11
09 10 MAI Allegro Vivace FORTISSIMO Nº 7 / 2019

FORTISSIMO Nº 7 / 2019 · 2019. 5. 7. · o ritmo de trabalho era alucinante. Em 1778, por exemplo, realizaram--se 242 espetáculos nos domínios dos Esterházy: concertos sinfônicos,

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • 0910MAI

    Allegro

    Vivace

    F O R T I S S I M O N º 7 / 2 0 1 9

  • P R O G R A M A

    JOSEPH HAYDNSinfonia nº 6 em Ré maior, Hob. I:6, “A manhã” Adagio – Allegro

    Adagio – Andante

    Minueto – Trio

    Finale – Allegro

    JOSÉ ANTONIO DE ALMEIDA PRADOAurora

    I N T E R VA L O

    ANTONÍN DVORÁKNoturno em Si maior, op. 40

    JOSEPH HAYDNSinfonia nº 8 em Sol maior, Hob. I: 8, “A noite” Allegro molto

    Andante

    Minueto

    A tormenta: Presto

    Ministério da Cidadania eGoverno de Minas GeraisA P R E S E N TA M

    0 9 / 0 5

    1 0 / 0 5

    Allegro

    Vivace

    FA B I O M E C H E T T I , R E G E N T E

    S O N I A R U B I N S K Y , P I A N O

  • Diretor Artístico e Regente Titular

    da Orquestra Filarmônica de Minas

    Gerais desde sua criação, em 2008,

    Fabio Mechetti posicionou a orques-

    tra mineira no cenário mundial da

    música erudita. Além dos prêmios

    conquistados, levou a Filarmônica

    a quinze capitais brasileiras, a uma

    turnê pela Argentina e Uruguai e

    realizou a gravação de nove álbuns,

    sendo quatro para o selo interna-

    cional Naxos. Natural de São Paulo,

    Mechetti serviu recentemente como

    Regente Principal da Filarmônica

    da Malásia, tornando-se o primeiro

    regente brasileiro a ser titular de

    uma orquestra asiática.

    Nos Estados Unidos, Mechetti esteve

    quatorze anos à frente da Orquestra

    Sinfônica de Jacksonville e, atual-

    mente, é seu Regente Titular Emérito.

    Foi também Regente Titular das sin-

    fônicas de Syracuse e de Spokane,

    da qual hoje é Regente Emérito.

    Regente Associado de Mstislav

    Rostropovich na Orquestra Sinfônica

    Nacional de Washington, com ela

    dirigiu concertos no Kennedy Center

    e no Capitólio. Da Sinfônica de San

    Diego, foi Regente Residente. Fez

    sua estreia no Carnegie Hall de Nova

    York conduzindo a Sinfônica de Nova

    Jersey. Continua dirigindo inúmeras

    orquestras norte-americanas e é

    convidado frequente dos festivais

    de verão norte-americanos, entre

    eles os de Grant Park em Chicago

    e Chautauqua em Nova York.

    Igualmente aclamado como regente

    de ópera, estreou nos Estados Unidos

    dirigindo a Ópera de Washington. No

    seu repertório destacam-se produções

    de Tosca, Turandot, Carmem, Don

    Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,

    Madame Butterfly, O barbeiro de

    Sevilha, La Traviata e Otello.

    Suas apresentações se estendem

    ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca,

    Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-

    lia, Japão, México, Nova Zelândia,

    Suécia e Venezuela. No Brasil, re-

    geu todas as importantes orques-

    tras brasileiras.

    Fabio Mechetti é Mestre em Regência

    e em Composição pela Juil l iard

    School de Nova York e vencedor do

    Concurso Internacional de Regência

    Nicolai Malko, da Dinamarca.

    FOTO

    : ALE

    XAN

    DRE

    REZ

    END

    E

    CAROS AMIGOS E AMIGAS,

    FABIO MECHETTI

    No concerto desta noite faremos com

    que a música nos inspire a despertar

    na Áustria do século XVIII e amanhecer

    na profundeza de uma aurora dos

    trópicos, repleta de boas expectativas.

    Seremos envolvidos pela alegria e

    leveza características das primeiras

    sinfonias de Haydn e pela exploração

    tímbrica e rítmica que define a música

    do brasileiro Almeida Prado.

    Em seguida, anoiteceremos em um

    bosque da Europa Central e sonha-

    remos com a riqueza melódica e

    singela novamente proposta pelo

    pai da sinfonia.

    Três estilos: clássico, romântico,

    moderno , conduz indo nossos

    pensamentos e emoções num dia

    (e noite) na Filarmônica.

    Obrigado sempre pela presença,

    FAB IO MECHET T I

    D I R E T O R A R T Í S T I C O

    E R E G E N T E T I T U L A R

  • Vencedora do Grammy latino, con-

    siderada Melhor Recitalista do Ano

    pela Associação Paulista de Críticos

    de Artes, vencedora do Piano Recital

    Award William Petschek da Juilliard

    School e do Primeiro Prêmio Artists

    International de Nova York, a pianista

    Sonia Rubinsky se destaca por seu

    estilo poético e vigoroso.

    Nascida no Brasil, Sonia Rubinsky

    iniciou seus estudos no Conservató-

    rio de Campinas com Olga Rizzardo

    Normanha. Aos seis anos realizou seu

    primeiro recital e aos doze foi solista

    com orquestra. Estudou na Academia

    Rubin, Jerusalém, e concluiu Doutorado

    em Performance de Piano na Juilliard

    School. Como recitalista, apresenta-se

    em salas de prestígio como Carne-

    gie Hall, Alice Tully Hall, Bargemusic,

    Merkin Concert Hall, Miller Theatre,

    Hertz Hall, Maison de Radio France,

    Sala São Paulo, Theatro Municipal de

    São Paulo, Sala Minas Gerais, Recanati

    Hall e AGA-Zaal.

    Sônia é convidada de orquestras

    como St. Luke’s, St. Etienne, New

    York Women's Ensemble, Richmond,

    Springfield, Syracuse, Jacksonville,

    Cheyenne, Phoenix, sinfônicas de Jeru-

    salém, da Universidade de São Paulo,

    dos teatros municipais de São Paulo

    e do Rio de Janeiro, Filarmônica de

    Goiás. Entre as obras que tocou com a

    Filarmônica de Minas Gerais, em três

    temporadas, está a Suíte Brasileira

    para Piano e Orquestra de Villa-Lobos,

    89 anos após a sua estreia.

    Sua extensa discografia inclui a integral

    da obra de Villa-Lobos para piano solo,

    com premiação pela revista Gramophone

    e pelo Grammy latino. O repertório de

    Rubinsky varia do Barroco à música

    de hoje. Almeida Prado dedicou-lhe

    várias obras, entre elas a Sonata para

    violoncelo e piano, encomendada e

    dedicada a ela e a Antonio Meneses.

    Entre os músicos que ajudaram a mol-

    dar a arte de Rubinsky estão Jacob

    Lateiner, Gina Bachauer, Claude Frank,

    Leon Fleisher, Benjamin Oren, William

    Daghlian, Irma Wolpe, Vlado Perlemuter,

    Arthur Rubinstein e Murray Perahia.

    SONIA RUBINSKY

    FOTO

    : ISA

    BEL

    A SE

    NAT

    ORE

    FOTO

    : EU

    GÊN

    IO S

    ÁVIO

  • HAYDN Sinfonia nº 6 em Ré maior, Hob. I:6, “A manhã” Sinfonia nº 8 em Sol maior, Hob. I: 8, “A noite” RO H R AU , ÁUST R I A , 1 73 2 V I E N A , ÁUST R I A , 1 8 09

    Joseph

    INSTRUMENTAÇÃO

    Flauta, 2 oboés, fagote,

    2 trompas, cordas.

    ED ITORA

    Bärenreiter

    PARA OUV IR

    CD Haydn – Symphonies

    vol.7 – Nos. 6, 7, 8 –

    Northern Chamber Orchestra

    – Nicholas Ward, regente –

    Naxos – 1994

    PARA ASS IST IR

    Sinfonia nº 6

    The Norwegian Chamber

    Orchestra – Steven Isserlis,

    violoncelo e líder

    Acesse: fil.mg/hmanha

    Sinfonia nº 8

    Orchestra 'Les Siècles' –

    Francois-Xavier Roth, regente

    Acesse: fil.mg/hnoite

    PARA LER

    H. C. Robbins Landon –

    Haydn, Sinfonias – Guias

    Musicais BBC – Zahar – 1984

    A importância histórica da obra de Haydn liga-se à

    fixação definitiva dos gêneros musicais associados à

    forma sonata clássica. Sob esse aspecto, suas 104

    sinfonias e os 77 quartetos de cordas constituem um

    legado ímpar – durante o século XIX, o compositor foi

    considerado o criador dos dois gêneros. Entretanto,

    se a afirmativa é apropriada aos quartetos, deve-se

    relativizar o lugar comum que atribui ao compositor o

    epíteto de “pai da sinfonia”. Quando Haydn escreveu

    suas primeiras sinfonias (por volta de 1757), o gênero

    já estava bem delineado pelas contribuições italianas,

    austríacas e, sobretudo, do boêmio Josef Stamitz, o

    maior nome da famosa escola de Mannheim. Mas é

    também inegável – e muito significativo – que o atual

    repertório de concerto destaque, quando se volta aos

    primórdios do gênero, o tríptico Le matin, Le midi e

    Le soir, respectivamente as sinfonias de números 6, 7

    e 8 de Haydn, compostas em 1761.

    Essas sinfonias foram os primeiros trabalhos do com-

    positor como músico da família Esterházy, à qual serviu

    por quarenta anos, combinando as obrigações de reger e

    compor. Elas realizam uma síntese totalmente inovadora

    da Sinfonia (pela forma sonata), do Divertimento (pela

    grande diversidade do colorido orquestral) e do Concerto

    Grosso (pelo uso contínuo de instrumentos solistas,

    certamente com o intuito de apresentar os virtuoses

    recém-contratados pelo patrão). Os títulos lembram os

    concertos de Vivaldi e foram sugeri-

    dos pelo próprio príncipe Paul Anton

    Esterházy, grande admirador desse

    tipo de música descritiva – o Adagio

    introdutório da Sinfonia nº 6 evoca o

    nascer do sol, e o final da nº 8, sob

    o título de A Tempestade, descreve

    uma tormentosa tarde de verão.

    Entre os dois palácios de seus patrões,

    em Viena e no interior da Hungria,

    o ritmo de trabalho era alucinante.

    Em 1778, por exemplo, realizaram-

    -se 242 espetáculos nos domínios

    dos Esterházy: concertos sinfônicos,

    óperas, música de câmara, religiosa

    e de teatro. Confinado aos palácios e

    envolvido em seus afazeres, Haydn

    vivia em grande isolamento artístico.

    Por outro lado, possuía uma exce-

    lente orquestra permanentemente

    disponível para a imediata execução

    de suas obras. Haydn podia assim

    testar suas experiências: “eu podia

    melhorar, acrescentar, cortar, ousar.

    Estava isolado do mundo e tive que me

    tornar original” (carta do compositor

    a August Griesinger).

    Podemos acompanhar os experimentos

    musicais de Haydn, em linha evolutiva,

    por cerca de meio século. Nas primeiras

    sinfonias, ele faz uma síntese brilhante

    do Barroco e do Classicismo. Na época

    do movimento romântico Sturm und

    Drang, sua escrita adquire um tom

    mais subjetivo. Em 1784, estabelece

    uma relação de amizade e admiração

    recíproca com Mozart, quando os

    dois gênios, apesar da diferença de

    idade e de temperamento, deixaram-se

    influenciar mutuamente. Aos poucos,

    a fama de Haydn extrapolou os domí-

    nios dos Esterházy, consagrando-o

    internacionalmente. Suas últimas sin-

    fonias foram compostas em Londres e

    incluem-se entre os maiores tesouros

    do Classicismo vienense.

    PAULO SÉRG IO

    MALHE IROS DOS SANTOS

    Pianista, Doutor em Letras, professor na

    UEMG, autor dos livros Músico, doce

    músico e O grão perfumado – Mário

    de Andrade e a arte do inacabado.

    Apresenta o programa semanal Recitais

    Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

    1 761 24 M I N U TO S / 23 M I N U TO S

    Primeira apresentação

    com a Filarmônica

  • Aurora

    SA N TO S , B R A S I L , 1 94 3 SÃO PAU LO , B R A S I L , 20 1 0

    José Antonio de

    INSTRUMENTAÇÃO

    2 flautas, 2 oboés,

    2 clarinetes, 2 fagotes,

    4 trompas, 3 trompetes,

    3 trombones, tímpanos,

    percussão, celesta, cordas.

    ED ITORA

    Academia Brasileira de Música

    PARA OUV IR

    Discografia de Almeida Prado

    – Centro Cultural São Paulo

    Acesse: fil.mg/apdiscos

    CD Almeida Prado –

    Cartas Celestes – Aleyson

    Scopel, piano – Gran Piano –

    2016/2018 (4 CDs)

    PARA ASS IST IR

    Filarmônica de Minas Gerais

    – Fabio Mechetti, regente –

    Sonia Rubinsky, piano

    Acesse: fil.mg/apaurora

    PARA LER

    Valéria Peixoto (org.) –

    Catálogo completo das obras

    de Almeida Prado – Academia

    Brasileira de Música – 2016

    Acesse: fil.mg/apcatalogo

    Ana Claudia de Assis –

    O timbre em Ilhas e Savanas

    de Almeida Prado – Dissertação

    de mestrado – UNIRIO – 1997

    Almeida Prado é um dos mais originais e profícuos com-

    positores da música erudita brasileira. Estuda piano com

    Dinorá de Carvalho, composição com Camargo Guarnieri

    e harmonia com Osvaldo Lacerda. Graças ao 1º Prêmio

    obtido no I Festival de Música da Guanabara (1969),

    transfere-se para a Europa, onde tem como principais

    mestres Olivier Messiaen e Nadia Boulanger. De volta

    ao Brasil em 1973, é nomeado, em 1974, professor de

    composição da Unicamp. Sua coleção de Cartas Celestes

    para piano é reputada como uma das principais obras

    do repertório pianístico mundial contemporâneo.

    Dentre os dezoito volumes de Cartas Celestes, o primeiro

    em especial aproxima-se da obra do compositor inclu-

    ída neste programa. Como as primeiras Cartas (1974),

    destinadas ao piano solo, instrumento protagonista da

    produção de Almeida Prado, Aurora explora radical-

    mente as possibilidades do piano, desta vez em diálogo

    com uma orquestra sinfônica. Pertencentes à segunda

    fase composicional do artista, afastada do tonalismo,

    ambas as obras lidam com uma mesma referência

    extramusical, introduzida ao fim das primeiras Cartas

    (“Pórtico da Aurora”) e desenvolvida amplamente em

    Aurora: a passagem da noite para o dia. Na epígrafe

    da obra para piano e orquestra, registra o compositor:

    “Aurora é um canto à luz, ao calor, à vida, ao movi-

    mento. Vinda da mais espessa escuridão da noite, até

    alcançar o inebriante êxtase solar, tudo é ascensão,

    uma progressiva espiral até as mais

    altas moradas da claridade”.

    Estudioso da tradição musical do

    Ocidente, Almeida Prado conhece bem

    as tentativas de expressão musical

    das horas do dia, que remontam aos

    cantos medievais do ofício divino. Tais

    tentativas trazem consigo, além da

    possível “descrição” de uma particular

    paisagem sonora, certa carga subje-

    tiva. Assim mostra o compositor, em

    passagem de sua tese de doutorado

    aplicável a Aurora: “em cada um de

    nós, repousa muito forte o simbo-

    lismo do crepúsculo, com sua carga

    depressiva e melancólica, o mistério

    da noite, com sua presença enigmá-

    tica, sem os contornos nítidos e as

    certezas do dia, e o amanhecer, com

    sua carga renovadora de esperança,

    de renovação, de ressurreição.”

    Mais que o tratamento isolado da noite

    ou da manhã, a evocação da aurora

    proporciona rico material ao compositor,

    na medida em que lida com uma transi-

    ção. Se a “representação” de imagens

    ou expressividades por via musical

    sempre carrega certa ambiguidade,

    a contraposição entre dois motivos,

    tempos ou atmosferas favorece um

    delineamento pela comparação.

    Almeida Prado recorre a intervalos,

    acordes, acidentes, zonas de altu-

    ras, ressonâncias, timbres, a fim

    de sugerir a oposição escuridão/

    transparência, dotada de claras

    conotações místicas. Embora pas-

    síveis de identificação e análise, não

    caberia explicitar em poucas linhas

    tais procedimentos, frutos de uma

    tradição e, sobretudo, da fantasia do

    compositor. Portanto, fica o convite

    para exercermos nossa fantasia na

    audição de Aurora, encontrando e

    expandindo a espiral sonora criada

    pelo compositor.

    CLOV IS SALGADO

    GONT IJO Doutor em Estética e

    Teoria da Arte pela Universidad de Chile.

    Autor de Ressonâncias noturnas:

    do indizível ao inefável.

    Última apresentação:

    29 de maio / 2008

    Fabio Mechetti, regente

    Sonya Rubinsky, piano

    1 975 1 8 M I N U TO S

    ALMEIDA PRADO

  • DVORÁK Noturno em Si maior, op. 40 N E L A H OZ E V ES , R E P Ú B L I C A TC H EC A , 1 84 1 PR AG A , R E P Ú B L I C A TC H EC A , 1 904

    Antonín

    INSTRUMENTAÇÃO

    Cordas.

    ED ITORA

    Bote & Bock

    PARA OUV IR

    Dvorák – Czech Suite;

    Hussite Overture; My Home;

    Nocturne in B major;

    Scherzo capriccioso –

    Czech Philharmonic –

    Václav Neumann, regente –

    Supraphon – 2005

    PARA ASS IST IR

    A Far Cry Chamber Orchestra

    Acesse: fil.mg/dnoturno

    PARA LER

    John Clapham – Antonín

    Dvorák: musician and

    craftsman – St. Martin’s Press

    – 1966

    Kurt Honolka – Dvorák –

    Haus Publishing – 2004

    O termo Noturno surgiu pela primeira vez, em música,

    no século XVIII, para designar obras compostas para

    grupos de câmara, em vários movimentos, e destinadas

    a ser executadas à noite, assim como uma serenata.

    Mozart, por exemplo, em seu período de Salzburgo,

    compôs treze serenatas para as mais diversas formações

    instrumentais, sendo a de número 6 intitulada Serenata

    Notturna (K. 239) e a de número 8 intitulada apenas

    Notturno (K. 286). No século XIX, graças ao compositor

    irlandês John Field (1782-1837), o termo Noturno

    passou a designar peças curtas para piano solo, não

    necessariamente para serem executadas em altas horas,

    mas geralmente de atmosfera sonhadora, melancólica,

    inspiradas na tranquilidade e no caráter sombrio da

    noite. Chopin foi o responsável pela disseminação do

    gênero, tendo composto mais de vinte noturnos para

    piano solo.

    O Noturno em Si maior (op. 40), para cordas, de Antonín

    Dvorák, é uma peça em um único movimento, leve,

    extremamente expressiva e de uma delicadeza ímpar.

    Embora, na época, as peças sinfônicas curtas em um

    movimento fossem consideradas menos importantes do

    que uma sinfonia, eram extremamente requisitadas. Não

    eram poucas as ocasiões festivas em que uma abertura

    ou uma serenata se encaixavam bem na proposta

    (Dvorák compôs diversas peças sinfônicas isoladas, tais

    como poemas sinfônicos, aberturas,

    serenatas, danças e suítes). E a sua

    composição podia exigir do compositor

    um trabalho não menos árduo do que

    o de uma sinfonia.

    Outro Noturno de Dvorák, esse em

    si menor, foi composto no início dos

    anos 1880 e, ao que tudo indica,

    estreado pelo compositor, em sua

    primeira viagem à Inglaterra, no

    Crystal Palace de Londres, no dia

    22 de março de 1884. Assim como

    o Scherzo Capriccioso (op. 66), o

    Trio para piano em fá menor (op.

    65) e a Abertura Husitská (op. 67),

    todos compostos na mesma época,

    o Noturno em si menor traz uma

    carga dramática intensa e uma den-

    sidade orquestral praticamente sem

    precedentes nas obras anteriores

    de Dvorák, geralmente leves e des-

    pretensiosamente construídas sobre

    temas folclóricos. No entanto, os

    temas do Noturno foram compos-

    tos dez anos antes, em plena fase

    nacionalista. Nos anos 1869-1870,

    Dvorák compôs um quarteto de cordas

    (hoje Quarteto de cordas nº 4 em

    mi menor, op. 19) que permaneceu

    por muitos anos sem ser editado e

    executado. Seu segundo movimento

    (Andante religioso) se tornaria a

    base do segundo movimento (Inter-

    mezzo) do Quinteto de cordas nº 2

    em Sol maior (op. 18), composto em

    1875 e estreado em Praga em 18 de

    março de 1876. Porém, insatisfeito

    com a grande dimensão do Quinteto

    (originalmente composto em cinco

    movimentos), Dvorák decidiu retirar

    o segundo movimento (Intermezzo)

    antes de sua publicação, em 1888, por

    N. Simrock. Esse Intermezzo acabaria

    por se transformar, anos depois,

    no delicado Noturno em Si maior.

    GU ILHERME

    NASC IMENTO Compositor,

    Doutor em Música pela Unicamp,

    professor na Escola de Música da UEMG,

    autor dos livros Os sapatos floridos

    não voam e Música menor.

    Primeira apresentação

    com a Filarmônica

    1 875 / R E V I SÃO 1 8 8 2 7 M I N U TO S

  • INGRESSO SOLIDÁRIO

    PARA USAR, BAIXE O APP GRATUITAMENTE

    NO SEU CELULAR

    A P R O V E I T E PA R A A P R E S E N TA R A

    F I L A R M Ô N I C A A O S S E U S A M I G O S ,

    PA R E N T E S O U E S T U D A N T E S D E M Ú S I C A .

    É muito simples. Para doar seu Ingresso Solidário,

    basta o Assinante acessar o aplicativo da Filarmônica

    até 30 minutos antes do início do concerto e realizar

    sua doação. O Assinante também pode enviar um

    e-mail ou ligar para a Assessoria de Relacionamento

    pelo menos 2 horas antes do concerto.

    O aplicativo da Filarmônica é compatível com aparelhos

    Android e iOS e pode ser baixado na loja de aplicativos

    do seu celular (Google Play ou App Store).

    Algo aconteceu e você não pode ir a um concerto?

    Assessoria de Relacionamento: (31) 3219-9009de segunda a sexta, das 9h às [email protected]

    FOTO

    DO

    FU

    ND

    O: J

    OM

    AR B

    RAG

    ANÇA

  • CONSELHO ADMINISTRATIVOPresidente Emérito

    Jacques Schwartzman

    Presidente

    Roberto Mário

    Gonçalves Soares Filho

    Conselheiros

    Angela Gutierrez

    Arquimedes Brandão

    Berenice Menegale

    Bruno Volpini

    Celina Szrvinsk

    Fernando de Almeida

    Ítalo Gaetani

    Marco Antônio Pepino

    Marco Antônio Soares da

    Cunha Castello Branco

    Mauricio Freire

    Octávio Elísio

    Sérgio Pena

    DIRETORIA EXECUTIVADiretor Presidente

    Diomar Silveira

    Diretor

    Administrativo-

    financeiro

    Joaquim Barreto

    Diretor de

    Comunicação

    Agenor Carvalho

    Diretora de

    Marketing e Projetos

    Zilka Caribé

    Diretor de Operações

    Ivar Siewers

    EQUIPE TÉCNICAGerente de

    Comunicação

    Merrina Godinho

    Delgado

    Gerente de

    Produção Musical

    Claudia da Silva

    Guimarães

    Assessora de

    Programação Musical

    Gabriela de Souza

    Produtor

    Luis Otávio Rezende

    Analistas de

    Comunicação

    Fernando Dornas

    Lívia Aguiar

    Renata Gibson

    Renata Romeiro

    Carolina Moraes Santana

    Analista de

    Marketing e Projetos

    Lilian Sette

    Analista de Marketing

    e Relacionamento

    Itamara Kelly

    Assistente

    de Produção

    Rildo Lopez

    Auxiliares

    de Produção

    André Barbosa

    Jeferson Silva

    EQUIPE ADMINISTRATIVAGerente

    Administrativo-

    financeira

    Ana Lúcia Carvalho

    Gerente Contábil

    Graziela Coelho

    Gerente de

    Recursos Humanos

    Quézia Macedo Silva

    Analistas

    Administrativos

    João Paulo de Oliveira

    Paulo Baraldi

    Secretária Executiva

    Flaviana Mendes

    Assistente

    Administrativa

    Cristiane Reis

    Assistente de

    Recursos Humanos

    Jessica Nascimento

    Recepcionistas

    Meire Gonçalves

    Vivian Figueiredo

    Auxiliar Contábil

    Pedro Almeida

    Auxiliar

    Administrativa

    Geovana Benicio

    Auxiliares de

    Serviços Gerais

    Ailda Conceição

    Rose Mary de Castro

    Mensageiro

    Douglas Conrado

    Jovem Aprendiz

    Sunamita Souza

    SALA MINAS GERAISGerente de

    Infraestrutura

    Renato Bretas

    Gerente de Operações

    Jorge Correia

    Técnicos de Áudio

    e de Iluminação

    Diano Carvalho

    Rafael Franca

    Assistente Operacional

    Rodrigo Brandão

    PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint – Spalla

    Rommel Fernandes –

    Spalla associado

    Ara Harutyunyan –

    Spalla assistente

    Ana Paula Schmidt

    Ana Zivkovic

    Arthur Vieira Terto

    Joanna Bello

    Laura Von Atzingen

    Luis Andrés Moncada

    Roberta Arruda

    Rodrigo Bustamante

    Rodrigo M. Braga

    Rodrigo de Oliveira

    Wesley Prates

    SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *

    Hyu-Kyung Jung ****

    Gideôni Loamir

    Jovana Trifunovic

    Luka Milanovic

    Martha de Moura

    Pacífico

    Matheus Braga

    Radmila Bocev

    Rodolfo Toffolo

    Tiago Ellwanger

    Valentina Gostilovitch

    VIOLASJoão Carlos Ferreira *

    Roberto Papi ***

    Flávia Motta

    Gerry Varona

    Gilberto Paganini

    Katarzyna Druzd

    Luciano Gatelli

    Marcelo Nébias

    Mikhail Bugaev

    Nathan Medina

    VIOLONCELOSPhilip Hansen *

    Robson Fonseca ***

    Camila Pacífico

    Camilla Ribeiro

    Eduardo Swerts

    Emília Neves

    Lina Radovanovic

    Lucas Barros

    William Neres

    CONTRABAIXOSNilson Bellotto *

    André Geiger ***

    Marcelo Cunha

    Marcos Lemes

    Pablo Guiñez

    Rossini Parucci

    Walace Mariano

    FLAUTASCássia Lima *

    Renata Xavier ***

    Alexandre Braga

    Elena Suchkova

    OBOÉSAlexandre Barros *

    Públio Silva ***

    Israel Muniz

    Maria Fernanda Gonçalves

    CLARINETESMarcus Julius Lander *

    Jonatas Bueno ***

    Ney Franco

    Alexandre Silva

    FAGOTESCatherine Carignan *

    Victor Morais ***

    Andrew Huntriss

    Francisco Silva

    TROMPASAlma Maria Liebrecht *

    Evgueni Gerassimov ***

    Gustavo Garcia Trindade

    José Francisco dos Santos

    Lucas Filho

    Fabio Ogata

    TROMPETESMarlon Humphreys *

    Érico Fonseca **

    Daniel Leal ***

    Tássio Furtado

    TROMBONESMark John Mulley *

    Diego Ribeiro **

    Wagner Mayer ***

    Renato Lisboa

    TUBAEleilton Cruz *

    TÍMPANOSPatricio Hernández

    Pradenas *

    PERCUSSÃORafael Alberto *

    Daniel Lemos ***

    Sérgio Aluotto

    Werner Silveira

    HARPAClémence Boinot *

    TECLADOSAyumi Shigeta *

    GERENTE Jussan Fernandes

    INSPETORAKarolina Lima

    ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar

    ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi

    ASSISTENTESClaudio Starlino

    Jônatas Reis

    SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro

    MONTADORESHélio Sardinha

    Klênio Carvalho

    ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

    INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA

    Regente Associado

    MARCOS ARAKAKI

    Diretor Artístico e Regente Titular

    FABIO MECHETTIOscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

    Lei 14.870 / Dez 2003

    OS — Organização Social

    Lei 23.081 / Ago 2018

    * principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituta

    FORTISSIMO Maio nº 7 / 2019

    ISSN 2357-7258

    Editora Merrina

    Godinho Delgado

    Edição de texto

    Berenice Menegale

    Capa Detalhe de

    A Aurora, afresco de

    Guido Reni

    O Fortissimo está

    indexado aos

    sistemas nacionais

    e internacionais de

    pesquisa. Você pode

    acessá-lo também

    em nosso site.

    Este programa

    foi impresso em

    papel doado pela

    Resma Papéis.

  • S E J A P O N T UA L .C U I D E DA S A L A

    M I N A S G E R A I S .

    D E S L I G U E

    O C E L U L A R

    ( S O M E L U Z ) .

    D E I X E PA R A

    A P L AU D I R AO F I M

    D E C A DA O B R A .

    T R A G A S E U

    I N G R E S S O O U C A R TÃO

    D E A S S I N A N T E .

    N ÃO C O M A

    O U B E B A .

    N ÃO F OTO G R A F E

    O U G R AV E E M

    ÁU D I O / V Í D E O .

    Nos dias de

    concerto, apresente

    seu ingresso ou

    cartão de Amigo ou

    Assinante e obtenha

    descontos especiais.

    S E P U D E R , D E V O LVA

    S E U P R O G R A M A

    D E C O N C E R TO .

    FA Ç A S I L Ê N C I O

    E E V I T E TO S S I R .

    Dias 4 e 5, 18h F O R A D E S É R I E / M Ú S I C A E C I N E M A

    Dias 9 e 10, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E

    Dia 12, 11h C L Á S S I C O S N A P R A Ç A / I N H O T I M

    Dias 16 e 17, 20h30 P R E ST O E V E LO C E

    Dia 25, 18h F O R A D E S É R I E / M Ú S I C A , FAU N A E F LO R A

    Dias 30 e 31, 20h30 A L L E G R O E V I VA C E

    E V I T E T R A Z E R

    C R I A N Ç A S M E N O R E S

    D E 8 A N O S .

    NO CONCERTO

    EM MAIO

    Restaurantes parceiros

    FOTO

    : ALE

    XAN

    DRE

    REZ

    END

    E

    Rua Pium-í, 229

    Cruzeiro

    Tel: 3227-7764

    R. Rio de Janeiro, 2076

    Lourdes

    Tel: 3292-6221

  • / F I L A R M O N I C A M G

    Sala Minas Gerais

    www.filarmonica.art.br

    R UA T E N E N T E B R I TO M E LO , 1 . 0 9 0 — B A R R O P R E TO

    C E P 3 0 .1 8 0 - 0 7 0 | B E LO H O R I Z O N T E – M G

    T E L : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 0 0 | FA X : ( 3 1 ) 3 2 1 9.9 0 3 0

    CO

    MU

    NIC

    ÃO

    IC

    F /

    20

    19

    R E A L I Z A Ç Ã O

    M A N T E N E D O R

    D I V U L G A Ç Ã O