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ESTADO DO MARANHÃOSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

FICHA TÉCNICA

COORDENAÇÃOMARIA DO MONTE SERRATE ARNAUD PRAZERES

PARTICIPAÇÃOTÉCNICOS DA SUPEJA

SUPERVISORES DAS ESCOLAS - EJA

ORGANIZAÇÃOCAROLINA COIMBRA DE CARVALHOMARIA RAIMUNDA COSTA SANTOSSIMONE COSTA MIRANDA ARAÚJO

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ELABORAÇÃODISCIPLINA NOME ESCOLA

PROFESSORES

Filosofia

Francisco José Gomes Campelo CE Gonçalves DiasHelenita Helena Nascimento CE Gonçalves DiasJosé Benedito Azevedo Sobrinho CE José FrançaLuis Antonio Silva Araujo CE Bernardo Coelho Almeida

Geografia

Geraldo Ferreira Martins Gomes CE Cid. Operária IManoel F. Borgéia Sousa CE Pio XIISilvia Cristina Reis Costa Oliveira CE Ribeiro do AmaralWalter dos Santos Trindade CE Benedito Leite

História

Marcus Saldanha B. Júnior CE Y BacangaDavi Mendes dos Santos CE Gonçalves DiasIvâ Dutra Lima CE Salustiano TrindadeIzabel Lages de Brito CE Salim BradeJosé Ribamar Portela e Silva CE Benedito LeiteJosefa Marta Silva Soeiro CE Manoel BeckmanJossilene Louzeiro Alves CE Manoel BeckmanMaria Francilene Serejo Almeida CE Bernardo Coelho de AlmeidaSérgio Cunha Castro Neves CE Francisco Ximenes

Sociologia

Francisco Hamilton S. Rodrigues CE Lara RibasFrancisco José Gomes Campelo CE Gonçalves DiasHelenita Helena Nascimento CE Gonçalves DiasLuis Antonio Silva Araújo CE Bernardo Coelho Almeida

SUPERVISORES

Filosofia

Carolina Coimbra de Carvalho SUPEJAMaria Hermínia Cantanhede CE Benedito LeiteRegina Severa Ancheita Freire CE Almirante TamandaréSheila Ribeiro Gomes CE Coelho Neto

Geografia Glória Rosane Abreu C. do Vale CE Dr. Geraldo MeloTereza Cristina Silva Lopes CE Salustiano Trindade

HistóriaAna Paula Soares SUPEJAMaria das Chagas Abreu Padilha CE Estado da Guanabara Maria Regina Garcia Araújo CE Cidade Operária I

SociologiaConceição de Maria Dias Oliveira CE Almirante TamandaréJoivaldo Sousa Lopes CE Y BacangaRosanilde Rabelo CE Domingos Vieira Filho

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Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.

Paulo FreireSUMÁRIO

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1. APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 072. HISTÓRICO E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DA EJA ....................................................... 083. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS .............. 124. OBJETIVOS DA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS.................. 185. COMPETÊNCIAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS.......... 196. AVALIAÇÃO DA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS................... 237. FILOSOFIA........................................................................................................................ 277.1. Objetivos do Ensino de Filosofia........................................................................................ 287.2. Importância da Filosofia na EJA............... ......................................................................... 297.3. Orientações Metodológicas e Avaliação de Filosofia ........................................................ 327.4. Quadro de Competências e Habilidades de Filosofia........................................................ 357.5. Referências Bibliográficas e Sugestões de Leitura para o Professor de Filosofia...................................................................................................................................... 36

8. GEOGRAFIA......................................................................................................................... 388.1. Objetivos do Ensino de Geografia...................................................................................... 398.2. Importância da Geografia na EJA ...................................................................................... 398.3. Orientações Metodológicas e Avaliação de Geografia....................................................... 418.4. Quadro de Competências e Habilidades de Geografia...................................................... 448.5. Referências Bibliográficas e Sugestões de Leitura para o Professor de Geografia.................................................................................................................................. 459. HISTÓRIA............................................................................................................................. 479.1. Objetivos do Ensino de História.......................................................................................... 489.2. Importância da História na EJA ......................................................................................... 489.3. Orientações Metodológicas e Avaliação de História ......................................................... 519.4. Quadro de Competências e Habilidades de História......................................................... 569.5. Referências Bibliográficas e Sugestões de Leitura para o Professor de História ............. 5710. SOCIOLOGIA..................................................................................................................... 6010.1. Objetivos do Ensino de Sociologia................................................................................... 6110.2. Importância da Sociologia na EJA ................................................................................... 6110.3. Orientações Metodológicas e Avaliação de Sociologia ................................................... 6410.4. Quadro de Competências e Habilidades de Sociologia................................................... 6810.5. Referências Bibliográficas e Sugestões de Leitura para o Professor de Sociologia.................................................................................................................................. 69

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1. APRESENTAÇÃOÉ com grande satisfação que apresentamos a você, professor do Ensino Médio

da Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, um material orientador para sua

organização didático-pedagógica, como forma de favorecer melhor condução das suas

atividades.

Este documento é um suporte pedagógico, tendo em vista a necessidade dos

professores da Rede Estadual de Educação, em encontrar subsídios norteadores da prática

docente na EJA, são Orientações Curriculares, que retratam elementos úteis aos

professores da EJA Médio e será utilizado em todo o Maranhão.

É importante destacar que este material foi produzido por grupos de professores

da Rede Estadual, que atuam no Ensino Médio na Regional Metropolitana de São Luís.

Ressalta-se que, está baseado nos Referenciais Curriculares do Ensino Médio, PCN Médio

e PCN+, todos estes documentos elaborados pelo MEC, enquanto diretrizes norteadoras

para escolas e educadores de todo país. Sentimos a necessidade de fazer algumas

adaptações para nossa realidade e, deste modo, apresentamos este material para que você

o utilize de forma livre, crítica, adaptável à sua realidade local, social, econômica, fazendo

dele um instrumento auxiliador da prática e não fim em si mesmo.

Preparar o jovem para participar de uma sociedade complexa como a atual, que

requer aprendizagem autônoma e contínua ao longo da vida, é o desafio que temos pela

frente. Esta publicação não é um manual ou uma cartilha a ser seguida, mas um instrumento

de apoio à reflexão do professor a ser utilizado em favor do aprendizado. Esperamos que

cada um de vocês aproveite estas orientações como estímulo à revisão de práticas

pedagógicas, em busca da melhoria do ensino.

Acreditamos que o professor é o melhor conhecedor de sua realidade e pode,

juntamente com os educandos, definir conteúdos e práticas prioritárias que ressignifiquem a

aprendizagem.

Para maiores esclarecimentos, críticas e sugestões estamos disponibilizando

endereço, fone e e-mail da SUPEJA. Contribua, deste modo saberemos se o material tem

atendido suas necessidades enquanto educadores e se os maiores interessados - os

alunos, estão aprendendo mais e melhor.

Um grande abraço,

Equipe Técnica da SUPEJA

Rua Virgílio Domingues, 741, São Francisco – São Luis – MA – CEP 65076-340Fone: 3218-2367 – e-mail: [email protected]

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2. HISTÓRICO E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

HistóricoReconstruir a trajetória da Educação de Jovens e Adultos no Brasil é uma tarefa

complexa, devido ao trato que esta modalidade de ensino vem recebendo ao longo de sua

existência. A síntese a seguir tem a finalidade de contribuir para a fundamentação dessa

modalidade e situar os educadores a respeito das políticas/programas que constituem a EJA

em toda a sua história.

 Década de 30A educação de adultos começa a delimitar seu lugar na história da

educação no Brasil

Década de 40Ampliação da educação elementar, inclusive da educação de jovens e

adultos. Nesse período, a educação de adultos toma a forma de Campanha

Nacional de Massa.

Ano de 1949

A I CONFINTEA aconteceu em Elsinore, Dinamarca, em 1949, e foi

marcada pelo espírito de reconstrução do pós-guerra. Desde então, a cada

10 anos aproximadamente, especialistas e gestores de políticas

educacionais reúnem-se para avaliar iniciativas e tendências, fixando

diretrizes para a UNESCO e recomendações aos países. As decisões das

conferências internacionais têm caminhado à frente das reformas

educativas implementadas ao redor do mundo.

Década de 50 A Campanha se extinguiu antes do final da década. As críticas eram

dirigidas tanto às suas deficiências administrativas e financeiras, quanto à

sua orientação pedagógica.

Década de 60O pensamento de Paulo Freire, assim como sua proposta para a

alfabetização de adultos, inspira os principais programas de alfabetização

do país.

Ano de 1960

A II CONFINTEA, realizada em Montreal, Canadá, em 1960, retratou o

contexto de mudança e crescimento econômico do período, priorizando a

alfabetização e propondo a integração da educação de adultos aos

sistemas.

Ano de 1961

A Lei 4024/61, primeira LDB, incluía, no art. 99, o direito de certificação aos

alunos que não concluíram a escolaridade na idade própria e determinava

que a formação ginasial ocorresse para os maiores de 16 anos e a

formação colegial para aqueles com mais de 19 anos.

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Ano de 1964

Aprovação do Plano Nacional de Alfabetização, que previa a disseminação

por todo o Brasil, de programas de alfabetização orientados pela proposta

de Paulo Freire. Essa proposta foi interrompida com o Golpe Militar e seus

promotores foram duramente reprimidos.

Ano de 1965

O conceito de alfabetização funcional ganhou evidência em 1965, no

Congresso de Ministros de Teerã, se constituindo em referência para o

Programa Mundial de Alfabetização implementado pela UNESCO entre

1967 e 1975.

Ano de 1967O governo assume o controle dos Programas de Alfabetização de Adultos,

tornando-os assistencialistas e conservadores. Nesse período lançou o

MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização.

Ano de 1969 Campanha Massiva de Alfabetização.

Década de 70

O MOBRAL expandiu-se por todo o território nacional, diversificando sua

atuação. Das iniciativas que derivaram desse programa, o mais importante

foi o PEI – Programa de Educação Integrada, sendo uma forma

condensada do antigo curso primário.

Ano de 1971

A Lei 5692/71 apontava que a modalidade adulta de educação visava

“suprir a escolarização regular para adolescentes e adultos, que não a

tinham seguido ou concluído na idade própria”. Aqui, fica bastante claro o

sentido de suplência como “correção” de uma deficiência educativa de

responsabilidade do indivíduo. Portanto, caberia ao Estado colocar-se à

disposição para auxiliar “generosamente” nessa promoção escolar.

Ano de 1972 Educação permanente foi a expressão chave da III CONFINTEA realizada

em Tóquio, que já em 1972 discutia a vinculação do sucesso de programas

educativos ao desenvolvimento econômico-social e à participação dos

excluídos. Essa também foi a tônica da 19ª Conferência Geral de Nairóbi,

que em 1976 recomendou a combinação de sistemas formais e não-

formais de ensino, a fim de erradicar o analfabetismo e promover a plena

cidadania.

Década de 80Emergência dos movimentos sociais e início da abertura política. Os

projetos de alfabetização se desdobraram em turmas de pós-alfabetização.

Ano de 1985 Desacreditado, o MOBRAL foi extinto e seu lugar foi ocupado pela

Fundação Educar, que apoiava, financeira e tecnicamente, as iniciativas do

governo, das entidades civis e das empresas.

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O desencanto com a crise econômica e seu impacto sócio-educacional

marcou a IV CONFINTEA, realizada em Paris em 1985.

Década de 90

Com a extinção da Fundação Educar, criou-se um enorme vazio na

Educação de Jovens e Adultos.

Alguns estados e municípios assumiram a responsabilidade de oferecer

programas de Educação de Jovens e Adultos.

A história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil chega à década de

90 reclamando reformulações pedagógicas.

Ano de 1990Em 1990, a Conferência de Jomtien, Tailândia, operou o conceito de

“satisfação das necessidades básicas de aprendizagem” para adequar aos

diferentes contextos sócio-culturais à promessa de educação para todos.”

Ano de 1996

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9394/96, dedica dois

artigos (arts. 37 e 38), no Capítulo da Educação Básica, Seção V, para

reafirmar a obrigatoriedade e a gratuidade da oferta da educação para

todos que não tiveram acesso na idade própria.

Ano de 1997

Realizou-se na Alemanha/Hamburgo em julho de 1997, a V Conferência

Internacional de Educação de Jovens, promovida pela UNESCO

(Organização das Nações Unidas), contou com representações de 170

países. Essa conferência representou um importante marco, na medida em

que estabeleceu a vinculação da educação de adultos ao desenvolvimento

sustentável e eqüitativo da humanidade.

Dessa Conferência resultaram dois documentos: a Declaração de

Hamburgo e a Agenda para o Futuro, que tratam do direito à "educação ao

longo da vida".

Ano de 2000

Sob a coordenação do Conselheiro Carlos Roberto Jamil Cury, é aprovado

o Parecer nº 11/2000 – CEB/CNE, que trata das Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Também foi homologada

a Resolução nº 01/00 – CNE.

DiretrizesA evolução escolar, possibilita um espaço democrático de conhecimentos e de

postura, tendente a lutar por um projeto de sociedade menos desigual, possibilitando o

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reconhecimento de si e do outro como iguais, construindo pessoas mais autônomas e

críticas.

Em uma sociedade globalizada, com múltiplas modalidades do trabalho informal,

com subemprego, ou desemprego estrutural, mudanças no processo de produção e o

aumento do setor de serviços, percebe-se uma instabilidade para todos os que estão na

vida ativa e ainda mais, para os que se vêem desprovidos de bens tão básicos como o

acesso à leitura e à escrita. Neste sentido, é necessário o reconhecimento dos percursos e

processos de aprendizagem formal e informal dos alunos, suas competências e habilidades,

como elementos de inclusão dos jovens e adultos no mundo do trabalho.

A educação destinada aos jovens e adultos, vem consolidando uma mudança de

paradigma, superando a compreensão de que EJA é apenas alfabetização, sem políticas

públicas definidas e com ações compensatórias e intervenções pontuais. É preciso

reconhecer o direito à educação básica para todos. De acordo com o Parecer CNE/CEB

11/2000, que apresenta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e

Adultos, as funções atribuídas a essa modalidade de ensino, são:

Função reparadora – restaura o direito à educação de qualidade a todos os

que não tiveram acesso à escolaridade básica na idade apropriada;

Função equalizadora – implementação de políticas educacionais que

garantam o retorno e a permanência dos jovens e adultos nos espaços

escolares;

Função qualificadora – constitui o “próprio sentido da EJA” (Parecer 11/2000),

considerando que quando tiver ocorrido a democratização da sociedade e da

educação, as outras funções serão desnecessárias, permanecendo o aprender a aprender, a educação permanente, com conteúdos a partir de um

currículo dinâmico, norteador, de pressupostos teórico-metodológicos que

valorizem a diversidade, a formação ética, a convivência humana nas

dimensões da vida social, o ambiente, a pluralidade cultural, o trabalho e

consumo, a sexualidade, a saúde, o esporte e o lazer.

Mediante apresentação destas funções, acreditamos que a avaliação e o

acompanhamento sistemáticos das políticas da EJA garantem ações de continuidade de

estudo, permanência e sucesso do nosso alunado.

A construção de políticas públicas eficazes e o compromisso de todos os

segmentos que atuam na EJA no Brasil, favorecerá a superação das desigualdades sociais,

a erradicação do analfabetismo, o combate sistemático à pobreza e a exclusão social.

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Legislação do Maranhão para a Educação de Jovens e Adultos – Ensino Médio

Parecer Nº 328/96 (CEE), aprovado em 12/12/96 Projeto para proposta do curso de Ensino Médio para Jovens e Adultos.

Resolução Nº 452/96 (CEE)Aprova Projeto do Curso de Ensino Médio para Jovens e Adultos.

Resolução Nº 215/98 (CEE) Estabelece normas para o disciplinamento da Educação Básica no Estado do

Maranhão.

Art. 23 – A Educação de Jovens e Adultos é destinada àqueles que não tiveram

acesso e continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria.

Parágrafo único – as Unidades de Ensino que ministram a Educação de Jovens e

Adultos deverão fazer constar em seu Regimento Interno normas que atendam à

determinação da Lei 9394/96 e Resoluções deste órgão.

Parecer Nº 0350/01 (CEE), aprovado em 16/08/01 Aprova o projeto da Banca Permanente de Exames Supletivos, Regimento

Escolar e mudança de denominação do Centro de Estudos Supletivos para Centro de

Educação de Jovens e Adultos. A Banca foi implantada em caráter experimental pela

Resolução 101/92 CEE sendo substituída pela Resolução Nº 235/01 (CEE) - Aprova o

Projeto da Banca Permanente de Exames Supletivos, Regimento Escolar e mudança de

denominação do Centro de Educação de Jovens e Adultos, nesta cidade.

Resolve:

- Aprovar a denominação para Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA.

- Aprovar o Projeto e Regimento Escolar da Banca Permanente de Exames

Supletivos – Ensino Fundamental e Médio implantado pelo CEJA.

A Resolução nº 287/07 CEE – Dá nova redação ao Artigo 31 do Regimento

Escolar e a normas regulamentares da Banca Permanente de Exames

Supletivos.

Resolução Nº 144/06 (CEE)

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Estabelece normas para Educação de Jovens e Adultos no Sistema Estadual de

Ensino do Maranhão.

Resolve:

- Que a EJA é modalidade da Educação Básica, com função reparadora e

qualificadora, destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de

estudos no Ensino Fundamental e Médio, na idade própria, podendo ser

realizado mediante cursos em escolas devidamente credenciadas para tal ou por

exames.

- Manter cursos e exames para atender a clientela de jovens e adultos.

- Duração mínima de 02 (dois) anos para os cursos de Educação de Jovens e

Adultos do Ensino Fundamental na forma presencial e a distância, sendo

matriculado o aluno com no mínimo 15 anos completos.

- Duração mínima de 01 ano e meio para os cursos de Educação de Jovens e

Adultos do Ensino Médio na forma presencial e a distância, sendo matriculado o

aluno com no mínimo 18 anos completos.

- A Língua Estrangeira constituirá componente obrigatório nas etapas finais do

Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

- Os cursos de Educação Profissional Técnica do Nível Médio Integrada ao Ensino

Médio, na modalidade EJA deve ter carga horária mínima de 1200 horas

destinada à Educação Geral, cumulativa com a estabelecida para a profissional.

- Freqüência mínima de 75% do total de horas letivas.

- Exames Supletivos (abrangerão a Base Nacional Comum e uma Língua

Estrangeira).

3. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIASEm todo seu percurso histórico, as Ciências Humanas alcançaram ampla

significação e prestígio nas sociedades de nosso século e seus pesquisadores passaram a

ocupar postos chave na vida política e nos órgãos da administração pública, em diversas

partes do mundo.

No Brasil, entretanto, os anos de autoritarismo institucionalizado pós-64,

tornaram as Ciências Humanas suspeitas e baniram do “ensino de 1º grau” a História e a

Geografia, dissolvidas nos “Estudos Sociais”, que incluíam a “Educação Moral e Cívica”,

tentativa de atualização para as massas de uma educação de caráter moral, sem o

componente cultural próprio às humanidades.

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No Ensino Médio, História e Geografia sobreviveram, ao lado da “Organização

Social e Política do Brasil”, espécie de Geopolítica aplicada a noções básicas de Sociologia,

Política e Direito. A “área” podia enriquecer-se ora pela Filosofia, ora pela Sociologia, ora

pela Psicologia, com conteúdos diversificados, mas não obrigatórios. O estudo da Filosofia,

fundamental na formação dos jovens, mas incômodo pelas questões que suscita, foi

relegado ao exílio, juntamente com as artes e o latim. Sepultava-se, assim, e por completo,

a educação de caráter humanista.

Ecoando a definição curricular oficial, o imaginário social e o escolar ratificavam a

impressão de que tais disciplinas, “absolutamente inúteis” do ponto de vista da vida prática,

roubavam precioso tempo ao aprendizado da Língua Portuguesa e das “Ciências Exatas”.

Estes conhecimentos eram os que realmente importavam, na luta pela aprovação nos

exames vestibulares de ingresso aos cursos superiores de maior prestígio social.

A lógica tecnoburocrática ali presente, embora assumindo um viés autoritário

explícito, não fazia mais do que acompanhar uma tendência geral das sociedades

contemporâneas.

Pressionadas pelas necessidades imediatas de uma civilização cada vez mais

apoiada nas Ciências Naturais e nas tecnologias delas decorrentes, tanto as humanidades

quanto as Ciências Humanas perderam o prestígio e o espaço que detinham na sociedade e

na escola.

O momento, hoje, porém, é o de se estruturar um currículo em que o estudo das

ciências e o das humanidades sejam complementares e não excludentes. Busca-se, com

isso, uma síntese entre humanismo, ciência e tecnologia, que implique a superação do

paradigma positivista, referindo-se à ciência, à cultura e à história. Destituído de

neutralidade diante da cultura, o discurso científico revela-se enquanto representação sobre

o real, sem se confundir com ele. Desta forma, a tensão entre a lei e o indivíduo, entre a

necessidade e a liberdade, entre o universal e o singular, entre a linguagem formal das

matemáticas e as línguas naturais encontraria no conceito de cultura e de autoprodução do

homem sua matriz inteligível, de sorte a integrar em um só conjunto, sistematicamente

tratado, a aparente dispersão dos fatos e dos conhecimentos.

De um lado, os desafios postos por uma sociedade tecnológica, cujos aspectos

mais diretamente observáveis se modificam rapidamente, confirmando a percepção que

Daniel Halévy tivera já no século passado a respeito da “aceleração da história”. De outro, a

necessária superação dos “anos de chumbo” da história recente do país, com todas as suas

conseqüências nefastas para o convívio social e, em especial, para a educação. Eis as

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novas responsabilidades que as Ciências Humanas assumem hoje frente à sociedade

brasileira e aos estudantes do nível médio.

Nesta passagem de século e de milênio, em meio aos enormes avanços trazidos

pela ciência e pela tecnologia, mas também em meio às angústias e incertezas, a sociedade

brasileira, representada por seus educadores, dos mais variados níveis escolares, em

diálogo com o poder público, constrói a oportunidade de atualizar sua educação escolar,

dotando-a de recursos para lidar com os imperativos da sociedade tecnológica, sem

descuidar do necessário resgate da tradição humanista.

Sem perder de vista a dimensão histórica e fugindo à pretensão de uma volta ao

século XV ou ao XIX, esse resgate se dá através do ideal possível de uma síntese entre

humanismo e tecnologia, em que a mão do homem e o teclado do computador estejam

ambos a serviço da construção de uma sociedade mais justa e solidária.

Outro não é o imperativo que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,

promulgada em 20 de dezembro de 1996, nos obriga a respeitar, ao estabelecer como

finalidade da educação “o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Art. 2º). E como finalidades do

Ensino Médio, “a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos”; “a preparação

básica para o trabalho e a cidadania”; “o aprimoramento como pessoa humana, incluindo a

formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”; e “a

compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos” (Art. 35).

Por sua vez, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio,

aprovadas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação e

homologadas pelo Ministério da Educação, asseguram a retomada e a atualização da

educação humanista, quando prevêem uma organização escolar e curricular baseada em

princípios estéticos, políticos e éticos.

Ao fazê-lo, o documento reinterpreta os princípios propostos pela Comissão

Internacional sobre Educação para o Século XXI, da UNESCO, amparados no aprender a

conhecer, no aprender a fazer, no aprender a conviver e no aprender a ser.

A estética da sensibilidade, que supera a padronização e estimula a

criatividade e o espírito inventivo, está presente no aprender a conhecer e no aprender a fazer, como dois momentos da mesma experiência humana, superando-se a falsa divisão

entre teoria e prática. A política da igualdade, que consagra o Estado de Direito e a

democracia, está corporificada no aprender a conviver, na construção de uma sociedade

solidária através da ação cooperativa e não-individualista. A ética da identidade, exigida

pelo desafio de uma educação voltada para a constituição de identidades responsáveis e

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solidárias, compromissadas com a inserção em seu tempo e em seu espaço, pressupõe o

aprender a ser, objetivo máximo da ação que educa e não se limita apenas a transmitir

conhecimentos prontos. Tais princípios são a base que dá sentido à área de Ciências

Humanas e suas Tecnologias.

O trabalho e a produção, a organização e o convívio sociais, a construção do “eu”

e do “outro” são temas clássicos e permanentes das Ciências Humanas e da Filosofia.

Constituem objetos de conhecimentos de caráter histórico, geográfico, econômico, político,

jurídico, sociológico, antropológico, psicológico e, sobretudo, filosófico. Já apontam, por sua

própria natureza, uma organização interdisciplinar. Agrupados e reagrupados, a critério da

escola, em disciplinas específicas ou em projetos, programas e atividades que superem a

fragmentação disciplinar, tais temas e objetos, ao invés de uma lista infindável de conteúdos

a serem transmitidos e memorizados, constituem a razão de ser do estudo das Ciências

Humanas no Ensino Médio.

Sintetizando e coroando essas preocupações, retornam ao currículo os

conteúdos filosóficos. Em referência à tradição do estudo das humanidades, é na área de

Ciências Humanas e suas Tecnologias que eles vêm se situar. Entretanto, deve-se ter em

conta o caráter transdisciplinar de que se reveste a Filosofia, quer enquanto Filosofia da

Linguagem, quer enquanto Filosofia da Ciência. Da mesma forma, a História, que deverá

estar presente também enquanto História das Linguagens e História das Ciências e das

Técnicas, não na perspectiva tradicional da História Intelectual, que se limita a narrar

biografias de cientistas e listar suas invenções e descobertas, mas da nova História Cultural,

que enquadra o pensamento e o conhecimento nas negociações e conflitos da ação social.

A preocupação em torno dessa temática constitui-se como uma questão de

fundamental importância para o fortalecimento de identidades étnicas onde a disciplina de

História, tem como um de seus objetivos o atendimento à Lei 10639/2003, que altera a LDB

9394/96, com a inserção do Art. 126-A, que diz que os estabelecimentos de ensino

fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e

Cultura Afro-Brasileira.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o

estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra

brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo

negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão

ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação

Artística e de Literatura e História Brasileiras.

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Filosofia e História, assim, tornam-se instrumentais para a compreensão do

significado social e cultural das linguagens, das ciências – naturais e humanas – e da

tecnologia.

A presença das tecnologias na área de Ciências Humanas dá-se a partir do

alargamento do entendimento da própria tecnologia, tanto como produto quanto como

processo. Se, enquanto produto, as tecnologias apontam mais diretamente as Ciências da

Natureza e a Matemática, enquanto processo, remetem ao uso e às reflexões que sobre

elas fazem as três áreas de conhecimento.

Relação da Área de Ciências Humanas com as outras áreas do conhecimento

Entretanto, uma compreensão mais ampla da tecnologia como fenômeno social

permite verificar o desenvolvimento de processos tecnológicos diversos, amparados nos

conhecimentos das Ciências Humanas. É preciso, antes de tudo, distinguir as tecnologias

das Ciências Humanas em sua especificidade ante as das Ciências da Natureza. Enquanto

estas últimas produzem tecnologias “duras”, configuradas em ferramentas e instrumentos

materiais, as Ciências Humanas produzem tecnologias ideais, isto é, referidas mais

diretamente ao pensamento e às idéias, tais como as que envolvem processos de gestão e

seleção e tratamento de informações, embasados em recortes sociológicos. Outro aspecto

que permite associar as tecnologias às Ciências Humanas diz respeito ao uso que estas

fazem das tecnologias originárias de outros campos de conhecimento, como o recurso aos

satélites e à fotografia aérea na cartografia.

FilosofiaGeografiaHistóriaSociologia

Ciênciasda Natureza

e Matemática

Linguagens e Códigos

Investigação e compreensão

Representação e Comunicação

Contextualização Sócio-ccultural

Ciências Humanas

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E, por fim, cabe ainda à área de Ciências Humanas construir a reflexão sobre as

relações entre a tecnologia e a totalidade cultural, redimensionando tanto a produção quanto

a vivência cotidiana dos homens. Inclui-se aqui o papel da tecnologia nos processos

econômicos e sociais e os impactos causados pelas tecnologias sobre os homens, a

exemplo da percepção de um tempo fugidio ou eternamente presente, em decorrência da

aceleração do fluxo de informações.

Sem dúvida, é através da referência a contextos concretos e não abstratamente

que se pode atribuir sentido às tecnologias na área de Ciências Humanas. Na organização

curricular das escolas, a tecnologia, enquanto tema ou aplicação, produto ou processo,

poderá constituir um excelente recurso para o tratamento contextualizado aos

conhecimentos da área.

4. OBJETIVOS DA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Compreender os elementos cognitivos, afetivos, sociais e culturais que constituem a

identidade própria e a dos outros;

Compreender a sociedade, sua gênese e transformação e os múltiplos fatores que

nela intervém, como produtos da ação humana; a si mesmo como agente social, e os

processos sociais como orientadores da dinâmica dos diferentes grupos de

indivíduos;

Compreender o desenvolvimento da sociedade como processo de ocupação de

espaços físicos e as relações da vida humana com a paisagem, em seus

desdobramentos políticos-sociais, culturais, econômicos e humanos;

Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e

econômicas, associando-as às práticas dos diferentes grupos e atores sociais, aos

princípios que regulam a convivência em sociedade, aos direitos e deveres da

cidadania, à justiça e à distribuição dos benefícios econômicos;

Traduzir os conhecimentos sobre a pessoa, a sociedade, a economia, as práticas

sociais e culturais em condutas de indagação, análise, problematização e

protagonismo diante de situações novas, problemas ou questões da vida pessoal,

social, política, econômica e cultural;

Entender os princípios das tecnologias associadas ao conhecimento do indivíduo, da

sociedade e da cultura, entre as quais as de planejamento, organização, gestão,

trabalho de equipe e associá-los aos problemas que se propõe resolver;

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Entender o impacto das tecnologias associadas às ciências humanas sobre sua vida

pessoal, os processos de produção, o desenvolvimento do conhecimento e a vida

social;

Entender o impacto das tecnologias contemporâneas de comunicação e informação

para o planejamento, gestão, organização, fortalecimento do trabalho de equipe;

Aplicar as tecnologias das ciências humanas e sociais na escola, no trabalho e

outros contextos relevantes para sua vida.

5. COMPETÊNCIAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIASAs competências da área de ciências humanas e suas tecnologias estão agrupadas

em três campos de competências gerais:

Representação e comunicação;

Investigação e compreensão;

Contextualização sociocultural.

Vejamos, portanto, quais significados podemos atribuir a cada uma das

competências no interior de cada um dos campos citados acima.

Representação e comunicaçãoEsse campo de competências relaciona-se com as linguagens, entendidas aqui

como instrumentos de produção de sentido para toda e qualquer formulação do intelecto

humano, além de referir-se também às diferentes formas de acesso, organização e

sistematização de conhecimentos. (PCNEM, 1999, p.296).

Entender a importância das tecnologias contemporâneas de comunicação e informação para planejamento, gestão, organização e fortalecimento do trabalho de equipe.

Essa competência relaciona-se diretamente com a possibilidade de que os

educandos venham a ser capazes de processar e comunicar informações e conhecimentos

de forma ampla, além de compreender que não há saber sem aplicação e transposição para

situações inéditas.

Outro aspecto a ser destacado refere-se à perspectiva de que os educandos

venham a ser capazes de desenvolver diferentes habilidades de comunicação (oral, escrita,

gráfica, pictórica etc.). Essa competência também se relaciona de maneira fundamental para

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o desenvolvimento de atitudes e valores que reconheçam que o conhecimento humano não

se constrói pelo esforço meramente individual e isolado, e sim pela soma, pela ação

coletiva. Tal condição é um fundamento básico para que o indivíduo possa se situar

socialmente, bem como valorizar suas produções e a de outros, aspectos essenciais para a

construção de sua identidade social.

Investigação e compreensãoEsse campo de competências refere-se aos diferentes procedimentos, métodos,

conceitos e conhecimentos que são mobilizados e/ou construídos/reconstruídos nos

variados processos de intervenção no real, que são sistematizados a partir da resolução de

problemas relacionados às análises acerca da realidade social. (PCNEM, 1999, p.296).

Compreender os elementos cognitivos, afetivos, sociais e culturais que constituem a identidade própria e a dos outros.

Essa competência refere-se às possibilidades dos educandos virem a reconhecer

e aceitar diferenças, mantendo e/ou transformando a própria identidade, no âmbito das

diferentes relações sociais e representações da cultura das quais são participantes e

construtores, no cotidiano do viver em sociedade geral e particular.

Compreender a sociedade, sua gênese e transformação, e os múltiplos fatores que nela intervêm como produtos da ação humana; a si mesmo como agente social; e os processos sociais como orientadores da dinâmica dos diferentes grupos de indivíduos.

Essa competência refere-se à possibilidade de que os educandos venham a

compreender que as sociedades são produtos das ações de diferentes sujeitos sociais

sendo, portanto, construídas e transformadas em razão da intervenção de várias ações e

vários fatores. Nesse sentido, o desenvolvimento e a mobilização desta competência

contribuem para que seja percebida parte das diferentes formas como as relações sociais

são construídas/reconstruídas, bem como os processos de dominação e de relações de

poder existentes no interior das relações sociais.

Entender os princípios das tecnologias associadas ao conhecimento do indivíduo, da sociedade e da cultura, entre as quais as de planejamento, organização, gestão, trabalho de equipe, e associá-las aos problemas que se propõem resolver.

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Essa competência, que aponta para a necessidade de os educandos virem a

desenvolver capacidades relacionadas à obtenção e à organização de informações contidas

em diferentes fontes e expressas em diferentes linguagens, associando-as à resolução de

situações-problema de natureza variada, permeia toda e qualquer ação voltada para a

análise e a compreensão dos diferentes contextos nos quais são construídas/ reconstruídas

as relações sociais, entre os quais, a título de exemplo, podemos lembrar: as relações de

dominação, as relações de poder e os valores éticos e culturais presentes nas mesmas.

Contextualização socioculturalEsse campo de competências refere-se à diversidade e, portanto, à constituição

dos diferentes significados que saberes de ordem variada podem assumir em diversos

contextos sociais. (PCNEM, 1999, p.296).

Compreender o desenvolvimento da sociedade como processo de ocupação de espaços físicos e das relações da vida humana com a paisagem, em seus desdobramentos políticos, culturais, econômicos e humanos.

Essa competência indica que os educandos poderão desenvolver conhecimentos

que lhes permitam perceber e compreender que as ações humanas são

construídas/reconstruídas em tempos e espaços diversos, que se manifestam no âmbito das

relações sociais de que são fruto e, ao mesmo tempo, promovem desdobramentos variados

motivados por fatores diversos, o que significa dizer que não são condicionados de forma

determinista por algum aspecto em particular. Outra questão relacionada a essa

competência diz respeito às múltiplas relações que os seres humanos travam com os meios

social e natural, de maneira a definir as formas como, entre outras, as construções culturais

e as relações de trabalho serão estabelecidas no interior de uma dada comunidade e/ou

sociedade.

Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as às práticas dos diferentes grupos e atores sociais, aos princípios que regulam a convivência em sociedade, aos direitos e deveres da cidadania, à justiça e à distribuição dos benefícios econômicos.

Essa competência aponta para a compreensão de que as instituições sociais,

políticas e econômicas são historicamente construídas/reconstruídas por diferentes sujeitos

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sociais, em processos influenciados por fatores variados, que são produto de diferentes

projetos sociais. Tal compreensão implica perceber/reconhecer que as relações sociais, os

valores éticos, as relações de dominação e de poder, as representações culturais e as

formas de trabalho, que contribuem para a construção da identidade social de um indivíduo,

não são imutáveis ou ausentes de conflitos nem tampouco decorrentes de um único fator

básico, que supostamente determine as formas como diferentes sociedades se organizaram

no passado ou se organizam no presente.

Traduzir os conhecimentos sobre a pessoa, a sociedade, a economia, as práticas sociais e culturais em condutas de indagação, análise, problematização e protagonismo diante de situações novas, problemas ou questões da vida pessoal, social, política, econômica e cultural.

Essa competência aponta para a necessidade de os educandos virem a

reconhecer que são agentes e protagonistas da construção/reconstrução dos processos

sociais, e não meros espectadores passivos dos mesmos. Nesse sentido, é preciso que, a

partir da problematização de situações novas baseadas em referências concretas e

diversas, rompendo-se, portanto, com posturas imobilistas e/ou deterministas, os educandos

possam ser de fato agentes da construção de sua autonomia intelectual, que é a forma mais

aperfeiçoada daquilo que o senso comum denomina de “senso crítico”.

Perceber-se como sujeito produtor de cultura e que atua socialmente no âmbito

de relações sociais conflitantes, portanto, diversas, e em contextos variados, como, por

exemplo, o do trabalho, é um fundamento das Ciências Humanas que não pode ser deixado

de lado ao longo do percurso escolar dos educandos.

Entender o impacto das tecnologias associadas às Ciências Humanas sobre sua vida pessoal, os processos de produção, o desenvolvimento do conhecimento e a vida social.

Essa competência aponta para a possibilidade de que os educandos venham a

ser capazes de trabalhar com diferentes interpretações acerca de uma mesma situação-

problema, relacionando o desenvolvimento dos conhecimentos com os sujeitos sociais que

os produzem, de forma a saber: quem se apropria dos conhecimentos. Mas como se

apropriar dos conhecimentos? Quais os impactos sociais provocados pelos diferentes

conhecimentos produzidos pelos seres humanos? Nesses termos, compreender quais

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relações de poder e de dominação se estabelecem no âmbito da produção e da apropriação

dos conhecimentos, entre os quais os tecnológicos, é também uma maneira de perceber

quais padrões éticos e culturais alicerçam tais relações ou servem de justificadores para a

constituição de outras, como, por exemplo, as relações de trabalho.

Aplicar as tecnologias das Ciências Humanas e Sociais na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.

Essa competência aponta para a perspectiva de que os educandos venham a se

apropriar de diferentes linguagens e instrumentais de análise e ação, para aplicar na

sociedade, de forma autônoma e cooperativa, os conhecimentos que

construíram/reconstruíram ao longo dos processos de ensino e de aprendizagem. Esse

processo de transposição tanto implica protagonismo frente às relações sociais amplas e

particulares nas quais os educandos estão imersos, quanto se constitui em fundamento

essencial que contribui para que os mesmos construam/reconstruam suas identidades

sociais.

Ao longo das considerações que acabamos de mostrar na seqüência da

enunciação das competências indicadas no PCNEM para a área de Ciências Humanas e

suas Tecnologias, apresentamos vários destaques que indicam alguns dos conceitos

estruturadores da área que estão explícitos na significação de cada uma dessas

competências. Isso nos mostra, preliminarmente, que as competências e os conceitos

guardam uma estreita relação entre si, razão pela qual, embora outras competências

pudessem ser enunciadas para a área, privilegiou-se parte daquelas que estão relacionadas

de forma mais ampla com o quadro conceitual que dá forma e define de maneira estrutural a

área de Ciências Humanas.

6. AVALIAÇÃO DA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIASNo Ensino Médio, o enfoque teórico-metodológico da avaliação interdisciplinar

privilegia estratégias diversificadas que valorizam a autonomia intelectual, a produção de

conhecimento e a apreensão de habilidades e competências, além do desenvolvimento da

criatividade.

Utilizando-se de diferentes fontes teóricas e documentais passadas e

contemporâneas, busca-se avaliar a associação entre o conteúdo e a capacidade de

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observar, interpretar, analisar e criticar fenômenos e processos sociais, também como

sujeitos da ação social.

Segundo Hoffmann (1993, p. 134)

Avaliar nesse novo paradigma é dinamizar oportunidades

de ação - reflexão, num acompanhamento permanente

do professor e este deve propiciar ao aluno em seu

processo de aprendizagem, reflexões acerca do mundo,

formando seres críticos libertários e participativos na

construção de verdades formuladas e reformuladas.

A avaliação escolar é um processo pelo qual se observa, se verifica, se analisa,

se interpreta um determinado fenômeno (construção do conhecimento), situando-o

concretamente quanto aos dados relevantes, objetivando uma tomada de decisão em busca

da produção humana. Segundo Luckesi (1995, p. 148).

O ato de avaliar tem, basicamente, três passos:

Conhecer o nível de desempenho do aluno em forma de

constatação da realidade. Comparar essa informação

com aquilo que é considerado importante no processo

educativo. (qualificação), tomar as decisões que

possibilitem atingir os resultados esperados.

Neste sentido, é essencial definir critérios onde caberá ao professor listar os itens

realmente importantes, informá-los aos alunos, pois a avaliação só tem sentido quando é

contínua, provocando o desenvolvimento do educando. O importante é que o educador

utilize o diálogo como fundamental eixo norteador e significativo papel da ação pedagógica.

Freire (1999) argumenta que:

 O diálogo é a confirmação conjunta do professor  e dos

alunos no ato comum de conhecer e reconhecer o objeto

de estudo. Então, em vez de transferir o conhecimento

estaticamente, como se fosse fixo do professor, o diálogo

requer uma aproximação dinâmica na direção do objeto.

(p. 125).

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O diálogo é visto como uma concepção dialética de educação, pois se supera

tanto o sujeito passivo da educação tradicional, quanto o sujeito ativo da educação nova em

busca de um sujeito interativo.

Faz-se necessário ao educador o comprometimento como profissional durante as

suas inter-relações em que o compromisso não pode ser um ato passivo, mas sim a

inserção da práxis na prática educativa entre professor e aluno.

A avaliação qualitativa deve estar alicerçada na qualidade do ensino e pode ser

feita para avaliar o aluno como um todo no decorrer do ano letivo, observando a capacidade

e o ritmo individual de cada um. Desta forma, para haver uma avaliação qualitativa e não

classificatória deve acontecer uma mudança nos paradigmas de ensino em relação à

democratização do acesso da educação escolar e com isso haverá uma qualidade de

ensino do educando onde acontecerá um sentido de evolução produtiva nos processos

avaliativos.

A auto-avaliação deve estar presente em todos os momentos da vida, uma vez

que é o ato de julgar o próprio desempenho de aluno e professores. O educador deve se

auto-avaliar, revendo as metodologias utilizadas na sua prática pedagógica. E a auto-

avaliação do aluno para avaliar o professor deve servir como subsídio para a sua própria

auto-avaliação, momento este que servirá para refletir sobre a relação e interação entre

educando e educador. Portanto, o professor deve utilizar instrumentos avaliativos vinculados

à necessidade de dinamizar, problematizar e refletir sobre a ação educativa / avaliativa da

instituição. Propicia, portanto, condições para o aluno refletir sobre si mesmo e o que tem

construído ao longo da vida.

Uma grande questão é que avaliar envolve valor, e valor envolve pessoas.

Quando se avalia uma pessoa, se envolve por inteiro – o que se sabe, o que sente, o que se

conhece desta pessoa, a relação que se tem com ela. E é esta relação que o professor

acaba criando com seu aluno. Então, para que ele transforme essa sua prática, algumas

concepções são extremamente necessárias.

O sentimento de compromisso em relação àquela pessoa com quem está se

relacionando e reconhecê-la como uma pessoa digna de respeito e de interesse.

O professor precisa estar preocupado com a aprendizagem desse aluno,

principalmente quando percebe nele, dificuldades como é o caso do aluno da EJA, que

apresenta um ritmo diferenciado de aprendizagem, devido ao longo tempo distante da

escola, ou uma trajetória de fracasso escolar, ou ainda, por vários outros fatores que o

impossibilitam uma avaliação equiparada a um jovem de Ensino Médio regular.

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Podemos considerar que é necessária uma metodologia específica adotada pela

Educação de Jovens e Adultos que propicia um ensino direcionado às necessidades deste

público, visto que considera as dificuldades enfrentadas pelos alunos, tais como: trabalho,

problemas familiares, a situação sócio-econômica e idade. A EJA é uma modalidade que

tenta respeitar os valores, a cultura e as peculiaridades dos alunos, para que possam dar

continuidade aos estudos por não terem tido oportunidade a escolarização na idade própria.

Sabemos que os jovens e os adultos ao chegarem à EJA sentem-se desmotivados e até são

marginalizados, por estarem afastados há muito tempo ou por condições de exclusão social,

política e econômica. É importante mencionar que a exclusão da escola coloca os alunos

em situação de desconforto pessoal devido a aspectos de natureza mais afetivos, mas que

podem influenciar a aprendizagem.

Para tanto, é de suma importância que o educador coloque estes educandos

como centro, para que eles sejam e se sintam protagonistas da aprendizagem. Pois, quando

o saber do educando é valorizado, este terá mais oportunidades de participar do processo

educativo. Pois, de acordo com Ribeiro (2005, p. 20), a situação de exclusão contribui para

delinear a especificidade dos jovens e adultos como sujeitos de aprendizagem. Durante este

processo o professor deve respeitar as diferenças individuais e as peculiaridades e

organizar mecanismos ou procedimentos que favoreçam a reintegração dos mesmos na

sociedade.

É necessário que o educador repense sobre sua prática para que esta não venha

prejudicar os alunos e sim favorecer um ensino de qualidade possibilitando melhores

condições de vida aos jovens e adultos que procuram a escola.

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7. FILOSOFIA

7.1. OBJETIVOS DO ENSINO DE FILOSOFIAA Filosofia deve compor, com as demais disciplinas do Ensino Médio, o papel

proposto para essa fase da formação. Nesse sentido, além da tarefa geral de “pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação

para o trabalho” (Artigo 2º da Lei nº 9.394/96), destaca-se a proposição de um tipo de

formação que não é uma mera oferta de conhecimentos a serem assimilados pelo

estudante, mas sim o aprendizado de uma relação com o conhecimento que lhe permita adaptar-se “com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores” (Artigo 36, Inciso II) – o que significa, mais que dominar um conteúdo, saber ter acesso aos diversos conhecimentos de forma significativa. A educação deve

centrar-se mais na idéia de fornecer instrumentos e de apresentar perspectivas, enquanto

caberá ao estudante a possibilidade de posicionar-se e de correlacionar o quanto aprende com uma utilidade para sua vida, tendo presente que um conhecimento útil não corresponde a um saber prático e restrito, quem sabe à habilidade para desenvolver certas tarefas.

Há, com isso, uma importante mudança no foco da educação para o aluno, que,

tomando como ponto de partida a sua formação ou em termos mais amplos a constituição

de si, deve posicionar-se diante dos conhecimentos que lhe são apresentados, estabelecendo uma ativa relação com eles e não somente apreendendo conteúdos. A

Filosofia cumpre, afinal, um papel formador, uma vez que articula noções de modo bem

mais duradouro que outros saberes, mais suscetíveis de serem afetados pela volatilidade

das informações. Por conseguinte, ela não pode ser um conjunto sem sentido de opiniões,

um sem-número de sistemas desconexos a serem guardados na cabeça do aluno que

acabe por desencorajá-lo de ter idéias próprias. Os conhecimentos de Filosofia devem

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ser para ele vivos e adquiridos como apoio para a vida, pois do contrário dificilmente teriam sentido para um jovem nessa fase de formação.

Outro objetivo geral do Ensino Médio constante na legislação e de interesse para

os objetivos dessa disciplina é a proposição de “aprimoramento do educando como pessoa

humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do

pensamento crítico” (Lei nº 9.394/96, Artigo 36, Inciso III). Embora se trate de uma idéia

vaga, o aprimoramento como pessoa humana indica a intenção de uma formação que não

corresponda apenas à necessidade técnica voltada a atender a interesses imediatos, como

por exemplo, do mercado de trabalho. Tratar-se-ia antes de um tipo de formação que inclua a constituição do sujeito como produto de um processo, e esse processo como um instrumento para o aprimoramento do jovem aluno.

O objetivo da disciplina Filosofia não é apenas propiciar ao aluno um mero

enriquecimento intelectual. Ela é parte de uma proposta de ensino que pretende

desenvolver no aluno a capacidade para responder, lançando mão dos conhecimentos adquiridos, as questões advindas das mais variadas situações. Essa

capacidade de resposta deve ultrapassar a mera repetição de informações adquiridas, mas,

ao mesmo tempo, apoiar-se em conhecimentos prévios. Por exemplo, caberia não apenas

compreender ciências, letras e artes, mas, de modo mais preciso, seu significado, além de

desenvolver competências comunicativas intimamente associadas à argumentação.

Ademais, sendo a formação geral o objetivo e a condição anterior até mesmo ao ensino

profissionalizante, o ensino médio deve tornar-se a etapa final de uma educação de caráter

geral, na qual antes se desenvolvem competências do que se memorizam conteúdos.

7.2. IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NA EJAA importância da Filosofia nos dias atuais está ligada à crise no mundo

contemporâneo. No Brasil, em todo lugar, existe um mundo de incertezas. Temos um

mundo de dúvidas que percorre todas as gerações. Certamente, essa crise de hoje

acontece em função das grandes transformações que estamos vivendo em relação à

ciência e aos avanços das novas tecnologias da informação e da comunicação.

Concebe-se que num mundo de crise, dúvidas e incertezas, a reflexão filosófica

faz-se necessária, visto que diferentemente de cada ciência em particular, ou das demais

formas do saber ou conhecer, a Filosofia indaga sobre todas as coisas de maneira radical,

rigorosa e de conjunto, o que impõe assim a busca coerente dos fundamentos, além de

imprimir nesse movimento o processo um caráter de interdisciplinaridade, visto ser a filosofia

capaz de estabelecer o elo entre todos os saberes.

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Logo a Filosofia concebe ser a mãe de todas as ciências, além do mais a Lei

9394/96 em seu artigo 35, estabeleceu como finalidade do Ensino Médio, além da

preparação básica para o trabalho e cidadania, o aprimoramento do educando como pessoa

humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do

pensamento crítico, contido no inciso III. Agiliza-se daí a essencialidade da filosofia no existir

humanizado e interdependente. Ainda no artigo 36, inciso III, parágrafo 1º, enfatiza que

conteúdos, metodologias e formas de avaliação serão organizados de tal forma que, ao final

do Ensino Médio, o educando demonstre domínio dos conhecimentos de filosofia,

necessários ao exercício da cidadania.

Para tal realização dispõe-se a Filosofia, não apenas como o produto, mas

também como processo viabilizando o pensamento crítico, reflexivo e contextualizado.

Observa-se ainda que nos dias atuais a crise no mundo revitaliza a importância

da Filosofia. As incertezas e dúvidas que percorrem o mundo e todas as gerações reforça o

indagar filosófico. A Filosofia contribui na medida em que oferece aos indivíduos, uma visão

ampla de tudo que acontece e não apenas de um recorte da realidade, visto que a filosofia é

uma obra do pensamento que se pensa e por si, a mente habilita-se à reflexão.

Logo a Filosofia deve ser considerada no Ensino Médio como uma disciplina ao

nível das demais. Pois, como disciplina “é um conjunto específico de conhecimentos e

características próprias sobre o ensino, formação, etc. Como disciplina do currículo escolar

ela mescla conteúdo cultural, formação e exercício intelectual a partir dos seus materiais,

mecanismos e métodos, como qualquer outra disciplina. Não há razão, pois para ser tratada

como uma atividade das contingências do currículo, visto que o próprio conceito etimológico

da palavra filosofia, nos possibilita “o amor ao saber”.

Para o professor, esta disciplina contribui na medida em que oferece às pessoas

uma visão ampla de tudo o que acontece, e não apenas de um recorte da realidade, ela é

uma obra do pensamento.

Uma das principais preocupações, nesse sentido, é fomentar o pensamento. A

crise existe porque as pessoas não têm tempo para pensar, e assim não conseguem “dar

conta” de que é preciso pensar para não haver crise, formando uma espécie de círculo

vicioso. Talvez um dos lados da crise que enfrentamos atualmente seja a ausência do

pensamento. Nós precisamos, hoje, repensar para entrar nos novos séculos com novos

paradigmas. Precisamos dar lugar a algumas coisas, como o respeito entre as pessoas, a

valorização da diversidade e do pensamento.

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Pretendemos aqui não determinar como será o ensino da Filosofia, mas sim, as

diretrizes que permitirão uma reflexão mais ampla. A idéia é criar situações que levem o

aluno a ir além do senso comum.

É importante habituar jovens e adultos à reflexão e o exame crítico da realidade.

Os alunos devem ser estimulados a ver o mundo dos mais diversos ângulos, para encontrar

soluções novas para velhos problemas.

A intenção primeira da disciplina Filosofia no Ensino Médio não é de formar

filósofos, mas objetivar a reflexão filosófica inerente a todo ser humano e de então

desenvolver a capacidade de pensar bem do indivíduo, de forma correta e crítica.

Para delimitar nosso olhar sobre o ensino de Filosofia, consideramos

interessante expressar algo do que entendemos ser o espaço da escola. Compartilhamos

da visão de que a escola não é um espaço neutro, é antes de tudo, uma instituição de

controle social e de formação de subjetividades, um dispositivo que normaliza e

simultaneamente totaliza enquanto engloba, ou procura englobar, os que assistem a ela,

naquilo que uma instância exterior determina como normal e sanciona como correto. Como

tal, a escola produz e reproduz saberes e valores afirmados socialmente. Para isso se vale

da complexidade do currículo (em suas dimensões explícita e oculta), isto é, não só dos

conteúdos curriculares, mas também do conjunto de práticas, discursivas e não-discursivas,

que abriga: desde aspectos mais visíveis como as normas de comportamento, a exigência

de uniformes, o posicionamento dos corpos em sala de aula, corredores, pátios e salas de

direção, a disposição do espaço institucional, até outros menos visíveis como as relações

de estima e auto-estima, o ordenamento do tempo, a avaliação do êxito individual e a

competição, o medo da aposta e do fracasso.

Em nossa realidade, percebemos que a escola é ao que parece, muitas vezes,

pouco ou nada comprometida com a presença da Filosofia. A presença de várias disciplinas

é, muitas vezes, natural nas escolas, mas a presença desta, normalmente, não foge da tão

propagada questão: Para que estudá-la? Qual a utilidade desta disciplina na formação de

alunos e alunas? Percebemos que ambos nos colocamos desde o início algumas questões:

Como se dá o seu encontro com a escola? É possível pensar, por exemplo, a educação de

uma forma filosófica, crítica, transformadora, dentro da própria escola? Qual pode ser o

alcance da disciplina? Como pensar novas formas de presença da Filosofia?

Se é difícil pensar a disciplina em razão de sua complexidade, pensá-la no

cenário escolar constitui, ao menos para nós, um grande desafio, pois se, de um lado,

temos diversas concepções de filosofia existentes na esteira das práticas dos docentes,

temos, de outro, especificamente na escola de nível médio, as dificuldades inerentes a toda

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a educação no atual contexto neoliberal, no qual esta – a escola – procura constituir-se

apenas em uma alavanca a serviço do mercado de trabalho, dos vestibulares e dos

concursos.

7.3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS E AVALIAÇÃO DE FILOSOFIANós que nos dedicamos ao ensino da Filosofia temos como habituais

acompanhantes na nossa vida profissional duas perguntas muito simples que parecem ser

as orientadoras de nossos passos didáticos mais decididos, mas também de nossas

preocupações filosóficas mais reiteradas: Como ensinar? O que ensinar? Ensinar esta

disciplina supõe pôr em ação uma atividade ou uma prática a partir de certas questões que

não estão constituídas como um campo fechado de saberes e, como essa atividade é

também seu próprio objeto, abordar os desafios do que e como torna-se uma tarefa

complexa; mas, por sua vez, constituem desafios filosóficos sugestivos que evitam, se

estamos alertas, que entremos em uma rotina asfixiante.

A metodologia proposta exige a visão contextualizada interdisciplinar e

interdependente.

Assim, no processo de ensino aprendizagem dar-se-á ênfase à Filosofia não

apenas como produto, mas também como processo segundo as formas: sistemática,

histórica, temática e textual. Para isso, utilizam-se os métodos de aplicação de

conhecimento, leitura, análise e produção de textos, entre outras atividades.

E, portanto, utilizam-se recursos como livros, textos, filmes, entre outros,

conforme a adequação do ensino aprendizagem.

Uma metodologia para o ensino da Filosofia deve considerar igualmente aquilo

que é peculiar a ela e o conteúdo específico que estará sendo trabalhado. Seguem, então,

algumas considerações sobre procedimentos metodológicos que podem ser úteis na prática

acadêmica. Como se sabe, a metodologia mais utilizada nas aulas de Filosofia é, de longe,

a aula expositiva, muitas vezes com o apoio do debate ou de trabalhos em grupo. A grande

maioria dos professores vale-se da aula expositiva em virtude da falta de recursos mais

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ricos e de textos adequados. Muitas vezes, o trabalho limita-se à interpretação e à

contextualização de fragmentos de alguns filósofos ou ao debate sobre temas atuais,

confrontando-os com pequenos textos filosóficos. Há, ainda, o uso de seminários realizados

pelos alunos, pesquisas bibliográficas e, mais ocasionalmente, o uso de música, poesia,

literatura e filmes em vídeo para sensibilização quanto ao tema a ser desenvolvido.

Em função de alguns elementos preponderantes, como o uso do manual e a aula

expositiva, é possível dizer que a metodologia mais empregada no ensino de Filosofia

destoa da concepção de ensino de Filosofia que se pretende. Em primeiro lugar, boa parte

dos professores tem formação em outras áreas (embora existam hoje bons cursos de

graduação em Filosofia em número suficiente para a formação de profissionais devidamente

qualificados para atuar em Filosofia no Ensino Médio), ou, sendo em Filosofia, não tem a

oportunidade de promover a desejável formação contínua (sem a qual a simples inclusão da

Filosofia no Ensino Médio pode ser ilusória e falha). Isso acarreta, em geral, um uso

inadequado de material didático, mesmo quando, eventualmente, esse tenha qualidade.

Dessa forma, o texto filosófico é, então, interpretado à luz da formação do historiador, do

pedagogo, do geógrafo, de modo que a falta de formação específica pode reduzir o

tratamento dos temas filosóficos a um arsenal de lugares-comuns, a um pretenso

aprendizado direto do filosofar que encobre, em verdade, bem intencionadas ou meramente

demagógicas práticas de ensino espontaneístas e muito pouco rigorosas, que acabam

conduzindo à descaracterização tanto da Filosofia quanto da educação.

Para a realização de competências específicas, que se têm sobretudo mediante

a referência consistente à História da Filosofia, deve-se manter a centralidade do texto

filosófico (primários de preferência), pois a Filosofia comporta um acervo próprio de

questões, uma história que a destaca suficientemente das outras produções culturais,

métodos peculiares de investigação e conceitos sedimentados historicamente.

Na estruturação do currículo e mesmo no desenho das práticas pedagógicas da

disciplina, a centralidade da História da Filosofia tem ainda méritos adicionais:

Solicita uma competência profissional específica, de sorte que os temas próprios da

Filosofia devam ser determinados por uma tradição de leitura consolidada em cursos de

licenciaturas próprios;

Solicita do profissional já formado continuidade de pesquisa e formação especificamente

filosóficas;

Evita a gratuidade da opinião, com a qual imperariam docentes malformados, embora

mais informados que seus alunos, suprimindo o lugar da reflexão e da autêntica crítica; e

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Determina ainda o sentido da utilização de recursos didáticos e de quem pode usar bem

esses recursos, de modo que sejam filosóficas as habilidades de leitura adquiridas. Com

efeito, sendo formado em Filosofia e tendo a História da Filosofia como referencial, essa

maior riqueza de recursos didáticos pode tornar as aulas do docente mais atraentes, e

mais fácil a veiculação de questões filosóficas.

Garantidas as condições teóricas já citadas, é desejável e prazerosa a utilização

de dinâmicas de grupo, recursos audiovisuais, dramatizações, apresentação de filmes,

trabalhos sobre outras ordens de texto, etc., com o cuidado de não substituir com tais

recursos “os textos específicos de Filosofia que abordem os temas estudados, incluindo-se

aqui, sempre que possível, textos ou escritos dos próprios filósofos, pois é neles que os

alunos encontrarão o suporte teórico necessário para que sua reflexão seja, de fato,

filosófica.

Pensar a especificidade em termos de um ensino anterior à graduação remete-

nos novamente à questão de como deve ocorrer o ensino da Filosofia nesse universo

específico que é o do Ensino Médio. Nesse ponto, o amadurecimento das reflexões acerca

do que é genuinamente próprio da disciplina também em termos de metodologia implica, por

um lado, buscar um equilíbrio entre a complexidade de algumas de suas questões e as

condições de ensino encontradas, e, por outro, evitar posições extremadas, que, por

exemplo, nos fariam transpor para aquele nível de ensino uma versão reduzida do currículo

da graduação e a mesma metodologia que se adota nos cursos de graduação e pós-

graduação em Filosofia, ao contrário, procurando torná-la acessível, nos levariam a falseá-la

pela banalização do pensamento filosófico.

Como é feita a avaliação da disciplina Filosofia? As respostas que geralmente

obtemos são superficiais, mas já podem ser indicadoras. A primeira questão constatada é a

diversidade de denominações que os docentes atribuem aos instrumentos de avaliação e o

segundo aspecto é que percebemos haver forte presença de instrumentos como prova, seja

objetiva ou subjetiva, e também seminários, debates e trabalhos escritos.

Acreditamos que a variedade de instrumentos de avaliação não deve estar

representando apenas o cumprimento da decisão da Secretaria de Estado da Educação.

Outras motivações como a de se ter aulas e avaliações mais dinâmicas, mais “agradáveis”

aos alunos, também são possíveis. Podemos aqui ponderar que a diversificação não

representa necessariamente uma avaliação mais qualitativa, se os instrumentos utilizados

forem tratados apenas como dispositivos de mensuração de notas, o que infelizmente é o

que parecem ser prática predominante.

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A Filosofia como prática, como discussão com o outro, como construção de

conceitos, encontra então seu sentido na experiência de pensamento filosófico. Entendemos

por experiência esse acontecimento inusitado que o educador pode propiciar, preparar,

porém não determinar e, menos ainda, avaliar ou medir.

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7.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E SUGESTÕES DE LEITURA PARA O PROFESSOR DE FILOSOFIA

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, de 20 de

dezembro de 1996. Dispõe sobre as diretrizes e bases da educação nacional.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Média e

Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília:

MEC/SEMTEC, 1999.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra.1999.

_______.Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 22ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

______. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. 11ª

ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003.

______. Pedagogia do Oprimido. 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

GALLO, Sílvio & KOHAN, Walter (orgs.). Filosofia no Ensino Médio. Petrópolis: Vozes,

2000.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: Uma Prática em Construção da Pré-escola. A

Universidade. 14ª ed. Porto Alegre: Mediação 1993.

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------------------Avaliação mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 29ª ed. Porto

Alegre, 1.994.

-------------------Avaliação para promover. Educação e Realidade, Porto Alegre 2001.

LUCKESI, Cipriano G. Avaliação da aprendizagem escolar: São Paulo: Cortez, 1.995.

RIBEIRO, Vera (org). Educação de jovens e adultos: novos leitores, novas leituras.

Campinas: Mercado de Letras, 2005.

SANTOS, José Henrique dos. Sobre o ensino das humanidades. In: Brasil. MEC. SENEB.

Ensino das humanidades: a modernidade em questão. op. cit., p. 128.

SILVEIRA, René José Trentin. Um Sentido para o ensino de Filosofia no Nível Médio. In:

GALLO, Silvio, KOHAN, Walter Omar (orgs.). Filosofia no Ensino Médio. Petrópolis: Vozes,

2000.

SOUZA, Sônia Maria R. Por que Filosofia – uma abordagem histórico-dialética do ensino da Filosofia no 2º grau. São Paulo: U.S.P., 1992.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: superação da lógica classificatória e excludente - do é proibido reprovar ao é preciso garantir a aprendizagem. São Paulo:

Libertad, 1998. (Coleção Cadernos Pedagógicos do Libertad; v.5) Vozes, Vol. VI, 2000

http://portal.filosofia.pro.br/ensino-de-filosofia.html

pensandonasruas.blogspot.com/2008/03/alguns-textos-sobre-ensino-de-filosofia.html - 45k

http://br.geocities.com/maeutikos/filosofia/filosofia_ensinomedio.htm

http://br.geocities.com/maeutikos/filosofia/filosofia_ensinomedio.htm

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8. GEOGRAFIA

8.1. OBJETIVOS DO ENSINO DE GEOGRAFIAA importância da Geografia no Ensino Médio está relacionada com as múltiplas

possibilidades de ampliação dos conceitos da ciência geográfica, além de orientar a

formação de um cidadão no sentido de aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a

conviver e aprender a ser, reconhecendo as contradições e os conflitos existentes no

mundo.

Nesse sentido, um dos objetivos da Geografia é a organização de conteúdos que

permitam ao aluno realizar aprendizagens significativas. Essa é uma concepção contida em

teorias de aprendizagem que enfatizam a necessidade de considerar os conhecimentos

prévios do aluno e o meio geográfico no qual ele está inserido.

A escola e o professor devem, a partir do objetivo geral da proposta pedagógica

adotada pela Instituição e dos parâmetros que norteiam a Geografia enquanto ciência e

enquanto disciplina escolar, definir os objetivos específicos que, a título de referência,

podem ser assim detalhados:

• Compreender e interpretar os fenômenos considerando as dimensões local, regional,

nacional e mundial;

• Dominar as linguagens gráficas, cartográficas, corporais e iconográficas;

• Reconhecer as referências e os conjuntos espaciais, ter uma compreensão do

mundo articulada ao lugar de vivência do aluno e ao seu cotidiano.

8.2. IMPORTÂNCIA DA GEOGRAFIA NA EJA

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A partir do século XX o ensino de Geografia teve seus interesses renovados. No

Brasil esse processo de renovação sofre grandes transformações a partir da década de 70,

quando a disciplina surge com uma nova relação entre teoria e prática, passando de uma

ciência descritiva a crítica. “Possibilitando assim, o conhecimento de uma sociedade na sua

totalidade” (Referências Curriculares para o Ensino Médio p. 158).

A Geografia não é uma disciplina descritiva e empírica, em que os dados sobre a

natureza, a economia e a população são apresentados a partir de uma seqüência linear,

como se fossem produtos de uma ordem natural. Com as novas tecnologias de informação,

com os avanços nas pesquisas cientificas e com as transformações no território, o ensino de

Geografia torna-se fundamental para a percepção do mundo atual. Os professores devem,

portanto, refletir e repensar sua prática e vivências em sala de aula, com a mudança e a

incorporação de novos temas no cotidiano escolar.

Como disciplina do Ensino Médio, a Geografia vem sendo objeto de um processo

de renovação, na busca de novas definições quanto aos conteúdos, metodologias e

significados na formação de uma sociedade em contínuo processo de mudança. As

transformações geradas pela globalização da economia, envolvendo todas as atividades

humanas em nosso país e no mundo e as questões relativas ao meio-ambiente, deram a

esta disciplina um novo sentido.

O Ensino Médio deve orientar a formação de um cidadão para aprender a

conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Isto é, deve buscar um

modo de transformar indivíduos tutelados e infantilizados em pessoas em pleno exercício da

cidadania, cujos saberes se revelem em competências cognitivas, sócio-afetivas e

psicomotoras e nos valores de sensibilidade e solidariedade necessários ao aprimoramento

da vida neste País e neste planeta.

Entendemos que, ao se identificar com seu lugar no mundo, ou seja, o espaço de

sua vida cotidiana, o aluno pode estabelecer comparações, perceber impasses,

contradições e desafios do nível local ao global. Sendo mais problematizador que

explicativo, poderá lidar melhor com o volume e a velocidade das informações e

transformações presentes, que, se tomadas superficialmente, contribuem para o

individualismo e a alienação.

A importância da Geografia na Educação de Jovens e Adultos está relacionada

com as múltiplas possibilidades de ampliação dos conceitos de ciências geográficas, dentro

da sua realidade, além de orientar a formação de um cidadão no sentido de reconhecedor

das suas contradições e conflitos existentes no mundo.

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Portanto, a Geografia surge com o objetivo de preparar o aluno para localizar,

compreender e atuar no mundo complexo, problematizar a realidade, formular proposições,

reconhecer as dinâmicas existentes no espaço geográfico, pensar e atuar criticamente em

sua realidade tendo em vista a sua transformação.

Ainda de acordo com as Orientações Curriculares, as questões ambientais

devem ser incorporadas aos conhecimentos trabalhados nesta disciplina a nível mundial,

nacional e local.

Desta forma, esse processo de transformação e renovação, torna a Geografia

responsável por todas as questões relacionadas às atividades humanas.

8.3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS E AVALIAÇÃO DA GEOGRAFIAOs Parâmetros apresentam uma aparente ambigüidade: ao mesmo tempo em

que estimulam a construção de uma unidade nacional a partir de um currículo comum, eles

mantêm respeito à diversidade, compreensível em um país de dimensões continentais, com

múltiplas regiões culturais.

Mediante esta realidade o ensino da Geografia nos últimos anos, vem

apresentando significativas transformações quanto ao processo metodológico aplicado em

sala de aula, tornando-se participativo e envolvente.

Diversas são as ações estabelecidas para esse processo de renovação, onde o

aluno é desafiado a operar o sistema lógico, favorecendo o desenvolvimento da capacidade

de observação. As aulas são dialogadas, o educando tem oportunidade de vivenciar,

analisar, interpretar os fatos e a dinâmica espacial.

Nesse sentido, ao propor orientações metodológicas com temas geográficos na

Educação de Jovens e Adultos deve se considerar a importância do aluno aprender, inserido

no contexto da sua realidade e dos seus interesses, respeitando seu ritmo de

aprendizagem.

Ler mapas, reconhecer a simbologia das legendas, organizar e hierarquizar

fenômenos e perceber os detalhes da relação cidade e campo em diferentes escalas

cartográficas e trabalhar o meio ambiente de forma contextualizada ao ambiente em que

vive, são instrumentos importantes para aprendizagem na disciplina de Geografia.

Para análise dos fenômenos geográficos, é importante considerar a dimensão

local, regional nacional ou global, o que facilitará ao aluno o seu entendimento sobre as

mudanças que ocorrem em diferentes lugares.

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Os conceitos cartográficos e os geográficos podem ser perfeitamente construídos

a partir das práticas cotidianas. Por tanto, a metodologia deve considerar o ser humano com

o mundo, reconhecedor da diversidade ao seu redor e todas as suas dimensões,

oportunizando uma aprendizagem significativa.

A seguir, serão elencadas algumas sugestões, a fim de contribuir para o

planejamento e execução das atividades didáticas do professor:

Elaboração e realização de projetos interdisciplinares;

Pesquisa bibliográfica em livros, textos, letras de músicas, jornais, revistas,

vídeos e documentários educativos;

Grupos de estudos em defesa do meio ambiente;

Produção de textos, a partir da investigação e compreensão de fenômenos

geográficos;

Realização de dinâmica de grupos;

Desenvolvimento de Seminários temáticos, painéis, mesas redondas,

palestras;

Pesquisa de campo com aplicação de relatórios, esquemas, estudo dirigido

etc.

A avaliação na disciplina de Geografia, deve ser sistemática, diversificada e

contínua, contribuindo para otimização do aprendizado. Ao elaborar os instrumentos de

avaliação, “o professor deve considerar que o maior objetivo é o desenvolvimento de

competência com as quais os alunos possam interpretar linguagens e se servir de

conhecimentos adquiridos, tomar decisões autônomas e relevantes”.

Características dessa avaliação:

Toda avaliação deve retratar o trabalho desenvolvido;

Os enunciados e os problemas devem incluir a capacidade de observar e

interpretar situações dadas, de realizar comparações, de estabelecer relações,

de proceder a registros ou de criar novas soluções com a utilização das mais

diversas linguagens;

Uma prova pode ser também um momento de aprendizagem, especialmente

em relação ao desenvolvimento das competências de leitura e interpretação de

textos e enfrentamento de situações-problema;

Devem ser privilegiadas questões que exigem reflexão, análise ou solução de

um problema, ou a aplicação de um conceito aprendido em uma nova

situação;

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Tanto os instrumentos de avaliação quanto os critérios que serão utilizados na

correção devem ser conhecidos pelos alunos;

Deve ser considerada a oportunidade de os alunos tomarem parte, de

diferentes maneiras, em sua própria avaliação e na de seus colegas;

Trabalhos coletivos são especialmente apropriados para a participação do

aluno na avaliação, desenvolvendo uma competência essencial à vida que é a

capacidade de avaliar e julgar (PCN+).

De acordo os PCNEM, a avaliação deve acontecer a partir dos três eixos de

competência: representação/comunicação, investigação/compreensão e contextualização. O

aspecto qualitativo sobre os quantitativos de forma continua e comutativa.

Será considerado:

Capacidade de análise e síntese;

Desenvolvimento do senso investigativo (criatividade e iniciativa)

Desenvolvimento do senso crítico;

Capacidade de articular o conhecimento já existente com o novo;

Capacidade de argumentar/observar;

Capacidade de pesquisar e selecionar informações (trabalhos, seminários,

estudo dirigido, pesquisas);

Coerência textual e estética;

Quanto à auto-avaliação, sua prática permanente cria um clima de confiança e

respeito, de sinceridade, colaboração, comprometimento entre professor e

aluno.

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8.5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E/OU SUGESTÕES PARA O PROFESSOR DE GEOGRAFIA

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, de 20 de

dezembro de 1996. Dispõe sobre as diretrizes e bases da educação nacional.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Média e

Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília:

MEC/SEMTEC, 1999.

BRASIL, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio:

Ciências Humanas e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de

Educação Básica, 2006.

BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências

Humanas e suas Tecnologias. Brasília: MEC – SEMTEC, 2002.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 22ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.______. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. 11ª

ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003.

______. Pedagogia do Oprimido. 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. São Paulo: Hucitec, 1996.

CASTRO, Iná Elias. O problema da escala. In Geografia: conceitos e temas. Rio de

Janeiro: Bertrand, 1995.

CASTRO, Iná Elias et al. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand, 1995.

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CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço: um conceito chave da Geografia. In Geografia:

conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand, 1995.

HAESBAERT, Rogério; LIMONAD, Ester. O Território em Tempos de Globalização. In

IANNI, Octávio.

_________Teorias da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: Uma Prática em Construção da Pré-escola. A

Universidade. 14ª ed. Porto Alegre: Mediação 1993.

------------------Avaliação mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 29ª ed. Porto

Alegre, 1.994.

-------------------Avaliação para promover. Educação e Realidade, Porto Alegre 2001.

LUCKESI, Cipriano G. Avaliação da aprendizagem escolar: São Paulo: Cortez, 1.995.

RIBEIRO, Vera (org). Educação de jovens e adultos: novos leitores, novas leituras.

Campinas: Mercado de Letras, 2005.

SANTOS, José Henrique dos. Sobre o ensino das humanidades. In: Brasil. MEC. SENEB.

Ensino das humanidades: a modernidade em questão. op. cit., p. 128.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: superação da lógica classificatória e excludente - do é proibido reprovar ao é preciso garantir a aprendizagem. São Paulo:

Libertad, 1998. (Coleção Cadernos Pedagógicos do Libertad; v.5) Vozes, Vol. VI, 2000

OLIVEIRA, Céurio de. Curso de cartografia moderna. Rio de Janeiro: Fundação IBGE,

1988.

RAFFESTIN, Claude. O território e o poder. In Por uma Geografia do poder. São Paulo:

Ática, 1993.

SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo: Nobel, 1987.

___________. Técnica, espaço, tempo. São Paulo: Hucitec, 1994.

___________. A natureza do espaço – técnica e tempo – razão e emoção. São Paulo:

Hucitec, 1996.

___________. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.

SEVCENCO, Nicolau. A corrida para o século XXI – no loop da montanha-russa. São

Paulo: Companhia das Letras, 2001.

SITES NA INTERNET

www.mec.gov.br - Ministério da Educação – MEC - Ensino Médio / regulamentação

www.inep.gov.br - Avaliações e exames: ENEM; ENCCEJA; PISA; SAEB.

Em ENCCEJA: Livros de estudo; Matriz de Competências; Provas e Gabaritos.

www.novaescola.com.br

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www.aulalegal.com

www.educacional.com.br

www.futura.org,br (Canal Futura)

http://www.brasilescola.com/geografia

http://www.coladaweb.com/geografia.htm

http://www.mundociencia.com.br/

http://www.dicionarios-online.com

http://www.suapesquisa.com/

www.dominiopublico.gov.br - BIBLIOTECA DIGITAL DESENVOLVIDA EM SOFTWARE LIVRE

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9. HISTÓRIA

9.1. OBJETIVOS DO ENSINO DE HISTÓRIA Instrumentalizar os educandos para a reflexão e a elaboração crítica de concepção

de mundo, na perspectiva do comprometimento com a transformação e superação

da exclusão, alienação e dominação, criando novas relações com eles mesmos, com

outros e com o mundo;

Conhecer e compreender o modo de vida das diferentes sociedades em diversos

tempos e espaços, nas suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais,

reconhecendo semelhanças e diferenças entre elas, continuidade e descontinuidade,

conflitos e contradições sociais, a partir da experiência do indivíduo e suas

perspectivas de desenvolvimento;

Promover por meio dos conhecimentos históricos, a construção da cidadania,

redimensionando os aspectos da vida em sociedade e o papel do indivíduo nesta

transformação.

9.2. IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA NA EJAAuxiliar os jovens a construírem o sentido do estudo da História constitui, pois,

um desafio que requer ações educativas articuladas. Trata-se de lhes oferecer um

contraponto que permita ressignificar suas experiências no contexto e na duração histórica

da qual fazem parte, e também apresentar os instrumentos cognitivos que os auxiliem a

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transformar os acontecimentos contemporâneos e aqueles do passado em problemas

históricos a serem estudados e investigados.

Através desta orientação curricular, de História, procuramos buscar a sintonia

com os anseios dos professores quanto a suas visões a respeito das necessidades de

formação dos jovens e adultos do nosso tempo e com suas concepções a respeito da

História e do seu ensino.

Na transposição do conhecimento histórico para a EJA no Ensino Médio, é de

fundamental importância o desenvolvimento de competências ligadas à leitura, análise,

contextualização e interpretação das diversas fontes e testemunhos das épocas passadas –

e também do presente.

Nesse exercício, deve-se levar em conta os diferentes agentes sociais envolvidos

na produção dos testemunhos, as motivações explícitas ou implícitas nessa produção e a

especificidade das diferentes linguagens e suportes através dos quais se expressam. Abre-

se aí um campo fértil às relações interdisciplinares, articulando os conhecimentos de

História com aqueles referentes à Língua Portuguesa, à Literatura, à Música e a todas as

Artes, em geral. Na perspectiva da Educação Geral e Básica, enquanto etapa final da

formação de cidadãos críticos e conscientes, preparados para a vida adulta e a inserção

autônoma na sociedade, importa reconhecer o papel das competências de leitura e

interpretação de textos como uma instrumentalização dos indivíduos, capacitando-os à

compreensão do universo caótico de informações e deformações que se processam no

cotidiano. Os alunos devem aprender, conforme nos lembra Pierre Vilar, a ler nas

entrelinhas. E esta é a principal contribuição da História no nível médio.

A diversidade de tradições historiográficas e a pluralidade de vinculações

teóricas, no entanto, ao contrário de indicarem crise, esgotamento ou impasses, apontam

para a área da pesquisa e do ensino de História, muitas alternativas válidas, além da

viabilidade de criações pedagógicas. Desta forma, é importante considerar as diferentes

dimensões dos estudos históricos, na medida em que possibilitam forjar teorias de ensino e

aprendizagem.

Nessa perspectiva, a História para os jovens do Ensino Médio possui condições

de ampliar conceitos introduzidos nas etapas anteriores do Ensino Fundamental,

contribuindo substantivamente para a construção dos laços de identidade e consolidação

da formação da cidadania.

O ensino de História pode desempenhar um papel importante na configuração da

identidade, ao incorporar a reflexão sobre a atuação do indivíduo nas suas relações

pessoais com o grupo de convívio, suas afetividades, sua participação no coletivo e suas

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atitudes de compromisso com classes, grupos sociais, culturas, valores e com gerações do

passado e do futuro.

Além de consubstanciar algumas das noções básicas introduzidas nas etapas

anteriores, que contribuem e fornecem os fundamentos para a construção da identidade,

tais como a de diferença e de semelhança, o ensino de História para as etapas do nível

médio amplia e consolida as noções de tempo histórico.

Segundo Fonseca, é preciso pensar a disciplina de História como:

(...) disciplina fundamentalmente educativa, formativa, emancipadora e libertadora. A história tem como papel central a formação da consciência histórica dos homens, possibilitando a construção de identidades, a elucidação do vivido, a intervenção social e praxes individual e coletiva (2003: 89).

O papel de “formadora, emancipadora e libertadora” da disciplina de História, só

possuirá eficácia através do trabalho realizado pelo professor em sala de aula e sua

interação com os alunos. Por isso a importância do mesmo em buscar uma aproximação

com as questões ensinadas e a realidade vivida pelo público escolar. Levar em

consideração a diversidade social e cultural existente em cada realidade escolar e adequar

as abordagens realizadas em sala de aula a estas realidades, não vai resolver todos os

problemas, mas é o primeiro e mais importante passo a ser dado por todos aqueles que

acreditam na inclusão e na luta pela democracia social.

Para que isso seja possível,

(...) o professor de história, com sua maneira própria de ser, pensar, agir e ensinar, transforma seu conjunto de complexos saberes em conhecimentos efetivamente ensináveis, faz com que o aluno não apenas compreenda, mas assimile, incorpore e reflita sobre esses ensinamentos de variadas formas. É uma reinvenção permanente (FONSECA, 2003:71).

A atuação pedagógica do educador traz consigo uma gama de significados e

simbolismos produzido na sua trajetória de vida. Essas representações irão atuar de forma

significativa na vida e na formação do educando, através da relação deste com o educador e

seu trabalho.

Nesse contexto, a prática pedagógica do professor de História

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(...) ajuda o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias para aprender a pensar historicamente, o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançando os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar ao aluno como captar e valorizar a diversidade das fontes e dos pontos de vista históricos, levando-o a reconstruir, por adução, o percurso da narrativa histórica. Ao professor cabe ensinar ao aluno como levantar problemas, procurando transformar, em cada aula de história, temas e problemáticas em narrativas históricas (SCHMIDT e CAINELLI, 2004:30).

Assim, a aula de História possibilita a construção do saber histórico através da

relação interativa entre educador e educando, transformando essa prática em ato político,

no sentido de transformação consciente do fazer histórico. Nesse contexto, salienta-se a

importância do professor ser também um pesquisador e produtor do conhecimento e não

apenas um mero executor de saberes já produzidos.

Nesse processo, a didática possui papel relevante no sentido de possibilitar a

transformação de um saber histórico em um saber compreensível e atuante para a

compreensão do aluno, tornando-o capacitado a não só conhecer o saber histórico, mas

também de torná-lo um participante ativo do pensar e do narrar os fatos históricos.

Vivemos em uma sociedade globalizada e o rápido avanço tecnológico tem

produzido mudanças aceleradas e contínuas, essas mudanças fazem com que tudo acabe

superado muito depressa. Diante disso, o passado é desqualificado e fica sem valor para as

novas gerações.

O enfretamento desse movimento que desvaloriza o passado compete à

sociedade e, em particular, aos historiadores a tarefa de combater o esquecimento,

despertando o interesse pela memória coletiva.

É nesse sentido, que a História assume o papel relevante na formação de

gerações mais conscientes de seus compromissos com a construção de uma sociedade

plural, que tenha respeito à diversidade étnica cultural e religiosa.

Assim, através da História o aluno terá possibilidades e alternativas de

conhecimento e das ações da sociedade, tanto nos dias de hoje quanto do passado.

É preciso deixar claro, porém, que o ensino básico não se propõe a formar

“pequenos historiadores”. O que importa é que a organização dos conteúdos e a articulação

das estratégias de trabalho levem em conta esses procedimentos para a produção do

conhecimento histórico. Com isso, evita-se passar para o educando a falsa sensação de que

os conhecimentos históricos existem de forma acabada, e assim são transmitidos.

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9.3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS E AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA A qualidade das estratégias didático-pedagógicas irá garantir o sucesso do

trabalho do educador: a prática pedagógica planejada e interdisciplinar; as atividades que

levem os alunos a buscar soluções de problemas; a contextualização que confira significado

a temas e assuntos; a mobilização de instrumentos de análise, conceitos, habilidades e a

prática constante da pesquisa, que, por recorrer a fontes diversificadas e passíveis de

interpretações variadas, se relaciona permanentemente com o ensino e dele é parte

indissociável.

A mobilização dos conceitos no trabalho pedagógico escolar como instrumentos

de conhecimento supõe a articulação entre os conceitos estruturadores da disciplina História

e as habilidades necessárias para trabalhá-la como um processo de conhecimento. Os

conceitos estruturadores da História, além de expressarem o arcabouço da prática da

tradição historiográfica, são os pontos nucleares a partir dos quais se definem as

habilidades e as competências específicas a serem conquistadas por meio do ensino da

História. Ademais, a concepção de um ensino/aprendizagem criativo que coloque o aluno no

centro do processo supõe a mobilização de atividades adequadas.

Passa a ser consenso também entre os profissionais da História, ainda que com

menor intensidade, que os conteúdos a serem trabalhados em qualquer dos níveis de

ensino–pesquisa (básico, médio, superior, pós-graduado) não são todo o conhecimento

socialmente acumulado e criticamente transmitido a respeito da “trajetória da humanidade”.

Forçosamente, devem ser feitas escolhas e seleções.

Em contrapartida, tendo em vista a diversidade dos enfoques teórico-

metodológicos que se foram construindo, especialmente nas últimas décadas, não é

possível pensar em uma metodologia única para a pesquisa e para a exposição dos

resultados, nem mesmo para a prática pedagógica do ensino de História. Assim, as

escolhas e as seleções estão condicionadas ao entendimento que o professor tem a

respeito dos conhecimentos históricos e do processo de ensino/aprendizagem.

Com o intuito de subsidiar os professores na tarefa de escolher os conteúdos de

História, cabe lembrar as observações do professor Marc Ferro no livro A História vigiada

(1989), no qual afirma que se devem selecionar acontecimentos que:

• Foram considerados importantes pelas sociedades que os vivenciaram e

mobilizaram as populações que os presenciaram, nos quais o conjunto da

sociedade se sentiu partícipe;

• Foram conservados pela memória das sociedades como grandes

acontecimentos;

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• Ocasionaram uma mudança na vida dos Estados e das sociedades, tendo,

dessa forma, efeito a longo prazo;

• Sendo significativos, deram origem a múltiplas interpretações, ainda hoje

debatidas não só em estudos acadêmicos como também pelos diferentes

grupos/instituições que compõem as sociedades;

• Atingem um patamar cujo alcance ultrapassa o próprio limite dos lugares onde

aconteceram;

• Permanecem vivos por meio das inúmeras obras que suscitam: romances,

textos históricos, filmes.

O conteúdo de ensino e aprendizagem da História não é o passado, mas o tempo

ou, mais exatamente, os procedimentos de análise e os conceitos capazes de levar em

conta o movimento das sociedades, de compreender seus mecanismos, reconstituir seus

processos e comparar suas evoluções (NIKITIUK, 2007), assim os professores devem

utilizar nas suas práticas, os mais variados procedimentos metodológicos, considerando que

MARTINI (2005) diz que é do professor a função de organizar o processo de ensino,

recorrendo à escolha intencional de métodos que enriqueçam e revitalizem a aprendizagem

tornando-a viva e desafiadora.

Com base nessas considerações, sugerimos algumas atividades que visam

contribuir para o planejamento e execução do trabalho do professor:

Problematização do conteúdo;

A investigação histórica;

Inclusão da fonte oral;

Utilização de documentos sonoros, imagens, filmes;

Estudo do meio (museus, arquivos públicos, fábricas, etc);

Projetos;

O trabalho de grupo;

Técnicas de debates, painéis, julgamentos históricos.

Avaliar em História tem sido associado a expressões como: fazer prova, atribuir

nota e fazer exame. Esta associação, tão freqüente é resultado de uma concepção

pedagógica arcaica, mas tradicionalmente dominante. Nela a educação é entendida como

mera transmissão e memorização de informações prontas e inquestionáveis e o aluno é

visto como um ser passivo e receptivo. Conseqüentemente, a avaliação se restringe a

mensurar a quantidade de informações retidas e assume um caráter seletivo e competitivo.

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Entretanto, dentro de uma concepção mais moderna, a avaliação não se reduz

apenas a atribuir notas. Segundo Haydt (1997,p.14),“atualmente, a avaliação assume novas

funções, pois é um meio de diagnosticar e de verificar em que medida os objetivos

propostos para o processo ensino-aprendizagem estão sendo atingidos”.

Neste contexto, a avaliação assume uma dimensão orientadora e norteadora,

pois permite que o aluno tome consciência de seus avanços e dificuldades, para continuar

avançando na construção do conhecimento. Para Luckesi (2005), “avaliação da

aprendizagem é o ato de diagnosticar o desempenho do estudante, tendo em vista auxiliá-lo

a chegar ao nível mínimo necessário de aprendizagem.”

Ainda assim, alguns professores compreendem a avaliação por meio de

perguntas e respostas objetivas e diretas.Torna-se assim,questionável a manutenção de

testes e provas como instrumentos suficientemente capazes de representar o conhecimento

de jovens e adultos educandos.

Acreditamos que a avaliação deva reconhecer e valorizar o conjunto de

competências que vão além da dimensão cognitiva, constituindo-se mais no “saber-ser” do

que no “saber-fazer”.

É importante ressaltar que a modalidade de ensino EJA é oferecida aos que não

tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio, na idade

própria. Nesse sentido, o instrumento avaliativo determinado pela maioria das escolas é a

prova e esta não pode ser vista como única opção de avaliação. Este processo deve

valorizar e buscar propiciar ao aluno o questionamento, o pensamento critico e consciente.

É nesta perspectiva que a avaliação deve ser pensada.

Nas aulas de História, os conteúdos devem ser selecionados a partir de

características dos alunos da EJA e organizados e desenvolvidos de modo a viabilizar

interativamente o processo de construção do conhecimento, tais como: a utilização de vários

recursos didáticos; debates e discussões, como formas de desenvolver a capacidade de

argumentar, ouvir e refletir sobre o ponto de vista do outro e explicitar o próprio raciocínio,

permitindo a sistematização e socialização do conhecimento.

Cabe ao professor perceber o que os alunos almejam com os estudos e com

base nessa informação, ele deve construir uma prática para atender às diferentes

necessidades de aprendizagem. Deixar que cada aluno contribua com suas lembranças e

experiências é fundamental para que todos se sintam inseridos neste processo. Nesse caso,

deve-se priorizar o que é relevante de fato para a turma, ao mesmo tempo repensar as

formas de mediação dos conteúdos e de avaliação da EJA.

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O jovem e o adulto trazem consigo uma história de conhecimentos e saberes

acumulados, e ainda reflexões sobre o mundo. Nós enquanto professores, podemos

capitalizar isso por meio de atividades que remetam ao cotidiano deles e exemplos que

unam informação teórica com experiência de vida. Se nós educadores valorizarmos a

sabedoria dos alunos e estabelecermos analogias e ligações com a realidade deles, vai

facilitar em muito o processo de aprendizagem, ao mesmo tempo em que os estudantes vão

se sentir menos tímidos, rompendo assim o desconforto de estar aprendendo tardiamente.

Neste contexto, é necessário que os professores questionem as visões

tradicionais do ensino de História e da própria Educação de Jovens e Adultos.

Em outras palavras, o professor de História deve ser alguém que domine não

apenas os métodos de construção de conhecimento histórico, mas também um conjunto de

saberes e mecanismos processuais que possibilitam a socialização desse conhecimento

histórico.

E quanto à avaliação na EJA? Acreditamos que ela não pode ser igual à de

outros níveis de ensino. Defendemos a flexibilização do currículo para avaliar melhor. A

marca da história da EJA é a marca da exclusão e submissão estabelecida historicamente

entre a elite e as classes populares no Brasil. Uma relação que perdura até hoje nas

iniciativas que parecem tratar a EJA como um favor, uma compensação, algo inferior, para

pessoas inferiores.

Paulo Freire, que representa um marco para a EJA, afirmava a necessidade de o

educador (re)educar-se para atuar ao lado dos oprimidos e a seu favor. O professor deveria

segundo Freire, auxiliar o aluno no seu processo de conscientização através de um

procedimento pedagógico de problematização, sendo um mediador democrático, optando

metodologicamente pelo diálogo e pela interatividade, que acabaria por igualar professor e

aluno como sujeitos que aprendem mutuamente.

Mas quanto à avaliação, qual é o seu sentido no processo educativo? A

avaliação não deve servir como um instrumento de tortura ou punição, mas sim uma forma

de perceber os avanços e dificuldades dos alunos e como indicador para a prática

pedagógica do docente, com vista a atingir uma práxis transformadora.

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9.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E/OU SUGESTÕES PARA O PROFESSOR DE HISTÓRIAARRUDA, José Jobson de A. Toda a História: História Geral e História do Brasil. 11 ed.

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BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, de 20 de

dezembro de 1996. Dispõe sobre as diretrizes e bases da educação nacional.

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DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 7 ed. Campinas, SDP: Autores Associados, 2005

DOMINGUES, Joelza Ester. História: o Brasil em foco. São Paulo: FTD, 2000

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 22ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.______. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. 11ª

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HORN, Geraldo Balduíno. O ensino de História e seu currículo: teoria e método.

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KARNAL, Leandro (org). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 3 ed. São

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MELO, Francivaldo. História do Maranhão. São Luís: 2006

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TARDIF, M.; LESSARD, C.; LAHAY, E. Os professores face ao saber: esboço de uma problemática do saber docente. Teoria e Educação, n. 4, 1991.

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www.inep.gov.br - Avaliações e exames: ENEM; ENCCEJA; PISA; SAEB.

Em ENCCEJA: Livros de estudo; Matriz de Competências; Provas e Gabaritos.

www.novaescola.com.br

www.aulalegal.com

www.educacional.com.br

www.futura.org,br (Canal Futura)

http://www.brasilescola.com/historia

http://www.coladaweb.com/historia.htm

http://www.mundociencia.com.br/

http://www.dicionarios-online.com

http://www.suapesquisa.com/

www.dominiopublico.gov.br - DOMÍNO PÚBLICO - BIBLIOTECA DIGITAL DESENVOLVIDA

EM SOFTWARE LIVRE

CINEMATECA BÁSICA SOBRE A AMÉRICA ATÉ O SÉCULO XIXAmistad - Steven Spielberg - 1997.

Gangues de Nova York - Martin Scorcese - 2002.

1492 - inferno no paraíso - Ridley Scott - 1992.

A missão - Roland Joffé - 1986.

Queimada - Gillo Pontecorvo - 1969.

Revolução - Hugh Hudson - 1985.

Tempo de glória - Edward Zwick - 1989.

CINEMATECA BÁSICA SOBRE O BRASIL ATÉ O SÉCULO XIXAnahy de las Misiones - Marcos Silva - 1997.

Carlota Joaquina - Carla Camuratti - 1995.

Gaijin - Tizuka Yamazaki - 1980.

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A Guerra do Brasil - Silvio Back - 1987.

A Guerra de Canudos - Sérgio Rezende - 1997.

Hans Staden - Luiz Alberto Pereira - 1999.

A História do Brazyl - Glauber Rocha.

Independência ou morte - Carlos Coimbra - 1972.

O Judeu - Jom Tob Azulay - 1997.

Os Muckers - Jorge Bodansky - 1978.

Neto perde a sua alma - Beto Souza e Tabajara Ruas - 2001.

Quilombo - Carlos Diegues - 1984.

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10. SOCIOLOGIA

10.1 OBJETIVOS DO ENSINO DE SOCIOLOGIA Identificar, analisar e comparar os diferentes discursos sobre a realidade: as

explicações das Ciências Sociais, amparadas nos vários paradigmas teóricos, e as

do senso comum;

Produzir novos discursos sobre as diferentes realidades sociais, a partir das

observações e reflexões realizadas;

Construir instrumentos para uma melhor compreensão da vida cotidiana, ampliando

a “visão de mundo” e o “horizonte de expectativas”, nas relações interpessoais com

os vários grupos sociais;

Construir uma visão mais crítica da indústria cultural e dos meios de comunicação de

massa, avaliando o papel ideológico do “marketing” enquanto estratégia de

persuasão do consumidor e do próprio eleitor;

Compreender e valorizar as diferentes manifestações culturais de etnias e

segmentos sociais, agindo de modo a preservar o direito à diversidade, enquanto

princípio estético, político e ético que supera conflitos e tensões do mundo atual;

Compreender as transformações no mundo do trabalho e o novo perfil de

qualificação exigida, gerados por mudanças na ordem econômica;

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Construir a identidade social e política, de modo a viabilizar o exercício da cidadania

plena, no contexto do Estado de Direito, atuando para que haja, efetivamente, uma

reciprocidade de direitos e deveres entre o poder público e o cidadão e também

entre os diferentes grupos.

10.2. IMPORTÂNCIA DA SOCIOLOGIA NA EJAA disciplina Sociologia tem uma historicidade bastante diversa de outras

disciplinas do currículo, tanto em relação àquelas do campo das linguagens como em

relação às das Ciências Humanas, mas sobretudo das Ciências Naturais. É uma disciplina

bastante recente – menos de um século, reduzida sua presença efetiva à metade desse

tempo; não se tem ainda formada uma comunidade de professores de Sociologia no Ensino

Médio, quer em âmbito estadual, regional ou nacional, de modo que o diálogo entre eles

tenha produzido consensos a respeito de conteúdos, metodologias, recursos, etc., o que

está bastante avançado nas outras disciplinas. Essas questões já poderiam estar superadas

se houvesse continuidade nos debates, o que teria acontecido se a disciplina nas escolas

não fosse intermitente.

As pesquisas sobre o ensino de Sociologia ainda são bastante incipientes,

contando-se cerca de dez títulos, entre artigos, dissertações e teses, o número de

investigações efetuadas nos últimos vinte anos. Boa parte trata do processo de

institucionalização da disciplina no Ensino Médio, o que demonstra que por um lado são

pesquisas que buscam um enfoque sociológico sobre esses processos, e algumas poucas

tentam discutir mais os conteúdos, as metodologias e os recursos do ensino, aproximando-

se um tanto mais de questões educativas e curriculares ou relacionadas à história da

disciplina. Cremos que isso também é fruto daquela intermitência da presença da disciplina

no Ensino Médio, o que provocou um desinteresse de pesquisadores sobre o tema, quer no

viés sociológico quer no viés pedagógico. Assim, não houve de modo sistemático nem

debates nem registros dos processos de institucionalização da disciplina, sendo isso feito só

muito recentemente.

Essas pesquisas alimentariam o próprio processo, dando-lhe uma dinâmica

diversa, o que também tem acontecido com as demais disciplinas.

Outra questão importante sobre essa intermitência da Sociologia no currículo do

Ensino Médio decorre de expectativas e avaliações que se fazem de seus conteúdos em

relação à formação dos jovens e adultos. Muito se tem falado do poder de formação dessa

disciplina, em especial na formação política, conforme consagra o dispositivo legal (LDB nº

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9.394/96, Art. 36, § 1o, III) quando relaciona “conhecimentos de Sociologia” e “exercício da

cidadania”. Entende-se que essa relação não é imediata, nem é exclusiva da Sociologia a

prerrogativa de preparar o cidadão.

No entanto, sempre estão presentes nos conteúdos de ensino da Sociologia

temas ligados à cidadania, à política em sentido amplo (quando, muitas vezes no lugar da

Sociologia stricto sensu, os professores trazem conteúdos, temas e autores da Ciência

Política) e mesmo contrastes com a organização política de sociedades tribais ou simples

(quando, então, é a Antropologia que vem ocupar o lugar da Sociologia), ou ainda

preocupações com a participação comunitária, com questões sobre partidos políticos e

eleições, etc. Talvez o que se tenha em Sociologia é que essa expectativa – preparar para a

cidadania – ganhe contornos mais objetivos a partir dos conteúdos clássicos ou

contemporâneos – temas e autores.

A presença da Sociologia no currículo do Ensino Médio tem provocado muita

discussão. Além dessa justificativa que se tornou slogan ou clichê - “formar o cidadão

crítico” –, entende-se que haja outras mais objetivas decorrentes da concretude com que a

Sociologia pode contribuir para a formação do jovem brasileiro: quer aproximando esse

jovem de uma linguagem especial que a Sociologia oferece, quer sistematizando os debates

em torno de temas de importância dados pela tradição ou pela contemporaneidade. A

Sociologia, como espaço de realização das Ciências Sociais na escola média, pode oferecer

ao aluno, além de informações próprias do campo dessas ciências, resultados das

pesquisas as mais diversas, que acabam modificando as concepções de mundo, a

economia, a sociedade e o outro, isto é, o diferente – de outra cultura, “tribo”, país, etc. Traz

também modos de pensar (Max Weber, 1983) ou a reconstrução e desconstrução de modos

de pensar. É possível, observando as teorias sociológicas, compreender os elementos da

argumentação – lógicos e empíricos – que justificam um modo de ser de uma sociedade,

classe, grupo social e mesmo comunidade. Isso em termos sincrônicos ou diacrônicos, de

hoje ou de ontem.

A lei 9.394/96 estabelece como uma das finalidades centrais do Ensino Médio a

construção da cidadania do educando, evidenciando, assim, a importância do ensino da

Sociologia. Tendo em vista que o conhecimento sociológico tem como atribuições básicas

investigar, identificar, descrever, classificar e interpretar/explicar todos os fatos relacionados

à vida social, logo permite instrumentalizar o aluno para que possa decodificar a

complexidade da realidade social.

Assim, pela via do conhecimento sociológico sistematizado, o educando poderá

construir uma postura mais reflexiva e crítica diante da complexidade do mundo moderno.

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Ao compreender melhor a dinâmica da sociedade em que vive, poderá perceber-se como

elemento ativo, dotado de força política e capacidade de transformar e, até mesmo,

viabilizar através do exercício pleno de sua cidadania, mudanças estruturais que apontem

para um modelo de sociedade mais justo e solidário.

Por outro lado, o ensino da Sociologia também deve favorecer instrumentais

teóricos para que o aluno entenda o processo de mundialização do capital, em

correspondência com as sucessivas revoluções tecnológicas. Processo amplo, que acabou

gerando um reordenamento nas dimensões políticas e sócio-culturais.

10.3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS E AVALIAÇÃO DE SOCIOLOGIAPode-se verificar que pelo menos três tipos de recortes são retirados das

propostas construídas para o Ensino de Sociologia no nível médio e encontráveis nos

Parâmetros Curriculares oficiais, nos livros didáticos e mesmo na escola. São eles:

conceitos, temas e teorias.

[...] esses recortes se referem às três dimensões necessárias a que deve atender o ensino de Sociologia: uma explicativa ou compreensiva – teorias; uma lingüística ou discursiva – conceitos; e uma empírica ou concreta – temas. (BRASIL, 2006)

Assim, os conteúdos devem ser apresentados de forma que o aluno perceba o

que há em comum e de diferente entre eles, num exercício de pensamento crítico,

favorecendo a compreensão do objeto (e objetivo) da disciplina.

Com base no exposto sugerimos as seguintes metodologias:

Construção de textos individuais ou coletivos a partir da integração,

observação e compreensão da realidade social;

Leitura, interpretação de textos literários e científicos sobre os conhecimentos

de Sociologia, Antropologia e Ciência Política que promovam a reflexão,

intertextualidade, interdisciplinaridade e contextualização;

Realização de seminários, oficinas e debates temáticos, que possibilitem a

integração, compreensão e a troca de saberes sobre o processo de

transformação da sociedade contemporânea;

Utilização de pesquisas bibliográficas disponíveis nos diversos veículos de

comunicação, obras complementares, textos, letras de músicas, jornais,

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revistas, vídeos e documentários educativos como forma de investigação

sociológica;

Inclusão da pesquisa de campo como parte integrante da construção

sociológica dentro e fora do espaço escolar;

Excursões, visita a museus, parques ecológicos. É possível afirmar que essas

práticas são as mais marcantes para a vida do estudante. Guardam em si a

expectativa de se desviar completamente da rotina da sala de aula e de se

realizar uma experiência de aprendizado que jamais será esquecida. Quando

o custo da excursão é impraticável, uma simples caminhada ao redor do

quarteirão ou pelas ruas do bairro da escola, se forem levados em conta

aqueles procedimentos críticos de estranhamento e desnaturalização, pode

guardar riquezas visuais interessantíssimas e capazes de propiciar

discussões voltadas para a questão dos direitos e dos deveres do cidadão, a

preservação ambiental, as políticas públicas, a cultura, enfim, um leque de

possibilidades voltadas aos objetivos da Sociologia;

Cinema, vídeo ou DVD, e TV –Trazer a TV ou o cinema para a sala de aula

não é apenas buscar um novo recurso metodológico ou tecnologia de ensino

adequados aos nossos dias, mais palatáveis para os alunos – e o público –,

que são condicionados mais a ver do que a ouvir, que têm a imagem como

fonte do conhecimento de quase tudo. Trazer a TV e o cinema para a sala de

aula é submeter esses recursos a procedimentos escolares – estranhamento

e desnaturalização;

Fotografia – As imagens fotográficas estão presentes na vida desde cedo.

Hoje muito mais com máquinas fotográficas digitais, presentes em todos os

lugares. Mas as fotografias estão também no passado. A fotografia pode ser

utilizada também para analisar fenômenos sociais públicos, como

manifestações coletivas, situações políticas e sociais importantes, presentes

em revistas, jornais ou coleções fotográficas de órgãos públicos, sindicatos e

associações, que podem esclarecer muito do que aconteceu no país. As

fotografias não são documentos neutros: sempre expressam o olhar do

fotógrafo e o que ele quis documentar. Assim, funcionam como uma espécie

de testemunho de alguém que se dispôs a tornar perene momentos da vida

privada ou social de uma pessoa, grupo ou classe, do ponto de vista

doméstico, local, regional, nacional ou internacional;

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Charges, cartuns e tiras – Encontrados quase diariamente nos jornais e nas

revistas, são dispositivos visuais gráficos que veiculam e discutem aspectos

da realidade social, apresentando-a de forma crítica e com muito humor.

Existem alguns que apenas apresentam uma situação engraçada ou

procuram fazer rir. Outros, entretanto, podem fazer rir, mas também fazem

pensar sobre o tema ou a realidade que apresentam. É esse tipo de humor

gráfico que interessa ao professor que quer introduzir uma determinada

questão, seja conceitual ou temática. Ao projetar em sala de aula uma charge

ou tira de humor, é bem possível que os alunos se sintam instigados a saber

o porquê de o professor fazer aquilo. A partir dessa situação, já se cria um

ambiente para colocar em pauta o que se pretendia discutir naquela aula. Aí

começa a motivação, e a imagem projetada serve de estímulo. Inicia-se,

então, uma segunda parte, que é analisar a imagem, seus elementos, por que

provoca o riso, de que modo esse discurso se aproxima e se distancia do

discurso sociológico, como a “deformação” sugerida pela imagem acerca da

realidade representa uma realidade em si mesma “deformada”...

A avaliação em Sociologia deve ser sistemática, diversificada e contínua,

contribuindo para otimização do aprendizado. Ao elaborar os instrumentos de avaliação, o

professor deve considerar que o maior objetivo é o desenvolvimento de competências com

as quais os alunos possam interpretar linguagens e se servir de conhecimentos adquiridos,

tomar decisões autônomas e relevantes.

Características dessa avaliação:

Toda avaliação deve retratar o trabalho desenvolvido;

Os enunciados e os problemas devem incluir a capacidade de observar e

interpretar situações dadas, de realizar comparações, de estabelecer relações

e fazer registros ou de criar novas soluções com a utilização das mais

diversas linguagens;

Uma prova pode ser também um momento de aprendizagem, especialmente

em relação ao desenvolvimento das competências de leitura e interpretação

de textos e enfrentamento de situações-problema;

Devem ser privilegiadas questões que exijam reflexão, análise ou solução de

um problema, ou a aplicação de um conceito aprendido em uma nova

situação;

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Tanto os instrumentos de avaliação quanto os critérios que serão utilizados

na correção devem ser conhecidos pelos alunos;

Deve ser considerada a oportunidade de os alunos tomarem parte, de

diferentes maneiras, em sua própria avaliação e na de seus colegas;

Trabalhos coletivos são especialmente apropriados para a participação do

aluno na avaliação, desenvolvendo uma competência essencial à vida que é

a capacidade de avaliar e julgar. (PCN+)

De acordo com os PCNEM, a avaliação deve acontecer a partir dos três eixos de

competência: representação/comunicação, investigação/compreensão e contextualização. O

aspecto qualitativo deve prevalecer sobre os quantitativos de forma contínua e cumutativa.

Serão consideradas:

Capacidade de análise e síntese;

Desenvolvimento do senso investigativo (criatividade e iniciativa);

Desenvolvimento do senso crítico;

Capacidade de articular o conhecimento já existente com o novo;

Capacidade de argumentar/observar;

Capacidade de pesquisar e selecionar informações (trabalhos, seminários,

estudo dirigido, pesquisas (....);

Coerência textual e estética;

Quanto à auto-avaliação, sua prática permanente cria um clima de confiança

e respeito, de sinceridade, colaboração, comprometimento entre professor e

aluno.

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10.5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA E/OU SUGESTÕES PARA O PROFESSOR DE SOCIOLOGIA

BRASIL, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio:

Ciências Humanas e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de

Educação Básica, 2006.

BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências

Humanas e suas Tecnologias. Brasília: MEC – SEMTEC, 2002.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, de 20 de

dezembro de 1996. Dispõe sobre as diretrizes e bases da educação nacional.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Média e

Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília:

MEC/SEMTEC, 1999.

DURKHEIM, Emile et al. Introdução ao Pensamento Sociológico. São Paulo: Centauro,

2005.

GUARESCHI, Pedrinho A. Sociologia da prática social. Petrópolis: Vozes, 1992.

GUARESCHI, Pedrinho. Sociologia crítica: alternativas de mudança. Porto Alegre: Mundo

Jovem, 2002.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: Uma Prática em Construção da Pré-escola. A

Universidade. 14ª ed. Porto Alegre: Mediação 1993.

------------------Avaliação mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 29ª ed. Porto

Alegre, 1.994.

-------------------Avaliação para promover. Educação e Realidade, Porto Alegre 2001.

LAPLATINE, François. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2000.

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LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,

2002.

LEAL, Telma Ferraz; ALBUQUERQUE, Eliana Borges Correia de. Desafios na educação de jovens e adultos: construindo práticas de alfabetização. Belo Horizonte: Autêntica,

2006.

LÖWY, Michel. Ideologias e ciência social: elementos para uma análise marxista. São

Paulo: Cortez, 2000.

MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo: Brasiliense, 2000. (Coleção

Primeiros Passos)

OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. Série Brasil. São Paulo: Ática,

2004.

REVISTA SOCIOLOGIA. Ciência e Vida. Editora Escala Educacional.

SOARES, Leôncio (org). Aprendendo com a diferença: estudos e pesquisas em Educação

de Jovens e Adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia; Gomes, Nilma Lino (orgs.). Diálogos na Educação de Jovens e Adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006

TELES, Maria Luiza Silveira. Sociologia para jovens: uma iniciação à Sociologia.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

TOMAZI, Nelson Dácio. Sociologia para o Ensino Médio. São Paulo: Atual, 2007.

SITES NA INTERNETMinistério da Educação – MEC

www.mec.gov.br

Ensino Médio / regulamentação

www.inep.gov.br

Avaliações e exames: ENEM; ENCCEJA; PISA; SAEB.

Em ENCCEJA: Livros de estudo; Matriz de Competências; Provas e Gabaritos.

www.novaescola.com.br

www.aulalegal.com

www.educacional.com.br

www.futura.org,br (Canal Futura)

BRASIL ESCOLAhttp://www.brasilescola.com/sociologia/COLA DA WEB

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http://www.coladaweb.com/sociologia.htmMUNDO CIÊNCIAhttp://www.mundociencia.com.br/sociologia/ALUNOS ON-LINEhttp://www.alunosonline.com.br/barra/index.htm?url=http://www.sapereaudare.hpg.ig.com.br/sociologia.htmlWIKIPÉDIACiências Sociaishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_sociaisSociologiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/SociologiaAntropologiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/AntropologiaCiência Políticahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_pol%C3%ADticaMUNDO EDUCAÇÃOhttp://www.mundoeducacao.com.br/sociologia/

SOCIEDADE BRASILEIRA DE SOCIOLOGIAhttp://www.sbsociologia.com.br/REVISTA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICAhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&lng=pt&pid=0104-4478&nrm=isoINFOESCOLAhttp://www.infoescola.com/sociologia/PORTAL AS – AULAS DE SOCIOLOGIAhttp://sociologia.incubadora.fapesp.br/CULTURA BRASILhttp://www.culturabrasil.pro.br/sociologia.htmASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIAhttp://www.abant.org.br/FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS – USPhttp://www.fflch.usp.br/da/vagner/antropo.htmlEDUCATERRAhttp://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2002/06/07/001.htmREVISTA DE ANTROPOLOGIAhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&lng=pt&pid=0034-7701&nrm=isoSOCIOLOGIA – UOL BLOGhttp://sociologia.zip.net/MINIWEBhttp://www.miniweb.com.br/Ciencias/Sociologia5.htmlREVISTA DE ANTROPOLOGIA SOCIALhttp://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/campos/viewissue.phpCOMUNIDADE VIRTUAL DE ANTROPOLOGIAhttp://www.antropologia.com.br/DICIONÁRIOS ON-LINEhttp://www.dicionarios-online.com/ciencias_sociais.htmlREVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIShttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=0102-6909&script=sci_serialCIVITAS – REVISTA DE CIÊNCIAS SOCIAIShttp://revistaseletronicas.pucrs.br/civitas/ojs/index.php/civitasREVISTA ELETRÔNICA DE CIÊNCIAS SOCIAIShttp://www.cchla.ufpb.br/caos/SUA PESQUISA.COM

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http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/antropologia.htmDOMÍNO PÚBLICO - BIBLIOTECA DIGITAL DESENVOLVIDA EM SOFTWARE LIVREwww.dominiopublico.gov.br