro-moção do investimento luso-ga-lego em Angola.

Na oportunidade, depois de

abertos os trabalhos pelo Direc-tor-Geral da AIMMAP e da FE-LUGA, Rafael Campos Perei-ra, o referido administrador da ANIP apresentou as oportuni-dades de investimento em Ango-la, sublinhando muito em espe-cial os incentivos previstos para o efeito.

Seguidamente, teve lugar uma fase em que os empresários pre-sentes apresentaram a Custódio Armando um conjunto significa-tivo de questões pertinentes. Para além de assuntos directamente relacionados com as oportunida-des de investimento, os partici-pantes na sessão abordaram com todo o propósito outras questões paralelas. Nomeadamente, o ad-ministrador da ANIP foi ques-

tionado quanto à existência de pólos industriais com as devidas infra-estruturas, quanto à forma-ção dos trabalhadores em Angola e ainda quanto à política de vis-tos do Governo angolano.

Numa fase subsequente dos trabalhos, houve ainda possibili-dade de proporcionar encontros directos de alguns participantes na sessão com os representantes da ANIP.

Ulteriormente, teve lugar, ain-da na sede da AIMMAP, um jan-tar de trabalho no qual estiveram presentes diversos membros da Direcção desta associação.

A Direcção da AIMMAP teve então oportunidade de reiterar as preocupações manifestadas

pelas empresas do sector durante o encontro anterior, tendo sido enfatizada muito especialmente a questão dos vistos. Nesse senti-do, salvaguardando o seu respei-to pelas políticas do Governo an-golano, a Direcção da AIMMAP solicitou a atenção da ANIP para o assunto.

Ainda no âmbito da sua des-locação a Portugal, os represen-tantes da ANIP tiveram o ense-jo de visitar algumas empresas portuguesas interessadas em in-vestir em Angola, tendo igual-mente sido recebidos pelo Presi-dente da AICEP, Basílio Horta, em reunião realizada em Lisboa no dia 4 de Junho e na qual es-teve também presente, entre ou-

tros, o Presidente da Direcção da AIMMAP, António Saraiva.

O programa de trabalhos pre-visto para esta iniciativa da FE-LUGA foi encerrado no dia 5 de Junho com a realização de um encontro em Vigo, na sede da ASIME, no qual Custódio Ar-mando apresentou aos empresá-rios galegos as oportunidades de investimento em Angola.

Esse encontro foi seguido de um almoço-debate realizado no Clube Financiero de Vigo, onde estiveram presentes membros das Juntas Directivas da FELU-GA e da ASIME, representantes de autoridades da Galiza e em-presários galegos do sector meta-lúrgico e metalomecânico. n

sexta-feira, 27 Junho de 2008 III

FELUGA

Mais uma iniciativa da FELUGA

Administrador da ANIP reúne-se com empresários do sector no Porto e em Vigo

Enquadrada na visita a Por-tugal de Custódio Ar-mando, Administrador da

ANIP – Agência Nacional para o Investimento Privado, con-forme se dá nota em outro arti-go publicado nesta página, teve lugar nas instalações da AICEP em Lisboa, no dia 4 de Junho, uma reunião entre representan-tes da AICEP, da ANIP e da AIMMAP e da FELUGA.

A AICEP esteve representa-da ao mais alto nível, pelo Pre-sidente do Conselho de Admi-nistração, Basílio Horta, e pelo Director do Departamento de Diplomacia Económica e Rela-ções Institucionais, Pedro Aires de Abreu.

A delegação da ANIP, por seu turno, foi constituída pelo

Administrador Custódio Ar-mando e pelo Director Paulo Kwenha.

Finalmente, a AIMMAP e a FELUGA fizeram-se represen-tar pelo Presidente de ambas as instituições, António Saraiva, e pelos Directores-Gerais Ra-fael Campos Pereira e Mafalda Gramaxo.

No decurso da reunião foi abordada de uma forma mui-to especial a iniciativa da FE-LUGA para implementação de uma missão de investidores portugueses e galegos a Ango-la.

O Presidente da AICEP su-blinhou com grande entusias-mo o facto de a iniciativa em causa congregar os interesses de Portugal com os de dois dos

seus principais parceiros co-merciais, tendo disponibiliza-do para o efeito o apoio ins-titucional da AICEP. Por tal facto, felicitou cordialmente os responsáveis da FELUGA e da AIMMAP, confessando o seu apreço pelo trabalho desenvol-vido por tais associações e mui-to particularmente pelo respec-

tivo Presidente da Direcção. Basílio Horta fez ainda ques-tão de acentuar que as autori-dades portuguesas veêm igual-mente com muito agrado que comece também a haver inves-timento angolano em Portugal. Como o Presidente da AICEP fez questão de referir, Portugal não tem quaisquer reservas face ao interesse da SONANGOL e de quaisquer outras grandes empresas angolanas nas poten-cialidades da economia portu-guesa.

Houve ainda oportunida-de no encontro para delinear possíveis acções de cooperação entre Angola e Portugal, no-meadamente por ocasião da re-alização da próxima edição da FILDA.n

CATIM desperta interesse em Angola

Aproveitando a deslocação ao Porto do Administrador da ANIP, Custódio Arman-do, em iniciativa promovida pela FELU-GA e da qual se dá nota noutro trabalho publicado nesta página, o CATIM con-vidou a delegação da ANIP a visitar as suas magníficas instalações no Porto.

A visita teve lugar no dia 2 de Junho passado, tendo os representantes da ANIP sido recebidos por Rafael Campos Pereira e Nuno Araújo, respectivamente Administrador e Director Financeiro do CATIM.

A delegação da ANIP teve oportuni-dade de efectuar uma visita às instala-ções do Centro, tendo ficado visivelmen-te bem impressionada com tudo o que observou.

Custódio Armando manifestou inclusi-vamente o desejo de que o CATIM possa começar a colaborar com empresas loca-lizadas em Angola, sendo sua convicção a de que o respectivo trabalho poderá re-vestir-se da maior utilidade para a indús-tria e a economia angolanas.n

Basílio Horta recebe Presidente da AIMMAP e da FELUGA

Foi abordada de uma forma muito especial

a iniciativa da FELUGA para implementação

de uma missão de investidores

portugueses e galegos a Angola.

sexta-fera, 27 Junho de 2008IV

Conforme aqui foi anunciado previamente, a AIMMAP re-alizou mais duas missões em-

presariais no âmbito do seu pro-jecto de internacionalização para o presente ano de 2008.

Assim, entre os dias 24 e 31 de Maio, foi realizada uma missão à China, especialmente dirigida a empresas fabricantes de materais de construção.

Tendo contado com a participa-ção de seis empresas nacionais, a missão passou em grande parte por contactos com empresários chine-ses nas cidades de Beijing, Shan-ghai, Guanzhou e Hong-Kong.

Ulteriormente, entre os dias 15 e 21 de Junho, realizou-se uma mis-são a Marrocos, dirigida a empre-sas do sector metalúrgico e meta-lomecânico. Esta missão integrou

12 empresas do sector, as quais ti-veram oportunidade de contac-tar potenciais parceiros, agentes e clientes locais.

Ambas as missões aqui em cau-sa poderão contar com o eventu-al apoio do QREN, sendo de su-blinhar ainda a circunstância de terem incidido em mercados de grande importância estratégica para Portugal.n

INTERNACIONALIZAÇÃO

China e Marrocos

AIMMAP levou a cabo duas novas missões empresariais

Entre os dias 24 e 31 de Maio, foi realizada uma

missão à China, especialmente

dirigida a empresas fabricantes de

materiais de construção.

No âmbito do novo pro-jecto de internaciona-lização a que se candi-

datou no contexto do QREN, a AIMMAP irá realizar uma mis-são empresarial ao Chile, entre os dias 23 e 30 de Novembro de 2008.

Sendo um país estável não só em termos económicos como também ao nível do funciona-mento das instituições políti-cas, o Chile, com cerca de 16 milhões de habitantes, é actu-almente uma economia carac-terizada por um alto nível de comércio internacional, com elevadas taxas de crescimento (entre 5% e 6%).

Para além disso, sublinha-se que este país é o maior produtor e exportador mundial de cobre.

Tendo em conta que a Delega-ção da AICEP no Chile detectou igualmente bastantes oportunida-des para as empresas portuguesas ao nível de bens de equipamento e de bens de consumo para casa, a AIMMAP considerou que seria oportuno aproveitar este poten-cial económico, realizando uma missão a este mercado.

Os interessados na obtenção de informações complementares a este respeito deverão contactar directamente a AIMMAP jun-to de [email protected] n

AIMMAP realiza missão empresarial ao Chile

O Chile, com cerca de 16 milhões de

habitantes, é actualmente

uma economia caracterizada

por um alto nível de comércio

internacional, com elevadas

taxas de crescimento.

Estas missões incidiram em mercados de grande importância estratégica para Portugal.

Nos próximos dias 25 a 31 de Outubro de 2008, a AIM-MAP irá realizar uma Mis-

são à Índia – Nova Deli e Mum-bai –, dirigida especialmente às empresas fabricantes de materiais de construção.

Com uma população de 1100 milhões de habitantes e com uma área de 3,1 milhões km2, des-de 2002 que a economia india-na cresce 7,5 por cento ao ano, colocando-se entre uma das mais vibrantes do mundo. Nas duas últimas décadas, a classe média quadruplicou, para 300 milhões de pessoas.

Ao contrário de outras econo-mias asiáticas que basearam a sua ascensão na exportação de produ-tos produzidos a custos baixos, o país tem também a agradecer o seu sucesso aos seus próprios con-sumidores, que contribuem para 64 por cento do PIB (na Europa o valor é de 58 por cento).

A expansão económica indiana não assenta na mão-de-obra bara-

ta, mas na tecnologia. O primeiro grupo siderúrgico mundial, três vezes maior do que o rival mais próximo, pertence ao empresário indiano L. Mittal, que em Junho comprou a siderurgia europeia Arcelor, com sede no Luxembur-go.

Existem importantes projec-tos de construção que podem ser interessantes para os produtores

portugueses de materiais de cons-trução: um de renovação urba-na no valor de 27 mil milhões de dólares entre 2006 e 2012 e um outro consubstanciado nos con-cursos para estruturas rodoviárias e ferroviárias, orçadas em 13 mil milhões de dólares.

Face a este potencial de merca-do, considera a AIMMAP ser im-portante levar a cabo uma inicia-

tiva que permita a entrada neste mercado.

A abordagem ao mercado será realizada segundo o seguinte mo-delo:

1. Contratação de uma empre-sa de consultadoria de renome, com o pressuposto de a mesma ter, pelo menos, um técnico com dedicação exclusiva à missão;

2. Levantamento exaustivo dos

potenciais parceiros para as em-presas portuguesas;

3. Os potenciais parceiros serão validados previamente pelas em-presas portuguesas e alterados se necessário;

4. Após a realização da missão a empresa de consultadoria com-prometer-se-á a fazer um acom-panhamento real e no terreno aos potenciais parceiros de negócios;

5. No caso de perda de interes-se por parte dos potenciais parcei-ros ou das empresas portuguesas na criação de uma relação comer-cial duradoura, será feita uma nova pesquisa de potenciais par-ceiros;

6. Essa listagem será de novo va-lidada pelas empresas portuguesas que serão abordadas na próxima visita ao mercado no âmbito de um novo projecto ou individual-mente.

Os interessados na obtenção de mais informações deverão contac-tar a AIMMAP junto de [email protected] n

Materiais de construção: estudo e missão à Índia

Existem importantes projectos de construção que podem ser importantes para os produtores portugueses de materiais de construção.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 V

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Numa estreita colaboração com o CENFIM – Centro de Formação Profissional

da Indústria Metalúrgica e Me-talomecânica, a AIMMAP pro-cedeu, durante o mês de Junho, a um vasto e profundo Levanta-mento das Necessidades de For-mação da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica para o biénio de 2009/2010.

A valorização dos Recursos Humanos das Empresas através da Formação Profissional cons-titui o objectivo principal da ac-tuação do CENFIM, do qual a AIMMAP é sócia fundadora.

Assim, tem sido uma preocupa-ção contínua que a missão essen-cial do CENFIM, a Formação, responda às verdadeiras necessi-dades das empresas associadas da AIMMAP.

No âmbito da sua actuação, em articulação com a AIMMAP, tem

este centro protocolar vindo a re-alizar estudos de levantamento de necessidades de formação, reali-zados de dois em dois anos, sem-pre com o apoio e colaboração das empresas a que se dirige e a quem se destinam posteriormen-te as suas acções de formação.

Neste sentido, uma vez mais com a colaboração das empresas associadas da AIMMAP e em es-treita colaboração com esta as-sociação, propõe-se efectuar o Levantamento de Necessidades de Formação de âmbito nacio-nal para o sector da Metalurgia e Metalomecânica, para o biénio 2009/2010.

Este levantamento, que decor-re até ao final do mês de Junho, pressupõe ainda a visita por parte da AIMMAP a algumas empresas, nomeadamente àquelas que para o efeito o solicitem, no sentido de ve-rificar em que medida o processo

de Levantamento das Necessida-des de Formação e a organização da Oferta de Formação disponível para as empresas associadas corres-ponde às suas necessidades especí-ficas e vai de encontro às estratégias delineadas pelas empresas.

Com mais esta iniciativa, ago-ra em profunda colaboração com um parceiro da maior importân-cia para a disseminação do saber-fazer e das melhores práticas no sector, pretende a AIMMAP con-tribuir ainda mais para o desen-volvimento das organizações suas associadas e para uma preparação eficaz para uma maior competiti-vidade no mundo global.

Caso necessitem de informa-ções complementares, poderão os interessados contactar o Depar-tamento de Formação do CEN-FIM pelos telefones 218 610 150/55 (Dr. Leonel Neves) ou pelo e-mail [email protected] n

Levantamento de Necessidades de Formação da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica para o biénio 2009/2010

Com esta iniciativa pretende e AIMMAP

contribuir ainda mais para o

desenvolvimento das organizações suas associadas e para

uma preparação eficaz para uma maior

competitividade nomundo global.

Breves

Tal como se referiu oportu-namente, a AIMMAP está envolvida na constituição

de uma nova associação que possa agregar os interesses das empresas integradas nas fileiras dos materiais de construção e da casa.

Estando inicialmente prevista a sua constituição para o início de 2008, o respectivo proces-so acabou por sofrer um ligeiro atraso, em virtude de ter sido de-cidido entretanto alargar o âmbi-

to pretendido para a associação em causa.

Durante este compasso de es-pera, foi ainda decidido alterar o nome inicialmente previsto, tendo este passado a ser o de AFIMACC – Associação Fileira dos Materiais de Construção e Casa.

Recorda-se que esta associa-ção será constituída pela AIM-MAP, a ANEMM, a APICER, a APCOR, a ASSIMAGRA e a AIMMP. n

AFIMACC – Associação Fileira dos Materiais de Construção e Casa

A Circular referida em epí-grafe esclarece que estão abrangidos pelo n.º 1 do

artigo 12º do Código do IRS os abonos suplementares de invali-

dez e as prestações suplemen-tares de invalidez previstos para os Deficientes das Forças Arma-das e Grandes Deficientes das Forças Armadas. n

IndemnizaçõesPrestações devidas em consequência de lesão corporal, doença ou morte – artigos 12º e 99º do Código de IRSCircular n.º13/2008

A “BUSINESSEUROPE”, or-ganização patronal euro-peia e da qual a CIP faz

parte, lamentou que o Banco Central Europeu se prepare para, em Julho, fazer subir as taxas de juro.

Conforme sustentam os repre-sentantes desta importante orga-nização, a eventual subida das taxas de juro, sendo restritiva da capacidade de endividamento e

do consumo, irá afectar obvia-mente a procura. Para além dis-so, segundo acrescenta a “BU-SINESSEUROPE”, tal evolução das taxas irá afectar igualmente a capacidade em investir.

Por tais motivos os represen-tantes patronais europeus con-sideraram estes anúncios como uma má notícia, esperando ain-da assim que os mesmos não ve-nham a concretizar-se. n

Empresas europeias contra subidas das taxas de juro

O Ofício acima identificado vem informar que, desde 16 de Fevereiro de 2008,

já é possível fazer por via elec-trónica a declaração prevista no artigo 110.º do CIRC, no que diz respeito às empresas abrangidas no Regime Especial de Tributa-ção dos Grupos de Sociedades (RETGS) – artigo 63.º do CIRC.

No referido Ofício são apre-

sentadas algumas explicações sobre o modo de realizar a de-claração, bem como onde se pode consultar toda a informa-ção relativa às empresas que pertencem a grupos de Socieda-des assim como a composição do próprio grupo.

Este Ofício encontra-se dispo-nível no site da AIMMAP: www.aimmap.pt n

Regime especial de tributação dos grupos de sociedades (RETGS)Submissão electrónica da declaração prevista no Artigo 110º do CIRC(Ofício Circulado n.º 90013 de 12-03-2008)

Informa-se que se encontra a decorrer o prazo de candi-daturas ao Prémio Manuel

Lopes. O Prémio Manuel Lopes visa distinguir aqueles que se te-nham destacado na implementa-ção e difusão de boas práticas – Boas Práticas – ou na realização de estudos e trabalhos de inves-tigação em domínios relevantes para a melhoria e dignificação do trabalho e condições em que

é prestado – Estudos e Investi-gação.

Os impressos necessários para a formalização das candidaturas encontram-se disponíveis nos Centros de Emprego do Institu-to de Formação Profissional e no site www.iefp.pt. As candi-daturas podem ser entregues em qualquer Delegação Regional do IEFP até ao próximo dia 30 de Junho. n

Prémio Manuel Lopes

Foi publicado na edição de 5 de Junho do Jornal Oficial da União Europeia o anún-

cio de fusão entre os grupos Rio Tinto e BHP Billiton.

Estes grupos são dois dos prin-cipais fabricantes de matérias-pri-mas para o sector metalúrgico e metalomecânico, sendo de subli-nhar que, no caso específico do minério de ferro, são os segundo e terceiro maiores do mundo.

Naturalmente, esta concentra-ção suscita uma grande inquie-tação às empresas do sector me-talúrgico e metalomecânico em todo o continente europeu. Com efeito, se já é certo que, por um conjunto significativo de razões,

os preços das matérias-primas têm vindo a subir de forma quase vertiginosa ao longo dos últimos anos, a fusão de dois dos mais significativos “players” no lado da oferta irá, muito previsivelmente agravar ainda mais o problema.

Enquanto legítima representan-te da indústria metalúrgica e me-talomecânica europeia, a ORGA-LIME, da qual a AIMMAP faz parte como associada, manifestou publicamente a sua discordância relativamente à possibilidade de a fusão poder concretizar-se.

De facto, a consumar-se este cenário, não só é certo que será posta em causa a transparência do mercado como será causado

um prejuízo grave aos respectivos consumidores.

Assim, para além da manifes-tação pública de discordância, a ORGALIME deduziu oposição à fusão perante a Comissão Eu-ropeia.

Tal oposição foi apresentada em simultâneo e em concertação com as de outras grandes organi-zações patronais europeias entre as quais com a associação repre-sentativa da indústria automóvel europeia – a ACEA -, e que será seguramente, neste combate, um aliado de peso da ORGALIME e de toda a indústria metalúrgi-ca e metalomecânica europeia em geral.n

ORGALIME manifesta-se contra eventual fusão da “Rio Tinto” com a “BHP Billiton”

CONCORRÊNCIA

JUNHO 2008

IRC – Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas

-Entrega nos cofres do Estado, até ao dia 20 de Junho de 2008, das im-portâncias retidas no mês de Maio de 2008 a título de Imposto.

IRS – Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares

- Entrega nos cofres do Estado, até ao dia 20 de Junho de 2008, das im-portâncias retidas no mês de Maio de 2008 a título de Imposto.

- Entrega da declaração de rendi-mentos Modelo 19, por transmissão electrónica de dados, pelas entidades empregadoras que atribuam benefícios a favor dos trabalhadores em resulta-do de planos de opções ou de efeitos equivalentes (subscrição, atribuição, …) até ao dia 25 de Maio de 2008.

IVA – Imposto Sobre o Valor Acrescentado

- Sujeitos passivos do Regime Normal de Obrigação Periódica Mensal – Envio até dia dia 10 de Junho de 2008, da declaração periódica com referência ao mês de Abril de 2008, bem como dos anexos nela referidos. Pagamento até à referida data do imposto apurado.

- Pedido de reembolso do IVA supor-tado, noutros Estados membros, até ao dia 31 de Junho de 2008, pelos sujei-tos passivos residentes.

Segurança Social- Pagamento, até ao dia 15 de Junho

de 2008, das contribuições relativas às remunerações referentes ao mês de Maio de 2008.

Imposto do Selo- Entrega, até ao dia 20 de Junho de

2008, das importâncias retidas no mês de Maio de 2008.

Imposto Único de Circulação- Liquidação, por transmissão elec-

trónica de dados, e pagamento do Im-posto Único de Circulação – IUC, re-lativo aos veículos cujo aniversário da matrícula ocorra no presente mês. (As pessoas singulares poderão solicitar a liquidação em qualquer Serviço de Fi-nanças).

IES – Declaração AnualEntrega, até ao dia 31 de Junho de

2008, por transmissão electrónica de dados, da Informação Empresarial Sim-plificada - IES / Declaração Anual.

JULHO 2008

IRC – Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas

- Entrega nos cofres do Estado, até ao dia 20 de Julho de 2008, das im-portâncias retidas no mês de Junho de 2008 a título de Imposto.

- Entrega nos cofres do Estado, até 31 de Julho, do primeiro pagamento por conta devido por entidades resi-dentes que exercem, a título principal, actividade de natureza comercial, in-dustrial ou agrícola e por não residen-tes com estabelecimento estável.

- Entrega, até ao dia 31 de Julho de 2008, da Declaração Modelo 30, por transmissão electrónica de dados, à DGCI, pelos devedores de rendimentos a não residentes.

IRS – Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares

- Entrega nos cofres do Estado, até ao dia 20 de Julho de 2008, das im-portâncias retidas no mês de Junho de 2008 a título de Imposto.

- Primeiro Pagamento por conta, até ao dia 20 de Julho de 2008, de titula-res de rendimentos da Categoria B

- Entrega, até ao dia 31 de Julho de 2008, da declaração de rendi-mentos Modelo 30, por transmissão electrónica de dados, à DGCI, pelos devedores de rendimentos a não re-sidentes,

- Entrega, até ao dia 31 de Julho de 2008, da declaração de rendimentos Modelo 31, por transmissão electróni-ca de dados, à DGCI, pelos devedores de rendimentos isentos, dispensados de retenção ou sujeitos a taxa reduzi-da.

IVA – Imposto Sobre o Valor Acrescentado

- Sujeitos passivos do Regime Normal de Obrigação Periódica Mensal – Envio, até ao dia 10 de Julho de 2008, da de-claração periódica com referência ao mês de Maio de 2008, bem como dos anexos nela referidos. Pagamento até à referida data do imposto apurado.

Segurança Social- Pagamento, até ao dia 15 de Julho

de 2008, das contribuições relativas às remunerações referentes ao mês de Junho de 2008.

Imposto do Selo- Entrega, até ao dia 20 de Julho de

2008, das importâncias retidas no mês de Junho de 2008.

Imposto Único de Circulação- Liquidação, por transmissão elec-

trónica de dados, e pagamento do Im-posto Único de Circulação – IUC, até ao dia 31 de Julho de 2008, relativo aos veículos cujo aniversário da matricu-la ocorra no presente mês. (As pessoas singulares poderão solicitar a liquidação em qualquer Serviço de Finanças).

Calendário Fiscal

sexta-feira, 27 Junho de 2008VI

PROPRIEDADE AIMMAP: Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal

Rua dos Plátanos, 197 • 4100-414 PORTO • TEL. 351-226 166 860 • FAX: 351-226 107 473

Director: António Saraiva

Subdirector: Rafael Campos Pereira

Coordenação Gráfica: Cristina Veiga

Paginação: Célia César, Flávia Leitão

Periodicidade: Mensal

Propriedade, Edição, Produção e Administração:

AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos,

Metalomecânicos e Afins de Portugal, em colaboração com o Jornal Vida Económica

Distribuição gratuita aos associados AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal

Apoios:

ficha técnica

Programa de Incentivos à Modernização da Economica

UNIãO EUROPEIA

Fundo Europeu de Desenvolviment

Regional

Ministério da Economia

Continuamos no presente número deste jornal o itinerário iniciado na edição anterior, a propósito da evo-

lução positiva que, embora ainda ténue, a China tem vindo a sofrer nos últimos tempos.

Tendo-nos reportado na oportunidade anterior à questão da legislação laboral, abordaremos nesta ocasião uma das ou-tras marcas estigmatizantes da imagem da China contemporânea: a contrafacção.

É sabido que se descreve habitualmente a China como uma verdadeira fábrica de pirataria. E não é menos conhecido que há muitas e boas razões para tal asserção.

Mas importa saber que as coisas podem mudar. Que os países europeus podem lu-tar contra essa verdadeira calamidade. E que tal luta pode ter efeitos positivos.

Eis então um pequeno indício. No fi-nal de 2005, duas empresas italianas – a Gucci e a Prada –, duas empresas france-sas – a Louis Vuitton e a Chanel – e uma

empresa britânica – a Burberry – uniram os seus esforços e contrataram um impor-tante e famoso advogado chinês para ten-tar algo até então impensável: pedir o en-cerramento compulsivo do maior símbolo da contrafacção e pirataria na China, um célebre centro comercial denominado Silk Market (mercado da seda).

Para que se tenha uma noção da im-portância deste mercado, é bom que se sublinhe que o Silk Market é o terceiro ponto de atracção do turismo internacio-nal na China, logo após a Cidade Proibi-da e a Grande Muralha. E que abriga cer-ca de 1000 lojas que ocupam um total de 28.000 metros quadrados. E que tem um volume de negócios tal que, quando mu-dou de local, o preço atingido em leilão por um pequeno stand de 5 metros qua-drados ascendeu ao montante inacreditá-vel de J 400.000,00.

Ora, aquelas cinco empresas ocidentais

encetaram uma batalha jurídica contra este verdadeiro monumento chinês. Foi a primeira vez que os produtores euro-peus se uniram entre si e resolveram assu-mir uma tão importante batalha. E embo-ra não tenha havido ainda uma sentença judicial, o certo é que o assunto conse-guiu ser assunto de artigo no diário oficial “China Daily”, que é gerido pelo próprio Governo chinês.

Os Estados Unidos da América, por seu turno, já há algum tempo têm vindo a as-sumir batalhas semelhantes. Tanto a Mi-crosoft como diversas grandes empresas de Hollywood fazem uma pressão constante sobre as autoridades chinesas no sentido de salvaguardarem os seus direitos de au-tor. E a própria embaixada norte-america-na em Beijing tem ao seu dispor um con-junto de funcionários policiais que não fazem outra coisa que não manter uma guerra enérgica contra a pirataria.

É evidente que a guerra contra a contra-facção é impossível de ganhar em absolu-to. Não só na China como também, por exemplo, em Itália, Portugal ou Espanha.

Mas é, ainda assim, inequívoco que se pode ganhar entretanto muitas batalhas. E a mais importante de todas elas é se-guramente a de ajudar a criar uma maior consciência da importância da proprieda-de industrial.

Nesse campo, os países ocidentais têm hoje em dia importantes aliados na pró-pria China. Com efeito, há cada vez mais produtores de referência na China – nos domínios da informática, da electróni-ca, da maquinaria ou da moda -, que es-tão tão interessados quantos os europeus, americanos ou japoneses em defender-se das cópias contrafeitas.

Os estados europeus têm de saber com-preender esta nova realidade. Têm nome-adamente de manter pressão constante sobre as autoridades chinesas no sentido de se defender convenientemente a eco-nomia de mercado. Há a esse nível que seguir o exemplo das cinco marcas euro-peias atrás referidas, percebendo designa-damente que, com a adesão da China à OMC, aquela assumiu por escrito com-promissos expressos no sentido de comba-ter a contrafacção e de proceder à moder-nização do seu sistema judicial.

É uma luta constante e em que a Europa jamais poderá desfalecer, mesmo quando lhe pareça que os efeitos da sua luta não são tão visíveis quanto seria desejável.

Apesar de todas as evidências aparen-tes, as coisas mudam. E há um indício verdadeiramente impressionante a esse respeito: no ano de 2005 o registo de direitos de autor por parte de empresas chinesas cresceu 44% relativamente ao ano anterior. Com tal performance, as empresas chinesas ultrapassaram em tal ranking as empresas italianas, canadianas e australianas.

Este é um sinal de que a Europa não deve desistir. Pelo contrário, deve saber aproveitar as boas oportunidades. n

Notas sobre a China – contrafacção

gLObaLIzaçãO

A actualidade do sector metalúrgico e metalomecânico

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sexta-feira, 27 Junho de 2008 VII

NULIDADE DE SENTENÇAFalta de fundamentação – Matéria de facto – Matéria de direito – Rescisão pelo trabalhador – Justa causa de rescisão – Falta de pagamento da retribuição – Culpa – “Quantum” indemnizatórioSumário:1. Não pode inserir-se no âmbito do recurso para o Supremo Tribunal de Justiça a apre-ciação de vícios assacados à sentença da 1ª instância que já haviam sido invocados no recurso da apelação, tendo-se debruçado o Acórdão da Relação sobre essa problemáti-ca, tão somente podendo ser objecto do de-siderato do escrutínio por parte do Supre-mo, o que, a esse propósito, fosse decidido em tal Acórdão.2. O vício de falta de fundamentação só sur-ge quando se depare completa ou absoluta falta das razões de facto ou de direito que conduziram à decisão e não quando a fun-damentação seja deficiente ou medíocre, já que esta última o que pode conduzir é à re-vogação ou à alteração em recurso.3. Um conceito de facto existe quando ex-prime uma dada realidade da vida assim percebida pela generalidade das pessoas e por elas utilizada no discurso comum, po-dendo a mesma expressão valer como con-ceito de direito e como conceito de facto.4. No contexto discursivo da resposta a um quesito em que se perguntava se o estabele-cimento em que a autora laborava foi trans-mitido para a ré, a expressão «exploração do estabelecimento» não deixa de ser utili-zada numa vertente de linguagem comum, podendo por isso considerar-se um vocábu-lo corrente, com significado conhecido por todos e que é o de que a actividade que era prosseguida no giro económico-social do es-tabelecimento em causa pela sua anterior detentora veio a sê-lo pela autora a partir de determinada data.5. Integra a justa causa objectiva de resci-são do contrato de trabalho por banda do trabalhador a falta de pagamento do sub-sídio de Natal de 2004 e das retribuições de Janeiro e Fevereiro de 2005, devendo-se aquele não pagamento à circunstância de a quebra das vendas do empregador o ter co-locado numa situação de incapacidade eco-nómica e financeira.6. Por via de regra, a resolução com base em justa causa objectiva nos termos do ar-tigo 441º, nº 3, do C.T., não confere ao tra-balhador o direito a receber uma compen-sação (art. 443, nº 1, a contrario), mas nos casos de justa causa objectiva por falta não culposa de pagamento pontual da retribui-ção o trabalhador tem do C.T., por força do nº 3, do artigo 308º, da Regulamentação do Código do Trabalho operada pela Lei nº 35/2004, de 29 de Julho, que remete para aquele artigo 443º.7. No cômputo da indemnização a fixar quando se poste uma situação de justa cau-sa objectiva não é convocável (ou unica-mente convocável) o nº 1, do artigo 439º, tudo indicando que ela repousará num justo critério do julgador que terá de atentar à an-tiguidade do trabalhador, às condições eco-nómico-financeiras do empregador, aos de-mais incómodos e inconvenientes que para

aqueles advieram e às concretas circuns-tâncias de inexigibilidade na manutenção do vinculo laboral.8. A um trabalhador com maior antiguidade deve ser conferida uma indemnização mais elevada do que a um trabalhador com me-nor tempo de desempenho.Acórdão do STJ, de 17/05/2007Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLVI, nº 552

CADUCIDADE DO PROCEDIMENTO DISCIPLINARPrescrição da infracção disciplinar – Inquérito preliminar – Dever de ocupação efectiva – Despedimento sem justa causaSumário:1. O prazo de prescrição da infracção disci-plinar interrompe-se com o início do proce-dimento disciplinar, neste se integrando a instauração de inquérito com vista a verifi-car a existência das infracções, as circuns-tâncias determinantes da sua gravidade e, até, a identificação dos agentes.2. O prazo de caducidade do procedimento disciplinar suspende-se igualmente a partir do momento da instauração do processo de averiguações, desde que permitido nos limi-tes da lei, ou do processo disciplinar.3. Se porventura não for permitido instau-rar o inquérito prévio – por não se reunir o condicionalismo previsto no nº 12, do artigo 11º, da L.C.T. -, deve atender-se à data da comunicação da nota de culpa para aque-les efeitos.4. O recurso ao inquérito preliminar ou pro-cesso prévio de averiguações só é legítimo se a respectiva realização se tornar indis-pensável.5. É injustificado e situa-se fora do âmbito da previsão do artigo 11º, nº 2, da L.C.C.T., não tendo a virtualidade de suspender o pra-zo previsto no artigo 31º, nº 1, da L.C.T., o recurso àquele procedimento prévio peran-te uma patente ocorrência de factos desde logo conhecidos do empregador e imputá-veis a um concreto trabalhador.6. Não viola o direito de ocupação efecti-va a deliberação do empregador (coopera-tiva de ensino superior) no sentido da não atribuição da docência em determinado ano lectivo ao trabalhador (professor), sem per-da de retribuição, deliberação que foi toma-da depois de este ter formulado um pedido de licença sabática pelo período de um ano, cujo deferimento veio a ter lugar e estava então em estudo.7. Para integrar o conceito indeterminado de justa causa de despedimento, constante do artigo 9º da L.C.C.T., não basta um qual-quer comportamento do trabalhador desres-peitador de deveres legais ou obrigacionais; mister é que, apreciado que seja o desres-peito de um ponto de vista objectivo e ilu-minado por uma perspectiva de proporcio-nalidade dos interesses em causa, torne a subsistência da relação laboral «insusten-tável», ou vulneradora do «pressuposto fi-duciário do contrato», sendo que, naquela apreciação, deve ser ponderado todo o cir-cunstancialismo rodeador do objectivo des-respeito.Acórdão do STJ, de 30/05/2007Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLVI, nº 552

NOMEAÇÃO PARA ADMINISTRADORContrato de trabalho – Suspensão – CessaçãoSumário:1. A trabalhadora que tenha sido nomeada administradora da entidade empregadora, por deliberação desta, fica com o seu con-trato de trabalho suspenso, nos termos do nº 2, do artigo 398º, do Código das Socie-dades Comerciais, ainda que mantenha as funções que anteriormente desempenhava.2. Sobre a entidade empregadora impende a prova dos requisitos formais e substan-ciais da cessação do contrato por extinção do posto de trabalho, bem como do cumpri-mento de todos os trâmites legais que, com fundamento nele, determinaram a cessação do contrato de trabalho.3. Não se mostra efectuada tal prova se, desde logo, não se prova que fosse pratica-mente impossível a subsistência da relação de trabalho entre a trabalhadora e aquela mesma entidade empregadora.4. Daí que, ex vi do nº 1, do artigo 32º, do Regime Jurídico da Cessação do Contra-to de Trabalho e Contrato a Termo aprova-do pelo Decreto-Lei nº 64-A/89, de 27 de Fevereiro, se tenha por nula a cessação do contrato de trabalho operada pela entidade empregadora, o que confere à trabalhadora o direito a uma indemnização por antigui-dade – visto que por esta optou -, deven-do para o respectivo cômputo atender-se ao tempo decorrido desde o início do contrato de trabalho, sem dele se exceptuar o lapso de tempo durante o qual tal contrato se en-controu suspenso.Acórdão do STJ, de 17/10/2007Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLVII, nº 554

DESPEDIMENTO SEM JUSTA CAUSAÓnus da prova – Mensagem em correio electrónico – Direitos fundamentais – Reserva da vida privada – Proibição de prova – Danos não patrimoniais – Quantum indemnizatórioSumário:1. No regime do Código do Trabalho aprova-do pela Lei nº 99/2003, de 27-08, e ape-sar de nele se constar norma idêntica à da parte final do artigo 12º, nº 4, da revogada L.C.C.T., incumbe ao empregador o ónus do direito do empregador ao despedimento do trabalhador ou, na perspectiva processual da acção de impugnação de despedimento, impeditivos do direito indemnizatório ou à reintegração que o trabalhador nela acciona (art. 342º, nº 2, do C.C.).2. O artigo 21º, nº 1, do C.T., garante o direito à reserva e à confidencialidade re-lativamente a mensagens pessoais e à in-formação não profissional que o trabalha-dor receba, consulte ou envie através de correio electrónico, pelo que o emprega-dor não pode aceder ao conteúdo de tais mensagens ou informação, mesmo quan-do esteja em causa investigar e provar uma eventual infracção disciplinar.

3. Não são apenas as comunicações relati-vas à vida familiar, afectiva, sexual, saúde, convicções políticas e religiosas do traba-lhador mencionadas no artigo 16º, nº 2, do C.T. que revestem a natureza de comunica-ções de índole pessoal, nos termos e para os efeitos do artigo 21º, do mesmo Código.4. Não é pela simples circunstância de os in-tervenientes se referirem a aspectos da empre-sa que a comunicação assume desde logo na-tureza profissional, bem como não é o facto de os meios informáticos pertencerem ao empre-gador que afasta a natureza privada da mensa-gem e legítima este a aceder ao seu conteúdo.5. A definição da natureza particular da men-sagem obtém-se por contraposição à natureza profissional da comunicação, relevando para tal, antes de mais, a vontade dos intervenien-tes da comunicação ao postularem, de forma expressa ou implícita, a natureza profissional ou privada das mensagens que trocam.6. Reveste natureza pessoal uma mensagem enviada por e-mail por uma secretária de di-recção a uma amiga e colega de trabalho para um endereço electrónico interno afecto à Divisão de Após Venda (a quem esta cole-ga acede para ver e processar as mensagens enviadas, tendo conhecimento da necessária password e podendo alterá-la, embora a re-vele a funcionários que a substituam na sua ausência), durante o horário de trabalho e a partir do seu posto de trabalho, utilizando um computador pertencente ao empregador, mensagem na qual a emitente dá conheci-mento à destinatária de que vira o Vice-Pre-sidente, o Adjunto da Administração e o Di-rector da Divisão de Após Venda da empresa numa reunião a que estivera presente e faz considerações, em tom intimista e jocoso, sobre essa reunião e tais pessoas.7. A falta de referência prévia, expressa e for-mal de «pessoalidade» da mensagem não afas-ta a tutela prevista no artigo 21º, nº 1, do C.T.8. Não tendo o empregador regulado a utili-zação do correio electrónico para fins pesso-ais conforme possibilita o nº 2, do artigo 2º, do C.T., o envio da referida mensagem não integra infracção disciplinar.9. Tendo o Director da Divisão de Após Ven-da acedido à pasta de correio electrónico, ainda que de boa-fé por estar de férias a destinatária da mensagem em causa, e ten-do lido esta, a natureza pessoal do seu con-teúdo e a inerente confidencialidade im-punham-lhe que desistisse da leitura da mensagem logo que se apercebesse dessa natureza e, em qualquer caso, que não di-vulgasse esse conteúdo a terceiros.10. A tutela legal e constitucional da con-fidencialidade da mensagem pessoal (arts. 34º, nº 1, 32º, nº 8 e 18º, da C.R.P., 194º, nº 2 e 3º, do C.P. e 21º do C.T.) e a conse-quente nulidade da prova obtida com base na mesma, impede que o envio da mensa-gem com aquele conteúdo possa constituir o objecto do processo disciplinar instaurado com vista ao despedimento da trabalhado-ra, acarretando a ilicitude do despedimento, nos termos do artigo 429º, nº 3, do C.T.11. É adequada a indemnização de € 5.000,00 para compensar a trabalhadora (com um nível de vida acima da média) que, em consequên-cia deste despedimento, passou a sentir-se in-segura na vida, dorme mal, sente-se deprimi-da e ofendida na sua dignidade, necessitando de acompanhamento médico.Acórdão do STJ, de 05/06/2007Acórdão Doutrinais do STA, Ano XLVI, nº 552

Os acórdãos referidos nesta secção resolveram, apenas, os casos concretos a que se reportam, não tendo força de Lei.Jurisprudência

JOÃO GIRÃO

João Girão é Assessor da Direcção da AIM-MAP desde 2007, prestando serviços como

consultor independente. Com 44 anos, é licen-ciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa (Porto) e ob-teve um MBA na EGE – Escola de Gestão Em-presarial. Trabalhou anteriormente como Di-rector de Recursos Humanos e/ou responsável pela Formação de diversas empresas nacionais e estrangeiras. Sem prejuízo de outras respon-sabilidades, o seu trabalho na AIMMAP incide essencialmente nos seguintes domínios:

- Consultadoria aos associados nas áreas da formação profissional e gestão de recur-sos humanos;

- Apoio às Divisões nessas mesmas áreas;- Participação na elaboração de projectos

da AIMMAP;- Iniciativas de responsabilidade social;- Gestão editorial do site da AIMMAP.E-mail: [email protected]

PEDRO CARVALHO Pedro Carvalho encontra-se ao serviço da AIMMAP desde 2000, onde é o res-ponsável pela área da internacionaliza-ção.

Com 37 anos, é licenciado em Gestão de Marketing pelo IPAM.

As suas principais funções na AIMMAP, são, entre outras, as seguintes:

- Gestão dos projectos de internaciona-lização;

- Consultadoria aos associados na área dos mercados externos;

- Organização e acompanhamento de missões empresariais e participações co-lectivas em feiras internacionais;

- Análises e estudos de mercados;- Acompanhamento de algumas Divi-

sões da AIMMAP.E-mail: [email protected]

Colaboradores AIMMAP

sexta-feira, 27 Junho de 2008VIII

Direito à dedução – novas regras para a determinação do direito à dedução pelos sujeitos passivos mistos(Ofício Circulado n.º 30103, de 23-04-2008)

A Lei do Orçamento de Estado para 2008 introduziu alterações no artigo 23.º do Código do IVA (CIVA), em

matéria do exercício do direito à dedução do IVA pelos sujeitos passivos que no âm-bito da sua actividade pratiquem operações que conferem o direito a dedução e opera-ções que não conferem esse direito.

O ofício em epigrafe procurou esclare-cer as novas regras constantes no referido artigo e o âmbito da sua aplicação. Para tal, o ofício começa por enunciar os prin-cípios gerais do direito à dedução e des-creve os métodos de determinação da de-dução relativamente a bens e serviços de utilização mista. Em seguida, apresenta alguns critérios que podem ser utilizados no caso de adopção do método da afec-tação real, sendo também feita a explica-ção da fórmula de cálculo da percentagem pro-rata. Por último, define alguns con-ceitos, nomeadamente o que são opera-ções decorrentes de uma actividade eco-nómica, o que são operações excluídas do conceito de actividade económica, sendo dados exemplos de como se devem efectu-ar as regularizações anuais devidas às alte-rações das percentagens da afectação, bem como a do pro-rata.

É importante reter que as regras des-te artigo aplicam-se exclusivamente para

os casos de o sujeito pretender deduzir o IVA dos bens e das prestações de servi-ços que tenham utilização mista. Enten-de-se como bens e serviços de utilização mista os que são utilizados conjuntamen-te no exercício de uma actividade econó-mica, prevista na a línea a) do n.º 1 do artigo 2º do CIVA, que confere direito a dedução com actividades que não confe-rem esse direito ou, ainda, conjuntamente com operações fora do conceito de activi-dade económica.

Segundo o previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 23.º do CIVA, sempre que esteja em causa a determinação do IVA dedutível respeitante a bens ou serviços parcialmen-te afectos à realização de operações não de-correntes de uma actividade económica, é obrigatório o recurso à afectação real dos bens e serviços utilizados, com base em cri-térios objectivos que permitam determinar o grau de utilização desses bens ou serviços nessas e nas restantes operações, conforme se prevê no n.º 2 do mesmo artigo.

Tratando-se de bens ou serviços afectos à realização de operações decorrentes do exercício de uma actividade económica, parte das quais não conferem direito à de-dução, a alínea b) do n.º 1 do mesmo 23.º do CIVA estabelece que o imposto dedutí-vel seja determinado mediante a utilização

de uma percentagem (pro-rata), apurada nos termos do n.º 4 do mesmo artigo, sem

prejuízo de o sujeito passivo poder optar pela afectação real, nos termos do n.º 2.

No que diz respeito às operações exclu-ídas do conceito de actividade económica, são dados os seguintes exemplos:

- A percepção de dividendos ou lucros provenientes da detenção de participações sociais não constitui a contraprestação de operações dentro do âmbito de aplicação do imposto, sendo operações não decor-

rentes de uma actividade económica para efeitos de IVA, por resultar da mera pro-priedade daquelas e depender, em larga medida, de factores aleatórios.

- O mesmo sucede com as mais-valias resultantes da mera aquisição e alienação dessas participações sociais, assim como de outros valores mobiliários, incluindo obri-gações, por se entender que a simples aqui-sição e venda não constitui a exploração de um bem com vista à produção de receitas com carácter de permanência.

- Também os rendimentos resultantes de aplicações em fundos de investimento e as mais-valias geradas pela simples venda des-sas aplicações não devem ser consideradas a contraprestação de operações decorrentes do exercício de uma actividade económica para efeitos do IVA.

- Igualmente, as entradas em capital para as sociedades, nomeadamente por admis-são de um novo sócio, ou a emissão de ac-ções por sociedades anónimas com vista à respectiva subscrição por novos accionistas não preenchem o conceito de actividade económica relevante, não sendo, por isso, consideradas abrangidas pelo âmbito de aplicação do IVA.

O Ofício Circulado n.º 30103, de 23 de Abril, está disponível na íntegra no site da AIMMAP: www.aimmap.pt. n

Este Ofício enuncia os princípios gerais do direito à dedução e descreve os métodos de determinação da dedução relativa a bens e serviços de utilização mista.

Fiscalidade

Imposto do Selo na formaçãoArelevância da formação profissional

como importante factor de cresci-mento da economia nacional é, hoje

um dia, uma realidade totalmente assumi-da pela maioria das empresas portuguesas e muito particularmente pela generalidade das empresas do sector metalúrgico e me-talomecânico.

É inequívoco, aliás, que, neste sector es-pecífico, a taxa de cobertura da formação profissional tem vindo a aumentar de uma forma muito significativa. O que, natural-mente, enche de orgulho a AIMMAP, en-quanto legítima representante das empre-sas do sector.

Acresce ainda que, embora desnecessa-riamente, o próprio Estado português in-troduziu a obrigatoriedade de promoção da formação profissional pelas empresas, através da previsão de normas legais para o efeito no Código do Trabalho e na respec-tiva legislação complementar.

Sucede que, no âmbito da formação fi-nanciada, é obrigatória a celebração de contratos de formação entre a entidade em-pregadora, por um lado, e cada trabalhador beneficiário da formação, pelo outro.

Ora, pela celebração de cada contrato de formação – como pela celebração de qual-quer outro contrato -, impõe a lei a liqui-dação e o pagamento da importância de J 5,00 a título de imposto do selo.

Naturalmente, não se trata aqui de uma verba exorbitante que, por si só, seja sus-ceptível de inibir a celebração dos ditos contratos de formação.

Ainda assim, não deixa essa obrigação de

suscitar a maior perplexidade. Com efei-to, se é unânime o entendimento de que a formação profissional é fundamental para empresas e trabalhadores portugueses e se, além disso, o próprio Estado impôs às em-presas a obrigação legal de ministrarem essa mesma formação, carece de qualquer razoabilidade que se obrigue as empresas a pagarem impostos nesse domínio.

Das duas uma: ou se trata de incompe-tência, ou, pior ainda, de puro oportunis-mo.

Parece que o Estado ou anda distraído na implementação das suas prioridades, ou resolveu ser cínico e, dessa forma, aprovei-tar-se das necessidades do país e das pró-

prias leis que cria, para extorquir as empre-sas mais diligentes e cumpridoras.

Isto é totalmente inaceitável. E do ponto de vista dos princípios é verdadeiramente lamentável. Seguramente que não será des-ta forma que se sensibilizam as empresas nacionais a investirem mais na formação dos seus trabalhadores. E certamente que não será assim que se transmite à sociedade uma mensagem de seriedade e boa fé.

Conforme acima se sublinha, neste caso concreto, em princípio, não é o valor do imposto que está em causa – ainda que num universo de centenas de trabalhado-res já possa pesar. E ainda que pese mes-mo, em qualquer circunstância, quando

o somos obrigados a somar à miríade de outras verbas sem aparente significado que sistematicamente as empresas são forçadas a pagar ao Estado.

O mais grave são efectivamente os prin-cípios: a imagem negativa que o Estado dá de si mesmo, e também o sentimento de injustiça e estupefacção que tal conduta gera às empresas empenhadas em moderni-zar-se e competir nos mercados mundiais.

É urgente que esta situação seja repensa-da, criando-se uma isenção no pagamento deste imposto de selo relativamente à cele-bração dos contratos de formação.

Será que não se poderia pensar nisto no contexto do famoso Simplex? n

Custos de Contexto

É urgente que esta situação seja

repensada, criando-se uma isenção

no pagamento deste imposto de

selo relativamente à celebração

dos contratos de formação.

Henri de Castries, CEO da AXA, re-vela a intenção de adquirir outros operadores para reforçar a posição

internacional do grupo segurador. “Vamos aproveitar as oportunidades de aquisição se estiverem a bom preço, porque nem todas as oportunidades são boas”, realça o res-ponsável máximo da seguradora francesa. Acreditando que há muitas companhias a

necessitar de capital, Henri de Castries está confiante no aparecimento de vários pro-postas de compra e por isso recusa pressas e euforias.

A estratégia de expansão da AXA integra o projecto “Ambition 2012”, que a multi-nacional lançou em 2004 e que actualmen-te se encontra a meio do percurso, revelou o CEO da AXA no seminário internacio-

nal que reuniu em França jornalistas espe-cializados no sector segurador para a apre-sentação da estratégia de crescimento para os próximos quatro anos. E o desafio maior pode estar já a ser vivido, antecipa Hen-ri de Castries. “2008 será um ano difícil e desafiante”, prevê o CEO da AXA, “mas é também uma boa oportunidade para mar-car a diferença”, assegura.

AXA vai continuar a comprar

Associado em destaquePrivy aposta no contacto humano e personalizado

José António de Sousa, CEO da Liberty Seguros, confirma agressividade

concorrencial no sector

“Se a Caixa apontar baterias

a alguma companhia

tem poder para fazer uma

grande mossa”

ConferênciaTranquilidade debate saúde na terceira idade

ColóquioAPROSE analisa contrato de seguro

SEGUROSDOSSIER MENSAL SOBRE O MERCADO SEGURADOR ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1255, de 27 Junho de 2008,

E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

O CEO da Liberty Seguros está atento às notícias que dão conta de uma estratégia comercial mais agressiva da Caixa Seguros para recuperar quota de mercado e teme o impacto dessa posição junto das outras companhias. José António de Sousa diz que a Caixa Seguros não é seu concorrente e analisa a postura de outros grupos, que chegam a dar “tiros no pé”, lançando seguradoras de venda directa. Cinco anos depois de ter entrado no mercado nacional, a Liberty mantém a sua força centrada na rede de mediação.

Vida Económica – Os cinco anos da Liberty Seguros em Portugal estão a ser assinalados com uma nova campanha publicitária. Que mensagens querem trans-mitir aos portugueses?

José António Sousa – Estamos a transmitir várias men-sagens. Em primeiro lugar, é um agradecimento profundo à nossa rede de agentes, a quem nós chamamos aliados es-tratégicos. Sem eles teria sido impossível a companhia ter tido este crescimento sustentado nos últimos cinco anos. É também uma mensagem virada para o público, realçando que esta companhia chegou ao mercado para ficar, que é um projecto de longo prazo e que apostamos em valores que estão de certa forma incorporados em pessoas como a Vanessa Fernandes e o Artur Agostinho, ou seja, o tra-balho, a honradez, a abnegação e o esforço honesto. São, por isso, duas caras a quem nós não tivemos qualquer pro-blema em associar a nossa marca, assim como ao Pauleta, que participou numa campanha exclusiva para os Açores. São todos pessoas com princípios e valores muito sólidos e muito semelhantes àqueles que nós temos. Depois, é claro que a campanha serve também para nos ajudar a promover a marca, embora o ciclismo nos tenha ajudado muito a ter em cinco anos uma notoriedade que a Europeia nunca tinha conseguido alcançar em décadas. Por isso achámos que era boa altura para começar a aparecer na TV, até por causa da turbulência do mercado. Quisemos dizer às pes-soas que há uma companhia sólida e uma rede de agentes pronta para os ajudar.

VE – Têm sido cinco anos de forte concorrência?JAS – Sim, este é um mercado muito pequeno e tem

muitos intervenientes. Além disso, este ano assistimos ao aparecimento de novos projectos que vieram efectivamen-te abanar um pouco algumas linhas de negócio, sobretudo no automóvel. Mas, sendo um mercado pequeno, é natu-ral que exista muita concorrência, embora ela tenha, por vezes, aspectos um pouco preocupantes. Uma empresa pode fazer a sua concorrência com base no preço quan-do tem ganhos de produtividade internos que lhe permi-tem replicar esses ganhos nos preços dos produtos. Mas há sempre limites técnicos. Nós não podemos ter riscos a chegar próximo dos 80 ou 90% sem subir o preço. Mas aparecem. E nós vemos algumas práticas concorrenciais que não são muito racionais, na minha perspectiva, pelo menos com base da técnica seguradora. Mas poderá ha-ver outros aspectos internos dessa companhia que nós não conseguimos avaliar e que os levam a fazer aquilo que nós vemos como uma concorrência menos profissional.

VE – O mercado de 2008 é muito diferente do mer-cado de 2003?

JAS – É muito diferente. Em 2003 ainda estavam mui-

to vivos na memória das pessoas os prejuízos que tinham afectado o sector no início do século. Eu não estava cá nessa altura, mas lembro-me que a crise financeira dos mercados fez um grande estrago nas companhias com carteiras de investimento ligadas a acções e lembro-me também que o ramo automóvel chegou a perder centenas de milhões de euros. E depois tinha havido o 11 de Setembro, que incre-mentou os custos de resseguro. Quando nós chegámos ao mercado, as companhias ainda estavam um pouco abaladas. Entretanto, Portugal iniciou uma fase menos positiva em termos económicos. Não tem havido crescimento signifi-cativo e criação de emprego, de novas empresas, venda de carros. Logo, companhias que ficaram estagnadas no tempo não conseguiram crescer nestes últimos cinco anos da forma que esperariam ou que seria necessário para irem absorven-do os custos que vão aumentando com a inflação. E agora é uma corrida contra o tempo, querem crescer a qualquer custo e não estão a ver que este é precisamente o pior momento para se tentar crescer à custa da diminuição de preço.

VE – É difícil manter uma operação sem um banco?

JAS – Não é nada difícil. É claro que há ramos em que é efectivamente mais difícil, nomeadamente na área Vida e produtos fi-nanceiros. Aí é claramente complicado operar sem o apoio de uma rede bancária. Mas nos seguros Não Vida, até hoje os bancos nunca se interessaram muito pelo mercado, salvo raras excepções, e a maioria daqueles que se interessaram nos anos 90 acabaram por abandonar o sector Não Vida, onde há tradicionalmente um maior domínio por parte dos agentes profissionais seguros e os bancos não gostam muito de relações com clientes que não dominam. Para uma companhia como a Liberty, cujo “core business” é essencialmente o ramo Não Vida, a não existência de um banco dentro do grupo não nos impede de desenvolver a nossa actividade e de continuar a crescer.

VE – Porque é que os consumidores continuam a preferir relacionar-se com a banca para a subscrição de produtos do ramo Vida?

JAS – É uma questão de distribuição. Cada um dos maiores bancos tem cerca de um milhar de balcões espa-lhados pelo país. São poderosíssimas máquinas de venda. E através da atribuição do crédito conseguem incorporar na oferta o seguro do lar e o seguro de vida. Além dis-so, tradicionalmente o consumidor também vê o banco mais profissional e mais confiável na administração do

seu dinheiro e um produto financeiro é essencialmente um produto em que se requer habilidade na gestão do in-vestimento do dinheiro que o consumidor confia a uma entidade e nisso os bancos conseguem geralmente fazer um melhor trabalho que as seguradoras. Mas, hoje em dia, essas fronteiras também começam a esbater-se, pois há já seguradoras que conseguem obter melhores rendimentos que não implicam tantos custos de gestão para o cliente e a rentabilidade acaba por ficar favorecida, conseguindo ter produtos competitivos em relação à banca. Aquilo que ainda não conseguimos mudar é a convicção das pessoas de que o banco é o melhor local para ter os seus investi-mentos.

VE – Metade do mercado está nesta altura concen-trada na mão de poucas seguradoras. Que mercado é

este, na sua leitura?JAS – É um mercado onde ainda há um

peso muito grande da companhia do Esta-do. Eles têm tido um comportamento res-ponsável no mercado. Naquilo que eu vi ao longo destes anos, não tiveram nenhuma atitude de abuso de posição dominante ou de irresponsabilidade, mas chegam-me no-tícias do mercado de que isso poderá estar a mudar. Eles têm perdido quota de mercado e, pelo que sei, por culpa deles próprios,

pois chegam-me da rede informações sobre falhas no ser-viço e no atendimento. Não me compete a mim julgá-los porque aqui na companhia nós adoptámos a estratégia do oceano azul, onde nós olhamos para o nosso umbigo, para aquilo que achamos que deve ser a nossa estratégia e implementamo-la da melhor maneira e com muita dis-ciplina, independentemente daquilo que a concorrência estiver a fazer ao lado. É uma forma de estar no mercado e estamos satisfeitos com o resultado.

Mas é óbvio que nos vão chegando notícias do que está a acontecer no mercado, com a oferta de condições comer-ciais aos agentes que eu não tenho dinheiro para propor. Se é verdade o que circula no mercado e na Internet, sobre a oferta de notas de 100 euros por cada contrato – e deve ser verdade porque já recebi essa informação de vários pontos do país e até das ilhas – e isso for aplicado a toda a carteira deles pode significar o desembolso de 100 ou 150 milhões de euros. Deve haver ali uma grande preocupação com a perda de mercado, mas não tem sido para nós, pelo menos não em grande escala. Aliás, nós nunca vimos a Caixa Se-guros como um concorrente, pois eles são de tal maneira gigantes que estão longe do nosso alcance. Os nossos con-

sexta-feira, 27 Junho de 2008 segurosII

José António de Sousa reage a ecos de nova estratégia da líder de mercado

“Se a Caixa apontar baterias a alguma companhiatem poder para fazer uma grande mossa”

Para José António Sousa, “as seguradoras directas que são parte de grupos que têm seguradoras tradicionais estão a ser um tiro no próprio pé”.

VE – A rede de mediação tem sido a vossa força princi-pal de vendas. Qual é, actualmente, a dimensão da vossa rede?

JAS – Quando chegámos a Portugal tínhamos registados cerca de 4 000 agentes. Agora fechámos 2007 com meta-de disso, sensivelmente. A lei da mediação teve um grande impacto nessa redução.

VE – A lei vai mudar muito o sector da actividade da mediação de seguros?

JAS – A lei ainda tem aspectos que, em minha opinião, deveriam ser analisados e melhorados. Se a lei tem a in-tenção de profissionalizar a mediação de seguros, deveria ter criado algumas limitações à nomeação de mediadores de seguros ligados, porque permite que as companhias nomeiem pessoas que não são da actividade seguradora

para esta função. Teoricamente, a companhia assume a responsabilidade por esse mediador ligado, mas ele pode vender seguros sem estar preparado para isso. Então, por um lado, eliminaram-se muitos mediadores antigos com a lei, mas por outro lado foram aceites outros tantos. Isso não fez muito sentido.

VE – E com isso não vai ser conseguida a anunciada profissionalização da actividade de mediação de segu-ros?

JAS – Eu acho que a figura do mediador ligado não deve-ria existir porque não contribui para a profissionalização do sector, que era a intenção da lei. Eu defendo a existência de corretores e agentes, que podem estar afectos ou não a uma companhias, mas que têm de passar por processos de formação e acreditação.

José AntónIo sousA esperAvA mAIs dA LeI dA medIAção

“A figura do mediador ligado não deveria existir”

“Nunca vimos a Caixa Seguros como um concorrente”

correntes são as companhias que estão dois ou três lugares acima de nós e dois ou três lugares abaixo. Como entida-de local, a Liberty não tem armas para enfrentar a Caixa Seguros. Se ela tomar uma atitude desse tipo e se a Caixa apontar baterias especificamente para alguma companhia, é claro que tem poder para fazer uma grande mossa.

VE – Convive bem com a supremacia da companhia ligada ao Estado?

JAS – Tenho convivido bem porque aparentemente o que nós temos estado a fazer é a impedir que outras com-panhias cresçam. Estamos a trabalhar bem, não somos a companhia mais barata, mas temos preços competitivos, resposta boa e serviços bons, sobretudo na área de sinis-tros. Tendencialmente, os agentes trabalham com as com-panhias que lhes dão menos dores de cabeça. E geralmente os agentes que vêm da concorrência para nós não vêm da Caixa Seguros, porque eles estão muito fidelizados.

VE – As seguradoras directas estão a dificultar a vida às seguradoras tradicionais?

JAS – As seguradoras directas que são parte de grupos que têm seguradoras tradicionais estão a ser um tiro no pró-prio pé, ou seja, estão a canibalizar uma parte importante da sua própria carteira. Indiscutivelmente, há um merca-do para este tipo de seguradoras, há pessoas que preferem comprar seguros na internet, sobretudo nas camadas mais jovens, mas a venda de seguros através da venda por telefone e pela internet tem um tecto natural. Em Inglaterra chegou a representar 20 a 25% do mercado e parou por aí. Em Espanha chegou aos 15%. Em Portugal tem rondado 1,5% e agora talvez ande pelos 3%, mas aqui não estão só clientes novos, mas sim clientes canibalizados à estrutura de outras companhias, muitas vezes do próprio grupo.

VE – Para a Liberty esta não é uma estratégia a se-guir?

JAS – Não. Até podemos vir a ter uma estratégia de con-correr com as directas, mas mesmo aí nós vamos ser leais e fiéis aos nossos intermediários e vamos fazê-lo em conjun-to com eles, mas em causa está uma faixa de clientes que ainda não sabemos se nos interessa. Temos de esperar para ver como vai evoluir o mercado e quem está a comprar de forma directa. Mas, se decidirmos entrar em concorrência com as companhias directas, vamos fazê-lo em parceria com os intermediários.

VE – E isso poderá acontecer ainda este ano?JAS – Não, seria prematuro. Algumas companhias

nasceram este ano, ainda temos de ver como o mercado evolui, mas não há mercado para as seis companhias. Ou alguma vai ficar pelo caminho ou alguém não está a fazer bem as contas ao retorno sobre o investimento.

VE – O prémio médio vai continuar a baixar no se-guro automóvel?

JAS – É difícil o prémio médio continuar a baixar. Com os normativos que estão a sair, já se nota uma tendência no sistema judicial para ir incrementando as indemnizações. Então os custos estão a seguir uma tendência e os prémios podem continuar a seguir outra? Acho que seria suicídio. Nós temos uma política muito determinada para os seg-mentos onde queremos estar e temos sido perfeitamente fiéis a essa estratégia e não temos chegado a cometer as loucuras que se estão aí a fazer. Não faço questão de ser a companhia mais barata. As pessoas não querem o mais barato absoluto, querem uma combinação entre um preço competitivo e um bom nível de serviço. E a companhia mais barata não pode dar um bom nível de serviço.

VE – Mas acredita que o fenómeno da redução do prémio médio poderá ser re-duzido ainda este ano?

JAS – Tudo depende daquilo que as companhias estiverem dispostas a perder. Eu acho que mais para baixo não dá, mas este mercado não deixa de me surpreender. Algumas coisas que estão a aparecer são ab-solutamente fora de qualquer contexto para alguém que trabalha no sector segurador há mais de 30 anos.

VE – Está a falar só de preços?JAS – De preços e de agressividade comercial, nem sem-

pre direccionada para o cliente, mas também para a estru-tura comercial.

VE – Em que ramos vê maior potencial de cresci-mento este ano?

JAS – Nós continuamos a crescer, ainda que modesta-mente, no automóvel e estamos a perder carteira em aci-dentes de trabalho, que é onde se estão a cometer as maio-res loucuras tarifárias e de aceitação não técnica de riscos. Saúde e Vida não é o nosso forte, logo não é por aí que nós

vamos. Para crescer temos de o fazer dentro dos segmentos em que estamos a operar, que são essencialmente o auto-móvel e o incêndio.

VE – Há intenção de explorar novos produtos ou no-vos nichos de mercado?

JAS – Há, sobretudo à medida que vão saindo novas normas e que vão sendo criados novos seguros obrigató-rios.

VE – Os portugueses tendem apenas a subscrever seguros obrigatórios?

JAS – Por via de regra, é isso que acon-tece e enquanto a situação económica não permitir às pessoas olhar para o seguro de uma forma previdenciária, será assim. Há muita gente que não tem seguro de roubo para a sua casa e os roubos às casas estão a ter um aumento exponencial. Mas as pos-sibilidades de o sector segurador crescer baseiam-se no poder de compra da classe média e essa está hoje a lutar para fazer

frente aos gastos absolutamente essenciais.

VE – Devia haver mais seguros obrigatórios?JAS – Na área da responsabilidade civil, há muita coisa

que eu acho que devia ser obrigatória e não é. Mas depois a existência de seguros obrigatórios exige que se estabeleçam mecanismos de controlo. Nós sabemos que o seguro auto-móvel é obrigatório e é crescente o número de automóveis a circular sem seguro. É porque alguma coisa não está a ser feita no controlo do cumprimento do seguro obrigatório.

VE – A Liberty tem sido muito activa em políticas de

responsabilidade social. Sente que de alguma forma tem obrigações para com a sociedade?

JAS – Esta companhia pertence a uma mútua que tem uma filosofia muito particular onde o espírito de solida-riedade e de entreajuda é muito forte. Nós temos aqui os colaboradores que têm de alimentar as suas famílias e por-tanto temos de gerar riqueza suficiente para lhes pagar o salário. Temos accionistas que nos disponibilizam o capi-tal e por isso temos de os remunerar. Temos fornecedores que esperam receber as suas facturas. E depois ainda sobra alguma coisa. E aquilo que sobra nós procuramos devol-ver à sociedade porque quanto mais forte for a sociedade, melhor é o círculo virtuoso, mas é difícil quando somos muito poucas empresas com o verdadeiro espírito de res-ponsabilidade social. Vemos coisas mais ou menos pontu-ais com grande visibilidade de marketing. É claro que nós esperamos ter algum retorno mediático em relação aquilo que fazemos, porque melhora a imagem da companhia, mas procuramos gerar círculos virtuosos e este país é tão carente em termos de solidariedade.

VE – Quais são as prioridades para este ano?JAS – Nós tínhamos objectivos ambiciosos para este

ano, mas, mal entrámos em 2008 e vimos o que estava a acontecer, começámos a ser mais cautelosos. Vamos abrir duas delegações, em Matosinhos e Guimarães, mas outros projectos de aberturas aceleradas estão a ser adiados para ver como o mercado evolui e vigiar os gastos. Revimos em baixa os nossos objectivos de crescimento e temos de man-ter o nível de rentabilidade. Para este ano o nosso objectivo de crescimento está entre os 6 e os 8%, que é muito bom em termos de mercado, mas é quase um terço daquilo que originalmente tínhamos previsto.

ANA SANTOS [email protected]

seguros IIIsexta-feira, 27 Junho de 2008

VE – Já escreveu que os rankings de seguros em Portugal vão sofrer uma reviravolta quando as contas das compa-nhias passarem a ser apresentadas de acordo com a nor-mas IFRS. Quais serão as maiores mudanças?

JAS – Em Portugal, a Liberty apresenta um volume de prémios de 35 milhões de euros em Vida e isso para a nossa sede, em Boston, nos EUA, significa 12 milhões de euros, de acordo com as normas internacionais de con-tabilidade. Ao abrigo das normas internacionais que os Estados Unidos já usam, os investimentos dos clientes que não têm risco associado, como os planos poupança reforma e outros produtos financeiros, são encarados como depósitos e não entram no balanço da companhia. E nós sabemos que em Portugal grande parte das carteiras do Ramo Vida não diz respeito a produtos associados ao risco, mas sim a poupanças. Nas bases contabilísticas que estão programadas para o futuro, muitas carteiras do Ramo Vida vão cair para metade ou até para um terço, por isso vão existir alterações nos rankings porque há companhias que estão no topo essencialmente por causa da carteira Vida. Mas no dia em que as normas contabilísticas estiverem a funcionar com todas as suas implicações esse volume vai desaparecer no ranking de prémios.

VE – São as pequenas e médias companhias que vão ter mais dificuldades com a directiva Solvência II?

JAS – A Solvência II vai ter um impacto muito forte para toda a gente. Os requisitos de capital vão aumentar ne-cessariamente e poderá haver instituições bancárias que comecem a pensar se vale ou não a pena continuar a in-vestir capital no sector segurador. As perspectivas de um banco e de uma seguradora são diferentes. Os bancos têm mais perspectivas a curto prazo e as seguradoras a longo prazo. Além disso, os bancos não precisam de fazer um grande esforço para que as pessoas lá vão. Toda a gente lhes entra pela porta dentro. Eles só precisam de lutar para que os clientes não entrem na porta do vizinho. Mas os clientes vão naturalmente ao banco e não vão naturalmen-te à companhia de seguros. E a partir do momento em que um cliente entra no banco, este passa a ter um domínio total da relação com esse cliente, coisa que nos seguros Não Vida não é verdade, porque é um mercado que ain-da continua dominado pelo intermediário. E é um negócio muito complexo, que envolve muito o risco. No Ramo Vida ainda se pode saber actuariamente quantas pessoas vão morrer, é mais previsível. Em Não Vida o conceito de risco é muito mais imprevisível. Por isso acho que vai haver um reconhecimento por parte dos bancos de que é preferível não mobilizar grandes recursos com seguradoras e fazer um acordo para a distribuição dos seus produtos, inves-tindo antes no negócio bancário. Aliás, vê-se que a crise do “subprime” começa a ter algum impacto em Portugal e para os nossos bancos começa a ser difícil aceder a re-

cursos externos como no passado, por isso também estão a tentar fazer captação por outros meios.

VE – Mas conseguirão todas as pequenas e médias com-panhias suportar as mudanças de Solvência II?

JAS – Tudo depende do poder de fogo dos accionistas. Em Portugal temos companhias como a Zurich, a Allianz e a Groupama, que são pequenas e médias em Portugal, e não creio que nenhuma delas tenha qualquer tipo de pro-blema financeiro em capitalizar as operações locais com o que seja requerido.

VE – Que resultados estão a conseguir nos estudos de impacto quantitativo?

JAS – Nós não temos nenhum motivo para preocupações. Eventualmente, o que nos poderá causar algum impacto serão as carteiras de investimento. No sector segurador, os

americanos são muito conservadores e investem pouco no mercado de acções e muito em obrigações e ultimamente com a subida das taxas de juro as obrigações têm perdi-do valor, temos algumas menos-valias latentes dentro da nossa carteira que, obviamente, só sendo realizadas é que teriam impacto nos nossos resultados, mas essa é uma situação que nós estamos a monitorar com muita atenção e não vemos que isso possa criar algum impacto signifi-cativo.

VE – O mercado segurador português será diferente de-pois de Solvência II?

JAS – Eu acredito que haverá algum impacto. Não sei o que se passa nas outras companhias, mas acredito que algumas possam estar um pouco preocupadas, mas o gros-so das companhias tem accionistas que não têm qualquer problema em capitalizá-las, embora, se forem bancos, pos-sam considerar que não faz sentido estarem a mobilizar tanto dinheiro numa seguradora quando estão a precisar do dinheiro para desenvolver o negócio bancário.

Ceo da LIberty anteCIpa ImpaCto das normas ContabILístICas InternaCIonaIs

“Muitas carteiras do Ramo Vida vão cair para metade ou até para um terço”

“Vemos algumas práticas concorrenciais que não são muito racionais”

calendário de eventos da actividade seguradora julho 2008

sexta-feira, 27 Junho de 2008 segurosiv

data evento local

organizaçãocontactos e informações

cidade endereço telefone Fax e-mail Web page

25/06/08 Sessões : O futuro da mediação de seguros

Guarda Hotel Vanguarda APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

26/06/08 Sessões : O futuro da mediação de seguros

Beja Beja Parque Hotel APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

29/06 a 1/07/08

IX Congreso Nacional de Agentes y Corredores de Seguros

Espanha Zaragoza CGCMST +34914111301 +34915622702 [email protected]

www.mediadoresdeseguros.com

30/06/08 Curso: Inteligência emocional para Comerciais

Lisboa R. Rodrigo Fonseca, 41

APS 213848142 213841430 [email protected]

www.apseguradores.pt

1/07/08 Consolidação de contas de acordo com as IAS/IFRS

Porto Hotel Porto Palácio Verlag Dashofer 213101951 213152597 [email protected]

http://formacao.dashofer.pt

1/07/08 Curso: Qualificação de agentes e corretores de seguros

Lisboa R. Rodrigo Fonseca, 41

APS 213848142 213841430 [email protected]

www.apseguradores.pt

3/07/08 Insurance Times Conference: Compensation Culture

Londres City Presentation Centre, EC1Y 4UP

Insurance Times +442076183456 +442076183499 claire.mcshane@newsquestspecialist media.com

www.instimes.co.uk/events

13 a 16/07/08

International Insurance Society & Geneva Association 2008 Seminar

Taiwan Formosa IIS/Geneva Association

+41227076600 +41227367536 [email protected]

www.genevaassociation.org

19/09/08 Colóquio: A Lei do Contrato de Seguro

Porto Palácio da Bolsa APROSE/A.Comercial Porto/SCSS&Advogados

222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

“Não pense que não há crocodilos só porque a água está calma…”

O período de férias que se aproxima leva-nos por vezes à euforia de tentarmos aproveitar cada um dos minutos para os mo-mentos de lazer e pura diversão que tanto desejamos e precisamos no final de um ano de trabalho. Contudo, habitualmente, espe-ra-nos um par de horas largas de condução.

Tal tem o inconveniente do cansaço que provoca as inúmeras horas que passamos ao volante, sem por vezes tomarmos as devi-das cautelas de pararmos de quan-do em vez nas áreas de serviço, pois tal faz com que dominemos na medida do possível a adrenali-na de que vamos imbuídos e nos transmitem os que connosco vão, no desejo de chegar ao destino o mais breve possível.

A indústria seguradora em ge-ral e a mediação de seguros em par-ticular têm neste período um ciclo negro de sinistros automóveis, grosso modo com consequências bem funestas do ponto de vista de danos corporais, além dos danos materiais concomitantes. Acresce o facto de algumas dessas viagens motivarem deslocações para fora do território nacional.

Tendo o seguro de danos próprios (vulgo todos os riscos) sido efectuado sem a intervenção de um mediador profissional de seguros, há interesse em verifi-car previamente se a sua apólice

possui a extensão territorial para essas coberturas, ou então – que é o que acontece na generalidade das seguradoras – haverá que di-rigir-se previamente à sua segura-dora, informando da deslocação com indicação da data de início e términos da viagem, assim como dos países que vai viajar e proce-der à regularização do débito que lhe for apresentado.

O Instituto de Seguros Por-tugal tem vindo, aos longo dos

anos, a proceder ao alerta junto dos consumidores, chamando-os à atenção para esta e tantas ou-tras situações que os clientes, de modo geral, pensam serem dados assumidos. Na última anuidade, o “Guia Prático do Seguro Auto-móvel”, numa das suas recomen-dações, salientava no seu ponto 5 a importância de o cliente verifi-car qual a extensão territorial das diversas coberturas.

De igual modo e sempre que ocorra sinistro na União Euro-peia ou país terceiro aderente ao Sistema da Carta Verde, causado por veículo matriculado na União Europeia, há interesse, para uma resolução rápida e eficaz, que os clientes contactem o Instituto de Seguros Portugal pelo telefone 800 201 920 ou através do en-dereço electrónico [email protected]. Também devem contactar o seu mediador profissional de seguros, essa entidade com rosto que, qual Cristo-rei, está sempre disponível e de braços abertos para ajudar os seus clientes na re-solução do que ocorra na vida das suas apólices.

Ou como dizia o meu avô: “Não pense que não há croco-dilos só porque a água está cal-ma…”. Caso não tenha mediador e queira contactar o mais perto de si, não deixe de consultar www.aprose.pt. Assim, estamos seguros que terá umas… Boas Férias!

LUIZ FILIPEActaseguros-Corretores

de Seguros, S.A.

“Se viajar para o estrangeiro, há interesse em verificar

previamente se a sua apólice possui a extensão territorial das coberturas”

Liberty apoia crianças de Alcoitão

A Liberty Seguros apoiou a realização de um conjunto de ac-tividades ao ar livre destinadas a 11 crianças internadas no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. A iniciativa decorreu em Beja, de 20 a 22 de Junho, e permitiu às crianças desfrutar de momentos de convívio e diversão no Alentejo, contrastando com o seu quotidiano de internamento médico. Pintura, caça ao tesou-ro, bingo e modelagem de balões foram algumas das actividades preparadas para as crianças, con-tribuindo de forma significativa para melhorar a sua auto-estima e também para acelerar o processo de reabilitação.

Esta acção insere-se na polí-tica de responsabilidade social da Liberty Seguros, que se en-carregou também de distribuir t-shirts e bonés por todas as crianças. Jorge Jacinto, médico fisiatra e coordenador do Gabi-nete de Imagem e Comunicação do Centro de Medicina de Rea-bilitação de Alcoitão, confirma que um dos grandes desafios da instituição passa precisamen-te por “promover a autonomia das pessoas, a sua dignidade e auto-estima, os seus direitos de cidadania e o seu desenvolvi-mento no processo de reabili-tação. As nossas políticas e pro-cedimentos estão desenhados para garantir aos utentes que os seus direitos são respeitados

e as práticas conduzidas sempre com rigor, de forma ética e com confidencialidade. A nossa con-duta assenta em sólidos princí-pios de responsabilidade social e sustentabilidade em várias áreas”. Jorge Jacinto sublinha também que acções como esta, “que permitam a viabilização de acções lúdicas e de melhoria na reinserção social, emocional, em particular dos mais jovens, contribuem como valor acres-centado para essas pessoas e suas famílias”. Por isso deixa o reca-do a outras empresas. “Estamos abertos ao diálogo com todas as partes interessadas no sentido de darmos a conhecer as nossas competências e potencialidades para promover relações de ga-nho e crescimento sustentável mútuos”, anuncia o médico.

Graça Amaral, directora de Marketing da Liberty Seguros, não tem qualquer dúvida de que “estes eventos ao ar livre propor-cionam momentos de alegria, diversão e de descontracção, que ajudam na reabilitação des-tas crianças”. A responsável da seguradora salienta ainda que “o trabalho e a contribuição à co-munidade realizada pelo Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão é meritório e funda-mental na reinserção de adultos e crianças que ficam incapacita-das por causa de um acidente ou doença”.

CFO e CEO do grupo AXA reconhecem vantagem das multinacionais

“Solvência II vai criar problemas a empresas focadas num único país”

Os piores receios das seguradoras com operações exclusivamente nacionais ou geograficamente demasiado concentradas parecem estar a confirmar-se, com base na avaliação dos especialistas internacionais que acompanham de perto a evolução dos trabalhos de preparação da directiva Solvên-cia II. A Denis Duverne, Chief Financial Officer (CFO) do grupo AXA, não restam muitas dúvidas nesta matéria. “A Solvência II vai criar problemas às empresas focadas num único país”, confirmou o responsável financeiro da AXA à “Vida Económica”, no seminário internacional que reuniu em Bordéus jornalistas especializados no sector segurador, a quem a AXA quis apresentar a sua estratégia de crescimento até 2012.

De olhos na directiva Solvência II, que deverá entrar em vigor na Europa dentro de quatro anos, Denis Duverne reconhece vantagens aos grandes grupos internacio-nais, com operações espalhadas pelo mun-do. Ainda assim, o CFO da AXA diz que “tal não significa que todas as empresas te-nham necessariamente de tornar-se grupos internacionais”, aconselhando as compa-nhias enquadradas neste perfil a procurar soluções alternativas. “Esta pode ser uma boa altura para as companhias estabelece-rem relações entre si e para diversificarem os seus riscos”, constatou Denis Duverne. A posição do responsável financeiro da AXA vem confirmar o aumento da pro-babilidade de ocorrência de operações de fusões ou aquisições entre companhias de seguros com presença no Velho Continen-te, tal como tem vindo a ser avançado por alguns especialistas do sector. Com efeito, há muito que começaram a surgir ecos no mercado das estimativas que apontavam para uma provável intensificação de fusões e aquisições no sector segurador, permitin-do às companhias eventualmente envolvi-

das beneficiar não só da dispersão do risco, mas também do ganho de dimensão para fazer face aos rigorosos requisitos que a di-rectiva deverá introduzir.

Henri de Castries, CEO do grupo AXA, considera que a vantagem dos grandes gru-pos internacionais é uma evidência, atri-buindo-lhe mesmo justiça. “É claro que a diversidade será vantajosa. É o cumprimen-to daquilo que as nossas avós sempre nos disseram: não pôr todos os ovos no mesmo cesto”. Ainda assim, o responsável máximo da AXA alega que a principal diferença será sentida no grau de sofisticação das empresas, já que serão os operadores mais sofisticados que poderão criar os seus próprios modelos internos. “É por isso que temos investido tanto em Gestão de Risco. A vida será mais difícil para os grupos não sofisticados, que terão pela frente maiores exigências. A di-ferença será sentida entre sofisticados e não sofisticados”, antecipa Henri de Castries.

Para o CEO da AXA, a chegada da di-rectiva Solvência II em 2012, tal como se prevê, significará uma grande mudança no sector segurador europeu, embora Henri de Castries continue a ser uma das pessoas que diz que “não se pode deixar a economia nas mãos dos contabilistas”. Atento ao desen-rolar dos trabalhos de preparação das novas regras de solvência e também aos estudos de impacto quantitativo (está a terminar a quarta ronda), Henri de Castries garante que o grupo AXA não tem qualquer moti-vo para preocupações, até porque procurou preparar-se atempadamente. O impacto da nova directiva será significativo, crê o CEO da AXA, para quem “a Solvência II interes-sa a todos os clientes de seguros e não só aos clientes dos grandes países”.

ANA SANTOS GOMES, EM BOrdé[email protected]

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O alerta foi deixado por Denis Duverne, Chief Financial Officer do grupo AXA, no seminário internacional que a AXA promoveu em França para analisar o posicionamento do grupo e revelar a estratégia para os próximos quatro anos. Com a preparação da nova directiva em curso, pode estar aberta a corrida à diversificação do risco. E a partir daqui as operações de fusões e aquisições parecem estar mais legitimadas.

A meio cAminho de 2012

A estratégia de crescimento da AXA foi apresentada em 2004 e o grupo seguradora dá agora por cumprido metade do percurso. “Ambition 2012” é o nome do projecto que

leva a AXA a querer duplicar o seu volume de ne-gócios e a ambicionar tornar-se na seguradora pre-ferida dos seus clientes. Consciente do elevado grau de dificuldade de uma operação num mercado em que se vendem bens intangíveis, Henri de Castries, CEO da AXA, aposta na diferenciação do serviço, “para provar aos clientes que nós merecemos a con-fiança e que não nos ficamos pela promessa de o ajudar em caso de sinistro”.

Henri de Castries revela também a intenção do grupo segurador de apostar no segmento de Vida e Poupança para reforçar o seu posicionamento mun-dial, que deverá crescer organicamente e eventual-mente também por aquisições. “Vamos certamente aproveitar oportunidades de aquisição, mas só se estiverem a bom preço, porque nem todas as opor-tunidades são boas. Há muitas empresas a precisar

de capital, por isso não há pressa de comprar euforicamente”, alega. “Este ano será especialmente difícil e desafiante. O crédito está mais caro, o preço do petróleo está a subir, mas esta é uma boa oportunidade para marcar a diferença entre os bons e os menos bons. E a nossa solidez permite-nos continuar a investir no negócio e aumentar a diferenciação”, destaca Henri de Castries.

seguros Vsexta-feira, 27 Junho de 2008

Para o CFO da AXA, “esta pode ser uma boa altura para as companhias estabelecerem relações entre si”.

Henri de Castries, CEO da AXA

Vida Económica – Que balanço faz da existência da empresa?

Gomes Marques – A nossa empresa são as pessoas que a compõem, as quais arrastam consigo uma experiência rica, adquirida através da prática acumulada de conhecimentos e do saber escutar e perceber os clientes. A satisfação percebi-da dos nossos clientes, a par do êxito obtido no recrutamen-to, formação e gestão de vendedores profissionais de seguros de vida, desafia-nos a continuarmos no nosso caminho, já que o balanço é muito positivo!

VE – Qual o volume de negócios e número de depen-dências?

GM – Físicas, temos duas dependências: uma no Porto, outra mais a Norte. Apostamos forte na personalização e, como tal, cada pessoa que connosco trabalha é uma ver-dadeira “dependência de apoio ao cliente”, em toda a zona Norte, e representa, como tal, um interessante volume de negócios, a par de uma carteira muito estável. E sabemos bem que quantas mais pessoas tivermos a fazê-lo bem, maior será o volume de negócios. O nosso conceito assenta nas pessoas que connosco trabalham, na forma como o fazem e na forma como acreditam na sua perspectiva de carreira. É daí que resulta-rão mais negócios.

VE – Que lugar ocupam no ranking na-cional?

GM – Ao nível dos serviços, estamos nos primeiros e o nosso “barómetro” são os nossos clientes, talvez porque sentimos que estamos cada vez mais próximos deles, por-que nos esforçamos por perceber a sua lin-guagem, interpretar e compreender as suas necessidades. O outro “barómetro” são os comerciais das companhias, que diariamente, nos assistem e a quem tentamos “passar as “emoções” (diga-se necessidades) dos clientes.

VE – Obtiveram o estatuto de corretores muito recen-temente. O que motivou essa concretização?

GM – Porque somos exigentes e quisemos aproveitar a oportunidade da alteração da legislação e porque sentimos que com outro estatuto nos podemos projectar melhor no futuro, que já é hoje. O que a lei não veio alterar foi a nossa forma de estar na actividade e a adopção e adaptação das novas regras foi quase “automática” porque enquanto socie-dade anónima já implicava rigor.

VE – O objecto social dos corretores foi alargado exclusivamente a actividades incluídas no sector fi-nanceiro. Têm projectos na área da intermediação financeira que ultrapassam a própria mediação de se-guros?

GM – Se me colocar a questão ao nível do crédito à ha-bitação, créditos pessoais e abertura de contas, os nossos planos não passam por aí. No entanto, não escondemos as nossas preocupações, que são as pessoas! O nosso objectivo é tudo fazer para ajudar as pessoas a fazerem a melhor e a mais correcta aplicação dos seus activos, com transparência, independência e ausência de riscos, para que, através desses activos, se possam precaver em relação ao futuro e possam viver melhor, amanhã, fazendo deles uso para “comprar” co-modidade, saúde, bem-estar e qualidade de vida.

VE – Concorda que a nova lei da mediação de seguros faculte novos canais de distribuição dos serviços dos corretores e agentes de seguros?

GM – Concordo totalmente e estamos perante uma ver-dadeira oportunidade para investir em recursos humanos qualificados, dando-lhes capacitação e preparando-os para uma nova realidade do mercado, que atrai uma atenção crescente com a entrada de “novos profissionais” que vis-lumbram a possibilidade de fazer carreira neste sector da economia, desde que se preparem para fazer com que o cliente reflicta sobre a importância de começar a construir, já hoje, a sua própria previdência privada, desenhando-a à sua medida, através de coberturas alargadas proporcionadas pelas apólices de seguros.

VE – Qual a principal critica que tecem à nova lei? GM – Que nos adiantaria criticar? As críticas são sem-

pre respeitáveis, nem sempre construtivas e muitas vezes são inoportunas. Quanto a nós, terão que assentar em pontos de vista mais globais, a partir de uma classe de associados agrupada e forte, que constitua “massa crítica suficiente para

mudar as coisas”.

VE – E a maior virtude?GM – A maior virtude estará em percep-

cionar-se que mediadores e corretores de seguros são uma pequena classe profissional fragilizada, que precisa de crescer: primeiro em número, segundo, em participação, ter-ceiro, na sua atitude perante o sector. A não ser assim, perdemos como classe e repercu-te-se nos clientes!

VE – Apostam muito nas “oportunidades de trabalho” e no “desenvolvimento da empregabilidade”. Como ex-plicam essa vertente?

GM – Existe hoje uma geração de jovens com formação académica superior, e não tem que ser só na área financei-ra ou da gestão, à espera de uma oportunidade. É preciso identificá-los e ajudá-los a “desenvolver empregabilidade” através da mediação de seguros e completar a sua formação, “ensinando-lhes as regras da engenharia humana” necessá-rias para que sejam capazes de se colocarem mais próximos dos clientes do que das seguradoras e ensinando-lhes a “des-codificar” a linguagem do cliente e a compreensão das suas necessidades, oferecendo-lhe um tratamento diferenciado, que se baseie numa informação correcta e independente.

VE – Que papel reservam à formação dos vossos cola-boradores e aos sistemas de informação?

GM – Do ponto de vista técnico, os seguros são cada vez mais complexos e o número de opções está sempre a crescer, o que implica uma permanente informação e formação de todas as pessoas envolvidas. Por outro lado, nova legislação é uma constante e a nova Lei das Cobranças, a concorrência atabalhoada e as companhias de venda directa, entre outros factores, colocaram a descoberto novas exigências. Tais rea-lidades reflectem-se nas vantagens e desvantagens da fideli-zação do serviço, na sobreposição de coberturas, para além de que a qualidade tende a ficar condicionada sempre que a independência é relativamente posta em causa, sobretudo se as ligações com as seguradoras forem comprometedoras. Portanto, o melhor é estar bem preparado, mais próximo do

cliente, falar a sua linguagem e compreender as suas necessi-dades. Ninguém vai fazer um seguro se não tiver uma noção clara do risco que corre, já que o seguro funciona como uma ferramenta que contribui para o desenvolvimento social e que cria protecção. As novas tecnologias invadem todos os secto-res da vida humana e não há dúvidas quanto aos benefícios gerados pelas inovações. São sempre bem-vindas se não forem mal aplicadas ou obedecerem a interesses comerciais que não servem os clientes. Ainda que a nossa organização disponibi-lize aos clientes informação “on-line”, de todas os seus contra-tos de seguros, independentemente da seguradora onde estão colocados, nada substitui o contacto humano e a argúcia do profissional, desde que este tenha o maior dos cuidados no momento em que está com o cliente, porque vender seguros não é difícil. Difícil é atender às necessidades dos clientes e mostrar-lhes que estão a adquirir um benefício para o futuro, com as vantagens do apoio das novas tecnologias.

VE – O Mercado de Seguros, o Homem do Mercado, o Regulador e o Custo.

GM – O seguro é uma ferramenta que contribui para o desenvolvimento social, que cria protecção e a história do mercado de seguros é escrita todos os dias, pelas pessoas que nele trabalham. O que é preciso é desenvolver mecanismos para que não haja muitos maus escritores. O homem do mercado é o que percepciona de forma clara e consciente as necessidades e carências, mas é sobretudo o que defende os interesses e direitos dos clientes. O custo alto do seguro não é uma garantia de qualidade! O mercado será mais forte, também, quando o órgão regulador for mais forte.

VE – Indique um dos ramos em que mais apostam.GM – Todos sabemos que o envelhecimento é um proces-

so natural de fragilização do indivíduo e que é o resultado combinado do envelhecimento biológico, da predisposição genética e dos hábitos e comportamentos que as pessoas desenvolvem durante a sua vida, os quais não conseguem mudar. Conforme se envelhece, mais escassos são os anos de vida remanescente e é, portanto, natural que a partir de cer-ta idade (variável entre as pessoas) se valorize mais a saúde e que se espere um aumento dos gastos com a saúde, para que se possa viver mais e mais saudável. Muitos dos seguros de saúde terminam quando as pessoas deles mais precisam e nunca tiveram disso percepção. Chamar a atenção das pes-soas para essa realidade da maioria dos contratos é a nossa actual mais importante missão

VE – E o futuro?GM – O principal desafio são os ramos a serem traba-

lhados, entender as oportunidades do mercado e as necessi-dades dos clientes. O futuro também é investir em pessoas – recursos humanos qualificados, dando-lhes capacitação e preparando-os para uma nova realidade do mercado. Olhar para clientes com sobreposição de coberturas no universo dos seus seguros, tornar linguagem dos contratos simplifi-cada e facilitar a sua compreensão aos clientes. Adaptar as regras dos contratos de seguro às necessidades dos clientes. Gerir sinistros, a sua demora ou recusa derivada da má res-posta dos serviços internos das seguradoras. Gerir os proble-mas com apólices mal vendidas, aos novos clientes. Cance-lamentos. Apoiar as empresas, sensibilizando-as no sentido de adoptarem medidas de prevenção do risco e demonstrar-lhes que essa atitude lhes vai gerar retorno financeiro.

“Nada substitui o contacto humano e a argúcia do profissional”Numa época de grande turbulência concorrencial e de adaptação a novas regras do mercado, só distintos recursos humanos podem fazer a diferença na actividade da mediação de seguros, alega A. Gomes Marques, administrador da Privy – Corretores de Seguros. Um serviço personalizado, em resposta às reais necessidades dos clientes, é a melhor oferta que a classe pode disponibilizar, em contraponto à sua fragilidade colectiva.

Apostamos forte na personalização

“Estamos perante uma verdadeira oportunidade para investir em recursos huma-nos qualificados”, reconhece A. Gomes Marques.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 segurosVI

AIG Europe nomeia Miguel Salvador

A AIG Europe nomeou Mi-guel Salvador como novo subs-critor para a área de Danos Patrimoniais e Riscos de Enge-nharia, tornando-o responsável pelo segmento Corporate do seu departamento. A área de

Danos Patrimoniais da AIG Europe inclui também os riscos de engenharia / construção e o terrorismo.

Miguel Salvador transita di-rectamente da Companhia de Seguros Zurich, onde era res-ponsável pela rentabilidade e subscrição de todos os negócios dos ramos de Danos Patrimo-niais. Licenciado em Gestão de Marketing pelo Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM), Miguel Sal-vador conta já com uma longa experiência no mercado segura-dor, sobretudo nas áreas de res-seguro, negócios patrimoniais e áreas ligadas à qualidade e satis-fação do cliente.

Alain de Miomandre é o novo presidente

Corretor belga preside a BIpAr

Alain de Miomandre é o novo presidente do BIPAR, a confederação internacional dos mediadores de seguros. A elei-ção decorreu a 13 de Junho, em Berlim, na Alemanha, e recaiu sobre o corretor de seguros se-diado na Bélgica, em represen-tação da Feprabel, a associação de corretores e agentes daquele país. Anteriormente, Alain de Miomandre já tinha exercido o cargo de tesoureiro e presi-dente da Federação Mundial de Mediadores de Seguros (WFII). Na presidência do BI-PAR, Alain de Miomandre su-cede a Manuel Vila y Calsina, corretor de seguros espanhol que havia sido eleito em repre-sentação do Consejo General de Mediadores de Seguros Ti-tulados de Espanha.

O BIPAR representa actual-mente 47 associações nacionais de corretores e agentes de segu-ros de 32 países, tendo como objectivo prioritário a criação de um ambiente regulador eu-ropeu amigável para os media-dores de seguros, que assegure uma concorrência sã, um ade-quado nível de protecção dos consumidores e um mercado segurador são.

Ministra da Saúde participa na conferência

Tranquilidade debate saúde nos idosos

Ana Jorge, ministra da Saúde, aceitou o convi-te da Tranquilidade para abordar o tema da saúde nos idosos na segunda conferência do

ciclo “Desafios para o Futuro”, agendada para 2 de Julho, em Lisboa. À mesma mesa estarão reunidos médicos, professores universitários, representantes do sector da saúde e também profissionais do sector segurador, debatendo “A Saúde na Terceira Idade”. Confirmadas estão já as presenças Fernando de Pá-dua, fundador da Fundação Portuguesa de Cardio-logia e também conhecido como o pai da medicina preventiva em Portugal, Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos, e João Pedro Almeida Lopes, presidente da APIFARMA. Pelo grupo Espírito San-to, participarão neste debate Isabel Vaz, CEO da ES Saúde, Manuel Caldas de Almeida, administrador da ES Saúde e director clínico do Hospital do Mar,

e ainda Rui Leão Martinho, presidente do conselho de administração da Tranquilidade. O testemunho da actriz Carmen Dolores, de 84 anos, integra igual-mente o programa da conferência.

Depois da primeira conferência dedicada à refor-ma, em Setembro de 2007, a Tranquilidade dedica este segundo debate à saúde na terceira idade, pro-curando alertar para a necessidade de desencadear mecanismos de preparação de uma velhice com qua-lidade de vida, especialmente no que diz respeito à saúde. Em cima da mesa estarão temas como a geria-tria, os cuidados paliativos e as residências para a ter-ceira idade. Recorde-se que a Tranquilidade lançou no final de 2007 um seguro de saúde especialmente vocacionado para a terceira idade, concedendo a maiores de 55 anos o acesso com desconto a cuida-dos médicos numa rede convencionada.

MDS contrata Jorge Henriques

Jorge Henriques foi contratado pela MDS, corretora do grupo Sonae, para assumir o cargo de di-rector de clientes empresariais Sul da MDS. O novo director da cor-retora conta já com uma carreira de três décadas no mercado segu-rador, nomeadamente da corre-tagem de seguros. Desempenhou funções de direcção em corretoras nacionais e internacionais e a sua vasta experiência é amplamente re-conhecida. A contratação de Jorge Henriques insere-se na política de optimização do serviço prestado aos clientes da MDS, que em Maio já havia reforçado a sua equipa ao contratar Ana Cristina Borges para a área de Responsabilidade Civil e Linhas Financeiras.

Mapfre adquire maioria de seguradora do Equador

O grupo Mapfre anunciou ter chegado a acordo para a aquisição de 60% da Atlas, uma companhia de seguros do Equador. A concre-tizar-se a operação, que aguarda luz verde das entidades competen-tes, a seguradora que actualmente ocupa a décima posição no merca-do segurador do Equador passará a designar-se Mapfre Atlas, já que o grupo pretende integrar as suas operações naquele país, através da Mapfre América.

A Mapfre iniciou operações de seguro directo no Equador du-rante o ano passado, tendo aberto uma sucursal em Quito. Já a Atlas conta com 24 anos de história e no final de 2007 somava prémios no valor de 14,2 milhões de euros. Só no ano passado, a companhia registou um crescimento de 6,6% face a 2006. Da sua rede fazem parte 110 corretores e agentes, que trabalham para uma carteira mui-to ancorada no ramo automóvel.

Sessões de esclarecimento sobre Lei da Mediação percorrem o país

Cumprindo o compromisso as-sumido na assembleia geral de 10 de Maio, a APROSE está a pro-mover sessões de esclarecimento em todo o país sobre a nova Lei da Mediação de Seguros, expressa no Decreto-Lei n.º 144/2006. Em todas as sessões é transmitido o ponto da situação sobre a imple-mentação do novo regime jurídico da mediação de seguros, com espe-cial enfoque na relação contratual entre os agentes e as empresas de seguros.

Estes encontros destinam-se a todos os agentes e corretores de se-guros, sejam ou não associados da APROSE, e surgem no seguimen-to do período de reuniões sobre o mesmo assunto que a associação tem vindo a realizar com as princi-pais seguradoras a operar em Por-tugal. Estão previstas sessões para as cidades de Braga, Porto, Lisboa, Guarda, Beja e ainda uma sessão para o arquipélago da Madeira.

APROSE promove colóquio sobre contrato de seguro

A Lei do Contrato de Seguro, expressa no De-creto-Lei n.º 72/2008 e que entra em vigor a 1 de Janeiro de 2009, estará em análise no

Porto, num colóquio promovido conjuntamente pela Associação Portuguesa dos Produtores Profis-sionais de Seguros (APROSE), pela Associação Co-mercial do Porto (ACP) e pela sociedade de advoga-dos Soares Carneiro, Santos Silva & Associados. O colóquio está marcado para 19 de Setembro e deverá ter lugar no Palácio da Bolsa, na Cidade Invicta, es-tando reservado a empresas associadas das entidades promotoras, bem como a clientes da sociedade de advogados que integra a organização do evento.

Pedro Romano Martinez, que presidiu à comissão de revisão da legislação que elaborou a Lei do Con-trato de Seguro, será um dos oradores convidados para o colóquio, assumindo a missão de apresentar a abordagem feita à nova lei. Além de Pedro Romano Martinez, estão previstas intervenções de António

Vilela, na qualidade de presidente da APROSE, e de Rui Moreira, presidente da ACP.

A Lei do Contrato de Seguro vem condensar num só diploma um conjunto de legislação avulsa e dis-persa que regulava o mercado segurador, conseguin-do uma actualização dos diversos diplomas e até o preenchimento de algumas lacunas. Recorde-se que alguns dos artigos ainda em vigor remontam ao final do século XIX. Por isso mesmo, esta lei é apelidada frequentemente de “trave-mestra” do Direito dos Seguros. Vem esclarecer novas regras contratuais, procurando proteger os interesses do consumidor.

Para a organização do colóquio, que marca o re-gresso ao trabalho após as férias de Verão, esta é a oportunidade de dar a conhecer aos operadores do mercado o enquadramento da nova Lei do Contra-to de Seguro, ao mesmo tempo que se procedem a esclarecimentos e antecipações de problemas fu-turos.

SEGuroS VIIsexta-feira, 27 Junho de 2008

Sendo eu um agente de seguros e tendo vindo a ouvir falar nas contas-clientes a que supostamente estarei obrigado,

agradecia que me informassem se efectiva-mente esta obrigação existe e quais os pro-cedimentos que terei que adoptar para a cumprir.

Efectivamente, por força do n.º 5 do ar-tigo 42º do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de Julho, qualquer mediador de seguros que movimente fundos relativos ao con-trato de seguro deve depositar as quantias referentes a prémios recebidos para serem entregues aos seguradores e os montan-tes recebidos para serem transferidos para tomadores de seguros, segurados ou bene-ficiários em contas abertas em instituições de crédito em seu nome, mas identificadas como conta-clientes.

Quer isto dizer que, para além da titu-laridade de uma conta bancária através da qual o mediador procede à movimentação de fundos próprios, deverá igualmente titu-lar uma outra, no mínimo, por onde movi-menta, na sua essência, fundos alheios, que não são do próprio (prémios, estornos e in-demnizações de sinistros).

Importa notar, antes de mais, que a lei satisfaz-se com a identificação de tais contas como contas-clientes no plano da organiza-ção interna do mediador, não se exigindo, por conseguinte, que a mesma identificação tenha de ser feita ao nível da própria insti-tuição de crédito. Os condicionalismos im-postos pelo sistema de funcionamento das entidades bancárias tornariam a nomeação das contas naquelas instituições como con-

tas-clientes praticamente inexequível.

Obviamente que, nos termos da mesma dispo-sição legal, o agente de seguros só pode receber prémios com vista a se-rem transferidos para as empresas de seguros, se tal for convencionado, por escrito, com as respectivas empresas de seguros, de-signadamente através dos respectivos contratos de mediação. O recebimento de prémios de seguros pe-los agentes sem que para tal se encontrem investidos com os necessários pode-res de cobrança constitui contra-ordenação grave, prevista e punida pela alí-nea o) do artigo 77º do di-ploma citado, com coima de 750 a 50.000 euros ou de 1.500 a 250.000 euros, consoante seja aplicada a pessoa singular ou a pessoa colectiva.

De igual modo, o legislador estabeleceu uma presunção legal no sentido de que as quantias depositadas em conta-clientes não constituem património próprio do mediador de seguros, devendo, em caso de insolvência do mediador, ser afectas, preferencialmente, ao pagamento dos créditos dos tomadores de seguros, segurados ou beneficiários.

Sem embargo, entendemos tratar-se de uma presunção legal relativa e não absolu-

ta, porque elidível através de prova em contrário, até porque, não obstante a prioridade e preferência estabelecida e que se terá que respeitar, poderão exis-tir fundos depositados na conta-clientes que consti-tuem património do pró-prio mediador de seguros, nomeadamente comissio-namento ainda não des-contado e relativo a presta-ções de contas já efectuadas ou a efectuar às seguradoras com quem colabora.

No que toca aos agentes (mono e multi-seguradora) com poderes de cobrança, o legislador permitiu, no n.º 2 do artigo 24º da Norma Regulamentar do Institu-to de Seguros de Portugal (ISP) n.º 17/2006, de 29 de Dezembro, que as con-tas-clientes possam ser aber-tas em seu nome, podendo

cada conta respeitar a uma única ou a uma pluralidade de seguradoras, tudo dependen-do da opção que o próprio agente efectue em termos de organização empresarial.

Quanto à movimentação das contas-clientes, prescreve-se no artigo 25º da Norma Regulamentar em apreço que o mediador disponibiliza aos tomadores de seguros, segurados ou beneficiários os va-lores que lhes sejam devidos por quaisquer operações relativas aos respectivos contra-tos de seguro, incluindo o recebimento de estornos de prémios e de indemnizações de sinistros: a) No próprio dia em que os valores em causa estejam disponíveis na conta-clientes; b) Até ao dia útil seguinte, quando as regras do sistema de liquidação das operações sejam incompatíveis com o disposto na alínea anterior; ou c) Na data fixada por convenção escrita com o toma-dor de seguros.

Sem embargo da imediatividade preten-dida pelo legislador quanto à entrega aos to-madores, segurados ou beneficiários dos va-lores que lhes sejam devidos por quaisquer operações relativas aos respectivos contratos de seguro, permite-se que, através de acor-do reduzido a escrito, mediador e tomador convencionem outra data que não as indica-das para a entrega das quantias em causa.

Igualmente se dispõe, no que diz respei-to aos meios através dos quais é permitida a movimentação a débito das contas-clientes, que o mediador de seguros só as pode movi-

mentar através de transferência bancária ou da utilização de cheques nominativos para: a) Contas abertas em nome das seguradoras para entrega de prémios; b) Contas abertas em nome dos tomadores de seguros, segura-dos ou beneficiários, ou outras por estes ou pelas seguradoras determinadas por escrito, para entrega de estornos ou pagamento de indemnizações relativas a sinistros. Quanto à movimentação a débito das contas-clien-tes para pagamento das remunerações ou de outros montantes que sejam devidos ao próprio mediador impõe-se a utilização da transferência bancária, ficando afastada a utilização de cheques, ainda que nominati-vos, para tal fim.

Acresce que o mediador de seguros deverá registar diariamente em suporte in-formático, na sua contabilidade, todos os movimentos a débito e a crédito relativos a cada cliente e às suas remunerações, de-vendo o registo ser sequencial, contendo o registo de cada movimento de conta os seguintes elementos: a) Data; b) Nome da seguradora; c) Nome do cliente; d) Núme-ro de apólice; e) Número do recibo; f ) Va-lor; g) Natureza do movimento (a débito ou a crédito); h) Descrição do movimento; i) Saldo.

Se, por um lado, não se impõe a obriga-toriedade de recurso à contabilidade organi-zada e oficial, por outro, poder-se-ão incluir outros elementos adicionais nos registos de cada movimento de conta para além dos re-feridos.

Impostos por preocupações de controlo, estabeleceu-se que, de modo a assegurar a exactidão dos registos diários efectuados, o mediador de seguros deverá proceder, com a frequência necessária e no mínimo com uma periodicidade mensal, à reconciliação dos movimentos e saldos que constam dos registos por ele efectuados com os extractos dos movimentos das contas bancárias ou ou-tros documentos relevantes, contanto que as divergências que resultem desta conferência deverão ser regularizadas no prazo de cinco dias. No caso de o mediador de seguros mo-vimentar a débito as contas-clientes através de cheques nominativos, deve manter em arquivo as respectivas cópias.

Informamos, por último, que, tendo ter-minado em 10 de Agosto de 2007 o período geral de transição para o novo regime jurí-dico da mediação de seguros, e constituin-do as contas-clientes um dos deveres que se encontravam, quanto ao seu cumprimento, indexados ao fim do regime transitório geral, as mesmas já se deveriam ter implementado e encontrar-se em funcionamento desde 11 de Agosto de 2007.

As contas “clientes” dos agentes de segurosconsultório jurídico

corvAceirA gomesDirector Executivo

APROSE

“O recebimento de prémios de seguros pelos agentes não investidos desses poderes constitui contra-ordenação

grave”.

sexta-feira, 27 Junho de 2008 segurosViii

Amanhã, 28 de Junho, a Baía de Cas-cais estará transformada numa mini aldeia olímpica para celebrar o “Dia

do Paralímpico”. A data é promovida pela Allianz Portugal e destina-se a apoiar os atletas portugueses que irão representar as cores de Portugal em Setembro nos Jogos Paralímpicos de Pequim. A Allianz Portu-gal já era patrocinadora oficial da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes e agora decidiu instituir o Dia do Paralímpi-co, data que será assinalada com uma festa que juntará os atletas e a sociedade. Estão previstas exibições das várias modalidades de desporto adaptado que integram os Jo-gos Paralímpicos, numa iniciativa que po-derá ajudar a divulgar modalidades como o futebol para cegos, o basquetebol em ca-

deira de rodas, a vela adaptada, a equitação, ténis de mesa, natação, atletismo, voleibol sentado, “boccia” e “goalball”. A entrada é gratuita e os participantes poderão experi-mentar a prática das várias modalidades, naturalmente sob orientação dos verdadei-ros atletas.

Além das provas, o evento inclui tam-bém a tradicional Parada, o acender da Cha-ma Olímpica e ainda actuações musicais de vários artistas convidados. De acordo com José Carlos Sereno, membro do Comité de Direcção, “o apoio da Allianz Portugal aos atletas paralímpicos portugueses resulta do reconhecimento pelo esforço e capacidade que estes têm demonstrado em provas na-cionais e internacionais, características que reflectem os valores da Allianz”.

Allianz celebra amanhã Dia do Paralímpico